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NESTA EDIÇÃO

04Entrevista

09O caminho daarrecadação

Visão sistêmica

12PenalidadesDébitos e multas

DinâmicaJogo do Tributo

14PlanejamentoMovimento estratégico

18

20CongressoAproximação com municípios

24Controle InternoA força que vem de dentro

26UniversalizaçãoMeta fundamental

CAPA

Fechamento desta edição: 07/06/2019 Maio/Junho

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4 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 5

Visão sistêmica

Servidor desde 1991, o diretor-geral Mar-coni Braga atribui grande importância àsquase três décadas de experiência no Tribunalde Contas, para o exercício das atribuições docargo que alcançou.“Me proporcionaram umavisão sistêmica da Casa”, afirmou. Logo no iní-cio da carreira, ele realizou inspeções e audi-torias em órgãos e entidades da administraçãopública estadual e municipal. Depois, prestouapoio e assessoramento técnico em gabinetede conselheiro. Foi diretor de Controle Externode Municípios por três vezes, além de estar àfrente de secretarias de câmaras do TCEMG emduas ocasiões. Braga também foi secretário-geral da Corte de Contas e nos últimos anos sededicou à assessoria em gabinete de conse-lheiro. Para o entrevistado desta edição, todoesse caminho profissional “contribuiu bas-tante para um conhecimento prático das de-mandas da Área Técnica e dos gabinetes deautoridades, bem como o olhar diferenciadopara os procedimentos internos de atendi-mento pela Área Meio deste Tribunal. No en-tanto, não posso deixar de mencionar que aolongo desse período tive a grata oportunidadede trabalhar e aprender com colegas do Tribu-nal, sempre valorizando a equipe de trabalhonas unidades em que estive a frente”.

ENTREVISTA

Por Thiago Rios Gomes

Umadas prioridades eleitas pelo presidenteMauriTorres foi o acompanhamento das receitas municipaisdurante o biênio 2019/2020. Qual a importância dessaaçãodoTribunal de Contas para ajudar osmunicípios asuperarem a atual crise financeira?

Primeiramente, destaco que o Brasil se encontranuma situação fiscal sem precedentes. Pode-se afirmar,com base em indicadores e avaliações de institutos espe-cializados, que a economia brasileira vive seu maior de-crescimento no último século. E mais, estamos diante domaior déficit fiscal, nas duas últimas décadas. E a dívidapública se aproximando de 80% do PIB brasileiro. Acres-cente-se a esse quadro, a ocorrência simultânea de crisefiscal e conjuntura recessiva no Estado de Minas Gerais.Nesse contexto, com a queda na atividade econômica háum reflexo direto nas transferências governamentais feitaspela União e o Estado para os municípios mineiros. Alémdisso, é perceptível a diminuição ou estagnação das re-ceitas próprias municipais, por questões de inadimplên-cia e dificuldades técnicas das administrações fazendáriaslocais. Diante desse cenário e com base em levantamentosrealizados, desde 2016, pela Central de Inteligência Suri-cato e Superintendência de Controle Externo deste Tribu-nal, detectou-se uma queda no total das receitas de todosmunicípios mineiros de quase R$ 8 bilhões. Passando deR$ 56.079.327.384,12, em 2017, para R$ 48.862.611.921,21,em 2018. Em razão dessa queda impactante, o Conse-lheiro Mauri Torres nos determinou estudos acerca dessetema, receitas públicas municipais, e decidiu pela sua in-clusão como uma das principais ações estratégicas para obiênio, 2019-2020.

OTribunal lançou no início de abril o Portal Recei-tas que pretende otimizar a arrecadação dos municí-pios de Minas Gerais. Como esses municípios podemaproveitar este novo serviço para auxiliar no aumentoda arrecadação?

O Portal de Receitas, por definição específica e con-forme nele está expresso, é um espaço de transparência,compartilhamento e diálogo, destinado ao cidadão e aogestor público, em busca da profissionalização e da efi-ciência na gestão das receitas públicas municipais. Impor-tante lembrar, que se trata de um dos instrumentos paramelhoria da arrecadação pela administração fazendáriamunicipal. O Portal Receitas foi desenvolvido com o obje-tivo de resgatar a importância da fiscalização e do acom-panhamento da arrecadação municipal, a partir de umanova forma de controle. Nesse espaço de interatividade ede difusão do conhecimento, pode-se obter “um diagnós-tico da realidade dos municípios e de suas práticas em ma-téria tributária, para identificação de dificuldades comunse de boas práticas, e, a partir dessa apuração, atuar juntoaos gestores públicos na implementação de alternativaspara tornar a arrecadação mais eficiente e fomentar as me-lhores escolhas, com ações de caráter orientativo, colabo-rativo e, por vezes, indutor de políticas públicas”.

Qual o efeito da orientação dada peloTribunal aosjurisdicionados nodesenvolvimento da administraçãomunicipal e estadual emMinas Gerais?

A Constituição Mineira, em seu artigo 180, § 1º, esta-belece que como procedimento fiscalizador e orientador,o Tribunal de Contas realizará habitualmente inspeções

O estímulo à participaçãosocial no controle da

administração pública serámais efetivo, quando

compreendido de formamais simples. A sociedade

quer saber de forma objetivade onde vem o dinheiro

público e para ondevai o dinheiro público

“ “

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CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 76 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019

locais nas prefeituras, câmaras municipais e demais órgãose entidades da administração direta e da indireta dos Mu-nicípios. Por outro lado, tem-se que na melhor doutrina ad-ministrativista destaca-se o tripé orientação, fiscalização ecorreção, às vezes não necessariamente nessa ordem, quesustentam o poder-dever de controle por determinadospoderes e órgãos em relação à conduta dos agentes pú-blicos que atuam na administração pública. Para o exercí-cio dessa orientação o TCEMG utiliza diversosinstrumentos, tais como: a atuação da Escola de Contas noEncontros Técnicos, nos congressos e seminários, e naoferta de cursos de pós-graduação nas modalidades pre-sencial e ensino a distância; a orientação aos municípiospor meio da nossa CRJ, a Central de Relacionamento como Jurisdicionado; as recomendações expressas nas deci-sões em processos de controle externo; a possibilidade defirmar o Termo de Ajuste de Gestão – TAG, que tem sidoefetivado no âmbito do projeto Receitas Públicas Munici-pais, também; as ações pedagógicas preventivas realiza-das nos casos de mudanças na legislação e procedimentosrelativos às prestações de contas, como houve recente-mente na esfera dos jurisdicionados estaduais; e os termosde cooperação técnica firmado com a Associação Mineirade Municípios - AMM e outras entidades para realização detreinamentos e palestras acerca de temas relevantes paraos municípios mineiros.

Como o Tribunal de Contas deve agir para exercersua funçãode orientação semque sua função fiscaliza-ção seja esquecida?

Anteriormente, quando fiz referência à definição decontrole da administração pública para o Direito Adminis-trativo, naquela sequência do tripé orientação, fiscalizaçãoe correção, adotada por parte da doutrina e na qual mefilio, penso ser esse iter a ser percorrido na atuação dos tri-bunais de contas. Num primeiro momento, realiza a orien-tação com ações pedagógicas, em seguida leva a efeito osprocedimentos de fiscalização, e, finalmente, nos casos emque estiver tipificado o dano ao erário, o desvio de recur-

sos públicos ou o ato de improbidade administrativaaplica-se a punição específica determinada em lei. Assim,entendo que a orientação tem seu limite no próprio cará-ter de natureza jurídica preventiva.

Atualmente, é possível observar o aumento con-tínuo do interesse da população por assuntos rela-cionados aos recursos públicos. Como o senhor achaque oTribunal de Contas deMinas Gerais poderia au-xiliar a sociedade a exercer o “controle social” commaior eficiência?

Há quase duas décadas vejo as mudanças de termi-nologias e definições na seara da administração públicasurgirem e serem bastante exploradas nos ambientesacadêmicos e nos órgãos de controle. Vimos, por exem-plo, a evolução na gestão pública de termos como ac-countability, responsivinees, gestão fiscal, governançapública e, mais recentemente, o compliance. Essa termi-nologia mais técnica, muitas das vezes, não é captadapelo cidadão. Assim, o estímulo à participação social nocontrole da administração pública será mais efetivo,quando compreendido de forma mais simples. A socie-dade quer saber de forma objetiva de onde vem o di-nheiro público e para onde vai o dinheiro público. No sitedo Tribunal, o cidadão pode obter dados e informaçõessobre como o dinheiro público é aplicado. Basta acessarum desses portais: Portal da Transparência, Dados Aber-tos, Fiscalizando com o TCE, Banco de Preços, ReceitasMunicipais e o CAPMG. Além disso, o TCEMG tem progra-mas específicos de estímulos à participação da sociedade,como por exemplo, o projeto CONHECER, o NA PONTADO LÁPIS e as visitas às escolas. É um bom ponto de par-tida? Sem dúvida. Mas, pode contribuir mais para um con-trole social mais efetivo. Pode implementar projetospedagógicos de qualificação dos membros dos conselhosmunicipais de educação, de saúde e assistência social.Pode apoiar a implementação de ouvidorias no âmbitodos municípios. Estimular a participação popular nas au-diências públicas, no processo de planejamento e nas

aquisições públicas. Enfim, viabilizar mecanismos de prá-ticas permanente de governança pública com base natransparência, participação da sociedade e boa gestãopública (eficiente, eficaz, econômica e efetiva), com ser-viços públicos de qualidade.

Para o senhor, qual a principal atribuição daDiretoria-Geral do Tribunal de Contas do Estado deMinas Gerais?

Estabelecer diretrizes e orientações em conjunto comSuperintendência de Controle Externo (área fim) e a Supe-rintendência de Gestão e Finanças (área meio) para cum-primento da missão constitucional do TCEMG, e,consequentemente pautar-se por uma atuação responsiva.Ou seja, dar resposta à sociedade prestando serviços tem-pestivos e qualitativos.

Qual será a principal meta a ser perseguida pelaDiretoria-Geral durante o biênio 2019/2020?

A busca de resultados naquelas ações estratégicaspriorizadas no Plano de Gestão 2019-2020. Com destaquepara os projetos: Receitas Públicas Municipais – a gestãopública começa com arrecadação, Controle Interno do Ju-risdicionado – ampliando resultados. E, internamente, aconsolidação dos diversos sistemas da área de recursos hu-manos, por meio do SIGESP – Sistema Integrado de Ges-tão de Pessoas e Folha de Pagamento, bem como o esforçopermanente na qualificação dos novos servidores, via edu-cação continuada.

Para terminar, o que o senhor gosta de fazer nosseus momentos de lazer?

Os momentos preferidos de lazer acontecem no meuSítio. Quando estou lá me envolvo com várias atividadesque proporcionam um merecido desligamento da dedica-ção profissional. Então, vou andar a cavalo, pescar, envol-ver-me com o cotidiano da agropecuária, descansar umpouco e divertir-me com minha família. O futebol tambémfaz parte do meu lazer. Aqui é Galo! �

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Lucas Borges

Uma ferramenta que tem por objetivo dar condiçõespara que os municípios arrecadem melhor. Esse é o“PortalReceitas”, página eletrônica lançada pelo TCEMG em abril,que busca construir possibilidades para que as prefeiturastenham mais eficácia na arrecadação, bem como servepara que o cidadão tenha conhecimento da eficiência dagestão municipal.

O Projeto Receitas iniciou-se em março de 2017,quando os 853 municípios mineiros foram convidadospelo Tribunal a responder a um questionário, com 92 per-guntas, divididas em cinco dimensões da gestão dos re-cursos públicos: legislação tributária, recursos humanos,infraestrutura física e tecnológica da informação, procedi-mentos de fiscalização e cobrança judicial de créditos tri-butários. A adesão, espontânea, chamou a atenção doTCEMG: 657 municípios, o que representa 77% das cidadesmineiras, responderam as questões. Com base nas respos-tas do questionário e nas informações disponibilizadaspelos jurisdicionados por meio do Sistema Informatizadode Contas dos Municípios (Sicom) a partir de 2013, oTCEMG construiu a base de dados do portal. Agora, pormeio do Portal Receitas, eles receberão um “diagnósticopersonalizado” deste Tribunal sobre suas fragilidades e asprovidências a tomar.

O caminho daarrecadação

CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 98 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019

CAPA

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CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 1110 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019

Durante o lançamento, no dia 01/04/2019, o presidentedo TCEMG, conselheiro Mauri Torres, destacou os pilaresde sua gestão, que se confirmam nos objetivos do portal.“Vamos trabalhar focando na melhoria das receitas muni-cipais e no controle externo dos municípios”, disse, refor-çando que embora o controle externo tradicionalmente sevolte para a realização da despesa, é importante tambémo acompanhamento da arrecadação, na medida em que éa atividade que conferirá aos órgãos públicos a disponibili-dade financeira necessária para a execução das políticas pú-blicas e para a promoção do desenvolvimento local.

O portal ainda traz consigo o interesse público. A so-ciedade poderá acessar as respostas que os municípiosderam a essas questões e os dados sobre a receita e os in-dicadores da gestão e da infraestrutura da arrecadaçãodesses municípios. Além disso, também poderá analisar odesempenho das cidades sob os aspectos financeiro, fiscale orçamentário, ano a ano.

Passo a PassoA diretora do Centro de Fiscalização Integrada e Inte-

ligência (Suricato), Luciana Foureaux, explicou sobre oacesso ao “Portal Receitas”. “O portal é um espaço de pes-quisa importante, tanto para os gestores públicos, comopara a população em geral. Existem partes dele que são deacesso para todos, bem como espaços específicos para queos gestores municipais acompanhem os comunicados, so-licitações e orientações do corpo técnico deste tribunal”.

O Portal Receitas deve ser acessado pelo site doTCEMG – www.tce.mg.gov.br. No ícone “Serviços por As-sunto”, na parte esquerda da página, tanto os prefeitos egestores públicos como o cidadão interessado devem cli-car em “Ver todos os serviços” e digitar “Receitas Munici-pais”no campo de pesquisa ou descer na barra de rolagematé o ícone de mesmo nome. Já no “Portal Receitas”, háuma parte com as informações públicas e um espaço res-trito aos gestores, que poderão monitorar os resultadosdas medidas já implementadas, bem como manter contatocom o corpo técnico do TCEMG.

Oportunidade para enfrentar a criseA crise econômica que afeta o estado e, por conse-

quência, os municípios, foi um dos fatores observados pelotribunal para o desenvolvimento do“Portal Receitas”.“O pro-jeto foi criado a partir da realidade de crise econômica dosmunicípios e queda brusca na arrecadação, que já observá-vamos há alguns anos. A partir daí, desenvolvemos um pro-jeto que visa tornar a arrecadação mais eficiente, induzindomelhores práticas de gestão”, disse Simone deOliveira, di-retora de Controle Externo dos Municípios do TCEMG.

Dentre as etapas já executadas, estão os questionáriosrespondidos pelas prefeituras, o mapeamento do com-portamento das receitas municipais, a execução de audi-torias-piloto e a elaboração de um diagnóstico específicopara cada cidade. Após o lançamento do portal, os muni-cípios que aderiram ao trabalho conjunto devem aplicaruma série de medidas determinadas nesse diagnósticoque visam o aprimoramento de sua estrutura fazendária,para assim potencializarem sua arrecadação.

“As 92 questões levantadas e já respondidas pelos ges-tores municipais se referiam a pontos críticos que o tribu-nal já reconhecia nas gestões administrativas e fazendáriasdos municípios. Com as respostas em mãos, preparamosos diagnósticos e estamos enviando aos gestores as reco-mendações deste tribunal para que eles evoluam na ges-tão e, assim, arrecadem melhor”, reforça a analista decontrole externo do Tribunal de Contas, Mariza Nunes.

Prefeitos aprovam o“Receitas”O prefeito de Presidente Olegário, João Carlos No-

gueira de Castilho, um dos municípios que participaramdo projeto-piloto do “Receitas”, destacou sua efetividade.“Os municípios menores costumam viver só de repasses,como o ICMS e o Fundo de Participação dos Municípios, eprecisam incrementar suas receitas próprias. Essa iniciativado TCEMG é altamente positiva nesse aspecto. Recomendoque todos os prefeitos mineiros façam a adesão e partici-pem deste projeto”.

Já o prefeito de Curvelo, Maurílio Guimarães, tambémparabenizou o TCEMG pela iniciativa, enfatizando a neces-sidade dos municípios arrecadarem melhor. “Precisamospotencializar as formas de arrecadação dos municípiospara que não fiquem dependentes apenas dos repasses es-tadual e federal. Com este trabalho inovador do TCEMG,podemos arrecadar melhor e, assim, ter mais recursos parainvestir na saúde, educação e nas outras áreas pertinentesao executivo municipal”.

Para o presidente da Associação Mineira dos Municí-pios e prefeito de Moema, Julvan Lacerda, dificuldadestécnicas, meios de acesso e falta de ferramentas tecnoló-gicas são entraves para que os municípios melhorem suasarrecadações. “É preciso aprimorar a gestão fiscal porqueviemos de uma cultura em que o gestor tem que saber lim-par a cidade e manter as ruas sem buracos, mas não é sóisso. Precisamos aprimorar, inovar a receita local e o tribu-nal vem para ser um parceiro neste sentido, ao trazer umaferramenta padrão que auxiliará os municípios nesse diag-nóstico e aprimoramento da receita municipal”.

O presidente do TCEMG, Mauri Torres, também foineste sentido.“Os municípios não podem focar apenas nosconvênios, transferências e repasses estaduais e federais,mas também devem buscar formas de arrecadar melhor,sempre de forma justa. O Portal Receitas vai justamentenesse caminho”. �

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PENALIDADES

Débitos emultas

CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 1312 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019

Fred La Rocca

Ao exercer o controle externo sobre os gestores dosórgãos e entidades sujeitos ao seu controle, os jurisdicio-nados, o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais(TCEMG) pode determinar a aplicação de multas e o res-sarcimento de valores aos cofres públicos.

Quando acaba o prazo para recurso contra a punição,os autos são enviados para a Coordenadoria de Débito eMulta (CDM) para que seja feita a cobrança. O setor insereos dados da multa aplicada e de restituição no sistema pró-prio do TCEMG: Secmultas.

No caso das multas, a coordenadoria encaminha umofício acompanhado da Memória de Cálculo, que tem umadescrição com todos os valores, os motivos e juros, casonecessário, que é encaminhado junto a um boleto para apessoa realizar o pagamento.

No caso de devolução de dinheiro ao erário, que podeser tanto aos cofres municipais quanto ao estadual, é en-caminhado o ofício com a Memória de Cálculo tambémcom a descrição. Com este documento em mãos o jurisdi-cionado consegue emitir a guia junto ao munícipio ou Es-tado para realizar o pagamento.

A quantia é recolhida pela Coordenadoria de Finançase vai direto para uma conta criada pelo Tribunal para estefim. Atualmente, este fundo tem sido usado para capaci-tar os servidores empossados no último concurso público,em fevereiro de 2019.

Entre os motivos mais comuns para aplicação de multaestão o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal(LRF); a falha no envio de prestações de contas, relatóriosmensais de execução orçamentária, e comparativode metas; a irregularidade em dispensa ou inexigi-bilidade de licitação; e a ausência de prestação decontas de recurso de convênio.

Para devoluções ao erário, as razões mais ha-bituais são casos de convênio, onde o responsá-vel não presta contas ou justifica erroneamente ouso do dinheiro público recebido, e também res-sarcimentos de remunerações indevidas.

Todas as cobranças são realizadas pelos correioscom AR (Aviso de Recebimento) e a tentativa de entregaé feita mais de uma vez. Só quando o carteiro não con-segue entregar é que a demanda é feita pelo Diário Ofi-cial de Contas (DOC).

ParcelamentoQuando o processo é encerrado, o valor da multa ou

da devolução ao erário não pode ser alterado, mas aindaassim cabe um pedido de parcelamento da dívida. Para

isso, os jurisdicionados responsáveis têm prazo até a vali-dade do boleto. O pagamento pode ser feito em 12 vezes.Mas, se a incapacidade financeira for comprovada, o nú-mero de parcelas pode chegar a 36.

O pedido de parcelamento pode ser enviado pelosCorreios ou ser entregue na Coordenadoria de Protocolodo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. O ende-reço é Avenida Raja Gabaglia, 1315, Luxemburgo, CEP30580-435, e deve ser endereçado ao relator do processo.

O parcelamento da restituição tem que ser feito sem-pre ao município ou ao Estado credor. A coordenadora deDébito e Multa, Carolina Viana Farnezi, alertou que oTCEMG ainda recebe muitos pedidos de parcelamento derestituição ao erário mesmo não sendo o responsável pelorequerimento.

InadimplênciaQuando o responsável não efetua o pagamento, a

coordenadoria emite uma certidão de débito, tanto paramulta quando para ressarcimento, que é encaminhadapara o Ministério Público de Contas (MPC).

No caso de multa, o MPC repassa para a Advocacia Geraldo Estado (AGE) junto aoTCEMG para execução. O atraso emrestituição é encaminhado para o município ou, também,para AGE, quando são restituições estaduais. AGE e municí-pios podem então realizar o protesto da dívida e a execuçãojudicial, incluindo penhora de bens. O responsável pela fis-calização da cobrança a partir da certidão é o MPC.

Ao todo, 1.224 jurisdicionados foram acionados em2018. Segundo relatório da Corregedoria, no ano passado,

o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais emi-tiu R$ 3.544.354,28 em cobranças de multas e

ainda R$ 77.427.210,25 em devolução ao erário.

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CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 1514 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019

PLANEJAMENTO

Karina Camargos Coutinho

Criar um plano para alcançar um objetivo. Esseé o significado do verbo planejar encontrado emmuitos artigos da área de Administração. Entre-

tanto, o planejamento pode abranger mui-tas outras áreas assumindo um carátermultidisciplinar e revelando o quanto estáligado às nossas ações diárias. Por exem-plo, um trabalhador que utiliza o plane-

jamento como uma ferramenta no seu

cotidiano demonstra um interesse em prever e organizarações e processos que vão acontecer a longo prazo, au-mentando a sua racionalidade e eficácia. Em empresas eorganizações isso é fundamental. No ambiente corpora-tivo, quando um planejamento estratégico é feito e com-partilhado, a equipe é envolvida para que ele sejaconcretizado. É estabelecido então um plano de açãopara que seja colocado em prática. A partir daí, são feitasas reavaliações do processo periodicamente para garan-tir o êxito do plano.

A partir desse pensamento, foi criado o setor dePlanejamento no Tribunal de Contas do Estado de Minas

Movimento estratégicoGerais (TCEMG) nos idos de 2003. A gestão era do sau-doso conselheiro Simão Pedro (2003-2004) e o objetivoinicial e urgente na ocasião era estabelecer ações estra-tégicas para reduzir o estoque processual de aposenta-dorias. Os servidores a darem o pontapé inicial foramGlória Maria de Miranda, Heloisa Helena do Nascimento,José Geraldo de Carvalho e Maria José Mourão, com oapoio do presidente da Casa à época. Com isso, nascia oNúcleo de Planejamento e Desenvolvimento Organiza-cional do TCE, institucionalizado por meio da Portariada Presidência número 46/2003, após aprovação emsessão plenária.

O servidor José Geraldo explica queesses servidores sugeriram a criação de umnúcleo de planejamento no TCE naqueleano. “A cada presidente trocava-setudo, não tinha muita continui-dade das ações”, contou. Como aservidora Maria José Mourãoestava fazendo um curso deGestão Estratégica na Uni-versidade Federal deMinas Gerais (UFMG),�

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ela pôde agregar os seus conhecimentos à proposta decriar o setor de planejamento. “Começamos a pesquisarcomo era o planejamento em outros tribunais de contas;poucos tinham e alertamos sobre a necessidade e im-portância de se ter uma consultoria nesse sentido”, con-tou. Assim, o TCE contratou os serviços de consultoria daFundação de Desenvolvimento Gerencial (FDG) para au-xiliar no processo. “Trabalhamos um ano na formulaçãodo setor e também para desdobrar as atividades”, expli-cou Maria José.

O primeiro plano estratégico do Tribunal foi traçadopara vigorar de 2004 a 2008. Na ocasião, também foi es-tabelecida a identidade organizacional, a missão, a visãoe os valores do TCEMG, além dos objetivos e ações estra-tégicas a serem cumpridas no período.

Foram os primeiros objetivos estratégicos do TCEMG:fornecer serviços com qualidade e tempestividade, apri-morar os resultados institucionais, conferir maior celeri-dade à tramitação processual, ser conhecido ereconhecido pela sociedade e otimizar a relaçãocusto/benefício do Tribunal de Contas.

Benefícios do planejamentoO servidor José Geraldo defende que o planeja-

mento estratégico é fundamental para as boas gestões naCasa.“Com o planejamento estratégico, ao entrar um novo

presidente, ele já tem um norte a se-guir. No período de vigência

do plano, o TCE vai se or-ganizando nas áreas

financeira e de re-cursos humanos eisso, a longo prazo,faz com que alcan-cemos resultadosmelhores. A evolu-

ção do Tribunal deContas com o plane-

jamento é fantástica”,sintetizou.

Maria José conta que,quando o planejamen-to surgiu, as reuniõesestratégicas eramrealizadas com apresença do presi-dente. “A gentesempre fazia os fe-chamentos com opresidente, colocá-vamos ele a par detudo”, afirmou a servi-dora, que tem mais dequarenta anos de experiênciano Tribunal. “Fazemos o papel de consultores internos. Osgestores elaboram suas metas e objetivos e nós as ali-nhamos com os do Tribunal. O nosso papel hoje é de au-xiliar”, explicou Maria José.

RegulamentaçãoO segundo plano estratégico do TCEMG vigorou de

2010 a 2014 e foi criado pela Resolução número 1/2010,também após aprovação na sessão plenária. Atualmente,o plano que vigora na Casa é o de 2015 a 2020, que é oterceiro plano estratégico. Na linha do tempo, a antiga As-sessoria de Planejamento e Desenvolvimento Organiza-cional tornou-se a Diretoria de Gestão Estratégica eInovação, por meio da Resolução número 8/2017. Anorma disciplina o sistema de planejamento e gestão es-tratégica do TCE.

Para o atual diretor da área, Alexandre Lima, o Plane-jamento Estratégico norteia a ação dos gestores e faz comque a instituição “não fique só operando, permitindo an-tever e agir em prol de melhorias constantes com vistas amelhor atingir sua missão constitucional - sempre em

benefício da sociedade,que é quem paga a

conta”, explicou. “Oplanejamento tam-bém promoveuma administra-ção institucionali-zada, corporativae não personali-

zada e desempenhapapel fundamental

na definição de priori-dades e alocação de recur-

sos, financeiros e humanos,cada vez mais escassos”, ponderou o diretor.

Planejamento Estratégico da atual gestãoA coordenadora do Escritório de Planejamento Es-

tratégico, Flávia Ávila Teixeira, lembrou que o DiárioOficial de Contas (DOC), a reestruturação do Plano deCarreira dos servidores, a revisão do regimento interno(em 2008) e a criação da Coordenadoria de Débito eMulta surgiram das discussões durante a formulaçãodo plano estratégico, assim como os projetos para suaimplementação.

A coordenadora conta que dentre os projetos pre-vistos para o biênio 2019/2020 estão o de Receitas Públi-cas Municipais, o Sob Controle e o Programa TribunalDigital.

O projeto Receitas tem como objetivo desenvolverum programa de acompanhamento e fiscalização das re-ceitas públicas dos municípios, atuando para promovero alcance de resultados tributários mais eficientes nospróximos exercícios. Já o projeto Sob Controle visa pro-mover o fortalecimento do controle interno dos jurisdi-

cionados, aprimorando a gestão pública municipal. Alémdeles, o programa Tribunal digital busca envolver os vá-rios projetos do TCE com o objetivo de dotar o Tribunaldo “instrumental tecnológico, normativo e operacionalque permita a informatização, a agilização e melhoriaqualitativa de seus processos de trabalho finalístico”.

Flávia Ávila explica que a equipe de formulação dosplanos estratégicos é formada pelos diretores, superin-tendentes, assessores e chefes de gabinetes. Também sãorealizadas pesquisas com os servidores pela intranet. “Paraa próxima formulação, pretendemos envolver ainda maisa Casa, chamando os coordenadores para a discutirem asforças e fraquezas, oportunidades e ameaças para o tra-balho do TCE, realizando pesquisas com os servidores emgeral, fazendo campanha de divulgação contando a his-tória do planejamento estratégico e realizando ações decapacitação em conjunto com a Escola de Contas. Alémdisso, pretendemos envolver fortemente os conselheirosdo tribunal, que são os responsáveis, em última análise,pela gestão da Casa, e toda a equipe de gestores por meiode seminários, palestras, reuniões de imersão e discussãodos cenários interno e externo, e construção dos objeti-vos e indicadores estratégicos”, explicou a coordenadora.

O diretor da área estratégica, Alexandre Lima, disseque o projeto de construção do próximo Plano Estratégico,que irá nortear as próximas três gestões do TCE abran-gendo o período de 2021 a 2026, éum projeto de grande rele-vância para o Tribunal.Além disso, a implanta-ção – ainda esse ano- do sistema TCSIC éum outro projetorelevante. De acor-do com ele, o sis-tema irá dotar ainstituição de umavançado sistema demedição e monitora-mento de custos. �

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DINÂMICA

Jogo do TributoKarina Camargos Coutinho

Servidores do Tribunal de Contas entram em sala deaula para conduzir uma“dinâmica pedagógica”: o Jogo doTributo. São apresentadas aos alunos noções de funciona-mento do município e a forma como a sociedade financiaas atividades estatais mediante o pagamento de impostos,contribuições e taxas. “O jogo consiste em fazê-los viven-ciar a movimentação econômica de uma cidade, com tran-sações de compra e venda de mercadorias e serviços comocarros, casas, alimentação, serviços médicos. Em cada tran-sação são explicados os tributos incidentes. O pagamentodos impostos movimenta a economia da cidade e vai gerara arrecadação do município”, explicou a analista de Con-trole Externo Mariza Nunes. A atividade faz parte do Pro-jeto Receitas, do TCEMG, no tema da educação fiscal.

Os jovens trabalhadores da Associação Profis-sionalizante do Menor (Assprom) que atuamno TCEMG participaram, no dia 25 de março,do lançamento do Jogo do Tributo. Depois daestreia, a Escola Estadual Maestro Villa Lobosfoi a primeira instituição de ensino a receber oTCEMG para esse trabalho. No dia 28 de maio, umaequipe da Escola de Contas e Capacitação ProfessorPedro Aleixo desenvolveu a “dinâmica” – voltada para

estudantes da rede pública de ensino – com cerca de 40adolescentes do primeiro e do segundo anos do ensinomédio. A escola pública visitada está situada no bairroSanto Agostinho, região centro-sul da capital mineira. Oobjetivo da visita foi levar aos alunos informações sobreo processo de financiamento das políticas públicas mu-nicipais.

Mariza Nunes fez uma palestra explicando a impor-tância da arrecadação dos tributos para a manutenção

das cidades. Usou como exemplo o comércio e lem-brou que cada vendedor ou comprador é tam-bém um cidadão da comunidade que temdemandas por políticas públicas específicascomo saúde, educação, segurança pública, den-tre outros.“Uma outra parte dos alunos exerceuos papéis do Legislativo e Executivo do municí-pio. O poder Executivo elaborou a proposta delei orçamentária que foi enviada à Câmara. Do

outro lado, enquanto está ocorrendo a movimenta-ção de compra e venda, a prefeitura e a câmara es-tarão discutindo a lei orçamentária e avaliando apossibilidade de atender as demandas da socie-dade. Após a movimentação de compra e venda,

todos se reuniram para participar de uma audiênciapública onde foi discutida a proposta orçamentária e

a aceitação ou rejeição das reinvindicações da comuni-dade. O processo envolveu muitas discussões e quase

sempre o resultado das transações resultou em queda dearrecadação, o que afeta a previsão orçamentária que Exe-cutivo e o Legislativo estavam trabalhando”, contextuali-zou a servidora.

“A atividade foi muito boa, pois os alunos participaramintensamente de todas as fases, o que lhes permitiu en-tender como se dá o processo orçamentário e ficou muitoevidente em suas argumentações a preocupação com osproblemas relacionados especialmente a saúde, educaçãoe segurança pública”, observou a analista. Ela também con-tou que, no início, as falas evidenciavam raiva e desprezopor questões políticas, com comentários fortes como“odeio política”feitos por parte dos estudantes.“No decor-rer do jogo, eles foram percebendo que há necessidade dese separar as práticas que geram corrupção e desonesti-dade daquelas que produzem melhoria na vida da socie-dade”, explicou Mariza.

Os jovens trabalhadoresda Assprom que atuamno TCEMG participaramdo lançamento do Jogodo Tributo

Mariza Nunes fez uma palestrapara cerca de 40 adolescentes

do primeiro e do segundoanos do ensinomédio da

Escola EstadualMaestro Villa Lobos

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CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 2120 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019

CONGRESSO

Aproximaçãocom municípios

Lucas Borges

Na abertura do 36º Congresso Mineiro de Municípios,no dia 14 de maio, no Mineirão, o Tribunal de Contas do Es-tado de Minas Gerais e a Associação Mineira de Municípios(AMM) assinaram um termo de cooperação técnica quevisa a ampliação da divulgação do “Projeto Receitas Públi-cas Municipais”.

O presidente do TCEMG, conselheiro Mauri Torres, des-tacou a importância da assinatura do acordo. “Queremosuma aproximação entre o TCE e os municípios visandolevar mais orientação e conhecimento aos nossos jurisdi-cionados. Esse projeto visa qualificar mais os gestores e as-sessores municipais para tornar a arrecadação dosmunicípios mais eficiente, induzindo melhores práticas de

gestão e, assim, diminuir a dependência dos repasses es-taduais e federais”.

O presidente da AMM e prefeito de Moema, Julvan La-cerda, também mostrou entusiasmo com a assinatura dotermo. “Ficamos felizes em ver o TCEMG trabalhando deforma orientativa, sendo parceiro dos municípios. Esse pro-jeto permitirá que os municípios tenham uma gestão fiscalmais eficiente e aprimorada”.

De acordo com o Termo de Cooperação Técnica002/2019, entre TCEMG e AMM, caberá ao Tribunal pro-mover treinamentos de técnicos da AMM sobre o “ProjetoReceitas Públicas Municipais”, além de produzir material dedivulgação. Já a AMM se compromete a divulgar o projetopor meios eletrônicos e nas cidades em que atuar, além deincentivar os municípios associados a aderirem ao projeto.

MedalhaLogo depois, a AMM entregou a Medalha do Mérito

Municipalista Celso Mello de Azevedo e a Comenda Espe-cial do Mérito Municipalista às autoridades que se desta-caram na defesa dos municípios de Minas Gerais. Entre osagraciados, estão o vice-presidente do TCEMG, conselheiroJosé AlvesViana, e o diretor-geral, Marconi Braga.

Viana se disse honrado pela comenda e reforçou osprojetos de parceria desenvolvidos pelo tribunal com seusjurisdicionados. Marconi também reforçou sua felicidadecom a honraria. “É muito importante essa relação de pro-ximidade com a AMM, o que mostra ser fundamental essaatuação pedagógica e de parceria deste tribunal junto aosmunicípios mineiros”.

Palestras pelo desenvolvimentoNo dia seguinte (15/05), o diretor-geral do TCEMG, Mar-

coni Braga, e o analista de controle externo Paulo HenriqueFigueiredo palestraram para os prefeitos, vereadores e de-mais participantes doCongresso de Municí-pios. Marconi ministroua palestra “Controlecom Desenvolvimento:tópicos relevantes narelação do TCEMG comos municípios minei-ros”. Paulo Henriqueexpôs o “Projeto Recei-tas Públicas Munici-pais”, desenvolvido pelaCorte de Contas.

Em sua palestra,

Marconi Braga ressaltou que o objetivo da atual direção doTribunal é contribuir para o desenvolvimento dos municí-pios e do Estado, focando no caráter pedagógico e orien-tativo. “Vamos trabalhar em parceria com nossosjurisdicionados. Precisamos fortalecer o caráter orientativodo TCEMG. Para isso, promovemos projetos que visam amelhoria dos controles internos, boa relação entre controleinterno e externo e ações que possibilitem melhores práti-cas de gestão para que os municípios arrecadem melhor”.

Braga destacou uma nova forma de controle que oTCEMG está promovendo. “Vamos analisar não apenas osindicadores percentuais, numéricos, mas também quere-mos analisar indicadores de qualidade, trabalhando juntocom os municípios pela eficiência, eficácia, economicidadee efetividade na gestão pública”. O diretor-geral disse queo Tribunal intensificará a realização de auditorias opera-cionais com o foco na análise do desempenho e na entregade resultados que trarão benefícios à sociedade.

A importância do controle como forma de desenvol-vimento socioeconô-mico também foides- tacada por Braga.“Precisamos fomentara cultura do controledas contas públicas,que envolva as maisdiversas esferas comoo parlamento, os tribu-nais de contas, os con-troles internos, conse-lhos paritários, Minis-tério Público e PoderJudiciário”.

De acordo com o Termode Cooperação Técnica 002/2019,entre TCEMG e AMM, caberá aoTribunal promover treinamentos

de técnicos da AMM sobre o“Projeto Receitas Públicas

Municipais”, além de produzirmaterial de divulgação

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CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 2322 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019

ArrecadaçãoO analista de con-

trole externo PauloHenrique Figueiredoministrou uma pales-tra sobre o“Projeto Re-ceitas Públicas Muni-cipais”, que visa tornara arrecadação dos mu-nicípios mais eficiente,induzindo melhorespráticas de gestão. “Oobjetivo do ProjetoReceitas é auxiliar osmunicípios para queseus orçamentos não fiquem tão dependentes dos repas-ses constitucionais. Com boas práticas de gestão fiscal, osmunicípios podem arrecadar melhor, sempre de formajusta com a sociedade”.

Paulo ressaltou aspectos simples que podem poten-cializar a arrecadação própria de um município.“Ações sim-ples de fiscalização, atualização da legislação tributária,capacitação dos gestores técnicos e novas ferramentastecnológicas contribuem de forma efetiva para que os mu-nicípios arrecadem melhor e, assim, fiquem menos de-pendentes dos repasses estaduais e federais”.

O projeto surgiu da necessidade, manifestada pelospróprios municípios, ainda em 2016, de melhorar a arreca-dação. “Prefeitos começaram a procurar o Tribunal apre-sentando receio com a saúde das contas públicas porcausa dos atrasos nos repasses”, disse Paulo.

Sucesso de públicoO Tribunal de Contas manteve um estande para apre-

sentar seus diversos programas, projetos e ações aosparticipantes do evento. Foram mostrados os projetos Re-ceitas Municipais e Sob Controle, o Programa Na Ponta doLápis, o Sistema Informatizado de Contas dos Municípios(Sicom), o Sistema de Fiscalização de Atos de Pessoal (Fis-cap) e o Cadastro de Agentes Públicos de Minas Gerais(CAPMG). O estande do TCEMG recebeu milhares de pes-

soas durante os doisdias de evento.

Um dos desta-ques foi a atuação doGrupo de Estudos deControle Interno do“Projeto Sob Contro-le”. Os servidores doTribunal apresenta-ram atividades intera-tivas com os con-gressistas que foramdestaque no evento.Foi disponibilizado

um mapa do estado deMinas Gerais em que as pessoas poderiam marcar a sua ci-dade com um alfinete e eram convidadas a falar um poucosobre seus municípios. Cerca de 300 cidades participaramda ação.

Outra atividade interativa foi o sorteio de um kit con-tendo livros e revistas da Escola de Contas e Capacitaçãopara quem se dispusesse a escrever uma frase baseada namensagem que está na cartilha de orientação sobre o con-trole interno do TCEMG.“O controle interno não controla ogestor, não engessa, nem impede sua atuação. Ao contrá-rio, controla para o gestor, amplia sua visão, seu conheci-mento de todos os meandros da administração”. Centenasde pessoas participaram. As melhores frases serão divul-gadas pelo tribunal nos próximos dias.

Uma caixa fechada, com o nome “Você Sabia?”, comfrases sobre controle interno, em que os participantes tira-vam, liam e levavam para refletir com seus pares tambémfoi ponto de destaque do estande. Além disso, foi feito umcaça-palavras baseado em artigo desta revista sobre con-trole interno, que servir para informar e debater com oscongressistas.

Todas as ações tiveram por objetivo atrair os prefeitos,vice-prefeitos, vereadores, secretários municipais, agentespúblicos e demais congressistas para o estande do TCEMG,com o objetivo de afinar a relação com seus jurisdicionadose difundir os projetos e ações da Corte de Contas mineira. �

Seminário de procuradores,controladores e ouvidores

Thiago Rios Gomes

Por meio do conselheiro substitutoLicurgoMourãoe do coordenador da Secretaria da Ouvidoria, GustavoTerra Elias, o Tribunal de Contas participou do Semináriode procuradores, controladores e ouvidores municipais;evento que integrou a programação do congresso.

Na manhã do dia 15/05 Licurgo Mourão abordou otema Controle interno da Administração Municipal. Oconselheiro substituto destacou a importância dos con-troles internos que, segundo ele, podem ser “um fator-chave para a boa gestão dos recursos públicos porque umsistema de acompanhamento rápido e efetivo pode inibira má gestão ao longo dos anos”. O conselheiro lembrouainda que“os resultados da falta de atenção em relação àimportância do controle interno podem ser vistos no diaa dia por meio da qualidade de vida da população que é,muitas vezes, impactado negativamente devido à falta deseriedade na aplicação dos recursos públicos”.

ComplianceDurante a tarde do segundo e último dia de

congresso, o coordenador da Secretaria da Ouvidoria,GustavoTerraElias, falou sobre Programa de Compliancee medidas anticorrupção nos municípios. Elias abordou aimportância dos programas de Compliance que, para ele,só se tornam executáveis quando“ um conjunto de estru-turas e procedimentos se unem para criar, difundir, exe-cutar, monitorar, avaliar e controlar valores e práticas éticase de boa governança que previnam, identifiquem ou re-medeiem riscos ou atos de corrupção”.

Treinamento de pessoal, estratégia de comunicação,ampliação de canais de denúncia foram algumas das es-tratégias apontadas pelo coordenador para que os ges-tores municipais possam combater a corrupção. Gustavoterminou a palestra enfatizando que“fazer a coisa erradaé uma perda de oportunidade de fazer a coisa certa”.

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24 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019 25

CONTROLE INTERNO

A força que vem de dentroLucas Borges

Um dos pilares da atual gestão do Tribunal de Contasé o fortalecimento do controle interno dos municípios mi-neiros. Para isso, foi criado o Projeto “Sob Controle”, quevisa fomentar o aprimoramento do controle interno paraampliar os resultados à sociedade. Ações pedagógicas e decapacitação estão sendo implementadas pelo Tribunalpara os controladores dos municípios por meio da Escolade Contas. Além disso, o Tribunal realizará seminários e en-contros regionais com a temática do fortalecimento docontrole interno ao longo dos próximos dois anos.

No segundo semestre, o TCEMG fará um amplo semi-nário para acompanhar o lançamento oficial do Projeto“Sob Controle” e apresentar ações de valorização do con-trole interno e fomento ao controle social, como forma desensibilizar os gestores políticos acerca da importânciadesse controle como forma de contribuir para o aprimo-ramento da gestão pública.

Estão previstos, ainda para 2019, dois encontros emcidades-polo do interior com o objetivo de ampliar aparticipação no projeto. Eles devem ocorrer em TeófiloOtoni e Pouso Alegre, com a participação dos municí-pios próximos. Nos encontros, além de levar o projetoaté os municípios, serão promovidas atividades que re-forçam a importância de um controle interno eficiente,bem como da participação da sociedade e de outros ór-gãos de controle social. Para 2020 estão previstos maistrês encontros no estado.

ObjetivosUma das gestoras do projeto, a analista de controle ex-

terno do TCEMG Regina Lopes, destaca a importânciadessa nova visão dos controles internos. “Os gestores pú-blicos devem ser sensibilizados para enxergar que o con-trole interno controla para o gestor. Com o desenvolvi-mento da área, o gestor terá tranquilidade para atuar den-tro da legalidade e promover uma gestão eficiente, commais resultados positivos para a sociedade”.

Entre os objetivos do “Sob Controle” estão: contribuirpara a transparência e aprimoramento da gestão pública,atuar de forma preventiva no combate ao desmazelo e cor-rupção, buscar eficácia nas ações do controle externo e fo-mentar o controle social, por meio da participação popular.

Transparência dos municípios. Outras quatro AICs estãoprevistas, com foco na elaboração do Plano Anual de Au-ditoria, na avaliação dos controles internos e em audito-rias nas aquisições com base em risco e nas práticas degovernanças.

Além disso, um grupo de estudos formados por servi-dores doTribunal está fazendo um amplo diagnóstico da realsituação dos controles internos dos municípios mineiros.

Regina Lopes destaca a frase de uma cartilha produ-zida pelo TCEMG que orienta sobre os controles internos.“O controle interno não controla o gestor, não engessa,nem impede sua atuação. Ao contrário, controla para ogestor, amplia sua visão, seu conhecimento de todos osmeandros da administração”.

Acesse o site“Espaço do Controle Interno – ECI”

https://www.tce.mg.gov.br/portalcontroleinterno/

A controladora-geral do município de Carmo da Ca-choeira, Tânia Prata, participou da primeira etapa das ati-vidades de aprimoramento do controle interno dosjurisdicionados.“Com satisfação, parabenizo o TCEMG pelainiciativa. Antes da realização do curso Controle Interno:De Olho na Transparência do Município 2018, em am-biente virtual de aprendizagem, cogitava-se que o Portalda Transparência da Prefeitura Municipal de Carmo da Ca-choeira atendia, em especial, à Lei de Acesso a Informa-ção – LAI (Lei 12.527/11) e à Lei de Responsabilidade Fiscal– LRF (Lc. 101/2000). De acordo as instruções do curso, foirealizada uma auditoria de conformidade no portal. Paraminha surpresa, foram identificados seis achados de au-ditoria. Fiz reuniões com os setores responsáveis pelas in-formações e hoje a prefeitura está em constantemovimento de atualização e cadastramento dos dadosnecessários à transparência. As ações de capacitação parao desenvolvimento dos servidores que atuam no controleinterno dos jurisdicionados, proporcionadas pelo Tribunalde Contas do Estado de Minas Gerais, geram fortaleci-mento da unidade assim como o apoio ao órgão de con-trole externo”, disse.

IntegraçãoAs ações de fortalecimento começaram em 2018,

com a criação do site “Espaço do Controle Interno – ECI”,que permite a interação entre o controle externo e in-terno. Trata-se de um ambiente virtual interativo por meiodo qual são desenvolvidas atividades integradas de con-

trole, além da disponibilização de cursos a distância, mo-delos de formulários, manuais, cartilhas, documentos edivulgação de seminários e eventos para a capacitaçãode servidores e gestores que atuam no controle internodos municípios.

Outra ação que já está em curso é a realização da pri-meira Atividade Integrada de Controle (AIC) em 2019.Desenvolvida em duas etapas, em que a primeira pro-move cursos para capacitação e a segunda desenvolveatividades de aplicação das metodologias sugeridas, aAIC1 versa sobre auditoria de conformidade no Portal da

O Espaço do ControleInterno é um ambiente

virtual interativo pormeio do qual são

desenvolvidas atividadesintegradas de controle,

além da disponibilizaçãode cursos à distância

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26 CONTAS DE MINAS ANO 06 EDIÇÃO 38 2019

UNIVERSALIZAÇÃO

Karina Camargos Coutinho

Entre as cidades mineiras com mais de 100 mil habi-tantes, Araxá foi a única que universalizou o ensino fun-damental de nove anos para toda a população de 6 a 14anos no ano de 2017. A informação é do TC Educa, soft-ware que verifica se as metas do Plano Nacional de Edu-cação (PNE) estão sendo atendidas pelos gestorespúblicos dentro dos prazos definidos na legislação. A meta2 do Plano prevê “universalizar o ensino fundamental denove anos para toda a população de seis a 14 anos e ga-rantir que pelo menos 95% dos alunos concluam essaetapa na idade recomendada, até o último ano de vigên-cia deste PNE (2024).”

Após Araxá, a cidade de Uberlândia atendeu a metaem 97,95%; Uberaba em 94,81%; Conselheiro Lafaiete em93,31% e Belo Horizonte em 90,30%. As cidades com pioratendimento foram Sabará, com 70,52%; Ibirité (73,74%),Coronel Fabriciano (75,03%), Ubá (78,93%) e Ribeirão dasNeves (79,26%).

O PNE estabelece diretrizes, metas e estratégiaspara uma década da educação brasileira. Os municípios,estados e o Distrito Federal devem aprovar planos quecompreendam as suas realidades, mas que sejam orien-tados ao PNE.

O TC Educa foi desenvolvido pela equipe de Tecnolo-gia da Informação do Tribunal de Contas do Estado deMinas Gerais (TCEMG) e é mantido pelo Comitê Técnico daEducação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB). A ferramentautiliza como fonte de dados o Censo Escolar (INEP/MEC) ea estimativa populacional, elaborada pelo DATASUS, combase no Censo Populacional 2010 do IBGE.

Conheça oTC Educa aqui

Ou acesse https://pne.tce.mg.gov.br

Meta fundamentalPOPULAÇÃO DE 6 A 14 ANOS QUE FREQUENTA

O ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR, EM MUNICÍPIOSMINEIROS COM MAIS DE 100 MIL HABITANTES

(Fonte: TC Educa)

Araxá 100,10Uberlândia 97,95Uberaba 94,81Conselheiro Lafaiete 93,31Belo Horizonte 90,30Araguari 89,18Poços de Caldas 89,08Pouso Alegre 88,45Ipatinga 88,28Varginha 87,41Lavras 87,08Montes Claros 86,91Patos de Minas 86,64Ituiutaba 86,09Muriaé 86,05Juiz de Fora 85,73Teófilo Otoni 84,95Divinópolis 84,35Governador Valadares 84,10Betim 84,06Sete Lagoas 83,14Passos 83,13Itabira 81,76Barbacena 81,54Contagem 81,21Santa Luzia 80,44Vespasiano 79,96Ribeirão das Neves 79,26Ubá 78,93Coronel Fabriciano 75,03Ibirité 73,74Sabará 70,52

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