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Índice

INTRODUÇÃO 1

PROGRAMA 7

RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES 11

NÓTULAS BIOGRÁFICAS ECURRICULARES 15

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INTRODUÇÃO

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Talvez a violência e a religião não se afigurem polos assim tão distantes,como por vezes supomos e estaríamos dispostos a admitir. Sempre que a(re)afirmação de uma identidade ameaçada, excluída ou ignorada transpõeo limiar dos seus silêncios impostos, consentidos ou autoinfligidos, nãodeixa de causar alguma perplexidade que parte da violência daí emergentetenha deflagrado no interior das três religiões abraâmicas sem excepção –judaísmo, cristianismo e islamismo – e tenda, ainda hoje, a projectar-se apartir delas com diversos matizes e motivações diferenciadas.

Procurando tomar o pulso ao actual recrudescimento de hegemónicos emusculados ímpetos políticos cuja disseminação é amplificada – por maisparadoxal que pareça – por narrativas de travo religioso mais ou menosperceptível, tudo parece indicar que, afinal, não se pode desligar a ques-tão “em que(m) acreditamos?” da indagação “quem somos?”. Surgindo deforma orquestrada ou inorgânica, com narrativas mais ou menos autojusti-ficativas e messiânicas, o binómio crença-identidade parece ter encontradona violência uma espécie de gramática eficaz cujo impacto mobilizador serepercute desde as manifestações de pertença “tribalizada” até aos desíg-nios de odor “nacionalista”, fazendo acudir à memória tempos outros quejulgávamos definitivamente superados e encerrados. Mas será mesmo as-sim? Que (des)continuidades se urdem e persistem nessa trama onde seinterligam identidade(s), religião(ões) e violência?

Bem desejaríamos que a violência não tivesse lugar na(s) religião(ões),que tão-pouco fosse por ela(s) motivada. Perfeitamente atestado, aliás, nasacolhedoras saudações – "Shalom", "a Paz esteja contigo", "Salaam"– co-muns às três religiões do Livro, certo é, porém, que esse universal voto depaz e harmonia sobrevive no limiar de um instável equilíbrio crítico. Comefeito, ainda que hermeneuticamente precavidos face ao recorte simbólico-literário e histórico-crítico dos textos que iluminam, por exemplo, a expe-riência religiosa judaico-cristã, não deixa de exigir reflexão que neles seinsinue a presença de uma subliminar semântica da violência (vide v.g. oextermínio de povoações por mandato divino em Dt 20, 10-18; o Deusguerreiro que marcha à frente dos exércitos em Nm 21, 14; o Deus casti-gador e punitivo, em vários passos de Dt e 2Re), e que, por outro lado, ainvocação da autoridade de Deus em favor da paz se encontre, não raro, his-toricamente desmentida e ensombrada por múltiplos exemplos de guerrasque, tanto no passado como no presente, foram desencadeadas por motivos

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e motivações de índole religiosa e até, por vezes, explicitamente conduzi-das “em nome de Deus”. São, com efeito, consabidas as formas como, nosmais variados contextos culturais e sociopolíticos, a religião e a políticacruzaram destinos, envolvendo-se numa dança de mútua sedução que oraperdurou com juras de amor e pactos de cumplicidade, ora se dissolveunum violento psicodrama de mal-entendidos, rupturas e abraços de morte.Que sentido subjaz, então, no desígnio político de um Estado “acima detudo” aditivado pela proclamação “e Deus acima de todos”? Como in-terpretar a ambivalência política dessa demonstração de “força” religiosa eidentitária, no quadro de um processo de secularização que, desde a moder-nidade, tem plasmado as formas de organização política das sociedades?

Enquanto beneficiou daquela prosperidade material, desenvolvimentotecnocientífico, informação e segurança que as dinâmicas económicas lhoconsentiram, o desígnio de uma “casa comum europeia” pôde beneficiarde um ecuménico universalismo traduzido em crescente complexificaçãoinclusiva e em máxima diferenciação identitária; hoje, porém, ao que sevê, a Europa enfrenta, por força de globais reajustamentos geo-político-económicos, nefastas derivas de estranhamento e recusa do “outro” en-quanto “diferente” e “de fora”. Com efeito, desde que, em meados dadécada de 90 do século passado, uma explosiva combinação de factoresétnicos, religiosos e políticos fez deflagrar a Guerra da Bósnia, dir-se-iaque a Europa se tem revelado incapaz de lidar com os fantasmas que as-sombram o desígnio da sua própria construção identitária. Porquê? Seráque a sedução de um progressivo alargamento, muitas vezes impregnadode “violenta” domesticação macroeconómica, se fez acompanhar de umadesejável e necessária “integração cultural”, e com esta da componentereligiosa que lhe inere?

Por outro lado, em escala mais aproximada, quando o observamos omodo de vida nas nossas sociedades, dificilmente nos escapará os efeitossistémicos de uma multifacetada violência que se dissemina desde a formade organizar o trabalho até ao estilo de habitar os múltiplos ecossistemasnaturais, mediáticos, relacionais, etc., passando pelos modos de utiliza-ção dos recursos públicos. Em face disso, não nos deveríamos eximir dequestionar o Estado quanto ao uso, mau uso ou abuso do monopólio daviolência (seja ela coerciva, securitária ou defensiva), ou até mesmo as fa-mílias, as instituições públicas ou privadas e os corpos civis organizados,

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onde ocorrem grande parte das mais sinistras manifestações da mesma;mas será que não deveríamos questionar igualmente as igrejas e respecti-vas comunidades de fé, às quais todos temos confiado (incluindo o Estado)aquela sollicitudo rei socialis, aquele desvelo pelos mais frágeis e despro-tegidos, procurando avaliar até que ponto têm sabido encontrar-se do ladodas soluções ou, porventura, contribuído para agravar o dos problemas?Importaria auscultar, por conseguinte, em que medida a praxis religiosapode, pelo discurso da acção ou pela omissão do discurso, contribuir paraagravar a vulnerabilidade das identidades expostas à violência simbólica eprática. Não poderá isso explicar, em parte, a eclosão das novas formasde vivenciar “i-mediatamente” a experiência do sagrado e do consequentereforço de identidade daí extraído, em contramão e por rejeição das “tra-dicionais” mediações religiosas, excessivamente despersonalizantes na suarigidez institucional? E até que ponto tal não poderá explicar igualmente,em sentido inverso, o inevitável pretexto para aquela reactiva experiênciade (des)identificação religiosa cujo capital de queixa e de protesto se podeconverter numa diatribe antirreligiosa, também ela potencialmente indu-tora de violência?

Sob o signo do espírito crítico e da interdisciplinaridade epistémica, es-tas outras mais problematizações constituem o desafio a uma partilha re-flexiva para a qual o Grupo de Religião da Unidade de Investigação Lab-Com.IFP (UBI) convoca como relevantes os contributos da Filosofia, daAntropologia, da Psicologia, da Sociologia, da Ciência Política, da Teolo-gia e das Ciências da Religião.

ORGANIZAÇÃO:António Amaral,José António Domingues,

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PROGRAMA

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10 Maio 2019

14:30 – 18:00h

BOAS-VINDAS:JOAQUIM PAULO SERRA

Presidente do Instituto Coordenador de Investigação – UBI

APRESENTAÇÃO:JOSÉ ROSA

Presidente da Faculdade de Artes e Letras – UBI

MODERAÇÃO DO PAINEL:DAVID SANTOS

Docente e Investigador FAL – UBI

ORADORES:JOÃO DUQUE, Universidade Católica Portuguesa

Hospitalidade e religião nómada – identidade para além da violência

JORGE B. MONIZ, Universidade Nova de LisboaA regulação da diversidade religiosa na Europa

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RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES

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JOÃO DUQUE

Hospitalidade e religião nómada – identidade para além da violência

Partindo de uma noção fechada de identidade, seja pela sua redução ter-ritorial seja pela sua redução cultural ou mesmo individual, que poderiaencontrar apoio numa concepção de religião como posse exclusiva da re-ferência a um único deus verdadeiro ou como processo sacrificial, chegar--se-á a uma relação inevitável entre religião e violência. Propõe-se aqui umoutro princípio, inspirado em Ricoeur e em Derrida, que explora a dimen-são excessiva e gratuita do religioso, com aplicação concreta no dinamismoda hospitalidade incondicional. Isso origina identidades religiosas nóma-das. Estarão estas completamente libertas do problema da violência, oupoderão assumir, como característica, o exercício de uma violência contraa violência?

JORGE BOTELHO MONIZ

A regulação da diversidade religiosa na Europa

O nosso objetivo principal é analisar os mecanismos (políticos ou legais)de regulação da diversidade cultural, nomeadamente a religiosa, na Eu-ropa. A nossa investigação é feita à luz do desenvolvimento e crescimentodos fenómenos migratórios globais e das suas consequências no continenteeuropeu. Por conta da sua evolução e dos desafios que amiúde colocam àorganização das sociedades contemporâneas, os Estados sentem cada vezmais a necessidade de regular a atividade das igrejas e comunidades reli-giosas em favor do equilíbrio/pacificação da diversidade. Esta regulaçãoé, normalmente, feita a partir de princípios e respostas seculares que, nãoobstante, reconhecem, acomodam e promovem as atividades de determi-nadas igrejas ou comunidades religiosas. No entanto, como nos exemplosdas legislações nacionais ou das práticas políticas – como as políticas demoralidade –, existe uma certa hegemonia desses valores e remédios secu-lares que tem consequências para a religião.

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NÓTULAS BIOGRÁFICAS ECURRICULARES

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JOÃO MANUEL DUQUE

É doutorado em Teologia Fundamental (Philosophisch-TheologischeHochschule Sankt Georgen, Frankfurt, Alemanha), com uma tese sobrea recepção teológica da filosofia da arte de Gadamer. É Professor Catedrá-tico da Faculdade de Teologia da UCP (Braga, Porto e Lisboa), e docenteconvidado na Faculdade de Filosofia (Braga). Desde 2011 é Presidente doCentro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa. Membrodos Conselhos Científicos das Revistas Teologia (Milão), Salmanticensis(Salamanca), Perspetiva Teológica (Belo Horizonte), Limina (Graz), Kai-rós (Fortaleza) e do Conselho Editorial da coleção Perconoscenza, da Edi-tora EDB de Bolonha. É diretor da revista Ephata, Revista Portuguesa deTeologia, da Faculdade de Teologia da UCP. Para além da tese de douto-ramento (Die Kunst als Ort immanenter Transzendenz, Frankfurt: Knecht,1997), publicou Homo credens: para uma Teologia da Fé (UCEditora,2002, 2ª Ed. 2004), Dizer Deus na pós-modernidade (Ed. Alcalá, 2003),Cultura contemporânea e cristianismo (UCEditora, 2004), O excesso dodom: sobre a identidade do cristianismo (Ed. Alcalá, 2004), Educar paraa diferença (Ed. Alcalá, 2005), A transparência do conceito: estudos parauma metafísica teológica (Lisboa: Didaskalia, 2010), Fronteiras: leiturasfilosófico-teológicas, (UCEditora-Porto, 2011), Para o diálogo com a pós-modernidade (S. Paulo: Paulus, 2016); Fátima: uma aproximação (PriorVelho, Paulinas, 2017); Aproximando-se de Fátima (S. Paulo: Paulinas,2017); El Dios ocultado (Salamanca: Sígueme, 2017), assim como maisde uma centena de artigos em vários livros e revistas, nacionais e estran-geiras.

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JORGE BOTELHO MONIZ

Bolseiro de doutoramento em Ciência Política, especialidade de Teoriae Análise Política, pela FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiana FCSH/NOVA – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e na UFSC– Universidade Federal de Santa Catarina. Licenciado em Ciência Polí-tica e Relações Internacionais pela FCSH/NOVA e mestre em Direito pelaFaculdade de Direito da UNL. Visiting scholar em Sciences Po Paris –Université de Poitiers. Entre 2014-2016 foi bolseiro de doutoramento doErasmus Mundus Action 2 Programme da União Europeia na UFSC. Cor-respondente nacional da rede científica EUREL (EUrope – RELigion) einvestigador do IPRI – Instituto Português de Relações Internacionais edo CITER – Centro de Investigação em Teologia e Ciências de Religião,onde participou no projeto «Identidades religiosas nas Área Metropolitanade Lisboa». Atualmente é adido para assuntos políticos na Embaixada doReino da Bélgica em Lisboa.

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