nora powers - estranha amizade

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8/9/2019 Nora Powers - Estranha Amizade http://slidepdf.com/reader/full/nora-powers-estranha-amizade 1/66 ESTRANHA AMIZADE IN A MOMENTS TIME Nora Powers (MOMENTOS ÍNTIMOS SUPER 7.2) "Dan só quer meu carinho, minha atenção e amizade", Abby diz para si mesma, tentando, conter seus impulsos eróticos.  As lembranças de seu casamento desfeito ainda são muito recentes e teme que a atração que sente por Dan, um quase estranho, a leve de novo para um mundo de dor, frustrações e sofrimento, as onde encontrar forças para resistir ao fasc!nio deste homem, ao toque de seus dedos msculos, ao seu olhar insinuante# Disponibii!a"#o$ Ana %ris&Ne'a Diiai!a"#o$ Ana %ris Re*is#o$ Ana Ribeiro

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ESTRANHA AMIZADEIN A MOMENTS TIMENora Powers

(MOMENTOS ÍNTIMOS SUPER 7.2)

"Dan só quer meu carinho, minha atenção e amizade", Abby diz para si mesma,tentando, conter seus impulsos eróticos.

 As lembranças de seu casamento desfeito ainda são muito recentes e teme que aatração que sente por Dan, um quase estranho, a leve de novo para um mundo de dor,frustrações e sofrimento,

as onde encontrar forças para resistir ao fasc!nio deste homem, ao toque de seusdedos msculos, ao seu olhar insinuante#

Disponibii!a"#o$ Ana %ris&Ne'aDiiai!a"#o$ Ana %risRe*is#o$ Ana Ribeiro

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

IN A MOMENTS TIME + ,-/ 0 Nora Powers

$ri%inalmente publicado pela &ilhouette 'oo(s,Divisão da )arlequin *nterprises +imited

ESTRANHA AMIZADE

 + ,-1 0 para a n3a por33esa

EDITORA NO4A %U5TURA5 5TDA.

odos os direitos reservados, inclusive o direito dereprodução total ou parcial, sob qualquer forma.

*sta edição - publicada atrav-s de contrato com a)arlequin *nterprises +imited, oronto, anad.

&ilhouette, &ilhouette Desire e o colofão são marcasre%istradas da )arlequin *nterprises '. /.

radução0 ludia aria oraes 1uedes 

2ova ultural 3 ai4a 5ostal 6786 3 &ão 5aulo*sta obra foi composta na +inoart +tda. e impressa na *ditora 5arma +tda.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

%APÍTU5O I

 Abby )olland pe%ou sua mala e desceu do 9nibus de e4cursão. :ora um bocadodif!cil convencer o motorista a dei4;la em $ld /e%as, < que ele tinha ordens e4pressas,de retomar a +as /e%as com todos os turistas. as ela finalmente conse%uira.

 A maioria dos visitantes não costumava pernoitar na pequena cidade tur!sticareconstru!da para preservar a lembrança do tempo dos co=boys. as como Abby estavacom o propósito de trabalhar na confecção de um folheto publicitrio, pretendia ficar por l

pelo menos durante um m>s, pesquisando.&em d?vida, poderia ter alu%ado um carro em +as /e%as e %uiado at- l, mas não

vira a menor necessidade disso. *stranhamente, a apar>ncia resplandecente da cidadenão a deslumbrava como acontecia com a maioria dos turistas, pois ela < visitara o localantes.

 A ?nica diferença era que dessa vez Abby não viera em busca de distração. 2o anoanterior, em meio @ pior crise emocional por que passara na vida, adorara o lu%ar. A bemda verdade, ela teria se deslumbrado com qualquer local, desde que pudesse ficar lon%ede Art e de suas palavras odiosas.

 Assim que o 9nibus partiu, Abby relanceou um olhar @ sua volta e resolveu ir at- acantina de madeira, onde a atmosfera do velho oeste fora cuidadosamente reconstitu!da.

aminhava distra!da, per%untando;se como pudera permanecer casada com umhomem durante cinco anos sem conhec>;lo. A%ora, parecia;lhe inacreditvel que naquela-poca a duplicidade de carter dele não se fizesse notar. ) mais de um ano, Art a tra!a,e Abby só tomara conhecimento disso na fat!dica tarde em que ele confessara tudo.

 Ainda podia ouvi;lo dizer que encontrara a esposa dos seus sonhos, al%u-m nosvelhos moldes, que ficava o tempo inteiro em casa e não possu!a nenhuma ocupação,e4atamente o oposto de Abby.

 Apesar da dor, Abby tentara em vão encontrar uma solução, mas Art limitara;se ainform;la de que cansara;se de estar casado com uma mulher que vivia fora de casa,trabalhando, e não preparava o <antar na hora certa. 5ara ele, o esquema de dividirem

despesas e tarefas era um modernismo que não o satisfazia em absoluto e, portanto, sólhes restava o divórcio.De in!cio, ela tentara dissuadi;lo e at- mesmo pedira uma nova chance, mas Art

fizera;se de surdo aos seus protestos, dei4ando;a sem alternativa a não ser aceitar aseparação.

 Ao entrar na cantina, Abby sentiu um a%radvel friozinho, que contrastava com ocalor escaldante que fazia na rua, e sorriu ao ouvir o som das mquinas de fliperama. *rainacreditvel que mesmo ali as pessoas tivessem tempo de <o%ar.

Depois de dar uma rpida olhada ao redor, diri%iu;se @ sala da %er>ncia, no e4atomomento em que o 4erife local, com seus revólveres presos ao coldre, chamava aatenção de um %rupo de turistas baderneiros.

eneando a cabeça, Abby bateu @ porta.3 &ra. )olland 3 atendeu;a o %erente convidando;a a entrar com um sorriso nos

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lbios. 3 um prazer rev>;la.3 $bri%ada, sr. &eccord. :ico feliz de poder lhe oferecer meus serviços.3 *ntre, por favor, e sente;se. /amos conversar sobre o que a senhora precisa para

e4ecutar esse trabalho. Abby pu4ou uma cadeira de madeira e sentou;se.

3 Btimo. Acho que, para começar, eu precisaria conhecer melhor os detalhes dacidade.3 De minha parte, não h problemas. Acho que temos tamb-m um outro

pro<eto...onhece a 1uia ur!stico#3 +ó%icoC uem não conhece a revista de turismo mais famosa do pa!s#3 'em, eles querem que a senhora faça um arti%o para a revista, al-m do folheto

de propa%anda.5or pouco, Abby não bateu palmas de contentamento.3 ue not!cia boaCom um sorriso, Eim &eccord dei4ou transparecer que reconhecia a importFncia

daquele pro<eto.

3 Geservei;lhe um trailer <unto ao das pessoas que moram em $ld /e%as, para quepossa trabalhar com privacidade. uanto tempo acha que ser necessrio#

 Abby considerou a per%unta por al%uns se%undos, antes de responder03 /im para ficar um m>s, mas creio que, com o arti%o, precisarei de umas seis

semanas, talvez dois meses.3 )um, parece razovel. :alei com nosso fotó%rafo, e ele estar @ sua disposição.

Dan Een(ins cuida de um pequeno est?dio, onde os turistas podem tirar suas fotosvestidos com tra<es t!picos. /oc> vai %ostar dele.

3 *4celenteC A%ora, %ostaria que o senhor me mostrasse onde fica meu trailer paraque eu possa arrumar minhas coisas.

3 2aturalmente 3 concordou ele, conduzindo;a at- a porta e entre%ando;lhe umachave. 3 andarei Dan procur;la dentro de meia hora. &eu trailer - o n?mero seis.

&entindo um delicioso cheiro de comida no ar, Abby passou novamente pela cantinae lembrou;se de que h muito tempo tomara seu des<e<um. as como não dese<ava ficar perambulando com a ba%a%em na mão e o sr. &eccord a avisara de que o fotó%rafo iriaencontr;la em se%uida, decidiu a%Hentar a fome por mais uma hora.

Gesi%nada, atravessou a cidade em direção ao trailer, localizado no final da rua deterra, ladeada por casas de madeira envelhecidas pelo tempo.

*m sua primeira visita, Abby sentia;se bastante diferente. Im ami%o !ntimorecomendara $ld /e%as como o lu%ar ideal para esquecer um amor malsucedido. 2oin!cio, como estava muito triste, ela quase não notara as peculiaridades do local. Aos

poucos, por-m, a atmosfera de m%ico encantamento do lu%ar apoderara;se dela. :oraentão que Abby percebera que havia al%o de diferente l, al%o muito mais intri%ante doque o fato de os recepcionistas do hotel vestirem;se de bandoleiros.

De qualquer forma, a primeira visita fora se%uida de outras duas, e ela ainda não secansara de ver o ar de espanto das crianças ao a<udarem o 4erife a capturar 'art, obandido. ertamente a pessoa que idealizara aquelas dramatizações ao ar livre erabastante criativa, pensou Abby ao ouvir o 4erife anunciar pelo alto;falante que dali aminutos haveria um "tiroteio" em frente @ cadeia.

1ostara da cidade @ primeira vista e, contrariando seus hbitos, fora at- o armaz-mem busca de postais ou de um folheto descritivo. 5ara sua surpresa, não havia nada no%>nero, o que a fizera procurar o %erente da cidade e oferecer seus serviços. $ plano de

 Abby o a%radara, mas como o proprietrio de $ld /e%as estava fora do pa!s, o sr.&eccord lhe pedira que dei4asse uma proposta por escrito, na qual constasse seu nome e

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endereço. &eis meses depois, quando voltara de seu cruzeiro, o proprietrio concedera aaprovação ao pro<eto e havia sido necessrio mais meio ano at- que Abby pudesseencai4ar aquela via%em em seu crono%rama de trabalho.

De repente, ela se deu conta de que < passara pela doceria Gocha Dura e estavana rua que conduzia ao ptio de trailers, o qual ficava fora da vista dos turistas %raças a

um muro alto que o escondia.$ n?mero seis era pequeno e completamente desprovido de lu4o, mas dispunha deum aparelho de ar condicionado e de todos os móveis necessrios, al-m de uma cozinhamin?scula e um banheiro. Após colocar a mala sobre a cama rec-m;feita, Abby resolveutomar uma ducha rpida. *m 2evada, mesmo no m>s de março, o calor do meio;dia eraintenso, sobretudo para al%u-m que acabava de vir do frio e da neve de 5ittsbur%h.

uando se en4u%ava na toalha limpa, mas desbotada, Abby ouviu baterem @ portae, tornando a vestir a roupa com que via<ara, adiantou;se para abri;la.

Diante dela, sur%iu a fi%ura de um homem de cerca de um metro e oitenta de altura,maravilhosos olhos castanho;escuros e pele bronzeada. &eus cabelos escuros estavamparcialmente cobertos pelo ele%ante chap-u coco que fazia parte de seu tra<e ele%ante,

mas t!pico do velho oeste0 sobrecasaca preta, camisa branca, calça listrada e %ravatinhaescura. Im espesso bi%ode completava sua caracterização, dando;lhe um ar sedutor.

3 $l 3 cumprimentou ele, com voz suave.&ó então Abby deu;se conta de. que deveria estar com uma e4pressão pat-tica no

rosto.3 $l 3respondeu, ainda pasma.3 &ou Dan Een(ins, ou DFndi Dan, o <o%ador.3 *u me chamo Abby )olland 3 retrucou ela, sorrindo.3 Al-m de representar o DFndi Dan, sou o fotó%rafo da cidade.3 Ah, voc> - o sr. Een(insC Desculpe, mas ainda não estou muito familiarizada por 

aqui.3 2ão tem importFncia. :oi por isso que vim aqui. Eim &eccord pediu;me que a

a<udasse e estou @ sua disposição para o que precisar.3 muita %entileza dele e sua.5or al%um motivo desconhecido, ela relutava em convidar aquele homem a entrar 

em seu trailer e Een(ins pareceu notar isso.om um olhar de curiosidade, e4aminou;a de cima a bai4o, antes de per%untar03 /oc> < almoçou#3 Ainda não, e estou morrendo de fome.3 *ntão vamos at- a cantina comer al%uma coisa. omo veio no 9nibus de

e4cursão, voc> tem direito a uma refeição %ratuita.

3 omo...como sabe que vim no 9nibus de e4cursão# *le encolheu os ombros comnaturalidade.3 2ão vi nenhum carro pelas redondezas. * este lu%ar - afastado demais para se

vir a p-, ou de t4i. &em falar que voc> parece ser do tipo prtico.Dito isso, ele a encarou de maneira desconcertante. Abby retribuiu o olhar, observando que, naqueles tra<es, Dan Een(ins era a

personificação dos anti%os <o%adores profissionais.Jnvoluntariamente, ela desceu o olhar at- as mãos dele e quase não conteve uma

risada. 5ercebendo;lhe o espanto, Dan soltou uma %ostosa %ar%alhada e estendeu a mãoesquerda em sua direção.

3 Iso este anel espalhafatoso para caracterizar melhor o persona%em. laro que o

diamante - falsoC Alis, nada - verdadeiro por aqui. udo pertence a uma %randebrincadeira de faz;de;conta...A%ora, se não se importa, eu %ostaria de comer al%uma

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coisa. Al-m do mais, estou me sentindo um tolo aqui fora.Dessa vez, Abby enrubesceu e desconcertou;se, coisa que h anos não lhe

acontecia.3 +ó%icoC Im minutinho que vou apanhar a bolsa.5ouco depois, saiu e trancou a porta atrs de si, apoiando;se na mão que ele

estendia para a<ud;la a firmar;se no chão de areia.3 melhor voc> se apoiar no meu braço. A areia aqui - bastante escorre%adia 3su%eriu Dan, quando ela se soltou dele.

3 2ão - necessrio...$bri%adaCom um sorriso <ocoso, Dan olhou para o alto, fin%indo;se de apreensivo.3 2ão me di%a que estou diante de uma mulher liberada. *mbora soubesse que era

brincadeira, Abby ofendeu;se com o comentrio e retrucou de modo spero.3 2ão recuso a<uda quando necessito dela, sr. Een(ins. as, por outro lado, nunca

precisei de apoio constante./isivelmente confuso com essa reação e4a%erada, Dan franziu as sobrancelhas.3 Desculpe, acho que toquei num ponto delicado.

3 Desculpe;me tamb-m. Acontece que este assunto - muito especial para mim.3 udo bemC Aceitarei as suas desculpas, se voc> aceitar as minhas.3 De acordo.3 *ntão, quer dizer que voc> - escritora#3 5elo menos - o que diz minha declaração de imposto de renda.3 &obre que tipo de coisa voc> escreve#3 :olhetos publicitrios, arti%os...*nfim, o que aparecer. &ou free;lancer e não

posso me dar ao lu4o de escolher muito. $ sr. &eccord lhe contou sobre o arti%o para a1uia ur!stico#

  3 ontou, e pelo entusiasmo dele este trabalho deve ser um bocado importante.3 DemaisC A 1uia ur!stico - a revista mais conceituada da rea. *spere at- que o

arti%o se<a publicado e ver este lu%ar lotado de turistas.3 tão importante assim#3 &em d?vida.5ensativo, Dan alisou o bi%ode.3 )um, isso si%nifica que vou ter de caprichar nas fotos. he%ando @ cantina, Abby

adiantou;se e abriu a porta para Dan. Assim que entrou, por-m, viu;se obri%ada a parar,porque a claridade e4cessiva do sol que fazia l fora turvara;lhe a visão, impedindo;a deen4er%ar direito.

 Antes que pudesse se recuperar, sentiu a mão de Dan pousar sobre seu braço,amparando;a, e um pequeno tremor percorreu;lhe o corpo. Apesar de perturbada, Abby

tratou de menosprezar essa emoção, dizendo a si mesma que aquilo se devia ao cansaçoe ao lon%o tempo que passara desde que um homem atraente a tocara pela ?ltima vez.2o instante se%uinte, ambos subiram a escada de madeira que levava @ lanchonete.$s turistas que tinham via<ado com ela acabavam de fazer sua refeição e

aproveitavam para tirar fotos e comprar lembranças no armaz-m.:aminta, Abby preparou um prato reforçado para si, pois tinha a sensação de que

fazia horas desde que tomara o des<e<um no avião.3 *st bom aqui# 3 per%untou Dan, apontando para uma mesa de canto.3 5erfeitoC 3 e4clamou ela, sentando;se e começando a comer com apetite.Dez minutos mais tarde, dava o almoço por encerrado e suspirava, afastando o

prato para o lado.

3 &ente;se melhor a%ora# 3 inda%ou Dan, divertido.3 Ah, simC il vezes melhor.

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 A resposta dela soou tão espontFnea que Dan não p9de evitar uma risada.3 'om, então a%ora podemos conversar de ne%ócios. Jmediatamente, Abby sentiu;

se corar de embaraço. *ra estranha a capacidade de intimid;la que aquele homempossu!a...

De modo %eral, ela era uma pessoa que raramente perdia a se%urança. Afinal estava

acostumada a trabalhar com diversos tipos de pessoas, inclusive famosas, como atores,artistas plsticos e e4ecutivos de renome.olocando essas refle4ões de lado, Abby lembrou;se de que tinha um trabalho para

e4ecutar e procurou encaminhar a conversa para o campo profissional.irando da bolsa um bloquinho de anotações e uma caneta, debruçou;se um pouco

sobre a mesa e p9s;se a e4plicar o que plane<ara.eia hora mais tarde, Dan pe%ou as anotações que ela fizera e e4aminou;as

durante al%uns instantes.3 ive uma id-ia. /oc> se importaria de ir at- minha lo<a#3 &ei que ainda - cedo, mas estou cansada da via%em de avião que fiz antes de

tomar o 9nibus para vir at- aqui. ue tal fazermos um pequeno intervalo e começarmos a

trabalhar mais tarde#3 &ão tr>s horas a%ora. Ks quatro e meia estaria bom para voc># 3 per%untou ele,

após consultar o reló%io de ouro que tirara da sobrecasaca. Abby sorriu sem vontade. )avia al%uma coisa naquele homem que a desarmava. *,

depois da traição de Art, ela não pretendia envolver;se com nin%u-m intimamente. 5or isso, precisava tomar cuidado para que seu relacionamento com Dan não sa!sse doslimites do profissional. 2ada de relacionamentos pessoais, porque era nessa hora que oshomens mudavam da %ua para o vinho e passavam a querer, não uma mulher viva ereal, não uma pessoa, mas sim um ob<eto, uma propriedade.

 A traição de Art fora um choque tremendo para Abby. Antes do casamento, amboshaviam conversado bastante concordando que a carreira dela era tão importante quanto adele.

2o entanto, a verdadeira opinião de Art a respeito só se revelaria depois de cincoanos de mentiras, pois no fundo, seu e4;marido <amais aceitara que Abby trabalhasse forae sempre alimentara a secreta esperança que ela desistisse da profissão e se tornasseuma esposa convencional.

3 uatro e meia# 3 insistiu Dan, trazendo;a de volta @ realidade. 3 5odemoscomeçar pelo est?dio foto%rfico.

oncordando com um %esto de cabeça, ela analisou que lhe conviria começar aescrever a respeito. Al-m do mais, se visitasse lo%o o est?dio, no dia se%uinte poderiaencaminhar seu trabalho sozinha.

5ara ser honesta consi%o mesma, tinha de admitir que aquele homem lhedespertava uma forte atração f!sica. Ima atração @ qual ela não dese<ava ceder sobhipótese al%uma.

%APÍTU5O II

Depois de um rpido cochilo, Abby sentiu;se mais rela4ada, embora continuasse

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incomodada com a id-ia de trabalhar ao lado de Dan Een(ins. Ao que tudo indicava, ae4ecução daquele pro<eto não seria as pequenas f-rias que plane<ara...

5ara começar, escrever um arti%o para a 1uia ur!stico, cu<o editor possu!a olhos de%uia, era al%o completamente diferente do folheto publicitrio que lhe fora encomendadoe e4i%iria o m4imo de seu profissionalismo.

$ se%undo problema, e tamb-m o mais dif!cil de se solucionar, consistia em eliminar a forte atração f!sica que sentira por Dan Een(ins. Abby sabia que, em se tratando derelacionamentos pessoais, não costumava ser bem;sucedida, e a maior prova disso fora aprópria estupidez de manter um casamento fracassado.

 Ainda a%ora, ela não conse%uia definir se o que a incomodava mais era orompimento com Art, ou sua in%enuidade por ter achado que tudo ia bem, quando ocorriae4atamente o inverso. De qualquer forma, pensou, ao sair do chuveiro e en4u%ar;se nafelpuda toalha verde, nunca mais permitiria que al%u-m a fizesse sofrer. Assim, mesmoque Dan Een(ins se mostrasse amvel ao e4tremo, o relacionamento dos dois se limitariaao Fmbito profissional.

$ sol ainda brilhava forte na pequena <anela do trailer, quando Abby começou a

vestir;se. *scolhera uma saia com estampa florida e uma blusa branca, formando umcon<unto em estilo campon>s que, al-m de lhe cair @ perfeição, era muito confortvel.

5or al%uns instantes, pensou em colocar os brincos de ouro para dar um toque deautenticidade, mas lo%o desistiu. 2ão fazia o menor sentido arrumar;se toda, apenas paraencontrar;se com Dan Een(ins.

+embrando;se de que aquelas roupas lhe emprestavam um aspecto sedutor, Abbyquase voltou ao armrio, a fim de troc;la por al%o mais sóbrio. 2o instante se%uinte,por-m, deu;se conta de que seria rid!culo abrir mão do conforto por causa de um homem.*, pe%ando a bolsa a tiracolo, tomou o caminho do est?dio foto%rfico.

 A areia quente do caminho entrava em suas sandlias provocando;lhe umasensação de desconforto, mas Abby não se lamentava de estar de volta ao clima quente,pois os invernos em 5ittsbur%h costumavam ser ri%orosos.

 Aquela parte do *stado de 2evada era quase que um deserto, de solo rido eve%etação escassa. A%ora, isso não a surpreendia, mas no ano anterior, quandoconhecera a re%ião, levara um %rande susto. *m sua cabeça, o $este si%nificava vastasplan!cies e montanhas, e não aquela imensidão de areia coberta por uma ve%etaçãoseca. De qualquer modo, o $este reunia os dois tipos de paisa%em, o que o tornavafascinante.

&ubindo a ladeira, ela avistou a outra parte da cidade e relanceou um olhar para ocarro parado @ porta da estação rodoviria. 2ão havia d?vidas de que aquele ve!culolu4uoso outrora pertencera a al%um fazendeiro do leste.

 Abby riu dos seus pensamentos que volta e meia faziam incursões no passado,trazendo consi%o a ima%em de -pocas distantes.*sta era uma das suas principais caracter!sticas, e provavelmente fosse a razão de

sua adoração por aquele lu%ar. Art uma vez a acusara de recusar;se a crescer, mas Abbysabia que isso não correspondia @ verdade. * de qualquer forma, não diziam osespecialistas que era o lado infantil das pessoas que inspirava a criatividade#

onvencida disso, ela dese<ava <amais perder aquela parte de si que via o mundocom admiração e ale%ria.

 A%ora, passando pela parte interna da cidade, e4aminava o palanque dedemonstrações, lamentando;se por nunca haver tido a oportunidade de participar de umadas e4ibições.

&e%uindo adiante, che%ou ao est?dio e encontrou a porta aberta. &entindo umaponta de nervosismo diante do reencontro com Dan Een(ins, censurou;se, convencida de

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que aquilo influenciaria de modo ne%ativo em seu desempenho como escritora.3 B de casa 3 chamou, entrando.Dan despira a sobrecasaca preta, mas o colete vermelho, desenhado em relevo

sobre a impecvel camisa branca de colarinho alto e punhos trabalhados, ainda revelavao ator em ação. 2um movimento lento, ele passou as mãos sobre os cabelos rebeldes e

declarou, num tom teatral03 *sperei sua che%ada com a respiração suspensa...2ão quer entrar# 3per%untou, estendendo a mão, em cu<o dedo reluzia o falso brilhante.

Divertida com a encenação, Abby dei4ou escapar uma risada.3 5er%untou a aranha @ mosca...3 começou, sem se dar conta do quanto era

comprometedor aquele comentrio.3 Acho que posso passar por uma aranha 3 retrucou ele, sorrindo. 3 as voc> -

muito mais bonita do que uma mosca.3 $bri%ada, senhor.Decidida a manter o tom de brincadeira e continuar o <o%o, ela fez uma rever>ncia

e4a%erada. Afinal, que mal havia em divertir;se um pouco#

)abilmente, escapou das mãos dele e entrou na sala. *ntretanto, não p9de evitar que ele lhe se%urasse o braço. De in!cio, pensou em esquivar;se, porque o contato eraa%radvel demais e perturbador, mas lo%o concluiu que a melhor ttica seria i%nor;lo.

Dan Een(ins parecia um homem acostumado a belas mulheres e, se ela semostrasse muito durona, isso poderia ser tomado como um desafio, o que só lhe trariacomplicações.

3 Aparece muito trabalho por aqui#3 'astante.../enha conhecer a lo<a.Dito isso, ele a conduziu pelo braço at- um canto, onde havia uma cadeira anti%a de

madeira.3 aqui que as pessoas são foto%rafadas. 1eralmente o homem senta;se, e a

mulher fica em p- atrs.3 *m seu devido lu%ar 3 ironizou Abby, indi%nada. :itando;a com e4pressão

zombeteira, Dan fez um %esto lar%o com as mãos.3 udo depende da vontade do fre%u>s...2ão tenho nada contra inovações.*m se%uida, indicou o painel que ocupava a parede <unto do imenso salão.3 /e<aC/irando, Abby admirou al%umas das fotos da pequena %aleria. /rios est?dios

foto%rficos costumavam retratar as pessoas atrs de bonecos de papelão que variavamdesde dançarinas de har-m at- ratos. 2o entanto, as fotos de Dan, reveladas em papelartificialmente envelhecido, transmitiam um %enu!no ar de anti%Hidade.

3 /oc> deve dispor de um vesturio bastante variado 3 comentou Abby,observando a diversidade de tipos.3 2a verdade, não. emos apenas al%uns vestidos em cada manequim, al%uns

tra<es completos e poucas roupas de co=boy.De repente, uma id-ia travessa tomou conta de Abby, fazendo;a sorrir,3 * se uma de suas fre%uesas não quiser representar o papel de esposa dedicada#*ntrelaçando os dedos nos dela, Dan pu4ou;a para os fundos da lo<a.3 /enha que lhe mostrarei.2a sala ane4a, parando diante de uma pilha de roupas, anunciou03 *ste - o trocador feminino.Jnstintivamente, Abby prendeu a respiração ao deparar com os belos vestidos de

veludo, t!picos da -poca dos pioneiros. *m se%uida, soltou um suspiro profundo,inda%ando0

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3 $nde voc> os adquiriu#3 A maioria - cópia. ontratamos uma costureira em carter permanente e a

fizemos pesquisar no museu, pois a maioria dos ornamentos - fr%il demais para suportar manuseio constante.

oncordando com um %esto de cabeça, Abby tocou de leve um dos tecidos, cu<a

riqueza a atra!a de maneira inesperada.3 &empre fui fascinada pelo passado 3 confessou, esquecida da presençamarcante daquele homem charmoso, que a devorava com o olhar.

 Al%um tempo atrs, teria recebido com prazer aquela demonstração de dese<o, masa%ora não a encora<ava, convencida de que nenhum homem era di%no de confiança,sobretudo os mais charmosos.

3 $ que h de especial no passado para voc>L  Abby# :in%indo e4aminar asfantasias, ela procurou afastar o efeito

devastador daquela perturbadora presença masculina.Depois, franzindo a testa, parou para refletir sobre a per%unta.3 2ão sei bem. Acho que e4iste mais cor no passado, mais...

3 ... mais emoção 3 completou ele, com um sorriso sedutor.3 alvez, mas não - apenas isso. Atualmente, acontecem coisas emocionantes,

como via%ens ao espaço e tecnolo%ia de computadores, por e4emplo. as o passado temal%o mais. Acho que ele%Fncia, charme e um senso de perfeição.

3 *spere um momentinho que vou lev;la ao palanque...3 Desculpe;me. *u não pretendia fazer nenhum discurso, mas foi a primeira vez

que e4pressei este sentimento que me intri%a, desde a infFncia, quando costumavapassar diante das mansões anti%as e ima%inar damas formosas passeando, nosma%n!ficos <ardins.

3 /oc> tamb-m - uma dama formosa 3 afirmou ele, num tom cheio deinsinuações.

 Abby, entretanto, preferiu i%norar o comentrio e o convite que estava impl!citonaquele olhar e per%untou0

3 $nde estão os tra<es masculinos#3 2o quarto ao lado, *u o mostrarei a voc> em um minuto, mas primeiro quero que

ve<a al%o especial. $ vestido perfeito para voc> que não se adapta ao papel da esposadedicada 3 disse ele, e4aminando;a detidamente @.espera de uma reação.

3 K vontade...3; concordou ela, o rosto calmo.3 M modelo que as dançarinas bem;vestidas usavam 3 e4plicou Dan, pe%ando

uma fantasia dentro do armrio.2o mesmo instante, o rosto de Abby iluminou;se. K sua frente, sur%iu um

maravilhoso vestido de veludo vermelho, cu<o corpete, enfeitado com fitas pretas, erabastante decotado. A ousadia do tra<e ficava ainda mais acentuada pela fenda que cortavaa parte traseira da saia <usta.

3 *le deve ser usado com meias pretas e uma pena vermelha nos cabelos.3 uitas mulheres escolhem este tra<e# 3 quis saber Abby, curiosa.3 Apenas mulheres desacompanhadas. *4perimente.../endo;o sorrir, enrubesceu. 3 $h, nãoC *u não poderia.3 laro que podeC Aposto que - e4atamente do seu tamanho. /amos, prove;o.

uero tirar al%umas fotos suas. 2ão h nada como a e4peri>ncia para acrescentar autenticidade ao seu trabalho de escritora.

 Abby ficou constran%ida diante do indisfarçvel interesse que transparecia no olhar 

dele. omo se não bastasse o fato de ele ter razão ao incentiv;la a fazer aquela

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

e4peri>ncia, ela se sentia feliz co... com a possibilidade de ver;se dentro de uma roupatão linda.

3 *u a esperarei na sala ao lado 3 incentivou;a Dan, entre%ando;lhe a roupa. 3irarei a melhor foto de sua vida. A%ora, voc> pode ser uma daquelas damas com asquais costumava sonhar.

 Ao pe%ar a roupa que ele lhe estendia, seus dedos tocaram de leve os dele, e, nomesmo instante, Abby percebeu que quase denunciou a emoção que reprimia dentro desi.

om certeza, Dan notou;lhe o embaraço, pois ficou um lon%o tempo fitando;a nosolhos.

r>mula, Abby tentava disfarçar a perturbação. 2o entanto, a atração que haviaentre eles era tão forte que, por um momento, Abby pensou que ele fosse tom;la nosbraços. 5or sorte, ele retomou o controle da situação e, após diri%ir;lhe um sorriso, foipara o outro quarto.

:echando a porta atrs de si, Abby contemplou o vestido e começou a despir;se.5rimeiro tirou a saia, depois a blusa e, após breve hesitação, livrou;se tamb-m do sutiã.

om as mãos ainda tr>mulas, vestiu a roupa que lhe caiu como uma luva no corpo.)avia al%o naquele tra<e que a dei4ava feminina e atraente ao e4tremo. *, com um

sorriso, Abby alisou a roupa em seu corpo, a<eitando a saia que lhe contornava os quadrisde maneira insinuante. *stava perfeitoC

*m se%uida, abotoou o corpete que, de tão pequeno, mal cobria seus seiosarredondados.

5ouco mais tarde, ao se mirar no espelho, quase recuou de susto. &ua apar>nciaestava tão sedutora que ela temia mostrar;se assim a Dan Een(ins. as o encanto que ovestido e4ercia foi mais forte, e ela não resistiu ao dese<o de ter a foto que Dan lheprometera.

De qualquer modo, outros homens a haviam corte<ado e nem por isso elacorrespondera. 5or que seria diferente com Dan Een(ins#

ranqHilizada por essa decisão, Abby foi at- a bolsa e pe%ou al%uns %rampos paraprender os cabelos num coque ele%ante, sobre o qual colocou a pena vermelha.

uando a porta se abriu, Dan virou;se para v>;la, com a respiração presa.3 5u4aC 5arece que foi feito sob medida para voc>.3 $bri%ada 3 murmurou Abby, encabulada.2esse momento, arrependeu;se por haver cedido @ tentação daquela id-ia tola. *ra

uma mulher adulta e não devia ficar brincando de fantasiar;se, sobretudo quando isso atornava ainda mais atraente aos olhos de um homem que não desviava a atenção deseus seios. .

3 5odemos tirar a foto a%ora#3 +ó%icoC /enha at- aqui. 5refere ser foto%rafada sentada ou em p-#3 anto faz. ;3 *ntão dei4e por minha conta 3 pediu ele, assumindo uma postura profissional,*sse tipo de artif!cio costumava dei4ar as pessoas mais @ vontade, mas não estava

dando certo com Abby, porque ela não conse%uia i%norar o calor que irradiava daqueleolhar, provocando um arrepio em seu corpo.

3 :ique aqui 3 disse Dan, conduzindo;a at- a tela do fundo. Ansiosa para que tudo aquilo acabasse, ela fez o que o fotó%rafo lhe pedia. $nde

estava com a cabeça quando se envolvera naquela situação#&e%urando o delicado rosto entre as mãos, Dan fitou;a com seriedade.

3 Im pouco mais para a direita...ais uma vez, ela obedeceu, inclinando o rosto.

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3 A%ora, coloque as mãos nos quadris. Jsso...A foto vai sair e4traordinria. /oucoloc;la num lu%ar especial em minha %aleria.

 Ato cont!nuo, Dan estudou;a por al%um tempo, com um olhar intenso, os dedosbronzeados se%urando;lhe o quei4o de maneira delicada.

3 Jncline um pouco a cabeça 3 pediu ele, os lbios quase roçando em seu rosto.

Desesperada, Abby tentava i%norar o bater disparado de seu coração. om suasroupas normais, <amais se sentiria tão suscet!vel @ masculinidade daquele homemC3 )um, seus olhos ainda não estão com a e4pressão correta. 5arecem muito doces

e carinhosos, e as mulheres daquele tempo tinham um <eito mais duro e a%ressivo.3 as tamb-m tinham sentimentos. * se as roupas anti%as não influenciavam o

comportamento dos homens, por que influenciariam o das mulheres#*spantado com sua veem>ncia, Dan arqueou as sobrancelhas.3 Acho que a insultei outra vez, quando na verdade só quis elo%i;la. 5reciso ler um

livro que ensine como lidar com mulheres liberadas.3 2ão me senti insultada. Apenas odeio que al%umas pessoas insistam em

considerar as mulheres sempre mais vulnerveis do que os homens, porque isso - falso.

3 Desculpe;me novamente. oncordo com voc>.*le continuava a seu lado, e o perfume da loção após barba misturada ao cheio do

corpo masculino a e4citava,3 Btimo.../amos tirar lo%o as fotos, então.$s olhos ne%ros estudaram suas feições durante al%um tempo, antes de ele

concordar.3 +ó%icoC onserve esta e4pressão 3 pediu, diri%indo;se rapidamente para trs da

cFmara. 3 A%ora.al acabou de pronunciar essas palavras, a luz do flash brilhou. *, antes que ela

sa!sse do lu%ar, Dan acrescentou03 *spereC 5recisamos tirar mais al%umas. /ire;se um pouco para a direita e

umedeça os lbios...BtimoC5ela se%unda vez, o flash espocou.3 ais uma...5onha a outra mão no quadril e tente parecer provocadora. 5ense em

al%u-m que amou.De imediato, uma e4pressão de dor tomou conta do rosto delicado. *la havia amado

 Art, e tudo o que sobrara desse relacionamento fora apenas sofrimento.5ressentindo que involuntariamente tocara num ponto fr%il dela, Dan saiu de trs

da cFmara, a fim de a<ud;la com a nova pose.&e%uindo;lhe as instruções, Abby sabia que ele lera a tristeza em seus olhos e

preferira não tocar no assunto, o que a dei4ou a%radecida, principalmente porque um nó

se formara em sua %ar%anta e seus olhos começavam a brilhar, como se ela estivesseprestes a romper em pranto.3 A%ora sorria. +embre;se que voc> acabou de ser contratada para o arti%o da 1uia

ur!stico.$s recursos que ele empre%ava eram simples demais para surtirem efeito, mas o

sorriso que apareceu nos lbios dela foi sincero e o fez voltar para trs da cFmara.3 Acho que est bom. /oc> - foto%>nicaC 5odia ser modelo se quisesse.3 5refiro continuar como escritora.3 &ei dissoC *ntretanto, acho que tem tudo para se tornar manequim.3 /oc> não vai conse%uir nada me ba<ulando 3 retrucou Abby, descontraindo;se.3 2ão quis ba<ul;la. *stou apenas sendo honesto. :itaram;se lon%amente, at- que

 Abby desviou o olhar, embaraçada.3 *u...eu...vou trocar de roupa.

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3 2ão h pressa 3 murmurou ele, dei4ando;a desconcertada.3 *u... eu... voltarei lo%o.$s olhos castanhos se%uiram seus movimentos, fazendo com que Abby

e4perimentasse uma sensação estranha na nuca.5oucos minutos depois, ela voltava @ sala principal, com a fantasia nas mãos.

3 $bri%ada.3 :oi um prazerC3 'em, preciso retornar ao trailer, para fazer al%umas anotações.irando o reló%io de ouro do bolso da sobrecasaca, Dan consultou;o.3 erto. A%ora são cinco e meia. Jrei busc;la @s sete.3 5ara qu>#3 5oder!amos <antar na cidade. /oc> vai ter muito tempo para en<oar da comida da

cantina 3 e4plicou ele, um sorriso maroto nos lbios. 3 *4iste um lu%ar bastantea%radvel, que voc> %ostaria de conhecer.

3 2ão, obri%ada. 2ão me incomodo de comer na cantina. Dan atravessou a sala efoi ao seu encontro.

3 $ra, vamos, Abby. /oc> precisa de um pouco de distração.$ olhar dele era tão intenso e arrebatador que Abby quase cedeu ao convite. 2o

fundo, era o que mais %ostaria de fazer, pois os momentos que passara com Dan haviamsido e4tremamente bons.

2o entanto, o bom senso fez com que ela recusasse o oferecimento. Afinal, Danrepresentava um %rande peri%o para al%u-m que ainda não se sentia preparada paravoltar a relacionar;se com um homem...

3 2ão, Dan, obri%ada 3 disse, diri%indo;se @ porta. Antes que tivesse tempo deafastar;se, ouviu;o chamar por seu nome, pedindo;lhe que esperasse. as, Abby nãoousou faz>;lo, ciente de que estaria arriscando;se demais.

%APÍTU5O III

$s dias se passavam e Abby encontrava;se com Dan mais do que %ostaria. $ma%netismo que flu!a entre os dois tornava;se cada vez mais forte, e ela sentia;se

tentada a esquecer suas anti%as decisões.Dan a presenteara com uma cópia da foto tirada com o tra<e vermelho, para a qualusara o papel de apar>ncia envelhecida e uma bonita moldura oval.

3 $bri%ada, Dan. 2em sei como lhe a%radecer.3 A foto ficou realmente bonitaC :oi uma boa aquisição para minha %aleria.3 *st incr!velC 2em parece que sou eu.3 5elo contrrio...alvez este se<a o seu lado mais real. $u uma parte de si que

ainda não desabrochou. ue tal <antarmos <untos ho<e#3 2ão, obri%ada. as %ostei muito da foto. . t

 Abby recusara mais dois convites dele para <antar, mas Dan não se mostravaofendido. Apesar disso, o relacionamento entre eles estava tão tenso que nada poderia

pior;lo.2a manhã de terça;feira, enquanto tomava o des<e<um na companhia de Eim

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&eccord, Abby discutiu com o %erente os pro%ressos que fizera em seu trabalho.3 1osto muito das dramatizações 3 comentou ela, bebericando um %ole de caf-.3 amb-m as acho divertidas. 5ara falar a verdade, resolvemos incluir mais uma

cena ho<e. DFndi Dan ser baleado por 'art, o bandido, e +izzie, a dançarina do saloon,sair correndo para socorr>;lo.

2o mesmo instante, Abby visualizou o vestido vermelho em outra mulher ee4perimentou uma pontada de ci?mes.3 uem vai representar +izzie# 2ão me lembro de ter visto nenhuma mulher 

participando das dramatizações.3 * at- a%ora nenhuma mulher participou mesmo. Gesolvemos fazer al%umas

mudanças, e esta ser a %rande <o%ada. +izzie ser representada por 2an &her=ood, quetrabalha em um dos saloons.

Distra!da, Abby depositou a 4!cara sobre o pires, lembrando;se de 2an, uma moça <ovem, que tinha apro4imadamente sua estatura e cabelos loiros.

3 DFndi Dan e 'art estão presentes em todas as cenas, não -#3 &im. *u disse a Dan que isso seria importante.

3 $ que ele tem a ver com o assunto#3 'em, como ele representa um dos pap-is principais, sempre o consulto antes de

fazer qualquer alteração.3 Ah, claroC De onde sur%iu a id-ia de incrementar as dramatizações#3 :az tempo que plane<o isso e pedi a todos que tentassem dar su%estões novas.3 * quem fez a su%estão#3 Dan e eu che%amos @ conclusão <untos 3 e4plicou o %erente, franzindo a testa.

3 as não creio que essa informação possa interessar aos leitores do folheto.3 1osto de saber tudo que posso. Jnformação e e4peri>ncia de vida são

fundamentais. Ima escritora nunca sabe de antemão que informações ou conhecimentosvai precisar no momento de escrever o te4to.

$ %erente não pareceu convencido com sua ar%umentação, mas Abby não sepreocupou. 2o !ntimo, sabia que o verdadeiro motivo de sua per%unta não tinha a menor relação com seu trabalho. De qualquer modo, por que Dan fizera aquela su%estão# eriasido sua aparição no vestido vermelho que o inspirara#

Eamais descobriria, pois, este era o tipo de coisa que não poderia per%untar, sem secolocar num n!vel de intimidade para o qual não estava preparada.

3 Abby 3 chamou Eim, preocupado ao perceber que ela não dava atenção @s suaspalavras.

3 Desculpe. *stava pensando no arti%o.*mbora a mentira o tivesse convencido, Abby não se sentia menos enver%onhada.

 Afinal, acabara de usar sua carreira como um libi, e isto não era de seu feitio.3 *u dizia que a nova dramatização estrear @s duas horas, na praça.3 *starei l 3 %arantiu, Abby, sorrindo. 3 reio que ser divertido. A%ora, preciso

voltar ao trabalho.3 A propósito, como vão indo os te4tos#3 'emC Desconfio que os terminarei antes do prazo.3 Btimo. * caso voc> tenha id-ias para novas cenas me avise, sim#3 *st certo, Eim. as teatro não - meu forte. rabalho mais na rea de <ornalismo. A manhã passou rapidamente, com Abby cercada por anotações e pelas fotos

tiradas por Dan espalhadas sobre a mesa. *la sorriu com satisfação ao perceber que ote4to começava a tomar forma, o que a dei4ava confiante e, de certa forma, compensava

seus esforços.$ arti%o pra a 1uia ur!stico era outro caso. Ainda não o começara, mas <

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selecionara um bom material e certamente não teria dificuldades. :altava apenas decidir;se quanto ao Fn%ulo de aborda%em do assunto.

2o final da manhã, Abby suspirou e afastou uma mecha de cabelos que lhe ca!rasobre a testa. $ calor estava intenso naquela manhã de abril, e de repente o pequenotrailer ficara abafado demais.

onsultando o reló%io, percebeu que era quase uma hora. 5ortanto, tempo deprovidenciar um almoço leve e depois diri%ir;se para a praça, a fim de ver a novadramatização.

 Ainda a%ora, Abby tinha certeza de que a id-ia partira de Dan, o que lhe provocavaduas reações contraditórias. 5or um lado, sentia;se constran%ida com a id-ia de ter sidoa inspiradora da nova cena, pois isso provaria que o incidente das fotos tivera muitaimportFncia para ele. 5or outro, e4perimentava uma esp-cie de or%ulho diante dessapossibilidade.

:osse como fosse, por-m, essa confusão de emoções interferia de maneira ne%ativaem seu trabalho, impedindo;a de concentrar;se na elaboração do folheto publicitrio eatrapalhando sua criatividade quanto @ perspectiva que escolheria para o arti%o da

revista.&uspirando, ela se diri%iu para a porta. Da pró4ima vez que al%u-m fosse @ cidade

vizinha, pediria uma carona, para comprar al%umas verduras com as quais pudessepreparar uma salada leve.

2a volta do almoço, mal se preparava para abrir a porta do trailer, Abby deparoucom Dan.

3 $l, Abby.3 $l 3 respondeu, o coração disparado.3 *scute, estamos com um problema... 2an, que ia representar a bailarina,

adoeceu ho<e @ tarde e pensei que voc>...3 *u#C $ que voc> pretende su%erir#3 /oc>s duas t>m o mesmo tamanho, então, ima%inei que voc> poderia substitu!;la.3 2ão, Dan. *u não.3 2ão se<a bobaC /oc> sabe que pode faz>;lo. sua chance de representar. 5or 

favor, só ho<e.3 as eu não decorei a fala. 2ão saberia o que fazer...2o fundo, por-m, seu maior 

dese<o era aproveitar aquela oportunidade.3 2ão e4iste uma fala para decorar. 'art e eu discutimos. *m se%uida, ele atira,

ferindo meu ombro. /oc> vem correndo, ras%a um pedaço de sua an%ua e faz umcurativo. Dispomos de uma an%ua feita de tecido barato que est aqui <unto com ovestido.

3 2ão posso, Dan. *spere 2an ficar boa.3 *la est morrendo de medo de participar da dramatização, e não h tempo paraprocurar outra pessoa. $ proprietrio da cidade avisou que vir assistir, e se ele %ostar,im e eu seremos aumentados e teremos chance de criar novas cenas. 5or favor, Abby,ser bem rpido.

Dividida, Abby fitou;o durante um lon%o tempo. &eria peri%oso aceitar, mas Danprecisava de a<uda e ele fizera um e4celente trabalho foto%rfico para a ilustração dofolheto...

De repente, a oportunidade de se fantasiar e participar daquele faz;de;conta aseduziu, e Abby tomou a roupa que estava nas mãos dele, num %esto impulsivo.

3 *st bem, Dan. as só ho<e.

3 $bri%ado, Abby. /oc> não sabe o que isso si%nifica para mim. Depois que sevestir, v para o lube Arizona, o saloon. A cena se passa em frente a ele, e - de l que

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voc> sai ao meu encontro. Abby ficou parada, vendo;o partir. al acreditava que aquilo estava de fato

acontecendo e sentia;se empol%ada como uma criança. Al%uns minutos mais tarde, quando saiu do trailer, Abby não só parecia, como se

sentia outra mulher. 5ara combinar com o vestido vermelho de veludo, colocara meias de

nilon pretas e sapatos de saltos altos, al-m de haver passado um batom vermelho noslbios e um pouco de blush e sombra nos olhos.&e fosse menos voluntariosa, teria ficado no trailer trabalhando. as o que dissera a

Eim naquela manhã tinha seu fundamento de verdade. *ra importante manter;se beminformada, assim como ter e4peri>ncia de vida, com o que, alis, concordaria qualquer escritor que en4er%asse um palmo adiante do nariz.

&e%urando a barra da saia nas mãos para livr;la da poeira, ela se diri%iu para apraça, sentindo;se estranha naqueles tra<es. $ sol ardia em seus ombros nus, e, por ummomento, o pFnico a dominou.

 Ao passar em frente @ doceira Gocha Dura, conteve um sorriso ao notar que acriançada de seis ou sete anos ficava de olhos arre%alados ao v>;la.

3 $lhe...a dama do saloon 3 %ritavam, entusiasmados. :inalmente, quando elatomou cora%em e sorriu, as crianças retribu!ram o cumprimento, saudando;a de maneirasimptica.

 Ao atravessar a praça, ela percebeu que havia vrios homens tirando foto%rafias emfrente @ cadeia, o que lhe parecia incompreens!vel, embora as pessoas sempreformassem filas, esperando a vez de serem retratadas naquele local.

5ouco depois, Abby entrava no lube Arizona, fazendo ressoar o barulho dos saltosaltos no assoalho de tbuas enceradas. /rias moças encontravam;se no balcão servindorefri%erantes, mas 2an não estava entre elas.

3 omo vai 2an# 3 per%untou a uma %arçonete, cu<o tra<e destacava a estreitezados quadris.

3 *la ficar ausente durante al%um tempo, porque est doente. /oc> vairepresentar +izzie#

 Abby fez um %esto afirmativo com a cabeça, e a moça sorriu.3 'em, dese<o;lhe sorte 3 e afastou;se para atender a outros fre%ueses.uando se virou para dar uma olhada na praça, ela notou que che%ara um 9nibus

de turismo repleto de crianças. &em d?vida, aquele era um meio bastante criativo deensinar )istória. )avia crianças espalhadas por toda a cidade, e em vrios pontos ouvia;se suas vozinhas cheias de encanto pelas descobertas. Al%uns adultos acompanhavamas menores, meia d?zia de casais de namorados passeavam de mãos dadas, inte%rando;se @quela pequena e animada multidão.

+o%o, por-m, a voz que soou do alto;falante como que num passe de m%icareduziu o barulho a meros cochichos.3 &enhoras e senhores, aqui fala o 4erife. &e derem apenas al%uns passos em

direção @ praça, terão, oportunidade de assistir 'art, o bandido, fazer mais uma das suas. K medida que ele falava, as mãos de Abby ficavam ?midas. *la devia ter 

enlouquecido. omo poderia representar diante daquela multidão#*ntretanto, a lembrança de que Dan precisava de a<uda a fez recuperar;se e,

esfre%ando as mãos num %esto nervoso, caminhou at- a frente do saloon.uriosos, os turistas começavam a a%lomerar;se em frente @s lo<as. * via;se

homens cochichando com suas esposas, e mães chamando seus filhos para assistir aoespetculo.

2esse instante, sur%iu Dan, vestido com a sobrecasaca preta que dei4ava @ vistaseu colete vermelho. 5ara completar, o anel de brilhante e a corrente do reló%io de ouro

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reluziam ao sol. 2ão havia d?vidas de que ele fora talhado para o papel. Assim que se ouviu o barulho do carro da estrada de ferro, Dan p9s;se a

representar, virando;se ao mesmo tempo que os espectadores para ver 'art saindo dedetrs do carro.

3 5are 3 %ritou o bandido, diri%indo;se a Dan. Jmpaciente, Abby movia as mãos

sobre os quadris. /estia uma an%ua que fora confeccionada de modo a tornar fcil queras%asse um pedaço do tecido para o pretenso curativo.*mbora achasse a história um pouco melodramtica, Abby estava animada em fazer 

parte do %rande faz;de;conta de que todos na cidade participavam.De repente, a discussão entre Dan e 'art ficou mais acalorada, e um sil>ncio caiu

sobre a multidão que acompanhava o desenrolar da cena, com a respiração suspensa.3 /oc> - um mal perdedor 3 disse Dan em voz alta, meneando a cabeça. 3 2ão

trapaceio com as cartas, 'art. *u não preciso.&em esperar resposta, deu as costas ao vilão irado. Im murm?rio de assombro

ouviu;se na multidão, quando 'art carre%ou a arma, apontando;a para o <o%ador que,distra!do, diri%ia;se cora calma para o saloon.

 Apesar de conhecer a seqH>ncia da cena, ao ouvir o estampido do tiro, Abby saltoude susto.

5ouco adiante, Dan parou, o braço esquerdo ferido, e caiu no chão, ao mesmotempo que 'art fu%ia.

$ 4erife, sur%indo de uma das casas, disparou atrs de 'art, dei4ando Dan deitadono chão.

3 /aiC sua vez 3 disse al%u-m, tocando de leve o braço de Abby.3 DanC 3 e4clamou ela, an%ustiada, correndo ao encontro dele. Abby che%ou no mesmo instante em que Dan sentava;se com al%um esforço.3 *stou bem 3 disse ele. 3 &ó o braço foi ferido. Jnconscientemente, Dan

substitu!ra o nome de +izzie pelo dela, o que contribuiu para que Abby i%norasse a fr%ilfronteira do sonho e quase desmaiasse ao v>;lo tirar a mão do braço esquerdo, dei4ando@ vista uma mancha vermelha.

3 alma, Abby. 2ão - san%ue de verdade 3 murmurou ele, lembrando;a de queera tudo encenação.

3 Acaricie meu rosto ou faça al%um %esto %entil 3 instruiu ele, em se%uida. Automaticamente, ela er%ueu uma das mãos e afastou os cabelos da testa dele.3 :ique quieto 3 ordenou, virando;se de costas para ras%ar um pedaço da an%ua.3 /ou fazer um curativo, enquanto o m-dico não che%a. &e%urando o braço ferido,

Dan levantou;se com dificuldade, no que foi a<udado por Abby.3 &e voc> me amparar, poderei andar.

 Abismada, Abby tinha a sensação de que tudo era muito real, inclusive suapreocupação com Dan *ra como se laços fortes os prendessem, e mesmo uma ameaçaima%inria a afetasse. .

 Assim que começou a andar, ele a envolveu pela cintura com o braço são e, sem lhedar chance para protestar, cobriu;lhe os lbios delicados com os seus.

*la não se esquivou, ima%inando que aquilo fizesse parte da cena, ou talvez porque,no fundo, ansiasse por aquele bei<o desde que o vira pela primeira vez.

$s lbios msculos pressionavam de leve os de Abby, que se aconche%ava a ele,seduzida pela car!cia. :oi um bei<o rpido, durante o qual Dan teve consci>ncia de queestavam em p?blico, mas ela não. Deva%ar, seus lbios se desprenderam dos dela e abei<aram na face, no nariz e na testa.

3 /amos procurar um m-dico 3 su%eriu ele.3 *spere um minuto 3 pediu ela, abai4ando;se para pe%ar o chap-u que ficara

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ca!do.3 $bri%ado 3 a%radeceu Dan, carinhoso. Abraçados, caminharam <untos at- sairem da vista do p?blico, dando a entender que

se diri%iam para a casa do m-dico.*nquanto isso, Abby tentava or%anizar os pensamentos, pois a pro4imidade daquele

corpo masculino a dei4ava desconcertada.omo pudera esquecer tão depressa a lição que aprendera com Art# $s homensnão procuravam uma pessoa, nem mesmo uma companheira. &ó o que queriam era aposse de um ob<eto bonito, que fizesse eco @s suas crenças e estivesse sempre aoalcance. 2ão que ela fosse e%o!sta, mas sub<u%ar;se a um homem lhe pareciainadmiss!vel. Afinal, possu!a uma carreira e esforçava;se para alcançar um lu%ar ao sol,do qual não preterdia abrir mão por nada desse mundo.

uando che%aram ao consultório m-dico, a multidão < se dispersara, com aspessoas voltando;se para outros pontos tur!sticos da cidade.

3 $bri%ado, Abby. /oc> representou muito bem 3 elo%iou Dan, retirando o pedaçode pano do. ombro.

Desvencilhando;se do braço que a enlaçava pela cintura, Abby olhou;o com umae4pressão de censura.

3 Dan, voc> não havia me contado sobre o final da cena.3 ue final# 3 per%untou ele, fin%indo inoc>ncia.3 /oc> sabe muito bem do que estou falando.3 $ra, vamos, Abby. 2ão fique brava. :azia parte da cena. Antes de parar para

refletir, ela dei4ou transparecer um sentimento que devia ter permanecido oculto...3 /oc> plane<ava bei<ar 2an#3 +ó%icoC 5or que não# 3 inda%ou, depois de uma lon%a hesitação.:in%indo indiferença, Abby deu de ombros. ertamente não iria confessar que

sentia;se enciumada diante da possibilidade de v>;lo bei<ar 2an &her=ood, mas aconstatação de que isso era verdade assustou;a. 2ão tinha a menor intenção dealimentar esse tipo de sentimento em relação a Dan Een(ins. Afinal, o fotó%rafo nãopassava de um estranho, e ela dese<ava que continuasse a s>;lo.

3 Acho que voc> foi desonesto e tirou vanta%em de mim na frente do p?blico 3acusou;o, ma%oada.

5e%ando as mãos dela entre as suas, Dan apro4imou;a de si.3 /oc> tem razão 3 admitiu em voz bai4a, acariciando;lhe os dedos lon%os.3 *u não tinha intenção de bei<ar 2an, nem voc>. Apenas aconteceu. Apesar de e4perimentar uma secreta ale%ria, diante dessa declaração, Abby

manteve;se em sil>ncio, com medo de se trair.

3 /oc> estava pró4ima de mim e achei;a tão bonita...3 murmurou ele, dando umpasso em sua direção, o olhar hipnotizante. 3 2ão resisti @ vontade de bei<;la.*r%uendo uma das mãos, contornou;lhe o quei4o delicado com a ponta dos dedos.3 2ão pude evit;lo, Abby. /oc> me dei4a descontrolado."* voc> faz o mesmo comi%o", pensou Abby, fazendo das tripas coração para dizer 

em voz alta03 Ainda acho que voc> a%iu mal. Depois trarei o vestido. Jmpedindo;a de retirar;se,

Dan sorriu de modo encantador.3 /ou com voc> e esperarei que se troque.3 2ãoC2o fundo, travava uma luta desesperada contra a vontade de ceder e convid;lo a

entrar no trailer, dei4ando aquela louca atração che%ar @s suas ?ltimas conseqH>ncias.3 2ão h necessidade 3 retrucou, em tom frio, cedendo @ voz da razão. 3 &ei me

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

cuidar sozinha.3 ló%ico que sabe. 2ão tive intenção de ofend>;la. onfusa, Abby correu at- a

porta, ansiosa para fu%ir @quelapresença perturbadora. *stava com a mão na maçaneta, quando o ouviu pronunciar 

seu nome.

3 Abby#3 $ que voc> quer# Antes de responder, ele a fitou por al%uns se%undos e estudou;lhe as feições,

meneando a cabeça a se%uir.3 Di%a;me, Abby, por que sente medo de mim# 3 0 per%untou, indo ao seu encontro.5erple4a, ela desviou o olhar. omo poderia admitir que a atração que havia entre

os dois era tão forte que ela não conse%uia mais disfarçar#3 $ra, Dan, não se<a rid!culoC 5or que eu teria medo de voc>#3 2ão sei...amb-m me acho incapaz de fazer mal a al%u-m.3 2ão sinto medo de voc> 3 insistiu ela.3; /oc> não des%osta de mim, não -# 'em, o que quero dizei - que sei reconhecer 

quando uma mulher corresponde a uma car!cia minha...* tenho certeza de que voc>correspondeu ao meu bei<o.

1orando, Abby ne%aceou com um %esto de cabeça.3 /oc> me pe%ou desprevenida e pensei que aquilo fizesse parte da cena.Dan não respondeu, e por um lon%o momento o sil>ncio pesou entre eles. Abby

dese<ava bai4ar os olhos e concentrar a atenção em qualquer outra coisa, pois o que viana e4pressão dele era al%o muito mais forte do que dese<o. )avia carinho, ternura epreocupação naquele olhar, e ela mal conse%uia controlar o !mpeto de atirar;se naquelesbraços fortes, dei4ando de lado todos os temores.

 Após refletir, por-m, ela che%ou @ conclusão de que não valia a pena dei4ar;seinfluenciar por aquilo e recuou al%uns passos, decidida a sair dali o quantos antes.

3 5reciso ir embora. At- mais tarde, Dan.&em lhe dar tempo para rea%ir, abriu a porta e retirou;se.

%APÍTU5O I4

2a manhã se%uinte, Abby acordou com uma forte dor de cabeça. Deitada,contemplava o forro do trailer, enquanto l%rimas de frustração rolavam de seus olhos.5or que viver era al%o tão complicado#

Depois da dramatização fora direto para o trailer, caminhando ce%amente por entreos olhares de admiração dos espectadores, que não paravam de admirar seu vestidovermelho.

 Assim que che%ara, livrara;se da roupa, tirara as penas dos cabelos, os sapatos desaltos e as meias, e em se%uida limpara a maquila%em.

ais tarde, tra<ando suas roupas normais, acomodara;se @ mesa da cozinha, a fim

de revisar o rascunho do arti%o.om esforço, conse%uira afastar a ima%em de Dan de sua mente durante al%um

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tempo e dedicar;se ao trabalho. uando se levantara da mesa, sentia;se e4austa etomara um banho rpido antes de atirar;se na cama.

 Abby soltou um suspiro profundo, achando inevitvel que a ima%em deleperse%uisse seus pensamentos. *la devia ter previsto que aquela história de substituir 2an <amais daria certo.

$ corpo dela ainda rea%ia @ lembrança daquele bei<o, e o dese<o late<ava forte emseu corpo e4i%indo satisfação.De repente, ela se sentiu rid!cula. inha mais a fazer do que permanecer deitada,

%emendo de dese<o por um homem. amb-m não fazia sentido haver passado a noite emclaro, reme4endo;se na cama e sentindo;se o ?ltimo dos mortais.

Desanimada, finalmente resolveu levantar;se. A primeira coisa que faria seria pe%ar uma carona de carro at- a estação ferroviria, ir at- a cidade despachar parte do te4torevisado e comprar verduras, com as quais pudesse preparar al%umas refeições leves,dei4ando de aparecer na cantina com tanta freqH>ncia.

$utra provid>ncia imediata era acabar o te4to e tratar de ir embora de $ld /e%as oquanto antes, evitando que seu envolvimento com Dan atin%isse proporções maiores.

&e seu compromisso de trabalho se limitasse ao folheto publicitrio, ela poderiapensar em cancel;lo, mas não faria sentido abrir mão da oportunidade de escrever umarti%o para a 1uia ur!stico, o que certamente contaria muitos pontos em seu curr!culo.&eria uma tolice não aproveitar aquela chance.

 Animada com essas resoluções, Abby entrou no chuveiro, e depois de um banhorpido, tratou de vestir;se. 5recisava manter;se ocupada para não ter tempo de ficar perdida em diva%ações.

ais tarde, usando calça clara e uma malha cor;de;rosa, parou ao lado da pista quelevava @ cidade, a fim de esperar a carona do carro da ferrovia. Dali a al%uns minutos, im&eccord, que passava por ali, avistou;a e parou para conversar.

3 /oc> vai para a cidade# 3 per%untou ele, sorrindo. Abby concordou com um%esto de cabeça e mostrou o envelope que levava numa das mãos.

3 5reciso enviar estas revisões e comprar al%umas coisinhas.3 * não vai visitar um cassino# $lha que voc> poderia acabar tirando a sorte

%rande.3 2ão eu. &ou do tipo prtico e detesto <o%os.3 uer dizer que voc> não acredita na sorte#3 De <eito nenhum.3 *ntão, boa via%em 3 disse ele, caminhando em direção @ cantina. Abby deu uma rpida olhada no reló%io e constatou que em al%uns minutos o carro

estaria che%ando. 2esse momento, ouviu o barulho de um automóvel apro4imando;se.

3 /ai para a cidade# 3 inda%ou Dan Een(ins, como se nada houvesse acontecidoentre os dois.3 Assim que o carro che%ar.3 $ carro est aquiC )o<e - minha vez de bancar o motorista, pois o outro est de

fol%a.5or um breve instante ela não soube o que responder. A ?ltima coisa de que

precisava era da carona dele.3 Eim disse que o carro da companhia estava em serviço ho<e.3 verdade. as aconteceu um imprevisto, ele precisou ir para o conserto, e o

mecFnico ainda não o liberou. *ntão, ofereci;me como voluntrio para usar meu carro e ir %uiando eu mesmo. *ntreC

)esitante, ela pensou em recusar, usando uma desculpa qualquer como uma s?bitador de cabeça, entretanto, as revisões precisavam ser postadas no correio ainda naquele

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

dia e, se ela não aceitasse a carona, com toda a certeza Dan se convenceria de que ela otemia mesmo.

3 *st bem 3 disse, sem entusiasmo, entrando e colocando os manuscritos nobanco entre eles.

:icaram por lon%o tempo em sil>ncio, enquanto Dan %uiava para +as /e%as. De

propósito, Abby fin%ia contemplar a paisa%em, mas ele não se dei4ou intimidar.3 Abby, desculpe;me pelo que aconteceu ontem. Aquele inesperado pedido de desculpas aliado ao <eito mei%o dele a surpreenderam.3 &into ter pe%ado voc> desprevenida e me aproveitado da situação. At9nita, ela não sabia como rea%ir e mordiscou o lbio inferior, numa atitude

nervosa.3 &ei que a dei4ei constran%ida. as o que lhe falei ontem @ noite era verdade.

amb-m fui pe%o desprevenido e me dei4ei envolver pela situação...*stou sendo sincerocom voc> e quero lhe contar outra verdade.

3 $ qu>#3 :azia tempo que eu queria bei<;la. 5ara ser franco, desde que a vi pela primeira

vez, quando descia do 9nibus.3 /oc> me viu descendo do 9nibus#3 /i e tive vontade de bei<;la.3 2ão tenho tempo para namoros 3 retrucou ela, spera, sem retribuir o sorriso

sedutor que ele lhe lançava. 3 enho uma carreira com a qual me preocupar.3 uita %ente conse%ue combinar as duas coisas.3 alvez al%uns homens. Após e4amin;la detidamente por um lon%o instante, Dan retorquiu, seco03 * al%umas mulheres tamb-m.3 alvez, mas não acredito que funcione. 2ão deu certo.com minha mãe, e o

casamento arruinou a carreira dela como artista. amb-m não deu certo comi%o, e nãopretendo cair neste erro outra vez.

3 2em eu lhe fiz qualquer proposta. 3 5assando uma das mãos pelos cabelos demodo casual, acrescentou0 3 *stamos em pleno s-culo vinte, e um bei<o não si%nificanenhum compromisso.

imediatamente, Abby corou de embaraço, reconhecendo que a%ira como uma tolapuritana.

3 Admito que talvez eu este<a e4a%erando. as não quero saber de ficar distribuindo bei<os por a!.

Dan estacionou o carro no acostamento e pi%arreou.3 /ou me arriscar a ofend>;la outra vez, Abby...as, mesmo sabendo que não -

educado contradizer uma dama, %aranto que, pelo modo como retribuiu, estava claro quevoc> queria me bei<ar. Aquela verdade era irrefutvel, e sem saber como ar%umentar, Abby permaneceu

imóvel, o olhar perdido na paisa%em que ladeava a estrada.3 Abby, estamos no s-culo vinte, e voc> vive no passado mais do que deveria. Apesar de não encar;lo, ela se sentia atin%ida por cada palavra que ele dizia.3 &e uma mulher não se interessa por casamento e prefere dar prioridade @ sua

carreira, ainda assim não h por que fechar;se para o mundo e para a companhiamasculina. aso voc> pretenda ser uma boa escritora, precisa ter e4peri>ncia de vida, *,felizmente, - poss!vel fazer isso ho<e, quando nin%u-m se importa com a vida dos outros.

Jntri%ada, Abby virou;se para encar;lo. A visão daqueles ombros lar%os e

musculosos sob a camisa de al%odão era tão inebriante que ela levou al%um tempo at-perceber que era a primeira vez que o via vestido com suas próprias roupas.

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De qualquer modo, independente de que roupa usasse, Dan Een(ins sempre seriaum homem terrivelmente atraente.

3 5ense no assunto 3 su%eriu ele, tornando a dar a partida no carro.*n%olindo em seco, ela voltou a contemplar a paisa%em. Ali estava uma pessoa

pela qual ela se sentia terrivelmente atra!da. omo se comportaria caso fosse um homem

do tipo que colocasse a carreira em primeiro lu%ar e não quisesse nenhumrelacionamento s-rio# A resposta parecia óbvia0 eria um caso sem maiores compromissos, na base do

"vai ser bom enquanto durar". Abby precisava admitir que sentia;se solitria desde a separação e que o casamento

a fizera acostumar;se @ companhia masculina. 5or que, então, não e4perimentar esse tipode relação passa%eira#

&em d?vida, Dan era uma boa escolha para compartilhar dessa e4peri>ncia quecertamente enriqueceria sua vida.

3 $ amor não tem que durar para sempre 3 disse ele, com suavidade, desviando oolhar da estrada, para fit;la por um breve momento.

3 2unca -.3 2ão foi isso que eu quis dizer. Apenas acho que o amor pode ser uma

e4peri>ncia transitória, e que as pessoas t>m direito de optar de antemão por torn;lolimitado, ou não.

3 2ão tenho o menor interesse por nada que se relacione ao amor.3 insistiu ela. 3 Alis, esta palavra não e4iste mais no meu vocabulrio.

3 E entendi. 3 olocando de leve sua mão sobre a dela, inda%ou0 3 Ima"amizade !ntima" voc> aceitaria#

3 )um, talvez...3 BtimoC 3 e4clamou, resolvendo mudar de assunto e comentar sobre a paisa%em

local.$ tempo passou rpido, e, quando deu por si, Abby estava em frente ao

estacionamento.3 2ão demorarei 3 prometeu, saindo do carro.3 2ão h pressa. Dispomos de bastante tempo. )o<e - minha fol%a.3 om certeza, voc> tem planos para ho<e, Dan. Dei4e;me em qualquer lu%ar por 

aqui e me di%a apenas a que horas e onde devo encontr;lo.3 /oc> vai encontrar;se com al%u-m#3 2ão. +ó%ico que nãoC Dan sorriu satisfeito.3 2em eu. *ntão podemos ficar <untos. $nde quer ir depois do correio#3 5reciso apenas comprar al%umas coisinhas para preparar minhas refeições.

onhece al%um mercado#3 laroC /ou lev;la at- l.ais tarde, quando voltaram, traziam tr>s sacos de compras. Abby atirou;se no

assento do carro e suspirou.3 ansada# 3 per%untou Dan, fechando a porta e dando a partida.3 Im pouco. *st muito quente.3 De fato. *ste - um dos pontos fortes dessa re%ião e creio que > o principal

responsvel pela vinda de tantos turistas.+o%o depois, passaram pela rua cheia de casas noturnas e cassinos, os quais a luz

do dia tinham um aspecto triste e espalhafatoso.3 uer ir a al%um lu%ar#

3 5ara qu>#3 1eralmente, as pessoas v>m aqui para <o%ar. Jma%inei que voc> %ostaria de se

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

distrair um pouco.3 2ão. 2unca acreditei nesse tipo de coisa.3 Eo%ar - uma ci>ncia. * dominar a ci>ncia do <o%o > uma arte. ) t-cnicas para se

%anhar.3 2ão tenho a menor intenção de desperdiçar o dinheiro que %anho com esforço.

"&er que Dan - viciado em <o%o# &er que %osta da emoção baseada no risco#",per%untou;se ela, preocupada.3 $nde voc> nasceu#3 *m 5ittsbur%h. /ivi boa parte da infFncia na avenida Nentuc(y, numa bela casa

de madeira. *u adoro aquele lu%ar. Adorava as rvores frondosas que contornavam a rua.5ara mim, elas pareciam velhas ami%as.

3 /oc> voltou l al%uma vez#3 2ão. eus pais venderam a casa, e prefiro lembrar;me dela do <eito que a

conheci.3 Ks vezes, as recordações são melhores do que a realidade. As coisas nunca são

as mesmas depois de al%uns anos. omo dizia um escritor famoso, não d para voltar 

para casa... 5or O que voc> resolveu escrever#3 2em faço id-ia. 5ara ser franca, @s vezes tenho a impressão de que nasci

escrevendo.3 /oc> - uma pessoa de sorteC raro encontrar al%u-m que trabalhe em al%o de

que realmente %oste.3 amb-m acho. *...3 Aposto que foi uma boa aluna.3 AcertouC *u era responsvel pelo <ornalzinho da escola, depois estudei <ornalismo

na Iniversidade da 5ensilvFnia, e durante al%um tempo trabalhei na redação de uma%rande revista. &ó comecei como free;lancer depois que me casei.

3 uanto tempo faz que...3 inco anos. Depois me divorciei e não quero falar neste assunto.3 udo bem. A conversa continuou, e Dan foi tão habilidoso em conduzi;la, que somente quando

che%aram a $ld /e%as foi que Abby deu;se conta de que lhe contara quase toda sua vida.3 *i, só eu que falo# onte;me al%uma coisa sobre voc>.3 2ão h nada de interessante para contar.3 De onde voc> -#3 De lu%ar nenhum, ou de todos os lu%ares. 1osto de estar sempre mudando. 'em,

aqui estamos nós de volta. /ou lev;la at- p trailer e a<udar com os pacotes.3 $bri%ada. Assim, aproveito e lhe devolvo o vestido.

3 *squeçaC *le - seu, Abby. * nin%u-m mais deve us;lo.3 as voc> vai precisar dele no est?dio e nas dramatizações. 3 2ão se preocupecom isso. 2an est fora das cenas. *la confessou que não quer continuar. 3 *, com umsorriso insinuante, acrescentou0 3 &er que foi a perspectiva de ser bei<ada por mim quea assustou#

5or sorte, Abby não precisou responder, pois Dan < estava descendo do carro epe%ando os pacotes.

3 omo voc> est se virando# 3 per%untou ele, depois de lançar uma rpidaolhada no interior do trailer.

3 'em...Dentro do confinamento daquele espaço, a presença dele parecia ainda mais

arrebatadora, quase que irresist!vel, dei4ando;a tentada a toc;lo. &e ele a tomasse nosbraços...

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

3 'om...acho que vou indo 3 disse ele, embaraçado. 3 5reciso escrever al%umascartas...

De repente, Abby recobrou a consci>ncia e percebeu que não dese<ava que elepartisse, nem queria afastar;se de sua presença marcante.

 Ao mesmo tempo, precisava refletir sobre aquele novo tipo de amor que ele lhe

su%erira. 5recisava se questionar se valia a pena tentar.3 ertoC amb-m tenho que trabalhar 3 concordou ela, por fim.&em pression;la, Dan fitou;a de maneira penetrante. *m se%uida, diri%iu;se at- a

porta, onde parou com a mão na maçaneta.3 At- mais tarde, Abby. /ai pensar no que lhe falei#3 &im, Dan. 5ensarei...3 *ntão, at- mais tarde.Dito isso, saiu e fechou a porta atrs de si, dei4ando;a com a respiração suspensa.&entindo um fraco aroma de lavanda após barba espalhado no ar, Abby sorriu.

5assara uma manhã a%radvel e foi bom falar um pouco de si. Ao abrir a porta da %eladeira, por-m, franziu o cenho, intri%ada. Afinal, contara tudo

sobre sua vida e não ouvira uma v!r%ula sequer sobre a dele. ue tipo de homem eraDan# De onde viera# &eria al%uma esp-cie de errante, sem destino#

2esse instante, a lembrança do cassino veio;lhe @ mente. $ que fora mesmo queele dissera sobre o <o%o# ue era uma arte, na qual se podia %anhar#

Jrritada, Abby encolheu os ombros. 2unca se considerara uma puritana, masdecididamente era contra o <o%o. &abia que para muitas pessoas <o%ar era umpassatempo, uma distração pa%a como tantas outras, mas não conse%uia aceit;lo.

$ que pensaria Dan a respeito# omo ele consideraria o <o%o# &er que no fundoachava mesmo que era uma ci>ncia# ual seria a razão de ele estar em $ld /e%astrabalhando numa atividade tão limitada# * se ele houvesse perdido tudo no <o%o eestivesse recomeçando a vida#

alvez fosse essa a história dele. Afinal, Dan devia ter, no m!nimo, trinta anos,parecia uma pessoa culta e de boa forma. * al%uma coisa a levava a crer que < possu!ramuito dinheiro... 'em, fosse como fosse, que lhe importava aquilo#

*stava diante da possibilidade de um relacionamento passa%eiro. Im m>s, nom4imo dois, e tudo estaria acabado, 2o fundo, não fazia diferença conhecer o passadodele, e talvez at- fosse bom que Dan não passasse de al%u-m vol?vel, que <amais esperaque as coisas se<am permanentes. Al-m disso, os dois saberiam desde o começo que ocaso deles duraria pouco tempo.

Depois de %uardar as compras, Abby decidiu abrir uma lata de sopa. 5recisavaadmitir que a proposta de Dan merecia consideração, talvez muita consideração...*

quanto mais pensava a respeito, mais ela achava a id-ia prtica e sedutora.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

%APÍTU5O 4

 Abby passou a manhã e a tarde se%uintes refletindo cuidadosamente sobre a

proposta de Dan. *, sempre que parava de trabalhar no folheto ou no arti%o, o assuntovoltava @ sua cabeça. Ainda estava pensando nele quando foi procurar Eim &eccord, a fimde conversar sobre o folheto.

3 *ntre 3.ouviu;o dizer, lo%o que bateu @ porta.3 'om dia, Eim 3 cumprimentou ela, entrando.3 $l, Abby. &ente;se. ue posso fazer por voc>#3 5ouca coisa. 1ostaria apenas de al%umas su%estões. 3 *ntre%ando;lhe al%umas

p%inas rascunhadas, pediu0 3 +eia, por favor, e me di%a se %ostaria que euacrescentasse al%uma coisa. :alta apenas incluir as fotos das dramatizações. Acho queelas darão /ida ao folheto.

3 verdadeC uita %ente vem aqui só por causa delas. :alando nisso...Dei4e;me

felicit;la por seu desempenho no outro dia. Abby sentiu que enrubescia, mas fin%iu que não percebeu.3 5ara falar a verdade, aquela foi a primeira vez que representei.3 * espero que não se<a a ?ltima. Alis, voc> se saiu tão bem, que eu %ostaria que

continuasse a representar.om a respiração entrecortada, Abby procurava em vão uma maneira de relutar o

convite, sem ser indelicada.3 /oc> deve estar brincando...3 De <eito nenhumC :oi um verdadeiro sucesso. *stou pensando em repetir aquela

cena pelo menos uma vez por dia.3 as não comi%o 3 retrucou ela, arrependendo;se de imediato de sua atitude

precipitada. 3 &e 2an não quer continuar, al%uma outra moça provavelmente dese<arfaz>;lo.

3 Jnfelizmente, não - o caso. 5arece que nenhuma das que trabalham por aqui sãoaspirantes a artistas, e todas recusaram o papel.

3 odas#C*ra dif!cil acreditar que nenhuma mulher aceitasse trabalhar ao lado de Dan e ser 

bei<ada por ele.3 Di%a que sim 3 persuadiu;a fim, com um sorriso maroto. 3 /oc> pode ficar com

o vestido para voc>. * pense na e4peri>ncia que isso lhe trar. Abby quase rompeu numa %ar%alhada ao perceber que ele usava sua própria

ar%umentação contra ela.3 erto, Eim. Acho que não tenho mu!ta escolha, depois de ser atin%ida pelo seupróprio petardo.

3 em mais uma coisa que %ostaria de lhe pedir,3 < o previno de que não sei se vou concordar.3 /oc> anda muita arisca, mocinhaC &ó o que quero - saber o que si%nifica petardo.3 5etardo - um tipo de e4plosivo.3 $bri%adoC *sta ser minha nova palavra do dia.3 hi, desconfio de que não se<a uma aquisição muito ?til para o seu vocabulrio.3 $h, nunca se sabe quando uma informação se far necessria.Gindo por v>;lo imit;la, Abby assentiu com uma rever>ncia teatral.

3 e4atamente o que eu penso.Eim &eccord caiu mais uma vez na risada, e ela se levantou.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

3 em sido bom trabalhar aqui, Eim. /ou sentir falta quando for embora.3 Ainda - cedo para falar em partir. /oc> vai precisar de mais al%umas semanas

para levantar todas as informações de que precisa.3 /eremos... 3 ais uma vez, obri%ado por representar +izzie, ou Abby,como se chama a%ora. Decidimos repetir a cena pelo menos uma vez por dia, em

torno das duas horas da tarde. /oc> concorda em começar ho<e#3 *starei l.3 Btimo.uando Eim voltou para sua mesa, Abby saiu, o coração acelerado pela emoção.

5or que ser que nenhuma mulher aceitaraC o papel# Ao olhar o reló%io, certificou;se de que < passava das onze horas, e era bom dar 

uma esticada no vestido e procurar as meias pretas, que lar%ara <o%adas em al%um canto. Ao meio;dia, o tra<e estava pronto, e Abby podia ir almoçar embora sentisse o

est9ma%o doer e desconfiasse de que se comesse a%ravaria seu estado.$ tempo passava lento e, quando che%ou a hora de sair, Abby espiou sua ima%em

refletida no espelho. &uas faces e lbios estavam avivados pela maquila%em e a an%ua

tinha outra tira sobressalente, que poderia ser cortada durante a cena.+ fora, o dia estava bonito e ensolarado, e ela tentou concentrar;se nisso, mas não

conse%uia afastar a id-ia de que esL tava correndo para os braços de Dan e que em breveseria bei<ada novamente.

*la dese<ava aquele bei<o, mas não queria ficar pensando no assunto. )averiatempo de sobra para refletir sobre o que Dan lhe propusera e decidir se aceitaria ou nãoe4perimentar aquele novo tipo de relacionamento.

2o e4ato momento em que a voz do 4erife soou no alto;falante da praça convidandoos visitantes para a apresentação, Abby entrou no lube Arizona. &uas mãos alisavamcom impaci>ncia o vestido.

3 2ão sei como voc> conse%ue fazer isso 3 uma voz suave falou @s suas costas. Ao virar;se, Abby deparou com o sorriso de 2an &her=ood.3 *u quase morri de medo só de pensar 3 confessou a moça, simptica.3 amb-m não me sinto muito calma 3 tranqHilizou;a.3 2in%u-m diria. A%radecendo com um sorriso, Abby diri%iu;se para a porta, sem conse%uir definir 

como se sentia. oda vez que pensava que estaria diante de uma multidão, ficavanervosa. 2o entanto, seu temor se dissolvia quando lembrava que, em poucos minutos,seria bei<ada por Dan.

 Apro4imando;se da <anela, avistou;o saindo do armaz-m. 2um %esto nervosoumedeceu os lbios com a ponta da l!n%ua. *le estava perto do carro da estação

ferroviria e andava com o passo firme.Im sorriso inconsciente sur%iu em seus lbios ao reconhecer para si mesma que defato ele era um homem atraente. omo seria se aceitasse a proposta, e permitisse ae4ist>ncia daquele caso passa%eiro#

De acordo com Dan, podia haver muito sentimento numa relação, mesmo que eladurasse pouco. Abby compreendia e aceitava essa id-ia a n!vel da teoria, masemocionalmente, aquilo lhe parecia uma coisa bastante estranha. Afinal, amor era umsentimento sem limite de qualquer esp-cie, nem mesmo de tempo.

3 *i, <o%adorC 3 %ritou 'art, aparecendo em seu cavalo. /estia;se de preto e traziao revólver preso ao coldre.

Dan virou;se lentamente.

3 *st falando comi%o#$s lbios de Abby abriram;se num sorriso. *la %ostava do fato de não haver falas

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

para serem decoradas, pois isso lhes permitia inovar sempre.3 &im, seu en%omadinho. *stou falando com voc> 3 retrucou 'art.3 'em, o que voc> quer#Dan olhou parada arma com uma e4pressão confiante, e Abby sentiu;se acometida

por um s?bito senso de realidade. udo aquilo fazia parte da encenação, do <o%o de faz;

de;conta para entreter os visitantes. 2o entanto, a e4pressão confiante de Dan pareciareal e e4trapolava aquela situação fict!cia.3 uero meu dinheiro de volta. /oc> trapaceou 3 disse 'art, colocando a mão na

arma.3 *st en%anado, ami%o. Dan nunca trapaceia. *le não precisa disso.$s olhos de Abby dei4aram de contemplar Dan para fi4arem;se na multidão, que

parecia arrebatada pelo espetculo que se desenrolava diante dos seus olhos. At-mesmo as crianças conservavam;se em sil>ncio, observando tudo com os olhosarre%alados.

3 *u disse que voc> me trapaceou e quero meu dinheiro de volta 3 insistiu 'art,com ar ameaçador.

5or um lon%o momento, Dan encarou o bandido. *ntão, meneou a cabeça.3 &e voc> não sabe perder como um homem, - melhor não <o%ar.*m se%uida, deu meia;volta e começou a andar em direção ao saloon. 2um

movimento rpido, 'art sacou a arma e disparou.Dessa vez, Dan caiu no chão mais depressa e, quando tirou a mão do ombro, a

mancha vermelha parecia ainda mais viva sobre a camisa branca.3 DanC 3 %ritou Abby, correndo em sua direção.*le permaneceu deitado at- que ela se apro4imasse e o trote do cavalo de 'art

desaparecesse por completo.3 Dan, voc> est ferido...3 *stou bem, Abby 3 disse ele, pu4ando;a para si e sentando;se com cuidado para

não se apoiar no braço ferido.3 /oc> não devia <o%ar com este homem 3 censurou;o Abby, espantada ao

constatar que começava a construir sua persona%em.3 $lhe, querida, eu vivo do <o%o e não posso escolher os parceiros. enho que <o%ar 

com quem aparecer.3 as eu não %osto. peri%osoC $lhe só o que lhe aconteceu...3 falou, olhando;o

com des%osto, antes de virar;se e arrancar um pedaço da an%ua.&e%urando o braço machucado, Dan levantou;se e enlaçou;a pela cintura.3 /amos at- o m-dico.3 *u devia dei4;lo aqui. /oc> só me causa problemas.

3 $ra, querida. /oc> - minha %arota e sabe disso.3 * voc> - um convencido...2ão p9de terminar a frase, pois os lbios de Dan pressionaram;se contra sua bocade maneira possessiva, e4plorando;a com um misto de ternura e avidez. :oi um bei<olon%o, que a fez esquecer;se do "braço ferido" e da plat-ia que começou a aplaudir,fazendo;a saltar de susto.

3 alma Abby. *les nos adoraram. :izemos um tremendo sucesso. Abby fez uma rever>ncia antes de entrar no consultório m-dico, onde Dan a pu4ou

para si.3 a, pensou no que lhe falei# 3 per%untou, os lbios roçando a orelha dela.3 &im 3 murmurou ela, dei4ando;se abraçar com força.3 BtimoC /amos <antar <untos ho<e e celebrar nosso sucesso# &entindo que ela se

enri<ecia sob seu corpo, apressou;se em acalm;la.3 &em compromisso, Abby. Apenas uma noite a%radvel. /oc> d as cartas, certo#

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

Dessa vez, ela percebeu uma nota de apreensão na voz dele e hesitou por ummomento,

3 erto, Dan.3 $bri%ado, Abby. Ks sete est bem#3 5ara mim, est ótimo.

3 /amos comemorar sua decisão# omo quer que eu me vista# A minha roupa desempre est boa#3 &im, est ótima.Jnclinando;se com delicadeza, Dan depositou um bei<o em sua testa. Ks seis e meia, Abby e4aminava o conte?do de seu %uarda;roupa e franzia o nariz,

e4asperada. 2ão trou4era muita coisa, pois nunca ima%inara que precisaria de um vestidochique.

2o entanto, aquela noite prometia ser especial, e ela dispunha apenas de um par desapatos de saltos altos e de um vestido ele%ante.

&entia vontade de usar al%uma coisa nova, al%o que si%nificasse começo, mas teriade se contentar com aquele vestido mesmo.

5or sorte, o tom de verde da seda harmonizava com o verde dos seus olhos erealçava o bronzeado de sua pele, o que a dei4ava bastante atraente.

*mbora fosse pequeno, o trailer tinha uma banheira, e Abby prendeu os lon%oscabelos sedosos em um coque, entrando na espuma perfumada e rela4ante.

omo era %ostoso preparar;se para sair, pensou, levantando uma das pernas ee4aminando;a. Aquele tipo de diversão tinha sido completamente posto de lado na suavida, desde que ela passara a recusar a companhia masculina.

&entindo;se renascer, Abby afundou ainda mais na %ua morna. inha certeza deque mesmo que não aceitasse a proposta de Dan, seria divertido conhec>;lo melhor.&entia;se viva e animada, como h muito tempo não acontecia, e uma coisa era certatoda aquela mudança sur%ira a partir do momento em que se encontrara com Dan.

'rincando com a espuma do banho, Abby per%untou;se pela cent-sima vez por queum homem como Dan Een(ins desperdiçava a vida num lu%are<o daqueles. *le pareciatão dinFmico e empreendedor...ue tipo de carreira teria abandonado antes de vir paraaquela cidade do faz;de;conta#

*nquanto se en4u%ava, Abby analisou que os homens costumavam ach;la bem;feita de corpo e fitou;se no espelho, admirando;se.

 Ao e4aminar a curva suave dos seios e a musculatura ri<a do abd9men, sentiu;sesatisfeita consi%o mesma. &er que Dan iria %ostar de seu corpo#

2ão havia a menor d?vida de que sim. omo, alis, < demonstrara seu olhar intenso e cheio de dese<o.

Decidida a caprichar na maquila%em, usou um tom sofisticado de sombra e de blush,al-m de um batom luminoso, que a dei4ou om uma apar>ncia sedutora.*m se%uida, escovou vi%orosamente os cabelos, dei4ando;os soltos e brilhantes.

omo ser que Dan %ostaria que ela os penteasse# 5referiria v>;los soltos ou presosnum coque ele%ante#

2a d?vida, preferiu p9r o vestido antes, dei4ando que a seda macia acariciasse suapele nua.

 Aquele era um de seus vestidos favoritos, e Abby sentia;se feliz por t>;lo trazido navia%em. Aquela noite seria especial e merecia um tra<e @ altura.

Jmersa nessas refle4ões, ela foi cuidar dos cabelos, dei4ando;os apenasparcialmente presos, para dar destaque aos anti%os brincos de esmeralda que %anhara

de sua avó e que sempre carre%ava consi%o, temendo que, se os dei4asse em casa,poderiam ser roubados.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

$s dedos de Abby apertaram com força a 4!cara de caf-, mas ela permaneceu emsil>ncio.

*sticando o braço, Dan se%urou;lhe uma das mãos e fitou;a nos olhos de modointenso.

3 * então, Abby# 5ensou no que conversamos#

3 * como poderia não pensar# 5asso a maior parte do tempo com voc>, tirandofotos para o folheto e encenando as dramatizações...$ brilho do olhar dele se intensificou, e o <oelho pressionou o dela com mais força

sob a mesa.3 * a que conclusão che%ou# 3 per%untou, com voz suave enquanto traçava uma

linha na palma da mão delicada e macia. Abby olhou para as mãos que se tocavam, sentindo;se como se estivesse sendo

tocada em uma parte muito !ntima de seu corpo. * um calafrio delicioso percorreu;lhe acoluna, despertando nela uma vontade irresist!vel de levantar;se e se atirar nos braçosdele.

2o entanto, debai4o daquele delicioso <o%o de sedução, Abby escondia uma

pequena dose de temor0 fazia tanto tempo desde a ?ltima vez que estivera com umhomem que tinha medo de não se sair bem.

3 Ainda não che%uei a nenhuma conclusão 3 disse, afinal. 3; as %ostaria deconversar melhor a respeito... A id-ia - muito nova para mim, e nunca considerei apossibilidade de viver esse tipo de e4peri>ncia.

3 *ntendo perfeitamente. as isso não - uma coisa fora de co%itação, no s-culoem que vivemos. $s valores estão mudando, Abby.

3 5ensei que al%uns valores não mudassem nunca.3 udo muda, Abby. A vida - assim. 2ada permanece o mesmoC &e al%u-m tentar 

se%urar, reter, al%uma coisa, ficar terrivelmente decepcionado. $ melhor - reconhecer que a mudança - inevitvel e aprender a conviver com ela.

2esse momento, Abby dei4ou escapar um suspiro.3 as as pessoas não dese<am a se%urança de saber que serão amadas para

sempre#3 +ó%ico que sim. ueremos tanto isso que acabamos nos en%anando e

acreditando que - poss!vel.3 *4iste muita %ente que se ama...al%uns pela vida inteira.3 &im. as sabe como eles conse%uem essa façanha#3 2ão.../oc> sabe#3 2a minha opinião - devido @ aceitação da mudança. *ssas pessoas se preparam

para elas a aceitam crescer <untas.

5or um lon%o momento, Abby ficou a refletir sobre essas palavras, o olhar perdidono espaço.3 *les não vão atrs da se%urança e da certeza. 5orque se%urança e certeza não

v>m de outras pessoas, Abby. Ima mulher inteli%ente como voc> devia saber disso.*ssas qualidades e4istem dentro de cada pessoa. 5recisamos cultiv;las dentro de nós.

3 *u sei...as por que então as pessoas necessitam tanto uma das outras#3 2o fundo, voc> sabe a resposta. odos precisamos de companhiaC atrav-s do

outro que aprendemos as coisas mais importantes a respeito de nós mesmos.5recisamos uns dos outros para aprendermos a nos conhecer melhor.

3 *u...$ que h para aprendermos uns com os outros#3 &ó vamos descobrir depois de e4perimentar. A vida - uma escola, feliz ou

infelizmente não temos %arantia de nada. $s cursos não são rotulados. ada e4peri>ncianos ensina um pouco sobre nós mesmos e sobre os outros. Jsto -, desde que dese<emos

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

aprender.om um sorriso t!mido, Abby pousou a outra mão sobre a dele e apertou;a.3 &im, Dan 3 murmurou ela. 3 *u quero aprender.5or al%uns instantes, ele permaneceu em sil>ncio, os olhos fi4os nos dela.3 $bri%ado, Abby. uito obri%ado.

 Abby percebeu;lhe a hesitação e entendeu que ele ainda temia ofend>;la.3 /oc> aceita sobremesa# 3 ofereceu Dan, momentaneamente sem saber o quefazer.

3 2ão, Dan. $bri%ada 3 disse, com um sorriso insinuante. 3 as %ostaria dedescobrir como seria nossa "amizade".

2o mesmo instante, Dan pressionou os dedos dela com mais força e lançou;lhe umolhar si%nificativo.

3 &e não estiv-ssemos num restaurante, eu lhe mostraria a%ora mesmo, Abby)olland. 5ara falar a verdade, < que acabamos de comer, acho que podemos ir.

3 &im, senhor 3 concordou, despreocupada. Assim que pa%ou, Dan levantou;se e acompanhou;a em direção @ porta. A noite

estava clara e cheia de estrelas. uando che%aram ao carro, ele parou e encarou;a.3 $h, Abby 3 murmurou, se%urando;lhe o rosto entre as mãos, e pu4ando;a contra

si.omando consci>ncia do calor que emanava daquele corpo, Abby aconche%ou;se

com carinho naquele peito forte e dei4ou;o acariciar;lhe as costas, inebriando;se com operfume a%radvel que se desprendia dele.

om os lbios roçando os dela, Dan murmurou03 /oc> sabe o que eu quero. /oc> tamb-m quer#3 &im, Dan. 5or favor, vamos para al%um lu%ar.*m vez de bei<;la naquele momento, ele a abraçou com força e suspendeu;a do

chão, %irando;a no ar.uinze minutos depois, Dan abria a porta de uma sala e dava espaço para que ela

entrasse.3 Desculpe;me por t>;la trazido para perto dos cassinos. &ei que voc> não %osta

daqui, mas não h nenhum outro lu%ar. Abby entrou e virou;se para ele.3 2ão faz mal, Dan. *ntre e feche a porta, por favor.om um sorriso doce, ele foi ao seu encontro e tomou;a nos braços, buscando sua

boca para um bei<o vido. Abby esperara, paciente, durante a noite inteira, pelo momento em que seria

acariciada por aqueles lbios que dominavam os dela, fazendo;a arrepiar;se, e4citada.

*ra ao mesmo tempo maravilhoso e enlouquecedor perceber que Dan provocavatodos os seus sentidos, transformando seu corpo em uma só corrente de sensualidade.*ntre%ue @quele bei<o, Abby dei4ou que ele saboreasse toda sua doçura, pronta a

lhe dar tudo que quisesse, não se importando em não parecer vulnervel. omara umadecisão e sentia;se feliz com a escolha.

uando seus lbios se desprenderam, ela permaneceu parada, ainda atordoada.3 /oc> - linda, Abby. /oc> - a mulher mais linda que < conheci. Abby continuou passiva, enquanto ele enterrava os dedos em seus cabelos

volumosos, soltando o %rampo que os prendia. *m se%uida, a<oelhou;se diante dela edescalçou;lhe os sapatos.

 Ao v>;lo com a cabeça abai4ada, Abby sentiu uma onda de ternura invadi;la. *ntão,

ele se levantou e procurou o z!per de seu vestido, abrindo;o com e4tremo cuidado efazendo com que o vestido ca!sse lentamente aos seus p-s.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

Gecuando um passo, Abby p9de ver a delicadeza com que ele depositava sua roupasobre uma das poltronas,

/oltando;se para ela, seus olhos se fi4aram nos seios pequenos e arredondadosque arfavam sob a renda do sutiã, libertando;os em se%uida. *le a fitava com tamanhaternura que Abby sentiu;se como que imersa num sonho.

1entil, Dan inclinou;se e bei<ou;lhe o ombro nu va%arosamente, começando adeslizar os lbios sobre sua pele, at- alcançar;lhe os seios. Abby dei4ava;se possuir pelo dese<o e estremeceu quando os lbios msculos

cobriram seus mamilos intumescidos, e a l!n%ua spera traçou c!rculos em volta deles,numa deliciosa tortura.

 A vontade de ser possu!da por aquele homem tornava;se cada vez mais imperiosa,e ela tremia de e4citação, enquanto as mãos dele e4ploravam a curva sensual das suascostas.

5or um breve instante, Abby sentiu o tecido spero da <aqueta de couro contra anudez de sua pele macia e dei4ou escapar um %emido rouco, as plpebras semicerradas.

3 /oc> - tão bonita, Abby 3 murmurou ele, a voz rouca de dese<o.

*m se%uida, bei<ou novamente seus mamilos endurecidos, e seus dedos %eisdiri%iram;se para o elstico das suas meias de nilon, tirando;as <unto com a calcinharendada.

Durante al%uns se%undos, Abby pensou que ele fosse se levantar e recuou umpasso. 5ara sua surpresa, por-m, ele permaneceu a<oelhado e começou a depositar pequenos bei<os ao lon%o das suas pernas, co4as e ventre.

3 Dan...&em lhe dar atenção, ele continuou a e4plorar cada recanto daquele corpo bonito.ais uma vez, ela sentiu a te4tura spera do tecido da roupa dele contra sua pele

nua, e a fra%rFncia da col9nia masculina penetrando;lhe as narinas e dei4ando;a quasefora de si.

:azia tempo que Abby eliminara de sua vida esse tipo de prazer e a%ora sentia;sefeliz por aquele isolamento ter che%ado ao fim.

Dan pu4ou as cobertas da cama e, com delicadeza, a<udou;a a sentar;se.3 *spere um minuto...om os olhos turvos de dese<o, Abby acompanhou com atenção os movimentos

%raciosos daquele corpo masculino que se despia @ sua frente.De modo lento, ele começou a tirar a <aqueta e a %ravata, a<eitando;as

cuidadosamente ao lado das roupas dela. *m se%uida, livrou;se da camisa, dei4ando @mostra um tóra4 lar%o, coberto de pelinhos macios. Depois, despiu a calça, ficandoapenas com uma min?scula cueca, as pernas musculosas firmemente plantadas no chão.

&entando;se ao seu lado na cama, ele descalçou os sapatos e as meias. &ó entãoretirou tamb-m a cueca, ficando completamente nu.&e%uindo um impulso, Abby abriu os braços, ansiosa por receb>;lo e desfrutar do

calor daquele corpo ri<o contra sua pele macia. A respiração dela tornou;se mais e maisofe%ante, enquanto os lbios dele cobriam os seus, pressionando;os de modo erótico.

3 eu Deus, como a dese<o 3; murmurou ele, mordiscando;lhe o lóbulo da orelha. Aquelas palavras pareciam m%icas, e diante delas, Abby não hesitou.$s lbios, que, de in!cio, pareciam suaves e ternos, foram se tornando selva%ens e

apai4onados, e4i%entes e possessivos.5ousando o corpo atl-tico sobre o dela, Dan dei4ou;a imóvel, sem alternativa senão

entre%ar;se por completo @s suas car!cias.

Deliciada com o peso dele sobre seu corpo, Abby pressionou os seios delicadoscontra o tóra4 musculoso e entrelaçou as pernas nas dele, sentindo;lhe o se4o enri<ecido.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

*stranhamente, ela estava mais e4citada do que nunca e dese<ava pertencer @quelehomem, uma estranha letar%ia fluindo por seu corpo, entorpecendo;lhe os sentidos.

&abendo que aquela seria uma das melhores noites de sua vida, Abby queriaaproveit;la ao m4imo.

&eus lbios haviam se separado e o corpo forte movia;se sobre o seu, enquanto ele

lhe bei<ava o pescoço e os seios delicados.3 $h, Dan... Abandonando seus seios, os lbios sensuais começaram a traçar um caminho sobre

sua barri%a, dei4ando um rastro de bei<os molhados, @ medida que desciam mais e mais.$ coração dela disparou no momento em que os lbios incansveis recomeçavam a

descer e a tocar o interior das suas co4as, che%ando @s dobras dos seus <oelhos efazendo;a descobrir, maravilhada, o quanto seu corpo tornara;se sens!vel.

 As mãos dele acompanhavam %entilmente o caminho traçado pelos lbios,aumentando;lhe a ansiedade de receber a car!cia que Art sempre lhe ne%ara.

om lentidão, a l!n%ua spera tocou;lhe o interior das co4as e foi subindo demansinho para o ponto mais secreto de seu p?bis, provocando;lhe espasmos de prazer.

1emendo bai4inho, Abby perdeu todo o controle sobre os sons que escapavam desua boca, ou sobre os %estos fren-ticos que o bei<o ousado lhe motivava.

5ouco depois, os m?sculos do corpo dele começaram a pressionar;se contra ela, enovamente os lbios msculos procuraram sua boca sedenta.

3 $h, Dan...3 Abby, Abby, voc> est pronta para mim# 3 murmurou ele, os lbios roçando a

pele macia de seu colo.3 &im, querido...5or favor... Arqueando os quadris, Abby entreabriu as pernas bem torneadas, convidando;o a

penetr;la.om a respiração ofe%ante, ele a possuiu, uma força indomvel invadindo seu corpo

e forçando;a a buscar uma satisfação imediata.Dan começou a mover;se, primeiro lentamente, depois num ritmo crescente, que os

fez e4perimentar um turbilhão de sensações e4tasiantes.*stavam perto do momento de completar aquela comunhão de corpo e alma, e o

prazer e4plodiu, fazendo vibrar cada mil!metro de suas peles.

%APÍTU5O 4II

uando abriu os olhos, Abby sentiu;se incomodada pela claridade do dia. Aoconsultar o reló%io, constatou que era quase meio;dia. *spre%uiçou;se demoradamente,sentindo;se viva e satisfeita.

Dan tornara a noite anterior inesquec!vel para ela. $ primeiro encontro foramaravilhoso, e os dois só voltaram para $ld /e%as depois das tr>s da madru%ada.

&ob a maciez dos lençóis, seus seios começaram a se intumescer. &e fechasse osolhos, Abby poderia trazer de volta as sensações da v-spera e ima%inar as mãos e os

lbios dele torturando;a naquele <o%o de prazer. A lembrança daqueles momentos estava ainda tão recente ema sua mente, que era

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

quase poss!vel acreditar que Dan a qualquer instante voltaria a toc;la.om um suspiro, analisou que ele poderia estar ao seu lado de verdade, caso ela

houvesse dei4ado. eria bastado uma palavra sua para que Dan desistisse de ir embora.2o entanto, Abby não lhe pedira que ficasse, e depois de um bei<o lon%o e relutante, elevoltara para seu próprio trailer.

 A%ora, ela se surpreendia ao perceber que sentia a falta dele de maneira tãointensa. 2o entanto, não se arrependia por haver cedido @ voz da razão, não permitindoque aquele primeiro encontro fosse lon%e demais. Al-m disso, não seria nada prudentedei4ar que todas as pessoas do lu%ar descobrissem que ela e Dan haviam se tornadoamantes.

*m primeiro lu%ar, porque não dese<ava tornar;se alvo de comentrios. Depois,porque no fundo sentia que permanecia a mesma Abby de sempre e %ostava de preservar sua intimidade.

5or um breve instante, ela se arrependeu da decisão que tomara. eria sidomaravilhoso acordar e v>;lo ao seu lado. alvez voltassem a fazer amor...

$lhando distra!da para o forro do trailer, p9s;se a refletir sobre os /elhos tempos,

quando os sentimentos que nutria por Dan estariam irremediavelmente li%ados aocasamento.

 A%ora, por-m, sentia que podia fazer o que quisesse e nin%u-m se importaria, nempensaria que ela era uma pessoa m, porque escolhera dormir com al%u-m que não eraseu marido.

:elizmente, os padrões de comportamento tinham se tornado mais livres...e maisconfusos tamb-m.

De repente, ela percebeu a verdadeira causa de sua inse%urança. 2o passado,havia sempre re%ras de conduta nas quais se basear, e uma mulher conhecia seus limitese as penalidades que sofreria caso os trans%redisse. *ra um sistema r!%ido, que muitasvezes revelava;se cruel e in<usto ao e4tremo. *ntretanto, tinha uma "vanta%em"primordial0 qualquer pessoa podia prever com absoluta se%urança as conseqH>ncias dosseus atos.

 Atualmente, por outro lado, não havia padrões consistentes, nem valores quefossem reconhecidos por todos. 1raças a isso, as mulheres haviam aprendido a calar avoz do passado e estabelecer os padrões que lhes conviessem.

 Abby não havia se dedicado somente @ sua carreira naqueles ?ltimos anos, mastamb-m a Art, que fora seu primeiro namorado e ?nico amante at- a noite anterior.

&orrindo, pensou que Dan conhecia coisas que Art sequer ima%inava. as não foraa habilidade dele como amante que tornara aquela noite tão encantadora. *, sim, acerteza de que Dan estivera por inteiro ao seu lado. :azer amor com Dan fora al-m do

f!sico, tinha sido...2ão conse%uia encontrar a palavra certa para qualific;la. A intimidade havia sidoquase espiritual. * essa constatação sur%ira a partir do momento em que ela percebera aimportFncia que Dan dava aos seus sentimentos.

*spre%uiçando;se, mais uma vez, Abby analisou que era uma verdadeira sorte quenão houvesse encenação naquele dia. uem sabe, @ noite, ela e Dan pudessem.

 Antes que seus pensamentos se completassem, uma voz sur%iu em seu !ntimo,reavivando todos os temores do passado. Afinal, aquele era um <o%o peri%oso, e ela corriao risco de machucar;se muito.

5or mais que dese<asse i%norar essa advert>ncia e chamar Dan para partilhar desua cama, Abby sabia que seus temores tinham fundamento. Al-m do mais, um pouco de

cautela nunca fizera mal a nin%u-m.eia hora mais tarde, ao abrir a porta do trailer, Abby encontrou um bilhete

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

 Abby via<ando. uando che%am @ cidade, 'art aparece e a%arra Abby, tentando bei<;la.2esse instante, Dan interv-m e o <o%a no chão.

3 *liminar!amos a outra cena, - ló%ico 3 interrompeu Eim, ansioso. 3 $ que acha#/rios pensamentos contraditórios atravessaram a mente de Abby. *ntre eles, a

constatação de que não haveria mais bei<os em p?blico. &er que Dan estava com medo

de que os outros descobrissem#3 *u... *u... acho que est bomC ue acontece com 'art, depois que ele cai nochão#

3; *u e Eim apenas começamos a plane<ar a cena. $ que voc> su%ere#3 /oc>s t>m de me dar al%um tempo. 2ão posso pensar e nada de uma hora para

outra.3 E seiC 3 e4clamou Eim. 3 Abby desmaia, e Dan a leva para a cantina nos

braços.3 )um, %ostei. $ que voc> acha, Abby#3 'em...5arece bom, mas acho que a poeira não vai fazer muito bem ao vestido

vermelho.

3 em razãoC *u não havia pensado nisso 3 terei que lhe dar outro vestido, umapropriado para via%ens. 5ode arran<ar al%o no estilo em seu est?dio, Dan#

3 &em d?vidaC3 *sperem a!C /oc>s acham que uma dançarina de saloon desmaiaria se um

bandido che%asse perto dela# $ que quero dizer - que essas mulheres levavam uma vidabastante dura...

3 De fatoC *u não havia pensado nisso. Dro%aC 1ostei da parte do desmaio.3 2ão tem problema 3 interveio Dan. 3 Abby não tem que ser necessariamente

uma dançarina de saloon nessa cena. 5ode representar a esposa de um cavalheiro, e eudei4o de lado o persona%em do DFndi para me transformar num homem comum daquela-poca.

 Após refletir por al%uns instantes, Eim concordou.3 5erfeitoC $ que voc> acha, Abby#3 &entirei falta de usar o vestido vermelho 3 confessou ela, num s?bito ataque de

espontaneidade, que a dei4ou embaraçada.3 2esse caso, podemos alternar as cenas. Im dia representaremos a cena da

dili%>ncia, no outro, a do tiro.3 Acho ótimo, Dan. * voc>, Abby#3 oncordo que ficaria bom 3 apressou;se em declarar, aliviada por saber que não

precisaria dei4ar de representar a dançarina do saloon.3 Gesolvido, entãoC Dei4arei que voc>s discutam os detalhes com 'art, mas não

esqueçam que ele est de fol%a ho<e. Alis, seria bom se voc>s conversassem um poucomais a respeito, antes de falarem com ele. A%ora, com licença, que o dever me chamaC At- mais tarde.

 Apesar de relutante em abandonar a se%urança do escritório de Eim, Abby notou quenão lhe restava outra sa!da.

3 2ós o dei4aremos em paz 3 afirmou Dan, com um sorriso malicioso que foiretribu!do pelo %erente.

 Apressando o passo, Abby rumou para a porta, tentando impedir que Eimpresenciasse suas primeiras palavras a sós, com Dan.

3 *i, onde vai com tanta pressa# ue tal tomarmos o des<e<um <untos# 3per%untou Dan, um brilho sedutor no olhar.

3 *st na hora do almoço 3 retrucou ela, nervosa.3 *u sei. as por al%uma razão misteriosa, dormi at- mais tarde ho<e. 3 'ai4ando

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

a voz, acrescentou0 3 Jma%inei que o mesmo houvesse acontecido com voc>...3 * aconteceu. as tomei o des<e<um antes de vir para c. Dan franziu as

sobrancelhas e meneou a cabeça, assumindo uma e4pressão teatral.3 *stou desapontado... *scute, beleza, venha comi%o at- o meu est?dio.&ua tentativa de parecer mau carter estava realmente en%raçada, e Abby não p9de

evitar um sorriso.3 /enha ao meu est?dio, belezinha. enho um presente para voc>.3 $ra, Dan, fale s-rio...3 *stou falando s-rio, Abby 3 afirmou ele, mudando o tom da voz. 3 5recisamos

arran<ar um tra<e novo para voc>, al%uma coisa que combine com uma via%em nadili%>ncia...Ademais, quero que ve<a o que fiz com uma de suas fotos.

3 E sei. /oc> desenhou um bi%ode com esfero%rfica.3 Acha que eu assassinaria uma obra de arte# omo ousaiP falar em tamanha

atrocidade#3 *ntão me conte o que fez.3 De <eito nenhumC Dei4e de ser impertinente e venha ver por si mesma. 2ão

pretendo estra%ar a surpresa...Jntri%ada, Abby se%uiu;o ao lon%o da rua, rindo de seus omentrios espirituosos.3 /ire;se de costas 3 pediu ele, assim que che%aram @ porta. 3 onte at- trinta

antes de entrar. uero ir na frente para ver sua reação, certo#3 erto.$ coração de Abby disparou. $ que ser que Dan estava aprontando# Devia ser 

al%o muito importante para faz>;lo a%ir daquela forma. Após contar at- trinta, Abby abriu a porta, estacando @ entrada, paralisada de susto.

*ra como se estivesse se olhando no espelho. A %aleria de fotos desaparecera, e umretrato dela, em tamanho natural, substitu!a os demais.

5ara completar, a cópia estava luminosa, e o vestido vermelho resplandecia,contrastando com a pele clara dos seus seios seminus.

3 DanC 2ão tenho palavras. *st tão...*le sorriu, radiante.3 udo bemC 2ão se preocupe, porque vou lhe dar esta cópia.3 ue lhe deu na cabeça para fazer uma coisa dessas#3 2ão sei. :oi inspiraçãoC3 Dan, fale s-rio.3 $ra, fiz porque me deu vontade. /oc> - uma mulher muito bonita e merece essa

homena%em. Abby sentiu que as l%rimas lhe subiam aos olhos.3 /oc> - um louco,

3 +ó%ico que sou. /oc> tamb-m -, e isso - maravilhosoC *u sou louco por voc>, evoc> - louca por mim.3 2ão a esse ponto. &e<a razovel, DanC $ que as pessoas vão pensar quando

virem um retrato meu deste tamanho#3 5ensei em fazer um de mim tamb-m. 5oder!amos us;los como propa%anda, ou

dei4ar que o 'art os usasse como alvo.3 Dan Een(ins, voc> - incorri%!velC *sta coisa ainda vai lhe trazer aborrecimentos.3 De <eito nenhumC /ai ficar a!, direitinho, sem nenhum problema. Atravessando o espaço que havia entre eles, Dan foi at- ela.3 /amos, Abby, que houve com voc># 5arece diferente ho<e, distante de mim.3 +ó%ico que estou diferente. Depois de tudo o que aconteceu ontem @ noite.

3 as eu pensei...esperava que... 3 fez uma pausa, incapaz de formular seuspensamentos em palavras. 3 * nossa amizade#

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

3 2ão tenho certeza, Dan. *u...foi muito bom, mas preciso de tempo. empo parapensar sobre tudo isso.

3 *u compreendo, Abby. 2o entanto, tempo - e4atamente o que não temos.+embra;se# &eu contrato tem curta duração e então tudo estar acabado, inclusive nós.5or favor, dei4e;me ir at- seu trailer esta noite, ou prefere ir ao meu#

 Abby hesitou, o dese<o travando uma rdua batalha contra o medo. 5or um lado,sentia vontade de estar com ele. Alis, naquele momento, o que mais queria era atirar;seem seus braços e sentir o calor daquelas mãos fortes e poderosas.

 Ao mesmo tempo, sabia que precisava a%ir com bom senso e refletir sobre ascoisas. $s sentimentos que nutria por ele eram fortes e mais poderosos do que odese<vel.

 Abby virou;se e apro4imou o rosto do dele. *m se%uida, seus olhos detiveram;senos lbios msculos.

3 5or favor, Dan, tenha paci>ncia comi%o. *u simplesmente não possoC tudomuito prematuro e preciso ir deva%ar, dentro de meu próprio ritmo, compreende#5or um lon%o momento, ele a fitou nos olhos, um misto de ternura e pai4ão na

e4pressão. *ntão, dei4ou escapar um suspiro P profundo.3 ento compreender, Abby. as não posso evitar a sensação de que estamos

desperdiçando um tempo precioso. Im tempo que nunca mais voltar.3 &into muito.3 *st bem. as...Dei4ando escapar um %emido abafado, ele a prendeu nos braços. A tensão se4ual

entre eles crescera bastante desde o momento em que se haviam encontrado noescritório de Eim, e ela não tentou escapar dos seus bei<os, nem da sensação que eles lheprovocavam.

3 5reciso trabalhar a%ora 3 declarou, quando ele afastou a cabeça, após um bei<olon%o e apai4onado.

3 E compreendi. 2ão dese<o pression;la Abby, e %aranto que isso não aconteceroutra vez.

Depois de uma pausa para respirar fundo, acrescentou03 2a semana que vem, no dia de minha fol%a, pretendo visitar o museu da idade

5erdida. + e4iste al%umas peças que foram confeccionadas por uma civilização queviveu h mil>nios. muito interessanteC 1ostaria de vir comi%o#

3 1ostaria muito, Dan.3 $bri%ado. 'om, acho que est na hora de voltarmos a trabalhar.

%APÍTU5O 4III

2a semana que se se%uiu, Abby via Dan com freqH>ncia, e ambos passavam horasdiscutindo a nova cena com 'art.

3 Acho uma pena atrelarmos os cavalos por tão pouco 3 comentou 'art,

pensativo. 3 alvez pud-ssemos incrementar a cena e us;los mais.3 $ que acha de levarmos as crianças para uma volta de carrua%em# 3 su%eriu

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 Abby.3 alvez. /ou conversar com o chefe primeiro.3 Acho que 'art não poderia faz>;lo, Abby. *le representa o bandido, lembra;se#3 +ó%icoC as outra pessoa poderia.3; *st certo. *4iste al%u-m por aqui que poderia levar as crianças para andar de

carrua%em#3 /rias pessoasC3 *ntão, estamos combinados. A semana havia che%ado ao meio quando apresentaram pela primeira vez aquelas

inovações. Abby usava um vestido verde;oliva, com blusa branca, casaquinho e chap-ude via%em. Depois de fazer os ?ltimos retoques em sua toalete, ela foi mirar;se noespelho.

1ostava daquele tra<e e tamb-m daquele papel. uando viera a $ld /e%as, nempassara por sua cabeça que teria oportunidade de representar. * embora soubesse queaquelas cenas em nada a<udariam seu trabalho com o folheto, <amais divertira;se tanto.

5e%ando a bolsa preta que Dan escolhera para ela usar com aquele vestido, Abby

analisou que tudo que ele fazia era perfeito. &em d?vida, Dan era dono de umaautoconfiança !mpar.

2aquele per!odo, ele mantivera a promessa de não pression;la e mostrara;se %entilcada vez que a encontrava, embora nunca mais tivesse tentado bei<;la. 2em mesmodurante as cenas do saloon, para tristeza de Abby, que sentia falta daquele contato.

&aindo do trailer, Abby fechou a porta atrs de si e diri%iu;se para a dili%>ncia que aa%uardava. K bol-ia do ve!culo, um <ovem sorria. *ra o mais novo inte%rante do elenco.

 Ao v>;la, Dan saltou. /estia sobrecasaca preta, camisa de colarinho alto e babadosnos punhos, botas pretas impecveis e um chap-u ele%ante.

 Após fit;la por uma fração de se%undos, ele falou03 /oc> est adorvel, Abby. $ vestido ficou muito bonito em seu corpo.3 $bri%ada. $ m-rito cabe a voc>, que o escolheu. Alis, voc> faz tudo bem.al pronunciou as ?ltimas palavras, Abby sentiu;se embaraçada. 5ercebeu um

brilho de surpresa nos olhos dele, mas por sorte não houve resposta para o conviteimpl!cito em sua declaração.

3 5osso a<ud;la# 3 ofereceu;se ele, %entil.3 &im. 5or favor. Amparando;a com uma das mãos, Dan au4iliou;a a entrar na dili%>ncia. *m se%uida,

deu a volta, contornando o ve!culo, e acomodou;se ao seu lado.3 udo pronto#Q Acho que sim. *u não esperava começar uma carreira nova quando vim para c.

3; /oc> não se sente nervosa, não -#3 Im pouco. /oc> não#3 &im...as não por este motivo 3 disse finalmente. 5ressentindo o peri%o, Abby

resolveu não prolon%ar o assunto e manteve;se em sil>ncio.3 +embra;se da via%em que combinamos fazer amanhã para o museu da idade

5erdida#3 &im, lembro 3 respondeu Abby, a pulsação acelerada.3 Ainda quer vir comi%o#3 &im, Dan.3 BtimoC 5artiremos por volta do meio;dia.2esse instante, a dili%>ncia começou a andar e deu um solavanco que <o%ou Abby

para cima de Dan. 5reocupado, ele a amparou, e, por um breve momento, Abby tevecerteza de que iria ser bei<ada. 2o entanto, Dan limitou;se a a<ud;la a sentar;se outra

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vez. Após a%radecer, Abby endireitou o casaco e o chap-u. A%ora, a dili%>ncia se%uia num ritmo suave, e o <ovem que os conduzia, embora

fosse novo, parecia ser um bom profissional.5ouco adiante, advertidos pela voz que soara pelo alto;falante convidando;os a

assistir a nova cena, os turistas haviam se a%lomerado ao lado da cantina. rianças eadultos estavam com os olhos ansiosos e foram lo%o avistados por Abby. Assim que a dili%>ncia parou, Dan abriu a porta e a<udou;a a descer.3 'em, aqui estamos 3 disse ele, fazendo um %esto amplo com as mãos. 3 ue

acha do nosso novo lar#J%norando a presença dos turistas, Abby relanceou um olhar avaliador ao redor.3 5arece uma cidadezinha simptica. *spero que se<amos felizes aqui.3 /amos serC 2unca mais voltaremos para o +este. De repente, um %alope de

cavalo interrompeu a conversa.'art sur%iu, montado. Assim que parou diante deles, o falso bandido desceu do

cavalo e pe%ou a arma.

3 5aremCom apar>ncia chocada, Abby e Dan levantaram as mãos.3 5asse as <óias 3 pediu 'art, indicando o reló%io de ouro de Dan.5or um momento, tinha;se a impressão de que Dan fosse rea%ir, mas lo%o ele

começou a tirar o reló%io.3 * esta beleza aqui, o que tem de valor para me dar# 3 per%untou 'art, diri%indo;

se a Abby.3 2ada 3 respondeu ela, a voz tr>mula.3 *ntão, d>;me um bei<o 3 insistiu ele, o revólver na mão.2a seqH>ncia, ela caiu na areia, os olhos fechados, simulando um desmaio.De olhos fechados, ouviu 'art e Dan discutirem. $ revólver de 'art estava ca!do no

chão, e Dan abai4ou;se ao lado dela para v>;la.3 Abby 3 murmurou ele, uma nota de preocupação real na voz. Abrindo os olhos, ela passou a mão sobre a testa no %esto combinado. 2otou que a

e4pressão de Dan era bastante preocupada e tratou de tranqHiliz;lo, lembrando;o comum olhar de que tudo não passava de uma farsa.

1entil, Dan colocou um dos braços em suas costas, e o outro sob as pernas,levantando;se com ela.

3 *stou bem. Acho que posso andar 3 protestou Abby, conforme o te4to.3 2ão. *u a carre%arei l para dentro, para voc> descansar um pouco.*nquanto era carre%ada por aqueles braços musculosos, Abby e4perimentava uma

%ama de emoções diferentes. 2ão resistindo @ tentação, aninhou;se contra o peito dele,deliciando;se com o calor que emanava de seu corpo.Durante a semana inteira, ela esperara pelo momento em que seria apertada

naqueles braços fortes e sentiria o calor do corpo dele contra o seu, reavivando em suamemória a sensação de intimidade e aconche%o que e4perimentara naquela noite.

Q *squecida da multidão, Abby limitava;se a pensar em Dan e nos pró4imosmomentos. &er que ele a bei<aria antes de coloc;la no chão#

Jnte%rando;se ao espetculo, a multidão deu passa%em para que eles entrassem nacantina, e uma meia d?zia de curiosos entrou atrs, a fim de verificar o fim da cena.

 Abrindo a porta de uma das salas com o p-, Dan levou;a para um c9modo isolado,lon%e dos olhares curiosos.

5or um lon%o momento, ele permaneceu de p-, se%urando;a nos braços. Abbysentia que o bei<o que tanto dese<ava estava prestes a acontecer e espantou;se quando,

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num movimento suave, Dan colocou;a de p-.3 Acho que nos sa!mos bem, não#entando controlar o coração descompassado, Abby apenas sacudiu a cabeça num

%esto afirmativo.3 /oc> prefere a outra cena#

3 2ão sei. 1osto do vestido vermelho. as %osto deste tamb-m.3 Ambos se a<ustam bem a Ima determinada Abby 3 disse Dan, sorrindo. 3 /oc>- perfeitaC

3 $ra, Dan...3 *stou falando s-rio. &abe o que - que todo homem quer# Ima mulher que re?na

duas caracter!sticas aparentemente opostas, a%indo como uma dama na rua, e como umdiabo na cama.

orando diante dessa indiscrição, Abby apro4imou;se dele ainda mais.3 'om, se eu não sair daqui, vou acabar esquecendo a promessa que lhe fiz. 3

murmurou ele, rumando para a porta. 3 5e%arei voc> amanhã, por volta de meio;dia emeia, certo# melhor almoçarmos aqui e <antarmos em +as /e%as mesmo.

3 *st bem, Dan. *u o esperarei.3 Btimo, at- mais tardeC melhor eu não forçar muito a sorte 3 concluiu, um

sorriso malicioso nos lbios. Assim que se viu sozinha, Abby afundou;se em uma poltrona. Aquela sala deserta

era um lu%ar ideal para ela refletir um pouco.2o dia se%uinte, completaria uma semana que tinham passado uma parte da noite

 <untos. * quase duas, que ela encontrava;se em $ld /e%as, trabalhando. *m breve,concluiria sua missão e voltaria para 5ittsbur%h.

2aquele meio tempo, por-m, havia Dan e a proposta que ele lhe fizera. Abby tentavapensar no assunto com ob<etividade, admitindo que havia uma %rande atração entre eles.Depois, Dan era uma companhia a%radvel, e a vida lhe parecia mais divertida ao ladodele.

laro que não era o tipo de homem com o qual Abby se casaria. Afinal, desconheciao passado dele por completo e che%ava at- a desconfiar de que Dan fosse um <o%ador compulsivo, um esban<ador.

as o que si%nificava isso, se ela não buscava uma companhia fi4a, nem pretendiacasar;se# &er que teria mesmo al%uma importFncia saber onde ele nasceu e quantosirmãos possu!a#

+embrando;se de que dispunham de apenas umas poucas semanas para ficarem <untos, Abby sentiu um aperto de tristeza no peito. uando che%asse a hora da partida elairia sofrer por afastar;se de Dan. * não havia d?vidas de que ela partiria só...

2o entanto, a questão concreta a%ora era definir o que dese<ava fazer naqueleintervalo de tempo. 5retendia virar as costas para Dan e evitar a intimidade de contato#&er que essa atitude facilitaria a hora da despedida# laro que a resposta era não. 5elocontrrio, se não aproveitasse aquela oportunidade, poderia lamentar;se pelo resto davida.

5or outro lado, e se ela cedesse ao convite dele e partilhassem da mesma cama#2ãoC *ssa tamb-m não era uma solução que fosse ao encontro de seus interesses.

*m um m>s, ele se tornaria importante demais em sua vida, e quando che%asse omomento da separação, tudo seria para Abby como um novo divórcio, um sofrimento queela preferia evitar.

*ntão qual seria a resposta# inha de haver uma solução alternativa, al%o que

representasse um meio;termo. uem sabe encontrar;se com ela uma vez por semana emal%um quarto de motel#

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

De qualquer modo, haveria lembranças bastante an%ustiantes. as quando sa!ssepara trabalhar em outro pro<eto, Abby encontraria um novo ami%o e aprenderia ainda maissobre si, atrav-s dele. 2ão era assim que funcionava aquela filosofia de vida# Abrir;se ae4peri>ncias novas, trocar de parceiros e crescer com eles#

%APÍTU5O I6

2o dia se%uinte, ao meio;dia, Abby começou aprontar;se. s v-spera trabalhara at-altas horas da noite e levantara;se cedo pela manhã, a fim de trabalhar mais um pouco. $folheto estava quase todo esboçado, precisando apenas de al%uns retoques finais. * o

arti%o da 1uia ur!stico tamb-m se encontrava adiantado. 1raças a isso, ela continuavadentro do crono%rama, o que lhe permitiria aproveitar aquele dia na companhia de Dan.

/estindo calça verde;malva, blusa clara e alpar%atas verdes, ela se p9s a escovar oscabelos. $ dia estava quente e talvez fosse uma boa id-ia prend>;los num coque.

orando, ela se lembrou de que, na ?ltima vez em que sa!ra com Dan, ele soltaraseus cabelos e os dei4ara livres sobre os ombros.

 Apesar dessa recordação, ela pe%ou um elstico colorido, fez um rabo;de;cavalopara combinar com a roupa descontra!da e passou um pouco de sombra em torno dosolhos e um batom claro nos lbios.

Dese<ava passar um dia e uma noite a%radveis com Dan, porque quando seseparassem, ela teria de esperar at- a semana se%uinte para tornar a encontr;lo.

rinta minutos depois, ela ouviu o barulho do ustan% se apro4imando e, emse%uida, uma batida leve na porta. Ao abrir, deparou com Dan vestido numa calça be%e ecamisa pólo marrom.

2o mesmo instante, Abby sentiu uma onda de dese<o espalhar;se por seu corpo. 5or um momento rpido, quase considerou a possibilidade de esquecer seus planos econvid;lo a entrar em seu pequeno quarto. om esforço, por-m, conse%uiu controlar;se.

3 5ronta# 3 per%untou ele, sorrindo.Disfarçando a própria perturbação, Abby respirou fundo.3 &im.3 /oc> est muito bonitaC

3 $bri%ada, Dan 3 a%radeceu, um tremor de dese<o na voz. $ que a levaria adesconcertar;se tanto diante da presença dele# Admitia que Dan era atraente, comaqueles ombros lar%os e o corpo musculoso, mas ela < conhecera outros homensatraentes na vida e nunca se dei4ara afetar.

Dan estendeu uma das mãos para a<ud;la, e ela descobriu;se aceitando aquelacortesia com naturalidade. endo descido o ?ltimo de%rau, para sua surpresa, ele não asoltou, nem Abby fez qualquer tentativa nesse sentido.

uando che%aram diante do trailer, Abby reparou que o ustan% fora lavado ebrilhava ao sol.

3 )um, seu carro est bonito 3 elo%iou, apontando para o automóvel.3 +avei;o para sair com voc>.

3 $bri%ada Dan...$ museu fica lon%e#3 2ão muito. Acho que voc> %ostar do passeio. $ deserto - bonito.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

3 *stou ansiosa para conhecer o museu. ) quanto tempo e4iste#3 2ão tenho certeza. as al%umas peças foram feitas muito antes de risto. $s

povos que habitavam o deserto < e4istiam h cerca de dez mil anos, sendo os nasazi osmais anti%os.

3 anto tempo assim#

3 AhanC A princ!pio, essas tribos eram n9mades e viviam ao ar livre, ou usandoabri%os naturais. :icaram famosos pelas cestas que confeccionavam com sal%ueiros ei?ca.

3 uando os !ndios puebolos começaram a construir suas casas de lama#3 +ama não. 5au;a;pique e ar%amassa de barro.3 ue - isso#3 *les faziam uma estrutura de estacas entrelaçadas e a revestiam com ar%amassa

de barro. 2o museu, h diversos e4emplos dessas construções. as, respondendo @ suaper%unta, nin%u-m sabe ao certo quando eles começaram a er%uer casas. $s primeirospuebolos viviam de frutas silvestres e da caça. açavam veados, coelhos e al%unsanimais que ho<e estão e4tintos, como os mamutes e os la%artos...

3 redoC ) %osto para tudo.3 * tinham muita t-cnica. Isavam o atlati uma esp-cie de torre para atirar as

lanças. &abe como faziam para matar os mamutes, que eram animais de %rande porte#3 2ão faço a menor id-ia.3 5arece que os !ndios puebolos foram influenciados pelas tribos do sul e

começaram a construir as próprias casas. Depois, o arco e a flecha substitu!ram o atlati.2essa -poca, eles plantavam milho, fei<ão e abóboras, nas terras pantanosas e f-rteisdas mar%ens do /ir%in Giver.

3 omo uma cultura tão desenvolvida desapareceu#3 2in%u-m sabe ao certo. :oi descoberto que, por volta de R6ST, a tribo havia

dei4ado o vale de /ir%in Giver, talvez devido @ fome, ou a al%uma doença. 5rovavelmente,foram para o sudoeste do Arizona e para o -4ico. ais ou menos no ano UTT, atin%iramo apo%eu e havia centenas de vilas espalhadas ao lon%o do vale, desde Varm &prin%sat- o /ir%in Giver, 5assaram a cultivar milho, al%odão, e4tra!am sal da terra e turquesas eusavam pedaços de ossos para <o%ar.

3 Ima cultura bem avançada, heinC 5elo que ve<o o <o%o começou cedo nessare%ião.

3 $s arqueólo%os afirmam que h vest!%ios da presença de um com-rcioestabelecido.

3 *les viviam em abri%os subterrFneos#3 2ão se sabe. Al%uns moravam em casas de pau;a;pique e ar%amassa ou ar%ila

cozida e costumavam usar os abri%os subterrFneos para %uardar seus utens!lios. Devido@ vida a%r!cola sedentria, fabricavam tamb-m lindas peças de cerFmica.3 2ossaC 5elo visto voc> sabe um bocado de )istória.3 /oc> não - a ?nica a ter fi4ação pelo passado. 1osto de pensar nesses lu%ares e

na história deles. $s paiutes che%aram @ re%ião em torno do ano RTTT e ficaram. &eusdescendentes ainda moram no sul de 2evada.

5or um momento Abby permaneceu em sil>ncio, pensando naquelas anti%as tribosind!%enas.

3 /oc> al%uma vez estudou sobre os !ndios# 3 per%untou Dan, interessado.3 2ão. as acho o assunto fascinante. 3 /irando;se para encar;lo, acrescentou0

3 :ico feliz por voc> ter me trazido.

3 *u tamb-m, Abby.$s olhos ne%ros a fitaram de modo penetrante, fazendo com que uma sensação de

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calor se espalhasse pelo corpo de Abby.3 Adoro aquele museu...e adoro tamb-m a id-ia de partilh;lo com voc>.om o coração descompassado, Abby mal podia conter a vontade de ser envolvida

por aqueles braços musculosos. 5or-m, isso teria de ficar para mais tarde...'alançando a cabeça, a fim de afastar aquele estado de letar%ia, Abby virou o rosto

e p9s;se a admirar o deserto. Al%arobos e sempre;vivas cresciam na re%ião, al-m dasmoitas de artem!sias e de al%uns cactos espalhados, formando u quadro de belezasin%ular.

/oltaram ao carro num sil>ncio a%radvel, próprio de duas pessoas que se sentembem <untas e não precisam se preocupar constantemente em conversar.

De repente, uma moita de cactos chamou a atenção de Abby que se deteve.3 /oc> entende de cactos# 3 Im pouco...5or qu>#3 *stou curiosa sobre al%umas esp-cies daqui.3 $nde# 3 per%untou, inclinando;se sobre ela e dei4ando nervosa com sua

pro4imidade mscula.3 Ali. K direita.

3 Ah, estou vendoC /oc> est falando daqueles com flor alaran<ada#3 JssoC3 &ão os famosos cauda;de;castor. $lhe só para o formato deles. 2ão parecem

mesmo a cauda de um castor#3 +ó%icoC5or uma li%eira fração de se%undo, ela se esqueceu da pro4imidade dele e inclinou;

se para ver melhor. 2o entanto, lo%o se retraiu, recuando.3 5or favor, Abby, não faça isso 3 pediu ele, com imensa ternura. 3 /oc> est tão

bonitaC 5arece uma %arotinha na noite de 2atal, com os olhos brilhando de ale%ria diantedos presentes.

3 1osto de aprender coisas novas. /oc> não#3 laro, principalmente quando estou seu lado. $ mundo parece diferente quando

estou com voc>, Abby.3 omi%o acontece o mesmo. Ao dizer isso, Abby ficou vermelha como um

pimentão e tentou abai4ar o rosto.5ercebendo sua intenção, Dan impediu;a, se%urando;lhe o rosto entre as mãos

fortes.Q 2ão se afaste de mim, querida. /oc> não tem que se enver%onhar. &e o mundo

parece melhor quando estamos <untos, melhor para nós.3 em razão, Dan. Ato cont!nuo, os lbios dele a bei<aram de leve, e, abraçados, ambos se diri%iram de

volta ao carro.Dando a partida, ele p9s o ve!culo em movimento.3 Acho melhor irmos lo%o ao museu, porque estou quase mudando de id-ia.&em responder, ela se limitou a sorrir, conservando os olhos fi4os na paisa%em.5ouco tempo depois, os dois che%aram ao museu.3 5u4aC Deve ser um forno aqui no verão 3 comentou Abby, tentando se prote%er 

do sol abrasador.3 * - mesmo.De repente, Abby se deu conta de que, quando che%asse o verão, ela < não estaria

em 2evada, o que a entristeceu.omo se compartilhasse de sua tristeza, Dan apertou;lhe a mão.

3 /enha...emos muita coisa para visitar.De mãos dadas, percorreram todo o museu, espantando;se com al%umas coisas,

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

teorizando sobre outras, encantados como duas crianças dentro de uma lo<a debrinquedos.

 Abby sentia;se radiante, viva e cheia de ener%ia. * essa sensação era causada pelasimples presença dele.

2um determinado momento, ambos pararam diante de uma le%enda que dizia

5etro%lifos.3 &abe o que - isto# 3 per%untou Dan.3 2ão. onte;me de que se trata.3 $s !ndios faziam inscrições nas rochas. Aquela fi%ura ali deve representar um

veado, a outra parece um cacto, e aquela ali - um 4is torto, dentro de um c!rculo...* at-ho<e, não se sabe o si%nificado de todas estas fi%uras. &e voc> quiser, podemos ir at- o/ally of :ire, onde h uma quantidade enorme delas.

3 *u %ostaria muito, Dan. 2in%u-m sabe por que os !ndios faziam estas inscrições#3 2ão. Al%umas devem encerrar um simbolismo reli%ioso ou formas de caçar.

ouviu falar das pinturas que foram encontradas nas cavernas da :rança ou da *spanha# Aquelas @s quais se atribui um si%nificado m%ico#

3 &im... ue t>m elas#3 Al%umas parecem mapas ou re%istros históricos e talvez contem histórias de

caçadores famosos. $utras podem representar sinais de identificação de clãs, pessoas oumesmo de fontes de %ua. De qualquer modo, o ?nico ponto em que os arqueólo%osconcordam - que não h acordo.

&orrindo, Abby entrelaçou os dedos nos dele.3 1ostaria que fosse poss!vel voltar ao passado atrav-s de um t?nel do tempo.3 5ara qu>#3 5ara conhecer esses lu%ares e saber como viviam seus povos. Daria um livro

maravilhoso.3 Im livro de arqueolo%ia#3 2ãoC Im romance.3 /oc> %ostaria de escrever um romance#3 +ó%icoC 2ão - o que todo escritor sonha fazer Im dia# as este tipo de romance

- muito dif!cil de ser escrito. omo poder!amos ter certeza sobre o que essa %entepensava# 2ão acha dif!cil#

3 laroC * sempre dif!cil se colocar no lu%ar de outra pessoa. as haveria umavanta%em em escrever sobre esta -poca...

3 ual#3 &e voc> estivesse errada, nin%u-m <amais iria saber, < que não - poss!vel provar 

nada e - tudo feito em cima de suposições. 3 Acariciando;lhe o rosto, acrescentou0 3

/amos ver as casas, a%ora#5ouco depois, ao visitar a fileira de casas, Abby espantou;se.3 2ossaC omo são pequenas.3 &im. alvez eles fossem pi%meus. as - certo que faziam a maior parte das

coisas ao ar livre. * com esse tipo de clima...3 em razão. As casas parecem mais quartos de depósito, não acha#oncordando, Dan inclinou;se para dar uma olhada pela <anela pequena de uma

delas.Distra!da, Abby passou o dedo sobre a superf!cie de uma parede. 3 *ntão, isto aqui

são as tais construções de pau;a;pique e ar%amassa de barro#3 orretoC 'om, che%a de )istória por ho<e. *st na hora de voltarmos @ cidade

para <antar, e pretendo lev;la a um lu%ar um pouco mais informal, onde a comida - ótima,3 $nde fica#

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

3 *ste - o ?nico problema. :ica pró4imo aos cassinos do :lamin%o )ilton. umrestaurante chin>s, que serve um fran%o com le%umes e castanhas de ca<u delicioso.

3 5ara mim, est ótimoC;2ão tenho nada contra os cassinos, apenas não os achoum passatempo interessante. Eo%ar não tem o menor atrativo para mim.

3 Al%umas mulheres t>m o <o%o nas veias e adoram o lu%ar. 3 2ão - o meu caso.

2ão entendo nada de <o%o, nem tenho vontade de entender.3 as não h <o%o no restaurante. um lu%ar muito quieto.3 $bri%ada, Dan. 1osto da preocupação que voc> demonstra por mim.3 5ois saiba que esse tipo de atitude só - constante quando se relaciona a voc>.3 2a minha opinião, voc> - uma pessoa atenciosa sempre. :az parte de seu <eito

de ser.3 Jsso apenas mostra como consi%o en%anar bem voc> 3 brincou ele, com uma

piscadela marota. Depois, assumindo um ar s-rio, completou0 3 &-rio, Abby. /oc>desperta o que h de melhor em mim.

* antes que ela tivesse tempo de contradiz>;lo, levantou as mãos, num %esto desil>ncio.

3 verdadeC 5or que eu haveria de mentir# Jsso faz parte do processo deaprendiza%em, parte das coisas bonitas que podem acontecer enquanto estivermos <untos. &er que al%o mais importa, al-m dessa disposição de não decepcionar aspessoas de que %ostamos#

%APÍTU5O 6

3 )um, que del!ciaC 3 e4clamou Abby, assim que terminou de comer. 3 *stousatisfeita.

3 ue bom 3 murmurou Dan, bebericando um %ole de ch de <asmim.3 ótimo variar de comida. 2ão que a da cantina se<a das piores, ms %osto de ter 

vrias opções 3 comentou ela, descontra!da.3 5ode dizer o que quiser, mas eu escolheria este lu%ar sempre que pudesse, por 

uma razão muito simples0 aqui posso ficar sozinho com voc>, sem que nin%u-m che%ueperto para nos importunar.

3 em razão. Apesar de nervosa, durante o dia inteiro, Abby esperara pelo momento de sair comDan e ouvi;lo formular o pedido que ele estava prestes a fazer.

3 Abby... quer que eu arran<e um lu%ar mais sosse%ado para nós#3 2ão sei... *u %ostaria, mas estou com um pouco de medo,Dan. enho receio de ficar muito dependente de sua companhia 3 confessou,

relutante.3 *ntendo, Abby...*ssa inse%urança - natural, mas voc> vai aprender a conviver 

com ela. uando for embora daqui, encontrar outra pessoa para me substituir, assimcomo eu encontrarei al%u-m para ficar no seu lu%ar. Ima mulher como voc> não terproblemas para se adaptar.

*n%olindo em seco, Abby procurava se convencer de que, se não quisesse umrelacionamento nos velhos moldes, teria de acostumar;se com aquela id-ia. 2ão havia

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

por que ne%ar;se o prazer da companhia dele, sobretudo se conse%uisse se%urar seussentimentos e mant>;los sob controle.

3 *st bem, Dan. oncordo 3 afirmou, sorrindo. &oltando um suspiro de al!vio,dei4ou que um brilho de ale%ria aparecesse em seus olhos.

3 $bri%ado, Abby. uito obri%ado.

Jrritada com a nota de %ratidão que havia nessas palavras, ela replicou03 /oc> não tem o que a%radecer. &er bom para mim tamb-m.3 *u sei. 2o entanto, fiquei preocupado durante a semana, ima%inando que talvez

voc> fosse recusar. Depois daquela noite... :oi tão bom para mim, mas depois de tudo oque voc> falou, fiquei inse%uro...Achei que talvez estivesse errado... eu não queria.

 Abby mal acreditava no que ouvia. omo era poss!vel que um homem atraentecomo Dan pudesse ficar tão inse%uro#

3 2ão, Dan. Aquela noite foi maravilhosa para mim tamb-m. * a! - que est oproblema. :oi maravilhosa demais...

3 2ão entendo... ual foi o problema então#3 :oi tão bom que fiquei assustada.

*nquanto falava, Abby percebeu que <amais usara de tamanha honestidade diantede um homem.

3 2unca aconteceu nada parecido comi%o 3 continuou. 3 tudo tão novo eestranho que estou com medo.

3 Abby, querida, voc> não sabe que eu <amais a ma%oaria# Dei4ando escapar umsoluço, ela meneou a cabeça.

3 2ão - voc>. &ou eu. 5reciso me acostumar com as re%ras do <o%o. :ica dif!cillidar com sentimentos como estes, quando se tenta coloc;los dentro de uma situaçãotemporria. alvez se<a fcil para voc> que < fez isso antes.

5or um momento, Dan fez menção de dizer al%uma coisa, mas interrompeu;se nomeio do caminho.

3 *ntendo sua linha de racioc!nio. *, de certa forma, sinto;me feliz por v>;laassustada. as não h nada que eu possa fazer. Do <eito que fala, entendo que est tudodentro de voc> mesma. 1ostaria de poder a<ud;la.

3 *u sei. A%ora, vamos embora, Dan.../amos para um lu%ar sosse%ado.:oram para um quarto de motel, i%ual a qualquer outro, mas Abby nem se

incomodou. oda sua mente estava concentrada em Dan, e seus olhos se%uiam osmovimentos %raciosos com que caminhava em direção ao aba<ur.

Depois de acend>;lo, Dan veio ao seu encontro e, fitando;a nos olhos, tomou;a nosbraços.

 2o instante se%uinte, seus lbios uniram;se num bei<o lon%o e terno.

 Arrepiando;se dos p-s @ cabeça, Abby er%ueu os braços e enlaçou;o pelo pescoço,iniciando uma car!cia insinuante em sua nuca.ada vez mais e4citada, pressionava o corpo fr%il contra o dele. *la o dese<ava de

maneira ardente, mas estava cansada do passeio lon%o que haviam acabado de fazer. Assim, quando suas bocas se separaram, ela se aninhou mais ao encontro do peito

msculo.3 Dan...3 &im, querida...3 :oi um dia muito cansativo. &into;me e4austa e %ostaria de tomar um banho.3 *u estava pensando na mesma coisa 3 disse ele, um brilho malicioso nos olhos

escuros. 3 /enhaC enho uma ótima id-ia...

3 *i, o que voc> vai fazer#3 /oc> não disse que queria um banho#

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

3 &im. as...3 2ada de mais. /oc> pediu um banho e - isso que vai ter.3 *u só queria tomar uma ducha.3 2ão faz muita diferença. Acho que a banheira - %rande o suficiente para nós dois.3 2ós dois#C

3 laroC *sperei por esta noite a semana inteira e não pretendo perder um minutosequer.uando deu por si, Abby < tomara a iniciativa de desabotoar;lhe a camisa, e4citada

com o fato de estar se revelando subitamente ousada.3 *st bem. as com uma condição... 3 murmurou, provocante.3 5eça o que quiser.3 Dessa vez, eu tiro sua roupa.3 5ensei que voc> nunca fosse pedir.Deslizando os lbios ao lon%o de seu pescoço, ele provocou uma sensação de

entorpecimento, que se irradiou por todo o corpo de Abby.3 $h. Dan...

Jnclinando;se sobre ele, continuou a desabotoar;lhe a camisa, dei4ando @ vista opeito musculoso, e abraçou;o, ao mesmo tempo em que atirava a peça de roupa sobreuma poltrona.

Depois de uma breve pausa, a<oelhou;se @ sua frente e descalçou;lhe os sapatos eas meias, enquanto ele a incentivava a prosse%uir naquela deliciosa e4ploração, atrav-sde suaves car!cias em seus cabelos.

 Ainda de <oelhos, Abby levantou a cabeça e começou a desabotoar;lhe o cinto, osdedos tr>mulos de dese<o.

uando o despiu da calça, ela lhe admirou as lon%as pernas durante al%unsmomentos, antes de insinuar um dos dedos por sob o elstico de sua min?scula cueca,retirando;a tamb-m. r>mulo, Dan a<udou;a a levantar;se e p9s;se a despi;la.

3 /oc> tem al%uns %rampos para prender os cabelos#3 2a bolsa. Atravessando o quarto de mãos dadas com ele, Abby pe%ou al%uns %rampos e

prendeu os cabelos, enquanto ele acabava de livr;la das roupas. Assim que a dei4ou nua, Dan inclinou;se e bei<ou os seus ombros nus.3 ue linda... em certeza de que quer tomar banho# *4perimentando uma

indescrit!vel e4citação, Abby resolveu prolon%ar aquele <o%o de prazeres.3 &im, Dan, quero um banho. /oc> vem#*m resposta, ele a conduziu pelo braço at- o banheiro e abriu a torneira de %ua

quente.

3 ue pena que não temos espuma de banho 3 resmun%ou Abby, a voz rouca.3 ue nadaC A espuma esconderia demais seu corpo, e %osto de v>;lo.Descontra!da, Abby sorriu e abraçou;o por trs, pressionando os seios contra as

costas dele.3; *ntre na %ua, por favor, princesa 3 pediu ele, trazendo;a de volta com

delicadeza,3 5ois não... milorde, vai me acompanhar# 3 brincou ela, com uma rever>ncia.3 Daqui a pouco...Acabo de perceber que vou trabalhar melhor aqui fora.3 rabalhar#C3 :oi apenas um modo de falar. &e a princesa permite dizer, quando dou banho,

faço questão de torn;lo ini%ualvel.

3 Ah, compreendo...5or um breve momento, essas palavras despertaram uma pontinha de ci?mes nela.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

om quantas mulheres ele < tomara banho antes# Após a<ud;la a entrar na deliciosa %ua perfumada, Dan pe%ou a espon<a de banho

e apro4imou;se.omeçou a ensabo;la pelo rosto com um cuidado quase maternal. *ntão, em

suaves movimentos circulares, a espon<a desceu em direção aos seus ombros e pescoço,

apro4imando;se cada vez mais dos seios. Ansiosa por aquela car!cia, Abby quase dei4ou escapar um %emido, mas conse%uiucontrolar;se, decidida a permitir que Dan a fizesse descobrir novos pontos de prazer.

Dei4ando de acariciar os seios dela, ele se p9s a esfre%ar;lhe os braços come4trema sensualidade.

Deliciando;se com aquele contato doce sobre sua pele nua, Abby descobriu que,%raças ao erotismo que Dan colocava nos %estos, partes de seu corpo que antespareciam desprovidas de qualquer sensibilidade a%ora vibravam, espalhando umacorrente el-trica por seu corpo.

3 /ire;se um pouco para eu lavar suas costas 3 pediu ele, mei%o. Assim que ela se debruçou sobre si mesma, Dan inclinou;se at- roçar;lhe a nuca

com os lbios e sussurrou03 ue costas bonitas.ompletamente rela4ada, ela se esqueceu do espaço e do tempo, enquanto Dan

percorria;lhe as costas com a espon<a, demorando;se em sua nuca e na curva da cinturaesbelta.

3 /ire;se de frente outra vez...om o olhar fi4o em seus seios intumescidos, ele se%urou com delicadeza uma das

suas pernas.3 inha princesa tem pernas adorveis. Abby sentia;se mais feliz do que nunca e, no fundo, dese<ava prolon%ar aquele

banho mais tempo que pudesse.&em demonstrar a menor pressa, ele massa%eou suas pernas e p-s, contornando

com a espon<a as curvas suaves das suas co4as bem torneadas.3 A%ora, as partes melhores...Dito isso, ele começou a esfre%ar;lhe a barri%a com movimentos va%arosos, que

quase a dei4aram louca, e foram subindo deva%ar em direção aos seios. A espon<a cobriu;lhe os mamilos intumescidos, fazendo;a estremecer. A espera

tornara a sensação ainda mais intensa, quase dolorosa...Depois, ele fez uma leve pressão num dos seus <oelhos, afastando;os, e deslizou a

espon<a de novo para a pele macia de sua barri%a, at- alcançar;lhe o ventre aveludado.2o limite da resist>ncia, ela semicerrou os olhos e dei4ou que espasmos de prazer 

lhe percorressem o corpo, mer%ulhando numa quase inconsci>ncia que a fazia a%arrar;sea Dan, os seios ri<os roçando contra o braço atl-tico, recoberto por sedosos p>los ne%ros.uando voltou a si, Abby viu;o sorrir de modo enternecido.3 /oc> acha que eu poderia arran<ar um empre%o como "profissional de banho#W 3

murmurou ele, a voz rouca.3 *m qualquer lu%ar que quisesse.Depois de bei<ar;lhe de leve o pescoço, Dan a<udou;a a levantar;se.3 A%ora - a minha vez...

%APÍTU5O 6I

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om lbios ressequidos, Abby viu;o levantar;se e entrar na banheira. A%achada dolado de fora, observou atentamente aquele corpo atl-tico como o de um Deus %re%o.

3 2unca tive uma criada particular. Deve ser delicioso 3 brincou ele, assumindo

ares de nobreza.om o coração acelerado, Abby quase %ritou de ale%ria ao descobrir que aquelaseria a primeira vez que uma mulher lhe daria banho.

3 *spero que meu amo %oste do trabalho de sua serva 3 brincou ela, com fin%idahumildade.

3 :aça um bom serviço, escrava, e receber uma recompensa 3 disse ele, numtom que pretendia ser s-rio, mas acabou saindo meio debochado.

3 $ meu amo faria a %entileza de fechar os olhos# Aquela era uma e4peri>nciaerótica estranha, pensou Abby, inclinando;se sobre a banheira.

/endo;o de olhos fechados, sentia;se mais @ vontade para e4aminar aquelas feiçõesque, por muito tempo, iam permanecer %ravadas em sua memória.

De repente, ela começou a massa%e;lo com a espon<a, deliciando;se com aconstatação de que aquela pele bronzeada ficara toda arrepiada de e4citação.

+evantando uma das mãos, Dan p9s;se a acariciar;lhe os seios arredondados, osdedos hbeis roçando em seus mamilos intumescidos.

&uspirando de prazer, Abby de teve;se por um momento e fechou as plpebras,concentrando toda sua atenção naquele carinho.

omo ela houvesse parado de ensabo;lo, Dan fin%iu;se zan%ado.3 as que escrava atrevidaC 5recisa aprender a me respeitar.3 *u, meu amo# 3 per%untou Abby, uma e4pressão maliciosa no rosto.3 E vou dar um <eito nisso...Dito isso, pu4ou;a para dentro da banheira, fazendo;a deitar;se sobre seu corpo, os

seios pressionando seu tóra4 lar%o e as pernas macias entrelaçadas @s suas.3 Assim est melhor...muito melhor. as, antes, voc> precisa acabar o seu

serviço...obriu;lhe a boca com um bei<o impetuoso, que a dei4ou ofe%ante.3 assim que eu %osto. *ssa foi uma boa demonstração de respeito. A%ora, de

 <oelhos, e volte ao trabalho. rate de não demorar.3 &im, amo.*mbora estivesse no limite da e4citação, Abby não queria parar a brincadeira,

porque de certa forma aquilo os unia al-m do dese<o f!sico. Após ensabo;lo por inteiro, dei4ou;se abraçar pela cintura, deliciando;se com o

contato das mãos fortes fechadas em concha ao redor dos seus seios. *ntão, seus lbiosuniram;se num bei<o lon%o e, quando enfim se separaram, ela respirou fundo,sussurrando0

3 Ainda... ainda não lavei as suas costas. Gelutante ele a dei4ou afastar;se.3 laro, escrava. Acabe seu trabalho. :ique de <oelhos. /oltando @ posição inicial,

 Abby tornou a pe%ar a espon<a, no mesmo instante em que ele <o%ava um bei<o.3 *st indo bem, menina.*nquanto o ensaboava, ela se p9s a ima%inar mil e uma coisas e traçou com a ponta

dos dedos uma linha ao lon%o de sua espinha, sorrindo ao ouvi;lo %emer bai4inho. Derepente, num %esto impulsivo, lar%ou a espon<a e abraçou;se a ele, colando os seios emsuas costas.

3 &im, amo.Dese<ando fundir;se por inteire @quele corpo musculoso, estremeceu quando ele a

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

virou para si e, saindo da banheira, tomou;a nos braços fortes. Assim que che%ou no quarto, ele a depositou no chão com delicadeza. *m se%uida,

a<udou;a a secar;se com uma toalha felpuda e voltou a pe%;la no colo, levando;a at- acama.

3 A%ora, serva, a sua recompensa 3 murmurou, fitando;a nos olhos.

3 $h, sim, meu amo.2um movimento rpido, ele se deitou ao seu lado, abraçando;a.3 ue mais voc> sabe fazer, escrava#3 $ que meu amo dese<a#3 Dese<o que voc> me a%rade. &abe como a%radar a um homem#3 &im, amo. &e me permite...3 em minha permissão.om os olhos semicerrados, Abby inclinou;se e, com a ponta da l!n%ua, começou a

traçar um rastro de fo%o naquele corpo atl-tico.5ercorreu deva%ar seu pescoço, os ombros lar%os, o peito musculoso. Deteve;se

nos pequenos mamilos at- faz>;lo %emer. *squivou;se dos quadris estreitos, bei<ando

primeiro as pernas e as co4as musculosas. 5or fim, iniciou uma doce e lenta, tortura emseu quadris, rumando em direção ao membro intumescido, onde se demorou at- que Dancomeçasse a se contorcer, descontrolado.

*ntão, percebendo que ele < não dominava as próprias reações, recomeçou a bei<;lo em todas as partes do corpo.

3 Abby, por favor...&em dar atenção aos seus %emidos, ela se deitou sobre ele, er%uendo li%eiramente

o tóra4, comprimiu o ventre contra o dele, sentindo;se cada vez mais e4citada.Depois, dese<ando prolon%ar ao m4imo aquelas sensações, tornou a deitar;se

sobre Dan, roçando os seios no peito dele, ao mesmo tempo em que murmurava, comvoz rouca, ininteli%!veis palavras ao ouvido de Dan.

r>mulo, Dan inverteu as posições e ficou por cima dela, fitando;a com os olhosescuros de dese<o.

3 *u o satisfiz, meu amo#3 &im. /oc> me satisfaz assim.&em concluir a frase, ele repetiu em Abby as car!cias que ela lhe fizera, levando;a a

beira da loucura.3 2ão me provoque, Dan 3 murmurou, no momento em que os lbios msculos

abandonavam o interior de suas co4as macias para acariciarem os mamilos ri<os.3 5or favor, Dan...possua;me a%ora... Arqueando os quadris, ele a fez entreabrir as pernas e penetrou;a.

*stavam unidos, e seu corpo movia;se sob o dela com uma !ncontrolvel ur%>nciade consumar o prazer.$ndulando os quadris, Abby tentava trazer Dan para mais dentro de si e abraçva;

se a ele em quase desespero.*m poucos se%undos, um %emido rouco escapava dos lbios dele, denunciando que

os dois haviam atin%ido o cl!ma4 <untos.Demorou muito para que a respiração deles voltasse ao normal. 2o entanto, quando

isso aconteceu e ele ameaçou levantar;se, Abby abraçou;o de imediato, mantendo;osobre si. 2e%ava;se a perder aqueles ?ltimos momentos de paz e queria intensificar ocalor causado pela simples presença de Dan.

*ra a%radvel sentir o peso daquele corpo msculo e Abby estava feliz por poder 

não pensar em nada, desfrutando apenas daquela maravilhosa sensação de plenitude.Depois de al%um tempo, ele se deitou ao seu lado, e abraçando;a sussurrou;lhe ao

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

ouvido.3 Detesto perder o contato com voc>...5ensei em voc> durante a semana inteira.3 *u tamb-m.3 /oc> me dese<ou#3 &im.3 *ntão, por que me p9s de lado#

3 E lhe disse0 eu estava com medo.3 * a%ora#3 A%ora continuo apai4onada.3 2ão quero que voc> sinta medo de mim...não pense no futuro. /iva o momento.

2ão importa quais se<am nossos pensamentos, promessas ou e4pectativas, o presente -tudo que temos. :ique comi%o a%ora e viva este momento.

&em d?vida, havia uma boa quantidade de verdade no que ele dissera. * Abby nãopretendia perder a beleza da vida por causa do medo. 5elo contrrio, iria viver intensamente cada se%undo daquela noite.

3 /oc> concorda, Abby# 3 &im, Dan, sim...3 Btimo 3 disse ele, rolando sobre ela, um brilho malicioso nos olhos. 3 $h, Abby,

quero voc> outra vez e mais outra e mais outra.3 +amento desapont;lo, mas não sei como poder!amos repetir a dose dentro de

um mesmo momento.3 :elizmente, os momentos se movem. * a%ora, < estamos em outro. *ntão, viva;o

comi%o.3 * quando tivermos descansado haver outros momentos#3 &im. . 2ão %osto de desperdiçar nenhum momento. Ato cont!nuo, seus lbios uniram;se num bei<o ardente, e Abby tornou a entre%ar;se

de corpo e alma ao ?nico homem que sabia satisfaz>;la.2a manhã se%uinte, o dia acabava de clarear quando os dois voltaram a $ld /e%as,

imersos num sil>ncio a%radvel. Abby nunca se sentira tão completa e feminina comonaquele instante em que se encontrava sentada ao lado dele, a cabeça repousando emseus ombros fortes.

 Assim que che%aram ao ptio dos trailers, Dan saltou do carro e foi abrir a portapara ela descer. A temperatura estava li%eiramente bai4a, e ela tremeu de frio.

3 *u devia t>;la lembrado de levar um a%asalho.3 2ão tem importFncia. E vou entrar.3 Abby...3 ele se interrompeu, dei4ando transparecer nos olhos um pedido.3 2ão, Dan. 2ão vou convid;lo a entrar. ente compreender... 5assei a noite inteira

ao seu lado. A%ora preciso ficar só.3 em medo do que as pessoas vão falar#

3 alvez...3 &e voc> pretende adotar esse padrão de comportamento, precisa assumir suasconvicções e or%ulhar;se delas.

3 *u me or%ulho. Apenas não tenho certeza de que esta sou eu. 5reciso detempo...

3 empo - tudo que não temos, mas não quero pression;la. /oc> deve descobrir oque dese<a. 3'ei<ando;a de leve na testa, acrescentou0 3 'oa noite...

3 'oa noite, Dan.

*mbora tivesse !mpeto de abraç;lo e bei<;lo uma ?ltima vez, Abby cruzou as mãosatrs de si e conteve;se, observando;o diri%ir;se de volta para o carro. &ó então, abriu o

trailer e entrou no quarto que, de repente, lhe pareceu frio e vazio,...

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

&atisfeita com sua apar>ncia, pe%ou a bolsa a tiracolo, calçou as sandlias de saltobai4o e apro4imou;se da mesa onde se encontravam suas anotações. inha que haver uma forma de reunir todas as id-ias em torno de um mesmo ponto...5or mais que olhasseas fotos, por-m, ela não conse%uia se inspirar.

 Ainda estava l, com a mão sob o quei4o, quando um barulho de motor anunciou a

che%ada de Dan.3 $l, Abby 3 cumprimentou ele, assim que a porta foi aberta.3 $l, Dan.3 5ara não variar, voc> est linda. 3 /oc> tamb-m est muito atraente.Dan soltou uma risada %ostosa, divertido com a e4pressão;embaraçada de Abby.3 /oc> passou pelo /alley of :ire quando veio para c da outra vez#3 2ão sei ao certo.3 5ensei que voc> tivesse vindo aqui no ano passadoC3 verdade. as não me lembro de muita coisa. Acho que eu estava em choque, e

a tranqHilidade de $ld /e%as era só o que interessava.3 /oc> deve ter sofrido muito.

3 De fato 3 concordou Abby, entristecendo;se @ medida que se lembrava dopassado. 3 2a -poca, descobri o que si%nificava "levar o fora". as isso < passou.

Durante um momento, Dan permaneceu em sil>ncio, cabisbai4o.3; 2ão sei se devia lhe dizer isso, mas vou faz>;lo porque me preocupo com voc>

como ser humano.3 ue foi# 3; 2ão sei se passou, Abby. Desconfio que suas feridas continuam doendo...*stou

tentando ser ob<etivo, e afinal não %anho nada em querer a<ud;la a superar esse medoterr!vel de se comprometer com al%u-m...2ão busco um relacionamento permanente nomomento, mas pode ser que eu o queira um dia.

omo ela não respondesse, Dan fitou;a com simpatia.3 2ão fique brava comi%o, Abby.3 *stou apenas pensando nas coisas que voc> falou. Acho que tem razãoC

ontinuo com feridas que ainda não cicatrizaram, mas acho natural as pessoas quereremdistFncia do fo%o depois de terem se queimado.

3 udo bemC &ó que não podemos esquecer que o fo%o representa tamb-m calor econforto.

3 &ei disso e estou começando a aceitar melhor essa realidade. 2o entanto, essetipo de coisa requer tempo.

3 laroC 'om, che%a de sermão por ho<e.Ima hora mais tarde, Abby avistou o imenso deserto, onde as massas

avermelhadas das rochas pareciam atin%ir o c-u.3 /oc> precisa ver estas pedras quando o sol se põe... X um espetculoinesquec!vel 3 comentou Dan, olhando embevecido ao redor.

3 2unca estive por aqui antes... *u <amais esqueceria este lu%ar. A estrada continuava, cheia de curvas, revelando @ distFncia %randes formações

rochosas, esculpidas pelos ventos e pelas erosões num paciente trabalho do tempo.3 omo - lindoC3 &abia que voc> ia %ostar. em um lu%ar mais adiante para estacionarmos. Depois

podemos continuar o passeio a p-.+o%o estavam com os demais visitantes, entre as %randes formações.3 onhece a história deste lu%ar, Dan#

3 5ouca coisa 3 respondeu Dan, enlaçando;a pela cintura. 3 Dizem que aqui eraum imenso mar, com milhares de metros de profundidade, h seiscentos milhões de anos,

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

por um %rupo.Depois de andarem al%uns metros, Dan mostrou;lhe um atiat!, cu<o formato

lembrava uma espada.3 *ra usado pelas pessoas da cidade perdida#3 &im, mas eles não moravam aqui. *mbora nada crescesse no deserto, os

caçadores vinham para c com freqH>ncia.3 ue tipo de peças foram encontradas nessa re%ião#3 $b<etos de pedras, lanças, martelos, machadinhas e raspadeiras, al-m de outros

utens!lios de uso e4clusivamente feminino.*nquanto o escutava, Abby tentou ima%inar essas mulheres0 ma%ras, queimadas

pelo sol e silenciosas, passando a vida a colher e a preparar a comida, tecendo roupas,sem se questionar sobre as questões de i%ualdade. 5reocupadas apenas com asobreviv>ncia.

Q Abby, est sonhando outra vez# 3 inda%ou Dan, fazendo;a sobressaltar;se.3 Desculpe, Acho que não vou me curar nunca.3 *spero que não mesmo. 1osto de voc> assim 3 afirmou, o brilho intenso de seu

olhar dizendo mais do que mil palavras.

%APÍTU5O 6III

 Acomodados na confortvel, mas modesta, sala de <antar, em *cho 'ay arina, Abby e Dan haviam acabado de <antar e observavam os ?ltimos raios de sol refletidos nas%uas calmas da ba!a.

3 :oi um dia perfeito 3 murmurou ele, acariciando;lhe de leve uma das mãos.&entindo um arrepio de dese<o percorrer;lhe o corpo, Abby se per%untava onde iriam

passar a noite. *stavam muito lon%e de /e%as, e não havia quartos por ali. &er que Danpretendia voltar a $ld /e%as#

3 5ara mim tamb-m, Dan 3 respondeu ela, fitando as %uas escuras do la%o.3 * a%ora o sol est se pondo. quase noite...3 &im, - quase noite.

3 Acho que poder!amos fazer al%uma coisa diferente esta noite 3 falou, um convitesensual impl!cito nos olhos ne%ros.Diante dessas palavras, Abby dei4ou escapar um suspiro de al!vio. $ dese<o que

sentia por Dan era muito intenso, mas ela não %ostaria de usar o trailer para ficarem <untos.

3 &im, Dan.3 /amos, então# A<udando;a a levantar;se, ele a conduziu at- a porta, as mãos pousadas sobre seus

ombros de maneira carinhosa.3 $lhe, Abby, o c-u est coalhado de estrelas. 5arece que elas estão pertinho, pois

o ar do deserto - sem poluição.

3 um dos quadros mais lindos que < viC Depois de admirarem o c-u por al%umtempo, os dois acomodaram;se no assento confortvel do carro e Dan deu a partida.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

*nquanto diri%ia, chamava;lhe a atenção para a beleza da noite.3 /e<a que lua divina, AbbyC a lua dos amantes. :oi feita só para nós.ordiscando o lbio inferior, num %esto de nervosismo, Abby e4perimentou uma

pontinha de tristeza ao pensar que, embora fossem amantes, o amor deles estavacondenado a um prazo. *, por mais maravilhoso que fosse, teria de acabar quando

che%asse a hora da partida.3 5ara onde estamos indo# 3 per%untou, tentando afastar essas preocupações.3 ais adiante e4iste uma fonte de %uas t-rmicas que parece um osis no meio

do deserto. Ao luar, o deserto formava um espetculo completamente diferente, cheio de

sombras misteriosas.De repente, Dan parou o carro, apontando para uma pequena piscina natural,

rodeada por uma estreita fai4a de %rama.3 ue bonitoC 3 e4clamou Abby.3 /amos dar um mer%ulho#3 2ão posso. 2ão trou4e maioC

3 2em precisa.3 as...3 *ste lu%ar - escondido, e nin%u-m vem aqui @ noite. *u trou4e toalhas no porta;

malas. Abby permaneceu em sil>ncio, sentindo;se terrivelmente tentada a concordar com

aquela proposta.3 Jma%ine;se como uma <ovem !ndia vindo ao encontro do %uerreiro dos seus

sonhos.&em acrescentar mais nada, começou a despir;se, ficando completamente nu diante

dela.*m se%uida estendeu;lhe a mão, convidando;a a despir;se tamb-m.5ouco depois, de mãos dadas, ambos entraram na %ua, aproveitando a beleza

daquele pequeno osis no meio do deserto.*m qualquer outra circunstFncia, Abby ficaria com medo daquele lu%ar estranho e

solitrio, por-m, na companhia de Dan sentia;se se%ura. Abraçando;a, ele a pu4ou para mais perto, seus corpos tocando;se por inteiro, numa

perfeita comunhão de formas.3 :az tanto tempo... 3 sussurrou;lhe ao ouvido, a voz rouca de dese<o.*m resposta, ela se arqueou, pressionando os seios nus de encontro ao peito

musculoso.3 /oc> - minha princesa, minha linda princesa !ndia, minha deusa...e quero ador;

la. Dito isso, abai4ou o rosto e bei<ou;lhe os mamilos como num ritual, antes de lev;lapara fora d %ua.

$ ar da noite estava mais frio, e Abby tremia enquanto ele ia at- o carro pe%ar aenorme toalha branca na qual a embrulhou. *m se%uida, Dan estendeu um cobertor sobrea %rama e depositando;a sobre ele, de p-, começou a en4u%;la.

$ corpo de Abby arrepiava;se sob o contato daquelas mãos fortes, que a faziamsentir;se como uma deusa pa%a0 ardente, bonita e muito feminina.

 Assim que Dan acabou de en4u%;la, Abby deitou;se e observou;o en4u%ar;setamb-m, o luar envolvendo;o com seus raios numa luz dourada.

Jncapaz de dominar o dese<o, ela abriu os braços num convite que Dan não relutou

em aceitar.5rimeiro, ele se a<oelhou e olhou seu corpo lon%amente, com uma intensidade

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

abrasadora.Depois, deva%arinho, traçou os contornos de suas formas, delineando os ombros, a

curva dos seios, a curva dos quadris e as pernas lon%as,3 $h, Dan, por favor...3 inha querida, sonhei com esse momento durante o dia inteiro. *u preciso de

voc>. *u a quero.3 *u tamb-m quero voc>, Dan.Golando sobre ela, Dan prendeu;a contra o chão e fitou;a por al%uns se%undos

antes de a<oelhar;se e, sentando;a sobre as pernas musculosas, começou a bei<;la nosombros.

om o coração disparado, Abby sentia;se uma verdadeira pa%a, parte do deserto...eparte de Dan.

3 ire o cobertor, querido...3 uer fazer amor na %rama# 3 per%untou ele, surpreso.3 &im...2o instante se%uinte, Abby deitava;se outra vez, a pele nua em contato com o solo,

numa selva%em comunhão.3 inha deusa pa%a.2a seqH>ncia, Dan a<oelhou;se e inclinou a cabeça em direção ao chão, bei<ando;

lhe os p-s, como numa cerim9nia primitiva.%ico e m!stico, o deserto me4ia com a profundeza de seu ser, levando Abby a um

mundo de fantasias.Jnclinando;se, ela fez com que Dan se levantasse e, lendo o dese<o e4presso

naqueles olhos ne%ros, disse03 5ossua;me a%ora.Dan fez com que ela se sentasse e inclinou;se deva%ar, at- faz>;la tocar a areia e a

%rama com as costas. *ntão, ele a possuiu de modo selva%em, levando;a a responder com a mesma f?ria alucinada.

 A%arrada aos ombros msculos, Abby se contorcia de maneira convulsiva,movendo;se num ritmo enlouquecedor e e4tenuante.

De repente, todos os pensamentos desapareceram,e o prazer e4plodiu entre eles,provocando;lhes ondas de prazer e felicidade.

Ima hora mais tarde, Abby mer%ulhou num sono profundo, e Dan a cobriu com ocobertor0 %uerreiro selva%em velando pelo sono de sua deusa...

%APÍTU5O 6I4

2a manhã se%uinte, Abby acordou abraçada ao travesseiro. &onhara com Dan eainda sentia o corpo ardendo de saudades do homem que quase a levara @ loucura nanoite anterior. Ah, se ele estivesse ao seu lado...5or que não lhe pedira que entrasse epassasse a noite ali#

 Adorava o <eito como ele roçava o bi%ode sobre suas costas nuas. Alis, a bem daverdade, %ostava de tudo que Dan fazia.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

&entando;se na cama, Abby abraçou as pernas, pensativa. 5recisava encarar arealidade e reconhecer que estava perdidamente apai4onada por Dan Een(ins. omo nãopercebera antes, que cada vez que eles faziam amor, esse sentimento crescia, tornando;se mais poderoso do que sua força de vontade#

2a noite anterior, e4perimentara uma pai4ão que <amais ima%inara e4istir. * depois,

olhando o c-u estrelado, dese<ara que nunca mais se separassem. Dan podia estar acostumado a viver daquele <eito, mudando sempre de companheira, mas ela não. 5or isso, sofreria muito ao ter de dei4;lo. 5ara piorar, prometera a si mesma que nunca maise4perimentaria a dor do abandono.

Devia ter percebido antes que Dan era um errante, um homem sem ambição, que selimitava a pensar no presente.

:azendo um rpido balanço da situação, Abby concluiu que aquilo precisava acabar de imediato. 2a pró4ima vez que ele a convidasse para sair, iria recusar, sem sequer e4plicar;lhe o motivo daquele afastamento. 2ão haveria conversa, nem discussões. &óassim conse%uiria evitar que ele a confundisse com seus ar%umentos.

+evantou;se da cama, lembrando;se de que Eim &eccord queria que todos

aparecessem no teatro @s nove horas para uma reunião. 5ortanto, havia tempo apenaspara comer al%uma coisa e se arrumar.

 As pessoas < se a%lomeravam no auditório, quando Abby entrou, constatando queDan ainda não havia che%ado.

 Aliviada, ela procurou lu%ar entre duas moças do lube Arizona e sentou;se.inco minutos mais tarde, a sala estava mer%ulhada num burburinho insuportvel, e

Eim, elevando a voz acima do barulho, deu in!cio @ discussão.3 só uma reunião rpida 3 disse. 3 omo sabem, nossas encenações t>m feito

muito sucesso. * isso - resultado principalmente do trabalho de duas pessoas0 DanEen(ins e Abby )olland.

$ pequeno %rupo começou a aplaudir, e Abby forçou um sorriso de a%radecimento.3 &im, nossas dramatizações estão fazendo tanto sucesso que decidimos

increment;las e usar o teatro para uma peça que vai ser escrita por Dan e Abby. *lesdevem começar usando os persona%ens que < e4istiam, como o 4erife, 'art etc. A%ora,se al%um de voc>s tiver al%uma id-ia sobre novos tipos, por favor, procurem Abby ou Dan.Jsso era tudo que eu tinha a dizer.

*nquanto a multidão se dispersava, Abby permaneceu sentada per%untando;secomo poderia trabalhar ao lado de Dan. Eim &eccord não tinha o direito de esperar queela e Dan...

 Assim que o teatro esvaziou, Abby levantou;se decidida a procurar por Eim &eccorde dizer que recusava a proposta, mesmo não tendo uma desculpa convincente para faz>;

lo. &e ale%asse que aquilo não fazia parte do seu trabalho, provavelmente o %erente lheofereceria uma compensação monetria. *, se contasse a verdade, estaria revelando <ustamente o que tanto tentara ocultar.

&oltando um suspiro de resi%nação, reconheceu que estava sem sa!da e teria detrabalhar com Dan, pelo menos durante al%uns dias, at- terminar o arti%o da revista,quando teria uma boa desculpa para partir.

5ouco antes da hora do almoço, Abby ouviu al%u-m bater de leve @ porta de seutrailer e adiantou;se para atender.

3 $l, Dan 3 cumprimentou, com voz tr>mula.3 $l, Abby. &oube que Eim arran<ou um trabalho e4tra para nós.3 verdade.

3 5erdi a reunião de ho<e, porque dormi demais. 5assei uma noite muito especial.3 *u...uando voc> pretende começar a escrever a peça#

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

3 ue tal @s seis horas, no est?dio#3 *st bem 3 concordou, analisando que ali seria mais se%uro do que o trailer. 3

'em, a%ora eu... eu estou trabalhando...At- mais tarde.3 )o<e representaremos a cena da dili%>ncia, não -#3 &im. At- mais tardeC

Durante a manhã inteira, Abby tentara arran<ar um prete4to para esquivar;se daquelecompromisso. as fora em vão. A ?nica alternativa seria contar a verdade a Eim &eccord,e isso estava fora de co%itação.

/oltando a sentar;se diante de uma pilha de anotações, ela continuou amassando e <o%ando fora a maior parte de tudo que escrevia. *mbora estivesse decidida a não selevantar enquanto não conclu!sse o arti%o, quando saiu para participar da encenação,ainda não produzira nada.

&ua mente não pensava em outra coisa a não ser no arti%o.*la precisava conclu!;lo lo%o, a fim de partir o mais depressa poss!vel.omentos depois, quando a dili%>ncia parou, Abby subiu rapidamente, sem dar 

chance a Dan de a<ud;la.

3 5or que não esperou que eu descesse# 3 per%untou ele, espantado.3 5ensei que estiv-ssemos atrasados.onsultando o reló%io de bolso, Dan lançou;lhe um olhar penetrante.3 Ainda dispomos de muito tempo.3 eu reló%io deve estar quebrado.5or sorte, a dili%>ncia lo%o che%ou ao destino, poupando;a de ser obri%ada a

e4plicar;lhe o verdadeiro motivo de sua frieza.Desdobrando;se para aparentar naturalidade, esperou que Dan a a<udasse a descer.

*stava tão nervosa que mal conse%uiu dar e4pressão @s suas falas, at- que che%ou ahora do desmaio.

*sse era o momento que mais temia. Afinal, sentir os braços de Dan em torno deseu corpo e saber que aquela seria a ?ltima vez tornava a id-ia de separação ainda maisinsuportvel.

2o entanto, precisava enfrentar aquela dor. &e desistisse a%ora e continuasse afazer amor com ele, a hora da partida seria ainda pior.

uando ele a tomou nos braços, l%rimas brotaram em seus olhos. Dan podia ser capaz de substitu!;la, mas ela <amais se adequaria @quele estilo de vida.

 Andando mais rpido do que o normal, Dan che%ou @ cantina e abriu a porta doquarto com o p-, depositando;a no chão.

3 /oc> est bem, Abby# 5arece plida e estranha.3 &into um pouco de dor de cabeça. 2ão consi%o me concentrar no arti%o e estou

e4austa.3 *ntão, - melhor voltar para o trailer e descansar um pouco. &e não se sentir melhor @s seis, podemos cancelar o trabalho de ho<e.

3 2ão. 5refiro resolver isso lo%o.Ima vez que teria mesmo de escrever a peça, seria melhor faz>;lo lo%o. Depois,

contaria sua decisão a Dan e estaria tudo acabado.3 uer que eu a leve para o trailer# /oc> est muito abatida.3 2ão precisa. /ou tomar uma aspirina e me deitar um pouco.3 *st bem. as cuide;se, hein# Assentindo com um %esto de cabeça, disfarçou as l%rimas traiçoeiras que

começaram a sur%ir em seus olhos, e saiu. *ra uma mulher adulta e teria de superar 

aquela crise, enfrentado;a com a mesma cora%em com que encarara seu divórcio. Após tomar um anal%-sico e tentar dormir um pouco, Abby levantou;se, e4asperada.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

 Acomodando;se @ mesa, e4aminou outra vez o material que reunira para escrever oarti%o, $nde estaria o fio da meada, a espinha dorsal que transformaria todos aquelesfra%mentos da realidade em um todo coerente#

 Ks cinco e meia da tarde ainda não che%ara a nenhuma conclusão e depois de vestir um par de <eans e camiseta, partiu para o est?dio de Dan. 2ão sabia como, mas teria de

contar;lhe sua decisão ainda naquele dia.2o est?dio vazio, não havia um ?nico fre%u>s, e ela não sabia se devia ficar triste oucontente por isso.

Jndo ao seu encontro, Dan e4aminou cuidadosamente seu rosto.3 &ente;se melhor# . 3 &im.3 /oc> ainda não est com uma cara boa.3 Dan, por favorC /amos começar a trabalhar lo%o.*spantado, ele a observou detidamente antes de oferecer;lhe uma cadeira.3 Eim quer uma peça de um ato, com duração de quinze minutos, que dever ser 

encenada durante os horrios dos 9nibus de e4cursão.3 erto.

3 *le quer usar todos os persona%ens que < e4istem0 'art, o 4erife, seu a<udante,5ete Gocha Dura, o curandeiro...

3 * nós.3 +ó%icoC 2os seremos as estrelas. Abby pensou em dizer que não fazia sentido escrever um papel para ela porque em

breve iria embora. as desistiu antes mesmo de começar. Afinal, que importFncia tinhaisso, se outra mulher poderia substitu!;la# uem sabe se não seria e4atamente a pró4imaamante de Dan#

3 eve al%uma id-ia sobre o tema# 3 per%untou ela, assumindo uma e4pressãoprofissional e distante.

3 5ensei em abordar o in!cio da cidade, mas não conse%ui pensar em nada.3 $uvi dizer que $ld /e%as - uma r-plica da cidade que os mórmons constru!ram.3 isso - o que dizem. as - melhor lermos al%uma coisa antes de optarmos por 

esse tema...)oras mais tarde, quando se levantaram, a peça < se encontrava quase que toda

estruturada.3 /ou lev;la at- o trailer 3 disse ele, %entil. 3 *st bem.aminhando em sil>ncio pelas ruas vazias da cidade, Abby se per%untava se ele

suspeitava de al%uma coisa.uando che%aram @ porta do trailer, Dan tentou bei<;la, mas ela o empurrou.3 2ão, Dan.

3 as nin%u-m vai ver.3 2ão - isso.*ntão respirou fundo e concluiu03 *stamos terminados.3 erminados#C as voc> não acabou o arti%oC3 *u sei...Apesar disso, nossa "amizade !ntima" acabou. Daqui para frente somos

simples cole%as de trabalho.3 as Abby...2ão estou entendendo...3 2ão precisa entender. 5ara que uma relação acabe, basta que um dos lados

decida assim. 2ão h nada mais <usto, e foi voc> quem ditou as re%ras.uando ele tentou retrucar, Abby o encarou de maneira acusadora, fazendo;o calar;

se. 3 melhor voc> arran<ar al%u-m para a<udar na peça. 2ão ficarei muito tempo mais

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

por aqui.3 /oc> não terminou o arti%o...3 enho bastante material e poderei escrev>;lo em qualquer lu%ar.3 *ntendo...'oa noite, Abby.uando o vulto msculo desapareceu no ptio escuro, Abby deu meia;volta e entrou

no trailer, um soluço de dor escapou do peito, fazendo romper o pranto tanto temporeprimido...

%APÍTU5O 64

2a manhã se%uinte, Abby acordou com os olhos inchados e vermelhos. &entia acabeça pesada e, embora o sol brilhasse l fora, tudo lhe parecia triste e sombrio.

5assou boa parte da manhã concentrada no arti%o, mas fez uma breve interrupçãopara certificar;se de que Dan encontrara al%u-m para substitu!;la durante a encenação.&oube, atrav-s de Eim, que 2an &her=ood finalmente aceitara o papel e pedia;lhe apenasque assistisse @ apresentação daquela tarde, a fim de dar al%umas instruções.

&entindo um nó na %ar%anta, ela concordou. *, @s duas horas, se%uiu para o lube Arizona, misturando;se aos turistas, a fim de evitar que Dan ou sua nova parceira avissem.

Depois de assistir @ apresentação da tarde, Abby voltou para o trailer, sentindo;sean%ustiada. :icou por um lon%o tempo e4aminando o arti%o incompleto, incapaz deconcentrar;se.

 Amava aquele lu%ar, com sua atmosfera de velho oeste. &entia;se feliz por conhecer aquela cidade e ter feito parte dela e achava uma pena que cada visitante não pudessefazer o mesmo.

De repente, ela se animou. Acabara de descobrir o enfoque que daria @ mat-ria.Isaria seu amor pelo passado e sua e4peri>ncia com o faz;de;conta de $ld /e%as paracolocar no papel todas as informações a respeito do lu%ar.

om um sorriso t>nue nos lbios, pe%ou uma caneta, e um pedaço de papel ecomeçou a escrever. Eim &eccord iria rir quando descobrisse como fora realmente ?til ae4peri>ncia que ela vivera l.

Duas horas mais tarde, Abby afastou os pap-is e espre%uiçou;se. inha terminado.:inalmente, o arti%o estava acabado, faltando apenas uma boa revisão, o que poderia ser feito em qualquer lu%ar.

:azendo uma rpida consulta ao reló%io, decidiu ir <antar na cantina, e aproveitar para contar a Eim que o arti%o estava pronto, e ela partiria na manhã se%uinte.

 A cantina estava apinhada de %ente, mas Abby não encontrou o %erente e decidiu <antar, antes de continuar a procur;lo.

Gesolveu comer fran%o na %relha e, depois de servir;se de um pouco de salada epe%ar uma sobremesa, diri%iu;se para um canto escondido, onde havia uma mesadesocupada. Dan costumava <antar tarde e provavelmente ela não o encontraria. 2oentanto, mesmo que o encontrasse, lo%o estaria indo embora...

)avia quase acabado de comer, quando sentiu a inc9moda impressão de estar sendo observada. Ao levantar a cabeça, deparou com Dan vindo ao seu encontro.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

&em pedir permissão, ele se sentou @ sua frente e a encarou com e4pressão s-ria.3 enho uma per%unta a lhe fazer, Abby.5arando de comer a sobremesa, ela desviou o olhar, mantendo;se em sil>ncio.3 uer voltar atrs#3 2ão posso.

3 5or qu>#3 &implesmente não posso.3 *sse motivo não me satisfaz e não sairei daqui enquanto voc> não me der uma

resposta aceitvel.Desesperadamente, ela lançou mão do primeiro ar%umento que lhe veio @ mente.3 Acabei o arti%o. /ou embora amanhã. 3 *ntão vamos ficar <untos esta noite.3 2ãoC3 5or que não#3 *u...eu tenho outra pessoa.3 &uponho que não queira me contar quem - 3 murmurou ele, o olhar cortante.3 laro que não.

3 *ntendo...+evantando;se, ele fez meia;volta e foi;se embora, dei4ando;a com os olhos rasos

dZ%ua. 'em, pelo menos conse%uira convenc>;lo a não voltar a importun;la.Jmersa nesses pensamentos, sobressaltou;se quando uma %ar%alhada ale%re soou

do outro lado da sala. &urpresa, Abby levantou o rosto e avistou Dan, sentado numa mesacom outras moças, e 2an &her=ood se%urando;lhe o braço.

&entindo um nó na %ar%anta, ela se levantou e saiu, apressada.2ervosa, resolveu caminhar um pouco pelo ptio dos trailers. $ sol se punha ao

lon%e, e o horizonte estava coberto por sombras douradas e róseas. 5ara Abby, por-m, sóe4istia a dor da separação.

De s?bito, ouviu ao lon%e uma risada estridente. *ntão, viu Dan e 2an &her=ooddescerem a estradinha em sua direção. $s dois fitavam;se nos olhos e pararam parabei<arem;se nos lbios.

+on%os minutos se passaram at- que Abby conse%uisse caminhar de volta para seutrailer, onde trocou de roupa e deitou;se.

*nfim, suas suspeitas tinham fundamento. Dan < arran<ara al%u-m para substitu!;la.as que outra coisa poderia esperar# Afinal, ele não a tinha tra!do. uito pelo contrrio,estava a%indo conforme as re%ras. :ora ela que não conse%uira levar o esquema at- ofim.

 Assim que amanhecesse, Abby iria procurar Eim - entre%aria a copia do folheto.Depois, despacharia o arti%o da revista, se despediria de todos e partiria para sempre...

al pensamento fez com que novas l%rimas brotassem em seus olhos. Eusto nessemomento, fortes batidas na porta a obri%aram a levantar;se.ambaleando, vestiu um roupão e foi atender. alvez Eim tivesse recebido seu

recado e ficado curioso para saber de que se tratava.3 uem est a!# 3 per%untou, antes de abrir.3 DanC Dei4e;me entrar.3 / embora. uero ficar em paz.3 2ão, Abby. 5reciso falar com voc> e, se for preciso, vou passar a noite inteira

esperando voc> abrir a porta.om um suspiro resi%nado, ela decidiu evitar um escFndalo e abriu a porta.3 *st bem. :ale.

3 /oc> quer que todo mundo ouça#3 laro que não. *ntre lo%o e di%a o que quer.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

3 E disse. uero conversar com voc>.*le a fitou de modo penetrante, mas Abby tentou esquivar;se, escondendo o rosto.

2o entanto, as mãos fortes de Dan não a dei4aram afastar;se.3 Abby, por que voc> chorou#3 2ão chorei.

3 2ão me venha com essaC *stou vendo 

seus olhos. Di%a, qual foi o motivo#3 2ão - da sua conta.3 ló%ico que -. *ntão voc> estava chorando...5or acaso me viu com 2an#3 $ que voc> faz ou dei4a de fazer não me diz respeito.3 *ntão, por que voc> chorou#3 2ão tem nada a ver com voc>.3 Andou sentindo um pouco de ci?mes, não foi# /iu como dói#3 Dor# uem - voc> para falar em dor# /oc> e sua filosofia est?pidaC /oc> não faz

a m!nima id-ia do que si%nifica dor.3 Ah, não sei o que - dor# inha e4;esposa fu%iu com meu melhor ami%o, mas isso

não doeu. $u o fato de eu ter entrado numa crise nervosa tamb-m não quer dizer nada#

3 as voc> disse...voc> me falou...3 *u disse um monte de asneiras pensando que fossem a melhor forma para não

dei4;la fu%ir de mim. *u esperava...*sperava que voc> viesse a me amar como eu aamava. * aquele me pareceu o ?nico modo de me apro4imar de voc>.

Dan pu4ou;a para mais perto dele e continuou.3 *u tinha medo de que a verdade a assustasse. Apesar disso, eu a perdi...2ão vou

esconder o que estou sentindo. Im homem tem todo o direito de declarar;se, mesmo quenão tenha nenhuma chance.

Dito isso, sacudiu;a de leve e fitou;a nos olhos.3 *u a amo, Abby )olland. 2ão apenas a%ora, mas quero am;la para sempre.

5ara sempreC *ntendeu# At9nita, Abby permaneceu imóvel por al%uns se%undos.3 A%ora voc> pode ir para os braços de seu novo amante. as antes, em

homena%em ao passado...5u4ando;a com viol>ncia, ele a bei<ou com intensidade, como se quisesse casti%;

la.5ara seu espanto, por-m, Abby correspondeu @ car!cia com o mesmo ardor,

a%arrando;se a ele num abraço cheio de pai4ão.3 $ que est acontecendo# 3 per%untou Dan, surpreso.3 $h, Dan, meu querido, eu tamb-m o amo. *u o amo muito.3 Ama#

3 laro, meu amor...Gadiante de felicidade, Dan tornou a bei<;la. Depois de um lon%o tempo, quandoseus lbios se separaram, ele lhe murmurou ao ouvido0

3 ase;se comi%o, Abby.3 Dan, eu o amo, mas não sei nada sobre voc>. /oc> <o%a#3 2ão. 5ara ser franco, nunca %ostei desse passatempo. 5or que per%unta#3 2ão consi%o...não consi%o entender o que voc> est fazendo aqui.3 *stou aqui incó%nito.3 /oc> fez al%uma coisa terr!vel# $ que quer dizer com isto#3 alma, querida. 2ão fiz nada de mau, se - isso que a preocupa. &ou escritor.3 *scritor#

3 &im. eu nome - Dan Een(is, mas escrevo sob o pseud9nimo Een(is Daniels.3 ist-riosC /oc> escreve histórias de mist-rios.

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

3 Jsso mesmo. inha e4;esposa fu%iu com meu melhor ami%o, dizendo que eu nãolhe dava atenção. *ntrei numa s-ria crise depressiva, e o m-dico me aconselhou a ficar fora de circulação por uns seis meses. Eim &eccord foi meu cole%a de faculdade e,quando descobriu minha situação, convidou;me para vir para c. 2ós hav!amos feito ocurso de foto%rafia <untos, então fiquei encarre%ado de cuidar do est?dio foto%rfico em

$ld /e%as. *ra al%o que eu podia fazer para me manter ocupado at- voltar a escrever.&orrindo, Abby foi at- ele e bei<ou;o no quei4o.3 2a verdade, os seis meses de afastamento acabaram no dia que voc> che%ou.

as não pude partir de $ld /e%as, depois que a vi. De al%um modo, eu sabia quet!nhamos sido feitos um para o outro.

 3 $h, Dan. *ntão, voc> - escritorC Após uma li%eira hesitação, Abby resolveu abordar uma questão que, de fato, a

incomodava.3 inha carreira, Dan... 2ão pretendo abrir mão do meu trabalho, sob hipótese

al%uma.3 $ra, eu <amais lhe pediria que abrisse mão de sua carreira. /oc> não vai pedir 

que eu desista da minha, vai#3 +ó%ico que não, meu amor. $h, Dan, vai ser tão bom, vai ser maravilhosa.

5oderemos via<ar <untos, trabalhar <untos...om um brilho malicioso no olhar, Dan pousou a ponta dos dedos sobre seus lbios,

fazendo;a calar;se.3 :alando em coisas que faremos <untos, que tal dormirmos <untos# uando

poderemos começar#3 A%ora est bom# 3 sussurrou ela, aninhando;se contra seu peito,3 2ós nunca esqueceremos o passado, Abby. 2ós vamos mudar, mas mudaremos

 <untos e aprenderemos a crescer um com o outro, na mesma direção. 5romete#3 5rometo.Im bei<o apai4onado selou esse pacto e, com a certeza de que nada <amais o

quebraria, os dois foram para a cama, ansiosos por uma comemoração muito especial...2ão perca no pró4imo m>sC

IM

2ão perca no pró4imo m>sC

MOMENTOS ÍNTIMOS SUPER 8 DUAS HIST9RIAS

O rio :os son;os

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MIS 7.2 – Estranha amizade - Nora Powers

 2aomi )orton

&ubir o rio Amazonas num barco era uma aventura peri%osa. +eila 'arnett sabiamuito bem dos riscos que corria. )avia animais peri%osos e lu%ares ainda não e4ploradospelo homem.

as e4istia um risco maior. * chamava;se Gace &loane. Im barqueiro rude, bruto,e4tremamente atraente... +eila não resistiu. $ rio e todos os peri%os da selva foramtestemunhas de lon%as noites de amor e de prazerC

<aa;a :o pra!er &tephanie Eames

5erdida em seus pensamentos, Gen-e ameron levantou o olhar e não p9deacreditar no que viu.

1eor%e :letcher estava l, parado, e a encarava de forma estranha. *nquanto ele seapro4imava, Gen-e sentia o corpo arder de dese<o. as esse ardor não era nadacomparado ao que ela sentiu quando se entre%ou a eleC