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1 N.º 4 OUT-NOV-DEZ

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1

N.º 4

OUT-NO

V-DE

Z 20

13

2

3

4

ÍNDICE

CAPA

Abelha a sugar o pólen de uma flor.

VISÃO 7

MEDITAÇÃO 8

BIOLOGIA: A VERDADEIRA DEMOCRACIA 10

BIOLOGIA: VIDA NAS ALTURAS 14

BIOLOGIA: MATEMÁTICA NOS ANIMAIS 15

BIOLOGIA: MUSGO 16

BIOLOGIA: OS CROCODILOS 17

BIOLOGIA: VIDA NA ALCATEIA 18

BIOLOGIA: GATOS 19

BIOLOGIA: TARTARUGAS 20

BIOLOGIA: PRIMATAS 21

BIOLOGIA: PINTADAS 22

BIOLOGIA: ANÉIS DE VELHICE 23

BIOLOGIA: TEIAS DE ARANHA 24

HISTÓRIA: FENÍCIOS, GREGOS E CARTAGINESES 26

HISTÓRIA: ARMADURAS MEDIEVAIS 27

BIOLOGIA: GINKGO BILOBA 28

GEOGRAFIA: KUALA LUMPUR 14

5

HISTÓRIA: DOIS DESASTRES QUE MARCARAM O MUNDO 28

HISTÓRIA: O PARTÉNON 29

HISTÓRIA: O ANTIGO EGITO 30

HISTÓRIA: PIPOCAS PERUANAS 31

HISTÓRIA: PINTURA GREGA 32

HISTÓRIA: AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES 33

HISTÓRIA: CANHÕES 34

HISTÓRIA: MESQUITA AZUL 35

HISTÓRIA: MONUMENTOS DE ÉVORA 36

HISTÓRIA: TORRE DE HÉRCULES 37

GEOGRAFIA: GRANITO 38

GEOGRAFIA: CIUDAD RODRIGO 39

GEOGRAFIA: LEPIDOLITE VS. BIOTITE 40

GEOGRAFIA: ARCOS-ÍRIS DUPLOS 41

GEOGRAFIA: ARROZAIS DA BEIRA LITORAL 42

GEOGRAFIA: ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS 43

GEOGRAFIA: QUARTZO 44

ASTRONOMIA: ANÉIS DE SATURNO 46

ASTRONOMIA: VIA LÁCTEA 47

ASTRONOMIA: VIDA EXTRATERRESTRE 48

ASTRONOMIA: SISTEMAS BINÁRIOS 49

ASTRONOMIA: SAIR DE UM BURACO NEGRO 50

ARTE: CALÇAS DE GANGA 52

ARTE: LIVROS 53

VEÍCULOS: VOLVO C30 48

6

ARTE: MUSEU MACHADO DE CASTRO 54

ARTE: MATRYOSHKAS 56

CULTURA: POPULAÇÃO BEIRÃ 58

VEÍCULOS: TIPOS DE MOTORES 60

VEÍCULOS: CARROS CLÁSSICOS 61

CIÊNCIA: PASTA DE DENTES 62

CIÊNCIA: PAINÉIS SOLARES 63

CIÊNCIA: A FORÇA 64

CIÊNCIA: ADN 65

CIÊNCIA: CENTRAL TEJO 66

RELIGIÃO: OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO 68

RELIGIÃO: COSTUMES NATALÍCIOS EM ESPANHA 69

PRÓXIMA EDIÇÃO 70

7

VISÃO

MÃO INCLUÍDA Em Ciudad Rodrigo, um edifício já tem o puxador e a mão.

8

MEDITAÇÃO A TECEDEIRA DE CABELOS NEGROS

Há muito, muito tempo, na cidade de Quioto, vivia um samurai que estava casado com uma mulher bela, de bom coração, que era, além disso, uma excelente tecedeira.

Quis o destino que o samurai perdesse o lugar que ocupava: o seu senhor morreu e ele ficou a ser um guerreiro sem emprego, um ronin. Embora a mulher vendesse os tecidos, o dinheiro não chegava. Não viviam na pobreza, mas já não podiam manter o mesmo estatuto. Cheio de vergonha, o samurai desesperava-se.

Um belo dia embalou os seus haveres e pôs os sabres à cintura.

— Vou-me embora — disse ele à mulher. — Isto não é vida para um homem como eu! Não suporto esta desonra. Arranja outro marido, que eu vou procurar a sorte noutras paragens.

Lavada em lágrimas a mulher suplicou:

— Peço-te que não me abandones. Hei de tecer ainda mais e vender cada vez mais!

Mas o samurai tinha o coração fechado. A mulher chorava, com os longos cabelos negros a flutuar sobre os ombros, mas ele apertou as sandálias, montou o cavalo e partiu sem olhar para trás.

Foi até uma cidade longínqua, onde por fim entrou ao serviço de um novo senhor. Graças às suas qualidades, rapidamente se fez notado e em pouco tempo passou a ser um dos mais próximos servidores do amo. Ora, este tinha uma filha, mimada e egoísta. "Se casar com ela, pensou o samurai, está feita a minha fortuna". Assim, levado pelo interesse, fez-lhe a corte e soube cair-lhe em graça. O casamento foi motivo de grandes festas. Depois tudo voltou ao normal, como dantes.

A nova mulher passava o tempo diante do espelho, a depilar as sobrancelhas e a provar inúmeros vestidos de alto preço, enquanto o samurai servia o senhor e se cobria de glória nos campos de batalha, graças ao sabre, à lança e ao arco. Também acompanhava a esposa quando esta se fazia levar de liteira de loja em loja para comprar tecidos, vestidos, enfeites e jóias. De pé, na rua, ao lado dos carregadores, irritava-se com a vaidade e a futilidade das suas ocupações. E não encontrava alegria naquela vida de rico com que tanto sonhara.

Vinha-lhe cada vez mais à lembrança a sua primeira mulher. De noite, via o seu lindo rosto, os olhos meigos a brilhar de afecto por ele, os seus longos cabelos pretos caídos sobre os ombros. Ouvia o bater do tear onde ela tecia os maravilhosos tecidos. Estendia para ela os braços e acordava destroçado, sentindo um enorme tédio por tudo aquilo que o rodeava.

9

Ao fim de algum tempo, os sonhos passaram a assaltá-lo durante o dia. Enquanto esperava que a esposa terminasse as suas eternas compras, o rosto da primeira esposa aparecia diante dele, com o seu sorriso, os traços finos, as mãos delicadas, a cabeleira preta. Aquelas imagens voltavam e perturbavam-no cada vez com mais frequência, ressuscitando-lhe o amor e o desejo. Durante a noite, lágrimas amargas cobriam-lhe os olhos. Agora sabia que, obcecado pelo sucesso, tinha cometido uma loucura. Rejeitara quem o amava e que ele amava também, sacrificara-a à busca de riqueza e de poder. Totalmente consciente desse facto, decidiu abandonar aquela existência artificial, voltar para a verdadeira mulher e pedir-lhe perdão.

Uma noite, montou o cavalo e tomou o caminho de Quioto.

Após vários dias de viagem, chegou à cidade um pouco antes da meia-noite. Meteu por ruas escuras, desertas como túmulos e, com o coração a palpitar, dirigiu-se para a sua antiga morada. Entrou no pátio. As ervas estavam altas. À luz do luar, verificou que o papel de parede estava rasgado nalguns sítios. "Sim, disse a si mesmo, a vida não foi fácil para ela, mas agora que regressei, vou remediar tudo. Sim, tudo irá correr bem".

Prendeu o cavalo, subiu os degraus, descalçou as sandálias, empurrou a porta e entrou. Percorreu as divisões da casa, e depois ouviu o bater regular do tear. O coração do samurai deu um pulo. Abriu uma última porta. A sua mulher estava sentada diante do grande tear, vestida com um vestido remendado, os belos cabelos negros caídos em cascata sobre os ombros e as costas. Voltou-se e viu-o. Um sorriso luminoso iluminou o seu belo rosto pálido. Correu para o marido que a tomou logo nos seus braços.

— Perdoa-me, — disse ele a chorar — perdoa-me, fui um tolo. Mas vou recuperar o tempo perdido, juro-te!

— Chiiiuuu! — murmurou ela, também em lágrimas, — chiiiuuu! Isso agora já não importa. As minhas orações foram ouvidas. Voltaste. Anda, vem!

Passaram a noite a conversar, a rir e a chorar, abraçados, enquanto as velas ardiam e se iam extinguindo. Até que o samurai acabou por adormecer, vencido pelo sono. De manhã, os raios do sol despertaram-no. Abriu os olhos. O astro brilhava mesmo em frente, através dos buracos do telhado: uma grande parte, apodrecida, tinha caído. Esfregou os olhos, mas não estava a sonhar. O sol batia-lhe em cheio. Estupefacto, olhou em volta.

Havia bolor em tudo, no papel rasgado das paredes e nas traves caídas. No chão de madeira carcomida cresciam ervas. Via-se no meio da sala um tear partido. Ao lado estava a mulher deitada, de costas para ele, os seus finos ombros envoltos num quimono remendado, os longos cabelos caídos pelas costas até ao chão. Segurando-a pelos ombros, virou-a para si e… foi apenas um esqueleto o que viu. Há muito, muito tempo que a sua querida mulher tinha morrido de desgosto, de solidão e de saudade.

Rafe Martin

10

As abelhas são insetos sociais que vivem em colónias. Elas são conhecidas há mais de 40.000 anos e as que mais se prestam para a polinização, ajudando enormemente a agricultura, produção de mel, geleia real, cera, própolis e pólen, são as abelhas pertencentes ao género Apis millifera.

As abelhas podem estabelecer sociedades que são grupos de organismos de uma mesma espécie que cooperam entre si, dividem os trabalhos e se comunicam. Inseto laborioso, disciplinado, a abelha convive num sistema de extraordinária organização. Em cada colmeia existem cerca de 80.000 abelhas e cada colónia é constituída por três grupos sociais distintos: uma única rainha, centenas de zangões e milhares de operárias, cada um com clara divisão de tarefas.

Ao contrário das falsas democracias instituídas pelo homem nas diferentes sociedades, em que, em seu nome, o povo, isto é, a maioria, é dominado por uma minoria de oportunistas sem escrúpulos, na colmeia quem detém o poder não é a rainha, nem tão pouco os nobres e felizardos zangãos que nada fazem, mas sim as operárias que são o povo.

São estas que têm todo o poder de decisão no interior da colónia. Por exemplo, quando as operárias se apercebem que a rainha começa a envelhecer e põe menos ovos do que o costume, 3.000 por dia, elas reúnem-se e traçam de imediato um plano. Dirigem-se para meia dúzia de favos que contenham ovos do dia e começam a alargá-los, criando uma cápsula denominada realeira e nela a larva é alimentada pelas operárias nutrizes com a geleia real, produto riquíssimo em proteínas, vitaminas e hormonas sexuais. Note-se que a geleia real é o único e exclusivo alimento da abelha rainha, durante toda a sua vida.

Ao fim de 15 ou 16 dias nascem as rainhas. Nesta altura as obreiras libertam apenas uma e deixam as outras encerradas nas “prisões”.

Esta rainha libertada sairá da colmeia e efetuará um voo nupcial, onde terá a companhia dos zangãos, cuja maioria ficará pelo caminho pois não suporta a velocidade imprimida pela rainha. Assim, ela faz uma seleção natural, pois somente os machos mais fortes e rápidos conseguem segui-la. De milhares na partida, só três ou quatro conseguirão chegar ao fim, são esses que fecundarão a rainha, tendo, no entanto, como prémio, após a cópula, a morte.

Ao retornar à colmeia, a nova rainha passa a ser tratada com atenção especial por um séquito de operárias, que a alimentam com geleia real, limpam seus excrementos, cuidam da sua higiene e da sua defesa. Ela tem como única função a postura de ovos, para nascerem mais abelhas.

No entanto, quando a nova rainha deteta a velha rainha, de imediato se inicia uma luta de morte, pois não podem coexistir duas na mesma colónia. Claro, na natureza vence o mais forte, o mais jovem. Quando as operárias ou obreiras se certificam que a nova rainha está operacional na postura de ovos, de imediato matam as outras rainhas suplentes que se encontram fechadas nos favos – é a matança das rainhas.

As operárias também não mostram grande compaixão pelos preguiçosos zangãos. Com a entrada da estação do outono, quando as reservas alimentares da colmeia são calculadas para passar o inverno, as operárias decidem assassinar os zangãos, porque nada fazem e comem o dobro duma operária e a sua existência só é importância na primavera – é a matança dos zangãos.

Sempre que nasce uma nova abelha, proveniente do desenvolvimento de uma larva, as operárias inspetoras

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Sempre que nasce uma nova abelha, proveniente do desenvolvimento de uma larva, as operárias inspetoras analisam a nova criatura e certificam-se se ela possui alguma deformação física. Caso detetem algum defeito, esse novo ser é imediatamente assassinado, a fim de não existirem inválidos na sociedade – a natureza não perdoa a incapacidade, é seletiva.

Se algum intruso (ratos, lagartixas, cobras, humanos, etc.) tentar violar uma colmeia, de imediato centenas de operárias soldados atacam o inimigo introduzindo na pele o seu ferrão carregado de veneno, o que pode conduzir à morte, mesmo de seres humanos.

A VIDA NA COLMEIA A colmeia é a casa das abelhas, normalmente situada num apiário.

Existem colmeias de diversos tipos e materiais. As mais simples são de casca de árvore do sobreiro (cortiço) e barro, as mais utilizadas são de madeira. Uma colmeia fabricada pelo homem tem que seguir rigorosamente as mesmas medidas que as abelhas adoptam para a construção de seus favos.

Os componentes da colmeia são: soalho, ninho, quadros guarnecidos com cera alveolada para a construção dos favos pelas abelhas, e tampa.

O fumigador é essencial nos trabalhos no apiário. A utilização da fumaça impede o ataque das abelhas. Porquê? Na verdade, a fumaça é utilizada para criar a falsa impressão de um incêndio na colmeia. Assim, ao primeiro sinal de fumaça, as abelhas correm a proteger as larvas e engolem todo o mel que podem, para salvar alimento em caso de necessidade de fuga. Isto tudo faz com que as abelhas desviem a atenção do apicultor, que pode então trabalhar com tranquilidade. Além disso, as abelhas, com o seus abdómen cheio de mel, têm dificuldade em dobrar-se o que dificulta a ferroada.

A abelha mestra deposita um ovo num favo de forma hexagonal, onde irá desenvolver-se uma larva que sofrerá transformações (metamorfoses) durante 21 dias. Após esta evolução surgirá o inseto perfeito – a abelha.

Esta quando sai do favo, inicia a sua atividade de faxineira momentos após o seu nascimento, quando começa por executar o trabalho de limpeza dos alvéolos, do soalho e das paredes da colmeia.

A partir do quarto dia de vida, a operária passa a trabalhar na “cozinha” da colmeia, com o desenvolvimento das suas glândulas da hipofarínge, ela passa a alimentar as larvas da colmeia e a rainha. São denominadas neste período de sua vida, que vai do 4º ao 14º dia, de nutrizes, essas abelhas ingerem pólen, mel e água, misturando estes ingredientes no seu estômago. Em seguida, esta mistura que passou por uma série de transformações químicas, é regurgitada nos alvéolos em que existam larvas. Esta mistura servirá de alimento às abelhas por nascer. E, com o desenvolvimento das glândulas da hipofarínge, produtoras de geleia real, as operárias passam a alimentar também a rainha, que se alimenta exclusivamente desta substância.

De nutrizes, as operárias são promovidas a engenheiras, a partir do desenvolvimento de suas glândulas produtoras de cera, o que acontece por volta do seu nono dia de vida. Com a cera produzida por estas glândulas, as abelhas engenheiras constroem os favos e paredes da colmeia e operculam, isto é, fecham as células que contêm mel maduro ou larvas. Além deste trabalho, estas abelhas passam a produzir mel, transformando o néctar das flores que é trazido do exterior por suas companheiras.

Até esta fase, as operárias não voam, e ficam somente na colmeia. A partir do 21º dia de vida, as operárias passam por nova transformação. Elas abandonam os trabalhos internos na colmeia e dedicam-se no exterior, à recolha de água, néctar, pólen e própolis, e à defesa da colónia. Nesta fase, que é a última de sua existência, as operárias são conhecidas como campeiras.

I No fundo das duas

páginas: abelha a sugar o

pólen de uma flor; na barra

lateral desta página, grãos

de pólen.

12

TIPOS DE ABELHAS A rainha é personagem central e muito importante da colmeia. Afinal, é

dela que depende a harmonia dos trabalhos da colmeia, bem como a reprodução da espécie. A rainha é quase duas vezes maior do que as operárias e a sua única função é a postura de ovos, chegando a depositar nos favos, 3.000 por dia. Pode viver cerca de cinco anos. Cada abelha mestra tem o seu “cheiro” próprio (substância química emitida denominada de ferómono) que transmite aos habitantes da sua colónia, o que faz com que outra abelha de outra colónia seja identificada pelo cheiro como inimiga. Caso a rainha morra de acidente ou seja removida da colmeia, toda a colónia imediatamente perceberá a sua ausência, justamente pela interrupção da produção do ferómonos que induzem as abelhas ao trabalho e que informam da presença da rainha na colmeia.

O zangão é o único macho da colmeia, não possui ferrão e, nasce dos ovos fecundados depositados pela rainha num alvéolo maior que os das abelhas operárias. A função dos zangões é a fecundação das rainhas virgens, durante a primavera. Por não possuir órgãos de trabalho, o zangão não faz outra coisa a não ser voar à procura de uma rainha virgem para fecundá-la. Vivem de 80 a 90 dias e dependem única e exclusivamente das abelhas operárias para sobreviver.

A abelha operária é uma verdadeira “carregadora de piano”. Afinal ela é responsável por todo trabalho realizado no interior da colmeia, exceção feita à postura de ovos, atividade exclusiva da rainha. As abelhas operárias encarregam-se da higiene da colmeia, garantem o alimento e a água de que a colônia necessita, misturando pólen e néctar, produzem a cera com a qual constroem os favos, alimentam a rainha, os zangões e as larvas por nascer e cuidam da defesa da família. Além destas atividades, as operárias ainda mantêm uma temperatura estável, entre 33º e 36ºC, no interior da colmeia, produzem e estocam o mel que assegura a alimentação da colónia, aquecem as larvas (crias) com o próprio corpo em dias frios e elaboram a própolis, substância processada a partir de resinas vegetais, utilizadas para desinfetar favos, paredes, vedar frestas e fixar peças, na colmeia. O seu ciclo de vida normal não ultrapassa os 60 dias. Mas apesar de curta, a vida das operárias é das mais intensas. Fases do nascimento de uma abelha operária:

1 - Favo com um ovo depositado

2 – Uma operária a fornecer alimento

3, 4 e 5- Processo de metamorfose da larva

6 - Abelha adulta: no 21º dia nasce finalmente a abelha já na sua forma definitiva

13

SABIA QUE:

•A Alimentação e a longevidade – será que certos tipos de alimentação tem consequências evidentes na constituição física e na longevidade do indivíduo? Esta questão pode ser respondida por estes insetos. Uma abelha operária ou uma abelha mestra, provêm do mesmo tipo de ovo, apenas a alimentação é diferente.

Analisemos a causa fundamental da divergência abissal entre uma e outra.

Só porque a abelha mestra é alimentada toda a vida com geleia real, fica com uma estrutura física impressionante (2 a 3 cm de comprimento) e vai ter um ciclo de vida de 1.700 dias, enquanto a abelha operária, que tem a mesma origem, mas porque utiliza uma alimentação diferente (mistura de mel, néctar, água), atinge um comprimento de 1,5 cm e vive em média 60 a 90 dias;

•Hipócrates na Grécia de 500 anos antes de Cristo, costumava prescrever mel para acalmar a ansiedade dos noivos antes do casamento, o que originou a expressão "Lua-de-Mel";

•As abelhas obreiras ou operárias alimentam-se geralmente de néctar e são os mais importantes agentes de polinização;

•Uma abelha visita dez flores por minuto em busca de pólen e do néctar. Ela faz, em média, quarenta voos diários, tocando em 40 mil flores;

•Com a língua, as abelhas recolhem o néctar do fundo de cada flor e guardam-no numa bolsa localizada na garganta. Depois voltam à colmeia e o néctar vai passando de abelha em abelha, até ser regurgitado no favo em forma de mel;

•As abelhas tem cinco olhos. São três pequenos no topo da cabeça e dois olhos compostos, maiores, na parte frontal;

•Uma abelha produz cinco gramas de mel por ano. Para produzir um quilo de mel, as abelhas precisam de visitar 5 milhões de flores e consumir cerca de 6 a 7 gramas de mel para produzirem 1 grama de cera;

•O “veneno” emitido pela pelas picaduras das abelhas são um excelente tratamento destinado aos doentes portadores de reumatismo crónico. Está provado que os tratadores destes insetos, os apicultores, não manifestam essa doença, pois de vez em quando sofrem ferroadas.

I No fundo desta página, favos de

mel e no topo, colmeia; na outra

página, comparação dos tipos de

abelhas e a anatomia de uma

abelha.

14

As borracheiras são muito rápidas a crescer. As suas velhas e fartas raízes fazem labirintos com buracos e com esconderijos para animais. Para a borracheira tudo é gigante. A flor serve de repouso a insetos e a folha serve de armazenamento de água para animais. É originária do Nepal e de Myanmar (antiga Birmânia) onde espalhou as suas raízes também uitilizadas por todos os tipos de insetos. Não é só um ser vivo mas sim milhões que vivem com o seu espaço entre as folhas, as raízes e o caule.

15

A maior parte dos animais são simétricos, ou seja, se dividirmos esse animal/corpo em dois obtemos duas partes iguais, como as asas da borboleta.

Nas colmeias de algumas abelhas encontram-se favos de mel com forma hexagonal. Algumas abelhas também têm outra figura geométrica, o octaedro truncado.

O falcão peregrino ainda é mais rápido que a chita, podendo atingir os 320 km/h.

A baleia-azul é o maior animal do mundo. Tem 30 m de comprimento e 180 t.

I Os hexágonos dos favos

de mel e a simetria da

borboleta.

16

Os musgos são pequenas plantas sem flor que vivem em colónias.

Os musgos têm rizoides, que funcionam com a raiz de uma planta com flor; cauloides, que servem para ligar os rizoides aos filídios; e tambêm têm filídios, que são folhas minúsculas que têm a mesma função que as folhas de uma planta com flor.

Os musgos reproduzem-se por uma estrutura chamada coifa que liberta esporos de uma cápsula dentro desta e também possui um opérculo, que funciona como uma tampa que sai para serem libertados os esporos.

17

Os crocodilos vivem em África, Austrália e na América em água doce e salgada.

Têm 64 a 70 dentes que são constantemente a ser substituídos. Também tem, tal como os pinguins, glândulas de sal, só que estas estão situadas no topo da língua e que permitem libertar o sal em excesso no sangue. Têm uma boa visão, uma audição apurada e possuem fortes músculos na mandíbula e na cauda.

Conseguem viver cerca de 70 anos e são répteis carnívoros que podem ter mais de 5 metros e pesar 1 tonelada.

Os crocodilos não suam e à medida que envelhecem engolem pedras para compensar o peso da cabeça e conseguirem nadar bem.

Estes répteis também não conseguem pôr a língua de fora.

18

Os lobos são mamíferos carnívoros e têm uma boa visão noturna. No estômago de um lobo cabem 9 quilos de alimentos. Os lobos têm duas camadas de pelagem, uma espessa e uma comprida. O uivo do lobo serve para comunicarem na alcateia. Numa alcateia há sempre um casal que lidera.

Para marcar território, os lobos urinam e fazem fezes. Tal como todos os animais, os machos lutam por uma fêmea e ganha sempre o mais forte costumando o perdedor ficar ferido. Há muitos ataques de lobos em pessoas no Gerês e noutros locais do mundo.

Quando um lobo levanta a cauda é agressivo e quando a tem baixa é sinal de submissão.

19

Os gatos surgiram no Médio Oriente e foram domesticados para comerem os ratos que queriam comer os cereais quando estes estivessem a secar, na Idade da Pedra.

O gato contrai as pupilas para evitar a distorção da imagem sob luz intensa. Consegue distinguir as cores azul e amarelo/verde. Também tem um bom olfato e uma boa audição.

O gato é digitígrado e tem pequenas almofadas nos dedos dos pés. Corre rápido e dá saltos gigantes.

20

As tartarugas são répteis com uma dura carapaça. Podem ser aquáticas, de água doce ou de água salgada ou terrestres. Têm duas aortas e os seus pulmões, além de servirem para respirar, também servem de boias. Têm mudas de escamas e hibernam para resistir ao frio. As tartarugas vêem bem a cores e às escuras, podendo algumas espécies ter uma visão binocular. Têm pálpebras e uma membrana resistente transparente que cobre o olho quando está aberto. Podem ter mais de dois metros e desovam à noite.

As tartarugas aquáticas de água salgada não têm dedos, mas sim grandes barbatanas que lhes permitem nadar. Vivem nas Galápagos e na América Central. São omnívoras e podem viver até 100 a 150 anos. Quando as fêmeas põe os ovos em buracos na areia, passado dois ou três meses os ovos eclodem e as tartaruguinhas que saem dos ovos sofrem uma grande aventura até ao mar pois podem correr vários perigos, como serem comidas por aves. A carapaça das tartarugas de água salgada é limpa por peixes ou outros parasitas.

As tartarugas de água doce vivem em rios, pântanos e lagos e são pequenas. Possuem cinco unhas em cada pata dianteira e quatro unhas em cada pata traseira. Têm uma espécie de dentes pontiagudos minúsculos , um grande (comparado com os outros) à frente também pontiagudo e têm uma língua triangular. São omnívoras e podem viver até 80 anos.

As tartarugas terrestres são as maiores, vivem em África, podem pesar quase ou até uma tonelada e são herbívoras. Possuem cinco unhas em cada pata dianteira e quatro unhas em cada pata traseira. Também não necessitam de água, tendo a pele muito seca. Podem viver até 150 anos.

I De cima para baixo e da esquerda para a direita: tartaruga

terrestre, tartaruga aquática de água salgada, Trachemys

Scripta Troosti a comer e Trachemys Scripta Troosti.

21

Os primatas são mamíferos. Fazem parte deles os micos, macacos, gorilas, chimpanzés, orangotangos, társios, lémures, os babuínos, os seres humanos e outros hominídeos.

Possuem mãos e pés preênseis e evoluíram de animais arborícolas parecidos com esquilos.

A maior parte dos primatas tem cauda preênsil e são muito espertos, principalmente os chimpanzés.

Os chimpanzés comem tudo, até pequenos macacos. Um chimpanzé persegue o macaco e este foge para as árvores. Alguns chimpanzés ficam de guarda para o macaco não fugir na direção errada e um chimpanzé espera numa árvore para matar o macaco. Estes, para além dos golfinhos, conseguem reconhecer a sua cara diante de um espelho.

Os primatas conseguem distinguir vermelhos, verdes e azuis, que os ajuda a distinguir a fruta madura.

Os primatas vivem principalmente em África e são alimento de felinos ou de outros carnívoros apesar dos primatas serem omnívoros.

Os seres humanos são os únicos bípedes de todos os primatas.

Os társios têm uns grandes olhos mas dependem muito dos ouvidos para viver. Enquanto que os humanos conseguem ouvir sons até uma frequência de 20 quilowertz, os chimpanzés conseguem ouvir sons até 27 kWz e os babuínos-amarelos 41 kWz mas, o que é mais impressionante é que os társios ouvem até uma frequência até 91 quilowertz.

I Em cima, chimpanzés e em baixo, gorila e

chimpanzé a dar cambalhotas.

22

Uma pintada (Numida sabyi/meleagris) é uma ave africana que gosta de savanas com algumas árvores e evita desertos e pântanos. É sociável, podendo estar num bando de 25 aves da mesma espécie. A meleagris é da Etiópia e do Quénia e não apresenta penas compridas na coroa enquanto que a sabyi, outrora existente em Marrocos, apresenta. Pousa nas árvores e faz sesta a sombra. Alimenta-se de insetos e de matéria vegetal. Os machos não apresentam dimorfismo sexual. Nidifica no chão em savanas. Pertence ao grupo das codornizes, perdizes e faisões.

23

O anel de crescimento é o conjunto formado entre a zona de primavera e a zona de outono. Com eles podemos saber a idade da árvore e não só. Dependendo do anel, este pode revelar secas e anos chuvosos e muitas outras informações acerca de metereologia no passado. Cada par de anéis, escuro e claro, corresponde ao crescimento durante o ano. A parte escura é a parte da madeira que se desenvolve no verão e a parte clara é a parte de madeira que se desenvolve na primavera. Podemos saber a idade de uma árvore contando o número destes pares de anéis. Nas madeiras tropicais, como o clima é praticamente constante, vê-se facilmente qual a idade que a madeira tem.

24

A teia de aranha é feita de seda, uma espécie de saliva que ela cospe formando uma das mais complexas estruturas do mundo natural.

Primeiro ela forma um triângulo, depois forma uma estrela e começa a fazer uma espiral em fio antiaderente. Depois faz outro mais abaixo, também em espiral, mas este é pegajoso para apanhar a vítima.

No caso das viúva negra a vítima é o próprio macho que serve mais tarde de alimento para a viúva negra!

25

26

Ora um dia, chegaram povos vindos do Mediterrâneo à península… Primeiro chegaram os fenícios, vindos da Fenícia, Líbano; Depois chegaram os gregos, da Grécia; por fim chegaram os cartagineses, de uma terra chamada Cartago, na Tunísia.

Os Fenícios trouxeram tecidos, principalmente feitos de múrex (um animal parecido com um caracol), vidros, porcelanas, armas e objetos de adorno. Utilizavam papiro como suporte da escrita. Foram eles que inventaram o alfabeto.

Os Gregos trouxeram objetos em barro, adornos e tecidos. Utilizavam a moeda nas trocas comerciais.

Os Cartagineses trouxeram vidro, tecidos e metais. Criaram a conservação dos alimentos através do sal.

Fomou-se então o pré-câmbrico, constituído por vermes, estromatólitos, medusas,... Nesse tempo praticamente só existiam algas e esses animais que viviam no oceano pois os continentes estavam ainda a formar-se.

Formou-se depois a era paleozoica. Do Câmbrico até ao Devónico foi a idade das trilobites. Depois vieram os peixes e os corais e no final desta era, no Carbónico e no Pérmico, vieram os primeiros répteis e anfíbios e também apareceram os fetos.

I Placa de pedra escrita com alfabeto, cântara de barro, moeda

alentejana antiga. No fundo, água do mar.

27

As armaduras medievais serviam para proteger os cavaleiros nas batalhas. Eram compostas por uma cota de malha ou de couro e por placas de metal. Essas placas protegiam todo o corpo. A cabeça tinha um elmo feito de metal. As placas de metal protegiam o resto do corpo mas nalgumas batalhas isso não chegava. Também eram utilizados os escudos, placas de metal com uma forma arredondada que o cavaleiro segurava na mão para não ser atacado com golpes de espadas. E claro, o cavaleiro também tinha que possuir uma espada para se defender e lutar. E assim eram as armaduras medievais, ou de outra forma, assim eram as placas de metal, pois as armaduras eram praticamente eram constituídas por essas tais placas.

O Homem também inventou novas

I Armadura exposta no Paradouro de Ciudad Rodrigo, em

Rodrigo em Espanha.

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O RMS Titanic era um navio de passageiros comandado pelo Comandante Smith. A sua viagem inaugural era de Southampton (Inglaterra) a Cherburgo (França), de Cherburgo a Queenstown (Irlanda) e de Queenstown a Nova Iorque (EUA).

O Titanic tinha 29 caldeiras (em 6 casas) que libertavam o vapor por três chaminés (a quarta era para feitio e para ventilação e armazenamento extra). Havia também oito conveses e o Titanic precisava diariamente de 620 toneladas de carvão.

Ora quase a chegar a Nova Iorque (ver mapa), às 23h40 do dia 14 de abril de 1912, o vigia Frederick Fleet avistou um icebergue mesmo em frente ao Titanic e o barco embate nele. Como o casco do Titanic era frágil, o icebergue amolgou as placas de aço do barco e o navio ficou com um rasgão de 90 m, começando a afundar-se. Então dão início aos procedimentos de evacuação. Então, às 00h45 foi lançado o primeiro salva-vidas. Às 02h18 o casco parte-se ao meio e dois minutos depois o barco naufraga.

No dia 11 de setembro de 2001, duas aeronaves foram lançadas às Torres Gémeas, em Manhattan (Nova Iorque) chegando às 08h45 e outra aeronave chegou ao Pentágono, em Washington.

A primeira aeronave, um Boeing 767, chocou contra a Torre Norte às 08h46 e às 09h03 embateu contra a Torre Sul um avião igual.

Depois de estes chocarem, os tanques de combustível explodiram, às 10h05 caiu a Torre Sul e às 10h28 caiu a Torre Norte. Os ataques deixaram 2973 mortos.

Generalizou-se também o consumo de alimentos como o pão e o leite.

I Titanic ainda em Southampton, Torres

Gémeas depois do ataque e mapa dos

desastres.

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O Parténon localiza-se mesmo no topo da Acrópole de Atenas. É um templo e possui um tesouro. A sua arquitetura é clássica, com colunas de ordem dórica e foi projetada por Fídias. O seu arquiteto foi Ictinos.

O friso de dentro representa a Procissão de Panateneias, realizada para culto da deusa Atena na cidade de Atenas. Esse friso foi esculpido por Fídias.

No interior possuía uma imponente estátua da deusa Atena.

Agora este templo foi "destruído" pois quase todos os belos elementos incluíndo o telhado foram para museus e só nos resta o edifício nu e as colunas.

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O Egito localiza-se num território desértico que é atravessado pelo maior rio do mundo: o Nilo. Todos os anos, no verão, as águas do rio inundavam os campos nas margens do rio e fertilizavam-nos com um lodo. Para os egípcios a inundação era uma dádiva dos deuses. Os egípcios colhiam o papiro, uma planta que lhes dava uma espécie de papel. O Nilo era uma via de comunicação permitindo os barcos moverem-se pelo Egito.

O Egito era governado por um faraó e este casava geralmente com a sua irmã ou meia-irmã e o seu sucedente tinha que ser o filho mais velho da primeira mulher.O faraó usava uma coroa dupla, do Alto e do Baixo Egito.

Depois dele o setor mais importante era o dos nobres e altos funcionários, seguindo-se pelos sacerdotes e escribas e por fim os camponeses e os artesãos, que faziam as obras públicas. Em último ficavam os escravos que eram geralmente prisioneiros de guerra.

Os deuses egípcios simbolizavam forças da natureza e eram imaginados como seres benéficos e protetores.

Os Egípcios acreditavam na imortalidade da alma. Após a morte, esta ia comparecer no Tribunal de Osíris, onde seria julgada e onde se decidia se ia ter uma vida eterna.

Os corpos dos mortos eram mumificados. Primeiro tirava-se o cérebro, pelas narinas, e depois tiravam-se as vísceras. Mergulhavam o cadáver em banho de natrão, depois enchiam-se as cavidades do corpo por resinas perfumadas ou mirra e canela. Em seguida fazia-se o embalsamento com bálsamos e a múmia era coberta de panos de linho e colocada dentro do sarcófago que se punha no seu túmulo. Matavam-se também criados para os acompanharem. Tornou-se célebre o faraó Tutankhamon, que morreu com 19 anos. O túmulo deste faraó que morreu as 19 anos com uma fratura na cabeça foi encontrado no Vale dos Reis por dois arqueólogos ingleses, Howard Carter e Lord Carnarvon em 1922. O segundo morreu com uma intoxicação e não pode ver a múmia. Um canário que eles tinham foi comido por uma cobra, o que criou a "maldição" do faraó.

Os egípcios tinham uma escrita hieroglífica que era aprendida pelos escribas nas escolas dos templos. Foram escritos o Livro dos Mortos e hinos aos deuses. Os sacerdotes eram os cultos da sociedade.

As esculturas estavam em templos e as pinturas, aspetos da Natureza e do quotidiano e cenas religiosas, estavam nas paredes interiores dos túmulos.

As pirâmides eram utilizadas para túmulos de faraós e os templos eram utilizados para cultos de deuses, como o de Karnak ou o de Lucsor. São muito conhecidas as pirâmides de Guizé, que eram cobertas de mármore mas, como o Egito ficou muito ocidentalizado por causa do turismo, os pedreiros tiveram que ir lá buscar o mármore para construir as casas. Mas, no 2.º milénio a.C. acabaram-se as pirâmides e vieram os hipogeus, por razões de roubos. Os hipogeus eram subterrâneos, escavados nas rochas. a esfinge do Egito tem cabeça de humano e corpo de leão e não tem nariz por causa de uma guerra no Egito.

I No fundo, papiro egípcio e em baixo, esfinge, máscara

egípcia, pirâmide de Mênfis e mapa do Egito.

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Desde doces a salgadas, as pipocas já eram feitas na civilização inca. No Peru, encontraram-se maçarocas fossilizadas com 6700 anos. Estas estavam queimadas pois eram queimadas em pedras aquecidas para fazer pipocas. Eram também guardadas para ocasiões especiais.

Primeiro eles semeavam o milho e, passado alguns meses, arrancavam a espiga. Esta era queimada nas tais pedras, dando pipocas.

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I Vaso grego

Sobre a pintura grega só nos resta as belas pinturas nos vasos. No século VI a.C., pintavam-se figuras negras sobre o fundo vermelho mas a partir do século V a.C. começaram a pintar figuras de vermelho ou dourado sobre um fundo preto.

Esta pintura foi evoluíndo para a perfeição mostrando motivos de mitos gregos e aspetos do quotidiano.

Os Celtas, pelo contrário, eram altos e tinham o cabelo loiro e os olhos azuis. Eram bons ourives. Trabalhavam o ouro e objetos em ferro. Ocupavam as regiões norte, oeste e centro da Península Ibérica. Alguns Celtas cremavam os mortos, em vez de os sepultarem.

Os Lusitanos viviam a norte do Tejo numa região situada à volta da serra da Estrela chamada Lusitânia.

Eram fortes e corajosos. Dedicavam-se à agricultura e à pastorícia. O chefe que mais se destacou foi, certamente, Viriato.

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O Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa, tem 60 quilómetros e 127 arcos e permitiu o abastecimento de água às fontes e chafarizes da cidade até 1973. Foi construído em estilo barroco no reinado de D. João V, no século XVIII e foi ampliado no século XIX. Foi inaugurado em 1748, após 21 anos de construção. O maior arco, o Arco Grande, tem 65 metros e é o maior arco ogival do mundo. Tem várias estruturas em cima dele chamadas lanternins e resistiu ao terramoto de Lisboa, em 1 de novembro de 1755.

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Desde a invenção da pólvora pelos chineses, começaram a existir bombardas, máquinas de guerra que serviam para arremessar pedras e mais tarde canhões.

Graças à pólvora, os canhões foram inventados. Esta peça de artilharia apareceu no século XIV com o nome de bombarda ou outros mas só no século XVIII é que ganhou o nome de canhão. O canhão é composto por duas partes: o canhão propriamente dito, que é uma bola feita de bronze mas agora é feita de aço, e o reparo, ou seja, a bombarda.

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A Mesquita Azul é a maior mesquita de Istambul e um símbolo religioso para os muçulmanos. é uma grande obra de arquitetura otomana e islâmica não só para a Turquia como também para o mundo islâmico. Possui seis minaretes e foi construída pelo sultão Ahmed I, desde 1609 até 1616, na margem do mar de Mármara. Tem o nome de Mesquita Azul, devido aos azulejos azuis que fazem parte das suas paredes. O complexo é composto também de túmulos, medreses (edifícios para o ensino do Islão), um hospital, um mercado coberto (bazar), banhos turcos, fontes, cozinhas públicas para a confeção de alimentos para os pobres, armazéns, salas e o túmulo do sultão Ahmed I. Quando se entra na mesquita, é obrigatório tirar os sapatos mesmo que os turistas não sejam muçulmanos.

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Évora apresenta monumentos de várias épocas:

Século I d.C. - Templo Romano - Este templo, segundo uma lenda criada no século XVII ,estava associado à deusa romana da caça, Diana, muitas vezes chamado Templo de Diana. Estudos recentes mostram que este templo estava dedicado ao culto do imperador Augusto, que era venerado como um deus. Este templo fazia parte do fórum romano da cidade de Évora por isso está construído em estilo romano.

1186-1250 - Sé-Catedral de Évora - Esta catedral é a maior de Portugal e marcou a transição do estilo românico para o gótico. Foi feita em granito e apresenta três naves. A nave central apresenta o altar de Nossa Senhora do Anjo.

1531-1537 - Aqueduto da Água da Prata - Este aqueduto construído pelo arquiteto Francisco de Arruda em Évora e a sua construção está descrita n' "Os Lusíadas" de Luís Vaz de Camões. Tem 9 km de comprimento e abastecia de água a Praça do Giraldo. Tem este nome pois está ligado às águas cristalinas e puras da fonte da Prata onde inicia.

Século XVII - Capela dos Ossos - Esta capela está situada na Igreja de S. Francisco. Foi construída por iniciativa de três monges que queriam transmitir esta frase: "Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos". As suas paredes e os oito pilares estão "decorados" com ossos e caveiras ligados por cimento pardo. As abóbadas são de tijolo rebocado a branco, pintadas com motivos alegóricos à morte. Foram mais de 5000 ossos e caveiras tirados de cemitérios e de outros locais na região de Évora.

I No fundo, Capela dos Ossos; em

cima, Catedral e Aqueduto; em baixo,

Templo Romano.

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A Torre de Hércules é o único farol da antiguidade que continua a funcionar. Situa-se em A Corunha, na Galiza (Espanha) e foi construído pelos romanos no século I. Antes, a torre era mais baixa, tinha 41,5 m, e mais larga, tinha 14 m, pois possuía uma rampa por onde subia o combustível para o farol. Esta torre pertence ao património da Humanidade desde 2009 e teve uma grande modificação em 1788 pelo engenheiro Eustaquio Giannini, que recobriu os restos do farol romano com as fachadas atuais. Agora, a torre mede 59 m de altura e tem de largura 11,40 m. A lenda de Hércules conta que havia um gigante chamado Gerión que reinava nas terras do Tejo ao Douro. Hércules enfrentou-se a ele. Ganhou, passado três dias e enterrou a cabeça do gigante onde mandou construir uma torre. Nas proximidades fundou uma cidade chamada Crunia.

I No fundo, Torre de Hércules; em baixo, interior e vista dela.

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O granito é uma rocha plutónica (rocha que se forma pela solidificação do magma no interior da crusta) que forma grande parte da crusta continental. Esta rocha tem uma textura fanerítica e é composta por quartzo, feldspato e micas (biotite e moscovite). Pode variar na cor, dependendo das diferenças de cristalização e de outros minerais acessórios.

O Cabo Norte é o ponto mais a norte do continente europeu.

Nas ilhas Lofoten, as aldeias piscatórias são pontos espalhados or entre os rochedos .

As lindíssimas viagens do navio Hurtigrutten, de Bergen a Kirkenes, revelam todo o esplendor da Noruega.

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Ciudad Rodrigo é uma cidade muralhada típica espanhola, com a Plaza Mayor. A ela pertencem muitos edifícios e o rio Águeda. Localiza-se quase na fronteira com Portugal pertencendo à região de Castela e Leão.

A catedral de Sta. Maria forma uma cruz latina e começou a ser construída no reinado de Fernando II de Leão (1157-1188). A sua construção começou seguindo um projecto tardorromânico que ainda conserva algumas coisas, apesar de algumas modificações.

O castelo de Ciudad Rodrigo foi transformado em Pousadouro e tem por dentro muitas armaduras medievais.

O Ayuntamiento está localizado na Plaza Mayor, a praça principal da cidade.

O Palácio dos Águila foi construído no século XVI em estilo renascentista e gótico.

I No fundo, catedral; em cima, panorama da cidade; ao lado,

Ayuntamiento; em baixo, mapa da cidade, miradouro e dentro da

fotografia do miradouro em cima, Plaza Mayor, em baixo, Palácio

dos Águila (da esquerda para a direita).

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Vamos comparar dois minerais: Lepidolite e Biotite.

Lepidolite Biotite

Cor Violeta Cinzenta

Brilho Vítreo a Nacarado Nacarado a Metálico

Sistema de cristalização Monoclínico Monoclínico

Dureza 2.5 2.5 - 3

Fórmula química KLi2Al(Al,Si)3O10(F,OH)2 K(Mg,Fe)3(OH,F)2(Al,Fe)Si3O10

Localizações Portugal, Brasil, Montes Urais, Califórnia Europa e Estados Unidos da América

Observações Faz parte do grupo das micas, Podem-se encontrar nódulos de biotite parideiras pois são na Serra da Freita, chamados pedras

sendo uma fonte secundária de lítio. parideiras pois são pedras que brotam

rocha-mãe, o granito. de uma rocha-mãe, o granito.

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Um arco-íris ocorre quando a luz solar passa pela água existente no ar. Acontece quando está a chover e o Sol aparece.

Um arco-íris é sempre acompanhado por outro, mas este costuma ser invisível por causa da ausência de luz mas, quando costuma haver mais luz, ele é visível, como nas figuras.

O segundo arco-íris costuma ser mais alto que o outro mas mais ténue.

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"Portugal produz cerca de 150 milhões de kg de arroz por ano, provenientes das principais zonas: Vale do Tejo,

Sado e Mondego. Existem hoje, cerca de 25 mil hectares cultivados com arroz maioritariamente arroz tipo carolino, sendo que 70% é da variedade Aríete." Esta informação cedida pela Novarroz mostra que a Beira Litoral é uma das terras alagadiças que mais oferece esta belíssima planta que nos dá a fantástica e oriental semente a que chamamos arroz.

Embora o arroz seja originário da China, a nossa tradição de cultivar arroz vem do tempo da invasão dos árabes na Península Ibérica. O nosso precioso Mondego que jorra desde a Serra da Estrela até à Figueira-da-Foz oferece na sua bacia entre Coimbra e a sua foz a fabulosa cultura do arroz.

Este arroz carolino é cultivado no rio pois precisa de água em abundância. A população desta zona de Portugal dedica-se em grande parte a este bem rico de hidratos de carbono. Como esta zona do Mondego é pantanosa, o arroz dá-se bem, oferecendo uma boa tarde para dar às gaivotas que pousam na água ou em cima destas plantas.

A Beira Litoral, sem dúvida, fica entre os melhores sítios para arrozais da Europa ou mesmo de todo o mundo ocidental.

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Nas estações metereológicas podemos saber qual é o estado do tempo de hoje, por exemplo, ou de ontem, ou de algum dia qualquer. Também podemos saber o clima, o comportamento médio dos elementos climáticos ao longo de 30 anos, recorrendo aos dados guardados pela estação. Esses dados são dados por instrumentos existentes nas estações, como:

- o abrigo, que por dentro tem instrumentos que têm que estar à sombra, como termómetros que medem as máximas e as mínimas, e psicrómetros, que medem a quantidade de vapor de água no ar.

- o pluviómetro, que mede a precipitação;

- o barómetro, que mede a pressão atmosférica;

- o anemómetro, que mede a velocidade do vento;

- o termómetro, que mede a temperatura (do solo, da relva, da atmosfera,...)

- o catavento, identifica a direção do vento;

- o evaporómetro, que mede a evaporação;

- o psicrómetro, que mede a quantidade de vapor de água no ar;

- o heliógrafo, que mede as horas de sol.

Estes instrumentos têm máquinas que escrevem em gráficos o que acontece relativamente ao que medem. Por exemplo, o heliógrafo tem um papel por trás que é queimado pelo sol.

I No fundo, estação metereológica, no topo, anemómetros e catavento, em cima (da esquerda para a direita)

termómetros de relva, abrigo, heliógrafo, anemómetros e catavento, evaporómetro, pluviómetro, barómetro,

gráfico de um anemómetro.

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I No topo, filão

de quartzo do

Monte de Santa

Luzia; ao lado,

quartzo e em

baixo, quartzos

leitosos (1.º e

3.º) e quartzo

rosa (2.º).

O quartzo é o segundo mineral mais abundante na Terra. É um

cristal de silício e é transparente, com a fórmula química SiO2.

Tem um sistema cristalino trigonal e funde a cerca de 700ºC.

O quartzo tem muito uso, desde vidro a relojoaria.

O quartzo tem algumas variedades cristalinas:

Cristal de rocha ou quartzo hialino

Ametista

Citrino

Quartzo fumado ou enfumaçado

Quartzo morion

Quartzo rosa

Quartzo leitoso

Quartzo azul

Quartzo olho-de-falcão

Quartzo olho-de-tigre

Quartzo olho-de-gato

Quartzo sagenítico

Aventurina

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Os anéis de Saturno orbitam Saturno e estendem-se por 120 mil quilómetros mas só têm 20 quilómetros de espessura. São constituídos por inúmeros pedaços de rocha e gelo. Pensa-se que foram formados pela colisão de um cometa ou asteroide que colidiu com uma lua de Saturno e essa libertação de matéria originou os anéis. Resumindo, os anéis de Saturno são um conjunto de pedaços de rocha e gelo que orbitam Saturno junto do Equador. Foram descobertos por Galileu Galilei.

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A Via Láctea é uma galáxia espiral barrada. No centro estima-se que tem um grande buraco negro. A Via Láctea está a juntar-se cada vez mais a Andrómeda e pensa-se que vão colidir, tal como a galáxia anã Sagitarius que está a fundir-se com a Via Láctea. Localiza-se no Grupo Local de galáxias e o Sistema Solar localiza-se mesmo num dos extremos da galáxia.

I Da esquerda para a direita e de cima para baixo: Nebulosa de L agoa, Via Láctea, Região de Antares.

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A vida extraterrestre é com certeza uma coisa estranha para algumas pessoas mas é estudada na SETI (Instituto de Pesquisa de Inteligência Extraterrestre). Utilizando a equação de Drake podemos calcular quantas civilizações inteligentes podem existir na nossa galáxia:

N = N*x fp x ne x fl x fi x fc x L

N é o número de civilizações capazes de comunicar na Via Láctea.

N* é a taxa anual de formações de estrelas na Via Láctea.

fp é a fração dessas estrelas que suportam sistemas planetários.

ne é o número de planetas capazes de sustentar vida nessas estrelas.

fl é a proporção de planetas de ne que podem sustentar vida.

fi é a fração de planetas que podem desenvolver vida extraterrestre.

fc é a fração de planetas com vida inteligente capaz de comunicar a nível interestelar.

L é a média de anos que uma civilização inteligente continua a comunicar.

É na zona Goldilocks que os sistemas planetários podem conter vida. Têm condições certas, em relação à temperatura que é amena, para albergar vida.

Procura-se vida em Marte mas pode ser uma forma de vida primitiva, como micróbios e bactérias, e não vida inteligente, como algumas pessoas pensam.

No nosso Sistema Solar pode haver vida, como em Europa e Titã.

Europa é uma das luas de Júpiter e tem uma superfície congelada e por baixo dela um oceano de água líquida que bem pode albergar vida. Há planos para enviar um robô num submarino para explorar vida aquática em Europa.

Titã é o nome de uma lua de Saturno e é a única lua que possui uma atmosfera densa composta por nitrogénio e uma mínima quantidade de metano. Tem uma atmosfera primitiva igual à dos primórdios da Terra. Nesta lua também chove mas, em vez de água como na Terra é metano líquido que tem um ciclo parecido com o da água na Terra. Possui também criovulcões que, em vez de expelirem lava, expelem água muito fria misturada com amónia. Tem lagos e rios e oceanos de hidrocarbonetos líquidos, principalmente metano. Esta lua pode conter vida microbiana nesses lagos, oceanos e rios. Também nessa lua existe a 100 km da superfície, um oceano pouco profundo de água líquida e amónia.

Fora do Sistema Solar, no sistema planetário de Gliese 581 também pode existir vida, principalmente nos planetas Gliese 581d e g.

Quem sabe que haja mesmo alguém por este Universo cheio de matéria negra?

I Ao lado, montagem de um extraterrestre. De cima para baixo,

superfície de Europa, montagem da superfície de Titã e Gliese

581g.

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Os sistemas binários são sistemas planetários que possuem duas (ou mais) estrelas. Esses planetas que possuem mais estrelas orbitam só uma estrela, por exemplo, um planeta no sistema planetário 55 Cancri orbita em volta de Cancri A, mas consegue ver Cancri B. Assim pode-se estar a assistir a um pôr-do-sol e a um nascer-do-sol.

Mas também existem sistemas triplos. Um planeta no sistema planetário triplo de Alfa Centauri orbita Alfa Centauri A mas ao longe consegue ver Alfa Centauri B e Próxima Centauri.

I Imagem virtual de um planeta

próximo de 55 Cancri.

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Para começar, o que são buracos negros?

Os buracos negros são regiões onde a gravidade é muito forte que nada (nem a luz) consegue escapar. São invisíveis e engolem uma enorme quantidade de matéria. São produto da explosão de uma estrela supergigante.

Como se pode sair de um buraco negro?

Um buraco negro liberta lentamente partículas sob a forma da Radiação de Hawking. Ao fim de biliões e biliões de anos, o buraco negro evapora-se pois já libertou toda a matéria que tinha. Podemos também reconstruir o que estava dentro dele.

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As calças de ganga são um tipo de calças indespensáveis no mundo da moda.

Decorria a corrida pelo ouro, nos Estados Unidos, quando Levi Strauss criou as calças de ganga (jeans) nos EUA.

As calças de ganga são feitas de denim que é um tipo de algodão e é tingido com um corante de

uma planta denominada Indigus. Este tecido foi criado em Nîmes, França.

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Os livros são páginas juntas que contêm desde histórias a informações úteis. São escritos por autores e publicados em editoras.

Os livros foram inventados depois da escrita, que foi inventada na Suméria. Nessa altura podíamos chamar livros a placas de barro e de pedra. Só no Império Romano é que o conceito de livro foi aperfeiçoado. Na Idade Média é que os livros evoluíram até hoje, com a invenção da imprensa por Gutenberg apesar de antes já o clero escrevia livros à mão, esse trabalho era para os monges copistas, e podiam passar a vida inteira a fazê-los. Desde a invenção do papel pelos chineses que os livros já eram feitos mas à mão.

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O Museu Machado de Castro tem este nome em homenagem ao escultor Joaquim Machado de Castro, que nasceu em Coimbra em 1731.

O museu divide-se em várias exposições: o Criptopórtico, a escultura, a pintura, a ourivesaria, a cerâmica e a tapeçaria.

Onde hoje é Coimbra, existia uma cidade romana chamada Aeminium. No lugar onde se ergue o museu, situou-se o fórum da cidade. No Criptopórtico vê-se a Cloaca de Aeminium, o esgoto da cidade, e também se veem vários retratos: de Trajano, de Vespasiano, de Lívia e de Agripina-a-Antiga.

Na escultura veem-se colunas e esculturas em alabastro, madeira e terracota. Muito famosa é a do cavaleiro medieval, em alabastro, e a Capela do Tesoureiro, que integrava a cabeceira da igreja do convento de S. Domingos. Na sala de esculturas em terracota vê-se a Última Ceia, criada por Hodart para o refeitório do Mosteiro de S. Cruz.

Na pintura veem-se quadros pintados em madeira, renascentistas, pintados na primeira oficina de Coimbra, em oficinas lisboetas e escolas flamengas. Também há pinturas em estilo barroco e rococó, bem como belíssimas pinturas portuguesas, já pintadas em tela.

A ourivesaria do museu estende-se desde o século XII ao século XVIII. A ourivesaria medieval apresenta-se com várias peças em filigrana, coral, cristal, prata e ouro. Destaca-se a caldeirinha de água benta, feita de cristal e filigrana de prata. O Tesouro da Rainha Santa Isabel apresenta um livro medieval, uma coroa em ouro e com pedras preciosas, um colar e outros. Estava intimamente ligado com o Mosteiro de Santa Clara. A Custódia do Santíssimo Sacramento de Alcântara é um exemplar do Barroco Joanino. Esta peça em prata possui um anjo segurando num sol radioso. Neste estilo também temos outras custódias, carteiras de presença, cálices, entre outros.

Na cerâmica observamos a coleção de faiança portuguesa e azulejeria. Os azulejos apresentavam motivos ao gosto islâmico, gótico e renascentista. No século XVII predominam o azul e o amarelo. No século XIII houve uma imigração de ceramistas egípcios para Andaluzia. O segredo que tinham do lustre metálico tinha nano partículas de cobre e prata nos azulejos. Alguns azulejos da exposição são didáticos, deitos para a Geral Companhia de Jesus, para melhorar o nível de matemática portuguesa. As primeiras faianças produzidas em Portugal deven-se à instalação de oleiros flamengos em Lisboa. Esta louça é chamada malagueira e é toda branca ou decorada a azul. Ao passar dos tempos vai-se imitando porcelana chinesa, como uma peça de dragão exposta no museu. A produção de olarias no Monte Sinai ajudou com a permanência do gosto oriental. Em Coimbra começaram a desenvolver decorações originais de faiança. Cada vez mais se foram aperfeiçoando. Vale a pena falar sobre a manteigueira em forma de vaca e a terrina em forma de javali do século XVIII. A louça ratinha, produzida no século XIX em Coimbra, baseava-se em aspetos de agricultura. A garrafa antropomórfica em forma de pessoa também era popular.

A tapeçaria é trazida do oriente e é aperfeiçoada na Flandres. Tem motivos de caça ou da nobreza, entre outros. Era muito apreciada no século XV. A Capela do Bispo tem também uma mistura das artes azulejeria e tapeçaria chinesa. Também na coleção de tapeçaria há tapetes e colchas importados da Pérsia e da Turquia, no século XVIII e também há guadamecil (cabedal revestido de prata burnida e coberta de verniz amarelo). A madeira de nogueira também foi muito utilizada em mobília francesa importada para Portugal no reinado de D. João V. Na tapeçaria também há mais peças da Índia, da China e do Japão.

O Reitor da Universidade de Coimbra, D. Francisco de Lemos, possuía um belo coche de madeira também exposto no museu.

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I Da esquerda para a direita e de cima para baixo: topo, busto de Vespasiano, Cavaleiro medieval, garrafas

antropomórficas, coroa da rainha santa, pintura renascentista, coche de D. Francisco de Lemos, Capela do Bispo,

Capela do Tesoureiro, Custódia do Santíssimo Sacramento de Alcântara; no fundo: Criptopórtico e tapete.

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As Matryoshkas são bonecas russas e são um símbolo da Rússia. São feitas normalmente de madeira de tília. Estão num conjunto de 5 a 8 bonecas sempre numa escala decrescente de tamanho. Todas elas abrem ao meio menos a última e cada uma tem uma boneca por dentro. Também são cada vez mais simples com a diminuição do tamanho. São pintadas à mão e são belas obras de arte. Estas bonecas representam uma família e a tradução de Matryoshka é "mãezinha". Estas bonecas representam camponesas, personagens de contos de fadas e políticos russos. Também são conhecidas por baboushka (avozinha) e dyeduchka (avozinho) na Sérvia além de a forma mais correta ser Matryoshka, pois é a original russa.

As Matryoshkas são baseadas em bonecos de madeira representando os Shichi-Fuku-Jin, os Sete Deuses da Fortuna, encaixados de forma semelhante que são originários do Japão e já existiam algumas versões semelhantes desde o século XVII. Estas foram trazidas do Japão por uma família de comerciantes chamada Mamôntov em 1890. Nesse mesmo ano, o artesão Vassily Zvyôzdotchkin e o pintor Serguei Maliutin criaram a primeira Matryoshka russa que foi feita com os bonecos japoneses de modelo e que depois foi exposta na Feira Internacional de Paris em 1900, onde ganhou uma medalha de ouro por ser tão original.

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Chegámos às 11 horas a Valbom, uma aldeia beirã perto de Pinhel. Valbom é também uma freguesia mas, com tão pouca gente que lá mora, vai ser extinguida como também a do Bogalhal.

Mesmo no interior de Portugal, estas aldeias com casas de granito são o património e a beleza da Beira Alta.

Valbom é uma aldeia banhada por um rio chamado Porquinho e que está seco no verão. Pela estrada passam pessoas que se dirigem às cidades, podendo não encontrar a beleza destas aldeias beirãs.

As pessoas beirãs dedicam-se à agricultura e à criação de gado, mostrando os melhores produtos que esta região oferece, como o azeite.

Bogalhal é uma aldeia onde também passa um rio e tem uma igreja. Os prados envolvem a aldeia. Por esses prados, encontrámos uma caveira de uma cabra, que pode ter sido o jantar de um lobo.

E assim são estas aldeias no meio de pastos cheios de vida animal e tradição portuguesa.

Plataforma da apanha dos moluscos

Visitámos a ilha de La Toja onde existe uma fábrica de sabonetes e uma igreja de conchas. Existe também um campo de golfe e águas termais. Essas águas foram descobertas por um burro na floresta da ilha que mostrou aos humanos.

I De cima para baixo: Valbom,

Bogalhal, armazenamento de

lenha e vacas a pastarem.

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Um motor é um dispositivo que transforma uma energia qualquer em energia

mecânica. Os motores podem ser naturais, térmicos, elétricos, pneumáticos ou nucleares.

Os motores naturais utlilizam forças naturais, como os motores hidráulicos, que podem utilizar a força da água ou a pressão da mesma, e os motores atmosféricos.

Os motores térmicos são aqueles que absorvem o a energia térmica para a transformarem em energia cinética, como os motores a vapores alternativos, que tinham um rendimento de 15% no máximo, como os motores os mais conhecidos, motores de explosão e de combustão e como os motores de reação, que têm o mesmo ciclo que os de combustão e explosão. Os motores de combustão são os que têm mais rendimento dos térmicos, 33% a 35%. Num motor de quatro tempos, primeiro, o ar é aspirado, depois os gases são comprimidos pela subida do êmbolo (ou pistão) e de seguida a mistura carborada é inflamada, o único tempo motor, e por fim os gases queimados saem. São quatro fases: admissão, compressão, inflamação/explosão e escapamento.

Os motores elétricos são aqueles que tem forma de tração mais simples e não necessitam de caixas de velocidades, sendo mais silencioso, e têm índices de poluição quase zero. Podem ser motores de corrente contínua ou alternada (síncrono ou de indução).

Os motores pneumáticos são motores de êmbolos cujo movimento alternativo é obtido fazendo agir sucessivamente sobre cada uma das faces a pressão de um fluido comprimido.

Os motores nucleares são utilizados em propulsão de engenhos interplanetários.

I De cima para baixo: Motor de

quatro tempos, simulação de um

motor, motor de combustão de

um carro e constituição e

funcionamento de um motor.

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Os carros clássicos são carros antigos do século XX, nomeadamente desde os anos 30 aos anos 80. Os mais populares são:

- O Volkswagen Beetle, fabricado nos anos 50;

- A Volkswagen Kombi, mais conhecida por carrinha pão de forma, fabricada nos anos 50, era a van dos hippies;

- O Ford Capri, fabricado em 1969, foi um dos mais emblemáticos coupés europeus;

- O Mini 1000, fabricado em 1959, foi o carro mais popular da Grã-Bretanha.

I De cima

para baixo e

da esquerda

para a

direita:

Volkswagen

Kombi;

carrinha

Ford, Volvo,

Mini 1000,

Ford Capri.

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A pasta de dentes é muito útil para a higiene oral. Já no Antigo Egito utilizavam uma mistura moídade sal-gema, menta, pimenta e flores de íris secas para criar dentífricos. Mas a pasta de dentes dos Romanos ainda era mais orgânica e não era preciso um Romano esforçar-se para criar uma pasta de dentes. A pasta de dentes dos Romanos era simplesmente urina.

A pasta de dentes atual contém detergente, cristais de flúor e aromatizantes fortes, como a menta e o morango.

Algumas pastas de dentes são branqueadoras pois alguns produtos que consumimos, como o chá, o café e o vinho, (os piores) mancham os dentes. Estas contêm abrasivos mais fortes.

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Os painéis solares são espelhos que focam a energia do Sol e que a utilizam em diversas funções domésticas, como aquecer a água, com os painéis solares térmicos ou dar eletricidade, com os painéis fotovoltaicos. Contudo, só funcionam quando há bom tempo, precisam de ser limpos com regularidade e são dispendiosos.

A energia solar é uma das energias renováveis pois também existem a energia eólica, com aerogeradores e a energia hidráulica, como o conversor de energia das ondas da Pelamis, instalado em Aguçadoura, Portugal. Além destas ainda há a geotérmica, calor do interior da Terra (esta é muito utilizada nos Açores, ajudando até a cozinhar!), e a biomassa, resíduos urbanos e florestais.

Portugal é muito rico em energias renováveis:

- Alentejo e Algarve - energia solar;

- Regiões montanhosas do Oeste, do Norte e da Beira Interior - energia eólica;

- Zonas urbanas e regiões florestadas do centro do país - energia da biomassa;

- Açores - energia geotérmica;

- Bacias hídricas do Norte e Centro do País - energia hidráulica.

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Força elétrica I

Uma força é uma ação entre dois corpos que pode causar deformação ou alterar o estado de repouso ou de movimento. A Unidade do Sistema Internacional é o newton (N). As forças podem ser de contacto, quando há contacto entre os corpos, por exemplo, quando uma bola é pontapeada ou então à distância, como as forças magnéticas, gravíticas e elétricas. Por exemplo, uma pessoa a saltar de um banco cai , é uma força gravítica pois é efeito da gravidade da Terra. mas se nós tivermos um íman e ferro, o íman atrai o ferro, o que é uma força magnética. Mas se nós esfregarmos uma caneta a uma camisola de lã e se tivermos bocados de papel ao lado, a caneta atrai os papéis por causa da eletricidade, é uma força elétrica. A força é uma grandeza vetorial pois precisa da respetiva intensidade, precisa de um ponto de aplicação, da direção e do sentido da sua atração.

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O ADN, quer dizer, o ácido desoxirribonucleico, é uma molécula que carrega informação genética. Todas as células menos os glóbulos vermelhos têm uma cópia dele no nosso corpo. O ADN está enrolado em cromossomas, que são espirais coesas de histonas. As histonas formam as espirais e as duplas-hélices é formada por duas cadeias de ADN unidas. O ADN divide-se em 46 cromossomas, dos quais 23 são da mãe e 23 são do pai. Se esticássemos o ADN humano dava para 500 idas e voltas do Sol à Terra. As mutações no ADN podem ser letais, indiferentes ou benéficas.

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A Central Tejo era uma central termoelétrica e abasteceu a cidade de Lisboa desde 1909 até 1972. Agora está lá o Museu da Eletricidade desde 2006.

Esta central era abastecida por carvão que vinha de Cardiff por via marítima e quando este se esgotava utilizava-se madeira ou nafta, um derivado de petróleo, para aquecer a água até se transformar em vapor de água.

O carvão chegava de barco até à Praça do Carvão e aí subia e ia até à caldeira. Aí estavam 1200ºC. A água vinha da canalização de Lisboa e havia um abastecimento de água lá para que se um cano rebentasse não houvesse problema. Esta água aquecia na caldeira e quando se transformava em vapor de água este subia pelos canos e chegava a uma turbina que transformava a energia térmica do vapor em energia mecânica que depois era transformada em eletricidade. Esta turbina estava presa por um íman que estava dentro de uma bobina. A turbina fazia 500 rotações por segundo.

Por sua vez, o vapor de água era depois arrefecido pela água do rio Tejo sem contactar com ela e condensava utilizando-se assim mais uma vez.

Quando começou a funcionar, a central demorou 48 horas para produzir eletricidade.

Os trabalhadores da central trabalhavam a altas temperaturas e alguns ficavam com as mãos cheias de calos e outros ficavam com doenças pulmonares aguentando só três dias na central por estarem constantemente a respirar o fumo da combustão do carvão.

No topo: Praça do Carvão e Museu da Eletricidade. Em baixo (da Iesquerda para a direita): canos por onde passava o vapor de água

na caldeira, sala das caldeiras, esquema da central, bobina, íman e

turbina, sala dos Cinzeiros e sala das Águas.

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"O Paraíso localiza-se na Terra dos quatro rios"...

... dois estão secos e os outros dois são o Tigre e o Eufrates e o Paraíso está submerso no Golfo Pérsico onde outrora fora uma terra fértil onde provavelmente terão vivido Adão e Eva. Descobertas recentes da NASA encontram marcas de dois rios junto ao Tigre e ao Eufrates. Será que era aí que se localizava o paraíso.

Perto do Mar Morto, há cerca de 100 anos um rapaz beduíno tinha perdido uma cabra. Foi à procura dela e encontrou uma gruta, onde não se via cabra nenhuma mas sim um conjunto de pergaminhos antigos. Este vendeu-os a um sapateiro pelo valor correspondente de 3 euros e os historiadores e arqueólogos souberam disso e investigaram. Estavam escritos em hebraico e pareciam revelar coisas importantes para as três religiões monoteístas: o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.

Cerca de 50 anos depois foi descoberta a cidade de Qumran, na margem do mar Morto e a um passo das cavernas onde se tinham encontrado os manuscritos, onde se apontam ter vivido os donos deles, os essénios, que eram hebreus (judeus) e tomavam banhos de purificação. Novas investigações apontam que Cristo pode ter sido um essénio que ajudou na elaboração dos manuscritos e também apontam que Cristo pode ter sido um hebreu (judeu). Leu-se também nos manuscritos a palavra Akhenaton, o rei revolucionário dos egípcios. Será que este foi o primeiro monoteísta do mundo?

Ao lado Manuscrito do Mar Morto, no fundo paraíso. I

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O dia 22 de dezembro é importante pois é o primeiro dia de férias das escolas mas também porque é o dia da lotaria do Natal, conhecida por El Gordo.

O dia 24 de dezembro e comemorado com um jantar em família onde se come perú assado, mariscos e peixe, enchidos, dependendo da zona de Espanha.

O dia 25 de dezembro é o dia de Natal mas os presentes só se dão no dia dos Reis Magos.

O dia 28 de dezembro é o dia dos Santos Inocentes ou dia das mentiras. A sua origem está relacionada com a matança de crianças mandada fazer pelo rei Herodes na Judeia.

O dia 31 de dezembro é o dia de Nochevieja. Quando as 12 badaladas batem anunciando um ano novo, os espanhóis comem 12 uvas da sorte para cada mês do ano.

O dia 5 de janeiro é o dia do Desfile dos Reis Magos. As crianças podem falar com os "Reis Magos", pedir as prendas e receber caramelos. Mais tarde, as crianças antes de deitar deixam os seus sapatos num lugar visível da casa, como uma chaniné.

O dia 6 de janeiro é o Dia de Reis. As crianças recebem as prendas no lugar visível da casa, mas só se se comportaram bem; se se comportaram mal recebem carvão (!). Após os presentes, o rei do dia é o rolo torcido de reis (parecido com o Bolo Rei). As frutas cristalizadas simbolizam rubis e esmeraldas que adornavam os mantos dos Reis Magos. Os Reis Magos são Gaspar Baltazar e Melchior.

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