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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI

FACULDADES IDEAU

FUTEBOL NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

AGAZZI, Emilia¹

BERTOLAZZI, Denner¹BUZIKI, Wéslei1

CZYSZ, Lisiane Fátima ¹ZOCULLOTO, Luana¹

GIACOMAZZI, Rodrigo Britto²PIVA, Jaine De Lima2

SCOLARI, Adriel Paulo²SILVA, Monica Telli Moreno Da²

RESUMO: Considerando que o futebol é um dos esportes mais populares do mundo, praticado em centenas de países, este desperta cada vez mais interesse, pois tem uma forma de disputa atraente, e vem despertando nas crianças a vontade de se tornarem profissionais, objetiva-se comparar dois métodos diferentes de ensino: o aplicado em escolas tradicíonais que trabalha o método psicomotor, recreacionista e biomecânico e os aplicados em escolinhas de treinamento que visam o método tecnicista, biomecânico da tarefa em si e desenvolvimentista do esporte. Para tanto, procede-se à pesquisa com uma abordagem qualitativa, de natureza descritiva, o qual se desenvolveu através de cinco observações em escolas. Desse modo, observou-se como é ensinada a base motora do aprendizado da modalidade futebol de campo em escolinhas e comparou-se com a escola de ensino fundamental, o que permite concluir que o esporte na escola regular e na escolinha deve permitir que os alunos possam exercer sua cidadania, em que trabalho e lazer são essenciais para uma boa qualidade de vida. Portanto, a participação significa experimentar o esporte que você precisa saber compreender, analisar e refletir o esporte.

Palavras-chave: Futebol, Educação Física, Desenvolvimento e Desporto.

ABSTRACT:Considering that soccer is one of the most popular sports in the world, practiced in hundreds of countries, this one arouses more and more interest, since it has this attractive form of dispute, and it has awakened in children the will to become professionals, it aims to compare two different methods of teaching: the one applied in traditional schools that works the psychomotor, recreationist and biomechanical method and those applied in training schools that aim at the technicist, biomechanical method of the task itself and developmentalist of the sport. To do so, we proceed to the research with a qualitative approach, of descriptive nature, which was developed through five observations in schools. In this way, it is possible to observe how the motor base of the learning of the soccer field modality in schools is taught and we compare like the elementary school, which allows to conclude that the sport in the regular school and the school must allow the students to exercise citizenship, where work and leisure are essential for a good quality of life. For us, participation means experiencing the sport you need to know how to understand, analyze and reflect the sport.

Keywords: Football, Physical Education, Development and Sport.

1 INTRODUÇÃO

1 Discentes do Curso de Educação Física, Nível VI 2017/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.2 Docentes do Curso de Educação Física, Nível VI 2017/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.*E-mail para contato: [email protected]__________________________________________________________________________________________

Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1


FACULDADES IDEAU

Embora não se tenha muita certeza sobre os primórdios do futebol, historiadores

descobriram vestígios dos jogos de bola em várias culturas antigas. Estes jogos de bola ainda

não eram o futebol, pois não havia a definição de regras como há hoje, porém demonstram o

interesse do homem por este tipo de esporte desde os tempos antigos.

O futebol é um dos esportes mais populares no mundo, praticado em centenas de

países, este desperta cada vez mais interesse, pois tem uma forma de disputa atraente, e vem

despertando nas crianças a vontade de se tornarem profissionais. Isso se deve, ao processo de

transformação que o esporte mais popular do país sofre.

Na infância o desenvolvimento motor se caracteriza por diversas aquisições de

habilidades motoras básicas, que proporcionam à criança o domínio de seu corpo. Estas

habilidades motoras básicas servem como base para as habilidades motoras específicas, então

é neste momento que se entende a importância do desenvolvimento das habilidades iniciais

adquiridas na primeira e segunda infância. Este processo é caracterizado por três aspectos: a

sequência que não indica apenas aquilo que a criança pode aprender: a velocidade que varia

entre cada um e a interdependência das habilidades simples para as mais complexas. Então ao

realizar um estímulo à aquisição de habilidades motoras para o futebol, deve se levar em

consideração o aspecto adaptativo da criança para que a elaboração de combinação motora

nas atividades possa auxiliar no processo de habilidades do futebol para a educação infantil.

A iniciação esportiva é um meio de encontrar um caminho equilibrado entre duas

abordagens que se deparam na educação física, buscando conhecer, compreender e analisar a

importância do desenvolvimento das habilidades motoras básicas na construção do

aprendizado do futebol, a produção de conhecimentos acerca da intervenção pedagógica nas

aulas e os impactos da mesma sobre os aspectos psicomotores dos estudantes ao longo dos

anos escolares.

Qualquer pessoa pode aprender a jogar futebol, não desprezando a importância dos

fatores genéticos, mas esses fatores não podem impedir a aprendizagem de quem quer que

seja. Não se pode interferir geneticamente à formação do conhecimento, mas pode-se

interferir na aprendizagem. De modo que aqueles que já sabem jogar futebol devem ser

orientados para aprender a jogar melhor; aqueles que sabem muito pouco ou nada de futebol

devem receber toda a atenção até que aprendam, no mínimo, o suficiente.

__________________________________________________________________________________________Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 2


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Ao praticar o futebol faz-se com que as crianças/adolescentes tenham uma imaginação

na improvisação do jogo, na qual a bola, o único material obrigatório, pode ser representada

por uma bola de meia, de plástico, uma lata, uma tampinha.

O futebol tornou-se tão popular graças a seu jeito simples de jogar. Basta uma bola,

equipes de jogadores e as traves, para que, em qualquer espaço, crianças e adultos possam se

divertir com o futebol. Na rua, na escola, no clube, no campinho do bairro ou até mesmo no

quintal de casa, desde cedo jovens de vários cantos do mundo começam a praticar o futebol.

O objetivo deste trabalho visa comparar dois métodos diferentes de ensino: o aplicado

em escolas regulares que trabalha o método psicomotor, recreacionista e biomecânico e os

aplicados em escolinhas de treinamento que visam o método tecnicista, biomecânico da tarefa

em si e desenvolvimentista do esporte.

2 DESENVOLVIMENTO

Nesta parte do trabalho será detalhado o referencial teórico, a metodologia

empregada e os resultados encontrados. Contém a exposição ordenada e pormenorizada do

assunto tratado do estudo.

2.1 Referencial Teórico

O esporte futebol tem uma origem peculiar, derivada de vários jogos com bola. Desde o

chinês T’su Chu e o japonês Kemari, passando pelo grego Epyskiros e o romano Harpastum,

até o Calcio italiano, o futebol como é conhecido hoje surgiu de uma lenta evolução desses

diferentes jogos que visavam o contato e o controle de uma bola com os pés (SCAGLIA,

1999).

O futebol é um jogo que exerce uma atração única, a nível mundial. Talvez seja a sua

simplicidade a explicação para tamanho sucesso. Por não ser tão sofisticado como outros

esportes, o futebol possibilita a participação de pessoas de classes mais baixas e de todos os

tipos físicos (GIULIANOTTI, 2002), por exemplo, nos dias de hoje, o futebol é um fenômeno

mundial. Pode-se ver como o planeta é agitado em épocas como a Copa do Mundo, onde

bilhões de pessoas param frente à televisão para acompanhar os jogos.



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Muitas vezes, o futebol acaba representando a sociedade em que ele é praticado com

seu caráter ideológico (DAMATTA, 1982). Políticos e a mídia por vezes aproveitam-se do

alcance do esporte para propagar suas idéias (RINALDI, 2000).

Atualmente, é grande o interesse no Brasil pelas escolinhas de esportes, seja por parte

de crianças, pais, professores e proprietários (SCAGLIA, 1999). O trabalho na iniciação aos

esportes deve ser realizado por profissionais capacitados a ensinar as modalidades com

respeito ao desenvolvimento integral da criança e às suas diferentes fases (ARENA; BÖHME,

2000).

A criança tem sido um dos principais alvos do trabalho na área da Educação Física,

particularmente no ensino dos esportes (SCAGLIA, 1996). Sendo assim, existem teorias que

buscam fundamentar a prática da iniciação das crianças ao esporte, respeitando a sua

identidade e seus estágios de desenvolvimento (GRECO; BENDA, 1998).

É preciso conhecer a criança e seus estágios de desenvolvimento para então

desenvolver os programas de iniciação. O processo de iniciação tem ocorrido, mas muitas

vezes cometendo o erro de ensinar práticas específicas às crianças antes do tempo devido. É

preciso generalizar essa iniciação, para que as crianças possam adquirir mais habilidades

motoras básicas,

O trabalho com crianças exige dos profissionais da área, seja de professores, técnicos

ou dirigentes, um preparo maior do que o necessário para lidar com adultos. O que se vê

muitas vezes na prática, no entanto, é um despreparo para a tarefa de educar as crianças na

iniciação esportiva (ARENA; BÖHME, 2000).

Souza (2004), relata sobre a necessidade de se trabalhar o Futebol como um esporte

que visa não somente o alto rendimento e sim que busca o desenvolvimento, a formação e que

tem como objetivo o desenvolvimento social das crianças, onde diz que, além de ter um bom

nível de desenvolvimento motor e cognitivo, as crianças terão através da prática do Futebol

uma grande capacidade de socialização, ficando evidente a necessidade da interação com as

demais crianças.

É preciso, então, estudar as propostas existentes e seguir buscando formas de iniciar as

crianças ao futebol de acordo com as fases do seu desenvolvimento. Analisar como tem sido

feito o trabalho na iniciação ao futebol e ainda o fenômeno da especialização precoce são

necessidades que também se fazem presentes nesse contexto.



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Segundo Voser (2004), a criança mantém uma relação mais afetiva e prazerosa com o

esporte, portanto é necessário que o incentivo ao desempenho e à competição fique afastado

das atividades de iniciação, sempre respeitando as idades de cada criança envolvida.

É na escola que a criança sofre seu primeiro impacto físico-emocional, pois até então

sua vida era exclusivamente dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar. Nesta fase,

portanto, a Educação Física detém séria responsabilidade, deve proporcionar a criança

oportunidades de desenvolver a confiança em si mesma, a compreensão do ambiente e a

capacidade de comunicação (ALBUQUERQUE, 2008).

Uma vez que o movimento tem um papel fundamental no desenvolvimento humano

(cognitivo, psicomotor, afetivo-social), a Educação Física na escola deve considerar todos

esses aspectos como independentes e interdependentes.

O futebol é um esporte que solicita grande capacidade de resistência aeróbia e

principalmente anaeróbia, o próprio jogo eleva as capacidades físicas e por isso existem várias

formas de jogos adaptados em espaços reduzidos (HOBSBAWM, 1994).

Nesse sentido o ensino do futebol na escola, assim como o de qualquer outro esporte,

deve ser guiado por um sistema estrutural que promova ao aluno a assimilação do que lhe é

proporcionado. Não somente a prática por si só, sem uma relação com a teoria, mas uma

pedagogia que seja sistematizada com os seus objetivos, métodos e formas de ensino com o

intuito de fazer com que o esporte seja bem trabalhado em seu processo educacional.

O ensinar no futebol, não é uma simples transmissão de conhecimento ou imitações de

gestos, no aluno seja apenas um receptor passivo, acrítico, inocente e indefeso de seus

fundamentos técnicos. Ensinar futebol é uma prática pedagógica, desenvolvida dentro de um

processo de ensino-aprendizagem, que leve em conta o sujeito aluno, criando possibilidades

para construir esse conhecimento, inserindo e fazendo interagir o que o aluno já sabe, com o

novo, ampliando-se assim, sua bagagem cultural e motora (SCAGLIA, 1996).

Cabe salientar também, que a infância, especificamente entre 7 e 12 anos, é um dos

grandes períodos para a exploração, onde a criança utiliza cada vez melhor as habilidades de

operações concretas (BEE, 2003). Na prática de futebol, a técnica consiste na execução de

habilidades fundamentais do jogo que podem e deve ser aprimorado o mais cedo para as

crianças, para que as mesmas possam desenvolver suas técnicas de recepção, domínio,

condução de bola, drible, passe, finta, entre outras. O futebol é uma enorme brincadeira, e



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porque não aprender essa brincadeira de forma lúdica e prazerosa, ao contrário das formas

tradicionais e mecanistas (GOLDENBERG, 1997).

Ainda nesse raciocínio, Gallahue e Osmun (1995) apregoam uma abordagem

desenvolvimentista, que, ao ensinar as habilidades motoras (técnicas) para a faixa etária de 7-

10 anos, a aprendizagem deve ser totalmente aberta, ou seja, os conteúdos do ensino são

aplicados pelo professor e praticados pelos alunos, sem interferência e correções dos gestos

motores. Para a faixa etária de 11- 12 anos, o ensino é parcialmente aberto, isto é, há breves

correções na técnica dos movimentos. Na faixa de 13- 14 anos, o ensino é parcialmente

fechado, pois inicia-se o processo de especificidade dos gestos de cada modalidade na procura

da especialização desportiva, e somente após os 14 anos de idade deve acontecer o ensino

totalmente fechado, específico de cada modalidade coletiva, e também o aperfeiçoamento dos

sistemas táticos que cada modalidade necessita.

Segundo Garganta (2006), para que o sucesso em uma partida de futebol seja

alcançado, os jogadores precisão fazer ações que proporcionem maior chance de sucesso, são

essenciais ter estratégias e táticas. A estratégia está determinada previamente para a

organização da equipe, ou seja, é um plano global de ações de comportamento por meio do

qual é possível atingir um objetivo, levando em consideração as regras estabelecidas por cada

campeonato.

Afirma Gréhaigne (1992), que a tática é um método próprio de cada sujeito nas

variáveis do jogo, por meio do qual esse usa ao máximo constrangimento, a imprevisibilidade

e a incerteza do jogo.

Assim os jogadores precisam encontrar respostas mais adequadas para as diversas

situações encontradas na partida, para que o modelo de jogo escolhido pela equipe seja úteis

para cumprir os princípios do jogo: recuperar e conservar a posse de bola, fazer a equipe

progredir com a bola em direção a baliza adversária e finaliza a gol.

Silva (2011), coloca que o futebol escolar não visa o auto-rendimento, muito das vezes

precoce e desumano, e sim com um objetivo de ser um esporte que seja possível a

participação dos alunos na construção de um conhecimento emancipatório, preocupado com a

formação do aluno para poder exercer seu papel de cidadão.

De acordo com Balangué (1981), a agressividade é um fator que influencia no

desempenho do atleta. Este fator dentro dos esportes, pode ser classificado ao longo de uma



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escala. Alguns esportes exigem maior quantidade de força ao seu adversário, enquanto outros

requerem ações mais vigorosas.

Segundo Torres (1999), a criança que é estimulada de forma ampla, por meio da

exploração do meio ambiente, tem mais chances de praticar as habilidades motoras e,

consequentemente, de dominá-las com facilidade. As experiencias motoras estão presentes no

dia-a-dia das crianças e estão representadas por qualquer atividade corporal, seja ela realizada

em casa, na escola e nas brincadeiras.

As transformações ocorridas nas últimas décadas têm proporcionado mudanças na

forma de conceber a infância, a qual passa a ser compreendida como uma importante fase na

formação do indivíduo. Tendo em vista estas mudanças a fase infantil vem buscando delinear

sua identidade neste segmento e torna-se fundamental, no sentido de se obter um diagnóstico

mais preciso do trabalho destinado à criança pequena. Compreender diversas concepções de

infância, avanços e retrocessos, é assumir que este passa a ser um assunto instigante e

oportuno, nessa esfera da vida. Instigante porque muito tem sido os desafios nesta área.

Oportuno, porque precisamos refletir sobre a política esportiva infantil e o seu contexto

histórico social na busca de novas perspectivas (FAINTUCH, 2010).

Precisa-se então refletir sobre o espaço (ocupado pelas crianças e sua pluralidade) para

garantir realmente sua inserção e socialização, facilitando desta forma o seu desenvolvimento

sócio cognitivo, assim poderemos aprender a mudar nossas ideias, sentimentos e valores onde

isso se fizer necessário (MORAN, 2001). Levantar uma discussão a respeito de qual seria a

função de iniciação esportiva significa solidificar uma estreita vinculação com os objetivos da

apropriação e transmissão do saber e do agir, e buscar uma postura investigativa da

contextualização dentro da dimensão do esporte.

O futebol exige tanto dos aspectos cognitivos, como dos aspectos motores, sendo que

a porcentagem de participação destes aspectos varia de acordo com a situação de jogo

(SCHMIDT E WRISBERG APUD CAMPOS, 2004).

Quem aprende futebol pode desenvolver um acervo de habilidades bastante

diversificado, podendo aproveitar essas habilidades em muitos outros esportes. Além disso,

poderá estar aprendendo a conviver em grupos, a construir regras, a discutir e até a discordar

dessas regras, a mudá-las, com rica contribuição para seu desenvolvimento moral e social

(FREIRE, 2006).



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O futebol tem-se identificado com a cultura brasileira, principalmente no que se refere

à subjetividade de suas relações, ao que acontece dentro de um campo de futebol, como as

transgressões das regras estabelecidas, da ordem e da desordem, da aproximação que o futebol

faz dos torcedores com a realidade festiva do prazer e do lazer, que representam momentos de

paixão e de alegria. A identificação do povo com o futebol só acontece porque ele consegue

apresentar essas características, a identidade (RINALDI, 2000).

Bayer (1994) afirma coexistir duas correntes pedagógicas de ensino para os jogos

desportivos coletivos: uma utiliza os métodos tradicionais ou didáticos, decompondo os

elementos (fragmentação), na qual a memorização e a repetição permitem moldar a criança e

o adolescente ao modelo adulto. A outra corrente destaca os métodos ativos, que levam em

conta os interesses dos jovens e que, a partir de situações vivenciadas, iniciativa, imaginação e

reflexão possam favorecer a aquisição de um saber adaptado às situações causadas pela

imprevisibilidade. De acordo com o mesmo autor essa abordagem pedagógica, chamada de

pedagogia das situações, deve promover aos indivíduos a cooperação com seus companheiros,

a integração ao coletivo, opondo-se aos adversários, mostrando, ao aprendiz, as possibilidades

de percepção das "situação de jogo", interferindo na tomada de decisão, elaborando uma

"solução mental", buscando resolver os problemas que surgem com respostas motoras mais

rápidas, principalmente nas interceptações e antecipações, frente às atividade dos adversários.

2.2 Material e Métodos ou Metodologia

Este estudo trata-se de uma abordagem qualitativa, de natureza descritiva, o qual se

desenvolveu através de cinco observações sendo que, quatro foram com séries dos anos

iniciais do ensino fundamental e uma em escolinha de futebol, com alunos de 7 à 9 anos, de

ambos os sexos, ao todo foram visualizados 125 alunos buscando conhecer, compreender e

analisar a importância do desenvolvimento das habilidades motoras básicas na construção do

aprendizado do futebol, a produção de conhecimentos acerca da intervenção pedagógica nas

aulas e os impactos da mesma sobre os aspectos psicomotores dos estudantes ao longo dos

anos escolares. Para a realização da observação foram necessários formulários para anotações,

estes dados foram coletados no mês de setembro de 2017, em escolas localizadas na região

norte do Rio Grande do Sul. As aulas observadas tiveram duração de 50 minutos nas escolas

dos anos iniciais e 2 horas na escolinha de futebol, estruturadas com parte inicial



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(aquecimentos), parte principal (exercícios especificos) e parte final

(relaxamento/alongamento)

Os critérios de inclusão foram: estar dentro da faixa etária entre 7 a 9 anos. Os

critérios de exclusão foram: estar fora da faixa etária pretendida.

Segundo Goldenberg (1997 p. 34): A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa.

A pesquisa descritiva exige do investigador uma série de informações sobre o que

deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada

realidade, pois estudos descritivos podem ser criticados porque existe uma descrição exata dos

fenômenos e dos fatos. São exemplos de pesquisa descritiva: estudos de caso, análise

documental, pesquisa ex-post-facto. Ainda para o autor, às vezes não existe por parte do

investigador um exame crítico das informações, e os resultados podem ser equivocados; e as

técnicas de coleta de dados, como questionários, escalas e entrevistas, podem ser subjetivas,

apenas quantificáveis, gerando imprecisão (TRIVIÑOS, 1987).

2.3 Resultados e Discussão

A partir das observações realizadas nas escolas, foi possível observar a diferença da

escola e da escoloinha de futebol, e a maneira de ensinar o desenvolvimento das habilidades.

É preciso ensiná-lo bem a todos, onde se pode jogá-lo com qualidade, alguns em menor,

outros em maior tempo. Todo processo pedagógico exige paciência, mas se ensinarmos o

mesmo, bem a todos, os alunos mostrarão habilidades para jogar futebol. (PAULO FREIRE,

2006).

Observou-se na escola A uma aula de educação física, em que o plano de aula para

aquele dia foi o ensino da modalidade futebol de campo. No início da aula a professora

desenvolveu no aquecimento uma brincadeira com bola (caçador) a aula percorreu de uma



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forma bem lúdica. Logo após isso trabalhou-se os fundamentos básicos do futebol, tais como:

passe, recepção, cabeceio, condução da bola por diferentes espaços, atividades com cones,

atividades em dupla e em grupo com bola.

Ao fim da parte inicial da aula os alunos foram divididos em dois times para jogar

futebol com cobrança de regras. A professora tinha um plano de aula, onde o mesmo foi

seguido com algumas modificações para um melhor andamento da aula.

Além disso, devem ensinar mais que futebol a todos, mas também promoverem

atividades onde os alunos aprendam a conviver em grupo, construir regras, discutí-las e até

discordar, podendo mudá-las, para que haja uma rica contribuição para seu desenvolvimento

moral e social. Contribuir para o desenvolvimento da inteligência do aluno, não pensando

apenas no craque, mas em sua condição humana; discutir sobre os acontecimentos da aula,

colocando-o em situações desafiadoras, estimulando-o a criar suas próprias soluções para

situações- problemas e falar sobre elas, levando-o a compreender suas ações.

Na escola deve-se promover atividades com qualidade para o aprendizado,

preservando o lúdico. Preservar esse espaço lúdico, trazendo essa cultura para dentro da

escola, é de grande mérito e prestígio para que esse aprendizado não perca seu ambiente

natural. Mas é evidente e inevitável que adaptações sejam necessárias para se ensinar futebol

na escola.

Na escola B o plano de aula não era de futebol, mas contemplava algumas atividades

referentes ao futebol. O objetivo era desenvolver a consciência corporal, buscando o

comhecimento do corpo, desenvolver noção de espaço e estimular o prazer.

A parte inicial da aula foi uma brincadeira chamada noite e dia. Nesta observou-se que

foram trabalhadas atividades que também usa-se no futebol, corrida, esquiva, noção de espaço

e regras. A parte principal foi um circuito composto por estações, uma estação com arcos,

outra com bolas, cones, banco. Nesta parte também havia atividades trabalhadas no futebol,

passes, lançamentos, corrida. Na parte final da aula a professora desenvolveu exercícios de

alongamento e relaxamento.

Na aula observada a professora havia um plano de aula, que foi seguido e também foi

ministrada de forma lúdica em que os alunos podem trazer coisas que fazem no seu cotidiano,

no fim da aula os alunos tiveram a oportunidade de conversar com a professora e os colegas

dizendo quais fora suas facilidades e dificuldades durante a mesma, onde a professora possa

realizar uma aula prazerosa e que todos gostem.



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Freire (2006) diz que esse conhecimento trazido pelo indivíduo durante toda a sua vida

de fora do ambiente escolar não pode ser ignorado pelos professores. Temos que trabalhar em

cima deste conhecimento durante as aulas de educação física escolar. Essa meta de construção

de conhecimento, respeitando o universo cultural dos alunos, explorando a gama múltipla de

possibilidades educativas de sua atividade lúdica, propõe tarefas cada vez mais complexas e

desafiadoras.

Para Darido & Sanches Netto, 2005, p.11: O construtivismo na área de educação física tem o mérito de considerar o conhecimento que o aluno previamente já possui, resgatando sua cultura de jogos e brincadeiras. A abordagem busca envolver essa cultura no processo de ensino e aprendizagem, aproveitando as brincadeiras de rua, os jogos de regras, as rodas cantadas e outras atividades que compõem o universo cultural dos alunos. Ela representa uma alternativa aos métodos diretivos de ensino, pois o aluno constrói o seu conhecimento a partir da interação com o meio, resolvendo problemas.

Na escola C a aula observada não tinha plano de aula, a mesma foi de cinquenta

minutos, quarenta minutos destinados somente à uma única atividade onde as crianças ficaram

em cima de um banco e tinham que se organizar primeiramente por idade, depois por mês de

aniversário, tamanho do calçado, tudo foi feito sem descer do banco.E o restante da aula as

crianças jogaram futebol cinco minutos os meninos e cinco as meninas. No jogo não houve

cobrança de regras.

Um equivoco é a falta de percepção de que o planejamento está estreitamente

relacionado à dinâmica da prática cotidiana. Assim, ao restringir sua contrução ao inicio do

ano o professor não considera, no processo de aprendizagem, questões decorrentes de seu

próprio trabalho e muitas vezes copia o que utilizou o ano anterior. Em decorrência disto, o

ensino fica cada vez mais destacado de uma realidade que é rica e que se tranforma a cada dia

(FREIRE, 2006).

Libaneo (1994), a falta da importância do planejamento, afirma que este é um

processo que visa a articular o trabalho da escola como a realidade social e que tudo que

ocorre no interior da escola está atravessado de siginificdos políticos, econômicos e culturas

características da sociedade em que vivemos. Prosseguindo, o autor frisa que se não

refletirmos sobre estes significados e não atuarmos sobre os mesmos, tentando transformá-los

de acordo com as nossas concepções, estaremos apenas reproduzindo o que já existe e assim

mantenho a estrutura social intacta. Ora, se concordarmos que a sociedade deve continuar do



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jeito que ela é hoje não se pode procupar em alterar os significados sociais que perpassam o

nosso cotidano, mas se nos encontramos insatisfeitos com o que presenciamos é fundamental

empreendermos ações que modifiquem as características desta sociedade.

Na escolinha D o professor havia um plano de aula para ser seguido, a escola trabalha

de uma forma bem técnica, onde é cobrado dos alunos técnica, disciplina, comprometimento,

ser assíduo. A primeira parte da aula os alunos jogaram fut-queimada com uma bola leve na

qual a condução da bola podia ser somente com os pés. Na parte principal os alunos

executaram os fundamentos do futebol, individual em dupla e em grupos em que era cobrada

a técnica de cada fundamento. Trabalharam também execícios com os membros superiores

como o aremeço lateral, domínio de bola no peito e cabeceio. O goleiro neste momento estava

trabalhando individualmente com seu preparador executando técnicas e habilidades de um

goleiro. Na parte final o treinador desenvolveu exercícios de volta à calma, alongamentos para

os alunos. E cada um dos mesmos pôde falar de duas dificuldades e os mais habilidosos

ajudavam os demais no decorer do treino.

Neste cenário, você deve estar preparado para as mudanças e as exigências que

enfrentamos. Em todos os esportes, especialmente o futebol em um processo de formação

adequada devem procurar o desenvolvimento integral das capacidades técnicas e táticas.

Portanto, estudante desenvolvimento futsal de habilidades cognitivas de percepção,

antecipação, a tomada de decisões é essencial. A educação psicomotora é a base do processo

de aprendizagem. Assim, para a criança aprender gestos técnicos é necessário antes de

aprender os movimentos básicos, como correr, saltar e rolar bem como equilíbrio, ritmo,

coordenação e conceitos de espaço e tempo são essenciais para a aprendizagem técnica

individual (SAAD, 1997).

As escolinhas de esporte (futebol de campo) se materializam por meio de uma prática

pedagógica, preocupada com o desenvolvimento global, de seus alunos respeitando seus

estágios de crescimento e desenvolvimento, em que estes são divididos por idades e fases,

cada uma trabalha de um modo diferente, que se inicia nas atividades básicas até técnico-

tático, portanto deve contemplar várias possibilidades sociais, intelectuais, motoras,

educativas e esportivas. Então, a função básica das escolinhas de futebol é proporcionar um

processo de ensino aprendizagem que venha possibilitar um aprendizado da modalidade em

questão. Mas, que este aprendizado técnico não tenha um fim em si mesmo, ou seja, o

processo deve estar envolvido em todo o contexto vivido pelo aluno.



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Para uma melhor compreensão, pode ser ilustrada a ideia, por exemplo, a educação

física escolar, na escola sem exceção, todos os alunos tem a possibilidade de aprender a

educação física, mas esta disciplina não tem a finalidade de torná-los profissionais, mas

utilizaram por toda a vida. E, ainda aqueles que se interessar em se tornarem profissionais

terão esta oportunidade, pois a fundamentação, a base da educação física foi ensinada na

escola.

A preocupação com o domínio das habilidades básicas tem norteado a maior parte do

labor didático relacionado com o ensino dos jogos desportivos. A investigação nesta área tem

em grande parte acolhido esta perspectiva, porquanto, as variáveis dependentes, os principais

objetivos dos programas, os conteúdos de aprendizagem e os instrumentos de avaliação

predominantemente utilizados têm tido como horizonte as habilidades básicas dos jogos.

Na área do Treinamento Esportivo a formulação dos construtos capacidade de jogo,

capacidades táticas, comportamento tático, se relacionam particularmente com a psicologia

cognitiva, na compreensão da complexa unidade cognição-ação. Na práxis do treinamento

esportivo existe uma carência de modelos teóricos que descrevam a ação esportiva e as

interações com o conhecimento (e seus processos subjacentes) com a capacidade tática-

técnica. Faltam também, modelos para o ensino-aprendizagem, e métodos de diagnóstico e

prognóstico resultado do saber, uma informação que é representada mentalmente em um

formato específico e estruturado, organizado, de alguma forma (EYSENCK & KEANE,

1994).

Visitou-se quatro escolas onde, três são de ensino fundamental, com turmas do quinto

ao oitavo ano e uma escolinha de futebol de campo na qual analizou-se como é ensinada a

base motora do aprendizado da modalidade futebol de campo e, foi comparado como as

escolas de ensino fundamental e a escolinha trabalham.

3 CONCLUSÃO

Este estudo teórico prático buscou fazer uma analogia de como é trabalhado a inicição

e a aquisição de habilidades na modalidade futebol de campo, na escola regular de ensino

fundamental e da escolinha desportiva, como ambas constroem seus conhecimentos.

Entende-se que, nessa forma de ensino-aprendizagem, a técnica (habilidade motora)

estará sendo desenvolvida em situações que acontecem na maior parte do tempo nos jogos



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coletivos. Isso nos faz crer que a assimilação por parte dos alunos/atletas seja beneficiada, e,

posteriormente, a prática constante poderá predispor a especialização dos gestos motores que

permanecerão para o resto da vida.

Paulo Freire (2006), nos diz que devemos trabalhar com quatro princípios básicos

norteadores: ensinar futebol a todos, ensinar futebol bem a todos, ensinar mais que futebol a

todos e ensinar a gostar do esporte.

Concluí-se então que na escola se deve ensinar ao aluno gostar do esporte, ensinar o

futebol com brincadeiras, com diversão, com carinho, com atenção, com liberdade, pois antes

de qualquer ensinamento, o aluno precisa aprender a gostar do que faz, sem precisar enganar

os alunos com promessas de um futuro glorioso e levá-los a engolir treinamentos exaustivos,

práticas desagradáveis, tristes, repetitivas ou autoritárias e fazer com que acreditem que isso

os transforme em futuros craques. É fácil entender que o aluno costuma gostar mais daquilo

que lhe é prazeroso do que aquilo que lhe causa sofrimento. Na escola o esporte deve ser

trabalhado de uma forma lúdica onde os alunos aprendam a modalidade e adquiram

habilidades, mas sem ter o intuito de transformá-los em profissionais. O esporte deve ser algo

prazeroso e que as crianças gostem de praticar e levem o esporte para a vida toda.

Já nas escolinhas de esporte como a de futebol de campo, há uma maior preocupação

com a aquição de habilidades de gestos técnicos e táticos, em que é exigido mais dos alunos,

eles são dividos por idade, cada idade trabalha de uma maneira diferente, desde habilidades

motoras básicas até por fim as mais complexas onde se exige tomada de decisões, raciocínio

rápido, e um emanado de habilidades e técnicas e táticas para que por fim possam se tormar

profissionais e fazer do esporte seu trabalho.

Portanto, o esporte na escola regular e na escolinha deve permitir que os alunos

possam exercer sua cidadania, em que trabalho e lazer são essenciais para uma boa qualidade

de vida. Por isso, a participação significa experimentar o esporte que você precisa saber

compreender, analisar e refletir.

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