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SÍNTESE Boletim Informativo do Laboratório de Jornal do Sepac ... Ano XVIII ... n° 71 ... Janeiro de 2017 Curso Cultura e Meios de Comunicação: uma abordagem teórico prática ... Distribuição Gratuita Divulgação Arquidiocese de S. Paulo Católicos comemoram Ano Mariano em 2017 Luis Fernando Cruz Jubileu tem como objetivo principal recordar encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida Pág. 5 Evento relembra o legado deixado por Dom Paulo Pág. 7 MEMÓRIA Divulgação Divulgação Espaço abriga cultura e história de São Paulo Pág. 3 PATEO DO COLLEGIO

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S Í N T E S EBoletim Informativo do Laboratório de Jornal do Sepac ... Ano XVIII... n° 71... Janeiro de 2017

Curso Cultura e Meios de Comunicação: uma abordagem teórico prática ... Distribuição Gratuita

Divulgação Arquidiocese de S. Paulo

Católicos comemoram Ano Mariano em 2017

Luis Fernando Cruz

Jubileu tem como objetivo principal recordar encontroda imagem de Nossa Senhora AparecidaPág. 5

Evento relembra olegado deixado por Dom PauloPág. 7

MEMÓRIA

Divulgação

Divulgação

Espaço abriga cultura e história de São PauloPág. 3

PATEO DO COLLEGIO

CULTURA

Arte em questão: Grafite X PichaçãoMedida da prefeitura divide opiniões na capital paulista

Fabio PradoValdeane Leite

O novo prefeito da cida-de de São Paulo, João Doria (PSDB), desde

que assumiu em 1º de janeiro de 2017, tem investido no Pro-grama Cidade Linda, sustentado pela Lei nº 14.223, a Lei Cidade Limpa, implantada em 2007, du-rante governo de Gilberto Kas-sab (2006-2012). A operação de Doria foi além, com a limpeza de muros e patrimônios públicos alvos de pichadores e grafiteiros, o que levawntou novamente a polêmica sobre esse tipo de arte.

O grafite é forma de mani-festação artística em espaços públicos que surgiu na década de 1970, em Nova York, quando alguns jovens começaram a dei-xar suas marcas nas paredes da cidade. No Brasil, tal arte foi in-troduzida no final da mesma dé-cada, em São Paulo, e já é reco-nhecida como uma das melhores do mundo.

Mas até onde essas manifes-tações podem ser consideradas arte? O grafiteiro Ygor Mourão, 28, afirma que, apesar de haver algumas diferenças entre grafi-te e pichação, ambas caminham cada vez mais juntas e a maior distinção entre elas está no mo-mento de sua produção. “É pra-ticamente impossível hoje, em São Paulo, parar e fazer um de-senho bem feito. O artista acaba fazendo um bomb, uma arte no vandal, uma tag, (veja glossário) e isso acaba confundindo um pouco as pessoas. Sem o con-sentimento do sistema, as mani-festações nas ruas acabam acon-tecendo de uma forma ilegal.”

Para o artista, ambas são cultu-rais e servem para representar aqueles que não possuem voz.

Marlyvan Alencar (PUC-SP), jornalista e doutora em antropo-logia, pesquisadora em imagem e design, defende que o grafite cria um ambiente, um estado de espírito na cidade, tornando-a mais colorida e acolhedora, pois a utiliza como uma grande tela. Já a pichação tem a ver com a inclusão, com o grito. É uma comunicação política. “Isso sim é uma forma de comunicação a qual não se consegue traduzir pelo que está escrito, mas por aquilo que representa.”

Apesar do preconceito, Mou-rão diz que o grafite tem um im-portante papel na comunicação social e o considera educativo. O grafite está ligado diretamente a vários movimentots urbanos, como Hip Hop, que encontra no grafite uma forma de expressar toda a opressão que a huma-nidade vive, principalmente os menos favorecidos, refletindo a realidade das ruas.

Quando perguntado sobre o programa Cidade Linda, o grafi-teiro se diz contra a decisão de Doria em apagar as obras pela capital. “Apagaram verdadeiras obras de arte. Artistas que são reconhecidos mundialmente. Trabalhos incríveis, inclusive na Av. 23 de Maio, que foram remu-nerados para serem feitos.” Para ele, o prefeito deveria conversar com os artistas e tentar chegar a um acordo, pois, sem isso, ele estará declarando uma guerra contra os pichadores e grafitei-ros, que, com certeza, contra--atacarão, pintando novamente.

Marlyvan diz que pintar a ci-dade na cor cinza tem a ver com um modelo de cidade privatiza-da. “Esse tipo de cor pastel pa-rece que torna a cidade invisível, porque você olha para ela e tudo vira cinza. O prefeito está asso-ciando São Paulo ainda mais à ideia de que é uma cidade cinza, porque a cor lembra indústria, máquinas, trabalho.”

Para a antropóloga, há uma tendência a voltar ao que era an-tes. São Paulo não é uma cidade convidativa, porque você não sai em uma cidade cinza, uma vez que já se passa o dia vendo coi-sas cinza.

Mourão diz ainda que as pi-chações em monumentos públi-cos não passam de uma mani-festação de quem está contra a decisão. “As pessoas estão revol-tadas, não com grafite ou picha-ção, e sim com nossa situação no Brasil. Creio que esses fatos que ocorreram são formas para serem ouvidos. De dizer que, se for pre-ciso ir para a guerra, estão pron-tos. O povo não aguenta mais acatar o que o poder impera.”

BiteBombCrewWriterSpotTagToyVandal

Imitar o estilo de outro grafiteiroUm grafite rápidoUm conjunto de grafiteiros O artista que pinta; grafiteiroLugar onde é praticada a grafitagemÉ a assinatura de grafiteiroÉ o grafiteiro inicianteArte não autorizada

LINGUAGEM DO GRAFITE

Para Ygor Mourão, “alguns escolhem baralho, outros futebol. Eu escolhi o grafite”

Ygor Mourão

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Boletim Informativo8

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... janeiro de 2017

MAZZAROPI

O Sesc Santana exibe de 10 a 31 de janeiro uma mostra com quatro filmes protagonizados pelo ator Amácio Mazzaropi. As sessões aconte-cem nas terças--feiras, às 20h, e são gratuitas. O Sesc Santana fica na Avenida Luiz Dumont Villares, 579, zona norte.

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71... janeiro de 2017

EDITORIAL

Boletim Informativo2

EXPEDIENTE

SÍNTESE – Boletim Informativo do Laboratório de Jornal do Curso de especialização Cultura e Meios de Comunicação:uma abordagem teórico-prática.Rua Dona Inácia Uchôa, 62, Vila Mariana - CEP 04010-020 – (11) 2125 3540

Diretora: Dra. Ir. Helena Corazza

Coordenadora de Cursos: Dra. Ir. Helena Corazza

Jornalista Responsável: Margarete Vieira (MTb 16.707)Orientação Gráfica: José Reis Filho (MTb 12.350)

Muita coisa mudou desde a fundação da antiga vila de São Paulo de Piratinin-ga em 1554 pelo Pe. José de Anchieta. O pequeno espaço, inicialmente pensado para a educação dos índios e hospedar os jesuí-tas portugueses, se expandiu e se tornem a maior metrópole da America Latina. Se-gundo dados do IBGE de 2015, o Estado de São Paulo detém hoje o maior PIB de todo o país e se posiciona como centro eco-nômico e industrial brasileiro.

Conhecido como a “locomotiva do Bra-sil”, o Estado, com 44 milhões de habi-tantes, converge em si diferentes culturas e expressões do país e do mundo. Na capital paulista podemos perceber, no mesmo tem-po e espaço, o contraste entre o clássico e o moderno, a diversidade de religiões, crenças e classes sociais e a pluralidade de formas de manifestação e comunicação.

Indiscutivelmente, São Paulo é fasci-nante e atraente, barulhenta e recolhida, ponto de chegada e mesmo ponto de parti-da. É a cidade dos contraditórios, dos mar-ginalizados e dos pobres, dos que lutam em busca de melhores condições de vida, de milhares de operários que diariamente aju-dam a construir essa cidade cada vez mais majestosa e admirável em sua sofisticada arquitetura, dos moradores em situação de rua e de todos os que diariamente se es-forçam para sobreviver. É ainda a cidade das oportunidades aos que chegam aqui, movidos pela cultura ou pelas ofertas que surgem, na esperança de conseguir melhores condições de vida.

O Estado de São Paulo é também berço religioso do país. Nele se encontra o segundo maior templo católico do mundo, no qual repousa a imagem de Nossa Se-nhora da Conceição Aparecida, rainha e padroeira de toda a nação brasileira.

Nas águas do rio Paraíba surgiu um sinal que foi capaz de devolver a esperança a um povo, cuja necessidade precisava de um milagre. Trezentos anos se passaram, e essa presença continua a despertar a fé que rompe barreiras temporais e espaciais na tentativa de encontrar na diversidade a força que impulsiona o coração dessa gran-de metrópole que teve a sua base lançada por Anchieta.

Produção

Angélica LisboaDiego Fernando MoreiraFábio do PradoJonas da Luz dos SantosJosé Gildásio de Sousa SilvaLucas do Nascimento MoreiraMarcos Roberto VieiraValdeane Leite Monaliza MachadoVania Maria Oeiras SagrestiWellington José da SilvaWesley Borges Fernandes

Todos os caminhos e expressões convergem em São Paulo

EM DESTAQUE

O Memorial da Resistência apresenta a exposição “Carta Aberta- correspon-dências na prisão”, composta por 70 cartas trocadas entre presos e políticos entre os anos de 1969 a 1974. A mostra é gratuita e fica aberta ao público até 20 de março, no Memorial, à Rua General Osório, 66, Campos Elíseos.

EM DIÁLOGO

A exposição “Coleções em Diálogo” possibilita ver ou rever importantes peças do Museu do Ipiranga que se encontra fechado à visitação por motivo de restauração. A visitação ocorre de quarta a segunda-feira, das 10h às 17h30, e o ingresso custa R$6 (inteira) e R$ 3 (meia). Aos sábados a entrada é gratuita. A mostra fica em cartaz de 25 a 30 de janeiro de 2017 no 2º andar da Pinacoteca, localizada na Praça da Luz, 2.

MÍDIAS SOCIAIS

“Mídias Sociais na Web: conceito, criação e gerenciamento” é o curso que acontece, dia 18 de fevereiro de 2017, no SEPAC – Paulinas, das 8h30 às 16h30, e apresenta os conceitos sobre Mídia Social, gerenciamento de conteúdos, páginas, posts, comentários, exercícios práticos e mostra como gerir a comunicação nas Mídias Sociais. A assessoria é de John Jeferson Alves Silva, analista e con-sultor. São 15 vagas. Mais informações: www.paulinas.org.br/sepac.

FORMAÇÃO ECUMÊNICA – 2017

“Reconciliação – É o amor de Cristo que nos impele” (2Cor 5, 14-20) é o tema do encontro que aconte-ce no dia 18 de fevereiro no Auditório da Livraria Paulinas. A formação conta com os palestrantes: Cônego Celso Pedro da Silva, reverendos Marcelo Leandro Garcia de Castro e Carmem Kawano. Mais informações: (11) 3884-1544.

RESISTÊNCIAFotos Divulgação: Pixabeay. com

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... Janeiro de 2017

MEMÓRIA

Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns é homenageado em evento inter-religioso na Catedral Metropolitana de São Paulo Jonas da Luz Wellington José

Líderes religiosos (budistas, ortodoxos, metodistas) e denominações cristãs (presbiterianos, adventistas entre

outros) se reuniram, no domingo (22), na Catedral Metropolitana de São Paulo, para homenagear o Cardeal e Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. O Cardeal morreu no dia 14 de Dezembro de 2016, em São Paulo, aos 95 anos.

O Cardeal foi fundamental na relação com as outras religiões e igrejas de denominações cristãs, bem como para toda a sociedade paulista, destacaram lideres religiosos. Dom Paulo foi Bispo e depois Arcebispo de São Paulo, entre os anos 60 e 70. Um dos prin-cipais marcos do seu trabalho pastoral foi a atenção para com os pobres e excluídos das ruas e favelas de São Paulo.

Na sua ação pastoral junto aos pobres, o Bispo Arns “se empenhou na defesa dos Di-reitos Humanos, garantindo assim que todos tivessem vida em abundância”, destacou o Padre José Bizon, responsável pela Comissão do Diálogo Ecumênico e Interreligioso da Arquidiocese de São Paulo (CDEI).

Bizon ainda falou que o “Cardeal apoiava todas as atividades e iniciativas que favore-cessem a vida em todas as situações e por isso ganhou vários prêmios, entre eles um da comunidade Budista do Japão Hisho Sho Sekay”. Já para Dom Flávio Irala, Bispo da Igreja Anglicana e presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CO-NIC), Paulo Arns foi “um pastor corajoso que buscou defender os mais pobres durante o Regime Militar”. Para o Bispo, “essa atitude evangélica é para todos nós um testemunho de fé e esperança”.

O Regime Militar, que ocorreu no Brasil a partir do ano 1964 até 1985, foi marcado por desrespeito aos Direitos Humanos. Uma das pessoas que defenderam essa causa foi Dom Paulo Arns. Para o advogado Belisário dos Santos Júnior, membro da Comissão de Justiça e Paz, “o Cardeal foi um estrategista do

bem. Nesse momento de crise da cidadania ele rezou missas. Essas missas foram atos de ho-menagem a Deus, mas também tinham força política”. Belisário apontou ainda que “a luta de Dom Paulo pelos Direitos Humanos cons-truiu a cidadania de São Paulo e do Brasil”.

Na defesa das políticas sociais para todos, não só os líderes das igrejas cristãs reconhecem a atuação de Dom Paulo nessa causa, mas também representantes de religiões não-cristãs, como por exemplo, a tradição budista Zen.

O monge budista Ryozan destacou que o Cardeal Arns “é um exemplo de congregação

Uma vida dedicada aos Direitos Humanos

de todas as pessoas em favor da causa evangé-lica e justiça social”. Da mesma forma, a mãe Carmem de Oxum, da tradição das religiões africanas, falou que “a justiça e a promoção da paz foram a causa do Cardeal”.

Desde a constituição da Declaração Uni-versal dos Direitos Humanos (DUDH), em 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU), no contexto da Segunda Guerra Mundial, muitas pessoas se envolveram em prol desta causa.

José Sávio Coelho, morador em situação de rua disse que o Cardeal “sempre estava junto aos moradores em situação de rua e acolhia a todos sem desprezar ninguém”.

Durante o evento os religiosos em seus depoimentos destacaram outras características de Dom Paulo e fizeram-lhe homenagens por meio de orações, cantos e mensagens. O ato inter-religioso encerrou-se com a visita ao túmulo do religioso que fica na parte debaixo da Catedral da Sé.

Líderes religiosos participam do evento em homenagem a Dom Paulo Evaristo Arns

Arquivo: Arquidiocese de São Paulo

Fotos: Vânia Sagresti

Laboratório de Jornal do Sepac 7

País tem 9.973 rádios licenciadas

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... janeiro de 2017

COMUNICAÇÃO

Boletim Informativo6

No Brasil, existem mais 14 mil emissoras, incluindo as comunitárias, executando serviços de radiodifusão

Marcos Roberto Vieira José Gildásio de Sousa Silva

Dados do Ministério das Comunicações de 2011 apontam que no Brasil existem 9.973 rádios licenciadas que

executam os serviços de radiodifusão nas áreas educativa e comercial. Além disso, há 4.377 rádios comunitárias outorgadas. Isso mostra que, no decorrer do tempo, ele tem sido um fiel companheiro de muitas pessoas, tanto como transmissor de informações importantes, programas religiosos, músicas e interação, e até mesmo a hora certa de ir para o trabalho.

O jornalista Francisco Erivan Coutinho Lima (Erivan Lima), da Rádio Educativa

de Picos Cultura FM, localizada na cidade de Picos, Piauí, salienta: “Na medida em que transmite informação com veracidade, prioriza a boa notícia, a boa música, realiza uma comunicação calcada na realidade, abastece de confiança e determinação a população, utilizando-se de uma linguagem objetiva, simples e compreensível”.

O rádio assume na sociedade a função de “aliado” do povo, principalmente dos mais simples, tornando-se importante quando abre espaço para as suas demandas, está presente e é parte integrante da comunidade, ajudando-a na perspectiva de construção de uma nova sociedade.

Para Irmã Helena Corazza, diretora do Sepac (Serviço à Pastoral da Comunicação), “o rádio é uma forma de comunicação que

se aproxima da cultura oral, e o primeiro depois da imprensa a ser democratizado. Talvez daí derive a presença forte que ele teve e continua tendo no cotidiano das pessoas”, afirmou.

A Ir. Helena Corazza disse ainda que: “O rádio é espaço público, Ágora, onde se discutem as questões da sociedade, da política, da economia. Rádio é comunicação, e não instrumento, por isso a sintonia da informação pelo rádio pode mudar o suporte, mas o que se busca é a informação, a interação, a companhia”.

Para Lima, o “rádio pode contribuir com a formação de uma opinião estribada na realidade, e igualmente sustentada na isenção política-partidária, tendo ainda como elemento indispensável a ética, respeito aos costumes e fortalecimentos dos valores que edificam o homem, a família natural e a sociedade”.

EvangElização

Dentro da sua dinâmimca, podemos afirmar que o rádio é um forte parceiro da religião, uma vez que é também utilizado pelas mais diversas denominações religiosas, como meio de propagar o anúncio do Evangelho. “No caso da Igreja Católica, oficialmente instalou-se a Rádio Vaticano em 12 de fevereiro de 1931, com intuito evangelizador. Podemos dizer que a presença do rádio é imensurável em ofertar programas de evangelização, o que contribuir para formação e informação das pessoas e também para rezar com elas”, explicou Helena Corazza.

Lima destaca ainda o papel importante do rádio a partir da sua experiência como apresentador de jornalismo na Rádio Educativa de Picos Cultura FM. “A rádio contribui de forma inquestionável para difundir e propagar a Mensagem do Evangelho, tendo em vista que pelos meios convencionais (os aparelhos, os receptores de rádio), são mais de 500 mil pessoas atingidas na macrorregião de Picos. Pelos dois site da emissora www.culturadepicos.fm.br, pelo site da Diocese de Picos www.dp15.com e pelo aplicativo Pascomrádio, no celular e pela Internet, alcança um número incalculável de ouvintes”, destacou.

Como todo meio de comunicação, também as emissoras de rádio têm seus desafios. Para Ir. Helena, o principal desafio é serem católicas sem falar apenas de religião, menos devocionais, e sim interpretarem, refletirem a realidade, os fatos, em uma ótica cristã. Já o jornalista destaca como principal desafio contribuir para a promoção da cultura da paz, da solidariedade e da igualdade dos direitos universal.

Divulgação: Pixabay.com

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... Janeiro de 2017

CIdAde

Laboratório de Jornal do Sepac3

Cidade de São Paulo completou 463 anos no dia 25 de janeiro nessa data, quem também comemorou seu aniversário foi o Pateo do Collegio, espaço de cultura, religiosidade, história e espiritualidade

Pateo do Collegio recebe nova tecnologia de acesso ao acervo

Fotos: Acervo Pateo do Collegio Diego Fernando MoreiraMonaliza Machado Wesley Borges

No dia 25 de janeiro de 2017 o Pateo do Collegio, em comemoração ao seu aniversário de 463 anos e da cidade

de São Paulo, ganhou uma nova tecnologia que facilitará o acesso aos conteúdos históricos sobre o Pateo, o Museu Anchieta e a Biblioteca São José de Anchieta. Essa tecnologia se chama “beacons”, que são pequenos aparelhos que emitem um sinal via bluetooth para os smartphones. Esse é o primeiro museu do Brasil a contar com essa tecnologia. Um painel interativo permite chegar até as informações sobre cada obra e produto do local onde o usuário está.

O Pateo do Collegio nasceu no dia 25 de janeiro de 1554, a partir da construção de uma pequena cabana de pau a pique e é uma obra apostólica da Companhia de Jesus, ordem religiosa dos Jesuítas. Sua principal missão é resgatar a memória, a pesquisa e a divulgação da história da cidade de São Paulo e da Companhia de Jesus por meio da exposição de arte sacra, da pinacoteca, objetos indígenas, uma maquete de São Paulo no século 16, a pia batismal e a Biblioteca Padre Antonio Vieira, que contém os documentos antigos de Anchieta.

A coordenadora do Museu Anchieta, Carla Galdeano, relata que o Pateo é um lugar muito diferente no centro da cidade por acolher bem seus visitantes em um espaço histórico cultural e religioso, privilegiando a convivência. Segundo ela, anualmente o espaço recebe cerca de 60 mil turistas das mais diversas regiões do Brasil, e o número cresceu devido à eleição do Papa Francisco, que é jesuíta de formação e recentemente canonizou outros dois jesuítas: São Pedro Fabro e São José de Anchieta.

Os recursos para a manutenção do local são da própria Companhia de Jesus. Carla disse que o valor arrecadado com os ingressos não cobre o total de despesas. Não existe no Pateo uma comunidade religiosa fixa, havendo uma rotatividade dos membros nas

bancários que trabalham no entorno, além dos muitos visitantes que são atraídos não apenas pela cultura, religião e história, mas também pelo que o espaço oferece como diferencial: um “oásis no meio da metrópole”, falou Fernando Meli, responsável pelo café.

O Pateo do Collegio está aberto para visitação de terça a sexta-feira, das 9h às 16h45. Aos sábados e domingos, o horário é das 9h às 16h30. Ingressos para o Museu Anchieta variam de R$ 2 a R$ 8; idosos a partir de 60 anos, aposentados e crianças até 7 anos não pagam. Endereço: Praça Pateo do Collegio, 2, Centro. Tel.: (11) 3105-6898.

Páteo do Colégio (acima) recebe de 5 a 6 mil visitantes por mês, um oásis em São Paulo

mais diversas atividades. O Padre Carlos Alberto Contieri dirige

a instituição e permanece constantemente acompanhando trabalhos como, por exemplo, Missas, Ciclos de Debates e Cursos de História para novos membros da congregação.

CaFÉ E CUlTURa

O Café do Pateo, que existe desde 2002, faz parte do complexo que envolve toda a estrutura do Pateo do Collegio. O espaço é frequentado semanalmente por advogados, funcionários do Tribunal de Contas e por

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... janeiro de 2017

RELIGIÃO

Católicos celebram Ano Mariano em 2017 Devotos e Santuário Nacional preparam eventos dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida

Boletim Informativo4

Pe. Marcelo Magalhães coor-dena eventos do tricentenário

Fiéis percorrem local onde imagem original de Aparecida foi encontrada

Luis Fernando Cruz

Arquivo pessoal

Luis Fernando Cruz Lucas Moreira

No ano de 2017 os fiéis católicos bras i l e i ros ce lebram o Ano Mariano. Esse jubileu tem como

objetivo principal recordar os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, proclamada mais tarde como rainha e padroeira do Brasil. Essa festa tem seu ápice em outubro deste ano.

Essa celebração remonta o ano de 1717 e às margens do rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba, em São Paulo, onde três pescadores, na busca de peixes para a refeição do conde de Assumar, se deparam com o corpo de uma imagem sem cabeça e depois com a cabeça. O encontro dessa imagem veio acompanhado de grande número de peixes, fato que já no primeiro momento, dada à dificuldade e importância daquela pesca, foi atribuído como milagre àquela imagem da Imaculada Conceição.

No decorrer desses 300 anos, inúmeros outros mi-lagres se sucederam envol-vendo homens e mulheres de diferentes condições, situações e lugares, os quais

depositaram suas preces àquela pequena imagem que carinhosamente foi chamada de Aparecida. Repousada inicialmente em um simples casebre, a imagem de Nossa Senho-ra Aparecida hoje se encontra em um dos maiores santuários do mundo. (Leia matéria na próxima página).

Teresa Castro, 31, é devota de Nossa Senhora e há cinco anos vem do Piauí ao santuário nacional para agradecer à virgem Aparecida pela cura do câncer de mama. Para ela, “visitar a Mãe é receber um abraço e um afago que vem do próprio Deus”.

Novelas, séries, festivais, shows nacionais e internacionais, missões redentoristas, procis-sões, novenas e celebrações eucarísticas solenes integram a extensa programação coordenada pelo santuário nacional para comemorar essa festa do povo brasileiro. Algumas delas já estão

em curso, como a visita e peregrinação da imagem de Nossa Senhora Apa-recida a todas as dioceses do Brasil e a novena de coroação da imagem todo

dia 12 de cada mês. Ocorrerá próximo ao evento central no

dia 12 de outubro a inauguração da cúpula do santuário nacional projetada pelo artista Claudio Pastro e a coroação da imagem original e tricentenária com uma nova coroa que está sendo confeccionada especialmente para esta data. Na coroa estará presente uma porção de terra vinda dos 27 Estados brasilei-ros. A programação completa desses eventos e celebrações pode ser encontrada no portal do santuário nacional: www.a12.com

Para Marcelo Magalhães, sacerdote re-dentorista e diretor do Portal A12.com, “o jubileu mariano e os 300 anos da imagem de Aparecida são festa do povo de Deus e do povo brasileiro. Maria vem em socorro de nosso povo intercedendo a Deus para nossa nação. Maria é um caminho que nos leva até Deus. Cada romeiro que vem a Aparecida, seja de longe ou perto, traz sua história, seu pedido, seu agradecimento, sua vida para depositar debaixo das mãos e do manto de Nossa Senhora”.

Sobre as celebrações do tricentenário da imagem de Aparecida, PADRE Marcelo com-pleta: “Acredito que os 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora Aparecida para o santuário nacional é muito importante, pois estamos lidando com o maior símbolo da fé católica do povo brasileiro, a imagem da Mãe Aparecida. Então, não tem como não celebrar os 300 anos deste achado e não vivenciar com o povo brasileiro esta preciosidade que eu digo que são as mãos de Deus, que agem em favor de um povo”.

ANO MARIANO EM FÁTIMA O Santuário de Nossa Senhora de Fá-

tima, em Portugal, também celebra o ano mariano em comemoração do centenário das Aparições da Virgem Santíssima aos três pastorinhos: Lúcia, Jacinta e Francisco. Além da parceria com o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, que permitiu a entronização da imagem de Fátima em Aparecida, em 2014, e da imagem de Aparecida em Fátima, em 2015, uma série de atividades vem sendo realizada em preparação ao centenário, que será cele-brado em 13 de maio de 2017. O programa de preparação para o centenário de Fátima, desde 2010, vem realizando inúmeras atividades pastorais, dando importância às três aparições do Anjo aos pastorinhos de Fátima. Até a conclusão do centenário, estão previstos ciclos de palestras, exposições, cursos, concertos musicais e filmes relatando as aparições de Nossa Senhora em Fátima. O Papa Francisco confirmou sua presença no encerramento do centenário de Fátima, nos dias 13 e 14 de maio deste ano.

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ECONOMIA

Aparecida recebe 12 milhões de peregrinos por anoAngelica Lisboa Vania Sagresti

O turismo religioso é um estilo de viagem movido pela fé, organizado em romarias e pere-

grinações. O Santuário Nossa Senhora da Conceição Aparecida, centro de evan-gelização e devoção popular, acolhe 12 milhões de peregrinos por ano, segundo dados do Santuário.

O local foi construído durante a década de 50 para abrigar a imagem da santa padroeira do Brasil e tem a capacidade para abrigar 45 mil fiéis. São quatro naves principais e com área superior de 1,3 milhão de metros quadrados com quase 143 mil m² de área construída.

O Complexo Turístico Religioso do Santuário Nacional é constituído pelo Morro do Cruzeiro, local em que os fiéis realizam a via sacra; o Porto Itaguaçu, onde foi encontrada a Imagem e a Matriz da Basílica ou Basílica Velha.

De acordo com dados do site oficial da basílica, para atender o romeiro o complexo conta com 380 lojas, praça da alimentação, um total de 874 sanitários, 55 adaptados para pessoas com deficiência.

As lembranças religiosas podem ser compradas nas centenas de barracas ou nas lojas do galpão nas proximidades do Santuário. A romeira Alcione Bene-dita da Silva declarou que devido a um problema de saúde superado em pro-messa a Nossa Senhora foi ao local para agradecer a graça recebida. “Eu clamei muito a misericórdia do Senhor e pedi a intercessão da Mãe e fui atendida.” E em agradecimento, ela visitou em 2014 a basílica . Em sua visita comprou de lembranças terços, camisetas, canetas, imagem de Nossa Senhora, ficando tudo em torno de R$ 100.

Para visitar o Porto do Itaguaçu o romeiro pode fazer o uso da trole a preço de R$ 20,00 e também um passeio de balsa pelo rio Paraíba do Sul a R$10,00.

Mercado local é fortalecido pelos que visitam a cidade

Romeiros visitam Porto de Itaguaçu utilizando a trole para chegar ao

local e aproveitam para fazer compras

143 mil m² de área construída

Fotos: Angelica Lisboa

Laboratório de Jornal do Sepac5

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... janeiro de 2017

RELIGIÃO

Católicos celebram Ano Mariano em 2017 Devotos e Santuário Nacional preparam eventos dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida

Boletim Informativo4

Pe. Marcelo Magalhães coor-dena eventos do tricentenário

Fiéis percorrem local onde imagem original de Aparecida foi encontrada

Luis Fernando Cruz

Arquivo pessoal

Luis Fernando Cruz Lucas Moreira

No ano de 2017 os fiéis católicos bras i l e i ros ce lebram o Ano Mariano. Esse jubileu tem como

objetivo principal recordar os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, proclamada mais tarde como rainha e padroeira do Brasil. Essa festa tem seu ápice em outubro deste ano.

Essa celebração remonta o ano de 1717 e às margens do rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba, em São Paulo, onde três pescadores, na busca de peixes para a refeição do conde de Assumar, se deparam com o corpo de uma imagem sem cabeça e depois com a cabeça. O encontro dessa imagem veio acompanhado de grande número de peixes, fato que já no primeiro momento, dada à dificuldade e importância daquela pesca, foi atribuído como milagre àquela imagem da Imaculada Conceição.

No decorrer desses 300 anos, inúmeros outros mi-lagres se sucederam envol-vendo homens e mulheres de diferentes condições, situações e lugares, os quais

depositaram suas preces àquela pequena imagem que carinhosamente foi chamada de Aparecida. Repousada inicialmente em um simples casebre, a imagem de Nossa Senho-ra Aparecida hoje se encontra em um dos maiores santuários do mundo. (Leia matéria na próxima página).

Teresa Castro, 31, é devota de Nossa Senhora e há cinco anos vem do Piauí ao santuário nacional para agradecer à virgem Aparecida pela cura do câncer de mama. Para ela, “visitar a Mãe é receber um abraço e um afago que vem do próprio Deus”.

Novelas, séries, festivais, shows nacionais e internacionais, missões redentoristas, procis-sões, novenas e celebrações eucarísticas solenes integram a extensa programação coordenada pelo santuário nacional para comemorar essa festa do povo brasileiro. Algumas delas já estão

em curso, como a visita e peregrinação da imagem de Nossa Senhora Apa-recida a todas as dioceses do Brasil e a novena de coroação da imagem todo

dia 12 de cada mês. Ocorrerá próximo ao evento central no

dia 12 de outubro a inauguração da cúpula do santuário nacional projetada pelo artista Claudio Pastro e a coroação da imagem original e tricentenária com uma nova coroa que está sendo confeccionada especialmente para esta data. Na coroa estará presente uma porção de terra vinda dos 27 Estados brasilei-ros. A programação completa desses eventos e celebrações pode ser encontrada no portal do santuário nacional: www.a12.com

Para Marcelo Magalhães, sacerdote re-dentorista e diretor do Portal A12.com, “o jubileu mariano e os 300 anos da imagem de Aparecida são festa do povo de Deus e do povo brasileiro. Maria vem em socorro de nosso povo intercedendo a Deus para nossa nação. Maria é um caminho que nos leva até Deus. Cada romeiro que vem a Aparecida, seja de longe ou perto, traz sua história, seu pedido, seu agradecimento, sua vida para depositar debaixo das mãos e do manto de Nossa Senhora”.

Sobre as celebrações do tricentenário da imagem de Aparecida, PADRE Marcelo com-pleta: “Acredito que os 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora Aparecida para o santuário nacional é muito importante, pois estamos lidando com o maior símbolo da fé católica do povo brasileiro, a imagem da Mãe Aparecida. Então, não tem como não celebrar os 300 anos deste achado e não vivenciar com o povo brasileiro esta preciosidade que eu digo que são as mãos de Deus, que agem em favor de um povo”.

ANO MARIANO EM FÁTIMA O Santuário de Nossa Senhora de Fá-

tima, em Portugal, também celebra o ano mariano em comemoração do centenário das Aparições da Virgem Santíssima aos três pastorinhos: Lúcia, Jacinta e Francisco. Além da parceria com o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, que permitiu a entronização da imagem de Fátima em Aparecida, em 2014, e da imagem de Aparecida em Fátima, em 2015, uma série de atividades vem sendo realizada em preparação ao centenário, que será cele-brado em 13 de maio de 2017. O programa de preparação para o centenário de Fátima, desde 2010, vem realizando inúmeras atividades pastorais, dando importância às três aparições do Anjo aos pastorinhos de Fátima. Até a conclusão do centenário, estão previstos ciclos de palestras, exposições, cursos, concertos musicais e filmes relatando as aparições de Nossa Senhora em Fátima. O Papa Francisco confirmou sua presença no encerramento do centenário de Fátima, nos dias 13 e 14 de maio deste ano.

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... janeiro de 2017

ECONOMIA

Aparecida recebe 12 milhões de peregrinos por anoAngelica Lisboa Vania Sagresti

O turismo religioso é um estilo de viagem movido pela fé, organizado em romarias e pere-

grinações. O Santuário Nossa Senhora da Conceição Aparecida, centro de evan-gelização e devoção popular, acolhe 12 milhões de peregrinos por ano, segundo dados do Santuário.

O local foi construído durante a década de 50 para abrigar a imagem da santa padroeira do Brasil e tem a capacidade para abrigar 45 mil fiéis. São quatro naves principais e com área superior de 1,3 milhão de metros quadrados com quase 143 mil m² de área construída.

O Complexo Turístico Religioso do Santuário Nacional é constituído pelo Morro do Cruzeiro, local em que os fiéis realizam a via sacra; o Porto Itaguaçu, onde foi encontrada a Imagem e a Matriz da Basílica ou Basílica Velha.

De acordo com dados do site oficial da basílica, para atender o romeiro o complexo conta com 380 lojas, praça da alimentação, um total de 874 sanitários, 55 adaptados para pessoas com deficiência.

As lembranças religiosas podem ser compradas nas centenas de barracas ou nas lojas do galpão nas proximidades do Santuário. A romeira Alcione Bene-dita da Silva declarou que devido a um problema de saúde superado em pro-messa a Nossa Senhora foi ao local para agradecer a graça recebida. “Eu clamei muito a misericórdia do Senhor e pedi a intercessão da Mãe e fui atendida.” E em agradecimento, ela visitou em 2014 a basílica . Em sua visita comprou de lembranças terços, camisetas, canetas, imagem de Nossa Senhora, ficando tudo em torno de R$ 100.

Para visitar o Porto do Itaguaçu o romeiro pode fazer o uso da trole a preço de R$ 20,00 e também um passeio de balsa pelo rio Paraíba do Sul a R$10,00.

Mercado local é fortalecido pelos que visitam a cidade

Romeiros visitam Porto de Itaguaçu utilizando a trole para chegar ao

local e aproveitam para fazer compras

143 mil m² de área construída

Fotos: Angelica Lisboa

Laboratório de Jornal do Sepac5

País tem 9.973 rádios licenciadas

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... janeiro de 2017

COMUNICAÇÃO

Boletim Informativo6

No Brasil, existem mais 14 mil emissoras, incluindo as comunitárias, executando serviços de radiodifusão

Marcos Roberto Vieira José Gildásio de Sousa Silva

Dados do Ministério das Comunicações de 2011 apontam que no Brasil existem 9.973 rádios licenciadas que

executam os serviços de radiodifusão nas áreas educativa e comercial. Além disso, há 4.377 rádios comunitárias outorgadas. Isso mostra que, no decorrer do tempo, ele tem sido um fiel companheiro de muitas pessoas, tanto como transmissor de informações importantes, programas religiosos, músicas e interação, e até mesmo a hora certa de ir para o trabalho.

O jornalista Francisco Erivan Coutinho Lima (Erivan Lima), da Rádio Educativa

de Picos Cultura FM, localizada na cidade de Picos, Piauí, salienta: “Na medida em que transmite informação com veracidade, prioriza a boa notícia, a boa música, realiza uma comunicação calcada na realidade, abastece de confiança e determinação a população, utilizando-se de uma linguagem objetiva, simples e compreensível”.

O rádio assume na sociedade a função de “aliado” do povo, principalmente dos mais simples, tornando-se importante quando abre espaço para as suas demandas, está presente e é parte integrante da comunidade, ajudando-a na perspectiva de construção de uma nova sociedade.

Para Irmã Helena Corazza, diretora do Sepac (Serviço à Pastoral da Comunicação), “o rádio é uma forma de comunicação que

se aproxima da cultura oral, e o primeiro depois da imprensa a ser democratizado. Talvez daí derive a presença forte que ele teve e continua tendo no cotidiano das pessoas”, afirmou.

A Ir. Helena Corazza disse ainda que: “O rádio é espaço público, Ágora, onde se discutem as questões da sociedade, da política, da economia. Rádio é comunicação, e não instrumento, por isso a sintonia da informação pelo rádio pode mudar o suporte, mas o que se busca é a informação, a interação, a companhia”.

Para Lima, o “rádio pode contribuir com a formação de uma opinião estribada na realidade, e igualmente sustentada na isenção política-partidária, tendo ainda como elemento indispensável a ética, respeito aos costumes e fortalecimentos dos valores que edificam o homem, a família natural e a sociedade”.

EvangElização

Dentro da sua dinâmimca, podemos afirmar que o rádio é um forte parceiro da religião, uma vez que é também utilizado pelas mais diversas denominações religiosas, como meio de propagar o anúncio do Evangelho. “No caso da Igreja Católica, oficialmente instalou-se a Rádio Vaticano em 12 de fevereiro de 1931, com intuito evangelizador. Podemos dizer que a presença do rádio é imensurável em ofertar programas de evangelização, o que contribuir para formação e informação das pessoas e também para rezar com elas”, explicou Helena Corazza.

Lima destaca ainda o papel importante do rádio a partir da sua experiência como apresentador de jornalismo na Rádio Educativa de Picos Cultura FM. “A rádio contribui de forma inquestionável para difundir e propagar a Mensagem do Evangelho, tendo em vista que pelos meios convencionais (os aparelhos, os receptores de rádio), são mais de 500 mil pessoas atingidas na macrorregião de Picos. Pelos dois site da emissora www.culturadepicos.fm.br, pelo site da Diocese de Picos www.dp15.com e pelo aplicativo Pascomrádio, no celular e pela Internet, alcança um número incalculável de ouvintes”, destacou.

Como todo meio de comunicação, também as emissoras de rádio têm seus desafios. Para Ir. Helena, o principal desafio é serem católicas sem falar apenas de religião, menos devocionais, e sim interpretarem, refletirem a realidade, os fatos, em uma ótica cristã. Já o jornalista destaca como principal desafio contribuir para a promoção da cultura da paz, da solidariedade e da igualdade dos direitos universal.

Divulgação: Pixabay.com

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... Janeiro de 2017

CIdAde

Laboratório de Jornal do Sepac3

Cidade de São Paulo completou 463 anos no dia 25 de janeiro nessa data, quem também comemorou seu aniversário foi o Pateo do Collegio, espaço de cultura, religiosidade, história e espiritualidade

Pateo do Collegio recebe nova tecnologia de acesso ao acervo

Fotos: Acervo Pateo do Collegio Diego Fernando MoreiraMonaliza Machado Wesley Borges

No dia 25 de janeiro de 2017 o Pateo do Collegio, em comemoração ao seu aniversário de 463 anos e da cidade

de São Paulo, ganhou uma nova tecnologia que facilitará o acesso aos conteúdos históricos sobre o Pateo, o Museu Anchieta e a Biblioteca São José de Anchieta. Essa tecnologia se chama “beacons”, que são pequenos aparelhos que emitem um sinal via bluetooth para os smartphones. Esse é o primeiro museu do Brasil a contar com essa tecnologia. Um painel interativo permite chegar até as informações sobre cada obra e produto do local onde o usuário está.

O Pateo do Collegio nasceu no dia 25 de janeiro de 1554, a partir da construção de uma pequena cabana de pau a pique e é uma obra apostólica da Companhia de Jesus, ordem religiosa dos Jesuítas. Sua principal missão é resgatar a memória, a pesquisa e a divulgação da história da cidade de São Paulo e da Companhia de Jesus por meio da exposição de arte sacra, da pinacoteca, objetos indígenas, uma maquete de São Paulo no século 16, a pia batismal e a Biblioteca Padre Antonio Vieira, que contém os documentos antigos de Anchieta.

A coordenadora do Museu Anchieta, Carla Galdeano, relata que o Pateo é um lugar muito diferente no centro da cidade por acolher bem seus visitantes em um espaço histórico cultural e religioso, privilegiando a convivência. Segundo ela, anualmente o espaço recebe cerca de 60 mil turistas das mais diversas regiões do Brasil, e o número cresceu devido à eleição do Papa Francisco, que é jesuíta de formação e recentemente canonizou outros dois jesuítas: São Pedro Fabro e São José de Anchieta.

Os recursos para a manutenção do local são da própria Companhia de Jesus. Carla disse que o valor arrecadado com os ingressos não cobre o total de despesas. Não existe no Pateo uma comunidade religiosa fixa, havendo uma rotatividade dos membros nas

bancários que trabalham no entorno, além dos muitos visitantes que são atraídos não apenas pela cultura, religião e história, mas também pelo que o espaço oferece como diferencial: um “oásis no meio da metrópole”, falou Fernando Meli, responsável pelo café.

O Pateo do Collegio está aberto para visitação de terça a sexta-feira, das 9h às 16h45. Aos sábados e domingos, o horário é das 9h às 16h30. Ingressos para o Museu Anchieta variam de R$ 2 a R$ 8; idosos a partir de 60 anos, aposentados e crianças até 7 anos não pagam. Endereço: Praça Pateo do Collegio, 2, Centro. Tel.: (11) 3105-6898.

Páteo do Colégio (acima) recebe de 5 a 6 mil visitantes por mês, um oásis em São Paulo

mais diversas atividades. O Padre Carlos Alberto Contieri dirige

a instituição e permanece constantemente acompanhando trabalhos como, por exemplo, Missas, Ciclos de Debates e Cursos de História para novos membros da congregação.

CaFÉ E CUlTURa

O Café do Pateo, que existe desde 2002, faz parte do complexo que envolve toda a estrutura do Pateo do Collegio. O espaço é frequentado semanalmente por advogados, funcionários do Tribunal de Contas e por

MAZZAROPI

O Sesc Santana exibe de 10 a 31 de janeiro uma mostra com quatro filmes protagonizados pelo ator Amácio Mazzaropi. As sessões aconte-cem nas terças--feiras, às 20h, e são gratuitas. O Sesc Santana fica na Avenida Luiz Dumont Villares, 579, zona norte.

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EDITORIAL

Boletim Informativo2

EXPEDIENTE

SÍNTESE – Boletim Informativo do Laboratório de Jornal do Curso de especialização Cultura e Meios de Comunicação:uma abordagem teórico-prática.Rua Dona Inácia Uchôa, 62, Vila Mariana - CEP 04010-020 – (11) 2125 3540

Diretora: Dra. Ir. Helena Corazza

Coordenadora de Cursos: Dra. Ir. Helena Corazza

Jornalista Responsável: Margarete Vieira (MTb 16.707)Orientação Gráfica: José Reis Filho (MTb 12.350)

Muita coisa mudou desde a fundação da antiga vila de São Paulo de Piratinin-ga em 1554 pelo Pe. José de Anchieta. O pequeno espaço, inicialmente pensado para a educação dos índios e hospedar os jesuí-tas portugueses, se expandiu e se tornem a maior metrópole da America Latina. Se-gundo dados do IBGE de 2015, o Estado de São Paulo detém hoje o maior PIB de todo o país e se posiciona como centro eco-nômico e industrial brasileiro.

Conhecido como a “locomotiva do Bra-sil”, o Estado, com 44 milhões de habi-tantes, converge em si diferentes culturas e expressões do país e do mundo. Na capital paulista podemos perceber, no mesmo tem-po e espaço, o contraste entre o clássico e o moderno, a diversidade de religiões, crenças e classes sociais e a pluralidade de formas de manifestação e comunicação.

Indiscutivelmente, São Paulo é fasci-nante e atraente, barulhenta e recolhida, ponto de chegada e mesmo ponto de parti-da. É a cidade dos contraditórios, dos mar-ginalizados e dos pobres, dos que lutam em busca de melhores condições de vida, de milhares de operários que diariamente aju-dam a construir essa cidade cada vez mais majestosa e admirável em sua sofisticada arquitetura, dos moradores em situação de rua e de todos os que diariamente se es-forçam para sobreviver. É ainda a cidade das oportunidades aos que chegam aqui, movidos pela cultura ou pelas ofertas que surgem, na esperança de conseguir melhores condições de vida.

O Estado de São Paulo é também berço religioso do país. Nele se encontra o segundo maior templo católico do mundo, no qual repousa a imagem de Nossa Se-nhora da Conceição Aparecida, rainha e padroeira de toda a nação brasileira.

Nas águas do rio Paraíba surgiu um sinal que foi capaz de devolver a esperança a um povo, cuja necessidade precisava de um milagre. Trezentos anos se passaram, e essa presença continua a despertar a fé que rompe barreiras temporais e espaciais na tentativa de encontrar na diversidade a força que impulsiona o coração dessa gran-de metrópole que teve a sua base lançada por Anchieta.

Produção

Angélica LisboaDiego Fernando MoreiraFábio do PradoJonas da Luz dos SantosJosé Gildásio de Sousa SilvaLucas do Nascimento MoreiraMarcos Roberto VieiraValdeane Leite Monaliza MachadoVania Maria Oeiras SagrestiWellington José da SilvaWesley Borges Fernandes

Todos os caminhos e expressões convergem em São Paulo

EM DESTAQUE

O Memorial da Resistência apresenta a exposição “Carta Aberta- correspon-dências na prisão”, composta por 70 cartas trocadas entre presos e políticos entre os anos de 1969 a 1974. A mostra é gratuita e fica aberta ao público até 20 de março, no Memorial, à Rua General Osório, 66, Campos Elíseos.

EM DIÁLOGO

A exposição “Coleções em Diálogo” possibilita ver ou rever importantes peças do Museu do Ipiranga que se encontra fechado à visitação por motivo de restauração. A visitação ocorre de quarta a segunda-feira, das 10h às 17h30, e o ingresso custa R$6 (inteira) e R$ 3 (meia). Aos sábados a entrada é gratuita. A mostra fica em cartaz de 25 a 30 de janeiro de 2017 no 2º andar da Pinacoteca, localizada na Praça da Luz, 2.

MÍDIAS SOCIAIS

“Mídias Sociais na Web: conceito, criação e gerenciamento” é o curso que acontece, dia 18 de fevereiro de 2017, no SEPAC – Paulinas, das 8h30 às 16h30, e apresenta os conceitos sobre Mídia Social, gerenciamento de conteúdos, páginas, posts, comentários, exercícios práticos e mostra como gerir a comunicação nas Mídias Sociais. A assessoria é de John Jeferson Alves Silva, analista e con-sultor. São 15 vagas. Mais informações: www.paulinas.org.br/sepac.

FORMAÇÃO ECUMÊNICA – 2017

“Reconciliação – É o amor de Cristo que nos impele” (2Cor 5, 14-20) é o tema do encontro que aconte-ce no dia 18 de fevereiro no Auditório da Livraria Paulinas. A formação conta com os palestrantes: Cônego Celso Pedro da Silva, reverendos Marcelo Leandro Garcia de Castro e Carmem Kawano. Mais informações: (11) 3884-1544.

RESISTÊNCIAFotos Divulgação: Pixabeay. com

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... Janeiro de 2017

MEMÓRIA

Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns é homenageado em evento inter-religioso na Catedral Metropolitana de São Paulo Jonas da Luz Wellington José

Líderes religiosos (budistas, ortodoxos, metodistas) e denominações cristãs (presbiterianos, adventistas entre

outros) se reuniram, no domingo (22), na Catedral Metropolitana de São Paulo, para homenagear o Cardeal e Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. O Cardeal morreu no dia 14 de Dezembro de 2016, em São Paulo, aos 95 anos.

O Cardeal foi fundamental na relação com as outras religiões e igrejas de denominações cristãs, bem como para toda a sociedade paulista, destacaram lideres religiosos. Dom Paulo foi Bispo e depois Arcebispo de São Paulo, entre os anos 60 e 70. Um dos prin-cipais marcos do seu trabalho pastoral foi a atenção para com os pobres e excluídos das ruas e favelas de São Paulo.

Na sua ação pastoral junto aos pobres, o Bispo Arns “se empenhou na defesa dos Di-reitos Humanos, garantindo assim que todos tivessem vida em abundância”, destacou o Padre José Bizon, responsável pela Comissão do Diálogo Ecumênico e Interreligioso da Arquidiocese de São Paulo (CDEI).

Bizon ainda falou que o “Cardeal apoiava todas as atividades e iniciativas que favore-cessem a vida em todas as situações e por isso ganhou vários prêmios, entre eles um da comunidade Budista do Japão Hisho Sho Sekay”. Já para Dom Flávio Irala, Bispo da Igreja Anglicana e presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CO-NIC), Paulo Arns foi “um pastor corajoso que buscou defender os mais pobres durante o Regime Militar”. Para o Bispo, “essa atitude evangélica é para todos nós um testemunho de fé e esperança”.

O Regime Militar, que ocorreu no Brasil a partir do ano 1964 até 1985, foi marcado por desrespeito aos Direitos Humanos. Uma das pessoas que defenderam essa causa foi Dom Paulo Arns. Para o advogado Belisário dos Santos Júnior, membro da Comissão de Justiça e Paz, “o Cardeal foi um estrategista do

bem. Nesse momento de crise da cidadania ele rezou missas. Essas missas foram atos de ho-menagem a Deus, mas também tinham força política”. Belisário apontou ainda que “a luta de Dom Paulo pelos Direitos Humanos cons-truiu a cidadania de São Paulo e do Brasil”.

Na defesa das políticas sociais para todos, não só os líderes das igrejas cristãs reconhecem a atuação de Dom Paulo nessa causa, mas também representantes de religiões não-cristãs, como por exemplo, a tradição budista Zen.

O monge budista Ryozan destacou que o Cardeal Arns “é um exemplo de congregação

Uma vida dedicada aos Direitos Humanos

de todas as pessoas em favor da causa evangé-lica e justiça social”. Da mesma forma, a mãe Carmem de Oxum, da tradição das religiões africanas, falou que “a justiça e a promoção da paz foram a causa do Cardeal”.

Desde a constituição da Declaração Uni-versal dos Direitos Humanos (DUDH), em 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU), no contexto da Segunda Guerra Mundial, muitas pessoas se envolveram em prol desta causa.

José Sávio Coelho, morador em situação de rua disse que o Cardeal “sempre estava junto aos moradores em situação de rua e acolhia a todos sem desprezar ninguém”.

Durante o evento os religiosos em seus depoimentos destacaram outras características de Dom Paulo e fizeram-lhe homenagens por meio de orações, cantos e mensagens. O ato inter-religioso encerrou-se com a visita ao túmulo do religioso que fica na parte debaixo da Catedral da Sé.

Líderes religiosos participam do evento em homenagem a Dom Paulo Evaristo Arns

Arquivo: Arquidiocese de São Paulo

Fotos: Vânia Sagresti

Laboratório de Jornal do Sepac 7

S Í N T E S EBoletim Informativo do Laboratório de Jornal do Sepac ... Ano XVIII... n° 71... Janeiro de 2017

Curso Cultura e Meios de Comunicação: uma abordagem teórico prática ... Distribuição Gratuita

Divulgação Arquidiocese de S. Paulo

Católicos comemoram Ano Mariano em 2017

Luis Fernando Cruz

Jubileu tem como objetivo principal recordar encontroda imagem de Nossa Senhora AparecidaPág. 5

Evento relembra olegado deixado por Dom PauloPág. 7

MEMÓRIA

Divulgação

Divulgação

Espaço abriga cultura e história de São PauloPág. 3

PATEO DO COLLEGIO

CULTURA

Arte em questão: Grafite X PichaçãoMedida da prefeitura divide opiniões na capital paulista

Fabio PradoValdeane Leite

O novo prefeito da cida-de de São Paulo, João Doria (PSDB), desde

que assumiu em 1º de janeiro de 2017, tem investido no Pro-grama Cidade Linda, sustentado pela Lei nº 14.223, a Lei Cidade Limpa, implantada em 2007, du-rante governo de Gilberto Kas-sab (2006-2012). A operação de Doria foi além, com a limpeza de muros e patrimônios públicos alvos de pichadores e grafiteiros, o que levawntou novamente a polêmica sobre esse tipo de arte.

O grafite é forma de mani-festação artística em espaços públicos que surgiu na década de 1970, em Nova York, quando alguns jovens começaram a dei-xar suas marcas nas paredes da cidade. No Brasil, tal arte foi in-troduzida no final da mesma dé-cada, em São Paulo, e já é reco-nhecida como uma das melhores do mundo.

Mas até onde essas manifes-tações podem ser consideradas arte? O grafiteiro Ygor Mourão, 28, afirma que, apesar de haver algumas diferenças entre grafi-te e pichação, ambas caminham cada vez mais juntas e a maior distinção entre elas está no mo-mento de sua produção. “É pra-ticamente impossível hoje, em São Paulo, parar e fazer um de-senho bem feito. O artista acaba fazendo um bomb, uma arte no vandal, uma tag, (veja glossário) e isso acaba confundindo um pouco as pessoas. Sem o con-sentimento do sistema, as mani-festações nas ruas acabam acon-tecendo de uma forma ilegal.”

Para o artista, ambas são cultu-rais e servem para representar aqueles que não possuem voz.

Marlyvan Alencar (PUC-SP), jornalista e doutora em antropo-logia, pesquisadora em imagem e design, defende que o grafite cria um ambiente, um estado de espírito na cidade, tornando-a mais colorida e acolhedora, pois a utiliza como uma grande tela. Já a pichação tem a ver com a inclusão, com o grito. É uma comunicação política. “Isso sim é uma forma de comunicação a qual não se consegue traduzir pelo que está escrito, mas por aquilo que representa.”

Apesar do preconceito, Mou-rão diz que o grafite tem um im-portante papel na comunicação social e o considera educativo. O grafite está ligado diretamente a vários movimentots urbanos, como Hip Hop, que encontra no grafite uma forma de expressar toda a opressão que a huma-nidade vive, principalmente os menos favorecidos, refletindo a realidade das ruas.

Quando perguntado sobre o programa Cidade Linda, o grafi-teiro se diz contra a decisão de Doria em apagar as obras pela capital. “Apagaram verdadeiras obras de arte. Artistas que são reconhecidos mundialmente. Trabalhos incríveis, inclusive na Av. 23 de Maio, que foram remu-nerados para serem feitos.” Para ele, o prefeito deveria conversar com os artistas e tentar chegar a um acordo, pois, sem isso, ele estará declarando uma guerra contra os pichadores e grafitei-ros, que, com certeza, contra--atacarão, pintando novamente.

Marlyvan diz que pintar a ci-dade na cor cinza tem a ver com um modelo de cidade privatiza-da. “Esse tipo de cor pastel pa-rece que torna a cidade invisível, porque você olha para ela e tudo vira cinza. O prefeito está asso-ciando São Paulo ainda mais à ideia de que é uma cidade cinza, porque a cor lembra indústria, máquinas, trabalho.”

Para a antropóloga, há uma tendência a voltar ao que era an-tes. São Paulo não é uma cidade convidativa, porque você não sai em uma cidade cinza, uma vez que já se passa o dia vendo coi-sas cinza.

Mourão diz ainda que as pi-chações em monumentos públi-cos não passam de uma mani-festação de quem está contra a decisão. “As pessoas estão revol-tadas, não com grafite ou picha-ção, e sim com nossa situação no Brasil. Creio que esses fatos que ocorreram são formas para serem ouvidos. De dizer que, se for pre-ciso ir para a guerra, estão pron-tos. O povo não aguenta mais acatar o que o poder impera.”

BiteBombCrewWriterSpotTagToyVandal

Imitar o estilo de outro grafiteiroUm grafite rápidoUm conjunto de grafiteiros O artista que pinta; grafiteiroLugar onde é praticada a grafitagemÉ a assinatura de grafiteiroÉ o grafiteiro inicianteArte não autorizada

LINGUAGEM DO GRAFITE

Para Ygor Mourão, “alguns escolhem baralho, outros futebol. Eu escolhi o grafite”

Ygor Mourão

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Lope

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Boletim Informativo8

S I N T E S E´ Ano XXIII ... n° 71 ... janeiro de 2017