n 57 | maio / junho | 2016 | ano 10 | let 57.pdf · saídas para voltar a ganhar musculatura...

11
N 0 57 | Maio / Junho | 2016 | Ano 10 | www.grupolet.com A revista do Grupo LET Recursos Humanos News CAPA – DEPOIMENTO EXCLUSIVO Demétrio Magnoli Doutor em Geografia Humana, Colunista da Folha de S. Paulo e Comentarista da Globo News “Agora o Brasil tem que reaprender a debater e divergir”- Pag. 12 ENTREVISTA ESPECIAL - ÉTICA Catia Porto (RH – Souza Cruz) “A sensibilidade do RH em relação à ética deve ser extrema. Existe uma linha muito tênue entre a pessoa e a organização” – Pág.8 COMPORTAMENTO Invista em... GENTILEZA no ambiente de trabalho — Pág. 16 EDIÇÃO ESPECIAL NOVO TEMPO PARA A... ÉTICA

Upload: lyminh

Post on 12-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

N0 57 | Maio / Junho | 2016 | Ano 10 | www.grupolet.com

A revista do Grupo LET Recursos Humanos

News

CAPA – DEPOIMENTO EXCLUSIVO

Demétrio MagnoliDoutor em Geografia Humana, Colunista da Folha de S. Paulo e Comentarista da Globo News

“Agora o Brasil tem que reaprender a debater e divergir”- Pag. 12

ENTREVISTA ESPECIAL - ÉTICACatia Porto (RH – Souza Cruz)“A sensibilidade do RH em relação à ética deve ser extrema. Existe uma linha muito tênue entre a pessoa e a organização” – Pág.8

COMPORTAMENTOInvista em... GENTILEZA no ambientede trabalho — Pág. 16

EDIÇÃO ESPECIALNOVO TEMPO PARA A... ÉTICA

“Grande desafio para a Ética, com CORAGEM”

Papo com o leitor

Foto: Zuh Ribeiro / Army Agency

Expediente

Grupo LET Recursos Humanos Membro Oficial

Publicação bimestral - Maio / Junho 2016 Ano 10 – Nº 57 - Tiragem 2.000 exemplares Jornalista responsável (redação e edição):

Alexandre Peconick (Comunicação Grupo LET) Mtb 17.889 e-mail para [email protected]

Diagramação e Arte: Murilo Lins ([email protected])

Diretor Executivo: Joaquim Lauria

Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria

Conselho Editorial: Alessandra Dantas da Mota Lourdes Moreira

Foto da capa: DMT Palestras

OPOrTuNiDADEs:Cadastre seu currículo diretamente em nossas vagas clicando www.grupolet.com/vagas/candidato e boa sorte!

GruPO LET NAs rEDEs sOCiAis: Acesse nossas páginas no Facebook e no Linkedin

Impressão: Grupo smartPrinter soluções em impressão

Caros leitores,

O País passa por um novo tempo – assim realmente esperamos - em que a Ética ganha contornos maiúsculos e o mercado busca saídas para voltar a ganhar musculatura largamente perdida nos últi-mos anos. Precisamos desarmar as desavenças, como sugere o nos-so personagem de capa, o doutor em geografia humana, Demétrio Magnoli. Porque tudo o que se viu na sociedade refletiu (e reflete) no ambiente das empresas; impactando o papel da área de recursos Humanos. Trazendo, muito mais do que sopros de esperança, grandes práticas de ética e condutas sociais, a nossa Entrevista Especial da edição convidou a executiva Catia Porto, líder do desafiante rH da souza Cruz. O resultado traz muito conteúdo aos nossos leitores!

Com a mesma espinha dorsal de Ética levantamos a necessidade de revalorizarmos a Gentileza, conforme destacamos em uma reportagem especialíssima, que inclui o case da empresa ACEssO. E em outra reportagem, revelamos como a campeoníssima das lis-tas de Melhores Empresas para Trabalhar, radix, alcança grande produtividade por meio de diversas práticas balizadas em ética. Nossa sala de Visitas também volta com tudo...em artigo imperdível do consultor, coach e filósofo Paulo Monteiro analisando como “os ânimos exaltados influem no ambiente de trabalho”.

Considerando a nossa aposta de que o mercado vai se expandir e gerar mais vagas, orientamos nossos leitores-candidatos sobre posturas em perguntas mais comuns nas entrevistas para emprego e de que forma o trabalho temporário pode ser uma ótima opção ainda em 2016.

NEWsLET tem muito mais para todos vocês. Que o conteúdo das nossas práticas em rH possam ajudar esse novo Brasil! Com muita coragem!

Boa leitura! Joaquim LauriaDiretor Presidente do Grupo LET recursos Humanos

Editorial

Grupo LET recursos Humanos obtém renovação de sua certificação ABNT NBr isO 9001/2008

Em AuDiÊNCiA realizada entre os dias 2 e 4 de maio, pelo órgão Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), esta consulto-ria de recursos Humanos, Grupo LET, com seus 16 anos de ativida-des alcançou — em seus sites rio Matriz, rio Projac e são Paulo — a renovação de sua certificação ABNT

NBr isO 9001/2008. Na ocasião os auditores-líderes destacaram o valor do trabalho de todas as áre-as da empresa quanto à melhoria contínua dos processos pelos quais respondem. Este acontecimento re-força a garantia de que o Grupo LET recursos Humanos encontra-se re-conhecidamente apto a satisfazer

as necessidades de seus clientes, conforme descrito em sua Política da Qualidade. A Diretoria do Grupo LET parabeniza e celebra o incansá-vel empenho e trabalho de Lourdes Moreira, Consultora de Negócios da LET e de nosso consultor de Qualidade, Marcio ramos de Luca, além de todos os seus colaboradores.

| 2016 | Maio / Junho | 3

“Ler é muuuito bom”

PArA rEFLETir Ao explorar a per-sonalidade con-troversa de steve Jobs – que foi um profissional bri-lhante, mas ao mesmo tempo co-nhecido pelo seu difícil temperamen-to – o filme possi-bilita a reflexão e o debate de muitos temas como talento, motivação, conflitos, comportamento, es-tilo de liderança, autoritarismo, negocia-ção, tecnologia e a importância do lega-do que deixou para a humanidade.

Foto

: Div

ulga

ção

Existe um passo a passo para que a pessoa se sinta feliz na segunda-feira e infeliz na sexta-feira, ou seja, que comemore o início de uma semana de trabalho?A. G. – Há que se ter alinhamento entre seus valo-res e sua atividade profissional. Na maioria das ve-zes nem é o salário o maior motivador. Em relação à desmotivação, as pesquisas indicam que a liderança costuma ser o maior entrave. A insegurança de um gestor boicota a percepção de crescimento profissio-nal de seus colaboradores.

A asfixia a espera de um governo que não governa e o quadro de 11 milhões de desempregados cria com-plexidade para que jovens possam planejar vidas pro-fissionais? A. G. – As relações de trabalho estão mais voláteis e também há a busca pela melhoria na percepção da qualidade de vida. Assim, nesse novo mercado fica mais complexa a tarefa de planejamento de carreira. O autoconhecimento e o conhecimento do mercado podem ajudar nessa tarefa. Não existem profissões com perfis já defasados em relação ao material humano disponível? Ou seja, não seria preciso um redesenho de muitos cargos?A. G. – Acredito que sim! É fundamental a adaptação e atualização para a sobrevivência dos negócios. O mundo parece ter ficado menor em função da globa-lização e dos veículos de comunicação, que rompem fronteiras e distâncias. Aumentaram a interdepen-dência econômica, os intercâmbios e as influências culturais e sociais. Nada disso passa despercebido aos olhos dos contratantes, que exigirão dos seus colaboradores essa vasta gama de conhecimentos.

De Bate-Pronto com Adriana Gomes, autora do livro “Tô Perdido – Mudança e Gestão de Carreira” (Qualitymark Editora)Psicóloga e coluna de Carreira & Negócios na Folha de s. Paulo lan-çou o livro “Tô Perdido – Mudança e Gestão de Carreira” como um bom guia para que muita gente possa ter subsídios para buscar suas próprias respostas no merca-do. Muito bom para os tempos que vivemos, senão vejamos...

A jornalista Myrna Brandão

“Como a Starbucks Salvou a Minha Vida”, de Michael Gates Gill (Editora Saraiva) Encante-se com a história real de um ho-mem que descobriu que a felicidade não está em quanto você ganha ou no cargo que ocupa, mas na capacidade de se rein-ventar, após ir de 100 a zero, gerando rela-ções verdadeiras e trabalhando com amor. O publicitário Michael Gates Hill perdeu emprego, emprego, status, família e saúde. Aos 63 anos viu-se impelido a rever seus paradigmas. O trabalho em uma loja da starbucks no Harlem, em Nova iorque, lite-ralmente, salvou a sua vida.

Da “Sétima arte”...para oS rHs

Myrna Brandão, jornalista especializada em Cinema, nos sugere a reflexão do filme “steve Jobs (2015)”, de Danny Boyle, sobre a vida e carreira do funda-dor da Apple e ícone da revolução digital, retrata-do através de três linhas narrativas: o momento em que se prepara para lançar o primeiro Macin-tosh, o posto de trabalho Next e o iMac. Nesta nova versão, o protagonista é vivido por Michael Fass-bender e há um enfoque mais acentuado em sua vida pessoal e familiar.

NononoEntrEvistaEntrEvista EspEcial

Ela traz na bagagem vas-ta expertise em lidar com culturas distintas. Ainda quando atuava pela Nokia

— que define como “uma das mais modernas escolas dos processos de rH” — morou oito anos fora do Brasil. Em seu passaporte somam-se carimbos do México, Japão, Estados unidos, Finlândia e inglaterra. Ex-jo-gadora de vôlei de quadra no Brasil e nos Estados unidos, foi estudante de Psicologia na Dakota Wesleyan university e PuC rio, além de pós-graduada pela uFrJ em Desenvolvi-mento de rH, a carioca Catia Porto, com o brilho indisfarçável no olhar, dispara: “Onde o desafio estiver, é onde eu quero estar!”.

impulsionada a mergulhar em mui-tos deles, há dois anos e cinco meses ela lidera uma equipe com 134 profis-sionais no rH da souza Cruz / BAT

Brasil, pouco depois de quase dois anos bem sucedidos no rH da matriz British American Tobbaco, em Londres (inglaterra).

Catia revela que um revés de seu dia a dia é conseguir equilibrar o lado profissional com a família, mas que isto faz parte de sua trajetória. No Brasil, antes de 2006, ela tam-bém protagonizou trabalhos mar-cantes, como por exemplo, o start up de rH do Grupo uCi Cinemas. Atualmente, além de toda a respon-sabilidade de ocupar um cargo es-tratégico na souza Cruz, também agrega sua capacidade ao time da ABrH-rJ, onde é membro do Con-selho Deliberativo.

Falar sobre o tema Ética trata-se de algo natural para esta executiva que, em décadas de grandes transforma-ções, se guiou pela correção de pro-cedimentos e normas.

NEWSLET – Que significado o termo Ética tem para a Souza Cruz?

Catia Porto – É até difícil definir, por-que não separamos a ética do nosso dia a dia; está nos nossos contratos, prestações de serviços, na relação com os consumidores, em tudo o que fazemos dentro de nossa cadeia de atendimento. Não praticamos a ética por um dever, mas pela conscientiza-ção de que é um bem para a socie-dade, respeitando todos os processos envolvidos.

NEWSLET – Como a conduta ética baliza as práticas de RH?

Catia Porto – A sensibilidade que devemos ter no rH em relação à éti-ca é extrema. Existe, como se sabe, uma linha muito tênue entre a pessoa e a organização. Temos indicadores

Catia PortoDiretora de RH da Souza Cruz / BAT Brasil

Foto

: Div

ulga

ção

“Ética é o ar que a gente respira”

Dicas NewsNovo Dicas NEWsLET - cuLTura

4 Maio/ Junho | 2016 | | 2016 | Maio / Junho | 5

NononoEntrevista Especial

de qualidade e um código de condu-ta, ambos muito sólidos, dentro da souza Cruz. somos muito transparen-tes no que fazemos, tratando as pes-soas com verdade e igualdade, até em momentos muito difíceis, como no fe-chamento de uma de nossas fábricas; fomos absolutamente transparentes e corretos, tendo muito cuidado com as nossas pessoas.

NEWSLET – Por que a Ética impacta na produtividade da empresa?

Catia Porto – Quando conseguimos conscientizar as pessoas para que si-gam tudo com muito foco, evitamos o desperdício, o retrabalho; o recheque de processos, porque você confia na pessoa que está fazendo determi-nada atividade. Tudo aqui na souza Cruz é muito bem escrito, planejado, estruturado. Abordando só rH, des-de quando contratamos uma pessoa, passando pelo treinamento, até o iní-cio e execução do trabalho dela; não damos margem a dúvidas ou questio-namentos sobre eventuais favoreci-mentos. impressiona o quanto o que está escrito é executado. Ética é o ar que a gente respira; para nós é como se tivéssemos que conversar sobre beber água hoje.

NEWSLET – Mesmo que a ética es-teja enraizada, de vez em quando podem surgir pontos polêmicos que chamem a discussão?

Catia Porto – Claro! Os sentimen-tos podem desempenhar um papel importante na questão ética, prin-cipalmente na maneira de agir. Por isso, confiamos que o nosso código de ética harmoniza essa reflexão. Te-mos um comitê, ao qual chamamos de “integridade”, com três ouvido-res, sendo um deles, o rH. Há uma ouvidoria interna (com canal pela intranet ou telefone) que procurar entender a questão e explicá-la ao funcionário. A clareza e objetividade têm processos de realinhamento em várias fases tão bem organizados que dificilmente o tema passa para

a fase de exigir uma reunião. Em todo o tempo que estou aqui ainda não presenciei reunião sobre ética. Geralmente o que acontece é uma interpretação, o que é rapidamente esclarecido por nós.

NEWSLET – O tratamento ao tema Ética tão bem executado ajuda a em-presa em momentos difíceis como este em que o país atravessa?

Catia Porto – Ajuda porque não cau-sa dúvida. Tudo o que traz dúvida gera uma gestão mais complexa, com dis-cussões. Quando está tudo mais cla-ro, gastamos menos tempo. A souza Cruz é uma organização pragmática e focada.

NEWSLET – Mesmo que algum com-portamento ligado à ética do fun-cionário recém-contratado não seja detectado pelos filtros da seleção; há um trabalho do RH que qualifica a pessoa a estar adequada aos valores da Souza Cruz?

Catia Porto – sim. Em geral, contra-tamos pessoas recém-graduadas em universidades e as capacitamos aqui. Eventualmente, contratamos pessoas

com perfil sênior, que trazem baga-gens de outras empresas.

NEWSLET – Sabemos que o profis-sional de RH trabalha o ser humano em aspecto global, que é impactado pelo que acontece dentro da empre-sa e fora, na sociedade. A situação de graves problemas de conduta éti-ca em nosso cotidiano é alvo de de-bate na Souza Cruz?

Catia Porto – Debatemos enfoques mais específicos, como a séria ques-tão do “mercado ilegal”, que afeta nossa sociedade e o nosso negócio. A nossa postura é sempre pensar em como podemos ajudar o governo e a sociedade a lidar e a combater o mercado ilegal. Nosso foco é traba-lhar para que entendam o impacto do aumento de impostos nesse mercado em que, consequentemente, aumenta a ilegalidade e o crime organizado. A ética nessas questões é a nossa métri-ca e o nosso código de conduta.

NEWSLET – Pela forma com a qual você trata o tema facilmente conclu-ímos que a Souza Cruz tem um RH estratégico...

Catia Porto – sim. somos parceiros do negócio. É um orgulho poder falar que o rH da souza Cruz participa de todas as decisões estratégicas. NEWSLET – Vocês gostam de fazer benchmarking e trocar informações sobre ética com outras empresas que priorizam esse tema?

Catia Porto – O tempo todo. relan-çamos no último mês de março o nos-so canal de ouvidoria, rebatizando-o de “FALE”. Antes disso fomos olhar o mercado, o que as grandes empresas estão fazendo aqui e lá fora em rela-ção aos sistemas de tecnologia para acelerar esse processo, objetivamos perceber melhores formas de prote-ger as pessoas que buscam esses ca-nais. Apostamos, também, em trazer especialistas de mercado para atuali-zar nossas práticas e processos.

“Tudo é muito bem escrito, planejado, estruturado (...);

não damos margem a questionamentos

sobre eventuais favorecimentos.

Impressiona o quanto o que está escrito é executado.”

Nonono

O ambiente profissional foi marcado por muitas déca-das por uma divisão entre o público e o provado. A

empresa era lugar para trabalhar, para ser sério e “profissional”. Em casa você podia ser você mesmo, com seus gos-tos, manias e opiniões mais pessoais. A profunda e clara divisão entre a Casa e a rua, feita pelo brilhante roberto da Mat-ta, vai tomando novos contornos no sé-culo 21. Hoje em dia torna-se difícil sepa-rar totalmente estes dois mundos, numa época onde a conectividade é total e o universo profissional vai ganhando tra-ços mais informais. A Casa virou rua e a rua também é Casa num mundo onde as fronteiras vão se esvaindo.

se colocarmos a pimenta do mo-mento atual do Brasil nesta análise, en-tão percebemos que a Casa realmente foi para a rua. Não é à toa que um dos principais movimentos que lideram um desejo popular de mudança se chama “Vem pra rua”. “saia de casa, manifes-te publicamente sua opinião, não se es-conda atrás de uma máscara de cidadão anônimo”, é o que parece dizer esse tipo de clamor popular. uma grande parte do país parece disposta a não manter uma

paciência ou tolerância que durou muito tempo, com um tipo de prática corrupta instalada no país desde que este se for-mou como nação.

A paixão é muito boa, pois é sinal de vida. A grande questão está em não permitir que esta se torne agressividade, desrespeito, e ameace a boa convivên-cia. E este me parece ser o maior de-safio que muitas organizações e outros espaços sociais (como a família) deve-rão encarar para que o ambiente não seja deteriorado. Como garantir a saúde social num momento de tanta paixão e alteração de tantas pessoas diante de uma situação que parece ter esgotado o limite da aceitação? Nesse sentido, é útil a lógica da racionalidade que vigora há décadas em muitas empresas e que busca manter o foco no propósito em-presarial, deixando à margem questões que não dizem diretamente respeito às metas da organização. se esta virar um espaço onde cada um ocupa grande parte do tempo dizendo o que quer so-bre qualquer tema, o caos será instalado e os resultados que todos buscam não serão alcançados.

Por outro lado, seria ingenuidade perigosa pensar que o que estamos vi-

vendo no país não tem nada a ver com o universo organizacional. Está mais que claro que a relação entre estes mundos é estreita. No caso de algumas empresas, esta relação chega a ser direta. Portanto o desafio é perceber os pontos de relação entre o momento do Brasil e o próprio contexto profissional, para utilizar este espaço relacional em prol da melhoria e evolução da empresa. seria um ameaça para a saúde da organização, esconder as questões importantes desta relação com o momento político e social do país, jogando tudo para debaixo do tapete, algo que somos muito hábeis em fazer. Essa, aliás, é uma prática muito típica da nossa sociedade, que só aumenta o imo-bilismo diante de desafios inadiáveis.

O caminho para aproveitar esta crise sem precedentes que estamos vivendo - no que se refere ao âmbito organiza-cional - é o compromisso com a trans-formação e evolução das empresas e do mundo profissional, a partir do que todos vemos que não funciona mais. Corrup-ção, jeitinho, manipulação e mentira, tudo isso deve ser superado com um novo compromisso pessoal e coletivo. se para isso é necessário trazer ques-tões candentes, sejamos corajosos para trazê-las, mas prudentes e respeitosos, para manter um saudável ambiente de diálogo e trocas, que possa garantir a busca de um propósito comum e que seja positivo para um maior número de pessoas. Coragem e autenticidade com racionalidade e respeito: esta é a equa-ção fundamental para tempos tão difíceis como o que estamos vivendo hoje.

*Paulo Monteiro é graduado em Filosofia, Consultor de Desenvolvi-mento Humano e Organizacional e Coach – www.pmconsultoria.net

Sala de ViSitaSSala de ViSitaS - artigo

“A estreita fronteira entre o acirramento dos ânimos e o ambiente das empresas”

*Paulo Monteiro

6 Maio/ Junho | 2016 | | 2016 | Maio / Junho | 7

Foto

: Div

ulga

ção

Foto

: Div

ulga

ção

recrutamento & seleção recrutamento & seleção

2 Quais são seus objetivos em um curto e em um longo prazo? seja cla-ro e use palavras simples. O candidato tem que refletir e definir qual é o seu objetivo antes de ir para a entrevista. Dessa forma, provavelmente saberá se a oportunidade de emprego é ou não interessante para ele. É fundamental que o candidato “entreviste” também a empresa e observe se a proposta é importante para o que ele planeja que aconteça ao logo de sua carreira.

3 Como você lida (ou lidaria) com as pressões do trabalho? O candidato deve procurar dar exemplos que foram vivenciados por ele. se for a primeira experiência profissional, ele deve dar um exemplo de seu convívio social. isso dará certa consistência à resposta e tam-bém segurança para o entrevistador - ele enxergará que o profissional tem poten-cial para ocupar determina posição.

4 Por que devemos contratá-lo? Mui-tos candidatos dizem que tem interesse em crescer profissionalmente, aprender e de contribuir com a empresa, mas isso não são respostas satisfatórias. É preciso enfatizar como ele pode colabo-rar com o desenvolvimento da organi-zação, o que significa aumento da pro-dutividade, mas também novas ideias, melhoria do ambiente de trabalho, entre outros pontos.

5 Quais foram suas maiores realiza-ções profissionais? Mencione exem-plos. se possível, procure falar sobre as realizações que foram relevantes em sua vida profissional e que estejam, de alguma forma, envolvidas com as ex-pectativas ou aos negócios da empresa.

se esta for a sua primeira experiência, destaque suas realizações no campo pessoal que trouxeram transformações positivas para você e aqueles que lhe estão próximos.

6 Quais são seus pontos fortes? O candidato deverá optar pelo o que con-sidera serem seus talentos que contri-buam para a coletividade. Pergunte-se: o que os seus colegas de trabalho di-riam positivamente de você? Pense em sua rotina profissional e escolha as qua-lidades que mais o definam no trabalho.

7 Quais são os seus pontos a desen-volver? Cite um exemplo e foque no que você está fazendo para superar a dificul-dade. Não dê ênfase ao seu ponto fraco.

8 Qual é o seu maior sonho? Para responder a essa pergunta o candidato deve saber exatamente o que quer, sem gaguejar. Quanto mais autêntico ele for, sem a obsessão de dizer algo “só para agradar”, maior será a probabilidade de encontrar uma empresa alinhada ao seu perfil.

9 Por qual motivo você saiu da em-presa anterior? O posicionamento de afirmar que se está em busca de cres-cimento profissional e melhores oportu-nidades de carreira ou que os objetivos relacionados àquela empresa já estavam cumprido e “busco de novos desafios que me estimulem ainda mais” é o mais favorável. Jamais fale mal da imagem da empresa anterior e de seus gestores.

10 Como reage a críticas no trabalho? Críticas são sempre bem-vindas, pois ajudam o profissional a perceber os er-

ros e a se aprimorar para não cometê-los novamente. Entrevistadores gostam de perceber que o candidato valoriza o feedback como algo essencial para o crescimento profissional deles.

11. O que você considera importante em uma empresa? Esta é uma pergun-ta importante para o rH identificar no candidato o nível (grau) de alinhamen-to dele à empresa. uma boa dica é o candidato expor seus melhores valo-res. Exemplos: organização, seriedade, gosto por se voluntariar, conforto para trabalhar, ser desafiado e estimulado o tempo todo a criar; atuar em um quadro de funcionários estável.

12 Como você se comporta no traba-lho? sou pontual, dedicado, compro-metido, responsável, criativo, dinâmico, eficaz, flexível, sei trabalhar em equipe e gosto de mudanças. É importante que isto seja verdadeiro em relação à sua prática.

13 Com que tipo de pessoa você pre-fere trabalhar? Gosto de trabalhar com pessoas comprometidas, responsáveis e que tenham espírito de equipe.

14 Com que tipo de pessoa você en-contra dificuldade em trabalhar? Pen-se em características que afetem ne-gativamente o ambiente de trabalho. Exemplo: pessoas arrogantes, que tem postura de desrespeitar o colega, impa-cientes e sem espírito de equipe.

15 Como você se comporta quando algo não sai como planejou? Nessas horas, o importante é manter a calma, olhar o seu entorno e tentar reverter a situação de outra maneira para atingir o objetivo. sempre existe um plano B para tudo. se você age dessa forma, esta é uma resposta convincente.

1 Fale sobre você - Não existe re-gra que determine o que o candi-dato deva falar. Cada entrevistador, conforme a descrição da vaga, tem uma expectativa. No geral, procura-se confirmar os dados descritos no currículo sobre a formação do candi-dato, suas preferências, expectativas em relação ao trabalho, sonhos etc. A postura adequada ao candidato é buscar se descrever como ele “se vê profissionalmente”.

15PERGUNTASfrequentes na

ENTREVISTAe a POSTURA diante delas

Embora não existam “receitas de bolo” no processo seletivo – cada en-trevista é uma história - o selecionador recorre a alguns pontos chave para ter indícios de que o entrevistado está (ou não) alinhado com o perfil desenhado pela organização para aquela vaga. Alinhamento é precisamente o que se busca nesse primeiro momento.

O ponto comum entre todas as 15 questões é: seja, acima de tudo, ho-nesto (e ético) consigo mesmo e com o seu interlocutor.

Independente para qual cargo se destina a tão sonhada vaga dos candidatos que estejam lendo esta matéria, realizamos

extenso levantamento estatístico que comprova: existem 15 questões que, em geral, se repetem em entrevistas para emprego de norte a sul do todo o Brasil. Mais do que lidar com a an-siedade ou “confiar no próprio taco”, relacionamos as orientações mais co-muns de profissionais de rH sobre a postura diante dessas perguntas.

Vamos às perguntas (ou questões que são colocadas)...

Atenção: todas essas orientações são apenas sugestões. Nada disso dará certo se não refletir a sua postu-ra real, ou seja, o que você realmente sente, pensa e coloca em prática; de forma convincente.

8 Maio/ Junho | 2016 | | 2016 | Maio / Junho | 9

Foto

: Thi

nnst

ock

Imag

es

Foto

: Thi

nnst

ock

Imag

es

Alta qualidade no atendimento, tecnologia e práticas de rH para a busca, colocação e capacitação dos melhores

e mais adequados profissionais à sua organização.

Matriz – RioCentro Empresarial Barra shopping Avenida das Américas, 4.200 – BL.9 – salas 302 A e 309 Barra da Tijuca – (rJ) – CEP 22640-102 Telefax: (55 21) 3416-9190

Centro – Rio de JaneiroAvenida rio Branco, 120 – Grupo 607 – salas 14 e 15 Centro – (rJ) – Cep: 20040-001 Tel.: (55 21) 2252-0780 ou (55 21) 2252-0510

São Paulorua 7 de Abril, 127, Conj. 42 Centro – (sP) – CEP 01043-000 Telefax: (55 11) 2227-0907 ou (55 11) 5506-4299

Na internet www.grupolet.com

Ou pelo e-mail [email protected]

entre em contato conosco!

Oferecemos...

RECRUTAMENTO E SELEÇÃOPor meio das mais atualizadas ferramentas, agilidade e eficácia para encontrar as pessoas certas.

ADMINISTRAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA TEMPORÁRIACuidamos para você dos encargos trabalhistas de profissionais que atuam em regime temporário.

TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOSDisponibilizamos os melhore profissionais em serviços específicos que assegurem qualidade.

BUSCA DE

NOVOS TALENTOSCasando a expectativa dos jovens à cultura das organizações.

TREINAMENTOGerenciamento de conflitos, desenvolvimento de equipes, entre outros desafios.

Foto

: Ale

xand

re P

econ

ick

Fala cliente...

“Trabalhamos com o Grupo LET há mais de quatro anos. Antes disso, a outra empresa que nos atendia nos deu muitos problemas... Quando a Globo nos indicou o Grupo LET, começamos o trabalho de admissão dos temporários com vocês. O serviço que o Grupo LET nos entrega, desde o início, tem sido muito bom. Na parte de documentação, por exemplo, vocês são bem corretos. Já no atendimento, nos sentimos priorizados por vocês. Tudo o que solicitamos tem sempre rápido retorno. Quando manifestamos qualquer dúvida, os colaboradores da LET demonstram extremo conhecimento sobre aquilo que informam ou orientam. Estamos extremamente satisfeitos com o Grupo LET e vamos continuar usando os seus serviços por muito tempo, assim esperamos.”

Valéria Guimarães, Analista de RH da Som Livre

Personagem – Capa Personagem – Capa

Sua extrema profundidade, pre-cisão e capacidade técnica de analisar e antever cenários só-cio-político econômicos, tanto

em dimensão macro quanto pontual, impressionam interlocutores de toda ordem. Você pode concordar ou não com o doutor em geografia humana Demétrio Magnoli, mas é impossível não reconhecer o mérito que ele tem em nos auxiliar a decifrar as entrelinhas de tantas situações tresloucadas que nos atingem dia e noite nas esferas pú-blica, profissional e pessoal.

Considerado referência nacional e internacional nestes temas, o persona-

gem de nossa capa é também soció-logo, colunista dos jornais Folha de s. Paulo e O Globo, comentarista de polí-tica e assuntos internacionais da Globo News, além de requisitado conferencis-ta. Escreveu, entre outros livros, ‘Gota de sangue – História do Pensamento racial’, ‘O Leviatã Desafiado’ e ‘A Vida Louca dos revolucionários’.

Aos 57 anos, Magnoli, se notabiliza como os dos raros intelectuais brasilei-ros capazes de se expressar de forma objetiva e sucinta, como ele, aliás, o faz, nesta entrevista exclusiva que nos concede em momento nevrálgico da história brasileira e do próprio papel de

recursos Humanos na sociedade e no trabalho.

NEWSLET – Está mais difícil as em-presas exigirem comportamentos éticos de seus colaboradores com tamanha quantidade de desvios éti-cos entre governantes e mesmo en-tre gestores de empresas outrora respeitadas?

DEMÉTRIO MAGNOLI – Não, pelo contrário. A corrupção vem sendo desvendada em processos judiciais de repercussão nacional. Eles devem servir como exemplos nas empresas.

Ética e Condutas Sociais...temas analisados sob a ótica de...

DEMÉTRIO MAgNOLI

Marcelo Odebrecht na cadeia, Dilma impedida e Lula indiciado mostram que o Brasil pode mudar.

NEWSLET – Em um mercado, vamos dizer, “infectado” pela antiética”, as empresas cujos representantes agem de forma ética ganham o quê em ter-mos institucionais?

DEMÉTRIO MAGNOLI - No horizon-te de curto prazo, não há vantagens evidentes para as empresas. Mas, a prazo médio e longo, elas ganham muito. Primeiro, conquistam o respeito de colaboradores, parceiros e clientes. Depois, firmam sua marca. No fim, ga-nham o direito de se pronunciar no de-bate público. NEWSLET – Em sua opinião, o nível de intransigência entre as pessoas de diferentes correntes está atingindo um ponto insuportável, por que o nosso bolso está sendo atingido, ou por que há uma das duas correntes insuflando a violência ou se trata do somatório das duas coisas?

DEMÉTRIO MAGNOLI - Por outro motivo. O “Lulopetismo”, ao longo de 13 anos de poder, dividiu o país em “nós” e “eles”, afim de deslegitimar a divergência. Os críticos do governo representariam a “elite”, a “elite bran-ca”, os “interesses estrangeiros”. A pedagogia autoritária da intolerância disseminou-se a partir de cima. Os brasileiros “aprenderam” a debater como quem faz guerra - e revidaram contra o PT nos mesmos termos. Ago-ra, o país tem que reaprender a deba-ter e divergir. NEWSLET – De que forma, no seu entendimento, essas condutas so-ciais de rixa, intolerância e falta de diálogo estão afetando o ambiente das empresas?

DEMÉTRIO MAGNOLI - Há uma cla-ra contaminação das relações pesso-ais e das relações no trabalho. A solu-ção não é dizer que é preciso separar a esfera da política das esferas pessoal

e profissional, pois isso equivaleria a dizer que a política pode continuar en-venenada pela intolerância. No lugar disso, a solução é criticar a intolerância política, explicando que a divergência deve se organizar em torno das ideias, da substância, dos temas em discus-são - não do pedigree partidário dos sujeitos que debatem. NEWSLET – Do ponto de vista socio-lógico, que papel você entende que um líder de RH deva ter diante desse cenário? Ou seja, o que ele pode fazer para que ajudar que a produtividade de suas pessoas não sofra decrésci-mo diante de um nível tão estressante de relacionamentos entre elas?

DEMÉTRIO MAGNOLI - É preciso que, de forma sutil, mas persistente, o líder de rH veicule a mensagem sinte-tizada na resposta anterior, ou seja, a superação do “nós contra o “eles” e o respeito das divergências em torno de ideias. Não é fácil! O pessoal de rH não está treinado para isso. É tarefa a ser coordenada pela direção da empre-sa, junto com esses responsáveis pelo rH e os de Comunicação interna. NEWSLET – A larga maioria dos analistas políticos e econômicos diz, apresentando fortes argumentos, que vivemos em um país “que não sabe para qual direção está indo”. Isto cria um ambiente esquizofrênico para os líderes. Ainda é possível eles serem inovadores e enxergarem “luz no fim do túnel”?

DEMÉTRIO MAGNOLI - Há um curioso paradoxo aí. Temos, hoje, um largo consenso político (que só exclui os extremos à direita e à esquerda) sobre o rumo econômico e social. Há, ainda, um razoável consenso sobre uma reforma política mínima. Falta, entretanto, uma liderança político-par-tidária com credibilidade para difundir esse consenso. NEWSLET – Há muitas leis polêmicas criadas nos últimos 13 anos. Uma de-las pelos depoimentos que você dá na

mídia, é a tal da Lei de Cotas. Em que sentido, esta lei, ao invés de defender uma raça, acaba sendo racista e ge-rando conflitos?

DEMÉTRIO MAGNOLI - As leis ra-ciais em geral, e não só as leis de cotas, baseiam-se num procedimen-to prévio que é a definição estatal da “raça” de cada indivíduo. segundo a lógica delas, cada pessoa será rotu-lada como “branca” ou “negra” pelo Estado. Nessa rotulação encontra-se o ovo da serpente: a criação de uma identidade étnica oficial que divide os brasileiros e gera supostos “interesses de raça”.

NEWSLET – De que forma a supera-ção do caos político em que vivemos, poderá reoxigenar a nossa economia e, por consequência, fazer com que as empresas voltem a “ter saúde”?

DEMÉTRIO MAGNOLI - O passo cru-cial é restaurar o conceito de interesse público - ou seja, traçar uma fronteira entre a administração pública e os par-tidos. Não podemos ter estatais dirigi-das por militantes políticos. Não há ad-ministração eficiente quando dezenas de milhares de cargos são preenchi-dos por indicações políticas. NEWSLET - Você ainda enxerga saí-da para que a política pare de uma vez por todas de afundar a economia e o mercado de trabalho em um país de diversidades como o Brasil?

DEMÉTRIO MAGNOLI - imediata-mente, precisamos de muito pouco. uma política econômica razoável, ar-ticulada em torno da recuperação do equilíbrio fiscal pela via da redução dos gastos estatais e o início de algumas reformas essenciais, como a da Previ-dência, são suficientes para reverter a desconfiança, criar uma base de credi-bilidade e propiciar a retomada dos in-vestimentos. Mas isso é só o começo. Em um médio prazo, precisamos de uma reforma do Estado e de uma am-pla reforma política. isso é coisa para debater nas eleições de 2018.

12 Maio/ Junho | 2016 | | 2016 | Maio / Junho | 13

Foto

: DM

T Pa

lest

ras

Com a ampliação de seis para nove meses do prazo máxi-mo de duração, por meio de portaria 789 de 3/06/2014 à

Lei 6.019/74, o trabalho temporário ofe-rece aos profissionais de diversas áreas muito mais consistência para que eles possam conquistar oportunidades defi-nitivas. Em tempo de crise e às vésperas de muitos feriados e de um evento global como os Jogos Olímpicos rio 2016, a tal “janela para o mercado” já está abrindo estas oportunidades. Aqueles que olha-vam com desconfiança a questão de “só trabalhar por alguns meses” já podem enxergar a questão por outro ângulo: “podem ser alguns dos meses mais im-portantes da minha carreira”.

Este foi mais ou menos o caso da téc-nica de segurança no trabalho Michelle Mendes Castro que, entre dezembro de 2014 e janeiro deste ano, cumpria dois contratos como temporária do Grupo LET junto a um cliente desta consultoria no segmento da Comunicação. O exce-lente desempenho dela e o surgimento de uma demanda permanente fez com que ela fosse efetivada há cinco me-ses. “A minha experiência temporária foi muito importante, pois através dela

pude mostrar todo o meu conhecimento e aprendi mais com todos da empresa”, conta Michelle que, enquanto temporá-ria, mostrou-se extremamente persisten-te e aderente a mudanças.

Casos como o de Michelle se repe-tem de norte a sul do Brasil em todas as áreas. Contratar profissionais para atender demandas chamadas sazonais, delegando a administração de seus as-pectos trabalhistas a consultorias de rH, também tem sido um grande negócio para muitas organizações, sobretudo, em períodos de crise, nos quais as de-mandas são muito mais enxutas, as mar-gens são estreitas e o planejamento, em geral, não prevê retrabalhos.

Empresa credenciada junto ao Mi-nistério do Trabalho e certificada para atender ao mercado, o Grupo LET recursos Humanos tem como um dos serviços que oferece às organizações a administração de profissionais por contratos temporários. Atenção ges-tores: cuidado com muitas empresas piratas que oferecem tarifas com “des-contos milagrosos”. Verifique se eles têm autorização para administrar tem-porários. O Grupo LET tem. Não caiam em uma arapuca.

- Ajam com a mentalidade funcionário efe-tivo, vestindo a camisa da empresa e prati-cando seus valores

- Não se restrinjam ao seu trabalho. Mos-trem-se sempre disponíveis e colaborativos para ajudar os colegas

- Evitem ser indiscretos e falar demais sobre suas vidas pessoais

- respeitem horários (entrada, almoço, sa-ída) e não se recusem a fazer hora extra se isto se fizer necessário

- sejam sempre éticos, comprometidos e proativos, não se furtando a contribuir com suas ideias

- Estejam abertos, ao mesmo tempo, a aprender (não somente sobre sua fun-ção) e a ensinar

- Evitem usar a infraestrutura da empresa para resolver problemas pessoais

- Não falem mal de antigos trabalhos

- Cumpram os requisitos de sua função e bus-quem satisfação do cliente interno e externo

TRABALHO TEMPORÁRIOImportante recurso também em tempos de crise

Mercado

AOS “TEMPORÁRIOS” SUGERIMOS A SEGUINTE POSTURA...

A radix, empresa de engenha-ria e software, premiadíssima em listas de “melhores para trabalhar” em todo o Brasil e

América Latina, já exercia de forma na-tural, dos fundadores aos funcionários mais novos, diversos significados do termo Ética; mesmo assim, em julho do ano passado, a empresa formalizou o Programa de Compliance por entender que “era preciso atestar que a ética é exercida na rotina de trabalho”, como confirma Luiz Eduardo rubião, CEO da Empresa e Membro do Conselho de Ética. Dessa forma, como avalia rubião, não se oferece a ninguém a chance a qualquer tipo de interpretação diferente da realidade objetivada pela empresa.

isto se traduz em cuidado e méto-do para cada ação interna, entre fun-cionários, ou externa, entre funcioná-rios e clientes ou parceiros. segundo Fábio Lopes, Gerente de Compliance da radix, para tudo existe um passo a pas-so, desde um almoço com um cliente, um fechamento de contrato, até mes-mo um aparentemente inocente pre-sente de casamento de um funcionário da radix a um executivo externo.

Mais do que mapear e nortear ações, Fábio revela que o debate é intenso. A empresa se preocupa em saber, e em discutir, pontos da condu-ta dos funcionários fora da empresa. Esclarecendo: não adianta um profis-sional ter toda a correção no trabalho e, em casa, adquirir TV a cabo pirata; ou em sociedade, não respeitar sinali-zações e normas vigentes. “O sujeito ético vai ser assim aqui e em qualquer lugar; e isto nos interessa porque ele, de alguma forma, leva o nome da em-presa onde quer que vá”, acrescenta o Gerente de Compliance.

A parte formal do programa inclui canais de dúvida e de denúncia na in-tranet da radix, além de treinamentos que simulam situações reais de rela-cionamentos entre as pessoas. Além disso, de acordo com Fábio Lopes, todo funcionário que passar por uma experiência não prevista pelo código tem autonomia para sugerir um aditivo. Já impera até a tradição na empresa dos gerentes enviarem semanalmente e-mails aos seus pares refletindo sobre questões ligadas à conduta ética. “Não existem situações óbvias; tudo deve

ser questionado; e sem o jeitinho brasi-leiro”, reforça.

Ética, aliás, neste programa da em-presa, inclui os itens Transparência, respeito e Comprometimento; no sen-tido de que todas as informações com o poder público - seja contratos e até a agenda da presidência - estão aces-síveis pelo site da radix; quaisquer posições ideológico-políticas são con-sideradas e toda ação de corrupção executada por terceiros e observada por funcionário da radix deve, ao me-nos, ser notificada.

respondendo positiva ou negati-vamente, a Gerência de Compliance procura conferir agilidade às soli-citações. O esforço é sempre o de prevenir, para que não seja preciso fazer uso da atitude punitiva. “Quere-mos fazer a coisa certa e do jeito cer-to; vencer de uma maneira que nos permita dormir com tranquilidade todas as noites”, argumenta o CEO rubião. Afinal de contas, segundo se observa no mercado, as ações éti-cas, de fato, estimulam a união entre funcionários, as atitudes inovadoras e atração de talentos.

ÉTICA...aqui não é “arroz de festa”

Especial – Case Radix

14 Maio/ Junho | 2016 | | 2016 | Maio / Junho | 15

Michelle Mendes Castro

Foto: Thinnstock Images

Foto

: Thi

nnst

ock

Imag

es

Foto

: Div

ulga

ção

“Nos interessa quem é Ético em qualquer lugar”, diz Fábio Lopes, Gerente de Compliance da Radix

Ambiente de trabalho com muita transparência e reflexão em todos os processos

Foto

: Div

ulga

r

Foto

: Ale

xand

re P

econ

ick

Gentileza. Palavra eternizada nos gestos de um poeta andarilho já falecido. subs-tantivo complexo de ser

aplicado nos últimos meses e anos no Brasil. As pessoas andam apressa-das, estressadas e rudes com tantos revezes provocados pela política ne-fasta e agruras econômicas em que se encontram. Com tudo isto, é neces-sário dizer, adaptando uma expressão da moda, “tem que ser favorável, tem que ser tranquilo, ser gentil”.

se para atuar em rH, há que se agir, “de forma humana”, e a genti-leza está nesta essência, há que se intensificar a prática deste sentimen-to. Albert schweitzer dizia que “assim como o sol derrete o gelo, a gentileza evapora mal entendidos, desconfian-ças e hostilidade”.

O ambiente bélico que instala crises de relacionamentos, da sociedade ao ambiente de empresas, exige novos desafios dos líderes, segundo a psi-cóloga, consultora e escritora rosana Braga. “É preciso suavidade e firmeza ao mesmo tempo, para que os envolvi-dos consigam enxergar uma nova for-ma de lidar com os problemas. Em pri-meiro lugar, a atitude do líder precisa

É tempo de fazer renascer a... GENTILEZA no trabalho e sociedade

ser consciente e gentil, focada e com propósito. sem uma liderança gentil, dificilmente se muda o clima de uma equipe ou de uma empresa”, reforça rosana, autora de livros como “O Po-der da Gentileza”.

Esta liderança gentil se expressa, segundo ela, em pequenas atitudes diárias; são pequenas mudanças que gestam pequenos hábitos. um deles passa por investir em espaços para a reflexão de conteúdos ligados ao po-der da gentileza.

E o resultado dessa mudança cos-tuma se expressar em pouco tempo, de acordo com as próprias observa-ções da psicóloga em organizações, ou seja, equipes que praticam genti-leza entre si desenvolvem confiança e disponibilidade muito maiores do que aquelas que se tratam com hostilida-de. “A inteligência afetiva é altamente percebida, absorvida e gera resulta-dos imediatos entre pessoas que, ao trabalharem juntas, aumentam a cria-tividade na buscar de soluções diante das dificuldades”, argumenta rosana.

Especialista em consultoria de lide-rança, sônia Jordão entende, entre-tanto, que uma mudança do líder leva algum tempo para ser assimilada por

suas equipes e que este líder precisa fazer um trabalho personalizado, ofe-recendo chance e espaço para que todos mudem junto com ele. “Mas, cuidado, ser educado e gentil, não o impede de ser firme quando tiver que ser”, acredita a consultora e também autora de livros, como “A Arte de Li-derar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”.

Na empresa ACEssO Digital, em são Paulo (sP), destaque na dimensão “Gentileza” da lista Melhores Empresas para Trabalhar do Great Place to Work, ser gentil traz muito engajamento aos seus 150 colaboradores. Há diversas práticas de sucesso, como a “sEr +”, na qual os líderes disponibilizam tem-po de suas agendas para um trabalho de mentoria, orientando e ensinando colaboradores, não necessariamente em suas próprias áreas. “Queremos que as pessoas estejam aqui porque percebem oportunidades de construí-rem coisas diferentes, de entregar um resultado à sociedade”, revela Carolina Genovesi Gomes, Gerente de Gente & Gestão da ACEssO Digital.

Alinhado com o aprimoramento da gentileza, o programa OLHANDO ALÉM, criado em 2014, tem trazido

grandes resultados em termos de en-volvimento dos colaboradores com seus colegas e a sociedade. “Como podemos ter uma cultura (postura e atitudes) de país desenvolvido den-tro da ACEssO? respondendo a esta pergunta estruturamos um trabalho de várias etapas, dentro e fora da empre-sa, que envolve palestras de historia-dores, economistas; autoconhecimen-to e um intenso exercício de mudança do modelo mental” explica a Gerente de Gente & Gestão.

Dessa forma, cria-se, com suporte de olhares distintos, um espaço esti-mulante para que os colaboradores da ACEssO possam debater para onde estamos caminhando em nossa polí-tica e economia.

E gentileza também se pratica de dentro para fora da empresa; em uma ação chamada de “Devolutiva”, os co-laboradores são convidados a fazer mentorias com jovens de comunida-

1 – somos gentis quando não marcamos dia, hora ou regras para a nossa ternura.

2 – somos gentis quando observamos as necessidades do outro e inventamos uma forma de supri-la.

3 – somos gentis quando nos envolvemos com o problema do outro.

4 – somos gentis quando damos ao tem-po a oportunidade de nos surpreender e nos presentear.

5 – somos gentis quando sabemos esperar.

6 – somos gentis quando ajudamos o ou-tro a superar seus obstáculos mentais.

7 – somos gentis quando o desejo de ofertar um abraço nos faz vencer as distâncias.

8 – somos gentis quando aceitamos o ou-tro como ele é.

9 – somos gentis quando a nossa vida é colocada a serviço de quem amamos.

10 – somos gentis quando as nossas pa-lavras fazem o outro ainda maior do que ele acredita ser.

des próximas à sede da ACEssO para multiplicar o conhecimento adquirido durante o programa.

Ao agir com gentileza o ser hu-mano impregna o ambiente com em-patia e isto reflete positivamente em sua própria saúde. rosana Braga diz que ação gentil o leva a “outra ca-dência respiratória”. sônia Jordão confirma: “um sorriso e palavras gentis fazem o sangue fluir melhor, o que gera benefícios a todos os ór-gãos do corpo”.

Além da saúde, uma gestão mais gentil de si mesmo no dia a dia de tra-balho se traduz em sucesso no curto prazo de qualquer ação que exija ne-gociação. Para rosana, isto tem muito a ver com a empatia. “O outro se torna muito mais receptivo quando se sente tratado com respeito, consideração e, principalmente, quando percebe que está sendo acolhido com real interes-se. As pessoas andam tão carentes de atenção que, quando encontram alguém disposto a ouvi-las, tornam-se altamente suscetíveis a retribuir tudo de bom que receberam”, esclarece.

Já sônia Jordão liga a gentileza também ao lado técnico do trabalho, ao argumentar que “quando você está gentil consigo mesmo e com os outros a chance de fazer um traba-lho bem feito da primeira vez é muito maior. Do contrário, será fácil perder o foco, errar mais e ser menos pro-dutivo”. Outro viés, da gentileza, se-

PASSOS DA GENTILEZA – Não nos custa nada seguirmos...

16 Maio/ Junho | 2016 | | 2016 | Maio / Junho | 17

Comportamento Comportamento

gundo a consultora, passa pelo fato de que os colaboradores bem trata-do pelos seus líderes, irão se sentir muito mais à vontade, o que lhes dará mais condições de alcançar os me-lhores resultados.

rosana e sônia concordam com o fato de que, mesmo que não tenha-mos exemplos bons na política e nas ruas, ainda há muita gente – como o pessoal da ACEssO – fazendo coisas boas. Como finaliza rosana, “apenas falta foco no que realmente importa. Menos aparência, menos interesses políticos e financeiros e mais a per-cepção de que todos somos apenas um, de fato”.

Foto

: Shu

tters

tock

Imag

esRosana Braga Carolina Genovesi Gomes Sônia Jordão

Nonono

De acordo com recentes es-tatísticas, no Brasil existem quase dois milhões de pro-fissionais ganhando o seu

“pão de cada dia”, suando dia e noite ao volante de um caminhão. Eles atendem a empresas de todos os segmentos em todos os estados brasileiros. Boa parte dessas organizações têm suas áreas de rH acompanhando o passo a passo das novas leis que entrem em vigor. Tá ligado rH? sobre essse passo a passo trabalhista cabe questionar: a sua em-presa já está preparada para atender as exigências da recém aprovada “Lei do Caminhoneiro”?

A Lei Federal 13.103 de 2015 e sua regulamentação pelo Ministério do Trabalho e Denatran, entrou em vigor, aliás, há três meses, no dia 2 de mar-ço. Agora o Exame Toxicológico de larga janela de detecção é obrigatório para empresas que contratam motoris-tas das classes C, D e E.

Conheça a Portaria n.º 116, de 13 de novembro de 2015. O Ministro de Esta-

do do Trabalho e Previdência social, no uso das atribuições que lhe conferem o inciso ii do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal e os arts. 155 e 168 da Consolidação das Leis do Traba-lho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, resolve: Art. 1º regulamentar a realização dos exames toxicológicos previstos nos §§ 6º e 7º do art. 168 da CLT por meio do Ane-xo - Diretrizes para realização de exame toxicológico em motoristas profissionais do transporte rodoviário coletivo de pas-sageiros e do transporte rodoviário de cargas, aprovado com a redação cons-tante no Anexo desta Portaria.

Os motoristas profissionais do trans-porte rodoviário coletivo de passagei-ros, são, na realidade qualquer moto-rista de transporte de passageiros, mas somente se habilitados nas categorias C, D ou E ( texto da Lei 13.103 ); ou seja, motoristas de ônibus (urbano ou não) estão dentro da Portaria.

Os exames toxicológicos de larga ja-nela são realizados por meio da análise

de amostras de cabelo/pelos do corpo. Estes são os mais eficientes e precisos meios para podermos detectar usuários de drogas. Quando a droga é ingerida ela é metabolizada e transformada em subprodutos. Estes metabólitos cir-culam pela corrente sanguínea, que alimenta os bulbos capilares. A droga então é aprisionada pelos cabelos ou pêlos que estão sendo formados. usan-do uma pequena quantidade de cabelos ou pêlos cortados próximos à base, o la-boratório consegue verificar a presença destes metabólitos no interior da haste. Estes metabólitos, quando presentes, são confirmados e quantificados por processos sofisticados e completamen-te seguros. Os exames toxicológicos se caracterizam por detectar o padrão de consumo de substâncias psicoativas nos últimos três meses.

O exame deve ser aplicado pelas em-presas, nas seguintes situações: No pro-cesso pré-admissional do motorista CLT e no desligamento dos motoristas CLT. Conforme resolução Nº 517 de 29 de janeiro de 2015, os exames deverão tes-tar, no mínimo, a presença das seguin-tes substâncias: maconha e derivados, cocaína e derivados incluindo crack e merla, opiáceos incluindo codeína, mor-fina e heroína; “ecstasy” (MDMA e MDA), anfetamina e metanfetamina.

segundo estatísticas os motoristas de caminhão são os que mais sofrem acidentes fatais de trabalho, por causa de excesso de jornada e consumo de drogas lícitas e ilícitas. É uma das ativi-dades com o maior número de mortes em acidentes de trabalho, muitas vezes com óbito. O governo espera que o ín-dice de mortalidade possa ser reduzido com esse novo projeto de lei.

*Vanessa de Paula, é

a Técnica de Segurança

no Trabalho do Grupo

LET Recursos Humanos

SegurancaColuna Saúde e Segurança no Trabalho

*Vanessa de Paula

Anuncio - Conarh - 210X280.indd 1 18/03/2016 15:58:03

“Lei do Caminhoneiro”o próximo DeSaFio trabaLHiSta Da Sua organização

18 Maio/ Junho | 2016 |

Foto

: Div

ulga

ção

É ano Olímpico não é?! Você e a sua empresa não podem perder essa! 32 anos de experiência do maior ídolo do basquete brasileiro são transmitidos por Oscar Schmidt com muito conteúdo, intensidade, humor e paixão. Mais de 400 empresas já assistiram a mais de 700 palestras motivacionais com temas como “Obstinação”, “Desafios”, “Liderança”, “Trabalho em Equipe”, “Vencendo o Invencível”, “Inovação”, entre outros.

Crise?! Que nada! Chame o Oscar e deixe mostrar que é sempre possível alcançar saída para qualquer problema. Duas vezes Palestrante Top of Mind do Brasil (2013 e 2015), Oscar traz em palavras e vídeos, exemplos de sua magnífica trajetória que o levou a ser um dos três brasileiros ungidos ao Hall of Fame do Basquete nos Estados Unidos.

COnTaTO Para PaLESTra MOTIVaCIOnaL, In COMPany OU EVEnTOS:

Telefone: (11) 9 8888 0014

E-mail: [email protected]

Oscar SchmidtPalestras Motivacionais