maquinas 57

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Outubro 2006

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Rodando por aí

Manutenção passo-a-passo

Biocombustível

Colheita seletiva de café

Confiabilidade x disponibilidade

Colheita de milho em espaçamento reduzido

Perdas na colheita de cana

Projeto Saúde e Informação

Potência na barra de tração

Vitrine Randon 2007

Esporte trator

Técnica 4x4

Índice Nossa Capa

Massey Ferguson

Destaques

Quando reduzirSaiba quando o cultivo de milho em espaçamento reduzido,que exige a aquisição de novas plataformas para a colheita,apresenta vantagens do ponto de vista econômico

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoVilso Júnior Santi

• RevisãoSilvia Maria Pinto

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli FeijóSilvia Primeira

• Gerente de CirculaçãoCibele Costa

• AssinaturasSimone Lopes

• Gerente de Assinaturas ExternaRaquel Marcos

• ExpediçãoDianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 57

Ano VI - Outubro 06ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00• 70,00

Colheita seletivaPor que a colheita seletiva, maisrápida e eficiente, surge como alterna-tiva tecnicamente recomendável eeconomicamente viável para o café

Força disponívelPara a adequação trator-implementodeve-se levar em consideração a potên-cia disponível na barra de tração e nãoa potência nominal do motor

Matéria de capa

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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04 • Outubro 06

GoodyearA Goodyear comemora 87

anos de instalação noBrasil. O início das

atividades ocorreu em1919, e em 1939 a

primeira unidade industrialcomeçou a funcionar no

bairro do Belenzinho, emSão Paulo. Sua segunda

fábrica foi inaugurada em1973, em Americana,

interior de São Paulo. Hojea empresa conta com 4,4mil funcionários, em sete

unidades industriais. AGoodyear fabrica pneuspara automóveis, cami-

nhões, camionetas (radiais econvencionais), aviões,

entre outros.

SchroderO município de LuisEduardo Magalhães (BA)foi contemplado com umaedição inédita do Cursopara Usuários de AviaçãoAgrícola, ministrado pelaSchroder Consultoria,empresa especializada emTecnologia de Aplicação,sediada na cidade dePelotas (RS). Com oobjetivo de atualizaragricultores e técnicossobre as mais modernastecnologias, para que asaplicações aéreas sejameficientes e de baixo custo,o curso já foi realizado noRS, MT e em SC, reunin-do profissionais das cultu-ras de arroz, soja, algodão,trigo, milho e pastagens.

GatesA Gates, que no Brasil iniciou suas atividades em 1968, fabri-cando correias de transmissão de força, conta atualmente comnova responsável pelo desenvolvimento de negócios no setor decorreias industriais e agrícolas. Suzam Petter assumiu recente-mente a função. John Deere, Cameco, AGCO, Case, New Ho-lland são alguns dos clientes da empresa que já completam seusprojetos com os produtos agrícolas Gates. Tanto correias quantomangueiras são usadas nas colhedoras e tratores fabricados poressas montadoras.

PerkinsA Perkins Motores doBrasil acaba de receber aCertificação MRP-IIClasse A (ManufacturingResource Planning),concedida pela OliverRight. Para ser umaempresa classe A, itenscomo desempenho deentrega de fornecedores,acurácia de inventário,programação mestre deprodução e atendimentoao cliente, envolvendotoda a cadeia, desde orecebimento do pedidoaté a entrega do produto,precisam atingir índicessuperiores a padrõesmundiais.

ValtraCom forte presença nas

lavouras de cana, devido àeficiência e a robustez de

seus tratores, a Valtratambém se destaca no setorflorestal brasileiro. Nascida

na Finlândia, a empresadesenvolveu seus primeirostratores para os trabalhos nafloresta. Embora atualmen-

te a linha Valtra sejalargamente utilizada em

todas as atividades agrícolas,a vocação florestal continua.

Prova disso é que cerca de60% dos tratores usados nasáreas de reflorestamento no

Brasil são modelos Valtra.

FSNTO Colégio Técnico Agrícola de Pompéia, mantido pela FSNT- Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia – e pelo GrupoJacto, vai abrir inscrições para o processo seletivo de 2007, denovembro de 2006 a 20 de janeiro de 2007. As vagas são limi-tadas, e o exame será realizado no dia 27 de janeiro, às 7h30nas instalações da FSNT. Para se inscrever, é preciso ser dosexo masculino, ter idade até 17 anos e o Ensino Fundamen-tal concluído. Mais informações podem ser obtidas pelos te-lefones (14) 3452-2033/3452-2034/3452-2035, ou ainda peloe-mail [email protected].

SantalEdson Stefani é o novo gerente comercial da Santal Equipamen-tos S/A, com sede em Ribeirão Preto (SP). Stefani trabalhou 15anos na Valtra, de onde saiu, quando ocupava a presidência dafilial da empresa no México, para assumir o cargo de gerente deComércio Exterior da Montana, em Curitiba (PR), função queexerceu nos dois últimos anos. A Santal está há 45 anos no mer-cado e é a única empresa com tecnologia 100% brasileira a pro-duzir colhedoras de cana e uma das cinco fabricantes em todo omundo.

Case IHOito funcionários da unidade paranaense da Case IH, fabricante de máquinas e equipamentosagrícolas, fizeram parte da equipe de resgate no Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, edição 2006.O trabalho esteve concentrado na operação deoito tratores da linha MXM Maxxum - fabricadospela Case IH - durante os treinos e na corrida. Mes-mo sendo o terceiro ano de participação da marcano GP, os operadores obrigatoriamente fizeram umtreinamento exigido pela FIA. O grupo teve a fun-ção de remover os carros que sofrem acidente ouapresentam algum problema e não podem conti-nuar na pista.

GerdauAté o ano de 2022, 98% das crianças e adolescentes entre quatro e 17 anos estarão na escola.Esse é um dos desafios da iniciativa Todos pela Educação, lançada em São Paulo, com apoio doGrupo Gerdau, através do Instituto Gerdau. A ação tem como objetivo aumentar a qualidade

da educação no Brasil por meio de metas educa-cionais: alfabetização de todas as crianças comaté oito anos de idade; 60% dos alunos matricu-lados nas séries apropriadas para a sua idade;conclusão do ensino médio por 70% dos jovensaté os 19 anos; conclusão do ensino fundamen-tal por 80% dos jovens com 16 anos; além doaumento nos investimentos em educação de 3%para 5% do PIB.

Massey FergusonA MF realizou o lança-mento regional do MF8480 em Chapadão do Sul(MS). O trator, fabricadona França, é ideal para osserviços pesados nasgrandes propriedades decana, grãos, algodão epecuária. O motor dieselSISU, com potência de270 cv, tem gerenciamentoeletrônico de altacapacidade que proporcio-na potência e torqueelevados. Um computadorde bordo gerencia todas asfunções da máquina. Masseu grande diferencial é atransmissão Dyna-VT porvariação contínua, comduas faixas de velocidade.

Edson Stefani

John DeereA SLC Agrícola e a John

Deere firmaram umacordo comercial inédito

de fornecimento depeças e serviços. O

contrato, assinado porArlindo Moura,

presidente da SLCAgrícola, e Jim Martinez,

diretor presidente daJohn Deere para América

do Sul e Caribe, defineuma parceria na qual a

montadora e seusconcessionários

asseguram condiçõesespeciais de fornecimen-

to de peças e deprestação de serviços de

manutenção para osequipamentos da SLC

Agrícola. A empresa,que faz parte do grupo

SLC, possui 102 milhectares dedicados ao

agronegócio.

Metal BuschO clube dos fabricantes de máquinas e implementos agrícolas do RioGrande do Sul sofreu recentemente uma grande perda. Faleceu em 27/09, Paulo Roberto Busch, sócio-proprietário da Metal Busch Ltda., quefabrica os pulverizadores autopropelidos Power Jet. A empresa, comsede em Carazinho (RS), foi pioneira na fabricação/adaptação de pul-verizadores autopropelidos no estado e em muito já contribuiu para oaprimoramento técnico da aplicação de defensivos em nível de campo.

Suzam Petter

Jorge Gerdau

Paulo Busch

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passo-a-passo

Para manutenção adequada do sis-tema de arrefecimento, o que vaiimplicar no bom funcionamento do

motor e no correto desempenho da máquinano campo, uma série de procedimentos e/oupontos devem ser observados. Na seqüênciaos principais deles serão enumerados, a fimde que o produtor rural possa extrair do seuequipamento a máxima eficiência nas opera-ções que irá realizar no campo.

LIMPEZA EXTERNAO acúmulo de impurezas nas colméias e

aletas do radiador dificulta a circulação do ar

de arrefecimento, o que pode provocar o su-peraquecimento no motor. Por isso, sempreque necessário faça uma limpeza externa doradiador. Em alguns modelos, temos juntos oradiador de óleo da transmissão e, nos trato-res cabinados, o condensador. Para limpar osradiadores, afaste a grade frontal, desloque e/ou bascule o radiador de água e de óleo e apli-que jatos de ar comprimido ou jatos de águano sentido inverso ao do fluxo do ar. Se utili-zar água sobre pressão, não utilize pressãomuito alta: esta poderá danificar as aletas, prin-cipalmente do condensador, mas faça sempreuma limpeza rigorosa.

NÍVEL DE ÁGUASempre antes de dar a partida no motor

e/ou a cada dez horas de trabalho, verifiqueo nível do líquido de arrefecimento do radi-ador. Remova a tampa e, se necessário, com-plete-o.

Em alguns modelos o sistema de arrefeci-mento possui tanque de expansão ou com-pensação (circuito selado). Nesse caso o nívelde água deve sempre estar entre as duas mar-cas - de máximo e de mínimo.

O objetivo do circuito selado é evitar aomáximo a perda de líquido na forma de vapor,pela tampa. O aumento e a diminuição dovolume de água, em função do aquecimento -resfriamento, respectivamente, é compensa-

ArrefecimentoNos tratores agrícolas a

correta manutenção dosistema de arrefecimento é

item fundamental àdurabilidade e ao bom

funcionamento do motor

Para limpeza externa, afaste a grade frontal eaplique jatos de ar comprimido no radiador

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do pelo reservatório de expansão. Como be-nefício, esse sistema exige a correção do nívelde água do radiador com menor freqüência -em circuitos bem conservados, que utilizamaditivos na água e no motor e que não apre-sentem problemas na bomba d’água. Em con-seqüência disso, o aditivo anticorrosivo se con-serva por mais tempo, já que não ocorre dilui-ção da mistura, pelo acréscimo de água.

LÍQUIDO DE ARREFECIMENTOA cada mil horas de trabalho e/ou anu-

almente (o que ocorrer primeiro), troque olíquido de arrefecimento. Para melhor es-coar o líquido, execute o procedimento natemperatura de trabalho. Para isso coloque

o trator em local adequado e desligue omotor; remova a tampa do radiador ou dotanque de expansão e solte as mangueirasinferiores do radiador.

Remova também os bujões do bloco domotor e deixe escorrer todo o líquido. Depoisfaça circular água sobre pressão no bloco domotor e no radiador. Na seqüência reinstaleos bujões no bloco e reconecte as mangueirasno radiador. Lembre-se de verificar as condi-ções da tampa de vedação, na dúvida, troquesempre por outra original, é seguro e tem ga-rantia. Por último, abasteça o sistema com águalimpa, juntamente com o aditivo à base deetileno-glicol na proporção de uma parte deaditivo e duas de água.

VÁLVULA TERMOSTÁTICAA válvula termostática, junto com a tam-

pa do radiador, controla a temperatura defuncionamento do motor. Tanto as tempe-raturas internas muito elevadas quanto asmuito baixas são prejudiciais ao motor, poispodem gerar problemas de lubrificação e,portanto, o desgaste de partes críticas comoanéis, pistões, camisas e virabrequim.

No funcionamento, logo que o motoratinge a temperatura ideal de trabalho, o ter-mostato se abre, permitindo a passagem deágua para o radiador. Motores de seis cilin-dros possuem geralmente duas válvulas ter-mostáticas.

Essa válvula tem a função de impedirque o motor trabalhe frio por muito tem-po após a partida. Ela bloqueia a circula-ção de água através do radiador, fazendocom que a água circule somente no interi-or do bloco do motor, assim, o aquecimen-to ocorre mais rapidamente.

TAMPA DO RADIADORA tampa do radiador controla a pressão

da água do sistema de arrefecimento. A pres-são é importante, pois retarda o ponto de fer-vura da água.

Ao operar o trator com uma tampa da-nificada ou inadequada, o motor pode su-peraquecer, pois a água ferve em tempera-

Sempre verifique o nível do líquido dearrefecimento antes de dar a partida no motor

tura menor, ocasionando temperaturas ele-vadas no conjunto. Além do risco de danosinternos no motor, pode ocorrer também acorrosão nas galerias de circulação de água.Quando não é utilizado o aditivo anticor-rosivo junto com a água, esse problema éainda mais acentuado.

A válvula da tampa do radiador é projeta-

Na temperatura de trabalho, mas com o motor desligado, remova a tampa do radiador, solte asmangueiras inferiores e retire os bujões do bloco do motor para trocar o líquido de arrefecimento

No sistema, a bomba d’água tem a função de fazero líquido de arrefecimento circular pelo motor

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“No funcionamento, logo que o motor atinge a temperatura ideal de trabalho, otermostato se abre, permitindo a passagem de água para o radiador”

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Em caso de superaquecimento domotor, tenha cuidado ao remo-

ver a tampa. Com luva, ou com a mãoenvolta em um pano, e com o motorem marcha lenta, solte a tampa até oprimeiro estágio para liberar primeiro apressão. Remova a tampa e, se o níveldo líquido de arrefecimento estiver bai-xo, complete-o acrescentando água lim-pa aos poucos para evitar choque tér-mico no motor. Antes de começar o tra-balho, elimine a causa que determinouo superaquecimento. Estas podem ser:baixo nível do líquido de arrefecimento;radiador obstruído; correia do ventila-dor frouxa; trator trabalhando com so-brecarga ou outro problema mais com-plexo que exija a presença de um mecâ-nico da concessionária.

SUPERAQUECIMENTO

da para deixar escapar apenas o excesso depressão do sistema - funcionando como umaválvula de alívio. Além disso, a tampa possuioutra válvula menor, que limita a pressão mí-nima, ou seja, evita a formação de vácuo nosistema - quando a água esfria, a válvula seabre para a entrada da pressão atmosférica, oque reequilibra o sistema.

CORREIA DO VENTILADORPeriodicamente verifique a tensão da

correia de acionamento do ventilador e, emalguns casos, de acionamento da bomba

d’água – quando este não for feito por en-grenagens. A tensão correta é a seguinte: aopressionar a correia deve haver uma defle-xão de 1,0 a 1,5 centímetros. Tensão insufi-ciente gera patinagem da correia, e tensãoexcessiva gera desgaste prematuro dos man-cais e das correias. Ambas podem compro-meter a eficiência do sistema de arrefeci-mento. Para corrigi-la, solte o parafuso doalternador até obter a tensão correta. Nofinal aperte de volta o parafuso.

Em alguns modelos de tratores de seiscilindros, são utilizadas duas correias parao acionamento do ventilador e do alterna-dor – ambas devem ser ajustadas. Porém,nos modelos de quatro cilindros, é utilizadaapenas uma.

A válvula termostática e a tampa do radiandorcontrolam a temperatura de funcionamento do motor

Verificar a tensão da correia de acionamento do ventilador e da bomba de águatambém é importante para o correto funcionamento do sistema e da máquina

Colaboração Cimma Ltda.

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Fotos Vilso Júnior Santi

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• Óleo Diesel: combustível deri-vado do petróleo;

• Óleo Vegetal: óleo obtido a par-tir de plantas oleaginosas, produzidopor pressão ou extração, quimicamen-te inalterado;

• Biodiesel: óleo vegetal modifica-do quimicamente (reação de um óleovegetal com um intermediário ativo).

ÓLEOS DIFERENTES

No final do século XIX, o pes-quisador francês Rudolf Di-esel desenvolveu um motor

de combustão interna batizado com seusobrenome. Naquela época, o motor foiapresentado numa feira em Paris utili-zando óleo de amendoim. Posteriormen-te, a indústria do petróleo desenvolveuum produto similar mais barato, deno-minado de óleo Diesel, que acabou pre-valecendo. No entanto, com a reduçãodas reservas de petróleo e com os proble-mas de poluição ambiental, houve umaretomada dos estudos dos óleos vegetaisem substituição ou em mistura ao óleodiesel.

Conceitualmente, nos motores de ig-nição por compressão se podem utilizaróleo diesel, óleo vegetal ou biodieselcomo combustível, entretanto, os moto-

res atuais foram concebidos para traba-lhar somente com óleo diesel. Como osóleos vegetais e o biodiesel apresentampropriedades físico-químicas diferentesdo diesel (o biodiesel em menor escala),é preciso reavaliar o funcionamento dosmotores, caso se deseje trabalhar comcombustíveis diferentes. Um dos princi-pais fatores que influencia o funciona-mento dos motores diesel é a qualidadedo seu combustível.

ÓLEO VEGETALCom relação ao emprego do óleo ve-

getal, trabalhos feitos principalmente nadécada de 80 já mostravam que poderiahaver combustão incompleta, ocorrênciade depósito de carvão nos pistões e bicosinjetores, falha no sistema de alimenta-ção, contaminação do óleo lubrificante,

aumento da temperatura de funciona-mento, redução de potência, aumento deconsumo e formação de gases tóxicos.

O óleo vegetal apresenta uma visco-sidade maior do que o óleo diesel e doque o próprio biodiesel. Isso, junto à pre-

CombustíveisalternativosCombustíveisalternativos

biocombustível

Fotos João Paulo A. Rodrigues da Cunha

Com a necessidade iminente de se encontrar tecnologias viáveis para substituir opetróleo, a alteração química dos óleos vegetais e/ou a adaptação dos motoresaos novos combustíveis despontam como opção. Porém, nesse processo, cuidadosdevem ser observados para não comprometer a vida útil dos componentes

Com a necessidade iminente de se encontrar tecnologias viáveis para substituir opetróleo, a alteração química dos óleos vegetais e/ou a adaptação dos motoresaos novos combustíveis despontam como opção. Porém, nesse processo, cuidadosdevem ser observados para não comprometer a vida útil dos componentes

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“Em regiões de Goiás e Mato Grosso não édifícil encontrar tratores cheirando a fritura”

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Um dos principais fatores que influenciao funcionamento dos motores Diesel é aqualidade do seu combustível

sença de glicerina, dificulta a pulveriza-ção e queima do combustível, resultan-do em resíduos no interior do motor. Oproblema é maior em motores com inje-ção direta de combustível e com algunstipos de bombas injetoras rotativas.

Com a atual crise na agricultura bra-sileira, no entanto, alguns produtorespassaram a se utilizar, na última safra,de óleo vegetal de soja bruto e filtradoadicionado ao diesel em proporções va-riadas ou até mesmo puro. A prática temcrescido em regiões de Goiás e MatoGrosso. Não é difícil encontrar tratores“cheirando a fritura”.

Em alguns casos, o uso se dá devidoa os produtores desconhecerem a diferen-ça entre óleo vegetal e biodiesel, acredi-tando se tratar do mesmo produto, emoutros, por desconhecerem a ação do óleovegetal no motor.

Alguns depoimentos de agricultorestêm mostrado aparente normalidade defuncionamento, porém falta subsídio téc-nico que permita recomendar tal adiçãoem qualquer proporção que seja. Quan-to maior for esta, maiores serão os ris-cos. Em geral, os defensores da utiliza-ção do óleo vegetal em motores não adap-tados não se baseiam em dados técnicose em sistemas confiáveis para a aquisi-ção de dados de funcionamento. Avaliarpotência, consumo e desgaste de peçasem nível de fazenda é bastante difícil.

Outro complicador é o período defuncionamento dos motores com os no-vos combustíveis. Não há dúvidas de que

um trator funciona com 100% de óleovegetal, no entanto, é preciso saber porquanto tempo e com quais conseqüênci-as. Vale a pena correr o risco? Ainda nãose tem bem definido o número de horasque um motor poderia suportar traba-lhando com este tipo de combustível, nãoobstante, o custo de se abrir um motorpara fazer reparos é bem conhecido peloprodutor.

BIODIESELCom relação à utilização do biodie-

A maioria dos modelos de máquinas jásaem da fábrica certificados para usode biodiesel em misturas de até 5%

João Paulo alerta que óleodiesel, óleo vegetal e biodiesel

são combustíveis diferentes

sel, o panorama é bem mais animador.Trabalhos têm mostrado funcionamentoadequado dos motores, em alguns casoscom pequeno acréscimo de consumo e re-dução de potência em proporções de mis-tura com mais de 50% de biodiesel. Emproporções menores, inferiores a 20%,pouca diferença tem sido sentida no fun-cionamento dos motores.

De qualquer forma, é preciso conti-nuar quantificando o rendimento ener-gético desses combustíveis e o desgastedos motores a longo prazo com as dife-rentes proporções. Como o biodiesel podeser originado de várias matérias-primas,suas características finais podem variarbastante, podendo ocasionar funciona-mento inadequado, aumento de consu-mo etc.

A necessidade de alternativas parasubstituir o petróleo é imperiosa. A so-lução pode ser a alteração química dosóleos vegetais ou a adaptação dos moto-res a ele. A tecnologia do biodiesel temevoluído bastante e já é uma realidade,já a adaptação dos motores ao óleo vege-tal, exceção feita a algumas empresas,pouco tem se modernizado. Estudos comnovos lubrificantes, temperaturas e pres-sões de injeção que permitam melhorara queima do combustível e outras tecno-logias que possibilitem a utilização deóleo vegetal bruto ainda não estão dis-poníveis em grande escala. No entanto,trata-se de uma tecnologia que tambémpoderá se difundir no futuro.

João Paulo A. Rodrigues da Cunha,UFU

M

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símboloscustos

Acultura do café de modo geral éuma atividade de elevado custo,sendo que somente as operações

de colheita correspondem em média a 40%do custo de produção, além de demandargrande contingente de mão-de-obra. Semcontar que o processo de colheita do café édeterminante para a qualidade final do pro-duto, uma vez que o café tem seu preço ba-seado em parâmetros qualitativos, cujo va-lor aumenta significativamente com a me-lhoria da qualidade do produto.

No Sul de Minas, maior região produ-tora de café do país, devido à restrita dispo-nibilidade de mão-de-obra na época da sa-fra, a mecanização das operações da colhei-ta vêm crescendo rapidamente. Esse cresci-mento teve início em 1996, partindo danecessidade dos produtores de fazerem umacolheita mais rápida e eficiente e das pes-quisas desenvolvidas pelo Departamento deEngenharia da Universidade Federal deLavras. Hoje a mecanização das operaçõesde colheita já é uma realidade, porém, mui-tos fatores ainda devem ser analisados e es-tudados, como a velocidade de trabalho dascolhedoras, que influencia diretamente nocusto operacional.

Normalmente a colheita mecanizada serealiza com uma passada da colhedora. Nes-sa condição, têm-se empregado velocidadesoperacionais compreendidas entre 600 a 800m/h, e vibrações entre 800 e mil ciclos/min,com índice de verde na planta em torno de20%. Porém, esse processo deixa de colheraproximadamente 15% da produção, sendo

Economiana colheitaAs despesas com a colheita do café são as maissignificativas na composição dos custos de produçãoda cultura. Nesse universo a colheita mecanizadaseletiva, mais rápida e eficiente, surge como alternativatecnicamente recomendável e economicamente viável

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“No Sul de Minas, maior região produtora de café do país, devido à restrita disponibilidade de mão-de-obra na época da safra, a mecanização das operações da colheita vêm crescendo rapidamente”

Outubro 06 • 11

Atualmente diversos produtores já estão fazendo a colhei-

ta do café com duas passadas da co-lhedora, prática esta chamada de co-lheita seletiva. Nesse processo é pos-sível adiantar o início da colheita, fa-vorecendo a retirada de cafés cerejas,o que melhora a qualidade final dabebida.

No início da colheita, na primeirapassada, o índice de frutos verdes naplanta pode chegar a 50% do total, enormalmente vêm se usando veloci-dades de colheita variando de 800 amil m/h, com vibração de 650 a 750ciclos/min. Na segunda passada, o ín-dice médio de frutos verdes encontra-se em torno de dez a 5%, e a veloci-dade operacional de colheita, em tor-no de 800 m/h, com vibração varian-do de 800 a mil ciclos/min. Com es-sas duas passadas é possível colherpraticamente toda a carga pendente,podendo-se dispensar o repasse ma-nual.

COLHEITA SELETIVA

Composição dos custosDepreciação (D); (R$/h)Juros (J); (R$/h)Taxa de seguros (TS); (R$/h)Taxa de alojamento (TA); (R$/h)Custo fixo total (CF); (R$/h)Custos variáveis (CV)Combustíveis (C); (R$/h)Lubrificantes (L); (R$/h)Manutenção (M); (R$/h)Mão-de-obra (Mo); (R$/h)Custo variável total (CV); (R$/h)Custo total (CT)Custo fixo total (CF); (R$/h)Custo variável total (CV); (R$/h)Custo total (CT); (R$/h)

Colhedora (KTR)24,3018,931,351,35

45,93Colhedora (KTR)

0,003,04

27,006,99

37,03Colhedora (KTR)

45,9337,0382,96

Trator (75 cv)6,304,910,350,35

11,91Trator (75 cv)

15,851,587,006,99

31,42Trator (75 cv)

11,9131,4243,33

Conjunto (Trator/Colhedora)30,6023,841,701,7057,84

Conjunto (Trator/Colhedora)15,854,62

34,0013,9868,45

Conjunto (Trator/Colhedora)57,8468,45

126,29

TABELA 1 - Relação dos custos operacionais das máquinas na safra de 2005

necessária a operação de repasse. Esse re-passe normalmente é feito de forma manu-al, juntamente com varrição e recolhimen-to do café caído no chão, representando boaparte do custo de colheita.

Porém, alguns produtores já estão fazen-do a colheita do café com duas passadas dacolhedora. Essa prática caracteriza a cha-mada colheita seletiva. Ela, associada à pos-sibilidade de fazer a colheita mecanizada emvelocidades de trabalho mais elevadas, re-flete diretamente na redução do custo ope-racional e na diminuição do tempo de co-lheita. Sendo assim, o presente trabalhoobjetivou principalmente avaliar a viabili-dade econômica da colheita do café em ve-locidades mais elevadas da colhedora.

COLHEITA MECANIZADAO presente trabalho de pesquisa foi rea-

lizado na Fazenda Capetinga, localizada nomunicípio de Boa Esperança, Sul de MinasGerais, na safra de 2005, em uma área detrês hectares de lavoura da cultivar Acaiá,

com seis anos de idade, plantada no espa-çamento de quatro metros entre linhas e de0,9 m entre plantas, totalizando 2.777 plan-tas/ha e uma declividade média de 8%. Ostrabalhos foram realizados com duas passa-das da colhedora, sempre no mesmo senti-do de deslocamento. Na referida safra, ocafeeiro apresentou carga pendente médiade 11 l/planta.

Para a colheita mecanizada do café, foiutilizada a colhedora modelo KTR, fabrica-da pela empresa Jacto Máquinas Agrícolas.Essa é uma colhedora tracionada que operaacoplada ao sistema hidráulico de três pon-tos de um trator tipo cafeeiro, cujo funcio-namento se faz por meio da TDP a 540 rpm.A colhedora trabalha a cavaleiro e na linhadas plantas, possuindo dois cilindros derri-çadores dotados de varetas vibratórias queenvolvem os cafeeiros lateralmente, derri-çando os frutos pela ação da vibração, osquais caem no sistema de recolhimento e,depois de ventilados, são ensacados.

Conforme informações do fabricante,essa colhedora pode operar em terrenos comdeclividade de até 10%. O trator utilizadotem potência nominal de 75 cv, dotado deredutor de velocidade e tração dianteiraauxiliar, obtendo-se as velocidades de tra-balho conforme relação de transmissão dacaixa de marchas. Foram utilizadas, em to-dos os tratamentos, todas as hastes ou vare-tas da colhedora.

A primeira passada da colhedora foi fei-ta com média de 30% de frutos verdes e ve-locidade em torno de 1640 m/h, variando-se as vibrações de 650, 750, 850 a 900 ci-clos/min. Na segunda passada, com média

de 10% de verdes, a vibração foi fixada emmil ciclos/min, variando-se as velocidadesde 2180, 2610, 1060 a 1640 m/h.

As velocidades de trabalho foram obti-das conforme relação de transmissão do tra-tor, com o motor trabalhando a 2200 rpm,e representam um aumento médio de velo-cidade de 65% na primeira passada, chegan-do a três vezes na segunda passada, já queos cafeicultores têm usado velocidade emtorno de mil m/h na primeira passada e de800 m/h na segunda passada.

Nas lavouras de café amecanização da colheita é umaprática cada vez mais freqüente

A colheita seletiva do café permite adiantaro início do recolhimento dos frutos, o quemelhora a qualidade final da bebida

Fotos Ezequiel de Oliveira

Page 12: Maquinas 57

12 • Outubro 06

Trat.

T1T2T3T4

T1T2T3T4

T5

Café colhidoL/planta

4,174,345,105,39

3,012,813,443,26

9,75

Café colhidoMedidas/ha

193,00200,87236,05249,47

139,31130,06159,21150,88

451,00

Veloc. de Colheitam/h

1640164016401640

2180261010601640

-

Tempo Totalh/ha

1,881,871,871,88

1,411,182,901,88

375,5

Custo parcial de colheitaR$/ha

237,43236,16236,16237,43

178,07149,02366,24237,43

2255,00

Café caído no chãoMedidas/ha

----

176,69178,07113,7496,62

58,00

Custo de varriçãoR$/ha

----

883,45890,35568,70483,10

290,00

Custo final de colheitaR$/ha

----

1298,941275,531171,10957,95

2545,00

Primeira passada

Segunda passada

Colheita manual

TABELA 2 - Desempenho e custos de colheita na safra de 2005

*medida = volume de 60 litros

Para a análise dos custos operacionais decolheita do café, foram avaliados os custos fi-xos e os variáveis da colhedora em compara-ção ao sistema de colheita manual. A meto-dologia para análise dos custos de colheita se-guiu os parâmetros para a composição doscustos operacionais das máquinas de colheitacitados por Balastreire (1987), Silva & Olivei-ra (2004) e Tourino (2000).

CUSTOS OPERACIONAISA Tabela 1 apresenta a relação de custos

horário das máquinas para a colheita na safrade 2005. O valor considerado da colhedora,modelo KTR, foi de R$ 270 mil, e o do trator,modelo cafeeiro 4x2 auxiliar, de R$ 70 mil.Para efeito de cálculo, considerou-se uma vidaútil total das máquinas de dez mil horas, tra-balhando, em média, mil horas/ano, o quecorresponde a um período de dez anos de de-preciação. A taxa de juros segue o valor usadono programa de financiamento de máquinasagrícolas (Moderfrota, 2005), de 12,75% a.a.O custo do combustível foi o preço médio pra-ticado na rede de postos da região Sul de Mi-nas, no período correspondente à colheita docafé, sendo de R$ 1,67/litro.

Observa-se que o custo total do conjuntomecanizado na safra de 2005 foi de R$ 126,29/h. Os fatores que mais pesaram no custo damáquina foram, em ordem decrescente, amanutenção, a depreciação, a amortização dejuros e os combustíveis.

O tempo total na colheita mecanizada foiacrescido em 20%, devido às operações demanobras nos carreadores e a outras paradas.Já o tempo médio gasto na colheita manualdo cafeeiro refere-se ao tempo gasto com colo-cação de panos, derriça e abanação do cafécolhido. Para a determinação do custo totalde colheita foram acrescidos os gastos com aoperação de varrição do café caído no chão,devido tanto à operação de colheita mecani-zada quanto à manual.

Ao volume de café caído no chão foi acres-centado o volume do café referente à opera-ção de repasse, ou seja, o volume de café queficou na planta após a passagem da colhedo-ra. Na determinação do custo de varrição, opreço pago pela medida de 60 l de café reco-lhido foi de R$ 5, já somados os gastos com aoperação de repasse. No repasse, o café foiderriçado no chão, facilitando, assim, o reco-lhimento.

A Tabela 2 apresenta os resultados de de-sempenho operacional e custos da colheitapara o sistema mecanizado e manual.

Na primeira passada, a eficiência médiade colheita, ou seja, a quantidade de café querealmente a máquina colhe e recolhe, chegoua 49% da carga pendente. Na segunda passa-da essa eficiência foi de 29,64%, o que repre-senta uma eficiência final de 78,64%. Os va-lores de café caído no chão, para a primeira e asegunda passada, totalizaram um volume de19%, restando apenas 2,36% na planta, volu-me este que dispensa a operação de repassemanual.

Pode-se verificar que, para a colheita me-canizada, o custo parcial médio na primeirapassada foi de R$ 236,79/ha, com desempe-nho operacional médio de colheita de 1,87 h/ha. Como na primeira passada a velocidade

média de colheita foi de 1640 m/h, a variaçãono volume de café colhido se explica median-te a variação de vibração.

Na segunda passada, o custo parcial decolheita variou de R$ 149,02/ha a R$ 366,24/

Na análise dos custos operacionais, foram avaliados oscustos fixos e os custos variáveis da colhedora em

comparação ao sistema de colheita manual

Vils

o Jú

nior

San

ti

Page 13: Maquinas 57

“A redução de custos está mais correlacionada com a eficiência operacional da colheitamecânica do que simplesmente com o aumento de velocidade operacional”

Outubro 06 • 13

Fica atestado que a maior redu-ção do custo final da colheita

mecanizada foi de 61,4% em relação àcolheita manual, o que ocorreu colhen-do com velocidade operacional de1640 m/h e vibração de 900 e mil ci-clos/min, respectivamente para a pri-meira e a segunda passadas, corres-pondendo ao custo de R$ 1,93 pormedida de 60 L colhida mecanicamen-te, contra o de R$ 5 para a colhidamanualmente.

REDUÇÃO DE CUSTOS

há, respectivamente da maior para a menorvelocidade empregada, mantendo-se a mes-ma vibração.

Considerando as duas passadas da colhe-dora, o menor custo parcial na operação decolheita mecanizada ocorreu no tratamentoT2, sendo de R $385,36/ha, no qual a veloci-dade operacional foi 1640 m/h, na primeirapassada, e de 2610 m/h, na segunda passada.Entretanto, a melhor relação entre volumecolhido mecanicamente e o custo operacionalda colhedora ocorreu no tratamento T4, emque o volume colhido foi de 400,35 medidas/ha, ao custo parcial de R$ 474,66/ha. No tra-tamento T4, a vibração foi de 900 ciclos/min,na primeira passada e de mil ciclos/min, nasegunda passada, mantendo-se, em ambas aspassadas, a mesma velocidade operacional,1640 m/h, o que corresponde a um aumentode 64% a 105% se comparado às velocidadesnormalmente usadas pelos cafeicultores, ve-locidades estas entre mil e 800 m/h.

Analisando-se os custos de colheita ma-

nual, observa-se que foi colhido o volume de451 medidas/ha, ao custo de R$ 2255/ha, que,somado a 58 medidas/ha recolhidas de cafédo chão, totaliza o volume colhido de 509medidas/ha ao custo final de R$ 2545/ha, cor-respondendo a um custo de R$ 5 por medidade 60 L colhida.

Fábio e Ezequiel apresentam a colheitaseletiva como alternativa para a redução de

custos de produção nos cafezaisA eficiência operacional da colhedora é umadas variáveis mais importantes para redução

dos custos de produção do café CUSTO FINALPara a composição do custo final de co-

lheita mecanizada devem-se, ainda, consi-derar os gastos com a operação de varriçãoe recolhimento, que corresponde ao cafécaído no chão mais o de repasse. Esses cus-tos variaram de R$ 483,10/ha, no tratamen-to T4, a R$ 890,35/ha, no tratamento T2.Essa variação no custo de varrição reflete odesempenho da eficiência de colheita, ouseja, quanto maior a eficiência de colheita,menores são os custos com a operação devarrição e recolhimento, portanto, no trata-mento T4, com maior eficiência operacio-nal, o volume total colhido, incluindo o caférecolhido do chão, foi de 497 medidas/ha,ao custo final de colheita de R$ 957,95/ha,correspondendo ao custo de R$ 1,93 pormedida de 60 L colhida mecanicamente, oque representou uma redução de custo emrelação à colheita manual de 61,4%.

Desse modo, basicamente, a redução decustos está mais correlacionada com a efi-ciência operacional da colheita mecânica,do que simplesmente com o aumento develocidade operacional, pois quanto maioro volume recolhido pela colhedora, meno-res são os custos com a operação de repas-se e varrição.

Ezequiel de Oliveira eFábio Moreira da Silva,UFV

M

Fotos Ezequiel de Oliveira

Page 14: Maquinas 57

mercado

14 • Outubro 06

Em determinadas atividades doagronegócio era comum haverum superdimensionamento de

máquinas disponíveis para atender às fun-ções nos elos da cadeia onde não se poderiainterromper a atividade, como por exemplo,o transporte. Hoje não se admite esse custoadicional, principalmente porque a respon-sabilidade é do fornecedor do equipamen-to, os orçamentos podem ser mais detalha-dos, evitando aumento de custo por unida-de de produto.

A entrega do produto em si representaem média somente 50% do que foi vendidoe esperado pelo cliente. O restante do pro-duto vai ser entregue ao longo do seu ciclode vida.

Num passado recente o termo confiabi-lidade imperava nas argumentações comer-ciais e exigências dos clientes como caracte-rística fundamental para produtos princi-palmente de alto valor de investimento,

aqueles destinados à produção, superandoa característica qualidade, considerada apartir de então como item básico para essacategoria de produto. Atualmente outra ca-racterística está em voga, a disponibilidade(tempo em que está à disposição dentro doperíodo de trabalho), transcendendo a ques-tão do produto em si, e também se contamuito mais com o suporte de pós-venda. Èuma questão puramente econômica, ou seja,houve um investimento, e este deve ter umretorno dentro de um determinado tempo,entre outros benefícios como qualidade,conforto, sem riscos e sem agredir o meioambiente etc.

ÍNDICE DE DISPONIBILIDADEUma pergunta pertinente é o que leva

um produto a ter um alto índice de dispo-nibilidade? O seu projeto, a sua robustez, aqualidade, a confiabilidade definem a dis-ponibilidade? Sim, mas não é só isso, desde

a concepção do projeto deve-se considerar,na sua especificação base para o seu desen-volvimento, a questão disponibilidade, comoos acessos para a manutenção preventiva(ex.: limpeza, troca de filtros) e a facilidadede remoção e substituição de itens de des-gastes, como embreagens e navalhas de cor-te, quando for o caso. Na definição de itensstandard como rolamentos e elementos defixação, deve-se considerar os de maior usopelo mercado, o que chamamos padronizaro produto.

Ainda sobre o projeto, na questão da tec-nologia da eletrônica embarcada, deve se tercuidados especiais como fornecedor, a sua realnecessidade e utilidade, a sua proteção e ainterface com o operador e quais decisões omesmo deverá tomar para operar o equipa-mento, como inclusão de dados. Em resu-mo, se houver real necessidade da eletrônica,que seja exigido um mínimo do operador ede uma maneira amigável. Isso são apenas

Pacote de serviçosDiferente do que ocorria no passado, o consumidor moderno busca não apenas a

compra de uma máquina agrícola, mas a aquisição de um conjunto de soluções combom índice de disponibilidade da rede de apoio das montadoras

Page 15: Maquinas 57

“A entrega do produto em si representa em média somente 50% do que foi vendido e esperadopelo cliente. O restante do produto vai ser entregue ao longo do seu ciclo de vida”

Outubro 06 • 15

alguns tópicos sobre o produto em si e quenão garantem ainda a confiabilidade.

A partir do momento da entrega do pro-duto ao cliente, o treinamento para o me-lhor uso deve ser forte e responsável. Mui-tas paradas de máquinas são devidas ao des-conhecimento operacional. Mas mesmo queo operador tenha tido ótimo treinamento, amáquina pode parar, e isso geralmente acon-tece no momento em que não poderia fa-lhar. A partir desse momento, vamos ver oque mais influi na disponibilidade.

O cliente contata o distribuidor ou a fá-brica, informa a ocorrência e, normalmen-te insatisfeito, exige imediato atendimento,com toda razão.

A concessionária ou distribuidora deveter: A peça para trocar, se for isso o ocorri-do, caso não tiver, deve ter um sistema ágilde aquisição junto ao fornecedor (o projetopreviu uma troca rápida); deve dispor de umtécnico disponível e treinado naquele pro-duto e veículo adequado para esse fim. Deforma que o tempo entre a ocorrência e oseu conserto seja o mais rápido possível, mi-nimizando as perdas por estar indisponível.Nessa questão a estratégia de plantões ànoite e aos finais de semana contribui mui-to para minimizar as perdas.

Então podemos afirmar que um produ-to, além da robustez, qualidade, confiabili-dade, facilidade de trocar peças e fazer ma-nutenção, precisa de uma rede de concessi-onárias, devidamente equipadas e com pes-

soas capacitadas, que possam treinar o ope-rador e fazer o conserto num menor tempo,numa maior qualidade, e num menor custopossível.

SUPERDIMENSIONAMENTOMuitos clientes, ao adquirirem equipa-

mento de alto valor agregado, optam por umpacote de serviços do seu distribuidor, e umíndice de disponibilidade mínimo provavel-mente constará no contrato, é uma questãopuramente econômica, para assegurar o jus-to retorno do investimento.

As empresas que tem um produto con-fiável e uma rede de concessionários apare-lhada, com recursos humanos treinados,têm mais visibilidade pelo mercado. Assimelas podem fornecer mais horas de tratordisponível, o que se converte em mais tone-ladas de produtos transportados, ou mais

Arci Mendes,Valtra

M

Fotos Valtra

No mercado de máquinas agrícolas, um produto,além de ser robusto e de qualidade, precisadispor de uma boa rede de suporte e apoio

Arci aborda a relação confiabilidadeversus diponibilidade no mercado de

máquinas agrícolas

hectares cultivados; maior área ou acrésci-mo de toneladas colhidas por unidade detempo. Sem esquecer que aliado à disponi-bilidade permanecem como básico todas ascaracterísticas de qualidade.

Page 16: Maquinas 57

plataformas

16 • Outubro 06

É importante que o produtor tenhaconhecimento das reais condições

de manejo de sua lavoura de milho. As-pectos como manejo fitossanitário, con-servação do solo, condições de fertilida-de, clima, variedade utilizada (isto é con-traditório, mas há trabalhos que dizemque os aumentos na produtividade de-pendem da base genética utilizada), sis-tema de irrigação, produtividades alcan-çadas nos últimos anos, área a ser culti-vada efetivamente pela cultura do milho,permitindo-se aqui oscilações, pois emdeterminados casos o milho entra em sis-tema de rotação de culturas, tendo suaárea alterada ao longo dos anos.

CONDIÇÕES DE MANEJO

Aredução do espaçamento entrelinhas é uma prática que vemsendo estudada há algum tempo

pela comunidade científica e empregada poralguns agricultores na cultura do milho. Osresultados, quanto aos ganhos advindos daadoção de tal técnica, são bastante conflitan-tes, levando o produtor a dúvidas na hora deadotar tal tecnologia.

As pesquisas mostram que os ganhos deprodutividade em espaçamento reduzidodependem de diversos fatores, como condi-ções ambientais, nível de manejo adotadopelo produtor, base genética da cultivar, en-tre outros, de modo que alguns trabalhos ra-tificam a idéia de que a redução do espaça-mento é uma espécie de “sintonia fina” nocultivo do milho, visto que diversos outrosfatores devem estar sob controle para queentão se possa adotar tal técnica.

PLATAFORMAS ESPECÍFICASUm dos principais entraves à ampla ado-

ção desse sistema diz respeito ao elevado custode plataformas específicas para realizar a co-lheita do milho nessa situação, pois as plata-formas tradicionais têm seus mecanismos

coletores espaçados, tradicionalmente, emintervalos superiores a 0,8 metros. Porém, jáexistem no mercado brasileiro modelos es-paçados de 0,4 metros em diante, com esca-las de 0,05 metros, como também platafor-mas que podem ser ajustadas ao sistema queo produtor está utilizando (Quadro 1).

Na crise em que se encontra a agropecu-ária nacional, o produtor não pode se dar aoluxo de adquirir bens de capital fixo que nãotragam lucratividade à empresa agrícola, osquais além de imobilizar o capital investido

invariavelmente comportam risco quando doseu investimento. É consenso que muitosprodutores escolhem máquina agrícola pelamarca, modelo, preço, acessórios, ou até mes-mo “porque o vizinho comprou esse mode-lo”, sem o uso de qualquer critério de toma-da de decisão.

Nas revistas técnicas que falam sobre a

Quando reduzirEstudos desenvolvidos na UFSM mostram em que condições o cultivo

de milho em espaçamento reduzido, que entre outros investimentosexige a aquisição de novas plataformas para a colheita, apresenta

vantagens do ponto de vista econômico

Plataformas específicas para colheita de milho emespaçamento reduzido ainda representam um

investimento significativo aos produtores

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Page 17: Maquinas 57

“Na crise em que se encontra a agropecuária nacional, o produtor não pode se dar aoluxo de adquirir bens de capital fixo que não tragam lucratividade à empresa agrícola”

Analisar a viabilidade econômica do investimento emplataformas para colheita de milho em espaçamentoreduzido tem sido uma das preocupações

Outubro 06 • 17

adoção de tal tecnologia está claro que a mes-ma apresenta eficiência técnica, de acordocom resultados da pesquisa. Os mesmos tra-balhos, porém, não fornecem subsídios deavaliação econômica para que o produtortome a decisão em adotar ou não espaçamen-to reduzido de forma mais consistente.

ANÁLISE ECONÔMICAAtualmente alguns estudos como os que

vêm sendo realizados pelo Núcleo de Ensaiode Máquinas Agrícolas (Nema) em conjun-to com o Núcleo de Estudos e Pesquisas emEconomia Agroindustrial (Nepea), ambos daUFSM, têm buscado avaliar as condições quetornam o investimento em plataformas para

colheita de milho com espaçamento reduzi-do viável em nível de produtor, para que estepossa ter segurança ao decidir comprar ounão tais equipamentos, que são extremamen-te caros a curto prazo.

Os trabalhos compreendem uma análiseeconômica da adoção de espaçamento redu-zido por métodos consagrados de análise deinvestimentos, como o cálculo do Valor Pre-sente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retor-no (TIR) e Período de Retorno do Capital(PRC), bem como a Análise de Sensibilida-de, sendo calculados a partir do Fluxo deCaixa Diferencial, que contabiliza as entra-das e saídas de recursos advindos do investi-mento. Utilizando uma planilha desenvolvi-

da em Microsoft Excell®, várias simulaçõestêm sido feitas com o intuito de definir, aomenos aproximadamente, quais as condiçõesque tornam tal investimento viável.

Os resultados dão uma noção da impor-tância de o produtor conhecer as condiçõesde sua lavoura, tanto sobre o aspecto do ma-nejo da cultura quanto no que diz respeitoàs condições operacionais do seu sistema me-canizado, pois tais informações são de sumaimportância para a fidelidade dos resultadosgerados.

Outro dado que deve ser fornecido peloprodutor é se o mesmo já dispõe do equipa-mento de colheita no sistema de plantio con-vencional (espaço 0,8 metros), pois esse equi-pamento pode ser contabilizado no fluxo decaixa, caso possa ser vendido ou dado comoparte de pagamento do novo. Enfim, todosos dados relativos à produção do milho napropriedade devem ser levados em conside-ração para a tomada de decisão sobre o in-vestimento. Estes dados são importantes paraque se tenha uma noção do nível tecnológicodo produtor e se possa, dessa forma, estimaro ganho de produtividade com adoção doespaçamento estreito.

Do ponto de vista operacional, o produ-tor deve conhecer ou estimar a velocidade de

John Deere

New Holland

Page 18: Maquinas 57

18 • Outubro 06

colheita de sua colhedora, estimar a eficiên-cia operacional - que varia com diversos fa-tores, como relevo, presença de invasoras quedificultam a colheita, volume de palha dacultura etc.-, jornada de trabalho no períododa colheita e tempo disponível para a colhei-ta, que fundamentalmente deve ser inferiorao que provoque perdas por atraso, que emdeterminadas situações chegam a 12%. Es-ses dados são importantes para que se faça ocorreto dimensionamento da plataforma decolheita, caso o produtor já possua a colhe-dora, ou do conjunto em si.

VIABILIDADE DO INVESTIMENTOOs dados obtidos até o momento reve-

lam que em condições que assegurem umbom desenvolvimento da cultura e, conse-qüentemente, maior produtividade indicamser viável o investimento, mesmo em áreasde escala menor (muitas vezes em melhorescondições do que em áreas maiores), de acor-do com a produtividade alcançada. Deve fi-car claro que ser viável o investimento nãoimplica a aceitação do mesmo pelo produtor.

Um Valor Presente Líquido (VPL) posi-tivo, por exemplo, indica que as entradas lí-quidas futuras atualizadas para o presente sãomaiores que as saídas advindas do investi-mento, mas o VPL não dá noção de Liqui-dez, no caso. Para cálculo do VPL utiliza-seuma taxa de desconto, para que os benefíci-os futuros sejam trazidos devidamente des-contados para o presente. Quanto maior estataxa, maior será a segurança em se afirmar arentabilidade do investimento, pois isso in-dica que, mesmo para descontos mais eleva-dos, o investimento ainda é viável. No caso

em estudo, verificaram-se VPL’s positivos emáreas de cem hectares, desde que associadasa produtividades elevadas, acima de 100 sc/ha por exemplo.

A Taxa Interna de Retorno é a taxa dedesconto que anula o VPL. Isso quer dizerque quanto maior a TIR melhor será a ren-tabilidade do investimento. Normalmenteusa-se uma taxa de juros denominada TaxaMínima de Atratividade (TMA), que indicaa Taxa Interna de Retorno a partir da qual seconsidera o investimento viável. A TMA édefinida pela empresa, nesse caso pelo pro-dutor, e pode ser a taxa de juros da poupan-ça, por exemplo, a taxa de remuneração deoutros investimentos ou mesmo de outros

investimentos produtivos.Sempre que a TIR for maior que a TMA

o investimento é aceito. Nesse caso, as TIR’sencontradas vão de 0,70 a 55,04%. Se a TMAutilizada for de 8% ao ano, por exemplo, oinvestimento na plataforma de colheita é vi-ável quando a TIR for maior que 8%, o queacontece em áreas de cem ha associadas aprodutividades novamente superiores a 100sc/ha, confirmando a análise feita pelo VPL.

Para baixas produtividades, como a mé-dia do estado do Rio Grande do Sul, ao re-dor de 65 sc/ha, isso ocorre quando a lavou-ra é maior que 200 ha, mantidos todos osdemais fatores constantes. Na área de 400ha associada à produtividade de 140 sc/ha,a TIR foi de 55,04%, indicando alta renta-bilidade em se realizar o investimento naplataforma nas condições da propriedade hi-potética.

O Período de Retorno do Capital (PRC,ou pay-back) nos dá noção da liquidez do in-vestimento, ou seja, quanto tempo o agricul-tor demoraria para ter o capital investido pagopelos lucros advindos da compra da platafor-ma de colheita. No caso em estudo o PRCvariou de dois a dez anos e sete meses. Con-siderando uma vida útil do equipamento de

O bom desenvolvimento, aliado a uma maiorprodutividade da cultura, são fundamentais paraviabilizar o investimento em plataformas específicas

Indicador

VLP (R$)TIR (%)PRC (anos)

65 sc/ha-7.497,21

5,4011,54

140 sc/ha67.941,21

28,514,27

65 sc/ha34.842,00

18,106,24

140 sc/ha185.819,08

55,032,09

Propriedade A (150 ha) Propriedade B (300 ha)

Tabela 1

Venc

e-Tu

do

Page 19: Maquinas 57

“Enfim, a viabilidade técnica da adoção do espaçamentoreduzido está, embora com algumas ressalvas, comprovada”

dez anos, fica claro que o produtor, neste úl-timo caso, demoraria mais tempo pagando amáquina do que esta estaria sendo útil. Essasituação ocorre novamente em condições debaixa produtividade e pequenas áreas.

Na Tabela 1 estão exemplificadas qua-tro situações bastante diferenciadas. Duaspropriedades de tamanhos diferentes, sen-do manejadas em condições de baixo e altonível de manejo. O que se evidencia é quea propriedade A, com baixa produtivida-de, não mostra viabilidade em se investirna plataforma de colheita em espaçamen-to reduzido em nenhum dos indicadoresusados, considerando o preço do milhomédio de R$ 20 dos últimos cinco anos eum aumento de produtividade de 5% comadoção do espaçamento reduzido. Outro

fato que se evidencia é o investimento podeser mais viável em uma propriedade me-nor com maior nível de produtividade doque em uma propriedade maior que pro-duz pouco.

VANTAGENS POTENCIAISExistem diversos aspectos, além dos fi-

nanceiros, que devem ser avaliados peloprodutor antes que o mesmo resolva ado-tar a técnica de redução do espaçamentoentre linhas. Algumas vantagens citadaspelas pesquisas, que podem ser aponta-das como “valores de opção” do investi-mento, isto é, vantagens potenciais quenão podem ser computadas financeira-mente, mas que são advindas do projetode investimento, podem ser importantesna tomada de decisão, como por exemplo:diminuição da competição intraespecífi-ca e aumento da competição com invaso-ras pela melhor distribuição das plantasna área; uso de semeadoras para milho,

soja e feijão sem que haja necessidade demudanças de espaçamento entre linhas dasemeadora; melhor cobertura do solo; me-lhor distribuição de fertilizantes, entre ou-tros citados pelas pesquisas que estudamestes fatores.

Enfim, a viabilidade técnica da adoçãodo espaçamento reduzido está, embora comalgumas ressalvas, comprovada. A viabilida-de econômica, porém, ocorre principalmen-te em condições que assegurem boa produ-tividade à cultura do milho, como é possí-vel constatar nos exemplos apresentados noQuadro 1.

Vilnei, Airton e Renato atestam a viabilidade doinvestimento em plataformas específicas para colheitado milho em lavouras com altos potenciais produtivos

Quadro 1 - Opções de espaçamento disponívies no mercado brasileiro de plataformas para colheita de milho

Airton dos Santos Alonço,Vilnei de Oliveira Dias eRenato Santos de Souza,UFSM

M

New Holland Divulgação

Page 20: Maquinas 57

20 • Outubro 06

perdas

No Brasil, o setor canavieiro pro-cessa 336 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano

e representa uma grande fatia do PIB bra-sileiro e paulista Figura 1.

A colheita mecanizada vem aumentan-do sua participação no total colhido. Atu-almente cerca de 40% de toda a cana co-lhida no país é de forma mecânica. Contu-do, a colheita mecanizada apresenta perdamuito maior que a colheita realizada deforma manual, conforme ilustra o gráficoda Figura 2.

Essas perdas, segundo Neves (2003),representam um prejuízo da ordem de US$450 milhões por ano. O objetivo deste tra-balho é avaliar as perdas na colheita de canaprovocadas pela colhedora da marca Arti-ole e determinar a demanda de potênciado equipamento em operação de colheita.

TIPOS DE PERDASOs ensaios foram realizados na cidade

de Capivari (SP), durante a safra 2005. Acolhedora Artiole é constituída por meca-nismo de corte, mecanismo transportador,

despontador e mecanismo de recolhimen-to. Para a tração da colhedora, foi utiliza-do um trator Valmet, modelo 118-4, compotência de 120 cv à rotação nominal (2,3mil/min).

As perdas na colheita da cana foramdeterminadas pela relação entre o peso dacana que se perdeu durante o processamen-to interno da colhedora e o peso inicial.Para se avaliar a perda total da colheita fo-ram determinadas as perdas em cada siste-ma da colhedora, para isso foi utilizada ametodologia proposta por Neves (2003).

No ensaio foram efetuados dois tiposde teste. O primeiro foi o teste estático, eposteriormente foi realizado o teste opera-cional do equipamento. No teste estáticofoi montado um sistema para a fixação dascanas, conforme a Figura 3. Esse teste tevecomo objetivo determinar a perda de canaprovocada pelo mecanismo transportador(corrente transportadora) e sistema detransbordo.

Os tipos de perdas avaliados nesse tes-te foram: “perda na deflexão” - são canasque foram lançadas para fora do sistema

Figura 1 - Participação do setor canavieiro no PIB (a) Brasil e (b) Estado de São Paulo (fonte: UNICA, 2005)

Perdas nocanavialPerdas nocanavial

Fotos Angel P. Garcia

A avaliação das perdas na colheita mecanizada da cana-de-açúcar, bem como oestabelecimento preciso da demanda de potência na operação, são essenciais parao correto dimensionamento dos conjuntos mecânicos que atuam nas lavouras

A avaliação das perdas na colheita mecanizada da cana-de-açúcar, bem como oestabelecimento preciso da demanda de potência na operação, são essenciais parao correto dimensionamento dos conjuntos mecânicos que atuam nas lavouras

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“Atualmente cerca de 40% de toda a cana colhida no país é de forma mecânica”

Comprimento [m]7,65,98

8,45,947,16

Área [m2]10,648,2611,2

11,768,31610,03

Massa de cana [kg]101,5106,3101,4101,4102,3102,58

Produtividade [t/ha]95,39

128,6990,5386,22

123,01104,77

20 canas19,222,219,121,421,8

20,74Média

Tabela 1 - Medidas de comprimento, área e massa para o cálculo da produtividade do talhão e massa das 20 canasutilizadas nos ensaios

Rotação [rpm]837831830841840842840844844844828846846846843827851847852

8417,3

MédiaD. Padrão

Torque [N.m]500470490480470460440480430450740510470420520720530530500

505,7885,07

Potência [W]4382,54089,94258,54227,34134,14055,83870,24242,23800,33977,16415,84518,14163,73720,74590,06235,24722,84700,54461,0

4450,87198,4

Rotação [rpm]746730790760810813827825830830830830830830836830790830833830841842

814,2231,4

Torque [N.m]500490470470490460440440420420420420400400400400430440440430430430

438,130,1

Potência [W]3906,03745,83888,23740,54156,33916,33810,53801,33650,53650,53650,53650,53476,73476,73501,83476,73557,33824,33838,13737,43786,93791,43728,8170,6

Marcha 3L Marcha 1M

Tabela 2 - Dados coletados Marcha 3L e Marcha 1M

de deflexão. Esse tipo de perda ocorre de-vido à alta velocidade de elevação dos col-mos, além de o sistema de deflexão nãoestar corretamente dimensionado para aoperação. O tipo de perda “no transbordo”é caracterizado por canas que caíram dotransbordo após sua deposição no mesmo.Isto ocorre devido ao fato do transbordopossuir vãos livres por onde estas canaspassam (Figura 4). O tipo de perda “notransportador” é aquela onde há uma per-da de massa “invisível”. Ocorre principal-mente devido à ação prênsil dos dentes dascorrentes que “mastigam” as canas (Figu-ra 5) provocando quebras, estilhaçamentoe vazamento de caldo.

TESTE OPERACIONALO teste operacional se processou da se-

guinte forma: foram escolhidas áreas alea-toriamente no talhão de 25 m2. Essas áre-as foram delimitadas por fitas dispostas aolongo de quatro linhas de plantio, por umcomprimento de cinco metros. Após a pas-sagem da colhedora Artiole, todo o mate-rial remanescente sobre esta área foi reco-lhido, dividido por tipo de perda e pesadocom uma balança (precisão de 0,1kg).

A perda de “cana inteira” foi definidacomo aquelas canas cortadas em suas ba-ses e suas pontas e que permaneciam in-tactas. A perda de “ponta” foi definidacomo aquela na qual junto ao palmito dacana, que foi cortada pelo sistema despon-tador, ainda existia parte da cana proces-sável. A perda de “toco” foi definida comotodo o colmo que permaneceu fixado à suasraízes após o corte; a perda de “cana peda-ço” foi definida como todos os pedaços es-tilhaçados, quebrados ou cortados, quepermaneceram na área após o corte.

O requerimento energético foi calcula-do em experimento de campo, onde a má-quina foi instrumentada com um torquí-metro HBM, modelo T30FNA, e um sis-tema de aquisição de dados HBM, modeloMGCplus com 24 canais de entrada dedados. O torque necessário para a opera-ção da máquina foi medido seguindo anorma da OECD.

A potência foi calculada por meio da

Figura 2 - Perdas na colheita manual (cinza) emecanizada (vermelho)

Figura 3 - Mecanismo defixação de cana para a

realização do teste estático

medição do torque da rotação na tomadade potência (TDP) do trator utilizado noensaio. Os experimentos foram realizadosem duas marchas do trator: 1M e 3L, sen-do a 1M mais veloz que a 3L. A marcha1M tem relação de transmissão motor/roda

de 112,3:1, que desenvolve uma velocida-de de deslocamento de 2,1 km/h. A mar-cha 3L tem relação de transmissão motor/roda 136,86:1, que desenvolve uma velo-cidade de deslocamento de 1,8 km/h. Arotação da TDP selecionada foi de 800/min.

RESULTADOS OBTIDOSA Tabela 1 apresenta os dados obtidos

de produtividade do talhão de cana utili-zado nos ensaios de perdas na colheita.

Na Figura 6 são apresentados os resul-tados obtidos no teste estático e, na Figura7 os resultados do teste operacional.

A potência demandada pelo equipa-mento, obtida no experimento, operandonas marchas 3L e 1M são apresentadas naTabela 2.

A colhedora Artiole apresentou perdade aproximadamente 7,7% na operação decolheita com cana queimada. Contudo,

Outubro 06 • 21

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22 • Outubro 06

No plantio direto de feijão a velocidade de avançodo trator não influenciou a profundidade desemeadura

M

esse percentual apresenta forte aumento,para aproximadamente 29% do total, ao seconsiderar as perdas provocadas pelos me-

Figura 4 - Vãoslivres do sistema

de transbordo

Figura 5 - Canas“mastigadas” pelo

sistema de transporte

canismos de transporte e de transbordo(que foram verificados no teste estático),o que indica que há a necessidade, em um

trabalho futuro, de se redimensionar estesmecanismos. A marcha 1M apresentouuma menor demanda de potência (aproxi-madamente 3729 W) na operação do queao se utilizar a marcha 3L (aproximada-mente 4510W), sendo assim recomenda-da a utilização durante a operação.

Figura 6 - Perdas na colheita teste estático Figura 7 - Perdas na colheita teste operacional

Angel P. Garcia,Daniel Albiero,Nelson L. Cappelli,José A. S. Maciel eClaudio K. Umezu,Unicamp

M

Fotos Angel P. Garcia

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Projeto Social

ASyngenta e a Goodyear do Brasilacabam de fecharparceria paradesenvolver e ampliar o projeto

Saúde e Informação para o Campo. O ob-jetivo é orientar as pessoas que vivem naárea rural sobre a importância da realiza-ção de exames preventivos e os cuidadoscom a saúde.

A inovação fica por conta de uma carre-ta itinerante de 14,5 metros de comprimen-to por três metros de largura que funciona-rá como ambulatório. O interior do veículofoi projetado especialmente com equipa-mentos que possibilitam a realização de exa-mes clínico-laboratoriais (hemograma, tipa-gem sangüínea e colinesterase), a orienta-ção oftalmológica e fisioterápica.

A carreta já começou a percorrer as prin-cipais regiões agrícolas do Brasil, e o objeti-vo é de que ela atenda trabalhadores ruraisdurante os próximos dez meses. O caminhãovisitará propriedades de clientes da Syngentae da Goodyear, a começar pelo Centro-Oes-

te do país. Segundo os coordenadores, o pro-grama tem condições de atender aproxima-damente mil pacientes por mês.

“Esse projeto está em sintonia com apreocupação da Syngenta com o social. Poressa razão, decidimos inseri-lo na bandeirado Selo Mais Verde, Mais Água, Mais Vida,criado para identificar todos os projetos deresponsabilidade sócio-ambiental da empre-sa. Esperamos que ele apresente o mesmoreconhecimento de projetos como o Escolano Campo, Segurança e Solidariedade eÁgua Viva, que têm proporcionado educa-ção e conhecimento para o homem do cam-po”, afirma Laércio Giampani, diretor-ge-ral da Syngenta Proteção de Cultivos noBrasil.

A Syngenta é uma das líderes mundiaisna área de agribusiness. A companhia ocu-pa a terceira posição no ranking do merca-do de sementes de alto valor agregado. Asvendas em 2005 foram de aproximadamen-te US$ 8,1 bilhões. A empresa emprega cer-

ca de 19 mil pessoas em mais de 90 países.A Syngenta está listada nas Bolsas de Va-lores da Suíça (SYNN) e de Nova York(SYT).

A Goodyear, instalada no Brasil há 87anos, conta com 4,4 mil funcionários emsete unidades industriais e ainda possuioutras sete unidades de negócios de vendasinstaladas em todo o país. A empresa fabri-ca pneus para automóveis, caminhões, ca-mionetas (radiais e convencionais), pneuspara terraplanagem, equipamentos agríco-las e industriais, mangotes e materiais pararecauchutagem. Produz também pneus paraaeronaves, sendo o principal fornecedor daEmbraer, e ainda exporta esses mesmos pro-dutos para os Estados Unidos e Europa,além de fazer a recauchutagem de pneus deavião. No país, a Goodyear tem uma redede 160 revendedores exclusivos de pneus,em mais de 650 pontos de vendas, e 140distribuidores de produtos técnicos de bor-racha (voltados à engenharia).

Saúde e informaçãoSaúde e informação

M

Com importante participação no agronegócio nacional, Goodyear e Syngenta seunem para oferecer diagnósticos médicos preventivos aos trabalhadores ruraisCom importante participação no agronegócio nacional, Goodyear e Syngenta seunem para oferecer diagnósticos médicos preventivos aos trabalhadores rurais

Goodyear

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24 • Outubro 06

barra de tração

Trator

4x24x2 TDA

4x4esteiras

Concreto

0,870,870,870,87

Firme0,720,770,780,82

Arado0,670,730,780,80

Fofo0,550,650,700,78

Condição do solo

Tabela 1 – Norma ASAE D497 – 4 para a determinaçãoda potência na BT

Apotência disponível na barra detração dos tratores de pneuspode ser determinada a partir do

ensaio na barra de tração, realizado em pis-ta de concreto. A partir desse ensaio, po-dem-se obter parâmetros quantitativos re-lativos à força de tração, velocidade, consu-mo específico, patinagem e potência dispo-nível na barra de tração. Portanto, torna-seimprescindível conhecer a força e, conse-qüentemente, a potência disponível na bar-ra de tração dos tratores agrícolas, uma vezque, a partir do conhecimento dessa potên-cia, podem-se dimensionar implementosadequados à capacidade do trator, o que pos-sibilita o uso adequado e eficiente deste e

do implemento tracionado pelo mesmo.Alguns trabalhos têm sido desenvolvidos

no tocante à determinação da potência dis-ponível na barra de tração considerando va-riados tipos e condições de solo, como a re-gra sugerida por Wendel Bowers conhecidacomo “Fator 0,86”, a equação do rendimen-to de tração e a norma ASAE D497 – 4(2004). Sendo assim, elaborou-se uma pla-nilha eletrônica, a partir do desenvolvimen-to de um algoritmo implementado em VisualBasic, para a determinação de informaçõesreferentes à força de tração, velocidade, po-tência disponível na barra de tração, consu-mo horário, consumo específico, patinageme coeficiente de tração de um trator, a partirde dados relativos ao ensaio na barra de tra-

ção do mesmo. Além de possibilitar o cálculoda potência efetiva na barra de tração, calcu-lada considerando a regra do “Fator 0,86”.

A planilha eletrônica foi desenvolvida apartir da elaboração de programa em VisualBasic, considerando uma entrada de dadosreferente às características do trator, bemcomo de informações obtidas durante o en-saio na barra de tração, tais como tempo deduração do “tiro” (teste em determinada car-ga), consumo de combustível (ml), númerode voltas da roda motora e leitura da forçana célula de carga utilizada. A partir dessesdados podem-se calcular a força de tração,velocidade, potência disponível na barra detração, consumo horário, consumo específi-co, patinagem e coeficiente de tração duran-

te o ensaio de tração, através dautilização das equações clássicasempregadas na mecanizaçãoagrícola, e fornece as curvas dedesempenho das mesmas em re-lação à força na barra de traçãodo trator ensaiado, além do va-lor do coeficiente de tração dotrator, que é definido como a re-

Figura 1 – Dados do ensaio na barra de tração

Para a adequação trator-implemento deve-selevar em consideração a potência disponívelna barra de tração e não a potência nominal

do motor que equipa a máquina

Para a adequação trator-implemento deve-selevar em consideração a potência disponívelna barra de tração e não a potência nominal

do motor que equipa a máquina

Charles Echer

Forçadisponível

Forçadisponível

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“Para a medição do consumo de combustível foi utilizado um fluxômetro, o qualpermitiu quantificar o volume de combustível gasto no decorrer do teste”

lação entre a máxima tração na barra e o pesodinâmico nas rodas de tração, ou seja, cor-responde ao percentual de seu peso traseirodinâmico que o trator pode tracionar.

Para o cálculo da estimativa da potênciaefetiva na barra de tração considerando di-ferentes tipos e condições de solo, foram im-plementados os seguintes métodos: regra ba-seada no “Fator 0,86”.

CONDIÇÕES DE ENSAIOPara validação da planilha desenvolvida,

foram utilizados dados obtidos a partir de umensaio na barra de tração realizado na Uni-versidade Federal de Viçosa em uma pista pla-na de concreto. O trator ensaiado foi um Val-met modelo 65id com aproximadamente42,66 kW (58 cv) de potência nominal, des-locando-se a 2a marcha reduzida, e 1700rpm.Um trator Massey Ferguson modelo MF –265 foi empregado como trator de lastro.

Para obtenção da força na barra de tra-ção foi utilizada uma célula de carga da mar-ca Kratos com capacidade de cinco mil kgf,instalada entre os tratores. Para a mediçãodo consumo de combustível, foi utilizadoum fluxômetro, o qual permitiu quantificaro volume de combustível gasto no decorrerdo teste. Foi estabelecida uma distância de30 metros para a realização dos testes. Pri-meiramente foi determinado o número devoltas da roda motora com o trator livre, apartir de uma marcação efetuada no pneudessa roda, tal informação foi empregadapara o cálculo da patinagem durante o testecom carga. Foram estabelecidas seis cargasa partir do trator de lastro.

A Figura 1 representa a entrada de da-dos obtidos durante o ensaio de tração.

A Figura 2 corresponde à entrada de da-dos complementares, as quais devem cons-tar a potência do trator ensaiado, o númerode garras do pneu, a distância empregadano ensaio, a constante da célula de carga e onúmero de cargas ensaiadas.

Para o cálculo do coeficiente de tração,é necessário que a tal função seja escolhidae que dados como a altura da barra de tra-ção, distância entre eixos, peso traseiro es-tático e peso dianteiro estático sejam forne-cidos, além de se escolher adequadamenteo tipo de tração do trator ensaiado, confor-me apresentado na Figura 2.

O botão “Calcula” possibilita a obten-ção da força de tração, velocidade, potênciadisponível na barra de tração, consumo ho-rário, consumo específico, patinagem e coe-ficiente de tração durante o ensaio de tra-ção, bem como as curvas em função da for-ça na barra de tração. Selecionando o item“Cálculo da Potência Disponível na Barrade Tração” e os métodos adequados, pode-se obter a potência disponível na barra detração, pressionando-se o botão “Calcula”,como apresentado na figura 2.

O botão “Limpa – Planilhas” possibilitaque os dados de entrada e os resultados ge-rados sejam apagados automaticamente,permitindo que a planilha seja utilizada paranovos cálculos e análises. As Figuras 3 e 4representam as telas de saída de resultados,a Figura 3 corresponde aos resultados pro-venientes do ensaio de tração e a Figura 4corresponde à estimativa da potência dis-

ponível na barra de tração pelos métodospreviamente selecionados, no caso específi-co do trator ensaiado e analisado.

A planilha desenvolvida mostrou-se umaferramenta eficiente para o cálculo da força detração, velocidade, potência disponível na bar-ra de tração, consumo horário, consumo espe-cífico, patinagem e coeficiente de tração do tra-tor ensaiado. Além de possibilitar o cálculo dapotência disponível na barra de tração conside-rando a regra baseada do “Fator 0,86”.

Figura 1 – Dados de entrada

Figura 3 – Resultados obtidos a partir do ensaio na barra de tração

Figura 4 - Resultados - potência disponível na barra de tração

A - Barra tração (BT)

Haroldo Carlos Fernandes ePaula Cristina N. Rinaldi,UFVFábio Lúcio Santos,UEM

Haroldo, Paula e Fábio falam da potência disponívelna barra de tração como dado fundamental no

dimensionamento dos conjuntos mecânicos

M

Outubro 06 • 25

Divulgação

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26 • Outubro 06

OCastelo Château Lacave, cons-truído na década de 70, emCaxias do Sul (RS), foi o local

escolhido pelos executivos da Randon paraa apresentação das alterações incorporadasà linha de implementos da empresa. Juntoà construção, inspirada na Idade Média eno início do Renascimento, desenvolveu-seo Vitrine Randon 2007, com o desfile denovidades como o semi-reboque canavieirode 12,5 metros, bitrem e tritrem florestaisintercambiáveis, furgão carga geral, bitrembasculante em aço e o graneleiro Brasilis.

Durante o evento os executivos do con-glomerado não esconderam o entusiasmocom o desempenho da empresa. Mesmo comreflexos negativos, como os da crise na agri-cultura e da baixa cotação do dólar, a divi-são de implementos deve fechar 2006 comfaturamento líquido de R$ 950 milhões,contra R$ 890 milhões do ano passado,quando a receita já havia crescido 28% emrelação a 2004. “Somos responsáveis por40% do mercado, 50% da produção e por90% de tudo o que o Brasil exporta em im-plementos rodoviários. Me sinto muito or-gulhoso, não só como empresa, mas princi-palmente como brasileiro”, declarou ErinoTonon, diretor corporativo e de operaçõesdas empresas Randon.

SEMI-REBOQUE CANAVIEIROO segmento de transporte de cana-de-

açúcar, que representava entre oito e 10%do faturamento da empresa em implemen-tos, encontra-se em ascensão. A estimativaé de que até o final do primeiro semestre de2007 esse percentual alcance 22%. Entre osinvestimentos da Randon no setor está osemi-reboque rebaixado.

Desenvolvido para o transporte de canapicada, o implemento é o primeiro da cate-goria com 12,5 metros. Com tara estimadaem 10,7 mil kg, o equipamento tem chassicentral, basculamento superior, descargahilo e, como opcionais, patola mecânica comacionamento pneumático e instalação elé-trica LED. A capacidade é para o transpor-te de 90 m³ de cana, o que equivale a apro-ximadamente 26 toneladas.

FLORESTAIS INTERCAMBIÁVEISPara o transporte de toras reflorestadas,

a empresa também apresenta nova versão.O bitrem intercambiável ganha a configu-

ração de tritrem, voltado para rodovias emque essa composição é permitida com a sim-ples colocação do semi-reboque intermedi-ário.

A nova versão traz o barrote embutidono chassi e fueiros removíveis, além de ber-ço que evita que a grua agarre o chassi. Maso destaque fica para o aumento na capaci-dade de carga transportada, que pode che-gar a 40 m³ por semi-reboque. A remoçãodos fueiros facilita a troca em caso de aci-dente operacional, a qual pode ser feita naprópria floresta, sem a necessidade de levaro produto até a oficina, reduzindo assim otempo do produto parado para a manuten-ção.

Vitrine Randon 2007

Desfile deimplementosDesfile deimplementos

Fotos Randon

Randon apresenta inovações incorporadas àsua linha de produtos para o transporte

rodoviário em evento na Serra Gaúcha

Randon apresenta inovações incorporadas àsua linha de produtos para o transporte

rodoviário em evento na Serra Gaúcha

Page 27: Maquinas 57

“Somos responsáveis por 40% do mercado, 50% da produção e por90% de tudo o que o Brasil exporta em implementos rodoviários”

Outubro 06 • 27

FURGÃO CARGA GERALA linha de semi-reboques e de carroce-

rias furgão carga geral também passou poralterações. A porta traseira ganhou revesti-mento em chapa de aço lisa pré-pintada nacor branca e, internamente, em aço galva-nizado com varões de travamento externos.Além de servir para melhor identificação dafrota, o novo formato permitirá a explora-ção visual do espaço liso para propaganda.Igualmente, o degrau traseiro, nas duas li-nhas, é construído em chapa de aço xadrezdobrado, soldado à coluna do pára-choquetraseiro, o que dispensa sistemas de trava-mento e destravamento. Dessa forma, me-lhora o acesso ao interior da caixa de carga ese dispensa manutenção.

Já no semi-reboque, a mesa de acopla-mento inteiriça na região frontal do chassiagora permite o acoplamento ao cavalo me-cânico num raio de 180º. Além disso, essecomponente foi estruturado com reforçolongitudinal que traz maior resistência aosesforços exigidos no acoplamento de cava-los mecânicos equipados com cunhas naquinta-roda.

Os pára-lamas plásticos, em polipropi-leno de alta resistência, fixados por supor-tes independentes do chassi, são mais leves,não oxidam e garantem maior flexibilidadecontra impactos, além de maior facilidade

de manutenção, sem necessidade de solda-gem. Na lente das lanternas laterais, o re-trorrefletor foi incorporado formando umúnico componente, cujo suporte é em ma-terial flexível. Com isso, evita-se a quebrano acoplamento/desacoplamento e na ope-ração de amarrações da base em balsas. Oaterramento é feito direto na tomada elétri-ca e não mais no chassi.

Dentro do aspecto de auxiliar na gestãode frota, o Semi-Reboque Furgão CargaGeral da Linha 2007 apresenta um itemimportante voltado à segurança e ao con-trole de pneus de frota: a incorporação doparafuso para lacre de pneus. Cada cuboraiado recebe agora dois parafusos para co-locação do lacre, o que auxilia na prevençãocontra roubos, pois identifica se houve vio-lação do rodado e troca de pneus.

BITREM BASCULANTEO bitrem basculante em aço de alta re-

sistência chega com o peso reduzido em1.630 quilos no modelo 20 + 20 m³, com

tara de 10.960 quilos e carga líquida de37.240 quilos, conforme prevê a lei da ba-lança. Com as alterações houve redução de13% de tara e aumento de 4,6% na cargalíquida. Com isso, o cliente ganhará umaviagem a cada 22, na comparação com osmodelos convencionais.

Outro diferencial vem do acionamentopor controle remoto sem fio para o sistemade direcionamento de óleo para operação debasculamento - que foi incorporado ao semi-reboque, dispensando adaptações no cava-lo mecânico. O sistema também pode seracionado manualmente por alavancas fixa-das no chassi. O bitrem basculante em açode alta resistência pode ser aplicado princi-palmente nos segmentos de açúcar, grãos,fertilizantes e calcário.

Com capacidade técnica para até 40 to-neladas, o semi-reboque dianteiro possuitampa inferior mais larga, depositando acarga mais afastada do implemento e evi-tando acúmulo no rodado. Com apenas duastampas laterais, garante maior leveza e con-ta com menos partes móveis. Igualmente, atampa traseira opcional permite descarga emtombadores, além de possuir total vão livre.Para maior segurança, o semi-reboque tra-seiro é rebaixado, os eixos possuem capaci-dade para 13 toneladas e são de bitola larga,para maior estabilidade lateral durante aoperação.

Durante o Vitrine Randon 2007 os executivos do conglomerado não esconderamo entusiasmo com o desempenho da empresa nos últimos anos

GRANELEIRO BRASILISO graneleiro Randon Brasilis, lançado

em 2005 com tecnologia Ecoplate (painelcomposto por uma placa de madeira reflo-restada, revestida na face interna por umaplaca de PVC e na face externa por umachapa de aço galvanizada, unidas por umadesivo de alta performance, isento de sol-ventes tóxicos), agrega agora laterais de 0,80+ 1 metro, apropriadas para o transportede farelo de soja, entre outras aplicações.

Outra novidade é o conceito do Balan-cim Lub-Free desenvolvido pela Suspensys– uma das empresas Randon – eliminandoo único ponto que necessitava de lubrifica-ção na suspensão. Além da isenção de lu-brificação, o conceito de bucha Silent-Blo-ck oferece maior durabilidade, menor índi-ce de ruídos e maior facilidade de manu-tenção.

Alterações nos implementos têm o objetivo demelhor atender às necessidades dos clientes

Cul

tivar

M

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28 • Outubro 06

Oexcelente e animado público nãose decepcionou no GP Firestone de

Arrancada de Tratores, disputado sábado ànoite (dia 7 de outubro) e no domingo (dia8) na pista montada na rodovia RS 142, km24, em frente ao Parque de Exposições da Co-trijal. Cerca de quatro mil pessoas prestigia-ram as baterias eliminatórias de sábado à noi-te, e seis mil vibraram com o festival no do-mingo. O paranaense Ivan Schanoski, da equi-pe Azulão, venceu o GP. A organização foi daHSJ Desenvolvimento, com supervisão daFederação Gaúcha de Automobilismo, e apoioda Prefeitura de Não-Me-Toque (RS).

Ivan Schanoski, atual campeão brasileiro,derrotou na decisão Armando Boldrin Júnior,da equipe Flecha de Prata. A diferença foi umadas mais “apertadas” das últimas edições do

Bandido, vencedor da 3.400 kg livre

Arrancadão de Tratores. Ivan fez o tempo de9s81, enquanto Armando registrou o tempode 9s86. Além da “briga” pelo título, o públi-co pode viver também o drama de Schanoski,que antes de comemorar sua vitória passoupor um susto. O motor do trator número 2 daequipe Azulão disparou ao cruzar a linha dechegada, ainda recebendo injeção de nitro.Ivan tentou controlar a máquina, mas não foifeliz, e acabou saindo da pista, rodando de-pois de percorrer 300 metros, atingindo a cer-ca do Parque de Exposições da Cotrijal. O pi-loto nada sofreu, mas o trator teve alguns da-nos. “Foi um grande susto, mas depois queverifiquei que nada de mais grave aconteceu,só pensei em comemorar a vitória”, declarouIvan.

A equipe Flecha de Prata fez bonito, o ex-

periente piloto Armando Boldrin Jr., o “Tuca”,como é conhecido pelos amigos, conduziu otrator de maneira muito técnica, aproveitan-do ao máximo o desempenho de seu equipa-mento, ficando a milésimos de segundo doprimeiro colocado, Ivan Schanoski. A equipeé muito constante e está sempre entre as pri-meiras, muitos acreditam que na próxima eta-pa, em Maripá, com certeza, será uma fortecandidata ao título.

Na disputa do terceiro lugar, Paulo Radet-zki, da equipe Brutus, derrotou Valdecir Ho-hloff, da equipe Dysord Racing, em mais umadisputa acirrada. Paulo foi o vencedor do anopassado em Não-Me-Toque e vinha marcan-do ótimos tempos com muita regularidade. Jánas eliminatórias finais, teve um problema decâmbio em uma das arrancadas e ficou forada decisão final.

Durval Conci Júnior, da equipe Conci,conquistou o quinto lugar, ao passo que Anil-do Schanoski, da equipe 601, obteve o sextolugar, fechando o grupo daqueles que come-moram os resultados no pódio. A equipe 601teve problemas na noite de sábado com o eixo-piloto do trator, quebrado em duas ocasiões, enão conseguiu completar nenhuma largada.Mas, na tarde de domingo até as 14h, a equi-

Não-Me-Toque ferve no GP FirestoneNão-Me-Toque ferve no GP Firestone

Paulo Radetzki conquistou o terceiro lugar

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Outubro 06 • 29

por Arno Dallmeyer - [email protected]

Agenda

1º) Ivan Schanoski (Maripá) Equipe Azulão FM Racing Team2º) Armando Boldrin Júnior (Toledo) Flecha de Prata3º) Paulo Radetzki (Maripá) Brutus4º) Valdecir Rohloff (Toledo) Dysord Racing5º) Durval Conci Júnior (Maripá) Conci Motorsport6º) Anildo Schanoski (Maripá) Equipe 601 Racing

Resultados do GP Firestone em Não-Me-Toque

O próximo arrancadão de tratores será disputado

nos dias 11 e 12 de novembro, em Maripá, Oeste

do Paraná, quando será disputado o GP Vipal,

valendo pelo campeonato brasileiro da categoria.

pe havia feito o melhor tempo, 9,5 cravados, oque demonstra toda a qualidade e o esforçodo preparador Ivanir Lazarin.

Outro piloto que teve problemas mecâni-cos sérios foi David Bretzke, da equipe Metra-col, um dos favoritos para vencer a prova, masteve o platô e a embreagem quebrados nas dis-putas de sábado à noite. As peças “esfarela-ram” e desintegraram a capa seca do trator.

AS MULHERESAs duas representantes femininas, não

obstante seus esforços, conseguiram resulta-dos intermediários. A estreante Darli Drisnerda Equipe Cobra (Cascavel) logrou o oitavolugar na classificação geral, enquanto sua con-corrente Irani Kreutz, a “Nica”, da EquipePenélope Charmosa ficou em décimo lugar.Nica está de câmbio novo (o câmbio limitavaseu desempenho no ano passado), mas aindadeve fazer acertos nele para conseguir o de-sempenho pleno.

VISITANTES ILUSTRESO promotor do evento, Heinz Schreiber

Júnior, recepcionou com muita fidalguia umasérie de visitantes ilustres como o prefeito Ar-mando Carlos Roos, de Não-Me-Toque, queprestigiou o evento em todos os momentos,sempre acompanhado do vice-prefeito, An-tônio Vicente Piva.

O prefeito de Maripá, a cidade-berço dacategoria, Henrique Deckmann, não pôdecomparecer ao evento por outros compro-missos, mas a cidade estava representadapelo secretário de Governo e de Trabalho ePromoção Social, Euclides Jose Kreutz, epelos vereadores, Élson Toebe e IlárioKrüger.

A empresa patrocinadora do GP, a Fires-tone-Bridgestone esteve presente com Cláu-dio de Souza Morais, da Área de Marketinge Promoção, com sua equipe, e por VasmirCavol, representante regional da Firestone(Cavol Pneus).

Os seis primeiros colocados na disputa comemoraram o resultado no pódioIvan Schanoski derrotou Armando Bodrin Júnior em disputa apertada

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Em alguns veículos equipados como sistema de tração 4x4 PartTime, a tração dianteira só entra

em operação quando é feita a conexão das ro-das dianteiras com os semi-eixos, isto é reali-zado através das rodas-livres. Uma vez acio-nadas, elas conectam as rodas dianteiras coma transmissão, auxiliando então as rodas tra-seiras a tracionarem o veículo. Quando as ro-das dianteiras estão desconectadas, elas giramlivres e sem contato mecânico com a trans-missão. Mas após o acionamento das rodas-livres, o condutor ainda precisa acionar umaalavanca, ou controle elétrico, dentro do veí-culo para que todo o conjunto entre em fun-cionamento.

A roda-livre pode ser de acionamento ma-nual ou automático, veja:

RODA-LIVRE MANUALNo centro de cada uma das rodas diantei-

ras há uma chaveta na roda-livre, e nela uma

inscrição que sinaliza 4x2 e 4x4. Em algunsmodelos pode-se ler “Free” e “Locked”, o quesignifica “Livre” e “Travada”. Para ligar as ro-das-livres, estacione, saia do veículo e gire aschavetas no sentido horário e, para desligá-las, basta girar no sentido anti-horário. O aci-onamento não deve ser muito pesado a pontode se precisar de um alicate para girar a chave-ta, e nem muito folgado a ponto de girar ape-nas com um dedo. Faça a revisão regular dasrodas-livres de seu 4x4.

Em uma trilha, é previsível que uma ououtra roda-livre se desligue sozinha, quandoum galho de árvore ou uma pedra trava rapi-damente a chaveta, fazendo-a girar durante odeslocamento. Se perceber que o veículo per-deu a tração dianteira, pare e inspecione asduas rodas-livres.

Como citado acima, é necessário ainda quea alavanca ou o comando elétrico de tração4x4 seja acionado para que o conjunto entreem operação. Sem isso, todo o sistema dian-teiro não receberá torque do motor, ou seja, asrodas dianteiras não ajudarão o veículo a selocomover. Verifique como é em seu veículo efamiliarize-se com os comandos.

Alguns veículos permitem o acionamentoda alavanca/comando elétrico de tração 4x4

em pleno movimento, para isso respeite o quemanda o manual e veja qual é a velocidademáxima para o acionamento. Aos demais usu-ários a melhor dica é parar totalmente para oengate.

RODA-LIVRE AUTOMÁTICAEsse sistema dispensa, na operação, a saí-

da do condutor para fora do veículo. Existembasicamente dois sistemas de engate automá-tico das rodas dianteiras: o acionamento me-cânico por alavanca e o elétrico. Ambos siste-mas acoplam as rodas dianteiras aos semi-ei-xos mediante acionamento hidráulico, a vá-cuo, com motores ou solenóides. Existe tam-bém o acionamento automático independen-te, que detecta a necessidade de tração nasquatro rodas acionando o sistema sem inter-venção do condutor.

Em alguns modelos como o Mitsubishi Pa-jero e o Jeep Cherokee, o engate pode ser feitoem pleno movimento, recurso denominadoShifting-on-the-Fly. Para desengatar a tração 4x4,completamente, coloque a alavanca ou contro-le elétrico em 4x2 e não se esqueça de desligartambém as rodas-livres, caso o veículo estejaequipado com elas. Tanto faz a seqüência deoperação, se primeiro as rodas-livres e depois aalavanca interna, ou vice-versa.

João Roberto de Camargo Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

Sistema de engate elétrico da tração4x4 da pick-up Ranger 4x4

Roda-livremanual

Roda-livreautomática

Tração totalO acionamento da tração

dianteira, através daconexão das rodas-livres,

auxilia o veículo 4x4 asair de situações limite

impostas pelo terreno

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