níveis e funções da linguagem

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24 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 2 – Níveis de linguagem Na seção anterior, você estudou os conceitos de língua e linguagem, assim como as variações linguísticas. Dando continuidade ao assunto, vamos abordar a variação de registro, que se define pela forma de utilização da linguagem, levando em conta o contexto da situação. Um exemplo disso é a forma como falamos com um adulto ou com uma criança. Quando falamos com a criança, a nossa linguagem é mais gestual, mudamos o tom da voz, ou seja, imitamos as próprias crianças. Antes de estudar esse tipo de variação, que chamaremos de níveis de linguagem, é necessário que você reflita um pouco sobre as características da língua falada e da língua escrita. Nas situações de fala, há um contato direto entre os interlocutores, isto é, falante e ouvinte, o que nos permite fazer repetições e explicações, caso nosso ouvinte não nos compreenda. Quando estamos em uma conversa, mudamos o tom, para dar ênfase a alguma informação, interrompemos, ou somos interrompidos, deixamos frases incompletas, ou, ainda, mudamos o “rumo” do assunto. Isso denota uma outra característica da linguagem oral, a fragmentação. Ou seja, na linguagem oral adequamos a nossa fala, ajustando-a ao interlocutor para sermos por ele compreendidos. Já nas situações de escrita, o contato entre autor e leitor é indireto, logo, torna-se necessária a formulação de um texto claro, possível de ser compreendido pelo leitor, sem a possibilidade da intervenção simultânea do autor. No texto escrito, as reformulações não são percebidas pelo interlocutor. Ainda que seja reescrito, o texto que chega ao interlocutor não apresenta essas marcas. Nesse nível de linguagem não há a fragmentação e o uso de frases incompletas, a não ser que seja uma atitude intencional do autor, ou o seu estilo de escrita. Mas, normalmente, o texto escrito é completo, com um vocabulário amplo, para evitar as repetições, comuns nas falas.

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Níveis e Funções Da Linguagem

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    Universidade do Sul de Santa Catarina

    Seo 2 Nveis de linguagem

    Na seo anterior, voc estudou os conceitos de lngua e linguagem, assim como as variaes lingusticas. Dando continuidade ao assunto, vamos abordar a variao de registro, que se define pela forma de utilizao da linguagem, levando em conta o contexto da situao.

    Um exemplo disso a forma como falamos com um adulto ou com uma criana. Quando falamos com a criana, a nossa linguagem mais gestual, mudamos o tom da voz, ou seja, imitamos as prprias crianas.

    Antes de estudar esse tipo de variao, que chamaremos de nveis de linguagem, necessrio que voc reflita um pouco sobre as caractersticas da lngua falada e da lngua escrita. Nas situaes de fala, h um contato direto entre os interlocutores, isto , falante e ouvinte, o que nos permite fazer repeties e explicaes, caso nosso ouvinte no nos compreenda. Quando estamos em uma conversa, mudamos o tom, para dar nfase a alguma informao, interrompemos, ou somos interrompidos, deixamos frases incompletas, ou, ainda, mudamos o rumo do assunto. Isso denota uma outra caracterstica da linguagem oral, a fragmentao. Ou seja, na linguagem oral adequamos a nossa fala, ajustando-a ao interlocutor para sermos por ele compreendidos.J nas situaes de escrita, o contato entre autor e leitor indireto, logo, torna-se necessria a formulao de um texto claro, possvel de ser compreendido pelo leitor, sem a possibilidade da interveno simultnea do autor. No texto escrito, as reformulaes no so percebidas pelo interlocutor. Ainda que seja reescrito, o texto que chega ao interlocutor no apresenta essas marcas. Nesse nvel de linguagem no h a fragmentao e o uso de frases incompletas, a no ser que seja uma atitude intencional do autor, ou o seu estilo de escrita. Mas, normalmente, o texto escrito completo, com um vocabulrio amplo, para evitar as repeties, comuns nas falas.

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    Leitura de Produo Textual

    Unidade 1

    Veja o exemplo dos dois fragmentos abaixo. O primeiro, um trecho da msica Valsinha, de Chico Buarque de Holanda, e o segundo uma conversa informal.

    Ex1.

    Um dia ele chegou to diferente do seu jeito de sempre chegar Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar E no maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar E nem deixou-a s num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar

    Ex2.

    Putz... da a pouco ele chegou e..... nossa! Tava meio estranho. Olhou pra ela dum jeito meio estranho ... eh.....Da, chegou junto e pegou ela pra danar. Como podemos ver, h uma srie de diferenas entre fala e escrita, em relao estrutura e organizao do texto. Nos dois exemplos percebemos que o texto escrito tem um vocabulrio amplo, as frases so completas, no h marcadores de oralidade como da, putz, eh, bem diferente do que ocorre no fragmento da conversa informal.Para deixar mais clara as diferenas entre a modalidade oral e a escrita, apresentamos, a seguir, o resumo de algumas caractersticas da linguagem oral, extrado do texto de Graciema Pires Therezo, seguido de um quadro comparativo entre aquela linguagem e a linguagem escrita.Algumas diferenas apresentadas por Graciema so:

    Na linguagem oral recorrente o uso de onomatopeia, exclamaes e entonaes. Ex: Putz! Que noia!.

    Os anacolutos (rupturas de construo da frase, que se desviam da trajetria) tambm so comuns na fala. Ex: Essas empregadas, no tenho tido sorte com empregadas domsticas nos ltimos anos.

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    Universidade do Sul de Santa Catarina

    A repetio de palavras uma outra marca frequente da linguagem oral. Ex: A notcia que eu li no jornal de ontem uma notcia muito sria e no todo dia que se l uma notcia como essa.

    A fala emprega formas descontradas e grias. Ex: T na presso, mina... As provas na facu to chegando.

    O uso de certas construes, consideradas difceis, so pouco usadas na linguagem falada. Ex: Os funcionrios, cujos cargos so indicados, tm melhores salrios.

    Lngua oral Lngua escrita

    Repetio de palavras Vocabulrio amplo e variado

    Frases inacabadas e interrompidas Frases completas

    Sequncia de oraes com ou sem conexo Oraes coordenadas ou subordinadas

    Frases feitas, clichs, provrbios, grias Uso restrito de frases feitas, provrbios, grias

    Marcas da oralidade, como da, n, t etc. Ausncia desses marcadores

    Quadro 1.2 Comparativo entre lngua oral e escrita Fonte : Elaborao do autor.

    As caractersticas do Quadro 1.2 so predominantes, mas no podem ser vistas como exclusivas do texto oral ou do texto escrito.Voc sabe que nossa produo oral no sempre igual. Quando falamos, fazemos variaes em funo do contexto da conversao e de nossos interlocutores. Assim tambm a escrita no uniforme. Podemos escrever de vrias formas, considerando a finalidade do texto e o leitor a quem nos dirigimos, concorda?Isso significa que h outro tipo de variao, que pode ser registrado tanto na fala quanto na escrita. Por isso, mais importante que observar as variaes entre fala e escrita observar e fazer uso das diferenas entre os nveis de linguagem.

  • 27

    Leitura de Produo Textual

    Unidade 1

    Veja o quo estranho nos soa a linguagem de Calvin no quadrinho abaixo:

    Ainda que os personagens estejam usando uma linguagem correta, fica evidente que ela inapropriada, pois ningum usa essa formalidade quando conversa com os pais. Certo?Assim sendo, fica claro que usar a linguagem correta tambm saber usar o nvel de linguagem ideal para cada contexto comunicativo. Perceba que em casa, no trabalho, no encontro com os amigos, expressamo-nos de diferentes formas, ou seja, no nos referimos ao nosso chefe da mesma maneira como nos dirigimos a um amigo, no mesmo? Nesse sentido, temos de estar atentos necessidade de usarmos adequadamente os nveis de linguagem, que so: coloquial ou familiar, popular, padro e culta. A modalidade coloquial ou familiar usada entre amigos. Com um vocabulrio suficiente para que a comunicao acontea, essa modalidade arcada pela descontrao da oralidade. Nela podemos encontrar, tambm, o uso de algumas grias ou, ainda, inadequaes, ou deslizes gramaticais. A modalidade popular mais usada por aqueles que tm pouco conhecimento da lngua portuguesa, ou seja, pessoas que pouco frequentaram a escola. Essa modalidade marcada pelo uso de grias, por graves erros gramaticais e por um vocabulrio restrito.

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    Universidade do Sul de Santa Catarina

    A modalidade padro aquela considerada correta. Encontramos facilmente essa linguagem nos jornais, escritos ou falados, marcada pelo uso correto das normas gramaticais e por um vocabulrio livre de grias.Alguns autores fazem uma distino entre as modalidades padro e culta. Dentre eles destacamos Graciema Pires Therezo, para quem a modalidade culta est acima da linguagem padro (2008). Essa a variedade lingustica de maior prestgio social. aquela usada nas situaes formais, tanto na fala quanto na escrita. O uso de um vocabulrio amplo a marca dessa modalidade. utilizada nos textos didticos de curso superior, nos comentrios crticos de cientistas polticos e econmicos, nas teses e dissertaes acadmicas, em artigos cientficos (2008, p. 40).

    A modalidade culta a lngua padro. a variedade lingustica de maior prestgio social. aquela usada nas situaes formais tanto na fala quanto na escrita.

    facilmente observada em um discurso de formatura, na apresentao de um projeto, na defesa de uma monografia, ou ainda, na produo de textos acadmicos, jurdicos, empresariais etc.

    A modalidade coloquial a linguagem que utilizamos no nosso cotidiano, para situaes informais, tanto na fala quanto na escrita.

    a linguagem que usamos no nosso dia a dia, nas conversas com os amigos, com a famlia, ou ainda, na produo de alguns textos, como bilhetes ou mensagens eletrnicas. Precisamos ficar atentos, porm, ao fato de que no h um limite rgido para a distino dessas modalidades. A distino entre os nveis de linguagem determinada pela situao de interlocuo, ou seja, usa-se uma ou outra modalidade, ou nvel de linguagem, em funo do nvel de formalidade exigido pelo contexto. Assim, situaes mais informais permitem o uso da modalidade coloquial e situaes mais formais exigem o uso da modalidade culta. Veja os seguintes exemplos:

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    Leitura de Produo Textual

    Unidade 1

    Situao hipottica: confraternizao entre os funcionrios da empresa X. Contexto 1

    Se voc ficar encarregado de publicar um convite a todos os funcionrios, voc se preocupar em ser objetivo e, principalmente, ser compreendido por todos, at mesmo pelos que no o conhecem. Alm disso, como pessoas que ocupam cargos hierarquicamente superiores ao seu, tambm sero seus interlocutores, voc tender formalidade. Provavelmente, seu texto ficar parecido com o que sugerimos abaixo.

    No esprito de encerramento de mais um ano de trabalho, convidamos a todos os colaboradores desta empresa para um jantar comemorativo.

    Local: Restaurante XXX

    Data: 15/12/2006

    Horrio: 20 horas

    necessrio confirmar presena at dia 10/12/2006, pelo e-mail [email protected].

    Contexto 2:

    Agora voc um dos funcionrios da empresa que recebeu o convite. Seu interesse saber se as pessoas que trabalham mais prximas de voc, ou seja, aquelas com as quais voc tem mais intimidade comparecero. Muito provavelmente, voc mandar a elas um e-mail, de forma descontrada, prximo ao sugerido:

    E a, pessoal. T a fim de ir no jantar do dia 15. Quem vai? Vamos combinar um esquema de carona? T esperando. Abrao.

    Sabemos que a maioria das situaes de fala tendem a ser mais informais que as situaes de escrita, o que leva as pessoas a uma concluso equivocada: comum que as pessoas faam uma associao de conceitos e denominem uma modalidade como

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    Universidade do Sul de Santa Catarina

    linguagem oral/coloquial e a outra como linguagem escrita/culta. No entanto, como voc pode ver no exemplo acima, houve a ocorrncia dos dois nveis culto e coloquial nos dois textos simulados, e ambos foram produzidos de forma escrita.Alm disso, lembre-se de que os conceitos anteriormente apresentados explicitam que tanto a modalidade culta quanto a coloquial aparecem em situaes de fala e escrita.

    importante no confudir essa diferena entre modalidade culta e coloquial com a diferena entre fala e escrita.

    Para finalizar esta seo, gostaramos de reforar que o objetivo de estudar as modalidades que lhe foram apresentadas fazer com que voc fique atento necessidade de adequao de seu texto falado ou escrito situao de uso. O ideal que voc se sinta apto a fazer uso da modalidade culta, quando isso se fizer necessrio, e da modalidade coloquial, em situaes permitidas. Lembre-se disso, no decorrer da disciplina, em todas as atividades de produo textual.A seguir, voc estudar as funes da linguagem como um dos recursos disponveis para marcar a intencionalidade de um texto.

    Seo 3 Funes da linguagem

    Como voc j estudou na primeira seo, a linguagem utilizada para que a comunicao se efetive. Para isso, em um processo de comunicao, alguns elementos so necessrios, tais como:

    Emissor aquele que emite, codifica a mensagem. Receptor aquele que recebe, decodifica a mensagem. Mensagem o contedo transmitido pelo emissor.

  • 31

    Leitura de Produo Textual

    Unidade 1

    Cdigo o conjunto de signos usado na transmisso e na recepo da mensagem.

    Referente o contexto relacionado ao emissor e ao receptor.

    Canal o meio pelo qual a mensagem circula.No processo de comunicao, todos esses elementos esto envolvidos, mas, em razo da intencionalidade do texto, um ou outro elemento deve ser enfatizado, o que resulta nas funes da linguagem.A seguir, apresentamos cada uma das funes, suas caractersticas e contextos de ocorrncia, finalizando com um exemplo.

    1. Funo emotiva (ou expressiva)

    centralizada no emissor, revelando sua opinio ou emoo. Portanto, notvel no texto o uso da primeira pessoa do singular, das interjeies e exclamaes. Predominante em textos literrios, biografias, memrias, cartas pessoais.

    O meu amor, o meu amor, Maria como um fio telegrfico da estrada Aonde vm pousar as andorinhas... De vez em quando chega uma E canta (No sei se as andorinhas cantam, mas v l) Canta e vai-se embora Outra nem isso, Mal chega, vai-se embora. A ltima que passou Limitou-se a fazer coc No meu pobre fio de vida! No entanto, Maria, o meu amor sempre o mesmo: As andorinhas que mudam.

    (POEMINHA SENTIMENTAL, Mrio Quintana)

    2. Funo referencial (ou Denotativa)

    centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informaes da realidade. A linguagem do texto objetiva, direta e prevalece o uso da terceira pessoa do singular.

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    Universidade do Sul de Santa Catarina

    Predominante em textos acadmicos, cientficos e em alguns textos jornalsticos, como a notcia.

    EDUCAO NO REDUZ DESIGUALDADE RACIAL

    Estudo do IBGE revela que quanto maior a escolaridade do trabalhador brasileiro, maior a diferena no salrio dos brancos em relao ao dos pretos e pardos. O levantamento teve por base a Pesquisa mensal de Emprego do instituto, restrita s seis maiores regies metropolitanas do pas. (Folha de So Paulo, 18/11/2006, p. 01)

    3. Funo apelativa (ou conativa)

    centralizada no receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, comum o uso dos pronomes tu e voc, ou o nome da pessoa a quem o emissor se refere. Visa a persuadir, a convencer o interlocutor.Predominante em sermes, discursos e textos publicitrios, j que esses se dirigem diretamente ao consumidor.

    Celular de graa

    Na sua mo

    CLARO

    A vida na sua mo

    Voc ainda ganha o dobro de minutos do seu plano por at 12 meses.

    (Texto publicitrio NOKIA publicado no Dirio Catarinense em 19/11/2006)

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    Leitura de Produo Textual

    Unidade 1

    4. Funo ftica

    centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou no o contato com o receptor, ou testar a eficincia do canal. Predominante na conversao, como saudaes, falas informais e falas telefnicas, quando fazemos uso da linguagem mais por exigncia das relaes sociais do que pela necessidade de transmisso da mensagem.

    No elevador: - Bom dia! - Bom dia! - Que calor tem feito. - Pois . - At logo. -Tchau.

    5. Funo potica

    centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Valorizam-se as palavras e suas combinaes, alm da forma como transmitida a mensagem. Predominante em textos com linguagem figurada, como poemas, letras de msica, textos publicitrios.

    Quando os sapatos ringem - quem diria? So os teus ps que esto cantando! (QUINTANA, Mrio. Vero. In: Mrio Quintana de Bolso. Porto Alegre: L&M, 1997, p. 140.)

    6. Funo metalingustica

    centralizada no cdigo. quando a linguagem usada para falar dela mesma. Ocorre quando um texto comenta outro texto, ou quando o poema fala do prprio poema, ou o cinema explica como se faz um filme.Predominante em dicionrios.

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    Universidade do Sul de Santa Catarina

    As expresses so data venia, permissa venia, concessa venia. O senhor, para no usar de aspereza com o juiz, o senhor bota data venia, que quer dizer com o devido respeito, bota antes data venia e a fala o que quiser para o juiz. Os sinnimos de data venia seriam permissa venia, concessa venia. Eu jamais repito data venia no mesmo processo. S data venia, data venia, fica enfadonho, n? (Fala de um advogado no exerccio de sua funo).

    importante voc observar que os textos selecionados apresentam como funo predominante aquela que pretendemos exemplificar, mas isso no exclui a possibilidade de um mesmo texto apresentar mais de uma funo de linguagem, fato que ocorrer na atividade proposta para esse assunto.

    SnteseAo trmino desta unidade, voc deve ter compreendido alguns conceitos bsicos para o estudo da lngua portuguesa, os quais retomaremos aqui:Linguagem deve ser definida como a capacidade de comunicao do ser humano. Manifesta-se tanto por signos lingusticos, ou seja, por palavras, quando denominada de linguagem verbal, quanto por imagens, o que caracteriza a linguagem no verbal.Lngua um cdigo, conjunto de signos, estabelecido por uma determinada sociedade, em um determinado espao geogrfico.As lnguas no so uniformes. Elas variam, pois as pessoas falam de modo diferente em relao pronncia, ao vocabulrio, ao uso de grias e expresses e estrutura gramatical. Vrios fatores podem influenciar essa variao, mas apresentamos como os mais relevantes alguns fatores externos, tais como: