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Há quem afirme que os professores que passa- ram pela sua vida são inesquecíveis. Há quem não se lembre de nenhum profes- sor que tenha marcado suas lembranças primaveris. Há quem eleja um único mestre e siga suas lições até o fim dos dias. Professores podem ser ami- gos ou inimigos, carrascos ou anjos, heróis ou vilões. Professores podem, ainda, ser palavras nesta tela que si- mula a folha em branco; mas é justamente com palavras que eles erigem um mundo... E são desses nossos mestres (de papel e palavras) preferidos as respostas desta entrevista. NF – Qual era o papel do professor/a no início do sé- culo XX? Aristarco (O Ateneu) Mo- derar, animar, corrigir esta massa de caracteres, onde começa a ferver o fermento das inclinações; encontrar e encaminhar a natureza na época dos violentos ímpetos; amordaçar esses excessivos ardores; retemperar o ânimo dos que se dão vencidos pre- cocemente, espreitar, adivi- nhar os temperamentos; pre- venir a corrupção; desiludir as aparências do mal (...). NF – Mas não seriam esses movimentos um pou- co castradores? Policarpo (Conto de escola) Não há perdão! Porcalhões! Tratantes! Faltos de brio! NF – Considerando que o magistério dos idos de 1900 e poucos parecia um tanto ditatorial no Bra- sil, como você vê o papel da educação? Jane Eyre (Jane Eyre) Sorry, I do not speak Por- tuguese, but I will try to answer your question… I Aos personagens-mestres com carinho had the means of an excellent education placed wi- thin my reach; a fondness for some of my studies, and a desire to excel in all, together with a great de- light in pleasing my teachers, especially such as I loved, ur- ged me on: I availed myself fully of the advantages offe- red me. In time I rose to be the first girl of the first class; then I was invested with the office of teacher; which I dis- charged with zeal for two ye- ars: but at the end of that time I altered. NF – O papel do professor hoje em dia é mesmo o de en- sinar ou o de ser um guia nessa jornada? Severus Snape (Harry Potter) - I can teach them how to bewitch the mind and ensnare the senses. I can tell you how to bottle fame, brew glory, and even put a stopper in death — if they aren't as big a bunch of dunderheads as I usually have to teach. NF – O que move um professor a continuar lecio- nando? David Lurie (Desonra)- I continue to teach becau- se it provides me with a livelihood; also because it teaches me humility, brings it home to me who he is in the world. e irony does not escape me: that the one who comes to teach learns the keenest of les- sons, while those who come to learn learn nothing. NF - Tertuliano Máximo Afonso (O homem du- plicado) não respondeu porque tinha provas para avaliar e, segundo ele, é preciso muita atenção para corrigir os alunos sem- pre que aten- tem perigosa- mente contra as verdades ensinadas ou se permitam excessivas li- berdades de interpretação. Aristarco, o exigente dire- tor do Ateneu Severus Snape demonstrando seus métodos Jane Eyre recebeu educação rigorosa ANO VII | NÚMERO 112 | 15 DE OUTUBRO DE 2012

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Page 1: NF 15 de outubro de 2012

Há quem afirme que os professores que passa-ram pela sua vida são inesquecíveis. Há quem não se lembre de nenhum profes-sor que tenha marcado suas lembranças primaveris. Há quem eleja um único mestre e siga suas lições até o fim dos dias. Professores podem ser ami-gos ou inimigos, carrascos ou anjos, heróis ou vilões. Professores podem, ainda, ser palavras nesta tela que si-mula a folha em branco; mas é justamente com palavras que eles erigem um mundo... E são desses nossos mestres (de papel e palavras) preferidos as respostas desta entrevista.

NF – Qual era o papel do professor/a no início do sé-culo XX? Aristarco (O Ateneu) – Mo-derar, animar, corrigir esta massa de caracteres, onde começa a ferver o fermento das inclinações; encontrar e encaminhar a natureza na época dos violentos ímpetos; amordaçar esses excessivos ardores; retemperar o ânimo dos que se dão vencidos pre-cocemente, espreitar, adivi-nhar os temperamentos; pre-

venir a corrupção; desiludir as aparências do mal (...). NF – Mas não seriam esses movimentos um pou-co castradores? Policarpo (Conto de escola) – Não há perdão! Porcalhões! Tratantes! Faltos de brio! NF – Considerando que o magistério dos idos de 1900 e poucos parecia um tanto ditatorial no Bra-sil, como você vê o papel da educação? Jane Eyre (Jane Eyre) – Sorry, I do not speak Por-tuguese, but I will try to answer your question… I

Aos personagens-mestres com carinhohad the means of an excellent education placed wi-thin my reach; a fondness for some of my studies, and a desire to excel in all, together with a great de-

light in pleasing my teachers, especially such as I loved, ur-ged me on: I availed myself fully of the advantages offe-red me. In time I rose to be the first girl of the first class; then I was invested with the office of teacher; which I dis-charged with zeal for two ye-ars: but at the end of that time I altered. NF – O papel do professor hoje em dia é mesmo o de en-

sinar ou o de ser um guia nessa jornada? Severus Snape (Harry Potter) - I can teach them how to bewitch the mind and ensnare the senses. I can tell you how to bottle fame, brew glory, and even put a stopper in death — if they aren't as big a bunch of dunderheads as I usually have to teach. NF – O que move um professor a continuar lecio-nando? David Lurie (Desonra)- I continue to teach becau-se it provides me with a livelihood; also because it teaches me humility, brings it home to me who he is in the world. The irony does not escape me: that the one who comes to teach learns the keenest of les-sons, while those who come to learn learn nothing. NF - Tertuliano Máximo Afonso (O homem du-plicado) não respondeu porque tinha provas para avaliar e, segundo ele, é preciso muita atenção para corrigir os alunos sem-pre que aten-tem perigosa-mente contra as verdades ensinadas ou se permitam excessivas li-berdades de interpretação.

Aristarco, o exigente dire-tor do Ateneu

Severus Snape demonstrando seus métodos

Jane Eyre recebeu educação rigorosa

ANO VII | NÚMERO 112 | 15 DE OUTUBRO DE 2012

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FALE em notícias

O XIII Salão de Iniciação Científica (SIC) foi realizado entre os dias 1º a 5 de outubro. O evento, que ocorre anualmente, tem como objetivos divulgar e avaliar projetos de pesquisa em andamento e promover a integração entre os bolsistas de iniciação científica e seus orientadores com os demais alunos dos cursos de graduação. Além de apresentar os projetos nos quais estão engajados, os bolsistas têm a oportunidade de concorrer ao Prêmio Bolsista Destaque se receberem nota máxima na média dos avaliadores. Na área de Letras mais de 50 bolsistas apresentaram seus projetos. Alguns deles manifestaram suas opiniões sobre o evento ao Notícias FALE.

XIII Salão de Iniciação Científica da PUCRS

“No dia 2, apresentei o projeto Biblioteca infanto--juvenil do Hospital São Lucas da PUCRS: espaço de leitura, arte e prazer. Os professores Biagio D’Angelo e Marie-Hélène Paret Passos foram os avaliadores. No dia 11, recebi, para a minha surpresa, um email do SIC salientando que tirei a nota máxima e que estou concorrendo ao título de bolsista destaque do evento. Acredito que tirei esta nota pelo projeto em si, que sensibiliza a todos por atender as crianças hospitalizadas na Pediatria SUS do Hospital São Lu-cas da PUCRS e seus acompanhantes, e pela manei-ra como apresentei. Como sou contador de histórias (e todos os bolsistas deste projeto são), a educado-ra Vera Pereira levantou a hipótese de a apresenta-ção ser neste formato. O professor pesquisador do projeto, Celso Sisto, aderiu a esta ideia e coordenou alguns ensaios comigo. Apesar do nervosismo, apre-sentei como havia combinado. Parabéns ao projeto!”

— Gabriel Zalewsky

“Participar do Salão de Iniciação Científica é uma ótima oportunidade para apresentarmos as pesqui-sas que estamos desenvolvendo e trocarmos ideias com os colegas sobre os projetos por eles desenvolvi-dos. Além disso, podemos obter o feedback de pro-fessores da área sobre nossos trabalhos e ganhamos experiência para apresentações futuras.”

— Bruna Tessaro

“O Salão é uma forma de os bolsistas mostrarem os projetos em que estamos incluídos. Foi a primeira vez que participei e já tive a oportunidade, não só de assistir a alguns projetos, como também de apre-sentar um. Isso fez com que eu conhecesse outros projetos e novas áreas de pesquisa, assim como en-tender um pouco dos métodos usados por cada um deles. Também achei interessante o tema da palestra de abertura, “A neurociência no século XXI: desa-fios e perspectivas”, proferida pelo professor Jader-son Costa da Costa, diretor do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer-RS), pois o assunto foi abordado de uma forma construtiva e simples de entender, sendo possível conhecer um pouco da neurociência e suas demais áreas e ver e pensar so-bre isso de um jeito diferente.”

— Jamyle Massim Marques

“O Salão de IC é uma grande oportunidade para os estudantes se aprimorarem mostrando seus trabalhos. Na sala onde apresentei, as dicas e pergun-tas dos professores foram muito importantes, além dos elogios aos pesquisadores. Digo isso, porque o grande medo do Salão é justamente a banca. É mui-to mais difícil apresentar um trabalho sabendo que cada vírgula será avaliada. Não senti isso na minha sala, sendo que esta abrangia trabalhos de mais 3 fa-culdades fora a PUCRS. O feedback proporcionado pelos professores da banca nesse momento não deve ser visto como algo assustador ("Ai, medo das per-guntas."), mas sim como um ponto importante para nossas pesquisas, em que outros pesquisadores nos indicarão novos caminhos para novos aprendizados na área acadêmica.”

— Amanda Rosa de Bittencourt

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Há dois anos interagindo nas escolas estaduais Caldas Júnior, Costa e Silva, Paulo da Gama e Agrônomo Pedro Pereira, o PIBID Letras da PUCRS tem por objetivo incentivar a docência. Por meio da atuação em sala de aula, propõe atividades diferenciadas no ensino de Língua Portuguesa e Literatura e oportuniza ao bolsista a inserção na comunidade escolar. Entre as atividades realizadas, destacam-se as oficinas de con-tação de histórias, de produção de texto, de teatro e de documentários, as feiras e os saraus, a realização de atividades interdisciplinares envolvendo áreas como matemática, química, história e sociologia, além de exposições de arte e jornais. Atualmente o PIBID Letras conta com 20 bolsistas, além de quatro professores estaduais de Língua Por-tuguesa que acompanham e supervisionam os alunos. Para participar do projeto, o acadêmico em Letras precisa ter vontade de exercer a profissão e idéias criativas para sua proposta. Interessados devem entrar em contato pelo e-mail [email protected] para mais informações sobre o processo de seleção.

PIBID Letras da PUCRS

“É um projeto que nunca aban-dona o lado teórico, mas que tem sua força no lado prático, no exercício do estudante de Letras em sala de aula, convivendo com alunos e professores da rede pú-blica. Levamos a universidade até a escola pública, mas tam-bém recebemos, de forma equi-valente, a escola pública na uni-versidade. É uma troca efetiva e muito gratificante.”

— Professor Paulo Ricardo Ange-lini, coordenador do projeto

Os alunos bolsistas do PIBID com o coordenador professor Paulo Ricardo Angelini

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FALE em revista

Paul Pietroski ministrou curso de semântica na FALE

Nos dias 8 a 11 de outubro, o professor Paul Pietroski, da Universidade de Maryland, minis-trou um minicurso baseado em seu livro (ainda não publicado) sobre semântica, numa perspec-tiva construída dentro do gerativismo. Entre os tópicos de discussão estavam: implicações adqui-ridas juntamente com a linguagem por parte das crianças, estando, portanto, relacionadas com I--linguagem (linguagem interna), capaz de conec-tar articulações com representações mentais.

Encontros de Semântica I: Semântica sem condições de verdade

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Jornada de estudos sobre os Romances Gráficos Edição Porto Alegre

FALE em eventos

XXVIII Seminário Brasileiro de Crítica LiteráriaXXVII Seminário de Crítica do Rio Grande do SulI Encontro Nacional de Escrita Criativa Ocorrerá na próxima semana, de 23 a 25 de outubro o encontro de Crítica Literária e Escrita Criativa que homenageará o escritor João Simões Lopes Neto e movimentará o cenário acadêmico da PUCRS. Com a presença de professores, críticos e escritores reno-mados, o evento compreenderá palestras, mesas-re-dondas e comunicações de pesquisadores de todo o Brasil, além de dois minicursos. Ainda há vagas para ouvintes.

Informações e inscriçõeshttp://www.pucrs.br/eventos/criticaliteraria/ O escritor homenageado João Simões Lopes Neto

Ilustração de Cachalote, de Rafael Coutinho e Daniel Ga-lera

Não perca, na PUCRS, nos dias 19 e 20 de novem-bro, a “Jornada de estudos sobre os romances gráficos – edição Porto Alegre”. O evento é um desdobramento das atividades propostas pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da UnB e contará com a participação de Daniel Galera, autor de Cacha-lote, entre outros convidados. As inscrições para par-ticipação como ouvinte e para submissão de trabalhos estão abertas até 20 de outubro.

Informações e inscriçõ[email protected]://www.fragmentosdesentido-pucrs.blogspot.com

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Cafezinho literário

O projeto da FALE “Cafezinho literário” convida professores e pesquisadores da PUCRS a apresenta-rem autores que influenciaram sua trajetória acadê-mica e sua vida. Na edição do dia 25 de outubro, o professor Emilio A. Jeckel Neto, diretor do Museu de Ciências e Tecnologia, apresentará o tema: “De Monteiro Lobato a Natsume Soseki”.Data: 25 de outubro de 2012Hora: de 13h a 13h30minLocal: sala 305 do prédio 8

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FALE no mundo

Entre os dias 17 e 19 de outubro, a professora e diretora da FALE, Maria Eunice Moreira, participa do XIII Congresso da International Society for Luso-Hispanic Humor Studies. Com sede na Philadelphia/USA, a Sociedade Internacional para o Estudo do Humor Luso-Hispânico realiza o evento a cada dois anos em uma instituição diferente, tendo sido a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa a escolhida em 2012, com apoio da equipe local do Grupo de Investigação 6 do CLEPUL, Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias. A professora Maria Eunice, juntamente com o professor Mauro Nicola Póvoas, apresenta o trabalho A festa do Baldo (primeiro texto cômico da literatura brasileira?), de Álvaro Teixeira de Macedo, texto pouco conhecido e também pouco citado na historiografia nacional, com o objetivo de desvelar a produção e lei-tura de outras modalidades literárias mais afastadas da “história oficial”.

Conecte-se!http://humorlusohispanico.blogspot.com.br/

Alunos da graduação em Coimbra

Diretora da FALE participa de evento em Lisboa

Os sete alunos da FALE que partiram no dia 12 de setembro para Coimbra, a fim de participar do Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI), já mandam notícias da terrinha. Leonardo Macha-do Batista escreveu para contar que o grupo “está a adorar” as aulas na Universidade de Coimbra. O PLI é um programa de dupla titulação, financiado pela CAPES, que permite a estudantes de licencia-tura de universidades brasileiras permanecerem durante dois anos na Universidade de Coimbra. Os estudantes que cumprirem com sucesso o estipula-do no programa recebem um diploma de Primeiro Ciclo (licenciatura em Portugal) na área correspon-dente, emitido pela Universidade de Coimbra, e um Diploma de Licenciatura Plena na área de formação docente específica, emitido pela universidade brasi-leira.

Alunos da FALE em Coimbra com a professora Regina Kohlrausch

Alunos em Coimbra

Aline dos Santos CargneluttiBárbara Martins Bandeira

Deisiane CarlessoFranciely Weber Tarouco

Leonardo Machado BatistaRogério Amorim Sant’Anna

Vinicius Pezone Cabrera

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FALE por aí

O mestrando em Escrita Criativa Augusto Paim participa da organização e realiza a curadoria do II En-contro Internacional de Jornalismo em Quadrinhos, que acontecerá no Goethe-Institut de Curitiba, entre os dias 24 e 27 de outubro, em paralelo a Gibicon≠1 (Convenção Internacional de Quadrinhos). O evento reunirá artistas brasileiros e internacionais em exposições, feira, filmes, oficinas, palestras, cursos, sessões de autógrafos, avaliação de portfólios e encontro informais. A proposta inovadora, apresentada no ano passado com a Gibicon ≠0, movimentou o mercado de qua-drinhos do Brasil, Itália, Alemanha, França e Argentina, e definiu o formato de comunicação e de interação de artistas, apaixonados e curiosos pela nona arte. O sucesso foi imediato com lotação total (muitas vezes o dobro do previsto) para oficinas, palestras e sessões de autógrafos. Cerca de 10 mil pessoas participaram das atividades nos vários espaços que a Convenção ocupou. O colega Augusto, na edição deste ano, participará de mesas sobre tradução, além de outra sobre o projeto Osmose.

Por aqui...Em Porto Alegre, não perca as Jornadas sobre Romances Gráficos (ver FALE em eventos).

Conecte-se! http://blog.goethe.de/osmose/archives/51-PRESS-RELEASE.html

Foi com bolo e poesia que a pediatria SUS do Hospital São Lucas da PUCRS comemorou o dia das crianças. A festa, organizada pela psicope-dagoga Juliana Pierdoná juntamente com a psi-cóloga Maria Estelita Gil e com o professor da FALE Celso Sisto, aconteceu no saguão da Pe-diatria na tarde da última quarta-feira (10/10). A grande atração da solenidade foi a apresentação da peça A trupe dos livros: os amigos da crian-ça pelos bolsistas do projeto Biblioteca infanto--juvenil do Hospital São Lucas: espaço de leitura, lazer e prazer. A peça, que arrancou sorrisos dos pequenos homenageados, é uma reunião de poesias infan-tis retiradas de livros como Boi da cara preta de Sergio Caparelli, Cantigamente de Leo Cunha e Dezenove poemas desengonçados de Ricardo Azevedo, e é de organização de Celso Cisto, escritor e coordenador do projeto que há anos leva literatura e alegria às crianças internadas no Hospital São Lucas.

Festa e poesia para comemorar o dia das crianças no Hospital São Lucas

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Professor Celso Sisto e os alunos encenaram para as crianças

Aluno da FALE organiza evento de quadrinhos em Curitiba

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Objetivando a criação de um espaço propício para diálogo sobre pes-quisas e sobre formação desenvolvidas no espaço dos Programas de Pós--Graduação da área de Letras da Região Sul, será realizado o I Sul Le-tras, nos dias 19 a 21 de novembro, na UNISINOS. O evento caracteriza o primeiro encontro de todos os Programas de Pós-Graduação da Região Sul que integram a SUL LETRAS — Rede de Cooperação em Pesquisas e Pós-Graduação em Linguística e Literatura, fundada em 2011. A coorde-nadora do PPGL da PUCRS Ana Maria Lisboa de Mello e a doutoranda Cristiane Dall Cortivo fazem parte da comissão organizadora do evento. As inscrições para ouvintes estão abertas até o dia 19 de novembro.Conecte-se!https://eventos.asav.org.br/event/iencsulet/site

I Sul Letras

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Luís Roberto Amabile, mestrando em Escrita Criativa, lançou, na última sexta-feira, 19 de outubro, o seu livro de contos O amor é um lugar estranho. Luís nasceu em Assis, São Paulo, veio para Porto Ale-gre a fim de participar da Oficina Literária da PUCRS e em seguida ingressou no mestrado. “Larguei a vida de jornalista em São Paulo e vim ser escritor aqui no sul. Fui muito bem acolhido, comecei a fazer mestrado na PUC e pretendo ficar por aqui.” Ainda segundo o colega, alguns dos contos que participam da obra nasceram na oficina do Assis Brasil. O amor é um lugar estranho venceu a Temporada de Originais da Grua Livros (4 vencedores entre 194 inscritos) e também a chamada para publicação do Instituto Estadual do Livro do RS. O livro já pode ser adquirido nas livrarias.

Mestrando da FALE lança livro de contos

Acendi a cigarrilha e segui com minha caminhada. No quarteirão seguinte, avistei um menino. Ele brincava sozinho de bolinhas de gude. Eu fazia isso na infância, e o menino até que era parecido comigo. Ele errou uma das jogadas e a bolinha parou no meu pé. O menino me olhou. Será que eu também tinha essa candidez nos olhos? Provavelmente, mas o tempo passou, o tempo correu igual ao ladrão, e agora quando me encaram — o tempo, o menino, o ladrão — não devem enxergar nada em meus olhos, apenas duas esferas castanhas. E vazias.

Confira o trecho do conto Frenesi:

Alunas da Fale no II Festival de Esquetes da Casa de Cultura As alunas do PPGL Fernanda Moreno, Natasha Cente-naro e Patrícia Silveira realizaram e produziram o esquete teatral O retrato de Laura, selecionado para concorrer no II Festival de Esquetes da Casa de Cultura Mario Quinta-na (CCMQ), que, neste ano, tem como tema o erotismo. O Festival acontece durante as segundas-feiras do mês de outubro em diversos locais da Casa de Cultura, e o esquete das colegas foi encenado na última segunda, dia 22. A direção de O retrato de Laura é da doutoranda em Es-crita Criativa e atriz Patrícia Silveira. O texto é de autoria de Natasha Centenaro, mestranda em Escrita Criativa, e Patrícia Silveira. Conta com a atuação da mestranda em Teoria da Literatura e atriz Fernanda Moreno. C

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Contato NFComunique, divulgue, participe:

[email protected]

Coordenação: Sissa Jacoby

Edição: Camila Doval

Redação: Aline Job, Camila Doval, Carolina Lewis,

Daisy Pail, Jonas SaraivaDiagramação: Camila Doval

8 | Notícias FALE nº 112 | 15 de outubro de 2012

Com muita tristeza o Notícias FALE comunica o falecimento da Mara Rejane do Nascimento, funcio-nária da secretaria do nosso PPGL, no último sábado, 13 de outubro. Mara atuou na faculdade por mais de vinte anos e deixa muita saudade entre os colegas de trabalho, os professores e os alunos. Prestamos aqui uma homenagem a essa querida colega.

Pesar na FALE

“No conjunto das pessoas com quem convivi ao longo de minha vida, colocaria a Mara em um lugar muito especial — o das pessoas raras, de uma generosidade inesgotável, sempre pronta a esquecer de si para estender a mão ao outro, de uma força in-quebrantável para a luta e uma serena resignação em relação ao seu destino. Mara deixa um vazio na Fa-culdade, especialmente na Secretaria do PPGL, onde trabalhou muitos anos com dedicação, competência, compromisso e solidariedade para com todos. Deixo a ela duas estrofes de um poema de Cecília Meireles que expressam essa singela homenagem e aquilo que me vem ao coração, quando olho a sua cadeira vazia, juntamente com uma invisível ‘pequena lágrima’: Uma pequena rosa para aquela que gostava de tra-zer um botão de rosa ao peito. Para aquela que trazia uma rosa no coração, aberta a generosos ventos. Uma pequena rosa. ... Uma pequena rosa. Um pensamento belo. Uma luz. Um silêncio.”

Ana Lisboa de Mello, coordenadora do PPGL

Mara, com seu neto, em visita à FALE

“A Mara me ensinou muito com sua simplicida-de, sensibilidade e generosidade com todos (alunos, professores, colegas). Era uma pessoa que tornava o ambiente de trabalho leve com seu bom humor e alto astral. Muito mais que uma colega, era uma querida amiga. Sinto muito a sua falta.”

Isabel Cristina Pereira Lemos, secretária do PPGL

“Uma das coisas mais difíceis para mim está sendo escrever este texto, porque ele vai falar de uma ausên-cia, da partida da Mara, uma pessoa que me é tão cara. Falo no presen-te, porque, se antes ela estava perto, ali na secretaria da FALE, solícita e amiga, agora ela está em todos os lugares. A Mara faz parte da minha vida há quase vinte e cinco anos e vai continuar me acompanhando, porque nós somos todos aqueles que nos habitam. Sua falta dói, neste momento, mas sei que com o tempo todas as coisas boas que ela me deixou vão vingar e vou poder ser uma pessoa melhor.”

Vera Teixeira de Aguiar, professora da FALE