neoclassicismo e romantismo

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Neoclassicismo e o Romantismo Profª. Auriene Cardozo 21.10.09

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Neoclassicismo eo Romantismo

Profª. Auriene Cardozo 21.10.09

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Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus.

Trata-se do Academicismo ou Neoclassicismo, que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o império de Napoleão.

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Revolução Francesa Revolução Francesa era o nome dado ao conjunto de

acontecimentos que, entre 5 de maio de 1789 e 9 de novembro de 1799, alteraram o quadro político e social da França. Em causa estavam o Antigo Regime e a autoridade do clero e da nobreza.

Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776). Está entre as maiores revoluções da história da humanidade.

A Revolução é considerada como o acontecimento que deu início à Idade Contemporanea. Aboliu a servidao e os direitos feudais e proclamou os princípios universais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade", frase de autoria de Jean-Jacques Rousseau.

Para a França, abriu-se em 1789 o longo período de convulsões políticas do século XIX, fazendo-a passar por várias repúblicas, uma ditadura, uma monarquia constitucional e dois impérios.

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Esse estilo chamou-se Neoclassicismo porque retomou os princípios da arte da Antiguidade greco-romana.

A outra denominação - Academicismo- deveu-se ao fato de que as concepções artísticas do mundo greco-romano tornaram-se os conceitos básicos para o ensino das artes nas academias mantidas pelos governos europeus.

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De acordo com a tendência neoclássica, uma obra de arte só seria perfeitamente bela na medida em que imitasse não as formas da natureza, mas as que os artistas clássicos gregos e os renascentistas italianos já haviam criado.

E esse trabalho de imitação só era possível través de um cuidadoso aprendizado das técnicas e convenções da arte clássica.

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Por isso, O convencionalismo e o tecnicismo reinaram nas academias de belas-artes, até serem questionados pela arte moderna.

Vejamos, a seguir, como esse estilo se traduziu na arquitetura e na pintura da época.

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A arquitetura neoclássica Tanto nas construções civis quanto nas

religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano.

Exemplos dessa arquitetura são a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em Paris, e a Porta de Brandemburgo, em Berlim.

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A igreja de Santa Genoveva foi projetada por Jacques Germain Souflot (17131780), que pode ser considerado um dos primeiros arquitetos neoclássicos.

Ele concebeu a planta do edifício com a forma de uma cruz grega, um pórtico de seis colunas e um frontão onde se encontram trabalhos escultóricos de David d'Angers (1788-1856).

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O Panteão de Paris

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Porta de Brandemburgo, em Berlim.

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A pintura do neoclassicismo A pintura desse período foi inspirada

principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição e da harmonia do colorido.

O maior representante da pintura neoclássica é, sem dúvida, Jacques Louis David (1748-1825).

Ele nasceu em Paris e foi considerado o pintor da Revolução Francesa; mais tarde, tornou-se o pintor oficial do Império de Napoleão.

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Durante o governo de Napoleão, registrou fatos históricos ligados à vida do imperador, dentre os quais estão, por exemplo, a sua coroação e a travessia dos Alpes.

David, sem dúvida, exerceu uma grande influência na pintura de seu tempo. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, mas algumas delas exprimem fortes emoções, como é o caso do quadro que retrata a morte de seu amigo Marat.

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BonaparteAtravessando os Alpes (1801), deJacques Louis David.Dimensões: 272 cm x 232 cm.Museu de Versalhes, Paris.

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A Morte de Marat (1793),de Jacques Louis David.Dimensões: 163 cm x 126 cm.Museu Real deBelas-Artes, Bruxelas.

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Jean Auguste Dominique Ingres Já no século XIX, quando outras tendências

artísticas marcavam fortemente os pintores da época, Jean Auguste Dominique Ingres (1780-1867) conservava uma acentuada influência neoclássica, herdada de seus mestres, sobretudo de David, cujo ateliê freqüentou em 1797.

Sua obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável.

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Ingres soube registrar a fisionomia da classe burguesa do seu tempo, principalmente no seu gosto pelo poder e na sua confiança na individualidade. Exemplo disso é o Retrato de Louis François Bertin, que nos põe diante de um vivo representante do homem do século XIX.

O retratado é visto com ausência de qualquer fantasia. As cores são poucas e os contornos nítidos. A pintura expressa a firmeza e a determinação do personagem que olha o observador diretamente.

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Por outro lado, Ingres revela um inegável apuro técnico na pintura do nu. Sua célebre tela Banhista de Valpinçon é um testemunho disso.

Nessa obra fica evidente o domínio dos tons claros e translúcidas para a representação da pele e o domínio do desenho, uma das características mais fortes de Ingres.

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Romantismo:primeira reação à arte neoclássica o século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais,

políticas e culturais causadas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa do final do século XVIII.

Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se mais complexa. Assim, podemos identificar nesse período vários movimentos que produziram obras de arte segundo diferentes concepções e tendências.

Por isso, quando estudamos a arte do século XIX, entramos em contato com movimentos artísticos muito diferentes, como é o caso do Romantismo, do Realismo, do Impressionismo, do Pós Impressionismo.

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Dentre esses movimentos artísticos, o primeiro que vamos estudar é o Romantismo, que se caracteriza como uma reação ao Neoclassicismo do século XVIII e historicamente situa-se entre 1820 e 1850.

Enquanto os artistas neoclássicos voltaram-se para a imitação da arte greco-romana e dos mestres do Renascimento italiano, submetendo-se às regras determinadas pelas escolas de belas-artes, os românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista.

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Assim, de modo geral, podemos afirmar que a característica mais marcante do Romantismo é a valorização dos sentimentos e da imaginação como princípios da criação artística.

Ao lado dessas características mais gerais, outros valores compuseram a estética romântica, tais como o sentimento do presente, o nacionalismo e a valorização da natureza.

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A pintura romântica Ao negar a estética neoclássica, a pintura

romântica aproxima-se das formas barrocas.

Assim, os pintores românticos, como Goya, Delacroix, Turner e Constable, recuperam o dinamismo e o realismo que os neoclássicos haviam negado.

Outro elemento que podemos observar nos quadros românticos é a composição em diagonal, que sugere instabilidade e dinamismo ao observador.

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A cor é novamente valorizada e os contrastes de claro-escuro reaparecem, produzindo efeitos de dramaticidade.

Quanto aos temas, os fatos reais da história nacional e contemporânea dos artistas despertaram maior interesse do que os da mitologia greco-romana.

Além disso, a natureza, relegada a pano de fundo das cenas aristocráticas pelo Neoclassicismo, ganha importância. Ela mesma passa a ser o tema da pintura.

Ora calma, ora agitada, a natureza exibe, na tela dos românticos, um dinamismo equivalente às emoções humanas.

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Goya: a luta pela liberdade Francisco José Goya y Lucientes (1746-1828)

trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo (A Família Real e A Leiteira de Bordéus), os horrores da guerra (O Colosso), a ação incompreensível de monstros (Saturno Devorando um de seus Filhos) e cenas históricas.

Dessa variedade temática, vamos destacar uma cena histórica que é reconhecidamente um símbolo das lutas pela liberdade.

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Saturno devorando a un hijo(Saturno devorando um filho)Óleo sobre reboco transladado a tela146 cm × 83 cm cmMuseu do Prado (Madrid)

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No século XIX, a pintura de temas históricos já era considerada um gênero definitivo. Entretanto, Goya soube alterar fundamentalmente o modo de retratar o conteúdo histórico, dando-lhe um caráter mais geral.

O fuzilamento ocorrido em 3 de maio de 1808 é, então, apenas um pretexto para Goya expressar, de forma geral, as lutas da liberdade contra a tirania.

No dizer de Lionello Venturi, na pintura de Goya “é um símbolo eterno da revolta popular contra a opressão” (Lionello Venturi, Para Compreender a Pintura, p. 126.)

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Os Fuzilamentos de 3 de Maio de 1808(1814-1815), de Goya.Dimensões:.,3,5cm x 41Ocm.Museu do Prado, Madri.

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Eugène Delacroix: a multidão agitada nas ruas

Aos 29 anos, Eugene Delacroix (1799-1863) viveu uma importante experiência para a sua arte. Ele visitou Marrocos como membro da comitiva do embaixador da França, com a missão de documentar os hábitos e costumes das pessoas daquela terra.

A visão que Delacroix teve de Marrocos e que retratou em seu quadro é a da realidade misturada ao mistério e ao exotismo.

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Relacionada com essa experiência vivida em terras estrangeiras está a tela A Agitação de Tânger, importante pelos elementos pictóricos que prenunciam o impressionismo: o céu transparente, a luz intensamente refletida nas casas, em oposição às áreas de sombra.

Do ponto de vista temático, o artista revela-se entusiasmado com o movimento da multidão reunida na rua.

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A Agitação de Tânger

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Aliás, esse tema de multidões agitando-se nas ruas também foi trabalhado por Delacroix no seu quadro mais conhecido: A Liberdade Guiando o Povo.

Esse trabalho foi realizado pelo artista como exaltação da Revolução de 1830. Apesar do forte comprometimento político e particularizador da obra, o valor pictural é assegurado pelo uso das cores e das luzes e sombras.

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A Liberdade Guiando o Povo

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A paisagem romântica

A pintura paisagística já havia se desenvolvido no século XVIII, mas foi no período romântico que ganhou nova força, principalmente na Inglaterra.

A paisagem romântica inglesa caracteriza-se, de um lado, por seu realismo e, por outro, pela recriação das contínuas modificações das cores da natureza causadas pela luz solar.

Segundo alguns historiadores da arte, essa segunda característica permite-nos afirmar que os paisagistas ingleses do século XIX anteciparam-se em algumas décadas aos impressionistas franceses.

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Chuva,Vapor eVelocidade(1844), De Turner.

Dimensões;91 cm x 122 cm.Galeria Nacional,Londres.

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