n.º 2/3 | 2010 | trimestralos claros olhos vertiginosos da morte, dizem-se as verdades: as...

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n.º 2/3 | 2010 | trimestral Protecção de segurança e saúde dos trabalhadores susceptíveis de serem expostos a riscos derivados de atmosferas explosivas (II Parte) Os Mistérios do Universo Expropriações por Utilidade Pública Projecto de Expropriações ( I Parte) A Memória Explicativa do Plano de Urbanização de Sintra de 1949, de Etienne De Gröer Nota Técnica Dimensionamento de uma Rede de Incêndio Armada

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n.º 2/3 | 2010 | trimestral

Protecção de segurança e saúde dos trabalhadores susceptíveis de serem expostos a riscos derivados de atmosferas explosivas (II Parte)

Os Mistérios do Universo

Expropriações por Utilidade Pública Projecto de Expropriações ( I Parte)

A Memória Explicativa do Plano de Urbanização de Sintra de 1949, de Etienne De Gröer

Nota Técnica Dimensionamento de uma Rede de Incêndio Armada

Quando já nada se espera de pessoalmente exaltante, Mas se palpita e se continua para cá da consciência, Ferozmente existindo, cegamente afirmando, Como um pulso que lateja nas trevas,

Quando se olham de frente Os claros olhos vertiginosos da morte, Dizem-se as verdades: As bárbaras, terríveis, amorosas crueldades.

Dizem-se os poemas Que diatam os pulmões de quantos, asfixiados, Pedem ser, pedem ritmo, Pedem lei para o que sentem excessivo.

Com a velocidade do instinto, Com o raio do prodígio, Como mágica evidência, converte-se o real No idêntico a si mesmo.

poesia para o pobre, poesia necessária Como o pão de cada dia, Como o ar que exigimos trezes vezes por minuto, Para ser e enquanto somos dizer um sim que glorifica.

Porque vivemos de vez em quando, porque mal nos deixam Dizer que somos quem somos, Nossos cantos não podem sem pecado ser um ornamento. Estamos a tocar o fundo.

Maldigo a poesia concebida como um luxo Cultural pelos neutrais Que lavando as mãos, se desinteressam e evadem. Maldigo a poesia de quem não toma partido até manchar-se.

Faço minhas as faltas. Sinto em mim quantos sofrem E canto ao respirar. Canto, canto, e a cantar para além de minhas mágoas Pessoais, fico maior.

Quisera dar-vos vida, provocar novos actos, E cálculo por isso com técnica, que venço. Sinto-me um engenheiro do verso e um operário Que com outros trabalha [...].

Assim é a minha poesia: poesia - ferramenta E ao mesmo tempo pulsação do unânime e cego. Assim é, arma carregada de futuro expansivo Com que aponto ao peito.

Não é uma poesia gota a gota pensada. Nem um belo produto. Nem um fruto perfeito. É algo como o ar que todos respiramos E é o canto que difunde o que dentro levamos.

São palavras que todos repetimos sentindo Como nossas, e voam. São mais que o que elas dizem.

São o mais necessário: o que possui um nome. São no céu, e, na terra, são actos. de Cantos Iberos, 1955.

Gabriel Celaya poeta e engenheiro

( Gipuzkoa 1911 – Madrid – 1991 )

A POESIA É UMA ARMA CARREGADA DE FUTURO

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ficha técnica | sumário

engenho | n.º 2/3 | 2010 | trimestral

Editor e Proprietário Sindicato Nacional dos Engenheiros

Rua Jardim do Regedor, 37 - 2º Telefone 213 240 800 / 213 428 860

Fax: 213 240 806email : [email protected]

Director António Marques

[email protected]

Subdirectora Isabel Almeida

Administração, Redacção e Publicidade

Angelina Santos

Rua Jardim do Regedor, 37 - 2º Telefone 213 240 800 / 213 428 860

Fax: 213 240 [email protected]

ColaboradoresRui Cardoso, Inês Alves, Jorge Ramos,

José Gomes, José Delgado, Sérgio Correia, António Marques, Luis Cabaça

GrafismosJosé António Correia

Paginaçãopré&press

Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas SA

Rua Consiglieri Pedroso, N.º 90 Casal de Sta. Leopoldina

2745 - 553 Barcarena

Publicação Trimestral

Depósito Legal: 15644/87

Instituto da Comunicação Social Nº 109698

Tiragem 7 000 exemplares

Preço 2,50 Euros

Venda por assinatura anualPortugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9,00 EurosEuropa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12,50 EurosOutros Países . . . . . . . . . . . . . . . . .17,50 Euros

Distribuição gratuita aos sócios do SNE, Sindicato Nacional dos Engenheiros e a entidades públicas e privadas nacionais e estrangeiras

nº 2-3/2010/Abril/Setembro - Desde 1946

S u m á r i o2 A poesia é uma arma

carregada de futuro Gabriel Celaya

5 Editorial

7 Protecção Protecção de segurança e saúde dos trabalhadores susceptíveis de serem expostos a riscos derivados de atmosferas explosivas (II parte)

12 Os Mistérios do Universo

19 Expropriações por Utilidade Pública Projecto de Expropriações (1 parte)

37 A Memória Explicativa do Plano de Urbanização de Sintra de 1949, de Etienne de Gröer

42 Nota Técnica Dimensionamento de uma Rede de Incêndio Armada

47 Legislação

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publicidade

António Marques *

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editorial

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Vivemos numa época de mudanças e incertezas, um tempo gerador de desequilíbrios a todos níveis originando profundas inquietações.

A palavra, pouco vale e o que se apresentava ontem como uma verdade, hoje já o não é, e amanhã, muito menos o será. São estas incertezas que transformam verdades em mentiras ou, pelo menos, transformam o que na realidade eram verdades assumidas por todos e até alicerçadas em factos, em palavras desvirtuadas e sem qualquer valor ou significado.

Como qualquer época de mudança existem avanços e recuos, abre caminho o que é novo, enquanto o que se torna velho e obsoleto, regride e desaparece. Todo este movimento de suplantação do novo pelo velho, realiza-se numa primeira fase de modo gradual, verificando-se, no entanto, ao longo do passado século, que também existem fases com saltos abrup-tos, criando profundas crises sociais

Ciclos que se repetem ao longo da existência e da evolução humana, fruto da evolução do pensamento e do saber, quando as condições existentes e características de uma determinada época se começam a alterar.

Nós, portugueses, durante o século XV, fomos igualmente factor determinante de alteração e progresso, quando alargamos o conhecimento, estabelecemos novas relações comerciais e de poder. Patrocinamos com a nossa abnegação, determinação e empenho, um avanço na civilização europeia, levando-nos a uma globalização até a altura desconhecida. Alteramos o Mundo e os contornos do seu mapa, desfizemos mitos, criamos novos para-digmas. Tinha-mos uma ideia, um programa e tecnologicamente éramos uma nação avançada. Um programa de investigação, uma metodologia, uma governação apostada no progresso. É um património genético que não podemos perder.

Estes ciclos de evolução têm vindo a caracterizar-se pela sua rapidez, tornando o processo de evolução-recessão cada vez mais próximos. Disto é prova a Revolução Industrial ocorrida ao longo de todo o século XVIII e XIX e a crise na passagem para o século XX. O “crash financeiro de 1929” que criou cerca de 12 milhões de desempregados tendo a miséria atin-gido as cidades e os campos americanos. A depressão mundia-lizou-se nos anos 30 devido à drástica redução das importa-

ções americanas quer da Europa, quer dos países e colónias europeias da África e Ásia, quer da América Latina, quer ainda pela retirada dos capitais norte-americanos de bancos e das empresas que tinham por todo o mundo.

O choque petrolífero dos anos 70 originou uma desregulação sem precedentes do sistema monetário internacional, foi outro fechar de um ciclo e a abertura de outro criando novas oportunidades.

Como técnicos e como cidadãos observamos que o actual paradigma de sociedade moderna entrou em colapso, tecnolo-gias ultrapassadas mas, ainda não substituídas, fontes de energia convencionais a caminho do esgotamento e a preços proibitivos, e ainda não substituídas por outras alternativas.Um caminho de progresso que aponta para a destruição de recursos naturais que, cada vez mais, ninguém deseja seguir. É a altura das mudanças e das novas oportunidades. As crises têm fim com inovação. Inovação no pensamento, nas tecnolo-gias, na cultura, enfim em todos os segmentos do desenvolvi-mento das sociedades humanas e esta não vai ser diferente.

Porém, lamentável, e pese embora o grau de evolução das socie-dades humanas, todas estas convulsões, criam uma imprevisível instabilidade social. Para lá das palavras, continuamos muito longe da aplicação dos princípios humanistas e de solidariedade que deviam orientar a governação. É aqui que, o papel do Estado, como garante estrutural da sociedade, deverá assumir um papel fundamental de modo a que, a degradação e a desa-gregação social não se tornem incontroladas.

Quanto a nós, quadros técnicos quer do sector público, quer do sector privado, não nos resignaremos e não baixaremos os braços. Havemos de encontrar a melhor forma de, com o nosso empenhamento, com a nossa capacidade de inovação, com o nosso saber, contribuir para que, como no passado, “ o mundo pule e avance”.

* António Marques, director da engenho

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Casa do EngenhoAssociação Solidária e Social

protecção

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6. Classificação das áreas perigosas em zonas

É considerada área perigosa uma área na qual se pode formar uma atmosfera explosiva em quantidades tais que tornam necessária a adopção de medidas de protecção dos trabalha-dores contra os riscos de explosão. Uma atmosfera explosiva presente em tais quantidades é denominada atmosfera explo-siva perigosa. A fim de determinar a extensão das medidas de protecção, as áreas perigosas subsistentes devem ser classificadas em zonas, em função da probabilidade de formação de atmosferas explosivas perigosas.Zona 0: Área onde existe permanentemente, duran-te longos períodos de tempo, ou frequentemente, uma atmosfera explosiva constituída por uma mistu-ra com o ar de substâncias inflamáveis, sob a forma de gás, vapor ou névoa.Zona 1: Área onde é provável, em condições nor-mais de funcionamento, a formação ocasional de uma atmosfera explosiva constituída por uma mistura com o ar de substâncias inflamáveis, sob a forma de gás, vapor ou névoa.Zona 2: Área onde não é provável, em condições normais de funcionamento, a formação de uma atmosfera explosiva constituída por uma mistura com o ar de substâncias infla-máveis sob a forma de gás, vapor ou névoa, ou onde, caso se verifique, essa formação seja de curta duração.Zona 20: Área onde está presente no ar permanentemente, durante longos períodos, ou frequentemente, uma atmos-fera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira com-bustível.Zona 21: Área onde é provável, em condições normais de

funcionamento, a formação ocasional no ar de uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira combustível.Zona 22: Área onde não é provável, em condições normais de funcionamento, a formação no ar de uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira combustí-vel ou onde, caso se verifique, essa formação seja de curta duração.

O quadro é aplicável a todos os tipos de fontes de ignição.

(*) Nas Zonas 20, 21 e 22 é igualmente necessário ter em conta a possi-

bilidade de ignição de poeiras depositadas.

7. Tipos de fontes de igniçãoA norma europeia EN 1127-1 distingue treze tipos de fontes de ignição:

• S uperfícies quentes• Chamas e gases quentes• Faíscas geradas mecanicamente

Rui Cardoso *

Protecção da segurança e saúde dos trabalhadores susceptíveis de serem expostos a riscos derivados de atmosferas explosivas

(II parte)

Envergadura das medidas de protecção em função da classificação em zonas

Classificação em zonas

Deve evitar-se de forma segura a presença de fontes ignição (*) nos seguintes casos:

0 ou 20• condições normais de funcionamento• perturbações de funcionamento precisíveis e• perturbações de funcionamento raras

1 ou 21• condições normais de funcionamento• perturbações de funcionamento previsíveis

2 ou 22 • condições normais de funcionamento

Parque de Armazenamento de Combustíveis

Parque de Armazenamento de Combustíveis

Parque de Combustíveis

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protecção

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• Instalações eléctricas• Correntes eléctricas• Electricidade estática• Raios• Campos electromagnéticos • Radiação electromagnética • Radiação ionizante• Ultra-sons• Ondas de choque, fluxo de gases• Reacções químicas

8. Medidas organizacionais de protecção contra explosões

Se existirem riscos potenciais de explosão num local de traba-lho, a organização do trabalho deverá igualmente obedecer a exigências específicas. Devem ser tomadas medidas organizacio-nais sempre que as medidas técnicas não sejam suficientes para garantir e manter a protecção contra explosões no local de tra-balho. Na prática, também é possível garantir a segurança combinando medidas técnicas com medidas organizacionais.As medidas organizacionais permitem configurar os processos de trabalho de modo a impedir que os trabalhadores sejam afectados pelos efeitos de uma explosão. Importa igualmente adoptar medidas organizacionais para a inspecção, manuten-ção e reparação dos sistemas de protecção contra explosões, a fim de garantir a sua eficácia. As medidas organizacionais devem também ter em conta as possíveis interacções entre as medidas de protecção contra explosões e os processos de trabalho. Estas medidas combinadas de protecção contra explosões devem assegurar que os trabalhadores possam exe-cutar as tarefas que lhes são atribuídas sem pôr em perigo a sua saúde e segurança ou a saúde e segurança de terceiros.

Devem ser postas em prática as seguintes medidas organiza-cionais de protecção contra explosões:• Elaboração de instruções de trabalho escritas, quando o

documento de protecção contra explosões o exija;

• Formação dos trabalhadores em matéria de protecção contra explosões;

• Garantia de que os trabalhadores possuem qualificações suficientes;

• Aplicação de um sistema de autorização de trabalho para tarefas perigosas, quando o documento de protecção contra explosões o exija;• Realização de trabalhos de manutenção,• Inspecção e supervisão,

• Quando necessário, sinalização das áreas perigosas.

As medidas organizacionais tomadas devem ser registadas no documento de protecção contra explosões.

Instruções de trabalhoAs instruções de trabalho são prescrições e regras de conduta vinculativas, relacionadas com as actividades, estabelecidas por escrito pelos empregadores e dirigidas aos trabalhadores. Descrevem os riscos para as pessoas e para o ambiente exis-tentes no local de trabalho e indicam as medidas de protecção tomadas ou a cumprir.As instruções de trabalho são redigidas pelo empregador ou por uma pessoa qualificada por ele designada. Os trabalhado-res devem respeitar estas instruções, que são aplicáveis a um local de trabalho ou uma parte da empresa específicos. As instruções relativas a locais de trabalho onde existem riscos de atmosferas explosivas devem indicar, em especial, os riscos de explosão existentes e os locais onde se situam, os equipamen-tos móveis que podem ser utilizados e o equipamento de protecção individual especial eventualmente necessário.As instruções de trabalho devem ser formuladas para que todos os trabalhadores compreendam o seu conteúdo e as possam aplicar. Se a empresa empregar trabalhadores que não dominam suficientemente a língua do país, as instruções devem ser redigidas numa língua que possam compreender.As instruções relativas a uma actividade que descrevem riscos diferentes ou são elaboradas com base em disposições jurídi-

Atmosfera Potencialmente Explosiva

Detector de Gases

Esfera de Armazenamento

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protecção

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cas diferentes podem ser reunidas num único con-junto de instruções. Isto permite assegurar uma abordagem global dos perigos.É aconselhável assegurar uma apresentação uniforme das ins-truções de trabalho numa mesma empresa, a fim de tirar partido do efeito de reconhecimento.

Os empregadores devem proporcionar aos trabalhadores for-mação adequada sobre os riscos de explosão existentes no local de trabalho e as medidas de protecção tomadas. No quadro desta formação, deve explicar-se como surge o risco de explosão e em que áreas do local de trabalho existe.As medidas de protecção contra explosões adoptadas devem ser apresentadas e o seu funcionamento explicado. Deve igual-mente explicar-se como manusear correctamente o equipa-mento de trabalho existente. Os trabalhadores devem ser informados sobre a forma de trabalhar com segurança em áreas perigosas ou nas suas imediações, o que pressupõe também explicar o significado da sinalização das áreas perigosas eventu-almente existente e indicar o equipamento móvel que pode ser utilizado nessas áreas (ver capítulo 3.5.1). Deve igualmente ser indicado o equipamento de protecção individual a utilizar no trabalho. Além disso, a formação deve fazer referência às instruções de trabalho existentes.

A formação dos trabalhadores deve efectuar-se com uma periodicidade adequada, por exemplo uma vez por ano. Depois de concluída a formação, poderá ser útil examinar o nível dos conhecimentos adquiridos.A obrigação de formação é igualmente aplicável aos trabalhado-res de empresas externas. A formação deve ficar a cargo de pessoas competentes. Deve ser mantido um registo escrito da data, conteúdo e participantes das acções de formação.Sistema de autorização para a execução de certos trabalhosSe numa área perigosa ou nas suas imediações forem realizados

trabalhos susceptíveis de provocar uma explosão, esses tra-balhos devem ser autorizados pela pessoa responsável da

empresa. Isto também se aplica aos processos de trabalho que possam comportar riscos por interacção com outras opera-ções. Nestes casos é aconselhável aplicar um sistema de “autori-zação de trabalho”, por exemplo mediante um formulário de autorização que todos os intervenientes devem receber e assinar.

O formulário de autorização de trabalho deve conter, no mínimo, as seguintes Informações:

1. Local exacto da empresa em que os trabalhos serão realiza-dos,

2. Indicação clara do trabalho a efectuar,3. Indicação dos riscos,4. Precauções necessárias (a pessoa encarregada dessas precau-

ções deve assinar para confirmar que elas foram tomadas).5. Equipamento de protecção individual necessário,6. Início e conclusão previsível dos trabalhos,7. Aceitação, para confirmação de compreensão,8. Procedimento em caso de prolongamento/ mudança de

turno,9. Devolução, instalação pronta para teste e colocação em

serviço,10. cancelamento, instalação testada e colocada de novo em

serviço,11. comunicação de qualquer anomalia detectada durante o

trabalho.Após a conclusão dos trabalhos, deve verificar-se se as condições de segurança da instalação se mantêm ou foram restabelecidas. Todos os participantes devem ser informados da conclusão dos trabalhos.

Realização de trabalhos de manutençãoA manutenção compreende a reparação, revisão e inspecção. Antes do início dos trabalhos de manutenção é necessário

Plataforma Petrolífera

informar todos os intervenientes e os trabalhos devem ser autorizados, de preferência através de um sistema de autoriza-ção de trabalho. A manutenção só pode ser levada a cabo por pessoas competentes.A experiência tem demonstrado que o risco de acidentes é mais elevado durante os trabalhos de manutenção. Tendo isto em conta, importa assegurar que sejam tomadas todas as medidas de protec-ção necessárias antes, durante e após a realização dos trabalhos.Durante a manutenção deve, se possível, proceder-se ao isola-mento mecânico e/ou eléctrico dos aparelhos ou partes de instalações que possam provocar uma explosão no caso de serem postos em funcionamento involuntariamente durante estes trabalhos. A título de exemplo, se forem realizadas ope-rações com chama aberta num recipiente, todas as tubagens susceptíveis de libertar uma atmosfera explosiva perigosa, ou que estejam ligadas a outros recipientes onde possam existir atmosferas desse tipo, devem ser separadas do recipiente e fechadas com flanges cegas ou dispositivos comparáveis.Quando são realizados trabalhos de manutenção com risco de ignição em áreas perigosas, deve garantir-se que não possam ocorrer atmosferas explosivas perigosas. Esta condição deve ser assegurada durante todo o período de realização dos tra-balhos de manutenção e, se necessário, durante um certo período de tempo após a sua conclusão (por exemplo no caso de processos de arrefecimento).No caso de trabalhos susceptíveis de provocar projecções de faíscas (p. ex.: soldadura, corte térmico, polimento), devem ser utilizados anteparos adequados.Os sistemas de ventilação destinados a prevenir atmosferas explosivas perigosas e os respectivos dispositivos de controlo devem ser verificados por uma pessoa competente antes da primeira entrada em serviço, para comprovar que cumprem os objectivos pretendidos. Devem também ser inspeccionados a intervalos regulares. Os sistemas de ventilação com dispositi-vos reguláveis (p. ex. válvulas borboleta, chapas deflectoras, ventiladores de velocidade variável), devem ser verificados sempre que se proceder a um reajustamento. É aconselhável

bloquear esses dispositivos contra uma desregulação involun-tária. Nas instalações de ventilação automáticas, a inspecção deve abranger toda a gama de regulação.

Sinalização das áreas perigosasOnde for necessário, o empregador deve, nos termos da Directiva 1999/92/CE, assinalar as áreas onde possam formar-se atmosfe-ras explosivas perigosas em concentrações susceptíveis de constituir um risco para a segurança e a saúde dos trabalhadores, nos res-pectivos locais de acesso, com o seguinte sinal de aviso:

Sinal de aviso destinado a assinalar as áreas perigosasEsta marcação é necessária, designadamente, nos locais ou áreas onde possam ocorrer atmosferas explosivas perigosas (locais fechados ou recintos vedados destinados à armazenagem de líquidos infla-máveis, por exemplo). Em contrapartida, não se justifica sinalizar secções das instalações que estejam inteiramente protegidas por medidas de concepção. Se apenas uma parte e não a totalidade do local constituir uma área perigosa, esta área pode ser sinalizada com tracejado amarelo e negro, por exemplo no solo.

Obrigação de coordenaçãoSempre que pessoas ou equipas de trabalho independentes entre si realizam actividades simultaneamente e na vizinhança umas das outras, podem, por inadvertência, pôr mutuamente em risco a sua segurança. Isso deve-se principalmente ao facto de que os trabalhadores se concentram nas suas próprias tare-fas e, na maior parte dos casos, não estão suficientemente informados sobre o início, o tipo ou a extensão dos trabalhos realizados por outras pessoas na proximidade.

Consequências habituais de uma má coordenação entre o pessoal interno e o pessoal das empresas externas, susceptível de dar origem a riscos de explosão:1. A empresa externa não tem conhecimento dos riscos existentes na

empresa contratante, nem das implicações desses riscos para o seu próprio trabalho.

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protecção

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Transporte de Combustíveis por Pipelines

Exemplo de anteparo para trabalhos com projecção de faíscas

2 Os sectores afectados da empresa contratante muitas vezes não têm conhecimento da presença de pessoal de empresas externas, nem dos riscos que a actividade dessas pessoas poderão causar.

3. Não são fornecidas informações ao pessoal dirigente da empresa contratante sobre a atitude a tomar (tanto pelos próprios como pelo seu pessoal) em relação aos trabalhadores da empresa externa.

A principal tarefa do empregador ou, se for o caso, do seu coor-denador consiste em organizar as actividades das diversas equipas de trabalho, independentemente da empresa a que pertencem, a fim de detectar eventuais riscos mútuos e tomar as medidas neces-sárias. O coordenador deve, por isso, ser informado atempada-mente dos trabalhos previstos.

Tanto os trabalhadores internos como os subcontratados, bem como todas as outras pessoas que realizem actividades na empresa, devem fornecer atempadamente ao empregador ou ao coordenador por este designado as seguintes informações:• Trabalhos a realizar,• Início previsto dos trabalhos,• Conclusão dos trabalhos prevista,• Local de execução dos trabalhos,• Trabalhadores intervenientes,• Método de trabalho previsto e medidas e procedimentos para

a aplicação do documento de protecção contra explosões,• Nome do responsável (ou responsáveis).

As tarefas do empregador ou do coordenador incluem, em particular, a realização de inspecções no local de trabalho e de reuniões de coordenação, bem como a planificação, o controlo e a eventual revisão da planificação dos processos de trabalho em caso de perturbações de funcionamento.

Requisitos da Directiva 1999/92/CENo quadro das obrigações que lhe incumbem nos termos do artigo 4.º da Directiva 1999/92/CE, o empregador deve assegurar que seja elaborado e mantido actualizado um docu-mento sobre a protecção contra explosões.

Esse documento deve, no mínimo, especificar:• Que os riscos de explosão foram determinados e avaliados,

• Que serão tomadas medidas adequadas para atingir os objectivos da directiva,

• As áreas que foram classificadas em zonas,• As áreas a que se aplicam os requisitos mínimos constantes

do anexo II da Directiva,• Que os locais de trabalho e os equipamentos, incluindo os

sistemas de alarme, são concebidos, utilizados e mantidos de forma segura, que, nos termos da Directiva 89/655/CEE, foram tomadas medidas para que a utilização dos equipamentos de trabalho seja segura.

O documento sobre a protecção contra explosões deve ser elaborado antes do início do trabalho e revisto sempre que se efectuem modificações, ampliações ou transformações impor-tantes no local de trabalho, nos equipamentos, ou na organi-zação do trabalho.Medidas organizacionais

As medidas organizacionais devem também ser descritas no docu-mento de protecção contra explosões.

O documento deverá indicar, em especial:• As instruções de trabalho elaboradas para um determinado

local de trabalho ou actividade,• As disposições tomadas para assegurar a qualificação dos

trabalhadores,• O conteúdo e a frequência da formação (e os participantes),• As eventuais regras em matéria de utilização de equipamen-

tos móveis nas áreas perigosas,• As disposições tomadas para assegurar que os trabalhadores

utilizem unicamente vestuário de protecção adequado,• Se existe um sistema de autorização de trabalho e, sendo esse

o caso, como está organizado,• De que modo estão organizados os trabalhos de manuten-

ção, inspecção e controlo,• Como estão sinalizadas as áreas perigosas.

Se estiverem disponíveis formulários relacionados com estes pontos, podem ser anexados como modelo ao documento de protecção contra explosões. Deveria também ser anexada uma lista do equipamento móvel autorizado nas áreas perigosas. O grau de pormenor deve depender do tipo e da escala da operação e do nível dos riscos.

*Director de ProjectoCoordenador de Segurança

PL – Planeamento e Gestão de Projectos, Lda

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protecção

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Explosão em Refinaria

Os Mistérios do UniversoA atracção da matériaJorge Ricardo Faleiro Ramos *

GENERALIDADESA formação do Universo começou com a criação simultânea do Espaço e do Tempo.O Espaço do Universo é infinito em todas as direcções que se possam considerar, isto é, um Espaço infinitamente isotrópico.O Espaço é imaterial, e por este motivo não pode ser deformado e não existe a possibilidade de ser expandido, comprimido ou distorcido, pois não é flexível.O Espaço, sendo imaterial, não pode reflectir a luz, só a transmite.Os fenómenos e transformações sucederam-se desde o início da contagem do chamado Tempo.Podemos considerar que a dimensão do Espaço, com todos os seus constituintes, é igual ao Tempo, ou seja:O ESPAÇO É TEMPO E O TEMPO É ESPAÇOO Espaço e o Tempo evoluem em conjunto, pois são indivisíveis.Como o Espaço não pode ser modificado, aumentado ou diminuído, o Tempo acompanha todos os fenómenos do Universo, sem qualquer possibilidade de contracção ou expansão.Podemos considerar também que o Tempo é uma das dimensões do Espaço.A capacidade duma força auto-geradora existente no Universo, vai provocar uma série de fenóme-nos, que conjugados, vão dar origem ao Universo actualmente existente.Sendo essa força potencialmente auto-produtiva, vai, ao longo do Tempo, e duma maneira aleató-ria, preencher o Espaço com uma energia a que os cientistas denominaram Energia Sombra e que ocupa cerca de 70 % do Espaço.Pensamos que a Energia Sombra é formada por Quantas da Energia do Vácuo, que são microscó-picos grãos de energia, sem qualquer ligação entre

eles, possuindo uma pulsação ondulatória, e que só em função duma excitação que lhes seja aplica-da é que entram em movimento, transmitindo esotericamente a energia que possuem, servindo de suporte ao transporte e transmissão de qual-quer tipo de emissão (radiações energéticas e radiações de matéria).A materialização dos Quantas da Energia do Vácuo deu origem à formação dos corpúsculos que constituem a chamada Matéria Negra, que ocupa cerca de 26% do Espaço. A Matéria Negra, invisível aos telescópios, será constituída por partículas elementares tão micros-cópicas que nem conseguem reflectir a luz emiti-da pelas estrelas, mas que no entanto exerce a sua acção de gravidade por toda a matéria, em virtude de possuírem massa.A Matéria Negra deverá ser formada por Neutrinos, que são a materialização primária da energia do vácuo, ou seja, dos Quantas da Energia do Vácuo.Os cientistas constataram que os Neutrinos pos-suem massa, embora milhares de vezes menor que a massa do electrão.Quando ocorre desintegração de matéria há sem-pre libertação de neutrinos, em virtude da maté-ria negra constituir parte integrante da matéria dita normal.Até à data já foram detectados 3 tipos de neutri-nos, cada um deles, associado a um lepton parti-cular:- Neutrino do electrão – descoberto em 1956 - Neutrino do muão – descoberto em 1962- Neutrino do tau – descoberto em 1977

É natural que, inicialmente, tenham sido materia-lizadas partículas de menor massa que os neutri-nos, a que os cientistas denominam WIMPs, (Weakly Interactive Massive Particles, ou

mistérios do universo

engenho | n.º 2/3 | 2010 | trimestral12

Partículas Maciças de Interacção Fraca) mas con-sideramos que eles são mini-neutrinos.A 17 de Dezembro de 2009, nas duas conferen-cias realizadas simultaneamente na Universidade de Stanford (Palo Alto) e no Formilab, em Chicago, foi anunciado, que em resultado das experiências CDMS (Cryogenic Dark Matter Search) a provável detecção de 2 particulas WIMPs (Weakly Interactive Massive Particles ou Partículas Maciças de Interacção Fraca).A continua materialização da energia no Espaço, devido à permanente flutuação dos Quantas da Energia do Vácuo, vai dar origem à constituição de enormes bolhas, formadas por Neutrinos, com dimensões de biliões de anos-luz de diâme-tro, disseminadas por todo o Espaço.Em virtude dos Neutrinos possuírem massa, a força de atracção da matéria, vai, pela primeira vez no Universo, exercer a sua acção, provocando a concentração dos Neutrinos constituintes das bolhas.Por sua vez, a concentração dos Neutrinos das bolhas vai dar origem à formação, por todo o Espaço, de enormes Buracos Negros, possuindo um intenso campo gravitacional.Os Buracos Negros são as primeiras aglomera-ções de matéria surgida no Universo, e que foram formadas muito antes da criação das Galáxias.Os Buracos Negros emitem uma certa radiação térmica, perdendo assim parte da sua massa.Em volta dos Buracos Negros surgem discos for-mados por poeiras e gás, animados dum movi-mento de rotação, gerando ventos e gás intereste-lar, que irão estruturar as formas e dar origem à formação das Galáxias.Todas as Galáxias albergam no seu centro os res-pectivos Buracos Negros que lhes deram origem, indo as suas dimensões diminuindo com a passa-gem do tempo, em função do numero de estrelas que a Galáxia vai adquirindo.Dentro de cada Galáxia, o Buraco Negro que lhe deu origem, passa a emitir uma radiação de gás e massa, que sob a acção dos Quantas da Energia do Vácuo, constituintes da Energia Sombra, vai provocar a aglutinação dos Neutrinos, que for-mam a Matéria Negra, provocando a formação dos diversos corpúsculos que constituem a

Matéria Visível, ou Matéria Dita Normal, que só ocupa, pouco mais do que cerca de 4 % do espa-ço do Universo.

A FORÇA DA ATRACÇÃO DA MATERIAA Força de Atracção da Matéria, exerce a sua acção, quer a nível microscópico (Força Quântica), quer a nível macroscópico, ( Força Gravítica ).Em 1950, os físicos Freeman Dyson e Richard Feynman desdobraram esta força em quatro tipos, a saber :- Força de Interacção Forte, ou Força Nuclear.Esta é a mais forte das quatro forças, pois liga os protões, neutrões e electrões dos átomos, mas está limitada aos sistemas microscópicos, ou seja, aos núcleos atómicos.- Força Electromagnética.A sua intensidade é da ordem de 10 -2 da Força Nuclear, e é a força dominante em sistemas microscópicos, tais como, átomos e moléculas.- Força de Interacção Fraca.A sua intensidade é apenas 10 -14 da Força Nuclear e desempenha um papel na interacção que envolve partículas radioactivas.- Força Gravitacional.Esta é a força mais fraca, porém é a força domi-nante em sistemas macroscópicos, tal como o Sistema solar, regendo assim todos os objectos celestes.- A Força de Atracção da Matéria, na sua forma

de Força Nuclear, acompanhou o desenvolvi-mento da formação do Universo, com a primei-ra materialização da energia, que deu origem à

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formação da Matéria Negra, ou seja, dos Neutrinos, e a posterior formação das diversas partículas e a respectiva constituição dos núcle-os atómicos.

- A Força Electromagnética, criada pela rotação da matéria, resultante da acção da Força de Atracção da Matéria, deu origem à criação dos átomos e moléculas.

- A Força de Interacção Fraca é uma forma de actuação da Força de Atracção da Matéria liga-da ao processo da radioactividade.

- Finalmente, a Força Gravitacional passou a reger os movimentos de todos os objectos celes-tes, após a criação das Galáxias e respectivas estrelas e planetas.

A ANTI- MATERIA A partir de 1930, os cientistas começaram a ante-ver a existência de outro tipo de partículas, as antipartículas, dificilmente observáveis.Partícula e antipartícula só diferem no sinal das suas cargas eléctricas, que são de sinal contrário, em virtude do seu pólo magnético ter mudado, resultante da inversão da rotação das partículas.A sua existência foi rapidamente estabelecida, pelas experiencias realizadas nos aceleradores de partículas e foi então elaborada uma lista de anti-partículas, tais como, anti-electrão, anti-protão, anti-neutrão e também anti-mesão.Em 1956, a lista das antipartículas era já sufi-ciente, para que a imagem da anti-matéria pudesse tomar consistência, e a sua confirma-ção foi demonstrada, quando duas equipes, utilizando o acelerador do CERN, (Organisation Européenne pour la Recherche Nucléaire) con-seguiram criar um anti-deuterio, uma partícula composta por um anti-protão e um anti-neu-trão.

Finalmente, em 1995, numa experiencia realizada por Walter Oelert e Mário Macri, utilizando o acelerador do CERN, criaram nove átomos de anti-hidrogenio.Posteriormente, o Formilab anunciou a criação de 100 átomos de anti-hidrogenio.Hui Chen e a sua equipe do Lawrence Livermore National Laboratory (LLNL), utilizando o laser Titan, capaz de gerar impulsos da ordem dos 10 20 watt/cm 2, durante alguns pico-segundos,(10 12 segundos), bombardearam um alvo de ouro com alguns milímetros, e afirmaram que produziram cerca de 10 61 electrões positivos por centímetro cúbico (10 milhões de biliões).Todos estes átomos de anti-matéria foram cria-dos artificialmente, pois, no Universo, a matéria e a anti-matéria quando em presença aniquilam-se mutuamente, dando, como resultado, a criação de energia pura.Os cientistas desconhecem ainda os motivos por que não foi ainda encontrada anti-matéria livre no espaço.Até 2013, uma experiencia em preparação no Cern, denominada Aegis (Antimatter Experiment : gravity, interferometry spectroscopy), vai procu-rar alguns esclarecimentos e medir a aceleração sofrida pelos átomos de anti-hidrogenio no campo gravítico criado pela matéria normal, quer dizer, pela Terra, ou seja, o comportamento da anti-matéria em queda livre.Para encontrar uma explicação plausível para a ausência de anti-matéria livre no espaço, vamos tentar desenvolver um estudo que permita respon-der e solucionar o problema do desaparecimento da anti-matéria na fase da criação do Universo.Comecemos por lembrar que toda a matéria é formada por moléculas, que por sua vez são cons-tituídas por átomos.

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Cada átomo possui um núcleo central, formado por protões, de cargas eléctricas positivas, e ainda por neutrões, que são electricamente neutros.Sobre o núcleo central circulam, em diversas orbi-tas, os electrões, cuja carga eléctrica é negativa.Os electrões são mantidos nas suas orbitas devido às forças electrostáticas exercidas pelo núcleo.O átomo mais simples é o do hidrogénio, consti-tuído por um protão e por um electrão.Um dos átomos mais complexos é o átomo do urânio, composto por 146 neutrões, 92 protões e 92 electrões.O número de electrões que circulam nas diversas orbitas é sempre idêntico ao número de protões do núcleo.Contrariamente à constituição do electrão, cuja massa é homogénea, os protões e os neutrões são formados por partículas de menores dimensões, os quarks.Há dois tipos de quarks:- Quarks Down, que possuem uma carga eléctri-ca negativa de – 1/3 e, e uma massa de 0,008 GeV/c 2.A criação dos Quarks Down foi resultante da acção dos Quantas da Energia do Vácuo que actuando sobre os neutrinos (Matéria Negra) provoca a aglutinação de parte da matéria em formação para os electrões negativos, dando assim dar origem à formação destes Quarks, com uma carga eléctrica negativa.- Quarks Up, que apresentam uma carga eléctrica positiva de + 2/3 e, e uma massa de 0,004 GeV/c 2Durante a criação da matéria que vai dar origem à formação dos electrões positivos (anti-matéria) a actuação dos Quantas da Energia do vácuo provoca a fusão desta matéria com os neutrinos, dando assim origem à criação destes Quarks.Lembramos que a criação dos Quarks Up, cons-tituindo a maior quantidade da massa de anti-matéria que vão formar os núcleos dos protões e dos neutrões, justifica o desaparecimento da anti-matéria do Universo.O Protão é constituído por 2 Quarks Up e um Quark Down, o que justifica apresentar uma carga eléctrica positiva.A formação do protão resulta da acção das forças de gravidade (força de interacção forte) que vai

ligar os dois Quarks Up e um Quark Down no núcleo do protão (massa do protão – 938 MeV/ c 2 )O Neutrão é constituído por 2 Quarks Down e um Quark Up, não apresentando, portanto, nenhuma carga eléctrica, pois as cargas dos 2 Quarks Down é anulada pela carga eléctrica do Quark Up.A formação do neutrão é idêntica à formação do protão, onde a força de interacção forte vai ligar dois Quarks Down e um Quark Up no núcleo de neutrão.(massa de neutrão – 939,6 MeV/ c 2 ).

NOTA:Em principio a materialização da energia provoca sempre a formação de duas partículas de sinal contrário, que se anulam, no caso de não aparece-rem quaisquer fenómenos que suspendam essa anulação.Lembramos, que 1998, a equipe de Kirk Macdonald, utilizando o acelerador americano de partículas de Stanford, criaram um electrão posi-tivo e outro negativo (duas partículas providas de massa), a partir de um único fotão, partícula car-regada de energia ( E = h.f ) que constitui a luz, e que não possui massa.Tratou-se portanto de criação de matéria a partir de energia pura.

A FORMAÇÃO DA FORÇA DA GRAVIDADEComecemos por lembrar que no início da forma-ção do Universo, aconteceu a materialização da energia existente no espaço, dando origem à for-mação das diversas partículas que constituem toda a matéria actualmente existente.No inicio da materialização dos Quantas da Energia do Vácuo, que foram criados espon-taneamente (Energia Sombra) no momento da formação do Espaço e do Tempo, sucedeu a primeira formação de grandes concentra-ções de matéria, constituída por Neutrinos (Matéria Negra) que são partículas elementa-res microscópicas, de massa diminuta, de milhões de vezes menores que a massa do electrão.

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(massa do electrão – 9,109389.10 -31 quilogra-mas) Simultaneamente, com a formação dos Neutrinos, foram sendo criadas outras partículas de massas ligeiramente superiores á massa dos Neutrinos.Os neutrinos já formados, ao atravessarem o espaço preenchido pelas novas partículas agluti-naram-se a elas, dando origem à formação de outras partículas de massa muito superior.Nesta fase foram criados os Electrões Negativos e os Electrões Positivos (Anti-matéria),Esta materialização da energia origina a criação da Primeira Matéria Visível do Universo.(Experiência de Kirk Macdonald - em 1998, materializou um Fotão, dando origem à criação dum electrão negativo e outro positivo, isto é, a formação de massa a partir de energia pura).A materialização da energia provocou o desenvol-vimento de temperaturas incrivelmente elevadas, mas a continuação da formação de grandes con-centrações de neutrinos vai provocar a descida dessas temperaturas e permitir a formação de partículas de massa muito maior.Esta descida da temperatura vai originar a agluti-nação de neutrinos com os electrões já formados, dando origem à criação dos Quarks, de massa mais elevada.(Quark Up – 0,004 GeV/c2 - Quark Down – 0,008 GeV/c2 ) Os Quarks Down são o resultado da aglutinação dos neutrinos com os electrões negativos (carga eléctrica destes Quarks -1/3 e).Os Quarks Up são o resultado da aglutinação dos neutrinos com os electrões positivos (carga eléctrica destes Quarks +2/3 e), absorvendo assim a maior parte da anti-matéria que tinha sido formada anteriormente.Quando as temperaturas desceram o suficiente, os quarks começaram a juntar-se, forman-do grupos de três partículas, dando origem à formação de Protões, de carga eléctrica positiva, formados por 2 dois quarks – up e um quark down, e de Neutrões, formados por 2 quarks – down e um quak – up .Recordemos que os quantas da energia do vácuo possuem uma pulsação ou movimen-to ondulatório, que vai ser transmitido aos

electrões e quarks formados, originando a sua rotação em volta dos seus eixos, definidos pela linha dos pólos.À semelhança dos electrões que têm um movi-mento de rotação (spin), também estas partículas têm um movimento de rotação que cria campos eléctricos que originam forças electromagnéticas que por sua vez vão exercer forças atractivas entre as diversas moléculas, em função das suas cargas eléctricas e que se propagam no espaço a uma velocidade finita.Esta é a primeira acção da Força de Atracção da Matéria, resultante da Força Electromagnética, um dos quatro tipos, em que os físicos Freeman Dyson e Richard Feynman dividiram a referida força de atracção da matéria.(Leis de Maxwell – as interacções eléctricas e magnéticas efectuam-se por intermédio do campo electromagnético, que se propaga a uma velocida-de finita).

A continuação do abaixamento das temperaturas vai permitir que a força electromagnética exerça a sua força electrodinâmica sobre as partículas já criadas, provocando colisões entre os protões e neutrões, originando fusões nucleares que vão formar os primeiros átomos mais simples, como o Hidrogénio, Hélio, Lítio, Carbono e Oxigénio, entre outros, que deram origem à constituição de enormes bolhas de gás disseminadas por todo o espaço.O Hidrogénio é actualmente o elemento presente em maior quantidade na nossa galáxia, de acordo com os estudos realizados por 3 astrónomos da Universidade da Califórnia.A Força Electrodinâmica que deu origem à for-mação dos átomos é um dos quatro tipos da Força de Atracção da Matéria, ou seja, é a Força

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de Interacção Forte ou Força Nuclear, considera-da pelos dois físicos atrás citados, e que permitiu a formação dos núcleos atómicos, mesmo os mais complexos.A forma como as diversas partículas reagiram para formar as moléculas dos diferentes elemen-tos em função das respectivas propriedades físicas e químicas, estão representadas na Tabela Periódica de Mendeleiev.Com número de massa inferior a 100, a consti-tuição nuclear faz-se com perda de massa (fusão nuclear).Com o número de massa superior a 100, a cons-trução do núcleo faz-se com um aumento de massa, isto é, com perda de energia (fissão)Os compostos radioactivos Tório, Actínio e Urânio, possuem um muito elevado numero de protões e neutrões nos seus núcleos, que quando sujeitos à acção da Força de Interacção Fraca, que é outra das quatro Forças de Atracção da Matéria, libertam parte dos seus núcleos.- Tório – 142 neutrões e 90 protões- Actínio – 143 neutrões e 92 protões- Urânio – 146 neutrões e 92 protões A continua formação de neutrinos (Matéria Negra) resultante da materialização da dos Quantas da Energia do Vácuo (Energia Sombra), vai dar origem à constituição de enormes bolhas de matéria negra, com biliões de anos-luz de diâ-metro.Esta concentração da matéria vai originar a for-mação de enormes Buracos Negros, possuindo um enorme campo gravitacional e disseminados, ao acaso, por todo o espaço.Os Buracos Negros emitem uma certa radiação térmica e perdem parte da sua massa.Em 1975, Stephen Hawking, matemático e físico da Universidade de Cambridge, meteu em evidên-cia que os buracos negros eram capazes de emitir uma radiação térmica.Esta radiação está animada dum movimento de rotação que vai estruturar a forma e dar origem à formação de Galáxias.Todas as galáxias albergam no seu centro o res-pectivo buraco negro que lhes deu origem, indo o seu tamanho diminuindo com a passagem do tempo, em função do aumento de numero de

estrelas que a galáxia vai adquirindo.Cada galáxia é constituída por milhões de estrelas e planetas, que estão distribuídas aleatoriamente dentro da galáxia, e, ainda por grandes quantida-des de gás e poeiras.Só em 1920, é que o astrónomo Edwin Hubble descobriu a existência de milhares de galáxias, para lá da nossa Via Láctea, constatando que ela era apenas uma galáxia entre as milhares de galá-xias existentes no Universo.Segundo a teoria dos cientistas, o nosso Universo será resultante duma brutal e gigantesca expansão do Espaço-Tempo.Porém, esta teoria do chamado Big Bang, omite e esquece que o espaço é infinito e é muito difícil conceber que uma expansão, mesmo brutal, possa povoar todo o espaço com os milhares de galáxias existentes e já detectadas pelos astrónomos.Segundo o cientista Linde, o espaço é preenchido por um campo de energia flutuante, que desen-volve Big Bangs (pics) ao longo de todo o univer-so, sendo eterno este processo de criação.Cada um dos referidos Big Bangs vai dar origem à formação duma galáxia, que é resultante da radiação térmica e emissão de massa de parte do respectivo Buraco Negro.As galáxias rodam e circulam livremente no espa-ço, sendo formações autónomas, não estando sujeitas à acção das galáxias mais próximas.Os astrónomos verificaram que as galáxias estão a afastar-se umas das outras e que esta expansão do Universo está em fase de aceleração.A distancia media entre galáxias, era, há 8 biliões de anos, metade da distancia verificada actual-mente, mas em resultado desta expansão, dentro de 11 biliões de anos, a distancia media entre as galáxias terá o dobro da a sua força media actu-al.Sabemos que as partículas, no seu movimento de rotação, criam campos eléctricos que originam forças electromagnéticas, que por sua vez vão exercer forças atractivas sobre as partículas vizi-nhas, em função das suas cargas eléctricas.Igualmente, as grandes massas disseminadas por todo o espaço, como as estrelas e os planetas, constituintes das galáxias, criam enormes campos eléctricos, que em função das suas forças electro-

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magnéticas, vão exercer a sua força gravitacional.A acção da Força de Atracção da Matéria, resul-tante dum campo electromagnético é proporcio-nal à massa do corpo que o gere.A acção dessa força, que é na realidade a Força da Gravidade, actuando nos corpos próximos, é dependente das distâncias que separam os cor-pos, e a sua acção é função das massas desses corpos.A acção da força de atracção da matéria é trans-mitida a uma velocidade finita através do espaço, tendo como suporte os Quantas da Energia do Vácuo.Esta força gravitacional, que é outro dos quatro tipos da força de atracção da matéria, é a força que rege os movimentos de todos os objectos celestes.A força de atracção entre dois corpos, que foi definida por Newton, só considerava as suas mas-sas e as respectivas distancias que os separavam, ignorando que a força de atracção não era resul-tante directamente das suas massas mas sim dos campos electromagnéticos proporcionais aquelas massas.Verificou-se que o nosso planeta actua como se fosse um imã gigante, que gere um forte campo magnético, possuindo a Terra uma carga eléctrica negativa em excesso.Os cientistas verificaram que sobre o equador existem dois anéis de radiação, estando o primei-ro anel a cerca de 3.600 quilómetros de altitude e o segundo anel situado a cerca de 16.000 qui-lómetros.Este último anel de radiação tem uma espessura equivalente ao comprimento do raio da terra, ou seja, 6.370 quilómetros.Podemos assim concluir que a FORÇA DE ATRACÇÃO DA MATERIAé só uma, e é resultante dasFORÇAS ELECTROMAGNETICASgeradas pela movimentação da matéria e que actua, tanto a nível microscópico sobre as partí-culas (Força Quântica), como a nível macroscó-pico sobre todos os objectos celestes (Força Gravítica).Laplace, baseando-se só na Lei de Newton, che-gou à conclusão que a transmissão da Força

Gravítica era 7 milhões de vezes mais rápida que a transmissão da luz.

NOTA:

Para a elaboração destes estudo são utilizados os seguintes elementos:

Leis da física clássica- Lei de Newton- Lei de Coulomb- Leis de Maxwell

Características físicas dos seguintes corpúsculos- Fotões- Electrões- Quarks- Protões- Neutrões- Mesões

Radiações diversas- Raios Gama- Raios X- Radiações Electromagnética- Radiações Gravíticas

Fenómenos físicos especiais- Efeito Casimir- Desintegração do Mesão Leve 273 Me (1 elec-

trão e 3 neutrinos)- Materialização dum Fotão (Irene e Jouliot

Curie)- Materialização de dois Electrões a partir dum

Fotão (Equipe de Kirk Macdonald)- Electrões positivos criados por laser (Equipe de

Hoi Chen)- Teoria de Max Planck

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Introdução

A indisponibilidade de terrenos públicos para a realização de obras que têm uma finalidade e um interesse público, obriga a que Administração Central e Local, as empresas públicas ou as empresas que prossigam fins públicos, os obtenham de uma forma rápida, forma essa que, ao mesmo tempo, proporcio-ne, pelo menos do ponto de vista do expro-priante, uma justa indemnização para a obten-ção do bem.

Deste modo a expropriação por utilidade pública é um instrumento jurídico de impor-tância relevante e poderoso para a prossecu-ção dos planos sendo o recurso a esta figura de obtenção dos solos prevista em variadíssi-mos diplomas legais desde, por exemplo, para concretização planos de âmbito nacional como é o caso do Plano Rodoviário Nacional, Plano que define a rede rodoviária nacional do continente, uma rede que desempenha funções de interesse nacional ou internacio-nal(1) e que, actualmente, é da responsabili-dade da EP Estradas de Portugal, S. A.. O objecto da concessão é a concepção, projecto, construção, financiamento, conservação, exploração, requalificação e alargamento da rede rodoviária nacional, nos termos do con-trato de concessão que com ela foi celebrado

(1) Decreto-Lei n.º 222/98, de 17 de Julho, Diário da República — 1.ª série -A, nº 163, pp.3444 – 3454.

pelo Estado.(2) Para o desenvolvimento da sua actividade, a EP - Estradas de Portugal, S. A., detém os poderes, prerrogativas e obrigações conferidos ao Estado pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis no que respeita, concretamente, a processos de expropriação, nos termos previstos no código.(3)

Outros enquadramentos para a expropriação por utilidade pública são encontrados na legislação, para o desenvolvimento dos pla-nos, sendo mesmo uma expressão acessória ao plano.(4)

Por exemplo, é o que se passa com o Artigo 11º do Decreto-Lei nº 38 382, de 7 de Agosto de 1951, alterado por diplomas pos-teriores e que estabelece o Regulamento Geral da Edificações Urbanas preconizando que, “ Poderão ser expropriadas as edificações que, em conse-quência de deliberação camarária baseada em prévia vistoria realizada nos termos do §1º do artigo 51.º do Código Administrativo, devam ser reconstruídas, remo-deladas, beneficiadas ou demolidas, total ou parcial-mente, para realização de plano de urbanização geral ou parcial aprovado.” (5)

(2) Decreto-Lei n.º 374/2007,de 7 de Novembro, nº 1 do Artigo 4, Diário da República, 1.ª série — n.º 214, pp. 8154.

(3) Idem, alínea a) do Ponto 2 do Artigo 10º, pp. 8155.

(4) CORREIA, Fernando Alves, Manual de Direito do Urbanismo, Volume II, Edições Almedina, Coimbra, Maço de 2010, ISBN 978 – 972 – 40 – 4137 – 7, pp. 127.

(5) Decreto-Lei nº 38 382, de 7 de Agosto de 1951,

António Marques *

Expropriações por Utilidade PúblicaProjecto de Expropriações ( I Parte)

expropriações

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A obra pública ,a execução de infraestruturas e a gestão de planos, necessita de processos de expropriação por utilidade pública para a obtenção dos solos necessários à sua realização

expropriações

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Igualmente, na mais moderna legislação do urbanismo, a figura da expropriação por utili-dade pública encontra-se largamente dissemi-nada como é o caso do RJIGT, Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão do Território.(6)

Neste RJIGT encontramos ao longo de todo o Artigo nº 128º que a “administração pode expropriar os terrenos e edifícios que sejam necessários à execução dos planos municipais de ordenamento do território.”, e que podem ser “expropriados por causa de utilidade pública da execução do plano:

a) As faixas adjacentes contínuas, com a profundidade prevista nos planos municipais de ordenamento do ter-ritório, destinadas a edificações e suas dependências, nos casos de abertura, alargamento ou regularização de ruas, praças, jardins e outros lugares públicos; b) Os prédios rústicos que, após as obras que justifiquem o seu aproveitamento urbano, não sejam assim aproveitados, sem motivo legítimo, no prazo de 18 meses a contar da notificação que, para esse fim, seja feita ao respectivo proprietário; c) Os terrenos destinados a construção adjacentes a vias públicas de aglomerados urbanos, quando os proprietá-rios, notificados para os aproveitarem em edificações, o não fizerem, sem motivo legítimo, no prazo de 18 meses a contar da notificação;d) Os prédios urbanos que devam ser reconstruídos ou remodelados, em razão das suas pequenas dimensões, posição fora do alinhamento ou más condições de salubridade, segu-rança ou estética, quando o ou os proprietários não derem cumprimento, sem motivo legítimo, no prazo de 18 meses, à notificação que, para esse fim, lhes for feita….”(7)

O nº 2 do Artigo 129º do mesmo regime estabelece ainda que, pode o município, “proceder à expropriação por causa da utilidade públi-ca da execução do plano:

(6) Decreto -Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 316/2007de 19 de Setembro, publicado no Diário da República, 1.ª série — n.º 181, pp.6617 - 6670.

(7) Idem pp.664

a) Se os proprietários não subscreverem o acordo pro-posto ou outro alternativo no prazo fixado;b) Se os mesmos não derem início às obras ou não as concluírem nos prazos fixados.”(8). Ou ainda, reco-nhecendo, no Artigo 130º, o direito à expro-priação aos proprietários de modo que, “ podem exigir a expropriação por utilidade pública dos seus terrenos necessários à execução dos planos quando se destinem a regularização de estremas indispensável à realização do aproveitamento previsto em plano de pormenor”.(9)

Na chamada Lei dos Solos(10), actualmente em revisão, igualmente se faculta à adminis-tração, “sempre que for julgado necessário pela Administração, podem por esta ser apro-priados solos destinados à criação dos aglo-merados urbanos ou à expansão e desenvolvi-mento de aglomerados urbanos com mais de 25 000 habitantes, criação e ampliação de parques industriais, para a criação e amplia-ção de espaços verdes urbanos de protecção e recreio e mesmo para a recuperação de áreas degradadas, quer resultantes do depósito de desperdícios, quer da exploração de inertes. (11) As disposições relativas à expropriação são ainda consideradas nos pontos de 1 a 5 do Artigo 48º

Um outro diploma legal onde vem expressa-mente considerado o recurso à expropriação para a prossecução de um plano, é no Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio, diploma que cria um regime jurídico excep-cional de reabilitação urbana e onde se esta-belece que, caso se revele necessário, a SRU procederá à expropriação dos imóveis ou frac-ções a reabilitar nos termos do Código das Expropriações, com as especificidades previs-tas neste diploma, gozando os expropriados

(8) Idem.

(9) Idem.

(10) Decreto-Lei nº794/74, de 5 de Novembro de1976, Diário da República nº 259, 1ª série, pp. 2517-2524.

(11) Idem, alíneas a) a e) do nº 1 do Artigo 2º, pp.2517.

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de todos os direitos e garantias consagrados no mesmo e sendo ainda consideradas de utilidade pública as expropriações dos imó-veis e direitos a eles relativos para a execução das operações de reabilitação. Aí se estabelece que a propriedade dos imóveis expropriados será adquirida pela SRU.(12)

Assim, o conhecimento, o enquadramento, manuseamento e a compreensão do Código da Expropriações, aprovado pela Lei nº168/99, de 18 de Setembro, com as altera-ções introduzidas pela Lei nº 56/2008, de 4 de Setembro, representa uma importante mais valia para muitos técnicos, da ferramenta legal para a obtenção dos solos necessários à materialização do empreendimento de inte-resse público.

Deixando de lado a discussão do conceito de justa indemnização iremos centrarmo-nos na mecânica da sua execução, pese embora tenha sido sempre, ao longo dos tempos, um tema de apaixonada controvérsia.

Por outro lado, podendo não ser pacífico o papel do engenheiro na aplicação desta fer-ramenta e ser ele a coordenar uma equipa multidisciplinar composta, muitas vezes, por técnicos de outras áreas designadamente, por juristas, técnicos esses com uma formação mais próxima do Código das Expropriações, não podemos deixar de salientar que, o engenheiro, é sem dúvida o técnico que melhor pode desempenhar o papel de coor-denador até à remessa dos processos para tribunal. É um técnico com uma formação básica abrangente, factor determinante para a realização deste trabalho. Durante o seu percurso académico, foram-lhe ministrados conhecimentos em importantes matérias, que lhe permitem ter uma visão ampla do traba-lho a realizar e, podendo assim, traçar, clara-mente as necessidades, os objectivos e o

(12) Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio, Diário da República nº 107, 1ª série, Artigo 21º pp. 2925.

planeamento do mesmo de modo a que quando a obra, empreendimento público, seja consignado, isto é se realize o Auto de Consignação,(13) acto pelo qual o represen-tante do dono de obra faculta ao empreiteiro os locais onde deverão ser executados os tra-balhos, de acordo com o Artigo 356º(14), estejam livres.

Após a remessa dos processos para o Tribunal competente, a coordenação passa, de forma clara, para a esfera dos juristas, sendo estes a marcar o ritmo e a intervenção, na conclusão do processo expropriativo embora, o papel do engenheiro como arbitro ou como perito, seja sempre uma constante até ao fim do processo. O engenheiro presta ao jurista os esclarecimentos técnicos necessários para uma conveniente defesa, actuando quer na esfera da entidade expropriante, quer na do expropriado, quer ainda no âmbito do Tribunal.

Temos pois dois tempos perfeitamente dife-renciados no processo expropriativo. Um primeiro tempo onde claramente a coordena-ção deve ser assumida por um quadro de for-mação vasta e abrangente, como é o caso do engenheiro e um segundo tempo, mais especí-fico onde os técnicos com formação mais restrita, uma formação nas Ciências Juridicas, têm a palavra sobre o assunto.

Por último, não podemos deixar de referir que, o engenheiro, é um técnico que está habi-tuado a utilizar e verificar outros quadros legais e outros regulamentos, que enquadram a sua profissão.

(13) Ponto 2 do Artigo 359º, do Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto Lei nº 18/2008, de 21 de Janeiro, rectifi-cado pela Declaração de Rectificação nº 18-A/2008, de 2 de Março e alterado pela Lei nº 59/2008, de 11 de Novembro, Diário da República nº 20, 1ª série, pp. 830.

(14) Idem, pp. 829.

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No seu dia-a-dia aplica conceitos legais conti-dos em regulamentos e normas administrativas que vão desde o velho, REGEU, Regulamento Geral de Edificações Urbanas, até ao mais moderno quadro legal relativo ao Ordenamento do Território e ao Ambiente designadamente a Lei nº 54/2007, de 31 de Agosto,(15) a Lei nº58/2007 de 4 de Setembro, Lei nº 28/2010 de 2 de Fevereiro,(16) passando por normas e regulamentação mais específica como é o caso do REBAP, Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado, Decreto-Lei nº 349-C/83, do RSA para Estruturas de Edifícios e Pontes, Decreto-Lei 235/83, de 31 de Maio, do RCCTE, Regulamento das Características do Comportamento Térmico dos Edifícios, Decreto-Lei nº 80/2006 de 4 de Abril ou RLPS ou ainda, por exemplo, veri-ficando o Regime Legal da Poluição Sonora, aprovado pelo Decreto-Lei 292/00, de 14 de Novembro e alterado pelo Decreto-Lei 259/2002, de 23 de Novembro.

Curiosamente, no Regulamento dos Concursos para os lugares de ingresso e acesso do quadro de pessoal da antiga Junta Autónoma de Estradas, publicado pela Presidência do Conselho de Ministros e Ministério do Equipamento Social, em 21-12-1983 na 2ª série do Diário da Republica já se reconhecia a sua importância:

“Ao engenheiro civil competia efectuar, dentro da sua área de formação específica, actos técnicos e técnico científicos conducentes ao planeamento, concepção, estu-do, projecto, construção e conservação de estradas e pontes e de outras estruturas afectas à actividade da JAE; competem-lhe ainda tarefas de carácter técnico - administrativo relacionadas com expropriações e fisca-lização de empreendimentos a cargo da Junta”.

(15) Actualiza a Lei das Bases da Politica de Ordenamento do Território e Urbanismo, Lei nº 48/98, de 11 de Agosto.

(16) Nova redacção dada ao Decreto Lei nº 555/99, de 16 de Dezembro que estabelece o regime Jurídico da Urbanização e Edificação.

Enquadramento histórico (Breve nota)

Não é fácil estabelecer uma data precisa ou um local exacto onde o conceito de expro-priação tenha começado a tomar forma no entanto, segundo vários autores, é após a Revolução Francesa que legislação de diversos países da Europa Ocidental começou a admi-tir a expropriação, como Instituto excepcional em relação ao soberano e absoluto direito de propriedade. Este Instituto estava então limi-tado por lei e enquadrava-se em concretas e precisas garantias constitucionais relativa-mente à propriedade privada.

Não existe uma clara unanimidade relativa-mente à origem do Instituto da Expropriação, afirmando alguns autores, que o mesmo, era já conhecido e aplicado entre os Hebreus. Outros, pretendem ir buscar as suas raízes ao Direito Romano, sustentando que a expro-priação já estava enquadrada nesse Direito.

Por terras lusas é no Código das Sete Partidas, ordenações de D. Duarte, que se encontram as primeiras normas relativas ao conceito de se tirar ou privar alguém, de uma propriedade e de se ter que a compensar. Igualmente já D. Dinis em carta ao concelho de Santarém, redigida em 28 de Setembro de 1302, rectifi-cava o laudo de uma comissão avaliadora, composta por dois frades de S. Domingos, dois franciscanos, um vassalo da coroa e um cidadão de Santarém que estabelecia o valor de aquisição de uns terrenos para a constru-ção de uma residência de leprosos.

Um outro exemplo aconteceu com a autoriza-ção dada por D. Pedro I, concedida ao conce-lho de Lisboa, que na falta de pedreiras pró-prias, se pudesse “tomar” pedra para a cons-trução da muralha da cidade de pedreiras par-ticulares, ao preço fixado por homens bons.

Um outro exemplo ocorre em 8 de Junho de 1473, D. Afonso V, por Carta Régia, expro-

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priou uma propriedade para a incorporar na cerca de um mosteiro em construção em Varatojo. Os proprietários foram indemniza-dos com a isenção vitalícia de jugada.(17)

Em 28 de Julho de 1632, uma Carta Régia, satisfez a pretensão da Misericórdia de Ponte de Lima de se apossar de umas casas para a construção da capela-mor da sua igreja, obri-gando os legítimos proprietários a vendê-las pelo seu justo valor.

Um outro exemplo do recurso à expropriação, resultou da necessidade de reconstruir a cida-de de Lisboa após o terramoto de 1755. Um Alvará com força de Lei de 12 de Maio de 1758 e um Decreto publicado um mês depois, estabeleceram pormenorizadamente o regime que devia ser seguido nas expropriações para a reconstrução da cidade.

O princípio era simples, os proprietários dos terrenos com edifícios destruídos, eram intimados a reconstrui-los ou, na grande maioria, a reconstrui-los segundo o plano pombalino. Se não o desejassem fazer, ou se não pudessem fazer, então qualquer pessoa, preferencialmente os vizinhos, podiam reali-zar a reconstrução. Para que isso ocorresse, o terreno era adjudicado ao interessado pelo Ministro Inspector do Bairro, um ministro da Casa da Suplicação nomeado para este fim pelo Duque de Lafões, duque regedor. A indemnização a pagar era fixada com a assis-tência do Ministro, por louvados. Como mecanismo de recurso o “expropriado” podia recorrer para a Casa da Suplicação. O recur-so tinha um efeito unicamente devolutivo já

(17) Jugada (de jugo), tributo que recaía sobre terras lavradias. O cultivador tinha que pagar ao detentor do domínio directo, que podia ser nobre, rei, cavaleiro, eclesiástico, etc., certa quantidade de vinho, linho, milho, trigo, etc. Este tributo já era aplicado aquando da ocupação Península Ibérica pelos Romanos e perdu-rou até depois da instituição do liberalismo. In GRANDE ENCICLOPÉDIA UNIVERSAL, Volume 11, Edição, Durclub, SA/Correio da Manhã, ISBN 972-747-932-5, Lisboa, 2004, pp. 7522.

que as edificações ou reconstruções prosse-guiriam entretanto.

Um outro exemplo é o Alvará de 13 de Dezembro de 1788, que ordena a construção de estradas no Alto Douro, certamente devi-do ao grande desenvolvimento da cultura da vinha. As expropriações seriam realizadas por um Ministro Graduado de nomeação régia e pelos dois Ministros de letras das terras vizi-nhas. Os princípios que regiam as expropria-ções estavam expressamente determinados.

Para a construção da estrada Lisboa ao Porto, em 1791, o processo de aquisição dos terre-nos foi semelhante.

A construção das Avenidas Novas, em Lisboa, também foi precedida de processos de aquisi-ção dos solos por via da expropriação.

Duarte Pacheco, usou largamente o processo de aquisição de solos por via da expropriação de modo a concretizar a sua politica de orde-namento urbano em Lisboa.

Com o decorrer dos tempos, aliviou-se o carác ter de excepcionalidade e a expropriação passou a acontecer onde e quando surgisse o «requisito de uti lidade pública», considerado obviamente com grande rigor.

Na sequência da Revolução Francesa, surge na nossa Cons tituição de 1822, na 2º parte do Artigo 6º, aliás em consonância com o Artigo 17º da Declaração de Direitos de 1789, estabelecendo-se o seguinte princípio da expropriação;

«Quando por alguma razão de necessidade pública e urgente for preciso que ele (qual quer português) for privado deste direito (di reito de propriedade) será primeiramente indemnizado na forma que as leis estabe leceram» (18)

(18) http://www.arqnet.pt/portal/portugal/liberalismo/

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Outras leis, posteriores, embora menos exi-gentes, foram construindo o nosso quadro jurídico, justificando o acto expropriativo. É o exemplo o Artigo 145º, § 21º da Carta Constitucional e Artigo 23º da Constituição de 1838 (19)onde era permitida a ex propriação pela razão do «bem público».

A Constituição de 1911 interrompeu esta tra dição ao deixar de se referir ao acto de expropriar, pelo menos em termos expressos (Artigo 3º, § 25º).(20)

Um pouco mais longe foi a Constituição de 1933 onde só se referia à expropriação para um caso muito concreto – direitos adquiridos por parti culares sobre bens considerados do domínio pú blico (conforme. artigos 8º nº 15 e 49º, § 1º), dependendo então, a expropria-ção, de uma simples constatação do «interesse público».

A Constituição que veio a consagrar «de pleno» o Instituto da expropriação, mais con-cretamente no Artigo 62º foi a Constituição da República Portuguesa saída do 25 de Abril de 1974 e aí se consagrando claramente;(21)

Artigo 62.º (Direito de propriedade privada)

1. A todos é garantido o direito à propriedade privada e à sua transmissão em vida ou por morte, nos termos da Constituição.2. A requisição e a expropriação por utilidade pública só podem ser efectuadas com base na lei e mediante o pagamento de justa indemnização.

Naturalmente que à expropriação, logo desde o início da sua existência, correspondia sem-pre uma indemnização, que obedecia ao prin-cípio «ubi expropriatio ibi indemnitas».

(19) http://www.fd.unl.pt/Anexos/Investigacao/1058.pdf

(20) http://debates.parlamento.pt/Constituicoes_PDF/CRP-1911.pdf

(21) Lei Constitucional nº 1/2005, sétima revisão constitucional, D.R. I série, 12 de Agosto de 2005.

Para além desta Legislação Constitucio nal, existiram muitos outros diplomas que, sobretu do, a partir de 1929 regulamentavam e davam corpo ao Instituto da Expropriação. Esta situação deveu-se ao facto de o Estado necessitar de construir vários equipamentos sociais e de dinamizar igualmente a constru-ção de várias infra-estruturas.

De salientar ainda, o Decreto - Lei nº 34 021 de 28 de Abril e o Decreto - Lei nº 181/70 que regulamentavam a forma de como se pro-cede à «ex propriação temporária ou definiti-va» dos prédios que sejam necessários para passagens de águas, estudos e outros trabalhos do género.

O conceito de Expropriação, tem assim man-tido uma constante evolução ao longo dos tempos, mas que, actualmente, continua a revestir-se de uma profunda controvérsia. Controvérsia quer no seu significado, quer na sua aplicação, quer ainda na sua ligação ao outro, igualmente cada vez mais discutível, o conceito de “utilidade pública”.

É tão verdade estas diferenciadas interpreta-ções que, até em termos puramente linguísti-cos, não existe uma clareza e um rigor, que não nos deixe margem para interpretações subjectivas.

Assim, por exemplo, o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Edição Amigos do Livro, 1981 define Expropriação (de expropriar) como acto ou efeito de expropriar e Expropriar (de ex+próprio) como privar legalmente, por motivo de utilidade pública e mediante indem-nização, da posse de (uma propriedade).

O Dicionário da Língua Portuguesa da Editorial Domingos Barreira, Porto 1967 definia Expropriação como o acto de expro-priar; desapropriação; privação da proprieda-de em harmonia com a lei: coisa expropriada e Expropriar como tirar a alguém por via legal a propriedade de bens móveis e imóveis;

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privar da propriedade pela força; adquirir por expropriação.

A Lexioteca, Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, edição Circulo de Leitores, Lisboa 1985 definia ambos os conceitos da seguinte forma; Expropriação (do Francês expropria-tion). 1- Acção ou efeito de expropriar. 2- A coisa que é alvo de expropriação. Expropriar (do francês exproprier). 1- Tirar a alguém, legalmente, a posse ou propriedade de bens móveis e imóveis, desapropriar. 2- Privar de. 3- Adquirir através de expropriação.

E o que dizia sobre estes conceitos o “Novo Dicionário da Língua Portuguesa”, Francisco Tor-rinha, Editorial Domingos Barrada, Porto 1946?

Definia-se como Expropriação o acto ou efei-to de expropriar; coisa expropriada e como Expropriar, tirar a propriedade a alguém, geralmente por meio legal; adquirir por expro-priação.

Não existindo, como se pode observar, uma clara unanimidade relativamente quer, à definição dos termos e dos conceitos de Expropriar e de Expropriação quer até da origem real das palavras. Uns afirmam que tem origem no latim. Outros, preferem fixa-la no francês. Mas, uns e outros algu-ma coisa, alguma ideia, têm em comum e deixam transparecer, é que, não são concei-tos e actos de fácil digestão por quem é desapropriado de um bem. A ideia de que se trata de “privar legalmente”, “tirar legal-mente” ou ainda “privação forçada”, reflec-tem o entendimento que se faz da Expro-priação e definem, igualmente, um determi-nado estado de espírito do que, o responsá-vel por levar a carta a Garcia, vai segura-mente encontrar no terreno.

Acima de tudo, o que importa actualmente reter, é o que Artigo 1º, do Código das Expropriações aprovado pela Lei nº 168/99 de 18 de Setembro, na redacção dada pela

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Para a obtenção dos solos para a realização da Exposição Universal e de todo o seu plano, recor-reu-se à figura da expropriação por utilidade pública investindo o Estado a Parque Expo do uso desta figura acessória de gestão dos planos.

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Lei n.º 56/2008, de 4 de Setembro, que procede à quarta alteração ao Código das Expropriações, define em concreto; “Os bens imóveis e os direitos a eles inerentes podem ser expropriados por causa de utilidade pública compre-endida nas atribuições, fins ou objecto da entidade expropriante, mediante o pagamento contemporâneo de uma justa indemnização nos termos do presente Código.”. (22)

Ora para que tudo isto possa acontecer, é necessário que exista um projecto, o Projecto de Expropriações.

Projecto de Expropriações

O Projecto de Expropriações é uma impor-tante componente do Projecto de Execução.

Vamos centrarmo-nos nos casos de projectos com múltiplas parcelas como é, por exemplo, o caso do projecto de uma infra estrutura rodoviária ou da execução de um plano. Como já foi referido para existir consignação da obra é necessário que o dono de obra tenha, no momento da outorga do Auto de Consignação, a disponibilidade total ou par-cial do solo.(23)

Deste modo todo o processo de expropriação tem que se desenrolar a montante do início da obra e não pode contribuir para um atraso quer relativamente ao inicio dos trabalhos, quer para a não disponibilização do equipa-mento ou infra-estrutura ao uso colectivo.

A concretização destes objectivos nem sempre é fácil e pese embora, o problema tenha rece-

(22) Código da Expropriações, aprovado pela Lei nº168/99, de 18 de Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 56/2008, de 4 de Setembro, Diário da Republica, 1.ª série nº 171, Artigo 1º, pp.6192.

(23) Ponto 1 do Artigo 358º, do Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto Lei nº 18/2008, de 21 de Janeiro, rectifi-cado pela Declaração de Rectificação nº 18-A/2008, de 2 de Março e alterado pela Lei nº 59/2008, de 11 de Novembro.

bido nos últimos anos, algumas definições com vista à sua solução, ou, pelo menos, com vista a um controle mais efectivo de forma à redução dos efeitos da não disponibilização atempada dos solos.

Este problema era já de tal forma importante e sentido no correcto planeamento e execução das obras, que no inicio da década de 90 do século XX, a administração da extinta JAE (Junta Autónoma de Estradas) e porque não existia qualquer Norma Técnica, estabeleceu um conjunto de procedimentos sobre a execu-ção deste projecto. Estes procedimentos tinham o seguinte teor:

1 - Cada parcela terá obrigatoriamente nome e morada do proprietário, número do artigo matricial, confronta-ções actualizadas, descrição e inscrição da conservatória com respectivas folhas e livros e, em caso de omissão, além do proprietário actual, os dois anteriores devida-mente identificados.2 - Obrigatoriedade de critérios de avaliação perfei-tamente definidos e justificados para cada tipo de terreno, incluindo os respectivos valores unitários.3 - Contabilização, parcela a parcela de todas as ben-feitorias existentes, com os valores apresentados devi-damente justificados.4 - Contabilização de rendeiros e outros eventuais interessados com direito a indemnizações autónomas e respectivos valores devidamente fundamentados.5 - Referência a encargos especiais existentes nas par-celas, nomeadamente hipotecas e respectivos valores.6 - Rigor na medição das áreas totais das propriedades e das parcelas.7 -Confrontações actuais das propriedades plenas de que vão ser expropriadas as parcelas.8 - Coordenadas dos limites de planta parcelar e res-pectivo programa de implantação a partir da poligonal de apoio.

O Projecto de Execução de uma infra-estrutura é o resultado de estudos aprofundados e que envolvem na actualidade uma vasta equipa de projectistas e consultores, multidisciplinar, que contribui com os seus conhecimentos, com a sua experiência, muitas vezes com a sua capacidade

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de inovação e dentro de elevadíssimos padrões de segurança e qualidade, quer a infra-estrutura rodoviária, quer outro qualquer equipamento. A multidisciplinaridade está bem patente nas necessidades de definições e de especificações que, actualmente, os projectos de execução, como produtos finais, carecem.

Sendo, na nossa opinião, um importante pro-jecto, uma vez que permite a disponibilidade do local onde se vão desenrolar os trabalhos de construção civil, ele porém, não se encontra devidamente enquadrado pela Portaria 1379/2009, de 30 de Outubro, portaria que regulamenta as qualificações específicas profis-sionais mínimas exigíveis aos técnicos respon-sáveis pela elaboração de projectos, pela direc-ção de obras e pela fiscalização de obras.(24)

No entanto, pelo estipulado no Artigo 12º da Lei 31/2009, de 3 de Julho que aprova o regi-me jurídico que estabelece a qualificação pro-fissional exigível aos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de projectos, pela fis-calização de obra e pela direcção de obra, que não esteja sujeita a legislação especial, e os deveres que lhes são aplicáveis e que revogou o Decreto n.º 73/73, de 28 de Fevereiro. Por este diploma legal, os autores de projectos estão obrigados a subscrever os projectos que tenham elaborado, indicando o número de ins-crição válida em organismo e associação profis-sional. Esta subscrição é enquadrada na forma de um Termo de Responsabilidade de acordo com o nº1 e 3 do Artigo 21º e dos nº1 e 3 do Artigo 23º do aluído diploma.(25)

Fases dos Estudos

Os estudos, normalmente necessários, para a definição de um projecto de execução de uma infra-estrutura rodoviária ou de um equipa-

(24) Portaria 1379/2009, de 30 de Outubro, Diário da República, 1.ª série, n.º 211, pp. 8301.

(25) Lei 31/2009, de 3 de Julho, Diário da República, 1.ª série, n.º 127, pp. 4276-4285

mento são, em primeiro lugar, o Programa Preliminar e em segundo lugar a definição das fases do projecto designadamente o Programa Base, o Estudo Prévio, o Projecto Base e oProjecto de Execução e a assistência técnica.

Actualmente a Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho,(26) define e enquadra o modo de execução e a elaboração de projectos de obra e as disposições constantes desta portaria, apli-cam-se nos casos em que o dono da obra, a entidade responsável pela concepção e execu-ção de obra ou, a entidade adquirente de servi-ços de elaboração de projectos de obras públi-cas, sejam entidades adjudicantes, nos termos previstos no artigo 2.º do CCP, aprovado pelo Decreto –Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro.

No entanto, igualmente neste diploma, não existe qualquer referência a este projecto, um estudo rele-vante para aferição dos custos da aquisição do solo, cada vez mais elevados e cada vez mais determi-nantes, da viabilidade ou não, de construção de determinada infra-estrutura ou equipamento.

Projecto de Execução de Expropriações

Este Projecto deve ser, em princípio, constituído por peças escritas e desenhadas esclarecedoras da situação em que se encontra a propriedade e dos limites concretos das parcelas a expropriar, fazen-do parte do projecto designadamente;

1) Memória Descritiva e Justificativa2) Bases de Avaliação3) Planta Parcelar4) Mapa de Expropriações5) Relatórios de Avaliação de cada Parcela6) Ficha de Identificação dos prédios a expro-

priar7) Mapa DUP8) Coordenadas dos vértices da poligonal de

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(26) Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho, Diário da República, 1.ª série, nº 145 , pp. 5106-(37) - 5106-(80).

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Memória Descritiva e Justificativa

A Memória Descritiva e Justificativa deverão expli-car e justificar, sucintamente os elementos técnicos considerados relevantes de apoio às expropriações. Em princípio será dividida por capítulos que introduzem alguns princípios relativamente às diferentes partes dos estudos designadamente;

a) Introduçãob) Definições básicasc) Mapa de áreasd) Planta Parcelare) Considerações finais

É de facto a peça escrita onde os autores do projecto justificam os procedimentos e os enquadramentos que sirvam de base para a realização dos estudos.

Bases de Avaliação

As Bases de Avaliação são únicas e variam de projecto para projecto e devem conter os seguintes:a) Os valores unitários já praticados na região

pela entidade promotora em anteriores expropriações ou, por outras entidades, que prossigam o interesse público se aces-síveis;

b) Os índices de construção previstos nos instrumentos de ordenamento municipal designadamente Planos Directores Municipais, Planos de Urbanização ou Planos de Pormenor; para terrenos aptos para construção ou para terrenos aptos para outros fins;(27)

c) Outras valorizações deverão ser devida-mente justificadas definindo-se o valor unitário de cada;

(27) Artigo 25.º, Classificação dos solos, Lei n.º 56/2008, de 4 de Setembro que procede à quarta alteração ao Código das Expropriações, aprovado pela Lei n.º 168/99, de 18 de Setembro.

d) Para as benfeitorias, nomeadamente árvo-res, muros, poços, furos de captação de água, etc., deverão ser apresentados tam-bém valores unitários justificados. De igual forma, deverá ser alvo de valores unitários, perfeitamente claros e justificados, a afec-tação de construções pelas expropriações.

Considerando-se uma peça escrita do Projecto de Execução de Expropriações, as Bases de Avaliação deverão compreender vários capítu-los que esclareçam e enquadrem os valores propostos designadamente:

a) Introduçãob) Caracterização do traçadoc) Legislação aplicáveld) Planos de Ordenamento do Territórioe) Justificação das Bases de Avaliação propostasf) Justificação das valorizações propostasg) Indemnizações de benfeitoriash) ConclusõesEnfim uma peça onde se enquadrarão os valores para a entidade promotora do pro-cesso expropriativo, enquadra as expropria-ções e estabelece os parâmetros para que tal aconteça.

Planta Parcelar

A planta parcelar é sem sombra de dúvida, a peça fundamental do Projecto de Execução de Expropriações, devendo na sua elaboração ter-se em atenção que deve assegurar que se definem os limites e as afectações que irão ter lugar, realçando a realidade do terreno. Deverá ser elaborada tendo, por princípios o rigor e a objectividade, atendendo aos seguintes prin-cípios: a) O limite de expropriação terá de ter um

traço bem definido;b) A área a expropriar deverá ser bem desta-

cada podendo-se utilizar a cor ou um grise que a realce;

c) A numeração das parcelas deverá identifi-car correctamente a área de expropriação em cada prédio;

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d) A ordem da numeração deverá ser crescen-te e acompanhar o sentido crescente da quilometragem;

e) Nas plantas parcelares em cartografia digi-talizada, deverão ser apresentadas também as curvas de nível, as estradas e as constru-ções existentes, pelo menos até 150 metros em ambos os lados do limite das expro-priações;

f) Se um prédio for expropriado em mais que uma área, essas áreas deverão ser identifica-das como sub-parcelas.

Exemplo: Parcela 25 e 25.1 para a sub-parce-la.

Encontra-se convencionado pelo bom senso dos técnicos projectistas que se durante a elaboração de uma planta parce-lar se detectar algum erro nos limites de um prédio, ao realizar-se a cor recção, verificando-se a necessidade de atingir um prédio não previsto inicialmente, à nova parcela, deverá ser atribuída a mesma numeração, acrescida de uma barra e do número 1.Exemplo: Parcela 30 (inicial) e Parcela 30/1 (nova).

Serão aconselháveis escalas no mínimo 1/1000. Para um trabalho mais preciso e esclarecedor da realidade do local de inter-venção poderão optar-se por escalas mais reduzidas. Escalas maiores introduzem indefi-nições e podem trazer pontos de discórdia entre a entidade promotora da expropriação e os expropriados e restantes interessados.

Mapa de Expropriações

O Mapa de Expropriações é igualmente uma peça relevante no Projecto de Execução de Expropriações. Deverá ser elaborado de modo a identificar sucintamente os bens sujeitos a expropriação, referenciando;

a) a descrição predial;b) a inscrição matricial; c) a confrontação dos prédios a expropriar;d) deverá mencionar os direitos, os ónus ou

encargos que sobre eles incidem; e) os nomes dos titulares e de eventuais ren-

deiros;f) os valores da indemnização a atribuir aos

expropriados, devidamente calculada nos relatórios de avaliação de cada parcela;

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Planta Parcelar

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Devido ao facto de constituir uma peça que virá a servir e de base ao Mapa DUP, deverá acumular duas condições essenciais. Por um lado, a mais perfeita e possível identificação da realidade e, por outro lado, uma grande e acessível facilidade de leitura.

Relatórios de Avaliação por Parcela

Os Relatórios de Avaliação são docu-mentos de impor tância vital para a ela-boração do Mapa de Expropriações. É aqui, nesta peça, que se retrata a realida-de existente. Devem conter os seguintes informações:

1) Introdução2) Identificação do proprietário (nome, mora-

da e telefone)3) Caracterização do prédio em termos de

Matriz e de Conservatória do Registo Predial

4) Caracterização da parcela5) Avaliação – Critérios de avaliação5.1) Cálculo do valor do solo5.2) Benfeitorias5.3) Desvalorizações5.4) Infra-estruturas

Assim, para se elaborar um Relatório de Avaliação, dever-se-á caracterizar da forma mais consistente e rigorosa a parcela, contabi-lizando-se todas as benfeitorias existentes e se for caso as áreas sobrantes.

Nestes Relatórios de Avaliação, se necessá-rio, deverão ainda constar indemnizações autónomas quando existirem rendeiros ou outros interessados. Estas indemnizações são vulgarmente designadas de IA. O nº4 Artigo 10.º do Código das Expropriações estabelece que a previsão dos encargos com a expropriação tem que ter por base a quan-tia que for determinada previamente em avaliação, documentada por relatório, efec-

tuada por perito da lista oficial,(28) da livre escolha da entidade interessada na expro-priação.

Com esta imposição pretende-se que a entida-de expropriante fique obrigada, a que, o valor indemnizatório tenha desde o inicio da sua fixação, um elevado padrão de imparcialidade, pelo menos, no entendimento da Lei.

Fichas de identificação dos prédios a expropriar

É efectivamente uma peça importante já que sistematiza a informação dos prédios a expro-priar, vertendo-se aí, informações de forma directa e facilmente legíveis relativamente a cada parcela do projecto;

1) Identificação dos proprietários1.1) Nome do Proprietário1.2) Morada completa1.3) Telefone1.4) Estado civil1.5) Naturalidade1.6) Bilhete de Identidade1.7) Número fiscal1.8) Regime de casamento1.9) Outras informações relevantes

2) Prédio objecto de expropriação2.1) Concelho2.2) Freguesia2.3) Denominação (lugar)2.4) Confrontações2.4.1) Norte2.4.2) Sul2.4.3) Nascente2.4.4) Poente3) Finanças3.1) Matriz Rústica3.1.1) Artigo

(28) As funções de perito avaliador encontra-se enquadrada no Decreto-Lei nº 125/2002, de 10 de Maio com a redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei nº 12/2007, de 19 de Janeiro e ainda pela Portaria nº 788/2004, de 9 de Julho.

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3.1.2) Secção3.1.3) Área 3.2) Matriz Urbana3.2.1) Artigo3.2.2) Áreas3.3) Titular da inscrição matricial3.4) Valor patrimonial3.5) Rendimento colectável4) Conservatória do Registo Predial4.1.1) Descrição nº4.1.2) Folhas nº 4.2) Inscrição nº4.2.1) Folhas nº4.3) Titulares da inscrição4.4) Encargos ou ónus em vigor 5) Anteriores proprietários e suas moradas6) Outros interessados7) Observações

As fichas deverão assim e na medida do possível, serem apresentadas completas e rigorosas, no sentido de proporcionar uma rápida leitura representando uma excelente contribuição para o desenvolvi-mento rápido do processo expropriativo. Relembra-se que existindo omissões na identificação dos interessados, em fase posterior, a entidade expropriante deverá

promover a identificação dos proprietá-rios através de Edital realizado de acordo com o nº4 do Ar tigo 11º do Código das Expropriações.

Mapa DUP(Mapa Declaração de Utilidade Pública)

Esta é a peça escrita que conjuntamente com os elementos gráficos vai enquadrar a Declaração de Utilidade Pública sendo uma das peças a patentear através de publicação na 2º Série do Diário da República.

Deverá, conter informações precisas e rigo-rosas designadamente:a) O número da Parcelab) O nome e morada e morada dos proprietá-

rios e restantes interessados conhecidosc) Identificação do prédioc.1) Matrizc.2) Freguesiac.3) Inscrição Predialc.4) Confrontaçõesd) Área do prédio e) Natureza do prédiof) Área a expropriar

Extracto publicado no Diário da República, 2ª série, nº 190, 29 de Setembro de 2019

expropriações

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Coordenadas dos Vértices de Expropriações e Programa de Implantação

A informação, georreferenciada, permite loca-lizar no terreno, as coordenadas dos Vértices da Poligonal de Expropriações (M;P) delimi-tando a área a expropriar e assim igualmente o limite físico da intervenção da obra a realizar.

Como é sabido existem outros limites não materializáveis no terreno que correspondem a zonas “nom edificandi“ ou zonas de protec-ção aos eixos rodoviários ou a outras infra-estruturas materializadas no terreno e que variam conforme a sua importância e classifi-cação.

Encontra-se convencionado que a materializa-ção destas coordenadas no terreno, deverá ser

realizada colocando-se estacas pintadas de azul. Essas estacas deverão ser numeradas de forma a que o seu número corresponda ao número referenciado com aquelas coordena-das (M;P) no Projecto de Expropriações.

Após a materialização desta informação que limita no terreno a expropriação a realizar o proprietário, que já nesta ocasião terá recebi-do a comunicação da “Resolução de expro-priar”, fica com o conhecimento claro, por onde e qual o terreno que é afectado pela expropriação.

Análise e aprovação do Projecto de Expropriações

Uma atitude que de imediato deverá ser assumi-da pelo responsável da verificação, para além dos procedimentos formais, do Projecto de

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Expropriações, será o reconhecimento do local onde se vai desenvolver a obra e confrontar as peças oriundas do projectista, com a realidade local, procurando desconformidades ou benfeito-rias que não se encontrem correctamente contabi-lizadas. A ocupação dos terrenos é um processo dinâmico podendo em pouco tempo serem intro-duzidas novas variáveis que podem consistir desde novas benfeitorias, até residente um maior número de famílias, num determinado imóvel.

Efectivamente a zona deve ser visitada as vezes que forem necessárias, preferencialmente a pé, de modo a obter-se uma visão mais precisa da reali-dade e das condicionantes que aí se encontram. Fazem-se imagens da situação do momento, enumeram-se as novas condicionantes

Remetido pelo projectista, contratado pelo Dono de Obra, o Projecto de Expropriações carece pois de uma análise e de uma aprovação pelo órgão competente que o torne, depois da Declaração de Utilidade Pública, eficaz.

É o momento em que o engenheiro designado para realizar este trabalho de análise e confir-mação do Projecto de Expropriações verifica os dados do Mapa de Expropriações, os vér-tices da poligonal de expropriações. O Mapa DUP, mapa que irá integrar a Declaração de Utilidade Pública, é igualmente verificado em termos de consistência com a realidade.

A realização deste trabalho de análise, possi-bilita igualmente, a percepção das dificulda-des ainda existentes relativamente à identifi-cação dos proprietários e dos restantes inte-ressados que, por um qualquer motivo, não se encontram correctamente inscritos na Matriz, rústica ou urbana ou, se são mesmo, omissos e se estão ou não inscritos e descritos na Conservatória do Registo Predial.

Como forma de completar a informação regista-da no Projecto de Expropriações, pode-se recor-rer à consulta dos Mapas de Cadastro do Instituto Geográfico e Cadastral que pese embora, em

alguns casos, estejam profundamente desactuali-zados relativamente à forma da actual divisão da propriedade são, no entanto, um referencial a não descurar, podendo mesmo consistir, o único refe-rencial credível, relativamente ao código de refe-rência cadastral dos prédios de onde se vão reti-rar as parcelas a expropriar.

Uma outra verificação que impreterivelmente tem de ser realizada consiste em confrontar o Mapa DUP, com a Planta Parcelar de modo a indagar-se se existe ou não, alguma desconfor-midade entre a peça gráfica e a peça escrita, Será igualmente nesta fase que se realizará a verificação das Bases de Avaliação e da sua justificação. Torna-se óbvio que bases de ava-liação baixas, conduzirão a valores excessiva-mente baixos e por isso, controversos e inacei-táveis pelos proprietários atingidos. Bases de Avaliação muito inflacionadas, traduzem-se

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em valores elevados ou acima de valores de mercado, podendo acarretar elevados prejuí-zos para a entidade expropriante ou promoto-ra da obra. Como facilmente se depreende, não é tarefa fácil criar uma base que seja patrocinadora de um equilíbrio entre o que o expropriado deseja receber para ser reparado pela perda do bem, e o valor tido como “justo” pela entidade expropriante. A diferen-ça é, na maioria dos casos, abismal.

Encontradas desconformidades ou outras situações que possam vir a reflectir-se de forma negativa a jusante, isto é na execução do Projecto de Expropriações ou na obra, deverá o mesmo ser remetido ao autor para as convenientes rectificações ou correcções. Se por outro lado, o Projecto de Expropriações se encontra instruído de modo considerado correcto e com o detalhe técnico necessário para ser executado, instruído, com as peças

gráficas e escritas solicitadas pelo Caderno de Encargos do Projecto de Expropriações, nesta situação, será de propor a sua aprovação.

Chegados a este ponto, o dono de obra, o promotor do empreendimento de utilidade pública, tem de tomar a resolução de expro-priar e requer a Declaração de Utilidade Pública de acordo com o Artigo 10º do Código das Expropriações.(29)

* Engenheiro Civil

Pós Graduado em Direito do Ordenamento do Território

e do Urbanismo pela FDLDoutorando em Urbanismo na FA UTL

(29) Código da Expropriações, aprovado pela Lei nº168/99, de 18 de Setembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 56/2008, de 4 de Setembro, Diário da Republica, 1.ª série nº 171, pp.6194.

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engenho | n.º 2/3 | 2010 | trimestral 37engenho | n.º 2/3 | 2010 | trimestral 37

A Memória Explicativa do Plano de Urbanização de Sintra, da autoria do Arquitecto-Urbanista Etienne De Gröer, não é propria-mente um trabalho inédito , mas é seguramente pouco conhecido e apesar de se reportar a um regulamento administrativo em fase de revisão entende-se ser de interesse a sua divulgação por forma a melhor compreender a génese e o desenvolvimento do moderno urbanismo português, e, por outro lado, porque o respectivo plano é talvez o que maior longevidade alcançou no país e essa estabilida-de ao nível do quadro normativo foi essencial para a preservação do património da Vila de Sintra, muito particularmente para a conser-vação da sua paisagem e vistas panorâmicas, do seu carácter pitores-co, e foi isso que permitiu em 1995 a sua classificação, pela Unesco, como Património Mundial, na categoria de “Paisagem Cultural.O Plano de Urbanização da Vila de Sintra(1), actualmente em proces-so de revisão mas ainda em vigor, publicado no Diário da República

de 16.05.1996 (IIª Série, nº 114)(2), foi elaborado em 1949 e apro-vado por despacho do Ministro das Obras Públicas de 12.04.1952, sobre prévio parecer do então Conselho Superior das Obras Públicas, de 04.04.1952, o que vale dizer que se trata de um caso de grande longevidade em matéria de planeamento e ordenamento do território. Mais de meio século de vigência, o que faz dele caso impar e talvez único no âmbito nacional.Uma situação muito similar, embora de diferente intervenção territorial porque de âmbito supra-municipal mas igualmente com a marca de De Gröer, é a do PUCS (Plano de Urbanização da Costa do Sol)(3), elaborado pela mesma altura. O mesmo abarcava uma pequena parte do Município de Lisboa, Oeiras e Cascais, foi aprovado em 1948 e revisto em 1959, e manteve-se em vigor até á elaboração dos respectivos planos municipais de ordenamento do território, ou seja até meados dos anos 90 do século passado.Na génese de ambos, esteve o Decreto nº 24.802, de 21.12.1934, da iniciativa de Duarte Pacheco então Ministro das Obras Publicas, mediante o qual estabeleceu a necessidade de elaborar planos de urbanização para as localidades de maior dimensão e importância, fosse em função do número de habitantes, fosse por se tratar de centros ou sedes concelhias com interesse turístico, recreativo ou histórico, e neles ficaram bem vincadas as ideias de De Gröer em matéria de planeamento e ordenamento do território.A intervenção de De Gröer na elaboração do PUS, e na de vários outros planos de urbanização(4), tem uma explicação simples. Na

Fernando Gomes*, José Manuel Simões Gomes**

A Memória Explicativa do Plano de Urbanização de Sintra de 1949,

de Etienne De Gröer

(1) Doravante a referenciar abreviadamente por PUS.

(2) O PDM de Sintra, na disposição do artigo 89º, nº 6, do respectivo Regulamento (DR, Iª Série-B, nº 232, de 04.10.1999) veio pos-teriormente a reafirmar a sua vigência.

(3) O carácter pioneiro e vanguardista deste plano foi recentemente enfatizado nas Jornadas Europeias do Património, de 2008, organiza-das pelo Município de Oeiras (cfr., Livro de Actas, edição da Câmara Municipal de Oeiras, Setembro de 2009).

(4) É de registar o trabalho deste arquitecto-urbanista na elaboração de vários outros planos, designadamente o do Plano Director de Lisboa, o de Coimbra, o de Braga e o de Évora.

(5) O seu registo biográfico mostra uma vivência muito cosmopolita e um percurso profissional verdadeiramente multifacetado, pois formara-se na então Rússia Imperial e no inicio da sua actividade trabalhara em S. Petersburgo.

memória explicativa

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altura Portugal não dispunha de verdadeiros especialistas na área do urbanismo e daí que Duarte Pacheco, á época Ministro das Obras Públicas, numa perspectiva de modernidade e abertura ao exterior que o Estado Novo então procurava, tenha recorrido a técnicos estrangeiros para trabalhar na implementação de planos de urbanização para os principais aglomerados do país. Foi o caso de De Gröer, que leccionara no Instituto de Urbanismo de Paris(5) e veio residir para Portugal em 1940, e por aqui se fixou até ao inicio dos anos cinquenta tendo produzido nesse período um trabalho verdadeiramente ciclópico.Antes dele, e até 1936, também Alfred Agache já trabalhara na elaboração de estudos para o Plano da Costa do Sol, e para além deles importará também registar os trabalhos de Muzio e Piacentini, neste caso relativamente á cidade do Porto.A estabilidade do PUS, que se mostrou essencial á preservação e con-servação dos elementos paisagísticos, teve também consequências ao nível do desenvolvimento das operações urbanísticas na respectiva área de intervenção. As regras estabelecidas em matéria de licenciamento de novas construções foram-se sedimentando e poucos foram os casos em que se observaram aprovações em manifesta desconformidade com as mesmas, o que significa que a sua aplicação não originou grande confli-tualidade(6), mas é evidente que a sua revisão de há muito se impunha face á evolução das condições económicas e sociais. Neste particular, e embora do plano se tenha vindo a fazer uma interpretação actualista, são de referir as normas fixadas para as ìzonas de construção espaçadaî, nas quais se definia a ocupação em função de classes sociais, ou seja zonas para a classe média, para a classe abastada, ou para habitação operária, tudo manifes-tamente em violação de elementares princípios de direito mas que á época da elaboração do plano tinham pleno acolhimento.As notas explicativas de que o autor elaborou permitem pois compreender a estratégia e o modelo de planeamento todo ele gizado já então em função de uma ideia central, a da necessidade de protecção do património arbóreo em todos os espaços, com diferentes níveis de protecção e de forma a permitir uma melhor qualidade de vida para os habitantes, e um pouco de acordo com a linha de pensamento já teorizada pelo inglês Ebenezer Howard, que preconizava a criação de cidades-jardins e na qual se poderá dizer que De Gröer se inseria.Dentro desta linha de orientação é de destacar a defesa do manto verde quer da serra quer de toda a área de intervenção do plano, desde logo mediante a proibição do corte de árvores, mas também limitando a

possibilidade do fraccionamento das quintas e de novas construções nas mesmas, e estabelecendo um anel de protecção á Vila mediante a fixação de uma área ìnon edificandiî.Outros traços ou objectivos essenciais centraram-se na limitação da construção alta e densa, na conservação de grandes faixas arborizadas, em simultâneo com o estabelecimento de vastas zonas ìnon edifican-diî, tanto para protecção de ordem paisagística como para protecção de monumentos, na fixação dos novos espaços urbanos fora da zona histórica e antiga da Vila, e ainda no condicionamento á instalação de unidades industriais.

ANEXO - MEMÓRIA EXPLICATIVA

– I –CONSERVAÇÃO DO CARÁCTER ACTUAL DA VILA

DE SINTRA

Como resulta da Análise do Estado Actual de Sintra, o conjunto das pequenas aglomerações abrangidas pelos limites do Plano de Urbanização representa antes de mais nada, um centro de turismo e de estadia de férias e de verão, excepcional pela sua beleza, pelo seu interesse histórico e pelas qualidades do seu clima.Como este centro é muito procurado e deve vir a sê-lo cada vez mais, por causa da sua proximidade da Capital, importa que o nosso trabalho tenha por directrizes principais a conservação do seu carácter pitoresco, pela protecção da sua rica vegetação, das suas vistas panorâmicas e das suas paisagens, e pela salvaguarda das suas recordações históricas.Efectivamente, isto é o principal do nosso programa.A protecção dos monumentos nacionais e das outras construções de valor artístico é o assunto do capitulo seguinte. Quanto à conservação da bonita vegetação de Sintra e das suas vistas e pai-sagens, resumimos abaixo quais são, neste fim, as disposições do Plano de Urbanização:

(6) Neste longo período de vigência do PUS poucos foram os casos que chegaram a tribunal. Ao nível das instâncias superiores apenas registamos dois processos (Cfr., Acórdão do STA, de 01.10.2002, relatado pelo Conselheiro Pires Esteves, no processo 0696/02, e o Acórdão do TCA Sul, de 21.05.2009, relatado pela Desembargadora Teresa de Sousa no processo nº 04103/08, consultáveis in www.gde.mj.pt), o que não tem comparação com a litigiosidade em torno do Plano da Área de Paisagem Protegida Sintra-Cascais ou o do Parque Natural, que lhe veio a suceder.

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– a –O traçado e a legislação do Plano que apresentamos tendem a entravar a construção densa e alta, como sendo inconveniente num sítio que deve ficar meio-rural e guardar o seu encanto actual e o seu ar puro.Com efeito, pode-se conceber facilmente que Sintra ficaria perdida num lugar de repouso e de turismo se viesse a ser um subúrbio popu-loso, barulhento e vulgar como já se tornaram Algés, Amadora e Mem Martins. É bem conhecido também que a construção de gran-des blocos de carácter urbano obriga a cortar as árvores: ora, estas constituem o principal atractivo de Sintra.Portanto, o nosso Plano limita, na medida do possível, os espaços atribuídos ás zonas de construção de prédios de rendimento e dá uma preferência muito marcada à extensão da vila sob a forma de bairros de casas unifamiliares e espaçadas. Os lotes têm de ser gran-des, para que as habitações fiquem envolvidas pela vegetação, para que se possa evitar o corte das árvores e para que os habitantes tenham, vindo a Sintra, o sossego, o repouso e a intimidade que eles procuram fugindo de Lisboa para um mês ou dois de férias.Como é precisamente esta população flutuante (morando quer nas suas quintas ou casas particulares, quer nos hotéis ou casas e apar-tamentos alugados para a época de verão) que traz aos habitantes fixos da vila os seus maiores lucros, e como esta população flutuan-te é constituída em grande parte, por turistas e estrangeiras, úteis ao País, importa salvaguardar o bem-estar destas famílias.Os Lisboetas que, apesar de trabalharem diariamente na Capital, querem viver fora dela, por considerações pecuniárias ou outras, não precisam instalar-se em Sintra e transformá-la, pela sua afluência, numa outra cidade. Eles têm ao seu dispor, para satisfazerem os seus interesses, outras localidades suburbanas, muito mais próximas de Lisboa e mais rapidamente ligadas com ela.Sintra deve ficar verdejante e serena, fora do formigueiro das massas humanas. Ela deve conservar, entre as pequenas cidades portuguesas,

o seu carácter de escol artístico e um pouco aristocrático. É deste carácter seu que gostam mesmo os mais humildes que ai vão em multidões, passar nela os domingos de verão.

– b –O Plano de Urbanização conserva as grandes faixas arborizadas ou agrícolas (que actualmente separam uma da outra as diferentes partes aglomeradas de Sintra), para que estas aglomerações não venham a fundir-se num grande volume de construção densa.Com efeito, como já dissemos na Análise do Estado Actual, são os espaços arborizados das grandes quintas, que constituem, juntamente com o parque e a mata municipais e com as matas nacionais o magnífico manto verde desta localidade e que lhe dão o seu carácter particular. Portanto, sujeitamos as grandes quintas a um regulamento especial que impede o seu parcelamento excessivo.

– c –Além disso, estabelecemos zonas de Non Aedificandi nos lugares onde queremos impedir qualquer construção, quer para conservar uma coroa verde a um monumento nacional, quer para proteger uma paisagem ou uma bonita vista. Em muitos casos, estas faixas de Non Aedificandi representam o fundo dos vales húmidos e impróprios para a habitação, actualmente aproveitados como pomares e hortas. Instituímos também tais faixas ao longo de certos trechos da estra-da, donde se disfrutam lindos panoramas (como o trecho da E.N.9, entre o Chão de Meninos e a Quinta dos Dois Lagos), e abaixo dos miradouros (como o pequeno largo diante do átrio da Igreja de S. Martinho, a curva da estrada de Monserrate, perto da Quinta dos Pisões, e a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, da qual se disfruta uma vista sobre um largo vale, até ao mar.

– d –Dispomos os bairros destinados à extensão da vila num certo afastamento das suas partes antigas e históricas, e de maneira que não estraguem as extraordinárias paisagens de Sintra, conhecidas em todo o Mundo e já clássicas.

– e –Proibimos, pelos regulamentos que propomos e pelo próprio traçado do nosso Plano, em Sintra como também na região que a envolve e que desempenha igualmente um papel turístico muito grande, a instalação de qualquer industria um pouco importante, porque tais indústrias apenas podem trazer ali uma numerosa população operária, que torna-ria Sintra numa aglomeração industrial, cheia de fumos e de barulho, coisa incompatível com o carácter turístico que importa conservar-lhe.As pequenas zonas industriais, que dispomos em diferentes lugares da área compreendida nos limites do nosso Plano, não deverão conter

As grandes faixas arborizadas que emolduram a Antiga Vila

memória explicativa

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senão pequenos estabelecimentos de carácter artesão, destinados a satisfazer as necessidades dos habitantes locais.

– f –Não fazemos quaisquer grandes transformações na rede dos arruamen-tos de Sintra, para que não sejam cortadas as árvores centenárias que orlam quase todas as estradas e para que não sejam demolidas certas construções antigas de grande interesse. De resto, a topografia do terre-no e a natureza do solo obrigariam a fazer obras muito importantes e muito dispendiosas, se se quisesse fazer, em vez dos arruamentos actu-ais, arruamentos convenientes ao grande movimento duma cidade importante. Tais obras, sendo ao mesmo tempo prejudiciais para a vegetação, seriam tanto mais úteis quanto ao certo que em Sintra não deve vir a ser uma grande cidade, sob pena de perder todo o seu carác-ter pitoresco e todo o seu interesse particular. Consideramos também que Sintra é um sítio de passeios e não um nó de grande circulação.Para a comodidade daqueles que, vindo de Lisboa ou de Cascais precisam de ir para além de Sintra, a Junta Autónoma de Estradas já projectou uma estrada de desvio que será muito útil. A Junta cons-truiu, além disso, uma estrada de Lisboa a Sintra, por Mem Martins, mais curta e mais recta do que a antiga estrada que vem do lado de Ranholas. A estrada nova permite reservar a esta ultima o seu carácter puramente turístico e as suas belas árvores.

– II –PROTECÇÃO DOS MONUMENTOS NACIONAIS

E DAS OUTRAS CONSTRUÇÕES DE VALOR ARTISTICO

Os principais monumentos nacionais que se encontram dentro dos limites do Plano de Urbanização - o Palácio Nacional, a Igreja de St.a Maria e a Capela de S. Lázaro - já estão, cada um cercados por um perímetro de protecção estabelecido pela Direcção dos Monumentos e Edifícios Nacionais, no interior do qual toda a construção está severa-mente fiscalizada pela mesma Direcção, sob ponto de vista das suas proporções, do seu carácter arquitectónico e da sua cor, para que ela não venha criar uma nota discordante na paisagem, cujo motivo principal é constituído pelo monumento nacional. A Direcção Geral vela também para que nenhuma construção nova venha tapar nem uma bonita vista sobre o monumento, nem uma vista que dele se disfruta sobre as suas cercanias, e para que este monumento não venha a ser desguarnecido do emolduramento verde que lhe faz a vegetação.Julgamos necessário ampliar a zona de protecção do Palácio Nacional, porque prevemos a formação de novos bairros de exten-são ao norte deste Palácio, sobre colinas donde a silhueta deste edifício se perfila duma maneira muno bonita sobre a montanha do Castelo dos Mouros.

Foi em vista da protecção desta vista e da que se vai ver da rua de acesso aos referidos bairros novos que aconselhamos proibir a construção alta e apertada ao longo da Estrada da Macieira e autorizar aí apenas a construção de casas baixas e afastadas late-ralmente uma da outra pelo menos 40 metros.No que diz respeito às outras construções antigas de Sintra, como a Casa dos Ribafrias, a Quinta dos Pisões e a Quinta de S. Sebastião, que lhe dão um encanto incomparável e que é necessá-rio conservar sem alterar as suas fachadas, marcamo-las no Plano de Urbanização por um traço convencional.

– III –PROTECÇÃO, COMO REGIÃO DE TURISMO E DE PASSEIOS, DE TODA A SERRA DE SINTRA E DOS

ESPAÇOS RURAIS QUE A CERCAM

Como já dissemos na Análise do Estado Actual de Sintra, o grande interesse turístico desta localidade reside não só nas suas qualidades próprias, mas também no facto de ela constituir o centro de toda uma região excessivamente interessante e pitoresca. Com efeito, é toda a Serra, com as suas notáveis curiosidades (como o Palácio da Pena, o Convento dos Capuchos, etc), a sua linda mata e as vista deslumbrantes que dela se disfrutam, que atrai os viajantes e as pessoas em férias e que lhes oferece lindas excursões e passeios.A Serra de Sintra e toda a região circunvizinha, com as suas bonitas localidades de estadia de Verão, como Colares e os seus arredores, representam pela beleza do sitio, uma grande riqueza nacional que é essencial proteger contra a invasão dos Ioteantes, dos construtores de prédios de rendimento e dos industriais. Toda esta região deve ficar tão densamente arborizada como está actualmente, e os espa-ços rurais que fazem parte dela devem conservar o seu aspecto campestre, para que as grandes vistas panorâmicas que constituem o encanto dos caminhos da Serra não sejam estragadas pelo apare-cimento súbito de qualquer aglomeração de carácter urbano, qual-quer fábrica ou qualquer volumoso edifício, desproporcionalmente

Vista do Palácio Nacional protegida por faixas Non Aedificandi

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engenho | n.º 2/3 | 2010 | trimestral 41

alto em relação ás bonitas pequenas casas aldeãs destes lugares.As matas da Serra já estão incluídas numa ìZona Florestar, cujos limites e regulamento foram fixados, anteriormente ao nosso Plano, pelo Decreto nº 20.287 de 27/L/1932, com o fim de impedir a desarborização.Achamos que as sanções aplicadas por este regulamento, no caso de infracção, são demasiadamente fracas e aconselhamos vivamen-te alterar a importância das multas a pagar até pelo menos, 3 vezes o valor da árvore cortada sem autorização. A não ser assim, correr-se-ia o grande risco de assistir à progressiva desarborização de toda aquela esplêndida floresta.Daqui em diante, a ìZona Florestalî constituirá o núcleo central da Zona Rural, que estabelecemos, por nossa vez, como zona de protecção de toda a região turística de Sintra.

Fixamos para esta zona os limites seguintes:A Leste de Sintra, traçamos o limite a 2km, aproximadamente, dos limites do Plano de Urbanização desta localidade. Se se tomar, como ponto de partida da nossa linha, o seu cruzamento com a actual estrada de Lisboa (E.N.249), esta linha, indo para o Norte passará ao Oeste de Mem Martins e do Algueirão e mais longe a Leste da aldeia dos Cravos e do Campo Raso. Deste modo, o trecho da futura estrada de desvio de Sintra, projectada pela Junta Autónoma de Estradas, que ficará compreendido entre Linhó e o Campo Raso, passará inteiramente pela Zona Rural, o que impedirá por si próprio e sem que haja necessidade de qualquer interdição especial, todo o desenvolvimento urbano ao longo desta parte da estrada.A futura estrada que atingirá Sintra por Mem Martins e entrará na Vila pela Avenida Cambournac, atravessará igualmente a Zona Rural.O limite Norte desta zona de protecção seguirá na mesma distância dos limites do Plano de Urbanização de Sintra como o limite Este, quer dizer passará ao Norte da série das aldeias, das quais as duas extremas Este e Oeste são respectivamente o Lourel de Baixo e a Zibreira.A partir da Zibreira, propomos prolongar o limite da Zona Rural de Sintra até Colares (deixando este ultima fora dela, contornando-o do lado Este e do lado Sul) e mesmo até ao mar (à desembocadura do Rio das Ursas).Do lado sul da cadeia das montanhas, será à ponta do Assobio que começará, ao Oceano o limite da Zona de Protecção (ou Zona Rural). Ele passará ao Sul do Alto do Mato e continuará em direcção para Leste, até à Estrada de Cascais (E.N.9). Dai, irá subindo para o Nordeste, para contornar a Abrunheira, e atingirá a actual Estrada de Lisboa. (E.N. 249)Dentro destes limites, a construção será sujeita ao regulamento da Zona Rural de Sintra. Cada uma das aldeias incluídas nesta zona deve-rá ser limitada por um perímetro de extensão, tão reduzido quanto possível (como foi feito para as aldeias da Costa do Sol), com o fim de impedir que lá atinja um desenvolvimento demasiado).

- - - - - - - - - - - - - -

Além do corte das árvores e da construção, é também preciso regulamentar severamente na Serra, a exploração das pedreiras, tanto mais que algumas se encontram mesmo no meio do bairro de habitação de Sintra, o que em princípio não deve existir.A exploração das pedreiras propagou-se especialmente do lado de S. Pedro. É fácil prever que se espalhe também em outros pontos da Serra, por causa do desenvolvimento de bairros novos, cuja construção exigirá, como material, a bela pedra local.Ora, o progressivo crescimento das pedreiras representa um verda-deiro perigo, não só sob o ponto de vista da solidez do solo (minado pouco a pouco pelas escavações e ameaçado de escorre-gar na sua camada superficial), mas também sob o ponto de vista de prejuízo que traz à beleza da paisagem e ao bom aspecto dos bairros urbanizados. Alguma pedreira corta um bonito declive duma colina arborizada, uma outra faz no coração de uma locali-dade habitada, um buraco enorme, impossível de arranjar de qualquer maneira que seja, sendo este demasiado grande e dema-siado fundo para poder ser entulhado, etc.Para proteger a paisagem de S. Pedro e de St.a Maria, é necessário fixar à pessoa, que está actualmente a explorar a pedreira sita na Quinta da Sabroza, os limites que a sua exploração não deve ultrapassar, em conformidade com os limites que a Câmara Municipal de Sintra já lhe indicou.Uma tal medida deve ser aplicada a todas as pedreiras existentes e futuras. Além disso, uma cláusula especial do contrato que o explo-rador terá de assinar com o Município, deve exigir que, no fim dos seus trabalhos, esta pessoa rearranje o sitio, de maneira a dar-lhe um aspecto aceitável: os buracos feitos no solo devem ser cuidadosa-mente preenchidos e os escombros levados para fora da pedreira e da localidade, de maneira que a Câmara possa utilizar o lugar, quer para qualquer construção, quer para o ajardinar. Um artigo especial do Regulamento da Zona Rural estipula aquelas exigências.Dentro dos limites do Plano de Urbanização de Sintra, não será auto-rizada nenhuma nova abertura de pedreira e será proibido recome-çar a exploração das pedreiras abandonadas.

* Procurador da República

** Eng.º Civil, Mestre e Assistente Convidado no Instituto Superior de Engenharia de

Lisboa (DEC/ISEL), [email protected]

Limites esquemáticos da Zona Rural de Protecção de Sintra (sem escala)

memória explicativa

engenho | n.º 2/3 | 2010 | trimestral42

nota técnica

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nota técnica

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nota técnica

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nota técnica

4 Junho - LISBOA / KATMANDU Comparência no aeroporto e embarque para Katmandu, via uma cidade europeia. Noite e refeições a bordo.

5 Junho - KATMANDU Chegada, transporte ao hotel e alojamento. Katmandu é uma cidade pequena, mas fascinante com mais templos que ca-sas, e festivais que ultrapassam os dias do ano. Tempo livre e jantar no hotel.

6 Junho - KATMANDU (PATAN) Visita da cidade em que se destacam Praça Durbar, Freak Street, Hanuman Dhola (do deus macaco) e Kumari Bahal (da deusa Kumari).Continuação para Swayambhunath, um dos mais enigmáticos complexos budistas. Almoço em restaurante local. A tarde, saída para Patan, a cidade das artes, que ainda retêm um ambiente medieval, repleta de templos Hindus e mo-numentos budistas. Regresso ao hotel e alojamento. Noite livre.

7 Junho - KATMANDU (PASHUPATINATH E BHADGAON) Visitas a Bouddhanth, uma colossal stupa e uma das principais atracões do Nepal. Almoço e continuação para Pashupatinath ,Templo do Lord Shilia e a área de cremação hindu. Pashupatinath e o espírito guardião e o mais sagrado de todos os templos a Shiva no país. Ultima paragem em Bhadgaon, a cidade dos devotos cuja Praça Durbar alberga o Palácio do Rei Bhupatindra, hoje a Galeria Nacional. Alojamento em Katmandu. Noite livre.

8 Junho - KATMANDU / DELHI Transporte ao aeroporto e embarque em voo para Delhi. Chegada, transporte ao hotel, jantar e alojamento.

9 Junho -DELHI Visita à Nova e à Antiga Delhi memorial a Mahatma Ghandi; pas-sagens pelo Forte Vermelho e Jama Masjid; visitas ao Minarete Qutab do sec. XII, ao Tumulo de Humayun, a Porta da índia, ao Parlamento e ao Rashtrapati Bhawan, a casa do presidente. Alojamento.

10 Junho - DELHI / AGRASaída para Agra e visita ao Forte que representa a arquitec-tura do período dos 3 grandes imperadores Mongóis. Visita ao Taj Mahal Alojamento e jantar.

11 de Junho - AGRA / FATEHPUR SIKRI/JAIPUR Saída para Jaipur, visitando Fatehpur Sikri no caminho, ci-dade construída pelo imperador Akbar e abandonada pos-teriormente por falta de água. Chegada a Jaipur, chamada cidade cor de rosa do Rajastão pela cor dos edifício da cidade amuralhada. Alojamento

12 de Junho - JAIPUR Visita a Amber, antiga capital do Imperio Rajput e famosa pelo seu forte. Em Jaipur, visita ao Palácio dos Ventos, ao Palácio da Cidade e ao observatório Jantar Mantar constru-ído por Sawai Jai Singh Alojamento.

13 de Junho –JAIPUR / GOA Transporte ao aeroporto e embarque para Goa. Transporte ao hotel e restante dia livre. Goa caracteriza-se por boas praias, casas e igrejas ao estilo português antigo, marisco abundante e um agradável ambiente

14 de Junho - GOA Visita da parte antiga da cidade incluindo: Basílica do Bom Jesus, a Catedral de Santa Catarina e Panjim, almoço. Tarde livre e alojamento.

15 de Junho -GOA Dia livre para descansar na praia ou para compras na cidade

16 de Junho - GOA / BOMBAIM / Transporte ao aeroporto e embarque para Bombaim. Visita da cidade incluindo a Porta da índia, os Templos Jain, os Jardins Suspensos, a Torre do Silencio e a Colina Malabar. Alojamento

17 de Junho - BOMBAIMDia livre para visitas e para compras na cidade. Em hora a designar, concentração no hotel, transporte ao aeroporto e embarque para Portugal. Noite e refeições a bordo.

de Junho - Chegada a 18 LISBOA

Nepal e IndiaKATMANDU – PATAN – DELHI – AGRA – JAIPUR – GOA – BOMBAIM

Viagem em organização – reservas – grupo máximo 24 participantesMais informações SNE 213 240 800

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Assembleia da RepúblicaResolução da Assembleia da República nº 41/2010, de 12 de Maio Recomenda ao Governo que disponibilize informação sobre o Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico.

Resolução da Assembleia da República nº 49/2010, de 31 de MaioRecomenda ao Governo a adopção de medidas legislativas em matéria de valorização de imóveis devido a decisões administrati-vas ou investimentos públicos.

Resolução da Assembleia da República n.º 52/2010, 7 de JunhoCessação de vigência do Decreto-Lei n.º 29/2010, de 1 de Abril (prorroga até 31 de Dezembro de 2010 a aplicação das medidas excepcionais de contratação pública, permitindo a adopção do procedimento de ajuste directo para a celebração de contratos de empreitada de obras públicas, de locação ou aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços, no âmbito da prossecução do objecto da Parque Escolar, E. P. E., alterando o Decreto-Lei n.º 34/2009, de 6 de Fevereiro).

Resolução da Assembleia da República n.º 55/2010,de 9 de JunhoRecomenda ao Governo que não permita a instalação de uma nova subestação eléctrica no Parque Florestal de Monsanto

Presidência do Conselho de MinistrosResolução do Conselho de Ministros nº 24/2010. de 1 de Abril Aprova a Estratégia Nacional de Adaptação as Alterações Climáticas.

Resolução do Conselho de Ministros nº 29/2010, de 15 de AbrilAprova a Estratégia Nacional para a Energia 2020.

Resolução do Conselho de Ministros nº32/2010, de 27 de AbrilAltera as áreas sujeitas às medidas preventivas estabelecidas pela Resolução do Conselho de Ministros nº 12/2009, de 27 de Janeiro necessárias á implementação do troço compreendido entre Vila Franca de Xira e Alenquer do projecto de ligação ferroviária em alta velocidade entre Lisboa e o Porto.

Resolução do Conselho de Ministros nº 35/2010, de 6 de MaioAprova a Estratégia de Desenvolvimento da Base tecnológica e Industrial de Defesa.

Resolução do Conselho de Ministros n.º 39-A/2010, de 4 de JunhoAprova as alterações ao contrato de concessão do financiamento, concepção, projecto, construção, conservação, exploração, requali-ficação e alargamento da rede rodoviária nacional, celebrado entre o Estado Português e a EP – Estradas de Portugal, S. A., cuja minuta foi aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 174-A/2007, de 23 de Novembro.

Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das PescasDecreto-Lei nº 32/2010. de 13 de AbrilEstabelece medidas de protecção contra a introdução na Comunidade de organismos prejudiciais aos vegetais e produtos vegetais e contra a sua propagação no interior da Comunidade, transpondo a Directiva n.º 2009/143/CE, do Conselho, de 26 de Novembro, e a Directiva n.º 2010/1/UE, da Comissão, de 8 de Janeiro, que alteram a Directiva n.º 2000/29/CE, do Conselho, de 8 de Maio. e procedendo à sexta alteração ao Decreto-Lei nº 154/2005, de 6 de Setembro.

Decreto-Lei n.º 94/2010, de 29 de JulhoAltera os critérios de pureza específicos dos aditivos alimentares, modifica as condições de utilização dos edulcorantes nos géneros alimentares, transpondo as Directivas nº 2009/10/CE, da Comissão, de 13 de Fevereiro, e 2009/163/UE, da Comissão, de 22 de Dezembro, proce-dendo à oitava alteração ao Decreto-Lei n.º 365/98, de 21 de Novembro, e à terceira alteração do Decreto-Lei n.º 394/98, de 10 de Dezembro.

Ministério da Administração InternaPortaria nº 269/2O10, de 17 de Maio Estabelece que o período critico no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios vigore de 1 de Julho a 15 de Outubro no ano de 2010.

Ministério das Obras Públicas, Transportes e ComunicaçõesDecreto-Lei nº 33/2010 de 14 de AbrilAprova as bases da concessão do serviço público aeroportuário de apoio á aviação civil, compreendendo o estabelecimento, o desenvol-vimento, a gestão e a manutenção das infra-estruturas aeroportuárias dos aeroportos de Lisboa, do Porto, de Faro, de Ponta Delgada, de Santa Maria, da Horta, das Flore e do Terminal Civil de Beja, bem como de novos aeroportos, incluindo o novo aeroporto de Lisboa

Decreto-Lei nº 33-A/2010, de 14 de AbrilAprova as bases da concessão do projecto, construção, financia-mento, manutenção e disponibilização, por todo c período da concessão, da concessão RAV Poceirão - Caia, da ligação ferrovi-ária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.

Decreto-Lei nº 41 -A/2010, de 29 de AbrilRegula o transporte terrestre, rodoviário e ferroviário, de merca-dorias perigosas, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/90/CE, da Comissão, de 3 de Novembro, e a Directiva n.º 200&fô&CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de Setembro

Decreto-Lei n” 48/2010. de 11 de MaioEstabelece o regime jurídico de acesso e ao exercício da actividade

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legislação

de inspecção técnica de veículos a motor e seus reboques e funcio-namento dos centros de inspecção e revoga o Decreto-Lei nº 550/99, de 15 de Dezembro.

Portaria n.º 314-B/2010, de 14 de JunhoDefine o modo de utilização do dispositivo electrónico de matrí-cula para efeitos de cobrança electrónica de portagens.

Decreto-Lei n.º 86-A/2010, de 15 de JulhoAprova o Regulamento Relativo a Determinados Elementos e Características dos Veículos a Motor de Duas e Três Rodas, trans-põe a Directiva n.º 2009/108/CE, da Comissão, de 17 de Agosto, e revoga o Decreto-Lei n.º 267-B/2000, de 20 de Outubro.

Ministério da Economia e da InovaçãoDecreto-Lei nº 39/2010, de 26 de AbrilEstabelece o regime jurídico da mobilidade eléctrica. aplicável a organização, acesso e exercício das actividades relativas ã mobili-dade eléctrica, bem como as regras destinadas à criação de uma rede piloto de mobilidade eléctrica.

Decreto-Lei nº 50/2010. de 20 de MaioCria o Fundo de Eficiência Energética previsto no Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética.

Decreto-Lei nº 51/2010, de 20 de MaioSimplifica o procedimento para a instalação de sobre equipamen-to em centrais eólicas, revê os respectivos regimes remuneratórios e prevê a obriga alteração de instalação de equipamentos destina-dos a suportar cavas de tensão, alterando o Decreto-Lei nº 225/2007, de 31 de Maio.

Portaria n.º 456/2010, de 1 de JulhoEstabelece os requisitos técnicos e financeiros a que fica sujeita a atribuição de licença para o exercício da actividade de comercialização de electricidade para a mobilidade eléctrica, bem como algumas regras procedi mentais aplicáveis à instrução do respectivo requerimento.

Portaria n.º 542/2010, de 21 de JulhoSegunda alteração à Portaria n.º 96/2004, de 23 de Janeiro, que determina que os titulares de licenças vinculadas de produção, asso-ciadas a centros produtores hidroeléctricos ou termoeléctricos, adian-te designados por produtores, devem proceder à aquisição ou arren-damento à entidade concessionária da Rede Nacional de Transporte de Energia Eléctrica (RNT) dos terrenos que constituem o sítio a eles afecto, e revoga a Portaria n.º 481/2007, de 19 de Abril.

Decreto-Lei n.º 90/2010, de 22 de JulhoAprova, simplificando, o novo Regulamento de Instalação, de

Funcionamento, de Reparação e de Alteração de Equipamentos sob Pressão, revogando o Decreto-Lei n.º 97/2000, de 25 de Maio.

Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de JulhoEstabelece os princípios e as regras necessárias para simplificar o livre acesso e exercício das actividades de serviços e transpõe a Directiva n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro.

Ministério das Finanças e da Administração PúblicaPortaria n.º 303/2010, de 8 de JunhoRegulamenta as deduções à colecta para efeitos de IRS nos encar-gos com equipamentos de eficiência energética ambiental e revoga a Portaria n.º 725/91, de 29 de Julho.

Decreto-Lei n.º 72-A/2010, de 18 de JunhoEstabelece as normas de execução do Orçamento do Estado para 2010.

Portaria n.º 485/2010, de 13 de JulhoAprova o Regulamento de Gestão do Fundo de Intervenção Ambiental.

Portaria n.º 486/2010, de 13 de JulhoAprova o Regulamento de Gestão do Fundo de Protecção dos Recursos Hídricos.

Portaria n.º 487/2010, de 13 de JulhoAprova o Regulamento de Gestão do Fundo para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território Decreto-Lei nº 30/2010 de 2 de AbrilQuinta alteração ao regime jurídico do comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa, aprovado pelo Decreto-Lei nº 233/2004, de 14 de Dezembro, transpondo parcialmente para a ordem jurídica interna a Directiva nº 2009/29/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Abril.

Portaria nº 228/2110. de 22 de Abril Define o logótipo para uso por parte das entidades gestoras das plataformas de negociações no âmbito do mercado organizado de resíduos.

Decreto-Lei n.º 82/2010, de 2 de JulhoProrroga o prazo para a regularização dos títulos de utilização de recursos hídricos e dispensa os utilizadores desses recursos da prestação da caução para recuperação ambiental quando constitu-am garantia financeira, procedendo à quinta alteração ao Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de Maio.

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legislação

O SNE esteve lá!

EXPO ShangaiUma porta para o século XXI

Guia para o envio da colaboração para a “engenho”Com o intuito de facilitar a publicação dos trabalhos na “engenho”, solicitamos que sejam seguidos os seguintes princípios orientadores:

1 - Do envio: os originais podem ser remetidos directamente à Redacção da “engenho” em formato digital, por mail, em CD ou em DVD.

Contactos: E-mail: [email protected] ; [email protected]

Telef: 213 240 800 (Secretariado Angelina Santos ) Endereço: engenho Rua Jardim do Regedor 37 º 2º 1150 – 193 LISBOA

2 - Dos originais: pretende-se que sejam inéditos e tratem concreta mente um único tema, preferen-cialmente dentro dos campos da Engenharia ou de outras áreas do Saber com interesse geral para o desenvolvimento dos mesmos, com um máximo de 2 500 a 3 000 caracteres. O programa de processamento de texto deverá ser o Word (ou compatível), devendo procurar-se, para o caso de fórmulas e cálculos que os mesmos sejam reduzidos, mas claros, de modo a demonstrar e a escla-recer os conceitos e as deduções que se pretendem utilizar.

3 - Dos imagens e anexos: - as fotografias deverão ser em formato digital, preferencialmente JPEG com uma resolução mínima

de 300 dpi e os desenhos em formato PDF ou PDF do Photoshop;- deverá indicar-se no texto o lugar que o autor considera mais adequado para a colocação de cada

desenho ou fotografia, assim como a respectiva legenda; - as referências bibliográficas serão ordenadas no final do artigo, procurando adoptar-se a sua apre-

sentação de acordo com a NP-405 (Norma portuguesa para referências bibliográficas).

4 - Detalhes adicionais: cada artigo deverá vir acompanhado de um resumo redigido em português, se possível, traduzido para francês e inglês.

- A data do artigo, à falta de outra indicação, presume-se que seja a da remessa à “engenho”. Tratando-se de reprodução de uma palestra ou comunicação, deverá essa indicação ser acompa-nhada da data e local onde foi proferida.

- O autor deverá mencionar claramente o seu nome e eventualmente elementos relacionados com os seus conhecimentos sobre o assunto, tais como categoria ou cargos profissionais, títulos aca-démicos ou outros.

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guia

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