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 FACULDADE KURIOS - FAK BACHARELADO EM TEOLOGIA DANIEL DE ALBUQUERQUE DURAND DESIGREJADOS FORTALEZA   CE 2013

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FACULDADE KURIOS - FAK

BACHARELADO EM TEOLOGIA

DANIEL DE ALBUQUERQUE DURAND 

DESIGREJADOS 

FORTALEZA –  CE

2013

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FACULDADE KURIOS - FAK

BACHARELADO EM TEOLOGIA

DANIEL DE ALBUQUERQUE DURAND

DESIGREJADOS

FORTALEZA –  CE

2013 

Monografia apresentada como exigência do cursode Bacharelado em Teologia, para a obtenção dotítulo de graduação, sob orientação do professorCélio Junior.

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FICHA CATALOGRÁFICA

DURAND, Daniel de Albuquerque

Desigrejados. Fortaleza –  CE. Faculdade Kurios - FAK

Orientação: Prof. Célio Junior

Páginas: 63

Monografia apresentada como exigência do curso de Bacharelado emTeologia para obtenção do título de Graduação

1. Desigrejados; 2. Desencanto; 3. Reformas.

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DESIGREJADOS

DANIEL DE ALBUQUERQUE DURAND

APROVADA EM ____/ ____/ ________

BANCA EXAMINADORA

 ______________________________________________

 ______________________________________________

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A todos os cristãos evangélicos que desejam saber mais sobreessa nova tendência e o que fazer com a igrejainstitucionalizada.

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AGRADECIMENTOS 

Agradeço a Deus, que me permitiu chegar até aqui somente por sua misericórdia, graça e amor, e por

ter me direcionado no desenvolvimento e explanação deste conteúdo.

A minha esposa, pelo o incentivo, e filha, que durante um tempo tive que abrir mão de meu auxílio e

companhia para que esta obra pudesse ser elaborada.

A meu orientador Professor Célio Junior, que me conduziu na realização deste trabalho.

Ao colega João Bosco por suar sugestões e pela correção ortográfica desta obra.

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RESUMO

Esta obra analisa, sob a ótica do autor, através da Bíblia Sagrada, da hermenêutica bíblica, da

exegese textual, da história do cristianismo, de obras e citações de líderes e teólogos, e dos

comentários das pessoas entrevistadas um fenômeno que emerge desafiando a igreja

institucionalizada, conhecido popularmente como “desigrejados”. A origem do fenômeno, os

oportunistas envolvidos, a postura da liderança e membros da instituição eclesiástica, bem como os

 problemas doutrinários dos “desigrejados”, e da instituição religiosa são claramente explanados. O

desencanto com a instituição Cristã, suas causas, suas falhas e os desmandos da mensagem distorcida

do evangelho de Cristo e da sã doutrina estão claramente abordados no decorrer desta obra. As

 propostas do autor de reformas na instituição visam trazer uma “luz no fim do túnel” para a crise que

caminha a igreja institucionalizada. O texto analisa ainda os erros doutrinários do movimento

apresentando uma refutação bíblica com solidez e imparcialidade. A eclesiologia sadia, bíblica e

espiritual está demonstrada de forma objetiva, bem como deve ser o cuidado com todos os cristãos

que fazem parte do corpo de Cristo. O autor alerta os líderes para que evitem os mais diversos tipos

de desmandos, escândalos, abusos, heresias, divisões, dogmas doentios que tanto prejudicam a obra

de Deus, fortalecem o fenômeno “desigrejados” e que deixam feridas nos filhos de Deus. 

Palavras-chave: “Desigrejados”. Instituição. Reformas. 

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ABSTRACT

This work analyzes, in the perspective of the author, through the Holy Bible, biblical hermeneutics,

textual exegesis, history of Christianity, works and quotes from leaders and theologians, and the

comments of people interviewed a phenomenon that emerges challenging the church

institutionalized, popularly known as “unchurched”. The origin of the phenomenon, the opportunists

involved, the attitude of the leadership and members of the ecclesiastical institution, as well as the

doctrinal errors of “unchurched”, and of the religious institution are clearly explained. The

disenchantment with the Christian institution, its causes, its failures and excesses of the distorted

message of the gospel of Christ and sound doctrine are clearly addressed in the course of this work.

The author proposed the institution of reforms aimed at bringing a "light at the end of the tunnel" for

the crisis that walks the institutionalized church. The text also examines the doctrinal errors of this

action presenting a biblical refutation with strength and impartiality. The sound, biblical and spiritual

ecclesiology is presented objectively and how should be the care for all Christians who are part of

Christ's body. The author warns leaders to prevent several kinds of excesses, scandals, abuses,

heresies, divisions, sick dogmas that both hinder the work of God, strengthen the phenomenon

“unchurched” and wounds that leave in God's children. 

Keywords: “Unchurched”. Institution. Reforms. 

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Sumário 

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 091. DESIGREJADOS .......................................................................................................................... 111.1 O contexto do fenômeno “desigrejados” ................................................................................................ 11

1.2 A opinião de pastores, teólogos e escritores evangélicos .............................................................. 121.3 Frases e textos dos desigrejados .................................................................................................... 141.4 Entrevistando “igrejados” e “desigrejados” ................................................................................... 151.4.1 Perguntas enviadas a “desigrejados” não militantes do movimento “desigrejados” .................... 16

1.4.2 Perguntas enviadas aos militantes do movimento “desigrejados” .................................................. 17

1.4.3 Perguntas enviadas aos membros das instituições eclesiásticas  ..................................................... 19

1.4.4 Perguntas enviadas aos pastores das instituições eclesiásticas  ....................................................... 20

1.5 As características de um “desigrejado”  ................................................................................................. 23

1.6 Os grupos de “desigrejados”  ................................................................................................................... 23

1.7 Outros interesses por trás dos “desigrejados” ....................................................................................... 24

1.8 Heresias que surgem do movimento “desigrejados” ............................................................................ 25

1.9 Como surge um “desigrejado”? ............................................................................................................... 40

2. O DESENCANTO COM A INSTITUIÇÃO ............................................................................... 422.1 Posturas de lideres e liderados que causam repercussão negativa ...................................................... 42

2.1.1 O fenômeno gospel mercantilista ........................................................................................................ 42

2.1.2 Aplicação exagerada de práticas e costumes da Antiga Aliança na igreja  .................................... 42

2.1.3 Cultos antropocêntricos ........................................................................................................................ 43

2.1.4 Forma de governo papal  ....................................................................................................................... 43

2.1.5 Culto à personalidade  ........................................................................................................................... 44

2.1.6 Ritualismo enfadonho ........................................................................................................................... 45

2.1.7 Escândalos de líderes ............................................................................................................................ 45

3. BUSCANDO REFORMAS NA INSTITUIÇÃO......................................................................... 463.1 Implantação de pequenos grupos nos lares  ........................................................................................... 46

3.2 Repaginação dos cultos visando aproximar os cristãos ....................................................................... 46

3.3 Focar uma eclesiologia a luz do Novo Testamento  ............................................................................. 47

3.4 Equilibrar as formas de governo eclesiástico: episcopal e congregacional  ...................................... 51

3.5 Um passo corajoso rumo à autonomia ................................................................................................... 51

3.6 Retorno aos cinco pontos da Reforma Protestante ............................................................................... 52

3.7 Voltar ao evangelho puro e simples  ....................................................................................................... 53

3.8 Por um fim a disputa denominacional  ................................................................................................... 553.9 Buscar unidade teológica ......................................................................................................................... 55

3.10 Trabalhar vida cristã na comunhão dos santos  ................................................................................... 56

3.11 Deixar no passado apóstolos e profetas ............................................................................................... 57

CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 59REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 61 

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INTRODUÇÃO

Esta obra é uma pesquisa bibliográfica sócio-histórica-crítica e teológica em que o autor

 busca compreender um fenômeno religioso que aflige a igreja cristã contemporânea. O enorme

êxodo de pessoas saindo da igreja institucionalizada e buscando novas alternativas de cristianismo

tem cativado a atenção de teólogos e causado danos ao povo de Deus.

A finalidade deste trabalho é conhecer as causas desta disfunção funcional da igreja, colher o

 ponto de vista dos propagadores, apresentar a opinião de teólogos, lideranças e membros da igreja

sobre este fato e oferecer fundamentos nas Escrituras que ajudem os envolvidos no retorno à

vivência do cristianismo bíblico.

O conteúdo desta obra apresenta as características dos grupos de “desigrejados” buscando

contribuir com os líderes que observam atônitos o esvaziamento de suas igrejas em uma época onde

a mensagem de um suposto cristianismo pragmático distorce a real mensagem das Escrituras

deixando uma multidão de vítimas desamparadas.

O desenvolvimento do movimento “desigrejados” tem resultado em um assédio de grupos

que atuam com interesses financeiros e doutrinários. E por isso, é fundamental que os cristãos

saibam no que realmente consiste a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo e os fundamentos da fé

cristã para que não sejam engodados por oportunistas que surgem com falsos ensinos.

De fato o movimento de “desigrejados” é um fenômeno tem gerado grandes transtornos para

as instituições evangélicas em todo mundo. Esse grupo vem se acumulando ao longo dos anos e é

 preciso se analisar como eles surgem. São pessoas de várias classes sociais, não havendo distinção

alguma de quem quer que seja.

São pobres, ricos, intelectuais ou não, de todas as raças e oriundos de todo tipo de

denominação evangélica. Alguns dos que se tornaram “desigrejados” vivem assim por falta de

alternativa no meio institucional, outros por que estão realmente desviados do caminho, já outros

estão se organizando em um tipo de pequena congregação ou pequeno grupo. Este movimento chega

a possuir muitos trabalhos de divulgação dessa alternativa de igreja.Posteriormente, esta obra vai à busca da causa do desencanto com a instituição. O que leva os

“desigrejados” a desprezarem a instituição eclesiástica para que o leitor perceba quais são esses

motivos. A postura da liderança e liderados das instituições tem causado uma repercussão negativa a

muitos. Não tem como negar que a prática mercantilista do exercício da fé vem contribuindo para o

desencanto. Inclui-se ainda o abuso de práticas e costumes do Antigo Testamento na eclesiologia

gerando um culto voltado para o ser humano ao invés de ser para Deus. O governo papal das

instituições alimentando o culto à personalidade, com ritos previsíveis e enfadonhos, culminando em

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escândalos de líderes completam as causas que conduz a instituição religiosa para essa quebra de

encanto que resulta em mais “desigrejados”. 

Esta obra busca oferecer conselhos práticos e bíblicos para a igreja institucional,

conclamando líderes e liderados para uma mudança em suas estruturas. Algo desafiador, polêmico,

novo, como toda proposta de mudança.

A condução da obra de Deus deve acontecer de maneira mais social, num ambiente familiar,

conduzindo o povo de Deus em pequenos grupos nos lares, repaginando os cultos na congregação,

focando-se numa eclesiologia mais pautada no Novo Testamento.

A busca por um equilíbrio nas formas de governo, a emancipação das congregações, o retorno

as “raízes da nossa fé”, deixando a ostentação de títulos, voltando ao evangelho puro e simples de

Jesus. São todas estas questões a serem devidamente analisadas e que contribuirão com a unidade

teológica da igreja.

Esta obra busca, desta forma, em todo o seu conteúdo, restaurar a comunhão dos santos na

igreja institucional, e colocá-la em seu lugar de destaque, removendo os obstáculos e abrindo as suas

 portas para que os “desigrejados” voltem ao seu convívio. De onde nunca deveriam ter saído. 

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1.  DESIGREJADOS

Uma característica das religiões é a existência de locais de culto. No cristianismo, a religião

fundamentada na Bíblia Sagrada, ocorre um fato inusitado. Seu local de culto, a chamada igreja, na

etimologia de seu termo, significa para o cristianismo tanto o local de culto como o coletivo de

cristãos.

Diante deste fato é inconcebível falar-se de cristianismo e ao mesmo tempo usar a inadequada

 palavra “desigrejados” como um movimento de caráter bíblico. A simples observação do significado

de igreja como coletivo de cristãos já demonstra que a palavra “desigrejados” é diametralmente

oposta ao cristianismo. Em sua essência este termo seria o mesmo que isolado, afastado de qualquer

cristão, o que mostra que este movimento ora estudado já nasceu de forma equivocada.

 Não existe cristianismo sem igreja, o que demonstra que de fato esta obra analisa um

 pseudocristianismo, um movimento que é se torna uma verdadeira propaganda enganosa. Convém

ressaltar que esta ideia só prospera em meios aonde o estudo sério da Bíblia não existe e a suprema

autoridade das Escrituras jamais é posta em prática.

1.1 O contexto do fenômeno “desigrejados” 

O termo “desigrejados” tem surgido na internet, devido ao fenômeno, passou a ser um a

 palavra nova para os dicionários.

 No site Genizah, Danilo Fernandes notifica:

O censo de 2010 aponta que os evangélicos brasileiros somam 42.275.440 de pessoas. Sendo22,16% dos brasileiros, um crescimento de 61,45% desde a última edição do censo em 2000.Crescimento ainda mais espantoso apresentou o grupo de evangélicos que se declararam“sem vínculo denominacional”. Nos dez anos separando os censos de 2000 e 2010 o numerode evangélicos assim declarados partiu de pouco mais de um milhão de pessoas chegando a

impressionantes 9.218.129 de crentes brasileiros. Um crescimento de mais de 780%. Nenhum outro grupo de evangélicos arrolados no censo experimentou crescimentosemelhante. (FERNANDES, 2013) 

Para alguns essa palavra é uma crítica ao movimento, para outros é vista positivamente como

uma bandeira. Entrando no mérito da questão, vê-se que o nome não vem muito a calhar. Pois

denuncia que os que não pertencem à instituição religiosa não pertencem à igreja de Cristo. Esse é

um lado pejorativo da palavra “desigrejado”. 

Percebe-se que há um trabalho muito forte dos grupos organizados de “desigrejados”. Até

maior do que o trabalho de evangelização dos não cristãos. E o foco é perceptível: jogar lama na já

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enlameada instituição religiosa. Logo, vem ao pensamento: Onde isso vai parar? Qual será o destino

desse movimento? O que será das instituições religiosas? Sobreviverão ao fenômeno? O que será

desses grupos religiosos? Tornar-se-ão uma nova proposta de instituição religiosa traindo seus

 próprios ideais se igualando ao que tanto repugnam? O movimento se acabará como os outros

“desigrejados”, desviados do caminho? A instituição religiosa se acabará? Ou a instituição religiosa

sofrerá uma grande reforma para que esses “desigrejados” voltem? O fato é que não se pode prever o

que irá acontecer. As possibilidades que podem ocorrer são muitas.

1.2 A opinião de pastores, teólogos e escritores evangélicos

Alguns pastores, teólogos e escritores evangélicos têm se manifestado sobre o assunto na

mídia. Observe algumas de suas declarações sobre esse movimento:

Alguns simplesmente abandonaram a igreja e a fé. Mas, outros, querem abandonar apenas aigreja e manter a fé. Querem ser cristãos, mas sem a igreja. Muitos destes estão apenasdecepcionados com a igreja institucional e tentam continuar a ser cristãos sem pertencer oufreqüentar nenhuma. Todavia, existem aqueles que, além de não mais freqüentarem a igreja,tomaram esta bandeira e passaram a defender abertamente o fracasso total da igrejaorganizada, a necessidade de um cristianismo sem igreja e a necessidade de sairmos da igreja

 para podermos encontrar Deus. Estas ideias vêm sendo veiculadas através de livros, palestrase da mídia. Viraram um movimento que cresce a cada dia. São os “desigrejados”. (LOPES,

2010) 

Esse tem sido o comportamento que norteia os “desigrejados”. O perfil do movimento foi

aqui retratado de forma genial pelo comentarista.

Existem “desigrejados”  que assim se tornaram porque foram feridos na batalha. Existem“desigrejados”  que se machucaram na caminhada, existem “desigrejados”  que assim setornaram porque não eram dos nossos, agora, existem “desigrejados”, que se fazem de“desigrejados”, por que não querem se submeter a ninguém. Tais pessoas relativizaram acomunhão dos santos, são avarentos, mestres de si mesmos, soberbos, orgulhosos, estão

sempre certos e nunca errados, ridicularizam a igreja demonstrando com isso que nuncanasceram de novo. Tais pessoas são movidas por falsas percepções doutrinárias, estão

 perdidas em sua própria apostasia, caminhando a largos passos para a condenação Eterna.(VARGENS, 2012). 

Percebe-se aqui uma perspectiva trágica daqueles que se ligam ao movimento dos

“desigrejados”. O comentarista revela de forma perspicaz a real natureza baderneira de muitos

envolvidos.

O crescimento numérico da igreja evangélica tem impressionado a todos. Entretanto, pesquisadores revelam que o grupo que mais tem crescido nos últimos anos é o dos “crentes

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sem igreja” –  pessoas convertidas, mas que, decepcionadas com os rumos da pregação e dainstituição, optaram por uma caminhada pessoal, vivida na intimidade, ou então pelaformação de pequenos grupos nos lares, reeditando o cristianismo do primeiro século [...]Após tanto crescimento  –   e alguns escândalos  – , a igreja evangélica estará diante de umacrise? Ou estará passando por uma nova Reforma? O fato é que muitos andam descontentescom o que vêem e questionam o modelo de igreja refletido na mídia. Se este desapontamento

não pode mais ser ocultado, cabe a pergunta: de que igreja os cristãos sentem falta?(MACEDO, 2007) 

É bom também refletir sobre essa ótica. Não se sabe ao certo no que resultará esse

movimento. Portanto, a palavra do autor acima conduz todos a encarar o movimento dos “sem

igrejas” com atenção e ponderação.

Apesar de tantas perseguições, divisões e muitas heresias destruidoras e do grande progressotecnológico e científico, a igreja de Cristo continua viva e forte no mundo de hoje. A verdade

é que milhões de pessoas estão se convertendo a Cristo anualmente em todo o mundo,especialmente no Brasil. Apesar disso, as lutas externas e internas da igreja são inúmeras.Dentre os diversos problemas que afligem a igreja de hoje destaca-se a onda do “cristianismosem igreja”. Na realidade, algumas das tendências contem porâneas da sociedade atual têmcontribuído para a elaboração de um “cristianismo diferente”, isto é, um cristianismo demassa, despersonalizado e individualista. Essa nova tendência tem contribuído para produzirum cristianismo sem igreja. (SAYÃO, 2010) 

Essa citação apresenta uma boa definição dos fatos que circundam a igreja. Apresentado o

movimento “desigrejados”  como produto de uma sociedade contemporânea pautada no

individualismo e no relativismo.

De maneira generalista, percebo o seguinte quadro: quem está dentro da instituição,trabalhando nela ou sendo sustentado por ela, defende-a com unhas e dentes; quem já passou

 por ela e dela saiu machucado ou frustrado, não poupa críticas e tenta minimizar suanecessidade e sua importância. E há ainda aqueles que ficam em cima do muro, ora seincluindo, ora não, e os que, deliberadamente, repelem qualquer tipo de instituição formal ouorganizada. Entretanto, em cada conversa que tenho com os irmãos de fé, enxergo um mistode desencanto, dor e descrédito camuflando muitas vezes um desejo paradoxal de esperança,de quem continua acreditando na igreja. Será sempre difícil lidar com a instituição, mas nãohá como escapar dessa realidade. Como definiu o pensador C. S. Lewis: „O cristianismo já éinstitucional desde o mais antigo dos documentos […]. A igreja, instituição divino -humana,

é a noiva de Cristo. Somos membros uns dos outros‟. Diante desses fatos, os desafios sempreforam grandes. Jesus, Senhor da Igreja, continua presente na instituição divino-humana,continua nos convidando para a experiência comunitária de ser sinal do reino (ou igreja doreino), e cabe a nós nos livrarmos „de tudo que nos atrapalha, e do pecado que nos envolve‟ 

 para melhor correr „com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos emJesus, autor e consumador de nossa fé‟. (Hb.12.1,2).  (BOMILCAR, 2012. Os Sem Igreja,

 pág.32) 

Esse comentário de Nelson Bomilcar, importante expoente do cristianismo brasileiro, retrata

de forma brilhante na obra “Os Sem Igreja” o quadro peculiar em que se encontra a igreja. Nota-se

que ele reúne todos os traços do que pinta a realidade da igreja hoje diante desse movimento dos

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“sem igreja”. O autor do livro não foge a realidade institucional em seu comentário. Que por sinal,

foi bem definida pelo pensador C. S. Lewis.

O crescimento dos “desigrejados” é uma fratura exposta na igreja. Não é uma coisa que se

 possa ignorar, tão pouco classificar como um fenômeno isolado. Da mesma forma, éevidente a tendência crítica de uma parcela considerável de crentes, mesmo entre osdevidamente “igrejados”, em relação à doutrina e a certas práticas mercantilistas dos líderesevangélicos com mais destaque na mídia. Observamos uma clara mudança no padrão decomportamento de uma parcela cada vez mais importante dos evangélicos, que se aparta deuma maioria ainda condicionada a „engolir ‟  abobrinhas generalizadas, desde que estastenham origem no púlpito de um „ungido‟ qualquer. O que é desigrejado? Há certa confusãoem torno do tema e uma tendência para a aglutinação de fenômenos diferentes sobre omesmo conceito. O desigrejado é a pessoa que decidi viver a sua fé cristã fora do ambienteeclesiástico. (FERNANDES, 2013) 

Convém ressaltar a importância desta observação que atribui o que está acontecendo ao

neopentecostalismo com sua filosofia triunfalista e mercantilista a manobrar massas incautas.

Todavia, o mesmo, revela o surgimento de uma parcela considerável de crentes esclarecidos que,

consequentemente revoltados com a situação atual da igreja, produz uma nova alternativa de igreja

denominada de “sem igrejas”, ou “desigrejados” ou ainda “igreja orgânica”. 

1.3 Frases e textos dos “desigrejados” 

Encontram-se também algumas frases e textos usados pelos “desigrejados” que estão em sites 

e blogs na internet:

Desigrejado é ser desvinculado dos lugares apelidados de "igrejas", é seguir a Cristo e nãodepender da igreja institucional, das instituições religiosas com placa de igrejas ou igrejolasou igrejas evangélicas e católicas, é sair do sistema religioso, negando o cristianismo - "Saidela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nassuas pragas”. (DESIGREJADOS, 2011) 

Se no nosso espírito entendermos e com a nossa boca confessar o Criador já O estaremosadorando. A adoração que damos a Ele é no entendimento, é o mesmo que confessar Ele,falar Dele para as pessoas. É ter a CERTEZA que Ele existe, que Ele é poderoso, que Ele é onosso Pai e Mestre, Soberano, Criador de TODAS as coisas. Reconhecer que Ele é TUDO!Pra que serve o culto de adoração? Pra que isto? O que é isto? Quem inventou isto? Por queme prestei a fazer ISTO? Pra que o Criador quer cultos de adoração? Pra que Ele quer estas

 práticas vindas de suas criaturas? É ISTO que o Criador nos pede? (MATEUS, 2014) 

Já existem hoje modelos de igrejas não institucionais que se reúnem nos lares excluindo todas

as formalidades dos modelos eclesiásticos. A chamada “igreja orgânica”, por exemplo, tem todo esse

 perfil. Observe abaixo a definição desse modelo de igreja que seus seguidores “desigrejados” adotaram:

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O que é uma igreja orgânica. Uma igreja orgânica é uma comunidade não institucionalizadade discípulos de Jesus que moram em um bairro ou região; uma congregação de pessoas quenasceram de novo pela fé em Jesus -- o Messias -- e que se reúnem freqüentemente paraedificarem-se mutuamente na fé, servir uns aos outros e aos necessitados, comer, tercomunhão e para adorar a Deus coletivamente. Seu alvo é viver igreja conforme os

 princípios e as práticas do Novo Testamento. É uma comunidade que se reúne

 principalmente nos lares dos seus membros, mas que também se encontra e reúne emquaisquer outros lugares. Geralmente possui o tamanho de 10 a 20 participantes (incluindocrianças). Quando crescem, elas se dividem em dois ou mais grupos. Algumas igrejas sereúnem periodicamente com outras igrejas da cidade, realizando grandes reuniões. Os seuslíderes e autoridades são pais de família - homens maduros na fé e na idade (presbíteros) quenão são clérigos profissionais e que possuam o máximo de características dadas em1Timóteo 3.2-5 e Tito 1.6-9 e 2.2. A liderança nas igrejas orgânicas, porém, não é exercidade forma dominadora, mas pelo exemplo, amor e respeito. Nas reuniões eclesiais das igrejasneotestamentárias incentiva-se a participação de todos, com base principalmente em1Coríntios 14.26. Não há liturgia fixa, mas geralmente adora-se a Deus com música, poesiaou orações, estuda-se a Bíblia, compartilham-se testemunhos e experiências e compartilha-seo pão. Não se cobram dízimos e às vezes são levantadas ofertas para os necessitados ou paraeventos e projetos da própria comunidade. Sobretudo, Jesus é o centro das reuniões e da vida

das igrejas. (IGREJA ORGÂNICA, 2009) 

Há também o movimento de “desigrejados” conhecido como “Igrejas neotestamentárias”. No

blog  de um dos divulgadores do movimento, o autor escreve:

A Hierarquia é uma coisa estranha na igreja. Uma aberração. Ela foi copiada dos romanos einserida na igreja, no quarto século. Já na segunda metade do Século II, percebe-se, pelascartas patrícias, as influências da civilização Greco-Romana na organização da igreja. Aigreja tem somente um cabeça - Jesus Cristo. Os homens e mulheres são membros do Corpo.E todos os membros recebem ordens diretas da cabeça (cérebro), por meio do sistema

nervoso. Em um corpo, nenhum membro manda em outro. Na igreja do Senhor Jesus Cristo,ele é o cabeça; os cristãos são membros que recebem ordens dele, por meio do seu "sistemanervoso", que é o Espírito Santo. Outra forte metáfora do significado da igreja é a família. Oscristãos são chamados para serem irmãos. Mesmo os irmãos mais velhos em uma família nãotêm autoridade sobre os mais novos. São iguais entre si, em termos de importância e deacesso ao pai. Na família de Deus, a única autoridade é Cristo. Os cristãos são todos irmãos eirmãs. Todos os cristãos são sacerdotes reais. As funções de cada um são diferentes,relacionadas aos seus respectivos dons e talentos, mas todos ministram diretamente aoSenhor, sem intermediários (1Tm.2.5). Quanto ao aspecto participativo, o contexto de1Coríntios 14.26-33 só pode ser praticado em pequenos grupos. Uma igreja tipo auditórioinviabiliza a participação de cada membro nas reuniões de adoração da igreja. A igrejainstitucional, com seu culto típico, é uma agressão ao "DNA" da igreja, pois impede a

 participação de todos. Somente em igrejas nos lares é possível a todos participarem. O Novo

Testamento nos foi dado como diretriz para a igreja em todos os tempos. A igreja de hojenão pode descartar as práticas e a vida da igreja neotestamentária, como se fossem coisas do

 passado. Na Trindade Divina há um relacionamento que se refletia na igreja primitiva e devese refletir na igreja hoje e sempre. As três pessoas de Deus se amam e são iguais entre si emautoridade (não há hierarquia entre eles). Os irmãos também devem rejeitar a hierarquiaentre si (abolir "cargos e/ou títulos eclesiásticos"), e amar uns aos outros, expressando istoem ações e palavras. Se hoje, uma comunidade quer ser uma igreja (de verdade), precisa teressas características. (ROCHA, 2009). 

1.4 Entrevistando “desigrejados” e “igrejados” 

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 Na busca de se compreender as atitudes dos “desigrejados”  o autor entrou em contato via

email e rede social com alguns adeptos deste movimento. As respostas apresentam subsídios

interessantes e que causam surpresa devido a algumas justificativas estapafúrdias.

Os posicionamentos dos entrevistados demonstram a gravidade do conflito que existe entre a

igreja institucionalizada e estes grupos que a estão rejeitando e atacando. Que cada um faça o seu

 juízo de valor das palavras registradas nesses depoimentos.

1.4.1 Perguntas enviadas a “desigrejados” não militantes do movimento “desigrejados” 

1)  Porque você saiu da igreja institucional?

Entrevistado 1:

Acho que foi depois que houve aquele movimento na Igreja Betesda, onde começou a se pensar sobre o que é realmente igreja, da filosofia da igreja, o que é ser cristão. São questõesque não são fáceis não é? Você vê o líder daquela instituição de repente colocando dúvidas enegando tudo que ele acreditava. Depois disso, passei a refletir se o que eu acreditava,realmente acreditava ou se estava seguindo a tese de outra pessoa. E saí por causa disso [...]as dúvidas foram crescendo [...] e culminou com o meu afastamento. 

Entrevistado 2:

Inicialmente a quantidade de projetos que me envolvi, como trabalhos e estudos, juntandocom o nascimento de minhas filhas da qual me vi obrigado a dedicar o resto de tempo queme sobrava para elas. Problemas pessoais foram os menores dos motivos, pois toda igreja éformada por humanos, logo, todos somos sujeitos a erros. Embora algumas vezes você, voltae meia, se pergunta o que está fazendo no meio de uma igreja, e o que você tem realmentefeito para Deus.

2)  O que há na igreja instituição que mais te causa repulsa?

Entrevistado 1:

Essa pergunta tem haver com a outra. Por exemplo, a Igreja Católica Romana ensina umaespécie de culto a Maria, e já os evangélicos dizem que isso foi um acrescido da tradição da

 própria Igreja Romana. Não consigo aceitar que a origem da fé seja a mesma com tantosconflitos. 

Entrevistado 2:

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Por incrível que pareça, uma das coisas que me deixou um pouco afastado dos cultos foi oritualismo, a rotina cristã, casa igreja e vice e versa. Não me sentia vivendo um cristianismoreal, mas, um ritualismo rotineiro do qual eu poderia estar dedicando a outro tipo decrescimento, nunca passou em minha cabeça em seguir uma carreira cristã: Pastor, Obreiro,etc. Logo, decidi dedicar esse tempo a estudos e investimentos em mim mesmo, para metornar um melhor profissional. Percebi que o cristianismo esta impregnado em mim, minha

forma de pensar, ou minha forma de ver algumas situações, não olhando apenas com umolhar humano, mas uma visão parecida com a de Cristo, talvez por isso tenha ficado tãodecepcionado com o cristianismo atual de nossas igrejas e as mentiras infiltrada nelas.Sinceramente a vontade de voltar para uma igreja me vem mais pela saudade dos irmãos eamizades conquistadas do que a tal história de „voltar para Deus‟, como muitos dizem, nãome considero desviado de Deus, mas afastado da rotina cristã, sempre que consigo tempofaço culto em casa com minha família, louvamos e lemos a Palavra, oramos, sinceramente,se um dia a ideia de templo desaparecer por completo, é assim que vejo o cristianismo, naverdade o cristianismo já deveria ser assim há muito anos, deixamos nossos familiares emcasa e vamos a igreja ser cristãos, acho isso estranho. Nem todo mundo tem de seguir acarreira de missionário ou pastor (Tema mais pregado dentro das igrejas durante todos osanos que freqüentei), alguns apenas ficam em casa e trabalham.

3)  Você acredita que a igreja como instituição tem alguma esperança de melhoras?

Entrevistado 1:

 Não sei como isso será possível, pois as diferenças são muitas [...] uns acreditam noecumenismo, já pra outros, essa não é a solução. Não sei se vão assumir os erros, ou vãorealizar alguma renovação [...] uns acreditam na Bíblia como Palavra de Deus, outros dizemque ela apenas contém a Palavra de Deus ou não é a Palavra de Deus. Então, tem unsconceitos filosóficos que talvez seja difícil de unir. 

Entrevistado 2:

“A igreja foi inicialmente criada com falhas e admoestações, desde a época de Cristo,

sinceramente não vejo possibilidade de melhorias, levaria muito tempo escrevendo os motivos aqui,

mas o principal deles é que a igreja é feita de pessoas”.

1.4.2 Perguntas enviadas aos militantes do movimento “desigrejados” 

1)  Porque buscar novas alternativas de igreja?

Entrevistado 1:

 Novas alternativas de igreja? De onde você tirou essa ideia? Não lê as Escrituras? A Igreja évocê, como buscar uma alternativa pra você? Acaso está falando da falcatrua de

Constantino? A igreja instituição, ou seja: denominação com templos feitos por mãos dehomens? Não leu que o Criador não habita em templos feitos por mãos humanas? 

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que é delicado e esplêndido, e nunca jamais serão achados. Os mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram, conservar-se-ão de longe, pelo medo do seu tormento,chorando e pranteando, dizendo: Ai! Ai da grande cidade, que estava vestida de linhofiníssimo, de púrpura, e de escarlata, adornada de ouro, e de pedras preciosas, e de pérolas ‟.(Ap.18.4-16). Chame seu professor de teologia para um hangout  comigo e CERTAMENTEELE IRÁ PASSAR VERGONHA perante você por ter te ensinado tanto engano. NÃO irei

ensinar a ele, mas, apenas perguntar; e você observe as respostas dele, para ver quem é omentiroso. O Sistema Religioso não oferece oportunidade de se fazer a eles perguntas queestejam fora do que eles ensinam, pois simplesmente não ensinam nada além do queaprenderam com os idealizadores do protestantismo. Assim quando se vai para a Escritura e

 pergunta coisas da Escritura, mas que eles não aprenderam e ensinaram, eles ficamLOUCOS. Parece mentira minha, pois o laço foi feito bem direitinho ao longo dos anos porCalvino e companhia, mas é fácil você fazer um teste. CHAME SEU PASTOR ou professorPARA UM  HANGOUT   comigo e verá. Esquece essa coisa de “desigrejado”, isso não é

 possível, pois a igreja (habitação do Pai) é você. Aguardo ansioso pela resposta do seu pastorou professor sobre o hangout . Mas, infelizmente penso que irão CORRER E NÃOACEITARÃO. O que mais eles temem, é ser confrontados com a verdade. Caso queira vocêmesmo fazer um hangout  comigo, estou à disposição. (Entrevistado 1).

Entrevistado 2:

 Não, não acredito que haja esperança para o sistema religioso, não a esperança espiritual, porque aparentemente o sistema está „pro$perando‟. Primeiro não acredito porque não  hávontade política, os líderes e donos da igreja não querem mudar. Segundo porque o Eternonão criou o sistema religioso, nem Jesus fez isso, ele não criou igreja, ele não viveu comoigreja da forma que é hoje, para mim a igreja é um sistema babilônico. Para mim o Eternocriou a família e não a igreja. E a igreja ainda rouba o tempo da família. Para mim quemdeve educar espiritualmente os filhos são os pais e não a igreja. Para mim igreja é mais umclube social, por isso que cresce fisicamente, mas não espiritualmente, e muito menos emmudança na sociedade. Há uma igreja em cada esquina e a sociedade cada dia mais corrupta,

 podre e violenta, isso prova que o sistema está falido espiritualmente falando. 

1.4.3 Perguntas enviadas aos membros das instituições eclesiásticas

1)  Você sabe que existem pessoas que saíram da igreja instituição? Por que saíram?

Entrevistado 1:

“Sim. Elas dizem que saíram porque há muita "podridão" na igreja. Sejam pastores desviando

dízimos e ofertas, ou não praticando o que fala, ou seja, pessoas que as decepcionaram e saem da

igreja pensando que se no mundo é igual, preferem ficar no mundo”. 

Entrevistado 2:

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“Sei e conheço pessoas que deixaram de congregar. Atribuo a duas causas; uma por desilusão

ou falha no discipulado ou ausência deste; outra por dificuldades em seguir uma liderança que impõe

regras de modo arbitrário”. 

2)  O que há nessas pessoas que te aborrece?

Entrevistado 1:

O que me aborrece nessas pessoas é que mesmo sabendo que as pessoas que se congregamsão iguais as do mundo, não ficam e obedecem as Escrituras onde há alusão clara para secongregar! Se for ruim conviver com algumas pessoas na igreja, no mundo é pior, pois hávárias coisas que fazem com que a pessoa se afaste do caminho de Deus. 

Entrevistado 2:

“Não me aborreço com estas pessoas, apenas lamento os fatos que a levaram a deixar suas

congregações. Algumas destas pessoas não foram orientadas a plena comunhão ou não entenderam, e

caminham a próprios passos”. 

3)  Você acredita que haja alguma possibilidade deles voltarem?

Entrevistado 1:

“Acredito que há a possibilidade dessas pessoas voltarem sim, pois uma hora ou outra essas

 pessoas terão diminuído a decepção que presenciaram e ponderarão melhor ”.

Entrevistado 2:

Se houver um coração perdoador, haveria a possibilidade de quebrarem suas dificuldades eretornarem a comunhão. A instituição igreja não é o real problema, a grande dificuldade sãoas instituições impessoais, ou quando o nome é maior que o povo. Diante de um quadrocheio de dogmatismo onde o fim é somente o benefício de uma liderança doente, muitas

 pessoas resolvem não caminhar. 

1.4.4 Perguntas enviadas aos pastores das instituições eclesiásticas

1) 

Você sabe que existem pessoas que saíram da igreja instituição? Por que saíram?

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Entrevistado 1

“Sim. Porque se amoldaram aos valores do mundo e querem viver a auto-satisfação”. 

Entrevistado 2:

“Sim - por querer cargo - por não aceitar correção - por não alcançar aquilo que veio buscar.

(balcão de negócios)”. 

Entrevistado 3:

Sim, conheço pessoas que deixaram a igreja como instituição. Saíram porque se sentiam pressionadas a darem resultados, a apresentarem uma 'performance' de valores que não tem aver com a vida cristã verdadeira. Saíram porque viram muito farisaísmo por parte dos líderesque pregam algo que não vivem. 

Entrevistado 4

“Conheço sim, duas vertentes: uma é a decepção com os líderes e outra se dá por causa de

não haverem de fato nascido de novo. Essas são as duas mais comentadas”.

2)  O que há nessas pessoas que ti aborrece?

Entrevistado 1

“A tentativa de justificar cinicamente a sua condição”. 

Entrevistado 2

“Compreensão”.  

Entrevistado 3

“Elas não me aborrecem, mas me entristecem. Deveriam ficar e permanecer e levantar a voz

 para tentar desfazer esses erros. Deveriam lutar mais”. 

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Entrevistado 4

“O que me aborrece é o fato de quando há a decepção, eles generalizam julgando todo

mundo como farinha do mesmo saco”. 

3)  Você acredita que haja alguma possibilidade deles voltarem?

Entrevistado 1:

“Sim”. 

Entrevistado 2:

“Já aconteceu, dependendo da consciência”. 

Entrevistado 3

“Sim, creio que poderiam voltar desde que percebam mudanças, ou que entenda que tem a

missão de se colocarem contrários a religiosidade”. 

Entrevistado 4:

“Acredito que somente uma ação do Espírito para que isso aconteça”.

4) 

Você acha que a instituição tem culpa na saída dessas pessoas?

Entrevistado 1:

“Não, na medida em que é esperado falhas na convivência humana, mas a ordem de Cristo é

congregar-se”. 

Entrevistado 2:

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“Por esses motivos não. Na verdade entendo que a culpa está na pessoa”. 

Entrevistado 3:

Sim a instituição tem culpa, mas quem comanda a instituição são homens. Homens que se

dizendo cristãos são absorvidos pelo sistema e assim exigem dos fiéis algo que Deus nãoexige. A religiosidade de hoje é tão perniciosa quanto nos dias do Antigo Testamento, nosdias de Jesus, nos dias de Paulo e nos dias da Reforma. Que Deus tenha piedade de nós. 

Entrevistado 4:

“Às vezes sim e às vezes não”. 

1.5 As características de um “desigrejado” 

Para o bispo Walter McAlister, em seu vídeo no Youtube  intitulado “O Fenômeno dos 

Desigrejados, Causa e Solução”  (2013). Ele explica em um trecho de suas palavras que os

“desigrejados”  são em sua maioria os “freqüentadores” das congregações, das instituições

evangélicas. Eles vêm para o culto quando querem, escolhem qual congregação que querem ir na

semana, passam meses sem vir aos cultos de uma mesma congregação, depois reclamam que não

foram lembrados. Não fazem parte do corpo, mas exigem ser tratados como corpo.

Com base nisso, percebe-se claramente as características de um “desigrejado”:

1 –  Em sua maioria são meros “frequentadores” de denominações cristãs; 

2 –  Não reconhece uma autoridade delegada por Deus; só Jesus;

3 –  Não se congrega fielmente em uma igreja local. Parte deles se reúne em grupos nos lares;

4 –  Interpreta a igreja primitiva como o padrão final de modelo de igreja, isolando-a do seu contexto

histórico/cultural;

5  –  Não contribui financeiramente com uma igreja local. Nega-se a dar o dízimo ou contribuição

financeira;

6 –  Não tem compromisso afetivo, diaconal ou participativo com uma congregação específica;

7 –  São, em sua maioria, adeptos da teologia neoliberal ou neo-ortodoxa.

1.6 Os grupos de “desigrejados” 

Há vários grupos que compõe os “desigrejados”. Que muitas vezes não se percebe que são

“desigrejados”. Daí, a importância de se classificar cada grupo para que sejam mais facilmente

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1.8 Heresias que surgem do movimento “desigrejados”.

A maior parte dos “desigrejados” não recebeu uma orientação teológica ortodoxa e clássica.

Preferem linhas teológicas modernas, neo-ortodoxas e até mesmo heterodoxas. E por isso, o fluxo de

 pensamentos, filosofias e teologias heréticas é muito grande entre os “desigrejados”. Em outras

 palavras, encontra-se de tudo um pouco no movimento “desigrejados”.

A soma desses fatores com uma caminhada sem lideranças cristãs comprometidas com a

verdade bíblica (a ortodoxia), e com a sã doutrina, nos moldes de Efésios 4.11-15 deixa os

“desigrejados” vulneráveis a heresias de toda sorte. Eles tornam-se “meninos, inconstantes, levados

ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à

maquinação do erro”. (idem v.14 b).

Os “igrejados”  têm a oportunidade de ser mais protegidos desses lobos, embora entre eles

haja também o risco de se depararem com lideranças amigas do engano (exemplo: os líderes

neopentecostais, neoliberais e pertencentes às seitas pseudocristãs) ou com mercenários, que não

amam o rebanho do Senhor Jesus Cristo.

Todavia, a mensagem bíblica é muito clara para que a liderança cristã seja comprometida e

fiel: “Cuidai, pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu

 bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue”. (At.20.28).

Observa-se a seguir algumas das várias vertentes doutrinárias que tem transitado entre os

“desigrejados”:

a.  A “teoria da conspiração Illuminati”:

Esse ensinamento diz que existem pessoas malignas que governam o mundo desde a época da

torre de Babel, da cidade de Ninrode, e que até hoje seu domínio foi preservado no poder por Satanás

através de treze famílias espalhadas pela Inglaterra, Israel, Estados Unidos e outros países.

Estes grupos se denominam “famílias  Illuminatis”. Alguns comentaristas até se arriscam

nominando algumas destas famílias. Segundo esta vertente doutrinária estes grupos controlam cadadetalhe da história humana e reescrevem todas as literaturas com o objetivo de manter o monopólio

global e total. Dominam os bancos, a mídia e a indústria cinematográfica. Essas informações são

facilmente encontradas no YouTube (cf. vídeo: “Quem São os Illumitati” parte 1/10. 2010).

Para muitos “desigrejados” a conspiração não é “teoria”, é mais verdadeira do que a própria

Bíblia. Para eles é mais fácil acreditar nessa teoria do que na origem, transmissão, canonização e

tradução da Bíblia, pois duvidam de seus exemplares e traduções atuais. Não duvidam, entretanto, da

teoria da conspiração. A família Illuminati para eles é do tipo “onipotente” e Satanás é maior do queDeus, pois conseguiu corromper o texto bíblico. O que há, segundo estes, é apenas um punhado de

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frases que eles chamam de “As Escrituras”. O restante  da Bíblia os  Illuminatis  e Satanás

conseguiram alterar, maculando o nome de Jesus, o nome de Deus e etc.

Talvez se deva acreditar em partes dessa teoria. Pode se acreditar que o diabo conspira para

agir plenamente na Terra; pode até se crer que o mundo será entregue a uma Nova Ordem Mundial;

 pode se acreditar que surgirá um líder político mundial, que haverá uma só moeda, no surgimento de

um falso profeta que enganará o mundo; que os moradores da terra receberão um chip de controle,

que existem sociedades secretas como  Illuminatis, Skull and Bone, Maçonaria, Rosacruz e etc.

Entretanto, é inadmissível acreditar cegamente nessas teorias como faz o Sr. Rubens Sodré, autor do

canal Verdade Oculta, e demais “desigrejados”!

Engodo fácil é acreditar que essas sociedades secretas ou o diabo tenham mais poder do que

Deus a ponto de mudar a Bíblia e controlar todas as igrejas cristãs. Isso é um absurdo! Convém

lembrar o caso de Nabucodonosor, rei babilônico, com toda a sua grandeza, não estava fazendo nada

mais que a vontade de Deus, o Senhor de toda a terra: “Agora, eu entregarei todas estas terras ao

 poder de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo; e também lhe dei os animais do campo para

que o sirvam. Todas as nações servirão a ele”. (Jr.27.6,7a). Ninguém é maior do que Deus! Rubens

Sodré e demais “desigrejados”, subtraem o ensino bíblico da soberania de Deus.

 b.  A ênfase do Nome sagrado:

Teoria copiada de um movimento que surgiu na década de 80 no Brasil denominado

vulgarmente como “Testemunhas de Yehoshuah”. É uma versão “hebraizante” do cristianismo. Prega

que é errado usar o nome Jesus. O certo seria sua forma hebraica Yeshua ou a forma mais arcaica

Yehoshuah ou ainda Yahoshuah, comum no período anterior ao exílio babilônico.

Segundo esta nova compreensão todas as demais igrejas cristãs estão erradas. Acredita-se que

o nome Jesus é de origem pagã e é em si mesmo uma blasfêmia e difamação do nome sagrado do

Redentor. Desta forma todos estariam servindo a um falso deus quando invocam o nome Jesus. Em

alguns vídeos a seita virtual Verdade Oculta faz as mesmas declarações assemelhando-se com o

movimento O Nome Sagrado. A diferença é que, baseado na “teoria da conspiração”, Rubens Sodré prega que o nome Yahoshua foi alterado para “Jesus” pelos Illuminatis com intenção de blasfemá-lo.

Esta teoria é oriunda de uma leitura imatura da Bíblia e é facilmente desmascarada. A

 princípio deve ser observado que o nome Jesus é uma transliteração direta do nome Yeshua 

(abreviação de Yehoshua) para o grego  Iesous. Cada caractere hebraico foi transliterado para o

grego: Y (i = iota) E (e = eta) SH (s = sigma. Da consoante hebraica shin) U (ou = ditongo vocálico

com som de “u”) A' (s = sigma. Por não haver transliteração para o pathach furtivo em anexo ao ayin

hebraicos).

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Quando surgiu a tradução da Bíblia para o latim (através de Jerônimo) o nome  Iesous veio a

ser transliterado para Iesus. Assim: I (i) e (e) s (s) ou (u) s (s). E quando veio a ser traduzido para o

 português, foi transliterado como Jesus. Substituindo o “I” latim para “J” português. No latim

 posterior a Idade Média começou a aparecer na escrita a distinção que já existia na pronúncia entre

“i” vogal e o “i” consoante. O qual passou a ser grafado “J”. Além do mais, a letra hebraica inicial do

nome de Jesus é “Y” (consoante). Por isso prevaleceu no português a consoante inicial do nome de

Jesus o “J”. O caminho até a nossa língua apresenta-se assim da seguinte forma:

Yehoshua = Yeshua = Iesous = Iesus = Jesus

Outro grande equívoco é dizer que nome não se traduz. Há casos de nomes próprios serem

alterados em sua grafia quando migrados para outra língua. Exemplo: João (português),  John 

(inglês); Cefas  (aramaico),  Petros  (grego), Pedro (português);  Paul   (inglês), Paulo (português);

Maria (português), Mary (inglês), Marie (francês), Mirian (hebraico). (Cf. Site CACP. 2008).

c.  O maculado nome de Deus:

Segundo seguidores da seita Verdade Oculta, o nome de Deus presente no tetragrama YHVH,

foi blasfemado ao colocarem o nome Adonay para darem a pronúncia. Pois Adonay vem de um ídolo

 Adonis. Também afirmam que colocaram o “ha-shem” (O Nome)  para que as pessoas não

 pronunciassem o nome de Deus. E ainda, declaram que a tradução “SENHOR” nas Bíblias em

 português vem de “ Baal ”. Resumindo: Os Illuminatis mexeram no texto sagrado e retiraram o nome

de Deus da Bíblia e colocaram nomes de deuses pagãos como  Adonis e Baal .

Em primeiro lugar, essa teoria de que o nome Adonay vem de Adonis, um ídolo pagão; que se

traduz para “senhor” é uma compreensão vazia e tendenciosa, pois a palavra “senhor” tem uma

diversidade no hebraico bíblico. Exemplos: “Sirvam-te povos, e nações te reverenciem; sê senhor

[ gabiyr ] de teus irmãos, e os filhos de tua mãe se encurvem a ti; maldito seja o que te amaldiçoar, e

abençoado o que te abençoar”.  (Gn.27.29). “Não entregarás ao seu senhor [„adon] o escravo que,

tendo fugido dele, se acolher a ti”. (Dt.23.15). “Ah! Senhor [„adonay], estejam, pois, atentos os teus

ouvidos à oração do teu servo e à dos teus servos que se agradam de temer o teu nome; concede queseja bem sucedido hoje o teu servo e dá-lhe mercê perante este homem. Nesse tempo eu era copeiro

do rei”. (Ne.1.11).

Como pode ser compreendido o Salmo 110.1? O texto apresenta a seguinte situação: “Disse o

SENHOR ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos

teus pés”. O texto diz que YHVH (o SENHOR) disse a (o) „adown (senhor) de Davi para assentar a

sua direita? Quem Deus chamou para sentar a sua direita? Seria  Baal ? Ou Adonis? Essas perguntas

devem ser feitas para se ver que o argumento de “senhor” ser relacionado a um deus pagão é vaziode fundamento.

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Em segundo lugar, observa-se que consta sim a palavra  Adonay no texto hebraico. Além das

várias passagens, e do já citado aqui, vê-se outra no texto hebraico:

wml-gely [„adonay] yn qxvy Mymsb bswy. (Sl.2.4).

d. 

A oposição a templos e as organizações eclesiásticas:Segundo eles, é completamente errado o uso de templos, denominações, títulos aos líderes

eclesiásticos, todo e qualquer tipo de organização eclesiástica. Por isso fazem:

d.1 Campanha contra os templos:

É muito comum se ouvir entre os “desigrejados”, devido fortes influencias do canal Verdade

Oculta do YouTube, o uso do termo “templocentrismo”. Há um vídeo do referido canal em que se

interpreta erroneamente a passagem de Hebreus 10.25 onde claramente se recomenda ao cristão que

se congregue. Mas o Sr. Rubens Sodré demonstra total desconhecimento da hermenêutica e se

conduz sem a mínima educação chamando os pastores de “cães gulosos” (cf. vídeo: “Hebreus 10 2

trecho que faltava”. 2010). Como a maioria dos “desigrejados” já pertenceu a instituições

eclesiásticas, abominam tudo que os faz lembrar. Por isso dizem: “Templo sou eu”.

Todavia, essa frase ignora que há um templo no céu. A Bíblia diz: “Por isso estão diante do

trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que está assentado sobre o

trono estenderá o seu tabernáculo sobre eles”. (Ap.7.15 grifo nosso). Em Apocalipse 11.1,2 fala do

santuário em Jerusalém e no verso 19 fala do “santuário de Deus que está no Céu”. Essa mesma frase

se repete em Apocalipse 14.17. Somente na eternidade, quando houver novo céu e nova terra, é que

vemos a Bíblia dizer: “Nela não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor seu Deus Todo-

Poderoso, e o Cordeiro”. (Ap.21.22).

Enfim, os defensores desta doutrina precisam de uma interpretação muito figurativa dessas

 passagens para anular o fato de que o templo venha a ser somente o corpo do cristão. Convém

ressaltar que não há necessidade alguma de fazer do prédio onde a igreja se reúne um templo. Esta é

uma visão muito superficial do que é ser igreja de Cristo, e muito literal da palavra “templo”,

empregada aos prédios onde a igreja se reúne.

Os “desigrejados” confundem “igreja” com “templo”. Este é o mal de todo movimento

 preconceituoso, não conseguir falar desvinculando uma coisa da outra. O prédio ou templo, como

insiste Rubens Sodré que afirma-se ser a igreja, é só uma construção para os cristãos se reunirem e

serem igreja, não dos judeus ou dos gregos, mas de Jesus, quando ele disse: “minha igreja” em

Mateus 16.18. (diferenciando das outras assembleias que havia).

É muito costumeiro ouvir dos “desigrejados” a seguinte frase: “Temos que adorar em

qualquer lugar e não em um templo. Foi isso que Jesus disse a mulher Samaritana”. Estas críticas dos

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“desigrejados” se encaixam como uma luva nas igrejas neopentecostais já que as mesmas costumam

fazer do templo um totem. Infelizmente algumas denominações históricas adotam um pensamento

semelhante, o que as torna igualmente alvos destas críticas. De fato a igreja precisa se reunir em um

lugar, seja este um local construído exclusivamente para o culto ou não. Aonde quer que se reúna, a

verdadeira igreja prestará uma adoração. Ali os “verdadeiros adoradores” são conhecidos do Pai. 

Jesus se apresenta a mulher samaritana como o fim e o objetivo do culto em local específico.

O véu do templo se rasgando de alto a baixo no dia da crucificação é uma prova clara disso.

Portanto, os “desigrejados” devem conhecer melhor as instituições para que saibam discernir as

igrejas sérias das desvirtuadas.

A igreja de Cristo desde os seus primeiros séculos funcionava em prédios. No começo a

igreja se fazia presente no templo (At.2.46) embora fosse o templo judaico. Posteriormente há

depoimentos de historiadores de que os cristãos ainda do século I d.C. se reuniam em casas

 particulares e em salões alugados.

 Nos períodos em que cessavam temporariamente as perseguições construíram-se templos para

as igrejas. Porém, tempos depois, com Diocleciano e seus sucessores determinavam uma série de

editos contra o cristianismo, e um deles era a destruição desses templos cristãos que foram

construídos anteriormente. Em alguns lugares os cristãos eram encerrados nos seus templos, e depois

lhe ateavam fogo, com todos os membros dentro.

Jesse Hurlbut (1996. P.53,70) registra tais acontecimentos históricos quando escreve:

A última, a mais sistemática e mais terrível de todas as perseguições deu-se no governo deDiocleciano e seus sucessores de 303 a 310. Em uma série de editos determinou-se que todosos exemplares da Bíblia fossem queimados. Ao mesmo tempo ordenou-se que todos ostemplos construídos em todo o império durante meio século de aparente calma, fossemdestruídos [...]. Em alguns lugares os cristãos eram encerrados nos templos, e depoisateavam-lhe fogo, com todos os membros no seus interior. Consta que Diocleciano erigiu ummonumento com esta inscrição: “Em honra ao extermínio da superstição cristã”  [...]. No

 período apostólico celebravam-se reuniões em casas particulares e em salões alugados [...]durante o tempo de Diocleciano, alguns [...] templos foram destruídos e outros confiscados

 pelas autoridades. Todos os templos que ainda existiam quando Constantino subiu ao poder,foram restaurados e aqueles que tinham sido destruídos, foram pagos pelas cidades em queestavam. A partir dessa época os cristãos gozaram de plena liberdade para edificar templosque começaram a ser erguidos, por toda parte. 

Insistentemente os “desigrejados” sempre propõem que a igreja deve se reunir nos lares como

a igreja primitiva fazia. Mas, esta afirmação é equivocada diante do fato de que não havia permissão

do Império Romano a construção de prédios ou templos cristãos. A nascente igreja foi perseguida e

importunada pelos judeus até aproximadamente o ano 64 d.C.

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O cristianismo até o ano 70 d.C. era considerado pelo dominante Império Romano uma

facção do judaísmo. Neste contexto era concedida aos judeus uma liberdade de culto que os cristãos

 buscavam usufruir indiretamente. Por exemplo, Paulo e Barnabé, em suas viagens missionárias,

 passavam sempre pelas sinagogas nas comunidades judaicas dispersas em cidades gentílicas.

Os cristãos foram perseguidos pelos romanos a partir de 64 d.C., culminando na dispersão e

separação de ambos os grupos (judeus e cristãos) na destruição do Templo no ano 70 d.C. Diante

deste quadro eles não conseguiam construir um local para se congregarem. Como alternativa se

reuniam nos lares, catacumbas ou cavernas. Portanto, uma análise superficial do texto bíblico conduz

a uma grave falha de hermenêutica histórica por parte dos “desigrejados”.

Posteriormente, no fim das perseguições sangrentas contra os cristãos primitivos, no Edito de

Milão, em março de 313 d.C. e carta de Constantito a Anulino, procônsul da África (citado por

Bettenson. 1983. P.44, 45) consta um seguinte depoimento histórico:

 Nós, Constantino e Licínio, Imperadores, encontrando-nos em Milão [...] decidimos que,entre tantas coisas benéficas à comunidade, o culto divino deve ser a nossa primeira e

 principal preocupação. Pareceu-nos justo que todos, cristãos inclusive, gozem da liberdadede seguir o culto e a religião de sua preferência [...]. Outrossim, com referência aos cristãos,ampliando normas estabelecidas já sobre lugares de seus cultos, é-nos grato ordenar, pela

 presente, que todos que compraram esses locais os restituam aos cristãos sem qualquer pretensão de pagamento [...]. Salve, estimadíssimo Anulino. É costume de nossa bondadeexigir que as coisas pertencentes ao direito alheio não só sejam respeitadas, mas tambémrestituídas [...]. Portanto, mandamos que, ao receber esta carta, faça com que sejamrestituídas imediatamente às igrejas cristãs as propriedades que estejam sob poder dequalquer pessoa em qualquer cidade ou lugar [...] sejam devolvidos os jardins, as casas equalquer outra propriedade que legalmente lhes tenham pertencido. 

O contexto brasileiro oferece liberdade de culto e permite a livre instalação da igreja em

 prédios devidamente adaptados para tal uso. Desprezar esta dádiva e reunir-se nos lares apenas

 porque a perseguida igreja primitiva o fazia é um verdadeiro desperdício.

d.2 A campanha contra as organizações eclesiásticas:

Percebe-se que os “desigrejados” negam totalmente a existência da igreja visível de Jesus.Eles só aceitam a igreja invisível. São totalmente contra qualquer forma organizada de igreja. Porém,

a igreja tem que se organizar para fazer o bem, pois os ímpios se organizam para fazer o mal. A

igreja pode e deve ser constituída, deliberada e instituída. Não existe o crime organizado? Por que

não pode existir a obra de Deus de forma organizada? Não se deve pensar que a igreja primitiva

trabalhou de maneira desorganizada, pelo contrário.

Se porventura existem igrejas se organizando para lucro pessoal ou algum tipo de

charlatanismo, um dia seus líderes vão prestar contas com Deus. A Bíblia diz: “Mas outros, na

verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas

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 prisões. Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com

fingimento, ou em verdade, nisto me regozijo e me regozijarei ainda”. (Fp.1.17,18).

Em outro texto observa-se que “Muitos, naquele dia, hão de dizer -me: Senhor, Senhor!

Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em

teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-

vos de mim, os que praticais a iniqüidade”. (Mt.7.22,23). O autor aos Hebreus destaca “E não há

criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e

 patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”. (Hb.4.13). 

Existem, entretanto, textos bíblicos que comprovam a existência da igreja visível. Contando

com a ajuda do texto de DEVER e ALEXANDER (2008. Página 72) observa-se:

I.  O caso da disciplina em 1Coríntios 5 presume um conhecimento público de quem

 pertencia à igreja e de quem não pertencia: "Pois com que direito haveria eu de julgar os

de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois,

de entre vós o malfeitor". (v.12,13). A expulsão só faz sentido no caso de alguém

 pertencer visivelmente à igreja (grego: ekklesia) ou como diz o autor aos hebreus

"congregação" (cf. Hb.10.25; grego: episunagoge, derivado de sinagoga: sunagoge).

Encontram-se na Palavra outros textos em concordância: Colossenses 4.5;

1Tessalonicenses 4.12 e 1Timóteo 3.7. De fora de quê? Explicitamente demonstrado que

de uma igreja visível.

II.  Em Mateus 18.17 no último processo de reconciliação Jesus pede para levar o caso à

igreja. Ora, se não existe uma igreja organizada em um local e se esta igreja é apenas

universal e invisível não faria sentido Jesus ordenar isso.

III. 

Em 1Timóteo o apóstolo Paulo orienta que, no caso de má conduta de um presbítero:“repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam”.  (1Tm.5.20).

Como repreender um presbítero na “presença” de todos se não existisse uma igreja local e

visível?

IV.  Observa-se também em 2Coríntios 2 quando Paulo disse que à igreja de Corinto que

readmitisse o ofensor à sua comunhão, ele declarou: "basta-lhe a punição pela maioria"

(v.6). A "maioria" faz sentido apenas no contexto de uma igreja visível e reconhecível.

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V.  Observa-se ainda 1Timóteo 5 uma lista de viúvas que eram mantidas nas igrejas

 primitivas: "Não seja inscrita senão viúva que conte ao menos sessenta anos de idade,

tenha sido esposa de um só marido". (v.9). Fazer uma lista de pessoas e estas serem

mantidas só faz sentido dentro do contexto de uma igreja local e visível.

e.  A Bíblia não é a Palavra de Deus:

Por influencia das críticas que os teólogos liberais fizeram a Bíblia Sagrada os “desigrejados” 

fazem coro com os neoliberais. O artigo da revista Defesa da Fé é bem contextualizado com o que

dizem os “desigrejados” contra as instituições evangélicas: “Os liberais acusam os evangélicos de

transformar a Bíblia em um „papa de papel‟, ou seja, em um ídolo. Com isso, culpam os evangélicos

de „ bibliolatria‟”. (RAPHAEL, 2004).

Para eles, a Bíblia não é a Palavra de Deus, apenas contém. Influenciados por escritos de

Rudolf Bultmann, creem que muito do que se tem no Novo Testamento é “proclamação” da

Instituição nos séculos seguintes a era apostólica. São também, influenciados pelo pensamento neo-

ortodoxo criado por Karl Barth.

Esse falso ensino tem sido muito bem refutado por muitos escritores e teólogos em livros e

muitos textos na internet. O texto que escreveu o apóstolo Paulo é bem claro, quando ele diz que

“toda Escritura” tem uma inspiração divina. (cf. 2Tm.3.16). Pedro quando fala dos escritos das cartas

de Paulo chama-os de “Escrituras”. E refere-se também a outras cartas que circulavam na igreja. Em

outra passagem o mesmo Paulo diz: “Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi

escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos

esperança”. (Rm.15.4).

O liberalismo teológico classificava a Bíblia como um livro qualquer. Karl Barth ao invés de

ser apologista da ortodoxia, que declarava e declara que a Bíblia é a Palavra de Deus, classificou-a

como um livro que contém a Palavra de Deus. Agindo assim rompeu com “ sola scriptura” (somente

a Escritura ou a Bíblia), frase dos cristãos reformados; e passou a crer em fontes de revelação extra bíblicas.

f.  Antinomismo:

Os “desigrejados” são avessos a Lei; por seguinte ao Velho Testamento. O que prova serem

seguidores do antinomismo. Heresia muito bem definida no comentário do blog   Comunidade

Wesleyana:

O Antinomismo (gr. Anti=contra; Nomos=lei, literalmente contra a Lei ou contra o sistemada Lei) é uma das heresias mais antigas da História da Igreja. Já aparece no gnosticismohelenizado de Marcião que negava qualquer importância real e espiritual ao Antigo

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Testamento, e, por conseguinte desde a Lei até os profetas, mas especialmente a primeira queera considerada irrelevante e sem mais importância a partir de Cristo, por meio do qual foraestabelecida uma nova relação com os homens [...] O Antinomismo, portanto, não só rejeitaa Lei, mas não vê para essa lei qualquer significação nos dias de hoje, seja do ponto de vistada fé ou mesmo da ética. (OLIVEIRA, 2009). 

Muitos evangélicos, influenciados por alguns fatores, deixaram de dar a devida importância a

Lei de Deus. Acredita-se que um deles foi a ênfase da Reforma Protestante no que se diz respeito à

doutrina da graça divina. Essa questão foi tão evidenciada que se deixou de se reconhecer a

importância da Lei do Senhor.

Outros fatores que também contribuíram foram: a aversão ao tão prejudicial legalismo

(salvação pelas obras), que era e é muito prejudicial; e o costume de se vincular de maneira simplista

a Lei ao Velho Testamento e a Graça ao Novo Testamento. Nenhum dos extremos é verdadeiro, pois

a Lei e a Graça atuam em toda a Bíblia.

De Gênesis a Apocalipse a Bíblia apresenta a Lei e a Graça divina harmonizando-se e

contextualizando-se com as duas alianças. Este fato pode ser constatado em diversos textos, tais

como: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.

Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da

Lei, até que tudo se cumpra”.  (Mt.5.17,18) “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”. 

(Jo.14.15). “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lc.6.46).

Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aqueleque diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está averdade [...] E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. Enisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu [...] Nistoconhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seusmandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, osseus mandamentos não são penosos. (1Jo.2.3,4; 3.24; 5.2,3). 

“Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em

Jesus”. (Ap.14.12).A Lei foi abolida? O texto que levanta uma possível resposta positiva é este: “Portanto, por

um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca

aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos

a Deus”. (Hb.7.18,19 grifo nosso). Entretanto, há duas respostas baseadas nesse texto: Sim –  Quanto

a sua eficácia de salvar o pecador a Lei foi revogada ou ab-rogada. Porém, Não  –   Quanto a sua

capacidade de instruir, corrigir e disciplinar o cristão a Lei continua com a sua validade. Pois a Lei é

nada mais nada menos do que a vontade de Deus para os homens. Essa vontade divina está expressa

em toda Bíblia para vários objetivos, conforme Paulo apresenta: “Toda a Escritura é inspirada por

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Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”.  

(2Tm.3.16).

Vive-se hoje debaixo da Lei? Sim  –   Porquanto continua sendo a soma dos deveres e

obrigações de cada cristão para com Deus e seu próximo. Sim  –  Porquanto representa o caminho

traçado para a santificação da igreja (cf. Hb.12.14). Não  –  Quando o fiel acha que é salvo por meio

de obediência aos mandamentos (cf. Ef.2.8,9). Não  –  Porquanto representa os mandamentos civis,

religiosos ou cerimoniais de Israel.

A Lei de Deus presente na Bíblia é classificada em: Lei Universal e Lei Local. A Lei

Universal (conhecida também como Lei Moral) é a vontade de Deus descentralizada de um povo

específico, dirigida para todos os povos, línguas e culturas. A Lei Local (conhecida também como

Lei Cerimonial ou Civil) é a vontade de Deus centralizada, dirigida para uma comunidade, nação ou

cultura específica. Baseada em cerimônias e simbolismos judaicos.

A Igreja que prioriza a suprema autoridade das Escrituras, sempre apresentará uma Teologia

moderada que busca o equilíbrio nessas e em outras questões bíblicas. O apego à Lei divina na busca

de méritos para a salvação conduz à queda no legalismo. Pregar uma Graça em desarmonia com a

Lei conduz à queda no antinomismo. Por isso, o Catecismo maior de Westminster ensina na resposta

da questão 97 que:

Embora os que são regenerados e crentes em Cristo sejam libertados da lei moral, como pacto de obras, de modo que nem são justificados nem condenados por ela, contudo, além dautilidade geral desta lei comum a eles e a todos os homens, é ela de utilidade especial paralhes mostrar quanto devem a Cristo por cumpri-la e sofrer a maldição dela, em lugar e para o

 bem deles; e assim provocá-los a uma gratidão maior, e a manifestar esta gratidão por maiorcuidado da sua parte em conformarem-se a esta lei, como regra de sua obediência. (2002). 

g.   Negação do dízimo:

O assunto dízimo realmente incomoda um “desigrejado”. Acredita-se que seja pelos abusos

das instituições eclesiásticas de linha neopentecostal como também pelo coração avarento dos

 próprios críticos. Por isso para os “desigrejados”, qualquer sistema de contribuição com a instituição

religiosa é visto com antipatia, pois são esses recursos que mantêm a instituição eclesiástica.

Sendo adeptos do antinomismo, “desigrejados” sepultam a interpretação bíblica sobre o

dízimo junto com o Antigo Testamento sob o argumento que no Novo Testamento não se fala de

dízimo na igreja apostólica, o que conduz à necessária refutação desta e outras concepções

equivocadas:

g.1 Em que implica afirmar que o dízimo é uma prática do Antigo Testamento o casamento

era prática do Antigo ou do Novo Testamento? O culto? O congregar? O grande problema dos

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“desigrejados” é sua repulsa total ao Antigo pacto sob a alegação de que estão em uma Nova

Aliança.

Essa linha de raciocínio esquece: dos princípios, dos mandamentos universais e das verdades

 práticas contidas no Antigo Testamento que não morrem junto com sua abolição. A Bíblia afirma

que: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para

corrigir, para instruir em justiça”. (2Tm.3.16).

Anula esta declaração bíblica quem afirma que não se podem tirar todos estes proveitos do

Antigo Testamento. Esta verdade é confirmada nesta outra passagem bíblica: “Porquanto, tudo que

dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito”. (Rm.15.4a). Aqui Paulo faz menção clara ao Antigo

Testamento.

Portanto, não dar o dízimo hoje porque ele não era dado no tempo da igreja primitiva é um

argumento mais interessado em afugentar os que contradizem suas crenças do que embasamento

sólido da mesma. Ora, naquela época havia o Templo em Jerusalém (que só perdeu o referencial

quando foi destruído no ano 70 d.C.) e, como a maioria da igreja até o ano 50 d.C. era composta de

 judeus convertidos ao evangelho, obviamente, esse “dízimo” era dado nesse Templo. Entretanto,

alegar que o dízimo não deve ser dado em uma congregação por que na igreja primitiva não se faz

menção disso é uma interpretação isolada do contexto.

g.2 Os “desigrejados” fazem uma conclusão apressada de Gálatas 3.10 quando diz: “Pois

todos quantos são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque escrito está: maldito todo

aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. O

dízimo não é maldição, e quem dar o dízimo, não está sob maldição. Convém perceber que o dízimo

ou qualquer parte da Lei não é maldição. Pelo contrário, a Lei é boa. Está escrito: “a lei é santa, e o

mandamento santo, justo e bom”. (Rm.7.12b). 

A Lei divina em si, não tem nenhum problema ou maldição alguma. O caos está no ser

humano que não tem condições de cumpri-la. Daí se torna maldito por não obedecer (cf. Dt.28.15-

45). Todavia, quando justificado em Cristo e transformado no poder do Espírito Santo, ele éaperfeiçoado cada dia em santificação. A grande questão não é a lei associada ao dízimo, mas o

dízimo associado ao princípio: da gratidão, da generosidade e da fé. E como um meio de sustento de

uma congregação, com todos os seus compromissos. Todo “igrejado” faz e sabe dessa cooperação

financeira.

h.  Refutação bíblica a algumas concepções equivocadas dos “desigrejados”: 

Existem frases muito usadas e defendidas pelos “desigrejados” pessoalmente e  em redes

sociais que apresentam doutrinas que se contradizem com a ensinada pela igreja histórica:h.1 “Fiéis, em vez de sustentar igreja rica com 10% doe para os pobres”:

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Essa frase é típica do “desigrejado”  que não aceita qualquer comprometimento com a

instituição eclesiástica. O dízimo, embora que visto de forma distorcida como instrumento de

 barganha por muitos “igrejados”, principalmente os de denominações neopentecostais, deve ser

entregue na congregação.

Cabe a igreja, em sua representação na liderança, dar seu destino: social, evangelístico, no

sustento do líder se for de tempo integral, para manutenção do prédio, contas a pagar, etc. Tudo com

a devida aprovação de todos os seus fiéis em uma Assembleia Geral de aprovação de suas contas.

h.2 “A igreja sou eu”:

Esse argumento parece ser uma bela frase cristã. Mas, na verdade, é uma antítese da palavra

“igreja”. Enquanto que “igreja” expressa uma coletividade, a palavra “eu” expressa um exclusivismo

individualista. O termo “igreja” veio a ser usado no Novo Testamento para associar a antiga

congregação (ajuntamento) de Israel com o advento de Cristo, ela tornou-se mais ampla do que o

ajuntamento de uma nação, sendo desde então o ajuntamento dos povos do mundo inteiro. A palavra

grega “ekklesia” foi empregada pelos escritores do Novo Testamento. E essa palavra jamais pode ser

associada ao “eu”, porém, sim a “nós”. 

h.3 “Meu pastor é Jesus”:

Essa frase tem uma afirmação verdadeira, porém, não é toda a verdade. É semelhante a

alguém que testemunha perante um juiz diante do tribunal, mas omite dizer “toda a verdade”. De fato

Jesus é o nosso pastor. Conforme ele mesmo assim se declara: “Eu sou o bom pastor; o bom pastor

dá a vida pelas suas ovelhas”.  (Jo.10.11a). Jesus está afirmando aqui que não existem pastores ou

líderes para a igreja de Cristo? Não! Jesus faz menção aqui à profecia de Ezequiel 34. No verso 23

Deus fala: “E suscitarei sobre elas um só pastor para apascentá-las. O meu servo Davi. Ele as

apascentará, e lhes servirá de pastor”. 

Todos os profetas, reis e sacerdotes se encerram em Jesus Cristo, todavia, Ele subindo aos

céus, deixou líderes para que cuidassem de sua igreja até a sua volta. O Novo Testamento apresenta

esta verdade com o próprio Jesus comissionando a Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”. (Jo.21.17). Depois, observa-se que o próprio Pedro chama Jesus de “sumo Pastor”  (1Pe.5.4),

colocando-se ele mesmo como “pastor” e diante do contexto, também como “presbítero” (idem v.1).

Jesus torna-se assim o pastor dos pastores.

Observa-se posteriormente os presbíteros serem chamados de bispos e convocados a

 pastorear o rebanho de Deus (cf. At.20.28). O apóstolo Paulo relata que Jesus na sua subida aos céus

delega lideranças à igreja escrevendo: “subiu às alturas [...] e concedeu dons aos homens [...] E ele

mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”. (Ef.4.8b,11).

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Percebe-se claramente através de todos estes textos que há sim uma autoridade delegada por

Jesus aos líderes cristãos. E cada cristão que deseja submissão a Cristo, deve submissão aos líderes

que ele constituiu. Não ficar debaixo de uma liderança cristã alegando que “meu pastor é Jesus” é um

ato de insubmissão ao próprio Deus, pois ele enviou Jesus como autoridade delegada. Jesus faz o

mesmo aos seus líderes delegados. um ato que conduz à reflexão na palavras do Mestre: “Quem vos

recebe, a mim me recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”. (Mt.10.40).

h.4 Sair da religião:

Sair da religião usando o texto “Eu ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela povo meu”.

(Ap. 18.4) é a proposta mais clara dos “desigrejados”. Entretanto, associar este versículo a toda

instituição eclesiástica é um tipo de generalização doentia. Os “desigrejados”, de forma imatura,

veem todas as instituições como pervertidas. Um fruto claro da ignorância.

A Bíblia ensina: “Não julgueis pela a aparência, mas julgai segundo o reto  juízo”. (Jo.7.24).

Essa passagem mostra que os “desigrejados” cometem um erro simples de julgamento que os conduz

a juízos tortos. Será que não existe um remanescente das congregações, das instituições

eclesiásticas? É no mínimo muito precipitado responder negativamente a esse questionamento.

h.5 “Não aguento mais ter que me sujeitar a ritualismos”:

João Batista não queria batizar Jesus, mas o próprio Cristo submeteu-se ao ato afirmando:

“Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu. ”. 

(Mt.3.15b). Se Jesus se submeteu a um ritual, com que autoridade um “desigrejado” ensina que este

deve ser rejeitado? Não que se concorde com qualquer ritual, embora não seja parte das Escrituras,

não anulam a sã doutrina e nem ferem a fé cristã. Todavia, infelizmente, muitos perdem a

oportunidade de exercitar a renúncia e a paciência.

h.6 “Os seus líderes e autoridades são pais de família - homens maduros na fé e na idade

(pr esbíteros) que não são clérigos profissionais”:

Frase que define igreja pelo movimento “igreja orgânica” (citação da página 16).

Obviamente, o uso que se faz na expressão “clérigos profissionais” é um diagnóstico  equivocado deum líder cristão eclesiástico. Embora existam lideranças que se encaixam neste adjetivo, não é sábia

e nem honesta a prática de se tentar generalizar este conceito estendendo o mesmo a todos os líderes

de denominações cristãs.

A Bíblia porventura afirma que a maturidade do líder deve ser aferida por sua idade? O termo

grego “ presbuteros” (no português: presbítero) não se remete estritamente ao “ancião” como alguém

de idade avançada, muito pelo contrário. Esta palavra se refere a um líder maduro na fé. A palavra

grega que aponta para um velho de idade avançada é “ prebus”. E esta palavra não está presente nostextos do Novo Testamento que falam dos presbíteros.

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h.7 “A Hierarquia é uma coisa estranha na igreja. Uma aberração. Ela foi copiada dos

romanos e inserida na igreja, no quarto século. Já na segunda metade do Século II, percebe-se, pelas

cartas patrícias, as influências da civilização Greco-Romana na organização da igreja. A igreja tem

somente um cabeça - Jesus Cristo. Os homens e mulheres são membros do Corpo”:

Esta frase de contestação à hierarquia ou autoridade na igreja de Cristo é proclamada pelo

movimento “igreja neotestamentária” (citação da página 16). É fato inconteste que Jesus sempre será

o cabeça da igreja. Mas, como afirma o apóstolo Pedro, Jesus é o “sumo Pastor” (cf. 1Pe.5.4) e,

obviamente, existem os pastores que estão debaixo da autoridade de Cristo, os quais foram

constituídos pelo Espírito Santo (cf. At.20.28). Tudo em conformidade com os padrões estabelecidos

nas cartas paulinas (cf. 1Tm.3.1-7 e Tt.1.5-9).

h.8 “O Novo Testamento nos foi dado como diretriz para a igreja em todos os tempos. A

igreja de hoje não pode descartar as práticas e a vida da igreja neotestamentária, como se fossem

coisas do passado”. (citação da página 16):

A igreja primitiva não é o modelo “final” de uma igreja cristã. Ela estava em sua forma

“embrionária” que precisava crescer, se expandir e se organizar. Não se deve “descartar” a igreja

 primitiva, mas também não se pode seguir uma eclesiologia com base na fase infante da igreja.

Ignorar o contexto histórico/cultural da igreja primitiva é um erro grave dos formadores de opinião

 pertencentes ao movimento dos “desigrejados”. Esta postura equivocada do texto bíblico precisa ser

contestada:

O cristianismo até o ano 70 d.C. era considerado pelos romanos (império dominante) como

uma facção do judaísmo. Onde concedia aos judeus uma liberdade de culto que aos cristãos nem se

cogitava. Os próprios cristãos primitivos, em sua maioria judeus conversos ao evangelho, não tinham

uma noção da grandeza e da expansão da fé cristã pelo mundo. Só depois do concílio de Jerusalém

aproximadamente no ano 50 d.C. foi que por meio de Paulo e Barnabé, em suas viagens

missionárias, a fé cristã começou a se expandir por nações gentílicas (cf. At.15.1-22). Por isso,

focavam-se em evangelizar os judeus e se reunirem no Templo em Jerusalém e não tinham projetoalgum de construções de prédios cristãos para reuniões de adoração. O próprio Paulo, em suas

viagens missionárias, passava sempre pelas sinagogas e comunidades judaicas dispersas em cidades

gentílicas.

h.9 Outras afirmações surgem do método conhecido nos debates teológicos como “argumento

do silêncio”. Nota-se que o texto deste e-mail  de uma pessoa que pertence aos “desigrejados” merece

refutações, embora, diga algumas verdades. Deve-se observar os vários questionamentos:

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Com que autoridade bíblica 'escolhemos' estes nomes (ex.: batista, presbiteriano, pentecostal,etc.)? Os cristãos eram chamados simplesmente cristãos (pelos outros) ou 'irmãos' pelo

 próprio Senhor. Com que autoridade bíblica colocou-se nomes de homens nestes grupos(Luterana, Metodista, Wesleyana)? 1 Cor. condena dizer: Sou de Paulo, sou de Cefas, etc.Com que autoridade bíblica estabeleceu-se essas igrejas segundo diferenças nacionais? (ex.Igreja Grega Ortodoxa, Igreja Cristo Pentecostal do Brasil, etc.). Com que autoridade bíblica

chamou-se edifícios de "igreja" quando esta palavra (ekklesia) significa simplesmentereunião ou ajuntamento de pessoas? Com que autoridade bíblica chamou-se esses edifíciosde "templos" quando sabemos que Deus só reconheceu o templo de Jerusalém, e hoje otemplo somos nós, pessoas, individual e coletivamente? Com que autoridade bíblica temcultos de adoração previamente ensaiados, até mesmo com programas impressos, seencontramos em 1Coríntios 14 total liberdade do Espírito para escolher a quem Ele quer parao que Ele determinar? Que autoridade bíblica (lembre-se, estamos no NT.) temos para ter olouvor efetuado por um coral, e não por toda a congregação, e para a introdução de bandas,conjuntos, cantores profissionais fazendo da reunião mais um espetáculo para a platéia? Queautoridade bíblica tem para designar vestes especiais para os que cantam, para os que

 pregam, etc.? Que autoridade bíblica tem para as irmãs participarem das orações com acabeça descoberta? Que autoridade bíblica tem para mulheres falarem nas reuniões da igreja?Que autoridade bíblica tem para reuniões dirigidas por um só homem? Que autoridade

 bíblica tem para homens ordenarem homens, e se temos, por quem foram os primeirosordenados? Que autoridade bíblica tem para denominar pessoas como 'Reverendo', 'Pastor','Presbítero' nos mesmos moldes do 'Doutor' que usamos hoje, ou seja, transformar dons ouofícios em títulos honoríficos? (Você sabia que na Bíblia inglesa diz que 'Reverendo éDeus'?). Que autoridade bíblica tem para designar um pastor para uma assembléia localquando o dom de pastor é um dom dado universalmente à Igreja? Que autoridade bíblica tem

 para, como Igreja, observar dias "santos" ou especiais, como páscoa, natal, etc.? Queautoridade bíblica tem, na doutrina dada 'a Igreja, para a prática do dizimo? Que autoridade

 bíblica tem para solicitar contribuições de visitantes e pessoas não salvas? Que autoridade bíblica tem para instituir diplomas e certificados de pastores, ou mesmo dar títulos como'Doutor em Divindade' a irmãos que deveriam ser iguais aos outros? Que autoridade bíblicatem para considerar a Igreja como uma instituição que ensina. Costumamos ouvir 'NossaIgreja ensina isto ou aquilo'? 

O argumento do silêncio que fundamenta alguns dos questionamentos acima não é tão

 perfeito. Em alguns casos realmente esse argumento é categórico. Enquanto em outros casos ele é

totalmente descabido. A análise mais detalhada da questão apresenta suas fragilidades contextuais.

Estas fragilidades tornam-se mais claras nas argumentações que começam com a frase “que

autoridade bíblica”. É óbvio que o uso da autoridade bíblica sempre será bem vindo, afinal, o cristão

crê que a Bíblia é a Palavra de Deus e o ponto final em questão de religião, fé e doutrina. Entretanto,

o mau uso da autoridade bíblica poderá engessar a vida prática da igreja, bem como congelar a mentedas pessoas impedindo-as de refletirem e fazerem teologia nas questões não fundamentais da fé

cristã.

Diante deste quadro torna-se salutar a reflexão em alguns questionamentos: é fundamento de

fé cristã considerar a igreja como uma instituição que ensina? É fundamento de fé cristã dar títulos

aos irmãos em Cristo que estudam mais um pouco as Escrituras, a revelação de Deus, e exercem

liderança sobre os demais? É fundamento de fé cristã a prática do dízimo?

São fundamentos de fé cristã as questões acima? Como as pessoas seguem uma linha deraciocínio tão frágil e descabida de lógica e ainda formulam questionamentos que por si só se

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respondem? E percebe-se nesta linha uma carga de revolta contra a instituição eclesiástica maior que

os argumentos apresentados.

 Nota-se como são verdadeiros “espantalhos” tais  questionamentos apresentados pelos

“desigrejados” que também podem ser aplicados para questionar os ensinamentos deste grupo: Que

autoridade bíblica há para as palavras: “pequenos grupos”, “células” ou “grupos domésticos”? Que

autoridade bíblica há para afirmar que a igreja primitiva é o modelo definitivo e final de uma igreja

cristã?

Conclui-se que sempre se deve levar em consideração o argumento da autoridade bíblica em

questões fundamentais da fé cristã. Quanto aos assuntos periféricos tão criticados pelos

“desigrejados”, como ritos, dogmas e práticas, estes devem ser analisados por uma linha de

raciocínio madura levando em conta a importância de cada um e o contexto em que se encontram. O

ataque desenfreado a estes assuntos ao invés de trazer benefícios práticos à igreja induz ao risco de

se adotar uma postura legalista sobre assuntos secundários, quando deveriam dar prioridade aos

alicerces da fé.

1.9 COMO SURGE UM DESIGREJADO? 

O processo de desmotivação até tornar-se um desigrejado é muito sutil. A pessoa vai

 perdendo o foco em Cristo e vai olhando para o ser humano. Perde-se a visão daquilo que está

escrito: “desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com

 perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da

fé”.  (Hb.12.1b,2a). Por outro lado, as instituições vão colaborando com isso fazendo uso do falso

evangelho da prosperidade e outras heresias neopentecostais. Esta conduta em conjunto com o

“doente” modelo institucional baseado no Antigo Testamento mina a perseverança do fiel.

A situação de “desigrejados” não surge da noite para dia. Há um processo que se desenvolve

 partindo do ingresso em uma instituição eclesiástica, a vivência de alguma decepção, a posterior peregrinação buscando outras denominações até o desencanto final assumindo a postura de

“desigrejado”.

A cada instante muitas cartas de mudança estão viajando nas mãos dos pastores. A troca de

denominação já se banalizou a ponto de nem se pedir mais carta de mudança. A porta de saída das

denominações tem sido maior do que a de entrada. As mudanças de uma denominação religiosa para

outra, que ocorrem pelos mais variados motivos, conduzem o cristão e sua família a uma caminhada

desgastante como “ciganos da fé”.

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O ponto final desta jornada situa-se no isolamento, distantes de qualquer igreja. As

experiências traumáticas suplantam os momentos de alegria e o desencanto com a instituição

r eligiosa é a “recompensa” final.  A gravidade deste fato conduz à necessária análise e busca de

alternativas para esta tragédia.

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2.  O DESENCANTO COM A INSTITUIÇÃO RELIGIOSA

A igreja institucionalizada vive hoje uma situação delicada. Sua postura de descaso e

ignorância a isso não ajudará em nada na busca de uma solução para o problema. O fato é que evasão

de milhares e milhares de pessoas tem formado a maior igreja do mundo, a dos “desigrejados”.

2.1 Posturas de lideres e liderados que causam repercussão negativa

O desencanto da instituição religiosa adveio das posturas que lideranças e liderados têm

tomado dentro da igreja e que causam uma repercussão negativa nos cristãos. Consequentemente,

essas posturas tornaram-se o motivo para a fuga ou o descompromisso com a mesma. Estas são as

causas e os frutos do desencanto com a instituição religiosa.

É urgente e necessário o estudo de tudo o que tem contribuído para o desenvolvimento deste

fenômeno:

2.1.1 O fenômeno gospel mercantilista 

Isto não parte apenas dos líderes ou das próprias denominações. Os freqüentadores buscam

uma congregação neste molde. O líder é visto como um gerente que tem que estar a serviço dos

“clientes”. O culto, que deveria ser prestado para adorar a Deus, tem o seu formato distorcido a fim

de atender os interesses carnais de líderes e liderados.

Em muitas denominações os cultos são verdadeiras “ofertas ao cliente”. A denominação trata

cada nova congregação como uma franquia, e não como uma embaixada de Cristo. O uso da mídia

faz o trabalho de marketing de suas propostas fora do cristianismo bíblico: a pregação do evangelho

 pautada em arrependimento, conversão e graça divina. Ao invés disso: prosperidade, saúde e bem

estar. Aqueles que se aproximam com um desejo de realmente buscar a Deus, passam a detestar e ageneralizar negativamente todas as instituições eclesiásticas.

2.1.2 Aplicação exagerada de práticas e costumes da Antiga Aliança na igreja 

A aplicação exagerada de usos e costumes na igreja tem causando uma perca de sua

identidade cristã. As práticas variam desde a entrada de réplicas da arca da aliança, do uso de

vestidos e trajes culturais judaicos pelas mulheres (interessante que os homens não), até a prática deintitular os pastores como patriarcas. Os prédios das denominações são chamados de templos e

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transformados em verdadeiros “totens”. Mulheres não podendo exercer presbitério e pastorado. As

idas aos montes para orarem, a prática de atos proféticos, etc.

Ocorre, entretanto, que o advento da internet, a oferta de excelentes Bíblias de estudo e de

literatura teológica de qualidade, tem despertado o interesse dos cristãos autênticos por uma

formação teológica madura. O fruto de todo esse processo é a desmistificação dessas práticas e o

consequente desprezo a este modelo de instituição.

2.1.3 Cultos antropocêntricos

As canções evangélicas, que deveriam ser louvores (elogios) a Deus, apresentam mensagens

antropocêntricas (focadas em bajular o ser humano) que passam despercebidas pelos incautos, ao

 ponto de serem cantadas em muitas instituições eclesiásticas. Infelizmente isso só ocorre pela

omissão e falta de conhecimento da liderança que deveria zelar pela qualidade teológica dos cultos

celebrados.

As mensagens colocam o homem como Senhor e Deus como seu servo:

“O homem tem direitos que Deus precisa compreender. O homem não pede a Deus, ele

ordena. O homem não é servo de Deus, mas Deus deve servir o homem [...] a terra domina o céu; o

homem domina Deus”. (LOPES, P.98-99, 2008).

Quando o ser humano procura ocupar o lugar de Deus as almas sedentas pelo Criador são

novamente decepcionadas e, por não suportarem essa situação, fogem do convívio da igreja. Além

disso, o crescente conhecimento teológico de muitos, tem causado uma verdadeira repulsa a todo este

contexto, levando-os a desistirem de congregar, preferindo antes adorar a Deus em suas próprias

casas.

2.1.4 Forma de governo papal

Esse é outro fator que tem trazido desencanto. O líder é visto como “cabeça” daquela

instituição. Todas as congregações (ou filiais) devem enviar para a matriz suas finanças, depois de

retiradas suas despesas (rigorosamente controladas pela sede). Os pastores dessas filiais são tratados

como subalternos e entram num círculo de rodízio periódico para que o pastor maior (dono da sede)

não tenha prejuízo de perca de algumas das filiais.

Esse rodízio de pastores também tem como objetivo não criar vínculos dos pastores com a

membresia, para que eles não se condoam com a exploração financeira dos seus púlpitos. Ointeressante é que o pastor da sede nunca participa desse rodízio. Todos os demais pastores têm o

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tempo certo para cumprir em cada congregação, menos o da sede. Isso tudo um dia cansa, e leva

 pastores ao desencanto com a instituição religiosa. Quando não rompem e não conduzem a

denominação que pastoreiam para uma briga por emancipação, vão embora sós e frustrados.

Esta forma de governo papal também atinge a relação entre líder e liderados. As decisões e

 posicionamentos ditatoriais do “ungido intocável do Senhor” nunca podem sequer serem

questionados pelos membros sob pena dos mesmos serem classificados como rebeldes e

insubmissos.

O extremo diametralmente oposto da democracia irrestrita e irresponsável é igualmente

danoso para a obra de Deus. A falta de ordem e decência é um sintoma de uma mordomia deficiente

 por parte dos líderes que deveriam zelar pela manutenção e condução sadia do rebanho do Senhor.

Todas estas distorções na forma de governo da igreja produzem humilhações e decepções que

têm contribuído para o crescimento dos chamados “feridos em nome de Deus”. 

2.1.5 Culto à personalidade

A divinização de personalidades no meio evangélico tem induzido à idolatria de líderes,

cantores e ministérios. Esse comportamento, até mesmo estimulado por alguns líderes de

denominações, é imperceptível a muitos, porém Paulo Romeiro (1995, P.51) desde os anos noventa

denuncia com bastante propriedade este fenômeno ao ressaltar que:

Isso acontece porque o ser humano é um adorador por natureza e cultuar é uma de suasatividades essenciais. Entretanto, no seu afã de adorar ele tomou, ao longo da história,caminhos espiritual e socialmente tortuosos. Desde jangais da África, desertos da Arábia, atéao frenesi das grandes metrópoles, adoradores podem ser encontrados aos bilhões, ora

 prostrando-se diante de uma vaca sagrada, de algum amuleto, ou altar, ora diante de algumlíder religioso ou guru. O interessante é que, quando o ser humano não adora em espírito eem verdade (Jo.4.23,24), ele corre o risco de procurar ser adorado.

O culto à personalidade é um fato que muitos não querem admitir que exista, todavia as pessoas mais esclarecidas percebem o abuso e passam a procurar alternativas de igreja. Marília César

(2009. P.92,93) relata essa postura quando escreve:

Se Freud estivesse vivo e visitasse um dos nossos templos evangélicos hoje, identificariarapidamente uma característica que poderia associar à prática do abuso: o culto ao

 personalismo [...] No neopentecostalismo, a vertente evangélica que mais cresce no Brasil, écomum o pastor líder ou, em muitos casos, o casal fundador da igreja, tornar-se maisinfluente que a instituição. A palavra deles vira lei. O que eles dizem, muitas vezes de formaaleatória, passa a ser verdade absoluta. 

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Bem exortou o apóstolo Paulo: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e

sim como a carnais, como a crianças em Cristo [...] Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e

outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens?” (1Co.3.1,4). 

2.1.6 Ritualismo enfadonho

As igrejas históricas, usualmente reconhecidas como proclamadoras de uma mensagem

teologicamente sadia, infelizmente têm contribuído para o êxodo de membros. Muita das vezes as

formalidades rígidas e o rito “engessado” prejudicam o fluir   da comunhão, da espiritualidade, da

 participação e da espontaneidade dos momentos de devoção.

Esta supervalorização da forma em detrimento e prejuízo da essência tem levado as pessoas a

desistirem de irem aos cultos destas instituições. As práticas religiosas se transformaram em coisas

 previsíveis e desprovidas de qualquer emoção, como se porventura as emoções devessem ser

excluídas do culto devido aos exageros dos neopentecostais.

 Não que se deva nortear a fé em novidades, mas que o culto participativo, leve, alegre deixou

de existir dando espaço a uma liturgia desprovida da beleza presente nas passagens bíblicas de

louvor e adoração, afastando de forma lamentável uma multidão de sedentos por Deus.

2.1.7 Escândalos de líderes

Infelizmente a maior parte desta obra pode ser descrita como um escândalo causado pelos

líderes. A análise mais objetiva do termo conduz a fatos ainda mais estarrecedores. O envolvimento

de líderes evangélicos com a corrupção política, com crimes de pedofilia, lavagem de dinheiro, como

tráfico de drogas e outras práticas vergonhosas tem contribuído de forma substancial com o

crescimento da multidão de “desigrejados”. A prática da imoralidade por parte de quem deveria ser sal e luz existe desde o ambiente

eclesiástico chegando até ao submundo da sociedade. Convém perceber que a forma papal de

governo contribui de forma substancial para que estes desmandos e desatinos se proliferem no meio

das igrejas. Pois quando alguém está no topo da pirâmide e dificilmente presta contas gera uma

ocasião oportuna para que se abuse também das finanças, sexualmente e emocionalmente.

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3. BUSCANDO REFORMAS NA INSTITUIÇÃO

 Não se pode ficar inerte e alheio à derrocada da instituição cristã. As Escrituras dizem:

“Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano”.  

(1Pe.2.13). Ora, se a Palavra orienta a sujeitar a autoridade ou instituição “humana” quanto mais à

instituição criada, organizada e utilizada pela igreja orgânica.

A igreja de Cristo na terra, em suas congregações, deve buscar se renovar. Buscar uma

reforma em seu funcionamento focando-se mais na Palavra de Deus e em suas doutrinas,

minimizando mais os seus dogmas. Enfim, é necessária e urgente a reflexão séria na busca de ideias

que devam ser implementadas como uma “luz no fim do túnel” para a sofrida igreja cristã: 

3.1 Implantação de pequenos grupos nos lares

As igrejas domésticas tem sido uma alternativa dos “desigrejados” para sobreviverem como

cristãos diante do cenário desarrumado das instituições evangélicas. Este seria o primeiro passo para

a instituição eclesiástica resgatar o respeito e buscar reformas consideráveis. O ministério de igrejas

nos lares implantado em pequenos grupos de membros da instituição, com lideranças confiáveis,

deve ser muito estimado pela congregação se essa realmente deseja voltar aos princípios bíblicos do

que é ser igreja. Não se trata da anulação dos cultos da instituição, de forma alguma, mas promover

atividades que resgatem um ambiente de família, de comunhão. Este modelo certamente será

também muito útil para a obra da evangelização.

Timothy J. Keller (2002. P.127,128) dissertando sobre pequenos grupos escreve:

Como nossa sociedade tem se transformado! Menos e menos pessoas vivem em uma regiãona qual que elas nasceram e cresceram e que esteja repleta de relacionamentos familiares ede velhos amigos. Porém tanto a liderança da igreja como os membros da congregaçãofrequentemente esperam que a nutrição aconteça através de comunicação informal e pessoal,e relacionamentos não planejados entre (usualmente) pastores e membros. Foram quase doisanos para nós até que percebêssemos que a abordagem tradicional não funciona em umagrande cidade. É através da rede de “células”, pequenos grupos sociais, que podemos nutrir ecuidar uns dos outros. Logo comecei a alertar as pessoas: “Se você é um membro oufreqüentador regular da igreja [...] e está passando por problemas espirituais, ou está doente,ou tem algum tipo de necessidade grave em sua vida. Certamente iremos tentar ajudá-lo. Mascaso você não fizer parte de um grupo e formos lentos em responder, você realmente não temo direito de reclamar. É através de pequenos grupos que podemos prover cuidados eoportunidades através do aprendizado, e é através dos grupos que sabemos rapidamente sevocê tem uma necessidade que o Corpo pode atender. Então, falando praticamente, se vocênão fizer parte de um grupo pequeno, você não está realmente fazendo parte da igreja”. 

3.2 Repaginação dos cultos visando aproximar os cristãos

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Os cultos semanais da instituição podem ser reformulados numa atmosfera de comunhão

deixando os ritos formais para cerimônias mais propícias. A igreja deve focar numa comunhão entre

os irmãos regada a estudos da Palavra em grupos na própria instituição após o momento de louvores.

Para isso o pastor deve investir e acreditar na força da Escola Bíblica. Uma ideia que até hoje, se

 bem equipada, pode suprir essa área.

Os cultos não precisam começar obrigatoriamente logo com o louvor, pode se promover antes

um momento de “partir do pão” com alimentos leves, simples de se fazer e trazer, como: café, chá,

 bolachas. Criando desta forma um agradável ambiente de confraternização pré-culto.

Muitas ideias que não prejudiquem a ordem do culto ou desmereça sua importância, podem

ser dadas para que esses cultos venham a ter um ambiente menos formal e mais familiar.

3.3 Focar uma eclesiologia a luz do Novo Testamento

Observa-se que esse ponto é um dos principais problemas da instituição evangélica. Sua

eclesiologia é muito mais veterotestamentária do que neotestamentária. É triste a confusão que fazem

das alianças quando a questão é igreja. É óbvio que não se devem negar todas as características da

congregação judaica na congregação cristã, pois, o cristianismo veio do judaísmo. Todavia, a igreja

 primitiva, no livro Atos dos Apóstolos e cartas paulinas e gerais deixa uma herança na qual toda

liderança cristã deveria se focar mais.

Por exemplo: A figura central do sacerdote do Velho Testamento ainda é muito fortemente

transferida ao pastor evangélico. Isso tem causado transtorno ao verdadeiro ministério pastoral em

uma igreja local. Nota-se que a figura do “capelão” tem sido muito mais divulgada como papel de

 pastor do que a de “facilitador”.

Em parte alguma do Novo Testamento encontra-se o pastor ou bispo ou presbítero (palavras

similares no grego para representar o líder cristão de uma congregação) como mediadores entre o povo e Deus. Isso é uma contradição muito grande com a base da fé cristã. Jesus é o único mediador

entre Deus e os homens (cf. 1Tm.2.5). E a mensagem que o evangelho passa é de que todos os

cristãos são sacerdotes de Deus. A Bíblia assim diz: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real,

nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que

vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.   (1Pe.2.9 o grifo é meu). A verdade bíblica

neotestamentária é superior a do Velho Testamento (cf. Hb.7.22; 8.6).

Se uma instituição evangélica deseja passar por uma reforma, deve também passar por essamudança de pensamento quanto à figura do seu líder eclesiástico. Instituições que prezam muito pelo

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modelo de igreja tradicional, onde o pastor é visto como “sacerdote”, “ungido” e   “profeta” são

modelos regados à base de trechos do Antigo Testamento sem as devidas adequações a Nova Aliança

que foi implantada pelo nosso Senhor Jesus Cristo.

Está escrito: “A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo

anunciado o evangelho do reino de Deus”. (Lc.16.16a). Jesus tornou-se o centro dos três ofícios do

Velho Testamento: Profeta, sacerdote e rei. Esses ofícios são intransferíveis (na qualidade que estão

no AT) para terceiros, encerraram-se em Jesus.

Deve-se observar, por exemplo, profecia de Ezequiel, muito usada como fundamento para se

cobrar presença e acompanhamento por parte dos pastores. Ocorre, entretanto, que essa profecia não

tem nada a ver com pastores cristãos. Até mesmo porque nem existia a igreja de Cristo nessa época.

A profecia de Ezequiel direcionada aos sacerdotes e líderes de Israel é uma forma profética de

anunciar o Messias, o legítimo sacerdote do povo. Convém proceder-se à análise de alguns trechos

dessa profecia: “Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores

as ovelhas? [...] A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a

desgarrada não tornastes a trazes e a perdida não buscastes, mas dominais sobre elas com rigor e

dureza”. (Ez.34.2b,4). O profeta revela a fraqueza da liderança humana, limitada e pecadora do

sacerdote veterotestamentário ante os dilemas da vida espiritual da congregação de Israel. Depois de

relatar essa falha humana e nos versos seguintes, consequentemente, a dispersão do povo, o profeta

foca-se na revelação messiânica:

Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei. Como o pastor busca o seurebanho, no dia em que encontra ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; livrá-las-ei de todos os lugares para onde foram espalhadas no dia de nuvens e de escuridão [...]Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas e as farei repousar, diz o SENHOR Deus. A

 perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a enferma fortalecerei;mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com justiça [...] Suscitarei para elas um só

 pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor. Eu, o SENHOR, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas;eu, o SENHOR, o disse. (Ez.34.11,12,15,16,23,24). 

É por isso que Jesus se apresenta em João 10 como “pastor” f azendo alusão a essa profecia! E

ninguém pode substituí-lo! Não tem como. Somente Cristo pode suprir as necessidades de um cristão

(cf. Sl.23). Somente Cristo pode mediar pelas pessoas junto a Deus, e mais ninguém. E somente

Cristo é o “cabeça” da igreja. Comumente se ouve falar em instituições de modelos tradicionais em

que o pastor é o cabeça. Este quadro precisa mudar! É necessária uma reforma na instituição. A

Bíblia é clara: “porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja,

sendo este mesmo o salvador do corpo”. (Ef.5.23); “Ele é a cabeça do corpo, da igreja”. (Cl.1.18a);

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“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. (Ef.4.15). O

corpo de Cristo não é um “ bicho de duas cabeças”.

O pastor de uma congregação é alguém constituído pelo Espírito Santo para guardar,

administrar, edificar, aperfeiçoar o rebanho de Deus. Ocorre, entretanto, que ele não é o cabeça da

igreja, ele é um facilitador do rebanho e da obra divina na terra por meio da igreja de Cristo. O Novo

Testamento deixa claro isso: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros

 para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o

desempenho do seu serviço, para a edificação  do corpo de Cristo”. (Ef.4.11,12 grifo nosso).

“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para

pastoreardes  a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue”.   (At.20.28 grifo

nosso). “ pois, se alguém não sabe governar  a própria casa, como cuidará  da igreja de Deus?”.

(1Tm.3.5 grifo nosso). “Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível

coroa da glória”. (1Pe. 5.4 grifo nosso). As palavras grifadas ajudam a “desenhar ” o perfil da figura

de liderança neotestamentária sem que venha a usurpar o lugar de Cristo e sem copiar o perfil

sacerdotal do Velho Testamento. Torna-se primordial a cuidadosa análise de cada detalhe deste

 perfil:

a)  Pastores: Esse é o único texto do Novo Testamento relacionando a pessoas fora Cristo como

 pastor. Essa palavra está associada a outras como “dons” dados pelo próprio Cristo (ver v.8). O

dom de pastorear é dado aos líderes de uma congregação para que possam guiar o povo até que

Cristo venha (Hb.13.17).

 b)  Aperfeiçoamento e edificação: Pastores não foram chamados para serem sacerdotes, ungidos ou

mediadores numa congregação. O papel deles é de “aperfeiçoar”, fazer com que os cristãos se

tornem mais maduros, mais preparados para a realização da obra de Deus. Trazendo com isso

“edificação”, isto é, crescimento a igreja de Cristo. Uma congregação onde as pessoas não sabemnada ou quase nada de Bíblia, onde não se realiza o “ide” de Jesus , onde não são cristãos

excelentes, com certeza não está em edificação. Mas, em queda.

c)  Pastoreardes: Tomar conta, apascentar, trazer alimento para o rebanho. O pastor de uma

congregação tem o dever de trazer a Palavra de Deus expositivamente ao rebanho de Deus. Tem

o dever de guardar o rebanho contra os ataques externos e internos dos erros morais e

doutrinários que venham possivelmente assediar o rebanho. Retratado claramente nos versos deAtos 20.28 (v.29,30).

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d)  Governar, cuidar: É um comparativo que Paulo faz do Bispo que, sendo um bom governante de

sua casa, também o será na igreja. Ressaltando assim o perfil de um pai de família no governo: da

 parte administrativa, educativa, aconselhamento e provisão de alimento espiritual. Para tudo isso

o pastor local vai buscar subsídio na Palavra de Deus e na oração. Ministérios estes designados à

liderança cristã do Novo Testamento (cf. At.6.4).

e)  Sumo Pastor: Finalmente, Pedro, dirigindo-se aos presbíteros em sua carta, ressalta que o

 pastoreio humano é finito, limitado, interino e submisso a superioridade de Jesus.

A igreja de Cristo não é um lugar, ela se reúne num lugar a figura pastoral sozinha não tem

como ser o corpo de Cristo na terra. O pastor sozinho não poderá fazer o que Cristo faz e fez. Jamais

lhe substituirá. Até mesmo por suas impossibilidades naturais e frágeis. Por ser humano e pecador. É

neste ponto que aparece a igreja verdadeira: que é o corpo de Cristo.

Os cristãos que se reúnem em uma congregação devem aplicar as ordenanças dadas na Nova

Aliança, que foram:

a)  Suportar e perdoar uns aos outros (cf. Cl.3.13);

 b) 

Admoestar uns aos outros a se congregar (cf. Hb.10.25);

c)  Amar uns aos outros (cf. Jo.13.34,35; 1Pe.4.8);

d)  Honrar uns aos outros (cf. Rm.12.10);

e)  Acolher uns aos outros (cf. Rm.15.7);

f)  Sujeitar uns aos outros (cf. Ef.5.21);

g)  Edificar e consolar uns aos outros (cf. 1Ts.5.11);

h)  Confessar os pecados uns aos outros (cf. Tg.5.16);

i) 

Servir uns aos outros (cf. 1Pe.4.10); j)  Instruir e aconselhar mutuamente (cf. Cl.3.16a).

Estas atribuições não são de um homem só, mas de todos aqueles que se dizem cristãos e

membros do corpo de Cristo! Bem disse Martinho Lutero (1520. Citado por Bettenson. 1983. P.243):

Se é certo o artigo da nossa fé 'creio na Igreja Cristã', então o papa não pode estar certosozinho; do contrário deveríamos dizer: 'creio no papa de Roma' e reduzir a Igreja cristã a

um único homem, o que é uma heresia diabólica e condenável. Além disto, somos todossacerdotes, como já disse, e todos temos uma fé, um Evangelho, um sacramento [...]. 

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3.4 Equilibrar as formas de governo eclesiástico: episcopal e congregacional

 No decorrer dos tempos tem se observado que ambas as formas de governo, quando

desvinculadas, são prejudiciais a igreja de Cristo. O governo episcopal, cujas decisões e direção parte

do pastor local que está submisso a um pastor presidente de uma sede, foge do modelo

neotestamentário de igreja. A leitura do livro de Atos dos Apóstolos demonstra que a igreja decidia

suas causas de forma direta, como foi na escolha dos líderes em Atos 6, ou de forma representativa

com os apóstolos e presbíteros no dilema da Lei ser ordenada aos cristãos gentios em Atos 15. Não

existe no Novo Testamento nenhum episódio aonde tenha havido a inversão do modo de tomada de

decisões em algo que se assemelhasse ao formato episcopal. O ideal é que a igreja adote um modelo

congregacional moderado, cujas decisões e direção parte dos congregados em uma Assembleia

Geral. O modelo que leva a uma democracia irrestrita deve ser evitado, pois usualmente tenta

reprimir a autoridade constituída por Deus. Desta forma melhor alternativa para uma reforma na

instituição evangélica seria um governo mesclando o formato episcopal com o congregacional.

3.5 Um passo corajoso rumo à autonomia

Como as instituições evangélicas em sua maioria são de modelos episcopais, acompanha

também o modelo de sede e filiais. Isso tem gerado uma imagem negativa muito grande. Quando

surgem as igrejas pequenas (subcongregações) os pastores ficam como sendo gerentes, trocados em

um cronograma que visa impedir que o mesmo se apegue a congregação e vice-versa. Evita-se assim

a perca da congregação.

Essas igrejas pequenas ficam a mercê do controle da sede e das decisões oriundas de lá. As

finanças são repassadas para essa sede, enfim, tudo é controlado. Cria-se desta forma um modelo

doentio, engessado, e sem liberdade de tocar a obra de Deus com a participação e visão do povodaquele lugar.

Existe ainda o agravante de que esses modelos geram grande disputa de poder, riquezas e

 posses. Consequentemente tem gerado grandes divisões no meio evangélico. Essa problemática

exige uma reforma urgente. A melhor estratégia seria o rompimento total com essas estruturas do

 poder.

Infelizmente existem sistemas religiosos fundamentados pelo homem para alimentar sonho de

homens e não de Deus. Se essas instituições quisessem realmente passar por uma reforma deveriamtambém dar um passo corajoso rumo à autonomia. Seus pastores governariam as congregações junto

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com os congregados locais usufruindo de plena autonomia financeira, administrativa e missionária.

Centralizando com as demais congregações apenas a confissão de fé, que seria a mais ortodoxa

 possível, sem muitos detalhes secundários. Focando-se nos fundamentos da fé cristã. Apelando

sempre para a moderação, bom senso e equilíbrio nas questões secundárias e dogmáticas.

3.6 Retorno aos cinco pontos da Reforma Protestante

A igreja cristã evangélica, protestante, precisa voltar às suas raízes. Muito do que há de

negativo na instituição eclesiástica vem por conta de seu afastamento aos cinco pontos da reforma

 protestante. Editado pelos reformadores desde o rompimento com a instituição: Igreja Católica

Romana. Esses pontos são uma resposta aos cinco pilares básicos do catolicismo romano. O livreto

editado pela RTM  –  Rádio Trans Mundial apresenta um contraste interessante e confrontante que

levam todos a refletir: “Será que somos Católicos Romanos ou Evangélicos?” O palestrante, pastor e

conferencista Itamir Neves escreve:

Para a igreja católica daqueles e dos nossos dias estes eram conceitos aceitáveis: 1) AEscritura e a Tradição são as fontes das normas para os cristãos, para a própria igreja. 2) A fée as obras é o que possibilitam o fiel justificar-se diante de Deus. 3) A graça e os mistériossão entendidos como meios para o relacionamento com Deus. 4) Cristo, Maria e aintercessão dos santos são o meio para chegarmos a Deus. 5) Deus, os santos e a hierarquia

da igreja merecem o louvor e a gratidão dos fiéis [...]. Diante disso [...] o contraste entre alinha doutrinária católica e reformadora: 1) Afirmamos que somente a Escritura nos capacitaa conhecer, entender e nos submeter ao plano salvífico divino. 2) Afirmamos que somente afé e não por obras que somos justificados sendo a justiça de Cristo aplicada em nós. 3)Afirmamos que somente a graça de Deus nos chama e nos reconcilia consigo mesmo,independente de qualquer mérito que possamos apresentar. 4) Afirmamos que somenteCristo e seu sacrifício vicário é o caminho da salvação do nosso pecado. 5) Afirmamos quesomente a Deus a gloria, adoração, louvor, submissão e reverência por seu maravilhoso

 plano de salvação elaborado na eternidade. (SOUZA, P.58,59. 2014). 

Assim, a instituição cristã deve fortalecer essas raízes e, em muitos casos, resgatar esses

 pontos que algumas já abandonaram faz tempo. O princípio do: Sola Scriptura (somente a Escritura),Sola Fide (somente a fé), Sola Gratia (somente a graça), Solus Christus (somente Cristo) e Soli Deo

Gloria  (somente a Deus a glória) formam a base teológica da instituição protestante, evangélica

desde o seu surgimento.

O retorno a essa base vai expurgar muito lixo teológico produzido ao longo das décadas em

que a instituição cristã evangélica se afundava em crise. E consequentemente vai estabilizar sua

funcionalidade, pois hoje se vive uma época na igreja evangélica semelhante ao período medieval

controlado pelo catolicismo romano com sua teologia meritória. Como apropriadamente cita PauloRomeiro (2005. P.155):

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Com o passar dos séculos, a doutrina da graça foi sendo mais emais ofuscada, até que no fim da Idade Média perdeu bastanteespaço para a crença e a prática das penitências difundidas pelaIgreja. A Reforma Protestante surgida no século XVI na

Alemanha e promovida por Martinho Lutero, João Calvino eoutros foi uma reação contra a excessiva valorização das boasobras em detrimento da graça de Deus. 

3.7 Voltar ao evangelho puro e simples

Considerando o que anteriormente foi apresentado, o evangelho tornou-se impuro tal e qual o

evangelho do catolicismo romano. Impuro porque seus valores foram soterrados por muitos

 pensamentos pagãos e mundanos. E também complicado, porque a igreja evangélica adicionou

vários dogmas que sufocam a fé.

O que muitos desses “desigrejados”  estão fazendo é na verdade um “nado”  para cima em

 buscar de ar em meio a um oceano de invencionices humanas dentro da instituição. Cheias de

ganância, interesses pessoais, heresias, ciúmes, autocracia, tática comercial e até insanidade mental.

A proposta de muitos remanescentes da igreja institucional é voltar ao evangelho puro e simples de

Jesus. Essa volta envolve:

3.7.1 Envolve uma volta a priorização da pregação da mensagem da cruz. Nota-se

nitidamente na mídia, a presença da igreja institucional com uma mensagem que prioriza os bens

materiais, saúde e auto-ajuda. Isso não trás salvos para dentro da igreja! Isso não gera discípulos de

Cristo. A igreja institucional esta cheia de gente ímpia, gananciosa e sem base alguma no verdadeiro

cristianismo por conta disso! Da ausência da mensagem da cruz. A Bíblia ensina: “Pois não me

envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê,

 primeiro do judeu e também do grego”. (Rm.1.16). Ora, se não é pregado o “evangelho” que consta a

mensagem da cruz, como haverá ouvintes convertidos por meio de uma mensagem pregada? Umailusão gospel!

3.7.2 Envolve o retorno ao desafio magnífico de Cristo: “Se alguém quer vir após mim, a si

mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. (Mt.16.24b). Negar as vontades, morrer o eu, tomar o

sofrimento consequente da causa da cruz e acompanhar o estilo de vida de Cristo não é animador

 para aqueles que querem trabalhar uma mensagem agradável e de massageio dos egos. Todavia, se

há o desejo de reformar a instituição cristã, esse ato de arrependimento é fundamental.

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3.7.3 Envolve falar mais de Jesus e menos de si mesmo e da denominação. O foco das

 pregações está mais pra uma propaganda da instituição religiosa e uma autopromoção de lideranças

do que a proclamação do Cristo Salvador e Senhor. Voltar ao evangelho puro e simples é centralizar,

glorificar e singularizar a pessoa de Jesus na proclamação da mensagem da igreja institucional.

3.7.4 Envolve por fim ao show gospel. Isso tem que parar. Tudo tem um show, um

espetáculo. A instituição cristã mais parece um circo do que uma expressão visível do corpo de

Cristo. Se há o desejo de uma reforma na instituição religiosa, tem que implodir o palco: do

exorcismo, da música gospel, da autopromoção, do culto a personalidade, do milagre, das

arrecadações financeiras, dos ídolos cantores, das encenações proféticas e das manifestações

esquizofrênicas, da manipulação e sugestão mental e do hipnotismo.

3.7.5 Envolve uma filtragem recolhendo todo o sincretismo religioso local inserido na prática

do culto evangélico que levou a uma perca de identidade. Onde ninguém sabe mais o que seja: se é

uma instituição cristã ou um terreiro de candomblé ou uma mesquita islâmica ou um bosque budista

ou uma loja maçônica. Portanto, a filtragem de todo o sincretismo religioso resultará em uma

mensagem do evangelho puro de Jesus Cristo.

3.7.6 Envolve uma minimização ou até remoção dos dogmas inseridos ao longo das décadas

 passadas. Existem dogmas doentios que sufocam a igreja. Outros que amarram a igreja. E ainda

outros que ofuscam as doutrinas bíblicas. Se há o desejo de uma reforma na instituição eclesiástica,

solucionar essa problemática seria um bom começo. Na hermenêutica bíblica, consta a seguinte

regra: “Uma doutrina não pode ser considerada bíblica, a menos que resuma e inclua tudo o que as

Escrituras dizem sobre ela”. (OLIVEIRA. P.151. 1989). Isto é, se a Bíblia não resume tudo sobre um

determinado ensinamento de uma denominação, pode ter certeza, aqui se encontra um dogma. Ou no

mínimo, uma linha teológica. Assim, porque a insistência, imposição e exposição de tal ensinamentono púlpito ou na mídia se não é uma doutrina bíblica? Talvez se diga: “é porque está implícito na

Bíblia, mas é uma doutrina”. Entretanto, há outra regra da hermenêutica bíblica que diz: “Um

ensinamento simplesmente implícito nas Escrituras pode ser considerado bíblico quando uma

comparação de passagens correlatas o apóia”. (OLIVEIRA, P.158. 1989). É necessário que haja uma

reflexão cuidadosa sobre alguns pontos: há uma comparação de passagens correlatas que apóie tal

ensino? Isto é, há um paralelismo de versos bíblicos que dão respaldo a tal pensamento? Se a

resposta for negativa, é um dogma da denominação. Onde deveria (se não descartado), pelo menos

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colocá-lo a margem da mensagem da instituição eclesiástica e foca-se mais no que é central e

 bíblico! Exemplo: o amor de Deus, o seu evangelho, a graça, a mensagem da cruz, etc.

3.8 Por um fim a disputa denominacional

“A maioria das igrejas cresce por competição e não pela evangelização e, com isso, o Reino

de Deus não cresce. Só se muda o peixe de aquário”.  (ROMEIRO, 2014). Esta frase tão

contemporânea e cada vez se aplica a mais igrejas. Muitos líderes evangélicos hoje não querem mais

ganhar vidas para Cristo. Querem membros. E, se possível, já batizados e dizimistas constantes. A

igreja caiu no mundo indecoroso do proselitismo. Vive-se uma era de disputa entre líderes

evangélicos. A luta não é contra o reino das trevas, o mal ou o mundo, o proselitismo ofusca essa

visão em muitos líderes religiosos.

Se há o desejo de uma reforma na instituição religiosa, tem que se resgatar o amor e

compaixão pelas vidas não convertidas, não cristãs. Deixar de assediar membros pertencentes a

outras igrejas e praticar o evangelismo genuíno: proclamar o evangelho de Cristo ao ímpio.

Consequentemente com sua conversão, discipular e batizar esse novo cristão. É interessante

realizar uma análise da origem dos membros. Contabiliza-se quantas vidas foram batizadas em

determinada denominação desde os primeiros anos de sua fundação e depois observa-se quantos

membros existem nessa instituição hoje. Se o número de membros for superior aos que foram

 batizados, estes são membros oriundos de outras denominações.

3.9 Buscar unidade teológica

Pergunta-se: “Cadê os concílios da igreja?” Tem gente que pensa que a igreja sempre foi essa

“salada” teológica que é hoje. Não. No período posterior a era apostólica, a igreja estava dividida

quanto à doutrina de Cristo. Uns diziam que ele era uma criatura divina, outros alegavam ser Cristoapenas um ser humano, outros criam que ele era Deus, mas jamais seria homem. Entretanto, as

discussões convergiram para os concílios e deles procedia uma palavra final.

Hoje em dia não querem fazer mais isso. Por causa da sociedade pós-moderna influenciando

a igreja por meio da ortodoxia generosa e de lideranças descomprometidas com a ortodoxia bíblica.

 Num mundo onde a verdade é relativa, onde não há uma definição ou singularidade de ideais, a

criação de um concílio buscando dar fim as divergências teológicas das denominações evangélicas

não empolga mais. “Cada um fique com sua verdade” é a frase da civilização pós -moderna. E aigreja, que foi tão advertida nas palavras do apóstolo Paulo: “E não vos conformeis com este mundo,

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mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa,

agradável e perfeita vontade de Deus”. (Rm.12.2). Agora se encontra fazendo exatamente o contrário

do que foi advertido.

3.10 Trabalhar vida cristã na comunhão dos santos

 Nota-se nitidamente que os cristãos congregados, pertencentes à igreja institucional, têm um

 péssimo relacionamento uns com os outros. Esse fato tem contribuído muito para o crescimento de

“desigrejados”  no mundo. É preciso entender que, para toda boa convivência, é extremamente

necessário colocar-se no lugar do outro.

A vida de Cristo foi toda pautada desta forma. As Escrituras dizem: “o qual a si mesmo se

deu em resgate por todos”. (1Tm.2.6a). “o qual a si mesmo se deu por nós”. (Tt.2.14a). “E o Verbo

se fez carne e habitou entre nós” (Jo.1.14a). “ pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou

como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,

tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana”. (Fp.2.6,7). Entretanto, os

“cristãos” (seguidores de Cristo) não copiam o nobre modelo do mestre. 

Exortado sobre a importância de se congregar, certo irmão respondeu: “Eu estou desanimado,

a gente vê tanta coisa errada na igreja. Dar nem vontade de ir. Lá tem pessoas falsas demais”. Se a

vida cristã na comunhão do santos não for trabalhada na igreja esses comentários jamais irão cessar.

Entretanto, o tal irmão deveria também ver que a igreja de Cristo não é uma comunidade de

 perfeitos. Que inclusive ele não faria parte se assim fosse por ser também um imperfeito. Assim,

quando se afirma: “eu vejo tanta coisa errada na igreja”, deveria se incluir também dizendo: “eu vejo

tanta coisa errada em mim”. A igreja é uma comunidade de imperfeitos que servem e adoram ao

Deus perfeito.

“Cristianismo é sempre um circulo de: pedir  perdão, perdoar e ser perdoado” (BARBOSA,

2014). Isso também deve contribuir na comunhão dos santos. Se um cristão não pratica essarotatividade, jamais terá uma comunhão plena dentro da igreja. A alternativa sempre será de se

afastar da congregação.

A vida cristã também envolve o fruto do Espírito que, caso não seja trabalhado na pregação e

na vivência da igreja, não haverá comunhão dos santos, mas convivência de carnais. Paulo ensinou

aos gálatas: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,

fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”. (Gl.5.22). Todas essas

virtudes, que são resultado (fruto) da ação do Espírito Santo na vida do salvo, com certeza facilitarãoos relacionamentos e contribuirão com a comunhão dos santos.

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Russell Shedd (2014. P.30,32), ousadamente escreve:

Os reformadores reagiram contra a doutrina da Igreja Católica Romana que sustenta que hásete sacramentos. A Reforma se posicionou firmemente no princípio de que havia apenasdois. Esses meios da graça eram a Palavra pregada e a Santa Ceia celebrada. Por meio da

 pregação fiel da Palavra o cristão cresce na graça [...]. Pela celebração da Ceia o cristãoexamina sua vida, confirmando sua fé [...]. Tem sido observado corretamente que osreformadores se esqueceram de um dos mais úteis meios da graça que seriam os irmãos nafé. [...] Os membros da igreja tem a santa vocação de encorajar os que se enfraquecem na fé. 

3.11 Deixar no passado os apóstolos e profetas

Este assunto tem sido atualmente explorado e abusado pelas lideranças eclesiásticas. Resgatar

estes dons do passado como título para líderes atuais é de uma arrogância ou ignorância fenomenal.

O fato é que, notoriamente, algumas lideranças eclesiásticas se autodenominam de “apóstolos” ou

“profetas”.

Esta prática se constitui em mais um motivo para os “desigrejados” militantes expressarem

suas críticas e desprezo a instituição eclesiástica. Todavia, acertadamente, o apóstolo Paulo revela

serem essas duas atribuições bíblicas associadas ao “fundamento” da igreja de Cristo, cuja pedra

 principal é Jesus. Ele escreve: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele

mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular ”. (Ef .2.20).

De modo notório tem-se aqui o fim dos dons de profetas e apóstolos, por uma dedução bem

óbvia: a igreja já está fundamentada. Agora, a igreja de Cristo, depois de seu fundamento, segue o

seu curso na sua edificação com a cooperação dos evangelistas, pastores e mestres da igreja,

conforme Paulo apresenta mais adiante na carta supracitada (cf. Ef.4.11,12).

Existe ainda o relato claro do livro de Atos dos Apóstolos, onde Pedro, quando na vacância

de Judas Iscariotes, apresenta os critérios do apostolado:

É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o SenhorJesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foilevado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição. Então,

 propuseram dois: José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias. (At.1.21-23). 

São apresentados acima dois critérios: convivência com o Cristo encarnado e testemunha de

sua ressurreição. Portanto, a atribuição do título de apóstolo não tem base bíblica, bem como tem

gerado abuso de poder e ostentação de superioridade aos demais líderes da igreja. Onde o próprio

Jesus deixou bem claro a igualdade entre os irmãos. (cf. Mt.20.20-27). Augustus Nicodemus (2014)

trabalhando o mesmo assunto faz a seguinte conclusão: “Você não precisa de apóstolos hoje, porque

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os verdadeiros já fizeram a sua obra”.  Em sua outra obra (2011. P.25), escreve: “Fico com a

impressão de que a inspiração dos „apóstolos‟ evangélicos contemporâneos não é Paulo ou um dos

Doze, mas o atual bispo de Roma”.

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CONCLUSÃO

Após a análise de diversos aspectos da problemática dos “desigrejados” e a postura da

instituição, pode-se considerar que, os objetivos primordiais desta obra foram plenamente

alcançados: A análise realizada do fenômeno contribui de forma substancial com os líderes que

 precisam estancar o crescimento do movimento no meio em que atuam.

O real interesse dos grupos que assediam os incautos ficou plenamente demonstrado como

sendo essencialmente mais um evento de ganância financeira. O texto apresentou de forma clara os

desvios doutrinários perpetrados com o intuito de facilitar a ação destes grupos, bem como bases da

fé cristã que desmascaram as distorções e oferecem à igreja instrumentos de educação teológica para

“vacinar” os fieis contra esta “doença” doutrinária.

A obra restou como referência ao demonstrar o perfil dos “desigrejados” através da análise

das obras de teólogos, e das diversas entrevistas realizadas: com os militantes e demais envolvidos

com este movimento. A consequência natural desta análise foi a revelação da triste realidade em que

se encontra a igreja evangélica nos dias de hoje, contribuindo negativamente com seu descaso e com

suas mazelas.

O conteúdo ofereceu conselhos práticos e bíblicos para a igreja institucional, bem como aos

líderes e liderados para possam obter êxito na efetivação de uma mudança em suas estruturas

eclesiásticas. A observância dos ensinamentos contidos possibilitará que haja uma mudança positiva

no quadro atual em que vive a igreja de Cristo.

O autor apresentou de forma eficaz estratégias para que a condução da obra de Deus aconteça

de maneira mais social, num ambiente familiar, conduzindo o povo de Deus em pequenos grupos nos

lares. Visando um ambiente mais acolhedor na congregação o texto demonstra como renovar a

liturgia repaginando os cultos na congregação, trazendo um cenário de adoração alegre, leve e com

uma eclesiologia mais pautada no Novo Testamento.

A partir destes conhecimentos e propostas o leitor pôde analisar, por um prisma bíblico,

cristão e de reto  juízo, não somente a problemática dos “desigrejados” e o que tem causado tantodesencanto nas pessoas. Mas também a saída para essa situação embaraçosa em que se coloca a

igreja como um todo.

A responsabilidade das lideranças da igreja de Cristo quanto à condução do reino de Deus

 pelo mundo foi analisada minuciosamente. O texto apresentou um conjunto de condutas e

 procedimentos que visam o crescimento espiritual da instituição cristã, bem como a obtenção de uma

congregação sadia doutrinariamente, que proclame a mensagem do evangelho de forma bíblica,

centrada na pessoa de Jesus Cristo e não na criatura humana.

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A meta final almejada por todo conteúdo apresentado é de que os “desigrejados” voltem para

o convívio da comunhão cristã na congregação e que todos os que vivem dentro da instituição

eclesiástica possam ser libertos dos engodos criados e venham a apresentar ao mundo uma igreja

leve, moderada, bíblica, pura e sadia espiritualmente.

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REFERÊNCIAS

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BÍBLIA Online Módulo Avançado. Versão 3.0. Larry Pierce - Canadá. Sociedade Bíblica do Brasil.Com traduções: Almeida Revista e Atualizada (ARA), Almeida Revista e Corrigida (ARC) e léxicogrego e hebraico. Com texto hebraico e grego. 1997.

BÍBLIA Sagrada. Almeida Revista e Atualizada (ARA). SBB. 2011.

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