museus 2005 vera tângari

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ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS COMO ESPAÇOS MUSEOGRÁFICOS TÂNGARI, Vera Regina Arquiteta, Mestre em Desenho Urbano - The University of Michigan, Doutora em Estruturas Ambientais Urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, Professora Adjunta da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UFRJ, Docente e pesquisadora do PROARQ Email: [email protected] Resumo Este trabalho visa contribuir para a análise do desenho da paisagem através do estudo de uma de suas manifestações: a concepção dos espaços livres públicos. Afirma-se que essa é uma das categorias espaciais pregnantes das transformações culturais da sociedade e da relação homem x natureza, quando analisada em meio urbano, defendendo-se a importância museugráfica dos espaços livres públicos e de seus registros temporais, dada à leitura cotidiana de suas transformações e de suas relações com a cidade e com a arquitetura nela existente. Parte-se de um estudo evolutivo dos tipos de espaços livres, dentro da tradição ocidental, e aprofunda-se a análise para o caso do Rio de Janeiro, relacionando temporalmente as transformações, ocorridas na cidade desde o século XVIII, e buscando destacar as referências e os modelos, gerados a partir das matrizes externas, como forma de registro das transformações de nossa cultura urbana, moldada a partir dessas influências externas, adaptados ao nosso meio tropical. Abstract This paper contributes to the urbanscape study, through the analysys of one of its manifestations: the public open spaces design. This catetogy is deeply impregnated by the cultural transformations of society and by the interaction between man x nature, in the urban environment. The paper points out the importance of the public open spaces and their time traces, seen as “museum-graphic” assets, due to the daily perception of their changes and of their relationship with the city and its architecture. We start by an evolutive and typological study of the open spaces design, in the occidental tradition, and continue by focusing the Rio de Janeiro case, by relating the urban transformations, since the XVIII th century, to the external references and design models, as a temptative systematization of our urban culture changes shaped by these external influences, adapted to our tropical environment.

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Museus 2005 Vera Tângari

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  • ESPAOS LIVRES PBLICOS COMO ESPAOS MUSEOGRFICOS

    TNGARI, Vera Regina

    Arquiteta, Mestre em Desenho Urbano - The University of Michigan, Doutora em Estruturas Ambientais Urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, Professora Adjunta da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UFRJ,

    Docente e pesquisadora do PROARQ Email: [email protected]

    Resumo

    Este trabalho visa contribuir para a anlise do desenho da paisagem atravs do estudo de uma de suas manifestaes: a concepo dos espaos livres pblicos. Afirma-se que essa uma das categorias espaciais pregnantes das transformaes culturais da sociedade e da relao homem x natureza, quando analisada em meio urbano, defendendo-se a importncia museugrfica dos espaos livres pblicos e de seus registros temporais, dada leitura cotidiana de suas transformaes e de suas relaes com a cidade e com a arquitetura nela existente. Parte-se de um estudo evolutivo dos tipos de espaos livres, dentro da tradio ocidental, e aprofunda-se a anlise para o caso do Rio de Janeiro, relacionando temporalmente as transformaes, ocorridas na cidade desde o sculo XVIII, e buscando destacar as referncias e os modelos, gerados a partir das matrizes externas, como forma de registro das transformaes de nossa cultura urbana, moldada a partir dessas influncias externas, adaptados ao nosso meio tropical.

    Abstract

    This paper contributes to the urbanscape study, through the analysys of one of its manifestations: the public open spaces design. This catetogy is deeply impregnated by the cultural transformations of society and by the interaction between man x nature, in the urban environment. The paper points out the importance of the public open spaces and their time traces, seen as museum-graphic assets, due to the daily perception of their changes and of their relationship with the city and its architecture. We start by an evolutive and typological study of the open spaces design, in the occidental tradition, and continue by focusing the Rio de Janeiro case, by relating the urban transformations, since the XVIII th century, to the external references and design models, as a temptative systematization of our urban culture changes shaped by these external influences, adapted to our tropical environment.

  • 1. INTRODUO: ANTECEDENTES PARA A FORMAO DE PADRES PAISAGSTICOS

    O processo histrico de formao da paisagem cultural do Homem baseia-se na composio de temas, arqutipos, modelos e tipos de constituio de paisagem, que respondem a requisitos formais, funcionais e estticos almejados coletivamente por determinado grupo social. Desde a Antigidade, podemos reconhecer modelos espaciais que se sobrepuseram, chegando normatizados e processados at as cidades contemporneas, sob a forma de arqutipos de espaos (livres e construdos) e de leis e regulamentaes urbansticas. O desenvolvimento da histria da paisagem ocorreu em paralelo evoluo arquitetnica e contribuiu para a caracterizao e distino das sociedades1.

    Por ser um produto cultural, a paisagem das cidades o resultado de duas lgicas que se complementam: a fsico-espacial e a social. O Homem, ao configurar o seu assentamento, modifica o ambiente, transforma o territrio e, em conseqncia, adapta os espaos para essas transformaes de carter cultural, relacionadas, da Antigidade at o Renascimento, religio e filosofia, e, a partir da Era Industrial at nossos dias, produo e informao.

    A ao edificatria atravs da arquitetura e da modificao da paisagem o principal produto da relao entre a lgica do espao e a lgica da sociedade, contribuindo para a caracterizao da evoluo da Humanidade: a lgica do suporte fsico condicionada pelas leis da natureza; a lgica do suporte social regulada, por sua vez, por um sistema de normas, responsveis por definir o papel dos principais agentes de produo do espao edificado: o setor pblico e o setor privado.

    Nas cidades, o primeiro regulamenta o segundo, promulgando as leis e ordens urbansticas e arquitetnicas, que acordadas pelas duas partes, j que so fruto do mesmo sistema cultural definem a organizao do solo pblico e o aproveitamento do solo privado atravs do traado, da disposio das ruas, quadras e lotes, da volumetria e forma bsica dos edifcios, da delimitao de espaos no edificados e da sua destinao, da imagem e caracterstica dos espaos pblicos e de seu tratamento2.

    At meados do sculo XIX, o desenho das cidades e sua ordenao interna estavam condicionados a preceitos de carter funcional (do ponto de vista das necessidades de ocupao, crescimento e organizao de suas partes) e esttico (do ponto de vista da geometria, visibilidade e relaes volumtricas). A administrao das cidades permanecia vinculada fora motriz do campo e de seu sistema poltico e econmico, com base nas atividades agro-pastoris. A Revoluo Industrial rompeu essa hegemonia ao atrair, para o territrio da cidade, os interesses polticos e econmicos da crescente burguesia mercantilista, desencadeando, desta forma, o estabelecimento de novas relaes sociais.

    No que concerne arquitetura e ao urbanismo, o sculo XVIII moldou as bases culturais da sociedade atual, estando presentes nesse perodo as razes de todos os desdobramentos que, mais tarde, definiriam a modernidade urbana. Em termos de desenho e regulamentao das cidades, o sculo XIX trouxe tona correntes que se opunham ou se repetiam, deixando claras as influncias, para a cidade ocidental, da filosofia iluminista, que hegemonicamente buscava repensar e reformar as cidades atravs da racionalizao de novos comportamentos sociais e de novos espaos especialmente concebidos para os mesmos.

    Teorias, planos, projetos ou obras (utpicos, visionrios ou concretos) surgiram de origens profissionais diversas, em vrias cidades da Europa, e procuraram explicar, corrigir ou formular novos desenvolvimentos espaciais. Essas proposies foram posteriormente levadas a pases em outros continentes, aproximando os modelos de cidades e de partes de cidades que surgiram a partir de ento.

    1 Geoffrey e Susan Jellicoe afirmam a importncia de analisar o passado na busca por antecedentes que explicam e justificam a criao humana, atribuindo, arte e paisagem, o papel de registrar as vises e impresses, coletivas e individuais, sobre o Mundo. Em JELLICOE, Geoffrey e Susan. The landscape of man. 2 Silvio Macedo aprofunda a noo de processamento e transformao do ambiente pela sociedade humana atravs das diversas formas e intensidades de urbanizao. Em MACEDO, Silvio. Paisagem, Urbanizao e Litoral, p.18.

  • Trazendo essa anlise para o caso da cidade do Rio de Janeiro, podemos citar, como importantes referncias, os projetos e planos que influenciaram diretamente e indiretamente o seu desenvolvimento urbano e, portanto, paisagstico:

    - O Plano de Haussmann para Paris, inspirado no Plano de Sixtus V para Roma, reforou, atravs da reformulao de ruas e praas e da criao do conceito da avenida-bulevar, o papel dos espaos pblicos como os principais elementos de articulao espacial. Esse foi o modelo para o Plano de Remodelao elaborado por Pereira Passos para o Rio, no incio do sculo XX, causando profundas modificaes na estrutura da rea central e bairros perifricos.

    - Os parques franco-ingleses foram o modelo utilizado pelo paisagista francs Glaziou para a implantao, entre meados e final do sculo XIX, de uma srie de espaos livres na cidade, tais como o Passeio Pblico, o Campo de Santana e a Quinta da Boa Vista, tambm cercados, poca de sua construo, por vizinhana residencial.

    - Os empreendimentos imobilirios ingleses, pautados no sucesso dos parques pblicos (como o St. James Park, em Londres, o Victoria Park, em Manchester, e o Birkinhead Park, em Liverpool), utilizaram-se dessa nova tipologia de espao como elemento de valorizao do solo privado urbano, sendo responsveis pela introduo do conceito do jardim dentro da cidade. No caso carioca, temos os antecedentes da Quinta da Boa Vista e do Parque Guinle e seus reflexos no entorno residencial dos bairros de So Cristvo e Laranjeiras, respectivamente.

    - O Plano de Ildefonso Cerd para Barcelona conservou o traado original da cidade gtica, propondo, para seu entorno, o quadriculado de quadras uniformes interrompidas por dois eixos estruturadores em diagonal e integrando, de forma harmnica, como Haussmann em Paris, arquitetura e desenho urbano. Encontramos, no Plano Agache, elaborado para o Rio de Janeiro, na dcada de 30, algumas caractersticas similares ao Plano de Barcelona, principalmente no que se refere implantao dos lotes nas novas quadras propostas e relao dos edifcios nos lotes.

    - Os conceitos emanados dos modelos de cidades-jardim e do City Beautiful Movement, que, ao basear-se no modelo da cidade dentro do jardim, introduzido desde o incio do sculo XIX, esto presentes no conceito dos subrbios americanos e europeus e no desenho de cidades inteiras, tais como Welwinn e Milton Keynes (na Inglaterra) e Goinia, Braslia e Palmas, no Brasil. No Rio de Janeiro, encontramos esse modelo no projeto do loteamento que gerou o bairro da Urca e na concepo da ocupao da Barra da Tijuca.

    2. OS ESPAOS LIVRES PBLICOS: UM ESTUDO DA EVUO TIPOLGICA

    2.1. A evoluo ocidental da arquitetura dos espaos livres pblicos urbanos na virada do sculo XX

    A partir de meados do sculo XIX, a rua arborizada, a praa ajardinada e o parque buclico compuseram o sistema principal de espaos livres das cidades ocidentais, ampliando suas funes bsicas de circulao, comunicao e sociabilizao e constituindo-se em elementos principais de articulao entre o edifcio e a cidade e entre os volumes construdos e os no construdos. Essa relao foi ilustrada nos planos das reforma de Paris e de Barcelona e no projeto da Ringerstrasse de Viena, nos quais as arquiteturas dos prdios, da cidade e da paisagem fundiram-se, compondo conjuntos de grandes efeitos paisagsticos.

    No sculo XX, a cidade de concepo modernista, realizada sob formas diversas, neutralizou as relaes entre o lote urbano e a rua e entre o edifcio e o seu entorno construdo, elementos estes que, durante os sculos XVIII e XIX, estiveram estreitamente integrados. Ao difundirem-se, no incio do sculo XX, os conceitos romnticos inspirados pela linguagem dos parques buclicos do jardim dentro da cidade e da re-introduo da cidade no campo, os ingleses criaram o ideal da cidade dentro do jardim, aplicado ao desenho de novos centros urbanos e subrbios residenciais.

    Contrapondo-se em forma, mas no em contedo corrente romntica (ou culturalista), a corrente racionalista (ou progressista), representada por Le Corbusier, inventou uma nova estrutura urbana ao propor o conceito da unidade de vizinhana e o traado da superquadra. Os edifcios desvincularam-se da rua e foram circundados por jardins sem delimitaes, implantao possvel atravs da utilizao do pavimento elevado sobre pilotis.

  • Essa corrente re-inventou outros tipos de tecido urbano, atravs da utilizao do edifcio vertical3. Como exemplo brasileiro, as superquadras de Braslia concretizaram esse novo modelo atravs da implantao, na quadra, dos edifcios em pilotis e da existncia de amplos espaos livres entre eles. (Figura 1).

    Figura 1 -Superquadra em Braslia.

    Foto da autora, 1996

    Ao adotar a unidade de vizinhana, a superquadra e o edifcio alto, os arquitetos passaram a subdividir o espao da cidade entre a volumetria do construdo e o vazio do no construdo.Segundo as formulaes definidas pelo CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna), atravs da Carta de Atenas, a cidade deveria ser planejada prevendo-se, quantitativamente e obrigatoriamente, reas verdes para lazer e recreao, para a higiene e para o bem-estar, sem uma preocupao maior seja com o programa e distribuio dessas reas, seja com sua relao formal com o conjunto urbanstico do qual fazem parte.

    exceo de poucos casos como Braslia, os modelos modernistas nunca foram implantados em sua totalidade, podendo s ser parcialmente avaliados. Na cidade convencional, no desenho da paisagem contempornea, perdeu-se a relao entre a arquitetura do edifcio e a do espao circundante, relao esta que, nos arqutipos urbansticos dos povos antigos, clssicos, medievais e renascentistas, havia se mostrado sempre bastante eloqente.

    Atualmente, o desenho da cidade contempornea segue, por espontaneidade e devido sua prpria dinmica difcil de se controlar e prever , uma lgica particular, que mescla trechos de cidade tradicional a setores projetados segundo preceitos modernos. As cidades brasileiras mais antigas, como Rio de Janeiro, Recife, Salvador, dentre outras, conservam, em certos trechos, estruturas fundirias de padres coloniais, preponderantes at as dcadas de 50 e 60 deste sculo, quando, ento, introduziram-se os princpios do moderno urbanismo em seus novos bairros.

    Os modelos gerados a partir da independncia do edifcio em relao ao seu entorno levaram dissociao entre o projeto do edifcio e o projeto do espao livre circundante, este ltimo previsto para ser extensivo em dimenso e livre em forma. Desta maneira, a partir de meados do sculo XX, nas cidades brasileiras, passou-se a desenhar separadamente o edifcio e a rua, a quadra e a praa, o parque e o jardim. Mesclaram-se padres urbansticos vigentes at meados deste sculo a modelos mais recentes, oriundos de princpios racionais, e embutidos nos cdigos e normas de legislao, visando organizar a cidade do ponto de vista funcional.

    Nas cidades brasileiras, de modo geral, o peso e a incidncia dos espaos livres no meio urbano qualificam o ritmo de conformao desse meio, tanto em termos de arranjo espacial como de distribuio, configurando formas espaciais muitas vezes especficas a cada contexto e escala de urbanizao. 3 Bacon destaca a desvinculao entre arquitetura do edifcio e a do espao urbano moderno, presente nos projetos de Le Corbusier para Paris e Chandigarh, e a define como uma posio contrria ao princpio histrico da cidade. Em BACON, Edmund. Design of Cities, p. 231-232.

  • Com base na identificao dos diversos tipos de espaos livres e de sua distribuio no meio urbano, do grau de interrupo do continuum edificado e do nvel de vinculao entre esse continuum e os espaos no edificados, possvel delinear o ritmo de conformao da paisagem de uma cidade, ou de parte dela, e o grau de adequabilidade dessa paisagem ao perfil de urbanizao existente4.

    Desta forma se consolida a leitura museogrfica da cidade, em seu todo e em suas partes, feita parcialmente atravs dos espaos livres pblicos que permanecem, conjugados ou no, s arquiteturas sua volta.

    2.2. Tipos remotos e recentes dos campos agrcolas e jardins suspensos Disneylndia e eco-museus

    a) Tipos remotos: os jardins e as praas

    As origens dos diversos tipos de espaos livres refletem a evoluo da relao homem-natureza como imagem de um mundo idealizado, desde a remota era agrcola at os mais recentes desenvolvimentos industriais. A manipulao da paisagem surge, no desenvolvimento da civilizao humana, junto com a escrita e com o convvio social, criando e recriando novos e velhos mitos que caracterizam as culturas orientais e ocidentais5.

    Em termos histricos, encontramos origens bastante remotas para a existncia dos jardins, que antecedem a existncia das praas, principalmente quando considerado seu uso inicialmente privado. A utilizao residencial e particular do jardim, em oposio ao acesso e utilizao pblica da praa, coloca esses dois tipos de espaos em relao antagnica, desde as suas verses mais antigas at os modelos recentes. As praas, originalmente sem vegetao, modernizaram-se, a partir dos sculos XVI, XVII e principalmente XIX, quando incorporaram elementos dos jardins particulares: os canteiros ajardinados e a utilizao intensa da arborizao. Em paralelo a esse processo, ocorreu, nesse perodo, a proliferao de novos tipos de espaos livres urbanos, tais como os jardins botnicos, os passeios e parques pblicos.

    A diferenciao entre os tipos de espaos livres na cidade encontrada tambm na sua distribuio no tecido e na conjugao com a arquitetura. O jardim se relaciona diretamente com o edifcio, no tocante s suas dimenses e ao seu desenho. As praas e os parques, por sua vez, se articulam com a cidade e so a ela integrados devido ao carter coletivo e ao significado social que possuem, estando suas configuraes condicionadas ao conjunto urbanstico onde se inserem. As figuras mais imediatas que nos vm mente, quando imaginamos os espaos da praa, do jardim e do parque, demonstram a associao de idias com imagens arquetpicas desses espaos, difundidas atravs do tempo pela literatura e artes plsticas6.

    Diversos autores fazem referncia existncia de jardins privados, na Mesopotmia, desde 3000 anos a.C. Registros de textos evocam os jardins de palcios em que os soberanos organizavam banquetes e cerimnias e de templos, onde eram cultivados legumes e frutas7. Divergem, desse esprito privado e fechado, a gora grega e o frum romano, pois constituam a essncia que influenciou o desenvolvimento da praa ocidental do esprito pblico e aberto.

    Entre o espao secreto e sagrado dos mosteiros (lhortus conclusus) e o espao paradisaco e profano dos palcios (lhortum deliciarum), oscilou a essncia do jardim medieval no Ocidente. Esta dicotomia perdurou at meados do sculo XVII, quando, a partir dos ideais iluministas, o desenvolvimento do jardim renascentista, artefato de criao no apenas utilitria como tambm artstica e potica, exprimiu seu triunfo e rigor de geometria e amplitude nos jardins barrocos franceses8. A publicao da obra de Andr Mollet, entitulada Le Jardin du Plaisir, citada por Debi como o marco de separao entre o jardim de cultivo (negotiatum-utilitas) espao reservado para a produo de alimentos e ervas medicinais, legado da Idade Mdia e o jardim de deleite (otium-voluptas)

    4 Miranda Magnoli analisa a vinculao do espao livre em relao ao espao construdo utilizando critrios de permeabilidade, contigidade, penetrao e acessibilidade MAGNOLI, Miranda M. Espaos livres e urbanizao: uma introduo a aspectos da paisagem metropolitana, p. 55-69. 5 O historiador Simon Chama registra a relao entre os mitos da natureza e a memria da civilizao ocidental, destacando sua importncia na formao cultural da sociedade. Em SCHAMA, Simon. Paisagem e memria. 6 Saldanha destaca a associao de idias e imagens correlatas praa e ao jardim. Em SALDANHA, Nelson. O jardim e a praa., p. 14. 7 VAN ZUYLEN, Gabrielle. Tous les jardins du monde, cap. 1.Ver tambm: SCHAMA, Simon. Op. cit., p. 17 e 24 e LAURIE, Michael. Introduccin a la arquitectura del paisaje. 8 VAN ZUYLEN, Gabrielle. Op. cit., cap. 2.

  • espao, para a contemplao e destinado realizao de jogos e festas e ao plantio de vegetao ornamental, onde a presena de rvores para sombreamento constante 9.

    A diferenciao perdura nos espaos residenciais at nossos dias, atravs da distino entre o quintal espao reservado famlia para horta e pomar e o jardim frontal para embelezamento e apreciao.

    Enquanto os jardins privados medievais se fechavam a usurios e ritos especficos, oriundos das classes dominantes (clero e aristocracia), as praas se abriam ao cotidiano de cidados comuns, que as buscavam para atividades religiosas, comerciais ou, ainda, para festividades populares, como descreve Segawa10.

    Segundo Paul Zucker, durante a Idade Mdia o espao da praa se especializou em formas e funes diferenciadas, surgindo as praas de mercado, as praas de entrada, as de centro de cidade, as de igreja e as agrupadas (como as de mercado e igreja), todas elas espacialmente relacionadas na trama urbana11.

    Em relao aos espaos livres de uso comunitrio, o sculo XVII marcou o fortalecimento do conceito de jardim pblico, que se originou a partir da praa e das profundas transformaes culturais que marcaram o perodo de transio entre a Idade Mdia e o Renascimento e se refletiram na forma, dinmica e configurao das cidades. Anttese da praa medieval, em termos de uso, programa, situao urbana, traado, regulamentao, comportamento, freqncia e perfil de usurios, os jardins pblicos evoluram a partir de dois temas bsicos: dos jardins privados italianos, idealizados para as villas residenciais pelos arquitetos da renascena, durante o sculo XVI, e dos jardins palacianos franceses, do sculo XVII. A abertura populao de ambos os tipos de jardins, reservados de incio ao rei e nobreza, transformou a rotina cotidiana das cidades europias, conformando os espaos pblicos mais importantes da poca12.

    b) Tipos recentes: jardins botnicos, squares, parques, orlas martimas e os eco-museus

    As transformaes culturais decorrentes da passagem da Idade Mdia para a Era Moderna induziram a modificaes nos tipos de espaos livres pblicos existentes e ao surgimento de novos tipos, para melhor responder a novas demandas e valores sociais. Como reflexo das iniciativas, por parte dos governantes, de abertura de espaos livres ao pblico, surgiram na Europa, durante o sculo XVII, programas especficos de espaos, como os de jardins botnicos, squares e parques pblicos.

    Voltados s atividades de catalogar, ordenar e registrar os diversos espcimes vegetais, os jardins botnicos foram criados em funo da valorizao do conhecimento cientfico sobre o elemento vegetal. Quando abertos populao, a partir do sculo XVII, esses espaos passaram a participar do sistema de espaos pblicos das cidades.

    As squares, cujo programa corresponde a praas ajardinadas e enclausuradas, com acesso restrito a partir das residncias de seu entorno, surgiram em Londres como resultado de obras de urbanizao promovidas pela iniciativa privada para valorizar propriedades particulares. Foram posteriormente difundidas em outras cidades europias, ganhando nfase com a sofisticao do plantio vegetal13.

    Os parques pblicos ingleses representaram a inovao cultural mais importante da cidade moderna, no tocante modernizao dos espaos livres pblicos, incorporando uma srie de inovaes em termos de desenho, programa e tecnologia. A influncia dos jardins e parques pblicos ingleses espalhou-se por toda a Europa, constituindo-se em novo modelo e padro de costumes sociais para a elite urbana das principais capitais, podendo ser considerados, em determinados casos, como os precursores dos atuais parques temticos, como os da Disney e similares.

    Durante o sculo XVIII e principalmente XIX, o sucesso obtido com a introduo dos novos tipos de espaos pblicos nas principais capitais mundiais fez reforar a vanguarda da escola paisagstica inglesa, que aprofundou a

    9 DEBI, Franck. Jardins de capitales. 10 SEGAWA, Hugo. Ao amor do pblico, p. 32-34. 11 Para o aprofundamento dos arqutipos de praas, ver: ZUCKER, Paul. Town and Square: from the agora to the village green. 12 Miranda Magnoli cita como primeiro jardim pblico ocidental o passeio que d acesso ao Teatro de Pompia, em Roma, no ano 55 a.C. Em MAGNOLI, Miranda M. Espaos livres e urbanizao: uma introduo a aspectos da paisagem metropolitana, p.5. 13 GIEDION, Sigfried. Espacio, tiempo y arquitectura, p. 444.

  • valorizao emblemtica da natureza, na concepo do espao externo. Essa nova forma de projetar fez romper as tradies de ordenao geomtrica e disciplina espacial, vigentes na filosofia paisagstica ocidental, at ento.

    A Revoluo Industrial indiretamente induziu adoo de novas formas de produo e moradia, atravs da exaltao do natural e do buclico, na paisagem das cidades. A utilizao desse modelo foi uma forma de compensar o rpido crescimento industrial e espacial das capitais europias, cujo meio urbano comeava a experimentar as primeiras conseqncias negativas da urbanizao: adensamento populacional, falta de infra-estrutura e saneamento bsicos, insalubridade e epidemias.

    Os ingleses foram os primeiros a mesclar ideais da pintura pitoresca s influncias dos jardins orientais, principalmente as do jardim chins do sculo XIV. A assimetria, a sinuosidade, a aparente indeterminao de carter e a atmosfera de solitude e de isolamento foram elementos marcantes, utilizados na concepo de espaos livres, principalmente, na dos parques pblicos, que passaram a ser uma categoria emergente na Inglaterra a partir do incio do sculo XIX. As novas tecnologias somaram-se ao repertrio pictrico. Elementos constrdos, como pavilhes de exposies, viveiros de flora e fauna, aqurios, fontes e chafarizes, conferiram aos parques do sculo XIX o papel de centros de recreao, de difuso do conhecimento e da produo cientfica, precedendo no apenas aos parques de diverso do sculo XX, como tambm s feiras e mostras internacionais.

    A proliferao dos parques, a sofisticao no seu equipamento e programao, a diversificao do plantio vegetal, a incorporao da esttica oriental e a freqncia assdua dos moradores de classes de renda mais alta foram aspectos que transformaram os parques ingleses e franceses no padro de projeto para uma srie de espaos pblicos, implantados tambm nas Amricas. Glaziou, no Rio de Janeiro, com o Campo de Santana, e Olmstead, em Nova Iorque, com o Central Park, so exemplos paradigmticos de profissionais que trabalharam sob essa influncia. (Figuras 2 e 3)

    Figura 2 - Central Park em litografia de John Bachmann, 1863

    Figura 3-Campo de Santana

    Fonte: Vannucchi, 1996 Foto: Silvio Macedo, 1999-Arquivo PUZN

    Apenas posteriormente, no sculo XX, com a incorporao das orlas ao sistema de espaos livres urbanos, observou-se, na paisagem das cidades, uma transformao proporcional, em escala e importncia, criao dos parques pblicos.

    A orla martima passou a integrar o conjunto de espaos livres das cidades costeiras a partir do final do sculo XIX e o incio do sculo XX, sendo, ainda, relevante observar que tal integrao acarretou grandes mudanas nos hbitos e costumes sociais das cidades de orla. A percepo da paisagem dos oceanos entrou para o repertrio esttico da civilizao ocidental nos sculos XVII e XVIII, facilitada pelos avanos da navegao e pela pintura holandesa de cenas marinhas no sculo XVI14.

    Assim como o mar foi conquistado e apreciado como local de deleite e contemplao, novos espaos foram criados para sua observao: os belvederes, as marinas, as esplanadas e os terraos. Na Itlia, na Holanda, na Espanha, na Inglaterra e na Frana, surgiram, durante o sculo XVIII, diversos espaos destinados contemplao da orla

    14 SEGAWA, Hugo. Ao amor do pblico, p. 91-92. Para aprofundar o tema da paisagem martima e do olhar sobre o mar, ver: CORBIN, Alain. O territrio do vazio.

  • martima. A disseminao da pintura paisagstica levou sistemtica retratao de panoramas e de cenas de exaltao da natureza, prtica importante para o registro da vida nas colnias europias na Amrica. No caso brasileiro, a iconografia produzida por um grande contingente de pintores viajantes permitiu a retratao dos hbitos e costumes locais, assim como a ambientao natural existente, na qual se destacava a presena do mar15.

    Paralelamente retratao da paisagem, a destinao de espaos para sua observao tambm ocorreu nesse perodo no Brasil. O Passeio Pblico do Rio de Janeiro, inaugurado em 1783, teve como tema a concepo de um espao especialmente destinado contemplao do mar, com o terrao, na extremidade oposta entrada principal, possibilitando a apreciao da paisagem de parte da Baa da Guanabara. A Praa XV, cuja origem remonta a 1686, tambm se debruava sobre a baa. Tinha, entretanto, objetivos diretamente ligados funo de cais: a atracao de barcos e a descarga de mercadorias.

    O hbito dos banhos de mar, de incio relacionados a tratamentos de sade, foi introduzido no final do sculo XIX e incio do sculo XX, passando, em meados desse sculo, a ser considerado como a atividade de recreao mais intensamente procurada nas cidades costeiras e a contribuir para a urbanizao das reas litorneas. O bairro de Copacabana representa para o Rio de Janeiro a confirmao, no incio do sculo XX, da conquista da orla ocenica.

    Nas ltimas dcadas do sculo XX, sob a influncia das escolas de paisagismo americanas, correntes projetuais ligadas a recuperao, regenerao e preservao ambiental de ecossistemas naturais, influenciadas pelos princpios de ecologia da paisagem, moldaram tipos de espaos livres resultantes desses perfis de interveno.

    Dentre esses espaos, cabe ressaltar reservas e parques pblicos criados em diversos paises, inclusive no Brasil, onde se diferenciam as alternativas de programa e projeto, abrangendo desde a efetiva restaurao de um ecossistema ameaado, como, por exemplo, a definio de corredores ecolgicos, at a simples reconstituio de cenrios paisagsticos, onde pode-se conhecer os modelos e matrizes de fauna e flora nativos, originalmente instalados, surgindo da o conceito dos eco-museus contemporneos. 3. OS MODELOS HISTRICOS E A PAISAGEM CARIOCA: UM QUADRO COMPARATIVO

    A comparao entre o caso do Rio e de outras cidades do Brasil e do mundo foi realizada, por perodo histrico, segundo as seguintes categorias de anlise: imagens de referncia; as ideologias urbansticas e paisagsticas vigentes; os projetos dos espaos pblicos mais importantes e seus autores; os tipos recorrentes de espao, e as linhas de projeto predominantes.

    Determinaram-se os perodos histricos de acordo com a sua importncia em relao s transformaes ocorridas: sculo XVIII; 1a e 2a metades do sculo XIX; sculo XX 1a dcada; 2a e 3a dcadas; 4a a 6a dcadas; sculo XX -7a a 9a dcadas e seu final.

    Segundo as categorias analticas descritas, foram descritos os modelos caractersticos de cada perodo. Com isso, relacionou-se a imagem almejada para cada cidade com as transformaes ocorridas no desenho da paisagem, tendo em vista o projeto dos os espaos pblicos mais importantes.

    Essa anlise foi sintetizada nos quadros a seguir, sendo que os pases e cidades selecionados, para compor o estudo comparativo com a cidade do Rio de Janeiro, foram aqueles que maior influncia exerceram sobre a cidade, por perodo histrico.16

    15 A exposio realizada no MASP-So Paulo, em 1994, apresentou a pesquisa sobre a importncia dos pintores viajantes e da iconografia por eles produzida sobre o Brasil. Em BELUZZO, Ana Maria. O Brasil dos Viajantes. 16 Fontes: MANN, William. Landscape Architecture; FAUUSP. O quadro do paisagismo no Brasil; VAN ZUYLEN, Gabrielle. Tous les jardins du monde; BONECHI. Art and History of Barcelona; VANUCCHI, Marco. Progettare con il verde/vol.IV; BAROZZI, Jacques. Guide de 400 jardins publics de Paris; CERVER. Francisco A. Parques temticos.

  • Quadro 1- Arquitetura, urbanismo e arquitetura da paisagem - sculo XVIII

    SCULO XVIII

    RIO ITLIA ESPANHA PORTUGAL FRANA INGLATERRA EUA

    URBANISMO -Modelo luso-brasileiro -Melhorias urbansticas -Sede de Vice-Reinado

    Plano Sixtus V para Roma

    Plano para reconstruo de Lisboa

    Palcios de Governo

    -Plano de Wren para Londres -Crescentes -Bairros residenciais com squares privados

    -Planejamento de cidades -Palcios de Governo

    PAISAGISMO -Barroco/Neo-clssico -1o jardim pblico -Construo de monumentos, fontes e chafarizes

    -Vilas/ palcios barrocos -Jardins renasentistas

    -Influncia moura -Ptios internos

    -Barroco/Neo-classicismo -1o jardim pblico de Lisboa

    -Barroco/Neo-classicismo -Jardins palacianos

    -Neoclassicismo -Romantismo

    Experimentao com paisagismo e desenho de jardins

    ESPAOS PBLICOS

    -Passeio Pblico -Praa XV (Figura 4)

    -Piazza San Pietro-Palazzo Reale -Caserta -Fontana di Trevi,Roma -Piazza del Popolo, Roma

    -La Granja, Segovia

    -Queluz, Lisboa -Vaux-le-Vicomte -Versailles -Parc Monceau -La Bagatel/e, Paris

    -Bath -Hampton Court -Rousham -Bleinheim -St.. James Park

    -Palcio de Governo Willimasburg Virginia -Jardim Botnico, Filadlfia -Plano de Washington

    AUTORES -Mestre Valentim -Bernini -Vanvitelli -Valle e Braci -Rainaldi

    -Cartier/ Boutelet -Robillon -Le Ntre -Carmontelle -Belanger

    -James Woods -Irmos Mollet -William Kent -Lancelot Brown

    -Nicholson/ Spotswood -Bartram -Jefferson/ Lnfant

    TIPOS DE ESPAOS

    -Praa e jardins pblicos -Monumentos -Largos e terreiros

    -Praa cvica, fonte, monumento-Praa palaciana

    -Ptio interno -Praa palaciana

    -Praa cvica -Jardim pblico -Monumento

    -Jardim infinito -Canteiro geomtrico -Parterre -Boulevard

    -Square -Jardim pblico -Parque romntico

    -Palcio e sede de Governo

    LINHA PROJETUAL

    -Formalismo -Eixos e perspectivas visuais

    -Formalismo -Dramaticidade barroco-maneirista

    -Formalismo -Eixos e perspectivas visuais

    -Formalismo -Eixos e perspectivas visuais

    -Fomalisrmo -Eixos e perspectivas visuais

    -Final do formalismo -Incio do Romantismo

    -Formalismo -Eixos/ perspectivas visuais

    Figura 4 - A Praa XV na concepo de Mestre Valentim Fonte: Coaracy, 1988

  • Quadro 2- Arquitetura, urbanismo e arquitetura da paisagem - sculo XIX - 1a metade

    SCULO XIX 1a metade

    RIO BRASIL ITLIA FRANA INGLATERRA EUA

    URBANISMO -Primeiros planos urbansticos neoclssicos -Bairro de So Cristvo

    -Ruas definidas por construes geminadas

    Sistema de reas verdes e remodelao de Florena

    -Plano Haussmann para a reforma de Paris

    -Urbanizao ps-revoluo industrial -A ferrovia e a rede de cidades -Parques pblicos

    -Rede de cidades -leste e meio-oeste -Urbanismo republicano

    PAISAGISMO -Classificao botnica -Largos, terreiros e quintais -Jardins pblicos de concepo neoclssica -Paisagismo palaciano

    -Classificao botnica: os primeiros hortos -Largos, terreiros e quintais

    -Parques pblicos romnticos -Vilas neoclssicas

    -Parques pblicos romnticos -Praas, rond-points e avenidas de concepo neoclssica

    -Escola romntica inglesa -Garden style -Escola pitoresca

    -Escola romntica -Experimentao com landscape garden -Classificao botnica

    ESPAOS PBLICOS

    -Jardim Botnico (Figura 5) -Escola de Belas Artes -Casa da Alfndega -Quinta da Boa Vista

    -Passeios Pblicos de Salvador e Recife

    -Villa Borghese -Plano de reestruturao urbanstica de Florena

    -Reforma de Paris -Arco do Ttriunfo

    -Victoria Park -Regents Park -Prior Park/Bath -Sheffield Park -Bloomsbury Square -Birkenhead Park/Liverpool

    -Univ.de Virginia -Brooklyn Botanical Garden -Mount Auburn -Boston Cemitery -Washington Mall

    AUTORES Grandjean de Montigny

    -Moore -Giuseppe Poggi

    -Haussmann/ Alphand -Chalgrin

    -Nash -Reptom -Brownn -Paxton

    -Jefferson -Parmentier -Bigelow/ Dearborn -Downing

    TIPOS DE ESPAOS

    -Jardim botnico -Jardim pblico

    -Jardim botnico -Jardim pblico

    -Parque romntico -Jardim pblico

    -Square -Parque romntico - Boulevard -Avenida diagonal

    -Crescente -Terrao -Parque romntico

    -Jardim palaciano -Cemitrio-jardim -Campus universitrio

    LINHA PROJETUAL

    -Formalismo -Eixos e perspectivas visuias

    -Formalismo -Eixos e perspectivas visuais

    -Formalismo -Dramaticidade barroco-maneirista

    -Fomalisrmo -Eixos e perspectivas visuais

    -Final do formalismo -Incio do romantismo

    -Formalismo -Eixos e perspectivas visuais

    Foto area doJardim Botnico

    Foto: Silvio Macedo, 1999 Arquivo PUZN Planta do Jardim Botnico

    Fonte: Quap, 1997

    Figura 5 Jardim Botnico do Rio de Janeiro Foto: Silvio Macedo, 1999 Arquivo PUZN

  • Quadro 3- Arquitetura, urbanismo e arquitetura da paisagem - sculo XIX - 2a metade

    SCULO XIX 2a metade

    RIO BRASIL ESPANHA FRANA INGLATERRA EUA

    URBANISMO -Plano para melhorias urbansticas/Cia. de Melhoramentos -Rua do Ouvidor e novos bairros: Glria/ Laranjeiras/Catete/ Flamengo/S.Cristvo -Centro europeizado

    -Modernizao de Belm -Plano de Belo Horizonte -Bairros de elite em So Paulo: Higienpolis e Campos Elseos

    Plano de Barcelona/ Ildefonso Cerd

    -Feira internacional de Paris -Galerias comerciais-O Metr

    -1a feira mundial de Londres

    -Plano de Boston -Plano de Chicago -Sanitarismo urbano/Homestead Act-1862 -O Metr

    PAISAGISMO -Romantismo -Glaziou e o paisagismo da Corte -Criao do Depto. De Parques e Jardins -Manual do Alphand

    -Classicismo -Romantismo -Ajardinamento de largos e terreiros

    -Romantismo -Romantismo -Art Nouveau

    -Romantismo -Romantismo -Arquitetura paisagstica -Movimento a favor dos parques urbanos

    ESPAOS PBLICOS

    -Reforma do Passeio Pblico e da Quinta da Boa Vista (Figura 6) -Campo de Santana -Parque S. Clemente -N.Friburgo -Floresta da Tijuca

    -Passeios Pblicos deSalvador e Recife

    -Parc de la Cidadelae Arco do Triunfo/ Barcelona

    -Bois de Boulogne -Parc de Buttes Chaumont

    -Crystal Palace -Botanic Gardens

    -Central Park/Nova Iorque -Chicago Riverside --Berkeley Univ./LA -Standford Univ./LA-Franklin Pk/Boston-Emerald necklace/ Boston

    AUTORES -Auguste Franois Marie Glaziou -Major Manuel Archer/ Adm. Toms Nogueira da Gama / Cel. DEscragnolle

    -Josep Fontsre -Josep Vilaseca

    -Alphand

    -Paxton -Robinson

    -Olmstead/Vaux -Elliot

    TIPOS DE ESPAOS

    -Parque Pblico -Jardim de manso -Quintal de fundos e jardim frontal -Mirante e passeios -Avenida beira-mar

    -Jardim botnico -Mirante e passeio -Avenida beira-mar -Praa-jardim: parque pblico

    -Parque pblico -Jardim zoolgico

    -Pavilho de feira industrial -Parque romntico -Estao de metr

    -Pavilho de feira industrial -Parque romntico -Jardim botnico

    -Parkway -Campus universitrio -Parque urbano -Parque nacional

    LINHA PROJETUAL

    -Romantismo -Estilismo

    -Romantismo -Estilismo

    -Neoclassicismo -Romantismo

    -Romantismo -Ecletismo

    -Romantismo -Regionalismo -Romantismo -Estilo vitoriano

    Foto area da Quinta da Boa Vista

    Foto: Silvio Macedo, 1999 Arquivo PUZN Planta geral da Quinta da Boa Vista

    Fonte: Quap, 1997

    Figura 6 Quinta da Boa Vista

  • Quadro 4- Arquitetura, urbanismo e arquitetura da paisagem - sculo XX - 1a dcada

    SCULO XX 1a dcada

    RIO BRASIL ESPANHA FRANA INGLATERRA EUA

    URBANISMO -Plano de reformas de Pereira Passos -Formao de Copacabana

    -Consolidao dos bairros-jardim em So

    Paulo

    -O esprito novo

    -Tony Garnier: a Cidade Industrial

    -Cidades novas -Subrbios ajardinados

    -Ruas internas com cul- de-sac

    -City Beautiful Movement (1900) -Plano para San Francisco/CA

    -1a lei zoneamento/ N.Iorque

    -Serv. Parques Naturais

    PAISAGISMO -Romantismo: obras de Pereira Passos

    -Formalizao dos espaos livres

    -Influncia francesa

    -Romantismo -Formalizao dos

    espaos livres -Parques urbanos

    -Romantismo -Art Nouveau

    -Romantismo -Art Nouveau

    -Formalizao dos espaos livres: a

    renascena moderna

    -Subrbios ajardinados

    -Formalizao dos espaos livres: a

    renascena moderna

    -Subrbios ajardinados

    -Formalizao dos espaos livres

    ESPAOS PBLICOS

    -Avenida Central -Praa Paris e

    Enseada de Botafogo (Figura 7)

    -Largo da Glria

    -Jardim Amrica/SP (1916)

    -Primeiros parques de So Paulo

    -Parc Guel -Bois de Moutiers -Lechtworth(1903) -Welwin (1919)

    -Hampstead Garden Suburb

    -Bronx River Pkwy -Chicago Plan

    -Forest Hills/Nova Iorque -Villa

    Vizcaya/Miami -Colombus

    Park/Chicago AUTORES -Pereira Passos

    - Archimedes Jos da Silva

    -Souza Aguiar -Paul Villon

    -Barry Parker -Bouvard

    -Gaudi -Luty ens e Jekyll

    -Barry Parker -Raymond Unwin

    -Clarke -Burnham

    -Irmos Olmstead -Suarez -Jensen

    TIPOS DE ESPAOS

    -Boulevard -Avenida diagonal

    -Rond point -Praa-jardim

    -Boulevard -Rua-jardim

    -Praa-jardim

    -Parque de diverses-Jardim zoolgico

    -Promenade

    -Jardim formal -Plantao naturalista

    -Unidade de vizinhaa

    -Cinturo verde -Jardim comunitrio

    -Jardim formal -Plantao naturalista

    -Parkway -Subrbio residencial

    -Parque nacional

    LINHA PROJETUAL

    -Urbanismo clssico francs

    -Paisagismo romntico ingls

    -Urbanismo romntico ingls

    -Paisagismo clssico francs

    -Paisagismo romntico francs

    -Art Nouveau -Estilo mourisco

    -Formalismo -Organicismo

    -Industrialismo

    -Organicismo -Romantismo

    -Romantismo -Naturalismo

    Praa Paris na Glria Foto: Silvio S. Macedo, 1999-Arquivo PUZN

    Praia de Botafogo Fonte: CCBB, 1994

    Figura 7 Praa Paris e Praia de Botafogo

  • Quadro 5- Arquitetura, urbanismo e arquitetura da paisagem - sculo XX 2a e 3a dcadas

    SCULO XX 2a e 3a dcadas

    RIO BRASIL ESPANHA FRANA INGLATERRA EUROPA EUA

    URBANISMO -Plano Agache -Quadra-bloco europia -Desmonte do Morro do Castelo (1922) -Exposio 1922

    -Bairros-jardim/SP-Cia. City de Urbanizao/SP -Plano de Goinia

    -Movimento Moderno -Exposio internacioal Art Dco - 1922

    Cidades e subrbios novos

    Exposies internacionais

    -Cidades e subrbios novos

    PAISAGISMO -Romantismo -Formalismo -Estilismo

    -Romantismo -Formalismo -Estilismo -Jardim: moldura do edifcio

    -Formalismo -Romantismo -Formalismo

    -Formalismo com plantao natural -Romantismo

    -Formalismo -Romantismo -Cubismo

    -Romantismo -Jardins residenciais

    ESPAOS PBLICOS

    -Portal do Brasil -Via-parque -Av. Beira-Mar (Figura 8)

    -Jardim Europa/SP (1924)-Parque Farroupilha/Porto Alegre (1937)

    -Palau Nacional/ Barcelona -Igreja Sagrada Famla/Barcelona

    -La ville contemporaine (1922) -Plan Voisin para Paris (1925) -Ville Savoie

    -Escola de Bauhaus/ Alemanha

    -Radburn/NJ -Blue Ridge Pkwy -Falling Waters/PA -Taliesin West

    AUTORES -Agache -Barry Parker -Buigas -Gaudi

    -Le Corbusier -Walter Gropius -Mies van der Rohe

    -Stein e Wright -Abbot -Wright

    TIPOS DE ESPAOS

    -Avenida americana -Quadra-bloco -Via-parque

    -Avenida americana -Bairro-jardim -Parque urbano -Estao de gua -Jardim zoolgico

    -Jardim palaciano -Torre residencial-Verde infinito

    -Chal residencial -Jardim naturalista

    -Torre residencial e de escritrios -Jardim cubista

    -Parkway -Bungalow -Jardim residencial

    LINHA PROJETUAL

    -Concepo urbanstica francesa -Avenida americana

    -Linha urbanstica francesa e inglesa -Avenida americana

    -Ecletismo -Art Nouveau

    -Racionalismo -Romantismo -Organicismo

    -Formalismo -Romantismo -Cubismo

    -Humanismo -Organicismo

    Figura 8- Enseada de Botafogo e a Av. Beira Mar Fonte: CCBB/GRG, 1994

  • Quadro 6- Arquitetura, urbanismo e arquitetura da paisagem - sculo XX - 4a a 6a dcadas

    SCULO XX

    RIO BRASIL FRANA INGLATERRA EUROPA EUA

    URBANISMO -Obras rodovirias -Plano Doxiadis -Desmonte Morro Sto. Antnio -Plano Reidy -Mudana da capital -Decadncia da rea central

    -Construo de Braslia -Superquadra residencial -Decadncia das reas centrais

    -Movimento Moderno

    -Cidades novas -Subrbios ajardinados

    -Renovao urbana -Preservao de patrimnio urbanstico e arquitetnico

    -Preservao histrica -Modernismo -Organicismo -Decadncia das reas centrais

    PAISAGISMO -Modernismo -Pictorismo cubista

    -Modernismo -Abandono dos estilos

    -Modernismo -Modernismo com plantao natural

    -Pictorismo cubista -Romantismo -Jardins residenciais -Jardins de sedes de empresas

    ESPAOS PBLICOS

    -Avenida Pres.Vargas -Prdio do MEC -Terrao do Prdio do MEC e Parque do Flamengo (Figura 9) -Esplanada de Sto. Antnio

    -Braslia -Parque do Ibirapuera/SP

    -Capela de Ronchamp

    -Union Square/SF -GM Technical Ct. -Sea Ranch/CA -IBM Research Ct/Nova Iorque

    AUTORES -Le Corbusier e equipe -Burle Marx -Reidy e Burle Marx -Reidy

    -Lucio Costa/ Oscar Niemeyer -Burle Marx

    -Le Corbusier

    -Pfleuger -Saarinen e Church -Halprin -Sazaki e Walker

    TIPOS DE ESPAOS

    -Avenida americana -Superquadra modernista -Parque urbano moderno -Torre residencial e de escritrios em pilotis

    -Playground -Jardim contnuo calada -Calado em rea central -Torre residencial e de escritrios em pilotis

    -Torre residencial e de escritrio em pilotis -Verde infinito

    -Torre residencial e de escritrios

    -Torre residenciais e de escritrio em pilotis -Parque temtico -Playground

    -Parkway -Terrao ajardinado -Jardim residencial -rea urbana pedestrianizada

    LINHA PROJETUAL

    -Modernista com influncia americana

    -Modernista com influncia americana

    -Racionalismo -Rodoviarismo

    -Modernismo -Organicismo -Tecnicismo

    -Modernismo

    -Modernismo -Ps-modernismo incio: formalismo e simbolismo

    Parque do Aterro do Flamengo Foto: Marcos London, 1998 Arquivo PUZN

    O terrao e os jardins do MEC Foto: Silvio Macedo, 1999 Arquivo PUZN

    Figura 9 Parque do Flamengo e Terrao e jardins do MEC

  • Quadro 7- Arquitetura, urbanismo e arquitetura da paisagem - sculo XX - 7a a 9a dcadas

    SCULO XX 7a a 9a dcadas

    RIO BRASIL FRANA EUROPA JAPO EUA

    URBANISMO -Plano de Lucio Costa para Barra da Tijuca e Jacarepagu -Construo do Metr -Corredor Cultural -Movimentos coletivos urbanos

    -Construo de Palmas-Crescimento das reas metropolitanas -Crescimentos das periferias das cidades -Ocupao das reas costeiras -Revitalizao das reas centrais

    -Renovao urbana -Preservao das reas centrais

    -Recuperao das reas centrais -Renovao urbana -Eventos esportivos e culturais (Olimpadas de Barcelona)

    -Construo de novas cidades

    -Fortalecimento dos subrbios -Recuperao histrica das reas centrais

    PAISAGISMO -Modernismo -Pictorismo cubista -Jardins de condomnios

    -Modernismo -Incio do ps-modernismo -Jardins de condomnios

    -Formalismo ps-moderno -Incio do deconstrutivismo

    -Paisagem arquitetnica -Neo-ecletismo -Restaurao jardins histricos -De-construtivismo

    -Paisagem arquitetnica -Releitura da tradio japonesa -Cenrio simblico

    -Paisagem arquitetnica -Implantao de reas p/pedestres -Lazer e entretenimento

    ESPAOS PBLICOS

    -Calado da Av. Atlntica -Jardim do BNDES -Largo da Carioca e Projeto da Gleba E (Figura 10)

    -Parque do Anhangaba/SP (Figura 10) -Terrao do Banco Safra/SP -Praa da S/SP -Praa Roosevelt/SP -Calades/Curitiba -Conjunto de Parques/Curitiba

    -Beaubourg -Forum des Halles -La Dfense -Parc Andr Citroen

    -Parc del Clt/ Barcelona -Vila Olmpica/ Barcelona

    Tsukuba Civic Center

    -Disney World -Lovejoy Pl./Oregon-Freeway Pk./Seattle-Harlequim Pl/Co -Piazza dell ltalia/ NO -Winter Gds/ Niagara Falls

    AUTORES -Burle Marx -Fernando Chacel

    -Rosa Kliass -Burle Marx -Roberto Cardoso/SP -Equipe do IPPUC/Curitiba

    -Rogers & Piano -Gilles Clment

    -Daniel Freixes/ Vicente Miranda -Oriel Bohigas e outros

    Arata Isozaki -Org. Disney -Susan&Geore Jellicoe -Halprin -SWA -Charles Moore -Friedberg

    TIPOS DE ESPAOS

    -Calado na praia -Ciclovia -Shopping center -Praa fechada -Parque urbano -Eco-museu

    -Parque ecolgico -Eco-museu -Calado -Shopping-center

    -Parque urbano -Parque temtico -Calado

    -Renovao da orla martima -Parque de recuperao histrica -Parque de bairro

    -Parque temtico -Centros cvicos

    -Parque temtico:lazer, spa e diverses -Calado -rea de cais -Shopping center

    LINHA PROJETUAL

    -Modernista, com influncia americana

    -Modernista com influncia americana

    -Neo-ecletismo -Incio do deconstrutivismo

    -Neo-ecletismo -Incio do deconstrutivismo

    -Ps-modernismo -Deconstrutivismo

    -Ps-modernismo

    Vale do Anhangaba Fonte: Francisco Cerver, 1994

    Largo da Carioca Foto: Silvio Macedo, 1999-Arquivo PUZN

    Parque da Gleba E Foto da autora, 1999

    Figura 10 -Parque do Anhangaba, Calado da Av. Atlntica e Parque da Gleba E

  • Quadro 8- Arquitetura, urbanismo e arquitetura da paisagem - sculo XX - final

    SCULO XX final

    RIO BRASIL FRANA EUROPA JAPO EUA

    URBANISMO -Ciclovias -Projetos RioCidade -Projetos Favela Bairro -Projetos Baixada Viva

    -Comprometimento ambiental dos grandes centros -Recuperao das reas centrais -Revitalizao do Pelourinho/BA

    -Recuperao de setores urbanos -Organizao de eventos mundiais

    -Eventos esportivos e culturais (Copas,Expo Sevilha 92, Expo Lisboa 98 )-Recuperao das reas centrais e reas porturias

    -Construo de novas cidades -Organizao de eventos esportivos e culturais

    -Consolidao dos subrbios -Recuperao das reas centrais e reas porturias -Diversificao das reas comerciais

    PAISAGISMO -Ps-modernismo em reas pblicas e comerciais -Preservao recursos naturais -reas de lazer - condomnios -Paisagem arquitetnica -Projetos de revitalizao urbana

    - Ps-modernismo em reas pblicas e comerciais -Preservao recursos naturais -reas de lazer - condomnios -Paisagem arquitetnica -Projetos de revitalizao urbana

    -Neo-ecletismo -Deconstrutivismo -Paisagem arquitetnica

    - Neo-ecletismo -Deconstrutivismo -Paisagem arquitetnica

    -Simbolismo -Neo-ecletismo -Paisagem arquitetnica

    -Neo-ecletismo -Deconstrutivismo -Paisagem arquitetnica

    ESPAOS PBLICOS

    -Parque da Lagoa -Praa Antero de Quental, Projetos RioCidade -Fases I e II e Parque das Runas (Figura 11)

    -Parque Ecolgico Tiet/SP -SESC-Itaquera/SP -Sede Ita Conceio/SP -Parque Rosinha Cadar/BH

    -Parc de la Villete -Champs Elyses -Eurodisney -Parc de Bercy

    -Parco Giacomo Matteotti /Catanzaro

    -Parque Ibaraki/Sugeo-Numa -Museu da Vida/Urawa

    - IBM,Solana/CA -Pier 7/Nova Iorque -Plaza Park/S.Jos -Espaos Disney -Twin Parks/Nova Iorque

    AUTORES -Burle Marx Ltda -Fernando Chacel -Vrios -Ernani Freire

    -Ruy Othake -caro Castro Mello -Maria de Lourdes Oliveira -Marieta Cardoso Maciel

    -Bernard Tshumi -Bernard Huet

    -Franco Zagari Mitsuro Man Senda -Peter Walker -Benjamin Thompson -Hargreaves -Vrios -Richar Mier

    TIPOS DE ESPAOS

    -Parque temtico -Praa em centro de bairro -Parque-sede de empresa

    - Parque temtico -Praa em centro de bairro -Parque-sede de empresa

    -Parque temtico -Valorizao de reas centrais

    -Parque temtico -Valorizao de reas centrais

    -Parque temtico -Orla porturia -Parque sede de empresa

    -Parque temtico (ecolgico, spa, lazer, tecnolgico) -Orla porturia -Parque-sede de empresa

    LINHA PROJETUAL

    -Ps-modernista -Tropical ecolgico

    - Ps-modernista -Tropical ecolgico

    -Neo-ecletismo -De-construtivismo

    -Neo-ecletismo -De-construtivismo

    -Ps-modernismo -Formalismo -Simbolismo

    -Ps-modernismo -Formalismo -Simbolismo

    Praa Agripino Grieco no Mier Fonte: PCRJ, 1996

    Praa Antero de Quental no Leblon Foto da autora, 1999

    Parque das Runas em Sta Tereza Fonte: PCRJ, 1998

    Figura 11-Projetos Rio Cidade no Mier e no Leblon e Parque das Runas

  • 4. CONSIDERAES FINAIS

    Os espaos livres pblicos so pregnantes das transformaes culturais e registram, de forma sistemtica, a evoluo de conceitos relacionados ao desenho e ao processamento do ambiente construdo.

    Seu projeto responde s demandas sociais e aplicao de modelos consolidados historicamente, o que nos permite avaliar de que forma evoluiu a relao de determinados grupos sociais com o meio-ambiente nele inseridos, conforme demonstrado atravs do estudo da evoluo tipolgica dos espaos livres, segundo a concepo ocidental.

    Esses aspectos determinam e condicionam a leitura museogrfica dos espaos livres no meio urbano, realizada de forma dinmica e permanente, constituindo-se em registros vivos das transformaes culturais, onde a concepo de cidade e a forma arquitetnica atuam permanentemente. Para tanto foi necessrio conhecer as referncias e os antecedentes para formao dos padres paisagsticos que condicionaram o desenho da paisagem e sua transformao.

    No caso do Rio de Janeiro, a partir da anlise dos antecedentes para a constituio dos padres de paisagem carioca, foi possvel realizar, sob o ponto de vista histrico, um estudo comparativo entre esses padres e os utilizados por outras capitais mundiais. Este estudo foi um importante instrumento de avaliao das influncias externas e de seu rebatimento na modernizao da paisagem da cidade, justificando e esclarecendo o momento atual. Devido ao papel que a cidade do Rio de Janeiro exerceu como cidade-sede do governo colonial e, posteriormente, como capital da Repblica, pode-se afirmar que a mesma esteve sintonizada, desde o sculo XVIII, com tendncias e padres modelados externamente, a princpio na Europa e depois nos Estados Unidos. Quando se confrontaram as obras e projetos que moldaram os espaos da cidade com movimentos paralelos que aconteceram no exterior, descobriram-se pontos de convergncia e de ressonncia. Ao comparar essas transformaes em outros pases com as mudanas ocorridas no Rio de Janeiro, pode-se concluir que, ao longo da histria, os modelos e padres externos foram utilizados a princpio pelo setor pblico para espaos centrais, acabando por se reproduzir, atravs do setor privado, ao longo do tempo e com diferentes formas de adaptao, a outros espaos da cidade, contribuindo para conformar um importante legado para a constituio do patrimnio cultural e do entendimento da cidade.

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS BACON, Edmund. Design of Cities. Baltimore: Penguin, 1974.

    BAROZZI, Jacques. Guide de 400 jardins publics de Paris. Paris: Hervas, 1992.

    BELUZZO, Ana Maria. O Brasil dos Viajantes. Pesquisa FAUUSP. So Paulo: Metalivros, 1994.

    BONECHI. Art and History of Barcelona. Florena: Bonechi, 1996.

    CERVER, Franciso A. World of Environmental Design vol. I a VII, Barcelona: Cerver/Arco, 1994.

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