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PT PT PROGRAMA OPERACIONAL AO ABRIGO DO OBJETIVO DE INVESTIMENTO NO CRESCIMENTO E NO EMPREGO CCI 2014PT16M2OP006 Título Programa Operacional Regional da Madeira 2014-2020 Versão 1.6 Primeiro ano 2014 Último ano 2020 Elegível de 1/Jan/2014 Elegível até 31/Dez/2023 Número da decisão CE Data da decisão CE Número da decisão de alteração do EM Data da decisão de alteração do EM Data da entrada em vigor da decisão de alteração do EM Regiões NUTS abrangidas pelo programa operacional PT3 - REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

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  • PT PT

    PROGRAMA OPERACIONAL AO ABRIGO DO OBJETIVO DE INVESTIMENTO NO CRESCIMENTO E

    NO EMPREGO

    CCI 2014PT16M2OP006Ttulo Programa Operacional Regional da Madeira 2014-2020Verso 1.6Primeiro ano 2014ltimo ano 2020Elegvel de 1/Jan/2014Elegvel at 31/Dez/2023Nmero da deciso CEData da deciso CENmero da deciso de alterao do EMData da deciso de alterao do EMData da entrada em vigor da deciso de alterao do EMRegies NUTS abrangidas pelo programa operacional

    PT3 - REGIO AUTNOMA DA MADEIRA

  • PT 1 PT

    1. ESTRATGIA DO PROGRAMA OPERACIONAL COM VISTA A CONTRIBUIR PARA A ESTRATGIA DA UNIO PARA UM CRESCIMENTO INTELIGENTE, SUSTENTVEL E INCLUSIVO E PARA A COESO ECONMICA, SOCIAL E TERRITORIAL

    1.1 Estratgia do programa operacional com vista a contribuir para a estratgia da Unio para um crescimento inteligente, sustentvel e inclusivo e para a coeso econmica, social e territorial

    1.1.1 Descrio da estratgia do programa operacional com vista a contribuir para a prossecuo da estratgia da Unio para um crescimento inteligente, sustentvel e inclusivo e para a coeso econmica, social e territorial.

    (a) Posicionamento da Regio Autnoma da Madeira no contexto nacional e europeu

    A informao quantitativa, mais atualizada e disponvel, referente aos objetivos e metas da Estratgia Europa 2020 e do Programa Nacional de Reformas (PNR) permite colocar em perspetiva a posio da RAM nos indicadores de referncia e evidencia a necessidade de focalizar as prioridades regionais de interveno e de investimento (pblico e privado) em domnios chave da Estratgia Europa 2020.

    As principais linhas de afastamento face ao Pas e Unio Europeia situam-se nos seguintes indicadores:

    Nvel de investimento em Investigao e Desenvolvimento (I&D), em 2012, inferior a 0,3% do PIB (em ligeira reduo face a 2010), mais de cinco vezes inferior ao nvel de Portugal e situando-se bastante aqum das metas estabelecidas pelo PNR e pela Estratgia Europa 2020 (de 0,25% para 3%). Neste panorama desfavorvel, destaca-se o nvel de atraso do Investimento em I&D do setor privado que atingia 0,09%, em 2012, em recuperao face a 2010 (0,04%).

    Nvel de abandono escolar precoce inferior mdia nacional (26,2%-18,9%). Este indicador tem vindo a seguir uma trajetria de recuperao acentuada nos ltimos anos, ainda que afastado das metas objetivo do PNR e da Estratgia Europa 2020 [10%, ou seja, aproximadamente trs vezes inferior situao de referncia em 2013 (26,2%)].

    Nvel de escolarizao superior da populao entre 30-34 anos (25,8%) relativamente prximo da mdia nacional (28,6%), mas mais de dez pontos percentuais aqum das metas do PNR e da Estratgia Europa 2020 (40%).

    Taxa de emprego bastante afastada das metas objetivo do PNR e da Estratgia Europa 2020 (75%, ou seja menos 12,3%), numa conjuntura que se antev prolongadamente recessiva para os nveis de emprego.

    Os objetivos referentes aos indicadores Clima/Energia mostram-se exigentes para a Regio, sobretudo, o peso das energias renovveis no consumo de energia final que dever evoluir de 9,9% para 20% (meta Europa 2020).

  • PT 2 PT

    Os indicadores referentes s desigualdades sociais e ao risco de pobreza no dispem de regionalizao atualizada satisfatria sendo que os ltimos dados reportam a 2009 e indicam que a RAM era a segunda Regio do Pais com risco de pobreza mais elevada, ocupando o quarto lugar no ranking das regies portuguesas no tocante ao nvel de desigualdades. (Ver quadro na verso PDF)

    Em sntese, relativamente aos quatro indicadores para os quais se dispe de informao regionalizada fivel, a posio da RAM situa-se aqum do desempenho atual do Pas e afastada das metas de referncia estabelecidas para o horizonte 2020 nos objetivos associados Educao, Inovao, ao Emprego e Energia. Na tica do contributo regional para esses objetivos, importante atribuir prioridade e focagem s intervenes e instrumentos de poltica nos domnios da Competitividade e Inovao e do Desenvolvimento do Potencial Humano (sobretudo, estimulando um equilbrio desejvel entre oferta e procura de qualificaes), no domnio da Energia (com nfase para a eficincia energtica e a reduo da dependncia do exterior, igualmente, vetores muito relevantes para a competitividade do tecido econmico regional) e no domnio da Incluso Social e do Emprego (face densidade dos problemas existentes em matria de desemprego - absoluto e relativo - e de excluso social).

    (b) Alteraes de contexto macroeconmico e financeiro

    O perodo ps-2007 foi significativamente marcado pela alterao do contexto macroeconmico: o exerccio ex-ante da adicionalidade, realizado em 2007, previa um crescimento real mdio do PIB de 2,1% no perodo 2007-2013, quando atualmente se estima uma variao real mdia negativa do PIB ao longo destes seis anos (p. ex., entre 2007 e 2012, a variao atingia j os 4,7%). O comportamento do emprego, a cair mais rapidamente que a mdia nacional, parece antecipar uma acentuada quebra nos indicadores de rendimento na Regio seguindo uma tendncia de deteriorao rpida e mais do que proporcional verificada na mdia nacional.

    O contexto econmico de implementao dos instrumentos da Poltica de Coeso na RAM sofreu uma profunda deteriorao resultante dos impactos combinados da forte crise europeia e mundial, a partir de 2008, e do processo de ajustamento pesado a que economia portuguesa e a economia madeirense ficaram sujeitas na sequncia do acesso ao Fundo Europeu de Estabilizao Financeira (FEEF) por parte de Portugal.

    As linhas mestras do Memorandum de Entendimento que suporta o Programa de Ajustamento Econmico e Financeiro (PAEF) e enquadra o acesso de Portugal quele Fundo, induzem implicaes na conteno das despesas pblicas, nas restries e corte de acesso ao crdito por parte das empresas e das famlias, na contrao do consumo privado e na quebra da atividade econmica e dos nveis de emprego, com efeitos na reduo do rendimento disponvel. Estes efeitos marcaram, sobretudo, a partir de 2012, uma forte inverso de tendncia nos indicadores de rendimento quer pela via da diminuio do produto, quer pela via do aumento da carga fiscal.

    Para alm das restries oramentais decorrentes deste Memorandum, acrescem as que resultaram da assinatura, em 2012, entre o Governo Regional e o Ministrio das Finanas, do PAEF da RAM, com implicaes sobre a concretizao efetiva de algumas prioridades das polticas pblicas regionais:

  • PT 3 PT

    forte impacto negativo nas dinmicas de iniciativa e de investimento empresarial tanto da parte das empresas existentes, como de outras em fase de lanamento de atividade, confrontadas com quebras da procura pblica e privada e com restries no acesso a crdito, para investimento e gesto de tesouraria;

    importantes constrangimentos oramentais dos organismos da Administrao Pblica Regional, com reflexos na realizao de despesas de investimento e correntes nos domnios da Educao e Formao e tambm na iniciativa de investimento pblico (infraestruturas e equipamentos), situao agravada pelas reorientaes de prioridades de curto prazo motivadas pelas necessidades de interveno resultantes do temporal de fevereiro de 2010;

    estreitamento das condies de insero na vida ativa e de rotao de empregos, agravamento do desemprego jovem e de adultos de baixas qualificaes, alastramento da excluso social e estrangulamento do potencial de dinamizao de iniciativas de desenvolvimento local e outras de economia social.

    O perodo de vigncia destes instrumentos de ajustamento econmico e financeiro terminou formalmente em junho de 2014.

    (c) Constrangimentos Estruturais

    No momento do arranque do perodo de programao 2014-2020, a RAM encontra-se numa delicada situao financeira, social e econmica, sofrendo os efeitos sistmicos da crise agravados pelas especificidades da ultraperificidade. Neste difcil enquadramento, a Regio ter de ser capaz de encontrar elementos de inovao estratgica que possam ancorar a sua trajetria de desenvolvimento nos prximos anos e, simultaneamente, trabalhar para atenuar as tendncias pesadas de um conjunto de constrangimentos estruturais e outros que se sistematizam nos itens seguintes:

    Competitividade e Inovao: (i) Localizao geogrfica das ilhas da Madeira e do Porto Santo que no permite aceder s redes transeuropeias de energia, com implicaes objetivas que se traduzem em sobrecustos de operao e na necessidade de duplicar investimentos em capacidade de produo e armazenamento de energia, no aproveitamento de fontes renovveis intermitentes e na dotao de condies de estabilidade das redes eltricas isoladas, necessrias para garantir a qualidade e segurana do abastecimento e diminuir a dependncia energtica do exterior; (ii) Situao ultraperifrica e mercado interno exguo, que condicionam a capacidade de integrar as cadeias econmicas globais, em segmentos-produto que exijam escala; (iii) Efeitos da globalizao da economia que se fazem sentir ao nvel das principais produes primrias regionais exportveis (vinhos, banana, frutos subtropicais, vime e flores), mas tambm ao nvel da abertura de mercados a qual conduziu a um acrscimo da concorrncia no mercado regional, de reduzida dimenso e com sobrecustos de transporte e de fatores de produo, num contexto de incipiente organizao da produo que impossibilita a concentrao da oferta; (iv) Dependncia da Regio do Cluster do Turismo[1] que, tendo sido responsvel pelo sucesso da Regio, tem constitudo (sobretudo, quando associado ao desenvolvimento do setor imobilirio) um efeito inibidor da diversificao do tecido econmico ao apresentar uma cadeia de valor relativamente estreita e pouco profunda, fruto de uma escassa integrao com atividades a montante (agroalimentar, pesca,) e complementares (cultura,

  • PT 4 PT

    patrimnio, paisagem, ); (v) Manuteno problemtica do quadro de incentivos fiscais como elemento central da atrao de investimento externo, sobretudo, nas condies competitivas do passado que marcaram a atividade dos instrumentos de suporte extroverso e internacionalizao (p.ex., Centro Internacional de Negcios da Madeira/ Sociedade de Desenvolvimento da Madeira) essenciais para o desenvolvimento da RAM; (vi) Reduzida atividade e resultados diminutos alcanados nos domnios da incubao de empresas e do lanamento de start-ups e unidades de capital semente; e (vii) Fragilidade do perfil econmico das atividades empresariais instaladas nos Parques Empresariais, no contribuindo para renovar o padro de especializao econmica.

    Competncias, Emprego e Incluso Social: (i) A Regio historicamente marcada pelo baixo nvel educativo, apresentando uma estrutura global de nveis de habilitaes da populao ativa caracterizada por um baixo nvel educacional e peso reduzido dos diplomados com o Ensino Superior; (ii) Nveis de reteno e desistncia no Ensino Bsico superiores mdia nacional, sinalizando a importncia de continuar a investir na qualidade do ensino neste nvel, a par do prolongamento de intervenes visando prevenir o abandono escolar precoce; (iii) Necessidade de (re)qualificao reconverso profissional dos ativos (empregados e desempregados), em ajustamento evoluo dos perfis profissionais identificados para suportar a melhoria da competitividade e da produtividade da economia regional, de acordo com os referenciais estratgicos resultantes de Estudo Prospetivo recente (2014); (iv) Evoluo muito negativa do emprego nos ltimos anos que se caracteriza pela intensidade do ajustamento na construo, nas indstrias transformadoras, nas atividades imobilirias e no alojamento, restaurao e similares e pela quebra resultante de efeitos induzidos (na atividade das empresas e nos rendimentos das famlias) das atividades do comrcio por grosso e a retalho, nas atividades financeiras e de seguros e nos servios; e (v) Incidncia da desigualdade e da pobreza que se situava 1,3 pontos percentuais acima da taxa de pobreza nacional, em 2009 - a Madeira era a segunda regio com taxa de risco de pobreza mais elevada do Pas e em termos de desigualdades (coeficiente de Gini - Rendimento total) ocupava a quarta posio no ranking das Regies portuguesas.

    Coeso Territorial: (i) Necessidades de melhorar as acessibilidades da rede viria principal s infraestruturas porturias e aeroporturias (ligao ao exterior), bem como aos equipamentos de sade e educao, e contemplando vias de comunicao, nucleares na estruturao do mercado interno regional; (ii) Existncia de assimetrias de desenvolvimento inter-ilhas e entre concelhos de dominante urbana e concelhos rurais da Ilha da Madeira; (iii) Disparidades dos nveis de cobertura de cuidados de sade e de acesso a equipamentos sociais entre a Madeira e Porto Santo e entre concelhos da Madeira; (iv) Densidade de problemas nos domnios do abastecimento de gua s populaes e atividades econmicas e da drenagem e tratamento de guas residuais urbanas: populao servida com gua no sujeita a tratamento, elevado nvel de perdas nas redes de distribuio de gua potvel, por antiguidade ou inadequao; carncia de gua face s necessidades nos perodos hidrolgicos mais secos, situao agravada nos ltimos anos devido s alteraes climticas; deficincias ao nvel da drenagem e tratamento de guas residuais; e dependncia energtica associada captao, transporte e tratamento de gua e ao funcionamento de sistemas de saneamento.

  • PT 5 PT

    Capacitao Institucional: (i) Persistncia de custos de contexto em algumas reas de regulao pblica, com impacto na atividade empresarial; e (ii) Existncia de debilidades a nvel do associativismo empresarial e municipal na mobilizao de recursos e de fixao de competncias suscetveis de contribuir para a dinamizao e qualificao das intervenes favorecedoras do robustecimento das empresas e das Autarquias Locais da RAM.

    [1] As atividades do Cluster do Turismo constituem um dos pilares da economia regional sendo responsveis por mais de 21% dos impactos diretos e globais no PIB e cerca de 25% dos postos de trabalho; a estes impactos, acrescem os efeitos indiretos nos setores do Comrcio, do imobilirio e dos transportes e na reduo das assimetrias regionais.

    No perodo 2007-2012, O Turismo registou uma evoluo negativa dos indicadores econmicos: volume dos hspedes nos estabelecimentos hoteleiros (-12,9%), volume das dormidas (-8,1%), taxa de ocupao-cama (-9,5%) e proveitos totais (-11,3%).

    (d) Ativos regionais para o desenvolvimento

    No horizonte 2020, a RAM e o respetivo quadro de resposta das polticas pblicas regionais contam com ativos naturais ou adquiridos que carecem de articulao ativa e virtuosa para um adequado aproveitamento econmico, qualquer que seja o caminho que se pretenda percorrer:

    Biodiversidade (especfica, habitats e ecossistemas), paisagem, mar e recursos marinhos que constituem um patrimnio de valor incalculvel, de elevado interesse cientfico, tecnolgico e econmico, a salvaguardar. Uma parte significativa destes ativos nicos constituda por elementos transversais a ter presente na configurao de diferentes polticas e programas setoriais, com destaque para o turismo.

    Paisagem humanizada dos territrios da Madeira e do Porto Santo, fruto das atividades agrcolas (vertente agricultura e silvicultura) e de desenvolvimento rural que contribuem para a preservao da paisagem e habitat natural do Arquiplago.

    Recursos do Mar especialmente relevantes num contexto insular e que, na tica da clusterizao de atividades, abrangem: recursos vivos e recursos no vivos; usos de natureza econmica (Portos, transportes e logstica, recreio, desporto e turismo); e atividades de I&DT (investigao marinha, biotecnologia martima, energias renovveis marinhas, ..), contempladas na RIS3 Madeira, correspondendo a reas da economia azul, com potencial de crescimento em termos econmicos e de emprego qualificado. No mbito da Agncia Regional para o Desenvolvimento da Investigao Tecnologia e Inovao (ARDITI) foi criado o Observatrio Ocenico da Madeira (OOM) com particulares responsabilidades na definio estratgica do domnio de interveno dos Recursos e Tecnologias do Mar, contribuindo para o alinhamento estratgico com o Cluster Martimo da Macaronsia e com a Estratgia Nacional para o Mar. O Observatrio servir, tambm, de plataforma preferencial para a criao de massa crtica de I&DT em torno das temticas marinhas e martimas e ser um polo agregador de iniciativas transversais envolvendo entidades pblicas e privadas e visando a criao de competncias regionais de IDT+I neste domnio.

  • PT 6 PT

    Formalizao recente do Cluster Martimo da Macaronsia, envolvendo um conjunto alargado de entidades pblicas e privadas da RAM, Aores e Canrias, numa plataforma de entendimento que poder dinamizar importantes interesses econmicos para diversos setores, nomeadamente, pesca e aquicultura, turismo de cruzeiros, transportes martimos e outras atividades maritimo-porturias. Estas atividades econmicas, que beneficiam da posio geogrfica do Arquiplago da Madeira nas Rotas entre a Europa, o Mediterrneo e a Amrica do Sul, podero contribuir para estruturar o desenvolvimento da economia do mar, uma das sete vertentes estratgicas da RIS3 Madeira. Para esta finalidade, a RAM dever posicionar-se com competncias cientficas e tcnicas complementares em relao s restantes regies da Macaronsia, em particular, procurando especializar-se na interface mar/atmosfera e na explorao da biodiversidade enquanto potencial de monitorizao preferencial dos parmetros ambientais e com especial relevncia nas questes associadas s Alteraes Climticas.

    Misso e atividade do Centro Internacional de Negcios da Madeira (CINM), enquanto instrumento promotor da modernizao e diversificao da economia regional.

    Recursos tursticos que reforam a atratividade do destino: recursos primrios de Biodiversidade, Mar e Paisagem - levadas e veredas, patrimnio natural e construdo; infraestruturas de suporte a novos produtos tursticos (p.ex., campos de golf); oferta de alojamento hoteleiro, relativamente moderna e caracterizada por uma acentuada segmentao da procura que necessrio assegurar (5 estrelas e outros padres de alojamento); e capacidade instalada de estruturas e recursos formativos na rea turstica. Deste conjunto de dinmicas, bem como das relacionadas com os modos de transporte entre as ilhas e com o exterior, poder emergir o relanamento competitivo do Cluster Turismo na Madeira e no Porto Santo, no horizonte 2020.

    Dotao de Infraestruturas de transporte: interno, com nveis de utilizao abaixo da capacidade instalada; e de transporte externo, que incrementam o potencial de acessibilidade ao exterior (Aeroportos Internacionais da Madeira e do Porto Santo), tambm subutilizadas e suscetveis de ser ampliadas com a explorao das vantagens de liberalizao do espao areo, com a eventual retoma da oferta de transporte martimo; e de infraestruturas porturias, p.ex., com a recente qualificao do Porto Funchal, posicionando a RAM para aproveitar uma grande margem de crescimento que dever ocorrer no segmento de cruzeiros.

    Dotao de infraestruturas e meios de transporte terrestre a qual constitui um dos elementos base da economia regional, com potencial de integrao, no quadro de polticas regionais de mobilidade, com papel fundamental no desenvolvimento regional, nos domnios da economia, da qualidade de vida, da transio para a vida ativa e nas polticas ativas de emprego. Esta dotao carece, todavia, de investimentos de fecho de rede importantes na ligao ao exterior e a equipamentos de educao e sade, concentrados na capital regional.

    Parque habitacional devoluto em zonas histricas centrais que poder fazer parte de uma estratgia dinmica de reabilitao urbana (fsica e econmica) gerando potencialidades interessantes capazes de proporcionar ofertas atrativas para novos residentes e contribuindo para reforar a sustentabilidade e coeso territoriais.

  • PT 7 PT

    Equipamentos educacionais e de sade com capacidade para satisfazer procuras mais qualificadas e de integrar (no caso da sade) perspetivas de adensamento da cadeia de valor do Turismo, no segmento Hospitality, reequacionando as condies de suporte necessrias consolidao de projetos de Turismo de sade na Regio.

    (e) Anlise SWOT

    Competitividade e Inovao

    Pontos Fracos

    Insuficiente dimenso crtica alcanada na atrao de atividades de elevado valor acrescentado nos servios financeiros e s empresas, TIC e I&DT, ;

    Dependncia da utilizao de incentivos fiscais ao estabelecimento de novas atividades econmicas, com resultados aqum do esperado;

    Taxas de intensidade de inovao e de volume de negcios, resultantes da venda de produtos novos na Regio (em 2008), inferior mdia nacional;

    Elevada concentrao empresarial no Funchal, que limita o potencial de estruturao econmica regional e o equilbrio territorial;

    Cadeia de valor do setor turstico relativamente estreita, com escassa integrao de atividades a montante (agroalimentar, pesca,) e complementares (cultura, patrimnio, paisagem, );

    Reduzida dimenso do mercado para os produtos agrcolas, com sobrecustos de transporte de fatores de produo e dificuldades de acesso aos mercados externos, a par de uma incipiente organizao da produo que impossibilita a concentrao da oferta;

    Fragilidade na segurana do aprovisionamento de energia primria e fornecimento de energia eltrica, com elevada dependncia energtica do exterior;

    Sobrecustos devidos ao transporte martimo, reduzida escala dos mercados e ao afastamento das redes energticas

    Pontos Fortes

    Dotao de equipamentos que podem servir de base ao desenvolvimento econmico regional, atenuao de assimetrias territoriais e melhoria das condies de suporte coeso social e territorial;

    Rede moderna de infraestruturas e equipamentos educativos, de sade e apoios de proximidade;

    Plano de Ao para a Investigao, Desenvolvimento Tecnolgico e Inovao da RAM (PIDT&I), a Estratgia de Especializao Inteligente da RAM. O Plano constitui um instrumento de suporte ao aumento do investimento regional em inovao e reorganizao das entidades pblicas com competncias especficas nos domnios do Plano;

    Instrumentos de suporte extroverso e internacionalizao (p.ex., CINM/SDM) essenciais para o desenvolvimento da RAM;

    Oferta turstica instalada heterognea e relativamente moderna, de cujas dinmicas poder emergir o relanamento competitivo do Cluster Turismo RAM;

  • PT 8 PT

    Modernizao da rede de transportes (rodovirios) e melhoria de acessibilidade inter-regional, a completar na vertente da relao viria com as infraestruturas porturias e aeroporturias.

    Oportunidades

    Aumento sustentado do investimento em IDT privado ( escala global) com offshoring deste tipo de atividade por parte de empresas transnacionais;

    Relevncia da especializao natural e histrica do Arquiplago no Turismo, um produto maduro e consolidado no mercado, com dinmica de crescimento positivo e resiliente escala global;

    Potencial de integrao do Turismo com atividades econmicas a montante, designadamente no setor primrio (agricultura e pescas), agroindustrial e indstrias transformadoras e a jusante (valorizao dos recursos naturais e da cultura), com inovao no domnio dos eventos de relevncia internacional;

    Recursos do Mar (especialmente relevantes num contexto insular) que, na tica da clusterizao de atividades, abrangem recursos vivos e no vivos, estruturam usos de natureza econmica (Pescas e aquicultura costeira; Energias renovveis marinhas; Portos; Transportes martimos e logstica maritimo-porturia; Recreio e desporto; e Turismo de cruzeiros) e atividades de I&DT no vasto campo as reas de crescimento azul;

    Formalizao recente do Cluster Martimo da Macaronsia constituindo uma plataforma de entidades pblicas e privadas da Madeira, Aores e Canrias, para potenciar o desenvolvimento da Economia do Mar no Arquiplago.

    Ameaas

    Impactos combinados da forte crise europeia e mundial ps-2008 e do processo de ajustamento, mais do que proporcionais aos verificados para o conjunto da economia portuguesa, nomeadamente ao nvel da dinmica de investimento e de consumo, com reflexos negativos no emprego;

    Crescente concorrencialidade do mercado internacional de IDT pela atrao de talentos e recursos qualificados;

    Dependncia da economia regional do Cluster do Turismo que revela grande dificuldade em alargar a respetiva cadeia de valor, um efeito inibidor da diversificao do tecido empresarial;

    Reestruturao problemtica do mercado de trabalho, com aumento do desemprego e respetiva recomposio antecipando indicadores de transformao e ajustamento empresarial, que podem inverter a trajetria de recuperao e relanamento econmico da Regio;

    Efeitos da globalizao da economia que se fazem sentir ao nvel das principais produes primrias regionais exportveis mas tambm ao nvel da abertura de mercados, com acrscimo da concorrncia no mercado regional.

    Competncias, Emprego e Incluso Social

    Pontos Fracos

    Nveis de habilitao da populao ativa marcada por um baixo nvel educacional e reduzido peso dos diplomados com o Ensino Superior;

  • PT 9 PT

    Taxa de reteno e desistncia no Ensino Bsico superior mdia nacional, sinalizando a importncia de continuar a investir na qualidade do ensino e na preveno do abandono escolar precoce;

    Evoluo muito negativa do emprego nos ltimos anos refletindo a intensidade do ajustamento, sobretudo na construo, nas indstrias transformadoras, nas atividades imobilirias e no alojamento, restaurao e similares;

    Crescimento do nmero de trabalhadores a receber o salrio mnimo, a um ritmo trs vezes superior mdia nacional.

    Pontos Fortes

    Crescimento das taxas de escolarizao e de concluso do Ensino Secundrio (cerca de 51%, em 2011) fortemente associado ao investimento na expanso da oferta dos Cursos de Dupla Certificao;

    Melhoria dos indicadores de qualificao dos trabalhadores centrada no aumento do peso dos quadros superiores e dos quadros mdios;

    Adoo do Plano Regional de Emprego 2012-2020 e do Programa Regional para a Interveno Social 2012-2015 que contribuem para enquadrar as estratgias regionais de Emprego e Incluso Social e contemplam a identificao de medidas e aes consideradas na programao nas Prioridades de Investimento selecionadas no PO RAM 2014-2020.

    Oportunidades

    Ativao de instrumentos de interveno existentes e outros a criar, nas vertentes da reconverso profissional de ativos desempregados, da dinamizao de experincias de empreendedorismo social e local e da integrao socioeconmica de grupos em situao de desfavorecimento face ao mercado de trabalho.

    Envolvimento das Organizaes da Economia Social na dinamizao de oportunidades de emprego e de insero profissional.

    Ameaas

    Agravamento das situaes de desfavorecimento face ao mercado de trabalho com alastramento dos focos de pobreza e marginalidade a novas reas urbanas e tambm em freguesias do interior.

    Eroso acentuada das capacidades de resposta das IPSS, Centros Paroquiais e Casas de Povo por reduo do financiamento pblico (comunitrio e regional) e por menor disponibilidade do partenariado e mecenato social das empresas e instituies.

    Capacitao Institucional

    Pontos Fracos

    Disperso dos instrumentos institucionais orientados para a dinamizao da atividade econmica na RAM, com reflexos nos custos de contexto para as empresas.

    Pontos Fortes

  • PT 10 PT

    Reconverso da misso e atividades de um conjunto relevante de entidades de interface no mbito da IDT+I.

    Oportunidades

    Melhoria da qualidade e valor acrescentado dos servios prestados s empresas pelas instncias de regulao da atividade econmica, atravs da disponibilizao de novos servios da Administrao Pblica Regional;

    Mobilizao de atores exteriores Regio, com papel reconhecido nas redes internacionais (europeias e mundiais) de I&D e em redes transnacionais de Transferncia de Tecnologia.

    Ameaas

    Dificuldade em conseguir articulaes durveis, eficazes e eficientes nos processos de cooperao institucional quer internos Regio, quer com atores externos.

    Reorganizao da Administrao Regional pouco favorvel dinamizao dos processos de diplomacia econmica favorecedores da internacionalizao.

    (f) Estratgia de Desenvolvimento Regional

    A formulao da Estratgia de Desenvolvimento Regional no horizonte 2020 beneficiou da existncia de um conjunto de importantes Referenciais Estratgicos preparados no quadro das atribuies e competncias dos diversos Organismos do Governo Regional, sendo de destacar os mais relevantes para os Eixos de Interveno que estruturam o Diamante Estratgico da RAM, adiante apresentado:

    Plano de Ao para a Investigao, Desenvolvimento Tecnolgico e Inovao (PIDT&I) Elaborado no enquadramento da Estratgica de Especializao Inteligente para a RAM, pela Agncia Regional para o Desenvolvimento da Investigao, Desenvolvimento Tecnolgico e Inovao (ARDITI). O PIDT&I ambiciona colocar a RAM entre as quatro principais regies de Portugal em termos de intensidade de IDT+I tornando-a reconhecida internacionalmente como uma das regies chave da Europa na criao de conhecimento nas reas do Turismo, da Bio-sustentabilidade e dos Recursos e Tecnologias do Mar.

    O PIDT&I configura a abordagem regional da Estratgia de Especializao Inteligente (RIS3 Madeira) e identifica as seguintes reas estratgicas de interveno: (i) Bio-sustentabilidade; (ii) Energia, Mobilidade e Alteraes Climticas; (iii) Gesto e Manuteno de infraestruturas; (iv) Qualidade e Segurana alimentar; (v) Sade e Bem-estar; (vi) Tecnologias da Informao e Comunicao; e (vii) Turismo, Recursos e Tecnologias do Mar.

    Plano Referencial Estratgico para a Economia da RAM, no horizonte 2020. Elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Empresarial da RAM, o Plano constri cenrios contrastados de desenvolvimento para a Regio e enuncia um modelo de interveno assente nos Eixos seguintes:

  • PT 11 PT

    Eixos de Interveno Estratgica (Inovao Empresarial e Tecnolgica; Qualificao de Especializao Econmica Regional; e Diversificao da Base Econmica Regional);

    Eixos de Suporte Operacional (Sistemas de Incentivos; Outros instrumentos de financiamento; e Domnios transversais de atuao Formao de Competncias, Qualificao e Promoo de Acolhimento Empresarial, Atrao de Investimento Estrangeiro e Associativismos empresarial);

    Governao e Monitorizao (Enquadramento institucional da dinamizao econmica; e Indicadores de Monitorizao e Metas).

    Plano Regional de Emprego 2012-2020. Elaborado pelo Instituto de Emprego da Madeira como quadro orientador das iniciativas a desenvolver em matria de emprego. O Plano, combina as prioridades estratgicas europeias e as estratgicas e necessidades da Regio em matria de polticas ativas de emprego, O Plano estrutura a interveno pblica no mbito do emprego em cinco Eixos Estratgicos:

    Promover a criao de emprego e combater o desemprego; Combater o desemprego jovem e promover a transio para a vida ativa; Reforar a educao e a qualificao da populao madeirense; Fomentar a incluso social e a insero do mercado de trabalho de pessoa

    desfavorecidas; e Impulsionar o crescimento sustentvel.

    Referencial Estratgico da Educao e Formao. Elaborado por um vasto Grupo de Trabalho que incluiu tcnicos e responsveis de vrios Organismos do Governo Regional exteriores SER, este Documento fixou os seguintes Objetivos Estratgicos para a Educao no horizonte 2020:

    Melhorar as competncias bsicas dos alunos madeirenses; Assegurar a permanncia no sistema de todos os jovens at aos 18 anos,

    garantindo o cumprimento da nova escolaridade obrigatria de 12 anos; Manter os nveis de frequncia na Educao Pr-Escolar na RAM ao nvel dos

    objetivos da estratgia 2020 (95% das crianas de 4 e 5 anos); Aproximao da Regio aos objetivos da Estratgia Europa 2020 no referente ao

    ensino dual e aos adultos participantes no ensino e formao.

    O Documento procedeu, igualmente, identificao das intervenes a enquadrar nas diferentes Prioridades de Investimento do Eixo Prioritrio Investir em Competncias, Educao e Aprendizagem ao Longo da Vida (OT9), nomeadamente, identificando as novas escolas a construir e as operaes de modernizao e dotao de equipamentos programadas.

    Perfis Profissionais para o Reforo da Competitividade e Produtividade da Economia Regional. A realizao recente deste Estudo (2014) teve em vista dotar a Regio de uma perspetiva de investimento em competncias estratgicas, no horizonte 2020, que contribuam para a renovao dos argumentos competitivos da economia regional. Esta inteno traduz-se numa orientao do investimento de reforo do capital humano da Regio para a produo de competncias e perfis considerados estratgicos que permitam comparabilidade

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    externa e que abranjam os diferentes leques de qualificaes que vo desde a produo de profissionais qualificados e altamente qualificados s competncias de base cientfica.

    O ponto de partida do Estudo reside na valorizao das qualificaes, a qual exige no s a identificao de competncias estratgicas (traduzidas em perfis profissionais de sada), mas tambm a identificao de necessidades de reajustamento da oferta educativa e formativa. Estes so os dois exerccios que este Relatrio apresenta e para a sua prossecuo partiu-se dos documentos estratgicos regionais, nomeadamente o Compromisso Madeira@2020. O esforo de anlise e prospetiva na produo de qualificaes foi centrado nas qualificaes de nvel intermdio e superiores correspondentes aos nveis 4, 5 e superiores do Quadro Nacional de Qualificaes e teve por referncia de planeamento o Plano de Desenvolvimento Econmico e Social, PDES 2014-2020 e a Estratgia para a Especializao Inteligente

    Plano de Ao para a Energia Sustentvel das Ilhas da Madeira e do Porto Santo, 2020. Elaborado pela AREAM - Agncia Regional da Energia e Ambiente da Regio Autnoma da Madeira, os Planos refletem as orientaes da poltica energtica regional: garantir a segurana do aprovisionamento de energia; assegurar a sustentabilidade econmica e ambiental do setor e a qualidade dos servios energticos; e contribuir para a criao de emprego e valor acrescentado e para a competitividade da economia regional. Ambos os Planos estabelecem metas para 2020 e enunciam as aes para a energia sustentvel a desenvolver para alcanar essas metas, associadas aos seguintes objetivos: (i) Melhorar a segurana e aprovisionamento de energia; (ii) Reduzir a dependncia do exterior; (ii) Reduzir a intensidade energtica no Produto Interno Bruto; e (iv) Reduzir as emisses de dixido carbono.

    As orientaes estratgicas destes instrumentos de planeamento, e os objetivos da poltica regional que deles emergem, constituem os principais elementos referenciais de suporte abordagem dos Objetivos temticos e das escolhas das Prioridades de Investimento, para efeitos de programao. Estes Referenciais Estratgicos contribuem para o preenchimento de importantes Condicionalidades ex-ante e fundamentam os Eixos Prioritrios e respetivas PI onde, com frequncia, so citados a par de outros instrumentos de poltica setorial da RAM.

    No enquadramento dos ativos regionais para o desenvolvimento da Regio e do conjunto de constrangimentos estruturais, sucintamente caraterizados na alnea d), a RAM prope-se estruturar contributos prprios para os grandes objetivos da Estratgia Europa 2020, tendo presente tambm as Prioridades temticas da Poltica de Coeso, segundo um modelo de estruturao de Eixos de Interveno que assenta no Diamante Estratgico seguinte.[Ver figura na verso PDF]

    A Estratgia de Desenvolvimento Regional e a arquitetura de Eixos de Interveno do Diamante procuram contemplar respostas a necessidades objetivas da Regio, no horizonte 2020:

    Necessidade de retomar o esforo de investimento na Investigao e na Inovao e Desenvolvimento econmico e empresarial, requisitos indispensveis para aumentar a intensidade em conhecimento e a qualidade da produo e servios

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    regionais, em articulao com a atrao de talentos, de empreendedores e de fluxos de Investimento Direto Estrangeiro.

    Necessidade de continuar a considerar o Turismo como atividade econmica em torno da qual se pode gerar valor acrescentado e emprego (em volume e em competncias qualificadas), que permita ancorar o relanamento da economia regional, consolidando o Turismo como: (i) atividade impulsionadora de melhores e mais densas relaes intersetoriais entre a estrutura econmica regional ultrapassando a dificuldade crnica em alargar uma cadeia de valor relativamente estreita, fruto de uma escassa integrao com atividades a montante (agroalimentar, pesca,) e complementares (cultura, patrimnio, paisagem, ); e (ii) atividade que incorpora fatores de inovao-conhecimento (energia, desempenho ambiental, informao e comunicao digital, );

    Necessidade de explorar os modos de internacionalizao possveis, sobretudo, considerando o que de novo existe nas formas concretas como as atividades econmicas se organizam, que possa ser utilizado de forma proactiva na RAM pelos seus agentes econmicos;

    Necessidade de assumir uma estratgia que contribua para materializar o retorno em valor do investimento j efetuado em ativos infraestruturais (transportes, ambiente, educao, sade, ...), nomeadamente, criando condies que permitam a recuperao (a prazo) dos custos incorridos, sem prejuzo de assegurar investimentos na rede viria principal para melhorar a acessibilidade a infraestruturas porturias e aeroporturias e a equipamentos de educao e sade e contribuir para estruturar o mercado interno regional;

    Necessidade de potenciar uma maior valorizao dos recursos regionais (patrimnio natural e edificado, biodiversidade e paisagem, energias renovveis, recursos hdricos, mar e ecossistemas marinhos) e de aumentar a eficincia e sustentabilidade do seu aproveitamento;

    Necessidade de ultrapassar as debilidades ainda existentes em matria de qualificao dos recursos humanos, nomeadamente, no apoio ativo competitividade econmica, atravs da formao de empresrios, de gestores e de ativos (empregados e desempregados), mas tambm atravs de programas de formao avanada e de estgios no exterior;

    Necessidade de dinamizar oportunidades de emprego sustentveis e de assegurar, pelas vias da reconverso de competncias e dos incentivos criao de emprego novas e melhores condies de insero socioeconmica de pblicos em situao de desfavorecimento face ao mercado de trabalho.

    (g) Prioridades de interveno regional no horizonte 2020 e Objetivos temticos da Poltica de Coeso x Prioridades da programao

    As Prioridades de interveno da Regio Autnoma da Madeira decorrentes da Estratgia da Desenvolvimento Regional, encontram eco nos compromissos existentes em matria de prioridades estratgicas das polticas pblicas (comunitrias e nacionais) no horizonte 2020 e nas opes estruturais mediadas pelas Prioridades temticas da Poltica de Coeso, as quais decorrem dos pilares estruturantes da Estratgia Europa 2020:

    Competitividade e Inovao, no enquadramento da vertente Crescimento Inteligente;

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    Desenvolvimento Sustentvel, no enquadramento da vertente Crescimento Sustentvel;

    Formao do Potencial Humano, no enquadramento de compromissos do Programa Nacional de Reformas e de prioridades da vertente Crescimento Inclusivo;

    Coeso Social, igualmente, no enquadramento da vertente Crescimento Inclusivo; Capacidade institucional, no enquadramento da prioridade atribuda Reforma

    de Administrao Pblica.

    Os pressupostos a ter presente para acesso, mobilizao e aplicao de Fundos Estruturais na Regio nos diferentes vrtices do Diamante Estratgico, so os seguintes:

    I&D, Inovao e Energia - A inovao deve ser avaliada como portadora de valor acrescentado e encarada como fator de melhoria da produtividade, competitividade e de gerao de emprego, respondendo s necessidades de sustentabilidade da economia e de melhoria da qualidade de vida dos cidados. A inovao dever ser incentivada de forma transversal a todas as reas de atividade econmica e social, estabelecendo critrios que permitam avaliar o mrito das medidas e dos projetos, por forma a potenciar uma otimizao dos recursos disponveis.

    O incentivo Inovao dever constituir tambm um fator potenciador da I&D de modo a atrair investimento privado nestas reas e tornando mais efetiva a capacidade de atrao de atores ou parceiros externos Regio,segundo uma lgica de I+D+I, ou seja, tendo sempre a I&D como elemento a montante de suporte e suscetvel de se traduzir em abordagens de mercado. Os incentivos pblicos devero contribuir de forma objetiva para potenciar efeitos multiplicadores, consolidando e catalisando novas oportunidades de negcio, que se revelem de interesse para o desenvolvimento regional.

    O envolvimento ativo da Universidade e de outras entidades com capacidade de produo de I&D da Regio (de interface e empresas) deve partir de um esforo de inovao e racionalizao organizacional por forma a ganhar concentrao de focos de atividade maximizando o potencial de criao de massa crtica, tendo presente a necessidade de atrair atores externos e integrar redes internacionalizadas.

    A utilizao de energias renovveis e da eficincia energtica, quer no setor domstico, quer nos setores pblico e empresarial (com destaque para a mobilidade e transportes, em intervenes no domnio da sensibilizao e da implementao de solues e tecnologias inovadoras e sistemas inteligentes), dever constituir uma prioridade na aplicao dos Fundos Estruturais justificada pelo elevado potencial de retorno para a economia das famlias e para a sustentabilidade do setor pblico e empresarial, com impacte direto na competitividade da economia regional e no emprego. A RAM oferece condies para a demonstrao de tecnologias europeias de energia de baixo carbono, em contexto insular podendo integrar as prioridades do SET- Plan (Conselho Europeu de maro de 2014) relativas reduo de dependncia energtica da Unio.

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    Competitividade e Internacionalizao - O foco da estratgia de desenvolvimento econmico regional deve privilegiar o alargamento e diversificao da base econmica, atravs da criao de condies de apoio emergncia de novas atividades orientadas para os mercados externos, que contribuam para aumentar e diversificar a oferta regional de bens e servios transacionveis e de elevado valor acrescentado.

    Este processo passa por aproveitar de forma inteligente os recursos disponveis na Regio e pela atrao de investimento e competncias, numa lgica de integrao de cadeias globais de produo, mobilizando as formas tradicionais de internacionalizao (passiva e ativa) e utilizando as possibilidades diferenciais de incentivo qualificao da produo, designadamente, atravs de novos modelos de cooperao empresarial que possibilitem a integrao de cadeias de produo, com ou sem processos de IDE (Investimento Direto Estrangeiro) associados. O CINM, com a renovao dos instrumentos que coordena e dinamiza, tem um importante papel a desempenhar na atrao de IDE.

    Para promover a competitividade e a internacionalizao na RAM indispensvel reconfigurar o papel que o Cluster Turismo e Lazer tem nesse objetivo estratgico. A densificao do complexo de atividades do Turismo e Lazer dever arrastar, entre outros: (i) o setor primrio regional (sobretudo, produo agroalimentar e pescas) atravs da procura dos seus produtos e do estmulo reorganizao, melhoria da qualidade e diversificao das produes regionais para responderem procura hoteleira e procura externa induzida pela integrao com o Turismo; e (ii) outras atividades da Economia do Mar, p.ex., os cruzeiros, a nutica de recreio, o surf e outros desportos martimos e toda a gama de servios empresariais de suporte, um conjunto com aprecivel integrao econmica no Cluster turstico regional.

    As articulaes do Cluster Turismo Lazer com a inovao e a sustentabilidade ambiental devem ser exploradas contemplando, nomeadamente: uma dimenso de construo inteligente nas infraestruturas tursticas e no alojamento hoteleiro; a dinamizao de investimentos inovadores assentes na integrao de fatores dinmicos de competitividade (racionalizao e eficincia energtica, certificao ambiental, melhores prticas de gesto, ); e a coeso territorial, de modo a estimular um modelo de desenvolvimento turstico que capte novos pblicos para ofertas enraizadas nos recursos de um territrio mais vasto que a incidncia turstica tradicional no Funchal.

    Na tica deste ltimo objetivo, importa assegurar um apoio majorado a investimentos que diversifiquem a oferta turstica, nomeadamente, nos segmentos do turismo em espao rural e turismo de natureza, potenciando a articulao multifundos atravs dos PO FEADER e FEAMP; e um apoio a iniciativas e aes no domnio do Patrimnio Cultural, uma das marcas especficas do Destino Madeira (museus, msica tradicional, gastronomia, vinho e bordado, ), valorizando aplicaes das TIC.

    Esta relao ativa deve ser privilegiada tambm na seleo de iniciativas a apoiar, num contexto em que a concentrao de estmulos nos elos mais fracos das cadeias produtivas deve constituir um critrio de identificao estratgica a seguir. Os apoios modernizao da produo vincola e ao artesanato (sobretudo, ao bordado), dois dos principais produtos exportveis, constituem prioridades a equacionar na aplicao de sistemas de incentivos, beneficiando da exposio procura turstica regional.

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    Formao de Competncias (Aprendizagem ao Longo da Vida e Empregabilidade) - O novo ciclo de acesso e utilizao dos recursos do FSE na Regio deve ser fortemente norteado pelo reforo da Dimenso Social combinando incentivos ao empreendedorismo, criao de emprego e formao de competncias (no mbito dos Objetivos Temticos 8 e 10), com intervenes de combate pobreza e excluso, de melhoria do acesso aos cuidados de sade e de incluso social (no mbito do Objetivo Temtico 9). Estas perspetivas respondem s necessidades de interveno diagnosticadas e encontram-se em linha com os Eixos da Estratgia renovada da Unio Europeia para as Regies Ultraperifricas no horizonte 2020.

    No enquadramento da Educao e Formao ao longo da Vida (Objetivo Mais e Melhor Formao da Estratgia Europa 2020), importa privilegiar intervenes orientadas: (i) para a oferta de qualificaes que prolonguem apostas qualificantes (percursos de dupla certificao, formao superior e especializada e formao avanada, na tica do estimulo ao emprego cientifico), contribuindo para atenuar a expresso do abandono escolar precoce e do insucesso na Regio e para aumentar o volume de diplomados com o ensino superior; e (ii) para a produo de qualificaes com validao, reconhecimento e comparabilidade externas, incluindo a futura criao de um polo europeu e mundial de formao turstica.

    Sustentabilidade Ambiental e Coeso Territorial - As prioridades centram-se na renovao do esforo de investimento em dimenses de suporte material, num contexto de constrangimentos prprios de um territrio insular e ultraperifrico ampliados por crises recentes (temporal de 2010, incndios florestais de 2012 e dengue) que implicam necessidades de interveno complexas. Entre essas necessidades salienta-se as seguintes: (i) na vertente ambiental (alteraes climticas, preveno e minimizao de riscos, ), combinando intervenes de natureza material e imaterial; (ii) na reduo da dependncia e custos energticos (energias renovveis e eficincia energtica, com a correspondente aposta na incorporao de mais conhecimento endgeno); e (iii) no reforo das redes de comunicao (melhoria das acessibilidades intra-regionais e de relao com o Aeroporto e os complexos porturios, robustecimento das ligaes areas, completamento das infraestruturas martimo-porturias e telecomunicaes).

    Este um domnio de interveno fundamental tambm no mbito de uma poltica de qualificao da oferta turstica, orientada para a atrao e a fidelizao de pblicos tursticos mais exigentes em termos de qualificao ambiental do territrio.

    A coeso territorial dever centrar-se no esforo de atenuao da macrocefalia do territrio regional, potenciando o reforo dos centros urbanos de segunda ordem nas polticas de investimento material e imaterial (incluindo acessibilidades/mobilidade regional), tendo em vista atenuar as assimetrias territoriais de desenvolvimento muito marcantes entre as duas Ilhas e entre o Funchal e outros concelhos do litoral, sobretudo, do interior da Ilha da Madeira.

    Coeso Social - No horizonte 2020, importa reforar o espao de mobilizao dos parceiros econmicos e sociais na implicao para o emprego e a incluso social. A perspetiva de ativao de instrumentos de interveno existentes e outros a criar, p.ex., na reconverso profissional de ativos desempregados, em

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    experincias de empreendedorismo social e local e de integrao socioeconmica de grupos em situao de desfavorecimento face ao mercado de trabalho, deve abranger entidades com competncias nos domnios do emprego, da formao e da segurana social. A criao de capacidades tcnicas nestas entidades (pblicas, associativas e do 3 setor) constitui um importante desafio para melhorar a eficcia e eficincia dos instrumentos de poltica atravs de mobilizao de novas metodologias de interveno e de maior proximidade dos destinatrios-alvo.

    A vertente transversal da Capacitao institucional deve integrar atuaes dirigidas atenuao dos custos de contexto e melhor dinamizao dos instrumentos de poltica e dos apoios (p.ex., da IDT+I e do desenvolvimento empresarial e da ativao das medidas de poltica de emprego), atuaes que podem partir das atribuies e competncias das instncias de regulao de atividade econmica, do emprego e da proteo social; importar, ainda, apoiar a misso e atividade de Associaes e Agncias, em funo de resultados.

    A Tabela seguinte sistematiza as principais relaes existentes entre a matriz estratgica regional e a arquitetura de Eixos Prioritrios do PO Madeira 2014-2020, sinalizando tambm a racionalidade e coerncia existente na relao com o leque de Objetivos Temticos que suporta a programao dos Fundos Estruturais da Coeso. [Ver tabela na verso PDF]

    A racionalidade e coerncia expressa na Tabela anterior encontra nveis de aprofundamento na seleo das Prioridades de Investimento e na formulao dos respetivos Objetivos Especficos, conforme expresso na Tabela seguinte. No leque de Objetivos Especficos das PI, observam-se importantes interaes potenciais com maior expresso entre as PI dos Eixos Prioritrios 1 e 9, as PI dos Eixos 3 e 7 e as PI do Eixos 7, 8 e 9, traduzindo dois tipos de relaes potencialmente mais dinmicas e a aprofundar nos patamares das aes-tipo e dos critrios de seleo das operaes. [Ver tabela na verso PDF]

    A relevncia para a Regio da mobilizao de recursos de financiamento com origem nos FEEI e a necessidade de responder a constrangimentos que persistem e afastam a RAM das metas formuladas pela Estratgia Europa 2020 fundamentam uma seleo abrangente de Objetivos Temticos e de Prioridades de Investimento. Essa abrangncia est de acordo com o estabelecido no texto do Acordo de Parceria (percorre todas as dimenses estratgicas do Portugal 2020) e com os objetivos mais vastos da Estratgia Europa 2020.

    As orientaes relativas focagem de Prioridades e concentrao temtica, encontram-se acauteladas na programao financeira dos Fundos (FEDER e FSE), expressando a predominncia do PO nos seguintes domnios temticos: (i) Competitividade e Inovao (com o objetivo de melhorar a capacidade competitiva e inovadora das empresas regionais e o seu posicionamento nas cadeias de valor internacionais; (ii) Desenvolvimento do Potencial Humano (com o objetivo de atenuar o dfice da qualificaes da populao ativa e aproximar a Regio das metas da Estratgia Europa 2020); e (iii) Promoo do Emprego e da Incluso Social (com o objetivo de atender s necessidades de dinamizar o mercado de emprego e combater a pobreza e a excluso social). [Ver tabela na verso PDF]

    (h) Elementos de coerncia com as estratgias nacional e europeia

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    A formulao estratgica apresentada neste Projeto de POR Madeira 2014-2020 constitui uma evoluo enriquecida relativamente aos modelos anteriormente seguidos no enquadramento do Plano de Desenvolvimento Econmico e Social 2007-2013 (PDES) e procurando responder aos novos desafios do crescimento econmico e do emprego.

    A Poltica de Coeso constitui a principal referncia instrumental da Estratgia Europa 2020 proporcionando a maior concentrao de fundos de investimentos europeus para a criao de emprego e de crescimento, nomeadamente atravs de instrumentos permanentes que devero reduzir as disparidades entre as RUP e o resto da Unio Europeia, contribuindo para a convergncia das RUP com a Unio (Comunicao CE As RUP da Unio Europeia: Parceria para um Crescimento inteligente, sustentvel e inclusivo).

    Tendo por pano de fundo as orientaes desta Comunicao CE e dos Eixos principais que definem uma Estratgia Renovada de Crescimento das RUP, a Estratgia Regional e o PO Madeira 2014-2020 enfatizam as intervenes dirigidas ao reforo da competitividade econmica, ao reforo da dimenso social e das aes de combate aos efeitos das alteraes climticas, compreendendo atuaes em trs dos cinco Eixos da Estratgia renovada.

    No enquadramento dos mecanismos de Poltica de Coeso para as Regies Ultraperifricas (RUP), afigura-se indispensvel a manuteno de mecanismos redistributivos, nomeadamente, os que se relacionam com a compensao dos sobrecustos de ultraperificidade. As intervenes de redistribuio devem ser equilibradas atravs de um cruzamento dinmico com os polos de articulao estratgica, podendo funcionar como critrio de seleo e de preparao para uma gradual autonomizao das atividades face aos apoios pblicos e estimulando a obteno de ganhos de escala e de competitividade.

    Esta perspetiva significa que se pretende induzir uma alterao do modelo de interveno, favorecendo uma focagem e uma concentrao de incentivos orientados para um novo posicionamento dos agentes econmicos, mas tambm por parte das entidades pblicas com funes de interface nas reas econmico-empresarial e do desenvolvimento local/regional.

    A Estratgia enunciada encontra-se alinhada com as principais orientaes relativas articulao entre Competitividade e Coeso subjacente ao Acordo de Parceria de Portugal com a Unio Europeia 2014-2020, com destaque para as seguintes:

    Criao de instrumentos de suporte ao investimento competitivo, como principal e determinante instrumento de apoio ao relanamento do crescimento econmico uma vez atenuados os constrangimentos macroeconmicos e financeiros;

    Descolagem dos contextos de programao anteriores (continuidade dos Quadros Comunitrios de Apoio I, II e III) e do contexto de crise e ajustamento que marcou o ciclo de vigncia dos PO do QREN 2007-2013;

    Constituio de uma nova viso sobre as relaes entre coeso e competitividade e entre competitividade e internacionalizao, com base em melhores estratgias regionais e temticas e maior coerncia nacional e europeia;

    Procura de focos muito mais especficos e muito menos genricos na promoo da competitividade, desempenhando a diferenciao regional das estratgias um

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    importante papel nesta focalizao das intervenes, nas prioridades com maior potencial de inovao e de renovao do paradigma competitivo da economia regional.

    Para sucesso da estratgia nacional de competitividade e coeso, pretende-se focalizar os esforos de aumento da competitividade com base na diferenciao das estratgias regionais, o que sobremaneira relevante no caso da RAM dadas as suas especificidades (com realce para a ultraperificidade) e a respetiva trajetria anterior, bastante diferenciada da trajetria do Pas.

    Dado que nesse contexto singular, o reforo da competitividade no pode ser baseado apenas no aumento do esforo de exportao, o reforo das exportaes indiretas (incorporadas no setor turstico) constitui para a RAM uma oportunidade crucial, com implicaes na reconverso de uma boa parte do tecido econmico regional a qual pode proporcionar as alavancas necessrias, em termos de custo relativo dos fatores e de disponibilidade de mo-de-obra com maior qualificao.

    Nesta perspetiva, o setor primrio (agricultura, pescas e aquicultura), as indstrias alimentares e as atividades de outras indstrias tradicionais podem encontrar um impulso relevante no horizonte 2020, nomeadamente, beneficiando da convergncia entre os recursos de financiamento do Eixo 3 do PO RAM e os recursos com origem na programao regional do FEADER e da vertente Madeira do PO FEAMP. Essa convergncia dever contribuir para potenciar oportunidades econmicas e de investimento em setores de atividade com renovada margem de progresso na economia mundial (nomeadamente, agroalimentar e economia do mar).

    Este ltimo domnio de clusterizao de atividades, com potencialidades relevantes na Regio, dever beneficiar tambm de prioridades de investimento do Programa de Cooperao Territorial Madeira-Aores-Canrias, nomeadamente, no mbito de melhoria de investigao e inovao (p.ex., energias renovveis marinhas), bem como da proteo e conservao de ecossistemas marinhos e de espaos martimos e costeiros.

    Em sntese, as respostas equacionadas pretendem evidenciar a necessidade de articular diferentes esforos e contributos parcelares (Agricultura e Florestas, Ambiente e Ordenamento do Territrio, IDT+I e Competncias, Coeso Social, Cooperao Territorial, ) configurando uma rutura gradual e consistente que tem em vista induzir uma racionalizao de focos de atividade e uma maior cooperao, sobretudo, evitando formas de sobreposio e desperdcio de recursos, atuaes indispensveis no contexto de uma Regio Ultraperifrica.

    O papel que os Fundos Estruturais podem ter como instrumentos de alavancagem direta do investimento, mas tambm como instrumentos de reduo do risco e da incerteza na definio dos modelos de afetao dos recursos, pressupe a adoo de mecanismos efetivos de suscitao e qualificao das procuras, recorrendo a processos de arbitragem, com base em painis de avaliao tcnica de projetos de I&D e de Inovao.

    O objetivo central da nova Estratgia de Desenvolvimento da Regio reside, assim, na competitividade e inovao, na diversificao econmica e na valorizao dos recursos endgenos, enquanto vetores de ancoragem slida de um novo edifcio (envolvendo as dimenses institucional, econmica, social e ambiental), que permitir reposicionar a

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    RAM na Europa e no Mundo. Esse novo edifcio dever proporcionar Regio a entrada em cadeias de produtos e servios mais complexas e exigentes, mas mais capazes de impulsionar fontes de elevao do valor acrescentado numa lgica que no seja baseada em economias de escala, aglomerao ou contiguidade, onde a RAM ter sempre mais dificuldade em competir.

    1.1.2 Justificao da escolha dos objetivos temticos e prioridades de investimento correspondentes com base no acordo de parceria e na identificao das necessidades regionais, e nacionais se for caso disso, incluindo as necessidades identificadas pelas recomendaes pertinentes do Conselho especficas por pas adotadas em conformidade com o artigo 121., n. 2, do TFUE e as recomendaes adotadas pelo Conselho em conformidade com o artigo 148., n. 4, do TFUE, tendo em conta a avaliao ex ante.

    Quadro 1: Justificao da escolha dos objetivos temticos e prioridades de investimento

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    01 - Reforar a investigao, o desenvolvimento tecnolgico e a inovao

    1a - Reforo das infraestruturas de investigao e inovao (I&I) e das capacidades destinadas a desenvolver a excelncia em matria de I&I, bem como promoo de centros de competncia, em particular os de interesse europeu

    A fraca intensidade em I&D da RAM e a urgncia de dinamizar a economia do conhecimento, com vista ao cumprimento dos objetivos da UE para 2020, induzem a necessidade de criar uma maior articulao entre os recursos de IDT+I, atravs da promoo da inovao em reas de interveno estratgica, com relevncia para a atividade econmica e social da Regio e alinhadas com a estratgia RIS3 da RAM.

    Neste contexto, assumem particular importncia a criao e desenvolvimento de parcerias com instituies de excelncia internacionais com particular nfase para o espao Atlntico (Macaronsia, Europa Atlntica e Amrica do Sul e do Norte) onde o posicionamento geoestratgico da RAM representa uma clara mais valia enquanto plataforma de IDT+I.

    Dada a incipincia do sistema regional de IDT+I, o desenvolvimento de massa crtica dever fazer-se preferencialmente

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    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    em torno dos consrcios/parcerias pblico privadas, criando condies para a sua transferncia gradual para as empresas envolvidas.

    01 - Reforar a investigao, o desenvolvimento tecnolgico e a inovao

    1b - Promoo do investimento das empresas na I&D, desenvolvimento de ligaes e sinergias entre empresas, centros de investigao e desenvolvimento e o setor do ensino superior, em especial promoo do investimento no desenvolvimento de produtos e servios, na transferncia de tecnologia, na inovao social, na ecoinovao, em aplicaes de interesse pblico, no estmulo da procura, em redes, clusters e na inovao aberta atravs de especializao inteligente, e o apoio investigao tecnolgica e aplicada, linhas-piloto, aes de validao precoce dos produtos, capacidades avanadas de produo e primeira produo, em especial no que toca s tecnologias facilitadoras essenciais, e difuso de tecnologias de interesse geral

    A Madeira apresenta um nvel reduzido de despesa privada em I&D sendo, ainda, limitados os nveis de cooperao existentes entre a Universidade/ Unidades de I&D+I e as empresas. Essa cooperao indispensvel para assegurar nveis de utilidade ao conhecimento criado e apresenta uma margem significativa de progresso, sobretudo, em domnios com potencial de valorizao econmica.

    A capacidade de concretizar objetivos e resultados da RIS 3 Madeira depende da intensificao de atividades de transferncia de tecnologia para as empresas de modo a assegurar um limiar de competncias tecnolgicas que traduzam a transformao de conhecimentos gerados em produtos e servios, nas reas estratgicas selecionadas.

    02 - Melhorar o acesso s tecnologias da informao e da comunicao, bem como a sua utilizao e qualidade

    2c - Reforo das aplicaes no domnio das TIC para a administrao em linha, a aprendizagem em linha, a ciberincluso, a cultura eletrnica e a sade em linha

    Os nveis de qualidade da prestao de servios aos utentes, famlias e empresas de servios pblicos, nos domnios da sade, da cultura e da incluso social, ainda, so insatisfatrios. A seleo da Prioridade visa: (i) por um lado, apoiar a modernizao de setores importantes da Administrao Regional, contemplando intervenes de reengenharia de processos e outras que facilitem o acesso dos cidados, das famlias e

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    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    das empresas/atividades econmicas aos servios da Administrao; e (ii) por outro lado, estimular o reforo da literacia digital contribuindo dessa forma para aumentar os ndices de relacionamento digital das indivduos, das famlias e das empresas com os servios da Administrao Pblica na Regio.

    03 - Reforar a competitividade das pequenas e mdias empresas e dos setores agrcola (em relao ao FEADER), das pescas e da aquicultura (em relao ao FEAMP)

    3a - Promoo do esprito empresarial facilitando nomeadamente o apoio explorao econmica de novas ideias e incentivando a criao de novas empresas, inclusive atravs de incubadoras de empresas

    Uma das componentes da Estratgia Regional passa pela renovao da base econmica, nomeadamente em articulao com as atividades de especializao com vista a valorizar a excelncia dos ativos da Regio, com recurso inovao e iniciativa empreendedora. As carncias do tecido empresarial exigem uma dinamizao de projetos criativos capazes de dinamizar o investimento privado, proporcionar negcios inovadores, impulsionar a criao de emprego e mobilizar competncias tcnicas especializadas.

    A disponibilidade de capital para partilha de risco do empreendedorismo e da inovao, constitui uma relevante falha de mercado na RAM que deveria ser suprida com a mobilizao adicional de Instrumentos Financeiros para apoio direto s empresas que sero selecionados, tambm, em funo das orientaes resultantes da Avaliao ex-ante a realizar a nvel nacional.

    03 - Reforar a competitividade das pequenas e mdias empresas e dos setores agrcola (em

    3b - Desenvolvimento e aplicao de novos modelos empresariais para as PME, especialmente no que respeita internacionalizao

    Para uma economia ultra perifrica como a RAM, a gerao e a consolidao da presena na frente internacional constitui uma

  • PT 23 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    relao ao FEADER), das pescas e da aquicultura (em relao ao FEAMP)

    importante oportunidade para o crescimento das empresas regionais, nomeadamente aproveitando oportunidades econmicas que mobilizam recursos de excelncia regionais (competncias, recursos endgenos, redes de cooperao, ), com procura de mercado que carecem de transformao qualitativa adequada para gerar novas fontes de valor acrescentado regional.

    03 - Reforar a competitividade das pequenas e mdias empresas e dos setores agrcola (em relao ao FEADER), das pescas e da aquicultura (em relao ao FEAMP)

    3c - Concesso de apoio criao e ao alargamento de capacidades avanadas de desenvolvimento de produtos e servios

    A melhoria da capacidade competitiva das empresas regionais depara-se com uma baixa propenso ao desenvolvimento de projetos inovadores tanto nas atividades tradicionais como nas atividades de especializao e setores emergentes responsveis pela criao de novos produtos e servios. A RAM pretende focalizar os apoios dos diferentes sistemas de incentivos em atividades inovadoras e qualificantes, financiando prioritariamente os investimentos que promovam a competitividade das empresas da Regio.

    04 - Apoiar a transio para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores

    4b - Promoo da eficincia energtica e da utilizao das energias renovveis nas empresas

    As empresas regionais apresentam elevados consumos de energia, designadamente, em edifcios e processos produtivos, com impacte na sua competitividade.

    A escolha desta Prioridade de Investimento funda-se na necessidade de reduzir a dependncia regional do exterior, a importao de energia primria fssil e os impactes ambientais, bem como de melhorar a competitividade das empresas e da

  • PT 24 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    economia regional, num contexto em que a energia e as tecnologias tm custos acrescidos pela dimenso do mercado e condio de insularidade e ultraperiferia.

    A eficincia energtica e as energias renovveis contribuem para reduzir os custos de explorao das empresas e para dinamizar os servios e a oferta de solues nesta rea, o que tem efeitos multiplicadores e implicaes favorveis na economia e no emprego.

    04 - Apoiar a transio para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores

    4c - Apoio eficincia energtica, gesto inteligente da energia e utilizao das energias renovveis nas infraestruturas pblicas, nomeadamente nos edifcios pblicos e no setor da habitao.

    As infraestruturas pblicas e a habitao social tm um peso relevante nos consumos de energia, a qual contribui significativamente para a despesa pblica e das famlias.

    A escolha desta Prioridade de Investimento prende-se com a necessidade de reduzir a dependncia regional do exterior, a importao de energia primria fssil, os impactes ambientais e a despesa pblica, num contexto em que a energia e as tecnologias tm custos acrescidos, pela dimenso do mercado e condio de insularidade e ultraperiferia.

    A eficincia energtica e as energias renovveis nas infraestruturas pblicas e na habitao social tm um importante contributo para os objetivos de reduo da energia primria de origem fssil e das emisses de CO2, com efeitos multiplicadores, proporcionados nas empresas e nos cidados e implicaes favorveis na economia

  • PT 25 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    e no emprego.

    04 - Apoiar a transio para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores

    4e - Promoo de estratgias de baixo teor de carbono para todos os tipos de territrios, nomeadamente as zonas urbanas, incluindo a promoo da mobilidade urbana multimodal sustentvel e medidas de adaptao relevantes para a atenuao

    Os territrios urbanos e periurbanos apresentam uma elevada concentrao dos consumos de energia, associados s diversas atividades desenvolvidas.

    A escolha desta Prioridade de Investimento funda-se na necessidade de reduzir a dependncia regional do exterior, a importao de energia primria fssil e os impactes ambientais globais, num contexto em que a energia e as tecnologias tm custos acrescidos pela dimenso do mercado e condio de insularidade e ultraperiferia.

    A RAM apresenta um grande potencial de melhoria, atravs de aes estratgicas que promovam uma economia de baixo teor de carbono e da implementao de medidas de mobilidade sustentvel, eficincia energtica na iluminao pblica e valorizao de novos vetores de energias renovveis, com efeitos multiplicadores no territrio e implicaes favorveis na economia e no emprego.

    06 - Preservar e proteger o ambiente e promover a utilizao eficiente dos recursos

    6c - Conservao, proteo, promoo e desenvolvimento do patrimnio natural e cultural

    Os recursos do patrimnio cultural e natural constituem uma importante ncora da estratgia de desenvolvimento regional, na medida em que so parte integrante de identidade turstica do Destino Madeira. A RAM tem classificados 9 Stios de Importncia Comunitria e 4 zonas de Proteo Especial, com destaque para a Floresta de Laurissilva (Patrocnio Mundial da

  • PT 26 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    Humanidade), numa rea abrangida superior a 28 mil ha. A sustentabilidade da biodiversidade de todos estes espaos e a valorizao dos recursos naturais endgenos a existentes, so cruciais para a Cadeia de Valor do Cluster Turismo Lazer. Com uma dinmica de dormidas anuais superiores a 5,5 milhes de visitantes (2012), a RAM tem um vasto conjunto de Espaos e Equipamentos culturais, com nveis de visita anuais elevados.

    Os domnios da economia de cultura e de economia verde tm condies para estruturar novas atividades econmicas e iniciativas empresariais, mobilizadoras e geradoras de emprego.

    06 - Preservar e proteger o ambiente e promover a utilizao eficiente dos recursos

    6e - Adoo de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo zonas de reconverso,), a reduzir a poluio do ar e a promover medidas de reduo de rudo

    As principais cidades da Regio tm uma forte componente de patrimnio-histrico urbano que, numa regio turstica por excelncia, so fator de atratividade e de enriquecimento da experincia dos visitantes.

    O modelo de povoamento regional tem componentes de macrocefalia (o Concelho do Funchal concentrava em 2011, 41,8% da populao), com implicaes complexas na qualidade de vida das cidades que carecem de intervenes de regenerao/reabilitao das estruturas fsicas urbanas. Estas abrangem a recuperao de passivos ambientais nas reas porturias, o tratamento do espao pblico em zonas degradadas, via renaturalizao de espaos, criao de passeios ribeirinhos ou ciclovias

  • PT 27 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    e de reas de lazer destinadas fruio da populao residente e turstica.

    A monitorizao dos nveis de rudo e da qualidade do ar so, igualmente, indispensveis, dado os nveis de saturao existentes, associados presso do trfego urbano e de atravessamento, sobretudo, na capital regional.

    07 - Promover transportes sustentveis e a eliminao dos estrangulamentos nas principais infraestruturas de rede

    7b - Melhoria da mobilidade regional, com a ligao dos ns secundrios e tercirios s infraestruturas de RTE-T, incluindo os ns multimodais

    A organizao da rede viria responde dupla necessidade de estruturar o mercado interno regional (em termos econmicos e de acesso a servios de educao e sade) e de melhorar as acessibilidades na relao com o exterior conferindo, maior eficincia nas ligaes s infraestruturas porturias e aeroporturias. A ligao da via rpida Estreito de Cmara de Lobos - Cmara de Lobos com a Via Rpida, verdadeira espinha dorsal da rede viria regional, proporciona uma melhoria acentuada das ligaes ao Funchal, ao Aeroporto e ao Porto do Canial.

    Paralelamente, esta infraestrutura contribui para o desenvolvimento e sustentabilidade dos sectores agrcola e agroindustrial (reduo de custos de produo e facilidade de escoamento de produtos), incentivando a fixao e a instalao de jovens empresrios.

    08 - Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade dos

    8i - Acesso ao emprego pelos candidatos a emprego e os inativos, incluindo desempregados de longa durao e pessoas afastadas do mercado de

    A RAM tem uma elevada taxa de desemprego (17,2%, no 4 trimestre de 2013), sendo que os inscritos nos servios regionais de emprego com

  • PT 28 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    trabalhadores trabalho, igualmente atravs de iniciativas locais de emprego e de apoio mobilidade dos trabalhadores

    25 ou + anos correspondem a 85,9% do total do desemprego registado. Em face deste nvel de desemprego, os apoios criao de novos empregos, so insuficientes sendo necessrio potenciar a integrao no mercado de trabalho e a reduo de obstculos mobilidade geogrfica interna, parcialmente responsvel pelo desajustamento entre a oferta e a procura de emprego.

    Esta Prioridade tambm reforada pela necessidade de enquadrar na RAM o compromisso europeu no mbito da Iniciativa Garantia Jovem, durante o perodo de implementao desta Iniciativa. Paralelamente, a PI dever proporcionar apoio s empresas para o desenvolvimento de carreiras, associado formao avanada, reforando as competncias qualificadas das organizaes empregadoras e contribuindo para atenuar as dificuldades de recrutamento de altas qualificaes.

    08 - Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade dos trabalhadores

    8ii - Integrao sustentvel no mercado laboral dos jovens (FSE), em especial os que no trabalham, no estudam, nem se encontram em formao, incluindo os jovens em risco de excluso social e de comunidades marginalizadas, nomeadamente atravs da concretizao da Garantia para a Juventude

    08 - Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade dos trabalhadores

    8iii - Emprego por conta prpria, empreendedorismo e criao de empresas, incluindo micro, pequenas e mdias empresas inovadoras

    A Regio apresenta um dfice acentuado de dinamismo da iniciativa empresarial indispensvel ao relanamento da atividade econmica, sendo necessrio acelerar os processos de criao/incubao de iniciativas

  • PT 29 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    empreendedoras com contedo inovador, sob a forma de start-ups e de outras modalidades. O apoio ao empreendedorismo e criao de emprego por conta prpria dever constituir uma das formas a privilegiar no combate ao desemprego, nomeadamente, atravs do aproveitamento de oportunidades de negcio de pequena escala em contextos locais e com reduzidas barreiras instalao. Estas reas apresentam margens de progresso e potenciam a inovao e emergncia de novas atividades econmicas, muitas vezes associadas ao desenvolvimento de novas qualificaes no mercado de trabalho.

    08 - Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade dos trabalhadores

    8v - Adaptao mudana dos trabalhadores, das empresas e dos empresrios

    O processo de reestruturao produtiva da economia regional tem vindo a acentuar-se, frequentemente, com desperdcio de competncias profissionais e de iniciativa. Neste contexto, necessrio um permanente investimento no reforo e atualizao das competncias dos ativos que os habilitem a acompanhar as exigncias decorrentes da constante evoluo das tecnologias, dos mercados, das formas de gesto e de organizao do trabalho, potenciando a sua adaptabilidade e empregabilidade.

    O Estudo Prospetivo dos Perfis Profissionais para a Produtividade e Competitividade da Economia Regional identifica um conjunto relevante de reas de formao por onde dever passar essa atualizao de competncias, em coerncia dinmica com os setores de

  • PT 30 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    especializao RIS3.

    A renovao de competncias dever, ainda, abranger no mbito desta PI, o desenvolvimento de carreiras de investigao em entidades pblicas do Sistema Regional de Inovao, tambm, em articulao com os domnios de especializao da RIS3.

    08 - Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade dos trabalhadores

    8vii - Modernizao do mercado de trabalho, nomeadamente atravs da criao de servios de emprego pblicos e privados e da melhoria da adequao s necessidades do mercado de trabalho, incluindo medidas destinadas a aumentar a mobilidade transnacional dos trabalhadores, inclusive atravs de regimes de mobilidade e melhor cooperao entre as instituies e as partes relevantes

    As implicaes do elevado desemprego e as notrias dificuldades em gerar oportunidades de insero socioeconmica, constituem um srio desafio s instituies que interagem no interface oferta/procura de emprego. A ativao das medidas de poltica regional de emprego carece de uma ateao competente e adequada do servio pblico, de entidades equiparadas e dos parceiros sociais nas diversas expresses da sua atividade, para maior eficcia na dinamizao do mercado regional de emprego. Esta pressupe tambm a adoo de novas metodologias de trabalho com os desempregados para apoiar o seu retorno ao mercado de emprego.

    Paralelamente, importa estimular a mobilidade profissional com as regies europeias combinando situaes de melhoria de competncias e adaptao mudana num mercado de trabalho com caractersticas globais (formao cultural e lingustica e flexibilidade).

    09 - Promover a 9a - Investimento na sade e nas A RAM tem problemas de

  • PT 31 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    incluso social e combater a pobreza e qualquer tipo de discriminao

    infraestruturas sociais que contribuam para o desenvolvimento nacional, regional e local, para a reduo das desigualdades de sade, para a promoo da incluso social atravs de melhor acesso aos servios sociais, culturais e de recreio, assim como para a transio dos servios institucionais para os servios de base comunitria

    acessibilidade aos equipamentos sociais e servios de sade que afetam a populao afastada dos centros urbanos, a par de uma menor dotao de recursos fsicos e de pessoal de sade. Neste contexto, h necessidade de completar o ciclo de investimento na rede de unidades de sade e equipamentos sociais dotando as populaes de nveis minimos de cobertura nas valncias em dfice e potenciar intervenes de complementaridade por parte da iniciativa privada e solidria.

    O Servio de Sade da RAM (SESARAM) preparou um Documento de Poltica de Investimentos para 2014-2020 que estabeleceu as seguintes Prioridades estratgicas de investimento: (i) Reforo da capacidade assistencial; (ii) Prestao de cuidados de sade aos utentes; e (iii) Reforo da preveno da doena e na promoo da sade. Os investimentos esto estruturados ao nvel dos cuidados de sade primrios e hospitalares e em reas transversais de suporte.

    09 - Promover a incluso social e combater a pobreza e qualquer tipo de discriminao

    9b - Apoio regenerao fsica, econmica e social das comunidades desfavorecidas em zonas urbanas e rurais

    Em vrios concelhos da RAM existem contextos territoriais desfavorveis caracterizados pelo declnio econmico e pela deteriorao gradual de infraestruturas e equipamentos coletivos. Trata-se de zonas urbanas e rurais em que persistem situaes de degradao do espao pblico e de precariedade que tornam necessrio: a dinamizao de intervenes de reabilitao de aglomerados degradados; a melhoria da qualidade do espao pblico; e a

  • PT 32 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    criao novas oportunidades de desenvolvimento local, nomeadamente nos servios de proximidade e outras atividades sustentveis, que contribuam para a incluso social.

    09 - Promover a incluso social e combater a pobreza e qualquer tipo de discriminao

    9i - Incluso ativa, inclusivamente com vista a promover oportunidades iguais e a participao ativa e melhorar a empregabilidade

    As situaes de excluso na Regio potenciam a existncia de nveis acentuados de desfavorecimento face ao mercado de trabalho de que exemplo o aumento acentuado do volume de desempregados de longa durao. Neste contexto, necessrio reforar as intervenes junto dos DLD e de outros grupos vulnerveis, procurando minimizar a durao dos episdios de desemprego e, assim, evitar a perda de competncias socioprofissionais elementares e potenciar as transies para o mercado de trabalho.

    09 - Promover a incluso social e combater a pobreza e qualquer tipo de discriminao

    9iv - Melhoria do acesso a servios sustentveis, de grande qualidade e a preos comportveis, mormente cuidados de sade e servios sociais de interesse geral

    O acesso a cuidados primrios e continuados de sade regista disparidades territoriais acentuadas na RAM, a que acrescem dificuldades de mobilidade e de cobertura de encargos para segmentos mais desfavorecidos de populao. As respostas em algumas valncias dos servios sociais e de interesse geral no esto disponveis de forma universal e com qualidade satisfatria devendo ser ensaiadas solues ambulatrias e outras de cobertura de necessidades de acesso a servios sociais prioritrios.

    09 - Promover a incluso social e combater a pobreza e qualquer tipo de

    9v - Promoo do empreendedorismo social e da integrao profissional nas empresas sociais e da economia

    A Economia Social estabelece uma relao expressiva com o emprego, a incluso social e o desenvolvimento local, com base

  • PT 33 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    discriminao social e solidria para facilitar o acesso ao emprego

    em organizaes que mobilizam capacidades de iniciativa e dinmicas de voluntariado de base endgena. Na RAM estas Organizaes desenvolvem trabalho de parceria com entidades pblicas e a sua atuao pode, em contextos com baixos ndices de iniciativa e desemprego elevado, contribuir para atenuar essas debilidades e potenciar a eficcia das medidas de emprego e incluso.

    A reduzida capacidade das Organizaes da Economia Social (e das Empresas Sociais) para acederem a mecanismos de financiamento bancrio e no bancrio (emisso de dvida), aconselha a que sejam mobilizados Incentivos financeiros para a Inovao e Empreendedorismo Social, a definir de forma estabilizada na sequncia da Avaliao ex-ante a realizar a nvel nacional.

    10 - Investir na educao, na formao, nomeadamente profissional, nas competncias e na aprendizagem ao longo da vida

    10a - Investimento no ensino, na formao, na formao profissional e nas competncias e na aprendizagem ao longo da vida atravs do desenvolvimento das infraestruturas de formao e ensino.

    O sistema de educao e formao continua a necessitar de reforar as condies de suporte para poder desempenhar a sua misso o que pressupe algum investimento em infraestruturas. Os investimentos em equipamentos de Educao e Formao Profissional encontram-se enquadrados pelo Referencial Estratgico da Educao e Formao e referem-se a: (i) a aes de modernizao de edifcios onde pontificam necessidades mnimas de conforto, de salubridade e de sade; e a (ii) investimentos em equipamentos TIC, laboratoriais e oficinais estritamentes enquadrados em

  • PT 34 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    objetivos ligados a novos cursos e metodologias.

    Na tica dos objetivos e metas da Educao e Formao 2020, estes investimentos contribuem para: (i) Preveno e reduo do abandono escolar precoce; (ii) Fomento de condies de igualdade no acesso ao ensino infantil, primrio e secundrio de grande qualidade; e (iii) Aumento da pertinncia do ensino e da formao para o mercado de trabalho.

    10 - Investir na educao, na formao, nomeadamente profissional, nas competncias e na aprendizagem ao longo da vida

    10i - Reduo e preveno do abandono escolar precoce e estabelecimento de condies de igualdade no acesso educao infantil, primria e secundria, incluindo percursos de aprendizagem, formais, no formais e informais, para a reintegrao no ensino e formao

    A anlise comparativa de indicadores de referncia em matria de qualificaes escolares da RAM com o Pas e a UE a 27, evidenciam a necessidade de prosseguir com investimentos na formao escolar. A Regio no tem acompanhado os ritmos de recuperao nacionais na reduo do abandono escolar precoce e dos nveis de insucesso (desistncia e reteno), desempenho que pode comprometer metas relevantes, reforando a necessidade de um esforo de investimento e de medidas de poltica adequadas.

    10 - Investir na educao, na formao, nomeadamente profissional, nas competncias e na aprendizagem ao longo da vida

    10ii - Melhoria da qualidade, da eficincia e do acesso ao ensino superior e equivalente, com vista a aumentar os nveis de participao e de habilitaes, particularmente para pessoas desfavorecidas

    A Regio apresenta nveis de diplomados com qualificaes superiores e avanadas aqum das mdias comunitria e nacional. Para alcanar as metas do PNR e da Estratgia Europa 2020, a RAM vai adotar os Cursos Superiores Tcnico Profissionais para dinamizar a participao de diplomados no mercado de trabalho, gerando crescimento econmico e contribuindo para

  • PT 35 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    renovar as cadeias de valor na atividade das empresas. Em particular, est previsto desenvolver programas doutorais e ps-doutorais em colaborao com instituies de excelncia internacionais para contornar o deficit de reputao da RAM.

    As necessidades de competncias para novos perfis profissionais de suporte melhoria da produtividade e competitividade dessas cadeias de valor foram objeto de identificao fundamentada no Estudo Prospetivo dos Perfis Profissionais para a Produtividade e Competitividade da Economia Regional e carecem de novos padres de eficcia e eficincia de Ensino Superior.

    10 - Investir na educao, na formao, nomeadamente profissional, nas competncias e na aprendizagem ao longo da vida

    10iii - Melhoria da igualdade de acesso aprendizagem ao longo da vida para todas as faixas etrias em contextos formais, no formais e informais, atualizao do conhecimento, das aptides e das competncias dos trabalhadores, e promoo de percursos de aprendizagem flexveis, nomeadamente atravs da orientao profissional e da validao das competncias adquiridas

    A Regio apresenta um conjunto de debilidades no ajustamento entre a procura e oferta de qualificaes no mercado de trabalho materializadas no peso das vias profissionalizantes no total dos alunos do secundrio (40,1%, em 2011) abaixo da mdia da UE 27 (51,5%), bem como nos nveis de participao dos ativos em aes de aprendizagem ao longo da vida.

    As necessidades de aperfeioamento e de reconverso profissional de competncias formais, no formais e informais, devem estimular novas ofertas formativas dirigidas correo gradual dos baixos nveis mdios de qualificao dos ativos jovens e adultos (empregados e desempregados). A melhoria do acesso da populao adulta regional a estas ofertas significar um contributo importante para superar um dos constrangimentos ao

  • PT 36 PT

    Objetivo temtico escolhido

    Prioridade de investimento escolhida

    Justificao da escolha

    desenvolvimento econmico e social da Regio.

    10 - Investir na educao, na formao, nomeadamente profissional, nas competncias e na apr