lei de fal ncias e de recupera o de empresas - lei - 11101-2005 parte 1

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LEI DE FALÊNCIAS E LEI DE FALÊNCIAS E DE RECUPERAÇÃO DE DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS EMPRESAS LEI 11.101/2005 LEI 11.101/2005 e e LEI COMPLEMENTAR 118/05 LEI COMPLEMENTAR 118/05 Crédito: Prof. LEONARDO MARQUES Crédito: Prof. LEONARDO MARQUES

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Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

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Page 1: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

LEI DE FALÊNCIAS E DE LEI DE FALÊNCIAS E DE RECUPERAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE

EMPRESASEMPRESAS

LEI 11.101/2005LEI 11.101/2005ee

LEI COMPLEMENTAR 118/05LEI COMPLEMENTAR 118/05Crédito: Prof. LEONARDO MARQUESCrédito: Prof. LEONARDO MARQUES

Page 2: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

FALÊNCIAFALÊNCIA CONCEITO:CONCEITO: É o processo de execução É o processo de execução

coletiva do patrimônio do devedor coletiva do patrimônio do devedor empresário, no qual os seus bens serão empresário, no qual os seus bens serão arrecadados, os administradores serão arrecadados, os administradores serão afastados da gestão da empresa e será afastados da gestão da empresa e será estabelecida uma ordem legal e inderrogável estabelecida uma ordem legal e inderrogável de preferência entre os credores. Com efeito, de preferência entre os credores. Com efeito, será realizado o ativo, cujo produto servirá será realizado o ativo, cujo produto servirá para o pagamento dos credores. É uma para o pagamento dos credores. É uma espécie de execução coletiva.espécie de execução coletiva.

Page 3: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

CRISE DA EMPRESACRISE DA EMPRESA PATRIMONIAL – PATRIMONIAL – Ativo menor que o passivoAtivo menor que o passivo ECONÔMICA – ECONÔMICA – Retração nos negóciosRetração nos negócios FINANCEIRA – FINANCEIRA – Falta de liquidezFalta de liquidez

A toda evidência, a instauração da falência A toda evidência, a instauração da falência pressupõe que os devedores encontram-se pressupõe que os devedores encontram-se incapacitados de prosseguir com suas atividades. incapacitados de prosseguir com suas atividades. Por tal motivo, só podem ser requeridas as Por tal motivo, só podem ser requeridas as falências de quem se apresentar falências de quem se apresentar presumidamente insolvente, isto é, incapaz de presumidamente insolvente, isto é, incapaz de honrar com as obrigações assumidas ou honrar com as obrigações assumidas ou praticando atos denotadores de sua dificuldade.praticando atos denotadores de sua dificuldade.

Page 4: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

PRINCÍPIOSPRINCÍPIOS PRESERVAÇÃO DA EMPRESAPRESERVAÇÃO DA EMPRESA DISTINÇÃO DOS CONCEITOS DE EMPRESÁRIO E EMPRESADISTINÇÃO DOS CONCEITOS DE EMPRESÁRIO E EMPRESA RECUPERAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS RECUPERAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS RECUPERÁVEISRECUPERÁVEIS PROTEÇÃO AOS TRABALHADORESPROTEÇÃO AOS TRABALHADORES CELERIDADE E EFICIÊNCIA PROCESSUALCELERIDADE E EFICIÊNCIA PROCESSUAL PARTICIPAÇÃO ATIVA DOS CREDORESPARTICIPAÇÃO ATIVA DOS CREDORES MAXIMIZAÇÃO DO ATIVO FALIMENTARMAXIMIZAÇÃO DO ATIVO FALIMENTAR REDUÇÃO DO CUSTO BRASILREDUÇÃO DO CUSTO BRASIL DESBUROCRATIZAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DO PEQUENO DESBUROCRATIZAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DO PEQUENO

EMPRESÁRIOEMPRESÁRIO RIGOR NA PUNIÇÃO DOS CRIMES FALIMETARESRIGOR NA PUNIÇÃO DOS CRIMES FALIMETARES

Page 5: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

FASESFASES PRELIMINARPRELIMINAR

SINDICÂNCIASINDICÂNCIA

LIQUIDAÇÃOLIQUIDAÇÃO

Page 6: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

PRIMEIRA FASE - PRELIMINARPRIMEIRA FASE - PRELIMINAR Também chamada de fase cognitiva, Também chamada de fase cognitiva,

nesse momento não há propriamente nesse momento não há propriamente execução concursal, mas verdadeiro execução concursal, mas verdadeiro processo de conhecimento, com amplo processo de conhecimento, com amplo direito de defesa e contraditório.direito de defesa e contraditório.

Esta fase tem início com o requerimento Esta fase tem início com o requerimento de falência e se encerra com a sentença de falência e se encerra com a sentença que acolhe ou não o pedido de falência.que acolhe ou não o pedido de falência.

Seu objetivo é verificar se estão ou não Seu objetivo é verificar se estão ou não presentes os pressupostos falimentares.presentes os pressupostos falimentares.

Page 7: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

LEGITIMIDADE ATIVALEGITIMIDADE ATIVA – art. 97 – art. 97

O próprio devedor empresário.O próprio devedor empresário. O conjugue do empresário O conjugue do empresário

individual falecido, o herdeiro e o individual falecido, o herdeiro e o inventariante.inventariante.

O quotista ou acionista na forma da O quotista ou acionista na forma da lei ou do ato constitutivo.lei ou do ato constitutivo.

Qualquer credor.Qualquer credor.

Page 8: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

LEGITIMIDADE ATIVALEGITIMIDADE ATIVA (cont). (cont).

CREDOR EMPRESÁRIOCREDOR EMPRESÁRIO CREDOR DOMICILIADO NO CREDOR DOMICILIADO NO

ESTRANGEIRO ESTRANGEIRO CREDOR COM GARANTIA REALCREDOR COM GARANTIA REAL PRIVILÉGIO PESSOALPRIVILÉGIO PESSOAL FISCO?FISCO?

Page 9: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

FISCO (cont).FISCO (cont). DOIS POSICIONAMENTOS:DOIS POSICIONAMENTOS:

COM LEGITIMIDADECOM LEGITIMIDADE SEM LEGITIMIDADESEM LEGITIMIDADE

Page 10: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

JUÍZO COMPETENTEJUÍZO COMPETENTE – art. 3 – art. 3°°

PRINCIPAL ESTABELECIMENTO?PRINCIPAL ESTABELECIMENTO?

CRITÉRIO ECONÔMICOCRITÉRIO ECONÔMICO CRITÉRIO JURÍDICOCRITÉRIO JURÍDICO

CASO SHARPCASO SHARP

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ORIENTAÇÃO DO STJORIENTAÇÃO DO STJProcesso Processo CC 27835 / DF ; CONFLITO DE COMPETENCIA CC 27835 / DF ; CONFLITO DE COMPETENCIA 1999/0098320-3 1999/0098320-3 Relator(a)Relator(a)Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO (280) Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO (280) Órgão Órgão Julgador Julgador S2 - SEGUNDA SEÇÃOS2 - SEGUNDA SEÇÃOData do JulgamentoData do Julgamento14/03/200114/03/2001Data da Publicação/FonteData da Publicação/FonteDJ DJ 09.04.2001 p. 328 JBCC vol. 190 p. 190 RMP vol. 15 p. 529 RSTJ vol. 09.04.2001 p. 328 JBCC vol. 190 p. 190 RMP vol. 15 p. 529 RSTJ vol. 143 p. 206143 p. 206

Ementa Competência. Falência.Ementa Competência. Falência. Foro do Foro do estabelecimento principal do devedor. I – A competência estabelecimento principal do devedor. I – A competência para o processo e julgamento do pedido de falência é do para o processo e julgamento do pedido de falência é do Juízo onde o devedor tem o seu principal Juízo onde o devedor tem o seu principal estabelecimento, e este estabelecimento, e este "é o local onde a ATIVIDADE "é o local onde a ATIVIDADE se mantém centralizada", não sendo, de outra se mantém centralizada", não sendo, de outra parte, "aquele a que os estatutos conferem o parte, "aquele a que os estatutos conferem o título principal, mas o que forma o corpo vivo, o título principal, mas o que forma o corpo vivo, o centro vital das principais atividades do devedorcentro vital das principais atividades do devedor" " (CC nº 21.896 - MG, Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo). II (CC nº 21.896 - MG, Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo). II - Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de - Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de direito da 8ª Vara Cível de São Paulo - SP, suscitado.direito da 8ª Vara Cível de São Paulo - SP, suscitado.

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PRESSUPOSTOS FALIMENTARESPRESSUPOSTOS FALIMENTARES

MATERIAIS:MATERIAIS:o LEGITIMIDADE PASSIVALEGITIMIDADE PASSIVAo INSOLVÊNCIAINSOLVÊNCIAObs. Impossibilidade de RecuperaçãoObs. Impossibilidade de Recuperação FORMAL:FORMAL:o SENTENÇA DE FALÊNCIASENTENÇA DE FALÊNCIA

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LEGITIMIDADE PASSIVALEGITIMIDADE PASSIVA EMPRESÁRIOS INDIVIDUAIS E EMPRESÁRIOS INDIVIDUAIS E

SOCIEDADES EMPRESÁRIAS (art. 1SOCIEDADES EMPRESÁRIAS (art. 1°)°)

NÃO ESTÃO SUJEITOS À FALÊNCIA (art. NÃO ESTÃO SUJEITOS À FALÊNCIA (art. 22°):°):

• Empresas Públicas e Sociedade Empresas Públicas e Sociedade Economia MistaEconomia Mista

• Instituições Financeiras, Seguradores, Instituições Financeiras, Seguradores, Operadoras de Plano de Saúde e Operadoras de Plano de Saúde e equiparadosequiparados

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INSOLVÊNCIA - CARACTERIZAÇÃOINSOLVÊNCIA - CARACTERIZAÇÃO

IMPONTUALIDADEIMPONTUALIDADE + 40 SALÁRIOS MÍNIMOS (art 94, I)+ 40 SALÁRIOS MÍNIMOS (art 94, I) LITISCONSÓRCIO (art 94, III, g, LITISCONSÓRCIO (art 94, III, g, § 1§ 1oo)) PROTESTO (art 94, III, g, PROTESTO (art 94, III, g, § 3§ 3oo)) TÍTULOS VENCIDOS?TÍTULOS VENCIDOS?

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PausaPausa

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ATOS DE FALÊNCIAATOS DE FALÊNCIA LIQUIDAÇÃO PRECIPITADALIQUIDAÇÃO PRECIPITADA - No fundo, - No fundo,

como destaca TRAJANO DE MIRANDA como destaca TRAJANO DE MIRANDA VALVERDE, a lei vê a malícia do empresário VALVERDE, a lei vê a malícia do empresário que pretende apurar o ativo sem pagar o que pretende apurar o ativo sem pagar o passivo. Devemos ressaltar que as passivo. Devemos ressaltar que as chamadas “queimas de estoque” não chamadas “queimas de estoque” não constituem maliciosa liquidação de que constituem maliciosa liquidação de que trata este inciso. O que a caracteriza é a trata este inciso. O que a caracteriza é a venda de bens indispensáveis à venda de bens indispensáveis à continuação da empresa (ativo não continuação da empresa (ativo não circulante).circulante).

NEGÓCIO SIMULADONEGÓCIO SIMULADO - Com o negócio - Com o negócio simulado o devedor tenta furtar a garantia simulado o devedor tenta furtar a garantia comum dos credores. A transferência comum dos credores. A transferência simulada de bens proporciona aos credores simulada de bens proporciona aos credores e ao administrador judicial o direito de e ao administrador judicial o direito de propor posteriormente a ação revocatória.propor posteriormente a ação revocatória.

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ATOS DE FALÊNCIAATOS DE FALÊNCIA

TRESPASSE IRREGULARTRESPASSE IRREGULAR - A lei - A lei pretende coibir que o devedor transfira pretende coibir que o devedor transfira para terceiro seu estabelecimento para terceiro seu estabelecimento empresarial e com isso fique sem bens empresarial e com isso fique sem bens suficientes para solver o seu passivo. suficientes para solver o seu passivo. Também dá ensejo à ação revocatória. Também dá ensejo à ação revocatória. Observar os artigos 1142/1148 do Observar os artigos 1142/1148 do Código Civil, sobre as regras para a Código Civil, sobre as regras para a transferência do estabelecimento transferência do estabelecimento empresarial.empresarial.

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Artigos 1142-1148 do Código Artigos 1142-1148 do Código CivilCivil

Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.

Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.

Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.

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Artigos 1142-1148 do Código Artigos 1142-1148 do Código CivilCivil

Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.

Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.

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Artigos 1142-1148 do Código Artigos 1142-1148 do Código CivilCivil

Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.

Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.

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ATOS DE FALÊNCIAATOS DE FALÊNCIA

TRANSFERÊNCIA IRREGULAR DO TRANSFERÊNCIA IRREGULAR DO PRINCIPAL ESTABELECIMENTOPRINCIPAL ESTABELECIMENTO - Trata- - Trata-se de uma inovação e, portanto, ainda não se de uma inovação e, portanto, ainda não dispomos de base doutrinária ou dispomos de base doutrinária ou jurisprudencial para melhor elucidá-la. jurisprudencial para melhor elucidá-la. Contudo, num exame inicial, temos que tal Contudo, num exame inicial, temos que tal comportamento só deve realmente ser comportamento só deve realmente ser considerado como ato de falência quando considerado como ato de falência quando inviabilizar o acesso à justiça e a ação inviabilizar o acesso à justiça e a ação fiscalizadora dos credores, isto é, quando fiscalizadora dos credores, isto é, quando a transferência efetivamente tiver como a transferência efetivamente tiver como único ou principal objetivo prejudicar os único ou principal objetivo prejudicar os credores. Para BENTO DE FARIA o próprio credores. Para BENTO DE FARIA o próprio requerimento de falência pode se dar no requerimento de falência pode se dar no juízo do local do antigo principal juízo do local do antigo principal estabelecimento.estabelecimento.

Page 22: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

ATOS DE FALÊNCIAATOS DE FALÊNCIA FALSA GARANTIAFALSA GARANTIA - O STF decidiu que a - O STF decidiu que a

falência com base nesse inciso só pode ser falência com base nesse inciso só pode ser deferida quando o devedor procurar favorecer deferida quando o devedor procurar favorecer um credor em detrimento dos outros, e não um credor em detrimento dos outros, e não quando se trate de operação nova, tendente a quando se trate de operação nova, tendente a desafogar uma situação passageira de falta desafogar uma situação passageira de falta de capital de giro.de capital de giro.

ABANDONO DO ESTABELECIMENTOABANDONO DO ESTABELECIMENTO - Tem - Tem por finalidade afastar a ação dos credores e por finalidade afastar a ação dos credores e só se caracteriza quando o titular não deixar só se caracteriza quando o titular não deixar procuradores para representá-lo.procuradores para representá-lo.

RESCISÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIALRESCISÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL - - Também é uma novidade, embora muito Também é uma novidade, embora muito semelhante ao que antes REQUIÃO semelhante ao que antes REQUIÃO denominava de falência de ofício. denominava de falência de ofício. Analisaremos melhor essa conduta no capítulo Analisaremos melhor essa conduta no capítulo referente à RECUPERAÇÃO JUDICIAL.referente à RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

Page 23: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

MATÉRIAS DEFENSIVAS – art. 96MATÉRIAS DEFENSIVAS – art. 96II – falsidade de título;– falsidade de título;IIII – prescrição;– prescrição;III III – nulidade de obrigação ou de título– nulidade de obrigação ou de títuloIV IV – pagamento da dívida;– pagamento da dívida;V V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou

não legitime a cobrança de título;não legitime a cobrança de título;VI VI – vício em protesto ou em seu instrumento;– vício em protesto ou em seu instrumento;VII VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no – apresentação de pedido de recuperação judicial no

prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei;desta Lei;

VIII VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.registrado.

OBS. OBS. § 2§ 2oo - As defesas previstas nos incisos I a VI do - As defesas previstas nos incisos I a VI do caput caput deste artigo não obstam a decretação de falência se, ao deste artigo não obstam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele dispositivo.montante que supere o limite previsto naquele dispositivo.

Page 24: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

SENTENÇA DE QUEBRA – CONTEÚDO SENTENÇA DE QUEBRA – CONTEÚDO (art. 99)(art. 99)

I.I. A exigência desse inciso evita transtornos acerca da A exigência desse inciso evita transtornos acerca da identificação do falido e dos seus administradores, identificação do falido e dos seus administradores, facilitando, inclusive, a apuração de responsabilidades.facilitando, inclusive, a apuração de responsabilidades.

II.II. O termo legal da falência é de suma importância O termo legal da falência é de suma importância para o ajuizamento da ação revocatória e pode ser para o ajuizamento da ação revocatória e pode ser fixado em até fixado em até 9090 dias antes do primeiro protesto dias antes do primeiro protesto por falta de pagamento. O texto encerra qualquer por falta de pagamento. O texto encerra qualquer discussão sobre o que se deve entender por discussão sobre o que se deve entender por primeiro protesto, na medida em que devem ser primeiro protesto, na medida em que devem ser desconsiderados todos aqueles já cancelados.desconsiderados todos aqueles já cancelados.

III.III. O objetivo é facilitar a identificação dos credores O objetivo é facilitar a identificação dos credores (Massa Falida Objetiva), abreviando o trabalho do (Massa Falida Objetiva), abreviando o trabalho do Administrador Judicial.Administrador Judicial.

IV.IV. O prazo para habilitação é de 15 dias.O prazo para habilitação é de 15 dias.V.V. Está relacionado com a universalidade do juízo Está relacionado com a universalidade do juízo

falimentar, que adiante será analisada.falimentar, que adiante será analisada.VI.VI. Trata da indisponibilidade dos bens do falido.Trata da indisponibilidade dos bens do falido.

Page 25: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

SENTENÇA DE FALÊNCIA – CONTEÚDO SENTENÇA DE FALÊNCIA – CONTEÚDO VII.VII. Presente o poder geral de cautela do juízo. A decretação Presente o poder geral de cautela do juízo. A decretação

da prisão preventiva NÃO pode ser de ofício e só será da prisão preventiva NÃO pode ser de ofício e só será possível se preenchidos os pressupostos exigidos nos possível se preenchidos os pressupostos exigidos nos artigos 311 e 312 do Código de Processo Penal.artigos 311 e 312 do Código de Processo Penal.

VIII.VIII. Relaciona-se à publicidade da decisão e à perda da capacidade Relaciona-se à publicidade da decisão e à perda da capacidade profissional do devedor, ou seja, a impossibilidade dele exercer profissional do devedor, ou seja, a impossibilidade dele exercer novamente a empresa, salvo se reabilitado.novamente a empresa, salvo se reabilitado.

IX.IX. A nomeação do administrador judicial deve ser feita o quanto A nomeação do administrador judicial deve ser feita o quanto antes, haja vista a importância de suas atribuições. Esta figura antes, haja vista a importância de suas atribuições. Esta figura será minuciosamente tratada mais adiante.será minuciosamente tratada mais adiante.

X.X. Tal providência auxilia sobremaneira a arrecadação de bens Tal providência auxilia sobremaneira a arrecadação de bens imóveis do falido.imóveis do falido.

XI.XI. A continuação da empresa (atividade) durante o processo A continuação da empresa (atividade) durante o processo falimentar ERA medida excepcional, agora é a regra, afim falimentar ERA medida excepcional, agora é a regra, afim de que não se percam os intangíveis (clientela, freguesia, de que não se percam os intangíveis (clientela, freguesia, marca, nome empresarial – aviamento).marca, nome empresarial – aviamento).

XII.XII. A conveniência ou não da constituição do COMITÊ DE CREDORES A conveniência ou não da constituição do COMITÊ DE CREDORES também será objeto de estudo em capítulo próprio.também será objeto de estudo em capítulo próprio.

XIII.XIII. A figura do Ministério Público também será amplamente A figura do Ministério Público também será amplamente analisada a seguir. No que toca às fazendas, a intimação faz com analisada a seguir. No que toca às fazendas, a intimação faz com que estas apresentem, também por ofício, eventuais créditos que estas apresentem, também por ofício, eventuais créditos que tenham contra o falido.que tenham contra o falido.

Page 26: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

SEGUNDA FASE - SINDICÂNCIASEGUNDA FASE - SINDICÂNCIA Também chamada de fase verificatória ou de Também chamada de fase verificatória ou de

investigação, representa o início do processo investigação, representa o início do processo de execução concursal, tendo por escopo a de execução concursal, tendo por escopo a formação da massa falida, isto é, arrecadação formação da massa falida, isto é, arrecadação dos bens e classificação dos credores.dos bens e classificação dos credores.

Ela se inicia com a sentença que decreta a Ela se inicia com a sentença que decreta a falência e termina quando todos os bens já falência e termina quando todos os bens já estiverem arrecadados e os créditos estiverem arrecadados e os créditos declarados.declarados.

É muito importante conhecer os diferentes É muito importante conhecer os diferentes órgãos que irão atuar nessa fase e suas órgãos que irão atuar nessa fase e suas respectivas atribuições. É o nosso p’roximo respectivas atribuições. É o nosso p’roximo passo.passo.

Page 27: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

Administrador JudicialAdministrador Judicial Art. 21/25 e 30/34 - Art. 21/25 e 30/34 - preferencialmente preferencialmente

advogado, economista, administrador de advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada, hipótese em que indicará especializada, hipótese em que indicará um representante).um representante).

Remuneração – Não pode exceder a 5% do Remuneração – Não pode exceder a 5% do passivo atingido pelo processo de passivo atingido pelo processo de RECUPERAÇÃO ou do montante obtido RECUPERAÇÃO ou do montante obtido com a alineação bens na FALÊNCIA (40% com a alineação bens na FALÊNCIA (40% só após o encerramento).só após o encerramento).

Pessoas contratadas pelo administrador Pessoas contratadas pelo administrador (crédito extraconcursal) – art. 84, I.(crédito extraconcursal) – art. 84, I.

Page 28: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

COMITÊ DE CREDORES – arts. 26/34COMITÊ DE CREDORES – arts. 26/34 O Comitê é um Órgão representativo da classe O Comitê é um Órgão representativo da classe

de credores, cuja formação está delineada no de credores, cuja formação está delineada no artigo 26, da L.F. Seus membros, portanto, são artigo 26, da L.F. Seus membros, portanto, são eleitos através da Assembléia de Credores.eleitos através da Assembléia de Credores.

Primordialmente a função do Comitê é de Primordialmente a função do Comitê é de fiscalizar o processo falimentar ou de fiscalizar o processo falimentar ou de recuperação judicial, conforme se depreende recuperação judicial, conforme se depreende do artigo 27, da L.F. do artigo 27, da L.F.

Os membros do Comitê não receberão Os membros do Comitê não receberão remuneração, mas serão reembolsados das remuneração, mas serão reembolsados das despesas que fizerem com autorização judicial despesas que fizerem com autorização judicial em favor da Massa e sua criação só se em favor da Massa e sua criação só se justificará quando o processo falimentar for justificará quando o processo falimentar for realmente de grande monta.realmente de grande monta.

Page 29: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

Assembléia Geral de CredoresAssembléia Geral de Credores a substituição do administrador judicial e a a substituição do administrador judicial e a

indicação do substituto;indicação do substituto; a constituição do Comitê de Credores, a a constituição do Comitê de Credores, a

escolha de seus membros e sua escolha de seus membros e sua substituição, da seguinte forma:substituição, da seguinte forma:

o 1 (um) representante indicado pela classe de 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;

o 1 (um) representante indicado pela classe de 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes;privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes;

o 1 (um) representante indicado pela classe de 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios credores quirografários e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes.gerais, com 2 (dois) suplentes.

a adoção de outras modalidades de a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 realização do ativo, na forma do art. 145 (2/3 dos créditos presentes);(2/3 dos créditos presentes);

Page 30: Lei de Fal Ncias e de Recupera o de Empresas - Lei - 11101-2005 Parte 1

Da AssembléiaDa Assembléia ConvocaçãoConvocação – art. 36. – art. 36.

Regra – judicial;Regra – judicial; Pelos credores – 25% da classe (art. 36, Pelos credores – 25% da classe (art. 36, §2°)§2°)

InstalaçãoInstalação – Em primeira convocação, com mais – Em primeira convocação, com mais da metade dos créditos de cada classe; segunda da metade dos créditos de cada classe; segunda convocação, com qualquer número.convocação, com qualquer número.

PresidênciaPresidência – Administrador ou Maior Credor. – Administrador ou Maior Credor. SecretariadaSecretariada – Um dos credores. – Um dos credores. VotoVoto – proporcional ao seu crédito, salvo – proporcional ao seu crédito, salvo

trabalhistas (art. 38trabalhistas (art. 38).). CredorCredor s/votos/voto – Art. 45, §3°. – Art. 45, §3°. Impossibilidade de anulaçãoImpossibilidade de anulação – arts. 39, §§ 2 – arts. 39, §§ 2°°

e 3e 3°,°, e 40. e 40.

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Efeitos quanto à pessoa do Efeitos quanto à pessoa do falidofalido

Exercício da Empresa – art. 102Exercício da Empresa – art. 102 Administração dos bens – art. 103Administração dos bens – art. 103 Direito de Locomoção – art. 104, III e IVDireito de Locomoção – art. 104, III e IV Sigilo de Correspondência – art. 22, III, Sigilo de Correspondência – art. 22, III, dd Prisão (# prisão preventiva) – Prisão (# prisão preventiva) –

desobediência (art. 104, p.ú.)desobediência (art. 104, p.ú.)

Alcance dos administradores – art. 81, Alcance dos administradores – art. 81, §2º.§2º.

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Efeitos em relação aos bensEfeitos em relação aos bensArts. 108/114Arts. 108/114

Bens e livros, mesmo na posse de terceiros.Bens e livros, mesmo na posse de terceiros. Depositários, mesmo o falido.Depositários, mesmo o falido. Auxiliares – máximo 30 dias após autorização Auxiliares – máximo 30 dias após autorização

jud.jud. Auto de Arrecadação – Inventário + AvaliaçãoAuto de Arrecadação – Inventário + Avaliação

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BENS - continuaçãoBENS - continuação Negociação com bens arrecadados. Ex. Negociação com bens arrecadados. Ex.

Locação. Autorização judicial.Locação. Autorização judicial. Adjudicação. Ordem legal. Preço mínimo.Adjudicação. Ordem legal. Preço mínimo. Não são passíveis de arrecadaçãoNão são passíveis de arrecadação:: Os bens absolutamente impenhoráveis (artigo 108, Os bens absolutamente impenhoráveis (artigo 108,

§4º, da LF c/c artigo 649, do CPC).§4º, da LF c/c artigo 649, do CPC). Bens legalmente impenhoráveis (ex. bem de Bens legalmente impenhoráveis (ex. bem de

família - Lei 8009/90).família - Lei 8009/90). Bens inalienáveis por ato de vontade, isto é, Bens inalienáveis por ato de vontade, isto é,

voluntariamente inalienáveis. Só é possível nas voluntariamente inalienáveis. Só é possível nas declarações de última vontade e nas doações.declarações de última vontade e nas doações.

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RESTITUIÇÃO - Arts. 85/93RESTITUIÇÃO - Arts. 85/93 RESTITUIÇÃO RESTITUIÇÃO IN NATURAIN NATURA – ART. 85. Súmula 417 – ART. 85. Súmula 417

(“de” dinheiro) do STF.(“de” dinheiro) do STF. RESTITUIÇÃO EXCEPCIONAL – Súmulas 193 (entrega RESTITUIÇÃO EXCEPCIONAL – Súmulas 193 (entrega

efetiva) e 495 (desde que arrecadado), do STF.efetiva) e 495 (desde que arrecadado), do STF. RESTITUIÇÃO EM DINHEIRO – ART. 86. RESTITUIÇÃO EM DINHEIRO – ART. 86. OBS. Diferença entre restituição DE e EM dinheiro.OBS. Diferença entre restituição DE e EM dinheiro. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA e similares (art. 117).ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA e similares (art. 117). PROCEDIMENTO (arts. 87/90)PROCEDIMENTO (arts. 87/90) INDISPONIBILIDADE (art. 91)INDISPONIBILIDADE (art. 91) EMBARGOS (art. 93) – bens imateriais/liminar.EMBARGOS (art. 93) – bens imateriais/liminar. Ônus de sucumbência – 88 § único.Ônus de sucumbência – 88 § único. Entrega antecipada do bem – 90 § único c/c 273 Entrega antecipada do bem – 90 § único c/c 273

CPC.CPC. Recurso de apelação – artigo 90, caput.Recurso de apelação – artigo 90, caput.

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PausaPausa