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INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ IFPR FRANCISCO NIVALDO ARAÚJO GOMES GESTÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO CEARÁ: DA FORMAÇÃO DOS GESTORES ÀS PRATICAS ADMINISTRATIVAS CURITIBA 2013

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INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – IFPR

FRANCISCO NIVALDO ARAÚJO GOMES

GESTÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO CEARÁ: DA FORMAÇÃO DOS GESTORES ÀS PRATICAS ADMINISTRATIVAS

CURITIBA

2013

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FRANCISCO NIVALDO ARAÚJO GOMES

GESTÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO CEARÁ: DA FROMAÇÃO DOS GESTORES ÀS PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Especialização para Gestores dos

Sistemas Estaduais de Ensino, Instituto

Federal do Paraná – IFPR, como requisito

parcial de avaliação.

Orientadora Profa. Dra. Maria de Fátima

Rodrigues Pereira

CURITIBA

2013

Page 3: Monografia versao para o ipu noticias

RESUMO

O Governo do Ceará implantou em 2008, as Escolas Estaduais de Educação

Profissional, com Ensino Médio Integrado a Educação Profissional em tempo integral. O

estudo pretende analisar a gestão da educação profissional no ceará, da formação dos gestores

às práticas administrativas. Tem por objetivo analisar questões fundamentais que os gestores

escolares das EEEPs enfrentam face à sua formação, suas possibilidades e dificuldades na

busca de novas respostas e demandas que se apresentam no espaço escolar. Foi impulsionada

por objetivo de levantar questões que vão ao encontro da formação, verificando a influência

da legislação educacional, no incentivo a essas práticas. Realizou-se a pesquisa junto aos

gestores das Escolas Estaduais de Educação Profissional do Ceará, onde os diretores atuam e

administram a escola com formação continuada ou não. A metodologia utilizada foi a

pesquisa documental e bibliográfica, de caráter qualitativo. A pesquisa de campo foi realizada

através de questionário aplicado aos gestores das EEEPs, que objetivam a compreensão dos

atores do processo educativo sobre o modelo de gestão implantado nessas escolas de

formação profissional. A pesquisa estabelece analogia à gestão escolar, como os autores

apontam, interpretam e a relacionam com o fazer diário dos educandos/gestores dentro das

escolas e de que forma ela é interpretada pela legislação. A partir desse momento, a pesquisa

identifica a realidade dos gestores nas escolas para verificar até que ponto em seu cotidiano o

espaço de trabalho cria possibilidades dando subsídios à prática da gestão escolar, ou

dificultando, uma vez que a escola é um espaço onde o gestor é continuamente envolvido em

suas atribuições. Neste sentido, este estudo trata de questões vinculadas a formação dos

diretores gestores às suas práticas administrativas. Foi feita uma abordagem dos aspectos

históricos da gestão escolar no Brasil, o processo de escolha e indicação de gestores que

atuam na gestão das escolas públicas estaduais do Ceará. Feito uma discussão a gestão escolar

no interior da escola e sua relação com a política, no exercício do poder. Fazendo uma

abordagem sobre as competências requeridas ao gestor de uma organização de pessoas, Por

último, segue o relato da pesquisa que contempla diretamente as respostas dos gestores, tais

como: tempo de atuação no magistério e na gestão escolar, formação, dificuldades

encontradas, formação em gestão da educação profissional e uma avaliação das competências

desenvolvidas na gestão escolar. Desta forma, acredita-se que o tema é de suma importância

para nós, profissionais da educação, que desejam realizar uma gestão embasada em princípios

democrático-participativos.

Palavras-chave: gestão escolar; educação profissional; formação dos gestores; competências

profissionais.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

1. ASPECTOS HISTÓRICOS DA GESTÃO ESCOLAR NO BRASIL 09

2. FORMAÇÃO, ESCOLHA E INDICAÇÃO DO DIRETOR NO CEARÁ 16

3. GESTÃO ESCOLAR: PODER, POLÍTICA E DEMOCRACIA 20

3.1. Gestão Escolar: O Poder, Conceito e Objeto 20

3.2. Direção Escolar 22

4. COMPETÊNCIAS REQUERIDAS AO GESTOR DE UMA

ORGANIZAÇÃO HUMANA

27

4.1. A Gestão Escolar e a Formação do Gestor para uma Escola em Mudança 28

4.2. O Perfil Profissional do Gestor Escolar para uma Escola em Permanente

Processo de Transformação

31

5. GESTÃO ESCOLAR NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL NO CEARÁ: CONSOLIDAÇÃO E ANÁLISE DA

PESQUISA DE CAMPO

34

5.1. Formação dos Gestores das EEEPs: Resultados da Pesquisa de campo 34

CONSIDERAÇÕES FINAIS 46

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 48

ANEXOS 51

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INTRODUÇÃO

Com o objetivo de elevar o nível dos resultados das escolas públicas do Ceará e

capacitar mão-de-obra, o Governo do Estado criou um plano de assistência aos jovens

estudantes que estão na última etapa da educação básica, o Ensino Médio Integrado. O

projeto, iniciado em

2008, tem por finalidade vincular educação básica à educação profissional, dando

assim oportunidade dos jovens complementarem seus estudos.

O Governo implantou em 2008, 25 Escolas Estaduais de Educação Profissional

EEEPs, com Ensino Médio Integrado a Educação Profissional em tempo integral, destas, 6

são em Fortaleza, capital do Estado. Hoje, são mais 30 mil alunos em 70 municípios do estado

estudando nesse formato. E a estimativa é chegar a 140 escolas até o final de 2014.

O modelo cearense foi inspirado nos CEEs (Centro de Ensino Experimental) ou

ginásios experimentais, que levavam ensino integral a estudantes de ensino médio desde 2006

em Pernambuco e que já se espalharam também por São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro.

As EEEPs adotaram o modelo de gestão utilizado pelos CEEs, focado no protagonismo

juvenil, na preparação para a vida e em projetos integrados, mas diferente dos ginásios

experimentais, optaram por incluir no ensino médio a formação profissionalizante.

Esta pesquisa tem por objetivo analisar questões fundamentais que os gestores

escolares das EEEPs enfrentam face à sua formação, suas possibilidades e dificuldades na

busca de novas respostas e demandas que se apresentam no espaço escolar.

A pesquisa foi impulsionada pelo objetivo de levantar questões que vão ao encontro da

formação verificando a influência da legislação educacional, no incentivo ou não a essas

práticas. Realizou-se a pesquisa junto aos gestores das Escolas Estaduais de Educação

Profissional do Ceará, onde os diretores atuam e administram a escola com formação

continuada ou não. Desse ponto de vista, a primeira reflexão relaciona-se aos aspectos

históricos da gestão escolar no Brasil e também da indicação escolha dos gestores da escolas

da rede pública estadual do Ceará.

A metodologia utilizada, em primeira instância, foi a pesquisa documental e

bibliográfica, de caráter qualitativo, através de fontes primárias (documentos e decretos que

estabelecem a educação profissionalizante integral da esfera estadual e federal) e fontes

secundárias (através de publicações científicas sobre o tema estudado). À posteriori, a

pesquisa foi realizada através questionário aplicado aos gestores das EEEPs de, que objetivam

a compreensão dos atores do processo educativo sobre o modelo de gestão implantado nessas

escolas de formação profissional.

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A pesquisa estabelece analogia com gestão escolar, como os autores apontam,

interpretam e a relacionam com o fazer diário dos educandos/gestores dentro das escolas e de

que forma (sugiro sem o ela) ela é interpretada pela legislação.

A partir desse momento, a pesquisa identifica a realidade dos gestores nas escolas para

verificar até que ponto em seu cotidiano o espaço de trabalho cria possibilidades dando

subsídios à prática da gestão escolar, ou dificultando, uma vez que a escola é um espaço onde

o gestor é continuamente envolvido em suas atribuições. Neste sentido, este estudo trata de

questões vinculadas à formação dos diretores gestores às suas práticas administrativas.

No primeiro capitulo, faz-se uma abordagem dos aspectos históricos da gestão escolar

no Brasil, apontando as principais mudanças e reformas ocorridas desde a chegada dos

jesuítas a atual legislação.

O segundo capítulo relata a formação, o processo de escolha e indicação de gestores

que atuam na gestão das escolas públicas estaduais do Ceará.

O terceiro capítulo discute a gestão escolar no interior da escola e sua relação com a

política, de forma ideológica ou partidária no exercício do poder.

O quarto capítulo aborda as competências requeridas ao gestor de uma organização de

pessoas, é uma das principais vertentes com as quais os responsáveis pela gestão das

organizações devem aprender a lidar.

Por último, segue o relato da pesquisa que contempla diretamente as respostas dos

gestores, tais como: tempo de atuação no magistério e na gestão escolar, formação,

dificuldades encontradas, se possui formação em gestão da educação profissional e uma

avaliação das competências desenvolvidas na gestão escolar.

Acredita-se que o tema é de suma importância para nós, profissionais da educação,

que desejamos realizar uma gestão embasada em princípios democrático-participativos.

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CONSEDERAÇÕES FINAIS

Muito se tem estudado, pesquisado e escrito sobre o modelo de organização da escola.

No entanto, as práticas inovadoras de gestão pouco têm contribuído para o alcance da

melhoria da qualidade do trabalho da escola.

A pesquisa procura compreender o universo escolar, nesse momento de transição da

educação cearense, e a importância da gestão por resultados na concepção de escola

profissional integrada.

Diante do percurso histórico vivido, ao longo dos anos, pela educação profissional

brasileira, é importante que tenhamos um olhar mais apurado e crítico sobre as reformas

estabelecidas nos últimos anos a essa modalidade de ensino. Face à descontinuidade de

políticas públicas ao ensino profissional, é importante observarmos se não estamos nos

deparando com mais uma política educacional sem perspectiva de perpetuidade.

Somando-se a isso, não se pode deixar de ressaltar que a cultura organizacional que

pressupõe um modelo gerencial de resultados pode ser utilizada como mecanismo de controle

pelas escolas e empresas. Portanto, é de suma importância proporcionar um estudo que

viabilize um desvelamento das intenções do modelo de gestão gerencial e quais implicações

sociais serão destinadas ao cenário educacional do Ceará.

É preciso, desse modo, que os segmentos da escola comecem a perceber que as formas

participativas apregoadas pelo Estado tornam o termo democracia uma simples adjetivação da

gestão, retirando, com isso, o seu sentido humano e político. Daí a necessidade de se contar

com a construção de um novo e diferente projeto de escola. Um projeto que seja financiado

pelo Estado, mas que represente efetivamente os anseios, as expectativas e os sonhos dos

segmentos da escola. Um projeto que garanta o desmantelamento da hierarquização do poder

no interior das instâncias educativas, da fragmentação entre as tarefas de concepção e

execução do trabalho, da centralização do comando, enquanto princípios que limitam a

participação e que fortalecem o modelo de gestão fundamentado na burocracia.

Em tempo de transição. a fragmentação cultural é vasta e profunda, estamos perante

novos desfasamentos entre economia, cultura, sociedade e política. Há uma aceleração da

mudança social, a globalização não cessa de progredir, as novas técnicas de informação e

comunicação não param de alterar o nosso quotidiano. Neste contexto, pensar a educação e a

formação torna-se tarefa muito complexa. Mas esta complexidade deve ser enfrentada como

tal, não deve ser liofilizada em torno do referencial técnico-económico, sob pena de

perdermos horizontes históricos fundamentais de desenvolvimento da educação e de

formação.

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A Gestão da educação profissional, hoje é considerada um tema bastante complexo e

que envolve o conhecimento tanto da legislação educacional quanto das ações levadas a cabo

pelos governos e atores sociais.

O reconhecimento de que a escola faz diferença e de que essa diferença está associada

ao desempenho da equipe escolar, reforça a importância do papel dos profissionais da escola

como protagonistas desse processo de mudança, determinando a necessidade de seu

desenvolvimento profissional permanente não só como direito de acesso a esse

aprimoramento, mas também como parte da estratégia voltada para a melhoria da eficácia da

escola.

A construção de um projeto de educação profissional contra-hegemônico exige uma

nova compreensão sobre o papel da educação profissional, radicalmente diferente da que

predominou até então. Uma nova concepção deve tornar a educação profissional como uma

importante mediação no processo de construção de conhecimentos científico-tecnológicos na

esfera nacional e da formação humana dos trabalhadores, na perspectiva de se tornarem

dirigentes. Deve ser guiado por valores éticos-politicos e não individualistas ou corporativos.

Diante do exposto, percebe-se que as reformas do ensino técnico, que vem ampliando

as vagas na educação profissional técnica, como um dado relevante da necessidade do pais de

formar quadros para a atender as demandas produtivas do mercado, de modo a que essa possa

estar inserindo os jovens no mercado de trabalho. É um dado positivo acerca da ampliação de

vagas públicas na educação profissional, mas também não se pode deixar de ressaltar que esta

é uma demanda dos empresários, e, portanto, contam com o governo para realizar um projeto

seu. De qualquer forma, como fica patenteado nos discursos governamentais, o que é bom

para os empresários, é bom para o Brasil.

Por fim, seria omissão deixar de pontuar, no contexto da formação de gestores, o que

já é de amplo conhecimento da sociedade e dos educadores brasileiros: a consideração do

contexto dos avanços da gestão escolar no Brasil, desde a Constituição de 1988. Esse

movimento foi seguido dos processos de escolha de dirigentes, da constituição dos conselhos

escolares e do desenvolvimento de várias experiências bem-sucedidas. Entretanto, parece ser

necessária uma ação determinada por outra via: a do desenvolvimento das competências das

equipes e lideranças escolares como política capaz de auxiliar a escola pública no

cumprimento das incumbências já estabelecidas na LDB.