maquinas 74

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Maio 2008

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Page 1: Maquinas 74
Page 2: Maquinas 74
Page 3: Maquinas 74

Rodando por aí

Necessidade de tração em semeadoras

Máquina para aplicação de calcário

Ficha Técnica - Victória 3600

Tamanho de pneus

Compactação de pneus

Test Drive MF 8480 Dyna VT

Avaliação sonora de tratores

Controle de frota

Nova fábrica da John Deere

Agrishow 2008

Índice Nossa Capa

Massey Ferguson

Destaques

Potência bem administradaConfira o desempenho dotrator gigante da MasseyFerguson, o MF 8480 Dyna VT

04

06

10

14

18

20

22

28

32

36

38

Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados

podem solicitá-las à redação pelo e-mail:[email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONES: (53): (53): (53): (53): (53)

• GERAL• GERAL• GERAL• GERAL• GERAL3028.20003028.20003028.20003028.20003028.2000• ASSINA• ASSINA• ASSINA• ASSINA• ASSINATURASTURASTURASTURASTURAS3028.20703028.20703028.20703028.20703028.2070

• Direção• Direção• Direção• Direção• DireçãoNNNNNewton Pewton Pewton Pewton Pewton PeteretereteretereterSchSchSchSchSchubert K. Pubert K. Pubert K. Pubert K. Pubert K. Peteretereteretereter

• Redação• Redação• Redação• Redação• RedaçãoGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedoooooCharles EcherCharles EcherCharles EcherCharles EcherCharles Echer

• Revisão• Revisão• Revisão• Revisão• RevisãoAlinAlinAlinAlinAline Pe Pe Pe Pe Partzsch dartzsch dartzsch dartzsch dartzsch de Alme Alme Alme Alme Almeieieieieidddddaaaaa

• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano CeiaCristiano CeiaCristiano CeiaCristiano CeiaCristiano Ceia

• Comercial• Comercial• Comercial• Comercial• ComercialPPPPPedededededrrrrro Batistino Batistino Batistino Batistino BatistinSedSedSedSedSedeli Feijóeli Feijóeli Feijóeli Feijóeli Feijó

• Assinaturas• Assinaturas• Assinaturas• Assinaturas• AssinaturasSimone LopesSimone LopesSimone LopesSimone LopesSimone Lopes

• Expedição• Expedição• Expedição• Expedição• ExpediçãoDiDiDiDiDianferson Alvesanferson Alvesanferson Alvesanferson Alvesanferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.revistacultivar.com.br

Cultivar MáquinasEdição Nº 74

Ano VIII - Maio 2008ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 90,00

EUROS 80,00

Ficha TécnicaNesta edição,Semeadora Victória3600 da Stara

TratoresConheça os benefícios derealizar o controle detalhadoda sua frota de tratores

Matéria de capa

22

14

32

• RED• RED• RED• RED• REDAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO3028.20603028.20603028.20603028.20603028.2060• MARKETING• MARKETING• MARKETING• MARKETING• MARKETING3028.20653028.20653028.20653028.20653028.2065

• Impressão:• Impressão:• Impressão:• Impressão:• Impressão:KKKKKunununununddddde Ine Ine Ine Ine Indústridústridústridústridústrias Gráfias Gráfias Gráfias Gráfias Gráficas Ltdcas Ltdcas Ltdcas Ltdcas Ltda.a.a.a.a.

Page 4: Maquinas 74

04 • Maio 08

Super TSuper TSuper TSuper TSuper TratoresratoresratoresratoresratoresPelotas, na região sul do Rio Grande do Sul, passa a con-tar com a Super Tratores Máquinas Agrícolas, concessio-nária New Holland. Com 2,4 mil m², a nova loja contacom grande estoque de peças originais e assistência técni-ca prestada por técnicos formados na fábrica da monta-dora, em Curitiba (PR), além de oficinas móveis comple-tas. “Nossa concessionária é modelo em qualidade dosserviços e agilidade no atendimento aos clientes”, garanteo diretor-proprietário da Super Tratores, Paulo Costa Be-ber. A inauguração contou com a presença do diretor co-mercial da New Holland, Luiz Feijó.

VVVVValtraaltraaltraaltraaltraLeandro Marsili, diretor de Marketing, e Orlando Silva, dire-tor comercial, apresentaram os resultados da Valtra durante aAgrishow. A empresa mostrou no evento as colhedorasBC4500, máquina classe IV de trilha convencional, e aBC7500, de trilha axial, para grandes áreas de alta produtivi-dade. Também foi enfocada a linha completa de tratores damarca, com motorização de 50 a 190 cavalos, além do projetobiodiesel com garantia de fábrica.

GerdauGerdauGerdauGerdauGerdauO diretor geral de Operações do Grupo Gerdau, CláudioGerdau Johannpeter, e o coordenador da comissão julga-dora, Luiz Fernando de Souza, apresentaram o lança-mento da 26ª edição do Prêmio Gerdau Melhores da Ter-ra, a mais importante premiação para o segmento de má-quinas e implementos agrícolas da América do Sul. Adata do evento coincide com a realização da Expointer,em setembro, no Rio Grande do Sul. Outras informaçõesatravés do site www.melhoresdaterra.com.br.

MaggionMaggionMaggionMaggionMaggionSebastião Ferrari,gerente de Marketing eComunicação daMaggion, destacou osnovos pneus agrícolasSuper MHF e Frontiera2, além de câmaras de arem diversas medidas,para o mesmo segmento.

TTTTTrelleborgrelleborgrelleborgrelleborgrelleborgA Trelleborg trouxe lança-mentos. Anderson Jacon,gerente de Vendas, deu ên-fase às linhas de pneus TM900 Hig Power e TM 800,indicados para tratores ecolheitadeiras agrícolas.

FPTFPTFPTFPTFPTA FPT - Powertrain Technologies, empresa do Grupo Fiat, participou pela primeira vezda Agrishow Ribeirão Preto e anunciou a abertura para o mercado (até então atendiasomente o Grupo Fiat). Mário Casa-le, gerente de Marketing, e MaurícioMartins Neto, confirmaram o inves-timento de R$ 60 milhões na unida-de de Sete Lagoas (MG), na amplia-ção da produção de motores a diesel,projetando para até 2010, produçãode 100 mil unidades. A produção atu-al é de 50 mil unidades.

Nova gerênciaNova gerênciaNova gerênciaNova gerênciaNova gerênciaEugenio Fronza, assumiu arecém-criada gerênciaespecífica de treinamentopara toda a América do Sulda John Deere.O objetivo danova gerência é promover oalinhamento mundial dasatividades do treinamento,aproveitando ao máximo aexperiência da John Deerenos Estados Unidos e Euro-pa, onde essa área tem grandedesenvolvimento. Eugenioocupava o cargo de gerente deSuporte ao Cliente.

MontanaMontanaMontanaMontanaMontanaGilberto Junqueira Zan-copé, diretor-presidente

da Montana Pulverizado-res, fez o lançamento ofi-

cial da Cotton Blue 2805,primeira colhedora de al-godão produzida no Bra-

sil, durante a AgrishowRibeirão Preto. A colhe-dora foi um dos grandes

destaques da feira.

IAC e ArystaIAC e ArystaIAC e ArystaIAC e ArystaIAC e ArystaO Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em parceria com a Arysta LifeScience, lançou asegunda unidade do Tech Movel, parte integrante do programa Aplique Bem. O projeto, que

envolve tecnologia de aplicação, uso racio-nal de defensivos agrícolas no campo e pre-servação do meio ambiente, é um serviçoitinerante que há um ano percorre todo opaís com laboratório móvel, com o objetivode disseminar informações e demonstrar astecnologias de aplicação de defensivos dis-poníveis, além de promover regulagem demáquinas, manejo e descarte correto de em-balagens.

CivemasaCivemasaCivemasaCivemasaCivemasaA tradicional empresade implementosagrícolas Civemasaesteve presente naAgrishow Ribeirão Pretoexpondo seus produtos,com destaque especialpara a linha canavieira.

GatesGatesGatesGatesGatesA Gates, líder mundial na

fabricação de correias emangueiras, apresentou sua

linha de produtos ao públicovisitante e às empresas

presentes na 15ª edição daAgrishow Ribeirão

KKKKKuhnuhnuhnuhnuhnA Kuhn trouxe equipa-mentos voltados para apecuária e grãos, como

ancinhos, fertilizadores,distribuidores de ração eespalhadores de esterco,

além de plantadeiras paraplantio direto, pulveriza-dores e trituradores. “Te-

mos como objetivo buscara liderança de mercado no

Brasil, no segmento deprodutos agropecuários”,assinalou o presidente daempresa, Roland Rieger.

Sebastião Ferrari

Leandro Marsili Orlando Silva

Cláudio Gerdau e Luiz Souza

Paulo Beber e Luiz Feijó

Gilberto Junqueira

Roland Rieger

Mário Casale e Martins Neto

Eugenio Fronza

Page 5: Maquinas 74

MantovaniMantovaniMantovaniMantovaniMantovaniA equipe da Industria e Co-mércio de Máquinas AgrícolasMantovani apresentou sua li-nha voltada para a cultura domilho, como plataformas,guincho hidráulico, espigadei-ras e carreta para o transportede plataformas.

ZFZFZFZFZFO Grupo ZF, ligado ao

segmento de eixosagrícolas, expôs a linha

de transmissões paracolheitadeiras, eixos

dianteiros tracionados edirecionais, transmis-

sões sincronizadas paratratores, entre outras

novidades tecnológicas.TTTTToyotaoyotaoyotaoyotaoyotaA Toyota ofereceu seu tra-dicional test drive para tes-tar a robustez dos veículosem terrenos fora-de-estradae apresentou a linha comple-ta de 4x4: Hilux, SW4, LandCruiser Prado e RAV4.

MiacMiacMiacMiacMiacA equipe da Miac apresentou sua linha de produtos. A empresa é líder nas culturas do feijãoe do amendoim e destacou, também, os equipamentos voltados para beneficiamento de grãos.

PPPPParkerarkerarkerarkerarkerA Parker Divisão Sealsampliou seu já tradicionalportfólio com a adição dalinha de adesivosquímicos, como travas efixadores anaeróbicos,adesivos instantâneos àbase de cianoacrilato,vedante semi-secativo,adesivos ultravioletas,adesivo epóxi, silicones evedadores anaeróbicos. Aempresa desenvolveu,ainda, o IQAN, ferramen-ta de desenvolvimento desistemas hidráulicosintegrados, baseado emsoftware amigável, quepode ser programadoconforme a necessidade decada aplicação, comosistemas de controleeletro-hidráulicos,transmissões hidrostáticase motores de combustãocom supervisão eletrônica.

GTSGTSGTSGTSGTSA GTS, tradicional empresafabricante de plataformaspara colheita de milho e pla-inas para múltiplas aplica-ções, apresentou a linha com-pleta de produtos durante aAgrishow Ribeirão Preto.

Diretor comercialDiretor comercialDiretor comercialDiretor comercialDiretor comercialWerner Ferreira dos Santos assumiu o cargo de di-retor comercial da John Deere Brasil. Werner é gra-duado em Engenharia Mecânica na UniversidadeFederal de Santa Maria e tem MBA em Gestão Em-presarial com ênfase em Agronegócios pela Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalhou naárea de engenharia na Massey Ferguson e em várioscargos na AGCO, onde ocupou a vice-presidênciade Marketing para a América do Sul.

TTTTTuzziuzziuzziuzziuzziAlexandre Tuzzi, diretor pre-

sidente da Tuzzi, empresaespecializada na produção

de componentes e peçasagrícolas, molas, laminados eforjados está otimista com as

perscpectivas no mercdadoagrícola. Além da fabricaçãodo sistema de três pontos etração para tratores agríco-las, sempre com inovações

nos componentes, a empresavislumbra ampliar os hori-

zontes e sua participação nacomercialização de peças

para essas máquinas.

KKKKKeplereplereplereplereplerEntusiasmo e confiança. Essas são as tônicas que regem a atual diretoria da Kepler Weber. Apósdificuldades e prejuízos, a empresa dá a volta por cima e passa a ser novamente lucrativa. Odiretor-presidente, Anastácio Fernandes Filho, atribui a recuperação a um trabalho intenso, queinclui mudança na visão estratégica. “A reestruturação financeira iniciada em 2007 reduziu con-sideravelmente nosso nível de endividamento”, explica. Economia em processos logísticos, redu-ção em itens de fabricação e compra, além de otimização dos estoques, estão entre as medidasadotadas para reverter a má fase. Comas alterações, a empresa conseguiu avan-ços fundamentais, como aumentar ograu de satisfação dos clientes e resgatara credibilidade no cumprimento de pra-zos de entrega e manutenção da quali-dade dos produtos. O cenário favoráveldo agronegócio, com aumento no preçodas commodities, também impulsionouo processo de recuperação.

Santiago & CintraSantiago & CintraSantiago & CintraSantiago & CintraSantiago & CintraO engenheiro RodrigoPellegrini Tamani lideroua equipe da Santiago &Cintra. Além dolançamento do sistemade guia por barra deluzes, o AgGPS 250,foram demonstrados osequipamentos emexposição, com destaquepara um simulador doEZ-Boom 2010, sistemade controle automáticopara pulverização.

AgraleAgraleAgraleAgraleAgraleOs destaques da Agrale na

Agrishow Ribeirão foram aslinhas de tratores 5000 a

6000. Silvio Rigoni, gerentede vendas de tratores, e

Eleandro Novello, super-visor de projetos de tratores

frisaram o bom momentodo mercado para o segmen-

to de máquinas agrícolas

Maio 08 • 05

Anastácio Fernandes Filho (centro)

Rodrigo Tamani Werner Ferreira

Alexandre Tuzzi

Page 6: Maquinas 74

necessidade de tração

06 • Maio 08

Semear foi uma das primeiras opera-ções agrícolas a serem mecanizadas,dentro do contexto de modernização

da agricultura em todos os países do mundo eem todas as épocas da humanidade.

A introdução e a consolidação do sistemade semeadura direta resultaram em grande evo-lução das semeadoras-adubadoras utilizadasnesse sistema, principalmente quanto à suaconcepção e utilização, já que as principaismudanças ocorreram nos mecanismos de dis-tribuição de fertilizantes, os quais eram consti-tuídos basicamente por discos duplos, atual-mente substituídos por hastes rompedoras.

Essas hastes possuem maiores capacidadesde penetração no solo em relação aos discosduplos. Em algumas regiões, o uso de sulcado-res do tipo haste nas semeadoras diretas tem segeneralizado, como alternativa para romper acompactação superficial dos solos. A maior ca-pacidade de penetração das hastes em relaçãoaos discos duplos causa mobilização mais in-

tensa de solo e exige maiores esforços de traçãoe potência dos tratores.

A necessidade de tração das semeadoras-adubadoras de precisão depende de variáveiscomo o solo, leito de semeadura e número delinhas utilizadas. Atualmente, devido a novosmétodos de preparo do solo e modelos de se-meadoras, outros fatores também podem in-fluenciar a demanda de tração, tais como pesoe configuração dos órgãos ativos da semeadoraem contato com o solo.

Nas semeadoras de plantio direto, as molashelicoidais (de tração ou compressão) são osmecanismos responsáveis pela transferência deforça vertical ao sulcador de solo e pelo contro-le da profundidade de semeadura. Devido àvariação do peso total da máquina no decorrerdo percurso (fertilizante e semente) e à cargalinear da mola também variar em função daoscilação vertical das linhas da semeadora, umaeficiente transferência de carga aos rompedo-

res de solo e um adequado controle de profun-didade de semeadura não são alcançados, poissua regulagem é manual, permanecendo cons-tante no decorrer do trabalho, sendo necessá-rio um acompanhamento contínuo do opera-dor para verificar se a condição de semeaduraestabelecida está sendo atendida.

Este comportamento da mola, na prática,pode induzir a dois extremos de magnitudesde força transmitida ao rompedor de solo.Quando a distância relativa entre o chassi dasemeadora e a superfície do solo é reduzida,ocorre o acréscimo de força transmitida ao sul-cador, e muitas vezes os mecanismos limitado-res de profundidade não são suficientementeresistentes para suportar esta carga e nem im-pedir que o sulco seja mais profundo que o de-sejado. Por outro lado, quando esta distânciarelativa é aumentada, a força transferida aosulcador é reduzida ou tende a ser nula, nãosendo suficiente para que o sulco seja aberto.

TESTES DE CAMPOO presente trabalho teve por objetivo avali-

Força necessáriaEstudo avalia o comportamento da força de tração em

função do número de linhas de semeadura

Nils

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Page 7: Maquinas 74

“““““A necessidade de tração das semeadoras-adubadoras de precisão dependeA necessidade de tração das semeadoras-adubadoras de precisão dependeA necessidade de tração das semeadoras-adubadoras de precisão dependeA necessidade de tração das semeadoras-adubadoras de precisão dependeA necessidade de tração das semeadoras-adubadoras de precisão dependede variáveis como o solo, leito de semeadura e número de linhas utilizadas”de variáveis como o solo, leito de semeadura e número de linhas utilizadas”de variáveis como o solo, leito de semeadura e número de linhas utilizadas”de variáveis como o solo, leito de semeadura e número de linhas utilizadas”de variáveis como o solo, leito de semeadura e número de linhas utilizadas”

ar o comportamento da demanda energéticasolicitada por uma semeadora-adubadora comdiferentes unidades de semeadura, utilizandoos mecanismos sulcadores do tipo haste. Pro-curou-se determinar as constantes das molasdos mecanismos sulcadores e recobridores desementes para que as pressões exercidas pelasmesmas fossem iguais em todas as linhas desemeadura.

O experimento foi desenvolvido no NúcleoExperimental de Engenharia Agrícola - Neea,pertencente à Universidade Estadual do Oestedo Paraná – Campus de Cascavel, em um la-tossolo vermelho distroférico, com relevo pla-no e textura argilosa. Utilizou-se uma semea-dora-adubadora de precisão de arrasto, equipa-da com disco de liso de 15” para corte da vege-tação e sulcador do tipo haste para fertilizantee disco duplo defasado para sementes.

Os tratamentos foram compostos por uma,duas, três, quatro e cinco linhas de semeadura,doravante denominados T1, T2, T3, T4 e T5,respectivamente, deslocados a uma velocidademédia de 5,5km h-1. No tratamento T1 utili-zou-se somente a linha central na configura-ção da máquina. Já os tratamentos T3 e T5foram compostos por mais uma e duas linhasem cada lado da linha central, respectivamen-te, enquanto que nos tratamentos T2 e T4 não

se utilizou a linha central (Figura 1).Na determinação das constantes das mo-

las, utilizou-se uma célula de carga, marcaTranstec, com capacidade para 500kg, paramonitorar a carga aplicada. Para medir o deslo-camento “X” da mola, utilizou-se uma roldanacom diâmetro conhecido fixado na extremida-de do eixo do potenciômetro multivoltas (dezvoltas) de 20K?, modelo 7221 da BeckmanInstruments. Os valores gerados pelos trans-dutores foram coletados e armazenados no sis-tema de aquisição de dados computadorizado“micrologger CR23X”.

Para que a pressão exercida pelas molas nosmecanismos sulcadores fosse igual em todas as

linhas de semeadura, a regulagem da semeado-ra foi realizada de acordo com os valores obti-dos para as constantes de cada mola. Para de-terminar a força horizontal de tração na barrada semeadora usou-se uma célula de carga in-serida entre o trator e a semeadora.

Figura 1 - Disposição das linhas de semeadura nosdiferentes tratamentos

Vista geral da célula de cargautilizada na determinação da

força de tração

Divulgação

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08 • Maio 08

A cada safra, as áreas de queimadas estãodiminuindo, mudando cada vez mais ocenário das lavouras canavieiras

DescriçãoMSA – 1MSA – 2MSA – 3MSA – 4MSA – 5C.V. (%)

DPMSS – 1MSS – 2MSS – 3MSS – 4MSS – 5C.V. (%)

DPMRS – 1MRS – 2MRS – 3MRS – 4MRS – 5C.V. (%)

DP

Comprimento (cm)21,822,222,721,721,7------

33,033,133,133,032,7------

22,822,622,824,823,0------

Diâmetro (cm)7,057,007,037,017,01------

4,053,993,994,003,99------

2,622,602,592,612,61------

Constantes18,48 BC18,41 C

18,26 BC18,05 C18,93 A

0,580,11

1,924 BC1,914 C

1,921 BC2,014 A1,944 B

0,57 0,011

0,535 BC0,556 A0,535 BC0,541 B0,530 C 0,864 0,004

Tabela 1 - Valores do comprimento, diâmetro e constantedas molas dos mecanismos sulcadores: adubo (MSA),sementes (MSS) e recobridores de sementes (MRS)

Tratamentos

1 linha2 linhas3 linhas4 linhas5 linhasC.V. (%)

DP

Profundidadedo sulco (cm)

8,84 A6,63 B6,52 B6,07 B5,94 B8,600,58

Consumo decombustível (l h-1)

8,46 A8,79 A9,48 A9,64 A9,27 A7,830,72

Tabela 2 - Valores médios da profundidade do sulco paradeposição do adubo (cm) e do consumo horário decombustível (l h-1)

CONSTANTE DAS MOLASVerificou-se que todas as molas ensaia-

das apresentaram diferenças quanto ao com-primento, diâmetro e constantes (Tabela 1)e, que a amplitude de variação do compri-mento das molas foi de 1,0cm nos sulcado-

res de adubo (MSA), 0,4cm nos sulcadoresde sementes (MSS) e 2,2cm nos recobrido-res de sementes (MRS). A amplitude de va-riação do diâmetro das molas foi de 0,04cmnos MSA, 0,06cm nos MSS e 0,03cm nosMRS. Considerando que a semeadora erapraticamente nova e tinha poucas horas detrabalho, essa variação do comprimento ediâmetro das molas não pode ser atribuídaa um desgaste das mesmas.

Em relação aos dados das constantes dasmolas, os resultados mostraram a necessi-dade de se ter conhecimento dos valores docomprimento e das constantes das molas dosmecanismos sulcadores e recobridores de se-mentes nos procedimentos de regulagem deuma semeadora-adubadora. Os procedi-mentos normalmente utilizados pelos téc-nicos e agricultores levam em consideraçãoque todas as molas tenham comprimento econstantes iguais, fazendo com que a forçaaplicada pelas molas nos mecanismos sul-cadores ou rompedores de solo não sejamiguais em todas as linhas de semeadura,podendo ser um dos fatores que influenci-am na desuniformidade de profundidade dedeposição de sementes.

SULCO E CONSUMO DE COMBUSTÍVELPara o parâmetro profundidade do sul-

co, o tratamento T1 foi significativamentesuperior aos demais. Nota-se também que,à medida que se aumenta o número de li-

nhas de semeadura, a profundidade do sul-co diminui de 8,84cm no tratamento T1(uma linha), para 5,94cm no tratamento T5(cinco linhas), ou seja, houve um decrésci-mo de 32,80% na profundidade do sulco.Essa diminuição pode estar associada aopeso total da semeadora que está distribuí-do em apenas um único ponto de contatocom o solo no tratamento T1, enquanto queno tratamento T5 o peso será distribuídoem cinco pontos.

O consumo horário de combustível nãofoi influenciado pelo número de linhas uti-lizadas. Isso pode estar relacionado ao fatode o trator ter potência disponível muitoalém do que necessita a semeadora. O tra-tamento T4 foi o que apresentou o maiorvalor absoluto do consumo de combustível(9,65l h-1), enquanto que o tratamento T1obteve o menor consumo (8,46l h-1).

TRAÇÃO E POTÊNCIA NA BARRAHouve um acréscimo de 131,9% na exi-

gência de força de tração média e 126,41%no requerimento de potência média na bar-ra, quando se aumentou o número de li-nhas de semeadura de uma para cinco.

O requerimento de força de traçãomáxima na barra deve-se a irregularida-

Força de tração média na barra Força de tração máxima na barra

Equipamentos utilizados paradeterminação das constantes

das molas

Divulgação

Page 9: Maquinas 74

“““““A potência máxima na barra de tração apresentou o mesmoA potência máxima na barra de tração apresentou o mesmoA potência máxima na barra de tração apresentou o mesmoA potência máxima na barra de tração apresentou o mesmoA potência máxima na barra de tração apresentou o mesmocomportamento que o requerimento de força de tração máxima”comportamento que o requerimento de força de tração máxima”comportamento que o requerimento de força de tração máxima”comportamento que o requerimento de força de tração máxima”comportamento que o requerimento de força de tração máxima”

des do terreno, à diferença de profundi-dade de semeadura, embuchamentos mo-mentâneos ou mesmo devido a diferen-ças de resistência do solo ao corte. Noensaio, observou-se que na medida emque se aumentou o número de linhas desemeadura de 1 para 2; 2 para 3; 3 para4; 4 para 5, o aumento nos picos de for-ça de tração foi 43,38%;1,53%; 22,02%e 2,54%, respectivamente. A força máxi-ma de tração foi 41,41% superior à forçade tração média obtida.

A potência máxima na barra de traçãoapresentou o mesmo comportamento que

o requerimento de força de tração máxi-ma. Verificou-se também que para o au-mento de uma para cinco linhas de se-meadura houve um incremento de77,74% no requerimento de potência.Essas diferenças podem influenciar o cál-culo do dimensionamento do conjuntomotomecanizado.

CONCLUSÕESOs mecanismos de molas helicoidais

mostraram-se ineficientes quanto à trans-ferência de força vertical aos mecanismosrompedores de solo, fazendo com que a pro-

fundidade do sulco para deposição do ferti-lizante sofresse uma redução com o aumentodo número de linhas.

Não se observou o efeito do número delinhas utilizadas nos consumo horário decombustível e a força de tração máxima nabarra foi 41,41% superior à força de traçãomédia obtida.

Potência média na barra Potência máxima na barra

Alcir José Modolo,UTFPRSuedêmio de Lima Silva eAntonio Gabriel Filho,Unioeste

. M

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aplicação de calcário

10 • Maio 08

Osistema plantio direto (SPD), pornão requerer preparo prévio do solopara a semeadura, reduz conside-

ravelmente os custos de produção e os efeitosnegativos da erosão hídrica do solo, sendo umaprática amplamente adotada no Sul do Brasil.No entanto, a utilização do referido sistema demanejo ocasiona mudanças significativas naspropriedades físicas e químicas do solo.

Dois aspectos, típicos desse sistema, podemrestringir o pleno desenvolvimento e conse-qüente rendimento das culturas: a compacta-ção do solo e a concentração de nutrientes oucorretivos na superfície do solo e de elementostóxicos ao desenvolvimento do sistema radicu-lar na subsuperfície, resultantes da aplicação

exclusiva de corretivos e fertilizantes na super-fície do solo.

Aplicações superficiais de calcário em ex-cesso podem induzir a deficiência de mi-cronutrientes como o zinco (Zn), manga-

nês (Mn) e o ferro (Fe), fazendo com quemuitos agricultores recorram à aplicação deadubos foliares, como método paliativo desuprir as possíveis deficiências desses mi-cronutrientes pelas plantas.

Calcário a jatoEquipamento desenvolvido pela Universidade de Passo Fundo realiza incorporação decalcário através de escarificador com injeção pneumática em solos de plantio direto

Na avaliação feita com os diferentes sistemas deplantio, o sistema com injeção pneumática de calcário

foi 818kg/h superior ao sistema sem aplicação

Calcário a jatoEquipamento desenvolvido pela Universidade de Passo Fundo realiza incorporação decalcário através de escarificador com injeção pneumática em solos de plantio direto

Fotos Vilson Klein

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Maio 08 • 11

Outro problema constatado é a estratifica-ção nas camadas superficiais de nutrientes imó-veis no solo, como fósforo (P), potássio (K) ezinco (Zn), oriunda da aplicação superficial ali-ada à ciclagem de nutrientes feitos pelas plan-tas, retirando os nutrientes em profundidade edeixando-os na superfície pela deposição su-perficial dos restos culturais.

Mesmo em condições de solo com essesgradientes químicos, costuma-se observar ren-dimentos de grãos das culturas elevados, espe-cificamente em situações em que as condi-ções climáticas são favoráveis.

Importante destacar que, quando as con-dições climáticas forem favoráveis, isto é, cho-ver na medida certa, os efeitos das limitaçõesquímicas ao desenvolvimento do sistema radi-cular das plantas poderão passar despercebidos.

IMPLANTAÇÃO DO PLANTIO DIRETOInúmeras são as publicações recomen-

dando a incorporação de calcário até 20cmde profundidade, utilizando arado de discoantes de iniciar o sistema plantio direto. Istoefetivamente foi feito na maioria das áreascultivadas com culturas de grãos, com ex-ceção de algumas que foram implantadassob campo nativo. Então no início do siste-ma as limitações físicas e químicas forameliminadas. Sabe-se que com o passar dosanos ocorre uma acidificação natural do soloe sabe-se também que o calcário, principalcorretivo agrícola para eliminar o efeito deelementos tóxicos e corrigir o pH do solo, émuito pouco móvel.

Atualmente a recomendação, inclusivepara coleta de amostras de solo, para reali-zação de análises é de 0 - 10cm e a aplica-ção de calcário é realizada exclusivamentena superfície. Fica a questão, como está acamada mais profunda do solo, importantereservatório de água para as plantas?

UM DIAGNÓSTICO DE SOLOS SOB SPDSolos com distinta composição granu-

lométrica de propriedades rurais com maisde 10cm sob sistema plantio direto foramamostrados. Constatou-se na camada abai-xo de 10cm uma elevada saturação de alu-mínio tóxico, aliado a baixos teores de ma-téria orgânica, que poderia complexar estealumínio e também níveis bastante baixosde fósforo.

Inúmeros estudos demonstram que o alu-mínio é menos tóxico em solos sob plantio di-reto em função da complexação deste elemen-to pela matéria orgânica. Ocorre que estes es-tudos que foram feitos na camada de 0 a 15cmdemonstraram que apenas na camada superfi-cial esse efeito foi significativo em função doselevados teores de matéria orgânica existentesnessa camada. Pelos dados apresentados cons-tata-se que nas camadas mais profundas, prin-cipalmente abaixo de 10cm, a saturação de alu-mínio é elevada e os teores de matéria orgânicasão baixos.

CALCÁRIO DESCE NO SOLO?O calcário é pouco solúvel em água e, por-

tanto, pouco móvel no perfil do solo. Algunsestudos demonstram que ele poderia se moverem torno de 1cm por ano, mas, como a suaneutralização é estimada em cinco anos, a suaeficiência torna-se bastante reduzida, se com-parada a métodos tradicionais de incorporaçãode calcário.

Um agravante que afeta diretamente o des-locamento do calcário no perfil do solo é a bai-xa infiltração de água no solo sob SPD, demons-trado por inúmeros estudos. Daí a diferença deresultados entre as condições de campo e aque-las encontradas em estudos realizados em va-sos ou colunas de solo.

MANEJO DO CALCÁRIO EM SPDUma prática que está sendo adotada é a

aplicação de calcário em superfície com pos-terior preparo reduzido do solo utilizandoimplementos de hastes, como escarificado-res ou subsoladores. Estudos, no entanto,demonstram que, em função do não-revol-vimento de camadas de solo por esses im-plementos, esta prática não é eficiente emincorporar calcário em profundidade, ocor-rendo uma pequena incorporação até a me-tade da profundidade de operação.

É necessário se buscar alguma alternativatécnica para manter a sustentabilidade e a con-tinuidade do sistema plantio direto.

ESCARIFICAÇÃO COM INJEÇÃO DE CALCÁRIOPara tentar resolver esse problema, a

Universidade de Passo Fundo desenvolveuum equipamento capaz de descompactar osolo e injetar calcário em profundidade emsolos sob plantio direto, com mínimo revol-

As áreas tratadas e não tratadasapresentaram produtividades diferentes, naavaliação da quantidade de produto colhido

“É necessário se buscar alguma alternativa técnica para manter a“É necessário se buscar alguma alternativa técnica para manter a“É necessário se buscar alguma alternativa técnica para manter a“É necessário se buscar alguma alternativa técnica para manter a“É necessário se buscar alguma alternativa técnica para manter asustentabilidade e a continuidade do sistema plantio direto”sustentabilidade e a continuidade do sistema plantio direto”sustentabilidade e a continuidade do sistema plantio direto”sustentabilidade e a continuidade do sistema plantio direto”sustentabilidade e a continuidade do sistema plantio direto”

RENDIMENTO DE GRÃOS EM FUNÇÃO DO TIPO DE SISTEMA UTILIZADO NO PLANTIO

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12 • Maio 08

vimento.Visando apresentar uma alternativa téc-

nica para incorporar calcário em profundi-dade abaixo de 10cm adaptou-se sobre umescarificador um reservatório de calcário,com capacidade para 600kg, equipado comdosadores do tipo transportador helicoidal.Estes elementos mecânicos são acionadospela roda motriz com o auxílio de um siste-ma de transmissão por correntes. O calcá-rio é conduzido pelas tubulações flexíveis emetálicas até o interior do solo, que condu-zem o calcário para uma tubulação de me-tal fixada na parte posterior de cada haste,sendo depositado a aproximadamente 5cmacima da profundidade de trabalho das has-tes.

Para facilitar o transporte e a deposiçãoprofunda de calcário no solo, acoplou-se umsistema pneumático composto por uma tur-bina, de uma semeadora de precisão marcaMAX, modelo TM 605, acionada pela TDPdo trator, e um sistema de distribuição defluxo de ar direcionado a todas as hastes.Esse sistema é composto por uma central

de distribuição e por tubulações flexíveis.Na conexão da tubulação do ar com a docalcário, junto à haste, foi instalado um sis-tema do tipo “venturi” para criar uma pres-são negativa na tubulação e para succionaro calcário e injetá-lo para dentro do solo.

As avaliações funcionais do equipamen-to constaram da determinação da vazão docalcário em todos os dosadores por meio decoletas e pesagens. No campo avaliou-se vi-sualmente a distribuição do calcário cavan-do-se trincheiras, transversais ao desloca-mento do equipamento.

Aspectos que, a princípio, poderiam serapontados como fatores limitantes, inclu-em a necessidade do calcário ser seco e acapacidade limitada do reservatório, que

implica em reabastecimento muito freqüen-te. Porém, é possível utilizar embalagens defertilizantes com capacidade para 500kg, oque aumentaria a eficiência de campo doequipamento.

Em relação à limitada capacidade do re-servatório, deve-se considerar que a quanti-dade a ser aplicada, em geral, não será muitoelevada. Embora essa quantidade varie comtipo e condição do solo, a maioria dos solosdo Rio Grande do Sul, dificilmente necessi-ta quantidades superiores a 3.000kg/ha. Aépoca mais recomendada para se fazer a es-carificação e calagem é após a colheita dacultura da soja e imediatamente antes dacultura de inverno. Nesse período, geralmen-te, são poucas as atividades a serem realiza-das numa propriedade rural típica do RS, queé baseada em culturas de grãos.

Verificou-se que o calcário quando apli-cado no perfil do solo, unicamente pela for-ça da gravidade, concentra-se em determi-nados pontos, formando-se um filete, o quelimita muito o volume de solo corrigido,reduzindo a neutralização do alumínio tó-xico. No entanto, a aplicação pneumática,com o equipamento desenvolvido, possibi-lita a distribuição do calcário ao longo doperfil do solo e, ainda, evita a obstrução dastubulações dos mecanismos dosadores.

Nas avaliações feitas a campo, foram vi-sualizados bulbos de calcário na direção dedeslocamento com aproximadamente 20cmde diâmetro e 10cm de altura. A formaçãodestes bulbos depende do teor de água nosolo, pois quanto mais seco o solo, maioresserão as fendas de cisalhamento no solo emelhor a distribuição. A uniformidade naaplicação de calcário no perfil foi afetadapelo espaçamento entre as hastes, pois,quanto menor, melhor será a distribuiçãodo calcário. Mesmo assim, o volume de solona camada de 10 a 20cm que recebeu calcá-rio foi de 50%. Este valor é, provavelmente,superior ao volume de solo corrigido comuma aplicação superficial seguida de umaaração.

Para verificar a eficiência do equipamen-to desenvolvido, implantou-se a cultura dasoja utilizando outros três sistemas de plan-

Detalhe da construção do equipamento e no momentoda aplicação, onde é possível perceber que o calcáriodesaparece quase completamente no interior do solo

Fotos Vilson Klein

Page 13: Maquinas 74

tio direto e avaliaram-se os rendimentos cor-respondentes. Na área onde houve escarifi-cação com injeção de calcário, o rendimen-to de grãos foi 818kg ha-1 superior ao PDsem escarificação e sem aplicação de calcá-rio. Os resultados permitem concluir que oequipamento desenvolvido representa umaalternativa para minimizar impedimentosfísicos e químicos ao crescimento do siste-ma radicular no perfil do solo, aumentandoo rendimento de grãos de soja.

CONSIDERAÇÕES FINAISA escarificação esporádica de solos

sob plantio, aliada à injeção de calcárioou de outros nutrientes pouco móveis noperfil do solo, é uma técnica viável doponto de vista econômico e o seu efeitoduradouro. Os efeitos positivos da suaação mecânica do equipamento e da in-corporação de calcário no solo poderãobeneficiar mais de uma cultura, ficando,assim, este custo diluído. Do ponto devista ambiental, aumenta a infiltração deágua no solo e reduz o escoamento su-perficial de água e por conseqüência osriscos de erosão hídrica e todos os seusefeitos danosos à preservação da quali-dade do solo e ao ambiente.

Para a aplicação desta técnica é impera-tivo um diagnóstico correto e preciso paraver a real necessidade desta intervenção.Precisamos conhecer de forma mais deta-lhada as propriedades químicas do solo emprofundidade. A única forma de detectar osgradientes anteriormente apresentados écoletar amostras de forma estratificada em

Detalhe de raiz com impedimentos químico e físicopara crescimento em profundidade, em função da

compactação do solo e da falta de nutrientes

Para os pesquisadores que projetaram a máquina,essa é uma das alternativas para aumentar a

produção e também a penetração da água no solo

profundidade, de preferência, em camadasnão superiores a 5 cm.

Com a eliminação das barreiras quí-micas (saturação de alumínio) e físicas(compactação), proporcionam-se boascondições para o desenvolvimento do sis-tema radicular das plantas cultivadas e,conseqüentemente, maior absorção deágua e nutrientes, aumentando a resis-tência das plantas a períodos de déficithídrico, tão comuns em nossas regiõesagrícolas.

O que apresentamos nesse texto é umaalternativa técnica, para equacionar um sé-rio problema detectado em muitos solosagrícolas sob plantio direto, sem prejuízos à“estrutura do solo”, construída durantemuitos anos de plantio direto, visando man-ter a sustentabilidade desse sistema pormuito tempo.

Vilson Antonio Klein,Clóvis Dalri Marcolin eMárcio Luis Vieira,UPF

. M

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14 • Maio 08

Semeadora Victória 3600

É crescente no Brasil o leque de op-ções para o produtor rural em ter-mos de máquinas para semear.

Observamos a cada feira do setor, vários lan-çamentos, modelos, de empresas consolida-das no segmento plantio ou buscando umafatia do mercado. Este texto traz algumascaracterísticas técnicas da semeadora-adu-badora Stara Victória 3600, inclusive apre-sentando alguns comentários sobre resulta-

dos obtidos em testes com a mesma e ob-servações gerais sobre desempenho e carac-terísticas operacionais, visando contribuircom o conhecimento do leitor que queirasaber um pouco mais sobre essa máquinapara semeadura direta.

A Victória é uma semeadora de preci-são, que semeia exclusivamente culturas degrãos graúdos, como milho e soja. A má-quina oferece uma série de combinações que

são de escolha do produtor.

A MÁQUINAO modelo 3600 possui nove linhas de

0,45m, mas as possibilidades de regulagemvariam, visto que as barras porta-ferramen-tas possibilitam o deslocamento transversaldas linhas de plantio. O chassi monobloconão descamba da estrutura funcional dagrande maioria das semeadoras-adubadorasde precisão do porte da 3600. Possui cabe-çalho articulável para o acoplamento e de-sacoplamento da máquina ao trator. O sis-tema de rodados é robusto, com quatropneus 7,50x16 individuais dentro do corpoda máquina em sistema que distribui o pesoconforme as ondulações do terreno, tornan-do a semeadora menos “seca” ao transitarem caminhos ou trabalhar em lavou-ras com microrrelevo ondulado. Osistema de levante possui apenasum pistão central de média vazão.A plataforma de aces-so é em aço expandi-do, permitindo boa vi-sualização do corpo desemeadura.

Os reservatórios de

Victória 3600A semeadora-adubadora de precisão Victória 3600 é específica para plantio de

culturas de verão, com possibilidade vasta de regulagens de espaçamentos e ajustes

A semeadora Victória é projetada para plantio de sementesgraúdas, com nove linhas de plantio no espaçamento de 45cm

Foto

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“““““A Victória é uma semeadora de precisão, que semeiaA Victória é uma semeadora de precisão, que semeiaA Victória é uma semeadora de precisão, que semeiaA Victória é uma semeadora de precisão, que semeiaA Victória é uma semeadora de precisão, que semeiaexclusivamente culturas de grãos graúdos, como milho e sojaexclusivamente culturas de grãos graúdos, como milho e sojaexclusivamente culturas de grãos graúdos, como milho e sojaexclusivamente culturas de grãos graúdos, como milho e sojaexclusivamente culturas de grãos graúdos, como milho e soja”””””

alta capacidade são em polietileno, o quefacilita o escoamento do fertilizante. Os re-servatórios de sementes são móveis, o queajuda na hora de recolher sobras e trocar osdiscos dosadores de sementes. Outras ca-racterísticas favoráveis são as linhas em zi-

guezague, para facilitar o escoamento depalha e caixas de sementes que não permi-tem a entrada de água.

ATAQUE AO SOLOOs discos de corte de palha que com-

põem esse modelo podem ser lisos, corru-gados ou recortados, a critério do produtor.A grande maioria das semeadoras comerci-alizadas no Brasil utiliza disco de corte liso.O sulcador de adubo pode ser do tipo facãoafastado ou duplo disco defasado. No pri-meiro tipo, poderia se esperar o inconveni-

ente acúmulo de palha entre o disco de cor-te e o facão em lavouras com elevada cargade cobertura vegetal, mas isso não foi ob-servado nos testes realizados, mesmo sobremais de sete toneladas de matéria seca detrigo. Os sulcadores de adubo são pivotadosna barra porta-ferramentas dianteira jun-tamente com os discos de corte, e possuemum sistema que permite o seu deslocamen-to mais à frente ou mais atrás. Cada umdestes dispõe de mola individual para ajus-te da pressão e profundidade de trabalho. Osulcador tipo facão tem espessura de 10mm,visando diminuir o volume de solo revolvi-do e manter a máxima cobertura do solo.

Os reservatórios de fertilizantes e sementes são empolietileno, com capacidade para 1.550kg e 50kg

Os discos de corte de palha podem ser lisos, corrugados ourecortados, de acordo com a necessidade do produtor

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As linhas são em zigue-zaguepara facilitar o fluxo da palha

Nos testes realizados a campo com a 3600os volumes de solo mobilizado foram bas-tante baixos, embora a umidade do solo es-tivesse alta no dia.

Os sulcadores de semente são do tipoduplo-disco defasado, e na máquina pivo-tada as molas são verticais oferecendo pres-são constante na linha de semeadura.

DOSAGEM DE FERTILIZANTESO sistema de dosagem de fertilizante é

do tipo rotor transportador helicoidal (roscasem-fim), individual para cada linha de plan-tio posicionado paralelamente ao sentido dedeslocamento da máquina, o que favorece aoperação e dosagem precisa em áreas decli-vosas, o que é sugerido por alguns estudosrealizados com este tipo de mecanismo. Amáquina pode vir equipada com sem-fim portransbordo ou por gravidade, dependendo danecessidade do cliente. O eixo transversalsextavado oferece precisão a cada volta domecanismo, evitando que um possa girar ousimplesmente pulsar de forma diferente do

outro. As avaliações de distribuição de ferti-lizante, feitas em doses variando em médiade 200 a 450kg por hectare de uma misturagranulada em velocidades de até 11,70km porhora, foram bastante positivas, com variaçõesdesprezíveis entrelinhas da semeadora.

DOSAGEM DE SEMENTESNão é nova, aliás, é muito antiga a afir-

mação de que o dosador de sementes é o

“coração da semeadora”, afinal, essa é a fun-ção global básica da máquina em questão.A Victória apresenta dosador de sementestipo disco alveolado horizontal, o qual pre-domina nas semeadoras brasileiras e é umsistema bastante antigo de dosagem de se-mentes; nem por isso deixa de ser usado,visto que tem acurácia satisfatória para taisculturas, principalmente soja e milho. Es-tudos realizados em 1948 já denotavam ocomportamento deste mecanismo dosador,que alia baixo custo à precisão aceitável nadosagem de sementes.

Nos estudos realizados com a Victó-ria, obtiveram-se ótimos resultados de

Detalhe da regulagem dasrodas limitadoras de profundidade

A regulagem das doses de fertilizantes e densidade de semeadurapossibilita mais de 50 combinações diferentes

Fotos Vilnei Dias

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“““““A máquina pode vir equipada com sem-fim por transbordoA máquina pode vir equipada com sem-fim por transbordoA máquina pode vir equipada com sem-fim por transbordoA máquina pode vir equipada com sem-fim por transbordoA máquina pode vir equipada com sem-fim por transbordoou por gravidade, dependendo da necessidade do clienteou por gravidade, dependendo da necessidade do clienteou por gravidade, dependendo da necessidade do clienteou por gravidade, dependendo da necessidade do clienteou por gravidade, dependendo da necessidade do cliente”””””

ParâmetroModelo

Reservatórios de fertilizante e sementesLargura útilMassa total

Culturas recomendadasSistema de distribuição fertilizante

Sistema de distribuição de sementesSistema de acoplamento

Sistema de rodadoSistema de transmissãoDisco de corte de palhaSulcador de fertilizanteSulcador de semente

Tipo de linhasEspaçamento e número de linhas

Roda(s) compactadora(s)

DescriçãoVictória 3600

Polietileno alta densidade, capacidade de 1.550kg para fertilizante e 50kg em cada linha para semente3,6m

4.000kgSoja, milho, feijão, algodão, sorgo e girassol

Rosca sem-fim, montada paralelamente à linha de plantioDistribuídos através de disco alveolado (distribuidor horizontal)

Cabeçalho articulável com fuso para regulagem de altura, caixa de ferramentas acoplada no mesmoCentral, acionado por cilindro; quatro pneus 7,50x16 de 12 lonas

Eixos-cardãs paralelos ao sentido de deslocamentoLiso, ondulado ou recortado de 18, 20 ou 22”

Facão afastado, guilhotina ou duplo discoDisco duplo defasados

Pivotada ou pantográficanove linhas de 45cm (múltiplas opções)

Lisa central, ou em “v”

dosagem de sementes. A máquina foisubmetida a diferentes densidades de se-meadura (plantas por hectare) e veloci-dades de deslocamento. O modelo avali-ado possui sistema de transmissão parao dosador por eixo cardã, visto que a li-nha de plantio é do tipo pivotada, mas omodelo também é oferecido na opçãopantográfica, com pantógrafos de cursolongo visando manter o ângulo de ata-que dos discos sulcadores de sementes emrelação ao solo. Outro ponto positivo é aaltura do dosador, logo acima do solo, en-curtando a distância a ser percorrida pelasemente até chegar ao solo. Não é difícil

encontrarmos modelos novos de semea-doras que têm o dosador de sementes amais de um metro do solo, e o tubo con-dutor reto, causando desvio de percursoda semente.

As rodas limitadoras de profundidadesão de borracha, localizadas logo atrás dosulcador de sementes

SISTEMA DE ACABAMENTOAs rodas compactadoras podem ser em

“V”, com sistema de fácil regulagem da pres-são exercida sobre a linha de plantio, alémde também ter mecanismo de ajuste do ân-gulo de ataque em relação ao sulco. A prefe-rência por esse sistema de acabamento érazoável, visto que não causa selamento dosulco e promove maior contato solo-semen-te. A máquina também dispõe de compac-tadora de borracha reta com mola indivi-dual de regulagem de pressão.

REGULAGENSA regulagem das doses de fertilizante e den-

sidade de semeadura é feita diretamente na caixa

de troca rápida, oferecendo mais de 50 combi-nações; os esticadores de corrente são de fácilacesso e facilitam o trabalho de regulagem.

A profundidade é regulada facilmentepor uma pequena alavanca com indicadorlateral da profundidade praticada. Tem ain-da um sistema prático de regulagem do ân-gulo de posicionamento em relação à linhade plantio, o que visa favorecer o aterramen-to do sulco sem a necessidade de discos ater-radores, além de funcionar em sistema tan-dem, tendo sempre pelo menos uma emcontato com o solo. Estudos têm mostradoefeito positivo na emergência das culturasquando algum sistema que possibilita o ater-ramento do sulco é utilizado. As rodas limi-tadoras têm regulagem de tensão e ângulode ataque, através de duas alavancas comsistema de trava em cada posição.

Detalhes da linha de plantio, composta por sulcador de sementes, onde é possível observar o curto espaçoentre o dosador e o solo, além das rodas limitadoras, que são de borracha e compactadoras em “V”

O sistema de acabamento é compostopor rodas compactadoras em “V”

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Vilnei de Oliveira Dias,Airton Alonço,Ulisses Baumhardt eGustavo Bonotto,UFSM

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aplicação

18 • Maio 08

As atividades agrícolas que envolvemo preparo do solo exigem grande es-forço de tração e rapidez de execu-

ção, o que resulta, normalmente, na utilizaçãode veículos pesados. Tais veículos, entretanto,exercem grandes pressões no solo causandocompactação do mesmo. O desafio de conse-guir maior eficiência de tração com menor efeitocompactante tem gerado estudos envolvendo aredução da pressão de inflação e o tipo de cons-trução da carcaça do pneu.

Nos Estados Unidos e na Europa o uso dospneus radiais é uma realidade. As pesquisas têmmostrado que o pneu radial apresenta umamaior área trabalhada por unidade de tempo,com menor exigência de potência. Segundo

Barbosa et al. (2005), a utilização de pneus ra-diais em tratores agrícolas resultou em diminui-ção das perdas de potência oriundas da resis-tência ao rolamento e patinagem, com conse-qüente melhoria no desenvolvimento da tração.

IDENTIFICAÇÃO DE UM PNEU AGRÍCOLAQuanto a sua finalidade o pneu pode ser

classificado como: pneu de tração, pneu direci-onal, pneu de transporte e pneu para motocul-tivadores.

TIPOS DE GARRAS E USOExistem diferentes tipos de garras nos pneus

agrícolas, destinados para operações ou aplica-ções específicas. Essa classificação consta na

identificação do pneu, junto com as demaiscaracterísticas. Os principais tipos de garras sãoapresentados como:

R1 - Pneu para trator agrícola de uso geral;(prof. da barra nível 100)

R1W - Pneu para trator agrícola com gar-ras 25% mais altas; (nível 125)

R2 - Pneu para máquinas usadas em solosencharcados; (nível 200)

R3 – Tração moderada – aplicação sobregrama, areia etc;

R4 - Pneu industrial, usado em retroesca-vadeiras.

PNEUS MOTRIZESOs pneus motrizes podem ser divididos em

pneus diagonais e radiais. A Figura 1 mostra ostipos de armação ou carcaça. Segundo a Asso-ciação Brasileira de Pneus e Aros (1989), o pneuradial é aquele cuja carcaça é constituída de umaou mais lonas, cujos fios dispostos de talão atalão são colocados a 90º em relação à linha decentro da banda de rodagem, sendo esta carca-ça estabelecida por uma cinta constituída deuma ou mais lonas inextensíveis. O pneu dia-

Cada um na sua

Pneu de tração acima e direcionalabaixo, com construções e

aplicações diferentes

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Embora muitas vezes pareçam semelhantes, ospneus agrícolas possuem diversas característicasespecíficas para cada tipo de aplicação. Saberidentificar o modelo certo para cada situaçãosignifica melhor desempenho da máquina, menordano ao solo e maior vida útil ao pneu

Embora muitas vezes pareçam semelhantes, ospneus agrícolas possuem diversas característicasespecíficas para cada tipo de aplicação. Saberidentificar o modelo certo para cada situaçãosignifica melhor desempenho da máquina, menordano ao solo e maior vida útil ao pneu

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Os pneus agrícolas têm seus núme-ros e letras de identificação, cada

um com seu significado. Colocamos exem-plo das principais marcas existentes no mer-cado, para facilitar a identificação na próxi-ma vez que você for adquirir pneus para suamáquina agrícola.

Firestone 20.8-38 R-1 230Firestone = marca do fabricante;20.8 = largura nominal da secção do

pneu em polegadas;- (traço) = indica pneu de construção

diagonal;38 = diâmetro nominal do aro, em po-

legadas;R-1 = pneu de tração regular (de uso

geral);23o = ângulo das garras, na banda de

rodagem.

Pirelli 18.4-34 TM 95Pirelli = marca do fabricante;18.4 = largura nominal da secção do

pneu, em polegadas;- (traço) = pneu de construção dia-

gonal;34 = diâmetro nominal do aro, em po-

legadas;TM 95 = designação dada pelo fabri-

APRENDA A IDENTIFICARcante para o modelo da banda de roda-gem que, nesse caso, apresenta garraslongas e curtas alternadas, embora comdesenho diferenciado do anterior.

Michelin 650/75 R 32Michelin = marca do fabricante;650 = largura nominal da secção do

pneu, em milímetro;75 = relação percentual entre a lar-

gura e a altura da secção do pneu (série);R = pneu de construção radial;32 = diâmetro nominal do aro, em

polegadas.

Goodyear - Optitrac 800/70R38 DT830 173 A8

Goodyear = fabricante;Optitrac = conceito de aplicação;800 = largura nominal da secção do

pneu em milímetros;70 = relação entre largura e altura da

secção do pneu (série);R = construção radial;38 = diâmetro nominal do aro em po-

legadas;173 = índice de carga (6.500kg);A8 = símbolo de velocidade (40km/

h);DT830 = desenho banda de rodagem.

gonal é aquele cuja carcaça é constituída de lo-nas cujos fios dispostos de talão a talão são co-locados em ângulos cruzados, uma lona em re-lação à outra, menores que 90º.

Pneus convencionais (diagonais)O pneu é chamado diagonal ou convencio-

nal quando a carcaça é composta de lonas so-brepostas e cruzadas umas em relação às ou-tras. Os fios vão de um talão ao outro, forman-do ângulos de 30-45º em relação ao plano mé-

dio do pneu.

Pneus radiaisOs pneus radiais são caracterizados por te-

rem as telas sobrepostas, sem se cruzarem. Osfios formam ângulos de 20-25º, com o sentidode deslocamento, o que permite uma superfí-cie de contato com o solo bastante grande.

Pneus de baixa pressão e alta flutuaçãoO uso de pneus de baixa pressão e alta flu-

tuação (foto acima) tem sido muito difundidonos últimos tempos, principalmente em traba-lhos em áreas florestais e de cana-de-açúcar,devido à menor compactação do solo, pois dis-tribuem o peso da máquina sobre uma maiorsuperfície de contato, resultando assim emmenor pressão no terreno.

As vantagens do uso de pneus de baixapressão e alta flutuação sobre os pneus conven-cionais mais estreitos são de aumento na pro-dutividade em solos úmidos e terrenos inclina-dos mais acidentados, economia de combustí-vel, reduções substanciais nos distúrbios do ter-reno (sulcamento) e compactação e melhoriana estabilidade.

Pneus mais largos podem reduzir o esforçode tração que é necessário devido ao aumentona flutuação e redução na resistência ao rola-mento.

Como desvantagem em relação ao pneuconvencional, esse tipo de pneu tem um custode aquisição mais elevado.

As áreas de contato dos pneus de alta flu-tuação são praticamente duas vezes maior emrelação aos rodados diagonais, devido à maiorlargura da banda de rodagem. O contato pneu/solo é diretamente proporcional à pressão utili-zada nos pneus, e sendo esta baixa, minimiza acompactação. A maior largura da banda de ro-dagem e a utilização de baixas pressões dospneus reduzem o recalque do pneu no solo (pro-fundidade de penetração), reduzindo a com-pactação e minimizando a resistência ao rola-mento, elevando, assim, a durabilidade do pneue diminuindo o consumo de combustível.

As menores pressões de inflação destes ti-pos de pneus proporcionam maiores deforma-ções dos mesmos, permitindo maior adequa-ção às irregularidades do terreno e absorção deimpactos, reduzindo a possibilidade de galopee vibrações à máquina, tendo como conseqü-ência maior conforto ao operador.

Figura 1 - Tipos de armação ou carcaça. Fonte allpneus.com

Murilo Mesquita Baesso,Ronaldo Goulart Magno Júnior,Haroldo Carlos Fernandes eAlcir José Modolo,UFV

Os pneus de baixa pressão e alta flutuaçãoestão ganhando cada vez mais espaço na

agricultura brasileira

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Maio 08 • 19

“O desafio de conseguir maior eficiência de tração com menor efeito compactante tem gerado“O desafio de conseguir maior eficiência de tração com menor efeito compactante tem gerado“O desafio de conseguir maior eficiência de tração com menor efeito compactante tem gerado“O desafio de conseguir maior eficiência de tração com menor efeito compactante tem gerado“O desafio de conseguir maior eficiência de tração com menor efeito compactante tem geradoestudos envolvendo a redução da pressão de inflação e o tipo de construção da carcaça do pneu”estudos envolvendo a redução da pressão de inflação e o tipo de construção da carcaça do pneu”estudos envolvendo a redução da pressão de inflação e o tipo de construção da carcaça do pneu”estudos envolvendo a redução da pressão de inflação e o tipo de construção da carcaça do pneu”estudos envolvendo a redução da pressão de inflação e o tipo de construção da carcaça do pneu”

Divulgação

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20 • Maio 08

compactação

Ofenômeno da compactação é mui-to complexo e depende de múlti-plos elementos, como por exem-

plo: capacidade de deformação do solo, com-posição do solo, tipo de cultura, intensidade detráfego na lavoura, condições meteorológicasetc.

Com a necessidade de termos um modeloagrícola cada vez mais competitivo, tratores demaior potência foram introduzidos no merca-do e isso significa máquinas mais pesadas, ha-vendo, conseqüentemente, mais peso atuandosobre o solo e assim a compactação deste seráinevitável.

Dentro da complexidade do assunto com-pactação, vamos nos ater em um item quemuitas vezes acaba sendo erroneamente o vi-lão deste assunto, o pneu.

No início da atividade agrícola, compacta-ção não era um fator a ser considerado, poisnão se sabia dos seus malefícios, à medida quepesquisadores se dedicaram ao assunto, dada a

queda de produtividade das lavouras, váriasteorias foram levantadas a ponto de serem te-mas de doutorado. Hoje muito se sabe sobre oassunto, mas pouco se faz para evitar a com-pactação do solo.

As empresas de pneus estão se dedicando aencontrar soluções para o problema. A Goo-dyear do Brasil, por exemplo, desenvolveu e lan-çou os pneus Superflot para aplicação em trans-bordo de cana, onde o trânsito na lavoura émuito intenso, pelas fotos abaixo pode se teridéia da influência da pressão de inflação dospneus, na compactação do solo.

Para uma determinada carga, quando co-locamos a pressão de inflação adequada, nota-mos que a área de contato está proporcional aotamanho do pneu, e a pressão no solo está livredas áreas de estresse (vermelhas), à medida quese aumenta a pressão de inflação, diminui-se aárea de contato e o aparecimento de áreas comestresse tende a aumentar.

Quando dizemos que um pneu diagonal

compacta mais que um pneu radial equivalen-te, é que a pegada no solo de ambos são dife-rentes.

Grandes usinas e agricultores dispõem deinfra- estrutura para monitorar as condições dosolo, diferentemente de pequenos e médios agri-cultores, por isso é necessária a parceria de em-presas de pneus com entidades de pesquisaspara poder quantificar as perdas provocadas pelacompactação, pois todos sabem que ela preju-dica, mas não se sabe quanto vale estas perdas,o quanto elas reduzem do lucro. Uma vez queo produtor agrícola não põe preço no seu pro-duto, é mandatório reduzir as perdas.

Numa parceria entre empresa e instituiçãode pesquisa, foi adquirido um penetrômetroeletrônico que servirá para demonstrar o nívelde compactação do solo de determinada área.Se o plantio for convencional, após a subsola-gem, vamos sugerir o uso do pneu radial com apressão de inflação correta e monitoraremosjunto com o proprietário um comparativo en-

SobpressãoSobpressão

A compactação do solo é um problema constante naslavouras mecanizadas. Empresas de pneus e

instituições de pesquisa continuam buscandoalternativas para minimizar o efeito sobre o solo

A compactação do solo é um problema constante naslavouras mecanizadas. Empresas de pneus e

instituições de pesquisa continuam buscandoalternativas para minimizar o efeito sobre o solo

Goodyear

Page 21: Maquinas 74

As análises de solo foram feitas com auxílio de GPSe depois transferida para um computador que, comum software, processa e examina os dados

Maio 08 • 21

Marroni explica quais asimplicações da compactação

em solos agrícolas

A análise do solo é feita com penetrômetro ecom GPS, que garante que as futuras tomadas

sejam no mesmo lugar da primeira

tre pneu diagonal e radial.Na relação trator/pneu/solo, sabemos que

o pneu compacta o solo, porém é o peso doequipamento somado com as condições do solo(umidade, porosidade, teor de argila etc) queirá compactar o subsolo, que terá influência nodesenvolvimento radicular das plantas e influ-enciará na baixa produtividade.

Os dados coletados pelo penetrômetro, queestá acoplado com um GPS, são depois trans-feridos para um computador que, com um sof-tware, processa todos os dados, gerando gráfi-cos que auxiliarão na análise. O uso do GPSgarantirá que as futuras tomadas serão no mes-mo ponto da primeira.

Análises efetuadas pelo grupo de pesquisado Núcleo de Ensaio de Máquinas e PneusAgrícolas da Faculdade de Ciências Agronômi-cas – Unesp de Botucatu (SP), liderado peloprofessor Kleber Pereira Lanças, mostrou quecom o uso do pneu radial, a compactação dosolo é reduzida em cerca de 15% quando com-parado com o pneu diagonal.

Esta vantagem é creditada pela maior flexi-bilidade da carcaça radial, fazendo com que ocostado absorva parte desta carga e tendo as-sim maior área de contato, a distribuição dacarga por polegada quadrada é menor que a dadiagonal, reduzindo, assim, a pressão no solo.

A Goodyear introduziu no mercado mun-dial um novo conceito de pneu agrícola, onde,

independentemente do tamanho, os pneus têmum diâmetro externo semelhante, variando odiâmetro do aro e conseqüentemente a relaçãoaltura/largura. Podendo, desta maneira, com ummesmo trator, efetuar o preparo, o cultivo e apulverização, mudando somente os pneus tra-seiros pois haverá uma boa relação entre ospneus (avanço). Ver ilustração acima.

Acreditamos que desta maneira estaremoscontribuindo para facilitar a atividade agrícolado pequeno, médio e porque não dizer do gran-de agricultor.

Wanderley Marroni,Goodyear do Brasil

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“““““A Goodyear introduziu no mercado mundial um novo conceito de pneu agrícola, onde, independentemente do tamanho,A Goodyear introduziu no mercado mundial um novo conceito de pneu agrícola, onde, independentemente do tamanho,A Goodyear introduziu no mercado mundial um novo conceito de pneu agrícola, onde, independentemente do tamanho,A Goodyear introduziu no mercado mundial um novo conceito de pneu agrícola, onde, independentemente do tamanho,A Goodyear introduziu no mercado mundial um novo conceito de pneu agrícola, onde, independentemente do tamanho,os pneus têm um diâmetro externo semelhante, variando o diâmetro do aro e conseqüentemente a relação altura/largura”os pneus têm um diâmetro externo semelhante, variando o diâmetro do aro e conseqüentemente a relação altura/largura”os pneus têm um diâmetro externo semelhante, variando o diâmetro do aro e conseqüentemente a relação altura/largura”os pneus têm um diâmetro externo semelhante, variando o diâmetro do aro e conseqüentemente a relação altura/largura”os pneus têm um diâmetro externo semelhante, variando o diâmetro do aro e conseqüentemente a relação altura/largura”

Fotos Wanderley Marroni

EFEITO DA COMPACTAÇÃO DO SOLO NODESENVOLVIMENTO DA PLANTA

Gráfico gerado pelo software, detalhandoo grau de compactação da área

Page 22: Maquinas 74

22 • Maio 08

Test Drive - trator MF 8480 Dyna VT

Dentro da programação que a Re-vista Cultivar Máquinas preparou para a sua participação na

Agrishow 2008, em Ribeirão Preto (SP), re-alizamos o Test Drive com o trator MasseyFerguson modelo MF 8480 Dyna VT. Em-bora este modelo seja lançamento de doisanos, agora está em plena comercializaçãono país, atendendo mercados bem específi-cos da agricultura brasileira.

Este trator é de origem francesa, mon-tado na unidade da AGCO de Beauvais, naFrança. Para a montagem deste trator mo-bilizam-se diferentes fábricas da marca, como motor Sisu de origem finlandesa sendoenviado à França para unir-se com o módu-lo de transmissão e chassi, originário daFendt da Alemanha. Vários componentesdeste modelo Massey Ferguson são comunsa um gigante da tecnologia mundial que é otrator alemão, Fendt Vario.

Para este Test Drive, tivemos a oportu-nidade de contar com a ajuda do consultortécnico da marca, José Geraldo Rodrigues,que absorveu a missão de entender e disse-minar para o Brasil e América a impressio-nante tecnologia contida neste modelo. Di-versos treinamentos estão sendo oferecidos,em diferentes locais do país.

MOTORO motor deste trator é Diesel Turbo in-

tercooler, da marca Sisu, modelo 84CTA,com seis cilindros e 8.400cm3 e a taxa decompressão é de 17,5:1. O sistema de parti-da é de 12 volts; o sistema de lubrificaçãodo motor é pressurizado e a filtragem do aré feita por elemento duplo de papel. O es-friamento da temperatura do líquido de ar-refecimento é feito com auxílio de um ter-mostato e umventilador develocidade va-riável.

Este mo-tor atende ospadrões nor-te-america-nos e euro-peus de restri-ção à emissão

de poluentes Tier 3. Há um compromissono atendimento de determinados limites,iniciado entre 1996 a 1999 com um primeiropasso, que é o Tier 1, e chegando agora no

Sem limitesTestamos o MF 8480 Dyna VT, trator gigante importado,

da Massey Ferguson, que mostrou muito mais do quesimplesmente força. Alto nível de tecnologia embarcada

faz do modelo o mais avançado da empresa no Brasil

Page 23: Maquinas 74

“““““PPPPPara a montagem deste trator mobilizam-se diferentes fábricas da marca, com o motor Sisu de origem finlandesaara a montagem deste trator mobilizam-se diferentes fábricas da marca, com o motor Sisu de origem finlandesaara a montagem deste trator mobilizam-se diferentes fábricas da marca, com o motor Sisu de origem finlandesaara a montagem deste trator mobilizam-se diferentes fábricas da marca, com o motor Sisu de origem finlandesaara a montagem deste trator mobilizam-se diferentes fábricas da marca, com o motor Sisu de origem finlandesasendo enviado à Fsendo enviado à Fsendo enviado à Fsendo enviado à Fsendo enviado à França para unirrança para unirrança para unirrança para unirrança para unir-se com o módulo de transmissão e chassi, originário da F-se com o módulo de transmissão e chassi, originário da F-se com o módulo de transmissão e chassi, originário da F-se com o módulo de transmissão e chassi, originário da F-se com o módulo de transmissão e chassi, originário da Fendt da Alemanhaendt da Alemanhaendt da Alemanhaendt da Alemanhaendt da Alemanha”””””

Maio 08 • 23

Tier 3, entre 2005 e 2008, de diminuiçãonos índices de emissões para NOx (óxidode nitrogênio) e hidrocarbonetos. Chama-va atenção durante o teste o baixo ruído noposto de condução, que não avaliamos dire-tamente no modelo que testamos, porém,no ensaio oficial, a Universidade de Ne-braska apresenta o valor de 70dB(A) a7,5km/h, no teste sem carga.

Esse trator possui potência de 290 cv, compotência constante a partir de 1800 rpm. Suareserva de torque é de 38%, com altos tor-ques em baixas rotações, 1200 a 1500 rpm.A capacidade de levante no sistema de trêspontos hidráulico é de 10,5 mil quilos. O con-trole remoto, com vazão de 150 litros/minu-

to, possui funcionalidade para pis-tões e motores hidráulicos.

A transmissão chamadade Dyna-VT é do tipo

constantemente variável

(CVT), isto é, sem marchas. É hora de que-brar paradigmas com esta transmissão, poisaquela idéia de que para avançar haveria quese colocar marchas mais altas, passando pelaprimeira geração de “caixas-secas”, depoispela segunda, com as caixas sincroniza-das e recentemente pela caixa hidrostá-tica, que possibilita o “câmbio em carga”,isto é, trocar a marcha sem pisar naembreagem e fazê-locom o implemento atu-ando. Neste trator pas-samos ao que muitoscons ideravamimpossível,um câmbiocom variaçãocontínua, ou seja, ao movimento de umaalavanca, sem degraus ir aumentando oudiminuindo continuamente a velocidadede deslocamento. Há duas faixas de velo-

cidade, a primeira de 0,03 a 32km/h paraoperações de campo, e a segunda de 0,03 a40km/h para transporte.

Este modelo tem ainda como um dospontos fortes o gerenciamento eletrônicoentre os regimes de funcionamento do mo-tor e da transmissão (EEM).

As menores velocidades, possíveis de seutilizar com esta transmissão, são conside-radas ultrabaixas, pois representam veloci-dades abaixo dos usuais 4km/h, chegando aum mínimo de 30 metros por hora, úteispara operações bem específicas como dre-nagem etc.

No que se refere à ergonomia, este mo-delo demonstra um projeto esplêndido, commuita facilidade ao acesso, um banco parao operador de classe superior, com excelen-te dispositivo de amortecimento de vibra-ções, banco auxiliar no lado esquerdo dooperador, comandos bem acessíveis e ins-

O motor deste trator é Diesel Turbo intercooler damarca Sisu, modelo 84CTA, com seis cilindros e8.400 cm3 e a taxa de compressão é de 17,5:1

Fotos Charles Echer

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24 • Maio 08

trumentos bem visíveis e de fácil leitura, em-bora a tecnologia embarcada seja algo de im-pressionar.

Este modelo apresenta planejadas apli-cações, por parte da Massey Ferguson brasi-leira, tanto em produção de cereais como nocultivo da cana-de-açúcar, e concorre pelomercado do centro-oeste e sul baiano comdois modelos John Deere e Case. Neste con-texto, chega ao Brasil em momento extrema-mente favorável, com boas perspectivas decrescimento de mercado, em função do au-mento da demanda de tratores e máquinas,fruto da atual situação de produção de ali-mentos e biocombustíveis no nosso país.

O trator na versão em que se encontraem comercialização no Brasil teve certa “tro-

picalização”, recebendo um novo suportepara os pesos de lastragem, para receber maispeso dianteiro que o modelo francês origi-nal, também para compensar a retirada doengate frontal de três pontos, indisponívelna versão vendida no país, pois ainda nãohá implementos desenvolvidos para estaaplicação e um engate dianteiro teria poucautilidade. É possível colocar-se 21 pesos de42kg cada, totalizando 882kg só de pesos,mais o peso original do suporte e a água quepode ser colocada em um volume correspon-dente a ¾ dos pneus.

Na parte traseira, além do peso de água,há disponibilidade de três discos em cadaroda, de 200kg cada, totalizando, só de pesometálico, 600kg. Em resumo, para um pesooriginal de 8.680kg, pode-se chegar a umtotal lastrado de aproximadamente 14 to-neladas.

Os pneus que equipavam a versão testa-da eram 620/75R26, no eixo dianteiro, e 800/70R38, no traseiro, marca Goodyear. Nestemodelo e versão só serão comercializados tra-tores com pneus de tipo radial. Pelo fato deque se trata de um trator com tração diantei-ra auxiliar, a fábrica fez estudos e somenterecomenda a substituição de especificação depneus dentro de “casais” para evitar o apare-cimento do fenômeno do Power hop (galopedo trator) e perda de eficiência, isto é, não sepode combinar qualquer tipo de pneu, sem-pre havendo a necessidade de verificar a es-pecificação, dentro do que é recomendadopelo fabricante.

TESTEPara o teste, escolhemos dois implemen-

tos, que serão muito utilizados com este tra-tor, tanto na produção de grãos, como na

Grande quantidade de componenteseletrônicos e variação de possibilidadesde condução e trabalho impressionam

O display principal concentra todas as informaçõesreferentes ao funcionamento do motor e à transmissão,

além de programar as mais diversas operações

Page 25: Maquinas 74

“““““O painel deste trator é bastante completo, de funcionamento comoO painel deste trator é bastante completo, de funcionamento comoO painel deste trator é bastante completo, de funcionamento comoO painel deste trator é bastante completo, de funcionamento comoO painel deste trator é bastante completo, de funcionamento comoum “um “um “um “um “computador de bordo”, muito utilizado em veículos de passeiocomputador de bordo”, muito utilizado em veículos de passeiocomputador de bordo”, muito utilizado em veículos de passeiocomputador de bordo”, muito utilizado em veículos de passeiocomputador de bordo”, muito utilizado em veículos de passeio”””””

Maio 08 • 25

lavoura canavieira.O primeiro foi um arado de seis aivecas,

reversível, marca Ikeda. Este é um imple-mento robusto, de trabalho em profundi-dade, recomendado para o preparo do soloem áreas compactadas e de soqueiras. Elefoi tracionado a velocidades adequadas, en-tre 6 e 7km/h, com sobra de motor e compatinamentos compatíveis com a operação.

Como segunda operação, escolhemosduas plantadeiras Massey Ferguson, da li-nha 500, modelo 590M45, colocadas emparalelo, unidas por um cabeçalho MF500CT para o acoplamento. Como cadaplantadeira tinha nove linhas, estávamos

tracionando 18 linhas de soja, espaçadas a45cm uma da outra.

Nossa maior curiosidade era com rela-ção à utilização da tecnologia de programa-ção do controle rotação (motor) velocidade(transmissão), pois queríamos conhecercomo seria o comportamento de um trator,

variando a velocidade de deslocamento e arotação do motor, em função da carga apli-cada à barra de tração ou ao sistema hidrá-ulico. A questão é o patinamento, que é umexcelente indicativo de carga. Quanto mai-or for o patinamento das rodas, maior é oesforço de tração e conseqüentemente aí estáo “gancho” para o ajuste eletrônico.

Tivemos nosso primeiro contato com atecnologia presente no trator, reconhecen-do os instrumentos de controle e informa-ção. O painel deste trator é bastante com-pleto, de funcionamento como um “com-putador de bordo”, muito utilizado em veí-culos de passeio. Ao simples toque em umbotão, troca-se na tela os grupos de infor-mação como velocidade, rotação do motor,patinamento, consumo de combustível, dis-tância percorrida, capacidade operacionaletc. Mas, além do painel original, os mode-los comercializados no Brasil contam como terminal GTA, que facilita a programaçãodo regime de funcionamento. Pelo terminalé possível colocar e retirar dados por meiode um cartão de padrão SD, muito comumem máquinas fotográficas, telefones celula-

Escada auxiliar, localizada no ladooposto à entrada da cabine, dá acesso

a diversas partes altas do trator

Um dos implementos utilizadosfoi o arado de seis aivecas, da

marca Ikeda

Fotos Charles Echer

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26 • Maio 08

res etc.Podem-se programar duas rotações de

motor e duas velocidades de deslocamento,utilizando-se separadas ou em combinação.Por exemplo, fixando-se duas rotações demotor de 1.600 e 2.000rpm, respectivamen-te, e duas velocidades, de 4 e 6km/h, pode-seutilizar o trator durante os trajetos de traba-lho com 2.000rpm no motor e velocidade de6km/h e, nas manobras, através de toque de

Partes quentes da máquina,como o escapamento,

recebem proteção especial

Fernando Schlosser e a equipe daMassey Ferguson que auxiliou narealização da avaliação

um botão, diminuir a rotação para 1.600rpme a velocidade para 4km/h. Em caso de so-brecargas instantâneas, automaticamente oregime de funcionamento do motor e datransmissão ajusta-se de acordo com a mag-nitude do patinamento e de acordo com aprogramação que for indicada no painel.

Durante o teste, mesmo sob condiçõesde grandes esforços, notou-se que, com pe-quenas variações de auto-ajuste de motor etransmissão, o trator auto-regulava-se, bus-cando os melhores desempenhos.

Há possibilidade de se aproveitar duasfunções importantes para o controle da má-quina nas manobras de cabeceiras, um modoautomático, em que a indicação ao tratorde que se está entrando em uma situaçãodestas, o trator modifica automaticamenteos regimes de rotação e velocidade, ou nomodo manual, em que somente há necessi-

dade de tocar os botões que controlam estesdois parâmetros de funcionamento.

Achamos interessante a resposta do con-sultor- técnico, quando questionamos sobreas possíveis dificuldades que um operadoracostumado a um trator normal, sem estatecnologia, poderá ter. Ele nos contou queprimeiro começa a instruir o operador comose estivesse operando um trator convencio-nal, isto é, com acelerador de pé ou de mãoe a alavanca de marchas normal, sem qual-quer programação. Depois, já acostumadoao funcionamento normal, o segundo pas-so é acostumá-lo à programação de rotaçãode motor e velocidade de deslocamento, va-riando-as em combinação ou separadamen-te, apenas com o uso dos botões A e B eSV1 e SV2. A partir daí é necessário umpreparo técnico para que o operador consi-ga aproveitar todas as vantagens da tecno-logia presente. Nada assustador.

Enfim, conhecemos e operamos a má-quina mais desenvolvida tecnologicamenteda linha MF e talvez o que se tenha de maismoderno em integração motor-transmissãoatualmente no mundo, basta que se consi-ga aproveitar as suas potencialidades. Ummarco pode estar se iniciando para a for-mação de novos operadores, principalmen-te nestes mercados do sul da Bahia, Tocan-tins, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso doSul e a zona canavieira de São Paulo, mastambém é possível que estas máquinas con-sigam ser bem aproveitadas na lavoura ar-rozeira gaúcha e em outros locais que exi-jam e possam aproveitar-se de máquinascom alta produtividade e eficiência.

O capô dianteiro desloca-secompletamente para acesso e

manutenção do motor

. M

Fotos Charles Echer

José Fernando Schlosser,Nema - UFSM

Page 27: Maquinas 74
Page 28: Maquinas 74

28 • Maio 08

avaliação de ruídos

Os atuais tratores agrícolas sãoequipamentos com mecanismoscada vez mais modernos, mas

muitas das vezes esquece-se do conforto dooperador. Por esse motivo, muitos tratores es-tão sendo fabricados com cabines protetorascontra as intempéries do clima e da operaçãode trabalho. No entanto, essa cabine freqüen-temente não apresenta condições isolantes ade-quadas, para barrar, principalmente, o ruído.

Em 2007, o Ministério do Trabalho, pormeio da NR – 15, determinou que os ruídosdevem ser medidos em decibéis (dB) com ins-trumento de nível de pressão sonora, que ope-ra no circuito de compensação "A" e circuito deresposta lenta (slow), sendo as leituras realiza-das próximas ao ouvido do trabalhador, e sen-do vetada qualquer exposição do operador aci-ma do nível de 115dB (A) sem proteção auri-cular, tendo sido considerado como limite ovalor de 85dB (A) para exposição sem protetorauricular com tempo de exposição diária máxi-ma de oito horas.

Várias pesquisas já foram realizadas para

verificar o nível de pressão sonora, tanto emcondições estáticas como dinâmicas. Assim,Souza et al. (2004) afirmam que as pessoas ex-postas a 82, 85, 88 ou 92dB (A), em uma jor-nada diária de trabalho, perdem 2, 5, 10 ou20% da audição, respectivamente. Fernandes(1991), ao avaliar o nível de pressão sonora emtratores agrícolas de diferentes faixas de potên-cia, observou que os tratores com potência de74,6 a 148,4kW (100 a 199cv), em regime detrabalho, apresentaram nível médio de pressãosonora de 98,2dB (A). No entanto, quandoesses tratores foram mantidos estáticos, a vari-ação da rotação ocasionou mudança no nívelde pressão sonora, sendo que a 1.800rpm, es-ses apresentaram nível médio de pressão sono-ra de 94,4dB (A).

Pelo que foi apresentado, as condições es-táticas se aproximam das condições de campo,assim, o presente trabalho avaliou o nível depressão sonora em trator agrícola com cabineem diferentes rotações e condições do fluxo dear para refrigeração da cabine (experimento I)e comparar tratores sem cabines de potência

diferentes em função da variação da rotação domotor (experimento II).

O trabalho foi realizado na Unesp de Jabo-ticabal (SP) e conduzido pela equipe técnicado Laboratório de Máquinas e MecanizaçãoAgrícola (Lamma).

EXPERIMENTO IFoi utilizado para se medir o nível de pres-

são sonora no trator, com 104,4kW (140cv) ecabine “Comfort Cab” com sistema de ar-con-dicionado para as posições de baixa, média ealta circulações de ar.

Para aferir o nível de ruídos foi utilizadoum medidor de nível de pressão sonora (deci-belímetro analógico), dentro da cabine do tra-tor. O ar-condicionado foi posicionado nas con-dições de média e alta velocidades de dispersãodo ar, e as rotações do trator variaram de 700 a2.200 rpm, sendo todo o ensaio conduzido emcondição estática, com quatro repetições. As-sim, as determinações foram realizadas a cada5s, depois de esperar um minuto para o tratorestabilizar na rotação pretendida. Para realizar

Pressão sonoraEnsaios avaliam o nível de pressão sonora em tratores agrícolas, com e semcabine, e mostram os níveis aceitáveis e quantas horas de exposição diária o

operador pode se submeter, sem comprometer o sistema auditivo

Agrale

Pressão sonora

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Em modelos sem cabine, é indicado o uso deprotetores auriculares, como forma de trabalhar maistempo sem causar desconforto ao ouvido do operador

as medições, colocou-se o medidor de nível depressão sonora próximo ao ouvido do opera-dor, entre 79cm acima, 15cm à frente e 20cmlateralmente em relação ao ponto de referênciado assento - (SIP – Seat Index Point), de acor-do com a norma NBR NM-ISO 5353 (ABNT,1999). Os resultados encontrados foram com-parados com os limites de tolerância estabele-cidos pela NR-15 (Ministério do Trabalho,2007).

Na Tabela 1 são apresentados os resultadosda avaliação do nível de pressão sonora em umtrator de 104,4kW com o uso ou não do siste-ma de ar- condicionado. Com relação ao usodo ar-condicionado não se observa diferençana média geral para a condição sem ar, com arna posição máxima e na posição média. Dessemodo, o operador pode trabalhar até oito horas

por dia com os níveis de pressão sonora apre-sentados, conforme a NR-15. Com relação àrotação do motor do trator, observa-se que hádiferença entre a maior rotação (2.200rpm) e arotação intermediária de 1.900rpm. Ressalta-se essa rotação, pois, em condições normais detrabalho essa seria a utilizada para obter o de-sempenho ideal, seja para operações com equi-

pamentos de arrasto ou montado, que propor-cionaria 540rpm na TDP. Somente em condi-ções de alta rotação (2.200rpm) é que o opera-dor poderia trabalhar apenas seis horas por diasem o uso do protetor auricular, por ultrapas-sar o limite de 85dB (A), indicado pela NR-15.Assim, como apresentado por Souza et al(2004), quando o nível de pressão sonora é de

Gráfico 1 - Nível de pressão sonora no trator agrícola com cabine (104,4kW) emfunção da rotação do motor e da posição do fluxo de ar na cabine do operador

Gráfico 2 - Nível de pressão sonora no trator agrícola sem cabine (67,1 e 55,9kW) emfunção da rotação do motor e da potência disponível no motor do trator

Legenda: Ar MX – fluxo de ar na posição máxima; Ar MD – fluxo de ar na posição média. Legenda: DB – decibéis; RPM – rotações por minuto.

“Muitos tratores estão sendo fabricados com cabines protetoras“Muitos tratores estão sendo fabricados com cabines protetoras“Muitos tratores estão sendo fabricados com cabines protetoras“Muitos tratores estão sendo fabricados com cabines protetoras“Muitos tratores estão sendo fabricados com cabines protetorascontra as intempéries do clima e da operação de trabalho”contra as intempéries do clima e da operação de trabalho”contra as intempéries do clima e da operação de trabalho”contra as intempéries do clima e da operação de trabalho”contra as intempéries do clima e da operação de trabalho”

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Hol

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Page 30: Maquinas 74

30 • Maio 08

88dB (A) a perda de audição pode chegar a 10%.Nessas condições, quanto aos níveis de ruídoencontrados na operação de trabalho (1.900rpm), e sob o ponto de vista de conforto dooperador, com base na NR-15, os resultadosindicam uma situação de extremo conforto parao operador do trator, o que gera maior concen-tração no serviço e maior produtividade do tra-balho. Portanto, os resultados aqui obtidos de-monstram que ocorreu uma evolução na cons-trução das cabines, de modo a atender os pa-drões mínimos de conforto ao operador, segun-do avaliado nesse experimento.

No Gráfico 1 observa-se a ocorrência derelação linear entre o aumento da rotação e oincremento no nível de pressão sonora, comforte correlação (0,98), ou seja, mesmo a pre-sença da cabine no trator não impede que oaumento na rotação afete o conforto auditivodo operador. No entanto, esse aumento nãoultrapassa o limite da NR – 15. Pode-se obser-var, ainda, que, os dados do nível de pressãosonora para o uso do fluxo de ar na posiçãomáxima, média e sem fluxo, são pouco distan-tes na mesma rotação do motor.

EXPERIMENTO IIForam comparados dois tratores de 55,9 e

RPM700800900

1.0001.1001.2001.3001.4001.5001.6001.7001.8001.9002.0002.1002.200Média

TE (horas)

Sem ar70707072747475767778788084848586

77 a8

Ar MX71727374747576777878808484868688

78 a8

Ar MD68707274747576777777808282828488

77 a8

Média70 I71 IJ

72 HIJ73 GHI

74 EFGH75 EFG76 EFG

77 DEFG77 DEF78 DE79 CD82 BC83 B

84 AB85 AB87 A

TE (horas)8888888888888886

Tabela 1 - Nível de pressão sonora (dB (A)) em funçãoda rotação do motor e do uso do ar- condicionado pararefrigeração da cabine (Ar MX – ar na posição máxima;Ar MD – ar na posição intermediária) e tempo demáxima exposição diária permissível (TE) nascondições em que foi conduzido o experimento

Médias seguidas de letras minúsculas na linha e maiúsculas na coluna não diferementre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RPM700800900

1.0001.1001.2001.3001.4001.5001.6001.7001.8001.9002.0002.1002.200Média

TE (horas)

Trator de 55,9kW

78,0 aF83,0 aF85,0 aEF

86,0 aDEF88,0 aCDE89,0 aCDE90,0 aCD90,0 aCD92,0 aBC92,0 aBC92,0 aBC

92,5 aABC96,0 aAB96,0 aAB96,0 aAB97,0 aA90,1 a

4

Trator de 67,1kW

77,0 aF77,5 bF79,5 bEF80,5 bEF83,0 bDE84,0 bDE85,5 bCD86,0 bCD89,0 bBC91,0 aAB89,0 bBC92,0 aAB93,0 bAB94,0 aA95,0 aA94,0 bA86,9 b

6

Média77,5 I

80,2 HI82,2 GH83,2 FGH85,5 EFG86,5 EF87,7 DE88,0 DE90,5 CD91,5 BC90,5 CD92,2 ABC94,5 AB95,0 A95,5 A95,5 A

TE (horas)888877654

3:3043

2:15222

Tabela 2 - Nível de pressão sonora (dB (A)) paratratores sem cabine em função da rotação do motor etempo de máxima exposição diária permissível nascondições em que foi conduzido o experimento II

Médias seguidas de letras minúsculas na linha e maiúsculas na coluna não diferementre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

67,1kW (75 e 90cv) nas rotações de 700 a2.200rpm em condições estáticas, ambos nãoapresentavam cabine de proteção.

Utilizou-se para aferir o nível de pressãosonora o medidor citado anteriormente, seguin-do-se os mesmos procedimentos e normas.

Observa-se no Gráfico 2 que, em baixasrotações, o trator de 67,1kW apresentou me-nores valores de nível de pressão sonora, en-quanto que nas altas rotações observa-se maiorsimilaridade entre os tratores testados.

Na Tabela 2 são apresentados os resultadosda interação tratores e rotação do motor. Pode-se observar para os tratores que, na média nãohá diferença no nível de pressão sonora, mas otempo de exposição é maior para o trator de67,1kW.

Ao se analisar as rotações, observa-se que otrator de 55,9kW apresentou maiores valoresde pressão sonora nas baixas rotações, enquan-to que nas maiores quase não se observa dife-rença significativa entre os tratores. O maiornível de pressão sonora, no trator de menor

potência, pode ser explicado pelas vibrações edesgaste de peças. Observa-se que o tempo deexposição diminuiu com o aumento da rotaçãoe que, a partir de 90dB (A) ocorre diminuiçãodrástica para quatro horas. Observa-se, de modogeral, para os tratores que, não é possível traba-lhar sem proteção auricular, pois extrapola oslimites de 85dB (A) propostos pela NR – 15.

Pelo apresentado, o uso de cabines seria es-sencial para diminuir o nível de pressão sono-ra, além de que cabines providas de ar-condici-onado e poltronas confortáveis favorecem o tra-balho dos operadores de máquinas, pois a tem-peratura elevada, o ruído e as vibrações geramdesconforto significativo. Essa observação foiconstatada no Experimento I, mesmo para tra-tores de maior potência (104,4 kW).

O uso do fluxo de ar máximo para refrige-ração da cabine não interfere no nível de pres-são sonora ao operador. O aumento da rotaçãodo motor do trator acarreta aumento do nívelde pressão sonora, mas somente em rotaçõesextremas (2.200 rpm) o operador estaria sub-metido a uma condição de estresse, tendo quetrabalhar apenas seis horas por dia sem o usodo protetor auricular. Em baixas rotações ostratores de menor potência apresentam maiorpressão sonora. De modo geral, os tratores comcabine permitem melhores condições de traba-lho e maiores níveis de exposição sem proteçãoauricular.

Jorge Wilson Cortez,UnivasfRouverson Pereira Da Silva eCarlos Eduardo Angeli Furlani,Unesp

Em tratores com cabine, o nível de ruídomanteve-se o mesmo, independente de estar com

sistema de refrigeração ligado ou desligado

Em tratores sem cabine, aindicação é de que as jornadas

de trabalho sejam menores

. M

Valtra

John

Dee

re

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controle de frota

32 • Maio 08

Em 2001, com mil sacos de ar-roz era possível comprar 30 millitros de óleo diesel. Esta última sa-

fra foi plantada com mil sacos de arroz gerandoreceita para comprar 12 mil litros. Uma dispa-ridade brutal.

Se fizermos a mesma relação histórica en-tre o preço dos produtos agrícolas e de máqui-nas e veículos, a desproporção é semelhante.Este fato faz com que continuamente o custodas operações mecanizadas e de transporte nasempresas tenha um impacto mais significativonos custos de produção.

As projeções para os preços do petróleo in-dicam que a pressão nos custos só tende a pio-rar. O custo com combustível, que representa-

va 10% do custo-hora de uma máquina, hojerepresenta de 35 a 50%. Os gastos com manu-tenção também têm aumentado continuamen-te.

Que outra alternativa resta às empresas doagronegócio senão buscar controlar estes cus-tos e aumentar a eficiência e a produtividadede suas máquinas? Não há outra forma de fazê-lo senão com informação. Desde o pós-guerra,vem se reconhecendo que a produtividade e acompetitividade dependem cada vez mais dacapacidade de lidar eficazmente com a infor-mação para transformá-la em conhecimento.

Não é possível ter informações sobre os pro-cessos, se eles não forem monitorados de algu-ma forma e se não existir um sistema de coleta

de dados. Isto é particularmente difícil em si-tuações em que a escolaridade da mão-de-obraé baixa e muitas empresas têm relutado em im-plantar sistemas de gestão mais modernos de-vido a barreiras como esta. Com margens cadavez mais apertadas, entretanto, o benefício dese ter ferramentas de gestão que permitam iden-tificar com facilidade pontos onde o dinheiroestá escorrendo “pelo ralo” supera em muito oscustos e as dificuldades de fazer com que estamão-de-obra pouco qualificada se habitue emfornecer dados de campo. Logicamente que asferramentas de controle devem facilitar o pro-cesso com a simplicidade na coleta de dados.

Acontece que, da forma como os custosoperacionais estão sendo pressionados (e con-tinuarão sendo), especialmente pelo preço doaço e do petróleo, possuir sistemas de controleque possibilitem aumentar a eficiência dos pro-cessos deixou de ser preocupação de alguns ges-tores mais exigentes e passou a ser uma condi-ção essencial para a sobrevivência de todas em-presas na atividade.

Para obter informações de qualidade, deve-se adotar ferramentas de controle operacionalque possibilitem melhorar a administração dafrota de máquinas e veículos, agrícolas e flores-tais.

Esta ferramenta deve incluir, no mínimo,controle de horas trabalhadas, consumo decombustíveis e lubrificantes, gastos com ma-nutenção corretiva e um eficiente controle demanutenção periódica.

Cada centavoCom o aumento do preço do diesel e dos custos de manu-tenção, torna-se ainda mais necessário ter sob controle os

custos operacionais de máquinas e veículos, como forma degerenciar de maneira mais eficiente a frota agrícola

Tratores do mesmo modelo podem apresentardesempenho, consumo e manutenção diferenciados,

mesmo se utilizados na mesma operação

Valtr

a

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Maio 08 • 33

Adicionalmente, conforme se deseja otimi-zar o sistema, pode-se partir para o controledas perdas de tempo produtivo, da produtivi-dade dos operadores, da vida útil de peças e damanutenção preventiva.

GASTOS COM MANUTENÇÃOManutenção de máquinas e veículos tem

sido uma rubrica pesada no orçamento dasempresas do agronegócio. Muitas fazem o con-trole dos gastos com manutenção somando ototal despendido por todas as máquinas, semsaber onde está sendo gasto. Este é um primei-ro passo, mas que logo se torna insuficiente.Serve para a contabilidade, mas é insuficientepara a gestão dos custos operacionais.

O passo seguinte é separar os gastos demanutenção de cada máquina ou veículo. Des-ta forma, alguns fatos começam a saltar aosolhos e questionamentos a surgir: por que amáquina X gastou o dobro em manutenção noano que a máquina Y, se elas têm idade seme-lhante? O trator Z gastou em manutenção oequivalente a 30% do preço de um trator novo,vale a pena mantê-lo na frota?

Estas questões, entretanto, são difíceis deserem respondidas sem que se tenha outro dadosimples de ser obtido, e de extrema importân-cia: o número de horas trabalhadas no períodoanalisado. Este dado é importante porque a

análise do gasto individual de manutenção, porsi só, pode levar a decisões equivocadas. Veja-mos o exemplo.

Vamos analisar os gastos em manutençãodos tratores A e B para uma possível decisão desubstituição, em que um deles deverá ser esco-lhido para sair da frota:

Baseado nesta informação, não há muitoque se possa inferir.

Agora vamos detalhar um pouco mais:

Observando-se somente o gasto anual emmanutenção, poder-se-ia facilmente concluirque o trator B tem um custo muito maior do

que o trator A e seria a escolha óbvia para atroca. Esta escolha, entretanto, pode ser equi-vocada.

Vejamos o que acontece ao se acrescentar ainformação de horas trabalhadas:

No momento em que se analisa o númerode horas trabalhadas, em conjunto com os gas-tos de manutenção, e se calcula o custo-horada manutenção, observa-se que, apesar de tergasto 66,7% a mais no total, o trator B custa,para a empresa, o mesmo que o trator A, emmanutenção. Isto ocorre devido ao fato de queo trator B gastou mais, mas também trabalhoumais. O simples controle de horas trabalhadas,então, é a fonte da informação para uma análi-se mais precisa.

Mas uma decisão precisa ser tomada. Qualserá a escolha? Outro questionamento pode serfeito então: por que o trator A trabalhou so-mente 900 horas enquanto o trator B traba-lhou 1.500 horas? Uma resposta freqüentemen-

O controle da frota garante oconhecimento dos gastos com

manutenção de forma detalhada

“““““As projeções para os preços do petróleo indicamAs projeções para os preços do petróleo indicamAs projeções para os preços do petróleo indicamAs projeções para os preços do petróleo indicamAs projeções para os preços do petróleo indicamque a pressão nos custos só tende a piorarque a pressão nos custos só tende a piorarque a pressão nos custos só tende a piorarque a pressão nos custos só tende a piorarque a pressão nos custos só tende a piorar”””””

Gasto anual em manutenção (R$)16.000,00

MáquinaTrator A + B

Gasto anual em manutenção (R$)6.000,0010.000,0016.000,00

MáquinaTrator ATrator BTOTAL

Gasto anual em manutenção (R$)6.000,00

10.000,0016.000,00

MáquinaTrator ATrator BTOTAL

Diferença no custo-hora (%)-

0%

Diferença no gasto anual (%)-

+66,7%

Custo-hora (R$)6,676,67

Horas trabalhadas no ano900

1.500

Charles Echer

John

Dee

re

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34 • Maio 08

te observada é a de que o trator A apresentouum maior número de problemas mecânicos du-rante o trabalho, ao contrário do trator B, quecumpriu todas as operações apresentando pou-cos problemas. Os gastos em manutenção dotrator A ocorreram durante o tempo em queeste deveria estar produzindo, enquanto os dotrator B aconteceram durante um período emque não havia operações a fazer. Esta respostavem de um controle de perdas de tempo pro-dutivo e de manutenção corretiva.

Neste momento, também ficamos cientesde que o trator A provocou atraso nas opera-ções e pode ter gerado custos indiretos, comoperda de produtividade da cultura, ou perdadireta de faturamento no caso de prestadoresde serviço.

Alguém poderia alegar que controles for-mais não seriam necessários, porque a equipedo operacional conhece as máquinas e saberiaque uma teve maior perda de tempo produtivodo que a outra. Neste caso, cabem três coloca-ções:

1) Isto é fácil de “guardar na memória”quando a frota é pequena. Basta aumentar umpouco o número de máquinas para que a me-

mória não armazene tudo o que deveria;2) Quando não se tem um sistema formal

e organizado de controle, estas informações nãochegam aos gestores da forma como deveriam.Muitas vezes nem chegam;

3) É comum que números concretos e cor-retos contrariem a percepção das pessoas decampo e tragam surpresas.

Outros dois fatos devem ser levados emconsideração como motivadores para adoção desistemas de controle operacional: o investimentoem máquinas agrícolas, florestais e veículos exigeum significativo volume de capital imobiliza-do, e é uma decisão que deve ser muito bemavaliada, pois gerará custos na empresa por umlongo período.

A IMPORTÂNCIA DO HISTÓRICOOutra grande vantagem de se ter um siste-

ma organizado de controle sobre as máquinas éa possibilidade de se montar um histórico detudo o que diz respeito às operações e que podeauxiliar na tomada de decisão, como:

• marcas e modelos que apresentam maiorcusto de manutenção;

• marcas e modelos com maior ou menor

consumo de combustível;• vida útil de peças e componentes, para

controlar o cuidado com a operação, a qualida-de do serviço mecânico e das peças;

• número de dias disponíveis para o traba-lho em épocas específicas do ano; dentre mui-tos outros.

É riquíssima a quantidade de informaçõesque se tem após alguns anos alimentando umbanco de dados sistematizado. Quanto maisinformações para a tomada de decisão, mais fá-cil e acertada ela será e mais otimizada será aestrutura da empresa.

COMO COLOCAR EM PRÁTICA?Existem empresas especializadas que pres-

tam este tipo de serviço a empresários agrícolase florestais. Um exemplo é a Vectis, empresavoltada para a gestão da produtividade no agro-negócio, e a i3 Tecnologia, empresa de tecnolo-gia de informação, que, em sociedade, desen-volveu o sistema Optimus, que permite, de for-ma prática, obter o controle de máquinas, veí-culos e de suas operações, com o objetivo deotimizar custos e produtividade.

O produtor pode optar por três módulosdiferentes. O módulo Tratores, que abrange to-das as operações mecanizadas com uso de tra-tores, para a área agrícola e florestal; o móduloHarvester e Forwarder, destinado para o con-trole de operações de colheita e transporte flo-restal, e o módulo Veículos, destinado ao con-trole de frotas em geral, tanto de veículos pesa-dos, como médios e leves.

A utilização do sistema possibilita que asempresas tenham na mão todas as informaçõesnecessárias para identificar objetivamente ospontos que devem ser atacados para reduzir seuscustos e aumentar a produtividade de sua frota.

Além disto, fornece informações sólidaspara embasar as decisões de investimento demodo que estas sejam as mais acertadas ebenéficas para a empresa no curto, médio elongo prazos.

Diogo mostra quais são as vantagens de realizar o controle

detalhado da frota

NúmeroP-101P-102P-103P-104P-202P-203P-204

Modelo320 C320 C320 C320 C

1270 B1270 B1270 B

MarcaCaterpillarCaterpillarCaterpillarCaterpillarTimberjackTimberjackTimberjack

Horas trabalhadas3.111,41.887,7338,3245,8

1.114,01.158,01.978,0

Quantidade (I)31.080,917.422,03.699,63.360,913.785,111.820,012.525,8

Consumo (I/h)10,09,210,913,712,410,26,3

Diferença (%)*57,845,872,8

116,095,461,30,0

Diferença em rel. a média (%)57,845,872,8116,095,461,30,0

Relatório de consumo de combustíveisComparativo: Harvester

Média do Consumo (l/h): 10,4Total Consumo(l/h): 72,7

Abastecimento do Período (l): 93.694,3

* Em comparação ao de menor consumo.Empresa: Otimiza Agronegócios

Período: 11/1/2007 a 11/5/2008

Diogo Ferreira,Vectis

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ulga

ção

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36 • Maio 08

John Deere

Tratores brasileiros com tecnologiaidêntica a dos tratores produzidosna Alemanha e Estados Unidos.

Essa é uma das novidades da mais recente emoderna fábrica da John Deere no Brasil, inau-gurada em meados de maio, no municípiogaúcho de Montenegro. Desde o lançamentoda pedra fundamental, no final de 2004, até oinício da produção, foram quase três anos.Neste período, 96 hectares de área foram trans-formados na atual fábrica, com capacidadepara produção de 15 mil tratores de oito dife-rentes modelos por ano, sendo que, atualmen-te, a fábrica opera com 60% da sua capacida-de. Atualmente 750 funcionários e mais de1.500 prestadores de serviços indiretos fazemparte do complexo. Do efetivo, 540 funcioná-rios contratados na região de Montenegro e170 transferidos de outras unidades da JohnDeere, especialmente de Horizontina. Todospassaram por treinamento com focos em tec-nologia, segurança de trabalho e ergonomia, ea maior parte desse trabalho foi feita em par-ceria com o Senai de Montenegro.

Com a nova unidade, a John Deere pas-sou a ter três fábricas no Brasil, sendo que em

Montenegro serão produzidos apenas trato-res. A unidade de Horizontina, também noRio Grande do Sul, foi remodelada para pro-duzir apenas colhedoras de grãos e semeado-ras. A unidade de Catalão, em Goiás, conti-nuará produzindo exclusivamente as colhe-doras de cana-de-açúcar.

A escolha do Brasil, entre os países de vá-rios continentes, como sede da nova fábricade tratores pela direção mundial da John De-ere “comprovou a confiança da companhia no

crescimento do país e em sua vocação de ocu-par um papel de destaque cada vez maior en-tre os fornecedores mundiais de alimentos,fibras e bioenergia”, afirma Aaron Wetzel, vice-presidente de Marketing, Vendas e Planeja-mento da John Deere para a América do Sul.A decisão da construção da nova fábrica foianunciada no final de 2004 e não foi alteradanos dois anos seguintes, apesar da forte criseque afetou a agricultura e o mercado de equi-pamentos agrícolas do país.

A nova fábrica ocupa uma área de 96 hectares,dos quais 70 hectares fazem parte da planta

Mais potenteMais potenteCom capacidade de produção de 15 mil tratores por ano, a nova fábrica da JohnDeere no Brasil é uma das mais modernas da empresa no mundo e produziráoito diferentes modelos de tratores para o mercado interno e exportação

Fotos Charles Echer

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Com capacidade de produção de 15 mil tratores por ano, a nova fábrica da JohnDeere no Brasil é uma das mais modernas da empresa no mundo e produziráoito diferentes modelos de tratores para o mercado interno e exportação

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“““““Com a nova unidade, a John Deere passou a ter três fábricas no Brasil,Com a nova unidade, a John Deere passou a ter três fábricas no Brasil,Com a nova unidade, a John Deere passou a ter três fábricas no Brasil,Com a nova unidade, a John Deere passou a ter três fábricas no Brasil,Com a nova unidade, a John Deere passou a ter três fábricas no Brasil,sendo que em Montenegro serão produzidos apenas tratoressendo que em Montenegro serão produzidos apenas tratoressendo que em Montenegro serão produzidos apenas tratoressendo que em Montenegro serão produzidos apenas tratoressendo que em Montenegro serão produzidos apenas tratores”””””

TECNOLOGIAA unidade de Montenegro adota os últi-

mos avanços da tecnologia industrial, desta-cando como pontos principais a flexibilidadeda linha de montagem, que permite altera-ções para atender com maior rapidez aos pe-didos dos clientes, e a redução dos estoquesde matéria-prima e de produtos prontos. Foipossível perceber durante a visita às novas ins-talações, um ambiente bastante enxuto, comlinhas de montagens amplas e “limpas”, semaquele grande número de peças que geralmen-te ficam armazenadas nas laterais, dando aovisitante leigo a impressão de que os tratoressurgem do nada. Esse processo de montagemsegue conjunto de boas práticas aplicadas emunidades da companhia, o chamado DPS –Deere Production System. A preocupação coma qualidade é demonstrada em pontos de afe-rição em todas as linhas e bancos de testesautomatizados para verificações mais comple-tas. Equipamentos de última geração, comoos centros de usinagem, contribuem para as-segurar alta qualidade na produção.

O sistema de pintura utiliza tintas isentasde metais pesados e com baixa emissão de com-postos orgânicos voláteis. Além disso, as cabi-nes de aplicação contam com tecnologia decortina d’água para controle das emissões naatmosfera. Para garantir a qualidade da pin-tura, os tratores passam por um pré-tratamen-to e por limpeza por fostatização. Depois daaplicação da pintura poliuretânica por asper-são, é feita a cura em um forno para obter su-perfícies de alto brilho e assegurar a durabili-dade da pintura.

“A tecnologia disponível na fábrica deMontenegro faz com que os modelos fabri-cados no Brasil sejam idênticos aos produzi-dos nas três principais fábricas de tratores daJohn Deere no mundo, as de Waterloo e Au-gusta, nos Estados Unidos, e a de Mannheim,na Alemanha”, afirma Antonio Garcia, dire-tor de Manufatura da John Deere para a

América do Sul. A linha de tratores fabrica-dos em Montenegro tem oito modelos dife-rentes, com motores de potências que vari-am de 75cv (modelo 5603) até 202cv (mo-delo 7815), além de versões diferentes des-ses tratores. Os tratores produzidos na uni-dade são destinados ao mercado brasileiro eà exportação, principalmente para os paísesda América do Sul. Atualmente, cerca de 48%da produção fica no Brasil e o restante aten-de o mercado externo.

Além do aumento da capacidade de pro-dução, a nova unidade permitiu a ampliaçãoda linha de tratores da John Deere no Brasilcom a produção dos modelos 7715, com mo-tor de 182cv, e 7815, com 202cv. Modelos demaior potência produzidos em Montenegro,

Detalhe da linha de montagem, onde são montadosoito modelos, com diferentes configurações

os tratores 7715 e 7815, vão ser entregues jápreparados para a instalação dos produtos dosistema AMS, como o Piloto Automático JohnDeere. Com o sistema eletrônico para o AMSjá preparado, a instalação desses dispositivosque utilizam o geoposicionamento por satéli-te torna-se muito mais fácil e rápida para osclientes.

AMBIENTE PROTEGIDOA fábrica de Montenegro ocupa uma área

de 700 mil metros quadrados em um terrenode 961 mil metros quadrados situado juntoao Pólo Petroquímico de Triunfo. Desde o iní-cio de sua construção foram seguidos rigoro-sos critérios de proteção ambiental. Cerca de25% do terreno foi reservado formando trêsáreas de preservação permanente, com realo-cação de árvores protegidas.

Duas estações fazem o tratamento de to-dos os efluentes líquidos gerados pela unida-de. Os efluentes gerados pelo pré-tratamentode pintura, na limpeza de pisos e pelas lava-doras de peças usinadas, são tratados por ul-trafiltração, sistema usado para esse fim porapenas mais uma indústria no Brasil. Umaestação de tratamento biológico trata os eflu-entes de sanitários, refeitórios e lavagem dostratores. Depois de passar por análise para ve-rificar se estão de acordo com os parâmetrosde controle do órgão ambiental, os efluentessão usados em fertirrigação na vegetação or-namental em torno da fábrica. Esse sistema,que também é único no país, é monitoradopor uma equipe de engenheiros químicos eagrônomos.

Direção e autoridades participaram do ato de descerramento da placa deinauguração, três anos após o lançamento da pedra fundamental da nova fábrica

. M

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38 • Maio 08

Agrishow 2008

Bons ventosAquecidas pelo bom momento da agricultura, as

vendas de máquinas agrícolas no Brasil voltaram aaumentar, trazendo novo ânimo ao setor

Encerrando o ciclo das principais fei-ras agrícolas do país, a Agrishow deRibeirão Preto seguiu a regra e su-

perou a edição 2007, com R$ 800 milhões emnegócios, R$ 90 milhões a mais que o faturadono ano passado. A boa safra de grãos e os pre-ços acima da média das safras anteriores foramos responsáveis pelo impulso na comercializa-ção deste ano. Com o mercado comprador, osfabricantes de máquinas e implementos agrí-colas colocaram diversos lançamentos no mer-cado, o que diversificou ainda mais a gama deprodutos para as principais culturas brasileiras.

CASE IHA Case IH destacou três lançamentos: os

tratores Maxxum, as colhedoras de algodãoModule Express 625 e as colheitadeiras de grãosAxial-Flow 2388 Special. Os tratores da linhaMaxxum, projetados para atender à demandaprincipalmente dos setores de cana, algodão egrãos, são dotados de transmissão mecânica esemipowershift (automatizada). Para os coto-nicultores, a novidade ficou por conta das co-lhedoras de algodão Module Express 625, quecolhem e também enfardam o produto na pró-pria máquina. Já a colheitadeira de grãos Axial-Flow 2388 Special pode ser equipada com pe-neiras autonivelantes, indicada para áreas irre-

gulares, com declive de até 14%.

SANTALA Santal apresentou a primeira colhedora

projetada especificamente para mudas de cana-de-açúcar. A máquina conta com esteiras deborracha ao invés de rolos e possui proteçõescom o mesmo material em todos os pontos deimpacto das mudas no equipamento. Oferececorte preciso gerando toletes de tamanhos uni-formes, de acordo com a necessidade. A colhe-dora possui tração nas quatro rodas traseiras epneus de alta flutuação.

SERVSPRAYA Servspray apresentou sua primeira plan-

tadora de cana automotriz. A máquina produ-zida em parceria com a Sermag possui chassimonobloco, duas esteiras que garantem distri-buição homogênea, menor consumo de mu-das e também menor dano às gemas. O con-trolador de vazão é capaz de monitorar os trêsprodutos (inseticida, fertilizante e muda decana) simultaneamente com todos os dadosgeo-referenciados, que são armazenados emcartão de memória, permitindo a elaboração demapas e gráficos de toda a aplicação, com apossibilidade de uso da Taxa de Vazão Variável(TVV). Ela possui tração nas seis rodas e sus-

pensão pneumática, sistema elétrico-eletrôni-co digital composto por sensores de corte e alar-mes sonoros visuais para minimizar erros ope-racionais.

KUHNAlém das linhas de plantio e pulverização,

a Kuhn deu destaque especial para equipamen-tos de preparo de rações para pecuária, comoos misturadores Euromix e Reel Auggie. OEuromix é composto de oito modelos diferen-tes de 8m3 a 27m3, com novos sem-fim demistura, portas de distribuição à direita e oupela traseira à esquerda, sistema eletrônico depesagem simples, sistema eletrônico de pesa-gem programável, tapete de distribuição de620mm a 2.200mm para uma adaptação nasmanjedouras e tabelas de alimentação.

Já o Reel Auggie é composto por amplaspás que se elevam e misturam os componentesdas forragens, permitindo uma mistura lateral.O equipamento foi projetado para obter mis-tura rápida e completa, com menos pressão edeteriorização dos alimentos, tem transmissãodo rolo de corrente fiável e robusta a banho deóleo e conta com distribuição pela esquerda.

JACTOA Jacto lançou a primeira colhedora de la-

ranjas automotriz. Inspirada nas colhedoras decafé, a K5000 movimenta a copa da planta emsentido vertical para a retirada dos frutos. Amáquina pode trabalhar em terrenos com até15% de declividade e em espaçamentos redu-zidos. Possui sistema copiador, composto pordois sensores de plantas e dois computadoresque fazem leitura do perfil das plantas, proces-sando informações como trajetória do derriça-dor, melhor forma de colheita, e localização dosfrutos, tudo visível em display de LCD na cabi-ne do operador. Pode colher até 900 metros por

Colhedora Module Express 625, da Case IH, colhe eenfarda o algodão na própria máquina

Colhedora de mudas de cana-de-açúcar da Santal,com poucos pontos de impacto

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Maio 08 • 39

“““““AAAAA Agrishow de Agrishow de Agrishow de Agrishow de Agrishow de Ribeirão Preto seguiu a regra e superou a edição 2007, com R$Ribeirão Preto seguiu a regra e superou a edição 2007, com R$Ribeirão Preto seguiu a regra e superou a edição 2007, com R$Ribeirão Preto seguiu a regra e superou a edição 2007, com R$Ribeirão Preto seguiu a regra e superou a edição 2007, com R$800 milhões em negócios, R$ 90 milhões a mais que o faturado no ano passado800 milhões em negócios, R$ 90 milhões a mais que o faturado no ano passado800 milhões em negócios, R$ 90 milhões a mais que o faturado no ano passado800 milhões em negócios, R$ 90 milhões a mais que o faturado no ano passado800 milhões em negócios, R$ 90 milhões a mais que o faturado no ano passado”””””

hora e tem consumo médio de dez litros de óleopor hora.

AGRALEA Agrale destacou sua linha 5000 de trato-

res médios, com potência entre 75cv e 85cv,com inovações. Entre as novidades está a trans-missão Side Shift, com alavanca de câmbio lo-calizada na lateral. O novo câmbio possui dezvelocidades à frente e duas à ré, com 4ª e 5ªmarchas sincronizadas. Como opcional, a trans-missão dispõe de recursos de super-redução einversão. A versão com inversor de marcha pos-sui 12 velocidades à frente e 12 à ré, para usoem áreas estreitas, com difícil manobra e nasplantações de arroz. A versão com super-redu-tor possibilita 20 marchas à frente e quatro àré, indicada para operações que necessitem dedeslocamento extremamente lento, podendoatingir os mínimos 180m/h.

A Agrale destacou, também, o trator degrande porte BX 6180m com motores MWMde 168cv de potência.

VALTRAA Valtra destacou as suas colhedoras, que

passaram a compor o portfólio da empresa des-de o ano passado. A BC 7500 possui sistema de

trilha axial e é destinada a grandes áreas. Vemcom motor Sisu Diesel Citius 84 CTA Tier III,de seis cilindros Turbo Aftercooler, e injeçãoeletrônica Common Rail de última geração, quegera 355 cavalos de potência. O tanque grane-leiro tem 10.570 litros, o equivalente a 130 sa-cas de soja. Outro lançamento foi a BC 4500,colheitadeira classe IV de sistema convencio-nal de trilha, com motor Sisu Diesel 620 DS deseis cilindros Turbo de 190 cavalos e sistema detransmissão hidrostático. O tanque graneleirotem capacidade para 5.200 litros, volume equi-valente a 66 sacas de soja.

A Valtra também destacou sua nova linhade semeadoras e um sistema de piloto automá-tico com tecnologia RTK – GPS.

JOHN DEEREDois tratores e uma colheitadeira foram os

lançamentos da John Deere. O trator 8230possui motor de 248cv e a transmissão AutoPowerShift conta com dispositivo que selecio-na automaticamente a faixa mais econômicapara a operação que está sendo executada, oque garante redução no consumo de combus-tível. Já a versão Classic dos modelos 6415, de106cv, e 6615, de 121cv, possibilita acesso faci-litado ao motor e especificação simplificada.

A outra novidade foi a colheitadeira 9570STS, versão menor com o mesmo sistema desuper-rotor já consagrado nos modelos 9650 e9750 STS. A empresa destacou também a novaforrageira 7350 autopropelida, com motor de479cv, e o pulverizador 4730 com 30 metros debarra, atingindo até 30km/h na aplicação.

MASSEY FERGUSONA Massey apresentou a linha completa de

tratores, colhedoras e as semeadoras com mar-ca própria. Um dos destaques foi a colheitadei-ra axial MF 9790 ATR, uma máquina da Clas-se VII, de grande porte, com alta capacidade decolheita, motor de 355cv e plataforma de 30pés. A principal diferença está no rotor ATR –Advanced Technology Rotor – que pode serconfigurado com barras, facas e dentes, permi-tindo a configuração adequada para cada con-dição da lavoura. O tanque graneleiro tem ca-pacidade para 10.570 litros, o que representaaproximadamente 130 sacas de soja.

Outro destaque da empresa foi o Auto-Guide, sistema de direcionamento automáti-co com precisão de dois centímetros. Disponí-vel nos modelos MF 8480, MF 680 HD e MF283, o equipamento é integrado ao trator e podeser atualizado a maiores níveis de precisão apartir do sistema submétrico básico, aprovei-

Tropicana da Servspray, a primeira máquinaautopropelida para o plantio de cana-de-açúcar

A Kuhn destacou seus equipamentos paramistura e distribuição de rações

A Agrale apresentou os tratores dalinha 5000 com diversas inovações

Fotos Charles Echer

A Massey Ferguson destacou o MF 8480, o maior emais avançado trator da empresa no Brasil

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tando o sistema já instalado na máquina. A fer-ramenta permite selecionar entre trabalhos emlinhas retas, curvas e pivô central.

YANMAR AGRITECHA Yanmar Agritech destacou o seu trator

de 70cv. O 1175 é compacto, tem 16 válvulascom super-redução, voltado especialmente paraa cultura do café, colheita de cana e outras apli-cações que necessitem de baixa velocidade. Onúmero de marchas subiu de nove para 12, coma possibilidade de passar para 24 velocidadesna opção com super-redutor. O novo trator tam-bém eleva a capacidade de levante de imple-mentos de até duas toneladas.

FPTA FPT Power Technologies, empresa do

Grupo Fiat, participou pela primeira vez dafeira e apresentou sua linha de motores paraaplicações agrícolas, dotados de altos níveisde automação, sistemas multiválvulas, tur-bocompressores de geometria fixa ou variá-vel, sistemas de injeção mecânica e de inje-ção Common Rail de alta pressão ou comUnit Injector gerenciados eletronicamente,que dão ao sistema de propulsão boa perfor-mance e baixo nível de consumo de combus-tível. Todos os motores FPT já saem de fá-brica predispostos ao B5.

MONTANAA Montana inovou e entrou no mercado

de colhedoras de algodão. Depois de dois anosde pesquisa, a empresa apresentou a CottonBlue 2805, autopropelida, com cinco linhas decolheita. Possui motor Cummins, de 280 cv, eseis cilindros com aspiração a ar turbo mais in-tercooler. A transmissão é hidromecânica 4x2,com velocidade de colheita de até 6km/h. Ascinco linhas de colheita têm espaçamento de76cm a 90cm, com acionamento hidrostático,sistema de colheita de tambores em linha, 12barras de colheita por rotor e 18 fusos por barrade colheita. O cesto tem capacidade para 33m3,de levantamento combinado e descarga con-trolados, compactador de três roscas sem- fimcom acionamento manual. O transportador édo tipo fluxo de ar induzido, com ventilador dedupla aspiração com rotação de 3.900rpm.

NEW HOLLANDA New Holland destacou sete novos trato-

res e sua primeira colhedora axial. Os tratoresfazem parte das linhas TM – TM7010,TM7020, TM7030 e TM7040 – e TS –TS6000, TS6020 e TS6040. Um dos princi-pais destaques ficou por conta da colhedora axialCR 9060, equipada com dois rotores, tanquegraneleiro de 10.600 litros de capacidade de car-ga e plataforma de 30 ou 35 pés. O motor pos-

sui injeção Common Rail, com potência de354cv, a uma velocidade nominal de 2.100rpm.O pico de potência máxima é de 394cv, o quepermite descarga em movimento. Esse aumen-to de potência de até 40cv permite a colheita emcondições críticas.

A linha TS ganhou três novos tratores, de91cv (TS6000), 110cv (TS6020) e 130cv no(TS6040). O produtor ainda tem opções detransmissão de 16X4, com o sistema Dual Po-wer e 24X6 (super-redutor). Os novos tratoresda linha TM possuem potências de 141cv(TM7010), 149cv (TM7020), 165cv (TM7030)e 180cv (TM7040). Os TM Exitus, nas versõesTM7010E (141cv) e TM7020E (149 cv), sãoequipados com transmissão mecânica do tipoShuttle Command 16X16, com quatro marchasem quatro gamas sincronizadas.

MIACA MIAC apresentou sua linha completa para

colheita de amendoim. Os arrancadores C 200e C 400 da Colombo arrancam de duas linhas aquatro linhas, respectivamente, invertem a po-sição da planta deixando-a com as raízes paracima, ao mesmo tempo em que o sistema devibração elimina a terra que está junto com asvagens e raízes. Os modelos C 200 e C 400 ne-cessitam de 90cv e 130cv de potência, respecti-vamente. Para o recolhimento do amendoim, aempresa apresentou a Twin Master, com largu-ra útil de 5,10 metros, possibilitando a colheitade duas leiras de amendoim, que equivalem aquatro linhas de plantio. A trilha é feita por dois

Os clientes da Valtra puderam conhecer as últimas novidades da empresa,que são as colhedoras de grãos e a linha de semeadoras

A John Deere apresentou a colhedora 9570 STS,com o mesmo sistema de rotor da 9650 STS

A Yanmar deu destaque para otrator 1175, de 70cv, com cabine

A Jacto destacou sua colhedora de laranjas,a primeira máquina do gênero

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“““““A boa safra de grãos e os preços acima da média das safras anterioresA boa safra de grãos e os preços acima da média das safras anterioresA boa safra de grãos e os preços acima da média das safras anterioresA boa safra de grãos e os preços acima da média das safras anterioresA boa safra de grãos e os preços acima da média das safras anterioresforam os responsáveis pelo impulso na comercialização deste anoforam os responsáveis pelo impulso na comercialização deste anoforam os responsáveis pelo impulso na comercialização deste anoforam os responsáveis pelo impulso na comercialização deste anoforam os responsáveis pelo impulso na comercialização deste ano”””””

cilindros de trilhas com sistema de fluxo axialde baixo impacto desenvolvido pela Miac, quegiram em sentido contrário, em conjunto comduas turbinas e dois elevadores de grãos, quetransportam o produto até o tanque graneleiro.Para completar o processo, a Miac apresentouo secador de amendoim em casca, com capaci-dade para 15 toneladas de produto.

MANTOVANIA Mantovani destacou o guincho hidráuli-

co Big Bag Max, com capacidade de levante deduas toneladas e elevação de até 5,65 metros.O guincho, indicado para movimentação decargas, possui roda louca, engate traseiro paraarrasto e pé de apoio vertical, torre com girolateral de 90º, com redutor de velocidade, lon-garinas dobráveis, cruzeta de quatro pontos eválvula de segurança. Também são itens de sé-rie o 3º ponto e os ganchos. A altura da torre éde 3,58m, largura de 2,48m e peso bruto de910kg.

STARAA Stara destacou o pulverizador Fênix 2000,

as semeadoras Prima e Victória, além dos equi-pamentos para agricultura de precisão base deRTK e piloto automático. A Victória é uma plan-tadeira de sementes graúdas, disponível nosmodelos de nove a 17 linhas, possui reservató-rios de adubo e sementes em polietileno e o

chassi é do tipo monobloco, que agrega maiorresistência e durabilidade. Já a Prima é umamáquina para semeadura de culturas de verãoe inverno, possui chassi tipo monobloco equi-pado com travessas móveis, plataforma feita dechapa expandida para facilitar a autolimpeza eproporcionar visão mais ampla das linhas deplantio, com opção de articulação.

SEMEATOA Semeato apresentou o primeiro culti-

vador para cana crua e queimada, o CS3,equipamento para incorporação de adubaçãoe produtos fitossanitários líquidos e sólidos,além da retirada da palhada da linha de cana.Possui três linhas duplas com espaçamentosreguláveis, que permitem realizar a aduba-ção em ambos os lados da soqueira da cana,simultaneamente. Os reservatórios de ferti-lizantes são de polietileno e têm capacidadepara aproximadamente 90kg, e o reservató-rio para defensivos líquidos, também em po-lietileno, tem capacidade para 280 litros. Osistema é composto por bomba elétrica e sis-tema antigotejamento.

A Semeato apresentou também a semea-dora múltipla SSM 33, com 33 linhas parasementes de inverno e 13 para culturas deverão, a maior múltipla do mercado brasileiro,com 7,3 metros de largura.

TUZZIA Tuzzi levou sua linha de soluções para

sistema de três pontos e tração. Presente emtodas as montadoras de tratores do Brasil, ossistemas expostos pela empresa no evento apre-sentaram modificações que facilitam a opera-ção e oferecem maior segurança. Os itens sãoproduzidos com matéria-prima de alta qualida-de e processo de tratamento térmico que au-mentam a vida útil dos seus componentes, pro-porcionando, ainda, alta resistência aos maisdiversos esforços a que estão sujeitos. A empre-sa apresentou outras inovações, como engaterápido, que agiliza a operação de acoplamentodos implementos no trator.

Pela primeira vez na Agrishow, a FPT expôs sualinha de motores para aplicações agrícolas

A Montana surpreendeu os visitantes apresentandoa primeira colhedora de algodão da empresa

A New Holland apresentou uma série de tratores novos, além dacolhedora axial com dois rotores e a nova CS 660

Fotos Charles Echer

A Semeato apresentou seu primeiro cultivadorpara cana crua e queimada, o CS3

A Miac apresentou a linha completa paracolheita, secagem e limpeza de amendoim

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K.O.A K.O. destacou dois produtos, o pulveri-

zador Speed Jet e o Caçulão 5x1. O Speed Jet évoltado para citricultura, possui pulverizaçãobilateral, 80 bicos dirigíveis com pontas e difu-sores em cerâmica de alta resistência, distri-buição da saia à ponteira da planta, turbina dealta ventilação, com 900mm, e fácil adaptaçãodo volute para pulverização unilateral. Possuias versões de dois mil e quatro mil litros.

Já o Caçulão 5x1 é um pulverizador de 500litros para microtratores, que pode ser facilmen-te adequado para realizar cinco funções dife-rentes, com a possibilidade de ser ajustado comturbina para aplicação em café, enrolador demangueira para catação, barra para aplicaçãoem culturas baixas, barra para aplicação de her-bicidas e volute em “V” para parreirais.

ZFA ZF apresentou novos modelos de eixos

da sua família As -3000, transmissões para co-lheitadeiras e transmissões sincronizadas paratratores, com destaque para o eixo AS-3065 para

aplicações canavieiras e a transmissão 3MD-40. O AS-3065 com bitola larga foi desenvolvi-do especificamente para a aplicação canavieira.Possui três metros e é destinado a tratores compotência de até 180cv. Por ter maior extensão,permite que o trator se adapte à distância entreuma trilha e outra nos canaviais, evitando queas rodas passem por cima dos brotos.

Outros destaques foram a transmissão3MD-40 e o redutor S-1250, ideais para co-lheitadeiras com peso total de até 24 toneladas.

SANTIAGO & CINTRAA Santiago & Cintra apresentou o novo sis-

tema de guia por barra de luzes para Agricultu-ra de Precisão, o AgGPS 250 da Trimble. Osistema pode ser utilizado para aplicação de fer-tilizantes a lanço, calcário e pulverização. OAgGPS 250 garante melhor eficiência nas ope-rações agrícolas. Além disso, é possível utilizá-lo com o sistema de piloto automático elétrico,melhorando ainda mais a qualidade da aplica-ção. O AgGPS 250 é o único sistema de barrade luzes do mercado que utiliza o tipo de guia

Semeadoras Victória e Prima foram apresentadas ao público pela Stara,além do sistema de piloto automático comercializado pela empresa

A Santiago & Cintra destacou o AgGPS 250para aplicações agrícolas

Guincho com capacidade de levante de duastoneladas foi o destaque da Mantovani

A K.O. destacou o Speed Jet com 80 bicosdirigíveis, com versões de dois e quatro mil litros

Transmissões para colhedoras e eixos paraaplicações canavieiras foram os destaques da ZF

A Tuzzi destacou seus sistemas de três pontose tração com inovações, para tratores

. M

Fotos Charles Echer

FreeForm que melhora a aplicação em terrenosinclinados. O sistema também grava mapas deaplicação que facilitam a visualização das áreasaplicadas, mantendo o registro da operação.Possui tela gráfica colorida de 4.3 polegadas quefacilita a visualização da área aplicada, evitan-do falhas e sobreposições, além de utilizar a ex-clusiva Tecnologia On Path que permite preci-são de 15-20 cm entre passadas.

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