mp 20151 tecnologia: o mundo a poucos clicks

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Revista experimental dos alunos do curso de Jornalismo da Faculdade 7 de Setembro 2015.1

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Revista experimental dos alunos do curso de

Jornalismo da Faculdade 7 de Setembro

2015

.1

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DIRETOR GERALEdnilton Soárez

DIRETOR ACADÊMICOEdnilo Soárez

VICE-DIRETORAdelmir Jucá

COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMODilson Alexandre

EDITORES CHEFESEdma GóisMiguel Macedo

PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTETarcísio Bezerra

COORDENADOR DO NÚCLEO DE FOTOGRAFIAJari Vieira

BOLSISTAS DO NPJOR QUE PARTICIPAREM DESTA EDIÇÃOGuilherme Paiva | Diagramação Alexandre Fernandes | Diagramação

EDITORIALMiguel Macedo

A sociedade está cercada pelos avanços tecnológicos. Não há mais como fugir deles. E não apenas os jovens foram escra-vizados pelo mundo online, a tecnologia já quebrou todas as barreiras. É comum ver idosos navegando em suas páginas de relacionamento.

Mudanças que já se tornaram parte do dia-a-dia e que não são mais percebidas como parte desse progresso. Poucos são os que não se sentem tentados por abrir o portão de casa com apenas um click.

Fazer um curso, antes, necessitava de todo um cuidado para escolher um local que não fosse distante de casa, que os horá-rios “casassem” com as obrigações do dia-a-dia. Isso tudo ficou para traz. Do sofá de casa, seja onde ela for, é possível se estu-dar para um vestibular, concurso ou mesmo só para acumulo de conhecimento.

Até a educação infantil está sendo influenciada pelo turbi-lhão tecnológico o qual a sociedade está sendo submetida. Já não é mais possível as escolas ignorarem as vivencias das crian-ças com os aparelhos em casa, na gerencia dos pais. Elas estão se adaptando a essa nova condição, inovando nas aulas, tornando--as mais interativas.

Com a chegada do aplicativo Tinder até paquerar ficou mais cômodo. Apesar de outras centenas de sites para pessoas que buscam algum relacionamento mais afetivo, ele é o verdadeiro sucesso no Brasil. Basta apenas que duas pessoas, com um cli-ck, se mostrem interessadas uma pela outra que elas já podem iniciar uma conversa.

Isso tudo e outras coisas, que serão abordadas nesta edição da Matéria Prima, mostram como a vida humana mudou por influência dos inventos modernos. É difícil imaginar até onde vão esses mecanismos irão avançar. Certo é que o caminho não tem volta.

Boa leitura!

Tecnologia dodia a dia

ENTER] Nesta edição de Matéria Prima, trouxemos os chips e suas ligações cibernética em tons esverdeados. Isso porque, no século XXI, parece que a tecnologia é o nosso ambiente, nossa natureza. A relação homem x máquina nunca esteve tão almagamada.

ED

IT

OR

IA

L

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4 Adaptação e Conveniência8 Bicicletar: tecnologia a favor de hábitos saudáveis10 Estudos Online18 Redes sociais: novas lojas na economia22 Voando alto com drones26 Tecnologia em veículos: ajuda ou atrapalha?

SU

RI

O

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4 // MATÉRIA PRIMA 2015.1

Adaptação e

CONVENIÊNCIAA rotina do jornalista está sendo reconfigurada pela internet, num constante processo de revisão de suas atividades diárias

A tecnologia trouxe mudanças ra-dicais para o jornalismo e para as insti-tuições sociais que ele serve. O jornalis-ta desempenha historicamente um papel central, servindo como fonte principal das notícias e informações para os cida-dãos sobre assuntos de importância pú-blica. O comunicador vem, com o tempo,

estudando a melhor forma de levar a no-tícia ao seu público alvo, mas sempre en-controu entraves. Além de receber mui-tas informações, e transmitir, das mais variadas formas, ainda tem que saber manusear no seu cotidiano tecnologias que, até pouco tempo não eram necessá-rias para sobrevivência da notícia.

Para o jornalista Alberto Perdigão, a tecnologia surge com o papel de in-formar, aproximar e ampliar o canal de aproximação e comunicação com o público alvo que, no caso dele, é o seu assessorado. Perdigão utiliza a mídia para ampliação de diálogo expressivo. Infelizmente, não é assim que acontece.

REPORTAGEM Lorena Mesquita | Janaína Soares FOTOS Janaína Soares DESIGN Gabriel Barbosa | Carla Getsêmani

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2015.1 MATÉRIA PRIMA // 5

“Trabalhamos com Twitter, Facebook e o canal do Youtube. Elas são muito impor-tantes, mas sempre serão alternativas, onde se pode fazer o mix de ferramen-tas digitais passarem pelas ferramentas mais tradicionais, que vão desde o aten-dimento pessoal e presencial, como en-viar o release, sugestão de pauta, ou ter um newsletter, mesmo que esteja ultra-passado ou não”.

Ele explica que as redes deverão ser adequadas à necessidade de cada setor do jornalismo, pois não são ferramentas perfeitas. Se a comunicação é para um público pouco letrado, não tem como se utilizar dessa tecnologia. Já o público que possui um letramento escolar e digital, mais jovem e urbano, que usa as redes sociais no cotidiano, terá maior percen-tual a ser alcançado. As limitações da rede estão muito menos nelas próprias e muito mais na utilização delas, ou seja, nas adequações que se constroem nelas.

Hoje, precisamos nos meios de comu-nicação de muito mais de opinião e aná-lise. “Os jornais estão ficando dependen-tes desse volume de informação rápido e veloz que o cidadão já tem e não aquela informação que já se consumiu há 24 ho-ras ou 12 antes nas mídias digitais conec-tadas,” informa Perdigão. O jornalista Arnaldo Mota, que trabalha como as-sessor e professor, ressalta que em qual-quer tipo de função dentro do ciberes-paço existirá dificuldades, porque se há interação, há automaticamente um pú-blico alvo para ser atingido. Arnaldo não vive sem essa tecnologia, onde diz que é 100% dependente. Resolve todos seus problemas com poucos toques na tela de

um smartphone. “As mídias sociais vêm para o imediatismo no mundo moderno.Não precisa mais se preocupar com tem-po de deslocamento para resolver algum problema, ou coletar pautas”.

Mota ressaltou a sua preocupação com a perda da interação do jornalista com o fato acontecido, pois o jornalista preci-sa saber a diferença do fato e da notícia. Existe o fato de que se o jornalista for se deslocar para cobrir a notícia, estará muito mais sensível a passar o fato, com maior clareza de detalhes, do que ouvin-do dentro de uma redação por uma fonte. Com isso, destaca os pontos positivos e negativos de tanta tecnologia e o uso das mídias sociais. “O maior problema que vejo nas mídias é a falta de checagem da informação pelo jornalista. Ele vai lá, vê o fato e não tem o faro de buscar mais a fundo o real acontecido, se procede ou não aquela matéria”. A sua qualidade é que é diferente da mídia tradicional. Ela é unilateral, movida por um só conteúdo, sem interatividade, com repetição, sem propagação, guardada pra si.

As mídias sociais se propagam por meio de outras pessoas, são de alta in-teratividade e se disseminam sozinhas.

A pessoa publica esse conteúdo, que é republicado e vai permanecendo na rede. Mota finaliza falando que o pre-paro do jornalista de hoje é muito com-plicado, pois não é a intelectualidade,

As mídias sociais vêm para o imediatismo no mundo moderno. Não precisa mais se preocupar com tempo de deslocamento para resolver algum problema, ou coletar pautas”Alberto Perdigão

mas o imediatismo. Hoje a notícia se torna fria em 15 minutos.

Bruno Balacó, jornalista esportivo do jornal O Povo, vive essa divergência no seu dia a dia. Utiliza as mídias so-ciais para seu trabalho. “São ferramen-tas importantíssimas, onde monitoro a todo instante. São fontes de informação e dão vazão a notícias praticamente em tempo real, impulsionam a veiculação de materiais multimídia (áudio, vídeo e imagens), que nos ajudam na criação de novas reportagens”. Ele ressalta que o aplicativo Whats App, em especial, é peça-chave, pois hoje existem grupos de temas divididos por interesse. É uma rede que deixa por dentro das notícias e debates num ritmo quase que 24 ho-ras por dia. Balacó, assim como Arnaldo, explica que o grande entrave é o exces-so de conteúdo que as redes sociais pro-duzem. Para um jornalista, isso é preju-dicial, pois é praticamente impossível acompanhar tudo o que se produz nas mídias, tendo em vista a avalanche de postagens e textos divulgados por essas mídias a cada instante. Outro entrave é a falta de critério de milhares de produ-tores de conteúdo, sejam eles jornalistas ou não, em divulgar informações ditas como reais, quando, na verdade, não se levou em conta um critério mais rigoroso de checagem e apuração da veracidade, do que está sendo dito. u

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6 // MATÉRIA PRIMA 2015.1

Como a tecnologia age nas

CRIANÇASREPORTAGEM | FOTOS Ana Clara Cabral | Raquel Rodrigues DESIGN Evaniely Christine | Edemy Gonçalves| Joseanne Nery

Apesar de ser mal vista com as crianças, a tecnologia pode ser uma grande aliada

As ferramentas tecnológicas fazem parte da vida da sociedade. Hoje, não há mais como se desvincular delas. Particularmente, as crianças precisam, sim, ter acesso às possibilidades ofereci-das pela tecnologia, mas de uma forma certa e orientada para que tenham um verdadeiro aprendizado. Há pontos posi-tivos e negativos deste processo. Os pais devem, portanto, acompanhar para que seja saudável.

Na opinião do psicólogo Iago Cavalcante, as pessoas comumente têm a noção de que a escola, a família, a igre-ja, por exemplo, educam, enquanto que a mídia e as tecnologias deseducam. Este entendimento guarda, em si, um precon-ceito valorativo. Ele entende que as mídias e tecnologias, assim como as demais ins-tâncias sociais, são formas de educar, isto é, de formar pessoas. “Se as crianças não usam as tecnologias para os trabalhos da escola, da igreja ou para as questões rela-cionais ou familiares, é também porque estas instâncias pararam de responder às suas necessidades de comunicação e à sua realidade social”, afirma o psicólogo.

Um bom exemplo é a pesquisa que Iago Cavalcante empreendeu jun-to ao Laboratório de Pesquisa em Subjetividade e Sociedade (LAPSUS – UFC). Ela indica que a mídia (a tecnologia é um importante meio de acesso a ela) tem se configurado como um importante informante no que se refere à sexualida-de, por exemplo. Ficam a família e a es-cola em 3º e 5º lugares, respectivamente, no que se referem às fontes de informa-ções que os jovens procuram a respeito da sexualidade.

Muitos dos produtos tecnológicos já são lançados com formas de uso pron-to, mas os aplicativos e funções também podem se ajustar à pessoa. É saudável nos recursos tecnológicos incluir certa autonomia na produção de sentidos, a partir de seu uso. A utilização saudável permite que o sujeito, no caso, a crian-ça, produza novos sentidos para a vida. O importante é, então, dar autonomia e estimular a criação, a não somente re-plicar os conteúdos e modos de uso, mas descobrir e produzir novas leituras e es-tabelecer novas relações.

Além disso, se as crianças procuram estar mais tempo com a tecnologia, como uma “fuga” da realidade, é também por-que esta realidade não conversa com ela, tanto quanto as tecnologias. Iago aconselha que uma boa alternativa é os pais passarem a promover sua educação

também no plano das tecnologias, enten-dendo que esta é uma importante parte da realidade das crianças de nossos dias. É preciso entender que em todo sentido há educação. A questão é o tipo de conta-to que os pais estabelecem com os filhos, no plano das relações virtuais ou não.

Thales de Araújo, de 10 anos, é exem-plo de uma criança, que com a ajuda dos pais, faz bom uso da tecnologia. Além de usar para se divertir jogando vídeo game, falar com os amigos e assistir ví-deos de seus youtubers favoritos, reali-za pesquisas para trabalhos do colégio e busca aprender mais sobre os assuntos que gosta. Além disso, em sua escola, ele aprende exercícios de matemática, con-centração e raciocínio usando compu-tadores e ipads. Ele conta que seus pais estabelecem horário para usar a inter-net: “não posso usar de manhã porque é

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a hora de estudar. Até imploro, mas nin-guém deixa. O jeito é fazer o que tenho que fazer pra depois mexer na internet”.

Ainda que goste da internet e apare-lhos tecnológicos, Thales confessou que sente falta às vezes das brincadeiras de perto com os amigos. Mas, também as-sume que por causa da falta de oportuni-dade para sair de casa e perigo de alguns lugares ao ar livre, celular, computador e vídeo game ajudam nessas horas.

Não há idade certa para o contato com a tecnologia. Hoje, já se nasce numa so-ciedade que não vive sem o contato com a mídia. O que deve existir é a atenção dos pais com relação a como as crian-ças estão usando esses equipamentos, deixando de lado outras brincadeiras, que não deixam de ser necessárias tam-bém. Não é possível substituir todos os tipos de diversão apenas por um apare-lho. Para detalhar a questão, a repórter Raquel Rodrigues conversou com a em-presária Gessiane Braga. Mãe de uma criança de 3 anos, ela fala da sua expe-riência no cotidiano tecnológico dessa nova geração.

Raquel Rodrigues: Você concorda que cada vez mais cedo as crianças estão sabendo usar as tecnologias? Como você lida com isso tendo uma filha criança e que querendo ou não é dessa geração?

Gessiane Braga: Concordo com certeza. Hoje, as crianças até sabem

mexer mais do que a gente. Por um lado é bom, mas por outro é ruim, porque as crianças estão deixando de curtir a in-fância, até de brincar com outras crian-ças pra estar em videogame, tablet e ce-lular. Muitas vezes atrapalha. Acho que, no caso da minha filha, é uma forma de interação. Ela fica atenta, aprende, mas, isso não atrapalha na interação com ou-tras crianças.

RR: Em sua opinião, quais os pon-tos positivos de deixar uma criança ter acesso à tecnologia? E os negativos?

GB: Positivamente, fornecem mui-tas atividades que estimulam a imagi-nação das crianças, como os joguinhos educativos nos aparelhos. Isso é mui-to bom, principalmente pra ganhar a atenção delas. O ponto negativo, acho que seria a dependência. Deixar de querer conhecer outras crianças, se isolar, ou, muitas vezes, aprende coi-sas que não deveria estar aprendendo para idade.

RR: Você usa tecnologia como meio de distração para a sua filha?

GB: Uso sim, com certeza. Isso me ajuda bastante, principalmente quan-do estou ocupada no trabalho ou estu-dando. (Risos). Mas, também não quer dizer que faça com frequência ou goste, faço porque é um dos poucos meios que tenho pra entretê-la.

RR: Você vê o que sua filha usa? Bloqueia algo para que ela não possa ver?

GB: Vejo sempre o que ela tá vendo. Graças a Deus tenho controle sobre tudo que ela mexe. Não bloqueio nada porque ela só tem três aninhos, então dá pra controlar o que usa.

RR: Você limita padrões com base na idade dela para que não use algo?

GB: Não. Há jogos, por exemplo, que eu jogo e que ela fica tentando jogar. Até deixo, porque não há nada demais. Agora, em relação a programas de TV, isso limito muito. Ou quando estou no computador e ela quer mexer. Nunca a deixo sozinha. Sempre fico por perto pra saber o que ela tá vendo ou mexendo.

Se as crianças não usam as tecnologias para os trabalhos da escola, da igreja ou familiares, é também porque estas instâncias pararam de responder às suas necessidades de comunicação e à sua realidade social Iago Cavalcante

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Tecnologia a favor de hábitos saudáveis

BICICLETAR

REPORTAGEM | FOTOS Letícia Alves DESIGN Sarah Sousa

Compartilhamento de bicicletas promove soluções tecnológicas para uma melhor qualidade de vida e mobilidade urbana

O analista de métricas, Bruno Carvalho Meneses, 24, é de Maranguape e trabalha em uma agência de publicidade em Fortaleza. Há seis anos com ativida-des na Capital (quatro de faculdade e dois de trabalho), finalmente viu sua rotina mudar, e para melhor, com a implantação das bicicletas compartilhadas na cidade.

As estações do projeto Bicicletar, parceria da Unimed com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, são conectadas

a uma central de operações via wire-less, e o compartilhamento se dá, uni-camente, pelo meio tecnológico: apli-cativos para smartphones, ligação de celular ou através do Bilhete Único. O aplicativo, também chamado de Bicicletar, está entre os tantos outros incontáveis apps que prometem auxi-liar no dia a dia das pessoas.

Lembrar de beber água, realizar trans-ferências bancárias sem sair do lugar e

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diversas outras demandas cotidianas não são mais problemas para quem gos-ta de se esforçar, física e mentalmente, o mínimo possível. A diferença do aplica-tivo Bicicletar está em, de fato, promo-ver a atividade do usuário, melhorar a saúde e combater o sedentarismo. Isso sem mencionar o incentivo ao transpor-te sustentável.

Bruno conta que resolveu testar as bi-kes logo quando as primeiras estações foram implantadas. O resultado foi tão positivo que logo incorporou o uso das bicicletas ao cotidiano. “Quando surgi-ram os bicicletários, achei a ideia massa. Resolvi testar e realmente vale a pena. Ainda não temos o cenário ideal, ciclofai-xas, os motoristas respeitando os ciclis-tas... mas a ideia é boa, e facilita muito a minha vida!”

O trajeto do bairro Aldeota para o Benfica se tornou mais agradável, es-tando fora dos engarrafamentos e ôni-bus lotados. Hoje, Bruno leva em média de 25 a 35 minutos, dependendo do horá-rio, para realizar o percurso. Além disso, escolhe seu próprio trajeto e alia a ne-cessidade de locomoção a uma atividade física. Resultado: diminuição no estresse

e melhoria da qualidade de vida.O arquiteto Elton Sales Martins, 25,

define-se como urbanista e bastante en-volvido com as causas de mobilidade. Também usuário do Bicicletar, avalia po-sitivamente a implementação do projeto e acredita que a tecnologia tem um peso

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considerável para o bom funcionamento do serviço. Experiente no assunto, Elton conta que o projeto tem pontos positi-vos até comparados a outros países. “Ter uma hora para utilizar, também é muito bom. Quando usei o mesmo sistema na Europa o tempo era reduzido, coisa de 20 ou 30 minutos.”

Ainda há, no entanto, algumas críti-cas a serem feitas no sistema. O aplica-tivo não informa, por exemplo, as ruas que possuem ciclofaixas ou os melhores caminhos a serem percorridos por bici-cletas. Até o momento, o aplicativo fun-ciona para habilitar o compartilhamen-to e apontar os locais das estações, bem como quantas bicicletas estão disponí-veis em determinada estação no momen-to do acesso.

Além disso, Elton relata que, por mais que as três maneiras de acesso ao com-partilhamento (Bilhete Único, ligações de celular e aplicativo) sejam bastante eficientes, ainda há dúvida na população em relação ao cadastramento. “Talvez o site do Bicicletar pudesse explicar me-lhor um passo-a-passo do cadastramen-to pra quem vai usar Bilhete Único e pra quem vai pagar. Muita gente fica em dú-vida nas estações.”

A primeira etapa do projeto Bicicletar foi entregue em abril de 2015, com 40 estações instaladas, totalizando 400 bicicletas. A assessora de imprensa da Unimed Fortaleza informou que a coo-perativa pretende continuar patrocinan-do o Bicicletar nas possíveis ampliações do projeto. No entanto, faz-se necessário um estudo aprofundado sobre para onde o projeto deverá crescer, para que o be-nefício continue sendo real.

De acordo com notícias do G1 Ceará, portal online da Globo, Fortaleza li-dera o ranking de viagens, sendo a capital de maior taxa de utilização dentre as que possuem o sistema. Se depender da quantidade de viagens realizadas diariamente, pode-se di-zer que, na capital cearense, o pro-jeto obtém sucesso e tem auxiliado o cotidiano das pessoas.u

Ainda não temos o cenário ideal, ciclofaixas, os motoristas respeitando os ciclistas... mas a ideia é boa, e facilita muito a minha vida! Bruno Meneses

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ESTUDOS ONLINE

REPORTAGEM Clara Jovino| Estélio Neto FOTOS Mauri Melo DESIGN Letícia Alves | Deleon Hippolyto

A união entre internet e educação aumentou possibilidades para aqueles que não podem estar fisicamente em salas de aula

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2015.1 MATÉRIA PRIMA // 11

“Estava trabalhando e precisava estudar para o Enem, mas como não tinha tempo, resolvi procurar na internet” Carlos Gomes

Com a evolução tecnológica das últimas décadas, relevantes mudan-ças estão ocorrendo na sociedade, com antigos hábitos saindo da rotina das pes-soas. E uma das áreas que mais se benefi-cia com as mudanças é a educação.

Além de facilitar a comunicação, a in-ternet entra como algo que diminui dis-tância e aproxima os conhecimentos, fa-cilitando os meios de compartilhamento de estudos e pesquisas.

Os procedimentos habituais para ti-rar dúvidas, como utilizar um dicioná-rio para saber a escrita ou significado de uma palavra ou mesmo folhear uma en-ciclopédia para entender a explicação de algum fenômeno químico. Todos, enfim, estão ficando cada vez mais incomuns, já que sites de busca oferecem estas respos-tas com mais rapidez e facilidade.

As educadoras (escolas, cursos de idiomas, faculdades, universidades, en-tre outros) descobriram nesse meio um grande espaço para amplificar seus pú-blicos. Muitos estudantes se preparam para processos seletivos, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e con-cursos públicos, parcial ou totalmente online. Algumas faculdades e sites espe-cializados ofertam graduações, especia-lizações, cursos e outros tipos de educa-ção à distância.

Uma das vantagens é que pessoas que não têm muito tempo disponível, podem ter acesso ao material a qualquer mo-mento. Este é o caso do estudante Carlos Gomes. que se prepara para o Enem no-vamente, dessa vez para Psicologia, um antigo sonho. “Estava trabalhando e pre-cisava estudar para o Enem, mas como não tinha tempo, resolvi procurar na in-ternet. Achei o site que utilizo hoje para estudar no Google”, explica Carlos, o mo-tivo de estudar online.

A estudante de Direito, Ivna Costa, que já fez alguns cursos online pela Fundação Getúlio Vargas (FGV online), ressaltou que uma desvantagem desta é a falta de interação entre aluno e professor, o que pode deixar muitas dúvidas para os es-tudantes, segundo a aluna.

Maria Ígia Caldas, que está concluin-do sua graduação a distância em Serviço Social, afirma que a internet auxilia nes-sas horas, oferecendo ferramentas que possibilitam esclarecer questionamen-tos rapidamente. “Por um lado é ruim, porque acaba atrapalhando os estudos. Você fica olhando uma coisa, depois vai para outra, deixando de lado a matéria. Mas, tem um lado bom, pois ajuda a tirar algumas dúvidas.”, disse Maria.

A estudante de Jornalismo, Lérida Freire (foto), buscava cursos para ocu-par seu tempo nas férias. Encontrou na internet o curso online de webjornalis-mo no site PUC-RJ. Lérida explicou que o curso durou 10 dias e, em cada um deles, era disponibilizada uma parte do mate-rial. Ao final, o aluno passava por uma

prova e deveria acertar um percentual X para que recebesse o certificado.

Lérida contou ter participado de ou-tro curso, no mesmo estilo, pela Agência Senado. “Meu primeiro curso online foi na época do acordo ortográfico, indicado por uma professora e o aluno tinha três meses para responder um questionário”, ressaltou Lérida sobre o assunto.

Ao buscar outra forma de aula, a fisio-terapeuta Lísia Andrade, decidiu com-plementar seus estudos para concursos públicos, com sites especializados que vendem seus materiais online. Lísia, que se divide entre o trabalho e estudo, man-tém contrato com três entidades, inclu-sive de Fortaleza. “Os valores variam de site para site. Há um que você paga en-tre R$ 350 a R$ 550 e fica disponível por apenas seis meses e outros dois que são pagos anualmente de R$ 80 e R$ 120”, co-menta a fisioterapeuta sobre os valores.

A tecnologia tornou possível a dispo-nibilização de um incontável conteúdo. Para os jovens é difícil de imaginar o mundo antes dos anos 1990, quando as principais fontes de conteúdos eram os livros e dicionários. Da mesma forma, como hoje se vê com estranheza o pas-sado, esperemos para ver o que diremos dos dias atuais daqui a 25 anos. u

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12 // MATÉRIA PRIMA 2015.1

Tecnologia ainda desafia

REPORTAGEM Erikison Amaral | Larissa Becker | Matheus Ribeiro FOTOS Syda Production DESIGN Letícia Alves | Deleon Hippolyto

Em meio aos inúmeros recursos tecnológicos, conciliar o ensino com essas ferramentasainda é o grande desafio para professores

Seja por meio de smartphones, no-tebooks ou programas de TV online, os diversos dispositivos digitais já com-põem o dia a dia de alunos e professores de qualquer escola. Fazer com que esses instrumentos auxiliem o ensino e o co-nhecimento em sala de aula, entretanto, não é tarefa fácil.

Quando aliadas ao desenvolvimento so-cioeducativo do aluno, essas modernidades apenas somam ao aprendizado pedagógico. Segundo a mestra especializada na forma-ção e capacitação de professores, Ana Paula de Araújo, chega a ser desmotivador para o aluno frequentar uma escola em que a tec-nologia não é bem utilizada. “É evidente a

EDUCADORES

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Tecnologia ainda desafia

2015.1 MATÉRIA PRIMA // 13

insatisfação dos alunos em relação às aulas ‘tradicionais’. Hoje, é preciso ensinar com interatividade e criatividade para prender a atenção do estudante.”

A educadora salienta, no entanto, que esse tipo de recurso em sala de aula só trará efeito caso esteja a ser-viço dos conteúdos programados para ensino. “Ao contrário, só irá atrapa-lhar o aprendizado”.

Diante das inúmeras tecnologias pre-sentes no cotidiano dos educadores, sur-ge o desafio de aliar educação e tecno-logia em classe. De fato, as tendências digitais aparecem como alternativas aos tradicionais quadros e lousas, além de livros impressos. Integrá-las à sala de aula, entretanto, ainda é pouco frequen-te e um enorme desafio aos professores e educadores de forma geral. É necessário que as metodologias utilizadas nas esco-las estejam em conjunto com esses equi-pamentos, para que o aprendizado seja realmente efetivo.

Na chamada sociedade da informação, o computador e a internet potenciali-zaram a influência da fala e da escrita no saber humano, auxiliando-o em sua

A TECNOLOGIA NA TERCEIRA IDADE

O uso dessa tecnologia não

está presente apenas na vida de

crianças e adolescentes. Além

de auxiliar o aprendizado desses

jovens, ela também faz parte

do cotidiano de quem está na

terceira idade. De acordo com uma

pesquisa realizada pela “Telehelp”

em São Paulo, 66% dos idosos

usam internet diariamente. Além

disso, 97% deles que estão na faixa

dos 60 anos utilizam dispositivos

móveis, número que diminui à

medida que a idade aumenta. O

principal motivo para o não uso

dos aparelhos tecnológicos é: não

saber usar.

capacidade de aprender e compreender. Ou seja, a educação não está mais restri-ta aos professores.

A população está se modernizando e, na medida em que o tempo passa, as tecnologias se tornam mais presentes no dia a dia. Com isso, aos poucos, as pes-soas têm adquirido acesso a tudo com muita eficácia e rapidez. Atualmente, é cada vez mais comum se ver crianças utilizando os smartphones e tablets com muita facilidade.

Essas novas ferramentas seduzem edu-cadores e estudantes devido a sua prati-cidade. Por isso, já é possível considerar que as novas tecnologias podem contri-buir para solucionar os grandes proble-mas da educação contemporânea.

Apesar disso, a dispersão dos alunos devido ao mau uso desses dispositivos é o principal desafio dos professores em seu ambiente de trabalho. Isso é o que relata a pedagoga e mestranda em políticas pú-blicas na Universidade Federal do Ceará (UFC), Márcia Almeida. Para ela, “utilizar o computador de forma envolvente e que faça com que o aluno aprenda, ainda é o maior desafio”.

As novas tecnologias, consequente-mente, são ferramentas que também au-xiliam a educação, assim como os outros instrumentos. Para o aluno de inclusão digital da escola pública Ismael por Deus, José Ferreira, o aprender em uma nova plataforma fica mais fácil. “Eu era anal-fabeto e nunca mexi em um computador. Com o programa de inclusão da escola, consegui aprender os dois ao mesmo tempo”, relata o aluno.

A internet, com isso, deixou de ser sim-ples local para navegação e se tornou

Utilizar o computador de forma envolvente e que faça com que o aluno aprenda, ainda é o maior desafio.Márcia Almeida

uma grande comunidade global conec-tada com recursos que garantem a faci-lidade na comunicação. Nesse sentido, é importante que as instituições e pro-fessores se adaptem à nova tendência do século XXI, a fim de que as escolas não se tornem instituições ultrapassadas.u

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14 // MATÉRIA PRIMA 2015.1

CONTROLEV E R S U S

Investimentos otimizam a programação dos semáforos visando ao conforto da população por meio de novas tecnologias

D E T R Á F E G O I N T E L I G E N T E

TRÂNSITOCAÓTICO

REPORTAGEM Lylla Lima | Flávia Lopes FOTOS Lylla Lima DESIGN Vitória Queiroz | Rebecca Manzolin

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2015.1 MATÉRIA PRIMA // 15

As mudanças tecnológicas em Fortaleza começaram em 1997 e são re-novadas todos os anos. A capital é a 5ª cidade mais populosa do país, segun-do o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), e o trânsito se tornou um dos mais caóticos do Brasil, com tantas pessoas indo e vindo.

Para diminuir esse impacto nega-tivo, o poder público investe em tec-nologias. São sinais de trânsito inte-ligentes, câmeras de monitoramento, aplicativos para dispositivos móveis. Os bairros com maior fluxo de carros

têm atenção especial da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) e novas políticas de investimentos estão sen-do criadas por meio do Plano de Ações Imediatas em Transportes e Trânsito em Fortaleza (PAITT).

A AMC é um dos responsáveis pela administração do trânsito de Fortaleza e faz planejamentos, fiscalizações, pro-jetos e outras competências relacio-nadas ao trânsito. Uma tarefa difícil, visto que na Capital são cerca de 6 mil novos carros por mês.

Para realizar esse trabalho com efici-ência, a AMC possui tecnologias como semáforos inteligentes e câmeras de fiscalização eletrônica. Fortaleza, com isso, já pode ser considerada referência no controle de tráfego do país e do mun-do. Os primeiros semáforos inteligen-tes foram instalados em 2000, possibi-litando a redução do tempo de viagem e diminuição de congestionamentos.

Atualmente, a cidade utiliza um dos sistemas tecnológicos mais reco-nhecidos no mundo, o sistema inglês SCOOT, que otimiza a programação

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dos semáforos, dando maior fluidez ao trânsito. “No ano de 2012 tivemos um upgrade desse sistema, o que ampliou a atuação do Controle de Tráfego em Área de Fortaleza (CTAFOR) na opera-ção de semáforos”, afirma a assessoria de comunicação da AMC.

Mesmo com toda a tecnologia já exis-tente, ainda existem locais que preci-sam de modernização. Segundo Juliana Coelho, gerente do CTAFOR, em 2009 foi elaborado o Plano Diretor de semáforos quando foram definidas as diretrizes de expansão da rede de semáforos in-teligentes da cidade. Desde então, essa expansão é realizada com base nos cri-térios estabelecidos no Plano Diretor. No Centro da cidade, vias oeste/les-te como a Av. Domingos Olímpio e Av. Bezerra de Menezes, já receberam essa modernização.

A próxima região a passar por essa atualização de tecnologia é a região sul e alguns cruzamentos pontuais que apresentam problemas de congestiona-mento na cidade. Ainda assim outros problemas existem. Para a doméstica Cláudia Correia, 50, o trânsito na cida-de ainda é caótico e para os ciclistas não há nenhuma segurança nem res-peito por parte dos motoristas.

André Luís Barcelos, 40, assessor da Diretoria de Trânsito, diz que “para falar de cidade inteligente, tem que se pensar no que está acontecendo na

cidade para ela ser inteligente”. Em 2008, metade da população mundial passou a ser urbana, segundo a ONU. Isso é um grande volume de pessoas se locomovendo nas capitais. A cida-de inteligente é aquela que se adapta à alta demanda e mantém o nível míni-mo de conforto para a população por meio da tecnologia. Por isso, a palavra--chave é mobilidade. Descobrir para onde as pessoas estão indo e como es-tão indo para, a partir disso, criar po-líticas públicas. Vida é trânsito, vida é movimento.

O agente de Trânsito quando vê uma interferência na via e sabe que é área do CTAFOR, entra em contato com a central e pede mais tempo de sinal verde, para diminuir a fila que está acumulando. Mais uma vez a tecnolo-gia ajudou no trânsito. Outro exemplo é a Zona Azul. Há um aplicativo que

informa ao motorista onde há vaga na cidade. Isso aumenta a rotatividade e permite que mais gente tenha acesso à vaga. A prefeitura disponibilizou ain-da outra maneira de usar a Zona Azul. Desde abril deste ano, começou a tes-tar na Av. Beira Mar o serviço de SMS que ao se cadastrar a pessoa contro-la todos os gastos através de qualquer aparelho celular.

Outro órgão importante para o trân-sito de Fortaleza, o CTAFOR, é respon-sável pelo gerenciamento de todos os semáforos da cidade e monitoramen-to do trânsito. Para isso, administra em torno de 700 semáforos, dos quais 433 são inteligentes, que se adaptam às condições do trânsito, diminuindo problemas relacionados a sincronismo, tempo de viagem etc. Além disso, o ór-gão possui mais de 200 câmeras espa-lhadas por Fortaleza que fiscalizam o trânsito e também detectam ocorrên-cias como falhas nos equipamentos e acidentes de trânsito. Quando identi-ficada alguma anormalidade, é envia-da uma equipe técnica preparada para solucionar o imprevisto.

Com a tecnologia dos semáforos in-teligentes, a CTAFOR também realiza ações como a “Onda Verde”. Consiste no controle dos semáforos de uma de-terminada via, para permitir o fluxo contínuo de veículos com uma deter-minada velocidade, sem interrupções,

para falar de cidade inteligente, tem que se pensar no que está acontecendo na cidade para ela ser inteligenteAndré Luís Barcelos, 40

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facilitando o tráfego de algum veícu-lo que possa necessitar desse bene-fício. Essa ação é muito utilizada em operações de trânsito especiais, como escolta de autoridades, transporte de órgãos para transplantes ou a circula-ção de ambulâncias em casos de graves acidentes. Para poder utilizar o servi-ço, os órgãos interessados necessitam entrar em contato com a CTAFOR, que faz a organização da operação.

Grandes países no mundo investem em tecnologias para melhorar a qua-lidade de vida. Na Holanda, estão em testes ciclovias que não acumulam gelo e outras que acedem quanto che-ga a noite. O investimento tecnológico foi feito para melhorar o deslocamento de quem usa bicicleta, independente do clima e hora. Segundo o site info.brasil, cerca de 26% das pessoas se locomovem por meio desse transporte e são apro-ximadamente 18 milhões bicicletas no país, mais do que habitantes, que são cerca de 17 milhões. Em Londres, a Volvo criou uma tinta que brilha no escuro e é invisível durante o dia, a LifePaint. A tecnologia pretende salvar vidas de ciclistas que entram em perigo nas estradas por falta de luz. Quando a bicicleta é iluminada por um farol de carro, por exemplo, a tinta começa a brilhar. A tinta é em spray e pode ser aplicada sobre a bicicleta, roupa ou ca-pacete e dura cerca de dez dias.

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18 // MATÉRIA PRIMA 2015.1

‘novas lojas’ na economiaREDES SOCIAIS

REPORTAGEM Fernando Magnus | Andrei Markus FOTOS Fernando Souza DESIGN Natasha Lima | Paloma Magalhães

Páginas em redes sociais e aplicativos ajudam a expandir vendas no comércio online

Quando se fala em vendas de pro-dutos e serviços utilizando o celular, ainda há grande parte do público con-sumidor que pensa em algo complicado por utilizar recursos tecnológicos ou que dê preferência ao estilo tradicional rea-lizado em lojas. Mas, com a chegada de aplicativos e o suporte das redes sociais,

essa realidade tem se modificado a cada dia. Algumas empresas estão deixando o espaço físico executar a venda somente através da internet. As “novas” lojas ofe-recem material de qualidade, muitas ve-zes até disponibilizando marcas de gran-de destaque e de grande procura entre os clientes. Porém, antes de encontrar

um meio prático e sem muito trabalho para anunciar, os empreendedores por diversas vezes mal conseguiam divulgar o próprio negócio. É o caso de Rivaldo Rocha, que começou a produzir acessó-rios masculinos de maneira artesanal. A burocracia e os impostos, no entanto, im-possibilitavam a existência de uma loja

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2015.1 MATÉRIA PRIMA // 19

física em João Pessoa (PB), cidade onde reside atualmente.

Pequenos e médios empreendedores enxergam na internet uma maneira de manter os negócios e aumentar a lucra-tividade. Com todo o suporte e facilidade dos smartphones a todo tempo, o público

procurou um profissional especializado para criar logotipo e comunicação visual de sua marca, a Rivaldo Rocha Acessórios.

Para Kalyne Borges, de Fortaleza, a ideia funcionou tão bem que devido à grande demanda nas vendas, resolveu aumentar sua equipe de duas para nove pessoas. Estilista, ela aumentou a produ-ção e venda de shorts e calças jeans custo-mizadas, com o auxílio das redes sociais. Com o sucesso de vendas, há cerca de um mês acabou mudando a sede de sua loja para um espaço mais amplo e estiliza-do. Melhorou assim a qualidade no atendimento, visando atrair novos clientes.

Nos últimos anos, muitos comerciantes vêm apostando na divulgação por meio das redes sociais para aumentar as ven-das e lucros em seus negócios. A como-didade e praticidade para comprar através do celular e internet, atraem clientes que estão frequentemente em busca de novidades.

Com a publicação de fotos dos produ-tos nas plataformas como Instagram ou Facebook, o número de pessoas que acom-panham essas publicações aumenta, re-sultando em venda e maior lucratividade. “As vendas através dos aplicativos e redes sociais, aproximaram de forma indireta os clientes, facilitando ainda mais as ven-das com comodidade e tendo um retorno financeiro significativo em curto prazo”, comenta Rivaldo.

As redes sociais se tornaram um dos principais meios que os estudantes

universitários encontraram para re-alizar compras pela web. É o caso de Diego Monteiro, estudante de Direito, que mora em Itabaiana (SE). “É ótimo, porque dou uma olhadinha na internet e vejo alguma coisa que me interessa. Já falo com ele (Rivaldo), que reserva pra mim ou já manda pelo correio. É muito prático,” garante.

Um dos benefícios da divulgação de produtos e serviços com o apoio nas redes sociais é que elas funcionam como uma propaganda ‘boca a boca’. Os clientes falam uns para os outros sobre as vantagens de um produto. Com a diferen-ça de que este processo acontece com o auxílio do celular, tablet ou compu-tador, e em tempo real. As novidades chegam junto a um número muito maior de clientes. Microempresários que estão antenados com este tipo de mercado conquistam novos consumi-dores a cada dia. u

tem maior acessibilidade aos preços e produtos, seja através das lojas online ou mesmo das redes sociais, adquirindo produtos que vão ao encontro da sua ne-cessidade, pagando preços acessíveis e sem precisar sair de casa.

Rivaldo só não imaginava que o que era feito de forma artesanal ganhasse tama-nha proporção devido à grande procura de clientes em outros estados. “Muitas pessoas começaram a me procurar, per-guntando como comprar as pulseiras e colares, se era vendido em alguma loja ou onde era possível encontrar os pro-dutos. Foi então que criei uma página no Facebook para exibir os produtos e infor-mar meu telefone. Em seguida, criei um perfil no Instagram, que hoje tem mais de 4 mil seguidores de todas as partes do Nordeste”, informa.

Com a ajuda dos perfis nas redes so-ciais e utilizando o aplicativo de mensa-gens instantâneas (Whatsapp), as ven-das começaram a crescer. Tanto que ele

As vendas através dos aplicativos e redes sociais, aproximaram de forma indireta os clientes, facilitando ainda mais as vendas com comodidade e tendo um retorno financeiro significativo em curto prazoRivaldo Rocha

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20 // MATÉRIA PRIMA 2015.2

Uma nova forma de paquerar

REPORTAGEM Angélica Oliveira | Jéssica Farias FOTOS Angélica Oliveira | Jéssica Farias DESIGN Joseanne Nery | Edemy Gonçalves | Evaniely Christine

Conheça o olhar de usuários e de um psicólogo sobre o aplicativo que superou a marca de 10 milhões de downloads no Brasil

Com o surgimento e expansão de inovações nas áreas da comuni-cação e informação, o uso de recur-sos tecnológicos nos relacionamen-tos humanos vem se constituindo em um fenômeno cada vez mais comum. Desde a revolução industrial, essas tecnologias vêm sendo inseridas na nossa vida e mediando relações que antes não sofriam interferências. Nos relacionamentos amorosos, não é diferente.

Atualmente, existem dezenas de re-des sociais e aplicativos voltados para a paquera, seja para encontros casuais ou relacionamentos sérios. Com o intuito de resolver o impasse de saber quando alguém está realmente interessado em

se relacionar, o Tinder vem ganhando destaque nesse meio.

O aplicativo permite que o usuário rejeite ou curta, anonimamente, po-tenciais parceiros. Caso goste do can-didato, o usuário deve tocar a tela para a direita. Caso não lhe agrade, o toque é para a esquerda. As pessoas então recebem a notificação se ambas esti-verem interessadas, ou seja, quando acontece o match. A partir de então, os usuários podem passar a conversar pelo app e marcar um encontro.

Opinião dos usuáriosMuitos dos usuários decidiram usar

o Tinder por curiosidade. “Alguns ami-gos já usavam e comentavam sobre ele

e situações engraçadas que aconteciam quando usavam”, comenta a estudante de jornalismo Claryce Oliveira. Ressalta ainda que, no Tinder, é tudo mais mecâ-nico. “É tudo um jogo de ‘quero ou não quero’”, diz Claryce. Quando a paquera acontece pessoalmente, afirma que ou-tros fatores são levados em considera-ção, como o tom de voz e a forma de se expressar.

A principal vantagem apontada por quem usa é a praticidade do aplicati-vo para encontrar pessoas interessadas em se relacionar. Para o estudante de jornalismo, Paulo Victor, o ponto posi-tivo do aplicativo é a possibilidade de conhecer bem a pessoa antes de ter um encontro cara a cara. Por outro lado,

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2015.2 MATÉRIA PRIMA // 21

uma desvantagem relatada é a superfi-cialidade, pelo fato de a pessoa ter que decidir se o outro é interessante ou não apenas pela foto. “O Tinder é prático, mas não é muito eficiente. Às vezes, você só vê uma faceta da pessoa, ou, às vezes, o que você quer que ela seja, mas na real nem sempre é assim”, explica o mestran-do em bioquímica, Francisco Barreto.

Já a cineasta Annyela Rocha é adepta do uso dos meios tradicionais para con-seguir um companheiro. Para ela, o apli-cativo não contém a mesma emoção que a paquera tradicional possui. “No aplica-tivo você faz um julgamento muito dis-tante da outra pessoa, não troca olhares, não sente a química. Prefiro as maneiras tradicionais mesmo”, comenta.

A ferramenta também é utilizada como meio para aproximar pessoas que já se conhecem. “Fazia pouco tempo que eu ti-nha começado a usar o Tinder. Encontrei

meu ex-namorado por lá. Já era um ami-go, curti pela brincadeira. A gente já se conhecia, mas só conversávamos em conjunto com as amizades em comum. Depois de mais ou menos uma semana do match, a gente combinou de se encon-trar em uma festa. Passamos a noite toda conversando e foi quando começamos a ficar”, conta Beatrice Borges, estudante de Publicidade e Propaganda.

O Tinder, além de trazer a possibili-dade de encontrar um parceiro, rende boas histórias para contar aos amigos. Lenemar Leite, estudante de Tecnologias da Informação, diz que chegou a curtir

Tinder

O aplicativo para smartphones foi

criado em 2012 com a finalidade

de ajudar pessoas a encontrarem

possíveis parceiros. Seu uso

consiste, de maneira simples, em

avaliar usuários através de fotos nos

perfis criados no próprio aplicativo.

O Tinder utiliza perfis do

Facebook para conseguir

informações, como a localização

geográfica dos usuários, amigos

em comum e interesses mútuos.

O aplicativo é gratuito e seu

download pode ser feito na Apple

e Google stores.

um travesti por falta de atenção. “Dei like desatentamente em um perfil e apa-receu imediatamente o aviso de match. Olhei melhor a descrição que dizia ‘re-nomado travesti de Brasília’”, comenta.

O aplicativo leva fama de ser usado por pessoas interessadas em sexo fácil. A es-tudante Mariza Pacheco conta que rece-beu o convite de um rapaz que conheceu pelo Tinder, mas recusou. “Ele disse que estava aqui a trabalho e perguntou se eu não queria ir conhecê-lo em um flat aqui no bairro, que estava procurando uma companhia para passar a noite”.

Olhar do psicólogoO psicólogo Paulo Germano de

Albuquerque explica que uma das pos-síveis causas para o sucesso do Tinder é que o fator mobilizador das redes so-ciais é a imitação. As pessoas querem saber o que as outras estão falando ou usando para usar também. “Não acon-tece somente com esse aplicativo, acon-tece com várias coisas. A pessoa par-ticipa delas querendo se inserir numa grande onda”, disse.

Outra causa apontada pelo psicólogo é que, em um mundo que produz cada vez mais separação, solidão e desconfiança, não é estranho quando se propaga algo que possa de alguma forma sanar essa solidão do homem contemporâneo. “Não é de hoje que se fala que a vida do homem urbano é uma vida que produz solidão. Já se falava desde o século XIX, do sujeito que está sozinho em meio a uma multi-dão”, complementa.

Paulo Germano compara o aplicativo a um cupido moderno. “Antigamente as pessoas tinham um amigo que era o cupi-do. Em um determinado momento esse cupido era uma pessoa de carne e osso, hoje em dia é esse aplicativo. Em uma ci-dade com milhões de pessoas, um cupi-dinho só já não dá mais conta”, explica.

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, o psicólogo acredita que a pos-sibilidade de paquerar com múltiplas pessoas ao mesmo tempo por meio do aplicativo não estimula relacionamentos

“O Tinder é prático, mas não é muito eficien-te. Às vezes, você só vê uma faceta da pessoa, ou, às vezes, o que você quer que ela seja, mas na real nem sempre é assim”Francisco Barreto

levianos. “A paquera é justamente isso. A ideia de que você vai tentar encontrar di-ferentes pessoas, umas conseguem mais e outras menos. Mas, ninguém nasce com um instinto de fidelidade ou infidelidade. As experimentações, principalmente na juventude, são essenciais para desenvol-ver seu padrão, sua forma de confiabili-dade e de confiança”, conclui.

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22 // MATÉRIA PRIMA 2015.1

Voando alto com

DRONE

REPORTAGEMCleber FerreiraIago Monteiro

FOTOSCleber Ferreira DESIGNEdemy GonçalvesEvaniely ChristineJoseanne Nery

Equipamento é tendência no Brasil, estimulandoo mercado empreendedor e trazendo soluções pessoais e profissionais no cotidiano das pessoas

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2015.1 MATÉRIA PRIMA // 23

Através de uma ferramen-ta na internet chamada Google Trends, o graduando em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Desenvolvedor de Softwares, Felipe de Araújo, 22, (foto) viu que a palavra drone foi uma das mais procuradas no mundo, no ano passado. Drone, pala-vra inglesa que significa “zangão”, é o nome popularmente usado no Brasil para Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT). Felipe viu também que, no Brasil, as pessoas procuram muito por “drone” e “preço”, porque aqui os dro-nes ainda são muito caros. Eles podem custar entre 300 e 100 mil reais, consi-derando os de uso não-militar.

Com espírito empreendedor, Felipe procurou seu amigo Raif Carneiro, 23, para uma consultoria. Ele resolveu in-vestir na fabricação e comércio de dro-nes, para tornar tais produtos mais aces-síveis aos consumidores, dando origem à “droneria.com.br”, em abril deste ano. “Eu, apaixonado por negócios associados à tecnologia, procurei o Raif, que é apai-xonado por compartilhar conhecimento e louco por inovação. Então, pedi conse-lhos a ele para a criação da Droneria”, revelou Felipe. A Droneria chegou para concorrer com outras lojas especializa-das no mercado nacional, como a Drone Mania e a Drones Brasil.

Juntos, em suas pesquisas, Felipe e Raif descobriram uma necessidade de merca-do que é a fabricação e venda de VANT no Brasil. Constataram que os drones fora do Brasil são caros, mas não tão caros as-sim. Identificaram também onde Felipe poderia encontrar componentes mais baratos e então montar os produtos: na China e nos Estados Unidos.

A maioria dos drones, até agora, não dão a liberdade de serem modificados e adaptados para diferentes necessidades. Por isso, a proposta que Felipe traz na Droneria é que os softwares instalados nos drones sejam open-source, ou seja, que possam ser modificados de acordo com a necessidade exigida pelo con-sumidor. (Open source é um termo em

inglês que significa código aberto e se refere ao código-fonte de um software,)

O público-alvo da empresa são em-presas e pessoas que se interessam por fotografia aérea e que desejam pilotar um VANT por diversão. “Entre os seto-res de empresas interessados em nos-sos equipamentos, podemos destacar o da engenharia civil, o agropecuário, de segurança, de preservação do ambien-te... De fato, são muitas as possibilida-des e ainda temos muito a descobrir”, disse Felipe.

O engenheiro civil Lucas Carneiro, 24, é um exemplo de público da Droneria que adquiriu um VANT para auxiliá-lo no trabalho. “Vi um vídeo na internet sobre drones e desejei ter o equipamen-to para diversão, mas logo o associei ao meu trabalho, pois com uma câmera no drone, posso ter uma visão aérea do lo-

cal da obra para auxiliar no meu servi-ço. Então, adquiri o produto”, relatou o engenheiro.

Os planos iniciais de Felipe são ofere-cer dois tipos de quadricópteros (mode-los de drones), ambos robustos e capa-zes de transportar uma câmera, porém com diferenças como o tamanho do ae-romodelo, duração da bateria e GPS. O empreendedor também falou a respeito do preço de venda dos drones. “O valor dos produtos gira em torno de 2.090,00

“Eu, apaixonado por negócios associados à tecnologia, procurei o Raif, que é apaixonado por compartilhar conhecimento e louco por inovação. Então, pedi conselhos a ele para a criação da Droneria”Felipe de Araújo

reais. Outros quadricópteros com as mesmas configurações no Brasil custam em torno de 3.290,00 reais”, revelou.

Para a venda de drones, não é neces-sária uma licença especial, mas para o uso é preciso que o equipamento este-ja autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Droneria fa-cilitará esse processo para os clientes. Quando um consumidor adquirir um dos equipamentos, ele já será entregue com toda a permissão necessária. Essa autorização evita que o equipamento seja apreendido pela ANAC. Além des-sa autorização, o usuário deve treinar bastante num simulador antes de pilo-tar um drone, para evitar acidentes por falta de experiência em pilotagem.

Saiba mais

O site droneria.com.br já está no

ar e, além da venda dos drones, a

empresa oferecerá serviços como

manutenção, troca de peças e de

softwares. Além disso, a Droneria

quer dar atenção especial à criação

e publicação de conteúdo para

engajar novos pilotos.

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24 // MATÉRIA PRIMA 2015.1

Quadrinhos online

REPORTAGEM Niedja Amazonas | Rafaella Girão FOTOS Niedja Amazonas DESIGN Natasha Lima | Paloma Magalhães

Uma nova forma de seduzir o leitor e a rapidez das publicações de histórias em quadrinhos

Uma discussão que parece não ter fim - digital versus papel. O papel será substituído com o tempo? Foi assim com o rádio no surgimento da TV e, ago-ra, com a chegada de novas mídias, a indagação permanece: quadrinho impresso ou online?

Diante de novas tecnologias, e da certeza de que a leitura de publicações

habituais no ciberespaço veio pra ficar, quadrinistas usam a internet para di-vulgar seus trabalhos e alcançar novos leitores. Com isso, os profissionais pre-cisam fazer uso de múltiplas ferramen-tas, como variados softwares de desenho para a composição das ilustrações. Para se conquistar esses “leitores virtuais” não se pode medir cores.

Diferente do formato de revista que traz a ansiedade da espera para próxi-ma edição nas bancas, os quadrinhos on-line trazem algumas vantagens que po-dem ser fundamentais para o leitor. Ele pode ler as histórias em qualquer parte do mundo sem sair de casa e ainda sem pagar por isso, uma vez que a maior par-te das publicações é disponibilizada para

WEBCOMICS

Page 25: MP 20151 Tecnologia: o mundo a poucos clicks

download gratuito ou são vendidas em sites especializados com valores bem in-feriores ao da revista impressa.

A assiduidade das publicações online pode variar de autor para autor. Ha tiri-nhas que só são postadas uma única vez, mas já em outros casos, em que o artista é mais comprometido e segue um plane-jamento para as postagens. Dessa forma possibilitando uma liberdade maior para

o leitor interagir sobre os personagens, e até interferir no roteiro.

E foi baseado na aproximação trazida pela internet que o publicitário e profes-sor de roteiro para quadrinhos, Pedro José Arruda, 25, juntamente com cinco amigos, criaram um blog especializado em resenhas e divulgação de quadrinhos, o Avantecast (http://bit.ly/1FSpV2t). Ele explicou que o blog nasceu de um grupo do Facebook, o HQ Ceará. “Somos todos apreciadores de quadrinhos. Lá fazemos entrevistas, resenhas sobre diversas temáticas que vão desde discussões de

Enquanto uma revista em quadrinhos possui uma tiragem de 30.000 unidades o Facebook tem mais de cem mil compartilhamentos de uma única tirinha.P. J. Brandão

gênero e até mesmo sobre a psicologia do Batman”, revela Pedro.

O quadrinista também relata que nas suas primeiras experiências com webco-mics – quadrinho online, que a internet seria sua vitrine mundial e ressalta so-bre a importância do quadrinista expor seu trabalho nesse meio de comunicação, pois foi através dele, que hoje tem seu trabalho comercializado, por um valor bem acessível, em um site de vendas es-pecializado. (http://bit.ly/1FIZnzh)

O quadrinista não descarta a possibili-dade de uma futura publicação impressa, pois hoje existem sites de financiamen-tos coletivos que podem fomentar essas publicações. “Se você faz um bom uso das suas redes sociais, criando uma re-lação estreita com seus leitores, logo, po-derá contar com eles e conquistar novas pessoas que nunca tiverem contato com um quadrinho na vida. Enquanto uma

revista em quadrinhos possui uma tira-gem de 30.000 unidades o Facebook tem mais de cem mil compartilhamentos de uma única tirinha”.

Já o ilustrador e colecionador de quadri-nhos impressos Renato Cássio, 26, diz que não costuma ler muito webcomics, pois não gosta do RGB (sistema de cores usado na web que permite que o olho humano perce-ba até 16 milhões de cores). “Já li alguns, é legal, tem uns que vêm com “giffs” anima-dos. É um diferencial, mas acho que o im-presso deixa as coisas mais íntimas”. Agora quando se trata de projeção profissional e

rapidez, é no seu portfólio online que ele hospeda suas ilustrações.

O servidor público e ex-editor do blog “Edição Limitada”, do O Povo Online, Ronaldo Barreto, 28, faz uma compara-ção com o passado, quando poucas pes-soas acessavam a internet e não existiam tantas plataformas, e hoje, com as tec-nologias cada vez mais miniaturizadas se torna muito mais cômodo para qual-quer pessoa, em qualquer lugar acessar os quadrinhos. E diz que o momento é ideal para inovações e experimentos ar-tísticos que só o mundo virtual permite.

As novas tecnologias oferecem infi-nitas possibilidades para a renovação das formas de expressão. As artes vir-tuais são transformadas em sons, cores oferecendo profundas experiências aos humanos. Contudo, a prática da leitura em quadrinhos na Internet tem atingin-do maior público, uma vez que qualquer navegante tem a possibilidade de viajar no “mundo dos quadrinhos”. u

Dicas de Webcomics

Revista Samba

(http://bit.ly/1jbbVkt)

Qomics (http://bit.ly/1FIZnzh)

Tumblr Bianca Pinheiro

(http://bit.ly/1HBbP2f )

2015.1 MATÉRIA PRIMA // 25

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A tecnologia tem sido uma gran-de aliada do homem. Mas, o uso abu-sivo de equipamentos tecnológicos, quase obrigatórios para muitas pes-soas nos tempos atuais, está causando problemas no trânsito. Segundo dados divulgados pela Organização Mundial

da Saúde (OMS), 1,3 milhão de pessoas morrem por ano em acidentes.

O perigo é fazer atividades que exi-jam retirar as mãos do volante, como usar aparelhos eletrônicos. Isso inclui: mudar a estação do rádio, usar o celu-lar, GPS e DVD player. Para causar um

acidente, bastam apenas dois segundos de distração. Lembrando que, alguns destes itens, como falar ao smartphone enquanto dirige é considerado infração média, com multa de R$ 85,13 e acrés-cimo de quatro pontos na Carteira de Habilitação (CNH).

REPORTAGEM | FOTOS Daniel Costa | Laíne CarlosDESIGN Amanda Cavalcanti | Rafaelly Leal

O uso indiscriminado do smartphone aumenta em até 400% os riscos de acidentes no trânsito

26 // MATÉRIA PRIMA 2015.1

Page 27: MP 20151 Tecnologia: o mundo a poucos clicks

Com três batidas por causa do uso do celular, o estudante Kevie Lyan, 20, ain-da não se conscientizou. “Só fui olhar uma coisa no celular, não foi nem um segundo, quando fui ver, já tinha batido o carro”, garante. Já para o aluno Mário Junior, o susto foi o suficiente para se conscientizar. “Fui trocar uma estação de rádio, quando percebi já estava em cima de um carro. Não bati por muito pouco”, afirma.

Há mais de um ano com o GPS, o ta-xista Leonardo da Silva tem a tecnolo-gia como aliada. “A facilidade é muito grande. É só digitar o endereço que o dispositivo traça todo o caminho”, ex-plica. Além disso, ele também conta com ajuda do aplicativo Rádio Táxi Fortaleza. “Com ele, toda pessoa que estiver próxi-ma de mim, pode me chamar pelo apli-cativo”, afirma.

Para a psicóloga Gislene Macêdo, o uso da tecnologia pode atrapalhar, mas só se o usuário não estiver controle sobre si. “Podemos fazer coisas maravilhosas com as tecnologias, às quais temos aces-so hoje. Os excessos são problemáticos em qualquer esfera e não apenas ao uso de tecnologia acessível”, afirma.

De acordo com a profissional da saúde, algumas medidas podem ser feitas para diminuir a dependência das tecnologias. “Existem muitas formas de adotarmos a lucidez como parâmetro de ação no

cotidiano: psicoterapias, atividades lúdi-cas, participação em atividades de grupo, acessível e sensível a toda manifestação de vida à nossa volta”, conclui Gislene.

Cuidado com os aplicativos:Aplicativos de trânsito e navegação,

como Waze e Google Maps, ajudam mui-tos motoristas a se orientarem nas ruas. Em alguns casos, como o da estudante Gabriela Mendes, 20, o uso descuidado da ferramenta trouxe problemas. “Estava olhando o celular no aplicativo Waze pra pegar uma rota onde não houvesse trân-sito, me distraí e acabei batendo no car-ro da frente. A culpa realmente foi mi-nha”, disse. Depois do fato, a estudante se conscientizou dos riscos com o uso do smartphone no trânsito. “Hoje tenho usa-do menos o celular. Espero parar no sinal ou peço pra alguém ver por mim”, com-pleta Gabriela.

Mãos no volanteDisponível para todos os smartpho-

nes com sistema operacional Android, o aplicativo “Mãos no Volante”, tem como intuito fazer com que os motoristas não atendam o celular durante o trânsito. As pessoas que ligarem para os usuários do aplicativo, receberão uma mensagem informando quem está ao volante. Ao fi-nal da viagem, o motorista pode checar as ligações recebidas. u

Com moderação, a tecnologia pode ser de grande utilidade. O que antes era possível ver apenas em filmes, agora é realidade. Armazenamento em nuvem, aviso de viatura de emergência, leitor de humor do motorista e de placas, estão entre as novas tecnologias disponíveis nos automóveis. Veja abaixo algumas informações sobre cada ferramenta:Leitor de humor do motoristaCâmera lê as expressões faciais do motorista para captar seu humor. Um sistema regula a iluminação, o som e o aroma da cabine, ajudando a combater o estresse ou a sonolência.

Leitor de placasO sistema lê as placas de sinalização da via e ajusta o carro para o limite de velocidade regulamentado.

Armazenamento em nuvemDocumentos, fotos, músicas e outros arquivos de dados, são armazenados em uma nuvem virtual e podem ser baixados e acessados de dentro do carro.

VANTAGENS DAS NOVAS TECNOLOGIAS

2015.1 MATÉRIA PRIMA // 27

Page 28: MP 20151 Tecnologia: o mundo a poucos clicks

A melhor faculdade particular de Fortaleza (SEGUNDO AVALIAÇÃO DO MEC E DE SEUS ALUNOS)

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