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Númwo 16/17 Verão 1990/91 porta-voz dat entldadet amMontalMa autônoma» I A L T E T 1 V A Mwnbra do Mnim da* Organliaçôo» Nâo-«ov»mamontal« Bratilolrat para a Contartncla da ONU do 1992 QUEM A PAZ QUER A FAZ A PAZ SE FAZ SE CADA UM QU1ZER E ASSIM FIZER DA PAZ O SEU MEIO RADIANTE; A PAZ SE FAZ ANTES DA TRAGÉDIA, TODO DIA, ANTES, NA IDÉIA; A PAZ SE FAZ MEDIANTE OS QUE NÂO QUEREM, ANTES, O CHÃO MORTO, O AR LOUCO, A ÁGUA EM FOGO. O CÉU FUMEGANTE; A PAZ COMEÇA ANTES E SE FAZ CONSTANTE PELA VONTADE PERMANENTE DE QUEM CONFIRMA A VIDA E A FAZ MAIS VIVA E JUSTA A TODO INSTANTE... Toté Catalão V o E s " ^ Fórum das organizações não governamentais brasileiras para a conferência da ONU de 92 IV ENEA Encontro Nacional das Entidades Ambientalistas Autônamas

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Númwo 16/17 Verão 1990/91

porta-voz dat entldadet amMontalMa autônoma»

I

A L T E T 1 V A

Mwnbra do Mnim da* Organliaçôo» Nâo-«ov»mamontal« Bratilolrat para a Contartncla da ONU do 1992

QUEM A PAZ QUER A FAZ A PAZ SE FAZ SE CADA UM QU1ZER

E ASSIM FIZER DA PAZ O SEU MEIO RADIANTE; A PAZ SE FAZ ANTES DA TRAGÉDIA,

TODO DIA, ANTES, NA IDÉIA; A PAZ SE FAZ MEDIANTE OS QUE NÂO QUEREM,

ANTES, O CHÃO MORTO, O AR LOUCO, A ÁGUA EM FOGO. O CÉU FUMEGANTE;

A PAZ COMEÇA ANTES E SE FAZ CONSTANTE PELA VONTADE PERMANENTE DE QUEM CONFIRMA

A VIDA E A FAZ MAIS VIVA E JUSTA A TODO INSTANTE...

Toté Catalão

Vo E s " ^

Fórum das organizações não governamentais brasileiras para a conferência da ONU de 92

IV ENEA Encontro Nacional das Entidades Ambientalistas Autônamas

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VIVA ALTERNATIVA

EXPEDIENTE

VilVA mii TIVA

ÉumajSublkaçâodo ESQUADRÃO DA VIDA PRODUÇÕES CULTURAIS Caixa Postai 04/081 Fone.-

(061) 23t-á342 Vinculado às entidades

ambientalistas aitíonomaS. Membro da Cootttónaçao Nadonal do Fórum das Organizações Não- Governamentais Brasileiras Para a

Conferência da ONU de 92, Diretor/Editor ARY

PARARRÁ10S Dta^ramaçâo: TESSA MOSS, Reportagem:

ARY PARARRAIOS. Fotografias:

MCHAa ENDE, MÁRIO FRIEDLANDER, ARY PARARRAIOS

e WILSON DE MORAIS. Ilustrações:

FERNANDO LOPES e BOLÍVAR FIGUEIREDO.

Correspondenles; ROGÉRIO PORTANOVA

(Párisi HUMBERTO MAFRA

ILondres) Tradução:

PILAR DE ALMEIDA Colaboradores: Bolívar Figueiredo,

Tetê Catalão, Fábio Feloman, Valdo França, Leila JinKins, Luiz

Carlos de Barros, Mário Friedlander, Eduardo Vida, Fernando Alexandre, Bené

Fonteles, Cristina MagnanW e Tatiana de Oliveira.

Sede' SIG/SUL - Quadra'3, Bloco C N0

86, Sala 201 - 70610 - Brasília - DF.

Expedçâo: Maíra Oliveira, Tiana Oliveira, Jucá Moreno Oliveira, Francisco M. C

Oliveira.

O QUE ROLA

0 que se passa com o Planeta, suas águas, suas ten ras, seti ar, na visão dos ecologislas, das inslitulções e dos governos.

MUMM 11.11 NÓS NA MÍDIA

Os acontecimentos não interpretados pela gran- de mídia e os furos e que nós, os ambientalistas, da- mos na notícia estereotipada dos grandes jornais, geralmente omissos nos detalhes das notícias e no reconhecimento das doenças do ambiente.

tfÉMM U PROSELITISMO

A notícia e o conselho descarado, braga, proli- xo, piegas que lodo mundo descarta com suposta e pretensiosa superioridade chegando para elucidar e conscientizar. Sem aquele medo do ridículd que transforma ignorância em omissão estatus;'que sal- vaguarda a "honra" da inteligenfzia pátria.

PAOINA »

ENTREVISTA

Randy Haryes, da Rainforrest Adíon Network, da Califórnia, dá entrevista exclusiva as nosso corres- pondente em Londres, Humberto Maíra,

PÀOINAS u CAMPANHA-Aids

ta mais que a doença. Preconceito ma-

PAOINA a

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VIVA ALTERNATIVA

ALT TIVA

s* h o E S

ECO 92

^f

Fotos Aiy Patarr"»

ECO - 92 AII Conféíericiá Oficial da ONU Sobre Meio Ambien- le e Desenvolvimento promete um fiasco se os go- vernos participantes nâo tirarem as máscaras. Mas a Conferência Paralela das 0'rganizaÇões Itâo- Govefnamenfais, que no Brasil já tem um Fórum funcionando desde o ano passado,'será certamente um evento que marcará a década e o final do sécu- lo, í o Fórum brasileiro está a todo vapor.

PAOINAS LI!

IV ENEA

Independentemente do Fórum das ONGs, o setor ambientalista se abre para a sociedade civil e realiza seu quarto grande encontro. As decisões tomadas têm destaque nesta edição de Viva Alternativa.

PÃOIHAS y

V ENECOLOG1A OPINIÃO Reynaldo Jardim descerra o pano de boca do ¥l

m Palco Político. NUNNAI

O ecologismo do Nordeste se movimenta em seu quinto encontro regional levantando problemas e adotando política de atuação na região.

PAOINA

Magdá Renner, do Rio Grande dó Sul, desmascara o GATT.

MMNM .1 Jorge Maufner profetiza o Armagedon com Marx, ÍHoussen, Bush, Maomé, Alá, Hitler, Bonaparte e ou- M

tros atores deste é de outros tempos do Pk neta. p^omA 3*

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EDITORIAL

A GRANDE MíDIA E 0 VIDEOGAME A arrogância dos meios de co-

municação têm feito da guerra um brinquedo eletrônico. Bóris Casoy, âncora do SBT, chegou a opinar quando do derramemento do petró- leo no golfo Pérsico: "Nada de anormal, não vai nos atingir nun- ca...os especialistas jã concorda- ram que não é um caso tão grave". Ele só mudou de opinião quando viu os bichos pe- los vídeos da CNN. Ou seja, desde que não estejamos por perto, que a ima- gem não nos chegue publica- mente, a guerra está longe. Des- de que eu não ouça os gritos de quem geme sob os escombros, a guerra não me é tão grave... É a assepsia cultural dos engravatados bonecos que en- tram em sua casa pelo vídeo. É ób- vio que as imagens dos animais sa- crificados no Golfo não são mais amenas do que as dos patos e ou- tros bichos dos grandes lagos ou da costa atlântica americana. Os ame- ricanos são peritos em matar gente criando guerras e matar o ambiente numa guerra surda e interminável.

Os xerifões do Planeta correm para cuidar da democracia dos outros enquanto eles próprios continuam sua guerra nas estrelas, vendendo patriots em guerra firme. O que, por sua vez, não dá direitos a um dita- dor terceiro-mundista como Sad- dam Hussein. Trocando em miúdos um mal não atenua o outro. A guer-

ra é insana em qualquer cir- cunstância e sob qualquer pretexto. O es- pírito da paz tem que ter mais do que uma idéia na cabeça. Tem que transcen- der o mundo das elites políti- cas e chegar as ruas, ser bata lhado a cada minuto, em ca-

da gesto. E, por mais piegas que is- so posssa parecer, tem que ser vi- vido nas açóes cotidianas que vão desde o consumo desenfreado até a omissão culposa. OMISSÃO, O NOSSO MÍSSIL, repete o poeta Tetê Catalão. Desejando que cada vez mais possamos trocar o imobilismo por poesia. Resgatando a utopia. A paz, quem quer, faz.

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ECO 92

A II Conferência do meio ambiente A II Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, promete um

feito que os governos não conterão, certamente. A escalada da Sociedade Civil

em todo o Planeta não sofrerá demanda diferente no Brasil na época da

conferência, junho de 1992. Nossas (ONG's) Organizações Não-Governamentais

estão articuladas com movimentos, redes e entidades internacionais para

realização da conferência paralela, que promete presença de mais de 30 mil pessoas.

BRASIL RECEBE PAíSES DA 0 NU Cento e setenta países estão com suas pre-

senças confirmadas na Conferência que o Rio de Janeiro vai sediar em junho de 92 sobre ambientalismo e desenvolvimento. Esse quadro mostra que em vinte anos

quadrjplicou-se o número de nações interessa-

das e preocupadas com a questão ambiental; na primeira conferência da ONU, realizada em Esto- colmo (Suécia) em 1972, havia cerca de 40 países que centraram discussões em torno somente do meio ambiente. Neste segundo encontro, um grande passo será dado ao se tQf como proposta

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ECO 92

a discussão de compatibilizar as duas realida- des: meio ambiente e desenvolvimento.

Os temas da conferência, definidos pela ONU em 89, confirmam que quase todas as questões estão diretamente ligadas à política de crescimet- no econômico adotada pelos países. Entre os principais estão a qualidade das águas, a cama- da de ozônio, as alterações climáticas do plane- ta, fauna e flora (florestas tropicais), o destino dos resíduos perigosos, meio ambiente urbano e educação ambiental.

Uma comissão do Itamaraty, formada por oi- to órgãos oficiais, entre ministérios e secretarias, vai definir os termos da participação brasileira na Conferência no âmbito do Governo. Já as normas de participação das organizações ambientalistas não-govemamentais foram definidas em Nairobi, em setembro do ano passado, dois meses de- pois de ter sido eleito, na segunda reunião do Fó- rum das ONGs em Nova Friburgo (RJ), seu repre- sentante Rubens Harry Born, da Oikos.

20 Anos Antes Da Io assembléia geral da ONU (realizada en-

tre 5 e 16 de junho de 72), saiu a Declaração sobre Meio Ambiente Humano, que se tornou a princi- pal referência para a elaboração de políticas am- bientais. Países que elaboraram novas constitui- ções após aquela data (como Brasil, Portugal e Espanha) inspiraram-se nela ao redigirem a parte relativa a meio ambiente.

Naquela reunião de Estocolmo em 72 - dé-

cada em que predominava nos países a concep- ção de desenvolvimento a qualquer custo e quando o movimento ecológico estava apenas começando, somente cerca de ti países tinham entidades públicas que tratavam especificamente da questão ambiental (no Brasil havia os em- briões da Sema e da Cetesb). A participação das ONGs se deu através de conferências paralelas.

A partir de então, as sociedades civis ultra- passaram os governos: trabalham a questão am- biental, a despeito da ordem ideológica dos paí- ses. Pelo lado brasileiro, segundo o ecologista e deputado Fábio Feldman, a sociedade, através das ONGs, deve ser a principal fonte de subsídios sobre a questão ambiental do País e é quem vai mobilizar a nação em torno da ECO 92 e de seus desdobramentos.

Criação do Fórum das ONGs As ONGs presentes no primeiro encontro na-

cional para tratar da ECO 92, no dia 18 de junho de 1990 em São Paulo, aprovaram a criação do Fórum das Organizações Não-Governamentais para a Conferência de 92.

Na segunda reunião realizada em Nova Fri- burgo (RJ), foi eleita a coordenação provisória do Fórum: CNDDA, Cedi, SOS Mata Atlântica, Crab, Oikos, Upan, CNS, Sean, ND! e Viva Alternativa. A partir da reunião de Brasília, em setembro, fo- ram incluídas: Fase, FEEC, Apedema/SP e Apedema/RJ.

A preocupação quanto ao processo para a realização da Conferência Paralela passa por um

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CASA DA VIDA NATURAL CLN 302 - Bloco B - Loja 37 Telefone: (061) 225-2418 - 321 -3644 Brasília - DF - CEP 70723

ECO 92

tripé de acontecimentos. O primeiro diz respeito a várias reuniões intergovemamentais para tratar do tema desenvolvimento sustentato que em 92 certamente resultará em resolução da ONU. 0 se- gundo é a articulação das ONGs que deverão fa- zer lobbies junto aos governos e às instituições intergovemamentais para que sejam elaboradas declarações mais progressistas e incisivas.

O terceiro vem da proposta da União Proteto- ra de Ambiente Natural, Upan, para que o movi- mento ecologista não discuta a pauta e as agen- das dos governos, mas que defina as suas pró- prias em diálogo com outros setores da socieda- de civil organizada.

Atuação em Brasília

No último encontro das ONGs, realizado em Brasília nos dias 26 e 27 e outubro, várips deci- sões importantes foram tomadas, entre elas a ampliação da coordenação nacional provisória, que passou a definitiva. Foi também realizada uma ampla discussão em torno da adoção do plano estratégico do Fórum quanto à discussão de temas até 92. Tomou-se também a decisão de elaborar um relatório nacional alternativo definin- do os eixos de abordagem quanto ao temas de 92: a necessidade de nova ordem econômica in- ternacional; a participação pública efetiva e de- mocrática em questões de meio ambiente e direi- tos humanos; e os novos paradigmas de desen- volvimento e padrão de consumo.

Nesse meio tempo, entretanto, a coordena-

ção nacional fez uma ou mais reuniões em várias cidades, de agosto até janeiro. Foi realizada uma no Rio em agosto, duas em setembro em Brasília e uma outra na véspera do Encontro Nacional de outubro. Em 10 de dezembro, a coordenação se reuniu com o ministro Luís Felipe Macedo Soa res, secretário executivo da CIMA, para discutir a participação do Fórum em reuniões da CIMA e os eventos paralelos à Conferência de junho de 92. Ainda nesse mesmo dia, a coordenação esteve reunida na embaixada da França com represen- tante do governo francês, encarregado da Confe- rência das ONGs em Paris em 90/91, Henri d'Ors- feoil, além de ter feito outras duas reuniões com os representantes da Suécia e do Canadá.

Em 11 de dezembro, o Secretário Nacional de Meio Ambiente, José Lutzemberg, assumiu o compromisso perante a coordenação de que o Fórum poderia participar das reuniões da CIMA através de um representante. E no dia 12 de de- zembro, ainda em Brasília, a reunião da coorde- nação envolveu a participação de representantes de governos de diversos países na embaixada do Reino Unido. Estavam lá representados a Ale- manha, a Noruega, A Finlândia, os Estados Uni- dos, A Austrália, o Japão, a URSS e a CEE.

A última dessas reuniões foi realizada em São Paulo, dias 7 e 8 de janeiro, onde foi aprova- do o projeto de atividades de organização do Fo-: rum que será submetido ao plenário.

ANGÉLICA TORRES

mmm

Tony Gross, do Cedi, e José Carlos Libâneo, do NDI. 2 — Langston James Garee VI (Timo), do IPHAE instituto de

Pré-História e Antropologia e Ecologia, Porto

Velho-Rondônia. 3 - Carlos Aveline, da Upan. 4 — Vivaldo Reis, da Sopren, e Viviane Amaral, da Ame-Mato Grosso

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ECO 92

s OCIEDADE FAZ SUA C Mais de 350 Organizações NãQ-

Governanmeniais (ONGs) brasileiras já inte- gram um fórum para discussão da Confe- rência Mundial para o Meio Ambiente e De- senvolvimento, (conhecida como Unced 92

- United Nations Conference of Environmem and Dcvclopment) que a ONU se prepara para promover no Rio de Janeiro cm junho de 1992. Criado por 45 entidades na primeira reunião plenária das ONGs a 18 de junho em São Paulo. O Fórum, um mês de- pois já contava com um representante e dois su- plentes junto ao IFC (International Facilitating Comit- les) Rubens Harry Bom, da Oikos; Orlando Valver- de, da CNDDA (Io suplente) e Carlos Aveline, da UPAN (2o suplente), eleitos na segunda plenária das ONGs realizada em Friburgo nos dias 31 de julho e Io

de agosto. Desde então Harry Bom cumpriu o se- guinte roteiro como representante do Fórum:

Nairobi (Quênia) dias 9 e 10 de setembro - Pri- meira reunião do Comitê Internacional Facilitador para rediscussão dos critérios do próprio IFC e elei- ção do presidente e de membros do comitê executi- vo. Incluída nesta reunião do Comitê Preparatório (Prepcom), que agrupa mais de 40 países encarre- gados de organizar a conferência de 92, teve como pauta a discussão das diversas propostas de parti- cipação das ONGs no processo preparatório das conferências (oficial e paralela).

No dia li, o representante participou de debate público (em nome do Fórum de ONGs brasileiras) organizado pelo Centro Nosso Futuro Comum e de-

ONFERENCIA nominado Public Fórum. Estavam presentes repre- sentantes dos governos brasileiro, polonês, indoné- sio, além dos de ONGs. Harry Bom falou sobre os relatórios oficiais que os países vão elaborar até ju- nho de 91 sobre o processo da Unced 92. O princi- pal objetivo desses documentos é apontar as pers- pectivas nacionais e as experiências que possam ajudar a ONU a cumprir objetivos da Conferência. Houve unanimidade quanto à importância da parti- cipação das ONGs em nível nacional e Harry cha- mou a atenção para o cuidado de que não sejam feitos relatórios com visão governamental.

•••

Genebra (Suíça), dias 3 e 4 de novembro na se- gunda reunião do IFC discutiu-se a finalização da composição do comitê, estabeleceram-se critérios de funcionamento dos trabalhos e debateu-se se o IFC irá ou não organizar conferências paralelas às da ONU no Brasil. Houve pressão no sentido de que quem deveria organizá-las seria o Fórum das ONGs, mas decidiu-se que o IFC vai facilitar a realização de eventos paralelos específicos e de conferências pa- ralelas à oficial com apoio e orientação do Fórum de ONGs Brasileiras.

•••

Cairo (Egito), dias 13 e 14 de novembro, segunda reunião do International Steering Committee, criado há seis meses por iniciativa do Elci (Centro de Enla- ce para o Meio Ambiente Internacional) que já se decidiu por participar do IFC. Nas reuniões foram

I — Trabalho em grupo de ambientalistas de

São Paulo, Rio e Santa Catarina. 2 - Alvenir

de Almeida, da Comissão Regional dos

Atingidos por Barragens. 3 — Silvia

Czapski da Associação Ituana de Proteção Ambiental, Aipa, e

João Paulo Capobianco, da SOS-Mata Atlântica

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ECO 92

BRASIL eleitos dois co- presidentes do Sieerlng Commitlee: Roberto Smeraldi, (da Amigos da Terra Internacional) e o representante do Fórum. Em seguida, Harry Born participou como observador de uma consulta regional entre países árabes, envolvendo suas ONGs sobre meio ambiente e desenvolvimento.

ECO 92 Em nome do Fo-

rum das ONGs, junto com a representante do 1CVA, Maire-Claire Prelt, Harry Born elaborou termos de. re- ferência para o Steering Commiltee, relatando obje- tivos e deveres do co-presidente além de funções dos demais membros, em proposta aprovada na reunião de Paris realizada dois meses depois. Discutiu-se ainda com que termos e abordagem as ONGs devem se preparar para contribuir com a con- ferência de 92 e sobre o documento "Brasil 92" que será aprovado na conferência de Paris em dezem- bro de 91.

Genebra, Berna e Zurique (Suíça) - 19 e 20 de novembro. Estabeleceu contatos com ONGs suíças e participou da reunião do Congo, entidade que reú- ne ONGs de status consultivo junto à ONU, quando foi criado comitê para cuidar da UNCED 92. Discuti- ram plano de trabalho e acharam importante incluir

verba para traduções para o Português de docu- mentos da conferência.

Bonn e Colônia (Alemanha), dias 21 e 22 de no- vembro - o representante brasileiro provocou reu- niões com as três maiores entidades ambientalistas alemãs e com a Fundação Heinriech Boll sobre a criação do Fórum, pedindo apoio financeiro ao tra- balho. A resposta foi positiva a princípio, mas a fun- dação pede projeto. Em seguida participou de reu- niões de ONGs européias em Copenhaguen sobre Mercado Comum Europeu e celebração de 500 anos de Américas, além da UNCED 92, onde houve consenso de que os três assuntos devem ser mes- clados pelas ONGs para efeito de pressão sobre os governos. "Se não se reavaliar os 500 anos de ex- ploração iniciada nas Américas e se os europeus não definirem padrões de consumo, não caberá discutir estratégia de desenvolvimento".

Paris (França), 16 a 20 de dezembro - terceira reunião do IFC para definição de termos para o do- cumento Brasil 92. Harry Born propôs que o docu- mento não deve levar o nome de Brasil 92 porque deve ser encarado segundo preocupação planetá- ria. Foi definido o cronograma de trabalho e os eventos que deverão ocorrer até a Conferência de Paris (de 16 a 20 de dezembro de 91) e empregou-se um dia inteiro em negociações com o governo fran- cês para definição de termos do acordo entre o IFC e este governo. Na pauta, discussão do orçamento do processo e de captação de recursos adicionais.

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ECO 92

COORDENAçãO E SECRETARIA DO FóRUM

ELABORAM 0 PROJETãO A partir da reunião de

Brasília em outubro de 90, o Fórum das Organizações Não-Governamentais Brasi- leiras Preparatório para a II Conferência da ONU Sobre Meio Ambiente e Desenvol- vimento transformou em de- finitiva a sua Coordenação Nacional Provisória que, de- pois disso, se reuniu apenas uma vez, em São Paulo, nos dias 7 e 8 de janeiro — para discutir os termos de um projeto global de atividades. O projeto, que já ganhou um apelido, Projetão, será sub- metido à IV Reunião do Fó- rum, em São Paulo. A pro- posta que sustenta o Proje- tão considerou, para sua ela- boração, os parâmetros de participação codificados pe- los diversos órgãos interna- cionais oficiais e não oficiais.

E resume as intençóes das diversas correntes ideológi- cas presentes no Fórum. Embora não tenha chegado ainda aos detalhes orçamen- tários prevê, na administra- ção, a criação de um escritó- rio em São Paulo e outro (imediato) no Rio de Janeiro, promovendo intercâmbio entre seus participantes e a sociedade civil interessada.

A idéia do Projetão nas- ceu dos encontros que a Coordenação Nacional teve em Brasília, no mês de de- zembro último, com as em- baixadas do Canadá, da In- glaterra e da França, com Warren Lindner, diretor exe- cutivo no Centro Nosso Futu- ro Comum, e, junto com es- te, com o grupo do Itamaraty dedicado à Conferência oficial.

Anteriormente a CN ha- via solicitado ao Governo do Canadá recursos para ativi- dades conjuntas de ONGs brasileiras e canadenses. O projeto, aprovado no dia 30/11, ainda não tinha os re- cursos (na ordem aproxima- da de US$ 60 mil), liberados até o fechamento desta edi- ção, no dia 5 de fevereiro. Os recursos seriam aplica- dos na infra-estrutura básica cujo ônus, até o presente, vem sendo suprido pelos dois componentes da Secre- taria Executiva da CN: SOS Mata Atlân.tica e Cedi.

A Secretaria Executiva trabalha sob as decisões da Coordenação Nacional que, por sua vez, ouve, executa e dinamiza as decisões toma- das pelas assembléias ge- rais do Fórum.

Foto* Ary I

Maria Amélia, da União das Nações Indígenas Tony Gross, do Cedi « da Secretaria Executiva do Fórum

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ECO 92

P ROJETAO Projeto de apoio às atividades do Fórum durante 91 e 92

PROPOSTA DA COORDENAÇÃO NACIONAL

A33C.MD1.C1A / AUDITORIA CONTÁBIL INDEPENDENTE

COORDENAÇÃO SECRETARIA EXECUTIVA NACIONA L

1 ^

COM UNI

1 ESCRITÓRIOS

—i

1

CAÇÃO

-1

DO FÓRUM

1

ORGANl APOIO ) COLETA REG/ESl

ZAÇÃO kS /AS PADUAIS

I PREP/ TEMA

1 FRAÇÃO TICA

MONITOR DAS CON INTERNA

AMENTO VENÇÕES CIONAIS

_L ORGANIZAÇÃO DA CONFERÊNCIA DAS ONGs

GT2 GT1 1 G' re

GT3 GTS

( }T4 G1 r?

Secretaria Executiva / Coordenação Nacional

PROPOSTA DE AGENDA DE REUNIõES 1 - 1

m Mtl Dlai Local 01»

2! 02 20 -21 Sáo Paulo Antes do IV EN 3! 03 14, 15 e 16 - anles das reuniões México,

Prepcom, 1FC 4? 04 8e9 5-' 05 2e3 — junto c/ V EN 6? 06 364 7! 07 25e26 — junto ei Vt EN 8? 08 5 9! 08 22 6 23

K>! 09 ~ anles do vil EN

ENCONnO LATINO AMERICANO (fORUM + Fof)

■ 10 12? 11 465 13! ■ 29 14? 12 667 junto d VIU EN 15? 12 13

CONF.Df PARIS

1991

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16? 17?

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20! 21? 22?

0) 01

03 03 04 05 05

667 13 6 14

13 27 6 28 9 6 10 465 25 6 26

-

ames do ECO-92 Public Fórum (Cent. Futuro comum + FORUMI

junto c/ IX EN

JUNTO- SfStiO MRMAMNTI: 1 A 19 JUNHO Cl UNCfD E CONF. ONO. |

23? 24?

06 07

22 24 6 25 junto c/ X EN (úlllmol

DISSOLUÇÃO DO FOBUM

25? 2a'

08 09

18 7

- dissolução ÚLTIMA REUNIÃO

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MéRICA LATINA TERá FóRUM organização Friends of the Karth Internatio- nal (Amigos da Terra-lnternacional) propõe organizar, em conjunto com o Fórum brasi- leiro um encontro de representantes de ONGs da América Latina em São Paulo, no

mês de setembro próximo com três dias de dura- ção e número limitado de 100 participantes.

A FOEI espera facilitar os preparativos das ONGs latino-americanas de três formas: permitin- do e ocasionando a adoção de estratégia própria para influir e fazer acordos com os governos na- cionais através da ONU via Conferência de 92; pro- piciando que tais ONGs formem intercâmbio com outras regiões e países mostrando suas posições políticas fundamentais de meio ambiente e desen- volvimento; e abrindo espaço para que elas pos- sam conhecer idéias e posições de redes interna- cionais com as quais poderá escolher viabilidade de acordo.

Como primeiro resultado espera-se que um documento, produzido no encontro, possam levar para os governos de todos os países filiados a ONU, as recomendações ambientais latino-

americanas. Este documento deverá servir tam- bém como contribuição latino-americana para a Conferência das ONGs que se realizará em Paris em dezembro de 1991.

No temário proposto estão um plano de prote- ção para a Bacia Amazônica; dívida externa e meio ambiente (conversão de dívida); Fluxo Norte-Sul de assistência ao desenvolvimento — projetos bons e ruins; planos energéticos para América Central e do Sul (biomassa, solar e me- lhoramento da eficiência do uso de energia); reser- vas indígenas-técnicas para a proteção das terras e impactos de desenvolvimento sobre a popula- ção; poluição costeira e oceânica e Convenção Global sobre Florestas.

A proposta foi inicialmente apresentada e dis- cutida por Roberto Smeraldi (FeOEI) com Rubens Born, representante do Fórum brasileiro no IFC, na reunião do Sleering Comitlee no Cairo, em novem- bro, e, posteriormente em seguida com Tony Gross e João Paulo Capobianco, da SE, em São Paulo.

A1PA -' Associação lluana de Proteção Ambiental, llu (SP). AME - MATO GROSSO - Associação Malogrossense de Ecologia. Cuiabá (MT) APEDEMA - Assembléia Permanente de Entidades de Defesa do Meio Ambiente (SP e RJ) CIMA - COMISSÃO INTERMIN1STERIAL PARA A PREPARAÇÃO DA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Criada em 25 de abril de 1990. CEDI — Centro Ecumênico de Documentação e Informação, São Paulo (SP) CENTRE FOR OUR COMMON FUTURE - (Centro Nosso Futuro Comum). Criado em 88 para administrar o acervo da Comissão Brundtland que tomou este nome da ex- primeira-minjslra norueguesa Gro Harlem Brundtlan. primeira presidente da Comis- são Mundial de Meio Ambiente e desenvol- vimento da ONU, é sediado hoje em Gene- bra, Suíça. 0 Relatório Bnindlland. produzi- do de 1983 a 1987 pela comissão foi traduzi- do e publicado no Brasil pela Fundação Ge- túlio Vargas. CRAB - Comissão Regional dos Atingidos por Barragens (RS). CN - COORDENAÇÃO NACIONAL (do

GLOSSÃRlO Fórum das ONGs brasileira preparatório para a II Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 92. CNS — Conselho Nacional dos Seringueiros (AC) CEMA — Centro de Enlace para o Meio Ambiente, tradução de ELCI ELCI — Environmental Liaison Centre International. A tradução da sigla é CEMA (Centro de Enlace para o Meio Ambiente) ESQUADRÃO DA VIDA - Grupo de multimídia que produz o jornal Viva Alternativa. Brasília (DF) FASE — Federação de órgãos para a Assistência Social e Educacional (RJ) FEEC - Federação de Entidades Ecologistas Catarinenses (SC) IFC - INTERNATIONAL FAC1LIT1NG - Co- mitê Internacional Facilitador. Foi criado dentro das decisões do Centro Nosso Futu- ro Comum, para analisar a participação dos setores independentes. O Fórum das ONGs brasileiras tem um assento junto com ou- tras cinco redes independentes internacionais. NDI - Núcelo de Direito Indígena, Brasília (DF) NGO INTERNATIONAL STEER1NG COMIT- TE — (ou, SC). É um comitê internacional criado pelo ELCI ('Environmental Liaision Centre International) ou GEMA (Centro de

Enlace para o Meio Ambiente) Se dedica a criar articulação entre ONGs e UNCED.

ÓIKOS - óikos - União dos Defensores da Terra, São Paulo (SP). ONG - ORGANIZAÇÃO NÃO- GOVERNAMENTAL PREPCOM - Preparatory Comittee (Comitê Preparatóriol. Comitê oficial encarregado de preparar a Conferência Tem um relator, um presidente e quarenta vice-presidentes (um é brasileiro). Está aberto a todas as nações-membros da ONU; se reúnem em março de 90 em Nova Iorque, em agosto de 90 em Nairóbi, Quênia; se reunirá em ja- neiro e setembro de 91 em Genebra, Suíça, e em janeiro de 1992 em Nova Iorque.

SE - SECRETARIA EXECUTIVA (ligada a Coordenação Nacional do Fórum das ONGs Brasileiras para Conferência da ONU de 92) SEAN — Secretaria das Entidades Ambientalistas do Nordeste (RN) SOS MATA ATLÂNTICA - Fundação SOS Pró-Mata Atlântica (SP). UNCED - United Nations Conference on Environment and Development. (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) UPAN - União Protetora do Ambiente Natural, de São Leopoldo (RS)

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VIVA ALTERNATIVA

O Q U E R O L A

D ASSINATURA DE THE ECOLOGIST

A revistcf The ECologist tem uma quantidade x de assinaturas para distribuir entre os leitores de Viva Alternativa, de graça. Se você co- nhece a revista, lê inglês e tem cer- teza que ela será de utilidade pra você. faça o pedido e corra o risco de vê-lo atendido. Escreva uma carta para o seguinte endereço: The Ecologist, c/o Humberto Ma- fra, 61 CrossSt., London - Nt 2BB, Inglaterra. Dê o seu endereço e explique, bre- vemente, por que a leitura do The Ecologist seria importante pra vo- cê. Diga alguma coisa sobre a ca- pacidade do seu inglês. Não se esqueça de botar o endere- ço. E boa sorte.

□ AUEIMANDO VIU RICA

O péísfor evangélico Reine Lüis Lebtag, de Vila Rica, extremo nor- te matogrossense, quase divisa com o Pará, acusa, alarmado, queimada intencional de 25 mil hectares ha região onde mora. "A queimada durou mais de uma se- mana deixando as pessoas com inflamação nos olhos'e alergia na pele. O céu escureceu em um es- petáculo apocalíptico". Conside- rando que a queimada foi a 125 ki- lómetros da cidade, dá para se imaginar o horror para quem a as- sistiu de perto. O que certamente contrasta com o céu azul que o Ibama vem pintando no mapa das queimadas na Amazônia. Se- gundo o pastor, nunca se quei- mou tanto a mata como agora. (BENTO KASTALLAIS).

SALVANDO O TATU-BOLA

A única espécie de tatu tipica- mente brasileira, redescoberto há dois anos — o tatu-bola, conside- rado desaparecido, começou a ser estudado pela Fundação Bio- diversitas para a Conservação da Diversidade Biológica. A primeira etapa do projeto, que conta com

financiamento de US$ 9 mil do Fundo Mundial para a Vida Silves tre (WWF), e Conservafion Interna- tional visa o mapeamento de re- giões onde se possa preservar a espécie. O tatu-bola encontrado anteriormente em toda a caatinga da região Nordeste, hoje restringe seu habitai em pequenas regiões do norte da Bahia. Esta espécie conhecida popularmente por se enrolar quando ameaçado, está extinta no Ceará e no Piauí.

A fase seguinte do projeto pre- servacionista da Biodiversitas, en- caminhará a pesquisa e a necessi- dade de reintegração do animal no seu habitai, apôs criação em cativeiro.

d MERCADO VERDE A defesa do meio ambiente pas- sou a influir, efetivamente, na polí- tica de marketing das empresas. Em 29 de jaríeiro/9t realizou-se o "y Annifal Green Marketing Sum- mit" em Nova lorcfue. O evento — organizado pela Retail Advertising &' Marketing Association, e patroci- nado pelo jornal Advertising Age - tem como objetivo "trocar ex- periências referentes à cooperação e implementação do ambiente sem prejudicar os negócios". Co- mo se vê a preocupação ainda é "não prejudicar os negócios". Mas já é um passo no sentido de se fazer negócios sem prejudicar o ambiente. Os temas tratados fo- ram diretamente ao encontro dos interesses dos participantes: o que é verdade?; o que é produto ver- de?; o que é Consumidor verde?; o movimento verde na América; produtos para o mercado verde; o "status" da marca verde; publici- dade verde. etc. O encontro, que pretende ser anual, contou com a participação de diversos especia- listas nas áreas de marketing e al- guns poucos representantes de entidades ligadas ao meio am- biente (National Geographic, Good Housekeeping Institute, Green Seal e Garbage Magazine). O que se es-

pera para os próximos encontros é que aumente a participação dos movimentos de defesa do meio ambiente. Os ecologistas terão condições de alertar os "marketei- ros" sobre o desenvolvimento de produtos não nocivos ao meio ambiente.

José Domingos de Brito - de São Paulo

dFORUM NACIONAL

A Secretaria Executiva da Coorde- nação do Fórum das ONGs Brasi- leiras e Preparatório para a II Con- ferência da ONU sobre o Meio Am- biente e Desenvolvimento de 1992 (ufa!) avisa que na última reunião da Cima, Comissão Interministe- rial de Meio Ambiente, ficou resol- vida a presença de um represen- tante das ONGs naquele órgão do Governo. Há quem dê pêsames e há quem dê parabéns.

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VIVA ALTERNATIVA

fundação de incentivo à cultura

O QUE ROLA

Maria Rita (2a esq.), da FIC, com alunos embarcando para curso no exterior

FALAR INGLÊS - UM LUXO? Quem não se comunica,

se estrumbica - Chacrinha.

' 'Recent trends in the depletion of natural resources teach us, lhat the integral conservation of nature in its preseni state is no longer a rea- listic option. Rather, in coming de- cades environmentaiists will have to face the major chálienge of in- venting and implementing policies and programmes that are success- ful in meeting the world popula- tion's escalating demand for re- sources within accptable limits of resource depletion and a minimi- zed rate of dfccreasé of the globe's biological diversity.

by Pietronella van den Oever

Sem dúvida que, para quem se propõe a estar informado sobre o que se produz no campo do meio ambiente, o texto acima não cons- titui novidade, a não ser que o companheiro não saiba inglês. Pois é, falar, ler e escrever em lín- gua inglesa é uma exigência e uma necessidade crescente para quem está consciente da globali-

zação de tudo, nas mais diversas áreas do conhecimento, da cida- dania e da ecologia. O inglês foi, é, e será por um bom tempo, o de:

nominador comum na hora de reunir em torno de uma mesa, pessoas de diversas nacionalida- des. Isto não é novidade para uma boa parte da comunidade de ambientalistas no Brasil e no mun- do. Agora, se você, caro leitor, ainda não tem um razoável domí- nio da língua inglesa, terá de pedir a alguém, que saiba, para enten- der o que é que a Pietronella es- creveu. Se tiver a oportunidade de cruzar com ela, digamos em ju- nho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, e até lá não tiver se tocado e aprendido inglês, vai ficar mudo na frente dela, com cara de..., tal- vez gesticulando, talvez sorrindo e... se mandando! Identificada a questão a resposta aparece, e a FIC—Fundação de incentivo a Cul- tura tem as clicas para tomar viá- vel o aprendizado de inglês, lá on- de a língua está na boca de todos, ou seja, na Inglaterra, no Canadá e nos Estados Unidos. Promovendo a formação lingüística a FIC está de portas abertas e telefones dis-

poníveis para esclarecer e servir a todos! Crie a sua própria alternati- va. FIC conosco. A FIC - Fundação de incentivo a Cultura está estabelecida em Bra- sília e pode ser contatada pelos te- lefones (061) 224-4494 OU 225-6663. Novas turmas todos os meses! Defendemos a idéia de freqüentar um curso de inglês num país onde essa seja a língua de uso comum, porque proporciona um contato 24h com a mesma! É vulgar, aqui no Brasil, o indiví- duo iniciar aulas de inglês e gastar tempo à toa por não sintonizar de- vidamente na hora da classe (fal- ta de concentração) ou por não re- ter o fundamento do que apren- deu, até porque não pratica, a não ser durante a aula, quando esta o autoriza! Na questão financeira, com exce- ção da despesa de deslocação, não existem maiores diferenças entre o custo hora-aula cá e lá com o aspecto adicional da convi- vência permanente, estando lá!

A partir de 60-80 horas-aula* no exterior acreditamos que o aluno iniciante obtenha um rendimento comparável no mínimo ao dobro de horas-aula recebidas no Brasil, adquirindo um razoável nível de compreensão e comunicação!

* num período não superior a í mês.

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VIVA ALTERNATIVA

IV ENEA

ECOLOGISTAS SE REúNEM EM BRASíLIA Noventa e seis entidades ambientalistas brasileiras estiveram reunidas nos dias 29 e 30 de novembro de 90 para o IV Enea — Encontro Nacional de Entidades Ambientalistas Autônomas, em Brasília. Constatou-se, ali, um revigoramento nas intenções de se ampliar o movimento ambientalista para outros segmentos da sociedade. Associações de classe, instituições internacionais e até órgãos governamentais fizeram questão de presença mesmo quando sem direito a voz e voto. Ampliado em quantidade, o Enea, que parecia fadado ao desaparecimento depois da sua segunda edição, emergiu mais forte, embora ainda atrelado à bandeiras e palavras de ordem. Ecologia, como tema em evidência, tem colocado neófitos no assunto ao lado de pessoas e entidades com currículo amadurecido por teses e práticas políticas modernas. O que, sem dúvida, democratiza a informação mas atrasa o processo de amadurecimento e de formação de novos quadros. O Enea demonstrou interesse em formar uma rede nacional que interligue regiões e Estados brasileiros diminuindo a distância pelo contato permanente e pelo intercâmbio. A rede, no entanto aguardará a próxima assembléia, ou V Enea, marcado para os primeiros quatro meses de 91. As deliberações do Encontro, seguem na integra, abaixo:

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IV EN EA

POLíTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE As entidades ambientalistas reunidas no 4o En- contro Nacional de Entidades Ambientalistas Autônomas, realizado em Brasília, nos dias 29 e 30 de novembro de 1990 deliberam o que segue:

i) Que a questão ambiental seja tratada a nível de SEMAN e que o CONAMA reassuma o papel de órgão superior do meio ambiente.

2) Que a representação ambientalista do CONAMA seja ampliada para um representan- te por estado da federação.

3) Que o programa nuclear paralelo deve ser desativado e as responsabilidades sejam investigadas, cabendo o controle da questão nuclear exclusivamente ao Congresso Nacio- nal e a Sociedade Civil, conforme estabelece a Constituição Federal.

4) Recomendar que seja rea- lizado da forma mais urgente possível o zoneamento ecológico-econômico do país, com a participação da Socieda- de Civil organizada.

5) Denunciar a falta de políti- cas públicas claras nos mais di- versos setores de atuação do Governo (mineração, energia, agricultura, indústria, etc.) nas quais, a variável ambiental não é considerada, não se dando a ela a necessária prioridade. A in- trodução do metanol como combustível, a implantação e ampliação de fá- bricas de celulose, os garimpos de ouro, os pólos petroquímicos, a questão nuclear, o ge- renciamento dos recursos hídricos são alguns exemplos a serem observados. O CONAMA deve promover debates, deliberar e legislar so- bre estas políticas.

6) Denunciar o sucateamento dos órgãos ambientais nos âmbitos federal e estadual os quais, com apoio político e com autonomia para aplicar a legislação ambiental.

7) Reforçar a necessidade da participação das entidades ambientalistas nos conselhos estaduais e municipais de meio ambiente, que

deverão ser normativos e deliberativos com uma composição tripartite (1/3 de órgãos públi- cos, 1/3 de entidades ambientalistas e 1/3 de entidades da Sociedade Civil) e paritária.

8) Acusar a necessidade de proteção a to- dos os ecossistemas brasileiros.

9) Exigir efetivo respeito aos povos indíge- nas com demarcação e proteção das suas áreas.

10) Encaminhar ao CONAMA como uma das prioridades para o Programa Nacional de Meio Ambiente, a recuperação dos recursos hí- dricos, monitoramento da qualidade da água, captação de recursos para saneamento, esta- belecendo prioridade nos bancos oficiais para financiamento nesta área.

11) Contrapor-se no país e no exterior ao "marketing ambiental" do governo Collor, de- nunciando a verdadeira situação do país, tanto

no que se refere aos aspectos institucionais quanto a sua militarização.

12) Sugerir que o comitê do Fundo Nacional de Meio Am- biente tenha uma composição paritária entre setor público e ambientalistas, sendo um repre- sentante ambientalista por região.

13) Pleitear que seja estabele- cido através de lei federal, um percentual fixo do orçamento da união como dotação orçamentá- ria para o Fundo Nacional de

Meio Ambiente. 14) Sugerir que setenta por cento das mul-

tas aplicadas pelo 1BAMA, revertam-se aos es- tados onde foram aplicadas, e trinta por cento sejam destinadas ao Fundo Nacional de Meio Ambiente.

15) Solicitar que sejam encaminhados a se- cretaria do ENEA pelo comitê do Fundo Nacio- nal de Meio Ambiente, desde a sua criação, lis- tagem dos projetos aprovados, com informa- ção sobre dotações responsáveis e localização geográfica dos mesmos.

16) Alertar para que a conversão da dívida externa para projetos de meio ambiente, por

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IV ENEA

entidades ou governos deve ser procedida de uma discussão sobre o que é a dívida, qual seu verdadeiro montante, origem ou legalida- de, além de uma política nacional de desen- volvimento ecologicamente sustentada.

17) Requerer do Congresso Nacional a di- vulgação pública da CPI que investigou a dívi- da externa.

18) Solicitar para que seja efetuada ampla e aprofundada auditoria que apure a origem da dívida, os termos em que foi contraída e como tem sido paga, além de precisar a destinação de cada empréstimo recebido.

19) Considerar que o consórcio pró- conversão da dívida externa em projetos de meio ambiente, foi constituído de maneira

não-participativa, não tendo respaldo do con- junto das ONGs ambientalistas, podendo per- mitir o tráfico de influências e a má aplicação dos recursos públicos. Não reconhecer autenti- cidade na representatividade do movimento ambientalista nacional para negociar a conver- são da dívida.

Desta maneira recomenda a dissolução do referido consórcio e ao mesmo tempo propõe a participação das treze entidades do Fórum de ONGs numa ampla discussão com o movi- mento ambientalista e a Sociedade Civil, que sugere seja realizada no ECO-FÓRUM.

20) Egixir que a SAE deve ser eliminada dos mecanismos de política ambiental, de re- cursos hídricos, nuclear e indigenista. ".-.-

ORGANIZAçãO DO MOVIMENTO ECOLOGISTA Ia — Foi aprovada a imediata formação de

uma organização. 2a — Suas funções seriam: 2.1 — Viabilização de um jornal da organi-

zação, lugar ocupado, por hora, pela publica- ção Viva Alternativa.

2.2 — Estimular o aprofundamento do de- bate sobre a postura do movimento ambienta- lista brasileiro a respeito das questões a ele re- lacionadas e suas estratégias de ação.

2.3 — Confecção de um cadastro próprio de entidades pela organização.

2.4 — Formação de um arquivo nacional de lutas que deveria rceber contribuições de todo o país.

2.5 — Estimular a criação de coletivas re-. gionais onde não existam e fortalecer as existentes.

2.6 - Identificar uma frente parlamentar ambientalista nos parlamentos em todos os níveis.

2.7 — Elaborar um regimento interno para os ENEAs.

2.8 - Articular a definição de bandeiras de

lutas nacionais unificadas. 2.9 — Promover a articulação do movimen-

to em nível nacional e regional, levantando fundos através de projetos para este trabalho.

2.10 - Viabilizar um fundo nacional autô- nomo de meio ambiente para a sua auto- sustentação.

2.11 — Promover a articulação com entida- des de outros movimentos e com o movimen- to ambientalista internacional.

3a - Estrutura: 3.1 — A estrutura definida é de uma rede.

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prw:

VIVA ALTERNATIVA

IV ENEA

3.2 — O ENEA é a instância maior desta or- ganização (rede), avaliando sistematicamente sua atuação e apontando sua estratégia de

■ ação.

3.3 — A coordenação definitiva terá um membro por estado da federação. Provisoria- mente será formada pelos representantes no Conama e no comitê do Fundo Nacional de Meio Ambiente, mais um representante dos coletivos regionais já existentes: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Bahia.

3.4 — Haverão também grupos de trabalho nas questões de comunicação, políticas públi- cas e organização, sem componentes já definidos.

3.5 — Haverá uma secretaria executiva que terá 3 entidades e que provisoriamente será definida pela coordenação provisória.

4a — Questões dispersas de organização e 'próximo ENEA:

4.1 - Que haja uma contribuição mensal de todas as entidades da rede para a sua manutenção.

• AP ANDE - Fernanda dolagrosá - RUa Tfeze de Maio 236 - 2S68O - l^eíropAis- R) (0242) 430-6774 • UNIãO DAS NAçõES INDíòENAS - Centro de Pesquisa Indígena — Maria Amália Souza - Av. Universilária. 2144 - 74210 - Goiânia-GO (062) 261-6219 • UNIÃO EM DEFESA DAS ÔAÜIAS - Ana Maria Pinheiro - R. Granja Julieta, 345 - 04721 - Sáo Paulo-SP (011) 246-73SÍ0 • MOVIMENTO ECOLÓOCO MATEK NATURA - Paulo Pizzi - Caixa Postal 8f - 80001 - Curitiba-PR (041) 244-7726 • CENTRO MINEIRO PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA - Vírgilio da Silva Andrade - dEF - Universidade Federal de Viçtosa - 36570 - ViçosaMG (031) 899-2470 • FUNDAÇÃO RIO PARNAÍBA - FrandSdD Rodrigues Soares - Rua Amazonas, 2466 - É. Marquês - 64000 - Terezina-Pl (086) 222-6668 • DANE — Antônio Murazore — Av. A. Carlos 40/3° - Rio de Janeiro-RJ (021) 220-7867 • AMA-VIDA - Murilo Sérgio Dtummond - Condomínio Porto do Sol - Ed. Rafaela apt» 203 - 65070 - SáO Luís-MA (098) 226-0081 • FEEC — Fed. de Entidades Ecologistas Catarinenses - Noêmia Bohn - Rua Olga Bohn. 18 - 89110 - Gaspar-SC (0473) 320957 • ASPAN - Assoc. Pernambucana de Defesa da Natureza — Ivan Dòmelas Falcone de Melo - Caixa Postal 7862 - Reci(e-PE

provisória. PARTICIPANTES DO IV I

i AÇÃO feCOLÓCICA AM&IMIA - Celso Antônio Petrillo - R. Antônio Castilho Alonso, 48 - 04546 - São Paulo-SP (Oll) 533-2271 • AMDA — Associação Mineira de Defesa do Ambiente — Katia Dtager Mala - R. VÍÇOSCI, 542 - A - 30330 - BelO Horizonte -MG • A.D.E.A — Roberto Ribas Lang - Rua Julia da Costa, 890 - 80400 - Curitiba-PR (041) 233-6177 • A.D.E.M.A - Mltthes Vara deF. Vieira - Rua Alagoas, 978 - Centro - 18700 i- Avarê-SP - (0147) 220-598 • A.E.M.A - Carlos Roberto Loureiro - R, Potiguatas 572 - 78640 - Jadara-MT (065) 461-1320 • A.P.A.N — Leonaldo Alves de Andrade - UFPB - Centro de Ciências Agrárias - 58397 - Areia-PB (055) 362-2300 • A.R.C.A — Eliana Martinez - R. Maneco AlberWas - Centro 78195 - Chapada dos Guimáráes-MT • ACAPEMA - Sebastiáo Francisco Alves - Rua do Rosário, 244 si. 02 sala 303 - 29010 - VitÔria-ES (027) 222-5166 • AÇODE — Daniel Pereira de Araújo - Rua Hilário Delagua, 136 Cx. Postal 100 - 29700 - C0latina-ES^027) 722-1687 • ADFG — Amigos da Terra - Kathia Maria P. Vasconcelos — Av. Getúlio Vargas, 572/02 - 90060 - Porto Alegre-RS (0512) 337206 • ADIMA — Henrique Lobo Gonçalves - Av. Moacir Paleta 7^1 - Sâo Pedrd - 35030 - Governador Valadelí<!á-MG {63Í2\ 2^1763

4.2 — Que os representantes ambientalis- tas no comitê do fundo nacional de meio am- biente priorizem a viabilização de recursos que permitam uma estruturação adequada das en- tidades ambientalistas.

4.3 — Que todas as entidades participantes do IV ENEA subscrevam um projeto para ser encaminhado ao fundo nacional de meio am- biente para a organização do V ENEA e da rede.

4.4 - Que nos próximos ENEAs haja um dia inteiro para discussão dos problemas eco- lógicos nacionais, estratégias de luta e soluções.

4.5 — Que a pauta do V ENEA reserve um dia inteiro para tratar de ONU 92 e ECO.FÓRUM.

4.6 — Que a coordenação eleita faça e di- vulgue um cronograma de trabalho até o V ENEA.

4.7 — A data e o local de realização do V ENEA serão definidos pela coordenação

• AJlfDA — Jose Edson Perpétuo - Barão de Santa Helena, 68 - 3800 - Juiz de Fora-MG (032) 2124446 • AME MATO GROSSO - Sérgio Henridue Guimarães - Rua 12,227 - 78090 - Cuiabá-MT (065) 361-5765 • AP ANDE - Alfredo de Sá Earp Hertz - Rua 13 de Maio, 236 - 25600 - Petrópolis- R) (0242) 430674 • APREMAVI — Míriam Prochnow - Cx. Postal M6 - 89140 - Ibirama SC 0473-572314 • ASAPAN — Adarí Francisco Ecker - PCA. Pies. Vargas s/n - 99560 - Sarandi- RS (0543) 611291 • ASCAPAN - Sílvio Abelardo Canani - Rua Marquês do Herval 651 - 92020 - Caxias do Sul-RS (054) 22-5570 • ASPAM - Evandro Curvelo Hora - Cx. Postal 771/Ag. Centro - 49000 - Aracaju- SE (079) 231-6850 • ASS. BRASILEIRA ECOLOGIA - Av. Nilo Peíanha 12 BA - Cefitro - 20020 - Rio de Janeiro-RJ (021) 242-4374 • ASS. DIAMANT1NENSE DE ECOLOGIA — Manoel Messias Alves - Av. Joáo Batista. Galeria Sâo Cristóvão - 78400 - rfiamantina-MG (037) 736-1740 • ASS. GAÚCHA DE PROT. AO AMB. NATURAL — Luiz Felipe Kumz Jr. Rua Joáo Alfredo. 439 - 90050 - Porto Alegre- RS (0512) 287352 • ASS. BIÓLOGOS DE AQUIDAUANA - ABA - Angela Maria Zanon - Campus Universitário de Aquidauana - 79200 - Aquidauana-MT (067) 241-4424 • ASS. INDÍGENA ANV-MAVWHl -

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VIVA ALTERNATIVA

IV ENEA

dswaldo Kopikahak — Trov. PD. Evhiprio, 2315 - Batista Campos - 66000 - Belem- PA • ASS. MATO-GROSSENSE DE ECOLOGIA - AME — Viviane Lucas do Amaral — Cx. Postai 870 - 78001 - Cuiabá-MT • ASS. POTIGUAR AMIGOS DA NAtUREZA - Francisco Iglesias - Cx. Postal 1300 - 59071 - Natal-RN (084) 236-3635 • CARLOS TERENA - CNB 9 Lt. 14 Apto 606 - 72000 Taguatinga-DF (061) 351-3237 • N1LT0N TERENÀ - SQS 109 BI. 'C . Apto 508 - 70000 Brasília-DF (061) 226-8211 • BRIGADA ECOLÓGICA - ECO - JOSé Gino Brilzky - Rua Ladisiau Neto 251 - Centro - 57020 - MaceiÓ-AL (082) 221-1987 • CELVA — Alexandre Fernandes - Av. Araguaia Cx. Postal 37 - Jardim Amazônia - Barra do Garça-MT (065) 446-194^ • CENTRO ESTUDOS/ACÃO SOC. ECOLÓGICA MARCELO CUNHA - Rua Pamptona 265, Ap. 21 - B - 01405 - São PaulO-SP (011) 284-3057 • COIAB (COOR. DAS ORG. IND. DA AMAZ) — Orlandino Melgueiro da Silva - Baré - Av. Leopoldo Perez. 373A - Educandos - 69070 -Manaus-AM (092) 233-5020 • DANTE AUGHERI - Núcleo Meio Ambiente — Júlio César Adiala - Av. Pres. Antônio Carlos 40 3.A - 20020 - Rio de Janeiro-RJ • EliT — Ecologia e Transformação - Vanilson B. A. Lima - SQN 304 BI. "F" Apto 211 - 70736 - Brasília-DF (061) 223-2175 • EARTH LOVE FOUNDATION - Mima A. Grzich — Rua Leopoldo C. Magalhães JR. 610/37 - 04542 - SâO PaulO-SP (011) 829-0718 • ECOA — Ecologia e Ação - Alcides B. Faria - Rua 26 de Agosto 375 - Casa 8 - CampoGrandeMS (067)382-9065 • ECOLOGIA DA MENTE - ECOM - Esdras Pereira Silva - Q. 7 Casa 23 - Setor Leste - 70000 - Gama-DF (061) 226-1540 • ECOPORE - João Alberto Ribeiro - Av. Rio Branco, 422 - Cx. Postal 239 - 78972 - Rolim do Moura-AC (069) 442-1269 • FEEC — Luiz Fernando Kriegermerico — Rua Maestro Aldo Krigre, 104 - 88350 - BruscjueSC (0473) 551-437

• FUND. ÁGUA VIVA - Cristian Guy Caubet - Cx. Postal 5137 - Qd. Universitária - 88041 - Florianópolis-SC (0482) 333457 • FUNDAÇÃO MOVIMENTO ONDAZUL - José Augusto Saraiva Peixoto — Pça. Municipal s/n - Câmara Anexo-GAB. 08 — 40000 - Salvador-BA (071) 24)-3046 • FUNDAÇÃO SOS AMAZÔNIA - Miguel Scarcello - Rua Visconde de Mauá, 213 — José Augusto - 69900 - Rio Branoo-AC (068) 2247271 • G.A.V.A. — Maria ivete M. Medeiros - Cx. Postal 100 - 59650 - Açu-RN (084) 331-2879 • GAIA FOUNDATION - May East - R,

Atlântica, 771 - 01440 - São Paulo-SP (Oll) 282-2868 • GERMEN - GP. Recomposição Ambiental - José Augusto Saraiva Peixoto - Av. 7 de Setembro, 1370 - Passeio Público - 40120 -Salvador-BA (071) 321-2339 • GRUDE - Luiz Franklin de Matos Silva - Estrada Três Rios. 1416 BI. oi, Ap. 401 - 25600 - Rio de Janeiro-RJ (021) 447-2193 • GRUPO AMBIENTALISTA DA BAHIA - Gambá - Rubens Sampaio — Rua Itabuna 217 - Rio Vermelho - 40000 - Salvador-' BA (071) 237-0510 • GRUPO AMBIENTALISTA DA BAHIA - Gambá - Renato Paes da Cunha - Rua Itabuna, 217 - Rio Vermelho - 40000 - Salvador-BA (071) 237-0510 • GRUPO DE DEFESA DA AMAZÔNIA - Inácio Campos Corrêa — Av. Tapajós, 1259 - 68100 - Santarém-PA (091) 5221116 • GRUPO ECOL. QUEREMO-GENTE - Itamaragiba Rodrigues - Av. Tiradentes, 1067 - 94800 - Alvorada-RS (0512) 831642 • GRUPO ECOLÓGICO DE ITUP1RANGA - Pedro Ferreira Lemos - Rua 13 de Maio. 70 - 63580 - Ilupiranga-PA 231-2063 • GRUPO ECOLÓGICO DO XINGU - GEX v - João de Castro Ribeiro - Cx. Postal 676 - Ag. Centro - 66000 - Belém-PA (091) 222-1589 • GRUPO ECOLÓGICO SENTINELA DOS PAMPAS - Carlos Eduardo P. Sander - Rua Marom, 2032 — 99030 - Passo Fundo-RS (054) 312-3586 • GRUPO NATIVA P.I.A. - Roberto L, de Mello - R, 10 N,849 - Setor Oeste - 74320 - Goiâtlia-GO (062) 225-0430 • INST. DE ECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO - Maria Rothman de Zibecchi - Rua Dias de Sarros, 51/302 - 20241 - Rio de Janeiro-RJ (021)242-6940 • INST. TERRA DE ED. E MEIO AMBIENTE — Jairo Reslrepo - Cel. José M. Figueiredo, 359/402 -29000 - Vitória- ES (027)223-7436 • INSTITUTO VIDA-CULTURA AMBIENTE - Alexandre Femandes - HIGS 706. BI. M. Casa 61 - 70350 - Brasília-DF (061) 243-6921 • EUANÊ NUNES - Rua Horta Barbosa, 866 - 31130 - Belo Horizonle-MG (031) 444-7879 • UGA DE PREV: A CRUELD. CTRA. ANIMAL — Edna Cardoso Dias — Rua Espírito Santo, 935/803 - 30160 - Belo Horizonte-MG (031) 224-4735 • H.C.T. - SOS TERRA - Gilberto Teixeira - Rua Guareri. 96 Ap. 204 - 25950 - Teresópolis-R) (021) 742-5244 • MAE - MOVIMENTO DE AÇÃO ECOLÓGICA - Osvaldo Cardoso - Dez. Wstphalen - 15/16 - Cx. Postal 7.306 - 80021 - Cutiliba-PR (041) 225-6516 • MOV. ARTE E PENSAMENTO ECOLÓGICO - Emílio Miguel Abella - Pça. da República 419 - 01045 - São PaulO-SP (011) 223-3533 • MOV. ECOLÓGICO LIVRE - URIHI - Nelson Poslay de Lítífe - Rua ErnesW Dorneles, 207 — 94900 - Cachoelrlnha-

RS (0512) TÍ25Í* • MOV. EM DEFESA DA VIDA - SANTOS - Nilo Sérgio Melo - Rua República . ,/

Argentina, 11 - Casa 21 - 11065 - SantoS- SP (011) 282-8831 ;'? • MOVIMENTO SOS MANGEZAIS - MafCia Guerra - Rua Humaitá 104/303 - 2226Í - Rio de Janeiro-RJ (021) 2261047 • PARTIDO VERDE - Rogério Silva Porta Nova - 17 Rue Albert Bayet - 75013 - ' Paris-França 33145859244 • PATRULHA ECOLÓGICA - Luiz ,, Eduardo Alves de Carvalho - SÇiS 412,, BI. S Ap. 303 - 70278 - Brasília-DF (061) ' 243-4767 • FUNDAÇÃO APALAI - Paulo Ronaldo Apalal - Presidente Pernambuco, 254 — 66000 - Belém-PA (091) 222-1589 • SEAN-SEC. ENT1D. AMBIENTALIST.. ■ NORDESTE — Francisco Iglesias - Cx. , Postal 1562 - 59072 - Natal-RN (084) 236-3635 • SEAPAN - Angela Maria Perez -' Rua Cuiabá. 558 - Centro - 79300 - Corumbá-MS (067) 231-2040 • SMA - VIDA - Murilo Sérgio Drumond - Cond. Porto' do Sol - Ed. Raíaela. Ap. 203 - 65070 - São Luiz-MA (098) 226-0081 • SOCIEDADE AMIGOS DA CIDADE ' ADHEMAR - Francisco Luz - Rua Eduardo de Sá. 195 - 04385 - São P^uto- SP (Oll) 562-8728 • SODEMAP - SOC. DEF. M. AMB. ' ■ PIRACICABA - Maria Teresa Mariano - Rua José Pinto de Almeida, 505 - 13400 - Piracicaba-SP (Ol9t) 338636 • SODEMAP-SOC DEF. M. AMB. PIRACICABA - Marcos Sorrenlino - Riiá Almirante Barroso, 689 — Cx. Postal 575-,- 13400 - Piracicaba-SP (0194) 343607 -, - • SOPREN - Pauel Teixeira Reis - Alameda Lúcio Amaral 193 — Nazaré —;. 66040 - Belém-PA (091) 562-3433 • SSPAN — Ivan Domelas Falcone de Melo - Cx. Postal 7862 - â0739 - Recife-P^ - (081) 339-6090 • TERRAGUAR - Elso Almiro dos Pasmos - Rua Columbia s/n - Canudos — 93540 - Novo Hamburgo-RS (0512) 951088 . • U1PA - UNIÃO INTERN. PROTETOR. ANIMAIS - João Vicente Netcerr - Rua , Álvaro de Carvalho, 238 - 01050 - São Paulo-SP (OU) 259-0448 • UNIÃO DAS NAÇÕES INDÍGENAS -« Marcos Terena — SCS Ed. José Severo, , Sala 303 - 70300 - Braalia-DF (061) 226-3360 • UNIÃO PROT. DO AMBIENTE NATURAL - Adroaldo Diesel Filho - Cx, Postal 189 - Fax: 0512-926617 - 93010 - São Leopoldo- RS (0512) 927933 • UNIVERSIDADE H0LÍST1CA INTERNACIONAL - Luiz Amore -CK, * Postal 02-0021 - 70001 - Brasília-DF (oèlj 553-1202 • WPE. REGIÃO NORTE - vivaldo de , Oliveira Reis — Rua Natal. 191 — Mares - 66600 - Belém-PA (091) 233-1734 • YBY - MOVIMENTO TERRA - Célio Calmon - SQS 309, BI, C, Ap. 507 ^ -v 70362 - Brasília-DF (061) 242-2923 .-.

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A- N TIVISTAS NORDESTINOS ÍROMOVEM LNCONTRO Pi Socema, Sociedade Cea- rense de Defesa da Cultu- ra e do Meio Ambiente, de Fortaleza, foi anfitriã do 5o Enecologia, Encon- tro de Organizações Am-

bientalistas Não Governamen- tais do Nordeste, em dezem- bro. Demonstrando maturida- de, as entidades nordestinas conseguiram abordar grande número de questões importan- tes sem cair na esterilidade ca- racterística dos grandes encontros.

O gerenciamento costeiro foi o tema mais discutido na reunião pela sua acentuada importância no Nordeste, onde todos os Estados tem proble- mas com manguesais e por- tos. A questão do semi-árido foi também dissecada por líde- res de movimentos populares e pesquisadores. Estes dois segmentos, aliás, acabaram reforçando uma característica já observada em outras reu- niões do Nordeste, onde a questão científica vem sendo acompanhada pelos movi- mentos sociais.

A Socema foi responsável, junto com outras instituições, pela criação do Parque Ecoló- gico do Rio Cocô. E lidera um outro movimento encampado pelo V Enecologia: a criação da Área de Preservação Am- biental de Jericoacoará. O Cea- rá vem, segundo o presidente da Socema, Jorge Neves, ob- tendo respaldo do governo es- tadual em todas as ações am- bientais. "Nunca fomos tão bem ouvidos como no gover-

Pauta Francinetti, ecologlsta paraibana

no Jereissati. Não é o caso de aderência política eleitoral, não, que a Socema sempre foi muito combativa com qual- quer governador! E por isso mesmo não pode deixar de re- conhecer os avanços que tive- mos nos últimos anos, com a colaboração do governo. E es- peramos a mesma atitude do novo governador'', afirma •

Na visita feita à cidade de Fortaleza e ao Parque do Rio Cocô, os ambientalistas nor- destinos pareciam endossar as palavras de Jorge.

A preocupação com recur- sos hídricos foi a terceira do grupo que o Encontro colocou como prioritário para discus- são e implementação imedia-

ta. Para Paula Francinetti, da Paraíba, não há como falar do Nordeste sem se preocupar com as três questões levanta- das: recursos hídricos, deserti- ficação e gerenciamento cos- teiro. "E não é por que a gente é ambientalista, não! São as- suntos de conseqüências so- ciais gravíssimas e imediatas! Assuntos que não se pode dei- xar de lado, principalmente com a perspectiva da Confe- rência da ONU de 92".

A assembléia do Enecolo- gia decidiu-se por uma tentati- va de aproximação com as instituições oficiais estaduais, municipais e federais "desde que elas estejam interessadas em nos ouvir, como vinha fa- zendo o governo cearense. Não alimentamos nenhum ta- bu a respeito e achamos que a sociedade civil tem que traba- lhar mesmo é pressionando o Estado para que não trate tudo como questão burocrática'", decreta Francisco Iglesias, coordenador da Secretaria das Entidades Ambientalistas do Nordeste e representante da re- gião no Conselho Nacional do Meio Ambiente".

Por isso mesmo é que os ecologistas nordestinos estão de olho nos novos governado- res eleitos. Eles podem influen- ciar revisão da legislação sobre a vegetação das dunas e aju- dar na implementação de pro- gramas de educação ambien- tal, duas metas para as quais o movimento ecologista precisa de uma infra-estrutura que o Estado já possui.

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VIVA ALTERNATIVA

NÓS NA MÍDIA ^J

Em convênio assinado entre a Secretaria Na- cional de Meio Am- biente e o Núcleo de Cultura Indígena da

UNI, foram repassados Cii 26 miltíóes do Fundo Nacio- nal do Meio Ambiente, para a recuperação de áreas de- gradadas nas colocações dos índios xavante e suruí.

A maior parcela desta verba. Cr$ 16 milhões, será aplicada na recuperação ambiental de 30 mil hecta- res na reserva Xavante, lo- calizada em Pimenta Barro- so, no estado do Mato Gros- so. O restante do recurso, Cr$ id milhões, caberá aos índios suruí. para recupera- ção de áreas degradadas de li mil hectares na reserva t. indígena de Aripuanã. Ftondônia.

A cerimônia de assina- tura do convênio contou com a presença de Ailton

Krcnak. representando ,\- I União das Nações Indjgq nas. e Osmarlno Amânrio Rodrigues, líder seringueiro, representando o Conselho Nacional dos Seringueiros As duas entidades reprr sentadas passaram a inie grar o corpo das ONüs junio ao Conselho Nacional (te Meio Ambiente. Conama. Ao final, no pátio do Ibama. os grupos indígenas realiza- ram dois rituais, envolven do mitos e lendas de suas (uliuras. Os xavante apre- sentaram a dança da cura, com transferência de ener gia. segundo eles, respon- sável pela recuperação dos enfermos. Já os suruí, air.i vés da dança Mapimain. cantaram sua concepção . desse Deus ensinando seu;, povo a se pintar, destacan do em suas máscaras mui tas cores e linhas, a alegria.

Bolívar Figueiredo

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NOS NA MÍDIA

D RIO DOS SINOS Mais de 1,5 milhão de peixes morreram nas

águas do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul, no mês de janeiro. Seca e poluição foram as causas acusadas pela Upan, União Protetora do Ambiente Natural, de São Leopoldo. A entidade informa ain- da, que mesmo assim, há gente se aproveitando da mortandade para faturar. Vendendo peixe e omitin- do a causa mortis. (AP).

ao!i OS VERDES CHEGARAM

ah ,,0. Partido Verde passa por fjWOn momento histórico, com a eleição de seu pri- meiro parlamentar, o ecolo- gista e economista Sidney ;de Miguel, o Sid. Eleito pelo 'ftio de Janeiro, com 33 mil votos, através da coligação

■P<?vo Unido, encabeçada pelo PDT, Sid vêm para a Câmara Federal, trazendo em sua bagagem, propos- tas para as questões de meio ambiente. Uma das primeiras movimentações do parlamentar verde, será a de estruturar a Frente de Ação Ecológica, abrigando parlamentares interessados em abraçar a .causa e tentar frear os lobbies contrários. Esta frente >atuará principalmente no momento da revisão constitucional prevista para 93. Outra proposta de Sid, será desencadear campanha de legalização do partido Verde, visando a obtenção do registro defi- fiitivo para a agremiação. A primeira etapa começa- rá com o fortalecimento e ampliação dos diretórios

.'p' campanhas de filiação.

Entre os temas priorizados pelo parlamentar es- tão: a luta anti nuclear, direitos humanos, povos da íloresta. zoneamento costeiro, energia alternativa e o movimento das ONGs. Às pessoas interessadas em receber e conhecer melhor o trabalho ecológico do Sid basta ligar para (061) 223-4643 ou escrever para: Câmara dos Deputados, Anexo IV, Gab. 931 (70.160) Brasília-DF.

Bolívar Figueiredo. Brasília

'Ú ACABANDO COM AS FLORES DE GOIÁS

informo da existência de um projeto de irrigação na região localizada no município de Flores de Goiás. Neste sentido, estão construindo um canal de I2km ;dé comprimenlo,3m de profundidade e 30m de lar-

■ 1.

KOMIIO ANDKAIH:

gura, que des- viará o rio Para- ná, para culti- var arroz. Parte deste já em funcionamen- to, garante até três colheitas/ ano. O município é detentor dos melhores solos do nor- deste goiano que nós conhecemos, fauna riquíssi- ma e flora majestosa. Grande parte da extração de aroeira e outras madeiras vem daí. Gostaria de convidá-los para conhecerem este lu- gar, caso dispuserem de tempo e condições para isto. Também aproveito esta para dizer que ainda não recebi o Viva Alternativa de números 8,9 e to apesar de ter enviado assinatura. A realidade ambiental daqui se agrava a cada dia que passa e nos sentimos fracos para realizar algo de concreto para intervir no processo. 0 funcionário do Ibama de Formosa foi despedido por corrupção e no órgão não existe nem ao menos uma placa de identificação, quanto mais política ambiental. Espero contato para trocar-mos mais informações e marcar, uma passagem por Flores. Telefone (061)631 3828 - Abraços do cerrado. Rosenval D. Bemardes.

//K

D CURSO de Proteção (e fortalecimen- to) da aura em tempos de crise. Temáticas: a) Como eliminar radiações nocivas; b) Alimentação versus ra- dioatividade; c) Liberação de medos, depressão e stress; d) Atitudes prósperas e de sucesso; e) Orga- nização do tempo e dos objetivos; f) As emoções e os relacionamentos; g) e outros a pedido do público.

Mestra Satyan Mila Associação Para a Solarização

Inscrição: telefones - 226-6733 e 223-0761

SOLIDARIEDADE AOS POTIGUARAS

A Socema propôs e foi aprovada pelo V Eneco- logia - Encontro de Ecologistas do Nordeste - mo- ção de solidariedade aos índios potiguaras da Baía da Traição, na Paraíba, que por suas 16 aldeias rei- vindicam assinatura imediata da portaria que esta- beleça os limites demarcatórios elaborados pelo próprio governo já concluídos e reconheça sua legi- timidade técnica. Uma oportunidade para o gover- no mostrar vontade política nas questões ambientais.

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NOS NA MÍDIA

0 PALCO P OLITICO REINALDO JARDIM

8*5

Não há algo de podre no reino da dinamarca. Nem há algo de podre neste planeta. O que apo- dreceu, o que foi apodrecido pelo homem, é o próprio planeta Terra. Não generalizemos, dizendo que foi o homem. Os agentes da ação' nefasta, que condena ao extermí- nio a sociedade humana e seu ha- bitai, são os sistemas de governo, o poder que faz o Estado ó alvo do desenvolvimento econômico. O bem-estar das pessoas cede, cada vez mais, seu espaço para o bem-estar das Nações, como se nação fosse um espaço geográfi- co habitado por indicadores eco- nômicos. Não. Este arliguete não vai desativar os arsenais bélicos, não vai liquidar o capitalismo im- perialista. nem o imperial socialis- mo. Serve, apenas, para demons- trar que um certo inconformismo ainda pulsa, que uma certa rebel- dia ainda é possível, que em al- guns pontos do planeta, algumas pessoas tentam romper, ao me- nos, com a acomodação, com a inércia circundante. Já que não te- mos forças para alterar o mega, acho que dá para mexer nas rela- ções do micro. E o micro pode muito bem começar aqui, na capi- tal política do país, com um sim- ples bom-dia, se esse bom-dia significar, realmente, uma palavra de esperança e não uma expres- são do automatismo vocabular.

Automatismo é condiciona- mento viciado. E é na base desse condicionamento que vamos le- vando a vida para a frente, repe- tindo, exaustivamente, os erros acumulados por uma história cuja moral tem sido, em todos os seus ciclos, a infelicidade das pessoas e dos povos.

A traição da representativida- de popular, constatada aqui, nos Estados Unidos, na União Soviéti-

ca, através de todos os tempos, é um fenômeno tão universal que, em si, condena na prática todos os ideais de democracia socialista ou capitalista. Todavia, eleições diretas ou indiretas continuam acontecendo e todos continuam fingindo que é o melhor sistema de escolher os governantes. Os eleitores continuam a ser saquea- dos, humilhados, traídos, sendo levados a caminhar por estradas que fatalmente os tornarão mais pobres e mais passivos. O Estado faz o que bem entende. Se o voto popular coloca aqueles que o elei- tor julga representar a vontade da maioria no poder, não tem a força de fazer com que, uma vez pode- rosos, os senhores absolutos co- mecem a atuar em benefício da coletividade. Nas eleições, a maio-

ria é manipulada pelos veículos de comunicação, pelo charme dos candidatos, pelo poder de convicção e não votam em quem pensa estar votando, mas eím uma imagem criada artificialmen- te. Assim, fica evidente que não se vota em pessoas, mas na ima- gem introjectada, à força, no espí- rito, tantas vezes pouco desenvol- vimento, das massas.

As populações passam fome e o Estado afirma que falta dinhei- ro. E isso é uma verdade. O di- nheiro é consumido pela indústria bélica, pela máquina de represen- tação popular, pelas campanhas eleitorais, pela burocracia, pelos 10%, tudo em nome das sobera- nias nacionais e do bem-estar do povo. Em suma, os Estados se es- truturam para não representar a vontade dos povos. Os povos não querem nada imposto, nem ;os impostos nem as guerras. E im- postos e guerras ai estão para li- quidar com os povos. Quem quer a guerra não é o povo americano, são os "representantes" do povo americano.

O papel de um ator é represen- tar um personagem. O papel, de um político é representar o povo. Chegou a hora de colocar os per- sonagens no palco político. Chega de atores políticos que no palco se esquecem dos personagens que representam. É como se ao abrir a cortina, deparássemos com um Hamlet balofó, eufórico, gago, manco, declamando as falas de Otelo. A verdade é que represen- tante e representado, para que conquistem a cumplicidade ne- cessária à emoção das platéias hão de se fundir integralmente. I

Nos palcos da vida política, daqui ou de qualquer democracia, chega de representantes. Que os personagens subam à certa.

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DESCARTE O DESCAR- TÁVEL -

Essa maravilha que a sociedade do desper- dício criou, o plástico, tem sido ponto de dis- córdia. Há os que defen- dem seu uso para fins medicinais e científicos em embalagens, etc, e há os que condenam sem aceitar contestação. A verdade é que ele vi- rou símbolo de um con- forto discutível e é res- ponsável pela quantida- de espetacular de lixo nas cidades. E com ele vem uma gama de pro- dutos absolutamente dispensável. O ultimo deles é aquele coador de papel branquinho, lindi- nho, clorificado, que li- bera substância tóxica quando usado (a dioxi- na). Se você acha que precisa mesmo usar o novo modelo, mais práti- co do que o tradicional coador, saiba que já existe no mercado um de pano no mesmo for- mado das melitas. Mas se você não o encontrar, não seja vagabundo: com um retalho de teci- do de 15x15 cm, meio metro de linha e uma agulha você pode copiar o modelo de papel em tecido e, já que você tem mesmo que tomar café!, proteger a saúde e eco- nomizar o equivalente a alguns galhos de árvo- res, vá em frente. Econo- mize você mesmo, sua grana, suas, árvores e seu Planeta. É assim que começa!

DO BANHEIRO PARA A REDAÇÃO - Cônscio das minhas atribuições como consumidor, fiz o que qualcfUer ambientalista faria para escolher um desodorante. Entrei nas Lojas Americanas (que é uma empresa brasileira, conforme se di- vulga) e fui direto para a banca de perfumaria. Entre apelos "naturais", deparei com um deso- dorante de almíscar bem ao sabor contra cultural dos anos setenta: brasileiro sim, mas parente dos cheiros indianos yogues. Um perfume, en- fim, que poderia colaborar com as intenções de retrabalhar direito os chákras vilipendiados pela profissionalização leva- da a extremos. Lembrei- me das campanhas de televisão ainda dos anos setenta que ven- diam um tal de rolMry, desodorante que não usa CFC e tem uma bola tipo esferográfica quef ao esfregar-se na pele vai rodando e cumprin- do seu papel de neutra- lizar os odores sudorípa- ros. E vinha com garan- tia antiga na tradição co- lonizada: tinha nome americano. Wild Musk. E era da Coty! Era muita garantia para não dar certo a aquisição. E deu. Comecei a reciclar as camisas. Elas mudavam de cor nas partes tocadas pelo Wild Musk. E eu sentia também uma certa pegajosidade que au- mentava na mesma proporção do número de ve- zes que o usava. Depois que três camisas fica- ram rajadas e as axilas ficaram lacradas por se- manas, foi que encontrei a verdadeira vocação do rol-dry. Assim, ele pontifica hoje na redação do Viva Alternativa cano o mais eficiente adesi- vo de arte final. Um gfande substituto para a cola hitt. (AP).

CIDADÃO E ECOLOGIA A questão ecológica e ambiental fem origem doméstica. Cada um de nós tem grandes chan- ces para melhiorái' o nos- so ambienfe, Qualquer pessoa é uma unidade de produção e consumo. Há matança de jacarés no Pantanal porque existem pessoas que compram cintos e bolsas de couro desse réptil. Um dos grandes problemas das cidades brasileiras é a limpeza urbana. A falta de cons- ciência do cidadão para cóm o lixo faz com que se jogue em qualquer lu- gar, levando ao apareci- mento de moléstias, à proliferação de pragas. O cidadão é o consumi- dor de muitos recursos naturais (renováveis e não-renováveis) cujo uso racional poderia re- duzir muito a pressão dos seus estoques, quer pela reciclagem ou maior parcimônia. A mu- dança nos padrões de consumo é muito impor- tante para promover a conservação e a preser- vação dos recursos natu- rais. Por exemplo, a des- truição dos açaizais no Pará tem muito a ver com o crescimento das importações de palmito pela França e Estados Unidos, seus maiores consumidores, e, por iro- nia, bastante preocupa- dos com a devastação da Amazônia. (trecho do artigo A Ecologia Co- meCa érrí Casa, c^o engenheiro- agrônomo Alíreido Homma, pw blfcado na Folha de Sâo Paulo).

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VIVA ALTERNATIVA

ENTREVISTA

ii

Ri SONHOS E T EALIZAR JONHOS C 1RABALHO UURO' Ü!

HUMBERTO MAFRA

DE LONDRES

Randy Hayes viveu dez anos nos desertos do sudoeste dos Estados

Unidos trabalhando com os índios Hopis e Navajos. Lá ele aprendeu a

respeitar uma visão do mundo e filosofia de vida muito diferentes daque-

la visão economicista e utilitária da sociedade industrial. Ele aprendeu,

sobretudo, o respeito que os índios, vivendo numa região de ecologia

muito frágil, dedicam ao meio ambiente.

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VIVA ALTERNATIVA

I Observou ainda a insensibilidade da burocra-

cia governamental e a voracidade das corpo- rações invadindo o deserto em busca de car- vão, urânio, petróleo, etc.

Mais tarde, ele entendeu que o problema das florestas tropicais e dos povos indígenas rios países do Sul (a nova "designação" dos países pobres), era essencialmente o mesmo, apenas o cenário, o ecossistema, é diferente. Mas o elenco de atores incluía os grupos eco- nômicos em busca de altos lucros, comunida- des locais vilipendiadas em seus direitos hu- manos, sociais e culturais, e — last but nol least — os agentes do governo.

Dispondo de uma tal perspectiva, ele resol- veu trazê-la para o movimento ambientalista de base (grassroots) nos Estados Unidos, e erti 1985 criou a Rainforest Adion Network - ürria das ONGs mais populares do país e segu- ramente uma das mais temidas pelos Banco Mundial e Burger Kings da vida. Sua caracterís- tica básica é a militância de base e a criação de fatos que colocam suas campanhas nas pri- meiras páginas dos jornais e noticiários da

No fim do ano passado, Randy Hayes fa- lou ao Viva Alternativa. Publicamos neste nú- mero a primeira parte de sua entrevista. VIVA ALTERNATIVA - O que é a Rainforest Adion Network, e como ela surgiu? FÇANDY HAYES - Até meados dos anos 20 os ambientalistas americanos faziam a aborda- gem do problema das florestas tropicais numa perpsectiva estritamente conservacionista, ig- norando a questão da justiça social, dos po- vos indígenas e comunidades locais, e seu re- lacionamento com a problemática ecológica, isto era motivo de insatisfação para nós.

'' Estávamos também muito conscientes da enorme responsabilidade do nosso país no processo global de degradação do planeta, por razões que vão desde o superconsumis- mo, hábitos arraigados de desperdício da so- piçdade americana, até alguns aspedos de sua política externa. a Era óbvio para mim que precisávamos de uma organização que fosse capaz de lutar por mudanças dentro dos Estados Unidos, produ- zindo impactos positivos para o meio ambien- te global, particularmente na área de preserva ção das florestas tropicais.

Primeiro eu tentei tra- balhar com algumas ONGs já estabeleci- das mas não deu certo. Isto me levou à decisão de criar, em 1985, a Rainforest Adion Network. VA - Depois de 5 anos, que balanço você faz de seu trabalho? RH — Quando come- çamos, tínhamos três objetivos princi- pais e nos concede- mos quatro anos pa- ra alcançá-los: a) Po- pularizar a questão

das matas tropicais em todo o país, de forma que qualquer dona-de-casa pudesse entender a importância da preservação das mesmas, para o mundo, para sua comunidade e para ela mesma, b) Criar uma organização verda- deiramente de base, trabalhando com grupos comunitários localizados, escolas, universida- des e grupos sociais diversos. C) Criar um cor- po de associados para financiar a organiza- ção, para não precisarmos de ajuda do gover- no ou do setor privado. Também não quería- mos ficar muito dependentes do dinheiro das fundações. Além disso, o corpo de associados é muito importante do ponto de vista do enrai- zamento político da organização na comuni- dade. Esta era a Fase l de nossa estratégia.

Agora, na Fasse 11, já podemos nos con- centrar num programa de campanhas específi- cas contra a destruição das matas. Entre elas o bem-sucedido boicote contra a cadeia de lan- chonetes Burger King (ex-campeão da impor- tação de carne proveniente de países onde as matas são derrubadas para a criação de gado e exportação de carne para o mercado ameri- cano ou europeu), ou contra o Banco Mundial, por financiar megaprojetos que resultam em megadestruição ambiental nos países do Sul, sem nenhum benefício para as populações locais.

Outra preocupação nossa é a produção de material informativo para distribuição, aqui e

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em outros países, como por exemplo, o Ama- zon Guide, um guia que acabamos de produ- zir contendo os fatos básicos da questão am- biental na Amazônia e um cadastro de ONGs do mundo inteiro trabalhando nessa área: no- me, endereço, objetivos, programas, recursos, necessidades.

Somos parte do Movimento Mundial Pelas Florestas Tropicais, surgido na Malásia em 1986.

Consideramos da maior importância a nossa atividade de rede com outras ONGs am- bientalistas, particularmente nos países pos- suidores de matas tropicais.

Em 1985 isto aqui era apenas uma idéia, um sonho. Os sonhos são muito importantes, mas se não trabalharmos duro eles jamais se- rão concretizados. Hoje somos 15 pessoas tra- balhando, 35 mil associados, 130 núcleos es- palhados por todo o país e um orçamento de 1 milhão de dólares por ano. VA - Como você vê a possibilidade de coope- ração entre os ambientalistas americanos e os grupos ecologistas brasileiros que, embora movidos pelo mesmo impulso e inspirados pela mesma visão, atuam num contexto eco- nômico bem mais desfavorável e enfrentam desafios muito específicos da sociedade brasileira? RH — Acredito que nós temos muito a apren- der com os nossos companheiros do Brasil, da indonésia, da Malásia, da África e de outros lugares. Também temos muito para oferecer, dentro de um relacionamento autêntico.

Vários grupos ambientalistas aqui dos Es- tados Unidos agora reconhecem que a solu- ção do problema ambiental no Brasil passa necessariamente pela questão da justiça social e dos direitos humanos — mas sem perder a orientação ecológica.

De um ponto de vista mais concreto, vejo duas coisas que as ONGs daqui poderiam fa- zer para ajudar os grupos ecológicos no Brasil e outros países do Sul. Primeiro, pesquisa e distribuição de informação. Segundo, ajuda econômica. Fazendo pequenas doações que possibilitem a esses grupos um grau maior de eficácia na luta pelo meio ambiente em suas respectivas regiões. Sabemos das enormes di- ficuldades encontradas pelos grupos brasilei-

ros para conseguir recursos. Na minha opinião, 20 por cento de todo o

dinheiro arrecadado pelas ONGs america- nas, canadenses e européias com o ob- jetivo de salvar as florestas tropicais de- veriam ser enviados para os grupos eco lógicos dos países onde elas estão loca- lizadas.

Os grupos des,-, ses países deveriam articular este ponto de vista e pressionar as grandes ONGs do norte, que arrec^» dam muito dinheiro com suas campa:

nhas para salvar... a Amazônia, por exemplo, e nunca revelam quanto desse dinheiro esí^ sendo remetido para onde a floresta se localiza. VA — Quando você coloca este ponto para ou- tros ambientalistas aqui, como o pessoa-l reage? )A RH — Na verdade eu nunca apresentei esta idéia de uma maneira formal. Mas estou come- çando a botar algumas coisas no papel com a intenção de propor o debate.

Para ser franco, acho que esta iniciativa dè; veria partir dos grupos do Sul, se eles acharem que esta é uma idéia válida. De nossa parle, nós já estamos tentando fazer alguma coisa para ajudar esses grupos. VA — Você acha mesmo que eles teriam cop; diçôes de propor este tipo de discussão e se; rem ouvidos? m

RH — Creio que se a discussão for colocada com maturidade e articulação irá provocar, pe- lo menos, úm debate muito saudável. Esses grupos têm muita força junto à comunida^ ambientalista do Norte, eles tem uma autoridá1

de moral muito grande. Afinal muitos dòS ecossistemas mais importantes para a presef^ vação da vida no planeta estão nos países dó Sul.

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AIDS NAO I PEGA NINGUÉM, : O PRECONCEITO : SIM ;As Organizações Não- ; Governamentais e Comunitárias de luta contra a Aids detonaram, nacionalmente, movimento de protesto e indignação contra a campanha governamental sobre Aids. O documento divulgado pe-

; Ia ABIA-Associação Brasileira (n- terdiciplinar da Aids, ressalta que

;as pessoas envolvidas direta- mente ou indiretamente com o ; vírus HIV estão sendo tratadas de forma desrespeitosa e leviana por uma campanha que nada in- forma e reforça a discriminação, o pânico e o preconceito. Èm de- corrência de mais esta trapalhada

. do governo, a ABIA exige a ime- diata suspensão de tal campanha

; elaborada pelo Ministério da Saú- de. Para colaborar com o movi- mento das ONGs/Aids, envie seu

; :Telex protesto dirigido para: Dr. Eduardo Corfes:DST-Aids. Minis- tério da Saúde, Esplanada dos Ministérios, sobreloja. CEP.

.70.000 Brasília-DF. Com o seguin- te texto: "Protesto contra inefi- ciência da campanha contra a Aids. Exijo sua suspensão". A ci- dadania agradece. BF

Programa Emergencldl Para Enfrentar a Akí»

lli Convocação imediata de uma Comissão Nacional de Aids, de caráter inlerministerial, ligada à Presidência da República, contan-

" ;do com a presença expressiva da i ísociedade civil organizada, cõm a

finalidade de estabelecer metas e S -diretrizes para uma Estratégia Glo- ^jsbal de Enfrentamento da Epidemia "'pelo HIV.

á. Controle rigoroso e total de todo o sangue transfundido no Brasil.

Implementação do dispositivo constitucional que proíbe a comer- cialização do sangue. Controle de todas as transfusões de õrgãos e tecidos. 3. Estabelecimento de um controle epidemiológico rigoroso, para se estabelecer o número real de ca- sos da doença no Brasil, bem co- mo as características peculiares da epidemia. Estímulo às pesquisas científicas. 4. implantação em todas as maio- res cidades do país de Centros de Testagem Anti-Hiv, onde os lestes sejam oferecidos à população de maneira gratuita, voluntária, anô- nima e que sejam acompanhados de informação e aconselhamento. Em todos esses centros deve ha- ver um serviço de orientação para as pessoas soropositivas. 5. Proibição, no país, de realiza- ção de lestes em massa, lestes obrigatórios para admissão ou controle de emprego, tanto em empresas quanto em organiza- ções governamentais.

6. Convênios com todos os ór- gãos de comunicação social do país para que apresentem campa- nhas contra a Aids criadas de acordo com as características de cada veículo, pelos próprios veí- culos, assessorados pelo Ministé- rio da Saúde ou por ONGs que tra- balham com a questão da Aids. Essas campanhas devem ser sus- tentadas, com periodicidade definida.

7. Estabelecimento de um progra- ma de distribuição gratuita de pre- servativos (camisinhas), sobretu- do à população carente. A distri- buição deve contemplar as maio- res cidades do país, deve ser feita através dos postos de saúde, de toda a rede pública e das organi- zações comunitárias. 8. Programa especial de treina- mento e aperfeiçoamento do pes- soal de saúde do país para enfren- tar a epidemia de HIV. 9. Preparação da rede pública pa- ra atendimento dos pacientes corri doenças ligadas ao HIV. Criação de leitos e ambulatórios. Integra- ção da rede privada de saúde pa- ra atender os soropositivos, doen- tes ou não. 10. Distribuição, através da rede pública, de AZT gratuito, para to- das as pessoas, soropositivas, doentes ou não, que precisem do medicamento. Na rede pública de- vem estar à disposição também outros medicamentos importantes no controle de algumas infecções oportunistas mais comuns, tais como Pentamidina e Glanciclovir. n. Estabelecimento de um progra- ma de apoio social para as pes- soas vivendo com Aids que fica- rem em situação de abandono e mendicância. 12. Apoiar e estimular a participa- ção de organizações comunitárias de combate à AIDS em todos os níveis do Programa Nacional de Controle, Prevenção e Assistência na Epidemia de HIV.

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OPINIÃO

UATT: 0 C Doil»M 0L0NIAL1SM0 UO IIo MILÊNIO MAGDA RENNER adfg-amigos da terra

ATT - General Agreement on Tariífs and Trade — Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, instituído em 1947, é um conjunto de leis

internacionais que hoje regula- menta 90% do comércio mun- dial entre cerca de 100 países- membros, sendo periodica- mente revisado, após comple- xas negociações entre seus membros, antecedidas de dis- cussões bi ou multilaterais, en- volvidas em um discreto e sus- peito sigilo.

A sociedade civil, mal ou pouco informada sobre o as- sunto, principalmente no Ter- ceiro Mundo, apenas começa á se dar conta do alcance das decisões do GATT, propostas pelos países industrializados, epíçlusivamente em seus pró- prios interesses.

As novas regras do GATT, que o Norte tenta impor ao Sul, como: — a abertura total ás Çpprporações Transnacionais ç.iaos serviços (bancários, saú- de, informática, etc); - a glo- balização do chamado direito à^Propriedade Intelectual nos moldes dos EUA; — a supres- Sãp do status de país mais fa- vòfecido, que concedia deter- minadas prerrogativas aos paí- ^s mais pobres. Todas essas §x:igências com garantias inter- nacionalmente sancionadas nada mais são do que os ins- trumentos para perpetuar o do- qaínio do Norte sobre o Sul.

As negociações da Rodada Uruguai, que deveriam ter sido concluídas em dezembro pró-

ximo passado, em Bruxelas, obteve mais publicidade devi- do á briga acirrada entre os EUA, Japão e a Comunidade Econômica Européia (CEE). Es- sa briga serviu para trazer à lo- na que as regras do "livre co- mércio" não valem justamente para aqueles que tentam por todos os meios impõ-las aos outros. Subsídios diretos ou in- diretos para a agricultura e o desenvolvimento industrial nos países do Norte atingem a cifra astronômica de US$ 500 bilhões/ano.

Quem manda no GATT são os sete grandes, Japão, EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Canadá. O resto é tratado como massa de ma- nobra. As propostas de vinte delegados dos países do Ter- ceiro Mundo, previamente ela- boradas para a comissão de investimentos, sequer merece- ram ser mencionadas no dis- curso de abertura do presiden- te da referida comissão.

O delegado do Brasil, em- baixador Rubem Ricúpero, comparou o relacionamento do Primeiro com o Terceiro Mundo no GATT com a situa- ção do cozinheiro que pergun- ta ao frango com que molho quer ser servido. Quando o frango responde que quer vi- ver e não ser servido a nin- guém, o cozinheiro o declara "fora da ordem".

A chance de o frango ga- nhar tempo e talvez ter sua existência legalmente reconhe- cida é de que o cozinheiro bri-

gue com outros cozinheiros so- bre o molho com que deve ser servido.

Enquanto as negociações da Rodada Uruguai não estive- rem concluídas, ainda existe uma esperança para o Terceiro Mundo.

A abertura de mercados, tanto para investimentos como para serviços, conforme proposta pelos EUA e apoiada pelos paí- ses industrializados, escancara as portas para o domínio in- conteste das CTNs no Terceiro Mundo e o controle de setores tão importantes como a saúde, construção, transporte, servi- ços bancários e outros profis- sionais, turismo e comunicação!

Até o presente cada país impunha ao investidor estran- geiro determinadas condições, tais como a participação nacio- nal, a limitação de remessas de lucros, a transferência de tecnologias, limites de produ- ção, exportação, importação, etc.

Tudo isso agora deverá ser determinado e regulamentado pelo GATT, comandado pelos países industrializados, pátria de todas as CTNs, Corpora- ções Transnacionais, e dos grandes investidores.

Exige-se ainda abolição de subsídios ou incentivos à pro- dução nacional nos países po- bres (política essa também im- posta pelo Banco Mundial e o

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OPINIÃO

FMI), enquanto os subsídios e incentivos per- sistem nos paí- ses do Norte, on- de os governos defendem feroz- mente sua agri- cultura e suas indústrias.

No que se re- fere ao setor de serviços, o Pri- meiro Mundo claramente pre- vê um mercado para a sua força de trabalho ex- cedente, a quem deverá ser ga- rantido o direito de estabeleci- mento, perma- nência e traba- lho no país estrangeiro.

A maior per- fídia no entanto se oculta sob o título de "Direito à Propriedade Intelectual" so- bre os novos or- ganismos vivos produzidos em laboratório, bem como sobre a tecnologia e a matéria-prima que lhes deu origem. Através dos patentea- mentos restritivos, já em vigor nos EUA e alguns poucos ou- tros países do Norte, todo esse processo toma-se o monopólio de uma só empresa.

Acontece que os recursos genéticos, matéria-prima para a biotecnologia ê a (*ADFG - Ass. Democrática Feminina Gaúcha) engenharia genética, em sua absoluta maioria são originários dos países tropi- cais, vale dizer do Terceiro Mundo. Cedidos gratuitamente pelo Sul, são transferidos para os bancos genéticos e os labo- ratórios das CTNs das semen- tes, dos alimentos e de produ-

tos farmacêuticos, e voltam a seus países de origem na for- ma de sementes (pretensa- mente de alta produtividade!) e remédios, patenteados e com preços acrescidos de royalties. O professor Gillean Prance, di- retor do Royal Kew Gardens de Londres, relata que durante os anos em que fez pesquisas na Amazônia, remeteu ao Instituto Nacional do Câncer dos EUA, sem qualquer acompanha- mento por parte do Brasil, mi- lhares de plantas medicinais, que conheceu através dos ín- dios. Todos esses recursos fi- togenéticos foram posterior- mente entregues à transnacio- nal farmacêutica Merck dos EUA.

Os patenteamentos restriti-

vos poderão ou deverão vedar ao Terceiro Mun- do o acesso a seus próprios re- cursos fitogenéticos.

Levadas às últimas conse- qüências, essa legislação pre- tendida pelo GATT, impedirá um agricultor êrfi qualquer paítlfe do mundo de re- produzir as se- mentes de suas próprias cultu^ ras, caso conte: nham um gene patenteado por alguma emprer sa. O primeiro processo judicial nesse sentido já ocorreu na Ale- manha, hoje es- tá em andamen- to ha Suíça. A briga é pelo "Di- reito à Proprieda- de" (pelo mono- pólio) de deter-

minado gene da camomila. ' • ForlteS: Trabalhos, Periódicos e Re- vistas especializadas — GATT, West África Developmenle Confererice, Frlerids o( lhe Earth, Set/90. Savlá - Boleilm de La Red Latino Americana de Bosques Troplcales, Out/90 QüitO; Equador. Thlrd World EconomíCs Set/Dez I9S0, Penang, Malaysa. See;

dling — Genetlc Resources Action Inter: nacional, Out/90 — Barcelona, Spato: Naturddás Unweltmagazin, April/9p Munique, Alemanha. Earthisland Jour- nal, Summer 90, S. Francisco, EUA. Thlrd World Resurgence, Nov/90, Pe1

nang, Malaysa. Time, Out/Dez/90. Artí gos Jornais — Gazeta Mercantil, FòHVa de S. Paulo, Jornal de Brasília e zert) Hora. S' l

* CTNS -Cooporaçôes Transnacionais ADFO Ass. Democrática Feminina Gaúcha.

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EM DIREçãO A ARMAGEDON JOBGE MAUTNEB

civilização, dizem, nasceu por lá. A grande e antiga Babilônia, que aliás foi restaurada por Saddan Hussein recentemente, o berço da civilização, também há de ser bombardeada com todos os seus jardins suspensos. Centenas de séculos depois, floresceu a incrí- vel cultura das Mil e Uma Noites de Bagdá com seus califas, poe-

tas, alquimistas e sábios. Ela também será bombardeada. Para alguns historiadores, a 3a Guerra Mundial começou em 1945!

Por pensar assim, sempre fui muito caçoado, e recentemente o jorna- lista Oliveira Bastos fez uma piada a meu respeito, com Gilberto Gil, di- zendo. "O Mautner sempre vem com essa conversa de guerra mundial inevitável! Para ele o mundo já acabou, só que ninguém percebeu e o mundo continuou. Ah! Ah! Ah!". E agora. Oliveira?

Autoliquidada, a URSS, dissolvido aquilo que se constituía no capi- talismo de Estado soviético com Gorbachev, anunciaram e garantiram que o marxismo havia sido liquidado. Logo em seguida acontece a Guerra do Golfo que faz a estrela do Karl Marx brilhar mais alto do que nunca nos céus da eternidade da mediocridade humana,

Porque, em primeiro lugar, Marx afirmava que sob o regime capita- lista jamais haveria paz nò mundo. Isto é; faz parte da natureza do ca- pitalismo o fato deste sistema necessitar periodicamente de uma guer- ra para existir, guerra de conquista de mercado, guerra para impedir que a taxa de lucro não caia a zero, e que, deste modo, ao cair a zero, se introduza pacificamente na sociedade o comunismo. Isto se impede com guerras e mais guerras. A declaração mais esclarecedora a respei- to desse assunto é a declaração em forma de pergunta, que foi formu- lada por um soldado americano estacionado no Golfo Pérsico; "Será que estaríamos aqui, se por aqui só se produzissem bananas!"

Esta é uma guerra de petróleo e da poluição definitiva do planeta. Karl Marx também afirmava que as guerras eram justificadas sempre pelos motivos mais irreais. Esta guerra está sendo efetuada em nome dos direitos humanos e do Humanismo. A Arábia Saudita é tão tirânica e cruel como o Iraque de Hussein. Que direitos humanos são esses on- de mulheres são castradas, degola-se o homossexual, e não existem eleições para nada. Esta monarquia saudita tirânica é defendida pelos EUA dos direitos humanos.

A política dos verdes alternativos e ecológicos foi dizimada de um só golpe. A indústria da guerra, dos armamentos, da destruição, triun- fou. Até mesmo a indústria atômica voltou todo-poderosa.

Nâo restam dúvidas de que Saddam Hussein é mesmo um assas- sino de crianças e mulheres e homens curdos, dizimados por gás mor- tífero em verdadeira campanha de extermínio da população curda, e isto se deu justamente na época de maior aliança de Saddam Hussein com o EUA. Estes mesmo EUA que adoram bancar o xerife do globo terrestre.

Quanta maravilha de comunicação simultânea e ao mesmo tempo quanto cinismo absoluto e relativo despejado em nós 24 horas por dia pelas ondas eletrônicas da CNN?

Ao mesmo tempo, quanta superficialidade madíocre na análise de um povo, toda uma cultura muçulmana que desde a sua fundação e invenção por Maomé, o profeta de Alá, é uma religião da guerra sacra- lizada, isto é, da guerra como espaço sagrado com o nome de Jihad. Não é à toa que Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler admiravam Maomé.

Nos EUA, à guiza de perseguir as drogas, perseguem-se os negros, invade-se ao bel-prazer Granada e Panamá. Quem será o próximo? Quem foi o maior aliado do atual monstro tirano de Bagdá a não ser es- ta terrível administração de Washington? Com Reagan e George Bush à frente? A Grã-Bretanha de Thatcher? Todos os exploradores yuppies reunidos? Por que não deixam de mentir e assumem o caráter claro de real-politik, imperial nuclear estelar, e mentem falando tanto de huma- nismo, direito humanos, paz mundial, todos esses assassinos, todo juntos? Inclusive Churchil que sugeriu que se jogassem bombas quími- cas no Iraque por ocasião de sua independência?

Abaixo a guerra, viva a Paz!