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ANO XXX - N.1/2- 2012 - R$ 15,00 - 5 www.30giorni.it MENSILE SPED. IN ABB. POST. Tar. Economy Taxe Percue Tassa Riscossa Roma. ED. TRENTA GIORNI SOC. COOP. A R. L. ISSN 1827-627X Podemos esperar com confiança a graça de Deus CONSISTÓRIO Entrevista com o novo cardeal John Tong Hon, bispo de Hong Kong Podemos esperar com confiança a graça de Deus CONSISTÓRIO Entrevista com o novo cardeal John Tong Hon, bispo de Hong Kong AQUILO DE QUE PRECISAMOS MAIS É A ORAÇÃO Testemunho do cardeal Roger Etchegaray In caso di mancato recapito rinviare a Uff. Poste Roma Romanina per la restituzione al mittente previo addebito. If undelivered please return to sender, postage prepaid, via Romanina post office, Roma, Italy. En cas de non distribution, renvoyer pour restitution à lʼexpéditeur, en port dû, à: Ufficio Poste Roma Romanina, Italie nella Chiesa e nel mondo nella Chiesa e nel mondo Diretor: Giulio Andreotti na Igreja e no mundo Diretor: Giulio Andreotti na Igreja e no mundo

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Podemos esperar com confiança a graça de Deus

CONSISTÓRIO

Entrevista com o novo cardeal John Tong Hon, bispo de Hong Kong

Podemos esperar com confiança a graça de Deus

CONSISTÓRIO

Entrevista com o novo cardeal John Tong Hon, bispo de Hong Kong

AQUILO DE QUE PRECISAMOS MAIS É A ORAÇÃO Testemunho do cardeal Roger Etchegaray

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Diretor: Giulio Andreottina Igreja e no mundo Diretor: Giulio Andreottina Igreja e no mundo

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Valtellina chega aos 75 anos de atividade olhando para o futuro com novas eimportantes perspectivas de crescimento, na Itália e no mundo todo: criada comosociedade operante nas infraestruturas para a rede telefônica, hoje Valtellina éreferência e “sistem integrator” nos setores estratégicos para o desenvolvimento e oprogresso. Em todos os âmbitos e nas nações em que opera aplica os critérios padrõesque sempre a distinguem: grande capacidade de trabalho, seriedade, respeito rigorosodos contratos. É uma das mais importantes empresas de Bérgamo, no sentidoabsoluto. Conta com quase 1.000 funcionários e demonstra concretamente comotradição e inovação convivem no princípio da Qualidade.

Valtellina completa 75 anos.Feliz Aniversário, futuro.

INFRAESTRUTURAS DE REDE

REDES TLC EM COBRE E EM FIBRA

PONTES RÁDIO E INTEGRAÇÃO ENTRE TLC E IT

AUTOMATIZAÇÃO ESTRADAL E FERROVIÁRIA

ENERGIA E AMBIENTE

ECONOMIA ENERGÉTICA NA ILUMINAÇÃO PÚBLICA

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Valtellina S.p.A. Via Buonarroti, 34 Gorle (Bérgamo) Itália +39 035 42 05 111 www.valtellina.com

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Na capa:O bispo de Hong Kong, John Tong Hon, recebe o barrete cardinalício do papa Bento XVIno último Consistório, dia 18 de fevereiro

EDITORIAL

O encontro como Graça

— Um trecho de Dom Luigi Giussani 4

CAPA

CHINA

Gratidão, paciência, espera.

Três palavras para a Igreja na China

Entrevista com o cardeal John Tong Hon — por G. Valente 34

Quem é o novo cardeal chinês — por G. Valente 39

NESTE NÚMERO

IGREJA

É a oração a chave da vida cristã

Entrevista com o cardeal Prosper Grech — por P. Mattei 46

TESTEMUNHOS

Aquilo de que precisamos mais é a oração

— pelo cardeal Roger Etchegaray 52

HOMILIAS

“Jesus nos dará a força. Não vós, mas Ele em vós”

— pelo cardeal Jorge Mario Bergoglio 59

“O Filho do Homem, quando vier, será que ainda

vai encontrar fé sobre a terra?” (Lc 18,8)

— por padre Giacomo Tantardini 64

SEÇÕES

CARTAS DO MUNDO TODO 14

LEITURA ESPIRITUAL 22

30DIAS NA IGREJA E NO MUNDO 41

330DIAS Nº 1/2 - 2012

pW. 59

REDAÇÃO

Via Vincenzo Manzini, 45 00173 Roma Tel.+39 06 72.64.041 Fax +39 06 72.63.33.95Internet: www.30giorni.it E- mail: [email protected]

Vice-Diretores

Roberto Rotondo - [email protected] Cubeddu - [email protected]

Redação

Alessandra Francioni - [email protected] Malacaria - [email protected] Mattei - [email protected] Quattrucci [email protected] Valente - [email protected]

Gráfica

Marco Pigliapoco - [email protected] Scicolone - [email protected] Viola - [email protected]

Imagens

Paolo Galosi - [email protected]

Colaboradores

Pierluca Azzaro, Françoise-Marie Babinet,Marie-Ange Beaugrand, Maurizio Benzi, Lorenzo Bianchi, Massimo Borghesi, Lucio Brunelli, Rodolfo Caporale,Pina Baglioni, Lorenzo Cappelletti, Gianni Cardinale, Stefania Falasca, Giuseppe Frangi, Silvia Kritzenberger, Walter Montini, Jane Nogara, Stefano M. Paci, Felix Palacios, Tommaso Ricci, Giovanni Ricciardi

Colaboraram neste número

o cardeal Roger Etchegaray

Escritório Legal

Davide Ramazzotti - [email protected]

Secretaria de redação

[email protected]

3OGIORNI nella Chiesa e nel mondoé uma publicação mensal registrada junto ao Tribunal de Roma na data11/11/1993 n. 501. A publicação beneficia-sede subsídios públicos diretos de acordo coma lei de 7 de agosto de 1990, n. 250

SOCIEDADE EDITORA

Trenta Giorni soc. coop. a r. l. Sede legale: Via Vincenzo Manzini, 45 00173 Roma

Conselho de Administração

Giampaolo Frezza (presidente),Massimo Quattrucci (vice-presidente), Giovanni Cubeddu, Paolo Mattei,Roberto Rotondo, Michele Sancioni, Gianni Valente

Diretor responsável

Roberto Rotondo

Tipografia

Arti Grafiche La ModernaVia di Tor Cervara, 171 - Roma

ESCRITÓRIO PARA ASSINATURA

E DIFUSÃO

Via Vincenzo Manzini, 45 - 00173 RomaTel. +39 06 72.64.041 Fax +39 06 72.63.33.95E-mail: [email protected] segunda a sexta-feira das 9h às 18he-mail: [email protected]

Este número foi concluído na redação

dia 29 de fevereiro de 2012

Impressão concluída no mês de março de 2012

CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS Paolo Galosi: Capa; Bruno Brunelli: pp.4-5,25; Getty images: pp.14-15,37,39; Corbis: pp.15,19;Archivio ETS: p.27; Lessing/Contrasto: p.21; Associated Press/LaPresse: pp.34,58; por gentilconcessão de padre Fernando Domingues, reitor do Pontifício Colégio Urbano De Propaganda Fide:p.36; Reuters/Contrasto: p.38; por gentil concessão do cardeal Prosper Grech: pp.46-51; por gentilconcessão do cardeal Roger Etchegaray: pp.52,53,55,56,57,58; Massimo Quattrucci: pp.61,62;Stiftung Pro Kloster St. Johann in Müstair: p.65.

A homilia do cardeal Jorge Mario Bergoglio

na Basílica de São Lourençofora dos Muros, em Roma,

dia 18 de fevereiro

3OGIORNInella Chiesa e nel mondo

Diretor Giulio Andreotti

N. 1 / 2 - ANO 2012

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oX

XX Sumário

“Jesus nos dará a força.Não vós, mas Ele em vós”

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Como editorial deste número publicamos um texto de Dom Luigi Giussani.O texto foi extraído de Appunti di metodo cristiano, um livro editado emMilão pelo movimento “Gioventù Studentesca“ em setembro de 1964, como nihil obstat de monsenhor Carlo Figini e o imprimatur da Cúria milanesa, e dedicado a Paulo VI com estas palavras: “Ao Papa da Ecclesiam suam comoexpressão da meditada e fiel tentativa dos seus estudantes de Milão”

Giulio Andreotti

Editorial

O encontro como Graça

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530DIAS Nº 1/2 - 2012

“O que é o homem, para que Te lembres dele, ofilho de Adão para que penseis nele?” (Sl 8,5).

“Moisés disse a Deus: quem sou eu?” (Ex 3,11). “E eu disse: Ah, Senhor Javé, eu não sou nem ca-

paz de falar, sou apenas um jovem” (Jr 1,6). “Senhor..., eu não sou digno de que entres na

minha casa” (Lc 7,6).A consciência da gratuidade absoluta das inter-

venções de Deus na história é o valor mais puro eobjetivo da vida cristã, porque não existe verdademaior, mais doce e mais exaltante: os encontrosque Ele criou para que os homens – nós! – entrás-semos no Seu reino, são um dom tão puro que anossa natureza não conseguiria imaginar ou pre-ver. São um dom puro, acima de qualquer capaci-dade da nossa vida, são “Graça”.

No seu Corpo Místico, Jesus Cristo resume to-do esse reino da “Graça”, da sobrenatural bonda-de da potência de Deus. Como foi Graça para osjudeus que viveram há dois mil anos a existênciade Jesus de Nazaré entre eles e encontrá-Lo nasruas, a existência da Igreja no mundo e o encontrocom ela na sociedade é a mesma Graça para os ho-mens de hoje.

Nestas páginas,

alguns afrescos da Basílica

de Sant’Angelo in Formis,

Cápua, Caserta; abaixo,

Jesus e Zaqueu

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6 30DIAS Nº 1/2 - 2012

Além do fato do encontro, a capacidade de entender o quesignifica também é dom da Graça:

“... Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem car-ne nem sangue que te revelaram, mas o meu Pai que está noscéus” (Mt 16,17).

“... Naquele tempo, Jesus disse: ‘Eu Te louvo, ó Pai, Senhor docéu e da terra, porque escondestes estas coisas aos doutos e sá-bios e as revelastes aos simples. Sim, ó Pai, porque assim foi doteu agrado. Tudo me foi dado pelo meu Pai, e ninguém conheceo Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho eaquele a quem o Filho quiser revelar...’” (Mt 11,25-27). “... Res-pondeu ele: Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do rei-no dos céus; a eles, porém, não é dado...” (Mt 13,11).

A própria capacidade de verificar esse chamado e reconhecero seu valor é dom da Graça. “... Pedirei ao Pai e Ele vos dará umoutro Paráclito, para que permaneça sempre convosco, o Espí-rito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não ovê e não o conhece; mas vós o conhecereis, porque estará emvós e habitará em vós...” (Jo 14, 16-17).

“... O Paráclito, o Espírito Santo que o Pai mandará em meunome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o queeu vos disse...” (Jo 14,26).

“... Manifestei o Teu nome aos homens que me deste nomundo; eram Teus e Tu os destes a mim e eles guardaram aTua palavra. Agora reconhecem que tudo o que me deste vemde Ti...” (Jo 17,6-7).

“... O Espírito atesta ao nosso espírito que somos filhos deDeus” (Rm 8, 16).

Editorial

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30DIAS Nº 1/2 - 2012

Jesus e a samaritana

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Jesus e a adúltera

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Editorial

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930DIAS Nº 1/2 - 2012

E a capacidade de aderir e realizar a proposta cristã é dom daGraça: “... Eu sou a verdadeira videira e o meu Pai é o agricultor.Todo ramo que não dá fruto em mim Ele o corta e todo ramo quedá fruto o poda, para que produza mais. Vós já estais limpos pelapalavra que vos anunciei. Permanecei em mim e eu permanecereiem vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se nãopermanece na videira, vós não podeis dar fruto se não permane-cerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que per-manece em mim e eu nele dá muito fruto, porque sem mim nadapodeis fazer” (Jo 15,1-5).

“... Assim falou Jesus. Depois, elevando os olhos ao céu, disse:‘Pai, chegou a hora: glorifica o Teu filho, para que o Teu filho Teglorifique, como Tu lhe deste poder sobre toda a carne, para quedê a vida eterna a todos os que Tu lhe deste. A vida eterna é esta:que Te conheçam a Ti, verdadeiro Deus, e aquele que enviaste, Je-sus Cristo’” (Jo 17,1-3).

“... Manifestei-lhes o Teu nome e o manifestarei ainda, para que oamor com que me amaste esteja neles e eu neles” (Jo 17,26).

A mente e o coração do homem não são adequados aos passosque Deus dá na direção dele. A mesma sobrenatural bondade quefez o mistério de Deus assumir “forma de servo e figura de homem”(São Paulo) em Cristo e na Igreja, proporciona também o espírito e asensibilidade para que o homem veja essas maravilhas. Caso contrá-rio, elas seriam como a luz para um cego ou palavras para um surdo,como os ultrassons para os nossos ouvidos, que são como o silêncio.

Portanto, o encontro com aquela parte da Igreja que é a comuni-dade cristã do ambiente em que se encontra é “Graça”, é um domda potência de Deus. A Graça é necessária também para compreen-der o chamado daqueles que fazem parte da comunidade e dequem a guia, e para nos esforçarmos em verificar esse chamado,aderir e sermos fiéis à proposta.

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30DIAS Nº 1/2 - 201210

Nessa altura, podemos entender qual é a expressãode uma verdadeira disponibilidade e compromissodiante do chamado cristão: é a atitude de pedido, deoração. A norma do encontro cristão faz com que ohomem sincero tome consciência da desproporçãoentre as suas forças e os termos da proposta, cons-ciente do caráter excepcional do problema colocadopor essa mensagem. O senso da sua dependência ori-ginal, que é o aspecto mais elementar da religiosida-de natural, dispõe a alma simples a reconhecer quetoda a iniciativa pode ser do mistério de Deus, e a ati-tude última a ser assumida é a humildade de quempede para ver, entender e aderir. Essa atitude de ora-ção é tão fundamental que é própria tanto de quemcrê como de quem ainda não crê, tanto para Pedro,que exclama “Creio, Senhor, mas aumenta a minhafé”, como para o Inominado, que grita “Deus, se exis-tes, revela-Te a mim”.

A disponibilidade e o envolvimento com o fatocristão que não se traduzem em pedido, em “ora-ção”, não são suficientemente verdadeiros, porquenão levam em conta, com lealdade inteligente, aqui-lo que significa a proposta que somos chamados averificar: “Chegará a hora em que vos matarão acre-ditando que prestam culto a Deus, e farão isso por-que não conheceram o Pai nem a mim” (Jo 16, 21).

Editorial

*

* personagem de Os Noivos, de Alessandro Manzoni.

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A última ceia

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12 30DIAS Nº 1/2 - 2012

O pedido e a oração é o ponto em que a consciência do homem começa aparticipar do mistério d’Aquele que o cria. E o nosso espírito sente vertigensdeste Mistério que faz tudo, absolutamente tudo, quando reflete que tambémessa atividade inicial de pedido e oração é só é possível com um dom do Cria-dor: “Ninguém pode dizer Senhor Jesus, a não ser no Espírito Santo” (1Cor 12,3). “O Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemoso que pedir na oração e nem como convém pedi-lo. O Espírito em pessoa in-tercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8, 26).

A liturgia da Igreja nos educa a olhar essa iniciativa profunda e inefável deDeus em nós, quando nos faz dizer: “Digna-Te, Senhor, acompanhar com aTua ajuda os nossos votos, que Tu, precedendo-nos, nos inspira”.

Também o encontro e o compromisso com a mais humilde comunidadecristã de ambiente, feita de pessoas comuns, não podem evitar a impurezaque altera juízos e relacionamentos, se não são acolhidos na disponibilidadehumilde e ativa – vigilante – do coração, que é um genuíno, ainda que em-brionário, vago e confuso, ímpeto de oração.

O lava-pés, detalhe

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1330DIAS Nº 1/2 - 2012

Confiança!

É a mão de Jesus

que tudo conduz...

Santa Teresa do Menino Jesus

Não nos cansemos

de rezar. A confiança

faz milagres.

Santa Teresa do Menino Jesus

Convite à oraçãoA redação de 30Dias convida a todos, em particular às pessoas consagradasdos mosteiros de clausura, a rezarem por padre Giacomo Tantardini. Há al-guns meses ele vem-se tratando de um câncer no pulmão. Que o Senhor nosconceda pedir com confiança o milagre da cura. Aos sacerdotes que estimame querem bem a 30Dias pedimos que celebrem a santa missa segundo essaintenção. Aos pais pedimos a caridade de fazerem seus filhos rezar.

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BRASILARQUIDIOCESE DE CURITIBA

30Giorni simplesmente fantástica

Pinhais, Paraná, 21 de novembro de 2011

Caros amigos, paz e prosperidade a todos.Com grande alegria recebi de um amigo, padre Rami-ro Pastore, dos Camilianos, um exemplar da revista30Giorni. Simplesmente fantástica. Sou professor danossa arquidiocese de Curitiba e canto em um coral demúsica italiana da nossa cidade, o Coral Itálico do Pa-raná. Gostaria de obter indicações sobre como rece-ber a sua revista e alguns suplementos de númerosatrasados: o CD de cantos gregorianos, Quem reza sesalva, o livro de padre Giacomo Tantardini: “O Filhopor si mesmo não pode fazer nada”.

Para mim e para meus estudantes certamente se-rão uma rica fonte de subsídios para o crescimento donosso conhecimento e da nossa fé.

Se for possível, gostaria de receber a edição italia-na de 30Giorni, porque sou originário do Trentino efalo bem a nossa língua.

Fraternalmente,Luiz Antônio Lenzi

Pinhais, Paraná, 12 de dezembro de 2011

Saúde e paz a todos!Neste final de semana recebi os CDs e as revistas quetinha solicitado. Só Deus pode dizer o quanto fiquei fe-liz em receber esses tesouros. Muito obrigado!

Renovo o meu desejo de beneficiar de uma assina-tura da sua revista 30Giorni, em italiano, para poderaproveitar um pouco da língua e da cultura italiana.

Deus os abençoe! Sempre!Desejo a vocês uma Natividade do Senhor cheia de

alegrias e sucessos. Feliz Natal e Feliz Ano Novo.

Luiz Antônio Lenzi

BANGLADESHIRMÃS MISSIONÁRIAS DA COREIA

Trabalho como missionária entre aspessoas deficientes

Borogurgola, 24 de novembro de 2011

Paz!Estimado diretor Giulio Andreotti,chamo-me irmã Noel M. J. Kim, MSK (Irmãs Missio-nárias da Coreia) e moro em Bangladesh.

Já há algum tempo trabalho aqui como missionáriaentre as pessoas deficientes.

Gostaria de receber a sua maravilhosa revista 30Days.

Cartas do mundo todo • Cartas do mundo todo • C

14 30DIAS Nº 1/2 - 2012

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1530DIAS Nº 1/2 - 2012

Conheci pela primeira vez na edição italiana juntoda comunidade dos Padres do Pime, mas hoje a leiona edição em inglês.

É de grande utilidade não apenas para melhorar omeu péssimo inglês, mas também para as outras ir-mãs da comunidade e para o centro dos deficientes.

Espero confiante o prazer de receber uma sua res-posta.

Com os melhores votos e as minhas orações,

irmã Noel Kim, MSK

CHINAIGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE NANNING

Da China

Nanning, 26 de novembro de 2011

Salve!Recebi a revista 30Giorni que vocês me enviaram.Obrigado! Sou o pároco da igreja do Sagrado Cora-ção de Nanning.

Deus vos abençoe.

Padre Tan Jingtuan

Cartas do mundo todo • Cartas do mundo todo • Cartas do mundo todo •

Uma foto aérea do Monte Tabor, em Israel,

com a igreja da Transfiguração; à direita, o Monte Tabor

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16 30DIAS Nº 1/2 - 2012

CHADESEMINÁRIO MAIOR SAINT LUC DI BAKARA

30Jours é um instrumento de formaçãofundamental

N’Djamena, 23 de outubro de 2011

Senhor senador,eu me chamo Benjamin Y. Bamani. Sou um estudantedo terceiro ano de Teologia no seminário maior SaintLuc de Bakara, nas proximidades da capital do Chade,N’Djamena. Descobri a sua bela revista 30Jours quandoentrei para o ano de Propedêutica no seminário maiorSaint Mbaga Tuzindé de Sarh (uma cidade do Chade me-ridional) graças ao arcebispo emérito de N’Djamena,dom Charles Vandame, que foi meu diretor espiritual du-rante todos os anos de estudo de Filosofia. Gosto muitoda revista, que leio sempre com grande prazer. De fato,não tem apenas um formato muito elegante que faz comque a leitura seja agradável, mas conta também com umconteúdo de grande riqueza e uma grande variedade detemas tratados. Para mim tornou-se um instrumento deformação fundamental, na medida em que me ajuda aser aberto à Igreja e ao mundo, a compreender os acon-tecimentos da Igreja fora da África, em particular noOriente Médio e na China, e a conhecer mais de pertopersonalidades que fazem a vida da Igreja.

Desde que descobri a revista não posso deixar delê-la. Por isso, quando entrei na Faculdade de Teolo-gia, continuei a solicitar os vários exemplares a domCharles que, diga-se de passagem, os enviava de boavontade. Mas agora, mais de 700 quilômetros no se-param (atualmente é formador no seminário maior deSarh e eu estudante de Teologia em N’Djamena) e asdificuldades de comunicação são tais que a revista de-mora meses para chegar. Por esse motivo, seguindotambém o conselho de dom Charles, permito-me es-crever-lhe, solicitando a colocação do meu nome nalista dos beneficiários de assinatura gratuita, pois nãotenho a possibilidade econômica de adquiri-la.

Caso não seja possível, agradeço-lhe por ter par-ticipado na minha formação sacerdotal através darevista.

Com meus mais sinceros votos de feliz ano novo,envio-lhe as minhas cordiais saudações.

Benjamin Y. Bamani

COSTA DO MARFIMARQUIDIOCESE DE GAGNOA

As minhas orações para que 30Jours viva

Gagnoa, 27 de outubro de 2011

Senhor diretor,recebi há pouco o material solicitado com a minhacarta de 24 de agosto de 2011. Exprimo-lhe a minhaprofunda gratidão e a de todo o clero da arquidiocesede Gagnoa.

Agradecendo pela sua generosidade, asseguro-lhe,senhor diretor, as minhas orações para que 30Joursviva. Que possa o Senhor continuar a inspirar-lhe pelobem da Igreja.

Dom Joseph Akéarcebispo de Gagnoa

CUBASANTUÁRIO DA VIRGEN DE LA CARIDAD DEL COBRE

A visita a Cuba do nossocaro papa Bento XVI

Santa Clara, 17 de novembro de 2011

Estimado senhor Andreotti,dirijo-me ao senhor com profunda humildade e res-peito. Sou um cubano que confia com todo o coraçãoem nosso Senhor Jesus Cristo e é a partir da fé e dacaridade que lhe imploro de joelhos, e não me enver-gonho, para que me envie, se for possível, um livroQuien reza se salva e, se não for pedir demais, umCD de cantos gregorianos do qual pude ouvir apenasalgumas faixas, e somente uma vez, ouvindo a RádioCatólica Mundial. Creio que seja uma música quenos una e nos prepare com maior disponibilidade inte-rior a rezar.

Cartas do mundo todo • Cartas do mundo todo • C

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1730DIAS Nº 1/2 - 2012

Conto tudo isso porque faço parte de um pequenogrupo de fiéis da igreja del Buen Viaje, santuário dio-cesano dedicado à Virgem Maria com o título de Vir-gen de la Caridad del Cobre. No próximo ano festeja-remos o jubileu da descoberta da Sua imagem, ocorri-da 400 anos atrás, e também teremos a anunciada vi-sita do nosso caro papa Bento XVI. Que Deus permitatudo isso porque o povo de Cuba precisa muito disso eainda mais a nossa santa Madre Igreja.

Como o santuário está ligado ao episcopado, poracaso tive a oportunidade de ver no número 6 de2011 as indicações sobre o livrete e o CD de músicagregoriana nas numerosas cartas de agradecimentoque o senhor recebeu de várias partes do mundo.

Caso seja possível atender ao meu humilde pedido,usarei o mesmo método que apliquei outras vezes, porexemplo, quando recebi do mosteiro de Santa Rita deCássia um precioso rosário, como agradecimento, en-viei a eles um dólar. Logo depois, responderam-meagradecendo pela minha doação.

Não vou mais incomodá-lo. Ofereço-lhe as minhasorações. Se for possível enviar os meus pedidos, farei-lhesuma pequena doação. Se não for possível, não importa.Continuaremos unidos em Jesus Cristo. Que Deus lheajude sempre e lhe acompanhe neste trabalho tão bonito,e também acompanhe sempre os seus colaboradores.

Na paz de Jesus e Maria,Gerardo Paz Vergara

Cartas do mundo todo • Cartas do mundo todo • Cartas do mundo todo •

Vista panorâmica do Lago de Tiberíades, na Galileia

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CROÁCIACLARISSAS DO MOSTEIRO DE SVETE KLARE

Confiamos as suas intenções ao coraçãode Deus, principalmente para o padre Giacomo Tantardini

Požega, 30 de novembro de 2011

Gentil senhor Giulio Andreotti,somos as clarissas de uma pequena comunidade dePožega, na Croácia, e escrevemos-lhe mais uma vez paraexprimir a nossa gratidão por tudo o que senhor faz pelaIgreja e pelas monjas de clausura graças à revista 30Days.

Agradecemos-lhe muitíssimo por nunca ter deixa-do de enviar-nos a sua maravilhosa revista!

Graças à sua bondade ficamos sabendo dos acon-tecimentos mais importantes da Igreja e de tal modopodemos realmente sentirmo-nos unidas a todo omundo e a rezar com maior fervor.

Confiamos as suas intenções ao coração de Deus,principalmente para o padre Giacomo Tantardini.

Neste ano jubilar de santa Clara, pedimos com asnossas orações abundantes bênçãos para o senhor epara os seus colaboradores.

Desejamos-lhe um santo Natal!Agradecidas,

as suas clarissas

ESTADOS UNIDOSCARMELITAS DO MOSTEIRO DE CRISTO REY

Para nós tudo é útil para colocarmos naoração a Jesus Sacramento

San Francisco, Califórnia, 30 de novembro de 2011

Seja louvado Jesus Cristo!Estimado senhor diretor,escrevo apenas algumas linhas para cumprimentá-lo eagradecer-lhe profundamente pelo envio da revista

30Giorni em inglês e ultimamente também em espa-nhol ao nosso mosteiro. Que Deus o recompense!

Deste modo, todas nós podemos aproveitar oconteúdo da revista, pois algumas sabem melhor in-glês e outras espanhol. Ao mesmo tempo, desejo darmeus parabéns ao senhor e aos seus colaboradorespela publicação dessa revista tão católica que nos in-forma sobre os eventos mais importantes do mundo.Para nós tudo é útil para colocarmos na oração a Je-sus Sacramento para que Ele, ao qual “todo poder foidado no céu e na terra”, venha em auxílio com a suamisericórdia às muitas necessidades da Igreja e dahumanidade.

Aproveito para enviar nossos votos de Feliz Natalpara o senhor, a sua família e os seus colaboradores. Ecomo o senhor é uma alma de oração, peço-lhe paraque me ajude a agradecer a Deus pelos meus 50 anosde profissão religiosa como carmelita descalça nestemosteiro de Cristo Rei, aniversário que celebrei em 15de outubro deste ano, solenidade da nossa santa Ma-dre Teresa de Jesus. Envio-lhe um santinho de recor-dação dessa data.

Garantindo-lhe a nossa recordação diante do ta-bernáculo, saúdo-lhe confiando-o aos Corações deJesus, Maria e José.

A prioresa, madre Rosa María del Carmelo, OCD

MOÇAMBIQUEMISSIONÁRIOS DA CONSOLATA

30Dias: amor pela Igreja e pelo Papa

Cuamba, 1º de dezembro de 2011

Senhor senador Andreotti,peço licença para lhe dizer que seria uma alegria po-der receber a graciosa oferta da revista 30Dias emportuguês, que aqui é a língua oficial; assim eu daria aler também a outras pessoas.

Aqui somos nesta missão (Cuamba-Mitucué) umacomunidade de quatro missionários da Consolata nes-

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ta vasta diocese de Niassa, Lichinga, que compreen-dem 132.000 quilômetros quadrados.

Daqui a capital Maputo são 2.000 quilômetros e700 quilômetros até ao mar. Assistimos 165 comuni-dades ajudados pelos animadores.

Noutros países onde trabalhei, enviado pelos supe-riores, familiarizei-me com a edição italiana de30Giorni, uma das melhores revistas que li.

Senhor senador Andreotti, há muitos anos tenhoacompanhado a sua brilhante carreira política e hojenão quero ofender a sua modéstia, mas permita-meque lhe diga que se encontra muita gente feliz de o vere ler e de o senhor “estar conosco” na revista, vivo,

entusiasta, experiente, comunicativo com uma juven-tude “che non tramonta mai”.

É inegável que 30Dias é uma revista atualizada,de aparato brilhante, exuberante da arte, que vaiao essencial com artigos bem escolhidos, ideiasclaras, “lettura scorrevole e piacevole”, amor àIgreja, ao Papa, memórias preciosas. Uma revistade valores...

Queira aceitar a minha estima, a minha oração e osmelhores votos de um Santo Natal!

Muito seu gratíssimo,

Pe. José Salgueiro da Costa

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Vilarejo de Sabastiya, em Samaria

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SRI LANKAMOSTEIRO DAS CLARISSAS COLETINAS

30Days é um tesouro espiritual

Ragama, 3 de dezembro de 2011

Prezado senhor Andreotti e colaboradores,a paz e a graça do Menino Jesus estejam convosco!

Recebam o nosso sentido e caloroso agradecimentopelo envio da revista 30Days. É um tesouro espiri-tual.

Ficamos muito gratas pelas motivações e as infor-mações que recebemos através da revista.

A madre abadessa e a comunidade unem-se paradesejar-lhes um santo e feliz Natal.

Vocês serão lembrados de modo particular na noi-te de Natal, ao fazermos a vigília diante do Santíssi-mo Sacramento.

Tenham a certeza das nossas orações para umêxito sempre melhor do serviço pela difusão da boanova do Evangelho para todos os cantos da terra.

Ao festejar o Natal de Nosso Senhor, Rei da Paz,que Deus vos abençoe com abundantes alegrias cadavez mais numerosas nos meses que estão por vir. De-sejamos que possam tê-Lo sempre próximo cuidando

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de vocês com o seu afetuoso amor e guiando-os o anointeiro.

Feliz Natal e um santo Ano Novo.Com a certeza das nossas orações,

irmã Jeanne Marie e comunidade

REPÚBLICA CENTRO-AFRICANAMISSIONÁRIOS COMBONIANOS

Esperamos e lemos sempre com interesse 30Giorni

Bangui, 3 de dezembro de 2011

Caríssimo senador Andreotti,recebo 30Giorni nestes dias de proximidade do Na-tal enquanto escrevo cartões de felicitações paraamigos e benfeitores. Entre estes certamente está osenhor com seus colaboradores de 30Giorni. Écom sincera gratidão que eu e meus coirmãos, queesperamos e lemos sempre com interesse a sua re-vista, enviamos as nossas felicitações de agradeci-mento.

Obrigado senhor senador: possa Jesus trazer-lheno novo ano muitos dons de vida e de paz.

Agora peço-lhe um grande favor. O senhor pode-ria fazer-nos a doação de 50 livros Qui prie sauveson âme? Até hoje trabalho como missionário “deescritório” em Bangui, mas no ano que vem, aos 75anos, voltarei a trabalhar como missionário nos vila-rejos de Boganagone e gostaria de me dedicar muitoà formação de catequistas, porque já há muitos me-ses estou sem sacerdote. Seria realmente um belíssi-mo presente se o senhor pudesse me enviar os livros.Temos vinte e quatro vilarejos, mas virá conoscotambém um auxiliar de catequista.

Muito obrigado e votos de muitas felicidades.

Padre Gianantonio Berti, MCCJ

ROMÊNIABENEDITINAS DO MOSTEIRO MATER UNITATIS

Queremos agradecer-lhes de coração pela revista que chega pontualmente e que tanto nos agrada

Piatra Neamt, 3 de dezembro de 2011

Estimadíssima redação da revista 30Giorni,somos as monjas beneditinas romenas do mosteiro MaterUnitatis de Piatra Neamt. Queremos agradecer-lhes decoração pela revista que chega pontualmente e que tantonos agrada. A revista nos mantém em contato com omundo eclesial e com as outras realidades do nosso tem-po. É uma ajuda real e concreta na nossa vida claustralporque nos oferece muitos motivos para renovar o nossoempenho de oração por todos os irmãos que lutam nomundo ou sofrem por várias causas e motivos. Este é onosso apostolado e o nosso modo de estar dentro domundo, mesmo se não somos do mundo, como diz Jesus.

Com os nossos melhores votos de um bom pros-

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A igreja de Sichem em Samaria;

à direita, o poço da Samaritana,

conservado na cripta da igreja

segue na p. 26

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Encontro como Graça

Introdução

Publicamos o capítulo I e os cânones 1 e5 do decreto sobre a justificação do

Concílio de Trento Cum hoc tempore, que écomposto por um total de 16 capítulosdoutrinais e 33 cânones.

A sua redação foi iniciada em junho de1546, durante a primeira fase desse Concí-lio que começara no mês de dezembro doano anterior, e teve de enfrentar, além dadificuldade intrínseca de formular um tex-to adequado sobre uma matéria que se tor-nara controversa depois das objeções dosReformadores, também o dificílimo mo-mento que atravessavam as relações naAlemanha entre os Reformados e o impe-rador Carlos V e, dentro do próprio campocatólico, as relações entre o imperador e opapa Paulo III.

Superadas pelo menos temporariamen-te ambas as dificuldades, o texto foi apro-vado na sessão solene de 13 de janeiro de1547 e, uma vez terminado o Concílio deTrento, promulgado pelo papa Pio IV em

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Leitura espiritual/45

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26 de janeiro de 1564 com todos os outrosdecretos conciliares.

A história não só nos informa a respeitodesse itinerário, mas também sobre o fatode que quiseram a todo custo apressar aaprovação do decreto em janeiro de 1547para que ele pudesse chegar a tempo para asiminentes pregações quaresmais. Em bene-fício das almas, em outras palavras. De fato,temia-se o “dano que estariam para padeceras almas de muitos” (citado em H. Jedin,Storia del Concilio di Trento, v. II, p. 358, nota10), se a aprovação fosse adiada.

Como comentário (não queria e nãoquer ser outra coisa, de fato) republicamoscomo editorial desta edição de 30Giorni o

que escrevia Dom Giussani em 1964, compalavras simples e comuns extraídas da Sa-grada Escritura e da vida.

O encontro, “os encontros que Ele crioupara levar os homens a fazer parte de Seureino são dom puro acima de qualquer ca-pacidade da nossa vida, Graça [...]. Mastambém a capacidade de entender seu cha-mado é dom de Graça [...]. E a própria capa-cidade de verificar esse chamado, de reco-nhecer o valor é dom de Graça [...]. E a capa-cidade de aderir e de realizar a propostacristã é dom de Graça”. Graça diante da qualsó podemos ficar em “atitude de pedido, deoração [...], também esta possibilitada ape-nas por um dom do Criador”. q

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Jesus ressuscitado e os apóstolos no lago de Tiberíades, afresco da Basílica de Sant’Angelo in Formis, Cápua, Caserta

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Decreto do Concílio de Trento De Iustificatione

De naturae et legis ad iustificandos homines imbecillitate

Cap. I Primum declarat sancta Synodus, ad iustificationis doctrinam probeet sincere intellegendam oportere, ut unusquisque agnoscat et fateatur, quod,cum omnes homines in praevaricatione Adae innocentiam perdidissent (cfr.Rm 5, 12; 1Cor 15, 22), «facti immundi» (Is 64, 5) et (ut Apostolus inquit)«natura filii irae» (Ef 2, 3), quemadmodum in decreto de peccato originali ex-posuit, usque adeo servi erant peccati (cfr. Rm 6, 20) et sub potestate diaboliac mortis, ut non modo gentes per vim naturae (can. 1), sed ne Iudaei quidemper ipsam etiam litteram Legis Moysi inde liberari aut surgere possent, tamet-si in eis liberum arbitrium minime exstinctum (can. 5) esset, viribus licet atte-nuatum et inclinatum (Denzinger 1521).

Can. 1 «Si quis dixerit, hominem suis operibus, quae vel per huma-nae naturae vires, vel per Legis doctrinam fiant, absque divina perChristum Iesum gratia posse iustificari coram Deo: anathema sit»(Denzinger 1551).

Can. 5 «Si quis liberum hominis arbitrium post Adae peccatum amis-sum et exstinctum esse dixerit, aut rem esse de solo titulo, immo titulumsine re, figmentum denique a satana invectum in Ecclesiam: anathemasit» (Denzinger 1555).

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A Incredulidade de Tomé, afresco da Basílica

de Sant’Angelo in Formis, Cápua, Caserta

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Decreto do Concílio de Trento sobre a justificação

A impotência da natureza e da lei para justificar os homens

Cap. I Antes de tudo o santo Concílio declara que, para compreender perfeita-mente e com exatidão a doutrina da justificação, é necessário que cada um reco-nheça e professe que, tendo todos os homens perdido a inocência pela trans-gressão de Adão (Rm 5,12; 1Cor 15,22), “tornados imundos” (Is 64,5) e (comodiz o Apóstolo) “por natureza filhos da ira” (Ef 2,3), como está exposto no de-creto sobre o pecado original, eram a tal ponto servos do pecado (cf. Rm 6,20) eestavam sob o poder do diabo e da morte, que não apenas os gentios com as for-ças da natureza, mas tampouco os judeus com a observância literal da Lei deMoisés podiam ser dele libertados e reerguer-se, embora nos homens o livre-ar-bítrio não estivesse de modo algum extinto, mas apenas atenuado e desviado.

Cân. 1 Se alguém afirma que o homem pode ser justificado diante deDeus por suas obras, realizadas com as forças da natureza humana ouem decorrência do ensinamento da Lei, sem a graça divina, que lhe é da-da por meio de Jesus Cristo: seja anátema.

Cân. 5 Se alguém afirma que o livre-arbítrio do homem depois do peca-do de Adão se perdeu e extinguiu; ou que é uma questão apenas nomi-nal, sem conteúdo, e até um engodo introduzido na Igreja por Satanás:seja anátema.

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seguimento de Advento e de boas festas natalícias, con-fiamo-vos ao Senhor nas nossas orações e pedimos-Lhe para que abençoe o vosso trabalho.

Beneditinas de Piatra Neamt

GABÃOIRMÃS DE JESUS BOM PASTOR

30Jours alimenta a nossa fé

Libreville, 4 de dezembro de 2011

Senhor diretor de 30Jours,sou irmã Sônia, da Congregação das Irmãs de Jesus BomPastor, presente em Libreville para a missão pastoral. Soubrasileira e trabalho na escola católica de Sainte-Marie.

Por isso, peço-lhes humildemente para que enviem-nos esta preciosa revista. Mas como não lhes agradecer?Seria um pecado grave. Recebi na semana passada o nú-mero 7/8 de 2011. É um momento de enriquecimentonão só para mim, mas para todos nós da escola: de fato,faço fotocópias e distribuo aos professores e a alguns alu-nos. A revista alimenta a nossa fé como fazem muitas se-mentes em um jardim. Obrigada pelo presente de vocês.Graças à revista somos unidos na Igreja universal e sabe-mos como alimentar a nossa fé com artigos realmenteprofundos, alguns dos quais nos fazem redescobrir a vidados pastores da Igreja, como o artigo sobre São CarlosBorromeu. Que riqueza! Obrigada infinitamente!

Aproveitamos para desejar Boas Festas de Natal,

irmã Sônia, SIBP

Libreville, 5 de dezembro de 2011

Muito obrigada pela infinita paciência de nos mandaremos livros de oração: aqui os distribuo aos alunos da escolaSainte-Marie, uma escola católica de Libreville, como fa-zia com os catequistas de Lastourville. Todo o material pa-

ra a evangelização está nas mãos do povo de Deus para re-zarem e ficarem mais comprometidos diante do Senhor.

Muito obrigada,irmã Sônia, SIBP

COSTA DO MARFIMARQUIDIOCESE DE GAGNOA

Reconhecimento pelo conforto que me foi dado pela meditação “Le Fils ne peut rien faire de lui-même”

Gagnoa, 7 de dezembro de 2011

Uma saudação, senhor diretor de 30Jours dans l’Egli-se et dans le monde. Recebi, através do nosso arcebis-po Dom Joseph Aké, a meditação de Páscoa de padreGiacomo Tantardini “Le Fils ne peut rien faire de lui-même”. Depois de tê-la lido parece-me importante en-viar-lhe esta nota de reconhecimento pelo conforto queme foi dado por esta meditação.

Aprendi realmente uma grande lição de humildade.Mesmo sendo Deus, o Filho não se atribui as obras que

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segue da p. 21

Os jovens da escola católica Sainte-Marie em Libreville, Gabão

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realizou, mas as atribui ao Pai. Assim, podemos dizer: nãofazemos nada sozinhos, a não ser o que o Filho realiza emnós e através de nós, para a nossa salvação, ao menos noque se refere às boas obras que somos capazes de fazer.

Um outro ponto interessante é que somos felizesporque somos amados. Mais se é amado, mais se é feliz.Entendi que é o amor de Deus que nos torna capaz derealizar grandes obras para Ele. É uma meditação a serlida e relida.

Padre Alain K. Kouadio

CUBA

Obrigado

San Cristóbal, 7 de dezembro de 2011

Caro diretor,escrevo esta carta para exprimir ao senhor e à toda aredação da sua prestigiosa revista os meus votos deFeliz Natal e Ano Novo.

Gostaria de agradecer-lhe pela revista que recebomensalmente e que constitui a única relação com o

mundo em que vivemos. Obrigado.Respeitosamente,

Gustavo del Rosario Fernández Carrillo

ITÁLIAIRMÃS SACRAMENTINAS

Recebi da “Piccola Via” a soma de 1.500 euros para as jovens órfãs de Monkey Bay, no Maláui

Bérgamo, 7 de dezembro de 2011

Caríssimos irmãos da “Piccola Via”,gostaria de comunicar que no dia 5 de dezembro de2011 recebi a soma de 1.500 euros para as jovens ór-fãs de Monkey Bay, no Maláui. Este gesto de vocêstem sabor de grande amor para com os que necessi-tam. Agradeço-lhes infinitamente e desejo a todos vo-cês um Feliz Natal e Ano Novo.

Com gratidão, irmã Margherita Ravelli

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O deserto de Judas

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ITÁLIABENEDITINAS DA ABADIA DE SÃO JOÃO BATISTA

Rezamos pelo padre Giacomo Tantardinipelo qual celebramos também a Eucaristia

Roma, 15 de dezembro de 2011

Caros amigos,escrevo-lhes para pedir o pequeno livro de oraçõesQuem reza se salva em inglês.

Os livros que vocês nos enviaram logo se “esgota-ram”, no sentido que foram muito apreciados, tantoque foram solicitados novos exemplares. Não pedi-mos um número exato de exemplares, mas aquelesque vocês puderem nos enviar serão bem aceitos.

Gostaria de levar comigo estes exemplares no dia 9de janeiro, quando partirei para o Quênia, onde a nos-sa fundação vai adiante lentamente; de qualquer mo-do esta é uma obra nas mãos de Deus e da Rainha dosAnjos a quem dedicamos a nova casa: com eles no co-mando tudo irá adiante sem problemas. Nós acredita-mos nisso!

Rezamos pelo padre Giacomo Tantardini, peloqual celebramos também a Eucaristia. Que Jesus con-ceda a ele aquilo que é bem para todos.

Agradecemos antecipadamente e aproveitamos aocasião para enviar os nossos votos de serenas festasnatalinas em companhia dos anjos que encontramoscotidianamente nos nossos passos.

Madre Ildefonsa, OSB, e coirmãs

VIETNÃCARMELITAS DO MOSTEIRO DE CHÂU SÔN

Trazemos no silêncio as alegrias e ossofrimentos da Igreja e do mundo inteiro

Buôn Ma Thuôt, 15 de dezembro de 2011

Senhor diretor, caro irmão em Jesus Cristo,antes de tudo cumprimentamos o senhor e seus cola-boradores. Desejamos-lhes um Natal feliz, santo e depaz e um feliz ano de 2012.

Somos uma pequena comunidade do Carmelo deChâu Sôn de Buôn Ma Thuôt. Não poderíamos fazer aassinatura de uma revista de tão alta qualidade... mas osenhor as envia para nós gratuitamente. Ficamos mui-to impressionadas pela sua generosidade. Agradece-mos-lhe infinitamente porque pensa em nós, contem-plativas que queremos levar no silêncio o amor, as ale-grias e os sofrimentos da Igreja e do mundo inteiro.

Que o Menino Jesus o cubra de sabedoria e de amor.Agradeço de coração em nome da pequena comu-

nidade,irmã Marie-Fatima, OC

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O planalto entre o vale do Jordão

e a planície de Saron em Samaria

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BRASILMOSTEIRO BIZANTINO DOS FILHOS MISERICORDIOSOS DA CRUZ

Preservando e partilhando comsimplicidade a espiritualidade bizantina

Votorantim, São Paulo, 15 de dezembro de 2011

Prezado Diretor,30Dias é um presente de Deus para todos nós e con-tribui para formação de nossos religiosos e religiosas.O nosso Instituto dos Filhos Misericordiosos da Cruzconstitui-se canonicamente como Mosteiro Eparquialsob as bênçãos de nosso Arcebispo Greco-MelquitaCatólico para todo o Brasil, sua Exa. Farès D. Maaka-roun (membro da Conferência dos Bispos do Brasil) eem comunhão com nosso Patriarcado Greco-Melqui-ta Católico em Damasco (Síria).

As duas Comunidades Monásticas (masculina-fe-minina) florescem em vocações, preservando e parti-lhando com simplicidade a espiritualidade bizantinasob amplo respiro (Oriente-Ocidente), mas com umespírito missionário, estando inseridas nas váriasáreas de missão. Nosso carisma não é uma imposição

proselitista, mas sim um dom da Trindade Santa nocoração da Igreja Una, Santa e Apostólica.

Tal fundação ainda caminha em “dores de parto”sob várias necessidades, mas com o auxílio do povo deDeus resistimos e persistimos confiantes na pedra vivae cabeça que é Cristo. A Ele o poder e a glória pelosséculos. Amém!

Orem por nós e por todas as nossas vocações. Avossa equipe e aos caros leitores nosso fraterno abra-ço e preces. Unidos na Trindade Santa!

Rev. Arquimandrita Theodoro, F.M.C.Fundador

FILIPINASBENEDITINAS DO REI EUCARÍSTICO DO MOSTEIRO

OUR LADY MOTHER OF DIVINE PROVIDENCE

Rezamos pelo padre Giacomo, pela sua milagrosa cura

Calapan City, 15 de dezembro de 2011

Caro senador Andreotti,saudações no Senhor!A sua bela revista 30Days é muito agradável de ser li-da porque, além dos ótimos artigos, também as ima-gens ilustram de modo claro os acontecimentos e aju-dam a refletir. Pessoalmente usei-a para uma minhalectio divina.

Em nome da comunidade, exprimo gratidão pelafiel constância da remessa. Gostaria de lhe pedir o fa-vor, se possível, de nos enviar o CD com os cantos li-túrgicos.

Também os nossos jovens estão interessados. Paramim, e também para os outros, que aprendem do can-to da liturgia, é um motivo a mais de entusiasmo paraparticipar da nossa vida monástica, não apenas paranós, mas também para os que vêm rezar conosco.

Muito obrigada antecipadamente.Com os votos de um Santo Natal, de um feliz ano

novo e feliz são Valentim.Com o coração agradecido,

irmã Perpetua, OSB

PS. Rezamos pelo padre Giacomo, pela sua milagrosa cura.Oferecemos a santa missa na nossa capela.

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SÍRIAEXARCADO PATRIARCAL ARMÊNIO CATÓLICO

O senhor conhece a grave crise que a Síria está atravessando

Damasco, 15 de dezembro de 2011

Senhor Andreotti,com o aproximar-se do Natal, desejo ao senhor e atoda a redação de 30Giorni um Feliz Natal e FelizAno de 2012.

Tomo a liberdade de enviar-lhe um artigo meu,em anexo, sobre a teologia do apostolado dos leigos,e peço-lhe, se considerar oportuno, que seja publica-do em sua renomada revista de fama internacional etão interessante. O senhor conhece a grave crise queestá atravessando o Oriente Médio e em particular aSíria. Há urgência de estimular o pensamento, aação e a oração dos cristãos do Oriente e do Ociden-te e da comunidade internacional.

Um grande obrigado antecipadamente,

Dom Joseph Arnaoutian,bispo armênio-católico de Damasco

Damasco, 14 de janeiro de 2012

Senhor senador Giulio Andreotti,por ocasião do seu feliz 93º aniversário, exprimo-lheas minhas sinceras congratulações e os meus cor-diais votos de longa vida, felicidades e fecundo apos-tolado na publicação da sua tão benéfica revista30Giorni. Muitas felicidades e obrigado.

Dom Joseph Arnaoutianbispo armênio-católico de Damasco

ESPANHACARMELITAS DESCALÇAS DO MOSTEIRO DE SAN JOSÉ

A meditação “El Hijo no puede hacer nadapor su cuenta” é esplêndida!

Getxo, 15 de dezembro de 2011

Estimado senhor Andreotti,obrigada. Recebemos a sua revista e nos sentimosparte de uma grande família ao compartilhar tantas in-teressantes notícias com tantos irmãos e irmãs de to-do mundo.

A meditação “El Hijo no puede hacer nada por sucuenta” é esplêndida!

No último número de 30Días falava-se de um livre-te e um CD de cantos gregorianos: o senhor poderianos enviar?

Obrigada pela sua generosidade, conte com asnossas orações para todos. De modo especial para opadre Giacomo Tantardini.

Que o Menino que nasce em Belém lhe sorria nestaNatividade.

As carmelitas de Getxo

ARGENTINADIOCESE DE OBERÁ

Obrigado de um bispo

Oberá, 18 de dezembro de 2011

Caro diretor,com a minha cordial saudação natalina, agradeçomais uma vez pelo envio de 30Días, que mensalmen-te chega à cúria desta nova diocese de Oberá, na pro-víncia de Misiones, Argentina.

Com a minha bênção pastoral,

Dom Damián Santiago Bitar, bispo de Oberá

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Jerusalém vista da igreja de Dominus Flevit

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SERRA LEOADIOCESE DE MAKENI

Os seminaristas aprendem os cantos da Tradição

Makeni, 18 de dezembro de 2011

Caro diretor,a paz e a alegria de Menino Jesus que nascerá paranós, esteja com o senhor.

Nunca será demais agradecê-lo pela incomparávelrevista 30Days, tão rica em motivos de reflexão, quevocês nos enviam regularmente. Algumas semanasatrás, fui visitar o seminário onde estudei, em Regent,Freetown, e dei para os seminaristas lerem o númerode 30Days que tinha o livrete com o CD The chantsof Tradition. Ficaram particularmente contentes osjovens do coral que logo começaram a aprender oscantos. Coloco em anexo a foto de três deles enquan-to fazem os ensaios.

Em nome deles, envio-lhe por e-mail uma carta deagradecimento na qual solicitam poder receber no fu-turo a revista 30Days.

Deus abençoe todo o serviço que vocês levam à hu-manidade.

Em Cristo,padre Henry Magbity

CHINADIOCESE DE DATONG

Os meus agradecimentos pelo envio de 30Days

Datong, 20 de dezembro de 2011

Caro senhor Giulio Andreotti,o Natal está às portas e antes de tudo envio as minhasfelicitações ao senhor e aos seus amigos de 30Days:que Jesus Menino doe ao senhor e aos seus amigos

Cartas do mundo todo • Cartas do mundo todo • Cartas do mundo todo •

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a riqueza de graças, e leve a sua paz e a sua alegria avocês todos.

Aproveito para agradecer ao senhor e à redaçãopelo envio de 30Days à diocese de Datong. Para nós30Days é uma revista de grande importância, porquetraz muitas notícias sobre a Igreja católica no mundo efaz que se conheça a sua história. Faço questão de di-zer mais uma vez “Muito obrigado!”.

Feliz Natal e feliz ano novo!Devotamente,

padre Paul Liu

BRASILDIOCESE DE RUY BARBOSA

Muito obrigado pelo envio regular da revista

Ruy Barbosa, Bahia, 28 de dezembro de 2011

Caros Irmãos e Irmãs da revista 30Dias na Igreja e noMundo, muito obrigado pelo envio regular da revista.

Exprimo os meus votos, de coração. Nasceu emBelém, Jesus, o Salvador.

A celebração do Natal do Senhor renova a nossaesperança e nos compromete com os empobrecidos enecessitados, com a defesa e a promoção da vida.

Acolhemos com alegria Aquele que dá o alento dagraça e da vida nova, que todos os corações anseiam!Queremos ser sinais dele em nossas famílias e comu-nidades.

Um Santo Natal e um Ano Novo repleto de bên-çãos, também para todos que lhes são confiados.

Um abraço fraterno, em Cristo sempre,

Dom André De WitteBispo de Ruy Barbosa

FRANÇABENEDITINAS DO MOSTEIRO DE CRAON

30Jours alarga a nossa oração a todaa Igreja

Craon, 6 de janeiro de 2012

Senhor diretor,O período de felicitações é um momento favorável pa-ra agradecer-lhe pelo envio regular da sua revista30Jours com os vários suplementos. Recebemos a re-vista sempre com alegria porque expande a nossa ora-ção a toda a Igreja.

Por tudo isso, o Senhor lhe abençoe com os seuscolaboradores sob o olhar da sua doce Mãe.

Em nome da madre Priora,

irmã Marie-Hélène, OSB

Com a nossa oração para o padre Giacomo Tantardini.

ITÁLIA ADORADORAS SERVAS DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Apreciamos muito a meditação sobre o Natal: A humanidade de Cristo é a nossa felicidade

Bolonha, 6 de janeiro de 2012

Reverendo padre Giacomo Tantardini,somos uma pequena comunidade claustral, dedicada

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à adoração eucarística solene perpétua pela Igreja, eem particular pelos sacerdotes.

Lemos com muito prazer as suas meditações que,às vezes, 30Giorni nos oferece. Foi particularmenteapreciada a meditação sobre o Natal, feita pelo se-nhor em Fidenza, dia 20 de dezembro de 2006, e queagora foi publicada.

Realmente A humanidade de Cristo é a nossa fe-licidade. Realmente o “Natal é Paraíso”.

Permitimo-nos acrescentar: realmente a Eucaristiaé Paraíso.

Nós que passamos muitas horas do dia e da noitediante daquela Hóstia: Natal que continua, Páscoa

que constantemente se atualiza,sem dúvida devemos dizer que aliestá o Paraíso; mesmo se agora sópodemos encontrar Jesus na fé,mas que nos dá a certeza absolutada Sua Presença.

Obrigada a vocês sacerdotes,que nos doam a Eucaristia!

Unidas a todos os irmãos e irmãsde 30Giorni estamos rezando paraque o senhor possa se curar logo ebem, certas de que para o bom Deus“nada é impossível”.

Interpomos a intercessão danossa madre fundadora Maria Cos-tanza Zauli, da qual nos permiti-mos enviar-lhe de presente dois li-vros esperando que sejam aprecia-dos.

Sempre em comunhão em Cristo,

devotíssimas adoradoras servas do Santíssimo Sacramento

FRANÇAABADIA BENEDITINA OLIVETANA

NOTRE-DAME SAINT-EUSTASE

Obrigada pela bela meditação sobre o Natal de padreGiacomo Tantardini

Eyres-Moncube, 7 de janeiro de 2012

Senhor diretor,obrigada pelo envio da sua revista 30Jours, é um beloreflexo da vida da Igreja que vem nos encontrar nonosso convento.

Obrigada em particular pela bela meditação sobreo Natal de padre Giacomo Tantardini. Gostaria demostrar a outros este texto maravilhoso e propô-lo àspessoas que nos visitam na abadia. Posso pedir-lheque nos envie, se possível, outros exemplares?

Com todo o meu reconhecimento,

a prioresa, irmã Françoise-Marie

O caminho percorrido por Jesus para o Getsêmani depois da Última Ceia, Jerusalém

Cartas do mundo todo • Cartas do mundo todo • Cartas do mundo todo •

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por Gianni Valente

Ocardeal John Tong Honse apresenta como umapessoa simples e sorri-

dente. Prefere os tons pacatos eum estilo low profile. Entre osnovos cardeais criados por Ben-to XVI no Consistório de 18 de

fevereiro de 2012, seu itineráriobiográfico se distingue por maisde um motivo: jogador de bas-quete, especialista no pensa-mento taoísta e confuciano, cris-tão “de segunda geração”. Masagora o atual bispo de Hong

Kong será para todos sobretudoo sétimo cardeal chinês na histó-ria da Igreja, chamado a oferecercom maior intensidade e autori-dade a sua contribuição de con-selhos e avaliações equilibradasem relação à questão crucial das

Capa China

Gratidão, paciência, espera. Três palavras para a Igreja na ChinaEntrevista com o novo cardeal John Tong Hon, bispo de Hong Kong

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relações entre Santa Sé, Igrejana China e governo chinês.

O senhor hoje é bispo ecardeal. Mas, se observar-mos a sua biografia, veremosque seus pais não provinhamde famílias cristãs. Nenhumde seus avós foi batizado.

JOHN TONG HON: É verda-de. Foi minha mãe a primeira queteve a oportunidade de entrar emcontato com a fé católica. Ela des-de menina frequentava o ensinofundamental na escola das irmãscanossianas, onde havia tambémmuitas religiosas italianas. Umavez até encontrou o núncio naChina, em visita a sua escola: asirmãs escolheram justamente elapara entregar um buquê de floresao representante do Papa. E elaficou muito orgulhosa disso. Che-gou a começar a estudar o cate-cismo, mas sem receber logo obatismo, pois em sua família nun-ca tinha havido nenhum católico.Só foi batizada depois da Segun-da Guerra Mundial, quando eu játinha nascido e tinha seis anos.

Foram anos terríveis,aqueles em que o senhor pas-sou a sua infância.

Quando os japoneses conquis-taram Hong Kong, fugimos paraMacau. Depois fiquei com minhaavó paterna, que vivia num vilare-jo da região de Guangdong. Sóno final da guerra pude reunir-mea meus pais no Cantão. Eram osanos da guerra civil. Comunistase nacionalistas lutavam entre sino norte. Enquanto isso, as pro-víncias do sul recebiam refugia-dos e soldados feridos. Os missio-nários americanos presentes noCantão acolhiam e ajudavam to-dos aqueles que necessitavam,qualquer que fosse o lado a quepertencessem. Minha mãe e eutambém ajudávamos a distribuirdoações aos que retornavam daguerra e aos refugiados. Vendo otestemunho do meu pároco, Ber-nard Meyer, e de seus confradesmissionários de Maryknoll, co-

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Na página ao lado, John Tong Hon, bispo de Hong Kong;

abaixo, Tong Hon durante a procissão do Domingo de Ramos de 2010,

diante da Catedral da Imaculada Conceição, em Hong Kong

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mecei a pensar que eu também,quando crescesse, poderia me tor-nar um sacerdote.

O senhor foi estudar emRoma justamente nos anosdo Concílio Vaticano II.

O Concílio me ajudou muito aampliar o olhar. Fui ordenado pa-dre – o Concílio tinha-se encerra-do havia poucas semanas – pelopapa Paulo VI, no dia da Epifaniade 1966, com outros 61 diáconosde 23 países de missão, todos es-tudantes de Propaganda Fide.

Quase meio século depois,no último Consistório, foi osenhor quem proferiu um dis-curso diante do Sacro Colé-gio para explicar a condiçãoda Igreja na China. O que dis-se a seus colegas cardeais?

Para descrever a situação naChina, usei três palavras. A pri-meira é wonderful, surpreenden-te. É um fato surpreendente quenas últimas décadas a Igreja naChina tenha crescido e continue acrescer, ainda que esteja submeti-da a muitas pressões e restrições.Esse é um dado objetivo, que podeser comprovado também pelosnúmeros. Em 1949 havia 3 mi-lhões de católicos na China; hojesão pelo menos 12 milhões. Em1980, depois de iniciada a reaber-tura promovida por Deng Xiao-ping, havia 1.300 sacerdotes.Hoje são 3.500. E há ainda cincomil freiras, dois terços das quaispertencem às comunidades regis-tradas no governo. E também1.400 seminaristas, dos quais milestão-se formando nos seminá-rios financiados pelo governo. Hádez seminários maiores reconhe-cidos pelo governo e seis institui-ções semelhantes ligadas às co-munidades clandestinas. De 1980até hoje foram ordenados três milnovos padres, e pronunciaramseus votos 4.500 freiras. Noventapor cento dos padres estão na fai-xa etária dos vinte e cinco aos cin-quenta anos.

Portanto, tudo vai bem?A segunda palavra com que

descrevi a situação da Igreja naChina foi a palavra difficult, difí-cil. E a provação mais difícil que aIgreja tem de enfrentar é o contro-le imposto sobre a vida eclesial pe-lo governo por meio da Associa-ção Patriótica dos Católicos Chi-neses (AP). Citei uma carta queme foi enviada por um bispo mui-to respeitado da China continen-tal, que escreveu: “Em todo país

socialista o governo recorre aomesmo método, usando algunscristãos de fachada para dar vida aorganizações estranhas às estru-turas próprias da Igreja, às quaisentrega o controle da própriaIgreja”. A Associação Patriótica é

um exemplo desse modus ope-randi. E na Carta do Papa aos Ca-tólicos Chineses publicada em ju-nho de 2007 está escrito que es-ses organismos não são compatí-veis com a doutrina católica. Nóso vimos novamente nas ordena-ções episcopais ilegítimas impos-tas à Igreja entre 2010 e 2011.

Mas por que a superpotên-cia chinesa ainda sente a ne-

cessidade de manter a vida daIgreja sob um controle tão ri-goroso?

Segundo a anál ise de LeoGoodstadt – famoso estudioso deHong Kong que foi também con-sultor do último governador britâ-

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Capa China

John Tong Hon, no quadro, jovem seminarista, foi ordenado sacerdote pelo Papa

Paulo VI na solenidade da Epifania a 6 de janeiro de 1966 na Basílica Vaticana

“É a longo prazo que vemos se um padre ou um bispo têm no coração um propósito bom. Vemos se o quefazem é feito por amor a Deus, à Igreja e ao povo, mesmo com todos os seus erros humanos”

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nico, Chris Patten –, há diversasrazões para isso. Os regimes co-munistas temem a competição dareligião como fator de influênciada mente do povo, de suas ideias,e eventualmente de suas ações.Eles se dão conta de que as reli-giões não estão desaparecendodo horizonte das sociedades hu-manas, e que o número dos se-guidores das religiões vai aumen-tando. Depois do 11 de Setem-bro a inquietação cresceu, umavez que vimos de novo que asideias religiosas podem tambémimpelir à guerra. Enfim, os novoslíderes que se preparam para as-sumir um cargo em 2012 devemdemonstrar neste momento sercomunistas leais.

Como escreveu claramen-te o Papa em sua Carta aosCatólicos Chineses, “a Igre-ja católica que está na Chinatem a missão não de mudara estrutura ou a administra-ção do Estado, mas de anun-

ciar aos homens Cristo”. Co-mo é possível que o governode uma nação poderosa co-mo a China tenha medo dasinterferências políticas doVaticano?

Vivemos na sociedade e a nos-sa vida real tem necessariamenterelação com a dimensão política.Mas certamente a Igreja não éuma entidade política. Não é mes-mo problema nosso a mudançados sistemas políticos. E além detudo, no nosso caso, isso seria to-talmente impossível.

Voltemos a seu discurso noConsistório. Qual foi a suaterceira palavra?

A terceira palavra que usei pa-ra descrever a condição da Igrejana China é a palavra possible,possível. Para que entendessem omotivo dessa escolha, li outros tre-chos da carta do bispo que já citei.Esse bispo se dizia sereno e con-fiante em relação ao presente,mesmo porque olhava para os

problemas de hoje também a par-tir das experiências que vivera nastempestuosas décadas da perse-guição, entre 1951 e 1979. Ele,naquelas duras provações, puderaexperimentar que todas as coisasestão nas mãos de Deus. E Deuspode dispor das coisas de modoque até as dificuldades possam en-fim concorrer para o bem da Igre-ja. Assim, vemos que por si só nãoé o aumento do controle que podeextinguir a fé. Até pode acontecerque o efeito disso seja o cresci-mento da unidade na Igreja. Dessaforma, o futuro pode parecer atéluminoso. E nós podemos esperarcom confiança a graça de Deus.Talvez a solução de certos proble-mas não aconteça amanhã. Mastambém não será preciso esperarpor um tempo distante demais.

Há quem diga que no en-frentamento dos problemas épreciso escolher entre doiscaminhos alternativos: ou ocaminho do diálogo, ou o

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Entrevista com o cardeal John Tong Hon

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Fiéis durante a missa na Catedral da Imaculada Conceição, em Pequim

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caminho da defesa dos prin-cípios. Mas na sua opinião asduas coisas são realmente in-compatíveis?

Eu por minha conta estou ten-tando ser moderado. É preferívelser paciente e aberto ao diálogocom todos, também com os co-munistas. Estou convencido deque sem diálogo nenhum proble-ma pode ser realmente resolvido.Mas, enquanto nós dialogamoscom todos, deveríamos ao mes-mo tempo manter firmes os nos-sos princípios, sem sacrificá-los.Isso significa que, por exemplo,um novo bispo só pode aceitar aordenação episcopal se existir oconsenso do Papa. A isso não po-demos renunciar. Faz parte donosso Credo, no qual confessa-mos a Igreja como una, santa, ca-tólica e apostólica. E depois hátambém a defesa da vida, os direi-tos invioláveis da pessoa, a indis-solubilidade do matrimônio...Não podemos renunciar às verda-des de fé e de moral tal como sãoexpostas também no Catecismoda Igreja Católica.

Às vezes tem-se a impres-são de que alguns ambientescatólicos de Hong Kong têma tarefa de “medir” o grau decatolicidade da Igreja na Chi-na. É essa a missão da Igrejade Hong Kong?

A fé não vem de nós. Vemsempre de Jesus. E nós não so-mos os controladores e os juízesda fé dos nossos irmãos. Nós so-mos simplesmente uma dioceseirmã em relação às dioceses queexistem no continente. Assim, seelas quiserem, ficamos felizes porcompartilhar com elas o nossocaminho e o nosso trabalho pas-toral. E se elas estiverem em si-tuações difíceis, enquanto nós go-zamos de maior liberdade, nossaintenção é apenas tentar ajudá-las. Rogando que todos possammanter a fé, mesmo em meio àspressões a que são submetidos.

Em certos comentários,uma ampla área eclesial na

China é sempre descrita co-mo se estivesse às margensda fidelidade à Igreja. Aomesmo tempo, é reconhecidaa grande devoção dos católi-cos chineses. Como as duascoisas convivem?

Não me parece nunca apro-priado falar da China, que é tãogrande, de maneira tão onicom-preensiva quanto genérica. Nãome convencem as afirmações se-gundo as quais “a fé é forte naChina”, nem tampouco as queenfatizam o contrário. Tudo de-pende das pessoas. Há muitasboas testemunhas da fé, que ofe-recem a sua vida e também osseus padecimentos a Jesus. Eainda há também algumas pes-soas que, impelidas pela pressãoambiental, sacrificam os princí-pios. São apenas alguns. Porexemplo, aqueles sacerdotes queaceitaram receber a ordenaçãoepiscopal sem ter a aprovação doPapa. Isso não pode ser bom, enós temos de dizê-lo.

É justamente sobre os jo-vens bispos que se concentra aatenção de muita gente. Se-gundo alguns, seriam frágeis, eentre as suas fileiras haveriatambém alguns oportunistas.O que fazer com eles? Isolá-los? Condená-los? Justificá-lossempre e de qualquer forma?

Não, não, nada de isolamento.A primeira coisa que devemos fazeré rezar por eles. Também por aque-les que cometeram erros evidentes.E, se alguém puder aproximar-sedeles, e puder ser seu amigo, que osexorte a reconhecer o que houvede incorreto em suas escolhas. Etambém a mandar uma carta às au-toridades para explicar como acon-teceram as coisas e eventualmentepedir perdão. Essa é simplesmenteuma forma de correção fraterna.

As divisões entre dois gruposde católicos, os chamados “ofi-ciais” e os chamados “clandesti-nos”, foram desencadeadas ape-nas pelas pressões e pela sub-missão impostas pelo governo?

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Capa China

“A fé não vem de nós. Vem sempre deJesus. E nós não somos os controladorese os juízes da fé dos nossos irmãos”

John Tong Hon cumprimenta os cardeais na Basílica de São Pedro depois de receber

o barrete cardinalício de Bento XVI no consistório de 18 de fevereiro de 2012

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Infelizmente, não. Há tambémmuitas outras razões.

Na China também cresce ofenômeno dos sites que ata-cam os católicos com argu-mentos doutrinais e morais –a começar pelos bispos –, acu-sando-os de terem traído a fée a Igreja por oportunismo oucovardia, ao cederem às ilíci-tas pretensões do regime. Oque o senhor acha?

Acredito que a correção frater-na de que eu falava antes é feitapor meio do diálogo, não dos ata-ques pela internet.

As dificuldades vividaspela Igreja na China envol-vem o vínculo de comunhãocom o bispo de Roma. Com opassar do tempo, o senhorvê o perigo de que esse laçoseja percebido com menorintensidade entre o clero eentre os fiéis? ¬

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Entrevista com o cardeal John Tong Hon

Quem é o novo cardeal chinês

John Tong Hon nasceu em 31 de julho de 1939 emHong Kong numa família de não católicos, primogê-

nito de três filhos (uma irmã e um irmão que atualmentevive no Canadá). Quando tinha dois anos, a invasão dosjaponeses obrigou sua família a transferir-se para Ma-cau. Depois os pais, para afastá-lo dos perigos da guer-ra, o enviaram para morar com a avó paterna, que vivianum vilarejo na província de Guandgdong. No final daguerra a família se reuniu em Cantão e começou paraele o ensino fundamental. Enquanto isso, a mãe foi a pri-meira a receber o batismo, logo seguida por todos os ou-tros membros da família. Quando o pai contraiu tubercu-lose, foi ela que manteve a todos com seu trabalho comoprofessora.

Aos doze anos, John Tong entrava no seminário deSão José, em Macau. Depois do ensino médio, em 1957,passou para o seminário do Espírito Santo, em HongKong, para estudar Filosofia e Teologia. Em 1964 foi en-viado a Roma, onde ainda estava em andamento o Con-cílio Vaticano II. Na Urbe, obteve o mestrado e o doutora-do em Teologia Dogmática pela Pontifícia UniversidadeUrbaniana. Recebeu a ordenação sacerdotal das mãosdo papa Montini em 6 de janeiro de 1966, com os mem-

bros de sua turma. Quando voltou a Hong Kong, foi viverno seminário, onde continuaria a residir mesmo depoisda nomeação episcopal.

Em 1980, Tong foi levado à direção do novo Holy Spi-rit Study Centre, renomado centro de documentação so-bre a vida da Igreja na China, que publica também a re-vista Tripod. Em 1992, tornou-se vigário-geral do cardealarcebispo de Hong Kong John Baptist Wu. Em 1996,João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Hong Kong, umano antes de a ex-colônia britânica voltar à jurisdiçãochinesa. Com seu espírito de mediação, Tong participounaquela circunstância também das negociações feitastendo em vista a transição. Em janeiro de 2008 tornou-sebispo coadjutor da diocese em que nasceu, da qual seriabispo a partir de 15 de abril de 2009. Em agosto de 2008,participou da abertura da Olimpíada no estádio de Pe-quim, como convidado oficial.

Com sua elevação ao cardinalato, pela primeira vez oSacro Colégio conta com três purpurados chineses:além dele, há o salesiano Joseph Zen Ze-kiun, seu pre-decessor, e o jesuíta Paul Shan Kuo-hsi. John Tong é,porém, o único com menos de oitenta anos.

G. V.

Arranha-céus e tráfego numa rua de Hong Kong

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Na China, continuo a perce-ber uma grande devoção pelo Pa-pa. Amam o Santo Padre, isto écerto. Estão sob pressão nesseponto. São impedidos no seu de-sejo de ter contatos normais como sucessor de Pedro. É tambémpor esse motivo que seu desejo setorna mais forte. Eu diria que équase natural.

Gostaria de lhe fazer umapergunta sobre um episódiode bastante tempo atrás. Éverdade, eminência, que o se-nhor estava presente na orde-nação episcopal do bispoAloysius Jin Luxian, ocorridahá vinte e sete anos?

Sim, eu estava presente na-quela missa. Era o ano de 1985.Eu, na época, era sacerdote dadiocese de Hong Kong e desde1980 dirigia o Holy Spirit StudyCentre [respeitado centro de pes-quisa sobre a vida da Igreja naChina, ndr]. Jin me pediu que es-tivesse presente. Queria ter omeu apoio, naquele momento.Tinha-me contado que estiverana prisão, que queria conservar asua fé e a sua comunhão com aIgreja universal e que mandariacartas a Roma para refrisar a suasubmissão à Sé Apostólica e aoprimado do Papa. Dizia ter pon-derado tudo em sua consciência,

e que naquele momento históricolhe parecia que não houvesse ou-tro caminho senão aceitar a or-denação episcopal. Dadas as cir-cunstâncias, lhe parecia uma es-colha obr igatór ia para levaradiante a diocese de Xangai e sal-var o seminário. Sete anos atrása Santa Sé acolheu seus pedidose o reconheceu como legítimobispo de Xangai. Mas isso sãoáguas passadas. Agora é precisopensar no futuro...

Olhando justamente parao presente e para o futuro, oque o senhor aprendeu comas experiências daquelaépoca?

Aprendi que time can prove,o tempo pode dar conta das coi-sas. Certas vezes só a longo pra-zo você pode reconhecer se umacoisa é certa ou errada, se umaescolha foi ditada por boas ra-zões ou não. Na imediatez transi-tória do momento, não podemosjulgar claramente como são ascoisas. Mas a longo prazo vem àtona se pelo menos a intenção docoração era boa. Às vezes naChina as situações são complica-das. Somos submetidos a pres-são, não encontramos pessoascom as quais nos confrontar.Mas, se fazemos as nossas esco-lhas tendo no coração o amor a

Jesus e à Igreja, a reta intençãono final pode ser verificada portodos, a longo prazo.

E o que isso implica, sepensarmos nos episódios con-troversos em que se envolveua catolicidade chinesa?

Não nos podemos fixar no fa-to isolado, não podemos abriruma sindicância sobre cada deci-são, e pretender que todo gesto etoda escolha real izada pelosmembros da Igreja na China se-jam sempre perfeitos, em cadainstante e em cada situação. So-mos seres humanos, somos sereshumanos! Todos nós erramos ecaímos muitas vezes ao longo docaminho. Mas depois podemospedir perdão. Se, ao contrário, oerro é isolado e se torna motivode condenação sem apelo, quemse pode salvar? É a longo prazoque vemos se um padre ou umbispo têm no coração um propó-sito bom. Vemos se o que fazem éfeito por amor a Deus, à Igreja eao povo, mesmo com todos osseus erros humanos. Isto é impor-tante: descobrir que as pessoasperseveram na fidelidade porquesão movidas pelo amor de Jesus,mesmo nas situações difíceis. Nofinal, todos o verão. E certamenteDeus, que perscruta o coração decada um de nós, o vê. q

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Capa China

“Às vezes na China as situações são complicadas.Mas, se fazemos as nossasescolhas tendo no coração o amor a Jesus e à Igreja, a reta intenção no final pode ser verificada por todos, a longo prazo”

Uma procissão guiada pelo bispo

de Xangai Aloysius Jin Luxian

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CONSISTÓRIO/1O cardeal Dolan: como crianças para anunciar a fé ao mundo

“O que nos mantém afasta-dos da arrogância e da so-berba do triunfalismo é o re-conhecimento daquilo quenos ensinou o Papa Paulo VIna Evangelii nuntiandi: aprópria Igreja precisa sem-pre ser evangelizada! Issonos dá a humildade de admi-tir que nemo dat quod nonhabet, que a Igreja tem aprofunda necessidade deuma conversão interior”. Es-sa é uma das passagens dodiscurso realizado dia 17 defevereiro pelo arcebispo deNova York, cardeal TimothyMichael Dolan, na introdu-ção da jornada de oração ereflexão convocada pelo Pa-pa para os membros do Co-légio Cardinalício e os novoscardeais por ocasião do con-sistório de 18 de fevereiro.Depois, falando sobre a im-portância da alegria cristã,disse: “Um doente terminalde Aids no hospital Dom daPaz mantido pelas Missioná-rias da Caridade, na arqui-diocese de Washington docardeal Donald Werl, solici-tou o batismo. Quando o sa-cerdote pediu-lhe uma ex-pressão de fé ele sussurrou:‘O que eu sei é que sou infe-liz, e as irmãs, ao invés, sãomuito felizes mesmo quandoas insulto ou cuspo nelas.Ontem finalmente pergun-tei-lhes qual o motivo de tan-ta felicidade. Elas responde-ram-me: ‘Jesus’. Eu queroeste Jesus assim eu tambémposso ser feliz’. Um autênti-co ato de fé, não é mesmo?”.E, terminando seu discurso,recordou: “Obrigado a vo-cês, Santo Padre e coir-mãos, por terem suportadoo meu italiano primitivo.Quando o cardeal Bertonepediu-me para falar italiano,

fiquei preocupado porquefalo ital iano como umacriança. Mas depois lembreide quando, muito jovem, lo-go depois da minha ordena-ção, eu ia dar aula de catecis-mo às crianças de seis anos eo meu primeiro pastor disse-me: ‘Agora veremos o fimque terá toda a tua teologia ese você consegue falar da fécomo uma criança!’. E talvezseja conveniente concluircom este pensamento: pre-cisamos anunciar novamen-te como uma criança a eter-na verdade, a beleza e a sim-plicidade de Jesus e da suaIgreja”. O discurso do purpu-rado foi publicado no L’Os-servatore Romano de 18 defevereiro com o título Comocrianças para anunciar a féao mundo.

CONSISTÓRIO/2O cardeal Filoni: “É Jesus que noscoloca sob a proteçãode Nossa Senhora”

No dia 19 de fevereiro, noinício da celebração eucarís-tica com os novos cardeaiscriados no consistório de 18de fevereiro, Fernando Filo-

ni, prefeito da Congregaçãopara a Evangelização dosPovos, primeiro da lista dosnovos cardeais, dirigiu algu-mas palavras de homena-gem ao Santo Padre. Essafoi a conclusão apresentadano L’Osservatore Romanode 20-21 de fevereiro: “Co-loquemos o nosso serviço

cardinalício sob a proteçãode Maria Mãe da Graça,aliás é o próprio Cristo que,do alto da cruz, nos colocasob a Sua proteção mater-na: ‘Mulher, eis o teu filho!(João 19, 26)’. E pedimos aEla, nossa Mãe, que venha ahabitar entre nós”.

IGREJA/1Núncio Viganòencontra Obama

L’Osservatore Romano de6-7 de fevereiro deu a notícia“do início da missão comonúncio apostólico nos Esta-dos Unidos” do arcebispoCarlo Maria Viganò. No arti-go explica-se que no dia 18de janeiro o novo núncio en-controu, na Sala Oval da Ca-sa Branca, o presidente dosEstados Unidos Barack Oba-ma, o qual “recebeu-o

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Maria e João aos pés da cruz, detalhe da Crucificação,

Giotto, Capela Scrovegni, Pádua

Deixai vir a mim as criancinhas,

Carl Vogel von Vogelstein,

Galeria de Arte Moderna,

Florença

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No final de janeiro, junto ao santuário da Santa Casa deLoreto, realizou-se o terceiro simpósio para os peniten-ciários organizado pelo Centro de Estudos Lauretanos.Publicamos alguns trechos do pronunciamento de domGianfranco Girotti, bispo regente da Penitenciaria Apos-tólica, publicado no L’Osservatore Romano de 28 de ja-neiro. “Fico sempre impressionado com o comporta-mento que o Santo Cura d’Ars tinha para com os váriospenitentes. Os que vinham ao seu confessionário atraí-dos por uma íntima e humilde necessidade do perdão deDeus, encontravam nele o encorajamento para se imer-gir na ‘torrente da divina misericórdia’ que arrastava tudocom o seu ímpeto. E se alguém ficava aflito ao pensa-mento da própria fraqueza e inconstância, com temor defuturas recaídas, ele lhes revelava o segredo de Deus comuma expressão de tocante beleza: ‘O bom Deus sabe tu-do. Antes mesmo da sua confissão, já sabe que você pe-cará novamente e todavia lhe perdoa. Como é grande oamor do nosso Deus que chega até a esquecer voluntaria-mente o futuro, só para nos perdoar!’. Sabemos que oCura d’Ars, no seu tempo, soube transformar o coraçãoe a vida de muitas pessoas, porque conseguiu fazer-lhesperceber, com a capacidade de ouvir, o amor misericor-dioso do Senhor. O que mais importa na celebração dosacramento da Reconciliação é o encontro pessoal comCristo Salvador e, nele, com o Pai misericordioso. Nestaperspectiva talvez devemos rever muitos sedimentos eacréscimos relativos a certos modos de entender e de ce-lebrar o sacramento da Reconciliação. Não é verdade queàs vezes a confissão assume o aspecto de um tribunal deacusação, mais do que de uma festa do perdão? Não éverdade que algumas vezes o diálogo penitencial assumetons inquisitórios ou mesmo pouco delicados? Um certomodo de entender o sacramento da Reconciliação levou,com efeito, a superestimar unilateralmente o momentoda acusação e da lista dos pecados, com o resultado de re-legar em segundo plano aquilo que – ao invés – é absolu-tamente central ao ouvir os pecados, ou seja, o abraçoabençoado do Pai misericordioso. Muitas vezes nós con-sideramos primeiro o pecado e depois a graça. Mas ao in-vés, antes de tudo há o gratuito de Deus, há o seu amormisericordioso, sem limites. No centro da celebração sa-cramental não está o nosso pecado, no centro do sacra-mento está a misericórdia de Deus, que é infinitivamentemaior do que cada um dos nossos pecados [...]. O sacra-mento da Penitência não é uma ‘psicanálise’; é um sacra-mento, um sinal eficaz de perdão a quem está arrependi-do, não a quem decidiu submeter-se à análise ou a um tra-tamento da sua psique. O confessor sabe que só Deuspercebe até o fundo do coração e que o objetivo juízo e odom da misericórdia pertencem a Ele, que originaria-

mente absolve e de cuja graça o confessor é somente oportador. Aquilo que mais importa não é a análise e aconfissão, mas o arrependimento que reside na alma [...].É preciso lembrar sempre que o confessor nunca devemanifestar espanto, qualquer que seja a gravidade dospecados confessados pelo penitente; jamais deve pro-nunciar palavras que soem como uma condenação à pes-soa, e não ao pecado, jamais deve inculcar terror no lugarde temor; jamais deve indagar sobre aspectos da vida dopenitente, cujo conhecimento não seja necessário para aavaliação dos seus atos; jamais deve usar termos que fi-ram mesmo apenas a delicadeza do sentimento, mesmose, falando propriamente, não violam a justiça e a carida-de; jamais um sacerdote deve mostrar-se impaciente eciumento do seu tempo, mortificando o penitente com oconvite a apressar-se (com exceção da hipótese em que aconfissão seja feita com inútil verbosidade) [...]. Concluin-do, ‘acolhida e verdade’ deveriam distinguir a atitude doconfessor – que é juiz, médico e mestre por conta da Igre-ja – naquele que é um momento de reconciliação comDeus. E cada sacerdote que vai a um confessionário deveser imagem da benevolência de Cristo, porque, colocan-do o penitente em relação com o coração misericordiosode Deus, através do seu rosto bondoso e amigo, ele re-descubra com alegria e confiança este sacramento e com-preenda cada vez mais que o amor que Deus tem por nósnão se detém diante do nosso pecado, não recua diantedas nossas ofensas”.

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A volta do filho pródigo, Rembrandt, água-forte, Pierpont

Morgan Library, Nova York

O centro da confissão não é o nosso pecado, mas a misericórdia de Deus

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com muita amabilidade, soli-citando-lhe que logo trans-mitisse as suas saudações àSua Santidade juntamentecom os melhores votos pelasua alta missão. Depois oPresidente sublinhou a suaestima pela obra da IgrejaCatólica, não somente nosEstados Unidos da América,mas no mundo inteiro. Parti-cularmente, evidenciou co-mo a voz do Santo Padre e aatenção da Igreja Católicapor todos os que sofrem pelapobreza, pela fome e pelasguerras, fazem da Santa Séum importante parceiro dosEstados Unidos”.

IGREJA/2O novo patriarca de Veneza: antes de tudo a oração

Quais são os seus programaspara a nova missão? “Antesde tudo rezar”. Assim res-pondeu o novo Patriarca deVeneza, Dom Francesco Mo-raglia, em uma entrevistaconcedida ao Avvenire de 1ºde fevereiro. Na mesma en-trevista, à pergunta sobre co-mo teria acolhido a sua no-meação, ocorrida no dia an-terior, respondeu: “A primei-ra sensação foi a de me en-contrar ‘lançado’ em uma si-

tuação totalmente nova, porisso, era impossível até mes-mo tentar ‘imaginar’ o futu-ro. Por isso, posso dizer queacolhi a nomeação com um

pouco de inquietude. Mas de-pois, diante do Senhor, dissea mim mesmo: com Ele, coma Sua ajuda, tudo se tornapossível”.

Francesco Moraglia

“Mesmo à luz do que foi exposto acima, entende-se fa-cilmente porque, na apresentação que o cardeal Kasperfaz da eclesiologia católica, o pensamento eclesiológicodo Concílio Vaticano II apareça como um fio condutor.Isso se manifesta principalmente pelo fato de que a suaabordagem eclesiológica assume o título da Constitui-ção dogmática da Igreja. Com efeito, segundo a eclesio-logia conciliar, Lumen gentium não é a Igreja, mas éCristo, luz dos povos, e a Igreja é apenas o seu reflexo,ou seja, é o sinal e o instrumento de Deus, que se reve-lou de maneira definitiva em Jesus Cristo. A Igreja, por-tanto, não deve querer ser sol, mas deve alegrar-se deser lua, de receber toda a sua luz do sol e de fazê-la res-plandecer dentro da noite. Como a lua não possui luzpor si, mas reflete a luz que vem do sol, assim também aIgreja pode transmitir e fazer resplandecer na noite dahumanidade somente a luz que recebeu de Cristo. O li-vro do cardeal Kasper sobre a Igreja católica está a servi-ço do coerente desdobrar-se de uma eclesiologia lunar”.São palavras do cardeal Kurt Koch (presidente do Ponti-fício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cris-tãos e da Comissão para as Relações Religiosas com oJudaísmo) escritas em uma recensão do livro do cardealWalter Kasper (presidente emérito do Pontifício Conse-lho para a Promoção da Unidade dos cristãos) Chiesacattolica. Essenza – Realtà – Missione (Ed. Querinia-na, Brescia 2012) publicada no L’Osservatore Roma-no de 27 de janeiro.

A resenha do cardeal Koch assim se conclui: “O car-deal Kasper sabe que a renovação espiritual da Igreja, daqual hoje temos tanta necessidade, ‘só será possível me-diante um novo Pentecostes’. Assim como aconteceu

então, quando os dis-cípulos reuniram-sejunto com as mulhe-res que tinham segui-do Jesus e rezaramincessante e unani-memente pela vindado Espírito Santo,também hoje um no-vo Pentecostes pode-rá ser preparado so-mente através de in-tensas orações, pois‘a Igreja do futuro se-rá principalmenteuma Igreja dos queoram’ (pág. 550). Defato, a oração é o lu-gar onde tem origemaquela alegria porDeus que o livro vete-rotestamentário de Neemia define como ‘a nossa força’.Somente dessa alegria por Deus pode crescer também aalegria pela Igreja, que não é aquele tipo de alegria quenós mesmos nos procuramos e que portanto raramentetem alguma consistência. A alegria vivida na fé cristã éaquela alegria que, em última análise, pode nos dar so-mente o Espírito. Tal alegria é o sinal distintivo de cadarealidade cristã ao ponto que podemos dizer: lá onde háfalta de alegria e triste irritabilidade, o espírito de Jesuscertamente não está agindo”. O artigo do prelado foi pu-blicado com o título Eclesiologia lunar.

A Igreja não deve querer ser o sol, mas deve alegrar-se de ser a lua

Cristo representado com o semblante

de Hélio (o Sol), Necrópole Vaticana,

nas proximidades do túmulo de Pedro

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ORIENTE MÉDIOUm ataque à Síria seriauma catástrofe para a Turquia

A possibilidade de um ataquemilitar americano contra a Sí-ria? Seria apenas um blefe. É oque afirma em uma entrevistaao jornal Corriere della Serade 9 de fevereiro Patrick Seale,jornalista britânico especialistaem Oriente Médio e, em parti-cular, em Síria. Eis a sua res-posta: “A retirada do Iraque, oempenho há dez anos no Afe-ganistão, os incessantes raidsno Paquistão, Iêmen, Somália,África Oriental. Washingtoncorta os gastos da Defesa edesloca a atenção para a Ásia-Pacífico para deter a China.Creia, as possibilidades de ata-que são um blefe: ninguém es-tá pronto para entrar em umconflito que incendiaria toda aregião. Isso foi dito tambémpela Turquia: seria uma verda-deira catástrofe”.

IRÃDissuadir é menoscatastrófico do queuma guerra preventiva

“Os oficiais israelenses nosexplicam que nós america-nos não podemos entenderos seus temores: o Irã repre-senta uma ameaça existen-cial para o seu país. Mas, narealidade, nós os entende-mos muito bem, porque nóstambém tivemos que enfren-tar uma experiência muitoparecida. Depois da Segun-da Guerra Mundial, quando aUnião Soviética construiusuas armas atômicas, os Es-tados Unidos foram tomadospor um pânico que se arras-tou por muitos anos. Tudo oque Israel diz hoje sobre o Irãnós dissemos sobre a UniãoSoviética. A URSS represen-tava aos nossos olhos um re-gime extremista e revolucio-nário, contrário a todos os

nossos valores, decidido arevirar os governos ociden-tais para instaurar o comu-nismo global. Para nós, Mos-cou era irracional, agressivae desprezava totalmente a vi-da humana. Justamente co-mo hoje Israel está aberta-mente considerando açõesmilitares preventivas contrao Irã, muitos no Ocidente so-licitavam intervenções seme-lhantes contra Moscou no fi-nal dos anos 1940”. São pa-lavras do famoso jornalistaamericano Fareed Zakariaem um artigo publicado noCorriere della Sera de 19de fevereiro. O texto assimse conclui: “No decorrer daúltima década, houve milha-res de atentados suicidascausados por cidadãos deorigem saudita, egípcia, liba-nesa, palestinos e paquista-neses, mas jamais houve umataque semelhante feito porum cidadão iraniano. Mes-mo se conseguisse fabricararmas nucleares rudimenta-res nos próximos anos, po-demos ter certeza de que oIrã se lançaria por primeiroem um ataque suicida? ‘Is-

rael deve enfrentar algumasescolhas como enfrentaramos Estados Unidos e Grã-Bretanha há mais de 60anos atrás’, diz Gideon Ro-se, diretor de Foreign Af-fairs. ‘Israel também teráque admitir, espera-se, que éimpossível garantir para si asegurança absoluta na eranuclear, e que não terá con-dições de atrasar ou danifi-car os programas nuclearesdos seus inimigos, dissuadiré menos catastrófico do queuma guerra preventiva’”.

COLÉGIO CARDINALÍCIOA morte de Bevilacqua.Os 80 anos de Saraiva e Zen. Criados 22 novoscardeais

No dia 31 de janeiro faleceuo cardeal Anthony JosephBevilacqua, 88 anos, de1987 a 2003 arcebispo deFiladélfia, Estados Unidos.Em janeiro completaram 80anos os cardeais José Sarai-va Martins no dia 6 e JosephZen no dia 13.

CÚRIANomeações na PenitenciariaApostólica, na Congregação dos Bispos e na dos Religiosos e no Tribunal da Rota Romana

No dia 5 de janeiro, o arce-bispo português ManuelMonteiro de Castro, 74anos, foi nomeado peniten-ciário-mor; desde 2009 erasecretário da Congregaçãopara os Bispos.

Em 11 de janeiro, o arce-bispo toscano Lorenzo Bal-disseri, 71 anos, foi nomea-do secretário da Congrega-ção para os Bispos; desde2002 era núncio no Brasil.

No dia 25 de janeiro, omonsenhor alemão UdoBreitbach, 52 anos, foi no-meado subsecretário domesmo dicastério.

No dia 17 de dezembro,a irmã Nicoletta VittoriaSpezzati, 63 anos, nascidaem San Severo, Foggia, foinomeada subsecretária daCongregação para os Reli-

No dia 22 de fevereiro, sétimo aniversário da morte, foiapresentado o pedido de início do processo de beatifica-ção de Dom Luigi Giussani. Padre Matteo Fabbri, vigárioda Prelazia do Opus Dei, comentou a notícia com umanota que publicamos integralmente: “O anúncio do iníciodo processo de beatificação de monsenhor Luigi Giussa-ni é fonte de grande alegria e sentimo-nos gratos a Deus.Ele soube mostrar com as suas palavras e os seus exem-plos que em Cristo encontramos o cumprimento de to-das as aspirações humanas, aproximando à fé muitos jo-vens, famílias e pessoas de todos os tipos. São numero-sos os que devem a descoberta da sua vocação a DomGiussani. Ainda hoje a sua mensagem, centralizada nabeleza da vida cristã, dá e continua a dar fecundos frutosapostólicos em toda a Igreja, como foi evidente na es-plêndida concelebração de ontem à noite, na Catedral deMilão, à qual eu tive a honra de participar”.

Iniciado o processo de beatificação de Dom Luigi Giussani

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giosos. Desde 2006 era ofi-cial do dicastério.

No dia 30 de dezembro,Bento XVI nomeou dois no-vos auditores do Tribunal daRota Romana. Trata-se doitaliano padre Davide Salva-tori, 40 anos, até agora vigá-rio judicial adjunto junto aoTribunal eclesiástico regio-nal Flaminio de Bolonha, edo salesiano alemão MarkusGraulich, 47 anos, até agorapromotor de justiça junto aoSupremo Tribunal da Assi-natura Apostólica.

ITÁLIANomeações emVeneza, Cagliari,Cassano all’Ionio e Roma

No dia 9 de dezembro, domNunzio Galantino, 63 anos,foi nomeado bispo de Cas-sano all’Ionio, na Calábria.Nascido em Cerignola, na

Apúlia, em 1972 foi ordena-do sacerdote para a homôni-ma diocese. Desde 2004 éresponsável pelo ServiçoNacional para os EstudosSuperiores de Teologia e deCiências religiosas da Con-ferência Episcopal Italiana.

No dia 31 de janeiro, obispo de La Spezia, Fran-cesco Moraglia, 54 anos,foi promovido patriarca deVeneza.

Ainda no dia 31 de janei-ro, o bispo de Sora, FilippoIannone, 54 anos, carmelita,foi nomeado vice-gerente deRoma. Na mesma data osmonsenhores Matteo MariaZuppi e Lorenzo Leuzzi, am-bos com 56 anos, foram no-meados auxiliares de Roma.

No dia 25 de fevereiro,dom Arrigo Miglio, 70 anosem julho, desde 1999 bis-po de Ivrea (e nos 7 anosanteriores bispo de Igle-sias), foi promovido arce-bispo de Cagliari.

DIPLOMACIANovos núncios nos Países Baixos,Armênia, Trinidad,Argentina, Brasil,Zâmbia, Ilhas Salomãoe Ruanda

No dia 15 de dezembro, oarcebispo francês André Du-puy, 72 anos, foi nomeadonúncio apostólico nos Paí-ses Baixos. Desde 2005 erarepresentante pontifício jun-to à União Europeia e desde2006 junto ao Principadode Mônaco.

Ainda no mesmo dia, oarcebispo eleito Marek Solc-zynski, 50 anos, nomeadonúncio na Geórgia; dia 26de novembro, tinha sido de-signado também represen-tante pontifício na Armênia.

No dia 21 de dezembro,o arcebispo Nicola Girasoli,54 anos, nomeado em 29de outubro núncio em váriospaíses das Antilhas, foi no-

meado também represen-tante pontifício em Trinidade Tobago e em Barbados.

Em 5 de janeiro, o arce-bispo suíço Emil Paul Tscher-rig, 65 anos, foi nomeadonúncio apostólico na Argen-tina; desde 2008 era repre-sentante na Escandinávia.

Em 27 de janeiro, foramnomeados novos núncios,dom Júlio Murat (turco, 50anos, destinado à represen-tação da Zâmbia), SantoGangemi (s ic i l iano, 50anos, destinado às Ilhas Sa-lomão), Luciano Russo (ita-liano da região da Campâ-nia, 49 anos) ao qual foi atri-buída a representação pon-tifícia em Ruanda.

No dia 10 de fevereiro,o arcebispo italiano da re-gião da Campânia, Giovan-ni d’Aniello, 57 anos, foinomeado novo núncio noBrasil, desde 2010 era re-presentante pontifício naTailândia. q

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por Paolo Mattei

“É preciso muita humildade, para rezar o Rosário e as oraçõesmais simples, como as da devoção popular: lá entendemos comomuito frequentemente é o povo que transmite a fé aos sábios”.Entrevista com o agostiniano Prosper Grech, criado cardeal por Bento XVI no último consistório

Igreja Entrevista

É a oração a chave da vida cristã

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Nas paredes do segundoandar do Institutum Pa-tristicum Augustinianum

estão pregadas algumas fotosem preto e branco. Nas moldu-ras discretas se abrem vistas depraças e igrejas ao pôr do sol,perspectivas de marinas pratea-

das, perfis de homens e mulhe-res ao sol. No meio da manhã,os estudantes as observam to-mando café no intervalo entreuma aula e outra. Talvez recupe-rem um pouco de fôlego, dei-xando que o olhar, até alguns mi-nutos antes concentrado nu- ¬

Nestas páginas,

fotos tiradas por

padre Prosper Grech

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ma página de teologia ou de pa-trologia, repouse por alguns ins-tantes nas luminosidades e nosclaro-escuros dessas belíssimascenas de vida comum.

O autor dessa mostra perma-nente de fotografia é um dos do-centes mais conhecidos do Pa-tristicum e atualmente um dosespecialistas mais ilustres em Sa-grada Escritura: o agostinianoProsper Grech, que foi criadocardeal por Bento XVI no últimoConsistório. Nascido em Maltaem 1925, Grech foi, ao lado dopadre Agostino Trapè, o funda-dor do Patristicum – um centrode alta especialização que con-cede o bacharelado em Teologiae o mestrado e o doutorado emTeologia e Ciências Patrísticas –,que se encontra ao lado da Basí-lica de São Pedro. Em sua longaatividade de docência, Grech le-cionou também por vinte anosTeologia Bíblica na Universida-de Lateranense e por trinta anosHermenêutica Bíblica no Ponti-fício Instituto Bíblico. Autor demuitos livros e artigos em revis-tas científicas, por mais de vinte

anos consultor da Congregaçãopara a Doutrina da Fé, é atual-mente membro da Pontifícia Co-missão Bíblica.

Nós o encontramos no Colé-gio Internacional Santa Mônica,no mesmo conjunto que hospedao Patristicum.

O senhor recebeu sua edu-cação cristã em Malta...

PROSPER GRECH: Maltatem uma longa tradição católica,e Birgu, a antiga cidadezinha emque nasci, era, e é, cheia de igre-jas. Eu frequentava a de São Lou-renço – onde fui batizado e de-pois participei da Ação Católica –e a de São Domingos. Quandocriança fui educado pelas Irmãsde São José, numa cidadezinhaperto de Birgu, e com elas fiz aprimeira comunhão. As lembran-ças da minha infância e da minhajuventude são cheias de imagensda devoção popular, como asprocissões que ziguezagueavam,fizesse chuva ou sol, pelas ruas dapequena cidade, ou o som dos si-nos que enchia o ar quando o pa-dre levava o viático pelas ruas...

Como nasceu a vo-cação ao sacerdócio?

Quando eu era meni-no sentia alguma coisano coração, algo nãoclaramente definível,que me fazia pensar nosacerdócio como cami-nho para a minha salva-ção. Depois, natural-mente, como muitas ve-zes acontece, ao crescera pessoa muda de ideia,e isso aconteceu comigotambém. Mas aquela es-pécie de sugestão secre-ta aflorou de novo du-rante a guerra, no anoem que concluía o ensi-no médio. Foi nesse pe-ríodo que a semente davocação deu seu fruto.Voltei a olhar para todaa minha vida até então erespondi s im àquele

chamado.Os anos da guerra foram

duros...Malta sofreu bombardeios de-

vastadores, Birgu era alvo dia enoite e assim fui obrigado a refu-giar-me com a minha família emAttard, um povoado no meio dailha, longe do arsenal, mas próxi-mo de um aeródromo constante-mente metralhado. Eu tinha de-zessete anos e tinha começado afrequentar a faculdade de Medi-cina. Chamaram-me para pres-tar serviço na brigada antiaérea econsequentemente eu ia às aulasde uniforme para estar semprepronto a correr para a bateriaquando chegavam os inimigos.Depois do ataque, se a universi-dade ainda estivesse de pé e eu,ainda vivo, voltava para a aulacom os meus colegas...

Por que escolheu entrarna Ordem Agostiniana?

Bem, muito simplesmenteporque tinha um primo agosti-niano a quem me dirigi para ob-ter um conselho. Em Malta já ha-via na época uma província daOrdem, na qual entrei em 1943.

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Igreja Entrevista

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E como nasceu o amor porSanto Agostinho?

Eu o conhecia bem pouco,mas em nosso noviciado haviaum professor idoso, padre Anto-nino Tonna-Barthet, de origemfrancesa, especialista em SantoAgostinho, que nos levou real-mente a amá-lo muito. Ele tinhaorganizado uma bela antologiade seus escritos espirituais, intitu-lada De vita christiana, que foitambém traduzida para o italia-no, e que mereceria ser republi-cada. Aquele foi o meu primeirocontato com Agostinho. Depoiso aprofundei um pouco estudan-do filosofia em Malta, e também,naturalmente, no Colégio Inter-nacional Santa Mônica, aqui emRoma, aonde cheguei em 1946para estudar teologia e onde en-contrei padre Agostino Trapè,que foi meu professor: ele era umapaixonado por Agostinho, so-bre o qual eu, de qualquer forma,não sou um especialista. Eu meaprofundei mais no pensamentodos Padres dos séculos II e III.

Em Roma, o senhor pros-seguiu seus estudos...

Sim, na Gregoriana para odoutorado, e no Pontifício Insti-

tuto Bíblico para o mestrado emSagrada Escritura. E em Romafui ordenado sacerdote, em1950, em São João de Latrão.Depois, em 1954, deixei a cida-de por um tempo, para estudar elecionar...

Onde?Primeiro na Terra Santa, de-

pois novamente em Malta, ondeensinei Sagrada Escritura por al-guns anos em nosso estudantadoagostiniano. Em 1957, recebiuma bolsa de estudos e fui a Ox-ford aprender bem o hebraico, eno ano seguinte estava em Cam-bridge, como assistente de pes-quisa do professor Arberry... Vol-tei a Roma em 1961.

Novamente para estudar elecionar?

Sim, e também para escrevera tese em Ciências Bíblicas. Masmal voltei fui nomeado secretáriode dom Pietro Canisio Van Lier-de, que era sacrista do PalácioApostólico e vigário-geral de SuaSantidade para a Cidade do Vati-cano. Com ele “preparamos” oconclave em 1963, aquele emque foi eleito Paulo VI.

O que o senhor quer dizercom isso?

Enquanto sacrista, Van Lierdesupervisionava as cerimônias li-túrgicas do Pontífice, preparavaos utensílios, os paramentos e osaltares para a celebração das mis-sas. O conclave também precisa-va ser organizado em seus aspec-tos “logísticos”. Por exemplo, co-mo na época ainda não era costu-me concelebrar, tínhamos deaprontar todos os altares paraque cada um dos cardeais pudes-se dizer a missa privadamente.

O senhor encontrou Mon-tini naquela ocasião?

É claro. Ouvi sua última con-fissão como cardeal...

E como foi que isso acon-teceu?

Eu cruzei com ele no PalácioApostólico e ele me perguntou seeu era o confessor do conclave.“Não, eminência, não sou eu”,respondi; “vou procurá-lo para osenhor...” “Não, não, não preci-sa... Não posso me confessarcom o senhor mesmo?” Assimfomos à capela Matilde, que hojese chama Redemptoris Mater, eeu ouvi sua confissão. Depois dealgumas horas era Papa. Esperonão lhe ter dado uma penitênciapesada demais...

O senhor não ficou muitotempo nos Palácios Vatica-nos...

Não, porque em 1965 padreTrapè, tão logo eleito prior geralda Ordem, me disse: “Em vez deperder tempo no Vaticano”, oque aliás era verdade, “venha serdiretor do Instituto”, que era oStudium Theologicum Augusti-nianum.

Alguns anos depois, comTrapè, o senhor fundou oInstitutum Patristicum Au-gustinianum...

Sim, o Patristicum era umpouco o nosso sonho, o de terum lugar no qual cultivar e apro-fundar as ciências sagradas, opensamento dos Padres da Igre-ja, de Santo Agostinho e de seusherdeiros. Como havia muitasdúvidas sobre ser possível reali-

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zá-lo e ao mesmo tempo umacerta pressa de instituí-lo, padreTrapè pediu audiência a PauloVI, o qual o abençoou com asduas mãos e o exortou a ir emfrente. Foi inaugurado em maiode 1970. No início houve dificul-dades, mas depois, com o tempo,consolidou-se.

Em Roma o senhor co-nheceu também Albino Lu-ciani...

Quando vinha à Urbe, hospe-dava-se no nosso Colégio. Erarealmente bom e simpático, umhomem humilde, que se escon-dia... Mas também afável, ríamosmuito juntos. Quando estava ali,celebrávamos a missa juntos to-dos os dias às sete da manhã.

Ele se hospedou com vo-cês também antes do concla-ve que o elegeu Papa?

Sim, com outros dois car-deais. Naquele período eu era o

“prior suplente” do Colégio,pois o titular estava ausente, ena noite antes de entrarem noconclave não sabia que palavrasusar para me despedir deles:“Bem, agora não sei como cum-primentá-los, pois um ‘até bre-ve’ é de mau gosto, e boa sorte éainda pior...” Imediatamente de-pois de sua eleição, à noite, an-tes de ir dormir, papa Lucianinos escreveu uma carta, dirigidaa mim enquanto superior tem-porário do Colégio, agradecen-do-nos pela hospitalidade e lem-brando particularmente o irmãoFranceschino.

Quem era Franceschino?O irmão leigo idoso que arru-

mava o seu quarto. Eu me lem-bro de que, numa das oportuni-dades em que Luciani estava co-nosco, Franceschino me disse:“Temos de tomar conta destecardeal, porque um dia vai ser

papa”. Eu corri o risco tambémde me tornar secretário suplentede João Paulo I...

Por quê?Seu secretário, que tinha de ir

a Veneza pegar suas coisas paralevá-las ao Vaticano, me pediuque o substituísse por algum tem-po. Eu, porém, hesitava, porquenaquele momento era alvo deataque público de certos ambien-tes ultraconservadores ressenti-dos com o fato de eu ensinarTeologia Bíblica na Lateranense:“A teologia bíblica é coisa pro-testante, não existe, nós temos ateologia dogmática”, diziam. En-fim, eu não queria criar embara-ços. Assim, Mons. Magee foi au-xiliar o Papa.

A propósito de TeologiaBíblica: o senhor a ensinoupor vinte anos na Universi-dade Lateranense e por trin-ta anos manteve a cátedra de

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Igreja Entrevista

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Hermenêutica Bíblica noPontifício Instituto Bíblico.Como nasceu essa paixãopela Sagrada Escritura?

Eu a tive desde menino. Entreoutras coisas, nas escolas malte-ses ensinavam seriamente a Es-critura e eu me lembro de que co-mo tarefa para os exames nas es-colas secundárias nos apresenta-vam uma passagem do Evange-lho pedindo-nos que explicásse-mos sua proveniência e a inter-pretássemos em seu contexto.Mas eu gostava também da leitu-ra solitária do Novo Testamento,e preferia São Mateus e SãoJoão. Já na época do semináriomanifestei ao mestre dos noviçoso desejo de me dedicar ao estudoda Escritura, mas ele certamentenão me encorajou: “É difícil, épreciso conhecer muitas l ín-guas... Essa exegese, além disso,com a atenção exasperada a cadavírgula...” De fato, não exageroudemais. Seja como for, depois, omeu propósito se realizou.

Lecionando Hermenêuti-ca Bíblica, o senhor aprofun-dou também questões de fi-losofia contemporânea...

Teólogos como Bultmann eseus discípulos – Käsemann eBornkamm –, enfrentando aquestão da separação do Jesushistórico do Jesus da fé e a da de-mitização do Novo Testamento,se apoiavam também no pensa-mento de Heidegger, que eu estu-dei, tal como estudei também oque afirmava Gadamer sobre osubjetivismo da interpretação,sobre a interpretação como “pro-cesso contínuo”. Eu tinha de en-trar na cabeça desses filósofos,aprofundar a influência de Kantsobre o seu pensamento, e, mes-mo não aceitando todas as ideiasque defendiam, devo dizer queaprendi muito com eles.

A paixão pela palavra es-crita provavelmente deve tê-lo levado também a amar a li-teratura...

Sim, certamente. Gosto muitode Shakespeare, Eliot, Words-worth e Pound. Além da literatu-ra anglo-americana, lembro-mede que na escola líamos tambémpoetas e escritores italianos, co-mo Dante, Manzoni e outros clás-sicos, e eu gosto particularmentede Quasimodo e Montale, en-

quanto entre os de língua alemãprefiro Rilke e Hölderlin. Quan-do estava em Cambridge, meocupei também da literatura mal-tesa, na qual o professor Arberryestava interessado. Com ele or-ganizei uma coletânea bilínguede líricas maltesas com traduçãoem inglês, e uma antologia deversos do poeta nacional de Mal-ta, o sacerdote Dun Karm Psaila.Mas não sou um literato; digamosque me considero um simples di-letante. Sinto-me mais prepara-do em relação à arte, fui amigo deLello Scorzelli, pintor e escultorque Paulo VI chamou para traba-lhar em Roma, com o qual fuitambém levar um busto do papaMontini à St. Patrick’s Cathedralde Nova York.

E há também a fotografia...Sim, justamente, para mim a

arte é importante também por-que certas obras me servem co-mo modelo para as minhas fo-tos. Há algum tempo comecei ausar também máquinas fotográ-ficas digitais.

O senhor escreveu um no-tável número de ensaios e li-vros científicos sobre a her-menêutica e sobre a teologiabíblica. A última obra que or-ganizou, porém, é um peque-no livro sobre a oração: Se-nhor, ensina-nos a rezar.

É uma coletânea, organizadapor monjas agostinianas de Lec-ceto e editada pela Lev, das medi-tações que fiz aos meus confra-des do Colégio de Santa Mônicadurante os exercícios espirituaisrealizados em Cássia em 1995.Acredito ser a oração, e não cer-tamente a hermenêutica, a chaveda vida cristã. Precisamos descerdos nossos pedestais, esvaziar-nos do nosso intelectualismo e donosso orgulho. É preciso muitahumildade, para rezar o Rosárioe as orações mais simples, comoas da devoção popular: lá enten-demos como muito frequente-mente é o povo que transmite afé aos sábios. q

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É a oração a chave da vida cristã

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F ui convidado, em 13 de fe-vereiro de 1976, a Roma,para dar testemunho da

minha “vida cotidiana como bis-po” num encontro no CentreSaint-Louis de France. Haviaseis anos que eu dirigia a dioce-se de Marselha, confiada a mimpelo papa Paulo VI. Tinha sidoordenado bispo em Notre-Da-me de Paris em 27 de maio de1969. Em Roma comecei a mi-nha conferência relendo para o

meu auditório, mas com a inten-ção de revivê-los também nomeu coração, os compromissosprevistos pelo Rito da ordena-ção episcopal.

Trago esses compromissossempre comigo. E considereicomo minha “ordem de mis-são” – até por uma coincidênciade datas – a exortação apostóli-ca de Paulo VI dirigida a todosos bispos, cinco anos após o en-cerramento do Concí l io (a

Quinque jam anni, de 8 de de-zembro de 1970).

O papa Paulo VI nos pediaque considerássemos o grave eurgente dever de anunciar a Pa-lavra de Deus ao povo para queeste crescesse na fé e no enten-dimento da mensagem cristã etestemunhasse, com toda a suavida, a salvação em Jesus Cristo.O Papa nos pedia para sermos“resolutos para que nenhum im-pedimento detivesse a onda

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Igreja Testemunhos

pelo cardeal Roger Etchegaray

Aquilo de que precisamos mais é a oração

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abundante de graças celestesque hoje alegra a Cidade deDeus”. O que os homens espe-ram – assim dizia Paulo VI –“não é tanto uma superabun-dância de palavras, quanto umapalavra em consonância comuma vida mais evangélica”.

Retomo aqui longas passa-gens do meu testemunho, maspeço ao leitor que não esqueçaque esse data de 36 anos!

O bispo em sua Igrejaparticular...Todo bispo sabe que tem de es-tar ao mesmo tempo a serviçoda sua Igreja “particular” e a ser-viço da Igreja “universal”. Trata-se de duas categorias que ape-lam à luz de uma realidade queas engloba: a catolicidade daIgreja. Catolicidade que o Vati-cano II exprime de maneira sur-preendente quando declara queé exatamente a partir das Igrejasparticulares que a Igreja existe:“in quibus et ex quibus una et

unica Ecclesia catholica exsistit”(Lumen gentium, 23)... Aosolhos de um bispo dos primeirosséculos, a Igreja é em primeirolugar local: não no sentido geo-gráfico do termo, mas no senti-do vital, de modo que, em tornodo bispo, uma parte do povo deDeus vê a manifestação maisplena do mistério da Igreja.

A minha diocese, toda urba-nizada, reduz-se a Marselha e àperiferia mais próxima, mas éfácil descobrir nela o caráter cos-mopolita, através da presença,em um espaço tão restrito, deminorias tão importantes comoa judaica, a muçulmana, a armê-nia ortodoxa. Os católicos mar-selheses, que eram a “maioria”,viviam em harmonia com essasminorias em uma cidade defini-da “a Atenas do Ocidente” eque, evangelizada desde as ori-gens do cristianismo, tinha dadoà Igreja um papa, Urbano V.

Marselha já v ivenciava oavanço da secularização: a práti-

ca dominical oscilava entre os10% e o 0,5% dos bairros dosoperários. Poucos têm uma cor-reta ideia da vida cotidiana deum bispo. O padre Bouyer, emseu livro L’Église de Dieu, es-creve que “o bispo ordena os sa-cerdotes para torná-los aptospara funções apostólicas que defato, ele mesmo, não cumprequase nunca!”. Observaçãopungente, de um célebre teólo-go que adorava o exagero. Nãoreconhecia nela a realidade quehabitualmente vivia: todos osdias começavam com a oração ese encerravam no silêncio daadoração eucarística, que dava àfragmentação de um dia real-mente apostólico toda a sua coe-são e o seu dinamismo pascal.

A minha vida na diocese erafeita de contatos e de trocas comas pessoas e isso conta muitonuma cidade mediterrânea como risco, expondo-se, de fazer-sedevorar... Era preciso defender-se um pouco, sem impor-se

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Na página ao lado,

à esquerda,

com Paulo VI

durante o primeiro

Sínodo dos Bispos,

depois do Concílio, no

outono de 1967;

à direita, por ocasião da

entrada solene

de Roger Etchegaray

como arcebispo

em Marselha,

em 16 de janeiro

de 1971;

aqui, ao lado,

o cardeal Etchegaray

durante uma festa numa

paróquia

de Marselha

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porém uma agenda rígida queexcluísse o imprevisto. Toda se-mana eu me concedia uma ma-nhã inteira para receber qual-quer um que quisesse ver-mesem hora marcada. Garanto avocês que aprendi muito com es-ses encontros.

Em relação aos sacerdotes,vivemos numa época em que énecessário que o bispo dediquemuito tempo a eles. Encontran-do-se na linha de fronteira da du-pla evolução, do mundo e daIgreja, precisam ser reconheci-dos, confortados, garantidos an-tes de tudo pelo próprio bispo.Eu tinha de evitar que o bispo e oseu conselho episcopal se per-dessem no labirinto – cada vezmais complicado – de nomea-ções que procuravam não ape-nas canalizar as necessidadesobjetivas, mas levando em contaas consultas com os grupos desacerdotes ou de militantes cris-tãos... Pergunto-me se algunsproblemas internos à vida daIgreja não absorvem demais obispo, em prejuízo de seu traba-lho missionário e da retomadasempre nova do Evangelho.

Quanto às relações com ospoderes públicos, posso dizerque em Marselha eu participavapouco dos eventos oficiais. Nãose tratava de distanciamento,nem mesmo de reservas peran-te as autoridades temporais,mas de livrar de qualquer possí-vel ambiguidade o significadoespiritual do ministério episco-pal. Quis, porém, preservaruma tradição tipicamente mar-selhesa: a missa do “Voto” – vo-to feito após a peste de 1722 –que reúne fielmente para a festado Sagrado Coração todas asforças vivas da cidade. Aprovei-tava isso para concentrar a mi-

nha homilia em um tema refe-rente às responsabilidades polí-ticas, econômicas e sociais deMarselha. Além disso, sempregostei muito de encontrar emparticular os que tinham um car-go público e que, pela sua fé,eram levados a aprofundar osentido da sua ação.

... e na Igreja universalTorna-se um bispo entrando nacomunhão dos bispos. Não pos-so exercer meu ministério epis-copal senão em um “Nós”, queé o único que dá significado ao“Eu” individual. Mas como man-ter vivo esse vínculo recíproco ecomunitário? Tratava-se de um

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Igreja Testemunhos

Enfim gostaria de lembrar – é o último ponto,mas de fato é o primeiro – o posto central da Eucaristia na vida e no ministério do bispo. A Eucaristia fundamenta e nutre a verdadeira comunhão, uma vez que todosos particularismos são superados quando oscristãos afirmam a sua esperança no retornoglorioso do Senhor. A Eucaristia é o lugar em que se revela plenamente a gratuidadedo amor absoluto de Deus. A verdade do homem está nessa ação de graça

Jesus ressuscitado e os apóstolos naGalileia, escultura multicor do século XIV,

coral da Catedral de Notre-Dame, Paris

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“affectus collegialis”, segundo adefinição de Lumen gentium.Para mim, realizava-se em pri-meiro lugar com os bispos pró-ximos, o de Aix-en-Provence eos da minha região, Provence-Méditerranée que reunia 10 dio-ceses. Depois havia a Conferên-cia episcopal da França. Vistade fora, esta se apresentava àsvezes sob a forma de uma novafeudalidade que, por sua eficá-cia, parecia ser mais que umsimples laço com a autoridadeuniversal do Papa. O cardeal Sa-liège declarava com uma fórmu-la lapidária: “Temos um episco-pado, certo, mas não temosmais bispos”.

De fato, eu me fazia algumasperguntas. Por exemplo, comodar um rosto mais pessoal a de-clarações coletivas? Porque –isto é certo – a palavra de umbispo ainda conta. Lembro-medas cartas pastorais do cardealSuhard, cujo vigoroso pensa-mento continua a confortar-me, ou da carta pessoal de Pau-lo VI ao cardeal Roy sobre osproblemas da justiça.

Outra pergunta refere-se aosencargos dos bispos. Eles estãosobrecarregados de trabalho,têm de se pronunciar sobre umaquantidade de temas sem o dis-tanciamento suficiente. Essa“onipresença” não corre o riscode se tornar, na realidade, uma“oniausência”?

Seria preciso perguntar-secomo sanar o risco maior, o dafalta de tempo dedicado à refle-xão doutrinal, a uma reflexãoamadurecida a ponto de perce-ber tudo a partir de uma vida in-cessantemente inspirada pelosopro do Espírito. O magistériodo bispo deve garantir que otestemunho da Igreja sobre Je-sus Cristo continue a ser o tes-temunho dos Apóstolos. Nãohá enunciado da fé que não sejainteligência da fé em uma dadacultura. É uma tarefa árdua,ainda mais porque o estudo tor-nou-se difícil em consequênciada fusão dos seminários e da di-minuição do número de sacer-dotes bem formados do pontode vista bíblico e teológico.

Voltando à comunhão epis-

copal, gostaria de acrescentarque a unidade com o bispo deRoma é o que dá a cada bispouma dimensão catól ica e aomesmo tempo uma garantia,porque a fé do sucessor de Pe-dro conforta a nossa. É do ma-gistério do Papa que todas asIgrejas locais precisam, poiscom frequência se fragilizampor inumeráveis pressões.

O bispo servidor da clarividência evangélicaA clarividência evangélica... nãotem nada a ver com qualquerforma de vidência! Esse termome foi inspirado pelo antigo epi-táfio de Abércio, conservado emRoma, antigamente no Latrão,hoje nos Museus Vaticanos, quedescreve Cristo como o “pastorcom grandes olhos que veempor tudo”. É desse modo que o“epíscopo” exerce a sua missãode discernimento espiritual.

Pobre e santa Igreja! Certa-mente, nunca se falou tanto ecom todos os tons a seu respei-to, enquanto muitas geraçõessimplesmente viveram nela

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Aquilo de que precisamos é a oração

Abaixo, Etchegaray, jovem padre, em Baiona durante uma marcha noturna a Lourdes;

à direita, com os peregrinos de Marselha, também em Lourdes

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sem nem ao menos pensar quepudessem discutir sobre ela, nãomais do que faz uma criança emrelação à sua mãe. Quem tem fénão pode considerar a Igreja co-mo o “aparato” de um partido enão como um corpo vivo. Deusnos ensinou a contemplá-la pormeio de imagens muito simplesque a Bíblia tomou da nossa vidade homens e que apresenta comextraordinária abundância.

É verdade que o Vaticano IIprivilegiou a imagem do “Povode Deus”, como uma das maisdinâmicas e, graças a ela, algu-mas realidades da Igreja que es-tavam adormecidas há tempospuderam reencontrar uma saídafeliz e um novo impulso. Mas al-guns desejaram dar a essa ima-gem um significado político etentaram – dentro da Igreja – ex-

plorá-lo hipertrofiando esse te-ma tão rico teológica e pastoral-mente. Chegou-se a criticar aautoridade da Igreja em nomedo profetismo e tudo isso acon-teceu num contexto em que ospontos de referência tendiam adesaparecer.

Mesmo assim, aos poucoscomeçou a voltar à tona o senti-mento liberatório da autoridadeda Igreja, sobretudo quando sepercebeu a ameaça de gruposde pressão mais intolerantes,mais tirânicos, mais impietosospara com a velha voz, compla-cente, da santa Madre Igreja!

O Bispo, servidor da comunhão na IgrejaHá uma característica que dis-tingue hoje a vida cotidiana dobispo e é o serviço da comunhão

na Igreja. Como escrevia SantoInácio de Antioquia à comunida-de de Tralles, “o bispo, o ho-mem para a unidade”. Uma ten-tação moderna dos cristãos é ade medir o vigor da sua fé combase na energia que dedicampara viver os seus conflitos. Se adoença de ontem era a obsessãoda unidade, a doença de hoje é aapologia da diferença.

Em outras épocas, os homensno mundo e os cristãos na Igrejatinham pontos de referênciapreestabelecidos que os ajuda-vam na sua conduta e os uniamem relação ao essencial reconhe-cido por todos; assim era possívelcombater sem temor em tornodas coisas secundárias. Hoje cadaum pretende ter o próprio itinerá-rio pessoal e elabora, às apalpa-delas, a própria lei, a própria dou-trina. É daí que vem esse aspectode guerra de religião que os con-flitos atuais assumem. Cada ho-mem, cada grupo, quando procu-ra dotar-se de um dogma próprioe de uma moral própria, logo setorna sectário e intolerante. Emespecial, nada é mais temível quea pretensão totalizante da açãopolítica, sobretudo em uma épo-ca em que o absoluto da fé se en-fraquece; aderindo a ela sem re-servas, os homens se expõem asacrificar a própria integridade,

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Igreja Testemunhos

Acima, durante

uma ordenação

sacerdotal

em Marselha;

à esquerda,

o epitáfio

de Abércio,

atualmente

conservado nos

Museus Vaticanos

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como lembrava com emoção Sol-genitsin por ocasião do recebi-mento do prêmio Nobel.

Diante dessas reflexões so-bre a unidade na Igreja, temosde colocar a grande questão dafé. A Igreja não é um quebra-ca-beças de crentes. A consciênciade que a comunidade eclesial éuma comunhão fraterna e hie-rárquica reunida por Cristo, acomunicação espontânea naconfissão da fé, são coisas quehoje dificilmente conseguemmanifestar-se. Nisso, a expe-riência das primeiras comuni-dades cristãs é exemplar: quan-do se trata de preservar ou di-fundir a fé, a unidade vem antesde todo o resto. São Paulo ousaaté dizer com firmeza: “Aindaque nós mesmos ou um anjovindo do céu vos pregar umevangelho diferente daqueleque vos anunciamos, seja aná-tema” (Gl 1,8). Cristãos ou gru-pos de cristãos que não sentis-sem o necessário desejo de veri-ficar a unidade da sua fé pormeio de trocas e comunicaçõescorreriam o risco de se tornarseitas ou guetos.

Deveria dizer também algu-mas palavras sobre a unidadeentre o bispo e seus sacerdotes.Indo em visita de um grupo desacerdotes para outro, eu tinhaàs vezes a impressão de me des-locar de um continente para ou-

tro... tantas eram as diferençaspastorais, fruto das diversidadesdas realidades humanas em quecada sacerdote estava inserido.Tudo isso merece ser reconheci-do de maneira positiva por partedo bispo, mas com uma condi-ção: os projetos missionários deum grupo estejam abertos aoconfronto e prontos a enrique-cer-se com a descoberta dos ou-tros, que haja algo vital a comu-nicar e que, na base, haja umasemelhança de vocação e demissão. Cada verdadeira dife-rença não pode subsistir senãosobre uma base de unidade.

Enfim gostaria de lembrar – éo último ponto, mas de fato é oprimeiro – o posto central daEucaristia na vida e no ministé-rio do bispo. A Eucaristia funda-menta e nutre a verdadeira co-munhão, uma vez que todos osparticularismos são superadosquando os cristãos afirmam asua esperança no retorno glo-rioso do Senhor. A Eucaristia éo lugar em que se revela plena-mente a gratuidade do amor ab-soluto de Deus. A verdade do

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Aquilo de que precisamos é a oração

O cardeal celebra um casamento

¬O santuário de Nossa Senhora da Guarda de Marselha

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homem está nessa ação de gra-ça. A vida contemplativa e osgrupos de oração de louvor quehoje se multiplicam, sobretudoentre os jovens, são para um bis-po pontos de referência e de es-perança, que ele perscruta comseus olhos e protege como o co-ração da vida da Igreja.

Concluo aqui, mesmo saben-do que um testemunho nunca seconclui e que o “martyrion” dobispo é em fogo baixo: não lhecortam mais a cabeça, mas setornou uma espécie de alvo...

Como mudou a figura do bis-po ao longo dos séculos, depoisde Santo Ambrósio, São Gregó-rio, São Carlos Borromeu, SãoFrancisco de Sales... Cada bispoé levado a refletir sobre o fato deque não é mais julgado com ba-se na ideia que normalmente setem da função episcopal, mas

com base naquela que ele mes-mo dá. A função já não recobreo homem ou, melhor, o bispotornou-se um homem públicotambém na sua vida pessoal.Hoje mais do que nunca lhe épedido que seja santo. Não é de-mais para ele.

Estas páginas ajudam-me aenfrentar o “tempo forte” que opróximo mês de outubro repre-sentará, com os três momentosdo Sínodo sobre a Nova Evan-gelização, da abertura do Anoda Fé e dos 50 anos do VaticanoII. Peço a esmola da oração paraque eu viva à imagem do apósto-lo Paulo, como alguém que di-funde o evangelho: apaixonadopelo anúncio da Boa Nova; ju-deu com os judeus, grego comos gregos, solidário com todo equalquer homem, segundo o seuambiente e a sua cultura; tudopara todos, para salvar pelo me-nos algum; pronto a interpretaros sinais do Espírito para correraonde não imaginaria ir; capazde fundar comunidades de fé nocoração das Corintos e das Éfe-

sos do nosso tempo; disposto agerar incansavelmente novosfiéis, sustentando-os, corrigin-do-os se necessário; atento a te-cer laços entre as comunidades,antigas e novas, da Igreja paraque deem reciprocamente umtestemunho de fé e de oração; eenfim, que eu mesmo possa lou-var ao Senhor incessantementepor seus frutos do Espírito quevejo amadurecer nos lugaresmais recônditos da cidade; quepossa usar as minhas pobresforças para revelar o Ressuscita-do, esperando com fervor o seuretorno. E que eu seja jubiloso,jubiloso de uma esperança inde-fectível.

Agradeço a Giovanni Cubed-du e a equipe de 30Giorni porter retomado um velho textoque faz vir à tona o que mudou eo que permanece. Faço-memais mendicante do que nuncapara suplicar aos leitores de30Dias para que rezem pormim. Aquilo de que precisamosmais é a oração.

Obrigado.

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Igreja Testemunhos

Com madre Teresa de Calcutá,

em Marselha

Bento XVI com o cardeal Etchegaray

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“EIS QUE EU FAREI NOVAS TODAS AS COISAS”

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Homilia de sua eminência o cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, durante uma santa missa

na qual foi administrado o sacramento da Crisma

Roma, 18 de fevereiro de 2012Basílica de São Lourenço fora dos Muros

“Jesus nos dará a força. Não vós, mas Ele em vós”

A incredulidade de Tomé, Mestre do séc. XIV, Igreja Superior do Sacro Speco, Subiaco (Roma)

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“EIS QUE EU FAREI NOVAS TODAS AS COISAS”

Primeira Leitura (Is 43,18-19.21-22.24b-25)

Do livro do profeta Isaías

Assim fala o Senhor: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eufarei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estradano deserto e farei correr rios na terra seca. Este povo, eu o criei para mim e ele cantará meus lou-vores. Mas tu, Jacó, não me invocaste, e tu, Israel, de mim te fatigaste. Com teus pecados, tratas-te-me como servo, cansando-me com tuas maldades. Sou eu, eu mesmo, que cancelo tuas cul-pas por minha causa e já não me lembrarei de teus pecados”.

Segunda Leitura (2Cor 1,18-22)

Da segunda carta de São Paulo apóstolo aos coríntios

Eu vos asseguro, pela fidelidade de Deus: o ensinamento que vos transmitimos não é “sim enão”. Pois o Filho de Deus, Jesus Cristo, que nós – a saber: eu, Silvano e Timóteo – pregamosentre vós, nunca foi “sim e não”, mas somente “sim”. Com efeito, é nele que todas as promes-sas de Deus têm o seu “sim” garantido. Por isso também, é por ele que dizemos “amém” aDeus, para a sua glória. É Deus que nos confirma, a nós e a vós, em nossa adesão a Cristo, comotambém é Deus que nos ungiu. Foi ele que nos marcou com o seu selo e nos adiantou como si-nal o Espírito derramado em nossos corações.

Do Evangelho de São Marcos (Mc 2,1-12)

Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que eleestava em casa. E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante daporta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra. Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado porquatro homens. Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram entãoo teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama emque o paralítico estava deitado. Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico:“Filho, os teus pecados estão perdoados”. Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados,refletiam em seus corações: “Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: nin-guém pode perdoar pecados, a não ser Deus”. Jesus percebeu logo o que eles estavam pensan-do no seu íntimo, e disse: “Por que pensais assim em vossos corações? O que é mais fácil: dizerao paralítico ‘os teus pecados estão perdoados’, ou dizer ‘levanta-te, pega a tua cama e anda’?Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados –disse ele ao paralítico – eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!” O paralíti-co então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admira-dos e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim”.

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O Espírito sempre é novo, sempre vem para renovar.

Foi o que ouvimos na primeira leitura, a profecia: “Eis que

eu farei novas todas as coisas”. Assim faz Deus, assim faz o

Espírito. Por isso peçamos o auxílio de Deus para estarmos

atentos à voz do Espírito, à novidade

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Na oração no início da missa, fizemosum apelo a Deus Pai: “Que o teu auxí-lio, Pai misericordioso, nos faça sem-

pre atentos à voz do Espírito Santo”. Precisa-mos desse auxílio de Deus para entender a vozdo Espírito, a novidade do Espírito. O Espíritosempre é novo, sempre vem para renovar. Foio que ouvimos na primeira leitura, a profecia:“Eis que eu farei novas todas as coisas”. Assimfaz Deus, assim faz o Espírito. Por isso peça-mos o auxílio de Deus para estarmos atentos àvoz do Espírito, à novidade.

Fazer tudo novo. O Evangelho nos conta ahistória do paralítico que foi renovado com aforça do Espírito de Jesus. O Espírito estavaem Jesus. Jesus é aquele que nos envia o Espí-rito para renovar tudo. Jesus é o único capazde começar tudo de novo, de recomeçar a vi-

da. Pensemos na vida desse paralítico, na vidafísica, e também na vida interior – pois o Se-nhor cura primeiro a sua alma: “Os teus peca-dos estão perdoados”. Jesus tem o poder,com a força de seu Espírito, de renovar o co-ração. Devemos ter confiança nisso. Se nósnão temos confiança na força de Jesus Cristocomo a única salvação, o único que pode fazernovas todas as coisas, somos cristãos de men-tira. Não somos cristãos genuínos.

Jesus não obriga você a ser cristão. Mas, sevocê diz que é cristão, deve crer que Jesustem toda a força – que é o único que tem a for-ça – para renovar o mundo, para renovar asua vida, para renovar a sua família, para re-novar a comunidade, para renovar a todos.Essa é a mensagem que hoje devemos levarconosco, pedindo ao Pai que nos faça aten- ¬

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“Jesus nos dará a força. Não vós, mas Ele em vós”

O cardeal Jorge Mario Bergoglio durante a homilia na Basílica de São Lourenço fora dos Muros

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«IO FACCIO NUOVE TUTTE LE COSE»

tos à voz do Espírito que realiza essa obra: oEspírito de Jesus.

Hoje, seguindo o convite do meu amigo pa-dre Giacomo, a quem quero tanto bem, e nóstodos devemos rezar por ele, porque está umpouquinho doente... Rezaremos todos porele? Sim ou não? Não ouço nada... Se a ora-ção é assim, estamos perdidos... Rezaremostodos por ele? Sim!

O convite para hoje é fazer estas crismas avocês que vêm para receber a força do Espíri-to de Deus: creiam na força do Espírito! É oEspírito de Jesus. Creiam em Jesus, que lhesenvia esse Espírito – a vocês e a todos nós: nosenvia o Espírito para renovar tudo. Vocês nãosão cristãos de mentira, cristãos apenas pormodo de dizer. São cristãos com a palavra, ocoração, com as mãos. Sentem como cris-tãos, falam como cristãos e fazem obra decristãos. Mas vocês sozinhos não podem fazê-lo. É Jesus que lhes dará esse Espírito, lhes da-rá a força para renovar tudo: não vocês, masEle em vocês.

E com este pensamento de Jesus que é aúnica salvação, o único que nos traz a graça,que os dá a paz, a fraternidade, que nos dá asalvação, prossigamos a celebração destamissa com a oração do Credo, a profissão danossa fé. q

O cardeal Bergoglio ao final

da missa com os jovens crismados

30DIAS Nº 1/2 - 201262

Vocês não são cristãos de mentira, cristãos apenas por modo

de dizer. São cristãos com a palavra, o coração, com as mãos.

Sentem como cristãos, falam como cristãos e fazem obra

de cristãos. Mas vocês sozinhos não podem fazê-lo.

É Jesus que lhes dará esse Espírito, lhes dará a força para

renovar tudo: não vocês, mas Ele em vocês

“EIS QUE EU FAREI NOVAS TODAS AS COISAS”

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Só uma palavra, um breve pensamento pa-ra recordar Dom Giussani no sétimo ani-versário de sua morte. Nestes dias mais de

uma vez me lembrei da frase de Jesus que Gius-sani – retomando-a de Paulo VI – repetia nosmomentos decisivos da vida: “O Filho do Ho-mem, quando vier, será que ainda vai encontrarfé sobre a terra?” (Lc 18,8) Quando Jesus vol-tar, encontrará ainda a fé sobre a terra? Pois édeste dom, em primeiro lugar, que precisamos:da fé. Quando o Senhor retornar, encontraráainda a fé sobre a terra? Precisamos da fé a cada

instante, a cada momento. E como é bonito, co-mo é real, que, tendo tanta necessidade da fé, afé seja graça de Deus, seja dom de Deus. Gratiafacit fidem, diz Santo Tomás: a graça cria a fé,e não apenas quando a fé começa, mas a graçacria a fé a cada instante, a cada momento. Nofundo a vida de Dom Giussani foi testemunho eexemplo desta realidade: que a graça cria a fé acada instante.

O que nos é dado – pois isso também é dado–, o Evangelho de hoje e a carta de Tiago o ex-pressam com a palavra humildade. O que nos édado é sermos humildes, pois aos soberbosDeus resiste, aos humildes concede a sua graça.O que nos é dado é que sejamos como crianças.

Aqui, neste santuário de Santo Antônio, pe-çamos a ele, que por puro dom tomou nos bra-ços o menino Jesus e pelo menino Jesus foi car-regado, peçamos a Santo Antônio sermos co-mo crianças. Peçamos isso a ele e peçamos aGiussani, agora que no Paraíso vê, como já ti-nha vislumbrado e comunicado na terra, oquanto é bom ser como crianças que esperamtudo do Senhor. q

30DIAS Nº 1/2 - 201264

Homilia de padre Giacomo Tantardini no sétimo aniversárioda morte de padre Luigi Giussani

“O Filho do Homem, quando vier, será que ainda vaiencontrar fé sobre a terra?” (Lc 18,8)

Pádua, 21 de fevereiro de 2012, Basílica de Santo Antônio

Jesus abençoa as crianças, afresco da época carolíngia

conservado na igreja abacial de São João Batista de Müstair,

em Val Monastero, no Cantão dos Grigioni, Suíça

Padre Giacomo Tantardini e Dom Giussani na praça de

São Pedro, no Domingo de Ramos, em 23 de março de 1975,

Ano Santo

EM ORAÇÃO

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Primeira leitura (Tg 4,1-10)

Caríssimos, de onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós? Não vêm, justamente,das paixões que estão em conflito dentro de vós? Cobiçais, mas não conseguis ter. Matais ecultivais inveja, mas não conseguis êxito. Brigais e fazeis guerra, mas não conseguis possuir.E a razão está em que não pedis. Pedis, sim, mas não recebeis, porque pedis mal. Pois só que-reis esbanjar o pedido nos vossos prazeres. Adúlteros, não sabeis que a amizade com o mun-do é inimizade com Deus? Assim, todo aquele que pretende ser amigo do mundo torna-seinimigo de Deus. Ou julgais ser em vão que a Escritura diz: “Com ciúme anela o espírito quenos habita”? Mas ele nos dá uma graça maior. Por isso, a Escritura diz: “Deus resiste aos so-berbos, mas concede a graça aos humildes”. Obedecei pois a Deus, e ele se aproximará devós. Purificai as mãos, ó pecadores, e santificai os corações, homens dúbios. Ficai tristes, ves-ti o luto e chorai. Transforme-se em luto o vosso riso, e a vossa alegria em desalento. Humi-lhai-vos diante do Senhor, e ele vos exaltará.

Evangelho (Mc 9,30-37)

Naquele tempo, Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguémsoubesse disso, pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homemvai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, eleressuscitará”. Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo deperguntar. Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “O que dis-cutíeis pelo caminho?” Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutidoquem era o maior. Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o pri-meiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” Em seguida, pegou umacriança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: “Quem acolher em meu nome umadestas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não amim, mas àquele que me enviou”.

Peçamos a Santo Antônio

sermos como crianças.

Peçamos isso a ele e peçamos

a Giussani, agora que no

Paraíso vê, como já tinha

vislumbrado e comunicado

na terra, o quanto é bom ser

como crianças que esperam

tudo do Senhor

30DIAS Nº 1/2 - 2012 65

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Estou muito contente, portanto, com o fato de 30Giorni fazer uma nova edição destepequeno livro que contém as orações fundamentais dos cristãos, amadurecidas ao longodos séculos. Elas nos acompanham durante todas as vicissitudes da nossa vida e nos aju-dam a celebrar a liturgia da Igreja rezando. Faço votos de que este pequeno livro possa setornar um companheiro de viagem para muitos cristãos.

da apresentação do cardeal Joseph Ratzinger(eleito Papa em 19 de abril de 2005 com o nome de Bento XVI)

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