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CREA REVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA v. 15, n. 55, Primeiro trimestre de 2017 ISSN 1679-2866 Duas gerações de engenheiros: muitas mudanças na profissão Especialistas dão dicas para quem está desempregado

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creaREVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA

v. 15, n. 55,Primeiro trimestre

de 2017

ISSN 1679-2866

Duas gerações de engenheiros: muitas mudanças na profissão

Especialistas dão dicas para quem está desempregado

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ENcoNtro DE gEraçõESA primeira edição do ano da revista do Crea-BA traz como reportagem de capa um encontro entre gerações de dois engenheiros civis, que fa-lam de suas experiências acadêmicas e profissionais, um contraponto entre a realidade analógica e a digital. Eles detalham tanto o processo de aprendizagem quanto a questão profissional, traçando um paralelo entre a Engenharia que se praticava no passado e a de hoje, além de apontar para perspectivas futuras.

Outra matéria importante trata do primeiro tema da Agenda de Desenvolvimento Bahia, que é a questão da água no Brasil. O Crea-BA vai realizar, pelo segundo ano consecutivo, em parceria com o Instituto Politécnico da Bahia (IPB), esse encontro, que debaterá ainda os temas mineração e metalurgia e métodos construtivos.

O primeiro evento reuniu especialistas locais e até internacionais, que apresentaram soluções concretas para o problema da escassez e gestão da água. Atualmente são 97 municípios em situação de emergência na Bahia.

A revista aborda também um tema importante para os profissionais que estão fora do mercado, que é a preparação para voltar ao trabalho. Para os engenheiros e técnicos, que, há alguns anos, tinham ofertas variadas de emprego, passar pelas etapas de recrutamento e seleção pode ser algo novo, por isso a atenção deve ser redobrada para evitar equívocos. Duas especialistas explicam em detalhes o que deve ser valorizado e o que precisa ser evitado.

A questão do piso salarial profissional, que completou 50 anos, também é tema de reportagem. O presidente do Sindicato dos Engenheiros da Bahia, Ubiratan Félix, alerta que os profissionais da iniciativa privada que não receberem o piso devem entrar em contato com o sindicato. A lei, entretanto, não contempla os estatutários, por isso os órgãos de classe lutam para estender o benefício a todos os engenheiros do Brasil.

Marco AmigoPresidente do Crea-BA

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 2017 3

PresidenteEng. Mec. Marco Antônio Amigo

diretoria 20151º. Vice-Presidente: Engº. Quím. Luciano Sérgio Hocevar 2º. Vice-Presidente: Engº. civil José de Souza Neto Júnior

1º. Diretor administrativo: Engº. agrôn. Jonas Dantas dos Santos2º. Diretor administrativo: Engº. civil Neuziton Torres Rapadura

1º. Diretor Financeiro: Engº. Elet. Carlos Guaracy Santos Nascimento2º. Diretor Financeiro: geól. Marjorie Csekö Nolasco

3º. Diretor Financeiro: Engª agrôn. Catarina Cotrin de Mattos Sobrinho

Conselho editorial Andersson Ambrósio – Engenharia Elétrica

Antônio Arêas – Engenharia MecânicaCaiuby Alves – Instituto Politécnico da Bahia

Herbert Oliveira – Chefia de GabineteKaren Daniela – Engenharia civil

Manuel Albuquerque – Engenharia civilMarjorie Nolasco – geologiaPaulo Baqueiro – agronomia

Rodrigo Lobo – Engenharia de SegurançaLuciano Hocevar – Engenharia Química

Assessora de Comunicação Daniela Biscarde

ElaboraçãoÉComunicação

JornalistaAdelmo Borges

Foto capaAlex Dantas

Projeto gráfico e diagramaçãoAutor Visual/Perivaldo Barreto

ImpressãoGráfica Edigráfica

tiragem 45 mil exemplares

Nosso endereçoav. Professor aloisio de carvalho Filho, 402, Engenho Velho de Brotas

cEP: 40243-620 – Salvador/Bahiatels.: (71) 3453-8989/telecrea: (71) 3453-8990

E-mail: [email protected]

as opiniões emitidas nas matérias e artigossão de total responsabilidade de seus autores.

revista crEa-Ba/conselho regional de Engenharia eagronomia da Bahia. Nº 55 (Primeiro trimestre de 2017). Salvador: crEa-Ba, 2006 - ISSN 1679-2866

trimestral

1.Engenharia. I. conselho regional de Engenharia eagronomia da Bahia

cDU 72:63 (813.8) cDD 720

issn 1679-2866v. 15, n. 55,

primeiro trimestre de 2017

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36Engenheiro de produção:

Profissional que planeja e otimiza processos

06DesempregoSaiba como se preparar para voltar ao mercado

14artigo:“50 anos em 5 já”

20Salário mínimo profissionalEmpresas que não pagam devem ser denunciadas

42Entrevista:

Engenheiro idealiza “laboratório vivo”

46Paulo afonso

Capital da energia e das águas

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Foto: Arquivo

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ESPaço Do LEItor

FalE conoscoEnvie sua mensagem com nome completo, e-mail e telefone para os endereços eletrônicos: [email protected] e [email protected]. Lembramos que as mensagens poderão ser resumidas ou adaptadas ao espaço da revista. Siga o Crea-BA nas redes sociais www.facebook.com/creabahia e Twitter: @CreaBahia.Para anunciar, ligue para (71) 98748-4682. Edição online no site: www.creaba.org.br.

Revista do Crea-BAA revista do Crea é assinatura ou todos os engenheiros cadastrados no Crea têm direito de receber?

Roberto FariasA revista é distribuída gratuitamente para todos os profissionais registrados no crea-Ba que estejam com sua anuidade em dia.

Divulgação de experimentoGostaria de saber qual é o procedimento para divulgar um experimento na revista do Crea-BA.

Francisco MarquesÉ preciso enviar informações detalhadas sobre esse experimento. O conselho editorial vai avaliar se tem relevância para divulgar.

O que deve constar no preenchimento de uma ART?

Paulo Cerqueira - Salvador

A ART de obra ou serviço apresentada deverá atender aos seguintes itens:• Ter sido anotada antes ou durante a execução da

obra ou serviço;

• Ter sido emitida por profissional devidamente registrado no Crea-BA no período de execução da obra ou serviço;

• Havendo empresa executora, esta deverá estar devidamente registrada no Crea-BA no período de execução da obra ou serviço;

• o profissional deverá estar devidamente vinculado à empresa executora, perante o Crea-BA, no período da execução da obra ou serviço;

• A ART deverá ser baixada após a conclusão da obra ou serviço.

As atividades desenvolvidas na obra/serviço e os respectivos quantitativos devem ser caracterizados na aRT. Ex.: Projeto de edificação residencial em alvenaria, 2 pavimentos, com 300m2. Projeto estrutural de edificação residencial 300m2, projeto elétrico de baixa tensão para fins residenciais 175 kva.Consultar o Manual de Procedimentos da ART na página do Confea (Decisão Normativa 085 de 31/01/2011)

Assessoria Técnica do Crea-BA

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Foto: Genisson Coutinho

Cristina Voigt, consultora e especialista em

Psicologia organizacional

EM BUSca DE NoVaS oPortUNIDaDESCom o desemprego em alta, engenheiros e técnicos precisam se preparar para reconquistar o mercado

#MErcaDo DE traBaLho

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 20176

O desemprego no Brasil fechou o ano de 2016 com uma taxa de 12%, segundo dados do IBGE. A recessão econômica atinge diversas áreas e não é diferente na Engenharia. Buscar uma recolocação ou um reposicionamento no mercado de trabalho exige um esforço dos engenheiros e técnicos, que não devem paralisar diante do momento de adversidade. Especialistas do setor de Recursos Humanos apontam que é preciso ter

calma para enfrentar o momento e também se organizar para buscar novas oportunidades.

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Foto: Genisson Coutinho

Margarida Silva, psicóloga e consultora em carreira

MErcaDo DE traBaLho

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As redes contribuem também para networking. Essa rede de relacionamento profissional deve ser sempre levada em conta ao longo da carreira e pode ser um apoio importante na hora de buscar uma nova oportunidade de trabalho.

Vagas pelo networkingMargarida Silva, psicóloga e consul-tora em carreira que atua na área há mais de 30 anos, destaca que, hoje, mais de 70% das vagas de trabalho são adquiridas por meio de networking. “A boa relação que se constrói ao longo da experiência profissional pode fazer diferença em um momento de transi-ção de carreira.” Uma das ferramentas que ela considera eficientes para essa manutenção e ampliação de networking é a rede Linkedin, voltada para troca de informações entre profissionais, onde eles apresentam seus perfis.

Em tempos de emprego escasso, Margarida recomenda: “Procure ocu-pação, e não emprego. Com a ocupação, o emprego virá”. Ela afirma que os pro-

sobre a vaga em mãos, é possível enu-merar as prioridades da apresentação, destacando aquelas experiências que estão em consonância com o posto em questão.

ComportamentoEm tempos de redes sociais, é preci-so estar atento ao comportamento, porque hoje todos são observados. “É claro que as pessoas precisam ter suas posições, mas assumi-las tem suas con-sequências. Se você possui uma posição contrária à determinada empresa, por exemplo, é preciso levar isso em conta. O candidato também escolhe a empre-sa”, detalha Cristina.

A forma de se expressar nas redes tam-bém é importante. “Manifestações pre-conceituosas e ofensivas podem ser mapeadas pelo recrutador da empresa e isso implica em um ponto negativo para quem está se candidatando à vaga.” A consultora explica que as redes sociais são hoje uma fonte de informação sobre pessoas muito utilizadas por empresas. Portanto, é necessário, sim, fazer um bom uso dessa ferramenta.

Para profissionais de uma área que, há alguns anos estava a pleno vapor, passar pelas etapas de recrutamento e seleção pode ser algo novo, por isso a atenção deve ser redobrada para evitar equívocos.

É o que alerta a consultora e especialista em psicologia organizacional Cristina Voigt. Ela atua há 18 anos na área de gestão de pessoas, desenvolvendo pro-gramas para líderes e equipes, além de atuar há dez como coach junto a empresas e profissionais que buscam um redirecionamento de carreira.

O primeiro passo é observar o uso cor-reto do português no currículo. “As in-formações no currículo devem ser claras e objetivas, evitando erros gramaticais e de ortografia”, destaca.

A formatação do material, a disposição das informações e a clareza dos obje-tivos são outros pontos importantes a serem observados pelo profissional. “Não adianta colocar as suas experiên-cias, se estas não estão focadas para a vaga para a qual está se candidatando”, afirma Cristina.

Ela explica que é fundamental pro-curar obter conhecimentos sobre a empresa e sobre a vaga ofertada. “É preciso se autoavaliar, repensar metas profissionais e projetos futuros. Além disso, verificar se o seu perfil é adequa-do àquela vaga e ser objetivo na sua apresentação.” A partir das informações

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PREPARE-SE PARA VOLTAR

Chegue sempre com, pelo menos, 15 minutos de antecedência

Esteja bem informado sobre a empresa e sobre a vaga para a qual será entrevistado

Faça uma boa revisão no português, para evitar erros graves com o idioma

Coloque as informa-ções por ordem de relevância, incluindo seus contatos

Filtre informações irrelevantes, como cursos extras que não têm relação com sua área de atuação

Atente-se a informa-ções relevantes para a vaga que você vai disputar

Tenha claro o seu objetivo para aquela vaga específica

Evite enviar currículos para vagas nas quais você não tem perfil adequado

Currículo

Mantenha as suas posições e opiniões, mas seja atento à forma como você emite suas impres-sões sobre determi-nados assuntos

Use com sabedoria, pois as redes sociais podem ser um grande aliado do profissional que procura novas oportunidades no mercado de trabalho

MENAS

Entrevista

Muitas empresas estão de olho nos perfis das redes sociais

Evite exposições desnecessárias

Cuidado com o que fala: as empresas zelam por suas imagens e não vão compactuar com visões preconceituosas e/ou agressivas expostas em redes sociais

Organize seus pensamentos na hora de se apresentar

Destaque sempre suas experiências mais relevantes

Tenha calma na hora de responder, espere sempre a sua vez e deixe o entrevistador conduzir a conversa

Evite inconveniên-cias e informalida-des, mesmo que a vaga tenha sido indicada por um conhecido seu

Da mesma forma, observe se a empresa também atende às suas aspirações profissionais

Currículo em papel ainda é válido, desde que a empresa solicite o material físico. Mantenha-o sempre atualizado

Seja objetivo e, claro, só coloque informações verdadeiras no currículo

Ao enviar currículo por e-mail, mantenha a formalidade na lingua-gem, mesmo que seja encaminhado para um contato conhecido

Não tenha vergonha de acionar seus contatos profissionais

Lembre-se de separar a amizade do profissionalismo sempre

Mostre-se disponível ao mercado

Atente-se para não ser inconveniente com contatos profissionais com quem você tenha um nível maior de amizade

Atenção ao que posta nas redes

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PREPARE-SE PARA VOLTAR

Chegue sempre com, pelo menos, 15 minutos de antecedência

Esteja bem informado sobre a empresa e sobre a vaga para a qual será entrevistado

Faça uma boa revisão no português, para evitar erros graves com o idioma

Coloque as informa-ções por ordem de relevância, incluindo seus contatos

Filtre informações irrelevantes, como cursos extras que não têm relação com sua área de atuação

Atente-se a informa-ções relevantes para a vaga que você vai disputar

Tenha claro o seu objetivo para aquela vaga específica

Evite enviar currículos para vagas nas quais você não tem perfil adequado

Currículo

Mantenha as suas posições e opiniões, mas seja atento à forma como você emite suas impres-sões sobre determi-nados assuntos

Use com sabedoria, pois as redes sociais podem ser um grande aliado do profissional que procura novas oportunidades no mercado de trabalho

MENAS

Entrevista

Muitas empresas estão de olho nos perfis das redes sociais

Evite exposições desnecessárias

Cuidado com o que fala: as empresas zelam por suas imagens e não vão compactuar com visões preconceituosas e/ou agressivas expostas em redes sociais

Organize seus pensamentos na hora de se apresentar

Destaque sempre suas experiências mais relevantes

Tenha calma na hora de responder, espere sempre a sua vez e deixe o entrevistador conduzir a conversa

Evite inconveniên-cias e informalida-des, mesmo que a vaga tenha sido indicada por um conhecido seu

Da mesma forma, observe se a empresa também atende às suas aspirações profissionais

Currículo em papel ainda é válido, desde que a empresa solicite o material físico. Mantenha-o sempre atualizado

Seja objetivo e, claro, só coloque informações verdadeiras no currículo

Ao enviar currículo por e-mail, mantenha a formalidade na lingua-gem, mesmo que seja encaminhado para um contato conhecido

Não tenha vergonha de acionar seus contatos profissionais

Lembre-se de separar a amizade do profissionalismo sempre

Mostre-se disponível ao mercado

Atente-se para não ser inconveniente com contatos profissionais com quem você tenha um nível maior de amizade

Atenção ao que posta nas redes

É necessário buscar oportunidades e não ficar paralisado com as dificuldades

Cristina Voigt, consultora e especialista em Psicologia organizacional

MErcaDo DE traBaLho

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fissionais devem se fazer presentes no mercado, por meio de cursos e eventos, além de procurar desenvolver trabalhos por conta própria, como em consultoria, por exemplo. “O mercado é como uma vitrine: e o profissional precisa vender o seu ‘peixe’. É preciso buscar oportu-nidades e gerar demandas.”

No campo da Engenharia, que trabalha com bens duráveis e, ao mesmo tempo, passa por constantes atualizações téc-nicas, Margarida destaca que é preciso sempre se manter atualizado. “Estudos de especialistas em recursos humanos apontam que, em 2025, existirão 70% de cargos novos, em especialidades que não existem hoje. Isso reforça que a atualização constante de conhecimen-tos é fundamental, não apenas para quem está em transição de carreira, mas sim para a vida profissional como um todo”, diz.

Objetividade é fundamentalTanto Cristina Voigt quanto Margarida Silva chamam a atenção para a obje-tividade, ou seja, o profissional deve compreender em que contexto a expe-riência dele pode ser útil àquela vaga. A postura em relação à apresentação é preciso ser observada também.

Cristina afirma que a preparação para a entrevista consiste, principalmente, em ter clareza nas ideias e conhecimento prévio da empresa e da vaga. “É bom sempre se antecipar em pelo menos 15 minutos.” Ela ressalta que, para quem tem um bom relacionamento no mer-cado, é fundamental saber separar uma amizade da questão profissional. “Se a entrevista que você conseguiu foi por

meio de um conhecido, é recomendável que você mantenha a formalidade se for enviar, por exemplo, seu currículo por e-mail, evitando linguagem coloquial ou excesso de informalidade.”

Currículo, aliás, que precisa sempre es-tar atualizado, como o conhecimento dos profissionais. As empresas, hoje, cada vez menos, estão desconsiderando o recebimento de currículo impresso. A maioria pede o envio por e-mail ou então disponibiliza um espaço online para cadastro. Margarida aponta que es-ses detalhes precisam ser observados. “Se a empresa tem um cadastro online, levar o currículo impresso imaginando que seria mais eficiente é um equívoco”, exemplifica.

Margarida compara o currículo ao pre-fácio de um livro. “Você precisa fazer com que quem avalia seu currículo te-nha interesse em conhecer mais o seu conteúdo. E é no passo da entrevista que vem essa oportunidade de se apre-sentar de forma mais completa.”

Cristina Voigt reforça: o profissional deve se mostrar sempre disponível ao mercado. “Ele precisa ser visto e estar atento às oportunidades. Valorizar-se como profissional e as suas experiên-cias. E é necessário, principalmente, encarar o momento com racionalidade, buscando oportunidades e solução, e não ficar paralisado com as dificulda-des”, finaliza.

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Foto: Edson Ruiz

#agENDa DE DESENVoLVIMENto BahIa Foto: Manu Dias Gov BA

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Foto: Edson Ruiz

Foto: Rede Globo Programa Aprovado

A Bahia registra grandes perdas de água em seu sistema de distribuição e a reutilização, por parte dos usuários, é praticamente inexistente. Essa é a constatação do professor do Departamento de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da Ufba e pesquisador Asher Kiperstok, engenheiro civil pelo Technion,

Instituto Tecnológico de Israel, e mestre e doutor em Engenharia Química pela Universidade de Manchester (Reino Unido).

ÁgUa: UM BEM QUE DEVErIa SEr MELhor aProVEItaDoEspecialistas propõem soluções para evitar o desperdício durante a Agenda de Desenvolvimento Bahia

Ele foi o coordenador do I Fórum Theodoro Fernandes Sampaio, que integra a Agenda Bahia de Desen-volvimento 2017, uma iniciativa do Crea-BA e do Instituto Politécnico da Bahia. O evento foi realizado no dia 17 de março, no Espaço Cultural Arlindo Fragoso, na Escola Politécnica da Ufba.

O evento debateu diversos aspectos en-volvendo a questão da água, reunindo especialistas que propuseram soluções concretas para o problema. Um deles foi o engenheiro chefe do Departamento de Companhias de Águas de Israel, Amir

Schischa, que abordou o tema “Gestão do Ciclo Hídrico em Regiões de Escassez”.

A escolha do representante da autori-dade da água de Israel deu-se porque o modelo de gestão institucional e tecnológico israelense é um dos mais avançados do mundo.

De acordo com o presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo, a Agenda de Desenvolvimento Bahia foi uma das melhores inicia-tivas desenvolvidas pelo conselho nos últimos anos. “Nos fóruns, con-

Asher Kiperstok, professor da Ufba e pesquisador

agENDa DE DESENVoLVIMENto BahIa

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Infelizmente o abastecimento de água no país continua sendo abordado

pelo viés da gestão da ofertaAsher Kiperstok, professor do departamento de engenharia

ambiental da escola Politécnica da Ufba e pesquisador

#agENDa DE DESENVoLVIMENto BahIa

onde chove entre 400 e 800 mm por ano, e leva água para uma região que chove bem mais, na casa dos 1.800 a 2.000 mm por ano.

Apesar de se promover uma trans-posição de águas de regiões menos favorecidas, a água é distribuída de forma perdulária. Segundo o Sistema Nacional de Informações de Saneamento (2014); as perdas de água na distribuição na capital do estado atingem o astronómico valor de 48,8%.

“Infelizmente o abastecimento de água no país continua sendo aborda-do pelo viés da gestão da oferta. Isto é, se falta água, procuram-se novos mananciais, cada vez mais distantes. Urge introduzir com vigor a lógica da gestão da demanda que prioriza um uso mais racional da água promoven-do reduções significativas de perdas e desperdícios”.

Distribuição perduláriaA questão é complexa e envolve vários aspectos, entre eles o desperdício e o sistema tarifário. De acordo com o professor Asher, em torno de metade da água consumida em Salvador, por exemplo, é oriunda da Barragem de Pedra do Cavalo, que por sua vez é abastecida pelo Rio Paraguaçu. Asher lembra que o rio percorre boa parte do seu curso na região do semi-árido,

seguimos reunir profissionais com anos de mercado, recém-formados e estudantes, propondo uma discus-são benéfica em favor da melhoria da nossa Engenharia”, enfatiza.

A segunda edição da Agenda de Desen-volvimento Bahia realizará ainda fó-runs sobre Mineração e Metalurgia: Sustentabilidade e Desenvolvimento; e Métodos Construtivos: Eficiência e Sustentabilidade. Os eventos estão previstos para 13 de julho e 19 de outubro, respectivamente.

Foto: CBHSF

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AgendA debAte temAs que impActAm nA sociedAdeO presidente do Instituto Politécnico da Bahia, o engenheiro eletricista Caiuby Alves, um dos organizadores da Agenda de Desenvolvimento Bahia, ressalta que o principal objetivo é discutir os temas críticos de infraestrutura que envolvem a área de Engenharia e que impactam na sociedade. A Agenda teve três encontros no ano passado e este ano serão mais três, sempre com especialistas de renome propondo soluções para os principais gargalos de nossa economia.

No ano passado, os fóruns debateram estrutura portuária no estado da Bahia, os impactos da falta de planejamento para a mobilidade urbana, energia e competitividade de nossas indústrias. A ideia é sempre homenagear um grande engenheiro baiano. Já foram realizados os fóruns José Walter Bautista Vidal, Carlos Espinheira de Sá e Vasco Azevedo Neto. Este ano os homenageados serão Theodoro Fernandes Sampaio, Sylvio de Queirós Mattoso e Hernani Sávio Sobral.

Caiuby destaca que as palestras serão transformadas em artigos a serem publicados em um livro. A primeira edição deve sair em julho, com os textos do ano passado.

“Queremos propor um projeto para o Brasil”, destaca Caiuby, lembrando que poucos estadistas projetaram o país. Ele cita os exemplos de José Bonifácio de Andrada, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Ernesto Geisel, este o último que desenvolveu projetos de longo prazo. “Os Estados Unidos sempre tiveram projetos, por isso são essa potência”, destaca o engenheiro.

A ideia da Agenda é socializar o conhecimento e propor projetos para os principais problemas do país. “Não podemos ficar intramuros, como acontece, ultimamente, com a Universidade, precisamos reunir expoentes da área tecnológica para propor soluções viáveis e sustentáveis”, finaliza Caiuby.

agENDa DE DESENVoLVIMENto BahIa

Na visão do professor, tem que haver um investimento para reduzir as perdas nas redes de distribuição, assim como se es-timular o uso mais cuidadoso da água nas edificações e outros usos urbanos e rurais. “A Embasa não pode se omitir de participar na promoção disso. Não é cabível que as empresas de saneamen-to continuem entendendo que sua responsabilidade se esgo-ta no medidor domiciliar”, diz o professor.

Ele acredita que é preciso tam-bém repensar o sistema tarifá-rio, que considera como consu-mo mínimo de uma residência a quantidade 10 m³ por mês. Uma casa com duas pessoas, (mais de um terço dos domicílios do país são ocupados por uma ou duas pessoas) pode se conside-rar bem abastecida consumindo 6 m3 por mês. Mas mesmo se ela fizer isto irá pagar por 10m3.

“Observe como isto estimula o desperdício.” Asher aponta para a necessidade de se ter um valor para o consumo mínimo mais adequado, que estimule um com-portamento mais racional. Talvez de 5m³ por mês.

Além da inexistência de uma po-lítica de conservação da água, o reuso também não é promovido. Mesmo em regiões onde o balan-ço hídrico se apresenta negativo, não se aproveita o esgoto trata-do na agricultura, por exemplo. Nas cidades ainda se trata a água de chuva como efluente e não como fonte de abastecimento. Esta água, se adequadamente captada, poderia ser utilizada para diversas finalidades, como descarga de sanitários e outros usos que não requerem um rígido controle de qualidade.

aGEnda dEBaTE TEmas quE imPacTam na sociEdadEO presidente do Instituto Politécnico da Bahia, o engenheiro eletricista Caiuby Alves, um dos organizadores da Agenda de Desenvolvimento Bahia, ressalta que o principal objetivo é discutir os temas críticos de infraestrutura que envolvem a área de Engenharia e que impactam na sociedade. A Agenda teve três encontros no ano passado e este ano serão mais três, sempre com especialistas de renome propondo soluções para os principais gargalos de nossa economia.

No ano passado, os fóruns debateram estrutura portuária no estado da Bahia, os impactos da falta de planejamento para a mobilidade urbana, energia e competitividade de nossas indústrias. A ideia é sempre homenagear um grande engenheiro baiano. Já foram realizados os fóruns José Walter Bautista Vidal, Carlos Espinheira de Sá e Vasco Azevedo Neto. Este ano os homenageados serão Theodoro Fernandes Sampaio, Sylvio de Queirós Mattoso e Hernani Sávio Sobral.

Caiuby destaca que as palestras serão transformadas em artigos a serem publicados em um livro. A primeira edição deve sair em julho, com os textos do ano passado.

“Queremos propor um projeto para o Brasil”, destaca Caiuby, lembrando que poucos estadistas projetaram o país. Ele cita os exemplos de José Bonifácio de Andrada, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Ernesto Geisel, este o último que desenvolveu projetos de longo prazo. “Os Estados Unidos sempre tiveram projetos, por isso são essa potência”, destaca o engenheiro.

A ideia da Agenda é socializar o conhecimento e propor projetos para os principais problemas do país. “Não podemos ficar intramuros, como acontece, ultimamente, com a Universidade, precisamos reunir expoentes da área tecnológica para propor soluções viáveis e sustentáveis”, finaliza Caiuby.

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um pouco de história

O ano de 1955 findou com a eleição de Juscelino Kubitschek, após um processo conflitante , antecedido pelo suicídio de Vargas. Empobrecido, o Brasil se caracterizava por uma população majoritariamente rural (60%) e carecia fortemente de infraestrutura. Nesse momento, Kubistchek lançou seu Plano de Metas e o slogan 50 anos em 5,

que, entre outras coisas, além das obras de infraestrutura e da construção de Brasília, pregava a criação das condições da consolidação e do avanço das ações do governo Vargas: produzir no Brasil o que o país precisava.

50 aNoS EM 5 JÁ:Ações para a retomada da Engenharia brasileira

Caiuby Alves da Costa, engenheiro eletricista e

presidente do IPB

#artIgo

a soberania de um país depende da sua independência científica, técnica e tecnológica, tanto na administração pública como no setor produtivo – Confea

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artIgo

O Plano de Metas englobava:• Energia (metas de 1 a 5): Energia

elétrica, energia nuclear, carvão, pro-dução e refino de petróleo;

• Transportes  (metas de 6 a 12): Reativar estradas de ferro, estradas de rodagem, portos, barragens, ma-rinha mercante, aviação;

• alimentação (metas de 13 a 18): Trigo, armazenagem e silos, frigo-ríficos, matadouros, tecnologia no campo, fertilizantes;

• indústrias de base  (metas 19 a 29): Alumínio, metais não-ferrosos, álcalis, papel e celulose, borracha, exportação de ferro, indústria de automóveis, indústria de cons-trução naval, máquinas pesadas, material elétrico;

• Educação (meta 30)

• Brasília (meta 31)

O desenvolvimento de cada um dos setores seria alcançado por meio de grandes investimentos estatais e da orientação do investimento privado para os setores produtivos.

Segundo o IBGE1, a industrialização ocorrida a partir da década de 1960 gerou quase 25 anos de crescimento nos valores exportados pelo país.

Evolução da Engenharia

brasileira a partir de 1950

A partir dos anos 1950, a Engenharia brasileira evoluiu muito, desde o nú-mero de instituições de ensino, ao crescimento das empresas de cons-trução e montagem e das empresas de Engenharia consultiva. O quadro ao lado mostra a evolução delas.

A partir dos anos 1990, a evolução da Engenharia brasileira sofreu as conse-quências das políticas governamentais adotadas, alternando períodos de as-censo e descenso nas diversas áreas, exceção feita à área da Engenharia consultiva, que só fez decair a partir do ano 1990.

Atualmente, a Engenharia no Brasil vive uma imensa e intensa crise gerada pelos reflexos das políticas governamentais adotadas nas últimas décadas, o que, como consequência, incentiva as apli-cações financeiras em detrimento dos setores produtivos. Isso se consubstan-cia na retração da economia brasileira.

Por outro lado, as políticas de licitação do menor preço – que tem jurispru-dência firmada – sem a existência de projetos consistentes, foi agravada pe-

los procedimentos não éticos adotados pelas grandes empreiteiras e pela forma de condução do processo de apuração e julgamento das irregularidades.

Em síntese: o Brasil parou e, como consequência, além do aumento ver-tiginoso do desemprego, da desindus-trialização, de sua transformação em mero exportador de commodities, a não-geração de tecnologia, do desa-parecimento de suas empresas de Engenharia e dos seus quadros técnicos, há o grande risco do desaparecimento da Engenharia brasileira, principal-mente devido ao não-enfrentamento de grandes desafios de grandes obras e projetos pelos jovens engenheiros ao tempo em que a memória viva da Engenharia no Brasil se esvai natural-mente, pelo passar do tempo.

Especialidades década 1950 década 1960 década 1970 década 1980(85)

Projeto Básico INEXISTENTECapacidade

relativa 20%Capacidade

relativa 50%Capacidade relativa 70%

Projeto de detalhamento

Parcialmente existente (10%)

Parcialmente existente (40%)

Suficiente Suficiente

Construção industrial

Parcialmente existente (30%)

Parcialmente existente (70%)

Suficiente Suficiente

Construção CivilNacionalização média de 70%

Suficiente Suficiente Suficiente

indústria de bens de capital

Nacionalização média de 70%

Nacionalização média de 70%

Nacionalização média de 70%

Nacionalização média de 70%

Foto: adalberto marques_ministério da integração

(1) IBgE - Estatísticas do século XX crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 2017 15

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O risco é enormeA realidade brasileira hoje é outra: 84,36% da população concentra-se nas cidades, seja nos grandes conglomerados urbanos, seja na sede dos municípios no interior do país. É o caos do engarrafamento, da poluição, da ocupação indevida do solo, da contaminação dos recursos hídricos, da morte dos corpos d’água, da violência, da exclusão social.

Só nos resta a opção explicitada por Mitterrand na sua campanha de 1981:

• Il fault changer.

• É necessário mudar as políticas de edu-cação, de ciência e tecnologia;

• É necessário mudar a política econômi-ca, privilegiando os setores produtivos;

• É necessário mudar a estrutura do Estado e de seu sistema tributário;

• Mas, antes de tudo, urge mudar a postura em relação ao Brasil: 50 anos em 5 já!

um caminho para a retomadaAtualmente, segundo o jornal O Estado de São Paulo, o Brasil tem 5 mil obras paradas, sendo que entre elas estão 5 grandes obras: Transposição do Rio São Francisco, Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, Usina Hidrelétrica de Jirau, Ferrovia Norte-Sul e Refinaria Abreu e Lima. Ressalte-se, ainda, que além das obras paralisadas há um grande número de projetos de infraestrutura também parados.

Na Bahia, à exceção das obras de mobi-lidade urbana em Salvador, os grandes projetos como Porto Sul ou Ferrovia Oeste ou estão paradas ou tocadas em ritmo lento. Na área de obras rodoviárias, são R$ 2,8 bilhões que deixam de ser investidos na Bahia por conta do corte do orçamento previsto no Ministério dos Transportes. Além disso, há obras paralisadas em quase todos os municípios da Bahia (cerca de 200). Some-se ainda a desativação de unidades dentro do complexo industrial da Bahia e o fechamento de fábricas como a Gerdau e a Tigre, enquanto continuamos

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a exportar minérios e importar perfis de aço e produtos acabados.

O Crea-BA, em parceria com o IPB, tem realizado o programa Agenda de Desenvolvimento Bahia. Foram três fó-runs em 2016: I - Vasco Neto-Transporte e Mobilidade Urbana, II - José Walter Bautista Vidal: Energia, Desenvolvimento e Sustentabilidade; III - Carlos Espinheira de Sá: Indústria, Processos Industriais, Desenvolvimento e Sustentabilidade. Paralelamente, deputados estaduais das áreas tecnológicas, com o apoio do o Crea-BA e de seus parceiros, criaram a Frente Parlamentar em Defesa da Engenharia.

Essas medidas, que são desejáveis, entre-tanto, são insuficientes. Urge propor ações concretas no sentido de o Crea-BA e as entidades ligadas à Engenharia lutarem para que, a partir dos levantamentos já disponíveis das obras paralisadas, atuem na verificação do estado atual das mes-mas, o que, por região, poderá contar com o apoio das inspetorias do Crea e poste-riormente proceder a definição de priori-dades, face o impacto de cada uma delas no desenvolvimento socioeconômico.

Paralelamente, agir junto à Frente Parlamentar para implementação de le-gislação que facilite a geração de tecno-logias, visando cidades sustentáveis e a capacitação da gestão dos municípios; a interiorização da pesquisa e da indus-trialização e a transformação das carrei-ras tecnológicas em carreiras de Estado. Fomentar a correta atuação das institui-ções definidas pela legislação do terceiro setor, além de atuar para a remoção dos óbices quanto à execução de projetos e obras. Simultaneamente, propor facilida-des para a criação de pequenas e médias empresas e projetos de desenvolvimento em um prazo curto nas áreas de:

• Energia: Energias renováveis, gás, cam-pos maduros, liquefação do carvão;

• Transportes: Reativar e ampliar as estradas de ferro e de rodagem – ga-rantindo mobilidade urbana e rural, navegação fluvial e de cabotagem, portos, barragens, marinha mercante e aviação;

• Alimentação: Industrialização local de grãos e produtos agrícolas, armazena-

gem e silos, frigoríficos, matadouros, tecnologia no campo, fertilizantes e alcoolquímica;

• indústrias: Produção de perfis e chapas de alumínio, metais não-ferrosos e seus perfis, papel e celulose, borracha, ex-portação de produtos manufaturados, indústria de bens de capital, indústria de construção naval, material elétrico, indústria eletrônica e de informática, mecânica fina e nano indústria;

• Educação: Fortalecimento do ensino fundamental e da pesquisa tecnoló-gica, principalmente no que tange à utilização dos recursos naturais bra-sileiros, cumprindo a Constituição Federal, a real adoção do marco Legal da Ciência e Tecnologia, estreitando a relação da comunidade acadêmica com a sociedade.

Lembremo-nos que o desenvolvimento de cada um dos setores será alcançado por meio de grandes investimentos estatais e da orientação do investimento privado para os setores produtivos, o que implica em uma reestruturação da dívida pública.

Essa mesma proposição deverá ser apli-cada em cada estado e no Distrito Federal, sendo a coordenação nacional efetuada pelo Confea.

Uma vez postas em prática essas inicia-tivas, há necessidade de uma intensa participação dos profissionais das áreas tecnológicas nos órgãos e instituições pro-fissionais, regulamentadores e de classe.

Urge contribuir decisivamente na constru-ção de um PROJETO PARA O BRASIL. Urge utilizar o conhecimento disponível nos profissionais mais experientes, incluindo os idosos, e incentivar a real participação dos jovens estudantes.

A efetiva participação nos diferentes fó-runs temáticos de discussão e debates, como a Agenda de Desenvolvimento Bahia, aliada à contribuição cidadã aos movimentos de incentivo da inovação, como a participação dos jovens no Prêmio Arlindo Fragoso, são ferramentas efica-zes para objetivamente se alcançar: 50 anos em 5 já e obter o ressurgimento da Engenharia brasileira.

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Tablet para deficientes visuaisPesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, desenvolveram um tablet direcionado para os deficientes visuais. Os dispositivos para leitura em braile atuais proporcionam espaço para apenas uma linha de texto por vez. Esse novo equipamento traduz uma página inteira de uma só vez.

Batizado de holy Braille, o display é formado por uma película maleável que recobre centenas de bolhas infláveis com ar ou com líquido. Com base em um software, um chip controla quais bolas devem inflar ou não e quando elas devem fazer isso, permitindo a criação de textos inteiros em braile na tela do dispositivo móvel. Embora já exista um protótipo funcional, a tecnologia holy Braille ainda deve demorar um pouco para chegar ao mercado.

tEcNoLogIa

Satélite desenvolvido por estudantesAlunos do ensino fundamental de Ubatuba (SP) desenvolveram um satélite e conseguiram participar, no Japão, do lançamento do equipamento. A ideia do UbatubaSat surgiu em 2010, quando o professor cândido osvaldo de Moura teve conhecimento de que uma empresa norte-americana estava desenvolvendo um veículo lançador e vendia os kits de montagem de pequenos satélites. cândido levou, então, o desafio para alunos da quinta série da Escola Municipal Presidente tancredo de almeida Neves.

A ideia deu certo e o UbatubaSat pode ser o primeiro satélite totalmente desenvolvido no Brasil a funcionar em órbita, de onde poderá registrar a distância de sondas espaciais, detectar a formação de bolhas no espaço, fazer contato com radioamadores e transmitir mensagens que foram gravadas por estudantes.

rodovia aproveita a luz solarOs cientistas têm buscado desenvolver, cada vez mais, soluções de aproveitamento da luz do sol. a mais nova tecnologia foi criada na França, que inaugurou a primeira estrada solar do mundo. a rodovia é pavimentada com painéis capazes de fornecer energia para a iluminação pública de Tourouvre, cidade de 5 mil habitantes no noroeste do país, na região da Normandia. O trecho de um quilômetro, coberto com 2,8 metros quadrados de painéis solares revestidos de resina, foi ligado à rede de energia elétrica local. a ideia é que as estradas sejam ocupadas por carros em apenas 20% do tempo, oferecendo vastas extensões de superfície para absorver os raios solares.

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Engenheiro baiano desenvolve aplicativo para construção civilQuando estagiava em uma obra no município de Camaçari, o então estudante de Engenharia civil Lucio Felix Neto tinha que caminhar 1 km diariamente para pegar as assinaturas do cliente e da gerenciadora no rDo (Relatório Diário de Obra) feito em MS-Excel. Ele percebeu que poderia solucionar esse problema criando um software que substituísse o RDO de forma eletrônica e incluísse a assinatura digital entre as partes envolvidas em uma obra. Ele desenvolveu a ideia durante seu Trabalho de Conclusão de curso (tcc) da Unifacs e entrou na incubadora do Senai-Cimatec, logo após se formar. o aplicativo que ele desenvolveu tem compatibilidade com o MS- Project e MS-Excel e gera relatórios de produtividade, com a possibilidade de ser publicado em redes sociais. Por meio do Programa Laboratório Aberto, do Sebrae, recebeu r$ 21 mil para desenvolver o protótipo, que será finalizado em março. Em abril começam os testes de mercado. o software deve ser lançado no segundo semestre deste ano.

tEcNoLogIa

Mictório ecológicoCom o objetivo de tentar diminuir a quantidade de urina nas ruas, a França está testando, desde janeiro, nos arredores da gare de Lyon, uma das estações de trem mais movimentadas de Paris, um equipamento que tem apelo ecológico. É uma espécie de tonel metálico dividido em duas partes. Na superior, há uma abertura para a urina, que escorre e é armazenada na parte de baixo, abastecida com palha ou serragem.

Após cerca de um ano, a mistura vira um adubo, que pode ser utilizado para fertilizar parques ou jardins. A invenção possui um sistema eletrônico que envia um sinal quando o composto precisa ser coletado e renovado. além da produção de adubo, as reações químicas entre substâncias da palha e da urina também reduzem o odor, principal incômodo para moradores e pedestres. A invenção foi nomeada de Uritrottoir — junção das palavras “urine” (urina) e “trottoir” (calçada) — e tem ainda uma jardineira na parte superior, como ornamento para a calçada. o equipamento foi concebido apenas para homens.

Libélulas modificadas pela tecnologiaUma empresa norte-americana (chamada Draper) está usando insetos para criar drones com componentes biológicos. A ideia é usar libélulas como microveículos voadores. Chips são acoplados nas costas dos insetos, com uma ligação direta ao sistema nervoso. remotamente, os controladores disparam impulsos que funcionam como uma espécie de neurônio, que manda mensagens especialmente para as asas do inseto, controlando-o independentemente da sua vontade. Uma das aplicações: espionagem.

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#SaLÁrIo MíNIMo ProFISSIoNaL

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SaLÁrIo MíNIMo ProFISSIoNaL

Para marcar esses 50 anos, a Fisenge lançou uma cartilha sobre o tema, que foi distribuída na Bahia pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado (Senge). Segundo o presidente da entidade baia-na, Ubiratan Félix (mais conhecido como Bira), o objetivo foi chamar a atenção dos engenheiros, dos gestores públicos e privados de que o SMP está na lei e precisa ser respeitado. 

Na Bahia, Ubiratan Félix destaca que as grandes empresas geralmente pagam o piso, sobretudo na construção civil. “Mas existem algumas que descumprem a legislação, principalmente as pequenas empresas de consultoria e projetos.” Ele diz ainda que profissionais de algumas modalidades mais recentes, como en-genharia ambiental e de produção, às vezes não recebem. “Por várias razões. Ou porque são empresas são menor

porte ou porque não são específicas de Engenharia.” Elas contratam o profissio-nal como analista técnico, ambiental etc, para tentar descaracterizar o vín-culo com a atividade de Engenharia.

Nesses casos, o sindicato, quando acio-nado, entra na Justiça para que a em-presa cumpra a lei e tem conseguido êxito. Caso o engenheiro não esteja recebendo o piso, ele pode entrar em contato com o sindicato, pelo site ou por telefone, e fazer a denúncia, que pode ser anônima. Além do site do Senge-BA, o profissional pode procurar o Crea, que encaminha a denúncia para o sindicato.

O sindicato tem feito sua parte no es-clarecimento, mandando cartas para as empresas, além de produzir cartilhas sobre o assunto. Ubiratan Félix infor-ma ainda que o sindicato orienta os departamentos de Recursos Humanos,

EMPrESaS São oBrIgaDaS a Pagar o PISo SaLarIaL Do ENgENhEIroProfissional que não estiver recebendo deve procurar o sindicato

A lei que criou o Salário Mínimo Profissional (SMP) completou 50 anos, mas este continua sendo motivo de apreensão entre os profissionais. De acordo com pesquisa realizada pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), a defesa do SMP e da Engenharia nacional é a maior preocupação da categoria. A pesquisa ouviu 725 profissionais durante a Semana Oficial de Engenharia e

Agronomia (Soea), realizada em Foz do Iguaçu (PR), em setembro do ano passado.

Foto: Adelmo Borges

ubiratan Félix, engenheiro civil, presidente do Senge

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#SaLÁrIo MíNIMo ProFISSIoNaL

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esclarecendo, por exemplo, que vale- alimentação e auxílio transporte não fazem parte do piso, são benefícios.

Quando ocorre demissão e o profissio-nal, durante a homologação, comunica que não recebia o SMP, o sindicato entra na Justiça para que ele tenha direito à complementação.

Uma forma que as empresas encon-traram de burlar a lei foi contratar en-genheiro trainee. O sindicato entende que mesmo o profissional iniciante deve ganhar o piso, que é de 6 salários míni-mos para 6 horas diárias ou 8,5 salários para 8 horas.

Ubiratan Félix explica que, quando a lei entrou em vigor, em 1966, o mercado era muito menor, assim como o número de profissionais. Hoje existem cerca de 800 modalidades de Engenharia e nem todos os profissionais recebem o piso. “Como estamos em uma crise muito grande, o piso está virando o teto.”

Economia para as prefeiturasCom relação aos engenheiros que tra-balham em órgãos públicos, Ubiratan Félix explica que a legislação excluiu  o servidor público estatutário, mas os celetistas do serviço público, das em-presas públicas de direito privado, são contemplados pela legislação vigente.

“Muitas vezes negociamos com os pre-feitos, explicando que, mesmo que a lei não o obrigue a pagar o piso,   não é proibido remunerar dignamente os en-genheiros, e que o retorno na qualidade dos projetos, na captação de recursos e na economia de recursos materiais e humanos compensa amplamente o investimento na contratação do pro-fissional”, afirma Ubiratan Félix.

“Fazemos um trabalho de convenci-mento com os prefeitos, mostrando o quanto a prefeitura economiza tendo engenheiros em seus quadros. Ela pre-cisa de bons profissionais para executar os projetos, trazendo economia para os cofres públicos.” Ubiratan Félix acres-centa que hoje quem ganha bem nas prefeituras são os procuradores (que defendem a administração) e os audito-res fiscais (que fazem a arrecadação). “O engenheiro também é estratégico, pois ele além de captar recursos, economiza verba pública, dimensionando e execu-tando corretamente as obras, além de garantir a satisfação da população com os serviços prestados.”

Ubiratan lembra ainda que é comum uma prefeitura deixar de receber verba para aterro sanitário por não ter projeto e nem conselho municipal. Caso tivesse um engenheiro sanitarista, a situação poderia ser outra.

Nesse sentido,  foi boa a regionalização das faculdades na Bahia, pois abriu mer-cado para os profissionais do interior.

“Às vezes o prefeito até quer pagar o piso, mas o engenheiro da capital não quer ir por causa das facilidades da vida urbana.”

Perda de prestígio da EngenhariaA lei do Salário Mínimo Profissional foi aprovada pelo Congresso em 1966, quando o presidente era o general Humberto de Castelo Branco, que vetou a lei. “Se hoje é difícil derrubar um veto de um presidente, imagine naquela época”, desta-ca o presidente do Senge. Em 1969, o Senado validou a lei, excluindo apenas o setor público. 

“A Engenharia tinha mais prestígio social na-quela época”, afirma Ubiratan Félix, acrescen-tando que de lá para cá outros profissionais se organizaram, como os médicos e os advogados, e hoje são bem remunerados.

Com os engenheiros foi o contrário. Na década de 1970, eram os profissionais melhor organi-zados e remunerados. “Houve uma perda de importância da Engenharia, porque o Brasil deixou de se desenvolver. Grandes empresas de Engenharia surgiram nessa época, como a Odebrecht e a Camargo Correia”, conta.

Nos anos 1980 e 1990, o Brasil ficou meio pa-rado, retomando crescimento nos anos 2000, com obras de infraestrutura. As empresas na-cionais passaram a disputar mercado lá fora e os engenheiros voltaram a ter mercado e prestígio, tanto que passou a ser uma carreira mais disputada no vestibular, só perdendo para Direito e Medicina, já consolidados. 

SaLÁrIo MíNIMo ProFISSIoNaL

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Mas existem algumas que descumprem a legislação,

principalmente as pequenas empresas de consultoria e projetos

ubiratan Félix, presidente do senge

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Segundo Ubiratan Félix, essa ascensão foi interrompida com a crise econômica e com a Operação Lava-jato, que pre-judicou as empresas. “Os engenheiros voltaram a ficar em situação difícil, com um agravante: aumentou o número de escolas de Engenharia nos últimos anos. Em 1992, quando eu me formei, eram três escolas de Engenharia na Bahia: Ufba (com seis cursos em Salvador e um em Cruz das Almas); Universidade Católica e Universidade Estadual de Feira de Santana (com um curso cada).

Ubiratan conta que, hoje, apenas uma faculdade no extremo sul da Bahia pos-sui 11 cursos de Engenharia. “A situa-ção está grave, pois além de ter havido uma diminuição no mercado, houve um aumento considerável de cursos de Engenharia em várias modalidades”.

O presidente do Senge informa que as empresas brasileiras estão falindo e vendendo ativos. “As multinacionais vão empregar profissionais de seus países. Ou seja, poderemos ter um mercado ainda pior.”

Nesse contexto, o dirigente sindicalista acredita que o SMP fica fragilizado, pois o empresário, com tanta oferta de mão de obra, pode querer pagar menos que o

piso, pois sempre vai ter alguém que pode aceitar.

Ubiratan  destaca outro aspecto preocupante. Tem havido muita ho-mologação no sindicato, mas começou a mudar o perfil. “No ano passado eram profissionais que ganhavam o piso ou abaixo dele, este ano começaram a chegar engenheiros que ganham de R$ 30 mil a R$ 40 mil.” São diretores, superintendentes, pessoas-chave das empresas, que provavelmente não vão voltar ao mercado com o mesmo salário.

A saída, na opinião do dirigente, é de-fender a Engenharia e as empresas, que não podem ser criminalizadas. Ele cita o exemplo de quando o nazismo per-deu a Segunda Guerra Mundial. “Várias empresas alemãs usaram mão de obra escrava ou tinham fábricas em campos de concentração. Algumas mudaram o controle acionário, os dirigentes foram punidos, mas elas foram preservadas e existem até hoje, como a Volkswagen.”

O presidente do Senge conclui afirman-do que a empresa não pode ser punida e sim os seus diretores. “As empresas precisam ter recursos para se desenvol-ver. Hoje elas estão vendendo ativos, perdendo mercado para as empresas estrangeiras”, lamenta o dirigente.

Distribuição nacionalO presidente da Fisenge, Clóvis Nascimento, destaca que o SMP ainda não é devidamente conhe-cido pelos engenheiros, sobretudo pelos mais jovens, por isso a ideia de criar a cartilha e distribui-la em todo o Brasil.

Clóvis lembra que, mesmo repre-sentando um avanço, a lei não contemplou os estatutários, por isso a Fisenge luta para estender o benefício a todos os engenheiros do Brasil.

“Queremos que o salário profis-sional seja pago para todos os engenheiros”, diz Clóvis, acres-centando que algumas empre-sas descumprem, mas a Justiça sempre manda pagar.

Foto: Agência Petrobras#SaLÁrIo MíNIMo ProFISSIoNaL

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#PaSSaDo E PrESENtE Da ENgENharIa cIVIL

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DUaS gEraçõES DE ENgENhEIroS:mudanças e perspectivas

A história da Engenharia se confunde com a da própria humanidade. Desde que o homem deixou de ser nômade, ele passou a construir, a desenvolver habitações cada vez mais sólidas e permanentes. A Engenharia Civil foi uma das primeiras atividades humanas, ramificando-se em diversas outras especialidades.

PaSSaDo E PrESENtE Da ENgENharIa cIVIL

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#PaSSaDo E PrESENtE Da ENgENharIa cIVIL

Adailton de Oliveira Gomes e Paulo Marques

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caRREiRa PRoFissionalAdailton de Oliveira Gomes é engenheiro civil formado em 1973 pela Ufba, com mestrado em Engenharia Ambiental Urbana pela mesma universidade. Inicialmente, trabalhou na implantação de sistemas de abastecimento de água em várias cidades do Recôncavo baiano. Continuou na área tecnológica e de edificações, passando a desenvolver dosagens específicas de concreto, além de ensinar na Ufba, tendo sido professor de várias gerações de engenheiros.

Paulo Marques é engenheiro civil, formado em 2008 pela Ufba e com MBA em gestão de projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Tem uma trajetória diversificada, que começou com o gerenciamento de obras, passando por incorporação imobiliária, incluindo bairros inteiros planejados, e depois atuando nacionalmente como execu-tivo de novos negócios. Atualmente vem desenvolvendo um portfólio de empreen-dimentos transformadores no Centro de Salvador, a exemplo do primeiro deles, que acaba de ser inaugurado, o hotel boutique Fera Palace Hotel, na histórica Rua Chile.

Ensino acadêmicoAdailton Oliveira – “O curso de Engenharia Civil na Ufba continua sendo de cinco anos, como na minha época, mas diversas disciplinas mudaram e outras foram adaptadas devido às novas tecnologias. Topografia é um exemplo. Na época em que eu estudava, não existia GPS e o aluno tinha que fazer cálculos complexos envolvendo os terrenos para chegar aos resultados que se obtém hoje em fração de segundos.

O cálculo estrutural era feito em um ábaco, com uma série de tabelas. As máquinas de calcular eram mecânicas, como as de escrever, e tão precisas quanto as digitais de hoje, mas o trabalho era grande. Quando surgiram os primeiros computadores, eles eram muito lentos e grandes. Para obter um cálculo mais complexo, tínhamos que deixá-lo rodando a noite inteira para dar o resultado na manhã seguinte. Hoje se consegue isto em fração de segundos.”

Paulo Marques – “Os dois primeiros anos da faculdade são maçantes e puxados, pois temos muitas matérias teóricas de cálculo. Nos três anos seguintes, aí sim, cursamos as disciplinas profissionalizantes, porém acho que somente a grade curricular da universidade não prepara o engenheiro por completo. É necessário ter prática, seja acompanhando uma obra, seja fazendo projetos técnicos. O que diferencia um engenheiro talentoso de outros são as experiências, as realizações. Mas o profissional jamais deve desprezar a formação acadêmica. É preciso buscar mais conhecimento, ser autodidata, agregando ao que se teve acesso dentro da universidade. Sempre fui contra preferir o estágio em detrimento à faculdade, pois é esta que lhe dá um forte alicerce para seu crescimento.”

A Revista do Crea-BA escolheu justamente a Engenharia Civil para iniciar uma série de reportagens com profissionais baianos da antiga e da nova geração, para que eles falem

sobre o ensino, o trabalho e as perspectivas, cada um a partir de seu ponto de vista. Adailton de Oliveira Gomes, formado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), em

1973, e Paulo Marques, que concluiu o curso na mesma Universidade em 2008, foram os escolhidos para esta reportagem, que será dividida em grandes temas.

PaSSaDo E PrESENtE Da ENgENharIa cIVIL

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dEsEmPEnho na FaculdadEAdailton Oliveira – “Naquela época não estudávamos mais do que os alunos de hoje que têm computador e softwares especializados. Acho que a forma de estudar é que era diferente. Antes, o aluno era mais obediente às exigências dos professores. Por exemplo, quando se passava um problema, ele tinha que se concentrar para executar aquela tarefa dentro do modelo que o professor demandou. Hoje não, o estudante busca ser mais criativo e tem acesso a informações di-versificadas sobre um mesmo tema. Por exemplo, uma criança de dez anos hoje tem muito mais conhecimento tecnológico do que uma de 50 anos atrás. Isso não quer dizer que ela está estudando mais.”

Paulo Marques – “A palavra-chave é criatividade. Os profissionais que mais vão se desenvolver rápido são aqueles com grande criatividade, se valendo da tecnologia. Muitas atividades que exigiam o esforço físico e até mesmo a presença humana estão passando a ser auto-matizadas. Só que uma máquina não é inventiva, ela não processa novas ideias e aí é que profissionais criativos desequilibram o jogo.”

aTuação PRoFissionalPaulo Marques – “Considero que os engenheiros de antigamente eram bem corajosos, pois trabalhavam com muita imprecisão nos projetos. Hoje se utilizam softwares que fazem uma modelagem estrutural complexa, determinando quanto de peso cada viga ou parede estrutural pode suportar. Tudo isso com rapidez e de fácil acesso. Por outro lado, a mente do engenheiro é hoje muito mais sobrecarregada de informações e de opções a escolher. Antes havia uma dedicação de tempo maior, se debruçando sobre um mesmo projeto. Hoje existe uma constante urgência e necessidade de se conseguir fazer o mesmo trabalho em um ritmo mais rápido, melhor e mais barato.”

Adailton Oliveira – “Antes do computador, fazíamos muitas expe-riências para encontrar o material mais adequado. Os procedimentos para execução dos sistemas de revestimentos de fachada, por exem-plo, foram desenvolvidos inicialmente na Escola Politécnica da Ufba, em 1995, pela equipe do Ceta (Centro Tecnológico da Argamassa). Antes disso, não havia tanta preocupação com a qualidade dos materiais utilizados, como a argamassa, e, consequentemente, ocorriam manifestações patológicas frequentes.

Sob a coordenação do professor Ney Cunha, fomos pioneiros, na América Latina, na elaboração de dosagens de concreto com tensão de rutura de 350 kgf/cm2, hoje denominada de resistência característica à compressão de 35 MPa.

Havia vários métodos de dosagens, mas era necessário adaptá-los às características dos materiais de nossa região. A areia, por exemplo, procedente da região de Camaçari, era muito fina, o que demandou o desenvolvimento de métodos adequados para se alcançar a trabalhabilidade e resistência requeridas, já que é em função da resistência que se dimensionam as peças. Logo, quanto maior a resistência, menor a dimensão da peça.”

#PaSSaDo E PrESENtE Da ENgENharIa cIVIL

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 201730

Se um indivíduo for preparado

cientificamente, ele vai estar pronto para aplicar a tecnologia

em qualquer situaçãoAdailton de Oliveira Gomes,

engenheiro civil

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méTodo consTRuTivoPaulo Marques – “Sobre essa questão da resistência, vivi nesse pro-jeto atual do hotel um exemplo concreto. Todas as 56 sapatas foram abertas uma a uma e os 601 pilares reforçados com concreto de traço específico para suprir a deficiência da resistência que se tinha ori-ginalmente, em função do sobrepeso de novos reservatórios e uma piscina de borda infinita que fizemos no terraço. Hoje é requisito mínimo um concreto de 30 Mpa, enquanto que os originais que encontramos apresentaram resultados críticos de 11 ou 13,5 MPa.”

Adailton Oliveira – “O cimento era diferente na época da construção do hotel e as exigências também. Os elementos estruturais das edificações não eram submetidos a cargas tão elevadas quanto hoje. Veja o exemplo do Coliseu, na Itália. As paredes têm três metros de largura. Hoje uma parede tem 15 centímetros de espessura e é tão resistente quanto as antigas.”

Paulo Marques – “Já vi projetos de edificações antigas que eram uma espécie de pergaminho, de papel vegetal, escrito com nanquim, tudo com base em uma nomenclatura defasada e as estruturas de sustentação eram adequadas aos materiais, peso e resistência de quando foram projetadas. Outro exemplo, as instalações em geral nas edificações estão muito mais sobrecarregadas do que antigamente. A cozinha de um brasileiro hoje tem micro-ondas, batedeira, forno elétrico, coifa, lava-louças, sanduicheira, entre diversos outros utensílios que demandam eletricidade, isto re-formula a carga total necessária e, consequentemente, a própria infraestrutura pública de serviços.”

EnGEnhEiRo PoliTécnicoAdailton Oliveira – “Hoje as empresas contam com profissionais terceirizados que executam as várias etapas da obra. Antes não era assim. O engenheiro civil fazia sozinho o cálculo estrutural, o projeto hidráulico e elétrico e até o arquitetônico, mesmo porque ele não costumava executar várias obras simultaneamente. Além disso, o número de profissionais dessa área era muito reduzido. Até 1970 só havia no estado da Bahia a Escola Politécnica da Ufba, que formava engenheiros civis. O aluno saía preparado, por exemplo, para fazer sozinho o projeto de um aeródromo.”

Paulo Marques – “Antigamente o engenheiro era realmente poli-técnico, fazia do projeto estrutural ao gerenciamento da obra. Hoje temos especialidades. Entendo que, com o desenvolvimento do próprio mercado, a área passa a exigir conhecimentos aprofundados em determinadas disciplinas e é preciso ter pessoal capacitado para isso. O engenheiro civil passou a administrar especialidades em um número cada vez maior e isso é bom, porque abre espaço dentro da profissão.

Mas vale destacar que o profissional especializado demais tam-bém fica limitado. Quando o indivíduo tem uma capacitação ou experiência que lhe dá amplitude de atuação, ele pode transitar por atividades distintas e atuar em mercados diferentes.”

PaSSaDo E PrESENtE Da ENgENharIa cIVIL

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lidERança E TécnicaPaulo Marques – “A base de raciocínio analítico e lógico do engenheiro dá flexibilidade para ele se readaptar a ambientes distintos. A mente passa a estar formatada em estruturar quais são os problemas vitais e gerar soluções adequadas. A propósito, o que mais faço hoje é resolver problemas de diferentes naturezas interagindo entre si, que excedem a própria formação de engenheiro. Seja de ordem técnica, seja solucionando conflitos interpessoais em negociações, e geralmente sob pressão das consequências que acarretam. Acredito que a habilidade do engenheiro em lidar com pessoas determina o seu sucesso na carreira.

Eu costumo dizer que antes o engenheiro era mais empreiteiro, hoje é mais empreendedor. Antes se pensava muito na técnica, no método. Hoje o engenheiro precisa usar as especialidades, mas tem que ter um foco de visão sistêmica, de administração.”

Adailton Oliveira – “Na época, se exigia muito do engenheiro civil, que não tinha tantos profissionais para auxiliá-lo, como existe hoje. Atualmente o empreendedorismo é bastante valorizado. Antes, ele abria um escritório de projetos, mas também construía. Hoje nem todos os engenheiros precisam construir ou vivenciar uma obra. Aí existe um outro perigo: ele pode cometer erro ao dar uma informação errada ao software e, por falta de conhecimento prático, não conseguir detectá-lo.”

#PaSSaDo E PrESENtE Da ENgENharIa cIVIL

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 201732

O engenheiro do futuro é um gestor de

tecnologias e de pessoasPaulo Marques, engenheiro civil

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EnGEnhaRia no FuTuRoPaulo Marques – “O engenheiro do futuro é um gestor de tecnologias e de pessoas. Só vai conseguir realizar seus projetos a partir desses dois elementos. O foco vai ser sempre esse: usar a tecnologia para atender as pessoas, pois são elas que efetivamente realizam. O jovem enge-nheiro precisa começar a se habituar com as tecnologias exponenciais, que dobram a eficiência e reduzem seu custo pela metade a cada ano. Quem pensa de forma linear, não dá conta de como essa realidade está acelerando. Quem não consegue viabilizar o uso de novas tecnologias, perde competitividade, fica para trás.

E é preciso se atualizar constantemente. Antigamente, um diploma de Engenharia era colocado na parede, feito um quadro. Hoje não se faz mais isso e é obrigação ter não só uma graduação, mas um MBA e cursos de educação continuada.

Outra dica importante é saber se reposicionar como pro-fissional, tendo capacidade para dar conta das novas opor-tunidades que surgem, porém sempre trazem uma boa dose de risco.”

Adailton Oliveira – “A estrutura sobre a qual o profissional atua é baseada no conhecimento científico. O que a tec-nologia faz é tornar prático esse conhecimento teórico. Se um indivíduo for preparado cientificamente, ele vai estar pronto para aplicar a tecnologia em qualquer situação.

A universidade não pode oferecer todo o conhecimento de que o aluno necessitará para exercer com eficiência sua profissão. Ela tem que fornecer as ferramentas básicas para o indivíduo se desenvolver, dar o salto profissional.

Para ser um bom engenheiro é preciso exercitar ‘os mús-culos cerebrais’, da mesma forma que os atletas olímpicos exercitam o corpo.”

PaSSaDo E PrESENtE Da ENgENharIa cIVIL

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 2017 33

Os primeiros computadores eram muito lentos e grandes.

Para obter um cálculo mais complexo, tínhamos que deixá-lo

rodando a noite inteiraAdailton de Oliveira Gomes, engenheiro civil

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cuRiosidadEs:Primeira calculadoraO professor alemão Wilhelm Schickard foi o inven-

tor da primeira calculadora mecânica, em 1623. Ela

era capaz de somar, subtrair, dividir e multiplicar

números até 6 dígitos, indicando o resultado atra-

vés de um toque de sino. Por isso ficou conhecida

como relógio calculador.

Hotel PalaceInaugurado em 1934, o Hotel Palace foi construído

pelo comendador Bernardo Martins Catharino e era

um dos ícones de Salvador nos anos 1940 e 1950.

Localizado na Rua Chile, principal destino dos ricos

cacauicultores, artistas e intelectuais, o hotel foi

cenário também para o romance Dona Flor e seus

dois Maridos, de Jorge Amado. Era no cassino do

estabelecimento que o personagem principal de

Jorge Amado jogava, quando essa prática ainda

era permitida no Brasil. A rua concentrava as lojas

frequentadas pela elite soteropolitana, além de

escritórios de advocacia e consultórios médicos.

Fechado há dez anos, volta agora renovado como

um hotel boutique, graças a um restauro envolven-

do especialistas e profissionais de diversas áreas,

tendo à frente o engenheiro civil Paulo Marques

como gestor.

Anel de doutorAté o final dos anos 1980, era difícil encontrar um

doutor em Engenharia Civil na Bahia. O primeiro

mestrado surgiu no final dos anos 1990 como

Engenharia Ambiental e Urbana, e o primeiro

doutorado, em 2016. Uma curiosidade é que anti-

gamente usava-se anel de engenheiro, com a pedra

safira (azul), enquanto o de advogado possuía

pedra rubi (vermelha) e o do médico, esmeralda

(verde). Quem se apresentava com um anel desses

nas repartições era reverenciado e chamado de

doutor. Com o tempo, essa tradição foi se perdendo.

#PaSSaDo E PrESENtE Da ENgENharIa cIVIL

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 201734

O profissional do Crea que se tornar sócio contribuinte da Caixa de Assistência em 2017 pagará de anuidade apenas o valor promocional, alusivo ao Jubileu de Rubi, de R$40, mais a taxa fixa de inscrição de R$10. Para se associar o profissional pode acessar o site ou www.mutua-ba.com.br/associe-secontatar a Mútua-BA.

Os sócios contribuintes têm acesso a todos os benefícios reembolsáveis, que são recursos financeiros para aquisição de veículos, imóveis, equipamentos, despesas em geral, entre outros, com e os juros a partir de 0,3% ao mês,benefícios sociais, dentre eles o pecúlio, que tem a função de um seguro de vida e auxílio funeral. Tanto os benefícios reembolsáveis, quanto os sociais, estão a disposição do profissional associado após 1 ano de associatividade.

A partir da inscrição e pagamento da anuidade, o associado já pode usufruir:

Nos 40 anos da Mútua, a 1º anuidade será de apenas R$40 para os novos associados

Como você pôde perceber, a Mútua cumpre o seu papel em aumentar o padrão de qualidade de vida de seus associados e dependentes com propriedade e excelência!

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TecnoPrevplano fechado e exclusivo de previdência

Mútua Clube de Vantagensdescontos em diversas lojas

Normas da ABNTPlanos de SaúdeInstituições de ensino

Para mais informações entre contato conosco www.mutua-ba.com.br / 71 3453-8946 / 34818997

-BA/mutuadeassistencia @comunicaMutua mútua

GE

CO

M/2

01

7

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Foto: Edson Ruiz

ineivea Farias, engenheira de Produção

#ProFISSõES: ENgENhEIro DE ProDUção

Em um futuro próximo, as profissões serão modificadas em relação ao que conhecemos hoje. Esta é a opinião do professor e engenheiro mecânico Geraldo Nunes de Queiroz. Para ele, os softwares fazem hoje praticamente tudo o que se precisa de Engenharia em termos de cálculo e o que sobra para o engenheiro? O próprio acadêmico responde: Alguém que interprete os

dados, que tenha amplitude de conhecimento, que engenhe, que não fique restrito à sua área, que, de fato, trabalhe como um engenheiro, não apenas como o encarregado de uma turma de técnicos. Esse é o perfil do engenheiro de produção.

UM ProFISSIoNaL QUE PLaNEJa E otIMIza ProcESSoSEngenheiro de produção tem sido cada vez mais demandado pela indústria

Geraldo conta que fez um doutorado e tem um livro publicado na Alemanha (de 1988 a 1993), no qual a abordagem ao progresso técnico, de uma forma ampla, não apenas sob a perspectiva de um engenheiro mecânico, lhe valeu um doutorado em Engenharia de Produção. “Estamos às portas da era da indústria 4.0 e as mudanças ocorrerão muito rapidamente”, destaca o professor da Ufba, acrescentando que as empresas esperam do engenheiro hoje mais do que apenas saber lidar com software, mas planejar, se antecipar aos proble-mas e otimizar recursos e processos.

Para o professor, essa divisão que exis-te hoje entre as engenharias (como Mecânica, Elétrica, Civil, etc.) não terá mais sentido no futuro. “É coisa do século passado.”

Geraldo acrescenta que na Alemanha se aprende desde cedo a diferença entre o técnico e o engenheiro. Enquanto o primeiro aprende a lidar com todos os problemas possíveis e conhece todas as soluções existentes para a espe-cialidade para a qual foi graduado, o engenheiro precisa estar preparado para “eliminar” os problemas atuais, prospectar “novos problemas” e elaborar novas soluções.

“No Brasil, nossos cursos universitários preparam o estudante de Engenharia muito mais para a coordenação de atividades técnicas operacionais, do

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 201736

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Foto: Edson Ruiz

ProFISSõES: ENgENhEIro DE ProDUção

que para o trabalho criativo, que gera inovações e deveria ser a verdadeira es-sência da atividade de engenhar, critica Geraldo, acrescentando que a função do engenheiro não é apenas “operar” a tecnologia existente.

Visão ampla do processo produtivoO professor destaca que o engenheiro de produção é preparado para ter uma visão mais ampla de todo o processo produtivo, não se limitando apenas à sua execução, mas atento às condições operacionais e sempre avaliando o nível de atendimento às necessidades que ele se propõe satisfazer.

Geraldo acrescenta que o termo “enge-nheiro de produção” adotado no Brasil não é muito feliz, melhor seria se fos-se como o original, que é “engenheiro industrial”, usado amplamente nos Estados Unidos e na Europa.

No Brasil, o curso de Engenharia de Produção começou como de curta duração, de dois anos, ministrado em escolas técnicas. O professor des-taca que, durante muito tempo, as empresas não contratavam engenhei-ros de produção por desconhecerem o que eles faziam. “Hoje é diferente. As empresas buscam engenheiros preparados para coordenar equipes de especialistas, para buscar novas soluções e não apenas para operar o que já existe.”

O professor ressalta ainda que algumas pessoas confundem com o curso de administração de empresas. “Alguns acham, erroneamente, que é um curso de administração para engenheiros.” Geraldo esclarece que os cursos de ad-ministração não dão ênfase aos proces-sos industriais, além de não terem como pilar as disciplinas ligadas à matemática e à lógica da Engenharia. “O mercado aos poucos vai percebendo que é melhor contratar engenheiros capacitados para gestão”, ressalta.

Na Ufba, o curso tem a mesma car-ga horária das outras engenharias e o aluno ainda tem a opção de fazer à noite. Dentro da grade curricular, o es-tudante pode se especializar em várias áreas, como Logística, Engenharia de

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Foto: Edson Ruiz

#ProFISSõES: ENgENhEIro DE ProDUção

Operação, Qualidade, Engenharia volta-da para a sustentabilidade, entre outras.

O estudante sai com um conhecimen-to amplo dessas áreas e, em geral, ele se especializa em uma ou duas delas, direcionando o seu trabalho de conclusão de curso.

“Vivemos em uma sociedade com alto grau de desperdício, causado por falta de

planejamento e organização das empre-sas, por falta de noções que levem a uma aplicação mais racional e consciente dos recursos disponíveis”, enfatiza Geraldo Queiroz, que acredita que se cada pre-feitura da Bahia tivesse um engenheiro de produção para trabalhar em suas diversas áreas (como saúde, educação e gestão), o desperdício seria bem menor.

“O engenheiro de produção junta os conhecimentos de equipamentos (hardware), com processos (software) e pessoas (humanware)”.

O professor dá um exemplo concreto da atribuição do engenheiro de produção na construção de um prédio. Ele não vai se preocupar apenas com o tipo de cimento ou materiais que serão usados na obra, nem apenas com os cálculos estruturais. Seu trabalho será também o de avaliar a logística de localização desse prédio, de que forma ele afetará o trânsito e o meio ambiente, por exem-plo. “Ele tem uma visão mais integrada de tudo o que envolve o empreendi-mento.”

No caso de ser o responsável pela ma-nutenção de máquinas em uma indús-tria, o seu trabalho é aumentar a vida útil dos equipamentos, se antecipar aos problemas que podem ocorrer e buscar inovações que otimizem o seu funcionamento.

Sobre o perfil ideal do estudante dessa área, o professor destaca que ele precisa pensar como engenheiro, deve gostar de resolver problemas. E também tem que gostar de gente. “Fundamentalmente ele tem que ouvir todos os agentes que participam do processo, vai lidar prin-cipalmente com pessoas.”

Para finalizar, o professor destaca que toda empresa que use equipamentos, que tenha processos complexos e que demandem mão de obra direta vai pre-cisar de um engenheiro de produção. “É o profissional que atua no presente, mas de olho no futuro.”

Vivemos em uma sociedade com alto grau de desperdício, causado por falta de planejamento e

organização das empresas, por falta de noções que levem a uma aplicação mais racional e consciente

dos recursos disponíveisGeraldo queiroz, professor e

engenheiro mecânico

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Foto: Edson Ruiz

Precisamos garantir a eficiência dos processos produtivos, além de

manter baixos os custos de produçãoineivea Farias, engenheira de produção

ProFISSõES: ENgENhEIro DE ProDUção

EmPREsa JúnioR PREPaRa alunosa estudante da Ufba Bruna de Oliveira Castro, 18 anos, diz que está ado-rando o curso, mesmo tendo começado há menos de um ano. Ele conta que pensou em fazer engenharia Química, mas depois desistiu da ideia.

além de estudar, ela participa da empresa júnior do curso de engenharia da Produção, a Otimiza Consultoria Jr. “Estou gostando do curso porque ele não lida só com ciências exatas, atua também na área de Humanas, que eu me identifico mais.”

Mateus Costa, 19 anos, também trabalha na empresa júnior, no cargo de coordenador de qualidade. Ele conta que atualmente eles estão com dois projetos, um deles em uma indústria baiana e visa otimizar o processo produtivo, reduzindo gastos e aumentando a receita. “Estou gostando não só do curso, mas dessa atividade da empresa júnior”, diz.

Desenvolvimento organizacional

A Engenheira de Produção Ineivea Farias, que já foi diretora geral da Mútua-BA, destaca a impor-

tância desse profissional para a saúde financeira das empresas. “Precisamos garantir a eficiência dos  processos produtivos, além de manter baixos os custos de produção. Em tempos de crise, como o Brasil atravessa nos últimos tempos, este profissional é de fundamental importância para as empresas”, ressalta.

Ineivea, que atua também na área de Segurança do Trabalho, com ênfase em Auditoria, ressalta ainda que, em geral, os engenheiros de produção são ab-sorvidos pelo setor industrial, atuando nas áreas de qualidade, processos de fabricação, planejamento e controle de produção, além de ter grande pos-sibilidade de atuar como estrategistas nas áreas de pesquisa e finanças. Além disso, o profissional tem sido contrata-do também por empresas prestadoras de serviço, lojas de varejo, turismo,

finanças, telecomunicações, saúde, entre outras.

“Os nossos conhecimentos de Adminis-tração, Economia e Engenharia, alia-dos às técnicas de produção, têm o objetivo de controlar as atividades

financeiras, logísticas e comerciais das empresas, por isso somos profissionais completos e únicos.”

Para finalizar, Ineivea lembra que o pro-fessor José Abrantes, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, uma das pri-meiras a oferecer o curso de Engenharia de Produção no Brasil, ainda na década de 1970, define a profissão de uma for-ma simples e direta: “Além de entender de sistemas e máquinas, o engenheiro de produção procura entender o ser humano e suas relações de trabalho”.

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 2017 39

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#INStItUto PoLItÉcNIco Da BahIa – Engenharia aplicada

Rua Prof. Severo Pessoa, 31, Bairro Federação – Salvador– Bahia – CEP 40210-700 – Telefax (71) 3331-8481www.ipolitecnicobahia.org.br | e-mail: [email protected] | https://youtu.be/4-YNzte5HnE

Maratona deAtualizaçãoProfissionalCrea-BA e Portobello

Realização: Apoio:

19h

Auditório do Crea-BARua Prof. Aloísio de CarvalhoFilho, 402. Eng. Velho de Brotas

04/ABRPreocupação com as Normas de Desempenho

02/MAIDiferença do processo produtivo de cerâmica Via

Seca e Via Úmida

06/JUNNovas ferramentas de assentamento e aumento

de produtividade e qualificação da obra

04/JULPatologia de assentamento, auditorias em obras e

qualidade da mão de obra

01/AGOCuidados com juntas de assentamento, tamanho

de fabricação, planaridade e lotes

05/SETDiferenças entre porcelanato técnico, porcelana-

to esmaltado e pedras naturais

03/OUTComo especificar cerâmica, argamassa e rejunte

Ideal para piscina segundo a norma de desempenho

07/NOVProjeto e especificação de fachadas aderidas

acima de 20 metros e patologias

05/DEZCuidados no assentamento de formatos grandes

90 x 90 , 60 x 1,20 e 60 x 1,80

Nada de deixar as coisas como estão para ver como é que ficam. Atualização e aper-feiçoamento profissional devem fazer parte do seu plano de carreira. O Crea e a Portobello S.A convidam para uma maratona de atualização profissional.Conheça a nossa programação. Agende-se!

Inscrições:www.creaba.org.brInformações:71 3453.8912

Expertise e áreas do saber – Lenaldo Almeida

Produtos diferenciados do iPBO IPB aprovou, em 7 de fevereiro, um bloco denominado “Produtos diferenciados”, que contempla: Cursos com temas de Engenharia de Negócios/aplicada • Eficientização energética em sistemas industriais e eletro-intensivos • Sistemas de energia limpa para baixa renda: Coelba • Eficientização energética em grandes condomínios residenciais, indústria hoteleira/comércio • Combate às perdas técnicas e comerciais nas distribuidoras de energia • Sistemas de gestão racional das águas/resíduos, PMSB e combate às perdas técnicas e comerciais de água • Campos maduros e poços de petróleo em áreas privadas • Sistema produtivo agroindustrial de polo verde em Salvador • Projetos de intervenção social para ONG e Oscip • Consultoria na obtenção do IPTU verde junto à PMS.

Linhas de incentivos – Anailde Pereira

Acordos internacionais

O IPB assinou, em 3/02/2017, cooperação técnica e científica

com a Universidade Turku, da Finlândia, e com a FinBraTech /Tuas,

visando projetos desenvolvimentistas sociotecnológico e econômico que

contemplem, no ambiente acadêmico, o intercâmbio profissional e empresarial, além de inovação tecnológica, com ênfase em Engenharia Médica e ciência da vida; água na agricultura e preservação do meio ambiente.

Outras áreas envolvidas no convênio: elementos geográficos e georeferenciados; energias renováveis; tecnologia de construção e gestão de resíduos para produção de energia. O acordo é bilateral e terá duração de dois anos.

Tecnologia – Getúlio MarquesGeração distribuída de energiaNovo paradigma na indústria da eletricidade faz o consumidor produzir sua própria energia e ser operacionalmente ativo nas relações com a operação dos sistemas das empresas concessionárias. O exponencial crescimento da energia solar fotovoltaica e o advento das redes inteligentes (smart grids) estão provocando disrupção na velha lógica do consumidor passivo. Antevendo esta profunda mudança, o IPB tem buscado despertar a atenção do meio industrial e acadêmico a

respeito, realizando encontros e eventos, a exemplo dos

realizados na “Câmara Especializada de

Engenharia Elétrica” do Crea-BA e no ramo estudantil do “Power & Society” da Seção Bahia do “The Institute of

Electrical and Electronics Engineers-IEEE”.

Engenharia e Mercado – Paulo Scopetta

Sistemas de energia limpa e

tarifa socialO projeto do IPB prevê a utilização de energia solar e eólica nos bolsões de população de baixa renda, assistidas pelas políticas públicas de redistribuição de renda, combinado com a tarifa social de energia elétrica, com desconto ou isenção de pagamento nas tarifas elétricas.

É aplicável em regiões de alta densidade populacional e atende aos dispositivos legais com utilização de tecnologia de produção de energia elétrica autossustentável com todas suas consequências ambientais e modificará a matriz energética, incrementará o atendimento social da população de baixa renda em 15% e redução de custos em 30% em dez anos dos gastos governamentais com esse subsídio.

Por meio de convênios estabelecidos entre o governo, a concessionária de distribuição de energia elétrica e o IPB, permitirá uma ampliação dos usuários assistidos com uma maior inclusão social. Todos os impactos tecnológico, econômico, ambiental e social são positivos, com um retorno em cinco anos.

O projeto atende ao mesmo tempo várias metas importantes nas políticas públicas, cabendo ressaltar que os recursos são disponíveis pelas leis e decretos nacionais e pelas regulamentações estaduais existentes.

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 201740

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Maratona deAtualizaçãoProfissionalCrea-BA e Portobello

Realização: Apoio:

19h

Auditório do Crea-BARua Prof. Aloísio de CarvalhoFilho, 402. Eng. Velho de Brotas

04/ABRPreocupação com as Normas de Desempenho

02/MAIDiferença do processo produtivo de cerâmica Via

Seca e Via Úmida

06/JUNNovas ferramentas de assentamento e aumento

de produtividade e qualificação da obra

04/JULPatologia de assentamento, auditorias em obras e

qualidade da mão de obra

01/AGOCuidados com juntas de assentamento, tamanho

de fabricação, planaridade e lotes

05/SETDiferenças entre porcelanato técnico, porcelana-

to esmaltado e pedras naturais

03/OUTComo especificar cerâmica, argamassa e rejunte

Ideal para piscina segundo a norma de desempenho

07/NOVProjeto e especificação de fachadas aderidas

acima de 20 metros e patologias

05/DEZCuidados no assentamento de formatos grandes

90 x 90 , 60 x 1,20 e 60 x 1,80

Nada de deixar as coisas como estão para ver como é que ficam. Atualização e aper-feiçoamento profissional devem fazer parte do seu plano de carreira. O Crea e a Portobello S.A convidam para uma maratona de atualização profissional.Conheça a nossa programação. Agende-se!

Inscrições:www.creaba.org.brInformações:71 3453.8912

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Thales de azevedo FilhoEngenheiro eletricista

responsável por prédios importantes

em Salvador, como o edifício Sede do Sinduscon

#ENtrEVISta

Tenho esperança no sistema

fotovoltaico, que ainda tem um custo elevado, mas é uma tecnologia que veio

para ficar.

Foto: Adelmo Borges

“O NOvO DESAFIO é A IDEaLIzação DE UM LAbORATóRIO vIvO”o engenheiro eletricista Thales de azevedo Filho é uma prova de que a curiosidade e a busca por inovação não têm idadecrea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 201742

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PINg-PoNg

desde pequeno, porque meu pai fazia compostagem da matéria orgânica da poda das árvores no quintal lá de nossa casa. Ele transformava esse material em adubo orgânico para as plantas e depois ainda funcionava como defen-sivo agrícola.

Por falar em sustentabilidade, como surgiu a ideia de construir o prédio do Sinduscon?

Quando o Sinduscon quis fazer um prédio novo para abrigar a sede do Sindicato, eu era conselheiro e me ofereci como voluntário para fazer os projetos de engenharia de instalações, desde que tivesse bastante inovação tecnológica. O então presidente, Carlos Alberto Vieira Lima, de pronto confir-mou que esta era a sua ideia. Isso foi há seis anos e usamos tudo que tinha disponível nessa área de sustentabili-dade e inovação tecnológica.

Por exemplo, fizemos um telhado ver-de, reaproveitamos a água pluvial para reuso e criamos um sistema de aprovei-tamento da luz natural. Conseguimos várias doações, inclusive internacionais. Uma empresa inglesa, por exemplo, nos forneceu os bebedouros que têm capacidade de recuperar os sais mi-nerais da água, depois de tratada pela concessionária.

Recebemos da Bosch um aquecedor que recupera o calor, pré-aquecendo a água e com isso economizando energia.

Recebemos da Phillips um sistema que direciona a iluminação para os pontos necessários, conhecido como sistema Dali, racionalizando o uso da eletricidade. Adotamos também um sistema de ar condicionado com moto-rização a gás, que é muito mais barato

quando começou sua paixão pela Engenharia?

Eu nasci e cresci em um ambiente fa-miliar onde se respirava arte, ciência e tecnologia. Meu pai era médico, mas abandonou a profissão para se tornar antropólogo e sociólogo e minha mãe era professora de piano. Meu pai gos-tava de construir coisas e minha mãe de música clássica. Por conta disso, eu e meus oito irmãos (quatro homens e quatro mulheres) desenvolvemos o gosto pelas artes e pelas atividades manuais, seja na carpintaria, mecânica, artesanato, costura ou culinária.

Comecei a minha vida acadêmica no curso de Física, da Faculdade de Filosofia da Ufba, mas logo descobri que a teoria não era o meu caminho. Fui buscar a aplicação da Física na Engenharia de uma maneira tecnológica e fiz novo vestibular, dessa vez para Engenharia Elétrica na Escola Politécnica da Ufba, em 1966.

Como começou a sua careira?

Comecei como estagiário na empresa Soma Engenharia, uma das maiores da Bahia. Quando concluí o curso, passei a trabalhar na mesma empresa, com uma equipe grande de engenheiros e técni-cos. Tínhamos obras em todo o Brasil, do Maranhão a Itaipu (no Paraná). Convivi com diferentes tecnologias e isso au-mentou a minha experiência nessa área.

Depois abri minha própria empresa, a Prodenge, em 1973, para trabalhar com projetos, minha vocação. Hoje já temos mais de 1.500 trabalhos realizados em todo o Brasil.

Desde aquela época, sempre tive preo-cupação com a sustentabilidade, com a preservação do planeta. Aprendi isso

que o convencional, GHP (Gas Heat Pump) e Roda Entálpica.

O prédio foi certificado pela Fundação Vanzolini da USP, pelo processo Aqua. Na ocasião, o pro-fessor Manoel Martins, coordenador do sistema de certificação Aqua-HQE (para empreendimen-tos sustentáveis) considerou que o edifício era um dos mais verdes do Brasil.

Seis anos depois muita coisa já mudou.

Sei disso, por isso já pensei em um projeto de retrofit para algumas áreas. Por exemplo, o prédio tem fibra ótica somente até a entrada, mas já podia ter em cada sala, nas mesas de trabalho. Da mesma forma, pode haver um in-vestimento na Internet das Coisas, para poder-mos acompanhar remotamente o desempenho dos equipamentos.

quais são os novos projetos?

O nosso escritório, mesmo não sendo filantró-pico, sempre ajudou a comunidade no quesito engenharia de instalações e isto só me tem dado satisfação e muitos reconhecimentos, o que faz bem à alma. Por causa de um destes trabalhos recebi o titulo de Colaborador Emérito do Exército Brasileiro, o que muito me honra.

Mesmo com mais de 70 anos, ele continua ativo, inquieto e inovando os projetos. Responsável por prédios importantes em Salvador, como o edifício Sede do Sinduscon (um dos mais corretos ambientalmente no Brasil), Thales de Azevedo Filho tem agora um novo desafio que é conceber e projetar um laboratório para alunos de Engenharia e Arquitetura na área de elétrica e hidráulica, que não será um ambiente totalmente

digitalizado e sim interativo, pois, como se diz, “quem faz com as mãos faz melhor”. Acompanhe a seguir a entrevista concedida pelo engenheiro à revista do Crea-BA.

Foto: Robson Nascimento

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 2017 43

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Sempre tive preocupação com a sustentabilidade, com

a preservação do planeta

Fizemos também o Colégio dos Órfãos de São Joaquim, que estava em uma situação muito precária, recuperamos a Igreja de Santana, (em Nazaré), o Lar Harmonia (Bairro da Paz), o Convento do Desterro e vários outros.

O novo desafio agora é a idealização de um laboratório vivo, semelhante ao que fizemos no Sinduscon-BA. Um fórum permanente para discutir as novas tecnologias do ambiente construído, identificando as mais recentes descobertas e como elas transformarão as edificações do futuro. Queremos fazer, de fato, um laboratório vivo.

Já temos compromisso pré-agendado com a Phillips, que vai doar a iluminação e um la-boratório luminotécnico. Também a Tigre e a Amanco se propõem a doar toda a tubulação e fazer um laboratório de hidráulica.

Estamos tentando trazer de Santa Catarina o LaBIM, um laboratório de BIM, tecnologia que todo estudante de Engenharia deve dominar desde cedo. Pensei em colocar um elevador de cremalheira, que vibra e faz barulho, para que o estudante se acostume com a realidade que ele vai conviver em seu dia a dia.

Todo este trabalho voluntário se mistura com a nossa atividade profissional, sem atrapalhar em nada o nosso escritório.

quando viaja para o exterior, como é sua relação com as novas tecnologias?

Em vez de olhar, todo o tempo, os pontos tu-rísticos, prefiro me deter nas inovações, visitar

feiras de ciência, tecnologia e museus. Por exemplo, eu fui o primeiro a tra-zer, da Alemanha, o ralo linear, depois aperfeiçoado por uma empresa de Santa Catarina.

Minha mulher diz que de 500 fotos que eu faço, cinco são da família e 495 de equipamentos, como vaso sanitário, tubulações e redes elétricas. Faz parte de minha inquietação.

Em sua casa, adota essas soluções de sustentabilidade?

Sim, com certeza. Tenho uma oficina no escritório e outra em casa, que eu trabalho aos domingos. Ocupei um quarto, que uso como laboratório. Trabalho com madeira, mecânica, eletricidade e hidráulica. Faço várias experiências. Por exemplo, há 36 anos fiz talvez o primeiro sistema de aquecimento solar de água da Bahia, que funciona até hoje, em nossa casa.

O insolejamento garante água quente o ano inteiro. Não uso chuveiro elétri-co e nem aquecedor. Quando chove, a água é um pouco mais fria, mas dá para se acostumar.

Em Belo Horizonte, por exemplo, que não tem a quantidade do insoleja-mento de Salvador, ninguém com-pra um apartamento que não tenha aquecimento solar.

Tenho esperança no sistema fotovol-taico, que ainda tem um custo eleva-do, mas é uma tecnologia que veio para ficar.

Como é a sua relação com os jovens?

Muito boa. Apesar de já ter passa-do dos 70, tenho uma cabeça de 20. Gosto muito de conversar com eles. No meu escritório tem muitos jovens, mas também funcionários antigos. Eu digo sempre: só acerta quem erra. Thomas Edison estudou centenas de ligas de metais para fazer o filamento da lâmpada, até chegar ao tungstênio. Isso foi perseverança.

Temos um programa no escritório para estimular o conhecimento. Mandamos nosso colaborador para feiras de tecno-logia em São Paulo e outros estados e compramos ingressos para eles assisti-rem a uma ópera ou concerto e também a um show de MPB. Se ele não for, tem que pagar o triplo de cada ingresso. Ele tem que ir também à Estação Ciência da USP ou ao Catavento Cultural, e ainda peço para um taxista que nos atende em São Paulo para levá-lo para ver a iluminação de São Paulo à noite. A ideia é que ele abra a cabeça, tanto na ques-tão cultural quanto do ponto de vista da Engenharia. Isso não só aumenta o conhecimento dele, mas também sua autoestima.

Para finalizar, o que o sr. diria para um jovem engenheiro?

Que ele tem que pensar que a escola ensina e ele tem que saber utilizar todo este conhecimento em um estágio e posteriormente praticando, aí sim, ele vai aprender. É fundamental também ter prazer em ser autodidata, pesqui-sar e estudar. Um jovem que não tem curiosidade pelo aprendizado, não lê artigos técnicos, pelo menos uma vez por semana, dentro de poucos anos ele estará totalmente defasado e fora do mercado. O mundo muda hoje em uma velocidade assombrosa e essa atualização tem que ser constante. Ele precisa pesquisar sempre, usar de for-ma inteligente a internet e ter espírito inovador, desbravador.

Foto: Robson Nascimento

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 201744

#ENtrEVISta

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#UMa INSPEtorIa PErto DE Você

caPItaL Da ENErgIa E DaS ÁgUaSPaulo Afonso tem várias atividades econômicas ligadas à Chesf

Paulo Afonso é um município relativamente novo. Emancipado de Glória em 1958, possui cerca de 110 mil habitantes e tem como principal diferencial o complexo de usinas da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), contendo quatro grandes geradoras de energia: PA I, II, III e IV, que faz a cidade ser conhecida como a “Capital da

Energia”. O turismo, a piscicultura, a agricultura irrigada e o comércio são as principais atividades que movimentam a economia local.

Foto: Arquivo Chesf

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técnico em edificações Antônio Silvino Caetano Santos e o engenheiro civil Flávio Marcelo Azevedo.

O engenheiro eletricista Kécio Delgado Ferreira, que trabalha na Chesf, desta-ca que sempre que precisou usar os serviços do Crea em Paulo Afonso foi bem atendido. Ele conta que foi trans-ferido de Sobradinho para Paulo Afonso e que foi na inspetoria regularizar sua situação.

O engenheiro agrícola Humberto de Sá diz que, quando trabalhava na Codevasf, em Paulo Afonso, acompanhando pro-jetos, sempre via os fiscais do Crea atuando na verificação dos registros dos profissionais envolvidos.

Humberto conta que vários municí-pios da região desenvolvem atividades econômicas vinculadas à Chesf, como Glória e Rodelas, que têm plantações de frutas irrigadas e piscicultura.

UMa INSPEtorIa PErto DE Você

Nesse contexto, o Crea tem uma atua-ção importante, fiscalizando o exercício profissional e realizando atendimentos a técnicos e engenheiros. A inspetoria, que existe há 23 anos, teve em 2015 sua sede reformada e inaugurada pelo presidente do conselho, o engenheiro mecânico Marco Amigo. Além de Paulo Afonso, a inspetoria atende aos mu-nicípios de Abaré, Chorrochó, Glória, Jeremoabo, Macureré, Pedro Alexandre, Rodelas e Santa Brígida.

De acordo com o inspetor-chefe, o en-genheiro agrônomo e de Segurança do Trabalho Arquimedes Ferreira Faria, a demanda pelos serviços do Crea é grande na região. Ele destaca as fiscali-zações do exercício profissional em ati-vidades econômicas como piscicultura e agricultura irrigada, além de obras de Engenharia Civil.

Ele conta que recentemente uma rede varejista abriu um grande supermer-cado na cidade, criando empregos e movimentando uma rede de pequenos negócios. Da mesma forma, a Chesf utiliza muitos serviços terceirizados, como manutenção elétrica, segurança e limpeza, o que gera ocupação para os moradores.

Maior produtor de tilápiaArquimedes lembra que o município é hoje o maior produtor de tilápia do Brasil e que a atividade é intensa o ano inteiro, assim como a fruticultura irrigada, com destaque para a produção de melancia e coco, além do milho.

A cidade possui curso de Engenharia Elétrica oferecido pelo Ifba (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia) e algumas fa-culdades particulares, que disponibi-lizam cursos presenciais e outras com aulas a distância.

O turismo também é um fator de de-senvolvimento para o município, que realiza todos os anos a Copa Vela, que é um Carnaval fora de época realizado em setembro e atrai visitantes da região e de outras localidades.

Além do inspetor chefe, o Crea em Paulo Afonso tem uma assistente administrativa, Veridiana Souza; o fiscal Aldijan Dias e mais quatro inspetores: o técnico em Eletrotécnica Edmilson da Cruz Ferreira; o engenheiro civil Sérgio Paulo Brandão Pinheiro; o

o turismo, a piscicultura, a agricultura irrigada e o comércio são as principais

atividades que movimentam a economia local

Foto: Lelia Dourado Foto: Arquivo Chesf

Foto: Fernanda Birolo

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 2017 47

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PRincíPios da mEcânica dos solos E

FundaçõEs PaRa a consTRução civil -

2ª Edição

Voltado para estudantes, tecnólogos e

engenheiros civis, esse livro traz, de

forma resumida, os principais assuntos

de mecânica dos solos e fundações para

obras de construção civil. Escrito pelo

engenheiro Manoel Henrique Campos Botelho, o mesmo

da coleção “Concreto Armado, Eu Te Amo”,

o livro apresenta tipos de fundações, aterros e obras, além de casos

ocorridos no Brasil envolvendo o tema. Um dos capítulos,

por exemplo, trata do fenômeno das areias

movediças e relaciona alguns locais no país onde elas ocorrem.

Autor: Manoel Henrique Campos Botelho

Editora: Blucher

Páginas: 293

Ano: 2016

auTomação ÓlEo-hidRáulica

- PRincíPios dE FuncionamEnTo

Livro voltado para quem deseja

entender como funciona o sistema de automação óleo-

hidráulica. Ela é uma das tecnologias

existentes, ao lado da pneumática,

elétrica, eletrônica e outras. Serve para

sistemas simples de elevação, como

máquinas agrícolas ou para estruturas

mais complexas, como prensas hidráulicas e as máquinas de

injeção de plásticos. Atualmente, o sistema

óleo-hidráulico encontra-se nos mais

diversos setores da indústria, desde a metalomecânica

pesada e siderurgia até a indústria naval e

parques eólicos.

Autores: Adriano Almeida Santos / António Ferreira

da Silva

Editora: Engebook

Páginas: 200

Ano: 2016

inTRodução à EnGEnhaRia

Com a proposta de aprofundar

textos usados em sala de aula, que

incluem exercícios e demonstrações,

a coleção “Didática” da Editora da UFSC, procura estabelecer uma linha objetiva

de contato entre alunos e o professor. O livro “Introdução

à engenharia – conceitos,

ferramentas e comportamentos”

busca facilitar o entendimento

sobre a carreira de Engenharia e mostrar

as possibilidades e os encantos da profissão. Aborda

a estrutura, alguns limites, a trajetória, os compromissos

técnicos e sociais e algumas ferramentas

de trabalho da Engenharia.

Autores: Luiz Teixeira do Vale Pereira e Walter

Antonio Bazzo

Editora: UFSC

Páginas: 296

Ano: 2013

GEoloGia da EnGEnhaRia

Existem diversos tipos de construção,

algumas delas envolvem aspectos complexos ligados à geologia. É para

esclarecer esse assunto que o autor

Nivaldo Chiossi apresenta os

principais conceitos geológicos, como

formação de rochas e solos, cartografia

geotécnica, investigação de

subsolo e condições ambientais, além de

aprofundar temas como Geologia de

Engenharia aplicada em projetos de

barragens, túneis metroviários, canais,

dutos, mineração, entre outros. O

livro aborda obras envolvendo estradas,

ferrovias, canais e linhas de transmissão.

Autor: Nivaldo Chiossi

Editora: Oficina de Textos

Páginas: 424

Ano: 2013

PRincíPios da TERmodinâmica

PaRa EnGEnhaRia

O objetivo da publicação é

esclarecer para os estudantes de nível superior e os

profissionais atuantes diversos aspectos

relacionados ao tema. Mundialmente

reconhecida como referência, esta sétima

edição da obra traz, como diferencial, uma diagramação clara e

dinâmica que propicia a apresentação

de informações e dados em diferentes

formatos, interligando conceitos, bibliografia

paralela, aplicações práticas da teoria e diversos outros

recursos disponíveis.

Autores: Vários

Editora: LTC

Páginas: 263

Ano: 2013

química GERal aPlicada à

EnGEnhaRia

Nem todos são familiarizados com a química, modalidade indispensável para

a vida moderna. Nesse livro “Química

Geral Aplicada à Engenharia”, os autores buscam

fornecer uma introdução concisa ao tema, ampliando o papel da química para muitas áreas

da Engenharia e da tecnologia moderna. Além disso, mostra

a relação entre a disciplina e as outras matérias estudadas pelos

alunos de engenharia, especialmente

matemática e física.

Autores: HOLME, THOMAS A.Autor:

BROWN, LAWRENCE S.

Editora: Cengage

Páginas: 655

Ano: 2009

#coMPartILhaNDo coNhEcIMENto

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 201748

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AlAgoinhAs

Rua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna Shopping, Centro. CEP: 48.030-030(75) [email protected]: Eng. agrônomo Luiz Cláudio Ramos Cardoso

BArreirAs

Rua Maria Mendes Ferreira, nº21 – Sandra ReginaCEP: 47.802-022(77) 3611-2720/[email protected]: Eng.civil Edson José Boll

Bom Jesus dA lApA

Rua do Flamengo, 300 – Amaralina CEP: 47.600-000(77) [email protected]: Eng. civil Fábio Lúcio Lustosa de Almeida

BrumAdo

Praça Coronel Zeca Leite, 460 – CentroCEP: 46.100-000. (77) [email protected]: Eng. agrônomo Sinval Xavier de Aguiar

CAmAçAri

Av. Radial A, nº 67, Edifício Empresarial Pacific Center, salas Q e R, 1º andar – Centro CEP: 42.807-000(71) 3621-1456/[email protected]: Téc. Eletrotéc. Sandro Augusto Vieira da Silva

Cruz dAs AlmAs

Rua J. B. da Fonseca, nº 137 – CentroCEP: 44.380-000(75) [email protected]: Eng. civil Luís Carlos Mendes Santos

eunápolis

Rua Castro Alves, 374, sala 02 e 03 – Centro CEP: 45.820-350(73) [email protected]: Eng. agrônomo José Emarcio Bezerra Torres

FeirA de sAntAnA

Rua Prof. Geminiano Costa, 198 – CentroCEP: 44.001-120(75) [email protected]: Eng. eletricista Edson José Nunes

guAnAmBi

Av. Messias Pereira Donato, 495 – Aeroporto Velho CEP: 46.430-000(77) [email protected]: Eng. agrimensor Wellington Donato de Carvalho

Ilhéus

Praça Rui Barbosa nº 32 – CentroCEP: 45.653-340(73) [email protected]: Eng. civil Cláudio Nepomuceno Pinto

Irecê

Avenida Tertuliano Cambuí, n° 350 – CentroCEP: 44.900-000(74) 3641-3708/[email protected]: Eng. agrônomo André Fernando Martinez Rocha

Itaberaba

Praça Flávio Silvany , 130, sala 105, Ed. Empresarial João Almeida Mascarenhas– Centro. CEP: 46.880-000(75) 3251-3213/[email protected]: Eng. eletricista Jayme Carneiro Calmon Neto

Itabuna

Avenida Princesa Izabel, 395. Cond. Itabuna Trade Center, sala 202 – São CaetanoCEP: 45.607-291. (73) [email protected]: Eng. agrônomo José Celso de Santana

JacobIna

Rua Duque de Caxias, 400A – Estação CEP: 45.600-124(74) [email protected]: Geólogo Rossini Barreto Cocentino

JequIé

Rua Frederico Costa, 61 – CentroCEP: 45.2036-30(73) [email protected]: Eng. civil Deusdete Souza Brito

JuazeIro

Rua do Paraíso, nº 97, Centro Médico e Empresarial Dr. Olavo Balbino, sala 35 Santo Antonio. CEP: 48.903-050(74) 3611-3303/[email protected]: Eng. agrônomo Luciano César Dias Miranda

lauro de FreItas

Av. Brigadeiro Mário Epighaus, 78, Ed. Business Center, sala 115, bloco B, Condomínio Porto 3 – Centro(71) [email protected]: Téc. de Telec. Johnson Euclides Pacheco

luís eduardo Magalhães

Av. JK, nº 1.973, salas 1 e 3 – Centro CEP: 47.850-000(77) [email protected]: Eng. agrônomo Paulo Roberto Gouveia

Paulo afonso

Rua Carlos Berenhauser, 322, térreo – Alves de Souza. CEP: 46.608-080(75) [email protected]: Eng. agrônomo Arquimedes Ferreira Faria

RibeiRa do Pombal

Av. Oliveira Brito, 310, Ed. Bruna Center, salas 09 e 10, Centro. CEP: 448.400-000(75) [email protected]: Eng. civil Jone Souza Santos

santa maRia da VitóRia

Rua 06 de Outubro, S/Nº – CentroCEP: 47.640-000(77) 3483-1090/Fax: [email protected]: Eng. civil Antocélio Ribeiro Teixeira

santo antônio de Jesus

Av. Roberto Santos, 88, Ed. Cruzeiro do Sul, salas 103 e 104 – Centro. CEP: 44572-060(75) [email protected]: Eng. eletricista Leonel Pereira dos Reis Neto

seabRa

Rua Jacob Guanaes, 565 – CentroCEP: 46.900-000(75) [email protected]: Eng. de Computação Jacques Jefferson Leão Lima

teixeiRa de fReitas

Av. Presidente Getúlio Vargas, 3.421, Edifício Esmeralda, salas 203, 204 e 205 – CentroCEP: 45.985-200(73) 3291-3647/[email protected]: Eng. civil Sancho Netto da Cruz

Valença

Rua Dr. Heitor Guedes de Melo, nº 111, Ed. Argeu Farias Passos – CentroCEP: 45.400-000(75) [email protected]: Eng. sanitarista e ambiental Márcia Cristina Alves do Lago

VitóRia da Conquista

Avenida Otávio Santos, 722 – RecreioCEP: 45.020-750(77) 3422-1569/(77) [email protected]: Eng. civil Alexandre José Brasil Pedral Sampaio

#INSPEtorIaS Do crEa-Ba

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 55, primeiro trimestre de 2017 49

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SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

NANOTECNOLOGIA E NANOMATERIAIS

ENGENHARIA NAVAL

Para iniciantes com formação mínima em nível médio técnico

Programa: I - Introdução; II – Energia Solar; III – Tecnologia Fotovoltaica; IV – Sistemas Fotovoltaicos; V - Principais componentes de um sistema fotovoltaico; VI –Baterias; VII – Controladores de Carga; VIII – Inversores; IX - Aplicações de Sistemas Fotovoltaicos; X – Projeto Fotovoltaico Básico

Programa: I - Introdução; II - Nanomateriais e materiais

nanoestruturados; III - Materiais com dimensões nanométricas,

IV - Metais e ligas metálicas nanoestruturadas; V - Materiais

nanocompósitos; VI - Materiais e membranas nanoporosas;

VII - Nanomateriais inspirados na natureza; VIII - Superfícies

e revestimentos nanoestruturados; IX - Processos de síntese

de nanomateriais (Bottom-up); X - Métodos de processamento

de nanomateriais (Top-down); XI - Técnicas de microscopia e

caracterização de nanomateriais; XII - Conclusão

MÓDULO I - Engenharia Naval e OceânicaAlguns tópicos abordados: Sistemas Flutuantes, Nomenclatura naval e offshore, Tipos de navios, embarcações e plataformas, Características físicas e operacionais, etc.MÓDULO II – Construção de Navios e PlataformasAlguns tópicos abordados: Principais Módulos e Equipamentos, Características de Funcionamento, Bombas de carga, lastro e de processos, Sistemas de amarração e fundeio, Sistemas de posicionamento dinâmico, Sistemas auxiliares, Helidecks, etc.

CURSO DE EXTENSÃO EM

CURSO DE EXTENSÃO EM

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FAÇA JÁ SUA MATRÍCULARua Frederico Simões, 153 - Ed. Empresarial Orlando GomesSala 807 - Caminho das Árvores - Salvador - BA (Próximo ao Salvador Shopping - em frente ao hotel América Towers) Turma Aracaju-SE: (79) 99105-7675

Turma São Luís-MA: (98) 99188-0707

Tel.: (71) 3181-6333 | 99984-2727 | 99679-3683e-mail: [email protected]

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