notícia publicada no semanário do patriarcado: "voz da verdade"

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Diretor: P. Nuno Rosário Fernandes Ano 83 • Edição nº 4188 Domingo, 15 de novembro de 2015 Semanário • 0,40 www.vozdaverdade.org ‘Presépio na Cidade’ vai iluminar Lisboa | pág.06 Bispos portugueses reunidos em Assembleia Plenária | pág.06 Os 50 anos da Residência Universitária Domus Nostra, em Lisboa | pág.10 OS FORMADORES DOS FUTUROS PADRES Na Semana dos Seminários (8 a 15 de novembro), o Jornal VOZ DA VERDADE dá a conhecer a equipa formadora do Seminário de Cristo Rei, nos Olivais, constituída por cinco jovens sacerdotes. pág.02 Reportagem Lisboa ATENDER CADA PESSOA DE FORMA INTEGRAL Centenário da Associação dos Médicos Católicos Portugueses, assinalado em Lisboa, apelou à defesa da Medicina como ‘ciência humana’.| pág.07 Opinião pág.05 Editorial pág.04 Guilherme d’Oliveira Martins Discernimento e integração P. Nuno Rosário Fernandes Simplesmente servir P. Gonçalo Portocarrero de Almada 1279 Santos! Especial “A MISSÃO, HOJE, NÃO TEM FRONTEIRAS” Num encontro sobre Evangelização, no Carregado, o Cardeal- Patriarca reconheceu que Lisboa “tem muito trabalho a fazer” na comunicação da fé aos outros. | pág.08

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Page 1: Notícia publicada no semanário do Patriarcado: "Voz da Verdade"

Diretor: P. Nuno Rosário FernandesAno 83 • Edição nº 4188

Domingo, 15 de novembro de 2015Semanário • 0,40€

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‘Presépio na Cidade’ vai iluminar Lisboa | pág.06

Bispos portugueses reunidos em Assembleia Plenária | pág.06

Os 50 anos da Residência Universitária Domus Nostra, em Lisboa | pág.10

OS FORMADORES DOS FUTUROS PADRESNa Semana dos Seminários (8 a 15 de novembro), o Jornal VOZ DA VERDADE dá a conhecer a equipa formadora do Seminário de Cristo Rei, nos Olivais, constituída por cinco jovens sacerdotes. pág.02 R

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Opiniãopág.05

Editorialpág.04

Guilherme d’Oliveira Martins

Discernimento e integração

P. Nuno Rosário Fernandes

Simplesmente servir

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

1279 Santos!

Especial“A MISSÃO, HOJE, NÃO TEM

FRONTEIRAS”Num encontro sobre Evangelização,

no Carregado, o Cardeal-Patriarca reconheceu que

Lisboa “tem muito trabalho a fazer” na comunicação da

fé aos outros. | pág.08

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PADRE JOSÉ MIGUEL PEREIRA44 ANOSREITOR

“A minha missão é tentar ser congre-gador, é conseguir que, numa cores-ponsabilidade, nos animemos, como equipa, para assumir esta missão de cuidar daqueles que o Senhor confia à nossa guarda, numa sintonia afe-tiva e pastoral com o nosso Bispo, mas também com os outros Bispos e reitores que têm aqui seminaristas. Com a ‘rapaziada’, procuro ser um bocadinho o rosto do chamamento de Deus junto deles.”

Este sacerdote destaca a importância da família para o processo formativo do se-minarista, embora reconheça a necessida-

de de um “maior aprofundamento” nesta temática. “Fazemos anualmente alguns momentos de encontro com as famílias. Depois, a propósito dos passos que vão dando, sempre que há instituições ou or-denações, as famílias são convidadas para virem ao seminário, bem como na come-moração dos aniversários”, refere o reitor, lembrando que “o caminho do semina-rista também é o caminho da família, e o caminho da família também acompanha o caminho do seminarista”. Para este sacerdote, que está nestas funções desde 2011, os frutos do tra-balho como formador vão-se vendo nas “vidas que se vão aprendendo a apro-fundar, a solidificar em alguns dinamis-mos de fé, a lidar com as suas fraquezas e dificuldades”. “É muito consolador chegar ao dia das ordenações e parti-cipar daquilo que é a ordenação de um novo padre”, afirma, satisfeito.Para o reitor do Seminário dos Olivais, os desafios que se colocam na formação de novos padres são a capacidade de for-mar “gente que não tenha medo de ser pastor, que não seja apenas aplicador de doutrina ou de regras, mas que também não seja árbitro que faz aquilo que, em cada momento, sente. E também que se-jam muito desafiados a serem pastores, a caminharem num rebanho e a confiar que é o Espírito Santo que conduz o

rebanho, a acompanhar proximamente cada um e o povo de Deus nos desafios que vai fazendo. É um dinamismo de co-munhão, na pluralidade”, justifica.

PADRE ALEXANDRE PALMA37 ANOSPREFEITO

“Enquanto os diretores espirituais fa-zem um acompanhamento mais inter-no e pessoal, os prefeitos fazem um acompanhamento mais atendendo e observando todas as outras dimen-sões da vida, ou seja, os estudos, a iniciação pastoral, a vida comunitária e, obviamente, a vida de oração.”

O padre Alexandre Palma entrou para a equipa formadora do Seminário dos

Semana dos Seminários

FORMAR GENTE QUE NÃO TENHA MEDO DE SER PASTORQuem forma os candidatos ao sacerdócio? Como é constituída a equipa formadora do Seminário Maior da diocese? Que desafios se colocam à formação dos futuros sacerdotes? Na Semana dos Seminários (8 a 15 de novembro), o Jornal VOZ DA VERDADE dá a conhecer a equipa formadora do Seminário de Cristo Rei, nos Olivais.

texto e fotos por Filipe Teixeira

São cinco os padres que constituem a atual equipa formadora do Seminário dos Olivais, na Diocese de Lisboa. Aos seus cuidados estão 47 jovens candida-tos ao sacerdócio, mas nem todos são de Lisboa. “É uma comunidade de vida

cristã, em formação para o sacerdócio e corresponde à última fase do itinerário de formação da Diocese de Lisboa e de ou-tras dioceses que também fazem, no Se-minário dos Olivais, a formação dos seus futuros sacerdotes”, explica o reitor deste

seminário, padre José Miguel Pereira.O Seminário de Cristo Rei, nos Olivais, é o Seminário Maior do Patriarcado de Lisboa e acompanha os seminaristas do 3º ao 6º ano de Teologia – a última etapa daqueles que procuram ver confirmada a

vocação a que foram chamados. Ao Jor-nal VOZ DA VERDADE, os membros da equipa formadora deste seminário descrevem a sua missão e falam sobre os principais desafios para a formação dos novos padres.

http://seminarios.patriarcado-lisboa.pt

Novo site reúne informação sobre os quatro seminários diocesanos, em Lisboa: Seminário de Cristo Rei, nos Olivais, Seminário de São José, em Caparide, Seminário de Nossa Senhora da Graça, em Penafirme, e Seminário Redemptoris Mater, em Caneças.

o2/ Reportagem

Olivais em abril de 2012. No “longo prazo”, este sacerdote considera que o grande fruto da formação de novos pa-dres é “ver gente a crescer, ver gente que dá passos humanos, espirituais, de fé, e intelectuais”. “Nuns casos mais, noutros menos”, aponta este sacer-dote, afirmando que o trabalho que é feito na formação terá, “para graça ou desgraça”, uma “reflexão no presbité-rio das dioceses que são formadas no Seminário dos Olivais”.“Há agora um estilo de se ser padre que tempos novos exigem”, aponta o padre Alexandre Palma. “Por um lado, somos herdeiros de gerações anterio-res, de padres mais velhos que deve-mos saber honrar. Há um capital de generosidade e martírio, até, que de-vemos saber honrar, estar a altura do legado de quem nos precedeu. É uma ideia que temos de cultivar nos novos padres. É uma coisa que nos precede e que nos sucede”, define um dos dois prefeitos do Seminário dos Olivais.Para o padre Alexandre Palma, um segundo aspeto reside na existência de “um estilo de ser padre mais sim-plificado, no sentido de uma presença simples, que talvez venha das provo-cações e interpelações do Papa Fran-cisco”. Na formação dos seminaristas, há também um desafio que passa pela

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Domingo, 15 de novembro de 2015

hor Patriarca D. José Policarpo pediu-me a responsabilidade da formação musical e litúrgica no seminário. No ano seguinte, o número de seminaristas aumentou bastante com os alunos vindos de out-ras dioceses e foi necessário alargar as responsabilidades dos membros da eq-uipa formadora. Então, voltei a assumir a missão de prefeito, mantendo a respon-sabilidade da formação musical e litúrgica no Seminário dos Olivais”, conta o padre Pedro Lourenço. Este sacerdote garante que “a preparação não passa tanto por aulas de liturgia, uma vez que o curso é feito na universidade, mas passa muito por um cuidado na pre-paração das celebrações, pelo acompan-hamento regular”, observa. Dos desafios que se apresentam à for-mação dos candidatos ao sacerdócio, o padre Pedro Lourenço destaca “a consoli-dação interior, ou seja, uma vida espiritual intensa, bem fundamentada, porque é isso que permite partir em missão. Aquela ideia contrária, de um certo ativismo, de partir em missão conforme estamos, de-pois dá maus frutos”. “Para sairmos de nós mesmos também temos que nos en-contrar com nós mesmos”, conclui.

PADRE RUI PEDRO CARVALHO37 ANOSDIRETOR ESPIRITUAL

“Ser diretor espiritual é conhecer o candidato por dentro e ir ajudando a estruturar um homem, um cristão, um santo e um padre, sendo também seu confessor. Vamos experimen-tando, através do acompanhamento, como Deus os olha com misericórdia, como os vai chamando e fazendo uma obra neles, na medida em que eles também se deixam transformar por Ele.”

Em funções há um ano e meio, este jo-vem padre olha para o trabalho de di-reção espiritual como “uma sementeira”. “Quando a olhamos diariamente, parece que está sempre tudo igual mas, pas-sado algum tempo, olhamos e vemos que há aqui coisas a acontecer. É pro-gressivo e tem fases”, descreve. Neste trabalho de “acompanhamento interior”, o padre Rui Pedro reconhece que “Deus chama homens frágeis e pecadores” para os tornar também “curadores feridos, à imagem de Jesus”. Por isso, tornar visível “a experiência do encontro com Deus” e “serem pastores humildes e perceberem que este ministério não tem a ver com a qualidade humana dos seminaristas ou por serem o ‘supra-sumo dos cristãos’”, é o desafio que se coloca à formação dos futuros padres.O padre Rui Pedro, que é também o diretor da Pastoral Familiar do Patriar-cado de Lisboa, afirma que o acompan-hamento das famílias e dos seminaristas é uma “mais-valia e tocam-se muito, porque os problemas que os casais vão vivendo no casamento, como por ex-emplo na falta de diálogo, por vezes é o problema que os celibatários têm na falta de oração”. “Na Igreja somos uma família. É um jardim com vocações muito belas, ao matrimónio e ao celi-bato. Elas ajudam-se, são complemen-tares. Preparamos padres para ajudarem as famílias a serem famílias e teremos famílias que vão ajudar os padres a ser-em padres”, aponta.

preparação para um “estilo de vida presbiteral e eclesial, mais assente na lógica da comunhão”, de modo a “construir comunidades com leigos, religiosos, não crentes e ser um fator de comunhão entre pessoas” e “com o próprio presbitério, com o Bispo à ca-beça”, assegura.

PADRE CARLOS MIGUEL GONÇALVES41 ANOSDIRETOR ESPIRITUAL

“A minha missão é acompanhar uma pessoa que alegadamente é chama-da por Deus para este ministério. Há uma história que me precede. Tenho também uma função própria de dire-tor espiritual, como padre, ou irmão mais velho, de ir acautelando, aju-dando, mostrando caminhos, preve-nindo armadilhas, enganos, para que a resposta seja a adequada ou para que seja a descoberta de que afinal Deus não chama.”

Há cerca de um ano na função de dire-tor espiritual do Seminário dos Olivais, o padre Carlos Gonçalves acompanha, de muito perto, alguns dos candidatos ao sacerdócio que estudam neste seminário. “A caminhada espiritual dos candidatos acaba por ser a caminhada geral da sua vida, nesta fase em que eles estão a ser iniciados no ministério sacerdotal”, refere. “A minha função aparece no quadro glob-al do seminário que tem uma proposta formativa e que é muito mais abran-gente do que apenas a direção espiritual. É também dialogando com a parte mais global e do foro externo que eu ajudo es-tas pessoas que nós achamos que, neste momento, têm vocação ao sacerdócio”, descreve o padre Carlos Gonçalves.Neste trabalho de formação, “uma grande parte dos frutos, nem os conhecemos. Se a pessoa responde adequadamente ao chamamento de Deus e se isso acontece

já é um fruto” que se “torna mais con-creto com a ordenação”, afirma. “Quase sempre vemos caminhadas muito signifi-cativas de crescimento espiritual, de cres-cimento humano, cristão, de vida evan-gélica... mesmo com algum seminarista que saia do seminário porque descobriu que a sua vocação é outra. Tudo isso são frutos”, salienta. Sobre os desafios que se colocam aos no-vos sacerdotes, o padre Carlos sublinha que “ser padre para este tempo significa algo muito concreto: ser ao mesmo tempo rosto de misericórdia para esta humani-dade, na Igreja, sem que isso seja contra-ditório – e não é –, com a apresentação de uma proposta firme e concreta de alguém que guia o povo, que é pastor. Outro de-safio é também combater uma conceção ideológica do ministério, de militante, no fundo, trabalhar para que apareça a con-ceção evangélica do que é ser padre, no contexto que é a Igreja”, refere o padre Carlos Gonçalves, diretor espiritual.

PADRE PEDRO LOURENÇO42 ANOSPREFEITO E RESPONSÁVEL PELA FORMAÇÃO MUSICAL E LITÚRGICA

“Na missão como prefeito, estou a acompanhar o curso do 4º ano, com 18 seminaristas. Passa por acom-panhar o dia-a-dia da missão deles, sobretudo nas coisas práticas, como por exemplo, na vida académica e na ligação com o trabalho que fazem nas paróquias ao fim-de-semana.”

Foi ordenado sacerdote há 17 anos e, ao final de dois, foi trabalhar para o Semi-nário dos Olivais, integrando a equipa formadora. Mais tarde, foi para Roma es-tudar liturgia e regressou, depois, a este seminário. “Quando regressei, voltei a integrar a equipa formadora e, na altura, nem fiquei como prefeito porque o sen-

Reportagem /03

SEMINARISTASAtualmente, o Seminário Maior de Cristo Rei, nos Olivais, tem 47 seminaristas, oriundos de várias dioceses portuguesas e estran-geiras: Lisboa, Santarém, Funchal, Aveiro, Portalegre-Castelo Branco, Leiria-Fátima, Santiago e Mindelo, em Cabo Verde, Cochim, na Índia, e São Tomé e Príncipe.

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www.vozdaverdade.org

Por ironia do destino, no dia em que o país estava de atenções viradas para a Assembleia da República, para ver cair o Governo que foi eleito pelo povo na sua expressão democrática que é a eleição, o Evangelho do mes-mo dia deixava-nos um grande de-safio: ser como servos inúteis. Esta deve ser a nossa atitude diante das coisas, dos cargos e das missões que assumimos. Fazer o que devemos fazer, com um sentido de serviço, alimentado por uma humildade in-terior, consciente de um fazer como discípulos de Cristo. Fazer como missão, não na procura de um poder, ou de uma satisfação de um ego, ou na expectativa da compensação que daí possa advir. Fazer como serviço, como entrega, como esvaziamen-to de si próprio, como oferta, como oblação da vida que se pode tornar amor para os outros. Mas estaremos nós conscientes deste desafio que nos é proposto? A res-posta todos seremos chamados a dar, se entendermos, inclusive, o traba-lho como dom, missão e resposta a

um chamamento. Se entendermos um cargo político, uma qualquer profissão desempenhada, um sim-ples serviço, um qualquer cuidado, uma qualquer palavra de conforto ou correção, no momento próprio. Em tudo podemos ser servos inúteis. No nosso ministério, nos serviços paro-quiais, nas funções eclesiais, sobretu-do, devemos assumir esta postura. O Papa Francisco tem-nos desafiado a isso, constantemente, e será o nosso testemunho que pode tocar e marcar.

SIMPLESMENTE SERVIR

“Fazer o que devemos fazer, com um sentido de serviço, alimentado por uma humildade interior, consciente de um fazer como discípulos de Cristo. Fazer como missão, não na procura de um poder, ou de uma satisfação de um ego, ou na expectativa da compensação que daí possa advir.”

Neste Domingo termina a Semana dos Seminários. Um tempo em que fomos convidados a rezar, também, por aqueles que se predispõem a moldar o seu coração à imagem de Cristo Bom Pastor. Ele é o Servo dos servos e d’Ele podemos aprender o serviço. Reconhecendo que, ape-sar de todo o nosso pecado, pela sua misericórdia fomos escolhidos para servir, devemos sentir-nos ainda mais comprometidos com a missão que nos é confiada, seja ela qual for.

P. Nuno Rosário Fernandes,diretor

FRASES QUE MARCAM

Os seminários do Patriarcado de Lisboa reuniram-se, no dia 7 de novembro, em Penafirme, para celebrar Semana dos Seminários e o habitual Magusto de São Martinho. Na celebração da Eucaristia foram admitidos como candidatos às ordens sacras cinco seminaristas do Seminário dos Olivais.

EM FOCO

“Os jovens são aqueles capazes de superar preconceitos e derrubar muros, barreiras, se existem, porque têm essa disponibilidade inte-rior para gerar amizade e contribuir para este caminho da unidade.”

D. Antonino Dias, Bispo de Portalegre-Castelo Branco, à Agência Ecclesia, a propósito do Fórum Ecuménico Jovem

“A vaidade não se limita a afastar-nos de Deus; torna-nos ridículos.”

Papa Francisco, @pontifex_pt

“Todos nós queremos que todos ganhem mais no sentido de uma vida mais justa para todos, mas isso significa que haja meios para cumprir tal desiderato. Creio que todos os agentes políticos com a responsabilidade que têm saibam conjugar estes fatores: o ideal que temos e os meios que temos para o atingir num quadro nacional e internacional que implica responsabilidades aqui e compromissos de fora. Mas os agentes políticos até pelo acesso que têm a dados e conhecimentos encontrem a melhor forma de o fazer.”

D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa, à Renascença

[email protected]

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o4/ Editorial

Page 5: Notícia publicada no semanário do Patriarcado: "Voz da Verdade"

Domingo, 15 de novembro de 2015

acompanhamento das pessoas «no caminho do discernimento segundo o ensinamento da Igreja e as orientações do bispo» obteve mais um voto do que o necessário, correspondendo a um forte apelo à responsabilidade nas rela-ções interpessoais, já que «uma reflexão since-ra pode reforçar a misericórdia de Deus, que não é negada a ninguém». Por outro lado, o número 84 afirma que os divorciados recasa-dos têm de estar «mais integrados nas comu-nidades cristãs» (187 votos). Numa palavra, o Sínodo deu passos seguros no sentido da abertura, que se concretizará na inteligência, compreensão e discernimento da ação pas-toral, devendo salientar-se que pela primeira vez há indicação pormenorizada de como fo-ram votados os diversos pontos das conclu-sões – o que cria precedentes importantes: o da colegialidade e o da votação pública das decisões, ponto por ponto. «A experiência do Sínodo (afirmou, em suma, o Papa) fez-nos compreender melhor (…) que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defen-dem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão».

«A família ensina-nos a ultrapassar as oposi-ções e diz-nos que temos que voltar a ser um, se quisermos gerar e criar» - afirmava Jean Lacroix, no final dos anos quarenta, num li-vro célebre, «Força e Fraquezas da Família» (tradução de João Bénard da Costa, Moraes, 1959). «Inimigos ou estranhos, os homens, destruindo-se a si próprios, destroem ne-cessariamente tudo com eles; a forma mais radical de auto-negação é a negação dos ou-tros. E é entregando-se ao outro que somos cada vez mais e criamos novos seres». Para o filósofo francês, a participação integral no mistério familiar é a plena entrega de carne e espírito. Falar de família é referir, assim, a dimensão ontológica, a expressão psicológica e moral e a consideração sociológica e jurídi-ca. Estas considerações merecem ser lembra-das perante a «Relação Final do Sínodo dos Bispos sobre a Família ao Santo Padre» (24 de outubro de 2015) – que parte do «desejo fundamental de formar uma rede amorável, sólida e intergeracional da família», que se apresenta significativamente constante, «para além dos limites culturais e religiosos e das transformações sociais». O texto merece leitura muito atenta e cir-cunstanciada, para além dos aspetos que mais

interesse suscitaram à comunicação social. A família cristã é a Igreja doméstica, o que obri-ga à compreensão do contexto antropológi-co-cultural, das contradições culturais e da necessidade de se fortalecer a família, na sua complexidade, para fazer face às fragilidades. «A família é uma escola do mais rico huma-nismo», como nos ensinou o Concílio Vati-cano II (G.S., 52), merecendo uma especial atenção por parte dos responsáveis pelo bem comum, por se tratar da célula fundamental da sociedade e por construir elos sólidos, nos quais se baseia a convivência humana, asse-gurando a renovação e o futuro da sociedade. Longe de corresponder a um conjunto gené-rico de orientações, o documento do Sínodo apresenta desafios exigentes, que obrigam a um empenhamento de todos – no sentido de responder à solidão e à precaridade, de ligar economia e equidade, de combater a pobreza e a exclusão e de articular a respon-sabilidade da família no tocante ao equilíbrio ecológico, à coesão e à inclusão social. Mas «seguramente não significa que encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família» - como lembrou o Papa Francisco. Importa, porém, referir a ênfase especial dada ao pa-

pel determinante da mulher na vida pessoal, familiar e social – considerando uma maior valorização da responsabilidade da mulher na Igreja. «A emancipação feminina apela a um repensamento dos papéis dos cônjuges, na sua reciprocidade e na responsabilidade comum na vida familiar». Neste contexto coloca-se o matrimónio na ordem da criação e da pleni-tude sacramental – a partir da fidelidade, da relevância da vida afetiva e da formação com vista ao dom de cada um. Importa, porém, compreender as dificuldades, as angústias, os conflitos, o sofrimento, a doença, a provação e as incertezas. Não podemos esquecer que a fecundidade é multímoda, como o amor é polifacetado – eros, filía e agapé – e que o sentido pleno é espiritual, o que nos conduz à misericórdia do coração e da revelação.Eis por que razão o acompanhamento pas-toral da família terá de ser compreensivo das situações complexas, da necessidade de regu-lar a conflitualidade e da recusa das soluções simplificadoras e ilusórias. Daí a importância do discernimento e da integração. O Sumo Pontífice lamentou, por isso, que alguns «co-rações fechados» optem por «julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas». Sem soluções ou receitas uniformes, há um apelo à com-preensão humana. Os pontos 84, 85 e 86 do documento foram aprovados por mais de dois terços dos padres presentes no Sínodo (177 em 265). A fórmula do nº 85 sobre o

Guilherme d’Oliveira Martins

Discernimento e integração

milagre por ela realizado em vida, nem sequer nenhuma famosa receita de culinária… Seu marido, carpinteiro de profissão, também não se destacou por nenhuma obra-prima, nem protagonizou, que se saiba, qualquer feito mi-lagroso. Contudo, ambos foram, certamente, os mais excelsos santos cristãos, pelo cumpri-mento amoroso das suas tão vulgares obri-gações familiares, religiosas e profissionais, cheias de sentido sobrenatural e de eficácia evangelizadora. Não estranha, portanto, que Jesus tenha de-dicado a quase totalidade da sua existência terrena à prosaica vida familiar, religiosa e laboral de Nazaré. Desse modo, o carpinteiro, filho de Maria e de José, ensinou o caminho da santidade que devem trilhar todos os fiéis que, imitando o divino Mestre, são chamados à perfeição da caridade através da dedicação à sua família, da sua integração e serviço na respectiva comunidade eclesial e do seu em-penho na transformação do mundo, através do seu trabalho profissional.

Segundo a revista do Expresso, de 17 de Ou-tubro de 2015, em Portugal, só no primeiro semestre de 2015, foram registados 1279 Santos! Em boa hora o calendário litúrgico dedica uma solenidade, que é de preceito, à inumerável multidão dos santos, no primeiro dia de Novembro, um dos tais feriados que, segundo consta, serão em breve repostos no calendário nacional. Para quem apenas se consegue lembrar de uma escassa meia dúzia de bem-aventurados portugueses, talvez surpreenda uma tão ele-vada cifra de Santos nacionais. Como expli-car, então, os 1279 Santos, só no primeiro semestre deste ano?! A resposta é mais óbvia do que, à primeira vista, podia parecer: estes 1279 Santos não são compatriotas nossos que chegaram aos altares, mas o total dos cidadãos nacionais que, segundo o Instituto de Registos e Notariado, foram, no primeiro semestre do corrente ano, registados com este apelido...Deixando de lado a questão onomástica, de somenos importância, interessa afirmar que, mesmo sendo poucos os santos portugueses

oficialmente reconhecidos como tal, são cer-tamente muitos mais do que os beatificados ou canonizados, mas talvez não tantos quan-tos os que usam um nome tão expressivo da nossa tradição cristã.A ideia de que a santidade é apenas para uma elite de cristãos ou, pior ainda, que é preciso ser especial para ser santo, não é apenas erra-da, mas herética. Com efeito, o Concílio Vati-cano II proclamou solenemente, como antes preconizara S. Josemaria Escrivá, que todos os cristãos são chamados à santidade. Os pri-meiros seguidores de Cristo consideravam--se, sem qualquer tipo de presunção, santos, e como tal são referidos, habitualmente, por São Paulo, nas suas cartas. A santidade não é a excepção, mas a regra da condição cristã: anormal não é quem é santo mas quem, podendo e devendo sê-lo, o não é. Um cristão que não é santo é alguém que frustrou a sua vocação, que ficou aquém do desígnio para o qual tinha sido criado, redi-mido e santificado. Pelo contrário, um santo mais não é do que um cristão normal, ou seja, alguém que realizou em si mesmo a plenitude

da vida cristã para a qual tinha sido por Deus chamado. Não é o santo que é um sobredota-do, mas o não santo que é, em termos de vida cristã, um frustrado espiritual. Se houve santos estranhos, com vidas insóli-tas, pejadas de fenómenos invulgares, não se deve pensar que foi por isso, mas apesar disso, que chegaram ao Céu. A santidade não se afere em função de acontecimentos extraor-dinários, mas pela forma extraordinária como se cumprem as obrigações comuns, sejam elas pessoais, familiares, laborais, políticas, sociais ou religiosas. Desde que seja moralmente lí-cito, tanto dá o que se faz, desde que se cum-pra, com perfeição cristã, o próprio dever e, sobretudo, se ame a Deus e ao próximo. Para ser santo não é preciso mudar de actividade, de estado, de trabalho ou de local de residên-cia, porque é na família, ofício e lugar de cada qual que se pode e deve alcançar essa meta, que é acessível a todos os fiéis, sem excepção.Por muito que nos maravilhem as biografias espectaculares de certos santos, aos quais fo-ram concedidas grandiosas visões, ou a graça de realizarem surpreendentes milagres, a ver-dade é que nenhum desses bem-aventurados iguala a qualidade sobrenatural das duas criaturas mais santas de toda a humanidade: Nossa Senhora e São José. Maria não deixou, para a posteridade, a lembrança de nenhum

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

1279 Santos!

Leia todos os artigos de opinião em www.vozdaverdade.org Opinião /05

Page 6: Notícia publicada no semanário do Patriarcado: "Voz da Verdade"

www.vozdaverdade.org

o6/ LisboaRecolha de sangue em São Domingos de Rana

Agrupamento 113 do Corpo Nacional de Escutas organiza recolha no próximo dia 21 de novembro, sábado, das 15h às 19h, no salão

paroquial de São Domingos de Rana

São Tomás de AquinoCardeal-Patriarca refletesobre misericórdia‘Misericórdia e inquietação humana – A misericórdia no coração da humanidade’ é o tema da conferência que o Cardeal-Pa-triarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, vai proferir na noite (21h30) do próximo dia 1 de dezembro, terça-feira, na igreja de São Tomás de Aquino, em Lisboa. Este encontro insere-se no ciclo de conferên-cias ‘Bem-aventurados os misericordiosos’, organizado por esta paróquia da Vigararia Lisboa III, que terá ainda mais quatro ses-sões, nos dias 26 de janeiro de 2016, 1 de março, 5 de abril e 3 de maio.Informações: www.paroquiatomasaquino.com

Encontro Matrimonial‘Um Fim-de-Semana muito especial…’O movimento Encontro Matrimonial pro-move, de 20 a 22 de novembro, em Alfragide, Lisboa, a atividade ‘Um Fim-de-Semana muito especial…’, uma “experiência para ser vivida por casais”, que é uma “oportunidade de se conhecerem melhor e amarem-se mais” e pretende “enriquecer o sacramento do Matrimonio” e “fazer de um bom casal, um casal ainda melhor”. Um comunicado cita testemunhos de casais participantes em atividades anteriores: “é como estar em lua-de-mel outra vez”; “melhorámos muito o nosso diálogo íntimo”. Informações: [email protected]

De 8 a 22 de dezembro‘Presépio na Cidade’ ilumina LisboaA Rua Garrett, junto à Basílica dos Már-tires, na Baixa de Lisboa, vai acolher o ‘Presépio na Cidade’, este ano com o lema ‘Todos os homens verão a Salvação de Deus’ (Lc 3,6). De 8 a 22 de dezem-bro, entre as 14h00 e as 19h00, este projeto de leigos católicos que nasceu em Lisboa no ano 2000 pretende “celebrar em gran-de festa o Nascimento de Jesus”. Destaque ainda para a Via da Alegria, no dia 19 de dezembro, a partir das 16h00, no Arco da Praça do Comércio, que termina com a Bênção das Grávidas, às 18h30, na Basílica dos Mártires.Informações: www.presepionacidade.org

CNJPCombate às desigualdadesnas prioridades políticasA Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) deseja colocar o combate às de-sigualdades nas prioridades políticas. Por ocasião da conferência ‘Sociedade Desigual ou Sociedade Fraterna?’, o presi-dente da CNJP, Pedro Vaz Patto, recorda à Agência Ecclesia que “são vários os es-tudos que revelam que a desigualdade se tem acentuado”, em Portugal e a nível mundial, pelo que é necessário perceber “até que ponto” essas desigualdades são compatíveis com “uma sociedade fra-terna”. “É preciso encarar o acentuar das desigualdades como algo a que há que pôr termo e inverter este ciclo”, acrescentou.

Assembleia Plenária da CEPEncontro com a ACEGE

‘Catequese: A alegria do encontro com Cristo’ é o título do documento que os Bispos portugueses

estão a debater esta semana, na Assembleia Plenária da Conferência

Episcopal Portuguesa, que visa a “renovação permanente da catequese”.

Num encontro com os membros da ACEGE - Associação Cristã de Empresários e Gestores, o Cardeal-Patriarca de Lisboa lembrou que os trabalhadores das empresas devem ser tratados como família.

Igreja procura a “renovação permanente da catequese”

“Tratar os trabalhadores como família”

A informação foi revelada pelo presidente da CEP, no passado dia 9 de novembro, em Fátima, no discurso de abertura da reunião do Episcopado. “Bem de acordo com o ensinamento do Papa Francisco, delineia-se um perfil de crente que urge formar: o “discípulo missionário”. Daqui o objetivo da catequese: «levar cada ca-tequizando a encontrar Cristo como um amigo que vem ao seu encontro e o cha-ma a caminhar com Ele e a colaborar na missão, esperando dele uma responsabili-dade concreta ao serviço da humanidade que Ele ama»”, anunciou D. Manuel Cle-mente, citando o documento em estudo, acrescentando que “o objetivo só se atingi-rá com a integração do catequizando em «comunidades vivas e missionárias»” e “a participação indispensável das famílias”. “Tudo exigindo catequistas convictos, que

“Cada empresário cristão, onde estiver e em tudo quanto possa, olhe para aquele homem e para aquela mulher não como uma peça isolada e como mais ou menos recursos humanos, mas naquela humani-dade relacional que eles têm e mantêm”, desafiou D. Manuel Clemente, num en-contro com os membros desta associação profissional, que decorreu no dia 5, na igreja de São Nicolau, em Lisboa. “Isto tem implicações, como todos sabem, que nunca mais acabam, com essas famosas leis de mercado e da competição tão ine-xoráveis, mas onde não podemos falhar”, observou.Na sua intervenção, o Cardeal-Patriarca sublinhou ainda que o núcleo das socieda-des é a própria família: “Quando [o Papa] incita as comunidades cristãs levarem isto a sério para serem, como diz o Evange-lho, fermento na massa, provocarem um bom contágio nas outras realidades so-ciais, confessionais ou não, é porque está completamente convencido que para reestruturar uma comunidade temos de

testemunhem o que já vivem, com Cristo e a partir de Cristo”, lembrou.No discurso inaugural da Assembleia Plenária, que decorreu até dia 12, o pre-sidente da Conferência Episcopal falou do “momento que vivemos como socie-dade portuguesa” e garantiu que “todos ganharemos se forem tidos em conta os princípios do pensamento social cristão”. “Trata-se, em suma, de salvaguardar a vida humana em todas as suas fases, da conce-ção à morte natural; da valorização da vida familiar e da educação dos filhos, com re-ferência masculina e feminina de geração ou adoção; de satisfazer as necessidades primárias de educação, saúde, segurança social, trabalho e emprego; de promover uma vida empresarial criativa e solidária; de acolher imigrantes ou refugiados…”, exemplificou D. Manuel Clemente.

começar por onde se aprende, porque quando não se aprende isso na família, é muito difícil aprender num compêndio”.Entretanto, a ACEGE elegeu como presidente João Pedro Tavares, um enge-nheiro civil de 53 anos atualmente ligado à área da consultadoria. Numa mensagem, o novo responsável, que substitui António Pinto Leite, destacou a importância de continuar a “inspirar líderes” para a verda-de e justiça.

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Cardeal-Patriarca com o novo presidente da ACEGE, João Pedro Tavares

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Page 7: Notícia publicada no semanário do Patriarcado: "Voz da Verdade"

Domingo, 15 de novembro de 2015

Despertar da Fé: Advento e NatalDia 18 de novembro, das 14h30 às 18h00, na Obra Social Paulo VI, no Campo Grande, em Lisboa, realiza-se o encontro de preparação para a vivência do Advento e Natal nas instituições, famílias e comunidades (inscrições: 218810500 ou [email protected])

Lisboa /07

Centenário da Associação dos Médicos Católicos Portugueses

“Medicina deve retomar-se como ‘ciência humana’”O Cardeal-Patriarca de Lisboa congratulou-se pela “existência e persistência” que caracterizaram os 100 anos da Associação dos Médicos Católicos Portugueses. Na comemoração do centenário desta associação, D. Manuel Clemente apontou o retomar da “ciência humana” como resposta aos desafios enfrentados, hoje, pela Medicina.

texto por Filipe Teixeira; fotos por AMCP

“Trata-se hoje em dia de defender a so-ciedade duma desvalorização fatal que lhe corroesse a centralidade humana e responsável”, apontou D. Manuel Cle-mente, como objetivo para os membros da Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP). No encontro que decorreu no passado sábado, 7 de novem-bro, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, o Cardeal-Patriarca referiu os incalculáveis “resultados positivos” que a associação trouxe à sociedade, ao longo destes 100 anos de existência, e fez uma resenha dos tempos primórdios de cria-ção da AMCP, num período de transfor-mação da sociedade portuguesa. “Há cem anos correspondia à novidade dos tempos, que exigiam participações livremente con-jugadas para defender causas e promover valores. Em Portugal, e depois dos graves problemas levantados pela Lei de Sepa-ração de abril de 1911, (...) o Episcopado conclamou à “união” dos católicos, para defenderem o direito de o serem publi-camente também”, referiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, desta-cando depois alguns desafios para a me-dicina: “Os desafios culturais são grandes, pela fragmentação evidente de saberes, práticas e propósitos. Mais do que nunca, a medicina deve retomar-se como ‘ciência humana’, atendendo a cada pessoa na res-petiva totalidade psicofísica e relacional”.

Na primeira linhaA celebração do centenário da Associação dos Médicos Católicos Portugueses con-tou igualmente com a participação do Mi-nistro da Saúde, Fernando Leal da Costa, que no seu discurso, na sessão de abertura, enalteceu a importância das associações da Igreja Católica na prestação de cuidados de saúde, em Portugal. “Muitas vezes, as-sistimos a alguma confusão relativamente à avaliação daquilo que tem sido [a atua-ção] de muitas associações da Igreja Cató-lica no contexto da produção de cuidados de saúde, onde, com alguma frequência,

se cai numa confusão entre aquilo que é a defesa do laicismo, com aquilo que, muitas vezes, não acaba por ser mais do que um anticlericalismo de primeira linha e que, logo de seguida, se tenta disfarçar com um outro qualquer discurso que, na realidade, não é consentâneo com aquilo que se disse anteriormente”, referiu o ministro, defen-dendo ainda a “enorme importância” que a Associação dos Médicos Católicos tem para o país.A primeira parte da comemoração do centenário contou igualmente com o dis-curso de abertura, pelo presidente nacio-nal da Associação dos Médicos Católicos Portugueses, Carlos Alberto da Rocha, com uma reflexão do professor catedráti-co Walter Osswald, com o tema ‘Médicos e Católicos: 100 anos de uma associação’, e ainda com a entrega de medalhas come-morativas do centenário aos antigos presi-dentes da AMCP.

Cuidar com ternuraNa Sala Luís de Freitas Branco, no CCB, a presidente da Associação dos Médicos Católicos de Lisboa, Sofia Reimão, apre-sentou uma reflexão sobre ‘Ser Médico,

ser Católico: pertencer, hoje, à Associação de Médicos Católicos?’, apontando um duplo desafio para quem pertence, hoje, a esta associação profissional católica: “Procurar perceber o mundo e o contex-to em que estamos inseridos na prática da Medicina e tentar, depois, encontrar uma resposta concreta, através de uma vivên-cia, em Igreja, do testemunho de ser discí-pulos de Cristo, partilhando e recebendo de outros profissionais a experiência da sua vida”. Para esta profissional de Saúde, existem três pontos centrais que podem ser resposta aos desafios da Medicina nos dias de hoje. No primeiro, sobre a “Evolução e domínio da Técnica e da Ciência”, Sofia Reimão apela ao facto de “o médico não poder menosprezar os recursos tecnológi-cos existentes” e ser chamado a “utilizá-los como um recurso e não como finalidade em si mesmos”. O segundo ponto referi-do, sobre “O que é o homem? A dignida-de da pessoa humana”, toca na questão do aborto e da eutanásia. São “questões ful-crais ligadas profundamente à dignidade do ser humano, dessas resultando a forma como olhamos o homem concreto”, afirma Sofia Reimão, lembrando o termo ‘cultura

do descarte’, tantas vezes usado pelo Papa Francisco, na encíclica Laudato si’, para se referir ao mundo atual, onde se “esque-ce que o valor inalienável do ser humano”. No terceiro ponto, esta médica do Hospi-tal de Santa Maria salienta a reflexão sobre ‘A imortalidade e o enigma da morte na sociedade moderna’ como um dos pontos centrais que podem responder aos desafios da Medicina. “Ao refletir sobre o proble-ma da morte, somos confrontados com o derradeiro mistério do homem, encerrando em si a essência do que é ser humano: ser mortal. Centram-se, aqui, muitos dos pro-blemas éticos da medicina e da sociedade pós-moderna, nomeadamente a eutanásia, o suicídio ou os cuidados dos doentes ter-minais”, considerou Sofia Reimão, deixan-do ainda um desafio aos médicos católicos, citando palavras do Papa Francisco, na sua última carta Encíclica: “Aprendermos e vi-vermos a ‘grande ternura, própria não de quem é fraco, mas de quem é verdadeira-mente forte, atento à realidade para amar e servir humildemente’, aprender ‘a cuidar, motivando-nos a trabalhar com generosi-dade e ternura para proteger aqueles que Deus nos confiou’”.

A presidente da Associação dos Médicos Católicos de Lisboa, Sofia Reimão, apresentou uma reflexão sobre ‘Ser Médico, ser Católico: pertencer, hoje, à Associação de Médicos Católicos?’

BÊNÇÃO APOSTÓLICA PARA OS MÉDICOS CATÓLICOSO encontro comemorativo do centenário da Associação dos Médicos Católicos Portu-gueses culminou com a leitura da Bênção Apostólica do Papa Francisco, pelo Núncio Apostólico, D. Rino Passigato, que também presidiu à Missa, no Mosteiro dos Jeróni-mos, no final do encontro.

Page 8: Notícia publicada no semanário do Patriarcado: "Voz da Verdade"

o8/ Especial

Encontro sobre Evangelização, na Visita Pastoral à Vigararia de Alenquer

EVANGELIZAR UM MUNDO COM SEDE DE DEUS

O Cardeal-Patriarca reconhece que Lisboa tem “muito trabalho a fazer em termos de evangelização” e convidou os cristãos a comunicarem a fé. “A

vida e a alegria que Cristo nos traz não é só para nós”, lembrou D. Manuel Clemente, num encontro vicarial sobre Evangelização, no Carregado,

onde garantiu sentir hoje na sociedade “muita avidez para falar de Deus”.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão

Na Quinta de Vale Flores, no Carregado, no primeiro encontro temático vicarial da Visita Pastoral à Vigararia de Alen-quer, o Cardeal-Patriarca começou por falar sobre o impulso evangelizador sen-tido pelas comunidades cristãs primitivas, frisando que “Jesus estava completamen-te convicto de que nos vinha responder a tudo aquilo que temos no coração”.

“Ele tinha sido esperado e anunciado por tudo aquilo que nós chamamos Antigo Testamento. Ele próprio disse: ‘Eu vim dar pleno cumprimento às profecias, vim realizar plenamente o que estava na lei – os 10 Mandamentos, Eu sou Aquele por quem vocês esperavam, o Messias’. Um mundo cheio da presença de Deus, de reconciliação e de paz – Jesus estava

plenamente convicto que era isso que vi-nha fazer no mundo”, lembrou D. Ma-nuel Clemente, na noite do passado dia 6 de novembro. Neste sentido, sustentou, estes ensinamentos não eram apenas di-rigidos “àquele pequeno grupo” dos dis-cípulos. “Esta manifestação de Deus no mundo, esta alegria verdadeira, que tanto é para os momentos alegres como para

os momentos tristes, porque está cheia da vida de Deus, era para dar aos outros. A vida de Deus é para passar de uns para os outros, como na nossa própria vida natu-ral que passou dos nossos pais para nós. Agora, esta vida eterna passa de Jesus para os primeiros e dos primeiros para os segundos e dois mil anos depois cá esta-mos nós”, frisou.

Um mundo com Deus, um mundo com os outrosGarantindo, depois, que “receber a vida de Jesus é receber uma vida que nunca mais acaba, uma vida que transborda”, o Cardeal-Patriarca de Lisboa desafiou os cristãos da Vigararia de Alenquer ao anúncio: “A vida e a alegria que Cristo nos traz não é só para nós. Quando é ver-dadeira, comunica-se. A alegria do Evan-gelho é uma alegria que acontece e pode acontecer em todo o lado, porque em todo o lado está esta vida de Jesus Res-suscitado. A vida de Cristo é uma vida vencedora, mas não é vencedora à manei-ra das vitórias deste mundo – que é gente a sobrepor-se aos outros e a ser mais que os outros, a ser melhor que os outros –;

A CATEQUESE E A INCULTURAÇÃONuma questão colocada pela numerosa assistência deste encontro sobre Evangelização, no Carregado, foi sublinhado que “a cate-quese não transmite a fé”. “Atingimos a mente, mas não chegamos ao coração nem à ação”, lamentou um dos sacerdotes presente. Perante este problema concreto, o Cardeal-Patriarca lembrou: “Quando evangelizamos, lançamos a semente mas também temos que ter atenção à maneira como ela vai crescer e vai dar fruto”. Depois, destacou o exemplo de inculturação, ou seja da adaptação cultural da prática da fé cristã na sua divulgação, como o Pão por Deus, no Dia de Todos os Santos, ou as Festas do Espírito Santo em Alenquer, que foram restauradas há pouco mais de uma década.Sobre as orientações do Papa Francisco aos Bispos portugueses durante a recente visita ad limina, a propósito da catequese, D. Manuel Clemente observou que “hoje existem meios técnicos e materiais que permitem uma transmissão mais ágil”, mas lembrou igualmente que “há muita oferta” às crianças e jovens. “Hoje, qualquer miúdo que vá para a catequese já viu e ouviu tanta coisa, tanto boneco, tanta imagem… portanto, a transmissão da história de Cristo já está mais misturada com outras histórias e não tem o impacto que tinha no meu tempo, porque na minha infância não havia televisão”, constatou. Neste sentido, a catequese, “como qualquer ato de Igreja, tem de ser de Igreja”, tem de “envolver a família”, “integrar a comunidade” e deve procurar, “como antigamente, um ambiente de amizade, oração, que metia brincadeira, doutrina, jogos”. “Ficávamos cheios de vida cristã!”, recordou.

Page 9: Notícia publicada no semanário do Patriarcado: "Voz da Verdade"

Domingo, 15 de novembro de 2015

Especial /09

JESUS, ORAÇÃO, TESTEMUNHOO encontro sobre Evangelização, com o Cardeal-Patriarca de Lisboa, começou com a visualização de um vídeo (acessível em https://goo.gl/3zdxS5) do encon-tro do Papa Francisco com os movimentos eclesiais, na Vigília de Pentecostes, a 18 de maio de 2013, na Praça de São Pedro. À pergunta dos movimentos sobre como comunicar, de maneira eficaz, a fé, o Papa sublinhou que “o mais importan-te é Jesus”. “Se pretendemos avançar com mais organização, com outras coisas – coisas certamente boas –, mas sem Jesus, não avançamos, não resulta”, garantiu Francisco, lembrando ainda a importância da “oração” – o “deixar-se guiar por Ele”, porque “somos verdadeiros evangelizadores, quando nos deixamos guiar por Ele” – e o “testemunho” – porque “a comunicação da fé pode-se fazer unica-mente através do testemunho; e este é o amor”. Convidado a comentar o vídeo, D. Manuel Clemente observou que “o que importa na evangelização não é uma ideia, não é uma teoria, é uma pessoa, e essa pessoa chama-se Jesus”. “Olhar para Jesus, deixarmo-nos olhar por Jesus e deixarmo-nos guiar por Jesus. Como nós acreditamos que Deus vem ao nosso encontro na figura de Jesus, temos que estar muito atentos. ‘Olhar para Jesus’ é ter os olhos da alma bem abertos, para reparar na sua presença, como Ele está na nossa vida, mantê-lo muito presente na nossa memória lembrando as cenas do Evangelho em que Ele se manifestou. ‘Deixarmo-nos olhar por Jesus’, porque nós acreditamos que em Jesus Deus tem olhos humanos para nos olhar e, agora, o olhar ressuscitado de Jesus enche o mundo inteiro. Finalmente, ‘deixarmo-nos guiar por Jesus’ mostra como é tão diferente levarmos a nossa vida só a partir da nossa cabeça, dos nossos desejos, dos nossos propósitos ou deixarmo-nos guiar por aquilo que Jesus nos diz, pelo menos, no Evangelho de cada Domingo para depois toda a semana ser feita se-gundo aquilo que Ele lá diz”, frisou o Cardeal-Patriarca, no Carregado. “Quando se fala de evangelização é pôr o Evangelho, a Boa Nova de Jesus, na nossa vida. Depois, seja o que Deus quiser”, terminou.

pelo contrário, é a vitória da vida entre-gue, do que se ganha quando se entre-ga e que se vence quando se dá e que vai ao encontro dos outros e que faz deste mundo aquilo que Jesus Cristo começou e a que chamou Reino: um mundo com Deus, um mundo com os outros”.Na sua intervenção, na noite da passada sexta-feira, D. Manuel Clemente alertou, ainda, para o drama vivido, “nos dias de hoje”, pelos “cristãos que morrem dia-riamente pela fé”. “Nós aqui nem temos bem a noção disso, mas o cristianismo é a religião mais perseguida”, denunciou.

Lisboa, terra de missãoNeste encontro em que estiveram reuni-das as paróquias da Vigararia de Alenquer, o Cardeal-Patriarca foi questionado sobre em que medida a evangelização levada a cabo pelos portugueses nos Descobri-mentos – reconhecida no título Patriarcal da Diocese de Lisboa – pode ser inspi-radora da evangelização nos nossos dias. “Com certeza que é inspiradora! O Papa Clemente XI, quando atribuiu a Lisboa o título de Patriarcado, quis lembrar o es-forço missionário das missões que daqui tinham partido para todo o mundo. Hoje

continua gente a partir, mas também so-mos missionados. Ai de nós, na nossa dio-cese, se desses sítios e outros, para onde os nossos antepassados foram levar o Evan-gelho não viessem, hoje, concretamente padres e freiras para nos trazer o Evange-lho”, lembrou, reconhecendo que “ir e vol-tar, estar e partir ou regressar fazem parte do dinamismo do Evangelho e caracteri-zam Lisboa há muito tempo”.Na presença dos três Bispos Auxiliares de Lisboa, D. Joaquim Mendes, D. Nuno Brás e D. José Traquina, D. Manuel Cle-mente considerou também que Lisboa é terra de missão. “A nossa dimensão pa-triarcal missionária abre-nos estes hori-zontes bonitos. Tudo isto é a vida da Igreja e é o mesmo Jesus que se transmite de uns para os outros, porque hoje em dia a nossa diocese tem cá muito trabalho a fazer em termos de evangelização”, frisou.Socorrendo-se do refrão do hino do Sí-nodo Diocesano de Lisboa 2016 – ‘É o sonho missionário de chegar a toda a gente. Longe ou perto, o necessário é mostrar Cristo presente’ – o Cardeal--Patriarca sublinhou a importância de mostrar hoje Cristo presente no mundo. “Isto hoje é longe, é perto, o Ressusci-

tado enche o mundo inteiro! E mostrar que Ele está presente, mostrar que está presente no Evangelho que transmiti-mos, que recebemos e oferecemos, mos-trar que Ele está presente na nossa vida”, desafiou, lembrando: “A missão, hoje, não tem fronteiras. Missão quer dizer envio: quem está com Jesus Cristo é imediata-mente enviado a contar aos outros”.

Falar de DeusNesta reflexão em torno da evangeliza-ção, D. Manuel Clemente testemunhou o que tem sentido nos contactos com pes-soas anónimas, nos mais diversos locais. “Hoje, em qualquer meio onde me des-loco, encontro muita gente com interesse em saber coisas de Cristo, em saber coisas de Deus, em fazer conversa religiosa. É

impressionante! Não há uma semana em que eu não tenha encontros espontâneos com pessoas que mostram interesse em falar de Deus. Sinto que há hoje mais in-teresse nisso do que noutras alturas, e às vezes onde menos se espera e de quem a gente menos espera. O Evangelho só não vende porque é de graça! Mas Ele está aí e há muita expectativa”, observou, destacando o sucesso de iniciativas de evangelização para jovens como a Mis-são País e os Campos de Férias Católicos. “Portanto, isto funciona! Tudo isto são si-nais e não há razão nenhuma para pensar que isto passou de moda. Pelo contrário. Até noto, hoje, uma avidez, um desejo de participar, de fazer coisas e uma dispo-nibilidade que talvez há 30, 40 anos não notasse”, reforçou.

Page 10: Notícia publicada no semanário do Patriarcado: "Voz da Verdade"

www.vozdaverdade.org

Residência Universitária Domus Nostra, em Lisboa

50 anos a ser uma casa que é nossaNo dia 7 de novembro, juntaram-se 50 anos no mesmo espaço. A Domus Nostra, residência de estudantes universitárias, em Lisboa, celebrou os 50 anos de existência num dia de ação de graças, reencontros e muitos abraços.

texto e fotos por Clara Nogueira

10/ Juventude

A manhã já ia longa quando a entrada da Domus Nostra se encheu de caras alegres, reencontros e sorrisos de espanto. Muitas raparigas, agora mulheres, voltavam a en-trar no edifício que lhes tinha servido de casa quando a que era sua estava longe.“Tu estás a mesma!”, ouvia-se vezes sem conta. Era isso e os abraços sem fim de quem já não se via há mais do que o coração pedia.Depois dos reencontros iniciais e de tem-po – sempre pouco – para saber novida-des e notícias, seguiu-se a celebração da Eucaristia, na capela da residência. Uma Missa presidida pelo Cardeal-Patriarca D. Manuel Clemente e concelebrada por sa-cerdotes amigos da casa, entre eles D. An-tónio Carrilho, Bispo do Funchal e antigo capelão da residência.

Em busca da sabedoria que é DeusPartindo das Bodas de Caná, D. Manuel lembrou que “aquele primeiro milagre de Jesus é para agora, para quem vive e convi-ve nesta casa”. O Cardeal destacou a atua-lidade do sinal, garantindo que “Jesus se dispõe a resolver os problemas mas que não os quer resolver sozinho”. O Patriarca de Lisboa apelou, por isso, à busca da “ver-dadeira sabedoria” e à aspiração de uma “sabedoria mais completa do que a sabe-doria humana”. E garantiu que só “Deus é a sabedoria completa”. “Sabedoria é saber e sabor. Saber não só de prática mas de sa-borear o que se conhece. A sabedoria já é

divina tal é a sua proximidade com Deus”, sublinhou D. Manuel Clemente.“Para atingir a sabedoria toda a nossa água é necessária, toda a nossa correspondência é exigida para que as nossas talhas de água fiquem bem cheias”, observou depois. E a Domus Nostra existe também “para que cada uma parta dali com a sabedoria da relação pessoal com Jesus Cristo”.

A solidão acompanhadaÉ a ser apoio nessa busca que a residên-cia universitária se propõe na sua mis-são. Nascida em 1965, e localizada muito

perto da Cidade Universitária, a Domus Nostra é animada pelas Filhas do Cora-ção de Maria.A proposta é a mesma há 50 anos: co-laborar na formação, atenuar a dor da separação e fazer do edifício uma ver-dadeira casa para quem lá vive. “Fazer da residência a nossa casa”, repete, vezes sem conta, Madalena Lopes, a atual di-retora. “É assim desde o início. O futuro vai ser igual”, garantiu.Agora são 87 as residentes que ali vivem. 87 estudantes que “partilham a solidão”, explica Madalena ao Jornal VOZ DA

VERDADE. “Estão sós mas acompanha-das. Tudo está pensado para cada uma ter o seu espaço e o seu silêncio”, mas ao mes-mo tempo “ter alguém com quem possa contar”. E aqui nada se impõe. Há espa-ço para que todas “sejam livres e façam as suas escolhas”, garante Madalena. “Mas claro, estamos sempre disponíveis para conversar”, frisa.Deus vai-se fazendo notar no dia-a-dia da casa. Na capela, nos momentos em que O celebram. “Deus não impomos. O lugar já fala muito por si”, conta Madalena.

Amigas para a vidaProva disso são os sorrisos e boas recorda-ções de Margarida, Joana, Teresa e muitas outras. Viveram ali no início dos anos 90. Entre uma garfada e outra, estão numa roda-viva de risos e recordações. Suspiram de espanto quando contam que já foi há mais de 20 anos que fizeram daquela a sua casa. Lembram a cumplicidade, a cama-radagem, os incontáveis momentos cari-catos. “Estávamos sempre acompanhadas, fizemos amigas para a vida”, garantem, entre muitos sorrisos.O banquete, que tinha começado com a Eucaristia, continuou de outra forma. No jardim, no refeitório e um pouco por toda a parte, gerações, estudantes e alunas dife-rentes partilharam a mesma refeição para celebrar 50 anos de uma casa que um dia foi de todas – a residência universitária Domus Nostra.

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Domingo, 15 de novembro de 2015

TESTEMUNHOS DE ALGUNS PARTICIPANTES

Juventude /11

Na atenção aos que estão sozinhos, nos cânticos entoados pelas ruas de Alvide ou na limpeza de uma casa: foram muitas as atividades missionárias que os partici-pantes da missão AmarTe puderam ex-perimentar, no sábado, dia 24 de outubro, em Alvide, Alcabideche. “Foi um desa-fio grande de confiança. Trabalhámos até sexta à noite e depois começámos a confiar. Não correu tudo como estava planeado mas, tudo correu com natura-lidade e simplicidade! Fomos onde nos sentimos chamados por Jesus, através da Igreja, para rezar, partilhar e servir, em nome de Jesus”, diz Pedro Mateus, chefe da missão. Ao longo do dia, os participantes pude-ram ouvir testemunhos de quem já partiu

Encontro decorreu em Alvide, Alcabideche AmarTe: a missão continua

em missão, juntaram-se em oração e, no fim, partiram para uma de seis atividades de missão (evangelização de rua, visita a idosos, oração, limpeza e pintura de casas degradadas e catequese). “Foi bom estar ali. Poder conhecer e encontrar pessoas di-ferentes, que têm formas diferentes de es-tar na Igreja, rezam de formas diferentes, estão em missão em locais e de formas di-ferentes! E o Amor de Deus e a missão da Igreja englobam-nos a todos”, diz o jovem da paróquia de Agualva, que está inseri-do no movimento Jovens Sem Fronteiras. “Para o futuro, não sei. Mas, a missão da Igreja continua!”, garante.

texto por Missão AmarTe; fotos por André Jerónimo

Num dia de oração, formação e missão, os jovens da diocese anunciaram a alegria do Evangelho: cantaram, conversaram, pintaram paredes e até

limpezas fizeram. Tudo em nome de Jesus, na missão AmarTe.

O Serviço da Juventude na internetwww.juventude.patriarcado-lisboa.pt www.facebook.com/juventudelisboa

A festa começou na Igreja de Nossa Senho-ra de Fátima com saudações. D. Manuel Felício levou palavras de incentivo da Conferência Episcopal Portuguesa. D. An-tonino Dias fez as honras de anfitrião e deu as boas vindas a todos. O Dr. Luís Correia, Presidente da Câmara, mostrou a alegria de acolher o evento. D. Sifredo Teixeira saudou os presentes em nome do Conselho Portu-

guês das Igrejas Cristãs. E a festa continuou com a oração da manhã e a partilha bíblica orientada pelo Bispo Sifredo. A não con-formação e a transformação de vida foram analisadas à luz das atitudes do cego Barti-meu, da Samaritana e de Zaqueu. Concluiu com um apelo à solidariedade e ao acolhi-mento aos refugiados porque ‘a Fé tem de nos transformar e de transformar o mun-do á nossa volta’. Os jovens reflectiram em pequenos grupos e prepararam uma ora-ção para a Celebração Final. O almoço foi partilhado. A tarde iniciou com workshops plurais, desde a visita a Museus (Cargaleiro, Fran-cisco Tavares Proença Júnior, Arte Sacra),

XVII Fórum Ecuménico Jovem, em Castelo BrancoConformismo, não! Transformação, sim!Mais de 200 jovens ‘invadiram’ Castelo Branco, a 7 de Novembro, para a 17ª edição do FEJ. À organização (Igrejas Católica, Lusitana, Metodista e Presbiteriana), juntaram-se os Ortodoxos.

até partilhas de temas e experiências como a Ecologia, o Voluntariado hospitalar e missionário, a vida sofrida dos cristãos per-seguidos, as respostas sociais das Igrejas.O encerramento foi celebrativo, na Igre-ja de São Tiago, a partir das convicções de que só o Amor de Deus transforma, de que não há transformação sem arrependimento

e confissão dos pecados, de que a transfor-mação requer tempo para ouvir a Palavra de Deus e exige momentos de Oração. Concluiu-se que transformados por Deus, os jovens ajudam a transformar o mundo em que vivemos.Na hora da despedida, a alegria era imagem de marca e prova de que foi um grande momento ecuménico. Os abraços não es-conderam a gratidão ao Departamento de Pastoral Juvenil da Diocese de Portalegre--Castelo Branco e às paróquias da Cidade que prepararam, acolheram e animaram o FEJ 2015.

texto por Tony Neves; fotos por OMP

“Jesus lançou-nos um desafio e fomos Amar-Te! Foi um dia cheio, onde vários jovens se uniram e mostraram à comunidade de Alvide uma Igreja viva que sai ao encontro do ou-tro, através de várias missões. Queremos ser discípulos missionários. Queremos descobrir a cada dia que ser missionário, mais do que fazer coisas, é fazê-las por Jesus, para que se-jamos canal do Seu Amor a todos aqueles que Deus permitir cruzarem o nosso caminho.”Clara Marcos (Paróquia da Brandoa)

“Conversando com outros missionários, per-cebemos que a maior parte das pessoas que foram alcançadas nas diversas evangeliza-ções ficaram encantadas e ao mesmo tempo perplexas por verem jovens anunciando, com toda a alegria, o nome de Jesus.Com certeza esta missão irá gerar bons frutos, seja para aqueles que foram en-contrados nas evangelizações, seja para os missionários que participaram.”Gilson Paulo (Missionário - Comunidade Aliança de Misericórdia)

“A Missão AmarTe deu-me a conhecer a associação ‘Just a change’. Através da aju-da de voluntários permite a remodelação de habitações de famílias carenciadas. Um projeto muito interessante e que me fez perceber que é importante que o volun-tariado vá cada vez mais de encontro às reais necessidades das pessoas. Ao meu grupo coube a tarefa de limpar a casa de um idoso, que vivia sozinho e que tinha uma deficiência que o impedia de mover o braço direito.”Joana André (Paróquia de Sobral de Monte Agraço)

“Aprendi que ser cristão não é só ir à Mis-sa ao Domingo, mas é dar o testemunho todos os dias e mostrar que Cristo morreu por nós e que Ele é bom.”João Coelho (Belas, Caminho Neocatecumenal)

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www.fundacao-ais.pt

12/ Igreja no Mundo

Padre americano apoia antigos prisioneiros dos Gulags

Orações clandestinasTrocou o Alasca pelas terras geladas da Sibéria para ajudar antigos prisioneiros dos Gulags. Conheceu histórias de coragem, de terços rezados em silêncio, de mulheres forçadas a abortar. Hoje, o Padre Michael Shields quer reconciliar todas estas pessoas com a vida, depois de um tempo em que foi decretada a morte de Deus…

Foi um chamamento interior. O padre americano Michael Shields, dos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus, estava em retiro, em Anchorage, no Alasca, numa altura em que sentia abalados os alicerces da sua vocação. Michael ouviu como que uma voz a interpelar a sua consciência, a mandá-lo para a Rússia, para junto dos que viviam nos campos de prisioneiros, os famosos Gulags.Alguns anos antes, em 1989, o Padre Mi-chael Shields tinha estado, de facto, num desses terríveis campos, em Magadan, onde o regime soviético depositava todos os que, de alguma forma, representavam uma ameaça ou simplesmente questiona-vam o poder de Moscovo.

Campos de morteForam 40 dias de retiro. A ideia de dedi-car a sua vida, o seu sacerdócio, àquelas pessoas que tinham sido despojadas de dignidade, que foram empurradas para a morte nos campos gelados da Sibéria, começou a ganhar forma. No princípio, assustou-se com a ideia. Depois, com-preendeu que tudo faria sentido. E foi. Em 1992, já com o regime soviético a desmembrar-se, Michael Shields decidiu trocar as terras geladas do Alaska pelas terras inóspitas e frias de Magadan.Tudo ali era como que um símbolo desses anos terríveis em que milhares e milhares de homens e mulheres foram deportados para os campos de trabalho. Muitos – um número incalculável – morreram na pró-pria viagem. Morreram de frio, de fome, de doenças. Morreram violentados. Mor-reram esgotados.

Honrar a memóriaQuando chegou a Magadan, o Padre Mi-chael estava decidido a ajudar o maior nú-mero possível de pessoas. Era preciso hon-rar a memória dos que tinham falecido e era urgente ajudar os que conseguiram sobreviver. Foi difícil. Poucos aceitaram falar. Lembrar os tempos dos trabalhos

forçados, da vida nos barracões, da violên-cia dos guardas, era como que avivar uma ferida que teimava em não sarar. Muitos dos que foram desterrados para os campos de Magadan provinham de países do en-tão império soviético com uma forte tra-dição cristã: Polónia, Ucrânia, Lituânia… Se o regime havia decretado a morte de Deus, ali, nos Gulags, seria inimaginável qualquer manifestação de fé.

Orações clandestinasE, no entanto, todos os dias havia quem rezasse. “Eles rezavam em silêncio. Nem sequer moviam os lábios para não lança-rem qualquer suspeita”, explica o Padre Michael recordando as muitas conversas com antigos prisioneiros. “Uma mulher disse-me que nunca tinha experimenta-

“O Senhor está a abençoar o nosso trabalho e a abrir portas que durante muito tempo estiveram fechadas.

A missão do Pe. Michael é ajudar os sobreviventes dos Gulags a reconciliarem-se com a vida.

Rosário de pão e cinza, feito secretamente por prisioneiros nos Gulags para os ajudar a manter a fé. www.fundacao-ais.pt | 217 544 000

do uma Páscoa tão indescritível como no campo de trabalhos forçados. Eles guar-davam pedaços de pão e assim celebra-vam juntos a Páscoa.”Todos os condenados para os Gulags sabiam que provavelmente não sobre-viveriam à prisão. Tudo ali era violento, agreste, miserável. Mas foi ali, naqueles barracões onde se amontoavam os presos políticos do regime soviético, que acon-teceram as mais incríveis histórias de ab-negação e coragem. Histórias de fé que o Padre Michael nunca mais conseguirá esquecer.

Histórias de féUma das mulheres que sobreviveu aos trabalhos forçados é agora uma grande amiga do “padre americano”, como às ve-

zes é tratado. Chama-se Braslava e um dia decidiu prescindir do pedaço de pão escuro que era distribuído aos prisionei-ros para fazer pequenos rosários. Amas-sando o pão, juntando cinza dos peque-nos fogões a lenha que havia nos quartéis, ela fazia as bolinhas que iria transformar em contas que deixava a secar. À noite, no escuro, com uma agulha feita com uma espinha de peixe, e com uma linha arrancada da sua própria roupa, ia fazen-do os rosários. Depois, oferecia-os aos outros prisioneiros, explicando-lhes o significado daquela oração.

Trabalho pró-vidaSão imensas as cicatrizes do sofrimen-to que se escondem nas ruas, nas casas, nos próprios rostos dos que habitam hoje em Magadan. Para o Padre Michael, a sua missão é clara: ajudar os sobreviven-tes dos Gulags a reconciliarem-se com a vida, a aprenderem o verdadeiro signi-ficado da palavra perdão. Mas há outro trabalho que mobiliza todas as suas ener-gias. O regime soviético usou o aborto como meio de controlo de natalidade, obrigando milhares e milhares de mu-lheres a interromperem a gravidez. De-senvolver um trabalho pró-vida é, agora, uma das missões do “padre americano”. Com o apoio da Fundação AIS, abriu, em 2008, a Estalagem da Natividade numa aldeia junto a Magadan e tem sido surpreendente o impacto desta iniciativa junto da população local. O Padre Mi-chael está eufórico. “Tem sido maravi-lhoso, porque a Rússia está a voltar uma página na sua história e agora quer que haja mais crianças”, diz, acrescentando: “O Senhor está a abençoar o nosso tra-balho e a abrir portas que durante muito tempo estiveram fechadas.”

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

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Domingo, 15 de novembro de 2015

Roma /13com Aura MiguelJornalista da Rádio Renascença, à conversa com Diogo Paiva Brandão

“Jantar agarrado ao telemóvel não é uma família, é uma pensão”, manifestou o Papa Francisco. Na semana em que visitou Florença, o Papa voltou a falar da missão do Bispo. Foi ainda anunciada a vontade de Francisco ir a Auschwitz rezar e foi assegurado que a reforma, em curso, do Vaticano vai continuar.

Papa apela ao convívio familiar

1. O Papa lamenta a fraca convivência a que muitas vezes se assiste nas famílias. “A convivência é um termómetro seguro para medir a saúde das relações: se na famí-lia alguma coisa não está bem, ou há uma ferida escondida, à mesa, percebe-se logo. Uma família que quase nunca come em conjunto ou que, à mesa, não fala mas vê a televisão ou olha para o smartphone, é uma família ‘pouco família’. Quando os filhos, à mesa, estão agarrados ao computador, ao telemóvel e não se ouvem uns aos outros, isto não é família, é uma pensão”, observou, na audiência-geral desta quarta-feira, 11 de novembro.Ainda a propósito da imagem de uma fa-mília reunida à mesa, o Papa Francisco lembrou a desigualdade a nível global sobre o acesso aos alimentos. “Nos países ricos somos induzidos a gastar dinheiro para co-mer excessivamente e, depois, somo-lo de novo para remediar o excesso. Este negócio insensato desvia a nossa atenção da verda-deira fome do corpo e da alma. Quando não há convivência, há egoísmo, cada um só pensa em si, ajudado pela publicidade que a reduziu a uma linguagem de lanches e guloseimas, enquanto tantos, demasiados irmãos e irmãs, ficam fora da mesa. Isto é uma vergonha!”, concluiu.

2. O Papa referiu, em Florença, que a reforma da Igreja é mais do que mudar “estruturas” e implica a mudança de uma atitude “defensiva”, centrada no passado. “Diante dos males ou dos problemas da Igreja é inútil procurar soluções em con-servadorismos ou fundamentalismos, na restauração de comportamentos e formas

ultrapassadas que nem sequer cultural-mente têm capacidade de ser significati-vas”, alertou, na passada terça-feira, 10 de novembro, num longo discurso proferido perante os 2500 participantes no 5º Con-gresso Nacional da Igreja Católica na Itália.Na Catedral de Florença, Francisco susten-tou que a missão dos católicos é “trabalhar para fazer deste mundo um lugar melhor”, inspirados numa “fé revolucionária”. O Papa manifestou o seu apoio a uma Igre-ja “inquieta”, que consiga estar mais perto dos abandonados e de quem falha. “Sonhai também vós com esta Igreja, acreditai nela, inovai com liberdade”, pediu.Durante a tarde, na Missa celebrada no es-tádio Artemio Franchi, em Florença, que se apresentava completamente cheio, o Papa afirmou que, tal como Jesus, a Igreja deve viver no meio do mundo e aí levar a sua fé. “Conservar e anunciar a fé em Jesus Cristo é o coração da nossa identidade cris-tã”, salientou.

3. O Papa voltou a afirmar que o epis-copado é um serviço e não uma honraria. Na ordenação episcopal de D. Angelo De Donatis, novo Bispo Auxiliar de Roma, que decorreu no dia Festa da Dedicação da Ba-sílica de São João de Latrão, a 9 de novem-bro, o Papa Francisco lembrou que “o Bispo deve distinguir-se mais pelo serviço presta-do que pelas honrarias recebidas”. “Anuncia a Palavra em cada ocasião oportuna e, às ve-zes, não oportuna; admoesta, censura, mas sempre com doçura; exorta com magnani-midade e doutrina”, sublinhou. “As tuas pa-lavras sejam simples, que todos entendam, que não sejam longas homilias. Permito-me

dizer-te: recorda-te do teu pai, de como ficou feliz por ter encontrado uma outra paróquia onde se celebrava a Missa sem ho-milia! Que as homilias sejam a transmissão da graça de Deus: simples, que todos enten-dam e todos tenham a vontade de se tor-narem melhores”, desejou o Papa, fazendo um pedido concreto: “Peço-te, como irmão, sede misericordioso. A Igreja e o mundo têm necessidade de tanta misericórdia. Tu ensinas aos presbíteros, aos seminaristas o caminho da misericórdia. Com palavras, sim, mas sobretudo com a tua atitude”.

4. O Papa Francisco manifestou o desejo de visitar o antigo campo de concentração nazi de Auschwitz, durante a sua visita à Polônia, em julho, para a Jornada Mundial da Juventude ( JMJ), em Cracóvia. A infor-mação foi revelada esta segunda-feira, dia 9, pelo presidente polaco, Andrzej Duda, após uma audiência com o Papa. Segundo Duda, o Santo Padre quer visitar a cidade de Czestochowa e “poder rezar” em Aus-chwitz, que se tornou um monumento em memória das vítimas do holocausto.

5. O Papa reagiu, no passado Domingo, 8 de novembro, às recentes polémicas sobre as atividades financeiras da Santa Sé, após a publicação de dois livros com documentos confidenciais do Vaticano, e garantiu que a “reforma” em curso vai continuar. “Quero assegurar-vos que este triste facto não me desvia, certamente, do trabalho de refor-ma que estamos a levar por diante, com os meus colaboradores e com o apoio de todos vós”, referiu, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, na reci-

tação do Angelus. Numa intervenção aco-lhida com muitos aplausos, Francisco co-meçou por reconhecer que muitas pessoas ficaram “perturbadas” com as notícias que circulam nos últimos dias “a propósito de documentos confidenciais da Santa Sé, que foram subtraídos e publicados”. “Por isso, gostaria de dizer-vos, antes de mais, que roubar estes documentos é um crime, um ato deplorável que não ajuda”, lamentou.Na segunda-feira anterior, dia 2 de novem-bro, o Vaticano tinha anunciado a detenção de monsenhor Lucio Angel Vallejo Balda e de Francesca Chaouqui, respectivamente secretário e membro da Comissão relativa ao estudo e orientação sobre a organização das estruturas económico-administrativas da Santa Sé (COSEA), instituída pelo Papa em julho de 2013 e posteriormente dissolvida, após cumprir o seu mandato. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, confirmou depois que os da-dos revelados nos livros ‘Via Crucis’, de Gianluigi Nuzzi, e ‘Avarizia’, de Emiliano Fittipaldi, publicados em Itália, têm a sua origem na COSEA.O Papa explicou que foi ele próprio a “pe-dir que se fizesse este estudo” sobre a situa-ção financeira e patrimonial das institui-ções da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano. “Eu e os meus colaboradores conhecíamos bem estes documentos e fo-ram tomadas medidas, que começaram a dar frutos, alguns dos quais visíveis”, as-sinalou ainda Francisco. “Agradeço-vos e peço-vos que continuem a rezar pelo Papa e pela Igreja, sem deixar-vos perturbar, mas seguindo em frente com confiança e espe-rança”, concluiu.

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Com o tema ‘Repensar o Desenvolvi-mento, Reinventar a Cooperação’, pre-tende-se impulsionar o pensamento da sociedade civil, ONG, cidadãos, finan-ciadores, apoiantes e governos sobre como construir um futuro sustentável com uma sociedade civil dinâmica, ro-busta e pertinente. Ao longo do dia ha-verá espaço para debater e analisar ten-dências para discernir o que o futuro reserva e como devemos ajustar estraté-gias, políticas e práticas a um contexto em constante mudança.

Iremos lembrar 2015 como um ano chave no setor do desenvolvimento?A agenda global do desenvolvimento de-fine este ano como um marco. Os Objeti-vos de Desenvolvimento Sustentável es-tabeleceram um novo conjunto de metas que são mais inclusivas, atingindo todos os países como mais ambiciosos que os seus antecessores, os Objetivos de De-senvolvimento do Milénio, envolvendo temáticas ambientais e novos atores na área do desenvolvimento. Dada a opor-tunidade e urgência de uma tomada de consciência profunda, o Papa Francisco veio marcar esta agenda com a publica-ção, em junho, da Encíclica Laudato si’, sobre o Cuidado da Casa Comum, mar-cando presença na Cimeira da ONU em setembro e lembrando que o urgente de-safio de proteger a nossa casa comum in-clui a preocupação de unir toda família humana na busca de um desenvolvimen-to sustentável e integral.Mas, por trás desta agenda global para o desenvolvimento, irão as pessoas que en-frentam a pobreza e a falta de oportuni-dades nas suas vidas lembrar 2015 como um tempo de mudança? Irão as socieda-des civis, em todo o globo, fazer eco das vozes das pessoas e defender os seus, os nossos direitos? Citando Ban Ki-moon, Secretário-geral das Nações Unidas, “ire-mos ser capazes de viver de acordo com o desafio de não deixar ninguém para trás?

FEC promove Seminário Internacional

‘Repensar o Desenvolvimento, Reinventar a Cooperação’, em Lisboa

Num contexto de rápida mudança e in-certo, este é um desafio para todos. As sociedades civis não são exceção e devem desempenhar um papel de liderança”.

Que Desenvolvimento? Que tipo de cooperação?A realidade mostra-nos que existe uma necessidade fundamental de mudança de paradigma. A FEC (enquanto membro de uma ampla rede de agências) acredita que a procura de alternativas para o De-senvolvimento “engloba uma nova narra-tiva de bem-estar humano integrada na criação, com respeito pela igualdade de género, fundamentada na solidariedade e com uma economia ao serviço da so-ciedade que respeite limites e os recursos naturais do planeta”. Os elementos chave que sustentam esta visão incluem: uma repartição mais justa e equitativa dos re-cursos, associada a um respeito pelos li-mites dos recursos naturais; sistemas de governação nos quais as relações de po-der e as regras democráticas e globais permitam o florescimento de alternati-vas locais; economias baseadas no bem comum e que promovam atores diversi-ficados e estruturas descentralizadas. De-finir os modelos de desenvolvimento que vencerão, ou identificar os compromissos

que poderão ser alcançados entre dife-rentes abordagens de desenvolvimento, será cada vez mais decisivo para o futuro das sociedades.

Qual o papel para as sociedades civis e para as ONG internacionais?A FEC e outras agências de desenvolvi-mento acreditam que, enquanto ONG, precisamos de reexaminar as nossas re-lações com as organizações parceiras à volta do mundo; investir numa aborda-gem de rede e aumentar o nosso apoio ao fortalecimento das iniciativas das pes-soas e dos movimentos sociais. Ao mes-mo tempo, também precisamos de revi-talizar as raízes nas nossas comunidades e comprometermo-nos em debates que preocupam os nossos próprios modelos de sociedade. Parcerias institucionais, trabalho de influência política, trabalho comunitário, divulgação junto da opinião pública e financiamento devem conse-guir juntar-se num conjunto coerente.Ao celebrar os seus 25 anos, a FEC – Fundação Fé e Cooperação gostaria que este Seminário Internacional impulsio-nasse o pensamento da sociedade civil, ONG, cidadãos, financiadores, apoiantes e governos sobre como construir um fu-

turo sustentável com uma sociedade civil dinâmica, robusta e pertinente. Gostaría-mos de debater e analisar tendências para discernir o que o futuro reserva e como devemos ajustar estratégias, políticas e práticas a um contexto em constante mu-dança. Queremos partilhar boas práticas e gerar um debate que conduza à ação. Pois acreditamos que mais do que nunca é fundamental Repensar o Desenvolvi-mento e Reinventar a Cooperação.No final do dia irá decorrer o lançamento do filme ‘5 Crianças - 5 Direitos’, pro-duzido pela FEC e realizado por Tiago Leão, e que encerrará ao som da canto-ra guineense Karyna com temas criados para a banda sonora do filme. Porque acreditamos que mais do que nunca é fundamental Repensar o Desenvolvi-mento e Reinventar a Cooperação.

Ao celebrar 25 anos, a FEC – Fundação Fé e Cooperação realiza um Seminário Internacional, no próximo dia 19 de novembro, no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, entre as 9h00 e as 19h00.

14/ Missão

PROGRAMA E INSCRIÇÕESPode consultar o programa completo do seminário em: http://www.fecongd.org/fec/pdf/seminario25anos/semi-narioFEC25anos_programa.pdfAs inscrições serão limitadas à lotação da sala e podem ser feitas em: https://goo.gl/UTZ92s Venha celebrar os 25 anos da FEC!

Page 15: Notícia publicada no semanário do Patriarcado: "Voz da Verdade"

Domingo, 15 de novembro de 2015

Domingo /15www.twitter.com/vozverdade

SUGESTÃO CULTURAL

Família Franciscana em PortugalOrdens e outras formas de vida consagradaO livro ‘Família Franciscana em Portugal - Ordens e outras formas de vida consagrada’ procura ser um dicionário sobre a vida con-sagrada franciscana em Portugal. “O tronco da espiritualidade franciscana gerou, nestes oitocentos anos de história, várias ordens religiosas masculinas e femininas que rein-terpretaram o legado espiritual do Pai fun-dador e o adaptaram a cada tempo através de modelos institucionais de vocação e configuração diversa. [...] Esperamos que esta edição especial de um dicionário sobre a vida consagrada franciscana em Portugal seja uma oportunidade para dar a conhe-cer melhor a extraordinária fecundidade do carisma franciscano e para se perceber a importância transformadora e modeladora que este carisma teve a continua a ter na história e na sociedade portuguesas”, refere a Apresentação da obra, da autoria de José Eduardo Franco.‘Família Franciscana em Portugal - Ordens e outras formas de vida consagrada’ é publi-cado com a chancela da editora Lucerna.

SOLENIDADE DE CRISTO REI – ANO B (22 DE NOVEMBRO)

CÂNTICO

O Cordeiro que foi imoladoSobre um trono vi sentado um homem

O Cordeiro que foi imoladoJesus, Rei admirável

O Senhor é Rei para sempreO Senhor está sentado

Louvarei para sempre o vosso nomeA Vós, Senhor, pertence a honra e o poder

Cristo vence

COMPOSITOR

A. CartagenoA. Cartageno

F. SantosA. Cartageno

M. LuísC. SilvaM. LuísM. Luís

A. Kunc

FONTE

ver site*CEC II 147CEC II 145

IC 518/LHCII 102CAC 402

CEC II 151SR 134

CAC 250CEC II 149

USO LITÚRGICO

EntradaEntrada

Entrada / A. dos DonsApresentação dos Dons

A. Dons / Com. / P. Com.Comunhão

Pós ComunhãoFinalFinal

DEPARTAMENTO DE LITURGIA DO PATRIARCADO

DE LISBOA

SIGLAS | CAC – Manuel Luís, Cânticos da Assembleia Cristã, Secretariado Nacional de Liturgia | CEC – Cânticos de Entrada e Comunhão, vol. I-II, Secretariado Nacional de Liturgia | IC – A Igreja Canta, Comissão Bracarense de Música Sacra | LHC II – Liturgia das Horas. Edição para Canto. Vol. II, Secretariado Nacional de Liturgia | SR – Manuel Luís, Salmos Responsoriais | * http://corolaudate.home.sapo.pt/Pdf/E81GloriaAoSenhor.pdf

À PROCURA DA PALAVRADOMINGO XXXIII TEMPO COMUM Ano B“Hão-de ver o Filho do Homem vir sobre as nuvens,com grande poder e glória.”Mc 13, 26

A esperança é uma coisa boaEis o que dizia um dos personagens do filme “Os condenados de Shawshank”, en-quanto, sem ninguém saber, escavava o túnel por onde iria fugir da prisão em que se encontrava inocentemente con-denado. Perante as mais desesperadas situações, torna-se difícil acreditar nisto, principalmente porque as nossas refe-rências são sobretudo os passados “feli-zes”, mas, como dizia há dias o psicólogo Eduardo Sá, a propósito de adolescentes com saudades da infância, “o melhor do mundo é o futuro.” Não sei se é este di-namismo do futuro que desde cedo me fez ter o “bichinho” da ficção científica, mas encanta-me toda a expectativa de surpresa que cada momento e cada dia traz consigo.As descrições evangélicas do fim dos tempos apontam-nos, em linguagem simbólica, um horizonte de esperança. Mesmo o tema do juízo final sublinha o encontro com a verdade de nós mesmos e a verdade de Deus, e essa já nos foi re-velada por Cristo como amor. Não pre-tendem atemorizar-nos, mas despertar--nos para o essencial, iluminar as nossas escolhas. O futuro não é simplesmente a consequência do presente, pois há sur-

presas que não determinamos, mas de-pende muito da orientação que escolhe-mos. Há quem se instale num passado ideal que nunca consegue reproduzir, ou num presente acomodado e se deixa ir com o vento, ou ainda num futuro pinta-do de negro que produz cegueira no pre-sente. Por isso, a esperança é a melhor aposta, mas não a podemos limitar nem impor condições. Gosto de lembrar o que dizia Charles Péguy no seu “Pórtico do mistério da segunda virtude”: “Mas a es-perança, diz Deus, cá está o que me espanta. / A mim mesmo./ Isso é que é espantoso.// Que essas pobres crianças vejam como tudo isso corre e creiam que amanhã as coisas irão melhor. / Que elas vejam como as coisas cor-rem hoje é creiam que irão melhor amanhã de manhã.” E chamava-lhe “uma miudi-nha de nada. (...) Só ela, levando as outras [Fé e Caridade], é que há-de atravessar os mundos revolvidos.”Como a esperança é uma virtude, quer dizer, força e dinamismo, ela é dom de Deus e responsabilidade nossa, como é próprio de todos os dons. É importan-te pedi-la e exercitá-la, pois não é com exercício que se musculam os atletas e as “célulazinhas cinzentas” produzem

inteligência e sabedoria? Que pena o crescimento da obesidade física e men-tal tão propagado por um ambiente que limita a esperança ao próximo modelo de telemóvel ou ao bilhete premiado do Euromilhões. Que esperanças vivemos e semeamos? Pois trata-se de uma se-menteira este caminho de mãos dadas com a esperança. Como nos podería-mos parecer um pouco com o Barão Bodo von Bruemmer que a “Notícias Magazine” de Domingo passado nos deu a conhecer, e que aos 96 anos co-meçou a produzir vinho e aos 104 diz: “Todos os dias compreendo coisas novas. E gosto de ficar mais velho porque aprendo mais e mais”?Passarão o sol e a lua, a terra e os astros, mas a esperança que nos anima tem o rosto glorioso e feliz do Filho do Ho-mem. Por isso, nada do que é belo se per-derá, nada do que é bom será esquecido, nada do que é verdadeiro será apagado. A esperança vence o medo e abre-nos à surpresa, convoca o melhor que há em cada pessoa e situação, ilumina o que antes era escuro. Se acreditamos que é “uma coisa boa” o que falta para a abra-çarmos mais?

pelo P. Vítor Gonçalves

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O Papa fala de JesusD. Nuno Brás

NA TUA PALAVRA

A revista Forbes publica todos os anos a lista das pessoas mais poderosas do planeta. De entre os homens, depois de V. Putin (1º lu-gar) e de B. Obama (2º lugar), surge o Papa Francisco (3º lugar).Tenho a certeza de que o Papa pouco se im-porta com a lista da Forbes – a sua ação não é realizada com o objectivo de ser mais ou menos poderoso, mais ou menos influente na cena mundial.Contudo, não deixa de ser estranho que, no meio de uma lista cheia de políticos ou mul-timilionários, surja o nome do Santo Padre, figura tão deslocada e tão fora do ambiente dos demais homens com poder. Com efeito, o Papa não é dono de nenhuma multinacio-nal da qual retire dividendos económicos, com os quais possa influenciar o mundo das finanças; nem tem ao seu serviço nenhum exército que o torne temível; nem está à fren-te de nenhum grande país, com poder políti-co sobre a vida de vários milhões de cidadãos. O Papa prega, tão simplesmente, em cada gesto, em cada palavra, o Evangelho de Jesus, o Ressuscitado.É certo que o Santo Padre tem uma presença acolhedora, mas nem por isso menos exigen-te; vigorosa, mas também frágil e desconcer-tante, a olharmos para as modas do mundo. É também verdade que as suas palavras e os

seus gestos poucos se atrevem a contradizê--los publicamente, mesmo que, na realidade, muitos dos que o louvam desse modo não pensem sequer por um momento em tomar a sério aquilo a que o Papa os convida. Con-tudo, não deixa de ser significativo este olhar que o mundo tem sobre o Papa Francisco. É certo que nós, cristãos, não olhamos para o Santo Padre como se fosse um qualquer po-deroso, ainda que mais humilde, ou mesmo como um simples líder espiritual. De pouco nos importam também as classificações das revistas. O nosso olhar só pode ser de fé.No entanto, esta lista não deixa de ser sig-nificativa sobre a sede de Deus que o mun-do contemporâneo mostra. O mundo vê de modo errado a figura de Pedro, mas não deixa de encontrar nela a resposta para tantas interrogações e apelos que encontra no seu coração. É que, muito simplesmente, o Papa fala de Jesus.

Segunda-feira, dia 1610h00 – Conselho Episcopal – preside Cardeal-Patriarca21h00 – Conferência no Seminário de Vida no Espírito, no Grupo de Renovação Carismática de Casal de Cambra: ‘O Espiri-to Santo em Maria’ – D. Joaquim Mendes21h30 – Conferência em São Julião da Barra – Cardeal-Patriarca

Terça-feira, dia 1710h00 – Encontro com os Formadores dos Seminários Diocesanos, no Seminário dos Olivais – Cardeal-Patriarca10h00 – Encontro com o clero da Viga-raria de Loures - Odivelas – D. Nuno Brás10h00 – Reunião do clero da Vigararia de Caldas da Rainha - Peniche, em Santa Ca-tarina – D. José Traquina10h30 – Reunião com o clero da Vigararia de Amadora – D. Joaquim Mendes15h00 – Visita Pastoral à paróquia de Al-deia Galega, até dia 22 – D. Nuno Brás17 a 22 – Visita Pastoral na paróquia de Sobral de Monte Agraço – D. José Traquina

Quarta-feira, dia 1818h00 – Missa nas Mercês - Algueirão – D. Joaquim Mendes18 a 21 – Plenário da Congregação para o Clero, em Roma – Cardeal-Patriarca

Quinta-feira, dia 1910h00 – Reunião de Coordenação dos Departamentos e Setores da Cúria Dio-cesana, em São Vicente de Fora – Bispos Auxiliares de Lisboa21h30 – Encontro com os crismandos da

paróquia de Rio de Mouro – D. Joaquim Mendes

Sexta-feira, dia 2010h30 – Reunião com o clero da Vigara-ria de Torres Vedras, no Turcifal – D. José Traquina21h00 – Encontro com os crismandos da Unidade Pastoral de Sintra – D. Joaquim Mendes

Sábado, dia 2119h00 – Crisma na paróquia de Rio de Mouro – D. Joaquim Mendes

Domingo, dia 229h00 – Missa no Encontro Nacional das Equipas de Nossa Senhora, na Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima – preside Cardeal-Patriarca11h30 – Crisma na igreja de São Miguel de Sintra – D. Joaquim Mendes12h00 – Encerramento da Visita Pastoral à paróquia de Aldeia Galega – D. Nuno Brás16h00 – Crisma na paróquia de São Mi-guel de Queijas – D. Joaquim Mendes19h00 – Crisma em Alverca – D. Nuno Brás19h00 – Crisma na paróquia do Senhor dos Navegantes, em Paço de Arcos – D. Joaquim Mendes

AGENDA SEMANAL [16 a 22 de novembro]

PAGAMENTOPede-se aos assinantes individuais e às paróquias que fazem o pagamento por meio de cheque ou vale postal o favor de os passar à ordem de: ‘Nova Terra, Empresa Editorial, Lda’.