névoas e pós de madeira
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Trabalho enviado ao curso técnico em segurança no trabalho, referente aos efeitos da exposição à névoas e pós de madeira.TRANSCRIPT
Névoas e Pó
de Madeira
Introdução
A seguir, falaremos um pouco sobre névoas (partículas líquidas resultantes da ruptura mecânica de um líquido) e citaremos alguns exemplos de névoas encontradas em ambientes de trabalho e que são prejudiciais à saúde do trabalhador. Também falaremos sobre pó de madeira, que é a poeira formada pelas partículas de madeira que são lançadas no ar durante os processos aplicados nas madeiras, tais como: corte, picagem, perfuração e polimento. O pó de madeira é prejudicial a pele, ouvidos, olhos, nariz, garganta e aos pulmões (alcançados por inalação). Finalizamos este trabalho, discorrendo à cerca das doenças respiratórias ocupacionais no Brasil, medidas de prevenção e as obrigações da empresa.
Névoas
“Aerossóis líquidos formados por desagregação mecânica de líquidos.”
A névoa é composta por partículas no estado físico líquido, que são
produzidas por substâncias líquidas que sofreram ruptura, se tornando
pequenas partículas que acabaram por se dispersar no ar. Imagine a queda de
uma cachoeira; a névoa é formada por partículas líquidas geradas pela ruptura
mecânica da água ao sofrer a queda.
Em um ambiente de trabalho, um exemplo é a névoa de tinta (formação
de spray), gerada pela pintura com uso de revólver pneumático, que é
extremamente perigosa pois, os solventes mais utilizados contém chumbo em
sua composição. Outro exemplo de névoa que pode ser extremamente
prejudicial à saúde do trabalhador, é a névoa resultante da aplicação de
agrotóxicos em uma plantação.
As doenças acarretadas variam de acordo com a composição da névoa
e o grau de exposição à mesma. Exposição a névoa de tinta, por exemplo,
pode desencadear dermatites, úlceras de pele e perfuração do septo nasal,
sendo que um alto grau de exposição pode afetar os sistemas nervoso, renal,
reprodutor, gastrintestinal e hematopoético.
Medidas de proteção:
As medidas de proteção pretendem dar apenas uma idéia do que pode ser
adotado, pois existe uma grande quantidade de produtos químicos em uso e as
medidas de proteção devem ser adaptadas a cada tipo.
- Ventilação e exaustão do ponto de operação;
- Substituição do produto químico utilizado por outro menos tóxico;
- Redução do tempo de exposição
- Estudo de alteração de processo de trabalho;
- Conscientização dos riscos no ambiente.
-Fornecimento do EPI como medida complementar ( ex: máscara de proteção
respiratória para poeira, para gases e fumos;
- Luvas de borracha neoprene para trabalhos com produtos químicos;
- Afastamento do local de trabalho.
Pó de madeira
O pó de madeira surge quando as partículas de madeira são lançadas
ao ar durante os processos de corte, picagem, perfuração e polimento. O pó de
madeira é diferente da serragem só no tamanho. O pó de madeira, literalmente,
parece poeira. Ele pode ser prejudicial, especialmente aos olhos e pele
expostas, bem como aos pulmões, por inalação.
Pele: Os perigos mais comuns para a pele exposta são irritação e
dermatite. Nestes casos, as partículas de pó de madeira podem obstruir os
poros e causar coceira. Fique atento para manter as partículas de pó de
madeira longe de cortes ou outros ferimentos abertos.
Nariz e garganta: Partículas de pó de madeira são os principais
responsáveis por irritar os tecidos macios no interior do nariz e da garganta.
Enquanto tosse e inchaço podem ser causadas por partículas de poeira de
madeira, algumas madeiras são conhecidas por causarem efeitos muito piores.
Madeiras como a Nogueira-comum, Cedro sul-americano e Cedro vermelho
ocidental têm sido associadas ao câncer nasal em pessoas que estão
regularmente expostas a essas partículas de pó.
Olhos e ouvidos: Os olhos são uma das principais áreas a se proteger
quando expostos a partículas de poeira de madeira. Uma vez que os olhos são
úmidos, podem ser irritados facilmente. Se expostos, lave-os o mais cedo
possível para evitar vermelhidão e outros problemas. Cubra bem as orelhas,
uma vez que partículas de pó de madeira podem causar infecção e irritação.
Meio de coleta
A aspiração do ar através do filtro é feita por bomba gravimétrica,
calibrada adequadamente, sendo utilizado o separador de partícula inalável. A
análise da amostra é feita por gravimetria, ou seja, pesagem do filtro antes e
depois da coleta.
Medidas de proteção:
Para evitar que as partículas de pó de madeira causem danos, ventile e limpe
devidamente a área. Um sistema para purificar o ar e sugar partículas
enquanto trabalha também é uma boa ideia. Os trabalhadores devem usar
luvas, mangas compridas e protetores para cabeça, bem como máscaras,
óculos de proteção e protetores de ouvido, a fim de manter as partículas de pó
de madeira longe das partes sensíveis de sua anatomia.
Doenças respiratórias ocupacionais
As doenças respiratórias ocupacionais no Brasil, embora muito
frequentes, são pouco conhecidas do grande público. Asma ocupacional, rinite
ocupacional, DPOC, câncer de pulmão e pneumoconioses estão entre os
principais problemas adquiridos ou agravados em ambiente de trabalho devido
à exposição a agentes específicos, como a poluição do ar ou partículas
nocivas.
As doenças pulmonares de origem ocupacional são causadas pela inalação de
partículas, névoas, vapores ou gases nocivos no ambiente de trabalho. O local
exato das vias aéreas ou dos pulmões onde a substância inalada irá se
depositar e o tipo de doença pulmonar que irá ocorrer dependerão do tamanho
e do tipo das partículas inaladas. As partículas maiores podem ficar retidas nas
narinas ou nas grandes vias aéreas, mas as menores atingem os pulmões.
Um exemplo de empresa que oferece risco a essas doenças são as que
possuem setor de pintura em pulverização que não possuem proteções
individuais, como roupa isolante, suprimento de ar autônomo, máscara e
cabine de pintura com fluxo laminar de ar.
Prevenção
A falta de medidas corretivas no ambiente é um dos maiores complicadores.
Além de prevenir tais problemas por meio de proteção coletiva eficiente e
algumas condutas, como o controle em relação à exposição às substâncias
nocivas, podem diminuir os riscos e também os danos de doenças já
adquiridas.
Obrigações da entidade empregadora
-Avaliar os riscos: Identificar os perigos e quais os que, sendo potencialmente
causadores de doença, são utilizados ou produzidos pela atividade
desenvolvida no local de trabalho. Determinar quem pode ser afetado e de que
forma.
-Eliminar ou substituir: Evitar a utilização e a exposição aos agentes alérgenos,
substituindo-os por substâncias menos perigosas.
-Prevenir a exposição: Se a substituição não for possível, dever-se-á diminuir a
concentração, a duração e a frequência da exposição, bem como o número de
trabalhadores expostos.
-Elaborar um plano de proteção respiratória:
• Gerir as emissões na origem;
• Evitar processos de trabalho com produção de poeiras, aerossóis ou vapores;
• Utilizar substâncias sob uma forma menos perigosa, por exemplo granulados
ou grudes em vez de pós ou líquidos;
• Utilizar sistemas fechados de enchimento e transferência, por exemplo de
substâncias em forma de pó ou fibras;
• Controlar as emissões por meio de encapsulamento, ventilação, exaustores
de fumos e outras medidas eficazes utilizadas no local de trabalho;
• Elaborar um plano de manutenção e limpeza com indicação da periodicidade,
dos métodos e do equipamento de limpeza. Utilizar processos húmidos ou
aspiradores em vez de vassouras.
Usar equipamento de proteção individual (EPI) das vias respiratórias. Cada
equipamento de proteção das vias respiratórias deverá ser usado por um
trabalhador apenas e nunca deverá ser partilhado.
-Informar e formar os trabalhadores sobre:
• Os alérgenos respiratórios a que estão expostos;
• As práticas seguras de trabalho;
• O uso adequado dos equipamentos de proteção individual das vias
respiratórias, incluindo a sua colocação e remoção, as restrições aplicáveis ao
seu uso, a manutenção, bem como a quem devem comunicar problemas
respiratórios;
• Monitorizar a exposição e os problemas de saúde com regularidade
reavaliando-os, sobretudo em caso de alteração dos métodos de trabalho.
-Deverão fazer-se exames médicos, caso sejam detectados sintomas
respiratórios provavelmente relacionados com o trabalho.
-Consultar os trabalhadores e/ou os seus representantes:
• Ao avaliar os riscos, as exposições e os problemas respiratórios que ocorrem
nos locais de trabalho;
• Ao substituir substâncias perigosas;
• Ao selecionar o equipamento de proteção individual;
• Sobre os resultados da monitorização, incluindo a vigilância médica.
Conclusão
Conforme aprendemos na elaboração do trabalho acima, névoas são
partículas líquidas originadas da quebra de líquidos e lançadas no ar. Pó de
madeira é a ‘poeira’ lançada no ambiente mediante a aplicação dos processos
na madeira.
As doenças respiratórias ocupacionais são causadas pela inalação de
partículas no ambiente de trabalho, são frequentes porém pouco conhecidas
pelos trabalhadores.
A empresa tem a obrigação de fornecer equipamentos aos seus
colaboradores a fim de prevenir ao máximo o aparecimento de tais doenças.
O trabalhador tem a obrigação de utilizar os equipamentos e obedecer o
que ditar a empresa quanto a segurança de sua saúde respiratória.
Se forem respeitadas e realmente aplicadas as medidas de prevenção,
em junção com o conhecimento prévio dos riscos aos quais estão expostos;
haverá uma diminuição significativa de possíveis casos de acidentados e/ou
adoentados ocupacionais. Cabe a cada um dos envolvidos a fiscalização e
cumprimento de seus deveres, bem como a cobrança dos seus efetivos
direitos.