«nos nossos dias, a igreja do concílio vaticano ii, numa renovada...

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2 . «Nos nossos dias, a Igreja do Concílio Vaticano II, numa renovada efusão do Espírito de Pentecostes, amadureceu uma cons- ciência mais viva da sua natureza missionária e ouviu de novo a voz do seu Senhor que a envia ao mundo como «sacramento universal de salvação» (CL, 2 apud LG, 48). Passados 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, que significou «uma nova pri- mavera» para a Igreja – Povo de Deus – a aplicação do Concílio em sua trajetória encontra desafios interna e externamente. Hoje, o conjunto e a complexidade desses desafios se traduzem naquilo que se chama de «mudança de época». Liturgicamente, estamos no Tempo da Quaresma, período propício para refletirmos sobre nossas vidas, o que temos feito, ao que temos nos dedicado e que caminhos temos realmente trilhado no nosso dia-a-dia. Com o que te- mos nos preocupado e ao que temos dedicado nosso tempo?, são perguntas que o tempo da Quaresma nos convida a responder. Os Evangelhos indicados para serem lidos durante esses 40 dias, por seus conteúdos já são uma indi- cação direta para revermos muitos comportamentos que adotamos. Nisto está a beleza deste tempo. Ele nos leva a uma análise profunda de nossas vidas, para retomarmos nossa caminhada na graça da Ressurreição do Cristo, “Caminho, Verdade e Vida”. O Evangelho do próximo domingo, já se apresenta a nós como exemplo de superação, mostrando-nos as tentações sofridas por Cristo. Sobre ele, Pa- dre José Antonio Pagola fala-nos sobre aquela que, em sua reflexão, apa- rece como sendo a nossa maior tentação: “A nossa grande tentação é hoje converter tudo a pão. Reduzir cada vez mais o horizonte da nossa vida à me- ra satisfação dos nossos desejos; fazer da obsessão por um bem-estar, sem- pre maior, o do consumismo indiscriminado e sem limites o ideal quase único das nossas vidas. Enganamo-nos se pensamos que esse é o caminho a seguir em direção ao progresso e à libertação”. Leia a reflexão de Pagola página 2. Na mesma página, você encontrará ainda a reflexão proposta por Felipe Ramos convidando-nos a meditar sobre a seguinte questão: “ O que pretende Mateus com este relato das tentações de Jesus?” O próprio Felipe nos oferece uma primeira resposta: “Essas tentações, imediatamente a seguir ao batismo e no início do seu ministério, indicam claramente a intenção do evangelista: pretendem induzir Jesus a optar por um messianismo falso, triunfalista e humano, ou seja terreno. Se assim fosse, teria agradado à imensa maioria das esperanças judaicas. Mas este messianismo não corresponde ao plano de Deus para o seu servo. O evangelista Mateus afirma que Jesus venceu as tentações nas quais tinha sucumbido o antigo povo de Deus: a) mur- muração do povo por causa do maná; b) tentação de desconfiança por causa da falta de água; c) idolatria, contra a qual já Moisés os tinha prevenido. Jesus é, por conse- guinte, apresentado por Mateus como novo Moisés, a célula original e originante do novo povo de Deus que não sucumbiu perante as referidas tentações, afinal de perene atualidade. Leia a reflexão na íntegra. Ildo Bohn Gass, por sua vez, fala-nos sobre as tentações de Jesus a partir da oração que Ele mesmo nos ensinou. “Da oração diária de Jesus, e que ele pediu que também nós rezássemos, faz parte o seguinte pedido: “Pai, não nos conduzas à tenta- ção, mas livra-nos do Maligno” (cf. Mateus 6,13). Isso revela que Jesus teve que en- frentar muitas tentações diariamente, a fim de se manter fiel à vontade do Pai, fiel à realização do seu reinado de partilha e de justiça. Movido por essa fidelidade, Jesus não sucumbiu diante das tentações de quem neste mundo tenta impor a injustiça e manter os seus privilégios. Tentações que seduzem ainda muitos hoje.” E completa dizendo-nos: “Ao superar estas tentações com a força do Espírito recebido no seu ba- tismo (Mateus 3,16), Jesus já começou a vencer os poderes de morte. Concedeu-nos a força do seu Espírito para que, como ele, também vençamos as seduções do diabo que levam à diminuição da vida ainda hoje.” A reflexão completa está na página 3. Para o próximo Domingo, o Segundo do Tempo Quaresmal, a Igreja nos propõe a leitura e meditação do Evangelho de Mateus 17, 1-9, narrando a Transfiguração de Je- sus diante de Pedro, Tiago e João. Fazendo uma profunda reflexão sobre esta maravilhosa passagem da vida de Je- sus, Padre Alberto Maggi-OSM, nos diz: “’E foi transfigurado diante deles”’. A condi- ção divina, segundo Jesus, não é alcançada através do poder, e sim através do amor; não dominando, mas servindo; não tirando a vida, e sim oferecendo a própria. O efeito desta orientação da vida, para o bem dos outros, é a transformação. A morte, segundo Jesus, não diminui a pessoa, mas é o que a transforma. Portanto a morte é uma trans- formação do indivíduo. ‘E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol’. Isso indica a condição divina. Jesus tinha dito que os justos brilharão como o sol no reino do Pai”. Leia mais na página 4. Nas Palavras de Francisco, onde nosso amado Pastor fala sobre a nossa Campa- nha da Fraternidade 2014, você encontrará a profunda mensagem que o Papa Francis- co endereçou a todos nós, brasileiros: “Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama, de bens materiais… E isso – pasmem! – a troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pe- lo Espírito Santo que clama dentro de nós: «Abbá, Pai!» (cf. Gal 4,6). A dignidade hu- mana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou!” Veja a carta do Santo Padre na íntegra na página 5. Na mesma página, Frei Marcos Sassatelli, fala-nos sobre a importância da Cam- panha da Fraternidade deste ano, indicando-nos os principais objetivos dela, quais se- jam: "‘Identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem com essa exploração. Denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico huma- no. Reivindicar, dos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano na vida familiar e social. Promover ações de prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico. Suscitar, à luz da Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador dessa realidade aviltan- te da pessoa humana. Celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sen- sibilizando para a solidariedade e o cuidado às vítimas desse mal’. Que esses objetivos sejam - para todos e todas nós - um programa de vida para acabar, quanto antes, com a violência institucionalizada do tráfico humano contra tantos irmãos e irmãs nossos!” Vale a pena uma leitura detalhada desta análise feita por Feri Marcos. Padre Alfredinho, nos brinda com uma magnifica apresentação do primeiro ano de Pontificado do Papa Francisco. Analisando as mudanças promovidas pelo Bispo de Roma, Alfredinho nos mostra que as esperanças renascidas nos católicos do mundo todo a partir de Francisco, apontando-nos quatro “breves aspectos”, que em sua opini- ão são as chaves para tudo: “Primado da sensibilidade social e da ação pastoral. Prima- do da Igreja como Povo de Deus. Primado da opção preferencial pelos pobres. Primado da misericórdia e da compaixão”. Leia mais na página 6. Nossa querida Regina Mariano amiga e companheira do IPDM, contempla-nos com um artigo falando sobre a importância do “Dia Internacional da Mulher”, que se comemora no dia 08 de março. Regina, com sua perspicácia, apresenta-nos um outro modo de enxergar o verdadeiro valor desta data e o que de fato ela deve representar para todas as mulheres. Leia o artigo completo na página 7. Na mesma página, Frei Betto nos apresenta, como faz a cada ano por ocasião da Quaresma, uma instituição que, em sua opinião, merece nosso apoio em suas ações. Conheça esta instituição lendo o artigo de Frei Betto . A página final do nosso informativo nº 75, traz a agenda das próximas reuniões da Coordenação e dos Religiosos e Religiosas do IPDM. Veja também, as indicações que fazemos de alguns endereços eletrônicos que apresentam conteúdo para estudos e aprofundamentos. Desejando a todos e todas uma Santa Quaresma, rumo à Páscoa da Ressurreição de nosso Senhor e Rei, despedimo-nos, com fraternal abraço. Equipe de Produção IPDM Papa Francisco "Pouco a pouco nos acostumamos a ouvir e a ver, através dos meios de comunicação, a crônica negra da sociedade contemporânea [...] O império do dinheiro, com seus efeitos demoníacos como as drogas, a corrupção, o tráfico de pessoas (incluindo de crianças), junto com a miséria material e moral são frequentes".

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  • 2. «Nos nossos dias, a Igreja do Concílio Vaticano II, numa renovada efusão do Espírito de Pentecostes, amadureceu uma cons-ciência mais viva da sua natureza missionária e ouviu de novo a voz do seu Senhor que a envia ao mundo como «sacramento universal de salvação» (CL, 2 apud LG, 48). Passados 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, que significou «uma nova pri-mavera» para a Igreja – Povo de Deus – a aplicação do Concílio em sua trajetória encontra desafios interna e externamente. Hoje, o conjunto e a complexidade desses desafios se traduzem naquilo que se chama de «mudança de época».

    Liturgicamente, estamos no Tempo da Quaresma, período propício para

    refletirmos sobre nossas vidas, o que temos feito, ao que temos nos dedicado

    e que caminhos temos realmente trilhado no nosso dia-a-dia. Com o que te-

    mos nos preocupado e ao que temos dedicado nosso tempo?, são perguntas

    que o tempo da Quaresma nos convida a responder. Os Evangelhos indicados

    para serem lidos durante esses 40 dias, por seus conteúdos já são uma indi-

    cação direta para revermos muitos comportamentos que adotamos.

    Nisto está a beleza deste tempo. Ele nos leva a uma análise profunda de

    nossas vidas, para retomarmos nossa caminhada na graça da Ressurreição do

    Cristo, “Caminho, Verdade e Vida”.

    O Evangelho do próximo domingo, já se apresenta a nós como exemplo

    de superação, mostrando-nos as tentações sofridas por Cristo. Sobre ele, Pa-

    dre José Antonio Pagola fala-nos sobre aquela que, em sua reflexão, apa-

    rece como sendo a nossa maior tentação: “A nossa grande tentação é hoje

    converter tudo a pão. Reduzir cada vez mais o horizonte da nossa vida à me-

    ra satisfação dos nossos desejos; fazer da obsessão por um bem-estar, sem-

    pre maior, o do consumismo indiscriminado e sem limites o ideal quase único

    das nossas vidas. Enganamo-nos se pensamos que esse é o caminho a seguir

    em direção ao progresso e à libertação”. Leia a reflexão de Pagola página 2.

    Na mesma página, você encontrará ainda a reflexão proposta por Felipe

    Ramos convidando-nos a meditar sobre a seguinte questão: “O que pretende

    Mateus com este relato das tentações de Jesus?” O próprio Felipe nos oferece uma

    primeira resposta: “Essas tentações, imediatamente a seguir ao batismo e no início do

    seu ministério, indicam claramente a intenção do evangelista: pretendem induzir Jesus

    a optar por um messianismo falso, triunfalista e humano, ou seja terreno. Se assim

    fosse, teria agradado à imensa maioria das esperanças judaicas. Mas este messianismo

    não corresponde ao plano de Deus para o seu servo. O evangelista Mateus afirma que

    Jesus venceu as tentações nas quais tinha sucumbido o antigo povo de Deus: a) mur-

    muração do povo por causa do maná; b) tentação de desconfiança por causa da falta

    de água; c) idolatria, contra a qual já Moisés os tinha prevenido. Jesus é, por conse-

    guinte, apresentado por Mateus como novo Moisés, a célula original e originante do

    novo povo de Deus que não sucumbiu perante as referidas tentações, afinal de perene

    atualidade. Leia a reflexão na íntegra.

    Ildo Bohn Gass, por sua vez, fala-nos sobre as tentações de Jesus a partir da

    oração que Ele mesmo nos ensinou. “Da oração diária de Jesus, e que ele pediu que

    também nós rezássemos, faz parte o seguinte pedido: “Pai, não nos conduzas à tenta-

    ção, mas livra-nos do Maligno” (cf. Mateus 6,13). Isso revela que Jesus teve que en-

    frentar muitas tentações diariamente, a fim de se manter fiel à vontade do Pai, fiel à

    realização do seu reinado de partilha e de justiça. Movido por essa fidelidade, Jesus

    não sucumbiu diante das tentações de quem neste mundo tenta impor a injustiça e

    manter os seus privilégios. Tentações que seduzem ainda muitos hoje.” E completa

    dizendo-nos: “Ao superar estas tentações com a força do Espírito recebido no seu ba-

    tismo (Mateus 3,16), Jesus já começou a vencer os poderes de morte. Concedeu-nos a

    força do seu Espírito para que, como ele, também vençamos as seduções do diabo que

    levam à diminuição da vida ainda hoje.” A reflexão completa está na página 3.

    Para o próximo Domingo, o Segundo do Tempo Quaresmal, a Igreja nos propõe a

    leitura e meditação do Evangelho de Mateus 17, 1-9, narrando a Transfiguração de Je-

    sus diante de Pedro, Tiago e João.

    Fazendo uma profunda reflexão sobre esta maravilhosa passagem da vida de Je-

    sus, Padre Alberto Maggi-OSM, nos diz: “’E foi transfigurado diante deles”’. A condi-

    ção divina, segundo Jesus, não é alcançada através do poder, e sim através do amor;

    não dominando, mas servindo; não tirando a vida, e sim oferecendo a própria. O efeito

    desta orientação da vida, para o bem dos outros, é a transformação. A morte, segundo

    Jesus, não diminui a pessoa, mas é o que a transforma. Portanto a morte é uma trans-

    formação do indivíduo. ‘E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o

    sol’. Isso indica a condição divina. Jesus tinha dito que os justos brilharão como o sol

    no reino do Pai”. Leia mais na página 4.

    Nas Palavras de Francisco, onde nosso amado Pastor fala sobre a nossa Campa-

    nha da Fraternidade 2014, você encontrará a profunda mensagem que o Papa Francis-

    co endereçou a todos nós, brasileiros: “Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só

    ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De

    poder, de fama, de bens materiais… E isso – pasmem! – a troco da minha dignidade

    de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pe-

    lo Espírito Santo que clama dentro de nós: «Abbá, Pai!» (cf. Gal 4,6). A dignidade hu-

    mana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha.

    Foi para a liberdade que Cristo nos libertou!” Veja a carta do Santo Padre na íntegra

    na página 5.

    Na mesma página, Frei Marcos Sassatelli, fala-nos sobre a importância da Cam-

    panha da Fraternidade deste ano, indicando-nos os principais objetivos dela, quais se-

    jam: "‘Identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem

    com essa exploração. Denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico huma-

    no. Reivindicar, dos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção das pessoas

    atingidas pelo tráfico humano na vida familiar e social. Promover ações de prevenção e

    de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico. Suscitar, à luz da Palavra

    de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador dessa realidade aviltan-

    te da pessoa humana. Celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sen-

    sibilizando para a solidariedade e o cuidado às vítimas desse mal’. Que esses objetivos

    sejam - para todos e todas nós - um programa de vida para acabar, quanto antes, com

    a violência institucionalizada do tráfico humano contra tantos irmãos e irmãs nossos!”

    Vale a pena uma leitura detalhada desta análise feita por Feri Marcos.

    Padre Alfredinho, nos brinda com uma magnifica apresentação do primeiro ano

    de Pontificado do Papa Francisco. Analisando as mudanças promovidas pelo Bispo de

    Roma, Alfredinho nos mostra que as esperanças renascidas nos católicos do mundo

    todo a partir de Francisco, apontando-nos quatro “breves aspectos”, que em sua opini-

    ão são as chaves para tudo: “Primado da sensibilidade social e da ação pastoral. Prima-

    do da Igreja como Povo de Deus. Primado da opção preferencial pelos pobres. Primado

    da misericórdia e da compaixão”. Leia mais na página 6.

    Nossa querida Regina Mariano amiga e companheira do IPDM, contempla-nos

    com um artigo falando sobre a importância do “Dia Internacional da Mulher”, que se

    comemora no dia 08 de março. Regina, com sua perspicácia, apresenta-nos um outro

    modo de enxergar o verdadeiro valor desta data e o que de fato ela deve representar

    para todas as mulheres. Leia o artigo completo na página 7.

    Na mesma página, Frei Betto nos apresenta, como faz a cada ano por ocasião da

    Quaresma, uma instituição que, em sua opinião, merece nosso apoio em suas ações.

    Conheça esta instituição lendo o artigo de Frei Betto .

    A página final do nosso informativo nº 75, traz a agenda das próximas reuniões da

    Coordenação e dos Religiosos e Religiosas do IPDM.

    Veja também, as indicações que fazemos de alguns endereços eletrônicos que

    apresentam conteúdo para estudos e aprofundamentos.

    Desejando a todos e todas uma Santa Quaresma, rumo à Páscoa da Ressurreição

    de nosso Senhor e Rei, despedimo-nos, com fraternal abraço.

    Equipe de Produção IPDM

    Papa Francisco

    "Pouco a pouco nos acostumamos a ouvir e a ver, através dos meios de comunicação, a crônica negra da sociedade contemporânea [...]

    O império do dinheiro, com seus efeitos demoníacos como as drogas, a corrupção, o tráfico de pessoas (incluindo de crianças), junto

    com a miséria material e moral são frequentes".

  • A cena “das tentações de Jesus” é um relato que não

    devemos interpretar com ligeireza. As tentações que se

    nos são descritas não são propriamente de natureza

    moral. O relato adverte- nos de que podemos ar-

    ruinar a nossa vida, se

    nos desviamos do cami-

    nho que segue Jesus.

    A primeira tentação é

    de importância decisiva,

    pois pode perverter e

    corromper nossa vida de

    base. Aparentemente, é

    oferecido a Jesus algo

    bem inocente e bom: co-

    locar Deus ao serviço da

    Sua fome. “Se és o Filho

    de Deus, ordena que es-

    tas pedras se convertam

    em pães”.

    No entanto, Jesus reagiu de forma rápida e surpreen-

    dente: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a pa-

    lavra que sai da boca de Deus”. Não fará do seu próprio

    pão, um absoluto. Não colocará Deus ao serviço do seu

    próprio interesse, esquecendo o projeto do Pai. Sempre

    procurará primeiro o reino de Deus e a sua justiça. Em

    todos os momentos escutará a Sua Palavra.

    As nossas necessidades não ficam satisfeitas apenas

    com assegurar o nosso pão. O ser humano necessita e

    aspira a muito mais. Inclusive, para resgatar da fome e

    da miséria a quem não tem pão, temos de escutar a

    Deus, o nosso Pai, e despertar na nossa consciência a

    fome de justiça, a compaixão e a solidariedade.

    A nossa grande tentação é hoje converter tudo a pão.

    Reduzir cada vez mais o horizonte da nossa vida à me-

    ra satisfação dos nossos desejos; fazer da obsessão por

    um bem-estar, sempre maior, o do consumismo indis-

    criminado e sem limites o ideal quase único das nossas

    vidas.

    Enganamo-nos se pensamos que esse é o caminho a

    seguir em direção ao progresso e à libertação. Será que

    não estamos a ver que uma sociedade que arrasta as

    pessoas para o consumismo sem

    limites e para a autossatisfação,

    não faz senão gerar vazio sem

    sentido nas pessoas, egoísmo,

    falta de solidariedade e irres-

    ponsabilidade na convivência?

    Por que estremecemos que aumente de forma trági-

    ca o número de pessoas que se suicidam cada dia? Por

    que continuamos encerrados no nosso falso bem-estar,

    levantando barreiras cada vez mais desumanas para

    que os famintos não entrem nos nossos países, não

    cheguem até às nossas residências nem chamem à nos-

    sa porta?

    A chamada de Jesus pode-nos ajudar a tomar mais

    consciência de que não só de bem-estar vive o homem.

    O ser humano necessita também de cultivar o espírito,

    conhecer o amor e a amizade, desenvolver a solidarie-

    dade para com os que sofrem, escutar a sua consciên-

    cia com responsabilidade, abrir-se ao Mistério último

    da vida com esperança. Em: eclesalia.wordpress.com

    I

    T

    U

    R

    G

    I

    A

    L I T U R G I A

    Leituras propostas pela Igreja para este Domingo

    1ª: Gn 2, 7-9; 3, 1-7 – Sl: 50 (51) - 2ª: Rm 5, 12-19 - Evangelho: Mt 4, 1-11

    Domingo — 09 de Março de 2014

    1º Domingo da Quaresma

    Ciclo “A” do Ano Litúrgico

    L I T U R G I

    L

    I

    T

    U

    R

    G

    I

    A

    Padre José Antonio Pagola

    “A chamada

    de Jesus

    pode-nos ajudar

    a tomar mais

    consciência de

    que não só de

    bem-estar vive

    o homem.”

    Semelhante a nós em tudo exceto no pecado. É assim que a carta aos hebreus

    apresenta Jesus (Hb 4, 15). Sob o ponto de vista da sua plena humanidade, a tentação-

    provação é n’Ele algo completamente natural. Outra coisa muito diferente é o modo e

    as tentações concretas que experimentou.

    Tanto Mateus como Lucas descrevem as tentações sob a forma de luta dialética

    entre dois especialistas em Sagrada Escritura, da qual Jesus é melhor conhecedor e

    mais arguto do que o seu adversário (a única diferença importante entre os dois evan-

    gelistas é que Lucas inverte a ordem da segunda e terceira tentações). Às propostas de

    Satanás Jesus responde sempre com um argumento da Escritura: “Está escrito”. Esta

    resposta, só por si, contém um ensinamento preciosos: a palavra de Deus é irrevogável,

    invalida qualquer hipótese de discussão. A palavra de Deus, ou se aceita ou não se

    aceita, mas não se discute.

    A primeira tentação é vencida utilizando um texto do Deuteronômio (Dt 8,3). O texto

    do Deuteronômio pretendia inculcar nos israelitas a gratidão para com Deus pelos be-

    nefícios que dele tinham recebido, entre os quais é mencionado o maná do deserto. Re-

    alçava a omnipotência da palavra de Deus no caso concreto do maná do deserto, mas

    podia reconhecer-se também em muitas outras ocasiões. É neste sentido que Jesus

    dizia as palavras do Deuteronômio: há que ter confiança na omnipotência divina em fun-

    ção de outra vida a qual se deve sobretudo prestar atenção. Embora a vida corporal te-

    nha sido sustentada graças à ordem dada pela omnipotência de Deus, há outra vida,

    espiritual, que é preciso viver em obediência às suas leis e mandamentos, na aceitação

    da sua palavra vivificante.

    Quem confia em Deus, pode sempre contar com a sua ajuda. Esta afirmação, impli-

    citamente contida nas palavras de Jesus, dá azo ao tentador para voltar a atacar. E

    também o faz servindo-se de palavras da Escritura (Sl 91, 11-13: origem dos anjos e

    dos bichos presentes nas tentações de Jesus, encontramo-la precisamente neste tex-

    to). A frase da Escritura citada por Satanás refere-se à proteção divina da qual Jesus é

    objeto. E refere-a para O incitar a que abuse dela, tornando-se inimigo de Deus. Jesus

    rejeita a proposta e recorre a outra citação bíblica (Dt 6, 16, em alusão a Ex 17, 2: o po-

    vo tentou a Deus porque não acreditou em que seria protegido e assistido). Jesus afir-

    ma que Deus ajuda com a sua providência e , às vezes, até com milagres. Mas os mila-

    gres não estão ao serviço do comodismo, e menos ainda, da temeridade. Lançar-se ca-

    prichosamente de uma grande altura esperando que Deus faça um milagres, não é con-

    fiar na providência de Deus, mas desprezá-la e, portanto pecar.

    Na terceira tentação, que é de idolatria, Cristo rejeita novamente a proposta de Sa-

    tanás com palavras da Bíblia (Dt, 6, 13), embora alterando ligeiramente o texto. Em vez

    de “teme a Javé, teu Deus, e serve-O”, Jesus substitui “teme” por “adorarás”. O objetivo

    da substituição é claro: pretende realçar que só Deus pode ser adorado. Quanto ao

    monte “alto” é preciso afirmar que, geograficamente falado, esse monte não existe. O

    monte provem do livro do Deuteronômio (Dt 34, 1-4; 32, 49).

    O que pretende Mateus com este relato das tentações de Jesus? Essas tentações,

    imediatamente a seguir ao batismo e no início do seu ministério, indicam claramente a

    intenção do evangelista: pretendem induzir Jesus a optar por um messianismo falso,

    triunfalista e humano, ou seja terreno. Se assim fosse, teria agradado à imensa maioria

    das esperanças judaicas. Mas este messianismo não corresponde ao plano de Deus

    para o seu servo.

    O evangelista Mateus afirma que Jesus venceu as tentações nas quais tinha su-

    cumbido o antigo povo de Deus: a) murmuração do povo por causa do maná; b) tenta-

    ção de desconfiança por causa da falta de água; c) idolatria, contra a qual já Moisés os

    tinha prevenido. Jesus é, por conseguinte, apresentado por Mateus como novo Moisés,

    a célula original e originante do novo povo de Deus que não sucumbiu perante as referi-

    das tentações, afinal de perene atualidade.

    O relato das tentações tem todas as características de uma composição bíblico-

    teológica. Correspondem a algo que se passou na vida de Jesus? O problema da histo-

    ricidade das tentações de Jesus deve equacionar-se do seguinte modo: a) Jesus foi

    tentado (Heb 4, 14s); b) Foi tentado mesmo no início da realização da sua missão. Era

    normal que, precisamente nesse momento, refletisse sobre a missão que tinha pela

    frente e sobre o modo de a realizar; c) o relato afirma o fato da tentação, não modo. O

    modo está descrito de uma forma excessivamente artificial e antropomórfica; d) Deve

    aceitar-se, tanto a realidade de um fato vivido por Jesus como o caráter muito relativo e

    estilizado da sua abordagem.

    Felipe F. Ramos

    Em: Comentários à Bíblia Litúrgica. Coimbra-Portugal

  • Ildo Bohn Gass

    No próximo domingo, o primeiro da quaresma, que-

    remos aprender de Jesus como enfrentar as tentações

    de satanás. Tentações que, como nunca, ainda hoje nos

    encantam e tentam desviar-nos do caminho de Deus, o caminho da vida.

    Da oração diária de Jesus, e que ele pediu que também nós rezássemos,

    faz parte o seguinte pedido: “Pai, não nos conduzas à tentação, mas livra-nos

    do Maligno” (cf. Mateus 6,13). Isso revela que Jesus teve que enfrentar muitas

    tentações diariamente, a fim de se manter fiel à vontade do Pai, fiel à realização

    do seu reinado de partilha e de justiça. Movido por essa fidelidade, Jesus não

    sucumbiu diante das tentações de quem neste mundo tenta impor a injustiça e

    manter os seus privilégios. Tentações que seduzem ainda muitos hoje.

    Tal como em Marcos e em Lucas, também em Mateus o relato das tenta-

    ções de Jesus no deserto vem depois que João Batista preparou o caminho do

    Messias (Mateus 3,1-12). Agora, é Jesus mesmo que se prepara (Mateus 3,13-

    4,11) para assumir publicamente o projeto do Reino (Mateus 4,12-17).

    No Antigo Israel, pessoas escravizadas recém libertadas da opressão do

    Egito foram, durante 40 anos, tentadas no deserto a voltar atrás e desistir

    do projeto de liberdade (Deuteronômio 8,2). Passaram por longo processo de

    purificação, superando as relações desumanas impostas pelo sistema egípcio.

    Aos poucos, aprenderam a confiar, a partilhar o pão e a descentralizar o poder

    (Êxodo 16-18). De forma semelhante, as tentações de Jesus no deserto são um

    resumo das dificuldades que ele enfrentou durante toda a sua vida (Mateus

    4,1). Com a força

    do Espírito, supe-

    rou a todas elas. A

    referência aos 40

    dias de jejum faz

    memória do jejum

    de Moisés no mon-

    te, ao elaborar as

    “palavras da alian-

    ça” (Êxodo 34,28).

    Assim, Mateus

    apresenta Jesus

    como o novo Moi-

    sés, anunciando

    as “palavras da

    nova aliança”, do

    novo êxodo. Jejum

    e enfrentamento

    das tentações fa-

    zem parte da pre-

    paração de Jesus

    para a sua missão.

    Do grego, dia-

    bo quer dizer

    aquele que “joga

    através”, que põe

    empecilho ou obstáculo no caminho de alguém. Do hebraico, satanás quer di-

    zer “adversário”, “inimigo”. Para Jesus, é o inimigo do projeto de vida e

    de liberdade, do Reino de Deus e de sua justiça.

    E quais foram as grandes tentações que Jesus enfrentou e que continuam

    a nos maravilhar ainda hoje?

    Em vez de soluções mágicas para a fome, Jesus propõe a partilha (Mt 4,2-4)

    Nas duas primeiras tentações, o diabo, da mesma forma como depois en-

    carnado em fariseus e escribas, pede a Jesus sinais de sua filiação divina

    (Mateus 4,3.6; 12,38). Jesus, porém, mostra os verdadeiros sinais da presença

    de Deus em sua e nossa vida.

    Na caminhada libertadora do Êxodo, o povo fora tentado quando não tinha

    o que comer. Diante da fome, também Jesus é tentado pelo diabo com o peca-

    do da injustiça, apresentando uma solução mágica e individualista que inde-

    pende de uma sociedade justa. Jesus, que não é mágico, vence esta oferta do

    sistema mundano, citando Deuteronômio 8,3. De fato, para que haja vida dig-

    na é necessário que existam, além do pão, a água, a moradia, a saúde, a rou-

    pa, a educação, o trabalho, o lazer, o transporte, etc. Mas tudo isso somente é

    possível, quando vivemos conforme a justiça de Deus, isto é, a sua Palavra.

    Pouco adiante no evangelho segundo Mateus, Jesus diria o mesmo de outro

    jeito: "Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos

    serão acrescentadas" (Mateus 6,33).

    Diferentemente do diabo, Jesus apresenta outra solução para a fome. É a

    partilha, a solidariedade (cf. Mateus 14,13-21; 15,32-39). Jesus tem claro que

    a busca de soluções mágicas mascara a realidade e não gera discernimento. Ao

    contrário, aliena e produz acomodação. Ao superar a tentação de soluções indi-

    vidualistas, Jesus desmascara a injustiça e propõe o engajamento na luta por

    vida em plenitude.

    Em vez de prestígio individual, dignidade para todas as pessoas (Mt 4,5-7)

    Depois, o diabo seduz com o pecado do prestígio e da glória, através do es-

    petáculo sensacionalista, do exibicionismo com poderes divinos (Mateus 4,5-6).

    São outras formas de poder. E, ainda, usando os anjos de Deus para chegar à

    fama.

    Com a força do Espírito que recebeu no batismo (Mateus 3,13-17), Jesus

    cita Deuteronômio 6,16 para refutar mais essa oferta dos poderosos para que

    manipulasse o templo e a religião a seu serviço. Na proposta do Pai, porém, há

    glória quando todas as pessoas têm dignidade, são cidadãs, irmãs e irmãos

    (Mateus 12,48-50; 23,8-12). O bispo Oscar Romero diria: "A glória de Deus é a

    vida do pobre".

    Em vez de poder centralizado, autoridade que serve;

    Em vez de riqueza acumulada, bens repartidos (Mateus 4,8-10)

    Por fim, tal como Moisés no deserto fora tentando a concentrar o poder em

    suas mãos (Êxodo 18), o diabo também seduz Jesus com o pecado da ambição

    por poder centralizado. Jesus, porém, enfrenta este encantamento dos que

    aprisionam a verdade na injustiça (Romanos 1,18), citando Deuteronômio

    6,13. Ele tinha claro que o poder acumulado a serviço de poucos é idolatria, é

    dominação (Mateus 20,25). Não é por acaso que Emerich Edward Dalberg dizia

    no final do século XIX: "O poder tende a corromper e o poder absoluto corrom-

    pe absolutamente". Há algo mais satânico que o poder absoluto?

    Na proposta de Jesus, o poder é participativo, é serviço, é lava pés (Mateus

    20,20-28; João 13,1-17). O problema não é o poder em si, mas a concentração

    de poder. Poder

    horizontal é comu-

    nhão. Poder sobre

    é opressão. Em to-

    do o caso, a ambi-

    ção por poder e

    glória é uma das

    maiores tentações

    do diabo. E experi-

    mentamos essa

    condição humana

    em todas as nos-

    sas relações, gran-

    des ou pequenas,

    seja em casa, no

    trabalho, nas igre-

    jas ou até mesmo

    no supremo tribu-

    nal federal em Bra-

    sília.

    Ao encantar Jesus

    com o poder sobre

    reinos, o diabo in-

    duz também ao pe-

    cado da riqueza

    acumulada, injus-

    ta. No projeto da

    família de Deus, a riqueza tem sentido quando partilhada com os pobres,

    quando serve à vida (Mateus 19,16-22). O problema não é a riqueza em si. Esta

    é criação de Deus. Riqueza partilhada é divina (Mateus 6,20: “ajuntai para vós

    tesouros no céu”). Diabólica, porém, é a riqueza acumulada (Mateus 6,19: “não

    ajunteis para vós tesouros na terra”), pois ela gera fome para muita gente.

    Em seu ensino e em seu agir, Jesus mostra que Deus não se revela em

    ações a-históricas (mágicas, sensacionalistas ou extraordinárias), mesmo que

    feitas em seu nome. A filiação divina de Jesus revela-se nas coisas mais sim-

    ples, pois é ali que está o divino. Revela-se onde há solidariedade, acolhida,

    justiça, cuidado, isto é, onde a Palavra de Deus é vivida. E isso não percebe

    quem cultiva em seu coração a cobiça por riquezas ou a ambição por poder e

    glória. Somente percebe o sagrado no cotidiano quem busca viver na simplici-

    dade em comunhão com o Pai, vivendo relações amorosas e justas em todas as

    dimensões de sua vida.

    Na paixão de Jesus, mais uma vez o poder de satanás se faz presente na

    força do dinheiro, nos poderes de morte. Ele corrompe Judas (Lucas 22,3), se-

    duz Pedro (Lucas 22,31) e encanta Jesus para que abandone o projeto do Pai

    (Lucas 22,39-46). E, mais uma vez, Jesus derrota os poderes deste mundo. Co-

    mo sabemos, a sua fidelidade à vontade de Deus tem consequências trágicas.

    Porém, até hoje, sua morte tem sentido para nós, pois a doação de sua vida em

    favor de muitos foi por uma causa justa.

    Ao superar estas tentações com a força do Espírito recebido no seu batis-

    mo (Mateus 3,16), Jesus já começou a vencer os poderes de morte. Concedeu-

    nos a força do seu Espírito para que, como ele, também vençamos as seduções

    do diabo que levam à diminuição da vida ainda hoje. Por isso, pediu que rezás-

    semos com ele: "Pai, não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do Maligno

    (Mateus 6,13). Dessa forma, seremos mais livres para colocar-nos a serviço da

    vida, aceitando o convite de Jesus: "convertei-vos porque o Reino dos céus (de

    Deus) está próximo" (Mateus 4,17).

    Em: www.cebi.org.br

  • Mateus 17, 1 - 9

    Padre Alberto Maggi—OSM

    O evangelista Mateus apresenta a resposta de Jesus às tentações no deser-

    to. A terceira, a última tentação no deserto, foi quando (Mt 4, 8-11) o diabo le-

    vou Jesus para uma montanha muito alta - o topo da montanha indica o sta-

    tus divino – oferecendo-lhe todos os reinos e a glória do mundo. Isto é o convi-

    te, a sedução, a tentação para Jesus conquistar a condição divina, recebendo o

    poder para dominar. Para entender esta tentação devemos lembrar que, naque-

    la época, todos aqueles que detinham o poder, achavam ter uma condição divi-

    na, como o faraó que era um deus, o imperador romano que era filho de um

    deus. Então, o diabo oferece a Jesus a condição divina através do poder. Pois

    bem: o acontecimento da transfiguração é a resposta de Jesus a esta tentação.

    O capítulo 17 do Evangelho de Mateus começa com uma indicação preciosa:

    “Seis dias depois”. A expressão ‘seis dias depois’, lembra dois eventos impor-

    tantes: a criação do homem e da mulher no livro do Gênesis e quando Deus

    manifestou a sua glória no Monte Sinai. Portanto, o número "seis dias" refere-

    se a duas coisas: a criação do ser humano e a glória de Deus.

    O evangelista quer demonstrar que, em Jesus, manifesta-se a plenitude da

    criação e, com ela, a glória de Deus. Veremos depois o porquê.

    “Jesus tomou consigo Pedro”, o discípulo é aqui apresentado pelo seu apeli-

    do negativo, que significa “o teimoso, o cabeçudo” e “Tiago e João”. São os três

    discípulos difíceis, são aqueles que tentam Jesus para o poder.

    Quando Jesus anunciará que em Jerusalém será condenado à morte, serão

    os próprios Tiago e João, que irão pedir a Ele de ter os lugares mais importan-

    tes. Pois bem, Jesus toma

    consigo Pedro. Pedro, no

    episódio anterior, tinha si-

    do objeto da mais violenta

    denúncia, do mais violento

    epíteto dirigido por Jesus a

    um dos seus discípulos.

    Jesus o tinha chamado de

    “satanás”. "Vá embora, Sa-

    tanás!". As mesmas pala-

    vras com as quais Jesus

    tinha rejeitado a tentação

    do diabo no deserto.

    Porém, para Pedro, Je-

    sus oferece uma chance,

    "Vai-te embora satanás, fi-

    ca de novo atrás de mim",

    porque Pedro queria ele

    mesmo mostrar a Jesus o

    caminho. De modo especi-

    al, Pedro rejeitava a ideia

    da morte de Jesus, porque

    para Pedro a morte era o

    fim de tudo. E assim agora,

    Jesus leva consigo o seu

    satanás e responde à tentação de Pedro e à tentação do verdadeiro satanás do

    deserto! “Os levou a um lugar à parte”. “Um lugar à parte” é um termo técnico

    usado pelos evangelistas, que indica sempre hostilidade, incompreensão, por

    parte dos discípulos ou de outras pessoas, a respeito de Jesus e de Sua men-

    sagem. “Sobre uma alta montanha”. Eis aqui, como o diabo tinha levado Jesus

    a uma montanha muito alta, Jesus, agora, leva o seu tentador, Pedro, sobre

    uma alta montanha, o lugar do status divino.

    “E foi transfigurado diante deles”. A condição divina, segundo Jesus, não é

    alcançada através do poder, e sim através do amor; não dominando, mas ser-

    vindo; não tirando a vida, e sim oferecendo a própria. O efeito desta orientação

    da vida, para o bem dos outros, é a transformação. A morte, segundo Jesus,

    não diminui a pessoa, mas é o que a transforma. Portanto a morte é uma

    transformação do indivíduo. “E foi transfigurado diante deles; o seu rosto bri-

    lhou como o sol”. Isso indica a condição divina. Jesus tinha dito que os justos

    brilharão como o sol no reino do Pai.

    “E as suas roupas ficaram brancas como a luz”, são as cores do anjo anun-

    ciando a Ressurreição. Portanto em Jesus se manifestam os efeitos da Ressur-

    reição; a morte não destrói a vida, mas é o que lhe permite de florescer em uma

    forma nova, plena, completa e definitiva. Uma forma que na existência terrena

    não é possível alcançar. “Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias”. Moisés e Eli-

    as representam respectivamente a lei e os profetas, o que nós chamamos de

    Antigo Testamento, “conversando com Jesus”. Moisés e Elias são os dois perso-

    nagens que, no Antigo Testamento, falaram com Deus e agora falam com Je-

    sus. Eles não têm nada a dizer aos discípulos! “Então Pedro tomou a palavra”.

    Aqui a tradução é “tomou a palavra". Na realidade o evangelista escreve:

    "reagiu". Portanto a de Pedro foi uma reação.

    Além disto, no grego temos o artigo determinativo "O Pedro", que significa a

    atitude obstinada deste discípulo. Então: o Pedro reagiu e disse: “Senhor, é

    bom ficarmos aqui! Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra

    para Moisés e outra para Elias”. Em Israel há uma festa tão importante que

    não precisa ser nomeada, é simplesmente chamada "a festa". É por excelência

    “a festa”, mais importante até da Páscoa. É a Festa das Tendas (ou dos Taber-

    náculos), que comemora a libertação da escravidão

    egípcia, e, nesta semana, que ocorre entre setembro e

    outubro, os israelitas viviam em tendas. Pois bem, em

    memória da antiga libertação, se aguardava e se espe-

    rava a manifestação e a aparição do novo libertador.

    Portanto o Messias teria se manifestado durante a Festa das Tendas. Eis

    aqui: Pedro continua no seu papel de tentador, o satanás de Jesus. Por que

    satanás? O que faz? Ele diz: “Se queres, vou fazer aqui três tendas”, era a festa

    na qual o Messias teria se manifestado. Mais interessante é a ordem destas

    três tendas: “uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Quando há

    três personagens, o mais importante fica sempre no centro. Para Pedro, o mais

    importante é Moisés, não Jesus! Pedro reconhece em Jesus o Messias, mas um

    messias segundo a linha da observância da lei imposta por Moisés. Quer dizer,

    um messias que devia ser um homem piedoso e observante de todas as regras

    da lei. E, sobretudo e acima de tudo, como Elias. Elias foi o profeta zeloso - tal-

    vez zeloso de mais - que, pessoalmente degolou quatrocentos e cinquenta sa-

    cerdotes de outra divindade (1 Reis 18, 20-40). Portanto o messias que Pedro

    quer é este: um que cumpra a lei e um que a saiba impor, até com a violência

    se precisar, como Elias.

    “Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa...”, - a nuvem,

    no Antigo Testamento, é imagem da presença divina - “... os cobriu com sua

    sombra”. Portanto, Deus não concorda com o que Pedro está dizendo. De fato,

    Pedro ainda estava falando, quando o Senhor o cortou. “E da nuvem uma voz

    dizia” - é a voz de Deus -

    “Este é o meu Filho” – Filho

    indica quem se parece com o

    Pai no comportamento. “o

    amado”, que indica o herdei-

    ro, quem herda tudo. Portan-

    to, alguém que tem tudo do

    Pai.

    “No qual eu pus todo

    meu agrado”. São exatamente

    as mesmas palavras que

    Deus pronunciou sobre Jesus

    no momento do batismo (Mt

    3,17). O evangelista quer

    mostrar, desta forma, qual é o

    efeito do batismo. No batismo,

    Jesus tinha assumido o com-

    promisso de manifestar a fi-

    delidade ao amor do Pai, mes-

    mo à custa de sua vida. A

    resposta de Deus a este com-

    promisso é uma vida que é

    capaz de vencer a morte. A

    morte não destrói a pessoa,

    mas a fortalece.

    E aqui, eis o imperativo: “Escutai-o!”. Portanto, não devem escutar nem

    Moisés, e ainda menos Elias. Devem escutar a Ele, escutar somente a Jesus.

    Moisés e Elias são relativizados e postos em relação com o ensinamento e com

    a vida de Jesus. O que na lei e nos profetas está de acordo com Jesus seja bem

    vindo e seja acolhido. Tudo o que se distancia ou é contrário seja deixado de

    fora.

    A reação dos discípulos. “Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito

    assustados e caíram com o rosto em terra”. Cair com o rosto em terra é um si-

    nal de derrota, de falência. Portanto eles sentem que falharam. Não é este o

    messias que eles estão seguindo. “Ficaram muito assustados”. Portanto eles se

    sentem derrotados, por que o messias que eles seguem é o messias que não

    morre, aliás, que triunfa. É preciso rever o conceito de Messias! Devem concor-

    dar com as palavras de Jesus que tinha anunciado que em Jerusalém teria si-

    do condenado à morte! Para os discípulos é um sinal de derrota. Além disso,

    eles agora também têm medo da reação de Jesus que foi tão desafiado por eles.

    “Jesus se aproximou, tocou neles” - como ele fazia com os doentes e os mortos

    - “e disse: ‘Levantai-vos, e não tenhais medo’”. A resposta de Jesus é sempre

    uma comunicação de vida. “Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais

    ninguém”. Pedro, Tiago e João, ainda procuram Moisés e Elias, porque é o pas-

    sado, é a tradição! É isso o que dá segurança a eles! E, portanto, buscam uma

    confirmação dos valores do passado. “Mas não viram mais ninguém, a não ser

    somente Jesus”. De agora em diante deverão confiar somente em Jesus e não

    mais contar com Moisés e suas leis ou confiar no zelo profético de Elias.

    “Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: ‘Não conteis a ninguém

    esta visão até que o Filho do homem tenha ressuscitado dos mortos’”. Esta

    imagem de um Jesus que passa através da morte, uma morte que não só não o

    destrói, mas o fortalece, podia ser mal interpretada pelos discípulos, como um

    sinal no sentido triunfalista! Eles não sabem ainda que essa condição Jesus a

    alcançará passando pela morte mais ignominiosa, morte reservada para um

    amaldiçoado por Deus, a morte de um crucifixo.

    Em: www.studibiblici.it

  • Queridos brasileiros,

    Sempre lembrado do coração grande e da acolhida calorosa com que me

    estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença pa-

    ra ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de mar-

    ço, falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recorda a vitória da

    Páscoa: «É para a liberdade que Cristo nos libertou» (Gal 5,1). Com a sua Pai-

    xão, Morte e Ressurreição, Jesus Cristo libertou a humanidade das amarras da

    morte e do pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos consci-

    entizar-nos mais e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e

    logo nos pediu para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que

    mais sofrem: «Estás livre! Vai e ajuda os teus irmãos a

    serem livres!». Neste sentido, visando mobilizar os

    cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasi-

    leira para uma chaga social qual é o tráfico de seres

    humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil lhes pro-

    põem este ano o tema "Fraternidade e Tráfico Huma-

    no".

    Não é possível ficar impassível, sabendo que exis-

    tem seres humanos tratados como mercadoria! Pense

    -se em adoções de criança para remoção de órgãos,

    em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se,

    em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz,

    etc. Isso é tráfico humano! «A este nível, há necessi-

    dade de um profundo exame de consciência: de fato,

    quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um obje-

    to, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? A pes-

    soa humana não se deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a

    usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta prepotên-

    cia» (Discurso aos novos Embaixadores, 12/XII/2013). Se, depois, descemos ao

    nível familiar e entramos em casa, quantas vezes aí reina a prepotência! Pais

    que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esqueci-

    dos de seu chamado

    para o dom, se explo-

    ram como se fossem

    um produto descartável,

    que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz.

    Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivên-

    cia social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se

    pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberda-

    de aqui na terra é negada?

    Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade huma-

    na do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama,

    de bens materiais… E isso – pasmem! – a troco da minha dignidade de filho e

    filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo

    Espírito Santo que clama dentro de nós: «Abbá, Pai!» (cf. Gal 4,6). A dignidade

    humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando

    a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! No ano passado, quando

    estive junto de vocês afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de so-

    lidariedade; certo disso, faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa von-

    tade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou mulher, jovem

    ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz para restabele-

    cer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas

    cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em abundância

    (cf. Evangelii gaudium, 75).

    Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos os brasi-

    leiros, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita liberdade

    dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21), despertando em cada coração sentimentos de

    ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de liberdade, enquanto

    de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica.

    FRANCISCUS PP

    Mensagem do Papa Francisco para a CNBB sobre a CF 2014

    “Como se pode

    anunciar a

    alegria da

    Páscoa, sem

    se solidarizar

    com aqueles

    cuja liberdade

    aqui na terra

    é negada?”

    Em: www.zenit.org

    Em: www.adital.com.br

    A Quaresma - que se inicia na quarta-feira de Cinzas - é

    um tempo forte de conversão e mudança de vida, que "implica

    recomeçar a partir de Jesus Cristo”. Somos convidados a ter "os olhos fitos em Jesus

    Cristo, que, na cruz, se fez solidário aos que sofrem em nosso meio, especialmente

    com as injustiças. Nosso caminhar quaresmal não pode ser insensível a situações que

    atentam contra a dignidade da pessoa humana e seus direitos fundamentais, como o

    tráfico humano” (Campanha da Fraternidade 2014. Texto-Base, 1)

    Neste caminhar quaresmal de conversão e mudança de vida, a CNBB "apresenta

    a Campanha da Fraternidade como itinerário de libertação pessoal, comunitário e soci-

    al” (ib. Apresentação). O tema da CF deste ano é: Fraternidade e

    Tráfico Humano e o lema: É para a Liberdade que Cristo nos Liber-

    tou (Gl 5,1).

    O Texto-Base da CF 2014, de forma contundente, afirma: "o

    tráfico humano (ou tráfico de seres humanos ou tráfico de pessoas)

    é um crime que atenta contra a dignidade da pessoa humana, já

    que explora o filho e a filha de Deus, limita suas liberdades, despre-

    za sua honra, agride seu amor próprio, ameaça e subtrai sua vida,

    quer seja da mulher, da criança, do adolescente, do trabalhador ou

    da trabalhadora - de cidadãs e cidadãos que, fragilizados por sua

    condição socioeconômica e/ou por suas escolhas, tornam-se alvo

    fácil para as ações criminosas de traficantes” (6).

    O Concílio Vaticano II já dizia que "a escravidão, a prostitui-

    ção, o mercado de mulheres e de jovens, ou ainda as ignominio-

    sas condições de trabalho, com as quais os trabalhadores são tra-

    tados como simples instrumentos de ganho, e não como pessoas

    livres e responsáveis são infames, prejudicam a civilização huma-

    na, desonram aqueles que assim se comportam e ofendem grande-

    mente a honra do Criador” (A Igreja no mundo de hoje - GS, 27).

    O Documento de Aparecida fala de "um vergonhoso tráfico de pessoas” (73). O

    papa Francisco, numa audiência aos responsáveis do Conselho Pontifício para a Pas-

    toral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI), da Santa Sé, em maio passado, condenou o

    tráfico de seres humanos, dizendo: "O tráfico de pessoas é uma atividade ignóbil, uma

    vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas: exploradores e clientes,

    a todos os níveis, deveriam fazer um sério exame de consciência diante de si e diante

    de Deus”.

    O Texto-Base (cf. 15-19) aponta as principais modalidades de tráfico humano: trá-

    fico para a exploração no trabalho (trabalho forçado, trabalho escravo, exploração do

    trabalho, semiescravidão, trabalho degradante); tráfico para exploração sexual

    (exploração da prostituição e outras formas de exploração sexual, que utilizam-se da

    pornografia, do turismo, da indústria do entretenimento, da internet); tráfico para extra-

    ção de órgãos (coleta e venda - muitas vezes com a utilização da internet - de órgãos

    de doadores involuntários ou doadores que são explorados a venderem seus órgãos);

    tráfico de crianças e adolescentes (por organismos internacionais e nacionais).

    O tráfico humano é realmente um dos crimes mais graves e gritantes da atualida-

    de, no mundo inteiro. Não dá para ser indiferentes. Precisamos nos unir e lutar, com

    todas as forças e com todos os meios possíveis, contra esse crime organizado, que é o

    tráfico humano: um crime que clama por justiça diante de Deus

    O Texto-Base - no final da Introdução - apresenta o objetivo

    geral e seis objetivos específicos da CF 2014.

    O objetivo geral é: "Identificar as práticas de tráfico humano

    em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e

    da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira

    para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e

    filhas de Deus”.

    Os objetivos específicos são:

    "Identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os

    rostos que sofrem com essa exploração.

    Denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico hu-

    mano.

    Reivindicar, dos poderes públicos, políticas e meios para a

    reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano na vida fami-

    liar e social.

    Promover ações de prevenção e de resgate da cidadania das

    pessoas em situação de tráfico.

    Suscitar, à luz da Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho trans-

    formador dessa realidade aviltante da pessoa humana.

    Celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sensibilizando para a

    solidariedade e o cuidado às vítimas desse mal”.

    Que esses objetivos sejam - para todos e todas nós - um programa de vida para

    acabar, quanto antes, com a violência institucionalizada do tráfico humano contra tan-

    tos irmãos e irmãs nossos!

    Frei Marcos Sassatelli

  • O primeiro ano de pontificado do Papa Francisco

    constitui um bom motivo para um olhar ao mesmo tem-

    po retrospectivo e prospectivo, tendo em vista não só a

    atitude de sua pessoa, mas também as possibilidades

    de mudanças nos rumos da Igreja como Instituição.

    Nos parágrafos que se seguem, e de forma absolutamente provisória, podemos

    apontar quatro breves aspectos como pontos de partida para uma avaliação

    mais acurada.

    Primado da sensibilidade social e da ação pastoral.

    Não se trata evidentemente de negar o valor do aprofundamento doutriná-

    rio e bíblico-teológico, e menos ainda a tradição dogmática positiva na trajetó-

    ria da Igreja. Diferentemente de seus imediatos antecessores, porém, o atual

    Papa revela uma preocupação centralizada muito mais na solicitude do vigário

    de Cristo para com "as multidões cansadas e abatidas, como ovelhas sem pas-

    tor” (Mt 9, 35-38)

    do que na defesa

    intransigente de

    uma moral rígida

    e tradicionalista.

    Seu olhar e ges-

    tos, suas pala-

    vras e ações de-

    monstram uma

    solicitude pasto-

    ral que se sobre-

    põe ao doutrina-

    mento sistemáti-

    co. Retoma-se assim o espírito da Constituição Pastoral Gaudium et Spes, do

    Concilio Ecumênico Vaticano II.

    Frente aos desafios de uma sociedade cada vez mais globalizada e comple-

    xa, plural e diversificada – marcada pela sensação de orfandade, solidão e fal-

    ta de sentido – o Papa aponta a necessidade de uma Igreja menos propensa á

    defesa dos dogmas, à catequese proselitista e à publicação de tratados teológi-

    cos... Inversamente, emerge claramente uma postura mais aberta ao diálogo e

    à compreensão frente às "alegrias e esperanças, tristezas e angústias” dos ho-

    mens e mulheres de nossos dias. Tudo isso traz à tona a figura do Bom Pastor

    em busca da "ovelha perdida” (Jo 10, 1-16), o qual usa o bastão não para gol-

    pear o "rebanho” já ferido por tantas adversidades, e sim para afugentar os lo-

    bos vorazes e exploradores. Relembra também o cuidado do Bom Samarita-

    no para como o "caído” à beira da estrada (Lc 10,25-37), além dos "famintos,

    sedentos, estrangeiros, sem roupa, doentes, prisioneiros”... Os crucificados de

    hoje da parábola sobre o Juízo Final (Mt 25,31-46).

    Primado da Igreja como Povo de Deus.

    Reportemo-nos mais uma vez ao Concílio Vaticano II, particularmente a

    dois documentos de fundamental importância: a Constituição Lumen Gen-

    tium, sobre a Igreja e Decreto Ad Gentes, sobre sua ação missionária. De uma

    parte, a Instituição Católica faz-se luz dos povos na medida em que, a exemplo

    de Jesus, o Pontífice, os bispos/pastores, os presbíteros, os religiosos/as, os

    agentes de pastoral e os cristãos em geral dispõem-se a caminhar junto com

    todos, e de forma especial com os mais atribulados. Em meio a essa "multidão

    dos sem”, tratam de ouvir, acompanhar e ser solidários com seus dramas. De

    outra parte, isso somente será possível numa Igreja integralmente missioná-

    ria: ou seja, menos concentrada no interior da sacristia, num liturgismo ritu-

    alista e estéril,

    em pompas e

    s o l e n i d a d e s

    pr inc ipescas ,

    enfim, numa

    ex te r io r idade

    triunfalista e

    medieval... E

    mais, muito

    mais sensível e

    solidária diante

    do que ocorre

    fora de seus

    muros. Numa

    palavra, mais

    preocupada com o espírito evangélico do serviço e menos propensa ao poder/

    riqueza/imagem.

    Na recente Exortação Apostólica – Evangelii Gaudium – o Papa Francisco

    insiste sobre ambas as dimensões. Confere especial atenção ao contato vivo e

    criativo com o povo, contato que transparece de forma visível e notória nas vi-

    sitas e audiências, bem como no dia-a-dia de sua missão como bispo de Ro-

    ma. Ao mesmo tempo, cita com insistência o Documento de Aparecida sobre a

    renovação do espírito missionário de toda a Igreja. Prevalece não a concepção

    piramidal da Igreja Hierarquia, e sim a concepção de Igreja "comunhão e parti-

    lha”, que caminha ao encontro da humanidade, levando em conta suas dores

    e temores, lutas e esperanças. Profila-se maior espaço a uma efetiva colegiali-

    dade, bem como à participação mais ampliada na tomada de decisões no inte-

    rior dessa Instituição bimilenar. Isso sem falar da abertura ao ecumenismo e

    ao encontro inter-religioso.

    Primado da opção preferencial pelos pobres.

    Convém citar diretamente as palavras do Pontífice, em entrevista aos jor-

    nalistas, nos pri-

    meiros dias de seu

    pontificado: "Como

    gostaria de uma

    Igreja pobre para os

    pobres, os peque-

    nos, os últimos, os

    mais necessitados”.

    Frase que nos re-

    porta ao espírito do

    pobre de Assis, de

    quem tomou o no-

    me ao ser eleito, e

    que expressa, ao mesmo tempo, um desejo e um desafio. O desejo está explíci-

    to na própria formulação da frase. E mais, comparece com frequência não

    apenas em outras declarações do Papa, como também em seus gestos simul-

    taneamente reais e simbólicos, em seu sorriso acolhedor e em seu comporta-

    mento de pastor. Quanto ao desafio, implícito na conjugação do verbo no futu-

    ro, vem da consciência de que não faltam dificuldades e resistências para as

    mudanças necessárias, tanto fora quatro dentro da própria Igreja.

    De qualquer forma, sua postura pastoral revela-se bíblica e pastoralmente

    profética: os pobres como prediletos do Pai não são apenas vítimas indefesas e

    anônimas, mas sujeitos e protagonistas da própria história. Através deles,

    Deus irrompe no tempo para quebrar as cadeias dos tiranos e tiranias, do pe-

    cado e da opressão, abrindo novos horizontes e alternativas à trajetória da hu-

    manidade. Nessa tomada de posição, evidencia-se o resgate da contribuição

    ligada às Comunidades Eclesiais de Base, às Pastorais Sociais e à reflexão crí-

    tica da Teologia da Libertação. Prova disso foi a recente e inédita carta enviada

    pelo Pontífice ao Encontro Intereclesial de CEBs.

    Primado da misericórdia e da compaixão.

    Neste item entramos no coração mesmo da figura do Papa Francisco. Não

    poucos de seus gestos e pronunciamentos colocam a "misericórdia do Pai” co-

    mo núcleo da solicitude pastoral. "Deus jamais se cansa de perdoar, somos

    nós que nos cansa-

    mos de pedir per-

    dão”, diz com fre-

    quência. E em outra

    ocasião: "Não te-

    nham medo da ter-

    nura e da bondade”.

    Ou ainda: "A Igreja

    Católica deve ser

    como um hospital

    de campanha após

    a batalha”, o que

    significa curar as

    feridas, com uma atitude de misericórdia que precede o julgamento, isto é,

    sem perguntar de que lado do front chegam as vítimas. Além disso, o lava-pés

    com os prisioneiros, os telefonemas aos doentes e aflitos, a ceia de Natal com

    um grupo de pessoas da rua – entre tantos outros exemplos, às vezes polêmi-

    cos para determinadas posturas tradicionalistas – revelam um coração mater-

    no numa Igreja que, desde João XXIII, se considera Mater et Magistra. De res-

    to, o espírito de tal comportamento vem das páginas do próprio Evangelho:

    "Quero a misericórdia, não o sacrifício”, diz Jesus (Mt 9, 13). Transparece o

    rosto de uma Igreja atenta, sensível e solidária diante dos pobres e excluídos,

    "feições sofredoras de Cristo” (Doc. Puebla, 31-39).

    Conclusão

    Do que vimos nos itens acima sobre os 12 meses de pontificado do Papa

    Francisco, resulta claramente uma visão eclesial e pastoral onde o formalismo

    legalista, o aparato burocrático e estrutural e o modelo de cristandade são

    substituídos por uma abertura simples, alegre, confiante e esperançosa para

    com o futuro da Igreja e dos fiéis. Numa palavra, a perspectiva do perdão, do

    amor e do serviço se revela muito mais propícia ao diálogo e ao encontro com

    os desafios do mundo de hoje do que a rigidez inflexível e moralista da lei e do

    julgamento. Tudo isso, evidentemente, sem jamais abdicar dos princípios e va-

    lores da fé cristã e da defesa da dignidade da pessoa humana.

    Padre Alfredo J. Gonçalves

    Em: www.adital.com.br

  • Melhor dizendo: “Dia Internacional de luta da

    mulher pelos seus direitos”. Instituída em 1910, a data

    remonta o ano de 1857, quando em Nova York, mulhe-

    res morreram dentro de uma fabrica por exigirem me-

    lhores condições de trabalho. Desde então, no mundo

    inteiro, as mulheres continuam lutando e já conseguiram conquistas significativas,

    porém ainda há muito por fazer.

    Celebrar o “Dia da Mulher” exige cuidado, conhecimento e atitude.

    Cuidado para não se deixar prender pela armadilha do consumismo: uma

    flor, um perfume, um chocolate, basta!

    Conhecimento para saber ao menos um pouco da história: quais eram as

    condições do trabalho feminino; saber que a ONU declarou os anos 1970-80 como

    a “Década da mulher” e o ano de 1975 como o “Ano Internacional da Mulher”. Sa-

    ber sobre a Conferência Mundial da Mulher, na China em 2000, e mais recente-

    mente sobre a MMM (Marcha Mundial das Mulheres pela Paz).

    Atitude para nos posicionar hoje diante da situação mundial, que nos deixa

    atônitos, sem saber que rumo tomar. Tivemos e sempre teremos conhecidos

    exemplos de mulheres brilhantes que, aliando a visão clara da realidade com a do-

    çura do olhar feminino, nos ajudam a caminhar. Porém, devemos também reco-

    nhecer o brilho e a força de tantas mulheres, guerreiras anônimas do dia a dia,

    que no seu trabalho silencioso certamente causam a “revolução” para um mundo

    melhor?

    Por isso na passagem de mais este dia da mulher, eu evoco Margarida, a

    “margarida” do meu quarteirão. Todas as manhãs ela aparece varrendo a rua com

    firmeza e delicadeza. Sempre o “Bom Dia!” sorridente e na conversa rápida en-

    quanto eu caminho ela me fala de seus projetos: está terminando o Ensino Funda-

    mental, se preparando para um curso técnico. Não acha ruim ser “margarida”, mas

    sente-se chamada para outro trabalho.

    “Eu não desprezo este trabalho, mas tenho fé e me esforço para alcançar

    uma profissão onde

    eu possa ajudar mais

    as pessoas. Eu oro a

    Deus, pedindo a ele

    que me conserve hu-

    milde. E tenho confi-

    ança que hei de con-

    seguir”. – Margarida,

    ‘margarida’

    Obrigada Marga-

    rida, a você e a todas

    as mulheres que acre-

    ditam na VIDA. Todos

    juntos, mulheres e

    homens, recuperando

    os verdadeiros signifi-

    cado e razão dessa

    celebração, “Dia Internacional da Mulher”.

    A “Campanha da Fraternidade” deste ano, cujo tema é “Fraternidade e Tráfi-

    co Humano”, com o lema “É para a Liberdade que Cristo nos libertou” (Gl. 5,1) é

    ocasião providencial para aprofundar o sentido do Dia da Mulher e incentivar o

    compromisso a que nos chama, sabendo que são as mulheres as vítimas

    mais atingidas pelo Tráfico Humano.

    Regina Mariano

    A R T I G O

    Em: www.adital.com.br

    Quaresma é tempo de solidariedade e partilha.

    Há mais de 20 anos promovo Campanha de Quares-

    ma em benefício de uma obra social que conheço,

    acompanho e na qual confio.

    Este ano a escolhida é o Centro de Direitos Humanos

    e Educação Popular de Campo Limpo (CEDHEP), que atua na Zona Sul da capital

    paulista, nos distritos de Jardim Ângela, Capão Redondo, Jardim São Luís e Campo

    Limpo. Nessas regiões vivem mais de um milhão de habitantes, dos quais 23% es-

    tão na faixa etária entre 18 e 29 anos.

    Com altos índices de violação de direitos, violência e segregação, Campo

    Limpo possui o maior número de óbitos por homicídio de jovens da cidade de São

    Paulo, seguido do Jardim Ângela, segundo estudo da Rede Nossa São Paulo.

    Fundada há 30 anos, com origem na Comissão Pastoral dos Direitos Huma-

    nos da Região Episcopal de Itapecerica da Serra (SP), a entidade tem como desafi-

    os centrais a violência, o acesso à justiça e a responsabilização. A sede do CDHEP

    em Campo Limpo foi construída em mutirão da comunidade, em terreno doado

    por um particular.

    Visitei o CDHEP em novembro do ano passado, embora já lhe tivesse presta-

    do assessoria no decorrer da década de 1990.

    Dois programas se destacam na entidade:

    1) Perdão e Justiça Restaurativa. A prática de Justiça Restaurativa é um meio

    de gestão de conflitosem que um facilitador auxilia os envolvidos, junto com os

    membros de sua família e da comunidade, a iniciar um processo dialógico, capaz

    de transformar uma relação conflituosa ou violenta em relação de respeito. Ajuda

    cada participante a reconhecer seus atos, assumir responsabilidades e reparar os

    danos.

    Iniciado em 2005, o programa tem por finalidade a formação e aplicação

    dessas práticas. Cuida da formação de educadores de escolas públicas da região,

    de técnicos em diversas áreas sociais, de agentes de pastorais, da população en-

    carcerada, de agentes penitenciários e de movimentos populares. Facilita e super-

    visiona processos restaurativos e promove Núcleos Comunitários de Práticas de

    Justiça Restaurativa. Dentre outros parceiros deste Programa, está a Pastoral Car-

    cerária.

    2) Programa Criança e Juventude. O CDHEP tem longa atuação com a juven-

    tude da região. Atualmente, seus dois principais projetos são o Observatório Local

    dos Direitos da Criança e do Adolescente no território do Capão Redondo, prota-

    gonizado por jovens moradores, e Construindo uma nova narrativa com jovens

    mães moradoras do Capão Redondo, cujo objetivo é estabelecer processos de

    conscientização envolvendo jovens mães, com idade entre 14 e 24 anos, para que

    construam projetos de vida e difundam ações de garantia dos direitos sexuais e

    reprodutivos.

    Desde 2009 o CDHEP desenvolve ações de interface entre os dois Programas.

    Entre 2010 e 2012, implementou o projeto Novas Metodologias de Justiça Restau-

    rativa com Adolescentes e Jovens em conflito com a lei em parceria com a Secre-

    tária Especial dos Direitos Humanos do Governo federal. Em janeiro de 2012, ini-

    ciou um segundo projeto, com a mesma parceria – Tecendo Redes de Cuidado:

    Fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente e

    Práticas de Justiça Restaurativa, cujo objetivo é articular e capacitar o sistema de

    garantia de direitos, visando à proteção integral da criança e do adolescente em

    situação de vulnerabilidade, e diminuição de judicialização em escolas públicas da

    Região.

    A equipe do CEDHEP é integrada por 14 pessoas, oito monitoram os cursos e

    quatro cuidam da administração. As despesas mensais fixas (custos institucionais)

    são em torno de R$ 12 mil, sendo que uma parte procede da Secretaria Nacional

    de Direitos Humanos do Governo federal e da contribuição de agências estrangei-

    ras. Essas fontes são insuficientes para as necessidades da ONG.

    Quaresma é tempo de oração, abstinência e partilha. Os interessados em

    apoiar esta iniciativa podem contatar o CDHEP ([email protected])

    Frei Betto

    articulando

  • Os endereços eletrônicos abaixo indicados contêm riquíssimo material para estudos e pesquisas.

    Por certo, poderão contribuir muito para o aprendizado de todos nos mais diversos seguimentos.

    www.adital.org.br - Esta página oferece artigos/opiniões sobre movimentos sociais, política, igrejas e religiões, mulheres, direitos humanos dentre outros. O site oferece ainda uma edição diária especial voltada aos jovens. Ao se cadastrar você passa a receber as duas versões diárias.

    www.amaivos.com.br - Um dos maiores portais com temas relacionados à cultura, religião e sociedade da internet na América Latina, em conteúdos, audiência e serviços

    on-line.

    www.cebi.org.br - Centro de estudos bíblicos, ecumênico voltado para a área de formação abrangendo diversos seguimentos tais como: estudo bíblico, gênero, espirituali-

    dade, cidadania, ecologia, intercâmbio e educação popular.

    www.cnbb.org.br - Página oficial da CNBB disponibiliza notícias da Igreja no Brasil, além de documentos da Igreja e da própria Conferência.

    www.ihu.unisinos.br - Mantido pelo Instituto Humanitas Unisinos o site aborda cinco grandes eixos orientadores de sua reflexão e ação, os quais constituem-se em refe-

    renciais inter e retro relacionados, capazes de facilitar a elaboração de atividades transdisciplinares: Ética, Trabalho, Sociedade Sustentável, Mulheres: sujeito sociocultural, e

    Teologia Pública.

    www.jblibanio.com.br - Página oficial do Padre João Batista Libânio com todo material produzido por ele.

    www.mundomissao.com.br - Mantida pelo PIME aborda, sobretudo, questões relacionadas às missões em todo o mundo.

    www.religiondigital.com - Site espanhol abordando questões da Igreja em todo o mundo, além de tratar de questões sobre educação, religiosidade e formação humana.

    www.cartamaior.com.br - Site com conteúdo amplo sobre arte e cultura, economia, política, internacional, movimentos sociais, educação e direitos humanos dentre ou-

    tros.

    www.nossasaopaulo.org.br - Página oficial da Rede Nossa São Paulo. Aborda questões de grande importância nas esferas político-administrativas dos municípios com

    destaque à cidade de São Paulo.

    www.pastoralfp.com - Página oficial da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo. Pagina atualíssima, mantém informações diárias sobre as movimentações

    políticas-sociais em São Paulo e no Brasil.

    www.vidapastoralfp.com - Disponibilizado ao público pela Paulus editora o site da revista Vida Pastoral torna acessível um vasto acervo de artigos da revista classifica-

    dos por áreas temáticas. Excelente fonte de pesquisa.

    www.paulus.com.br – A Paulus disponibiliza a Bíblia Sagrada edição Pastoral online/pdf.

    www.consciencia.net— Acervo Paulo Freire completo disponível neste endereço.

    www.news.va/pt - Pronunciamentos do Papa Francisco diretamente do Vaticano.

    Ajude-nos a enriquecer nossa relação de endereços. Envie-nos suas sugestões de páginas que possam contribuir como nossos

    estudos e crescimento. Teremos prazer em publicar em nossa relação.

    PADRES - RELIGIOSOS - RELIGIOSAS - AGENTES DE PASTORAL

    As reuniões entre os padres, religiosos, religiosas e Agentes de Pastoral serão realizadas sempre na última Sexta-Feira dos meses pares.

    A próxima será realizada no dia

    25 de Abril de 2014

    As reuniões serão realizadas sempre às 9h30 no CIFA

    Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera - Rua Flores do Piauí, 182 - Centro de Itaquera

    COORDENAÇÃO AMPLIADA

    Os membros da Coordenação Ampliada do IPDM realizarão suas reuniões bimestrais sempre nas 3ªs Terças-Feiras dos meses impares.

    A próxima será realizada no dia

    18 de Março de 2014

    As reuniões são realizadas sempre às 20h00 na Paróquia São Francisco de Assis da Vila Guilhermina

    Praça Porto Ferreira, 48 - Próximo ao Metro Guilhermina - Esperança