mulheres que inspiram

50

Upload: epnovaolinda

Post on 22-Jul-2016

239 views

Category:

Documents


23 download

DESCRIPTION

II E-book do Projeto Recortes da Literatura Nordestina da EEEP Wellington Belém de Figueiredo

TRANSCRIPT

Page 1: Mulheres que inspiram
Page 3: Mulheres que inspiram
Page 4: Mulheres que inspiram
Page 5: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Sandra Portugal

A primeira homenageada da Série Mulheres que inspiram é Sandra Portugal. Sandra Portugal Bacharel em Matemática, Especializada em Informática, Mestrado em Engenharia de Sistemas, MBA em Gestão de Negócios, Personal & Professional Coach. Executiva de TI numa empresa de Telecomunicações; Produtora do Site www.projetandopessoas.com.br Coach e Palestrante. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Sandra Portugal - As Mulheres na atualidade, no Brasil, na América Latina e no Mundo têm uma oportunidade única de consolidarem seus papéis enquanto executivas ou empreendedoras, pois comprovadamente se destacam por sua força, determinação, capacidade de planejamento e de execução, e especialmente seu talento nato de equilibrar seus diversos papéis na sociedade – como mulher, mãe, esposa, dona-de-casa e profissional, integrando sua vida com uma habilidade especial. A Mulher, por exercer múltiplos papéis com maestria, é essencial em qualquer cenário, familiar ou profissional, e já comprovou sua importância! Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Sandra Portugal - Considero a minha maior conquista ter feito escolhas maduras ao longo da minha trajetória de vida que me permitiram acompanhar o crescimento de minhas duas filhas (hoje com 23 e 15 anos), preservar um casamento de 30 anos, ter uma carreira de sucesso ao longo dos meus 33 anos de profissão, investindo em aprimoramento contínuo.

Page 6: Mulheres que inspiram

Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Sandra Portugal - Ainda há muito preconceito corporativo com as mulheres em idade fértil e sua evolução de carreira, há muito receio das mulheres que engravidam de informarem essa deliciosa notícia e serem discriminadas em relação ao futuro (promoções de cargo, de salário, investimento em treinamento), e muita dificuldade para as mulheres que têm filhos menores de 1 ano em retornarem ao mercado de trabalho. Há sempre uma decisão crítica a ser tomada entre ser mãe e evoluir na carreira, não somente a decisão de continuar a ter uma carreira. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Sandra Portugal - A Educação é um instrumento de base para todos os caminhos a serem traçados. Através da Educação é formada um senso crítico, valores sólidos e segurança para se dar cada passo rumo à realização dos seus sonhos e metas. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Sandra Portugal - Recentemente tive o privilégio de ser indicada para fazer parte de uma pesquisa que a coach americana Rania Anderson fez com mulheres executivas dos países emergentes, sendo uma das 30 mulheres que representaram o Brasil. Essa pesquisa se transformou no livro Undeterred recém lançado nos Estados Unidos. “Undeterred” é uma palavra forte que significa Resoluta, Determinada! Lael Brainard, Mulher e atual membro do Conselho de Governadores dos Estados Unidos, ex-sub-secretária do Tesouro Americano, registrou na introdução do Livro Undeterred uma frase que merece ser compartilhada: “Sem a plena contribuição das mulheres, nenhuma economia irá atingir todo o seu potencial!” E eu quero dizer para todas vocês no Mês das Mulheres: “Acreditem, Nós Podemos! Somos Resilientes e temos um Poder Ilimitado de Realização! Projetem-se! Brilhem!”

Page 7: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Samara Macêdo Diniz

A segunda homenageada da Série Mulheres que inspiram é Samara Macêdo Diniz. Samara Macêdo Diniz Mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública (UFJF/MG); Diretora Geral – EEFM Padre Luis Filgueiras – Nova Olinda – CE. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Samara Macêdo Diniz - Historicamente, nós mulheres fomos levadas a nos perceber como frágeis e delicadas, e, portanto, inferiores aos homens, “seres providos da força” que nos levaram a crer que nos faltava. Diante dessa constatação, percebo que a nossa maior conquista foi sair da posição de fragilidade e assumir o nosso lugar nesse mundo, e não me

Page 8: Mulheres que inspiram

refiro apenas ao fato de trabalharmos fora ou ao grande número de mulheres que hoje assume posição de chefia nas empresas e outros setores, mas ao fato de tomarmos as rédeas da nossa vida e passarmos a protagonizar a nossa história com coragem, que em minha opinião, é a maior qualidade que temos. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Samara Macêdo Diniz - Certamente, a que citei anteriormente. Não há nada mais gratificante que poder ser protagonista da minha vida, ser “senhora das minhas vontades” e poder viver intensamente as múltiplas facetas de ser quem sou: mãe, esposa, trabalhadora, estudante, ser mulher. Dar conta de ser tudo isso além de ser uma grande conquista é uma deliciosa aventura. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Samara Macêdo Diniz - Uma das situações que considero inadmissíveis na era em que vivemos é o fato das mulheres que recebem menores salários quando ocupam as mesmas funções que os homens, mesmo que tenha maior nível de instrução, isso só para citar apenas um dos tipos de violência. E embora a coragem seja intrínseca à mulher, muitas ainda não tiveram esse despertar, pelas mesmas razões de séculos passados, como citado anteriormente, ou, simplesmente, pela lentidão em que ocorre a mudança nas políticas públicas a nosso favor. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Samara Macêdo Diniz - A Educação como meio de transformação deve estar aberta para debater questões como essa e introduzi-las no currículo escolar. Ao contrário do que se pensa, não é algo que demanda grandes mudanças, como criar uma disciplina específica para isso. Abrir o espaço da sala de aula, configurando-o em um local propício para que o debate aconteça é algo que pode fazer toda a diferença, pois perpassa o ideal de significação do conhecimento que há muito a Escola vem buscando, é praticar a educação para a vida. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Samara Macêdo Diniz - Se pudesse resumir essa mensagem a uma só palavra, seria essa que exaltei até aqui: CORAGEM. Coragem para lutar contra o preconceito, coragem para viver a nossa verdade, coragem para criar os nossos filhos, coragem para querer ser mais, coragem para estudar, e nesse aspecto, como educadora, cito as mulheres que abandonam os estudos por proibição de seus companheiros, aquelas que não conseguem prosseguir seus estudos por não conseguirem apoio para conciliar a escola e a criação dos filhos, e por outros tantos outros motivos que não caberiam em uma só resposta. Por fim, parafraseando o célebre Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas, “o que a vida quer da gente é coragem”.

Page 9: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Antonia Pereira Veloso

A terceira homenageada da Série Mulheres que inspiram é Antonia Pereira Veloso. Antonia Pereira Veloso Pedagoga; Secretaria Municipal de Educação. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Antonia Pereira Veloso - A Lei Maria da Penha considero uma grande conquista, as conquistas no mundo do trabalho, uma maior liberdade de ocupar vários cargos antes ocupados por homens, principalmente no mundo político. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Antonia Pereira Veloso - A minha principal conquista foi ter uma formação superior apesar de estar vindo de uma família de agricultores.

Page 10: Mulheres que inspiram

Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Antonia Pereira Veloso - Acho que ainda enfrentamos o machismo e o preconceito contra a mulher e a falta de políticas públicas que melhor atenda a mulher trabalhadora. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Antonia Pereira Veloso - A Educação é fundamental no combate ao preconceito, descriminação e melhoria da condição social da mulher. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Antonia Pereira Veloso - Que nós mulheres tenhamos sempre a coragem de buscar o nosso lugar na sociedade, que sejamos guerreiras.

Page 11: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Francisca Andréia Teles Barbosa Nergino

A quarta homenageada da Série Mulheres que inspiram é Francisca Andréia Teles Barbosa Nergino. Francisca Andréia Teles Barbosa Nergino Graduada em Língua Portuguesa e Língua Inglesa – URCA e Especialista em Gestão Escolar – FJN; Coordenadora Pedagógica na Secretaria Municipal de Educação de Nova Olinda/CE. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Andréia Teles - O arquétipo da mulher independente, altamente competente é geralmente difundido nas classes média e alta, o que revela que um dos principais fatores que possibilitam a emancipação é a segurança financeira. Economicamente garantida, a mulher

Page 12: Mulheres que inspiram

pode se sentir à vontade para ousar atitudes consideradas socialmente reprováveis: viajar sozinha, ter um emprego que a realize profissionalmente ou mesmo levar uma vida sexual independente. Deduz-se portanto, que, se pertencer a uma classe abastada favorece a emancipação da mulher ocidental, por outro lado, essa facilidade pode encobrir, mas não abolir a discriminação. E, hoje, passado séculos ainda prevalecem inúmeros mitos a respeito do papel da mulher, que elas ainda não puderam superar... Embora haja ainda muito pelo que lutar, o avanço vai sendo gradativo e com obstáculos demarcados que vão caindo um a um como uma guerra vitoriosa. Muitas conquistas, dentre outras, foram obtidas, cito algumas: - O direito ao trabalho fora do lar; - O direito ao voto (1932); - Nos esportes (1924); - Entrar no mercado de trabalho; - Divórcio; - Poder ser eleita para o governo; - Evitar a gravidez (com contraceptivos); - Usar calças compridas; - Poder matricular-se em curso superior; - A mulher casada passa a ter os mesmos direitos do marido no mundo civil; - É livre para adotar ou não o sobrenome do marido; - Conquista o direito de fazer aborto em diversos países; - Pode fumar e beber; - Chega a cargos executivos e legislativos; - Receber salários mais próximos dos pagos aos homens e etc... Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Andréia Teles - Depois que fui Mãe, ter conquistado meu ensino superior e especialização através de meus próprios esforços, posteriormente me tornando independente financeiramente. Hoje posso me considerar uma Mulher quase realizada! Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Andréia Teles - Conquistar a igualdade e a justiça, esses são alguns dos objetivos que as mulheres estão lutando para alcançar. Luta essa que começou a muito tempo e que não tem prazo para acabar. A mulher submissa, tratada como objeto, o "sexo frágil", está cada vez deixando de existir, dando lugar à mulher batalhadora, independente, trabalhadora, ciente de seus direitos perante a sociedade. Vem derrubando tabus, revolucionando tradições, marcando presença em lugares antes restritos somente aos homens. Muitos são os resultados alcançados pelas mulheres, mas tem-se muito pelo que lutar. O preconceito, a discriminação, a violência, as desigualdades sociais ainda são um tormento que atingem a mulher em cheio. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações?

Page 13: Mulheres que inspiram

Andréia Teles - Parafraseando Nelson Mandela: “A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo. Devemos promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde exista conflito e inspirar esperança onde há desespero.” Todos os indivíduos devem ser educados. O direito a educação é um direito prioritário, mas não é um direito a uma educação qualquer, é um direito a uma educação com qualidade de desenvolvimento social e humano. A escola deve estar inserida neste processo de formação de valores e comprometer-se com o desenvolvimento de capacidades que permitam intervir na sociedade: transformá-la, já que um indivíduo com valores pode ser o início do caminho para um mundo melhor. Não podemos mais tratar os valores como conceitos e/ou ideias mas, fazer com que a mudança aconteça partindo dos nossos exemplos e ações, possibilitando aos outros ou fornecendo aos jovens imagens superiores de vida pelos nossos exemplos. Investimento na educação é a solução para combater a pobreza e a exclusão! Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Andréia Teles - Que Nós Mulheres não devemos silenciar, devemos ir atrás de nossos direitos e nunca deixarmos abater pelos obstáculos que a sociedade impõe. Devemos trabalhar em grupo, denunciando e reagindo contra a impunidade, para que sejamos sempre reconhecidas e respeitadas como seres humanos dignos de Direitos e Deveres. Parabéns a Nós, Mulheres que constituem a metade mais bela do mundo!!

Page 14: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram - Luciana Muniz da França

A quinta homenageada da Série Mulheres que inspiram é Luciana Muniz da França. Luciana Muniz da França Graduada em Letras pela URCA; Pós-graduada em Gestão Escolar pela UDESC, Língua Portuguesa pela URCA e Avaliação e Gestão Escolar pela UFJF. EEEP Wellington Belém de Figueiredo – Nova Olinda – CE. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Luciana Muniz da França - Considero como principais conquistas obtidas: o direito ao voto e a concorrer a cargos eletivos governamentais, atuação nos esportes e no mercado de trabalho, direito ao divórcio, cursar nível superior e exercer cargos executivos, salários mais próximos dos pagos aos homens e mais aceitação social na diversidade de gênero (opção sexual). Tais conquistas estão atreladas ao surgimento de políticas públicas, garantindo benefícios e direitos políticos, culturais e sociais a mulher. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Luciana Muniz da França - Ver na Educação a oportunidade de quebrar paradigmas sociais

Page 15: Mulheres que inspiram

estereotipados, buscando o sucesso profissional e a realização pessoal. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Luciana Muniz da França - Muitas situações relacionadas ao preconceito, violência, discriminação e desigualdades sociais ainda atingem a mulher e geram entraves na sua atuação social. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Luciana Muniz da França - Fazendo uma releitura de acontecimentos históricos dos últimos anos podemos observar que a mulher mostra, através da educação que tem tanta capacidade quanto o homem, através de sua competência, criatividade e maneira de encarar os desafios. É preciso a prática de uma Educação mais contextualiza no fazer social que leve a mulher a ser conhecedora dos seus direitos. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Luciana Muniz da França - Não basta ser homenageada com flores e mensagens no Dia Internacional da Mulher. É necessário fazer valer os direitos de qualquer mulher independente da sua etnia ou condição social, pondo um fim a discriminação, violência, oportunizando a todas o direito ao trabalho em condições dignas, à saúde e a educação.

Page 16: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram - Maria Laudecy Ferreira de Carvalho

A sexta homenageada da Série Mulheres que inspiram é Maria Laudecy Ferreira de Carvalho.

Page 17: Mulheres que inspiram

Maria Laudecy Ferreira de Carvalho Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente; Editora Dinâmica. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Laudecy Ferreira - Várias são as conquistas alcançadas pelas mulheres brasileiras, mas entre elas, ressalto, a oportunidade de ocupar o mesmo espaço profissional que o homem, na maioria dos cargos, o direito da personalidade jurídica da mulher (em 2003). No âmbito do Direito da Família, destaca-se a passagem da "chefia e pátrio poder" para "poder familiar exercido", conjuntamente, pelo marido e pela mulher, conforme a equivalência de direitos e deveres entre os mesmos, segundo a Constituição, e a substituição do termo " homem" pela palavra "pessoa," como também, os trabalhadores domésticos passaram a ter direito aos feriados civis e religiosos, a partir de 20 de julho de 2006, data da publicação da Lei nº 11.324/06, pois até então , tinham trabalho escravo, e ainda, por força de lei ter direito a carteira de trabalho assinada, e, portanto, em 2009, com a Lei 12.034/2009, conhecida como a minirreforma eleitoral, os partidos foram obrigados a preencher, e não só reservar, 30% nas chapas eleitorais para as candidatas . Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Laudecy Ferreira - Abdicar do meu trabalho enquanto Professora do Colégio Prof. Moreira de Sousa, na cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, e, também, Vendedora das Lojas Esplanada, para me dedicar a ter, cuidar e educar, ainda na fase de formação meus três filhos Nadson José, Cícero Naidel e Natanael Francisco, e ainda, ocupar o mesmo espaço empresarial que o homem, inclusive, ter sido destaque pelo Prêmio Êxito Empresarial pelo SEBRAE-Nacional, como sendo a única mulher entre os homens vencedores, no Estado do Ceará. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Laudecy Ferreira - Bem, infelizmente, nos afazeres domésticos e na educação dos filhos, ainda nos sentimos, na maioria das vezes, sozinhas ou com pouca participação masculina. Gostaria que o Brasil tomasse como exemplo a Educação familiar da Suécia, que, a partir da licença- maternidade, fase importantíssima para a formação do ser humano, já percebe essa necessidade, como por exemplo, na Suécia essa licença é de 480 dias, ou seja, 1 ano, 3 meses e 25 dias e transforma a licença-maternidade em um benefício remunerado para ambos os pais, com o objetivo de estimular os homens a assumirem um papel mais ativo na criação dos filhos e propiciar ainda uma divisão mais igualitária das tarefas domésticas. Segundo a legislação sueca, até o terceiro mês a licença é para o pai e para a mãe e, a partir dessa data, o casal tem que optar sobre qual dos dois continuará de licença, mesmo que a mãe ainda esteja amamentando. Esse período pode ser ainda alternado, para que tanto pai quanto mãe possam se revezar na licença-maternidade, isso sim, é pensar em qualidade de vida e equidade familiar, pois a infância é a base para toda vida adulta. Outro desafio é alcançarmos

Page 18: Mulheres que inspiram

50% no preenchimento nas chapas eleitorais para candidatas nos cargos públicos, afinal, o mundo precisa ser mais solidário. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Laudecy Ferreira - É preciso que políticas públicas de qualidade tenham sua efetividade na vida social, cultural, ambiental, educacional, familiar e econômica da população. A qualidade de vida humana e ambiental devem estar em primeiro lugar ao se pensar em planejar e implementar essas políticas, onde o foco deve ser a realidade da comunidade. Afastar a corrupção do meio social e político é outra forma de se concretizar uma educação de qualidade para as pessoas e para as “cidades.” Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Laudecy Ferreira - Que nós mulheres possamos interagir com mais frequência nas decisões políticas sociais, educacionais e culturais de forma efetiva e que os homens na sua totalidade nos vejam simplesmente como mulher, seres capazes de equidade de gênero e de contribuir com o crescimento sustentável para a humanidade e o Meio Ambiente.

Page 19: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram - Maria Socorro da Silva

A sétima homenageada da Série Mulheres que inspiram é Maria Socorro da Silva. Maria Socorro da Silva Pedagoga; Coordenadora Geral da Associação Cristã de Base – ACB. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Maria Socorro da Silva - Atualmente ser mulher na essência da palavra já é uma conquista. O conhecimento que cada mulher tem e pode ter hoje, proporcionando a nós se assim tivermos coragem a liberdade de ir e vir, ter vontade e ideias próprias. A compreensão que se tem hoje, de que a independência da mulher passa pelo conhecimento que cada uma possui e também fator econômico. Mulher que trabalha tem uma profissão não precisa ser submissa a ninguém, só se quiser. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Maria Socorro da Silva - Ser livre, poder trabalhar, pois venho de uma época em que as mulheres eram submissas e sustentadas pelos maridos, pais, irmãos. As oportunidades eram poucas, o poder aquisitivo das famílias. Trabalhei desde cedo, estudei com muita dificuldade.

Page 20: Mulheres que inspiram

Hoje está numa organização que ajudei a construir, e ter minha independência econômica, sem dever nada a ninguém por isso, é minha maior conquista. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Maria Socorro da Silva - Pelo fato da maioria das mulheres não terem conhecimento, que lhes permita entender a realidade em que vivem, e se ter uma herança cultural machista, se enfrenta ainda uma situação de exploração e violência contra as mulheres principalmente dentro das famílias. Nesse aspecto ser pobre, negra e mulher é preciso se impor e não se deixar explorar, nem ser discriminada. Apesar das conquistas as políticas públicas destinadas as mulheres são tímidas, as discursões e ações relacionadas as questões de gênero, tem sido poucas, apenas organizações da sociedade civil tem trabalhado essas questões de forma sistemática. As mulheres tem buscado intensamente sua independência econômica, muitas trabalham seja na agricultura, no comércio, no setor público ou outros. A mulher do lar, vem dando lugar a mulher trabalhadora que se joga fora de casa para ganhar o seu dinheiro. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Maria Socorro da Silva - Como falei antes o conhecimento nos leva a frente por isso a educação que se pratica hoje deve levar em conta esses aspectos, formar pessoas para viver bem socialmente, vir a ser sujeitos/as de sua própria caminhada. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Maria Socorro da Silva - Devagar se chega longe, então que todas as mulheres continuem sonhando e lutando pelos seus direitos, semeando carinho, afeto, tolerância e formando seus filhos/as para serem novos homens e novas mulheres. Um tempo de bem viver, de liberdade somos nós que devemos contribuir.

Page 21: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Cicera Eunilce Cordeiro

A oitava homenageada da Série Mulheres que inspiram é Cicera Eunilce Cordeiro. Cicera Eunilce Cordeiro Graduada em Pedagogia pela Universidade Regional do Cariri – URCA; Especialização em Gestão Escolar; Português, Arte e Educação; e Psicopedagogia; EMEIEF HERMANO CHAVES FRANCK. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Eunilce Cordeiro - A mulher conseguiu se inserir no meio econômico social e as conquistas foram surgindo gradativamente, tais como: o direito de sair de casa desacompanhada, frequentar escolas, participar e opinar nos meios de comunicação, trabalhar fora e por fim participar da vida política como cidadã (votar e ser votada). Sendo que este último abriu as portas para outras conquistas como: leis específicas, centro de proteção para mulheres que sofreram algum tipo de violência, delegacias especializadas, entre outros. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher?

Page 22: Mulheres que inspiram

Eunilce Cordeiro - Ser mulher, não me curvar diante dos obstáculos que a vida impõe e ter escolhido exercer umas das profissões mais belas e ao mesmo tempo mais difícil no contexto atual, ser professora, ser formadora de opinião, ser transmissora de conhecimentos... Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Eunilce Cordeiro - Algumas das barreiras enfrentadas por mulheres são as dificuldades de autoconceito e aceitação, falta de suporte afetivo e social, dificuldade para atuar no mercado internacional, dificuldade em conciliar trabalho e família, dilema entre a obrigação e o desejo. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Eunilce Cordeiro - No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. A educação vai se formando através de situações presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida. De acordo com o filósofo teórico da área da Pedagogia René Hubert, a educação é um conjunto de ações e influências exercidas voluntariamente por um ser humano em outro, normalmente de um adulto em um jovem. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Eunilce Cordeiro - Ser feminista sem deixar de ser feminina, participar das decisões sociais, econômicas e políticas, lutar por nossos direitos e acima de tudo valorizar cada vez mais o nosso espaço e como diria Lana Alpino – “das Mulheres Nordestinas, que com garra, brio e determinação quebram arraigados paradigmas no interior do sertão... Não acreditando mais em socorros paliativos, promessas e politicagem! São Arquitetas de Sonhos e Esperança ... Exemplo da força e da grande expressão da mulher brasileira.” Parabéns a todas as mulheres!

Page 23: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Cícera Andrade Ferreira de Lima

A nona homenageada da Série Mulheres que inspiram é Cícera Andrade Ferreira de Lima. Cícera Andrade Ferreira de Lima Graduada em Ciências Sociais; Estudante no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Cícera Andrade - Muitas foram, são e serão as conquistas que teremos, mas gostaria aqui de destacar, o voto feminino conquistado, no ano de 1932, que de certa forma, possibilitou, ainda que precariamente, nossa participação política na sociedade, num contexto fortemente marcado pela dominação masculina. O alargamento do acesso ao ensino superior, e consequentemente, a sua atuação nos diferentes espaços do mercado de trabalho. E por último, a aprovação da Lei Maria da Penha, Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, que tende ao emponderamento das mulheres na não aceitação da sua condição de submissa à figura masculina. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Cícera Andrade - A minha independência conquistada, fundamentalmente, pela minha formação profissional em Ciências Sociais, esta que não só me permitiu adentrar no mercado de trabalho, mas também pensar-me enquanto mulher, como sujeito histórico que questiona a sua própria condição e que luta para transformar o mundo a sua volta, especialmente, no que concerne a luta pelo espaço da mulher na sociedade.

Page 24: Mulheres que inspiram

Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Cícera Andrade - Mesmo com a aprovação da Lei Maria da Penha, vale destacar, ainda, a violência contra a mulher; a desigualdade profissional, principalmente, no que se refere a diferença salarial em alguns setores do mercado de trabalho; a desqualificação da mulher por parte da mídia, que muito reproduz valores tradicionais, ou seja, a condição de submissão da mulher na sociedade. E, por conseguinte, gostaria de destacar, a importância de uma maior atuação dessas mulheres nos diferentes setores sociais, como nas atividades relacionadas ao Estado, Acredito que uma maior participação delas, poderia ser de grande importância na luta por mais direitos. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Cícera Andrade - Em todos os sentidos, acredito ser a educação o maior instrumento de luta que podemos ter, uma vez que ela pode garantir a formação crítica de mulheres e homens, e que a partir daí, irão questionar como as sociedades classificam desigualmente uns sujeitos e outros, numa dada estrutura social. Além do mais, é por intermédio da educação que essas mulheres se formam profissionalmente e passam a ocupar determinados espaços, que até algum tempo atrás não se acreditava ocupar. Nesse sentido, vejo na educação a possibilidade da tomada de consciência que implicará na atualização das crenças e valores morais que possibilitará a construção de uma nova sociedade. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Cícera Andrade - A nós mulheres, quero dizer, que a luta é árdua, os desafios são enormes, mas que sem essa luta, sem uma perspectiva de transformação nunca seremos completas, não seremos, de fato, mulheres. E se não nascemos mulheres, mas nos tornamos como já afirmara Simone de Beauvoir, pois que sejamos as mulheres que desejamos ser!!

Page 25: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Estela Kunzler

A décima homenageada da Série Mulheres que inspiram é Estela Kunzler.

Page 26: Mulheres que inspiram

Estela Kunzler Bacharel em Direito; Blog da Estela http://www.blogdaestela.com.br/ ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Estela Kunzler - Independência e liberdade de expressão. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Estela Kunzler - Ser mãe acho que completa todas as mulheres, principalmente por ser um dom só nosso! Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Estela Kunzler - Vejo que ainda há um certo preconceito com as mulheres quando se trata de atingir sua independência, principalmente as casadas há mais tempo, onde os homens ainda são muito machistas. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Estela Kunzler - A educação é a base de tudo, independente da situação. Tendo educação a pessoa consegue administrar qualquer situação e, inclusive, para trabalhar os preconceitos. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Estela Kunzler - Querida mulher, lute pelos seus ideais, seja feminina, ame, chore, ria, brinque e, principalmente, não deixe de ser você em cada minuto da sua vida, seja feliz!!

Page 27: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Laudeci Martins

A décima primeira homenageada da Série Mulheres que inspiram é Laudeci Martins. Laudeci Martins Mestrado em Economia (UFC), Doutorado em Educação (UERJ), cursando Pós-doutorado em Geografia Espacial (UNESP); Onde trabalha: Universidade Federal do Cariri (Mestrado em Desenvolvimento Regional) e Universidade Regional do Cariri (Graduação em Economia). ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, em sua opinião quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Laudeci Martins - Penso que a principal conquista seja o direito ao exercício da diferença, ou seja, o exercício do feminino não como algo a ser normatizado em termos do homocentrismo. Exercer o papel do feminino não como luta para igualar-se ao masculino é a base de sustentação dos demais direitos conquistados. Isso se manifesta nas relações de trabalho, nas relações familiares, nas relações afetivas, enfim. No trabalho, por exemplo, embora ainda seja preocupante a diferença de tratamento e de renda, as mulheres cada dia mais ocupam um lugar de destaque não por ‘renderem’ como homem, mas justamente por serem mulheres e como tal apresentarem especificidades distintas. A intuição feminina, por exemplo, tem sido cada vez mais buscada em alguns nichos de mercado como um valor que antecipa cenários empresariais e, portanto, melhoram a situação da empresa no longo prazo. A capacidade de agregar, tão comum às mulheres, é outra dimensão que interessa ao mundo empresarial por se mostrar decisiva no setor de RH.

Page 28: Mulheres que inspiram

No mundo da família, tem sido cada vez mais valorizado o papel estratégico da mulher na consolidação de valores importantes para construção das novas gerações, ou seja, há um movimento no sentido de resgatar a mulher na família não apenas como responsável pelas tarefas domésticas, mais acima de tudo como elo de consolidação desta família. Nas relações afetivas, a Lei Maria da Penha, embora com restrições na aplicação, tem funcionado como um importante mecanismo para que se exercite a liberdade do direito às escolhas do feminino, ou seja, com toda a dificuldade a mulher já consegue apartar-se de uma relação que não lhe interessa com um pouco mais mobilidade. Refiro-me a esta dimensão, pois significativa parte da violência contra a mulher tem como fundo a incapacidade do homem de deixar a companheira conduzir sua vida após finalização de uma relação que não mais lhe interessa. A violência tem como fundo o aprisionamento do corpo feminino uma vez que não se consegue aprisionar a alma, a emoção, o desejo. Por tudo isso, penso que quanto mais formos reconhecidas por nós e pelo Outro (instituições, legislações, familiares) como um diferente que não precisa se igualar ao homem, maiores serão as nossas conquistas e os nossos direitos. Pois, negar a mulher é uma forma articulada de retirar da cena a emoção e a pluralidade, o que tem um sentido filosófico, pois não é o símbolo corporal mulher é o símbolo de representação de um poder diferente. Um poder que integra, gera, pare, cria, educa, molda o mundo. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Laudeci Martins - A credibilidade nas ideias que defendo. Sempre digo que professores/professoras/pesquisadores/pesquisadoras escritores/escritoras precisam de plateia (ainda que dissonante), sob risco de ficarem falando sozinhos. Não creio nas boas ideias que não sejam apropriadas por sujeitos que levem a mensagem adiante. Nestes últimos anos tenho conseguido me comunicar com pessoas que são canais de mão dupla dessas mensagens, pois ao tempo em que levam também me trazem muito. Penso que sem essa resposta os lugares que ocupo no trabalho, na família, enfim, na vida seriam bem menos interessantes. É bem melhor caminhar acompanhado. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Laudeci Martins - A violência contra a mulher, sendo que a agressão física é apenas uma parte desta questão, pois muitas vezes essa violência é simbólica, sutil, disfarçada. Ainda é comum as mulheres serem violentadas no trabalho pela concepção de que o mundo do trabalho deverá ser presidido pelos homens, isto se materializa na renda inferior, mas também nas dificuldades presentes no exercício da liderança e na consolidação da credibilidade. Ainda se percebe a violência manifesta na obrigatoriedade de que se cumpra um ‘programa de mulher’, ou seja, casamento, filhos e ‘bom comportamento sexual’. Neste particular, muitas companheiras se violentam na manutenção de relações afetivas esvaziadas de sentido somente para satisfazerem o papel a elas atribuído. Um papel que muitas vezes é exercido com o aprisionamento do corpo, da emoção, do desejo. Nas conversas com mulheres é recorrente ouvir-se que embora a relação não a interesse mais, precisam mantê-la pelos filhos, pela expectativa da sociedade, enfim.

Page 29: Mulheres que inspiram

Ainda é comum a violência contra a conduta feminina. Aqui me refiro às muitas companheiras estupradas e acusadas de serem as responsáveis do ato, por terem comportamentos ‘inadequados’ ou vestirem roupas ‘provocantes’. Ainda é comum a violência manifesta na obrigatoriedade da maternidade quando há casos em que esta dimensão da vida não as interessa. Ainda é comum a violência manifesta na obrigatoriedade da maternidade atrelada ao casamento (ainda que não formalizado) quando há casos em que esta condição não é desejada. Ainda é comum a violência manifesta na obrigatoriedade da maternidade associada à relação heterossexual quando há casos em que a orientação sexual é outra. Enfim, se tem uma luta que precisa ser travada diariamente é justamente a luta pelo direito ao exercício das escolhas presididas por si e não moduladas pelo Outro, independente de quem este seja. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Laudeci Martins - Acho que a educação formal e escolarizada ainda faz muito pouco por essas questões. A educação ainda é muito focada no desempenho escolar, nos conteúdos do currículo, nas determinações institucionais. A escola como espaço da multiplicidade precisa incorporar debates de fundo filosófico que ajudem na superação destes entraves, pois embora haja movimentos nesse sentido, os mesmos ainda são tímidos. Desejo que na escola (mas também fora dela) se discuta mais a importância do exercício da liberdade do feminino, pois até que ponto nossas aulas, oficinas e demais vivencias escolares estão tocando nesta ferida herdada historicamente? É uma bandeira que nos educadores precisamos abraçar sob pena de estarmos falando de liberdade e aprisionado corpos, ditando posturas, discriminando comportamentos, enfim. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Laudeci Martins - Que nenhuma de nós se contente em ser menor que seu sonho, ainda que seu sonho afronte as ideias consolidadas historicamente. Até por que, por tudo que falamos até aqui, a construção da liberdade de ser mulher passa, necessariamente, por esta desconstrução. Mas, ao contrário do que possa parecer tal desmonte não está apenas no além, no Outro, nas leis, nas instituições, mas sim em cada uma que se dispuser à vigilância diária dos seus limites, mas, sobretudo das suas possibilidades.

Page 30: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Camila Oliveira Santos

A décima segunda homenageada da Série Mulheres que inspiram é Camila Oliveira Santos. Camila Oliveira Santos Tecnóloga em Processamento de Dados; Autônoma. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Camila Oliveira - A mulher alcançou, a duras penas, muita coisa nos últimos tempos. Algumas até pela nova sociedade que se formou com a quebra de antigos tabus. Sendo assim, mulheres são chefes de família, estudam para altos cargos, inserem-se em profissões do clube do bolinha, sabem dizer não e decidem se querem ser donas de casa. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Camila Oliveira - O estudo, o conhecimento que prezo tanto, não só para mim, mas para todos. Ignorância é a pior das punições, é como existir sem ter sido realmente. Sendo assim, sou uma mulher negra que adora estudar, escrever, digerir, amar e está apenas no início do caminho. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Camila Oliveira - Com certeza ainda são questões antiquadas que apenas ganharam nova roupagem como a desigualdade salarial entre homens e mulheres e o abuso doméstico. Lembrando que antes, como donas de casa, eram vistas por alguns como fardos. Mas agora acabam sustentando a mão que as agride. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Camila Oliveira - Como disse antes, a ignorância abnega a própria existência, pois o ser que não conhece seus direitos e deveres não sabe seu valor como pessoa, sendo assim não consegue se defender. A educação visa amenizar tais situações, esclarecendo ambos os

Page 31: Mulheres que inspiram

gêneros. Criando mulheres fortes e conscientes e homens honrados e esclarecidos em seus papéis na sociedade. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Camila Oliveira - Tudo o que tenho a dizer resume-se em uma só palavra, Respeito. É nele que tudo se sustenta, é dele que vem a convivência e humanidade é para ele que somos ensinados. O dia em que todos aprenderem o verdadeiro sentido dessa palavra o mundo terá descartado ao menos metade de seus problemas e mulheres poderão afirmar sem sombra de dúvidas que geram seres humanos e não apenas pessoas.

Page 32: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Maria Nereide Milfont Belém

A décima terceira homenageada da Série Mulheres que inspiram é Maria Nereide Milfont Belém. Maria Nereide Milfont Belém Pedagoga/Orientadora Educacional Aposentada ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Nereide Milfont - Muitas, conquista essas que fizeram a mulher se sentir muito importante diante do meio em que vive, na parte da sua valorização atual, não só como esposa, mãe e dona de casa, como também nas Empresas, nas Escolas, na Polícia, na Política e em vários setores que estão cada dia mais em DESTAQUE pela sua inteligência e sua capacidade de discernimento. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Nereide Milfont - Trabalhei sempre em Empresas Privadas, mas, sempre com cargos de confiança, pela minha vontade de crescer e de aprender. Agora minha conquista enquanto mulher foi conquistar meu curso de Pedagogia e Pós-Graduação, aplicando meus conhecimentos numa Universidade como Coordenadora do Núcleo no IDJ/UVA. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico.

Page 33: Mulheres que inspiram

Nereide Milfont - Acho, que falta orientação. Temos na nossa comunidade mulheres que se acomodam sem saber o seu potencial, umas devido a não ter estudado e outras devido ao meio em que vivem. Já conversei com mulheres sem a devida educação, mas, com o dom de inteligência e criatividade que se tivesse a chance, não seria apenas uma faxineira, ou uma servidora de cafezinho nas empresas... Seu potencial é reprimido devido a falta de uma oportunidade. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Nereide Milfont - Aí é que está, deveriam ser criados cursos de Orientação Vocacional, onde através de pesquisas, testes, psicólogas etc, descobriria potenciais ocultos e essas mulheres que tem muito a engrandecer, cheia de conhecimentos, sabedorias, poderia está em papel de destaque, seja na sua rua, na sua comunidade ou na sua cidade. Fazendo valer a força do seu saber diante da Sociedade. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Nereide Milfont – Mulher, Vamos continuar na luta pelas nossas conquistas, dentro dos contextos sociais, vamos deixar de ser só a Mariazinha e sim a Maria que existe dentro de cada uma de nós. Vamos acreditar no nosso poder, no nosso valor e acabar com a submissão (começando dentro de casa), vamos gritar que somos Mulheres Poderosas!!! É só questão de acreditar. Seja sempre sábia onde estiver, na sua casa, no seu trabalho, na sua comunidade, olhando o mundo com uma visão de contribuir com o crescimento e bem estar do nosso PAÍS. PARABÉNS A TODAS AS MULHERES! 08 de Março de 2015

Page 34: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Antonia Cirlaedna Pereira da Silva

A décima quarta homenageada da Série Mulheres que inspiram é Antonia Cirlaedna Pereira da Silva. Antonia Cirlaedna Pereira da Silva Licenciada em Teatro Professora na EEEP Wellington Belém de Figueiredo; Atriz no Grupo Dois de Teatro (em Crato-CE), Louco em Cena (em Barbalha-CE) e Tá na Rua (em Crato-CE). ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Cirlaedna Pereira - A conquista dos espaços reservados antes apenas para os homens. Inserção em várias áreas do mercado de trabalho, o direito a liberdade e igualdade de expressão infelizmente ainda em partes. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Cirlaedna Pereira - A minha principal conquista hoje é o fato de ser uma mulher independente, entendendo o meu lugar no mundo, o quanto trabalhadora, educadora e ser humano acima de tudo.

Page 35: Mulheres que inspiram

Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Cirlaedna Pereira - No meu ponto de vista, a violência física e psicológica, quantas de nós mulheres não já ouviu “Tinha que ser mulher”, de forma crítica, fria, e calculista. Quantos casos de mortes diariamente por parte daqueles que se sentem dono do corpo e da vida de muitas mulheres. Essas são questões ainda que necessitam urgentemente de mudança. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Cirlaedna Pereira - A Educação é a chave para a transformação, existe a necessidade de se expandir em casa, nas ruas, nas escolas, na sociedade de uma maneira geral, questões de violência contra a mulher e questões de gênero. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Cirlaedna Pereira - Resumiria em um dos pensamentos de Clarice Lispector: “Eu antes era uma mulher que sabia distinguir as coisas quando as via. Mas agora cometi o erro grave de pensar”. Pensar, ser, agir, fazer acontecer, conquistar! Essa é uma luta diária, constante. Muito se conseguiu até aqui, mas ainda não é hora de cruzar os braços. A luta continua... Eu me amo por ser assim, eu me amo por ser mulher!

Page 36: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Maria de Fátima Silva

A décima quinta homenageada da Série Mulheres que inspiram é Maria de Fátima Silva. Maria de Fátima Silva Graduanda em Serviço Social pela Faculdade Internacional da Paraíba – FPB; Participa do Observatório de Violências, no Estado da Paraíba. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Maria de Fátima Silva - A lei Maria da Penha, pois mesmo as mulheres tendo conquistado o direito ao voto ainda é ínfima a participação delas na política, no mercado de trabalho onde continuamos ganhando menos, desempenhando a mesma função que os homens. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Maria de Fátima Silva - Está terminando a Faculdade, neste momento para mim isso é uma grande conquista, poder está realizando o meu sonho de ser Assistente Social.

Page 37: Mulheres que inspiram

Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Maria de Fátima Silva - O preconceito, machismo, fico feliz com a aprovação da lei que torna crimes contra as mulheres feminicídio, a lei veio pra tentar iguala os direitos entre as mulheres e os homens. As mulheres lutaram e lutam até hoje pela igualdade de gênero, pela efetivação de seus direitos, lutam para que o machismo não as impeçam de estar no âmbito da política, no mercado de trabalho e receber pelo seu desempenho e não por ser mulher. É claro que boa parte das mulheres também são machistas. E isso atrapalha as lutas por dias melhores. Creio que em relação as políticas públicas voltadas para as mulheres têm é que ser efetivadas e não criar mais, efetivando as que já existe seria a solução e não o acúmulo de políticas, o que falta é uma boa gestão. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Maria de Fátima Silva - A educação é de extrema relevância pra romper com o machismo, a ignorância tanto no gênero masculino e feminino escraviza e mata todos os dias milhares de mulheres no mundo todo. Parece uma utopia querer romper com um problema estrutural. O Brasil desde a sua gênesis é machista, mas eu acredito que uma educação de qualidade é possível amenizar tantas desigualdades. Meninos tem que aprender que não são melhores que as meninas, a escola tem que fazer a sua parte, mas ainda é das famílias o dever de educarem seus filhos. Quem disse que menino não pode brincar de boneca, vestir roupa rosa? Quem disse que menina não pode brincar de carrinhos e usar azul? Brinquedos e cor de roupa não define sexualidade de ninguém e isso tem que ser ensinado em casa, na família. A família ainda é umas das instituições mais importante. O dever da escola é enfatizar o aprendizado que vem de casa. Mas, pra que isso aconteça, as famílias precisam ser orientadas, precisam ser prevenidas em relação a igualdade de gênero. E, somente por meio da educação isso será possível! Somente a educação é capaz de orientar e prevenir sobre o dever da equidade. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Maria de Fátima Silva - Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades. Boaventura de Souza Santos.

Page 38: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Heloísa Bitú Ferraz

A décima sexta homenageada da Série Mulheres que inspiram é Heloísa Bitú Ferraz. Heloísa Bitú Ferraz Pós- Graduada em Biologia e Química pela URCA; EEM Santa Tereza – Altaneira/CE. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Heloísa Bitú - Estamos sempre acompanhando pelos tele-jornais, revistas ou internet os avanços que as mulheres têm alcançado durante a última década. É certo, que essas conquistas nunca são ou foram fáceis. Somos guerreiras no sentido mais amplo da palavra. Tripla jornada de trabalho e ainda sofrendo pela tão sonhada igualdade profissional e financeira! Enquanto aqui no Ocidente, nos deparamos com mulheres que possuem mais autonomia de ir e vir, mais determinadas nas buscas pelos seus direitos, acompanhamos, “esbabaçados” a violência doméstica oriental e a submissão feminina nos diversos segmentos. Incalculáveis ainda sonham com uma carreira promissora além dos muros residenciais... e isso tristemente continua causando espanto social. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Heloísa Bitú - Pessoalmente, continuo tentando quebrar a velha e ultrapassada barreira de que as mulheres não podem isso ou aquilo pela as diferenças de gênero. Infelizmente e dificilmente, se aceita mulheres praticando esportes, alcançando altos cargos de carreira em empresas, realizando pesquisas científicas das mais diversas, enfim... esse tipo de coisa!

Page 39: Mulheres que inspiram

Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Heloísa Bitú - Ano passado, na escola em que trabalho, levantamos a polêmica do aborto clandestino no Brasil. É de assustar os altos índices de mortes de mulheres por esta prática. E a discussão remete-nos muito à falta de políticas públicas mais concretas no planejamento familiar, no combate à violência sexual e na defesa da mulher como um ser humano falho e submetido à erros nas mais diversas influências sociais. Propomos a elaboração das diversas prerrogativas de aborto à crime de justiça, pelas mais inusitadas situações de pressão psicológica ou social que uma jovem com gravidez indesejada pode sofrer! E foi muito bacana o envolvimento de forma geral. Não dá pra continuar assistindo mulheres sendo mutiladas no Brasil por falta de políticas públicas! Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Heloísa Bitú - Exatamente orientando... buscando propostas de discussão, auxílio nos diversos segmentos sociais. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Heloísa Bitú - Vivam mais... se empenhem mais, lutem pela oportunidade de ter mais segurança e reconhecimento social porque somos nós que temos o valioso dom de fazer educar nos primeiros momentos de vida de um ser humano!

Page 40: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Cícera Lílian Pereira Santana

A décima sétima homenageada da Série Mulheres que inspiram é Cícera Lílian Pereira de Santana. Cícera Lílian Pereira de Santana Graduada em Ciências com Habilitação em Matemática; Professora na EEFM Padre Luís Filgueiras. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Lílian Santana - Não foram muitas, mas as conquistas foram muito relevantes: - Diminuição da disparidade salarial entre homens e mulheres; - Maior oportunidade de emprego; - Direito ao voto; - Leis de proteção e incentivo ao trabalho da mulher; - Maioria em quase todos os espaços e departamentos. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Lílian Santana - Quando tenho o reconhecimento em tudo que eu tenho e faço de melhor (trabalho, estudos, família). Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico.

Page 41: Mulheres que inspiram

Lílian Santana - Violência, assédios, discriminação, pouco apoio do homem nas atividades domésticas. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Lílian Santana - De forma que venha debater, analisar e orientar os jovens de que essas situações não são louváveis em nenhum sentido e que a mulher assim como o homem merecem e devem ser respeitados independente do sexo. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Lílian Santana - ''MULHER VIRTUOSA, QUEM A ACHARÁ? O SEU VALOR MUITO EXCEDE O DE RUBIS." Prov (31-10). ''DO SENHOR VEM A MULHER PRUDENTE''. Prov (19-14).

Page 42: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram - Maria Tereza de Oliveira

A décima oitava homenageada da Série Mulheres que inspiram é Maria Tereza de Oliveira. Maria Tereza de Oliveira Graduada em Geografia; Especialização em Gestão Escolar; Professora na EEF Avelino Feitosa. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Maria Tereza - A participação política das mulheres no Brasil, apesar de ainda ser pequena; A Lei Maria da Penha; Os direitos assegurados para as domésticas. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Maria Tereza - A minha profissão e a minha independência. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Maria Tereza - As disparidades no mercado de trabalho, as mulheres realizam o mesmo trabalho que os homens e até mesmo melhor e não recebem a mesma remuneração, como também a quantidade de mulheres a ocupar cargos de chefia é muito inferior ao dos homens.

Page 43: Mulheres que inspiram

Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Maria Tereza - As mulheres comprovadamente investem muito mais em seus estudos e se qualificam mais, resta-nos então persistir em nossas metas, sejam elas quais forem, buscando sempre exercer o nosso melhor naquilo que propomos a fazer. Reivindicando sempre quando nossos direitos forem negados. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Maria Tereza - Que possamos sempre buscar novas aprendizagens e usufruir de tudo o que a vida nos oferece. Boas vibrações sempre.

Page 44: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Jéssica Silva

A décima nona homenageada da Série Mulheres que inspiram é Jéssica Silva. Jéssica Silva Ensino Superior Incompleto; Secretaria de Educação de Potengi-CE. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Jéssica Silva - Sei que conquistamos espaço no mercado de trabalho, nos estudos, principalmente no ensino superior onde muitas mulheres não passavam do ensino fundamental. Batalhamos também para ocupar profissões que normalmente só tinham homens. Hoje podemos optar por ter ou não filhos, pois existem vários métodos contraceptivos para evitar. Porque sabemos que muitas pessoas, principalmente homens que viam a mulher apenas como dona do lar, para cuidar da casa e ter filhos, e hoje isso foi conquistado. Temos a liberdade de escolher a profissão que queremos seguir, a quantidade de filhos que queremos ter. Conquistamos também a punição para violência contra às mulheres. Esses foram apenas alguns exemplos do que conquistamos até hoje. Temos muito o que conquistar, pois ao meu ver ainda há desigualdade na sociedade, o pré conceito não vem apenas dos homens, mas das próprias mulheres em si.

Page 45: Mulheres que inspiram

Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Jéssica Silva - Sei que tenho muito o que conquistar, mas creio que a principal agora é a liberdade de seguir a minha opção de trabalho para o momento. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Jéssica Silva - Algumas mulheres conseguiram ter uma boa formação e uma colocação confortante em relação a finanças. Mas, em pleno século XXI, a dificuldade de ter um trabalho que ela goste e tenha uma boa remuneração é bem complicada. E isso é algo que iremos enfrentar por um bom tempo. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Jéssica Silva - Por muito tempo eram ensinados aos filhos que os homens mandam, sustentam a casa, e as mulheres cuidam dos filhos e seus afazeres dentro da casa. Por isso ainda não é estranho ouvir alguém seja idoso ou jovem dizer “isso é coisa de homem” ou “isso é coisa de mulher”. Antigamente não só na casa da família, mas nas escolas também era ensinado isso, e hoje podemos mudar. Dentro da própria escola podemos dar tarefas a ambos e mostrar que tanto um como o outro podem fazê-las. Uma das opções e que deixaria claro ao aluno e aluna seria nas aulas práticas de educação física, por exemplo. Fazer atividades que possam trabalhar juntos e isso fará com que a criança entenda que todos podemos e somos iguais. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Jéssica Silva - A beleza de uma Mulher A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela usa, na imagem que ela carrega, ou na maneira que ela penteia os cabelos. A beleza da mulher tem que ser vista a partir dos seus olhos, porque essa é a porta para o seu coração, o lugar onde o amor reside. A beleza da mulher não está nas marcas do seu rosto. Mas a verdadeira beleza numa mulher está refletida na sua alma, está no cuidado que ela amorosamente tem (pelos outros), a paixão que ela demonstra. E a beleza de uma mulher com o passar dos anos, apenas cresce! Parabéns para você Mulher, nesse seu Dia Internacional da Mulher!

Page 46: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Maria de Fátima Pereira Barbosa de Souza

A vigésima homenageada da Série Mulheres que inspiram é Maria de Fátima Pereira Barbosa de Souza.

Page 47: Mulheres que inspiram

Maria de Fátima Pereira Barbosa de Souza Graduada em Biologia – URCA; Pós Graduada em Gestão Escolar; Secretaria Municipal de Educação de Nova Olinda-CE. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Maria de Fátima Barbosa - A mulher vem trilhando caminhos de grandes avanços em aspectos sociais e econômicos. Esses são resultados alcançados com muito trabalho e dedicação, apesar de tantos preconceitos enfrentados. Hoje podemos escolher qual formação queremos ter, e qual profissão queremos seguir. Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Maria de Fátima Barbosa - Ter realizado meu sonho de ser “Mãe” fase muito importante na minha vida. Ter concluído ensino superior e pós-graduação, e me realizado profissionalmente. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Maria de Fátima Barbosa - A mulher ainda sofre bastante preconceito, como questões salariais ocupando os mesmos cargos que os homens. Mesmo se dedicando e tendo uma formação isso é muito frequente. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Maria de Fátima Barbosa - As mulheres vêm a cada dia se superando, pois investem mais em estudos procurando se aperfeiçoar, para que assim possa exercer seu trabalho com qualidade. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Maria de Fátima Barbosa - Mulher! Com seu jeito especial de ser, é exemplo de amor, perseverança, Coragem, determinação e Inteligência.

Page 48: Mulheres que inspiram

Mulheres que inspiram – Ana Lúcia de Lemos Nora

A vigésima primeira homenageada da Série Mulheres que inspiram é Ana Lúcia de Lemos Nora. Ana Lúcia de Lemos Nora (Ana Lemos) Graduada em Direito; Poder Judiciário. ENTREVISTA Lucélia Muniz - Dentro do contexto atual, na sua opinião, quais as principais conquistas alcançadas pelas mulheres? Ana Lemos - A liberdade de expressão e de escolha; o amplo acesso a qualquer setor do mercado de trabalho, e leis que as protegem contra a violência familiar.

Page 49: Mulheres que inspiram

Lucélia Muniz - E você, qual sua principal conquista enquanto mulher? Ana Lemos - Minha maior conquista é conseguir conciliar minha carreira com a criação dos meus filhos. É ter uma família unida, saudável e feliz. É poder ter iniciado minha jornada como escritora, contando com o apoio da família e amigos muito especiais. Lucélia Muniz - Em pleno século XXI, quais situações ainda são enfrentadas pelas mulheres? Seja na questão de gênero, na falta de políticas públicas e/ou no contexto socioeconômico. Ana Lemos - É inegável que o machismo ainda priva muitas mulheres de percorrer o caminho que escolheram para suas vidas, que o preconceito ainda fecha muitas portas. Atualmente a mulher conseguiu um espaço maior no mercado de trabalho, mas ainda necessita voltar para casa ao final da sua jornada de trabalho e cabe à ela o compromisso de cuidar da casa, dos filhos e da família, ou seja, a tripla jornada é uma sobrecarga da qual a maioria das mulheres ainda não conseguiu se libertar. Lucélia Muniz - E como a Educação pode ser usada como uma “arma” no combate a estas situações? Ana Lemos - A educação é a principal forma de fazer com que a nova geração pense de forma diferente, sem os ranços do preconceito e da desvalorização da mulher, que mantenham o que já foi conquistado e lutem por uma vida mais digna e justa de toda mulher, levando em conta sua sagrada condição de dar vidas. Lucélia Muniz - Deixe-nos uma mensagem neste Dia Internacional da Mulher. Ana Lemos - Minha mensagem é de paz, igualdade, compreensão e, principalmente, respeito.

Page 50: Mulheres que inspiram