mudanÇa de conhecimentos sobre alimetaÇÃo ......por meio da política nacional de alimentação e...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PARÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA.
JUAN ALBERTO TORRES SANTIAGO
MUDANÇA DE CONHECIMENTOS SOBRE ALIMETAÇÃO
SAUDAVEL, EM CURUÁ - PARÁ
SANTARÉM / PARÁ
2018
JUAN ALBERTO TORRES SANTIAGO
MUDANÇA DE CONHECIMENTOS SOBRE ALIMETAÇÃO
SAUDAVEL, EM CURUÁ - PARÁ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso
de Curso de Especialização em Saúde da Família,
Universidade Federal de Pará, para obtenção do
Certificado de Especialista.
Orientador: Professor(a) Shirley Iara Martins Dourado
SANTARÉM / PARÁ
2018
JUAN ALBERTO TORRES SANTIAGO
MUDANÇA DE CONHECIMENTOS SOBRE ALIMETAÇÃO
SAUDAVEL, EM CURUÁ - PARÁ
Banca examinadora
Professora Drª Shirley Iara Martins Dourado - UFPA
Professora Drª Nádile Juliane Costa de Castro - UFPA
Aprovado em Curua, em 17 de dezembro de 2018.
EPIGRAFE
“A Saúde é o resultado não só de nossos atos como também
de nossos pensamentos.”
Mahatma Gandhi
RESUMO
Ter uma boa alimentação é sinônimo de vida saudável. Por meio da Política Nacional de Alimentação e Nutrição, o governo incentiva a população a ter bons hábitos e conscientiza sobre os riscos de doenças causadas pela ingestão prolongada de alguns tipos de produtos.
A adoção de uma alimentação saudável previne o surgimento de doenças crônicas e melhora a qualidade de vida. Frutas, verduras, legumes e cereais integrais contêm vitaminas, fibras e outros compostos, que auxiliam as defesas naturais do corpo e devem ser ingeridos com frequência.
Os dados foram obtidos dos agentes comunitários de saúde, dos prontuários individuais dos pacientes e dos próprios pacientes. Também foi feita uma revisão da literatura e foi feito um plano de ação da seguinte maneira: primeiro escolher uma mostra para identificar o nível de conhecimentos da população de alimentação saudável, em um segundo momento a gente vai dar palestras para oferecer informações do tema em questão e em um terceiro momento a gente vai avaliar os conhecimentos preenchidos. Depois em um quarto momento a gente vai levar esses conhecimentos a maior parte da população da área de abrangência da equipe de saúde.
O plano de ação elaborado contém: identificação dos nós críticos, desenho de operações para os nós críticos do problema, identificação de recursos críticos, análise de viabilidade do plano, elaboração do plano operativo.
Descritores: Política Nacional de Alimentação e Nutrição.
(Resumo de Trabalho de Conclusão de Curso, autorizado pelo autor, TORRES SANTIAGO, J.A. Plano de Ação para mudança de conhecimentos sobre alimentação saudável, em Curuá - Pará, 2018)
Palavras-chave: Alimentação saudável.
ABSTRACT
Having a good diet is synonymous with healthy living. Through the National Food and nutrition policy, the Government encourages the population to have good habits and awareness about the risks of diseases caused by the prolonged intake of some types of products.
The adoption of a healthy diet prevents the emergence of chronic diseases and improves the quality of life. Fruits, vegetables, vegetables and whole grains contain vitamins, fibers and other compounds, which assist the natural defenses of the body and should be ingested frequently.
The data were obtained from the community health agents, individual patient and patient records. A review of the literature was also made and a plan of action was made in the following way: First choose a show to identify the level of knowledge of the healthy eating population, in a second moment we will give lectures to offer Information of the topic in question and in a third moment we will evaluate the knowledge fulfilled. Then in a fourth moment we will take this knowledge to most of the population of the area of coverage of the health team.
The elaborate plan of action contains: identification of the critical nodes, design of operations for the critical knots of the problem, identification of critical resources, analysis of the feasibility of the plan, elaboration of the operational plan.
Key words: National Food and Nutrition Policy.
(Summary of completion of course work, authorized by the author, TORRES SANTIAGO, J.A. Plan of action to change of knowledge on healthy food, in Curuá-Pará, 2018)
Key words: Healthy eating.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IMC Índice de massa corporal
HAS Hipertensão arterial sistêmica
DM Diabetes melito (Diabetes mellitus)
DCV Doença cardiovascular
MEV Mudança no estilo de vida
DCNT Doenças crônicas não transmissíveis
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 – Classificação da população da área da abrangência da equipe de saúde
11
Quadro 2 - Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “a inadequada cultura alimentaria”, do município Curuá, estado de Pará.
14
Figura 1 - Conhecimentos sobre alimentação saudável antes e depois da intervenção.
21
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
1.1 Aspectos gerais do município 13
1.2 Aspectos da comunidade 13
1.3 O sistema municipal de saúde 14
1.4 A Unidade Básica de Saúde Curuá Velho 15
1.5 A Equipe de Saúde da Família 07, da Unidade Básica de Saúde
Curuá Velho
15
1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe 07 15
1.7 O dia a dia da equipe 07 16
1.8 Estimativa rápida 16
1.9 Priorização dos problemas 17
2 JUSTIFICATIVA 19
3 OBJETIVOS 20
3.1 Objetivo geral 20
3.2 Objetivos específicos 20
4 METODOLOGIA 21
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 22
6 PLANO DE INTERVENÇÃO 27
6.1 Descrição do problema selecionado (terceiro passo) 27
6.2 Explicação do problema (quarto passo) 27
10
6.3 Seleção dos nós críticos (quinto passo) 28
6.4 Desenho das operações (sexto passo) 29
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 31
REFERÊNCIAS 32
APÊNDICE A 34
ANEXO A 35
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 Aspectos gerais do município: Curuá é uma cidade com uma população
estimada de 13.996 habitantes (2017) no último censo 12.254 habitantes (2010).
Localiza-se no norte brasileiro, a uma latitude 01º 53' 17" pertencente a microrregião
de Santarém. E um município pobre sem desenvolvimento econômico ou industrial
com um CDH-M de 0,578 (baixo), um PIB de R$ 87 567,60 mil. A atividade
econômica fundamental é o trabalho na prefeitura e a atividade comercial e
ganadeira. A atividade política partidária é polarizada entre dois grupos políticos
tradicionais que vêm se revezando à frente da administração municipal ao longo de
os vinte e dois anos do município. A cidade tem uma tradição forte na área cultural:
movimenta a região com o carnaval, as festas juninas e o Riad Alenquer - Curuá. A
religião Cristiana predomina e o nível cultural e de educação da população e baixo.
Na área de saúde, a estrutura do seu sistema de saúde deixa muito a desejar,
contando com um centro de saúde para o atendimento de urgência e emergência
que não trabalha pelos protocolos de atuação do ministério de saúde, seis postos de
saúde e quatro equipes de saúde para o trabalho da estratégia de saúde da família
conta se hoje com 2 equipes na zona urbana e 2 equipes na zona rural e um
dentista. Predomina o modelo de atenção primaria de saúde. Um grande problema
no desenvolvimento da ESF, é o pouco apoio do governo do município, além de que
o município não conta com laboratório clinico, provas especiais tais com raios X ou
ultrassom nem com outras especialidades médicas.
1.2 Aspectos da comunidade: A equipe de saúde onde eu estou inserido localiza-
se e chama-se Santa Maria Goreth mas não é uma comunidade, minha equipe
trabalha a estratégia de saúde da família em sete bairros localizados na periferia da
cidade desconhecendo-se com certeza o total da população a se atender. É grande
o número de desempregados e subempregados. A estrutura de saneamento básico
na comunidade deixa muito a desejar, principalmente no que se refere ao
esgotamento sanitário e a coleta de lixo e o abastecimento de água na época de
verão é pouca, além disso, a maior parte da comunidade vive em moradias bastante
precárias. O analfabetismo é elevado, e o nível de cultura e educação e baixo. Os
hábitos de alimentação da população são maus pois costumam comer alimentos
gordurosos e ingerir bebidas alcoólicas.
12
1.3 O sistema municipal de saúde: Financiamentos da saúde de R$ 1.889.450,00.
Rede de serviços
• Atenção primaria: Conta com seis postos de saúde, dois na cidade e os outros em
comunidades de interior.
• Atenção de urgência e emergência: Conta com um centro de saúde para o
atendimento da urgência e emergência.
• Apoio diagnóstico: O município não conta com estrutura para o apoio diagnóstico,
existe um laboratório particular de outro município que faze coletas 3 dias na
semana com preços muito altos para um município bem pobre. O resultado e que
maior parte do trabalho e feito pelas caraterísticas clínicas das doenças e muitas
vezes as grávidas completam o atendimento pré-natal sem fazer exames
laboratoriais do programa.
• Assistência farmacêutica: Todos os postos de saúde contam com uma farmácia e
uma sala para os programas hiperdia e saúde mental, mas os medicamentos não
são fornecidos todos os meses (exemplo em 2017 só quatro vezes).
• Vigilância da saúde: Existe um sistema de vigilância em saúde garante do
rastreamento de infecções sexualmente transmissíveis, hanseníase, tuberculose,
malária, dengue e outras doenças transmissíveis por vetores e outas endemias.
• Relação dos pontos de atenção: Existe relações entre os médicos do programa,
mas com os profissionais do centro de saúde não existe as melhores relações.
• Relação com outros municípios: Existe convenio com os municípios de Óbidos e
Alenquer para receber as gestantes assim completem as 34 semanas de gestação
para parto hospitalário e com o hospital regional em Santarém para encaminhar os
pacientes para consulta por outras especialidades medicas. As urgências medicas
são encaminhadas para os municípios de Óbidos e Alenquer.
• Consórcio de saúde: Existem planos de saúde com um hospital na cidade de
Alenquer.
• Modelo de atenção: Em nosso município predomina um modelo de atenção
primaria de saúde.
1.4 A Unidade Básica de Saúde Curuá Velho: A Unidade de Saúde foi inaugurada
há cerca de 4 anos e está situada na periferia da cidade. Conta com recepção, sala
de vacinas, sala de hiperdia, farmácia, sala odontológica, sala de atendimento
médico e de enfermagem, farmácia, cozinha e banheiros.
13
1.5 A Equipe de Saúde da Família 07, da Unidade Básica de Saúde Curuá Velho:
Equipe de saúde da família integrado por:
Juan Alberto Torres, 44 anos, médico
Christiane Sousa, 40 anos, enfermeira
Sheyla Lima, 26 anos, técnica de enfermagem
Okely Rocha, 24 anos técnica de enfermagem
Laise Torres, 22 anos, recepcionista
Ozilene Marinho, 28 anos, serviços gerais
Ivane Maciel, 48 anos, atendente de farmacêutica
Cleonildo Repolho, 43 anos, ACS
Edilza Picanço, 46 anos, ACS
Roney Gama, 28 anos, ACS
Djavna Araujo, 27 anos, ACS
Vania Araujo, 44 anos, ACS
Nilcione Cruz, 43 anos, ACS
Maria de Nazaré Vinhote, 46 anos, ACS
Jailce Duarte, 36 anos, assistente de saúde bucal
Macieli Garcia, 28 anos, odontóloga
1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe 07: O trabalho da equipe
de saúde da família: Está organizado para dar um dia atendimento pré-natal, outro a
puericultura e dois para demanda espontânea, dando atendimento a distintos
programas de saúde e uma tarde para realizar visita domiciliar. A equipe realiza
grupos operativos com população de risco ou vulnerável com bons resultados pois a
gente realiza cadastro de doenças crônicas, rastreamento de infeções sexualmente
transmissíveis e oferecer informações para educação em saúde.
1.7 O dia a dia da equipe 07: A Unidade de Saúde funciona das 7:00 h às 19 horas
e, com uma recepcionista que realiza atividades tais com recepção e arquivo de
prontuários, agendamento de consultas, oferecimento de informações aos clientes.
E o primeiro contato do cliente com a unidade. Depois o cliente e encaminhado para
a sala de triagem, consultório odontológico, farmácia, sala de vacinas ou hiperdia.
Na sala de triagem o paciente e acolhido realizando-se lhe medida de PA, glicemia,
peso e comprimento para depois vir para a sala de atendimento médico ou de
14
enfermagem ou de hiperdia. Na sala de vacina é imunizada a população e na sala
de hiperdia é dispensada a medicação para os pacientes com doenças crônicas tais
com diabetes e hipertensão e para os pacientes do polo saúde mental.
1.8 Estimativa rápida: Os principais problemas são:
• Da comunidade em geral (o contexto): Pouco desenvolvimento econômico da
cidade, sistema de saúde precário, cultura e educação pouco desenvolvidas e
estrutura política que não trabalha para melhorar a situação da cidade.
• Do sistema local de saúde: Apoio financeiro insuficiente pelo governo do
município, não adesão aos protocolos de atuação e tratamento do ministério de
saúde pelos profissionais do centro de saúde, insuficiente medicação fornecida
para as unidades de saúde, carência de meios auxiliares de diagnóstico
acessíveis a população.
• Da área de abrangência, da unidade de saúde:
• Problemas de saúde prevalentes: A população conta de boa saúde prevalecendo
as infeções respiratórias agudas.
• Saneamento: A coleta do lixo não é feita regularmente e as pessoas realizam a
queima afeitando-se a saúde ambiental. O abastecimento de agua nos meses de
verão não e com frequência diária.
• Educação: Nível cultural e educacional baixo.
• Do trabalho da equipe: O trabalho de a equipe de saúde mesmo e com todas as
dificuldades existentes e bom pelo fato de a gente fazer tudo o que e para a gente
fazer.
1.9 Priorização dos problemas
Problema Importancia* Urgencia** Capacidade de
enfrentamento***
Seleção/
Priorização****
Inadequada
cultura
alimentaria
Alta 4 Total 1
15
Alta incidência
de infecções
respiratórias
Alta 3 Parcial 2
Abastecimento
de agua
inadequado
Alta 3 Fora 3
Coleta do lixo
inadequada
Alta 3 Fora 4
Carência de
meios auxiliares
de diagnóstico
Alta 3 Fora 5
Coleta do lixo
inadequada
Alta 3 Fora 6
Insuficiente
medicação
fornecida
Alta 3 Fora 7
Não adesão à
os protocolos de
atuação e
tratamento
Alta 3 Fora 8
Apoio financeiro
insuficiente
Alta 3 Fora 9
16
2 JUSTIFICATIVA
Este trabalho se justifica pelo fato de que a pesar de que existem alimentos nos comércios a população tem hábitos de alimentação inadequados com um consumo exagerado de gorduras animais, alimentos fritos e com alto porcentagem de gorduras saturadas além de um aumento dos pacientes com sobrepeso e obesidade e de pacientes com doenças relacionadas com este transtorno tais com HAS e DM. Foi motivado pelo fato de que na minha área de abrangência existem muitos pacientes com esses fatores de risco e essas doenças e tenho certeza de que ao melhorar os hábitos inadequados de alimentação da população vão diminuir esses fatores de risco assim como a incidência de doenças relacionadas com eles porem vamos investigar o grau de conhecimentos da população sobre questões relacionadas com alimentação saudável para aumentá-lo após de receber palestras e avaliar o impacto sobre esses fatores de risco e doenças.
17
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Mudar o grau de conhecimentos sobre alimentação saudável da população da área da abrangência da equipe de saúde de Curuá Velho.
3.2 Objetivos específicos
1. Caracterizar a população da área de abrangência da equipe de saúde
2. Avaliar o grau de conhecimentos sobre alimentação saudável da população da área de abrangência da equipe de saúde antes e depois da intervenção.
18
4 METODOLOGIA
Para elaboração desse trabalho foi aplicado o método do Planejamento Estratégico Situacional/ Estimativa rápida, para determinar o problema prioritário, os nós críticos e as ações, de acordo com Planejamento e avaliação das ações em saúde (CAMPOS; FARIA; SANTOS. 2017). Para o embasamento conceitual foi consultada a bibliografia online do Google. Documentos do ministério de saúde e outras fontes de busca para revisão bibliográfica. Para a redação do texto, as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e orientações Iniciação à metodologia: Trabalho de Conclusão de Curso (CORRÊA; VASCONCELOS; SOUZA, 2017). Para a definição das palavras-chave e keyboards, os Descritores em Ciências da Saúde (DeCs), disponíveis em htt://decs.bvs.br/P/decsweb2015.htm. 1
A Estimativa Rápida constitui um modo de se obterem informações sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento, num curto período de tempo e sem altos gastos, constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo. Seu objetivo é envolver a população na identificação das suas necessidades e problemas. Suas principais vantagens relacionam-se ao fato de ser uma abordagem bastante rápida e eficiente nos custos, como também por contribuir para a participação da comunidade e facilitar o trabalho intersetorial. Torna-se o primeiro passo de um processo de planejamento que busca definir as intervenções necessárias para o enfrentamento dos problemas de saúde de uma população específica. 1
O trabalho vai ser desenvolvido no município Curuá estado Pará, no período desde janeiro de 2019 até abril de 2019. Os sujeitos envolvidos vão ser todos os pacientes portadores de obesidade que pertencem na área de abrangência da equipe de trabalho da ESF Curuá Velho II que aceitem participar na investigação.
Numa primeira etapa os pacientes serão avaliados para determinar o grau de obesidade apresentada e a presença de outras doenças ou fatores de risco.
Numa segunda etapa vai ser feiro um teste de conhecimentos sobre aspetos de alimentação saudável para avaliar o grau de conhecimentos da população a estudar.
Numa terceira etapa a população a estudar vai receber palestras e aulas sobre alguns aspetos da alimentação saudável e a sua relação com doenças crônicas não transmissíveis.
Numa quarta etapa vai ser feito outro teste de conhecimentos sobre aspetos de alimentação saudável para avaliar o grau de conhecimentos preenchidos da população a estudar.
Os dados vão ser submetidos a avaliação estadística e serão apresentados em tabulas e gráficos.
19
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1 Alimentação saudável
Ter uma boa alimentação é sinônimo de vida saudável. Por meio da Política
Nacional de Alimentação e Nutrição, o governo incentiva a população a ter bons
hábitos e conscientiza sobre os riscos de doenças causadas pela ingestão
prolongada de alguns tipos de produtos (Portaria Interministerial n° 1.010, de 8 de
maio de 2006 / Gabinete do Ministro). 3
Muitos componentes da alimentação dos brasileiros são associados ao
desenvolvimento de doenças, como o câncer, problemas cardíacos, obesidade e
outras enfermidades crônicas, como o diabetes. Por isso, alimentos ricos em
gorduras, como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e
derivados, bacon, presuntos, salsichas, linguiças, mortadelas, entre outros, devem
ser ingeridos com moderação. 4
O tipo de preparo do alimento também influencia no risco de doenças. Ao fritar,
grelhar ou preparar carnes na brasa a temperaturas muito elevadas, por exemplo,
podem ser criados compostos que aumentam o risco de câncer de estômago. Por
isso, métodos de cozimento que usam baixas temperaturas são escolhas mais
saudáveis, como vapor, fervura, ensopados, guisados, cozidos ou assados. 4
A adoção de uma alimentação saudável previne o surgimento de doenças crônicas e
melhora a qualidade de vida. Frutas, verduras, legumes e cereais integrais contêm
vitaminas, fibras e outros compostos, que auxiliam as defesas naturais do corpo e
devem ser ingeridos com frequência. 5
As fibras, apesar de não serem digeridas pelo organismo, ajudam a regularizar o
funcionamento do intestino, reduzindo o tempo de contato de substâncias nocivas
com a parede do intestino grosso.
A ingestão de vitaminas em comprimidos não substitui uma boa alimentação. Os
nutrientes protetores só funcionam quando consumidos por meio dos alimentos. O
uso de vitaminas e outros nutrientes isolados na forma de suplementos não é
recomendável para prevenção do câncer. 6
20
5.2 Hipertensão
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial
caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial – PA (PA ≥140 x
90mmHg). Associa-se, frequentemente, às alterações funcionais e/ou estruturais dos
órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e às alterações
metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). 7
Sua prevalência no Brasil varia entre 22% e 44% para adultos (32% em média),
chegando a mais de 50% para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos
com mais de 70 anos. 8
O objetivo do tratamento é a manutenção de níveis pressóricos controlados
conforme as características do paciente e tem por finalidade reduzir o risco de
doenças cardiovasculares, diminuir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de
vida dos indivíduos.
O tratamento não medicamentoso é parte fundamental no controle da HAS e de
outros fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV), como obesidade e
dislipidemia. Esse tratamento envolve mudanças no estilo de vida (MEV) que
acompanham o tratamento do paciente por toda a sua vida. 9
O tratamento medicamentoso utiliza diversas classes de fármacos selecionados de
acordo com a necessidade de cada pessoa, com a avaliação da presença de
comorbidades, lesão em órgãos-alvo, história familiar, idade e gravidez. 10
Entre os hábitos de vida, a alimentação ocupa um papel de destaque no tratamento
e prevenção da HAS. Uma alimentação inadequada está associada de forma
indireta a maior risco cardiovascular, que pode, ainda, ser associado a outros fatores
de risco como obesidade, dislipidemia e HAS. Várias modificações dietéticas
demonstram benefícios sobre a PA, como a redução da ingestão de sal e álcool,
redução do peso e possivelmente aumento no consumo de alguns micronutrientes,
como potássio e cálcio. Alguns estudos indicam que o padrão dietético global, mais
que um alimento isolado, tem maior importância na prevenção de doenças e
redução da morbidade e mortalidade cardiovascular. 11
21
5.3 Diabetes mellitus
O termo “diabetes mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias
heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de
carboidratos, proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação
da insulina (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1999). O DM vem aumentando sua
importância pela sua crescente prevalência e habitualmente está associado à
dislipidemia, à hipertensão arterial e à disfunção endotelial. É um problema de saúde
considerado Condição Sensível à Atenção Primária, ou seja, evidências demonstram
que o bom manejo deste problema ainda na Atenção Básica evita hospitalizações e
mortes por complicações cardiovasculares e cerebrovasculares (ALFRADIQUE,
2009). 12
É estimado que o Brasil passe da 8ª posição, com prevalência de 4,6%, em 2000,
para a 6ª posição, 11,3%, em 2030. Os fatores de risco relacionados aos hábitos
alimentares e estilo de vida da população estão associados a este incremento na
carga de diabetes globalmente (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2003). 13
Todas as pessoas com DM, independente dos níveis glicêmicos, deverão ser
orientados sobre a importância da adoção de medidas para MEV (NATHAN et al.,
2009; AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2011; MCCULLOCH, 2011a) [Grau
de Recomendação A] para a efetividade do tratamento. Hábitos de vida saudáveis
são a base do tratamento do diabetes, sobre a qual pode ser acrescido – ou não – o
tratamento farmacológico. Seus elementos fundamentais são manter uma
alimentação adequada e atividade física regular, evitar o fumo e o excesso de álcool
e estabelecer metas de controle de peso (GUSSO; LOPES, 2012).
A terapia nutricional é importante na prevenção do diabetes mellitus (DM) e no
retardo das complicações associadas ao DM, integrando o conjunto de medidas de
autocuidado e educação em Saúde (AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION, 2007;
KIRSTEN et al., 2010; SANTOS et al., 2009; SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES, 2005). As modificações na alimentação são reconhecidas como um
recurso para o controle glicêmico e redução do risco das doenças cardiovasculares
(KIRSTEN et al., 2010)
22
Diversos estudos comprovam que a atenção nutricional é importante na prevenção
do diabetes mellitus e no retardo das complicações associadas à doença, integrando
o conjunto de medidas de autocuidado e educação em Saúde (AMERICAN
DIETETIC ASSOCIATION, 2007; KIRSTEN et al., 2010; SANTOS et al., 2009;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2005).
Quadro 1 Classificação da população da área da abrangência da equipe de saúde seguindo idade e IMC
Idade Muito
abaixo
do peso
Abaixo
do peso
Peso
normal
Acima
do peso
Obesidade I Obesidade II Obesidade III
< 15
% 15 - 29
% 30 - 44
% 45 - 59
60 e mais
Fonte: Tableta de Índice de Massa Corporal
Abaixo de 17 Muito abaixo do peso
Entre 17 e 18,49 Abaixo do peso
Entre 18,5 e 24,99 Peso normal
Entre 25 e 29,99 Acima do peso
Entre 30 e 34,99 Obesidade I
Entre 35 e 39,99 Obesidade II (severa)
Acima de 40 Obesidade III (mórbida)
23
6 PLANO DE INTERVENÇÃO
Essa proposta refere-se ao problema priorizado “inadequada cultura alimentaria da
população da área e abrangência da equipe de saúde”, para o qual se registra uma
descrição do problema selecionado, a explicação e a seleção de seus nós críticos,
de acordo com a metodologia do Planejamento Estratégico Simplificado (CAMPOS;
FARIA; SANTOS, 2017).
6.1 Descrição do problema selecionado
Mesmo que existam nos distintos comércios alimentos de distintos tipos e qualidade
e valor nutricional, existe na população a tendência de consumir alimentos
gordurosos e açúcares gerando um aumento de pacientes obesos e com DCNT tais
com HAS e DM.
6.2 Explicação do problema selecionado (quarto passo)
Os maus hábitos de alimentação constituem um fator de risco importante para a
aparição de doenças crônicas não transmissíveis e complicações delas. Uma dieta
rica em gorduras não saturadas e alimentos fritos e baixas em frutas e legumes
aumenta o risco de aterosclerose e de lesão de órgãos alvos. Foi selecionado pelo
fato de ser o problema que seus não críticos são possíveis de mudar oferecendo
informações de alimentação saudável precisando-se de recursos humanos,
audiovisuais e informação sobre o tema.
24
6.3 Seleção dos nós críticos
Quadro 1 - Classificação de prioridade para os problemas identificados no
diagnóstico da comunidade edscrita à equipe de Saúde 2, Unidade Básica de Saúde
Curuá Velho, município de Curuá, estado Pará
Problema Importancia* Urgencia** Capacidade de
enfrentamento***
Seleção/
Priorização****
Inadequada
cultura
alimentaria
Alta 10 Total 1
Apoio financeiro
insuficiente
Alta 5 Fora 2
Pouco
desenvolvimento
econômico
Alta 5 Fora 3
Coleta do lixo
inadequada
Alta 5 Fora 4
Nível cultural e
educacional e
deficiente
Alta 5 Fora 5
Fonte:
*Alta, média ou baixa
** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30
*** Total, parcial ou fora
**** Ordenar considerando os três itens
25
6.4 Desenho das operações (sexto passo)
Quadro 2 - Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “inadequada
cultura alimentaria”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da
Família 2, Unidade Básica de Saúde Curuá Velho, município de Curuá, estado Pará
Nó crítico 1 Inadequada cultura alimentaria
Operação
(operações)
Mudança de conhecimentos sobre alimentação saudável, em Curuá -
Pará
Projeto Mudança de conhecimentos sobre alimentação saudável
Resultados
esperados
Aumentar a cultura alimentaria da população em um 50%
Produtos
esperados
Menor quantidade de obesos, pacientes diabéticos e hipertensos e
melhor controle deles
Recursos
necessários
Estrutural: locais para reuniões e grupos operativos
Cognitivo: médios audiovisuais e elaborar folhetos educativos
Financeiro: recursos para desenvolver o projeto
Político: adesão do gestor local
Recursos críticos Estrutural: locais para reuniões e grupos operativos
Cognitivo: médios audiovisuais e folhetos educativos
Político: motivação indiferente pelo gestor local
Financeiro: recursos financeiros para desenvolver o projeto
Controle dos
recursos críticos
Gestor local de saúde / motivação indiferente
Governo do município / motivação indiferente
Ações
estratégicas
Prazo
Responsável (eis)
pelo
acompanhamento
das ações
Gerente do projeto
26
Processo de
monitoramento e
avaliação das
ações
1. Escolher uma mostra de trabalho. Responsável: o gerente do
projeto.
2. Aplicar e avaliar o questionário para identificar o nível de
conhecimentos sobre alimentação. Responsável: o gerente do projeto
junto com outros membros da equipe de saúde.
3. Oferecer informações sobre alimentação saudável. Responsável: o
gerente do projeto.
4. Avaliar os conhecimentos preenchidos pela população em estudo.
Responsável: o gerente do projeto.
5. Levar a maior parte da população da área de abrangência da
equipe de saúde os conhecimentos sobre alimentação saudável.
Responsável: o gerente do projeto e outros membros da equipe de
saúde.
27
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que com as implantações de atividades do projeto de intervenções
consigamos aumentar o conhecimento da população sobre alimentação saudável e
os riscos e reduzir a quantidade de pacientes obesos, diabéticos e hipertensos além
de manter esses pacientes compensados.
28
REFERENCIAS
1 - BRASIL. Biblioteca Virtual em Saúde. Descritores em Ciências da Saúde.
Brasília, [online], 2016a. (BRASIL. Ministério da Saúde. Descritores em Ciências da
Saúde (DeCS). Brasília, [online] 2017. Disponível em:
http://decs.bvs.br/homepage.htm). Acesso em: 11 de abr. 2018.
2 - CARDOSO DE CAMPOS F. C.; PEREIRA DE FARIA; H.; DOS SANTOS C.A.
Plan ejamento e avaliação das ações em saúde. Belo Horizonte Nescon UFMG
Coopmed. 2010. P. 37, 38.
3 - BRASIL. Portaria interministerial nº 1.010, de 8 de maio de 2006. Disponível em:
http://www.semesp.org.br/legislacao/migrado2002/
4 - ESTRATÉGIA PARA O CUIDADO DE PESSOA COM DOENÇA CRÔNICA. Diabetes Mellitus. Caderno de Atenção Básica, n⁰ 35. Brasília - DF 2014. p. 64.
5 – DUNCAN B. B.; SCHMITH M. I.; GIUGLIANI E. R. J; et. al. Medicina
Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4a Edição,
ARTMED. p. 543, 547.
6 - MEDGRUPO - Ciclo 1. Cap. 4. OBESIDADE E TRASTORNOS ALIMENTARES. MEDYCLIN EDITORA. 2010. p. 55.
7 - VICENTE TABARES A. M. ESTRATÉGIAS PARA O CUIDADO DA PESSOA
COM DOENÇA CRÔNICA. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA. Cadernos de
Atenção Básica, n° 37. Brasília – DF 2013. p. 19, 57, 58, 83.
8 - MAIA BIANCHINI ITEMAR. Hipertensão arterial sistémica. Em: GUSSO G.;
CERATTI LOPES J. M. TRATADO DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
VOLUME II. Artmed Editora Ltda, 2012.
9 - GUSSO G.; CERATI LOPES J. M. TRATADO DE MEDICINA DE FAMÍLIA E
COMUNIDADE, PRINCIPIOS FORMAÇÃO E PRATICA I. Artmed, 2012. 2 v. p.
1287, 1288.
29
10 - MAIA BIANCHINI ITEMAR. Hipertensão arterial sistémica. Em: GUSSO G.;
CERATTI LOPES J. M. TRATADO DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
VOLUME II. Artmed Editora Ltda, 2012.
11 - ANDRADE JUSTINO A. L. et al. Prevenção primária e secundária para doenças
cardiovasculares. Em: GUSSO G.; CERATTI LOPES J. M. TRATADO DE
MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE VOLUME II. Artmed Editora Ltda, 2012.
12 - ESTRATÉGIA PARA O CUIDADO DE PESSOA COM DOENÇA CRÔNICA.
Diabetes Mellitus. Caderno de Atenção Básica, n⁰ 36. Brasília - DF 2013.
13 - DIABETES. Vídeo Line. Coordenação Científica Prof. Adrebal Sabrá. 2018. 1
DVD (48 min.)