normas do dris e avaliaÇÃo nutricional do cafeeiro …livros01.livrosgratis.com.br ›...

96
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL GILSON PINEL DE MENDONÇA NORMAS DO DRIS E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO CAFEEIRO (Coffea arabica L.) NA MICRORREGIÃO DO CAPARAÓ-ES ALEGRE 2009

Upload: others

Post on 05-Jul-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

GILSON PINEL DE MENDONÇA

NORMAS DO DRIS E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO

CAFEEIRO (Coffea arabica L.) NA MICRORREGIÃO DO

CAPARAÓ-ES

ALEGRE

2009

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

GILSON PINEL DE MENDONÇA

NORMAS DO DRIS E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO

CAFEEIRO (Coffea arabica L.) NA MICRORREGIÃO DO

CAPARAÓ-ES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Orientador: Prof. Dr. José Augusto Teixeira do Amaral. Co-orientadores: Prof. Dr. José Francisco Teixeira do Amaral e Prof. Dr. Ruimário Inácio Coelho.

ALEGRE

2009

GILSON PINEL DE MENDONÇA

NORMAS DO DRIS E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO

CAFEEIRO (Coffea arabica L.) NA MICRORREGIÃO DO

CAPARAÓ-ES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.

Aprovada em 31 de março de 2009.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Marcelo Antonio Tomaz Dr

a. Scheilla Marina Bragança

Centro de Ciências Agrárias – UFES Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural – INCAPER

Prof. Dr. José Francisco Teixeira do Amaral Prof. Dr. José Augusto Teixeira do Amaral Centro de Ciências Agrárias - UFES

(Co-orientador) Centro de Ciências Agrárias - UFES

(Orientador)

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelos muitos benefícios que me tem feito.

Ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo, pela

oportunidade de realização do curso.

À FAPES, pela aprovação do projeto que originou esta dissertação e pelo apoio

financeiro na aquisição de equipamentos e reagentes utilizados nas análises foliares.

Ao INCAPER, pelo significativo apoio durante os trabalhos de campo e sugestões.

Aos meus pais, Gilson e Maria Luzia, pelos ensinamentos, muitos deles adquiridos

através de seus exemplos de vida e de luta.

À minha esposa Fernanda, pelo carinho, incentivo e compreensão.

Ao meu filho Gabriel, pelo cativante sorriso e companheirismo.

Às minhas irmãs, Érika e Camila, pelo apoio incondicional.

À minha sogra, Dona Delly, por desempenhar o brilhante papel de mãe e conselheira.

Aos professores José Augusto Teixeira do Amaral e José Francisco Teixeira do Amaral,

pelos ensinamentos, pela orientação, amizade e entusiasmo.

À pesquisadora Dr. Scheilla Marina Bragança, pelas valiosas sugestões que tanto

enriqueceram este trabalho.

Aos Professores Marcelo Antonio Tomaz e Ruimário Inácio Coelho, pelo apoio e

sugestões.

Ao Técnico de laboratório de Fisiologia e Nutrição Mineral de Plantas, Silvio Rogério

Ferraz, pela fundamental colaboração nas análises foliares.

Ao Professor Renato Ribeiro Passos e ao técnico de laboratório Alessandro, pelo

auxílio nas análises físicas e químicas de solo.

À funcionária Madalena Capucho, pela compreensão e solidariedade.

Aos amigos Ademir, Marcelo, Carlos Magno e Mariana, pelo auxílio durante as coletas

das amostras.

Aos professores do CCA-UFES, pelos ensinamentos transmitidos e pela convivência,

Aos amigos que me proporcionaram bons momentos, que me ajudaram nos trabalhos,

e que foram em muitos momentos a minha família.

Aos cafeicultores, que nos atenderam com tanta atenção e apreço durante os trabalhos

de campo.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

RESUMO

A microrregião do Caparaó apresenta relevante participação na cafeicultura capixaba,

sendo uma das principais áreas produtoras do cafeeiro arábica no Estado do Espírito

Santo. Essa microrregião capixaba engloba dez municípios com uma população total de

aproximadamente 163 mil habitantes. Apesar da representatividade econômica e social

do cafeeiro arábica para o Estado do Espírito Santo, não se tem informações sobre a

nutrição mineral de cafezais de referência, com altas produtividades, para as condições

ecológicas do Caparaó. Os teores dos nutrientes minerais nas folhas de plantas

altamente produtivas, conforme encontradas na microrregião do Caparaó, podem servir

de Padrão de Referência ou Normas do DRIS (Sistema Integrado de Diagnose e

Recomendação) para o cafeeiro arábica, para a diagnose nutricional de outras

lavouras. O objetivo deste trabalho foi estabelecer as Normas de Referência do DRIS e

as faixas críticas para o cafeeiro arábica, a partir de lavouras de altas produtividades

(acima de 40 sacas de café beneficiado por hectare) encontradas em sete municípios

produtores da microrregião do Caparaó. Foram realizadas análises foliares, análises

químicas e físicas dos solos, bem como um diagnóstico das técnicas culturais em

cafezais nos municípios de Guaçuí, Dores do Rio Preto, Ibitirama, Iúna, Irupi, Ibatiba e

Muniz Freire. As Normas do DRIS foram constituídas pelos resultados dos cálculos das

médias, desvios-padrão e coeficientes de variação a partir das relações dois a dois

entre os teores foliares de todos os nutrientes, tanto na ordem direta quanto na ordem

inversa, das 40 lavouras analisadas. Para o diagnóstico de outras lavouras, recomenda-

se calcular as funções das relações dois a dois entre todos os nutrientes, e em seguida

aplicar a equação: z(A/B) = [A/B - a/b]. k/s, onde: z(A/B) = função da relação entre os

nutrientes A e B da amostra a ser diagnosticada; A/B = valor da razão entre os

nutrientes A e B da lavoura a ser diagnosticada; a/b = valor médio das razões entre os

nutrientes a e b das lavouras de altas produtividades; K = constante arbitrária (10); e S

= valor médio dos desvios-padrão das relações entre os nutrientes a e b das lavouras

de altas produtividades. A seguir, faz-se o cálculo dos índices DRIS para cada

nutriente, por meio da equação: índice A = [z(A/B) + z(A/C) + ... + z(A/N) - z(B/A) -

z(C/A) -... - z(N/A)] / 2(n-1), onde n = número de nutrientes envolvidos nos cálculos de

cada índice DRIS. O DRIS inclui também o conceito de balanço nutricional (IBN),

através do qual podem verificar limitações de ordem não nutricional da lavoura,

somando-se os valores absolutos dos índices DRIS de cada nutriente: IBN = I índice A I

+ I índice B I + ......... + I índice N I. As faixas críticas foram estabelecidas através da

equação: FC = y + k yS em que: y = média da concentração do nutriente; yS = desvio-

padrão da média; k = fator de correção para evitar faixas críticas muito amplas, sendo k

= 1,0 para os nutrientes onde o CV foi menor que 20%; k = 0,8 para os nutrientes onde

o CV variou de 20% a 40%; k = 0,6 para os nutrientes onde o CV variou de 40% a 80%;

k = 0,4 para os nutrientes onde o CV foi maior que 80%. De acordo com as análises de

solo, os micronutrientes mais limitantes foram: Cu>B>Zn=Mn>Fe e os macronutrientes

mais limitantes foram: Ca=Mg>K>P=S. As análises texturais apresentaram 75% de

solos com textura argilosa e 25% com textura média. As análises foliares apresentaram

valores discrepantes quando avaliadas pelo critério das faixas críticas sugeridas por

cinco autores diferentes, obtendo-se desde elementos com 100% dos valores

considerados adequados, até 100% abaixo ou acima dessas faixas.

Palavras-chave: Cafeeiro – Espírito Santo (Estado). Nutrição – Avaliação. Adubação.

Análise foliar.

ABSTRACT

The microregion Caparaó presents relevant participation in capixaba coffee production,

being one of the main areas of producing of Arabic coffee of the Espírito Santo. This

microregion capixaba comprises ten municipalities with a total population of

approximately 163 thousand inhabitants. Despite the economic and social

representativeness of Arabic coffee to the State of Espírito Santo, there is no

information about the mineral nutrition of coffee plantations of reference, with high yields

for the ecological conditions of Caparaó. The levels of nutrients in the leaves of plants

highly productive, as found in the microregion Caparaó may serve as a reference

standard or standards of DRIS (Diagnosis and Recommendation Integrated System) for

Arabic coffee and for the nutritional diagnosis of other crops. The objective of this work

was to establish the standards of reference DRIS and critical ranges for Arabica coffee,

from crops of high yield (over 40 bags of coffee per hectare benefited) found in seven

municipalities producers of the microregion Caparaó. Were made foliate analysis,

chemical and physical analysis of soils, and a diagnosis of cultivation techniques in

coffee plantations in the municipalities of Guaçuí, Dores do Rio Preto, Ibitirama, Iúna,

Irupi, Ibatiba and Muniz Freire. The standards of DRIS were set by the results of

calculations of the averages, standard deviations and coefficients of variation from two

to two relations between the foliar levels of all nutrients, in direct order and in reverse

order, of the 40 crops analyzed. For the diagnosis of other crops, it is recommended

calculate the functions of relations two to two between all the nutrients, and then apply

the equation: z (A / B) = [A / B - a / b]. k / s, where: z (A / B) = function of the relationship

between nutrients A and B sample to be diagnosed; A / B = value of the reason of

nutrients A and B of the crop to be diagnosed; a / b = average value of the reason

between the nutrients a and b of crops of high yield; K = arbitrary constant (10); and S =

average of standard deviations of the relationship between nutrients a and b of crops of

high yield. Then, it is made the calculation of DRIS indices for each nutrient, using the

equation: A = indice [z (A / B) + z (A / C) + ... + Z (A / N) - z (B / A) - z (C / A) -... - Z (N /

A)] / 2 (n-1), where n = number of nutrients involved in the calculation of each indice

DRIS. The DRIS also includes the concept of nutrient balance (IBN), through which is

possible see limitations of order not nutrition of the crop, adding up the absolute values

of the indice DRIS of each nutrient: IBN indice AI = I + I + BI indice. ........ + I indice N I.

The critical ranges were set by the equation: where: = average

concentration of the nutrient; = standard deviation of the mean; K = correction factor to

avoid critical ranges very wide; k = 1.0 for the nutrients where the CV was less than

20%; k = 0.8 for the nutrients where the CV varied from 20% to 40% k = 0.6 for the

nutrients where the CV varied from 40% to 80%; and k = 0.4 for the nutrients which the

CV was greater than 80%. According with the analysis of soil, the most limiting

micronutrients are: Cu> B> Zn = Mn> Fe and macronutrient most limiting are: Ca = Mg>

K> P = S. The analysis textural shows 75% of soils with clay and 25% with medium

texture. The foliate analysis shows discrepant values when evaluated by the criterion of

critical ranges suggested by five different authors, with obtaining elements since 100%

to the values considered appropriate, until 100% above or below these ranges.

Key words: Coffee - Espírito Santo (state). Nutrition - Evaluation. Fertilization. Foliate

analysis.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela 1 – Coordenada geográfica da sede, altitude da sede, distância da sede à capital e área dos municípios da microrregião do Caparaó...........................................................................................................................18

Tabela 2 - Espaçamento, densidade de plantio e tipo de assistência técnica das

lavouras amostradas na microrregião do Caparaó.........................................................40

Tabela 3 - Dados culturais das lavouras amostradas na Microrregião do

Caparaó...........................................................................................................................41

Tabela 4 - Resultado das análises químicas dos solos das 40 lavouras cafeeiras de

altas produtividades selecionadas na microrregião do Caparaó.....................................51

Tabela 5 - Granulometria dos solos amostrados das lavouras de cafeeiros arábicas de

altas produtividades amostradas na microrregião do Caparaó conforme classificação da

EMBRAPA (1999)............................................................................................................60

Tabela 6 - Teores foliares médios de nutrientes das lavouras amostradas na

microrregião do Caparaó.................................................................................................62

Tabela 7 - Faixas críticas dos teores de nutrientes minerais segundo alguns autores...64

Tabela 8 - Porcentagem de nutrientes resultantes da análise de 40 lavouras

amostradas, contidos dentro das faixas críticas segundo alguns

autores.............................................................................................................................64

Tabela 9 – Faixas críticas estabelecidas a partir de lavouras de altas produtividades da

microrregião do Caparaó.................................................................................................67

Tabela 10 – Média (Ẋ), desvio-padrão (S) e coeficiente de variação (CV) das relações

dois a dois entre os teores de todos os nutrientes minerais das lavouras de altas

produtividades da Microrregião do Caparaó...................................................................68

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Divisão regional das doze microrregiões constituídas no Estado do Espírito

Santo, com destaque para a microrregião do Caparaó...................................................19

Figura 2 - Evolução da produção de cafeeiros arábicas em relação ao conilon no

Estado do Espírito Santo entre os anos de 1992 e 2008...............................................21

Figura 3 – Microrregião do Caparaó com os seus dez municípios com destaque para os

sete onde ocorreram as amostragens.............................................................................44

Figura 4A – Frequência de matéria orgânica (M.O), pH, saturação por bases (V%),

fósforo (P), potássio (K) e Cálcio (Ca) dos solos das quarenta lavouras amostradas da

microrregião do Caparaó.................................................................................................56

Figura 4B – Frequência de magnésio (Mg), enxofre (S), zinco (Zn), Cobre (Cu), Boro

(B) e Alumínio (Al) dos solos das quarenta lavouras amostradas da microrregião do

Caparaó...........................................................................................................................57

Figura 4C – Frequência de Manganês (Mn), ferro (Fe) e Capacidade de troca de cátios

(CTC) dos solos das quarenta lavouras amostradas da microrregião do

Caparaó...........................................................................................................................58

Figura 5 – Porcentagem de nutrientes considerados dentro dos padrões ideais pelo

critério das faixas críticas segundo alguns autores.........................................................65

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................13

2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................16

2.1 A CAFEICULTURA NA MICRORREGIÃO DO CAPARAÓ .....................................17

2. 2 DIAGNOSE FOLIAR ................................................................................................22

2.3 NUTRIENTES MINERAIS ........................................................................................24

2.3.1 Nitrogênio ..............................................................................................................24

2.3.2 Fósforo ..................................................................................................................25

2.3.3 Potássio .................................................................................................................26

2.3.4 Cálcio .....................................................................................................................26

2.3.5 Magnésio ...............................................................................................................27

2.3.6 Enxofre ..................................................................................................................27

2.3.7 Zinco ......................................................................................................................28

2.3.8 Boro .......................................................................................................................29

2.3.9 Cobre .....................................................................................................................30

2.3.10 Manganês ............................................................................................................31

2.3.11 Ferro ....................................................................................................................32

2.4 FAIXAS CRÍTICAS....................................................................................................33

2.5 SISTEMA INTEGRADO DE DIAGNOSE E RECOMENDAÇÃO (DRIS) ..................35

3 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................40

3.1 TRATOS CULTURAIS DAS LAVOURAS SELECIONADAS.....................................40

3.2 AMOSTRAGENS DE FOLHAS E DESCRIÇÃO DAS LAVOURAS..........................42

3.3 ANÁLISE FOLIAR.....................................................................................................44

3.4 AMOSTRAGENS DOS SOLOS E ANÁLISES QUÍMICA E FÍSICA ........................46

3.5 ESTABELECIMENTO DAS FAIXAS CRÍTICAS FOLIARES.....................................46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................48

4.1 TRATOS CULTURAIS DAS LAVOURAS SELECIONADAS.....................................48

4.2 ANÁLISES QUÍMICAS E FÍSICAS DOS SOLOS......................................................51

4.3 ANÁLISE FOLIAR.....................................................................................................61

4.4 ESTABELECIMENTO DAS FAIXAS CRÍTICAS.......................................................66

4.5 NORMAS DO DRIS PARA A MICRORREGIÃO DO CAPARAÓ .............................67

5 CONCLUSÕES............................................................................................................80

6 REFERÊNCIAS ...........................................................................................................81

13

1 INTRODUÇÃO

A cafeicultura é uma das atividades agrícolas mais rentável, gerando divisas e fixando o

homem no campo, promovendo melhor a interiorização e o desenvolvimento. Dentre as

82.587 propriedades rurais do Estado do Espírito Santo, o café é cultivado em 64,4%

delas, existindo no Estado mais de 550.000 pessoas que dependem diretamente do

café como meio de vida (SILVA; COSTA, 1995).

Um estudo sobre o macrozoneamento agroecológico para a cultura do café no Estado

do Espírito Santo, ilustrado por meio de um mapa esquemático, mostra que a região do

Caparaó apresenta aptidão para o cultivo do cafeeiro arábica (DADALTO; BARBOSA,

1995). De acordo com esses estudos, as maiores extensões de terras do Estado com

aptidão preferencial para a cultura do cafeeiro arábica localizam-se em altitudes acima

de 500 m, por possuírem condições climáticas adequadas. Pode-se extrapolar, ainda,

desse mapa, que o Sul do Estado do Espírito Santo possui uma região fisiográfica

relativamente extensa, propícia ao desenvolvimento do café arábica, situada em

algumas localidades dos municípios de Alegre, Divino de São Lourenço, Dores do Rio

Preto, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Iúna,e Muniz Freire.

Apesar da representatividade social e econômica do cafeeiro arábica para o Estado do

Espírito Santo, não se tem informações sobre a nutrição mineral de cafezais de

referência, com altas produtividades, para as condições ecológicas do Caparaó. Sabe-

se que as produções médias obtidas por grande parte dos cafezais arábicas no Estado

estão em torno de 12 a 14 sacas de café beneficiado por hectare, ficando aquém do

seu potencial de crescimento reprodutivo, que em anos favoráveis pode alcançar 80

sacas de café beneficiado por hectare, elevando a produção anual de café do Estado

de dois para oito milhões de sacas, sem aumentar a área plantada (FERRÃO, 2008).

Por conseguinte, torna-se fundamental a implementação de tecnologias e técnicas

modernas, para se conseguir uma melhoria na produtividade das lavouras. Daí a

grande necessidade de se criar Padrões ou Normas que possam servir de referência no

14

diagnóstico nutricional de outras lavouras de modo a auxiliar os técnicos e os

produtores quanto ao aumento da produtividade.

A produção de grãos está intimamente ligada aos teores foliares de nutrientes no

cafeeiro (RENA; MAESTRI, 1986, 1987; COSTA, 1995; RENA; FÁVARO, 2000). Assim,

a análise dos teores de nutrientes nos tecidos vegetais torna-se uma ferramenta

importante, pois permite uma avaliação direta do equilíbrio nutricional em virtude da

própria planta ser o extrator dos nutrientes no solo (BEAUFILS,1973; LEITE, 1992). As

folhas normalmente têm sido escolhidas para essas análises (HAAG, 1987), pois dentre

os tecidos vegetais, são fáceis de serem amostradas e estão normalmente presentes

durante todo o ciclo da cultura. Além disso, as folhas constituem os principais centros

de atividades metabólicas das plantas (TAIZ; ZEIGER, 2004), e juntamente com os

frutos constituem-se nos dois maiores reservatórios de minerais do cafeeiro (CORREA

et al., 1986; RENA; MAESTRI, 1986, 1987).

Para o diagnóstico nutricional das lavouras, os teores de nutrientes resultantes das

análises dos tecidos devem ser interpretados com base em técnicas integradas, sem

interferência de fatores, tais como: tratos culturais, idade das plantas e localização da

cultura, que podem mascarar a interpretação dos resultados analíticos pelos métodos

convencionais. Uma técnica que pode ser aplicada em qualquer tempo,

independentemente das condições de cultivo, foi proposta por Beaufils (1973), baseada

na curva normal reduzida de Student, utilizando um Sistema Integrado que denominado

DRIS (Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação). Essa técnica elimina os

fatores de variabilidade o que facilita o diagnóstico nutricional e a recomendação de

adubação para as culturas, a qualquer momento, permitindo relacionar os nutrientes

minerais numa ordem decrescente de deficiência a excesso (BEAUFILS, 1973;

SUMNER, 1979; ELWALI; GASCHO, 1984; RATHFON; BURGER,1991; LEITE,1992;

WORTMANN et al., 1992; BEVERLY, 1993; WORTMANN, 1993; COSTA, 1995; ALTOÉ

et al., 2002).

O presente trabalho teve por objetivo estabelecer as Normas de Referência do DRIS e

as faixas críticas para o cafeeiro arábica, a partir de lavouras de altas produtividades

(acima de 40 sacas de café beneficiado por hectare) encontradas em sete municípios

15

produtores da microrregião do Caparaó, podendo assim avaliar o estado nutricional das

lavouras cafeeiras desta microrregião.

16

2 REVISÃO DE LITERATURA

O cafeeiro foi introduzido no Brasil, em Belém - PA, em 1727, trazido da Guiana

Francesa pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta a pedido do governador do

Maranhão e Grão Pará. O primeiro plantio ocorreu em 1727, no Estado do Pará, mas

em virtude das condições climáticas, o cultivo do café se difundiu rapidamente para

outros Estados (ABIC, 2008), concentrando-se, atualmente nos Estados de Minas

Gerais e Espírito Santo. Desde meados do século XIX (CETCAF, 2009), o café tornou-

se um artigo importante no mundo econômico, tanto para os países em

desenvolvimento, onde é produzido, como para os países industrializados, que são os

principais consumidores (SILVA; COSTA, 1995).

O Brasil é o maior produtor e exportador de café, com uma participação média de 24%

nas exportações mundiais (AZEVEDO et al., 2001). Segundo a CONAB (2009), a

produção de café em 2008 foi de 45,9 milhões de sacas contra 37 milhões em 2007. O

café arábica corresponde a aproximadamente 70% do café comercializado no mundo e

é produzido principalmente no continente americano, sendo o Brasil o maior produtor

mundial da espécie (FERRÃO et al., 2007).

No Estado do Espírito Santo, a cafeicultura de arábica teve seu início na segunda

década do século XIX, consolidando-se como importante elo da economia capixaba a

partir de meados do século XIX, coincidindo com a imigração italiana e alemã

(CETCAF, 2009). Desde então, o café tornou-se uma atividade de grande importância

sócio-econômico demonstrando grande capacidade de geração de empregos e

distribuição de renda. Atualmente, o Estado do Espírito Santo é o segundo maior

produtor de café do Brasil, com participação de aproximadamente 25% da produção

nacional (CETCAF, 2009), com uma área plantada de 230 mil hectares de café em

produção e 21 mil hectares em formação. Na região montanhosa do Espírito Santo, a

cafeicultura das montanhas é constituída principalmente de cafezais arábicas, estando

distribuída em 23 mil propriedades rurais, com uma área plantada de aproximadamente

230,8 mil hectares, envolvendo cerca de 52,7 mil famílias, proporcionando em torno de

17

153 mil postos de trabalho, distribuídos entre homens (64%) e mulheres (36%)

(FERRÃO et al., 2007).

2.1 A CAFEICULTURA NA MICRORREGIÃO DO CAPARAÓ

Situada na região Sudoeste do Espírito Santo, a microrregião do Caparaó abrange a

porção capixaba da serra do Caparaó, que, além de lhe emprestar o nome, lhe confere

também as principais características físicas e ambientais, que estão presentes nos dez

municípios que a compõe: Alegre, Guaçuí, Dores do Rio Preto, Divino de São

Lourenço, Iúna, Irupi, Ibatiba, Muniz freire e São José do Calçado. A população total

dessa microrregião é de aproximadamente 163 mil habitantes, (em torno de 5% da

população total do Estado), sendo que 46% do total de habitantes estão na área rural

(ABIPTI, 2005).

Na microrregião do Caparaó, a maior parte do valor da produção agropecuária está

calcada no café e com participação também majoritária da agricultura familiar, presente

em mais de 23 mil propriedades e gerando cerca de 130 mil empregos diretos (ABIPTI,

2005).

Os dez municípios que compõem a microrregião do Caparaó participam, no seu

conjunto, com aproximadamente 2% da renda gerada em território capixaba. No

entanto, a participação na geração de renda do setor agrícola é bem mais alta, em

torno de 10%. Isso mostra a sua especialidade em relação ao padrão médio da

economia estadual. É uma região predominantemente agrícola. Sete dos dez

municípios que a compõem têm no setor agrícola a fonte de mais de 60% da renda

gerada. Apenas três municípios apresentam economia urbana expressiva: Alegre,

Guaçuí e São José do Calçado. Mesmo assim, é preciso qualificar essa economia

urbana, pois se trata, em sua grande maioria, de atividades diretamente relacionadas

ou dependentes da geração de renda agrícola e do comércio.

18

A população da microrregião representa 5% em relação à apresentada pelo Estado e

12% da população rural. Gera 2% dos empregos formais do Estado e 5% da agricultura

(ABIPTI, 2005).

A microrregião do Caparaó apresenta relevante participação na cafeicultura capixaba,

colocando-se, na atualidade, como uma das principais áreas de produção e de

expansão do café do Estado, especialmente no que se refere ao café arábica. Entre os

anos de 1990 e 2003, a participação da cafeicultura do Caparaó, relativa ao Espírito

Santo, apresentou-se com expressividade. Em termos de área plantada, essa

microrregião agregava 14% dos plantios com café no Estado em 1990, passando para

16,5% em 2000, 17,1% em 2001 e 15% em 2003 (ABIPTI, 2005).

Algumas características desses municípios estão constantes na Tabela 1 e a divisão

regional está ilustrada na Figura 1. A microrregião do Caparaó representa uma área de

3.751 km², fazendo divisa com os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Tabela 1 – Coordenada geográfica da sede, altitude da sede, distância da sede à capital e área dos municípios da microrregião do Caparaó

Municípios

Coordenadas

Geográficas das Sedes

(UTM)

Altitude da

sede (m)

Distância da

sede à capital

(km)

Área

(km2)

Alegre E 236163m ; S 7701987m 250 189 775

Divino de São Lourenço E 220353m ; S 7717503m 720 234 171

Dores do Rio Preto E 203421m ; S 7709502m 760 236 160

Guaçuí E 221410m ; S 7700318m 590 210 472

Ibatiba E 237847m ; S 7760451m 730 171 240

Ibitirama E 221883m ; S 7726817m 760 236 330

Irupi E 224179m ; S 7747966m 735 201 185

Iúna E 235584m ; S 7747566m 640 186 460

Muniz Freire E 248225m ; S 7735359m 540 172 685

São José do Calçado E 223979m ; S 7672777m 310 235 273

Fonte: ABIPTI (2005)

19

Figura 1 – Divisão regional das doze microrregiões constituídas no Estado do Espírito Santo, com destaque para a microrregião do Caparaó. Fonte: IJSN (2008).

Segundo informações do IJSN (2008), a produção local de café do tipo arábica (90% do

total) corresponde a 40% de toda a produção estadual e ocupa 24% da área das

propriedades rurais do Caparaó, com expressiva participação da agricultura familiar,

presente em mais de 23.000 propriedades e gerando cerca de 130.000 empregos

diretos.

20

Segundo dados do INCAPER (apud ABIPTI, 2005), o café sempre manteve a economia

da região, chegando a representar cerca de 70% da renda gerada na microrregião. A

participação da atividade cafeeira na receita das propriedades rurais da microrregião do

Caparaó está em torno de 75,6%, aparecendo como a maior participação do Estado na

geração de renda das propriedades rurais, relativamente ao café. A microrregião do

Caparaó é, atualmente, a maior produtora de café arábica do Espírito Santo,

representando, no período 2002-2003, 36,86% da área produtiva do arábica do Estado

e 38,9% de sua produção. O cafeeiro arábica ocupa 35% do parque cafeeiro do Estado

do Espírito Santo (SILVA; COSTA, 1995). Seu cultivo vem se expandindo no Estado,

nas regiões fisiográficas altas e de temperaturas relativamente baixas, sendo cultivado

com sucesso na microrregião do Caparaó do Estado do Espírito Santo (DADALTO;

BARBOSA, 1995).

Não obstante à grande importância sócio-econômica do cafeeiro arábica para a

economia capixaba, e, sobretudo para a microrregião do Caparaó, essa atividade vem

se expandindo menos em relação ao café conilon (Figura 2), principalmente quando se

leva em conta o rápido crescimento da produção de café conilon no Estado, que entre

os anos de 1999 e 2002 aumentou de 2,69 milhões para 7,25 milhões de sacas

beneficiadas.

O monitoramento nutricional de cafezais mediante análise química das folhas vem

transformando-se em prática essencial para recomendações de adubações mais

equilibradas e economicamente mais ajustadas (BATAGLIA et al., 1983). Nesse

aspecto, o suprimento, a absorção e a utilização balanceada dos nutrientes minerais

essenciais, envolvendo o uso racional de fertilizantes assume um papel de fundamental

importância (SOUZA et al., 1975; BEGAZO et al., 1980; HAAG, 1987; SILVEIRA,

1995;).

21

Figura 2 - Evolução da produção de cafeeiros arábicas em relação ao conilon no Estado do Espírito Santo entre os anos de 1992 e 2008. Fonte: CONAB (2009).

Embora a necessidade de fertilizantes do cafeeiro seja alta, a disponibilidade de

recursos financeiros para esse fim é escassa. Além disso, o elevado preço dos

fertilizantes é uma realidade, exigindo que os insumos sejam utilizados de forma

eficiente, ou seja, determinando-se qual a necessidade nutricional da planta, na

quantidade e época corretas (CORRÊA et al., 2001). Nesse contexto, deve-se dar

atenção especial não somente à quantidade de nutrientes aplicados, mas também ao

equilíbrio entre eles. Para Malavolta (1980), o equilíbrio nutricional da planta deve ser

mantido durante todo seu ciclo. Para tanto, cada nutriente deve estar disponível na

solução do solo em quantidades e proporções adequadas.

22

2. 2 DIAGNOSE FOLIAR

A produção economicamente viável de café depende de vários fatores incluindo o

suprimento, a absorção e a utilização balanceada de elementos minerais (SOUZA et al.,

1975; BEGAZO et al., 1980; RENA; MAESTRI, 1986, 1987; HAAG,1987;

SILVEIRA,1995;). O diagnóstico nutricional das culturas também requer informações

sobre o histórico das mesmas, além de observações visuais, sendo que as análises

químicas da planta dão subsídios para a interpretação do balanço nutricional

(BRAGANÇA et al., 1989; WORTMANN, 1993; SILVEIRA, 1995).

A análise do solo foi considerada por muitos anos a ferramenta única na diagnose

nutricional das plantas. Contudo, ela apresenta limitações na avaliação correta dos

teores de nitrogênio e, normalmente, não se determina os teores de micronutrientes em

análises de rotina (ELWALI; GASCHO, 1984). Não obstante, a simples presença dos

elementos minerais essenciais no solo, mesmo em quantidades adequadas, pode não

garantir um suprimento balanceado desses elementos para as plantas (WORTMANN et

al., 1992), uma vez que a composição dos nutrientes nas plantas é decorrente da

disponibilidade dos elementos minerais no solo, bem como das condições climáticas,

atributos físicos do solo, pH e disponibilidade hídrica (HAAG, 1987), incluindo aqueles

fatores inerentes à própria planta (MARSCHNER, 1995). Estudos visando o diagnóstico

sobre questões nutricionais com base nos tecidos vegetais têm se mostrado muito

vantajosos, pelo fato da própria planta ser o extrator dos nutrientes no solo,

possibilitando uma avaliação direta de seu estado nutricional (BEAUFILS, 1973).

A diagnose nutricional das plantas deve ser realizada pela avaliação dos resultados da

análise química dos tecidos, constituindo-se numa ferramenta que permite planejar,

avaliar e calibrar a recomendação de adubação utilizada nas lavouras (CORRÊA et al,

2001). Dentre os tecidos vegetais fáceis de serem amostrados, normalmente presentes

durante todo o ciclo da cultura, a folha tem sido geralmente utilizada nessas análises,

pois juntamente com os frutos constituem-se nos maiores reservatórios minerais do

cafeeiro (CORRÊA et al., 1986), além de as folhas serem os principais centros de

atividades metabólicas das plantas (HAAG, 1987; TAIZ; ZEIGER, 2004).

23

Em trabalho realizado em Viçosa-MG, Martinez et al. (2003b) fizeram análises dos

teores de nutrientes em flores de cafeeiros para obtenção das faixas críticas e

verificaram-se que os teores de N, K, B, Fe e Zn não se mostraram diferentes do

observado em folhas, enquanto os de P, Ca, Mg, S, Cu e Mn diferiram.

Segundo Leite (1992), a contribuição da diagnose foliar, no auxílio da interpretação de

desequilíbrios nutricionais das culturas, levou pesquisadores do mundo inteiro a

desenvolverem diversas metodologias de interpretação de resultados de análise foliar.

A correta interpretação de resultados de análises foliares gera informações que

auxiliam no uso racional de insumos, no equilíbrio nutricional das plantas e,

consequentemente, no aumento da produtividade (PARTELLI, 2004). Todavia, a

interpretação das análises dos tecidos vegetais ainda tem sido realizada em grande

parte por intermédio de comparações dos resultados analíticos com valores de

referência chamados Níveis Críticos. Essa técnica apresenta a desvantagem dos

nutrientes serem interpretados individualmente, não se levando em consideração as

inter-relações existentes entre eles, nem as variações nos níveis dos elementos

minerais nas folhas, que podem variar com o estádio de desenvolvimento das plantas

(SUMNER, 1979; ELWALI; GASCHO, 1984), com interações que afetam a absorção e a

distribuição de nutrientes (WORTMANN et al., 1992; WORTMANN, 1993), e com a

carga pendente, (RENA; MAESTRI, 1986, 1987).

Os resultados das análises dos tecidos vegetais devem ser melhor interpretados com

base em técnicas integradas, que permitem diagnosticar o estado nutricional das

plantas excluindo os fatores intrínsecos e extrínsecos de variabilidade, que podem

mascarar os resultados. Uma técnica que pode ser aplicada a qualquer momento, sob

diferentes condições de cultivo e idade das plantas, foi proposta por Beaufils (1973), por

intermédio do DRIS, sendo posteriormente utilizado por vários autores (SUMNER, 1979;

ELWALI; GASCHO, 1984; RATHFON; BURGER, 1991; LEITE, 1992; WORTMANN et

al., 1992; BEVERLY, 1993; WORTMANN, 1993; COSTA, 1995; ALTOÉ et al., 2002).

A interpretação da análise de tecidos pelo DRIS requer o estabelecimento prévio de

padrões de referência ou normas para se estabelecer a diagnose nutricional de outras

lavouras. O estabelecimento dessas normas requer a identificação e o conhecimento

24

dos teores de nutrientes de plantas consideradas de altas produtividades (MARTINEZ

et al., 2003a), contendo os nutrientes essenciais em quantidades e proporções

balanceadas, conforme encontrados em algumas lavouras de café arábica na

microrregião do Caparaó.

2.3 NUTRIENTES MINERAIS

2.3.1 Nitrogênio (N)

A deficiência de N é a que mais limita o crescimento e produção (VAAST et al., 1998).

Dentre as espécies cultivadas, o cafeeiro é uma das mais exigentes desse nutriente

(MALAVOLTA, 1980). Segundo Malavolta (1993), uma planta de café de seis anos

acumula cerca de 290 g de N. A indicação das fontes de N mais adequadas para cada

caso específico, a dosagem e a forma correta de utilização revestem-se de certa

complexidade, em decorrência da alta mobilidade desse nutriente no solo e de uma

possível ocorrência de efeitos secundários negativos sobre o solo e a planta, além de

implicações de ordem econômica (MALTA, 2003).

De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de N das folhas pode variar de 2,30 a

3,50 dag Kg-1 (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993;

MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997)

A deficiência de N causa amarelecimento generalizado nas folhas, iniciando pelas

folhas mais velhas, como resultado da proteólise, ângulo agudo entre caule e folhas,

senescência precoce e folhas menores devido ao menor número de células

(PREZOTTI; FULLIN, 2007).

Dependendo das condições da lavoura e expectativa de produção, a recomendação de

N pode variar de 150 a 450 kg de N ha-1, o que equivale a até 1000 kg ha-1 de uréia

(RAIJ et al.,1997). O N é um dos responsáveis pelo crescimento vigoroso, retardo da

25

maturação, sendo essencial para a produção de aminoácidos, proteínas, hormônios de

crescimento, fitoalexinas e fenóis (HUBNER, 1980). É um nutriente bastante móvel no

floema, saindo de um local de residência para atender a demanda das regiões de

crescimento ativo, de modo que a clorose generalizada que caracteriza a carência

desse elemento inicia-se pelas folhas mais velhas (MARTINEZ et al., 2003a).

2.3.2 Fósforo (P)

O P é constituinte de ácidos nucléicos, nucleotídeos, coenzimas, fosfolipídios, ácido

fítico, fosfato, açúcares e outros. Influi na síntese e armazenamento de energia,

compondo a Adenosina Trifosfato (ATP). Participa também, de reações de

esterificação com açúcares e outros compostos envolvidos na respiração e na

fotossíntese (TAIZ; ZEIGER, 2004). Segundo Malavolta (1993), é acumulado em

plantas de seis anos em quantidades da ordem de 11 gramas. Para o cafeeiro arábica,

dependendo das condições da lavoura e expectativa de produção, a recomendação

pode variar de 70 a 180 kg de P2O5 ha-1 ano (LANI et al., 2007). De acordo com o

critério das faixas críticas, o teor de P nas folhas pode variar de 0,12 a 0,20 dag Kg-1

(WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr,

1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).

A deficiência de P ocorre nas folhas velhas, que perdem o brilho, apresentam manchas

amareladas desuniformes que evoluem para cores amarelo-arrouxeadas, podendo

tomar todo o limbo foliar (MATIELLO et al., 2002).

A marcante resposta das plantas à nutrição fosfatada é verificada principalmente no

estádio inicial de desenvolvimento. Está associada ao papel do fósforo na síntese de

proteínas, divisão celular e processo de absorção iônica, além de ter grande influência

no desenvolvimento do sistema radicular (MALAVOLTA, 1980).

26

2.3.3 Potássio (K)

Segundo Silva et al. (1995), as exigências de K pelo cafeeiro são equivalentes às de N,

sendo suficientes para mostrar a importância desse nutriente para a planta. Para

Malavolta (1980), o K tem sido considerado, já há algum tempo, o “elemento da

qualidade” em nutrição de plantas. Matiello et al. (2002) consideram o nível adequado

de K no solo entre 0,25 a 0,4 cmolc dm-3 de solo, ou 3 a 5% da CTC. Segundo

Malavolta (1993), o acúmulo de K pelo cafeeiro está na ordem de 150 g planta-1. A

recomendação de K pode variar de 80 a 550 kg de K2O ha-1 ano-1 (LANI et al., 2007).

Na folha, o nível tido como ideal está entre 1,8 e 2,6 dag Kg-1 (WILLSON, 1985;

REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996;

MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997). A deficiência desse elemento provoca

clorose, seguida de necrose das margens das folhas mais velhas, internódios curtos e

diminuição da dominância apical (PREZOTTI; FULLIN, 2007).

2.3.4 Cálcio (Ca)

O Ca é o terceiro elemento mais exigido pelo cafeeiro e o terceiro mais exportado como

produto colhido (MALAVOLTA et al., 1977). Segundo Malavolta (1993), é acumulado

em plantas de café de seis anos em quantidades da ordem de 100 g planta-1. É

constituinte da lamela média das paredes celulares, influi na estruturação da planta,

atua como cofator de enzimas e como mensageiro secundário na regulação metabólica.

Também é utilizado no fuso mitótico durante a divisão celular (TAIZ; ZEIGER, 2004). A

calagem assegura às plantas de café um suprimento adequado de Ca, porém quando

excessiva, pode resultar em deficiência de ferro e outros elementos (MARTINEZ et al.,

2003a). De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de Ca nas folhas pode variar

de 0,75 a 2,50 dag kg-1 (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA,

1993; MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).

27

A deficiência de Ca causa seca dos ramos, queda no crescimento das raízes

(EPSTEIN; BLOOM, 2006), amarelecimento nas margens das folhas novas, folhas

tortuosas, murchamento e morte das gemas terminais (PREZOTTI; FULLIN, 2007).

2.3.5 Magnésio (Mg)

O Mg participa ativamente da síntese de clorofila, ativação de enzimas, transporte de P

e carboidratos nas plantas, além de possuir papel específico na ativação de enzimas

envolvidas na respiração, fotossíntese e síntese de DNA e RNA (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Segundo Malavolta (1993), é acumulado em plantas de café de seis anos em

quantidades da ordem de 37 g planta-1. Diferentemente do Ca, é rapidamente

translocado das regiões maduras para as mais jovens da planta, com crescimento ativo

(EPSTEIN; BLOOM, 2006). A exemplo do Ca é fornecido principalmente durante a

prática da calagem. De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de Mg das folhas

pode variar de 0,25 a 0,50 dag kg-1 (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988;

MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr., 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO,

1997).

Os sintomas de carência provocam cloroses internervais iniciadas nas folhas mais

velhas, podendo evoluir para necrose (MARTINEZ et al., 2003a).

2.3.6 Enxofre (S)

É parte constituinte de aminoácidos, como a cisteína e metionina (MARTINEZ et al.,

2003a; TAIZ; ZEIGER, 2004;). Sua deficiência ocorre principalmente em solos

arenosos, pobres em matéria orgânica e em áreas com maior precipitação (FULLIN et

al., 2007). Plantas de seis anos o acumulam em quantidades da ordem de 10g

28

(MALAVOLTA, 1993). Uma planta deficiente em S apresenta clorose, inicialmente nas

folhas mais novas, folhas pequenas, enrolamento das margens das folhas, necrose,

desfolhamento, internódios curtos e redução no florescimento (MALAVOLTA, 1980).

Segundo Alcarde et al. (1989, apud FULLIN et al., 2007), o pH ideal para absorção do S

está entre 6,0 e 7,0. A deficiência em campo tende a crescer, ocasionada pela falta

e/ou redução da matéria orgânica no solo e pelo uso de adubos, geralmente, sem S

(MATIELLO et al., 2002). De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de S das

folhas pode variar de 0,02 a 0,25 dag Kg-1 (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON,

1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al., 1997;

MATIELLO, 1997). Esse elemento é fornecido na adubação, principalmente na forma

de sulfato de amônio, contendo em sua fórmula de 22 a 24% de S.

2.3.7 Zinco (Zn)

O cafeeiro é muito exigente em micronutrientes, especialmente em relação ao Zn. Esse

nutriente tem comprometido a produtividade da cafeicultura brasileira, pois nossos solos

apresentam, de modo geral, baixos teores desse elemento (REIS JR et al., 2002). É

acumulado por plantas de café de seis anos em quantidades de cerca de 200 mg

planta-1 (MALAVOLTA, 1993).

O Zn é constituinte da álcool desidrogenase, desidrogenase glutâmica, anidrase

carbônica e outras enzimas. Atua no controle da expressão genética, integridade da

membrana (TAIZ; ZEIGER, 2004) e na regulação da absorção do P (MARSCHNER,

1995). Grande parte dos sintomas de deficiência de Zn está associada a distúrbios no

metabolismo das auxinas, principalmente do ácido idolacético (AIA), um dos fitormônios

responsáveis pelo crescimento das plantas (MALAVOLTA, 1980).

Calagem excessiva (pH elevado), altos níveis de P, matéria orgânica elevada, solos

arenosos (baixa CTC) e pH fora da faixa de 5,0 a 6,5 favorecem a deficiência desse

elemento (RESENDE et al., 1988), que provoca o crescimento reduzido das folhas e a

29

dificuldade dos internódios em alongar-se, dando origem ao sintoma conhecido por

roseta (EPSTEIN; BLOON, 2006). Estudando micronutrientes em frutos de cafeeiro

arábica em Martins Soares-MG, Laviola et al. (2007) constataram ser o Zn o nutriente

que apresentou maior acúmulo relativo (%) no estádio de expansão rápida, o que

segundo Marschner (1995), denota a sua importância na síntese de triptofano,

aminoácido precursor da biossíntese da auxina, e ácido indol acético (AIA), essencial

para o processo de alongamento celular. Ainda esses autores, estudando o acúmulo de

micronutrientes nos frutos em diferentes altitudes, sugerem que, em caso de

fornecimento do Zn via foliar isoladamente, as pulverizações ocorram com intervalos de

25 a 30 dias, independentemente da altitude.

De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de Zn nas folhas pode variar de 8,0 a

30,0 mg kg-1 (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993;

MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).

O Zn é fornecido ao cafeeiro principalmente na forma de adubação foliar, forma esta

considerada oito vezes mais eficiente que via solo (ARZOLLA et al., 1962, apud RENA;

FÁVARO, 2000). Rena e Fávaro (2000) demonstraram algebricamente que a maioria

dos micronutrientes devem ser aplicados por via foliar ao contrário dos macronutrientes

que devem ser aplicados via solo.

2.3.8 Boro (B)

Embora diversas funções tenham sido propostas para o B, o consenso é que estão

relacionadas à estrutura da parede celular e com as substâncias pécticas associadas a

ela, especialmente a lamela média (EPSTEIN; BLOOM, 2006). É acumulado em plantas

de café de seis anos na ordem de 300 mg planta-1. Solos arenosos, alta pluviosidade,

veranicos e estações secas, baixos teores de matéria orgânica e pH fora da faixa entre

5,0 e 7,0 são condições que favorecem a deficiência desse elemento (RESENDE,

2003). Sua deficiência em cafeeiro causa curvamento dos ramos laterais, que ocorrem

30

entre o 3º e 5º últimos nós, sendo este bastante pronunciado, inicialmente para baixo e

em seguida para cima, com ocorrência no período de estiagem, em pré-florada

(MATIELLO et al., 2001). Esses autores encontraram ainda um sintoma pouco comum

de deficiência desse elemento, onde os ramos secundários apresentaram pequeno

engrossamento junto à sua inserção, pendendo para baixo e se desprendendo

ligeiramente do ramo primário e secando em sua maioria.

De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de B nas folhas pode variar de 40,0 a

100,0 mg kg-1 (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993;

MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).

Barros et al. (1996), trabalhando com café, utilizaram diferentes fontes de B via solo, e

concluíram que a fonte mais eficiente foi o bórax aplicado na cova na dose de 2,7g

cova-1 ou em cobertura, após o plantio com 5,47g cova-1. Obertli (1994) sugere que o B

não está distribuído homogeneamente nas plantas, mas acumulado em áreas

marginais, topos de folhas e entre nervuras, sendo translocado com a corrente de

transpiração. A concentração de B dentro da mesma folha pode variar em até 100

vezes, sendo que, desta forma, a análise foliar representa somente um valor médio do

B contido nas folhas (LEITE, 2003).

2.3.9 Cobre (Cu)

O Cu é componente do ácido ascórbico oxidase, tirosinase, monoamina oxidase,

uricase, citocromo oxidase, fenolase, lacase e plastocianina (TAIZ; ZEIGER, 2004). No

cafeeiro é acumulado em quantidades da ordem de 340 mg planta-1 de seis anos de

idade (MARTINEZ et al., 2003a). De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de

Cu nas folhas pode variar de 7,0 a 50,0 mg Kg-1 (WILLSON, 1985; REUTER;

ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al.,

1997; MATIELLO, 1997).

31

Segundo Prezotti e Fullin (2007), sua deficiência caracteriza-se por distorção e

curvamento das folhas jovens, seguida por perda de cor verde em áreas distribuídas

irregularmente. É amplamente utilizado como fungicida nos programas de controle de

doenças. Ainda segundo esses autores, os níveis ideais desse nutriente no solo está

entre 0,8 e 1,8 mg dm-3. Para Carvalho et al. (2007), os fungicidas cúpricos funcionam

como nutrientes para as plantas. Sua utilização pode promover, além do controle da

ferrugem e outras doenças, o fornecimento do íon Cu+ ou Cu2+ para as plantas, o qual

funciona como co-fator de enzimas nas células. Ainda para esses autores, o efeito de

retenção de folhas e frutos que os cúpricos promovem no cafeeiro, deve ser destacado

e, como consequência, maior produção e melhoria da qualidade final do café.

Segundo Rena e Fávaro (2000) o Cu é aproveitado pelo cafeeiro com maior eficiência

via adubação foliar. Essa afirmação pôde ser confirmada por Matiello et al. (1997), que

obtiveram maiores produtividades com essa forma de adubação.

2.3.10 Manganês (Mn)

O Mn é importante para a atividade de algumas desidrogenases, oxidases,

descarboxilases, quinases, e peroxidases. Atua na clivagem da água no processo

fotossintético, como ativador de muitas enzimas além de estar envolvido em processos

de oxidação e redução no sistema de transporte de elétrons (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Segundo Malavolta (1993), é acumulado em plantas de café de seis anos na ordem de

550 mg planta-1. Sua deficiência causa clorose das folhas novas seguida de

branqueamento, manchas perenes e necróticas nas folhas, que apresentam formas

anormais, e menor nodulação nas leguminosas (PREZOTTI; FULLIN (2007). O papel

mais bem documentado e exclusivo do Mn em plantas verdes refere-se à foto-oxidação

da molécula de água, no fotossistema II da fotossíntese (TAIZ; ZEIGER, 2004; KIRKBY;

ROMHELD, 2007). De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de Mn nas folhas

pode variar de 50,0 a 210,0 mg kg-1 (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988;

32

MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO,

1997).

Em solos com pH elevados, normalmente ocorre carência desse elemento. Barros e

Matiello (1994), trabalhando com cafeeiro arábica na zona da mata de Minas Gerais,

concluíram que teores baixos de Mn estavam correlacionados com teores elevados de

Ca e Mg e de pH elevados (superiores a 5,7 a 6,9), mostrando que a calagem

excessiva foi um dos fatores responsáveis pela deficiência. Esses autores afirmam

ainda que a correção da deficiência pode ser obtida, a curto prazo, com aplicações

foliares se sulfato de manganês a 1%. Para Rena e Fávaro (2000), à semelhança dos

demais micronutrientes, o Mn é mais bem aproveitado pelo cafeeiro quando aplicado

via adubação foliar.

2.3.11 Ferro (Fe)

Este elemento é importante na formação da clorofila e na respiração, é constituinte de

vários metabólicos, como citocromos envolvido no transporte de elétrons na

fotossíntese e respiração, e Fe-proteínas não hemínicas, tais como a Fe-proteína e a

Mo-Fe-proteína, envolvidas na fixação do N2. Grupos Fe-heme também participam da

estrutura da nitrato redutase e nitrito redutase. As proteínas Fe4S4 são constituintes da

redutase do nitrito, enquanto as proteínas Fe-S participam do transporte de elétrons no

fotossistema I. A ferredoxina, uma proteína não hemínica, participa no transporte de

elétrons no fotossistema I, da assimilação do sulfato, da redução do nitrito e da fixação

do N2 (TAIZ; ZEIGER, 2004). Deve-se destacar o importante papel do ferro como

constituinte das proteínas heme dos citocromos, na cadeia de transporte de elétrons

mitocondrial, que gera a maioria do ATP celular (EPSTEIN; BLOOM, 2006).

Sob deficiência de ferro há diminuição de clorofila e de outros pigmentos que captam

luz, assim como das atividades de carregadores de elétrons de ambos os

fotossistemas. Nessas condições, um sintoma característico de deficiência de ferro é a

33

clorose internerval, que surge inicialmente nas folhas mais novas, pois o ferro não é

prontamente mobilizado das folhas mais velhas (TAIZ; ZEIGER, 2004). Segundo

Malavolta (1993) o ferro é acumulado em plantas de café de seis anos na ordem de

6.300 mg planta-1. Portanto a deficiência de Fe afeta inicialmente o desenvolvimento e a

função do cloroplasto (KIRKBY; ROMHELD, 2007). De acordo com o critério das faixas

críticas, o teor de Fe nas folhas pode variar de 70,0 a 200, 0 mg kg-1 (WILLSON, 1985;

REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996;

MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).

2.4 FAIXAS CRÍTICAS

A contribuição da diagnose foliar levou pesquisadores a desenvolverem diversas

metodologias de interpretação de resultados de análise foliar, dentre as quais se

encontra a faixa crítica ou nível crítico, definido como sendo a concentração do

nutriente no tecido vegetal, acima do qual pequenos ou nenhum aumento na produção

é esperado (ESCANO et al., 1981) ou a concentração que separa populações de baixa

e alta probabilidade de resposta à adição do nutriente.

O diagnóstico realizado por meio da análise do solo tem recebido suporte adicional

mediante análise de tecidos. A possibilidade de uma interpretação interativa com

suporte na análise foliar e na análise de solo é uma boa alternativa para avaliar o

comportamento das plantas de maneira mais controlada. No caso de culturas perenes,

há maior possibilidade de se diagnosticar os problemas nutricionais pela análise foliar e

tentar corrigi-los no mesmo ano agrícola, existindo, inclusive, ajustes na recomendação

de adubação para o cafeeiro que levam em conta resultados da diagnose foliar

(Malavolta, 1993).

A forma tradicional de se obter níveis críticos passa por ensaio de calibração da

produtividade vegetal em função do teor de um nutriente na planta. Segundo Walworth

e Sumner (1988), muitos pesquisadores conduzem experimentos variando a dose do

34

nutriente no solo, obtendo a produtividade e a concentração do nutriente no tecido

vegetal.

Pode-se citar como vantagens do uso de níveis críticos, a facilidade de interpretação

dos resultados e a independência entre os níveis, ou seja, a concentração de um

nutriente não afeta a classificação do outro. Entretanto, apresenta como desvantagens

a impossibilidade de determinar o grau da deficiência ou do excesso e, ainda, a

limitação em identificar qual o nutriente mais problemático, quando se tem mais de um

nutriente limitante (BALDOCK; SCHULTE, 1996; MARTINEZ et al., 1999).

Segundo Martinez et al. (2003a) o nível crítico de um determinado nutriente na planta é

definido como o valor da concentração que separa a zona de deficiência da zona de

suficiência. Acima dele, a probabilidade de haver aumento na produção pela adição do

nutriente é baixa; e abaixo, a taxa de crescimento, a produção e a qualidade diminuem

significativamente (MALAVOLTA, 1980). Para aumentar a flexibilidade da diagnose,

considera-se uma faixa e não um único valor crítico (MARTINEZ et al., 1999, 2000).

Malavolta e Cruz (1971) definiram a concentração crítica como a faixa de concentração

de um elemento na folha abaixo da qual a produção é limitada e acima da qual a

adubação não é econômica.

Encontra-se na literatura de diversos autores níveis críticos dos nutrientes na folha do

cafeeiro (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; JONES JR. et al., 1991;

MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES JR., 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO,

1997), que, ao serem estabelecidos, não consideraram as variações regionais, sendo

necessário estabelecer padrões próprios para cada região ou Estado, para uma

avaliação nutricional mais precisa.

Viana et al. (1985) verificaram os efeitos de doses de N de 0, 100, 200 e 400 kg ha-1 e

doses de K de 0, 83, 166 e 332 kg ha-1 em um solo LE cultivado com cafeeiro „Catuaí‟.

Foi encontrado resposta linear com o aumento das doses de N, e a maior produção

correspondeu a 400 kg de N ha-1 e a um teor foliar de N correspondente a 33 g kg-1 de

N. Para o K, a produção maior foi obtida com a dose de 166 kg de K ha-1, que

corresponde a um teor médio de K no solo de 126 mg dm-3 e foliar de 13,6 g kg-1.

35

Santinato et al. (1996), utilizando doses crescentes de 0, 114, 145 176 e 208 kg de K

ha-1 para cafeeiro arábica em LV, encontraram que a maior produção foi obtida com a

dose de 176 kg de K ha-1 na forma de nitrato de potássio. Os teores foliares de N e K na

dose de maior produção foram de 28 e 22 g kg-1, respectivamente.

Malavolta (1993) estabeleceu uma tabela com os teores de N, K e S nas folhas

classificados em: deficiente, marginal, adequado, alto e excessivo, amostrados em

fevereiro/março. Os teores de nutrientes admitidos como adequados (faixa crítica) por

esse autor são: N – 27 a 32 g kg-1; K - 19 a 24 g kg-1 e S - 1,5 a 2,0 g kg-1.

2.5 SISTEMA INTEGRADO DE DIAGNOSE E RECOMENDAÇÃO (DRIS)

O método DRIS, foi proposto por Beaufils (1973), desenvolvendo estudos com milho e

seringueira na África do Sul. Inicialmente o DRIS foi proposto como modelo para

identificar fatores limitantes de produtividade. Entretanto, com o tempo, tem se

mostrado muito mais eficiente como uma forma de interpretação de análise nutricional

das plantas do que como modelo de produtividade agrícola (BATAGLIA, 1989).

A interface do DRIS que expressa os resultados da avaliação do estado nutricional, se

constitui dos índices que representam numericamente, em uma escala contínua, a

influência de cada nutriente no balanço nutricional da planta. Os índices são valores

negativos ou positivos. Valores negativos indicam deficiência do nutriente em relação

aos demais. Valores positivos indicam excesso, e quanto mais próximo de zero

estiverem esses índices, mais próxima estará a planta do equilíbrio nutricional

(BEVERLY, 1993).

É um método no qual os nutrientes não são considerados pelos seus teores individuais

(análises univariadas), mas, sim, pelas relações binárias (análises bivariadas). O uso de

relações entre vários nutrientes dá maior segurança às interpretações individuais dos

nutrientes (ROCHA, 2007). Nesse método a razão entre concentrações de nutrientes

em uma amostra é comparada matematicamente com valores “ótimos” (valores de

36

referência ou normas) das mesmas razões obtidas a partir de uma população de alta

produtividade (população de referência) a qual é assumida como nutricionalmente

equilibrada (MAEDA; RONZELLI JR., 2004).

Segundo Jones (1981), o método DRIS é baseado em algumas considerações relativas

à influência da concentração foliar de nutrientes no rendimento das culturas: a) as

relações entre as concentrações de nutrientes são frequentemente, os melhores

indicadores de deficiências nutricionais do que os valores isolados de concentrações; b)

algumas relações entre nutrientes são mais importantes ou significativas do que outras;

c) produtividades adequadas são atingidas apenas quando os valores de relações

nutricionais importantes aproximam-se de valores ótimos, que são as médias de valores

determinados em populações selecionadas, de alta produtividade; d) pelo fato de que

relações nutricionais mais importantes devem apresentar valores próximos aos obtidos

em populações de alta produtividade, a variância de uma relação nutricional importante

é menor em uma população de alta produtividade (população de referência) do que em

populações de baixa produtividade. Dessa forma, as relações entre as variâncias da

população de alta produtividade e baixa produtividade podem ser utilizadas para a

seleção de relações nutricionais significativamente importantes para o método; e) os

índices DRIS podem ser calculados para cada nutriente, baseando-se nos desvios

médios de cada relação nutricional deste nutriente com os demais, em relação aos

valores ótimos dessa determinada relação nutricional. Assim sendo, o valor ideal do

índice DRIS para cada nutriente deve ser zero; índices negativos apontam deficiências

e índices positivos excesso.

Para Baldock e Schulte (1996), o DRIS apresenta quatro vantagens e quatro

desvantagens. As vantagens são as seguintes: a) a escala é contínua e facilmente

interpretada; b) o DRIS classifica os nutrientes desde o mais deficiente até o mais

excessivo; c) o DRIS pode identificar alguns casos onde a produtividade está limitada

por um desbalanço de nutrientes mesmo que nenhum deles esteja abaixo de seu nível

crítico; d) o IBN (índice de balanço nutricional) dá uma medida do efeito conjunto dos

níveis de nutrientes sobre a produtividade. Como desvantagens citam: a) é um sistema

que exige aplicação complexa de cálculos de computação; b) os índices não são

independentes, ou seja, o nível de um nutriente pode ter um marcante efeito sobre os

37

outros índices; c) ele resulta em diagnoses positivas falsas com muita frequência; d)

embora tenha sido divulgado na literatura que esse sistema é menos sensível à

maturidade da planta, na prática ele é frequentemente tão sensível à idade da planta

quanto o método das faixas de suficiência.

Salvo (2001) e Leite (1993) contradizem algumas dessas desvantagens argumentando

que: a) com os avanços recentes na área da computação, a dificuldade em executar o

método passou a ser pouco relevante; b) a não independência dos índices entre os

nutrientes é talvez uma vantagem e não uma desvantagem, pois é, provavelmente, a

maior contribuição do método em relação ao de faixas de suficiência; c) possivelmente,

o que Baldock e Schulte (1996) pretendiam dizer é que o teor muito alto de um

determinado nutriente poderia causar um falso diagnóstico de deficiência para os

demais nutrientes.

O primeiro passo para a implantação de qualquer método de diagnose nutricional é o

estabelecimento de valores padrões ou normas, e o mesmo se aplica ao método DRIS.

As normas são obtidas sempre de uma população de alta produtividade, denominada

população de referência (BEAUFILS, 1973). A população de referência é selecionada a

partir de uma população maior dentro de um conjunto de dados também

criteriosamente selecionados. Os bancos de dados para obtenção das normas podem

ter tamanho variável em função das premissas a serem adotadas no método e devem

ser uniformes quanto às características da cultura. No que diz respeito à base de

dados, ocorre na literatura grande variação com relação ao tamanho dessa base,

havendo desde 24 observações (LEITE, 1992), 23 observações (PARTELLI et al.,

2002), até 2800 ou mais (SUMNER, 1977). Walworth et al. (1988) demonstraram que as

normas DRIS desenvolvidas a partir de 10 observações de milho cultivadas em campo,

com produtividade superior a 18 t ha-1, foram mais representativas e eficientes que

normas provenientes de banco de dados maiores. Em contraste, Letzsch e Sumner

(1984) estabeleceram que as melhores normas tiveram origem de grandes bases de

dados com observações de altas produtividades. Para Salvo (2001) normas DRIS muito

abrangentes e genéricas podem representar prejuízo na eficiência do diagnóstico. A

qualidade das observações deve ser a meta para a escolha da base de dados a

despeito da quantidade.

38

Os Padrões ou Normas de Referência do DRIS são obtidos por intermédio das médias

das razões dois a dois entre todos os nutrientes, tanto na ordem direta quanto na ordem

inversa, bem como os desvios-padrão e coeficientes de variação dessas razões, das

análises foliares de lavouras/plantas de altas produtividades (BEAUFILS, 1973;

SUMNER, 1979; ELWALI; GASCHO, 1984; RATHFON; BURGER,1991; LEITE,1992;

WORTMANN et al., 1992; BEVERLY, 1993; WORTMANN,1993; COSTA, 1995;

PARTELLI et al., 2002; MARTINEZ et al., 2003a). O uso da população de alta

produtividade para obtenção das normas parte do pressuposto que, nesta população, o

valor médio da relação entre dois nutrientes quaisquer esteja mais próximo do ótimo

fisiológico (SILVA; CARVALHO, 2006).

Após a definição da população de referência, de onde são originadas as normas,

comparam-se as razões entre as concentrações de cada nutriente com os demais,

obtidos de uma amostra de tecido a ser diagnosticada. Essas comparações são

efetuadas por intermédio dos valores de funções, baseada na função normal reduzida

de Student (BEAUFILS, 1973; VENEGAS; LEITE, 1992), conforme apresentadas por

vários autores (BEAUFILS, 1973; JONES, 1981; RATHFON; BURGER, 1991;

VENEGAS; LEITE, 1992; WORTMANN, 1993; COSTA, 1995; PARTELLI et al., 2002;

MARTINEZ et al., 2003a).

O diagnóstico nutricional baseia-se no cálculo das funções das relações das razões

dois a dois dos teores de cada elemento com os demais, comparando-os com outras

relações consideradas padrões, cuja composição mineral foi obtida de uma população

de plantas altamente produtivas (JONES, 1981). Sumner (1979) acrescenta que,

quando a relação entre dois nutrientes encontra-se na faixa adequada, três

possibilidades existem: a) tanto o numerador quanto o denominador estão em faixas

adequadas; b) ambos, numerador e denominador estão em excesso; c) ambos,

numerador e denominador estão em faixas insuficientes. Quando a relação estiver

acima da relação ótima, o numerador está na faixa ótima com o denominador na faixa

insuficiente ou o numerador está em excesso e o denominador na faixa ótima. Quando

a relação estiver abaixo da ótima, o numerador está na faixa ótima e o denominador em

excesso ou o numerador está na faixa insuficiente e denominador na faixa ótima.

39

Para calcular as funções das razões dos nutrientes, existem três métodos: a) o método

original de Beaufils (1973); b) o método de Jones (1981); c) o método de Beaufils

(1973) modificado por Elwali e Gascho (1984). Bataglia e Santos (1990), trabalhando

com seringueira, testaram esses três métodos para o cálculo de índices para os

nutrientes N, P, K, Ca, Mg e S, concluindo que os métodos de Beaufils (1973) e Elwali e

Gascho (1984) apresentaram resultados semelhantes entre si, e que o método de

Jones (1981) mostrou-se muito dependente da ordem de razão de cada par de

nutriente. Concluíram, ainda, que além dos índices DRIS terem sido influenciados pelo

procedimento de cálculo, a obtenção apropriada desses índices dependem de uma

população de referência conveniente.

Santos (1997 apud SALVO, 2001), comparando o método de interpretação de análise

foliar para macronutrientes em citros, pelo critério de faixas de suficiência com o método

DRIS, através do acompanhamento da resposta em termos de produtividade das

plantas cítricas, testou os três métodos para cálculo das funções das razões dos

nutrientes concluindo: a) o método de Beaufils (1973) proporcionou maior realce para

deficiências; b) o método de Elwali e Gascho (1984) levou a menor número de

interpretações errôneas; c) o método de Jones (1981) apresenta maior facilidade de

cálculo bem como estatística mais formal. Altoé et al. (2002) e Partelli (2004),

trabalhando com café conilon no Norte do Estado do Espírito Santo, utilizaram o

método de Jones (1981), com as recomendações de Venegas e Leite (1992),

concluindo que desse modo o método DRIS se torna de fácil operacionalização e

fornece bons resultados. Para Mourão Filho et al. (2002, apud PARTELLI, 2004), esse

método foi superior aos métodos de Beaufils (1973) e Elwali e Gascho (1984). Nick

(1998) também testou os três métodos e concluiu que o método de Jones (1981) foi

superior aos métodos de Beaufils (1973) e Elwali e Gascho (1984), por ter resultado em

índices DRIS mais precisos.

40

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 TRATOS CULTURAIS DAS LAVOURAS SELECIONADAS

Por intermédio de entrevistas com os produtores rurais das lavouras consideradas de

altas produtividades da microrregião do Caparaó, foram obtidas as informações

referentes à densidade de plantio, tipo de assistência técnica desenvolvida (Tabela 2),

análise de solo e foliar, adubação foliar, área total da propriedade, área amostrada e

método de controle do mato naquela microrregião (Tabela 3).

Tabela 2 – Espaçamento, densidade de plantio e tipo de assistência técnica das lavouras amostradas na microrregião do Caparaó

(continua)

LAVOURA Nº ESPAÇAMENTO

PLANTAS ha

-1

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

1 2,0X1,0 5000 Incaper

2 2,0X0,6 8332 Particular

3 2,0X0,6 8332 Particular

4 2,0X1,0 5000 Particular

5 2,0X0,8 6250 Particular

6 2,0X0,7 7142 Particular

7 2,0X0,6 8332 Particular

8 2,0X0,6 8332 Incaper

9 2,0X1,0 5000 Incaper

10 2,0X0,7 7142 Incaper

11 2,0X0,6 8332 Particular

12 2,0X0,6 8332 Incaper/Particular

13 2,0X0,8 6250 Incaper

14 2,0X0,6 8332 Incaper

15 2,0X1,0 5000 Incaper

16 2,0X0,6 8332 Incaper/Particular

17 2,0X0,7 7142 Incaper

18 2,0X1,0 5000 Incaper

19 2,0X0,8 6250 Incaper

20 2,0X0,6 8332 Incaper

21 2,0X0,6 8332 Incaper

22 2,0X0,7 7142 Particular

23 2,0X0,7 7142 Particular

41

Tabela 2 – Espaçamento, densidade de plantio e tipo de assistência técnica das lavouras amostradas na microrregião do Caparaó

(conclusão)

LAV Nº ESPAÇAMENTO

PLANTAS ha

-1

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

24 2,0X1,0 5000 Incaper

25 2,0X0,6 8332 Incaper

26 2,0X0,8 6250 Incaper

27 2,0X0,6 8332 Incaper

28 2,0X1,0 5000 Particular

29 2,0X0,7 7142 Particular

30 2,0X1,0 5000 Particular

31 2,0X1,0 5000 Particular

32 2,0X0,8 6250 Incaper

33 2,0X0,7 7142 Incaper

34 2,0X1,0 5000 Incaper

35 2,0X0,7 7142 Incaper

36 2,0X0,7 7142 Incaper

37 2,0X0,8 6250 Incaper

38 2,0X1,0 5000 Incaper

39 2,0X0,6 8332 Incaper

40 2,0X0,7 7142 Incaper

Tabela 3 - Dados culturais das lavouras amostradas na microrregião do Caparaó

(continua)

LAV

(Nº)

ANÁLISE

DE SOLO

ANÁLISE

FOLIAR

ADUBAÇÃO

FOLIAR

ÁREA DA

PROPRIEDADE

(ha)

ÁREA

AMOSTRADA

(ha)

CONTROLE DO

MATO

1 Sim Sim Não 50 0,5 Roçadeira

2 Sim Sim Sim 100 0,6 Química

3 Sim Sim Não 70 0,8 Química

4 Sim Ocasionalmente Não 40 0,4 Química

5 Sim Não Sim 80 0,8 Química

6 Sim Sim Não 40 0,6 Química

7 Sim Sim Sim 50 0,5 Química

8 Sim Ocasionalmente Não 60 0,4 Manual/Química

9 Sim Sim Não 30 0,9 Roçadeira

10 Sim Sim Sim 40 0,7 Roçadeira

11 Sim Ocasionalmente Não 80 0,8 Roçadeira

12 Sim Sim Não 30 0,6 Manual/Química

13 Sim Sim Não 35 0,8 Roçadeira

42

Tabela 3 - Dados culturais das lavouras amostradas na microrregião do Caparaó

(conclusão)

LAV

(Nº)

ANÁLISE

DE SOLO

ANÁLISE

FOLIAR

ADUBAÇÃO

FOLIAR

ÁREA DA

PROPRIEDADE

(ha)

ÁREA

AMOSTRADA

(ha)

CONTROLE DO

MATO

14 Sim Ocasionalmente Sim 30 0,9 Roçadeira

15 Sim Ocasionalmente Não 25 0,5 Manual/Química

16 Sim Ocasionalmente Sim 40 0,5 Manual/Química

17 Sim Ocasionalmente Não 50 0,8 Roçadeira

18 Sim Sim Não 40 0,5 Roçadeira

19 Sim Sim Sim 30 0,5 Roçadeira

20 Sim Sim Não 60 0,5 Roçadeira

21 Sim Ocasionalmente Sim 35 0,5 Manual/Química

22 Sim Sim Sim 50 0,8 Química

23 Sim Sim Não 60 0,7 Química

24 Sim Ocasionalmente Não 35 0,5 Manual/Química

25 Sim Ocasionalmente Sim 30 0,5 Química

26 Sim Ocasionalmente Não 30 0,6 Roçadeira

27 Sim Não Sim 50 0,8 Roçadeira

28 Sim Ocasionalmente Não 40 0,5 Manual/Química

29 Sim Ocasionalmente Não 45 0,5 Química

30 Sim Ocasionalmente Não 25 0,5 Química

31 Sim Ocasionalmente Sim 40 0,6 Química

32 Sim Ocasionalmente Sim 50 0,9 Química

33 Sim Ocasionalmente Não 60 0,5 Manual/Química

34 Sim Ocasionalmente Não 60 0,8 Roçadeira

35 Sim Não Não 35 0,5 Roçadeira

36 Sim Ocasionalmente Sim 40 0,7 Roçadeira

37 Sim Ocasionalmente Não 30 0,5 Roçadeira

38 Sim Ocasionalmente Sim 35 0,6 Roçadeira

39 Sim Ocasionalmente Não 30 0,8 Roçadeira

40 Sim Ocasionalmente Não 40 0,6 Química

3.2 AMOSTRAGEM DE FOLHAS E DESCRIÇÃO DAS LAVOURAS

Para o estabelecimento das normas DRIS para a microrregião do Caparaó, foram

selecionadas 40 lavouras de café arábica com produtividade média de 2 anos

consecutivos acima de 40 sacas beneficiadas por hectare em sete municípios, sendo

43

estes: Guaçuí, Dores do Rio Preto, Ibitirama, Iúna, Irupi, Ibatiba e Muniz Freire,

conforme ilustrado na Figura 3. Os municípios de Alegre, Divino de São Lourenço e São

José do Calçado não foram incluídos entre os amostrados por não possuírem,

comprovadamente, lavouras com a produtividade exigida no presente trabalho. Para

seleção dessas 40 lavouras, foram utilizadas informações quanto às produtividades

médias das lavouras obtidas junto aos pesquisadores e extensionistas do INCAPER de

todos os sete municípios.

Procedeu-se uma avaliação detalhada de cada lavoura selecionada, a fim de identificar

a área que fosse a mais representativa possível do tipo de solo, do manejo da lavoura e

que apresentasse plantas de aspecto mais uniforme.

As amostragens para análise dos teores de nutrientes foram realizadas quando os

frutos estavam na fase de chumbinho. Em cada lavoura, foram coletadas folhas

situadas no 30 ou 40 nó, contados a partir do ápice de ramos plagiotrópicos localizados

no terço mediano das plantas, nos 4 pontos cardeais, em ziguezague, ficando as folhas

acondicionadas em sacos de papel, sendo constituída cada amostra de 600 folhas por

lavoura, para análises dos teores de nutrientes.

As amostragens ocorreram nos anos agrícolas de 1997/1998. Foram amostrados

talhões homogêneos de 0,5 a 1,0 ha demarcados em lavouras de 5 a 9 anos de idade e

com população variando entre 5000 e 8332 plantas ha-1 nos municípios de Iúna,

Ibitirama, Guaçuí, Muniz Freire, Irupi e Ibatiba de acordo com a metodologia descrita

por Martinez et al. (1999), mas quanto ao número de plantas ha-1, os autores utilizaram

3000 a 5000 plantas ha-1. Também foram feitas entrevistas com os cafeicultores da

microrregião do Caparaó, de modo a caracterizar as lavouras quanto ao espaçamento

utilizado, tipo de agente de assistência técnica, área da propriedade, área amostrada e

tratos culturais.

44

Figura 3 – Microrregião do Caparaó com os seus dez municípios com destaque para os sete onde ocorreram as amostragens. Fonte: IDAF.

3.3 ANÁLISE FOLIAR

As amostras de folhas das lavouras de altas produtividades foram transferidas para o

Laboratório de Fisiologia e Nutrição Mineral de Plantas do Centro de Ciências Agrárias

da UFES, em Alegre-ES. Em seguida as folhas de cada lavoura foram lavadas com

água destilada, acondicionadas em sacos de papel e colocadas para secar em estufa

de circulação forçada, a 75oC, até peso constante.

Posteriormente, o material foi moído em moinho Wiley, com peneira de 60 mesh, para

se proceder às digestões sulfúrica, utilizando 100 mg de cada amostra em tubos de

digestão, acrescentando-se 3 mL de H2SO4, mais 1 mL de H2O2 e 1 g da mistura

catalisadora, constituída de Na2SO4 anidro, CuSO4.5H2O e Se (100:1:0,8 p/p/p)

(McCLURE; ISRAEL, 1979). Em seguida, os tubos foram transferidos para um bloco

digestor a 350oC até a obtenção dos extratos clarificados. Após esfriar à temperatura

ambiente, os tubos com as amostras digeridas foram acoplados num destilador de

45

micro e macro kjeldahl, para obtenção dos teores de N pelo método apresentado por

Silva (1999). Para as digestões nitro-perclóricas, adicionaram-se 500 mg das amostras

secas e moídas em tubos de digestão, os quais foram acoplados em um bloco digestor

instalado no interior de uma capela de digestão, acrescentando-se 8 mL da mistura

nitro-perclórica, constituída de ácido nítrico e ácido perclórico (3:1 v/v). As soluções

obtidas pela digestão nitro-perclórica foram usadas para as determinações dos teores

de P, K, Ca, Mg, S, Mn, Fe, Cu, Zn e B. Para posterior quantificação dos teores de B foi

feita digestão adicional sem amostra vegetal, para constituir o branco durante a leitura.

Os teores de P foram obtidos pelo método da espectrofotometria com azul de

molibdênio (SILVA, 1999). O teor de K foi estimado em um fotômetro de chama. As

concentrações de Ca e Mg foram avaliadas por meio de um espectrofotômetro de

absorção atômica (SILVA, 1999), modificado, acrescentando-se nas alíquotas dos

extratos de cada elemento 2,5 mL de cloreto de estrôncio 16.000 ppm, ao invés de

ácido lantânico. Os teores de Mn, Fe, Cu e Zn foram obtidos por meio de um

espectrofotômetro de absorção atômica pela metodologia descrita por Silva (1999).

Para a determinação dos teores de B adicionaram-se, em tubos plásticos, 2 mL do

extrato da digestão nitroperclórica, mais 4 mL de solução tampão (500 g de acetato de

amônio, 30 g de EDTA, 800 mL de água destilada e 250 mL de ácido acético glacial ) e

2 mL de solução azometina-H 0,45 % (1 g ácido ascórbico e 0,45 g de azometina-H em

100 mL de água destilada). Todos esses procedimentos também foram feitos com a

amostra do branco. À exceção da digestão nitro-perclórica, todos os demais

procedimentos foram realizados em recipientes de plástico. Após 30 minutos foram

feitas as leituras em um espectrofotômetro, a 460 nm. Já os teores de S foram

estimados conforme metodologia de Johnson e Ulrich (1959).

Os resultados das análises foliares foram tabulados, onde as concentrações dos

nutrientes de cada uma das lavouras selecionadas foram utilizadas para se proceder as

quantificações das médias, dos coeficientes de variações e dos desvios-padrão das

relações dois a dois entre todos os nutrientes minerais, tanto na ordem direta quanto na

ordem inversa. Esses valores constituíram os Padrões de Referência ou Normas do

46

DRIS (BEAUFILS, 1973; JONES, 1981; VENEGAS; LEITE, 1992; MARTINEZ et al.,

2003a) para o cafeeiro arábica da microrregião do Caparaó.

3.4 AMOSTRAGENS DOS SOLOS E ANÁLISES QUÍMICA E FÍSICA

Para as análises química e física dos solos, foram retiradas amostras do perfil com o

auxílio de um trado, na profundidade de 0 a 20 cm, caminhando em ziguezague nas

glebas consideradas homogêneas e representativas das lavouras, conforme descrito

por Prezotti e Fullin (2007).

As análises químicas dos solos foram realizadas no laboratório de Análises de

Fertilizantes, Águas, Minérios, Resíduos, Solos e Plantas (LAFARSOL), localizado no

Núcleo de Estudos e de Difusão de Tecnologia em Floresta, Recursos Hídricos e

Agricultura Sustentável (NEDTEC), no município de Jerônimo Monteiro-ES. Essa

análise compreendeu os seguintes itens: pH H2O; Ca2+, Mg2+ ,K+,SO4-2, PO4

-2, Al3+,

H+Al, SB, T e V, conforme Embrapa (1997) e carbono orgânico total por oxidação da

matéria orgânica, via úmida, utilizando-se solução de dicromato de potássio em meio

ácido, de acordo com a metodologia proposta por Yeomans e Bremner (1988).

As análises texturais dos solos foram realizadas no Laboratório de Física dos Solos do

Departamento de Produção Vegetal do Centro de Ciências Agrárias da UFES, em

Alegre-ES. Foi utilizado o método da pipeta conforme metodologia descrita por

Resende (1988).

3.5 ESTABELECIMENTO DAS FAIXAS CRÍTICAS FOLIARES

De posse dos resultados das análises foliares, foram determinados: a média ( ), o

desvio-padrão da média ( ) e o coeficiente de variação (CV) das concentrações de

47

cada nutriente nas folhas das plantas, calculando-se, a partir desses, a faixa crítica

(FC) segundo metodologia de Martinez et al 2003c, como segue:

em que:

= média da concentração do nutriente;

= desvio-padrão da média;

K= fator de correção para evitar faixas críticas muito amplas.

Os valores de k foram estabelecidos em razão do CV, da seguinte forma:

k = 1,0 para os nutrientes cujo CV foi menor que 20%;

k = 0,8 para os nutrientes cujo CV variou de 20% a 40%;

k = 0,6 para os nutrientes cujo CV variou de 40% a 80%;

k = 0,4 para os nutrientes cujo CV foi maior que 80%.

Utilizando-se as faixas críticas para cada nutriente, torna-se possível avaliar o estado

nutricional das lavouras cafeeiras, permitindo classificar os nutrientes em três níveis:

excessivo, adequado e deficiente.

48

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 TRATOS CULTURAIS DAS LAVOURAS SELECIONADAS

Uma constatação relevante foi a presença de muitas pequenas e produtivas

propriedades cafeeiras na microrregião do Caparaó. Das 40 propriedades amostradas,

31 delas possuem até cinquenta hectares, obtendo no trabalho familiar a maior parte da

mão-de-obra utilizada, conforme já caracterizado pela ABIPTI (2005).

Torna-se relevante enfatizar que a densidade de plantio da maioria das lavouras

consideradas de altas produtividades foi relativamente elevada (Tabela 2). Segundo

Fazuoli (1994), o plantio adensado no Brasil tem aumentado significativamente,

tornando necessários trabalhos de pesquisas visando principalmente a obtenção de

cafeeiros adaptados para esse sistema de plantio. Em média, as lavouras amostradas

apresentaram 6.805 plantas ha-1. Valor esse muito superior ao publicado pela CETCAF

(1999), em lavouras de café arábica no Espírito Santo, com média de 3.220 plantas

ha-1. Para Matiello et al. (2002), o espaçamento é importante para a otimização do

aproveitamento da energia solar irradiada na área, através do correto “stand” de

plantas, capaz de resultar em boas produtividades. Matsunaga (2000) observou serem

mais competitivos os talhões super adensados, nos quais, dentre outros benefícios,

notou um maior rendimento da mão-de-obra no momento da colheita. Por outro lado, o

autor notou que houve um menor aproveitamento dos insumos. Pavan e Chaves (1994)

concluíram que o aumento da densidade de cafeeiros por unidade de área aumenta o

pH e os teores de P, Ca, Mg, K, P, carbono orgânico, bem como melhora a estabilidade

dos agregados do solo, a retenção de água no solo, a micorrização e diminui o Al3+ no

solo.

Outro fator considerado por Prezotti e Rocha (2004) refere-se ao aumento da

densidade de raízes e da umidade do solo, proporcionada pela maior cobertura vegetal.

Com isso ocorre aumento da eficiência de recuperação de nutrientes pelas plantas,

49

contribuindo para reduzir a quantidade de fertilizantes a ser aplicada à lavoura. Eles

atribuem os benefícios na fertilidade do solo à maior queda de folhas e de ramos, ao

menor escorrimento de água, lixiviação de NO3- e oxidação da matéria orgânica.

Segundo os produtores das lavouras amostradas, a maior vantagem se deve

principalmente à diminuição do mato entre as linhas do cafeeiro e ao aumento na

produtividade média, citando como maior desvantagem a dificuldade na adubação e

colheita.

No tocante à assistência técnica a esses produtores, foi constatado que todos possuem

algum tipo de assistência técnica (Tabela 2). Grande parte dos produtores (45%) conta

com o INCAPER para prestação de consultoria, enquanto que 32,5% utilizam

consultores particulares e 22,5% optam por ambos os tipos de consultoria. Segundo a

ABIPT (2005), a assistência técnica insuficiente tem sido uma das razões para a baixa

produtividade das lavouras cafeeiras da microrregião do Caparaó. Para Mendes (2000),

a ação pessoal da extensão, no ato de por vezes provocar, persuadir e alertar de forma

mais interativa, já que mesmo os meios modernos de disseminação da informação

ainda são impessoais, desprovidos da emoção e das interações psicológicas entre os

indivíduos, foi, é e continuará a ser um aliado imprescindível. A presença dos técnicos

no campo é de grande importância para o manejo racional da lavoura cafeeira.

Os dados culturais das lavouras amostradas encontram-se na Tabela 3. Pode-se notar

que apesar da maioria dos produtores fazerem análise foliar, mesmo que

ocasionalmente, poucos fazem adubação por via foliar. Isto pode ser considerado um

fator importante para aumentar ainda mais a produção dessas lavouras e de outras

lavouras que não foram consideradas neste trabalho, já que a maioria dos

micronutrientes é mais bem aproveitada via pulverização (RENA; FÁVARO, 2000).

Santinato et al. (1991) concluíram que de 6 a 12 aplicações por ano com soluções na

concentração de 0,25% de boro orgânico (10%B) não coincidentes com a florada,

proporciona altas produtividades e mantém certa correlação entre teor foliar de B e

produção. Reddy e Perkins (1974) concluíram que a absorção de zinco pelas raízes,

especialmente em solos argilosos e intemperizados, é prejudicada pela forte ação

adsortiva exercida pelas argilas sobre o cátion.

50

Nas lavouras implantadas em solos húmicos, como os de Manhuaçu-MG, a deficiência

de Cu é frequente (MATIELLO et al., 1997), como encontrado em grande parte das

lavouras da microrregião do Caparaó. Ainda Matiello et al. (1997) corrigiram a

deficiência desse elemento mediante pulverizações com sulfato, oxicloreto e hidróxido

de cobre 0,8%. Para o caso dos macronutrientes, Garcia et al. (1979), trabalhando com

lavoura em formação, e Silva et al. (1975), Martins et al. (1980) e Viana (1981), com

lavoura em produção, indicaram claramente que, quando são utilizados níveis

adequados de N, P e K no solo, as suplementações foliares com estes elementos, em

diferentes dosagens e épocas, não trouxeram benefício adicional ao desenvolvimento e

à produção do cafeeiro. A ineficácia da aplicação de macronutrientes via foliar foi muito

bem demonstrada por Rena e Fávaro (2000).

Em muitas lavouras visitadas foram observados que alguns produtores faziam

aplicações sistemáticas com macronutrientes via foliar, especialmente N e P e de

micronutrientes via solo, principalmente Zn. Essas pulverizações com macronutrientes

implicam maior custo de produção devido ao baixo aproveitamento desses nutrientes

pela planta por esse método de aplicação.

O controle do mato em lavouras cafeeiras, em áreas montanhosas, é feito,

normalmente, com capinas ou roçadas manuais, utilizando em menor escala herbicidas

de pós-emergência, sendo conveniente no período chuvoso manter o mato roçado e

baixo para proteger o solo e diminuir a concorrência com o cafeeiro (MATIELLO et al.,

1986). Segundo Alcântara e Ferreira (2000), os métodos de controle de plantas

daninhas afetam diferencialmente os parâmetros de crescimento do cafeeiro tais como:

altura de planta, diâmetro de copa e de caule, e o vigor dos cafeeiros. Para um cafeeiro

em formação, após 4 anos de concorrência com o mato, a queda na produção varia de

55,9% a 77,2%, (MATIELLO et al., 2002). Das 40 lavouras amostradas, oito faziam

controle do mato com capinas manuais, mesmo assim, de forma consorciada com a

capina química.

Um fato importante constatado nas lavouras amostradas, principalmente quando se

refere ao uso adequado do solo, é a utilização de roçadeiras, equipamentos que fazem

o corte do mato a cerca de cinco centímetros do solo, que não o deixa completamente

51

desprotegido (MATIELLO, 1986; ALCÂNTARA; FERREIRA, 2000). Essa técnica evita

em grande parte a ação dos agentes erosivos, uma vez que a microrregião do Caparaó

é composta por lavouras em locais de declividade acentuada e consequentemente com

potencial erosivo elevado.

4.2 ANÁLISES QUÍMICA E FÍSICA DOS SOLOS

Os resultados relativos às análises química dos solos das lavouras de altas

produtividades encontradas na microrregião do Caparaó encontram-se na Tabela 4. De

acordo com os limites de interpretação de fertilidade do solo, proposto por Prezotti e

Fullin (2007), pode-se considerar, de uma maneira global, os resultados das análises de

solo favoráveis, uma vez que esses solos, naturalmente, são considerados pobres

quimicamente, desprovidos de minerais primários e, por conseguinte, muito

intemperizados (ACHA PANOSO et al., 1978)

Tabela 4 – Resultado das análises químicas dos solos das 40 lavouras cafeeiras de altas produtividades selecionadas na microrregião do Caparaó

(continua) Lav nº

pH M.O P K S Zn B Cu Mn Fe Ca Mg Al H + Al CTC (T)

S.B V M H2O g/kg mg/dm

3 cmol/dm

3 %

1 4,3 35,7 8 64 28 2,4 0,4 0,6 4,4 68,9 2,3 1,0 0,2 5,0 5,46 0,46 52,2 2,3

2 4,3 40,2 76 222 6 11,4 0,4 0,6 19,1 25,8 4,3 0,8 0,0 2,8 8,51 5,68 66,7 0,0

3 5,5 34,9 53 198 18 12,6 0,7 0,7 13,1 33,8 3,6 1,0 0,0 2,3 7,45 5,12 68,7 0,0

4 5,6 36,6 22 202 20 2,3 0,5 0,3 43,0 26,1 2,6 0,8 0,2 5,7 9,59 3,93 41,0 4,8

5 5,0 21,5 12 101 32 2,9 0,5 0,7 33,7 46,8 2,7 0,7 0,0 1,7 5,34 3,67 68,8 0,0

6 5,5 23,7 29 161 18 3,4 0,4 1,1 10,6 61,2 1,7 0,7 0,2 2,2 4,98 2,81 56,5 5,1

52

Tabela 4 – Resultado das análises químicas dos solos das 40 lavouras cafeeiras de altas produtividades selecionadas na microrregião do Caparaó

(continuação) Lav nº

pH M.O P K S Zn B Cu Mn Fe Ca Mg Al H + Al CTC (T)

S.B V M

H2O g/kg mg/dm3 cmol/dm

3 %

7 5,4 36,5 8 72 8 1,7 0,6 0,9 10,5 32,8 1,8 0,4 0,3 6,2 8,55 2,38 47,9 9,5

8 5,4 24,2 15 92 15 1,5 0,3 0,2 5,8 59,3 1,6 0,5 0,1 3,3 5,67 2,34 41,2 2,1

9 5,5 30,9 9 74 28 1,7 0,7 0,2 11,3 87,1 1,0 0,4 0,5 5,0 6,59 1,59 44,1 23,9

10 5,0 34,2 12 70 17 1,3 0,3 0,2 4,5 70,9 1,6 0,4 0,3 4,8 7,01 2,18 51,1 12,1

11 5,2 31,0 11 55 5 2,9 0,6 0,6 13,9 51,8 2,7 1,1 0,0 3,2 7,11 3,94 55,5 0,0

12 5,5 28,8 68 116 26 1,4 0,4 0,6 7,3 63,2 4,3 1,3 0,0 3,3 9,23 5,90 63,9 0,0

13 5,7 28,7 19 250 49 0,8 0,8 0,3 7,4 103,

4 1,8 0,8 0,2 3,7 6,92 3,25 47,0 5,8

14 5,0 35,1 12 93 15 2,0 0,5 0,7 11,5 61,7 2,3 0,7 0,2 2,8 6,08 3,25 53,4 5,8

15 5,3 24,0 9 92 18 0,8 0,4 0,3 8,7 85,0 1,0 0,4 0,3 3,3 4,98 1,65 43,1 15,4

16 5,0 35,9 22 74 8 1,8 0,2 0,7 13,6 23,9 6,0 1,5 0,0 1,5 9,21 7,71 83,7 0,0

17 6,1 37,4 10 71 21 2,2 0,5 0,2 8,2 66,9 1,0 0,3 0,6 5,8 7,31 1,48 40,3 27,1

18 5,5 40,1 8 71 14 2,8 0,4 0,4 10,8 34,1 4,4 0,9 0,1 6,3 11,8

1 5,48 46,4 1,8

19 5,6 33,8 14 108 14 1,4 0,4 0,3 7,0 44,3 4,3 1,2 0,0 1,7 7,44 5,78 77,6 0,0

20 6,2 29,5 9 92 14 2,5 0,4 0,4 9,0 44,6 4,1 1,3 0,0 1,7 7,31 5,65 77,2 0,0

21 6,3 29,8 7 94 6 6,2 0,5 0,6 5,5 36,9 3,0 0,9 0,2 5,0 9,14 4,14 45,3 3,5

22 5,8 23,2 16 151 33 1,5 0,6 0,3 17,0 35,0 2,3 1,0 0,1 2,7 6,36 3,70 58,1 2,6

23 5,6 24,3 11 101 21 3,5 0,5 0,4 6,8 57,9 2,4 0,8 0,2 3,7 7,14 3,47 48,6 5,4

24 5,3 26,5 8 97 34 1,9 0,5 0,4 13,7 67,6 1,9 0,6 0,3 3,7 6,41 2,75 42,8 8,3

25 5,3 29,2 9 101 38 1,2 0,6 0,3 7,3 81,8 1,1 0,5 0,4 5,8 7,69 1,86 46,2 17,7

26 5,1 21,9 13 126 25 5,7 0,7 0,6 11,2 64,7 1,0 0,3 0,4 3,8 5,45 1,62 50,7 19,8

27 5,0 35,5 31 125 32 4,0 0,8 0,3 6,6 50,5 3,1 1,3 0,1 4,0 8,72 4,72 54,1 2,1

28 5,5 22,5 10 120 25 2,2 0,5 0,5 11,3 62,7 2,2 0,8 0,1 3,3 6,64 3,31 49,8 4,3

29 5,4 33,8 11 74 20 4,4 0,5 0,6 9,4 37,3 3,8 1,1 0,1 4,8 9,92 5,09 51,3 1,9

30 5,6 23,7 9 90 18 3,7 0,6 0,5 6,5 54,1 2,3 0,7 0,1 4,8 8,07 3,24 40,2 4,4

31 5,4 30,6 31 186 36 1,8 0,4 0,5 27,2 60,1 2,6 0,9 0,2 4,0 7,97 3,98 50,9 3,6

32 5,1 32,4 14 58 21 7,1 0,4 0,8 9,1 60,2 3,1 1,0 0,0 3,0 7,25 4,25 58,6 1,2

33 5,5 37,2 10 54 17 5,9 0,5 0,9 6,8 45,8 4,1 1,2 0,0 3,7 9,10 5,44 59,7 0,9

34 5,8 32,9 12 73 54 32,0 0,5 2,7 23,9 43,0 2,6 0,8 0,3 4,0 7,59 3,59 47,3 7,7

35 5,5 23,1 24 93 12 6,2 0,3 1,2 28,6 45,3 3,4 0,8 0,0 1,7 6,12 4,46 72,8 1,1

36 5,8 20,3 19 166 31 13,2 0,5 0,8 81,7 42,1 2,5 0,6 0,1 1,8 5,36 3,52 65,8 4,1

37 5,7 26,7 9 143 20 3,3 0,6 1,1 27,1 50,8 1,6 0,6 0,1 3,5 6,06 2,57 42,3 3,8

38 5,5 24,5 11 84 74 3,0 0,4 0,5 12,3 91,5 1,7 0,5 0,4 4,3 6,75 2,41 45,8 12,7

39 5,3 30,8 10 84 23 1,9 0,3 0,4 9,2 76,3 3,2 0,9 0,2 3,2 7,48 4,31 57,7 3,4

40 5,6 31,2 8 89 36 1,9 0,5 0,2 10,2 115,4 1,1 0,5 0,5 7,8 9,66 1,83 48,9 19,8

Média 5,42 29,77 17,48 109,68 23,75 4,26 0,49 0,59 14,62 56,77 2,60 0,80 0,18 3,77 7,39 3,61 49,73 6,10

53

Tabela 4 – Resultado das análises químicas dos solos das 40 lavouras cafeeiras de altas produtividades selecionadas na microrregião do Caparaó

(conclusão) Lav nº

pH M.O P K S Zn B Cu Mn Fe Ca Mg Al H + Al CTC (T)

S.B V M

H2O g/kg mg/dm3 cmol/dm

3 %

S 0,40 5,68 15,51 48,03 13,73 5,41 0,14 0,43 13,82 21,08 1,17 0,30 0,16 1,47 1,55 1,54 16,27 7,09

CV% 7,45 19,08 88,75 43,80 57,79 126,91 27,65 73,01 94,50 37,14 45,13 37,98 92,19 39,07 20,97 42,55 32,73 116,23

No entanto, esses solos são de características físicas favoráveis, sendo profundos, de

fácil manejo e se devidamente corrigidos, fertilizados e manejados, podem dar suporte

a elevadas produções. O solo predominante na região é classificado como Latossolo

Vermelho Amarelo Distrófico, tendo fertilidade de média a baixa e pH em torno de 5,0

(ESPÍRITO SANTO, 1994).

De acordo com os limites de interpretação adotados por Prezotti e Fullin (2007), pode-

se verificar, dentre as quarenta lavouras amostradas, que 52,5% dos solos apresentam

níveis elevados de matéria orgânica e os outros 47,5% níveis considerados médios.

Esses valores são expressivos quando comparados com os de Corrêa et al. (2001) em

cafezais no Sul de Minas Gerais, que apresentaram 37,3% de valores considerados

altos, 61,3% considerados médios e 1,4% considerados baixos. O alto teor de matéria

orgânica pode ter contribuído para o baixo teor de cobre no solo, ficando este com 80%

dos valores abaixo dos níveis ideais. Esses resultados estão de acordo com os obtidos

por Matiello et al. (1997). Um fator que contribui para a diminuição da matéria orgânica

do solo é a calagem, que aumenta a atividade microbiana, favorecendo a mineralização

da mesma e liberando os nutrientes ligados às cadeias carbônicas (PREZOTTI;

FULLIN, 2007). Yamada (2001) sugere a aplicação de boro para reduzir os efeitos

nocivos do alumínio tóxico sem a aplicação de calcário, o que possibilitaria trabalhar em

faixas de pH mais baixa (de 5,0 a 5,5) sem prejuízo às plantas. Para a microrregião do

Caparaó, que possui lavouras com teores elevados de matéria orgânica no solo,

trabalhos envolvendo o boro para redução dos efeitos tóxicos do alumínio são de suma

importância.

54

Com relação à acidez do solo, 95% obtiveram acidez considerada média, ficando os

outros 5% como acidez elevada. Martins et al. (2008), em levantamento da fertilidade

do solo realizado em seis municípios da microrregião do Caparaó, encontraram 57,14%

das amostras com acidez média e 9,52% com acidez elevada. Segundo Valladares et

al. (2003), em condições de reação ácida a moderadamente ácida, os óxidos de ferro e

o alumínio apresentam-se preferencialmente com cargas positivas, sendo capazes de

reter em sua superfície vários tipos de ânions, com predomínio de íons fosfatos.

Atualmente, a principal forma de se corrigir a acidez do solo é através da calagem.

Porém, estudos recentes mostram avanços em tecnologias para correção da acidez do

solo como, por exemplo, a aplicação de resíduos orgânicos na forma de estercos de

animais, compostagem e resíduos vegetais que provocam o aumento do pH

(MIYAZAWA et al., 2000). Machado et al. (2008), trabalhando com rejeitos de rochas

ornamentais, concluíram que o rejeito de mármore e o rejeito de rocha demonstraram

potencial de utilização como corretivos da acidez do solo para os solos estudados.

O P, apesar de ser um elemento de baixa disponibilidade nos solos tropicais (NOVAES;

SMITH, 1999; PREZOTTI; FULLIN, 2007), apresentou cerca 2,5% de seus valores

considerados como baixos, 47,5% médios e 50% altos. Valores esses considerados

muito favoráveis, levando em conta que grande parte dos solos brasileiros são

intemperizados e apresentam óxidos de ferro e alumínio e argilas do grupo da caulinita,

como principais constituintes da fração argila, minerais caracterizados pela presença de

cargas de superfície variáveis segundo a reação da solução do solo (VOLKSWEISS;

RAIJ, 1977, apud VALLADARES et al., 2003). Martins et al. (2008) obtiveram para a

microrregião do Caparaó aproximadamente 95% de valores baixos de P, o que

segundo esses autores é um valor preocupante já que o fósforo é considerado um dos

nutrientes mais limitantes para a produção agrícola.

Com relação ao Al, elemento tóxico às plantas (PREZOTTI; FULLIN, 2007), 72,5% das

lavouras amostradas apresentaram níveis considerados baixos e 27,5% valores

considerados médios, números considerados satisfatórios quando comparados aos

obtidos por Martins et al. (2008), que obtiveram em 52,14% dos solos estudados

valores considerados médios e altos para esse elemento. Apesar de se ter na calagem

a principal forma de se insolubilizar o Al, novos estudos envolvendo adubações com B,

55

como por exemplo, o de Yamada (2001), onde se relata que os óxidos de alumínio

fixam mais B que os óxidos de Fe. Assim, em pH 6,0, a adsorção de B é

aproximadamente 20 vezes maior nos óxidos de alumínio que nos óxidos de ferro.

Ainda segundo esse autor, com o boro controlando parcialmente o alumínio tóxico,

sugere empreender menores valores de pH, conseguindo assim menor mineralização e,

consequentemente, maior acúmulo da matéria orgânica no solo.

O K apresentou 7,5% de seus valores considerados baixos, 72,5% médio e 20%

elevado. Esses valores diferem daqueles alcançados por Martins et al. (2008) os quais

encontraram valores de 38,10% considerados baixos, 57,15% médio e 4,75 altos. Já

Corrêa et al. (2001) encontraram percentuais de 5,3% médio e 94,7% altos.

O Ca apresentou 15% de seus valores considerados baixos, 67,5% médio e 17,5%

elevado. O Mg, 70% considerado médio, 15% alto e 15% baixo. No caso do Mn, que

apresentou valores elevados nas análises foliares, no solo, obteve 5% de níveis

considerados baixos, 60% médio e 35% alto. Prezotti e Fullin (2007) atribuem a

disponibilidade desse elemento à acidez do solo, estando mais disponíveis em solos

com baixo pH. Apesar de 90% das amostras possuírem acidez moderada, e 60% das

amostras possuírem níveis de manganês considerados médios, as análises foliares

apresentaram níveis elevados desse elemento. Possivelmente, tais valores foliares se

devem à elevada absorção deste elemento antes da correção do solo pela calagem.

Ainda para o manganês, Matiello et al. (2000) consideram que sua correção deve ser

feita apenas via foliar devido às sistemáticas aplicações de corretivos de acidez que

causam queda desse elemento no solo. Todos os resultados obtidos podem ser mais

bem visualizado nas Figuras 4A, 4B e 4C.

Problemas relacionados ao equilíbrio nutricional no solo vêm merecendo a atenção de

alguns pesquisadores, como exemplo, aqueles relacionados à nutrição com o zinco em

decorrência de crescentes adubações fosfatadas, fazendo com que a interação ZnxP

seja objeto de vários estudos (BINGHAM, 1963; IGUE; BORNESMIZA, 1967; OLSEN,

1972; PASRICHA et al., 1987; SOUZA; FERREIRA, 1991). Altas doses de fósforo

parecem diminuir a concentração de zinco na parte aérea, além do que, aplicações de

zinco afetam a concentração de fósforo nos tecidos foliares (MARQUES, 1990).

56

FIGURA 4A – Frequência de matéria orgânica (M.O), pH, saturação por bases (V%), fósforo (P), potássio (K) e Cálcio (Ca) dos solos das quarenta lavouras amostradas da microrregião do Caparaó.

57

FIGURA 4B – Frequência de magnésio (Mg), enxofre (S), zinco (Zn), Cobre (Cu), Boro (B) e Alumínio (Al) dos solos das quarenta lavouras amostradas da microrregião do Caparaó.

FIGURA 4C – Frequência de Manganês (Mn), ferro (Fe) e Capacidade de troca de cátios (CTC) dos solos das quarenta lavouras amostradas da microrregião do Caparaó.

Alguns autores, como Evanylo et al. (1987), Oliveira e Souza (1993), Leandro

(1998), Cunha (2005), Rocha et al. (2007) e Santana (2008), testaram a metodologia

DRIS com base nas análises de solo. Para Rocha (2007), o uso do DRIS no solo

assume importância no manejo da adubação, pois é mais fácil alterar concentrações

de nutrientes no solo, mediante a calagem ou adubação, do que alterar as

concentrações foliares. Esse autor afirma ainda que um dos problemas do emprego

do DRIS no solo é que algumas variáveis têm valores relativos. Nas plantas, os

nutrientes são analisados quanto aos teores totais e representam as concentrações

e proporções de nutrientes que desempenham determinadas funções metabólicas.

59

Os resultados de análise de solo, ao contrário, são índices que fornecem referências

da resposta da planta à adubação. O P extraído pelo Mehlich I constitui-se em um

índice, e não a quantidade total de nutriente que é passível de absorção pelas raízes

(LEANDRO, 1998). Em trabalho realizado com laranja, Santana (2008) considerou a

avaliação do estado nutricional pelas normas foliares mais precisa do que a

diagnose pelas normas de análise de solo. Porém, no presente trabalho não será

apresentado a metodologia do DRIS para o solo por considerar que essa

metodologia precisa ser mais bem pesquisada, pois além dos problemas

apresentados por alguns autores, como Evanylo et al. (1987), Oliveira e Souza

(1993), Leandro (1998), Cunha (2005), Rocha et al. (2007) e Santana (2008), os

extratores utilizados podem ser diferentes, o que pode levar ao erro, como por

exemplo, na análise do fósforo e do potássio, que alguns laboratórios utilizam o

extrator Melich e outros a resina trocadora de ânions.

Outro ponto que deve ser mais bem estudado é a inclusão dos valores da matéria

orgânica e da CTC nas relações, pois apesar de terem influência direta na fertilidade

do solo, provavelmente, por não serem nutrientes, não poderiam entrar no cálculo

para obtenção das normas. Futuros trabalhos utilizando esta metodologia se tornam

necessários, tendo em vista que seus resultados poderão ser utilizados como uma

informação adicional aos padrões DRIS para folha.

As análises texturais e as ilustrações das proporções de areia, silte e argila

encontram-se na Tabela 5 e Figura 5, respectivamente.

O conhecimento sobre a distribuição granulométrica de partículas sólidas é essencial

para várias aplicações. A textura do solo indica a proporção relativa em que se

encontram, em determinada massa de solo, os diferentes tamanhos das partículas

constituintes. Refere-se, especificamente, às proporções relativas das partículas ou

frações de areia, silte e argila na terra fina seca ao ar (TFSA). É a propriedade física

do solo que menos sofre alteração ao longo do tempo (EMBRAPA, 1999). A argila é

a que possui maior superfície específica e é de natureza coloidal com alta retenção

de cátions e adsorção de fósforo. A fração argila representa a maior parte da fase

sólida do solo e é constituída de uma gama variada de minerais (minerais de argila)

que apresentam cargas elétricas negativas responsáveis pela capacidade de troca

de cátions (CTC) (PRADO, 2001). Assim, a análise granulométrica é um parâmetro

fundamental na inferência do potencial de compactação, da disponibilidade de água,

60

da aeração, da condutividade do solo ao ar, à água e ao calor, da infiltração e da

redistribuição de água (PREVEDELO, 1996, apud SILVA et al., 2004).

Tabela 5 – Granulometria dos solos amostrados das lavouras de cafeeiros arábicas de altas produtividades amostradas na microrregião do Caparaó conforme classificação da EMBRAPA (1999)

(continua)

AMOSTRA ARGILA AREIA SILTE

CLASSIFICAÇÃO g kg

-1

1 519,5 305 176 Argilosa

2 143,3 694 163,2 Média

3 357,4 522 120,5 Argilosa

4 343,4 524,8 131,8 Média

5 385,4 440 174,4 Argilosa

6 290,3 547 163,1 Média

7 546,8 300 153,2 Argilosa

8 307,5 545 147,8 Média

9 396,8 460 142,8 Argilosa

10 298 483 219 Média

11 489,2 426 84,9 Argilosa

12 521,2 263 215,8 Argilosa

13 372,2 519 109,3 Argilosa

14 320,2 551 128,7 Média

15 365,3 526 108,4 Argilosa

16 454,2 401 144,7 Argilosa

17 293,4 421 285,3 Média

18 417,8 403 179 Argilosa

19 484,7 321 194,6 Argilosa

20 461,6 357 181,4 Argilosa

21 406,1 425 168,5 Argilosa

22 373,3 514 112,4 Argilosa

23 434 530 36,2 Argilosa

24 412,2 454 133,4 Argilosa

25 462,5 395 142,3 Argilosa

26 322,7 481 196,8 Média

27 349,4 537 113,9 Argilosa

28 367,3 508 125 Argilosa

29 465,2 419 116,3 Argilosa

30 423,1 479 98,3 Argilosa

31 438,3 466 95,7 Argilosa

32 421,5 382 196,7 Argilosa

33 480,5 441 78,1 Argilosa

34 360,9 491 148,3 Argilosa

35 347 510 143,5 Média 36 381,9 423 195 Argilosa

37 317,2 390 293,2 Média

38 419,6 430 150,7 Argilosa

39 423 440 136,9 Argilosa

40 427,3 405 167,7 Argilosa

61

Segundo Prado (1991), os teores de areia fina quando são muito maiores do que os

de areia grossa contribuem para o aumento da disponibilidade de água no perfil. Na

escala de Atterberg, a argila corresponde a partículas com diâmetros < 0,002 mm; o

silte com diâmetro entre 0,002 a 0,02 mm; a areia fina com diâmetro de 0,02 a 0,2

mm; e a areia grossa com diâmetro de 0,2 a 2,0 mm.

Comparando-se os dados da Tabela 5, pode-se observar que entre as 40 lavouras

amostradas, 30 possuem textura argilosa, representando 75% do total. Esse maior

número de texturas argilosas (Tabela 5) pode explicar o baixo nível de fósforo em

algumas lavouras amostradas (Tabela 4). Para Matiello et al. (2002), quanto maior o

número de partículas finas (argila e silte), maior será a capacidade de retenção do

solo dos nutrientes (cátions) e da água. Ainda para esses autores, solos arenosos,

com menos de 15 a 20% de argila, salvo em condições especiais, não são indicados

para a cafeicultura. Outro fator importante é o enquadramento do fósforo dentro dos

critérios das faixas críticas no solo, pois esse varia de acordo com a textura do solo

(MATIELLO et al., 2003; PREZOTTI et al., 2007)

4.3 ANÁLISE FOLIAR

Os resultados das análises foliares das lavouras cafeeiras de altas produtividades da

microrregião do Caparaó encontram-se na Tabela 6. Pode-se considerar, de uma

maneira geral, os resultados das análises foliares como satisfatórios para alguns

autores e insatisfatórios para outros, como Willson (1985), Reuter e Robinson

(1988), Malavolta (1993), Mills e Jones Jr. (1996), Malavolta et al. (1997) e Matiello

(1997), o que reforça ainda mais a importância de uma adubação química

equilibrada.

Segundo Dumas e Martin-Prével (1958 apud SILVA; CARVALHO, 2006), quando os

nutrientes são considerados individualmente, como no método do nível crítico, nem

sempre os teores dos nutrientes que se apresentam iguais ou acima do valor do

nível crítico estão associados com alta produtividade ou valores abaixo estão

associados com baixa produtividade, sugerindo que a utilização das relações entre

nutrientes seria mais adequada.

62

O nível crítico indica a concentração do elemento em certa parte específica da

planta, em certo estádio de desenvolvimento, que corresponde a 90-95 % da

produção máxima (ELWALI; GASCHO, 1984). As comparações pelo nível crítico

apresentam a desvantagem dos nutrientes serem interpretados individualmente, não

se levando em consideração as interrelações existentes entre eles, nem as

variações nos níveis dos elementos minerais nas folhas, os quais são muito

influenciados pelo estádio de desenvolvimento das plantas (SUMNER, 1979;

ELWALI; GASCHO, 1984) e por interações que afetam a absorção e a distribuição

de nutrientes (WORTMANN et al., 1992; WORTMANN, 1993).

Foi o que aconteceu, quando foram comparados os resultados obtidos com os

critérios de faixas críticas de cinco autores (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON,

1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES JR, 1996; MALAVOLTA et al., 1997;

MATIELLO, 1997) indicando diferenças bastante significativas (Tabelas 7 e 8, Figura

5).

Ao se comparar os resultados de Reuter e Robinson (1988) com os de Mills e Jones

Jr. (1996), obtém-se, para o enxofre, valores de 100% fora da faixa crítica em

relação aos dados obtidos pelos dois primeiros autores e 100% dentro da faixa para

os outros autores. Para o nitrogênio os valores variaram de 35 % a 100%, para o

fósforo de 7,5 % a 100%, para o potássio de 15% a 27% e para o cálcio de 25% a

97,5%. Tal fato possui grande importância, principalmente no momento de tomada

de decisão de um técnico durante uma recomendação de adubação.

Tabela 6 – Teores foliares médios de nutrientes das lavouras amostradas na microrregião do Caparaó

(Continua)

Lavoura N P K Ca Mg S Zn B Cu Mn Fe

dag Kg-1 mg kg-1

1 3,09 0,12 2,42 1,03 0,34 0,17 13,97 48,35 14,29 230,00 87,23

2 3,10 0,16 3,38 1,26 0,38 0,18 20,89 61,69 12,32 153,96 95,18

3 3,05 0,15 3,30 1,39 0,40 0,19 16,90 57,19 12,88 112,67 100,80

4 3,09 0,15 2,79 1,45 0,33 0,18 19,15 58,23 21,07 734,60 128,84

5 2,89 0,14 2,89 1,43 0,40 0,17 18,49 74,85 14,42 333,86 91,49

6 2,96 0,13 2,22 1,18 0,53 0,16 22,47 59,72 11,57 132,17 88,40

7 3,02 0,14 2,83 1,36 0,36 0,18 19,96 54,24 23,09 263,75 97,28

8 3,23 0,13 3,02 1,27 0,34 0,17 13,81 57,74 12,05 198,90 87,87

63

Tabela 6 – Teores foliares médios de nutrientes das lavouras amostradas na microrregião do Caparaó

(Conclusão)

Lavoura N P K Ca Mg S Zn B Cu Mn Fe

dag Kg-1 mg kg-1

9 3,17 0,13 3,04 1,31 0,30 0,16 56,12 62,00 9,85 63,20 120,76

10 3,14 0,14 3,10 1,18 0,29 0,16 77,32 57,33 9,41 77,45 135,38

11 2,90 0,14 2,78 1,30 0,42 0,16 13,12 57,86 13,72 148,08 57,76

12 2,94 0,18 3,15 1,04 0,33 0,16 11,22 43,89 12,26 80,79 69,37

13 3,03 0,14 2,45 1,32 0,47 0,20 16,43 49,65 23,11 168,08 92,65

14 3,29 0,12 2,11 0,88 0,42 0,15 12,80 58,75 15,09 129,21 85,98

15 3,17 0,13 2,90 0,91 0,28 0,16 14,85 43,67 12,08 69,34 80,06

16 2,74 0,17 3,20 1,01 0,35 0,16 12,51 52,93 17,70 102,59 95,99

17 3,14 0,14 3,12 1,12 0,29 0,15 44,78 66,40 6,20 52,36 88,34

18 2,67 0,13 2,62 1,05 0,30 0,15 12,17 50,49 14,82 97,59 70,97

19 2,81 0,13 3,05 0,91 0,30 0,16 15,94 41,37 15,33 48,61 64,66

20 3,08 0,15 2,53 1,15 0,30 0,18 28,38 49,47 17,14 49,17 84,70

21 3,16 0,14 2,71 0,85 0,28 0,14 14,41 36,79 17,33 39,09 61,02

22 3,10 0,13 2,62 1,04 0,32 0,20 15,44 48,39 18,22 252,43 85,42

23 3,17 0,13 3,02 0,92 0,25 0,19 12,53 51,18 17,32 137,93 89,35

24 3,18 0,13 2,99 1,17 0,34 0,20 40,42 71,68 16,41 193,75 91,68

25 3,13 0,13 2,71 0,93 0,34 0,17 17,17 44,68 15,28 73,92 73,82

26 3,16 0,13 3,15 0,71 0,28 0,14 16,95 39,60 11,22 132,03 50,88

27 2,93 0,15 3,14 0,87 0,31 0,16 21,44 47,81 11,23 72,60 101,25

28 3,05 0,15 2,55 1,25 0,40 0,19 15,94 61,16 14,63 179,64 98,07

29 2,92 0,14 2,96 1,04 0,32 0,17 30,56 64,72 18,93 75,07 106,10

30 2,96 0,14 2,96 1,15 0,32 0,16 25,91 56,86 12,25 103,54 79,44

31 3,07 0,14 3,15 1,07 0,32 0,16 26,30 52,19 15,99 210,47 147,94

32 3,08 0,13 3,34 1,01 0,36 0,18 50,55 68,28 27,20 82,41 91,49

33 2,77 0,12 2,75 0,95 0,31 0,16 25,97 65,03 13,70 69,78 128,08

34 3,03 0,13 2,40 1,25 0,35 0,18 23,19 72,14 16,62 131,56 148,30

35 3,20 0,13 2,71 1,02 0,30 0,15 17,11 64,13 13,47 189,23 115,57

36 2,82 0,14 1,54 1,38 0,45 0,16 11,01 70,18 12,98 112,37 151,24

37 3,11 0,14 2,26 1,31 0,39 0,18 14,49 58,19 20,55 401,51 141,57

38 2,77 0,13 2,45 0,95 0,34 0,15 15,16 61,97 11,42 226,50 67,99

39 3,06 0,14 2,95 1,23 0,39 0,16 11,55 59,54 9,87 107,27 61,55

40 2,73 0,15 2,56 1,36 0,39 0,16 14,33 62,53 13,36 347,86 76,78

Ẋ 3,02 0,14 2,80 1,13 0,35 0,17 22,04 56,57 14,91 157,11 157,14

S 0,1538 0,0125 0,3774 0,1866 0,0581 0,0154 13,8900 9,3174 4,1558 128,9311 222,8708

CV% 5,0904 9,0372 13,5040 16,5809 16,7086 9,2172 63,0141 16,4700 27,8730 82,0667 141,8263

64

Tabela 7 – Faixas críticas dos teores de nutrientes minerais segundo os autores: 01 - Willson (1985), 02 – Reuter; Robinson (1988), 03 - Malavolta (1993), 04 - Mills; Jones JR. (1996), 05 - Malavolta et al. (1997) e 06 - Matiello (1997), conforme extraído de Martinez et al. (2003a)

Nutrientes

Autores

01 02 03 04 05 06

------------------------------ dag Kg-1 -----------------------------

N 2,60 – 3,40 2,50 – 3,00 2,70 – 3,20 2,30 – 3,00 2,90 – 3,20 3,00 – 3,50

P 0,15 – 0,20 0,15 – 0,20 0,15 – 0,20 0,12 – 0,20 0,16 – 0,19 0,12 – 0,20

K 2,10 – 2,50 2,10 – 2,60 1,90 – 2,40 2,00 – 2,50 2,20 – 2,50 1,80 – 2,50

Ca 0,75 – 1,50 0,75 – 1,50 1,00 – 1,40 1,00 – 2,50 1,30 – 1,50 1,00 – 1,50

Mg 0,25 – 0,40 0,25 – 0,40 0,31 – 0,36 0,25 – 0,40 0,40 – 0,45 0,35 – 0,50

S 0,15 – 0,25 0,02 – 0,10 0,15 – 0,20 0,10 – 0,20 0,15 – 0,20 0,15 – 0,20

----------------------------- mg kg-1 -------------------------

Zn 15 - 30 15 - 30 8 - 16 12 - 30 15 – 20 10 – 20

B 40 - 90 40 - 100 59 - 80 40 - 75 50 – 60 40 – 80

Cu 7 - 20 16 - 20 8 - 16 10 - 25 11 – 14 10 – 50

Mn 50 - 100 50 - 100 120 - 210 50 - 200 80 – 100 50 – 100

Fe 70 - 200 70 - 200 90 - 180 70 - 125 100 – 130 100 - 200

Tabela 8 – Porcentagem de nutrientes resultantes da análise de 40 lavouras amostradas, contidos dentro das faixas críticas segundo seis autores diferentes: 01 - Willson (1985), 02 – Reuter; Robinson (1988), 03 - Malavolta (1993), 04 – Mills; Jones JR. (1996), 05 - Malavolta et al. (1997) e 06 - Matiello (1997), adaptado de Martinez et al. (2003a)

Nutrientes

Autores

01 02 03 04 05 06

% de nutrientes dentro das faixas críticas segundo cada autor

N 100 35 92,5 65 77,5 72,5

P 22,5 22,5 22,5 100 7,5 100

K 25 27,5 15 22,5 22,5 25

Ca 97,5 97,5 25 25 27 75

Mg 87,5 87,5 40 87,5 2,5 37,5

S 92,5 0 92,5 100 92,5 92,5

Zn 52,5 52,5 52,5 85 35 67,5

B 95 95 40 95 40 95

Cu 87,5 77,5 30 87,5 52,5 90

Mn 27,5 27,5 30 70 7,5 27,5

Fe 82,5 82,5 50 82,5 17,5 30

65

Figura 5 – Porcentagem de nutrientes considerados dentro dos padrões ideais pelo critério das faixas críticas segundo vários autores (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996; e MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).

Essas distorções reforçam ainda mais a necessidade de estudo de normas de

diagnose mais regionalizadas e com a utilização de modelos que tratam os

nutrientes não de forma individual, mas sim a relação entre eles, sugerindo sempre a

importância do equilíbrio nutricional apresentado pelo DRIS.

Considerando que quanto menor o coeficiente de variação, menor será a amplitude

dos valores dos nutrientes, pode-se inferir que menores serão os pesos no cálculo

dos índices DRIS (ROCHA, 2007). Na tabela 6, pode-se verificar que os valores dos

coeficientes de variação obtidos para as concentrações de nutrientes nas folhas

estão abaixo de 35% para N, P, K, Ca, Mg, S, B e Cu e acima de 35% para Zn, Mn e

Fe, sendo o CV do Fe de 141,82%. Trabalhando com café conilon na região Norte

do Espírito Santo, Partelli (2004) obteve coeficientes de variação menores que 35%

para: N (5,80%), P (12,1%), K (9,06%), Ca (19,2%), Mg (13,5%), S (19,00%), B

(11,6%), Fe (11,2%) e Zn (13,3%) e acima de 35% para os micronutrientes: Cu

(35,7%) e Mn (49,3%). Rocha et al. (2007), trabalhando com milho em Hidrolândia-

66

GO, obtiveram coeficientes de variação menores que 35% para N, P, K, Ca, Mg, S e

Zn, e acima de 35% para Cu, Fe, Mn e B.

4.4 ESTABELECIMENTO DAS FAIXAS CRÍTICAS

Por intermédio da metodologia descrita por MARTINEZ et al. (2003c),

estabeleceram-se as faixas críticas do cafeeiro arábica para as condições ecológicas

da microrregião do Caparaó, a partir dos resultados das análises foliares de 40

lavouras consideradas de alta produtividade da seguinte forma:

FC = y + k yS

em que:

FC = faixa crítica

y = média da concentração do nutriente;

yS = desvio-padrão da média;

k = fator de correção para evitar faixas críticas muito amplas.

Os valores de k foram estabelecidos em razão do CV, da seguinte forma:

k = 1,0 para os nutrientes cujo CV foi menor que 20%;

k = 0,8 para os nutrientes cujo CV variou de 20% a 40%;

k = 0,6 para os nutrientes cujo CV variou de 40% a 80%;

k = 0,4 para os nutrientes cujo CV foi maior que 80%.

67

Tabela 9 – Faixas críticas estabelecidas a partir de lavouras de altas produtividades da microrregião do Caparaó

N P K Ca Mg S Zn B Cu Mn Fe

dag kg-1

mg kg-1

2,86 - 3,17 0,12 – 0,15 2,42 – 3,17 0,94 – 1,31 0,29 – 0,40 0,15 – 0,18 13,17 – 30,37 47,26 – 65,88 11,58 – 18,23 105 – 280 68 – 246

A partir do estabelecimento das faixas críticas para as condições ecológicas da

microrregião do Caparaó, é possível fazer uma avaliação mais precisa do estado

nutricional das lavouras, uma vez que ao utilizar as faixas críticas estabelecidas em

diferentes regiões, os resultados obtidos podem não corresponder ao real estado

nutricional da lavoura diagnosticada.

4.5 NORMAS DO DRIS PARA A MICRORREGIÃO DO CAPARAÓ

Os padrões ou Normas de referência do DRIS das lavouras consideradas de altas

produtividades existentes na microrregião do Caparaó encontram-se na Tabela 9.

Para o estabelecimento das normas de referência para o cafeeiro arábica na

microrregião do Caparaó, foram selecionadas 40 lavouras com produtividade média

de 40 sacas de café beneficiado por hectare. Tal número de lavouras se limitou a 40

devido ao baixo número de lavouras comprovadamente tidas como de altas

produtividades, o que confirma a necessidade de se criar normas para auxílio de

técnicos e produtores rurais na diagnose da nutrição do cafeeiro.

Grande variação com relação ao tamanho da base de dados para a determinação

das normas de referência do DRIS pode ser encontrada na literatura. Leite (1992)

utilizou 24 lavouras como suficientes para dar origem às normas DRIS específicas

para Coffea canephora Pierre cv. ConiIon, cultivado no Norte do Estado do Espírito

Santo, enquanto Partelli et al. (2002) estabeleceram as normas do DRIS para o

cafeeiro conilon em Vila Valério, região Norte do Espírito Santo, utilizando-se 23

lavouras com produtividades acima de 60 sacas de café beneficiado por hectare.

68

Souza et al. (2000) utilizaram 168 lavouras de café arábica, sendo 41 da região de

Viçosa, 36 da região de Manhuaçu, 44 de Patrocínio e 47 do Sul de Minas. Partelli

(2004) utilizou 96 lavouras de café conilon no Norte do Espírito Santo, sendo 40 sob

cultivo convencional e 56 sob cultivo orgânico. Para culturas anuais, Sumner (1977),

na África do Sul, utilizou 2.800 plantas para estabelecer as normas de referência

para a cultura do milho. Rocha (2007), trabalhando com milho, amostrou 133 glebas

no município de Hidrolândia-GO, tendo cada uma dimensões de 20 metros de

comprimento por 50 metros de largura.

Tabela 10 – Média (Ẋ), desvio-padrão (s) e coeficiente de variação (cv) das relações dois a dois entre os teores de todos os nutrientes minerais das lavouras de altas produtividades da microrregião do Caparaó

(continua) Relações Média Desvio-padrão CV

N/P 21,47228566 2,334090129 10,87

N/K 1,457769906 0,163647529 11,22

N/Ca 2,765461751 0,530206192 19,17

N/Mg 8,423451925 1,481802286 17,59

N/S 20,40919162 2,900718289 14,21

N/Zn 0,232867599 0,106663015 45,80

N/B 0,052080782 0,009966039 19,13

N/Cu 0,236907891 0,083095127 35,07

N/Mn 0,029939093 0,019261222 64,33

N/Fe 0,04761627 0,010495265 22,04

P/N 0,046097938 0,005289631 11,47

P/K 0,066744683 0,006906972 10,34

P/Ca 0,126266409 0,021496103 17,02

P/Mg 0,386223763 0,06989706 18,09

P/S 0,935881082 0,132680423 14,17

P/Zn 0,010681888 0,004778611 44,73

P/B 0,002393669 0,000509352 21,27

P/Cu 0,010832246 0,003622923 33,44

P/Mn 0,00136987 0,000873016 63,72

P/Fe 0,002183872 0,000493166 22,58

K/N 0,694222477 0,075811169 10,92

K/P 15,14277712 1,601940257 10,57

K/Ca 1,909132538 0,366956699 19,22

K/Mg 5,847948993 1,171881021 20,03

K/S 14,12397732 2,211910023 15,66

K/Zn 0,15771731 0,067878323 43,03

K/B 0,035976482 0,006990504 19,43

69

Tabela 10 - Média, desvio-padrão e coeficiente de variação das relações dois a dois entre os teores de todos os nutrientes minerais das lavouras de altas produtividades da microrregião do Caparaó

(continuação) Relações Média Desvio-padrão CV

K/Cu 0,16449011 0,063737404 38,74

K/Mn 0,020810754 0,013229342 63,56

K/Fe 0,032735944 0,006800808 20,77

Ca/N 0,373585509 0,065929156 17,64

Ca/P 8,125251765 1,255792446 15,45

Ca/K 0,541663061 0,098515287 18,18

Ca/Mg 3,079206926 0,427380463 13,87

Ca/S 7,525045647 1,172545117 15,58

Ca/Zn 0,084622092 0,035573404 42,03

Ca/B 0,019094449 0,00333113 17,44

Ca/Cu 0,087495163 0,031663126 36,18

Ca/Mn 0,010579857 0,006146507 58,09

Ca/Fe 0,017498507 0,003860638 22,06

Mg/N 0,122790235 0,024545676 19,98

Mg/P 2,681903288 0,552896187 20,61

Mg/K 0,179349328 0,044792731 24,97

Mg/Ca 0,331872791 0,053855948 16,22

Mg/S 2,490541296 0,551543111 22,14

Mg/Zn 0,02852367 0,01333771 46,76

Mg/B 0,00630713 0,001355028 21,48

Mg/Cu 0,028694768 0,010001962 34,85

Mg/Mn 0,003481492 0,001948559 55,96

Mg/Fe 0,005808111 0,001596156 27,48

S/N 0,049919844 0,006838503 13,69

S/P 1,091406409 0,171899268 15,75

S/K 0,07257664 0,011837871 16,31

S/Ca 0,136213906 0,022279286 16,35

S/Mg 0,417860867 0,081179715 19,42

S/Zn 0,011345189 0,004731427 41,70

S/B 0,002573708 0,000481117 18,69

S/Cu 0,011527253 0,00326268 28,30

S/Mn 0,001449056 0,000852405 58,82

S/Fe 0,002352862 0,000516089 21,93

Zn/N 5,825923489 4,159192787 71,39

Zn/P 128,9390233 98,52169294 76,40

Zn/K 8,197154095 5,292490129 64,56

Zn/Ca 15,76025798 11,31690657 71,80

Zn/Mg 49,95210859 39,93058676 79,93

70

Tabela 10 - Média, desvio-padrão e coeficiente de variação das relações dois a dois entre os teores de todos os nutrientes minerais das lavouras de altas produtividades da microrregião do Caparaó

(continuação) Relações Média Desvio-padrão CV

Zn/S 116,9472975 85,9128168 73,46

Zn/B 0,287072479 0,19041404 66,32

Zn/Cu 1,44907242 1,545101901 106,62

Zn/Mn 0,190844438 0,217393211 113,91

Zn/Fe 0,255943849 0,148934061 58,19

B/N 19,88742412 3,764653929 18,92

B/P 435,0897409 87,20032638 20,04

B/K 28,86196476 5,824616099 20,18

B/Ca 53,92718836 9,306099739 17,25

B/Mg 165,3713196 33,93118315 20,51

B/S 401,645678 73,18934614 18,22

B/Zn 4,404621729 1,728748592 39,24

B/Cu 4,667139861 1,84926261 39,62

B/Mn 0,572341277 0,340546516 59,50

B/Fe 0,922046829 0,163149203 17,69

Cu/N 4,636326781 1,362668899 29,39

Cu/P 101,2162116 30,66724237 30,29

Cu/K 6,728717372 1,935995702 28,77

Cu/Ca 12,66184012 3,907832271 30,86

Cu/Mg 38,64250674 12,1038679 31,32

Cu/S 92,41450039 22,57817232 24,43

Cu/Zn 1,059782649 0,506616818 47,80

Cu/B 0,238441489 0,073461893 30,80

Cu/Mn 0,130587167 0,087732046 67,18

Cu/Fe 0,215695305 0,064056423 29,69

Mn/N 55,26878771 51,48151709 93,14

Mn/P 1190,255983 1045,023972 87,79

Mn/K 80,68147822 76,06328438 94,27

Mn/Ca 140,1137772 105,6213033 75,38

Mn/Mg 438,7589853 370,5637191 84,45

Mn/S 1092,197601 969,9969304 88,81

Mn/Zn 13,17715678 14,33405578 108,77

Mn/B 2,737838801 2,339108272 85,43

Mn/Cu 11,84552556 9,769532629 82,47

Mn/Fe 2,473783249 1,976605578 79,90

Fe/N 22,12831572 5,396593299 24,38

Fe/P 483,3421968 119,4717679 24,71

Fe/K 31,91433656 7,080055841 22,18

71

Tabela 10 - Média, desvio-padrão e coeficiente de variação das relações dois a dois entre os teores de todos os nutrientes minerais das lavouras de altas produtividades da microrregião do Caparaó

(conclusão) Relações Média Desvio-padrão CV

Fe/Ca 60,0957377 14,06592598 23,40

Fe/Mg 185,0679511 50,46947274 27,27

Fe/S 446,5502225 103,6424856 23,20

Fe/Zn 4,814884378 1,800979471 37,40

Fe/B 1,12115667 0,218084802 19,45

Fe/Cu 5,121265235 1,880229986 36,71

Fe/Mn 0,639654671 0,395308366 61,80

Walworth et al. (1988) demonstraram que as normas DRIS desenvolvidas a partir de

10 observações de milho, com produtividade superior a 18 t ha-1, foram mais

representativas e eficientes que as normas provenientes de banco de dados

maiores. Em contraste, Letzsch e Sumner (1984), estabeleceram que as melhores

normas, tiveram origem de grandes bases de dados com observações de alta

produtividade. Para Nick (1998), as normas do DRIS são muito genéricas e

abrangentes podendo possivelmente representar prejuízos na precisão e,

consequentemente, na eficiência da diagnose. Assim, a qualidade das observações

deve ser a meta para a escolha da base de dados a despeito da quantidade. Com o

desenvolvimento de normas específicas para cada região, unidade de solo, tipo de

cultivo e época de amostragem, será possível verificar se ocorre diferenças

significativas que justifiquem separá-las de modo a reduzir ao máximo o coeficiente

de variação obtido para as relações dois a dois entre os nutrientes. Novos trabalhos

envolvendo as normas para a microrregião do Caparaó em comparação com normas

em nível de município são necessários para melhor esclarecer essa questão.

No que diz respeito à relação entre os nutrientes, Bragança et al. (1989) chamam a

atenção principalmente para a relação Mn/Fe em café conilon como sendo

problemática para a região Norte do Espírito Santo. Também com café conilon, Leite

(1993) obteve para a relação Mn/Fe o valor de 0,55 e CV de 47%. Para o cafeeiro

arábica, Souza et al. (2000) encontraram variações para os valores dessa mesma

relação em quatro cidades de Minas Gerais, sendo de 1,63 e CV de 52,85% em

72

Manhuaçu, de 0,88 e CV 46,89% em Patrocínio e de 1,61 e CV de 48,31% para o

Sul de Minas. Partelli (2004) encontrou 4,95 e CV de 41,14% para café conilon sob

cultivo orgânico e 7,50 e CV de 48,32 % sob cultivo convencional. Partelli et al.

(2005), trabalhando com amostragens de verão e inverno em cafeeiro arábica, em

Manhuaçu, obtiveram valores da razão Mn/Fe de 1,25 e CV de 93,37% para

amostragem de verão, enquanto que no inverno esses valores foram de 1,23 e CV

de 61,52%. Neste trabalho esta relação é de 2,47 com CV de 79,90% (Tabela 9),

sugerindo que as normas de referência do DRIS devem ser específicas para cada

região.

Mesmo considerando as condições ecológicas de Manhuaçu semelhantes às dos

municípios da microrregião do Caparaó, os resultados alcançados diferiram

daqueles obtidos por Souza et al. (2000). As médias dos valores de 54 razões,

dentre as relações dois a dois entre os teores dos nutrientes das lavouras

amostradas na microrregião do Caparaó (Tabela 9), foram inferiores em comparação

com as mesmas relações obtidas por Souza et al. (2000) em Manhuaçu, para

lavouras com média de duas safras consecutivas, com produtividade média de 30

sacas de café beneficiado por hectare. Essas diferenças nas médias de referência

do DRIS reforçam a tendência de se criar normas regionalizadas (DARA et al., 1992;

REIS JR, 1999; SOUZA et al., 2000; REIS JR.; MONNERAT, 2003; PARTELLI,

2004; ROCHA et al., 2007), específicas para cada forma de cultivo (PARTELLI,

2004) e para cada estação do ano (PARTELLI, 2005).

Outra informação muito importante obtida com o DRIS refere-se ao índice do

balanço nutricional (IBN) (RATHFON; BURGER, 1991; LEITE, 1992; VENEGAS;

LEITE, 1992; ALTOÉ et al., 2002), ou seja, a soma dos valores absolutos dos

índices DRIS. Naturalmente que quanto menor o IBN, melhor seria o estado

nutricional da lavoura em questão. De posse dos valores de referência, futuros

trabalhos visando a diagnose das lavouras cafeeiras da microrregião do Caparaó,

com base no IBN, poderão traçar novas estratégias de políticas públicas focadas na

assistência técnica, tendo como direcionamento principal o subsídio dos

cafeicultores locais quanto aos nutrientes mais limitantes à produção. Tais normas

obtidas para a microrregião poderão servir de base para futuros trabalhos

relacionados ao levantamento do estado nutricional das lavouras cafeeiras da

microrregião do Caparaó, podendo ser comparadas com lavouras de diversas

73

produtividades médias, obtendo tanto o IBN quanto a sequência de deficiência a

excesso dos nutrientes de cada lavoura estudada, uma vez que trabalhos avaliando

o estado nutricional das lavouras dessa microrregião são escassos na literatura. De

posse dos Padrões ou Normas de Referência apresentados, os produtores de café

arábica da microrregião do Caparaó e os técnicos consultores poderão fazer um

melhor diagnóstico nutricional da lavoura, racionalizando o uso de adubos e

principalmente, obtendo plantas nutricionalmente sadias e equilibradas.

Os padrões atuais para as faixas de suficiência são genéricos quanto à abrangência

territorial, diversidade de cultivares e estádios fenológicos das plantas. Essas faixas,

no entanto, não deixarão de ter grande utilidade para a diagnose foliar do cafeeiro.

Na falta de padrões mais específicos para cada situação ou cultivar em particular, os

padrões atuais das faixas de suficiência poderão auxiliar, junto com os do DRIS, no

fornecimento de parâmetros de orientação.

As contribuições deste estudo ao método DRIS e ao banco de normas do DRIS, se

traduzem na melhoria dos instrumentos disponíveis aos cafeicultores para

diagnosticar problemas nutricionais nos cafezais. Assim, procura-se atingir os

objetivos básicos da cafeicultura atual, que são o de aumentar a produtividade da

lavoura e diminuir o custo de produção. Essas duas metas têm por finalidade

garantir a permanência do cafeicultor na sua atividade, mesmo durante períodos de

preços baixos do café e sob as inesperadas adversidades climáticas.

Para o uso das normas de referência do DRIS, torna-se necessário a capacitação de

técnicos que prestam consultoria aos produtores locais no uso das normas de

referência, pois o DRIS, por apresentar muitos valores numéricos (110 relações de

nutrientes), exige o uso de software adequado para facilitar os cálculos (NICK,

1998).

Para realizar-se a avaliação dos teores dos nutrientes de lavouras a serem

diagnosticadas, calculam-se as relações dois a dois entre todos os nutrientes, tanto

na ordem direta quanto na ordem inversa, combinando-se cada nutriente com os

demais. Em seguida, calculam-se as funções das relações dois a dois entre os

nutrientes conforme apresentado por Jones (1981), e recomendado por Venegas e

Leite (1992) e por Martinez et al. (2003a), pela seguinte equação:

74

Z(A/B) = (A/B - a/b) . (k/s) (1)

em que:

Z(A/B) = função da relação entre os nutrientes A e B da amostra a ser diagnosticada;

A/B = valor da razão entre os nutrientes A e B das amostras de folhas das lavouras

a serem diagnosticadas;

a/b = valor médio das razões entre os nutrientes a e b das amostras de folhas das

lavouras de altas produtividades;

k = constante arbitrária, que tem sido normalmente sugerida ser 10;

s = desvio padrão das relações dois a dois das lavouras de referência.

A equação (1) originou da equação de cálculo da distribuição normal reduzida [f(z)]

de Student (BEAUFILS, 1971, 1973) definida como:

f(z) = (x - µ) / σ (2)

em que:

x = quociente das relações A/B da lavoura em análise;

µ = média da relação a/b das lavouras de referência;

σ = desvio-padrão (s) do quociente das relações a/b das lavouras de referência.

Os resultados dessas funções são utilizados para os cálculos dos índices DRIS para

cada nutriente, os quais representam medidas integradas oriundas das comparações

de cada nutriente com os demais (VENEGAS; LEITE, 1992; MARTINEZ et al.,

2003a). O valor do índice de cada elemento mineral resulta da soma algébrica de

todos os valores das funções onde o nutriente diagnosticado aparece no numerador,

e subtraída de todos os valores das funções onde o elemento aparece no

75

denominador, dividido pelo número de funções envolvidas no cálculo (WORTMANN,

1993). Assim, o índice de um determinado nutriente representa a média aritmética

do somatório das funções das relações dois a dois onde o nutriente aparece no

numerador subtraído do somatório das funções das relações dois a dois onde o

nutriente aparece no denominador (VENEGAS; LEITE, 1992; MARTINEZ et al.,

2003a), do seguinte modo:

índice A = [z(A/B) + z(A/C) + ... + z(A/N) - z(B/A) - z(C/A) -...- z(N/A)] / 2(n-1) (3)

em que:

índice A = índice DRIS do nutriente a ser diagnosticado;

n = número total de nutrientes em análise;

2(n-1) = número de funções envolvidas em cada cálculo do índice Dris.

Os índices DRIS podem assumir valores negativos ou positivos, sendo negativos

quando ocorre deficiência do elemento e valores positivos indicam excesso. Quanto

mais próximos de zero estiverem esses índices, mais próxima estará a planta do

equilíbrio nutricional para o elemento em estudo, permitindo, desse modo, a

classificação dos nutrientes em ordem de importância de limitação na produção e

fornecendo, ao mesmo tempo, uma indicação da intensidade de exigência de

determinado nutriente pela planta (BEAUFILS, 1973; VENEGAS; LEITE, 1992;

DAVEE et al. 1986, apud COSTA, 1995; ALTOÉ et al., 2002; MARTINEZ et al.,

2003a).

O método DRIS fornece também o índice de balanço nutricional da lavoura (IBN),

calculado pela soma modular dos índices de cada elemento (RATHFON; BURGER,

1991; VENEGAS; LEITE, 1992; LEITE, 1992; ALTOÉ et al., 2002; MARTINEZ et al,

2003a), do seguinte modo:

IBN = I índice A I + I índice B I + ......... + I índice N I (4)

76

O índice de balanço nutricional da lavoura (IBN) possibilita verificar limitações de

ordem não nutricional na lavoura. Quanto menor o IBN melhor é o estado nutricional

das lavouras, sendo que, em lavouras de café conilon de alta produção, a amplitude

desses valores variou de 39 a 94 (LEITE, 1992). Altoé et al. (2002) verificaram

amplitudes maiores (11,1 a 97) em café conilon em Vila Valério. Em cafeeiros

arábicas, Martinez et al. (2003a) encontraram valores de IBN variando de 25 a 194

em Manhuaçu.

Em alguns casos, pode ocorrer que lavouras de baixa produtividade apresentem IBN

inferiores aos das lavouras de referência, indicando que a baixa produtividade é

decorrente de causas não nutricionais (LEITE, 1992; MARTINEZ et al., 2003a).

Martinez et al. (2003a), avaliando o IBN de lavouras consideradas de média e baixa

produtividade, obtiveram índices de 82 e 89 respectivamente, sugerindo que a

limitação da produtividade foi de ordem não-nutricional, devendo ser observados

outros fatores, como por exemplo, os ambientais, fisiológicos e fitossanitários.

Outra ferramenta importante fornecida pelo DRIS é a sequência decrescente de

deficiência a excesso dos nutrientes minerais das lavouras (JONES, 1981;

RATHFON; BURGER, 1991; LEITE, 1992; WORTMANN, 1993; COSTA, 1995;

ALTOÉ et al., 2002).

Há controvérsias na literatura com relação à utilização de equações de cálculo do

DRIS na diagnose nutricional de outras lavouras (JONES, 1981; RATHFON;

BURGER, 1991; VENEGAS; LEITE, 1992; WORTMANN, 1993). Alguns autores

sugerem a utilização do desvio-padrão (s) (JONES, 1981) e outros o coeficiente de

variação (cv) (RATHFON e BURGER, 1991; WORTMANN, 1993) aplicados na

equação original de Beaufils (1971, 1973).

Para o cálculo das funções das relações dois a dois entre todos os nutrientes

analisados, Rathfon e Burger (1991) e Wortmann (1993) recomendaram equações,

deduzidas pela substituição do desvio padrão (s) pelo coeficiente de variação (CV),

considerando que cv = 100 s / (a/b) na equação (1) de Jones (1981). Assim:

se: a/b < A/B

Z(A/B) = [(A/B)/(a/b) - 1] . (100 k/CV)

77

sendo k = 10, tem-se que:

Z(A/B) = [(A/B)/(a/b) - 1] . (1000/CV) (5)

se: a/b > A/B,

Z(A/B) = [1 - (a/b)/(A/B)] . (100 K/CV)

sendo k = 10, tem-se que:

Z(A/B) = [1 - (a/b)/(A/B)] . (1000/CV) (6)

em que:

Z(A/B) = função da relação entre os nutrientes A e B da amostra a ser diagnosticada;

a/b = valor médio das razões entre os nutrientes a e b das lavouras de altas

produtividades;

A/B = valor da razão entre os nutrientes A e B da lavoura a ser diagnosticada;

K = constante arbitrária, que tem sido normalmente sugerida ser 10;

CV = valor do coeficiente de variação em termos percentuais.

Entretanto, deve-se destacar que Venegas e Leite (1992) demonstraram a existência

de erros matemáticos nas expressões (5) e (6). Desse modo, substituindo K pelo

valor arbitrário 10 e o desvio padrão (s) pelo coeficiente de variação [CV=100s/(a/b)]

na equação (1) de Jones (1981), obtém-se a seguinte equação:

z(A/B) = [(A/B - a/b) / a/b] . (1000/CV) (7)

logo:

z(A/B) = [(A/B)/(a/b) - 1)] . (1000/CV) (8)

Nesse caso, a equação (8) é igual à equação (5), conforme sugerido por aqueles

autores. Todavia, se quisermos calcular z(B/A), considerando que z(A/B) seja

positivo, então z(A/B) > z(B/A). Por conseguinte, z(B/A) assume valor negativo,

78

originando uma equação bem diferente daquela indicada por Rathfon e Burger

(1991) e Wortmann (1993), conforme previsto por Venegas e Leite (1992). Com base

nessas considerações, a equação de Jones (1981) ficará conforme segue:

- z(B/A) = (B/A - b/a) . (K/s) (9)

Substituindo k pelo valor arbitrário 10 e s pelo coeficiente de variação [CV=

100s/(a/b)] na equação (9) obtém-se a seguinte expressão:

z(B/A) = [1 – (B/A /b/a)] . (1000/CV) (10)

Portanto, recomenda-se utilizar nos cálculos das funções do DRIS a equação (1) de

Jones (1981), independentemente das relações dois a dois entre os nutrientes a

serem diagnosticados serem maiores ou menores que as mesmas relações das

Normas do DRIS, conforme sugerido por Venegas e Leite (1992), por ser de

aplicação fácil e segura. Para os cálculos dos índices DRIS recomenda-se a

utilização da equação (3) (VENEGAS; LEITE,1992; LEITE, 1992; MARTINEZ et al.,

2003a) e para a quantificação do IBN deve-se utilizar a equação (4) (LEITE, 1992;

MARTINEZ et al., 2003a).

Segundo Beverly (1991), existem dois métodos DRIS: o DRIS (BEAUFIIS, 1973) e o

M-DRIS (WALWORTH et al., 1988; HALLMARK et al., 1987). O M-DRIS é uma

variação do DRIS que utiliza nos cálculos o conteúdo dos nutrientes nas relações

dois a dois, ao invés de se utilizar os teores dos nutrientes. O M-DRIS utiliza valores

absolutos, com base no peso da matéria seca da folha, enquanto o DRIS utiliza

valores relativos. Sabe-se que em plantas sem frutos os teores de nutrientes

decrescem em virtude de diluições decorrentes da maior massa de matéria seca nas

folhas dessas plantas em relação às plantas com frutos (AMARAL, 1991).

Provavelmente, nos cálculos das relações dois a dois entre todos os nutrientes, na

ordem direta e inversa, bem como na aplicação da fórmula (expressão 1) para

determinação das funções dessas relações, talvez minimize em grande parte os

efeitos decorrentes de concentrações ou diluições dos nutrientes nas folhas.

79

A matéria seca constitui-se essencialmente da soma da concentração de três

nutrientes, C, H e O, os quais são normalmente ignorados em considerações

nutricionais sendo um bom indicador para a maturidade do tecido amostrado em

relação ao padrão. Para Leite (1992), o poder de diagnose do DRIS com base no

conteúdo de nutrientes presentes na matéria seca foliar, deve aumentar,

principalmente para o cafeeiro, que possui ciclo bienal de produtividade. O M-DRIS

envolve dados e valores de relevada importância, porém foge ao objetivo do

presente trabalho, que é o de fornecer normas de uso imediato e facilitado para os

produtores da microrregião do Caparaó, não sendo portanto utilizado.

Trabalhos recentes têm sido direcionados quanto à abrangência da aplicação das

normas do DRIS. Souza et al. (2000), trabalhando com café arábica em quatro

municípios de Minas Gerais, demonstraram que mesmo procurando uniformizar ao

máximo as lavouras amostradas e mesmo tendo em alguns casos normas

parecidas, as normas de aplicação do DRIS em lavouras cafeeiras devem ser

regionalizadas. Reis Jr. e Monnerat (2003) avaliaram o uso universal das normas do

DRIS para cana-de-açúcar e concluíram que tais normas devem ser estabelecidas

para cada região produtora. Na avaliação do estado nutricional de milho, Dara et al.

(1992) verificaram que índices DRIS calculados utilizando normas obtidas na

literatura foram menos precisos que aqueles calculados utilizando dados obtidos

localmente.

A bienalidade de produção do cafeeiro não alterou significativamente as normas

para a aplicação do DRIS (VENEGAS et al. (2000), porém têm-se sugerido que o

tipo de cultivo e a época de amostragem alteraram as normas do DRIS (PARTELLI,

2004; PARTELLI et al., 2005), contrariando ao que foi idealizado e sugerido

inicialmente (BEAUFILS, 1971, 1973). Na maior parte dos trabalhos, se utiliza como

forma de se uniformizar as lavouras a idade, a produtividade média, a densidade de

plantas e a região. No entanto, faz-se necessário um estudo mais aprofundado

envolvendo essas regiões, porém com altitudes e variedades diferentes. Trabalhos

futuros envolvendo essas variáveis poderão apresentar respostas a esses

questionamentos.

80

5 CONCLUSÕES

Por intermédio das análises foliares das lavouras de altas produtividades foi possível

estabelecer as normas de referência do DRIS e as faixas críticas para o cafeeiro

arábica da microrregião do Caparaó.

Os macronutrientes mais limitantes, de acordo com a análise de solo foram:

Ca=Mg>K>P=S.

Os micronutrientes mais limitantes de acordo com a análise de solo foram:

Cu>B>Zn=Mn>Fe.

81

6 REFERÊNCIAS

ABIC – Associação Brasileira da Indústria do Café. A história do café - origem e trajetória. Disponível em:<HTTP://www.abic.com.br/scafe_historia.htmL>. Acesso em: 12 out. 2008.

ABIPTI – Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica. Relatório técnico consolidado do diagnóstico participativo da cadeia do café arábica da Microrregião do Caparaó / ES. Alegre: EAFA, 2005, 109 p. Disponível em: <http://www.alegre.es.gov.br/pdm/files/relat_cafe-final.pdf>. Acesso em: 2 nov. 2008.

ACHA PANOSO, L.; GOMES, I. A.; PIRES FILHO, A. M.; BONELLI, S. Levantamento de reconhecimento dos solos do Estado do Espírito Santo. Rio de Janeiro: EMBRAPA, SNLCS (Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos), 1978. 461p. (Boletim Técnico n. 45).

ALCÂNTARA, E. N.; FERREIRA, M. M. Efeito de diferentes métodos de controle de plantas daninhas sobre a produção de cafeeiros instalados em Latossolo Roxo distrófico. Ciência e Agrotecnologia, v. 24, n.1, p. 54-61, jan./mar. 2000.

ALTOÉ, J. A.; PARTELLI, F. L.; AMARAL, J. A. T. do; AMARAL, J. F. T. do; LOPES, J. C. L.; SCHMILDT, E. R.; CATEN, A. Diagnose nutricional do cafeeiro conilon (Coffea canephora Pierre ex Froehner) em Vila Valério, região Norte do Estado do Espírito Santo, pelo método DRIS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 28, 2002, Caxambu. Anais ... Rio de janeiro: SARC/PROCAFÉ, 2002. p. 325-326.

AMARAL, J. A. T. do. Crescimento vegetativo estacional do cafeeiro e suas inter-relações com fontes de nitrogênio, fotoperíodo, fotossíntese e assimilação do nitrogênio, 1990, 139 f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1991.

AZEVEDO, A. F.; CASTRO JR., L. G.; FONTES, R. E. Análise da cadeia produtiva do café sul mineiro, enfocando os canais de comercialização. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 27, 2001, Uberaba. Anais ... Belo Horizonte: PROCAFÉ, 2001. p. 154-156.

BALDOCK, J. O.; SCHULTE, E. E. Plant analysis with standardized scores combines DRIS and sufficiency range approaches for corn. Agronomy Journal, v. 88, n. 3, p. 448-456, 1996.

BARROS, U. V.; MATIELLO, J. B. Deficiência de manganês na implantação e na recuperação de cafezais, na zona da mata de Minas.. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 20, 1994, Guarapari, Anais ... Brasília: MAA-PROCAFÉ, 1994. p 98-99.

BARROS, U. V.; SANTINATO, R.; MATIELLO, J. B.; BARBOSA, C. M. Fontes, doses e modo de aplicação do boro no plantio do cafeeiro nas matas de Minas. In:

82

CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 22, 1996, Aguas de Lindoia-SP, Anais ... Brasília: MAA-PROCAFÉ, 1996. p 117-118.

BATAGLIA, O. C. DRIS-Citros-uma alternativa para avaliar a nutrição das plantas. Laranja, Cordeirópolis, v. 10, n. 2, p. 565-576, 1989.

BATAGLIA, O. C.; FURLANI, A. M. C.; TEIXEIRA, J. P. F.; FURLANI, P. R.; GALLO, J. R. Métodos de análise química de plantas. Campinas: Instituto Agronômico, 1983. 41 p. (Boletim Técnico n. 78).

BATAGLIA, O.C.; SANTOS, W.R. dos. Efeito do procedimento de cálculo e da população de referência nos índices do sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS). Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.14, n.3, p.339-344, 1990.

BEAUFILS, E. R. Diagnosis and recommendation integrated system (DRIS): a general scheme for experimentation and calibration based on principles developed from research in plant nutrition. Pietermararitzburg: University of Natal, 1973. 132 p. (Soil Science Bulletin n. 1).

BEAUFILS, E. R. Physiological diagnosis - a guide for improving maize production based on principles developed for rubber trees. Fertilizer Society of South African Journal, v. 1, p. 1-30, 1971.

BEGAZO, J. C. E. O.; NOVAIS, R. F.; NOGUEIRA, F. D. Adubação NPK do tabaco (Nicotiana tabacum) num solo da Zona da Mata de Minas Gerais. III. Composição mineral das folhas. Revista Ceres, v. 27, p. 341-355, 1980.

BEVERLY, R. B. DRIS diagnose of soybean nitrogen, phosphorus, and potassium status are unsatisfactory. Journal of Plant Nutrition, v. 16, p.1431-47, 1993.

BEVERLY, RB, A practical guide to the Diagnosis and Recommendation Integrated System (DRIS). Athens: Micro-Macro, 1991. 87 p.

BINGHAM, F. T. Relations between phosphorus and micronutrients in plants. Soil Science Society of America Proceedings, v. 27, p. 389-391, 1963.

BLANCO, H. G.; OLIVEIRA, D. A.; PUPO, E. I. H. Período de competição de uma comunidade natural de mato em uma cultura de café, em formação. Biológico, v. 48, n. 1, p. 9-20, jan. 1982.

BORGES, A. L. Interação entre nutrientes em bananeira: banana em foco. EMBRAPA/ MAPA, n. 55, dez. 2004.

BRAGANÇA, S. M.; VENEGAS, V. H. A.; CARVALHO, C. H. S.; LANI, J. Avaliação nutricional do café conilon (Coffea canephora) através da análise foliar, na região Norte do Estado do Espírito Santo – Manganês. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 15, 1989, Maringá, Anais ... Rio de Janeiro, IBC/GERCA, 1989, p. 112-114.

CARVALHO, V. L.; CUNHA, R. L.; CARVALHO, J. P. F. Benefícios do cobre na agricultura. EPAMIG, Belo Horizonte, 2007 (Circular técnica) n. 3, maio 2007.

83

CETCAF. Cafeicultura capixaba. Vitória-ES, 2009. Disponível em: <http://www.cetcaf.com.br/>. Acesso em: 29 jan. 2009.

CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Indidadores da Agropecuária. Brasília-DF, 2009. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conabweb/IA-dez08jan09,pdf>. Acesso em: 1 fev. 2009,

CORRÊA, J. B.; GARCIA, A. W. R.; COSTA, P. C. Extração de nutrientes pelo cafeeiro mundo novo e catuaí. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 13,1986, São Lourenço, Anais ... Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro do Café, 1986. p. 35-46.

CORRÊA, J. B.; REIS JR., R. dos A.; CARVALHO, J. G. de; GUIMARÃES, P. T. G. Avaliação da fertilidade do solo e do estado nutricional de cafeeiros do Sul de Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, v. 25, n. 6, p.1279-1286, nov./dez. 2001.

COSTA, A. N. Uso do sistema integrado de diagnose e recomendação-DRIS, na avaliação do estado nutricional do mamoeiro (Carica papaya L.) no Estado do Espírito Santo, 1995, 95 f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1995.

CUNHA, P. P. da. Sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS) para a cultura do milho (Zea mays L.) na região de Goianésia, 2005, 130 f. Tese (Doutorado em Agronomia: Produção Vegetal) - Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2005.

DADALTO, G. G.; BARBOSA, C. A. Manual técnico para a cultura do café no Estado do Espírito Santo: macrozoneamento agroecológico: Vitória: Secretaria de Estado de Agricultura, 1995. p. 11-14.

DARA, S. T. ; FIXEN, P. E.; GELDERMAN, R. H. Sufficiency level and diagnosis and recommendation integrated system approaches for evaluating the nitrogen status of corn. Agronomy Journal, v. 84, n. 6, p. 1006- 1010, Nov./Dec. 1992.

ELWALI, A. M. O.; GASCHO, G. J. Soil testing, foliar analysis, and DRIS as guides for sugarcane fertilization. Agronomy Journal, v. 76, p. 466-470, 1984.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1997. 212 p.

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solo. Brasília: EMBRAPA, 1999. 412p.

EPSTEIN, E.; BLOOM, A. J. Nutrição mineral de plantas: princípios e perspectivas. 2. ed. Londrina: Planta, 2006. 403 p.

ESCANO, C. R.; JONES, C. A.; UEHARA, G. Nutrient diagnosis in corn grown on Hidric Dystrandepts: I. Optimum tissue nutrient concentrations. Soil Science Society America Journal, v.45, p.1135-1143, 1981.

84

ESPÍRITO SANTO (Estado). Informações municipais do Estado do Espírito Santo 1994. Vitória: Secretaria de Estado de Ações Estratégicas e Planejamento/ Departamento Estadual de Estatística, 1994, v. 1.

EVANYLO, G. K.; SUMNER, M. E.; LETZSCH, W. S. Preliminary development and testing of DRIS soil norms for soybean production. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v. 18, n. 12, p. 1355-1377, Dec. 1987.

FAZUOLI, L. C. Contribuição da pesquisa para a obtenção de cafeeiros adaptados ao plantio adensado. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE CAFÉ ADENSADO, 1994, Londrina. Anais ... Londrina: IAPAR, 1994. p. 3-43.

FERRÃO, R. G. Agrosoft Brasil. Governo do Espírito Santo lança programa para renovar e revigorar o café arábica no Espírito Santo. 2008, Disponível em: <http://www.agrosoft.org.br/agropag/102745.htm>. Acesso em: 5 jan. 2009.

FERRÃO, R. G.; FONSECA, A. F. A.; FERRÃO, M. A. G.; BRAGANÇA, S. M.; VERDIN Filho, A. C.; VOLPI, P. S. Cultivares de café conilon. In: FERRÃO, R. G.; FONSECA, A. F. A.; BRAGANÇA, S. M.; FERRÃO, M. A. G.; MUNER, L. H. D. (Ed.). Café conilon. Vitória: Incaper, 2007. p. 203-226.

FONSECA, A. F. A. Variedades clonais de café conilon. In: SIMPÓSIO ESTADUAL DO CAFÉ, 1995, Vitória. Anais ... Vitória: CETCAF/SEAG, 1995, p. 29-33.

FULLIN, E. A.; MUNER, L. H.; DADALTO, G. G.; PREZOTTI, L. C. Manual de recomendação de calagem e adubação para o Estado do Espírito Santo: adubos e eficiência das adubações, 5ª aproximação. Vitória: SEEA/INCAPER/CEDAGRO, 2007. p. 49-80.

GARCIA, A. W. R.; MARTINS, M.; FIORAVANTE, N. Estudo de diferentes épocas de adubação foliar N, P e K, na formação de cafezais. In: CONGREESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 7, 1979. Araxá, Anais ... Rio de Janeiro, IBC-CERCA, 1979, p. 319-320.

HAAG, H. P. A nutrição mineral e o ecossistema. In: CASTRO, P. R. C.; FERREIRA, S. O.; YAMADA, T. (Ed.). Ecofisiologia da produção agrícola. Piracicaba: POTAFOS, 1987. p. 49-69.

HALLMARK, W. B. Increasing soybean yields through the use of the diagnosis and recommendation integrated system. In: FLUID FERTILIZER SYMPOSIUM, St. Louis, 1987, Proceedings … St. Louis, 1987, p. 180-188.

HUBNER, D. M. The role of mineral nutrition in defense. In: HORSFALL, J, G.; COWLING, E. B. (Ed.). Plant Pathology: an advanced treatise. New York: Academic Press, v.5, 1980. p.381-406.

IGUE, K.; BORNEMISZA, E. El problema del Zn en suelos y plantas de regiones tropicales y de zonas templadas, Fitotecnia Latinoamericana, v. 4, p. 29-44, 1967.

IJSN - Instituto Jones do Santos Neves. INDDES – municípios. Disponível em: <http://www.ijsn.es.gov.br/>. Acesso em: 12 set. 2008.

85

JOHNSON, C. M.; ULRICH, A. Analytical methods for use in plants analyses. Los Angeles, University of California, 1959. v.766. p.32-33.

JONES, C. A. Proposed modifications of the diagnosis and recommendation integrated system (DRIS) for interpreting plant analysis. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v. 12, n. 8, p. 785-794, 1981.

KIRKBY, E. A.; RÖMHELD, V. Micronutrientes na fisiologia de plantas: funções, absorção e mobilidade. Encarte técnico, International Plant Nutrition Institute - IPNI, Informações agronômicas, n. 118, jun. 2007. Disponível em: <http://www.inpofos.org/ppiweb/brazil.nsf/$webindex/289DCBA5E8BE01800325733800486B2E?opendocument&navigator=home+page>. Acesso em: 20 dez. 2008.

LANI, J. A.; PREZOTTI, L. C.; BRAGANÇA, S. M. Cafeeiro. In: PREZOTTI, L. C.; GOMES, J. A.; DADALTO, G. G.; OLIVEIRA, J. A. Manual de recomendação de calagem e adubação para o Estado do Espírito Santo: 5ª aproximação. Vitória: SEEA/INCAPER/CEDAGRO, 2007. p. 111- 118.

LAVIOLA, B, G.; MARTINEZ, H. E. P.; SALOMÃO, L. C. C.; CRUZ, C. D.; MENDONÇA, S. M.; NETO, A. P. Alocação de fotoassimilados em folhas e frutos de cafeeiro cultivado em duas altitudes. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 42, n 11, 2007.

LEANDRO, W. M. Sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS) para a cultura da soja (Glycine max L. Merril) na região de Rio Verde - GO, 1998. 158 f. Tese (Doutorado em Agronomia: Produção Vegetal) - Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1998.

LEITE, R. A. Avaliação do estado nutricional do cafeeiro conilon no Estado do Espírito Santo utilizando diferentes métodos de interpretação de análise foliar. 1992. 87 f. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1992.

LEITE, V. M. Absorção e translocação de boro em cafeeiro – uma revisão. Revista Científica e Eletrônica Agronomia – Ano 2, n. 4, 2003.

LEMOS, R. C. SANTOS, R. D. Manual de descrição e coleta de solo no campo. SBCS/CNPS, 3 ed, p. 83, Campinas-SP, 1996.

LETZSCH, W.S.; SUMNER, M.E. Effect of population size and yield level in selection of diagnosis and recommendation integrated system (DRIS) norms. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v.15, n.9, p.997-1006, 1984.

MACHADO, R. V.; SANTOS, J. V. V. M.;ANDRADE, F. V.; RIBEIRO, R. C.; PASSOS, R. R. Utilização de corretivos alternativos na correção da acidez do solo. XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica. Universidade do Vale do Paraíba, 2008.

MAEDA, S.; RONZELLI JR., P. Valores de referência do DRIS para a soja, cultivares Embrapa 59 e BR 37, em Carambeí – Paraná. Scientia Agraria, v. 5, n. 1-2, p. 21-28, 2004.

86

MALAVOLTA, E. Elementos de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres, 1980. 251 p.

MALAVOLTA, E. Nutrição mineral e adubação do cafeeiro: colheitas econômicas máximas. São Paulo: Agronômica Ceres, 1993. 210 p.

MALAVOLTA, E. Nutrição mineral e adubação do cafeeiro: colheitas máximas econômicas. Editora Agronômica Ceres, 1993, 210 p.

MALAVOLTA, E.; CRUZ, V. F. A meaning for foliar diagnosis. In: SAMISH, R. M. (Ed.). Recent advances in plant nutrition. New York: Gordon & Breach Science, v. 1, 1971.

MALAVOLTA, E.; DANTAS, J. P.; ROMERO, J. P.; NOGUEIRA, F. D. Estudos sobre a nutrição mineral do cafeeiro: relação entre cálcio e produtividade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 5, 1977, Guarapari, Anais ... Rio de Janeiro: IBC/ GERCA, 1977. p. 44.

MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional das plantas – princípios e aplicações. 2. ed. ABPPF, 1997. 238p.

MALTA, M. R.; NOGUEIRA, F. D.; GUIMARÂES, P. T. G. Composição química, produção e qualidade do café fertilizado com diferentes fontes e doses de nitrogênio. Ciência e Agrotecnologia, v. 27, n. 6, p. 1246-1252, nov./dez. 2003.

MARQUES, R. Efeitos do fósforo e do zinco na nutrição e crescimento de porta-enxerto de seringueira (Hevea brasiliensis Muell Arg,). 1990, 90 f. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1990.

MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. London: Academic Press, 1995. 889 p.

MARTINEZ, H. E. P.; CARVALHO, J. G.; SOUZA, R. B. Diagnose foliar. In: RIBEIRO, A. C. GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ, V. V. H. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª aproximação. Viçosa: CFSEMF, 1999. p.143-170.

MARTINEZ, H. E. P.; NEVES, Y. P.; ZABINI, A. V. Produção integrada do cafeeiro: diagnóstico do estado nutricional do cafeeiro. In: ZAMBOLIM, L. (Ed). Produção Integrada de Café. Viçosa: UFV/DFP, 2003a, p. 397-441.

MARTINEZ, H. E. P.; SOUZA, R. B.; BAYONA, J. A.; VENEGAS, V. H. A.; SANZ, M. Coffee-tree floral analysis as a mean of nutritional diagnosis. Journal of Plant Nutrition, v. 26, n. 7, p. 1467-1482, 2003b.

MARTINEZ, H. E. P; MENEZES, J. F. S; SOUZA, R. B; VENEGAS, V. H. A; GUIMARÃES, P. T. G. Faixas críticas de concentrações de nutrientes e avaliação do estado nutricional de cafeeiros em quatro regiões de Minas Gerais. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.38, n.6, 2003c.

87

MARTINS, L. D.; NOGGUEIRA, N. O.; BATISTA, S. V. B.; ANDRADE, F. V.; MARCELO, A. T.; PASSOS, R. R. Avaliação das características químicas de solos sob cultivo de café na microrregião do Caparaó-ES. XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, Universidade do Vale do Paraíba, 2008.

MARTINS, M.; SANTINATO, R.; GARCIA, A. W. R.; NOBRE, G. W.; FIORAVANTE, N. Adubação foliar suplementar de NPK na formação e produção do cafeeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 8, 1980, Campos do Jordão, Anais ... Rio de Janeiro: IBC-GERCA, 1980, p. 333-337.

MATIELLO, J. B. Gosto do meu cafezal. São Paulo. correção em cafeeiros jovens da Zona da Mata de Minas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 23, 1997, Manhuaçu. Anais ... Brasília: MAA-PROCAFÉ, 1997. p 48-50.

MATIELLO, J. B.; SILVA, GENILSON, J. Controle das deficiências de zinco e manganês em cafeeiros altos e em lavouras adensadas com o uso do canhão pulverizador, In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 26, 2000, Marília, Anais ... Rio de Janeiro: PROCAFÉ, 2000. p. 17-18.

MATIELLO, J. B.; ZATTAR, J. C.; CARVALHEIRA, P. Desempenho de uma roçadeira portátil, para o controle do mato em cafezais, In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS,13, 1986, São Lourenço. Anais ... Rio de Janeiro: IBC, 1986. p. 1-2.

MATIELLO, J.B.; SANTINATO, R.; GARCIA, A.W.R.; ALMEIDA, S.R.; FERNADES, D.R. Cultura de café no Brasil: novo manual de recomendações. Rio de Janeiro: MAPA/PROCAFÉ, 2002. 387p.

MATSUNAGA, M. Alternativas tecnológicas na cultura do café no estado de São Paulo: USP/FEA, 1981. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, 1, 2000, Poços de Caldas. Anais ... Brasília: Embrapa Café/MINASPLAN, 2000, v.1, p 340-342.

McCLURE, P. R.; ISRAEL, D. W. Transport of nitrogen in the xylem of soybean plants. Plant Physiology, v. 64, p. 411-416, 1979.

MENDES, J. T. B. A assistência técnica para a lavoura cafeeira: problemas e perspectivas. In: SEMINÁRIO PERSPECTIVAS DA CULTURA DO CAFÉ NA AMAZÔNIA (2000: Ji-Paranpa-RO). Anais.... Porto Velho: EMBRAPA Rondônia, 2000. 157p, p. 125-127.

MILLS, A. B.; JONES JR, J. B. Plant analysis handbook II. 2. ed. Athens: Micro-Macro-Publishing, 1996. 422p.

MIYAZAWA, M.; PAVAN, M. A.; FRANCHINI, J. C. Neutralização da acidez do solo por resíduos vegetais. POTAFOS. Informações agronômicas, n.92, 2000.

NICK, J. A. DRIS para cafeeiros podados, 1998. 94 f. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1998.

88

NOVAIS, R. F.; SMITH, T. J. Fósforo em solo e planta em condições tropicais. Viçosa: DPS/UFV, 1999. 399p

OBERTLI, J. J. Non-homogeneity of boron distribution in plants and consequences for foliar diagnosis, Communications in Soil Science and Plant Analysis, v. 25, n. 7-8, p. 1133- 47, 1994.

OLIVEIRA, S. A.; SOUZA D. M. G. Uso do DRIS modificado na interpretação de análise de solo para a soja no leste do Mato Grosso. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 24, 1993, Goiânia. Anais ... Goiânia: SBCS, 1993, p. 83-84.

OLSEN, S. R. Micronutrient interactions, In: MORTVEDT, J. J.; GIORDANO, P. M.; LINDSAY, W. L. (Ed.). Micronutrients in agriculture. Madison: SSSA, 1972, p. 243-264.

PARTELLI, F. L. Estabelecimento de normas DRIS e diagnóstico nutricional do cafeeiro conilon orgânico e convencional no Estado do Espírito Santo, 2004, 96 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, 2004.

PARTELLI, F. L.; ALTOÉ, J. A.; AMARAL, J. A. T. do; AMARAL, J. F. T. do; SCHMILDT, E. R.; LOPES, J. C. L.; CATEN, A. Normas de referência do DRIS para o cafeeiro conilon (Coffea canephora Pierre ex Froehner). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 28, 2002, Caxambu. Anais ... Rio de janeiro: SARC/PROCAFÉ, 2002. p. 326-328.

PARTELLI, F. L.; CARVALHO, V. B.; VIEIRA, H. D. Normas DRIS de verão e inverno, para o cafeeiro arábica da região de Manhuaçu – MG. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, 4, 2005, Londrina. Anais ... Londrina: Embrapa Café, 2005. p. 1-5.

PASRICHA, N. S.; BADDESHA, H. S.; AULAKH, M. S.; NAYYAR, V. K. The zinc quantity: intensity relationships in four different soils as influenced by phosphorus. Soil Science, v. 143, p. 1-4, 1987.

PAVAN, M. A.; CHAVES, J. C. D. Influência da densidade de plantio de cafeeiros sobre a fertilidade do solo. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE CAFÉ ADENSADO, 1994, Londrina. Anais ... Londrina: IAPAR, 1996. p. 89-105.

POGGIANI, F. Efeito de alguns nutrientes sobre o crescimento inicial de duas espécies arbóreas do cerrado. São Paulo: Esalq, IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, v. 2, n. 8, p. 3-12, 1974.

PRADO, H. Manejo dos solos: aspectos pedológicos e suas implicações. São Paulo: Nobel, 1991, 116 p.

PRADO, H. Solos do Brasil: gênese, morfologia, classificação, levantamento. 2. ed. Piracicaba: H. do Prado, 2001. 220 p.

PREZOTTI, L. C.; FULLIN, E. A. Manual de recomendação de calagem e adubação para o Estado do Espírito Santo: avaliação da fertilidade do solo e do

89

estado nutricional das plantas. 5ª aproximação, Vitória: SEEA/INCAPER/CEDAGRO, 2007. p. 11-42.

PREZOTTI, L. C.; ROCHA, A. C. Nutrição do cafeeiro arábica em função da densidade de plantas e da fertilização com NPK. Bragantia, v. 63, n. 2, p. 239-251, 2004.

RAIJ, B. van; FERNANDES, D. R.; OLIVEIRA, E. G.; MALAVOLTA, E. et al. Café. In: RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. (Ed.). Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2. ed. Campinas: Instituto Agronômico, 1997. p. 97-101. (Boletim Técnico n. 100)

RATHFON, R. A.; BURGER, J. A. Diagnosis and recommendation integrated system modifications for Fraser Fir Christmas trees. Soil Science Society of America Journal, v. 55, p. 1026-1031, 1991.

REDDY, M. R.; PERKINS, H. F. Fixation of zinc by clay minerals. Soil Science of America Proceedings, v. 38, p 229-237, 1974.

REIS JR., R. A. Diagnose nutricional da cana-de-açúcar com o uso do sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS), 1999, 141 f. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) - Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, 1999.

REIS JR., R. A.; CORRÊA, J. B.; CARVALHO, J. G. de; GUIMARÃES, P. T. G. Estabelecimento de normas DRIS para o cafeeiro no sul de Minas Gerais: 1. aproximação. Ciência e Agrotecnologia, v. 26, n. 2, p. 269-282, 2002.

REIS JR., R. A.; MONNERAT, P. H. Norms establishment of the diagnosis and recommendation integrated system (DRIS) for nutritional diagnosis of sugarcane. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 38, p. 277-282, 2003.

RENA, A. B.; FÁVARO, J. R. A. Nutrição do cafeeiro via folha. In: ZAMBOLIM, L, (Ed.). Café: produtividade, qualidade e sustentabilidade. Viçosa: UFV, 2000, p. 149-208.

RENA, A. B.; MAESTRI, M. Ecofisiologia do cafeeiro. In: CASTRO, P. R. C.; FERREIRA, S. O.; YAMADA, E. T. T. (Ed.). Ecofisiologia da produção agrícola. Piracicaba: POTAFOS, 1987, p. 119-147.

RENA, A. B.; MAESTRI, M. Fisiologia do cafeeiro. In: RENA, A. B.; MALAVOLTA, E.; ROCHA, M.; YAMADA, T. (Ed.). Cultura do cafeeiro: fatores que afetam a produtividade. Piracicaba: POTAFOS, 1986, p. 13-85.

RESENDE, A. V. Adubação com micronutrientes no cerrado. EMBRAPA, Documentos 80, Planaltina-DF: Fev, 2003.

RESENDE. M.; CURI. N.; SANTANA. D. P. Pedologia e Fertilidade do solo: Interpretações e aplicações. Brasília: MEC/ESAL/POTAFOS, 1988. 81p.

REUTER, D. J.; ROBSON, J . B. Plant analysis: interpretation manual. Inkata Press, 1988, 218 p.

90

ROCHA, A. C.; LEANDRO, W. M.; ROCHA, A. O.; SANTANA, J. G.; ANDRADE, J. W. Normas DRIS para cultura do milho semeado em espaçamento reduzido na Região de Hidrolandia. Bioscience Journal, v. 23, n. 4, p. 50-60, 2007.

SALVO, J. G. Uso do DRIS na avaliação do estado nutricional de plantas cítricas afetadas pela clorose variegada dos citros, 2001, 108 f. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2001.

SANTANA, J. G.; LEANDRO, W. M.; NAVES, R. V.; CUNHA, P. P. Normas DRIS para interpretação de análises de folha e solo, em laranjeira pêra, na região central de Goiás. Bioscience Journal, v. 23, n. 4, p. 50-60, 2007.

SANTINATO, R.; OLIVEIRA, L.H.; PEREIRA, E.M. Efeitos do uso de salitre de potássio como fonte de nitrogênio e potássio na adubação química do cafeeiro - Carmo do Paranaíba/MG - 1992/1996. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 22, 1996, Águas de Lindóia. Anais... São Paulo: SDR/Procafé/ Embrapa/Denac/Cati, 1996. p.180-184.

SANTINATO, R.; SENA, C. A.; SILVA, A. A.; CAMARGO, R. P. Efeitos de P, Ca e B via foliar no pegamento de florada e frutificação do cafeeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 17, 1991, Uberaba. Anais... Belo Horizonte: Procafé, 2001. p. 36-38.

SILVA, A. E. S.; COSTA, E. B. Importância econômica e social. In: Manual técnico para a cultura do café no Estado do Espírito Santo. Vitória: Secretaria de Estado de Agricultura, 1995. p. 9-10.

SILVA, E. M.; LIMA, J. E. F. W.; RODRIGUES, L. N.; AZEVEDO, J. A. Comparação de modelos matemáticos para o traçado de curvas granulométricas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 39, n. 4, p. 363-370, abr. 2004.

SILVA, F. C. da. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Brasília: Embrapa, 1999. 370 p.

SILVA, J. B. S.; ALMEIDA, S. R.; GONÇALVES, J. C. Estudo dos efeitos das aplicações de N, P, Mg, Zn, B e Cu por via via foliar em cafezais instalados em solo de cerrado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 3, 1975, Curitiba. Anais... Rio de Janeiro: IBC/GERCA, 1975. p. 302-304.

SILVA, J. T. A. S.; CARVALHO, J. G. Estabelecimento de normas DRIS para bananeira prata anã (aab) sob irrigação. Ciência e Agrotecnologia, v. 30, n. 1, p. 43-51, jan./fev. 2006.

SILVEIRA, J. S. M. Revigoramento do café conilon, In: SIMPÓSIO ESTADUAL DO CAFÉ. 1995, Vitória, Anais... Vitória. CETCAF/SEAG, 1995, p. 34-47.

SOUZA, E. C. A.; FERREIRA, M. E. Micronutrientes no solo: zinco, In: FERREIRA, M. E.; CRUZ, C. P. Micronutrientes na agricultura. Piracicaba: POTAFOS/ CNPq, 1991. p. 219-242.

91

SOUZA, R. B. de; MARTINEZ, H. E. P.; MENEZES, J. F. S.; VENEGAS, V. H. A.; GUIMARÃES, P. T. G. Normas para aplicação do DRIS para Coffea arabica em quatro regiões do Estado de Minas Gerais. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, 2000, , Poços de Caldas, Anais... Brasília: EMBRAPA Café e MINASPLAN, 2000. v. 2, p. 1318-1323.

SOUZA, V. H. S.; MAESTRI, M.; BRAGA, J. M.; CHAVES, J. R. P. Variações no teor de alguns elementos minerais nas folhas e frutos de café (Coffea arábica L. var. mundo novo). Revista Ceres, v. 22, p. 318-331, 1975.

SUMNER, M. E. Aplication of Beaufils diagnostic indices to corn data published in literature irrespective of age and conditions. Plant and Soil, v. 46, p. 359-363, 1977.

SUMNER, M. E. Interpretation of analyses for diagnostic purposes. Agronomy Journal, v. 71, p. 343-348, 1979.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719 p.

VAAST, P.; ZASOSKI, R. J.; BLEDSOE, C. S. Effects of solution pH, temperature, nitrate/ammonium ratios and inhibitors on ammonium and nitrate uptake by Arabica coffee in short term solution culture. Journal of Plant Nutrition, v. 21, n. 7, p. 1551-1564, 1998.

VALLADARES, G. S.; PEREIRA, M. G.; ANJOS, L. H. C. Adsorção de fósforo em solos de argila de atividade baixa. Bragantia, v.62, n.1, p.111-118, 2003.

VENEGAS, V. H. A.; LEITE, R. A. Fundamentos estatísticos das fórmulas usadas para cálculos dos índices dos nutrientes no sistema integrado de diagnose e recomendação - DRIS, In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 20, 1992, Piracicaba, Anais ... Piracicaba, 1992. p. 186-187.

VENEGAS, V. H. A.; MARTINEZ, H, E, P., SOUZA, R. B.; MENEZES, J. F. S.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVARENGA, A. P.; CORRÊA, P. R. V.; ADÃO, W. A. Normas para aplicação do DRIS para Coffea arábica. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, 1, 2000, Poços de Caldas. Anais ... Brasília: Embrapa Café, 2000. p. 1324-1328.

VIANA, A. S. Adubação foliar com macro e micronutrientes em cafeeiros em produção. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 9, 1981, São Lourenço. Anais... Rio de Janeiro: IBC/GERCA, 1981. p. 243-246.

VIANA, A. S.; FLORENCE, M.L.D.; GARCIA, A.W.R.; FIORANTE, N. Estudos de fontes e doses de enxofre e zinco na formação de cafeeiros em solo LEd. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 13., 1986, São Lourenço, MG. Anais... Rio de Janeiro: IBC/GERCA, 1986. p. 66-68.

WALWORTH, J. L.; WOODDARD, H. J.; SUMNER, M. E. Generation of corn tissue norms from a small, high-yield data base. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v.19, n. 5, p. 563-577,1988.

92

WALWORTH, J. L.; SUMNER, M.E. Foliar diagnosis: A review. Advances in Plant Nutrition, v.3, p.193-241. 1988.

WILLSON, K. C. Mineral nutrition and fertilizer needs. In: CLIFORD, N.N.; WILLSON, K. C. (Ed.). Coffee botany, biochemistry and production of beans and beverage. Croom Helm, 1985. Part 6, p.135-156.

WORTMANN, C. S. Interpretation of foliar nutrient analysis in bean: the diagnosis and recommendation system. n. 5, Tanzania, CIAT, 1993. 11 p (Occasional Publications Series).

WORTMANN, C. S.; KISAKYE, J.; EDJE, O. T. The diagnosis and recommendation integrated system for dry bean: determination and validation of norms. Journal of Plant Nutrition, v. 15, p. 2369-2379, 1992.

YAMADA, T. Convivendo com a acidez do solo: ponto de vista. Informações Agronômicas, n.91, p 16. Set. 2001.

YEOMANS, J. C.; BREMNER, J. M. A rapid and precise method for routine determination of organic carbon in soil. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v. 19, p. 1467-1476, 1988.

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo