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FACULDADE 2 DE JULHO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO FERNANDA CRISTINA COSTA SILVA APLICABILIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes em Salvador - Bahia Salvador 2012

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FACULDADE 2 DE JULHO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

FERNANDA CRISTINA COSTA SILVA

APLICABILIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes em Salvador - Bahia

Salvador 2012

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FERNANDA CRISTINA COSTA SILVA

APLICABILIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes em Salvador - Bahia

Monografia apresentada ao curso de Administração da Faculdade 2 de Julho, como pré-requisito para obtenção do grau de Bacharel em Administração, sob orientação da Profª. Julia Maria Santana Salomão.

Salvador 2012

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FERNANDA CRISTINA COSTA SILVA

APLICABILIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes em Salvador - Bahia

Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade 2 de Julho, como pré-requisito para obtenção do grau de bacharel em Administração pela Banca Examinadora composta pelos membros.

( ) Aprovada

Data / /

__________________________________________________________________ Profª Ms. Júlia Maria Santana Salomão

Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC.

___________________________________________________________________ Profª Barrige Mazza Zacarias

Mestre em Comércio Internacional em Marketing – Universidade de Extremadura na Espanha (UNEX).

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Símbolo da Logística Reversa.................................................................21

Figura 02 - Ciclo dos produtos pós venda, pós consumo e industrializados............27

Figura 03 - Ciclo de vida dos produtos.......................................................................28

Figura 04 - Malefícios causados à sociedade pelo mercúrio.....................................38

Figura 05 - Descarte inadequado de lâmpada fluorescente......................................41

Figura 06 - Foto do UVFm (aparelho para reciclagem de lâmp. Fluorescentes)... ...44

Figura 07 - Folheto da Ivomax...................................................................................44

.

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LISTA SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABEP – Associação Brasileira de Engenharia em Produção

ABILUMI - Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação

BATTRE – Bahia Transfrência e Tratamento de Resíduos

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing

FEMA – Fundação Estadual do Meio Ambiente

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS – Imposto de Circulações de Mercadorias e Prestação de Serviços

INEMA – Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

INMETRO – Instituto Nacionalde Metrologia, Qualidade e Tecnologia

IPI – Imposto de Produtos Importados

ISS – Imposto Sobre Serviços

MMA – Ministério do Meio Ambiente

PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos

REEE – Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos

SCM – Supply Chain Management

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RESUMO

SILVA, Fernanda Cristina Costa. Aplicabilidade da Política Nacional de Resíduos Sólidos: Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes em Salvador – Bahia. Prof.ª Orientadora: Júlia Maria Santana Salomão. Salvador: Faculdade 2 de Julho, 2012. Monografia em Administração.

A monografia aborda a Lei N° 12.305/2010 que dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, notadamente a Responsabilidade Compartilhada de cada integrante da cadeia produtiva das lâmpadas fluorescentes, uma vez que são os responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos, que vai desde a obtenção de matérias-primas e insumos, passando pela produção até a disposição final. Os objetivos do estudo são analisar as dificuldades para a aplicabilidade da lei nº 12305/2010, averiguando a logística reversa das lâmpadas fluorescentes em Salvador – Bahia, bem como estabelecer críticas sistemáticas sobre a Lei PNRS, ressaltando a importância do desenvolvimento da logística reversa nas empresas e identificar o ciclo de vida das lâmpadas fluorescentes. Salienta-se que nas lâmpadas fluorescentes existem produtos tóxicos como o mércurio, que causam danos irreversíveis a saúde humana e ao meio ambiente. O seu descarte vem sendo realizado de forma inadequada, não atendendo à legislação vigente. Desse modo, o estudo aponta que é necessária a fiscalização e monitoramento dos órgãos ambientais, no intuito de fornecer suporte e apoio às empresas, tanto quanto a conscientização da sociedade, realizando-se campanhas educativas.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos. Logística Reversa. Responsabilidade Compartilhada. Lâmpadas Fluorescentes.

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ABSTRACT

SILVA, Fernanda Cristina Costa. Aplicabilidade da Política Nacional de Resíduos Sólidos: Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes em Salvador – Bahia. Prof.ª Orientadora: Júlia Maria Santana Salomão. Salvador: Faculdade 2 de Julho, 2012. Monografia em Administração.

The monograph talks about the law number 12.305/2010, that posts about the National Politics of Waste, that in portuguese the acronym is PNRS- notably the Shared Responsibility of each of the members in the fluorescent lamps supply chain, once they are the responsibles for the life’s cycle of the products, that goes from the raw material and inputs making, passing through the production until the final arrangement. The goals of the study goes as analyzing the logistics reserves of the fluorescents lamps in Salvador – Bahia, as set the systematic criticism about the law PNRS, highlighting the importance of development in the logistics reserves of the companies, and identifying the life’s cycle of the fluorescent lamps. Should point that in the fluorescent lamps there are toxic products like mercury, the may cause serious damage to the health and the environment. The way to do the discard is completely unsuitable, not attending to the present legislation. In the case, the study points that is necessary the recognition of the supervisory office, as a support and help to the small companies, as the awareness of the population, creating educational campaigns from the government.

Keywords: Waste. Logistics Reserves. Shared Responsability. Fluorescent Lamps.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 8

1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................ 10

2 RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................... 12

3 LEI N° 12305/2010 – POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS .................. 16

4 LOGISTÍCA REVERSA.............................................................................................. 20

4.1 RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA ........................................................................ 29

5 LOGÍSTICA REVERSA DE LÂMPADAS FLUORESCENTES: UM ESTUDO DE

CASO ............................................................................................................................ 34

5.1 ANÁLISE DA ENTREVISTA ............................................................................................... 41

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 45

APÊNDICE A ................................................................................................................ 51

APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA .............................................................. 52

ANEXO A ...................................................................................................................... 53

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1 INTRODUÇÃO

Com o aumento da densidade populacional, acompanhado por uma produção de

resíduos igualmente grande, traduz o perfil contemporâneo da sociedade brasileira.

Lixões lotados, produção contínua de lixo, quantidade de lixeiras que não suprem a

existência do lixo produzido e o desconhecimento da população no que diz respeito

à importância da coleta seletiva são resultados do desenvolvimento industrial

desorganizado, havendo à necessidade de novas propostas e desafios para o

homem desse século.

A questão dos resíduos sólidos no Brasil e o porquê da sua necessidade

emergencial na aplicabilidade da Lei 12305/2010, são assuntos demonstrados no

decorrer da monografia.

As diretrizes sobre as responsabilidades dos geradores dos resíduos sólidos,

redução, reutilização, tratamento de resíduos sólidos, educação ambiental,

empregabilidade dos catadores de materiais recicláveis, são ações propostas pela

nova lei, onde as responsabilidades devem ser compartilhadas, tanto das

instituições públicas, como de particulares e a sociedade em geral.

A Lei 12305/2010 foi promulgada com o objetivo de otimizar os recursos, como uma

oportunidade de negócios, geração de empregos e sustentabilidade, apoiando a

logistíca reversa nas empresas geradoras dos resíduos sólidos, que neste momento

apresentam dificuldade de aplicabilidade nos seus negócios.

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A pouca utilização da logística reversa nas empresas, onde possui como maior

finalidade a reutilização de seus materiais produzidos, minimizando as

consequências ao meio ambiente, é uma das propostas da Lei n° 12305/2010.

Em virtude da falta de incentivo governamental, aliado ao desinteresse de grande

parte da população, a sociedade permanece ausente às questões socioambientais.

Quando há um interesse pelo assunto em questão pela minoria, esta por sua vez,

esbarra com alguns entraves da legislação, que dificulta a logística reversa (o caso

das lâmpadas fluorescentes).

Segundo estudos realizados, estima-se que aproximadamente 100 milhões de

lâmpadas fluorescentes são consumidas no Brasil e apenas 6% passam por um

processo de reciclagem.

Assim, apresenta-se o seguinte problema de pesquisa: Quais os entraves existentes

para a aplicação da Lei Nº12305/2010, no que diz respeito à logística reversa e a

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida das lâmpadas fluorescentes, em

Salvador – Bahia.

Pressupõe-se que a pouca fiscalização e monitoramento do governo na

aplicabilidade da nova lei, dificultam as empresas no seu cumprimento, notadamente

quanto à logística reversa e responsabilidade compartilhada de lâmpadas

fluorescentes.

O objetivo geral é analisar as dificuldades para a aplicabilidade da lei nº 12305/2010,

averiguando a logística reversa das lâmpadas fluorescentes em Salvador – Bahia.

Os objetivos específicos são: a) Estabelecer críticas sistemáticas sobre a Lei PNRS,

ressaltando a importância do desenvolvimento da logística reversa nas empresas; b)

Identificar o ciclo de vida das lâmpadas fluorescentes.

Em síntese, a monografia está estruturada em capítulos que abordam os seguintes

temas: Resíduos sólidos, definição dos resíduos, quantidade de resíduos coletados.

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Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos salientando os artigos da legislação em

vigor e suas funcões, realizando uma anásile da lei vigente.

O capítulo sobre Logística Reversa constitui-se no assunto principal, pois é uma

exigência da lei em que as empresas a realize, assim evita-se o descarte

inaduequado dos resíduos, neste capítulo também, é abordada a necessidade da

sua aplicabilidade. No último capítulo apresentado, o estudo de caso foi realizado

uma entrevista com o proprietário de uma empresa em Salvador, que realiza a

logística reversa das lâmpadas fluorescentes, seguido das considerações finais.

1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A utilização para abordagem de pesquisa foi qualitativa, o desenvolvimento da

pesquisa se dará de maneira exploratória, segundo Gil (1988, p 45 apud Janet,

2009, p.49) buscando investigar, descobrir e documentar sobre o tema. O objetivo é

criar certa familiaridade com o problema a ser estudado e, assim desenvolver

hipóteses para posteriormente confirmá-las ou não, levando em consideração todas

as relações possíveis com o problema, trazendo os aspectos relevantes ao nosso

estudo.

Inserida nessa perspectiva exploratória utiliza-se também a pesquisa descritiva,

traçando as características do fenômeno em questão. Portanto, descrever a

situação para se conhecer o problema a fundo. O recorte dado pela pesquisa foi a

responsabilidade compartilhada (fornecedores, consumidores e a sociedade) no

ciclo de vida das lâmpadas fluorescentes .

De maneira macro, o objetivo é fazer uma análise da Lei n° 12305/10, isso porque,

este tema afeta de maneira global toda a sociedade brasileira e o seu

desenvolvimento, já que consiste na retirada do meio ambiente dos resíduos que

afetam a sustentabilidade ambiental.

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A análise de dados como processo conclusivo do trabalho, se dá de maneira

interpretativa. Na verdade, a finalidade é analisar os dados, ao mesmo tempo em

que se faz a coleta deles, a fim de se fazer um estudo comparativo, desenvolvendo

perguntas analíticas, mantendo uma postura observadora dentro da análise,

utilizando recursos visuais que facilitem a compreensão dos dados.

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2 RESÍDUOS SÓLIDOS

Segundo dados da Limpurb, cerca de 4.500 toneladas de resíduos sólidos (lixo) são

recolhidos diariamente na cidade de Salvador, desse total, aproximadamente 1% é

reciclado. (Disponível em www.responsabilidadeemfoco.blogspot.com. Acesso em:

12.03.2012).

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro e Estatistíca (IBGE),

o Brasil possui 192 milhões de habitantes e somente no primeiro semestre de 2011,

já houve um crescimento cumulativo de 4,6% relativo ao consumo da população.

(Disponível em www.ibge.gov.br. Acesso 12.03.12).

A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (2008), realizada pelo IBGE, mostrava

que, na disposição final de resíduos sólidos, 50,8% dos municípios pesquisados

utilizavam lixões; 22,5%, aterros controlados e 27,7%, aterros sanitários. (IBGE

2010).

Segundo Barbieri (2007), lixões são formas inadequadas de disposição final de

resíduos sólidos e caracterizam-se pela simples descarga sobre o solo, e a céu

aberto, sem medidas de proteção ao ambiente ou à saúde pública. Aterros sanitários

correspondem ao método de disposição final de resíduos sólidos no solo sem causar

danos ao ambiente ou à saúde pública; para isso, utiliza-se de processos de

engenharia no confinamento dos resíduos, que são dispostos em camadas, e são

controlados o escoamento de líquidos e a emissão de gases. Os aterros

controlados, apenas diferem dos lixões por receber uma cobertura diária de material

inerte (areia ou terra), o que não resolve os problemas ambientais que decorrem dos

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líquidos e gases nocivos liberados. A reciclagem e a compostagem, ainda, são as

maneiras mais adequadas de aproveitar os resíduos sólidos urbanos. Formas

inadequadas de disposição do lixo podem constituir-se num problema de saúde

pública e também provocar a poluição do solo e da água, alterando suas

características físicas, químicas e biológicas.

No art 13° da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, as definições de

resíduos sólidos e rejeitos, são divergentes.

Resíduos sólidos pode ser definido como todo material, substância, objeto ou bem

descartado resultante de atividades humanas em sociedade, que possa ser

reutilizado e/ou reciclado, e tenha valor econômico.

Já os rejeitos são os resíduos sólidos que depois de esgotadas todas as

possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis

e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a

disposição final ambientalmente adequada.

Na mesma lei, e no mesmo artigo os resíduos são também diferenciados quanto à

sua origem: Domiciliares e limpeza urbana, comerciais e prestadores de serviço,

saneamento básico (lodos), industriais, serviços de saúde, construção civil,

agrossilvopastoril, transporte e de mineração e quanto à periculosidade: Perigosos e

não perigosos.

Muitos destes resíduos sólidos são compostos de materiais recicláveis e podem

retornar a cadeia de produção, gerando renda para trabalhadores e lucro para

empresas. Para que isto ocorra, é necessário que haja nas cidades um bom sistema

de coleta seletiva e reciclagem de lixo. Cidades que não praticam este tipo de

processo, jogando todo tipo de resíduo sólido em aterros sanitários, acabam

poluindo o meio ambiente. Isto ocorre, pois muitos resíduos sólidos levam décadas

ou até séculos para serem decompostos.

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Alguns tipos de resíduos sólidos são altamente perigosos para o meio ambiente e

merecem um sistema de coleta e reciclagem diferenciados. Podemos citar como

exemplos, as pilhas, baterias de celulares e lâmpadas fluorescentes que são

formadas por compostos químicos com alta capacidade de poluição e toxidades

para o solo e água.

A corrida desenfreada na produção de bens de consumo pelo ser humano associada

à escassez de recursos não renováveis e contaminação do meio ambiente, leva-o a

ser o maior predador do universo.

O problema dos resíduos sólidos é de natureza estrutural, seria necessário a

aplicação da lei vigente, assegurando que a fonte geradora dos resíduos, seria a

fonte pagadora pelo lixo gerado, assim, havendo um estímulo na diminuição do lixo

produzido.

Em países desenvolvidos, como o Japão, a reciclagem e reutilização já vem sendo

incentivadas e realizadas há vários anos, com resultados positivos.

Torna-se necessário, também, incentivar as cooperativas na coleta dos resíduos

sólidos e a logística reversa, esses são alguns pontos que ajudariam nos objetivos

propostos pela Lei n° 12305/2010, solucionando o problema do grande número de

resíduos que muitas vezes a população não sabe como descartar de forma correta.

A carga tributária dos materiais reciclados, seria um outro fator a ser revisto pelo

governo, já que onera e desestimula a reciclagem, sendo que as taxas tributárias

dos materiais reutilizados, já foram pagos na primeira cadeia de produção.

O papel do poder público é fundamental para que estas ações se concretizem, no

caso do tratamento do lixo, as leis regulamentadoras e os procedimentos, são

definidos pela União, Estados e Municípios. O Município é o responsável pela coleta,

transporte, tratamento e disposição do lixo, ao estado cabe a fiscalização ambiental

e a União definir as normas gerais (FAAL LUCAS, apud TERTRA PAK, 2008).

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A lei da Politíca Nacional dos Resíduos Sólidos, foi sancionada no dia 02 de Agosto

de 2010 (lei nº 12.305/2010 ) pelo presidente Luís Inácio da Silva. Na nova

legislação vigente, as empresas devem possuir não somente a logistíca de produção

e fornecimento aos consumidores, estas por sua vez deverá assumir no plano

estrátegico a logistíca reversa, que obriga aos fabricantes, distribuidores e

vendedores a recolher as embalagens usadas.

A legislação também determina, que as pessoas façam a separação dos resíduos

domésticos (lixo) nas cidades onde há coleta seletiva. A lei ainda proíbe criação de

lixões onde os resíduos são lançados a céu aberto, todas as prefeituras terão que

construir aterros sanitários ambientalmente sustentáveis, onde só poderão ser

depositados resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento. Será vetado

também, catar lixo, morar ou criar animais nesses aterros.

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3 LEI N° 12305/2010 – POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 02 de agosto

de 2010, cria planos estaduais de gestão dos resíduos sólidos. Com a nova lei,

espera-se um incentivo à reciclagem, melhorando o aproveitamento dos resíduos e

estimulando a coleta seletiva, já que há uma mudança, pois neste momento, os

resíduos sólidos não estão somente sob a responsabilidade dos municípios.

A PNRS, destaca o comprometimento maior de todos os estados brasileiros, visando

a redução dos rejeitos, a contraparttida está na obtenção de recursos financeiros da

União para cada estado, de acordo com a regulamentação dos investimentos em

gestão dos resíduos sólidos.

Pela lei em vigor, o Brasil tem até 2014 para garantir a destinação aos aterros

sanitários, de todo o lixo que não possa ser reaproveitado ou reciclado, segundo o

Ministério do Meio Ambiente (MMA), estima-se que serão necessários cerca de R$

9,6 bilhões para a execução da meta relativa aos aterros sanitários.

(http://www.ocorreionews.com.br/noticia/11325assomasulfaracapacitacaosobreresid

uos-solidos.html. Acesso em: 25.03.2012)

O que se deve ressaltar da nova PNRS é a divisão das responsabilidades sobre a

gestão dos resíduos, a regulação dessa política ultrapassa o setor público e chega

as empresas privadas e a sociedade em geral, alterando a Lei 9.605/98 (lei de

crimes ambientais). Dessa forma, a lei exige alterações operacionais na conduta

ambiental, ou seja, deve haver um compartilhamento de responsabilidades, a lei

nesse momento, não se restringe a responsabilizar somente os fabricantes, mas

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consideram também responsáveis pelos resíduos sólidos, os importadores,

distribuidores, comerciantes e até os consumidores.

Esse princípio de responsabilidade compartilhada é considerado como uma

novidade da PNRS, pois prevê uma obrigação pós consumo, o que deve ser

considerado uma medida de adequação da destinação dos resíduos de forma

correta especificado na Seção II, Art 30 da referida lei.

Art. 30. É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, consoante as atribuições e procedimentos previstos nesta Seção. (Lei n° 12305/2010, 2010)

Assim, a PNRS especifica que os custos de uma má gestão de resíduos sólidos e

não apenas os custos econômicos, como também o ambiental e social - devem ser

repartido entre todos os agentes que participam da cadeia de produção, consumo e

geração de resíduos, de forma a impedir que apenas alguns agentes tenham que

suportar sozinhos o custo que deveria ser distribuído.

Destaca-se também, a preocupação com a produção de embalagens, conforme o art

32, da lei 12.305/10, devem ser fabricadas com materiais que propiciem a

reutilização ou reciclagem.

(http://www.acopesp.org.br/artigos/gina%20artigo%2067.pdf. Acesso em 25.03.2012)

Pesquisa realizada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM,

demonstra alguns critérios levados em consideração no momento da compra, preço,

promoção, qualidade, oferta e marca. 77% dos consumidores consideram importante

que se tenham informações nas embalagens do produto, 65% dizem ler os rótulos e

os informes privilegiados que são, data de validade, marca, composição e

quantidade, 17% dão preferência aos produtos recicláveis, 14% evitam comprar

produtos com excesso de embalagem, 13% separam as embalagens (plásticos,

vidro para reciclagem, latas) e 6% evitam levar sacolas plásticas para casa.

(FAVORETTO, 2011).

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Princípios como os da Responsabilidade Compartilhada podem dar mais sentido ao

princípio do poluidor-pagador, ou seja, se a responsabilidade for compartilhada

admite-se que todos auferem de alguma forma, benefícios pela geração de resíduos,

seja por meio da produção, comercialização ou consumo sendo assim todos devem

auferir os custos desses ciclo também.

O Princípio do direito da sociedade à informação e ao controle à informação também

deve ser citado nesse estudo, pois cabe a sociedade o direito de obter as

informações relacionadas ao meio ambiente. Para tanto, a educação ambiental

destaca-se como um dos instrumentos mais importantes na gestão ambiental e de

resíduos sólidos. O mesmo princípio foi abordado anteriormente na declaração de

Estolcolmo sobre o meio ambiente, em 1972.

Dentre os objetivos principais da PNRS destacam-se dois:

O primeiro com âmbito nas contratações, onde terá prioridade as empresas

que utililem produtos recicláveis em seus processos produtivos e as que

utilizem serviços e obras com os critérios compatíveis aos padrões do

consumo social e ambientalmente sustentáveis, assim, pressionará a

adequação imediata de grandes empresas a se adequarem mais

rapidamente aos padrões da PNRS.

O segundo, deverá integrar os catadores de materias reutilizáveis e

recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada, ou

seja, os catadores passam a ter sua atividade reconhecida, fazendo parte

dos processos produtivos.

A forma de gerenciamento dos resíduos sólidos, passam por algumas normativas,

na atuação das cooperativas, associações ou catadores de materias reutilizáveis e

recicláveis, ou seja, as instituiçoes também devem se adequar as nova diretrizes da

PNRS.

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A regulação da PNRS, deverá ser preparada e apresentada ao governo federal,

estadual e municipal pelos geradores dos resíduos sólidos.

No artigo 15 da constituição brasileira, a PNRS tem como objetivo estabelecer metas

de programas para os próximos vinte anos, onde o plano nacional deverá ser

atualizado a cada quatro anos.

Os Planos Municipais de Gestão dos Resíduos Sólidos, previstos no artigo 18, estão

mais voltados à operacionalização para a realização dos objetivos, metas e

diretrizes dos Planos Nacional e Estaduais e não somente ao planejamento. A

elaboração do Plano Municipal, assim como a dos outros planos, é uma condição

para que os estados e Municípios tenham acesso aos repasses de recursos da

União.

Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. (PNRS, 2010)

Dessa forma, serão priorizados no acesso aos recursos da União, os Municípios que

segundo o Art.18 da PNRS:

I - optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, incluída a elaboração e implementação de plano intermunicipal, ou que se inserirem de forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos sólidos. II - implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda.(PNRS, 2010)

Por esta razão, diversos municípios brasileiros trabalham em parceria com catadores

de resíduos sólidos, os quais coletam, fazem a separação e vendem os resíduos às

empresas recicladoras, por esta razão a PNRS, incentiva o desenvolvimento de

cooperativas e a legalização profissional, porém essa parceria deverá ser feita de

forma coordenada e não somente para diminuir os custos para o poder público com

a coleta seletiva.

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4 LOGISTÍCA REVERSA

O conceito de logistíca vem do meio militar. Nas grandes guerras, era necessário

produzir, abastecer e distribuir bens e produtos da melhor maneira possível, os

métodos utilizados antigamente se deslocaram para disputa pelo mercado no mundo

atual.

Todas estas mudanças não afetaram apenas a maneira de produzir, tudo isso faz

parte de um processo contínuo. A partir de então, o conceito de logística foi

consolidado, com o gerenciamento integrado das atividades necessárias para

facilitar o fluxo de matéria- prima e de produtos desde o local de aquisição até o

ponto de consumo final, de forma a atender o custo razoável. (GONÇALVES, 2007).

Segundo Novaes (2004), nesses 60 anos decorridos desde a Segunda Guerra

Mundial, a logística apresentou uma evolução continuada, sendo hoje considerada

como um dos elementos chaves na estrátegia competitiva das empresas, no início

era confundida com o transporte e armazenagem de produtos, hoje é o ponto crucial

da cadeia produtiva integrada, procurando atuar de acordo com o moderno conceito

de SCM – Supply Chain Management, ou seja, gerenciamento da cadeia de

produção.

Com a questão da sustentabilidade nos dias atuais, onde há uma preocupação em

preservar o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das

gerações futuras, as empresas necessitam preocupar-se com a logistíca reversa,

que nada mais é do que a devolução dos seus produtos fabricados, para o

reaproveitamento desses materias sob as diferentes formas.

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No fluxo da logística tradicional, o produto novo é produzido, estocado, expedido,

distribuído e consumido, enquanto o fluxo da logística reversa está relacionado ao

retorno de produtos e embalagens pós-consumo ao processo produtivo como

matéria-prima secundária. Algumas dessas atividades são, de certo modo, similares

àquelas que ocorrem no caso de retorno interno de produtos com defeito de

fabricação.

Logística reversa, portanto, relaciona-se às atividades de coletar, desmontar e

processar produtos usados ou partes de produtos, de modo a assegurar uma

recuperação, do ponto de vista ambiental . A figura 01 aponta a imagem utilizada

para simbolizar a logística reversa, segue abaixo:

Fonte: http://logisticamente.blogspot.com.br/2009/05/fotos-simbolo-da-logistica.html

Figura 01 – Símbolo da Logística Reversa

A Lei 12.305/2012 obriga as empresas fabricantes a estruturar programas de

Logística Reversa e a comunicar seus clientes sobre como proceder após o término

do ciclo de vida útil dos produtos.

A preocupação com o fluxo reverso já é comum a várias empresas, como as dos fabricantes de bebidads, que têm de gerenciar o retorno de embalagens dos pontos de vendas para os pontos de distribuição, dos fabricantes de pneus, dos fabricantes de baterias de celurares e as siderurgias – em que parte dos insumos de produção provém da sucata gerada pelos clientes. (GONÇALVES; MARINS, 2006, p. 3).

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De acordo com o art. 13, do decreto n° 7.404/10, logística reversa é o instrumento

econômico e social caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios

destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor

empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou

outra destinação final ambientalmente adequada.

Em outras palavras, logistíca reversa é o fluxo físico, é o deslocamento físico do

resíduo reciclável ou reutilizável, partindo do ponto de consumo até o local de

origem, fabricante. É o ciclo inverso estabelecido pelo consumo, os produtos

retornam aos fabricantes em geral como matéria – prima a ser reaproveitada.

Entre os fatores que têm estimulado maior interesse pela Logistíca Reversa,

destaca-se o avanço da legislação em vários países, obrigando vários setores

econômicos a responsabilizar-se pela gestão de seus resíduos. Porém, há também

um movimento voluntário de empresas que adotam práticas de Logistíca Reversa,

ora estimuladas por suas políticas de responsabilidade socioambiental, ora por

considerarem também as vantagens competitivas geradas nesse processo.

Com a globalização, as empresas reconhecem que além da busca pelo lucro, devem

estar conectadas com os stakeholders, safisfazendo acionistas, funcionários,

clientes, fornecedores, sociedade e o governo. Segundo Leite (2009), o

planejamento estratégico da empresa deverá ser elaborado com a visão holística de

competir, elaborar e inovar .

Recentes pequisas comprovam o crescimento de compreensão e do interesse

empresarial no Brasil pela logística reversa, porém ainda, apresenta pouco

conhecimento dos processos e valores envolvidos pela logística reversa (LEITE E

BRITO, 2003; LEITE, BRITO E SILVA, 2008 apud LEITE, 2009).

No Brasil, mais recentemente, seu interesse nas empresas estão sendo

demonstradas por inúmeras palestras, seminários e consultas que tem-se realizado

em associações, empresas e universidades e o interesse acadêmico pela sua

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23

inclusão como disciplina curricular em cursos de especialização em Logística

Empresarial (LEITE, 2009).

Segundo Leite (2009):

Logística reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós venda e de pós consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas: econômico, de prestação de serviços, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, dentre outros. (LEITE, 2009, p. 17).

Um dos maiores problemas ambientais urbanos é a dificuldade da disposição do lixo

urbano, pois com o aumento da velocidade de descarte dos produtos de utilidade

após seu primeiro uso, motivado pelo nítido aumento da descartabilidade dos

produtos em geral, ao não encontrar canais de distruibuição reversos devidamente

estruturados e organizados, provoca um desequilíbrio entre as quantidades

descartadas e as reaproveitadas, gerando um grande problema ambiental.

Apesar das dificuldades encontradas no que diz respeito à logistíca reversa de forma

profissional e eficiente, pode-se dizer que apesar de não se ter uma consciência

ecológica bem definida da população, em contrapartida a necessidade financeira e a

falta de emprego contribui de maneira decisiva para o fluxo reverso dos materias

recicláveis. “Uma característica peculiar do Brasil é a presença de catadores que

usurfruem da atividade de coleta de resíduos recicláveis, fazendo do país um dos

maiores recicladores mundiais” (SANTOS, 2004, p.309).

Neste caso, fica claro que o Brasil é um grande país reciclador, não por consciência

ecológica da sua população, mas por causa do problema socioeconômico

vivenciado pela mesma.

Essas quantidades excedentes tornam-se visíves para a sociedade em aterros

sanitários, essas vertente tem se tornado um importante fator de incentivo à

estruturação e à organização dos canais de distribuição reversos pós consumo.

Além das possíveis oportunidades econômicas oriunda do reaproveitamento dos

resíduos sólidos, a questão da sustentabilidade empresarial dirigirá esforços das

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24

empresas para a defesa de sua imagem corporativa e de seus esforços das

empresas para defesa de sua imagem corporativa e de seus negócios, enquanto as

sociedade se defenderão por meio da legislação e regulamentos.

O conceito de desenvolvimento sustentável, cujo objetivo é o crescimento com a

minimização dos impactos ambientais tem sido utilizado nos dias de hoje, onde se

procura atender às necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras

no atendimento de suas necessidades.

Novos princípios de proteção ambiental estão sendo propagados, como a lei

12.305/10, onde a responsabilidade deverá ser compartilhada, ou seja,

responsabilidade estendida do produto, o produtor deverá se responsabilizar pelo

produto até a decisão correta de seu destino após uso.

A utilização da logística reversa em empresas fornece um suporte para a melhoria e

expansão econômica e pode contribuir para o seu desenvolvimento. As empresas se

tornam competitivamente ativas ao utilizar técnicas de gestão que maximizem tanto

a utilização de seus recursos quanto à satisfação dos clientes

A logística reversa está conectada com o marketing social, ambiental e

principalmente a responsabilidade ética empresarial, desde quando adotada pela

cadeia produtiva de bens em geral, mesmo que seja de forma involuntária permite

que a imagem corporativa da empresa esteja cada vez mais comprometida com

questões de preservação ambiental, consequentemente, ações convenientes

dirigidas à presevação ambiental, dentro da visão contribuitiva de marketing social e

ambiental, serão recompensadas com uma imagem diferenciada como uma

vantagem competitiva.

É nesse contexto que o problema ecológico e de sustentabilidade ambiental nos

canais de distribuição reversos crescem, pois observa-se um grande interesse de

empresas modernas em um envolvimento ativo, na defesa de sua própria imagem

corporativa, ou seja, há um interesse na melhoria da estruturação e organização

desses canais reversos.

Page 26: MONOGRAFIA_maio_2012 Rev Valdemar PDF

25

A informação voltada aos integrantes da cadeia produtiva, especialmente aos

consumidores finais, é um dos elementos fundamentais de qualquer iniciativa na

área de Logística Reversa. É importante destacar que o papel da informação e da

comunicação nos processos logísticos permaneceu em segundo plano na gestão da

cadeia de suprimentos. A falta de tecnologias apropriadas também contribuiu para

que gestores desconsiderassem o papel da comunicação para aprimoramento do

desempenho logístico.

No entanto, o notável avanço, nas últimas décadas, dos sistemas de informação

alterou essa percepção. Novos sistemas informatizados, mais eficazes e sistêmicos,

fizeram da comunicação um elemento estratégico no debate atual sobre logística.

É evidente a necessidade do surgimento de um novo empresariado e um novo

consumidor, já que a nova lei exige que a responsabilidae seja compartilhada.

A logísitica reversa pode ser entendida de duas maneiras, as de pós consumos e a

de pós venda.

A logística de pós consumo, operacionaliza o fluxo físico e as informações

correspondentes de bens de consumo descartados pela sociedade, em fim de vida

útil ou usados com possibilidade de reutilização e resíduos industriais que retornam

ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo pelos canais de distribuição reversos

específicos. Esses produtos de pós-consumo poderão originar-se de bens duráveis

ou descartáveis que poderão sofrer: Reuso; Desmanche ou Reciclagem. No caso de

não haver nenhuma dessas possibilidades mencionadas, o produto deverá ter um

“destino final” em aterros sanitários, lixões ou sofrerem incineração.

Segundo Leite ( 2009),

O objetivo econômicco da implementação da logística reversa de pós consumo pode ser entendido como a motivação para obtenção de resultados finaceiros por meio de economias obtidos nas operacões industriais, principalmente pelo aproveitamento de componentes ou de matérias – primas secundárias, provinientes dos canais recersos

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de remanufatura ou de reciclagem, ou de revalorizações mercadológicas nos canais reversos de reúso ( LEITE, 2009, p.102).

Ou seja, a substituição das matérias-primas virgens por matérias-primas secundárias

ou recicladas, que normalmente apresentam preços menores e exigem quantidades

de insumos energéticos para sua fabricação geram menores custos para fabricação

dos produtos.

A logistíca reversa pós venda se debruça sobre produtos novos, ou pouco utilizados,

que apresentaram algum tipo de defeito (e essa logistica servirá para consertar tal

problema), ou no caso dos produtos perecíveis, produtos que já passaram do seu

prazo de validade (e, neste caso, tais produtos não serão reutilizados).

Trata do fluxo logístico e das informações logísticas correspondentes de bens de

pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que são devolvidos. Nessa categoria

incluem-se erros nos processamentos dos pedidos, garantia dada pelo fabricante,

defeitos ou falhas no funcionamento do produto, avarias no transporte, mercadorias

em consignação, liquidação de estação de vendas, pontas de estoque etc. Trata-se

de produtos que podem retornar ao ciclo de negócios agregando-lhes valor

comercial, serem enviados à reciclagem ou para um destino final na impossibilidade

de reaproveitamento.

Logo abaixo, pode-se verificar o ciclo dos produtos pós venda, pós consumo e

industrializados.

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27

Fonte: Leite, 2009.

Figura 02 – Ciclo dos produtos pós venda, pós consumo e industrializados

Todos esses bens são considerados resíduos sólidos, pois de alguma maneira se

não retornarem aos seus fabricantes, tornam-se um grave problema para sociedade

e meio ambiente.

Todos os produtos possuem seu cico de vida. O conceito de ciclo de vida tem-se

estendido para além de um simples método para comparar produtos, sendo

atualmente visto como uma parte essencial para conseguir objetivos mais

abrangentes, tais como sustentabilidade.

Segundo Ferreira ( 2001 ), em sua tese de doutorado, o termo “ciclo de vida” refere-

se à maioria das atividades no curso da vida do produto desde a sua fabricação,

utilização, manutenção, e deposição final; incluindo aquisição de matéria-prima

necessária para a fabricação do produto.

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Incluir a Análise de Ciclo de Vida no processo de tomada de decisão possibilita uma

compreensão dos impactos ambientais e dos impactos na saúde humana que

tradicionalmente não é considerada quando se seleciona um produto ou um

processo.

A Figura 03 ilustra os possíveis estágios de ciclo de vida e as típicas entradas e

saídas.

Fonte: http://www.numa.org.br/Vworkshop%20ama.htm. Acesso em 08.06.2012.

Figura 03 – Ciclo de vida do produto

A tecnologia, o marketing e a logística são alguns contribuintes para a redução do

ciclo de vida dos resíduos, o crescimento do lançamento de novos produtos,

aumento de produção causam exaustão das destinações finais tradicionais para os

produtos de pós consumo, assim, direcionando às empresas no equacionamento de

uma logística reversa eficiente nos resíduos de pós - consumo e pós - venda na

destinação final para estes produtos.

Como abordado anteriormente, só será possível a aplicação da Lei N° 12 305/10 -

PNRS, caso haja integração entre todos os sistemas, partindo do governo que é o

que formulou a lei.

O desinteresse das empresas na implementação da Logistíca reversa são: a

dificuldade das empresas em medir o impacto efetivo do retorno de produtos e de o

fluxo reverso ser entendido como uma atividade de alto custo paralela às operações

usuais da empresa (BRAGA, 2006).

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29

A necessidade da aplicação da lei, mesmo que seja para uma promoção das

mesmas, realizando um marketing social, porém o governo deverá, salientar esse

desejo com incentivos fiscais e monitoramento para a eficiência de sua execução.

4.1 RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA

A lei da PNRS N° 12305/10, diz que os fabricantes, importadores, distribuidores,

comerciantes e consumidores são responsáveis pelo ciclo da vida dos produtos,

assim, deverá viabilizar a coleta e dos resíduos ao setor produtivo para

reaproveitamento em seu ciclo, ou ainda destinação final ambientalmente adequada,

por este motivo, fechar o ciclo de vida de um produto ou parte dele dentro da

própria indústria é um ideal perseguido por diversos setores, tanto por trazer

benefícios socioambientais quanto por reduzir a necessidade de aquisição de

matérias – primas virgens, sendo o lixo uma das questões mais complexas quando

se fala em sustentabilidade, gerir resíduos de forma adequada e inseri-los

novamente no processo produtivo tornou-se uma solução eficiente inovadora.

Por outro lado, tem organizações que não se interessam pela logística reversa

porque o retorno dos seus resíduos e a sua reciclagem é do ponto de vista

financeiro inviável, pois a sua matéria é encontrada facilmente no mercado, evitando

assim, os custos com transporte e com reciclagem.

[...] como os volumes transacionais é bem menor que o direto e o valor relativodos materiais ou bens de pós – consumo é baixo se comparado a dos bens riginais e esse fato se dá por nem sempre as condições naturais do mercado permitir identificar e equacionar os diversos fatores que impede o fluxo de maiores volumes me o retorno de produtos de pós venda é considerado, na maioria das vezes, um garnde problema empresarial a ser equacionado (NASCIMENTO, 2004, p. 62).

Por este motivo a lei 12.305/10 foi criada, esta por sua vez, veio com o intuito de

obrigar às empresas a desenvolverem a responsabilidade compartilhada, artigo 30

da constituição brasileira, citada no capítulo anterior.

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30

No art.3, inciso XI, da PNRS nos traz um moderno conceito de gestão integrada de

resíduos sólidos, que prevê um conjunto de ações voltadas à busca de soluções

para os resíduos, de forma a considerar as dimensões política, econômica,

ambiental, cultural e social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável, dentre

esta definição logo abaixo, encontra-se algumas obrigações impostas pela PNRS.

Os produtores / fabricantes, terão uma responsabilidade pelo produto eletro –

eletrônico mesmo após o fim da sua vida útil, obrigando-se a promover a

logística reversa (art. 33 da PNRS), mas também uma correta rotulagem

ambiental para possibilitar a efetivação dessa logística (Art. 7, inciso XI da

PRNS);

A eco-concepção do produto a fim de prevenir os perigos decorrentes da

transformação do produto em resíduo (Art 3, inciso I da PNRS), e ainda

obrigações financeiras para com a entidade gestora dos resíduos, conforme

art. 33 da PNRS .

Os Comerciantes e Distribuidores: Aqui, a responsabilidade se traduz no

dever de informar os clientes e consumidores no que tange à logística reversa

e sobre os locais onde podem ser depositados o lixo eletrônico e de que

forma esses resíduos serão valorizados (art. 31, inciso II da PNRS);

Os Consumidores: Neste grupo, enquadram-se os Consumidores e os

Utilizadores Finais dos Equipamentos Eletro-Eletrônicos. Estes assumem a

obrigação de colaborar com a gestão dos REEE, depondo seletivamente o

lixo eletrônico nos locais identificados pelos Comerciantes e Distribuidores

(art. 33, §4°, da PNRS).

Assim, dentro dessa nova estrutura de gestão dos resíduos sólidos todos têm

responsabilidades específicas e igualmente relevantes. Não adianta nada os

produtores criarem uma rede de logística reversa eficiente, se os consumidores não

depuserem seus resíduos nos locais apropriados. O contrário também é verdadeiro,

Page 32: MONOGRAFIA_maio_2012 Rev Valdemar PDF

31

afinal, não adianta a boa vontade dos consumidores se não existir uma estrutura de

recolha do lixo.

É esta falta de estrutura que representa o grande entrave na política de gestão

prevista na PNRS. Não se pode ignorar que a nossa cultura de gestão de resíduos é

"zero". Daí porque o planejamento de política pública é o ponto inicial para qualquer

medida que pretenda ser eficaz nesta área.

A lei da PNRS n° 12305/10, diz que os fabricantes, importadores, distribuidores,

comerciantes e consumidores são responsáveis pelo ciclo da vida dos produtos,

assim, deverá viabilizar a coleta e dos resíduos ao setor produtivo para

reaproveitamento em seu ciclo, ou ainda destinação final ambientalmente adequada.

Esta legislação ainda define que deverão ser destinados para os aterros sanitários,

os resíduos que esgotarem todas as possibilidades de tratamento e recuperação por

processos tecnológicos .

Os aterros dependem de área extensa para serem instalados, na qual o solo é

preparado com mantas especiais para não atingir o lençol freático, ao contrário dos

lixões, nos aterros não se verifica a contaminação por chorume, liquido mal cheiroso

proviniente da decomposição de matéria orgânica, que é canalizado para ser

tratado.

Os aterros possuem válvula de gases para que não causem contaminação no local

onde estiverem localizados, os aterros constituem locais onde os resíduos são

depositados e confinados, sem causar maiores danos ao meio ambiente, já que

nesses locais os resíduos são comprimidos por máquinas que diminuem seu

volume, e após, com um trator, os resíduos são empurrados.

Em Salvador, o aterro sanitário é administrado pela concessionária BATTRE – Bahia

Transferância e Tratamento de Resíduos LTDA – responsável pelos serviços de

operação e manutenção da Estação de transbordo (local onde é feita a

concentração do lixo a serem transportadas pelo aterro), em entrevista ao blog

Page 33: MONOGRAFIA_maio_2012 Rev Valdemar PDF

32

responsabilidade em foco, a Battre concessionária responsável pelo aterro sanitário

de Salvador – Bahia, ratifica que a responsabilidade de separação dos resíduos não

é função da organização, porém a lei deixa clara que esses aterros não deveriam

aceitar os resíduos que pudessem ainda passar por transformações sustentáveis.

Fica-se a pergunta, de quem seria a responsabíilidade? O governo não deveria atuar

de forma rígida, evitando esse tipo de lacuna na constituição? Já que a

responsabilidade é compartilhada, não deveria o governo está inserido também

nesse contexo, fiscalizando e punindo às empresas que não seguissem a

legislação?

Analisando não mais o contexto das empresas, os consumidores são responsáveis

pela destinação dos resíduos sólidos segundo a responsabilidade compartilhada,

quando utilizados os produtos, existe uma comunicação de como e onde descartar

os resíduos pelas empresas? É explícito os procedimentos a serem utilizados pelos

consumidores? Não deveria os fabricantes disponibilizarem pontos específicos de

coletas sem custos e dificuldades? Essas preocupações serão analisadas

posterioremente com o estudo de caso.

No momento, já se tem a estrutura legal, porém a efetividade dos resultados

esperados dependem não somente dos órgãos de controle ambiental, mas de toda a

sociedade, de toda a cadeia produtiva, o importante seria que todos se

conscientizassem que o gerador/poluidor deverá ser responsável pelo destino de

seus resíduos, a função dos órgãos governamentais, não é somente a aplicação da

legislação, mas incentivar a sua aplicabilidade da PNRS, junto às camadas da

sociedade e aos setores produtivos de forma a promover o reaproveitamento dos

resíduos e verificar a viabilidade da criação dos incentivos fiscais para que os artigos

que retornassem para o consumo, pudessem ser reaproveitados e voltassem sem

um aumento abusivo nos preços.

Um dos grandes problemas enfrentados pelas organizações, é a política de

impostos adotada pelo governo, que insiste em tributar materiais que já foram

utilizados e que portanto, já responderam por suas responsabilidades, assim

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33

inviabilizando a transformação dos resíduos. Não existe qualquer tipo de incentivo

ou insenção de impostos, por grande parte do governo.

As autoridades fiscais impõem sérias restrições, pois a carga de impostos inibe os

movimentos de materiais por meio das fronteiras estaduais, o que impede o

aumento da escala operacional.

Todos os impostos incidem sobre as notas fiscais emitidas na primeira produção e

quando sucata, o imposto sobre circulações de mercadorias e prestação de serviços

(ICMS), de competência estadual, torna a ser cobrado. Em circulação dentro do

estado há insenção, mas saiu de um estado para outro a tributação é total.

O imposto sobre produtos industrializados (IPI), federal, é diferenciado para alguns

casos, mas volta a incidir sobre as sucatas, principalmente se elas forem pré

industrializadas. O imposto sobre serviços (ISS), municipal, incide sobre todas as

atividades, cada movimentação registrada em notas fiscais, onerando os

orçamentos públicos, que poderiam ser evitados por meio do desenvolvimento de

cadeias produtivas vigorosas para reciclagem. Assim, salienta-se mais uma vez a

participação do estado na legislação, pois não basta implementar a lei e sim

incentivar e fornecer apoio para que esta vigore de forma correta. (Disponível em:

http://www.setor3.com.br. Acesso em: 10.04.2012)

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34

5 LOGÍSTICA REVERSA DE LÂMPADAS FLUORESCENTES: UM ESTUDO DE

CASO

Segundo dados do Portal São Francisco, no Brasil são consumidas cerca de 100

milhões de lâmpadas fluorescentes, desse total 94% são descartadas em aterros

sanitários, sem nenhum tipo de tratamento, contaminando o solo e a água com

metais pesados. (Disponível em www.portalsaofrancisco.com.br. Acesso em

10.04.2012 às 15:20).

As lâmpadas incandescentes convencionais são produzidas de vidro e metal, elas

não contém materias prejudiciais ao meio ambiente, na verdade, não há problema

em se jogar as lâmpadas no lixo de casa, porém elas não devem ser jogadas em

lixos para reciclagem de vidros, pois o tipo de vidro usado na produção de lâmpadas

é diferente dos vidros convencionais

As lâmpadas halógenas são preenchidas com uma pequena quantidade de gás

halógeno mas a quebra de muitas lâmpadas não oferece nenhum perigo às pessoas

e ao meio ambiente, ou seja, podem ser jogados no lixo de casa.

Lâmpadas fluorescentes tubulares e fluorescentes compactadas contêm

quantidades pequenas de mercúrio, estas lâmpadas ao invés de serem jogadas em

lixos específicos para vidros recicláveis ou em lixos de casa devem ser enviadas

para reciclagem apropriada.

Desde o apagão de 2001, quando as chamadas lâmpadas econômicas se

incorporaram à vida brasileira, o consumo desse tipo de produto manteve-se em

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35

escala ascendente. Só nos últimos quatro anos, a média de crescimento foi da

ordem de 20% ao ano. O volume de importações em 2007 ficou em

aproximadamente 80 milhões de unidades, vindas quase todas da China, país que

lidera a fabricação no continente asiático, onde esse processo está concentrado.

(Disponível em <http://www.coletasolidaria.gov.br>. Acesso em 09.06.12.

É inegável o aumento do consumo das lâmpadas fluorescentes no Brasil, tendo em

vista que uma lâmpada fluorescente de 20W é equivalente a uma lâmpada

incandescente de 60W. Porém a primeira custa 10 vezes mais que a segunda,

conseguindo consumir 60 a 70% menos energia e tem uma vida útil maior,

funcionando até 10.000 horas. (Disponível em

http://questaoamb.blogspot.com.br/2008/10/reciclagemdelmpadasfluorescente.htm)

Em pesquisa realizada no ano de 2012 pela Associação Brasileira de Importadores

de Produtos de Iluminação, a organização conseguiu comprovar que cada lâmpada

fluorescente compacta de 15W, equivale a uma incandescente de 60W, resultando

em uma economia de 2 reais por mês na conta de luz. Quem tem dez lâmpadas,

algo razoável em residências de classe média, já aufere R$ 20,00 em economia. A

entidade quer propagar essa informação de forma maciça. No entanto, pela

abrangência e pelo tamanho do investimento necessário, inclusive com anúncios em

rádio e televisão, está no momento buscando apoio governamental para a

implementação da proposta.

Por outro lado, vem crescendo ininterruptamente a preferência por esse tipo de

lâmpada, em cujo interior há mercúrio, substância poluente. Por isso é de se esperar

que o descarte adequado do produto pós-consumo seja alvo de total atenção por

parte dos importadores e do poder público.

O grande problema das lâmpadas fluorescentes, é que com o aumento do consumo

pela população, o descarte ainda continua inadequado. Na sua composição está o

vapor de mercúrio, que ao entrar em contato com os seres humanos, causa grandes

malefícios à saúde provocando danos neurológicos, além da contaminação do solo,

da água, da vegetação e dos animais.

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Poucas empresas oferecem o serviço de reciclagem de lâmpadas fluorescentes. O

número já é pequeno e, para piorar, a logística de transporte de resíduos perigosos,

o caso em questão torna-se especialmente complexo em função da legislação

brasileira sobre o tema.

Da carga ao veículo, passando pelo condutor, são exigidas documentações,

classificações e advertências pautadas pelo rigor das legislações ambientais. A

preocupação é correta, louvável, mas um pouco de flexibilidade nesse processo

contribuiria para facilitar, em grande parte, já que na Constituição Federal Brasileira

é exigida a logística reversa.

O licenciamento é um processo burocrático, por meio do qual o capitalismo impõe a

sua vontade, compra consciências e, no limite, devasta o ambiente. No intervalo

entre esses extremos, existe a desinformação e, pior, o desinteresse pelo

aprimoramento do mecanismo.

Na realidade, são múltiplas as principais causas desses problemas, interligadas

entre si. Pode-se citar:

• a baixa qualidade dos estudos ambientais elaborados para a obtenção das

licenças;

• a visão cartorial do processo de licenciamento;

• as deficiências nos processos de comunicação com a sociedade;

• os conflitos políticos internos aos órgãos do setor ambiental;

• a indefinição das competências legais de cada nível de governo (União, estados e

municípios).

Essas são algumas das principais causas que cada vez mais bloqueiam e atrasam

os investimentos.

Por exemplo, a norma norte-americana “Standards for Universal Waste Management

- 40 CFR Part 273 Subpart B”, estabelece regras especiais para o transporte de

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37

resíduos perigosos em pequenas quantidades. O limite para encaixar-se nessa

legislação é de até 5 toneladas.

Nos Estados Unidos da América (EUA), o objetivo é reduzir o custo da logística

reversa sem que o risco aumente significativamente. É permitido que os postos de

coleta armazenem por até 10 dias tal quantidade de lâmpadas (até 5 toneladas),

sem a necessidade de grandes investimentos e autorizações dos órgãos ambientais.

A simplificação dos processos burocráticos tem a finalidade de fazer com que novas

organizações possam atuar no mercado, facilitando o descarte de maneira correta.

Na Alemanha, com uma produção de 30 milhões de toneladas anuais de resíduos

por ano, metade formada por embalagens, o país europeu instituiu uma

gerenciadora. Regulado pelo governo, o órgão tem a missão de coordenar a coleta,

triagem e entrega do material reciclado, evitando a obrigação de recebimento dos

resíduos das embalagens pelas redes de varejo, que poderiam ficar

sobrecarregadas com a implementação do sistema.

A regulação alemã ainda estabeleceu a responsabilidade compartilhada entre

fabricantes de embalagens, distribuidores, envasadores e importadores, que ficaram

responsáveis em gerenciar o ciclo de vida dos produtos. As indústrias e varejistas

podiam optar por se afiliarem à gerenciadora ou se responsabilizarem

individualmente pela gestão das embalagens que colocam no mercado. A adesão

significava o pagamento de uma tarifa por embalagem produzida, para financiar a

gerenciadora.O índice de reciclagem na Alemanha está hoje em 67%, sendo o mais

elevado da Europa e seu modelo foi utilizado em vários países da Europa e de

outros continentes. (Disponível em

<http://www.clrb.com.br/ns/noticias.asp?q=in&id=74>. Acesso em 10.06.2012).

A figura abaixo ilustra as consequências causadas pelo mercúrio no descarte

incorreto das lâmpadas fluorescentes.

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38

Fonte: http://www.ortomoleculardrhigashi.med.br/avancos_cientificos.aspx?id=25. Acesso em 04.06.2012.

Figura 04 – Malefícios causados a sociedade pelo mercúrio

Um estudo realizado no Brasil pela Associação Brasileira de Engenharia em

Produção - ABEP, no qual foram pesquisadas as diferentes formas de destinação

das lâmpadas contendo mercúrio, verificou-se que em função do desconhecimento

dos mecanismos de regulação da destinação destes resíduos ou em função da

dificuldade em separar os diferentes materiais que compõem as lâmpadas, a maior

parte destas é destinada de forma indevida.

O descarte não planejado de resíduos faz do homem, causador dessa situação, no

seu próprio algoz, no momento em que sua conduta inconseqüente e irresponsável

o conduz à exposição aos efeitos deletérios e o expõe ao prejuízo dele e da

sociedade a qual está inserido

Os órgãos reguladores com a fiscalização rigorosa ajudam o meio ambiente. Uma

das exigências do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia -

INMETRO, é que os fabricantes dêem a garantia mínima de um ano. Alguns

Page 40: MONOGRAFIA_maio_2012 Rev Valdemar PDF

39

fabricantes chegam até a dobrar esse período, porém o problema é apenas

amenizado, já que em algum período as lâmpadas irão parar de funcionar.

Vale salientar que a norma da ABNT NBR:10004 NR15, recomenda uma

concentração de mercúrio no ar de até 0,04mg/m3. O Conselho Nacional de Meio

Ambiente - CONAMA e a FEMA recomendam que os efluentes tenham no máximo

0,01mg/L de mercúrio.

Segundo informações do INMETRO, as lâmpadas fluorescentes possuem como

características a vida útil maior e o consumo menor de energia, a utilização destas

lâmpadas representa uma redução significativa da exploração dos recursos naturais,

pois, quanto menor o consumo de energia, menor será a necessidade de novas

usinas para produzi-las. (Disponível em

<http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/fluorescentes.asp>. Acesso em

10.06.2012)

A inexistência de fabricantes de lâmpadas fluorescentes no Brasil é um outro grave

problema. A maioria dos fabricantes encontra-se na China e realizar a logística

reversa, torna-se oneroso para os fabricantes.

Por este motivo, é necessário que a legislação brasileira haja com rigidez, evitando

que o Brasil torne-se um acumulador de resíduos, incentivando as empresas a

promoverem projetos e financiando já que a circulação de um continente a outro se

torna um procedimento complicado.

A lei prevê punição para os envolvidos na cadeia produtiva que não colaborarem

com a nova política, assim que ela estiver totalmente implantada no país. As

penalidades vão da cobrança de multa até o processo com base na Lei de Crimes

Ambientais.

No artigo 33, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, diz que são obrigados a

estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos

produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de

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limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, os fabricantes, importadores,

distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; pilhas e

baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas

fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos

eletroeletrônicos e seus componentes.

Dos que são obrigatórios pela PNRS a fazer logística reversa, quatro já o fazem.

São eles: agrotóxicos; pilhas e baterias; pneus e óleos lubrificantes. (Disponível em

<http://www.clrb.com.br/ns/noticias.asp?q=in&id=112>. Acesso em 10.06.2012).

Segundo o Jornal Nacional (2010) uma lâmpada fluorescente de 32 watts tem

potencial para poluir 30 mil litros de água. Imagine se tudo isso indo para lixões, de

forma indiscriminada, trazendo um grande impacto ambiental, pois 290 milhões de

lâmpadas fluorescentes são vendidas por ano no Brasil.

Essa é a prática no Brasil: 95% das lâmpadas fluorescentes são descartadas em

lugares inadequados. Muitas vão parar na rua e depois para os aterros e lixões, um

perigo para a saúde e para o meio ambiente, já que as lâmpadas fluorescentes têm

mercúrio, um metal altamente tóxico.

Em 14 de Outubro de 2010, no litoral norte da Bahia, Costa de Coqueiros, 20.000 mil

litros de àgua foi contaminado pelo mércurio de uma única Lâmpada fluorescente.

(Disponível em http://groups.yahoo.com/group/forum_agenda21. Acesso em

04.06.2012).

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Fonte: http://groups.yahoo.com/group/forum_agenda21_rgs/message/598. Acesso em 04.06.2012

Figura 05 – Descarte inadequado de lâmpada fluorescente. É importante que os municípios se articulem politicamente com os órgãos de

governo federal, estadual e municipal, a fim de construírem políticas públicas de

resíduos sólidos integradas e complementares à Política Nacional, em busca de

alternativas institucionais que otimizem recursos, em busca de oportunidades para

negócios com geração de emprego e renda e receitas para o município.

Assim, a gestão dos resíduos sólidos, antes considerada um problema

socioambiental passa a ser uma oportunidade para a atuação do poder público no

atendimento dos diferentes grupos sociais, uma vez que a estruturação de uma

Política Nacional de Resíduos Sólidos vem ao encontro de um dos grandes desafios

a ser enfrentado pelos governos e pelo conjunto da sociedade brasileira - o

problema da geração de resíduos sólidos.

5.1 ANÁLISE DA ENTREVISTA

Com o intuito de averiguar o processo de logística reversa das lâmpadas

fluorescentes em Salvador – Bahia realizou-se uma entrevista com o proprietário da

empresa IVOMAX para compreender as idéias apresentadas na monografia,

ilustrando o panorama atual de como é desenvolvido na prática, o trabalho com as

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lâmpadas fluorescentes e as dificuldades encontradas para o desenvolvimento da

reciclagem.

A entrevista foi realizada no dia 29.05.2012, com o proprietário da IVOMAX, a única

empresa licenciada pelo órgão ambiental do estado da Bahia (Instituto de Meio

Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA) localizada em Pirajá, Salvador – Bahia.

No Anexo A, encontra-se a Portaria Nº 2759/2012 que define os critérios e diretrizes

para elaboração e apresentação ao INEMA de documentos e informações em meio

digital a serem inseridas no Sistema Estadual de Informações Ambientais e de

Recursos Hídricos - SEIA, para formação e posterior instrução de processos para o

licenciamento ambiental.

Segundo o proprietário da empresa acima referida, o surgimento da mesma ocorreu

pela necessidade do mercado na reciclagem das lâmpadas fluorescentes, iniciando

sua operação em 17.12.2004. Atualmente, a IVOMAX possui 10 funcionários.

Em entrevista realizada o mesmo respondeu as seguintes perguntas:

1. Existe alguma parceria com os fabricantes das lâmpadas fluorescentes?

Não, pois no Brasil não existe mais fabricante de lâmpadas, todas as marcas

produzem e importam da China.

2. Como é solicitado o serviço da empresa?

Pelos meios de comunicações disponíveis – meio físico ou eletrônico

3. A empresa possui a certificação exigida pelo governo para trabalhar com a

reciclagem das lâmpadas fluorescentes?

Sim. É licenciada pelo INEMA.

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4. Houve alguma dificuldade para a certificação?

Não. Porém a burocracia é extensa, tivemos que reduzir o serviço proposto já que à

medida em que buscamos oferecer um trabalho de maneira mais ampla, crescem as

dificuldades.

5. Qual o processo para conseguir a licença ambiental do estado da Bahia?

Está disponibilizado no site do INEMA (www.inema.ba.gov.br).

6. A IVOMAX tem conhecimento de outras empresas que realizam esse serviço

em Salvador?

Sim.

7. Quantas lâmpadas são arrecadadas por mês?

Processamos em média 80.000 por mês.

8. Qualquer pessoa pode solicitar o serviço, ou somente empresas?

Qualquer pessoa. Toda a nossa atividade é voltada para Pessoa Jurídica.

9. Como funciona a forma de pagamento, por unidade ou possui uma

quantidade específica?

Por unidade.

10. A empresa utiliza o papa lâmpadas na reciclagem?

Utilizamos a UVFm – Similar ao Papa Lâmpadas.

11. Como funciona o equipamento utilizado?

Processo “incompany”, a UVFm é conduzida até o endereço do cliente, onde irá

triturar as lâmpadas, filtrar as partículas sólidas e reter por absorção o vapor de

mercúrio, liberando o ar descontaminado para a atmosfera.

Todos os resíduos gerados são levados para o Galpão da Ivomax onde

posteriormente terá destinação aos fornecedores qualificados.

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A Ivomax não utiliza aterros industriais ou sanitários e não gera efluentes e as

emissões atmosféricas são monitoradas.

Fonte: Fernanda Costa, 2012

Figura 06 - UVFm aparelho utilizado para reciclagem das lâmpadas fluorescentes.

A figura acima é o automóvel utilizado para levar o equipamento até as empresas

que solicitam o serviço, já que a IVOMAX não pode armazenar as lâmpadas por

causa da legislação.

Fonte: IVOMAX, 2012.

Figura 07 - Folheto da Ivomax.

Elaborar parágrafo fazendo uma análise das respostas.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os entraves na logística reversa são ocasionados por problemas essencialmente de

carência logística, como falta mão-de-obra qualificada e específica para cada setor,

falta incentivos governamentais em relação a projetos, incentivos fiscais, além de

estímulos a formação de cooperativas que visem alternativas para a reutilização de

materiais, ocasionando desperdício de tempo, de dinheiro e acúmulo de resíduos e

riquezas em locais impróprios ou lotados como os aterros e lixões.

Os pontos mais críticos do processo produtivo estão relacionados principalmente a

etapa do descarte das lâmpadas fluorescentes.

A logística reversa é a economia certa para empresas que já se anteciparam ao

cumprimento da legislação e lucro garantido à sociedade com o descarte

ecologicamente correto dos resíduos.

Foi demonstrado no decorrer do trabalho, alguns artigos da constituição que já se

encontram em vigor, porém divergentes às ações da atualidade.

A logística é a base para a resolução dos problemas ambientais, porém não basta a

simplificação na legislação, o governo deve conscientizar a população, o que não

adiantaria que todas as empresas implementassem a logística reversa se a

sociedade e todos os envolvidos no processo não tiverem consciência das suas

responsabilidades. É necessário ter consciência que a lâmpada não pode ser

descartada de forma inadequada no lixo de casa, existem normas para o seu

descarte e estas são desconhecidas pela população.

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Na constituição, está claro que todas as empresas deverão realizar a logística

reversa, a responsabilidade compartilhada, ou seja, a responsabilidade de toda a

cadeia de produção, juntamente com a sociedade, porém apenas quatro tipo de

materiais conseguiram implementar a logística reversa até 2012, e apenas se tem

um ano e meio para a implementação total, já que até 2014 todas as empresas

deverão estar de acordo com a lei em vigor, fato que também consta na Lei nº

12.305/2010.

A importância da logística reversa dentro de um projeto de reaproveitamento de

resíduos torna-se essencial por gerar renda, prolongar a vida útil de um produto às

vezes reciclando, reaproveitando ou até mesmo fazendo subprodutos, contudo, o

que foi averiguado é que a indústria tem uma capacidade incrível de crescimento,

mas por problemas internos e externos os gargalos ou entraves no sistema

produzido provocam vários problemas causando um efeito dominó. O gerenciamento

de resíduos pode render um bom lucro para a organização que consegue trabalhar a

logística reversa sem entraves.

Até o momento pode-se afirmar que no Brasil, há uma percepção negativa do

processo de licenciamento ambiental. Para alguns segmentos da sociedade, trata-se

de um gargalo, um obstáculo, um desestímulo aos grandes investimentos em infra-

estrutura e, por conseguinte, um bloqueador da geração de emprego e renda.

Com relação à logística reversa das lâmpadas fluorescentes em Salvador,

considera-se que a ineficiência dos órgãos fiscalizadores corrobora para ratificar o

problema de pesquisa. Com o estudo realizado foi demonstrado que não existem

fabricantes no Brasil, dificultando a logística reversa, já que por se tratar de um

produto importado e que causa problemas a sociedade e ao ecossistema, a lei

vigente deveria atuar de forma diferente, obrigando que os produtos entrassem no

país com projetos ambientais criados pelas organizações.

Outra dificuldade existente é onde descartar as lâmpadas fluorescentes, em

Salvador existem algumas empresas, porém para solicitar o serviço, os

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consumidores devem pagar. Os varejistas não recebem as lâmpadas, e não existem

postos específicos para coleta das lâmpadas na cidade, forçando os consumidores

a realizarem o descarte de maneira incorreta.

O governo obriga a Responsabilidade Compartilhada, porém não dá a sustentação

necessária para que ocorra o que está deferido na lei. Faltam campanhas

educativas, os consumidores não estão cientes dos perigos que estão expostos,

quando realizam o descarte de maneira incorreta, aos perigos que causam ao meio

ambiente e ao outro cidadão, a exemplo dos garis e dos catadores de lixo, que não

conhecem a maneira correta de descartarem as lâmpadas que não podem mais

serem utilizadas.

O licenciamento ainda é muito lento e burocrático, a empresa entrevistada minimizou

o serviço ofertado, pois segundo a legislação ambiental do estado é necessário o

licenciamento para o transporte das lâmpadas fluorescentes, licenciamento para

armazenagem e licenciamento para reciclagem, uma vez que se trata de um produto

altamente tóxico à saúde humana e ao meio ambiente.

A coleta seletiva acontece de maneira pouco atuante na cidade, muitos cidadãos

ainda fazem a seguinte pergunta, para que separar o lixo se na hora da coleta o lixo

é todo misturado?

Os aterros sanitários só deveriam receber os rejeitos, porém aceitam os resíduos e

relatam que a obrigação da empresa é apenas no recebimento, o governo deverá

fiscalizar essas organizações e desburocratizar o licenciamento, facilitando que as

cooperativas atuassem na cidade, assim ajudaria na reciclagem e na geração de

renda, já que quanto maior a mão de obra atuante, maior a renda, já que este passa

a ser um consumidor mais ativo. Faltam projetos na cidade, a legislação deve apoiar

a criação de cooperativas, mas dificulta na realização do trabalho das mesmas.

Desse modo, o estudo aponta que se torna necessária a intensificação da

fiscalização e monitoramento por parte dos órgãos ambientais, no intuito de fornecer

suporte e apoio às empresas, tanto quanto a conscientização da sociedade,

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realizando-se programas e ações de educação ambiental e, efetivamente tornar

possível a aplicabilidade da Lei N° 12305/2010, da Política Nacional de Resíduos

Sólidos, notadamente quanto à responsabilidade compartilhada e a logística reversa

dos produtos.

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49

REFERÊNCIAS

BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. BRAGA JUNIOR, S.S; COSTA, P. R.; MERLO, E. M. Logística reversa como alternativa de ganho para o varejo: um estudo de caso em um supermercado de médio porte. Anais do IX Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais: Simpoi 2006. São Paulo: FGV-EAESP, 2006. BRASIL. Lei nº 12.305, de 22 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3.8.2010. FAVORETTO, Ligia. Pesquisas revelam que as tendências de consumo dessa fatia da população começam a dar sinais de adesão à sustentabilidade, mais ainda são baseadas em preços e marca in Guia da Farmácia. Fevereiro, 2011.Disponível em <http://www.akatu.org.br/Content/Akatu/Arquivos/file/1811_02_01_guia_da_farmacia_publico_jovem.pdf>. Acesso 20.05.2012. FERREIRA, José. V. R. Análise de ciclos de vida dos produtos. Instituto Politécnico de Viseu, 2004. GONÇALVES, Marcus Eduardo et al. Logítica Reversa numa empresa de lâmpadas de vidro. Um estudo de caso gestão e procedimento. V. 13, n.3, São Carlos, 2007. IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. NASCIMENTO, A Logística Reversa: As principais razões do uso pelas organizações. Local: Editora. 2004, f.71 NOVAIS, Antonio Galvão: Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2004 SANTOS A Agnelli I Manrich S. Tendências e desafios da reciclagem de embalagens Plásticas Polímeros e Ciência e Tecnologia, V. 4, n.5.

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50

www.acopesp.org.br/artigos/gina%20artigo%2067.pdf. Acesso em: 25.03.2012) www.akatu.org.br/Content/Akatu/Arquivos/file/1811_02_01_guia_da_farmacia_publico_jovem.pdfhttp://www.ocorreionews.com.br/noticia/11325-assomasul-fara-capacitacao-sobre-residuos-solidos.html. acesso em: 25.03.2012 http://www.clrb.com.br/ns/noticias.asp?q=in&id=74 Acesso em 10.06.2012 http://www.coletasolidaria.gov.br. Acesso em 09.06.12.

www.ibge.gov.br. Acesso: 12.03.12. http://groups.yahoo.com/group/forum_agenda21_rgs/message/598 www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/fluorescentes.asp. Acesso em 29.05.12 às 15:56. www.ortomoleculardrhigashi.med.br/avancos_cientificos.aspx?id=25 www.portalsaofrancisco.com.br. Acesso em 10.04.2012 às 15:20. www.responsabilidadeemfoco.blogspot.com. Acesso em: 12.03.2012 www.setor3.com.br/jsp/default.jsp?tab=00002&subTab=00000&newsID=a4343.htm&template=58.dwt&testeira=33&sectid=186&leiamais=884. Acesso em: 10.04.2012

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APÊNDICE A – AUTORIZAÇÃO PARA A BIBLIOTECA

BIBLIOTECA BASÍLIO CATALÁ CASTRO

AUTORIZAÇÃO

Eu, Fernanda Cristina Costa Silva, CI 0841915385, autorizo a Faculdade 2 de Julho

a utilizar minha monografia de Conclusão de Curso no seu Site e na sua Biblioteca –

disponibilizando fotocópia para seus usuários.

Salvador, 11 de Junho de 2012

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APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC

Esta entrevista tem por objetivo subsidiar a pesquisa de campo para a elaboração do

Trabalho de Conclusão do Curso - TCC de Administração da Faculdade 2 de julho, intitulado

APLICABILIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: LOGÍSTICA

REVERSA DE LÂMPADAS FLUORESCENTES NO COMÉRCIO EM SALVADOR-BAHIA

Para tanto, as respostas serão utilizadas como subsídio para a análise e confrontação teóricas sobre o assunto.

ROTEIRO DE ENTREVISTA

1- Há quanto tempo a empresa está no mercado?

2- Quantos funcionários a empresa possui?

3- Existe alguma parceria com os fabricantes das lâmpadas fluorescentes?

4- Como é solicitado o serviço da empresa?

5- A empresa possui a certificação exigida pelo governo para trabalhar com a

reciclagem das lâmpadas fluorescentes?

6- Houve alguma dificuldade para a certificação?

7- Se existiu alguma dificuldade para certificação, comentar.

8- Qual o processo para conseguir o certificado?

9- A Ivomax tem conhecimento de outras empresas que realizam esse serviço

em Salvador?

10- Quantas lâmpadas são arrecadadas por mês?

11- Qualquer pessoa pode solicitar o serviço, ou somente as empresas?

12- Como funciona a forma de pagamento, por unidade ou possui uma

quantidade específica?

13- A empresa utiliza o papa lâmpadas na reciclagem?

14- Como funciona o equipamento utilizado na reciclagem?

15- Qual o ciclo de vida das lâmpadas fluorescentes?

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ANEXO A – PORTARIA Nº 2759/2012

PORTARIA Nº 2759/2012 - Define os critérios e diretrizes para elaboração e apresentação ao

INEMA de documentos e informações em meio digital a serem inseridas no Sistema Estadual de Informações Ambientais e de Recursos Hídricos - SEIA, para formação e posterior instrução de

processos.

O DIRETOR DO INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS – INEMA no exercício das

competências que lhe foram delegadas pela Lei 12.212, de 04 de maio de 2011, e

CONSIDERANDO o processo de modernização da gestão ambiental no Estado iniciada com a edição

da Lei Estadual nº 12.212, publicada em 04 de maio de 2011, que modificou a estrutura

organizacional e de cargos em comissão da Administração Pública do Poder Executivo Estadual, e dá outras providências e, nestes termos, criou o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos –

INEMA.

CONSIDERANDO a sanção da Lei Estadual nº 12.377, de 28 de dezembro de 2011, que alterou a Lei

nº 10.431, de 20 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a Política Estadual de Meio Ambiente e de

Proteção à Biodiversidade;

CONSIDERANDO a implementação do Sistema Estadual de Informações Ambientais e de Recursos

Hídricos - SEIA que possibilitará a tramitação dos processos eletronicamente, acesso a imagens, disponibilizadas via satélite, e informações vetoriais por meio do Geobahia, além da análise integrada

dos processos;

CONSIDERANDO que o §3º do artigo 45 da Lei 10.431/2006, alterado pela Lei 12.377/2011, preleciona que o conteúdo dos estudos, das condicionantes e das outras medidas para o

licenciamento serão definidos no regulamento desta Lei, e em outros atos complementares a serem editados pelos órgãos coordenador e executor da Política Estadual de Meio Ambiente, obedecido o

princípio da publicidade;

CONSIDERANDO a necessidade de a Administração Pública oferecer melhores serviços aos

administrados, mediante o contínuo aprimoramento dos procedimentos, servindo-se das inovações

tecnológicas disponíveis;

RESOLVE:

Art. 1º - Fica instituída a tramitação eletrônica do processo único de regularização ambiental.

Parágrafo único - A partir de 05/06/2012, a formação e instrução dos processos administrativos de

regularização ambiental serão inteiramente digitais.

Art. 2º - A partir da implementação do SEIA resta estabelecido que todos os documentos necessários

à formalização do processo único de regularização ambiental somente serão admitidos em meio digital.

§1º - O SEIA contemplará todos os novos processos de licenciamento ambiental.

§2º - Apenas àquelas solicitações de formação de processo cuja inicialização,- com a emissão do

correspondente boleto bancário, tenha começado antes da implementação do novo sistema não

estará obrigada à tramitação digital.

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Art. 3º - Para fins de atendimento ao artigo 1º desta Portaria, serão exigidas as seguintes extensões,

em tamanho não superior a 5 megabytes por carga no sistema:

a) Formato jpeg ou jpg para imagens, que não sejam mapas georreferenciados;

b) Formato pdf para documentos que não sejam imagens;

Parágrafo Único - Nas hipóteses da inserção no SEIA de mapas georreferenciados, remete-se aos

critérios e diretrizes, conforme norma vigente.

Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,

Em 04 de junho de 2012.

JÚLIO CÉSAR ROCHA MOTA

Diretor Geral