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VICTOR SANTOS AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNDIO E PÂNICO EM AMBIENTES INDUSTRIAIS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO RAMO AUTOMOBILÍSTICO Projeto Final apresentado ao curso de graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para aquisição do Grau de Engenheiro de Produção. Orientador: MARA TELLES SALLES, D. SC. NITERÓI 2017

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VICTOR SANTOS

AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNDIO E PÂNICO EM AMBIENTES INDUSTRIAIS: ESTUDO

DE CASO EM UMA EMPRESA DO RAMO AUTOMOBILÍSTICO

Projeto Final apresentado ao curso de

graduação em Engenharia de

Produção da Universidade Federal

Fluminense, como requisito parcial

para aquisição do Grau de

Engenheiro de Produção.

Orientador: MARA TELLES SALLES, D. SC.

NITERÓI

2017

VICTOR SANTOS

AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNDIO E PÂNICO EM AMBIENTES INDUSTRIAIS:

ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO RAMO AUTOMOBILÍSTICO

Projeto final apresentado ao curso de

Graduação em Engenharia de Produção da

Universidade Federal Fluminense, como

requisito parcial para a aquisição do Grau de

Engenheiro de Produção.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________________

Prof. Dr. MARA TELLES SALLES – Orientador

UFF

__________________________________________________________________________

Prof. Dr. GILSON BRITO ALVES LIMA

UFF

__________________________________________________________________________

Prof. Dr. RUBEN HUAMANCHUMO GUTIERREZ

UFF

Niterói, RJ

2017

S237

Santos, Victor Avaliação de risco de incêndio e pânico em ambientes

industriais : estudo de caso em uma empresa do ramo

automobilístico / Victor Santos. – Niterói, RJ : [s.n.], 2017. 63 f.

Projeto Final (Bacharelado em Engenharia de Produção)

– Universidade Federal Fluminense, 2017. Orientadora:

Mara Telles Salles.

1. Análise de risco. 2. Prevenção de incêndio. 3. Segurança. 4. Indústria automobilística. I. Título.

CDD 658.155

RESUMO

A avaliação do risco de incêndio para toda empresa tem a finalidade de

verificação e auxílio na proposição das ações necessárias para garantir um nível

de segurança aceitável. O presente trabalho utilizou a metodologia de avaliação

de risco, para calcular o índice de risco de incêndio em uma oficina localizada

em uma empresa automobilística na cidade do Rio de Janeiro. Realizou-se a

caracterização do local por meio de levantamento de dados, além de simulações

da incorporação de medidas de proteção ativa e passiva à edificação até atingir

um nível de segurança aceitável. Ao final, conclui-se que o método utilizado pode

ser aplicado a edificações, com o objetivo de permitir um diagnóstico atual e

fornecer subsídio para futuras intervenções.

PALAVRAS-CHAVE: Incêndio, Avaliação de Risco, Segurança, Oficina e Método

de Gretener

ABSTRACT

The assessment of the risk of fire for every company has the purpose of scan

and aid in proposing the actions necessary to guarantee an acceptable level of

security. The present work used the risk assessment methodology to calculate

the fire risk index in a workshop located in an automobile company in the city of

Rio de Janeiro. The site was characterized by data collection, as well as

simulations of the incorporation of measures of active and passive protection to

the building until reaching an acceptable level of security. At the end, it is

concluded that the method used can be applied to buildings, in order to allow a

current diagnosis and provide subsidy for future intervention.

KEYWORDS: Fire, Risk Assessment, Safety, Workshop and Gretener method

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 8

1.1 Cenário................................................................................................ 8

1.2 Problema............................................................................................. 8

1.3Objetivos................................................................................................9

1.4Conceitos Importantes .........................................................................10

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................ 11

2.1 Sistema de proteção contra incêndios.................................................11

2.2 Custos envolvidos em casos de incêndio .......................................... 18

2.3 Casos reais e famosos de incêndios ocorridos ................................. 19

2.3.1 Gran Circo Norte-Americano, Niterói, Rio de Janeiro .................... 19

2.3.2 Incêndio na indústria Volkswagen do Brasil.....................................19

2.3.3 Incêndio na fábrica da Nestlé.......................................................... 20

2.3.4 Incêndio na boate Kiss.................................................................... 21

2.4 Legislações sobre incêndio............................................................... 21

2.4.1 Ministério do trabalho e do emprego (MTE).....................................21

2.4.2 Código de segurança contra Incêndio e Pânico (COSCIP)............. 22

2.5 Métodos de Avaliação de Risco de Incêndio.......................................22

2.5.1 Métodos Qualitativos, Quantitativos e Semi-Quantitativos...............22

2.5.2 Avaliação do Risco - Método de Gretener....................................... 23

3 METODOLOGIA DE PESQUISA...........................................................26

3.1 Procedimentos de cálculo....................................................................26

4 ESTUDO DE CASO............................................................................... 41

4.1 Cálculo do índice de segurança contra incêndio............................... 41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................56

ANEXOS...................................................................................................58

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Fatores componentes de Gretener....................................................... 26

Tabela 2. Extintores Portáteis............................................................................... 27

Tabela 3. Seleção do agente segundo a classificação do fogo............................ 28

Tabela 4. Determinação da unidade extintora, área e distância a serem percorridas

para fogo classe A................................................................................................ 28

Tabela 5. Determinação da unidade extintora e distância a serem percorridas para

fogo classe B........................................................................................................ 29

Tabela 6. Hidrantes prediais................................................................................ 30

Tabela 7. Pressão de saída no hidrante.............................................................. 30

Tabela 8. Informação sobre o reservatório de água............................................ 30

Tabela 9. Distância do hidrante público à entrada do edifício (m)....................... 31

Tabela 10. Treinamento....................................................................................... 31

Tabela 11. Fator associado ao modo de detecção do fogo................................. 31

Tabela 12. Fator associado ao modo de transmissão do alarme........................ 32

Tabela 13. Brigada de incêndio........................................................................... 32

Tabela 14. Corpo de bombeiros.......................................................................... 33

Tabela 15. Distância ao corpo de bombeiros em quilômetro.............................. 33

Tabela 16. Fator associado ao tipo de equipamentos de extinção..................... 33

Tabela 17. Fator associado ao tipo de equipamentos de exaustão de calor e

fumaça................................................................................................................ 34

Tabela 18. Dimensões mínimas para lajes de concreto apoiadas em vigas..... 35

Tabela 19. Espessura efetiva mínima................................................................ 35

Tabela 20. Risco de ativação de incêndio......................................................... 40

Tabela 21. Medidas normais de proteção......................................................... 42

Tabela 22. Medidas normais de proteção......................................................... 43

Tabela 23. Medidas construtivas de proteção.................................................. 44

Tabela 24. Fatores de risco de incêndio.......................................................... 46

Tabela 25. Fator mobilidade.............................................................................46

Tabela 26. Fator risco de ativação de incêndio................................................46

Tabela 27. Melhorias propostas........................................................................47

Tabela 28: Melhorias propostas para número de extintor.................................48

Tabela 29: Melhorias propostas para modo de detecção.................................49

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01. Triângulo de fogo .............................................................................................. 12

Figura 02. Tetraedro de fogo ............................................................................................. 13

Figura 03. Tabela de ocorrências de incêndio ................................................................... 14

Figura 04. Fluxograma de sistema de proteção ................................................................. 15

Figura 05. Classificação do sprinkler ................................................................................. 17

Figura 06. Localização do extintor existente............................................ 43

Figura 07. Exemplo de fluxograma de combate ao fogo..........................51

9

1. INTRODUÇÃO

1.1 Cenário

A prevenção de incêndios deve ser abordada na avaliação e planejamento da

proteção coletiva de empresas, hotéis, teatros, entre outros tipos de edificações. No

entanto, por muitas vezes, empresas de grande porte negligenciam esse tipo de risco,

o que pode gerar consequências graves e prejuízos incontáveis. A execução de

instalações inadequadas e o não atendimento às exigências de normas construtivas,

entre outros fatores, podem resultar em um incêndio não debelado, ocasionando perda

de bens materiais, vidas humanas ou impactos no meio ambiente.

A engenharia de prevenção contra acidentes destaca o estudo da proteção

contra os diferentes tipos de incêndio, já que a proteção adequada de determinada

área somente será possível após um estudo cuidadoso de suas particularidades,

visando ser mais eficaz em cada caso. O conhecimento das técnicas e normas é

necessário para adequar as melhores tecnologias envolvidas.

Quanto à legislação, destaca-se o Código de Segurança Contra Incêndio e

Pânico – COSCIP, Decreto no 897, de 21 de setembro de 1976, que tem por propósito

estabelecer os requisitos de segurança indispensáveis para as edificações ou

estruturas construídas no Estado do Rio de Janeiro. Com isso, o presente estudo

pretende propor ações de prevenção e combate a incêndio em oficinas da montadora

Renault, com respeito à legislação vigente.

A avaliação do risco tem como objetivo auxiliar no gerenciamento que visa a

eliminação, ou diminuição dos riscos, reduzindo a probabilidade de um evento ruim

acontecer, como o incêndio, por exemplo. Há um grande número de ferramentas ou

metodologias para avaliação do risco, divididos em dois diferentes tipos, qualitativo e

quantitativo. Alguns exemplos de metodologias são: FMEA, Matriz de Riscos, Árvore

de Falhas, entre outros.

1.2 Problema

O presente estudo visa a aplicação do método de gretener em uma empresa

do ramo automobilístico, a partir de visitas realizadas em algumas de suas

concessionárias, objetivando recomendar ações que englobam tanto características

10

de ordem física da edificação, quanto em relação ao processo de gestão da empresa,

destacando a descrever os principais aspectos de segurança contra incêndio dentro

da medida proposta.

Os incêndios sempre trazem consigo danos negativos que impactam a

sociedade, seja em menor ou maior grau, abrangendo desde o aspecto humano,

estrutural e econômico até o meio ambiente e seus recursos naturais.

O número de fatalidades de um sinistro já explica o quão prejudicial ele pode

ser e a forma como será registrado. Segundo Souza e Silva (2013, p.1), um incêndio

em Niterói provocado pela destruição de um circo deixou mais de quinhentos mortos,

isso no ano de 1961. Outro caso, este mais recente e de maior repercussão, foi o da

boate Kiss, localizada no estado do Rio Grande do Sul, onde o número de mortos foi

de 242 pessoas.

Os prejuízos econômicos causados por um incêndio variam dependendo do

dano causado pelo mesmo, mas podem afetar de maneira significativa grandes

empresas, levando ao fechamento de atividades, de forma temporária ou definitiva, ou

até mesmo a falência. Um exemplo no Brasil, de acordo com Duarte et al (2007, p.8),

empresas pernambucanas, que sofreram com incêndios entre 2003 e 2006, somaram

mais de 30 milhões de reais de prejuízo.

Quanto aos danos estruturais, é preciso realizar uma análise sobre a gravidade

e os danos causados. Isso ajudará no cálculo dos prejuízos, além de fundamentar

ações futuras como reparo e prevenção. Algumas características, como materiais de

construção utilizados, abertura para ventilação, distância do posto de bombeiros mais

próximo e algumas atividades desenvolvidas no local podem aumentar os riscos de

incêndio, de acordo com Seito et al (2008, p.69), e devem ser levadas em

consideração.

• Quais são as principais normas e diretrizes sobre a presença de equipamentos

de segurança, no que se refere a prevenção do risco de incêndio?

• Qual o sistema de administração da companhia no Brasil? Como é feito o

gerenciamento de risco da empresa?

11

1.3 Objetivos

Verificar os possíveis riscos e a segurança contra incêndio dentro de uma

oficina de automóveis, em diferentes lojas da mesma montadora localizada no estado

do Rio de Janeiro, por meio da aplicação de diferentes métodos de análise.

Será feito um levantamento de dados através de visitas ao local, junto com a

determinação dos fatores de risco que potencializam ou aumentam a chance da

ocorrência de acidentes e incêndios.

Determinar, também, fatores de proteção que vão além das medidas

construtivas da edificação, e caso seja necessário, dependendo do resultado da

análise de risco, medidas extras de segurança.

1.4 Conceitos Importantes

Existem diversas definições para o fenômeno do fogo, sendo uma delas

proposta pela NBR 13860, onde ele é definido como o processo de combustão

caracterizado pela emissão de calor e luz. Por isso, o fogo pode ser entendido como

uma entidade gasosa emissora de radiação e decorrente da combustão. Esses

conhecimentos básicos nos permitem auxiliar na tomada de devidas precauções em

relação a incêndios.

O fator de ativação de um incêndio bem como o material combustível são

características essenciais na determinação de sua classe. O Código de Segurança

contra Incêndio e Pânico (COSCIP) do estado do Rio de Janeiro divide os tipos de

incêndio em quatro classes diferentes, que serão explicadas no próximo capítulo.

Pode-se dizer que o incêndio tem início a partir do momento em que a reação

de combustão se torna autossustentável e foge ao controle humano. A primeira etapa

é chamada de ignição, a segunda de crescimento do fogo, a terceira, ignição súbita

generalizada, e a quarta ou última fase denominada desenvolvimento completo.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Sistemas de Proteção Contra Incêndios

12

Os conhecimentos básicos relativos ao fogo permitem auxiliar na tomada de

devidas precauções em relação a incêndios. No Brasil, a NBR 13860 define fogo como

o processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz. Desse modo,

este pode ser entendido como uma entidade gasosa emissora de radiação e

decorrente da combustão. Ou seja, em uma temperatura elevada, os gases podem se

tornar ionizados para produzir plasma.

O triângulo do fogo é a representação dos três elementos necessários para

iniciar uma combustão: o combustível que fornece energia para a queima, o

comburente que é a substância que reage quimicamente com o combustível e a

temperatura de ignição, que inicia a reação entre combustível e comburente.

Fonte:http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/fogo.htmff

Figura 01: Triângulo de fogo1

Atualmente, foi acrescentado ao triângulo mais um elemento: a reação em

cadeia. Com isso, formou-se o tetraedro de fogo, cuja função didática é complementar

o triângulo de fogo. Segundo Seito et. al. (2008), a interpretação é que cada uma das

quatro faces representa um elemento do fogo e devem coexistir ligados para que o

fogo se mantenha.

13

Figura 02: Tetraedro do fogo

Devido a diferentes formas de extinção, os incêndios foram separados em

classes:

i) Classe A – Fogo em materiais de fácil combustão (madeira, pano, borracha,

plástico, etc.). Característica de queimar em função do seu volume, deixando

partes cinzas, ou resíduos fibrosos. ii) Classe B – Fogo em líquidos inflamáveis

ou gases. Queima apenas em superfície e não deixa resíduos.

iii) Classe C – Fogo em equipamentos elétricos (motores, aparelhos, televisores

etc.). Poderá se tornar de classe A ou B se o combustível for desenergizado.

iv) Classe D – Fogo em materiais que reagem com água, e de altas temperaturas,

como Magnésio, Alumínio e suas ligas.

Segundo Marques (2012, p.27) esse tipo de classificação é importante, pois

ajuda a enfatizar a necessidade de prevenção e a avaliar melhor os riscos que um

incêndio pode causar, além de ressaltar também um outro tipo de classe, a classe K,

que dizem respeito a queima de óleos ou gordura de cozinha.

A exposição a um incêndio pode gerar morte, geralmente pela inalação dos

gases ou por desmaio causado por eles, ou ainda pelas queimaduras que provocam

graves consequências às pessoas atingidas. O princípio de incêndio, de acordo com

uma classificação do Corpo de Bombeiros, é aquele que pode ser combatido

facilmente pela população. Já um pequeno incêndio, só o próprio bombeiro conseguirá

combater, aumentando sua dificuldade quando passa a ser médio ou grande.

A tabela abaixo mostra o número de ocorrências de incêndios no ano de 2015.

O maior número de casos acontece em estabelecimentos comerciais, seguido de

depósitos e indústrias. O foco do estudo de caso será em uma oficina de automóveis,

onde também há um depósito de peças e funciona como uma loja.

14

Figura 03: Tabela de ocorrências de incêndio

De acordo com Seito et. al. (2008), as incidências mais frequentes de incêndios,

pequenos ou grandes, são em edificações. Alguns exemplos de início de ignição são:

vazamento de gás de bujões com explosões, curtos-circuitos em instalações elétricas,

manuseio de explosivos e outros produtos perigosos em locais não adequados, além

de exemplos de acidentes domésticos, como esquecimento de utensílios como fogões

e eletrodomésticos ligados.

Segundo Souza (2007) apud Antunes (2011), durante um incêndio no interior

de uma edificação são gerados diversos cenários com perigo à saúde e a vida dos

ocupantes. A fumaça reduz a visibilidade e prejudica assim a orientação das pessoas

para escaparem em direção a uma área segura. As substâncias geradas como o

dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e ácido cianídrico (HCN) e a

deficiência de oxigênio (O2), afetam a saúde das pessoas, prejudicando seu

comportamento.

Foi exposto que as causas de incêndio são diversas, justamente por isso

devese procurar diferentes meios de evitar e combater o incêndio, com o objetivo de

evitar perdas patrimoniais, o que geraria uma despesa significativa, além de acidentes

no trabalho. A prevenção do incêndio expressa tanto a educação pública quanto as

medidas de proteção em um edifício.

A precaução contra o incêndio constitui-se em medidas que se destinam a

prevenir a ocorrência do início do incêndio. As medidas de proteção, por sua vez, são

aquelas que visam à proteção da segurança do trabalhador, da propriedade e dos

danos causados aos bens materiais. Sobre aceitação de um projeto de proteção

contra incêndio de um edifício, tem-se a seguinte figura:

15

Figura 04: Fluxograma de sistema de proteção

Um sistema de proteção contra incêndio, conhecido por SPCI, é um sistema de

proteção da propriedade, constituídos de elementos planejadamente dispostos e

adequadamente interligados que percebem e fornecem informações de princípios de

incêndio por meio de indicações sonoras e visuais, localizando o setor afetado e

possibilitando a tomada de medidas com o tempo necessário para reduzir ao máximo

os prejuízos causados.

De acordo com Antunes (2011), há dois tipos de proteção: ativa ou passiva.

Para proteção ativa, as principais medidas são:

● Sistema de detecção e de alarme de incêndio

● Sistema de sinalização de emergência

16

● Sistema de iluminação de emergência

● Sistema de controle da fumaça de incêndio

● Sistema de extintores de incêndio

● “Sprinklers” ou chuveiros automáticos

● Sistema de espuma mecânica para combate em alguns tipos de riscos

● Sistema fixo de gases limpos ou CO2, para combate em alguns tipos de riscos

● Brigada de incêndio

Os sistemas de proteção de diversas instalações são basicamente compostos

de um painel de sinalização e comando interligado com sensores de área para

detectar o princípio de incêndio (temperatura ou fumaça) e equipamentos fixos de

combate (CO2, fire-pro, água, entre outros).

Existem diferentes dispositivos destinados a operar, quando influenciados por

determinados eventos que precedem ou acompanham incêndios. Áreas onde há

materiais incendiários ou áreas de difícil acesso adotam esse sistema de combate

automático através de um aparelho de detecção. Alguns desses dispositivos são:

i) Detector de fumaça lineares e pontuais: Destinado a atuar quando ocorrer a

presença de partículas e ou gases, visíveis ou não, produzidos por combustão.

ii) Detectores Pontuais: Serve como um ponto de atuação, podendo variar pelo

seu posicionamento, forma de detecção ou até pelo seu fabricante.

iii) Sprinkler: Fabricados para atuar com o aumento da temperatura através de

uma tabela pré-estabelecida, sinalizado através de cor.

17

Figura 05: Classificação do Sprinkler

Fonte: slideplayer.com.br (acessado em dezembro de 2016)

O Sprinkler se difere um pouco dos demais detectores pois pode ser utilizado

diretamente para combate, dependendo do projeto adotado e da forma de combate

necessária. Eles estão interligados a uma rede de combate por água, onde havendo

um aumento de temperatura o fluido interno no bulbo se dilata até romper e liberar o

combate pontualmente.

Esse sistema pontual talvez não seja o mais eficiente caso o incêndio propague

de forma rápida. Para esse problema, o melhor seria adotar um sistema de combate

por inundação total. Dessa forma, o Sprinkler funcionaria apenas como um detector.

Detectores Lineares: Estes tipos de detectores, alguns deles chamados de

detectores de alta sensibilidade, da mesma forma que os pontuais podem ser

acionados por fumaça ou temperatura de acordo com seu projeto de instalação. Sua

maior diferença está no funcionamento, como o próprio nome já fiz, este tem sua

atuação definida por sua ramificação, onde também estão espalhados pelo ambiente

através do projeto do local.

18

Entre outros tipos de instrumentos que combatem o incêndio estão: difusores,

extintores de incêndio, e o sistema dilúvio, já citado anteriormente. Este é um sistema

de combate que descarrega água sobre uma área, através de bicos nebulizadores ou

sprays. Porém, a extinção pode ser agravada com o uso da água, e nesse caso devese

usar o método da espuma mecânica.

Alguns outros métodos de proteção, chamados de proteção passiva, podem ser

bastante úteis com o objetivo de evitar o surgimento do fogo. Exemplos:

Inspeções, testes e manutenção: A manutenção é um ponto muito importante

para sistemas de proteção contra incêndio, e a norma NBR17240 indica o mínimo

necessário para inspeções e testes. Existem variáveis que só a manutenção consegue

indicar, e ela deve ser feita de maneira diferente dependendo do tipo de edifício.

A NBR 14432 cita as exigências de resistência ao fogo de elementos

construtivos de edificações. São condições a serem atendidas pelos elementos

estruturais e de compartimentação que integram os edifícios para que, em situação de

emergência, seja evitado o colapso estrutural. O tempo requerido de resistência ao

fogo (TRRF) é obtido de acordo com o tipo de ocupação e carga conforme esta norma.

Para isso, existe a proteção passiva, que tem a finalidade de minimizar danos,

pois não trabalha ativamente na contenção do princípio de incêndio, ela trabalha com

a resistência dos materiais ao fogo, para conter a crise durante um tempo

prédeterminado de acordo com as características de cada ambiente e cada material

aplicado. São conhecidas também como vedações corta fogo ou compartimentação.

Outros fatores que contribuem na contenção do incêndio e para segurança são:

a) Saídas de Emergência: De acordo com a norma NBR 9077, as edificações

devem possuir saídas de emergência com os objetivos de facilitar a fuga caso

haja um problema, e permitir acesso de auxílio externo para combate ao fogo.

Algumas definições sobre as escadas da saída de emergência são:

● Não pode ter corrimão com arestas vivas, tábuas largas e outros.

● Deve ser dotada de corrimãos laterais

● Escadas com mais de 2,20m devem possuir corrimão intermediário

● Escadas externas de caráter monumental, podem, excepcionalmente, ter

dois corrimãos laterais, independente da sua largura, sem o intermediário.

b) Porta contra fogo: Regulamentada pela norma NBR 11.742, a porta contra

fogo tem a finalidade de minimizar danos, ou seja, é uma forma de proteção

passiva, não trabalhando ativamente na contenção do princípio de incêndio.

19

Ambos os sistemas devem ser equipados com acionadores de abertura

manual, e é terminantemente proibido o uso de calços ou outros obstáculos que

impeçam o livre fechamento.

2.2 Custos envolvidos em casos de incêndio

Foram vistos algumas das diversas causas de incêndio, e foram listados alguns

dispositivos de proteção. E quando ocorrer o incêndio, quais seriam suas

consequências? O prejuízo desse evento seria de fato enorme, podendo haver, como

exemplo, perda de vidas, impacto ao meio ambiente, dano ao patrimônio, entre outros.

Há dificuldade em quantificar os custos, principalmente em edifícios

residenciais e outras atividades que não possuem estrutura de gestão de riscos

organizada. Existe uma maior base de dados sobre o assunto em grandes incêndios

ocorridos em empresas, onde há tentativa de calcular os custos envolvidos, mas na

maioria das vezes são subdimensionados e não divulgados.

Tem-se como exemplo o que aconteceu com a Exxol Mobil, segundo Natasha

Madov e Carla Sasso Laki (site IG São Paulo, 25 de Abril de 2010). A companhia é

dona do cargueiro Exxol Vadez que no dia 24 de março de 1989 naufragou no Estreito

de Prince William, costa do Alaska, e causou um derramamento de 40 milhões de litros

de óleo cru no oceano. A empresa teve que desembolsar mais de dois bilhões de

dólares para limpar os trechos de costa contaminados, 300 milhões em indenizações

para pescadores e moradores locais, além de 900 milhões em processos penais dos

governos dos Estados Unidos e do Alasca. Ocorreu, ainda, uma ação civil de mais de

30000 vítimas do vazamento, que pedia 5 bilhões em indenizações, mas o Juiz da

suprema corte americana considerou o valor abusivo e reduziu seu valor para 500

milhões de dólares. O custo do prejuízo causado era maior que o custo de todo

patrimônio da empresa, o que levou suas ações a apenas um dólar após a catástrofe.

Para médias e grandes empresas, o lucro cessante em alguns equipamentos é

maior que o custo de cada equipamento, ou seja, o valor de determinada máquina

acaba sendo menor que o valor dela mesma parada. O lucro cessante é o prejuízo

causado pela interrupção de qualquer atividade de uma empresa. No exemplo

anterior, estes equipamentos devem ser vistos de forma estratégica na gestão de

20

risco, pois pode ser pelo volume de material beneficiado, layout na empresa,

quantidade de equipamento comparada pela produção (gargalo).

2.3. Casos reais e famosos de incêndios ocorridos

Segundo Carlson (2005), desde a Roma antiga até o grande incêndio ocorrido

em Londres em 1666, os incêndios eram tidos como algo natural, assim como as

doenças, e por isso não poderiam ser evitados, sendo considerados como azar ou

punição divina. No exemplo de Londres, as chamas consumiram 436 acres, destruindo

80% da cidade, acabando com casas, igrejas e estabelecimentos.

Com o avanço da tecnologia, verificou-se que os incêndios podem e devem ser

evitados. Houve uma melhoria progressiva, ainda em andamento, nas exigências

realizadas pelos órgãos de controle, sobretudo no aspecto da prevenção. Apesar de

todo o esforço, não existe risco zero, e ainda há diversos casos pelo mundo.

2.3.1 Gran Circo Norte-Americano, Niterói, Rio de Janeiro

O incêndio ocorrido no Gran Circo Norte-Americano em Niterói(RJ) é

considerado o maior incêndio em perda de vidas no Brasil. No dia 17 de dezembro de

1961, vinte minutos antes de terminar o espetáculo, uma parte da lona pegou fogo, e

em três minutos o toldo em chamas caiu sobre dois mil e quinhentos espectadores.

Segundo Seito et. al. (2008), a ausência de certos requisitos de escape para os

espectadores, como o dimensionamento e posicionamento de saídas, somado a

inexistência de pessoas treinadas para conter o pânico e orientar a saída, foram as

causas da tragédia. Muitos morreram queimados e pisoteados, as saídas sendo

obstruídas pelos corpos amontoados. A origem foi intencional e criminosa, com o autor

sendo julgado e condenado.

2.3.2 Incêndio na indústria Volkswagen do Brasil

O incêndio ocorrido em 1970 atingiu a ala 13, um edifício de três andares: no

primeiro, havia estoque de materiais para tapeçaria como espumas e borrachas; no

segundo, uma parte do sistema de pintura de latarias e estoque de pneus; e no

terceiro, as cabinas de pintura. A ala 13 era o diferencial da VW, com ela a empresa

se tornou a primeira fábrica de automóveis da América Latina a contar com sistema

21

de pintura em eletroforese, trazido da Alemanha. O sistema levou cinco anos para ser

instalado e custou milhões de dólares. A hipótese mais aceita para a causa do incêndio

foi uma fagulha, gerada por equipamento de solda, furadeira ou curto-circuito.

A fagulha atingiu material da tapeçaria e se alastrou para um tambor de

solvente. A brigada de incêndio da VW conseguiu apagar o fogo na tapeçaria, mas

logo perdeu o controle quando este chegou ao sistema de pintura. Quando alcançou

os dois tambores com 240 mil litros de tinta no terceiro andar, formou-se uma

gigantesca bola de fogo e um dos maiores incêndios da história do país, visível a 20

quilômetros de distância, com uma vitima fatal.

Segundo Seito et. al (2008), até o ocorrido nenhum grande incêndio em

edificação havia impactado a abordagem que o Poder Público e especialmente as

seguradoras faziam do problema no Brasil. Acreditava-se que o padrão de construção

em alvenaria, aliado à ocupação litorânea de uma área com alta umidade relativa do

ar, se não impedem, ao menos minimizem a possibilidade da ocorrência de grandes

incêndios.

2.3.3. Incêndio na fábrica da Nestlé

Incêndio na fábrica da Nestlé provoca prejuízo de R$ 90 milhões como

informado pela milkpont, site especializado na cadeia produtiva do leite em postado

em 26/09/2001. O incêndio que destruiu a maior parte do Centro de Distribuição da

Nestlé em São Bernardo do Campo (SP), trouxe prejuízo, com a queima de 17 mil

toneladas de alimentos.

Segundo informações da Nestlé, foram destruídos 30 mil metros quadrados do

centro: 66% da área total do local, que tinha capacidade de armazenar 25 mil

toneladas de produtos. Trezentas pessoas trabalhavam no local, mas ninguém ficou

ferido.

A Nestlé afirmou na época que todos os sistemas de segurança das unidades

seriam aprimorados, apesar de serem considerados eficientes. A empresa rebateu

informações de que existiam falhas de segurança, como extintores sem pressão e

laudo de segurança vencido.

2.3.4 Incêndio na Boate Kiss

22

O incêndio na boate Kiss culminou com a morte de 242 pessoas, além de 116

feridos, após o fogo começar dentro da casa noturna da cidade de Santa Maria, no

Rio Grande do Sul, causado pelo acendimento de um sinalizador por um integrante de

uma banda que se apresentava no momento.

O acontecido iniciou um debate no Brasil sobre a segurança e o uso de efeitos

pirotécnicos em ambientes fechados, além da responsabilidade da fiscalização dos

locais entrar em debate. Houve manifestações nas imprensas nacional e mundial, que

variaram de mensagens de solidariedade a críticas sobre as condições das casas

noturnas no país e a omissão das autoridades.

2.4 Legislações sobre incêndio

A segurança contra incêndio no Brasil tem estado em evidência nas últimas

décadas em função de grandes sinistros ocorridos, e apesar dos frequentes trabalhos

realizados na área, muito ainda deve ser discutido e introduzido nas regulamentações

para atingir um nível aceitável de segurança.

Quando se trata de legislação sobre sistema contra incêndio, é muito importante

buscar paralelos e exemplos no exterior, servindo assim de referência para adaptação

de normas brasileiras. Para tanto podemos citar os Estados Unidos (EUA), que possui

uma entidade nacional a NFPA que, desde 1897, produz textos básicos indicativos do

nível de segurança contra incêndio.

A associação nacional de proteção de incêndio, NFPA, é uma organização

norte americana, que tem como missão reduzir as perdas devidos à tragédias

causadas pelo fogo, fornecendo e defendendo por consenso: código, padrões,

normas, pesquisa, treinamento e educação. De acordo com o site, atualmente a

associação conta com mais de oitenta e um mil membros individuais em todo mundo,

e mais de oitenta companhias americanas e organizações profissionais. A NFPA é

uma referência internacional, possui mais de duzentas normas em sistema contra

incêndio, entre elas o código de segurança a vida e o código nacional de instalações

elétricas NFPA 70.

2.4.1. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

23

O Governo Federal, nos últimos anos, vem publicando normas e leis

atualizadas. Dentre as Normas Regulamentadoras (NR), duas podem ser indicadas:

a NR 23 - proteção contra incêndios e a NR 10 - Segurança em instalações e serviços

em eletricidade. As Normas Regulamentadoras são integrantes do conjunto das

normas do MTE, que foram criadas para garantir a segurança do trabalhador, com

base nas prescrições amparadas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O

ponto mais importante dessas normas corresponde ao treinamento de pessoas para

a prevenção e combate a princípios de incêndios.

A NR 23 - Proteção Contra Incêndios dispõe que todas as empresas deverão

possuir medidas de prevenção, proteção e combate contra incêndio, como pessoas

treinadas no uso correto dos equipamentos, treinamento de brigada de emergência,

entre outros.

2.4.2 Código de Segurança contra incêndio e pânico - COSCIP

No Estado do Rio de Janeiro, compete ao Corpo de Bombeiros, por meio de

seu órgão próprio, estudar, analisar, planejar, exigir e fiscalizar todo o serviço de

segurança contra incêndio e pânico, na forma estabelecida no COSCIP, Decreto

número 897, de 21 de setembro de 1976.

2.5. Métodos de Avaliação de Risco de Incêndio

O perigo é a condição ou característica intrínseca à substância, instalação,

atividade ou situação que pode vir a causar um dano à pessoa ou a estrutura. O risco

é a incerteza associada ao perigo, ou seja, é a probabilidade de haver perda às

pessoas, ao meio ambiente ou ao patrimônio, numa situação de perigo, segundo

Moura (2002) apud Zaguini, (2012).

A análise dos riscos consiste num exame sistemático da atividade ou

instalação, com a finalidade de definir e hierarquizar forma de controle para mitigação

dos impactos à saúde humana, qualidade de vida, solo, ar, água, flora e fauna, etc.

2.5.1. Métodos Qualitativos, Quantitativos e Semi-Quantitativos

24

A avaliação de riscos de incêndio e sua propagação é objeto de estudos de

diversos autores, que buscam uma forma de calcular, de maneira mais exata, qual

seria a real necessidade dos equipamentos de prevenção e combate e os meios

materiais e de pessoal que deveriam ser exigidos para as edificações, além de

poderem ser utilizados para verificar a segurança à vida e ao patrimônio.

No estudo publicado na Revista Internacional de engenharia de código de

incêndio baseado em desempenho, “International Journalon Engineering

Performance-Based Fire Code”, os autores Hadjisophocleous e Fu (2004) apresentam

uma revisão de trabalhos recentes na área de avaliação de risco de incêndio e sua

aplicação. Os métodos são classificados em qualitativos, quantitativos e

semiquantitativos.

Os métodos qualitativos são utilizados para identificar os eventos mais

perigosos, fornecem valores numéricos para estabelecer priorização dos riscos.

Exemplo de alguns desses métodos: HAZOP, What-If, Matriz SWOT, FMEA e demais

check-lists. Já os métodos semi-quantitativos são utilizados para determinar o risco

relativo associado aos eventos indesejados. Neste tipo de metodologia, os perigos são

classificados de acordo com um sistema de pontuação tal como o sistema Gretener.

No que se refere aos métodos quantitativos, são mais extensos e trabalhosos, neste

nível pode ser feita uma distinção entre uma análise determinística e uma análise

probabilística. A primeira se concentra em descrever os riscos em termos das

consequências, e a segunda determina a quantificação do risco com base em

frequência.

Um pressuposto básico dos métodos semi-quantitativos, ou método de

indexação, é baseado em que um número relativamente pequeno de fatores é

responsável pela maior parte dos problemas de proteção contra qualquer tipo de risco.

De acordo com Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007) o método de Gretener é

um dos métodos de avaliação de risco mais conhecidos e experimentados

internacionalmente.

2.5.2 Avaliação do risco de incêndio - Método de Gretener

O Método de Gretener baseia-se na utilização de fórmulas matemáticas

integradas com utilização de uma tabela de dados. Através de uma análise do

processo de incêndio, determinando os fatores que propagam o desenvolvimento

25

deste. Avalia os riscos de ativação em função do tipo de ocupação do edifício e ainda

avalia a contribuição das medidas de segurança para a redução do risco presente nos

edifícios (MUCULO, 2013).

É aplicável a situações onde exista uma construção que possa ser considerada

como edifício, como, por exemplo, museus, locais de espetáculos, hospitais, hotéis,

indústria, comércio, entre outras.

A origem do nome se dá em função de seu criador, o engenheiro Max Gretener,

diretor da Associação de Proteção Contra Incêndio da Suíça, que em 1960 começou

a estudar a possibilidade de calcular o risco de incêndio em indústrias e grandes

edifícios. Seu método foi publicado em 1965, visando antender às necessidades das

companhias de seguro. Em 1984, a SIA (Societé Suisse dês Ingénieurs et dês

Architectes) publicou o documento SIA-81, “Método de avaliação de risco de incêndio”,

tendo por base os trabalhos de Gretener revisado por um grupo de especialistas das

companhias de seguro privadas e estatais, além da própria SIA. O grupo adaptou o

método ao atual conhecimento e experiência suíça e internacional.

No Brasil, a NBR 14432:2000 permite o emprego do método de Gretener, desde

que adequado à realidade brasileira. Essa adequação foi o objetivo da Comissão de

Estudos da ABNT CE-24:201-03, que, após anos de debates, optou por esse método

para estabelecer um índice global de segurança.

A publicação “Índice de segurança contra incêndio em edificações”, de Pignatta

e Silva e Coelho Filho (2007) tem como objetivo fornecer uma proposta de

normalização brasileira do procedimento de cálculo de índice de segurança contra

incêndio em edificações com base no método de Gretener. O índice é composto de

fatores que dependem da adução de água, treinamento, extintores, hidrantes,

detecção, chuveiros automáticos, transmissão do alarme, brigada contra incêndio,

dimensões do edifício, mobilidade das pessoas, etc. A grande diferença são as tabelas

que o método utilizará, e a adaptação proposta utiliza um metodo analítico em que

cada fator interveniente é determinado a partir de expressões. De acordo com Antunes

(2011), o método original tabular e sem interpolações introduz descontinuidades que

inexistem na prática. Dessa forma, pequenas variações de dimensões geométricas

podem conduzir a grandes variações nos resultados.

A equação fundamental da análise global de risco é dada pela equação:

γ = S/R

Onde:

26

γ: coeficiente de segurança contra incêndio S:

Segurança contra incêndio; medidas normais;

R: Risco global de incêndio

Na equação, γ mede o eventual desequilíbrio entre a segurança contra

incêndio, além do próprio risco. Numa situação favorável à segurança tem-se γ>= 1,

caso contrário γ<1.

No Brasil, há diversos trabalhos científicos que utilizam a metodologia de

Gretener, como, por exemplo, o de Claret (2006), que no estudo publicado “Análise de

risco de incêndio em sítios históricos” destaca o fato deste no início ser um fator

aleatório, ou seja, fora de controle do homem, mas a severidade e suas consequências

não são. Nesse sentido, o índice calculado pelo método de Gretener pode servir de

justificativa para a permuta entre exigências legais de dispositivos de segurança.

Outro trabalho de grande relevância na área é o de Araújo (2004), que aplicou

a metodologia de Gretener para determinar o risco global de incêndio em 29

edificações de um bairro em Ouro Preto - MG. O estudo da autora contribuiu para a

edição da Instrução Técnica - 35 do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas

Gerais, e virou referência no que diz respeito ao combate e à segurança contra fogo

em edificações históricas.

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

27

3.1 Procedimentos de Cálculo

O procedimento de cálculo a seguir é o Método de Gretener adaptado por

Pignatta e Silva Coelho Filho (2007).

O Fator global de segurança 𝑦𝑛 deve ser determinado pela expressão 2:

𝑛.𝑠.𝑒

𝑦𝑓𝑖 = 1,3 (2) 𝑟.𝑚.𝑖

Tabela 1: Fatores componentes de Gretener:

N é um fator que depende das medidas normais de proteção

S é um fator que depende de medidas especiais de proteção

E é um fator que depende das medidas construtivas de proteção da edificação

R é um fator associado ao risco de incêndio

M é um fator associado á mobilidade das pessoas:

I é um fator que considera o risco de ativação do incêndio em função do tipo de uso do

compartimento.

Fonte: Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

Medidas normais de proteção (N)

O fator N é Calculado por meio de:

𝑁 𝑛𝑖

Sendo n¹ a 𝑵𝟏 a 𝑁5 conforme os subitens a seguir:

Extintores portáteis (𝑁1 )

Tabela 2: Extintores Portáteis

28

Presença de extintores portáteis, conforme a NBR 12693: 1993

(ABNT, 19993).

𝑛1

Suficientes 1

Insuficientes ou inexistentes 0,9

Fonte: Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

A NBR 12693: 1993 fixam as condições exigíveis para projeto e instalação de

sistemas de proteção por extintores portáteis e/ou sobre rodas, deve ser projetada

considerando-se a classe de risco a ser protegida e respectiva área, Natureza do fogo a

ser extinto, o agente extinto a ser utilizada, a capacidade extintora do extintor e a máxima

distância percorrida.

Para utilização da norma é classificada a natureza do fogo e classes dos riscos.

A natureza do fogo se dá em função do material combustível. Compreendida em 04

classes.

a) Fogo classe a: fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos que queimam em

superfície e profundidade, deixando resíduos:

b) Fogo classe b: Fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis:

c) Fogo classe c: fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizadas:

d) Fogo classe D: fogo em metais combustíveis.

Já a classificação dos riscos isolados leva consideração a Tarifa de Seguro

Incêndio do Brasil T.S.I.B. divide-se em três classes, de acordo com a natureza de

suas ocupações. A TSIB é editada pelo IRB Resseguros, e pode ser adquirida no site

da empresa, não sendo autorizada sua reprodução.

a) Classe A (risco pequeno) classes de ocupação pela TSIB, 01 e 02 excluídas os

depósitos, que devem ser considerados como classe b:

b) Classe B (risco médio) classe de ocupação pela TSIB, de 03 a 06. Inclusive os

depósitos os depósitos de classe de ocupação 01 e 02.

c) Classe c (risco grande) classes de ocupação pela TSIB, 07 a 13. De acordo com a

natureza do fogo, os agentes extintores devem ser selecionados entre constantes na tabela

3 a seguir:

DAgente extintor

29

CLASSE

FOGO

ÁGUA

ESPUMA

QUÍMICA

ESPUMA

MECÂNICA

GÁS

CARBÔRNICO

(CO2)

PÓ B / PÓ

A/B/C

HIDROCARBONETOS

HALOGENADOS

A (A) (A) (A) (NR) (NR) (A) (A)

B (P) (A) (A) (A) (A) (A) (A)

C (P) (P) (P) (A) (A) (A) (A)

D Deve ser verificada a compatibilidade entre o metal combustível e o agente extintor

(A) Adequado á classe de fogo

(NR) Não recomendado á classe de fogo

(P) Proibido á classe de fogo

Tabela 3. Seleção do agente segundo a classificação do fogo.

Fonte NBR 12693: 1993

Alguns aspectos devem ser observados na localização dos extintores. Que podem

ser locados interna ou externamente à área de risco a ser protegida, por exemplo, não

devem ser obstruídos por pilhas de mercadoria ou qualquer outro.

Para fogo classe A, a capacidade extintora mínima e as distâncias máximas a serem

percorridas, para as classes de riscos isolados são previstas na tabela 8 a seguir.

Tabela 4: Determinação da unidade extintora, área e distancia a serem percorridas

para fogo classe A:

Risco Pequeno Risco Médio Risco Grande

Unidade Extintora 2ª 2ª 4ª

Área máxima protegida

Pela capacidade extintora

270 m² 135 m² 90 m²

Área máxima protegida por

extintor

800 m² 800 m² 800 m²

Distância máxima á ser percorrida

até Extintor

20 m² 20 m² 20 m²

Fonte NBR 12693: 1993

Vale lembrar que a capacidade extintora do extintor (Ex: 2A 4ª) é aquela declarada

em seu quadro de instruções, reconhecida através de marca nacional de conformidade avaliada

conforme as NBR 9443 e NBR 9444.

30

Para fogo classe B, categoria 1 (com profundidade ate 6 mm), a unidade extintora

mínima e as máximas distâncias percorridas estão previstas na tabela 9.

Tabela 5: Determinação da unidade extintora e distancia a ser percorrida para fogo classe

B.

Tipo de

Risco

Unidade

Extintora

Distância

Máxima a ser

Percorrida (m)

Pequeno 10B 10

20B 15

Médio 20B 10

40B 15

Grande 40B 10

80B 15

Fonte NBR 12693: 1993

Já o fogo classe B, categoria 2 (com profundidade superior a 6 mm), deve ser

considerada a proporção de 20 B para cada metro quadrado de superfície de líquido

inflamável e a distância máxima a ser percorrida não deve ser maior do que 15 metros.

Para fogo classe c devem ser utilizados agentes extintores não condutores de

eletricidade e não há disponível na norma a maior distância a ser percorrida.

Por fim, para fogo classe D, a determinação do tipo e quantidade de agente

extintor deve ser baseada no metal combustível especifico e a distância máxima a ser

percorrida é de 20 metros.

Existem algumas recomendações para instalação, onde os extintores devem ser

instalados de maneira que:

a) Haja menor probabilidade de fogo bloquear se acesso:

b) Seja visível para que todos os usuários fiquem familiarizados com a sua localização:

c) Permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial:

d) Não fique obstruído por pilhas de mercadorias, matérias primas ou qualquer outro

material: e) Esteja junto ao acesso dos riscos:

f) Sua remoção não seja dificultada por suporte, base abrigo, etc.:

g) Não fique instalado em escadas.

31

Hidrantes prediais (𝑁2 )

Tabela 6. Hidrantes prediais

Presença de hidrantes prediais suficientes para uma primeira inversão de pessoas treinadas, conforme a NBR 13714. 2000 (ABNT, 2000ª).

(𝑵𝟐 )

Suficientes 1

Insuficientes ou inexistentes 0.8

Fonte Pignatta e Silva e coelho Filho (2007)

A NBR 13714:2000 fixa as condições mínimas exigíveis para dimensionamento,

instalação, manutenção, aceitação e manuseio, bem como as características, dos

componentes de sistemas de hidrantes e de mangotinhos para uso exclusivo de

combate a incêndio. As edificações com áreas construídas superiores á 450 m² e/ou

altura a 12 metros devem ser protegidas por sistemas de mangotinhos ou de hidrantes

conforme estabelecido na tabela do anexo III.

Adução de água (𝑁3).

𝑁3 È um fator associado á confiabilidade de adução de água e determinado por meio

de expressão 3.

𝑁3= (1,5p + 0,4) r(3)

Tabela 7. Pressão de saída no hidrante

P: pressão de saída n hidrante

Tabela 8: Informação sobre o reservatório de agua

R= 1,00 para reservatório elevado com reserva de água de incêndio conforme a NBR

13714:2000 ou reservatório subterrâneo com bomba de incêndio subterrânea

independente da rede elétrica;

R= 0,90 para reservatório elevado sem reserva de agua e incêndio, com bomba de

incêndio subter. rania independente da rede elétrica

R= 0,85 Para bombeamento independente da rede elétrica, sem reservatório:

R= 0,70 Para bombeamento dependente da rede elétrica, sem reservatório:

R= 0,60 para aguas naturais.

32

Fonte Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

Hidrante público (𝑵𝟒 ).

𝑁4 É um fator associado á presença de hidrantes públicos e determinado por meio

da expressão 4

370−𝒅𝒉

𝒏𝟒 = 300 (4)

Tabela 9: Distância do Hidrante público à entrada do edifício (m).

𝒅𝒉 Distância do hidrante público á entrada do edifício em

metro

Se 𝒅𝒉 ≥ 100m adota-se 𝒅𝒉 = 100m

Se 𝒅𝒉 ≤ 70 m adota-se 𝒅𝒉 = 70m

Fonte Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

Treinamento (𝒏𝟓 )

Tabela 10: Treinamento

Pessoal treinado* 𝒏𝟓

Disponível 1

Inexistente 0,8

Pessoal treinado conforme a NBR 14726.1999 (ABNT), Habituado a manipular os.

Extintores portáteis e hidrantes localizados na edificação que conheça dentro dos

Limites da sua edificação, as possibilidades de fuga e salvamento após alarme.

Fonte Pignatta e silva e coelho Filho (2007)

Medidas especiais de proteção (S)

O fator S é calculado por meio de:

𝑠 𝑠𝑖

Sendo 𝑛1 a 𝑠6 conforme os subitens a seguir:

Modo de Detecção (𝑠1 )

Tabela 11: Fator associado ao modo de detecção do fogo

𝑠1 Fator associado ao modo de detecção do fogo

Modo 𝑠1

Vigilância noturna e em fins de semana com pelo menos,

Duas rondas

1,05

33

Vigilância noturna e em fins de semana com, pelo menos, rondas a.

Cada duas horas.

1,10

Detecção automática conforme a NBR 17240 (ABNT, 2010). Com trans 1,45

Missão a um posto ocupado permanentemente.

Chuveiros automáticos conforme a NBR 10897: 1990 1,20

Demais casos 1,00

Obs.: Em casos em que há mais de um modo de detecção deverá ser adotado o

maior valor de 𝑠1

Fonte Pignatta e Silva e Coelho Filho

Transmissão do alarme (𝑠2 )

Tabela 12: Fator associado ao modo de transmissão do alarme

𝑠2 Fator associado ao modo de transmissão do alarme.

MODO 𝑠2

Há um posto (portaria) ocupado permanentemente por, pelo menos, um

Pessoas com acesso ao telefone

a1,05

Há um posto ocupado permanentemente por, pelo menos, duas

pessoas Com acesso a um telefone.

1,10

Demais casos 1,00

Qualidade do corpo de Bombeiros (𝑠3 )

𝑠3 É um fator associado á qualidade do corpo de bombeiros local e da brigada contra

incêndio, determinado por meio da expressão 5.

𝑠3 = + 𝑆𝑏 +10𝑆𝑐𝑏 (5)

Tabela 13: Brigada de Incêndio

Brigada de Incêndio 𝑠3

Brigada contra incêndio, formada por pelo menos, 10 pessoas treinadas

pa Extinção, durante a jornada de trabalho.

1

Brigada contra incêndio, formada por, pelo menos 20 pessoas treinadas

pa Extinção durante a jornada de trabalho com comandante

2

Idem ao anterior, com intervenção além do horário de trabalho: 3

34

Idem ao anterior, com grupo de quatro pessoas de plantão nos fins de sem 4

Se não houver brigada de incêndio -1

Fonte pignatta a Silva e Coelho filho (2007).

Tabela 14: Corpo de Bombeiros

Corpo de Bombeiros 𝑠3

Se o Corpo de Bombeiros não se enquadrar nas categorias abaixo ou na

Inexistência de corpo de Bombeiros.

1

Se o corpo de Bombeiros possuírem, pelo menos, 20 pessoas treinadas

qu Possam ser convocado pelo telefone, plantão aos fins de semana e

equipe De intervenção motorizada:

2

Idem ao anterior, com caminhão pipa e bombeamento: 3

Idem ao anterior, com caminhão de pelo menos 1.200 litros: 3,5

Idem ao anterior, com caminhão de pelo menos 2.400 litros. 4,0

Se houver equipe de bombeiros em plantão permanente, alojados em case na zona urbana, preparados para atender as necessidades da região.

6

Fonte Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

Tempo resposta 𝑠4

𝑠4 É um fator associado ao tempo- resposta do corpo de bombeiros e determinado por

meio

𝑑𝑎 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 6.

(5−𝑆𝑏 )+( 6−𝑑 𝑐𝑏)

𝑠4=1+ 90 (6)

𝑠4 = 1,00 se houver chuveiros automáticos.

Para este item foi adquirida uma velocidade de 24 Km/h para a viatura do corpo de

bombeiros.

Tabela 15: Distância ao corpo de Bombeiros em quilometro.

𝑑𝑐𝑏 Distância ao corpo de bombeiros quilômetro

𝑆𝑒𝑑𝑐𝑏 ≤ 6𝑘𝑚 Adota-se 𝑑𝑐𝑏 = 6 km

Se 𝑑𝑐𝑏 ≥12 km adota-se 𝑑𝑐𝑏 =12 km

Inexistência de corpo de bombeiros adota-se 𝑑𝑐𝑏 =12

35

Fonte pignatta e silva e coelho filho (2007)

Extinção 𝑠5

Tabela 16: Fator associado ao tipo de equipamentos de extinção.

𝑠5 : Fator associado ao tipo de equipamentos de extinção

𝑠5

Chuveiros automáticos com verificação anual 2,00

Chuveiros automáticos 1,70

Proteção automática de extinção a gás 1,35

Nos outros casos 1.00

Fonte pignatta e silva e coelho filho (2007)

Exaustão (𝑠6)

Tabela 17: Fator associado ao tipo de equipamentos de exaustão de calor e fumaça.

𝑠6 Fator associado ao tipo de equipamentos de exaustão de calor e fumaça

𝑠6

Há exaustor de fumaça e de calor 1,2

Demais casos 1,0

Fonte: Pignatta e silva e coelho filho (2007)

Medidas construtivas de proteção (E)

O fator E é calculado por meio de:

𝐸 𝑒𝑖

Sendo 𝑒1a 𝑒4 definidos conforme os subitens a seguir.

Estruturas (𝑒1)

𝑒1É um fator associado á resistência ao fogo das estruturas e determinado por meio

de:

e1 = 1 + TRF 200𝑒 (7)

TRF𝑒 É o tempo de residência ao fogo das estruturas, em minuto, determinado

conforme a NBR 15200:2004 (ABNT, 2004) para estruturas de concreto e conforme a

NBR 14323:1999 para estruturas de aço. Para estruturas formadas por outros

36

materiais. Deverão ser utilizadas as normas brasileiras apropriadas ou, na sua

ausência, normas estrangeiras consagradas internacionalmente. Deve ser adotado

TRF𝑒=60 min para TRF𝑒 ≥ 60 min.

A NBR 15200:2004 é um método bastante prático para verificar o atendimento

as dimensões mínimas das estruturas de concreto, em função do tipo de elemento

estrutural e do TRRF (tempo requerido de resistência ao fogo). As dimensões mínimas

são normalmente a espessura das lajes, a largura das vigas, as dimensões das seções

transversais de pilares e tirantes e principalmente a distância entre o eixo da armadura

longitudinal e a face do concreto exposta ao (c¹).

Os ensaios da norma mostram que em situação de incêndio as peças de

concreto rompem usualmente por flexão ou flexo-compressão e não por cisalhamento.

Por isso considera-se apenas a armadura longitudinal nesse critério.

Segue tabela 18 com as dimensões mínimas para lajes de concreto apoiadas

em vigas e respectivos TRRF. As demais tabelas pertinentes ao assunto estão listadas

no anexo IV.

Tabela 18: Dimensões mínimas para lajes de concreto apoiadas em vigas.

TRRF

Min

h*

mm

C¹ mm

Armada em duas direções Armada numa

Direção

30 60 10 10 10

60 80 10 15 20

90 100 15 20 30

120 120 20 25 40

*Dimensões mínimas para garantir a função corta-fogo.

Fonte NBR 15200:2004

A NBR: 199 trata do dimensionamento de estruturas de aço e de estruturas mistas

aço-concreto e edifícios. A resistência em situação de incêndio de laje de concreto com

fôrma de aço incorporada, com ou sem armadura adicional, pode ser considerada de

no mínimo 30 minutos, desde que seja verificado o critério de isolamento térmico. Para

que seja atendido o critério de isolamento térmico, a espessura efetiva a laje, h𝑒𝑓 Deverá

ser maior ou igual ao valor dado na tabela 23, conforme o tempo requerido de

resistência ao fogo.

Tabela 19: Espessura efetiva mínima

Tempo requerido de

Resistência ao Fogo

(minuto)

Espessura efetiva mínima

h𝑒𝑓 (mm)

37

30 60

60 80

90 100

120 120

Fonte NBR 14323:199

Fachada (e2)

e2 É um fator associado à resistência ao fogo das fachadas e determinado por meio da

expressão 8.

e2 = 1 + TRF 200𝑓 (8)

TRF é o tempo de resistência ao fogo das paredes que compõem a fachada, em

minuto. Deve ser adotado TRF, = 60 min para TRF, ≥ 60 min.

Para o uso desse método, há necessidade de se respeitarem as exigências de

compartimentação vertical na região das fachadas, ou seja, peitoril de 1,20m ou

marquise de 90 cm, ou uma composição das duas, quanto permitida pela legislação

local. Em caso contrário. Deve-se usar e2 igual a 1.

Lages (e3)

e3 É um fator associado á resistência ao fogo de vedação horizontal (lajes)

e determinado, para ligações verticais (escadas ou outras aberturas ligando dois

andares) fechadas, por meio da expressão 9.

Quando a ligação vertical for aberta, e3 deve ser tomado igual a 1. Quando a ligação

vertical for aberta, porém protegida (por chuveiros automáticos ou fechamento da

abertura), os valores calculados pela expressão 9 devem ser reduzidos de 0,1.

Mantendo-se e3 ≥1.

e3 = e1 - 0,05 ≥ 1,00 (9)

Substituindo-se TRF𝑒 por TRF𝑣 que é o tempo de resistência ao fogo das lajes, em

minuto.

Célula corta fogo (e4 )

38

e4 É um fator associado às dimensões das células corta-fogo e determinado

por meio da expressão x. Células são subdivisões de um compartimento, com no máximo

200m² e resistência ao fogo dos elementos de vedação de no mínimo 30min.

e4 = 3000 𝑣750+800−𝐴𝑐

(10)

V é a relação entre a área de ventilação e a área de piso do compartimento:

A𝑐 É a área da maior célula em metro quadrado.

e4 Deve estar situado no intervalo, conforme expressão 11:

1,0 ≤ 𝑒4 ≤ 1,45 _ 1000 𝐴𝐶 (11)

Não havendo células, 𝑒4 devem ser tomados igual 1,0.

Risco de Incêndio

Fator R é calculado por meio da expressão 12 os termos da expressão 12. Os termos

da expressão 12 são determinados conforme e os itens Carga de Incêndio mobiliária

a Área do compartimento.

R= q.c.f.k.i.h.a. (12)

Carga de incêndio mobiliária (q)

Q é um fator associado à carga de incêndio mobiliária e determinado por meio da

expressão 13.

q = 2⁄3 log (𝑞𝑓𝑖 ) - 0,5 (13)

𝑞𝑓𝑖 É carga de incêndio (mobiliaria) especifica MJ/m², em relação á área de piso,

determinada conforme a tabela de anexo V.

Combustibilidade (c)

C é um fator associado á combustibilidade da carga de incêndio e determinado por

meio da tabela do Anexo V. o fator de combustibilidade c quantifica a inflamabilidade

e a velocidade de combustão dos materiais combustíveis presentes no compartimento

em estudo. Deve ser considerado o material com maior valor de “c“. Desde que esse

material represente pelo menos 10% da carga de incêndio compartimento.

39

Enfumaçamento (f)

F é um fator associado ao enfumaçamento causado pela carga de incêndio e

determinado por meio da tabela do Anexo V. fator enfumaçamento f quantifica os

materiais que queimam com desenvolvimento de fumaça intensa. Deve ser

considerado o material com maior valor de “f”, desde que esse material represente

pelo menos 10% da carga de incêndio do compartimento. Se houver material

fortemente esfumaçante, mas para 𝑄𝑓𝑖 < 10%, 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎 − 𝑠𝑒 𝑟 = 1,1.

Toxicidade (k)

K é um fator associado à toxicidade dos gases e determinado por meio da tabela A.1.

O fator de toxicidade k designa os materiais que, quando queimados, produzem gases

corrosivos e tóxicos (envenenamento). Deve ser considerado o material com maior

valor de “k” desde que represente pelo menos 10% da carga de incêndio do

compartimento. Se houver material que produz gases fortemente tóxicos, mas para

𝑄𝑚 <10%, adota-se k =1,1.

Carga de incêndio imobiliária (i)

I é um fator associado à carga de incêndio imobiliária, associado à parte combustível

contida nas partes da construção do edifício e sua influência na propagação do

incêndio, sendo:

I = 1,0 no caso de elementos de fachada, telhado e estrutura constituídos por materiais

incombustíveis:

I = 1,1 idem ao anterior, mas com estrutura de madeira com tempo mínimo de

resistência ao fogo conforme a NBR 14432:2000: e.

I = 1,2 para os demais casos.

Se os elementos de fachada ou telhado forem constituídos de material combustível

disposto em camadas, sendo a externa incombustível, deve-se acrescentar 0,05 ao

valor de i determinado anteriormente. Se os elementos de fachada ou telhado forem

constituídos de material combustível, tais como madeira ou materiais sintéticos,

devese acrescentar 0,1 ao valor de i determinado anteriormente.

Cota do compartimento (h)

40

H é um fator associado á costa do andar do compartimento considerado e determinado

por meio das expressões 14,15 e 16.

Para edifícios térreos:

( ) ( 𝑄𝑓𝑖 − 200) + 1 h =

(14) 1000

Onde:

h é a maior altura livre interna do edifício, em metro:

𝑄𝑓𝑖 É a carga de incêndio (mobiliaria) especifica em MJ/m², em relação à área de

piso, determinada conforme a Tabela A.1; e.

H está situado no intervalo 1,00 ≤ h ≤ 1,50. Para

edifícios de múltiplos andares:

H = 1,15 (log H) + 0,3 (15)

Onde:

H é distância entre o nível do terreno e o nível superior da laje do piso do

compartimento:

O parâmetro h está situado no intervalo 1,00 ≤ h 2.5

Para andares em subsolo:

H = 3,35 (log H) - 0,6 (16)

Onde:

H é a distância entre o nível do piso do andar do compartimento, no subsolo,

e o nível do terreno.

Área do compartimento (A)

A é um fator associado à área do compartimento e considera a probabilidade de

prorrogação horizontal de um incêndio e a influência das possibilidades de acesso

do corpo de Bombeiros. È determinado pela expressão 17 e 18.

Para a ≤ 0,12

A = 0,35 (2+7⋉ -⋉²) (17)

Para a > 0,12

A= 0,4 - ⋉ + 50 ⋉ ² (18)

Onde:

41

⋉= A/10.000 (19)

Sendo a≤ 5,00.

Para compartimentos localizados junto às fachadas do edifício em andar inferior ou

igual ao sétimo, os valores de A podem serem divididos por (I/b) 1⁄3·, onde I e b São,

respectivamente, comprimento e a largura do compartimento.

Mobilidade (M)

M é um fator associado à mobilidade das pessoas, determinado conforme a expressão

20. Deve ser aplicadas a museus, lojas de departamentos, serviços de hospedagem,

locais para exposições, locais de entretenimento, salas para reunião salas para

reunião, restaurantes, escolas e serviços de saúde. Deve estar situado no intervalo 1≤

m ≤ 2,5.

M = ℎ𝑏 (20) 13 𝑙𝑜𝑎𝐴

6

Onde:

A é a área do compartimento, em metro:

H é a distancia entre o nível modo terreno e o nível superior da laje do piso do

compartimento; e. β = 9 para serviços de hospedagem,

𝛽 = 10 para museu, loja de departamentos, local para exposição, local para

entretenimento, sala para reunião, igreja, restaurante e escola.

𝛽 = 11 para serviços de saúde.

Para outros usos, ver Tabela Anexa V. Para os usos em que não for fornecido o valor

de 𝛽, usar M=1.

Risco de ativação de incêndio (I)

O fator I considera o risco de ativação do incêndio em função do tipo de uso do

compartimento, determinado por meio de tabela 20.

Risco de ativação

De incêndio

Fator (I)

Pequeno 0,85

Normal 1,00

Médio 1,20

Alto 1,45

Muito alto 1,80

Fonte Pignatta E Silva E Coelho (2007)

42

Considerando que o valor potencial calorifico especifica do papel é 17MJ/kg.

• Foi calculada uma carga térmica total de 14.280.000 MJ.

• Com uma carga total de 2.625 J/m².

4. ESTUDO DE CASO

4.1 Cálculo do índice de segurança contra incêndio- Método de Gretener.

Medidas normais de proteção fator N

Extintores Portáteis 𝑁1

Na oficina de automóveis as classes de fogo encontradas são A (material

combustível sólido, papéis, plástico, madeira) e C (fogo envolvendo equipamentos e

instalações elétricas energizadas: quadro de alimentação elétrica e sistema de ar

condicionado)). Como a NBR 12693:1993 não apresenta especificação de extintores

e distancia máxima percorrida para fogo classe C, foram verificados os aspectos

pertinentes ao fogo classe A.

A oficina possui um total de 495m² de área construída, cerca de 840ton de papel e 01

(um) extintor de C𝑂2.

Figura 06 Localização do extintor existente

43

De acordo com a tabela 1, apresentada no item “procedimento de cálculo pode-se

observar que a localização do extintor não atende a especificação de distancia

máxima a ser percorrida de 20 m., portanto, o numero de extintor e insuficiente,

devendo ser disposto outro no local”.

𝑁1 = 0,9

Hidrantes Prediais 𝑁2

Não há hidrantes fixo instalado na edificação da oficina, de acordo com tabela 4:

𝑁2 = 0.8

Adução de água 𝑁3

Como não há Hidrantes, foram utilizados os menores valores conforme 11 e 12

pressões de saída do hidrante ≤ 0,2 Mpa e r = 0,60 para aguas naturais. Portanto

obteve-se valor de 0,42 na equação (3)

𝑁3 = 0,42

𝐻𝑖𝑑𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑝ú𝑏𝑙𝑖𝑐𝑜 𝑁4

A distância do hidrante público à entrada do edifício é maior do que 100 metros, por

tanto o resultado da equação (4) é 0,9.

𝑁4 =0,9

𝑇𝑟𝑒𝑖𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑁5

Todos os funcionários são treinados anualmente em brigada de incêndio conforme

NBR 14726, de acordo com a tabela 8:

𝑁5 = 1,0

Tabela 21: Medidas normais de proteção

Medidas normais de proteção fator N 0,272

44

𝐸𝑥𝑡𝑖𝑛𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑡𝑒𝑖𝑠 𝑁1 0,9

𝐻𝑖𝑑𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑝𝑟𝑒𝑑𝑖𝑎𝑖𝑠 𝑁3 0,8

𝐴𝑢𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 𝑁3 0,42

𝐻𝑖𝑑𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑝ú𝑏𝑙𝑖𝑐𝑜 𝑁4 0,9

𝑇𝑟𝑒𝑖𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑁5 1,0

____________________________________________________

Medidas especiais de proteção, fator S.

Modo de detecção

Não há sistema de detecção e combate. E não há vigilância noturna, portanto de

acordo com a tabela:

𝑆1 = 1,0

Transmissão do alarme 𝑆2

Não há portaria com posto ocupado permanentemente, segundo tabela 16:

𝑆2 = 1,0

Qualidade do corpo de Bombeiros 𝑆3 .

A empresa não possui brigada contra incêndio e o corpo de bombeiros possui pelo

menos, 20 pessoas treinadas que possam ser convocadas por telefone, plantão aos

fins de semana e equipe de intervenção motorizada com caminhão de pelo menos

1.200 litros. Portanto os valores de 𝑆𝑐𝑏 são respectivamente -1 e 3,5 segundo Tabelas

17 e 18. O valor da expressão (5) é 1,25.

𝑆3 = 1,25

Tempo-resposta 𝑆4

A distância da oficina ao corpo de bombeiros é menor dos 6 km, portanto foi adotado

𝑑𝑐𝑏 =6 (tabela 13) O valor de 𝑆𝑏 foi anteriormente determinado de -1 (Tabela 17) A

equação 6 tem como resultado 1,07.

𝑆4 = 1,07

Extinção 𝑆5

O estudo de caso não apresenta nenhum tipo de equipamento de extinção listado na

tabela 20, portanto:

𝑆5 = 1.0

45

Exaustão 𝑆6

Não foi evidenciado equipamento de exaustão de calor e fumaça de acordo com a

tabela 21:

𝑆6 =1.

Tabela 22. Medidas normais de proteção

Medidas normais de proteção fator S 1,333

Modo De Detecção 𝑆1 1,00

Transmissão de alarmes S2 1,00

Qualidade do corpo de

Bombeiros 𝑆3 1,25 tempo

− resposta S 4 1,07 Extinção

𝑆5 1,00

Exaustão 𝑆6 1,00

____________________________________________________

Fonte: Pignatta e silva e Coelho 2007

Medidas construtivas de proteção fator E

Estruturas 𝑒1

A estrutura do concreto apoiada em viga maior do que 80 mm possui um tempo de

resistência ao fogo de 90 a 120 min segundo a Tabela 22. Mas em casos que TRFe ≥

60 min, portanto o resultado da equação 7 é 1,30.

𝑒1 = 1,30

Fachada 𝑒2

A oficina possui o tempo de resistência ao fogo das fachadas de 120 min, no entanto

a metodologia dispõe que deve ser adotado TRF, = 60 min para TRFf ≥ 60 min. Assim

sendo a expressão (8) resulta em 1,15.

𝑒2 = 1,15

Lajes 𝑒3

A oficina não possui escadas ou outros andares ao aplicar o valor encontrado de 𝑒1 =

1,30 na fórmula (9) obteve-se:

𝑒3 = 1,25

46

Célula corta fogo 𝑒4

Não há células corta fogo no local, portanto, 𝑒4 deve ser tomado igual a 1,0, segundo

procedimento de calculo.

Tabela 23 Medidas construtivas de proteção.

Estruturas 𝑒1 1,30

Fachada e3 1,15 Lajes

𝑒3 1,25

célula corta − fogo e4 1,00

____________________________________________________

Risco de incêndio fator R

Carga de incêndio mobiliária q,

A metodologia proposta lista uma tabela com as atividades e as respectivas cargas de

incêndio em MJ/m², disponível no Anexo V..

O fator associado á carga de incêndio mobiliária q, calculado por meio da equação

(13) é 1,78.

Q=1,78

Combustibilidade, C

Será adotado o valor de c disponível para atividade na tabela do anexo V.

C = 1,2

Enfumaçamento f

O fator de enfumaçamento adotado será o mesmo de uma oficina, segundo a tabela

do anexo V.

F=1,0

Toxicidade, K

A queima de papeis, em condições normais, não produzem gases corrosivos e tóxicos

(envenenamento). Apesar de a fumaça gerada poder causar morte por asfixia em

ambiente fechados. Na oficina há alguns materiais que podem produzir gases

fortemente tóxicos, mas para Qm< 10% adota-se k=1,1, conforme metodologia

anteriormente descrita.

Medidas construtivas De proteção fator E 1,869

47

K=1,1

Carga de Incêndio Imobiliária, i.

A fachada, telhado e estrutura são contidos por materiais incombustíveis, portanto

segundo o método descrito.

I= 1,0

Cota do compartimento, h.

A Oficina é um edifício térreo, com maior altura livre interna de 6 metros, portanto será

utilizada a equação (14). O valor encontrado é 0,798, no entanto, a metodologia dispõe

que h esta situado no intervalo 1,00 ≤ h ≤ 1,50, sendo então adotado o valor de 1,00.

h=

1,0.

Área do compartimento (a)

A área da oficina é de 340 m², sendo a calculado por meio da equação (19) igual a

0,034 e a =0,78.

Tabela 23: Fatores de risco de incendio

________________________________________ Risco

de incendio Fator R 1,839

_________________________________________

Carga de incêndio mobiliaria q 1,78

Combustibilidade c 1,20

Enfumaçamento f 1,00

Toxicidade k 1,10

Carga de incêndio imobiliária i 1,00

Cota do compartimento h 1,00

Área do compartimento a 0,78

________________________________________

Fonte Pignatta e Silva e Coelho filho 2007

Mobilidade, Fator M

Como não foi fornecido o valor de 𝛽, a metodologia propõe que seja utilizado o valor

de M=1.

Tabela 24: Fator mobilidade

_______________________________________-

Mobilidade fator M 1.000

48

_______________________________________

Fonte pignatta e silva e coelho (2007)

Risco de ativação de incêndio fator I

O risco de ativação do incêndio para oficina é normal, portanto fator I= 1,0.

Tabela 25: Fator risco de ativação de incêndio.

Risco de ativação de incêndio Fator I 1,000

Fonte Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

Fator Global de segurança 𝑦𝑓𝑖

0,272𝑥 1,333 𝑥 1,869

𝑦𝑓𝑖 = 1,3= 1,839𝑥 1,000 𝑥 1.000= 0,47

Como y< 1 tem-se uma situação desfavorável á segurança, portanto torna-se

necessário rever as medidas de segurança adotadas.

Ao propor as melhorias não foi levada em consideração a instalação de chuveiros

automáticos, uma vez que o objetivo é preservar a integridade dos materiais e peças

que serão utilizados dentro da oficina, além de alguns líquidos ou materiais usados

para manutenção. As medidas propostas foram disponibilizar mais um extintor de

incêndio, visto que o único extintor do local foi considerado insuficiente, pois está a

uma distância de acesso maior do que 20 metros: instalar um sistema de detecção

automática de fogo: estabelecer um posto (portaria) ocupado permanentemente por,

pelo menos, pessoas com acesso a um telefone: e instalar proteção automática de

extinção a gás. O índice resultante após aplicação das propostas foi de 1,147. Os

fatores alterados estão descritos na tabela a seguir.

Tabela 26: Melhorias propostas

Fator Situação critica

Atual

Situação proposta

Numero de

Extintores (n1)

Insuficientes

0,9

Suficientes

1

Modo de detecção Do Fogo (S1)

Não há modo de

Detecção

1,0

Detecção automática conforme

A NBR 17240 2010 com transmissão

A um posto ocupado

permanentemente

49

Transmissão do

Alarme (s2)

Não há portaria

ocupada

Permanentemente

1,0

Há um posto (portaria) ocupado Permanentemente, por pelo menos duas pessoas com acesso a um telefone. 1,10

Equipamentos

Extinção (s5)

Não há equipamentos

de extinção 1,0

Proteção automática

De extinção de gás

1,35

Índice de

segurança

0,479 1,147

Fonte Pignatta e silva e coelho (2007)

Proposta de melhoria para o fator 𝑁1

Tabela 27: Melhorias propostas para número de extintor.

Fator Situação crítica

(atual)

Situação

proposta

Numero de extintores (n1) Insuficiente

0,9

Suficiente

1

Fonte Pignatta e Silva e Coelho (2007).

Para a adequação do ambiente foi necessário a instalação de mais três extintores de

incêndio sendo um de 𝐶𝑂2 e dois de agua, conforme descrito abaixo e pode ser

observado na figura 16.

Para a adequação foi executada conforme norma NBR 12693:1993, que fixa as

condições exigíveis para projeto e instalação de sistemas de proteção por extintores

portáteis e/ou sobre rodas.

Iniciado pela natureza do fogo onde foram identificados dois riscos, um para o

escritório e outro para sala de materiais.

• Extintor de incêndio para escritório

Risco: seis computadores tipo desktop completos com monitores, estabilizadores e

uma central de impressora.

50

Fogo classe C: fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizadas.

Quantidade de extintor instalado: 1 extintor de 𝐶𝑂2.

• Extintor de incêndio para sala de materiais 1:

Risco: armazenamento de documentos em papel.

Fogo classe A: fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos que queimam em

superfície e profundidade, deixando resíduos:

Quantidades de extintores: dois onde serão mantidos o extintor existente e será

instalado um no lado oposto devido ao risco de bloqueio por um possível incêndio.

• Extintor de incêndio para sala de materiais 2:

Risco: Armazenamento de documentos em papel:

Fogo classe A: fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos que queimam em

superfície e profundidade, deixando resíduos:

Quantidade de extintores: Um extintor, devido ao risco de bloqueio por um possível

incêndio e seja visível para que todos os usuários fiquem familiarizados com sua

localização.

Proposta de melhoria para o fator 𝑠1.

Tabela 28: Melhorias propostas para modo de detecção.

Fator Situação critica

(atual)

Situação proposta

Modo de

Detecção do

fogo (s1)

Não há modo de

Detecção

1,0

Detecção automática

conforme a

NBR 17240:2010, com

Transmissão a um posto

ocupado

1,45

Fonte Pignatta e Silva e Coelho Filho (2007)

Como detecção contra incêndio deverá ser utilizado detecção contra incêndio tipo

pontual interligado a um painel de SPCI dedicado.

O painel deverá ser instalado em um ambiente independente fora do local de risco.

Será criada uma antessala para instalação do painel.

O detector pontual utilizado será do tipo fumaça em um sistema interligado em classe

A. utilizado cruzamento de detectores para combate automático que será setorizado

entre os três ambientes.

De acordo com a norma NBR 17240, a máxima área de cobertura para um detector

pontual de fumaça, instalado em um ambiente livre e desobstruído, para uma área de

até 8 metros de pé direito com teto plano e com até oito trocas de ar por área é de

51

81m², essa área pode ser considerada um quadrado de 9m de lado ou um círculo de

raio igual a 6,30m.

Depois de todo sistema instalado, será necessário:

Toda equipe do arquivo ser treinada sobre o funcionamento completo do sistema. O

novo sistema ser inserido ao plano de manutenção, com manutenções mensais,

semanais e anuais, conforme NBR 17240, executado por equipe dedicada a SPCI.

Proposta de melhoria para o fator. 𝑠2.

Tabela 29: Melhorias propostas para transmissão de alarme

Fator Situação crítica

(atual)

Situação proposta

Transmissão do alarme

( 𝑠2. )

Não há portaria

Ocupada

Permanentemente

1,0

Há portaria ocupada

Permanentemente por

pelo

Menos duas

pessoas com

Acesso a um telefone

1,10

Fonte Pignatta e silva e coelho filho (2007)

Transmissão de alarme.

A transmissão de alarme será feita por painéis repetidores instalados diretamente na

central do corpo de bombeiros.

O painel repetidor é um painel destinado a repetir todos os eventos sinalizados no

painel central de alarme.

Proposta de melhoria o fator 𝑠1.

Tabela 30: Melhorias propostas para equipamentos de exibição.

Fator Situação crítica

Atual

Situação proposta

Equipamentos de

Extinção (𝑠5.)

Não há

equipamentos

De extinção

1,0

Proteção automática de extinção

A gás

1,35

52

Será previsto sistema de proteção de incêndio com proteção automática, para que

isto ocorra deverão ser compartimentadas as áreas que dividem risco com porta

corta fogo PF120.

Será instalado sistema de combate contra incêndio 𝐶𝑂2·. De alta pressão com

capacidade de 45 kg de 𝐶𝑂2. Cada cilindro, pois a empresa já possui cilindro para

reposição caso necessário.

Será inserido no plano de manutenção com verificação visual mensal e pesagem de

cilindros semestralmente, conforme NBR 17240.

Para o cálculo utilizaremos a NFPA 12 (Padrão para sistema de extinção por gás

carbônico).

Tabela 31: Fator de inundação

Kg

𝐶𝑂2./m³

de Especialização de risco

1,33 Risco elétrico em geral

2,00 Armazenamento de papel a granel

Fonte NFPA 13 (2010)

Em todos ambientes junto serão instalados chave de bloqueio próximo á entrada e

sirenes e áudio visual em local visível.

53

Figura 07: Fluxograma de combate ao fogo

A avaliação de riscos busca distinguir o nível exigido de segurança para atingir o risco

aceitável. No caso de incêndios em edificações destaca-se o método de gretener,

internacionalmente utilizado e recentemente reconhecido na ABNT NBR 14432 2000.

Optou-se por utilizar a versão de pignatta e silva e coelho filho (2007) vista que os

autores são reconhecidos na área pelas diversas publicações e propostas de

melhorias ao método original

.

A opção da oficina como estudo de caso foi pertinente, pois apesar de ser uma

instalação simples do ponto de vista construtivo, o grande volume de material de

construção ou reparo confere ao local de uma alta carga de incêndio. Verificou-se que

a carga calculada de 2.000MJ/m², segundo dados da tabela disponível no Anexo V.

O fato de não ter sido obtida autorização para divulgação do nome da empresa não

toma possível publicar fotos ou demais informações que seriam um auxílio para

conferir ao local a devida relevância.

54

Sobre a realização dos cálculos, o método remete em diversos itens a normas da

ABNT, o que torna sua aplicação um pouco extensa e trabalhosa. Durante a exposição

do procedimento de cálculo, item 4.2, buscou-se expandir as NBRS de forma a facilitar

a utilização do método. A versão de pignatta e Silva e Coelho Filho (2007) busca

minimizar as discrepâncias do método tabular original. Contudo a metodologia se

mostrou exigível e satisfatória para determinar os fatores de proteção em separado,

assim como os fatores de risco. Foi confeccionada uma planilha de cálculo no

programa computacional Excel e dá-se o destaque de cada parâmetro e pesos

atribuídos ao valor final.

No que se refere à caracterização da área, a oficina está bem cuidada e organizada,

entretanto as medidas de segurança adotadas para o local, segundo metodologia, não

se mostraram eficientes, uma vez que os índices de segurança adotado para o local,

segundo metodologia, não se mostraram eficientes, uma vez que o índice de

segurança obtido para a situação atual foi de 0,479, condição considerada

desfavorável à segurança. O valor limite original do método para verificação de

segurança contra incêndio é ≥ 1. No entanto, Pignatta e silva e coelho filho (2007).

Reconhecem que a fixação do limite acarretaria numa grande perturbação nos atuais

costumes brasileiros, devendo essa definição ser objeto de melhor análise por parte

da comissão de estudos da ABNT, ou em vista de que a segurança contra incêndio

no Brasil se baseia em regulamentos estaduais e municipais, deixar o critério do poder

público de cada região estabelecer limites, em função da realidade regional e do nível

de exigência adequada a cada tipo de ocupação. Enquanto não há consenso sobre o

assunto foi utilizado o método para propor melhorias e avaliar o risco resultante.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O escopo do trabalho não incluía o levantamento dos custos das melhorias propostas,

mas em um novo estudo pode ser realizado uma avaliação de custo para diferentes

cenários possíveis.

Sabe-se da importância das medidas ativas e passivas de proteção, mas a análise de

risco de incêndio possibilita saber o que está por trás destas medidas e adequá-las

corretamente cada situação.

55

Como sugestão para um estudo futuro, pode-se citar a escolha de um local para

aplicação da metodologia que possa ser divulgado. Ainda assim, acredita-se que foi

de grande valia o presente trabalho para difundir o método de sua aplicabilidade em

ambientes industriais. Durante a revisão bibliográfica observou-se que a maioria das

publicações com a metodologia e concentra em sítios históricos em cidades como

Ouro Preto, a citar clarete (2006) e Araújo (2004). Os arquivos públicos são objeto de

estudo de Antunes (2011). Que associa a segurança das edificações de arquivos

públicos contra o risco de incêndio à boa gestão de prevenção de riscos por parte de

seus usuários e responsáveis, o controle da carga de incêndio, a revisão periódica

das instalações elétricas, os equipamentos de proteção ativa contra incêndio, entre

outros fatores.

O presente trabalho verificou que a metodologia aplicada possibilita fornecer uma base

de análise para decisões que envolvam fiabilidade e segurança permitindo apresentar

alternativas sobre as quais os gestores podem optar de modo claro e objetivo.

Referência Bibliográfica

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10897: Proteção contra

Incêndio Por Chuveiro Automático. Rio De Janeiro. 1990.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 12693; 1993 Sistemas de

Proteção por extintores de incêndio Rio de Janeiro, 1993.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 13714 Sistemas de hidrantes

e de Mangotinhos para combate á incêndio Rio de Janeiro, 2000ª.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 14276 Programa de Brigada

de incêndio. Rio de Janeiro, 1999.

56

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 14432:2000 “exigências de

resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações – procedimento”. Rio de

Janeiro, 2001.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 15200. Projeto de estruturas

de concreto em situação de incêndio. Rio de Janeiro, 2004.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 17240 Sistemas de detecção

e alarme de incêndio- projeto, instalação, comissionamento e manutenção de

sistemas de detecção de alarme e incêndio. Requisitos. Rio de Janeiro, 2010.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 9444:2006 Avaliação e

determinação de desempenho, durante o ensaio de fogo em líquido inflamável do

extintor previsto para o uso no combate a fogo classe B.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 9443:1992 Método de

avaliação e determinação de desempenho, durante ensaio de fogo em engradado de

madeira, no extintor previsto para o uso no combate a fogo classe A.

Antunes, M.A.G. “A gestão de riscos como alternativa de prevenção de incêndio em

arquivos públicos: Estudo de caso” Dissertação de mestrado. Engenharia geotécnica

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Araújo, S.M. S, “Incêndio em edificações históricas: um estudo sobre risco global de

incêndio em cidades tombadas, e suas formas de prevenção, proteção e combate –

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Corpo de Bombeiros. 2011 CLARET, A.M. “Análise de Risco de Incêndio em Sítios

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CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO Disponível em

http://www.cbmerj.rj.gov.br/.Acessado em 10 de fevereiro de 2014.

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http://www2.uol.com.br/jc/_200/1604/cd1604m.htm Acessado em 04 de abril de 2014.

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MUCULO, C.P., “Avaliação de risco de incêndio pelo método ARICA a edifícios no

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57

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ONO, R. “Proteção do patrimônio histórico cultural contra incêndio em edificações de

interesse de preservação”. Fundação Casa Rui Barbosa, Rio de Janeiro. 2004

PIGNATTA. E Silva, V. e Coelho Filho, H DA S, “Índice de segurança contra incêndio

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Dissertação de mestrado. Escola Politécnica e Escola de Química. Programa de

Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro, 2012.

ANEXOS

NORMAS ABNT RELATIVAS ÀPREVENÇÃO DE INCÊNDIO

NBR 10897- Proteção contra incêndio por chuveiro automático.

NBR 10898- Sistemas de iluminação de emergência.

NBR 11742- Porta Corta fogo para saída de emergência.

NBR 12615- Sistema de combate a incêndio por espuma.

NBR 12692- Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio.

NBR 12693- Sistemas de proteção por extintores de incêndio.

NBR 13434- Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico- Formas, Dimensões

e cores:

NBR 13435- Sinalização de Segurança contra incêndio e Pânico:

NBR 13437- Símbolos gráficos para Sinalização contra Incêndio e Pânico:

58

NBR 13523- Instalações Prediais de Gás Liquefeito de Petróleo:

NBR 13714- Instalação Hidráulicas contra Incêndio, sob comando, por Hidrantes e

Mangotinhos

NBR 13932- Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – Projeto e

Execução

NBR 14039- Instalações elétricas de Alta Tensão

NBR 14276- Programa de Brigada de Incêndio

NBR 14349- União para Mangueira de Incêndio- requisitos e Métodos de ensaio

NBR 5410- Sistema Elétrico

NBR 5419- Proteção contra Descargas Elétricas Atmosféricas;

NBR 5419- Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (Para-raios).

NBR 9077- Saídas de Emergência em edificações

NBR 17240- Sistemas de detecção e Alarme e Incêndio.

Anexo II Principais NBR’s aplicáveis à prevenção conta incêndio.

Fonte ABNT (2014)

Tabela IV. I Dimensões Mínimas para lajes lisas ou cogumelo

TRRF H c¹

Min Mm

30 150 10

60 180 15

90 200 25

120 200 35

* Dimensões mínimas para garantir a função corta-fogo

Font

Tabela IV. II Dimensões mínimas para lajes nervuradas bi apoiadas

TRRF

Min

Nervuras

Combinações de Mm/c¹

Capa*

H/c¹²

Mm/mm

1 2 3

30 80/15 80/10

60 100/35 120/25 190/15 80/10

90 120/45 160/40 250/30 100/15

120 160/60 190/55 300/40 120/20

1) Bᵐᵐ corresponde à largura mínima de nervura

2) H corresponde à altura da laje

• Dimensões mínimas para garantir a função corta-fogo

Fonte NBR 15200 2004

59

Tabela IV. III. Dimensões mínimas para lajes nervuradas apoiadas em

três ou quatro lados

TRRF

Min

Nervuras

Combinações de Mm/c¹¹

Capa*

H/c¹²

Mm/mm

1 2 3

30 80/10 80/10

60 100/25 120/15 190/10 80/10

90 120/35 160/25 250/15 100/15

120 160/45 190/40 300/30 120/20

3) Bᵐᵐ corresponde à largura mínima de nervura

4) H corresponde à altura da laje

• Dimensões mínimas para garantir a função corta-fogo

Fonte NBR 15200 2004

Tabela IV. IV. Dimensões mínimas para vigas bi apoiadas

TRRF

Min

Combinações de Mm/c¹

Mm/mm

bᵐᵐ

Mm/mm

1 2 3 4

30 80/25 160/20 160/15 190/15 80

60 120/40 190/35 190/30 300/25 100

90 140/55 250/45 300/40 400/35 100

120 190/65 300/60 300/55 500/50 120

Fonte NBR 15200 2004

Tabela IV. V Dimensões mínimas para vigas continuas ou vigas

pórticos

TRRF

Min

Nervuras

Combinações de Mm/c¹

Mm/mm

bᵐᵐ

Mm/mm

1 2 3

30 80/15 160/12 190/12 80

60 120/25 190/12 300/12 100

90 140/35 250/25 400/25 100

120 200/45 300/35 450/35 120

Fonte NBR 15200 2004

Tabela IV. VI. Dimensões mínimas para pilares

60

TRRF

Min

Combinações de Min/c¹

Mm/mm

Mais de uma face exposta

𝜇𝑓𝑖

𝜇𝑓𝑖 = 0,2 0,5 𝜇𝑓𝑖 = 0,7

Uma

face

exposta

𝜇𝑓𝑖 =0,7

1 20 3

30 80/25 190/25 190/30 140/25

60 190/25 190/35 250/45 140/25

90 190/30 300/45 450/40 155/25

120 250/40 350/45 450/50 175/35

NOTA é a relação entre esforço normal de cálculo na situação de Incêndio e o esforço resistente normal de cálculo do pilar em questão Em situação de temperatura normal.

Fonte NBR 15200 2004

Tabela IV. VIII. Dimensões mínimas para pilares-parede

TRR

F

Min

Combinações de Min/c¹

_______________________________________

_

𝜇= 0,35 𝜇𝑛= 0,7

_______________________________________

_

Uma face duas faces uma face

Exposta expostas expostas

Duas faces expostas

Duas

faces

Exposta

s

4

1 2 3

30 100/10 120/10 120/10 120/10

60 110/10 120/10 130/10 140/10

90 120/20 140/10 140/25 170/25

120 140/25 160/25 160/35 220/35

Fonte NBR 15200 2004

TRRF

Min

Combinações de Min/c¹

1 2

30 80/25 200/10

61

60 120/40 300/25

90 140/55 400/45

120 200/65 500/45

Fonte NBR 15200 2004

ANEXO V

DESCRIÇÃO

Carga

De

Incêndio

( gfi )

em

MJ/m2

Q

c

r

k

A

B

Alojamentos estudantis

300 1.1 1.2 1.0 1.0 1.00 9

Apartamentos

300 1.1 1.2 1.0 1.0 1.00 9

Hotéis

500

1.3

1.2

1.2

1.0

1.00

9

Hotéis

500

1.3

1.2

1.0

1.0

1.00

9

Apart-Hotéis

500 1.3 1.2 1.0 1.0 1.00 9

- Açougue 40 0.6 1.0 1.0 1.0 0.85 -

Antiguidades 700 1.4 1.2 1.0 1.0 0,85 -

Aparelhos domésticos 300 1.1 1.0 1.2 1.0 1.20 -

Armarinhos 800 1.4 1.2 1.0 1.0 0,85 -

Armas 300 1.1 1.2 1.0 1.2 0,85 -

Artigos de bijuteria, metal ou

vidros.

2100 1.1 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Artigos de Cera 800 1.7 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Artigos de Couro, borracha,

esportivos.

200 1.4 1.0 1.2 1.0 0.85 -

Automóveis 500 1.0 1.4 1.2 1.0 1.20 -

Bebidas destiladas 500 1.3 1.6 1.0 1.0 1.45 -

Brinquedos 500 1.3 1.2 1.2 1.0 0,85 -

Calçados 1000 1.3 1.2 1.2 1.0 0,85 -

Drogarias (incluindo depósitos) 800 1.3 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Ferragens 300 1.5 1.2 1.0 1.0 0,85 -

Floricultura 300 1.2 1.2 1.0 1.0 0,85- -

Galerias de quadros 400 0,8 1.2 1.0 1.0 1.20 -

62

Livrarias 700 1.0 1.2 1.0 1.0 0,85 -

Lojas de departamento ou centro de Compras (Shopping)

400

1.5

1.2

1.2

1.2

1.00

10

Máquinas De costura ou de

escritório

600 1.4 1.2 1.0 1.0 0,85 -

Materiais fotográficos 400 1.1 1.2 1.0 1.2 0,85 -

Móveis 800 1.1 1.2 1.2 1.0 0,85-

-

-

__________

Papelarias

1000 1.2 1.2 1.0 1.0 0,85 -

Perfumarias 400 1.2 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Produtos Têxteis 6 600 1.3 1.2 1.0 1.0 0,85 -

Relojoarias 600 1.3 1.2 1.0 1.2 0,85 -

Supermercados 400 1.2 1.2 1.2 1.2 1.00 10

Tapetes 800 1.4 1.2 1.2 1.0 0,85 -

Tintas e vernizes 1000 1.5 1.4 1.2 1.0 1.00 -

Verduras frescas 200 1.1 1.0 1.0 1.0 0,85 -

Vinhos 200 1.0 1.2 1.0 1.0 0,85 -

Vulcanização 1000 1.5 1.2 1.2 1.0 1,20 -

Agencias bancarias 300 1.1 1.0 1.0 1.0 0,85 10

Agencias de correios 400 1.2 1.2 1.0 1.0 0.85 10

Centrais telefônicas 200 1.0 1.2 1.0 1.2 1.00 -

Cabelereiros (cosméticos) 200 1.0 1.6 1.0 1.0 1.45 -

Copiadora (fotocópia) 400 1.2 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Encadernadoras 1000 1.5 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Escritórios 700 1.4 1.2 1.0 1.0 0,85 -

Estúdios de rádio ou

de televisão Ou de

fotografia

300 1.1 1.2 1.2 1.2 1.00 -

Laboratórios químicos 500 1.3 1.6 1.0 1.2 1.45 -

Laboratórios (outros) 300 1.1 1.0 1.0 1.2 1.00 -

Lavanderias 300 1.1 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Oficinas elétricas 600 1.3 1.0 1.2 1.0 1.00 -

Oficinas Hidráulicas ou

mecânicas

200 1.0 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Processamento de dados 400 1.2 1.2 1.2 1.2 1.00 -

__________

Academias de ginastica e

similares

300 1.0 1.0 1.0 0,85 1.00 -

Pré- escola e similares 300 1.1 1.0 1.0 1.0 0,85 10

Creches e similares 300 1.1 1.2 1.0 1.0 1.00 11

Escolas em geral 300 1,1 1.0 1.0 1.0 0,85 10

Bibliotecas 2000 1,7 1.2 1.0 1.0 0,85 -

63

Cinemas, teatros e similares. 600 1.3 1.1 1.0 1.0 1.00 10

___________

Clubes sociais, boates e

similares.

600 1.3 1.2 1.2 1.0 1.00 11

Igrejas e templos 200 1.0 1.0 1.0 1.0 0,85 10

Museus 300 1.1 1.2 1.0 1.2 0,85 10

Restaurantes 300 1.0 1.2 1.0 1.0 1.00 10

Estacionamentos 200 1.0 1.4 1.2 1.0 1.00 9

Oficinas de conserto de veículos e Manutenção.

2000 1.8 1.2 1.0 1.1 1.2 -

Hangares 200 1.0 1.4 1.2 1.2 1.20 -

Asilos 350 1.2 1.2 1.0 1.0 1.00 11

Clinicas e consultórios

médicos ou

Odontológicos

200 1.0 1.2 1.0 1.0 1.0 -

Hospitais em geral

300 1.1 1.2 1.0 1.0 1.00 11

Aparelhos eletrônicos, fotográficos, óticos. Óticos

400

1.2

1.0

1.2

1.2

1.20

-

Acessórios para automóveis

Automóveis 300 1.1 1.2 1.2 1.2 0,85 -

Acetileno 700 1.4 1.6 1.0 1.0 0,85 10

Alimentação 800 1.4 1.2 1.0 1.0 1,20 -

Artigos de borracha, cortiça, couro. Feltro, espuma

600 1.5 1.4 1.2 1.0 1.00 -

Artigos de argila cerâmica ou

Porcelana

200 1.0 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Artigos de bijuteria 200 1.0 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Artigos de cera 1000 1.5 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Artigos de gesso 80 0.8 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Artigos de mármore 40 0.6 1.0 1.0 1.0 0,85 -

Artigos de pele 500 1.3 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Artigos de tabaco 200 1.0 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Artigos de vidro 80 0.8 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Automotiva e autopeças

exceto pintura

300 1.1 1.2 1.2 1.2 1.20 -

Automotiva e autopeças

(pintura)

500 1.3 1.4 1.2 1.2 1.45 10

Aviões 600 1.3 1.4 1.2 1.2 1.20 -

Balanças 300 1.1 1.0 1.0 1.2 1.20 -

Baterias/acumuladores 800 1.4 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Bebidas destiladas 500 1.3 1.6 1.0 1.0 1.45 ---

64

Bebidas não alcoólicas 80 0.8 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Bicicletas 200 1.0 1.0 1.2 1.0 1.20 -

Brinquedos 500 1.3 1.2 1.2 1.0 1.20 -

Café 400 1.2 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Caixotes barris ou pallets de

madeira

1000 1.5 1.2 1.0 1.0 1.20 -

Calçados 600 1.3 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Cera de polimento 2000 1.7 1.4 1.2 1.0 1.20 10

Cerâmica 200 1.0 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Cereais 1700 1.6 1.4 1.0 1.0 1.45 -

Cervejarias 80 0.8 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Chocolate 400 1.2 1.0 1.0 1.0 1.20 -

Cimento 40 0.6 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Cobertores, tapetes 600 1.3 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Colas 800 1.4 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Colchoes (exceto espuma) 500 1.3 1.4 1.2 1.0 1.20 -

Condimentos, conservas 40 0.6 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Confeitarias 400 1.2 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Congelados 800 1.4 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Padarias 1000 1.5 1.2 1.2 1.0 1.20 -

Papeis (acabamento) 500 1.3 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Papeis (preparo de celulose) 80 0.8 1.0 1.0 1.0 0.85 -

Papeis (procedimento) 800 1.4 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Papelões betu minados 2000 1.7 1.4 1.2 1.0 1.45 -

Papelões ondulados 800 1.4 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Pedras 80 0.8 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Perfumes 300 1.1 1.6 1.0 1.0 1.45 -

Pneus 700 1.4 1.2 1.2 1.0 1.20 -

Produtos adesivos 1000 1.5 1.6 1.2 1.0 1.45 -

Produtos de adubo químico 200 1.0 1.4 1.0 1.0 1.20 -

Produtos alimentícios

(expedição)

1000 1.5 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Produtos com acido acético 200 1.0 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Produtos com acido carbônico 40 0.6 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Produtos com acido

inorgânico

80 0.8 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Produtos com alcatrão 800 1.4 1.4 1.2 1.0 1.20 -

Produtos com amido 2000 1.7 1.4 1.0 1.0 1.45 -

Produtos com soda 40 0.6 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Produtos de limpeza 2000 1.7 1.4 1.2 1.0 1.20 -

Produtos graxos 1000 1.5 1.4 1.2 1.0 1.20 -

Produtos Refratários 200 1.0 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Raçoes 2000 1.7 1.2 1.0 1.0 1.20 -

65

Relógios 300 1.1 1.0 1.0 1.2 1.001 -

Resinas 3000 1.8 1.6 1.2 1.0 1.45 -

__________

Roupas 600 1.3 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Sabões 200 1.0 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Sacos de papel 800 1.4 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Sacos de juta 500 1.3 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Sorvetes 800 0.8 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Sucos de fruta 200 1.0 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Tapetes 600 1.3 1.2 1.2 1.0 1.000 -

Têxteis em geral 700 1.4 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Tintas e solventes 4000 1.9 1.6 1.2 1.0 1.8 -

___________

Tintas Látex 800 1.4 1.2 1.2 1.0 1.20 -

Tintas não inflamáveis 200 1.0 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Transformadores 300 1.1 1.2 1.2 1.2 1.20 -

Tratamento de madeira 3000 1.8 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Tratores 300 1.1 1.0 1.0 1.0 1.20 -

Vagões 200 1.0 1.2 1.2 1.0 1.00 -

Vassouras ou escovas 700 1.4 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Velas de cera 1300 1.6 1.2 1.0 1.0 1.00 -

Vidros ou espelhos 200 1.0 1.0 1.0 1.0 1.00 -

Vinagres 80 0.8 1.0 1.0 1.0 1.00 -