museu o aqueduto da Água das Águas...

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MUSEU DA ÁGUA NAS ESCOLAS O AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES Uma estrada de água O Aqueduto das Águas Livres foi construído no séc. XVIII, com a função de fornecer água à cidade de Lisboa, que, na época, sofria de um grave problema de falta de água. Até então, exis- tiam apenas dois grandes chafarizes na cidade e a quantidade Da nascente ao chafariz A água era captada em nascentes, no vale de Carenque, na zona de Sintra, seguindo por túneis até ao Aqueduto, onde percorria os 58 km deste graças à força da gravidade, até chegar à Mãe d’ Água das Amoreiras, em Lisboa.

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MUSEU DA ÁGUA NAS ESCOLAS

O AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES

Uma estrada de águaO Aqueduto das Águas Livres foi construído no séc. XVIII, com

a função de fornecer água à cidade de Lisboa, que, na época,

sofria de um grave problema de falta de água. Até então, exis-

tiam apenas dois grandes chafarizes na cidade e a quantidade

Da nascente ao chafarizA água era captada em nascentes, no vale de Carenque,

na zona de Sintra, seguindo por túneis até ao Aqueduto,

onde percorria os 58 km deste graças à força da gravidade,

até chegar à Mãe d’ Água das Amoreiras, em Lisboa.

Uma obra que é um monumento da Humanidade!

O Aqueduto das Águas Livres foi, na época, a maior construção do mundo para

circulação de água. Foi mandado construir por D. João V, em 1731. O autor do pro-

jecto foi Manuel da Maia, um dos mais importantes arquitectos portugueses de sempre.em 1799, e esteve em funcionamento até 1967. Actualmente, é um Monumento

Nacional e um dos núcleos do Museu da Água.

MUSEU DA ÁGUA

NAS ESCOLAS O maior arco do mundo

Os ramais do aqueduto cobrem, no total, uma área de 58

quilómetros. No entanto, a parte mais famosa do Aqueduto é

a Arcaria do Vale de Alcântara. Este troço tem uma extensão

de 941 metros e possui 35 arcos: 21 de volta perfeita e 14

ogivais. Devido à largura do vale, foi necessário recorrer aos

arcos ogivais, pois permitem ultrapassar distâncias maiores e

suster o Aqueduto a tão grande altura. etnanoisserpmi arutla amu met oçort etsed ocra roiam O

de 65,29 metros! Por isso entrou para o Guiness Book, com

o recorde de maior arco em pedra do mundo.

Um elevador para a águaA Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos foi construída, no

água para reservató-rios situados em zonas altas da cidade de Lisboa. Tendo em conta as crescentes necessidades de água da capital, agravadas pelo aumento populacional da época, a Estação dos Barbadinhos era a resposta necessária para melhorar signi�cativamente o acesso à água em Lisboa. Foi a partir desta altura que se começou a generalizar a canalização da água até às casas dos Lisboetas.

MUSEU DA ÁGUA NAS ESCOLAS

ESTAÇÃO ELEVATÓRIAA VAPOR DOS BARBADINHOS

O poder do vaporPouco depois da sua construção, em 1880, a Estação dos Barbadinhos iniciou a sua actividade com as primeiras águas trazidas de mais de 100 km de distância do rio Alvie-la, que passou a abastecer a cidade de Lisboa.

A elevação da água era feita graças a quatro poderosas máquinas a vapor, que funcionavam com a ajuda de caldei-ras e bombas. Estas projectavam a água até reservatórios situados em pontos altos: o Reservatório da Verónica e o da Penha de França, que abasteciam toda a cidade.A Estação Elevatória dos Barbadinhos manteve-se em funcionamento, sem interrupções, desde 1880 até 1928.

MUSEU DA ÁGUA

NAS ESCOLAS Um Museu para a água

A Estação dos Barbadinhos é, desde 1987, a sede do Museu da

Água, constituindo um dos melhores exemplos de arqueolo-

gia industrial do Mundo.

A sua exposição permanente apresenta uma colecção única

explicam a evolução e a história do abastecimento de água.

Não percas a inesquecível experiência de sentir uma máquina

a vapor a funcionar, na fabulosa Sala das Máquinas! Todo o

espaço e equipamento estão muito bem conservados, man-

tendo as características e ambiente do século XIX.

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GUIÃODE EXPLORAÇÃO

MUSEUDA ÁGUANAS ESCOLAS

FICHA TÉCNICA

Autor | Museu da Água da EPAL

Edição e concepção | Sair da Casca

Design | winicio

Ilustração | Planeta Tangerina

Auditoria de Língua Portuguesa | Letrário

Impressão | Jorge Fernandes

Tiragem | 150 exemplares

ISBN | 978-972-8513-84-9

MUSEUDA ÁGUA

NAS ESCOLAS

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ÍNDICE

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

O Museu da Água nas escolas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

Apresentação do guião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Aqueduto das Águas Livres. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras. . . . . . . . 10

Reservatório da Patriarcal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos . . . . . . . 18

Os núcleos do Museu da Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

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MUSEUDA ÁGUANAS ESCOLAS

INTRODUÇÃO

O Museu da Água da EPAL

Criado em 1987, o Museu da Água da EPAL abrange quatro núcleos constituídos por monumentos eedifícios relacionados com a história do abastecimento de água a Lisboa, nos séculos XVIII e XIX.Disperso pela cidade, o Museu da Água da EPAL reúne um valioso património documental, monu-mental e cultural, indispensável à compreensão da história da água em todas as suas vertentes.

Conhecer este património é homenagear todos os que, ao longo da história, contribuíram para me-lhorar e facilitar o acesso à água – elemento indispensável à qualidade de vida.

O Serviço Pedagógico Águas Livres

O Serviço Pedagógico Águas Livres é uma iniciativa do Museu da Água da EPAL, cuja missão é sensi-bilizar para os valores ligados à defesa do património ambiental, histórico, documental e cultural doMuseu, bem como alertar a comunidade educativa para o uso eficiente e racional da água.

O MUSEU DA ÁGUA NAS ESCOLAS

Porque entendemos que este valioso património deve e merece ser partilhado, o ServiçoPedagógico Águas Livres desenvolveu uma exposição lúdica, que se destina a divulgar o patrimóniodo Museu nas escolas, fomentando assim o desejo de uma visita ao Museu da Água da EPAL.

A exposição é constituída por um conjunto de 12 painéis, onde se abordam a história e o patrimóniodos quatro núcleos do Museu. Cada núcleo é representado num conjunto de três painéis.

Objectivos da exposição

* Conhecer cada núcleo.* Perceber o valor patrimonial e artístico de cada núcleo.* Perceber a originalidade arquitectónica de cada núcleo.* Perceber a função industrial que cada núcleo assumiu.* Valorizar a importância do tema da água, nas suas diferentes vertentes.

Como montar a exposição

O Serviço Pedagógico Águas Livres fornece os 12 painéis necessários à montagem da exposição.Estes podem ser simplesmente afixados numa parede ou placard da escola, embora a apresentaçãodos mesmos possa ser valorizada com a criação de suportes de cartão resistente, especificamenteconcebidos para o efeito.

MUSEUDA ÁGUA

NAS ESCOLAS

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Sugestões de exploração

Ao longo dos 12 painéis que constituem a exposição, são apresentados os conteúdos essenciais aoconhecimento do Museu da Água da EPAL.

A título de sugestão, propõe-se que a informação sobre cada núcleo seja introduzida com a colabo-ração dos alunos, através de questões que contribuam para os valorizar, despertando a curiosidadee contextualizando os conteúdos.

Esta exposição pode contribuir ainda para estimular o envolvimento dos pais, pelo que se propõeque lhes seja feito o convite para a visitarem, nomeadamente no momento da sua inauguração.

APRESENTAÇÃO DO GUIÃO

Para o acompanhamento da exposição, desenvolvemos este guião que fornece informação geralsobre as características de cada monumento, a história e arquitectura que os destinguem e algumascuriosidades. Para explorar a história de cada núcleo, propomos quatro etapas.

Olhar e questionarSão colocadas algumas perguntas exploratórias, que poderão utilizar-se para analisar todos osnúcleos.

ExplicarOs conteúdos dos painéis são apresentados, recorrendo à identificação de elementos-chave,fundamentais para a sua apreensão. Esta fase pode ser mais dinâmica e interactiva, se o pro-fessor aproveitar as questões e os enigmas presentes nos diferentes painéis.

RecapitularApós a exploração de cada núcleo, os alunos respondem a um pequeno jogo de memória.

ProlongarDepois da visita à exposição, na sala de aula, podem abordar-se várias temáticas para “ir maislonge”, estimulando a reflexão e o debate, e alargando o âmbito da discussão.

Esperamos que tirem o melhor partido deste guião e desta exposição.Bom trabalho!

MUSEU

DA ÁGUA

NAS ESCOLAS

AQUEDUTODAS ÁGUAS LIVRES

* Uma estrada de águaO Aqueduto das Águas Livres foi construído no séc. XVIII,para resolver o problema do abastecimento de água àcidade de Lisboa.

O arrojado projecto foi da autoria de Manuel da Maia,considerado um dos maiores arquitectos portugueses desempre e figura central da história do abastecimento deágua a Lisboa.

A maioria das pessoas identifica o Aquedutodas Águas Livres pela sua face mais visível, aarcaria do Vale de Alcântara, situada sobre aactual Av. Calouste Gulbenkian. No entanto, oAqueduto é composto por uma rede de ramaisque cobre um total de 58 quilómetros.

O Aqueduto das Águas Livres, um dos ex-libris dacidade de Lisboa, foi a maior obra de engenhariahidráulica feita em todo o mundo, no séc. XVIII.Graças a ele, os habitantes de Lisboa viram di-minuir o seu problema de carência de água, quecondicionava as condições de higiene e salubri-dade, dando mesmo origem a conflitos entre oshabitantes nos momentos de maior escassez, poisnão chegava em quantidade suficiente para todos.Era frequente terem de percorrer grandes dis-tâncias para se abastecerem, já que, na cidade,existiam poucos chafarizes.

Como funcionava

A água era captada em várias nascentes, naszonas de Belas, Carenque e Caneças, entre ou-tras, e transportada ao longo de galerias, túneise aquedutos subsidiários até ao aqueduto prin-cipal, que a conduzia então ao Reservatório daMãe d’Água das Amoreiras, em Lisboa. Daí, aágua era levada por uma rede de galerias sub-terrâneas até aos diversos chafarizes, onde apopulação se abastecia.

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* Quer saber mais? * Existem vestígios de um aqueduto romano, em Belas, namesma região onde o Aqueduto das Águas Livres tinha assuas nascentes. Supõe-se que o mesmo chegaria até Lisboa,para abastecer as fontes, termas e balneários, de que osRomanos tanto gostavam.

*Apesar de estar construída próximo de uma importante falhasísmica, a arcaria do Vale de Alcântara resistiu ao terramoto de1755.

* Para transportar a água de Belas até Lisboa era utilizada aforça da gravidade, aproveitada graças à ligeira inclinação doAqueduto.

Existem outros aquedutos igualmente importantes no nossopaís:* Aqueduto da Água de Prata, em Évora, com nove quilóme-tros de extensão, datado do séc. XVI.* Aqueduto da Amoreira, em Elvas, com seis quilómetros de

extensão, edificado entre os séculos XVI e XVII.* Aqueduto do Convento, em Vila do Conde, actualmente emruínas, construído no séc. XVIII.

Uma obra que é um monumentoda Humanidade!

* Foi o rei D. João V quem mandou edificar oAqueduto das Águas Livres. A insistência doprocurador da cidade de Lisboa, CláudioGorgel do Amaral, junto do monarca influen-ciou muito a decisão deste.

* O alvará para a construção foi assinado em1731 e, no ano seguinte, iniciava-se a obra,segundo o arrojado projecto da autoria doarquitecto Manuel da Maia.

* Em 1744, já estavam alguns troços a funcionar,tendo a inauguração oficial decorrido em 1748.

* Foi, no entanto, preciso esperar por 1799 paraassistir à conclusão do monumental projecto.

* O Aqueduto manteve a sua função na capitalaté 1967, altura em que foi retirado do sis-tema de abastecimento de água.

* Classificado como Monumento Nacional, emtoda a sua extensão, em 2002, é hoje um dosnúcleos do Museu da Água da EPAL.

O maior arco do mundo

* Ao longo dos seus 58 quilómetros de exten-são, o Aqueduto atravessa os municípios deLoures, Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras eLisboa. A maior extensão do Aqueduto a des-coberto situa-se no município da Amadora.

* A arcaria sobre o Vale de Alcântara, o troçomais conhecido de todo o Aqueduto, tem 941metros de extensão e é constituída por 35arcos, dos quais 14 são ogivais e 21 de voltaperfeita. O recurso a arcos ogivais deveu-se àmaior capacidade de carga que é essencialpara ultrapassar a grande largura do vale.

* Nesse troço há um arco que tem uma alturade 65,29 metros, o que faz dele o maior arcoem pedra do mundo, razão pela qual entroupara o Guiness Book, o livro dos recordes.

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* CURIOSIDADES

* A construção do Aqueduto foi uma obra

polémica, tendo levado a constantes substi-

tuições dos arquitectos e engenheiros

responsáveis pelo projecto. Uma das

maiores polémicas gerou-se em torno da

solução encontrada para transpor o Vale

de Alcântara, troço que oferecia enormes

dificuldades. O recurso a arcos de ogiva foi

muito contestado, uma vez que este estilo

arquitectónico se encontrava já ultrapas-

sado na época.

* O Aqueduto servia de ponte sobre o Vale

de Alcântara - era chamado o Passeio dos

Arcos e muitos dos hortelãos e lavadeiras

que todos os dias se deslocavam a Lisboa,

passavam por ali. Diogo Alves foi um

ladrão que ficou famoso pelos crimes que

aí levou a cabo. Conseguiu fazer uma

cópia da chave do Aqueduto, para se

esconder e assaltar quem o utilizasse

como passagem. Era frequente lançar as

vítimas do Aqueduto abaixo, fazendo

assim confundir os seus actos com os

muitos suicídios que aconteciam no local.

* Diogo Alves acabaria por ser apanhado e

condenado à morte. Morreu enforcado em

1841, pouco antes da aplicação do novo

decreto da rainha D. Maria II, que abolia a

pena de morte. Foi portanto o último con-

denado à pena capital no nosso país.

SUGESTÕES DE ACTIVIDADES

Olhar e questionar

Deixar os alunos observar os painéis e, depois,perguntar:* Já ouviram falar do Aqueduto das Águas Livres?* Sabem onde fica?* Sabem para que servia?* Quem é que já o visitou?

Explicar

Pedir aos alunos que localizem diversos elemen-tos nos painéis correspondentes ao Aquedutodas Águas Livres. São elementos-chave para acompreensão dos conteúdos apresentados,úteis para estruturar a sua exploração.

Serra de SintraPainel 1, canto superior esquerdo.

A água que chegava a Lisboa pelo Aquedutoprovinha da zona de Sintra. Servindo-se da forçada gravidade, a inclinação do Aqueduto permitiaque a água deslizasse para o lado mais baixo epercorresse dezenas de quilómetros até ao Reser-vatório da Mãe d’Água das Amoreiras, em Lisboa.

Túnel onde se captava a água (nascente)Painel 1, ao centro, lado esquerdo.

As águas eram captadas em nascentes naszonas de Belas, Caneças e Carenque (Sintra).Daí, seguiam por túneis e aquedutos sub-sidiários que as levavam até ao aqueduto prin-cipal, o Aqueduto das Águas Livres.

D. João VPainel 2, ao centro, lado esquerdo.

O Aqueduto foi mandado construir pelo Rei D.João V, em 1731, para resolver o problema deabastecimento de água à cidade de Lisboa. Foiuma obra que levou 68 anos a construir, sótendo ficado definitivamente pronta em 1799.É a maior construção do mundo destinada àcirculação de água, construída no século XVIII.

Arco GrandePainel 3, canto superior direito.

A parte mais famosa do Aqueduto é a arcariado Vale de Alcântara, que tem uma extensão dequase 1 quilómetro. Aí, encontra-se um arco coma impressionante altura de 65,29 metros, regis-tado no Guiness Book como o maior arco empedra do mundo.

MUSEUDA ÁGUA

NAS ESCOLAS

* De onde vinha a água que chegava aLisboa, através do Aqueduto?Da zona de Carenque / Belas, em Sintra.

* O Aqueduto está no Guiness Book, o livrodos recordes. Recordam-se porquê?Porque tem o maior arco de pedra do mundo.

* Ainda se recordam de como eram os arcosdo Aqueduto? Eram todos iguais? Quantostipos diferentes de arcos foram construí-dos?Dois tipos: arcos ogivais e arcos de volta per-feita. Foi graças a esta combinação de solu-ções arquitectónicas que se tornou possíveltranspor o extenso Vale de Alcântara. Sem orecurso a arcos ogivais, dificilmente se teriaconseguido ultrapassar um vão tão largo, auma tão grande altura.

Prolongar

Um aqueduto recicladoPartindo da observação de que um aquedutoé, em termos simplistas, um cano inclinado,propor a construção de um pequeno aquedutocom materiais reciclados – garrafas, canos,embalagens diversas –, que sirva de facto paratransportar água de um ponto a outro, porexemplo, no recreio.

* Venha percorrer a HistóriaVisite o Aqueduto das Águas Livres. Venha percorrer o seu troço mais imponente,

deslumbrar-se com o panorama e experimentar passear num dos monumentos mais

emblemáticos de Lisboa.

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Arcos ogivaisPainel 3, ao centro.

A arcaria sobre o Vale de Alcântara é compostapor 35 arcos, 21 de volta perfeita e 14 ogivais.Os arcos ogivais foram utilizados neste troço doAqueduto para que se conseguisse ultrapassar agrande largura do vale,pois têm uma capacidadede carga superior aos arcos de volta perfeita.

Recapitular

Terminada a explicação sobre os conteúdos dospainéis relativos ao Aqueduto das Águas Livres,propor um jogo de memória, a partir de algu-mas questões sobre o que os alunos acabaramde ver e ouvir.

* Como se chamava o rei que mandou cons-truir o Aqueduto das Águas Livres?D. João V (1707-1750)

* Para que servia o Aqueduto? O que mudouna vida das pessoas?Servia para abastecer de água a cidade deLisboa. Graças à sua construção, a populaçãopassou a dispor de uma maior quantidade deágua, acessível em dezenas de chafarizes mo-numentais, registando-se uma melhoria consi-derável das condições de vida dos Lisboetas.

MUSEU

DA ÁGUA

NAS ESCOLAS

RESERVATÓRIO DA MÃE D’ÁGUADAS AMOREIRAS

Graças à quantidade que podia armazenar, aMãe d’Água tornou-se o grande centro de dis-tribuição de água para a cidade de Lisboa. Era apartir dela que se fazia o abastecimento dasfontes e chafarizes que abasteciam a cidade.Para levar a água até aos chafarizes, foramconstruídas galerias no subsolo, através dasquais a água chegava aos diversos pontosonde a população se podia agora abastecer.

Este impressionante monumento foi projecta-do pelo consagrado arquitecto húngaro CarlosMardel, sendo uma das suas mais belas eimportantes obras.

* A Casa das ÁguasO Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras, tambémconhecido por Casa das Águas, foi projectado e construídopara receber e distribuir as águas trazidas pelo Aquedutodas Águas Livres. Foi o primeiro grande depósito de águada capital, o qual marcava o terminus do Aqueduto nacidade de Lisboa.

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* Ponto final no Aqueduto* Em 1744, o arquitecto húngaro Carlos Mardel assume aresponsabilidade geral da obra do Aqueduto das Águas Livres,incluindo a construção dos aquedutos subsidiários.

* Para assinalar a conclusão do Aqueduto e a chegada de água aLisboa, é construído o arco triunfal, situado nas proximidades daMãe d’Água, também da autoria de Carlos Mardel.

* Em 1746, inicia-se a construção do projecto das Amoreiras, oReservatório da Mãe d’Água, que marcava o final do Aqueduto.

* A obra só viria a ser terminada em 1834.

* Actualmente, o edifício da Mãe d’Água é um espaço cultural, uti-lizado para a realização de variadas actividades, como exposiçõesde artes plásticas, concertos, bailados e teatro.

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* Quer saber mais?A Mãe d’Água das Amoreiras foi projectada pelo arquitecto húngaroCarlos Mardel. Este húngaro chegou ao nosso país em 1733, poucodepois do início da construção do Aqueduto das Águas Livres, pro-jecto pelo qual viria a ser nomeado responsável. A ele se devem algu-mas das mais belas edificações de todo o complexo, como diversosfontanários e o arco comemorativo, junto à Mãe d’Água.Apesar de a Mãe d’Água ser da autoria do arquitecto Carlos Mardel, o

busto que se encontra no seu exterior é de Manuel da Maia, o arqui-tecto que foi um dos grandes impulsionadores da construção doAqueduto e principal autor do projecto.

Um reservatório de maravilhas

* Situado no Largo das Amoreiras, na zona doRato, o Reservatório da Mãe d’Água assentasobre um envasamento elevado em relação àsruas circundantes.* De planta quadrangular, possui linhas arqui-tectónicas de uma sobriedade invulgar eamplas janelas verticais.* No seu interior, um espaço pleno de magia,inserem-se a Cascata, por onde a água brotade um golfinho, e o reservatório propriamente

dito, a Arca d’Água, com sete metros de pro-fundidade e capacidade para cerca de 5 500 m3

(cinco milhões e meio de litros).* A Casa do Registo é outro espaço ligado àMãe d’água das Amoreiras. Neste local regista-vam-se os caudais da água que seguia, atravésdas galerias subterrâneas, para os chafarizes ecasas nobres da cidade.* A Mãe d’Água tem um vasto terraço com vistapanorâmica sobre a cidade de Lisboa, de onde,em dias de céu limpo, se pode avistar o rio Tejo,o Castelo de São Jorge, a Ponte 25 de Abril, oCristo Rei e a cidade de Almada.

* CURIOSIDADES

* Na época da construção da Mãe d’Águadas Amoreiras, os seus 5 500 m3 davampara abastecer uma população de 250 milpessoas. Hoje em dia seriam apenas sufi-cientes para abastecer três ou quatrobairros!

* A Hungria, terra natal de Mardel, temuma profunda ligação à água, nomeada-mente através de uma tradição termal queremonta a tempos ancestrais. Estima-seque existam mais de 1 000 piscinas ter-mais no país.

SUGESTÕES DE ACTIVIDADES

Olhar e questionar

Deixar os alunos observar os painéis e, depois,questionar:* Já ouviram falar do Reservatório da Mãe d’água

das Amoreiras?* Sabem onde fica?* Sabem para que servia?* Quem é que já o visitou?

Explicar

Peça aos alunos que localizem diversos elemen-tos nos painéis correspondentes à Mãe d’Águadas Amoreiras.São elementos-chave para a com-preensão dos conteúdos apresentados, úteispara estruturar a sua exploração.

FontePainel 1, canto superior esquerdo.

A partir de 1834, o Reservatório da Mãe d’Águadas Amoreiras passou a abastecer os chafarizesde Lisboa. Através de galerias subterrâneas, aágua chegava a um total de 64 fontes e chafa-rizes, situados em diversos pontos da cidade,onde a população se podia servir gratuitamente.

MUSEUDA ÁGUA

NAS ESCOLAS

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Busto de Manuel da MaiaPainel 1, em baixo, ao centro.

O busto que se encontra no jardim da Mãed’Água é de Manuel da Maia, grande arquitectoportuguês impulsionador da construção doAqueduto das Águas Livres. Mas, atenção! O pro-jecto da Mãe d’Água é de outro arquitecto, tam-bém muito importante,o húngaro Carlos Mardel.

Arco das AmoreirasPainel 2, ao centro, lado esquerdo.

O Arco das Amoreiras é um arco triunfal, junto àMãe d’Água, que marca o fim do Aqueduto emLisboa.Foi projectado em 1748 por Carlos Mardel,já depois do início das obras da Mãe d’Água.No en-tanto, o Reservatório das Amoreiras só ficaria con-cluído muitos anos mais tarde, em 1834, devido aatrasos nas obras,causados pelo terramoto de 1755.

CascataPainel 3, em cima, lado direito.

A Cascata é um dos misteriosos elementos quecompõem o interior do Reservatório da Mãed’Água. É pela Cascata que a água cai, enchendoo reservatório.Enquanto o interior é marcado porum enigmático ambiente, o exterior do reser-vatório é impressionante, apresentando linhasarquitectónicas extremamente sóbrias e belas.

Arca d’ÁguaPainel 3, em baixo.

A Arca d’Água é o reservatório propriamentedito.Tem sete metros de profundidade e capaci-dade para cerca de cinco milhões e meio delitros. Na altura, o reservatório cheio dava paraabastecer 250 mil pessoas. Hoje, esta quantidadede água serve apenas para três ou quatro bairros!

Recapitular

Terminada a explicação sobre os conteúdosdos painéis relativos à Mãe d’Água das Amorei-ras, propor um jogo de memória, a partir dealgumas questões sobre o que os alunosacabaram de ver e ouvir.

* Quem foi o arquitecto que fez o projectoda Mãe d’Água das Amoreiras? Qual era asua nacionalidade?O arquitecto da Mãe d’Água foi o húngaroCarlos Mardel.

* Para que servia a Mãe d’Água?Para armazenar a água que chegava atravésdo aqueduto e que ia depois abastecer acidade de Lisboa.

* O que existe no interior da Mãe d’Água?A Mãe d’Água é um grande reservatório deágua. No interior, há a Cascata, por onde cai aágua, e a Arca d’Água, o reservatório propria-mente dito.

* O que é hoje em dia a Mãe d’Água dasAmoreiras?A Mãe d’Água já não é utilizada no abasteci-mento de água a Lisboa. Actualmente, é umespaço cultural, utilizado para a realização devariadas actividades, como exposições deartes plásticas, concertos, bailados e teatro.

Prolongar

A água antes e depoisA construção da Mãe d’Água das Amoreiras foi ummarco para a vida dos Lisboetas. Lance o debateentre os alunos, pedindo-lhes que reflictam sobrea vida das pessoas no tempo em que existiamapenas dois grandes chafarizes em Lisboa.Como seriam as rotinas (o tempo gasto, as distân-cias percorridas para ir buscar água). Que proble-mas traria no dia-a-dia das pessoas (a falta de águaem períodos de seca,as disputas e tensões entre aspopulações). Que questões higiénicas se levanta-riam (higiene pessoal,dos alimentos,da casa) etc.Esta vivência pode então ser comparada com ados nossos dias, podendo notar-se semelhan-ças e diferenças, e aproveitando para reforçar aimportância de termos hoje a água tão acessí-vel, em países como Portugal.

* Entre na magia da Mãe d’Água das AmoreirasVisite a Mãe d’Água das Amoreiras e entre num espaço de magia, sons e sensações.

Conheça o património e descubra um espaço único de cultura e espectáculo.

MUSEU

DA ÁGUA

NAS ESCOLAS

RESERVATÓRIODA PATRIARCAL

O Reservatório da Patriarcal era um dos re-servatórios do sector ocidental da cidade,sendo por isso fundamental para o abaste-cimento de toda a zona baixa de Lisboa.A distribuição da água era feita através degalerias subterrâneas que partiam da cister-na, em direcções diversas, cobrindo toda azona baixa da cidade.

O projecto é da autoria do engenheiro fran-cês Mary, engenheiro-inspector do depar-tamento do Sena.

* Uma cisterna debaixo do jardim

Localizado sob o jardim do Príncipe Real, o Reservatório da Patriarcal

data de meados do séc. XIX, sendo então o principal reservatório da

rede de distribuição de água da zona baixa lisboeta.

A cisterna, importante obra com capacidade para 880 m3 de água, e

situada a 67 metros acima do nível do mar, tem uma forma octogonal

e era abastecida primeiramente pelas águas do Aqueduto, através da

galeria do Loreto, e depois por águas do Rio Alviela, por intermédio do

Reservatório da Verónica.

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Monumento subterrâneo

* A cisterna da Patriarcal, construída emalvenaria e de forma octogonal, tem umacapacidade de 880 m3.* Sobre os seus 31 pilares com 9,25 metrosde altura assentam diversos arcos em can-taria que servem para sustentar os tectosem abóbada.* Sobre as abóbadas da cisterna, no exterior,assenta um lago com repuxo, onde esprei-tam quatro tubos que se prolongam até àcisterna, funcionando como escoadouros.

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Ao serviço do abastecimento de água aLisboa desde 1864. Ao serviço da culturadesde 1994.* O Reservatório da Patriarcal foi projectado em 1856 pelo engenheiro

francês Mary e construído por baixo do Jardim do Príncipe Real, entre1860 e 1864.

* Em 1883, foi estabelecida uma ligação a uma das suas galerias para permi-tir o transporte de água proveniente do rio Alviela. Este rio, situado a maisde 100 quilómetros de Lisboa, passa a ser utilizado para abastecer a cidadeem 1880.

* O Reservatório da Patriarcal funcionou até 1949, ano em que foi definiti-vamente retirado do serviço.* Em 1994, foi levado a cabo um projecto de recuperação e reutilização da

Patriarcal, que lhe valeu o Prémio Municipal Eugénio dos Santos deReabilitação Urbana em 1995.* O Reservatório funciona hoje como espaço cultural, onde se podem

apreciar, além da beleza do próprio espaço, exposições de escultura, pin-tura e fotografia, peças de teatro, concertos e bailados.

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* Quer saber mais?

O Reservatório da Patriarcal deve o seu nome à basílica Patriarcal,

construída na zona do que é hoje o jardim do Príncipe Real, em 1757,

a qual viria a arder completamente, em 1769.

A rainha D.Maria II inaugurou o Jardim do Príncipe Real em 1859,em ho-

menagem ao filho primogénito. Aproveitando uma zona central de

Lisboa, este jardim de traçado romântico veio embelezar aquele bairro

aristocrático, onde vivia a burguesia nos seus palácios e palacetes.

SUGESTÕES DE ACTIVIDADES

Olhar e questionar

Deixar os alunos observar os painéis e, depois,questionar:

* Já ouviram falar do Reservatório da Patriarcal?* Sabem onde fica?* Sabem para que servia?* Quem é que já o visitou?

Explicar

Peça aos alunos que localizem diversos elemen-tos nos painéis correspondentes ao Reser-vatório da Patriarcal. São elementos-chave paraa compreensão dos conteúdos apresentados,úteis para estruturar a sua exploração.

CisternaPainel 1, em baixo.

Uma cisterna é um reservatório subterrâneo,como é o caso do Reservatório da Patriarcal.Construído em meados do séc. XIX, era o princi-pal reservatório da rede de água de toda a zonabaixa lisboeta. Inicialmente, recebia água doAqueduto, mas, por volta de 1880, passou tam-bém a ser abastecido por águas do Rio Alviela.

Arcos de pedraPainel 2, em baixo.

Foi um engenheiro francês, de nome Mary, queprojectou o reservatório da Patriarcal. Comuma capacidade para 880 m3, o tecto da cister-na é suportado por 31 pilares, de mais de novemetros de altura, e diversos arcos em pedra.

Exposição / quadros penduradosPainel 2, em cima, lado esquerdo.

Desde 1994, o Reservatório da Patriarcal fun-ciona como espaço cultural, onde podem servistos espectáculos de dança, concertos, peçasde teatro ou exposições.

* CURIOSIDADES

* O Reservatório da Patriarcal tem umambiente interior muito especial devido àarquitectura e localização subterrânea.Situado exactamente por baixo do lagodo jardim, não se vê do exterior. Só juntoao lago podem ver-se as escadas quedescem até ao reservatório escondido.

* À volta do lago distribuem-se variadasespécies de árvores e uma muito especial.É uma árvore gigante, um cedro-do-buça-co secular, com uma copa de 23 metros dediâmetro! É considerada uma árvore deinteresse público e constitui a maior emais bonita sombra natural de Lisboa.

* A zona do Príncipe Real, actualmenteconsiderada uma zona nobre de Lisboa,era originalmente conhecido por Alto daCotovia. Em meados do século XVIII erauma zona de lixeira do Bairro Alto. Serviude acampamento militar, após o terramo-to de 1755, e até de local para enforca-mentos.

MUSEUDA ÁGUA

NAS ESCOLAS

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RespiradoresPainel 3, em baixo.

A cisterna da Patriarcal situa-se no Jardim doPríncipe Real, exactamente por baixo do lagoque aí existe. No centro do lago existe umrepuxo e, à sua volta, quatro respiradores quecomunicam com o interior da cisterna e fun-cionam como escoadouros.

Recapitular

Terminada a explicação sobre conteúdos dospainéis relativos ao Reservatório da Patriarcal,propor um jogo de memória, a partir de algu-mas questões sobre o que os alunos acabaramde ver e ouvir.

* Para que servia o Reservatório da Patriarcal?O Reservatório da Patriarcal era dos poucosexistentes no sector ocidental da cidade,sendo por isso fundamental para o abasteci-mento da zona baixa de Lisboa.

* Que zona de Lisboa era abastecida peloReservatório da Patriarcal?A zona baixa de Lisboa.

* Qual é a característica mais marcante doReservatório da Patriarcal?É o facto de ser subterrâneo. Fica sob o Jardimdo Príncipe Real.

* Para que serve o Reservatório da Patriarcalhoje em dia?Hoje funciona como espaço cultural, onde serealizam exposições, peças de teatro, concer-tos e bailados.

Prolongar

Guardar a águaProponha aos alunos um projecto de investiga-ção sobre as diversas soluções encontradas,desde os tempos mais remotos, para armazena-mento e retenção de água – cisternas, reser-vatórios,depósitos,diques,barragens etc.–,sobreas suas diferenças estruturais e funcionais, a evo-lução histórica, as problemáticas associadas àqualidade da água armazenada etc. Os trabalhosapresentados podem integrar uma exposição.

* Mergulhe na fantasia da Patriarcal Visite o Reservatório da Patriarcal e desça até um mundo de fantasia.Admire a arquitectura,

a magia envolvente do murmúrio da água e desfrute dos mais diversos eventos culturais.

MUSEU

DA ÁGUA

NAS ESCOLAS

ESTAÇÃO ELEVATÓRIAA VAPORDOS BARBADINHOS

Esta obra foi um passo fundamental para o abastecimentoda cidade de Lisboa, pois permitiu responder ao crescenteaumento das necessidades de água, motivadas pelo cresci-mento da capital, cuja população sofreu um aumentodramático a partir de meados do século XIX (de 154 861habitantes, em 1840, passaria para 352 210 habitantes, em1900). Os Lisboetas passaram assim a desfrutar de águacanalizada nas suas próprias casas.

A elevação da água era feita através de quatro poderosasmáquinas a vapor, alimentadas por cinco caldeiras, que bom-beavam a água para os reservatórios situados em pontosaltos, a partir dos quais se abastecia toda a cidade.

* Água colina acima

Construída no final do séc. XIX (1880), a Estação Elevatória a Vapor dos

Barbadinhos tinha o objectivo de elevar as águas do rio Alviela até aos

Reservatórios da Verónica e da Penha de França.

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* Do vapor à cultura

* Em 1868 foi criada uma nova Companhia das Águas de Lisboa, com o prin-

cipal objectivo de trazer para Lisboa as águas do Rio Alviela.

* Em 1880, pouco depois de construída a Estação Elevatória, dão entrada no

siam a oir mu ed sadizart,saugá sariemirp sa sohnidabraB sod oirótavreseR

de 100 quilómetros de distância. A Estação Elevatória a Vapor dos

Barbadinhos manteve-se em funcionamento, sem interrupções, desde 1880

até 1928.

* A 1 de Outubro de 1987, no Dia Nacional da Água, passou a servir de sede

ao Museu da Água, sendo hoje um dos mais bem preservados exemplos de

arqueologia industrial no nosso país.

Um Museu para a água

* A Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhosé, desde 1987, a sede do Museu da Água.

* A exposição permanente reúne um espóliode objectos antigos, numerosa documentaçãocartográfica, fotográfica e desenhos técnicosúnicos, que explicam a evolução técnica e ahistória do abastecimento de água, desde otempo dos Romanos até aos nossos dias.

* No rés-do-chão, encontra-se a Sala das Bom-bas e, no primeiro andar, a fabulosa Sala das

Máquinas. Uma sala extraordinariamentebem conservada, e um exemplo raro e valiosode arqueologia industrial, que mantém todasas características e o ambiente do século XIX.

* Aqui ainda pode ser vista a funcionar umadas quatro máquinas a vapor (graças à ener-gia eléctrica) e todos os seus equipamentoscaracterísticos, como os manómetros (instru-mentos que medem a força do vapor), os re-guladores de injecção do vapor, registadoresde revoluções (espécie de contador que re-gista os movimentos das máquinas) etc.

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* Quer saber mais?* Na Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos funcionavam quatromáquinas, que eram alimentadas pelo vapor gerado por cincocaldeiras. Através da queima de carvão em fornalhas, a água destascaldeiras era convertida em vapor, que, sob pressão, fazia movimentaras máquinas. Estas, por sua vez, accionavam as bombas que elevavama água. A sala das caldeiras foi demolida em 1950, mas a sala dasmáquinas ainda existe e está em perfeito estado de conservação.* São muitos e variados os objectos em exposição na Estação Elevató-ria a Vapor dos Barbadinhos: reconstituições de aguadeiros (vestidoscom traje de Inverno e de Verão); o projecto de arquitectura doAqueduto; vários tipos de contadores; uma reconstituição doescritório do director da Companhia das Águas de Lisboa, equipadocom as peças da época (telefone, calendário, mata-borrão etc.).

* CURIOSIDADE

* A Estação deve o seu nome a um conven-to que existiu naquele lugar e que tambémdeu origem ao nome da rua: Calçada dosBarbadinhos. Neste convento viviam fradesitalianos, que usavam barba e eram maiori-tariamente de baixa estatura, razão pelaqual os Lisboetas rapidamente os alcu-nharam de Barbadinhos.

SUGESTÕES DE ACTIVIDADES

Olhar e questionar

Deixar os alunos observar os painéis e, depois,questionar:

* Já ouviram falar da Estação Elevatória a Vapordos Barbadinhos?

* Sabem onde fica?* Sabem para que servia?* Quem é que já a visitou?

Explicar

Peça aos alunos que localizem diversos ele-mentos nos painéis correspondentes à EstaçãoElevatória a Vapor dos Barbadinhos. São ele-mentos-chave para a compreensão dos con-teúdos apresentados, úteis para estruturar asua exploração.

CanoPainel 1, canto superior esquerdo.

O crescimento populacional de Lisboa, na se-gunda metade do século XIX, obrigou a umreforço do sistema de abastecimento de águada cidade, razão pela qual foi construída aEstação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos. Apartir desta altura, muitos lisboetas passaram ater água canalizada em sua casa.

Águas de LisboaPainel 1, em baixo.

A Companhia das Águas de Lisboa foi recons-truída, em 1868, com o objectivo de trazer aságuas do Rio Alviela para Lisboa.

Máquina a VaporPainel 2, em baixo.

As máquinas dos Barbadinhos funcionavam coma ajuda de caldeiras de água, que geravam vaporpara fazer funcionar as bombas que, por sua vez,elevavam a água. Graças às máquinas a vapor, foipossível fazer a água chegar a reservatórios si-tuados nos pontos mais altos da cidade.

MUSEUDA ÁGUA

NAS ESCOLAS

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Sala das MáquinasPainel 3, em baixo.

Encontra-se muito bem conservada, mantendoum ambiente do século XIX. Aqui ainda podemver uma máquina a vapor em funcionamento,graças à energia eléctrica, assim como todo oseu equipamento característico.

Exposição permanente do Museu da ÁguaPainel 3, canto superior direito.

Aqui podem ver o antigo escritório do directorda Companhia das Águas de Lisboa (reconsti-tuído), modelos de aguadeiros trajados, o pro-jecto de arquitectura do Aqueduto, vários tiposde contadores, e muitos outros objectos e do-cumentos que explicam a história do abasteci-mento de água.

Recapitular

Terminada a explicação sobre os conteúdosdos painéis relativos à Estação Elevatória aVapor dos Barbadinhos, propor um jogo dememória, a partir de algumas questões sobre oque os alunos acabaram de ver e ouvir.

* Porque foi construída a Estação Elevatóriaa Vapor dos Barbadinhos?Para elevar a água até aos Reservatórios daVerónica e da Penha de França.

* De onde vinha a água que alimentava aEstação Elevatória?Vinha do Rio Alviela, a mais de 100 quilóme-tros de Lisboa, que, a partir de 1880, passou aabastecer a cidade.

* O que é hoje em dia a Estação Elevatória aVapor dos Barbadinhos?É a sede do Museu da Água da EPAL.

* O que pode ser visto no interior da EstaçãoElevatória?Além da exposição permanente do Museu daÁgua e de exposições temporárias, podemainda ser vistas as bombas e as máquinas avapor utilizadas para a elevação da água.Estão em excelente estado de conservação euma delas ainda funciona hoje em dia, graçasà energia eléctrica.

Prolongar

Serão as máquinas peças de museu? Qual a importância de preservar o patrimónioindustrial? Que aproveitamento podemos fazerdele? Qual o valor para o Museu da Água? Epara os visitantes? Que realidade nos contamas máquinas?

Estas são apenas algumas das questões comque poderá lançar o debate entre os seus alu-nos sobre a importância da preservação do pa-trimónio industrial. Um património que urgepreservar, pela herança informativa que nostransmite de vivências passadas, do desen-volvimento das sociedades e das tecnologias.

Figuras da águaCom a sua bilha de água às costas e o seu carac-terístico pregão – “Aúúúú .́...aúúúúú fresquinha!”– oaguadeiro percorria, noutros tempos, as ruas deLisboa, vendendo água de porta em porta. Oaguadeiro é uma das diversas figuras ligadas à águae faz parte do imaginário colectivo. É por isso queintegra a colecção permanente do Museu da Água.

Este é o mote para um projecto de investigaçãoque poderá propor aos seus alunos, em tornodas profissões e figuras ligadas à água, do pas-sado e do presente: aguadeiros, lavadeiras,canalizadores são apenas alguns dos exemplosmais óbvios. Fica lançado o desafio para apro-fundarem o tema.

* Entre numa fábrica de memóriasVisite a Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos. Conheça a sede do Museu da Água

da EPAL e a sua colecção permanente, descubra um surpreendente património industrial,

e reviva os ofícios do passado.

Aquedutodas Águas Livres

1752 – 1967

Reservatórioda Mãe d’Águadas Amoreiras

1752 – 1967

Reservatórioda Patriarcal1864 – 1949

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MONSANTO

AMOREIRAS

PRÍNCIPE REAL

As datas indicadas assinalam o período em que cada núcleo esteve ao serviço do abastecimento de água a Lisboa

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Estação Elevatóriaa Vapor dos

Barbadinhos1880 – 1928

RIO TEJO

PRAÇA DO COMÉRCIO

ROSSIO

CAMPO PEQUENO

23

SANTA APOLÓNIA

CASTELO DE SÃO JORGE

MUSEU DA ÁGUA DA EPAL

Marcação de visitas

Tel.: 21 810 02 15 | Fax: 21 810 02 31E-mail: [email protected] | Site: www.museudaagua.epal.pt

Horário de funcionamento

De seg. a sáb. | das 10h às 18h. | Encerra aos domingos e feriados.

MORADAS

AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRESCalçada da Quintinha, n.º 6, a Campolide | Lisboa

RESERVATÓRIO DA MÃE D’ÁGUAPraça das Amoreiras, n.º 10, ao largo do Rato | Lisboa

RESERVATÓRIO DA PATRIARCALJardim do Príncipe Real | Lisboa

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA A VAPOR DOS BARBADINHOSSEDE DO MUSEU DA ÁGUARua do Alviela, n.º 12, a Sta. Apolónia | Lisboa

SDC

715

/582

/07

A Casa das ÁguasO Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras, também conhe-cido por Casa das Águas, foi projectado para receber e distri-buir as águas trazidas pelo Aqueduto das Águas Livres. Aí, a água era armazenada e encaminhada, através de túneis subterrâneos, para os chafarizes e fontes de Lisboa, onde as pessoas se abasteciam.

Este edifício foi o primeiro grande reservatório da cidade e um elemento fundamental no abastecimento de água da capital.

MUSEU DA ÁGUA NAS ESCOLAS

RESERVATÓRIODA MÃE D’ÁGUADAS AMOREIRAS

cidade de Lisboa.

A construção deste Reservatório iniciou-se em 1746, de acordo

com o projecto do arquitecto húngaro Carlos Mardel. O terramo-

to de 1755 adiou as obras do Reservatório da Mãe d’Água, que só

Também da autoria de Carlos Mardel é o Arco das Amoreiras, um

Mãe d’Água. Este foi construído em 1748 para comemorar a

conclusão do Aqueduto e a chegada da água a Lisboa.

Um reservatório de maravilhas

O Reservatório da Mãe d’Água é um edifício impressionante,

de uma arquitectura extremamente sóbria e bela. No seu mis-

terioso interior, encontram-se a Cascata, por onde cai a água, e

a Arca d’Água, o reservatório propriamente dito, com sete

Outro espaço que podes visitar é a Casa do Registo, local onde

se media e registava a água antes de ser distribuída.

Actualmente, a Mãe d’Água é um espaço cultural, onde podes

ver exposições e outros espectáculos. Do terraço, no topo do

reservatório, tens uma vista esplêndida sobre Lisboa e o rio

Tejo, desde o Castelo de São Jorge até à Ponte 25 de Abril.

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RESERVATÓRIO DA PATRIARCAL

Dar água à baixa lisboetaO Reservatório da Patriarcal é uma cisterna subterrânea localizada

sob a Praça do Príncipe Real. Na altura em que foi construído, na

segunda metade do séc. XIX, constituía o principal reservatório da

rede de distribuição de água da baixa de Lisboa, pois era o único em

toda a zona ocidental da cidade.

Inicialmente, o Reservatório recebia águas provenientes do Aqueduto.

Mais tarde, foi estabelecida uma nova ligação para receber a água do rio

Alviela, que passou a abastecer a Patriarcal. A distribuição da água pelas

fontes e casas lisboetas era feita através de galerias subterrâneas, que

partiam da cisterna em várias direcções, servindo toda a baixa da cidade.

Primeiro a água, depois a culturaO projecto de arquitectura do Reservatório da Patriarcal foi elaborado pelo engenheiro francês Mary. As obras foram iniciadas em 1860 e, em 1864, a construção do edifício estava terminada. O Reservatório da Patriarcal funcionou até 1949, ano em que foi retirado do serviço.

Em 1994, o edifício da Patriarcal sofreu obras de recuperação, com vista à sua reutilização como espaço cultural. Graças a esta intervenção, que ganhou o Prémio de Reabilitação Urbana Eugénio dos Santos, podes aí ver regularmente exposições, espectáculos de dança, peças de teatro e até concertos.

Uma cisterna debaixo do jardim

Situada exactamente por baixo do lago que existe no

jardim, a cisterna da Patriarcal tem uma forma octogonal e

O lago exterior tem também uma forma octogonal, pois

assenta sobre o tecto da cisterna com a qual comunica através

de quatro tubos, que servem de respiradouro. O tecto da cis-

terna é sustentado por arcos em pedra e 31 pilares com mais

de nove metros de altura.

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