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JORNAL ÓRGÃO INFORMATIVO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO Ano III, Nº 9, março de 2011 Distribuição gratuita SANTO DO MÊS Saiba mais sobre a história de São José, o pai terreno de Jesus. >6 Elder Dias Divulgação O cristão e sua responsabilidade com a Terra. Esse é o foco da Campanha da Fraternidade que será desenvolvida durante a Quaresma deste ano, com o tema “Fraternidade e a Vida no Planeta” e o lema “A criação geme em dores de parto (Rm 8,22)”. >5 Quaresma e meio ambiente Dona Clara, mulher de fé e trabalho Presidente da Conferência Nossa Senhora da Assunção (Conjunto Itatiaia) da Sociedade São Vicente de Paulo, Clara Mota tem uma vida que serve de exemplo para seus próprios assistidos. Conheça melhor a história dela. >8 Colégio estadual vira referência >7 Dízimo, sinal maior de partilha >4 Locais para encontrar Jesus >2

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JORNAL

ÓRGÃO INFORMATIVO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO

Ano III, Nº 9, março de 2011Distribuição gratuita

SANTO DO MÊSSaiba mais sobre a história de São José, o pai terreno de Jesus. >6

Eld

er D

ias

Divu

lgação

O cristão e sua responsabilidade com a Terra. Esse é o foco da Campanha da Fraternidade que

será desenvolvida durante a Quaresma deste ano, com o tema “Fraternidade

e a Vida no Planeta” e o lema “A criação geme em dores de parto

(Rm 8,22)”. >5

Quaresma e meio ambiente

Dona Clara, mulher de fé e trabalho

Presidente da Conferência Nossa Senhora da Assunção

(Conjunto Itatiaia) da Sociedade São Vicente de Paulo, Clara

Mota tem uma vida que serve de exemplo para seus próprios assistidos. Conheça melhor a

história dela. >8

Colégioestadual virareferência>7

Dízimo, sinal maiorde partilha>4

Locais paraencontrarJesus>2

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“O zelo pela Tua casa me consome.” (Jo 2,17)

JORNAL DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃOAno III, Nº 9, março de 2011

Pe. Marcos Rogério, SPadV

A PALAvRA dO PáROcO

Coordenação editorial: Pe. Marcos Rogério, SPadV; Coordenação da Equipe de Comunicação: Alessa Campos; Jornalista responsável: Elder Dias; Redação: Alessa Campos, Ângela Corrêa, Elder Dias, Marissol Monteiro e Marlene Mota; Designer publicitário: DS Publicitário; Diagramação: Cleomar Gomes Nogueira. Endereço: Rua R-44, Qd. 43, Lt. 36/38, s/n – Itatiaia - CEP 74690-690; Telefones: (62) 3205-1989 – 3954-0889 – 3954-3889; Internet: www.nossasenhoradaassuncao.com.br E-mail: [email protected]; Impressão: LL Gráfica e Editora Ltda - (62) 3202-2866; Tiragem: 3 mil unidades

JORNAL

FÉ católica

OpiniãO

Ano III – nº 9março 2011

Veículo de comunicação daParóquia Nossa Senhora da Assunção

Lugares de encontro com Cristo

Ajude-nos com a reforma da Igreja Nossa Senhora da Assunção! Entre em contato conosco pelo telefones (62) 3205-1989 – 3954-0889 3954-3889 ou faça seu depósito na Caixa Econômica Federal:

Agência 0667 - Op. 013 - C/Poup n° 5384-7.

Outro dia uma pessoa dizia: “Preciso encontrar-me com Deus, quero nes-

se ano marcar um encontro com Ele e falar tudo o que sinto.” Em um mundo marcado por encontros e desencontros, cada vez mais nos defrontamos com esse desejo que assola a existência humana. O ser humano que quer estabelecer re-lações busca no outro, em si mesmo, em Deus, a realização de seus sonhos e projetos.

Encontrar-se com Jesus é es-tar com Aquele que dá sentido a nossa vida e existência. Quando desejamos um encontro, percorremos vias diversas: al-guns, virtualmente; outros, pessoalmen-te; outros marcam encontros e se permi-tem gastar tempo um com o outro.

Jesus também marca encontro conosco e, graças à ação do Espírito, isso se dá na fé recebida e vivida na Igreja. O papa Bento XVI, no discurso feito no fim do Santo Rosário de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de maio de 2007, di-zia: “A Igreja é nossa casa! Esta é a nossa casa! Na Igreja Católica temos tudo o que é bom, tudo o que é motivo de segurança e de consolo! Quem aceita Cristo – Cami-nho, Verdade e Vida – em sua totalidade, tem garantia de paz e felicidade, nesta e na outra vida!”

A Igreja é lugar privilegiado do en-contro com Cristo porque é sacramento de Comunhão, lugar de encontro pleno daqueles que amam e que professam uma mesma fé; ela nos permite descobrir outros lugares de encontro com o Senhor da nossa história. Podemos encontrar

A liturgia é celebração do Mistério de Cristo e, em particu-lar, do seu Mistério Pascal, que é o centro da obra da salvação. Cristo, morrendo e ressuscitan-do, destruiu a nossa morte e nos introduziu na vida nova.

Este é o grande Mistério da fé, que celebramos com re-verência e alegria. Toda vez que fazemos memória de Jesus pela ação litúrgica, participamos de sua morte e ressurreição, partici-pamos de sua Páscoa. Esse fato central de nossa fé é atualizado. Aquilo que é celebrado acontece para nós em nós, hoje.

Na Liturgia acontece a nossa salvação, a comunhão de vida com a Santíssima Trin-dade e os irmãos. Deus realiza a sua parte na Aliança com a humanidade, imprimindo no coração humano o seu jeito de amar, servir e perdoar. Por isso, a Igreja jamais deixou de reu-

nir-se para celebrar o Mistério pascal de Cristo.

Jesus está presente na ce-lebração dos Sacramentos, de tal forma que, quando alguém batiza, é Cristo mesmo quem batiza; está presente pela sua palavra, pois é ele mesmo quem fala quando se leem as Sagradas Escrituras; está presente, sacramentalmente, nas espécies do pão e vinho consagra-dos; está presente quando a Igreja ora e canta os salmos (cf. SC7).

A conversão, nossa confor-mação a Cristo, é o objetivo final do plano de salvação e a razão porque nós nos reunimos para celebrar a liturgia. É bom lembrar que para ser frutuosa, a celebração ritual deve expressar uma realidade in-terior e espiritual, o culto “em espí-rito e verdade”, uma generosa vida de fé e amor e o estado de graça.

Fonte: CNBB. Sou católico vivo a minha fé (Subsídio 2), Brasília 2007.

com o Cristo na Sagrada Escritura, pro-clamada e atualizada em cada celebra-ção. Ela também nos permite ouvir a voz do Cristo que continua a nos chamar a um compromisso com ele e com a cons-trução do seu Reino.

Não podemos negar que a Sa-grada Liturgia seja um lugar admirável de encontro com Jesus. Ao vivê-la, cele-brando o mistério pascal, estabelecemos a união do Divino com o humano. Outro lugar de encontro é a Eucaristia. Aliás, a Eucaristia é lugar por excelência desse encontro com o Cristo. Com esse sacra-mento, Jesus nos atrai para si e nos faz entrar em seu dinamismo em relação a Deus e ao próximo.

Poderia dizer a essa pessoa que queria encontrar-se com Jesus que Ele se deixa encontrar em cada ação sacra-mental, na oração pessoal, no meio da co-munidade, na família, no pobre, no aflito, no enfermo (Mt 25,37-40). Lugares para encontrar o Senhor não faltam; é impor-tante ter atitude e ir ao seu encontro, por-que Ele nos espera.

Quando lemos as Sagradas Es-crituras e vemos os encontros estabeleci-dos entre Jesus e as pessoas que viviam a sua volta (samaritana, cego de nas-cença, os discípulos etc.), percebemos a grandeza da entrega, do oferecimento, do abrir-se por completo, da conversão. Jesus nos ensina que cada encontro com ele é único, pessoal, transcende o huma-no. Dessa maneira, façamos de cada en-contro com Deus, com o outro e conosco uma grande festa.

O que é liturgia?Qual a sua importância

JORNAL DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃOAno III, Nº 9, março de 2011 3

ACONTECEUAlessa Campos

E MAIS...

paróquia

Fotos: DS Publicitário

Encontro de CasaisFotos: D

S Pu

blicitário

Formatura Da EsCoLa Da Fé• A Escola da Fé formou 58 alunos na Matriz. Eles totalizaram 100 horas/aula em 2010. A escola teve como ob-jetivo formação teológica e pastoral. A formatura foi dia 15 de dezembro após a missa da família. O responsável pela formação da turma foi o professor Ono-fre Guilherme, da PUC-GO. Os alunos receberam diploma de conclusão do curso emitido pela PUC-GO.

assEmbLEia ParoquiaL• Dia 19 de dezembro, no salão da Co-munidade Nossa Senhora Aparecida (São Judas), membros das oito comu-nidades discutiram o calendário paro-quial de 2011. Três prioridades foram definidas: catequese, dízimo e família.

NoitE DE Louvor• O grupo Face de Cristo promoveu dia 15 de janeiro, na Matriz, noite de louvor com o tema “Dai-me Senhor o Teu Es-pírito”. O pregador foi Fernando Bace-lar (projeto Jovens Resgatando Jovens – Jd. Guanabara) e a animação, do mi-nistério de música da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (Nova Vila). Padre Marcos Rogério fez a bênção final.

aProFuNDamENto EsPirituaL• O grupo de intercessão da Matriz or-ganizou um curso de aprofundamento espiritual com o tema: “Curados para orar”. O mesmo foi realizado nos dias 12 de 13 de fevereiro, ministrado pelo coordenador do ministério de Interces-são da RCC/Goiânia, José Roberto.

rEtiro Para os sErvos• O 3º retiro para coordenadores da pa-róquia aconteceu dia 20 de fevereiro na chácara Recanto das Hortênsias – St. Mansões do Campus e foi conduzido pelo professor Onofre Guilherme.

Promovido pela Pastoral Familiar da Paróquia, cerca de 40 casais parti-ciparam do 1º Encontro de Casais, dias 23 e 24 de outubro na Comuni-dade N. Sra. Aparecida (São Judas). Quatro casais da Comunidade Luz da Vida foram convidados para pre-gar: Vilmar/Raquel, Sara/Sandro, Maria Cândida/Luiz Antônio e Nú-bia/Ary Júnior.

Pe. José, 69 anos Na noite de 15 de novembro houve confraternização-surpresa para o pa-dre José Fernandez. Todas as comu-nidades estiveram presentes na come-moração dos 69 anos do vigário.

Dia 20 de novembro, padre Marcos Rogério uniu com as bênçãos de Deus 15 casais que disseram sim ao matrimônio. A cerimônia religiosa, isenta de taxas, marcou o 3º Casa-mento Comunitário na Matriz.

Formação de acólitosDia 12 de dezembro houve, na Matriz, a 2ª Formação de Acólitos. Quinze adolescentes de 10 a 18 anos foram nomeados após passarem por oito en-contros de formação focados no valor da missa, desde a acolhida, músicas e orações litúrgica e eucarística.

3º Jantar DançanteA Paróquia promoveu o 3º Jantar Dan-çante, dia 4 de dezembro, organizado por membros da Comunidade N. Sra. da Assunção. Mais de 800 pessoas prestigiaram o evento, que se destacou pelo delicioso jantar, excelente música e brinde com champagne sem álcool.

2º Feira da Melhor Idade Assunção

A 2ª Feira da Melhor Idade Assunção, organizada pelo grupo de 30 idosas, aconteceu dia 11 de dezembro, na Matriz. Havia artigos artesanais con-feccionados pelo próprio grupo, além de quitandas, bazar e produtos religio-sos. Houve apresentação de show com Célia Valadão. A renda foi destinada à reforma da Matriz.

CrismaO sacramento da Crisma foi recebido por 118 jovens da Paróquia em 26 de novembro, na Matriz. A missa foi presi-dida pelo bispo auxiliar da Arquidioce-se de Goiânia, Dom Waldemar Passini.

Novena de Santa LuziaA comunidade Santa Luzia (Jd. Pom-péia) festejou, de 4 a 12 de dezembro, a novena em louvor à padroeira. Nos sete primeiros dias, os fiéis se reuni-ram em suas casas para o terço. Nos dois últimos dias, além de missa, houve quermesse realizada na Escola Municipal Aristoclides Teixeira.

Boi no RoleteCerca de mil pessoas comparece-ram dia 18 de fevereiro à Matriz para show do cantor João Marcello (foto), que festejou aniversário com boi no rolete no cardápio. O evento foi pro-movido pela produção do show. Além da família, prestigiaram o cantor amigos como o ator Rafael Almeida e os cantores Odair José, Marcelo Bar-ra e Anderson (Mr. Gyn). O objetivo foi ajudar na reforma da Matriz.

9 anos de ordenaçãoDia 23 de fevereiro a missa da família foi celebrada em ação de graças pelos nove anos de sacerdócio do pároco, Pe. Marcos Rogério. No fim da celebração, ele recebeu homenagens-surpresa, como arquivo de fotos desde sua in-fância até suas atividades paroquiais e vídeos com depoimentos de padres e familiares, além da entrega de uma or-quídea pelas mãos de uma jovem ves-tida de Santa Terezinha, de quem ele é devoto. O cantor João Marcello o ho-menageou com a música Amigo. Para finalizar, houve confraternização com participação das oito comunidades.

Casamento comunitário

Alessa C

ampos

JORNAL DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃOAno III, Nº 9, março de 20114 cOMuniDaDE

Dízimo, forma de compromisso e transformaçãoMarissol Monteiro

Na vida partilhamos tudo: a casa, com nossa família;

o transporte, com outras pes-soas; as nossas opiniões, com amigos. O conceito de partilha está ligado ao conceito de divi-são. Partilhar é fazer a divisão de alguma coisa. Partilhar é di-vidir. E dividir tem o significa-do de tirar uma parte do que se tem. Se no dicionário a palavra partilhar significa dividir, para nós, católicos, ela não tem o mesmo significado. Ao contrá-rio, é somar, aumentar, ganhar.

Partilhar, para nós, é an-tes de tudo um gesto de amor, ao próximo e a Jesus que, com um milagre, conseguiu parti-lhar o pouco que se tinha – cin-co pães e dois peixes trazidos por um menino – com milhares de pessoas, alimentando-as em pleno deserto quando não exis-tia mais comida e mostrando, na prática, como a partilha não divide, mas multiplica.

Como o pouco dado com amor se transforma em muito, aquele menino ofereceu a Je-sus o pouco que havia trazido e confiou que Ele poderia fazer aquilo se multiplicar. Quando promovemos a partilha, repe-tindo o gesto de oferta do me-nino, damos sem esperar nada, mas recebemos algo em troca se essa partilha é feita com amor.

No capitalismo, a eco-nomia, que traz conforto para muitos, também provoca uma situação totalmente indeseja-da: a exclusão social de outros tantos que não têm acesso a esses benefícios. Acreditando nas palavras de Jesus – “Toda vez que o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25,40) –, não ficamos espe-rando só ações governamentais para satisfazer as necessidades dos menos favorecidos. Faze-mos nossa parte, partilhando

Na Paróquia Nossa Se-nhora da Assunção, a meta de trabalho da Pastoral do Dízimo é, segundo o vice-coordenador Flávio Marques, a execução de um projeto alicerçado na ação educativa, a partir da conscien-tização da comunidade sobre o verdadeiro sentido do dízimo, em suas três dimensões: reli-giosa (despesas gerais da paró-quia e objetos litúrgicos); social (responsabilidade pelos excluí-dos); e missionária (devolvendo

Para onde vai o dízimo da Paróquiao dízimo somos missionários e evangelizadores).

Para onde vai o dízimo da Paróquia? Essa é uma pergun-ta frequente, para qual a res-posta é transparente: formação e capacitação de missionários; promoção de cafés da manhã, seguindo agenda da Paróquia; realização da campanha “Na-tal da Esperança – Dê a mão a quem tem fome” um tipo de ação sócio-educativa evange-lizadora junto à comunidade;

sorteios de brindes aos dizimis-tas, entre outras ações em favor e estímulo à ação dos mesmos; conscientização por diversos meios de comunicação (folhi-nha, calendário, agenda, fol-ders, cartazes, panfletos, car-tões natalinos etc.); e promoção de ações evangelizadoras. Tudo isso seguido de prestação de contas ao pároco, ao Conselho Paroquial e à comunidade, pela apresentação de ações concre-tas que a Paróquia desenvolve.

com quem menos tem. E isso é representado por um gesto profundo que demonstra nosso amor pelos irmãos: a entrega do dízimo, expressão de com-promisso que abre o coração à vida e à alegria de partilhar.

Na BíbliaO dízimo foi instituído

por Deus a seus amados. As primeiras citações referem--se ao período patriarcal: a Palavra mostra-nos a pessoa de Abrão – “E de tudo lhe deu Abrão o dízimo” (Gn 14,20) – e

a de Jacó – “e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo” (Gn 28,22) – como observadores dessa prática. Posteriormente, com Israel como povo de Deus, o dízimo tornou-se mandamen-to. Portanto, era uma prática comum antes da Lei e duran-te a Lei, além de mandamento aos que vivem após a Lei. O Novo Testamento deixa claro que Jesus reconhecia o dízi-mo como válido aos israelitas: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim

para revogar, vim para cum-prir" (Mt 5,17).

Até pouco tempo, o quinto mandamento da Igreja Católica era: "Pagar dízimos conforme o costume". Aqueles "dízimos" sem o artigo definido ("o" dí-zimo) nunca representaram a décima parte. Compreendia-se na realidade toda a arrecada-ção da paróquia. Para evitar confusões, o papa Bento XVI extinguiu o termo "dízimos" do quinto mandamento da Igreja. Agora deve-se considerar que a intitulada "pastoral do dízimo", cuja expansão verificou-se nos últimos anos, reduziu o antigo termo "dízimos" para o singular "dízimo", que não encontrava outro significado senão a dé-cima parte. O quinto manda-mento agora é assim: "Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades".

A santidade é condição especial e gera comunhão e in-timidade com o Pai. Antes de fazer nossas ofertas, é neces-sário um balanço e a confissão dos pecados para acertar as situações que destoam da von-tade de Deus. Dizimar e ofer-tar são demonstrações de que reconhecemos a soberania e o cuidado de Deus para conosco.

JORNAL DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃOAno III, Nº 9, março de 2011 5tEMpO litÚrGicO

Uma Quaresma para repensar a vida no planetaMarlene Mota

Estamos mais uma vez num tem-po litúrgico que muito sensibi-

liza nossa experiência com Deus: A Quaresma, que se inicia no dia 9 de março, com a Quarta-Feira de Cinzas. É um tempo de preparação para a Páscoa. Duas são as atitu-des fundamentais deste tempo para todo cristão: a conversão do coração (jejum e oração) e a solidariedade para com os necessitados (carida-de).

Na missa de Cinzas também acontece o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade que, neste ano, convida para a reflexão e ação sobre o tema Fraternidade e a vida no planeta. O objetivo da campanha é contribuir para a cons-cientização das comunidades cris-tãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas e, assim, motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar o pro-blema e preservar as condições de vida no planeta.

Olhando para o sentido da Quaresma, o que temos feito de concreto? Estamos praticando os ensinamentos de Cristo? Esse é um momento especial que a igreja nos oferece e, durante esses dias, ela nos ajuda a viver mais intensa-mente a busca pela conversão e por uma aproximação mais íntima com o nosso Deus. Virar as costas?

A Campanha da Fraternidade deste ano traz para nossa reflexão a preocupante situação do planeta Terra. A campanha não é uma uto-pia e, sim, um alerta de que atitudes devem ser tomadas, não por uma minoria, mas por um todo; precisa-mos ser fraternos, gerar ações que nos levem ao bem comum. Não há como simplesmente virar as costas para as catástrofes que vêm aconte-cendo, sem se importar.

O lixo representa, hoje, uma grande ameaça à vida no plane-ta por duas razões fundamentais: sua quantidade e seus perigos tó-xicos. Em toda parte do mundo, a propaganda incentiva as pessoas a adquirir vários produtos e a subs-tituir os mais antigos por outros

mais modernos; isso provoca, como consequência, a insensatez do uso indiscriminado dos recursos na-turais. Do material descartado no Brasil, segundo pesquisas, 76% é abandonado a céu aberto em locais impróprios, permitindo a prolifera-ção de vetores capazes de transmitir várias doenças. A criação hoje sofre com a deterioração do meio ambien-te, consequência de uma exploração descuidada e, muitas vezes, ganan-ciosa dos recursos do planeta.

Mas chegou a Quaresma: é tempo de enfrentar com Jesus as grandes tentações que estão na raiz de todos os males nascidos das decisões humanas. O Evange-lho exige conversão da consciência individual e coletiva da humani-dade, como nos lembra Paulo VI na exortação apostólica Evangelii nuntiandi. Sem uma conversão que influencie na cultura e se tra-duza em medidas globais para a organização mais justa da ativida-de humana em sua relação com a natureza, não será possível reverter o quadro dramático de destruição das condições de vida saudável em nosso planeta.

O mundo vive um tempo de insegurança. Um verdadeiro caos se formou; parece que, em questão de segundos, muda-se radicalmente o panorama e a vida daquelas pesso-as que são atingidos pelas enchen-tes; infelizmente foram muitas as pessoas que morreram e tantas ou-tras ficaram desabrigados. De uma hora para outra, quase tudo deixou de existir para os flagelados. É só abrir os jornais ou ligar a TV e tudo isso se mostra aos nossos olhos.

Por outro lado, ao ver a imen-sa mobilização humanitária por todo o País, com tantos cristãos unidos num esforço comum para salvar vidas, por meio de doações de roupas, remédios, alimentos etc.; não há como não sentir a mão mi-sericordiosa de Deus que se estende sobre os seus filhos e filhas; pois é pelo próprio homem que Ele se ma-nifesta na nossa história.

Aproveitemos, pois, essa Quaresma para refletir sobre nossas atitudes, reaquecer nossa fé e me-lhorar nosso relacionamento com Deus e com os irmãos, praticando a solidariedade e a fraternidade, cha-ve para a vivência do amor.

agenda da Paróquia• 1º Kairos - com Farias (SP) –

12 e 13/3, início às 13h30, na Matriz.

• Almoço Caipira com música ao vivo – 13/3, às 12h30, na Chácara Recanto Sonhado (St. Mansões do Campus)

• 3º Acampamento Face de Cristo – de 18 a 20 de março

• Feijoada do Cursilho – 27/3, às 12h, na Matriz

• Semana Carismática, com Ro-berto Tannus – de 4 a 8 de abril, às 19h30, na Matriz

• 2º Festival de massas – 30/4, às 20h, na Matriz.

* Maiores informações: 3205-1989

Cartaz da CF 2011 (à esquerda) expõe que é papel do cristão mudar o que é morte (no alto) em vida (acima)

ERRATANa edição passada:1) O crédito da foto do padre

José Fernandez é de Marissol Monteiro;

2) O período da realização da Novena de Nossa Senhora da Piedade foi de 10 a 19 de setembro;

3)A coluna Santo do Mês foi de autoria de Ângela Corrêa.

JORNAL DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃOAno III, Nº 9, março de 20116

SANTO DO MÊS

EvanGElizaçãO

São José

CULINÁRIA

Vaca atolada

Ângela Corrêa

José era um artesão simples e modesto, temente a Deus e descen-dente do rei Davi. Nasceu em Belém da Judéia, no século I a.C. O nome José, vem do hebraico "Yosef" que significa “que Deus multiplique”.

Embora José apareça pouco na Bíblia, ele teve grande importância na história da salvação. Homem de poucas palavras, trabalhador, justo, obediente e de fé profunda, recebeu de Deus a sublime missão de ser o esposo de Maria e o pai adotivo de Jesus (Mt 1,18-25). Avisado em so-nho, por um anjo, que seu filho corria perigo, José fugiu com sua família da tirania e fúria do rei Herodes para o Egito. Eles só voltaram a Nazaré quando um anjo apareceu de novo a José, avisando-o da morte de Hero-des. Ele educou Jesus quando criança, adolescente e jovem.

O Apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios (4,15-16), nos ensina que Cristo é a cabeça da Igreja e nós, o corpo. Assim, José e Maria, que geraram a cabeça, são os pais do corpo. Portanto, São José é pai da Igreja e de cada um de nós. Em 1479, foi colocada no calendário romano sua festa, a ser celebrada em 19 de março. Em 1870, no Concílio Vaticano I, o Papa Pio IX declarou solenemente o Bem-Aventurado São José como "Patrono da Igreja Católica" e ordenou que sua festa fosse celebrada no mundo inteiro. Em 1º de maio de 1955, o Papa Pio XII o proclamou “Pa-droeiro dos trabalhadores”.

São Jerônimo nos ensina que “José mereceu o nome de ‘Justo’, porque possuía de modo perfeito todas as virtudes. Santa Teresa de Ávi-la, doutora da Igreja e muito devota de São José, dizia: “...a outros santos parece o Senhor ter dado graça para socorrer numa determinada neces-sidade. Ao glorioso São José, tenho experiência de que socorre em todas”.

Com certeza Deus não escolhe-ria para Maria um esposo qual-quer; se o cajado de José floriu, não foi por acaso e sim porque ele era o escolhido e mais santo de todos os homens. Homem de oração e fiel a Deus, nos momentos mais difíceis pro-tegeu sua família. Pio IX, Leão XIII, Bento XV e tantos outros santos devotos de São José, em tempos difíceis, invo-caram sua intercessão.

Você, que é pai, esposo e filho, tam-bém está passan-do por momentos difíceis? A exem-plo de José, não desanime! A exemplo da Igreja, bus-que sua in-t e r cessão ! Hoje, a Igre-ja, socieda-de, trabalho e família p r e c i s a m de homens assim como José!

Qual o sentido da dor humana? Para onde é orientada? Por que

o sofrimento? Milhões de pessoas pa-decem toda sorte de dores. Neste mo-mento, em que os olhos do prezado irmão repousam sobre esta reflexão, a estatística mundial contabilizou mais de 6 milhões de mortes apenas ao lon-go do início de ano até o dia de hoje. Nas cidades uma multidão imensa de pessoas povoa os hospitais em busca de tratamento para suas mais diversas doenças.

Zelar dos que se encontram adoecidos constitui um gesto profun-damente humano e, ao mesmo tempo, revelador da vocação humana ao amor. Na pessoa do irmão doente se contem-plam as dores das chagas do Crucifica-do: “Todas as vezes que fizerdes isso ao menor dos meus irmãos, é a mim que estareis fazendo” (Mt 25,35).

A reflexão acerca do sofrimento humano, a partir do sentido do sofri-mento de Jesus, é uma das mais pro-fundas urgências espirituais de que o mundo necessita. Há uma tendência a compreender que a dor constitui algo que deva ser afastado a todo custo. O grande sonho do ser humano é viver absolutamente imune a sofrimento. Falta compreensão aprofundada sobre o sentido e a experiência transcenden-tal que isso traz ao ser humano.

A doença é uma experiência profundamente humanizadora, des-

Ingredientes1 kg de mandioca cascada e picada 4 tomates 3 cebolas 3 caldos Knorr de costela 1 kg e meio de costela de boi cozida 1 colher de sopa de coloral cheiro verde à vontade pimenta a gosto tempero e sal a gosto

Modo de prepararAfogue a mandioca e deixe cozi-nhar; quando já estiver macia,

acrescente o tomate picado, a cebola, o caldo de costela e deixe cozinhar mais um pouco até engrossar; logo após, acres-cente a costela de boi cozida e deixe apurar mais. Sirva com cheiro verde e pimenta de sua preferência. Bom apetite!

PALAvRA DAIGREJADom Washington Cruz, CP Arcebispo metropolitano de Goiânia

Nas chagas de Cristo, as dores do mundo

de que acolhida na fé. As debilidades educam, sinalizam para o desejo por Deus, abrem no ser humano as portas para que só Deus lhe baste. Bento XVI afirma: “O Filho de Deus sofreu, mor-reu, mas ressuscitou e, exatamente por isso, aquelas chagas tornam-se sinal da nossa redenção, do perdão e da recon-ciliação com o Pai”. Tornam-se, ainda segundo o magistério papal, um “banco de prova” para a nossa fé, já que para o ser humano quão difícil é aceitar e su-portar o sofrimento.

Cristo, que passou pelo mun-do fazendo o bem, cura as chagas e as dores do mundo. Na Bíblia, a cura é precedida por ato de fé – e adesão sincera da pessoa que a busca – em Cristo. Quando olha para os sinais nas mãos do Crucificado, Tomé vê--se curado da cegueira espiritual e proclama: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20,28). Na mensagem Urbi et Orbi para a Páscoa de 2007, o papa disse: “Só um Deus que nos ama a ponto de carregar sobre si as nossas feridas e a nossa dor, sobretudo a dor inocente, é digno de fé.”

A Paixão e a Cruz de Jesus, que aparentam ser negação da vida, pelo contrário, são a expressão mais intensa do amor de Deus e a fonte da vida eter-na. Que a Santa Mãe de Deus, Nossa Senhora de Lourdes, padroeira dos do-entes, apresente a Cristo todos os doen-tes que a Ele clamam por saúde.

JORNAL DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃOAno III, Nº 9, março de 2011 7

REGIãOElder Dias

NOSSA

EDucaçãO

Rua R-13 Qd.53 Lt.05 – Conjunto Itatiaia

Foto

s: E

lder

Dia

s

Waldemar Mundin, uma referência

Elder Dias

Quem te viu, quem te vê. A frase, que ficou

imortalizada na canção de Chico Buarque, serve para mostrar a realidade antiga e a atual do Colégio Estadual Waldemar Mun-dim, no Conjunto Itatiaia. Inaugurado ainda quando da fundação do bairro, há mais de três décadas, o estabelecimento vive tal-vez a melhor fase de sua história.

Com cerca de 1,3 mil alunos divididos pe-los três turnos, o colégio conseguiu, no ano pas-sado, a 5ª colocação no Estado e a 2ª em Goiânia no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre os colégios públi-cos. Uma façanha no mínimo surpreendente e que demonstra o ní-vel de estrutura, tanto física quanto humana, alcançada pelo Walde-mar Mundim, principal-mente em se tratando de uma escola situada na periferia da cidade. Ou-tra conquista foi a ida de dois alunos - Danilo e Gabriel - em anos con-secutivos para os Esta-dos Unidos, como jovens embaixadores.

A reforma física mudou o panorama: hoje o local conta com uma biblioteca razoavelmente confortável, um teatro de arena, um espaço para dança (que ainda precisa ser coberto) e um novo paisagismo. A higiene é outro ponto que causa surpresa naqueles que têm uma imagem estereo-tipada de escola pública: todas as dependências se mantêm impecavelmente limpas.

PISTA DE SKATEUm novo espaço de lazer saudável tem endereço no Itatiaia 2, entre as ruas R-30 e R-31: uma pista de skate das mais completas de Goiânia já está em uso pelos adeptos do esporte no bairro. E eles são muitos. É preciso cada vez mais ações desse tipo, que levem os jovens e as famílias em geral a ocuparem as áreas verdes com atividades sadias. Como disse uma vez o poeta Castro Alves, as pra-ças são do povo. E tomar posse delas é também uma forma de lutar contra a violência.

PERIGO Com a volta às aulas na UFG, piora o trânsito na Avenida Esperança. Apesar do trevo improvisado na altura da Rua R-20 causar muito transtorno, dois pontos da via são ainda mais preocupantes: o cruzamento com a Rua R-24 (a última da parte de cima do Itatiaia 2) e sua extensão no Residen-cial São Geraldo.

NOVO CDQuem se acostumou com a bela voz do padre Mar-cos Rogério nas celebrações, agora tem a oportuni-dade de poder continuar esse prazer no CD do carro ou no som de casa. O pároco lança seu segundo dis-co, Escolhido Por Ti, com dez músicas. Vale a pena!

AprimoramentoUm dos segredos do

sucesso do colégio está na qualidade de formação do quadro de professores: 11 possuem mestrado (um deles com doutorado em curso) e 4 são mestran-dos. "Temos uma equipe bem capacitada", avalia o vice-diretor Edson Alves.

Uma das inovações da escola foi distribuir as salas não por turmas, mas por disciplinas. Assim, existe as salas de Portu-guês, as de Matemática e assim por diante, com todas. Durante todo o tur-no, os alunos vão se reve-zando por elas. Cada sala guarda o material didático referente à sua disciplina, o que prolonga a vida útil. Outra diferença notada é a baixa depredação do espaço, haja vista que os

estudantes não se sentem "donos" dele. "Como eles (os alunos) passam pouco tempo livre em cada sala, isso diminui essas ocor-rências", completa a se-cretária Elienes Bezerra.

O Colégio Walde-mar Mundim desenvolve ainda projetos como hor-ta comunitária, aeroboxe, núcleos de teatro e dança, entre outras atividades. Como meta para melho-rar a estrutura, a direção aguarda a cobertura da quadra esportiva, obra há muito esperada. Enquan-to isso, driblando as difi-culdades do setor da edu-cação, investe na melhoria da qualidade do ensino. Se pela qualidade dos frutos se conhece a boa árvore, a região está bem servida de escola estadual. Que siga melhorando.

LABORATÓRIOBoa notícia para a população da região do Câm-pus: a construção no trevo de entrada da UFG para o Itatiaia 3 é um laboratório de análises clí-nicas, que deverá servir, a baixo custo, os mora-dores dos bairros vizinhos.

SEMÁFORODos três sinais de trânsito que a AMT anunciou para ser instalados no cruzamento de vias do Se-tor São Judas Tadeu com a Rodovia GO-080, até agora só um saiu do papel (o da Avenida São Jor-ge). Será que vai ficar só nesse mesmo?

Alunos se deslocam para assistir aula: além dos bons resultados, escola mostra limpeza e organização

JORNAL DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃOAno III, Nº 9, março de 2011

pErFil8JORNAL DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃOAno III, Nº 9, março de 2011

Elder Dias

Incansável e lutadora. Esses dois termos definem bem as características mais apa-

rentes de Clara Rosa da Mota, a Dona Clara, é a presidente da Conferência Nossa Senho-ra Assunção (Conjunto Itatiaia) da Sociedade São Vicente de Paulo. À frente dos vicentinos da comunidade, ela se desdobra para atender as demandas de seus assistidos e das de-mais famílias carentes que procu-ram a sede do grupo no bairro.

A pessoa a procura com certeza não sabe que Dona Clara passou por dificul-dades talvez maiores do que as dela. Nascida no município de Goianésia, ela morou depois em Pa-raíso do Norte (hoje Para-íso do Tocantins). Depois mudou-se para Minaçu, onde morou por 30 anos. Teve sete filhos com o marido, Jair: foram quatro homens e três mulheres – Paulo, Sebastião, Jorceli, Delaci, Geraldo, Maria de Lourdes e Joaquim, este faleci-do em 1996.

A vida ficou compli-cada para dona Clara em 1981, quando o esposo morreu, em um acidente enquanto trabalhava. Ela ficava sozinha para cuidar dos sete filhos: o mais ve-lho tinha então 14 anos; o menor, 4. A família passou muita necessidade: para so-breviver e completar a pensão do marido, ela costurava as fi-lhas vendiam frutas e Paulo, o filho mais velho, limpava lotes. Uma coisa a dona de casa fazia sempre, sem nunca falhar: “Nunca parei de rezar, a vida inteira foi den-tro da Igreja”, revela. “Quando passá-vamos dificuldade, eu falava ‘ó Senhor, tenho que vender para comprar o arroz, a abóbora’... E Ele sempre me ajudou.”

superação, fé e caridadeNa parte terrena do socorro material e

espiritual, dona Clara sempre contou com dois apoios substanciais: o do padre Pedro Martinez – que antes de vir para o Conjunto Itatiaia foi pároco em Minaçu – e o da irmã Ilza. “Nunca me esqueço deles”, diz, com gratidão no olhar.

No trabalho dos vicentinos para os po-bres, ela tomou para si a missão de suceder o confrade José Ribeiro Filho, o Seu Zico. “Eu era vice-presidente quando ele faleceu. Dei-

xei de ser ministra da Eucaristia para me dedicar somente à conferência.

Se não for para fazer bem feito, prefiro nem fazer.” Prova disso é que, apesar de toda a falta de estrutura - por exemplo, é di-

fícil achar alguém com carro para buscar doações -, ela se desdobra. "Se for para não perder a doação, busco no carrinho de mão."

Atualmente, o grupo tem 8 famílias assistidas

(aquelas que recebem ajuda material e espiri-tual todo mês) e uma média de 18 famílias que recebem cestas de emergência mensalmente.

Mas quem ganha com isso não são so-mente os pobres. "Depois de uma visita, a gente volta abastecido espiritualmente. A gen-te traz muito mais do que leva." A história de fé de dona Clara fica mais bem representada olhando os frutos de seu trabalho na própria família. Mesmo viúva, educou todos os fi-lhos: nenhum parou de estudar. Recompensa maior, Paulo, o primogênito é hoje professor do Instituto Federal de Goiás (IFG, antigo Ce-fet e Escola Técnica) e tem doutorado na área de Mecânica.

No caminho, sempre a apoiá-la, dona Clara encontrou um novo amor: Alfredo, o segundo esposo, que a ajudou a terminar com êxito a criação dos filhos e hoje é o com-panheiro para todas as horas. Enfim, uma história que todo aquele que recebe ajuda das mãos dela, material ou espiritual, mere-cia conhecer.

Elder D

ias

Dona Clara separa roupas que serão doadas aos assistidos pelos vicentinos