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MOVIMENTO ESCOLA SEM PARTIDO: SEUS ATORES, SEUS OBJETIVOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS. 1 BOTELHO, Luciana Correa Barbosa DOMINSCHEK, Desiré Luciane GHESP:Grupo de estudos e pesquisa história educação sociedade e política Uninter [email protected] RESUMO A partir de revisão de literatura e documentos, buscaram-se refletir sobre o contexto social em que surgiu o “Movimento escola sem partido” quais foram seus atores e como afetará o trabalho docente caso o projeto de lei nº 867 de 2015 seja aprovado. O movimento foi criado em 2004 por uma iniciativa civil tendo como seu idealizador o advogado Miguel Nagib, com a justificativa de defender as crianças, adolescentes e jovens de uma “doutrinação ideológica”, pois para eles as escolas do Brasil estão sendo comandadas por um único partido, de ideologia Marxista. Para divulgar suas ideias e ganhar adeptos o movimento criou um site, onde se encontram textos, vídeos, informações sobre os anteprojetos “Escola sem partido”. O número de defensores e colaboradores vem aumentando ao longo dos anos, entre os parlamentares a maioria se diz de extrema direita e da bancada evangélica. Ao lado oposto encontram-se estudiosos em educação que se manifestam de diversas maneiras, com textos, discursos e promovendo debates em universidades, com o intuito de analisar os objetivos do PL em relação à prática educativa. Os referenciais utilizados foram Freire (2013), Saviani (2012), Frigoto (2017), Beto (2014) entre outros. Concluiu-se que não há prática educativa sem a troca de saberes e que é necessário que o professor contextualize os conteúdos curriculares com a realidade em que vivem seus alunos. A pesquisa levantou muitas outras indagações, possibilidades e reflexões no que diz respeito à qualidade da educação no Brasil e como a influência de grupos ideológicos podem causar retrocessos. Palavras-chave: Movimento. Escola. Partido. Trabalho. Docente 1 Artigo apresentado no formato de comunicação oral no XIV Congresso Nacional de Educação Educere, na PUC, Curitiba Paraná, em 19 de setembro de 2019

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Page 1: MOVIMENTO ESCOLA SEM PARTIDO: SEUS ATORES, SEUS · ESCOLA SEM PARTIDO E O TRABALHO DOCENTE A partir de 2004 foi criado o Movimento escola sem partido, por membros da sociedade civil,

MOVIMENTO ESCOLA SEM PARTIDO: SEUS ATORES, SEUS

OBJETIVOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS. 1

BOTELHO, Luciana Correa Barbosa

DOMINSCHEK, Desiré Luciane

GHESP:Grupo de estudos e pesquisa história educação sociedade e política – Uninter

[email protected]

RESUMO

A partir de revisão de literatura e documentos, buscaram-se refletir sobre o contexto

social em que surgiu o “Movimento escola sem partido” quais foram seus atores e como

afetará o trabalho docente caso o projeto de lei nº 867 de 2015 seja aprovado. O

movimento foi criado em 2004 por uma iniciativa civil tendo como seu idealizador o

advogado Miguel Nagib, com a justificativa de defender as crianças, adolescentes e

jovens de uma “doutrinação ideológica”, pois para eles as escolas do Brasil estão sendo

comandadas por um único partido, de ideologia Marxista. Para divulgar suas ideias e

ganhar adeptos o movimento criou um site, onde se encontram textos, vídeos,

informações sobre os anteprojetos “Escola sem partido”. O número de defensores e

colaboradores vem aumentando ao longo dos anos, entre os parlamentares a maioria se

diz de extrema direita e da bancada evangélica. Ao lado oposto encontram-se estudiosos

em educação que se manifestam de diversas maneiras, com textos, discursos e

promovendo debates em universidades, com o intuito de analisar os objetivos do PL em

relação à prática educativa. Os referenciais utilizados foram Freire (2013), Saviani

(2012), Frigoto (2017), Beto (2014) entre outros. Concluiu-se que não há prática

educativa sem a troca de saberes e que é necessário que o professor contextualize os

conteúdos curriculares com a realidade em que vivem seus alunos. A pesquisa levantou

muitas outras indagações, possibilidades e reflexões no que diz respeito à qualidade da

educação no Brasil e como a influência de grupos ideológicos podem causar

retrocessos.

Palavras-chave: Movimento. Escola. Partido. Trabalho. Docente

1 Artigo apresentado no formato de comunicação oral no XIV Congresso Nacional de Educação Educere, na PUC, Curitiba Paraná, em 19 de setembro de 2019

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INTRODUÇÃO

Esta pesquisa busca identificar quais serão os fatores de maior impacto no

trabalho docente com a implementação das propostas do projeto “Escola sem Partido”,

este estudo teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica e documental para

verificar historicamente como se deu a criação do “Movimento Escola Sem Partido”

identificando quais são os seus atores e os principais objetivos que permeiam o Projeto

de Lei nº 867 de 2015 propostos por este movimento e através de uma abordagem

qualitativa identificar e refletir quais dificuldades enfrentarão os professores diante da

aprovação deste. Na busca pelo entendimento de como essa política pública influenciará

no trabalho docente, analisamos o contexto no qual surgiu a ideia, como ela foi

elaborada, quem são os seus atores e como está sendo tratada pelos representantes dos

governos, municipais, estaduais e federais.

Desde 2004 quando se levantou a bandeira da “escola sem partido” pela primeira

vez, tem se ouvido muito sobre a questão nos meios de comunicação, porém a

sociedade em geral, inclusive professores, pouco conhecem das características desse

movimento e o teor do projeto de lei nº 867/2015 que tramitou entre os deputados, com

a intenção de modificar o art. 3ª da LDBEN 9394/9. Seu idealizador é o advogado

Miguel Nagib que com o apoio de outros sujeitos da sociedade civil, acredita que as

escolas brasileiras estão dominadas por um determinado parido político que através da

autoridade que o professor exerce sobre seus alunos impõe a doutrina Marxista, e para

evitar essa doutrinação ideológica partidária é preciso instituir uma lei que garanta o

direito à liberdade o qual, está expresso na Constituição Federal, proibindo toda e

qualquer “veiculação de conteúdos ou a realização de atividades que possa ser

conflitantes coma as convicções morais ou religiosas ou morais dos pais ou

responsáveis pelos estudantes.” (Brasil, 2015)

Com intuito de difundir suas ideias os defensores do “escola sem partido”

criaram um site onde se encontram vários materiais que defendem que a escola não deve

ser doutrinadora e que as crenças, costumes e princípios são de responsabilidade da

família, a qual deve ser preservada o direito de se opor a forma com que o professor

ensina. Através da divulgação midiática muitas pessoas passaram a apoiar essas ideias,

porém poucas se aprofundam em pesquisas para buscar entender a fundo o que está por

traz desse Movimento, com a intenção de esclarecer dúvidas e analisar os impactos que

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pode causar a educação e ao trabalho docente a implementação desse PL, muitos

intelectuais vem promovendo debates nas universidades, secretarias de educação e até

no interior das escolas, e desses encontros surgem textos, artigos, discursos e

manifestações.

Para que pudéssemos atingir os objetivos propostos nesta pesquisa analisamos e

refletimos o que cada lado, prós e contras, apresentam sobre o “Escola sem Partido” e o

que pode acarretar de malefícios ou benefícios ao trabalho docente, seria realmente

necessário à implementação de um projeto de lei para se garantir o direito à liberdade, o

qual já está expresso na Constituição Federal? E a prática docente como se dará? Paulo

Freire nos diz que “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”

(2013, p.25) como, acontecerá a prática educativa se essa troca de saberes não for

permitida, se o professor não puder contextualizar os conteúdos programáticos com o a

realidade social em que vive o seu aluno? Estes são questionamentos que nortearam

nosso trabalho e nos levaram a concluir que projetos como este podem levar o trabalho

docente a uma desvalorização maior do que já é, e a um retrocesso gigantesco na

educação brasileira.

ESCOLA SEM PARTIDO E O TRABALHO DOCENTE

A partir de 2004 foi criado o Movimento escola sem partido, por membros da

sociedade civil, que segundo seu coordenador o advogado Miguel Nagib surgiu “como

reação ao fenômeno da instrumentalização do ensino para fins políticos-ideológicos,

partidários e eleitorais” (2010), uma forma de defender seus filhos de uma “doutrinação

ideológica” executada por professores comunistas. Com o objetivo de entender melhor

o que levou esse grupo criar esse movimento buscamos primeiramente pelo significado

desses termos, doutrinação e ideologia. Segundo dicionário online de português

doutrinação significa “ação ou efeito de doutrinar, de instruir alguém numa doutrina, de

passar os preceitos formais que compõem uma ideia.”, ou seja, é a ação de transmitir e

ensinar, ideias e preceitos de certos grupos, religiões, seitas, etc., Em relação à Ideologia

encontramos dois significados, um positivo que surgiu através de Antoine Destutt de

Tracy, filosofo francês iluminista considerado o “Pai da Ideologia” que criou o termo

para nomear o projeto elaborado por ele, uma ciência que

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Pudesse fazer uma análise sistemática das ideias e das

sensações, uma ciência que pudesse mapear de forma racional a

origem e o desenvolvimento de todas as ideias, suas

combinações e suas consequências. Essa ciência não seria só a

“rainha das ciências”, já que todas as ciências partiam sempre de

ideias preconcebidas, como também promoveria o uso da razão

no desenvolvimento do Estado, das leis, da governança e da

sociedade de uma maneira universal. (CARVALHO, 2018)

Ou seja, para Tracy Ideologia é a “ciência das ideias”, o estudo das ideias, que

pode auxiliar na promoção da razão e na administração de uma sociedade, já para

Marx(1989) a “ideologia aparece como algo necessariamente negativo e pejorativo:

trata-se da distorção do pensamento que nasce das contradições sociais e que serve

justamente para ocultar ou disfarçar tais contradições. ” (GUERRA, 2016-2018), ou

seja, é uma ferramenta usada pela elite para manipular e dominar, fazendo com que a

classe dos dominados não reaja e permaneça na condição de dominação imposta pelos

dominadores. Usando como base a significação desses termos segundo os autores

supracitados, conclui-se que uma doutrinação ideológica nada mais é que fazer valer

suas ideias visando o bem individual usando de influência, autoridade, suborno e um

forte poder de convencimento, ação esta condenada por Marx (1989), que como nos diz

Guerra, defende que a superestrutura da sociedade

Deriva do conflito de interesses das diferentes classes que fazem

parte da base econômica de determinada sociedade. A

superestrutura compreende os modos de pensar, as visões de

mundo e demais componentes ideológicos de uma classe e tem

como função manter as relações econômicas que constituem a

infraestrutura, reforçando assim os interesses coletivos da classe

dominante, através da força persuasiva dos seus componentes

ideológicos. (2016-1018)

Ou seja, a sociedade se estrutura através dos conflitos de classes, e a ideologia

da classe dominante é imposta as demais por meio de manipulação, sendo assim, Marx

defende que devemos nos reconhecer como classe e desenvolver o pensamento crítico,

para que possamos defender nossos direitos em quanto cidadão. Este pensamento crítico

defendido por Marx e muitos outros intelectuais é entendido pelos autores e defensores

deste movimento como doutrinação Marxista imposta pelos professores comunistas e

que tiram o direito de liberdade do cidadão, expresso na Constituição Federal, porém,

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ele nada mais é que uma forma de refletir sobre a sociedade e o contexto social em que

cada um se encontra, sendo livre para se manifestar segundo seus próprios ideais.

Além de Nagib, outros sujeitos aparecem como defensores do ESP, “Bráulio

Porto Matos, professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), e

Orley José da Silva, também professor, estudioso da teologia e pesquisador informal do

livro didático e currículo escolar” (Peroni; Caetano; Lima; 2017) ambos tem contribuído

significativamente para o movimento, que vem ganhando adeptos em todo país, tanto da

sociedade civil como de parlamentares, estes que têm levado para as câmaras

legislativas no âmbito federal, estadual e municipal, projetos denominados “Escola sem

partido” que em seu texto apresentam como objetivo principal, “informar e educar os

alunos sobre o direito que eles já têm de não ser doutrinados por seus professores;

informar e educar os professores sobre os limites éticos e jurídicos da atividade

docente” (NAGIB, 2018). Alguns desses projetos listamos a seguir:

» PL 7180/2014(Dep. Erivelton Santana) que dá precedência aos

valores de ordem familiar sobre a educação escolar nos aspectos

relacionados à educação moral, sexual e religiosa;

» PL 867/2015(Dep. Izalci Lucas) que inclui, entre as diretrizes

e bases da educação nacional, o ‘Programa Escola sem Partido;

» Proposto pelo – PL 5487/2016(Dep. Prof. Victório Galli) que

institui a proibição de orientação e distribuição de livros às

escolas públicas pelo Ministério da Educação e Cultura que

verse sobre orientação de diversidade sexual para crianças e

adolescentes;

» Proposto pelo senador – PLS 193/2016(Sen. Magno Malta)

que inclui entre as diretrizes e bases da educação nacional, o

‘Programa Escola sem Partido. (PERONI; CAETANO; LIMA,

2017)

Todos estes projetos, apesar de serem protocolados por parlamentares e períodos

diferentes, todos versam da mesma ideia de defender o direito da família e do aluno de

não ser manipulado pelo professor ou pela escola. Para melhor entendimento

selecionamos para pesquisa o Projeto de Lei nº 867/2015 de 23 de maio de 2015, do

deputado Izalci do PSDB do Distrito Federal, que inclui entre as diretrizes e bases da

educação nacional o “Programa escola sem partido” que no seu Art. 3º diz que

São vedadas, em sala de aula, a prática de doutrinação política e

ideológica bem como a veiculação de conteúdos ou a realização

de atividades que possam estar em conflito com as convicções

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religiosas ou morais dos pais ou responsáveis pelos estudantes.

(CAMARA, BRASIL, 2015)

Sendo assim, não seria mais permitido em sala de aula assuntos que levem o

estudante a questionar as crenças, costumes e a moral ensinada pelos pais, e o trabalho

docente passa a ser fiscalizado e controlado através de regras fixadas em um cartaz nas

paredes das salas de aulas e na educação infantil na sala dos professores, com os

seguintes deveres docentes:

1 – O Professor não se aproveitará da audiência cativa dos

alunos para promover os seus próprios interesses, opiniões,

concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais,

políticas e partidárias.

2 – O Professor não favorecerá nem prejudicará ou constrangerá

os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas,

morais ou religiosas, ou da falta delas.

3 – O Professor não fará propaganda político-partidária em sala

de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações,

atos públicos e passeatas.

Esses três primeiros deveres são apresentados situações que já são passivas a

punições administrativas aos professores pois caracterizam falta de ética profissional e

vão contra a concepção da escola laica. O professor em toda a sua formação é preparado

para respeitar as diferenças, porém é necessário que o mesmo tenha liberdade de trazer

para salas de aula fatos reais para que o aluno possa relacionar com o conhecimento

construído, fazendo com que ele desenvolva seu pensamento crítico. Dando

continuidade a apresentação dos deveres temos mais três

4 – Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas,

o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é, com

a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões,

teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito da

matéria.

5 – O Professor respeitará o direito dos pais dos alunos a que

seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de

acordo com suas próprias convicções.

6 – O Professor não permitirá que os direitos assegurados nos

itens anteriores sejam violados pela ação de estudantes ou

terceiros, dentro da sala de aula (NAGIB, 2018)

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Esses últimos trazem explicitamente como o professor deve apresentar os

conteúdos, somente usando versões, teorias, opiniões e perspectivas sobre a matéria ,

sendo vetado, qualquer exemplo fora do conteúdo, principalmente de fundo pessoal, que

não se pode discutir com os alunos nenhum assunto que seja entendido pela família

como imoral, como educação sexual.

Além deste cartaz a lei garante que as secretarias de educação terão um meio de

comunicação direto e exclusivo para receber as denúncias relacionadas com o

descumprimento da mesma. Assim sendo, o cartaz deixa de ser meramente informativo

para ser uma ferramenta de controle do trabalho docente, pois exerce um poder de

coesão, gerando medo e insegurança entre os professores, gestão escolar e até mesmo

estudantes. Para que a lei seja efetiva, em seu Art. 8 está disposto que seus princípios e

preceitos devem ser aplicados quando couber

I - aos livros didáticos e paradidáticos;

II - às avaliações para o ingresso no ensino superior;

III - às provas de concurso para o ingresso na carreira docente;

IV - às instituições de ensino superior, respeitado o disposto no

art. 207 da Constituição Federal. (CAMARA, BRASIL, 2015)

Ou seja, caso essa lei seja homologada, será aplicada em todo âmbito

educacional, trabalho docente, livros didáticos, PPP, avaliações, etc., e tudo que estiver

em desacordo, considerado doutrinação será denunciado ao ministério público, sendo

passivo de punição. Após projetos serem lançados a nível nacional muitos estados e

municípios aderiram à causa e trouxeram para discussões na câmara projetos com seus

textos adaptados ao nível de ensino que cada um é responsável. Em Curitiba não foi

diferente,

Em 2014, a então vereadora Carla Pimentel (PSC) apresentou o

projeto que pretendia implantar, na rede municipal, a disciplina

“Educação e Escola Sem Partido”. O relator, Helio Wirbiski

(PPS), apontou irregularidades e devolveu a matéria à autora. O

texto não foi alterado e a proposição foi arquivada devido ao

final da legislatura, em dezembro de 2016. (CAMARA

MUNICIPAL, 2017)

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Porém em 11 de julho de 2017 foi protocolado o projeto de lei nº

05500275/2017 de autoria dos vereadores Ezequias Barros (PRP), Osias Moraes (PRB)

e Thiago Ferro (PSDB) o qual traz como justificativa para homologação,

[...] que professores e autores de livros didáticos vêm-se

utilizando de suas aulas e de suas obras para tentar obter a

adesão dos estudantes a determinadas correntes políticas e

ideológicas; e para fazer com que eles adotem padrões de

julgamento e de conduta moral - especialmente moral sexual -

incompatíveis com os que lhes são ensinados por seus pais ou

responsáveis. (CURITIBA, 2017)

Após várias discussões a comissão de serviço público emitiu no dia 2 de maio de

2018 o parecer nº 13/2018 assinado pela Vereadora Professora Josete que conclui que

“O PL em pauta, além de restringir e ferir direitos básicos e fundamentais dos

estudantes, pode trazer consequências imensuráveis aos atingidos caso aprovado.”

(CURITIBA, 2018), ou seja, para comissão esse projeto de lei vai contra, não só o

direito do educando, como o do professor e prejudicará a prática social, “comum a

professores e alunos. Entretanto, em relação a essa prática comum, o professor assim

como o alunos pode posicionar-se diferentemente enquanto agentes sociais

diferenciados” (SAVIANI, 2012, p.70), levando a sala de aula a se tornar um ambiente

de transmissão de saberes.

Para divulgar o movimento ESP, seus projetos e atrair a opinião pública seus

apoiadores criaram um site, denominado “Escola sem partido” no qual se pode ter

acesso aos textos dos projetos, notícias sobre o andamento dos processos no âmbito

nacional, estadual e federal, artigos a favor, vídeos, fotos e depoimentos de pais e alunos

denunciando a “doutrinação” de professores, etc., navegando neste site encontramos na

aba “doutrina da doutrinação” o texto da palestra proferida por Frei Beto “O papel do

educador na formação política dos educandos”, no 9º Congresso Internacional de

Educação Superior, em Cuba, nos 12 de fevereiro de 2014, com o seguinte enunciado

“A pedagogia totalitária de Frei Beto”, o que nos leva a um questionamento, a

pedagogia pode ser totalitária? Souza nos diz que

Em sua definição mais básica, o totalitarismo faz referência a

todo e qualquer tipo de governo onde um único indivíduo ou

partido passa a controlar as diversas instâncias do Estado. Ao

mesmo tempo, esse tipo de regime define um tipo de relação

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onde o governo tem grande poder de intervenção na vida de seus

cidadãos. (2018)

Portanto, a autora nos traz que esse tipo de regime se manifesta onde há controle

absoluto de um único indivíduo ou partido sobre a sociedade, sabendo que a pedagogia

é a ciência que estuda a educação, e esta ocorre através das relações sociais, formal ou

informal, envolvendo, diferentes sujeitos, situações e conceitos, seria muito difícil ela

ser totalitária. Portanto percebe-se que no site ESP, os organizadores do movimento

acreditam que intelectuais que se denominam de esquerda e criticam a forma de

governar neoliberal instaurada no Brasil como Frei Beto são perigosos, e toda a forma

de manifestação feita por eles é condenada. No entanto, no mesmo discurso criticado

pelo movimento Frei Beto ressalta que cabe a quem educa

Suscitar nos educandos apreço aos valores que estimulam o

altruísmo, a solidariedade, o serviço desinteressado às causas

coletivas, ainda que a fonte desses valores não seja estritamente

ideológica, mas também religiosa ou espiritual. (2014)

Ou seja, ele frisa que é necessário fazer com que o educando, reconheça os

valores, seja empático e solidário, que pense mais no coletivo e não no individual, que

seja mais humano, tais valores que podem vir não só das ideologias mas das religiões.

Em suma o movimento Escola Sem partido acredita e defende que um determinado

partido político está dominando o nosso país com suas ideologias políticas e para isso é

necessário tomar medidas eficazes para salvaguardar nossas crianças, adolescentes e

jovens de uma doutrina comunista. Porém, ao pesquisar textos de intelectuais e

estudiosos da educação, fica nítido que há uma forte resistência ao projeto ESP,

segundo Frigoto

O Escola sem Partido expressa o epílogo de um processo que

quer estatuir uma lei que define o que é ciência e conhecimentos

válidos, e que os professores só podem seguir a cartilha das

conclusões e interpretações da ciência oficial, uma ciência

supostamente não neutra. Para isso, manipula até mesmo o

sentido liberal de política, induzindo a ideia de que a escola no

Brasil estaria comandada por um partido político e seus

profissionais e os alunos seres idiotas manipulados. (2017, 29)

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O autor, resalta que o projeto escola sem partido, quer transformar os

professores em seres passivos que seguem à risca o que está nas apostilas e materiais

didáticos previamente preparados por eles, limitando o trabalho docente a simples

transmissão do conhecimento, levando a uma maior desvalorização do professor, pois

como nos diz Paulo Freire “faz parte da tarefa docente não apenas ensinar os conteúdos,

mas também ensinar a pensar certo” (2013, p. 28), pensar este que vai muito mais além

da simples reflexão, que engloba o agir, o testemunho, “pensar certo é fazer certo”

(FREIRE, 2013, p. 35).

Durante a pesquisa pode-se perceber que o movimento escola sem partido é

contraditório pois, a partir do momento que se escolhe não ter partido, já se escolheu um

lado e ao analisar os materiais de pesquisa nota-se que os defensores deste movimento

na maioria se dizem de extrema direita e os parlamentares envolvidos são da bancada

evangélica, sendo assim eles têm um partido, um lado, fazendo com que muitos se

questionem se o projeto é escola sem partido ou escola de um partido só.

Aprendemos com Paulo Freire que

[...] toda prática educativa demanda a existência de sujeitos, um

que, ensinando, aprende, outro que, aprendendo, ensina, daí o

seu cunho gnosiológico; a existência de objetos, conteúdos a

serem ensinados e aprendidos; envolve o uso de métodos, de

técnicas, de materiais; implica, em função de seu caráter

diretivo, objetivo, sonhos, utopias, ideais. Daí a sua politicidade,

qualidade que tem a prática educativa de ser política, de não

poder ser neutra. (2013, p. 68)

Portanto, para que a prática educativa aconteça é necessária uma relação de

troca, onde através da intencionalidade, do processo educativo pode-se desenvolver e

transformar os sujeitos envolvidos, evidenciando assim a qualidade de ser política da

prática educativa. Portanto devemos considerar que há uma relação interna entre

educação e política, “isto é, toda pratica educativa, como tal, possui uma dimensão

política assim como toda a prática política possui, em si uma dimensão educativa”.

(SAVIANI, 2012, p. 84), pois são práticas diferentes porém oriundas da mesma prática

social. Tal relação nos leva a entender que o trabalho docente só é possível se houver

interação entre professor e aluno, na qual ambos possam contribuir para a construção do

conhecimento, contextualização os conteúdos aplicados em sala de aula com a realidade

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na qual a escola esteja inserida, tendo total liberdade de se manifestarem contra ou a

favor.

Apesar de todo o empenho do movimento em aprovar uma lei “contra o abuso

da liberdade de ensinar” (SITE) no dia 11 de dezembro de 2018 aconteceu a primeira

vitória significativa da oposição por falta de corum

A comissão especial que analisa a proposta conhecida como

Escola sem Partido (PL 7180/14 e outros) encerrou seus

trabalhos sem votar o relatório do deputado Flavinho (PSC-SP).

Como é regimental, a matéria será arquivada no fim

desta legislatura. Caberá aos deputados que tomam posse em 1º

de fevereiro de 2019 retomar o assunto e discuti-lo em um novo

colegiado, com novo presidente e relator. (CAMARA

NOTÍCIAS, 2018)

Como o parecer não foi votado e com o mandato dos deputados chegando ao

fim, inclusive do autor do PL Erivelton Santana que não se reelegeu, o Escola Sem

Partido será arquivado, e para que ele volte à apreciação em 2019, será necessário que

um dos autores dos outros 10 projetos anexados ao PL acima referido pedir o

desarquivamento, porém caso isso ocorra deverá começar tudo novamente com manda o

regimento da casa, criar nova comissão, novo presidente e novo relator, e novas

audiências públicas sobre o tema deverão ser realizadas. Esse desfecho foi considerado

pelos opositores uma vitória, uma batalha vencida, apesar de entenderem que ainda não

se ganhou a guerra, do outro lado os defensores não entendem esse fato como uma

derrota e sim como um primeiro passo para o sucesso futuro.

Com base nos estudos realizados conclui-se que, caso projetos como este sejam

aprovados teremos um retrocesso enorme para educação do país, pois não trazem

benefício algum para professores, educandos, famílias, enfim sociedade em geral.

Precisamos debater e refletir sobre as propostas de políticas educacionais, saber quem

são os seus autores, o que os levaram a ter essas ideias, para quem será bom e

principalmente se é necessária, pois a escola ao mesmo tempo em que pode ser um

ambiente de troca, de interação, de construção do conhecimento, pode ser um

instrumento ideológico a favor da elite dominante. Devemos lutar sempre por uma

educação de qualidade para todos, na qual haja valorização do professor e onde a prática

educativa seja muito mais que simples transmissão de conhecimento, seja uma prática

social que leve o sujeito à transformação pessoal e coletiva.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo buscou entender como surgiu o movimento escola sem partido,

quem são seus atores e o que eles propõem para educação brasileira, através do PL nº

867/2015 que tramita na câmara dos deputados federais, e o quanto essa política pública

influenciará no trabalho docente. Desde 2004 quando se levantou a bandeira da “escola

sem partido” pela primeira vez, tem se ouvido muito sobre a questão nos meios de

comunicação, porém a sociedade em geral, inclusive professores, pouco conhecem das

características desse movimento e o teor do PL que tem como intenção modificar o art.

3ª da LDBEN 9394/9. Seu idealizador o advogado Miguel Nagib juntamente com outros

sujeitos da sociedade civil, acreditam que as escolas brasileiras estão dominadas por um

determinado partido político e que através da autoridade que o professor exerce sobre

seus alunos impõe a doutrina Marxista, e para evitar essa doutrinação ideológica

partidária é preciso instituir uma lei que garanta o direito à liberdade do educando de

não ser doutrinado.

Durante a pesquisa percebeu-se que este movimento tem ganhado muitos

adeptos pelo país e entre eles um número significativo de parlamentares, na sua grande

maioria que se diz de extrema direita, muitos da bancada evangélica do congresso

federal, eles justificam no próprio projeto de lei que o professor vem ao longo da

história buscando desenvolver nos educandos o “Pensamento crítico” pensamento este

que denominam como “doutrinação marxista”, e para solucionar esse problema sugerem

que seja afixado em sala de aula para alunos maiores e na sala dos professores para

educação infantil, um cartaz com os 6 principais deveres do trabalho docente, os quais

de certa forma já são cumpridos pela maioria dos docentes, pois são deveres éticos, tal

cartaz não foi bem aceito pelos professores e defensores da escola pública, que alegam

que esse vai causar constrangimento, e um cerceamento do trabalho docente e a prática

educativa ficará comprometida.

Em todo país estão acontecendo manifestações contra e a favor, porém nas redes

sociais e de comunicação há pouco esclarecimento sobre o assunto, assunto este que é

polêmico, pois afeta diretamente a escola, enfim a educação brasileira. No último dia 11

de dezembro de 2018 o projeto atual ESP do deputado Elivelton Santana foi arquivado

por falta de corum e final de legislatura, mesmo sendo de suma importância o

acontecido não repercutiu como deveria e novamente a sociedade em geral não teve a

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informação detalhada sobre o assunto, ficando a mercê do senso comum. Precisamos

debater e refletir sobre as propostas de políticas educacionais, saber quem são os seus

autores, o que os levaram a ter essas ideias, para quem será bom e principalmente se é

necessária, pois a escola ao mesmo tempo em que pode ser um ambiente de troca, de

interação, de construção do conhecimento, pode ser um instrumento ideológico a favor

da elite dominante.

Enfim conclui-se que, caso projetos como este sejam aprovados teremos um

retrocesso enorme para educação do país, pois não trazem benefício algum para

professores, educandos, famílias, enfim sociedade em geral. Devemos lutar sempre por

uma educação de qualidade para todos, na qual haja valorização do professor e onde a

prática educativa seja muito mais que simples transmissão de conhecimento, seja uma

prática social que leve o sujeito a transformação pessoal e coletiva.

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