noticiário malacológico portuguÊs de malacologia … · a fecundação é externa e os gâmetas...

20
P ORTUGALA n. o 4 * NOVEMBRO 2004 * semestral Neste número Velocidade de cruzeiro por GONÇALO CALADO . . . . . . . . . . . . . . 2 Haminœa, porque tens uma concha tão frágil? por RICARDO C. NEVES . . . . . . . . . . . . . . 3 As lapas nos Açores por GILBERTO P. CARREIRA . . . . . . . . . . . 4 Colecção Malacológica do Museu de História Natural de Londres por ANDREIA SALVADOR . . . . . . . . . . . . . 6 Congresso Mundial de Malacologia Perth, Austrália, Julho de 2004 . . . . . . . . . . 7 NOTÍCIAS DO RECTÂNGULO 2 por ANTÓNIO MONTEIRO . . . . . . . . . . . . 16 INFORMAÇÕES GERAIS Publicações recentes . . . . . . . . . . . . 19 Reuniões, Cursos e Exposições . . . 19 Noticiário Malacológico INSTITUTO PORTUGUÊS DE MALACOLOGIA Membro filiado da UNITAS MALACOLOGICA U Editorial M pouco em contra-corrente com o País tenho de admitir que este foi sem dúvida um ano excepcional para o IPM! Um ano de afirmação em que a Instituição cimentou a sua relação com o seu principal patrocinador, a empresa Zoomarine - Mundo Aquático, um ano em que o IPM contribuiu para a formação de vários licenciados de cursos superiores de Ciências Biológicas, um ano em que o IPM viu vários projectos nascerem e crescerem no seio das suas instalações, um ano em que o IPM se mudou para aquelas que acreditamos serem as nossas instalações por muitos e bons anos. Três principais desafios aguardam a instituição em 2005. Um deles já aí está, trata-se da realização do III Colóquio Nacional de Malacologia, dentro de cinco meses. Uma outra prioridade é a criação do primeiro portal de Malacologia Português, que constituirá seguramente um motor de divulgação desta ciência e prazer, junto de todos, e que nos permitirá a todos estarmos cada vez mais próximos. Será também a forma de a médio prazo tornar disponíveis a Biblioteca e colecções da Instituição, já hoje, bastante procuradas por investigadores. Por último e fundamental trata-se do reforço dos laços da Instituição com os seus associados. Creio que a oportunidade de realizar o próximo Colóquio de Malacologia em «casa» catapultará seguramente esta tão desejada aproximação e participação. A todos, votos de Boas Festas. O EDITOR

Upload: vuongkhanh

Post on 02-Feb-2019

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

PORTUGALAn.o 4 * NOVEMBRO 2004 * semestral

Neste número

Velocidade de cruzeiropor GONÇALO CALADO . . . . . . . . . . . . . . 2

Haminœa,porque tens uma concha tão frágil?

por RICARDO C. NEVES . . . . . . . . . . . . . . 3

As lapas nos Açorespor GILBERTO P. CARREIRA . . . . . . . . . . . 4

Colecção Malacológica do Museude História Natural de Londres

por ANDREIA SALVADOR . . . . . . . . . . . . . 6

Congresso Mundial de MalacologiaPerth, Austrália, Julho de 2004. . . . . . . . . . 7

NOTÍCIAS DO RECTÂNGULO 2por ANTÓNIO MONTEIRO . . . . . . . . . . . . 16

INFORMAÇÕES GERAIS

Publicações recentes . . . . . . . . . . . . 19

Reuniões, Cursos e Exposições . . . 19

Noticiário MalacológicoINSTITUTO PORTUGUÊS DE MALACOLOGIA

Membro filiado da UNITAS MALACOLOGICA

UEditorial

M pouco em contra-corrente com o País tenho de admitirque este foi sem dúvida um ano excepcional parao IPM! Um ano de afirmação em que a Instituição

cimentou a sua relação com o seu principal patrocinador,a empresa Zoomarine - Mundo Aquático, um ano em queo IPM contribuiu para a formação de vários licenciados decursos superiores de Ciências Biológicas, um ano em que oIPM viu vários projectos nascerem e crescerem no seio das suasinstalações, um ano em que o IPM se mudou para aquelasque acreditamos serem as nossas instalações por muitos e bonsanos. Três principais desafios aguardam a instituição em2005. Um deles já aí está, trata-se da realização doIII Colóquio Nacional de Malacologia, dentro de cinco meses.Uma outra prioridade é a criação do primeiro portal deMalacologia Português, que constituirá seguramente um motorde divulgação desta ciência e prazer, junto de todos, e que nospermitirá a todos estarmos cada vez mais próximos. Serátambém a forma de a médio prazo tornar disponíveis aBiblioteca e colecções da Instituição, já hoje, bastanteprocuradas por investigadores. Por último e fundamentaltrata-se do reforço dos laços da Instituição com os seusassociados. Creio que a oportunidade de realizar o próximoColóquio de Malacologia em «casa» catapultará seguramenteesta tão desejada aproximação e participação.

A todos, votos de Boas Festas.

O EDITOR

2 PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004

NÃO sei se o termo velocidade de cruzeiro é apropriadopara quem estuda moluscos, em particular lesmas.É como sinto que o IPM começa a estar. Sem crescerexponencialmente, tem reforçado a sua intervenção

nas diferentes áreas que quer abarcar. A primeira prova de fogoserá a organização, para a Primavera que vem, do III ColóquioNacional de Malacologia, até agora organizado pela Ordem dos

Biólogos. Contamos com todos, os sócios e nãosócios, para que este evento seja um sucesso, masserá a primeira grande oportunidade de mostraras nossas instalações a muita gente, que pode terideias novas para que a bola de neve (ou demuco…) continue a ser formada. Queremos quecada vez mais a nossa Biblioteca seja um ponto dereferência em Portugal nesta área. Recordo queapesar da adesão de muitas instituições científicasàs bibliotecas digitais, a maioria das revistas demalacologia ainda não estão disponíveis por essavia. Numa altura em que os investimentos em

ciência (públicos e privados) são muito escassos, é nossaobrigação agir para que a Malacologia não seja vista comoum parente pobre em relação a outras áreas da Zoologia.Apelo por isso à intervenção e imaginação de todos os que nistoacreditam.

Velocidadede cruzeiro

por GONÇALO CALADOPresidente da Direcção

PORTUGALA n.o 4 * NOVEMBRO 2004 * semestral ISSN 1645-9822 * Depósito Legal 210446/04

Noticiário Malacológico do INSTITUTO PORTUGUÊS DE MALACOLOGIADirector: GONÇALO CALADO * Secretário: JOAQUIM REIS * Editor: MANUEL ANTÓNIO E. MALAQUIAS

Colaboram neste número: ANDREIA SALVADOR ([email protected]) * ANTÓNIO MONTEIRO (a.j.a.monteiro@_netcabo.pt) * GILBERTO P. CARREIRA ([email protected]) * GONÇALO CALADO

([email protected]) * MANUEL ANTÓNIO E. MALAQUIAS ([email protected]) *RICARDO C. NEVES ([email protected]) * gráfico: M. M. MALAQUIAS ([email protected])

INSTITUTO PORTUGUÊS DE MALACOLOGIAZoomarine - E. N. 125 km 65 - Guia - 8200-864 ALBUFEIRA - PORTUGALTel: 967 950 055 * Fax: 289 560 308 * E-mail: [email protected]

O IPM é apoiado pelo Fundo de Apoio à Comunidade Científica, da Fundação para a Ciência e Tecnologia

género Haminœa (Gastropoda: Cepha-laspidea) é composto por indivíduoscom concha frágil, translúcida, revestidapor uma fina película orgânica e incapaz

de acomodar todo o animal. A sua dieta tem porbase diatomáceas (algas unicelulares microscó-picas), sendo o seu habitat a vasa e pradarias defanerogâmicas marinhas normalmente em áreaslitorais. Nalgumas partes do seu dorso possuemglândulas defensivas que acumulam substânciasq u í m i c a sde alarmeque, em con-junto com asua capaci-dade mimé-tica, substi-tuem a faltada defesa tí-pica do gas-trópode: emsituação deameaça, osi n d i v í d u o slibertam asr e f e r i d a ss u b s t â n c i a sno mucoprovocandoreacções defuga nosc o n s p e c í -ficos.

N a d acomprova aexistência demetabo l i to scom proprie-dades anti--predatór iasnas espécieseuropeias, e estudos recentes sugerem mesmoque em relação aos peixes não têm qualquerefeito. De qualquer forma, o facto deste gas-

trópode se expor durante os períodos debaixa-mar sem que sofra predação pelas avesdeixa antever a existência de defesas de naturezaquímica ainda desconhecidas. Até porque, hámuito que se provou a toxicidade de supostassubstâncias químicas existentes em indiví-duos de Haminœa para alguns animais do plâncton.O objectivo do meu estágio é pois, perceberse indivíduos de Haminœa orbygniana apresentamou não substâncias químicas dissuasoras de poten-

ciais preda-dores. Se simquais são?Serão prove-nientes dadieta dos in-divíduos oub i o s s i n t e t i -z a d a s ?R e a l i z a r e ivárias expe-riências eml a b o r a t ó r i onas quaisserão utiliza-dos peixes,p r e d a d o r e sgeneral istas,a cuja ali-m e n t a ç ã oserão adi-c i o n a d o sextractos deHaminœa. Uml a b o r a t ó r i oq u í m i c oidentificará ecaracterizaráos supostosmetabolitos.

No finalespero poder responder a estas perguntas e, por-ventura, indagar sobre a potencialidade farmacêu-tica das substâncias químicas.

PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004 3

Haminœa,porque tens uma concha tão frágil ?

por RICARDO C. NEVESFinalista de Biologia na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias a realizar o estágio de licenciatura no IPM

O

Haminœa orbygniana

A lapa-brava (Patella aspera) é a outra espécie delapa que partilha os habitats intertidais dosAçores com a lapa-mansa (P. candei), espécieque abordámos no n.º 2, de Novembro de

2003, desta publicação. Outros nomes correntementeusados para definir esta espécie são P. ulyssiponensis eP. ulyssiponensis aspera. A sinonímia desta espécie étambém um pouco confusa. Vários autores têmreferido estas designações como sinónimos. Contudo,trabalhos recentes sugerem que a forma ocorrentenas ilhas atlânticas corresponde a uma ramificaçãoque podemos definir como P. aspera, enquanto as for-mas continentais deverão ser designadas, no seuconjunto, por P. ulyssiponensis. Aguardando mais dadossobre o assunto, por forma a averiguar davalidade desta divisão, manteremos aqui a designaçãomais lata de P. aspera.

P. aspera tem uma distribuição mais abrangentedo que P. candei. Enquanto esta última se circuns-creve aos arquipélagos macaronésicos dos Açores,Madeira, Selvagens e Canárias (nas suas várias for-mas), P. aspera, por seu lado, tem como limite norte dedistribuição as Ilhas Shetland, a norte da Grã--Bretanha, e distribui-se pelas costas atlânticasdo continente europeu, incluindo a Península Ibéricae Mediterrâneo Ocidental, encontrando-se tambémpresente nos Açores, Madeira, Selvagens e Canárias.

Exteriormente, esta espécie possui característicasque permitem identificá-la com bastante segurança,o que é raro entre as lapas do género Patella. A con-cha pode ser oval ou pentagonal (raramente trian-gular) e forma um perfil em cone achatado, comestrias na superfície externa que se projectam nobordo exterior da concha. Estas projecções sãogeralmente irregulares, o que torna esta espécie dis-tinta das variantes de P. candei que ocorrem naMadeira e nas Canárias. As estrias podem ser alter-nadas geralmente com outras estrias triplas, menossalientes. O apex da concha é marcadamente anteriorao centro da concha e o pé pode ser amarelo ou cor--de-laranja, sendo o manto coroado por tentáculosbrancos translúcidos. Nos Açores, esta espécie podeatingir tamanhos máximos de 110 mm de compri-mento da concha (maiores, portanto, que a sua con-

génere P. candei que, no mesmo arquipélago, atingenormalmente tamanhos máximos de 6 mm).

A P. aspera vive na zona inferior intertidal e sub-tidal, até aos seis metros de profundidade, em locaisexpostos, podendo também ocorrer em poças. Porvezes, apresenta grande quantidade de algas epífitasno exterior da concha (especialmente evidente emanimais que vivem na zona subtidal), pelo que umobservador menos atento, ou pouco experimentado,poderá ter alguma dificuldade em detectá-los numaprimeira tentativa.

Ao contrário de P. candei, esta espécie conta comalguma informação recolhida sobre a sua biologia.É uma espécie hermafrodita protândrica, o que

significa que os indivíduos nascem machos e mudamde sexo à medida que crescem (acima de 20 mm decomprimento da concha aparecem as fêmeas).A longevidade pode ser superior a nove anos e otamanho de primeira maturação é de 41-45 mm, o quecorresponde a três/quatro anos de idade. A maturaçãosexual é máxima durante o período de Agosto a Abril.A fecundação é externa e os gâmetas são libertados naágua durante um período definido (de Janeiro a Julho,nos Açores), apesar de ser possível encontrar indiví-duos maduros ao longo de todo o ano e em todos osestados de maturação sexual. O estado larvar podedurar entre dois a dez dias. O potencial de dispersãopode ser superior a 10 km de distância.

4 PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004

As lapas nos AçoresParte II: A Lapa-brava, Patella aspera

por GILBERTO P. CARREIRA

Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores

A mobilidade da P. aspera é limitada e restringe-se à área individual dealimentação. Nesta imagem vemos o efeito da herbívoria (cortesia ImagDOP)

Um aspecto interessante desta espécie, e que im-porta referir aqui, é o facto de se tratar de um possívelbioindicador para metais pesados, tendo sido realiza-dos estudos nesse sentido na Universidade do Algarve.

Esta espécie é explorada nos arquipélagos dosAçores, Madeira e Canárias. Nos Açores, dezenas detoneladas de lapa-brava são capturadas anualmente(em 1984, registaram-se 94 toneladas de lapas ven-didas em lota, só na Iha de São Miguel), sendo esta aespécie alvo de uma pescaria semiprofissional que sedesenvolve especialmente nas ilhas do Grupo Central,uma vez que a sua abundância tem vindo a decrescernas ilhas de São Miguel e de Santa Maria (GrupoOriental). A problemática da pescaria de lapas nosAçores será discutida em pormenor em artigo futuro.

P. aspera é uma espécie com elevado valor comer-cial (sabemos de transacções de lapas a preços naordem dos 50 euros/kg, em Agosto de 2004, na Ilha doFaial), atestando a sua escassez, num mercado onde aprocura é muito elevada. A procura e o aumento doseu valor económico têm, no seu conjunto, estimula-do a proliferação de apanhadores ilegais que, com oselevados rendimentos que esta actividade permite,consideram a aplicação das pesadas coimas, em vigorna lei, um risco que vale a pena correr. Actualmente,

já se importam lapas de Portugal Continental e doArquipélago da Madeira, sendo as espécies P. vulgata eP. candei (variante da Madeira) as que se servem commais frequência nos restaurantes da Ilha de SãoMiguel.

Sabe-se que este recurso é sensível a curto prazo,se não gerido racionalmente. Numa primeira fase,importa definir unidades de gestão, obtendo infor-mação acerca do grau de conectividade entre popu-lações, no Arquipélago, por forma a melhorar asmedidas de gestão já existentes e a definir medidasmais realistas e adequadas à realidade social eeconómica do Arquipélago. Mas deste assuntotrataremos futuramente.

PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004 5

A presença de algas epifíticas na concha é uma das característicasde P. aspera (cortesia ImagDOP)

INSTITUTO PORTUGUÊS

DE MALACOLOGIA

Zoomarine - E. N. 125 km 65 - Guia * 8200-864 ALBUFEIRA - PORTUGAL

Tel: 967 950 055 * Fax: 289 560 308 * E-mail: [email protected]

Proposta de SócioMembership Application

Nome completo / Full name ______________________

____________________________________________

Data de nascimento / Date of birth ____/____/______

Nº B.I. / Passport number _________________________

Morada / Address: ____________________________

____________________________________________

Código Postal / Post code ________________________

Correio electrónico / E-mail _____________________

Telefone / Phone ______________________________

Habilitações / Title ____________________________

Profissão / Occupation ___________________________

Assinatura do proponente / Signature

____________________________________________

Quota 2005: Sócio efectivo: 20 Euros; Sócio aderente indi-vidual: 20 Euros; Sócio aderente colectivo: 50 Euros; Sócio estu-dante 10 Euros (neste caso juntar cópia de comprovativo dasituação de estudante).

Subscription for 2005: Executive member: 20 Euros; Ordinarymember : 20 Euros; Institutional member : 50 Euros;Student member: 10 Euros (please add copy of student ID card or otherstudent status evidence).

Formas de pagamento: Numerário; cheque ou vale postalem nome do INSTITUTO PORTUGUÊS DE MALACOLOGIA.

Methods of payment: Cheque, money or postal order payable to theInstituto Português de Malacologia.

Enviar para / Send to:

INSTITUTO PORTUGUÊS DE MALACOLOGIAZoomarine - E. N. 125, Km 65 - Guia8200-864 ALBUFEIRAPORTUGAL

6 PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004

O Museu deH i s t ó r i aNatural deL o n d r e s

contém uma dasmaiores e melhorescolecções de Mala-cologia do mundo.Do seu espól iofazem parte pertode oito milhões deespécimes, divididosentre a colecção seca(cerca de 7300 mi-lhões) e colecçãohúmida (500 mil).Destes exemplaresdois terços sãomoluscos marinhos eum terço são ter-restres. Cerca de dezpor cento da colecção são espécimes tipo (holotipos,paratipos, neotipos e sintipos).

A origem da colecção do Museu deve-se a SirHans Sloane, um ilus-tre médico e colec-cionador londrinonascido no séculoXVII, que legou o seuespólio à nação em1753. Na segundametade do século XIXas colecções deHistória Naturalestavam no MuseuBritânico, mas tinhamcrescido a uma taxatão elevada que foinecessário a cons-trução de um edi-fício criado unica-mente para elas.Deste modo, em 18de Abril de 1881,

abre ao público oMuseu de HistóriaNatural de Lon-dres, em SouthKensington.

O Museu contémexemplares malacoló-gicos de todo omundo, coleccionadosdesde o século XVIIaté aos nossos dias.De sal ientar ascolecções das expe-dições Challenger,Discovery e In-vest igator, ou ascont r ibu ições deDarwin, Sowerby,Sloane, Lyell, entreoutros.

Ainda de referir abiblioteca da secção de malacologia constituídapor 5000 volumes (entre manuscritos e livros raros)e por exemplares de todas as revistas malacoló-

gicas do mundo.Em Outubro de

2002 foi inaugurado oDarwin Centre, umedifico anexo aoMuseu criado especi-ficamente para alber-gar a colecção húmi-da de zoologia e parap r o p o r c i o n a r a opúblico, pela primeiravez, acesso a essacolecção. A colecçãode malacologia en-contra-se no sextoandar, onde cerca de60 mil frascos estãodistribuídos por 250armários, cerca de1,5 km de prateleiras.

Colecção Malacológicado Museu de História Natural

de Londrespor ANDREIA SALVADOR

Curadora voluntária da secção de Malacologia do Natural History Museum

Frascos com cefalópodes. As tampas verdes referem-se a exemplares que já foramou referidos ou ilustrados na literatura (cortesia do NHM)

Prateleira de Nautilus(cefalópodes com concha externa) (cortesia do NHM)

PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004 7

SOB o lema Molluscan Megadiversity: Sea, Landand Freshwater, decorreu na Austrália, na cidade dePerth, o último Congresso Mundial de Malacologia. Poderiamas longínquas terras australianas fazer temer o pior quantoaos níveis de participação, mas desenganem-se os mais cépticos

pois nada disto se passou. Pelo contrário o congresso da Austrália,superiormente organizado pelo Dr. Fred Wells, do Western AustralianMuseum, foi um dos mais concorridos e deu-nos a oportunidade, única, decontactar pessoalmente com muitos colegas asiáticos e australianos quepor motivos derivados da distância, ficam normalmente privados depoderem participar neste evento, até aqui, realizado em terras europeiase americanas. Curiosamente, parece ter sido esta mesma distânciaa fazer catapultar a participação dos portugueses, que se apresentaramcom o maior contingente de sempre: oito colegas e um total de trezetrabalhos. De realçar, o facto que logo depois da representação britânica,a portuguesa era a mais numerosa entre os países europeus!

Muitos foram os assuntos discutidos, das pescas, à aquacultura, daecologia à genética, da embriologia à filogenia, etc. Foram dias extrema-mente intensos e vivos onde se apresentaram duzentos e noventa trabalhos(cento e oitenta e sete comunicações orais e cento e três «posters»), mas ondetambém foi possível conviver com as belezas naturais únicas da faunae flora australiana, uma vez que o programa contemplava, igualmente,a possibilidade de observar marsupiais, aves, plantas, peixes, etc. Tudoacabou com um «mega-jantar» onde as iguarias malacológicas e não só…brilharam e deliciaram!

Para todos, os que por motivos vários não puderam estar presentes,ficam aqui registados os resumos oficiais dos treze trabalhos apresentados,em Perth, pelos nossos conterrâneos e em muitos casos consócios. Estesresumos estão tal e qual foram incluídos no livro de «abstracts» doCongresso e por isso em língua inglesa, o que esperamos não seja umalimitação à compreensão dos mesmos. Contudo, junto dos autores estão osseus endereços, ficando aqui o repto de que todos os interessados emaprofundar algum dos temas, entrem em contacto com os referidos autoresque seguramente apreciarão poder discutir e explicar os seus trabalhos.

MANUEL ANTÓNIO E. MALAQUIASDepartment of Zoology, Natural History Museum, London

Congresso Mundialde MalacologiaPerth, Austrália, Julho de 2004

8 PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004

IN the Mondego estuary (Portugal), several mitiga-tion measures (nutrient loading reduction, sea-

grass bed protection and freshwater circulationenhancement) were implemented in 1998 to promotethe recovery of the seagrass bed and the entire sur-rounding environment following a long period ofeutrophication. In the present study we evaluate thesuccess of this restoration project, by comparing thewater nutrient concentrations, the seagrass coverextent and the dynamics of Hydrobia ulvæ, before andafter implementation of the management measures.During the period in which environmental qualitydeclined, H. ulvæ abundance, biomass and growthproduction declined, associated with the almost totaldisappearance of the macrophyte Zostera noltii.However, after the implementation of management

measures, dissolved nutrients and green macroalgalblooms were much reduced, and seagrass bed startedto recover. The H. ulvæ population also respondedpositively, becoming more structured (including indi-viduals of all age classes), with higher abundance andbiomass. Major flood events demonstrated that theresilience of the H. ulvæ population may have beenlowered by the chronicle original stressor (eutrophi-cation). The population structure of H. ulvæ in themost stressed site continued to be dominated bysmall individuals despite the improvements in waterquality, probably a result of the inexistence ofseagrass plants at this site. Estuarine restoration programmes need to recognise the importance ofunderstanding the resilience of populations and theinteractions of multiple stressors.

The resilience of Hydrobia ulvæ populationsto anthropogenic and natural disturbances

P. G. CARDOSO1, A. BRANDÃO1, M. A. PARDAL1, D. RAFFAELLI2 & J. C. MARQUES1

1 IMAR - Institute of Marine Research, Department of Zoology, University of Coimbra, Portugal ([email protected])2 Environment Department, University of York, Heslington, York, YO10 5DD, U.K.,

SPECIATION is a multifaceted process leading to theisolation of a parcel of a previously wider gene

pool. From molecules to the individuals that carrythem to the populations within which they live, varia-bility and selection, led by the patient hand of time,interact differently at every one of these levels to pro-duce the genetic oddities we call species. The road tospeciation usually shows different levels of definition ofsuch interaction. Morphology, the readily visible face ofevolution, constitutes a basic indicator of the speciationevent, and analysis of the patterns of its distributionmay point to the framework of the process.

Spread throughout the archipelago, and apparentlyfree from visible biotic pressure, the endemic Drouetiaprovide a suitable model to study aspects of thisprocess, and the Azores constitute a suitable laboratoryin which to research it. The geographical position anddistribution of the islands, their different ages and the

rhythmicity of the volcanic events that gave rise tothem, provide a scenario in which various stages ofspeciation can be found, thus allowing us to unravel theprocess.

From the observed pattern of distribution ofintra- and interspecific morphological/anatomicalvariability in Drouetia we may advance the followingscenario. Stage one: demic (allopatric) variability; it ispostulated that volcanic instability (cyclic eruptions)and intense erosion (deep ravines) create temporaryisolates that (?100 yrs) later merge into a new geneti-cally richer population. Stage two: close sympatric(interspecific) variability; it is postulated that short-term(>0.5 My) volcanic stability leads to the consummationof speciation. Stage three: extreme sympatric (inter-specific) variability; it is postulated that long-termvolcanic stability (>1 My) results in supra-specificdifferentiation.

The shaping of a species:the Azorian Drouetia Gude

(Pulmonata: Zonitidae: Oxychilus) as a modelANTÓNIO M. DE FRIAS MARTINS

CIRN and Departamento de Biologia, Universidade dos Açores, 9501 Ponta Delgada, Portugal ([email protected])

PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004 9

THE nudibranch Dendrodoris arborescens (Colling-wood, 1881) has hitherto been (1) mistaken for

the sympatric species D. nigra (Stimpson, 1855) that issimilar in appearance, or (2) considered as a colourform of D. fumata (Rüppell & Leuckart, 1828). Ourinvestigations of larval biology and colour pattern

however, clearly show that D. arborescens is a validspecies with its own set of unique characteristics. Thisresult increases the number of Dendrodoris speciesknown from the Australian coastline to thirteen andhighlights the useful nature of larval features tospecies identification.

Dendrodoris arborescens (Collingwood, 1881)(Mollusca: Nudibranchia):

larval characteristics reveal a masked porostomeGILIANNE D. BRODIE1 & GONÇALO CALADO2

1 School of Marine Biology & Aquaculture, James Cook University, Townsville, Queensland, 4811, Australia ([email protected])2 Departamento de Ciências Naturais e Biológicas. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisbon, Portugal

and Centro de Modelação Ecológica IMAR. FCT/UNL, Monte da Caparica, Portugal ([email protected])

SEVERAL studies showed that bottom mobile fishinggears have a deleterious effect on the environment.

The ecological effects of clam dredging can be short-termed or lead to long-term changes in communitystructure, depending on several factors, such as depth,sediment type and hydrodynamics. Sometimes it isdifficult to distinguish between fishery driven changes incommunity structure and those caused by naturalphenomena. Therefore, it is of utmost importance toevaluate the ecological relevance of fishing disturbanceversus natural perturbation.

In this context a study was undertaken aiming (1) toanalyse the immediate environmental effects ofPortuguese clam-dredge fishery on benthic communi-ties, (2) to monitor its subsequent recovery and (3) toevaluate the changes in community structure due to nat-ural perturbation. Hence, a summer to fall samplingprogram was undertaken during 2003. Two 2500 m2

areas each, at 20 metres depth, were subjected to differ-ent stress levels, considering sporadic fishery (experi-

mental area) and no fishery (control area). In the expe-rimental area, fishing stress was simulated followingusual commercial fishing procedures, thus dredging anarea for an hour using two clam-dredges simultaneously.In each area, benthic macrofauna and meiofaunasamples were collected by divers periodically (beforedredging, immediately after and on the ensuing 24h,48h, 120h and 13, 35 and 90 days). All sampling wasperformed with adequately replicated corer collection,using 64cm2 corers for macrofauna and 20 cm2 formeiofauna, buried 15 cm and 10 cm, respectively.Oceanographic parameters were also registered duringthe sampling period.

Considerably minor dredge fishery driven effectsand fast recovery of the benthic communities arehighlighted in opposition to some degree of naturalvariation. The present poster summarily describes thepreliminary results of the Project DREDGIMPACT(POCTI/ MGS/ 42319/ 2001), which is funded by the«Fundação para a Ciência e Tecnologia» (FCT).

Effects of clam dredging on consolidatedgrounds and subsequent recovery

of benthic habitatoff the Portuguese southern coast

MIGUEL GASPAR1, JOÃO REGALA1, RITA CONSTANTINO1, JOÃO CÚRDIA1, SUSANA CARVALHO1,LUÍS CHÍCHARO2 & CARLOS MONTEIRO1

1 Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas (INIAP/IPIMAR), Centro Regional de Investigação Pesqueira do Sul (CRIPSul),Avenida 5 de Outubro s/n, P-8700-305 Olhão, Portugal ([email protected])

2 Universidade do Algarve (UAlg), Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente (FCMA), Campus de Gambelas; P-8000-810 Faro, Portugal

10 PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004

DORIOPSILLA AREOLATA and Doriopsilla pelseneeriare two common dorid nudibranch molluscs

inhabiting the south-western coasts of Europe (Atlanticand Mediterranean). Doriopsilla areolata has plank-totrophic larvae whereas D. pelseneeri is a metamorphicdirect developer. The reproductive effort of bothspecies was studied during the peak reproductive season(March-June 2003). In both species, the number of eggsper spawn mass, the average volume per egg, and the

percentage of body weight allocated to reproductionwere compared among individuals of different sizes andfrom different locations. Egg volume was found to be aconstant feature of each species, whereas the number ofeggs per spawn is highly correlated with the size of theegg-laying parent. Although these two sympatric specieshave contrary developmental strategies, the amount ofenergy allocated to the production of each spawn masslies within a similar range.

Reproduction in two nudibranchs of the genusDoriopsilla Bergh, 1880 (Gastropoda, Opisthobranchia)

with distinctly different developmental strategiesGONÇALO CALADO1,2 & SOARES, CLÁUDIA2

1 Departamento de Ciências Naturais e Biológicas, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisbon, Portugal ([email protected])2 Centro de Modelação Ecológica IMAR. FCT/UNL, Monte da Caparica, Portugal

CLAM and razor clam mechanical dredges areextensively used along the Portuguese coast.

These fishing gears are composed by a rigid ironstructure with a toothed lower bar that can penetrateinto the sediment up to 50 cm, depending on targetspecies and sediment type. These dredges dig bivalvesout of the sediment, impacting the benthic habitat,both in terms of its physical structure (smoothingsedimentary bedforms, reducing bottom roughnessand re-suspending the sediment) and its biologicalcommunities (destruction of the benthos and loss ofbiodiversity).

Apart from landings, dredging also causes otherkind of mortality, either directly or indirectly. In thecase of the infauna, if individuals are retained for along time in the net bag, the stress to which they aresubmitted increases. As a consequence, the undam-aged individuals that escape through the net bag donot bury themselves immediately, being more vulner-

able to predation. Furthermore, low selective fishinggears lead to large amounts of by-catch. It is knownthat for some species survival of undamaged discard-ed individuals is directly related to the time of aerialexposure on deck. Individuals returned to the seabed,will provide potential food for scavengers and preda-tors. Therefore, their survival depends on the timeneeded to rebury (in the case of infauna) or to restarttheir normal activity (in the case of epifauna).

Since the Portuguese bivalve fishery is managed bydaily quotas per boat, the higher the catching effi-ciency of the fishing gear the lower the fishing areaneeded to achieve the quota. Taking into considera-tion all the above considerations, a new bivalvedredge was developed, which is more selective andefficient than the traditional ones. In this presenta-tion we will show how gear modifications becameeffective in reducing the environmental impact ofdredging.

Which are the benefitsof using more selective

and efficient bivalve dredges?MIGUEL GASPAR1, FRANCISCO LEITÃO1, MIGUEL SANTOS1, LUÍS CHÍCHARO2,

ALEXANDRA CHÍCHARO2 & CARLOS MONTEIRO1

1 Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas (INIAP/IPIMAR),Centro Regional de Investigação Pesqueira do Sul, Av. 5 de Outubro s/n, 8700-305 Olhão Portugal ([email protected])

2 Universidade do Algarve (UAlg), Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente (FCMA),Centro de Ciências do Mar (CCMAR), Campus de Gambelas; 8000-810 Faro; Portugal

PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004 11

Joaquim Reis (IPM) a apresentar o seu trabalho, ao sabor de um nutritivo suco australiano.

THE Asiatic clam is an exotic freshwater bivalveoriginary from Southeast Asia where it is widely

distributed. The first observations in Europe were madein 1980 in Portugal and France, having increased itsdistribution significantly since then. According to themost recent data the Asiatic clam is widely spreadthroughout Portugal. In the Guadiana basin, besides theexotic C. fluminea, there are 4 native unionoidspecies: Anodonta anatina, Potomida littoralis, Unio crassusand U. pictorum. U. crassus is a protected species but allUnionoidea species are currently threatened mainly byhabitat loss and fragmentation. This basin is underexpanding pressure for exploitation of water resourcesbut still remains one of the best-preserved basins inPortugal.

Several sites were selected in the Guadiana basin.At each site the river bottom was searched randomly.Unionoidea bivalves or C. fluminea were found in 47 of78 sites (60%). U. pictorum is the most widespreadspecies; C. fluminea and A. anatina are the next mostcommon species. U. crassus and P. littoralis were found infew sites and, especially U. crassus, in very low densities.In some rivers a stable community of native Unionidsoccurs together with large C. fluminea populations.From the 47 sites with bivalves, 68% (32) where locatedin isolated pools in intermittent streams. These poolsusually have a very large density of freshwater bivalves,and their conservation is of extreme importance for thepreservation not only of the bivalve community but alsothe entire ecosystem.

Freshwater Bivalves in the Guadiana Basin (Portugal):Relation between Exotic and Native Species

JOAQUIM TEODÓSIO1e2, JOAQUIM REIS2e3, MARIA A. CHÍCHARO1 & LUÍS CHÍCHARO1

1 Grupo Ecorecursos, CCMAR, FCMA, Universidade do Algarve, Portugal ([email protected])2 Instituto Português de Malacologia, Albufeira, Portugal3 Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa, Portugal

12 PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004

THE muricid gastropod Murex trunculus is a commer-cially important species in Portugal, where the

growing demand for whelks in the market generatessome expectation in relation to its potential as a newspecies for molluscan aquaculture. The present commu-nication reports preliminary growth rate estimations ofM. trunculus, obtained through marking/recaptureexperiments in an earth-pond in the Ria Formosalagoon.

The specimens were tagged with Dymo® tape, whichwas adhered to the shell with cyanoacrylate glue andcovered with epoxy glue, to minimise the abrasion andsettlement of encrusting organisms. Marked individualswere held during 24 hours in laboratory aquariums withrunning seawater. No adverse effects on the whelks'behaviour or immediate post-marking mortality weredetected.

Until now, 642 marked individuals (shell lengthand total weight range of 20.65-58.36 mm and0.86-19.89 g, respectively) were released into a fishculture earth pond, previously limited by a plasticnet fence (area ~~ 100 m2), which closely resembles the

natural environment (water temperature and dissolvedoxygen were monitored daily).

Periodic recaptures have been made monthly, bothwith a locally traditional fishing gear («wallet-line») andby scuba diving. Shell length, total weight and theposition of the tag on the shell were registered bothduring the marking process and immediately after therecapture operations.

To this point, 153 marked individuals were caught(shell length and total weight range of 36.22-65.97 mmand 4.42-27.35 g, respectively), corresponding to arecapture rate of 23.8%. Simultaneously, 104 dead individuals were recaptured, corresponding to a mor-tality rate of 16.2%.

During the study period, the marked and recapturedspecimens presented growth rates of 1.17±1.03mm/month (2.86±2.79% length/month) and0.89±0.67 g/month (13.35±12.22% weight/month).These growth rates were compared to results obtainedwith other gastropod species (some of high com-mercial value), in order to evaluate the potential ofM. trunculus for molluscan aquaculture.

Growth Rate Estimation of Murex trunculus(Gastropoda: Muricidae):

Results of Marking / Recapture Experimentsin an Earth-Pond in the Ria Formosa Lagoon

(Algarve - Southern Portugal)PAULO VASCONCELOS1, MIGUEL GASPAR1, ALEXANDRE PEREIRA1 & MARGARIDA CASTRO2

1 Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas (INIAP/IPIMAR), Centro Regional de Investigação Pesqueira do Sul (CRIPSul),Avenida 5 de Outubro s/n, P-8700-305 Olhão, Portugal ([email protected])

2 Universidade do Algarve (UAlg), Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente (FCMA), Centro de Ciências do Mar (CCMAR),Campus de Gambelas; P-8000-810 Faro, Portugal

Dr. Miguel Gaspar durante a apresentação de um dos seus trabalhos (INIAP/IPIMAR - Olhão)

PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004 13

THE whelk Murex trunculus is a typical and commoninhabitant of the subtidal and intertidal areas of

the Ria Formosa lagoon (Algarve - southern Portugal),where it is subjected to an important artisanal fisherydue to its locally high commercial value.

According to fishermen that catch this species in thelagoon, the spawning period of M. trunculus in the RiaFormosa lagoon generally occurs between Februaryand June. During this period, females get together inmassive agglomerations for their collective spawns,locally known as sponges («esponjas») due to theirpeculiar morphology. These large agglomerations offemales during collective spawning (that can reachseveral hundred individuals in larger spawns) aresubjected to hand collecting by fishermen during lowtide, due to the easy capture and consequent highfishing yield (that can amount some tens of kilos inlarger spawns).

For this study, two small egg masses of M. trunculus(from an unknown number of females) were collected

at the end of May in the Ria Formosa lagoon, carefullytransported to the laboratory and maintained in anaquarium with running seawater and oxygenation. Theincubation period lasted approximately one month,after which very small juveniles started hatchingcontinuously from the egg capsules during around oneweek.

This poster describes and illustrates some prelimi-nary observations on these egg masses, egg capsulesand juvenile M. trunculus hatched in the laboratoryaquarium. In this context, some general features of thespawns are reported and illustrated, namely the eggmass approximate dimensions (length, width, heightand weight), the number of egg capsules, respectivemorphology and main morphometrics (length andwidth). Particular emphasis was given to the descriptionand illustration of the main characteristics andmorphology of the juvenile gastropods, which werephotographed immediately after hatching and at weeklyintervals until approximately one month old.

Hatching of Murex trunculus(Gastropoda: Muricidæ) in the Laboratory:

Preliminary Observations on the Morphologyof the Egg Masses, Egg Capsulesand Recently-Hatched Gastropods

PAULO VASCONCELOS1, MIGUEL GASPAR1 & MARGARIDA CASTRO2

1 Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas (INIAP/IPIMAR), Centro Regional de Investigação Pesqueira do Sul (CRIPSul),Avenida 5 de Outubro s/n, P-8700-305 Olhão, Portugal ([email protected])

2 Universidade do Algarve (UAlg), Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente (FCMA), Centro de Ciências do Mar (CCMAR),Campus de Gambelas; P-8000-810 Faro, Portugal

Perth, Austrália, panorâmica da cidade onde se realizou o Congresso

14 PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004

THE Asiatic Clam Corbicula fluminea is an exoticfreshwater bivalve originated from Southeast Asia

where it is widely distributed. The first observations inEurope were made in Portugal (Tejo River) and France(Garonne River) and presently its distribution increasedsignificantly. The Guadiana basin is under expandingpressure for exploitation of water resources but stillremains one of the best-preserved basins in Portugal.Besides the exotic C. fluminea, there are four nativeunionoid species: Anadonta anatina, Potomida littoralis,Unio crassus and E. pictorium. U. crassus is a protectedspecies but all Unionoidea species are currently underthreatened mainly by habitat loss and fragmentation.The aim of this study were to determine the effectivedistribution of the Asiatic clam in the Guadiana basinand its relation to Native Unionoidea Species. To

achieve this goal several sites were selected in theGuadiana basin. At each site the river bottom wassearched randomly. Data obtained in this way wasconverted in Captures per Unit Effort (CPUE) asnumber of bivalves per researcher per hour search.Additionally in same sites kick sampling anddredging was used. At each site several environmentalparameters were also recorded: temperature, salinity,pH, oxygen, river width and depth, turbidity, currentvelocity and substrate composition. The results showthat U. pictorium is the most widespread species,C. fluminea and A. anatina are the next common species.C. fluminea is particularly frequent and abundant atdownstream areas of river basins, which maybe relatedto its preference to sandy substrate or to high salinitytolerance.

The Asiatic Clam Corbicula fluminea (Müller)in the Guadiana Basin

JOAQUIM TEODÓSIO, MARIA A. CHÍCHARO & LUIS CHÍCHAROUniversidade do Algarve, FCMA, Departamento de Ecologia, Campus de Gambelas, 8000 - 117 Faro, Portugal ( [email protected])

BEDS of the ascidian Pyura stolonifera are a commonsite in low shore areas in Australia and provide

a habitat for a variety of organisms including molluscs.Some of these live among the Pyura, others in thesurrounding rock, others still, much smaller in size, liveon the Pyura themselves.

At the scale of individual Pyura ascidians can beclumped together or isolated from each other.Assemblages associated with clumped and isolated Pyurawere significantly different. Differences were stilldetected when only molluscs were considered.

Several models could account for this pattern, thesimplest being that isolated and clumped Pyura areintrinsically different. An alternative would be that being

surrounded or not by other Pyura creates a differentenvironment for associate organisms.

An experiment involving changing the arrangementof Pyura by moving them around was set up to testpredictions from these models.

No effects of manipulating Pyura were detected inthe case of molluscan assemblages but some effectswere detected for some of the individual taxa analysed.Results for assemblages supported the model that,being surrounded or not by other Pyura creates adifferent environment for associated organisms butresults for individual taxa were not as clear. Implicationsof these results and the need for further experimentsare discussed.

Molluscs on Pyura stolonifera:responses to changes

in the physicalarrangement of the ascidians

S. MONTEIROCentre for Research on Ecological Impacts of Coastal Cities, Marine Ecology Labs, A11, University of Sydney, NSW 2008, Australia

Current address:Laboratório Marítimo da Guia, Estrada do Guincho, 2750-642 Cascais, Portugal ([email protected])

PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004 15

THE study of evolution and speciation of tropicalmarine invertebrates is still at an early stage, with

many questions unanswered. Several hypotheses ofspeciation have emerged, differing in their emphasisof vicariant or dispersal events, speciation in sympatryor allopatry, and geological time scale.

Bubble shells (Bullidæ) are a small, worldwidefamily of gastropods with predominantly tropicaldistribution, but with a few species also present intemperate waters. These attributes make this group anexcellent case study to evaluate patterns of biogeo-graphy and evolution on a global scale. Nevertheless,the use of Bullidæ as a model requires first acomprehensive systematic revision of the group,since the taxonomy is extremely confused with over100 available species names of Bulla.

This project is the first attempt to incorporate dataon shells, anatomy and molecular sequences of allavailable living species of Bullidæ in a phylogenetic and

biogeographic analysis. The main objectives are toproduce a species-level phylogeny as a basis forhypotheses of evolutionary radiation, adaptation andbiogeography, and to review and clarify the taxonomy.

The preliminary molecular trees are consistent withthe monophyly of Bullidæ, and with the presence of anIndo-West Pacific clade. Morphological characters areboth variable within species and similar among them,and none proved to be alone good enough for speciesdiagnosis. Shells and reproductive structures are themost informative, but different sources of informationmust be combined in order to delimit species. Overall18 species of Bulla are recognized: 3 in the Atlantic andMediterranean, 13 in the Indo-West Pacific, and 2 inEast Pacific. A peak of diversity occurs in the Indo-Malayan area where the distributions of 6 species over-lap. This pattern suggests isolation between the Atlanticand the Indo-Pacific after the closure of the Tethys Seaduring the early Miocene, followed by species radiation.

The Systematics and Evolution of Bullidæ(Gastropoda: Opisthobranchia)

MANUEL ANTÓNIO E. MALAQUIAS & DAVID G. REIDDepartment of Zoology, The Natural History Museum, London SW7 5BD, U.K. ([email protected])

DAMS are known to have a significant negative effecton freshwater mussels' populations. Besides from

the area affected by the impoundment, mussels sufferfrom reduced available suitable habitat elsewhere,reduction or cease of movements of suitable hosts fortheir larvae between both sides of the dam, and drastichydrological changes downstream.

The occurrence of freshwater mussels in impoundedareas of rivers known to have supported musselpopulations in the past was investigated through scubadiving in ten large reservoirs. Two species (Anodontaanatina and Unio pictorum) where found living in Douroand Tejo reservoirs, which are typically long,narrow and deep. Only A. anatina was found living inlarge area reservoirs, having been found in two of them.

All mussels were found between 1.5 and 10 meter deep.Large mortality caused by decrease of water quality wasdetected in one reservoir for two consecutive years,causing a large decrease of population numbers. Onlythe populations from the Tejo reservoir are apparentlystable, at least at the searched area.

River Tuela is presented as a case study of animpounded river and its overall effects on the mussels'populations. Two small dams interrupt the naturalcourse of this river causing a sudden change from a onespecies (Margaritifera margaritifera) community to a Uniopictorum predominance. Restriction of brown troutSalmo trutta to upstream the dams and nutrientenrichment of water downstream are discussed as themain causes for the changes.

The Effect of Dams on Freshwater Mussels(Bivalvia: Unionoidea)

in PortugalJOAQUIM REIS

Instituto Português de Malacologia, Zoomarine, EN 125, km 65, Guia, 8200-864 Albufeira, Portugal ([email protected])

A primeira notíciaque hoje trazemos não se refere aorectângulo nacional, propriamentedito, mas a território de forma bemmais rectangular e, ainda assim, detal modo ligado ao nosso quejulgamos ter ainda aqui lugar.

É sabido que muitos países,nomeadamente os que se situam nasregiões tropicais, têm cunhado bo-nitas moedas ostentando repro-duções de diversos animais e plan-tas. Como é natural, as conchas nãopoderiam deixar de estar represen-tadas, constituindo uma temáticainteressantíssima para uma colecçãonumismática.

Não queremos, então, deixar deapontar o facto de, entre asprimeiras moedas nacionais a cir-cular no jovem país de Timor Leste,se encontrar uma moeda de um cen-tavo, em aço niquelado e de corprateada, com 17 mm de diâmetro,2.15 mm de espessura e 3.1 gramasde peso, cujo reverso retrata umNautilus pompilius, com o que ogoverno local pretende chamar aatenção para a necessidade de sepreservarem os recursos marinhos

do país, consideradas, muito justa-mente, uma das suas principaisriquezas.

Caros amigos coleccionadores,quem sabe se não poderão retirardaqui uma excelente ideia parainiciar uma nova colecção, paralelaà colecção de conchas?! Por certoque se não arrependerão.

O desenvolvimentoda Internet veio criar possibilidadesainda há bem pouco tempo insus-peitadas, quanto à rapidez e diversi-dade de contactos e bem assim aovolume de informação disponível.

Longe vão — ainda que, na ver-dade, poucos anos tenham passado— os tempos em que, por exemplo,as listas de exemplares propostaspara venda por comerciantes domundo inteiro eram enviadas empapel, pelo correio, aos colec-cionadores. A generalidade destaslistas não era ilustrada e as poucasilustrações que numa ou noutraapareciam davam apenas uma ideiageral dos exemplares propostos,

geralmente não se referindo àspeças que, se encomendadas, efecti-vamente recebíamos. Hoje em dia,pelo contrário, muitos comerciantestêm páginas na Internet, por vezesmuito bem organizadas e de beloefeito gráfico, onde, para além demúltiplas informações, notícias edocumentação diversa, publicam asfotografias das conchas que têmpara venda, de modo a que ospotenciais compradores possamfazer as suas escolhas com maissegurança e precisão.

Uma das páginas electrónicasque vale a pena consultar é a dafirma brasileira Femorale, pro-priedade dos irmãos José e MarcusColtro, já pela excelente qualidadeda página em si, já pelo muitointeresse das peças que por lá sepodem ver, com destaque, natural-mente, para as espécies brasileirase de outras regiões da América doSul. O endereço é o seguinte:www.femorale.com.br

Recentemente, os irmãos Coltrodecidiram incluir uma nova rubricaverdadeiramente deliciosa: a apre-sentação de colecções de diversoscoleccionadores mundiais, dando--nos uma ideia dos respectivosconteúdos e do modo como asmesmas estão arrumadas.

Depois das colecções de CarlosHenckes, do Brasil, e do Dr. ArturRoll, da Alemanha, coube recente-mente a vez ao nosso estimadoamigo Luís Távora. Tal como ospróprios José e Marcus Coltro afir-mam, a colecção Távora é, porcerto, uma das mais bem organi-zadas do Mundo — e, dizemos nós,na sua especialidade, certamente,

16 PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004

Notícias do rectângulo 22por ANTÓNIO MONTEIRO

O êxito retumbante do primeiro número desta despretensiosa colunaresume-se no seguinte: os nossos estimados leitores ficaram literalmentesem fala, já que nem um só houve por bem, de então para cá, acederao nosso sincero convite de que nos fizessem chegar informações com

que se pudessem ir preenchendo os sucessivos números. Mas, não desistimos e desdejá fica renovado o convite: há que fornecer-nos todas as informações pertinentessobre a actividade malacológica nacional, razão de ser desta rubrica que, em boaou má hora, a Portugala decidiu incluir nas suas páginas. Por insignificante queseja — ou se imagine ser — o assunto, terá sempre aqui cabimento!

uma das melhores. Temos tido oprivilégio, em visitas que se têm pro-porcionado, de a examinar em por-menor, mas é, evidentemente, commuito prazer que a encontramosassim divulgada e noticiada à escalaglobal. Parabéns!

Numa rubrica dedi-cada à actividade malacológica emPortugal, não podemos, como é na-tural, deixar de salientar a acção alta-mente meritória que, nos últimosanos, tem vindo a ser desenvolvidapelo Museu do Mar - Rei D. Carlos,em Cascais.

Na realidade, sob a superiororientação do seu Director, Dr. JoãoCamacho, pessoa dinâmica e degrande visão, o museu começou pororganizar, há poucos anos, umaexposição permanente de conchas,onde os visitantes podem, para alémde se deleitarem com os exemplaresexpostos, recolher um variado lequede informações sobre os Moluscose a sua relação com o Homem. Aorganização desse núcleo perma-nente foi confiada ao Dr. Gui-lherme Macedo, nosso dilectoamigo e coleccionador de longadata, que soube imprimir à apresen-tação um cunho didáctico, sabia-mente sobreposto aos aspectos maisestéticos da mesma.

Para comemorar a inauguraçãodesse núcleo de exposição perma-nente, organizou-se ainda umaexposição temporária de conchas,em que participou, para além doDr. Macedo e do autor destas linhas,o nosso estimado amigo CarlosLages.

Nos anos que se seguiram, omesmo espaço de exposições tem-porárias do Museu foi aproveitadopara a organização de outrasmostras, de carácter temático.Assim, no ano 2000, esteve patentea exposição «Conchas do Brasil», daautoria de Guilherme Macedo eAntónio Monteiro, que procurou

integrar-se nas comemorações doquinto centenário do achamento doBrasil; em 2002, apresentou-se «AsConchas e a Heráldica», concebidapor António Monteiro e organizadapelo Dr. Miguel Metelo de Seixas epelo Tenente-Coronel José ManuelPedroso da Silva, sendo a realizaçãofinal da responsabilidade do Museudo Mar e do Centro Lusíada deEstudos Genealógicos e Heráldicos,da Universidade Lusíada; final-mente, em 2003, abriu ao público amostra «Os Ex-Libris e o Mar», quecontava também com um interes-sante sector malacológico, e que foinovamente produzida pelo CentroLusíada de Estudos Genealógicose Heráldicos, da UniversidadeLusíada, desta vez em colaboraçãocom a Academia Portuguesa de Ex--Libris, tendo tido a participação deSérgio Avelar Duarte, para além doDr. Miguel Metelo de Seixas e doTenente-Coronel José Manuel Pe-droso da Silva. De salientar, queestas três últimas exposições benefi-ciaram ainda da edição de catálogos,profusamente ilustrados e des-critivos, que ficam a perpetuar cadauma delas, após o respectivo encer-ramento. Julgamos saber que nãoficam por aqui os projectos e que hájá ideias para novas exposições, deque, naturalmente, nos faremos eco,em tempo oportuno.

Ao mesmo tempo, o Dr. JoãoCamacho tomou a iniciativa de pro-mover a inventariação, catalogação earrumação de todo o espólio mala-cológico incluído na secção deReservas do Museu. Desse espóliofazem parte algumas colecções, decerta dimensão, oferecidas aoMuseu pelos respectivos proprie-tários ou pelos seus descendentes.No total, foram catalogados pertode cinco mil exemplares, os quaisforam devidamente arrumados emmobiliário construído propositada-mente para o efeito.

Mais ainda, aproveitando onúcleo de exposição permanente,iniciou-se ainda, em Abril último,um programa de visitas guiadas.

O autor destas linhas teve a oportu-nidade de receber no Museu umaturma da disciplina de BiologiaMarinha de uma escola secundáriado conselho de Cascais, tendopodido falar um pouco com osalunos e com a sua professoraacerca da Malacologia, nos seusmúltiplos aspectos, lúdico, cientí-fico, técnico e de interacção com osseres humanos. Aproveitando aoportunidade, foi preparado umtexto complementar, distribuído aosparticipantes e que, de agora emdiante, se encontrará, em versãobilingue, à disposição dos visitantesdo Museu, para que se lhes possafornecer uma informação maisaprofundada sobre o que estãoa ver.

Por todos estes motivos, jul-gamos ser da mais elementar justiçafelicitar muito vivamente o Dr. JoãoCamacho e, na sua pessoa, toda aequipa do Museu do Mar - ReiD. Carlos, que, sem margem paradúvidas, constitui motivo de orgu-lho para a autarquia e para o País.

Entre Maio e Junhoúltimos, esteve patente emAlvaiázere, mais precisamente naCasa da Cultura local, a convite darespectiva autarquia, uma interes-sante exposição de conchas tropi-cais, pertencentes à colecção deCarlos Humberto Durães deCarvalho.

Este importante coleccionadornacional iniciou a sua colecção em1972, em Maxixe, no sul deMoçambique, onde residia, com suaesposa, Rosa Maria ConceiçãoMachado. Os conturbados temposde 1974 fizeram o casal regressar aPortugal, mas, em 1993, a possibi-lidade de desenvolver actividadeprofissional em Moçambique jun-tou-se ao interesse pela faunamalacológica e a família, que incluíaainda os dois filhos do casal, rumoude novo a África, demorando-se por

PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004 17

18 PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004

lá mais oito anos e prosseguindo aexploração. Em 2001, CarlosDurães de Carvalho regressoudefinitivamente a Portugal, tendodecidido instalar-se em Pussos,Alvaiázere, perto, como ele própriofaz questão de salientar, do centrogeodésico de Portugal!

A exposição apresentada emAlvaiázere contou com um total decerca de novecentas e cinquentaespécies, apresentadas em vinte ta-buleiros. Entre os exemplaresexpostos contavam-se numerosasraridades, sendo de destacar umapeça verdadeiramente notável: nadamenos que um exemplar albino dafamosa Cypræa fultoni Sowerby III,1903! Segundo as informações quepudemos colher, conhecem-se ape-nas três exemplares albinos destaespécie: para além do que está nacolecção de Carlos Durães deCarvalho, há um outro na colecçãode José Rosado e um terceiro nacolecção de Manuel Amorim.

Está pois de parabéns a regiãocentro do País, que assim tem opor-tunidade de contactar de perto como fascinante mundo dos Moluscos e,bem assim, o nosso amigo CarlosDurães de Carvalho, a quem since-ramente felicitamos pela iniciativa.

Finalmente, não po-demos deixar de registar aqui (comum sincero agradecimento a RitaCoelho, do I.P.M., por nos fazerchegar a informação) a recente visi-ta dos Drs. Pinto Balsemão e PauloSerra Lopes à sede do InstitutoPortuguês de Malacologia, noZoomarine, onde tiveram oportu-nidade de conhecer em pormenor oandamento do projecto «Aqua-cultura de Lesmas-do-mar cominteresse farmacológico», ao cabode sete meses de actividade.

Deve observar-se que os distin-tos visitantes são, respectivamente,o presidente e o membro respon-sável pela área das CiênciasNaturais, do júri que, em 2002,entendeu atribuir àquele projecto oPrémio Milénio Sagres / Expresso.

Os convidados foram recebidospelo autor da proposta, Dr.GonçaloCalado, tendo oportunidade de visi-tar a câmara refrigerada onde estãoinstalados os aquários, a exposiçãode nudibrânquios no Oceanus(a exposição de aquários para opúblico do Zoomarine) e, por fim,o laboratório onde grande parte dotrabalho de investigação tem tidolugar. Mostraram-se bastante inte-ressados no trabalho que temvindo a ser desenvolvido e asperguntas e curiosidades sucede-ram-se com naturalidade e descon-tracção. Na despedida, ficaram osvotos de continuação de bom tra-balho e a promessa de regressarnovamente.

A Malacologia nas Artes

BOTTICELLI, Nascimento de Vénus (1478), Galleria degli Uffici, Florença

PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004 19

AFONSO, C. M. L. e TENORIO, J. M.2004. Conus cuneolus Reeve, 1843 andrelated species in Sal Island, CapeVerde Archipelago (Gastropoda:Conidae). Visaya: 31-43.

AFONSO, C. M. L. e TENÓRIO,M. J. 2004. Description of a new

species of Conus from the CapeVerde Archipelago (Gastro-poda, Conidae). La Conchiglia, 310:33-40.

CALADO, G. 2004. Rediscovery ofthe sintypes of Doriopsilla pelseneeriD'Oliveira, 1895. The Nautilus,188(3): 129-130.

ROSA, R., COSTA, P. R. e NUNES, M.L. 2004. Effect of sexual matu-ration on the tissue biochemicalcomposition of Octopus vulgaris andO. de f i l ipp i (Mollusca: Cephala-poda). Marine Biology, 145(3): 563-574.

GASPAR, M. B., PEREIRA, A. M.,VASCONCELOS, P. e MONTEIRO, C. C.2004. Age and growth of Chameleagallina from the Algarve coast(southern Portugal): influenceof seawater temperature andgametogenic cycle on growth rate.Journal of Molluscan Studies, 70(4):371-377.

MALAQUIAS, M. A. E. 2004.The opisthobranch molluscs

described by the Reverend RobertBoog Watson from the MadeiraArchipelago (Northeast Atlantic,Portugal). Journal of Conchology,38(3): 231-240.

MALAQUIAS, M. A.E., CONDINHO, S.CERVERA, J. L. eSPRUNG, M. 2004. Dietand feeding biology ofHamino ea o r b y gn i ana(Fér ussac, 1828)(Mollusca: Gastropoda:Cephalaspidea). Journalof the Marine BiologicalAs s o c i a t i o n o f t h eUn i t e d K in gd om ,84: 767-772.

Reuniões,Cursos

eExposições

16-17 Abril de 2005:III Colóquio Nacional de

Malacologia

Local Zoomarine - Albufeira.Organização: Instituto Português de

Malacologia.Contactos: tel. +351 289 560 300;

fax +351 289 560 308; Email:[email protected]

20-26 de Abril de 200:15th International Pectinid

Workshop

Mooloolaba, Quensland, Austrália.Contacto: Peter Duncan (pdun-

[email protected]) ou Mike Dredge([email protected]).

15 de Setembro de 2005:Marine Biogeography

B r i t i s h A n t a r t i c S u r ve y,Cambridge.

The Malacological Society ofLondon.

Contacto: Dr. Katrin Linse([email protected]

Informações GeraisPublicações recentes

20 PORTUGALA - n.o 4 - Novembro 2004