noções administrativas financeira e orçamentárias

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Noções d e A dministração Financeira e O rçamentária

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Page 1: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Noções de Administração

Financeira e Orçamentária

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PATRIMÔNIO PÚBLICO

1. O QUE É PATRIMÔNIO PÜBLICO?

Numa concepção restrita: é o conjunto de bens e direitos, mensurável em dinheiro, que pertence à União, a um Estado, a um Município, a uma autarquia ou empresa pública. (Art. 1º, §1º, Lei 4.717/65)

Concepção ampla: conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, que pertence ao povo, para o qual o Estado e a Administração existem.

BENS PÚBLICOS

2. O QUE SÃO BENS PÚBLICOS?

É tudo aquilo avaliado em dinheiro e que satisfaça as necessidades públicas pertencentes à União, aos Estados, aos Municípios, ao DF aos Territórios, autarquias e empresas públicas.

3. QUANTO A SUA DESTINAÇÃO, COMO CLASSIFICAM OS BENS PÚBLICOS?

De uso comum do povo: são destinados, por natureza ou lei, ao uso coletivo, e podem ser utilizados por todos sem necessidade de consentimento. Ex. rios, mares, estradas, ruas e praças.

De uso especial: destinados ao uso da administração e ao serviço público. Ex. prédios, terrenos, veículos, móveis, cemitérios, teatros, materiais de consumo.

Dominicais: não tem destinação púbica definida, podendo ser aplicados para obtenção de renda. Ex. imóveis não utilizados pela administração, terras devolutas, bens móveis inservíveis.

Esta classificação é disposta no art. 99 do Código Civil, daí porque é denominada Classificação Legal.

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4. PARA FINS DE REGISTROS CONTÁBEIS, COMO SE CLASSIFICAM OS BENS PÚBLICOS?

Bens Móveis – que compreendem os mobiliários em geral, os utensílios, veículos, aeronaves, embarcações, equipamentos, materiais etc.

Bens Imóveis – que correspondem aos terrenos e edificações (escolas, hospitais, sede do Poder Executivo e Legislativo), etc.

Bens de Natureza Industrial – bens utilizados no funcionamento de estabelecimentos industriais.

5. COMO SÃO ADQUIRIDOS OS BENS PÚBLICOS MUNICIPAIS?

Há várias formas de aquisição de bens pelo Poder Público. Elas são regidas pelo:

Direito Privado – compra e venda, recebimento de bens de doação, permuta, herança, usucapião, invenção (achado de coisa perdida) etc.

Direito Público – desapropriação, aquisição por força de lei ou processo judicial (Execução), investidura, etc.

Os bens dos municípios são adquiridos através de desapropriação, de processo de Execução, ou outros tipos de aquisição de natureza privada (compra e venda, recebimento de bens de doação, permuta, herança, usucapião, invenção (achado de coisa perdida) e por força de dispositivo constitucional ou legal.

Os bens municipais adquiridos por força de dispositivo constitucional ou legal seguem o critério de exclusão. Assim, eliminando os bens da União e dos Estados previstos nos Arts. 20 e 26 da Constituição Federal, respectivamente, os bens e móveis e imóveis que restarem e estiverem em seu domínio, a renda por eles auferidas e as águas fluentes, emergentes e em depósitos localizadas no território de um só Município, a ele pertence.

6. É POSSÍVEL SE DESFAZER DE BENS PÚBLICOS?

Os bens de uso comum e de uso especial, em regra, são inalienáveis, já que os mesmos encontram-se afetados a uma finalidade pública específica. Esta regra, entretanto, não é absoluta. Se os mesmos perderem a destinação pública, poderão passar à categoria de bens dominicais, podendo ser desafetados em decorrência de lei.

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Os bens dominicais, entretanto, uma vez que não são afetados a uma finalidade pública específica, podem ser alienados a qualquer tempo, através dos institutos de direito privado (compra e venda, doação, permuta) ou de direito público (investidura, retrocessão, etc.).

O gestor público poderá desfazer de bens públicos (móveis ou imóveis), desde que haja interesse público devidamente justificado e o valor esteja de acordo com o preço de mercado (avaliação prévia). Devem-se observar, ainda as seguintes regras, no caso de:

Imóveis – adquirir autorização legislativa e realizar licitação na modalidade de concorrência. Em se tratando de alienação de imóveis, a licitação é dispensada nos casos de dação em pagamento, doação ou venda para outro órgão ou entidade da administração pública, permuta com outro imóvel, etc.

Móvel – realizar licitação, normalmente na modalidade leilão, salvo nos casos de doação para fins de uso de interesse social, venda para outro órgão ou entidade da administração pública, permuta, etc. em que é dispensado o processo licitatório. É comum a alienação de bens móveis na administração pública, sobretudo de bens considerados inservíveis, aqueles que não prestam mais ao serviço público, em decorrência do desgaste natural do tempo.

A alienação de bens móveis e imóveis é tratada nos Arts. 17 a 19 da Lei n.º 8.666/93 que disciplina o processo de alienação dos bens móveis e imóveis.

É vedada a aplicação de receita de capital proveniente da venda de bens e direitos para financiamento de despesas correntes, salvo disposições legais contrárias. O valor advindo da venda de um bem deve, pois, ser investido na aquisição de outros bens (despesas de capital) ou destinado por lei ao regime de previdência. (Art. 44 da Lei Complementar n.º 101/00)

As guias de receita referentes à alienação de bens do patrimônio público, o processo licitatório e a autorização legislativa deverão ser juntadas aos documentos da prestação de contas mensal a serem enviados ao TCM, tal como determina a Resolução n.º 1.060/05.

Ocorrendo a alienação de bens públicos é necessário proceder à imediata baixa no inventário, mantendo o mesmo sempre atualizado.

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É PRECISO CUIDAR DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

7. QUEM DEVE CUIDAR DO PATRIMÔNIO PÜBLICO?

Quando o patrimônio estiver vinculado a um determinado ente federado - União, a um Estado ou a um Município - a ele cabe, através dos seus agentes públicos, em primeiro lugar, adotar todas as providências necessárias à sua preservação e conservação.

No caso do Município, a responsabilidade direta pelo zelo com o patrimônio público em regra é do (a) Prefeito (a). Ele pode, entretanto, dividir esta responsabilidade como os demais agentes públicos (Secretários, Diretores de Departamento e ao Encarregado do Setor de Patrimônio, devidamente nomeado para tal função). Basta, para isto, delegar tal responsabilidade através de Decreto.

Não se pode perder de vista, as responsabilidade indireta de toda a população, em relação ao cuidado com o patrimônio público. Isto porque, sendo o patrimônio público pertencente ao povo – a todos cabe por ele zelar, preservando-o e defendendo-o, inclusive judicialmente, através de Ação Popular. (Art. 1º, Lei 4.717/65).

8. COMO CUIDAR DO PATRIMÔNIO PÚBLICO MUNICIPAL?

O gestor público municipal, assim como nas demais esferas, deverá promover a adoção de procedimentos administrativos e contábeis que garantam o bom uso do patrimônio público. Entre as medidas a serem adotadas pelo gestor público, destaca-se a realização de Inventários Anuais. (Arts. 94 a 96 da Lei n.º 4.320/64 e Art. 9 º, Item 18 da Resolução n.º 1.060/05 do TCM).

9. O QUE É INVENTÁRIO?

Inventário é o ato de arrolar e descrever, coordenadamente, todos os bens e valores do Patrimônio, num determinando instante. O resumo do inventário é registrado no Balanço Patrimonial da Contabilidade do ente público. 10. QUAL A FINALIDADE DO INVENTÁRIO PÚBLICO ANUAL?

O objeto do inventário é apurar o valor exato e real dos bens e valores do Patrimônio num determinado momento.

Nas Administrações Públicas o objeto dos Inventários Públicos Anuais é possibilitar a fiscalização dos seus bens patrimoniais, além de delegar aos

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agentes a responsabilização pelos respectivos materiais. A tomada de contas desses agentes terá por base os inventários anuais.

A Resolução n.º 1.060/05 do TCM/Ba, no Item 18 do Art. 9º dispõe que o Inventário Anual deverá abranger os bens (móveis e imóveis), créditos e importâncias constantes no Ativo Permanente e Realizável. No estudo vamos ater apenas ao Inventário Anual dos Bens Públicos.

11. COMO REALIZAR O INVENTÁRIO ANUAL DOS BENS PÚBLICOS?

Como dito acima, o Inventário Anual deverá abranger: os bens móveis (materiais de consumo e matérias permanentes) e os bens imóveis (Art. 96 da Lei n. º 4.320/64 e Art. 9º, Item 18, da Res. n.º 1.060/05 do TCM/Ba).

O gestor deverá realizar Inventários distintos para os materiais de consumo e matérias permanentes.

Segundo a Portaria n. º 448/02 da Secretária do Tesouro Nacional considera-se:

Material de Consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da Lei n. 4.320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada há dois anos;

Material Permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos.

12. COMO REALIZAR O INVENTÁRIO ANUAL DOS BENS MÓVEIS?

Para proceder à realização do Inventário Anual dos Bens Móveis (materiais permanentes ou material de consumo) o Gestor deverá cumprir, em regra, 4 (quatro) etapas a saber:

Nomeação de Comissão; Levantamento, Arrolamento, Avaliação e Registro do Patrimônio; Gerar Relatório do Inventário e enviá-lo para TCM; Lança dados do Inventário no Balanço Patrimonial;

12.1 - COMO PROCEDER À NOMEAÇÃO DE COMISSÃO DE INVENTÁRIO?

Inicialmente o Prefeito Municipal deverá editar Decreto instituindo Comissão para proceder ao Inventário dos Bens Móveis (materiais permanentes ou material de consumo), que deverá ocorrer num determinado espaço de tempo, sendo proibido a movimentação patrimonial ou de material no período.

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12.2 - COMO PROCEDER AO LEVANTAMENTO, ARROLAMENTO, AVALIAÇÃO E REGISTRO DO PATRIMÔNIO PARA FINS DE INVENTÁRIO?

Esta comissão deverá localizar os bens, identificá-los, promover o grupamento, isto é, a reunião dos elementos que apresentam as mesmas características, e por fim proceder à mensuração ou contagem.

Nesta fase deve-se buscar fazer descrição minuciosa dos bens e suas propriedades, de modo a garantir a sua individualização, devendo proceder, no caso específico dos materiais permanentes, ainda, a sua identificação através de plaquetas metálicas, preferencialmente com código de barras, adesivo (veículos), carimbo (livros).

É necessário indicar, também, os responsáveis pela guarda e conservação dos bens, através da lavratura de termo de responsabilidade, atribuindo-lhes certo valor. A avaliação dos componentes patrimoniais das entidades públicas é disciplinada pelo Art. 106 da Lei Federal n.º 4.320/64.

Por fim, deverá registrá-los em livro próprio impresso ou eletrônico, atribuindo-lhes um número seqüenciado procedimento denominado de Tombamento.

12.3 - COMO GERAR RELATÓRIO DO INVENTÁRIO ANUAL?

Ao final do trabalho, a Comissão de Inventário deverá gerar o Relatório Impresso do Inventário Analítico Anual dos materiais permanentes e de consumo que deverá ser enviado ao Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, juntamente com a documentação da prestação de contas anual, nos termos do disposto na Lei n.º 4.320/64 e na Resolução n.º 1.060/05 do TCM.

O relatório de inventário deverá conter os seguintes dados:

Número do respectivo tombamento; Descrição e características do bem; Documento específico da aquisição (número da nota fiscal); Valor da aquisição, Localização; Estado de conservação; Outras informações pertinentes.

O inventário anual é uma preciosa ferramenta de controle e fiscalização do gestor, evitando a apropriação indevida e a má conservação do bem público.

Através da contagem física anual o gestor poderá acompanhar a evolução patrimonial do Município, identificando precisamente quantos bens o Município possui, onde eles se encontram e quem são os servidores responsáveis por sua guarda e conservação.

12. 4 - O QUE FAZER COM OS DADOS DO INVENTÁRIO?

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O resultado do inventário deverá ser registrado no Balanço Patrimonial do Município, seguindo, para tanto, as diretrizes dispostas na Lei n.º 4.320/64.

Isto, porque, como dito acima, o patrimônio público é bens e direitos, de valor econômico, que pertencem à União, a um Estado, a um Município, a uma autarquia ou empresa pública. Para tanto, devem ser registrados na Contabilidade do Município a título de controle e fiscalização.

O patrimônio publico e sua variação ao longo do tempo é registrado contabilmente através dos Balanços Patrimoniais, disciplinados pela Lei n.º 4.320/64.

O conjunto de bens e direitos menos as obrigações, compreende o patrimônio líquido de um ente federado a saber:

ATIVO PASSIVO Bens

- Móveis - Imóveis - Bens de Natureza Industrial

( - ) Obrigações - Dívidas - Débitos

Direitos - Créditos - Valores

(=) Patrimônio Líquido

O patrimônio público líquido de um ente federado poderá ser positivo ou negativo. Se o conjunto de bens e direitos for maior que as obrigações, o patrimônio liquido será positivo (Ativo Real Líquido). Se a soma das obrigações, entretanto, superar o valor dos bens e direitos, o passivo será negativo (Passivo Real a Descoberto).

13. COMO MANTER O INVENTÁRIO ANUAL ATUALIZADO?

Para manter o Inventário Anual Atualizado é importante nomear um encarregado do setor de patrimônio, a quem caberá zelar pela guarda do inventário, a atualização de seus dados, fruto de novas incorporações, baixa ou da movimentação do bem de uma unidade para outra.

Realizado o primeiro Inventário, é preciso adotar procedimentos que garantam a atualização permanente dos dados, facilitando o trabalho de Comissão que, nos meses que antecederem ao final do ano, deverão apenas proceder à contagem física dos bens a título de conferência e controle, atualizando o Relatório que deve ser enviado anualmente ao TCM.

Assim, quando a administração adquirir um bem móvel novo, o encarregado do setor de patrimônio deverá ser avisado. Com a nota fiscal, promova o emplaquetamento, o adesivamento (veículos) ou carimbo (Livros), identifique o

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servidor responsável e confeccione o termo de guarda e responsabilidade, procedendo à atualização do registro do inventário, com o tombamento do bem no livro impresso ou eletrônico.

Os bens adquiridos com recursos de convênio, devem ser incorporados ao patrimônio público dos municípios, tal como determina a Instrução Normativa n.º 01/97 da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

Os mesmos devem, pois, ser registrados no Inventário do Município, e identificados através de plaquetas, adesivo (veículo) ou carimbo (livros) com a indicação do convênio que o originou.

Também é da responsabilidade do encarregado do patrimônio acompanhar a movimentação dos bens permanentes de uma unidade para outra dentro da própria administração, celebrando termo de transferência, guarda e responsabilidade do bem quando o fato ocorrer, procedendo à atualização do registro do inventário de modo a mantê-lo sempre atualizado.

É dele também, a responsabilidade por manter atualizados os arquivos de nota fiscais e termos de responsabilidade, documentos que dão credibilidade ao inventário.

VEÍCULOS E COMBUSTÍVEL

14. QUAIS SÃO SO CUIDADOS ESPECIAIS QUE SE DEVE TER COM OS VEÍCULOS E MÁQUINAS?

Os veículos e máquinas são espécie de bens móveis (materiais permanentes), aplicando a eles todas as recomendações anteriores, inclusive a realização de Inventário Anual, além das seguintes:

Realizar cadastro dos veículos e máquinas pertencentes à Administração Pública ou fruto de locações, promovendo o seu registro em Livro de Patrimônio e no Inventário Anual. Colar adesivo nos veículos e máquinas identificando o uso exclusivo em serviço. Promover a fixação de placas chapa branca, conforme autoriza a legislação de trânsito; Autorizar a utilização de veículos e máquinas somente no interesse do serviço público; Providenciar o licenciamento anual dos veículos e máquinas, solicitando imunidade do pagamento do IPVA e quitando o Seguro Obrigatório;

15. QUAIS SÃO AS ROTINAS A SEREM OBSERVADAS PELOS CONDUTORES?

Proceder a inspeções periódicas, verificando o estado de conservação;

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Verificar níveis de óleo, água e a pressão dos pneus antes de movimentar; Conferir a existência dos acessórios de segurança (macaco, chave de rodas, triângulo, extintor de incêndio); Manter as chaves dos veículos e máquinas em local seguro e de acesso restrito; Preencher tabela de controle de quilometragem ao sair e ao retornar; Levar veículos para serviços mecânicos programados; Recolher os veículos e máquinas na garagem, após o expediente; Respeitar as leis de trânsito, como controle de velocidade, uso de cinto de segurança entre outras regras, evitando a incidência de multas;

16. COMO PROCEDER AO CONTROLE DE COMBUSTÍVEL?

Autorizar o abastecimento de veículos, conforme modelo próprio; Elaborar e garantir o preenchimento de mapas individuais de controle de quilometragem e consumo de combustível, fazendo comparativos mensais;

FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

17. POR QUE É NECESSÁRIO FISCALIZAR E CONTROLAR O USO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO?

Para evitar a prática de atos lesivos ao patrimônio público e a conseqüente nulidade, evitando o desvio de finalidade pública, a má conservação do patrimônio público e o desperdício dos recursos públicos, com prejuízo para toda a população.

Para garantir a preservação dos recursos públicos, sobrando dinheiro para investir em obras e programas importantes para a sociedade.

Buscando evitar a responsabilização do gestor, através de ações de natureza penal e civil, ou fruto de Ação de Improbidade Administrativa movida pelo Ministério Público em decorrência da prática de atos lesivos ao patrimônio público.

18. QUAIS AS SANÇÕES PARA QUEM APROPRIA OU CAUSA LESÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO?

Todo aquele que, por ação ou omissão, gera lesão ao patrimônio público, ou ainda, de forma ilícita, se apropria do mesmo, está sujeito a responder pelo crime de Improbidade administrativa, previsto na Lei n.º 8.429/92.

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Assim, ocorrendo lesão ao patrimônio público, por ação ou omissão, a pena é o ressarcimento integral do dano.

Havendo, por sua vez, apropriação ilícita de patrimônio público o responsável estará sujeito, sem prejuízo de outras sanções penais, civis e administrativas, à (ao):

• Perda dos bens acrescidos ilicitamente e da função pública;

• Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos;

• Pagamento de multa e proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo cinco anos.

19. COMO FAZER A FISCALIZAÇAO E CONTROLE DO SETOR DE PATRIMÔNIO E DO USO DE VEÍCULOS?

O TCM/Ba editou a Resolução n.º 1.120/05 obriga a instituição dos Sistema de Controle Interno das Prefeituras e Câmaras de Vereadores baiana, criando rotinas de controle e fiscalização do patrimônio público.

Buscando cumprir as funções dispostas na citada Resolução a Controladoria deverá:

a) Editar Instrução Normativa buscando regulamentar a rotina de funcionamento do setor ou encarregado do patrimônio;

b) Realizar auditoria no setor de patrimônio, uso veículo de modo a verificar o cumprimento do disposto nos arts. 11 e 12 da Resolução, em especial a edição do inventário anual e sua freqüente atualização.

20. A QUE CONCLUSÃO NÓS CHEGAMOS?

Zelar pela boa e regular utilização do patrimônio público é dever de todos, pois este conjunto de bens e direito pertence à população.

Realizar inventários periódicos mantê-los atualizados, identificar o servidor responsável pela guarda e conservação dos bem, organizar os setores de patrimônio e controle de frota é um importante mecanismo para evitar a apropriação indevida, o desvio do patrimônio público e a responsabilização jurídica do gestor.

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Planejamento e Orçamento na Constituição de 1988

O modelo orçamentário brasileiro é definido na Constituição Federal de 1988 do Brasil. Compõe-se de três instrumentos: o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais.

O PPA, com vigência de quatro anos, tem como função estabelecer as diretrizes, objetivos e metas de médio prazo da administração pública. Cabe à LDO, anualmente, enunciar as políticas públicas e respectivas prioridades para o exercício seguinte. Já a LOA tem como principais objetivos estimar a receita e fixar a programação das despesas para o exercício financeiro. Assim, a LDO ao identificar no PPA as ações que receberão prioridade no exercício seguinte torna-se o elo entre o PPA, que funciona como um plano de médio-prazo do governo, e a LOA, que é o instrumento que viabiliza a execução do plano de trabalho do exercício a que se refere.

De acordo com a Constituição Federal, o exercício da função do planejamento é um dever do Estado, tendo caráter determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

Assim, o planejamento expresso no Plano Plurianual assume a forma de grande moldura legal e institucional para a ação nacional, bem como para a formulação dos planos regionais e setoriais.

O § 1º do inciso XI do art. 167 da Constituição Federal é um argumento forte em relação à importância que os constituintes deram ao planejamento no Brasil:

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

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Plano Plurianual - PPA

Encontram-se, na literatura orçamentária e financeira, indicações de alguns problemas relacionados com o funcionamento do modelo orçamentário acima descrito. Decorrem, em sua maioria, da inexistência da lei complementar mencionada no § 9º do art. 165 da CF.

Em relação ao PPA, a primeira questão que pode ser colocada neste contexto se refere ao entendimento da expressão "de forma regionalizada". Sua finalidade está ligada ao mandato constitucional de "redução das desigualdades regionais" (§ 7º do art. 165 da CF 88). Ou seja, sendo apresentado de forma regionalizada, o plano permitirá ser devidamente avaliado em relação àquele objetivo.

_________________

(*) Economista. Consultor de Orçamentos e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados.

Mas que regiões seriam estas a que se refere a Constituição? Uma primeira indicação encontra-se no art. 35 do ADCT - CF 1988

O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de forma progressiva, no prazo de até dez anos, distribuindo-se os recursos entre as regiões macroeconômicas em razão proporcional à população, a partir da situação verificada no biênio 1986-87.

Resta, entretanto, que as regiões estão definidas como sendo as macrorregiões adotadas pelo IBGE. Mas, de qualquer forma, cerca de 80% das ações propostas nos projetos orçamentários estão “regionalizadas” na classificação “nacional” - o que em nada ajuda para o cumprimento do preceito constitucional.

Além disso, é mister lembrar que o mandado constitucional exige que estados, municípios e o Distrito Federal também pratiquem o sistema de planejamento esboçado na Carta Magna. Nesse caso, quais seriam os parâmetros da regionalização a ser adotada?

A terceira questão refere-se ao termo "programa de duração continuada". O que seria isso? Não existe ainda nenhum delineamento satisfatório para este conceito. Sua definição, apesar do destaque constitucional, não consta nem mesmo dos projetos orçamentários apresentados.

Um passo paralelo foi dado pela LRF:

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Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.

Então, um programa que abrigue tal tipo de despesa corrente poderia ser caracterizado também como programa de duração continuada! Foi nesse sentido as interpretações dadas por ocasião do PPA 1991-96 e na apreciação dos Projetos de Lei Complementar nº 222, de 1990, e nº 135, de 1996. Todas focalizavam apenas no caráter finalístico das ações.

Felizmente, e por acaso, uma definição objetiva, mas esdrúxula, surge no Substitutivo do PPA 2004-07 do Senador Sibá Machado. A redação do art. 2º da Proposta do PPA era a seguinte:

Art. 2º Os Programas, no âmbito da Administração Pública federal, como instrumento de organização das ações de Governo, ficam restritos àqueles integrantes do Plano Plurianual.

Ou seja, dada a exigência da compatibilidade da Lei Orçamentária com o PPA, o programa nela proposto deveria constar necessariamente deste Plano. Mas, qual o problema com esse dispositivo? Vários programas que constam da Lei Orçamentária Anual não necessariamente constam do PPA (programas de suporte administrativo, por exemplo). Portanto, alguma alteração havia que ser feita para consertar o problema. Qual foi o substitutivo para esse dispositivo?

Art. 2º Os Programas, no âmbito da Administração Pública Federal, para efeito do art. 165, § 1º, da Constituição, são os integrantes desta Lei.

Assim, ao tentar resolver um problema, resolveu-se outro, o da definição do "programa de duração continuada". Agora são aqueles que integram a Lei que institui o PPA.

Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO

Uma das principais funções da LDO é estabelecer parâmetros necessários à alocação dos recursos no orçamento anual, de forma a garantir, dentro do possível, a realização das metas e objetivos contemplados no PPA. É papel da LDO ajustar as ações de governo, previstas no PPA, às reais possibilidades de caixa do Tesouro Nacional e selecionar dentre os programas incluídos no PPA aqueles que terão prioridade na execução do orçamento subsequente.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o

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exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Observe-se que prioridade pode ser entendida como o grau de precedência ou de preferência de uma ação ou situação sobre as demais opções. Em geral, é definida em razão da gravidade da situação ou da importância de certa providência para a eliminação de pontos de estrangulamento. Também se considera a relevância do empreendimento para a realização de objetivos estratégicos de política econômica e social.

MOGNATI (2008) observa, entretanto, que a importância do Anexo de Metas e Prioridades da LDO para a lei orçamentária tem sido relativizada pelo governo federal nos últimos orçamentos, sendo inclusive motivo de crítica por parte do Tribunal de Contas da União.

Da SILVA (2007) questionou a existência de compatibilidade entre as metas constantes no PPA, na LDO e na LOA: “Se esses instrumentos de planejamento devem

manter perfeita sintonia entre si, então, depreende-se que a inconsistência de um refletirá no resultado do outro.”

Ao observar os dados do seu estudo, constatou falta de consonância, compatibilidade e integração entre o PPA, a LDO e a LOA. Dentre as principais inconsistências encontradas cita:

a) falta de coerência entre o que foi planejado no PPA e as metas físicas estabelecidas nas LDOs;

b) b) execução orçamentária de programas do orçamento de investimento das estatais acima da dotação autorizada na LOA;

c) divergências entre as metas prioritárias estipuladas pelo Governo na LDO e as efetivamente registradas na LOA; e

d) programas prioritários que não foram executados.

Apesar da existência de vários problemas relacionados com este importante instrumento de planejamento, não há dúvidas que ele continua sendo útil em antecipar o debate dos grandes problemas orçamentários (como por exemplo, salário mínimo, compensações a estados e municípios, alterações tributárias, política de pessoal) no fórum adequado, no plenário do Poder Legislativo.

Lei Orçamentária Anual - LOA

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A lei orçamentária da União estima receitas e fixa as despesas para um exercício financeiro. De um lado, permite avaliar as fontes de recursos públicos no universo dos contribuintes e, de outro, quem são os beneficiários desses recursos. Reza o § 5º do artigo 165 da Constituição de 1988:

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos , órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

a) Orçamentos Fiscal e da Seguridade

O Orçamento Fiscal abrange os três poderes, seus fundos, órgãos, autarquias, inclusive as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. Compreende também as empresas públicas, sociedades de economia mista e demais controladas que recebam quaisquer recursos do Tesouro Nacional, exceto as que percebam unicamente sob a forma de participação acionária, pagamento de serviços prestados, ou fornecimento de bens, pagamento de empréstimo e financiamento concedidos e transferências para aplicação em programa de financiamento. Este último, refere-se aos 3% do IR e do IPI destinados aos FNO, FCO, FNE, e 40% das contribuições do PIS/PASEP, destinados ao BNDES.

b) O Orçamento da Seguridade Social

Particularmente, constitui o detalhamento dos montantes de receitas vinculados aos gastos da seguridade social - especialmente as contribuições sociais nominadas no art. 195 da Constituição. Compreende também outras contribuições que lhe sejam asseguradas ou transferidas pelo orçamento fiscal, bem como do detalhamento das programações relativas à saúde, à previdência e à assistência social que serão financiadas por tais receitas. Esse orçamento abrange todas as entidades e órgãos vinculados à seguridade social, da administração direta e indireta, bem como fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.

osos

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c) Orçamento de Investimento das Estatais

As Estatais, operando nas condições e segundo as exigências do mercado, não teriam obrigatoriedade de ter suas despesas e receitas operacionais destas empresas integrem o orçamento público. As despesas de custeio das empresas estatais vinculadas ao Executivo (entendidas como empresas públicas e as sociedades de economia mista, subsidiárias, controladas) terão seus orçamentos organizados e acompanhados com a participação do MPO, mas não são apreciadas pelo Legislativo.

A inclusão de seus investimentos é justificada na medida em que tais aplicações constam com o apoio do orçamento fiscal e até mesmo da seguridade que fornecem os recursos ou com o apoio do Tesouro que concede aval para as operações de financiamento, ou com "lucros e excedentes" de aplicações de recursos públicos. Por uma questão de racionalidade, transparência e evitar a dupla contagem não se incluem neste orçamento as programações de estatais cujos trabalhos integrem os orçamentos fiscal e da seguridade social (CBTU, CODEVASF, CONAB, CPRM, EMBRAPA, RADIOBRÁS, SERPRO).

Ciclo de planejamento e orçamento

O PPA é peça de mais alta hierarquia dentre a tríade orçamentária, embora esta seja somente constituída de leis ordinárias. Esse é o modelo disposto em nossa Carta Magna, que determina em seu art. 165, § 7º, que os orçamentos devem ser compatibilizados com o plano plurianual. No § 2º desse artigo exige que a LOA deve ser elaborada conforme dispuser a LDO. E no art. 166 § 3º, I, prevê a admissão de emendas ao orçamento somente se compatíveis com o plano plurianual e com a LDO.

A técnica utilizada na elaboração dessas leis orçamentárias – a do Orçamento Programa, ao possibilitar uma linguagem unificada nas relações entre essas três leis, permite a desejada e preconizada integração entre o planejamento e o orçamento.

Todas as leis orçamentárias são de iniciativa do Poder Executivo que as envia, sob a forma de proposta, para apreciação e aprovação do Poder Legislativo. Cabe ao Chefe do Poder Executivo sancioná-las e executá-las. Compete ao Poder Legislativo acompanhar e fiscalizar sua execução. O ciclo integrado de planejamento e orçamento pode ser ilustrado da seguinte maneira:

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Apreciação do Orçamento pelo Poder Legislativo

A CMO emite parecer e delibera sobre os projetos de lei do plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e suas alterações (créditos adicionais), além de outras matérias de cunho orçamentário. Em seu âmbito são apresentadas as emendas aos projetos para inclusão dos interesses dos parlamentares, respeitando os prazos, limites e condições determinados pela Resolução.

Cada proposta de PPA, LDO ou LOA recebe proposições acessórias durante sua tramitação, que auxiliarão na análise das proposições principais e determinarão regras para atuação dos relatores e a apresentação de emendas. Dentre essas proposições acessórias destacam-se o parecer preliminar, os relatórios setoriais (somente no caso do projeto da LOA), as emendas e os destaques.

As emendas podem ser apresentadas pelos parlamentares de forma individualizada ou coletiva. As emendas individuais são apresentadas por qualquer parlamentar detentor do mandato e também por relatores das propostas, sendo estas limitadas à correção de erros ou omissões contidas nos projetos em análise. As emendas coletivas derivam do consenso dos parlamentares reunidos em comissões permanentes de cada Casa do Congresso Nacional – Emendas de Comissão – ou dos parlamentares pertencentes à mesma unidade da federação – Emendas de Bancada. No caso das Emendas de Comissão, sua apresentação fica condicionada à aprovação pela maioria de seus

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membros, e as Emendas de Bancada devem constar de ata assinada por, no mínimo, 3/4 (três quartos) de deputados federais e 2/3 (dois terços) de senadores da respectiva unidade da federação para serem submetidas à apreciação da CMO.

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Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000.

Mensagem de veto

Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

§ 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

§ 3o Nas referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;

b) as respectivas administrações diretas, fundos , autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;

II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;

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III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.

Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:

I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;

II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;

III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:

a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;

b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;

c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição.

§ 1o Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

§ 2o Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso V do § 1o do art. 19.

§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

CAPÍTULO II

DO PLANEJAMENTO

Seção I

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Do Plano Plurianual

Art. 3o (VETADO)

Seção II

Da Lei de Diretrizes Orçamentárias

Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas;

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;

c) (VETADO)

d) (VETADO)

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;

II - (VETADO)

III - (VETADO)

§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

§ 2o O Anexo conterá, ainda:

I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

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III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente.

Seção III

Da Lei Orçamentária Anual

Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:

I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o;

II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;

III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:

a) (VETADO)

b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

Page 25: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

§ 1o Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orçamentária anual.

§ 2o O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional.

§ 3o A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.

§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.

§ 5o A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição.

§ 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos.

§ 7o (VETADO)

Art. 6o (VETADO)

Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após a constituição ou reversão de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subseqüente à aprovação dos balanços semestrais.

§ 1o O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para com o Banco Central do Brasil e será consignado em dotação específica no orçamento.

§ 2o O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Central do Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União.

§ 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil conterão notas explicativas sobre os custos da remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas cambiais e a rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os de emissão da União.

Seção IV

Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas

Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma

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de execução mensal de desembolso. (Vide Decreto nº 4.959, de 2004) (Vide Decreto nº 5.356, de 2005)

Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

§ 2o Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-5)

§ 4o Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1odo art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

§ 5o No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.

Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição.

CAPÍTULO III

DA RECEITA PÚBLICA

Seção I

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Da Previsão e da Arrecadação

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

§ 2o O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. (Vide ADIN 2.238-5)

§ 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subseqüente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.

Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

Seção II

Da Renúncia de Receita

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: (Vide Medida Provisória nº 2.159, de 2001) (Vide Lei nº 10.276, de 2001)

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I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.

§ 3o O disposto neste artigo não se aplica:

I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1o;

II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

CAPÍTULO IV

DA DESPESA PÚBLICA

Seção I

Da Geração da Despesa

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de:

I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;

II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:

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I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;

II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.

§ 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.

§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4o As normas do caput constituem condição prévia para:

I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;

II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art. 182 da Constituição.

Subseção I

Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.

§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.

§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.

§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de

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compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

§ 5o A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas referidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.

§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.

§ 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Seção II

Das Despesas com Pessoal

Subseção I

Definições e Limites

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.

§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".

§ 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:

I - União: 50% (cinqüenta por cento);

II - Estados: 60% (sessenta por cento);

III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

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§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas:

I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;

II - relativas a incentivos à demissão voluntária;

III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição;

IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere o § 2o do art. 18;

V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19;

VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos provenientes:

a) da arrecadação de contribuições dos segurados;

b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição;

c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.

§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:

I - na esfera federal:

a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;

b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos

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três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar; (Vide Decreto nº 3.917, de 2001)

d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;

II - na esfera estadual:

a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;

b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;

d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados;

III - na esfera municipal:

a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver;

b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo.

§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.

§ 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão:

I - o Ministério Público;

II - no Poder Legislativo:

a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;

b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas;

c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Contas do Distrito Federal;

d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município, quando houver;

III - no Poder Judiciário:

a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;

b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.

Page 33: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

§ 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciário, a cargo da União por força do inciso XIII do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o.

§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento).

§ 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percentuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 6o (VETADO)

Subseção II

Do Controle da Despesa Total com Pessoal

Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:

I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do art. 169 da Constituição;

II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.

Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.

Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista noinciso X do art. 37 da Constituição;

II - criação de cargo, emprego ou função;

III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

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IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;

V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da Constituição.

§ 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5)

§ 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária.(Vide ADIN 2.238-5)

§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:

I - receber transferências voluntárias;

II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.

§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.

Seção III

Das Despesas com a Seguridade Social

Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total, nos termos do § 5o do art. 195 da Constituição, atendidas ainda as exigências do art. 17.

§ 1o É dispensada da compensação referida no art. 17 o aumento de despesa decorrente de:

I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação pertinente;

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II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;

III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.

§ 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de saúde, previdência e assistência social, inclusive os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.

CAPÍTULO V

DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

I - existência de dotação específica;

II - (VETADO)

III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição;

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:

a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos;

b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;

c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;

d) previsão orçamentária de contrapartida.

§ 2o É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada.

§ 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social.

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CAPÍTULO VI

DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO

Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.

§ 1o O disposto no caput aplica-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e o Banco Central do Brasil.

§ 2o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a participação em constituição ou aumento de capital.

Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.

Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as prorrogações e composições de dívidas decorrentes de operações de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financiamentos em desacordo com o caput, sendo o subsídio correspondente consignado na lei orçamentária.

Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário.

§ 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei.

§ 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias.

CAPÍTULO VII

DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO

Seção I

Definições Básicas

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Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;

IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;

V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.

§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.

§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil.

§ 3o Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

Seção II

Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito

Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei Complementar, o Presidente da República submeterá ao:

I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da União, Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do

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art. 52 da Constituição, bem como de limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;

II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração de sua adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.

§ 1o As propostas referidas nos incisos I e II do caput e suas alterações conterão:

I - demonstração de que os limites e condições guardam coerência com as normas estabelecidas nesta Lei Complementar e com os objetivos da política fiscal;

II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma das três esferas de governo;

III - razões de eventual proposição de limites diferenciados por esfera de governo;

IV - metodologia de apuração dos resultados primário e nominal.

§ 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput também poderão ser apresentadas em termos de dívida líquida, evidenciando a forma e a metodologia de sua apuração.

§ 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão fixados em percentual da receita corrente líquida para cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.

§ 4o Para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do montante da dívida consolidada será efetuada ao final de cada quadrimestre.

§ 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da República enviará ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional, conforme o caso, proposta de manutenção ou alteração dos limites e condições previstos nos incisos I e II do caput.

§ 6o Sempre que alterados os fundamentos das propostas de que trata este artigo, em razão de instabilidade econômica ou alterações nas políticas monetária ou cambial, o Presidente da República poderá encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional solicitação de revisão dos limites.

§ 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites.

Seção III

Page 39: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Da Recondução da Dívida aos Limites

Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.

§ 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:

I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;

II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o.

§ 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

§ 3o As restrições do § 1o aplicam-se imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.

§ 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária.

§ 5o As normas deste artigo serão observadas nos casos de descumprimento dos limites da dívida mobiliária e das operações de crédito internas e externas.

Seção IV

Das Operações de Crédito

Subseção I

Da Contratação

Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles controladas, direta ou indiretamente.

§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o atendimento das seguintes condições:

I - existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica;

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II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto no caso de operações por antecipação de receita;

III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;

IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo;

V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição;

VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei Complementar.

§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades.

§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos recursos de operações de crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas, observado o seguinte:

I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste;

II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido por instituição financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das despesas de capital;

III - (VETADO)

§ 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e do Banco Central do Brasil, o Ministério da Fazenda efetuará o registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão:

I - encargos e condições de contratação;

II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.

§ 5o Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na compensação automática de débitos e créditos.

Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos.

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§ 1o A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será considerada nula, procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento de juros e demais encargos financeiros.

§ 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será consignada reserva específica na lei orçamentária para o exercício seguinte.

§ 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a reserva, aplicam-se as sanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23.

§ 4o Também se constituirá reserva, no montante equivalente ao excesso, se não atendido o disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as disposições do § 3o do art. 32.

Subseção II

Das Vedações

Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar.

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente.

§ 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:

I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;

II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

§ 2o O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades.

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.

Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:

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I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição;

II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;

III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;

IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.

Subseção III

Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:

I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício;

II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;

III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;

IV - estará proibida:

a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada;

b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

§ 1o As operações de que trata este artigo não serão computadas para efeito do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput.

§ 2o As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.

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§ 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.

Subseção IV

Das Operações com o Banco Central do Brasil

Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco Central do Brasil está sujeito às vedações constantes do art. 35 e mais às seguintes:

I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no mercado, ressalvado o disposto no § 2o deste artigo;

II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de instituição financeira ou não, de título da dívida de ente da Federação por título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e venda, a termo, daquele título, cujo efeito final seja semelhante à permuta;

III - concessão de garantia.

§ 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial, existente na carteira das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediante novas operações de venda a termo.

§ 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira.

§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público.

§ 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

Seção V

Da Garantia e da Contragarantia

Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observados o disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as condições estabelecidos pelo Senado Federal.

§ 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas, observado o seguinte:

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I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente;

II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da dívida vencida.

§ 2o No caso de operação de crédito junto a organismo financeiro internacional, ou a instituição federal de crédito e fomento para o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a ente que atenda, além do disposto no § 1o, as exigências legais para o recebimento de transferências voluntárias.

§ 3o (VETADO)

§ 4o (VETADO)

§ 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo Senado Federal.

§ 6o É vedado às entidades da administração indireta, inclusive suas empresas controladas e subsidiárias, conceder garantia, ainda que com recursos de fundos.

§ 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de garantia por:

I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à prestação de contragarantia nas mesmas condições;

II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.

§ 8o Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:

I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às normas aplicáveis às instituições financeiras privadas, de acordo com a legislação pertinente;

II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira por ela controladas, direta e indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito à exportação.

§ 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de garantia prestada, a União e os Estados poderão condicionar as transferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento.

§ 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos até a total liquidação da mencionada dívida.

Seção VI

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Dos Restos a Pagar

Art. 41. (VETADO)

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

CAPÍTULO VIII

DA GESTÃO PATRIMONIAL

Seção I

Das Disponibilidades de Caixa

Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas conforme estabelece o § 3o do art. 164 da Constituição.

§ 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira.

§ 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o § 1o em:

I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;

II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público, inclusive a suas empresas controladas.

Seção II

Da Preservação do Patrimônio Público

Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.

Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em

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andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação.

Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem o atendimento do disposto no § 3o do art. 182 da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da indenização.

Seção III

Das Empresas Controladas pelo Setor Público

Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da Constituição.

Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balanços trimestrais nota explicativa em que informará:

I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com respectivos preços e condições, comparando-os com os praticados no mercado;

II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, especificando valor, fonte e destinação;

III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de empréstimos e financiamentos com preços, taxas, prazos ou condições diferentes dos vigentes no mercado.

CAPÍTULO IX

DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

Seção I

Da Transparência da Gestão Fiscal

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.

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Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009) (Vide Decreto nº 7.185, de 2010)

Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.

Seção II

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Da Escrituração e Consolidação das Contas

Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:

I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;

II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;

III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e operações de cada órgão, fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente;

IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos financeiros e orçamentários específicos;

V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento ou assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor;

VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de ativos.

§ 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as operações intragovernamentais.

§ 2o A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, enquanto não implantado o conselho de que trata o art. 67.

§ 3o A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.

Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.

§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos:

I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril;

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II - Estados, até trinta e um de maio.

§ 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.

Seção III

Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária

Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de:

I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:

a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada;

b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;

II - demonstrativos da execução das:

a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar;

b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício;

c) despesas, por função e subfunção.

§ 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão destacadamente nas receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da dívida.

§ 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2o do art. 51.

Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a:

I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício;

II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;

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III - resultados nominal e primário;

IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;

V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.

§ 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de demonstrativos:

I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conforme o § 3o do art. 32;

II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos;

III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes.

§ 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:

I - da limitação de empenho;

II - da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança.

Seção IV

Do Relatório de Gestão Fiscal

Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:

I - Chefe do Poder Executivo;

II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo;

III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Judiciário;

IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.

Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20.

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Art. 55. O relatório conterá:

I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes:

a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;

b) dívidas consolidada e mobiliária;

c) concessão de garantias;

d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;

e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;

II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;

III - demonstrativos, no último quadrimestre:

a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;

b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:

1) liquidadas;

2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41;

3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade de caixa;

4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados;

c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do art. 38.

§ 1o O relatório dos titulares dos órgãos mencionados nos incisos II, III e IV do art. 54 conterá apenas as informações relativas à alínea a do inciso I, e os documentos referidos nos incisos II e III.

§ 2o O relatório será publicado até trinta dias após o encerramento do período a que corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.

§ 3o O descumprimento do prazo a que se refere o § 2o sujeita o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51.

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§ 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser elaborados de forma padronizada, segundo modelos que poderão ser atualizados pelo conselho de que trata o art. 67.

Seção V

Das Prestações de Contas

Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.

§ 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito:

I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais;

II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando as dos demais tribunais.

§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais.

§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas.

Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.

§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e oitenta dias.

§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.

Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições.

Seção VI

Da Fiscalização da Gestão Fiscal

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Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a:

I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;

II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;

III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23;

IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;

V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Complementar;

VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.

§ 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem:

I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o;

II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;

III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;

IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei;

V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.

§ 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20.

§ 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.

CAPÍTULO X

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DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores àqueles previstos nesta Lei Complementar para as dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.

Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devidamente escriturados em sistema centralizado de liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou em outras transações previstas em lei, pelo seu valor econômico, conforme definido pelo Ministério da Fazenda.

Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despesas de competência de outros entes da Federação se houver:

I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual;

II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislação.

Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinqüenta mil habitantes optar por:

I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30 ao final do semestre;

II - divulgar semestralmente:

a) (VETADO)

b) o Relatório de Gestão Fiscal;

c) os demonstrativos de que trata o art. 53;

III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do art. 5o a partir do quinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei Complementar.

§ 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser realizada em até trinta dias após o encerramento do semestre.

§ 2o Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com pessoal ou à dívida consolidada, enquanto perdurar esta situação, o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de verificação e de retorno ao limite definidos para os demais entes.

Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperação financeira aos Municípios para a modernização das respectivas administrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, com vistas ao cumprimento das normas desta Lei Complementar.

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§ 1o A assistência técnica consistirá no treinamento e desenvolvimento de recursos humanos e na transferência de tecnologia, bem como no apoio à divulgação dos instrumentos de que trata o art. 48 em meio eletrônico de amplo acesso público.

§ 2o A cooperação financeira compreenderá a doação de bens e valores, o financiamento por intermédio das instituições financeiras federais e o repasse de recursos oriundos de operações externas.

Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembléias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação:

I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;

II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no art. 9o.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de estado de defesa ou de sítio, decretado na forma da Constituição.

Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão duplicados no caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual ou superior a quatro trimestres.

§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres.

§ 2o A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la, adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB nacional, estadual e regional.

§ 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as medidas previstas no art. 22.

§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres.

Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a:

I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação;

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II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal;

III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controle social;

IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.

§ 1o O conselho a que se refere o caput instituirá formas de premiação e reconhecimento público aos titulares de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvimento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas desta Lei Complementar.

§ 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamento do conselho.

Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo do Regime Geral de Previdência Social, vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência Social, com a finalidade de prover recursos para o pagamento dos benefícios do regime geral da previdência social.

§ 1o O Fundo será constituído de:

I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto Nacional do Seguro Social não utilizados na operacionalização deste;

II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados por força de lei;

III - receita das contribuições sociais para a seguridade social, previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195 da Constituição;

IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou jurídica em débito com a Previdência Social;

V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;

VI - recursos provenientes do orçamento da União.

§ 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, na forma da lei.

Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir regime próprio de previdência social para seus servidores conferir-lhe-á caráter contributivo e o organizará com base em normas de contabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial.

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Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa total com pessoal no exercício anterior ao da publicação desta Lei Complementar estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eliminando o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% a.a. (cinqüenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, das medidas previstas nos arts. 22 e 23.

Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no prazo fixado, sujeita o ente às sanções previstas no § 3o do art. 23.

Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Constituição, até o término do terceiro exercício financeiro seguinte à entrada em vigor desta Lei Complementar, a despesa total com pessoal dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em percentual da receita corrente líquida, a despesa verificada no exercício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento), se esta for inferior ao limite definido na forma do art. 20.

Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, em percentual da receita corrente líquida, a do exercício anterior à entrada em vigor desta Lei Complementar, até o término do terceiro exercício seguinte.

Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e demais normas da legislação pertinente.

Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do art. 48-A: (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

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Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir da data de publicação da lei complementar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do § 3o do art. 23. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação.

Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de maio de 1999.

Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Pedro Malan Martus Tavares

Este texto não substitui o publicada no DOU de 5.5.2000

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Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI COMPLEMENTAR Nº 131, DE 27 DE MAIO DE 2009

Acrescenta dispositivos à Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, a fim de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

Art. 1o O art. 48 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 48. ...................................................................................

Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante:

I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;

II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público;

III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.”(NR)

Art. 2o A Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 48-A, 73-A, 73-B e 73-C:

“Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a:

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I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;

II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.”

“Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar.”

“Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do art. 48-A:

I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes;

II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes;

III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes.

Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir da data de publicação da lei complementar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo.”

“Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do § 3o do art. 23.”

Art. 3o Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 27 de maio de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Tarso Genro Guido Mantega Paulo Bernardo Silva Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.5.2009

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Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964.

Mensagem de veto Texto compilado Vigência Partes mantidas pelo Congresso Nacional

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei;

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b, da Constituição Federal.

TÍTULO I

Da Lei de Orçamento

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.

§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento:

I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Governo;

II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias Econômicas, na forma do Anexo nº. 1;

III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;

IV - Quadro das dotações por órgãos do Governo e da Administração.

§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:

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I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;

II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos ns. 6 a 9;

III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo, em termos de realização de obras e de prestação de serviços.

Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.

Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros . (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.

Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.

Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.

§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.

§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o calculo das cotas terá por base os dados apurados no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar a proposta orçamentária do governo obrigado a transferência. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:

I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.

§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.

Page 63: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de alienação de bens imóveis somente se incluirá na receita quando umas e outras forem especìficamente autorizadas pelo Poder Legislativo em forma que jurìdicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.

§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no tocante a operações de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento.

Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de cada órgão do Governo ou unidade administrativa, a que se refere o artigo 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à forma do Anexo n. 2.

§ 1° Os itens da discriminação da receita e da despesa, mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão identificados por números de códigos decimal, na forma dos Anexos ns. 3 e 4.

§ 2º Completarão os números do código decimal referido no parágrafo anterior os algarismos caracterizadores da classificação funcional da despesa, conforme estabelece o Anexo n. 5.

§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não prejudicará a adoção de códigos locais.

CAPÍTULO II

Da Receita

Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 10. (Vetado).

Art. 11. A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. § 1° São Receitas Correntes as receitas tributária, patrimonial, industrial e diversas e, ainda as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. § 2º São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. § 3º O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo

Page 64: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

n. 1, não constituirá item da receita orçamentária. § 4º A classificação da receita por fontes obedecerá ao seguinte esquema: RECEITAS CORRENTES Receita Tributária Impostos. Taxas. Contribuições de Melhoria. Receita Patrimonial Receitas Imobiliárias. Receitas de Valores Mobiliários. Participações e Dividendos. Outras Receitas Patrimoniais. Receita Industrial Receita de Serviços Industriais. Outras Receitas Industriais. Transferências Correntes Receitas Diversas Multas. Contribuições Cobrança da Divida Ativa. Outras Receitas Diversas. RECEITAS DE CAPITAL Operações de Crédito. Alienação de Bens Móveis e Imóveis. Amortização de Empréstimos Concedidos. Transferências de Capital. Outras Receitas de Capital.

Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo

Page 65: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

nº 1, não constituirá item de receita orçamentária. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte esquema: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

RECEITAS CORRENTES

Receita Tributária

Impostos.

Taxas.

Contribuições de Melhoria.

Receita Patrimonial

Receitas Imobiliárias.

Receitas de Valores Mobiliários.

Participações e Dividendos.

Outras Receitas Patrimoniais.

Receita Industrial

Receita de Serviços Industriais.

Outras Receitas Industriais.

Transferências Correntes

Receitas Diversas

Multas.

Cobrança da Divida Ativa.

Outras Receitas Diversas.

RECEITAS DE CAPITAL

Operações de Crédito.

Alienação de Bens Móveis e Imóveis.

Page 66: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Amortização de Empréstimos Concedidos.

Transferências de Capital.

Outras Receitas de Capital.

CAPÍTULO III

Da Despesa

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: (Vide Decreto-lei nº 1.805, de 1980)

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos Inversões Financeiras Transferências de Capital

§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.

§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:

I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.

Page 67: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a discriminação ou especificação da despesa por elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de governo, obedecerá ao seguinte esquema:

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Pessoa Civil Pessoal Militar Material de Consumo Serviços de Terceiros Encargos Diversos

Transferências Correntes

Subvenções Sociais Subvenções Econômicas Inativos Pensionistas Salário Família e Abono Familiar Juros da Dívida Pública Contribuições de Previdência Social Diversas Transferências Correntes.

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Obras Públicas Serviços em Regime de Programação Especial

Page 68: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Equipamentos e Instalações Material Permanente Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas

Inversões Financeiras

Aquisição de Imóveis Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Emprêsa em Funcionamento Constituição de Fundos Rotativos Concessão de Empréstimos Diversas Inversões Financeiras

Transferências de Capital

Amortização da Dívida Pública Auxílios para Obras Públicas Auxílios para Equipamentos e Instalações Auxílios para Inversões Financeiras Outras Contribuições.

Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão consignadas dotações a unidades administrativas subordinadas ao mesmo órgão.

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração publica para consecução dos seus fins. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o de duração superior a dois anos.

SEÇÃO I

Das Despesas Correntes

SUBSEÇÃO ÚNICA

Das Transferências Correntes

Page 69: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

I) Das Subvenções Sociais

Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidades financeiras a concessão de subvenções sociais visará a prestação de serviços essenciais de assistência social, médica e educacional, sempre que a suplementação de recursos de origem privada aplicados a esses objetivos, revelar-se mais econômica.

Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com base em unidades de serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos interessados obedecidos os padrões mínimos de eficiência prèviamente fixados.

Art. 17. Somente à instituição cujas condições de funcionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos oficiais de fiscalização serão concedidas subvenções.

II) Das Subvenções Econômicas

Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das empresas públicas, de natureza autárquica ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas expressamente incluídas nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal.

Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:

a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros materiais;

b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados gêneros ou materiais.

Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer título, a empresa de fins lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido expressamente autorizada em lei especial.

SEÇÃO II

Das Despesas de Capital

SUBSEÇÃO PRIMEIRA

Dos Investimentos

Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações.

Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.

Page 70: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

SUBSEÇÃO SEGUNDA

Das Transferências de Capital

Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para investimentos que se devam incorporar ao patrimônio das empresas privadas de fins lucrativos.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às transferências de capital à conta de fundos especiais ou dotações sob regime excepcional de aplicação.

TÍTULO II

Da Proposta Orçamentária

CAPÍTULO I

Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária

Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:

I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação econômico-financeira, documentada com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação da política econômico-financeiras do Governo; justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital;

II - Projeto de Lei de Orçamento;

III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas distintas e para fins de comparação:

a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que se elaborou a proposta;

b) A receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta;

c) A receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;

d) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;

e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; e

f) A despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.

IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a

Page 71: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa.

Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição sucinta de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.

CAPÍTULO II

Da Elaboração da Proposta Orçamentária

SEÇÃO PRIMEIRA

Das Previsões Plurienais

Art. 23. As receitas e despesas de capital serão objeto de um Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo, no mínimo um triênio.

Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital será anualmente reajustado acrescentando-se-lhe as previsões de mais um ano, de modo a assegurar a projeção contínua dos períodos.

Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital abrangerá:

I - as despesas e, como couber, também as receitas previstas em planos especiais aprovados em lei e destinados a atender a regiões ou a setores da administração ou da economia;

II - as despesas à conta de fundos especiais e, como couber, as receitas que os constituam;

III - em anexos, as despesas de capital das entidades referidas no Título X desta lei, com indicação das respectivas receitas, para as quais forem previstas transferências de capital.

Art. 25. Os programas constantes do Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital sempre que possível serão correlacionados a metas objetivas em termos de realização de obras e de prestação de serviços.

Parágrafo único. Consideram-se metas os resultados que se pretendem obter com a realização de cada programa.

Art. 26. A proposta orçamentária conterá o programa anual atualizado dos investimentos, inversões financeiras e transferências previstos no Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital.

SEÇÃO SEGUNDA

Page 72: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Das Previsões Anuais

Art. 27. As propostas parciais de orçamento guardarão estrita conformidade com a política econômico-financeiras, o programa anual de trabalho do Governo e, quando fixado, o limite global máximo para o orçamento de cada unidade administrativa.

Art. 28 As propostas parciais das unidades administrativas, organizadas em formulário próprio, serão acompanhadas de:

I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma estabelecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f;

II - justificação pormenorizada de cada dotação solicitada, com a indicação dos atos de aprovação de projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo início ou prosseguimento ela se destina.

Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecadação organizar demonstrações mensais da receita arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base a estimativa da receita, na proposta orçamentária.

Parágrafo único. Quando houver órgão central de orçamento, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas mensalmente.

Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demonstrações a que se refere o artigo anterior à arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e outras, que possam afetar a produtividade de cada fonte de receita.

Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão revistas e coordenadas na proposta geral, considerando-se a receita estimada e as novas circunstâncias.

TÍTULO III

Da elaboração da Lei de Orçamento

Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.

Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:

a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão da proposta;

b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;

Page 73: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anteriormente criado;

d) conceder dotação superior aos quantitativos prèviamente fixados em resolução do Poder Legislativo para concessão de auxílios e subvenções.

TÍTULO IV

Do Exercício Financeiro

Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

I - as receitas nele arrecadadas;

II - as despesas nele legalmente empenhadas.

Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.

Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurienal, que não tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.

Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. (Vide Decreto nº 62.115, de 1968)

Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício; quando a anulação ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á receita do ano em que se efetivar.

Art. 39. As importâncias relativas a tributo, multas e créditos da Fazenda Pública, lançados mas não cobrados ou não recolhidos no exercício de origem, constituem Dívida Ativa a partir da data de sua inscrição. Parágrafo único. As importâncias dos tributos e demais rendas não sujeitas a lançamentos ou não lançadas, serão escrituradas como receita do exercício em que forem arrecadas nas respectivas rubricas orçamentárias, desde que até o ato do recebimento não tenham sido inscritas como Dívida Ativa.

Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas

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respectivas rubricas orçamentárias. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

TÍTULO V

Dos Créditos Adicionais

Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;

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II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;

III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos: (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

II - os provenientes de excesso de arrecadação; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) (Vide Lei nº 6.343, de 1976)

§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.

Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.

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Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível.

TÍTULO VI

Da Execução do Orçamento

CAPÍTULO I

Da Programação da Despesa

Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.

Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá aos seguintes objetivos:

a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a melhor execução do seu programa anual de trabalho;

b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.

Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto no artigo anterior, levará em conta os créditos adicionais e as operações extra-orçamentárias.

Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício, observados o limite da dotação e o comportamento da execução orçamentária.

CAPÍTULO II

Da Receita

Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de guerra.

Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

Art. 54. Não será admitida a compensação da obrigação de recolher rendas ou receitas com direito creditório contra a Fazenda Pública.

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Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das importâncias que arrecadarem.

§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, proveniência e classificação, bem como a data a assinatura do agente arrecadador.(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3. desta lei serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

CAPÍTULO III

Da Despesa

Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.

Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos. (Redação dada pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)

§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição Federal, é vedado aos Municípios empenhar, no último mês do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente.(Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)

§ 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo período, assumir, por qualquer forma, compromissos financeiros para execução depois do término do mandato do Prefeito. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)

§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se aplicam nos casos comprovados de calamidade pública. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)

§ 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empenhos e atos praticados em desacordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da

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responsabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V, do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)

Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de empenho.

§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.

§ 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

II - a importância exata a pagar; (Vide Medida Provisória nº 581, de 2012)

III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:

I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II - a nota de empenho;

III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Page 79: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.

Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades orçamentárias poderão quando expressamente determinado na Lei de Orçamento ser movimentadas por órgãos centrais de administração geral.

Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das dotações de pessoal, de uma para outra unidade orçamentária, quando considerada indispensável à movimentação de pessoal dentro das tabelas ou quadros comuns às unidades interessadas, a que se realize em obediência à legislação específica.

Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão na ordem de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, sendo proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para esse fim.

Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.

Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por dois adiantamento. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudicação de obras e serviços serão regulados em lei, respeitado o princípio da concorrência.

TÍTULO VII

Dos Fundos Especiais

Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação.

Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a turnos especiais far-se-á através de dotação consignada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.

Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que o instituiu, o saldo positivo do fundo especial apurado em balanço será transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo fundo.

Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá determinar normas peculiares de controle, prestação e tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

Page 80: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

TÍTULO VIII

Do Controle da Execução Orçamentária

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:

I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;

II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;

III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.

CAPÍTULO II

Do Controle Interno

Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subseqüente.

Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos.

Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado na legislação, caberá o controle estabelecido no inciso III do artigo 75.

Parágrafo único. Esse controle far-se-á, quando for o caso, em termos de unidades de medida, prèviamente estabelecidos para cada atividade.

Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes verificar a exata observância dos limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, dentro do sistema que for instituído para esse fim.

CAPÍTULO III

Do Controle Externo

Page 81: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.

Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.

§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

§ 2º Quando, no Município não houver Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a Câmara de Vereadores poderá designar peritos contadores para verificarem as contas do prefeito e sobre elas emitirem parecer.

TÍTULO IX

Da Contabilidade

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.

Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos agentes responsáveis por bens ou dinheiros públicos será realizada ou superintendida pelos serviços de contabilidade.

Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros.

Art. 86. A escrituração sintética das operações financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das partidas dobradas.

Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e obrigações oriundos de ajustes ou contratos em que a administração pública for parte.

Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com individuação do devedor ou do credor e especificação da natureza, importância e data do vencimento, quando fixada.

Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira patrimonial e industrial.

Page 82: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

CAPÍTULO II

Da Contabilidade Orçamentária e Financeira

Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos mesmos créditos, e as dotações disponíveis.

Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa far-se-á de acordo com as especificações constantes da Lei de Orçamento e dos créditos adicionais.

Art. 92. A dívida flutuante compreende:

I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

II - os serviços da dívida a pagar;

III - os depósitos;

IV - os débitos de tesouraria.

Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício e por credor distinguindo-se as despesas processadas das não processadas.

Art. 93. Todas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza financeira, não compreendidas na execução orçamentária, serão também objeto de registro, individuação e controle contábil.

CAPÍTULO III

Da Contabilidade Patrimonial e Industrial

Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.

Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis.

Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração sintética na contabilidade.

Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos devedores, ter-se-á o registro contábil das receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.

Art. 98. A divida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Page 83: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.

Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não organizados como empresa pública ou autárquica, manterão contabilidade especial para determinação dos custos, ingressos e resultados, sem prejuízo da escrituração patrimonial e financeira comum.

Art. 100 As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistência ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

CAPÍTULO IV

Dos Balanços

Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos números 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.

Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas.

Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.

Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extra-orçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.

Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:

I - O Ativo Financeiro;

II - O Ativo Permanente;

III - O Passivo Financeiro;

IV - O Passivo Permanente;

V - O Saldo Patrimonial;

Page 84: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

VI - As Contas de Compensação.

§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.

§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa.

§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outras pagamento independa de autorização orçamentária.

§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.

§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.

Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá as normas seguintes:

I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;

II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção;

III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras.

§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional.

§ 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie serão levadas à conta patrimonial.

§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

TÍTULO X

Das Autarquias e Outras Entidades

Art. 107. As entidades autárquicas ou paraestatais, inclusive de previdência social ou investidas de delegação para arrecadação de contribuições parafiscais da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal terão seus orçamentos aprovados por decreto do Poder Executivo, salvo se disposição legal expressa determinar que o sejam pelo Poder Legislativo. (Vide Decreto nº 60.745, de 1967)

Page 85: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Parágrafo único. Compreendem-se nesta disposição as empresas com autonomia financeira e administrativa cujo capital pertencer, integralmente, ao Poder Público.

Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas no artigo anterior vincular-se-ão ao orçamento da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, pela inclusão:

I - como receita, salvo disposição legal em contrário, de saldo positivo previsto entre os totais das receitas e despesas;

II - como subvenção econômica, na receita do orçamento da beneficiária, salvo disposição legal em contrário, do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e despesas.

§ 1º Os investimentos ou inversões financeiras da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, realizados por intermédio das entidades aludidas no artigo anterior, serão classificados como receita de capital destas e despesa de transferência de capital daqueles.

§ 2º As previsões para depreciação serão computadas para efeito de apuração do saldo líquido das mencionadas entidades.

Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades compreendidas no artigo 107 serão publicados como complemento dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a que estejam vinculados.

Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades já referidas, obedecerão aos padrões e normas instituídas por esta lei, ajustados às respectivas peculiaridades.

Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação fixar, os balanços serão remetidos ao órgão central de contabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, para fins de incorporação dos resultados, salvo disposição legal em contrário.

TÍTULO XI

Disposições Finais

Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda, além de outras apurações, para fins estatísticos, de interesse nacional, organizará e publicará o balanço consolidado das contas da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e outras entidades, bem como um quadro estruturalmente idêntico, baseado em dados orçamentários.

§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a estrutura do Anexo n. 1.

Page 86: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

§ 2 O quadro baseado nos orçamentos será publicado até o último dia do primeiro semestre do próprio exercício e o baseado nos balanços, até o último dia do segundo semestre do exercício imediato àquele a que se referirem.

Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo precedente, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal remeterão ao mencionado órgão, até 30 de abril, os orçamentos do exercício, e até 30 de junho, os balanços do exercício anterior.

Parágrafo único. O pagamento, pela União, de auxílio ou contribuição a Estados, Municípios ou Distrito Federal, cuja concessão não decorra de imperativo constitucional, dependerá de prova do atendimento ao que se determina neste artigo.

Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes normas, o Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda atenderá a consultas, coligirá elementos, promoverá o intercâmbio de dados informativos, expedirá recomendações técnicas, quando solicitadas, e atualizará sempre que julgar conveniente, os anexos que integram a presente lei.

Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, poderão ser promovidas, quando necessário, conferências ou reuniões técnicas, com a participação de representantes das entidades abrangidas por estas normas.

Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de 1 de janeiro de 1964.

Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de 1º de janeiro de 1964 para o fim da elaboração dos orçamentos e a partir de 1º de janeiro de 1965, quanto às demais atividades estatuídas. (Redação dada pela Lei nº 4.489, de 19.11.1964)

Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 17 de março de 1964; 143º da Independência e 76º da República.

JOÃO GULART Abelardo Jurema Sylvio Borges de Souza Motta Jair Ribeiro João Augusto de Araújo Castro Waldyr Ramos Borges Expedito Machado Oswaldo Costa Lima Filho Júlio Forquim Sambaquy Amaury Silva Anysio Botelho Wilson Fadul Antonio Oliveira Brito Egydio Michaelsen

Page 87: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.3.1964, retificado em 9.4.1964 e retificado em 3.6.1964

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LEI N. 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964

Partes vetadas pelo Presidente da República e mantidas pelo Congresso Nacional, do Projeto que se transformou na Lei nº.4.320,de 17 de março de 1964 (que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal ).

VETO

O Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu promulgo na forma do Parágrafo 3º do Artigo 70 da Constituição Federal os seguintes dispositivos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.

"Art. 3º ............................................................................................................................................

Parágrafo único Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros".

............................................................................................................................................

"Art. 6º ............................................................................................................................................

............................................................................................................................................

2º - Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o cálculo das cotas terá por base os dados apurados no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar a proposta orçamentária do Governo obrigado à transferência".

............................................................................................................................................

Page 88: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

"Art. 7º ............................................................................................................................................

I ............................................................................................................................................

..........................................obedecidas as disposições do artigo 43". ..................................

"Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da Constituição e das leis vigentes em matérias financeira destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essa entidades."

............................................................................................................................................

"Art. 14 ............................................................................................................................................

............................................................................................................................................

subordinados ao mesmo órgão ou repartição.....................................................................".

............................................................................................................................................

"Art. 15 ............................................................................................................................................

.........................................................no

mínimo............................................................................................................................................."

"Art. 15 ............................................................................................................................................

1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se refere a administração pública para consecução dos seus fins".

............................................................................................................................................

"Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de exposição justificativa.

§1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, deste que não comprometidos;

Page 89: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

I – o superavit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;

II – os provenientes de excesso de arrecadação;

III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em lei;

IV – o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite o Poder Executivo realizá-las.

§2º Entende-se por superavit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro conjugando-se ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.

§3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se ainda, a tendência do exercício.

§4º Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício".

............................................................................................................................................

"Art. 55 ............................................................................................................................................

1º - Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, proveniência, e classificação, bem como a data e assinatura do agente arrecadador".

............................................................................................................................................

"Art. 57 Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei.............................

............................................................................................................................................

"Art. 58 ............................................................................................................................................

............................................................................................................................................ou não

............................................................................................................................................".

"Art. 64 ............................................................................................................................................

Page 90: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade".

.............................................................

"Art. 69............................................................................................................................................

............................................................................................................................................nem o responsável por dois adiantamentos".

............................................................................................................................................

"Art. 92. A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitem verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros".

............................................................................................................................................

Brasília, 4 de maio de 1964; 1432 da Independência e 76º da República.

H. Castello Branco.

Page 91: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

(Prof° LINO MARTINS)

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Page 93: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

1

Orçamento Público

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2

1 - Orçamento Público

O orçamento público é uma lei que, entre outros aspectos, exprime emtermos financeiros a alocação dos recursos públicos. Trata-se de um instrumento deplanejamento que espelha as decisões políticas, estabelecendo as ações prioritárias para oatendimento das demandas da sociedade, em face da escassez de recursos. Apresentamúltiplas funções – de planejamento, contábil, financeira e de controle. As despesas, paraserem realizadas, têm que estar autorizadas na lei orçamentária anual.

No Brasil, como na maioria dos países de regime democrático, oprocesso orçamentário reflete a co-responsabilidade entre os poderes, caracterizando-sepor configurar quatro fases distintas:

1 – a elaboração da proposta, feita no âmbito do Poder Executivo;

2 – a apreciação e votação pelo Legislativo – no caso do governo federal,o Congresso Nacional;

3 – a sua execução; e

4 – o controle, consubstanciado no acompanhamento e avaliação daexecução.

Com a estabilização econômica, o orçamento se reveste da maiorimportância, na medida em que os valores expressos em termos reais tendem a não ficardefasados, como ocorria no período inflacionário. Em conseqüência, passa a espelhar,com maior nitidez, a alocação dos recursos, favorecendo o acompanhamento e aavaliação das ações governamentais, principalmente pelo contribuinte e seusrepresentantes, colaborando assim, para a construção de um estado moderno, voltado paraos interesses da sociedade.

O orçamento é a peça mais importante da Administração Pública. Neleestão os programas e projetos de um governo que, ao distribuir entre os vários órgãos odinheiro arrecadado dos cidadãos, define suas prioridades.

O Poder Legislativo é a representação direta e democrática da sociedadena Administração Pública. Esta condição lhe confere uma das maiores responsabilidadesna vida política, econômica e social do país. É esta responsabilidade que deve levá-lo a

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3

ser zeloso e fiscalizador com os gastos públicos. Afinal, é o dinheiro da população queestá sendo aplicado.

2 - Orçamento Público, Instrumento de Ação do Estado

A Secretaria de Orçamento Federal – SOF tem a responsabilidadeprincipal de coordenar, consolidar, supervisionar e estabelecer normas para elaboração daLei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Geral da União. A SOF integra aestrutura do Ministério do Planejamento e Orçamento – MPO.

3 - O que é o orçamento público?

O Orçamento Geral da União (OGU) prevê todos os recursos e fixa todasas despesas do Governo Federal, referentes aos Poderes Legislativo, Executivo eJudiciário.

As despesas fixadas no orçamento são cobertas com o produto daarrecadação dos impostos federais, como o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobreProdutos Industrializados (IPI), bem como das contribuições, como o da Contribuiçãopara Financiamento da Seguridade Social - COFINS, que é calculado sobre o faturamentomensal das empresas, nas vendas de mercadorias e de serviços de qualquer natureza, ebem assim do desconto na folha que o assalariado paga para financiar sua aposentadoria.Os gastos do governo podem também ser financiados por operações de crédito - que nadamais são do que o endividamento do Tesouro Nacional junto ao mercado financeirointerno e externo. Este mecanismo implica o aumento da dívida pública.

As receitas são estimadas pelo governo. Por isso mesmo, elas podem sermaiores ou menores do que foi inicialmente previsto. Se a economia crescer durante oano, mais do que se esperava, a arrecadação com os impostos também vai aumentar. Omovimento inverso também pode ocorrer.

Com base na receita prevista, são fixadas as despesas dos poderesExecutivo, Legislativo e Judiciário. Depois que o Orçamento é aprovado pelo Congresso,o governo passa a gastar o que foi autorizado. Se a receita do ano for superior à previsãoinicial, o governo encaminha ao Congresso um projeto de lei pedindo autorização paraincorporar e executar o excesso de arrecadação. Nesse projeto, define as novas despesasque serão custeadas pelos novos recursos. Se, ao contrário, a receita cair, o governo ficaimpossibilitado de executar o orçamento na sua totalidade, o que exigirá corte nasdespesas programadas.

A inflação crônica, antes do Plano Real, distorcia o orçamento. Quando ogoverno elaborava a proposta orçamentária, previa uma taxa anual de inflação, a fim decorrigir as dotações orçamentárias para que elas mantivessem o valor real. Mas na últimadécada, por causa da inflação crônica e ascendente, essa taxa estimada quase sempre eramenor que a inflação efetivamente ocorrida no ano. Com isso, o processo inflacionáriocorroía as dotações orçamentárias.

Page 96: Noções Administrativas Financeira e Orçamentárias

4

Por exemplo, se o orçamento previa um determinado valor para aconstrução de uma estrada federal, quando o recurso era liberado, o seu valor real (ouseja, descontada a inflação do período) não era mais suficiente para a execução da obra.Esse problema gerou inúmeras distorções, como a paralisação de projetos pela metade oua construção de estradas de péssima qualidade

4 – Princípios Orçamentários

Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração econtrole do orçamento, que estão definidas na Constituição, na Lei nº 4.320, de 17 demarço de 1964, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

A Lei nº 4.320/64 estabelece os fundamentos da transparênciaorçamentária (art. 2o):

“A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, deforma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo,obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade(contemplado também,na CF 88”).

Princípio da Unidade

Cada entidade de direito público deve possuir apenas um orçamento,fundamentado em uma única política orçamentária e estruturado uniformemente. Assim,existe o orçamento da União, o de cada Estado e o de cada Município.

Princípio da Universalidade

A Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, ou seja,nenhuma instituição pública deve ficar fora do orçamento.

Princípio da Anualidade

Estabelece um período limitado de tempo para as estimativas de receita efixação da despesa, ou seja, o orçamento deve compreender o período de um exercício,que corresponde ao ano fiscal.

5 - Nem tudo é feito pelo Governo Federal

O Orçamento Geral da União não financia todas as despesas públicas. AConstituição do Brasil define as atribuições do governo federal, dos governos estaduais emunicipais. O dinheiro para asfaltar a rua de sua cidade não está incluído no Orçamento

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Geral da União, que contempla apenas ações atribuídas pela Constituição à esfera federaldo poder público. Se você está interessado em saber quais os recursos disponíveis para asobras de esgotos de sua rua, deve verificar o orçamento da prefeitura de sua cidade. Se asua preocupação for com a construção de uma estrada vicinal em sua região, deveconsultar o orçamento de seu Estado. O Orçamento Geral da União prevê recursos para aconstrução, pavimentação ou recuperação de estradas federais. Da mesma forma, se o seuinteresse é saber se as obras de construção do hospital de sua cidade serão executadas esteano, deve consultar o orçamento de sua prefeitura. As despesas com a segurança de suacidade ou de sua rua são financiadas também pelo orçamento de seu município.

A União repassa para os governos estaduais e prefeituras 47% de tudo oque arrecada com o Imposto de Renda (IR) e com o Imposto sobre ProdutosIndustrializados (IPI), através dos Fundos de Participação dos Estados, Distrito Federal eMunicípios.

Os governos estaduais ainda contam também, para financiar os seusgastos, com 75% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços(ICMS) e com o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Asprefeituras contam, além do repasse da União, feito de acordo com o número dehabitantes de cada cidade, definido pelo censo do IBGE, com os impostos municipaiscomo o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), com 25% da arrecadação do ICMSe com 50% da receita do Imposto Territorial Rural (ITR).

6 - Como é feito o orçamento?

O Orçamento é elaborado pelos três poderes da República e consolidadopelo Poder Executivo. Ele precisa ser equilibrado. Ou seja, não pode fixar despesas emvalores superiores aos recursos disponíveis. Essa limitação obriga o governo a definirprioridades na aplicação dos recursos estimados. As metas para a elaboração da propostaorçamentária são definidas pelo Plano Plurianual (PPA) e priorizadas pela Lei deDiretrizes Orçamentárias (LDO).

O projeto do Plano Plurianual precisa ser elaborado pelo governo eencaminhado ao Congresso, para ser discutido e votado, até o dia 31 de agosto doprimeiro ano do mandato de cada presidente, como determina a Constituição. Depois deaprovado, o PPA é válido para os quatro anos seguintes. O PPA estabelece as diretrizes,objetivos e metas, de forma regionalizada, da administração pública federal.

A finalidade do PPA, em termos orçamentários, é a de estabelecerobjetivos e metas que comprometam o Poder Executivo e o Poder Legislativo a darcontinuidade aos programas na distribuição dos recursos. O PPA precisa ser aprovadopelo Congresso até o final do primeiro ano do mandato do presidente eleito. O controle ea fiscalização da execução do PPA são realizados pelo sistema de controle interno doPoder Executivo e pelo Tribunal de Contas da União. O acompanhamento e a avaliaçãosão feitos pelo Ministério do Planejamento e Orçamento.

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A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prioriza as metas do PPA eorienta a elaboração do Orçamento Geral da União, que terá validade para o ano seguinte.O projeto da LDO é elaborado pelo Poder Executivo, sob a direção do MPO e acoordenação da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), e precisa ser encaminhado aoCongresso até o dia 15 de abril de cada ano. O projeto da LDO tem como base o PPA edeve ser apreciado pelo Congresso Nacional até 30 de junho de cada exercício. Depois deaprovado, o projeto é sancionado pelo Presidente da República.

Com a LC 101/2002, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal –LRF a LDO passeter outras diretrizes conforme segue:

Da Lei de Diretrizes Orçamentárias

Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art.165 da Constituição e:

I - disporá também sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas;

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipótesesprevistas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;

)

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dosprogramas financiados com recursos dos orçamentos;

f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidadespúblicas e privadas;

§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de MetasFiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes,relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública,para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

§ 2o O Anexo conterá, ainda:

I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia decálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos trêsexercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivosda política econômica nacional;

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios,destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos edo Fundo de Amparo ao Trabalhador;

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

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V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e damargem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, ondeserão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contaspúblicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexoespecífico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como osparâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas deinflação, para o exercício subseqüente.

Com base na LDO, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) elabora aproposta orçamentária para o ano seguinte, com a participação dos Ministérios (órgãossetoriais) e as unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário. Pordeterminação constitucional, o governo é obrigado a encaminhar o projeto de lei doorçamento ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano. Acompanha aproposta uma mensagem do Presidente da República, na qual é feito um diagnósticosobre a situação econômica do país e suas perspectivas, observando os seguintesprocedimentos:

1ª Etapa

Entre os meses de janeiro e maio, na Secretaria de Orçamento Federal -SOF, é desenvolvida a análise da série histórica da execução dos últimos exercícios, paradefinição dos limites de gastos por unidade orçamentária da União.

2ª Etapa

No mês de junho, os órgãos setoriais apresentam uma proposiçãodetalhada relativa às suas programações em:

Atividades - envolvendo o montante de recursos necessários paraassegurar a manutenção da execução das ações atualmente desenvolvidas para a prestaçãode serviços à comunidade;

Despesas Obrigatórias - relativas a despesas com pessoal, serviço dadívida, benefícios previdenciários.

3ª Etapa

Com a estimativa da Receita a ser arrecadada e o montante de gastosprojetados para o exercício na 2a Etapa, define um limite adicional e o remete aos órgãospara complementar a sua programação orçamentária, compreendendo:

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Expansão de atividades - os valores necessários para expansão dosserviços;

Projetos - gastos requeridos para aumento da capacidade física deatendimento ou inserção de uma ação nova nas atribuições dos órgãos.

4ª Etapa

Formaliza o documento final elaborando todos os demonstrativosexigidos pela Lei Federal no 4.320/64 e pela Lei de Diretrizes Orçamentárias.

No Congresso, deputados e senadores discutem a proposta que oExecutivo preparou, fazem as mudanças que consideram necessárias e votam o projeto.Até à Constituição de 1988, o Congresso apenas homologava o orçamento tal qual elevinha do Executivo. A partir de 1988, deputados e senadores adquiriram o direito deemendar o orçamento, o que significa que os parlamentares podem propor alterações emprogramas e projetos apresentados pelo Poder Executivo, desde que sejam compatíveiscom o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. A Constituição determinaque o Congresso deve votar o Orçamento até o encerramento da sessão legislativa decada ano.

Depois da aprovação pelo Legislativo, o projeto é enviado ao Presidenteda República para ser sancionado. Após a sanção, transforma-se em lei.

Utilizando o Sistema Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR), aSecretaria de Orçamento Federal acompanha e avalia a execução orçamentária,procedendo a alterações, através de créditos adicionais, quando necessário. A Secretariado Tesouro Nacional registra no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI)a execução orçamentária realizada pelos órgãos da administração pública.

7 - Classificações Orçamentárias

De grande importância para a compreensão do orçamento são os critériosde classificação das contas públicas. As classificações são utilizadas para facilitar epadronizar as informações que se deseja obter. Pela classificação é possível visualizar oorçamento por Poder, por Instituição, por Função de Governo, por subfunção porPrograma, por Projeto/Atividade/e ou, Operações Especiais, ou ainda por categoriaeconômica.

Várias são as razões por que deve existir um bom sistema declassificação no orçamento. Podemos citar algumas:

a) Facilitar a formulação de programas.

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b) Proporcionar uma contribuição efetiva para o acompanhamento daexecução do orçamento.

c) Determinar a fixação de responsabilidades.

d) Possibilitar a análise dos efeitos econômicos das atividadesgovernamentais.

Dependendo do critério de classificação, alguns aspectos das contaspoderão ser evidenciados. A Lei estabelece a obrigatoriedade de classificação segundovários critérios.

7.1. Classificação por Categoria Econômica

A classificação por categoria econômica é importante para oconhecimento do impacto das ações de governo na conjuntura econômica do país. Elapossibilita que o orçamento constitua um instrumento de importância para a análise eação de política econômica, de maneira a ser utilizado no fomento ao desenvolvimentonacional, no controle do déficit público, etc. Por esse critério, o orçamento se divide emdois grandes grupos: as Contas Correntes e Contas de Capital:

7.1.1. Receitas Correntes/Receitas de Capital

CORRENTES:

4.1.1 - Receita Tributária4.1.2 - Receita de Contribuições4.1.3 - Receita Patrimonial4.1.4 - Receita Agropecuária4.1.5 - Receita Industrial4.1.6 - Receita de Serviços4.1.7 - Transferências Correntes4.1.8 – Receitas Correntes a Classificar4.1.9 - Outras Receitas Correntes

DE CAPITAL:

4.2.1 - Operações de Crédito4.2.2 - Alienação de Bens4.2.3 - Amortização de Empréstimos4.2.4 - Transferências de Capital4.2.5 - Outras Receitas de Capital4.2.8 – Receitas de Capital a Classificar

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7.1.2 - Despesa Pública

DA ESTRUTURA

A - CATEGORIAS ECONÔMICAS

3 - Despesas Correntes4 - Despesas de Capital

B - GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA

1 - Pessoal e Encargos Sociais2 - Juros e Encargos da Dívida3 - Outras Despesas Correntes4 - Investimentos5 - Inversões Financeiras6 - Amortização da Dívida

C - MODALIDADES DE APLICAÇÃO

20 - Transferências à União30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal40 - Transferências a Municípios50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais80 - Transferências ao Exterior90 - Aplicações Diretas99 - A Definir

D - ELEMENTOS DE DESPESA

01 - Aposentadorias e Reformas03 - Pensões04 - Contratação por Tempo Determinado05 - Outros Benefícios Previdenciários06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso07 - Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência08 - Outros Benefícios Assistenciais09 - Salário-Família10 - Outros Benefícios de Natureza Social11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar13 - Obrigações Patronais14 - Diárias - Civil

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15 - Diárias - Militar16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar18 - Auxílio Financeiro a Estudantes19 - Auxílio-Fardamento20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores21 - Juros sobre a Dívida por Contrato22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos30 - Material de Consumo32 - Material de Distribuição Gratuita33 - Passagens e Despesas com Locomoção34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização35 - Serviços de Consultoria36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física37 - Locação de Mão-de-Obra38 - Arrendamento Mercantil39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica41 - Contribuições42 - Auxílios43 - Subvenções Sociais45 - Equalização de Preços e Taxas46 - Auxílio-Alimentação47 - Obrigações Tributárias e Contributivas48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas49 - Auxílio-Transporte51 - Obras e Instalações52 - Equipamentos e Material Permanente61 - Aquisição de Imóveis62 - Aquisição de Produtos para Revenda63 - Aquisição de Títulos de Crédito64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos67 - Depósitos Compulsórios71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada74 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação da Receita76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado

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81 - Distribuição de Receitas91 - Sentenças Judiciais92 - Despesas de Exercícios Anteriores93 - Indenizações e Restituições94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado99 - A Classificar

II - DOS CONCEITOS E ESPECIFICAÇÕES

A - CATEGORIAS ECONÔMICAS

3 - Despesas Correntes

Classificam-se nesta categoria todas as despesas que não contribuem,diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

4 - Despesas de Capital

Classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem,diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

B - GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA

1 - Pessoal e Encargos Sociais

Despesas de natureza salarial decorrentes do efetivo exercício de cargo,emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos deaposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade doempregador, incidentes sobre a folha de salários, contribuição a entidades fechadas deprevidência, bem como soldo, gratificações e adicionais, previstos na estruturaremuneratória dos militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de pessoalrequisitado, despesas com a contratação temporária para atender a necessidade deexcepcional interesse público, quando se referir à substituição de servidores, e despesascom a substituição de mão-de-obra constantes dos contratos de terceirização quando setratar de categorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro depessoal, exceto nos casos de cargo ou categoria em extinção, em atendimento ao dispostono art. 18, § 1o , da Lei Complementar no 101, de 2000.

2 - Juros e Encargos da Dívida

Despesas com o pagamento de juros, comissões e outros encargos deoperações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida públicamobiliária.

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3 - Outras Despesas Correntes

Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias,contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, despesas com acontratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse público,quando não se referir à substituição de servidores de categorias funcionais abrangidaspelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal, além de outras despesas dacategoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos denatureza de despesa.

4 - Investimentos

Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com aaquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com aaquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

5 - Inversões Financeiras

Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização;aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquerespécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com aconstituição ou aumento do capital de empresas.

6 - Amortização da Dívida

Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e daatualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual oumobiliária.

C - MODALIDADES DE APLICAÇÃO

20 - Transferências à União

Despesas realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal,mediante transferência de recursos financeiros à União, inclusive para suas entidades daadministração indireta.

30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros daUnião ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal, inclusive para suas entidadesda administração indireta.

40 - Transferências a Municípios

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Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros daUnião ou dos Estados aos Municípios, inclusive para suas entidades da administraçãoindireta.

50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros aentidades sem fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública.

60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros aentidades com fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública.

70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros aentidades nacionais, criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação.

80 - Transferências ao Exterior

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros aórgãos e entidades governamentais pertencentes a outros países, a organismosinternacionais e a fundos instituídos por diversos países, inclusive aqueles que tenhamsede ou recebam os recursos no Brasil.

90 - Aplicações Diretas

Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocadosou oriundos de descentralização de outras entidades integrantes ou não dos OrçamentosFiscal ou da Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de governo.

99 - A Definir

Modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo, ficando vedada aexecução orçamentária enquanto não houver sua definição.

D - ELEMENTOS DE DESPESA

01 - Aposentadorias e Reformas

Despesas com pagamentos de inativos civis, militares reformados esegurados do plano de benefícios da previdência social.

03 - Pensões

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Despesas com pensionistas civis e militares; pensionistas do plano debenefícios da previdência social; pensões concedidas por lei específica ou por sentençasjudiciais.

04 - Contratação por Tempo Determinado

Despesas com a contratação de pessoal por tempo determinado paraatender a necessidade temporária de excepcional interesse público, de acordo com a Leino 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e alterações posteriores, inclusive obrigaçõespatronais e outras despesas variáveis, quando for o caso. Se a contratação se referir acategorias funcionais abrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal adespesa será classificada no grupo de despesa “1 - Pessoal e Encargos Sociais”.

05 - Outros Benefícios Previdenciários

Despesas com outros benefícios do sistema previdenciário exclusiveaposentadoria, reformas e pensões.

06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso

Despesas decorrentes do cumprimento do art. 203, item V, daConstituição Federal, que dispõe:

"Art. 203 - A assistência social será prestada a quem dela necessitar,independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

I - .......II - .......III - .......IV - .......V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa

portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover aprópria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei".

07 - Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência

Despesas com os encargos da entidade patrocinadora no regime deprevidência fechada, para complementação de aposentadoria.

08 - Outros Benefícios Assistenciais

Despesas com: Auxílio-Funeral devido à família do servidor falecido naatividade, ou aposentado, ou a terceiro que custear, comprovadamente, as despesas com ofuneral do ex-servidor; Auxílio-Reclusão devido à família do servidor afastado pormotivo de prisão; Auxílio-Natalidade devido à servidora, cônjuge ou companheiroservidor público por motivo de nascimento de filho; Auxílio-Creche.

09 - Salário-Família

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Benefício pecuniário devido aos dependentes econômicos do servidorestatutário. Não inclui os servidores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho -CLT, os quais são pagos à conta do plano de benefícios da previdência social.

10 - Outros Benefícios de Natureza Social

Despesas com abono PIS/PASEP e Seguro-Desemprego, em cumprimentoaos §§ 3o e 4o do art. 239 da Constituição Federal.

11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil

Despesas com: Vencimento; Salário Pessoal Permanente; Vencimento ouSalário de Cargos de Confiança; Vencimento do Pessoal em DisponibilidadeRemunerada; Gratificação Adicional Pessoal Disponível; Representação Mensal;Gratificação de Interiorização; Gratificação de Dedicação Exclusiva; Gratificação deRegência de Classe; Retribuição Básica (Vencimentos ou Salário no Exterior);Diferenças Individuais Permanentes; Adicional de Insalubridade; Gratificação pelaChefia ou Coordenação de Curso de Área ou Equivalente; Gratificação por ProduçãoSuplementar; Gratificação por Trabalho de Raios X ou Substâncias Radioativas;Adicionais de Periculosidade; Férias Antecipadas de Pessoal Permanente; Aviso Prévio(cumprido); Férias Vencidas e Proporcionais; Férias Indenizadas (Férias em dobro eabono pecuniário); Parcela Incorporada (ex-quintos e ex-décimos); Gratificação pelaChefia de Departamento, Divisão ou Equivalente; Adiantamento do 13o Salário; 13oSalário Proporcional; Incentivo Funcional - Sanitarista; Gratificação de Direção Geral ouDireção (Magistério de lo e 2o Graus); Gratificação de Função-Magistério Superior;Gratificação de Atendimento e Habilitação Previdenciários; Gratificação Especial deLocalidade; Aviso Prévio Indenizado; Gratificação de Desempenho das AtividadesRodoviárias; Gratificação da Atividade de Fiscalização do Trabalho; Gratificação deEngenheiro Agrônomo; Vantagens Pecuniárias de Ministro de Estado; Gratificação deNatal; Gratificação de Estímulo à Fiscalização e Arrecadação aos Fiscais deContribuições da Previdência e de Tributos Federais; Gratificação por Encargo de Cursoou de Concurso; Gratificação de Produtividade do Ensino; Licença-Prêmio porassiduidade; Adicional Noturno; Adicional de Férias 1/3 (art. 7o, item XVII, daConstituição); Indenização de Habilitação Policial; Gratificação de HabilitaçãoProfissional; Abono Provisório; Gratificação de Atividade; pró-labore de Procuradores;Gratificação de Representação de Gabinete; e outras correlatas.

12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar

Despesas com: Soldo; Gratificação de Tempo de Serviço; Gratificação deHabilitação Militar; Gratificação de Compensação Orgânica (Raios X, imersão,mergulho, salto em pára-quedas e controle de tráfego aéreo); Gratificação de AtividadeMilitar; Gratificação de Condição Especial de Trabalho; Adicional de Férias; AdicionalNatalino; e demais adicionais e indenizações regulares e eventuais, exceto diárias,previstos na estrutura remuneratória dos militares.

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13 - Obrigações Patronais

Despesas com encargos que a administração tem pela sua condição deempregadora, e resultantes de pagamento de pessoal, tais como Fundo de Garantia porTempo de Serviço e contribuições para Institutos de Previdência.

14 - Diárias - Civil

Cobertura de despesas de alimentação, pousada e locomoção urbana, como servidor público estatutário ou celetista que se deslocar de sua sede em objeto deserviço, em caráter eventual ou transitório, entendido como sede o Município onde arepartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício em caráter permanente.

15 - Diárias - Militar

Despesas decorrentes do deslocamento do militar da sede de sua unidadepor motivo de serviço, destinadas à indenização das despesas de alimentação e pousada.

16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil

Despesas relacionadas às atividades do cargo/emprego ou função doservidor, e cujo pagamento só se efetua em circunstâncias específicas, tais como: hora-extra; substituições; e outras despesas da espécie, decorrentes do pagamento de pessoaldos órgãos e entidades da administração direta e indireta.

17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar

Despesas eventuais, exceto diárias, devidas em virtude do exercício daatividade militar.

18 - Auxílio Financeiro a Estudantes

Despesa com ajuda financeira concedida pelo Estado a estudantescomprovadamente carentes, e concessão de auxílio para o desenvolvimento de estudos epesquisas de natureza científica, realizadas por pessoas físicas na condição de estudante,observado o disposto no art. 26 da Lei Complementar no 101, de 2000.

19 - Auxílio-Fardamento

Despesas com o auxílio-fardamento, pago diretamente ao servidor oumilitar.

20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores

Apoio financeiro concedido a pesquisadores, individual ou coletivamente,exceto na condição de estudante, no desenvolvimento de pesquisas científicas e

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tecnológicas, nas suas mais diversas modalidades, observado o disposto no art. 26 da LeiComplementar no 101, de 2000.

21 - Juros sobre a Dívida por Contrato

Despesas com juros referentes a operações de crédito efetivamentecontratadas.

22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato

Despesas com outros encargos da dívida pública contratada, tais como:taxas, comissões bancárias, prêmios, imposto de renda e outros encargos.

23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária

Despesas com a remuneração real devida pela aplicação de capital deterceiros em títulos públicos.

24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária

Despesas com outros encargos da dívida mobiliária, tais como: comissão,corretagem, seguro, etc.

25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita

Despesas com o pagamento de encargos da dívida pública, inclusive osjuros decorrentes de operações de crédito por antecipação da receita, conforme art. 165, §8o, da Constituição.

26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária

Despesas com a cobertura do resultado negativo do Banco Central doBrasil, como autoridade monetária, apurado em balanço, nos termos da legislaçãovigente.

27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares

Despesas que a administração é compelida a realizar em decorrência dahonra de avais, garantias, seguros, fianças e similares concedidos.

28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos

Encargos decorrentes da remuneração de cotas de fundos autárquicos, àsemelhança de dividendos, em razão dos resultados positivos desses fundos.

30 - Material de Consumo

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Despesas com álcool automotivo; gasolina automotiva; diesel automotivo;lubrificantes automotivos; combustível e lubrificantes de aviação; gás engarrafado; outroscombustíveis e lubrificantes; material biológico, farmacológico e laboratorial; animaispara estudo, corte ou abate; alimentos para animais; material de coudelaria ou de usozootécnico; sementes e mudas de plantas; gêneros de alimentação; material de construçãopara reparos em imóveis; material de manobra e patrulhamento; material de proteção,segurança, socorro e sobrevivência; material de expediente; material de cama e mesa,copa e cozinha, e produtos de higienização; material gráfico e de processamento dedados; aquisição de disquete; material para esportes e diversões; material para fotografiae filmagem; material para instalação elétrica e eletrônica; material para manutenção,reposição e aplicação; material odontológico, hospitalar e ambulatorial; material químico;material para telecomunicações; vestuário, fardamento, tecidos e aviamentos; material deacondicionamento e embalagem; suprimento de proteção ao vôo; suprimento de aviação;sobressalentes de máquinas e motores de navios e esquadra; explosivos e munições eoutros materiais de uso não-duradouro.

32 - Material de Distribuição Gratuita

Despesas com aquisição de materiais para distribuição gratuita, tais como:prêmios e condecorações; medalhas, troféus; livros didáticos; medicamentos e outrosmateriais que possam ser distribuídos gratuitamente.

33 - Passagens e Despesas com Locomoção

Despesas com aquisição de passagens (aéreas, terrestres, fluviais oumarítimas), taxas de embarque, seguros, fretamento, locação ou uso de veículos paratransporte de pessoas e suas respectivas bagagens e mudanças em objeto de serviço.

34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos deTerceirização

Despesas relativas à mão-de-obra, constantes dos contratos deterceirização, que sejam inerentes a categorias funcionais abrangidas pelo respectivoplano de cargos do quadro de pessoal, classificáveis no grupo de despesa “1 - Pessoal eEncargos Sociais”, em obediência ao disposto no art. 18, § 1o, da Lei Complementar no101, de 2000. Quando a mão-de-obra envolver categorias funcionais em extinção adespesa será classificada nos mesmos elementos das demais despesas do contrato e nogrupo de despesa “3 - Outras Despesas Correntes”.

35 - Serviços de Consultoria

Despesas decorrentes de contratos com pessoas físicas ou jurídicas,prestadoras de serviços nas áreas de consultorias técnicas ou auditorias financeiras oujurídicas, ou assemelhadas.

36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física

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Despesas decorrentes de serviços prestados por pessoa física pagosdiretamente a esta e não enquadrados nos elementos de despesa específicos, tais como:remuneração de serviços de natureza eventual, prestado por pessoa física sem vínculoempregatício; estagiários, monitores diretamente contratados; diárias a colaboradoreseventuais; locação de imóveis; salário de internos nas penitenciárias; e outras despesaspagas diretamente à pessoa física.

37 - Locação de Mão-de-Obra

Despesas com prestação de serviços por pessoas jurídicas para órgãospúblicos, tais como limpeza e higiene, vigilância ostensiva e outros, nos casos em que ocontrato especifique o quantitativo físico do pessoal a ser utilizado.

38 - Arrendamento Mercantil

Despesas com a locação de equipamentos e bens móveis, com opção decompra ao final do contrato.

39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica

Despesas com prestação de serviços por pessoas jurídicas para órgãospúblicos, tais como: assinaturas de jornais e periódicos; tarifas de energia elétrica, gás,água e esgoto; serviços de comunicação (telefone, telex, correios, etc.); fretes e carretos;pedágio; locação de imóveis (inclusive despesas de condomínio e tributos à conta dolocatário, quando previstos no contrato de locação); locação de equipamentos e materiaispermanentes; conservação e adaptação de bens imóveis; seguros em geral (exceto osdecorrentes de obrigação patronal); serviços de asseio e higiene; serviços de divulgação,impressão, encadernação e emolduramento; serviços funerários; despesas comcongressos, simpósios, conferências ou exposições; despesas miúdas de prontopagamento; vale-transporte; vale-refeição; auxílio-creche (exclusive a indenização aservidor); software; habilitação de telefonia fixa e móvel celular; e outros congêneres.

41 - Contribuições

Despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens eserviços e não seja reembolsável pelo recebedor, bem como as destinadas a atender adespesas de manutenção de outras entidades de direito público ou privado, observado,respectivamente, o disposto nos arts. 25 e 26 da Lei Complementar no 101, de 2000.

42 - Auxílios

Despesas destinadas a atender a despesas de investimentos ou inversõesfinanceiras de outras esferas de governo ou de entidades privadas sem fins lucrativos,observado, respectivamente, o disposto nos arts. 25 e 26 da Lei Complementar no 101, de2000.

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43 - Subvenções Sociais

Cobertura de despesas de instituições privadas de caráter assistencial oucultural, sem finalidade lucrativa, de acordo com os arts. 16, parágrafo único, e 17 da Leino 4.320, de 1964, observado o disposto no art. 26 da Lei Complementar no 101, de2000.

45 - Equalização de Preços e Taxas

Despesas para cobrir a diferença entre os preços de mercado e o custo deremissão de gêneros alimentícios ou outros bens, bem como a cobertura do diferencialentre níveis de encargos praticados em determinados financiamentos governamentais e oslimites máximos admissíveis para efeito de equalização.

46 - Auxílio-Alimentação

Despesas com auxílio-alimentação pago em pecúnia diretamente aosservidores públicos federais civis ativos ou empregados da Administração Pública diretae indireta, inclusive de caráter indenizatório.

47 - Obrigações Tributárias e Contributivas

Despesas decorrentes do pagamento de tributos e contribuições sociais eeconômicas (Imposto de Renda, ICMS, IPVA, IPTU, Taxa de Limpeza Pública,COFINS, PIS/PASEP, CPMF, etc.), exceto as incidentes sobre a folha de salários,classificadas como obrigações patronais, bem como os encargos resultantes dopagamento com atraso das obrigações de que trata este elemento de despesa.

48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas

Despesas com a concessão de auxílio financeiro diretamente a pessoasfísicas, sob as mais diversas modalidades, tais como ajuda ou apoio financeiro e subsídioou complementação na aquisição de bens, não classificados explicita ou implicitamenteem outros elementos de despesa, observado o disposto no art. 26 da Lei Complementarno 101, de 2000.

49 - Auxílio-Transporte

Despesa com Auxílio-Transporte pago em pecúnia, de natureza jurídicaindenizatória, destinado ao custeio parcial das despesas realizadas com transportecoletivo municipal, intermunicipal ou interestadual pelos servidores e empregados, nosdeslocamentos de suas residências para os locais de trabalho e vice-versa, ou trabalho-trabalho nos casos de acumulação lícita de cargos ou empregos.

51 - Obras e Instalações

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Despesas com estudos e projetos; início, prosseguimento e conclusão deobras; pagamento de pessoal temporário não pertencente ao quadro da entidade enecessário à realização das mesmas; pagamento de obras contratadas; instalações quesejam incorporáveis ou inerentes ao imóvel, tais como: elevadores, aparelhagem para arcondicionado central, etc.

52 - Equipamentos e Material Permanente

Despesas com aquisição de aeronaves; aparelhos de medição; aparelhos eequipamentos de comunicação; aparelhos, equipamentos e utensílios médico,odontológico, laboratorial e hospitalar; aparelhos e equipamentos para esporte ediversões; aparelhos e utensílios domésticos; armamentos; bandeiras, flâmulas einsígnias; coleções e materiais bibliográficos; embarcações, equipamentos de manobra epatrulhamento; equipamentos de proteção, segurança, socorro e sobrevivência;instrumentos musicais e artísticos; máquinas, aparelhos e equipamentos de uso industrial;máquinas, aparelhos e equipamentos gráficos e equipamentos diversos; máquinas,aparelhos e utensílios de escritório; máquinas, ferramentas e utensílios de oficina;máquinas, tratores e equipamentos agrícolas, rodoviários e de movimentação de carga;mobiliário em geral; obras de arte e peças para museu; semoventes; veículos diversos;veículos ferroviários; veículos rodoviários; outros materiais permanentes.

61- Aquisição de Imóveis

Despesas com a aquisição de imóveis considerados necessários àrealização de obras ou para sua pronta utilização.

62 - Aquisição de Produtos para Revenda

Despesas com a aquisição de bens destinados à venda futura.

63 - Aquisição de Títulos de Crédito

Despesas com a aquisição de títulos de crédito não representativos dequotas de capital de empresas.

64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado

Despesas com a aquisição de ações ou quotas de qualquer tipo desociedade, desde que tais títulos não representem constituição ou aumento de capital.

65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas

Despesas com a constituição ou aumento de capital de empresasindustriais, agrícolas, comerciais ou financeiras, mediante subscrição de açõesrepresentativas do seu capital social.

66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos

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Concessão de qualquer empréstimo ou financiamento, inclusive bolsas deestudo reembolsáveis.

67 - Depósitos Compulsórios

Depósitos compulsórios exigidos por legislação específica, oudeterminados por decisão judicial.

71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado

Despesas com a amortização efetiva do principal da dívida públicacontratual, interna e externa.

72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado

Despesas com a amortização efetiva do valor nominal do título da dívidapública mobiliária, interna e externa.

73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada

Despesas decorrentes da atualização do valor do principal da dívidacontratual, interna e externa, efetivamente amortizado.

74 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada

Despesas decorrentes da atualização do valor nominal do título da dívidapública mobiliária, efetivamente amortizado.

75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito porAntecipação de Receita

Correção Monetária da Dívida decorrente de operação de crédito porantecipação de receita.

76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado

Despesas com o refinanciamento do principal da dívida pública mobiliária,interna e externa, inclusive correção monetária ou cambial, com recursos provenientes daemissão de novos títulos da dívida pública mobiliária.

77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado

Despesas com o refinanciamento do principal da dívida pública contratual,interna e externa, inclusive correção monetária ou cambial, com recursos provenientes daemissão de títulos da dívida pública mobiliária.

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81 - Distribuição de Receitas

Despesas decorrentes da entrega a outras esferas de governo de receitastributárias, de contribuições e de outras receitas vinculadas, de competência do órgãotransferidor, prevista na legislação vigente.

91 - Sentenças Judiciais

Despesas resultantes de:

a) pagamento de precatórios, em cumprimento ao disposto no art. 100 eseus parágrafos da Constituição, e no art. 78 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias - ADCT;

b) cumprimento de sentenças judiciais, transitadas em julgado, deempresas públicas e sociedades de economia mista, integrantes dos Orçamentos Fiscal eda Seguridade Social;

c) cumprimento de sentenças judiciais, transitadas em julgado, depequeno valor, na forma definida em lei, nos termos do § 3o do art. 100 da Constituição;e

d) cumprimento de decisões judiciais, proferidas em Mandados deSegurança e Medidas Cautelares, referentes a vantagens pecuniárias concedidas e aindanão incorporadas em caráter definitivo às remunerações dos beneficiários.

92 - Despesas de Exercícios Anteriores

Cumprimento do art. 37 da Lei no 4.320, de 1964, que dispõe:

“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamentorespectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos aPagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos apóso encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagas à conta dedotação específica consignada no orçamento, discriminada por elemento,obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica”.

93 - Indenizações e Restituições

Despesas com indenizações, exclusive as trabalhistas, e restituições,devidas por órgãos e entidades a qualquer título, inclusive indenização de transporte,indenização de moradia e ajuda de custo devidas aos militares e servidores e empregadoscivis e devolução de receitas quando não for possível efetuar essa restituição mediante acompensação com a receita correspondente.

94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas

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Despesas de natureza salarial resultantes do pagamento efetuado aservidores públicos civis e empregados de entidades integrantes da administração pública,em função da perda da condição de servidor ou empregado, inclusive pela participaçãoem programa de desligamento voluntário, bem como a restituição de valores descontadosindevidamente, quando não for possível efetuar essa restituição mediante compensaçãocom a receita correspondente.

95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo

Despesas com indenizações devidas aos servidores que se afastarem de seulocal de trabalho, sem direito à percepção de diárias, para execução de trabalhos decampo, tais como os de campanha de combate e controle de endemias; marcação,inspeção e manutenção de marcos decisórios; topografia, pesquisa, saneamento básico,inspeção e fiscalização de fronteiras internacionais.

96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado

Ressarcimento das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origemquando o servidor pertencer a outras esferas de governo ou a empresas estatais não-dependentes e optar pela remuneração do cargo efetivo, nos termos das normas vigentes.

99 - A Classificar

Elemento transitório que deverá ser utilizado enquanto se aguarda aclassificação em elemento específico, vedada a sua utilização na execução orçamentária.

Grupo de Natureza da Despesa

1 - Pessoal e Encargos Sociais2 - Juros e Encargos da Dívida3 – Outras Despesas Correntes

4 DE CAPITAL :Classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem,diretamente, para formação ou aquisição de um bem de capital.

.4 - Investimentos

.5 - Inversões Financeiras

.6 - Amortização da Dívida a Dívida

7.2 . Classificação Funcional Programática

A Classificação Funcional Programática representou um grande avançona técnica de apresentação orçamentária. Ela permite a vinculação das dotações

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orçamentárias a objetivos de governo. Os objetivos são viabilizados pelos Programas deGoverno. Esse enfoque permite uma visão de "o que o governo faz", o que tem umsignificado bastante diferenciado do enfoque tradicional, que visualiza "o que o governocompra".

Os programas, na classificação funcional-programática, sãodesdobramentos das funções básicas de governo. Fazem a ligação entre os planos delongo e médio prazos e representam os meios e instrumentos de ação, organicamentearticulados para o cumprimento das funções. Os programas geralmente representam osprodutos finais da ação governamental. Esse tipo de orçamento é normalmentedenominado Orçamento-Programa.

No Brasil, o Orçamento-Programa está estruturado em diversascategorias programáticas, ou níveis de programação, que representam objetivos da açãogovernamental em diversos níveis decisórios. Assim, a classificação funcionalprogramática apresenta:

Função

A função representa o maior nível de agregação das diversas áreas dedespesa que competem ao setor público.

A função "Encargos Especiais" engloba as despesas em relação às quaisnão se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, taiscomo: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, umaagregação neutra.

No caso da função "Encargos Especiais" os programas corresponderão aum código vazio, do tipo "0000".

Subfunção

A subfunção representa uma partição da função, visando agregardeterminado subconjunto de despesas do setor público. Na nova classificação asubfunção identifica a natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.

As subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelasa que estão relacionadas, segundo a Portaria n.º 42.

Assim a classificação funcional será efetuada por intermédio da relaçãoda ação (projeto, atividade ou operação especial) com a subfunção e a função. A partir daação, classifica-se a despesa de acordo com a especificidade de seu conteúdo e produto,em uma subfunção, independente de sua relação institucional. Em seguida será feita aassociação com a função, associação esta voltada à área de atuação característica doórgão/ unidade em que as despesas estão sendo efetuadas.

Exemplo 1: uma atividade de pesquisa na FIOCRUZ do Ministério da Saúde deve serclassificada – de acordo com sua característica – na subfunção n.° 571 "DesenvolvimentoCientífico" e na função n.° 10 "Saúde".

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Exemplo 2: um projeto de treinamento de servidores no Ministério dos Transportes seráclassificado na subfunção n.° 128 "Formação de Recursos Humanos" e na função n.° 26"Transportes".Exemplo 3: uma operação especial de financiamento da produção que contribui para umdeterminado programa proposto para o Ministério da Agricultura será classificada nasubfunção n.° 846 "Outros Encargos Especiais" e na função n.° 20 "Agricultura".

Estrutura Programática

Como já assinalado anteriormente, os programas deixam de ter o caráterde classificador e cada nível de governo passará a ter a sua estrutura própria, adequada àsolução dos seus problemas, e originária do processo de planejamento desenvolvidodurante a formulação do Plano Plurianual – PPA, ora em fase de elaboração.

Haverá convergência entre as estruturas do plano plurianual e doorçamento anual a partir do programa, "módulo" comum integrador do PPA com oOrçamento. Em termos de estruturação, o plano termina no programa e o orçamentocomeça no programa, o que confere a esses documentos uma integração desde a origem,sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibilização entre módulosdiversificados. O programa, como único módulo integrador, e os projetos e as atividades,como instrumento de realização dos programas.

Cada programa deverá conter, no mínimo, objetivo, indicador quequantifique a situação que o programa tenha por fim modificar e os produtos (bens eserviços) necessários para atingir o objetivo. Os produtos dos programas darão origemaos projetos e atividades. A cada projeto ou atividade só poderá estar associado umproduto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à meta.

Os programas serão compostos por atividades, projetos e uma novacategoria de programação denominada operações especiais. Essas últimas poderão fazerparte dos programas quando entendido que efetivamente contribuem para a consecuçãode seus objetivos. Quando não, as operações especiais não se vincularão a programas.

A estruturação de programas e respectivos produtos, consubstanciadosem projetos e em atividades, está sendo definida no atual momento, na etapa de validaçãoSOF/SPI e Setoriais, e seu resultado será disponibilizado para que os órgãos setoriais e asunidades orçamentárias apresentem as suas propostas orçamentárias.

Programas

O programa é o instrumento de organização da atuação governamental.Articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido,mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual, visando à solução de umproblema ou o atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade.

Toda a ação finalística do Governo Federal deverá ser estruturada emprogramas, orientados para consecução dos objetivos estratégicos definidos, para operíodo, no PPA. A ação finalística é a que proporciona bem ou serviço para atendimentodireto às demandas da sociedade.

Os programas de ações não finalísticas são programas constituídospredominantemente de ações continuadas, devendo conter metas de qualidade eprodutividade a serem atingidas em prazo definido.

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São quatro os tipos de programas previstos:

• Programas finalísticos;• Programas de gestão das políticas públicas;• Programas de serviços ao Estado;• Programa de apoio administrativo.

Programas Finalísticos

São programas que resultam em bens e serviços ofertados diretamente àsociedade. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, público-alvo,indicador(es), fórmulas de cálculo do índice, órgão(s), unidades orçamentárias e unidaderesponsável pelo programa O indicador quantifica a situação que o programa tenha porfim modificar, de modo a explicitar o impacto das ações sobre o público alvo.

Programas de Gestão de Políticas Públicas - volta

Os programas de gestão de políticas públicas assumirão denominaçãoespecífica de acordo com a missão institucional de cada órgão. Portanto, haverá apenasum programa dessa natureza por órgão. Exemplo: "Gestão da Política de Saúde".Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, órgão(s), unidades orçamentárias eunidade responsável pelo programa

Na Presidência da República e nos Ministérios que constituam órgãoscentrais de sistemas (Orçamento e Gestão, Fazenda), poderá haver mais de um programadesse tipo.

Os Programas de Gestão de Políticas Públicas abrangem as ações degestão de Governo e serão compostos de atividades de planejamento, orçamento, controleinterno, sistemas de informação e diagnóstico de suporte à formulação, coordenação,supervisão, avaliação e divulgação de políticas públicas. As atividades deverão assumiras peculiaridades de cada órgão gestor setorial.

Programas de Serviços ao Estado

Programas de Serviços ao Estado são os que resultam em bens e serviçosofertados diretamente ao Estado, por instituições criadas para esse fim específico. Seusatributos básicos são: denominação, objetivo, indicador(es), órgão(s), unidadesorçamentárias e unidade responsável pelo programa.

Programas de Apoio Administrativo

Os programas de Apoio Administrativo correspondem ao conjunto dedespesas de natureza tipicamente administrativa e outras que, embora colaborem para aconsecução dos objetivos dos programas finalísticos e de gestão de políticas públicas, nãosão passíveis de apropriação a esses programas. Seus objetivos são, portanto, os de prover

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os órgãos da União dos meios administrativos para a implementação e gestão de seusprogramas finalísticos.Rol de Atividades Padronizadas do Programa de Apoio Administrativo

a) Manutenção e Conservação de Bens Imóveis

Descrição: Atividade referente à manutenção e conservação de imóveis, próprios daUnião, cedidos ou alugados, utilizados pelos órgãos da Administração Federalcompreendendo:

• aluguéis, despesas de condomínio, seguros;• locação de mão-de-obra para serviços de vigilância;• locação de mão-de-obra para serviços de limpeza;• conservação, reformas e adaptações de imóveis (que não envolvam alteração na

estrutura do imóvel);• serviços de utilidade pública: água, luz, gás e afins;• aquisição de equipamentos de ar condicionado, de prevenção de incêndio,

elevadores, escadas rolantes e outros afins.•

b) Manutenção de Serviços de Transportes

Descrição: Atividade relacionada à frota de veículos utilizada pelos Órgãos da União,envolvendo veículos próprios ou de terceiros e as despesas com:

• serviços de manutenção, revisão e reparos de veículos;• combustíveis: gasolina, álcool, óleo diesel, lubrificantes;• peças, acessórios;• aquisição de veículos;• licenciamento e seguros;• aluguéis ou contratação de serviços de transporte.

c) Manutenção de Serviços Administrativos Gerais

• despesas com viagens e locomoção – aquisição de passagens aéreas e terrestresnacionais e internacionais e pagamento de diárias no país e exterior e afins;

• serviços postais;• telefonia fixa ou celular;• manutenção dos serviços de telecomunicações;• serviços de telecomunicações, excluindo os de teleprocessamento;• aquisição e guarda de material de consumo e expediente;• comunicações administrativas;• assinatura de jornais, periódicos e afins;• outras despesas administrativas.

d) Ações de Informática

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e) Remuneração de Pessoal Ativo da União e Encargos Sociais• Pagamento de Pessoal ativo.

f) Remuneração dos Militares das Forças Armadas• Pagamento de Pessoal ativo.

Descrição: Deverá agregar as ações e despesas relacionadas com informática, sob a óticameio, como apoio ao desenvolvimento de serviços técnicos e administrativos:

• serviços de atendimento e manutenção na área de informática;• desenvolvimento de aplicações na área de informática;• manutenção de equipamentos de informática;• contratação de serviços de qualquer natureza na área de informática (consultoria,

infra-estrutura, terceirização de serviços);• aquisição de equipamentos de informática;• locação de equipamentos de informática;• aquisição de materiais de consumo na área de informática;• locação de softwares básicos de informática;• aquisição de softwares básicos de informática.

As despesas acima relacionadas, quando claramente associadas aos programasfinalísticos, podem figurar nos referidos programas e seus títulos especificarãoclaramente seu conteúdo, evitando denominações vagas e abrangentes.

Ações

Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão identificadas emtermos de funções, subfunções, programas, atividades, projetos e operações especiais.São de três naturezas diferentes as ações de governo que podem ser classificadas comocategorias de programação orçamentária: atividade, projeto e operação especial.

Os projetos e atividades são os instrumentos orçamentários deviabilização dos programas. Estão assim conceituados:

Atividade: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente,das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo.Projeto: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,envolvendo um conjunto de operações, que se realizam num período limitado de tempo,das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da açãode governo.Operação Especial: são ações que não contribuem para a manutenção das ações degoverno, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob aforma de bens ou serviços. Representam, basicamente, o detalhamento da função"Encargos Especiais".

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São despesas passíveis de enquadramento nesta ação: amortizações eencargos, aquisição de títulos, pagamento de sentenças judiciais, transferências aqualquer título (não confundir com descentralização), fundos de participação, operaçõesde financiamento (concessão de empréstimos), ressarcimentos de toda a ordem,indenizações, pagamento de inativos, participações acionárias, contribuição a organismosnacionais e internacionais, compensações financeiras. Com exceção do pagamento deinativos, que integra uma função específica, as demais operações serão classificadas nafunção "encargos especiais".

Localização Espacial – Regionalização

As atividades, projetos e operações especiais serão desdobradas emsubtítulos exclusivamente para especificar a localização geográfica integral ou parcial dasrespectivas atividades, projetos e operações especiais, não podendo haver, porconseguinte, alteração da finalidade e da denominação das metas estabelecidas.A localização do gasto é o menor nível de detalhamento na lei, e na fase da elaboração, éonde o órgão setorial apropria a quantidade, na meta, e o valor financeiro da sua propostaorçamentária, na classificação econômica do gasto. O produto, na localização espacial, éo mesmo do da atividade ou projeto, permanecendo com a mesma descrição do título.

O somatório das quantidades das metas regionalizadas constituirá a metaconsolidada da atividade ou projeto, e o somatório dos seus valores será o valorconsolidado da atividade ou projeto, no programa de trabalho da Unidade Orçamentáriana Lei Orçamentária Anual.

A regionalização é um detalhamento baseado no código do IBGE,dispondo de um campo para a indicação da Região, Estado e Município. Não havendoregionalização, a ação será nacional, tendo o detalhamento correspondente replicado nosubtítulo.

8 - Classificação Quanto à Natureza da Despesa

Para classificar uma despesa quanto à sua natureza deve-se considerar acategoria econômica, o grupo a que pertence, a modalidade da aplicação e o elemento.

O código da classificação da natureza da despesa é constituído por seis algarismos, onde:

1º indica a categoria econômica da despesa;2º indica o grupo da despesa;3º/4º indicam a modalidade da aplicação;5º/6º indicam o elemento da despesa (objeto de gasto).

A modalidade de aplicação destina-se a indicar se os recursos serãoaplicados diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou transferidos,ainda que na forma de descentralização, a outras esferas de governo, órgãos ou entidades.Devem ser observadas, para tanto, duas situações especiais:

- a dos investimentos em "regime de execução especial", cujo código será "4.5.XX.99",onde o "XX" especificará a modalidade de aplicação. É importante ressaltar que esta

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situação deverá estar em conformidade com o que dispõe a Lei de DiretrizesOrçamentárias. "- a da Reserva de Contingência que será identificada, nessa classificação, pelo código9.0.00.00.Exemplo de Aplicação das Classificações Orçamentárias

A classificação completa, que identifica o menor nível de programação,compõe-se de 30 (trinta) algarismos, conforme exemplo a seguir:Codificação Completa:

ESTADO ESF ORG UNI FU SUB PRO P/A/O LOC IDOC01 10 22 101 20 604 xxxx 2154 0001 9999

Os dois primeiros campos propiciam, com seu conteúdo, a indicação decada estado e suas respectivas "esferas orçamentárias", ou seja, informam que os dadossão da União (Estado 01) e especificam o tipo de orçamento: Fiscal (Esfera 10),Seguridade ou de Investimento.

Os quatro campos seguintes referem-se às classificações institucional(Órgão e Unidade) e funcional (Função, Subfunção). Os códigos utilizados por essasclassificações encontram-se no Capítulo de Tabelas de Classificação Orçamentária e nosubsistema Tabelas de Apoio do Sidor.

Os demais códigos referem-se às tabelas de Programas, Atividade,Projeto e Operação Especial, Localização Espacial e ao IDENT.OC (identificador deoperação de crédito). O IDENT.OC corresponde à especificação quanto à aplicação, aopagamento ou à contrapartida. É usado o código 9999 para os P/A que não se refiram aoperações de crédito.

As demais informações relativas a um P/A, necessárias à elaboração daproposta, são também examinadas no Capítulo da Elaboração da Proposta OrçamentáriaSetorial - Despesa.

O registro dos códigos citados, a título de exemplo, corresponde ao seguinte:

ESTADO 01 UniãoESFERAORÇAMENTÁRIA

10 Orçamento Fiscal

ÓRGÃO 22 Ministério da Agricultura, doAbastecimento

Produtos Bovinos –Nacional

UNIDADE 101 Ministério da Agricultura, doAbastecimento

Produtos Bovinos –Nacional

FUNÇÃO 20 AgriculturaSUBFUNÇÃO 604 Produção Animal

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PROGRAMA xxxx Defesa Sanitária AnimalPROJETO/ATIVIDADE 2154 Classificação e Inspeção de Produtos de

Origem AnimalREGIONALIZAÇÃO 0001 Classificação de Produtos Bovinos –

NacionalIDENT OC. 9999 Outros Recursos

Fontes de Recursos – FTE

O código das fontes de recursos compõe-se de 3 (três) algarismos e, entreeles, consta o GRUPO FONTE - GFT, respectivo, de acordo com o exemplo a seguir,temos:

Fonte Grupo de Fonte - GFT1 Recursos do Tesouro150 Recursos Diretamente

Arrecadados - Tesouro 50 Recursos Diretamente Arrecadados2 Recursos de Outras Fontes250 Recursos Diretamente

Arrecadados - Outras Fontes 50 Recursos Diretamente Arrecadados

8.1 - Conceito

O ciclo orçamentário, ou processo orçamentário, pode ser definido comoum processo contínuo, dinâmico e flexível, através do qual se elabora, aprova, executa,controla e avalia os programas do setor público nos aspectos físicos e financeiro,corresponde, portanto, ao período de tempo em que se processam as atividades típicas doorçamento público.

Preliminarmente, é conveniente ressaltar que o ciclo orçamentário não seconfunde com o exercício financeiro. Este, na realidade, é o período durante o qual seexecuta o orçamento, correspondendo, portanto, a uma das fases do ciclo orçamentário.No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia em 01 dejaneiro e encerra em 31 de dezembro de cada ano, conforme dispõe o art. 34 da Lei n°4.320/64. Por outro lado, o ciclo orçamentário é um período muito maior, iniciando como processo de elaboração do orçamento, passando pela execução e encerramento comcontrole.

Identifica-se, basicamente, quatro etapas no ciclo ou processoorçamentário:

a) Elaboração da proposta orçamentária;b) Discussão e aprovação da Lei do Orçamento;c) Execução orçamentária e financeira; ed) Controle

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8.2 - Elaboração da Proposta Orçamentária

Preliminarmente, observa-se que o Orçamento-Programa Anual é uminstrumento de nível operacional, ou seja, de curto prazo, do governo. Ressalte-se, noentanto, que ela se insere nas políticas de médio e longo prazo do país.

As políticas de médio longos prazos, hoje denominadas pela atualConstituição de Plano Plurianual, dependem de Lei Complementar para sua estrutura eelaboração. Na Constituição anterior esse plano era denominado de Plano Nacional deDesenvolvimento – PND que tinha a duração de um mandato presidencial, onde seriamdefinidos objetivos e políticas globais, setoriais e regionais. Em princípio o PlanoPlurianual deverá perseguir esses mesmos objetivos (linha de ação), procurando umamelhor distribuição de renda para diminuir as desigualdades sociais e proporcionar umcrescimento compatível com a nossa realidade. Ressalta-se aqui a importância desseplano, pois ele deverá divulgar as intenções e prioridades do governo para o período,tornando transparente os propósitos nacionais conduzindo as ações de suas instituições deforma harmônica para o alcance dos objetivos estabelecidos, sendo que seu alcance seestende ao primeiro ano do mandato presidencial subsequente.

Elaboração da proposta orçamentária está hoje definida na Lei deDiretrizes Orçamentárias, constando:

− as metas e prioridades da Administração Pública Federal para oexercício;

− as orientações para os orçamentos anuais da União;

− os limites para elaboração das propostas orçamentárias de cada Poder;

− política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Cada órgão deve orientar e consolidar as propostas orçamentárias de suasunidades em conformidade com Lei de Diretrizes Orçamentárias e as instruçõesestabelecidas pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento eOrçamento, que definem os prazos para o seu recebimento e consolidação.

A Secretaria de Orçamento Federal tem a função de consolidar aspropostas orçamentárias de todos os órgãos dos poderes da União e de elaborar o projetode lei correspondente que será submetido ao Presidente da República paraencaminhamento ao Congresso Nacional para discussão e votação.

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8.3 . Execução do Orçamento

Publicada a Lei de Meios (Lei Orçamentária), é desencadeado o processoda execução orçamentária do governo.

Nesta fase os ministérios ou órgãos executam os programas governamentaiscontemplados na Lei Orçamentária, mediante uma série de decisões e atividadesfinanceiras que possibilitam atingir as metas e objetivos explicitados no Orçamento-Programa Anual que deverá estar em harmonia com o Plano Plurianual do Governo.

A elaboração e administração orçamentária e financeira se desenvolvemdentro do exercício definido com o ano civil, isto é, de 01 de janeiro a 31 de dezembro,conforme dispõe o art. 34 da Lei n° 4.320/64.

A execução orçamentária, constitui uma atribuição do Executivo. O seuprocedimento, molda e influencia a tomada de decisões e desenvolve-se de acordo comdistribuição de poder dentro do governo.

8.4. Controle

No decorrer do processo de execução orçamentária e financeira, aadministração procura obter informações físico-financeiras que possibilitem controlar eavaliar os planos e programas a executar, em execução ou executados constantes doOrçamento-Programa Anual.

O controle e a avaliação constituem a última fase do ciclo orçamentário,mas de forma alguma a menos importante. Aliás, consoante o art. 6° do Decreto-Lei n°200/67, o controle constitui um dos cinco princípios fundamentais que norteiam aAdministração Pública Federal.

No âmbito do governo pode-se distinguir dois tipos de controle interno eexterno. Denomina-se interno quando exercido dentro da própria administração, ou seja,por agentes do mesmo poder, e externo se exercido por órgãos independentes dessepoder.

No processo de controle e avaliação orçamentária identificam-se asseguintes etapas:

a) comparação dos resultados obtidos e efeitos produzidos;

b) comparação dos resultados e efeitos obtidos com os objetivos e metasprogramadas;

c) análise dos problemas observados e determinações de suas causas;

d) definição e tipificação das medidas corretivas que se devam tomar; e

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e) aplicação das medidas corretivas.

9 - Condições para o início da Execução Orçamentária

Existem alguns pré-requisitos básicos para o início da execução doscréditos orçamentários, indicados a seguir:

9.1. Lei-Orçamentária

A Lei-de-meios ou orçamento anual, publicado para o exercício,determina a dotação ou crédito de cada unidade orçamentária, por projeto/atividade.

De acordo com o inciso III, do § 2º, do art 35 do ADCT, o Projeto de LeiOrçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento doexercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

Publicada a Lei Orçamentária, o respectivo QDD e observadas as normasde execução orçamentaria e de programação financeira da União decretada para aoexercício, tem-se o início da execução orçamentária. Cumpridas essas formalidades, asUnidades Orçamentárias podem movimentar os créditos que lhes tenham sidoconsignados, independentemente da existência de saldo bancário ou de recursosfinanceiros.

9.2. Distinção entre Crédito e Recurso

Na técnica orçamentária, normalmente se distingue as palavras crédito erecursos. Reserva-se o termo “crédito” para designar o lado orçamentário e “recursos”para o lado financeiro. Crédito e Recurso são as duas faces de uma mesma moeda. Ocrédito é orçamentário, dotação ou autorização de gastos ou sua descentralização, erecurso é financeiro, portanto, dinheiro ou saldo bancário.

10 - Mecanismos Retificadores do Orçamento: (Créditos Adicionais)

10.1. Conceito

O orçamento anual é produto de um processo de planejamento, queincorpora as intenções e prioridades da sociedade. Durante a execução da Lei-de-meios,entretanto, podem ocorrer situações ou problemas não previstos na fase de suaelaboração. Portanto, há de criar instrumentos que possibilitem retificar o orçamentodurante a sua execução. Estes mecanismos retificadores são conhecidos como CréditosAdicionais.

O orçamento, portanto, não deve ser uma “camisa-de-força” que obrigaos administradores a seguirem exatamente todas as despesas previstas nos programas detrabalho e obedecendo, ainda, à natureza de despesa. Assim, a Lei nº 4.320/64 permiteque sejam abertas novas dotações para ajustar o orçamento aos objetivos colimados.

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Essas alterações na Lei-de-meios, que ocorrem ao longo do processo desua execução, são efetivadas através dos créditos adicionais que, de acordo com o art. 40da Lei nº 4.320/64, são autorizações de despesas não computadas ou insuficientementedotadas na Lei Orçamentária.

10.2. Classificação

Os créditos adicionais podem ser classificados, conforme art. 41 da Leinº 4.320/64, como:

a) suplementares - aqueles destinados ao reforço de dotação orçamentáriajá existente;

b) especiais - os destinados a despesas para as quais não haja dotaçãoespecífica; e

c) extraordinários - os destinados a atender despesas urgentes eimprevistas, em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

10.3. Características dos Créditos Adicionais

a) os créditos suplementares e especiais serão autorizado por Lei eabertos por Decreto do Executivo. O art. 7º, inciso I, da Lei nº 4.320, e a ConstituiçãoFederal, através do art. 167, autorizam a inclusão no orçamento de dispositivo quepermita ao Executivo abrir créditos suplementares até determinado limite, quenormalmente varia entre 20 e 25% do total da despesa fixada no orçamento;

b) os créditos especiais, por se referirem a despesas novas, não gozamdessa facilidade, sendo sempre autorizados previamente por Lei e abertos por Decreto doExecutivo;

c) a abertura dos créditos suplementares e especiais depende daexistência de recursos disponíveis para atender à despesa, e será precedida de exposiçãojustificada (art. 43 da Lei nº 4.320/64).

Consideram-se recursos disponíveis para a abertura de créditos especiaise suplementares:

I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercícioanterior;

II - os provenientes do excesso de arrecadação;

III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentáriasou de créditos adicionais, autorizados em lei; e

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IV - o produto de operações de créditos autorizadas em forma quejuridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las.

Consoante o art. 43, § 2º, da Lei nº 4.320/64, “entende-se por superávitfinanceiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro,conjugando-se, ainda, os saldos de créditos adicionais transferidos e as operações decrédito a eles vinculada”. Por exemplo, se o ativo financeiro fosse R$ 100 e o passivo R$80, teríamos um saldo positivo de R$ 20; se no exercício fossem reabertos R$ 12 decréditos adicionais teríamos que subtrair esse valor de R$ 20, resultando 8 disponível, se,além disso, houvesse R$ 5 de operações de crédito vinculados a esses créditos reabertos,ainda a realizar teríamos que somá-los aos R$ 8, resultando o superávit financeiroapurado de R$ 13, valor do recurso disponível líquido;

d) os créditos extraordinários, serão abertos por Decreto do Executivo,que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo. (art. 44 da Lei nº 4.320/64);

e) os créditos suplementares por serem destinados a atenderinsuficiências no orçamento, com este se confundem, acompanhando a sua vigência, ouseja, extinguem-se no final do exercício (art. 45 da Lei nº 4.320/64);

f) os créditos especiais e extraordinários poderão ter vigência até o finaldo exercício subseqüente, quando o ato da autorização for promulgado nos últimos quatromeses do exercício, e reabertos nos limites de seus saldos. Portanto, se autorizados até 31de agosto vigirão até o termini do exercício; se autorizados apes essa data poderão serreabertos pelo saldo e vigorarão até o final do exercício subseqüente;

g) a reabertura de créditos especiais e extraordinários se fará através denovo Decreto.

10.4. Solicitação e Prazos

De acordo com o § 1º, art. 17 do Decreto nº 93.872/86, o QDD pode seralterado no exercício, mediante solicitação a Secretaria de Orçamento Federal, até 10(dez) de novembro, observando os limites autorizados em lei.

O Decreto nº 90.313/84, determina em seu art. 2º que a publicação dasautorizações de créditos adicionais serão feitas até 30 de novembro. Na verdade, observa-se que esse prazo dificilmente é cumprido, em função de situações anormais que ocorremdentro do exercício financeiro. A idéia do legislador quando da fixação dessa data foi ade dar um prazo exeqüível para a execução e controle do orçamento-programa, mas queem função das injunções políticas e Administrativas a que estamos sujeitos isso nãoocorre.

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11 - Descentralização de Créditos

É a figura pela qual uma unidade orçamentária ou administrativatransfere a outras unidades orçamentárias ou administrativas o poder de utilizar créditosque lhes forem dotados.

A descentralização de créditos permite mais flexibilidade e dinamicidadena execução dos projetos e atividades.

Antes de se efetivar a descentralização a unidade precisa verificar seexiste necessidade justificada da transferência, bem como, capacidade de gestão daunidade que vai receber o crédito, isto é, se ela dispõe de condições administrativasmínimas para gerir os créditos e se estar regularmente cadastrada como Unidade Gestora.

Existem duas operações descentralizadoras de créditos:

- EXTERNA - (DESTAQUE) - Quando se tratar de descentralizaçãoentre Unidades Gestoras de órgãos/ministérios ou entidades de estruturas diferentes.

- INTERNA - (PROVISÃO) - Nos casos de descentralização de créditosdas unidades orçamentárias para as unidades administrativas, sob sua jurisdição ou entreestas, no âmbito do próprio Ministério/órgão.

Os créditos descentralizados não podem ser utilizados em programas ouelementos de despesa diferentes daqueles constantes do orçamento de créditos adicionais,observando-se o Quadro de Detalhamento da Despesa.

A Unidade Administrativa somente descentralizará os créditos recebidos,se previamente autorizada pela Unidade Orçamentária que lhe efetivou a transferência.

O Destaque ou a Descentralização podem ser anulados total ouparcialmente, possibilitando a reversão do crédito a Unidade Orçamentária distribuidora ,quando:

- verificada a ociosidade do crédito na unidade beneficiada;

- houver engano no valor do crédito distribuído ou necessidade de reduzi-lo;

- houver alteração orçamentária;

- houver cancelamento do ato que deu origem a descentralização; e

- a descentralização foi emitida inadequada ou indevidamente.

12 - Movimentação de Recursos Financeiros

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A movimentação de recursos financeiros é feita através de três figuras:cota, repasse e sub-repasse.

12.1. Cota

Após aprovação do cronograma de desembolso pela STN, esse órgãocoloca à disposição dos órgãos setoriais, nas respectivas contas no Banco do Brasil S.A.,os recursos necessários aos pagamentos do mês. A cota é a primeira fase damovimentação dos recursos e é liberada em consonância com o cronograma dedesembolso de cada Ministério ou Órgão. Define-se, portanto, como liberação de cota oato pelo qual a Secretaria do Tesouro Nacional autoriza o Banco do Brasil S.A., naqualidade de agente financeiro do Tesouro Nacional, a colocar à disposição dasautoridades dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo os valores que lhes tenhamsido atribuídos, ou, nos casos de unidades integrantes do SIAFI na modalidade total, doslimites de autorização de saques que lhes são estabelecidos pela citada Secretaria doTesouro Nacional.

12.2. Repasse

O repasse é a movimentação de recursos financeiros efetuados dasseguintes formas:

a) dos órgãos setoriais de programação financeira para entidades daadministração indireta, e entre estas; e

b) de entidades da administração indireta para órgãos da administraçãodireta, ou entre estes, se de outro Órgão ou Ministério.

12.3. Sub-Repasse

O sub-repasse é a movimentação de recurso financeiro, dos órgãossetoriais de programação financeira para as unidades gestoras de sua jurisdição e entre asunidades gestoras de um mesmo Ministério, Órgão ou Entidade.

Ressalte-se que a figura do sub-repasse está sempre associada “aprovisão”, do lado orçamentário.

13 - Documento de Execução Financeira

A movimentação e utilização de recursos financeiros oriundos doOrçamento Geral da União - englobando cotas, repasses, sub-repasses e pagamento dedespesas - far-se-ão, exclusivamente, por meio de Ordem Bancária (OB).

A Ordem Bancária é o único documento de transferência de recursosfinanceiros. Cada modalidade de transferência é identificada no documento pelo códigodo evento utilizado.

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13.1. Conceituações:

É imprescindível executores conhecer a conceituação dos termosusualmente empregados na gestão orçamentária e financeira.

- ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO - Instrumento de Governo, deadministração, de efetivação e de execução dos planos gerais de desenvolvimento sócio-econômico.

- UNIDADE ORÇAMENTÁRIA - Repartição da Administração Diretaa que o Orçamento Geral da União, consigna dotações específicas para realização de seusprogramas de trabalho e sobre os quais exerce o poder de disposição. É, também,considerada Unidade Orçamentária a entidade da Administração Indireta supervisionadacujo orçamento próprio é publicado em complemento ao Orçamento Geral da União, nostermos do art. 109 da Lei nº 4.320/64.

- UNIDADE ADMINISTRATIVA - Repartição Pública daAdministração Direta não contemplada nominalmente no Orçamento Geral da União,depedendo, por isso, de provisão de créditos para execução dos projetos ou atividades aseu cargo. São, também, as unidades internas das entidades da Administração Indiretasupervisionadas.

- UNIDADE GESTORA - Unidade Orçamentária ou Administrativainvestida do poder de gerir créditos orçamentários e/ou recursos financeiros.

- ORDENADOR DE DESPESA - Autoridade com atribuições definidasem ato próprio entre as quais as de movimentar créditos orçamentários, empenhardespesas e efetuar pagamentos.

O instituto da ordenação de despesa pode ser delegado, à critério dotitular do órgão ou entidade supervisionada.

A delegação de competência caracteriza-se como instrumento dedescentralização administrativa, e visa dar maior rapidez e objetividade às decisõesinerentes à ação governamental.

O ato de delegação de competência há de ser explícito e detalhado.

O agente “delegado” pode exercer a “ordenação de despesa”concomitantemente com o “delegante”, já os substitutos eventuais, somente noafastamento do titular.

- ADMINISTRADOR - Dirigente de entidade da Administra Indiretasupervisionada que, independentemente de exercer a função de Ordenador de Despesa,responde pela regularidade da gestão da qual é titular.

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- CO-RESPONSÁVEL - O agente que, sob a direção ou supervisão doOrdenador de Despesa e, sempre em conjunto com este, pratica atos de gestão financeira.

- RESPONSÁVEL - SUBORDINADO - Agente que sob a direção esupervisão do administrador ou ordenador de despesa, isoladamente arrecade,movimente, ou tenha sob sua guarda valores e outros bens públicos.

São os responsáveis por almoxarifados, por bens patrimoniais, porsuprimentos de fundos, etc., os quais ficam sujeitos à prestação de contas ao ordenador dedespesa, de acordo com o grau de responsabilidade lhes atribuído.

- CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO - Programação de utilizaçãode recursos realizada pelos orgãos setoriais do sistema de programação financeira,mediante previsão efetuada pelas Unidades Orçamentárias, que evidencia as necessidadespara o desenvolvimento dos respectivos programas, em cotejo com o esperadocomportamento da receita do Tesouro.

14 – Utilização de Créditos Orçamentários

Como já explanado anteriormente, publicada a Lei Orçamentária, oQuadro de Detalhamento da Despesa e observadas as normas de execução orçamentária ede programação financeira do exercício, as unidades orçamentárias estarão em condiçõesde aplicar os seus créditos, tendo em vista a realização ou execução da despesa.

Nessa fase deverão ser observadas as normas pertinentes à execução dadespesa pública, que se desenvolve em três estágios:

Estágios Das Despesas

- EMPENHO- LIQUIDAÇÃO- PAGAMENTO

14.1 - Empenho

Iniciado o exercício financeiro, a unidade orçamentária através dapublicação do Quadro de Detalhamento da Despesa - QDD e a unidade administrativabeneficiada com créditos orçamentários, tão logo receba o destaque ou a provisão, ficamhabilitadas a empenhar despesas através do SIAFI - Sistema Integrado de AdministraçãoFinanceira do Governo Federal.

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14.1.1. Conceito

O empenho é o primeiro estágio da despesa e pode ser conceituadoconforme prescreve o art. 58 da Lei nº 4.320/64: “o empenho da despesa é o ato emanadode autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ounão de implemento de condição”.

O empenho é prévio, ou seja, precede a realização da despesa e estárestrito ao limite do crédito orçamentário, como, aliás, o art. 59 da Lei nº 4.320 diz: “Oempenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos”. Além disso, évedada a realização de despesa sem prévio empenho (veja art. 60 da Lei nº 4.320/64). Aemissão do empenho abate o seu valor da dotação orçamentária, tornando a quantiaempenhada indisponível para nova aplicação.

14.1.2. Modalidades de Empenhos

Os empenhos, de acordo com a sua natureza e finalidade, tem a seguinteclassificação:

a) empenho ordinário - para acudir as despesas com montantepreviamente conhecido e cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez;

b) empenho global - para atender às despesas com montante tambémpreviamente conhecido, tais como as contratuais, mas de pagamento parcelado (§ 3º doart. 60 da Lei nº 4.320/64). Exemplos: aluguéis, prestação de serviços por terceiros,vencimentos, salários, proventos e pensões, inclusive as obrigações patronais decorrentes,etc;

c) empenho por estimativa - para acolher despesas de valor nãopreviamente identificável e geralmente, de base periodicamente não homogênea.Exemplo: água, luz, telefone, gratificações, diárias, reprodução de documentos, etc.

14.1.3. Formulário Apropriado e Características

O formulário é denominado “Nota de Empenho”, cuja utilização foirestabelecida pela IN/STN/01/93 determinando que as UGs “on line” utilizar-se-ão dovídeo, emitindo somente 01 (uma) via, mediante exigência do favorecido e as UGs “off-line” emitirão formulário em 3 (três) vias, com a seguinte destinação:

1ª via - Favorecido;2ª via - Pólo de Digitação SIAFI;3ª via - Arquivo da unidade gestora emitente.

Entre as principais informações constantes do empenho devem sermencionadas: identificação da unidade emitente e do credor (nome, CGC/CPF e

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endereço), banco escolhido para crédito, evento, classificação orçamentária, valor doempenho, cronograma de desembolso previsto e descrição dos bens ou serviços.

Existe a possibilidade de a Unidade emitente reforçar o empenho que serevelar insuficiente para atender a um determinado compromisso ao longo do exercíciofinanceiro. Neste caso emitir-se-á “empenho/reforço”, devendo constar do camporespectivo o número do empenho que está sendo reforçado e o número do reforço. Porexemplo, o empenho/reforço de nº 2000NE000025, de R$ 40, pode ser o empenho queestá reforçando o de nº 20000NE000009, de R$ 50. Assim, o novo valor do empenho nº 9passa a ser R$ 90, após o reforço.

A numeração do empenho, seus reforços e suas anulações, será única eem ordem seqüencial, crescente, por exercício. Cada modalidade é identificada peloevento correspondente.

14.1.4. Anulação

O empenho deverá ser anulado no decorrer do exercício:

a) parcialmente - quando seu valor exceder o montante da despesarealizada;

b) totalmente, quando:

. o serviço contratado não tiver sido prestado;

. o material encomendado não tiver sido entregue; ou

. o empenho tiver sido emitido incorretamente.O empenho deve, ainda, ser anulado, no encerramento do exercício,

quando se referir a despesas não liquidadas, salvo aquelas que se enquadrarem nascondições previstas para inscrição em Restos a Pagar.

A anulação do empenho da despesa far-se-á também, através da Nota doEmpenho, e identificada pelo código do evento. O valor do empenho anulado reverte àdotação tornando-se, novamente, disponível, respeitado o regime do exercício.

14.1.5. Pré-Empenho

O Pré-empenho é utilizado para registrar o crédito orçamentário pre-compromissado, para atender objetivo específico, nos casos em que a despesa a serrealizada, por suas características, cumpre etapas com intervalos de tempo desde adecisão até a efetivação da emissão da NE.

Todo os saldos do pré-empenho não utilizados até 31 de dezembro decada ano serão automaticamente cancelados naquela data.

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14.2 - Liquidação

14.2.1 -Conceito

Esse é o segundo estágio da despesa e consiste na verificação do direitoadquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios dorespectivo crédito (art. 63 da Lei nº 4.320/64). Vale dizer que é a comprovação de que ocredor cumpriu todas as obrigações constantes do empenho.

14.2.2. Finalidade e Cuidados Especiais

A liquidação tem por finalidade reconhecer ou apurar:

a) a origem e o objeto do que se deve pagar;

b) a importância exata a pagar; e

c) a quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, todos os atos deverificação e conferência, desde a entrada do material ou a prestação do serviço até oreconhecimento da despesa. Ao fazer a entrada do material ou prestação do serviço, ocredor deverá apresentar a nota fiscal (quando houver impostos a pagar), fatura ou contacorrespondente, acompanhada da 1ª via da nota de empenho (não se aceita cópia),devendo o funcionário competente atestar o recebimento do material ou a prestação doserviço correspondente, no verso da nota fiscal, fatura ou conta.

No caso de empenho-estimativa ou global, a 1ª via da nota de empenhosomente será exígível com o título de crédito (nota fiscal, fatura ou conta) referente àúltima parcela dos bens fornecidos ou dos serviços prestados.

Ressalte-se que na liquidação de despesa, por ocasião do recebimento domaterial, da execução da obra ou da prestação do serviço, certos cuidados especiaisdeverão ser observados, tais como:

a) verificação do cumprimento das normas sobre licitação ou documentoformalizado a sua dispensa, ou comprovando a sua inexigibilidade;

b) verificação da conformidade com o contrato, convênio, acordo ouajuste, se houver;

c) exame da nota de empenho;

d) conferência da nota fiscal ou documento equivalente;

e) elaboração do termo circunstanciado do recebimento definitivo - nocaso de obra ou serviço de valor superior a R$ 1.451.833,02 (posição de junho/96) e

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equipamento de grande vulto ou recibo na nota fiscal ou documento equivalente, nosdemais casos.

Todos esses cuidados evitam que sejam efetuados pagamentos indevidos,tais como: mais de um pagamento, pagamentos de bens e serviços quando não solicitadosou ainda não recebidos pela repartição.

Não será exigido requerimento do credor para apresentação do título decrédito, inclusive, para o respectivo pagamento.

Na legislação atual não existe formulário específico para formalizar estafase da despesa. A liquidação da despesa far-se-á através do exame da documentação quecomprove a solvência do direito creditório, onde se demonstrarão os valores bruto elíquido a pagar.

Somente após a apuração do direito adquirido pelo Credor, tendo porbase os documentos comprobatórios do respectivo crédito, ou da completa habilitação daentidade beneficiada, a Unidade Gestora providenciará o imediato pagamento da despesa.É evidente, portanto, que nenhuma despesa poderá ser paga sem estar devidamenteliquidada.

14.3. Pagamento

14.3.1. Conceito e Características

O pagamento é a última fase da despesa. Este estágio consiste na entregade recursos equivalentes à dívida líquida, ao credor, mediante ordem bancária.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 4, DE 13 DE AGOSTO DE 2002

Dispõe sobre a consolidação das instruções para movimentação e aplicação dosrecursos financeiros da Conta Única do Tesouro Nacional, a abertura e manutenção decontas correntes bancárias e outras normas afetas à administração financeira dos órgãos eentidades da Administração Pública Federal.

Art. 3º A movimentação de recursos da Conta Única será efetuada por meio de OrdemBancária - OB, Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF, Guia daPrevidência Social - GPS, Documento de Receita de Estados e/ou Municípios - DAR,Guia do Salário Educação - GSE, Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações daPrevidência Social - GFIP, Nota de Sistema - NS ou Nota de Lançamento - NL, deacordo com as respectivas finalidades.Art. 4º A Ordem Bancária - OB poderá ser emitida nas seguintes modalidades:I - Ordem Bancária de Crédito - OBC, utilizada para pagamentos por meio de crédito emconta corrente do favorecido na rede bancária e para saque de recursos em conta bancária,para crédito na Conta Única da Unidade Gestora;II - Ordem Bancária de Pagamento - OBP, utilizada para pagamentos diretamente aocredor, em espécie, junto à agência de domicílio bancário da Unidade Gestora, quandofor comprovada a inexistência de domicílio bancário do credor ou quando for necessária adisponibilização imediata dos recursos correspondentes;

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III - Ordem Bancária para Banco - OBB, utilizada para pagamentos a diversos credores,por meio de lista eletrônica, para pagamento de documentos em que o Agente Financeirodeva dar quitação ou para pagamento da folha de pessoal com lista de credores;IV - Ordem Bancária de Sistema - OBS, utilizada para cancelamento de OB pelo agentefinanceiro com devolução dos recursos correspondentes, bem como pela STN pararegularização das remessas não efetivadas;V - Ordem Bancária de Aplicação - OBA, utilizada pelos órgãos autorizados paraaplicações financeiras de recursos disponíveis na Conta Única;VI - Ordem Bancária de Câmbio - OBK, utilizada para pagamentos de operações decontratação de câmbio, no mesmo dia de sua emissão;VII - Ordem Bancária para pagamentos da STN - OBSTN, utilizada pelas UnidadesGestoras da Secretaria do Tesouro Nacional e por outras por ela autorizada parapagamentos específicos de responsabilidade do Tesouro Nacional, no mesmo dia de suaemissão;VIII - Ordem Bancária Avulsa - OB - Avulsa, utilizada em situações extraordinárias, acritério da Secretaria do Tesouro Nacional;

IX - Ordem Bancária de Depósito Judicial - OBJ, utilizada para atendimento adeterminações judiciais específicas, não transitadas em julgado, na mesma data de suaemissão;

X - Ordem Bancária para Crédito de Reservas Bancárias - OBR, utilizada pelas UnidadesGestoras autorizadas pela Secretaria do Tesouro Nacional para pagamentos por meio decrédito às contas Reservas Bancárias dos bancos, bem como outras contas mantidas noBanco Central do Brasil;XI - Ordem Bancária de Cartão - OBCartão, utilizada para registro de saque, efetuadopelo portador do Cartão Corporativo do Governo Federal, em moeda corrente, observadoo limite estipulado pelo Ordenador de Despesas;XII - Ordem Bancária de Processo Judicial - OBH, utilizada para pagamento parcial ouintegral de precatórios judiciais, Requisições de Pequeno Valor - RPV e sentençasjudiciais transitadas em julgado;XIII - Ordem Bancária de Folha de Pagamento - OBF, utilizada para pagamento de folhade pessoal sem lista de credores; eXIV - Ordem Bancária SPB - OBSPB, utilizada para pagamento de despesas diretamentena conta corrente do beneficiário, em finalidade específica autorizada pela STN, por meiodo Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB.Art. 5º A emissão de Ordem Bancária será precedida de autorização do titular da UnidadeGestora, ou seu preposto, em documento próprio da Unidade.Art. 6º O crédito da OBR, OBH, OBF e OBJ será efetuado no dia seguinte ou no mesmodia da emissão da ordem bancária, de acordo com o código de finalidade STNestabelecido no SPB, após autorização do ordenador de despesa e do gestor financeiro, oude seus substitutos, por meio da transação "Atualiza Remessa de Ordens Bancárias -ATUREMOB".§ 1º A OBR para crédito de contas de provisões no Banco Central do Brasil será creditadano mesmo dia da emissão, após autorização do ordenador de despesa e do gestorfinanceiro.

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§ 2º Não havendo autorização do ordenador de despesa e do gestor financeiro, as OBR,OBH, OBJ e OBF serão canceladas automaticamente, recompondo as disponibilidades daUnidade Gestora.

Diariamente, o SIAFI consolidará as Ordens Bancárias emitidas, deacordo com a respectiva finalidade, gerando a “Relação de Ordens Bancárias Intra-SIAFI-RT” e a “Relação de Ordens Bancárias Externas - RE”, as quais deverão serimpressas através da transação IMPRELOB.

O advento da IN/STN/22/86, revogada pela IN/DTN/01/92, a qual foirevogada pela IN/DTN/05/92, trouxe algumas inovações importantes, vigentes a partir de1987 na execução financeira. Uma dessas inovações é que os créditos poderão serefetuados através de toda rede bancária e não, exclusivamente através do Banco do BrasilS.A.

14.3.2. Cancelamento de Ordem Bancária

Para o cancelamento de ordem bancária, deverão ser adotados osseguintes procedimentos:

I - no mesmo dia da emissão, antes de emitir o respectivo relatório.

- Utilizar a transação “CANOB” para o cancelamento da respectivaOrdem Bancária.

II - no mesmo dia da emissão, após ter emitido o respectivorelatório.

- Utilizar a transação “CANREL” para o cancelamento do relatório e, aseguir, a transação “CANOB” para o cancelamento da respectiva Ordem Bancária.

III - após o dia da emissão, antes de enviar o relatório para a agênciabancária de domicílio da Unidade Gestora

- Anotar na “RE” no campo da respectiva Ordem Bancária a expressão“CANCELADA” e enviar à Agência Bancária e domicílio da UG.

14.3.3. Ordens Bancárias Não Compensadas Pelo Banco

As Ordens Bancárias não compensadas no prazo de 30 dias serãocreditadas na conta Ùnica da UG emitente e ficarão pendentes na conta contábil21263.00.00 - Ordens Bancárias Canceladas. As respectivas regularizações deverão serefetivadas após análise, conforme indicado a seguir:

Para OB emitida no próprio exercício:

- Se o valor for devido, emitir nova OB a favor do credor, utilizando oevento 53.0.355;

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- Se o valor não for devido, emitir NL utilizando o evento 53.0.355 maiso evento de estorno da OB cancelada;

Para a OB emitida em exercício anterior:

- Se o valor for devido, emitir nova OB a favor do credor, utilizando oevento 53.0.355; e

- Se o valor não for devido, emitir NL utilizando o evento 53.0.355 e80.0.882 (quando a gestão for Tesouro Nacional), ou 80.0.878 (quando a gestão não forTesouro Nacional ). No caso de gestão do Tesouro deverá em seguida emitir o DARFcorrespondente.

14.3.4 -Do Depósito Direto na Conta Única (In/Stn/04/2002)

Art. 17. O depósito direto na Conta Única será identificado por meio decódigo específico para cada tipo de depósito, de forma a permitir o registro automático decada recebimento, de acordo com as seguintes modalidades:I - depósito via Instituição Financeira , identificado na tabela de depósito pelo indicador"D"; eII - depósito via Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB, identificado na tabela dedepósito pelos indicadores "P" de Principal ou "J" de Juros.§ 1º Os códigos de depósitos a que se referem os incisos I e II deste artigo serão criadospor meio da transação "Atualiza Código do Depósito Bancário - ATUCODDEP", pelaprópria Unidade Gestora no caso do inciso I, e pela Coordenação-Geral de ProgramaçãoFinanceira da STN no caso do inciso II, após autorização do Banco Central do Brasil deinclusão na tabela de domínios do Catálogo de Mensagens do SPB.§ 2º Somente poderão ser recolhidos recursos de fontes de receitas que geram cotasorçamentárias a programar, por meio da sistemática de depósito direto identificado naConta Única, mediante autorização e em códigos específicos instituídos por ato doCoordenador-Geral de Programação Financeira da STN.Art. 18. A arrecadação diária dos depósitos diretos, enquadrados no inciso I do art. 17,deverá ser transferida à Conta Única até o segundo dia útil seguinte após o acolhimentodo depósito, respeitados os prazos de compensação quando não for utilizado pagamentoem espécie.Art. 19. A utilização do depósito direto implicará a contabilização automática dosregistros da operação no SIAFI, após o recebimento do arquivo magnético do agentefinanceiro.Art. 20. O depósito direto poderá ser efetuado por meio de documento próprio derecolhimento que permita ampliar sua especificação, mediante acordo a ser realizadodiretamente entre a unidade e o agente financeiro contratado.

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14.4. EXERCÍCIO FINANCEIRO

14.4.1.Conceito

Exercício financeiro é o espaço de tempo compreendido entre primeirode janeiro e trinta e um de dezembro de cada ano, no qual, a administração promove aexecução orçamentária e demais fatos relacionados com as variações qualitativa equantitativa que tocam os elementos patrimoniais da entidade ou órgão público.

O art. 34 da Lei nº 4.320/64 determina que o exercício financeirocoincidirá com o ano civil. O art. 35 desse mesmo dispositivo legal dispõe que pertencemao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas as despesas nele legalmenteempenhadas.

Nesse mesmo sentido, deve-se também observar, que reverte à dotação aimportância da despesa anulada no exercício. Quando a anulação ocorrer após oencerramento deste, considerar-se-á receita do ano em que se efetivar.

14.5. Restos a Pagar

14.5.1. Conceito

Consideram-se Restos a Pagar, ou resíduos passivos, consoante o art. 36da Lei nº 4.320/64, as despesas empenhadas mas não pagas dentro do exercíciofinanceiro, ou seja, até 31 de dezembro (arts. 35 e 67 do Decreto nº 93.872/86).

14.5.2. Classificação

Conforme a sua natureza, as despesas inscritas em “Restos a Pagar”podem ser classificadas em:

a) processadas - São as despesas em que o credor já cumpriu as suasobrigações, isto é, entregou o material, prestou os serviços ou executou a etapa da obra,dentro do exercício. Tendo, portanto, direito líquido e certo, faltando apenas opagamento. Hoje essas despesas ficam registradas na conta “FORNECEDORES”.

b) não processadas - São aquelas que dependem, da prestação do serviçoou fornecimento do material, ou seja, cujo direito do credor não foi apurado.Representam, portanto, despesas ainda não líquidadas.

14.5.3. Inscrição

O Decreto nº 93.872, de 23/12/86, em seu art. 35 determina que oempenho da despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, paratodos os fins, salvo quando:

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a) ainda vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelocredor;

b) vencido o prazo para cumprimento da obrigação, esteja em curso aliquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento daobrigação assumida pelo credor;

c) se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;e

d) corresponder a compromisso assumido no exterior.

Os empenhos não anulados, bem como os referentes a despesas jáliquidadas e não pagas, serão automaticamente inscritos em Restos a Pagar noencerramento do exercício, pelo valor devido, ou caso seja este, desconhecido, pelo valorestimado.

É vedada a reinscrição de empenhos em Restos a Pagar. Oreconhecimento de eventual direito do credor far-se-á através da emissão de nova Nota deEmpenho, no exercício de recognição, à conta de despesas de exercícios anteriores,respeitada a categoria econômica própria. Os Restos a Pagar com prescrição interrompida- assim considerada a despesa cuja inscrição em Restos a Pagar tenha sido cancelada, masainda vigente o direito do credor - poderão ser pagos à conta de despesas de exercíciosanteriores, respeitada a categoria econômica própria.

Em se tratando de pagamento de despesa inscrita em Restos a Pagar, pelovalor estimado, poderá ocorrer duas situações:

a) o valor real a ser pago é superior ao valor inscrito. Nesse caso, adiferença deverá ser empenhada à conta de despesas de exercícios anteriores, de acordocom a categoria econômica; e

b) o valor real a ser pago é inferior ao valor inscrito. O saldo existentedeverá ser cancelado.

O órgão competente para exercer o controle e disciplinar o tratamento deRestos a Pagar é a STN.

Considerando que no transcorrer do exercício de 2002 ocorrerão eleições para o cargo dePresidente da República, é de fundamental importância destacarmos, inicialmente, o quedispõe o art. 42 da LRF (LC-101/2000):

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido noart. 20 (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,Federal, Estadual e Municipal, e o Ministério Público), nosúltimos dois quadrimestres do seu mandato, contrairobrigação de despesa que não possa ser cumprida

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integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serempagas no exercício seguinte sem que haja suficientedisponibilidade de caixa para este efeito.Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade decaixa serão considerados os encargos e despesascompromissadas a pagar até o final do exercício.

Em outras palavras: nenhuma despesa realizada a partir do mês de maio poderá serinscrita em Restos A Pagar (RAP). Porém, se isso ocorrer, deverá ser asseguradodisponibilidade de caixa para o exercício seguinte.

A inobservância deste dispositivo legal é disciplinada pela Lei nº 10.028/2000, que prevê:

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação,nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandatoou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmoexercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga noexercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente dedisponibilidade de caixa:"Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

14.5.4. Pagamento

O pagamento de despesas inscritas em “Restos a Pagar” ocorre tal comooutro pagamento de qualquer despesa pública exigindo-se apenas a observância dasformalidades legais (empenho e liquidação), independente de requerimento do credor.Após o cancelamento da inscrição da despesa em Restos a Pagar, o pagamento que vier aser reclamado poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de exercíciosanteriores (art. 69 do Decreto nº 93.872/86).14.5.5 - Validade

A inscrição de valores em Restos a Pagar terá validade até 31 dedezembro do ano subseqüente. Após essa data, os saldos remanescentes serãoautomaticamente cancelados, permanecendo em vigor, no entanto, o direito do credor por5 (cinco) anos, a partir da inscrição.

14.6. Despesas de Exercícios Anteriores

O assunto está regulado pelo art. 37 da Lei nº 4.320/64, regulamentadapelo Decreto nº 93.872, de 23/12/86, que incorporou os conceitos do Decreto nº 62.115,de 15/01/68.

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14.6.1. Conceito

Despesas de Exercícios Anteriores são as dívidas resultantes decompromissos gerados em exercícios financeiros anteriores àqueles em que ocorreram ospagamentos.

O regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadasconforme o exercício a que pertençam, ou seja, em que foram geradas. Se umadeterminada despesa tiver origem, por exemplo, em 1987 e só foi reconhecida e paga em1989, a sua contabilização deverá ser feita à “Conta de Despesas de ExercíciosAnteriores” para evidenciar o regime do exercício.

14.6.2. Ocorrência

Poderão ser pagas à conta de despesas de exercício anteriores, medianteautorização do ordenador de despesa, respeitada a categoria econômica própria:

a) as despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamentorespectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não setenham processado na época própria; assim entendidas aquelas cujo empenho tenha sidoconsiderado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, masque, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;

b) os restos a pagar com prescrição interrompida; assim considerada adespesa cuja inscrição como Restos a Pagar tenha sido cancelada, mais ainda vigente odireito do credor; e

c) os compromissos decorrentes de obrigação de pagamento criada emvirtude de lei e reconhecidos após o encerramento do exercício.

Pode-se citar como exemplo dessa última situação: o caso de umservidor, cujo filho tenha nascido em setembro e somente requereu o benefício do salário-família em março do ano seguinte. As despesas referentes aos meses de setembro adezembro irão à conta de despesas de exercícios anteriores, classificados, como detransferências correntes; as dos demais meses no elemento de despesa próprio. Apromoção de um funcionário com data retroativa e que alcance anos anteriores aoexercício financeiro, também é caso de despesa de exercícios anteriores.

14.6.3. Formalização

Constituem elementos próprios e essenciais à instrução do processorelativo a despesas de exercícios anteriores, para fins de autorização do pagamento:

a) nome do credor, CGC/CPF e endereço;

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b) importância a pagar;

c) data do vencimento do compromisso;

d) causa da inobservância do empenho prévio de despesa;

e) indicação do nome do ordenador da despesa à época do fato geradordo compromisso; e

f) reconhecimento expresso do atual ordenador de despesa.

14.6.4. Prescrição

As dívidas de exercícios anteriores, que dependam de requerimento dofavorecido, prescrevem em 05 (cinco) anos, contados da data do ato ou fato que tiverdado origem ao respectivo direito.

O início do período da dívida corresponde à data constante do fatogerador do direito, não devendo ser considerado, para fins de prescrição quinquenal, otempo de tramitação burocrática e o de providências administrativas a que estiver sujeitoo processo.