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O PROGRESSO FUNDADO EM 1901 MONTENEGRO/RS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020 VOL. 119/ Nº 7.292 - ISSN 2595-8739 - WWW.GPC.INF.BR - R$ 2,00 ANO 119 Montenegro confirma décima sexta morte por Coronavírus Antes de falecer, Oregino descreveu o “desinteresse” de Montenegro pela Transcitrus Durante Pandemia, Agroindústrias podem comercializar fora de suas cidades Cine Tanópolis pede autorização para reabrir as portas Reabertura das quadras esporvas: Saúde sica versus Saúde mental Kadu e Josi formam a primeira chapa confirmada para eleições 2020 Saúde | Pág.3 Parte 3 | Pág.5 Arte | Pág.5 Esporte | Pág.15 Montenegro | Pág.6 Política | Pág.4 Política | Pág.5 Eleitor montenegrino poderá ter seis candidatos para escolher ELEIÇÕES 2020 A direção do Cine Tanó- polis fez pedido para a Prefeitura de Montene- gro para reabrir as suas portas com todos os protocolos de saúde exi- gidos. Veja nessa edição qual foi a resposta ao pe- dido. O Estado desenvolveu medidas para facilitar a implantação e a legaliza- ção de agroindústrias fa- miliares no Rio Grande do Sul. Para isso, o Programa Estadual de Agroindús- tria Familiar (PEAF) foi criado pelo Decreto Es- tadual nº 49.341 de 5 de julho 2012.

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Page 1: MONTENEGRO/RS, SEXTA-FEIRA, 03 DE JULHO DE 2020 VOL. …o progresso fundado em 1901 montenegro/rs, sexta-feira, 03 de julho de 2020 vol. 119/ nº 7.282 - issn 2595-8739 - - r$ 2,00

O PROGRESSO

FUNDADO EM 1901

MONTENEGRO/RS, SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020 VOL. 119/ Nº 7.292 - ISSN 2595-8739 - WWW.GPC.INF.BR - R$ 2,00

ANO119

Montenegro confirma décima sexta morte por Coronavírus

Antes de falecer, Oregino descreveu o “desinteresse” de

Montenegro pela Transcitrus

Durante Pandemia, Agroindústrias podem comercializar fora de suas cidades

Cine Tanópolis pede autorização para reabrir as portas

Reabertura das quadras esportivas:

Saúde física versus

Saúde mental

Kadu e Josi formam a primeira chapa confirmada para eleições 2020

Saúde | Pág.3 Parte 3 | Pág.5

Arte | Pág.5

Esporte | Pág.15

Montenegro | Pág.6

Política | Pág.4

Política | Pág.5

Eleitor montenegrino poderá ter seis candidatos para escolher

E L E I Ç Õ E S 2020

A direção do Cine Tanó-polis fez pedido para a Prefeitura de Montene-gro para reabrir as suas portas com todos os protocolos de saúde exi-gidos. Veja nessa edição qual foi a resposta ao pe-dido.

O Estado desenvolveu medidas para facilitar a implantação e a legaliza-ção de agroindústrias fa-miliares no Rio Grande do Sul. Para isso, o Programa Estadual de Agroindús-tria Familiar (PEAF) foi criado pelo Decreto Es-tadual nº 49.341 de 5 de julho 2012.

Page 2: MONTENEGRO/RS, SEXTA-FEIRA, 03 DE JULHO DE 2020 VOL. …o progresso fundado em 1901 montenegro/rs, sexta-feira, 03 de julho de 2020 vol. 119/ nº 7.282 - issn 2595-8739 - - r$ 2,00

Da Redação

Ensino médio volta?

Durante Pandemia, Agroindústrias podem comercializar fora de suas cidades

A Federação dos Trabalha-dores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), por meio do ofício nº 442/2020, solicitou recentemente que a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento

Rural (Seapdr) mantenha vi-gente a Portaria 93, publicada em 13 de abril deste ano, que autoriza as agroindústrias registradas nos Serviços de Inspeção Municipais (SIM) a comercializarem seus produ-

tos fora dos limites do mu-nicípio. A permissão ocorrerá enquanto perdurar a vigência do Decreto Estadual de cala-midade pública, consideran-do o período de recuperação econômica do Estado.

JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020

Há praticamente uma unanimidade entre pais, professores e prefeitos. Nesse momento é impossível voltar com as aulas presenciais para a educação infantil. No entanto, não se descarta, dentro do planejamento proposto pelo Governo Estadual, o retorno das aulas para o ensino médio. O Comitê de Enfrenta-mento ao Covid-19 deve se reunir no próximo dia 14 para tratar desse assunto, já que os mu-nicípios têm autonomia para definir esse tema.

Outro assunto que foi bastante comentado na semana passada foi a notícia de que a Pre-feitura de Montenegro estuda a construção de um centro administrativo no Bairro Timbaúva. Segundo o Secretário Edar Borges, esse prédio seria erguido com verba da venda de terrenos que a prefeitura tem em outros municípios.

Também estamos destacando a retomada, de forma presencial, de algumas das ativida-des do Poder Judiciário. Isso só foi possível devido ao fato de Montenegro ter ingressado na Bandeira Laranja.

Outro assunto de destaque é que a grande maioria das pessoas com coronavírus estão se tratando em casa. Uma minoria tem de recor-rer ao auxílio hospitalar.

A Bandeira Laranja traz, além da retomada dos trabalhos do poder Judiciário, a possibili-dade de realização de rodeios na região.

Boa leitura a todos.

Momentos da música

montenegrina: 1974

Agroindústria tem crescido no Rio Grand do Sul

Inauguração da nova estrutura do Clube do Co-mércio. Animação do grupo “Taboo Sound”. Com, pela ordem, Jaime, Marco Marioti, Nino, Xandico, Gerson Green e Paulo Ody.O Clube do Comércio de Montenegro é um dos mais tradicionais da região. O clube surgiu da fusão de dois outros. O Clube Chimarrão pos-suía esse prédio, muito bem situado, na rua Capitão Cruz, de frente para à Praça Rui Barbo-

sa. Uniu-se, então, com o Clube 7 de Setembro, que possuía um grande terreno ao lado do seu e, somando-se as forças das duas entidades, foi construído um novo clube, muito mais moderno e amplo: o Clube do Comércio. A união dos dois clubes ocorreu no início da década de 1950 e a construção no novo prédio do Clube do Comércio levou vários anos para ser concretizada.(Foto: Flávio Fröelich)

Região - O Vale do Caí é repleto de agroindústrias e a importân-cia da agricultura familiar é cada vez mais evidenciada por políticas públicas para a melhoria da qua-lidade de vida destas famílias. A criação do Programa de Agroin-dústria Familiar do Estado do Rio Grande do Sul, “Sabor Gaúcho”, hoje transformado em Política Es-tadual de Agroindústria Familiar, criada pela Lei Estadual nº 13.921, de 17 de janeiro de 2012, e do Pro-grama de Aquisição de Alimentos (PAA) criado pela Lei Federal nº 10.696 de 02 de julho de 2003 e o Programa Nacional de Alimenta-ção Escolar (PNAE), regulamenta-

do pela Lei Federal nº 11.947 de 16 de junho de 2009, são exemplos de políticas públicas que priorizam a agricultura familiar. Além de reco-nhecer as dinâmicas de desenvol-vimento local, estas ações demons-tram respeito aos valores de uma agricultura voltada à diversificação dos sistemas produtivos e do meio ambiente, com seu foco na agroe-cologia.Sob esta visão, o Estado desen-volveu uma série de medidas para facilitar a implantação e a legali-zação de agroindústrias familiares no Rio Grande do Sul. Para isso, o Programa Estadual de Agroindús-tria Familiar (PEAF), criado pelo

Decreto Estadual nº 49.341 de 5 de julho 2012, oportuniza linhas de crédito aos agricultores familiares com juros mais baixos; amplia a participação dos agricultores fami-liares no PAA e no PNAE; oferece serviços de orientação para re-gularização sanitária e ambiental com a disponibilização de perfis agroindustriais, layout de rótulos, entre outros; disponibiliza novos espaços de comercialização local e também apoia feiras de expres-são regional, estadual e nacional; a organização dos agricultores fa-miliares em estruturas associativas e cooperativas também é assistida.(Foto: Piratini)

Apresentação nos anos 70

A eleição para o Palácio do Rio Branco com inúmeros candidatos fortes de oposição facilita o caminho da situação?

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JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020

Reunião no dia 14 tratará da possibilidade

de retorno às aulasA Secretária Municipal de Educação e Cultura de Montenegro, Rita Fleck, confirmou que as aulas da Educação Infantil não se-rão retomadas, da forma presencial como era a in-dicação feita pelo Governo do Estado. Segundo Rita, isso se deve a atual situa-

ção do contágio. A decisão foi tomada pelo Comitê de Enfrentamento ao Ci-vid-19. Uma próxima reunião será realizada no dia 14 para tratar da possibilidade de volta às aulas do ensino médio. (Foto:Arquivo pes-soal)

A primeira etapa de retorno às aulas de forma presen-cial, começando pela educação infantil, já foi rejeitada pelo Comitê de Enfrentamento ao Covid-19 de Monte-negro. Haverá, no entanto, uma nova reunião para tratar da possibilidade de retorno do ensino médio. Levanta-mento feito pela Famurs mostrou que a maioria dos pre-feitos eram contrários ao retorno das aulas presenciais da educação infantil.

Ensino médio poderá voltar a ter aulas presenciais

A Prefeitura de Canela confirmou o evento, que inicia no dia 22 de outubro. O diretor artístico do 33° Sonho de Natal, Elias da Rosa, explica que os espetáculos ficarão concentrados em frente à Catedral de Pedra em função do amplo espaço que permite diversas ma-neiras de manter o distanciamento. Conforme Elias, quatro alternativas são estudadas para evitar aglome-rações: sinalização no chão, cadeiras alocadas com distanciamento, plataformas para grupos familiares ou drive-in. “São estudos de viabilidade. Não sabemos como estará o cenário da pandemia. É muito dinâmi-co, mas estamos preparados. Nossa preocupação pri-mordial é com a saúde”, enfatiza. Segundo o diretor, o público será inserido no conceito lúdico da Fábrica de Sonhos. “Uma fábrica possui engrenagens. Todos faremos parte do mecanismo que faz a Fábrica de So-nhos funcionar. Uma das ideias é fazer a demarcação do solo com o formato das engrenagens”, explica.

Aos poucos, o trabalho no Poder Judiciário vai voltando ao normal. As audiências ainda serão feitas de forma online. Mas o trabalho presen-cial, inclusive com o recebimento dos advogados, reiniciou na semana passada. Isso só foi possível devido a Montenegro ter entrado, pelo plano de bandeiras do Governo do Estado, na cor laranja.

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou, na tarde de terça-feira ,8, mais um óbito registrado por Corona-vírus em Montenegro. Trata-se de um homem de 90 anos que estava internado em hospital. Na terça-feira, Montenegro apresentava 850 casos positivos acumula-dos, 534 casos recuperados, 300 casos em recuperação e 16 óbitos.

Despacho da Dra. Débora de Souza Vissoni - Juíza de Direito“Das exigências relativas à execução dos serviços – tecnologias, equipamentos e métodos. Defende a impetrante que a escolha de determinados equipa-mentos ou tecnologias por parte da Administração é ilegal. No seu entender, o ente público deve exigir o adequado funcionamento dos serviços e equipa-mentos, sem estabelecer os meios para tanto, sob pena de onerar as empresas que atualmente não detém tais tecnologias, frustando o caráter com-petitivo. Nesse contexto, insurge-se a parte impe-trante quanto a exigência do monitoramento dos serviços ser realizado por veículos de específicas duas rodas (não abrindo espeço para veículos de 3 ou 4 rodas por exemplo), com 125 cc de potência e com exatas duas câmeras. Não encontro ilegalida-de na disposição editalícia. Embora, como alegado pela impetrante, veículo de potência maior, com mais duas rodas e mais de duas câmeras tenham condições de prestar idênticos serviços, não há restrição na competitividade no fato da adminis-tração realizar a delimitação apontada. E a razão é muito simples: se a empresa já possui automóveis de 3 ou 4 rodas e com potência maior do que a es-pecificada no edital, basta vendê-los para adquirir automotores menores e com menor potência. Não há prova que, em tal operação, a impetrante teria custos maiores, mesmo porque motos com maior potência ou veículos de quatro rodas tendem a ter o preço maior que o de uma simples motocicleta 125cc. A mesma lógica se aplicaria se empresa im-petrante, caso sagrada vencedora, fosse adquirir os veículos para o monitoramento (quem pode comprar um automóvel de 4 rodas ou 1 moto de potência maior, tem condições de comprar um bem de valor inferior).No mesmo raciocínio, pode ser enquadrada a quantidade de câmeras prevista no edital. Ora, se a empresa pode instalar “três ou quatro” câmeras, também poderia instalar menos e, assim, ter um custo menor. Em qualquer hipótese, não logrou a impetrante demonstrar que tais cláusulas repre-sentariam um custo maior para operação. Logo, não há falar em vantagem competitiva para outras empresas. Quanto aos parquímetros, não logrou a impetrante demonstrar que os exigidos no edital (com cantos arredondados) são produzidos por um único fornecedor, qual seja, a Digicon, sita no Município de Gravataí. De fato, a afirmação rea-lizada pela impetrante ficou no campo da mera alegação, não encontrando amparo na prova dos autos. Importa referir, nesse sentido, que o impe-trado fez referência à existência de, pelo menos, duas outras empresas que fornecem os parquíme-tros nos parâmetros estabelecidos no edital, quais sejam, a Lampaza Empreendimentos e a Imply. Assim, não havendo prova da existência de for-necedor único para a aquisição dos parquímetros, não há falar em violação à competitividade”.

Muitas pessoas estranharam o fato de Montenegro ter terrenos em outros municípios. A informação foi dada pelo Grupo Progresso de Comunicação através de relato do Secretário Municipal de Administração de Montenegro, Edar Borges. A notícia foi a seguinte: “Segundo ele, a Prefeitura Municipal de Montenegro tem vários terrenos em outros municípios. O valor da venda será voltado para a construção de um centro administrativo, no Bairro Timbaúva, que receberá to-das as secretarias municipais. Hoje, a municipalidade gasta em torno de R$ 60 mil mensais com aluguéis de prédios. A ideia é que toda a administração mu-nicipal, inclusive a estrutura que está no Palácio Rio Branco, se transfira para a Timbaúva”.

Evento Sonho de Natal é mantido, com

cuidados especiais

Montenegro confirma décima sexta morte por

Coronavírus

A volta das atividades

presenciais no Judiciário

Detalhes do processo do Estacionamento

Rotativo

O caso dos terrenos em cidades vizinhas

O painel divulgado pela Prefeitura de Montenegro traz vários dados interessantes. Um deles mostra, por exemplo, que o principal sintoma entre os montenegri-nos com o vírus é a dor de cabeça. No painel divulga-do na semana passada é possível perceber ainda que a grande maioria das pessoas são tratadas nas suas pró-prias casas.( Arte:Acom)

Grande maioria das pessoas com

coronavírus são tratadas em casa

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JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020

Nos próximos dias os partidos políticos de Montenegro realiza-rão suas convenções para definir os can-didatos ao pleito de

15 de novembro. De todas as candidatu-ras, apenas uma já definiu os nomes que disputarão a eleição. Em convenção, foram

homologados os no-mes do Prefeito Kadu Müller e da Vereadora Josi Paz para compor a majoritária da coli-gação PP, PSB e PL. Os

outros partidos reali-zarão suas convenções nos próximos dias, lembrando que a data máxima é 16 de se-tembro.

Da Redação

Produtores devem retirar Certificado de Imóvel Rural

Montenegro - A pro-jeção para o pleito é que Montenegro tenha seis candidatos a prefeito. Uma candidatura já está definida: a de Kadu Mül-ler. As outras, pré-candida-turas, são apenas indí-cios até que as conven-ções as confirmem.O PDT estava costurando uma coligação com o Re-publicanos, do pré-can-didato Percival de Olivei-

ra. No entanto, o assunto não evoluiu e a tendência é que o ex-Prefeito Paulo Azeredo seja o nome da sigla para o pleito.O PTB apresentará como pré-candidato Gustavo Zanatta, que foi verea-dor por um mandato. Foi também, durante alguns anos, um dos líderes do PP até sua saída para o PTB.O PSDB vai de Márcio Menezes como pré-can-

didato. Márcio já atuou na administração muni-cipal, durante o Governo Paulo Azeredo, e tem em seus planos a construção de um Centro Adminis-trativo em frente ao Pa-lácio Rio Branco.O PT estava contando com dois nomes: Rodrigo Dias e Alex da Farmácia. No entanto, ambos de-sistiram e a sigla agora tenta trazer Heitor Ler-menn, que já tem expe-

riência como candidato pelo partido. Heitor tam-bém teve participações no Governo do Estado.Por fim, Percival de Oli-veira deve ser o pré-can-didato dos Republicanos, antigo PRB. Percival tem oito anos de experiência como prefeito de Monte-negro, além de passagens pela Câmara de Vereado-res e Assembleia Legis-lativa, onde foi assessor parlamentar.

Pré-candidatos sonham com o Palácio Rio Branco

Reminiscências do Passado De 1500 ao tempo de hoje

Vivemos um tempo de incertezas; uma nova pandemia ganhou dimensão nesta terra, já chamada de Ilha de Vera Cruz. Por mais de 12 mil anos, o ser humano já por aqui vivia. Mas, os portugueses foram os primeiros, sedizentes civilizados, a pregarem uma cruz nas areias da praia da Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália (Bahia) e rezar uma missa.

Para os descobridores, a simbologia da cruz, fincada na terra, traduzia ATO DE POSSE, frente aos outros navegantes conquistadores. Por tamanha simplicidade, estavam dizendo ao Mundo Civilizado que esta terra agora TEM DONO e somos nós, do Reino de Portugal. Não conheciam a extensão da terra que estavam tomando posse, em nome de sua Majestade o Rei Dom Manuel I.

Somente com a expedição de Martim Afonso de Souza (1530), a colônia começou a merecer os cuidados do Rei Dom João III, mas de forma incipi-ente. Nasce a primeira povoação: São Vicente, no litoral paulista. Já bem antes, em 1494, Portugal e Espanha firmaram tratado, dividindo as terras “descobertas e por descobrir” no chamado Novo Continente.

Por este tratado, sob as bênçãos do Papa Inocêncio VI, espanhol, nós out-ros, do extremo meridional da nova terra, estaríamos falando castelhano e torcendo para o Boca Juniors, Racing ou River Plate... Mas, e sempre aparecem as adversativas de compensação, uma colônia as margens do Rio da Prata (Colônia de Sacramento), determinou a colonização do Conti-nente de São Pedro... E aqui estamos nós.

Nasce o Forte de Jesus, Maria e José, no atual município de Rio Grande. Francisco Carvalho da Cunha estabelece-se nos campos de Viamão, no sítio chamado Estância Grande, onde ergueu a capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição. Daí o torrão gaúcho começou a ganhar mais po-voadores; por fim, descobriram a terra do Monte Negro e a colonização começou.

O 2º Distrito de Triunfo torna-se Freguesia e, logo depois, Vila, por alca-nçar sua Emancipação Política e Administrativa. De uma simples Capela, edificada em madeira, surge uma imponente Igreja, com destaque para suas duas torres. A grande área começa a ser loteada e nossa terra ganha dimensão.

São João do Montenegro, nome formado pela junção de um santo com o morro, que os primeiros navegantes chamaram de “negro”. Do final do século XVIII até o início da colonização muito tempo decorreu; de uma simples “casa de telhas” ao conglomerado urbano atual, outro tanto de tempo passou.

Das mais de 60 mil pessoas que conosco compartilham as belezas e as vicissitudes da nossa terra, uns chegaram antes, outros depois e todos os dias novos continuam chegando (como a minha neta Celina, à luz em 31.08, próximo passado). Asseguro que esta terra exerce uma atração transcendental, por superar-se e indo além das nossas limitações. Quando deixamos de ser nômades, criando vida sedentária, abrimos mão de interesses e direitos a nós inatos, ao tempo do início da trajetória. E o fizemos justamente em nome da segurança do grupo, da maior oferta de ocupação e trabalho, moradia e alimentação. Também em nome do bem comum. Permitimos que terceiros administrassem nossas obras e ações em nome do todo.

Um ano atípico, um confronto entre um vírus e a vida, muitas das quais perdidas. Um ano de renovação dos mandatos municipais: Executivo e Legislativo. Um ano para mudanças, para renovação das esperanças e ob-jetivos de uma política melhor, em favor do bem comum. Estamos aguar-dando a passagem dos dias, as promessas dos candidatos, a alimentar o tédio da atual alienação social.

Enfrentaremos uma enxurrada de promessas daqueles que buscam um cargo no legislativo, mas desconhecem a verdadeira função do vereador e suas limitações. Crianças serão salvas: novas escolas e creches ganharão lugar nas falas dos candidatos. Ruas serão calçadas e asfaltadas; pontos turísticos revitalizados e outros centros de lazer prometidos. São simples manifestações verbais/escritas na caça aos votos. É a busca por uma capacidade especial de ação e realização ... da faculdade de ex-ercer a autoridade: O PODER. São tempos difíceis; o importante é manter-mos a coragem e o discernimento em favor de um futuro melhor.

ERNESTOLAUER

Região - O Certificado de Cadas-tro de Imóvel Rural (CCIR) refe-rente ao exercício de 2020 já está disponível para consulta e emissão. O documento comprova a regula-ridade das propriedades e posses rurais junto ao Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), base de dados do governo federal ge-renciada pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), na qual constam informações sobre os cer-ca de 6,56 milhões de imóveis ru-rais brasileiros. A validade do documento está con-dicionada ao pagamento da Taxa de Serviço Cadastral, por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU), a ser impressa juntamen-te com o CCIR. O valor depende do tamanho da área e deverá ser

quitado até o próximo dia 15 de setembro, na rede de atendimen-to do Banco do Brasil. Em caso de atraso, o próprio sistema gera uma nova GRU, com os devidos acrés-cimos. O mesmo vale para dívidas de exercícios anteriores. A emissão do CCIR pode ser feita a partir de banner indicativo no site do Incra, https://sncr.serpro.gov.br/ccir/emissao, e ainda por meio da Sala da Cidadania Digital ou nas Unida-des Municipais de Cadastramento (UMC´s). Outro recurso é fazer o download, em dispositivos móveis – como smartphones e tablets – do aplicativo “SNCR-Mobile”, dispo-nibilizado no Google Play e na App Store.Quem não puder utilizar meios ele-trônicos, tem a opção de emitir o

certificado nas Salas da Cidadania das superintendências regionais do Incra, unidades avançadas da autarquia ou em uma Unidade Mu-nicipal de Cadastramento (UMC), instalada nos municípios mediante assinatura de acordo de coopera-ção técnica entre as prefeituras e o instituto. A emissão do CCIR só ocorre quan-do os dados do imóvel estão devi-damente atualizados no Sistema Nacional de Cadastro Rural. Caso haja alguma diferença entre as in-formações prestadas e as que estão no SNCR, o sistema indica a incon-sistência e impede a impressão. Somente após as correções neces-sárias será possível emitir o certifi-cado e a Guia de Recolhimento da União.

Eleitor montenegrino poderá ter seis opções para 15 de novembro

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A frase é de uma arrogância exemplar e está errada, afinal cicatriz traduz algo que fecha, que delimita, e a burrice é sangria mal atada, é ferimento talvez incurável. A sentença encontra-se em “Dialética do esclarecimento”, de Max Horkheimer e Theodor Adorno, parceiros na perniciosa Escola de Frankfurt. Há mais ou menos dez anos soube de sua existência. Estava em São Paulo e um livreiro acendeu minha curiosidade: “Esta turma é da pesada”.

No tempo da faculdade li “O dogma de Cristo”, de Erich Fromm. Verde, sequer sonhava quem era o autor. Por certo achei o título pro-vocador e naquela altura devo ter pensado que ficaria menos idiota se o lesse. No prefácio Fromm já afirma que a religião é substituta da satisfação real e meio de controle social. Marxista, dirigiu o Frankfurter Institut für Sozialforschung, também conhecido como Escola de Frank-furt. Antes de abandonar a ortodoxia, quase se tornou rabino.

Curiosas viradas na vida espiritual, como esta de um judeu, não nos podem surpreender. No universo cristão não são poucas as he-resias e instituições laicas que recrutam cristãos que se proclamam “traumatizados pelos erros da Igreja” e acabam se tornando inimigos figadais. Muitos passam a ser úteis para propósitos que jamais sabe-rão. São os “quase inocentes úteis”.

Como me dizia um baiano bem humorado – perdão pela redun-dância,- é difícil ensinar papagaio velho a falar. Da mesma forma, ainda que Deus tudo possa, é tarefa ingrata pregar para os que enve-lheceram ateus ou agnósticos. Não pelo esforço que demandam, mas porque tapam os ouvidos. Com jovens ou mangolões infantilizados, entretanto, não podemos economizar o verbo.

Os jovens têm um arsenal de pedras: a Igreja é medieval, respon-de pela Inquisição, abrigou pedófilos e corteja o poder. Como não nos concedem muito tempo para responder cada um dos ataques e sobretudo porque atacam a Igreja e todo o cristianismo, passei a de-sinstitucionalizar a conversa, como quem precisa mexer as pedras do tabuleiro com séria desvantagem inicial.

Começo com os Apóstolos, convocando a atenção para os Evan-gelhos. Sugiro que se esqueça a existência da Igreja e fiquemos ape-nas com o Novo Testamento. Então pode surgir a clássica pergunta “quem escreveu os Evangelhos?”, obviamente sugerindo que foram redigidos e adulterados a várias mãos. Falo então sobre os manuscri-tos do Mar Morto, os textos encontrados incidentalmente em Qumran por um pastor. Foram escritos no século I e neles foram encontradas partes do Evangelho de Marcos. O que isto prova? Que os Evangelhos foram escritos quando os Apóstolos ainda viviam e portanto são o testemunho ocular da vida de Cristo.

Depois lembro que Pedro, aquele mesmo que negara Cristo três vezes antes que o galo cantasse, redimiu-se às margens do Lago de Genesaré. Cristo ressuscitado pergunta a Pedro “Tu me amas?”. Pedro responde que sim e Cristo insiste duas vezes mais. Na terceira o pes-cador de almas por fim percebe a similitude com suas três negações. E chora.

Prossigo e menciono que nem todos os Apóstolos eram pouco letrados: Lucas era médico, Mateus, cobrador de impostos, Judas, escriba. Traduzo então a decepção dos Apóstolos com a morte no Gólgota. Por que raios não se salvou? Por mais milagres que tenham presenciado, a fé fraqueja. Como se o Circo fosse desmontado e tudo não passasse de engano, nada restando a não ser admitir que foram histriônicos, que precisam enfiar a viola no saco e retomar suas vidas.

Dito isto pergunto aos que ainda escutarem se sabem como mor-reram os Apóstolos. Fosse tudo um engodo, um espetáculo circense que recruta palhaços e malabaristas, teriam os Apóstolos se deixado martirizar? Segundo a tradição, apenas João morreu de velho. Paulo foi decapitado e Pedro crucificado. Com um detalhe: Pedro pediu que o crucificassem de cabeça para baixo porque não era digno de morrer como Cristo. Pergunto então se estes homens eram idiotas. Por que raios não atiraram a toalha? Eram tolos, fanáticos cegos, alucinados? Teriam se submetido a tais sofrimentos se não houvessem testemu-nhado aquilo que se recusaram a negar?

O dano causado pela gente da Escola de Frankfurt e por todos aqueles que buscam de todas as formas destruir o cristianismo é gran-de, mas não é irreversível. Que um só escute até o fim a pregação, não importa. Será uma semente que poderá brotar e rasgar uma cicatriz na Terra.

JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020

Antes de falecer, Oregino descreveu o “desinteresse” de Montenegro pela Transcitrus

O então Prefeito de Pareci Novo, Oregino José Francisco, em março de 2017, concedeu uma entrevista ao GPC. Na oportu-nudade, ele se mostrava preocu-pado com a conclusão da obra

da Rodovia Transcitrus, mais especificamente, com o trecho pertencente a Montenegro. Se-gundo ele, o município já havia perdido R$ 2 milhões em inves-timentos e que, se continuasse

agindo como até então, poderia perder ainda. O Prefeito de Mon-tenegro, Carlos Eduardo Müller, disse, no entanto, que uma das suas metas sempre foi dar anda-mento às obras da Transcitrus.

Kadu e Josi formam a primeira chapa confirmada

Caí tem mais 12 casos de Covid 19 e volta para bandeira vermelha

A burrice é uma cicatriz

Região - Na reporta-gem, Oregino relatou que no final de 2016 houve uma reunião com o então Ministro do Tu-rismo Osmar Terra na qual foram destinados R$ 4 milhões para a região. Os municípios de Harmonia, Maratá, Brochier, e Montenegro ganhariam R$ 1 milhão cada. Mas Em 2017 teria ocorri-do novo encontro com

o Ministro Osmar Ter-ra, agora atuando no Ministério do Desen-volvimento Social. Na ocasião foi anunciado um novo empenho para a Trascitrus no valor de R$ 4,5 milhões. Porém, Montenegro não teria enviado nenhum repre-sentante para o encon-tro e teria perdido seu segundo milhão.Na oportunidade, Ore-gino disse que o Minis-

tro se comprometeu a vir à região. Ele espera-va que desta vez Mon-tenegro estevisse pre-parado para não perder novos recursos. “Se Montenegro não estiver apto com pessoas capa-citadas tecnicamente ou seu projeto pron-to poderá perder mais uma vez. Essa é a pre-ocupação, Montenegro está realmente pronto para isso? Se isso não

acontecer, infelizmen-te, vai ter que fazer com recursos próprios e íi todos nós sairemos perdendo”, disse na en-trevista ao GPC.A Transcitrus teve iní-cio com os municípios de Poço das Antas, Bro-chier, Maratá, São José do Sul e Pareci Novo, posteriormente agre-gou-se Montenegro, Harmonia e Frederico Westphalen.

Oregino faleceu em 2019

Máquina no local

Montenegro - No fi-nal de semana o Par-tido Progressista de Montenegro realizou a sua convenção e con-firmou a chapa Kadu Müller e Josi Paz para concorrer em 15 de no-

vembro. Foi a primeira candidatura confirma-da em convenção. As convenções, segun-do a Lei Eleitoral, de-vem ser realizadas até o dia 16 deste mês. (Fo-to:PP)

Caí - Apesar de ainda ter uma situação considerada de estabilidade com relação à pandemia do novo coro-navírus, São Sebastião do Caí não teve boas notícias na sexta-feira, 4. Além da Região 8 ter voltado para

a bandeira vermelha após apenas uma semana na ca-tegoria laranja, o Município somou mais 12 laudos posi-tivos entre ontem e hoje.Vale ressaltar que, com a gestão compartilhada do Programa de Distancia-

mento Controlado do Es-tado, a região segue com protocolos da bandeira la-ranja mesmo tendo retor-nado para a vermelha. No momento, a cidade conta-biliza 357 casos de Covid 19 desde março, com 316

sendo considerados cura-dos, 36 em tratamento e ocorreram cinco mortes. Os 12 novos casos são de oito homens, de 14, 26, 38, 41, 46, 49, 53 e 60 anos, e qua-tro mulheres, de 26, 38, 73 e 86 anos.

Kadu e Josi

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Prazo para declaração do ITR 2020 termina dia 30

Prefeitura esclareceu sobre suposto Fake News

Caí - A Prefeitura de São Se-bastião do Caí está alertando os produtores e proprietários ru-rais para o prazo de entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) 2020. De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.967, a Receita Federal informa que a DITR deverá ser apresen-tada no período de 17 de agosto a 30 de setembro de 2020, im-preterivelmente sem prorroga-ção de prazo, pela internet, por meio do programa ITR 2020 que consta na página da Receita Fe-deral. A multa para quem apre-sentar a DITR depois do prazo é de 1% ao mês ou fração de atra-so, lançada de ofício e calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser infe-rior a R$ 50,00 por ano não de-

clarado. Se depois da apresenta-ção da declaração o contribuinte verificar que cometeu erros ou omitiu informações deve, antes de iniciado o procedimento de lançamento de ofício, apresentar DITR retificadora, sem a inter-rupção do pagamento do impos-to apurado na declaração origi-nal. O equívoco declarado nos valores da terra nua na Declara-ção do Imposto sobre a Proprie-dade Territorial rural (DITR) tem origem na tabela de valo-res da terra nua, com base nas informações do Sistema de Pre-ços de Terra – SIPT da Receita Federal, nos termos do artigo 14 da Lei nº 9.393/96, pelo VTN/ha do município de localização do imóvel em cada exercício. O não atendimento a estes valores declarados pode gerar intimação

para abertura de processo admi-nistrativo onde o produtor rural responde administrativamente pelos valores declarados.Confira abaixo os valores de re-ferência para o DITR 2020:– LAVOURA – APTIDAO BOA R$ 35.564,21

– LAVOURA – APTIDAO RE-GULAR R$ 24.333,41

– LAVOURA – APTIDAO RES-TRITA R$ 18.718,00

– PASTAGEM PLANTADA R$ 14.974,41

– SILVICULTURA OU PASTA-GEM NATURAL R$ 11.230,31– PRESERVACAO DA FAUNA OU FLORA R$ 7.487,21

Caí - A Prefeitura do Caí di-vulgou a seguinte nota: “A Ad-ministração Municipal de São Sebastião do Caí vem à público esclarecer serem falsas as acu-sações feitas por uma pré-can-didata a vereadora sobre movi-mentação de cargas de cascalho depositadas em área na Estrada da Várzea do Rio Branco. O material, retirado pelo Mu-nicípio do leito do Rio Caí, está sendo trabalhado por empresa contratada mediante licitação pública para atender produto-

res rurais de todas as localida-des. O caminhão e máquina que aparecem no vídeo carregando cascalho estão na verdade le-vando cargas do material para atender com horas máquina e manutenção de acessos de pro-priedades de agricultores com direito a esses serviços dentro do programa de incentivos do Município mediante a movi-mentação de emissão de notas fiscais do Talão de Produtor. As fotos de um dos acessos que também estão sendo divulgadas

de forma indevida são de um dos nossos produtores que faz parte do programa e tem direito a estes incentivos devido ao uso do seu talão de notas. Reiterando que tudo é feito respeitando a legislação, a Ad-ministração Municipal ressalta que o vídeo e as fotos da falsa denúncia, bem como os nomes de seus autores, serão levados para as autoridades competen-tes para que sejam tomadas as medidas cabíveis, civil e crimi-nalmente”.

Uma nova remessa de anes-tésicos e relaxantes muscula-res está sendo entregue pela Secretaria da Saúde (SES) e pelo Exército Brasileiro a 77

hospitais em 67 municípios de todas as regiões do Estado. O carregamento possui cerca de 34 mil medicamentos do cha-mado “kit intubação”, usados

em pacientes com dificuldades respiratórias nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e necessários no combate à Co-vid-19.

Material sendo entregue

Região - A distribuição co-meçou no final de agosto por meio do 4º Grupamento Lo-gístico do Comando Militar do Sul.Os lotes foram comprados pelo Ministério da Saúde e envia-

dos ao Estado. A SES definiu os hospitais contemplados e o volume de medicamentos a ser distribuído para cada um. A decisão é realizada com base nas informações das próprias instituições hospitalares, por

meio do preenchimento de formulário online semanal. A logística é organizada para priorizar a entrega a hospitais que estão com seus estoques baixos ou até mesmo zerados. (Foto: Divulgação)

JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020

Hospitais recebem terceira remessa de medicamentos do kit intubação

Escrever sobre Érico Veríssimo é quase como falar sobre um senhor vizinho nosso, com expressão reflexiva e tranquila. Quase é possível ainda encontrar-se com ele, ao sair da rua Sofia Veloso e chegar à avenida Osvaldo Aranha, porque na calçada oposta ao colégio estadual Instituto de Educação, lá está “seu” Érico praticando sua caminhada diária, vindo de sua casa no alto Petrópolis e para lá voltando, sempre a pé. Para mim, tal proximidade frequente não retira dele sua grandeza literária. Érico Veríssimo foi um dos escritores brasileiros mais populares do século XX e destaca- se como um dos mais importantes romancistas da literatura nacional, tendo sido, também, tradutor de obras importantes escritas originalmente em inglês e em francês. Seu texto é o de um autor da chamada geração de 1930, isto é, caracteriza-se pela linguagem sóbria e pela realização de obra de caráter inovador, tendo como objetivo facilitar o entendimento para o leitor médio, sem perder de vista a busca de autenticidade; Érico faz uso de palavras comuns e, for-çosamente, lugares comuns da psicologia do cotidiano, sem, por isso, renunciar às novidades, como monólogos interiores de um personagem, uma trama não-linear, uma exposição dos personagens por focalização interna, e uma ordem temporal estilhaçada por flash-backs ou rememorações que assaltam a memória visual de maneira súbita. Especificamente em “O Tempo e o Vento”, o tempo é psicológico e não cro-nológico, não segue a ordem temporal, segue a memória dos personagens, os capítulos alternam-se entre a narração presente e os acontecimentos das gera-ções passadas, e já o título do livro significa a passagem do tempo e também a sucessão de gerações das famílias que fundaram nosso estado; o vento faz alusão ao próprio clima típico da região e também confirma o caráter passageiro da vida e dos acontecimentos, pois o vento “passa” assim como o tempo, a narrativa reflete a ideia de transitoriedade, ou seja, uma saga dos heróis do pas-sado, que tiveram sua importância e estão com os nomes marcados na história. Por outro lado, observamos que o autor escreveu perto de cem obras e as teve reunidas em edições especiais de até 17 volumes; sua produção se divide em romance urbano, onde retrata os conflitos morais e espirituais de uma sociedade em crise, e em que livros como “Clarissa”, “Música ao longe”, “Olhai os lírios do campo”, entre outros, são exemplos desse tipo de romance; depois, temos o romance histórico, onde ele recupera a história do Rio Grande do Sul, desde os tempos coloniais, passando pela Revolta da Armada, ocorrida em 1893, até o início do governo de Getúlio Vargas, e aí destaca-se sua obra maior, “O Tempo e o Vento”, a qual totaliza duas mil e duzentas páginas e é composta por três romances, “O Continente”, “O Retrato” e “O Arquipélago”, publicados entre 1948, 1951 e 1961; e ainda temos o romance político internacional, como “O Prisioneiro”, “ O senhor Embaixador” e “Incidente em Antares”. Desta forma, Érico Veríssimo foi o responsável pela inclusão do Rio Grande do Sul na vanguarda intelectual do país, e, via de consequência, tornou-se conhe-cido no exterior, especialmente nos Estados Unidos da América e em Portugal. Érico foi muito próximo dos Estados Unidos, já em 1941, ele morou por três meses naquele país, convidado para proferir conferências, em uma estada finan-ciada pelo Departamento de Estado como parte da Política da Boa Vizinhança, do governo de Franklin Roosevelt. Em 1943, ele retorna com a família para os Estados Unidos, atendendo a novo convite do Departamento de Estado, desta vez para uma estada de dois anos, durante os quais ministrou aulas de Literatura Brasileira na Universidade da Califórnia, em Berkeley; sobre essas viagens ao exterior, Érico escreveu dois livros, “Gato preto em campo de neve”, editado em 1941, e “A volta do gato preto”, em 1947; também resultou dessas temporadas, seu ensaio sobra a literatura brasileira, intitulado “Brazilian Literature”, publicado posteriormente, já em 1969. Ao longo de sua profissão de escritor, Érico foi homenageado com os seguintes prêmios e títulos: Prêmio Machado de Assis, da Cia. Editora Nacional, em 1934, por “Música ao longe”, Prêmio Fundação Graça Aranha por “Caminhos cruza-dos”, título Doutor Honoris Causa, em 1944, pelo Mills College, de Oakland, Califórnia, onde dava aulas de Literatura e História do Brasil, Prêmio Machado de Assis, em 1954, concedido pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra, título de Cidadão de Porto Alegre, em 1964, conferido pela Câmara de Vereadores da cidade, Prêmio Jabuti - Categoria Romance, da Câmara Brasileira de Livros, em 1965, por “O senhor Embaixador”, Prêmio Intelectual do Ano, Tro-féu Juca Pato, em 1968, concedido pelo jornal Folha de São Paulo e pela União Brasileira de Escritores. Por ocasião de sua morte física - já que suas emoções e seus pensamentos continuam vivos em seus textos - Carlos Drummond de Andrade publicou o poema “A falta de Érico Verissimo”, no qual ele lamenta que “Falta aquele homem no escritório / a tirar da máquina elétrica / o destino dos seres, / a explicação antiga da terra”; impossível maior elogio, um autor que tor-na claro para nós o que ocorre com os “seres”, ou melhor, o que nos cabe nessa trajetória, e ainda nos faz entender nossa situação, nossa posição neste planeta. Ressaltamos, ainda, que os principais livros de Érico Verissimo foram traduzidos para o alemão, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, indonésio, in-glês, italiano, japonês, norueguês, polonês, romeno, russo, sueco e tcheco, e ainda adaptados, várias vezes, para diferentes mídias, como teatro, televisão e cinema. Retornando a sua obra principal, “O Tempo e o Vento”, esta conta-nos uma parte da história do Brasil vista a partir do Sul, da ocupação do “Continente de São Pedro”, em 1745, até o fim do Estado Novo, em 1945, através da saga das famílias Terra e Cambará; podemos afirmar que se trata de um relato de-finitivo do estado do Rio Grande do Sul e de igual importância na construção de nossa identidade nacional. Do ponto de vista histórico-literário, além de “O Tempo e o Vento” ser um símbolo da literatura regionalista, o autor inova ai-nda ao introduzir um capítulo narrado por uma personagem feminina, Sílvia, que apresenta os personagens de “O Arquipélago” sob um ângulo diferente, e mais: lembremo-nos de que as mulheres de seus romances são sempre mul-heres fortes, principalmente no sofrimento, elas são tipos antológicos como Ana Terra, Bibiana e Maria Valéria; estas três constituem as matriarcas da família e suas qualidades enérgicas mantêm-se ao longo das gerações. Pois muito bem, senhoras e senhores, e para finalizar, orgulhemo-nos por contar com este autor de nossa terra, este escritor de personalidade suave mas de presença decisiva e inesquecível que foi - e que é - Érico Veríssimo.

Érico Veríssimo, 1905 - 1975

ROSARITA O.T. DOS SANTOS

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Caí aparece em 2º e Montenegro em 19º em crescimento de ICMS no Vale do Caí

Amvarc firma posição contra retorno das aulas

Após consulta ao Comitê de Aná-lise de Dados do Covid-19, o Se-cretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Desen-volvimento Ru-ral, Covatti Filho, anunciou a libera-ção de atividades e provas campei-

ras em municí-pios com bandeira amarela ou laran-ja. O aval foi dado pela coordena-dora do comitê, Leany Lemos, e comemorado pelo Movimento Tradi-cionalista Gaúcho (MTG). As provas

devem seguir res-trições dos Decre-tos Estaduais, as normas da Secre-taria Estadual da Saúde e, especial-mente, a Nota In-formativa 18 COE/SES-RS do Centro Estadual de Vigi-lância em Saúde de 13 de agosto.

A Nota lista 42 recomendações que de-vem constar nos protocolos das compe-tições esportivas a serem realizadas em território gaúcho, entre elas a proibição de público externo. A autorização final ficará a cargo do mu-nicípio sede da competição.Segundo Covatti Filho, as competições devem apresentar um plano de contin-gência para prevenção e controle à Co-

vid-19. “É possível retomar a realização das provas campeiras, desde que todos os protocolos de prevenção à saúde se-jam rigorosamente cumpridos”, destaca Covatti.O Vice-presidente campeiro do MTG, Adriano Pacheco, diz que a liberação contempla na totalidade pedido da entidade. “As provas campeiras vão muito além da cultura e tradição, elas

envolvem um setor econômico que está parado desde o início da pandemia e precisa retomar as atividades”, ressal-ta. Na mesma linha o Vice-Presidente da Administração e Finanças do MTG, César Oliveira, diz que o pedido de continuidade controlada das ativida-des campeiras é fundamental para a retomada desta atividade econômica que abrange todo o estado. “É preciso

fazer girar a engrenagem lentamente de forma muito criteriosa, não deixan-do-a parada, enferrujando e sofrendo desgaste. Precisamos avançar, porém tomando o máximo de precauções e, consciente-mente, cada um, desde o gestor muni-cipal até o laçador, assumir a sua devida responsabilidade”, ressalta César Oli-veira. (Foto: Sec.Est.Agricultura)

A Receita Estadual divulgou nesta quarta-feira, dia 2, os ín-dices provisórios de participa-ção de cada município gaúcho no rateio da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o exercício de 2021. Mes-mo com os prejuízos impostos pela pandemia, São Sebastião do Caí conseguiu manter a tra-dição de aumento na arrecada-ção dos últimos anos, atingin-do previsão positiva de 4,38% de aumento no retorno do tri-buto para o próximo ano.O desempenho coloca o Muni-cípio de São Sebastião do Caí

como segundo melhor desem-penho do Vale do Caí, atrás apenas de Bom Princípio. Con-fira abaixo a tabela completa da região. “Esse é o resultado da seriedade do trabalho co-locado em prática na Admi-nistração Municipal de São Sebastião do Caí nos últimos anos. Isso se refere a busca de grandes parcerias com todos os setores da economia, que contribuem com a emissão de notas fiscais, e também ao foco no desenvolvimento da econo-mia através da atração de in-vestimentos e geração de em-pregos”, destaca a secretária

municipal da Fazenda, Camila Bohn Flores.Segundo a Secretaria Esta-dual da Fazenda, conforme determina a Constituição Fe-deral, 25% de toda a arrecada-ção dos estados com o ICMS, após as devidas destinações constitucionais, pertence aos municípios. O Índice de Parti-cipação dos Municípios (IPM) é o indicador utilizado para a distribuição destes recursos no Estado, determinando a quota-parte de cada uma das 497 cidades gaúchas sobre as receitas do ICMS. (Dados: Re-ceita Estadual)

Em uma videoconferência ocorrida na manhã desta quinta-feira, dia 3, prefeitos e secretários municipais de Educação da Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc) definiram po-sição conjunta sobre a pos-sibilidade de retorno das aulas presenciais. Com am-pla maioria dos participan-tes concordando, a entida-

de regional firmou posição contra o calendário propos-to pelo Governo do Estado e definiu que as redes muni-cipais de ensino não voltam às aulas em setembro.O Prefeito Clóvis Duarte e a secretária de Educação, Cultura, Turismo e Despor-to, Zoraia Roveda Lauer-mann, representaram São Sebastião do Caí na reunião

virtual. “Mesmo com a situ-ação da pandemia estando em uma situação hoje me-lhor do que nas últimas se-manas, consideramos que ainda não há mínima condi-ção de trazer os alunos para as salas de aula de forma se-gura. Por isso, mantemos a nossa posição da não volta das atividades presenciais neste momento”, afirma a

secretária Zoraia. Ela des-tacou ainda que a Amvarc também é contra a retomar as aulas pela Educação In-fantil. “Isso foi outro con-senso que definimos. Não podemos retornar pelas crianças menores, mas sim pelos estudantes dos anos finais do Ensino Fundamen-tal e as turmas do Ensino Médio.”

Ao final do encontro online os prefeitos agendaram uma nona reunião virtual para o próximo dia 24, às 9 horas. “Vamos voltar a nos reu-nir para avaliar a situação da pandemia e os próximos passos sobre possibilidade de reabrir as escolas em ou-tubro ou novembro”, com-pleta Zoraia Roveda Lauer-mann.

Municípios com bandeira laranja podem realizar provas campeiras

JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020

Prova de laço

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Jesus e a pomba de Stalin OLAVODE CARVALHO

Quando Cristo disse: “Na verdade amais o que deveríeis odiar, e odiais o que deveríeis amar”, Ele ensinou da maneira mais explícita que os sentimentos não são guias confiáveis da conduta humana: antes de podermos usá-los como indicadores do certo e do errado, temos de lhes ensinar o que é certo e errado. Os sentimentos só valem quando subordinados à razão e ao espírito.

Razão não é só pensamento lógico: reduzi-la a isso é uma idolatria dos meios acima dos fins, que termina num fetichismo macabro. Razão é o senso da unidade do real, que se traduz na busca da coesão entre experiência e memória, percepções e pensamentos, atos e palavras etc. A capacidade lógica é uma expressão parcial e limitada desse senso. Também são expres-sões dele o senso estético e o senso ético: o primeiro anseia pela unidade das formas sensíveis, o segundo pela unidade entre saber e agir. Tudo isso é razão.

Espírito é aquilo que inspira a razão a buscar a chave da unidade da visão do mundo no supremo Bem de todas as coi-sas e não num detalhe acidental qualquer, tomado arbitraria-mente como princípio de explicação universal, como algumas escolas filosóficas fazem com a linguagem, outras com a His-tória, outras com o inconsciente etc. O espírito é o topo do edifício da razão, que por ele se abre para o sentido do Bem infinito, libertando-se da tentação de enrijecer-se num fetichis-mo trágico ou utópico.

Nem a razão nem o espírito se impõem. Só nos abrimos a eles por livre vontade. A abertura para a razão vem essencial-mente da caridade, do amor ao próximo, pelo qual o homem renuncia a impor seu desejo e aceita submeter-se ao diálogo, à prova, ao senso das proporções e, em suma, ao primado da realidade. A abertura para a razão é educação. Educação vem de ex ducere, que significa levar para fora. Pela educação a alma se liberta da prisão subjetiva, do egocentrismo cognitivo próprio da infância, e se abre para a grandeza e a complexida-de do real. A meta da educação é a conquista da maturidade. O homem maduro — o spoudaios de que fala Aristóteles — é aquele que tornou sua alma dócil à razão, fazendo da aceitação da realidade o seu estado de ânimo habitual e capacitando-se, por esse meio, a orientar sua comunidade para o bem. Este ponto é crucial: ninguém pode guiar a comunidade no caminho do bem antes de tornar-se maduro no sentido de Aristóteles.

Líderes revolucionários e intelectuais ativistas são apenas ho-mens imaturos que projetam sobre a comunidade seus desejos subjetivos, seus temores e suas ilusões pueris, produzindo o mal com o nome de bem.

A abertura ao espírito é um ato de confiança prévia no bem supremo da existência, ato sem o qual a razão perde o impulso ascendente que a anima e, fugindo do infinito, se aprisiona em alguma pseudototalidade, mais alienante ainda que o egoísmo subjetivo inicial. O nome religioso desse ato de confiança é fé, mas a confiança que eleva a razão à busca do infinito transcen-de o sentido da mera adesão a um credo em particular e tem antes uma dimensão antropológica: tudo o que o ser humano fez de bom, fez movido pela fé e por meio da razão.

O espírito e a razão educam os sentimentos. Os sentimen-tos do homem amadurecido pelo espírito e pela razão são dife-rentes dos do homem imaturo, porque aquele ama o que deve amar e odeia o que deve odiar, enquanto o segundo ama ou odeia às tontas, segundo as inclinações arbitrárias da sua sub-jetividade moldada pelas pressões e atrativos do meio social.

Mas o que atrai a alma para a abertura ao espírito e à ra-zão é a esperança, e o despertar da esperança é um mistério. Homens submetidos à mais dura opressão e aos mais tormen-tosos sofrimentos conservam sua esperança, enquanto outros a perdem à primeira frustração de um desejo tolo. A esperança não está sob o nosso controle. Seu advento depende do espí-rito mesmo, que sopra onde quer. Todos os enredos humanos, da vida e da ficção, giram em torno do mistério da esperança.

A esperança, a fé e a caridade educam os sentimentos para o amor ao que deve ser amado. O culto idolátrico dos senti-mentos é um egocentrismo cognitivo, um complexo de Peter Pan que recusa a maturidade. Quanto mais o homem busca afirmar sua liberdade por meio da adesão cega a seus sen-timentos e desejos, mais se torna escravo da tagarelice am-biente. O caminho da liberdade é para cima, não para baixo. Libertar-se não é afirmar-se: é transcender-se.

Das várias formas de escravidão a que o homem se sujeita pelo culto dos sentimentos, a pior é a escravidão às palavras. Por meio do falatório em torno o homem pode ser adestra-do para ter certos sentimentos e emoções à simples audição de determinadas palavras, independentemente dos fatos e do

contexto. Paz e guerra, por exemplo, suscitam reações auto-máticas. Por isso as massas imaturas aceitam com a maior cre-dulidade os novos regimes de governo que prometem acabar com as guerras e instaurar a paz. Mas é só nominalmente que guerra significa morticínio e paz significa tranqüilidade e se-gurança. As guerras, no século XX, mataram 70 milhões de pessoas. É muita gente. Mas 180 milhões, mais que o dobro disso, foram mortos por seus próprios governos, em tempo de paz e em nome da paz.

O homem maduro sabe que as relações entre guerra e paz são ambíguas, que só um exame criterioso da situação concre-ta permite discernir a dosagem do bem e do mal misturados em cada uma delas a cada momento. Ele sabe que a Pomba da Paz, oferecida à adoração infantil nas escolas, foi um desenho encomendado a Pablo Picasso por Josef Stalin com o intuito de fazer com que o símbolo da Pax soviética — a ordem social totalitária construída sobre trabalho escravo, prisões em massa e genocídio — se sobrepusesse, na imaginação dos povos, ao símbolo cristão do Espírito Santo. O homem maduro sabe que, tanto quanto a Pomba da Paz, também manifestos pela paz, discursos pela paz e até missas pela paz são, muitas vezes, blasfêmias e armas de guerra. No dicionário, os sentidos da guerra e da paz estão nitidamente distintos, mas o homem ma-duro não se refugia da complexidade das coisas no apelo pueril a absolutos verbais.

Igualdade, liberdade, direito, ordem, segurança e milha-res de outras palavras foram também incutidas na mente das massas como programas de computador para acionar nelas automaticamente as emoções desejadas pelo programador, fazendo com que amem o que deveriam odiar e odeiem o que deveriam amar. Até a esperança, chave da fé e da caridade, se torna aí uma arma contra o espírito, quando se coisifica na expectativa de um mundo melhor, de uma sociedade mais justa ou, no fim das contas, de ganhar mais dinheiro. Jesus deixou claro que não era nenhuma dessas esperanças a que Ele trazia. Era a esperança de fazer de cada um de nós um novo Cristo, encarnação e testemunha do espírito. Quem aceitar menos que isso só ganhará, em vez da paz de Cristo, uma bandeirinha da ONU com a pomba de Stalin.

(Texto publicado na edição de 20 de outubro de 2001 do Jornal O Globo)

Temos visto imagens assustadoras pelo Bra-sil, com gente lotando praias e outros locais públicos. A maioria dessas pessoas sem máscara, num comporta-mento irresponsável, criminoso até. Ainda assim é uma realidade, e não adianta chorar por ela, melhor é tentar entendê-la.

O senso comum parece mesmo dominado pela sensação de “não se aguentar mais”. É o efeito psico-lógico em massa resultante do confinamento, da ansie-dade por se voltar à vida como ela era antes. Alguns conseguem encontrar alternativas e compensações, espe-cialmente pela internet, mas para muitos não há solução aceitável ou suportável, principalmente quando vivem em espaços reduzidos. Tudo se agrava ainda mais pela ausência de um plano unificado de combate à pandemia, resultado da briga político-eleitoral no país.

É compreensível o desconforto e a ânsia por “respirar ar livre”, mas isso não muda as coisas. Recentes estatísticas da pandemia indicam queda no aumento dos casos e de mortes no Brasil, o que é animador, mas não é garantia de nada. Até porque é difícil confiar na exatidão das estatísticas por tudo que já se falou, insuficiência de testagem, subnotificação, etc.

É verdade que hoje se sabe muito mais do que no primeiro trimestre do ano, quando médicos e enfermei-ras se debatiam e arriscavam as próprias vidas tentanto tratar doentes da Covid-19 improvisando o que havia de disponível para tratamento de outras doenças. Hoje se sabe que algumas drogas proporcionam boa resposta em pacientes, especialmente se adminstradas cedo, enquan-to outras causam reação exagerada do sistema imunoló-gico oferecendo risco à condição cardíaca. Hoje se sabe também que outras drogas ajudam a conter aquela rea-

Incertezasção, ao menos em casos críticos.

Hoje também é possível medir algum padrão do tempo que leva para uma pessoa ser infectada, e que permite calcular alguma projeção do contágio social. O efeito das aglo-merações desses dias recentes deve aparecer em duas ou três semanas. Será que teremos alguma boa surpresa, a contrariar projeções que têm sido habituais ? Haverá “nova onda”, efei-to “sanfona”, ou não ? Iremos saber. Afinal hoje também se sabe que muito ainda não sabemos, e que há muitas variáveis nessa doença que ainda não são totalmente compreendidas.

Há indicadores intrigantes relacionados com grandes densidades populacionais. Pode-se suspeitar de notificações insuficientes ou mesmo manipuladas, mas alguns casos cha-mam atenção. A India, por exemplo, tem aproximadamente 1/5 da população mundial, numa área territorial menor do que a China. Já ocupa o segundo lugar no número de casos na pan-demia, ultrapassando o Brasil. No entanto o número de mortes pela doença é aproximadamente a metade comparado ao do Brasil. Há que se lembrar que pela população seis vezes maior, o percentual de infectados na India é bem menor do que aqui. Só que a curva indiana começou a subir bem depois do Brasil e está exponencial, acelerada, enquanto aqui já existe algum achatamento. A tendência é de que se aproxime das estatísti-cas dos Estados Unidos, se não ultrapassar.

Também é interessante que em populações africa-nas ainda não se tenha confirmado a explosão de casos que se previa. Talvez tenha relação com imunidade adquirida com outras doenças, mas não há comprovação. A revista Scien-ce sugere que restrições praticadas em alguns países antes mesmo da pandemia, como redução de viagens, toque de re-colher e fechamento de escolas, acabaram tendo o efeito de proteger populações africanas. Resta saber o quanto durará esse controle antes que a retomada de atividades impulsione o contágio. Cogita-se também que a média de idade inferior, em países onde as pessoas vivem menos, concentre a doença fora de faixas etárias de risco maior.

Há o caso do México, que se aproxima do número de infectados no Peru, Colômbia e Chile, mas tem quase três ve-zes mais mortes. Não é de se surpreender, pois sabemos como o início da pandemia foi negligenciado naquele país.

O drama mexicano pode em parte estar relacionado com a vizinhança negligente do governo dos Estados Unidos. Só que, mesmo assim, os norte--americanos tal como os europeus entrarão a partir de agora em um período de proteção compulsória, pois lá está terminando o verão. Exceto por estados situa-dos mais ao sul, quando se aproximar novembro a po-pulação retomará medidas habituais de confinamento devido ao frio extremo de seu rigoroso inverno.

Já aqui no Brasil e outros países de clima quente, a situação se inverte. Se ainda em fins de inverno testemunhamos aglomerações incontroláveis, o que esperar de nosso verão ? Haverá aglomeração não só em praias como também em rios, lagos e mui-tos outros locais públicos.

No Brasil e no resto do mundo aguarda-mos ansiosamente por saber sobre a real eficácia das vacinas que estão sendo testadas, e sobre como se comporta a imunidade dos que sobrevivem à doença. A estes dois eixos de conhecimento se agregará uma variedade de outras informações para um mapeamen-to mais preciso da luta contra a pandemia.

Só a experiência prática irá demonstrar a efi-cácia das vacinas e a imunidade gerada pelas células “T” e anticorpos. Tanto em um caso como no outro, persiste a grande interrogação: além de proteger uma pessoa, ao menos por algum tempo, irão também im-pedir que uma pessoa infecte outras ?

A princípio, ao que parece, a resposta é não. É porque uma pessoa só não será infectante se tiver eliminado o vírus de seu organismo, e para sa-ber se uma população efetivamente eliminou o vírus precisaríamos testar toda ela, uma tarefa gigantesca, talvez impossível de se realizar. Por um bom tempo ainda, teremos que nos habituar ao risco de contágio, que continuará sendo letal para muitos que tiverem saúde debilitada. É muito oportuno o slogan criado na Inglaterra como advertência para os jovens que insistem em se aglomerar: “Não mate o vovô ou a vovó”.

AUGUSTO

LICKS

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Estará para breve a vacina? Segundo pare-ce, há duas formas de nos tornarmos imunes ao COVID-19: adoecer e curar-se ou vacinar--se. Porém, ambas as imunizações podem ter limites ou inconvenientes. De facto, esta “constipação” pode deixar sequelas no corpo que a sofreu: problemas nos rins, nos pulmões ou...outra qualquer patologia ainda por descobrir. A vacina pode não ser eficaz ou vir a revelar-se prejudicial como já se verificou com outros tipos de vaci-nas, contra a gripe ou demais doenças. Porém, a esperança da cura, melhor dito, a certeza da cura perfeita, total, eficaz e livre de efeitos secundários de uma terrível epi-demia já chegou. Celebramos, cada Domin-go de Páscoa, a vitória sobre esse terrível mal que é o pecado e as suas consequên-

cias. Até à Ressurreição de Cristo toda a humanidade estava condenada a não ter acesso à felicidade eterna. Depois da Res-surreição essa felicidade, suprema e dura-doira, está garantida. Porquê? Será que o pecado deixou de existir? Desapareceu da face da terra? Longe disso. O que aconteceu é que, de facto, ficamos imunizados, isto é, os sintomas e consequências deste mal são menos dolorosos e não deixam sequelas. Desde então, estamos na posse dos antído-tos necessários a cada caso: os sacramen-tos e os conselhos de Jesus. Foram já milhões as pessoas que se salvaram deste flagelo por terem seguido as terapias adequadas. A criatura que mais chama a atenção pela sua perfeita e completa imuni-dade é a Virgem Maria. Também ela sofreu,

A França aprovou o aborto até os nove me-ses de gestação, baseando-se numa even-tual angústia da mãe.A Assembleia Nacional de França, uma das duas câmaras que compõem o Parlamento, aprovou um projeto de lei que introduz o aborto livre durante toda a gravidez, ale-gando simplesmente angústia, uma mera alusão sintomática existencial.

De 31 de Julho para 1 de Agosto de 2020, dos 577 membros da Assembleia Nacional, apenas 101 deputados participaram no de-bate. Destes, 60 votaram a favor, 37 contra e os restantes quatro abstiveram-se.

A Assembleia Nacional também votou a

favor da procriação medicamente assistida (PMA), financiada pelo estado para casaisde lésbicas e solteiras, da criação de embri-ões transgénicos, da modificação genética dos embriões humanos para pesquisasterapêuticas e da criação de embriões hu-manos-animais através da inserção de célu-las-tronco humanas em embriões animais.

A associação pela defesa da vida dos mais frágeis, Alliance VIta, apela aos senadores, que “ainda têm o poder de modificar a lei, que estejam à altura do desafio, que man-tenham uma ética que garanta a proteção dos mais vulneráveis”. Está marcada para dia 10 de Outubro uma manifestação na-cional Marchons enfants, em que a Alliance

No passado dia 4 de Agosto, um depósito de fertilizante agrícola (nitrato de amónio) explodiu no porto de Beirute, destruindo grande parte da zona portuária da cidade. Morreram quase duas centenas de pessoas e umas 6000 ficaram feridas. O transporte de nitrato de amónio exige precauções de segurança que não foram tidas em conta, em parte porque os contentores tinham sido deixados ali a título provisório, embo-ra tenham ficado lá esquecidos durante seis anos.A explosão pôs em causa a serenidade da sociedade libanesa, já de si muito provada pelos conflitos intermináveis nos países vizinhos, Israel, a Palestina, a Síria... e em países próximos, como o Iraque, a Turquia, a Jordânia... Costuma dizer-se que o Líbano é um oásis de paz no Médio Oriente, um caso único na região: – «Há mais de cem anos, o Líbano tem sido um país de esperança», disse o Santo Pa-dre, porque «os libaneses mantiveram a sua fé em Deus e foram capazes de fazer da sua terra um lugar de tolerância, de respeito e de coexistência, único na região. Para o bem do país, mas também do mundo, não podemos permitir que este património se perca».

Apesar de toda a violência que circunda o Líbano e que às vezes lhe invade as fron-teiras, as várias comunidades cristãs e mu-çulmanas têm conseguido conviver. Isso deve-se à capacidade da maioria cristã de acolher os muçulmanos que se juntaram ao país por iniciativa dos colonizadores fran-ceses, por volta de 1942, mas também à abertura das populações muçulmanas, que souberam respeitar o país que as recebeu. Em 1976, a Síria invadiu o Líbano, com o apoio dos Estados Unidos da América e de Israel, mas o Líbano conseguiu recuperar a independência e a paz. Outro desafio foram as multidões de refugiados palestinianos, expulsas do seu país quando os israelitas ocuparam a Terra Santa para formar o Es-tado de Israel. Mais uma vez, o Líbano re-sistiu.Depois de tantas convulsões, a situação so-cial e económica do país está fragilizada e a explosão dos contentores agrícolas veio acrescentar as tensões. No entanto, a Igreja e todos os que prezam a paz compreendem que esta experiência de convivência pacífi-ca não se pode perder. O Líbano tem de ser apoiado, porque o seu povo extraordinário o merece e porque o Líbano faz imensa falta ao Médio Oriente e ao mundo.– «O Líbano não pode ser abandonado na

Assassinato legalizado

Mais estranho que uma explosão

Imunizados?

Maria Susana Mexia

Maria Susana Mexia

no seu coração de mãe, a maldade e cruelda-de do martírio do seu Filho, mas não se deixou abater pelo medo ou desespero, pelo contrá-rio. Enquanto quase todos os seus amigos fu-giam, Nossa Senhora estava atenta e próxima até receber nos seus braços o corpo morto de Jesus. No entanto, mesmo assim, não perdeu a esperança nem o consolo. Talvez até tenha consolado S. João, o apóstolo a quem Jesus, moribundo, encarregou de cuidar da sua Mãe. Maria não acompanhou as mulheres ao sepul-cro porque sabia que o Filho tinha ressusci-tado. Tinha compreendido perfeitamente os seus ensinamentos porque já estava imuniza-da. O mal passava a seu lado como água so-bre folhas de plantas: não a contaminava, não penetrava nela, antes a nutria e fortalecia. No seu coração não cabia o ressentimento, o ódio ou a sede de vingança porque estava cheio de amor. E quantas vezes nos consola a cada um de nós! Sabemos que S. João, na sua velhice, repetia constantemente: “Amai--vos, amai-vos”. Também ele tinha a experi-

ência de amar e ser amado, primeiro por Jesus e depois por sua Mãe. Esse convívio amoroso com Cristo e a Virgem Maria contagiou-o e continua a contagiar a quantos se aproximam destas fontes de amor. Nas aparições de Jesus a Santa Faustina Kowalska, dizia-lhe: ”Em cada alma realizo a obra da Misericórdia e, quanto maior o pecador, tanto mais direito tem à Minha Misericórdia”. O Papa João Paulo II canonizou a irmã Faustina no dia 30 de Abril de 2000 e proclamou o segundo Domingo da Páscoa como “Domingo da Divina Misericór-dia”. E durante esta semana, entre o Domin-go de Páscoa e o da Misericórdia, as Missas são celebradas como as dos Domingos, com a oração do Glória e o ar festivo de alegria e libertação. Calcula-se que a pandemia que agora vivemos venha a terminar um dia, mas outras virão. Porém, no mundo que nos espera, não haverá vírus capaz de nos moles-tar. Aí, estaremos imunizados contra todos os males, se aqui soubermos acolher-nos à Divi-na Misericórdia.

Isabel Vasco Costa

José Maria C.S. André

VITA pede às pessoas que demonstrem o ape-go aos direitos dos mais vulneráveis e sua opo-sição a este projeto de lei.

Na madrugada de um de Agosto, em França, no coração da Europa fez-se, sub-repticiamente sem aviso prévio nem estudo de impacto, uma emenda que é uma ruptura ética total aos prin-cípios fundamentais da ecologia humana, per-mitindo o aborto até o último dia da gravidez e a manipulação dos seres vivos.

O aborto já estava legislado, baseando-se em questões objetivas – um diagnóstico médico que ateste uma doença no feto, ou o facto de a mãe ter concebido na sequência de uma vio-lação, porém agora o critério é completamente subjetivo, muito vago e com recurso a uma ter-minologia intencionalmente enganadora eperversa.

Este Projeto de Bioética aguarda parecer do Senado da França para uma segunda leitura,

onde poderá ser emendado novamente, antes de ser submetido a votação por uma comissãomista das duas câmaras no final de 2020. No entanto, a decisão da Assembleia Nacional será definitiva se não chegarem a um consenso.

Bento XVI, em 2009, na sua terceira encíclica Caritas in Veritate abordou a ecologia humana “Se o direito à vida e à morte natural não é respeitado, se a concepção, gestação e nasci-mento do homem se tornam artificiais, se em-briões humanos são sacrificados à pesquisa, a consciência comum acaba perdendo oconceito de ecologia humana e, portanto, de ecologia ambiental. É uma contradição pedir às novas gerações respeito pelo meio ambiente natural, quando a educação e as leis nãoajudam a respeitar-se.”

Sem mais algum comentário ou juízo de valor, deixo ao critério dos leitores a avaliação deste facto, não podendo deixar de sentir uma imen-sa e dolorosa perplexidade.

sua solidão», disse o Santo Padre Neste último mês, o Vaticano e várias organiza-ções da Igreja orientaram ajudas económicas e humanas para o Líbano, mas, segundo o Papa, não é isto o mais importante, nem é suficiente. A grande ajuda é rezar e jejuar:– «Convido todos a viverem um dia universal de oração e jejum pelo Líbano, na próxima sex-ta-feira, 4 de Setembro. (...) Vamos oferecer a nossa oração por todo o Líbano e por Beirute. Estejamos também próximos no compromisso

concreto da caridade».Quem não conhece a Igreja católica arregala os olhos de espanto: Rezar?! Passar um pouco de fome?! Isso ajuda alguma coisa?!Quem acompanha a Igreja sabe que é assim desde há séculos, a Igreja confia realmente em Deus (ter fé é viver assim...).Como líder supremo da Igreja, o Papa acres-centou uma orientação concreta à oração pelo Líbano: «Peço que confiem a Maria os nossos medos e as nossas esperanças».

4 de Agosto de 2020: contentores de fertilizante agrícola explodem no porto de Beirute

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Uma doação de equipamentos mé-dicos chegou no Hospital São Lu-cas, da PUCRS, para ajudar na recu-peração de pacientes da COVID-19. Atendendo ao apelo do Papa Fran-cisco pela solidariedade de todos neste tempo de pandemia, a Es-

molaria Apostólica do Vaticano e a associação Hope Onlus estão sen-do o elo entre diversos doadores e estruturas sanitárias em situação de emergência e pobreza, fazendo chegar tecnologia médica a quem mais precisa. Ao todo, serão 18

ventiladores de terapia intensiva Draeger e 6 aparelhos de ultrassom portáteis Fuji que chegarão a Porto Alegre, Goiânia-GO, Tocantinópo-lis-TO, Crato-CE, Aracaju-SE e Rio de Janeiro-RJ também receberão as doações do Santo Padre.

Hospital beneficiadoDa Redação

Saúde - Os ventiladores e os aparelhos de ultrassom portáteis serão entregues, oficialmente, nesta quinta-feira pelo emissá-rio Antonio Guizzetti, represen-tante da Hope Onlus, associa-ção italiana independente e sem fins-lucrativos, especializada em projetos humanitários de saúde e educação, que tem sido o elo en-tre diferentes doadores e o trans-porte e instalação em hospitais.Antonio Guizzetti será recebido

em Porto Alegre pelo Arcebis-po Metropolitano, Dom Jaime Spengler, pelo reitor da PUCRS, Irmão Evilázio Teixeira, e pelo diretor-geral do Hospital, Lean-dro Firme. Durante a visita, o grupo circulará pelas dependên-cias do HSL, passando pelo Cen-tro Clínico, Centro de Diagnós-tico de Imagem e também pelos ambulatórios onde atualmente é conduzido o estudo da testagem da vacina contra o coronavírus.

Os equipamentos doados serão direcionados para a UTI que aco-lhe exclusivamente os pacientes com Covid-19. Para ajudar no atendimento à doença na Região Metropolitana, o Hospital vem ampliando gradativamente a sua oferta de leitos para pacientes contaminados com o coronaví-rus. Atualmente, 46 leitos estão disponíveis na UTI Covid-19 e outras 104 unidades para a En-fermaria. (Foto: CNBB)

JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 202010

FERNANDO GENO

As Três ZonasNa Conferência de Bandung, Indonésia (1955), onde 29 Estados rejeitaram o sistema bipolar de diplomacia, próprio da Guerra Fria, quando EUA e URSS eram as duas grandes potências de então, surge a Terceira Zona, expressão adequada para designar o conjunto de países pobres onde reside a maioria da humanidade, e na qual se encontra a maior parte dos recursos naturais do planeta Terra.Inicialmente, os países empobrecidos eram agrupados na designação Terceiro Mundo, utilizada até hoje. Contudo, melhor é juntar tais nações em outra denominação: Terceira Zona. Por quê? Pelo simples fato de que há, sim, três zonas. Com a tecnologia transnacionalizada atual, sobretudo nos setores de transportes e comunicações, existe uma única civilização técnica multicultural, um único “mundo”. Surge, então, a seguinte indagação: o que faz um país pertencer a esta ou àquela zona? Resposta: o nível do Produto Nacional Bruto (PNB) per capta. As desigualdades econômicas são talvez a questão mais dramática de nossa época. Há sociedades opulentas convivendo ao lado de nações que ainda se defrontam com o problema básico da subsistência e da erradicação da miséria.

Os países pertencentes à Terceira Zona, no século XX, não quiseram, muitas vezes, fazer parte de nenhum dos dois blocos, o capitalista e o comunista; apoiavam a luta contra o colonialismo; condenaram o racismo; defenderam o independência e a auto-determinação dos povos; rejeitaram a corrida armamentista ao optarem pelo desarmamento; eram favoráveis à proibição das armas termonucleares; e defendiam a solução pacífica dos conflitos. Esta política abalou a hegemonia das superpotências. A desigualdade econômica observada entre as nações é enorme. No início da década de 1990, apenas 20% (1/5) da população mundial vivia em países ricos, mas consumiam 60% da produção mundial de alimentos e 80% da de produtos industriais.O padrão de vida nos países ricos é incomparavelmente superior ao observado nas áreas economicamente deprimidas. Os países pobres estão situados sobretudo na África, na Ásia e na América Latina. Há significativas diferenças no grau de eficiência produtiva, nos padrões tecnológicos, nos níveis de renda per capta, na estrutura institucional e em toda uma série de indicadores econômicos e sociais. O PNB per capta revela o resultado médio do esforço produtivo e do desempenho econômico das nações, com uma precisão dificilmente obtida através de outros indicadores socioeconômicos. PNB é o valor agregado dos bens e serviços gerados durante um ano, resultante da mobilização de recursos nacionais de residentes no país, sem levar em conta o território econômico da produção. Em 1990, havia poucas nações com PNB per capta superior a 15000 dólares. Em 1988, o mais elevado PNB per capta do mundo, excluídos os países produtores de petróleo com população pouco numerosa, era o da Suíça: 27500 dólares, sendo, portanto, cerca de 100 vezes maior que o PNB per capta das mais pobres economias da Ásia e da África.

As nações que apresentavam PNB per capta inferior a 1000 dólares, em cerca de 1990, diferem entre si em geografia e história, mas grande parte de sua população trabalha na mineração ou agricultura, o padrão de educação técnica é baixo, assim como o nível geral de saúde, sendo comuns endemias de todos os tipos, o que provoca alta taxa de mortalidade e baixa expectância de vida (45 anos). Em 1988, cerca de 63% da população mundial vivia em tais países. A 1ª Zona (EUA e Rússia) apresenta PNB per capta acima da média mundial e tem enorme poder militar de defesa. A 2ª Zona (Europa - menos a Rússia - e Oceania, Canadá e Japão) tem PNB per capta acima da média mundial. Por fim, a 3ª Zona (América Latina, Ásia e África) tem PNB per capta abaixo da média mundial.

Municípios gaúchos devem receber R$ 7 bilhões em 2021

Prefeitura vai recuperar contentores de lixo danificados

Região - Os números divul-gados constam na Portaria Nº 029/20, publicada no Diário Oficial do Estado desta quar-ta-feira (2/9). A estimativa, segundo o fisco, é que sejam repassados mais de R$ 7 bi-lhões às prefeituras ao longo do próximo ano. Os recursos do ICMS representam, em média, 20% do total das receitas dos municípios gaúchos. “A apura-ção do Índice de Participação dos Municípios (IPM) é uma

importante atividade desenvol-vida pela Receita Estadual, es-sencial para que os municípios possam elaborar seus planeja-mentos orçamentários e gerir seus esforços de forma mais efetiva”, destaca o subsecretá-rio da Receita Estadual, Ricar-do Neves Pereira.A partir da publicação do IPM Provisório, inicia o prazo de 30 dias para que os municípios apresentem eventuais contesta-ções e impugnações aos dados,

ou seja, até 2 de outubro. Os recursos serão julgados e cul-minarão com a posterior publi-cação dos percentuais definiti-vos. Neste ano, de acordo com a Instrução Normativa Nº 45/98 (Título I, Cap. XIV, subitem 4.5.4) e levando em considera-ção as regras de distanciamen-to social devido a pandemia, a impugnação do IPM deverá ser feita exclusivamente através de Protocolo Eletrônico, de forma totalmente digital.

Caí - O Setor de Meio Ambien-te da Prefeitura de São Sebas-tião do Caí já tirou das ruas 30 contentores do programa de coleta seletiva do Município que estavam quebrados ou da-nificados. Mais alguns devem ser recolhidos nos próximos dias e os equipamentos serão encaminhados para conserto em empresa especializada na semana que vem.“São contentores quebrados, alguns sem metade da estru-

tura, bem como ausência de puxadores, rodinhas e tampas. Eles estão sendo colocados na área da Secretaria Municipal de Obras, de onde serão reco-lhidos pela empresa que fará a recuperação. Somente depois da avaliação técnica é que sa-beremos quando esses equi-pamentos poderão voltar para as ruas”, explica a educadora ambiental Grasiela Müller, res-ponsável pelos contentores da coleta seletiva.

Ela destaca que as unidades que não tiverem conserto serão substituídas por novos equipa-mentos. “Não temos como afir-mar as causas dos estragos, que podem ter ocorrido tanto por vandalismo quanto no mane-jo na hora do recolhimento do lixo. Vale destacar que também vamos reorganizar e completar pontos com o par de contento-res no bairro Navegantes que hoje estão apenas com uma unidade.”

Papa Francisco intermedia doação de respiradores para o Hospital São Lucas

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8 de Dezembro de 1921Fébre aphtosa – É uma molestia do gado infecciósa, de fácil con-tagio, produzida por um micróbio ainda invizivel na altura dos nos-sos conhecimentos scientificos e que, felizmente, em o nosso paiz tem sido benigna. Emtanto, na Europa ella tem assumido sérias proporções e onde a sua prophylaxia inspira os maiores cuidados e o rigor da Policia Sanitaria Veterinaria. Porém, o seu apparecimen-to em o nosso Estado está se accentuando e é necessário tomar-se medidas enérgicas para que não assuma as raias assustadoras da devastação e dos prejuizos, quer materiaes, quer moraes, que tem attingido a Europa. O seu maior mal é transmittir pelo vírus da se-crecção lactea a infecção ao homem, especialmente ás criancinhas, aos inocentes que são alimentados a leite de vacca, e que pela ig-norância dos nossos criadores que pouco ligam aos problemas de alta relevância da disseminação das molestias infecciosas do gado communicaveis ao Homem, não obstante trazer sérios prejuizos aos interessados, visto que a terrivel infecção aphtosica provoca os abortos nas vaccas, importando isso na perda da producção animal, como se verifica da estatistica procedida pelo serviço de Veterinaria no Estado, e pelo meu inquerito policial sanitario dentro da zona da minha jurisdicção. (...) Annanias Guerra, Inspector do Posto de Assistencia Veterinaria

Telegramma – Pelo dr.Nilo Peçanha, illustre candidato da dissi-dencia ao cargo de Presidente da Republica foi endereçado ao nosso distincto amigo, coronel Amandio Lampert, membro da commissão executiva local o seguinte telegrama: “Rio, 25 – Agradeço, desva-necido, a afirmação do vosso poderoso concurso civico – Nilo Pe-çanha”.

Collegio 14 de Julho – Os exames finaes deste acreditado esta-belecimento de ensino publico, que é dirigido pela provecta precep-tora d.Delphina Dias Ferraz, terão começo no dia 10 do corrente e terminarão a 17 á tarde, com uma festa de ensinamento. Os exames oraes, que terão logar nos dias 15, 16 e 17 do corrente serão publicos, e a exma.directora do “Collegio 14 de Julho”, por nosso intermedio convida, para assisti-los ás exmas,familias desta cidade. Durante os dias dos exames oraes estarão expostos os trabalhos manuaes feitos pelas alumnas.

Vapor Italia – Em virtude de ter sido fretado para um passeio no domingo, em Porto Alegre, o vapor “Italia” partirá desta cidade no próximo sabbado, dia 11 do corrente, ás 3 horas da tarde. Essa viagem, porem, é extraordinária, continuando aquelle vapor a ob-servar o antigo horário.

Corridas – Conforme noticiáramos, realisou-se domingo ultimo, na cancha dos Pinheiros, a corrida entre a egua “Pampa” do nosso amigo Adão Schmidt, e o cavallo “Tostado” do sr.Emilio Endres. Venceu o cavallo “Tostado”. Domingo proximo, na cancha da Cria, realisar-se-á uma carreira entre a mesma egua “Pampa” e cavalo “Tordilho”, do nosso amigo Pedro Josephino. Para essa corrida rei-na franca animação.

Tiro ao alvo – Domingo ultimo foi inaugurada a cancha de bola desta sociedade local, comparecendo extraordinario numero de exmas famílias, socios e convidados e sendo o acto abrilhantado por uma banda de musica. Posta em leilão a primeira bola, arrematou-a o sr.Oscar Nabinger. Em seguida foi disputado um campeonato em 3 bolas, sendo vencedor, nessa prova, o cidadão Arthur Renner, que derrubou 26 paus. Durante o dia os socios daquelle club fizeram exercicios de tiro ao alvo.

Sellos preciosos – O nosso digno conterraneo, José Benevolo de Souza, que após uma ausencia de longos annos, voltou a residir en-tre nós, possue dois sellos postaes, sendo um de 30 e outro de 90 réis, accusando a marca do carimbo a data de 1847.

JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020

Prazo para alistamento militar é prorrogado até dia 30 Caí - A Junta Militar de São Sebastião do Caí co-munica aos nascidos no ano de 2002 que o pra-zo para o alistamento militar obrigatório foi prorrogado. Os jovens devem se alistar pelo site alistamentomili-

[email protected] ou pelo aplicativo do exército até o dia 30 deste mês.A convocação abrange também nascidos em anos anteriores e que ainda não fizeram o alistamento militar. Es-tes devem comparecer

na Junta Militar, que fica na Casa da Cidada-nia, no prédio histórico da prefeitura (Rua Mal. Deodoro, 426, Centro), munidos de documen-to de identidade, CPF, comprovante de resi-dência e uma foto 3x4.

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Da Redação

O músico montenegrino Augusto Li-cks, hoje radicado no Rio de Janei-ro, escreveu algumas linhas sobre a música em Montenegro:“Essa é a formação do conjunto “Som Sul” que depois originou o conjunto “2001”, nos anos 60 em Montene-

gro. Primeiro da esquerda pra direi-ta: Renato Penna, o “fera” canhoto Ratinho, guitarrista-solo, com sua Giannini Super Sonic, citada no li-vro “Contrapontos - uma biografia de Augusto Licks”. Quase foi a pri-meira guitarra de Licks, que se as-

sustou com a carga histórica do ins-trumento sessentista, hoje raridade de colecionador.Na sequência da esquerda para a direita: Vilson; Pe-dro Vianna (Pedrinho); Leco (irmão do Vilson) e José Luiz Machado (Zé Corcel)”, escreveu

Banda “Som Sul”

JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 202012

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Montenegro - Licks acrescenta: “O Flávio Froelich, Nino, era o vocalista de outro conjunto, “Enigma”, que sur-giu ainda à época do 2001. O Carpes fazia percussão (falecido há cerca de 2 anos), me convidou pra assistir a um ensaio que acontecia no prédio da an-tiga cervejaria Jahn, que na época já era a fábrica da Tanino Montenegro de seu Domingos De Lucca, avô do guitarrista do conjunto, Gerson Grim. O Som Sul era um conjunto monte-negrino, meu irmão Beto talvez tenha conhecido de perto Eu só conheci o 2001 ali por 69 e 70, e o Ratinho era o guitarrista, com o Darney Lampert de vocalista e se não me engano também

tocava guitarra-base. Não lembro dos nomes do baterista e baixista, talvez em alguma fase tenha tocado baixo o Sérgio Oliveira, mas não tenho certe-za. Naquela época, além de bailes, os conjuntos apresentavam-se em festi-vais, e houve dois destes no antigo Ci-nema Tanópolis. O 2001 apresentou--se, e num ano apresentou-se também o conjunto “Os Inocentes” de Novo Hamburgo, cujo guitarrista empu-nhando uma Sonelli freneticamente ao tocar “Ando Meio Desligado” dos Mutantes, ao que me consta é o pai da “Família Lima”. No ano seguinte, a atração foi o conjunto Boogaloo de São Leopoldo, que depois tocou em

baile no Clube do Comércio na rua Capitão Porfírio (em frente onde mo-rava o guitarrista Ratinho do 2001). O vocalista do Boogaloo era o baterista Bebeto Mohr, com quem acabei tra-balhei diversas vezes nos anos 80 em estúdio e shows. O Nino e o Marco Marioti (nunca encontrei mel igual ao que o pai dele vendia) eram da vi-zinhança onde mora ainda meu pri-mo Pedro Alberto Gewehr (Bebeto) e também a família Martins (do Lasier, Lupi e outros como o Lauresan com quem cheguei a jogar botão). Ganhei do Nino uma cópia do livro dele quan-do estive aí apresentando o LICKS Blues com o Rogério.”

Relatos sobre a música e as bandas montenegrinas dos anos 60

Durante os últimos anos, foram publicados e divulgados centenas de informações sobre este tema considerando-o como um complemento à oração ou como uma forma de lidar com a ansiedade ou o stress. Lamentavelmente, até em Paróquias e Escolas foram implementadas essas técni-cas como se de um bem maior se tratasse.

Em 15 de outubro de 1989, a Congregação para a Dou-trina da Fé, numa Carta dirigida aos Bispos católicos aler-tou sobre alguns aspectos da oração cristã que não se coadunam com os métodos da meditação oriental, que considera uma “simples operação psicológica” ou um “es-forço de concentração para alcançar um vazio mental ou relaxamento de tensões, mas nunca um encontro pessoal com Jesus Cristo, sob a protecção do Espirito Santo”.

Ao analisarmos bem ambas verificamos que os objectivos da oração cristã e da atenção plena apontam em direc-ções opostas”. “ O Mindfulness” é a mais recente grande moda da “meditação oriental” e da Nova Era ou New Age, muito popularizada no Ocidente por Jon Kabat-Zinn, lar-gamente aproveitada com fins lucrativos e também como forma sub-reptícia de minar a essência da religião mono-teísta judaico-cristã.

Sob uma máscara de terapia credível, esta prática envol-vida num sincretismo pseudo-religioso, diz não à religião mas sim ao misticismo, e tem sido difundida estrategica-mente no ocidente através de gurus, música, educação e yoga, representando o sétimo passo no Caminho Nobre (Fortalecer a Mente e Educar o Espírito), que os budistas consideram como parte do processo indispensável para alcançar o estado do Nirvana.

A atenção plena consiste numa série de técnicas de rela-xamento e concentração através das quais busca gerar um estado activo de atenção no presente, no qual a pessoa observa a sua respiração, as sensações, os pensamentos e sentimentos, sem os julgar como sendo bons ou maus. Na prática, consiste em direcionar a atenção para a respi-ração, concentrar-se nela e aceitar cada uma das sensa-ções e pensamentos, mas deixando-os ir sem fazer qual-quer coisa para os deter ou compreender.

Apresentada e divulgada como uma inocente terapia para meninos agitados ou pessoas com sobrecarga emocional ou profissional, é bom ter presente que no seu seio está ocultada toda uma série de seduções de espiritualidade que alguns consideram perniciosas para o psíquico na medida em que provoca alterações e ilusões mentais con-fusas e perturbadoras.

Atenção plena ou Mindfulness, um lobo

disfarçado de cordeiro

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Da Redação

Em busca de fortalecer as ações de f iscal ização no com-bate à v iolência domést ica e fami l iar contra mulheres, a Br igada Mil i tar def lagrou a

Operação “Marias”. A ofensi -va, que ocorreu em 74 muni-c ípios do Estado que possuem Patrulhas Maria da Penha, en-cerrou uma sér ie de ações re-

al izadas em agosto, mês que marca os 14 anos da Lei que dá nome aos patrulhamentos e segurança às pessoas do sexo feminino.

Estado - Fiscalizan-do o cumprimento de medidas protetivas de urgência e prestando apoio às vítimas de violência por razões de gênero, Patrulhas Maria da Penha da BM deram mais um importante passo na luta por igualdade e

respeito às mulhe-res. Incrementando as ações de rotina, a Operação “Marias” re-forçou, das 9h às 17h, o que preconiza o pro-grama - acompanhar a situação pós-delito e agir na prevenção de futuros casos, incen-tivando as mulheres a

denunciarem - e rea-lizou visita a 550 víti-mas, apreendeu armas e munições e efetuou a prisão de agressores.Além das ações que vi-saram proteger as víti-mas de seus agresso-res, sobretudo as que estão em situação de vulnerabilidade e cor-

rem mais riscos, poli-ciais militares também doaram alimentos, materiais de higiene e agasalhos. Os itens fo-ram arrecadados atra-vés da Campanha Cai-xa Lilás, lançada pela Brigada Militar no mês de agosto. (Foto: BM)

Região conta com a patrulha

JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020

14 anos da Lei Maria da Penha foram comemorados com várias ações

Criminosos admitiram que retornavam de São Leopoldo trazendo droga

Motorista sem habilitação atropela ciclista e foge

Montenegro - Du-rante patrulhamento ostensivo, uma guarni-ção abordou um GM/ Vectra, na Rua Reinal-do Horlle, num acesso que passa atrás do Pos-to da Polícia Rodoviá-ria Estadual, sentido P o rt ã o / M o n t e n e g r o . Na revista pessoal aos indivíduos, foram en-contradas, em posse

destes, oito porções de substância seme-lhante a cocaína. Os criminosos admitiram que retornavam de São Leopoldo trazendo a droga. Diante disso, ambos foram apresen-tados na DPPA/Mon-tenegro, onde foram autuados em flagrante por Tráfico de Drogas.(Foto: BM)

Montenegro - O con-dutor (30 anos) de um automóvel Fiat/Uno atropelou um ciclista (55 anos), resultando em lesão corporal nes-te. O fato aconteceu na Estrada Cylon Rosa.

O causador do aciden-te não possuia CNH e evadiu-se do local após o acidente. Localizado, o indiví-duo foi apresentado na DPPA e autuado em flagrante delito. Foi arbitrada fiança.

Os brasileiros devem ficar de sobreaviso em relação às nefastas consequências que certamente advirão se porventura caírem na “armadilha” chinesa da oferta dos equipamentos de quinta geração da te-lefonia móvel - 5 G, da empresa Huawei, prevista para 2021.

O Embaixador dos Estados Unidos no Brasil ,Todd Chapman alertou , em entrevista de 29 de julho passado, que o Brasil “sofrerá consequências nega-tivas”,caso opte pelos equipamentos dessa em-presa. Segundo o diplomata, esse “aviso” não se trata de defender eventuais interesses de fornece-dores americanos nessa competição, simplesmente pela razão de que os Estados Unidos não fabricam e nem fornecem tais tipos de equipamentos.

E se isso acontecer, segundo ele, haverá a uma fuga em massa de novos investimentos americanos no Brasil,por afetar questões de “inteligência” e “pro-priedade intelectual”, que certamente seriam “es-pionados”, e repassados pela Huawei ao Governo e ao Partido Comunista Chinês, que lá implantou uma ditadura implacável não só sobre o povo chinês, mas também sobre toda a sua atividade produtiva. E “exportadora”.

Se consumada essa “negociação” com os chineses, certamente não vai demorar a “espionagem” com-pleta da China sobre tudo o que se passa no Brasil. Os brasileiros perderão o direito até à privacidade de ir ao banheiro “sozinhos”. Sempre haverá uma “câmera oportunista” por perto, fotografando ou fil-mando o “sujeito”, no seu “último refúgio”,e essas informações passarão a integrar a “ficha pessoal” de cada brasileiro, alimentando o “cadastro” cha-mado lá na China de “CRÉDITO (ou ‘débito’???) SO-CIAL”,operacionalizado em grande parte pela tec-nologia de “reconhecimento facial”, cujas “câmeras” espalhadas pelo país já são muitos milhões e se multiplicam geometricamente.

E tudo tem muito a ver com as novas tecnologias da Huawei !!!

Se os brasileiros quiserem saber mais de perto qual a grande diferença entre a China e o Bra-sil, na questão da LIBERDADE,por exemplo,saibam que essa diferença fundamentalmente está em que “no Brasil existe plena liberdade de todos para fa-zer tudo o que não é proibido”,e que na República Popular da China,ao contrário, ”tudo é proibido, ex-ceto o que for expressamente permitido pelas leis editadas pela tirania chinesa”.

E essa certamente se tornou a principal caracte-rística do COMUNISMO, em todo o mundo, por qualquer das suas variantes, ou versões ,esquerda, socialismo, marxismo, marxismo cultural, social-de-mocracia, gramscismo, socialismo fabiano, e uma infinidade de tantos outros “ismos”, que conside-ram o próprio povo ,NÃO UM POVO, ”de verdade”, como deveria ser, porém como uma coletividade de pessoas naturais sem personalidade própria, razão, vontade, sentimentos, ou livre arbítrio, que devem ficam reclusos no íntimo de cada um, sem jamais sair para “fora”, como se fosse um rebanho de au-tômatos desprovidos de quaisquer direitos.

“Escravos” do Estado, em suma !!!

A (des)construção dos povos pelo comunismo

Oito porções de drogas

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JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 202014

Conheça o Papa que pregava e vivia a pobreza

Seu nome era Giuseppe Sarto e nasceu em Risse, povoado de Ve-neza, Itália, em 1835. Ainda meni-no sofreu a perda de seu pai e quis deixar os estudos para ajudar sua mãe. Ela, porém, o impediu. Então, Giuseppe continuou estudando no

seminário graças a uma bolsa. Após ser ordenado, foi nomeado vigário, pároco, cônego, bispo de Mantua e cardeal de Veneza, estando nove anos em cada cargo. Brincando, di-zia que só lhe faltavam nove anos de Papa. Em 1903, Sarto, tomou o

nome de Pio X. Um de seus primei-ros atos como pontífice foi recorrer à constituição “Commissum nobis”, a fim de terminar com o suposto di-reito de qualquer poder civil para interferir em uma eleição papal.

Papa nasceu em VenezaDa Redação

Diocese - Mais adiante, redi-giu e aprovou decretos sobre o Sacramento da Eucaristia, nos quais recomendava e elogiava a comunhão diária, com a pos-sibilidade de que as crianças se aproximassem para recebê-la a partir do momento que en-tendessem quem está na Santa Hóstia Consagrada. Isto foi o suficiente para que passasse a ser chamado de o “papa da Eu-caristia”.Pio X sempre defendeu os fra-cos e oprimidos como fez ao de-nunciar os maus entendimen-

tos aos quais eram submetidos os indígenas nas plantações de borracha do Peru. Visitava cada domingo os pátios, esqui-nas ou praças do Vaticano para pregar e explicar o Evangelho do dia. Durante uma audiência pública, um participante lhe mostrou seu braço paralisado e lhe pediu que o curasse. O Papa se aproximou sorriden-te, tocou o braço e disse: “Sim, sim”. E o homem ficou curado. Entretanto, sempre foi modes-to e singelo.Quando alguém o chamava

de “padre santo”, ele corrigia sorrindo: “Não se diz santo, mas Sarto”, em referência ao seu sobrenome de família. Em 1914, depois de tê-la profetiza-do, eclodiu a Primeira Guerra Mundial. “Esta será a última aflição que me manda o Se-nhor. Com gosto daria minha vida para salvar meus pobres filhos desta terrível calamidade”, disse. Poucos dias mais tarde, sofreu uma bronquite e mor-reu em 20 de agosto. (Foto: Diocese)

Famílias em situação de vulnerabilidade socialreceberão R$ 100,00 durante três mesesRegião -A Fundação Telefôni-ca Vivo, o governo do Estado, a ONG Gerando Falcões e a ONG Parceiros Voluntários consti-tuíram uma rede colaborativa que beneficiará 1.667 famílias de alunos de escolas públicas das séries iniciais do Ensino Fundamental da rede estadual (do 1º ao 5º ano) que não rece-bem bolsa família e encontram--se em situação de vulnerabili-dade social. Cada uma ganhará um auxílio alimentação de R$ 100, durante três meses. Essa ação totalizará mais de R$ 500 mil, doados integralmente pela Fundação Telefônica Vivo.O governo gaúcho mobili-zou as secretarias de Planeja-

mento, Governança e Gestão (SPGG), da Educação (Seduc) e de Trabalho e Assistência So-cial (Stas) para colaborar com o projeto. “Ações como essa representam a razão de ser do serviço público. Nosso time se envolveu para organizar as doações, mas o grande mérito é das entidades parceiras”, afirmou a titular adjunta da SPGG, Izabel Matte, no ato realizado para formali-zação do projeto. Também estiveram presentes os titulares da Seduc, Faisal Karam, e da Stas, Regina Be-cker, a gerente de Relações Institucionais da Fundação Te-lefônica Vivo, Laiana Elisa de

Souza, e o presidente da ONG Parceiros Voluntários, Daniel Santoro.O valor de R$ 500 mil faz par-te do montante de R$ 16,3 mi-lhões doados pela instituição para iniciativas de combate aos efeitos do novo coronavírus no Brasil nas áreas de saúde e se-gurança alimentar. Para o diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo, Americo Mattar, essa ação re-presenta um compromisso so-cial. “Queremos contribuir, ainda mais, com o desenvolvi-mento e o bem-estar de milha-res de estudantes brasileiros e suas famílias, frente ao cenário de suspensão de aulas”, disse.

Há uns dias atrás houve uma situação que me comoveu profunda-mente. Ia visitar a Feira do Livro na companhia da minha neta e de sua mãe. A pedido da minha neta parámos num armazém. Precisava muito de uma mochila com um carrinho de rodas para o regresso às aulas. Anuímos e fomos ver as mochilas. Vi a um canto uma que me pareceu muito bonita. Simples, com uma frase “Open Your Mind”, adequada à aquisição de conhecimento relacionado com o novo pe-ríodo que iria enfrentar. Todas gostaram. Para ajudar ainda mais, o preço foi uma agradável surpresa, uma vez que se encontrava em promoção. Ficou tão feliz que não a largou mais. Com dificuldade fizemos uma breve visita à Feira do Livro que se encontrava bem movimentada, graças a Deus. Em breve voltaríamos com uma maior disponibilidade. Perguntei à minha neta se queria pernoitar em mi-nha casa ao que respondeu de imediato: “Não, não vovó, tenho que ir arrumar a mochila para as aulas”! Tal era a sua ansiedade para rever os amigos, recomeçar os estudos, socializar…Fiquei deveras comovida, ao ser confrontada com os seus sentimentos de enorme saudade, causados pelo período de confinamento. Deus permita que tudo corra pelo melhor. No dia seguinte, domingo, iríamos visitar o Museu da Marioneta. Apareceu feliz a referir que já tinha tudo pronto para o início das aulas. Estava um dia de céu azul com uma tempera-tura amena. Que bom! Manifestei a minha vontade, de a seguir à vi-sita ao Museu, irmos andar à beira-rio, ao Cais das Colunas e à Praça do Comércio, da qual tinha inúmeras saudades por ser uma das mais belas praças a nível mundial. E assim iniciámos o nosso percurso com a visita ao Museu da Marioneta, um espaço dedicado a homenagear o teatro e a ópera de marionetas, o qual abriu as suas portas no ano de 1987. Encontra-se instalado no Convento das Bernardas, manda-do erigir pelo rei D. João IV em 1635. Deparámo-nos, entre outros, com uma coleção de máscaras asiáticas e africanas, vários contextos recriados alusivos ao teatro rural, ao contexto de feira, de teatro ur-bano e de teatro erudito, bem como todas as etapas imprescindíveis à construção de marionetas.Após a visita iniciámos a nossa caminhada, com uma paragem para um café e um salgado, na zona do Time Out Market que se encon-trava quase repleto. Constitui sempre um espaço agradável onde se mede um pouco a vida na cidade, em particular os turistas, que vêm degustar um prato elaborado por um dos “chefes” especialistas em gastronomia, ou simplesmente ver o espaço e tomar um café, uma bebida, um salgado, um gelado… Refeitos continuámos o nosso passeio à beira-rio na Ribeira das Naus. Fui explicando à minha neta um pouco da história da cidade. Mais uma vez fiquei impressionada com a magnificência do Terreiro do Paço. Dirigi-me para o Cais das Colunas. Quanta história tem para contar esta riquíssima zona da ci-dade. A certa altura ouvi gritos. O meu filho referiu que era um casal que discutia. Depois de termos tirado umas fotografias resolvemos atravessar a Praça do Comércio em direção à Rua Augusta. A discus-são continuava com as crianças e meio mundo a observar, chegando a cenas de violência. Ao longe vi um carro da polícia. Referi ao meu filho que seria melhor alertarmos a polícia no sentido de apaziguar a situação. E dirigi-me para o carro que, entretanto, partiu. Não podia ficar indiferente a este sofrimento. Alguém referiu o ditado: “Entre marido e mulher, não metas a colher”! Foi mesmo o mote para in-tervir. Não podia permitir que as crianças continuassem a sofrer. De que servia o curso sobre mediação familiar tirado há tantos anos? Lentamente, aproximei-me do casal. Perguntei ao marido se precisa-va de alguma coisa, na sua língua de origem. Estava acabrunhado, com lágrimas nos olhos e apontou na direção da mulher. Passei pelas crianças assustadas, como o cabelo tão lourinho e os olhos repletos de lágrimas e fiz-lhes uma festa na cabeça. Aproximei-me da senhora que tinha batido o marido. Estava um pouco descontrolada. Quem sabe os motivos de cada um? Não me competia saber de todo, nem julgar. Só ajudar de momento a controlar a situação. Também tinha lágrimas nos olhos. Fiz-lhe uma festa no braço carinhosamente e per-guntei na sua língua de origem, muito tranquilamente, se precisava de alguma coisa. Ficou admirada e disse-me que não. Recomendei que fosse beber um copo de água, para acalmar, para encontrar al-guma paz e que olhasse pelas crianças. Foi ficando mais calma. Per-guntei ao marido, quanto tempo ficavam em Lisboa. Partiriam no dia seguinte. Chamei a atenção para o dia lindo azul, a beleza da praça. O melhor mesmo era aproveitarem este último dia em Lisboa. Não sabia qual o motivo da discussão, mas poderiam procurar ajuda ao chegar ao seu País de origem, ou mesmo em Portugal se tal fosse necessário. A criança mais nova agarrou-se carinhosamente à mãe. O pai parecia aliviado. Não sei como, consegui juntar os 4, referindo que seria melhor irem tomar uma água no sentido de acalmar. O pai respondeu carinhosamente: “Vamos almoçar”! Senti que tinha chegado o momento de partir não sem antes perguntar à senhora se a podia ajudar nalguma coisa. Respondeu que não e agradeceu. Fui-me embora. Não sei se tinha feito o melhor, mas foi o possível, naquele momento. A intenção era boa. Acalmá-los e trazer de volta, alguma paz e harmonia a um casal desavindo, em particular pelas crianças. E deixei tudo nas mãos de Maria, Rainha da Família.A minha neta entretanto tinha vindo ter comigo assustada e preocu-pada. Ficou feliz com o desfecho. Mais à frente fizemos uma pausa para beber uma água e comer um delicioso pastel de nata, acaba-dinho de sair do forno. Dirigimo-nos posteriormente ao elevador da Glória e ao Chiado, admirando a beleza da cidade e o regresso dos turistas à cidade de Lisboa. Era o último domingo do mês de Agosto. Dei graças a Deus por tudo o que nos tinha concedido. Com a en-trada no mês de Setembro, apresentavam-se novos desafios e novas etapas para superar, no momento particularmente difícil que todos vivenciamos. Santa Maria, rainha da esperança, intercedei por todos nós.

Um fim-de-semana na cidade de Lisboa

MARIA HELENA

PAES

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Da Redação

Esporte é saúde física e mental – consenso comprovado cientifica-mente e que, em tempos de pan-demia, ganhou força, volta à tona como uma necessidade para enfren-tamento desses tempos difíceis. o Secretário do Esporte e Lazer, Fran-

cisco Vargas, participou de reunião remota com a Secretária da Saúde, Arita Bergmann, com o Presidente da Assembleia, deputado Ernani Polo, e representantes da União das Quadras Esportivas do Rio Grande do Sul sobre a retomada das ati-

vidades. A solicitação é para a re-abertura desses locais. Conforme a entidade, em todo o Estado são 4.500 quadras e o funcionamento delas envolve o sustento de 18 mil famílias.

Região - Da parte do governo do Estado houve a ponderação que, apesar de existir boa von-tade para atender o pedido, há de prevalecer a segurança e a saúde dos profissionais en-volvidos e de quem utilizar as quadras para a prática espor-tiva.De acordo com o Secretário Vargas, é preciso ponderar so-

bre a importância da ativida-de esportiva neste momento de pandemia, não só em re-lação à saúde física e mental, mas também pela importân-cia da atividade econômica. “Devemos estabelecer normas e critérios para a retomada das atividades esportivas nos clubes e academias primando sempre pela saúde de todos.

Nosso atual momento ainda não permite, segundo a Secre-taria de Saúde, a reabertura das quadras para a prática de atividades coletivas, mas acre-dito que esse será o próximo passo com o controle da pan-demia e a diminuição gradual dos níveis de contaminação da Covid-19”, acrescentou.(Foto: Saldanha Gama)

Quadras ainda devem permanecer fechadas

Foto tirada no campo do Renner

JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2020

FutebolA cada rodada que passa o campeonato brasilei-ro mostra que será interessante até o seu final. Não que tenhamos belíssimos jogos, mas sim pelo equilíbrio entre as equipes, o que não nos permite apontar um pequeno número de favoritos. Há um grupo de pelo menos nove times em iguais con-dições de levantar a taça. Flamengo, Palmeiras, Atlético MG, Inter, São Paulo, Grêmio (apesar do momento), Vasco, Santos e Fluminense formam esse pelotão destacado. Muitos oscilaram nesse 1º quarto de disputa, outros oscilarão daqui para frente, mas a disputa é acirrada e conta com vá-rios fatores. Elencos serão testados ao extremo em função de várias impossibilidades (lesões, cartões, transferências e covid-19). Será uma competição atípica, já sabíamos de antemão. Mas também por esses fatores, será muito interessante até o seu en-cerramento, como já disse antes.A dupla Grenal, assim como seus adversários, terá que se equacionar da melhor forma. Terá ainda as disputas de Copa do Brasil e Libertadores em para-lelo ao Brasileirão, o que tornará as soluções ain-da mais difíceis. Ambos tem ido ao mercado para tentar suprir suas carências e se acertam ou erram só o tempo dirá. O que me sinto na obrigação de dizer é que acho equivocado o empréstimo de Sar-rafiore ao Coritiba. Entendo que esse atleta foi mal aproveitado no Beira Rio e ainda poderia render por aqui. O caso de William Pottker é diferente. Recebeu inúmeras chances, chegou a ter uma boa fase, mas teve também várias lesões e não vive um bom momento. Sua saída (para o futebol turco) me parece acertada.O Grêmio trouxe alguns reforços que não empol-gam, pelo menos em uma primeira avaliação. Mas o que fica como acerto por enquanto é a rescisão de Thiago Neves, que não mostrou nada desde sua chegada.

TênisO assunto da semana foi a desclassificação de No-vak Djokovic (nº 1 do mundo) no US Open, após uma bolada em uma juíza de linha. Mesmo que tudo tenha acontecido de forma involuntária, a regra é clara e determina e exclusão de qualquer atleta que pratique tal ato. No passado lembro de casos semelhantes que determinaram a eliminação de Nalbandian, Shapovalov e até o nosso campeão Guga Kuerten. Não há margem para interpretações, sendo melhor e mais conveniente evitar os acessos de raiva. O torneio segue e o certo é que teremos um inédito vencedor de Slam, uma vez que os so-breviventes ainda não ganharam torneios dessa magnitude.

CiclismoNa segunda semana do Tour de France apareceram alguns casos de covid-19, entre membros das equi-pes de apoio e também do coordenador da compe-tição. As etapas seguem, porém os atletas já ma-nifestaram seu descontentamento com a presença muito próxima do público nas últimas etapas, pois ao contrário do que acontece com os apoiadores, se algum ciclista testar positivo estará eliminado e em caso de dois ciclistas de uma mesma equipe confirmarem o diagnóstico, toda a equipe estará fora. Como será que vai acabar o Tour de France?

CADMO CLEMENTE

Reabertura das quadras esportivas:Saúde física x Saúde mental

[email protected]

Três árbitros da várzea montenegrinaMontenegro - O Esporte Clu-be Renner comemorou seu ani-versário realizando, na noite de 20/10/12, um jantar baile e, no dia 21, jogos de futebol de campo, sete e feminino, além de um almo-ço entre sócios e convidados.Da esquerda para a direita: Xico Preto, Rudimar Kuhn, Xico Bran-co, Gelson Alves e Giba. Decisão da Copa BEBE - Benjamin Barre-to, promovida pela Liga Montene-grina de Futebol - 08/02/98.Além de apitar jogos, Francisco e

Giba gostavam também de jogar uma bolinha. Ambos atuaram

como zagueiros. (Dados: Gelson Alves)

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Da Redação

Internet patrocinada está disponível para alunos e professores da Rede Estadual

Região - “Não nos resignamos em deixar nossos alunos sem ter aulas, portanto, trabalhamos na lógica de aulas remotas, conteúdo transmitido e sendo repassado pe-los professores pelo Google Clas-

sroom. O movimento exigiu uma costura de tecnologia e também financeira, assegurando às famí-lias e aos professores o suporte digital”, destacou o governador. A oferta de internet patrocinada

ocorre por meio de um chama-mento público de cadastramento das operadoras Oi, Vivo, Tim e Claro e graças a uma parceria do governo do Estado, que investe R$ 3,1 milhões, com a Assembleia

Legislativa, que aporta mais R$ 5,4 milhões em recursos econo-mizados pelo Parlamento que se-rão repassados ao Executivo para aplicar no projeto. (Foto: Gustavo Pellizzon)

Alunos com aulas virtuais

Divulgação do Cinema

JORNAL O PROGRESSO - SEXTA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 202016

Com um investimen-to de mais de R$ 8,5 milhões, o serviço de internet patroci-nada já está dispo-nível para garantir

o acesso de estudan-tes e educadores às Aulas Remotas em todo o Rio Grande do Sul. A ação, que be-neficiará os 820 mil

alunos e os mais de 60 mil professores da Rede Estadual, foi anunciada pelo Governador Eduardo Leite.

Montenegro volta para a Bandeira Vermelha

Cine Tanópolis pede autorização para reabrir as portas

Região - Na 18ª rodada do Dis-tanciamento Controlado, o governo do Estado recebeu novamente sete pedidos de reconsideração à clas-sificação preliminar por parte de municípios e de associações regio-nais – mesmo número da semana passada.O mapa preliminar desta rodada

apontava risco epidemiológico alto (bandeira vermelha) para 12 re-giões e risco médio (laranja) para as outras nove. Todos os pedidos de reconsideração são de bandeira vermelha para laranja.Desde que a instância recursiva foi criada, há 11 semanas, permitindo que associações regionais e muni-

cípios peçam redução na classifi-cação de risco em um prazo de 36 após a divulgação do mapa preli-minar, sete foi o menor número de pedidos enviados.O total tem caído desde que foi im-plementada a gestão compartilhada do modelo de Distanciamento Con-trolado, na 14ª semana. Com isso,

mesmo sem mudar a cor no mapa, as regiões Covid podem adotar pro-tocolos menos restritivos à bandei-ra na qual estão classificados, mas no mínimo iguais à bandeira ante-rior, desde que tenham planos es-truturados próprios aprovados por no mínimo dois terços dos prefeitos e avalizados pelo Estado.

Região -A direção do Cine Tanópolis fez pedi-do para a Prefeitura de Montenegro para rea-brir as suas portas com todos os protocolos de

saúde exigido. No entanto, a prefeitura informou que o Estado ainda não autorizou a retomada das salas de cinema.

A direção do Cine, no entanto, diz que em ou-tras cidades os cinemas estão sendo autorizados a retornar.(Arte: Cine Mais Arte)