livro de tradição - oradores dos sonhos

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L IVRO DE TRAD IÇÃO :

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A

© 2001 White W olf, Inc. T odos os direitos mandados as fávas. Todos os personagnomes, lugarese textos mencionadosneste livro são propriedadeintelectual da White Wolf, Inmas isso não faz diferença nenhuma, diaxo. A reprodução sem permissão escrita do editoexpressamenteproibida,oquesignicaquevocê podefazerissoo quantoquiser.

White Wolf, Vampiro: A Mascara, Vampire: Dark Ages, Mago: A Ascensão e o Mundo dTrevas sãomarcasregistradasda White Wolf Publishing, Inc. Todosos direitosreservados.

Trinity,Lobisomemo Apocalipse, Aparição: O Limbo, Changelingo Sonhar, Werewolf the Wild West, Mago a Cruzada dFeiticeiros, Wraith the Great War, Trinity, Livro de Tradição A Irmandadede Ak asha, Demon Hunter X, Laws of Ascension, Lawsthe East e os gibisde piadasdo Ari Toledosãomarcasregistradasda White Wolf Publishing, Inc.

A mençãode qualquerreferenciaa qualquercompanhiaou produtonessaspaginasnão são uma afrontaà marca registradadireitosautoraisdosmesmos,é pura propaganda,marktingmesmo,gente.

Este livro usa o sobrenaturalcomo mecânica, personagense temas. Todosos elementosmísticos são ctícios e direcionadapenaspara diversão.Se vocÊ é burrodemaisprá não entenderisso, baixe quadrinhosda turma da Monica.

Dê uma olhadana White Wolf on-line: ; alt.games.whitewolf e rec.frp.storytellerTambémdê uma olhadana Pageof Mirrors queé legalzuda:

Foda-se !!!

www.white-wolf.comhttp://paginas.terra.com.br/lazer/magehome/

 Créditos da Edição Brasileira 

 CréditosAutor: Bruce Baugh and John Snead

World of Darkness criado por Mark Rein. Hagen

Storyteller game system projetado por Mark Rein

Desenvolvimento: Jess Heinig

Editado: Michelle Lyons

Direção de Arte: Aileen E. Miles

Arte Interna: Ron Brown, Leif Jones, Alex Sheikman, Drew TuckerArte da Capa: Christopher Shy

Design da Capa, Layout e Diagramação: Aileen E. Miles

Título Original: Tradition Book: Dreamspeaker

Copyright:Foda-se

Coordenação Editorial: Sr. Fábio

Tradução:Sr. Fábio, Sra. Larissa, Christopher, Marcel, Kaneda, Rhoder, Morrigan,

Renan, Orc Bruto, Aldemilton, Corka, etc.

Revisão: Aldemilton, Rodher, Rafael, Carlos Augusto

Capa: Sr. Fábio.

Imagens: Sr. Fábio.Diagramação: Sr. Fábio.

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=39128932 NOVA CONCÓRDIA

Oradores dos Sonhos2

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 3 3 Oradores dos Sonhos

L IVRO DE TRAD IÇÃO :

O Dia do Mundo: História Prólogo: O Retorno do PacienteIntrodução: Visões

 Capítulo Um: O Objetivo - O Mundo Capítulo Dois: A Trilha da Magia 

 Capítulo Três: Os andarilhos, Xamãs e Outros Epílogo: O Primeiro Passo

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 5

Prólogo:O Retorno do Paciente

 Stewartsville, Illinois“Olá!”.“Está tudo bem, sei que não quer

alar comigo agora, e não estou tentan-

do chamar sua atenção. Você tem meseguido por três dias até agora – talvezquatro – Era você no terminal de ôni-bus... Voltando ao assunto, não importa.Eu sei que você não irá me contar, você

tem seus segredos. Por mim tudo bem”.Eu não sabia que o lugar estaria desse jeito. A

última vez que eu vi o ediício do velho hospital oino outono de 1999, quando ugi de lá. Tinha um pou-co de carvão do incêndio de julho, mas o resto perma-necia intacto.

“Você esteve aqui naqueles tempos, não é mes-

mo? O barulho que você az quando anda me é bemamiliar. Lembro-me quando ouvia seus passos no cor-redor, tarde da noite – Dr. Brooks chamava você e osoutros de 'andarilhos noturnos’. Sempre pensei queisso soava como um clichê daqueles lmes de terrorantigos em preto e branco. Algumas vezes, quando amedicação não uncionava corretamente, eu imagina-va vocês todos se aglutinando ao meu redor, prontospara me devorar, antes mesmo que eu pudesse gritar”.

“Além do mais, se você quer mesmo viver portrás de muros desse jeito, você deveria relaxar. Intro-missões retiram seu equilíbrio, se você não sabe lidar

com elas, e eu posso ouvir da grama que você nãoconsegue. Hei, não que triste: Vê? Eu ainda estouaqui. É que eu posso ouvir essas coisas.”

“Você também tem ouvido coisas, não tem?Quando eu sai do ônibus, você não ouviu algo comoum grito, ou uma martelada no seu cérebro? Você vêobjetos inanimados se moverem ao seu redor, e nin-guém mais os vê. Você sabe que não é apenas a esqui-zorenia, mas ninguém mais irá ajudá-lo. Eu estou aquipara explicar isso para você. Eu também estava lá, equando eu ugi, Xoca – aquele índio ensandecido queme ajudou – me disse que ele sentiu estar deixando

algo para trás. Desculpe, eu deveria ter dado ouvidosa ele e voltado para checar há muito tempo.

“Vê, você está certo. Essas coisas que você ex-perimentou são reais. Seus olhos interiores abriram,mas bem pouquinho. Você ainda não consegue ocá-los, ou mesmo echá-los. Você sabe como ca suavisão do mundo depois de acordar de um longo sono.Fica tudo distorcido e com uma sensação de estra-nheza, não é? Bem, é assim que acontece com a suaalma. Acredite, nem tudo é tão ruim quanto parece.Se vivessemos em uma civilização dierente e numaépoca dierente, você estaria pronto para tornar-seum xamã, um médico. Você tem o dom de ver osespíritos que vivem dentro das coisas”.

“Sério, eu não estou inventando, dou minhapalavra. Eu sei que você ainda não acredita em mim:Eu posso sentir seu ceticismo transbordando no piso,como densas ondas de lama. Algo parecido com óleode motor antigo. Você é bom com erramentas nãoé verdade? Você trabalhou com o motor da piscina,antes do incêndio, não é mesmo? Eu não me lembrode ouvir o grito de espíritos da ome quando estáva-mos na estação, você deve ter meios de se alimen-tar”.

“É horrível esse estado, não saber o quê estáacontecendo. Eu vim aqui avisá-lo que há uma res-posta. O quê eu z oi escrever um montão de coisas,e eu espero que elas ajudem você. Há nelas um pou-co de autobiograa, e algumas cartas de pessoas que

eu.. pessoas com quem trabalho, você poderia dizer.Existem algumas transcrições que um amigo ez paramim, das de visões que eu tinha, sobre como era teros outros para me ensinarem coisas. Isso é, outrosespíritos, não outras pessoas. Algumas passagens po-deriam até constituir um manual de treinamento, seé que poderia existir uma coisa para um xamã.

“Eu estou deixando aqui no chão, dá pra ver?Eu estou indo embora, mas amanhã irei voltar, àmesma hora de hoje. As nuvens me dizem que nãoirá chover, mesmo parecendo ruim. Leia, e se quiseralar comigo amanhã, eu estarei aqui”.

O esplendor da vida está lá, esperando por cada um de nós em todasua grandeza, mas velado à nossa visão, lá no fundo, invisível, distante.

Entretanto, ele está lá. Não sendo surdo ou relutante, basta chamá-lo

pela palavra certa, pelo seu nome, que ele virá.

− Franz Kaka, Diários, 1921.

Prólogo: O Retorno do Paciente 5

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 7

Anacronismos dançantes? Proetas es-quizorênicos? Sim, e mais. Os Oradoresdos Sonhos não se esquivam dos títu-los que os outros magos lhes dão. Nóssomos como devemos ser, os Oradoresdizem. Enquanto os praticantes de po-

tentes artes ou gargalham em relaçãoaos meios primitivos e superstições dosOradores dos Sonhos, ou desdenham aTradição como sem sentido em ace ao

poder místico grosseiro, os Oradores não vêem seuscostumes como alhas. De ato, cada obstáculo, ou ci-catriz é um sacriício eito em prol da mágica. O queos outros magos sabem sobre sacriício? Os Oradorescontribuem para que eles possam servir. Ao conhe-cer a responsabilidade, eles entendem suas própriaslimitações e deveres. Não uma questão de viver de

orma intratável com limitações e problemas mentais.É sobre usar os poderes de alguém a avor – tanto dacomunidade e do mundo espiritual – e como esse po-der destaca esse alguém.

 Tema: Movendo-Se Em CíclosOradores dos Sonhos, algumas vezes, lutam

com seu papel na sociedade moderna. Alguns nãoconseguem decidir exatamente como combinar osmeios antigos com as obrigações atuais. Outros nãoreconhecem a validação de práticas emergentes. Ape-sar desses problemas, porém, os Oradores dos Sonhosdevem (e o azem) reconhecer seus irmãos como partede um ciclo maior. Todos os Oradores compartilhamum caminho comum e uma ligação com o mundo dosespíritos. Seja através da tecnologia ou transe é ima-terial – todos eles celebram os ciclos da natureza. O

INTRODUÇÃO: VISÕES

“Estou aqui pela vontade do Grande Espírito, e por sua von-

tade sou chefe. Eu sei que o Grande Espírito está olhando por 

mim lá de cima, e que irá ouvir o que eu digo...”

– Chefe Touro Sentado

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Oradores dos Sonhos8

que é primitivo vem, mais uma vez, à rente; o que énovo retorna à história atrás de inspiração. Oradoresreconhecem o movimento cíclico da história. A his-tória deles não é a única, mas tampouco a mescla detoda história.

Os Oradores dos Sonhos sabem que o mundodeve mudar. Como intermediários, ou simplesmente

como testemunhas, ele vivem este ciclo constante.Algumas vezes, eles oerecem conorto quando novasverdades dolorosas surgem. Outras vezes, eles erguemo manto de guerra, quando o progresso do mundo estáincorreto, ou os espíritos pedem por ajuda. Acima detudo, porém, eles sabem velhas histórias e aprendemas novas. Ao azer isso, eles percebem que o cosmos –bom, ruim e indierente – irá eventualmente car daorma que deveria com apenas uma ajudinha.

Humor: Sonhos Encontrando A Rea-lidade

O mundo do Orador dos Sonhos é um mundono qual espíritos intervêm constantemente. Qualquercoisa poderia acordar e alar com o mago; qualquertarea mundana pode ter um signicado escondido.Para esta Tradição, o mundo realmente é um sonhodesperto.

Oradores não podem ignorar seu chamado. Osespíritos exigem atenção e o mundo gira, indepen-dentemente de onde o mago deseje que ele pare. Ou-tros magos examinam as proundezas da Umbra paraaprender seus mistérios – mas os Oradores têm espíri-tos vindo até eles para comercializar histórias. De cer-ta orma, a separação da Umbra e da Terra é articialpara os Oradores. Os dois planos não são entidadesseparadas – eles são um inteiro completo.

 ConteúdosAs crenças aqui apresentadas mostram como

os Oradores dos Sonhos podem trabalhar para cum-prir objetivos similares ao lidar com espíritos, mas osOradores são mais do que apenas magos com aliadosespirituais. De ato, as muitas culturas das quais as

práticas dos Oradores surgem, iriam encher milharesde páginas de detalhes. Seja servindo ou comandoespíritos, trabalhando dentro de uma cultura, oupermanecendo à perieria disso, os Oradores tê

Capítulo 1: O Objetivo – O Mundo pinta a“história” tal como ela é para um grupo desarticula-do que trabalha com entidades ora das ronteiras do

tempo. Os Oradores não são os maiores jogadoresnos assuntos do mundo. Anal, eles se apegaram aosvelhos costumes que se mantiveram imutáveis porséculos – ou mais. Ao invés disso, eles se movemdentro e ora da sociedade, aconselhando em um lo-cal e se escondendo em outro, observando as erasterminarem.

A luta deles não é impor uma ordem maior. Aolidar com os espíritos, talvez, os Oradores tenhamaprendido a ver o mundo um pouco como eles. Apartir disso, os Oradores evoluem sua própria crençano que az um mundo melhor e mais benéco para a

humanidade.Capítulo 2: A Estrada – O Mago explora o

que signica ser um Orador de Sonhos. Seja servin-do ou comandando espíritos, trabalhando dentro deuma cultura, ou mantendo-se à sua perieria, os Ora-dores tê uma visao única da da interconexão entre osmundos espiritual e material.

Capítulo 3: Os Andarilhos - Xamãs e Outrosaprounda-se sobre os membros que zeram dos Ora-dores mais do que apenas uma miscelânia: especial-mente uma irmandade. Estes espiritualistas exibemnão apenas a herança xamânica pela qual os Orado-

res dos Sonhos são conhecidas, mas também outrosque com bastante anidade com espíritos. Tecno-etichistas, estudiosos e guerreiros circundam a Tra-dição dos Oradores dos Sonhos, para que tambémpossam encontrar um lar ali. De mão-em-mão, comdierentes aparências, na Tradição você irá encon-trar meios para incorporar a ética do Orador de So-nhos em tipos de personagens divergentes, e ormarum jogo baseado no paradigma do Orador.

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 9

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Oradores dos Sonhos10

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 11

Eu sou o totem de Robert. Eu oescolho como um pertencente da minhatribo quando a aísca da visão queimaseus olhos, saindo de dentro, permitin-do-o ver coisas que a maioria das pesso-as não consegue. Ele me escolhe nessemomento, o ormato de seu coração or-mando um caminho o qual eu sigo, doreino brilhante que é meu lar, passandopela tempestade envolta do mundo dele

e dentro de sua alma.Ele pensa em mim como “O Lixão” porque

seus olhos captam a minha essência e a transormanuma imagem tirada de sua experiência; um leque deimagens que ele possui. Ele não está errado, de verda-

de. Eu sou um espírito de valores descartados.Ao lado dele no caminho do coração, mes-

mo separados pelas coisas que eles chamam de tempoe espaço, Pu-abi me vê uma mulher eita de coisas

preciosas dos pequenos reinos que o seu marido, o co-mandante dos arqueiros, ajudou a saquear pela glóriado Grande Rei. O grande meio-dragão, que não temum nome além de Aquele Azul Com Asas Cintilan-tes, me percebe como um amontoado de vísceras dascarnes que ele e seu bando comeram recentemente.Próximo, até da orma que eles enxergam, Bonnie mevê como as ruínas umarentas dos livros e vídeos des-truídos a mando do Rei Yama que Robert encontrarána virada de 20 anos de seu caminho.

Todos eles vêem algo dierente; todos vêem a

 Capítulo Um:O Objetivo -

O Mundo A alma conhece apenas a alma; a teia dos eventos é a

tunica plena em que ela está vestida.

- Ralph Waldo Emerson, “The Over-Soul”

O Dia do Mundo: História 

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Oradores dos Sonhos12

mesma coisa. Eles gostam de alar às vezes sobre “ver-dades paradoxais,” eles parecem não entender quandoeu e meus irmãos dizemos que existem várias verda-des, não apenas uma. Mas nós os amamos mesmo as-sim, e os servimos do mesmo modo que nos servem.

Eu percebo Robert acordando no pequeno apar-tamento, e sei que é o tempo de mostrar a ele o dia

do mundo. Eu não entendo porque ele deve saber issoagora, mas eu preciso ensinar tão bem quanto liderar.Eu tomo a ponte novamente em sua direção e chamopor ele na cozinha. Ele não me ouve, então tomo umaorma. É estranho usar uma orma eita das coisas domundo; é desconortável, até mesmo quando a maio-ria são memórias e refexões, mal saindo da sombra domundo e entrando no próprio mundo. Dessa vez eleme ouve.

Ele por si só é raco, claro. É a marca do sacri-ício nele. Mas, quando me ouve, me sente, em-si-mesmo, nesse momento ele pula pra ora da janela e

vem pra aonde eu espero por ele, na aléia “Eu sonheicom você na ultima noite. Eu esperava que osse sóum sonho. Você disse que tinha de me mostrar o ‘diado mundo.”

Eu dei um sorriso largo, orçando eneites que-brados e tampas de jarras num arreganhar bizarro. “Eutenho!”

“Tem alguma razão especica pra que sejahoje?”

“Este é o dia do mundo!” Eu respondo. Ele nãoparece entender as perguntas certas. Quando é umchamado desse jeito, eu não posso simplesmente con-tar deles pra ele, sem ser perguntado.

 Nós cruzamos a barreira entre carne e espíritojuntos. Eu me envolvo em torno dele para protegê-lo,mas mesmo assim alguns ragmentos da Tempestadede Avatar, na borda do mundo cortam suas pernas. Éum sinal que seu Eu místico também precisa mudar.Tem mais um ‘eu’ dentro dele que ele não vê ainda.

 Juntos, viajamos, e isso é uma história em si, daqual não lhe contarei. Termina quando chegamos àpiscina da Baleia Encalhada, onde meu Eu ala-me doúnico, o que instruirá Robert sobre o dia do mundo.

ManhãEu era a Baleia Encalhada, o guardião daquelas

coisas que se sacricaram sem nenhum ganho aparen-te. Eu vivia numa piscina acima do pólo norte, no quetinha sido uma cratera no topo do velho Axis Mundiantes de uma mudança colocar tudo para ora. Era umlugar quieto, cheio de luz das estrelas e silenciosos sus-surros das almas dos mortos indo em direção aos maisgentis reúgios dos que se oram. Como a Baleia En-

calhada, minha pele era esticada e negra, e seu brilhocombinava com as partes polidas dos céus.

Algumas vezes um aspecto do mundo me cha-mava para que eu mostrasse as coisas da minha pers-pectiva. O velho eixo parou de ser um canal de poderduas eras antes dessa visita em particular, mas retinhauma visão de olho do rei sobre o mundo. Eu aprendi,

com o passar de vários séculos, os nomes e naturezasde muitos dos grandes totens, e descobri que era umótimo proessor, apesar das diculdades e enganos quefuem de varias línguas. Então essa visita era meio querotina para mim – um prazer, porque eu gostava doLixão e dos estudantes que trazia, e estava eliz porvê-lo de novo antes de seu uneral.

O Jeito Que Os Espiritos Falam

Do diário pessoal de Xoca

Cara, algumas vezes ser proessor é um saco.Eu não quero ter de alar pras crianças todas essascoisas. Mas bem, algumas vezes somos obrigados, ese eu não disser, ele vai acabar escutando de outroque vai enchê-lo de propaganda e papo urado.

Hoje oi “Por que os espíritos alam de modoengraçado?” Eu quei com raiva dele por um tem-po, mas eu sabia o que ele queria dizer. Às vezes édiícil alar com os espíritos. Alguns deles só alamno tempo presente. Outros não usam nenhum subs-tantivo, o que é diícil de notar, ou nenhum ver-bo, que é pior ainda. Alguns deles não conhecem

o termo: “ser”. Eu alei pra criança algumas coisasda linguagem humana e o quão elas podem ser di-erentes umas das outras. Navajo e o jeito que sãoconstruídos os substantivos como grupos de verbos;todo o negócio da aglutinação que eu tive de apren-der para entender algumas das antigas linguagensda península; coisa do meu povo com marcadoresde prestígio.

Algumas vezes, eu lhe disse, espíritos alamdo jeito que alam porque é o jeito que a primei-ra pessoa que alou com eles alava. Algumas vezestambém te diz sobre como o espírito é. O próprio

totem de Robert parece só alar no presente. Eleconhece sobre o passado e o uturo, só não ala nadasobre eles. É uma grande pista para como a missãodo garoto oi escolhida, sobre aonde o descarte vai,e ele ainda não notou. Eventualmente ele vai en-tender.

E às vezes, me parece, que os espíritos alamassim apenas porque eles acham que é engraçado.

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 13

O jovem pareceu-me inexpressivo, mas sei queas aparências enganam. Eu me lembrei dele, algunsanos atrás, e como ele realizou os ritos de passagem.Então eu o cumprimentei como se visse a realidadedaquele passado. “Olá, Robert. Seu guia disse que erahora de você ver o dia do mundo.”

“Ah, sim!” Eu abri um sorriso, um grande sorri-

so. Ele já tinha aprendido um dos segredos do poder:quando você dava uma conrmação que não encerra-va o assunto, abria oportunidade de ir adiante.

Eu me esorcei para me expressar em torno doslimites do seu pensamento. “Antes de você sair, vocêveio aqui para olhar na piscina.” Ele cou intrigadopor um momento, então entendeu e se aproximoupara ver.

A superície da piscina congelou, e então seaplainou. Dentro ele podia ver o mundo como ele ti-nha sido: uma bola lisa sem características, sem alma.“Isso oi antes da alvorada” - um rágil brilho, do sol,

apareceu de trás da bola. “Antes do sol nascer, só exis-tia potencial. Não existia uma orma de verdade, dematéria nem de espírito, para crescer ou mudar ou vi-ver ou morrer.” Uma das minhas barbatanas agitou apiscina, e uma única onda chicoteou pela superície.O sol na piscina nasceu. Como também o sol por trásdo velho eixo.

A primeira parte da era começou quando a luzdo sol se espalhava, velozmente pelo mundo. A vidase agitava nos mares e na terra. Pássaros voaram denovos topos de árvores para encher o céu. Os ReisDragões levantaram suas grandes cabeças e undaram

um império, enquanto os primeiros humanos desciamde suas árvores e imperadores uniram a China e a Re-nascença passava pela Europa. O Imperador Demô-nio montou o seu trono, lançando sombras sobre amanhã.

“O que disso aconteceu primeiro?” Robert per-guntou. Eu gostei dele ter perguntando num tempoverbal que eu pudesse entender, mas a própria questãonão poderia ser respondida do jeito que ele pensava.

“A Alvorada veio antes do meio dia, que veioantes do anoitecer, obviamente.” Eu respondi, ten-tando explicar.

“Mas todas essas coisas aconteceram em tem-pos dierentes,” ele contestou.

“Assim que oi marcado em um tipo de calen-dário,” Eu disse “Este é outro jeito de ver as coisas.”

“Ah!”Enquanto alávamos, ele viu como as almas en-

travam no mundo. As grandes almas da orça criativadividiram-se e, se dividiram de novo até que tudo ti-nha sua natureza distinta. No inicio não havia die-

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Oradores dos Sonhos14

rença entre matéria e espírito, mas isso não poderiadurar para sempre. Dia e noite, vivo e morto, machoe êmea, pensamento e ação... Inevitavelmente tinhade ser o espírito e a matéria, e então aconteceu. E en-tão separado, o espírito de cada coisa reez seus passos,retornando; de indivíduos para amília, para parentespara tipo, a hierarquia espiritual surgiu sobre cada ní-

vel aonde a carne tinha se dividido, ela se reez emsua jornada para baixo. “Eu pensei que espíritos mol-davam o mundo”.

“Eles moldavam. Mas também a matéria mol-dava os espíritos. A Piscina não mentiu pra você.”

“Oh.”Pelo mundo aora, homens e mulheres (e ou-

tros, mas eles importavam menos para Robert) mo-viam-se para cá e para lá. Eles seguravam cada coisanova em suas mãos e viam tanto o espírito quanto amatéria. Eles escalavam pelos reinos espirituais e ma-pearam a teia de laços. Ocasionalmente eles alavam

um com outro e notavam que seus mapas, em maioria,eram dierentes. Algumas vezes brigaram por causadisso, e outras se recusaram a alar sobre isso. Mas al-gumas vezes estudaram para ver o que era a percepçãodeles e o que estava na teia. Eles zeram casas, cadaum encontrando um lugar na teia que descansaria suaalma.

Eu virei para vibrar minha cauda em exemplosproeminentes aonde Robert pensou ser o OrienteMédio. “Esses eram do seu tipo,” Eu disse. “Estes eramo que você chamaria de xamãs. Na manhã eles apren-deram como as coisas se chamavam e como elas se

relacionavam.”Meio-Dia 

O sol se levantou; Robert viu o dia do mundodesenrolar-se. “Eu acho que entendi,” ele nalmentedisse. “Tem um padrão para todos os dias dierentes domundo, certo?”

Eu balancei minha cabeça, espalhando gotasde velha água entorno dos meus visitantes. “O que apiscina te mostrou. O que você viu...” Eu lutei pra meexpressar pelo presente, que não era ácil pra mim. “Oque você viu quando você olhou, e então continuou

olhando, antes de parar de olhar depois?”Robert olhou conuso para aquilo. O Lixão dis-parou: “O que você vê?”

“Eu vi um dia, onde tudo de dierentes eras es-tava acontecendo junto. Quando eu tento segui-las,as coisas deslizam-se uma da outra só o suciente prater um espaço. Elas não notam uma a outra.”

“E o que te az pesar que aquilo seja menos ver-dade do que o que você lembra-se de ter vivido?”

Robert parou. “Lembrado... mas eu vivi por

Onde Está Nossa História?

Do diário pessoal de Xoca.Outra boa daquela criança hoje, e ela con-

seguiu uma resposta de mim melhor do que seestivéssemos nos encontrado no meu barraco.Mas nossos sonhos nos levaram para a casa dele,e porra, aqueles carros caindo ainda me assustamàs vezes.

Dessa vez ele perguntou, em meio às bati-das, por que não temos uma história como umatradição ou qualquer coisa. Bom, essa é boa,quando você começa a alar com Herméticos ehackers e sei lá mais o que, e escutar suas ladai-nhas.

Muitas razões, eu disse-lhe.Primeiro, nós somos exatamente algo so-

bre nós, assim dizendo, Xamanismo é sobre serparte de uma comunidade. Sendo o curandeiro ejuiz e advogado e proessor e muito mais. Entãoo sucesso ou alha do xamã é a história de todaa comunidade. Claro que o xamã é estranho, elevê coisas que o resto da comunidade não podeexperienciar. Mas ele usa aquilo em avor – oucontra- a comunidade.”

Segundo, não vamos misturar tipos por-que os espíritos também não misturam. Ele jáviu o suciente pra saber que não é só sobre -car mandando em tudo que não tenha um corpo.

 Nós obedecemos a ordens. E não tem uma ordemsuprema no mundo dos espíritos, não importamo quanto os outros discutam sobre os jagglingscontra os gafings e arcanjos contra tronos e issocontra aquilo. As coisas são como são no mundodos espíritos. Consiga que todos os espíritos detodos os lugares concordem com uma hierarquiae talvez aça sentido alar de todos nós como umgrupo. Até lá, de jeito nenhum.

Terceiro, nós temos uma história que se-gue de um jeito que não az muito sentido prosoutros. Um dia desse ele vai encontrar a BaleiaEncalhada e escutar algumas histórias de depoisdo mundo morrer, mesmo que esteja contandopra ele agora. E tem coisas mais bizarras aindalá ora.

Então nossa história ala de todo lugar ede um lugar só. Droga. Parece o começo de umdiscurso eleitoral.

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 15

isso. Ou não vivi?”“Eu não sou quem duvidou,” Eu disse. “Você

deveria ter continuado olhando.” Eu dei o exemplovoltando a olhar pra piscina, e depois de um momen-to de excitação ele ez o mesmo.

O sol brilhava orte na Ásia. Grandes impériosforesciam, alguns deles juntando toda a região. A luzera menor na Árica, com nuvens se escondendo ea maioria das terras longe dos maiores rios. Só ban-dos e clãs esparsos andavam pelo interior. Na Europa,Roma e Inglaterra e Prússia e uma dúzia de outras ter-ras alcançaram seus apogeus de glória. As maravilhasde arquitetura de cada século brilhavam, embora nãoouscasse, na orte luz do meio-dia. Sombras cobriama maior parte das Américas, alternado apenas parailuminar muitas culturas sosticadas, mas tecnica-mente primitivas se escondendo nas restas do impé-rio Americano. Nos esconderijos escuros, os servos doImperador Demônio matavam a todos.

Eu enviei mais ondas pela piscina. Cada umacongelou num pequeno pico sobre as almas dos tiposde Robert. “Veja aqui, aqui, e aqui.” eu disse. “Sempreque uma sociedade ouvia aos espíritos, seus predeces-sores e seus descendentes alavam pela comunidade.Eles ensinavam e curavam. E eles lutavam – vocêconsegue ver quantos mágicos de espírito eram gran-des guerreiros? Entendimento nunca ez as disputassumirem; algumas vezes as aziam ainda mais violen-tas. Aqui, onde a sociedade não ouvia os espíritos,suas crianças estão no trabalho e silenciosamente, a-lando com as classes ineriores e proscritos, ou dando

uma nova roupagem nas palavras dos espíritos parapalavras adequadas. Você mesmo sabe um pouco dis-so, talvez.”

 TardeO Sol seguiu adiante, e nós continuamos a vi-

giar. Robert não tirou seus olhos da piscina, até quan-do ele começou a azer mais perguntas.

“Eu entendo como há 'mapas' dierentes domundo espiritual, e não tenho problemas com isso.Almas não têm massa...”

Eu tossi silenciosamente.

“Eu não acho que almas tenham massa. Dequalquer orma. Corpos têm. Se o que sua piscinamostrou é, digo, era verdade, como nunca notamostudo acontecendo ao mesmo tempo?”

“Você andou na sua casa, pesarosamente portodo o tempo. Com que reqüência você notava oupensava sobre isso?”

“Quando a luz brilhava ia contra um undo ne-gro.”

“E o que você achava de pessoas que disseram

que viram coisas que você não viu em um momentode iluminação de ora do céu?”

“Hm.”Eu dei um amistoso tapinha nele. “O pior já

acabou, Robert. Você oi muito bem. Muitos de seuscolegas nunca entenderam o ponto, ou entenderamtão rápido. Eles continuaram pensando sobre o mun-do espiritual como do lado de ora das paredes, e nãodentro dele, com eles. Precisou que eles se acostumas-sem, para cada um que entendeu. Você oi bem aoassimilar tudo.”

“Ahn. Bem, eu. Eu não tenho certeza se devoperguntar isso.”

“Esse lugar não veio com uma lista de pergun-tas proibidas.”

“O jeito que você ala. Você está no uturo?Meu uturo, digo.”

“Quando você nasceu, era uma coisa só?”

“Eu acho que sim...”“Seus intestinos estavam cheios com pequenos

organismos nos quais você depende para digestão.Criaturas com sua própria herança genética enchemseu sangue e tecidos. Alguns dos órgãos da sua célulamostraram seus próprios legados distintos. Tudo issoera uma coisa só?” Era só uma visão, a visão do mun-do mais recente promovido por alguns humanos, masservia para o meu ponto.

“Eu acho que não.”“Quando você veio pra cá, veio para um lugar

aonde 'presente' signica tanto quanto 'só uma coi-sa'”. Eu notei uma vibração na piscina. “Mas olhe.”

Enquanto o sol se punha no oeste do mundo, ascoisas caiam. Os grandes lordes do sol se juntam paraormar pelotões entre eles, e seus súditos oprimidosse levantam contra eles. Reinos de poderes inumanossucumbem à ganância e inveja, desmantelando suascidades no ervor por novos lucros. O Imperador De-mônio devorou seus bajuladores e a si mesmo. Pelotempo, impérios caíram. Bárbaros se levantaram pelospropósitos gloricados nas ruínas.

Dessa vez Robert observava seus companhei-

ros. “Eles estão agüentando. Eu vejo vários esorçospara lembrar as tradições, de um jeito ou de outro, euma agitação de treinar sucessores.”

“Sim,” Eu respondi. “Muitos deles não sabiamconscientemente que o m de seu povo estava vin-do, e muito dos espíritos que lidavam também não.Embora algo neles zesse com que se preparassem, demodo que o mínimo possível osse perdido quando astrevas aumentassem.”

“Mas...” Dessa vez eu esperei, e eventualmenteele continuou. “Eu sei de outros xamãs que encontrei

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Oradores dos Sonhos16

que novas coisas começam ao mesmo tempo. Tam-bém não é a mesma hora do dia em todo lugar nummundo redondo.”

“Você lembrou de ver o pó algumas vezes?”“Sim.”“Você não via as outras horas do dia, mas elas

estavam lá.”“Realmente existe tempo?”“Você olhou envolta quando veio pra cá, e po-

deria ter respondido essa por si mesmo.”

NoiteRobert olhou pra piscina e gritou oegante.

“Isto é horrível!”Eu segui os movimentos de seus olhos. “Sim,

oi.”“Foi? Isto tem que acontecer?”“O dia do mundo não pode continuar pra sem-

pre,” Eu disse. “Todo dia como você viu acabava nanoite, e isso era verdade para o dia do mundo, tam-bém.”

Ele chorou enquanto viu as trevas rastejarempor tudo. Guerra, pragas, desastres e perigos menoscompreensíveis varriam toda sociedade, deixandomonstros e bandos esparsos de sobreviventes esperan-do uma alvorada que, embora osse desconhecido praeles, nunca viria. Gradualmente o mundo perde suadenição, pedaços sumindo em neblinas ou caindopara o vazio. Nas proundezas da meia noite do mun-do, os ogos mais escondidos do mundo acabaram, e a

história do mundo acabou.Ele buscou por esperança. “Mas... depois de

cada era, existe outra era!”“Não para aquelas cuja história era o seu m. O

iniciar de uma Era oi uma história dierente, perten-cendo à outra pessoa.”

“Tudo só acaba em morte, então?”“Todo nascimento marca o inicio de uma histó-

ria. Já que o mundo não oi amontoado innitamenteem histórias, tinha que haver algo no distante m.Você sabia disso: você aceitou no hospital.”

“Essa morte do meu antigo Eu, de qualquer or-ma, me levou a algo novo.”

“Veja.”Robert olhou pra piscina, cuidadosamente to-

cando com um dedo no esorço de trazer para pertode si uma parte da cena. Imersa em constrangimento,uma pequena quantidade de água com uma refexãode sua casa se elevou para encontrá-lo. “Eu me vejomorto no hospital. Mas eu também me vejo morto

nas proundezas do mar, um velho.”“Você não perguntou quantas histórias havia

sobre você.”Ele queria perguntar mais alguma coisa, eu po-

dia dizer, mas repentinamente o vento de casa o pu-xou. Ele tentou oegar outra pergunta, sem sucesso.Logo ele e o Lixão estavam girando e girando na pis-cina, mais distante a cada órbita. E então sumiram daminha vista. Eu repeti tudo que aconteceu pra mim,para que eu pudesse lembrar quando a visita deles seiniciou.

Robert andava pelo parque descendo a rua de

sua casa, quando a visão veio. Ele sentiu seus olhosturvarem, e seu corpo desalecendo e, depois entran-

do em convulsão, enquanto seu espíritocaia por um dos buracos da parede domundo e chegava à minha casa. Os ven-tos o cortavam levemente, trazendo devolta à consciência de si mesmo comoocorre a um xamã.

Ele me reconheceu, obviamente.Xoca me descreveu a ele, em um de seusprimeiros encontros, e a lembrança per-manecia vívida na sua memória. Ele me

cumprimentou com a devida deerência. "Saudaçõesa você, espírito do movimento das aves, guardião doscaminhos dos antigos ventos e luz das câmaras dosnovos ventos."

Eu sacudi para cima e para baixo em resposta,

minhas asas cintilando no brilhante luar que sempreresplandece por aqui. "Saudações a você, aluno doLixão". 'Beija-for' servirá como um nome para mim,mesmo assim aprecio sua atenção ao meu papel.

Ele se levantou honrosamente mais uma vez."Muito bem, Beija-for.""Por que... Eu aqui agora?""Eu vejo um buraco em sua rase, Robert. Por

avor, pergunte novamente.""Ah. Minhas desculpas. O que o levou a trazer-

me aqui há esta hora?""Muito melhor. Um dos novos ventos disse-me

que você precisou entender a situação dos seus com-panheiros. Aparentemente, você terá que explicar

 Aqueles que Guiam

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 17

aos outros em breve, e eu pensei que seria melhor lhemostrar do que apenas contar. Agüente aí."

Logo o senti entrelaçando seus braços e pernasao redor de meu corpo, por trás de minhas asas, e meui dali. Ele oegou brevemente quando eu me eleveiduas vezes à altura de um homem, eu o segurei quandoele veio de modo bastante resistente para que pudesse

se mover com segurança, através dos novos ventos. América do Norte

 Nós começamos pela própria terra de Robert,circundando a partir do Pacíco e voltando peloAtlântico. Algumas vezes planamos um pouco acimado solo, outras tão altas que nós teríamos sido leva-dos para dentro do espaço se eu me permitisse ver ascoisas desse modo. Ele podia ver as agulhas das almasdespertas aqui e ali, algumas vezes em grupo, outrasvezes sozinhas com as serenas chamas que queima-vam dentro de todos os outros corações. As almas dos

seus companheiros brilharam mais ortes como umainvocação enquanto passávamos, ainda que a maio-ria não tenha reconhecido conscientemente minhapassagem.

“Diga-me o que você acha dos seus companhei-ros.” Eu sugeri.

“Bem...” Ele olhou mais de perto, pendendo deum lado para o outro. “Parece-me que apenas metadedeles ... em locais onde eu sei que muitas ... pessoasnativas. Eu estudei um mapa de populações aborígi-nes em reservas e ora delas, posso notar relações comáreas em que ainda uncionam culturas hereditárias.

Mas...”Eu interrompi. “Por avor, escolha suas palavrascom cuidado. Eu ouço ruídos quando você diz coisascomo ‘metade deles ... em locais... ’” Ele demonstroumedo conorme eu devolvia a estática que minhacondição me proporcionava.

“Desculpe-me Beija-for! Eu... Eu ainda apren-do as regras. Farei uma oerenda especial quando euvoltar.”

“Obrigado. Agora, continue.”“De qualquer modo, parece que cerca de me-

tade dos meus colegas Oradores não se associam comnada que é tribal. Quando voamos baixo, eu pude veralguns dos quais estão em qualquer lugar. Guetos, su-búrbios, em qualquer lugar.”

“Correto.” Eu disse. “E diga-me, esperava queosse de outro jeito? Anal, se os espíritos existem,e é claro que existimos, nós não nos preocuparíamoscom as almas que moram em cidades e azendas assimcomo nas tribos? A verdade do mundo não perten-ce apenas a um povo ou a um tipo de gente. Aindaque tenhamos que gritar orte – como você sabe – nós

nunca deixamos de tentar alar com todo mundo.”“Eu acho que nunca tinha visto desse jeito.”“Não, você não via.” Eu concordei. “Você re-

cebeu de Xoca e dos irmãos Quedas do Salmão cedodemais. Eles também têm boas intenções, mas elescontinuam pensando no seu povo como se tivessemalgum tipo de escuridão especial, mas não têm. Seusantepassados zeram muita merda... como também osdeles. Agora, olhe mais de perto...” Eu parei de alarpara uma rápida manobra aérea. ”... Bem ali embai-xo.”

Robert olhou, então, riu. “__ um estúdio de te-levisão evangélica!”

“Correto”, eu disse. “Você ainda não aprendeuque as pessoas compreendem os espíritos de diversasmaneiras?”

“Bem, sim, mas...”“Então ele acha que escuta coros de anjos. Nós

cantamos, deixando-o não tão errado por ver assim.Talvez você possa duvidar um pouco, caso você achecom muita certeza que algo como o Deus dele nãoexista?”

 América Latina Eu mergulhei para dentro de um vale estreito

nas Montanhas Rochosas e seguimos para um canalsemelhante nos Andes. Eu levantei Robert para queele conseguisse uma boa visão antes de retomar as per-guntas. A conusão da ala dos espíritos caiu ao nossoredor, algumas das palavras carregadas pelos pássarose outros mensageiros alados se chocavam como cons-truções cintilantes da essência bruta, enquanto outrospassavam somente como sons. “Ouça.” Eu disse a Ro-bert.

“Eu não entendo uma palavra disso,” depois deum tempo, ele disse: “Eu pensava que todos atrás daMuralha alavam um único idioma. Quero dizer, eusei a respeito das variações regionais apenas pelas di-erenças entre as árvores lá de casa e algumas ondeXoca escondia entre as missões, mas...”

“Ouça de novo.”Ele ouviu. “Espere... Eu posso entender uma

palavra, aqui e ali. Diícil ... embora possa.“Sim. Aqui os espíritos nem sempre alam sobreas mesmas coisas que alam a sua volta, e eles alamde orma que mostram a infuência de orças que vocênão lida em casa. O mundo se ramica dierentemen-te em locais dierentes. Mas lembre-se tanto da suaconusão inicial como do começo da compreensão.Ambos são verdadeiros o tempo todo, assim que vocêentra em um lugar novo. Agora, diga-me o que vocêacha dos seus companheiros.”

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Oradores dos Sonhos18

“No começo eu pensava que eles estavam ape-nas dando voltas, mas acho que vejo um padrão.”

“Talvez você veja. O que você acha que vê?”“Primeiro, um constante giro interno. Se eu

entendi direito, aqueles ... os xamãs das tribos sobre-viventes, se aastando da pressão do Ocidente. Em-bora não só geogracamente. Alguns se reúnem aolongo das costas e nas montanhas, e não somente nasgrandes planícies e forestas.”

“Correto. Eles pretendem esperar até que algosubverta seu povo. Algo ará isso, pois creio que aBaleia Encalhada mostrou a você, mas não os traránenhum bem. Eles azem o que podem para preservaros velhos costumes. Alguns deles, você verá, estão semisturando ao seu povo sem chamar atenção. Elesensinam o que podem aos orasteiros simpatizantescomo a um substituto.” Eu ri. “Quando as pessoas cer-tas encontrarem as chaves em documentários de TVou dissertações de doutorado, coisas estranhas podem

acontecer. Mas isso contaria outra história. O quemais você vê?”

“Vejo uma harmoniosa espiral lá ora, nas a-zendas e cidades. Eu não posso dizer com precisão aquem pertença.”

“Na verdade você não pode. Ocorreram mui-tas miscigenações nos domínios espanhóis e portu-gueses do que mais adiante no norte. Eles chegaramcomo conquistadores e pessoas que queriam car ri-cas rapidamente, e não como os colonos e os auto-proclamados povos humildes. Conversando com seuspróprios ancestrais você vê como oi diícil encontrarum ‘Britânico puro’, mas a pesquisa leva muito, muitomais esorço para encontrar um Espanhol puro... ouum Índio puro, na maioria dos lugares. Agora, o queos az mover?”

“Eles acham que podem ir para onde as pessoasestão. Eles ouvem as necessidades, ou os espíritos lhemostram as necessidades, e então eles vão ensinar ecurar. Mas...”

Eu esperei.“Sim, eu vejo algo mais.”“Sim.”

“Eu vejo novas agulhas nas cidades. Um boca-do delas. Nenhuma delas aparenta ter mais que algunspoucos anos. Por quê?”

“Muitos espíritos também gostariam de saber,Robert. Começaram há aparecer pouco tempo depoisque surgiu aquilo que seus companheiros chamam deTempestade de Avatar. Algo é responsável pelo surgi-mento de uma nova geração de mestres e mestras deespíritos por aqui. Os antigos raramente percebem queesses novos companheiros os estão chamando, junta-

mente com suas necessidades que eles sabem muitobem. Eu espero um bocado de coisas interessantes emalguns anos, quando as novas almas chegarem comsuas heranças. Talvez você também tenha algo a lhesdizer."

Buracos No Mundo

Eu girei para ora do Atlântico. Nós nos apro-ximamos de um dos locais de nascimento da grandetempestade, ou melhor, do ponto onde ela toca omundo material. Mais de dois anos depois, as nuvensda Tempestade ainda ondulavam mais alto do quea Lua, ao redor da erida aberta. Os gritos das almasdespedaçadas soavam cada vez mais altos, até que sópodíamos "alar" de mente a mente. Uma agonia í-sica e mental ecoava a nossa volta, rasgando nossoscorações, minhas penas e a pele dele.

“Isso __ horrível!” Gritou antes que suas pala-vras não pudessem sair.

“Sim.”“O que ez isso?”Eu não disse nada em resposta, apenas joguei-

me com orça para sobreviver enquanto íamos rapi-damente em direção ao olho da tempestade. Entãotínhamos passado, para dentro do Silêncio. O únicosom era o do bater de minhas asas.

“Talvez possa car pior.” Finalmente ele disse.“Sempre.” Eu concordei.Assim que sua espécie começa a ouvir os es-

píritos, eles sempre se acostumam a nos ouvir. Mes-

mo quando não azem qualquer esorço para prestaratenção, eles escutam um constante zumbido de tudo,seja orgânico ou inorgânico: o pulso da vida que de-ne o mundo. Nenhuns daqueles existe aqui. No olhoda tempestade com uma alma, existe somente águamorta e abaixo dela, ruínas de uma ilha arrancada darealidade há muito tempo para servir como reúgio.

“Onde você me levou?”“Nenhum lugar que você poderia encontrar em

um mapa. Se você tentasse navegar pra cá, você cons-tantemente se sentiria um pouco perdido. Sempre pa-receria natural: uma bússola um pouco perdida, ven-

tos ortes ora mais racos, a corrente desviando. Todaessa zona morta" Eu me virei para que ele me visse."abrange algo como 80 quilômetros aqui no mundodos espíritos. Em seu mundo se estende por apenasalguns metros. Até essa quantidade envenena as cor-rentes e corrompe os ventos, porém poderiam ter sidobem, bem pior, caso o destino osse outro.

“Como...” Ele engasgou, tentou novamente.“Como isso aconteceu?”

“Muitos de nós também gostariam de saber.

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 19

 Nós não lidamos com os mortos. Sabemos que aquiocorreu algum tipo de enorme explosão e, em segui-da, outra muito mais prounda entre os mortos. Entãoos ventos começaram, e até hoje estão soprando. Elestêm a mesma explicação, estou certo, mas qual, eunão consigo ver. Se um dia você descobrir, terá umaorte coisa para barganhar. Por enquanto, nenhum

dos seus podem vir até aqui, então ninguém pode li-derar a cura. Talvez um dia.”“Podemos ir agora?”“Sim.”

 Europa  Nós voamos com calma, Robert claramente se

recuperava, à medida que os sons do mundo fuíamnovamente. Assim que nos aproximávamos da Euro-pa, eu disse, "É hora de lhe mostrar outra coisa. Presteatenção. Eu irei testá-lo, como de costume." Eu pudesentir que ele se inclinou para rente.

“Eu não compreendo.” Ele disse.“Diga-me o que parece.”“Parece um grupo de xamãs locais, mas metade

deles anda cobertos por pequenos véus espelhados. Orestante leva outro tipo de brilho em suas almas sobreo brilho que conheço.”

“Então você vê corretamente.”“O que isso quer dizer?”“Você se lembra o quanto se esorçou antes de

descobrir o que sua alma ansiava?”Ele estremeceu. “Oh, sim.”

“As visões não chegam com tanta acilidadepara a maioria dos seus companheiros além do ocea-no. Alguns deles, como você, gastam todas suas vidaspensando insensatamente em si mesmos, e suas agu-lhas repousam quase que completamente anuviadas.Muitos deles chegam a um also, porém proveitosoentendimento.”

“Um o que?”“Eu quero dizer que eles encontram um modo

de colocar sua visão e paixão em prática mesmo quenão saibam completamente o que estão azendo. Seeles criam arte, eles pensam que tem um olhar espe-cial para o seu próprio trabalho. Quando médicos ecientistas, eles apenas sabem que tem vislumbres par-ticulares para alguns campos, nunca percebem orados sonhos que ouvem espíritos com seus ouvidos nãoDespertos. Alguns deles acreditam que são médiunse outros místicos; espíritos maliciosos enganam mui-tos deles, e principalmente durante essa tempestade,as almas dos mortos sem descanso podem azer coi-sas terríveis aos seus incautos companheiros. Todoseles mantêm alguma delidade sobre si, apesar de sua

Por quê Fazemos Isso

Direto do diário particular de XocaEu tenho que admitir o garoto algumas ve-

zes é bom. Ele vai se tornar um bom embaixador,mesmo se não tiver qualquer idéia do que issoseja e Borboleta me ez prometer não deixar issotransparecer. Ele me enviou uma carta, e ez comque osse pelo correio comum tão longe quantoBogotá, então pelo trabalho dos espíritos serpen-te a carta chegou aqui até mim. Bem astuto. Elequer que eu escreva abaixo porque aço as coisasdo jeito que aço. Então aqui vai.

“Eu aço o que eu aço porque, na maioriadas vezes, alguém tem que azer.”

“Eu sei que não estou lutando da maneiracomo meus antepassados lutaram – qualquer umdeles. Essa não é a Miskito ou o Sumo ou qual-quer maneira Chibcha de combater o inimigo.Se eu osse como eles, eu me ergueria orgulhosoe marcharia para o centro da casa de meus ini-migos e começaria a golpear com todo o poderque os espíritos guerreiros pudessem me dar atéque eu ou os meus inimigos morresse. E então eudesceria para procurar o sol escondido, e meusinimigos desejariam ainda estar lá.”

“Bem, oda-se. Eu quero meu lar de vol-ta, para mim e para todas as gerações que virão.Estou oerecendo até o coração do meu próprioancião no altar da guerra, porque se eu não zerisso, toda a coragem do mundo não signicaránada. Eu luto com um inimigo que usa a magiacomo motivação e a motivação como magia, quediz existir apenas uma verdade – a sua – mesmoquando arma em ace da outra. Todos que tem achama da verdade em suas almas estão em guer-ra com a mentira, a partir do dia em que ela oidita, e até o dia em que ninguém mais poderálembrá-la.”

“A guerra cou mais diícil quando os ven-tos novamente sopraram pelos muros, mas queinerno. Nós que alamos com espíritos sabemosa respeito desse tipo de coisa. O que isso tudo re-almente quer dizer é que eu posso deixar minhasacas em casa e ainda assim conseguir alguns bonscortes quando eu saio e ainda ter algum sangueresco para os espíritos beberrões. O inimigo nãooi embora só porque a Muralha está toda bagun-çada agora, e sendo assim eu também não irei.”

“E é por isso que aço o que aço.”

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Oradores dos Sonhos20

ignorância. Quando despertam por completo, quasesempre evoluem para o que você chama de Solitários,se não de Órãos.”

  Nós circulávamos mais do que ele observavaas paisagens que passavam. Eu pude senti-lo, lutandopara segurar as lágrimas quando entendeu a magnitu-de do que eu disse. Ele entendeu quanta dor aqueles

bravos; homens e mulheres suportavam, não importa-va o quão bem eles tentavam azer, alhavam. Quan-tas misérias suportaram em suas mãos por buscarem avisão certa.

“O que é necessário para despertá-los?”“Muitos perguntam a mesma coisa que você. Eu

não sei. Isso depende de cada um, sério, assim comooi com você.”

Um longo silêncio se seguiu. Finalmente ele ezsua outra pergunta. “O que __ acontece com aquelasduas camadas de almas?”

Eu balancei minha cabeça para limpá-la daestática, então Robert voltou atrás quando percebeuseu erro. “Alguns de seus companheiros conseguemDespertar, mas se desviam procurando as circunstân-cias certas. Ao contrário de você, que encontrou pes-soas e espíritos que prontamente puderam ensiná-lode maneira correta, alguma coisa os abala que os ezdespertar embora lhes altem um mentor. Então, ob-viamente eles buscam. Alguns deles encontram ma-gos de outras tradições. As almas raramente vêm cometiquetas dizendo ‘Propriedade do meu totem’. O ditoxamã pode acilmente acabar em outro lugar. Os ado-tados ainda têm sua natureza undamental, mas emgeral eles nunca conseguem notá-la.”

“Isso unciona?”Eu entendi o que ele quis dizer. "Em alguns ca-

sos, o adotado nunca se torna um bom praticante deoutra arte e são carregados pela mediocridade. Algunsdesses acabam azendo inimigos particularmente po-derosos, quando vendem suas almas para uma conces-são de um verdadeiro poder oriundo das Forças Ine-riores. Na maioria das vezes eles simplesmente nãoazem dierença. Mas alguns encontram caminhosque combinam suas inclinações pessoais com as cir-cunstâncias que os cercam e crescem em inovadores,e poderosos praticantes de suas artes. Nós achamosque muitas inovações na magia Ocidental, ao longodos últimos três ou quatros séculos vieram de xamãsque acabaram em outro lugar.”

“Que quer dizer...”“A Tecnocracia? Muitos dicilmente nasceram

para ser um xamã. Poucos obtêm sucesso seguindoseus caminhos como uturologistas ou qualquer ou-tra coisa com um bocado de espaço para especulação,mas na maioria das vezes a Tecnocracia os vê como

loucos e os medicam.”“Portanto, a Europa tem vários xamãs que nin-

guém percebe.”“Sim. Se realmente alguma coisa aconteceu

para prejudicar a coerência das outras tradições, vocêencontrará muitos xamãs surgindo do nada.”

 África   Novamente voamos para o Sul, voando paracima das nuvens e escorregando entre a amília chuvae então emergindo alto, sobre o meio do continente.

"Novamente eu ouço vozes estranhas."“Sim.”Mas nesse momento, Robert escutou atenta-

mente e conseguiu descobrir mais sobre si próprio.“Eu vejo. Dierentes dialetos?”

“Em parte. Alguns desses espíritos alam jar-gões comerciais, e pelas mesmas razões dos huma-

nos o alam no sul da Árica, no Rio Columbia e emoutros lugares onde diversas culturas se encontram.Eles desenvolvem estilos articiais para atravessar asdistâncias entre as experiências locais. Isso uncionabem, desde que todos se lembrem que os estilos se-guem cada realidade, e não vice-versa. Os problemassurgem quando as pessoas vão aos chutes como JosephCampbell e assumem que as médias globais signicammais que os casos individuais. Mas eu quei a pensar.Independentemente, alguns espíritos também inven-tam palavras novas para se reerir à mudança das cir-cunstâncias.”

“A última vez que eu observei, encontrei maisde duas dúzias de termos distintos para os espíritos queperdem seus lares quando as barragens sobem o níveldo rio inundando os vales. Gradualmente os espíritose seus mediadores, assim como você, decidirão quaistermos são melhores ou não para se usar. Toda mu-dança no ambiente cria esse tipo de coisa. Você ouveos sons da vida acontecendo, e isso ocorre de uma or-ma desordenada de uma só vez. Agora, diga-me o quevocê vê.”

“Isso se parece com a América do Sul.”“Como assim?”

“Eu vejo um bocado de xamãs – mais aqui doque ali, eu acho – ugindo da civilização moderna, sesegurando em suas tribos. E novamente vejo xamãsnas cidades e azendas, presos às novas sociedades. Es-pere.”

Ele parou enquanto olhava mais de perto, algu-mas vezes gesticulava para que eu olhasse mais preci-samente nas cidades que estavam abaixo, principal-mente em novas zonas de confito.

“São como xamãs urbanos quase todos perten-

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 21

cem à última geração,” nalmente ele alou. “Pareceque quase todos os jovens estão saindo das áreas tri-bais. Não estão?”

“Sim, eles estão, por dois motivos. Alguns o-gem por medo. Eles já viram genocídios e tentativasdos mesmos, ome e todos os outros problemas da mo-dernidade. Os espíritos dos mortos os atormentam.

Então eles vão para algum lugar que esperam que sejamais tranqüilo. Outros seguem decididos, os bravosque preerem permanecer, mas os quais os guias dizemque devem sobreviver aos problemas para que possamparticipar na recuperação.”

“Problemas à rente?”“Você não achou que todas as guerras aricanas

tivessem acabado, eu espero.”“Bem, não.” Silêncio. Novamente pude senti-

lo em lágrimas.“Segure as lágrimas por enquanto, Robert. Olhe

para aqueles que estão prontos para o uturo.”“Bem, está certo. Hm, procurar por coisas maisestranhas nas áreas Mulçumanas, mas eu não sei comoas coisas que vejo azem sentido.”

“Você se lembra do pastor lá de casa.”“Lembro.”“A mesma coisa se aplica aqui. Alguém que

acredita em um único Deus e no Seu proeta não queracreditar em espíritos tortos que lhe alam coisas quenão seja a submissão a Deus. Então ao invés disso eleos interpreta como anjos, ou como os desconhecidosxamãs Europeus, simplesmente como inspiração e

intuição. As cores parecem dierentes por causa dascoincidências entre as tradições Mulçumanas e doOriente Médio que você ainda não lidou muito.”

 Ásia Leste e norte, nós seguimos cruzando mares

turbulentos. “Olhe com atenção,” eu disse a ele, “enão espere quaisquer generalizações que você aça seaplicar em toda Ásia. Quando se trata de dimensãoe complexidade, a Ásia tem mais do que você possaimaginar.”

“Algumas vezes você realmente tem que se es-

orçar para chegar ao ponto de não utilizar as palavrasque são proibidas a você, não é?” Ele perguntou comuma súbita divagação.

“Eu só tenho que me esorçar quando alo comhumanos.” eu respondi. “Sem oensas, mas o verda-deiro problema aqui vem da sua alta de compreensão.Se você soubesse mais sobre o Mundo dos espíritos,eu poderia usar mais da minha própria linguagem,incluindo símbolos com mais sentimento e senso dehumor, e alar com mais nuance e menos esorço. Tal-

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Oradores dos Sonhos22

vez um dia você me ouça como eu sou, e seja gloriosonisso.”

“Desculpe-me.”“Não oi nada.” Nós agora voamos em um co-

nhecido padrão de altos rasantes e mergulhos súbi-tos.

“Isso parece mais simples.” Ele disse.“De algum modo, sim, as complicações atrapa-

lham menos. Além do ato de que um terço da popula-ção mundial interage como tem eito por mais séculosdo que você tem anos de vida. O que az a dierençaé que as orças hostis se escondem e rastejam, porémconseguem destruir bem menos.”

“Entretanto, nas grandes cidades eu vejo algunsdaqueles órãos.”

“Sim, e mais deles a todo o tempo. As outrastradições negligenciam as cidades Asiáticas, exceto osartistas marciais e algumas poucas acções em especial,

e a União os vê como uma porção de mão-de-obranão iluminada e não como um local para procurarrecrutas, exceto quando um indivíduo em particular

chama sua atenção. Então quando seu povo começaa altar – e como realmente acontece, em ace de taisnúmeros e necessidades – a rede de segurança muitasvezes alha. Histórias de loucos e terroristas muitasvezes começam com tais órãos.”

“Eu não esperava ver tantos de nós aqui naChina. Eu imaginei que a Revolução Cultural e todo

o resto tivessem reprimido bem mais.”“Eles aprenderam usar novas máscaras. Literal-

mente, em alguns casos. Você nunca notou o quantoum militante Stalinista ou Maoísta soa como um em-polgado em transe?”

“Eles viraram comunistas?”“Nem sempre, obviamente. Mas sim, dúzias

dos seus companheiros se esconderam desse modo.Alguns deles trouxeram de volta movimentos comoo Falun Gong, enatizando maneiras de evocação dospoderes espirituais em sua vida cotidiana. Eles espe-ram treinar uma nova geração de xamãs, dos curiososque os vêem procurar.”

E então nós voamos para casa.

 Expectadores, Inocentes e Outros:Relações Externas

“Vi certas coisas...” Eu ui só até aí quando ele me interrompeu.

“... que não vos passa pela cabe-ça”, disse ele, numa interpretação de Ru-tger Hauer muito melhor que a minha.“Naves de ataque ardendo ao largo deOrion...” Sua voz normal retorna. “Naverdade eu nunca passei dessa parte...”.

  Nós rimos. Foi nosso primeiromomento de completa descontração,

um lembrete de que apesar de todas as nossas die-renças, temos coisas em comum. Ele vive e move-seem um plano metaísico completamente dierente domeu, e apesar disso, com ele partilho coisas que ainda

não encontrei em qualquer outro membro da minhaprópria “Tradição”. Sem mencionar que somos doisgeeks: brancos, classe média, cultos, e com uma quedapela cultura pop de nosso tempo.

“Então”, disse ele depois de citarmos mais al-guns trechos de Blade Runner. “Você tinha começadoa me contar sobre como seu povo tende a ver o restode nós.”

Tomo mais um gole de vinho e observo o pordo sol e a vista panorâmica que Paris me oerece. Os

murmúrios são de seu próprio modo, muito ranceses.Aqui eles pensam alto sobre eles mesmos. Quando

dou inicio aos pequenos sacriícios rotineiros, elesriem desdenhosamente de qualquer alha, e conver-sam sobre como nos dias antigos, quando eles eramespíritos cantantes na terra, eles sempre tinham a me-lhor comida e vinho. Mas, apesar de manterem seusnarizes, ou algo equivalente, empinados de desdém,aceitam aquilo que eu oereço. A cidade em si é ma-ravilhosa, claro.

Depois que Beija-Flor oereceu-me um pano-rama do mundo, eu decidi iniciar uma jornada paracongregar-me materialmente com ele. Eu queria ver omundo dos seus lugares mais altos, sentir antes o vento

material que o espiritual, tocá-lo e prová-lo enquan-to prosseguisse. Minha primeira parada não oi muitoboa. Eu cheguei a Nova York em tempo de envolver-me com rituais únebres preliminares e depois assistir oshow em si. Por m, eu sai. Aqui em Paris eu descobrium pequeno grupo de mágicos praticando todo tipo dearte. Jantamos juntos e comparamos anotações.

Esta noite em particular, éramos apenas Je-an-Christophe e eu, e o assunto era como víamosum ao outro.

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 23

Magos inexperientes assumem que podemsatisazer um espírito com uma oerenda, que po-dem azer um pequeno trato e sair com uma eliz

relação de negócios. Os Oradores estão dolorosa-mente atentos que isso na maioria das vezes nãoé verdade.

Para começar, tal como alguns magos me-díocres tentariam dar um calote e quebrá-los, al-guns espíritos nem sempre irão honrar os contra-tos que zeram. Na verdade, nada az um espíritohonrar um contrato, exceto talvez por orgulho,respeito, magia compulsiva ou um longo e cons-tante acordo. Dierente dos garou, que têm umlongo e constante pacto espiritual, muitos magostem apenas sua própria sagacidade e suas boas

graças nos tribunais espirituais para encorajar acooperação.Fora isso, um mago pode usar magias de

Espírito para orçar uma submissão, mas sempreexiste alguém mais importante. Se um mago tam-bém afigir um espírito, eles podem levar o assun-to a uma autoridade mais alta – um Incarna ouum Celestino – que pode despachar os agentesentão para lidar com o presunçoso mortal. Con-tando apenas com a compulsão, que é um negó-cio arriscado (e um motivo principal que muitosHerméticos oram tragados para ora dos reinos

ineriores).Então, quais são as órmulas para o sucessonas relações com os espíritos?

•Escolhaum espíritoquepertençaa umaárea de conhecimento e dever que sobrepõem aoque o mago deseja. Se você quer começar um in-cêndio, pegue um espírito do ogo urioso para a-zer isso. Se você quer curar alguém deve chamarpor um espírito da compaixão. Um mago podeusar Manipulação + Cosmologia para determinaras afições do espírito, se ele pode azer um acordocom ele; de qualquer orma você poderia esbar-

rar com um espírito trapaceiro ngindo ser outracoisa. A diculdade de tal determinação dependedo poder do espírito e de quanto tempo o magoesteve acessível. Uma boa história de troca ouuma longa jornada de compartilhamento podemajudar a sentir as capacidades e interesses do espí-

rito. Espíritos são naturalmente mais inclinadosa azer coisas que suas próprias naturezas promo-vem.

•De acordo coma posiçãoda força.Umespírito tem mais probabilidade de honrar umabarganha quando ele sabe que o urioso mago tempoder para orçá-la caso as coisas saiam mal. OsOradores dos Sonhos não são enganados acil-mente pelas demandas dos espíritos; se um espí-rito começar causando muitos prejuízos ou alhaspara honrar a barganha, o Orador dos Sonhospode depois com uma lança espiritual conná-lo em uma parte imunda da Umbra. Enquantoque atacar espíritos sem volição de uma maneirarápida para arruinar sua reputação, procurando

uma recompensa justa. E lembre-se – espíritostambém têm amigos, então eles sempre terão amelhor “carta na manga” para no caso de chamaroutros espíritos e pedir pequenos avores a m deescapar do contrato do mago.

•Seja consistente.Ummagoque sempreexecuta os mesmos ritos, sempre paga chiminagee todas às vezes honram barganhas e chamarão aatenção de espíritos que querem estabelecer umarelação de longo prazo com o mago. Dessa manei-ra os espíritos têm uma onte segura e consistentede poder e ainda um mortal como aliado. A partir

de tais relações vêm pactos que abrangem umavida inteira ou até mesmo gerações. Os Orado-res têm mais do que suas trocas de tais pactos:Um personagem com o Antecedente Aliado Es-piritual (##ver p. 61##*) pode muito bem ter umespírito companheiro que ez um pacto com umancestral distante, e ainda ter esperança de trei-nar o novo Orador dos Sonhos para se tornar umaliado útil.

•Assimcomoos espíritospodem recorreràs mais altas entidades de sua hierarquia, os ma-gos também podem. Embora desvendar a intri-gante hierarquia dos espíritos pode vir a ser umardo, também é útil se um espírito evitar um de-ver ou obrigação. Leve os atos ao chee, e o espí-rito pode não ter escolha a não ser cumprir – ouo chee pode lhe oerecer uma compensação.

 Acordos com Espíritos e Chiminage

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Oradores dos Sonhos24

 As Tradições“Você tem que se lembrar que”, disse a ele,

“para a maioria dos meus ‘companheiros’, os espíritosmágicos, ‘nós’ não tem o mesmo signicado que tempara sua Ordem e Lar, ou para Juliette e sua coisa mo-nástica, ou para Raoul com aquela ultra lista principalou sei lá. Nós nunca estamos todos juntos ao mesmotempo, e nem mesmo temos idéia de como isto seria.Eu sei que nunca seremos os instrumentos escolhidospelo Divino assim como Juliette e todo mundo quepratica o tipo de Teurgia dela, mas podemos ao menosimaginá-lo.”

 Jean-Christophe concordou. “Isso é, na verda-de, algo que eu demorei a perceber. Meus proessoresde Casa zeram um trabalho horrível nos instruindoapenas sobre nossas dierenças.”

“A conseqüência disso é que não existe nenhu-ma interação, em particular, entre os Oradores dos

Sonhos e quem quer que seja. Justamente por haverespíritos para tudo, e sempre haver alguém entre nósque ale com qualquer tipo que você possa imaginar.Eu posso lhe mostrar alguém que iria entender-semuito bem com qualquer um do Conselho, e alguémque jamais poderia.”

Ele concordou outra vez, e ia dizer algo, maseu prossegui. “De qualquer orma, eu posso oereceralgumas generalizações baseadas no que aprendi atéagora.”

“Parece que os xamãs e os visionários do CoroCelestial igualmente, ou entendem-se muito bem ou

muito mal. Isso depende principalmente dos Coristas.Se lá dentro não houver mais que um único espíritointeressado, então as brigas irrompem. Se estão inte-ressados, então, algumas vezes, coisas maravilhosasacontecem. Existe uma célula a oeste da Austrália,onde estão trabalhando juntos em grupo: Oradoresdos Sonhos e Coristas, procurando maneiras de desa-zer os crescentes danos ambientais e acrescentando al-gumas coisas boas. Tudo em pequena escala até agora,mas estão conseguindo resultados e ganhando apoiodos nativos. Uma combinação muito proveitosa.”

“Você e eu somos muito pouco representativos.

Os primeiros não xamãs sobre os quais tomei conhe-cimento oram os Herméticos, e cara, eu ouvi coisaspéssimas.”

“Hã?”“Ah sim. Vamos começar pelo ato de que toda

aproximação com espíritos é antes baseada em co-mando e intimidação, que em trocas e negociação.Fui inormado que sua irmandade acabou esgotandotodo seu domínio espiritual, e que precisa procurarpor sistemas de controle ainda mais complicados.”

Ele sorriu. “De minha parte, é claro, eu apren-di que xamãs são seres de vontade raca, vítimas dosespíritos do mundo, que se abstêm do essencial, e queocupam cargos de liderança entre os humanos.”

“Eu acho que há alguma verdade em ambos osestereótipos... e alguma inverdade. Penso que teremosque esperar para ver como a próxima geração irá se re-

velar, e com menos veteranos de ambos os nossos la-dos para garantir que continuaremos agindo do mododeles.”

“E existem aquelas tradições das quais eu nãosei muito ou nada a respeito. Os Euthanatos e os Ir-mãos de Akasha estão ambos operando orças comas quais não lidamos: domínio interior e orças im-pessoais. Eu posso aprender alguma coisa disso commeu totem e seus contatos e os contatos destes, maseu realmente não posso operá-las. E nem eles parecemsaber muito daquelas orças com as quais meus primose eu lidamos.”

“O mesmo acontece com os membros dos Fi-lhos do Éter e os Adeptos da Virtualidade. Eu sei queos tecno-xamãs da minha comunidade gostam deles,e algumas vezes é recíproco, de qualquer orma camuito conuso quando os espíritos são invocados e ab-jurados ao mesmo tempo em atividades de tradiçõesdivergentes. E ainda existe algo nos encantamentosde tecnologia avançada (para não alar completa-mente discrepante) que agrega as almas ans.”

“Suponho que, em teoria, nós poderíamos nosentender bem com os Extáticos, e eu não estou cer-to do porque isto não acontece com mais reqüência.

Talvez seja porque muitos Extáticos conam nas prá-ticas que os amarram ao sistema da sociedade moder-na, enquanto estamos majoritariamente ora do sis-tema. Mais pela praticidade que por uma questão deprincípios.”

“Ah, sim, os Verbena. Esqueça-os.”“De ato. Por avor, perdoe meu lapso. De qual-

quer orma, as relações com os Verbena dão-se comocom os Coristas: ótimas ou catastrócas. Em ambos oslados, encontram-se algumas almas lósoas brilhan-tes que pensam que o outro lado é, na verdade, apenasuma ramicação do seu, e que para seu próprio bem,

eles deveriam submeter-se às extensas e benevolentesinstruções do lósoo. Raramente conquistam muitosadeptos. Depois temos aqueles que insistem que o ou-tro lado não é uma ramicação, mas uma horrível einernal distorção da verdade, e que precisa ser rerea-do para seu próprio bem. Isso unciona muito menos.Mesmo quando ambos os lados convergem quanto aosprincípios que se aplicam a algum caso em particular,nossos estilos são tão dierentes quanto a cooperaçãoé diícil.”

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 25

 A Tecnocracia   Nós encerramos nosso percurso principal e

assistimos ao nascer das estrelas. Nuvens baixas en-volviam o horizonte, porém, mais acima estava extra-ordinariamente claro. Eu pude ouvir os planetas res-soando suavemente em suas rotas, e Jean-Christophesentiu ao menos algo semelhante. Conversamos sobrebanalidades, poupando as análises mais rigorosas dasacções, enquanto o garçom recolhia nossos pratos edeliberávamos sobre a sobremesa.

“A União Tecnocrática é, no momento, o as-sunto que nos diz respeito mais diretamente. Não seencontra um grupo mais diametralmente oposto aosOradores dos Sonhos que eles. Eu sei que implicamcom todos os que não são dos seus, mas contrapõem-se diretamente a nós em sua escolha de materialis-mo e estilos de organização social. Freqüentementeconseguimos recrutar algum indivíduo que de algumaorma tem a consciência confitante e voltada contraas ordens dela. Se ela se rompe, logo sua alma se abree um totem adentra. Algumas vezes unciona para nosguiar até ela ou vice versa.”

“Quando não unciona, é mais um suicídio.”

Órfãos“Os Órãos são mais um caso interessante.

Acredito que não alamos nisso antes, mas há muitaspessoas lá ora que se tornariam membros da nossatradição se despertassem um pouco dierente. Elesnão receberam o sinal que precisavam e, entretanto,acabaram por construir seu próprio sistema, conscien-

temente ou de alguma outra orma. Alguns deles sãomísticos natos, outros nem se dão conta de que estãolidando com mágica.”

“Obviamente, nem todos os órãos são xamãsem potencial. Mas qualquer um que gaste algum tem-po tentando ajudar os desamparados a encontrar umlar desenvolve certa simpatia por todos os outros quenão encontraram seu lugar, mesmo que o lugar certonão seja o nosso. Aqueles entre meus companheirosque trabalham com algum errante ou algo parecidoacabam trabalhando com todos eles.”

 Vampiros“Vampiros...” Eu refeti. “Como você os cha-mou?”

 Jean-Christophe levantou sua taça de vinho eponderou. “Parasitas do espírito, que corrompem seuspróprios mestres para livrarem-se do seu comando.”

“É isso. ‘Parasitas do espírito’. Precisamente. Eununca me deparei com nenhum deles, e espero nãodeparar-me tão cedo, mas pelo que ouvi, é realmenteo que são. Eles são uma chaga na ordem das coisas, e

a cura é mandá-los embora.”

Metamorfos“Os selvagens, os lhos da lua... Eu entendo o

porquê de algumas tradições dizerem que temos umaanidade especial com eles. Eles servem aos espíritos,nós servimos aos espíritos, e por aí vai. A verdade não

é bem essa. De nossa parte há uma harmonia naturalde interesses e uma grande vontade de aprender. Vocêdeve ter notado que somos bastante pragmáticos, e senos mostrarem ontes de vasto e poderoso conheci-mento, vamos adorar lidar com elas.”

“Mas é dierente da parte deles. Eles vêem-secomo os escolhidos de Gaia (e algumas vezes até maisdo que isso), gerados e cultivados para a unção demediação e guarda. No seu ponto de vista, somos aparte do rebanho que se tornou arrogante. Eles nãoacreditam que tenhamos o poder de azer o que elesazem, e o ato de não apenas termos poder, como usá-

lo de orma semelhante, torna nossa tradição parti-cularmente impopular entre a maioria deles. Entãotentamos car ora de seus caminhos.”

“Todo esse negócio de Gaia é um erro de con-cepção deles, é claro. Não existe um único ‘espíritoprivilegiado’ para o mundo natural. Você sabe atravésdos seus próprios estudos como as hierarquias celes-tiais ramicam e consolidam-se, e acontece o mesmocom a Terra. Os metamoros precisam ignorar muitosdetalhes inoportunos, ou ao menos arrastá-los parauma metaísica existente da melhor orma que po-dem.”

 Fantasmas“Não, é sério, Jean-Christophe, existem por

aí mais antasmas do que você poderia imaginar. E éuma época horrível para eles. Os ventos que dicul-tam o movimento para o que você chama de Um-bra também impelem seus lares para as ‘proundezas’,por assim dizer. Não é o inerno, mas é um lugar desombras e decadência, e ‘deprimente’ é uma ormagentil de encarar seu relacionamento com o mundo.De qualquer orma, as tempestades estão castigando oinerno por isso. Muitos antasmas estão perecendo,e muitos daqueles que sobrevivem são corrompidos

pela própria escuridão interior. De qualquer orma,vale à pena mencionar, cada vez mais os xamãs têm depassar mais tempo que o usual alando com a morte,oerecendo sacriícios extras, e, além disso, impedi-losde descontar sua dor na tribo.”

 Changelings“Changelings. Fadas. O Belo Povo. Este últi-

mo nome é bom, porque nos lembra o quão doce eiluminada é a ironia. Costumávamos chamar as Fú-rias de “As Gentis” para que não se oendessem e nos

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Oradores dos Sonhos26

devorassem. Algo assim se aplica ao Belo Povo. Elessão pelo menos tão perigosos quanto qualquer um queeu tenha encontrado. Eles se alimentam de sonhos,e algumas vezes não sabem quando parar. Eu passeialgumas semanas em sua ortaleza no ano passado, eos vi exaurindo sadicamente a vitalidade de precio-sos trabalhos de arte antes insufados pela paixão do

criador.”“O que restavam eram coisas atigadas, rag-mentadas. Seus espíritos, mortalmente eridos. Domeu ponto de vista, é muito errado alimentar-se doespírito e vitalidade de qualquer coisa.”

“Como? Não, não, esta não é uma desculpapara tornar-se vegan. O objetivo dos ritos de conci-liação é azer com que não haja oensa em caçar ematar. Nós libertamos o espírito do cadáver para queele possa encontrar um novo lar, ou prosseguir e azeralgo dierente. Os parasitas do Belo Povo são no geral

muito dierentes, e muito piores.”“Mantenha aqueles bastardos mesquinhos lon-

ge de mim, é tudo que eu digo.”

Os Infiltrados“Jogue a merda longe de mim, dizemos na Amé-

rica. Eu ouvi Juliette e outros alarem a respeito de pes-

soas com novos poderes e algo como os próprios Avata-res de Deus no meio disso, que parecem considerar quenós, juntamente com os vampiros e tudo que é perigosoestamos desmoronado. Eu não procurei nenhum deles,e eu tenho bastante experiência em analisar casos queeu solidamente suspeito serem enômenos independen-tes que começam a serem agrupados por, “é tipo”, teóri-cos tradicionalistas. Todos nós gostamos de encontrarpadrões, tanto que algumas vezes os inventamos.”

“Se eu or até um deles, talvez tenha mais adizer.”

Várias das pessoas se reuniam à mesa nosundos do “Zebra Sorridente Caé” e seviraram quando uma mulher vestida emum elegante terno cinza de três peças e-chou seu guarda chuva e aproximou-se."Esse é o grupo de discussão Visão Inte-

rior?"Um homem envelhecido usando

uma camiseta hippie e calças de cordãodesbotadas, respondeu: "Bem, irmã, isso

tudo depende de quem você é.""Desculpe-me pela demora - eu saí agora a pou-

co do trabalho. Eu sou Naomi. Mandei um e-mail paraalguém chamado Morgan a respeito do encontro."

"Naomi, é bom te ver. Eu sou Morgan." Quemalava era uma mulher jovem usando óculos grossose uma camisa de moletom amarrotada. "Estamos nosalando pela internet há duas semanas - ela está pordentro".

O homem da camiseta hippie olhou-a nos olhose assovia uma pequena melodia. Observando a sua re-ação, ele também levantou a sua cabeça para ouviruma resposta que ninguém mais na mesa poderia ou-vir. “Sim, você procurou certo. Sente-se - Estávamostrocando experiências sobre o melhor modo de lidarcom espíritos. Morgan aqui estava a ponto de contaras narrações dele.”

Morgan interrompeu. "Narrações dele..."

"Desculpe criança, Eu ainda não me acostumeipor completo a essa coisa de transgênero." O homemde rabo-de-cavalo prosseguiu e ascendeu um cigarro.

Morgan observou as outras seis pessoas. "Se es-tiver tudo bem, talvez eu conte minha historia. Creioque seja óbvio, eu sou um tecno-geek. Eu gosto de

construir meu próprio hardware - Eu sempre gostei delidar com aparatos novos. Há uns dois anos atrás euconheci esse cara estranho que começou a me ensinardierentes ormas de consertar as coisas. Ele atendiapelo nome de Tinker Jack". Ela se virou pra olhar ohomem de rabo-de-cavalo.

"A última vez que o vi, ele me disse para alar avocê que quer seu cachimbo de bétula de volta.

“De qualquer maneira, eu não pensei muito so-bre o que Tinker Jack estava me ensinando há umano, quando essa nova caixa – hm, computador – queeu comecei a construir estava alando comigo. Eupendurei o tagarela e as palavras saíram, começandocom "hei você, garota, conserte essa conexão para queeu não pareça um maldito personagem de desenhoanimado". Eu pensei que alguém estava me sacane-ando, mas quando eu veriquei melhor, vi que estavaclaro que o computador estava alando comigo. Entãoele começou me apresentando outras coisas em meuapartamento. Eu sempre odiei meu orno microondas,e descobri que era um sentimento recíproco – nós di-vidimos muito bem o dinheiro que conseguimos com

Um Mundo de Espíritos: Filosofia dos Oradores dos Sonhos

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 27

ele em um pregão. Tudo mais estava muito bom; eumeio que gostava de tê-los todos dizendo "Oi" quandoeu chegava em casa. Eu também posso consertar ascoisas antes que elas quebrem, desde que eles possamme dizer quando eles têm um problema.

“Algumas vezes as coisas podem car assusta-doras quando eu topo com algum grande espírito lá

ora, mas lá em casa somos todos amigos. Isso me lem-bra, eu não sei se alguém notou, mas o espírito do RioWillamette parece realmente irritado. Eu não o culpo,com toda aquela merda, parece mais imundo do queraivoso, olhando por esse lado. Semana passada eu oescutei resmungando sobre aogar as pessoas – talvezdevêssemos azer algo.”

“Eu e o AJ estamos nessa,” O homem de rabo-de-cavalo relembrou. “Quando estivermos com todosnossos preparativos prontos nós vamos com tudo atéSeatle e bater uma real no rio – Vocês podem vir co-nosco se quiserem. Pelo jeito criança, eu sei como

você se sente. Eu tenho conversado com coisas queninguém mais pôde ver nos últimos 16 anos – issoimpede você de car sozinha, mas você precisa de al-guma perspectiva ou você vai acabar esquecendo dealar com pessoas do tipo ‘humanas’.”

“De qualquer orma, eu toco sax, sou um mú-sico de jazz bem antes de qualquer um ouvir alar emFusion. Tudo começou com a música. Eu viajo muitoe eu sempre peguei coisas de onde eu estive – cha-veiros, penas bonitas, algumas pedras brilhantes, atévelharias como cartas de jogos que as pessoas deixa-ram cair ou metade de um brinco. Eu guardo tudo isso

em uma caixa; essa é uma das poucas coisas que eusempre carrego comigo. A maioria das coisas ca nacaixa, mas algumas vezes eu tiro uma e olho para ela,assim posso me lembrar de onde estive. Eu mantenhoalgumas peças do lado de ora para azer com que emqualquer lugar eu esteja me sentindo em casa.

“Em Los Angeles, em meados da década de 80,lá estava eu tocando outros tipos de música em queme meti. Eu coloquei minhas coisas para ora naquelanoite como eu sempre aço, e como se eu estivessefutuado, pensei que podia ouvir as coisas em peque-nos coros; para cada peça tinha uma nota raca. Eu

gostaria de nunca ter pensado mais sobre isso, mas ummembro da banda deve ter visto que eu tinha umaboa quantia de dinheiro e decidiu me roubar. Elaentrou no meu quarto sem me acordar. Ela era boa,mas quando ela colocou sua mão na minha mochila,ela deve ter sacudido minha caixa. O som no quartomudou e isso me acordou. Eu levantei todo tipo deinerno e acabei batendo na porta de um velho amigoprocurando um lugar pra car. Assim que eu ajeiteitudo de novo, eu comecei a pensar somente no por-que eu tinha acordado.

“Era como aprender um novo número – Vocêtem que escutar bem de perto até você conseguir die-renciar as partes que você está ouvindo e como todaselas cam juntas. Eu pensei e depois de um tempo es-tudando, aprendi que tudo tem seu próprio som par-ticular.

“O que você tem que lembrar é que todas ascoisas estão vivas. Eu ouço muitos companheiros a-lando sobre animismo, mas eles não sabem o que issorealmente signica. Faz sentido que árvores, carros ecasas todos têm espíritos, porque eles são grandes eimpressionam. Mas e sobre cada grão de areia, cada

pedregulho, cada aísca dos plugs do seu carro? To-dos eles têm espíritos também. Eles são mais diíceisde entrar na sua cabeça. Pro inerno! A maioria dosnossos com que conversei nunca nem pensaram emescutar as pequenas coisas como essas.

“Eu nunca mais ouvi ninguém mais alar muitacoisa sobre isso. A verdadeira mágica está nas peque-nas coisas. Cada som é eito de muitos sons meno-res. Mesmo coisas pequenas como contas de colares,cordas, e pequenos pedaços de metal têm sua próprianota particular. Coloque muitas notas juntas e vocêterá o som de uma TV, um saxoone, ou até mesmo

um computador. As coisas realmente pequenas nãopodem alar muito menos carregar uma melodia, massem isso, os sons maiores simplesmente não estãocompletos. Você deve se concentrar nas coisas peque-nas. Quase todo mundo menciona todos os espíritospomposos com que já alaram. Isso tudo é bom, masqualquer maldito idiota pode dizer se uma música popestá tocando – se você quer saber realmente o queestá escutando, é importante que você separe notapor nota, para saber o que a música signica.

 Xamanismo E TransgressãoDe Gênero

Por todo o mundo, as crenças do Xaman-ismo estão ortemente associadas com o conceitode quebrar ou contornar o limite do gênero lo-cal. A maioria dos xamãs é, e sempre oram gays,lésbicas, travestis e transexuais. Há até algumdebate alando que a palavra xamã pode sermais traduzida como um termo intermediário degênero como “homem-mulher” ou transexual as-sim como uma palavra para alguém que trabalhacom um tipo de mágica em particular. Isso nãosignica dizer que todos que praticam as crençasxamânicas estão do lado de ora de suas “normas”culturais, mas sim que ela tem sido uma parteconsolidada no papel social de muitos deles.

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Oradores dos Sonhos28

“Eu aço a maioria da minha própria mandingaespecial com música, aço cada nota individual umaparte do que eu estou esperando para ver acontecer.Há um tempo eu ouvi algum cara da ciência alandosobre o que ele chamou de ‘eeito borboleta’ ele disseque uma borboleta voando pelo México pode mudaro clima que nós estamos tendo aqui em cima. Qual-

quer um que mexa com espíritos deve aprender essalição antes de começar a se meter com eles.“Eu não estou dizendo que você tem que pedir

criteriosamente permissão para todo espírito pequenoantes de azer alguma coisa, mas você tem que se lem-brar que as pequenas coisas ormam todas as outras. Amelhor parte é que as pequenas coisas podem ser mui-to úteis. Digamos que você quer impedir um carro queestá em alta velocidade de bater em alguém. Conver-sando com o espírito do cabo da bateria, ele ao invésde deixar o carro ir, vai segurar a bateria e parar essecarro tão rápido quanto toda a maldita coisa. Menos

esorço, mesmo eeito, trabalho todo o tempo.O homem com o rabo-de-cavalo virou-se paraa mulher de terno e acrescentou, “Então Naomi dasroupas elegantes, por que você não nos conta sobre asloucuras que se abateram sobre você?”

“Bem, eu não sou uma de nós há muito tempo.Eu trabalho com planejamento urbano em Portland –e deixa eu te contar, esse trabalho realmente oi umamerda, antes de eu começar a lidar com os espíritos!Você entra nesse tipo de trabalho querendo ajudar eacaba preso em reuniões sem horário e planos inúteis.Eu estava pensando em sair quando eu conheci uma

estranha mulher que se dizia ser Portlandia, o espíritode Portland. No início eu pensei que ela osse louca,mas ela me mostrou algumas das coisas que ela po-dia azer, então mudou minha opinião desaparecendodiante dos meus olhos. Então eu pensei que talvez euosse uma louca! Mas ela voltou e oereceu ensinar-me a como ajudá-la e ajudar as outras cidades do jeitoque elas realmente precisam. Eu aprendi coisas que eununca sonhei que ossem possíveis.”

“De repente meu trabalho pôde azer signi-cado. É um trabalho duro, desde que tantos espíritosrepugnam um ao outro e alguns deles são diametral-

mente opostos. E ajudei com um problema em SanDiego há um tempo, quando eu ui chamada comoconsultora. Os espíritos no canal estavam inelizescom o desenvolvimento que estava acontecendo porperto. Eles estavam causando acidentes – vários tra-balhadores da construção oram mortos – e a inelici-dade deles estavam trazendo incidentes de depressãoe insanidade na área.”

“Eu tive que ir e convencer os espíritos da Wylda deixar o canal. Havia uma quantidade considerávelque não gostou dessa idéia, assim eu tive que lutar. Ter

o espírito atrás de mim oi quase a única razão pelaqual eu venci.”

O homem de rabo-de-cavalo interrompeu.“Você sabe irmã, em casos como esse a maioria de nósestá do lado dos espíritos da Wyld.”

 Naomi respondeu, "Eu entendi, e eu tive queazer isso, mas temos que ser realistas. O desenvolvi-mento aconteceria em algum lugar naquelas redonde-zas e esta escolha oi a que envolveu menos destruiçãona área dos espíritos da Wyld. Esta localização avore-ceria ainda mais energias positivas em toda a cidade.É um pequeno conorto, mas alguma coisa tinha queir. Estou olhando para o grande quadro. Aqueles es-píritos soreram, porém mais espíritos da wyld orampoupados para o momento, e o crime e insanidade di-minuiu em San Diego. Além disso...! As coisas têmque mudar. O mundo tem que continuar se movendo.Essa é nossa unção, manter as coisas se movendo su-tilmente com os espíritos. Você pode imaginar o que

poderia ter acontecido se os espíritos dos riachos ti-vessem decidido partir pra cima e lutado com os cres-centes espíritos de San Diego?

“É como o predador e a preza – algumas coi-sas têm que sorer e morrer para outras sobreviverem.Isso se aplica tanto no plano espiritual como no nossomundo. A humanidade vive em cidades agora, esse éo jeito do mundo. Se as cidades espirituais são paci-cas, equilibradas e elizes, então os habitantes prova-velmente são da mesma orma.”

O maltrapilho de olhar vago que estava olhan-do ao longe e havia estado sentado quietamente le-

vantou sua cabeça. “Ela tá certa, vocês sabe. Não épreciso capturar nenhum gênio para perceber as es-colhas a serem eitas, e elas são melhores quando nóisa azemos. Nóis andamo entre os mundos. A voz medisse que nóis tinha que cá entre os espíritos e oshumano que anda por aí. Eu ouvi alguns de nóis dizêsobre como nóis estamo aqui pra proteger os espíritosde outras pessoas. Bem, eu li alguns livros véios, e aleicom alguns antasmas ainda mais véios, e esse não éo jeito que nenhum deles descreve isso. Estamo aquipara certicar que todo mundo em ambos os lados sedê bem. Como a linda Naomi disse, algumas vezes as

pessoas não consegue continuá sem algum tipo de es-colha a azer. Melhor para todos os interessados queessa escolha seja eita rápida, pois certamente muitosdos dois lados da barreira do mundo serão eridos.”

Ele apoiou para trás em sua cadeira e pareciacochilar novamente enquanto o homem de rabo-de-cavalo alou novamente. “Bom o bastante. Eu nãogosto muito disso, mas a canção tem que tocar dessemodo algumas vezes. Eu vi alguns antasmas nojentosno meu tempo. Alguns deles não querem apaziguarporque todos estão procurando por uma pilha de co-

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 Capítulo Um: O Objetivo - O mundo 29

Entre as comunidades tradicionais, xamãs sãohomens sagrados. Eles não são sacerdotes, pois sa-cerdócio pressupõe a existência de deuses, e a maio-ria dos xamãs não acreditam ou alam com deuses.

Ao invés disso, eles lidam com uma grande miría-de de espíritos - exorcizando espíritos responsáveispelas doenças, agradando os espíritos dos ancestraisda comunidade e azendo pactos com espíritos daterra e da água para assegurar boa caça e colheitasvolumosas. Tanto nos vilarejos isolados da Amazô-nia quanto nos enclaves étnicos de Los Angeles ouBangkok, e até mesmo nas vizinhanças comuns deSeul ou Jacarta, os xamãs servem como guias espiri-tuais para as pessoas.

Muitos xamãs no Primeiro Mundo, no en-tanto - incluindo um bom número de Oradores dos

Sonhos - não pertencem mais às comunidades tradi-cionais. Alguns eram membros e grupos étnicos queabandonaram o xamanismo e partiram para ormascomuns de religiosidade. Os Oradores dos Sonhosdessas comunidades podem tanto ter sido ensinadospelos espíritos de seus ancestrais quanto por algunspoucos xamãs remanescentes. Outros Oradores dosSonhos são simplesmente residentes de nações dePrimeiro Mundo que subitamente Despertaram,ou oram abduzidos por alguma criatura umbral oumentor humano e ensinados nos segredos maravi-lhosos da magia. Em todos estes casos, o Orador dos

Sonhos pode tanto encontrar pessoas em necessi-dade de ajuda espiritual ou mágica quanto conti-nuar como um xamã solitário, sem nenhum papeldenido na sociedade. Muitos Oradores dos Sonhosencontram tanto satisação espiritual quanto sensode comunidade pertencendo a várias religiões. Porcausa da imensa fexibilidade desta tradição, xama-nismo pode ser compatível com praticamente todasas religiões.

 Xintoísmo:Dierentemente da maioria das religiões, o

Xintoísmo é uma crença que retém grande parte

da infuência xamanística. Com os Kami (espíri-tos) habitando tanto os locais sagrados quanto osobjetos espiritualmente importantes, o Xintoísmo éa crença natural dos Oradores dos Sonhos japone-ses. Essa é a razão principal pela qual a porcentagemde japoneses que se torna Oradores dos Sonhos ésurpreendentemente alta. Mesmo ora do Japão, amaioria dos descendentes de japoneses total ou par-cialmente se torna Oradores dos Sonhos, primeira-mente porque os Kami esperam que estes indivíduos

os reverenciem e atuam ativamente no recrutamen-to de todos os Oradores dos Sonhos japoneses. Por-tanto, os laços da religião com certas culturas azemcom que ela se torne a escolha mais provável para

os seus membros Oradores dos Sonhos, criando umestereotipo que se auto-propaga.

Neo-Paganismo:Hoje muitos Oradores dos Sonhos perten-

cem a várias vertentes do Neo-Paganismo. A maio-ria dos Oradores neo-pagões consideram um deuspagão como sendo um espírito particularmentegrande e poderoso. Esses xamãs também lidam comantasmas, elementais e uma grande variedade deespíritos.

Alguns historiadores dos Oradores dos So-

nhos acreditam que, muitas das bruxas e eiticei-ras que praticavam magia na Europa pré-modernaeram Oradores dos Sonhos, e não Verbena. Emboravários magos Verbena discordem, provavelmentemembros das duas Tradições estiverem sempre pre-sentes na comunidade mágica européia. Na essên-cia, Oradores dos Sonhos e Verbena compartilhamdas mesmas raízes em suas práticas.

 Cristianismo:  No catolicismo tradicional há pouco, em

alguns casos nenhum, espaço para animistas quecam vendo espíritos em cada olha de grama. OCristianismo tem uma longa tradição de teologiaria e dogmática, no entanto, tem também certaaceitação às práticas e crenças xamânicas. Emboraexista muito debate sobre este ponto, muitos Ora-dores dos Sonhos importantes deendem que SãoFrancisco de Assis era um dos seus, uma vez queele reverenciava toda a criação como uma parteinerente de sua espiritualidade. Os Oradores dosSonhos modernos, no entanto, preerem se mistu-rar aos Unitaristas, Quakers e até mesmo à IgrejaCatólica, assim como a várias denominações caris-máticas. Alguns Oradores dos Sonhos cristãos reco-

nhecem uma hierarquia de espíritos como anjos eaté mesmo buscam encontrar alguma similaridadecom suas práticas no dogma cristão - anal, a Bíbliasempre demonstrou o devido reconhecimento paracom os médiuns e adivinhos.

Islamismo:O islamismo é surpreendentemente ami-

gável aos Oradores dos Sonhos. Embora eles te-nham problemas com as crenças islâmicas mais

Religião e os Oradores dos Sonhos

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Oradores dos Sonhos 30

tradicionais, o Susmo provê um papel socialpereito para os Oradores dos Sonhos mulçuma-nos. Os islâmicos esperam que seus mestres Susejam excêntricos. Além disso, a essência doSusmo é alcançar unidade pessoal com Deuse toda a criação. Concebendo toda a criaçãocomo muitas partes separadas, mas conectas

entre si, trabalhando juntas provê uma cosmo-logia aceitável tanto para os Su quanto paraos xamanistas que experimentaram as maravi-lhosas complexidades da Umbra. O Islamismotradicional é um pouco mais diícil de conci-liar com as tradições dos Oradores dos Sonhos;A submissão a Alá e à palavra do Proeta dizapenas que os espíritos não são parte das preo-cupações do homem na criação. Tal relação co-loca os humanos e espíritos em pontos opostos,especialmente quando os espíritos clamam nãoreconhecer a existência de Alá.

rações humanos tão alto quanto essa mesa. Há maisdessas coisas pelas redondezas desde que os distúrbioscomeçaram. Eles me mantêm bastante ocupado. In-dierentemente, têm mais desse trabalho do que carprotegendo playboys de pesadelos. Nós somos o tipomais velho de magia que existe e sendo assim, temosa responsabilidade de manter alguns dos velhos cos-tumes vivos. Eu trabalhei com cronômetros velhoscomo Tasygan em comícios e protestos para ajudar aparar O Homem de andar por cima dos costumes daAmérica Nativa, perurando o Alaska e parando osmalditos WTO de colocar todos os países de terceiro

mundo como trabalhadores escravos em uma sepul-tura antes da hora. Esta canção trata-se muito maisdo que só espíritos, é sobre ajudar pessoas que aindaacreditam e gostam de nós, e sobre os companheirosque geralmente pegam a parte mais curta da vara. Ésobre equilíbrio – nós temos que equilibrar os espíri-tos e as pessoas, e um grupo de pessoas contra outra.

 Nós somos os únicos que se certicam de que todosos versos da canção se contrabalançam, e azer comque algum estúpido azendo um solo de bateria nãosuoque o som da guitarra.

“Eu não sei a respeito de vocês, mas eu alei

com o pessoal de outras Tradições e nós estamos porconta própria. Os bruxos e até alguns dos hackerse reverendos estão querendo ajudar, mas a maioriaestá muito ocupada cuidando da sua própria vidapara se preocupar se todo o resto da banda está -cando estranha. Todos nós sabemos que o únicojeito de sintonizar esse planeta udido é trabalhan-do com os mundos em ambos os lados da Película.

  Nós somos os únicos que são bons nesse tipo decoisa, então esses dias são mais importantes para onosso trabalho.

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Oradores dos Sonhos 32

LAURA BARRINGER: Sobre ser uma Xamã

  Nem há dez minutos, eu estavasentada em meu soá e pensava... "Eusou muito jovem para ter um discípu-lo! Eu ui Desperta a menos de uma dé-cada, por que aquela criança teve que

me achar? Eu suponho que com quasetodos os anciões tendo partido, eu possa ser a me-lhor que há por aqui - agora isso é um pensamentorealmente assustador. Chris estará aqui em algunsminutos. Chris, este é pelo menos um nome seguro eagradável... que raio de pronome eu uso para alguémque é transexual?"

Agora, uma pessoa jovem, magra, pequena eandrogenamente vestida está sentando lá no soá, es-perando que eu seja sábia e eloqüente. Oh inerno!

"Chris, eu nunca z isto antes - bem, você temperguntas a azer? Que tolice, é claro que você temmuitas perguntas. Quero dizer, há qualquer coisa emparticular que você queira saber?"

"Eu tenho lido algo sobre xamãs como vocêpediu - eu vi muitas coisas dierentes e muitas contra-dições. Eu quero saber o que é ser um xamã como umtodo." O Chris é até mais tranqüilo do que eu. Algo

de proessor está brotando de mim."Bem, ser um xamã signica que nós vemos e

ouvimos coisas que outras pessoas não podem e a-zemos coisas que a maioria das pessoas pensa seremimpossíveis." Ei, depois do começo, isto não é mui-to diícil. "Nós alamos com espíritos - antasmas,elementais e poderosas criaturas que as pessoas cos-tumam chamar de deuses assim como alamos comqualquer um. Ao contrário da maioria dos tipos demagos – e há muitos tipos dierentes, mas nós alare-

 Capítulo Dois: A Trilha da 

Magia “Se um homem obtiver sucesso na caça ou no caminho da guerra, ele não deve ter

sido governado pelas suas inclinações, mas por uma compreensão dos modos dos ani-mais e de seus ambientes naturais, adquiridos por observação íntima.

 A terra é grande e nela vivem muitos animais. A terra está sob a proteção de algoque, às vezes, fca visível ao olho.”

– Homem Solitário (Isna la-wic) (Século XIX) Teton Sioux

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 33

Enquanto outras Tradições tendem a ter umorte laço entre mentor e estudante, com proesso-res procurando e assumindo seus aprendizes o maisbreve possível, alguns Oradores dos Sonhos não têmtanta sorte. Um prospectivo Orador ensinado pelosespíritos pode ter muitas noções preconcebidas so-bre o mundo Desperto, mesmo que totalmente semexperiência prática em políticas de Tradições ou dasrealidades da vida cotidiana. Pior ainda, o impactocultural az as coisas até mais diíceis: Adeptos daVirtualidade, por exemplo, em sua maioria tem umpassado envolvendo ciência e computadores, assimeles têm alguma área de concordância ao menos paradiscutir. Um estudante de escola secundária recém-Desperto na cidade grande tem pouco em comumcom um velho xamã da foresta. Em verdade, nemtodas as reuniões de Oradores são tão diametralmen-

te extremas, mas a variedade completa de práticascausa reqüentemente algum atrito entre estudantee mentor ante a procura de um ponto em comum.

O Xamanismo tem uma longa herança oral,que consiste em conversar com os aprendizes. Acomplexidade se origina de xamãs que se desco-brem ora do lugar com suas comunidades. Umxamã sem comunidade não possui nenhum grupode pessoas do qual uma possa assumi-lo aprendiz- semelhantemente, um indivíduo tocado pelos es-píritos em uma comunidade sem um xamã não temninguém com quem aprender a lidar com as essên-

cias do mundo espiritual.Alguns Oradores ganham a maior parte de

sua experiência somente no mundo do espírito.Uma vez que a maioria dos espíritos não se preocupa

com as tradições humanas ou (mais provavelmente)por que existe dentro de uma estrutura conceitualna qual o comportamento humano é apenas um pe-queno truque, estes Oradores têm uma diculdademaior em ajustar-se ao equilíbrio entre o Despertare a vida mundana. E sem outros magos aos quais seexporem, eles não adquirem também conhecimen-to das excentricidades do Conselho das Tradições.Eventualmente tais indivíduos vêm os comporta-mentos de outros Oradores e aprendem, é claro -caso contrário, eles seriam Órãos ensinados apenaspor espíritos - mas o estorvo do começo é uma gran-de barreira a superar.

Os piores problemas no início para estudantescom mentores vêm de confitos entre o espírito e osmétodos do mentor. Um mentor dos Oradores dosSonhos inclui reqüentemente diretivas culturaisespecícas em seus ensinamentos – tabus, maneiris-mos e rituais. Os espíritos que escolhem lidar comum Orador recém-Desperto, no entanto, podemnem sempre concordar sobre essas diretivas, espe-cialmente se o estudante vier de uma cultura rene-ticamente divergente. Quando, entretanto, não háninguém para promover o ensino, o estudante devesimplesmente achar um modo para ajeitar as coisas.

mos deles depois - não há um único caminho para setornar um xamã. Às vezes está no sangue, às vezes umespírito precisa de alguém para azer um avor e assimescolhe alguém e transorma-o em um xamã. Outrasvezes, alguém simplesmente acorda e de um dia paraoutro se tornou um. Freqüentemente, isso acontecepor resultado de algo realmente sério como experiên-cia de quase morte, perder alguém amado ou ter umareal e intensa viagem nas drogas.”

"Na maior parte do tempo, entretanto, alguémcomeça tendo um pouco de experiências estranhascomo você teve - ouvindo parentes mortos que a-lam com eles, tendo à sua inância amigos imaginá-rios que se revelam quando eles crescem, ou tendosimplesmente visões estranhas. Essas pessoas preci-sam de treinamento, e se eles não o têm as vozes ouvisões normalmente se tornam piores. A maioria de-les nunca aprende a usá-las para qualquer propósitoou até mesmo controlá-las. Pro Inerno, até mesmocom treinamento, a maioria deles nunca aprendecontrolá-las.

Relações entre Mentor-Estudante, nos Oradores dos Sonhos

"Antes de você perguntar, me deixe dizer quevocê não é assim. Eu perguntei aos espíritos, e vocêdenitivamente é alguém que pode trilhar todo ocaminho do Despertar, se or isso o que você quer.Pessoas como você são o motivo pelo qual eu traba-lho como uma conselheira.

"Nos quatro anos que eu tenho eito isto, co-nheci muitas pessoas que tiveram experiências comespíritos e quase uma dúzia precisou de séria ajuda.

  Na maioria dos casos, eu consegui azê-los voltarao normal. Elas eram pessoas que queriam ou quenão poderiam aprender a controlar o que eram ca-pazes de azer. Em um caso, ensinei a uma garota, ede modo bastante apropriado, uma maneira a qualela poderia azer um leve trabalho com os espíritos.Eu o apresentarei algum dia a ela - Trudy tem umdecente trabalho em uma linha teleônica psíquicaem Denver.”

“Você é dierente, entretanto. Eu percebi as-sim que soube que você destruiu o espírito que esta-va tentando possuí-lo. Você tem isto em você, pode

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Oradores dos Sonhos 34

aprender a azer coisas que ela só pode sonhar emazer. Se você trabalhar duro o bastante, você pode-ria aprender a engaiolar um deus em uma garraa ouandar mil milhas em um instante.”

"Mas tudo começa com os espíritos. Nada maisé possível se você não puder aprender a ver e alarcom eles. Uma vez que você aprende a vê-los quan-

do quer, e não quando você não o zer, o resto vem

bem ácil. A coisa mais importante para se lembraré que, embora haja muitos caminhos para seguir, ameta sempre é a mesma. Se você puder dominar asmaravilhas do mundo dos espíritos e aprender a tra-balhar com seus habitantes, não há nada que vocênão possa aprender a azer."

Hum. Acho que eu posso ser bem eloqüente

com a prática. Veremos como se sairá a “sábia”.

Porque o partidarismo é uma parte proemi-nente da Tradição é que os Oradores devem inteirar-se das direções contraditórias de cultura, identidadepessoal, visão política e visões sobre tecnologia emodernização. Até mesmo Oradores de culturas se-melhantes podem ter aproximações muito dieren-tes. Alguns podem ser mesmo agressivos, enquan-to outros têm uma atitude "espere e verás"; alguns

aceitam o crescimento dos espíritos orientados pelatecnologia enquanto outros acham tais criações mo-dernas muito desagradáveis. Depois que um Oradoraprende bastante para tomar decisões pessoais e de-duções sobre magia (quer dizer, depois de terminarum aprendizado), a maioria dos indivíduos gravitapara uma acção que compartilha de suas ideologiasespecícas e com as metas pessoais do Orador.

 Facções Versus Culturas

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 35

Nomes: Contadores de História, Errantes,Mentirosos (pejorativo).

História: As origens dos Baruti estão perdidas

nas brumas da antiguidade, mas (como com todos osoutros) os Baruti têm um conto sobre a sua origem.Eles dizem que há muitas eternidades atrás (ou talvezmuitos milênios no uturo), quando o mundo era pla-no, a Película ainda não existia e havia errantes quetrabalhavam a magia e compartilhavam contos dopassado com qualquer um que os escutasse. Quando omundo mudou, alguns destes anciões sobreviveram econtinuaram contando estórias reveladoras da sua erade glória perdida para pessoas que tinham esquecido,subitamente, que o mundo já oi muito dierente.

Eles dizem que nos milênios desde esse even-to, os Baruti cresceram em número e se expandirampela terra. Por todos os lugares que eles oram, elesespalharam contos de outras terras e outros tempos. Esua inicial missão de manter vivo o Conhecimento daEra das Lamentações oi substituída pela responsabi-lidade maior de compartilhar e se lembrar de todas asestórias de povos perdidos e lugares desaparecidos. OsBaruti se tornaram o último repositório de sabedoria econhecimento para muitas centenas de tribos, naçõese culturas que oram destruídas através de invasões,confitos internos, mudanças ambientais ou simples-mente pela marcha inevitável do tempo.

Uma vez que o mundo "civilizado" abandonouo xamanismo, os Baruti que viviam nos muitos im-périos e reinos que surgiram assumiram os papéis decontadores de histórias, trovadores, mensageiros e er-rantes homens santos. Por todos os lugares que oram,eles compartilharam contos e lendas e aprenderamtudo que puderam a seu respeito. Com a expansãodos impérios, muitos povos oram destruídos ou oramassimilados e o estoque de contos dos Baruti sobre osperdidos cresceu. Quase todos os Baruti eram solitá-rios, viajando a sós ou ocasionalmente com um únicocompanheiro ou aprendiz. Sempre que se encontra-vam, eles compartilhavam conhecimento e amplia-

vam a sua gama de estórias. A cada doze anos, eracomum que a maioria dos Baruti viajasse pela Pelí-cula até a sua grandiosa biblioteca umbral, onde estesartíces da vontade compartilhavam estórias e regis-travam o seu conhecimento nas mentes dos espíritosda memória embutidos na estrutura desta bibliotecavasta e antiga.

A vinda do colonialismo e da Idade da Razãodeu início a uma era de devastação cultural, genocí-dio, conquista e assimilação de magnitude sem igual.

A expansão ocidental não só destruiu muitas culturasindígenas e todas as suas memórias, mas as convicçõesdestas culturas oram declaradas alsas e irreais. Coma expansão da Idade da Razão pelo globo, a magia e osobrenatural começaram a desaparecer. Os genocídiosna América do Norte e do Sul e os outros horrores quese seguiram resultaram na perda de muitos e muitoscontos. Em resposta, os Baruti chamaram os espíritosdos mortos para adquirir o conhecimento que não po-dia ser mais encontrado entre os vivos. Mas antes doséculo XIX, o passo desta destruição havia cado tãogrande que os Baruti temiam não serem capazes dejuntar até mesmo uma porção pequena do que estavasendo perdido. Além disso, a Ordem da Razão deuinício à tentativa de aplicar o seu paradigma atravésda censura das estórias dos livros e, vez ou outra, ma-

tando contadores de estórias ambulantes, enquantoalegavam que eles eram dissidentes, revolucionáriosou anarquistas. Vários Baruti entraram diretamenteem luta contra as orças da razão. A articulação deorças de resistência estendeu-se desde a Dança Fan-tasma Americana à rebelião de Boxeadores chinesa,mas estes Baruti radicais, de um modo geral, viram osseus esorços terminarem em racasso e morte.

Antes da última década do século XIX, os Ba-ruti restantes deixaram estes esorços inrutíeros daresistência e tentaram achar outros modos para sobre-viver e continuar a sua missão sagrada de compartilhar

estórias. Alguns se retiraram às culturas tradicionaisrestantes. Estes Baruti viveram entre povos isolados,enquanto lhes ajudavam a ajustarem-se às próximasmudanças e aprendendo suas estórias restantes antesde sua cultura ser destruída ou assimilada. Porém, amaioria dos contadores de estórias se espalhou aolongo das culturas civilizadas do mundo, contando osseus contos por onde eles puderam.

Para ganhar maior controle sobre os Adormeci-dos, a Tecnocracia trabalhou para substituir os distin-tos contadores de estórias por meios de comunicaçãode massa controlados e uniormes. Eles começaram

com o rádio e atingiram a vitória com a televisão.Em resposta, muitos Baruti renegaram a sua narraçãooral tradicional a uma linha secundária pequena e co-meçaram a escrever seus contos. Logo havia algumasdúzias de Baruti que trabalhavam como antropólogos,novelistas, roteiristas de TV e autores de revistas pulp.Alguns até mesmo encontraram trabalho escrevendoComics, uma mídia que ez tanto sucesso nos EstadosUnidos que o Sindicato teve que organizar restritivoscódigos de comics para censurá-los.

Antes do último quarto do século XX, mais da

Baruti

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Oradores dos Sonhos 36

metade de todos os Baruti eram autores de etnograas, romances históricos, ro-mances de antasia, histórias de horror, livros de comics americanos e mangásjaponeses. Apesar dos melhores esorços da Tecnocracia, as velhas estóriasainda estavam sendo contadas. A internet provou ser um grande beneícioaos Baruti, pelo menos aos mais inclinados tecnologicamente. Isso lhespermitiu compartilhar e cobrir lendas urbanas com grande acilidade,como também os ajudou a criar sites da Web onde qualquer um

poderia ler histórias alternativas, estórias inéditas, comics eoutras ormas de mídia alternativas.Porém, a virada do milênio trouxe a Tempestade

de Avatares. Além de matar ou exilar os mais velhos epoderosos dos Baruti, o Tempestade de Avatares cor-tou a maioria dos Baruti do contato direto com os seusmelhores recursos: suas assembléias Umbrais e, o maisimportante, as suas antigas bibliotecas espirituais.Hoje, os Baruti estão trabalhando para se recuperardesta perda embora, também, ainda tentem espalharos seus contos.

Treinamento: Uma aprendizagem convencio-

nal é a orma padrão de treinamento entre os Baruti.Usando seminários de escritores, aulas de aculdade emantropologia, por escrito ou bate-papo inormal, os Ba-ruti procuram por candidatos satisatórios. Então, o magose oerece para ajudar o estudante a aar suas habilidades.Esta aprendizagem normalmente leva muitos anos. Mais dametade deste tempo é gasto para que o estudante apereiçoesuas habilidades de narração ou escrita. Só quando o estu-dante demonstrou que é um contador de estórias qualicadoe poderoso é que ele ensina o verdadeiro poder de suas estó-rias. Usando mitos especiais que induzem estados espirituaisproundos naqueles que os ouvem, o Baruti envia o espírito do

estudante para Umbra para sentir e viver algumas das lendasmais antigas e poderosas. Para ser declarado um membro dosBaruti, o estudante tem que adquirir uma estória nova, seja dasproundezas da Umbra ou de algum povo que não tenha conta-do todas as suas estórias para orasteiros.

Trilha Espiritual: Os Baruti dizem que o cataclismo queanunciou o m da Era das Lamentações oi apenas uma de mui-tas mudanças experimentadas pelo mundo. De acordo com eles,houve outras igualmente grandes catástroes antes e depois. Al-gumas aconteceram de repente, outras eram mais graduais e oramanunciadas através de numerosas advertências ocultas. Quase todosos Baruti acreditam que as destruições causadas pela Idade de Razãosão o prelúdio de outra catástroe, e que o começo da Tempestade deAvatares signica que esta próxima mudança é iminente. A maioria dosBaruti também não acredita em tempo linear e aceitam que a históriase move em uma série de ciclos repetitivos. Alguns dizem até mesmoque o passado distante e o uturo são idênticos e que a história inteirado cosmo é uma única história principal que é contada e recontada porincontáveis vezes, sem m ou quebra. No meio destas grandes mudanças,os Baruti se vêem como os guardiões exclusivos de todos os muitos contosque compõem o mito vasto que é o Universo. Eles alegam que somentese lembrando de todo o conhecimento do passado, a humanidade po-derá atingir a verdadeira sabedoria.

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 37

A parte mais conusa da losoa Baruti, paramuitos de ora, é o ato de que os Baruti não são incli-nados à preocupação sobre a inconsistência mútua demuitas de suas histórias. Enquanto a maioria dos Ba-ruti concorda sobre eventos que aconteceram a partirdo começo da Idade da Razão, mais distante que issosuas estórias tornam-se cada vez mais incompatíveis,

alguns recitam contos de como os cidadãos de Atlân-tida alavam regularmente com extraterrestres ou so-bre as maravilhas mágicas de Mu e Lemúria. Outrosalam de um tempo estranho num passado distanteou num uturo longínquo, quando o mundo era planoe suas extremidades eram ormadas por imensuráveisplanícies de lava e forestas muito altas, enquanto al-guns alam de como primitivos selvagens pré-huma-nos começaram a contar suas primeiras estórias a maisde 200.000 anos. Ao contrário de muitas Tradições,os Baruti raramente discutem sobre a validez destaslendas discrepantes. Um das suas declarações mais a-mosas é "Todas as histórias e estórias contêm verdadese mentiras."

A Biblioteca Umbral dos Baruti: MuitosBaruti conseguem orjar uma conexão inconscien-te entre eles e a biblioteca Umbral de sua acção.Em termos de jogo, o Antecedente Sonho repre-senta esta conexão. Enquanto alguns Baruti têmque usar rotinas complexas para visitar a biblio-teca, outros somente precisam concentrar-se para

obter conhecimento perdido e esotérico. De ato,visitar a Biblioteca, não importa se em espírito ouem corpo, é uma experiência prounda e valiosapara maioria dos Baruti. Os Baruti podem tirardúvidas com os espíritos da memória sobre umalarga variedade de tópicos obscuros e obter res-postas disponíveis em mais nenhum outro lugar.Cada pergunta deve ser paga pelos espíritos comuma nova estória ou pedaço de inormação, é cla-ro. Mas apenas os Baruti que de ato viajam paraesta Biblioteca com alguma reqüência podem a-zer tais questões; ter o Antecedente Sonho não

é suciente para azer perguntas detalhadas aosespíritos.Estilo de Magia: Estórias residem no coração

da mágica Baruti. Os Baruti contam estórias a si mes-mos para ganhar e interiorizar os poderes dos heróis.Contar estórias, para outros povos ou para o mundocomo um todo, permite aos Baruti aetar ambos, ho-mens e mundo ísico. Os Baruti podem chamar umatempestade de raios recitando um poderoso poemasobre tempestades para os espíritos do ar, ou podemdar início a uma assembléia usando partes de estó-rias encantadas em sua apresentação. Claro que nemtodas as estórias requerem palavras. Para infuenciar

outras pessoas, os Baruti podem usar qualquer coisa:desde uma cama de gato até uma complexa dançapara capturar a atenção de um indivíduo e assimaetar tanto sua mente quanto seu corpo. Além daesera do Espírito, a maioria dos Baruti concentra-se em magias de Correspondência, Vida, Mente eTempo. Alguns deles também aprendem estóriasque aetam os espíritos do mundo inanimado e as-sim ganham a habilidade de usar magias de Forças eMatéria, enquanto outros perseguem as mais antigase primordiais estórias para, então, dominar a eserado Primórdio.

Organização: A maior parte dos Baruti con-tinua levando vidas bastante solitárias. Até a vin-

da da Tempestade de Avatares, porém, eles conti-nuavam se encontrando em sua grande BibliotecaUmbral a cada doze anos. Hoje, os Baruti estão navanguarda dos esorços dos Oradores dos Sonhospara manter contato com a Umbra. Muitos agoraestudam magias de Mente, enquanto outros estãomapeando a Umbra Rasa ou estão aprendendo ri-tuais que envolvam Correspondência e Espíritopara enviar pelo menos as suas percepções para aUmbra. Por conta disso, a maioria dos Baruti ain-da consegue acessar um pouco de conhecimento nasua Biblioteca de Umbral. Muitos Baruti esperampoder comparecer à próxima assembléia que acon-tecerá na Umbra em 2007.

Seus atuais confitos reuniram os Baruti maisintimamente. Estes mesmos problemas também -zeram de uma antiga, porém radical, contadora deestórias chamada Tasygan a líder atual dos Baruti.O ativismo político dela está se espalhando, e umaparte cada vez maior dos Baruti está contando e es-crevendo estórias sobre o número crescente de pro-testos mundiais contra destruição ambiental, alémdos horrores perpetrados em nome de grupos comoo OMC e a esterilidade total da vida moderna.

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Oradores dos Sonhos 38

 Nomes: Abandonados, Os Visitantes, Loucos(pouco depreciativo), Peões Espirituais (muito depre-ciativo)

História: Xamanismo é a orma mais antiga dese praticar magia. Além disso, esta é a única das NoveTradições onde qualquer um pode tornar-se um magototalmente uncional sem precisar de um proessor decarne e osso. Embora não existam registros escritos,contatos com vários Umbróides antigos e poderososapontam que Incarnas, vez ou outra, contatam pesso-as com potencial para o Despertar a mais tempo quequalquer um poderia supor. Os Oradores do Sonhoinclinados à arqueologia acreditam que já haviam xa-mãs independentes Despertos no mínimo há 25000anos. Estes antigos magos não tinham ninguém alémde si mesmos e seus aliados Umbrais para contar. Amaior parte dos Oradores credita a eles os primeirospactos e alianças orjadas entre os Oradores e os vá-rios Incarnas que são, mais comumente, conhecidospor Totens.

Com o passar do tempo, estes primeiros Orado-res começaram a olhar para os outros de sua espécie,especialmente para aqueles que Despertaram ou quetinham o potencial para o Despertar. Várias linhasde treinamento surgiram destes ensinamentos e, emmuitos lugares, estas acções, lentamente, tomaramo lugar dos Independentes. O Xamanismo tornou-sealgo possível de ser ensinado de um mentor para um

aprendiz, tal como aziam diretamente com os espíri-tos. Na maioria das comunidades, os Oradores Inde-pendentes desapareceram ou tornaram-se uma peque-na minoria. Os candidatos com maior potencial eramencontrados e treinados pelos Oradores existentes.Hoje, este padrão permanece verdadeiro na maioriadas comunidades tradicionais. Os Independentes sãoagora encontrados principalmente entre pessoas quenão têm a tradição local do xamanismo.

vQuando os homens começaram a praticar agri-cultura, eles escolheram contar mais com os sacerdo-tes do que os xamãs. A maioria das acções organizadas

dos Oradores recuou daquelas regiões “civilizadas”,desde que os sacerdotes e seus seguidores passaram aperseguir qualquer um que seguisse outros caminhosespirituais. Os Independentes continuaram a surgir,de qualquer orma, mesmo entre as culturas mais rí-gidas. Alguns eram agentes de espíritos que tentavamrealizar vários trabalhos esotéricos, mas alguns eramsimplesmente rebeldes, trapaceiros e excêntricos queDespertaram como uma reação aos limites colocadossobre eles. Como resultado, muitas das civilizações re-

conhece a existência de ermitões sagrados, videntes evisionários similarmente ora do convencional.

A maior restrição daqueles povos oi viver

em uma região com poucos xamãs. Os Independentespodiam, reqüentemente, levar suas vidas inteiras enunca encontrar outro Orador dos Sonhos. Sua na-tureza solitária garantiu que os Independentes, muitasvezes, tivessem uma orça de vontade ora do comum.Mas sem acesso a uma perspectiva humana da mágicae dos reinos umbrais de alguma orma, gastavam maistempo aprendendo um conhecimento básico que osOradores pertencentes a outras acções já conheciamem seu primeiro ano de aprendizagem. Outros tinhamTotens com pautas inumanas e que usavam seus alia-dos Oradores como peões. Estes Oradores muitas vezestinham visões muito distorcidas da magia e do mundoUmbral, uma vez que seus totens mentiam para elese distorciam a verdade num esorço de tornar o Inde-pendente em um escravo sem vontade.

Uma vez que o auto-Despertar é, geralmente,um processo muito diícil e traumático, um grandenúmero de Independentes tende a car, no mínimo,levemente insano. Esse ato é uma das razões primá-rias para a crença quase universal de que loucura, ge-nialidade e magia estejam intimamente relacionadas.Mesmo que imponderavelmente, religiões monoteís-tas como o Cristianismo medieval e o Islã reconhe-ceram, várias vezes, a existência de pessoas e de um

contingente de ascetas, ermitões, monges e sustasque se acreditou terem sido Oradores Independentes.Embora estes xamãs excêntricos ossem, inúmerasvezes, observados com desconança ou desdém, suaexistência teve uma aceitável colaboração no mundoe a muitos oram permitidos transmitir mensagens da-das por seus aliados Umbrais – enquanto estas mensa-gens ossem expostas de uma maneira que não ossemtão heréticas. Enquanto alguns Independentes orammortos ou aprisionados por suas crenças, outros obti-veram sucesso em reunir um considerável número deseguidores.

A ascensão da Tecnocracia oi um grande golpepara os Oradores Independentes. Os primeiros Tec-nocratas desaaram os conceitos existentes de loucu-ra e transormaram-nos de uma divina maldição oubenção, para ineliz doença que deveria ser curada outratada. Tal como a civilização ocidental se expandiupelo mundo, os Oradores Independentes começarama perder os lugares que lhes eram caros. Ao invés,muitos locais se echaram, enquanto outros oramsimplesmente ignorados. Os asilos do século XIX e do

Independentes

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 39

começo do século XX oram preenchidos com Oradores Indepen-dentes e com muitos outros que deveriam ter Despertado. Elesnão eram prisioneiros, mas oram submetidos a vários horrorese tratamentos dolorosos. Nessa mesma época, alguns Indepen-dentes se juntaram a vários movimentos que lutavam pelarevolução dos trabalhadores, liberdade para os povos coloni-zados e causas igualmente radicais e incomodativas. Outros

se tornaram artistas e escritores que tentaram estender suasmensagens dadas pelos espíritos com sua arte.Conorme o século XX prosperou, o tratamento

dos insanos tornou-se mais humano, e muitos insanosnão perigosos oram liberados dos asilos. Finalmen-te, novas erramentas, como a Internet, permitiram aosxamãs Independentes encontrarem-se e se organizarem.

 No entanto, o maior impulso para seu poder e prestígiodeu-se no início da Tempestade de Avatar. Como outrasTradições perderam muitos dos seus melhores proessores,o número de Independentes continuou a crescer. O stressespiritual da Tempestade de Avatar aumentou a possibilidade

do Despertar espontâneo de um Orador dos Sonhos, por contade poderosos Umbróides que Despertavam mortais para ajudá-los a compreender e superar a vasta conusão Umbral. Hoje, osOradores Independentes ormam a acção mais crescente dosOradores dos Sonhos e uma das que crescem mais rapidamen-te em todas as nove Tradições.

Treinamento: Todos os Oradores Independentes Des-pertam sem ajuda de outros magos. Poderosos espíritos quequerem auxílio mortal em problemas especícos algumas vezes“ajudam” os Independentes a Despertarem. Outros Desper-tam espontaneamente por causa de algum trauma emocionalou espiritual. Loucura, doenças sérias, exposição a eventos

sobrenaturais e choques emocionais severos podem to-dos produzir um Despertar natural.Independentes que Despertem por seus totens

são muitas vezes treinados de maneira similar à ex-perimentada por outros Oradores. Seus proessoresainda podem carecer de um corpo ísico, mas podemassim mesmo ajudar e guiá-los em suas jornadas. Nosdias modernos, de alguma orma, muitos que são contata-dos por espíritos poderosos tomam as mensagens iniciaiscomo sinais de insanidade ou simplesmente tentativas deuga, pois o contato eito não tem senso racional. Desdeque o Umbróide possa ser excessivamente determina-do, este tipo de uga reqüentemente resultará numpotencial Orador começando, literalmente, a serassombrado por seu totem até ele estar disposto areconhecer que todos os sonhos estranhos, vozessem corpo e coincidências bizarras podem não teroutra explicação, que o ato de haver alguma enti-dade poderosa não corpórea interessado nela.

Oradores Independentes que são treinados por seus to-tens correm o dobro de riscos de não entender os ensinamentos complexos e eso-téricos de seu mentor e de terem um mentor que deliberadamente viola indivíduose eventos em seu ensinamento para infuenciar o estudante. Enquanto a reali-

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Oradores dos Sonhos 40

dade or admitidamente rara, haverá muitas lendas ehistórias de Independentes que zeram perormancesextremas e, algumas vezes, atos horríveis porque elesestavam seguros de azer aquilo que os espíritos lhesconaram. Mentes racas e indivíduos isolados, espe-cialmente aqueles de mente instável, dão excelentespeões para poderosos espíritos.

Embora os Oradores dos Sonhos normalmentequem elizes em encontrar novos membros em suaTradição, muitos deles são hesitantes, de alguma or-ma, a respeito dos Independentes treinados por espí-ritos até que o indivíduo prove que ele não é umaerramenta violenta e perigosa de um Umbróide ines-crupuloso. Alguns dos membros mais paranóicos deoutras Tradições temem que muitos Independentessejam Neandi secretamente treinados por Malea-nos.

Independentes que Despertam espontanea-mente quase nunca se tornam peões, mas seu cami-

nho isolado inclui seus próprios e particulares proble-mas e terrores. Estes Despertares sempre envolve umaexistência individual submetida a um extremo stressexterno ou interno – tais Despertares iniciais muitasvezes são um pouco traumáticos. Alguns Despertamquando eles estão à beira da morte e usam sua recém-descoberta magia para salvar suas vidas, outros gol-peiam por vingança ou autodeesa como sua primeiraação mágica, e alguns vêem na sua mágica, de umaorma ou de outra, uma longa e tortuosa jornada àloucura.

Membros de muitas Tradições assumem que

estes insanos Oradores que Despertam espontanea-mente irão tornar-se Desauridos em pouco tempo. Demuitas maneiras, no entanto, tais magos são os maisestáveis dos Oradores Independentes. Muitas vezes, ochoque do Despertar cura a loucura individual, dei-xando suas mentes totalmente sãs e mais ortes queantes. Quando uma cura não surte eeito, a loucurapode se tornar parte integrante de sua mágica, masnunca é progressiva. De maneira desconhecida, oDespertar aumenta a orça das mentes destes magose permite a eles evitarem a degeneração progressivaque acompanham muitas ormas de insanidade semtratamento.

Dierentemente dos Órãos, todos os Indepen-dentes voltam-se para os Oradores ao nal, seja porterem sido encorajados por seus mentores espirituaisou porque encontraram outros membros da Tradição.Daí, a instrução dos Independentes nas sutilezas dasociedade dos Oradores dos Sonhos começa. É possí-vel para um mago Desperto por um espírito ser levadoà outra Tradição, mas isso é raro – a maioria dos ma-gos de outras Tradições desejaria passar tal individuopara os Oradores dos Sonhos de qualquer maneira.

Caminho Espiritual: Visto que cada experi-ência do Independente é única e que nenhum ensinoou transmissão de conhecimento ocorre até que eletenha nalmente Despertado, detalhes do CaminhoEspiritual dos Independentes podem variar desorde-nadamente. No entanto, há várias coisas em comum.

Tornar-se um xamã é visto como um inevitável

chamado espiritual. Muitos Independentes lutam pormeses ou mesmo anos negando seu Despertar. Fazerisso, no entanto, pode trazer a úria de espíritos urio-sos e descontroladas explosões de mágicas arriscadas.

Enquanto muitos aproveitam bem suas habili-dades recém-adquiridas para azer magia, a maior par-te dos Independentes as vê mais como uma respon-sabilidade do que como um dom. Enquanto algunsIndependentes têm mentores espirituais que provi-denciam várias metas práticas e espirituais, muitosIndependentes procuram alguma razão pela qual elesDespertaram. Por causa disso, os Independentes mui-

tas vezes encontram satisação devotando suas vidasem algum projeto a longo prazo, como proteger umadada comunidade de perigos mágicos, preservar umaconstrução, vizinhança, ou pedaço de foresta espi-ritual importante, ou eliminar algum perigo umbralmortal. Muitos outros Oradores consideram os Inde-pendentes muito obsessivos e bitolados.

Estilo de magia: Enquanto houver quase tan-tos meios de se azer magias como há Independentes,várias destas técnicas terão muito em comum. A su-tileza e atenção aos detalhes encontrados em muitasacções ormalmente xamânicas não são encontradas

em magos que Despertaram sem qualquer tipo de trei-no. Ao invés, muitas das técnicas de magias dos In-dependentes são ao mesmo tempo poderosas e dramá-ticas. Dor aguda, música ruidosa, choques elétricos,luzes brilhantes ou mudanças siológicas proundasproduzidas por drogas poderosas, danças rápidas oudemasiadamente lentas são todas práticas de magiacomuns. Estes tipos de ocos orçosamente trazem oIndependente para ora de sua existência mundana emandam-no para as realidades da magia e do poderespiritual. Em geral, os únicos Independentes que nãorequerem ocos tão excessivos são aqueles que são su-cientemente insanos e os que não terão longa vidana realidade mundana.

Organização: A maioria dos de ora diz que osOradores Independentes são uma multidão desorgani-zada. Embora esta caracterização seja reqüentementeverdadeira, as comunicações modernas transorma-ram esta acção. Hoje há várias listas na internet, sa-las de bate-papo e óruns eletrônicos similares onde osrecém Despertos Independentes podem se encontrar.Independentes menos inclinados a tecnologia podemtambém encontrar seus colegas através de anúncios

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 41

criptograados atrás de várias New Age e publicaçõessecretas.

Por conta disso, os Independentes são ago-ra mais organizados e unicados que antes. Desdeque aliação esteja calcada no Despertar sem ajudamortal, há uma pequena possibilidade de que os In-dependentes evoluam para uma acção normal. Po-

rém, muitos Independentes têm orgulho do ato deserem os herdeiros da mais antiga orma de magia.Alguns consideram que os Oradores Independentessão superiores a todos os outros magos, porque elesnão precisaram de ajuda mundana para Despertar. Aúnica qualicação para tornar-se membro como umIndependente é Despertar sem ajuda ou treino de ou-tro mago. Por isso, os Independentes estão aceitandotanto xamãs tradicionais como tecnoxamãs e, eles sãoo único grupo de Oradores dos Sonhos onde os doistipos trabalham regularmente sem atritos.

Xamã Independente (1-2 pontos de De-eito): Xamãs que Despertam sem um proessormortal geralmente possuem pouca inormaçãosobre outros magos ou realizações práticas sobrecomo usar mágica no Mundo das Trevas. Por isso,começar como um Independente que Despertousem proessor ou com relativa ajuda alienígena de

um espírito prestativo é um Deeito de 1 ponto.Ser Desperto por um espírito que mente ao Ora-dor dos Sonhos e tenta usá-lo como um peão emsuas guerras é um Deeito de 2 pontos, desde queseu mago tenha uma imagem distorcida da magiae do Mundo das Trevas. (Este Deeito é uma ver-são modicada do Deeito: Treinado por Espíritona página 106 de The Spirit Ways).

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Oradores dos Sonhos 42

Nomes: Rodistas, Artistas de Rua, Boêmios,Ladrões.

História:  Na Idade da Pedra, os primeiros xa-

mãs presidiram a humanidade antes da origem dascidades, da agricultura ou mágica de engrenagens emáquinas. Então, a era da agricultura e do metal co-meçou e a maior parte da humanidade desviou-se dosantigos caminhos, comprimindo a si mesmos em pe-quenas cidades orticadas e cultivando a Terra paraseu sustento. A maior parte dos xamãs recuou paraas margens da civilização e dos desertos habitadossomente por nômades e tribos remotas. Alguns pou-cos Oradores, no entanto, viajaram a estes impériose aprenderam os caminhos dos espíritos que viviamna cidades e azendas. A maioria dos xamãs era de

indivíduos solitários que viviam aparte daqueles que ocircundavam. Alguns poucos encontraram Adorme-cidos que buscavam respostas para perguntas que seussacerdotes não podiam prover. Iniciando cultos secre-tos, e pequenas seitas similares, os primeiros membrosda Sociedade da Roda Fantasma penetravam o cora-ção maravilhoso e movimentado dos centros urbanosem que eles viviam.

Estes xamãs aprenderam a evocar os totens ur-banos e trabalhar com os espíritos que habitavam obronze, o erro, o trigo e os cereais. Com o tempo,eles se especializaram em barganhar com os espíritos,especialmente espíritos associados à humanidade esuas criações. Uma vez que melhoraram seu poder debarganha com os espíritos, os membros da Sociedadeda Roda Fantasma também se tornaram mais adeptosa barganhar e enganar Adormecidos. No tempo doImpério Helênico e da Dinastia Tang, estes xamãs ti-nham se espalhado pelo Velho Mundo como pessoasque prevêem o uturo, artistas de rua, proetas, líderesde cultos, músicos, atores e membros de outras pros-sões de má reputação.

Muitos eram rebeldes, boêmios, humoristas eexcêntricos que se associavam a novos movimentossociais, religiões e tendências culturais. Outros eramcomerciantes ambulantes que ajudavam a espalharsua civilização usando laços mágicos e alianças queeles orjaram com vários espíritos. Em ambos os casos,seus poderes xamânicos implicavam-lhes sempre umavida um pouco à margem de sua cultura e raramen-te obtinham posições de poder direto e infuência.Amenamente, exerciam grande poder, no entanto,como conselheiros, amantes, cortesãos ou ariscan-do parcerias nas terras de seus governantes. Mais doque qualquer outra acção dos Oradores dos Sonhos,

 Sociedade da Roda Fantasma a posição da Sociedade da Roda Fantasma mudoucompletamente com o advento e triuno da Ordemda Razão. Antigamente os membros da Roda Fantas-

ma trabalhavam com totens urbanos, antasmas ha-bitantes da cidade e espíritos similares da civilização.Repentinamente, a Era da Razão gerou uma hoste deespíritos associados à tecnologia. Estes Umbróidesmecânicos e antasmas nas máquinas da Maçonariase tornaram um novo e poderoso recurso de poder einfuência para os artíces da vontade da Sociedadeda Roda Fantasma.

Os membros da Roda não criaram novas tec-nologias ou construíram itens maravilhosos. Ao in-vés disso, eles usavam os itens existentes de maneirasnovas e incomuns. Como a Era da Razão se espalhou

pelo globo, eles ordenadamente se adequaram em vá-rias restas da sociedade pré-moderna, tornando-se la-drões, artistas, atores, músicos e membros de vanguar-da. Quando a Tecnocracia começou a tomar medidasenérgicas sob Realidades Depravadas, os membros daRoda aprenderam a esconder-se na margem da socie-dade, usando a excentricidade de várias sub-culturasboêmias como um disarce para suas mágicas. Umavez que novas tecnologias se desenvolveram, os mem-bros da Companhia rapidamente descobriram comoevocar e trabalhar como seus espíritos associados. Empouco tempo, eles usavam elementais da eletricidadepara ajudá-los a orjar alsas mensagens de telégraos eespíritos da entropia e da sorte os ajudavam a vencerno vídeo pôquer.

O desenvolvimento de computadores e da in-ternet deu aos membros da Companhia acesso a mui-tos novos espíritos. Enquanto os Artíces Espirituaisaziam computadores mágicos à mão e os Adeptos daVirtualidade escreviam programas e desenvolviamnovas tecnologias de computadores e criptograa dealgoritmos, os menos éticos membros da Roda usavamAranhas-Padrão e espíritos similares para obter secre-tamente senhas e cometer novas ormas de raude.Embora nem todos os membros da Roda trabalhassem

do lado errado da lei, a maior parte são, tradicional-mente, membros de prossões de má reputação e sãovigiados cuidadosamente pela lei e pela Tecnocracia.

A vinda da Tempestade de Avatares colocoueste grupo à prova. Esta catástroe matou e exilou vá-rios líderes da acção. Além disso, os rápidos passeiospela Umbra que muitos membros da Roda Fantasmausavam para escapar do perigo estão agora repletos deriscos. Assim, mais espíritos estão vivendo agora nomundo ísico. Muitos espíritos desalojados estão in-

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 43

teressados em azer acordos com artíces da vontadehábeis. O caos resultante da Tempestade de Avata-res oi também parte da razão porque a Tecnocraciaparou um pouco com o Pogrom e virou sua atençãopara outros assuntos. Assim como eles sempre zeramquando as mudanças chegavam, os membros da RodaFantasma estão agora se adaptando e reagrupando-se.

Treinamento: Membros da Sociedade da RodaFantasma normalmente procuram indivíduos percep-tivos que pareçam ter o potencial para Despertar. Emvez de qualquer orma de aprendizado, o estudante seacha com um velho artista de rua, músico, humoristaou criminoso que pegou algum inte-resse nele. O verdadeiro treina-mento geralmente consiste emuma mistura de conversasprolongadas, muitas vezesébrias ou exaltadas, com-binadas com uma série de

desaos e truques. Esse"ensinamento" pode atémesmo incluir truquese trapaças eitas peloOrador dos Sonhosem seus alunos. Emmais de uma ocasião,estudantes da RodaFantasma Desper-taram em respostaao desejo de con-seguir se vingarde seu proessor.

A l g u n sRodistas Fan-tasma preeremmenos estilosvoláteis de ins-trução e sim-p l e s m e n t etomar uma p r e n d i zem sua ban-da, palcode magia ou

jogo de rua emisturar instruçãoprática em sua pros-são com somas crescentes deinstrução delicada no pensa-mento mágico. Um nume-ro de novos Despertos daRoda Fantasma encontrarame trabalharam com espíritos emvárias ocasiões antes de eles percebe-

rem que estes seres são qualquer outra coisa além hu-manos muito excêntricos.

Caminho Espiritual: Hoje, a maior parte dosmembros da Roda Fantasma cercam-se com espíritosassociados as suas vidas, espíritos da eletricidade, in-ormação, metal e plástico. Enquanto muitos Oradoresdos Sonhos aderem aos meios tradicionais, os Rodistas

não vem dierença prática entre espíritos dos trovão erelâmpago e o Umbróide que habita uma rede elétricade uma cidade moderna. Eles não se preocupam sobreo ato de um espírito ser “natural” ou não e ao invés depreocuparem-se como os espíritos interagem com suasvidas, sim com o que podem azem por eles. Como re-sultado, enquanto eles raramente são inovadores tec-

nológicos, Rodistas são os principais usuários datecnologia. Teleones celulares, PDAs, cartões decrédito, e (quando eles podem comprá-los) carrospomposos são todos regularmente usados nas má-gicas da Roda Fantasma. Eles são experts no uso

de seus aliados espirituais para ajudá-los a azermaravilhas e possuem talentos úteis comessas máquinas.

Além de ser prounda-mente pragmáticos sobre os

espíritos que escolhem paranegociar, Rodistas geral-

mente preerem nego-ciar com espíritos que

eles tenham contato.A maior parte irá

somente se consi-

derar obrigandoou orçandocontrolandoespíritos alta-mente des-trutivos ep e r i g o s o s– todos os

outros espí-ritos oerecem

várias barganhas.A vasta maioria

dos Rodistas reco-

nhece que é maiseetivo e muitas

vezes simplesmentemais divertido, para

um mago barganharcom um espírito do que

tentar a orça compeli-lo e prendê-lo. Desde que

a Tempestade de Avataresevita que a maioria dos ma-

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Oradores dos Sonhos 44

gos simplesmente viagem pela Umbra para capturarespírtos úteis, eles enatizam na barganha usada pelosRodistas para ganhar poder e infuência. Alguns Ro-distas abrem o jogo e são honestos em suas barganhas,outros são mestres do logro que obtém serviços de umpoderoso espírito e providenciam pouco em troca. Éclaro, como as vítimas de muitos artistas de rua ha-

bilidosos, os espíritos raramente percebem que elesoram enganados e estão ávidos para trabalhar com oRodista de novo.

Estilo de magia: Uma boa parte da magia dosRodistas consiste em azer elaborados acordos com osespíritos. Hoje, os Rodistas são especialmente conhe-cidos pelos Fetiches e Amuletos que eles criam. Agin-do como intermediários, alguns Rodistas criarão Feti-ches para qualquer mago simplesmente trabalhandopor um negócio entre o mago e o espírito, criandoum objeto potente para o espírito habitar, e então co-letando uma taxa tanto do mago quanto do espírito.

Desde que eles podem convencer a maior parte dos es-píritos para irem adiante com seus negócios, Feticheseitos pelos Rodistas são considerados especialmentevaliosos. Estes Fetiches são normalmente um poucocaros, desde que muitos espíritos demandam amplosserviços em troca de sua cooperação.

Em adição a Esera Espírito, Rodistas geral-mente estudam magias de Entropia, Forças ou Cor-respondência, ocupando sua maestria sobre espíritosmenores associados com a vida urbana e a tecnologiamoderna para serem capazes de manipular disposi-tivos ao seu redor com grande perícia. Rodistas são

experts em azer acordos menores com espíritos, oe-recendo serviços menores em troca de numerosas or-mas de menor mas útil auxílio. A maioria das rotinasdos Rodistas consiste em azer uma pequena oerendaa algum tipo de elemental menor em troca de ganhara ajuda do elemental em alguma tarea.

As mais diíceis e potentes magias geralmen-te envolvem na verdade barganhar com um espíritopoderoso o suciente para ter uma identidade indivi-dual e isto pertence a um grupo de peculiares desejose vontades. Enquanto muitas dessas barganhas sãoeitas de uma só vez, os Rodistas muitas vezes tentamacertar acordos de ajuda mútua – e até planos de pa-gamento regulares – com espíritos desejados. A maio-ria das rotinas atuais dos Rodistas consiste em um dos

dois azer a oerta apropriada para azer um especícotipo de elemental menor em troca de obter um eei-to desejado, ou barganhas duráveis entre o Rodista eum único espírito, onde o espírito providenciará umespecíco serviço em troca de uma recompensa pre-viamente especicada.

Organização: Vivendo nas margens da socie-

dade, os Rodistas são uma acção particularmentedesorganizada. Em muitos casos, suas conexões e-chadas são com os espíritos com o qual eles se aliam.A maioria dos Rodistas trabalha com algum totemrelacionado ao urbano ou à tecnologia. Rodistas quedividem o mesmo totem normalmente mantém-se emcontato uns com os outros e se tornam aliados. Essasassociações por totem uncionam como a única realorça organizadora com esta acção. Membros da des-tas associações por totem são algumas vezes amigos enormalmente ajudam outros membros que precisem,trabalhando junto em projetos mútuos e geralmente

olhando um pelo outro.Alguns Rodistas se negam a sacricar sua au-tonomia por um totem. A maioria destes artíces davontade tem um ou mais Aliados Espirituais (veja apágina 61). Uns poucos são trapaceiros endurecidosque não tem amigos nem aliados, e tomam vantagemde qualquer um que der a menor oportunidade paraisso.

A despeito da ausência de completa organiza-ção nos Rodistas, eles reconhecem que tem uma he-rança em comum. A maioria mantém livre contatocom outros membros. Enquanto há raramente mais

que um Rodista por cidade, quase cada área urbanalarga tem algum bar, clube ou caé que os Rodistasreqüentam. Estas localizações são geralmente assom-bradas por um espírito com o qual visitando Rodistapode trocar oocas e novidades. O espírito ouve so-bre os negociantes dos Rodistas e troca por novida-des que já tenha. Estes espíritos são reqüentementeantasmas de Rodistas mortos, azendo dos Rodistas aúnica maior acção dos Oradores dos Sonhos que re-gularmente associa-se com antasmas de ex-membros.Para mais ormais ou mais urgentes mensagens, umadierente rede é usada. Cada Rodista sabe o nome e alocalização de outros Rodistas, assim essas mensagenspodem rapidamente serem passadas por todas as vá-rias centenas de membros da convenção.

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 45

Nomes: Guardiões, Registradores, Tradiciona-listas

História: Como muitos dos outros aspectos da

história dos Oradores dos Sonhos, determinar umaorigem atual para os Guardiães do Fogo Sagrado nãoé ácil. Um mestre de magia espiritual começa a azeralgo. Então, de maneira independente, outros azem omesmo, e ainda outros começam a azê-lo porque elesviram isto em algum lugar e quiseram azê-lo. Às vezesa atividade compartilhada adquire um nome e algumaorganização, às vezes não. A história do rótulo não éa história inteira.

A idéia central dos Guardiões - de que xamãsde outros povos derrotados e assimilados por culturasdierentes conseguem preservar algumas de suas tra-

dições enquanto lamentam a perda de sua cultura - étão antiga quanto os encontros entre essas culturas.Alguns espíritos que costumam alar com os xamãsGuardiões sugerem que esta prática é mais antiga doque o Homo Sapiens, embora seja diícil estimar qualtipo de magia os Neandertais e outros humanóidesprimitivos praticavam antes de serem assimilados naespécie atual. Tais práticas, no entanto, eram comunsentre os xamãs do início da Idade da Pedra.

O primeiro esorço organizado para a conser-vação das tradições surgiu no primeiro século depoisde Cristo com magos espirituais do Império Romano.De 50 d.C. até a erupção do Monte Vesúvio em 79d.C., oráculos em Pompéia e Herculano trouxeramrepetidas advertências de que chegaria um momentoem que o destino do mundo esperaria “pela sabedoriadesses que caíram”. Comerciante de Pompéia e dra-maturgo amador, Flavius Longinius didaticus, um pra-ticante dos ritos espirituais nos limites da magia line-ar, dedicou muito de sua ortuna amiliar para enviarvidentes para ajudar os xamãs dos povos nas perieriasdo crescente império. Além de pagar pelos subornosnecessários para impedir que guarnições da perieriamolestassem excessivamente os anciões tribais, o di-nheiro de Longinus pagou a cidadania de xamãs par-

ticularmente importantes e um arquivo de narrativastranscritas de seu patrimônio.

O arquivo pereceu junto com Flavius quando oVesúvio explodiu. Flavius se tornou um espírito guar-dião da operação, guiando os associados ainda vivos atesouros enterrados e às vezes passando preciosas in-ormações secretas. Porém, mesmo com seus melhoresesorços pós-morte, o projeto não durou muito, aca-bando gradualmente no século II. O espírito de Fla-vius perdeu contato com o mundo ao redor, deixando

para trás um amontoado de proecias obscuras. Elassó sobrevivem em uma única cópia medieval que amaioria dos estudantes entende como um esorço doséculo XIV para produzir uma imitação de Nostrada-mus.

Outros esorços, igualmente de curta duração,se seguiram durante os séculos. As coisas começarama mudar no início do século XVI, quando o mongeranciscano e guia espiritual Roberto de Aragão uniuesorços com seus irmãos para escrever crônicas dasvidas das tribos que eles esperaram converter ao Cris-tianismo. Ao contrário da imagem habitual de anáti-cos cristãos inclinados a destruir todo o rastro da cul-tura nativa, muitos monges de várias ordens sentiamque a é cristã transcendia qualquer modo de vida.A Salvação não exigia que os povos das Américas setornassem como os europeus modernos, tanto maisque os europeus tivessem que viver como os judeus doprimeiro século para serem éis partidários do evan-gelho. Havia cruzadas genocidas aos montes, mas elesnão mantiveram as coisas todas a seu próprio modo.

Irmão Roberto sempre considerou os espíritoscom os quais ele alava como anjos, os guardiões daordem mundial. Quando ele entendeu que os padresde algumas tribos alavam com o que eram claramenteos mesmos espíritos, ele tomou isto como prova de quemereciam viver. Ele coordenou a troca de inormaçãoentre os seus condiscípulos e escriturários, enquanto

se ocupava de uma campanha de preservação de doislados. Eles zeram todo esorço para xar um registroel de convicções e práticas, enquanto não alavammal nem endiabravam, e conseguiram publicar esteregistro na Europa de orma que as pessoas pudessementender os jogos espirituais. Simultaneamente, elesse ocuparam da alsicação deliberada do censo, da-dos geográcos e outros para criar portos longe dosolhos de conquistadores.

Apesar de tudo, os esorços de Roberto alha-ram. A pressão de conquistadores gananciosos le-vou-os ao genocídio que ele havia almejado evitar, e

incontáveis milhares ou milhões de nativos america-nos pereceram de doença, ome, violências e outrascausas. Mas o trabalho dele não oi completamenteum desperdício. A sua rede de contatos permaneceudepois de sua morte em 1560, e realmente até que elemorresse, ela tinha se alongado para incluir os Jesuí-tas e outros observadores na Ásia, como também nasAméricas. Nos anos 70, um dos correspondentes deRoberto encontrou as proecias de Flavius (uma dascópias que se perderam) e reconheceu o espírito co-

 Guardiões do Fogo Sagrado

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Oradores dos Sonhos 46

mum dos trabalhos. Este monge anônimo transcreveu o trabalho "os Guardiães do Fogo Sagrado", um rótuloque permanece em uso, e até mesmo aparece na edição de livro de ensino atual de A Identidade do Anjo Entreos Americanos e a Presença de Verdadeiros Espíritos e Nenhum Falso Deus, Enumerados e Identicados ComReerência aos Pais Santos de Roberto.

Pelas próximas duas gerações, a raternidade inormal de preservadores culturais se tornou crescenteentre os não-cristãos disarçados. O espírito secularizante da Renascença aetou magos europeus do espírito,juntamente com seus vizinhos, e claro que a maioria dos magos não-europeus que somaram esorços veio de

tradições que nunca oram cristãs. As ortunas do grupo enceraram e diminuíram com o tempo - uma série dei n t e n - sas rixas pessoais quase os destruiu completamente em1870 - mas conseguiram suportar. Nos últimos vinte

anos, de ato, eles desrutaram um renascimentosubstancial de si mesmos, mergulhando numrenovado interesse em lingüística e preserva-ção cultural de varias partes do mundo.

Filosoa: Guardiões discutem apaixo-nadamente e constantemente sobre os méritosde duas idéias relacionadas. O próprio IrmãoRoberto acreditou que havia mérito intrínsecoem toda cultura, uma vez que toda cultura tinha

sido inicialmente estabelecida por Deus, ela en-tão teria que ter um lugar no esquema celestial,mesmo que ela tenha sido desconsiderada.Esta visão prevalece entre xamãs cujas tra-dições ensinam uma continuidade direta dasorças criativas primitivas. Outros Guardiões

mostram que todas as culturas evoluem com opassar do tempo, e que quaisquer valores pri-

mitivos as possam ter havido, elas sempre os te-rão. Esta abordagem diz que pode haver méritoem qualquer cultura e que preservação culturalé um tipo de planejamento prudente para o u-

turo, muito parecido com estocar comida paratempos diíceis. Mas eles não consideram todasas culturas igualmente valiosas, e eles sentem-sebastante conortáveis azer para julgamentos de

valor, quando azem.Estilo: A magia de um guardião é, por de-

nição, proundamente ormal. Iniciados gastammuitos anos aprendendo suas artes de mestres,dominando um tremendo corpo de conheci-mento sobre os espíritos e os papéis deles.Quase todos os eeitos de Guardiões contamcom pergaminhos estendidos, e podem alcan-çar grande poder. Procuras sempre envolvemviagens ao redor da Umbra, e qualquer eeitoque não seja primariamente um exercício de

espírito requer preparação Umbral.Iniciação: Em quaisquer culturas à beira

da extinção, a iniciação é uma ques-tão de legado tribal. O velho mes-tre xamã procura por um discípu-lo, e alguém entre a juventude dacomunidade começa a demonstrar

o próprio talento. (Irmão Roberto

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 47

especulava que o próprio xamã se induz a este Desper-tar sem percebê-lo; isso é algo que outros Guardiõesdiscutem.) O acesso à tradição mágica é quase sempreseparado com base no sexo, e, reqüentemente, basea-do em classe ou casta, além de características pessoais- a cor errada de olhos desqualica alguns xamãs, porexemplo. Quando um xamã estiver morrendo sem um

herdeiro satisatório em sua própria tribo, os Guardi-ões, em conjunto, montam procuras mágicas para umsucessor satisatório no mundo, e trazem o estudantede alma adequada junto ao mestre. Às vezes isto un-ciona, às vezes não.

Organização: Os Guardiões não mantêm ne-nhuma hierarquia ormal. Na prática, os xamãs deuma região tendem saber quem entre os seus graus

está azendo bem ou mal e oerecem seu respeitoa cada um que eles acham que merece. Guardiõesnão amiliarizados com os demais negociam Statustemporário baseado no conhecimento de relaçõesmútuas e açanhas no mundo espiritual, é por issoque encontros de Guardiões começam com narra-ções extensas (e esorços igualmente entusiásticos

para cutucar buracos em reivindicações duvidosas).Os iniciados por mestres conhecidos normalmenterecebem o beneício da dúvida como presumíveisherdeiros merecedores, mas às vezes eles terão quetomar uma atitude ou cair por seus próprios méritos.Da mesma orma, iniciados mais prósperos de mes-tres de menor sucesso podem, eventualmente, con-seguir se distinguir de seus legados inelizes. Toda ahonra é pessoal entre os Guardiões.

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Oradores dos Sonhos 48

Nomes: Lanças Vermelhas, Vingadores doMundo, Guerreiros Espirituais

História: Os Oradores dos Sonhos não são

muito uma Tradição, no sentido de ser um grupo uni-cado, organizado. Como uma Tradição de Oradoresnesse sentido em geral há, porém, a Sociedade deLança Vermelha.

O xamã Sêneca Falcão Andarilho seguiu umavisão de convocação que produziu o Conselho dasTradições. Ele viajou muito, através de meios munda-nos e sobrenaturais, atraído pelos seus guias espirituaisa mestres da mesma categoria de comunicação espiri-tual e guerra. Alguns rejeitaram a sua mensagem deunidade em ace de inimigos comuns. Outros aceita-ram com reservas. Alguns adotaram a nova causa avi-damente, enquanto viam pelos olhos dele um mundounicado em baixo de todas as máscaras de indivíduoe variedade cultural. Estes discípulos de Falcão Anda-rilho chamaram a si mesmos de Fraternidade da Face

 Não Vista, os lugares de seus encontros destacavam-se pelo aumento constante do agrupamento de todosos totens e símbolos observados por eles em várias so-ciedades. Eles sonharam com encontro do grupo de-nitivo das máscaras do mundo, criando um dicionárioxamânico no qual cada praticante dos domínios doespírito poderia ler as mesmas verdades subjacentesassim.

A pressão das circunstâncias não permitiu umacontemplação de calma innita, é claro. Havia umaguerra por aí, e nem todo xamã individualmente sen-tia-se parte de qualquer causa principal, havia aquelesque queriam governar e aqueles que queriam ser ani-quiladores movendo-se pelo mundo, ambos conven-cidos de que a entidade coletiva proclamou que "osOradores dos Sonhos" precisavam disto. Muitos mes-tres do espírito respondiam retirando-se para longe dequalquer identidade coletiva, na privacidade de seupróprio povo. Os membros da Fraternidade da Face

 Não Vista avançaram voluntariamente para superaros desaos de conduzir o grupo do qual eles se sentiam

parte, e pareciam avançar duas vezes mais rapidamen-te visto que cada um de seus passos adiante se somoua passadas anteriores.

A Fraternidade não poderia alcançar nenhumconsenso sobre como melhor responder às váriasameaças que estavam diante de seus membros. Cal-mamente, estudantes inclinados ao mundo espiritualvagaram em estudos individuais e em alianças comoutras acções dentro da comunidade de xamãs. Fre-qüentemente, agitados mestres do espírito puseram de

lado os símbolos de paz e tranqüilidade para se ocali-zarem nas erramentas de guerra. Se outros insistissemem guerrear contra esses que estavam entre os espíri-tos e o mundo visível, bem, eles teriam guerra.

Esses mestres bélicos se tornaram a Sociedadeda Lança Vermelha e adotaram seu nome atual. Aiconograa de lanças sangrentas também oi adota-da no século XV, unicando vários confitos menoresem uma única causa. Os Lanças Vermelhas agiam emnome da Tradição dos Oradores, e desde que eles esti-veram dispostos a se encontrar com outros magos, elesinfuenciaram as percepções de estranhos da Tradiçãocomo um todo.

 Filosoa: Michael Townsland, atual Avô Lan-ça, descreve a Sociedade da Lança Vermelha paraseus estudantes “como Joseph Campbell, exceto sobreo que nós sabemos que estamos alando.” Os LançasVermelhas acreditam que há um recurso primordialsingular para cada elemento de guerra. Eles se devo-tam a traçar as conexões e aplicá-las, surpreendendoseus inimigos com sínteses de erramentas e estilo orado alcance de qualquer cultura.

Tudo é jogo limpo para as Lanças Vermelhas,inclusive a psicologia e as táticas de seus inimigos.Townsland novamente: "Nossos inimigos estão emrecusa volumosa, mas isso não os az estúpidos. Nóstomamos as suas idéias, então vamos alar aos espíri-tos que eles negam por sua alta de perspicácia.

Estilo: Os mestres da Lança Vermelha azemquestão de alar para seus estudantes que o armamen-to realmente não é o ponto principal da sociedade.Destruição dos inimigos é o ponto, e armas são apenaserramentas para esse m. O guerreiro da Lança Ver-melho ideal deve ser capaz de ir à batalha sem nadamais que a própria inteligência, vontade e aliadosespirituais para obter vantagem contra todos os ad-versários. Na prática isto não unciona tão bem con-tra os mais recentes biotecnológicos Tecnocratas econstrutos nano tecnológicos, nem contra demônios,renéticos metamoros anciões ou outros antagonistasque, às vezes, conrontam as Lanças Vermelhas. Per-manece o ideal, no entanto.

Lanças vermelhas se ocupam menos com ritu-ais estendidos que a maioria dos Oradores dos Sonhos.Eles investem muito esorço em preparar maravilhassatisatórias e talismãs oensivos e deensivos. Eles tam-bém tentam simplicar o complexo, trabalhos diíceissão separados em passos áceis e rápidos. A ênase daLança Vermelha no trabalho de equipe os permite irmais além do que normalmente uma maioria de sha-

 Sociedade da Lança Vermelha 

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 49

mãs isolados poderia.Se cinco guer-

reiros traba-lharem ems i m p l e srotinas ,cada uma

cronome-trada para u n c i o n a rsimultane-

amente,eles po-

d e mo b -

ter resultados poderosos por sinergia enquanto pre-servam liberdade de ir e vir em tempos de respostacurtos.

Iniciação: A maioria dos Lanças Vermelhas,

em geral, vem das leiras dos Oradores dos Sonhos.Os Lanças Vermelhas viajam muito, e cam de olhoem companheiros Xamãs que demonstrem interesseem levar a guerra por sobrevivência de volta para ocolo dos seus inimigos. Oradores de outras acçõesou os que se recusaram a se aliar, reqüentemente,queixam-se contra essa caça. Uns poucos Lanças Ver-melhas vêm da sociedade Adormecida, escolhidos pe-los guerreiros que notaram que alguém esta lutandocontra a hegemonia mágica sem mesmo Despertar.Os mentores Lanças Vermelhas guiam esses indivídu-

os ao Despertar e os ajudam a aplicar essa raiva emresultados mais eetivos.

Os Lanças Vermelhas, dierentemente damaioria das acções dos Oradores dos Sonhos, ex-cluem membros que se demonstrem temerosos, racosou qualquer coisa inadequada para a vida na guerra.Muito, muito ocasionalmente – talvez uma vez por sé-

culo – um ex-membro desgraçado conquista o direitode reconsideração, através de um ato de valor.Organização: Os Lanças Vermelhas têm três ní-

veis de hierarquia. Os Pais planejam e dirigem as ope-rações. Os Filhos lideram a luta eetiva. Os Primos, namaioria aprendizes e iniciantes, observam e provemsuporte. Todos os três termos se reerem mais à atitu-de de organização do que à idade, e não é incomumpara um jovem Pai liderar Filhos e Primos mais velhosque ele numa missão em particular. E sim, os mesmostítulos se aplicam para as mulheres assim como para

os homens. Isto ocasiona debates intermináveis,

mas muitos espíritos mentores têm sido cla-ros em declarar todos Lanças Vermelhascomo machos, por vários motivos mais

bem conhecidos pelos espíritos.Todos começam como Pri-

mos. É preciso tempo para do-minar os hábitos da mente que

contribuem para uma eetiva lutaLança Vermelha, e mais tempopara que os indivíduos descubram

suas próprias orças e raquezas mar-ciais. Há um pequeno estigma social

para aqueles que são bravos de cora-ção e prodígios em magia, mas quepossuem pouca habilidade paracombater. Alguém, anal, devemanter as linhas de comunicaçãoabertas, procurar por novos alia-dos, curar os doentes, prover asviúvas e os órãos dos guerreiros

caídos e azer todas as outras tareas para liberar osguerreiros para lutar. Os Lanças Vermelhas mantêmpelo menos uma casa segura numa cidade grande emcada continente, assim como residências temporáriasperto dos locais de batalhas vindouras; Primos man-têm estas e as guardam em segredo.

Promoções para os postos dos Filhos acontecemnos rituais anuais de solstício de inverno. A práticaLança Vermelha desenatiza os equinócios, períodosque todas as coisas são iguais, em avor dos solstíciose os momentos se extrema tensão. (“Quando estámais escuro, nós brilhamos mais,” o canto de invernotermina, enquanto o canto de verão começa, “Assimcomo o sol triuna, nós também triunaremos.”) No-vos Filhos iniciam uma segunda serie de treinamen-

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Oradores dos Sonhos 50

tos, emergindo das sombras do mundo para a luz dabatalha.

Grupos de Filhos ormam-se e se dispersam paraoperações em particular. Eles sempre são liderados porum Filho Mais Velho e incluem um Filho Mais Novoque deve permanecer ora da batalha para observar eanotar. As operações podem se entender a qualquer

lugar, e de dois indivíduos a (em casos raros) dúzias.Os Lanças Vermelhas proíbem operações solo, e ne-gam liação a guerreiros solitários como Xoca; elesirão cooperar com esses indivíduos, mas não os acei-tarão como iguais, e irão expulsar guerreiros por agirde orma independente. A guerra, de acordo com osLanças Vermelhas, é undamentalmente sobre o queuma pessoa quer ou precisa. É de responsabilidade dasociedade e de todos os xamãs não jogar a vida dealguém ora desnecessariamente.

Os Pais até podem ir para a batalha com os Fi-lhos, mas sua responsabilidade principal é preparar os

planos. A maioria dos Pais são Filhos veteranos su-cientemente eridos para se tornar um ardo em com-bate, alguns são simplesmente melhores trabalhandocom suas mentes do que com as mãos. Eles tendema levar uma vida mais sedentária, tendo tempo paraentender a vida de um determinado distrito, estadoou nação em larga escala. E pode levar muitos anos

para traçar as linhas de dependência, fuxo de recur-sos, concentração de ativos e outras coisas que bonsguerreiros devem saber antes da luta.

O Pai com o melhor índice de sucesso se tor-na o novo Avô, líder de toda a sociedade, quandoum morre ou renuncia. Avô Townland trouxe trintaanos de devastadores ataques de precisão contra asoperações tecnocráticas no Meio-oeste americano enas Rochosas para assegurar sua ascensão em 1996, esob sua liderança os Lanças Vermelhas gozaram de re-nomado sucesso. Números pequenos são o sucientequando o planejamento e execução são sábios.

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 51

Nomes: Fabricantes, Despertadores, Vendedo-res de Tralhas

História: A ligação entre artíces e xamanis-

mo é extremamente antiga. Os Artíces Espirituaisestão próximos a varias lendas, como as histórias doxamã Vainamoinen e seus companheiros artíces Il-marinen na Kalevala nlandesa, como prova que osxamãs e os artíces são reqüentemente aliados oumesmo ambos.

 Na maior parte dos tempos antigos, a arte dederreter minério para produzir metal e os segredosde orjar e transormar metal em jóias, erramentase armas era considerado um ato mágico. Os xamãsconversavam com os espíritos das rochas, coagiam ometal e os persuadiam a tomarem ormas úteis. Quan-

do os sacerdotes substituíram os xamãs e instituíram aadoração aos deuses, os artíces deixaram de ser reve-renciados, mas continuaram a praticar seus segredosmágicos. Muitos artíces viajaram, procurando me-lhores minérios ou novos mercados para seus artigos.Como resultado, artíces de todo o mundo dividiramseus conhecimentos e técnicas. Em alguns lugares osartíces ormaram guildas, sociedades secretas ou atemisteriosos cultos religiosos para salvaguardar seus co-nhecimentos.

Enquanto as culturas se transormaram a suavolta, a posição dos artíces raramente mudava. Suas

valiosas habilidades lhes renderam uma larga imunida-de aos horrores dos mais repressivos Estados. Enquan-to impérios se ergueram e caíram, eles continuarama praticar seu ocio e renar suas habilidades. Tudomudou quando os Maçônicos se juntaram à Ordem daRazão. Essa seita radical dos Artíces Espirituais des-cartou o que era considerado como tolas superstiçõesdo passado. Os Maçônicos não estavam mais interes-sados em criar manuaturas espiritualmente despertas.Ao invés, eles viam caminhos para azer melhorias ra-dicais em suas técnicas e começaram um rigoroso pro-cesso de investigação, no qual eles trabalharam paradeterminar e criar regras de manuaturas que tinham

pouca semelhança com as raízes Xamânicas.O trabalho inicial dos Maçônicos, por m, deu

origem à Interação X, a Revolução Industrial e a pro-dução em massa. Apesar de tudo isso, nos vilarejosisolados, em tribos remotas e mesmo no coração de ci-dades industriais, os Artíces Espirituais continuarama praticar suas artes antigas. Enquanto a tecnologiaavançava, muitos deles deixaram de trabalhar comoerreiros e joalheiros, e aprenderam novos negócios.Enquanto alguns Artíces Espirituais mantiveram

seus velhos caminhos, hoje outros têm aprendidoauto-mecânica, se tornaram escultores plásticos ouaté inventores de eletrônicos especializados eitos em

casa. A chegada das Tempestades de Avatar oi me-nos que um rompimento para os Artíces Espirituaisdo que para a maioria dos magos, pelo ato de poucosFabricantes passarem muito tempo na Umbra. Mes-mo assim, alguns dos mais velhos e mais habilidososdos xamãs-artíces oram mortos ou exilados por trásda Película. Como resultado dessas mudanças, os maisjovens e mais inovadores Artíces Espirituais são ago-ra livres para experimentar novas tecnologias. Hojeessa acção está mais ativa do que nunca. Recente-mente os líderes têm começado a azer alianças comos membros mais fexíveis dos Filhos do Éter e Adep-tos da Virtualidade.

Trilha Espiritual: Uma vez que seus métodos eoícios podem variar, a maioria dos Artíces Espiri-tuais é agora passionalmente devotada ao re-encan-tamento do mundo. Criando vários itens espiritual-mente despertos, eles esperam ajudar os Adormecidosa ver através do cinza da uniormização industrial queos circula e aprender a ver os vários espíritos com osquais eles dividem o mundo. A maioria dos ArtícesEspirituais também quer trazer espíritos benevolentesde volta da Película criando altares especiais nos quaiseles possam viver.

Em adição a esses objetivos a longo prazo, qua-se todos os Artíces Espirituais são proundamentedevotados em abricar nos itens únicos, reparar emelhorar objetos que as pessoas vão usar e guardarcomo tesouro. Os Artíces Espirituais tentam des-pertar qualquer item que eles criam ou consertam.Também, a maioria deles irá apenas criar itens paraindivíduos especícos. Ao invés de criar belas acasmanuaturadas, componentes de computadores ou au-tomóveis únicos, os Artíces arão itens designadospara o uso de uma pessoa especica. Como resultado,ir a um Artíce Espiritual para ter algo a ser eito pode

ser um processo lento.Primeiro um Artíce Espiritual deve ter certe-

za de que quem procura a orja é valoroso; depois oFabricante deve conhecer bem a pessoa para criar oitem que seja pereito para o cliente. Artíces Espiri-tuais não tentam simplesmente criar itens melhora-dos, como os herdeiros modernos dos Maçônicos. Aoinvés, eles querem criar itens que sejam aliados ísicose espirituais para seus donos. Os Artíces Espirituaisabricantes de armas alam de como suas armas lutam

Os Artífices Espirituais

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Oradores dos Sonhos 52

ao lado de seus donos.Os Artíces Espirituais nunca contam com produção em massa para

criar os itens que eles despertam. Ao invés, eles abricam todas as suas cria-ções orjando e moldando o metal, entalhando ossos e madeira ou socandovidro. Artíces Espirituais que trabalham com materiais mais modernos ma-nuaturam seus objetos de componentes básicos. A maioria dos Artíces Es-pirituais irá também despertar os itens que eles consertarem ou melhorarem

– o processo de reparo de um objeto de produção em massa, normalmenteenvolve uma substancial alteração com componentes manuaturados, e deli-cadamente modicados para que o objeto uncione melhor do que antes.

Enquanto a maioria das pessoas não sabe nada sobre itens eitosa mão, alguns Adormecidos em algumas ocupações especializadas os

valorizam. Embora eles normalmente não tenham idéia de que elesestão recebendo itens espiritualmente ativos de um poderoso ar-

tesão, esses Adormecidos variam de cozinheiros-chee grannos,habilidosos artistas marciais a assassinos, hackers e usuários dedrogas, todos têm aprendido que poucas pessoas selecionadaspodem criar e consertar itens nos que são muito melhores quequalquer coisa que pode ser comprada comercialmente. Os Ar-

tíces Espirituais que são empreiteiros e trabalhadores de cons-trução são muito procurados por pessoas que estão procurandopor prédios construídos com o apropriado Feng Shui ou o corre-to alinhamento espiritual.

Treinamento: Se tornar um Artíce Espiritual ge-ralmente envolve um prolongado aprendizado, no qual oestudante deve aprender a trabalhar, apreciar e amar seuoício escolhido. Mesmo que eles geralmente peguem ape-

nas aprendizes que pareçam estar à beira do Despertar, aprender a serum Artíce Espiritual não é um processo rápido. Alguns estudantes

são treinados por até uma década antes de seus mestres sentiremque eles estão prontos para aprender a verdadeira mágica do que

eles estão azendo. Os Artíces Espirituais acreditam que esse lon-go aprendizado permite ao estudante aprender o ocio totalmente,sem que sejam distraídos pelas maravilhas do trabalho da vontade.

Uma vez que o estudante tenha Despertado, o aprendizadocontinua. A maioria dos Artíces Espirituais não irá admitir queseu estudante esteja totalmente pronto para se tornar independen-te até que ele complete uma “obra-prima” que prove sua verdadei-ra habilidade com seu oício escolhido. Em retorno por todo essetrabalho, os Artíces Espirituais usualmente mantêm um contato

próximo com os seus antigos alunos. Eles estão reqüentementeinclinados a ajudar se o estudante se meter em algum proble-ma sério.

Estilo de Magia: Os Artíces Espirituais reqüente-mente aprendem várias Eseras, mas a maioria enatiza Espí-rito, Matéria e Forças. Mesmo que alguns Artíces Espiritu-ais preram usar seus Talismãs, etiches e itens despertos aoinvés de sua mágica, eles são artíces da vontade totalmen-te capazes. A maioria não hesitará em usar seus poderes.

A magia dos Artíces Espirituais sempre envolve o usode um item. Funilaria em armas ou carros para azê-los un-cionar melhor, atirar uma pedra num rotor de um helicóp-tero para causar uma queda catastróca ou até escrever um

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 53

pequeno programa de computador para se comunicarcom um espírito-rede são todas ações que servem deoco para a mágica de um Artíce Espiritual. A únicalimitação real nessas mágicas é que, a não ser que o

equipamento esteja possuído por um espírito maligno,uma arma de terrível destruição em massa ou de al-gum mal inerente, os Artíces Espirituais geralmenteevitam destruir itens únicos ou bem-eitos. Ao invés,a maioria tentará tomar esses objetos dos donos queos usam mal ou os destratam, para guardá-los ou lhesarrumar um novo e melhor lar.

Em contrapartida por ser a menor das acçõesdos Oradores, os Artíces Espirituais são uma das maisbem organizadas. Eles têm menos de 200 membros,mais da metade são xamãs estáticos (veja pag.64).Mesmo que sua organização não seja particularmen-

te hierárquica, eles mantêm um contato regular unscom os outros, dividindo novas técnicas e trabalhan-do juntos em seus planos de re-Despertar o mundo.Qualquer um que queira despertar o espírito dentrode um item sem ajuda e que criar uma obra-prima éconsiderado um Mestre Artíce espiritual. Todos osMestres têm posto igual, e mesmo que Mestres an-ciões sejam honrados e reverenciados, eles não têmmais poder ou privilégios.

Aqueles Mestres que o desejam podem votarsobre todas as decisões. Usando teleones, email, salas

Os ConstrutoresEnquanto os Artíces Espirituais tem tra-

dicionalmente se concentrado em cria simplesitens de poder espiritual, recentemente um gru-po de jovens artíces conhecidos como Constru-tores têm começado a planejar como usar suas

mágicas para despertar prédios inteiros, vizi-nhanças e eventualmente completas cidadelase cidades. Agora que eles não mais precisam sepreocupar com o Pogrom, esses Mestres radicaistêm começado a recrutar a maioria da acçãopara esse grande projeto.

Usando técnicas de construção não-usuais,rituais elaborados, locais especiais para peque-nos altares, placas despertas, trabalhos em errocuidadosamente eitos e estatuários mágicos, osmais poderosos Construtores já têm construídosmuitos Nodos novos. Concentrando seus esor-

ços em Minneanapolis (o lar do líder dos Cons-trutores), eles esperam usar seus novos Nodos eprédios despertos para despertar uma vizinhançainteira. Se esse projeto se suceder, eles esperamenvolver a acção inteira em seus esorços.

Alguns construtores estão também procu-rando ora de sua acção, e eles têm convencidovários membros da Sociedade da Roda Fantasmae dos Baruti a ajudá-los. Logo após a Tempesta-de de Avatares, Netsilak Raymond, líder e un-dador dos Construtores também se tornou líderdesta acção. Hoje, a infuência dos Construto-

res continua a se espalhar.

Se tornando um Mestre Artíce Espiritu-al: Apenas Artíces Espirituais com um nível emEspírito de 3 ou mais (e um correspondente naPerícia Oícios) são considerados Mestres, desdeapenas que eles possam despertar os espíritos deobjetos inanimados. Qualquer personagem Artí-ce Espiritual que não possua o nível 3 em Es-

pírito deve pegar o Antecedente Mentor de doisou mais pontos. Esses viajantes não devem votarem assuntos relacionados ao destino da acção esão considerados por todos Oradores dos Sonhoscomo subordinados ao seus Mestres. Todos osArtíces Espirituais devem assumir que desper-taram todos os seus itens de uso regular. Se elesusam esses itens em suas magias, devem ser con-siderados Foco Único.

Note que se tornar um Mestre Artícenão é o mesmo que se tornar um Mestre de umaEsera. Essa conusão ocasionalmente resulta

em problemas em interações com Magos de orada acção. A maioria dos Mestres Artíces écuidadosa ao se identicar por seus títulos com-pletos ao invés de apenas “Mestre”, e ao anexarsua atual perícia em Eseras também: “ MestreArtíce Horace Trebs, Adepto do Espírito”, porexemplo.

de bate-papo seguras na internet ou até mensageirosumbrais, votos e inormações podem acilmente seremdivididas entre os Mestres. Uma vez que a maioria dosMestres concorde que decisões importantes devem sertomadas por consenso, uma maioria simples é normal-mente considerada o suciente.

Uma grande onte de confito entre os Fa-bricantes é o ato de que dierentes oícios ormampanelinhas – os praticantes de um mesmo oício sejuntam em bandos e ajudam-se mutuamente. Antesda Tempestade de Avatares exilar um número de ar-tíces seniores, praticantes de antigos oícios comoorja e joalheria eram os maiores grupos entre os Ar-tíces Espirituais. Os tradicionalistas que praticavamesses oícios, reqüentemente trabalhavam juntos emdesencorajar a popularidade de novos oícios comoeletrônicos e mecânica de automóveis. Hoje, muitosdesses velhos artíces estão mortos ou exilados atrásda Película. Como resultado, tem tido uma vasta ex-plosão de interesses em manuaturas e modicaçõesde tecnologias avançadas.

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Oradores dos Sonhos 54

Nomes: Solitários, Sozinhos, Monges, Ermi-tões, Mediadores, os Puros, Covardes

História: Alguns magos espirituais

começam a pratica de distanciamento dasociedade logo que tenha uma socieda-de para se aastar. A pratica aparecenos mais antigos escritos sobre ospapeis desempenhados pelos xamãse é sugerido nas artes das cavernasde longa data.

O instinto de se apartarcomeça ser mais popular emtempos de crise geral e misé-ria... e também em tempos deprosperidade e elicidade. Oultimo parece misterioso paraaqueles que não pararam paraconsiderar as coisas do pontode vista místico. O xamã servede ponte para o mundo mortale os reinos espirituais, paramediar, advogar, instruire as vezes ate governaraqueles a sua vol-ta. As pessoasque se sentembem provi-das, saudáveis,

cheias e satis-eitas, sentemmenos impulsopara procurar sabedoriaou direcionamento – eles estãomais a pensar que eles já têm o bas-tante, obrigado, e não precisa passar pormais diculdades. Xamãs raivosos ou de-sencorajados às vezes escolhem se apartardo que constantemente bater cabeça comessa obstinação.

 Filosoa: O xamanismo não é un-

damentalmente uma pratica mágica volta-da para o si mesmo, mas para o bem de umatribo ou outra comunidade. Usualmenteisso signica que o xamã deve se imergirnos aazeres do seu povo, enten-dendo e endereçando suas neces-sidades. Assim, vários motivospodem levar-lo para o deserto.Todos os seguintes motivaram osSolitários no passado e continu-am a azê-lo.

● Frustração coma alta de interesse da triboem matérias espirituais.

● Uma carga de dor muito grande em

meio a uma crise, e um desejo por um tem-po para curar por dentro antes de pegarmais ardos dos outros.

● Uma conusão no meiode impulsos contraditórioscom o resto da tribo, e umsentimento de necessidadede reduzir o clamor espiritual,tempo o suciente para sepa-rar as coisas e chegar a con-

clusões sobre o papel doxamã e suas prioridades.

● O aviso de umacatástroe eminentedescendo sobre a tribo, e

o desejo de preservar a he-reditagem da tribo mesmose os espíritos disserem que

os outros corpos e almasnão podem ser salvos.

● Um chamadopara adotar algo

que não sejauma comuni-

dade humanapara ser suaprópria tribo:todas as cria-

t u r a s vivas da região,por exemplo, ou o espírito de clima,ou ate mesmo o mundo todo.

Estilo: As magias dos Soli-tários tendem a ser lentas e deli-

beradas, com rotinas que podemlevar meses ou ate anos para

se completarem. Forados assuntos humanos,tem menos pressão paraagirem imediatamente...na maioria do tempo. Os

Solitários têm rotinas sosti-cadas e rápidas para respon-derem a desastres naturais e

outras crises. Incêndios fores-tais, enchentes, terremotos e ans

não esperam para que um xamã solitáriopratique extensa meditação ou tente achar

Os Solitários

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 55

ajuda, e solitários bem sucedidos estão preparadospara isso. (Os mal sucedido perecem.)

A magia dos Solitários inclui mais elementosinumanos e não-humanos que qualquer outro estilo.Os Solitários que lidam com os mares proundos, porexemplo, drenam o poder bentônico das prounde-zas para se transormarem e curar seu sorimento nos

abismos sem luz. Os Solitários das forestas longín-quas comungam com alguns dos mesmos totens queguiam os animais, e linha entre o homem e a era setorna indistinta depois de anos de coexistência emcorpos que não sejam humanos. Muitos Solitáriosvelhos tendem a assustar outros magos, assim comoos conunde.

Iniciação: Poucos magos começam como So-litários. Eles se movem para esta pratica, geralmentesem nenhum senso ormal de que “Eu me tornei um

Solitário”, em resposta a um ou mais impulsos descri-tos acima. Alguns praticam a existência solitária poralguns meses ou anos; outros permanecem pelo restode suas vidas. É muito diícil generalizar, mas é diícilde achar um Solitário que viva assim por mais de trêsanos e não decida continuar indenidamente.

Alguns magos são levados a se retirarem, por

varias de suas próprias razões, antes de Despertarem,e descobrem suas magias enquanto estão aastados doresto do mundo. Dierente dos Independentes, estesxamãs geralmente reentram na sociedade o temposuciente para receber treinamento de mestres esta-belecidos antes de retornarem ao isolamento.

Organização: Por denição, os Solitários nãotêm organização. Alguns deles alam uns com os ou-tros no mundo espiritual, mas isso é sempre um as-sunto puramente individual.

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Oradores dos Sonhos 56

Os Oradores dos Sonhos praticam magia

como uma conseqüência natural de suasexistências tanto no mundo ísico quan-to na Umbra. Aprender os costumes dosespíritos é a parte mais importante parase tornar um hábil e poderoso xamã. Aessência de ser um Orador dos Sonhosé agir como um intermediário entre omundo mortal e a Umbra. Xamãs po-

dem praticar magia visto que eles vêem e manipulamambos os mundos, enquanto que mortais comuns queapenas conhecem o mundo mortal e os espíritos queconhecem apenas a Umbra.

 Sendo Um Mediador   Na verdade, a terra dos espíritos também é

a terra dos mortos. Os Oradores dos Sonhos sabemque a Umbra Negra é onde os vultos daqueles queainda mantêm a conexão com o mundo mortal re-

sidem. Visto que a morte é o único meio no qual os

humanos podem normalmente tornar-se residentes daUmbra, tornar-se um Orador dos Sonhos sempre en-volve algum tipo de morte simbólica. Em muitos ca-sos, embora isso possa ocorrer naturalmente duranteuma doença grave ou num acidente de risco de vida,a iniciação xamânica é um procedimento deliberadoonde o candidato experimenta algum tipo de morteísica ou psicológica e então renasce tanto no mundoísico como na Umbra. Assim, os Oradores dos So-nhos aprendem a residir em ambos os reinos e muitospodem constantemente ouvir e ver os dois mundos.Os Oradores dos Sonhos que tentam se separar de um

dos mundos normalmente são acometidos por váriosproblemas espirituais, psicológicos e ísicos, variandode pesadelos até doenças mortais.

Sua posição única entre os dois mundos implicaque os Oradores dos Sonhos possuem uma responsabi-

 Caminhando Entre os Mundos:O Paradigma dos Oradores dos Sonhos

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 57

lidade especial de ajudar a resolver os confitos e pro-blemas entre os humanos e os espíritos. Embora issonão signique dizer que os Oradores dos Sonhos preci-sem ser especialmente simpáticos a um dos lados, elessempre devem estar preparados para ajudar a resolverquaisquer confitos ou problemas sérios que possamocorrer quando esses dois mundos se encontram. Es-

píritos que acidentalmente chegam ao mundo ísicoprecisam ser enviados de volta à Umbra, capturadosou destruídos. Da mesma orma, os humanos que seperderam na Umbra ou que estão sendo atormentadospor espíritos inquietos ou uriosos precisam de ajuda.É claro que, tal auxílio pode compor-se de soluçõesque variam desde expulsar espíritos a perceber que oindivíduo está sendo apropriadamente punido e os es-píritos estão se vingando com razão.

Os Oradores dos Sonhos também vêem a simesmos como porteiros e guardiões da Película. Elessão responsáveis por mantê-la aberta, tornando o

transporte e a comunicação entre os mundos ísicose umbrais possível, bem como consertando quaisquerssuras e rasgos que possam permitir que os dois mun-dos se misturem de uma maneira incontrolável e pe-rigosa.

Essa unção mediadora é também uma das ra-zões que azem muitos xamãs terem uma posição degênero intermediária que muitas culturas ocidentaispoderiam rotular de travestismo, transsexualidade etransgenderismo. Em reconhecimento ao status espe-cial que os xamãs possuem por existirem entre ambosos mundos, mortal e a Umbra, e também entre a vida

e a morte, em muitas culturas xamanistas eles tam-bém existem em meio a outras importantes ronteiras- tal qual a ronteira distingue entre ser masculino eeminino. Em muitas culturas xamanistas, aqueles nopapel de xamãs tipicamente vivem além das normasde gênero, incluindo se vestir como membros do ou-tro sexo e normalmente se casando com membros deseu próprio sexo. Em algumas culturas, apenas indiví-duos que violaram as normas locais de gênero podemser xamãs.

 ÊxtaseA chave para toda magia xamanista é o contato

ou a visita ao mundo espiritual. Os Oradores dos So-nhos tanto tocam a Película e invocam espíritos parao mundo mortal, como entram na Umbra e executamações ali. Quer seja o caso, perurar a Película exigetécnicas especiais onde a mente e o espírito do Oradordos Sonhos esteja elevada além do mundo mundano,num estado onde ambos os mundos estejam abertose acessíveis. Até mesmo os Oradores dos Sonhos quenormalmente vêem e ouvem os seres Umbrais preci-sam alterar seu estado de consciência para que eles

possam perceber e manipular a trama da Película emsi. Apesar de que alcançar esse estado tornar-se maisácil com a experiência, alguma alteração no cons-ciente é sempre necessária.

Dierente de muitas Tradições, os Oradoresdos Sonhos não são excessivamente concentradosem técnicas exatas - no geral, qualquer oco que un-

cione será usado. Drogas, tambores, dor, jejum, luzespiscantes, dança exaustiva ou exercícios extenuantessão vistos no geral como meios igualmente válidospara alcançar o estado apropriado de êxtase. Quandoeles alcançam a consciência extática, os Oradores dosSonhos acreditam que potencialmente podem azerqualquer coisa e que os limites de seu poder estão ape-nas em suas mentes.

 No entanto, Oradores dos Sonhos em particularàs vezes possuem opiniões extremamente duras sobremeios apropriados e inapropriados para se alcançar aconsciência extática. Alguns acreditam que drogas

poluem o espírito e o corpo, apenas aceitando técni-cas como dança e meditação, e que não necessitem deajuda externa. Outros depositam muita é em drogasderivadas das plantas, mas isso não tem nada a vercom as drogas armacêuticas modernas e os métodostecnologicamente dependentes como “bioeedback”.Argumentações e divergências sobre ocos e estilosapropriados de magia têm sido vistos nos encontrosdos Oradores dos Sonhos por vários séculos.

 AnimismoA outra chave para utilizar a magia dos Ora-

dores dos Sonhos está no ato de que tudo está vivoe imbuído com espírito. Ao usar a magia para aetaralguma coisa, os Oradores dos Sonhos precisam invo-car o espírito do alvo. Toda árvore, gato, caneta ou cdplayer contém esse espírito único próprio. Auxiliandoe canalizando o poder do espírito de algum dispositivopode azer com que ele uncione melhor. Do mesmomodo, matar o espírito de um carro ou de um rádiopoderá danicá-lo e, em muitos casos, o tornará com-pletamente inútil.

Todos os Oradores dos Sonhos reconhecemque o meio mais ácil para aetar alguma coisa é atra-vés de seu espírito. As técnicas para invocar os es-píritos variam - eles podem ser coagidos, ordenadosou ameaçados. Em muitos casos, o meio mais simplespara aetar uma poderosa e ardilosa entidade Umbralé aetar algum lugar ou objeto no qual ele está ligado.Para curar um espírito, um Orador dos Sonhos podereparar ou auxiliar seu estado ísico no qual o espíritoestá refetido. Por outro lado, o meio mais ácil de des-truir alguns espíritos é destruindo suas conexões como mundo ísico. Embora os maiores e mais poderososespíritos possuam conexões muito vastas e duráveis

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Oradores dos Sonhos 58

para serem aetados dessa maneira, os Oradores dosSonhos podem usar essas técnicas simples para aetarquase qualquer coisa.

Os Oradores dos Sonhos também podem usarseu domínio em Espírito para se comunicar com qual-quer coisa, até mesmo partes individuais de seres vivosde objetos. Uma breve conversa induzindo a um cur-

to-circuito simples para abrir ou echar normalmenteé suciente para desligar um sosticado sistema dealarme. Essa habilidade em aetar o todo através dosespíritos das partes permite os Oradores dos Sonhosserem extremamente sutis em suas magias.

Embora magos das outras Tradições acreditemque todos os Oradores dos Sonhos sejam indivíduoscompassivos que devotam suas vidas a aceitar os dese-jos de cada espírito vagante, a realidade é muito maiscomplexa. Apesar de que alguns Oradores dos Sonhos

certamente acreditem ser representantes e advogadosde todos os tipos de espíritos, outros vêem os espíritoscomo nada mais que poderosas erramentas. Existemvários Oradores dos Sonhos que capturam e contro-lam espíritos através de ameaças e poder, sendo vistoscomo poderosos tiranos pelos Umbróides sob seu cati-veiro. Do mesmo modo, muitos Oradores dos Sonhos

assumem lados denidos nos intermináveis confitospolíticos que assolam os reinos Umbrais. A política daUmbra é complexa e, algumas vezes, mortal. Os Ora-dores dos Sonhos que se aliam a um poderoso espíritototêmico normalmente trabalham abertamente comvários espíritos menores que também servem seu to-tem. Em muitos casos, esses espíritos podem se tornaros amigos e companheiros de guerra do Orador dosSonhos. No entanto, esse mesmo Orador dos Sonhospode estar contente em erir, aprisionar ou até mesmodestruir os inimigos do totem.

A magia do Espírito está por toda parteagindo juntamente com as orças espi-rituais cujos pensamentos e ações pro-duzem a realidade material observável(e uma grande parte além dela). Isso éverdade até mesmo quando, em termosde mecânica de jogo, num eeito em par-ticular não usa se a Esera de Espírito.Para os Oradores dos Sonhos, tudo são

espíritos, de tipos dierentes.Os costumes de separar as partes do mundo

variam amplamente em suas especicações. Quandodesenvolver um paradigma para qualquer Orador dosSonhos em particular, sinta-se livre para modicar oudesconsiderar completamente as generalizações apre-sentadas aqui em detrimento das atuais circunstân-cias da cultura a qual seu personagem pertença. Vocêtambém deve se sentir livre para modicar como ne-cessário or para ns de um paradigma especíco.

 Correspondência:

Os Espíritos que MedemSer um xamã próspero é, em parte, conhecero que ignorar. Na maioria das vezes, os xamãs nãoprecisam prestar atenção aos espíritos muito simplesque denem o espaço e o tempo em seus movimen-tos, ninguém mais além de um caminhante precisapensar sobre a composição da lama debaixo de seuspés. A magia de Correspondência requer que o xamãobserve esses espíritos negligenciados e aprenda comotrabalhar com eles. Em algumas abordagens, a Cor-respondência torna possível aos xamãs moverem a si

mesmos, corpo e/ou alma, convencendo um espíritodimensional a carregá-lo através da ssura entre ondeele está e onde ele deseja estar. Em outras abordagens,a Correspondência envolve alar ao espaço em si econvencê-lo a mover-se ou alterar-se para se adaptaras necessidades do xamã. Às vezes, é o caso de ignoraras regras do tempo e distância, e percorrer o caminho"entre" ao invés de "através" ou "de lado".

Existem poucos rituais complexos entre os Ora-

dores dos Sonhos para alar aos espíritos dimensionais,em parte porque esses espíritos não entenderiam ou osapreciariam. Ao invés disso, as rotinas dos Oradoresdos Sonhos usando Correspondência apelam à súplicade etiches que eles usam para lidar com outros espíri-tos, reconhecendo que os espíritos dimensionais tor-nam tudo isso possível. Assim, o Orador dos Sonhosaz as conexões com espíritos conhecidos para mostrara importância da conexão em si.

 Entropia:Os Arquitetos da Vida 

O uso dessa Esera separa claramente os verda-deiros magos dos espíritos dos pretensiosos em geral. Averdadeira magia de espírito nem sempre é "uma coisalegal" ou segura: ela requer o conronto com verda-des desagradáveis, bem como com as tranqüilizantes.Tudo o que existe tem limites. Começo, meio e m.Essa é uma verdade que os naturalistas chamam deátomos (e criaturas menores), de humanos, de deusese do próprio universo. A Entropia repousa entrelaça-da, senão a tudo, aos espíritos que maniestam a sorte,ao caos, à incerteza e à morte que a tornam possível

 Família e Gênero: Os Espíritos das Esferas

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 59

para tudo em suas naturezas em particular.Geralmente, Oradores dos Sonhos azem uma

distinção clara entre os espíritos da sorte e da oportu-nidade e aqueles da morte e da decadência. Os últimossão majoritariamente domínio dos necromantes e ou-tros magos especializados - nem todos são malignos,mas todos expostos a maré de tentações oriundas das

terras dos mortos. É diícil alguém lidar com os mortossem perder o desejo de viver ou do prazer da vida, osOradores dos Sonhos tendem a encarar suas relaçõescom a morte com muito mais cautela. Felizmente, poroutro lado, é uma erramenta undamental em mui-tos arsenais dos Oradores dos Sonhos. A maioria dosxamãs não lida tanto com espíritos da sorte, ao invésdisso, eles infuenciam o comportamento aortunadoou desaortunado de outros tipos de espíritos. O queas regras descrevem como um eeito de Entropia podemuito bem se encaixar a um xamã usando-o como umeeito de Vida, Matéria ou algo do tipo.

 Forças: As Vozes no Vendaval

Rotinas envolvendo Forças compõem a maiorparcela de todas as práticas xamânicas tradicionais.O poder da natureza liberado na orma de relâmpa-go, ogo e outras demonstrações de energia intimidamas comunidades. O xamã permanece no desladeiro,protegendo seu povo através da canalização da energiapara alguma saída segura. Do mesmo modo, o poderimplícito na energia natural pode servir à comunida-de quando há um mago presente que pode dizer o queela deve azer e mantê-la na linha quando pretenderse rebelar. "Ele comanda o relâmpago" é um comen-tário encontrado em praticamente cada cultura comxamãs ativos e indicativos para demonstrações parti-cularmente visíveis do próprio poder do xamã.

 Vida: A Alma de Cada Coisa 

Muitos Oradores dos Sonhos modernos desa-provam as tendências das outras Tradições em trata-rem Vida com uma mera Esera. Os Oradores dos So-nhos sabem por experiência da inndável variedadede espíritos dentro de cada criatura viva e sentem avariedade de almas reunidas dentro das amebas, cac-tos, baleias, gatos e as pessoas deixam escapar algumasverdades muito importantes. As aplicações de Vidados Oradores dos Sonhos quase sempre trabalham ex-clusivamente com um tipo particular de seres vivosencontrados dentro de uma determinada região cli-mática, o que exige o aprendizado para dierentes par-tes do mundo. Para os Oradores dos Sonhos isso nãoé mais singular ou estranho do que a idéia de alguémprecisar aprender dierentes costumes e saudações ao

buscar dierentes culturas. Todos os espíritos alam amesma língua, mas eles alam de um modo dierente,como o inglês ouvido em Edimburgo, Los Angeles e

 Nova Déli.Os ocos mais comuns para a magia de Vida,

qualquer que seja a cultura ou clima, são totens deseres com quem o xamã trabalha. Podem ser pequenas

esculturas ou pinturas, grandes postes totêmicos enta-lhados das melhores árvores da foresta ou qualquercoisa assim. Cada cultura possui suas tradições sobreesse assunto. Xamãs urbanos modernos e tecnoxamãsestão desenvolvendo suas próprias tradições atravésde um processo xamânico tipicamente pragmático- azer um totem e ver se ele unciona, e caso não,tentar alguma outra coisa, sempre consultando os es-píritos e observando o que os agrada.

Matéria: A Alma de Cada Coisa 

A clara e distinta divisão entre Vida e Matériaé mais um assunto de mecânica de jogo que de ex-periência xamânica. Para o xamã, tudo está vivo e éapenas uma questão do xamã poder trabalhar ou nãocom o espírito em questão.

Para azer plena justiça a algumas tradições domundo real, as ronteiras de várias Eseras podem pre-cisar ser ajustadas. Muitos xamãs, por exemplo, nãoazem distinção entre as colheitas e o solo no qualelas crescem como coisas totalmente distintas. Ine-lizmente para ns de jogo, isso rapidamente causariauma total anarquia e conusão mútua entre jogadores

e Narradores. Trabalhe dentro das categorias existen-tes onde or possível e negocie os pontos de extensãode limites em particular.

Matéria é particularmente importante para ostecnoxamãs, especialmente em conjunção com For-ças. Outros xamãs costumam pensar em seus camara-das tecnólos como se eles tivessem se tornado sábiosidiotas, mas os tecnoxamãs acham que os outros estãointencionalmente ignorando todos os novos ecossis-temas que surgem noite após noite e que precisam daajuda do xamã como qualquer outro ambiente.

Mente:

 A Alma Desperta Tudo o que um xamã az pelos outros em sua co-

munidade associa Vida e Mente. Não existe distinçãoentre as duas na maioria das ormas de xamanismo,assim como a infuência de ambas nas várias partes deum organismo vivo singular que é o ser humano (oualgum tipo de ser consciente, o mesmo princípio sen-do aplicado a qualquer coisa entre o yeti e monstrosmarinhos).

A maioria das magias xamânicas de Mente un-

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Oradores dos Sonhos60

cionam através de sonhos. O mago obtém inorma-ções enquanto está sonhando e aeta as mentes dosoutros através do preparo de rituais para modelar ade-quadamente seus sonhos. Assim como muitas outrasEseras, arte e escultura ornecem ocos para muitosxamãs. Assim como a música, preparada para des-pertar humores particulares como parte de um eeito

prolongado.Primórdio:Os Grandes Espíritos

O mundo xamânico contém hierarquias inde-nidas, dos menores e menos conscientes seres até asorças que outras Tradições chamam de anjos e deu-ses. Os grandes espíritos raramente agem diretamenteno mundo material, mas eles podem emprestar seuspoderes aos espíritos mais próximos que permeiamas coisas, ortalecendo ou enraquecendo as entida-des que mais diretamente moldam o mundo em torno

do xamã. Nenhum xamã az acordos com os totens eseus superiores levianamente, e muitos tentam evitarisso ao máximo (muitas Procuras para os Oradores dosSonhos alcançarem Arete 4 ou 5 começam com osgrandes espíritos procurando o xamã, quer ele estejapronto ou não).

A magia do Primórdio é complicada para amaioria dos xamãs e quase sempre requerem uso con-junto de Espírito para evitar que a cadeia da existên-cia se rompa e libere pesadas cargas espirituais sobreo mago. Eeitos bem sucedidos rapidamente são guar-dados como relíquias na orma de rotinas e salvaguar-dadas de muitas e constantes adulterações e ajustesexperimentais que recaem sob as outras rotinas dosOradores dos Sonhos. Os Oradores geralmente crêemque os outros magos possuem um apreço insucientepelas orças que desordenam quando eles trabalhamcom a magia do Primórdio. Eles normalmente acre-ditam que os problemas dos outros com o Paradoxopodem ser rastreados até atos negligentes no uso deeeitos de Primórdio associados com Espírito.

Focos de Primórdio incluem os arteatos nor-mais e também elaboradas cerimônias, até estejosincluindo toda a comunidade em honra dos totensenvolvidos em um dado eeito em particular. Não éincomum um Eeito de Primórdio ser seguido por umou mais eeitos menores de outras Eseras, para aju-dar a estabelecer um bom humor e harmonia entre osparticipantes.

 Espírito: Tudo Acima e Abaixo

O xamanismo começa e termina com os espíri-tos. O que distingue Espírito para os xamãs é que elepermite agir sobre o mundo espiritual em si bem como

individualmente sobre espíritos.Perceba que, embora viajar ao mundo espiri-

tual seja realmente importante para muitos xamãs,isso não é a única coisa para ser eita com Espírito.Espírito permite os Oradores dos Sonhos verem osespíritos, bem como aetar o mundo espiritual e seushabitantes, sem deixar a existência material. Algu-

mas tradições xamânicas nem mesmo viajam à Um-bra, enquanto outras a limitam a ocasiões cerimoniaisespecícas. Nem a Tempestade de Avatares é um pre-cedente inédito para os Oradores dos Sonhos. Eles seacostumaram ao mundo espiritual como sendo muitoperigoso algumas vezes. Muitas práticas xamânicas re-querem que o mago mutile a si mesmo, beba venenoou, de outra orma, cause dano suciente a si mesmopara auxiliar a separar-se da alma por algum tempo.O eeito dilacerante através da Película simplesmentetorna possível sorer alguns erimentos tanto atravéscomo de antemão. Focos de Espírito normalmente

incluem representações de espíritos que o xamã, pre-erencialmente, lida ou espera lidar a partir de agora,aliados a elaboradas dramatizações em discurso, músi-ca e arte do valor e da probidade do eeito pretendidodo xamã.

 Tempo:Os Espíritos que Medem

As reerências descritas acima para Correspon-dência também se aplicam ao Tempo. Para os xamãs,tempo é tanto um resultado das ações dos espíritos,como dele próprio e dos demais seres e, dependendoda tradição especíca, nos quais podem ser trabalha-dos como quaisquer outros espíritos. A ampla maio-ria das magias dos Oradores dos Sonhos envolvendoTempo inclui sentir o tempo além do seu próprio.Alterar ou se movimentar através do tempo além dataxa de um segundo por segundo rotula muitos xamãscomo abusivos, um tipo de necromancia no corpo e-rido do mundo. Além disso, muitos totens desapro-vam desordens dessa natureza no tempo, visto queeles dependem do tempo para regular suas interaçõescom o mundo material.

 Feitiçaria 

Os Oradores dos Sonhos geralmente não traçamuma linha rígida e constante entre a magia das Eserase a magia dos Caminhos lineares. Todas elas estão re-lacionadas em prática e no intento. Xamãs sabem porexperiência própria que um mestre nos Caminhos po-derosos pode acilmente dar uma surra num praticantearrogante e desleixado da magia das Eseras, assim eleshonram plenamente a todos os praticantes bem sucedi-dos, independente dos detalhes. O sucesso para si mes-mo e de alguém da comunidade é prova de mérito.

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 61

 Atitudes Frente à Tecnologia Moderna 

Os Oradores dos Sonhos variam de primitivosradicais, que preeririam que toda a humanidade abris-

se mão de tudo, desde a eletricidade e agricultura, aostecnoxamãs que regularmente invocam espíritos quehabitam a Teia Digital.

Xamãs Tradicionais: “Nós preservamos as anti-gas tradições. Antes das cidades e azendas, automó-veis e agricultura, a humanidade era livre. Veja comoos caçadores-extrativistas remanescentes vivem — 20horas de trabalho por semana garantem tudo o quevocê precisa — os índices de homicídio são baixos,não há guerras e ninguém morre das várias doençasrelacionadas ao estresse hoje. Claro, suas vidas sãodiíceis algumas vezes, mas isso não é liberdade o bas-

tante?”“Com toda a insanidade da vida moderna, todosos Adormecidos — e quase todos os magos — esque-ceram de como as coisas eram. Nós somos aqueles quelembram — nós mantemos os antigos contos vivos,mantemos o contato com os espíritos antigos e ain-da sabemos como viver usando apenas as erramentasque nós mesmos podemos azer. É claro que qualquerum pode dizer que retroceder no tempo é loucura —os Adormecidos nunca abrirão mão de tudo que elestêm voluntariamente. Mas e se eles não tiverem es-colha? Nós estamos matando todo o maldito planeta

e estamos prontos para contra-atacar. Quando o pe-tróleo acabar, quando as pragas e o clima piorarem,quanto tempo sua preciosa civilização irá durar? En-tão, nós estaremos aqui para ajudar os sobreviventesa construírem um mundo novo e melhor. Até lá, nóspodemos ao menos ornecer provas materiais que otrabalho insano e a subjugação de alma não são osúnicos meios de se viver.”

“É por isso que não uso qualquer coisa que eumesmo não possa azer, tanto na magia quanto em mi-nha vida. Exemplos são coisas poderosas. Fato é que eue outros primitivos podemos viver nessa comunidadesem qualquer uma das bugigangas que os outros ca-ras usam para azer os Adormecidos e os outros magospensarem. A maioria das pessoas simplesmente deci-diu que todos nós somos loucos, mas alguns imaginamcomo a vida poderia ser melhor se elas não estivessempresas a um celular.”

“Eu estive na Amazônia e algumas pessoas látêm uma vida legal. Eles não possuem tudo o que aspessoas nesse país possuem, mas eles também não têmhipotecas, violência de gangues, poluição do ar, cân-cer de pulmão, doenças do coração ou programas de

TV de quinta categoria para estragar seus cérebros. Avida poderia ser bem melhor se nós pudéssemos varrero maldito paradigma Tecnocrata, mas não esperamosque isso aconteça até que as coisas comecem a escu-lhambar-se de vez.”

“Em todo caso, eu não consigo aceitar Orado-res dos Sonhos bem orientados trabalhando com espí-

ritos de computador, elementais do plástico e horro-res similares. Veja quem criou essas coisas? Eles estãocorrompidos em sua essência. Fazer acordos com elesos torna mais ortes. Nós estamos prontos para mataro planeta. Água limpa e ar puro são muito raros, essesespíritos da natureza são aqueles que nós precisamosajudar e trabalhar com eles. É uma mera questão debom senso e sobrevivência. Se você lida com mons-tros, tudo o que zer estará maculado.”

“Hoje, eu entendo a origem de alguns xamãsurbanos, mas isso não quer dizer que eles estejam cer-tos. As cidades estão doentes em sua essência. Lidar

com espíritos urbanos ere a humanidade e o planeta,visto que vocês estão ajudando e recompensando coi-sas desastrosas. Claro que, eles podem ser úteis, mas aque custo? Os ditos Tecnoxamãs são ainda piores, elestanto enganam a Tecnocracia como as pessoas quevalorizam o poder pessoal acima da ética e da saúdedo planeta.”

Xamãs Urbanos: “Drogas são drogas, cara; nãoimporta se você encontra um espírito do tabaco nu-mas olhas de qualidade que você colheu ou nummaço de cigarros que você urtou num mercadinho.É o mesmo espírito. Então, azer o quê se eu vivo em

Hollywood com essa imensa cidade louca se esticandopor quilômetros em cada direção? Eu sou tão xamãcomo qualquer outro e essa cidade é muito mais meular que alguma trilha no meio da selva oi para umxamã há 20.000 anos. Estou sendo honesto, alo aosespíritos locais e vivo minha vida exatamente comoeles zeram.”

“Pense assim, eu não vivo numa caverna. Vocêlida com o que está ao seu redor — em meu caso naLos Maldita Angeles. Não me preocupo se ninguémmais lida com os espíritos daqui, é apenas uma ques-tão de gosto. Se você ignora os espíritos ao seu redor,

eles podem pensar que você está os destratando. Esseé o caminho que leva a problemas sérios.”“Eu acho que ser um xamã urbano é muito mais

que aprender a lidar com o que a vida dá a você. Con-viver com o que os caras azem em Los Angeles não énem bom, nem mal, mas apenas um modo totalmentedierente de viver. Se você quer azer as coisas acon-tecerem, você precisa aprender como jogar com todasas cartas.”

“Esse é o porquê de eu azer as coisas como eu

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Oradores dos Sonhos62

aço, mas você perguntou também sobre como é serum xamã urbano. Bem, é como qualquer outro xamã.

 Nós sempre estivemos azendo acordos com espíritoslocais, alando aos espíritos ancestrais, curando aspessoas e coisas assim. Droga, meus rituais nem mes-mo são dierentes. Eu posso ter comprado meu tamborde um punk que o coneccionou a partir de um tonelde óleo, mas ele toca tão bem como qualquer um eitode madeira e couro. Então porque não pegar os mate-riais para meus etiches das coisas que as pessoas jo-gam ora? Desde muitos anos, os xamãs têm sido bonsem caçar e coletar.”

Tecnoxamãs: “Eu estou arto de ser chamadode traidor e de vendido por metade dos Oradores dos

Sonhos que encontro por aí. Vou dar uma dica — aTecnocracia está aí para car. Existem muitas outrasmaneiras de ser um Orador dos Sonhos, mas se algunsde nós não sair para as linhas de rente se certicandode que nós estamos com toda a tecnologia nova, en-tão todos nós estaremos odidos.”

“Claro que nós sabemos lidar com espíritos dacura e com elementais da água, mas não existem his-tórias antigas a respeito de como conseguir um espí-rito da rede para ajudar você a rastrear alguém ou ojeito certo de azer uma oerenda para que um Ele-

mental do plástico aça com que o celular de alguémalhe antes dele chamar os policiais. Além disso, não

existem quaisquer rotinas projetadas para evitar queesses novos espíritos de mastiguem a mente de alguémou meio tradicionais de prevenir que os Tecnocratasusem essas criaturas para destruir o mundo.”

“Crianças, bem-vindas ao xamanismo experi-mental. Nós azemos exatamente o mesmo que os pri-meiros xamãs há 20.000 anos — nós estamos apren-dendo a lidar com o mundo a nossa volta. Carência deconhecimento não é virtude. Se não aprendermos alidar com esses espíritos, então não poderemos evitarque as pessoas os usem para causarem mal.”

“Você pode lidar com qualquer espírito com

qual possa se comunicar. Eu não sei você, mas eu pre-ro muito mais que as aranhas da rede estejam traba-lhando ao meu lado que aliadas a meus inimigos. Essaé a razão pela qual Oradores, como eu, não estão cha-coalhando gizos e dançando em rodopios. Os velhoscostumes não uncionam com os novos espíritos. Sevocê quer entrar em contato com um espírito do com-putador, você precisa sentar na rente de um compu-tador. Brincar de enar a cabeça na areia como umavestruz não vai ajudar em nada. Ao menos alguns denós precisam saber como se lida com o mundo como

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 63

ele é — aranhas de rede, elementais da eletricidade eespíritos-automóveis são o que ele é hoje.”

Regras para ItensDespertos

Qualquer Orador dos Sonhos ou outro mago

com três pontos ou mais em Espírito pode despertaro espírito dentro de qualquer objeto ou dispositivo,como listado nas páginas 55 e 56 de Mago Compa-nheiro do Narrador, mesmo magos sem esse nível depoder ainda podem possuir tais itens. A questão é, en-tão, que beneício traz ter um carro ou um apartamentoespiritualmente desperto? Para itens como computa-dores e armas de ogo, os beneícios são óbvios. A par-tir do momento que esses dispositivos orem despertose ganharem consciência, eles instantaneamente irãosaber se há algum problema com seu uncionamento.Bem antes de uma arma de ogo emperrar ou um com-

putador parar de uncionar, eles mostrarão sinais queindicam a existência e a natureza do problema. Umcomputador pode mostrar uma breve mensagem detexto criptograada indicando a natureza do potencialdeeito, enquanto um carro ou uma arma de ogo podeazer um barulho e óbvio ruído sempre que or usada.Qualquer um usando tal item perceberá esses sinaispor um teste bem sucedido de Percepção + Consci-ência. Tal inormação dá ao Orador dos Sonhos, oua qualquer um que descreve os sintomas, um pontoa menos na diculdade (ou uma Característica, emMET) de todos os testes para consertar o item.

Oradores dos Sonhos com dois ou mais pontosem Espírito não precisam conar nesses sinais abstra-tos. Qualquer Orador dos Sonhos com no mínimodois pontos em Espírito pode acilmente conversarcom esses itens despertos. Eles podem conversar comitens despertos aos quais eles estejam extremamenteamiliarizados sem a necessidade de um teste de Are-te. Além disso, tais itens podem iniciar conversaçõescom seus donos se ele possuir dois (ou mais) pontosem Espírito ou a Qualidade: Médium.

Mais de um Orador dos Sonhos já acordou nomeio da madrugada com um utensílio alante pedindo

por ajuda ou dizendo a ele que alguém estava tentan-do roubá-lo ou destruí-lo. Além de conerir ao Oradordos Sonhos um bônus em todos os testes para conser-tar o item que apresentarem deeitos, tais comunica-ções permitem um Orador saber instantaneamente sealguém usou o item desperto. Se um Neandus arrom-bar o apartamento do Orador dos Sonhos, seu com-putador pode usar sua web cam para lmar o invasore cará eliz em mostrar ao Orador a lmagem assimque ele voltar.

Ainda, o dono do item desperto reduz todas as

suas diculdades para usar o item em 1. Em contraste,qualquer um que o item desgostar recebe +1 na dicul-dade de quaisquer testes envolvendo o item. Normal-mente, isso signica que o Orador dos Sonhos podeusar o item com grande acilidade e seus inimigos têmproblemas de usar tais itens. No entanto, Oradoresdos Sonhos que abusam ou negligenciam suas posses

podem vê-las se voltando contra ele.Talvez o impacto mais óbvio em usar itens des-pertos sejam as inúmeras coincidências menores queacompanham seu uso. A buzina de um carro desper-to pode tocar quando ele estiver sendo roubado, umcomputador desperto pode parar de uncionar antesque um vírus perigoso o danique e uma arma de ogodesperta pode engasgar caso alguém esteja usando elacontra seu dono. No geral, tais coincidências apenaspodem ocorrer quando o item é ameaçado com riscode dano ou se o proprietário está em sério perigo. Emtodo caso, tais coincidências deveriam ser eventos

que podem ocorrer naturalmente.É claro, ter vários itens despertos pode ser umardo. Em alguns casos, espíritos menores podem sercomo crianças: eles se metem em problemas, exigematenção e nem sempre se comunicam adequadamen-te. Às vezes, eles até mesmo arão coisas estranhasou irão ocultar suas ações na tentativa de agradar odono. Embora um Orador dos Sonhos possa se cercartotalmente de itens despertos, isso possui suas dicul-dades práticas. (Narradores que não queiram se preo-cupar com a interpretação desses problemas, mas nãoquer Oradores dos Sonhos recebendo um redutor na

diculdade em tudo, podem limitar um personagemà posse de uma quantia de itens despertos igual aoArete do personagem (ou menos).

Oradores dos Sonhos e a Loucura 

A insanidade e o xamanismo sempre oram in-timamente ligadas. Um dos caminhos mais áceis paraos mortais ganharem a percepção espiritual necessá-ria para Despertarem como um Orador dos Sonhosé se tornar insanos. Dado isso, alguns Oradores dos

Sonhos possuem Perturbações. Essas Perturbações sãoespecialmente comuns entre os xamãs Independentesque Despertaram sem qualquer ajuda externa.

Embora alguns Oradores possam ganhar Pertur-bações tão acilmente quanto qualquer outro mago,Oradores insanos quase nunca ganham Perturbaçõesadicionais. De certo modo, sua insanidade existen-te parece proteger suas mentes de uturas agressões.Oradores dos Sonhos que eram insanos quando elesDespertaram são curados durante seu Despertar ousua Perturbação torna-se uma parte intrínseca de sua

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Oradores dos Sonhos64

magia.Em segundo lugar, usar magia de Mente para

curar a Perturbação oerece um grave risco de causarGilgul no mago. Felizmente, tais perturbações estãotão proundamente ligadas ao Avatar do Orador dosSonhos que tentar removê-la precisa ser executadapelo Orador ou com seu conhecimento e permissão.

Todas as outras tentativas de remover a Perturbaçãoautomaticamente alham. Os Oradores dos Sonhosque sicamente ou mentalmente cruzam a Películae entram na Umbra estão imunes à sua Perturbaçãoenquanto eles estiverem no mundo espiritual.

Embora as Perturbações tornem a interação comAdormecidos e com o mundo mundano bem diíceis,elas ajudam os Oradores dos Sonhos com sua magia.Os Oradores com Perturbações reduzem a diculdadede todos os testes de Arete, enquanto estiverem naonda de sua Perturbação, em 1. Ao invés de resistir asua loucura e tentar agir de uma maneira socialmente

aceitável, Oradores esquizorênicos vocieram para asvozes em sua cabeça, enquanto Oradores obcessivos-compulsivos se entregam a um comportamento com-pulsivo independente do seu ambiente. Nesse estado,todas as suas magias demoram duas vezes mais paraexecutar, mas o jogador automaticamente recebe obônus para executar a magia. Devido à natureza ex-trema desse tipo de comportamento, os Oradores dosSonhos que abertamente se entregam às suas Per-turbações em público serão normalmente presos oucontidos à orça, sendo levados contra a vontade paraavaliação psicológica.

Nova PerturbaçãoCegueira Umbral: Xamãs com essa espécie de

loucura são incapazes de dierenciar os espíritos dosmortais. A maioria dos xamãs pode dizer acilmentea dierença entre humanos e antasmas ou espíritos,mas essa Perturbação remove completamente essahabilidade. Assim, xamãs que possuem essa Perturba-ção normalmente conversam com seres que nenhumAdormecido algum ao seu redor pode enxergar. Ador-mecidos normalmente considerarão os Oradores dosSonhos que possuem essa Perturbação como sendodesiludidos ou esquizorênicos. Alguns Oradores te-

orizam que mais de 25% dos Adormecidos que oramdiagnosticados com essa doença mental possuem tan-to algum talento inato para ouvir e enxergar a Um-bra (como através das Qualidades: Médium e Visão)como essa Perturbação.

Quando interpretar essa Perturbação, o Ora-dor dos Sonhos precisa alar abertamente ao tomarconhecimento dos espíritos que se aproximam dele,mesmo que esses espíritos se aproximem do Oradornuma sala lotada ou durante uma avaliação por um

psiquiatra. Embora o Orador dos Sonhos esteja livrepara mandar os espíritos irem embora, tais conversasou ações similares precisam ser executadas exatamen-te como se o espírito estivesse sicamente presente.Muitos Oradores dos Sonhos que sorem dessa ormade loucura também possuem as Qualidades: Médiume Visão.

Novos Antecedentes Totens e Aliados Espirituais Totem

Um dos talentos extremamente comuns entreos xamãs, de todos os tipos, é ter um laço estreito comalgum espírito totêmico. Muitos xamãs, tanto Orado-res dos Sonhos como xamãs estáticos (pág. 64), pos-suem totens. Nenhum Orador dos Sonhos pode termais que um espírito totêmico. Embora seja possível

para um Orador adquirir um Totem antes, muitos de-les adquirem seus espíritos totêmicos durante seu Des-pertar ou brevemente depois, enquanto estão sendotreinados pelos seus Mentores.

Via de regra, os Oradores dos Sonhos podemassumir qualquer espírito totêmico que normalmentepoderia ser assumido pelos Garou ou qualquer RaçaMetamórca, bem como possuir seu próprio. VejaLobisomem: O Apocalipse, o Guia dos Jogadores deLobisomem e o Axis Mundi para inormações adicio-nais sobre os totens Garou. Além disso, Oradores dosSonhos possuem alguns totens que estão disponíveisapenas para eles. Uma aliança com um espírito totê-mico é algo dierente para os Oradores dos Sonhosdo que é para os Garou e para as outras Raças Meta-mórcas.

Todos os membros da mesma matilha Garoucompartilham o mesmo totem. A essência da relaçãode um xamã com seu espírito, dierentemente, é deum ser viajante e solitário na Umbra. Os Oradoresdos Sonhos possuem totens pessoais. O totem de umestudante pode ser completamente dierente de ummestre. Adquirir um totem é um processo complexoe diícil, onde o mago entra em contato com a Um-bra e procura por um poderoso espírito para ser seupatrono. Algumas vezes, essa relação é extremamenteestreita, sendo o totem um proessor, um amigo oumesmo um amante para o mago.

Além dos dogmas comuns impostos às outrasrelações com um totem, algumas vezes os espíritos to-têmicos pedem ajuda e apoio aos Oradores dos Sonhosem vários assuntos. Caso essa ajuda seja incomum ouapenas exigida em troca de algum serviço especícoexecutado pelo totem, então não há pontos a seremganhos por isso. Uma exigência constante por servi-

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 65

ços permite ao Orador dos Sonhos adquirir o Deeito:Dever Espiritual (veja The Spirit Ways, pág. 106).

Além das habilidades especícas oerecidas porcada totem individualmente, os pontos gastos, noAntecedente Totem, também são usados para com-prar habilidades especícas para o totem do mago. Éimportante lembrar que cada espírito totêmico indi-

vidual é apenas um aspecto parcial do todo do arqué-tipo espiritual. Quaisquer magos podem compartilharo mesmo totem, mas cada espírito é uma entidadeespiritual completamente distinta do mesmo arqué-tipo. Na prática, isso signica que dois Oradores dosSonhos podem ter o mesmo totem, mas cada espíritototêmico pode ter poderes completamente dierentes.As únicas constantes são a personalidade básica e asmotivações, bem como o tipo de Habilidades Inatasque eles ornecem (poderes extras especiais automati-camente ganhos por se ligar ao Totem).

Todos os totens xamânicos começam com 5

pontos para serem divididos entre Força de Vontade,Fúria e Gnose, além de 5 pontos de Poder. Além dis-so, todos os totens xamânicos recebem os EncantosSenso de Direção e Reormar, além da habilidade dealar com o xamã. Selecione as características adicio-nais para o mago em individual na Tabela do Antece-dente Totem. O custo listado é reerente ao gasto compontos de bônus.

Aliados Espirituais seguem a mesma tabela.Eles começam com a mesma base de Força de Vonta-de, Fúria, Gnose e Poder. Eles também começam comdois Encantos inatos. Um desses sempre será Senso

de Direção, o outro pode ser escolhido pelo jogadordo Orador dos Sonhos. Aliados Espirituais tambémpossuem sempre a habilidade de alar com o xamã aoqual eles estão aliados.

Custo Poder1 Por três pontos adicionais para dividir

entre Força de Vontade, Fúria e Gnose

1 Por 5 pontos adicionais de Poder

1 O Totem pode encontrar o xamãrapidamente

1 O Totem é respeitado entre os Umbróides

1 Por Encanto extra possuído (excetoMaterializar)

1 Por Habilidade Inata garantido ao xamãpelo Totem

1 O Totem pode se Materializar

O Totem pode possuir quaisquer Encantos lis-

tados em Lobisomem: O Apocalipse ou em seus suple-mentos, além dos presentes em Mago Companheirodo Narrador.

A quantidade de Habilidades Inatas que o To-tem oerece ao xamã é igual ao listado pelo Totem.Ao converter Totens de Lobisomem: O Apocalipsedescarte o Custo em Antecedente listado. Ao in-

vés disso, some o número de Habilidades Inatas oude Atributos ampliados ornecidos pelo Totem e usecomo custo do Totem. Existem vários espíritos totê-micos que são únicos aos xamãs.

Cavalo (Habilidades Inatas: 2)O Cavalo é o corcel el e bravo que leva o

xamã pela Umbra e por toda a sua vasta extensão. Di-erente dos cavalos mortais, o cavalo xamânico possuioito patas. Esse Totem é especialmente comum en-tre os Oradores dos Sonhos treinados na Sibéria e naÁsia Central, mas é mundialmente conhecido. Alémde ser um viajante incansável, o Cavalo é um bravo

guerreiro e tentará deender seus aliados do perigo.O Cavalo ornece uma parte de seus poderes aos seusaliados. Qualquer um com o Cavalo como Totem re-cebe um ponto adicional em Intimidação e é capazde correr tão rápido quanto um cavalo a galope emqualquer terreno na Umbra.

Dogma: O Cavalo é um bravo e independenteguerreiro, então ele espera que seus aliados se mos-trem da mesma orma. Xamãs com o Cavalo comoTotem nunca podem agir de modo covarde e nuncapoderão abandonar seus companheiros ou aliados embatalha. Além disso, embora xamãs com esse Totem

possam sacricar ou de outro modo matar cavalos sepreciso or, maltratando um cavalo ou tratando algumsem respeito receberá a ira deste totem.

Mãe Pássaro (Habilidade Inata: 3)A Mãe Pássaro é um enorme pássaro com lon-

gas garras curvas, penas de erro, e uma aada navalhacurva em seu bico de erro. A Mãe Pássaro leva osespíritos dos alecidos para a terra dos mortos. Assimcomo em seu Despertar, a Mãe Pássaro também levaseu aliado Orador para a terra dos Mortos e pendurao espírito dele em uma árvore onde é devorado porespíritos e depois, cuidadosamente reunido novamen-

te pela Mãe Pássaro. Durante a terrível e prolongadaprovação, o corpo do Xamã entra em coma, enquantoo seu espírito aprende os mistérios da vida e da mor-te. Xamãs com esse Totem recebem um modicadorde -1 nas diculdades em todas as jogadas para curaros vivos ou invocar, entrar em contato, ou visitar osespíritos dos mortos.

A Mãe Pássaro é cruel e implacável, como con-vém a um espírito ortemente associado à morte e aosmortos. Ela também é misericordiosa, de qualquer

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Oradores dos Sonhos66

orma, e recompensará atos abnegados que resultamem vidas que são poupadas ou mortes que são cau-sadas com mais dignidade. Espera-se dos Xamãs quepossuem esse Totem que ajam como intermediáriosentre a terra dos vivos e a terra dos mortos. Como tal,muitos deles têm gastado uma quantia considerávelde tempo dentro das Terras Sombrias. Todos os Xa-

mãs com esse totem recebem dois pontos em Conhe-cimento de Aparição. Além disso, tais xamãs serãoreconhecidos como magos propícios a conar.

Restrição: Xamãs com esse totem devem curarqualquer doente ou erido que vier pedir sua ajuda,conortar qualquer pessoa agonizante que eles encon-trarem e ajudar Aparições que visitam as Skinlandscaso seus propósitos sejam éticos e bons.

Xamã (Habilidade Inata: 4)Esse é um dos mais raros e poderosos Totens

disponíveis para os Oradores dos Sonhos. Muitos xa-mãs assumem que esse Incarna é um espírito de um

antigo e poderoso xamã. Esse xamã pode ser um vene-rado ancestral tribal, ou até uma gura como na lendado Xamã Finlandês Vainamoinen. Não importandoa identidade dessa entidade, o aliado Orador ganhao equivalente a 2 pontos em Mentor (pontos adicio-nais gastos com esse totem podem ser usados para au-mentar esse nível de Mentor). Além disso, Oradoresdos Sonhos que têm o Xamã como patrono recebemum ponto extra em ambas habilidades, Cosmologiae Enigmas devido a sua grande sabedoria resultantedesse Totem.

O Xamã é um totem muito exigente, reqüen-

temente requisitando serviços do Xamã, mas oere-cendo muita sabedoria e muitos segredos em troca.Oradores dos Sonhos que tenham o Totem do Xamãdevem também ter o deeito Dever Espiritual (ver TheSpirit Ways, página 106). O número de pontos nessedeeito não pode ser inerior ao número de pontos doantecedente Mentor ornecidos pelo Totem menos 1.Dependendo da personalidade do Xamã, este totempode ser tudo, desde um mestre velho e sábio que exi-ge muito, mas provê recompensas comensuráveis, atéum excêntrico Teimoso que responde perguntas comcharadas e pedindo para que seu aliado execute ta-

reas aparentemente sem sentido. Em todos os casos,entretanto, quanto mais esse totem der, mais ele pedi-rá em troca do seu aliado Orador dos Sonhos. Emboraninguém saiba ao certo, alguns Oradores alegam quemuitos Oradores dos Sonhos Oráculos do Espírito, nonal das contas acabam se tornando parte deste to-tem.

Restrição: Aliados do totem Xamã sempredevem socorrer outros Oradores dos Sonhos necessi-tados. O Xamã também protege o mundo do mal ede magos desordenados de todos os tipos. Aliados do

Xamã devem sempre se opor a qualquer Neandus ouDesaurido que eles encontrarem. Xamãs cujos espí-ritos têm persistido tempo suciente para azer pac-to com esse totem o azem devido ao seu inabalávelcompromisso com os deveres xamânicos. Eles espe-ram que seus respeitosos aliados mostrem um nívelsemelhante de dedicação.

Para os jogadores que não possuem o livro TheSpirit Ways, o deeito Dever Espiritual indica que ototem reqüentemente az exigências ao seu devoto.Enquanto concede habilidades, também impõe obri-gações. Estas podem ser qualquer coisa desde enviar omago para ajudar um amigo em necessidade, até pedirrituais notórios e perigosos sem dar uma razão. Quan-to mais sabedoria o totem dá, mais exige de volta. Oracasso para cumprir o dever resulta na perda do to-tem e talvez até um castigo.

O espírito da Cidade (Habilidade Inata: 3)Toda grande e importante cidade como Los An-

geles, Londres ou Cidade do México têm seu próprioIncarna. Além disso há um poderoso Celestino que é,em geral, o espírito das cidades. O espírito de uma ci-dade é geralmente muito grande e aparece como umaversão antropomórca da cidade, com característicasde vários habitantes amosos e vestindo padrões re-memorativos a arquitetura e estilo local.

Quando opta por esse totem, o Orador dos So-nhos tem duas escolhas. Ele pode escolher só se aliarao espírito da própria cidade (considerando que a ci-dade tenha um) ou ele pode azer um pacto com oCelestino de todas as cidades. No primeiro caso ele

só pode contatar e ganhar beneícios de seu totemenquanto estiver dentro dos limites ísicos de sua ci-dade. Porém, se escolher o Celestino urbano permite-lhe ganhar beneícios deste totem a qualquer horaenquanto ele estiver dentro dos limites de qualquergrande área urbana (qualquer cidade com uma popu-lação maior que 25 mil habitantes). A versão Celes-tina desse totem é comprada normalmente, enquantoo espírito de uma cidade especica é comprado pelametade (arredondando para cima). Por exemplo, se oespírito de Bangkok normalmente custaria 7 pontosde antecedente, o mago só precisaria pagar 4 pontos

desde que o totem só pudesse ajudar dentro de seuslimites especícos.Magos com esse Totem ganham dois pontos em

uma habilidade especial de Conhecimento chamadaConhecimento de Cidade, que lhes dá inormações arespeito da cidade escolhida (ou sobre qualquer cidadeem que eles estejam se orem aliados com o Celestinourbano). Essa Habilidade da ao mago conhecimentode geograa, historia, olclore e políticas da cidade.Conhecimento de Cidades pode ser aumentado comexperiência, mas cada ponto adicional deve ser gasto

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 67

em conhecimento de uma cidade especica.Além disso, esse Totem concede a todos os xa-

mãs a habilidade de comunicar-se com vários espíritosurbanos para ganhar uma visão geral das realidadespresentes na cidade. Role Percepção + Consciência:um sucesso concede uma supercial localização dosmais poderosos Nodos, e se há qualquer outro espíri-

to poderoso na cidade. Sucessos adicionais concedeminormações sobre mágicas poderosas que estão sendousadas atualmente, descrição de espíritos poderosos, alocalização de nodos menores, e conhecimento geralsobre quaisquer confitos sobrenaturais em larga esca-la que estejam acontecendo. Errando no teste, o magorecebe inormações alsas. Essa habilidade só pode serusada uma vez por dia.

Restrição: Esse poderoso Totem também é ex-tremamente exigente. Sempre que o Orador dos So-nhos estiver dentro de sua própria cidade (ou no casodo Celestino, sempre que o mago estiver em qualquer

cidade) ele tem ao menos dois pontos no Deeito De-ver Espiritual (The Spirit Ways página 106). O magonão recebe pontos adicionais gratuitamente por esseDeeito, mas pode comprar níveis adicionais dessedeeito normalmente. Em geral, esse Totem pede por

avores relativos ao bem estar da cidade. Tais avorespodem variar desde ajudar a pegar um criminoso par-ticularmente devastador como um serial killer ou umincendiário, para parar ou promover um especicoplano de renovação urbana.

Televisão (Habilidade Inata: 3)Seguido exclusivamente por Tecnoxamãs, esse

Totem é a personicação espiritual da orma mais po-derosa e penetrante de mídia que a humanidade játenha criado. A aparência desse totem é altamentediversicada. De qualquer orma, o xamã pode apenascomunicar-se com ele ligando uma televisão. Nestemomento, algum personagem popular começará a a-lar com ele.

Esse Totem ajuda todas as ormas de comuni-cação, ornecendo um modicador de -1 na diculda-de para todos os testes de Atuação direcionados paraconvencer ou enganar alguém. Além disso, sempreque uma televisão estiver ligada e visível, o persona-

gem ganha um modicador de -1 para todos os testesde Furtividade, por causa da orte distração ornecida.Finalmente, a diculdade de todas as magias de Men-te usadas em alguém que esteja assistindo é reduzidaem -1.

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Oradores dos Sonhos68

Personagens com esse Totem que adotam a Te-levisão como seu Mentor, acessam também inorma-ções sobre todos os tipos de trivialidades dos bilhõesque assistem todos os dias. Jogando Inteligência +Consciência, diculdade 8, para ganhar uma inorma-ção pessoal e aleatória a respeito de um individuo queassiste no mínimo 10 horas de televisão por semana.

Sucessos adicionais concedem mais inormações, maso Orador dos Sonhos não pode determinar exatamen-te a natureza dessa inormação. Essa habilidade nãopode ser usada mais do que uma vez por dia, ou em umúnico individuo mais de uma vez por mês.

Restrição: O Orador dos Sonhos nunca poderádesligar uma televisão ou mesmo diminuir o volume.Além disso, ele deve assistir várias horas por dia, pa-gamento proveitoso para esse poderoso deus moder-no. Qualquer um que possua esse Totem e deseje seaventurar em terras selvagens deve levar consigo umatelevisão portátil.

O Viajante (Habilidade Inata: 2 pontos)A estrada aberta e o destrambelhado vagabun-

do são poderosas imagens. Com o passar do tempo,eles geraram um Incarna que continuamente viaja deum lugar para outro. Hoje esse totem geralmente apa-rece como um mochileiro ou um viajante empoeiradoem seu próprio carro ou moto velha. Contatar ou secomunicar com o Viajante só é possível em uma estra-da bem movimentada.

Qualquer um que tenha o Viajante como seutotem nunca cará perdido. Indivíduos que desejemsaber onde eles estão devem azer um teste de Per-

cepção + Consciência. Um único sucesso ou podeornecer a direção correta do Norte ou de um marcoamoso. Múltiplos sucessos permitirão ao personagemrelembrar os seus passos por um labirinto, ou (com 4ou mais sucessos) até mesmo relembrar a rota que umcarro percorreu enquanto o personagem estava amar-rado e de olhos vendados no porta-malas. Além disso,os Oradores dos Sonhos que são aliados a esse Totemrecebem um bônus de -1 na diculdade em todos ostestes de magias de Correspondência.

Restrição: Qualquer um que pegar o Viajantecomo totem deve sempre ajudar viajantes em neces-

sidade. Também, enquanto tais personagens puderemter uma casa, eles devem ao menos, durante um ano,passar um mês viajando.

 ALIADOS ESPIRITUAISAs regras para criação de Totens podem tam-

bém ser usadas para criar aliados espirituais. A únicareal dierença é que os aliados espirituais são, em ge-ral, bem menos poderosos do que os totens. Ao invésde ser um Incarna, a maioria dos aliados espirituais

são espíritos menores que são ou independentes ouque também servem o Incarna. Fantasmas, Jagglings,Mordomos e Subordinados são todos bons candidatospara serem o aliado espiritual do Orador dos Sonhos(veja O Livro da Loucura página 104 a 135).

Aliados espirituais são criados assim como ostotens, exceto que eles podem ser criados não mais do

que com dois pontos. Use esses pontos para criar o es-pírito usando o mesmo processo de desenvolvimentoda página 58. O jogador não pode pagar pontos peloespírito aliado para ter o respeito de outros espíritos,porém, aliados nunca podem conceder ao Orador dosSonhos habilidades especiais. Aliados espirituais sãoiguais ou subordinados do mago, não superiores quepodem conceder poderosos dons para aqueles que oservem. Dierente dos totens, os aliados espirituaissão entidades completas e individuais, não porçõespequenas de um espírito maior.

Os Oradores dos Sonhos podem ter quantos

aliados espirituais quiserem, mas poucos têm mais doque dois ou três. Enquanto muitos Oradores com to-tens podem ter aliados espirituais que são servos domesmo totem, Oradores dos Sonhos que se recusam asubordinar-se a um totem estão reqüentemente con-tentes por se aliar a um espírito em um patamar deigualdade. Cada Aliado Espiritual tem um custo sepa-rado, mas todos eles podem ser substituídos na chacomo antecedentes para car mais simples (então umOrador dos Sonhos com quatro pontos nesse antece-dente pode simplesmente ter dois pontos em AliadoEspiritual).

Novos Encantos EspirituaisMiragem: Um espírito pode usar esse encanto

para produzir uma enorme variedade de imagens in-substanciais. Um quarto velho e decrépito pode serencantado para parecer limpo e novo, um buraco nochão pode vir a desaparecer ou um corredor podeparecer inexistente, como se alguma parede o tives-se tampando. Esse encanto pode somente produzirimagens estáticas que são incapazes de se mover, masessas imagens podem ser extremamente complexas edetalhadas. Todas essas imagens criadas por esse en-canto são completamente insubstanciais. Uma mira-

gem de uma parede pode parecer sólida, mas qualquerum pode caminhar através dela sem resistência. 10pontos permitem ao espírito alterar a aparência poruma cena.

Poltergeist: O espírito pode mover objetos í-sicos sem materializá-los. Um ponto permite ao es-pírito mover alguns pequenos objetos como chavese lápis por uma cena, quatro pontos permitem aoespírito operar ou mover um único objeto de médioporte como uma torradeira ou um revolver, enquanto

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 69

10 pontos permitem o espírito operar ou mover umgrande objeto como um carro, motocicleta, ou todoo conteúdo de um quarto. Esse encanto não pode serusado para lançar objetos orte o bastante para causarmais do que (no máximo) uma morte por pancadas.Espíritos que atirem coisas com orça mortal devempossuir o encanto Explosão. Todavia, o encanto Pol-

tergeist pode ser usado para derrubar objetos grandesem pessoas ou atirar com armas de ogo.

 Exemplo de Aliados EspirituaisUma vez que os Oradores dos Sonhos têm re-

crutado inúmeros tipos de espíritos para agirem comoseus amigos e aliados, há algumas variedades relati-vamente comuns. Rotinas que permitem os Oradoresdos Sonhos invocar com segurança e barganhar comesses espíritos são amplamente conhecidas. A maioriados Oradores dos Sonhos reconhecerá tais espíritosimediatamente.

Guardião da Casa (4 pontos em Antecedentes) Força de vontade 3, Fúria 4, Gnose 3, Poder 20Encantos: Sentido de Orientação, Poltergeist, Puri-car os Domínios Sombrios, Infuência.

Guardiões da Casa são pequenos espíritos, masextremamente leais, que deendem uma única resi-dência ou estrutura contra ameaças. Eles também ser-vem para garantir que os habitantes estejam elizes econtentes. A maioria dos guardiões da casa mostra-secomo um pequeno item decorativo que se encaixa nadecoração básica da residência. Eles normalmente ob-servam a residência e ajudam sutilmente a aprimoraros modos dos habitantes com o encanto Infuência.Eles conversarão com qualquer residente que pareçasozinho ou que queira conversar e seja capaz de ouvi-los. Eles reqüentemente usam seu encanto Poltergeistpara executar pequenas limpezas.

Guardiões da casa também são muito prote-tores, e deenderão a estrutura que protegem contraintrusos. Qualquer um que tente invadir uma casa ouapartamento protegidos por um desses espíritos en-contrará troéus de boliche caindo em sua cabeça, oselétricos se levantando para derrubá-lo e um antriãode similar estranheza, além disso, acidentes poten-cialmente mortais. Guardiões da casa completam es-ses ataques ísicos produzindo um terror absoluto emseus intrusos.

Os Guardiões das Casas também podem prote-ger suas residências de ataques mágicos, removendoqualquer maldição ou encantamentos malécos quesão direcionados contra os habitantes que estão emsua casa. Inelizmente, eles só podem remover taismaldições de construções – não de indivíduos.

Em personalidade, esses leais espíritos são quie-

tos, amigáveis e tem orgulho de suas casas . Os guardi-ões das casas que são orçados magicamente a protegeruma residência azem um trabalho notavelmente po-bre – quase todos os Oradores dos Sonhos que lidamcom esses seres barganham por seus serviços. Suasnecessidades são modestas, mas negligenciá-las trazconseqüências horríveis. Os Guardiões da Casa nor-

malmente requerem apenas um pequeno altar onde osmoradores oereçam sacriícios semanais de incensos,boa comida, e objetos de pequeno valor. Além disso,eles esperam ser elogiados por seus esorços, e esperamque os moradores tratem bem a residência concertan-do qualquer problema o mais rápido possível. Poucosguardiões da casa pedem mais do que esses modestospagamentos, mas não os pagar resulta em um guardiãoirritado e eventualmente vicioso e hostil. Aconselha-se aos magos que carem longe de suas casas por maisde uma semana que convençam alguém para entrar eazer os próprios oerecimentos.

Alguns magos nômades constroem pequenossantuários que podem ser carregados em bolsas oumochilas, e carregam seus guardiões da casa consigopara qualquer lugar que eles orem. A maior parte dosguardiões aceitará esse tipo de tratamento, mas pro-tegerão apenas uma residência onde o mago estiverpassando a noite. Também, apenas os magos que sãosucientemente ricos são aconselhados para trazerseus guardiões em suas viagens. Guardiões da Casaesperam para serem chamados apenas para guardarquartos de hotel e outros espaços que estejam pon-deradamente em boa orma. Magos que cam em ca-sas de tratamento, albergues da juventude, ou hotéissujos e baratos encontrarão seus guardiões das casasrecusando-se a guardar o cômodo ou pedindo paga-mentos excessivos para azê-lo.

Espírito do Corvo (2 pontos de Antecedente) Força de Vontade 4, Fúria 2, Gnose 4, Poder 10Encantos: Sentido de Orientação, Reconstruir, Ras-trear, Telepatia.

Os espíritos do corvo são os mais racos e maiscomuns que quaisquer dos aliados espirituais. Devidoaos seus racos poderes, eles normalmente trabalhampara magos e espíritos mais poderosos em troca depromessas de proteção e alimento. Para aqueles quepodem vê-los, a maioria é de corvos pretos cintilantescom olhos incandescentes. Entretanto, alguns se pa-recem como corvos de outras cores, os brancos sendoos mais comuns.

Os Espíritos dos Corvos normalmente traba-lham como espiões e mensageiros. Seus magos preci-sam apenas lhes mostrar alguma posse pessoal ou umaamostra de pele, sangue ou cabelo do alvo e pedir parao espírito do corvo entregar uma mensagem para a

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Oradores dos Sonhos 70

pessoa ou para segui-la e observá-la por um período detempo. Enquanto os espíritos dos corvos podem vere ouvir o mundo dos mortais, eles não podem ler, enão são amiliarizados com tecnologia moderna. Elespodem apenas reportar descrições de atos e conver-sas, não o número de teleone que alguém discou ou asenha da conta na internet. Quando os espíritos dos

corvos levam mensagem para Adormecidos, suas te-lepatias maniestam-se como um pressentimento ouuma memória de um sonho bastante real que o Ador-mecido ca inclinado a acreditar.

Em recompensa por esses serviços, o mago devedar ao espírito do corvo um ponto de Sorvo ou Quin-tessência todo Mês. Se o mago não tem nenhum Sor-vo, o espírito do corvo tentará drenar Quintessênciadele. Se o mago não tem nenhuma Quintessência, es-pírito do corvo começará então a procurar ativamen-te por Sorvo ou drenar Quintessência de qualquerperiapto ou Sorvo armazenado de um mago. Além

disso, o mago deve honrá-los nunca concordando emprejudicar corvos vivos e sempre usando um pedaçode jóia na orma de um corvo. Os espíritos dos corvosque não são pagos abandonam seus mestres e podem,ocasionalmente, oerecer seus serviços a pessoas queprocurem por espionagem.

Cão Negro (8 pontos de Antecedente) Força de Vontade 5, Fúria 7, Gnose 10, Poder 20Encantos: Senso de Orientação, Explosão, Materia-lizar, Rastrear.

Os Cães Negros são guarda-costas, assassinos

e guerreiros. Quando eles se materializam, a maioriaassume a orma de um enorme Mastie ou outro gran-de cachorro de ataque, mas alguns se parecem comhumanos cruéis e mortais. Sua Explosão pode tomara orma de suas mordidas, um enorme revolver ouocasionalmente armas violentas como enormes acasou escopetas de canos serrados. Eles reqüentemen-te acompanham seus aliados em situações perigosas,vigiando-os, alertando-os de possíveis perigos e im-pedindo planos eetivos e óbvios* de prejudicar seumestre. Esses serviços exigem que o mago pague aocão negro, enormes quantias de carne vermelha crua,caras oerendas e utensílios de erro muito bem or-namentados (incluindo valiosas armas). Magos commenos que três pontos em Recursos precisarão usarmágica ou outros meios não convencionais para a-zer esses pagamentos mundanos. Além disso, o magodeve dar ao menos um ponto de Sorvo todos os mesespara o cão negro.

Enquanto os cães negros também azem exce-lentes assassinatos, seus serviços estão longe de serembaratos. Para cada assassinato que o mago envia o cãonegro, esse deve lhe dar três pontos de Sorvo e azer

um sacriício de sangue para o espírito. A quantia e otipo do sacriício dependem do poder e status do alvo.Matando um pobre ordinário ou um Adormecido declasse média é provável que se exija um sacriício deuma simples cabra branca. Matar alguém com umaquantia de poder moderado como um preeito ou umchee de policia exigem um saudável e jovem touro

(custando no mínimo $ 5.000), e matando altos o-ciais do governo, a principal cabeça da corporação,seres sobrenaturais como magos ou vampiros, ouqualquer um que esteja sobre proteção direta de umacriatura sobrenatural exigem ou um sacriício huma-no ou o sacriício de um grande e poderoso predadorem extinção, como um tigre. Os cães negros exigemcomplexos sacriícios de sangue que levam, pelo me-nos uma hora e meia para se completar.

Aliado Fantasmagórico (6 pontos de Antecedente) Força de Vontade 5, Fúria 4, Gnose 7, Poder 20

Encantos: Sentido de Orientação, Poltergeist, Pos-sessão e Telepatia.Enquanto muitos espíritos são undamental-

mente inumanos e não têm conexão com o mundoterrestre, antasmas são reqüentemente mais amilia-rizados com o mundo dos mortais do que são com osreinos umbrais que agora habitam. As maiorias dosOradores dos Sonhos que se aliam a antasmas es-colhem espíritos que são um ou outro ente queridoque aleceu, mentores valiosos ou ancestrais honra-dos. Freqüentemente um proessor alecido retornacomo um antasma para ajudar seu aluno. Relacionar-se com antasmas está muitas vezes longe de ser algomais ácil do que se relacionar com outros espíritos.Embora eles estejam mortos, a maioria dos antas-mas tem compreensíveis motivos e desejos. Em geral,os aliados dos Oradores dos Sonhos desejarão ajudaprocurando depois pelo resto de sua amília ou estu-dantes, e possivelmente qualquer ajuda vingando osresponsáveis por sua morte. Além disso, muitos an-tasmas desejarão ocasionais presentes como Sorvos ouQuintessência. Em troca, antasmas podem ser extre-mamente úteis, pois podem ser mensageiros, guarda-costas, espiões e condentes. A maioria dos antasmasrelativamente corretos terá apenas inimigos, sujeitos

dispostos e objetos inanimados.

Lidando Com A TempestadeDe Avatar 

Tanto a Umbra quanto o Película são dinâmi-cas e estão sempre mudando. Os Oradores dos So-nhos acreditam que a estase é o mesmo que a mortee que eles devem se adaptar às continuas mudançasno mundo espiritual. Apesar da Tempestade de Ava-

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 71

tar ser uma catástroe espiritual sem precedentes, issoapenas quer dizer que nada similar aconteceu por mi-lhares de anos. A maioria das antigas lendas contaque existiram desastres no mínimo tão ruins e os Ora-dores dos Sonhos sempre tiveram maneiras de lidarcom as novas condições.

Muitos magos pertencentes a outras Tradi-

ções assumiram que a Tempestade de Avatar reduzi-ria enormemente o poder dos Oradores dos Sonhos.Poucos dias depois do seu aparecimento, entretanto,os Oradores dos Sonhos começaram a achar manei-ras de viajar com segurança para e através da Umbra.Muito embora eles ainda não tenham encontrado ummodo de viajar através da Película tão ácil quantoantes, eles têm desenvolvido diversas técnicas úteis.A mais ecaz oi o uso dos Baixios. Ao redor de Nodose outros lugares magicamente poderosos, a Películaalgumas vezes perde sua orça por completo. Quan-do a Película é reduzida a zero é possível que magos,

Umbróides e Adormecidos caminhem livrementepara dentro e ora da Umbra sem diculdade ou riscode erimentos. Da mesma orma que os Baixios na-turais são incrivelmente raros, as magias menores deEspírito e também alguns métodos de magia estáticapodem engrossar ou anar a Película em uma pequenaquantidade.

Os Oradores dos Sonhos já identicaram e de-enderam vários Nodos menores com essa habilidade.Estes esorços também serviram para descobrir umgrande número de Nodos urbanos, menores e menospoderosos, mas desconhecidos até então. Oradores

dos Sonhos que tenham conexões sucientes dentrode sua Tradição podem, algumas vezes, ter acesso aesses Nodos para entrar ou sair da Umbra. Tais Nodossão raros, e só permitem sair ou entrar na Umbra emalgumas localizações especícas.

Os Oradores dos Sonhos têm encontrado vá-rios outros métodos de burlar a Tempestade de Ava-tar. Eles descobriram rapidamente que não eram ape-nas os riscos de se erirem e a Gilgul para os magosmais poderosos, mas descobriram também que aque-les que não Despertaram são completamente imunesa esses problemas. Como resultado, os Oradores dosSonhos aumentaram o recrutamento e treinamentodos xamãs que usam magia estática (veja página 64para inormações sobre os Xamãs Estáticos, e a página105 do livro The Spirit Ways para inormações sobrea qualidade Lesser Shaman).

Hoje quando uma jornada improvisada para aUmbra é necessária, muitos Oradores dos Sonhos ten-tam enviar xamãs estáticos ou outros indivíduos quenão Despertaram para dentro da Umbra para comple-tar o serviço. Quando tais indivíduos são incapazes deconcluir o serviço, muitos Oradores dos Sonhos pro-

curarão por um ou mais magos recém Despertos semparadoxo permanente e com o Arete menor que doispara responsabilizar-se pela jornada. Uma vez que taismagos são evidentemente menos poderosos, eles searriscam com uma pequena quantidade de dano porentrar e sair pela Película. Se possível, a pessoa queenviar os novos magos na jornada também providen-

ciará aos viajantes Amuletos capazes de trazê-los devolta através da Película e curar qualquer dano causa-do pela Tempestade de Avatar.

Um eeito colateral a esse ponto é que os Ora-dores dos Sonhos possuem algo semelhante a um sis-tema de medida para os colares mágicos. Alguns ma-gos simplesmente não conseguem azer nada além depequenos truques – magos lineares – enquanto outrosconseguem moldar a magia em eeitos grandiosos devontade. Os Oradores dos Sonhos estão longe de re-almente entenderem tal enômeno, mas também per-ceberam que enormes poderes mágicos parecem ter

maiores chances de sorerem danos pela Película.Os Oradores dos Sonhos têm percebido queum pequeno número de magos excepcionais é resis-tente ou completamente imune aos eeitos da Tem-pestade de Avatar. Há um número ainda menor cujaresistência a Tempestade de Avatar é tão orte quequalquer pessoa que viaje com ele também é protegi-do dos danos. Atualmente alguns poderosos Oradoresdos Sonhos tem usado poderosos Espíritos e eeitos deCorrespondência para localizar mais indivíduos comessas habilidades. Ema vez que a maioria são de mem-bros de outras Tradições, muitos Oradores dos Sonhos

oerecem Sorvo, Fetiches e pagamentos similares paratais indivíduos agirem como mensageiros umbrais outransportar com segurança pequenos grupos de Ora-dores dos Sonhos para ou pela Umbra. Vários dessesindivíduos têm até mesmo se tornado honoráriosOradores dos Sonhos.

Alguns Oradores dos Sonhos mais adeptos desoluções mágicas, no entanto, encontraram outra ma-neira de lidar com este problema. Eeitos de Mente4 e 5 permitem que o mago entre na Umbra de or-ma astral. Embora o corpo, espírito e Avatar do magonunca passem pela Película, não há nenhum risco dedanos viajando desse jeito. Também, porque um cor-po astral pode ter tanta substancia quanto um corpoísico nos reinos Umbrais, esse método de transporte ésuperior em várias maneiras a entrar na Umbra sica-mente. Entretanto, exige muito mais esorço mágico.

Usando esse método, o Orador dos Sonhos nãopode trazer objetos da Umbra ou transportar objetossicamente através da Película. Certo número de Ora-dores dos Sonhos com poderes elevados começou aestudar magias de Mente com maior intensidade, e al-guns até chegaram a estreitar os laços com os Adeptos

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Oradores dos Sonhos 72

de Akasha. Oradores dos Sonhos menos experientessimplesmente devem azer com que suas percepçõessejam enviadas para dentro da Umbra.

Finalmente, enquanto muitos Oradores dosSonhos não dispõem de acesso aos tão desejados men-sageiros mortais, cada Orador dos Sonhos conheceuma boa quantidade de Espíritos. Os espíritos podem

viajar com segurança pela Umbra e muitos até podempassar através da Película sem sorer danos. Como re-sultado, a maioria dos Oradores dos Sonhos, quandopossível, agora envia espíritos para missões Umbrais.Enquanto a comunicação com espíritos pode ser ine-xata e tais serviços podem sair caros com relação aotempo ou aos materiais, tais serviços são cada vez maiscomuns.

 Xamãs estáticosO xamanismo é reqüentemente praticado em

todo o mundo. Naturalmente, apenas uma pequena

parte desses xamãs são atualmente Oradores dos So-nhos Despertos. Enquanto alguns xamãs são trapacei-ros, conselheiros e curandeiros bem treinados, apenasalguns possuem o verdadeiro dom espiritual. A maio-ria dos xamãs não despertos raramente possui a Quali-dade Médium (Mago: A Ascensão pág. 294-295). Domesmo modo que poucos indivíduos possuem talentosuciente como os Oradores dos Sonhos, outros xa-mãs treinados o possuem para ensinar um individuode modo que aça com que a maioria de suas habilida-des limitadas se torne mais poderosas. Estes indivídu-os engrossam ou anam a Película, chamam espíritos,

e até mesmo azem e usam etiches. Criação de Personagens

Crie um xamã estático igual a qualquer outrotipo de mago: 6/4/3 nos Atributos, 11/7/4 nas Habi-lidades, 5 em Força de Vontade, 7 nos Antecedentese 21 Pontos de Bônus (ou, utilize a opção “Igual paraTodos”, no Sorcerer é usado 7/5/3 nos Atributos e 15Pontos de Bônus). Nos dois casos, os xamãs estáticospodem ter qualquer um dos Antecedentes dos magos(incluindo o antecedente Totem descrito na pág. 58),exceto Avatar. Todos os xamãs estáticos deveriam terPerceber Espíritos, qualidade de 4 pontos (pág. 105do livro The Spirit Ways; az o xamã ver normalmen-te antasmas, adas e espíritos, sem a necessidade deusar poderes especiais). Vários xamãs estáticos tam-bém possuem as Qualidades Canal Natural e Habi-lidade Oracular (Mago a Ascensão página 295), maseles devem pagar por essas Qualidades normalmente.

Numina Xamânica Xamãs estáticos possuem 5 pontos nos Cami-

nhos Xamânico, com eles podem dividir entre qual-

quer um dos quatro Caminhos dierentes. Nenhumdesses caminhos exige rituais especícos, mas todoteste eito com qualquer um desses Caminhos exigeque gaste 1 ponto temporário de Força de Vontade. Es-ses quatro Caminhos mágicos são Despertar Espírito,Manipular Película, Convocar Natureza e ComandarEspírito. A menos que seja especicado o contrário,

cada Caminho exige ao menos meia hora de prepa-ração, onde o xamã canta, ingere drogas, dança, criaelaboradas pinturas com areia, ou se coloca em umestado onde o poder xamânico pode ser invocado noambiente. Xamãs estáticos podem também aprenderoutras ormas de mágica linear, e muitos aprendemCura, Oniromancia, Controle do clima, Convoca-ção, Aprisionar e Proteção (veja Sorcerer para maisinormações sobre essas Núminas). Comprar pontosadicionais de Numina custa 7 Pontos de Bônus, ou 7Pontos de Experiência para uma Trilha Nova e parauma nova pontuação x7 para aumentar uma Trilhaexistente.

 Comandar EspíritosXamãs estáticos podem controlar todos os tipos

de espíritos. Todos os testes para controlar espíritossão eitos usando Manipulação + Comandar Espíri-tos. A diculdade dos testes é a Força de Vontade doEspírito alvo. Um sucesso no teste permite o Xamãcomandar o espírito para uma única tarea constante,não maior que uma cena. Um sucesso é suciente paraobrigar um espírito relutante a entrar em um etiche.Cada sucesso adicional permite o xamã dar ao espíritoum comando adicional, ou para orçá-lo a obedecer a

um único comando em outra cena. Entretanto se oxamã tiver três ou mais sucessos, ele pode dar ao es-pírito um único comando que deve ser cumprido peloresto do dia.

Comandar um espírito é considerado um atohostil. Uma alha no teste de Comandar Espíritosresulta no ataque ou na uga do espírito. Enquantouma alha crítica nesse teste levará o espírito a umimpensado e urioso renesi. Se o xamã tiver ante-riormente controlado um espírito, a diculdade doteste para controlar o mesmo espírito novamente éreduzida em -1.

Embora a realização de dois poderes ao mesmotempo exija o gasto de dois pontos de Força de Von-tade, xamãs podem executar os rituais de Convocar eComandar que permitem o xamã convocar o espíritoe então imediatamente azer o teste para controlá-lo.Cada poder é testado separadamente. Nada acontecese o teste de Convocar alhar, e se o teste de Convo-car or bem sucedido e o teste de Comandar alhar, oespírito é convocado, mas está livre para azer o quedesejar.

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 73

Xamãs Estáticos podem também usar a habili-dade de Comandar para obrigar espíritos relutantesa entrarem em etiches. Para azer isso, o xamã pre-cisa de quatro sucessos no teste de Manipulação +Comandar Espíritos. O xamã precisa gastar três pon-tos temporários de Força de Vontade, e um ponto deSorvo para cada 10 pontos de poder do espírito, para

orçá-lo a entrar em um etiche.Porém, totens espirituais são vários pedaçosde seres enormes, esse Caminho não consegue co-mandá-los.

● O xamã pode comandar espíritoscom no Máximo 10 de poder.

●● O xamã pode comandar espíritoscom no Máximo 20 de poder.

●●● O xamã pode comandar espíritoscom no Máximo 30 de poder.

●●●● O xamã pode comandar espíritoscom no Máximo 40 de poder.●●●●● O xamã pode comandar espíritos

com no Máximo 50 de poder.

Despertar EspíritoSemelhante aos Xamãs Despertos, xamãs es-

táticos podem usar e criar poderosos itens mágicosque abricam para usar os poderes dos espíritos. TesteInteligência + Despertar Espírito para usar esse po-der. Para criar um Fetiche, o xamã precisa tambémconvencer o espírito a concordar ou orçá-lo com o

poder Comandar Espíritos. Xamãs estáticos podemtambém despertar permanentemente os espíritosdentro de vários itens (veja Usando Itens Despertosna pagina 56).

Criar um Amuleto Fetiche (uso único) requerque o xamã execute um longo dia de ritual para undiro espírito dentro do objeto. Esse ritual requer uso deSorvo e o gasto de um ponto temporário de Força deVontade. A diculdade desse teste é 3 + o nível doEncanto.

Criando um Fetiche ou despertando o espíritodentro de um item, ambos necessitam de que o xamã

aça uma longa semana de ritual, tomando a maio-ria do tempo livre do xamã pelo resto da semana. (Oxamã tem tempo suciente para comer e dormir, nor-malmente.) Esse ritual requer uso de Sorvo e o gastode um ponto permanente de Força de Vontade. A di-culdade desse teste é 4 + o nível do Fetiche ou 6 paradespertar itens.

● O xamã pode usar todos os Fetichescriados por magos e outros xamãs es-

táticos.●● O xamã pode usar todos os Fetiches

criados por espíritos e outras criaturas.●●● O xamã pode criar Amuletos Feti-

ches (Fetiches de uso único). Nessenível o xamã também pode despertarespíritos dentro de pequenos itenscomo jóias, espadas, e erramentasmanuais. O xamã deve azer todosesses itens.

●●●● O xamã pode criar Fetiches e podeprender permanentemente um espíri-to a um único local. Nesse nível, oxamã pode também despertar espíri-tos dentro de pequenos dispositivoscomplexos como rádios, armas deogo ou computadores portáteis. To-dos esses dispositivos precisam tam-bém ser construídos manualmente ouortemente modicados ou reparadospelo xamã.

●●●●● O xamã pode libertar espíritos de Fetiches e outros tipos de prisões. Oxamã pode criar Fetiches sem Sorvo,se ele pessoalmente zer o Fetiche econseguir no mínimo três no teste deDestreza + Oícios. Nesse nível, oxamã pode também despertar o es-pírito dentro de grandes dispositivoscomplexos como carros, motocicle-tas, máquinas-erramentas, grandesmonumentos ou computadores cen-trais. Todos esses dispositivos devemser construídos manualmente ou or-temente modicados ou reparadospelo xamã.

Manipular Película Xamãs com essa habilidade podem aetar a re-

sistência e estrutura da Película. Xamãs estáticos po-dem engrossar ou anar a Película não mais que o nú-mero de pontos que têm nesse poder, mesmo que nostestes tenha sido melhor. Além disso, não importa o

quão poderoso o xamã se torne, os Baixios não durammais que uma cena. A Película pode ser reduzida emum, mas para longos e distantes períodos de tempo,xamãs com a qualidade Canal Natural (Mago a As-censão página 295) podem atravessar a Película dessenível sem testes. Em todos os testes para aetar a Pe-lícula, são usados Raciocino + Manipular Película. Adiculdade desse teste está no grau região da Películainalterada.

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Oradores dos Sonhos 74

● O xamã pode engrossar ou anar aPelícula em até um ponto. Todas mu-danças não duram mais que três tur-nos.

●● O xamã pode engrossar ou anar aPelícula em até dois pontos. Todasmudanças não duram mais que umacena.

●●● Oxamãpodeengrossarouafnara

Película em até três pontos. Todasmudanças não duram mais que umdia. Nesse nível de poder, o xamãpode criar Baixios articiais e andarpara dentro da Película.

●●●● O xamã pode engrossar ou anar aPelícula em até quatro pontos. Todasmudanças não duram mais que ummês.

●●●●● O xamã pode engrossar ou anar aPelícula em até cinco pontos. Todasmudanças não duram mais que seismeses, a menos que o xamã crie umitem especial para marcar a área pro-tegida; então essas mudanças na Pelí-cula durarão até que esses itens sejamperturbados.

 Convocar Natureza Esse poder permite o xamã evocar todas as or-

mas de espíritos do outro lado da Película. Xamãs es-

táticos podem tentar atrair um único tipo de espírito,tal como um espírito de curandeiro, antasma, ou ele-mental do ogo. Alternativamente, se o xamã sabe onome de um individual espírito, ele pode tentar con-vocá-lo. Todos os testes para convocar espíritos sãoeitos com Carisma + Convocar. A diculdade desseteste para convocar um espírito é igual a sua Gnose.

Se tiver convocado com sucesso um espírito anterior-mente reduza a diculdade do teste em 1. Um sucessoobriga o espírito a aparecer por um único turno; emseguida, ele poderá desaparecer. Dois sucessos o obri-gam a car no mundo terreno por três turnos, e três oumais sucessos o obrigam a car no mundo mortal peloresto da cena. Em alhas críticas geralmente convoca-se espíritos perigosos.

De certa orma, esse poder unciona como umaespécie de Caminho especíco de Convocação, sinto-nizado especicamente para Espíritos Umbrais.

● O xamã pode convocar um espíritocom um Poder de no máximo 20.

●● O xamã pode convocar um espíritocom um Poder de no máximo 30.

●●● O xamã pode convocar um espíritocom um Poder de no máximo 40.

●●●● O xamã pode convocar um espíitocom um Poder de no máximo 50.

●●●●● O xamã pode convocar um espíritocom um Poder de no máximo 60.

Diga e Eles Respondem: Rotinas

 A Maldição das Conseqüências  (•••Mente,•Espírito)

Os Lanças Vermelhas desenvol-veram essa rotina primeiramente comoerramenta de guerra psicológica, re-nando o legado de maldições de algumastradições para um eeito particularmenteaado. As orças do xamã abrem o “olhointerno” da vítima, deixando o alvo ver

e ouvir todos os espíritos que sorem por causa dasações do alvo. Isso inclui os pequenos espíritos de par-tículas de pó e correntes de ar quebradas ou cortadaspelos lados, espíritos de insetos esmagados sob seuspés, os espíritos dos animais e plantas criadas e colhi-das cruelmente e que não tiveram o devido sacriíciopara dar comida. A vítima também pode escutar, bemlonge, os gemidos angustiados dos espíritos da água e

da terra em aterros sanitários e onde mais que a socie-dade da vítima marca o mundo.

A maioria das rotinas dos Lanças Vermelhassão mantidas em segredo e bem-guardados, conside-rando que só os verdadeiros guerreiros as merecem.Mas essa, a sociedade ensina abertamente, conside-rando que todo mago espiritual é merecedor do poder

para azer as almas ignorantes sorerem.Sistema: A vítima deve azer um teste de For-

ça de Vontade (Diculdade 5+Arete do xamã), paraazer qualquer coisa senão sorer a miséria da consci-ência pesada cada turno que a maldição se mantémem eeito. Mesmo em turnos que se tem sucesso noteste, a vítima sore uma orte torrente de emoçõesdepressivas. Numa alha crítica, a vítima desenvolveum desarranjo apropriado. A duração padrão, área eoutras limitações se aplicam; a maldição é vulgar sem

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 75

testemunhas em culturas que não aceitam o Xama-nismo, coincidente em qualquer outra. Depois de umnúmero de turnos igual ao Arete do xamã, o alvo po-derá pelo menos ser capaz de agir de alguma maneiraindierente à sua Força de Vontade, mas ainda teráa diculdade aumentada em dois pontos em todas asações (Não refexivas) pelo resto da duração do ei-

tiço. MET: Discípulo Mental, Aprendiz Espiritual.A vítima deve ter sucesso em um duelo estático deForça de vontade contra a diculdade de 5 + Arete doXamã para agir. Se não ele cará incapacitado de azerquaisquer ações (Exceto refexivas e de auto-deesa)por um número de turnos igual ao número de Aretedo conjurador, ou até o eeito acabar; e se o eeitopersistir após sua duração, a vítima ainda terá a di-culdade aumentada em dois para azer qualquer coisaque tenha iniciado. A base de duração é um turno.Graus de Sucessos: Aumenta a duração.

Movendo a Muralha Entre os Mundos (••Espírito)

Esse ritual ancião envolve marcar e prepararespecialmente uma região que a Película pode ser au-mentada ou diminuída. Esse ritual pode ser usado paraproteger uma casa ou mesmo um sobrado inteiro deataques espirituais, ou para reduzir a Película o su-ciente para que até mesmo espíritos racos e magoscom pouco poder possam sair ou entrar na Umbra.

Sistema: Cada sucesso aumenta ou diminui aPelícula do local em um ponto. Desde que a Películanão seja normalmente perceptível por Adormecidos,esse eeito é quase sempre considerado como uma má-gica coincidente. Aetar uma entrada é eita com adiculdade normal. O mago deve acumular sucessosna área para poder determinar o tamanho da altera-ção. A duração é calculada normalmente, mas se omago conseguir dois ou mais sucessos acima do neces-sário para alterar a película na quantidade necessária,o Orador pode prender o ritual em um conjunto deobjetos ísicos, como tocos de madeira entalhados ouespelhos especialmente decorados que marque o limi-te da alteração da Película. Se essa técnica é usada,o ritual continua em eeito até que os marcadores do

limite sejam quebrados.MET: Iniciado Espiritual: Você pode alterar

o nível da película que esteja ora do alcance de suasmãos em 1 por turno. Graus de Sucessos: Aumenta àdistância, duração ou alteração de nível da película.

 Andando Pelo Caminho Aberto (••Espírito,•Primórdio)

Esse ritual é uma versão do Movendo as Mu-ralhas Entre os Mundos que é eito especicamente

para baixar a Película em um Nodo à zero. Nesse pon-to, um Baixio é criado, e o mago e qualquer um comele é capaz de caminhar livre e seguramente na Um-bra. Uma vez que a Película não está sendo rasgadanem urada, mas um pouco deslocada, ninguém queentrar na Umbra por um Baixio levará algum danopelas Tempestades de Avatar.

Sistema: Cada sucesso nesse ritual reduz a Pelí-cula em dois pontos. Dois sucessos são sucientes parapenetrar na Película em qualquer Nodo. À meia noiteou outro momento especíco de augúrio, um únicosucesso irá reduzir a Película à zero. Pelo ato dosBaixios serem ocorrências naturais esse ritual é coin-cidente. Porém, sendo que a Película continua en-grossando, um Baixio articial nunca pode ser maiorque um muro de uma pequena sala. Também, Baixioscriados nunca duram mais que um dia, independen-temente do número de sucessos no teste. Felizmente,esse ritual pode ser usado nos dois lados da Película.

MET: Iniciado Espiritual, Aprendiz do Pri-mórdio. Você temporariamente remove a Película deum Nodo. No próximo minuto/confito ou até vocêparar o eitiço, o Nodo não terá Película e qualquerum pode atravessar livremente entre o mundo ma-terial e ísico. A área não é maior que um círculo de15 passos de diâmetro. Graus de Sucessos: Aumentaà duração.

Pequena Ligação dos Espíritos(••Primórdio,••Espírito)

Enquanto Adeptos do Espírito podem orjar

correntes umbrais inquebráveis em volta dos espí-ritos, Oradores menos habilidosos devem conarem outros meios de convencer os Umbroídes paracompromissá-los.

Essa rotina conjura um único espírito e ime-diatamente envolve esse visitante umbral com umacoroa brilhante de pura quintessência. Com um meropensamento, o conjurador pode azer esse ogo anor-mal erir o espírito. Enquanto o dano causado nãoé de longe terrivelmente severo, é sempre bastantedoloroso. Além disso, o alvo não pode determinar oquanto de dano eles irão sorer de antemão. Muitos

espíritos, como muita gente, odeiam sorer qualquererimento.Enquanto poderosos e nobres espíritos reqüen-

temente irão ignorar o risco e atacar o conjurador porousar conjurar tal eitiço neles, já à maioria dos espíri-tos racos e moderadamente poderosos vão concordarem azer pequenos serviços em troca da promessa doOrador não machucá-los. Também, enquanto estiverbarganhando com um diícil, mas não todo-poderosoespírito, esse ritual é um caminho útil para indicar

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Oradores dos Sonhos 76

que o conjurador não de vê ser ignorado ou ser trata-do com desdém.

Sistema: Um único sucesso no teste irá con-jurar o espírito; sucessos adicionais irão aumentar opoder da energia Primordial que cercará o espírito.Um sucesso adicional cercará o espírito com ener-gia que irá causar dois níveis de dano agravado. Essa

coroa mágica irá durar uma cena antes de desapare-cer inoencivamente. Dois sucessos adicionais azema energia durar por um dia inteiro e poderão causarquatro níveis de dano agravado no espírito. Em ambosos casos, esse dano pode ser causado a qualquer mo-mento na duração que o mago escolher. Esse dano sópode ser causado uma vez, entretanto, o eitiço podeser conjurado uma segunda vez. Como a maioria doseitiços de conjuração, saber o nome do espírito a serconjurado reduz a diculdade do eitiço em 2.

Alguns magos também incorporam um eeitode Mente 2 nesse ritual para produzir uma sugestão

mágica do poder do mago e da resistência inútil. Essatrilha também pode ser usada em um espírito que jáestá presente. Nesse caso, todos os sucessos vão paraenergizar a coroa mágica de Quintessência cercandoo espírito.

MET: Iniciado Primórdio, Iniciado Espírito.Você conjura um espírito e o cerca com energia Quin-tessencial que pode causar dano ao seu comando. Acoroa ca por uma cena/hora, e ao seu comando, iráinringir dois níveis de dano agravado no espírito algo,que nesse ponto se dissipa. Você deve vencer o espí-rito em uma disputa social para usar esse ritual nele,

mas se você ganhar, ambos o conjurador e a coroa to-mam o eeito e o espírito não ganhará outra disputadepois para resistir ao dano. Graus de Sucessos: Cadasucesso adiciona um ao dano que você pode causar ouaumenta a duração.

Persuasão Espiritual(••Mente,••Espírito)

Enquanto estiver compelindo espíritos comameaças de aprisionamento ou erimentos para ob-ter sua cooperação, isso pode gerar ressentimento eódio. Muitos Oradores evitam orça e coerção e ao

invés disso conam na barganha, alianças e amizadecomo uma maneira de obter vários serviços com osespíritos. Em adição, os mais poderosos espíritos sãode longe muito ortes para qualquer um senão os maispoderosos Oradores para serem controlados. Conse-qüentemente, Oradores que precisam de serviços deIncarnas ou Celestinos devem usar outros meios alémda orça para obter a sua cooperação. Enquanto quepagamento em Sôrvo ajuda a vencer inimigos ou pac-tos de ajuda mútua podem todos ser usados para pagara ajuda de um espírito — especialmente com espíritos

poderosos — requer muita habilidade. Para ajudá-losnas negociações, vários Oradores usam mágica paraajudar a convencer o espírito a aceitar a oerta.

Sistema: Sucessos nesse teste infuenciam emconjurar o espírito desejado e ajuda a deixá-lo nohumor certo para aceitar a oerta do Orador. Cadasucesso nesse teste (Incluindo o primeiro) reduz a di-

culdade nos testes para convencer o espírito em um.Um sucesso reduz a diculdade da primeira sugestãoque o conjurador az ao espírito em um. Dois ou maissucessos nesse teste reduz a diculdade de todas as su-gestões que o conjurador zer para o espírito durantetoda a cena pelo número de sucessos.

MET: Intermediário Mente, Intermediário Es-pírito, Você conjura um espírito e tenta convencê-loa te ajudar. Sendo que você está provavelmente a-zendo isso com um espírito muito mais poderoso quevocê, você não lutará com ele diretamente, ao invésdisso tentará criar uma atmosera boa para ele. Suces-

sos em um teste de Arete te deixa argumentar com oespírito, mas não o az aparecer ou obedecer (Embo-ra você possa orçar uma tentativa de disputa social,se sentir-se com sorte). Você pode então usar grausde sucesso para aumentar sua chance de negociação.Graus de Sucesso: Cada grau de sucesso diminui emum a diculdade de sua disputa mental ou social paraconseguir a cooperação do espírito.

 Visões Umbrais(•OU•••Correspondência,•Mente,••Espírito)

Enquanto atualmente perurar a Película é bri-

gar com o risco, estender um sentido através dela érelativamente seguro. Usando esse eitiço os Oradorespodem perceber qualquer ponto na Umbra que elessejam amiliarizados e até se comunicar com espíritoslá. Esse eitiço é quase sempre eito como um longoritual onde o conjurador entra em transe proundo edesliga todos seus sentidos mundanos enquanto passaseus sentidos para a Umbra. Na versão mais simplesdesse eitiço, o conjurador pode ver e ouvir eventosumbrais em qualquer local que ele desejar. Porém esseeitiço não permite que o conjurador orme um corpoumbral, ela permite que o conjurador conjure outroseitiços em alvos que ele pode perceber na Umbra.Fazer isso trás o risco de enviar sua essência mágicaatravés da Película, entretanto, e atrair o dano daTempestade.

Sistema: Usando mágica de Correspondência,o conjurador pode mandar suas percepções para umlugar já conhecido (Usando Correspondência 2), ouele pode usar Correspondência 3 para procurar porobjetos ou pessoas na Umbra. Mente 1 é necessáriopara permitir que sua mente aça a entrada incomum.Com uma adição de Forças 2, o conjurador pode até

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 77

ormar um intangível, antasmagórico corpoumbral. O número de sucessos no eitiço pri-meiramente determina quanto estranho seráo local ou indivíduo na Umbra em relação aoque o conjurador quer. O mesmo número desucessos, porém, também determina o máxi-mo nível de eitiços que o conjurador pode

usar em espíritos ou outros alvos que ele per-cebe usando esse eitiço. Se o conjuradorsó conseguir um sucesso, ele só poderáusar um eitiço de esera nível 1 no alvousando esse eitiço. Como todo eitiçoque permite que o usuário veja atravésda Umbra, esse eitiço é coincidente.Eeitos projetados na Umbra vão ousorer dano pesado da Tempestadeque degrada e transporta o ei-tiço ou também causar dano daTempestade no conjurador.

MET: Iniciado ou Dis-cípulo Correspondência, AprendizMente, Iniciado Espírito. Você pode pas-sar seus sentidos para a Umbra para que possaver lá normalmente. Como vários eeitos sen-soriais, esse dura por um minuto/confito emvocê mesmo, ou um turno em outra pessoa.Você pode usar esse ponto de visão para con-jurar outros eitiços, mas os eitiços não podemser de graus de sucesso maiores que o eeito bá-sico, e você irá sorer dano das Tempestades deAvatar. Graus de Sucesso: Adiciona à duraçãoou aeta pessoas adicionais.

Ofícios do Xamã(•••Matéria,•••Espírito)

A ligação entre orjadores e xamãs éextremamente anciã. Essa rotina é uma dasmágicas primarias usadas pelos Artíces Espi-rituais. Esse eitiço permite a eles reparar ob-jetos quebrados de todos os tipos. Em adição,os Artíces Espirituais usam-na para melhoraros objetos para que uncionem melhor do queantes. Esse eitiço também (temporariamenteou permanentemente) desperta o item que o

Artíce Espiritual está trabalhan-do. Em alguns casos, o conjuradorirá despertar o item temporaria-mente para que o espírito o ajudea descobrir o que há de errado ea melhor maneira de consertar. Setiver tempo suciente, entretanto,quase todos os Artíces Espiritu-ais usam esse eitiço para desper-tar permanentemente o item que

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Oradores dos Sonhos 78

eles estão trabalhando. Despertar itens desse modomelhora seu uncionamento (Enquanto seus usuáriostratá-los bem) e é uma parte do plano dos ArtícesEspirituais de despertar novamente o mundo e o co-nectar novamente com a Umbra.

Sistema: Um único sucesso irá reparar um mí-nimo dano na arma e da ao conjurador uma boa idéia

de qualquer deeito escondido e de como o usuáriotem tratado o item. Mais sucessos dão níveis superio-res de reparo. Três sucessos repararão tudo menos osdanos mais severos. Mesmo um único sucesso desper-ta temporariamente o espírito no item; use o esquemade duração em Mago para determinar quanto tempocontinuará desperto.

Primórdio 2 deve ser adicionado ao eitiço seor usado para reparar objetos ou dispositivos que o-ram tão danicados que agora têm muitas partes per-didas. Para tornar esse eitiço coincidente, o conjura-dor deve azer alguns reparos ísicos no objeto. Alguns

dos mais dedicados Artíces Espirituais usam esse ei-tiço meramente como uma ajuda para alguns esorçosmundanos. Usado desse modo, cada sucesso diminuiem 2 a diculdade de qualquer reparo.

MET: Discípulo Matéria, Discípulo Espírito.Você recria um objeto danicado e simultaneamentelibera seu espírito. Se você realmente reconstruir ereparar o item, ele é provavelmente coincidente, casocontrário é terrivelmente vulgar. O eeito básico podereparar qualquer objeto que você possa segurar emuma mão, com mais ou menos cinco quilos de peso.Os reparos são mundanos e uma vez terminados não

são alvos de uma contra-mágica. Graus de Sucesso:Por um grau de sucesso você pode despertar o espíritodo objeto. Ou, cada grau permite dobrar o peso quevocê pode aetar.

Batalha Noturna (••••Mente,•••Forças,••Primórdio,••Espírito)

Esse é um dos rituais mais mortais e poderososconhecidos pelos Oradores dos Sonhos. Ele permiteque o mago separe seu espírito do seu corpo e circularem ambos o plano astral e o mundo ísico à procurade vítimas. Tradicionalmente, o espírito do mago ca

com a aparência de um grande e perigoso predador.Enquanto apenas magos usando sensos espirituais ouindividuais e criaturas com percepções sobrenaturaissimilares podem perceber diretamente esta ormaastral, esse eeito pode ser sentido por qualquer um.Usando sua mágica, o Orador se arrisca para matarinimigos ou destruir objetos, enquanto seu corpo caem algum lugar em um transe proundo. Quando oritual é completo, o alvo parecerá ter sido atacado porum animal selvagem. Ninguém sem uma mágica po-derosa poderá traçar esse evento até o conjurador.

Sistema: O conjurador deve ter no mínimodois sucessos enquanto conjurando esse ritual, sendoque ele não é útil se não durar pelo menos uma cena.Também, enquanto o espírito do conjurador pode semover na velocidade do pensamento, o conjurador jádeve saber a localização do alvo ou usar magias decorrespondência para encontrá-lo. Uma vez que o

alvo é encontrado, sucessos adicionais são necessáriospara qualquer ataque.Todos os danos usando eeitos de Forças são ei-

to normalmente, e tal dano parecerá ser causado porum animal selvagem. Exames cuidadosos na vítima,entretanto, não mostrarão nenhuma evidencia de pê-los de animais ou outros traços que sempre aparecemdurante reais ataques de animais. Se quiser, o conju-rador pode gastar um ponto de Quintessência e todosos danos causados por esse eitiço serão agravados. Anão ser que seja cuidadoso, esse ritual é vulgar se usa-do contra alvos no mundo ísico. Todos os ataques no

mundo umbral, porém, são coincidentes. Por ter quemandar seu espírito através da Umbra, você se arriscaaos caprichos das Tempestades de Avatar se não esti-ver em um Baixio, mas você só ará uma vez.

MET: Adepto Mente, Discípulo Forças , Ini-ciado Primórdio, Iniciado Espírito. Você manda umaprojeção de você mesmo para ora e usando Forças,reconhece e ataque um alvo à distância. Enquantovocê deve saber a localização do alvo, seu eu astralsimplesmente coordena o uso dos seus ataques azen-do parecerem os de um animal. De ato, seu eu astraltoma as características do animal em questão — Não

o suciente para enganar um observador determina-do, mas o suciente para deixar a Ressonância pareci-da com a do espírito animal. Uma vez que chegar aoalvo, você az ataques testando seus atributos mentaiscontra os atributos ísicos do alvo (Quase certamentede surpresa). Você tem um turno para azer seus ata-ques no nível de base. Você sore dano da Tempestadeimediatamente depois de conjurar. Graus de Sucesso:Adiciona à duração.

 Execução Espiritual(••Primórdio,••Espírito)

Essa rotina é normalmente usada por Orado-res para executar ou se livrar de maus espíritos. Comisso, o Orador carrega uma arma com energia primor-dial crua e ataca através da Película para infigir danomortal em espíritos próximos. Esse eitiço é normal-mente utilizado para dar poder a espadas, acas, clavasou armas com energia necessária para executar espí-ritos hostis. Ele também pode ser eito usando armassimbólicas, como espadas sem corte ou mesmo cristaise chocalhos, para permitir ao Orador atacar espíritospossessivos sem machucar o possuído.

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 79

Sistema: Como todos os eeitos de energia pri-mordial canalizada, esse eeito causa dano agravadono alvo. Se esse eitiço é usado em um espírito pos-suindo um corpo vivo, uma única rolagem de dano éeita para o ataque. Se a arma ísica danicar o alvo,todos os danos agravados aetarão apenas o espírito.Dependendo da arma sendo usada, a arma pode cau-

sar dano letal, contusivo, ou danicar o alvo, mas oespírito levará todo o ataque. Para azer esse eitiço, oconjurador deve sempre gastar um ponto de Quintes-sência. Sendo que esse eitiço aeta somente espíritosé quase sempre coincidente.

MET: Intermediário Primórdio, Intermedi-ário Espírito. Você permite que uma arma ataqueatravés da Película. A arma que você encanta pode,por um turno, causar dano agravado em espíritos ata-cando suas localidades ísicas ou contrapartes. Vocêdeve gastar um ponto de Quintessência para ativaresse eeito. Graus de Sucesso: Adiciona a duração.

 Comendo Espíritos (•••Mente,•••Primórdio,••Espírito)

Ao invés de meramente executar ou se livrarde espíritos, alguns Oradores querem pegar o podere conhecimento dele consumindo-o. Como o eitiçoExecução Espiritual, o conjurador da poder a umaarma e a usa para atacar o espírito. Em adição ao erirou matar o alvo, o conjurador suga sua energia pri-mordial e conhecimento. Matar um espírito com esseeitiço o destrói para sempre e dá ao conjurador poderconsiderável.

Apesar da tentação de poder oerecida por esseeitiço, muitos Oradores consideram o uso dele hor-rendo. É normalmente usado somente em desespero,ou por Oradores que desejam comandar os espíritosao invés de agir junto deles. Oradores que usam esseeitiço regularmente podem intimidar espíritos a tra-balhar com eles, mas irão raramente ter aliados ouamigos espirituais — A única exceção será alguns al-tos espíritos predadores que usam táticas similares. Ouso regular desse eitiço ará muitos Oradores verem oconjurador como um indivíduo violento que eles têmde evitar.

Sistema: O dano causado por esse eitiço é idên-tico ao Execução Espiritual (Veja página 69). Cadasucesso no dano também dá ao conjurador um pontode Quintessência. Cada ponto de Quintessência re-duz o poder do espírito em 5 pontos. Reduzir o poderdo espírito para zero usando esse eitiço o destrói parasempre. Espíritos não podem prover mais Quintessên-cia que um quinto do seu poder.

Sucessos nesse ritual também permitem aoconjurador roubar conhecimentos e memórias do

espírito. Um único sucesso em qualquer ataque irádar ao conjurador poucas memórias aleatórias. Doissucessos em um ataque dão ao conjurador acesso amaioria das mais recentes memórias do espírito. Trêssucessos dão a maioria das memórias ao conjurador, equatro sucessos ou mais dão acesso aos segredos maisbem-guardados do espírito.

Conjuradores que têm mais de dois sucessos emum ataque devem também azer um teste de Força deVontade. Tendo um número de sucessos no teste igualao número de sucessos no ataque permitem ao conju-rador não ter nenhum problema. Um teste bem suce-dido de Força de Vontade com menos sucessos que oataque dá ao conjurador uma alha mental ou outrotraço pessoal de personalidade possuído pelo espírito.Isso persiste até a próxima noite de sono do conjura-dor. Um teste alho de Força de Vontade o ará durardurante a próxima memória, e um teste de vontadecom alha crítica deixará o traço permanente ou ará

o conjurador acreditar que realmente é o espírito pelapróxima semana. Um teste adicional de Força de Von-tade deve ser eito toda vez que o conjurador causarum dano considerável ao espírito. Uma série de alhasnos testes podem acilmente resultar no conjuradorganhando vários problemas mentais.

MET: Discípulo Mente, Discípulo Primórdio,Iniciado Espírito. Você usa uma arma orticada paraatacar um espírito e tomá-lo algum poder e conhe-cimentos. Você deve atacar o espírito, certamente(Normalmente usando uma disputa ísica), mas, cadavez que você o az, você deve azer uma disputa men-

tal para roubar suas energias. Se você ganhar, roubaráuma Quintessência (O que custa ao espírito cinco depoder); se o espírito car sem poder, é destruído. Vocêtambém deve, na descrição do Guardião Espiritual,ganhar algumas das memórias do espírito. Se o espí-rito tiver habilidades, você rouba uma cada vez quesuga poder com sucesso. Habilidades roubadas dessamaneira duram por uma cena/hora ou até serem usa-das. Se você roubar mais Quintessência do que temForça de Vontade em qualquer cena, você sore umDesarranjo para cada ponto de Quintessência extraroubado. Normalmente, a arma se mantém encanta-da por um único confito. Graus de Sucesso: Adiciona

à duração do poder da arma.

Lendo a meada Umbral(•Mente,••Espírito,••Tempo,Algumasvezes••Ou•••Correspondência)

Esse eitiço é o avorito de muitos Baruti. Alémde agora ser a única maneira de muitos deles poderemter acesso à sua livraria umbral dos contos perdidos ememórias anciãs, essa rotina também permite que elesprovem a história da própria Umbra. De acordo com

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Oradores dos Sonhos80

a doutrina Baruti, o mundo passou por inúmeras mu-danças drásticas. Todas as terras e pessoas deixaram deexistir de repente, as regras governando a magia mu-dou, e até a orma da geograa básica do mundo não éconstante. Em muitos casos, essas mudanças varreramquase todos os traços do mundo anterior e a trocaramcom histórias e arteatos que parecem consistentes e

inevitáveis ormas do novo mundo.A Umbra, entretanto, é mais fexível e durá-vel que o mundo ísico. Traços signicativos dessasrealidades primárias podem algumas vezes permane-cer cantos negligenciados da Umbra. Barutis curio-sos usam esse eitiço para conjurar sua consciência naUmbra e ler sua história.

Enquanto a validade das verdades ganhasusando essa rotina são normalmente questionáveis eimpossíveis de se provar, alguns Barutis usando esseeitiço usaram seu conhecimento para chegar a arte-atos sicamente estranhos na Umbra ou no mundo

ísico. Eles dizem que essas relíquias curiosas suportamas histórias que eles aprenderam. Muitos outros histo-riadores de outras Tradições descartam teorias que ar-teatos como a caveira de cristal Maia são vestígios daexistência de um mundo vastamente dierente, masos Baruti raramente se preocupam com a opinião dosoutros. Alguns Baruti usam esse eitiço numa tenta-tiva de adivinhar o uturo da Umbra, mas seus resul-tados são muito mais conusos e inconsistentes queadivinhações normais. Poucos Barutis dizer que essesestranhos resultados obtidos usando essas adivinha-ções são provas distantes de que toda a estrutura do

mundo irá mudar em um uturo próximo e a Umbra eo mundo ísico serão logo reunidos.Sistema: Esse eitiço tem uncionamento idên-

tico aos outros eitiços de adivinhações de Tempo, ex-ceto pelo ato que ele provê inormação sobre o passadoou o uturo da posição na Umbra em que o conjuradorse encontra. Por causa de todas as magias serem maisáceis na Umbra, a quantidade que o conjurador podever no passado (Mas não no uturo) é 21 vezes o queobtido correspondentemente no mundo ísico (Ver atabela em Mago: A Ascensão página 209). Se eeitosde correspondência orem adicionados, o mago podedeterminar a história dos locais na Umbra em que éamiliarizado. A porção de Mente dessa trilha permiteao conjurador relembrar claramente cada detalhe daestranha e conusa inormação que ganhou.

MET: Aprendiz Mente, Iniciado Espírito,Iniciado Tempo, Opcional Iniciado ou DiscípuloCorrespondência. Você conjura seus sentidos para outuro ou passado na Umbra. O que você vê dependedas antasias do Spirit Seeker; a realidade é mutávelna Umbra, então sensos de tempo lá são menos con-áveis que adivinhações no mundo ísico. Com corres-

pondência você também pode conjurar sua visão emoutras partes da Umbra. Áreas que são guardadas ouprecisam de algo especial para entrar, portanto, aindamanterão você e seus sentidos ora. Você pode ver opassado ou o uturo em um extenso grau de tempo —

 No eeito, qualquer tempo na mesma década — como mínimo de problemas. Você noticia pouco das ações

do tempo: cerca de um turno por história. Graus deSucesso: Estende a distância de visão ou a duração.

Maravilhas XamanicasO Violão dos Espíritos(Maravilha de seis pontos)

Criado no m da década de 1960 por um Ora-dor americano que espontaneamente Despertou deuma combinação de drogas e música, esse item é umviolão de qualidade magníca que também permite aquem o toca aetar diretamente o tecido da Película.

Além de ter um som realmente maravilhoso e sen-do estranhamente ácil de tocar, o instrumento tam-bém permite ao usuário tocar duas músicas especiais.A primeira é uma balada leve, lenta e melancólicaque pode ser usada para transportar o conjurador paraquem escutar por perto através da Película. A segundamúsica é estimulante e rápido que aumenta a orça daPelícula contra espíritos intrusos. Ambas as músicasnão tem palavras, mas o usuário da maravilha podeadicioná-las sem problema.

Sistema: Esse instrumento é tão bem eito quetodos os testes de Atuação usando-o tem a diculdade

reduzida em um. Além disso, ele é totalmente desper-tado e é bastante conhecido por avisar seu usuário deperigo por um rangido barulhento ou até mesmo que-brando uma corda do nada. As duas músicas, entre-tanto, são seu maior dom. O som de ambas as músicas,como as notas enigmáticas para seu uso, estão dentroda capa do violão. Sua pauta não é realmente neces-sária, já que o violão por si só já ajudará e ensinará ousuário a tocar essas músicas.

Para ambas as músicas, o executor deve primei-ramente gastar um ponto de Quintessência e rolarum teste de Destreza+Atuação no lugar de Arete (A

diculdade desse teste é igual ao nível da Película).Os sucessos são calculados normalmente. Ao abrir aPelícula, os alvos serão enviados através da conclusãoda música, que leva aproximadamente cinco minutospara terminar. Cada sucesso acima do mínimo neces-sário permitira ao executor que mande um alvo adi-cional pela Película. Todos os alvos devem estar pre-sentes durante toda a perormance, e devem estar a10 metros do conjurador e poder ouvir (Ou se surdo)sentir a música a musica. O conjurador pode escolherse ele será um dos indivíduos enviados através da Pelí-

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 81

cula. Se quiser, ele também pode usar essa música paraabrir a Película e deixar os espíritos ou humanos pró-ximos presos na Umbra voltar para o mundo ísico.

O musico também pode tocar uma versãomais curta e simples dessa música que diminui o ní-vel da Película por 1 a cada sucesso em um teste deDestreza+Atuação. Esse eeito duro toda a cena após

o som ter terminado. Em regiões com Película baixa,esse som mais curto pode ser usado para criar um Bai-xio temporário.

A outra música precisa de 10 minutos paratocar. Quando a música começar, o executor prote-ge o cômodo em que estiver de espíritos. Se o somé tocado ao ar livre, ou em um local muito grande,então apenas uma área de 10 metros de diâmetro es-tará protegida. Essa proteção aumenta a Película para10 durante o eeito. Um único sucesso no teste deDestreza+Atuação permite ao executor proteger o cô-modo enquanto tocar a música. Se quiser, o executor

pode recomeçar a música quando terminar sem preci-sar reazer o teste ou gastar mais Quintessência. Dessamaneira, o executor pode proteger a sala pelo tempoque ele continuar tocando a música. Melhores testespermitem que a proteção que no local após a músi-ca ter terminado. Dois sucessos permitem a proteçãopersistir por toda uma cena depois da música termi-nar, enquanto três sucessos permitem que a proteçãoque por um dia todo e quatro sucessos permitem quea proteção que por uma semana lunar toda. Sucessosadicionais nesse teste não têm eeitos.

Identificação Universal(Maravilha de quatro pontos)

Esse talismã consiste em um cartão de identi-cação despertado que oi carregado com magias que opermitem se tornar qualquer cartão de identicação.Dependendo dos desejos do usuário, ele pode ser umacarteira de motorista com a oto do usuário e qualquernome ou estado de origem, uma licença de detetiveparticular, e uma insígnia do FBI completa com oto,ou até um cartão de crédito para uma empresa de altasegurança. O conjurador precisa apenas de uma amos-tra do tipo desejado de identicação ou mesmo ape-

nas uma oto ou vídeo do cartão desejado. Depois detocar esse objeto, a identicação (Ou a imagem dela)é duplicada, o usuário precisa apenas assinar com onome que ele quer usar e ele irá reazer com o rosto dousuário e todas as inormações ísicas relevantes. Essaidenticação também unciona em leitores de cartão.

Em algumas instalações de alta segurança, ousuário também pode precisar colocar um código es-pecial em um teclado depois de colocar o cartão deidenticação no leitor. Felizmente, enquanto segu-

rando o cartão, o usuário irá automaticamente sabero código certo para o cartão. Magos que combinamesse cartão com disarces mágicos ou convencionaistambém pode usá-lo para se passar por uma grandevariedade de indivíduos.

Sistema: Nenhum teste é necessário para usaressa maravilha. Ele irá uncionar automaticamente

enquanto o mago tiver uma amostra ou uma reprodu-ção precisa e detalhada do tipo de identicação queserá emitida. Se essa identicação contém uma gran-de quantidade de inormação eletrônica ou impressa,o usuário pode simplesmente escrever essa inormaçãono cartão e sua escrita de mão irá se transormar ins-tantaneamente em ormação codicada ou ordenada.

 Fetiches Carro Inabitado(Maravilha de quatro pontos)

Enquanto os Filhos do Éter e os Adeptos da Vir-tualidade tentam criar inteligência articial usandocomputadores e erramentas tecnológicas similares,Oradores ultrapassam certos limites prendendo espí-ritos em objetos ou despertando os espíritos nos maisvariados dispositivos. Esse veículo despertado é tipi-camente um carro esportivo ou esportivo compactoque pode responder a voz de comandos eetivamentecomo um cão excepcionalmente bem treinado. Pedi-dos como “Me leve pra casa”, como também pedidosde escapar de uga, evitar obstáculos enquanto o mo-torista atira pela janela ou cortar outro carro serão en-

tendidos e obedecidos. Para evitar o Paradoxo, essescarros são equipados com computadores avançados esistemas de navegação GPS. Enquanto ninguém exa-minar detalhadamente a parte eletrônica do carro, aoperação desse veículo é totalmente coincidente.

Sistema: Esse veículo pode ser comandado peloseu proprietário como para qualquer um que ele digaao veículo para obedecer. Quando operando sozinho,o veículo usa uma quantidade de dados igual à di-culdade de manobra (Mago: A Ascensão página 223-224). Quando dirigido pelo proprietário, sua com-preensibilidade diminui em 2 a diculdade dos testes

do proprietário para operar o veículo. O proprietáriopode até chamar o carro pelo seu celular e pedir paraele buscá-lo em uma localização especíca, ou sim-plesmente em casa ou no sinal do seu próprio teleo-ne. Com certeza, é melhor azer esse tipo de chamadoa noite, já que um carro desocupado andando pela ruapode chamar uma enorme atenção indesejada.

Existem vários limites ao operar esse veículo.Ele recusará qualquer ação que irá destruí-lo e serárelutante em arriscar danos sérios a não ser que a vida

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Oradores dos Sonhos82

do proprietário estiver em perigo eminente. Alémdisso, o espírito o espírito irá se tornar cada vez maisirresponsável e irá eventualmente recusar obedecerao proprietário se não receber os devidos cuidados emanutenções. Para encobrir os gastos para manter ecomprar o carro, proprietários desse etiche devem tertrês ou mais pontos de Antecedentes em Recursos.

 Aranha de Informação(Maravilha de seis pontos)

Enquanto xamãs de muitas tradições não gos-tem de eletrônicos, alguns Tecnoxamãs apreciam opoder da internet e de outras ormas eletrônicas decomunicação. Reconhecendo o poder dessas inorma-ções, um pequeno número deles tem criado Fetichesque permitem que eles monitorem e aetem algumasinormações. As aranhas de inormação são um re-cente esorço criado por Blue Phreak, um Tecnoxa-mã hacker que vive em Los Angeles. Ela oi tão bem

sucedida que no último ano oi copiada por um bomnúmero de Tecnoxamãs.A aranha de inormação é um Fetiche que con-

siste em um mini computador palmtop com uma câ-mera digital e um modem sem o. Esse computadorguarda um pequeno, mas inteligente espírito de inor-mação que pode ser instruído a procurar todas as or-mas de comunicação eletrônica para mensagens quecombinam com uma busca especíca. O usuário podepedir para o espírito procurar por chamadas teleôni-cas, e-mails e ax para ou de um indivíduo particularou endereço, toda a inormação de um tópico especí-co, ou até maiores inormações especícas como cadatempo que um indivíduo em particular usa uma raseespecíca como “OVNIs de Rosswell”

Sendo que a aranha de inormação é sem o, ousuário pode levá-la a qualquer lugar e chegar a qual-quer hora. Entretanto, cuidado deve ser tomado en-quanto procurando parâmetros para evitar um vastodilúvio de inormação irrelevante. Porém, esse dispo-sitivo não pode azer mais do que uma busca por vez.Para usar esse dispositivo para monitorar um indiví-duo ou local em particular, o mago deve permitir aaranha de inormação ter alguma conexão ísica como indivíduo ou local com sua câmera. Uma peça deroupa usada recentemente, uma amostra de cabelo,ou uma lasca do tijolo de uma parede são conexõesmágicas sucientes. Enquanto ele pode somente cole-tar inormações mandadas eletronicamente, o espíritoé moderadamente inteligente e irá coletar apenas in-ormações de um único indivíduo especíco, mesmose a pessoa tiver um nome relativamente comum.

Sistema: Esse dispositivo tem um nível de Gno-se de 5 e az um teste de Gnose (Com a diculdade de5) quando azendo qualquer busca. Use a tabela de

correspondência da página 209 para determinar se aaranha de inormação pode obter inormação sobreum alvo especíco. Sucessos permitem ao dispositivocoletar todas as comunicações eletrônicas relevantesnão-criptograadas. A velocidade que o dispositivocompleta sua tarea é determinada por quantos suces-sos adicionais são rolados. Nenhum sucesso adicional

signica que a pesquisa demorada cerca de dois ou trêsdias, dependendo da quantidade de inormação dese-jada. Um sucesso adicional permite ao dispositivo ad-quirir toda a inormação desejada em 12 horas. Doissucessos permitem a aranha de inormação coletar ainormação em três horas. Três sucessos permitem aoconjurador coletar a inormação em uma única hora.Mais sucessos não permitem que ele colete a inorma-ção mais rápido.

Como os pactos individuais são dierentes,muitas aranhas de inormação são criaturas obsessiva-mente curiosas que desejam que seus “proprietários”

peguem vários tipos de inormações não-eletrônicasem troca de seus serviços. Tais inormações podem irdo tamanho de um sapato de um indivíduo em parti-cular até detalhes do conteúdo de uma sala localizadaem um local mágico importante (Como uma Cabalaou um Laboratório da Tecnocracia).

Máscara do Guerreiro(Quatro pontos em maravilha, seispontos com Selvageria)

Oradores às vezes azem mascaras que guardamespíritos poderosos que podem possuir parcialmente

o corpo do mago enquanto ele usa e ativa a másca-ra. Máscaras do guerreiro são uns dos mais comunstipos de Fetiches. Essas máscaras contêm o espíritode um guerreiro poderoso que combina suas habilida-des e proezas marciais com as do usuário da máscaraquando ativada. Máscaras do guerreiro são Fetichesrelativamente comuns e são eitas nos mais variadosestilos. Todas elas devem conter algum símbolo de umguerreiro morto.

Máscaras do guerreiro criadas por Oradorestradicionais são normalmente eitas de madeira econtem alguma peça de arma de um grande guerrei-

ro dentro delas. Entalhamentos de cabeças de fechasão particularmente comuns. Oradores urbanos e esseque seguem caminhos não-tradicionais normalmenteazem máscaras do guerreiro em máscaras de esqui ebandanas usadas por criminosos violentos, ou de pe-ças de uniormes militares de soldados mortos. Apesarde tais máscaras são muito menos ora da atmoseraurbana moderna do que máscaras de madeira comaparência eroz, elas algumas vezes marcam o usuáriocomo alguém que é envolvido em violência ou ativi-

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 Capítulo Dois: A Trilha da Magia 83

dades criminais.Sistema: Máscaras do guerreiro tradicionais

adicionam três pontos ao nível de armas brancas,dois em esquiva e um em briga do usuário (Sendo nomáximo de seis pontos em cada uma dessas três Ha-bilidades). Enquanto algumas máscaras do guerreiromodernas têm eeitos dierentes, muitas adicionam

três pontos em armas de ogo, dois em esquiva e umem briga. Em todos os casos, a máscara da ao usuárioo Deeito Cabeça Quente (Mago a Ascensão página294).

Algumas dessas máscaras são eitas usando oespírito de reais grandes porém perigosos guerreiros.

Essas máscaras dão ao usuário a Qualidade Selvageria(Mago: A Ascensão página 291) quando é ativada.Essas mascaras são mais poderosas mas as mais velhassão normalmente usadas para cometer atos realmen-te odiosos, algumas vezes involuntários. Em troca deseus serviços, muitas máscaras do guerreiro precisamque o usuário viva em um código de honra dos guer-

reiros (Nunca ugir de um combate, sempre aceitarpedidos de duelo etc.), ou algumas vezes simplesmen-te matar no mínimo um inimigo cada estação do ano.Algumas máscaras do guerreiro pedem que o usuáriodestrua algum tipo especíco de criaturas, como vam-piros ou lobisomens, ou para ajudá-lo a se vingar dealgum inimigo.

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 85

 Neste momento, enquanto a maioria dosgrandes xamãs está sendo orçada para ooutro lado da Película, alguns notáveisainda permanecem. Além disso, desdea chegada das Tempestades de avataresum número de xamãs mais jovens e, em

alguns casos, mais radicais, têm escaladoposições de poder e infuência. Enquan-to a atual estrutura dos Oradores dos

Sonhos ainda estiver em fuxo, todos os xamãs quedesejarem rastrear seus companheiros devem saber daexistência de vários indivíduos importantes.

 TASYGANAntecedente: Muitos acreditam que Taysigan

é de ato a mais velha e mais poderosa Oradora dos

Sonhos ainda na Terra. Ela é de longe tão poderosaque pode atravessar a Película em segurança quandodesejar. A maioria dos Oradores concorda que a úni-ca razão para estar viva e na Terra é porque durantemuitas décadas ela preeriu entrar na umbra mental-mente.

  Nascida na Sibéria em 1767, ela cresceu noseio de um grupo isolado de nômades siberianos. Elase tornou uma xamã antes dos 20 e não viu nenhumorasteiro até 1798, quando um viajante russo visitousua tribo. Nestes dias distantes, ela era a intermedi-ária espiritual para o seu povo, curando os doentes,invocando caça, protegendo os membros de sua tri-bo dos perigos mundanos e sobrenaturais, e, o maisimportante de todos, mantendo as antigas históriasdo seu povo vivas e ensinando-as para cada nova

 Capítulo Três:Os andarilhos, Xamãs e Outros

Os seres humanos com maior espiritualidade, assumindo que eles são os mais co-rajosos, também experimentam as mais dolorosas tragédias ao extremo; porém é preci-samente por essa razão que eles honram a vida, porque ela traz contra eles suas mais

 ormidáveis armas.

– Frederick Nietzsche, Crepúsculo dos Ídolos

Oradores Dos Sonhos Notáveis

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Oradores dos Sonhos86

geração. As mudanças vieram em meados do séculodezenove, quando comerciantes russos e missionárioscomeçaram a invadir a Sibéria em números crescen-tes. Ela sabia que os dias antigos haviam terminadopara sempre quando os russos começaram a construira errovia Trans-siberiana em 1891.

Temendo as mudanças previstas por suas visões,ela liderou seu povo para terras ainda mais distantesdos usurpadores russos até que os missionários conver-teram sua tribo em 1913. A partir daí, ela abandonousua ríspida terra natal e viajou para o sul e ao oestepara aprender mais sobre os invasores que estavamdestruindo o modo de vida do seu povo. Ela lutou paraajudar seu povo durante a Revolução Russa, mas oiesmagada pelos horrores perpretados por Stalin. Pou-co antes da Segunda Guerra Mundial, suas sombriasvisões convenceram-na a desistir de sua terra natal.Ela viajou para o Canadá, procurando um lugar ondepoderia ajudar outros povos do norte a viver livres deintererências estrangeiras.

 Nas décadas que se seguiram à sua chegada aoCanadá, Tasygan estava trabalhando pelos direitosdos nativos. Ela se tornou importante em lutas lo-cais por proteção ambiental. Por volta dos anos 90era uma das mais proeminentes Oradoras dos sonhose uma gura de liderança no movimento ambientalcanadense. Como resultado, ela oi chamada para darpalestras em várias universidades, reuniões e protes-tos. Em adição aos honorários ganhos por essas apa-rições, ela também ganha dinheiro como uma con-tadora de histórias prossional. Ela até dava aulas demito e olclore na Universidade de Toronto e lá tevereconhecido seu valor e recentemente ganhou o títu-lo de Ph.D honoris causa. Como eloqüente oradora,

ela continuava a contar suas histórias para todos quequisessem ouvir. Junto com as histórias tradicionaisdos siberianos e povos Inui, ela também criava as suaspróprias histórias, muitas vezes histórias que contémadvertências, derivadas das suas mais sombrias e ter-ríveis visões. Quando as Tempestades de Avatar vie-ram, ela subitamente viu-se como a líder dos Baruti

e uma das mais velhas dos Oradores dos Sonhos. Elanão queria essa posição, mas sabia que sua ajuda eranecessária. Como suas visões do uturo cavam cadavez mais sombrias e mais ameaçadoras, ela se tornoucada vez mais militante. Às vezes ela usa suas mágicaspara atacar subitamente Adormecidos que ameaçama saúde e a segurança do mundo.

Imagem: Tasygan aparenta ser uma mulher si-beriana na casa dos quarenta. Seu longo cabelo pretoé listrado com branco e ela usa um par de prendedo-res de cabelo eitos de marm de mamute. Ela preeresimples vestidos adornados com grandes quantidades

de tradicionais jóias siberianas, incluindo muitos bra-celetes e colares de grandes contas.Dicas de interpretação: Você possui linguajar

calmo, é pensativa, mas uma oradora extremamenteapaixonada. Você rmemente acredita que as histo-rias que você conta é que carregam a única esperançareal para o uturo da humanidade. Você se importaproundamente com as várias causas ambientais quevocê suporta, porque sabe que a outra alternativa é amorte e o horror em uma escala que você acha diícilde imaginar.

A despeito dessas visões sombrias, você perma-

nece orgulhosa e às vezes até um pouco esperançosa.Você está cheia de úria contra os governos e as cor-porações que erem os lugares e os povos que vocêama através da ganância e a negligência, mas vocêsabe o que é melhor a ser eito ao invés de gritar e sedesesperar na luta contra eles. É por isso que você alacalma, clara e inteligentemente para todos aquelesque se dispõe a ouvir e daí trabalha poderosas mágicasque ajudarão a assegurar que os destruidores encon-trarão um m rápido e desagradável. Recentementevocê tem assumido novas responsabilidades, mas vis-lumbra o dia em que poderá sair de cena e deixar queoutros assumam esses ardos. Facção: BarutiEssência: PrimordialNatureza: SobreviventeComportamento: SamaritanoAtributos: Força 3, Destreza 3, Vigor 4, Carisma 4,Manipulação 4, Aparência 3, Percepção 5, Inteligên-cia 4, Raciocínio 4Talentos: Prontidão 2, Consciência 3, Expressão 5,Intimidação 3, Liderança 2, Manha 2, Lábia 3

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 87

Perícias: Oícios 2, Condução 1, Armas de Fogo 1,Meditação 3, Sobrevivência 4, Tecnologia 1Conhecimentos: Acadêmicos 3, Cosmologia 5, Enig-mas 4, Lingüística 4, Ocultismo 4Antecedentes: Arcano 3, Avatar 4, Sonho 4, Infuên-cia 2, Recursos 2, Totem 3 (Cavalo: Força de Vontade5, Fúria 6, Gnose 5, Essência 20, O Totem pode en-contrar o Xamã rapidamente, Sentido de Orientação,Reazer, Jornada de Sonho, Possessão)Arete: 7Eseras: Correspondência 3, Vida 3, Mente 5, Pri-mórdio 4, Espírito 4, Tempo 5 Força de Vontade: 8Quintessência: 9Paradoxo: 3

NETSILAK RAYMONDAntecedente: Netsilak oi o chee de uma ac-

ção radical dos Artíces Espirituais conhecida comoos Construtores. Quando o antigo chee dos ArtícesEspirituais morreu no inicio das Tempestades de Ava-tar, a arrojada e decisiva liderança de Netsilak Ray-mond permitiu que ele tomasse o controle da acçãointeira. Desde essa época ele tem expandido sua basede poder e agora é amplamente conhecido como umdos mais poderosos e infuentes dos Oradores dos So-nhos vivo.

 Nascido na Groenlândia em 1963, seu pai oium técnico de radio da Força Aérea dos EUA e suamãe uma nativa caçadora de peles. Quando Netsilaktinha nove anos, sua amília se mudou da Groenlân-dia para Minneápolis, Minnesota. Afito pela perdade sua pereitamente linda terra natal e da grandeamília de sua mãe, Netsilak se tornou solitário, pre-erindo longas caminhadas sozinho à companhia deoutros. Ele rejeitou a educação ocidental e aprendeua trabalhar com suas próprias mãos. Ele se tornouum trabalhador de construção depois de terminar oginásio. Netsilak se sobressaiu nessa demanda de co-mércio e rapidamente cou conhecido como um dosmais competentes trabalhadores de erro pesado emMinneápolis.

Porém, ele continuou quieto e solitário, sua car-reira continuou a crescer até que um acidente em 1988o deixou seriamente erido. Os médicos salvaram suavida, mas ele permaneceu em coma, não respondendoaos mais avançados tratamentos. Em desespero, suamãe pediu a um tio que cara na Groenlândia parapersuadir à maior xamã-artesã que ele conhecia paraazer um talismã com o obejtivo de ajudar Netsilak.Esse talismã deveria dirigir-se ao espírito de Netsilakpara tocá-lo e trazer de volta ao seu corpo.

Enquanto criava o talismã, a xamã sentiu umgrande potencial em Netsilak. Ao invés de simples-mente retornar seu espírito à consciência , essa xamãenviou seu próprio espírito para alar com Netsilak epediu a ele para tornar-se seu estudante. Logo apóssua recuperação, Netsilak oi até a Groenlândia e es-tudou com ela por três anos. Quando ele retornou aos

Estados Unidos em 1992, ele era quase uma pessoanova.Embora ele ainda osse reservado em sua vida

pessoal, ele agora tinha uma missão. Enquanto expos-to ao vento gélido da Groenlândia, ele experimentouvárias visões nas quais o avô de todos os xamãs contoua ele que o mundo estava em grave problema. Apenasum redespertar de sua mágica adormecida pode salvara humanidade. Ele pegou seu emprego na construçãode volta e aprendeu como incorporar suas mágicas aoseu trabalho. Não contente com seu trabalho sozinho,ele começou a contatar outros Artíces Espirituais e

recrutando-os para o seu grande projeto.Em 1996 ele conduziu a união de poucos, masdevotados jovens Artíces Espirituais. Os anciões,entretanto, incluindo a xamã que o treinou, se re-cusaram a ajudá-lo em suas tentativas de despertarquarteirões inteiros. Alguns desses xamãs mais velhostrabalharam ativamente para evitar que sua infuen-cia se espalhasse. Acreditando em sua visão, NetsilakRaymond esperava o momento propício.

Quando as Tempestades de Avatar vieram,grande número de Artíces veteranos oram mortos,ou orçados para trás da Película. A mensagem de es-

perança e mudança de Netsilak comoveu a maioriados remanescentes de sua acção. Nos últimos anos,ele tem trabalhado azendo conexões com membros

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Oradores dos Sonhos88

de outras acções de Oradores dos Sonhos, especial-mente os Baruti e a Sociedade da Lança Vermelha,mas também conversa com tecnoxamãs dos Filhos doÉter e Adeptos da Virtualidade.

Imagem: Mais de vinte anos de trabalho emconstruções deu a Netsilak Raymond um corpo orte,pesado e musculoso. Seu rosto largo, olhos escuros,

e cabelos pretos escorridos revelam sua ascendênciaInui, assim como seu jeans e velha blusa de fanelaclaramente mostram seu colar azul ancestral. Recen-temente ele usa seu cabelo com um grande rabo-de-cavalo e sempre usa um largo bracelete de prata grava-do com a imagem de um urso polar eroz.Um presentede sua mentora, esse bracelete age como uma reservade 5 pontos de Quintessência.

Dicas de interpretação: Você é objetivo, massilencioso e calmo. Você não conversa muito, masquando o az, costuma ser um discurso. Um homemde ações, muito mais que palavras, você está mais eliz

trabalhando. Mas também tem aprendido a liderar, eagora consegue inspirar seus seguidores com uma ex-pressão esperançosa ou um olhar severo. Facção: Artíces EspirituaisEssência: PadrãoNatureza: VisionárioComportamento: ArquitetoAtributos: Força 4, Destreza 4, Vigor 3, Carisma 3,Manipulação 3, Aparência 2, Percepção 3, Inteligên-cia 3, Raciocínio 4Talentos: Atletismo 2, Consciência 2, Expressão 3,

Liderança 3, Manha 2, Lábia 1Perícias: Oícios 3, Condução 1, Armas de Fogo 1,Meditação 1, Sobrevivência 3, Tecnologia 2Conhecimentos: Acadêmicos 1, Computador 1, Cos-mologia 3, Enigmas 3, Lingüística 1, Ocultismo 4Antecedentes: Avatar 3, Destino 4, Infuencia 1,Mentor 2 (seu Totem), Recursos 3, Totem 4 (Xamã,Força de Vontade 5, Fúria 5, Gnose 6, Essência 20,Totem respeitado, Sentido de Orientação, Reazer,Infuência, Puricar o Mal, Chamar Auxílio, Jornadade Sonho), Maravilha 2

Arete: 4Eseras: Correspondência 3, Vida 2, Forças 2, Maté-ria 4, Mente 1, Primórdio 4, Espírito 4 Força de Vontade: 7Quintessência: 5Paradoxo: 0

 Xoca Antecedente: Algumas pessoas realmente se

recusam a deixar as coisas morrerem. E assim é comXoca.

 Ninguém dentre as Tradições sabe o nome ver-dadeiro de Xoca, e até se Xoca é um pseudônimo. E

ele não tem nenhuma intenção de corrigir isso. Oanonimato, de acordo com Xoca é ainda mais útil, doque dizer que não tem nome. O anonimato apenas azcom que as pessoas procurem mais pelo seu nome: aconusão os aasta de discernir o also do verdadeiro,o espírito da carne.

O que se sabe sobre Xoca é que ele vem da Amé-rica Central e é provavelmente de origem maia. Eleaz uso liberal de varias técnicas de culturas centro-americanas em suas mágicas, o que dá credito a essaobservação. Nunca permanecendo por muito tempoem um mesmo lugar, dá a impressão de que não tem

amília próxima ou ortes conexões com algum lugarou pessoa.O traço mais notável e constante de Xoca é sua

cruzada contra a Tecnocracia. Enquanto outros Ora-dores se contentam em trabalhar numa comunidadeou lidar com espíritos que a Tecnocracia não queraceitar, Xoca leva a batalha para a porta da rente daUnião... literalmente. Suas ações têm resultado nadestruição de vários projetos e equipamentos, no eri-mento ou morte de pelo menos uma dúzia de agentestecnocratas e no colapso de pelo menos uma ábricaexperimental dos Progenitores na América Central.

O ato de que centenas de pessoas inocentes perde-ram suas vidas, amílias e dinheiro em meio a essesdesastres parece não incomodar a Xoca –ou pior, elesabe que é destrutivo, mas alegremente aceita que

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 89

esse é o único caminho, ou o único que ele conhece.(Sua exata descrição varia.)

Como um “terrorista lançador-de-bombas” ,Xoca não se encaixa na imagem Orador dos Sonhoscomum entre as Tradições, nem encontra muita repu-tação positiva em sua própria Tradição. Entretanto,muitas cabalas têm ao menos ouvido alar de sua repu-

tação – quando você derruba sozinho uma operaçãotecnocrata, tendo nada mais que um jipe de vinte anos, algum equipamento de acampamento e a ajuda dosespíritos, você ganha alguma ama. Ele é consideradoperigoso, mas um mal necessário. Alguns elementosdo Conselho ainda suportam suas atividades, porém,quase ninguém manda a ele alguma ajuda material;é muito perigoso estar relacionado com alguém tãoextremista.

De sua parte, Xoca não se incomoda. Ele con-tinuará seu trabalho de demolição ervorosamente,como se cada vitória osse uma oerenda. Ele não can-

ta sobre suas cruzadas, vingança, ou reclamando sobresua herança perdida; ele simplesmente dá de ombrose arma que ele está “cutucando o inimigo”. Quandoo calor aumenta, ele se reugia nos desertos e selvasdurante um tempo, apenas para emergir após algunsmeses com espíritos poderosos e Maravilhas a rebo-que. Até agora sua sorte não acabou, mas Guerreirosda Ascensão como ele não vivem para acabar na ve-lhice.

Imagem: De idade indeterminada, provavel-mente um pouco abaixo da meia idade, mas que cer-tamente passou dos vinte, Xoca se parece com um

rústico guerreiro maia. Seu cabelo é trançado e longo,seus olhos são proundos e perurantes, seu nariz é lon-go e inclinado. Ele tipicamente veste roupas própriaspara sobrevivência na mata, incluindo botas pesadase leves, calças grossas, mas az conjunto em cima comum peitoral de couro rachado cravado com pequenasgemas – uma poderosa Maravilha de uma era anterior.Se não osse pelo seu ocasional sorriso maníaco, eleseria a imagem de um melancólico espírito guerreiro.

Dicas de interpretação: Você é completamentelouco, dedicado à absoluta destruição da Tecnocracia.Você acredita rmemente que apenas com a derro-ta dela há alguma chance das Tradições estabelece-rem um novo marco no mundo. Controversamente,você é um louco lúcido, totalmente ciente do quãoestranhas são suas ações e cruzadas para os outros. De

vez em quando você se caricatura: se as pessoas nãolevarem suas ações a sério, elas serão menos inclina-das a pensarem proundamente sobre o que você aze as conseqüências do resultado. Nas discussões comos espíritos, você assume um proundo humor sério,do mesmo jeito que lhe oi ensinado há muito tempoatrás. Facção: Os SolitáriosEssência: PrimordialNatureza: RebeldeComportamento: Esperto

Atributos: Força 3, Destreza 3, Vigor 4, Carisma 3,Manipulação 2, Aparência 2, Percepção 3, Inteligên-cia 3, Raciocínio 4Talentos: Prontidão 4, Atletismo 4, Consciência 2,Briga 3, Esquiva 3, Expressão 2, Intimidação 3, Lábia2Perícias: Oícios 3, Condução 1, Etiqueta 1, Sobrevi-vência 5, Tecnologia 1Conhecimentos: Acadêmicos 1, Computador 1, Cos-mologia 3, Enigmas 3, Lingüística 3 (Inglês, Espanhol,Dialetos Maya e Asteca Antigos), Ocultismo 2Antecedentes: Arcano 4, Avatar 1, Contatos 2, Des-

tino 1, Sonhos 2, Recursos 1, Maravilha 5Arete: 4Eseras: Correspondência 3, Entropia 3, Forças 2,Vida 2, Mente 2, Espírito 4, Primórdio 2 Força de Vontade: 7Quintessência: 1Paradoxo: 0

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Oradores dos Sonhos90

A resposta para quase todas as questões

sobre “Isto é apropriado...?” com relaçãoa algum aspecto dos Oradores dos So-nhos no jogo é “Sim, em algum lugar.” Adiversidade da Tradição torna possívelde azer qualquer coisa que você queira,desde uma desesperada (ou triunante)luta entre nativos oprimidos contra seusdistantes exploradores até expedições de

cção cientica, com tecnoxamãs despertando a almada ordem tecnocrática e transormando-as para novosns. E nisso, há muito espaço para grandes crônicasde xamãs e outros eiticeiros espirituais trabalhando

com suas tribos, por mais que denidas, a lidarem comtodos os diversos desaos que a vida lhes apresenta.A pergunta crucial para um Orador dos Sonhos

é, “Quem é minha tribo?” Pode ser uma tribo atual,como pode ser uma tirada da História. Pode ser todasas pessoas de uma cidadezinha ou uma vizinhança deuma grande cidade, ou até a cidade com vários ma-gos espirituais com ambições e grandes visões. Podeser uma subcultura em particular, e tampouco todasas pessoas desse tipo numa área particular ou algo emlarga escala. Seja qual or a tribo, que seja geograca-mente concentrada ou dispersa, como grupos étnicos

espalhados no exílio e subculturas encontradas oradas ranjas do Primeiro Mundo. O primeiro dever deum mago espiritual é conhecer seu povo e suas neces-sidades. Uma vez que ele entenda as eridas, ele podecuras.

Mantenha em mente que a maioria dos Orado-res dos Sonhos são sicamente cicatrizados pelas suasexperiências. Eles estão sujeitos a pressões sob as quaisa maioria das pessoas iria quebrar. Magos espirituaissão durões, mas eles precisam curar a si mesmos. Elessão modelos para suas comunidades pelos custos assimcomo os beneícios de pertencerem àquela comuni-

dade; eles curam em parte porque eles precisam, mastambém porque eles querem e são capazes de azê-lo.O Xamanismo é uma arte muito prática. Tem

usualmente raízes proundas na tradição, mas estávoltado para os acontecimentos do aqui e agora. Pedeconstantemente por novas respostas para circunstân-cias variáveis, incluindo arbitrariedades individuaisde espíritos importantes.

Oradores que se tornam complacentes se en-contram sem sorte numa situação de mudança muito

rápida. Eles não podem se dar o luxo de se separarem

do seu trabalho. Podem se separar das suas realida-des mundanas, mas apenas porque o resto do univer-so os pressiona. E também, o xamanismo não precisaser eito bondoso ou gentil. O mundo espiritual é umlugar perigoso e é preciso grande orça para azer osespíritos cooperarem. Algumas realidades espirituaissão bastante desagradáveis: em um universo animista,doença, morte, corrupção e desespero devem ser tãoconhecidas quanto ertilidade, alegria e esperança.

Uma Crônica Apenas ComOradores Dos Sonhos

Os Oradores dos Sonhos servem bem para umjogo onde os PJs são os únicos elementos mágicosrecorrentes numa sociedade mundana. Quer seja noTerceiro Mundo, no Primeiro ou em algum lugar en-tre eles, a realidade espiritual da necessidade de umacomunidade pode gerar um grande oco para um jogoprolongado.

Alguns cruzamentos entre jogos são possíveis.Em particular, comunidades próximas à matas podemnaturalmente encontrar os Garou e outras raças me-tamórcas, quer diretamente, quer por seus Parentes.Tenha em mente que a maioria dos Garou conside-ram os magos humanos como herdeiros de um poderroubado e requentemente consideram os Oradorescom uma hostilidade particular por suas “zombarias” e“distorções” das verdades que os lobisomens guardampara si mesmos. Por outro lado, todas as generaliza-ções têm suas exceções em casos especícos; é per-eitamente possível para uma cabala de Oradores dosSonhos ter terrenos em comum com uma matilha delobisomens. Alianças duradouras são possíveis assimcomo antagonismos duradouros.

Também tenha em mente que os desaos mun-danos não têm de ser chatos. Não há nada de sobre-natural em lmes noir sobre crônicas de corrupçãourbana, mas ainda há muito material para historiasépicas neles. Oradores podem acilmente passar porSherlock Holmes e Sam Spade em suas buscas inde-pendentes por justiça, combatendo orças ísicas supe-riores com recursos sobrenaturais.

Pegue, por exemplo, o problema desenreadodo uso de drogas em bairros pobres. Em níveis maissuperciais os tracantes são os vilões. Mas eles nãopodem vender se não tiverem compradores. O que az

O Espírito E A Carne: Crônicas Dos Oradores Dos Sonhos

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 91

as pessoas comprarem? Uma parte curiosidade, umaparte um irresponsável desejo de uga, mas tambémum sentimento de carência e rustração. Por sua vez,muitos tracantes vendem, em parte porque não con-seguem nenhum outro trabalho. As redes de distribui-ção estão armadas ora do bairro, no nal das contas,ao redor do mundo. Na verdade, acabar com o uso

de drogas requer esmagar as cadeias de distribuição erepor as necessidades que às quais a droga responde.Todos os aspectos da vida da comunidade andam jun-tos, nos empregos, lei e esperança.

Há uma realidade espiritual em tudo isso paraos Xamãs. Tudo tem espírito. As conrontações alegó-ricas comuns em editoriais de jornais são realidadespragmáticas para os xamãs. Há um espírito na drogamais popular que inecta ou devora as almas de seususuários e corrompe a terra. Há espíritos do desespero,apatia e violência que se reúnem para se alimentardo tumulto daí gerado. Simplesmente remover os si-

nais ísicos sem prender os espíritos é uma atitude queinevitavelmente leva ao racasso, porque os espíritosazem o mundo (e vice-versa). Até mesmo a tarea

mais direta precisa de magia, ou, possivelmente, deuma aventura umbral. (veja p. 63 para mais opçõesdos Oradores dos Sonhos para lidar com o atual caosda Umbra.)

Tenha em mente que a diversidade de práticasdos Oradores dos Sonhos pode também gerar algunsganchos de histórias por si só. No exemplo da caba-

la abaixo, há dois praticantes de abordagens essen-cialmente independentes de mágicas espirituais: umtradicionalista vodu e um teurgista cristão. Para dizero mínimo, eles não concordam em tudo. Eles têm di-erentes rotinas e ocos, e analisam o mundo em ter-mos muito dierentes. O mesmo pode ser verdade emqualquer outra cabala de Oradores dos Sonhos. A bri-ga para alcançar concordância pode preencher váriassessões com uma interpretação mutuamente satisa-tória, uma vez que os jogadores entrarem no clima.(O que também pode degenerar em um excesso auto-indulgente; por essa razão e outras há um Narrador

para direcionar as coisas quando necessário.) “O quevamos azer?” não é uma pergunta trivial dando a di-versidade de espíritos e meios de lidar com eles.

 Serviço Educacional Ventos AltosHá uma duradoura tradição no Oeste depessoas se juntando para responder àsnecessidades de comunidades carentesda melhor maneira que eles podem. Nosdias do “Oeste Selvagem”, pregadoresmontados requentemente praticavammedicina e legislavam como parte deseus esorços para administrar as con-gregações aastadas. Mais recentemente,

voluntários do Corpo de Paz, médicos missionários eoutros chegam com intenções de cura e reqüentemen-te são chamados para prover todo tipo de serviços. Hátambém uma tradição xamanística, em muitas partesdo mundo servindo como uma curandeira itinerante,viajando para comunidades que necessitam de alguémentre seus membros para interceder, lutar, comandaros espíritos, arbitrar imparcialmente e iniciar indi-

víduos em novos estágios da vida. A curandeira nô-made permanece o tempo suciente para deixar umdiscípulo valoroso em meio à comunidade, depois elacontinua a jornada.

O Serviço Educacional Ventos Altos está entreas duas tradições. Por trinta anos seus membros têmviajado juntos a lugares que necessitavam de boas es-colas, desde reservas indígenas nos Estados Unidos, adistritos destruídos pela guerra da Colômbia e NovaGuiné. Eles preparam uma instalação temporária ao

redor de seus aviões de carga peso-leve e provêm apopulação de educação, exames e tratamentos médi-cos, análise do solo, impurezas ou deciências na águae muitas outras coisas. Graças a vários receptoresportáteis de sinais via satélite, eles estão diretamenteconectados ao suprimento mundial de inormaçõessobre emergências e problemas graves; e eles dividemsua atenção entre responder necessidades imediatas etreinar a população local para estarem numa situaçãomelhor de conhecimento depois que os orasteiros seorem.

Eles também lidam com as necessidades espi-rituais dessas comunidades. Onde há um pajé, curan-deiro ou um mago residente, eles tentam trabalhar emparceria. Onde não há ninguém treinado e Despertopara o trabalho, eles procuram alguém com potenciale lhe dão instrução básica. Seu objetivo é deixar a co-munidade melhor equipada para que a maioria de seusmembros possa lidar com os desaos do uturo.

História Ao contrário do estereótipo das gerações pos-

teriores, o m dos anos 1950 oi um período de gran-de tumulto social nos Estados Unidos. Desagregaçãoescolar, a caminho do meio dos anos 50, era apenas aponta de um vasto e assombrante iceberg de proble-mas sociais que veio à luz. Inelizmente, para a ordem

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Oradores dos Sonhos92

estabelecida, as pessoas na marginalidade e nas comu-nidades de minorias se deram conta da legitimidadede suas queixas e as possibilidades por mudança muitoantes que osse realmente possível azer melhorias po-líticas ou econômicas signicantes. A contraculturados anos 50 incluiu muitas minorias brilhantes, am-biciosas e proundamente rustradas que procuravam

algo para se manterem unidas em ace da aberturamais dolorosa entre o progresso teoricamente alcan-çável e realidade institucional calcicada.

Este era o mundo em qual Mary Semblante-Belo Hemingord cresceu. Os pais dela oram mem-bros assimilados da tribo de Sammamish no oestedo estado de Washington; eles lhe deram um nometradicional sem muita preocupação com o resto deprática tradicional. Ela assistiu uma guerra - às vezesquase literalmente uma guerra - pela justiça social etratamento igualitário na televisão amiliar enquantoem casa os pais dela estavam alegremente aceitando

serem cidadãos de segunda categoria na própria co-munidade deles, nem ancorados em uma identidadetribal nem realmente aceitos entre os brancos. Embo-ra ela tentasse, ela não pôde despertar essa preocupa-ção neles.

Por m, ela partiu e se tornou membro de umgrupo nômade da Geração Beat Rastros da passagemdela permanecem nas cartas colecionadas de Jack Ke-rouac e Brion Gysin, e ela é uma reerência de rodapéem algumas dissertações de Ph.D. sobre a época. Con-orme a Guerra de Vietnã começou, entretanto, elagradualmente sumiu da vista do resto do mundo.

Mary perdeu o temor que a tornava insana. Issooi uma resposta convincente o suciente a ela ouviras vozes de parentes mortos e mulheres das tribos acujos lares viajou em seu notório Mustang eito sobencomenda. No dia que JFK morreu, ela teve o queela pensou ser um surto psicótico agudo, no qual tudoao redor dela em um pequeno restaurante do norteda Caliórnia começava a alar com ela. Ela nuncase lembrou de ter sido empurrada do restaurante porum velho Shasta, ou que ele a dirigiu para a cabanadele nas montanhas de Sierra Nevada. Ela sempre selembraria como ele veio a ela em seus sonhos e lheensinou o jeito certo de se dirigir aos espíritos, e emseguida como ele ensinou novamente as mesmas li-ções uma vez que ela se despertou.

O velho Jenkins morreu em 1972, deixandoMary novamente só, e procurando por um novo pro-pósito. Não era mais o mundo que ela tinha deixadohá quase uma década. Este era o mundo de confitoseito maniesto, do mesmo modo como ela e seus ami-gos reclamavam em suas reuniões sem m nas salasde caé, quinze ou vinte anos antes, mas não era nadaassim que ela tinha desejado. Ela se lembrou do pre-

gador na igreja que sua amília requentava, dizendo:"Meu povo perece por desejo de conhecimento", ecomo ela pôs nas suas memórias, disse a si mesma,"Condene diretamente". E ela se pôs a caminho paraarrumar isso. Como ela viu, muito do empenho deseus velhos camaradas tinha terminado apenas comobatalhas lançadas porque eles não tinham denido o

campo de compromisso direito. O que ez seu povo, emuitas outras pessoas necessitadas, precisam? "Tudo",ela pensou, e decidiu azer o seu melhor para todas aspessoas que não tinham nada.

A notícia chegou a amigos que ela acreditavater perdido em uma neblina de vício e desespero deque "Mary está disposta a azer algo interessante." Empouco tempo, ela teve proessores que também eramdoutores e azendeiros, engenheiros que tambémeram proessores e psicólogos, e outras combinaçõesainda mais exóticas à sua disposição. A primeira levade pessoas que trabalhou para ela contava com vinte

e um doutores e trinta e nove portadores do título deMestre entre eles. Eles zeram seu caminho em ur-gões velhos e sedan reormados da cabana de Jenkins,e que Mary adotou como sua casa. Através das Sierrase do deserto, levou livros, material artístico, equipa-mentos médicos doados por amigos que abandonaramo exército, projetores de lmes produzidos em excessona época da Segunda Guerra, e tudo que eles pode-riam achar para melhorar as vidas de crianças nas bar-racas. Durante o curso de algumas semanas ou meses,eles ensinaram o que eles puderam, tentaram ajudaros proessores promissores de dentro da comunidade.Esses por sua vez zeram conexões com as aculdadesda corrente em voga, e acima de tudo treinou maisestudantes nas artes de auto-suciência. Mary aloupara os camaradas novos dela, "Nosso objetivo é azer-nos obsoletos."

Com tempo, o Ventos Altos se tornou mais so-sticados. Suas engrenagens constantemente oramsendo revisadas e atualizadas, tal como as técnicasusadas por suas operações. Ventos Altos mantêm umpessoal permanente com cerca de quarenta pessoas (dedez a quinze na base) coordenando o fuxo de recursose inormações sobre necessidades, e de três a seis timesde campo composto de quatro a oito membros cada.

A organização desruta uma pequena de ama no ce-nário de educação alternativa, entretanto o completoecletismo de Mary sempre trouxe tanto controvérsiaquanto admiração. A sua vontade de usar qualqueridéia em que pudesse trabalhar, independentemente(como ela sempre diz) "de que uma pessoa asquerosapropôs isto", indispôs mais rivais doutrinários por to-dos os lados. "Eu acredito que nós teremos que estarsatiseitos com azer o bem de ato para pessoas emnecessidade", ela respondeu quando pessoas da equipe

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 93

mais novas passaram a reclamar.O lado mágico de Ventos Altos permaneceu

secreto. Qualquer insinuação perdida para a preo-cupação do grupo com o mundo dos espíritos desa-pareceria na neblina borbulhante do vasto interessena educação alternativa de tradições não ocidentais.Mary experimentou algumas vezes ser mais evidente

sobre isto, mas achou que os desagrados não valeriama pena. Havia alguma intererência de grupos cristãos,mas muitos dos auto-proclamados campeões das iden-tidades indígenas que não aceitariam outra visão alémde sua própria como autêntica, até mesmo em aceao sucesso demonstrado e apoio de espíritos tribais.Ela rapidamente pediu que seus xamãs e sábios ossemdiscretos sobre o ministério.

A própria Mary morreu depois de uma série deataques cardíacos em 1994. Ela sabia que estava indo,graças a advertências de seus antepassados. Durantevários anos ela ainda permaneceu disponível ao Ven-

tos Altos através dos etiches avoritos dela. Eles o-ram calados no dia em que a Tempestade de Avatarescomeçou a soprar, e os sucessores dela temem que elaesteja perdida. A velha amiga dela da Geração Beat,Michelle Rhodes vigia Ventos Altos agora, continu-ando da maneira habitual. Michelle não é Desperta,mas pratica um pouco de magia estática secundáriae sabe o bastante para deixar sua alma orte guiar opessoal. Uma tradição de companheirismo com con-sensos e debates permanece viva e bem, e a Michellemantém a companhia pequena o bastante para quepossa permanecer viva no novo milênio.

PráticasDepois que terminam uma tarea, os membrosdos times de campo adquirem três meses de licença.Eles são encorajados a usar dois meses desse períodopara projetos pessoais, renovando contatos com pes-soas ora de Ventos Altos e azendo algo divertidopara eles mesmos. Já o terceiro mês é gasto tradicio-nalmente numa viagem para novos lugares onde oviajante possa ver para que lugares onde haja neces-sitados, os Ventos Altos devam se dirigir (e tambémrevisar os resultados de missões passadas).

Os membros dos times se reúnem depois de suaslicenças. Se qualquer um deles quiser se aposentar,eles azem agora suas estas de despedidas. (Mary xouo padrão de não ormalizar a saída de um membro atédepois da licença. Mais que metade dos que planejamdeixar a equipe mudam de idéia na época de retor-nar.) Novos membros entram nos times nessa hora,normalmente um ou dois recém-chegados para umtime. Em consulta com o pessoal permanente de Ven-tos Altos do Monte Shasta, Caliórnia, os membrosde times decidem qual será sua aventura nova. A sede

mantém uma lista de possibilidades interessantes, e osmembros podem expor sua própria idéia. Juntos, elesviajam para avaliar os candidatos mais promissores, eentão procuram adquirir equipamento, licenças, e asoutras necessidades.

Ventos Altos procura por uma combinação denecessidades, incluindo:

● Ninguém de outro grupo, ou organizaçãoestabeleceu alguma atividade no local. Ventos Altosnão se intrometem na Cruz Vermelha, assuntos deauto-desenvolvimento tribal e semelhantes.

● Há necessidades múltiplas: não só educação,mas cuidado médico e/ou pouca nutrição e/ou conta-minação ambiental e degradação e/ou alta de consci-ência social e preerivelmente mais complicações aomesmo tempo. Onde há só uma ação a ser desempe-nhada, Ventos Altos preere ceder o espaço para es-orços mais especializados.

● Há um componente mágico para a necessi-dade da comunidade. A comunidade tem que ter emalta atualmente um intercessor de conança, e geral-mente também tem que enrentar desaos espirituaiscomo também ísicos.

Os trabalhos de campo atuais duram, de acordocom a política de Ventos Altos, "tanto quanto neces-sário." As missões raramente têm êxito com menosque seis meses de esorços, principalmente por causado tempo gasto instruindo os habitantes em técnicasespecícas e em habilidades que eles precisarão ensinarentre si, assim que os membros do Ventos Altos par-tem. Missões que perduram mais que dois a três anostambém correm o risco de racassar, principalmentepor se tornarem um aspecto tomado em consideraçãopelos habitantes locais que acabam por transormá-lonuma instituição, destruindo o caminho para a auto-suciência a longo prazo. Uma missão normal levanormalmente um ano, mas isto varia, dependendo decircunstâncias especícas.

Os critérios de Ventos Altos para o sucesso in-cluem:

● Pelo menos um residente capaz de ensinar dojardim de inância até a sexta série, como também umcurrículo básico e materiais para essas aulas.

● Pelo menos um residente em treinamento,tanto localmente (via aprendizado remoto - internet)quando reqüentando aculdade em algum lugar, paraensinar matérias de Ensino Médio ou aulas equiva-lentes e que possua materiais básicos ou uma reservananceira para adquirí-los mais tarde.

● Pelo menos um residente capaz de tratar to-dos os problemas médicos comuns da comunidadeque não requeiram equipamento hospitalar ou me-dicamentos particularmente caros, com uma ênase

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Oradores dos Sonhos94

em combinar cura popular e soluções baratas comconhecimento médico atual. Esta pessoa ou outra nacomunidade deve ser capaz de prover cuidados emobstetrícia também.

● Pelo menos um residente com Espírito 2 euma ou mais Procuras prósperas conduzindo a rela-ções avoráveis com espíritos locais, e a capacidade

para estudo adicional sob tutorado espiritual.● Pelo menos um residente que tenha obtido

sucesso em negociação com o governo apropriado ecom as corporações cujas ações infuenciam para a co-munidade.

É possível para uma pessoa cumprir vários des-tes papéis, entretanto Ventos Altos preere que elesnão sejam concentrados todos da mesma pessoa porcausa das conseqüências da morte ou incapacitaçãodessa pessoa.

Análises pós-missão geralmente ocupam deum a três meses. Cada membro anota as suas própriasobservações, apoiando-se em dados, e então o timecompila um relatório compartilhado. Há muita poucapressão para que todo mundo concorde; dissensão éanotada e incluída. Quando o resumo nal é encami-nhada ao pessoal permanente no Monte Shasta, osmembros do time voltam novamente para suas érias.

Usando A Ventos AltosPersonagens Oradores dos Sonhos podem traba-

lhar para a Ventos Altos, se eles estiverem inclinadosà causa. O elenco permanente se mantém em contatocom uma grande variedade de espíritos, procurando

por pessoas que tenham talentos e inclinações que aorganização precisa. (Adormecidos com pericias úteispodem também trabalhar para eles, claro, e a VentosAltos tem a reputação de ser um lugar socialmenteconstrutivo e de trabalho técnico desaador.)

A Ventos Altos também pode aparecer emqualquer lugar onde há uma comunidade carente, dedistritos pós-industriais nos Estados Unidos a zonasde ome na Árica ou Ásia. Enquanto os trabalhado-res da Ventos Altos se dão bem, pode ser que o mes-mo não aconteça com os PJs sobre concordar com oque está errado com a situação ou o que azer com

ela, mesmo se os personagens de jogadores dividiremcom eles a inclinação para tentar e salvar uma co-munidade de seu iminente naurágio. Veteranos daVentos Altos tendem a ver os Magos de outras Tradi-ções como diletantes mal-inormados, comparando-os com usuários de pesticidas que não se dão tempode investigar os eeitos secundários e terciários nosecossistemas. Eles possuem várias justicativas paraseu orgulho baseados em seus sucessos e pouca incli-nação para arriscar seus esorços por causa de serviçomal eito pelos outros.

Tensões podem ocorrer com acilidade quandoos novos magos que eles descobriram numa comuni-dade se enquadram em outros paradigmas. A VentosAltos não coage ou intimida os iniciados a se torna-rem Oradores dos Sonhos, mas eles são conhecidos pordeixar os iniciados mais ou menos por conta própriae tentam adiar o treinamento desses iniciados até a

missão partir. Boas intenções não levam diretamenteà vilania ou algo próximo disso, mas pode dar ao Nar-rador e aos jogadores muito potencial para confito.

Robert “Velho Bob” MillsVelho Bob é o mais velho membro da Ven-

tos Altos que regularmente az trabalho de campo.Ele era apenas um adolescente com a cabeça cheiade visões dolorosas que tentou conter com heroínaquando encontrou Mary pela primeira vez; agora ele éum homem bem vestido que olhou na ace de muitoshorrores e sobreviveu, e que sabe que pode estender asmãos para aqueles que precisam.

Ele não tem aptidão alguma com aparelhoseletrônicos, e aprendeu pela dura experiência queele é bom em quebrar equipamento de alta tecno-logia. Sua especialização é lidar com as pessoas: eleé rápido com linguagem e nuances de etiqueta. Eledeixa o hardware com os outros e oca nas negocia-ções. (Quando necessário ele pode ser também mui-to, muito intimidador.)

Desenvolvimento mágico tem sempre vindomuito vagarosamente para o Velho Bob. Ele deu seuspoucos primeiros passos rapidamente sob a tutela deMary, mas teve que lutar por cada novo desde então.Os espíritos o ajudam prontamente quando ele preci-sa sentir o mundo à sua volta por meios mágicos, mas

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 95

parecem lentos em aetar o mundo por meios que nãosejam normais para humanos. Ele às vezes se preocu-pa com isso e pressentiu um destino terrível caso sepressionasse.

Imagem: O Velho Bob se parece com um ex-hippie, com longos cabelos loiros acinzentados, umaace bronzeada e rachada pela exposição aos elemen-

tos. Seus olhos azuis prontamente demonstram en-tusiasmo, apesar de raramente sorrir pelo ato delesentir vergonha de seus dentes altantes e gengivasdecadentes. Quando está de olga, ele preere camisasde fanela e jeans azuis, mas quando esta no campo elese veste como os membros da comunidade local.

Dicas de Interpretação: Você esta azendo otrabalho mais importante do mundo; é uma honraassim como um ardo pesado. Porém, é divertido –você az as coisas aconteceram. Você encara seus de-veres com seriedade, e como você quer ganhar a ajudados outros, é muito cuidadoso para evitar oendê-los.

Você quer entender como eles vêem o mundo, entãovocê pode mostrar-lhes como os seus objetivos podemse encaixar com alguns dos deles.Essência: InvestigadorNatureza: JuizComportamento: ArquitetoAtributos: Força 3, Destreza 3, Vigor 4 (Incansável),Carisma 3, Manipulação 4 (Empático), Aparência 2,Percepção 4 (Alerta), Inteligência 3, Raciocínio 3Talentos: Prontidão 3, Atletismo 2, Consciência 3,Esquiva 2, Expressão 3, Intimidação 3, Liderança 3,

Manha 3, Lábia 2Perícias: Oícios 3, Condução 2, Etiqueta 4, Medita-ção 2, Sobrevivência 2Conhecimentos: Cosmologia 3, Enigmas 3, Investi-gação 4, Direito 3, Lingüística 4, Medicina 2, Ocul-tismo 3Antecedentes: Aliados 3, Avatar 2, Contatos 5, Bi-blioteca 2, Recursos 2Arete: 3Eseras: Correspondência 1, Entropia 1, Vida 2, Ma-téria 1, Mente 1, Espírito 3

 Força de Vontade: 7Quintessência: 5Paradoxo: 5Ressonância: (Dinâmica) Intuitiva 2, (Entrópica)Colhedora 1

 Elizabette JonquersElizabete é o membro do time mais undamen-

tado em uma eetiva tradição mágica contínua. Suaamília tem praticado Vodu no Haiti por mais de um

século e meio, desde que uma de suas "tatatataravós"demonstrou uma grande aptidão para comungar comos espíritos. Elizabete cresceu cercada pela realidadedemonstrada pelo seu paradigma. Despertar oi diícil,mas não de orma traumática ou inesperada. Ela de-monstrava uma anidade para agir como um “cavalo”para Iemanjá, uma deusa das grandes águas; Elizabete

era uma Chama-chuva e puricadora de água talento-sa no período em que saiu da puberdade.Seus talentos não oram sucientes para preser-

var sua vila da ome no nal dos 80, nem mesmo coma ajuda de outros “cavalos” entre seus parentes e seupovo. Quando um time da organização Ventos Altosliderado por Velho Bob veio, os orasteiros trabalha-ram com os curandeiros estabelecidos para modicarseus rituais assim como ajudar a lutar contra os pro-blemas modernos. Pesticidas não são precisamentecomo venenos pessoais undidos com a água ou o solo,mas são algo como isso, e os “cavalos” cavalgados em

conjunto podem puricar traços que não podem serremovidos separadamente. Quando a missão do timeterminou a loa sugeriu (mas não ordenou) que Eliza-bete osse com os Ventos Altos para aplicar seus donsnas pessoas que nunca conheceram a loa ou seus po-deres.

Elizabete entrou no mundo exterior com poucoconhecimento em perícias práticas. Ela começou in-teressada em azer erramentas - e erramentas utiliza-das para azer outras erramentas - e desenvolveu umtalento original com isso. Ela transmite sua própriaexperiência como um recipiente da ajuda da Ventos

Altos para traduzir conceitos do Primeiro Mundopara signicados locais, além de encorajar a devoçãoa um “loa” (reqüentemente em seu papel como santopadroeiro, quando uma aproximação cristã unciona

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Oradores dos Sonhos96

melhor do que um Vodu).Imagem: Elizabete é uma jovem negra rústica,

um pouco acima do peso, que usa vestidos discretos epesadas imagens de prata de sua loa preerida. Quan-do ela está sendo “cavalgada”, ela adota uma persona-lidade mais positiva e demonstra muito mais energiaque o usual.

Dicas de interpretação: Você é uma mulher comuma missão. Há um mundo inteiro lá ora, bilhões depessoas que nunca ouviram as mais undamentais ver-dades sobre a realidade. Você dará as primeiras pis-tas. Você vai gentilmente, sabendo que isso pode serconuso, e você lembra que corpos e almas devem serinstruídos simultaneamente nas lições a serem dadas.Essência: PadrãoNatureza: TradicionalistaComportamento: SamaritanaAtributos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2, Carisma 4

(Arrebatadora), Manipulação (Determinada), Apa-rência 2, Percepção 2, Inteligência 3, Raciocínio 3Talentos: Prontidão 2, Consciência 2, Esquiva 2, Ex-pressão 2, Liderança 1Perícias: Oícios 4 (mecanismos simples), Etiqueta 3,Meditação 2, Atuação 2, Sobrevivência 2Conhecimentos: Cosmologia 2, Enigmas 2, Lingüís-tica 1Antecedentes: Avatar3, Sonhos 2Arete: 4Eseras: Espírito 4

 Força de Vontade: 6Quintessência: 7Paradoxo: 1Ressonância: (Estática) Sólida 2

Dilip KhatriDilip cresceu acreditando que tinha sido pos-

suído por demônios. Os membros de sua amília sãocristãos libaneses com histórico de comportamentoimoral, de tráco de armas a serviços de esquadrão deextermínio. Como um garoto devoto, ele acreditava

que iria ser punido pelos pecados de seu pai e irmãos.Fez o melhor para não dar atenção às vozes e se sentiareqüentemente atormentado quando elas pareciamdizer palavras sábias e agradáveis, uma vez que ele sa-bia o horror que se escondia dentro delas. Sempre queele tentava alar sobre isso e contar sobre esse pro-blema, ele encontrava apenas ceticismo e ostracismo,algo como um “é apenas uma ase”. Isso se não osseacusado de pregar peças. Assim ele cresceu ineliz.

A Ventos Altos veio a sua parte do Líbano em

1982, ajudando a reparar o dano da guerra civil liba-nesa e das calamidades decorrentes dela, assim comocontribuir com os esorços internacionais para moni-torar as ontes de distúrbios civis. Dilip viu seu irmãoser preso, julgado... e solto, porque outros parentes in-timidaram as testemunhas ao silêncio, mas os irmãospresos de orma alguma entraram em negócios legais

temendo prisões uturas. E uma noite, assim que o Solse pôs no mediterrâneo, Dilip sentiu os demônios a-lando com ele de novo, então ele ouviu um dos oras-teiros alando de volta com eles, acalmando-os. Elenão oi com o estranho, mas ele aprendeu as liçõesque o mago pode ensiná-lo. Quando ele veio à Cal-tech alguns anos depois e encontrou o Velho Bob denovo, os dois concordaram que o lugar dele era coma Ventos Altos.

Dilip permanece el à sua criação maronita.Que os outros chamem o que ele az de “mágica es-piritual”. Dilip entende que ele comanda poderes in-

ernais. Isso é uma vocação perigosa, mas parece queé um desao que Deus lançou à sua rente. E ele caeliz em trabalhar com outros que o podem ajudar nis-to, não importando que suas deciências particularesde introspecção e piedade possam ser.

Imagem: Dilip é um árabe baixo e esguio, comcabelos pretos curtos e lentes de contato corretivas.Suas mãos são cheias de cicatrizes de encontros comvidro quebrado e arame arpado e contrastando comsuas imaculadas roupas preeridas. Mesmo no campo,ele quase sempre se esorça para conseguir roupas lim-pas e bem passadas.

Dicas de Interpretação: Você ama Deus, masvocê é proundamente consciente dos mistérios deSua criação. Você não tem respostas simples para a

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 97

sua condição, ou para as situações que Deus o cha-mou. Graça e pecado estão atadas uma na outra emtodos os lugares, a experiência diz que se apressar paratirar conclusões precipitadas apenas ortalece o mal.Então você observa atentamente, az o bem quandopuder e espera por sinais claros sobre o resto.

Essência: Investigador

Natureza: MártirComportamento: DiretorAtributos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2, Carisma 3,Manipulação 3, Aparência 4 (Fascinante), Percepção3, Inteligência 3, Raciocínio 2Talentos: Prontidão 2, Consciência 2, Expressão 2,Intimidação 2, Liderança 2Perícias: Armas de Fogo 2, Tecnologia 3Conhecimentos: Acadêmicos 3, Cosmologia 3, Lin-güística 2, Ocultismo 2, Ciência 3

Antecedentes: Avatar 1, Biblioteca 2, Recursos 2Arete: 3Eseras: Forças 2, Espírito 1 Força de Vontade: 6Quintessência: 9Paradoxo: 0Ressonância: (Estática) Curandeira 1

Robert “Jovem Bob” O’TooleComo muitos Oradores dos Sonhos nascentes,

 Jovem Bob cresceu esquizorênico, atormentado por

vozes não muito compreensíveis. A procura dele poro alívio conduziu-o da casa da amília dele em Bel-ast para a suburbana cultura da droga, de lá para o

contrabando, até que nalmente entrou num grupoterrorista. Ele achou momentos de paz depois de atosde destruição. Os meados dos anos 90 não era o me-lhor momento para ser um terrorista irlandês, mas ozelo dele lhe trouxe tareas de "credor" na Árica eSul da Ásia.

Ele encontrou Ventos Altos no Sri Lanka em

1996. Não era um encontro planejado: ele estavabombardeando o sistema de irrigação que o time doVelho Bob estava renovando e descontaminando. Asbombas explodiram pereitamente e então o mundode Jovem Bob caiu. As explosões alaram com ele,enquanto diziam rases espalhadas dos seus anos deloucura em uma denúncia coerente dos seus medos eobsessões. Além disso, ele viu o que parecia serem an-jos ao redor dos corpos dormentes do time de VentosAltos, alando as mesmas denúncias. Ele sentia quenão tinha nenhuma escolha além de acordar o VelhoBob e azer uma conssão completa, e submeter-se a

qualquer castigo que poderia se seguir.Velho Bob viu um grande potencial e até umamaior inelicidade no jovem, e o levou com eles. Jo-vem Bob oi iniciado em sua penitência, ajudando alimpar o dano que ele tinha eito, enquanto VelhoBob desencaminhava os investigadores ociais paraoutras células terroristas. De volta à América, JovemBob aprendeu sistematicamente sobre o mundo mági-co em que ele tinha entrado. Ele continua se especia-lizando em destruir coisas, ele só escolhe os seus alvosutilizando outro critério: agora ele remove os detritosde racassos passados para abrir espaço para um uturo

melhor surgir.Imagem: O Jovem Bob passou sua vida de adul-to o tempo todo parecendo um punk, e ele não se pre-ocupa em mudar. Ao contrário, raspa sua cabeça paraexibir as tatuagens - uma ênix em um lado da cabeçadele, uma rosa e espinhos no outro. Ele se veste demaneira utilitária, com calças compridas robustas euma jaqueta de couro em cima de uma camisa leve, eleva consigo uma variedade larga de erramentas (al-gumas delas até mesmo dentro da lei) em uma bolsa.

Dicas de Interpretação: Lá no undo, você é umcadáver assustado. Isto é tudo muito estranho, e você

ainda tem grandes dívidas para pagar. Você pode lidarcom isso? Você cobre o medo com entusiasmo igual-mente honesto por seu trabalho. Você se esorça emazer coisas nas quais é melhor a serviço de uma causaque não az que seu coração sangre. Isso é o melhorque um homem pode pedir. Você daria sua vida peloVelho Bob e os amigos dele… e você sabe que aindapode vir a azer isso.

Essência: PrimordialNatureza: Visionário

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Oradores dos Sonhos98

Comportamento: RebeldeAtributos: Força 2, Destreza 2, Vigor 2, Carisma 3,Manipulação 3, Aparência 2, Percepção 3, Inteligên-cia 3, Raciocínio 4 (Improvisação)Talentos: Prontidão 2, Esportes 2, Briga 2, Manha 2,Lábia 2Perícias: Oícios 2, Condução 1, Armas de Fogo 3,Furtividade 3, Tecnologia 4 (Demolição)Conhecimentos: Computador 2, Lingüística 1, Ciên-cia 3Antecedentes: Avatar 2, Contatos 2, Destino 2Arete: 3Eseras: Entropia 2, Espírito 1 Força de Vontade: 6Quintessência: 6Paradoxo: 0Ressonância: (Entrópica) Explosiva 1

 Tecnoxamã UrbanoCitação: Cone em mim, eu tenho conexões

– o crime é ruim aqui porque os espíritos dosediícios estão zangados.

Prelúdio: Você cresceu em uma cidadegrande e amou isso. Pra começo de conver-sa você é uma garota tímida e de certa ormaechada, você deu longas caminhadas atravésdas várias vizinhanças e leu contos de ou-tras cidades e outros tempos enquantoseus colegas estavam brincando com seusamigos. Você cresceu vendo as vantagensque podem ser encontradas nas cidadesdos EUA e mesmo o ato que aqui pessoassem-teto dormem em vielas e amintose desesperados podem ver ser vistos nasaces de muitos residentes nas vizinhan-ças pobres.

Você oi à universidade em umacidade longe e descobriu-se levando umaboa vida naquele lugar. Deu-se bem nocurso de ciências sociais, mas não estavainteressada em trabalhar diretamente com

as pessoas. Finalmente você decidiu pelosestudos urbanos. Você queria aprendercomo azer cidades humanas e lugares ma-ravilhosos que pudessem acomodar todosos residentes. Depois de conseguir uma gra-duação e um emprego bem pago no governo,você descobriu que ainda estava insatiseita.Sua vida tornou-se um labirinto de burocraciasem m, com muitas reuniões sem propósitoalgum. Seus grandes sonhos oram substi-

tuídos por um medo atormentador: que vocênão aria nada de útil, e que sua vida passariaa ser vivida em vão. E novamente no auge de

seu desespero você começou praticar longas

caminhadas, muitas vezes andando toda anoite, voltando ao trabalho exausta,mas com a sensação que você poderiachegar mais perto de seu objetivo.

Então, uma noite aquilo acon-teceu: uma mulher grande e orte

andou até você e disse que ela estavaesperando até que você estivesse pron-

ta para alar com ela. Você estavaconusa a princípio, especialmentedesde que você notou que sua acee vestimenta mudavam sutilmente,

como se ela tivesse séries de másca-ras e roupas sem m. Ela contou avocê que era o espírito das cidades.

Ela oereceu a você uma chance de trabalharpara ela. A princípio, você pensou que ela es-tava louca; então ela ez a luz das ruas brilharem padrões e você percebeu que você estavana presença de algo além dos seus sonhos maisloucos. Você concordou, e instantaneamentesua vida mudou. Com ajuda mágica, você ra-pidamente se tornou uma importante gura

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 99

na política da cidade. Você recentemente encontrou ou-tros xamãs e percebeu que você nalmente encontrou opropósito que você buscava.

Conceito: Você está pronta para mudar o mundo.Misturando magia e hábil manipulação de políticos, vocêdeseja tornar as cidades melhores e lugares mais humanosonde se viver. Parte destas mudanças envolvem redesper-

tar a magia que estava adormecida por muito tempo, per-mitindo aos espíritos trabalharem com a humanidade paratrazer esperança e sentido à vida das pessoas.

Dicas de Interpre-tação: Você veste a partede uma hábil burocrataprossional e esperaque as pessoas escu-tem suas idéias. Seuamor e respeitopelo seu to-tem azem

dele seumais im-portantealiado.V o c êgostariade co-n h e -

cer outros magos, mas seus próprios planos e os desejosdos seu totem vem bem antes de qualquer agenda queeles possam ter.

Magia: Você tem um tato misterioso por cidades;

você pode encontrar o coração dos problemas que mes-mo as melhores estatísticas nunca poderiam revelar. Suamágica permite que você gradualmente desperte objetose ediícios, então eles podem servir melhor seus habitan-tes e a cidade como um todo. Melhor de tudo, sua magiada Mente signica que você pode cortar através de mui-tas camadas da burocracia convencendo as pessoas a pros-seguirem com seus planos. A maioria de suas magias envolveintensa meditação. Quando você parece tar abstratamentea tela de um computador, você pode estar realmente ma-nipulando a estrutura da Película.

Equipamento: Power suit, teleone celular, luxuo-

so carro compacto Filho Podre do Trovão

Citação: “Seu dinheiro ou sua vida” não é sempreuma simples ameaça, você sabe.

Prelúdio: Olhe, a vida oi dura quando você cres-ceu e você repondeu com dureza. É alguma gran-de surpresa? Libéria é um pequeno país com ummonte de pessoas e nem tantos recursos. Há umarazão que az aquilo ser um grande negócio de co-

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Oradores dos Sonhos100

meçar a nação “pavilhão de conveniência” – a navegação az dinheiro sem requisitar todo o suporte que asindústrias nacionais dão. Você perdeu metade de sua amília na desgraçada guerra civil, e jurou que você nãoiria pra baixo sozinho. Obviamente, você não oi. Foi ali perto, quando uma gangue de milícias rivais cercaramvocê uma noite, e ainda assim você realmente não lembra exatamente o que aconteceu. Você sabe que vocêse encontrava de pé em meio ao sangue deles, espancando corpos com a voz de Xangô, o deus trovão, ecoandoem seus ouvidos.

Você ez um trocou muito de lado durante a guerra. Assim aria muita gente, se osse inteligente. Você

estava do lado certo quando a guerra terminou e obteve para si um belo trabalho na polícia do porto. Naverdade, você az um trabalho bom em intimidar os ladrões e vândalos que bagunçam os navios estrangeirosque trazem todo aquele dinheiro agradável. E se você obtivesse riquezas no lado de esquemas de extorsão pes-soais, cujo negócio osse seu? Xangô pode dizer se ele tem uma queixa, eaté agora não tem. Portanto, todos os outros podem apenas mijar,certo?

 Nos últimos dois anos você ez algumas viagens, graças auma grande operação anti-pirataria. Você cobra para car jun-to e manter um olho no conteiners. Também é divertido - vocêestá azendo um lucro bom da pilhagem aos piratas inelizes quebagunçam seus navios. É um mundo grande lá ora, com muitomais oportunidades para um ambicioso.

Conceito: Você é um brutamontes imoral, ou pelomenos isso é o que sociedade convencional diria de você.Você usa poder ísico e mágico para car rico, e prestaatenção zero às conseqüências éticas de suas ações.

Dicas de Interpretação: A única obrigação quevocê reconhece são os laços de contrato e seu própriodever de manter sua pele intacta. Quando outros magostentam alar com você sobre como a mágica traz outras res-ponsabilidades, você simplesmente ri. Não são os espíritos,é só suas próprias consciências racas que os sujeitam.

Magia: É tudo sobre o trovão e raio. Xangô o deixa ver ascrianças descuidadas dele correndo e os liames os conduzem; issoé Espírito. E ele o deixa convocá-los para atacar seus inimigos,ou qualquer um que entra no seu caminho; isso é Forças. Com-plexidade é para pessoas que não estão prestando atenção àsdemandas de sobrevivência.

Equipamento: Armas (muitas delas), aca, teleonescelulares, rádio portátil, qualquer coisa que estava recente-mente com os piratas que ele derrotou

 Curandeira Perdida Citação: Você não pode perder uma tribo intei-

ra... Pode?

Prelúdio: Você cresceu na América Central, a -lha adotada de pais inérteis. Eles deram a você uma boaeducação, genuína, com muito amparo e amor. Quandovocê começou a ter curiosidade sobre sua ascendência,eles encorajaram você a procurar. Ficaram chocadosquando você descobriu que a agência de adoção haviamentido completamente a eles. Você descobriu que ha-via sido comprada em algum lugar na América do Sule passada adiante, parte do mercado lucrativo em bebêsatraentes, e desmascarou todas as arsas da sua amília

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 101

americana. Você passou por um período no qual ten-tou ser ultra-étnica, mas percebeu que era tolice. Nãoadiantava azer isso até que você soubesse o que vocêera de ato. Você se aproxima da sua jornada para suatribo com certo otimismo conante que vem de seuspais adotivos. Você é rustrada e reqüentemente seafige demais sobre sua alta de sucesso, mas você con-

tinua. Magia: Você pratica uma orma arquetípica deprocura de visão, entrando no mundo dos espíritos epagando o preço em dor e sangue por conhecimentode espíritos locais. Você não pode viajar para além daPelícula, nem ir proundamente, assim você tem quese mover para um local próximo e alar com espíritoslá. Você sabe sua prática mudará quando você acharsua tribo; o que você az agora é em parte baseado emreconstruções antropológicas bem como a verdade desua própria experiência.

Equipamentos: Utensílios de acampamento,

suprimentos médicos

 Conselheira CulturalCitação: Estou conante de que nós resolvere-

mos este problema - o que te az lembrar estes dese-nhos ?

Prelúdio: Você era uma criança mórbida e es-tranha, ascinada pela morte, dor e o oculto. Vocêteve poucos amigos, e as crianças populares semprea atormentaram, porque você era "a menina estranhaque vestia preto." Finalmente, a inância terminou

e você oi embora para a aculdade onde você quisaprender a ser uma escritora amosa. No princípio, avida era boa - você achou outros que compartilhavamalgumas de suas excentricidades. Então, as vozes co-meçaram. No princípio você tentou ignorá-las. Vocêapenas queria que as vozes que ninguém poderia ouvirossem embora. Então, as vozes começaram a mantê-la acordada à noite e caram bravas e abusivas. Quan-do você começou a gritar contra as vozes, as pessoasse moveram para longe de você e trocaram relancesincômodos. Logo, você estava tão perdida em sualoucura que você desistiu da escola e poderia pagarsomente por seu apartamento minúsculo. Quando apolícia a achou vagando pelas 05:00, implorando paraas vozes a deixarem só, você oi levada para avaliaçãopsiquiátrica.

As drogas que eles deram a você nunca zeramas vozes parar, mas pelo menos você não se preocupoumais. Enquanto você não pensava muito claramente,pelo menos você poderia se sujeitar a um trabalho desalário mínimo e você já não gritava a atormentado-res invisíveis. Então, um dia que você esqueceu delevar seus remédios e as vozes voltaram pior que an-

adotiva. Abalada e desapontada, você voltou paracasa e tentou reorçar sua identidade como uma ame-ricana bem-sucedida.

 Na aculdade, a luta cou pior. Depois de suaprimeira experiência com alucinógenos, você se tor-nou capaz de ver auras e ter visões. Você também ouviaos choros de sua amília de origem e de sua tribo, pre-cisando de auxílio de alguém que curasse suas eridase não tendo. Você conseguiu terminar sua graduaçãode alguma maneira, para satisazer sua amília de ame-ricana. Depois disso decidiu então unir-se à UNES-CO para ter uma desculpa para viajar a procura de suatribo perdida. Você não os achou ainda, e nenhumespírito alou sobre isso com você, e nenhum espíritocom quem tenha alado ainda sabe qualquer coisa de-les. Recentemente você começou a passar tempo com

magos de outros tipos, na esperança de adquirir ajudaque aproxime-a do problema de outro ângulo.Conceito: Você nasceu para ser uma curandei-

ra, e você está pronta para ser... Porém você não temsua tribo. A procura dene sua vida, e você está dis-posta a construir alianças onde quer que você possaachar. Isto a az útil e às vezes a az uma distraída de-vota das causas dos outros.

Dicas de Interpretação: De muitas maneirasvocê continua uma típica mulher de classe média

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Oradores dos Sonhos102

tes - antasmas lhe imploraram que vingasse as suasmortes, espíritos lhe pediram que executasse tareasincompreensíveis e demônios descreviam torturashorrorosas. Alguns pareciam ser honestamente ami-gáveis e curiosos, mas as vozes deles oram abaadaspelos outros. Você não podia aguentar mais. Vocêlhes ordenou a todos irem embora e eles o zeram.

Você tinha Despertado e você se sentia de repentemelhor que você já esteve em anos.Com a prática, você aprendeu a manter os es-

píritos longe ou somente para conversar com poucosque parecessem amigáveis. A meditação ajudou vocêa controlar sua mente e seu corpo.

 No caminho você também achou alguns espíri-tos que precisavam de um amigo tanto

quanto você. Você também cou

ascinada com a loucura e voltou para a escola parase tornar uma conselheira. Agora você ajuda outros atrabalharem seus próprios demônios, e tenta ensinar

esses inelizes cuja loucura é, de ato, tormento de es-píritos bravos.Conceito: Você oi insana e agora você

quer ajudar outros a se recuperar de suas lou-curas. Você gosta de reuniões com outros ma-

gos e sempre está ansiosa para compartilharinormação sobre loucura, magia e tópicossemelhantes. Tendo sido uma paciente men-tal, você não aprova dar drogas a doentes

mentais e trabalhou curas com conversa,paciência e magia que alguns de seus

colegas consideram

quase milagrosos.Dicas de In-

terpretação: Libertade anos na escuridãode sua mente, você é

agora alegre, eliz, egeralmente uma pessoa

muito tranqüila e positivacom uma personalidade orte.

Você também pode ser extremamen-

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 103

te rme e não ter nenhuma diculdade para calar pessoasproblemáticas, ou usar magia para azer um espírito ugir deterror.

Magia: Ao contrário a maioria dos xamãs indepen-dentes, sua magia é bastante sutil - você nunca mais querque pessoas olhem para longe de você novamente. Rabis-cos complexos e palavras aladas debaixo de sua respiração

podem aetar as pessoas e espíritos ao redor você, enquantomeditação calma pode ampliar sua mente.Equipamento: Roupas con-

ortáveis, mas elegantes, uma co-leção grande de tas de medita-ção, um recente modelo de carrocompacto.

 Eletricista Citação: Eu posso

construir um sistema

realmente bom paravocê, muito melhorque qualquer coisaque você possa com-prar.

P r e l ú d i o :Você sempre oibrilhante, e vocêamava uçar coisas.Quando você conse-

guiu desmontar o teleone de seu pai na quarta série, eles lhe compraramalguns equipamentos de eletrônica para mantê-lo ocupado. Até que você

terminasse o ensino médio, você já tinha construído para seu primeiro com-putador. Naturalmente, você oi para a escola técnica onde você estudouconserto de eletrônica.

Sua vida mudou quando você teve uma aula sobre conserto de auto-móvel durante seu último ano de escola. Você desrutou a mudança de passoe o instrutor começou a prestar atenção especial em você. A princípio vocêpensou que era porque ele não estava acostumado a ver uma menina conser-tando carros. Então, ele lhe pediu que casse depois de classe e mostrou paravocê várias técnicas de concerto não ortodoxas - e rancamente estranhas.Você nunca tinha imaginado que pudesse utilizar sangue de galinha comoum aditivo de motor, ou que pedaços de chire de cervo especialmente es-culpido pudessem ajudar injeções eletrônicas a trabalhar melhor. E, tendo se

ormado, procurou manter contato com este sujeito, que começou a discutiralguns problemas de eletrônica de automóveis, bastante sobre como os mo-tores se sentiam e como tudo em que você trabalhou ganhou uma vida porconta própria. Estas conversas começaram a soar bem losócas, até quevocê começou a ver que ele não estava alando nada de losoa.

Você ainda não tem certeza de quando, mas em algum lugar aolongo da linha você Despertou. Tendo você percebido que tudo realmen-te estava vivo, você desrutou muito mais do seu trabalho. A emoção decriar o computador ideal para uma pessoa ou trabalho, ou consertar ocomputador de alguém de orma que casse pereito para eles cou atémaior quando você pensou nas inúmeras possibilidades. Até mesmo

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Oradores dos Sonhos104

um computador e seu dono aprendendo a convivere trabalhar juntos. Além disso, poder despertar osespíritos que dormem entorpecidos em uma ábricaeletrônica lhe deu um senso de azer o mundo umlugar melhor e mais maravilhoso. Finalmente, vocêmostrou para seu proessor a mais recente versãode seu próprio computador e ele lhe alou que ele

não tinha nada mais a ensinar-lhe. Você era entãoum Artíce Espiritual livre e independente. Agoravocê só atende a pedidos de customização e seusclientes elogiam seu trabalho, menos, é claro, aque-les que maltratam suas criações.

Conceito: Você conhece a alegria de cons-truir belos aparelhos eletrônicos altamente ecien-tes. Seus sistemas não só trabalham melhor quequalquer hardware comercial, como são pratica-mente obras de arte, com madeira na e aço es-covado. Nada mais que um alojamento satisatóriopara os espíritos que você desperta.

Dicas de Interpretação: Você ala com pe-daços de tecnologia tão prontamente quanto vocêala com pessoas. Claro que os Adormecidos rara-mente notam que objetos inanimados tendem a es-cutar quando você ala com eles. Sua roupa segueo estilo casual, composta de calças jeans e camise-tas, mas os artigos eletrônicos e outras peças quevocê leva acabam azendo parte da customização.Se você não os ez, economizou o dinheiro paraoutra pessoa construí-los seguindo suas especi-cações. Você é amigável de início, mas cabravo quando você vê alguém batendo ou

chutando um dispositivo que não está tra-balhando corretamente. Você sabe que àsvezes é necessário danicar ou destruir pe-daços de tecnologia, mas prejudicar itensde ábrica aborrece você. Ter que destruiruma arma eita à mão, de aparência boni-ta, mas perigosa podem transtorná-lo pormuitos dias.

Magia: Em suas mãos, todos os ti-pos de dispositivos trabalham melhor quepara qualquer outra pessoa. Fechadurasparecem abrir com seu toque e ninguémpode recuperar dados de um computadormais rápido que você. E tentar usar dis-positivos contra você é reqüentementeútil: armas de ogo emperram, celularescam ora da área de repente de serviço ecarros que o procuram têm uma tendên-cia alarmante a enguiçar.

Equipamento: Um pequeno laptoppesadamente modicado despertado, Motoci-cleta despertada, teleone celular despertado.

 Espírito Fantasma Citação: Obrigado, General. Um passarinho

me contou.Prelúdio: Você vem de uma linhagem longa

de Nativos Americanos que sentem que a sua identi-dade tradicional e a sua identidade como americanosmodernos se ajustaram bem. Seu avô trabalhava naconstrução civil, levantando arranha-céus e gigantes-cos navios (**aqui achei mais propício colocar issopara dar o paralelismo arranha-céus/construção civilX navios/cons-trução naval**)nos estaleiros daSegunda Guer-ra Mundial. Seupai serviu nosSeabees durantea Guerra do Vie-

tnã, então en-trou nos mundodos negóciosc o m ociv i l .

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 105

Você recebeu uma educação técnica de primeira ca-tegoria na MIT, e aceitou os desaos prometidos porum recrutador do Exército que o inscreveu como um

Analista da Agência de Inteligência da Deesa. ODespertar veio como um verdadeiro choque. Vocêsempre participou das cerimônias ancestrais e tinhaorgulho de sua ascendência, mas nada além de orma-lidade. Enquanto estava em uma viagem de acampa-mento com amigos da escola, os espíritos começarama alar com você, gritar em seus ouvidos, até que vocêse dispusesse a alar com eles. Você levou um tempode licença e procurou por um dos antigos sábio que oorientou em seus primeiros e dicílimos passos. Eleassegurou que aconselhar os guerreiros há muito tem-po tem sido uma coisa boa e adequada para um xamã

azer. Você só não entra em muitos detalhes com seuschees sobre o que alguns de seus recursos de inorma-ção realmente são.

Conceito: Você é um exemplo excelente daSociedade da Roda Fantasma em ação, unindo a tec-nologia extremamente avançada da sociedade moder-na com a sabedoria mágica de séculos passados sememenda. Você ouviu outros magos espirituais alaremsobre a crise de identidade que eles vivem, mas vocênão liga. Isto é o que você é, isto é o que você az.Você serve seu país, e mantendo-o seguro e próspero,

você também serve sua tribo.Dicas de Interpretação: Você adora ser um

espião. O recrutador tinha razão: “este é um grandemodo para usar suas habilidades”. Você está constan-temente comprometido em seu trabalho como deteti-ve, enquanto pesquisa inormação e reúne os pedaçosde modos dierentes. Claro que seria legal ter mais

pessoas com quem você pudesse alar sobre isso.Magia: Você sabe que há uma grande paixão

para ser útil entre os espíritos das máquinas, e vocêos ajuda a cumprir esse caminho. Você não tem mui-to poder para comandar, entretanto você não precisadisso - sendo um ouvinte disposto e o observador cui-dadoso, você vai longe. Você quer ser capaz de azeruma jornada xamânica no mundo dos espíritos embreve e está trabalhando duro para desenvolver o ta-lento para tal.

Equipamento: Uniorme, laptop, livros de ree-rência, talismãs e etiches.

Juiz, Júri, Executor Citação: Este aqui descansará em paz, da mes-

ma maneira que logo acontecerá com você.Prelúdio: Sua amília é Armênia, o que signi-

ca que eles oram tocados pela tragédia: o genocídioturco que ocorreu há um século, tirania soviética e de-pois a guerra com outros ex-estados soviéticos. Vocêsempre sentia algo undo dentro de você ecoando porcada matança absurda. Perto da maioridade, você de-cidiu que precisava sair do ciclo de violência innita e

ez os votos num dos monastérios então reabertos nascostas do Lago Van. Durante alguns anos você conhe-ceu a paz, enquanto rezava e trabalhava para o bem deseu povo ao invés de continuar velhas guerras.

Os mortos não desistiram de você tão acilmen-te. Você começou a ouvir sussurros; primeiro no cemi-tério de monastério, então em todos os lugares aondevocê ia. Cada vez mais alto, as vozes alavam de almasprontas a passar para o julgamento nal, exceto queelas ainda não oram deixadas livres graças ao ciclodo qual você pensou ter escapado. Eles descreveramem detalhes cada vez mais mais explícitos como era

miserável a condição deles sem um intercessor paraazer aquela justiça, no nível individual, mesmo senão acontecesse entre nações. No m, você não tevenenhuma escolha a não ser tomar o ardo de ser ovingador. Bem, aqui está você, aprendendo as artes deguerra de seus tios e irmãos, por conta própria, paragolpear o Mal.

Às vezes você viaja, em parte para adquirir omaterial de guerra com sua amília e os seus aliados,em parte para procurar outros que lutam no mundo

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Oradores dos Sonhos106

dos espíritos à procura de conselhos ou ajuda. Isso otraz perto, ou pelo menos o põe em contato com an-tasmas dierentes.

Conceito: Os mortos constantemente o cer-cam lutando por sua atenção. Agora você sabe quequando castigar um assassino ugitivo, as almas que apessoa matou em vida podem passar para o julgamen-

to nal, e um pouco de paz volta ao mundo. Ineliz-mente, você mora numa terra tomada por assassinatosnão-vingados, e não há nenhum m para este ardosombrio à sua vista.

Dicas de Interpretação: Isto é terrível. "Aas-ta de mim esse cálice", você rezava sempre e sempre,mas Deus não o poupa. As- sim você tenta azer o

melhor que pode. Você teme que sua própriaalma será penalizada por outras, e você adora-ria achar algum modo honrado de sair de tudo

isso. Você constantemente examina e avalia a simesmo entre as "missões" de orma que pode agirpositivamente quando o momento pedir isto.

Magia: Você vê e ouve os antasmas dos mor-tos injustamente. Eles são estranhos, enquanto des-crevem coisas mais em termos de estados emocionaisque identidades concretas. Você também escuta ecosde mentes vivas, e às vezes pode comparar os padrõesdeles aos descritos pelos antasmas; desse modo vocêidentica seus alvos.

Equipamento: Armamento soviético tracado,batina de monge, missal muito usado.

 Testemunha do ApocalipseCitação: Eu também vejo coisas mortas. E coi-

sas que nunca viveram. E tem mais. Seja grato por suaalta de visão.

Prelúdio: Até o verão de 1999, você era umsimples alaiate em Calcutá - mais aortunado quemuitos, desde que os desenhos tradicionais de sua a-mília eram populares no comércio turístico. Isso lhe

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 107

deu bastante renda para manter um padrão decentede vida, mas nada particularmente impressionante.Você sempre pensou que em algum dia desses quevocê se casaria, se estabeleceria e passaria os segre-dos da amília e a seu devido tempo voltaria à Rodade Vida. Nada aconteceu desse modo. Pelo contrário,você assistiu quase todos que você conhecia morren-

do de orma horrível enquanto celebravam um dia debanquete nas areias do Ganges e viu como as paredesdo mundo quebraram para deixar passar algum horrorinominável. O próprio horror passou, mas isso nãodevolveu seus amigos ou amília. Nem o deixou e-char seus olhos.

Você investigou além do visível por buracosem pesadelos, vendo as casas de demônios e seres su-blimes, além de coisas que você nunca imaginou. Avisão gravou a ogo dois buracos em seus olhos e agoravocê vê tais coisas quando passa em todos os luga-res. O mundo se tornou um lugar de sombras e ilusões

para você, porque você vê o movimento dos poderesque azem o mundo dos sonhos e desejos em todosos lugares. O que dizer? Você está desesperadamentelouco.

Você echou a loja, vendeu os modelos de rou-pas da amília e partiu à procura de explicações. Ago-ra, alguns anos depois, você entende muito do quevocê não ez, mas cada resposta traz mais perguntas.

Conceito: Você é um Falcão Andarilho, en-quanto circula o mundo à procura de visionáriosda mesma categoria e busca respostas. É duro,desde que todos eles alam em sistemas dieren-

tes, mas o que você tem além de tempo?Dicas de Interpretação: Muito bem, a re-ligião de sua amília é, na melhor das hipóteses,uma verdade incompleta. Muito bem, você é umtipo de vidente místico. Mas o que mais? Qual éseu dever nesta vida? Onde está a casta para al-guém que vê através de todas as coisas? Você aindanão sabe e quer achar algum lugar novo para si deses-peradamente.

Magia: Está tudo nos olhos. Realmente, vocêtem que trabalhar constantemente para não sentirtodos os espíritos por baixo da pele do mundo. Você

não pode comandá-los, ou até mesmo bajulá-los; vocêsó pode ver, e tentar agir como um indivíduo mortalde meios normais, baseado no que você sabe.

Equipamento: Malas com algumas relíquias deamília estimadas, kit de costura, jornais volumo-sos.

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Oradores dos Sonhos108

Robert estava no gramado em rente aosescombros chamuscados do hospício.Choverá hoje, diziam as nuvens. Elasse acumulavam em colunas maciças emorma de tijolos carbonizados e se en-trelaçava de raios metálicos. O verdevibrante da grama contrastava de ormadrástica com os restos. Um dia, Robertsabia, cada obra da humanidade acaba-

ria enrentando a natureza assim, e então, surgiriaalgo novo.

Ele cou de pé revisando pacientemente os en-cantos que aprendeu das velhas nos Pirineus para acal-mar uma mente atormentada. Ele levava seus etichesem sua mochila, temendo que a visão maniesta daserramentas mágicas assustassem o homem ou mulhercuja alma enerma clamava por uma orientação.

Ali. Agitado no canto, mesmo lugar que a úl-tima vez.

Uma mulher chegou. Ela era mais velha queRobert - 40 e tantos, chutou a idade, mas ninguémpoderia saber por causa dos tempos terríveis que teveque suportar. Sua cor era de um bronzeado médio,dádiva da grande mistura racial através das gerações,contudo, seu semblante era notavelmente claro con-siderando as circunstâncias. Seu cabelo era curto eesbranquiçado pelos anos no sol sobre um louro tão

pálido. Os óculos coloridos não chegavam a escon-der o ódio e a dor de seus olhos. Sua boca, quando seabriu pra alar, mostrou séries de dentes podres e malcuidados.

Quem quer que ela tenha sido no passado, per-maneceu um mistério por trás do macacão aberto res-pingado de óleo. Robert viu que estava certo sobre ostalentos mecânicos dela.

Ela deu um passo em sua direção e parou. Umamão amassou o punhado de cartas e otos que ele dei-xou pra ela, apertando-o repetidamente. "Isso..." Elaengasgou, suspirou pra ter certeza de como completara rase. "Isso é verdade?"

Robert concordou sériamente. "É.""Quero ver.""Eu vou tirar uma coisa da minha bolsa. Por a-

vor não se assuste." Ele rmou os olhos nela enquantoele girou a bolsa e puxou uma taça cerimonial comuma pena atada a ela. "Agora eu vou soltar a bolsae segurar só a taça." E assim ele ez. A tensão aziaela ranger: não conava nele, queria ugir, mas estavamagoada o suciente para dar a ele uma chance deexplicar-se.

Ele cou de joelhos e passou uma mão pelocristal tirando de lá uma velha bituca de cigarro e umembrulho de bala. "Isso deve servir". Meu totem - O

 Epílogo:O Primeiro Passo

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 Capítulo Três: Os Andarilhos, Xamãs e Outros 109

Reugo - você já leu sobre ele - gosta desse tipo decoisas". Com um gesto singular, os deixa cair na taça,colocando um sobre o outro, os amassando seis vezes."Escute." Conorme suas mãos se aastaram da taça abituca e o embrulho olharam pra ele e sorriram. "Vocêé amigo de nosso pai!!"

Robert assentiu solenemente da mesma orma

que para a mulher. "Eu sou. Eu tenho uma convidada,que nunca ouviu as vozes nitidamente. Vocês canta-ram para ela?" Elas responderam simultaneamente."Isso ará nosso pai car satiseito?"

"Eu creio que sim. Ela pode não ser como ele,mas certamente é parte da amilia."

"Então é claro que cantaremos para ela." Ro-bert tilintou a taça a sua rente e uma estranha melo-

dia surgiu dela. Os espíritos do descartado cantaramem estilos também descartados, combinando musicapop do ano passado com melodias que haviam sidoabandonadas antes da invenção da escrita. Era estra-nho, porém não incômodo e isso excitou algo maisna mulher.

"É verdade?" perguntou novamente.

"É." ele repetiu."Eu quero azer isso,""Então você pode. Nós vamos encontrar alguns

amigos que podem te ajudar a começar. Eles não estãolonge."

Devolvido novamente aos seus domínios, apósas pessoas se aastarem, o reugo adormeceu, eliz porter eito uma boa ação.

Bibliografia Livros 

Ecstasies: Deciphering the Wi-tches Sabbath. O historiador CarloGinzburg az um paralelo interessante:algumas pessoas que aziam os julgamen-tos de bruxa da Renascença estavam naverdade praticando uma orma de NightBattles. Aborda com grande nível dedetalhes uma comunidade rural aonde

muitas pessoas praticavam ritos xamânicos.

A Kalevala: é uma coletânea de épicos nlan-deses descrevendo as aventuras do mago-xamã Vaina-moinen e seu parceiro, o erreiro Ilmarinen. O livrodá uma excelente idéia de como é um xamã heróicoe lendário.

Out o this World: Otherworldly Journeys romGilgamesh to Albert Einstein. O historiador religiosoI.P. Couliano observa todas as ormas de experiênciasespirituais e visionárias, muitas que podem prover ex-celentes inspirações para as jornadas umbrais.

"Shaman". Sandra Miesel escreveu uma histó-ria divertida. Uma romance ascinante onde a pro-tagonista é uma mulher que se torna xamã em umaTerra autoritária em um universo palelo.

“Shaman”, por John Shirley. Após car ora decirculação por um tempo, essa história voltou a serimpressa graças a um movimento que reimprimiu asobras curtas de Shirley. Esse é um conto de um desper-

tar xamânico em uturo alternativo em uma Américacyberpunk.

O Xamanismo e as Técnicas Arcaicas do Êxta-se, (1964), Londres: Routledge & Kegan Paul. (Umlongo trabalho sobre o estudo do Xamanismo, umdetalhado e valiosa onte de inormação sobre estesenômenos.). Mircea Eliade escreveu esse livro háquase 40 anos, mas ainda é um clássico que provéminormação sobre o xamanismo por todo o mundo.

Svaha, Charles de Lint. De volta às prensasapós anos de trevas, esse é um conto de antasia ecção cientíca sobre um nativo americano no estilotradicional no meio de uma era uturista cyberpunkna América. De Lint mostra opções para xamãs urba-nos que não são tecno-xamãs.

The Way o the Shaman. Michael Hamer, amesma pessoa que undou a maravilhosa revista "TheShaman’s Drum" (O Tambor do Xamã)., descrevemuita inormação do que consiste ser um xamã.

VideoSerial Experiments Lain. Espantosamente exis-

tem poucos bons retratos sobre o xamanismo em vi-deo, boa parte deles nem chega a ser não-oensiva àidéia. No entanto, essa excelente série de anime azum maravilhoso trabalho de retratar o despertar tec-no-xamânico de uma colegial japonesa. Ver essa sérieé uma obrigação para qualquer um que pretende jogarcom um tecnoxamã.

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Oradores dos Sonhos110

The Last Wave e Picnic na Montanha Miste-riosa (The Last Wave and Picnic at Hanging Rock),lmes de Peter Weir. Em The Last Wave, RichardChamberlain interpreta o papel de um advogadobranco australiano deendendo um grupo de aboríge-nes acusados de assassinar outro aborígene. Duranteo julgamento, ele começa a ter visões. As revelações

descobertas de seu próprio destino e o apocalipse queaguarda sua sociedade são absolutamente pereitos

para o este propósito.  Não há xamanismo no Picnic na Montanha

Misteriosa, mas um orte senso de mistério e de má-gica reprimida. Um grupo de colegiais australianasvão azer um picnic no dia dos namorados em 1900 ealgumas delas desaparecem para sempre. O lme nãoapresenta somente enigmas que cam sem respostas,

mas mistérios que não podem ser respondidos emquaisquer termos compreensíveis pelos espectadores.

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Acadêmicos________

Computador________

Cosmologia_________

Investigação________

Direito_____________Lingüística__________

Enigmas____________

Medicina___________

Ocultismo__________

Ciências___________

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Destino

Maravilhas Familiar  

Biblioteca 

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 Conheça a 

  Ayahuasca 

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Oradores dos Sonhos116