no cenÁculo 2014 - padresergio.com · 2. silencie. feche seus olhos. respire fundo. esteja em...

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Introdução

Passados os 40 dias da quaresma, da Celebração da Paixão, Morte e

Ressurreição do Senhor, encontramo-nos naquele período de preparação para

Pentecostes.

Com efeito, atesta o livro dos Atos dos Apóstolos: “É a eles que se

manifestou vivo depois de sua paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante

quarenta dias e falando das coisas do Reino de Deus” (At. 1, 3). Poderíamos dizer que a cada dia da

quaresma (deserto, provações, dor, tentações, tribulações) corresponde um dia desses quarenta que

Jesus apareceu para os seus discípulos, trazendo consolo, cura, restauração. A esses quarenta dias somam-se

outros nove, em que os discípulos “internaram-se” no Cenáculo, preparando-se para Pentecostes.

Após a celebração da Instituição da Eucaristia e do Mandamento Novo, o Cenáculo, “onde costumavam

permanecer” (At. 1, 13), passou a ser referência para os discípulos, um lugar de oração, de escuta da Palavra,

da fração do Pão Eucarístico (At. 2, 42). Foi ali que receberam o Batismo no Espírito Santo.

Viveremos esse período pascal no Cenáculo. Quando você for orar, coloque-se nessa perspectiva.

Queira subir ao “quarto de cima” (At. 1,13), como fizeram os discípulos, para deixar-se curar, restaurar e ser

cheio do Espírito.

Os discípulos precisavam dessa comunicação de cura. O coração deles estava ferido. Traziam ainda as

marcas da negação, da traição de Judas, do afastamento na hora da dor, da morte do Senhor, da ausência

física de Jesus. O “vaso” que era cada um deles precisava ser restaurado para, então, ser cheio e poder

transbordar. O Espírito Santo já estava agindo no Cenáculo, mesmo antes de Pentecostes, preparando cada

um daqueles vasos.

Assim, também, com cada um de nós! Você é chamado a colocar-se diante do Senhor e deixar-se

tocar, para que a Unção divina o torne verdadeiramente um discípulo, uma discípula de acordo com o coração

do Mestre.

Um método de Oração

1. Separe um tempo para estar diante de Deus, de preferência num lugar tranquilo.

2. Silencie. Feche seus olhos. Respire fundo. Esteja em contato com você mesmo.

3. Através de sua imaginação, veja-se subindo alguns degraus em direção àquele “quarto de cima”.

4. Encontre um lugar para ficar no “Cenáculo”. Sinta-se agradecido por estar espiritualmente neste

“lugar” de bênção.

5. Faça a oração inicial.

6. Medite nos textos bíblicos propostos

7. Reze a jaculatória proposta. Você poderá fazer isto com o terço bizantino ou o terço de Nossa Senhora.

Repita a jaculatória outras vezes durante o dia, mantendo sempre seu espírito elevado.

Vivência para os 50 dias

Vamos viver estes 50 dias conhecendo mais de perto as Cartas de Jesus às Sete Igrejas da Ásia

Menor (ou Apocalipse). É interessante notar que cada Carta é encerrada com uma exortação: “Quem tiver

ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas...” O Espírito Santo quer falar a nós hoje! Temos muito a

aprender com estas Cartas se por elas nos deixarmos confrontar, se deixarmos que, realmente, o Espírito

Santo fale ao nosso coração.

Em Ap 1,19-20 lê-se: “Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de

acontecer: O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete

estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.”

A mensagem de Cristo às Sete Igrejas locais existentes no oeste da Ásia Menor é também para

instrução, advertência e edificação dos cristãos e da Igreja no tempo atual (cf. 2, 7.11.17.19; 3, 6.13.22).

A Mensagem às Sete Igrejas:

Apocalipse 2, 1 – 3, 22

Jesus incumbiu João de enviar o livro do Apocalipse às Sete Igrejas. Nos capítulos 2 e 3, o Senhor deu

mensagens especiais a cada uma dessas igrejas. Cada carta segue quase o mesmo modelo:

1 - Uma comunicação ao anjo que representava a Igreja;

2 - uma frase descrevendo Jesus;

3 - um comentário das boas coisas feitas pela Igreja (em um caso nada de bom é mencionado. Veja

3,14-22);

4 - uma repreensão pelas más coisas que Jesus observava (em duas cartas nada de mau é

mencionado. Veja 2, 8-11 e 3, 7-13);

5 – um encorajamento para corrigir o erro (exceto para as Igrejas em que nada de mau tinha sido

notado);

6 - uma exortação a ouvir;

7 - uma promessa àquelas que triunfassem (em alguns casos a ordem dessas últimas duas é

invertida).

É a partir deste modelo que vamos percorrer os cinquenta dias que nos conduzirão a Pentecostes.

Estaremos no Cenáculo atentos à exortação de Jesus, ao final de cada uma das Cartas às Sete Igrejas: QUEM

TEM OUVIDOS, OUÇA O QUE O ESPÍRITO DIZ ÀS IGREJAS!

Somos nós, hoje, os destinatários destas cartas. Ora nos assemelhamos a uma Igreja, ora nos

assemelhamos à outra. Ao final, veja o que você aprende com cada uma delas e de qual você mais se

aproxima. Deixe que o Espírito Santo fale de fato ao seu coração, repreenda o que precisa ser corrigido,

confirme o que você tem de bom e entregue a você a promessa reservada àqueles que lhe dão ouvidos.

Serão sete semanas. Cada semana com uma das Igrejas. Cada dia da semana com um dos pontos

acima. No primeiro dia de cada semana, tomarei um outro texto bíblico para você meditar, dentro do espírito

do que é escrito em cada carta.

Você terá ainda uma jaculatória (uma breve oração), que seria muito aconselhável, que durante todo o

dia você pudesse rezar.

Senhor Jesus, Com a Igreja de ÉFESO, arrependo-me de meus pecados. Quero retornar ao primeiro amor! (Ap 2, 5) Com a Igreja de ESMIRNA, quero ser fiel até a morte! (Ap 2, 10) Com a Igreja de PÉRGAMO, quero receber o maná escondido e um nome novo! (Ap. 2, 17) Com a Igreja de TIATIRA, quero receber o teu poder, Tu que és a Estrela da Manhã! (Ap. 2, 26-28) Com a Igreja de SARDES, quero ser vigilante e consolidar o que está fraco em mim! (Ap 3, 2) Com a Igreja de FILADÉLFIA, quero entrar pela porta que ninguém pode fechar! (Ap 3, 8) Com a Igreja de LAODICÉIA, quero o ouro provado pelo fogo para provar de tua riqueza, roupas alvas para vestir a minha nudez e colírio para que possa ver claramente! (Ap 3, 18). E, assim vivendo, abro-me à declaração de tua Palavra:

“O ESPÍRITO DIZ: VENCEDOR!...”

Sim, Espírito Santo, quero ouvir tua voz, deixar-me tocar, transformar e transbordar pela tua presença.

Amém.

Roteiro de reflexão e oração

I semana: A Igreja de Éfeso: Ap 2, 1-7

1 Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve: Eis o que diz aquele que segura as sete estrelas na sua mão

direita, aquele que anda pelo meio dos sete candelabros de ouro.

2 Conheço tuas obras, teu trabalho e tua paciência: não podes suportar os maus, puseste à prova os

que se dizem apóstolos e não o são e os achaste mentirosos.

3 Tens perseverança, sofreste pelo meu nome e não desanimaste.

4 Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor.

5 Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras. Senão, virei a ti e

removerei o teu candelabro do seu lugar, caso não te arrependas.

6Mas isto tens de bem: detestas as obras dos nicolaítas, como eu as detesto.

7 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor darei de comer (do fruto) da

árvore da vida, que se acha no paraíso de Deus.

1º dia: “Ao anjo da igreja de Éfeso, escreve...”

Éfeso era uma igreja doutrinariamente sólida e ativa, ainda que seu amor tivesse ficado frio. É

perigoso permitir que nosso serviço a Deus se torne mecânico e ritual; o primeiro mandamento é

amar a Deus de todo o coração. Quando uma igreja deixa de amar a Deus, ela prejudica sua relação

com Ele. O que se dá com a igreja, aplica-se também à nossa alma. A exortação é de nos

aproximarmos do Senhor. Certamente é o melhor convite que poderíamos receber ao iniciarmos

nosso caminho para Pentecostes. Sopre as cinzas; liberte-se do excesso de si mesmo e busque

a Deus com humildade. O Espírito Santo quer realizar esta obra em sua vida.

Medite ainda em Efésios 3, 14-20

Peça ao Espírito Santo: Senhor te quero! Quero ouvir tua voz!

2º dia: “Eis o que diz aquele que segura as sete estrelas na sua mão direita, aquele que

anda pelo meio dos sete candelabros de ouro.”

Os sete candelabros são as Sete Igrejas e as sete estrelas são seus líderes. Jesus está no

centro. É Ele que tem o poder e o real governo sobre a Igreja. Éfeso era uma cidade importante na

época e rica. A Igreja em Éfeso havia se tornado orgulhosa, diante do que possuía e Jesus lembra à

Igreja que é Ele que deve estar no centro.

O orgulho tem ocupado lugar em seu coração? Em que área de sua vida se torna mais difícil

dar o governo a Jesus? Há uma área em que você quer ter a palavra final? Entregue seu destino,

todas as áreas de sua vida nas mãos de Jesus.

Peça ao Espírito Santo: Toma minha vida em tuas mãos!

3º dia: “Conheço tuas obras, teu trabalho e tua paciência: não podes suportar os maus,

puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são e os achaste mentirosos. Tens

perseverança, sofreste pelo meu nome e não desanimaste.”

Jesus conhece profundamente nosso ser. Seu Espírito sonda nossos pensamentos e nossas

entranhas; perscruta nossos atos e sabe de onde brotam. Confronte sua vida com o louvor que é

dado à Igreja de Éfeso. Palavras como: paciência, perseverança e ânimo estão presentes no seu dia

a dia? Como você lida com as coisas más e pessoas más? Lembre-se: retidão e caridade precisam

caminhar juntas. A pessoa pode ser muito reta, mas pecar contra a caridade em relação ao outro.

Peça ao Espírito Santo: Dá-me paciência, ânimo e perseverança!

4º dia: “Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor.”

Temos Comunidades que trabalham muito para Deus. São zelosas em suas obras, cuidam dos

pobres, têm uma liturgia impecável, mas perderam a motivação mais profunda: o amor a Deus, ser e

fazer tudo para maior honra e glória do Nome do Senhor. Sem isto, muitas coisas poderão até ser

feitas, mas não durarão. A desmotivação chegará por um motivo ou outro.

Como está seu primeiro amor, aquela aliança íntima com Jesus? Talvez você nem o tenha

experimentado ainda. Peça ao Espírito Santo que o faça experimentar este amor ou que seja

renovado em seu interior.

Peça ao Espírito Santo: Quero voltar ao primeiro amor!

5º dia: “Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras.

Senão, virei a ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, caso não te arrependas. Mas

isto tens de bem: detestas as obras dos nicolaítas, como eu as detesto.”

É a exortação de alguém que ama. Um chamado a retomar o primeiro amor que deve ser

cultivado pela oração, pela vivência dos sacramentos e, sobretudo, pedindo ao Espírito Santo para

reinflamar seu coração. Cuidado com a frieza que se estabelece. Períodos de frieza podem acontecer

com todos, mas quando eles se tornam um estilo de vida, aí está o perigo. Deus tenha misericórdia

de nós e não permita que jamais nosso candelabro seja removido. Ter o candelabro removido

significa não ter luz e sem luz, cegos, só podemos errar.

Peça ao Espírito Santo: Reinflama meu coração, Espírito Santo!

6º dia: “Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas...”

Medite ainda em Deuteronômio 6, 3-9.

Hoje eu quero pedir, Espírito Santo, que reinflames meu coração no amor de Jesus. Não quero

apenas trabalhar para Jesus; quero com Ele viver. Não quero apenas cultivar uma piedade externa;

quero ter um nível mais profundo de intimidade. Não quero um relacionamento desgastado, embora

fiel; quero um amor renovado e comprometido. Dá-me ouvidos para ouvir e que eles não se fechem

indiferentes. Amém.

Peça ao Espírito Santo: Abre meus ouvidos, Senhor!

7º dia: “Ao vencedor darei de comer (do fruto) da árvore da vida, que se acha no paraíso

de Deus.”

No Éden estava plantada a “Árvore da Vida”. Com o pecado, o acesso a esse fruto foi negado.

Àquele que perseverar – e assim vencer – até o fim será dado esse fruto, pois Jesus é a verdadeira

Árvore da Vida. Eis a promessa que é dada a você. Persevere. Corrija aquilo que pode desviar seu

coração e seja herdeiro da beatitude eterna, junto do Pai e “com todos os que lavaram suas vestes

no sangue do Cordeiro” (Ap 7, 13).

Peça ao Espírito Santo: Dá-me do fruto da Árvore da Vida!

II Semana: A Igreja de Esmirna: Ap 2, 8-11

8 Ao anjo da igreja de Esmirna, escreve: Eis o que diz o Primeiro e o Último, que foi morto e retomou

a vida.

9Eu conheço a tua angústia e a tua pobreza - ainda que sejas rico - e também as difamações

daqueles que se dizem judeus e não o são; são apenas uma sinagoga de Satanás.

10 Nada temas ante o que hás de sofrer. Por estes dias o demônio vai lançar alguns de vós na prisão,

para pôr-vos à prova. Tereis tribulações durante dez dias. Sê fiel até a morte e te darei a coroa da

vida.

11 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor não sofrerá dano algum da

segunda morte.

8º dia: “Ao anjo da igreja de Esmirna, escreve...”

A cidade de Esmirna não era longe da cidade de Éfeso. Ficava a aproximadamente 60

quilômetros ao norte e disputava com Éfeso e Pérgamo o primeiro lugar entre as cidades da Ásia. A

Igreja desta cidade lutava contra duas forças hostis: de um lado uma população judaica que se

opunha ao cristianismo e uma população que era extremamente leal a Roma e promovia culto ao

imperador.

No meio de toda esta riqueza, estes irmãos estavam sofrendo perseguição e dificuldades

econômicas, mas Deus estava orgulhoso deles. O mito que a fidelidade a Deus sempre traz

prosperidade e termina com o sofrimento é falso. Há um profundo convite a não temer e a ser fiel.

Que o Espírito Santo inscreva em nossas almas esta experiência de coragem e fidelidade.

Medite ainda em Lucas 12, 32-38

Peça ao Espírito Santo: Faz-me fiel, Espírito Santo!

9º dia: “Eis o que diz o Primeiro e o Último, que foi morto e retomou a vida.”

Jesus, o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, a Origem e a Plenitude, a Tese e a Síntese, o

Autor e Consumador de nossa fé, em quem todas as coisas foram criadas e subsistem. Aquele que

sendo puro espírito assumiu nossa humana natureza material, para elevá-la à sua real destinação:

sermos em Deus. Morreu a nossa morte, para que pudéssemos viver a sua vida.

É Ele quem “diz”, ou seja, é Ele quem pronuncia a Palavra, e sendo Ele mesmo a Palavra feita

carne, a Palavra que Ele libera em nossa vida, abençoa-nos e ninguém pode calar ou roubar o poder

desta Palavra. Deixe que Ele libere, pelo poder do Espírito Santo, a Palavra que pode fazer você viver

em plenitude.

Peça ao Espírito Santo: Tua Palavra plenifica minha vida!

10º dia: “Eu conheço a tua angústia e a tua pobreza - ainda que sejas rico - e também as

difamações daqueles que se dizem judeus e não o são; são apenas uma sinagoga de

Satanás.”

Pode uma pessoa que passa pela angústia e é pobre ser rica? Para Deus sim! É preciso cuidar-

se diante de uma “teologia da prosperidade” que incha igrejas por aí, prometendo mundos e fundos

para quem “aceitar Jesus”. Certamente o Senhor prospera, mas este não pode ser o termômetro,

para saber se uma pessoa está na bênção ou não. O que nos faz herdeiros da bênção de Deus é se

vivemos ou não em profunda Aliança com Ele, mesmo pobres, angustiados, difamados e

perseguidos. Será que não existem lugares por aí que se chamam de “igrejas”, mas que são

verdadeiras “sinagogas de satanás”?

Angústia e pobreza representam aqui as carências diversas pelas quais podemos atravessar,

mesmo aquelas de cunho íntimo. Una seus sofrimentos e provações a Jesus. O Espírito Santo o

capacitará para seguir em frente e não ser destruído. Passada a tribulação, virá a glorificação.

Peça ao Espírito Santo: Tu me sondas, tu me conheces!

11º dia: “Nada temas ante o que hás de sofrer. Por estes dias o demônio vai lançar

alguns de vós na prisão, para pôr-vos à prova. Tereis tribulações durante dez dias.”

Certos sofrimentos são inevitáveis, mas para aquele que espera em Deus há uma promessa:

nada temas! É o Espírito Santo quem ministra hoje esta Palavra em nossos corações e nos capacita a

enfrentarmos as lutas do caminho. Perceba que é o demônio quem virá para provar e não Deus.

Deus não nos prova – no sentido de querer que provemos a Ele se somos fortes ou não, dignos ou

não – Deus nos provoca – ou seja, chama-nos sempre a algo mais, a irmos mais longe, a nos

elevarmos. Não é Deus quem envia diretamente as tribulações, problemas e coisas semelhantes a

alguém, mas “em todas estas coisas somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos

amou” (Rm 8, 37) e que assim enfrentou Ele mesmo estas tribulações, para que sobre elas

triunfássemos.

“Dez dias” significa que embora intensa, a perseguição não se prolongaria. Deus tem o total

controle da situação. Confie nisto!

Peça ao Espírito Santo: Não temerei! Seguirei!

12º dia: “Sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida.”

A Igreja de Esmirna e a Igreja de Filadélfia são as únicas que não recebem nenhuma

reprimenda de Jesus, quanto ao seu comportamento. A Igreja de Esmirna era uma Igreja simples e

muitas vezes perseguida, mas valente, fiel, perseverante. Como é fundamental manter a fidelidade

ao longo da vida. Aqui, é importante lembrar o que Jesus diz: “Quem é fiel nas pequenas coisas será

também fiel nas grandes coisas” (Lc 16, 10). Não espere alguma grande tribulação vir sobre você

para comprovar se você ama ou não a Deus. É no cultivo de sua oração diária, nos pequenos gestos

de pertença ao Senhor que sua fidelidade vai sendo comprovada. Por outro lado, quando vai se

deixando as pequenas coisas, brechas vão se estabelecendo na vida da pessoa. E brechas podem ser

muito perigosas.

Como somos pecadores, Jesus deixou-nos um remédio para os momentos de nossa

infidelidade, para que pudéssemos a Ele voltar e retomar o caminho: a confissão.

Deixe o Espírito Santo ministrar esta Palavra ao seu coração hoje. Se você tem andado

distante e sido infiel, é hora de voltar. Agora mesmo, você pode pedir perdão e renovar sua Aliança

com o Senhor.

Peça ao Espírito Santo: Quero em Ti perseverar até o fim!

13º dia: “Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas...”

Medite ainda em Isaías 55.

Não pode bem falar quem não escuta bem. Sua palavra não será apropriada sem o cultivo

interior da escuta. Quem tiver ouvidos... Tenho ouvidos? O que tenho ouvido? A quê tenho dado

ouvidos? Este é um tempo para pedir ao Espírito Santo que aprimore nossa capacidade de ouvir o

Senhor.

Ó Espírito Santo desperta meus ouvidos para que eu possa ouvir como discípulo. Dispõe, a

cada manhã, minha sensibilidade para perceber como teus suaves toques chegam-me e conduzem-

me. Que, assim, eu siga pelo caminho do bem, evite o mal e avance na direção que o Senhor

preparou para mim. Amém.

Peça ao Espírito Santo: Abre meus ouvidos, para que eu ouça como discípulo!

14º dia: “O vencedor não sofrerá dano algum da segunda morte.”

Todos morrem e todos ressuscitam: bons e maus. Mas haverá uma diferença no fim dos

tempos. O que hoje cresce misturado, como joio e trigo, será separado. A iniquidade que hoje

parece grassar, será eliminada. A segunda morte é a separação definitiva de Deus, também chamado

de inferno. Diz a doutrina da Santa Igreja: “Deus não predestina ninguém para o Inferno; para isso é

preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até o fim. Na Liturgia

Eucarística e nas orações cotidianas de seus fiéis, a Igreja implora a misericórdia de Deus, que quer

"que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se" (2Pd 3,9): Recebei, ó Pai, com

bondade, a oferenda de vossos servos e de toda a vossa família; dai-nos sempre a vossa paz, livrai-

nos da condenação e acolhei-nos entre os vossos eleitos.” (Catecismo da Igreja Católica, 1037).

Acolha a divina promessa: você receberá a coroa da vida e não sofrerá dano algum eterno.

Peça ao Espírito Santo: Quero, com tua graça, esta coroa alcançar!

III Semana: A Igreja de Pérgamo: Ap 2, 12-17

12 Ao anjo da igreja de Pérgamo, escreve: Eis o que diz aquele que tem a espada afiada de dois

gumes.

13 Sei onde habitas: aí se acha o trono de Satanás. Mas tu te apegas firmemente ao meu nome e não

renegaste a minha fé, mesmo naqueles dias em que minha fiel testemunha Antipas foi morto entre

vós, onde Satanás habita.

14 Todavia, tenho alguma coisa contra ti: é que tens aí sequazes da doutrina de Balaão, o qual

ensinou Balac a fazer tropeçar os filhos de Israel, para levá-los a comer carne imolada aos ídolos e

praticar imundícies.

15 Tens também sequazes da doutrina dos nicolaítas.

16 Arrepende-te, pois; senão virei em breve a ti e combaterei contra eles com a espada da minha

boca.

17 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor darei o maná escondido e

lhe entregarei uma pedra branca, na qual está escrito um nome novo que ninguém conhece, senão

aquele que o receber.

15º dia: “Ao anjo da igreja de Pérgamo, escreve...”

A cidade situava-se a 70km de Esmirna. Era construída sobre uma colina com cerca de 300

metros acima da altura média da região, tornando-se, assim, uma fortaleza natural. Era uma cidade

sofisticada, centro da cultura e educação gregas, com uma biblioteca de aproximadamente 200 mil

volumes. Havia em Pérgamo um enorme altar a Zeus (principal divindade do mundo grego). Era

difundido também aí o culto a Asclépio, “deus da medicina”, que tinha como símbolo principal uma

serpente. Era, assim, um lugar de peregrinação em busca de saúde.

A Igreja de Pérgamo permanecia fiel, mesmo quando um membro foi martirizado, mas tinha

um grande problema: tolerava o ensino de falsas doutrinas que encorajavam idolatria e imoralidade.

Como toleramos o mal entre nós? Vamos dando espaço a ele em nossas vidas?

Medite ainda em Mateus 10, 26-33

Reze: Quero irradiar a tua presença!

16º dia: “Eis o que diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes.”

Pérgamo era considerada a cidade da espada. A espada recorda a autoridade (Rm 13, 4).

Quem a carrega detém o poder. Jesus é aquele que tem a espada de dois gumes. Aquele que tem

todo poder e autoridade. É o símbolo do poder que Ele tem para separar o bem e o mal no fim dos

tempos. Este juízo de Deus já acontece hoje em nossa vida pelo poder da Palavra que devemos

deixar que penetre em nosso interior, ajudando-nos a discernir entre o bem e o mal, como está

expresso na Carta aos Hebreus: “... qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma

e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do

coração” (Hb 4, 12).

Se a Palavra de Deus está cortando algo em sua vida hoje, não seja resistente. O

discernimento que ela dá é sempre para a vida.

Peça ao Espírito Santo: Seja sobre mim a Tua espada, Espírito Santo.

17º dia: “Sei onde habitas: aí se acha o trono de Satanás. Mas tu te apegas firmemente

ao meu nome e não renegaste a minha fé, mesmo naqueles dias em que minha fiel

testemunha Antipas foi morto entre vós, onde Satanás habita.”

O poder político absolutista é, diretamente, este trono de satanás. A intolerância, diante da

Igreja que só adorava o Deus vivo e não prestava culto ao imperador, fez com que um fiel muito

estimado pela Comunidade – Antipas – fosse martirizado. Em toda história da Igreja o sangue dos

mártires tornou-se semente de novos cristãos. Aquela Igreja permaneceu fiel.

Não é nada fácil nos mantermos firmes diante das pressões dos outros em relação à nossa fé.

Quantos desistem ou se tornam indiferentes. Não renegue jamais a sua fé. Posso, sem medo de

errar, dizer que ela é mais importante do que a sua própria vida física, pois ela o tornará herdeiro da

eternidade, ao passo que, renegando a fé, você pode estar seguindo para um caminho de

condenação. Satanás, certamente, se levanta muitas vezes, tentando arrastar atrás de si aqueles

incautos. Não o tema. Não tema as perseguições. Ao seu lado está Aquele que tem a espada de dois

gumes.

Peça ao Espírito Santo: Aviva em mim o nome de Jesus!

18º dia: “Todavia, tenho alguma coisa contra ti: é que tens aí sequazes da doutrina de

Balaão, o qual ensinou Balac a fazer tropeçar os filhos de Israel, para levá-los a comer

carne imolada aos ídolos e praticar imundícies. Tens também sequazes da doutrina dos

nicolaítas.”

Balaão levou o povo de Israel a práticas pecaminosas como está no Livro dos Números 31, 16.

Os nicolaítas por um lado defendiam a poligamia e também prestavam um culto à grandeza, à fama,

à busca da própria glória. A Comunidade de Pérgamo parecia tolerante diante de tais práticas e, por

isso, o Senhor a exorta.

Não se trata de excluir ninguém de nossas Comunidades, mas é preciso manter a vigilância,

para perceber se costumes ou doutrinas estranhas não estão penetrando em nosso meio eclesial e

também em nosso coração. Vigilância: como é necessário que cultivemos esta atitude.

Peça ao Espírito Santo: Dá-me discernimento em meus pensamentos!

19º dia: “Arrepende-te, pois; senão virei em breve a ti e combaterei contra eles com a

espada da minha boca.”

A Palavra que resgata, restaura, cura e liberta é também a espada que discerne, corta, exorta

e combate. O arrependimento é o meio para não perecer neste exercício da espada divina. A

misericórdia do Pai sempre estará à nossa disposição, mas há também um juízo que se exerce e que

é consequência de nossos atos.

Não tema a espada que pode vir contra você. Pequenas coisas deixamos, por vezes, que

penetrem em nosso meio e podem se tornar um estilo de vida. Há sempre a possibilidade de

conversão. Aliás, em todas as cartas, Jesus mostra isto: Ele não vem para condenar, mas para

chamar à conversão. Quais são os possíveis hábitos que você tem assimilado e que podem afastar

você da vida em Cristo? Apenas coloque-se num caminho de volta a Deus e você provará a espada

do Senhor como defesa em sua vida, guardando-o nos perigos. Mas deixe também que a Palavra,

que é a espada do Espírito, venha cortar o que não é bom em você.

Peça ao Espírito Santo: Eis meu coração: confirma o que é bom, corta o que é mau!

20º dia: “Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas...”

Medite ainda no Salmo 8

Aprimorar a escuta. Estar atento aos detalhes. A graça pode nos visitar quando menos

esperamos. O suave roçar das asas do anjo pode nos chegar em algo singelo. Quando os ouvidos

estão abertos e a sensibilidade bem cuidada, a delicadeza desta “nota musical divina” faz vibrar os

tímpanos da alma e estes percebem que há música no ar.

Mas há horas em que é a sintonia que se perde. Não demore muito a voltar ao afinamento,

pois, com o tempo, a sensibilidade pode se perder e não é que a música se cale; apenas deixamos

de ouvi-la. O Espírito Santo é Mestre na escuta e Ele o ajudará a resgatar o que se perdeu ou a

afinar o que precisa ainda se desenvolver em sua percepção.

Peça ao Espírito Santo: Espírito Santo, afina minha sensibilidade!

21º dia: “Ao vencedor darei o maná escondido e lhe entregarei uma pedra branca, na

qual está escrito um nome novo que ninguém conhece, senão aquele que o receber.”

O maná era um pãozinho branco bem fino, que caiu do céu durante os quarenta anos de

peregrinação do povo de Israel pelo deserto (Ex 16, 13-18). Ele comunica a providência de Deus,

que cuida de nós. Em relação à pedrinha branca, nos tribunais da cidade os absolvidos recebiam,

como prova de inocência, uma dessas pedrinhas. Uma pedrinha branca servia também de convite

para banquetes oficiais. Muitas vitórias esportivas eram, ainda, premiadas com uma pedra branca

com o nome de vencedor. A Eucaristia que hoje recebemos não deixa de ser um “maná escondido”,

pois Jesus, que nela está realmente presente em seu Corpo e Sangue, Alma e Divindade, esconde-se

sob as espécies sacramentais. Um dia, entretanto nós o veremos como hoje somos vistos por Ele.

Feliz é aquele que d’Ele se alimenta. O nome de uma pessoa, na Bíblia, representa seu caráter e sua

missão. O novo da pedrinha representa, assim, o lugar que a pessoa ocupará no Reino definitivo de

Deus e o novo coração que receberá.

Alegre-se por poder participar do Pão Vivo descido do céu, Jesus, e por ter seu nome escrito

junto de Deus.

Peça ao Espírito Santo: Dá-me sempre deste Pão, Senhor!

IV Semana: A Igreja de Tiatira: Ap 2, 18-29

18 Ao anjo da igreja de Tiatira, escreve: Eis o que diz o Filho de Deus, que tem os olhos como

chamas de fogo e os pés semelhantes ao fino bronze.

19 Conheço tuas obras, teu amor, tua fidelidade, tua generosidade, tua paciência e persistência; e as

tuas últimas obras, que excedem as primeiras.

20 Mas tenho contra ti que permites a Jezabel, mulher que se diz profetisa, seduzir meus servos e

ensinar-lhes a praticar imundícies e comer carne imolada aos ídolos.

21 Eu lhe dei tempo para arrepender-se, mas não quer arrepender-se de suas imundícies.

22 Desta vez a lançarei num leito, e com ela os cúmplices de seus adultérios para aí sofrerem muito,

se não se arrependerem das suas obras.

23 Farei perecer pela peste os seus filhos, e todas as igrejas hão de saber que eu sou aquele que

sonda os rins e os corações, porque darei a cada um de vós segundo as suas obras.

24 A vós, porém, e aos demais de Tiatira que não seguis esta doutrina e não conheceis (como dizem)

as profundezas de Satanás, não imporei outro fardo.

25 Mas guardai o que tendes até que eu venha.

26 Então ao vencedor, ao que praticar minhas obras até o fim, dar-lhe-ei poder sobre as nações

pagãs.

27 Ele as regerá com cetro de ferro, como se quebra um vaso de argila,

28 assim como eu mesmo recebi o poder de meu Pai; e dar-lhe-ei a Estrela da manhã.

29 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

22º dia: “Ao anjo da igreja de Tiatira, escreve...”

Esta é a mais longa das 7 cartas e, entre elas, ocupa lugar central. Em Tiatira era adorado

Apolo, o “deus-sol”, mas as pessoas não eram muito religiosas. Havia ali muitas associações de

profissionais como tecelões, ceramistas, tintureiros, artesãos de ferro e bronze. Lídia, a primeira

pessoa que foi convertida em Filipos, era uma comerciante em Tiatira (cf. At 16, 14). Jesus irá falar

usando imagens vindas do cotidiano das pessoas, citando o ferro, o barro, o fogo, o bronze.

Deus se aproxima de nós através de nossas realidades cotidianas. É no cotidiano, também,

que o desvio pode se insinuar. É preciso, pois, estar vigilante.

Medite ainda em Lucas 6, 39-45

Peça ao Espírito Santo: Coloca-me na torre do vigia!

23º dia: “Eis o que diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chamas de fogo e os pés

semelhantes ao fino bronze.”

Aplicando uma linguagem atual, diríamos que Jesus se apresenta como metalúrgico. Fala do

fogo e do bronze. A Comunidade entendia o que Ele queria dizer. O olhar de Jesus é penetrante

como o fogo e põe a nu e destrói tudo o que é fruto da idolatria. Este olhar perscruta todas as

realidades e consolida o que é bom, mas mostra o que é fruto do pecado. Não é um olhar acusador,

mas revelador. É um olhar que lança luz sobre a realidade e mostra o que ela de fato é.

Jesus nunca lança um olhar de acusação sobre nós, mas, tampouco, faz “vista grossa” sobre o

que se passa em nosso interior. É preciso deixar que o olhar d’Ele penetre em nosso ser, purifique-

nos com o fogo e, assim, nos dê a solidez dos pés feitos de fino bronze. E o único caminho para se

provar isto é confrontar-se com nossa verdade, que é feita, às vezes, de mentiras.

Peça ao Espírito Santo: Penetra-me com teu olha e purifica-me!

24º dia: “Conheço tuas obras, teu amor, tua fidelidade, tua generosidade, tua paciência e

persistência; e as tuas últimas obras, que excedem as primeiras.”

Jesus elogia o caminho feito por aquela Igreja. Eles não só praticavam boas obras, mas até

nelas cresceram, desenvolveram-se. Este deve ser um objetivo constante em nossa vida: crescer na

fé, no amor e em toda sorte de boas obras ao serviço do Senhor. É isto que se tornará luz onde

estivermos. “Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar.

Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes,

filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como

luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida. Dessa forma, no dia de Cristo, sentirei alegria em

não ter corrido em vão, em não ter trabalhado em vão” (Fp 2, 13-16).

No entanto, aperfeiçoar-nos nas boas obras, nos bons sentimentos, não nos isenta de estar

atentos diante de alguma realidade que desvirtua, como veremos.

Aceite o louvor daquilo que é bom que está em você e que Jesus reconhece, mas sempre é

bom lembrar: esteja vigilante!

Peça ao Espírito Santo: Quero crescer sempre e mais para Ti, Senhor!

25º dia: “Mas tenho contra ti que permites a Jezabel, mulher que se diz profetisa, seduzir

meus servos e ensinar-lhes a praticar imundícies e comer carne imolada aos ídolos. Eu

lhe dei tempo para arrepender-se, mas não quer arrepender-se de suas imundícies.

Desta vez a lançarei num leito, e com ela os cúmplices de seus adultérios para aí

sofrerem muito, se não se arrependerem das suas obras. Farei perecer pela peste os seus

filhos, e todas as igrejas hão de saber que eu sou aquele que sonda os rins e os corações,

porque darei a cada um de vós segundo as suas obras.”

A Comunidade de Tiatira estava procedendo bem de todos os modos (2, 19), mas foi criticada

pelo Senhor, porque aceitava uma mulher "que a si mesma se declara profetisa" que promovia

pecado sexual. Há um alerta de Paulo em relação a isto: “Ao homem herege, depois de uma e outra

admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo

condenado” (Tito 3, 10-11). É preciso, pois, guardar o que está seguro e não comprometer-se com

aqueles que podem nos desviar do caminho da graça, mesmo estando presentes em nossas

Comunidades.

É bom lembrar que aquilo que plantamos é o que colheremos. Ele dará a cada um segundo as

suas obras. Que a misericórdia de Deus seja maior que nosso pecado. Que nos deixemos exortar

pela Palavra para provarmos a vida de Deus.

Peça ao Espírito Santo: Purifica-me, santifica-me, Espírito Santo!

26º dia: “A vós, porém, e aos demais de Tiatira que não seguis esta doutrina e não

conheceis (como dizem) as profundezas de Satanás, não imporei outro fardo. Mas

guardai o que tendes até que eu venha.”

Penso em quais profundezas conhecemos satanás! A expressão usada na carta é forte e instigante.

Se Jesus dizia que “todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de

família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas” (Mt 13, 52), o que não tirará do seu “tesouro”

aquele que conhece as profundezas de Satanás. Não é preciso muito esforço para perceber esses

frutos em nosso mundo. Mas não basta, entretanto, só olhar para o que está fora, longe; é preciso

olhar para a própria vida e examinar-se, quais são as profundezas em que estamos mergulhando.

Lembre-se da bela canção: “Quero mergulhar nas profundezas do Espírito de Deus e descobrir suas

riquezas em meu coração”. Faça isto e esteja atento à admoestação de Jesus: guardai o que tendes

até que eu venha”, ou seja, persevere!

Peça ao Espírito Santo: Quero mergulhar nas tuas profundezas!

27º dia: “Então ao vencedor, ao que praticar minhas obras até o fim, dar-lhe-ei poder

sobre as nações pagãs. Ele as regerá com cetro de ferro, como se quebra um vaso de

argila, assim como eu mesmo recebi o poder de meu Pai; e dar-lhe-ei a Estrela da

manhã.”

O cetro de ferro quebra com facilidade um vaso de argila. O poder do inimigo em nossos dias parece

tremendo e o mal parece suplantar e vencer o bem. O homem injusto, os sistemas iníquos

prosperam e vitimam milhares de milhares, no decorrer da história e em todo o mundo. Pode até ser

que seja sua história também. Não desanime e nem perca a esperança. Todos os inimigos de Deus

são, tão somente, um vaso de barro diante de um cetro de ferro; no momento certo, este vaso se

partirá, pois você terá em suas mãos um cetro de ferro, participando do Cetro de Ouro que tem

aquele a quem todo poder foi dado. Você participará do poder recebido do Pai por Jesus.

Ele mesmo é a Estrela da manhã. A estrela da manhã aparece antes do sol nascer, ainda nas horas

de escuridão. Nas horas mais tenebrosas da história da humanidade, no fim dos tempos, a “Estrela

da manhã” – Jesus – brilhará e vencerá o mal e fará os eleitos participarem de sua realeza. Em suas

horas escuras, lembre-se que Jesus, a Estrela da manhã, é com você e que as trevas não poderão

dominar sua vida.

Peça ao Espírito Santo: Sustenta a minha esperança!

28º dia: “Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

Medite ainda em 1Tessalonicenses 5, 1-11

Cuidado com as falsas doutrinas que podem penetrar em nós de muitas formas. É o que chamamos

de contaminação. E determinados tipos de contaminação podem produzir “mutações genéticas”, ou

seja, comprometer a raiz mais profunda da fé. Deixe que o Senhor sonde seus rins e coração, ou

seja, o profundo de seu ser. Que o Espírito Santo dê a você um real discernimento se algo assim está

acontecendo com você. Não é verdade que é melhor prevenir do que remediar? O discernimento nos

ajuda no processo desta prevenção espiritual. No entanto, ao constatar que a contaminação

aconteceu, não se preocupe: vá àquele que tem o remédio eficaz para curar sua ferida. Lembre-se

do que já disse: O Senhor não vem para condenar, mas para salvar. Ele exorta para que nos

convertamos e tenhamos vida.

Caberia hoje fazer um bom exame de consciência.

Peça ao Espírito Santo: Tira de mim toda contaminação!

V Semana: Sardes: Ap 3, 1-6

1 Ao anjo da igreja de Sardes, escreve: Eis o que diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as

sete estrelas. Conheço as tuas obras: és considerado vivo, mas estás morto.

2 Sê vigilante e consolida o resto que ia morrer, pois não achei tuas obras perfeitas diante de meu

Deus.

3 Lembra-te de como recebeste e ouviste a doutrina. Observa-a e arrepende-te. Se não vigiares, virei

a ti como um ladrão, e não saberás a que horas te surpreenderei.

4 Todavia, tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes; andarão comigo

vestidas de branco, porque o merecem.

5 O vencedor será assim revestido de vestes brancas. Jamais apagarei o seu nome do livro da vida, e

o proclamarei diante do meu Pai e dos seus anjos.

6 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

29º dia: “Ao anjo da igreja de Sardes, escreve...”

Um das marcas da cidade de Sardes era as confecções de lã. A indústria têxtil da época desenvolvia-

se naquela cidade. Era uma cidade cheia de vida, mas ao longo da história foi assaltada muitas

vezes, apesar de suas muralhas. As pessoas sentiam-se ameaçadas e inseguras. E havia um motivo:

a falta de vigilância. Se ela não fosse reforçada, Sardes seria sempre vítima de assaltantes. Havia

ainda na cidade o costume de premiar os atletas com vestes brancas.

Como você lê estas características na cidade de Sardes em sua vida? Será que há uma lição a ser

tirada, mesmo antes de lermos o que Jesus escreve à Igreja que está em Sardes?

Medite ainda em Mateus 25, 1-13

Peça ao Espírito Santo: Desperta-me para que eu possa ver!

30º dia: “Eis o que diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas.”

Jesus tem a plenitude do Espírito Santo, eis o significado dos “sete Espíritos de Deus”. Sendo pleno,

plenamente Ele dá o Espírito Santo à Igreja e às suas comunidades, as “sete estrelas”. Sendo assim,

Ele conhece o íntimo da vida das comunidades, vai além da aparência e vê o que acontece na

comunidade e no interior de cada um. Quando o Senhor enviou Samuel à casa de Isaí para que fosse

escolhido o rei de Israel, veio primeiramente Eliab, que parecia apresentar um porte real. “Mas o

Senhor disse-lhe: Não te deixes impressionar pelo seu belo aspecto, nem pela sua alta estatura,

porque eu o rejeitei. O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor

olha o coração” (1Sm 16, 7). Por fim, foi escolhido Davi “que era louro, de belos olhos e mui formosa

aparência. O Senhor disse: Vamos, unge-o: é ele” (1Sm 16, 12)

Somos conhecidos até o mais profundo de nosso ser. Conhecidos e amados. Se não fosse assim não

subsistiríamos. Não se envergonhe de suas fraquezas; apresente-se transparente diante do Senhor.

Peça ao Espírito Santo: Capacita-me em minha fraqueza!

31º dia: “Conheço as tuas obras: és considerado vivo, mas estás morto. Sê vigilante e

consolida o resto que ia morrer, pois não achei tuas obras perfeitas diante de meu Deus.

Não basta ser considerado vivo; é preciso estar vivo. Numa cidade fervilhante de vida, a Igreja não

estava cultivando a verdadeira vida em seu interior. Vivia das aparências, mas trazia o germe da

morte em seu meio. Comunidades e pessoas que vivem pela aparência, mais cedo ou mais tarde,

acabam por fracassar totalmente: a morte. É uma exortação de doer a alma.

Mas o Senhor exorta é para a mudança. E, assim como a cidade de Sardes era visitada

constantemente por ladrões porque faltava vigilância, a pessoa entra em um estado de morte pela

mesma falta de vigilância. Vigiar e consolidar. Não é apenas vigiar e não tomar nenhuma

providência; é vigiar e procurar os meios para que a fé e as boas obras sejam consolidadas e o

processo de morte possa ser contornado.

Como você aplica esta reflexão à sua vida?

Peça ao Espírito Santo: Ajuda-me a consolidar o que está fraco em mim!

32º dia: Lembra-te de como recebeste e ouviste a doutrina. Observa-a e arrepende-te.

Se não vigiares, virei a ti como um ladrão, e não saberás a que horas te surpreenderei.”

Assim exorta o apóstolo Pedro: “Vós, pois, caríssimos, advertidos de antemão, tomai cuidado para

que não caiais da vossa firmeza, levados pelo erro destes homens ímpios. Mas crescei na graça e no

conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele a glória agora e eternamente” (2Pd 3,

17-18). Não importa o quanto você ache que já saiba sobre Jesus, sobre a fé, sobre a Igreja. É

preciso evoluir, crescer sempre. Não abandone aquilo que é básico em sua vida de fé. Cuidado com

as falsas doutrinas, com “novas verdades” sobre Deus. Nada pode contradizer os ensinamentos

bíblicos fundamentais e a doutrina da Igreja. Um bom meio para você se fundamentar é ter consigo

o Catecismo da Igreja Católica.

Não se perde a fé de uma hora para outra. Mas quando a pessoa constata, já está afastada,

indiferente. Comprometa-se, de alguma forma, a aprofundar sua fé.

Peça ao Espírito Santo: Confirma minha fé, fortalece minha esperança!

33º dia: “Todavia, tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes;

andarão comigo vestidas de branco, porque o merecem.”

Como é importante, ao longo de nosso caminho espiritual, ter alguns irmãos como nossa referência

de fé. Eles não são perfeitos e não estão isentos de erro, mas estão seriamente comprometidos com

o Evangelho e nos ajudam com suas preces, seu exemplo, seu conhecimento da Palavra e da vida

em Deus.

Mesmo numa Igreja com tantas dificuldades espirituais, como era a Igreja de Sardes, ali existiam

pessoas que “não contaminaram suas vestes”, ou seja, eram fiéis. Talvez tenham sido até mesmo

desprezadas pelos indolentes, mas eram fundamentais para o soerguimento daquela Comunidade.

Os santos e santas de Deus são luzeiros em nosso caminho espiritual mostrando-nos a senda do

Evangelho. Olhe, também, para seu caminho espiritual e enumere algumas pessoas que foram e são

importantes em seu caminho de fé. Por outro lado, você tem sido uma referência para alguém? Será

que poderemos andar vestidos de branco com o Senhor, quando Ele vier? Esta veste branca já nos

foi dada no Batismo. Mas será que se encontra alvejada?

Peça ao Espírito Santo: Ajuda-me a zelar por minha veste batismal!

34º dia: “O vencedor será assim revestido de vestes brancas. Jamais apagarei o seu

nome do livro da vida, e o proclamarei diante do meu Pai e dos seus anjos.”

Enquanto seguimos nosso caminho, não é difícil que nossas vestes se sujem. Jesus deixou um meio

para lavarmos estas vestes: o sacramento da reconciliação. Todavia, pode até mesmo acontecer que

tenhamos acabado de nos confessar, de lavar nossas vestes, e pecamos, e as sujamos. Somos como

crianças, só que conscientes. Mas não desista, mesmo diante daqueles pecadinhos ou “pecadões”

que costumam se repetir, busque a “divina lavanderia” e recomece.

Esta será nossa luta aqui, mas ela tem um horizonte maravilhoso que é apontado na promessa que o

Senhor faz à extremamente frágil Igreja de Sardes: seremos revestidos de vestes brancas, teremos

nosso nome no livro da vida e nosso nome proclamado pelo próprio Jesus diante do Pai e seus anjos.

Esse livro simboliza o conhecimento que Deus tem daqueles que lhe pertencem.

Peça ao Espírito Santo: Quero perseverar até aquele grande dia!

35º dia: “Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

Medite também em Filipenses 3, 4-16

Como vimos, a Igreja de Sardes tinha grande reputação, mas a realidade desmentia o nome. Não

podemos descansar sobre nosso passado. A Igreja – e assim cada um de nós – vive por causa de

seu atual serviço a Deus e não dos louros do passado. Não adianta aquele discurso do tipo: eu fui,

eu fiz, eu participei, eu ajudei, eu construí, etc. Que bom que você foi, fez, participou, ajudou,

construiu, mas e agora José? O que você tem feito, participado, ajudado, construído? Sua vida

espiritual será apenas a declinação de verbos no passado? Se é para conjugar verbos no passado,

que seja desta forma: eu fui um grande tolo; eu fiz muita besteira; eu ajudei a atrapalhar; eu

construí uma torre de Babel. Ou seja, no passado estejam seus erros, seu pecado e no presente sua

vida de fé, sua colaboração na comunidade, seu compromisso com o Evangelho.

Pode ser que algumas áreas em sua vida estejam bem, mas outras começam a enfraquecer. A

pessoa pode até estar bem em algum ponto, mas tem uma área em descoberto; é o “calcanhar de

Aquiles”, aquele ponto mais frágil, o “telhado de vidro”, que o inimigo pode vir atacar ou no qual nós

mesmos podemos nos perder. Esteja atento a estes pontos.

Peça ao Espírito Santo: Quero ouvir! Quero superar!

VI SEMANA - Filadélfia: Ap 3, 7-13

7 Ao anjo da igreja de Filadélfia, escreve: Eis o que diz o Santo e o Verdadeiro, aquele que tem a

chave de Davi - que abre e ninguém pode fechar; que fecha e ninguém pode abrir.

8 Conheço as tuas obras: eu pus diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar; porque,

apesar de tua fraqueza, guardaste a minha palavra e não renegaste o meu nome.

9 Eu te entrego adeptos da sinagoga de Satanás, desses que se dizem judeus, e não o são, mas

mentem. Eis que os farei vir prostrar-se aos teus pés e reconhecerão que eu te amo.

10 Porque guardaste a palavra de minha paciência, também eu te guardarei da hora da provação,

que está para sobrevir ao mundo inteiro, para provar os habitantes da terra.

11 Venho em breve. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.

12 Farei do vencedor uma coluna no templo de meu Deus, de onde jamais sairá, e escreverei sobre

ele o nome de meu Deus, e o nome da cidade de meu Deus, a nova Jerusalém, que desce dos céus

enviada por meu Deus, assim como o meu nome novo.

13 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

36º dia: “Ao anjo da igreja de Filadélfia, escreve...”

Filadélfia significa fraternidade. A cidade foi construída em uma região vulcânica, sendo, por isso,

abalada constantemente por terremotos. Desta forma, suas construções tinham que ser muito

firmes, pois tudo corria o risco de ir ao chão. Também nesta cidade o culto ao imperador era forte.

Ali também erguia-se um templo ao deus Jano. Em Roma, o templo desse deus conservava as portas

fechadas em tempos de paz e as portas se abriam em tempos de guerra. Jano era a divindade das

portas. Como as portas têm duas faces, também a imagem de Jano possuía dois rostos opostos. A

festa de Jano marcava o início do ano no império, daí o nome do primeiro mês do ano, janeiro.

A Comunidade cristã de Filadélfia foi fundada por cristãos de Pérgamo. As duas igrejas que não

foram criticadas (Esmirna e Filadélfia) eram, exatamente, as igrejas que sofriam maior perseguição.

O Senhor reassegurou-as de que era Ele quem tinha a chave, e que quando Ele abrisse a porta para

elas, ninguém seria capaz de fechá-la.

Medite ainda em Lucas 12, 32-40

Peça ao Espírito Santo: Quero ser digno de tuas promessas!

37º dia: “Eis o que diz o Santo e o Verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi - que abre

e ninguém pode fechar; que fecha e ninguém pode abrir.”

O sentido de “Verdadeiro” aqui é estável, firme, perpétuo, ou seja, Jesus é o mesmo ontem, hoje e

eternamente (Hb 13, 8). As circunstâncias mudam, mas Ele não muda em seu amor. A chave de Davi

representa a autoridade que é Jesus e que Ele tem para abrir a porta de seu Reino e realizar todas

as promessas feitas. Ele é o Messias prometido, tendo não somente a chave de Davi, mas sendo o

Filho de Davi. Aqui ecoa, ainda, o que diz o Senhor no livro do Profeta Isaías: “Se Ele abrir, ninguém

fechará; se Ele fechar, ninguém abrirá” (Is 22, 22).

Coloque-se diante de Jesus. Contemple esta chave que está em suas divinas e providenciais mãos.

Peça a Ele para fechar as portas que não gerarão vida verdadeira para você e que abra aquelas que

têm um sentido de eternidade, “pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier perder a

sua alma” (Mc 8, 36). Confie que Ele tem a chave, submeta-se ao poder desta chave e ninguém

impedirá que as verdadeiras e santas bênçãos cheguem a você.

Peça ao Espírito Santo: Aceito e profetizo o poder da Chave em minha vida!

38º dia: “Conheço as tuas obras: eu pus diante de ti uma porta aberta, que ninguém

pode fechar; porque, apesar de tua fraqueza, guardaste a minha palavra e não renegaste

o meu nome. Eu te entrego adeptos da sinagoga de Satanás, desses que se dizem judeus,

e não o são, mas mentem. Eis que os farei vir prostrar-se aos teus pés e reconhecerão

que eu te amo.”

Qual o primeiro sentido desta porta que ninguém pode fechar? É a perseverança no nome de Jesus.

Ninguém tem o poder de nos roubar a fé e nossa perseverança em Jesus. Foi Ele quem disse: “As

minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna;

elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão” (Jo 10, 27-28). Se alguém se

afasta do Senhor, é porque a própria pessoa tomou essa decisão de sair das mãos do Bom Pastor.

Fica um alerta em relação àqueles que usam a mentira como um meio de se apresentarem de uma

forma que não são de verdade. Toda mentira será um dia desfeita e aqueles que, manipulando e

mentindo, querem tocar os servos de Deus, haverão de se prostrar. Perceba, ainda, que o Senhor diz

que estes adeptos de Satanás reconhecerão que Ele ama os que lhe são fiéis e não que estes últimos

são poderosos, maiorais. O maior sinal que podemos receber de Jesus diante da perseguição e dos

problemas da vida é o seu amor por nós.

Peça ao Espírito Santo: Quero viver no amor de Jesus!

39º dia: “Porque guardaste a palavra de minha paciência, também eu te guardarei da

hora da provação, que está para sobrevir ao mundo inteiro, para provar os habitantes da

terra.”

Deixe que a força destas palavras de Jesus cheguem a você: Porque guardaste a palavra de minha

paciência! Paciência é a ciência da paz; é o cultivo da paz, mergulhando em sua profundidade e

esquadrinhando seus contornos. Guardar a Palavra da paciência de Jesus, ou seja, como Ele a viveu

e ensinou a viver. É esta Palavra guardada no fundo da alma que abrirá a pessoa para que Ele

mesmo, o Senhor, a guarde em seus momentos de provação. Há uma outra tradução que fala de

“hora da tentação”. Nem toda tentação é provação, mas toda provação é, na verdade, provocação a

ir além, a superar, a crescer e amadurecer. Deus não nos prova; Ele nos provoca, isto é, está

constantemente nos chamando a algo melhor.

Como é fundamental este cultivo da paciência para se superar as lutas e problemas do cotidiano.

Sem paciência desistimos, afastamo-nos, recuamos. Paciência mesmo, diante das situações

turbulentas, que podem chegar a todo e qualquer cristão. Ele guardará você, se você guardar sua

Palavra. Guarde a Palavra e a Palavra o guardará!

Peça ao Espírito Santo: Torna-me dócil e paciente!

40º dia: “Venho em breve. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.”

Jesus vem em breve. Não se preocupe em quantificar o tempo desse “breve”. Seja como for, Ele está

sempre chegando a nós e o dia de amanhã é uma incógnita a todos. Mantenha hoje sua lâmpada

acesa. Cuide que o óleo não acabe. Conserve o que você tem. Não exponha sua fé a nenhum perigo;

é ela seu dom mais precioso, até mesmo mais precioso que a vida, pois será ela que dará a você a

coroa na vida ilimitada do céu.

Por outro lado, conservar o que se tem, tem um outro desdobramento importante de ser

compreendido. Não se trata de “enterrar os talentos” ciosamente, mas de desenvolvê-los, de colocá-

los a serviço dos outros, da Comunidade. Não importa se você é fraco e não se sente capaz. O mais

importante é sempre colocar-se a serviço. Quantos são “super capacitados” e pensam apensas em si.

Peça ao Espírito Santo: Dá-me a graça da perseverança final!

41º dia: “Farei do vencedor uma coluna no templo de meu Deus, de onde jamais sairá, e

escreverei sobre ele o nome de meu Deus, e o nome da cidade de meu Deus, a nova

Jerusalém, que desce dos céus enviada por meu Deus, assim como o meu nome novo.”

Cidadãos da Nova Jerusalém. Cidadãos do Reino definitivo de Deus já presente entre nós nos sinais

que prenunciam o que um dia será pleno.

Percebam que insiste-se na palavra nome, que na Bíblia é o mesmo que identidade. Ter um nome

significa ter uma identidade, no sentido mais próprio e profundo da palavra: aquilo que nos

identifica, que nos faz únicos, que brota do ser e para o ser converge. Lembremos, ainda, que a

identidade da Igreja em questão é a fraternidade. Esta era a grande marca da Comunidade de

Filadélfia.

Esse nome novo já está inscrito, por graça, em nossa alma pelo batismo, mas de nada adiantará se a

pessoa não assumir esta identidade e não viver como cidadão do Reino. A vida neste plano prepara a

vida no futuro plano definitivo de Deus. Pense nisso!

Peça ao Espírito Santo: Filho de Deus: eis minha identidade mais profunda!

42° dia: “Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

Medite ainda em Efésios 3, 14-21.

O que o Espírito Santo quer falar concretamente ao seu coração através da Carta à Igreja de

Filadélfia? Em meio às outras cartas com tantas exortações, esta foi uma semana de confirmação na

fé, no controle de Deus sobre todas as coisas, no nome de Jesus que nos marca e confere ao nosso

ser a verdadeira identidade.

Desculpe-me, no entanto, “atrapalhar” estas reflexões mais amenas para dizer uma coisa.

Infelizmente muitas pessoas há que tudo recebem e acabam por deixar escapar de suas mãos as

dádivas recebidas. Lembre-se da música: abraça o que é teu; permanece fiel; luta sem desanimar.

Quem dera nossas Comunidades – e cada um de nós – fôssemos a Igreja de Filadélfia. Certamente,

a ação transformadora e santificadora do Espírito Santo quer e pode realizar esta obra em nós.

Interceda, junto ao Espírito Santo, por nossa Paróquia, pelos cristãos que você conhece e por você

mesmo, para que a “unção de Filadélfia” seja sobre nós. Quem tiver ouvidos...

Peça ao Espírito Santo: Espírito Santo, vem dirigir o meu viver!

VII SEMANA - Laodicéia: Ap 3, 14-22

14 Ao anjo da igreja de Laodicéia, escreve: Eis o que diz o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira, o

Princípio da criação de Deus.

15 Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente!

16 Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.

17 Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito - e não sabes que és infeliz, miserável,

pobre, cego e nu.

18 Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico; roupas alvas para te

vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um colírio para ungir os olhos, de

modo que possas ver claro.

19 Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te.

20 Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua

casa e cearemos, eu com ele e ele comigo.

21 Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei

com meu Pai no seu trono.

22 Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

43º dia: “Ao anjo da igreja de Laodicéia, escreve...”

Laodicéia era mais rica das sete cidades, conhecida por seu sistema bancário, manufatura de lã,

especialmente a lã preta, e uma escola de medicina que produzia um colírio especial para os olhos e

uma pomada para os males dos ouvidos. A cidade foi destruída por um terremoto no ano 60. O

Senado Romano ofereceu ajuda para reerguê-la, mas ela recusou. Uma cidade autossuficiente

porque possuía muito ouro.

Por ficar em região vulcânica, existiam fontes de água quente que eram conduzidas por grandes

aquedutos à cidade. No entanto, por conta da distância, a água já chegava à cidade morna. Para o

banho, a água era ideal e Laodicéia era, assim, um famoso balneário, para onde acorriam pessoas de

todos os lugares, para os banhos e a medicina proporcionados na cidade.

Com tantas facilidades, a Igreja local foi assimilando algumas das características da cidade. Era uma

Igreja rica, autossuficiente e, consequentemente, morna.

Medite ainda em Tiago 2, 1-13

Peça ao Espírito Santo: Tira de mim toda autossuficiência!

44º dia: “Eis o que diz o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de

Deus.”

Jesus é o Amém, ou seja, a fidelidade permanente do Pai à Aliança que um dia Ele mesmo tomou a

iniciativa de fazer com a humanidade. “Porque todas as promessas de Deus são ‘sim’ em Jesus. Por

isso, é por Ele que nós dizemos Amém à glória de Deus” (2Cor 1, 20). Nós dizemos Amém; Jesus é o

Amém. Nele não há a diferenciação entre a palavra e o ser, pois Ele mesmo é a Palavra. Nosso

Amém só será, de fato, eficaz se se unir ao Amém de Deus e o Amém de Deus é Jesus. Portanto,

sem comunhão com o Filho não temos comunhão com o Pai. Ele é a Testemunha fiel e verdadeira

porque dá esse testemunho do amor do Pai, doando a sua própria vida. É o Princípio da criação de

Deus porque n’Ele, por Ele e para Ele todas as coisas foram criadas. Ele inaugura, desta forma, a

nova criação, redimida e sem pecado.

Quando em sua vida você diz Amém, o seu Amém se une ao Amém, que é Jesus? Fazer a Vontade

do Pai é o seu desejo mais profundo? É nisso que Jesus é o Amém.

Peça ao Espírito Santo: Que, em Jesus, minha vida seja Amém à vontade do Pai!

45º dia: “Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou

quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.”

Poucas coisas são tão ruins de tomar como água morna. Ingeri-la é nauseante. A Igreja de Laodicéia

havia se tornado uma Comunidade tíbia, morna, insípida, repugnante. Indiferentes iam dando mais e

mais espaço à preguiça, à ociosidade, à falta de compromisso com o serviço do Senhor e na busca

de uma santidade de vida. Como resultado, foi crescendo entre eles a presunção, o orgulho, a

autossuficiência.

Infelizmente, em nossos dias existem muitos cristãos apenas de nome, pois são indiferentes, não

guiam seus caminhos pelo Evangelho, não se comprometem com Deus e com a Igreja de Deus.

Outras vezes, estão na Comunidade, mas levam uma vida de busca de serviço e não no oferecimento

de serviço. Não buscam regularmente os sacramentos, não leem a Palavra, não consagram seu

Dízimo. Cristãos mornos! A imagem que o Senhor apresenta é extremamente forte: vou vomitar-te!

Imagine Jesus dizendo isso pra você. Deus nos livre te tal realidade. Mas, para que isso aconteça é

necessário viver o que Ele diz a seguir.

Peça ao Espírito Santo: Tira de mim toda tibieza!

46º dia: “Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada necessito - e não sabes que és

infeliz, miserável, pobre, cego e nu.”

Mais uma vez vem um alerta diante da tal “Teologia da prosperidade” que leva alguns cristãos a

pensar que pelo fato de terem muitas posses materiais são mais abençoados, que aqueles que pouco

ou nada têm. Aos poucos o poder que a riqueza produz foi tornando os cristãos de Laodicéia em

indolentes espirituais. Podiam comprar o que queriam na hora em que queriam. A “cidade terrena”

falava mais alto que a “cidade eterna”. Davam até uma impressão que eram tementes a Deus e que

reconheciam que Deus era a fonte do que possuíam, mas, no fundo, descansavam apenas em suas

posses. .

Não importa quanto dinheiro você tenha. Se você não tiver um relacionamento pessoal com Deus, se

não for solidário com os mais pobres e não for fiel na devolução de seu Dízimo, o dinheiro que você

tem não será uma bênção. Tenha cuidado com o lugar onde você tem colocado o seu coração. “Não

ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e

roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os

ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso

coração” (Mt 6, 19-21).

Peça ao Espírito Santo: Tudo o que sou, tudo o que sou é dádiva do Pai!

47º dia: “Aconselho-te que compres de mim ouro provado ao fogo, para ficares rico;

roupas alvas para te vestires, a fim de que não apareça a vergonha de tua nudez; e um

colírio para ungir os olhos, de modo que possas ver claro.”

Laodicéia, sendo uma Igreja rica, é exortada por Jesus a buscar o que realmente tem valor: os

verdadeiros tesouros espirituais. Como todos estavam acostumados com tecidos de altíssima

qualidade e, certamente, vestiam-se ricamente, o Senhor os aconselha a comprar estas vestes

brancas: sua justiça e santidade. Como foi dito, Laodicéia, era renomada em sua medicina,

especialmente oftálmica; daí, Jesus exortá-la a receber o colírio que faz ver claro: sua visão da

verdade (Jo 9, 39).

Responda a Jesus, diante da exortação que Ele nos faz. A autossuficiência não é um apanágio

somente dos ricos e poderosos. Todos nós corremos este risco em nossa vida de assim nos

tornarmos. Faço aqui minha oração, que pode ser sua, também: Amado Jesus, que ilusão de minha

parte achar que sou alguma coisa. Eu não sou nada por mim mesmo e sendo muito, tudo o que sou

e tenho é fruto de tua bondade. Ajuda-me a perceber qual é o verdadeiro “ouro” em minha vida, a

priorizar o tempo e os recursos que me deste e que eu saiba que tudo passa, só o Senhor

permanece. Reveste-me das roupas alvas de tua justiça, Senhor, porque estou nu em meu pecado.

Unge meus olhos para que eu veja claro quem eu sou e porque estou aqui. Dá-me, assim,

discernimento sobre o que há em mim e o que me rodeia. Que eu veja claro, pela ação do Espírito

Santo. Amém.

Peça ao Espírito Santo: Quero ver, Espírito Santo!

48º dia: “Ao vencedor concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci

e me assentei com meu Pai no seu trono. Eu repreendo e castigo aqueles que amo.

Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a

minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele

comigo.”

Se autoconfiança fosse um padrão estabelecido por Deus, a Igreja de Laodicéia seria proeminente.

Sua autoconfiança era imensa, mas sua falta de fervor tinha deixado o Senhor do lado de fora,

batendo na porta para entrar em sua própria igreja. Arrogância e prosperidade material

frequentemente produzem cristãos complacentes. Exortada a comprar ouro provado ao fogo, roupas

alvas para vestir a nudez e um colírio para ver claro, aquela Igreja precisava abrir a porta para que

seu Senhor pudesse entrar.

Preste bastante atenção à sua vida: se você tem se tornado distante da Igreja, se já não lê a

Palavra, se orar lhe parece enfadonho, se tem apenas palavras de crítica à Igreja, se se preocupa

demasiadamente com seu bem-estar, CUIDADO! Você pode estar deixando Jesus de fora de sua

vida. Ele bate suavemente à porta. Abra, sem medo, sem resistência. Ele não só vai assentar-se à

sua mesa, mas vai fazê-lo assentar-se à mesa do Pai, no seu trono. Que maravilhosa promessa!

Peça ao Espírito Santo: Quero abrir completamente minha vida a Ti!

49º dia: “Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

O pior perigo na vida do servo é a mornidão. Quem não conhece Jesus está frio. Mas o servo pode

estar morno e ser vomitado. É hora de pedir ao Espírito Santo um novo Batismo de poder. É preciso

que as águas em seu interior se coloquem em movimento. É hora de perceber onde estão os apegos

que emperram a vida de consagração do servo e seu crescimento na obra. É tempo de servir a Deus

e não servir-se de Deus. É necessário ter discernimento sobre o que realmente importa – os

verdadeiros valores – e o que precisa ficar para trás ou, até mesmo, ser jogado fora. É tempo de sair

do auto engano, onde o servo já se acha pronto, justo, bom e crescer no verdadeiro sentido da

sabedoria que ilumina a vida. Sentimentos novos, atitudes novas, na dignidade de seres humanos e

filhos de Deus.

O Espírito Santo fala à Igreja de hoje. E a Igreja não é o Papa, os bispos, os padres, ou outros; a

Igreja sou eu. O Espírito quer falar a mim hoje. E como encontrou meus ouvidos nestes cinquenta

dias? Fui deixando que Ele falasse a mim? Quero, de fato, um Novo Pentecostes em minha vida?

Peça ao Espírito Santo: Batiza-me, Espírito Santo!

50º dia: PENTECOSTES > “Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no

mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso,

e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de

línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios

do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes

concedia que falassem.” (At 2, 1-4)

Espírito Santo de Deus, quero ser conduzido ao Cenáculo. Quero aprender a viver a partir da

dádiva do Cenáculo. Quero sentar-me à mesa com Jesus e partilhar de seu divino pão. Quero e

preciso de uma vida nova, de um novo alento em meus dias. Quero e preciso de um novo impulso

em minha fé, de um novo ardor em minha esperança, de um novo derramamento em minha

caridade. Quero e preciso da intimidade que descansa e confia. Quero e preciso da intimidade que é

acolhida e comunicada. Quero mais do teu poder; não do poder prepotente e orgulhoso, mas do

poder de amar e, pelo amor, espalhar a divina chama que sara as feridas, liberta o que está cativo,

dá sentido ao viver.

Espírito Santo, oro neste dia aqui – desde o altar do meu coração – onde crepita, mesmo que

ainda fragilmente, a brasa de meu amor. Oro por mim, mas oro também por toda a Igreja que

precisa ser reinflamada nesse mesmo amor. Que não nos tornemos indiferentes ao teu sopro e à tua

voz. Que a Igreja seja renovada em sua Aliança com nosso Mestre e Senhor Jesus. Oro por todos

que precisam de um novo sentido em suas vidas; por aqueles que estão fracos e perdidos, cansados

e oprimidos, prostrados e derrotados. Com teu hálito de vida, visita a cada um, reanima, fortalece,

coloca de pé!

Abro-me à graça deste Pentecostes. Batiza-me, inunda-me, encharca-me em tua presença.

Tira o que é velho – o que já caduca há muito tempo – e que me faz entrar na mesmice, que não

cria nem supera nem se eleva.

Faz, enfim, o que queres fazer em mim; o que sabes que eu preciso que aconteça em mim.

Apenas isto. Dou-te liberdade. Aqui estou. Rendo-me. SOU!

Amém.