na amamentação - bialgravidez e amamentação. o pai importa em todas as fases, desde a...

17
˚ ˚Quadrimestral˚ ˚Distribuição˚Gratuita Nº17 Junho 2017 PAPEL DO PAI NA AMAMENTAÇÃO SUPLEMENTAÇÃO COM IODO CURSO DE PREPARAÇÃO PARA O PARTO ESTRATÉGIAS PARA ACALMAR O BEBÉ Necessidades do iodo aumentadas na preconceção, gravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, informada e feliz”. Saiba como serenar o recém- nascido nos primeiros tempos. Dez dias depois vai entendê-lo.

Upload: others

Post on 24-Jun-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

  Quadrimestral  Distribuição Gratuita

Nº17 Junho 2017

papel do pai na amamentação

SuplementaçãoCom iodo

CurSo de preparaçãopara o parto

eStratégiaS paraaCalmar o bebé

Necessidades do iodo aumentadas na preconceção, gravidez e amamentação.

O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto.

Para viver o parto de uma forma “descomplexada, informada e feliz”.

Saiba como serenar o recém-nascido nos primeiros tempos. Dez dias depois vai entendê-lo.

Page 2: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

Untitled-1 1 23/06/14 17:392 pub.indd 1 04/12/14 15:22

Page 3: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

índice03

08

2016 24

12

Vacinar é positivo. Diz o pediatra Mário Cordeiro a

propósito do sarampo.

Na preconceção, gravidez e amamentação, as necessidades

de iodo estão aumentadas.

O pai deve participar em todas as fases, desde o planeamento

até ao pós-parto.

Saiba como serenar o recém-nascido nos primeiros tempos.

Em 10 dias os pais já o entendem.

Para viver o parto de forma “descomplexada, informada e,

acima de tudo, feliz”.

As necessidades nutricionais da mãe lactante são semelhantes à da grávida no último trimestre.

04

16

08

20

12

24

Notícias

Papel do pai na amamentação

Suplementação com Iodo

estratégias para acalmar o bebé

curso de prepara-ção para o parto

alimentação da mãe no pós-parto

Os dados, opiniões e conclusões expressos nesta publicação não refletem necessariamente os pontos de vista da Bial, mas apenas os dos Autores. A Bial não se responsabiliza pela atualidade da informação, por quaisquer erros, omissões ou imprecisões.

PROPRIEDADE GRUPO BIAL EDITOR GOODY Consultoria, S.A.

SEDE SOcIAl Praça Bernardino Machado 11 A, Lumiar – 1750-042 Lisboa - Tel. 218 621 540 DIRETOR GERAl António Nunes ASSESSOR DA DIREçãO GERAl Fernando Vasconcelos

DIRETORA DE DIVISãO DE SAÚDE Violante Assude [email protected] REDAçãO Iolanda Veríssimo e Paula Braga FOTOGRAFIA Dreamstime DESIGn GRáFIcO Sofia Marques

TIRAGEm 12.000 exemplares PRé-ImPRESSãO E ImPRESSãO Rebelo A. Gráficas

Page 4: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

notícias04 05

novemeses.pt novemeses.pt

notícias

Vegetais, graVidez e bebé

Vacinar é positiVo

O hábito de comer vegetais pode começar ainda na gravidez. Segundo estudos divulgados no portal Science Daily, as grávidas que ingerem mais alimentos com polifenóis de gosto amargo, como couve e/ou couves de Bruxelas, têm filhos mais recetivos a este tipo de alimentos quando os provam pela primeira vez. O especialista em Nutrição, Dietética e Saúde, Richard Rosenkranz, da

Universidade do Estado do Kansas, aconselha, no entanto, que se inicie com os vegetais mais doces, como a cenoura e o milho. Outra sugestão é oferecer ao bebé pedaços pequenos à medida da sua boca ou incentivarem a criança a comer o milho, por exemplo, grão a grão. Os vegetais cortados em formas mais apelativas e divertidas ajuda o bebé a comer melhor e a desenvolver as suas competências motoras e táteis.

ajudar os bebés a regular o sono reduz para metade o risco de obesidade

Um estudo realizado no Reino Unido sugere que “as crianças com horários de sono regulares têm menos probabilidades de se tornarem obesas na idade adulta”. De acordo com a notícia publicada no portal dos Serviços Nacionais de Saúde britânicos (NHS Choices), ter um horário regular para as refeições e para ir para a cama, assim como a imposição de limites para ver televisão são todos fatores associados a uma melhor regulação emocional na criança, aos três anos de idade, podendo contribuir para a regulação cognitiva e para a saúde no geral.

é a idade média das mães do

primeiro filho em portugal, em 2016, segundo

o instituto nacional de estatística.

87.577 criança s na sceram em

portugal em 2016. mais 3% que em 2015, de acordo

com a unidade de ra streio neonatal, metabolismo e

genética do departamento de genética humana do

instituto ricardo jorge.

30,3

O pediatra Mário Cordeiro lembra que vacinar os filhos é algo positivo. «Os pais que não vacinam os filhos são negligentes e deviam ser responsabilizados», declarou recentemente à agência Lusa a propósito do surto de sarampo que atingiu Portugal e também a Europa. Mário Cordeiro lembra que o fenómeno de os pais não quererem vacinar os filhos se deve a uma mistura de mal-entendidos e teorias da conspiração, que são sinónimo de ignorância. «Dizer mal das

vacinas é um luxo de um país que já não tem casos diários de meningite ou mortes por sarampo, como aconteceu em 1994, defende o especialista.Mário Cordeiro explica que o facto de as vacinas “mexerem” com a imunidade das crianças - principal argumento dos pais que são contra a vacinação - é positivo e não negativo, pois a criança fica imunizada para a doença, sem sofrer os malefícios que esta poderia causar caso não estivesse vacinada.

Page 5: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

notícias06 07

novemeses.pt novemeses.pt

notícias

nicotina durante

a graVidezÁcido fólico é benéfico…

acupuntura diminui cólicas

do lactente

bebé reconhece toque da mãe ainda

no útero

O tronco encefálico auditivo, uma área do cérebro que desempenha uma função de análise dos padrões sonoros, pode desenvolver-se de forma anormal no bebé, quando as mães são expostas a nicotina, antes e depois do parto, conclui um estudo publicado no The Journal of Physiology. Um tronco encefálico auditivo debilitado aumenta a probabilidade de dificuldades de audição e problemas no desenvolvimento da linguagem na criança.

ter um cão ajuda a estimular o sistema imunitÁrio da criança, ao permitir que esta seja exposta a bactérias “saudÁVeis”. inVestigadores da uniVersidade de toronto, uniVersidade de alberta e uniVersidade de british columbia indicam que a composição da flora intestinal é mais rica e diVersificada nas crianças que estiVeram expostas a animais de estimação antes e depois do nascimento.

O aleitamentO maternO prOtege O bebé de:

OtitesAlergiasVómitosDiarreiaPneumoniasBronquiolitesMeningites

Sabia que...

… para a saúde psicológica da criança. São os resultados de uma investigação desenvolvida por Tony Cassidy, professor da Ulster University, em parceria com outros especialistas, e que foi apresentada na Conferência Anual da British Psychological

Society, realizada em Brighton, no Reino Unido. Diz o estudo que as crianças cujas mães fizeram suplementação continuada ao longo de toda a gravidez – e não só nos primeiros três meses – demonstravam níveis mais altos de inteligência emocional e resiliência.

Um estudo realizado por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Lund, na Suécia, e publicado na revista científica Acupuncture in Medecine sugere que a medicina tradicional chinesa pode acalmar o choro dos bebés que sofrem de cólicas.

Ao longo de duas semanas, dois grupos de lactentes saudáveis, com idades compreendidas entre as duas e as oito semanas, que choravam pelo menos três horas por dia, três dias por semana, frequentaram sessões de acupuntura e um outro grupo recebeu apenas os cuidados habituais nestas circunstâncias.Os resultados permitiram concluir que os bebés tratados com recurso à acupuntura choravam, em média, menos 40 minutos do que os que recebiam os cuidados normais. Contudo, segundo o pediatra francês Alain Bocquet serão necessários estudos mais aprofundados para comprovar estas conclusões.

Um estudo da Universidade de Dundee, no Reino Unido, comprovou que o bebé é capaz de reconhecer o toque da mãe ainda no útero. A análise efetuada a vídeos de ecografias 4D – que registaram as reações do bebé ao toque de várias pessoas na barriga da grávida, inclusive o pai – permitiu concluir que os bebés têm mais propensão para estender a mão e tocar na parede do útero quando é a mãe a acariciar a barriga e não outras pessoas, onde se inclui o pai. Fonte: OMS

Sabia que...

Page 6: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

Iodo: um elemento a não esquecer

novemeses.pt

O que é O iOdO e para que serve?O Iodo é um elemento natural que existe na crosta terrestre de forma diminuta. No ser humano o Iodo é fundamental para a produção das hormonas geradas pela glândula Tiroide (Hormonas Tiroideias). Estas são por sua vez essenciais para as várias etapas do metabolismo e desenvolvimento humano. A redução da função da Tiroide por falta de Iodo pode levar a mecanismos de compensação como o Bócio (aumento do volume da Tiroide) e até mesmo ao Hipotiroidismo (redução da concentração de Hormonas Tiroideias), muitas vezes associado a redução do metabolismo geral com lentificação, cansaço, aumento de peso, etc.Na gravidez as Hormonas Tiroideias são fundamentais para a futura mãe, mas também o são no desenvolvimento do embrião e do feto. Só a partir da 16-20ª semana de gestação é que a Tiroide fetal se desenvolve, pelo que, até cerca de metade da gestação, estas hormonas são exclusivamente provenientes da grávida. Porém, quer tenha ou não, a capacidade de produzir as suas próprias Hormonas Tiroideias, o feto e a futura criança estarão sempre (até à interrupção do aleitamento materno exclusivo) dependentes da ingestão de Iodo pela mãe para as poder fabricar. É importante também ter em conta que as grávidas são, por si

só, um grupo altamente vulnerável à deficiência de Iodo. E isto acontece porque:

1. As necessidades deste elemento durante a gravidez estão aumentadas, uma vez que é necessário um aumento da produção das Hormonas Tiroideias para manter o normal metabolismo nesta fase;

2. Durante a gravidez existe uma transferência de parte destas hormonas e de Iodo para o feto;

3. Existe um aumento do volume diário de urina durante a gravidez, o que faz com que as perdas urinárias de Iodo estejam ampliadas.

de Onde vem O iOdO?A ideia comum de que quem vive junto à praia está protegido contra a deficiência em Iodo é um mito. A maioria do Iodo que necessitamos para produzir as Hormonas Tiroideias provém da nossa dieta. Neste momento em Portugal a principal fonte de Iodo é a ingestão de peixes capturados no mar, sendo que os de produção em aquacultura não ingerem por norma rações ricas em Iodo. No nosso país são poucos os alimentos suplementados neste oligoelemento (um exemplo são alguns tipos de cereais para o pequeno-almoço) e o sal iodado é culturalmente

na precOnceçãO, gravidez e na amamentaçãO as

necessidades de iOdO estãO aumentadas. cOnheça as

Orientações da Oms e da dgs para alcançar Os níveis

cOrretOs.

Por andré carvalho _ médico especialista em endocrinologia e nutr ição do serviço de endocrinologia, diabetes e metabolismo do centro Hospitalar do Por to.

_ Investigador em neurociências no Instituto de Investigação em ciências da Vida e saúde (3B’s) da universidade do minho.

edição paula Braga

A redução da função da Tiroide por falta de Iodo pode levar a mecanismos de

compensação como o Bócio e até mesmo ao Hipotiroidismo,

muitas vezes associado a redução

do metabolismo geral com lentificação,

cansaço, aumento de peso, entre outros.

Falta de iodo

A maioria do iodo que necessitamos para produzir as Hormonas Tiroideias provém da dieta Alimentar.

novemeses.pt

alimentação08

alimentação09

Page 7: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

pouco utilizado pela população (e sem qualquer controlo regular da real concentração em Iodo). O leite de vaca, em alguns países, é suplementado com Iodo, mas não em Portugal, pelo que apesar de ser um alimento essencial para uma dieta saudável da grávida, a sua ingestão tem um efeito quase neutro sobre o aporte deste nutriente.

existe deficiência de iOdO em pOrtugal?A carência de Iodo em Portugal está identificada desde os anos 50 do século XX. Recentemente vários estudos debruçaram-se novamente sobre esta temática. Entre 2005 e 2007 um trabalho de índole nacional avaliou uma amostra de 3631 grávidas e detetou, pela primeira vez, que no nosso país esta população se encontrava moderadamente deficitária em Iodo, sem grandes diferenças regionais entre o litoral e o interior. Mais ou menos em simultâneo, um grupo de investigadores

do Minho identificou o mesmo grau de carência na sua amostra de grávidas e levou a cabo um estudo de seguimento das crianças nascidas de mães com deficiência em Iodo. Este trabalho detetou que os filhos destas gestantes tinham um desenvolvimento distinto com uma diminuição da atenção e redução ligeira das capacidades cognitivas e psicomotoras (apesar de manterem-se ainda no âmbito da “normalidade”).

quais sãO as cOnsequências da deficiência ligeira Ou mOderada em iOdO durante a gravidez?As consequências da deficiência ligeira ou moderada em Iodo na gravidez são incertas. Se é verdade que algumas gestantes desenvolvem um estado de ligeiro Hipotiroidismo como resultado da escassez de iodo, outras, na mesma situação, apresentam valores de função tiroideia normais durante toda a gravidez. Muitos dos estudos realizados (entre os quais o já referido) revelaram existir pequenas diferenças no desenvolvimento psicomotor de crianças nascidas de mães em situação de carência ligeira a moderada de Iodo. Porém, nem todos os trabalhos realizados em regiões com carência em Iodo são consistentes com esta observação. Esta falta de coerência deve-se, provavelmente, à subtileza das alterações neurológicas e do desenvolvimento que apresentam muitas destas crianças nascidas em ambiente de deficiência ligeira a moderada de Iodo e também à interferência de outros fatores no desenvolvimento cognitivo das crianças.

cOmO pOssO evitar as cOnsequências da deficiência em iOdO?Pela escassez de dados nacionais sobre a situação da deficiência de Iodo em Portugal até 2008 e pela falta de consenso sobre a suplementação universal de Iodo nas mulheres grávidas, só em 2013 é que foram transpostas as diretivas internacionais da Organização Mundial da Saúde em

forma de Orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS). Esta orientação propõe que, mesmo com uma dieta adequada e rica em produtos potencialmente fornecedores de Iodo, todas as mulheres em preconceção, grávidas ou a amamentar (desde que não apresentem contraindicação clínica) devem receber um suplemento diário de Iodo sob a forma de iodeto de potássio – desde o período pré-concecional, durante toda a gravidez (e enquanto durar o aleitamento materno exclusivo). Tendo em conta assim a prevalência da deficiência de Iodo na população de gestantes

portuguesas, e uma vez que a dieta em Portugal é atualmente pobre em Iodo (sendo poucos os alimentos suplementados), as organizações de saúde internacionais e a DGS propõem que se proceda à sua suplementação com 150 microgramas de Iodo diários (em formulações isoladas ou em associação com outros suplementos) incluindo também as lactantes, situando o valor máximo aceitável de ingestão diária de Iodo nos 600 microgramas, algo que é difícil de atingir mesmo se associarmos uma dieta rica em peixe oceânico.

novemeses.pt novemeses.pt

Diminuição de atenção nas

crianças.

Redução ligeira das capacidades cognitivas nas

crianças.

Podem apresentar menos capacidades

psicomotoras.

33

Possíveis consequênciAs dA deFiciênciA

em iodo

Fontes de Iodo

1

2

3

Todas as mulheres em preconceção, grávidas ou a amamentar (desde que não apresentem contraindicação clínica) devem receber um suplemento diário de iodo sob a forma de iodeto de potássio.

As organizações de saúde internacionais e a dGs propõem que se proceda à suplementação com 150 microgramas de iodo diários (em formulações isoladas ou em associação com outros).

Peixe oceânico, não de aquacultura

Alguns alimentos suplementados

Sal iodado

alimentação10

alimentação11

Gestantes em Portugalapresentam défice

de iodo.

1

3

2

www.novemeses.ptmais cOnteÚdOs exclusivOs

Page 8: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

gravidez12 13

novemeses.pt novemeses.pt

Se está grávida de 22 a 26 semanas chegou o momento de ponderar a sua inscrição num curso de Preparação

para o Nascimento e Parentalidade para iniciá-lo às 28/29 semanas de gestação. Os cursos são ministrados em hospitais públicos, centros de saúde ou mesmo em clínicas privadas. A “Revista 9 Meses” foi conhecer o curso de Preparação para o Nascimento e Parentalidade do Centro de Saúde de São Domingos de Rana, o qual está a cargo de Sónia Mendonça, enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstetrícia da UCC Girassol – ACES.

O curso dirigido a todas as grávidas e respetivos pais tem como principal objetivo auxiliar o casal a adaptar-se a uma nova fase da vida. “É o espaço indicado para os casais participantes esclarecerem dúvidas e abordarem os seus receios. Queremos que o casal viva o parto de uma forma descomplexada, informada e, acima de tudo, feliz. É um momento único que vão recordar para sempre e, portanto, quanto melhor for a experiência, melhor é a recordação do momento em que conheceram os seus filhos. Ao falarmos de forma simples e direta, ao partilharmos experiências e informações corretas, a mulher sente-se mais forte, mais confiante e informada sobre o seu corpo e as capacidades e limitações do mesmo. O curso esclarece ainda a questão da parentalidade junto dos pais

trabalhadores para informá-los sobre os seus direitos”, elucida Sónia Mendonça. Durante o curso há ainda outro momento igualmente burocrático quando a formadora descreve os procedimentos necessários ao registo do bebé, como os documentos essenciais, diagnóstico precoce (teste do pezinho), primeiras consultas e vacinação.

A formação é gratuita, tem a duração de nove semanas (quatro aulas práticas e cinco teóricas) e em cada sessão aborda-se um tema diferente. Além de preparar a mãe e o pai para o parto, as aulas promovem ainda a vivência da parentalidade - um mundo desconhecido para os designados ‘pais de primeira viagem’. Nas aulas teóricas os pais aprendem também algumas estratégias para ultrapassar com sucesso alguns dos desafios dos primeiros dias do bebé em casa, nomeadamente como mudar a fralda, como dar banho ao bebé, como amamentá-lo, como acalmá-lo, entre outras dicas muito úteis para os pais manterem-se calmos e conseguirem responder com eficácia às necessidades do novo elemento da família.

TEMA A TEMAUltrapassada a primeira aula de apresentação dos 10 casais (máximo de participantes), a enfermeira começa por abordar a ‘Higiene do Bebé’. Nesta aula teórica “conversamos sobre as

gravidez

Por Paula BragaColaboração de Sónia Mendonça _ Enf. Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia

Fotografias Luís RibeiroCursos de

PreParação Para o NasCimeNto e PareNtalidade

Fortalecer os músculos abdominais e do períneo

Fortalecer a musculatura das costas

Flexibilizar as articulações da pélvis

Maior consciência das capacidades e dos limites do seu corpo

Aprender técnicas para aliviar tensão e dor

objetivos

Inscrição: 22 a 26 semanas

Início: 28/29 semanas

Duração: 9 semanas (4 práticas / 5 teóricas)

Destinatários: Pai e mãe

Para O NaSCiMENtO E ParENtalidadE

Para vivEr O PartO dE uMa FOrMa

“dESCOMPlExada, iNFOrMada E, aCiMa dE tudO,

FEliz” é MuitO iMPOrtaNtE FrEquENtar uM

CurSO dE PrEParaçãO Para O NaSCiMENtO

E ParENtalidadE. CONhEça, PaSSO a PaSSO,

aS NOvE SEMaNaS dE aulaS.

Page 9: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

gravidez14 15

gravidez

novemeses.pt novemeses.pt

caraterísticas da pele do recém-nascido; os produtos a utilizar; as técnicas do banho; a muda da fralda; os cuidados a ter com o coto umbilical e o regresso a casa do bebé”.

Na segunda aula, os pais são elucidados sobre a ‘Segurança Infantil’, onde se explica o desenvolvimento do bebé nos primeiros três meses; o choro, o posicionamento do recém-nascido; a preparação da casa; a lavagem da roupa do bebé; o fazer a cama; a importância da posição de dormir; o transporte ao colo e no carro; noções de primeiros socorros; febre e engasgamento do bebé, entre outros.

Na terceira aula teórica, a enfermeira especialista em saúde materna e obstetrícia esclarece a ‘Fisiologia Parto’, ou seja, informa sobre os sinais de parto e os sinais de alarme; a preparação da mala da maternidade; o que esperar na chegada ao hospital; a dilatação e o período expulsivo; a posição de nascimento; o contacto pele a pele; a laqueação do cordão umbilical; a epidural e a cesariana.

AMAMENTAÇÃOA penúltima aula teórica é dedicada especialmente à mãe porque trata-se de ‘Amamentação’. Chegou o momento de entender as vantagens de amamentar; como ajudar o bebé a pegar na mama e os

diferentes posicionamentos possíveis. É também nesta aula que as grávidas ficam a conhecer a alimentação mais indicada para quem está a amamentar e ficam a conhecer algumas técnicas para ultrapassar as dificuldades da amamentação.

Depois do bebé nascer, os desafios continuam para o casal e é preciso saber adaptar-se a uma nova fase da vida da família. Por isso mesmo, a última aula teórica é dedicada ao ‘Pós-Parto’, onde se valoriza os cuidados à mãe na fase de recuperação após o nascimento do bebé; os métodos de contraceção e toda a burocracia relacionada com o nascimento do bebé.

EXERCÍCIOS PARA O PARTOA complementar a vertente teórica existe um conjunto de sessões práticas que ajudam a futura mamã a preparar-se para encarar, de forma confiante e segura, as últimas semanas da gravidez e o trabalho de parto. Nestas aulas a grávida aprende um conjunto de estratégias que contribuem para diminuir a ansiedade, conhecer melhor o seu corpo e o processo do trabalho de parto, nomeadamente através de exercícios, técnicas de respiração e relaxamento.

Os exercícios praticados têm como principal objetivo fortalecer os músculos abdominais e do períneo; a musculatura

No curso a mulher sente-se mais forte, mais confiante e informada sobre o seu corpo e as capacidades e limitações do mesmo.

A grávida Joana Picanço executa exercícios para melhorar a rotação do tronco,

flexibilizar as articulações da pélvis e fortalecer a musculatura das costas

Joana Picanço exemplifica exercícios

de respiração para o período de expulsão

Massagem de relaxamento a praticar pelo companheiro

para aliviar a tensão e a dor lombar

das costas e a flexibilizar as articulações da pélvis. Durante a vertente prática, a grávida passa a ter uma maior consciência das capacidades e dos limites do seu corpo, aprende posturas e posicionamentos corretos e estratégias para o alívio de tensão e da dor. Nas últimas aulas, as futuras mães vão simular alguns dos procedimentos que acontecem no momento do parto, por forma a capacitá-las a colaborarem de forma ativa no nascimento dos seus filhos.

A IMPORTÂNCIA DO PAIUm dos pontos muito valorizado nestas aulas é a possibilidade de a grávida partilhar estes momentos com o seu companheiro, o que fomenta a criação de laços, uma maior aproximação do casal e confere à grávida confiança e uma maior tranquilidade, porque sabem que o seu parceiro vai estar presente durante o parto e sabe exatamente qual o seu papel tanto no apoio à mãe como ao bebé quando ele nascer. “O pai ao participar no curso de preparação traz confiança à mãe, tem oportunidade de partilhar e esclarecer também os seus receios e dúvidas e quando acaba o curso está mais informado e organizado para

enfrentar com sucesso o processo do parto e ajudar a tranquilizar a companheira nos momentos de maior ansiedade”, clarifica Sónia Mendonça.

CuRSO RECOMENDADO PELA OMSO curso de Preparação para o Nascimento e Parentalidade é recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pelo Sistema Nacional de Saúde português. Se está grávida e próxima das 22 semanas de gestação informe-se com o seu médico assistente ou enfermeiro de saúde materna para saber onde pode inscrever-se para frequentar o curso a partir das 28/29 semanas. O curso não está disponível em todos os centros de saúde do país. O curso, tanto na sua vertente teórica como prática, aborda um conjunto de temas de interesse que serão muito úteis para vivenciar com sucesso as últimas semanas de gravidez, o momento do parto e os primeiros dias de vida do bebé. E nesta formação pai também entra, porque da mesma forma que a mãe, o pai também necessita de preparar-se para o nascimento e fazer a transição para a paternidade.

12345

temas do curso

HIGIENE DO BEBÉ

SEGURANçA INFANtIl

FISIOlOGIA DO PARtO

AMAMENtAçãO

PóS-PARtO

www.novemeses.ptMAIS CONTEÚDOS EXCLuSIVOS

Page 10: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

Por Amélia Cunha _ Enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstetr ícia no UCC Norton de Matos

PAPel do PAi nA AmAmentAção

A PArtiCiPAçãO AtivA dOS hOMENS EM qUAlqUEr tiPO dE fAMíliA

dEvE SEr EM tOdOS OS MOMENtOS dO PrOCESSO: PlANEAMENtO

fAMiliAr, grAvidEz, PArtO E PóS PArtO.

parentalidade16 17

novemeses.pt novemeses.pt

C om a chegada do novo elemento à família, os pais são levados a repensar os seus papéis em busca de uma maior simetria

nas tarefas domésticas e no cuidar dos filhos, além das suas atividades profissionais. Convém relembrar que existem uma diversidade de famílias para além do modelo tradicional. A participação ativa dos homens em qualquer tipo de família deve ser em todos os momentos do processo: planeamento familiar, gravidez, parto e pós parto.

Todavia aos homens, ao inverso das mulheres, nem sempre lhes é dada oportunidades de obterem informações, de trocar experiências ou mesmo de desenvolverem habilidades no cuidar. Apesar de ainda haver preconceitos no meio social em relação à participação dos pais de cuidarem dos seus filhos, constatamos que eles são capazes de desempenhar todas as tarefas (higiene, vestuário, alimentação, saúde, instrução, entre outras) tão bem ou melhor do que muitas mulheres. Um pai motivado pode tornar-se um ótimo cuidador e elemento crucial na vida do filho e da família.

Muitas vezes, são as mulheres que

impedem e não dão a oportunidade do pai demonstrar as suas competências parentais. Cada pai tem a sua maneira de cuidar e nem sempre ao encontro das expetativas da mãe, podendo ocorrer críticas constantes do seu desempenho o que levará a deixar de reclamar a sua participação. Ambos estão a fazer uma caminhada no mundo da parentalidade, procurando como referencia os seus pais, amigos já com filhos, os profissionais de saúde e outras fontes de informação. Com diferentes formas de atuar os pais só enriquecem a vida do filho e o vínculo fica fortalecido.

Os estudos revelam que há cada vez mais pais a cuidar dos seus filhos e logo após o nascimento. Contribuindo positivamente para o desenvolvimento físico, emocional, intelectual e social da criança. A saúde das mulheres é favorecida pela partilha das tarefas de casa e no cuidar dos filhos, ficando mais disponível para dar de mamar. Também a saúde mental e física do pai melhora, há um aumento da autoestima, confiança, segurança e estabilidade. Esta induz numa maior probabilidade de sucesso no aleitamento materno.

parentalidade

“Os pais são capazes de desempenhar todas as tarefas tão bem ou melhor que muitas mulheres”.

Page 11: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

Com base na evidência cientifica os homens que participam ativamente nos cuidados revelam menor risco de alcoolismo e de violência, contribuindo para o bem-estar da família e da sociedade.

novemeses.pt novemeses.pt

Com base na evidência cientifica os homens que participam ativamente nos cuidados ao bebé também revelam menor risco de alcoolismo e de violência, contribuindo para o bem-estar da família e da sociedade.

Os que escutam e aconselham os seus filhos são mais felizes e a relação amorosa entre o casal fica mais estreita e revela uma maior intimidade.

Durante a gestação, as grávidas são questionadas sobre qual o primeiro alimento que pensam dar ao seu filho quando nascer, revelando na sua grande maioria a intenção de amamentar. Verifica-se desde muito cedo que a alimentação do bebé é uma preocupação dos pais.

AmAmentAr: umA deCisão A dois A decisão de amamentar deve ser compartilhada entre o pai e a mãe, embora seja esta que tem a última palavra. Para que seja uma decisão consciente é importante que ambos conheçam as vantagens de optarem pelo aleitamento materno, não só para o bebé como também para a mãe, família, sociedade e ambiente.

A Organização Mundial de Saúde recomenda amamentar exclusivamente durante os primeiros seis meses de vida e após este período, introduzir os alimentos gradualmente, mantendo o leite materno até aos dois anos de idade ou mais, desde que a mãe e o bebé se sintam bem.

O Pai ao participar ativamente na gravidez e ao frequentar as sessões de preparação para o parto e parentalidade recebe informação sobre vários temas, um dos quais a alimentação infantil e como podem contribuir para o êxito do aleitamento materno.

Estes momentos em que cada família procura suporte, pretendem catalisar as suas competências, capacidades e energias, onde a informação e os conhecimentos através de metodologias interativas facilitam a expressão de sentimentos, a troca de experiências e o desenvolvimento de habilidades e competências.

VAntAgens de um PAi ConfiAnte e seguro Mesmo sem poder substituir a mãe na amamentação, o pai pode participar ativamente no sucesso do aleitamento materno. Aquando do estabelecimento da amamentação, a mãe necessita de apoio emocional, incentivo e ser valorizada no seu desempenho.

Por ser quem está mais próximo da mãe, o pai pode ajudar no posicionamento desta e do bebé para a amamentação, na vigilância e/ou correção da pega (maneira como o bebé ‘abocanha’ a mama, se adequada evita o aparecimento de fissuras), proporcionar o repouso à mãe no intervalo das mamadas, acalmar o choro do bebé, mudar a fralda, dar o banho e realizar tarefas domésticas.

O pai deve ser incentivado a pegar no recém-nascido logo após o nascimento, a fazer o contacto pele com pele e a transportá-lo no pano porta bebé. A mulher que estiver a recuperar do parto sentir-se-á apoiada e terá maior disponibilidade para descansar, por outro lado o pai valida as suas habilidades. O estar confiante e seguro interfere positivamente na mãe que amamenta e consequentemente prolonga a duração do tempo de aleitamento materno.

Após o parto, a procura de apoio nas redes mais próximas, a formação parental, o curso para pais de massagem infantil e outros eventos são momentos oportunos de partilha, esclarecimento de dúvidas ou confirmação entre pares.

É importante o pai aproveitar os momentos da vida do filho. Há uma lista diversificada de ações, tais como: cantar, falar, tocar, massajar, dançar, ver, rir, pegar ao colo, escutar, abraçar, embalar, ouvir, sorrir, cuidar da higiene, colocar a dormir, passear, etc.

Um ambiente familiar que promova e apoie o aleitamento materno, permite superar de modo impar alguma dificuldade que possa surgir alcançando o plano delineado para a alimentação do bebé.

parentalidade18 19

parentalidade

PartiCiPaçãO dO Pai

“A saúde das mulheres é favorecidapela partilha das tarefas de casae no cuidar dos filhos, ficando maisdisponível para dar de mamar”.

1apoiar a mãe

2ajudar a mãe e o bebé

no processo de amamentação

3Proporcionar repouso à mãe

4acalmar o bebé

5Mudar a fralda

ao bebé

6dar banho ao bebé

7Fazer tarefas domésticas

8Esclarecer dúvidas

9Fazer formação

(massagem infantil)

10interagir com

o bebé

Bibliografia consultadaBarclay L, Lupton D., The experiences of new fatherhood: a socio-cultural analysis.J Adv Nurs. 1999 Apr;29(4):1013-20.Carvalho, Maria Luiza Mello de. Cuidado, Sociedade e Gênero: um estudo sobre pais cuidadores. Tese (Doutorado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social). EICOS, Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.Disponível http://pos.eicos.psicologia.ufrj.br/wpcontent/uploads/marialuizamello.pdf (data da consulta 27/03/2017).Instituto Promundo, Cultura Salud/EME / REDMAS / Instituto Noos, Ministério da Saúde / Prefeitura do Rio de Janeiro / Instituto Papai “Manual para o exercício da paternidade e do cuidado” Instituto Promundo.1ª Edição. Rio de Janeiro. 2014.

Portugal. Direção-Geral da Saúde. Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco. Direção-Geral da Saúde. Lisboa. Novembro de 2015.

SARKADI, A. et al. Fathers’ involvement and children’s developmental outcomes: a systematic review of longitudinal studies. Acta Pædiatrica 97, pp. 153–158. 2008.UNICEF (n.d.). Fathers are as important for newborns as mothers. Disponível em http://www.unicef.org/ukraine/reallives_14763.html (data da consulta 27/03/2017).World Health Organization, The optimal duration of exclusive breastfeeding Report of the expert consultation, 2001

Page 12: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

bebé bebé

Saiba como Serenar o bebé noS primeiroS tempoS. o

bebé comunica atravéS do choro. é a forma inata

para chamar a atenção doS que cuidam dele para

aS SuaS neceSSidadeS báSicaS. o pai e a mãe com o

tempo vão aprendendo a compreender o Seu bebé.

Estratégias para acalmar

o rEcém-nascido

20 21

novemeses.pt novemeses.pt

por paula Bragacolaboração de ivete monteiro, enfermeira especialista em Saúde infantil e pediatria

Ochoro é a linguagem universal durante os primeiros meses de vida, através da qual

o bebé exprime as suas necessidades mais básicas, como os desconfortos físicos (fome, cansaço, fralda molhada, frio e/ou calor excessivo), emocionais (falta de atenção, insegurança) e patológicos (dor, cólicas). Os primeiros tempos representam um desafio para os pais, mas à medida que vão conhecendo melhor o seu bebé, mais facilmente vão distinguem os diferentes choros e são capazes de responder com eficácia às suas necessidades. Segundo Ivete Monteiro, enfermeira especialista em Saúde Infantil e Pediatria, “os pais começam a entender os diferentes choros do bebé ao fim dos primeiros 8/10 dias de vida. Antes disso

funciona um pouco por tentativa/erro, mas é normalíssimo por ser um período de descoberta mútua”. A profissional de saúde diz mesmo que “os primeiros dias são difíceis por serem de adaptação a uma nova realidade, em que os pais estão muito desorientados e colados a um sentimento de incapacidade e de dúvidas e é muito importante motivá-los. Eles vão ser capazes, mas têm de encetar um caminho de fortalecimento de laços e de conhecimento mútuo com o bebé. É normalíssimo não serem perfeitos, falharem, mas aos poucos tudo vai ficar mais claro e a relação entre progenitores e o filho vai ficar mais reforçada”.

caUsas do cHoro A fome é, por norma, uma das principais razões do choro de um recém-nascido, especialmente se

Page 13: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

foi amamentado há mais de duas horas. O sono e a fralda molhada são também dois outros desconfortos clássicos associados ao pranto do bebé. Mas se estiver alimentado, com fralda seca e bem dormido, o recém-nascido pode lamentar-se por outras razões, nomeadamente por algum incómodo, dor, excesso de estimulação ou de barulho, e até por necessidade de aconchego e de atenção. “O bebé dentro do útero da mãe sente-se amparado, aconchegado, não está exposto ao ruído de forma tão intensa, a mãe providenciou-lhe sempre alimentação e manteve-o quente durante nove meses. Quando nasce essa proteção desaparece e ele sente-se desprotegido. A passagem do útero é muito violenta, o bebé transita do meio liquido para o meio seco e, portanto, necessita de reorganizar-se”. No exterior, o bebé encontra muitos estímulos novos e sente-se perdido porque não tem os limites do útero. A mãe, por estar mais presente nos primeiros meses, tem um papel fundamental na autorregulação do bebé.

Deve procurar estar atenta ao bebé porque ao conhecê-lo melhor pode recorrer a estratégias que o protejam. E uma das principais técnicas é o contacto com a pele, o peito da mãe. O contacto físico, o ser aconchegado junto ao peito da mãe, pele com pele, dá-lhe segurança e acalma-o. É uma estratégia simples, mas muito eficaz”, esclarece a enfermeira.

10 dias dEpois tUdo simpliFicaParece básico, simples e infalível. O bebé quando chora, que é a sua forma de comunicar com o mundo numa fase muito inicial, ele quer dizer sempre alguma coisa, mas nem sempre significa perigo ou sofrimento. Nos primeiros meses, os recém-nascidos não têm outra forma de transmitir o que estão a vivenciar. O choro é a sua voz, a sua forma de comunicar. Depois tudo acalma e os bebés começam a expressar-se de outras formas. Os primeiros 10 dias poderão ser os mais complexos, mas após este período tudo simplifica. A mãe e o pai começam a distinguir e a entender com

mais facilidade os diferentes tipos de choro e tudo começa a fazer sentido, como por magia. Contudo, não há receitas milagrosas nem feitas à medida. Cada bebé é um ser único e deve ser entendido e respeitado como tal. As sugestões que eventualmente contribuem para acalmar um bebé, não surtem efeito noutro bebé, mas com o tempo os pais vão entendê-lo.

mantEnHa a calmaÉ importante ir experimentando algumas estratégias, mas não de uma forma contínua. Vá testando e aprendendo a conhecer o bebé, aos poucos e poucos estarão ‘mestres do choro’, capazes de acalmá-lo e de responderem eficazmente às suas necessidades. Porém há bebés mais temperamentais que outros. Nos primeiros meses o recém-nascido chora com frequência e só a partir do terceiro mês é que reduz consideravelmente o tempo de choro. Se o pranto do bebé persistir, será importante recorrer a um profissional de saúde para saber se está tudo bem.

Os primeiros 10 dias poderão ser os mais complexos, mas após este período tudo simplifica.

PONTOS a eviTar

novemeses.pt novemeses.pt

bebé bebé22 23

3 3Não desespere! Cada bebé é único e é preciso dar-lhe tempo

para se entenderem. Ficar nervosa não ajuda!

2Experimentar de seguida todas as estratégias para acalmar o bebé.

Tome atenção ao bebé e tente entender o que se passa.

1Usar a chucha nos primeiros dias. Perceba primeiro porque chora,

antes de colocar-lhe a chucha.

10DiCaS Para SereNar

aconcHEgUE o BEBé ao sEU coloEsta é a primeira e a mais eficaz de todas as estratégias. Pegue o bebé na vertical e aconchegue-o contra o seu peito, de preferência pele com pele, para ele sentir o cheiro da mãe, do leite, o seu ritmo cardíaco. Enquanto esteve no útero, o bater do coração da mãe sempre foi para ele sinónimo de calma e de um ambiente conhecido, seguro. Ao voltar a experienciar essa sensação, o bebé vai sentir-se mais tranquilo e acalma praticamente de imediato. Um bom ‘abracinho’ faz milagres!

FalE calmamEntE com ElEOutro passo muito certeiro. A voz familiar da mãe muitas vezes é suficiente para acalmar o bebé. Ao falar calmamente, transmite-lhe confiança a ele e reduz a ansiedade da mãe.

sEm FomE, sEm sono, sEm Fralda molHadaCertifique-se que o bebé não está há mais de duas horas sem comer, que dormiu um sono descansado e que não tem a fralda molhada. Qualquer um destes desconfortos pode ser motivo de choro intenso.

VEriFiqUE sintomas dE doEnçaFique atenta a sintomas como febre, diarreia, recusa em alimentar-se ou diminuição acentuada de atividade.

cantE para o BEBé Muitos bebés acalmam quando a mãe canta uma canção de embalar ou coloca uma música clássica ou de meditação, suave. Aconchegue-o ao colo e cante para ele, embalando-o.

BalancE o BEBéA maioria dos bebés gosta de ser balançado muito

suavemente. Pegue e balancei-o nos seus braços de forma suave e segura, confortável. Nas primeiras semanas, o bebé deve ser apoiado sobre o peito e deve certificar-se de que a sua cabeça está segura. O balancear o bebé contribui para descontraí-lo e até adormece, muitas vezes.

passEiE com ElEExperimente levar o seu bebé a passear, em especial de carro. Há bebés que adormecem e acalmam com o constante som do motor do carro e o balanço do rolar do carro na estrada.

Faça-lHE Uma massagEmAcaricie o seu bebé ou massaje-o gentilmente na barriga na direção dos ponteiros do relógio e com as pernas fletidas para trás e para a frente, para ajudá-lo a libertar os gases e as cólicas do lactente. Depois de ter sido alimentado, coloque-o junto ao peito e massaje as costas para que ele consiga arrotar melhor.

dê-lHE Um BanHo mornoO som da água a correr juntamente com os benefícios de um banho de água tépida pode fazer maravilhas. Aproveite o momento para acariciá-lo e transmitir-lhe beijos e palavras de afeto, o que irá fortalecer a relação.

mantEnHa a calmaTenha paciência, mesmo nos momentos mais desesperantes. Se perde a calma, o bebé sente a tensão e reagirá de uma forma ainda mais expressiva. O seu esforço em acalmá-lo não resultará se estiver nervosa e ansiosa. A máxima é acalme-se para conseguir acalmar.

1

7

8

9

10

2

3

4

5

6

1. Fome

2. Fralda molhada ou apertada

3. Sono

4. Frio ou calor

5. Necessidade de atenção/ aconchego

6. Excesso de barulho

7. Excesso de estimulação

8. Dor/Cólicas

CauSaS DO ChOrO

Page 14: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

pós-parto pós-parto

As necessidAdes energéticAs e nutricionAis dA mulher

lActAnte são semelhAntes à de umA grávidA no último

trimestre. A umA AlimentAção completA e vAriAdA Acresce

A necessidAde de um Aporte de iodo pArA AssegurAr o

normAl desenvolvimento cerebrAl do bebé.

AlimentAção dA mãe no pós-pArto

24 25

novemeses.pt novemeses.pt

texto Paula Bragacolaboração de Maria Ana Carvalho _ nutricionista

www.novemeses.ptmAis conteúdos eXclusivos

Oplano alimentar da mulher pós-parto deve ser adaptado às necessidades nutricionais da mulher

lactante. Uma mãe que opte por amamentar o bebé terá um acréscimo das suas necessidades energéticas e nutricionais. Segundo a nutricionista, Maria Ana Carvalho, “uma mulher vai necessitar, em média, de mais 500Kcal por dia - em comparação com as necessidades energéticas que tinha antes de engravidar - para dar resposta à amamentação em exclusivo”. O acréscimo energético que decorre nesta fase da amamentação dos 0 aos 6 meses de idade do bebé é muito semelhante ao que acontece no último trimestre da gravidez, por isso mesmo, explica a nutricionista, “a dieta alimentar é a mesma, à exceção dos cuidados que existem relativamente à prevenção das toxinfeções alimentares que no período da amamentação não se aplicam”.

De acordo com a especialista, o ajuste às necessidades energéticas acrescidas deve ser feito através da adoção de uma alimentação equilibrada, completa e variada, com base na Roda dos Alimentos e pela toma de suplementação adequada. A

amamentação exclusiva carece de um aporte superior de iodo, tal como a gravidez, por forma a completar as necessidades da mãe que amamenta e assegurar o normal desenvolvimento cerebral do bebé. “Neste momento, o iodo é o único nutriente que está recomendado para ser suplementado no pós-parto. O objetivo desta suplementação prende-se com o facto do desenvolvimento cognitivo do bebé ocorrer maioritariamente entre o período de gestação e os dois, três anos de vida da criança. Daí que a suplementação da mãe seja muito importante porque o bebé recebe o leite com a quantidade de iodo que a mãe consome”, esclarece.

MULHER LACTANTE: 150 A 200 MG/DIA DE IODOA Direção-Geral da Saúde recomenda que a mulher em preconceção, grávida ou a amamentar deve receber um suplemento diário de iodo sob a forma de iodeto de potássio de 150 a 200 µg/dia. Os alimentos que contêm mais iodo na sua composição são as algas, o peixe, o leite e os seus derivados, bem como alguns produtos hortícolas. Contudo, a concentração de iodo nos alimentos

A mulher em preconceção, grávida ou a amamentar deve receber um suplemento diário de iodo sob a forma de iodeto de potássio de 150 a 200 µg/dia.

““

Page 15: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

depende de inúmeros fatores, como o teor de iodo na água e nos solos e também a utilização de desinfetantes iodados na indústria alimentar. Daí que as necessidades da grávida não consigam ser alcançadas única e exclusivamente através da alimentação, sendo fundamental um aporte adequado de iodo durante o período de amamentação, para que não se comprometa o desenvolvimento cognitivo e/ou comportamental da criança. No entanto, há algumas patologias que constituem uma contraindicação para a suplementação com iodo, por isso é muito importante que esta suplementação seja feita sob supervisão médica. O iodo é um oligoelemento essencial à vida, obtido a

partir de fontes exteriores ao organismo humano, através da alimentação, o qual fica acumulado na glândula tiroide e tem como função a biossíntese das hormonas tiroideias. Como explica a Direção-Geral da Saúde, através de uma Orientação lançada em 2013, “as hormonas tiroideias são responsáveis pela regulação do metabolismo celular e desempenham um papel determinante no crescimento e desenvolvimento dos órgãos, em especial do cérebro”.

CRENÇAS E MITOS Uma mãe que amamenta não tem qualquer tipo de restrições alimentares, à exceção do consumo do álcool que deve ser evitado. No entanto, existem muitas crenças e mitos relativamente à alimentação

das mães na fase pós-parto, mas não há qualquer evidência científica que demonstre a necessidade de eliminar determinados alimentos da dieta alimentar da mãe que amamenta porque, por exemplo, provocam flatulência ao bebé. “É verdade, existem muitas crenças e mitos relativamente a este assunto que indicam a necessidade de a mãe evitar comer, por exemplo, alho, cebola, laranja, morangos ou couves de Bruxelas, por provocarem cólicas ao bebé, alergias alimentares na criança ou serem responsáveis por alterações no leite materno, mas isto não é verdade. É preciso desmistificar esta ideia e incentivar a mãe a ter uma alimentação o mais variada possível para potenciar o crescimento saudável do seu filho”, clarifica Maria Ana Carvalho.

Uma mãe que amamentanão tem qualquer tipo de restrição alimentar.

novemeses.pt

pós-parto26

Necessidades

500 Kcal

+

por dia

mãe lActANte

Alimentação completa e variada

150 a 200µg/dia

de iodo

Page 16: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

Untitled-1 1 23/06/14 17:392 pub.indd 1 04/12/14 15:22

Page 17: na amamentação - Bialgravidez e amamentação. O Pai importa em todas as fases, desde a preconceção ao pós-parto. Para viver o parto de uma forma “descomplexada, ... vacinas

FO/MAI17/013

PPTP17LTPFO07

A primeira aplicação portuguesa que lhe oferece informação

personalizada sobre o desenvolvimento do seu bebé e da sua

gravidez

Nas versões mobile, a app disponibiliza-lhe um calendário

médico que a ajudará a gerir e cuidar ainda melhor da sua

saúde durante nove meses

Informação adaptada a sI

calendárIo médIco

certificada por médicos

portugueses