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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI

FACULDADES IDEAU

PRODUÇÃO E CONSUMO SOCIAL EM UMA LINDA MULHER.

SPINELLO, Ruti Isabel, Acadêmica do curso de Tecnologia em Design de Moda/IDEAU – Getúlio Vargas/RS

[email protected]

CAUDURO, Alexandra¹[email protected]

LEMOS, Ana²[email protected]

BORDA, Giovana de³[email protected]

¹ Discentes do Curso de Design de Moda, Nível VI 2016/1- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.² Docentes do Curso de Design de Moda, Nível VI 2016/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

RESUMO: Este artigo pretende demonstrar a forma como alguns temas de conformismo social são acionados

no decorrer da trama e nas características dos principais personagens do filme “Uma Linda Mulher” assim, visa

demonstrar o quanto tais temas se referem a um choque cultural que determina escolhas conjunturais de

estereótipos raciais/morais e de formas estéticas. Se analisado com atenção, são notados outros temas abrangente

como o glamour, romance e humor, que também estão presentes no roteiro do filme. As estratégias de marketing

no incentivo ao consumo, muito presentes nos meios de comunicação, foram alguns dos pontos identificados

inicialmente. O filme por sua vez retrata a imagem da mulher como frágil incompleta e imoral.

Palavras-chave: Uma Linda Mulher; Consumo; Marketing.

ABSTRACT: This article aims to demonstrate how some issues of social conformity are triggered in the course

of the plot and the characteristics of the main characters in the movie "Pretty Woman" thus aims to demonstrate

how these issues relate to a cultural shock that determines cyclical choices racial / moral and aesthetic forms

stereotypes. If examined closely, they are noticed other comprehensive topics such as glamor, romance and

humor, which are also present in the film script. Marketing strategies to encourage the consumption, very present

in the media, were some of the points initially identified. The film in turn portrays the image of women as fragile

and incomplete immoral.

__________________________________________________________________________________________Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1


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Keywords: A Beautiful Woman; Consumption; Marketing.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nos últimos tempos, cada vez mais os historiadores têm debatido e problematizado o

cinema para uma linguagem que possa ser discutida várias temáticas em sala de aula. Não

somente nos ditos filmes de gêneros épicos e históricos, mas também em outros

cinematográficos que conduzem em suas tramas questões que, em inúmeros casos, fazem

parte de diferentes regimes de historicidade sobre sociedades (NAPOLITANO, 2010).

Apesar de uma boa parte dos filmes terem suas aparências de roteiros meramente

ficcionais, muitos pontos ligados ao cotidiano de várias culturas, em muitas periocidades,

além de inúmeras indagações políticas e filosóficas se dão presentes na trama de muitas

produções. Estas por sua vez, carregam consigo interesses e ideologias. Seguindo este

sentindo cabe a academia específica avaliar estes discursos, de modo que seja examinado de

forma crítica.

Tratando-se do presente mundo Ocidental acredita-se que os filmes que tiveram uma

grande divulgação no cinema e em emissoras de televisão merecem uma atenção especial,

justamente pelo fato destas alcançarem, um grande público. Não há nenhuma desconsideração

as análises daqueles filmes que não obtiveram tão ampla divulgação. São de muita valia

também, aquelas análises de produções que não foram veiculadas a meios de comunicações.

Aqui faz-se considerável a divulgação e análise dos principais meios midiáticos.

Através de algumas questões expostas no parágrafo anterior, para a realização deste

trabalho, foi necessário fazer um sorteio sobre vários clássicos do cinema. Com base neste

sorteio será desenvolvida uma peça conceito inspirado em seus respectivos clássicos. Essa

inspiração dá-se através de uma cena marcante, um cenário, a mensagem que o filme passa e

assim por diante. A história do filme ”Uma linda mulher” que aqui é apresentada se resume

em um longa-metragem que teve uma considerável divulgação em todos os tipos de mídia, o

que os permite uma melhor compreensão.

2 DESENVOLVIMENTO__________________________________________________________________________________________

Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 2


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2.1 Referencial Teórico

2.1.1 Uma linda mulher

O filme “Uma Linda Mulher”, cujo título original é Pretty Woman, foi estrelado por

Júlia Roberts e Richard Gere e dirigido por Garry Marshall. Este por sua vez é considerado de

fato uma “Comédia Romântica” e também visto por vários críticos de cinema, como um dos

maiores sucessos deste denominado gênero. Alguns ainda vão mais além afirmando que o

filme serviu como uma alavanca na carreira da até então desconhecida Júlia Roberts. Tanto o

filme quanto os protagonistas da trama, receberam várias indicações e prêmios.

Com base no filme, a história originalmente se resume em advertir acerca da

prostituição em Los Angeles, mas foi remodelada para uma comédia romântica. Na presente

trama, o milionário recém solteiro chamado Edward (Richard Gere) após sair de uma festa

situada em Hollywood, pega o carro de seu advogado emprestado e sai dirigindo pelas ruas

até chegar na avenida Hollywood Boulevard. Nesta cena, para o carro e pede informações a

prostituta Vivian (Júlia Roberts) que por uma quantia de dinheiro se prontifica a ir apontando

o caminho até o hotel onde Edward precisa chegar. Quando já estão na calçada do hotel

Edward faz um convite a Vivian para que ela suba e faça companhia a ele naquela noite.

A partir do momento em que entram no hotel um dos elementos mais explorado no

filme é o choque cultural entre as realidades de condições de vida vivida entre Vivian e

Edward. Não se dá necessariamente pelo fato da personagem ser prostituta, mas por conta do

ambiente em que Edward frequenta e seu ciclo de amizades. Em diversos outros momentos é

passada a ideia de que ambos vivem realidades muito opostas e que para além da realidade

financeira de cada um, a diferença entre os modos de comportamento socialmente fica

evidente.

Numa determinada cena Vivian pergunta a Edward o que de fato o teria levado a

contratar uma garota de programa, já que ele poderia ter qualquer outra de graça. Ele informa

que preferia uma profissional, pois não queria arranjar problemas amorosos naquela semana.

Diz que vai a jantares de negócios e deixa dinheiro com Vivian. Pede que ela compre roupas

conservadoras e adequadas para os ambientes que vão frequentar naquela semana que irão



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passar juntos, na qual Edward pagaria pelos serviços dela, todos os dias daquela determinada

semana.

Uma semana foi o tempo suficiente para fazer o casal oposto se atrair e viver um

romance intenso. Em outra determinada cena, o advogado que aparece constantemente ao

longo do filme, ao lado de Edward vai até o quarto do hotel onde estão hospedados e tenta

forçar Vivian a fazer programa com ele. Na sequência Edward chega e expulsa seu advogado

do quarto. Vivian se chateia com a situação e pede para ir embora, pois devido a sua profissão

sempre haverá um homem que irá tratá-la como prostituta. Edward já havia feito inúmeras

propostas para alugar um apartamento para ela, proporcionar dinheiro para roupas e outras

necessidades e assim vê-la eventualmente. Vivian conta que quando era criança sua mãe a

colocava de castigo, ela imaginava-se como uma princesa que estava presa em um castelo,

que seu príncipe encantado iria salvá-la. Edward justifica que seria um grande passo para ele e

que isso era a proposta que ele poderia fazer a ela naquele momento. Ambos se despedem e

seguem seus devidos rumos.

Nas seguintes cenas Edward conversa com o gerente do hotel, pede a ele que devolva a

jóia que havia pedido emprestado para o uso de Vivian. O gerente diz que deve ser muito

difícil se desfazer de uma coisa tão linda. Comenta também que o motorista do hotel levou

Vivian para casa no dia anterior. Edward decide comprar flores e ir à procura de Vivian.

Chega à residência dela em sua limusine branca, com as flores nas mãos e um guarda-chuva

representando uma espada. Quando se aproxima ele pergunta o que aconteceu quando o

príncipe chegou à torre e salvou a princesa? Vivian responde que ela também o salvou.

Ao término do filme o narrador diz: “Bem vindos a Hollywood, a terra dos sonhos, aqui

alguns sonhos se tornam realidade, mas outros não. Continuem sonhando.”

2.1.2 Divergências Sociais

JONES (1972) define divergência social pelo fato de que existem vários grupos

socialmente desvalorizados, há tantos tipos de preconceitos e a maioria deles pertence aos

grupos considerados minoritários na estrutura de uma sociedade.

Com base no que o filme transmite, neste espaço é de grande valia ressaltar as

divergências sociais encontradas pelo casal protagonista, já que era composto de uma



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prostituta com um histórico de vida nada luxuosa e de um grande empresário de sucesso e

bem sucedido. Ambos com cargos e papéis contraditórios na sociedade, frequentavam lugares

extremamente opostos, portavam-se diferentes, tinham prioridades e vidas reversas. A apenas

uma única coisa que realmente existia em comum entre eles, ambos usavam pessoas para

ganhar dinheiro.

Outra questão também muito explorada no devido filme seria a mudança de

comportamento do casal no decorrer da trama. Em alguns momentos Edward o renomado

empresário, muito focado nos serviços de suas empresas começa cancelar compromissos de

trabalho para usufruir de momentos de lazer com Vivian e a personagem, por sua vez, passa a

aprender, gradativamente, a se vestir e se comportar de acordo com os ambientes que Edward

frequenta.

Embora o choque cultural e as grandes divergências sociais existentes entre o casal da

trama, as ambas as realidades é sempre evidenciado por meio de cenas com certo tom de

humor. Neste sentido a linguagem deste formato de se fazer cinema procura de certa maneira,

suavizar questões que pretende representar ao público. Mas, se atentamente for avaliado é

visto que a personagem Vivian alega que optou pela prostituição por causa de suas

dificuldades que enfrentou ao longo de toda vida, dos homens com quem se relacionava e que

quando saiu de casa, teve outros empregos, mas que não conseguia pagar suas dividas então

decidiu optar pela prostituição. Mas que obviamente não era seu sonho, que na realidade sabe

que não seria o sonho de nenhuma garota. Salientando que a trama elaborada em seu original

para advertir sobre a prostituição em Los Angeles, mas foi passada para um perfil de comédia

romântica.

Aqui é visto como o cinema tem abordado cada vez mais questões novas e como cada

vez mais a figura da mulher tem sido a personagem principal de muitos filmes. (DUARTE,

2006).

2.1.3Influência de Marcas de Luxo Relacionadas ao Consumo

O fenômeno da diversidade de bens de consumo tais como: alimentação, vestuário,

carros, lazeres e etc, identifica toda cultura de consumo. LIPOVETSKY (2010) cita em “A

felicidade paradoxal – ensaios sobre a sociedade do hiperconsumo” que a “doença” do

consumo, onde a moda é estampada chama a atenção por sua execução ágil. Sua influência



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frenética expande-se entre várias classes sociais, grupos étnicos e diversas faixas etárias.

Shoppings centers é o centro de distração e divertimento em qualquer cidade de porte

mediano. Compra e felicidade aparecem em acordo, muitas vezes vistas como sinônimos

entre si.

O consumismo com a presença influenciadora das marcas famosas de luxo, no filme,

dá-se quando Vivian, após passar a noite com Edward, ganha dele uma grande quantia em

dinheiro e sai às compras. Enquanto ela caminha pelas ruas, é evidente a aparição de várias

marcas famosas, como por exemplo, Louis Vuitton, Gucci e Chanel. Ao entrar em uma das

lojas, as vendedoras se negam a atendê-la, alegando que não possuem nada para ela e que ela

estaria no lugar errado, pedindo que ela se retire da loja.

E aqui é válido analisar o fato de que a atriz não é negra, encontramos algumas

afirmações de que a cor da pele pode determinar a maneira como uma pessoa possa ser tratada

socialmente. Concordamos com a afirmação de que o preconceito por conta de quaisquer que

sejam as características físicas de uma pessoa ainda exista, não podemos desconsiderar as

diversas outras formas de descriminação. É preciso ressaltar que, em vários dos casos, uma

pessoa pode receber um bom tratamento, ou o oposto, num dado ambiente por conta da forma

como ela está vestida, ou de como ela se comporta, ou da fama que ela carrega. Na cena

mencionada, observou-se que o preconceito foi pela forma como a personagem estava vestida.

Ainda dentro desse cenário, após sua compra que foi somente um vestido para uma

determinada ocasião, na qual o casal iria participar, Edward fica surpreso ao ver que Viviam

comprou somente um vestido do qual necessitava, não gastando todo o dinheiro que ele lhe

dera. Nesta cena, ela conta que as lojas não foram gentis com ela, ele diz que as lojas não são

gentis com pessoas, só com cartões de crédito.

Edward e Viviam chegam a uma loja de luxo, mais uma vez é perceptível à aparição

destas marcas na devida cena, Edward avisa ao gerente daquele determinado estabelecimento

que pretendem gastar uma quantia ofensiva na loja e que desejam ser bajulados. Enquanto

Viviam é atendida é executada ao fundo a canção “Pretty Woman”. Na sequência ela caminha

elegantemente pelas ruas e chega novamente ao hotel carregando e ostentando suas várias

compras.

Apesar das cenas que foram descritas nos parágrafos anteriores, é visto que parecem

momentos alegres de descontração, com uma dose de humor e que até poderiam ter como

finalidade descontruir preconceitos e quebrar paradigmas na relação entre aparência e poder



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de compra, não se pode desconsiderar as mensagens que são passadas em cada cena e em cada

lance. Se analisado bem a fundo, nota-se que é passada a ideia de que consumir, e aqui se

entende que o ato de comprar, traz felicidade e que possuir determinados bens, ou frequentar

certas lojas e obter determinadas marcas farão com que a pessoa que adota estas atitudes

torna-se mais feliz.

Porém, o consumismo neste caso é entendido como ato de comprar algo de grande

preço ou de grande quantidade sem que a mercadoria comprada corresponda a uma

necessidade clara, objetiva de real precisão. Dada à relevância do tema, não nos faltam

interpretações para suas causas e consequências.

2.1.4 Moda nos anos 90

A moda dos anos 90 põe-se de acordo com o novo grito de guerra: “Minimalismo.”

Termo tirado do vocabulário da vanguarda artística dos anos 70, o minimalismo justificou a

simplicidade levada ao extremo. No início da década de 90, grandes lojas de moda em Nova

York, apresentavam para sua abertura, nas maiorias feitas com cinco andares de décor

inspirados em Jean-Michel Frank, justamente o pai do minimalismo nas artes decorativas dos

anos 30. Araras com roupas de todas as grifes famosas e todas uniformemente pretas sobre

fundo bege: efeito considerado surpreendente e elegante, mas um tanto monótono após algum

tempo.

A rua estava ontem mais bem vestida do que hoje, afirma ISABEL MARANT (1999).

A moda nesta época reflete a influência pelos exageros da moda dos anos anteriores. Nesta

época, foram lançadas, por exemplo, calças jeans coloridas e as famosas blusas segunda pele.

Pode-se dizer que os anos 90 foram marcados pela diversidade de estilos. A moda lançou

tendências para suprir a necessidade de diferentes públicos de consumo.

O estilo Grunge foi o grande influente na moda e no comportamento dos jovens,

principalmente pela presença das calças despojadas, bermudas largas e camisas xadrez. As

mulheres já na aquela época eram adeptas ao animal print, saias longas e calças pantalonas,

sapatos eram com bicos quadrados e os blazers com modelagens mais acinturadas. A

maquiagem, por sua vez, foi revolucionada com a presença do batom marrom ou tonalidades

cor de boca e o famoso delineador.



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Outro estilo que marcou os anos 90, foi de fato o minimalismo que nada mais era, o

estilo básico, as peças renovadas vistas num mesmo look. O minimalismo esteve presente não

só no estilo feminino, mas no masculino também, os pequenos detalhes fazem toda a

diferença, seja em um penteado, num acessório masculino, na maneira de vestir-se ou numa

peça presente no armário.

Devido à extensa variedade de estilo, os estilistas da época tiveram mais ousadia e

liberdade para criar suas coleções. As grifes luxuosas internacionais passaram a ter uma

grande influência no figurino tanto dos homens quanto das mulheres. O estilo que foi

destaque nos anos 90 foi o licensing uma nova forma de vestir-se durante essa década, pois as

pessoas possuíam mais liberdade de criar e inovar seu próprio estilo fazendo-o muito mais

personalizado. Isso se dá especialmente pela liberdade de expressão, os preconceitos e as

barreiras foram sendo deixados de lado, até desaparecer de uma forma geral. As pessoas

começaram a escolher seus estilos na medida em que se identificavam com as tendências de

moda. Se a pessoa estava se sentindo alegre, as cores vivas e vibrantes passaram a influenciar

na hora do vestuário, mas se estivesse triste, passaria a escolher roupas mais singelas para

compor sua produção. A roupa era uma maneira das pessoas expressarem o seu estado de

espírito e sentido de vida.

2.2 MATERIAIS E MÉTODOS

Produção da matéria-prima, fiação, tecelagem, beneficiamento, acabamento, confecção,

mercado – o segmento de confecções é o que demanda flexibilidade produtiva para o ajuste

das empresas, às novas tendências de moda. (IEL, 2000, p. 27).

De maneira simplificada, as fases de produção da confecção são as seguintes: (a)

criação de moda/Design, (b) modelagem, (c) corte, (d) costura, (e) acabamento. A confecção é

vínculo da cadeia produtiva da moda que apresentou avanços tecnológicos, em algumas fases

do processo, como na concepção do modelo, na preparação e na execução do corte dos

tecidos. (FEGHA, 2001).

Utilizando tais processos como base, juntamente com uma pesquisa bibliográfica, da

qual foi utilizados livros, reportagens em jornais e sites da internt, foi confeccionada uma

peça conceito que teve como inspiração a história que o filme Uma Linda Mulher apresenta.

A peça que se encontra no Quadrante 1, essencialmente é adepta ao Minimalismo, tendência



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forte dos anos 90, onde o filme se passa. É constituída de duas maneiras, de tecidos diferentes

que representam fundamentos opostos. Cada tecido representa uma etapa da vida do casal.

O vestido tem como sobreposição uma saia preta que parte da cintura, curta na frente e

longa atrás, podendo ser usado com ou sem a saia. Ele ainda contém o tecido de malha, na cor

Marsala (Pantone 18-1438) curto e com decote princesa, traduz o momento da vida em que a

personagem Vivian vivia no mundo da prostituição, levando uma vida sem elegância e luxo.

A malha, por sua vez, foi escolhida para representar o lado pobre financeiramente de Vivian e

o lado pobre de espírito de Edward, que focado em seu trabalho, não sabia mais o que era

viver, ele apenas existia. Escolhia a malha por ser um tecido popular com menor custo.

Já a saia, por sua vez, foi produzida com tecido acetinado na cor preta, usada para

ressaltar a parte da vida do casal em que ambos comprometem-se a mudar suas vidas, para

que possam assim viver bem juntos. O acetinado representa Vivian já uma mulher que agora

porta-se com classe, elegância e que exala luxuosidade e Edward que se diverte gastando seu

tempo e dinheiro com sua amada. A inspiração toda se resume basicamente na divergência

social que o filme passa sobre o casal principal do início ao fim.

Quadrante 1: Foto frente e costas do croqui inspirado no filme “Uma Linda Mulher.”



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Fonte: Ruti Isabel Spinello, 2015.

Quadrante 2: Briefing das cenas do filme, das quais extraiu-se a inspiração para a peça final.

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Decerto seja ainda prematuro extrair algumas conclusões sobre o presente trabalho, até

agora realizado. No entanto, quando se tem em mente a formação dos docentes que auxiliam,

acontecendo ao lado da iniciação científica, percebe-se que alguns importantes passos foram

dados com êxito.



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O resultado aqui apresentado possibilitou a percepção de que sempre houve uma forte

relação entre campos de produção científicos e campos de produção literária teatral e

cinematográfica, ampliando significativamente seus repertórios culturais através de novas

questões e objetos (FAHEINA, 2011).

Foi possível compreender a diferença entre inspiração e releitura de uma peça de

vestuário. Primeiro foi visto e feito uma análise criteriosa sobre o filme, após foi identificada

a inspiração e transpassada a mesma para o croqui. Feito isso, foi levado à idéia a uma

profissional da área da costura, a qual com o auxilio da modelagem desenvolveu peça.

É visto que o trabalho objetivou o desenvolvimento, além do croqui, a peça conceito

final inspirada em Uma Linda Mulher. Através da inspiração que aqui é apresentada, a peça

alcançou seu resultado esperado. Pois seguiu outros parâmetros, dispensou o óbvio e abordou

outros temas que o filme trás que são pouco explorados.

O maior desafio foi à experiência, que foi relatada de forma científica, possibilitando a

aprendizagem pela prática através da inspiração e pesquisa. No quadrante 3, encontramos a

peça finalizada referente ao filme.



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Quadrante 3: Imagem da peça finalizada.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas cenas finais do filme é notada a imagem do “príncipe encantado” que vem salvar a

“mocinha”, proporcionando a ela não só conforto material, mas também a garantia de que a

partir daquele momento ela seria protegida. Se bem observado as cenas com uma atenção

maior é percebível que ao longo do filme, a personagem de Vivian modifica o seu

comportamento e sua personalidade. A mulher que antes era confiante e determinada passa

agora a ser frágil incompleta e consumista.

Assim, nota-se que os estereótipos são reforçados, onde a figura do homem é vinculada

a competitividade, decisão e comando, e a figura feminina é associada à delicadeza, a



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insegurança, a incompletude. Discursos que continuam legitimando um determinado lugar de

passividade e fragilidade para a mulher (SILVA, 2004).

Assim, reconhecendo a importância que o filme tem no que diz respeito alertar sobre a

realidade do tráfico de drogas e da prostituição em Los Angeles, a crítica aqui presente faz-se

pela “cultura do consumismo” que o filme relata, quanto para esse lugar de incompletude e

dependência que é atribuído ao gênero feminino e a peça conceito confeccionada relatando a

história vivida pelo casal protagonista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DUARTE, Rosália. Cinema e Educação. 2 ed. São Paulo. Autêntica Revista, 2002.

FAHEINA, Evelyn Fernandes Azevedo. O cinema como campo de experimentação do

pensamento. Espaço Acadêmico, n. 119, p.78.

FEGHA, M. K.; As engrenagens da Moda. Rio de Janeiro: Senac, 2001.

ISABEL, M. (1999) A Moda do Século. François Baudot. Ed. Cosacbaify.

IEL, CNA e SEBRAE. Análise da cadeia têxtil Brasileira. Brasília, D. F.: IEL, 2000.

JONES, J. M. (1972). Preconceito como um Pré-conceito na Sociedade. São Paulo: Edgard Blucher.

LIPOVETSKY, G. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. 4ed. São Paulo: Contexto, 2010.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documento de Identidade. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica Revista, 2002.


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