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N o r m a P e n a l Lei Penal Material Bem Jurídico Tutelado

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Page 1: N o r m a P e n a l Lei Penal Material Bem Jurídico Tutelado

N o r m a P e n a l

• Lei Penal Material • Bem Jurídico Tutelado

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N O R M A P E N A L

• Preceito Primário

Traz o verbo e a intenção do agente: “Matar alguém”

• Preceito Secundário

Traz a pena e as sanções

• Preceito Proibitivo

Traz implícita a norma violada: “Não matarás”.

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LEI E NORMA

• A lei é a fonte da norma penal• A norma é o conteúdo da lei penal• A lei é que revela a norma• A lei contém a norma L ] N• A norma está contida na lei penal N [ L

A = NormaB = Lei

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CARACTERÍSTICAS DA NORMA PENAL

• Imperatividade – caráter obrigatório• Exclusividade – a única que define crimes• Generalidade – destinada a todos• Impessoalidade – não se refere a pessoas

determinadas• Irrefragabilidade – somente pode ser derrogada

por outra norma• Abstratividade – não abrange fatos pretéritos,

somente futuros• Bilateralidade – relação jurídica entre o Estado e

os cidadãos.

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CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAIS PENAIS

• Tridimensionalidade:

• Matéria (Território)/Tempo/Espaço

• Quanto ao Território:

GERAIS – vige em todo o território nacional

LOCAIS – vigoram em determinado lugar do território nacional.

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Classificação - continuação

• Quanto ao Espaço:COMUNS – aplicam-se a todas as pessoasESPECIAIS – dirigidas a determinados grupos de

pessoas, com qualidades especiais.• Quanto ao Tempo:ORDINÁRIAS – para viger em quaisquer

circunstânciasEXCEPCIONAIS – para viger em situações

emergenciais: estado de sítio, guerra, calamidade pública etc.

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NORMAS PENAIS

• INCRIMINADORAS: são as que descrevem condutas criminosas e cominam sanções;

• EXPLICATIVAS: são as que esclarecem o conteúdo de outras normas penais;

• PERMISSIVAS: são as que autorizam a impunidade de determinados crimes.

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Norma Penal – continuação:

• Completas: apresenta a lei em todos os seus elementos, não necessitando de complementação.

• Incompletas: Norma de conteúdo incompleto, vago, que exige uma complementação por outra norma.

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NORMA PENAL EM BRANCO

• É UM CORPO ERRANTE À PROCURA DE ALMA – Binding

• EM SENTIDO LATO = quando o complemento deriva da mesma fonte formal da norma incriminadora (homogênea): art. 237, CP e art. 1521, CC

• EM SENTIDO ESTRITO = quando o complemento deriva de outra instância legislativa (heterogênea): art. 269, CP; Portaria nº 1.100/96 – Min. Saúde.

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - art. 1º, CP

• Não há direito penal orbitando fora da lei escrita.

• Antecedentes Históricos: Magna Charta, de 1215 – art. 39

Bills of Rights – 1774

Const. Americana – 1787

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão - 1789

• Posição Constitucional:• CI 1824 – art. 179, n. II• CR 1891 – art. 72, § 15• CF 1934 – art. 113, n.26• CF 1937 – art. 122, n.11• CF 1946 – art. 141, § 27• CF 1967 – art. 150, § 16• CF 1969 – art. 153, § 16• CF 1988 – art. 5º, XXXIX

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PRINCÍPIO NO DIREITO BRASILEIRO

• CP de 1890 – Art. 1º• FEUERBACH• Nullum crimen, nulla

poena, sine lege praevia.• Vedação do Uso da

analogia• Extirpação de penas

cruéis: galés, morte para sempre, mutilações, açoites, morte civil etc.

• ALCANCE DO PRINCÍPIO

• Não há crime nem pena sem lei anterior – lege praevia; veda retroat.

• Não há crime nem pena sem lei escrita – lege scripta; veda costumes

• Não há crime nem pena sem lei expressa e determinada – lege stricta/certa; veda analogia

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VIGÊNCIA DA LEI PENAL NO TEMPO – art. 2º, CP

• Regra Geral: princípio tempus regit actum (vale a lei que estiver vigente na época do fato)

• Na hipótese de conflito de leis penais no tempo:

• Novatio legis incriminadora

• Abolitio Criminis

• Novatio legis in pejus

• Novatio legis in mellius

• Lex Tertia (Lei Terceira)

(Combinação de Leis - Hibridismo)

• Lex Intermedius (Lei Intermediária)

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LEI EXCEPCIONAL E TEMPORÁRIA - art. 3º, CP

• Lei Excepcional

• Vige durante situação de emergência: calamidade pública, convulsão social, estado de sítio; revolução, epidemia etc.

• Lei Temporária• Possui vigência

previamente fixada pelo legislador.

• Ambas possuem:Auto revogaçãoUltra atividadeNão são alcançadas por

lei posterior mais benigna.

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ULTRA ATIVIDADE e RTROATIVIDADE DA NORMA

PENAL EM BRANCO• ULTRA ATIVIDADE• Caso a norma

complementar seja revogada, o crime ainda subsistirá.

• Art. 2º, VI, Lei n. 1521/51.

• RETROATIVIDADE• Caso a norma

complementar seja revogada, o mesmo ocorrerá com a norma principal.

• Art. 269, CP.

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TEMPO DO CRIMEart. 4º Código Penal

• TEMPUS DELICTI – Tempo do Delito

É o momento em que se considera praticado o crime.

• Teorias existentes• TEORIA DA ATIVIDADE• TEORIA DO RESULTADO

• TEORIA MISTA

• Nosso Código Penal adotou a teoria da atividade – art. 4º, CP

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LEI PENAL NO ESPAÇOart. 5º, Código Penal

Quando um crime não somente viola o interesse de um país.

Princípios existentes:PRINCÍPIO DA

TERRITORIALIDADEPRINCÍPIO DA

NACIONALIDADE (ATIVA OU PASSIVA)

PRINCÍPIO DE DEFESA/REAL/PROTEÇÃO

PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE/COSMOPOLITA

PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO

TERRITÓRIO: “é a base física, o ângulo geográfico de uma nação onde ocorre a validade da sua ordem jurídica”. Kelsen

Tridimensionalidade:Terra – 8.514.876 km2.Água – 12 milhas marítimas de

largura, a partir da baixa-mar do litoral continental e insular bras.

Ar – teoria da absoluta soberania do país subjacente (Lei n. 7.565/86 – art. 11).

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Espaço territorial

• Território físico do Brasil -

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Mar territorial e Plataforma Continental

Mar Territorial (12 milhas marítimas) e a Plataforma Continental (200 milhas marítimas)

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ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO

• O espaço aéreo de um país é a porção da atmosfera que se sobrepõe ao território desse país, incluindo o território marítimo, indo do nível do solo, ou do mar, até 100Km de altitude, onde o país detém o controle sobre a movimentação de aeronaves.

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LEI PENAL NO ESPAÇOart. 5º, Código Penal

• Território, então, é o espaço de terra, água e ar compreendido dentro dos limites fixados e reconhecidos internacionalmente.

• Basta um crime tocar no nosso território, que terá aplicação a lei penal brasileira.

• O Brasil adotou, segundo o art. 5º do Código Penal, o princípio da territorialidade.

• As exceções a esse princípio estão elencadas no art. 7º, CP.

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LUGAR DO CRIMEart. 6º, Código Penal

• LOCUS DELICTI – Lugar do Crime

É o lugar em que se considera praticado o crime.

Teorias existentes:

TEORIA DA ATIVIDADE

TEORIA DO RESULTADO

TEORIA DA UBIQUIDADE OU MISTA

• Nosso Código adotou, no art. 6º, a teoria da ubiquidade.

• Crimes plurilocais: Quando o mesmo crime tem sua execução num local e resultado noutro, mas dentro do mesmo país, a competência é determinada pelo art. 70, caput, CPP.

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LUGAR DO CRIMEart. 6º, Código Penal

• Nos crimes à distância, quando o iter criminis se desenvolve em dois países, a solução está determinada pelo art. 70, §§ 1º e 2º, CPP.

• Basta que uma porção do crime tenha tocado no território nacional, que será aplicada a lei brasileira, mesmo que o fato tenha sido punido no estrangeiro.

• Rigorismo da regra é abrandado pelo art. 8º, do Código Penal.

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EXTRATERRITORIALIDADEart. 7º, Código Penal Brasileiro

• Nosso Código Penal, como já dissemos, adotou o princípio da territorialidade temperada.

• As exceções ao princípio da territorialidade estão no art. 7º, a saber:

• Inciso I, a, b, c, d.

Extraterritorialidade Incondicionada

Neste inciso, em todos os casos elencados, vige o princípio real ou de defesa/proteção.

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EXTRATERRITORIALIDADEart. 7º, Código Penal Brasileiro

EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA

Inciso II, a = Princípio da Justiça Universal

Inciso II, b = Princípio da nacionalidade ativa

Inciso II, c = Princípio da Representação.

Aplicam-se a estes três casos os requisitos subordinativos do § 2º.

Observação: Todas as situações devem existir ao mesmo tempo.

• § 3º - Princípio Real/Defesa/Proteção.

• § 1º - Informa que na extraterritorialidade incondicionada (Inciso I), o agente será punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Esse rigorismo é amenizado pela regra do art. 8º, CP.

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EXTRATERRITORIALIDADEart. 7º, Código Penal Brasileiro

• EXTRADIÇÃO

É o ato de um país entregar a outro um criminoso para ser julgado e punido.

Deve haver tratado bilateral ou, em sua ausência, promessa de reciprocidade de tratamento.

• Art. 5º, LI, LII, CF/88• Requisitos p/ ExtradiçãoRequisitos p/ Extradição:

Lei nº 6.815/80 (Est. Estrangeiro); Lei nº 6.964/812, e Regimento Interno do STF.

Deve ser solicitada pelo País estrangeiro ao Pres. Rep., que o submete à análise do STF. A decisão do STF deve ser submetida ao crivo do Pres. Rep. Trata-se de prerrogativa inerente à soberania nacional.

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Imunidades Diplomáticas

• Imunidades Diplomáticas

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Imunidades Diplomáticas

• Documentos regentes:• Convenção Internacional

de Havana sobre Funcionários Diplomáticos – 1928 (Código de Bustamante)

• Convenção Internacional de Viena sobre Relações Diplomáticas - 1961

• Os diplomatas ficam a salvo da legislação penal brasileira, submetendo-se às leis penais dos Estados que representam.

• O privilégio não diz respeito à pessoa, e sim, à função exercida.

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Imunidades Diplomáticas

• Possuem imunidade diplomática:

• Embaixadores e Núncios• Chefes de missões especiais• Familiares destes, bem como

os funcionários administrativos, e os técnicos das missões e seus familiares.

• Representantes da ONU e OEA e Chefes de Estado

• Integrantes do pessoal de serviço (imunidade relativa).

• Exclui-se o pessoal não oficial que trabalha para a Embaixada (STF).

• IMUNIDADES CONSULARES • Cônsules não são agentes

diplomáticos, mas administrativos. Possuem imunidade relativa.

• Somente possuem imunidade referente aos atos praticados no exercício de suas funções.

Page 29: N o r m a P e n a l Lei Penal Material Bem Jurídico Tutelado

Imunidades Diplomáticas

• O território de embaixadas estrangeiras, ou edifícios consulares, no Brasil, pertencem ao nosso território. Crimes comuns ali cometidos são julgados pela lei penal brasileira, salvo se os agentes possuírem imunidade diplomática absoluta.

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CONTAGEM DE PRAZOart. 10, CP

• Termo Inicial = dies a quo• Termo final – dies ad

quem• Calendários existentes:Babilônico, judeu, maia,

egípcio, chinês, hindu, muçulmano, romano primitivo, juliano, gregoriano. O calendário gregoriano é o calendário comum a que alude o art. 10, CP

• Pessoa presa às 20h do dia 23/03/10, para cumprir pena de três meses de detenção. Conta-se o dia 23 por inteiro, não obstante o condenado ficar apenas 4 horas preso, terminando a pena às 24h do dia 22/06/10. Se fosse por um ano: a pena estaria cumprida às 24h do dia 22/03/11.

• O ano é contado de certo dia às 24h da véspera do dia de idêntico número do mês do ano seguinte, não importando se bissexto.

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FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEISart. 11, CP

• Frações não computáveis da pena:

• Frações de dias = horas, minutos e segundos;

• Frações de real = centavos de real.

• Ninguém será condenado a uma pena:

• De dois meses, oito horas, e trinta minutos de detenção, mas sim, três meses de detenção, desprezando-se as horas e os minutos;

• De pena pecuniária de R$ 235,80, mas sim, de R$ 235,00, desprezando-se os centavos de real.

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CONCURSO OU CONFLITO

APARENTE DE NORMAS• Art. 12, CP

Quando uma lei penal sucede a outra não temos um conflito.

O conflito surge quando uma ação criminosa pode configurar mais de um delito, todavia uma só norma será aplicável.

O conflito não é real, apenas aparente.

Para solucioná-lo existem alguns princípios basilares:

PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE

Lex specialis derogat legi generali

Ex.: arts. 121 e 123, CP

PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE

Lex primaria derogat legi subsidiariae

Ex.: art. 157, CP (arts. 155 + 147 + 146)

PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO

Lex consumens derogat legi consumptae

Ex.: art. 121, CP ( lesão corporal/crime de passagem)

PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE – Crimes de ação múltipla

Ex.: art. 122, CP (condutas separadas por , ou) (; e - cumul.)

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CONCURSO (CONFLITO) APARENTE DE NORMAS

• Antefato ImpunívelSão ações anteriores ao crime

que a lei concebe, implícita ou explicitamente, como necessárias ao mesmo, não passíveis de aplicação da lei penal.

Ex.: lesões corporais, no crime de homicídio, e violação de domicílio, no crime de furto à residência.

• Pós-Fato ImpunívelSão ações posteriores ao crime

que a lei concebe, implícita ou explicitamente, como naturais, não sendo passíveis da reprimenda penal.

Ex.: agente que falsifica moeda, e em seguida, a coloca em circulação, comete apenas o crime do art. 289, CP; ou o ladrão que vende a coisa furtada, como sendo sua, não comete o crime de estelionato, somente o furto.

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CRIME

• Conceito Material:

Crime é a violação de um bem jurídico penalmente tutelado (protegido).

• Conceito Formal:

Crime é toda ação ou omissão proibida pela lei, sob a ameaça de pena.

• Conceito Analítico:

Crime é toda ação ou omissão humana voluntária típica e antijurídica, funcionando a culpabilidade como pressuposto para a imposição da pena, e a punibilidade como consequência jurídica do crime.

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Requisitos do Crime:• AÇÃO HUMANAPode ser positiva ou negativa.

Animais não podem ser agentes de crimes.

TEORIAS DA AÇÃO:• Teoria Causalista (Beling e

von Liszt) – elemento antropológico/mecanicista (movimento corpóreo mecânico)

• Teoria Finalista (Hans Welsel) – elemento psicológico/final (movimento corpóreo com finalidade)

• Teoria Social (Jeschek e Wessels) – elemento sociológico (movimento corpóreo com finalidade socialmente relevante)

• FATO TÍPICOConduta = quando o

comportamento humano se ajusta ao modelo legal contido na lei penal.

Resultado = é a modificação do mundo exterior.

Nexo Causal = é a relação entre a conduta e o resultado alcançado.

Tipicidade = é a perfeita adequação da conduta e resultado à definição legal do delito.

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Elementos do Tipo Penal

• TIPO: é o conjunto dos elementos descritivos do crime contidos na lei penal.

• ELEMENTO OBJETIVO:

Descreve a conduta do agente.

• ELEMENTO SUBJETIVO

Descreve a intenção, ou o desígnio, do agente.

• ELEMENTO NORMATIVO:

Descreve a situação do agente. Consiste em expressões que fazem referência ao injusto, e necessitam de uma juízo de valor por parte do magistrado ou aplicador da lei.

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Tipicidade Conglobante

O que é tipicidade conglobante? Refere-se à conduta do agente que, na consideração do fato típico, não basta ser contrária ao direito penal, mas sim, ao ordenamento jurídico como um todo (conglobado). Eugênio Raúl Zaffaroni

Para Zaffaroni a tipicidade penal (adequação penal + antinormatividade) é a fusão da tipicidade legal (penal) com a tipicidade conglobante (todo o ordenamento jurídico).

Adequação típica ocorre quando determinada conduta humana individual se amolda à descrição abstrata da lei penal.

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Tipicidade Conglobante

• Tipicidade Conglobante: A conduta deve ser contrária ao ordenamento jurídico como um todo, e não apenas ao Direito penal. A aferição da tipicidade reclama a presença da antinormatividade geral.

• Exemplo: Oficial de justiça que cumpre ordem de penhora e sequestro de bens de devedor. Qualquer jurista diria que o oficial de justiça estaria acobertado por uma causa excludente de ilicitude. Para esta teoria, o caso é de causa excludente de tipicidade.

Page 40: N o r m a P e n a l Lei Penal Material Bem Jurídico Tutelado

Requisitos do Crime

• ANTIJURIDICIDADE:

Fato antijurídico é aquele contrário ao direito. Ocorre quando o agente não agir acobertado por uma causa excludente de antijuridicidade, ou de ilicitude (art. 23, CP).

• CULPABILIDADE:Diz respeito à consciência

jurídica do agente em relação ao delito.

Elementos da Culpabilidade:

• IMPUTABILIDADE• POTENCIAL

CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE

• EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

Page 41: N o r m a P e n a l Lei Penal Material Bem Jurídico Tutelado

• Quanto à ação do agente:

CRIME COMISSIVO

CRIME OMISSIVO PRÓPRIO

CRIME COMISSIVO POR OMISSÃO

• Quanto à lesividade do bem jurídico:

CRIME DE DANO

CRIME DE PERIGO:

CONCRETO

ABSTRATO

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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

• Quanto ao resultado:

CRIME MATERIAL

CRIME FORMAL

CRIME DE MERA CONDUTA

Para Memorizar: com resultado, com resultado antecipado e sem resultado.

• Quanto ao momento do crime:

CRIME INSTANTÂNEO

CRIME PERMANENTE

CRIME INST. DE EFEITO PERMANENTE (bigamia)

CRIME A PRAZO (arts. 129, § 1º, I; 148, § 1º, III e 169, p.ú., II, CP.)

Page 43: N o r m a P e n a l Lei Penal Material Bem Jurídico Tutelado

CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

• Quanto à intenção do agente:

CRIME DOLOSO

CRIME CULPOSO

CRIME PRETERDOLOSO

Dolo antecedente e culpa consequente

• Quanto à consumação do crime:

CRIME CONSUMADO

CRIME TENTADO

CRIME FALHO ou tentativa perfeita ou acabada

CRIME IMPOSSÍVEL

Page 44: N o r m a P e n a l Lei Penal Material Bem Jurídico Tutelado

CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

• Diferencie o Crime Progressivo da Progressão Criminosa

• Diferencie o Crime de forma livre (arts. 121 e 147, CP) daquele de forma vinculada (arts. 130 e 213 CP, conj. carnal)

• Diferencie os Crimes Transeuntes (não deixam vestígios) dos Não Transeuntes (deixam vestígios)

• Diferencie o Crime habitual (prática reiterada de atos que revelam estilo de vida: curandeirismo - art. 284, CP) do profissional (cometido com finalidade lucrativa, como rufianismo - art. 230, CP).

• Quanto ao número de agentes exigidos:

CRIME UNISSUBJETIVO (único agente)

CRIME PLURISSUBJETIVO (vários agentes)

• Quanto ao número de atos executórios:

CRIME UNISSUBSISTENTE (único ato executório)

CRIME PLURISSUBSISTENTE (dois ou mais atos executórios)

CRIME MONO-OFENSIVO = ofensa a bem jurídico único (furto)

PLURIOFENSIVO = ofensa a dois ou mais bens jurídicos (latrocínio)

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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

• Quanto á gravidade do crime:

CRIME SIMPLESCRIME QUALIFICADOCRIME PRIVILEGIADO

O QUE É CRIME REMETIDO? Art. 304, CP.

• Quanto ao agente que o pratica:

CRIME COMUMCRIME PRÓPRIOCRIME DE MÃO

PRÓPRIACRIME FUNCIONAL(Exige que o agente seja

funcionário público: no exercício da função ou em decorrência dela)

Page 46: N o r m a P e n a l Lei Penal Material Bem Jurídico Tutelado

CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

• Quanto ao local do crime:

CRIME À DISTÂNCIA (conduta e resultado desenvolvem-se em países distintos – art. 6º, CP e art. 70, §§ 1º, 2º, CPP)

CRIME PLURILOCAL (conduta e resultado desenvolvem-se em comarcas distintas do Brasil)

• Quanto à ação penal:

CRIME DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

CRIME DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADFA

CRIME DE AÇÃO PENAL PRIVADA

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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

• Quanto à especialidade:

CRIME MILITARCRIME AMBIENTALCRIME DE TRÂNSITOCRIME DE ARMA DE

FOGOCRIME FALIMENTARCRIME ELEITORAL

CRIME HEDIONDOCRIME CONTRA A

CRIANÇA E O ADOLESCENTE

CRIME DE DROGASCRIME CONTRA A

ECONOMIA POPULAR

CRIME CONTRA O CONSUMIDOR etc.

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Peculiaridades

– SUJEITO ATIVO DO CRIME– SUJEITO PASSIVO DO CRIME– OBJETO JURÍDICO DO CRIME– OBJETO MATERIAL DO CRIME– TÍTULO GENÉRICO (Crimes contra a vida)– TÍTULO ESPECÍFICO (homicídio)