mulheres e o tráfico
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Alunas : Andressa Macena ,
Thaiane Caroline e Talita
Veríssimo .
Professora : Verônica .
2º Técnico de Enfermagem .
Cabeças marcadas pelo tráfico : "código penal" de algumas favelas cariocas castiga mulheres raspando seus cabelos .
Nas favelas dominadas por facções criminosas , uma lei própria impera : mulher que trai o marido , briga , é homossexual ou faz qualquer outra coisa que desagrade o comando é condenada a ter o cabelo raspado ou até mesmo punições piores .
A sessão de tortura era a aplicação da pena prevista em uma espécie de “Código Penal” dos traficantes do Rio de Janeiro . Mulher que abandona o marido na cadeia é condenada a ser espancada e a ter os cabelos raspados .
Há uma série de condutas que podem desencadear
esse tipo de castigo em uma favela comandada pelo
tráfico : traição (ou mesmo apenas suspeita de
traição) , rompimento de namoro , briga entre
moradoras na favela , mulheres que visitam parentes
em comunidades dominadas por quadrilhas rivais ,
briga de mulheres por um homem , homossexualidade
feminina e qualquer outra coisa que possa ser feita
por uma mulher e considerada inadequada pelos
donos do morro . Todas as facções criminosas do Rio ,
à exceção das milícias , são temidas pelo castigo de
arrancar da mulher os cabelos e , com ele , a
feminilidade e a vaidade .
Traficantes costumam castigar os moradores que se
envolvem em confusão , e mandam raspar a cabeça
das mulheres que brigam nos bailes funk .
“ Os traficantes aplicam um
castigo exemplar porque isso
também serve para „educar‟ a
favela "
Que tipo de educação é essa ?
Desde a década de 80 , um número incalculável de
mulheres no Rio de Janeiro passou pelo cruel ritual de
terem seus cabelos extirpados depois de serem
julgadas pelo Tribunal do Tráfico . Ao longo de três
décadas , o sofrimento delas tem sido silencioso para
o restante da sociedade . Sua humilhação e sua dor
são expostas apenas dentro da comunidade , onde
apanham e têm a cabeça raspada no meio da rua ,
diante da platéia de moradores . Embora
abundantes , os casos não costumam chegar às
autoridades . A Polícia Civil do Rio de Janeiro ,
chefiada por uma mulher , a delegada Marta Rocha ,
não tem estatísticas sobre o assunto . E até ela pouco
soube dizer . Marta afirmou já ter ouvido falar que as
mulheres fluminenses são vítimas frequentes desse
tipo de castigo , mas desconhece casos e detalhes
do problema .
Apesar desses tipos de
violências contra as mulheres
serem bastante comuns em
nossa sociedade , são
totalmente impunes na maioria
dos casos .