monografia pronta- mirelle andrade

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UniAGES Centro Universitário Bacharelado em Nutrição MIRELLE ANDRADE DA SILVA TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E IMPACTOS NUTRICIONAIS: uma revisão integrativa PARIPIRANGA 2021

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Page 1: Monografia pronta- Mirelle Andrade

UniAGES Centro Universitário

Bacharelado em Nutrição

MIRELLE ANDRADE DA SILVA

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E IMPACTOS NUTRICIONAIS: uma revisão integrativa

PARIPIRANGA 2021

Page 2: Monografia pronta- Mirelle Andrade

MIRELLE ANDRADE DA SILVA

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E IMPACTOS NUTRICIONAIS: uma revisão integrativa

Monografia apresentada no curso de graduação do Centro Universitário AGES como um dos pré-requisitos para obtenção do título de bacharel em Nutrição

Orientador: Prof. Igor Macêdo Brandão

PARIPIRANGA 2021

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MIRELLE ANDRADE DA SILVA

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E IMPACTOS NUTRICIONAIS: uma revisão integrativa

Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Nutrição à Comissão Julgadora designada pela Coordenação de Trabalhos de Conclusão de Curso do UniAGES. Paripiranga, ____ de __________ de ______.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Igor Macedo Brandão UniAGES

Nome do Professor UniAGES

Page 4: Monografia pronta- Mirelle Andrade

AGRADECIMENTOS

Começo sendo a mais clichê possível, agradecendo à Deus pelo dom da

vida e por não ter me deixado desistir durante esses longos 4 anos e meio, tenho

a plena certeza que sem a concessão dEle nada disso seria possível.

Aos meus pais José Gil, que com seu jeito prestativo nunca me deu um “não”

das diversas vezes que precisei de sua ajuda, e em especial a minha mãe Cláudia

Andrade que durante toda a minha graduação foi o meu ponto de luz e refúgio

mesmo que as vezes com nossas divergências, se manteve firme me ajudando a

prosseguir quando pensei inúmeras vezes que eu não ia conseguir ir adiante para

finalizar meu tão esperado sonho. O meu muito obrigada pela oportunidade a mim

concedida será eterno, eu amo muito vocês.

Agradeço ao meu pequeno companheiro de vida, meu irmão Gil Júnior que

apesar da sua pouca idade, possui uma maturidade extraordinária. Você foi ponto

chave importante quando eu não sabia o que fazer, quando me via triste, cansada

e sem ânimo. Com você ouvi as melhores palavras, tive o melhor abraço, e o

melhor conforto, e acredite, não sei o que seria de mim sem você. Eu te amo muito,

“Junin”.

Aos meus avós Lindinalva Andrade e José Francisco que mesmo com pouco

entendimento sempre tinham uma palavra de carinho e incentivo quando eu ia a

sua casa desabafar sobre os meus anseios. Se fôssemos eternos, desejaria a

eternidade para eles, mas, posso desejar longa vida, o meu maior agradecimento

e amor por eles dois.

Aos meus tios, em especial meu tio/padrinho Claudivan Andrade, com sua

paciência e sabedoria, me deu todos os melhores conselhos que eu poderia ouvir,

a frase “as coisas não são estáticas” ficará guardada em minha memória. Agradeço

também as minhas tias que de forma direta ou indireta contribuíram para a chegada

desse tão esperado momento. Deixo a vocês meu muito obrigada.

Ao meu melhor amigo Herbert Thiago, que conheci logo quando entrei na

Instituição, agradeço-lhe por todo carinho, amor, afeto, fidelidade e até pelas

brigas. Tudo que vivemos foi essencial para o crescimento da nossa amizade,

desde ser parceiro em participar de dança de São João, a ser meu paciente em

Page 5: Monografia pronta- Mirelle Andrade

estágio. Você é muito especial para mim best, muito obrigada por tudo, eu amo

você.

Agradeço fielmente e eternamente a minha melhor amiga e irmã de alma

(como costumamos dizer) Janine Freitas, pela cumplicidade, amizade e fidelidade

desde que entrei na Instituição. Tenho plena certeza que fomos amigas em outras

vidas. Não mensuro o tamanho do carinho por você! Somente agradecer seria

pouco mana, eu te amo muito, obrigada.

Ao meu doce namorado e companheiro Anderson Macêdo que me conheceu

já no finalzinho de tudo, e acredito que na fase mais pesada do que se tivesse

chegado logo no início. Agradeço a você meu bem, por me suportar, compreender,

ajudar e me fortalecer quando eu mais precisei, sei que não é fácil lidar com essa

metamorfose ambulante que eu sou. Que Deus mantenha sempre a sua paciência.

Muito obrigada meu amor, eu te amo.

Agradeço as meninas que conviveram comigo na república em Paripiranga,

em especial Penelopy Laurêncio que esteve comigo e se tornou minha parceira e

amiga de quarto, obrigada pelos conselhos, ajuda e carinho. Sentirei saudades.

A todos os funcionários da Instituição Ages, meu muito obrigada pelos

serviços prestados.

Aos meus professores que agregaram na minha formação com sua

sabedoria e conhecimento, em ênfase Isis Lacrose e Viviane Portella na minha

curta caminhada pela Estácio. A Igor Brandão, Rôas Costa, Dalmo Moura, Augusto

Teixeira, Jamylle Araújo e todos os outros que aqui não foram citados, meu

muitíssimo obrigada.

Aos preceptores de estágio Jeovani Santana e Iris Patrícia, que transferiram

conhecimento de forma descomplicada mesmo que online, agradeço a vocês por

se tornarem essenciais para minha formação.

Aos meus colegas com quem dividi sala e trabalhos acadêmicos, em

especial Juliana Duarte, Analicia Souza, Karine Gomes, Daniela Duarte e todos os

outros que aqui não foram citados, agradeço-lhes de coração pela caminhada e

desejo-lhes sucesso.

Aos que não citei aqui de alguma forma, eu agradeço do fundo do meu

coração. Mais uma vez, muito obrigada! Para os sonhadores, não desistam do

sonho de vocês, pois quem acredita sempre alcança.

Page 6: Monografia pronta- Mirelle Andrade

É a verdade que assombra, o descaso que

condena, a estupidez o que destrói. Vejo tudo

que se foi e o que não existe mais. Tenho os

sentidos já dormentes, o corpo quer, a alma

entende. Esta é a terra-de-ninguém, sei que

devo resistir (...). E nossa história não estará

pelo avesso assim, sem final feliz. Teremos

coisas bonitas pra contar, e até lá vamos viver.

Temos muito ainda por fazer, não olhe pra trás,

apenas começamos.

O mundo começa agora, apenas começamos.

Renato Russo

Page 7: Monografia pronta- Mirelle Andrade

RESUMO

Objetivo: Realizar uma revisão integrativa com o intuito de analisar e identificar possíveis alterações que comprometem a modulação intestinal de pacientes com Transtorno de Ansiedade, verificando a funcionalidade intestinal, bem como as deficiências de determinadas vitaminas e nutrientes. Método: Efetuou-se a procura de termos que descrevessem função intestinal envolvendo fatores que alteram a comunicação entre o eixo cérebro-intestino e funções gastrintestinais de pacientes com Transtorno de Ansiedade. Posteriormente, realizou-se uma revisão de literatura nas bases de dados PubMed, SciELO, LILACS e Google Acadêmico. Foram inclusos estudos em português e inglês, publicados no período correspondente aos anos de 2011 a 2020, realizados com seres humanos e animais de laboratório, disponíveis em sua totalidade sendo compatíveis com o tema pesquisado. Resultados: Foram utilizados instrumentos específicos para identificação e avaliação do eixo cérebro-intestino, e alterações intestinais causadas por transtornos de ansiedade. Conclusões: Grande parte dos artigos identificou a presença de alterações tanto referentes à modulação intestinal, quanto à comunicação entre o eixo cérebro-intestino em pacientes que sofrem com Transtorno de Ansiedade, bem como alterações provenientes da ausência de nutrientes que entraram em evidência como Ácido Fólico, Ferro, Zinco e Vitamina B12. PALAVRAS-CHAVE: Alterações intestinais. Eixo cérebro-intestino. Transtorno de ansiedade. Deficiência de vitaminas e nutrientes.

Page 8: Monografia pronta- Mirelle Andrade

ABSTRACT

Objective: To perform an integrative review in order to analyze and identify possible alterations that compromise the intestinal modulation of patients with Anxiety Disorder, verifying intestinal functionality, as well as deficiencies of certain vitamins and nutrients. Method: We searched for terms that described intestinal function involving factors that alter the communication between the brain-intestine axis and gastrointestinal functions of patients with Anxiety Disorder. Subsequently, a literature review was conducted in the PubMed, SciELO, LILACS and Google Scholar databases. Studies in Portuguese and English, published in the period corresponding to the years 2011 to 2020, conducted with humans and laboratory animals, available in their entirety, were compatible with the researched theme. Results: Specific instruments were used to identify and evaluate the brain-intestine axis, and intestinal changes caused by anxiety disorders. Conclusions: Most articles identified the presence of changes in both intestinal modulation and communication between the brain-gut axis in patients suffering with Anxiety Disorder, as well as changes from the absence of nutrients that came into evidence such as Folic Acid, Iron, Zinc and Vitamin B12. KEYWORDS: Bowel changes. Brain-gut axis. Anxiety disorder. Vitamin and nutrient deficiency.

Page 9: Monografia pronta- Mirelle Andrade

LISTAS

LISTA DE FIGURAS

1: Vias envolvidas na comunicação bidirecional entre a microbiota intestinal e o

cérebro 15

2: Bases neurobiológicas da ansiedade 23

3: Os efeitos do estresse e dos glicocorticoides nas sinapses de glutamato e na

neurotransmissão 24

4: Medo e ansiedade 25

5: Modelo de esquemas emocionais 31

6:Estrutura conceitual da estrutura epigenética e alterada do cérebro como

mecanismos de psicopatologia 35

7: Diagrama do processo de obtenção do corpus 42

LISTA DE TABELAS

1: Síntese dos estudos relacionados: o eixo cérebro-intestino em relação ao

transtorno de ansiedade, microbiota intestinal e disbiose envolvendo distúrbios

psicológicos, deficiência e interação de vitamina B12, ferro, zinco e ácido fólico

em relação ao transtorno de ansiedade 46

Page 10: Monografia pronta- Mirelle Andrade

LISTAS DE SIGLAS

GABA - ÁCIDO γ- AMINOBURÍTICO

GI - GASTROINTESTINAL

HCY - HOMOCISTEÍNA

HPA - HIPOTÁLAMO-PITUITÁRIA-ADRENAL

SNA - SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

SNC - SISTEMA NERVOSO CENTRAL

SNE - SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO

TCAP - TRANSTORNO COMPULSIVO ALIMENTAR PERIÓDICO

Page 11: Monografia pronta- Mirelle Andrade

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

2 METODOLOGIA 14

3 EIXO CERÉBRO-INTESTINO: como a microbiota influencia no transtorno de

ansiedade 15

4 TRANSTORNO DE ANSIEDADE: efeitos emocionais e patológicos 20

5 RELAÇÃO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE E DISTÚRBIOS ALIMENTARES

27

5.1 Relação Transtorno de Ansiedade e a compulsão alimentar periódica 29

6 CARÊNCIA DE VITAMINAS E NUTRIENTES EM INDIVÍDUOS COM

TRANSTORNO DE ANSIEDADE 34

6.1 Ácido fólico 37

6.2 Ferro 38

6.3 Vitamina B12 39

6.4 Zinco 40

7 RESULTADOS 42

8 DISCUSSÃO 47

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 52

REFERÊNCIAS 53

Page 12: Monografia pronta- Mirelle Andrade

12

1 INTRODUÇÃO

A ansiedade é um estado em que há uma maior observação e uma capacidade

de resposta que traz resultados de determinados comportamentos de defesa do

indivíduo, e através destes que tangem no quesito de prevenir e diminuir os danos ao

organismo de determinada situação de perigo, sendo totalmente essencial de defesa

para o mecanismo fisiológico adaptativo. Desse modo, é importante destacar os

neurotransmissores como responsáveis pela resposta de estímulos nervosos

presentes no cérebro e a partir destes ocorrem a inibição de neurônios através da

sinapse, e quando essa ansiedade se torna um problema recorrente, estes são

considerados alvos primários para o desenvolvimento não somente de transtornos de

ansiedade, mas também de transtornos psiquiátricos (KRUERGUER-BURG et al,

2018).

A partir desse pressuposto, em determinada fase da vida, a maioria dos

indivíduos possuem algum transtorno alimentar causado pela má qualidade da saúde

mental. E dentre estes transtornos alimentares que geralmente são causados pelo

sentimento de ansiedade, que diferentemente da que é ocasionada comumente, ou

seja, aquela que logo passa após um acontecimento importante, o transtorno de

ansiedade traz situações recorrentes que diferem entre si quando se relaciona ao

medo, recusa, esquiva e pensamentos negativos (COSTA et al, 2019).

Desta forma é possível observar como o comportamento alimentar pode estar

associado a questões sociais, demográficas e culturais em que a percepção do

indivíduo em relação aos alimentos vem de experiências já existentes e pelo estado

nutricional. É válido salientar que o transtorno alimentar pode ser desenvolvido através

dessas questões que envolvem vínculo familiar bem como a mídia social que muitas

vezes se torna algo compulsório a ponto de gerar aflição ao indivíduo que se submete

a tais perspectivas, sejam elas em busca do corpo perfeito, da compulsão alimentar,

da distorção de imagem, causando distúrbios psicológicos em grande escala

(GONÇALVES et al, 2013).

Faz-se necessário apresentar fatores que a depender do nível de estresse, a

angustia e medo em pessoas com transtorno de ansiedade pode estar relacionado

com a alimentação, levando a deficiência de nutrientes, afetando na sua absorção e

assim tornando-se fatores que trazem malefícios a saúde do indivíduo.

Page 13: Monografia pronta- Mirelle Andrade

13

A partir destas informações, este estudo tem como objetivo realizar uma revisão

integrativa na qual mostra-se pertinente ressaltar as alterações do comportamento

alimentar devido ao transtorno de ansiedade, e no que tange ao impacto na qualidade

de vida dos indivíduos.

Page 14: Monografia pronta- Mirelle Andrade

14

2 METODOLOGIA

Refere-se a uma revisão integrativa, realizada na Universidade Integradas

Ages, em Paripiranga-BA.

Para a realização deste estudo, foram utilizados os seguintes descritores:

“transtorno de ansiedade”, “compulsão alimentar”, “comportamento alimentar”,

“transtorno alimentar e ansiedade”, “deficiência de nutrientes e ansiedade”, “functional

gastrointestinal disorders”, “cerebro-instinct axis and anxiety” limitando do português

ao inglês, aos estudos realizados com seres humanos, aos textos na integra e aos

temas compatíveis ao pesquisados neste trabalho com limitadores temporais no

período de publicação de 2011 até 2020, consultados nas bases de dados:

Medline/Pubmed (12), Scielo (4) e LILACS (5).

A primeira seção foi retirar a duplicidade nas bases de dados de modo que

restaram: 305 artigos. Em seguida, ocorreu a escolha pelos títulos, que resultou em

220 publicidades selecionadas. Após a leitura dos resumos foram excluídos 80 que

não abordavam o tema compatível com o pesquisado. Restaram 45 artigos, que foram

lidos na íntegra e, posteriormente, houve a exclusão daqueles que não atendiam o

objetivo. O estudo foi finalizado com inclusão de 21 artigos.

Page 15: Monografia pronta- Mirelle Andrade

15

3 EIXO CERÉBRO-INTESTINO: como a microbiota influencia no transtorno de ansiedade

Mediante as pesquisas, é possível observar que o cérebro se conecta ao

intestino através de neurotransmissores que possibilitam a passagem de sinais

sinápticos fazendo a ligação do eixo cérebro-intestino. E, a partir desta premissa,

destaca-se que o sistema intestinal através da microbiota existente se conecta a

psique do sistema nervoso com o intestino, fazendo com que haja as funções

metabólicas, neuroendócrinas e imunológicas. (MOSER et al 2018). Os autores

destacam ainda que através da microbiota intestinal é definido as condições em que

há uma maturação no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) no qual acontecem um

impacto nos circuitos cerebrais de cognação social, recompensa e processamento

emocional nos quais indica uma adaptação comportamental ao estresse.

É importante observar que a microbiota intestinal do indivíduo, para se

desenvolver adequadamente, depende do tipo de parto ao nascer, bem como a

predisposição genética, idade, nutrição, atividade física, fatores ambientais, estresse

e infecções. A partir desse pressuposto, a função cerebral e a composição psicológica

possuem uma relação recíproca com o intestino. (PETRA et. al, 2015).

Segundo Kim et al. (2018) o Sistema Nervoso Central (SNC) pode alterar a

composição da microbiota intestinal e a biomassa total por meio da regulação da

saciedade, como por exemplo, as mudanças nos padrões dietéticos podem afetar a

capacidade da microbiota intestinal de acessar os nutrientes necessários,

influenciando em última instância sua composição. Além disso, o sistema nervoso

desempenha um papel importante na regulação das funções intestinais, como a

mobilidade gastrointestinal, bem como a secreção de ácido, bicarbonato e muco,

todos os quais são proeminentes na manutenção da camada mucosa e assim, ao

alterar o habitat normal da mucosa, o sistema nervoso central pode afetar a

composição da microbiota intestinal.

Mediante essas informações anteriormente destacadas, é possível apresentar

segundo Crayan et al. (2011) que a complexa comunicação existente entre a

microbiota intestinal e o cérebro abrange o sistema nervoso central (SNC) e ramos

simpático e parassimpático dos neurotransmissores do sistemas nervoso autônomo

Page 16: Monografia pronta- Mirelle Andrade

16

(SNA) e entérico (SNE), bem como as fibras aferentes que fazem parte da projeção

do intestino para o centros corticais em exemplo o córtex cerebral, cingulado anterior

e posterior e amigdala que possuem as fibras efetoras que se projetam para o músculo

liso do intestino e sendo estas as principais vias de comunicação bidirecional ao longo

do eixo cérebro-intestino. E a partir desta junção que forma o eixo que se comunica

não somente por meio de rotas neuronais, mas também por meio de moléculas que

fazem a sinalização humoral e de componentes hormonais que em conjunto exercem

o efeito que alteram a função gastrointestinal (GI) e função cerebral (MAYER, 2011).

Ainda se tratando de vias neurais, é importante ressaltar que o intestino é

inervado pelo SNE possuindo uma rede complexa de neurônios que é composta de

nervos sensoriais, motores e interneurônios em que tem a possibilidade de regular de

forma independente as funções GI consideradas básicas, como por exemplo a

motilidade, secreção de muco e fluxo sanguíneo (MOLONEY et al., 2013).

Os autores ainda discorrem que a adrenalina, noradrenalina e acetilcolina são

os principais neurotransmissores do SNA, bem como os neurônios eferentes e

aferentes desse sistema se inervam no intestino, interagindo com SNE, em que o

nervo vago é o principal nervo da divisão parassimpática do SNA e demonstra-se ser

uma via importante para a comunicação entre o intestino e o cérebro como será

demonstrada na figura 1.

Figura 1: Vias envolvidas na comunicação bidirecional entre a microbiota intestinal e o cérebro. Adaptado: Cryan e Dinan (2013).

Page 17: Monografia pronta- Mirelle Andrade

17

Ao exposto da figura 1, é possível identificar que a comunicação bidirecional

está relacionada as vias multiprepotenciais diretas e indiretas por meio das quais a

microbiota intestinal pode modular o eixo cérebro-intestino. Nelas estão incluídas as

vias endócrinas (cortisol), imune (citocinas) e neural (sistema nervoso vago e

entérico). Para melhor entendimento, é perceptível observar que o cérebro recruta

esses mesmos mecanismos para influenciar a composição da microbiota intestinal,

por exemplo, em condições de estresse. O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal regula a

secreção de cortisol, e este pode afetar as células imunológicas (incluindo a secreção

de citocinas) tanto localmente no intestino quanto sistemicamente (CRYAN e DINAN,

2013).

Os autores destacados anteriormente explicam que o cortisol também pode

alterar a permeabilidade intestinal, a função de barreira, e a composição da microbiota

mutualmente, por outro lado, a microbiota intestinal e os agentes probióticos podem

alterar os níveis de citocinas circulantes e isso pode ter um efeito negativo na função

cerebral, que tanto o nervo vago quanto a modulação dos níveis sistêmicos de

triptofano como visto na figura 1, estão fortemente implicados na transmissão da

influência da microbiota intestinal para o cérebro. Além disso, os ácidos graxos de

cadeia curta (SCFAs) são metabólitos bacterianos neuro ativos das fibras dietéticas

que também podem modular o cérebro e o comportamento. Dessa forma é compreensível que o eixo cérebro-intestino se estende para

microbiota intestinal devido ao seu complexo círculo de comunicação entre o intestino

e o cérebro que irão modular as funções tanto imunológicas bem como

gastrointestinais e do SNC (BORRE et. al, 2014). De acordo com os autores, a partir

da relação bidirecional dita anteriormente entre a microbiota intestinal e o SNC que

fazem com que influenciem na reatividade ao estresse bem como na percepção de

dor, a neuroquímica e vários distúrbios do eixo cérebro-intestino.

Em observação dos mecanismos de sinalização, além das vias neurais,

endócrinas e metabólicas há alguns mecanismos imunológicos que podem afetar o

neurodesenvolvimento tornando-se assim resultado de uma disbiose, que podem ter

um efeito profundo que ocorrem também através de fatores endógenos e exógenos

ocasionando uma síndrome metabólica e transtornos mentais (BORRE et. al, 2014).

Segundo Saulnier et al. (2014), a disbiose microbiana está associada a

distúrbios gastrointestinais e metabólicos, quando um crescente corpo de evidências

Page 18: Monografia pronta- Mirelle Andrade

18

sugere que a interação hospedeiro-microbiana pode resultar em funções neuro

imunes desreguladas, afetando o comportamento. Ainda assim, os autores fazem

menção de muitos fatores relacionados ao eixo cérebro-intestino em que se referem

que a conexão entre a função cognitiva e os aspectos fisiológicos existentes, possuem

características e fatores dos mecanismos neurais, ou as estratégias adotadas no

processo de digestão e condução de sinais.

Além disso, o processo de absorção ainda é parte integrante da rede de vias

neurais no qual essas ligações ainda são necessárias para entender melhor a relação

desse eixo e como se estabelecem as correlações entre outras funções importantes

do metabolismo e as mudanças bioquímicas necessárias para a comunicação básica

no processo de administração e distribuição de funções determinantes para que a

ação efetiva correspondente as ações deste eixo sejam feitas de forma adequada

(SAULNIER et al, 2014).

A partir dessas perspectivas, como foi visto anteriormente, é possível salientar

que a resposta de estresse é gerada pela integração complexa de uma série de

regiões cerebrais que estão interconectadas e que participam da entrada modulatória

de regiões corticais e sendo a principal saída do circuito central de estresse consiste

no eixo neuroendócrino HPA e SNA (COLLINS et al., 2012).

Em situações quando acontece ao indivíduo casos de um evento adverso ou

estressor, seja por uma ameaça real (estressor físico) seja por a antecipação de uma

ameaça (estressor psicológico) em que ambos irão provocar uma sequência de

reações fisiológicas, emocionais e comportamentais que permitem lidar

adequadamente com a situação, e então, quando esses estressores se tornam graves

ou crônicos e muitas das vezes incontroláveis, podem desencadear mudanças

desadaptativas na estrutura e função do cérebro que podem ter consequências de

longo prazo no bem-estar físico e mental de uma pessoa (MCEWEN, 2012). Portanto,

a importância do estado emocional e do processamento de estresse no cérebro tem

recebido reconhecimento crescente no estudo de distúrbios gastrointestinais, como

também a desregulação do eixo cérebro-intestino quando há distúrbios no SNC

relacionados à ansiedade é de bastante relevância.

Com base nos achados de Holtmann et al. (2017), a ansiedade e os transtornos

depressivos comórbidos são altamente prevalentes em pacientes com doenças

gastrointestinais funcionais como a Síndrome do Intestino Irritável (SII) , e de acordo

Page 19: Monografia pronta- Mirelle Andrade

19

com os estudos em amostras em seres humanos, foi especulado que o aumento da

prevalência de comorbidades psiquiátricas em pacientes com doenças

gastrointestinais funcionais reflete no fato de que estas podem ser uma manifestação

primária de disfunção cerebral ou mesmo uma somatização primária entre o cérebro

dirigindo para as manifestações intestinais. Os autores descrevem que em pelo menos

metade dos casos, os sintomas de doenças gastrointestinais surgem, inicialmente,

nos transtornos de humor incidentes, já outros estudos, enfatizam o papel da

inflamação intestinal e da resposta das citocinas no microbioma intestinais

responsáveis em conduzir o intestino a alterações cerebrais.

Consequentemente, há evidências crescentes de que o microbioma intestinal

pode influenciar e modular o comportamento emocional. Assim, uma microbiota

intestinal saudável é essencial para sua manutenção fisiológica e contribui para a

correta transmissão dos sinais ao longo do eixo cérebro-intestino, o que permite a

inalteração da saúde mental do indivíduo.

Portanto, é necessário investigar as alterações intestinais nas quais estas são

identificadas no cérebro conjuntamente ao sistema nervoso central e as glândulas

intestinais, que traz consequências a longo prazo como os distúrbios gastrointestinais.

Porém, para isso, é preciso entender como o transtorno de ansiedade se manifesta

no organismo do indivíduo, ou seja, os efeitos emocionais e patológicos nos quais

serão vistos mais adiante.

Page 20: Monografia pronta- Mirelle Andrade

20

4 TRANSTORNO DE ANSIEDADE: efeitos emocionais e patológicos

A palavra ansiedade vem do latim anxius, que significa inquietação e angústia,

conhecida por acelerar o pensamento e antecipar ameaças potenciais. Pacientes com

transtornos de ansiedade costumam apresentar alterações no apetite, excesso ou

supressão, mas a forma de ingestão alimentar não condiz com os principais sintomas

do diagnóstico. Além disso, o estado de ansiedade está relacionado a alterações

fisiológicas relacionadas à atividade do sistema de defesa neurobiológico e a resposta

ao estresse, que pode afetar a imunidade e a função com distúrbios metabólicos

individuais (ANDRADE et al., 2019).

Sendo assim, mediante uma perspectiva e de acordo com a evolução de

estudos, os transtornos de ansiedade refletem nas falhas do funcionamento de

circuitos neurais responsáveis por detectar, organizar e expressar um conjunto de

reações de defesa. Então, diferencia-se o sentimento de medo como uma emoção

que faz parte de um sistema adaptativo, que corresponde a forma adequada de perigo.

A ansiedade por sua vez, caracteriza-se por seu aspecto patológico tendo em vista

que esse estado subjetivo decorre de um conjunto de reações ativadas na ausência

de qualquer situação de perigo ou por uma ativação desproporcional em relação a

uma situação provocada (LANDEIRA et al., 2011).

Conforme as informações expostas anteriormente, é possível ainda destacar

que os indivíduos com transtorno de ansiedade emitem sinais de inquietação, como

por exemplo andar de um lado para o outro; movimentar pés e mãos sem motivo para

fazer essas reações, agindo apenas por nervosismo. Porém, quando se trata de

reações fisiológicas, estas são mediadas pelo sistema nervoso autônomo ou pelo

hormonal que vão desencadear vários sintomas e estas reações são as que preparam

o indivíduo para situações de perigo que os torna mais eficaz no mecanismo de defesa

(LANDEIRO et al., 2016).

As atitudes compensatórias mais comuns apresentadas por excesso de medo

são comportamentos de fuga e esquiva resultantes de situações importantes na vida

acadêmica, social e profissional, ou seja, no caso de um evento perigoso o indivíduo

emite uma resposta que elimina, atenua ou atrasa o evento. Esse padrão de

comportamento característico surge do fato de que o indivíduo superestima a

Page 21: Monografia pronta- Mirelle Andrade

21

probabilidade de ameaças, considerando-as desproporcional ao risco real

(LENHARDTK et al., 2017).

Aponta-se ainda, de acordo com os autores, que aumentou a vulnerabilidade

pessoal dos indivíduos que sofrem de transtornos de ansiedade dos que afirmam que

não conseguem controlar ou se sentem incapazes de enfrentar determinadas

situações. Dessa forma, a pessoa acaba interpretando mal eventos ou sinais neutros

como ameaças, acreditando que essas situações afetarão sua segurança e bem-

estar.

De acordo com o DSM-5 (2014), os transtornos de ansiedade estão incluídos

juntamente com os distúrbios que repartem praticamente as mesmas características

como o medo excessivo e confusões comportamentais. Portanto, os transtornos de

ansiedade são classificados por diagnóstico de categoria, que são agrupados em

cinco distúrbios: ansiedade generalizada, pânico, transtorno obsessivo-compulsivo,

fobias e estresse pós-traumático.

Como os indivíduos com transtornos de ansiedade em geral superestimam o

perigo nas situações que temem ou evitam, a determinação primária do quanto o

medo ou a ansiedade são excessivos ou fora de proporção é feita pelo clínico, levando

em conta fatores contextuais culturais. Entretanto o medo e ansiedade se sobrepõem,

mas se diferenciam porque o medo é uma resposta a uma ameaça real ou percebida

e a ansiedade é a antecipação de uma ameaça futura. (DSM-5, 2014).

Ainda em concordância com o DSM-5 (2014) é importante destacar que:

Muitos dos transtornos de ansiedade se desenvolvem na infância e tendem a persistir se não forem tratados. A maioria ocorre com mais frequência em indivíduos do sexo feminino do que no masculino (proporção de aproximadamente 2:1). Cada transtorno de ansiedade é diagnosticado somente quando os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos do uso de uma substância/medicamento ou de outra condição médica ou não são mais bem explicados por outro transtorno mental (p. 189).

Mediante os expostos de Costa et al. (2019), as comorbidades são frequentes

nos transtornos de ansiedade, variando entre outros transtornos psiquiátricos até

doenças cardiovasculares e renais. Vale salientar que os transtornos de ansiedade

geralmente prejudicam a vida diária dos indivíduos, pois muitos deixam de realizar

atividades rotineiras por medo das crises ou sintomas, pelas situações que provocam

ansiedade que, algumas vezes, são suportadas com grande sofrimento e muitas das

Page 22: Monografia pronta- Mirelle Andrade

22

atividades exigem a participação de outras pessoas para que sejam realizadas, o que

pode afetar a qualidade de vida e diminuir o grau de independência.

De acordo com os autores, situações como rompimentos sociais e de

relacionamentos e abandono de atividades consideradas prazerosas também podem

acontecer. Dessa forma, a identificação desses acontecimentos pode direcionar ao

tratamento precoce, diminuindo a gravidade desses quadros ao longo do

desenvolvimento de alguma doença patológica.

De acordo com Reyes e Ferman (2017), a forma como o indivíduo lida com os

pensamentos recorrentes ao medo o leva a mudar a maneira como lida com todo o

processo patológico da própria ansiedade, por isso, vale lembrar que o cérebro

processa informações e emoções com minúsculos circuitos que transmitem impulsos

e sensações dentro de si que viajam pela rede neural do indivíduo.

É necessário também enfatizar a importância de identificar essas alterações,

não só psicossomáticas, mas também comportamentais. Ainda assim, torna-se

relevante verificar o processo patológico de forma crônica e persistente, bem como

prescrever fatores do meio externo ou interno do indivíduo, que possam ter

ocasionado o desenvolvimento do transtorno em quadros clínicos e sintomáticos,

trazido pelo indivíduo para que possa abordar precisamente no decorrer dos fatos

(REYES; FERMAN, 2017).

Dong et al. (2015) explicam ainda que o transtorno de ansiedade pode implicar

com ações psicossociais nas quais há também os efeitos fisiológicos, que através das

vias neurais fazem o processamento de dor visceral no qual fazem parte igualmente

da regulação da resposta ao estresse, ansiedade, humor e função gastrointestinal.

Ressalta-se ainda que no SNC encontram-se os principais mediadores dos sintomas

de transtorno de ansiedade que denominam ser a serotonina, norepinefrina, dopamina

e ácido γ- aminoburítico (GABA), bem como o neurotransmissor hormônio liberador

de corticotrofina (HLC) em que estes podem estar envolvidos tanto na ativação

simpática excessiva, quanto na alteração da resposta inflamatória, inclusive no

rompimento do Eixo HPA no que contribui para que indivíduos possam aumentar o

risco de desenvolver o transtorno de ansiedade, que pode ser exemplificada abaixo

com a figura 2. (DONG et al.,2015).

Page 23: Monografia pronta- Mirelle Andrade

23

Figura 2: Bases neurobiológicas da ansiedade. Adaptado: Magrinelli et al. (2014).

De acordo com a figura 2, Magrinelli et al., (2014) evidenciam que os neurônios

hipotalâmicos que secretam o hormônio liberador de corticotrofina (CRH) são

regulados pela amígdala e pelo hipocampo, assim quando o núcleo central da

amígdala é ativado, interfere no eixo HPA e a resposta ao estresse é emitida, sendo

que a ativação inapropriada tem sido relacionada aos transtornos de ansiedade. O

hipocampo contém receptores para glicocorticoides que são ativados pelo cortisol e

com altos níveis de cortisol circulante participa da regulação por retroalimentação do

eixo HPA, inibindo a liberação de CRH e consequentemente de hormônio

adrenocorticotrófico (ACTH) e cortisol, que quando exposto continuamente, em

períodos de estresse crônico, pode levar à disfunção e à morte dos neurônios

hipocampais. Assim, o hipocampo começará a apresentar falhas em sua capacidade

de controlar a liberação dos hormônios do estresse e de realizar suas funções de

rotina.

Page 24: Monografia pronta- Mirelle Andrade

24

Outro ponto importante seria entender o funcionamento de resposta ao

estresse em relação ao transtorno de ansiedade, no qual este apresenta um contínuo

entre os mecanismos fisiológicos de plasticidade e mudanças mais desenvolvidas na

estrutura e função, levando as alterações patológicas. Esse mecanismo é bem

destacado por apresentar concentrações extracelulares de glutamato maiores do que

o normal que causam excitotoxicidade, degeneração neuronal e morte, tornando-se

um dos marcadores centrais para a fisiopatologia das doenças neurodegenerativas.

Diante disso, esse mecanismo pode ser exemplificado abaixo na figura 3

(SANACORA et al, 2012).

Figura 3: Os efeitos do estresse e dos glicocorticóides nas sinapses de glutamato e na neurotransmissão. Adaptado: Sanacora et al. (2012).

Para melhor compreender a figura 3, os autores Sanacora et al. (2012)

dissertam que a transmissão do glutamato é rigidamente regulada no cérebro, e que

se um ou mais de seus aspectos regulatórios estiverem ameaçados pelo estresse, e

por sua vez, pode produzir alterações nas conexões e circuitos sinápticos que

particularmente na presença de um fundo genético de vulnerabilidade, podem

desempenhar um papel relevante na fisiopatologia dos transtornos de humor e

ansiedade.

Outrora mediante os efeitos emocionais, a conexão entre o início da crise de

ansiedade e a aceleração dos pensamentos, leva à incapacidade dos indivíduos em

Page 25: Monografia pronta- Mirelle Andrade

25

estabelecer uma boa relação entre o processamento de informações precisas e as

informações que envolvem gatilhos emocionais, em que atribuem crenças limitantes

aos indivíduos. Portanto, embora o indivíduo acredite fielmente no contexto de

autossabotagem, ou seja, que acredita ser insuficiente em suas obrigações do dia a

dia fazendo com que interceda em todo o ambiente em que se vive, o que leva à

interferência nas atividades rotineiras da vida do indivíduo na qual a mesma define

uma crença limitadora para além da veracidade das ocasiões. (COSTA et al., 2019).

Andrade et al. (2019) explicam que a sintomatologia voltada para a ansiedade

pode se manifestar a nível físico, podendo elencar dentre elas a sensação de aperto

no peito e tremores, enjoo, náuseas, tonturas ou sensação de desmaio, falta de ar ou

respiração ofegante, diarreia, tensão muscular, irritabilidade e dificuldade para dormir.

Já a nível emocional, manifesta-se a presença de pensamentos negativos,

preocupação ou medo, nervosismo, dificuldade de concentração, descontrole sobre

os próprios pensamentos e preocupação exagerada em relação à realidade e que

geralmente acontecem simultaneamente, em que o indivíduo se sente preso dentro

dos próprios pensamentos, e estas afirmações podem ser comparadas abstratamente

na figura 4 demonstrada abaixo (ANDRADE et al., 2019).

Figura 4: Medo e ansiedade. Adaptado: Andrade et al. (2019).

Portanto, todos esses sentimentos desagradáveis, sensação desconfortável de

medo iminente ocorre principalmente quando o indivíduo é julgado de acordo com seu

desempenho, necessitando ser avaliado em algo específico e passa a ser patológico

Page 26: Monografia pronta- Mirelle Andrade

26

quando a duração dos sinais e sintomas são constantes e prolongam-se por mais de

seis meses. Toda essa gama de sensações pode afetar o bem-estar social do

indivíduo, levando-o ao isolamento afim de evitar constrangimentos a si mesmo e se

não tratado corretamente, a ansiedade pode gerar outros transtornos psicológicos,

como a depressão (RUA et al., 2017).

Ainda assim, segundo Serson (2016), é preciso investigar as causas da

ansiedade, as quais deve-se suspeitar de algum problema corporal, como anemia ou

ligado ao consumo de substâncias como remédios ou drogas. O autor explica que em

determinada situação o indivíduo pode sentir dores estomacais devido ao longo

período de ansiedade causado pelas simples mudanças de residência, por exemplo,

logo após acontecer a tal situação, os sintomas podem passar, porém, se permanecer,

pode chegar até mesmo na forma de úlcera no estômago, que gera uma dor contínua

e que por sua vez causa mais mal-estar.

Sendo assim, é possível afirmar que o comportamento alimentar sofre

alterações de acordo com estado emocional, e como anteriormente destacado, que

um dos estados emocionais que mais tem influência sobre tal comportamento é a

ansiedade que surge quando o indivíduo entende que voltado para sua cognição, se

encontra perante a uma ameaça ou perigo, visto que o sujeito pode recorrer à comida

como mecanismo compensatório para lidar com o seu estado psicológico decorrente

a suas emoções (DE SOUZA et al., 2017).

Page 27: Monografia pronta- Mirelle Andrade

27

5 RELAÇÃO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE E DISTÚRBIOS ALIMENTARES

Emoções extremas podem causar o famoso “frio na barriga” e acabar

provocando até diarreias e vômitos. Mediante esse contexto, no que se refere a função

do eixo anteriormente destacado, não está somente associada a limitação da

regulação central da saciedade, mas também as doenças no trato GI como a

Síndrome do Colón Irritável que geralmente se associa com transtornos de humor e

estresse (LACH et al., 2017).

Os autores relatam que o transtorno de ansiedade é caracterizado pelas

perturbações mentais e que se associa ao medo, e que o estresse e a ansiedade têm

sido comumente associados com disfunções intestinais e de diferentes intensidades.

No entanto, demonstra que a ausência da microbiota intestinal ou a introdução de

bactérias especificas, comensais ou patogênicas podem influenciar a reatividade ao

estresse e emocionalidade, demonstrando que há ligação entre o trato GI e o SNC.

É possível salientar ainda, quando se trata de alterações intestinais decorrentes

de modificações no comportamento emocional, relaciona-se ao eixo cérebro-intestino

com fator de desregulação pela indução ao estresse, que leva a uma elevada relação

de doenças gastrointestinais. De acordo com achados de Konturek et al. (2011),

expõe que a maioria das doenças gastrointestinais é causada pela má absorção de

carboidratos devido a permeabilidade da sacarose na barreira intestinal e na função

da motilidade intestinal. Os autores evidenciam que o estresse pode ter efeito

profundo na flora bacteriana, que pode levar o aumento da adesão de translocação

de bactérias devido ao aumento da permeabilidade da barreira, que pode se tornar

um fator de bastante importância no que se trata da ativação do sistema imunológico.

Quando se fala em alimentação, observa-se a forma que a dieta se relaciona

nos fortes evidencia sobre a capacidade de induzir alterações de forma mais rápida

na composição do microbioma. Portanto, existem os probióticos que atuam como

organismos vivos nos quais produzem funções que trazem benefícios para o corpo do

indivíduo (OPIE et al., 2017). A partir desse pressuposto, o probiótico é considerado

como um componente fermentado especificamente pelo fato de trazer mudanças

especificas em sua composição que em geral influência sobre a microbiota intestinal

favorecendo para uma microbiana saudável, porém, quando expostos a níveis

Page 28: Monografia pronta- Mirelle Andrade

28

elevados de estresse tornam-se ineficientes, gerando assim transtornos no trato

gastrointestinal (LIU et al., 2015).

Gomes (2012) relata que a ansiedade é mediada por contribuições de ordem

biopsicossociais, as quais vão desde o estresse da vida cotidiana, até ser influenciada

pela desregulação de neurotransmissores, bem como pode ser herdada

geneticamente, fatores esses nos quais podem ativá-la. Os desvios alimentares, são

fatores de risco para o surgimento da ansiedade intensa, que causam transtornos

alimentares como a anorexia e bulimia nervosa, bem como se encontra presente em

casos de obesidade, sendo um problema significativo para a saúde do indivíduo.

Uma vez que o intestino pode ser considerado um fator importante na

manutenção da saúde do corpo, seu funcionamento regular é essencial para sua

função fisiológica, que contribui para o fluxo de sinais entre o eixo intestino-cérebro e

gerencia o estado saudável do indivíduo. Estresse e hábitos alimentares inadequados,

portanto, têm um impacto significativo na microbiota, que pode ser influenciado por

uma dieta de baixa qualidade, o que pode afetar a fisiologia do intestino, levando a

sinalização insuficiente do eixo intestino-cérebro e, consequentemente, desregulação

na transmissão dos sinais nervosos. (LOSS et al., 2019).

De acordo com Vitor et al. (2014), indivíduos que possuem maus hábitos

alimentares e escolhas nutricionais influenciam negativamente no organismo como

excesso de peso, magreza excessiva e doenças metabólicas, com consequências ao

nível comportamental e emocional tanto em crianças como em adultos. Outros fatores

como o jejum prolongado, saltar feições, horários desregulados e ingestão de

quantidades excessivas em pouco tempo, estão associados à fadiga, à ansiedade,

sintomatologia associada à hiperatividade, falta de concentração e de memória.

Pode-se destacar que a ansiedade pode estar relacionada diretamente a

compulsões alimentares e uma delas em casos mais excessivos que influencia

diretamente na autoestima das pessoas, principalmente das mulheres. No entanto,

essas compulsões acabaram tornando-se um fator psicológico e de grande risco a

saúde mental e física e é compreendida como uma doença multifatorial que envolve

componentes genéticos, psicológicos, sociais, metabólicos e endócrinos que está

atingindo proporções alarmantes, tanto em países desenvolvidos como em

desenvolvimento (DE SOUZA et al., 2017).

Page 29: Monografia pronta- Mirelle Andrade

29

Os episódios de determinados tipos de compulsão alimentar e os seus

sintomas principais costumam surgir no decorrer de uma dieta para emagrecer, na

qual, no início, pode-se achar relacionado à fome, mas posteriormente, quando o ciclo

compulsão alimentar já está instalado, ocorre em todo tipo de situação, gerando

sentimentos negativos (frustração, tristeza, ansiedade, tédio, solidão). Esses

episódios acontecem às escondidas na maioria das vezes e são acompanhados de

sentimentos de intensa vergonha, culpa e desejos de autopunição (GONTIJO et al.,

2011).

Ainda de acordo com Gontijo et al. (2011), várias complicações clínicas podem

surgir em decorrência da desnutrição e dos comportamentos purgativos, tais como

anemia, alterações endócrinas, osteoporose e alterações hidroeletrolíticas

(especialmente hipocalemia, que pode levar a arritmia cardíaca e morte súbita), entre

outras. A associação dos transtornos alimentares com outros quadros psiquiátricos é

bastante frequente, especialmente com transtornos do humor, transtornos de

ansiedade e/ou transtorno de personalidade, mesclando os seus sintomas com os da

condição básica e complicando a evolução clínica.

De um modo geral, os transtornos alimentares têm suas primeiras

manifestações ainda na infância, mas podem ocorrer mais tardiamente, como nos

casos de compulsão alimentar como anteriormente destacado: bulimia e anorexia

nervosa (FERREIRA, 2018). Os indivíduos que sofrem com essas patologias muitas

vezes perdem a qualidade de vida por se privarem de ambientes sociais ou até mesmo

atividades rotineiras. A soma de uma dieta equilibrada, prática de atividades físicas e

padrões de sono adequados são fatores importantes no tratamento dos transtornos

de ansiedade e depressão, visto que o equilíbrio da microbiota intestinal está

relacionado à melhora na resposta ao estresse físico e psicológico.

5.1 Relação Transtorno de Ansiedade e a compulsão alimentar periódica

Pode-se afirmar que a compulsão alimentar é um transtorno provocado pela

necessidade de comer sem sentir fome, consequentemente leva o indivíduo ao

excesso ou a perda de peso. Observa-se que a compulsão alimentar é mais

Page 30: Monografia pronta- Mirelle Andrade

30

prevalente em mulheres, porém, de acordo com estudos, há uma prevalência em que

os homens têm sido atingidos. Em ordem cronológica, a compulsão começa na

infância, por questões de genéticas ou familiares, que pode ser visto em proeminência

em caso de adolescentes que se manifesta nas crises de identidade ou por algum

acontecimento traumático, e já na fase adulta desponta por perdas ou forma de lidar

com o estresse (BELO et al, 2019).

Blanchet et al. (2018) dizem que a prevalência do Transtorno de Compulsão

Alimentar (TCA) acaba sendo maior do que a anorexia e bulimia nervosa ao longo da

vida e chega atingir 3,5% entre mulheres e 2,0% entre homens. Além dos dados

existentes, há uma preponderância que cerca de 5,7% das pessoas não preenchem

os critérios diagnósticos, mas já experimentaram episódios de compulsão alimentar

acompanhado de sofrimento emocional ao longo da vida. Ainda, a literatura aponta

que o TCA está amplamente associado à obesidade, à compulsão alimentar e a outras

comorbidades médicas e psiquiátricas, como: depressão (aproximadamente 40%),

ansiedade (41%) e abuso de substâncias (22%).

A característica principal da ingestão alimentar compulsiva é a ocorrência de

episódios recorrentes, que acontecem num curto espaço de tempo, na qual há

ingestão de uma elevada quantidade de comida e em que o sujeito tem a sensação

de perda de controle sobre o ato de comer durante o episódio. Estes episódios

encontram-se associados a uma ingestão muito mais rápida do que é habitual, a

ingerir alimentos até o sujeito se sentir desagradavelmente cheio, a ingestão de

imensas quantidades de comida, mesmo quando não sente fome, a comer sozinho

por vergonha da sua voracidade e a sentir-se desconsolado relativamente a si próprio,

deprimido ou com sentimentos de grande culpa após os episódios (DSM-5, 2014).

Com base ainda nos achados do DSM-5 (2014) onde aponta que existem

variados fatores que podem fazer com que o sujeito desenvolva este tipo de

perturbações. Ao nível temperamental, o indivíduo pode desenvolver uma perturbação

de ansiedade ou apresentar alguns traços obsessivos, desenvolvidos ao longo da

infância, potenciando o risco de desenvolver anorexia nervosa. Quanto às questões

ambientais, encontram-se associações com a cultura e com o ambiente onde a

magreza é valorizada, havendo profissões e ocupações que encorajem a magreza,

como a moda, aumentando assim o risco de o sujeito desenvolver esta perturbação.

Page 31: Monografia pronta- Mirelle Andrade

31

A partir de outras perspectivas, é notório que a contemporaneidade está

marcada por mudanças aceleradas em várias áreas da vida das pessoas. A

industrialização dos alimentos, a aceleração do cotidiano e a maior inserção da mulher

no mundo do trabalho, contribuem para mudanças na forma que as pessoas se

relacionam com a alimentação. No entanto, identifica-se uma preocupação pela

alimentação saudável, dietas e corpos idealizados em contraponto com o aumento

dos índices de sobrepeso e obesidade. Diante do contexto descrito acima, o

comportamento alimentar é um fenômeno aprendido e não está relacionado apenas à

ingestão de alimentos, pois fatores psicológicos e sociais envolvem o ato de comer e

a relação com a comida (SILVA, 2015).

Figura 5: Modelo de esquemas emocionais. Adaptado: Dos Santos et al. (2020).

A partir do modelo apresentado na figura 5, Dos Santos et al. (2020) discorrem

que o funcionamento emocional apresenta dois componentes: a regulação emocional,

que se refere à capacidade de modular estados internos, de acordo com as exigências

ambientais, e a consciência emocional, que é a capacidade de reconhecer e

Page 32: Monografia pronta- Mirelle Andrade

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diferenciar sentimentos e emoções. Os indivíduos costumam não saber identificar os

pensamentos que têm em determinadas situações, nem nomear as emoções que os

incomodam. Geralmente eles agem impulsivamente sem realizar uma análise da

situação, repercutindo comportamentos desadaptativos que geram mais sentimentos

negativos e ruminação, reiniciando todo ciclo.

Sendo assim para melhor entendimento, a descrição do Transtorno de

Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) surgiu devido à necessidade de se diferenciar

indivíduos obesos que possuem compulsão alimentar dos indivíduos bulímicos. Há

critérios bem definidos que possibilitam o diagnóstico de TCAP, para este é

necessário que os episódios de compulsão alimentar ocorram pelo menos dois dias

por semana nos últimos seis meses, que sejam associados a algumas características

típicas da perda de controle da ingestão de alimentos e que tal comportamento não

seja acompanhado de comportamentos compensatórios dirigidos para evitar o ganho

de peso (CORTEZ et al, 2011).

Acredita-se que distúrbios alimentares podem ser causados ou agravados por

dietas restritivas ou períodos mais longos, sem ingerir alimentos. Porém, essa ideia

foi contraposta em outro estudo, o qual revelou que indivíduos com compulsão

alimentar e/ou bulimia, e sem qualquer transtorno, comiam o mesmo montante quando

separados em grupos, tanto com alimentação a cada 01 hora, como a cada 06 horas,

ou seja, sem diferença significativa de ingestão calórica entre os grupos (DOS ANJOS,

2020).

Ainda assim de acordo com os achados dos autores anteriormente destacados,

a depressão e a ansiedade são a forma mais comum de distúrbios afetivos

relacionados com a anorexia nervosa. Essa associação é mantida em todas as fases

do tratamento, podendo serem agravados os sintomas de depressão, de acordo com

o ganho de peso no decorrer do tratamento. A insatisfação corporal, definida pela

diferença entre uma silhueta desejada por um paciente, e sua silhueta atual, é mais

comum em meninas do que em meninos e aumenta com a progressão da idade.

A partir de outras percepções Do Desterro et al. (2014), discorrem que os

transtornos de ansiedades relacionados a obesidade vêm sendo relacionados ao

longo dos anos por razões individuais, biológicas ou ambientais mediante esta relação

que pode ser explicada devido a fatores endócrinos, através da produção de

substâncias químicas. Portanto, a ansiedade está ligada ao estresse, sendo agudos

Page 33: Monografia pronta- Mirelle Andrade

33

ou crônicos, podendo gerar mudanças no comportamento do indivíduo a respeito das

escolhas alimentares, indução ao álcool e fumo também. A literatura aponta que

àqueles expostos a situações de estresse crônico buscam, em resposta de alguns

hormônios liberados nestas condições, na maioria das vezes, a ingestão de alimentos

com maior densidade calórica.

Observando pelo o ponto de vista clínico, a obesidade é uma doença crônica,

caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, de difícil tratamento e

redicivante. As inúmeras complicações, tais como doenças cardiovasculares, diabetes

mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemias, alguns tipos de câncer, problemas

respiratórios, osteoartrite, problemas emocionais e pior qualidade de vida são

responsáveis pela alta morbimortalidade (DO DESTERRO et al, 2014).

Os mesmos autores ressaltam ainda que um dos fatores psíquicos que

contribuem para a piora do quadro de obesidade é a ansiedade. Em relação aos

indivíduos obesos, a prevalência da ansiedade e dos transtornos de humor é bem

maior do que os indivíduos não obesos. Então, fica evidente que os altos níveis de

ansiedade podem causar com a obesidade, a qual possivelmente escondem as

dificuldades emocionais e relacionais, requerendo ajuda psicológica, e quando se

relaciona ao comportamento alimentar, é observado que no ato de comer de pacientes

obesos torna-se uma forma de se acalmar, e a utiliza como um “ansiolítico”, uma

compensação ou uma possível maneira de localizar a ansiedade e a angústia no

corpo, o que demonstra a dificuldade que têm para lidar com frustrações e limites.

Assim, a partir dos contextos aqui mencionados, fica compreensível como os

distúrbios alimentares são fortemente interligadas com o transtorno de ansiedade

gerando um transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP) que implicam no

comportamento do indivíduo, pois trazem a estes um misto de emoções e quando

desencadeada de forma exacerbada fazem com que os indivíduos apresentem em

estado avançado comorbidades como a anorexia nervosa, bulimia nervosa e

obesidade.

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34

6 CARÊNCIA DE VITAMINAS E NUTRIENTES EM INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DE ANSIEDADE

O aumento do número de casos de mudança saúde mental, como casos de

depressão, por exemplo, pode estar associada a mudanças dietéticas ocorridas ao

longo dos anos. Queda de consumo frutas e vegetais, devido a vários fatores, é

apresentado como um fator provável relacionadas à ocorrência desses casos,

sugerindo que algumas pessoas podem se apresentar sensível a mudanças na dieta,

quanto ao consumo de alguns nutrientes que serão destacados no decorrer deste

trabalho (ARAÚJO et al, 2017).

Segundo Pedraza; Queiroz (2011) discorrem que na maioria dos países em

desenvolvimento, e também em alguns grupos populacionais de países

desenvolvidos, a alimentação habitual é insuficiente para suprir 100% dos

requerimentos de micronutrientes principalmente em crianças, em decorrência dos

principais estão os minerais como ferro, zinco e cálcio, isso também é válido, embora

em menor grau, para algumas vitaminas, incluindo a vitamina A. Este fato alerta para

a necessidade da administração de suplementos nutricionais para otimizar o potencial

genético de crescimento físico, além do desenvolvimento, assim como prevenir o

surgimento de doenças infecciosas.

Resumidamente, Liu et al. (2015) relatam que o primeiro componente na

deficiência nutricional, pode ser atribuído a fatores de risco ambientais ou genéticos

durante os períodos em que o feto ainda está na barriga da mãe e logo após o seu

nascimento. No segundo componente, as deficiências de macro e micronutrientes na

suplementação predispõem aos indivíduos à psicopatologia por meio de dois

mecanismos inter-relacionados que são as mudanças epigenéticas e alteração da

estrutura e função do cérebro.

Em se tratando de mudanças epigenéticas que na conceituação seria um termo

que se refere a mudanças na atividade do gene que não envolvem alteração no DNA,

e sendo estas que podem levar à psicopatologia por meio da modificação da estrutura

e função do cérebro por pelo menos três vias: mudando o crescimento e o

desenvolvimento do cérebro; alteração nos processos bioquímicos das moléculas de

sinalização; e aumentando os efeitos tóxicos dentro do campo cerebral.

Page 35: Monografia pronta- Mirelle Andrade

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Para melhor entendimento, pode-se observar logo abaixo a partir do esquema

da figura 6.

Figura 6: Estrutura conceitual da estrutura epigenética e alterada do cérebro como mecanismos de psicopatologia. Adaptado: Liu et al. (2015).

A deficiência nutricional pode ocorrer tanto no nível macro quanto no micro,

embora seja mais comum que várias deficiências nutricionais existam

simultaneamente e esta deficiência pode estar associada a problemas de

comportamento psicológicos aumentados e dada a mesma ingestão alimentar, o efeito

da deficiência de nutrientes varia entre os indivíduos com base na capacidade do

corpo de utilizar nutrientes específicos.

Este fenômeno é conhecido como biodisponibilidade, que é definido como a

proporção de um nutriente ou medicamento ingerido que é realmente absorvido pela

corrente sanguínea, e esta biodisponibilidade de nutrientes é, portanto, muito

influenciada por fatores genéticos e ambientais, e pode ser explicado por exemplo,

pela baixa (ou alta) absorção do trato gastrointestinal e pode ser devido ao programa

genético ou aos efeitos de inibidores de alimentos exógenos. Além disso, qualquer

diferença genética, como diferenças hormonais, afetam o metabolismo de macro ou

Page 36: Monografia pronta- Mirelle Andrade

36

micronutrientes e também podem contribuir para essas diferenças individuais

cognitivas observadas (LIU et al, 2015).

A partir destes pontos destacados, salienta-se que os minerais podem trazer

melhoria ao desenvolvimento cognitivo, o zinco, por exemplo participa da síntese de

proteínas e ácidos nucleicos, semelhante ao ferro, tem funções cruciais no

desenvolvimento do cérebro humano, incluindo a formação de sinapses, arborização

dendrítica, formação do hipocampo e estabelecimento de conexões do hipocampo e

o córtex pré-frontal, porém quando há uma deficiência pode causar diminuição do

desempenho motor, letargia, distúrbios neuropsicológicos e prejuízo da memória e

capacidade mental (MOURA, 2013).

Rodrigues et al. (2020) discorrem que o consumo e os comportamentos

alimentares decorrentes, na maioria das vezes, na adolescência, são determinados

com base em valores socioeconômicos e socioculturais, imagem corporal, situação

financeira familiar, dieta alimentar, alimentação fora de casa, preferência por lanches

e produtos com excesso de açúcar e gordura e a influência do mídia, e pode haver

micronutrientes, como ferro (Fe), que é um nutriente essencial na vida que está

envolvido na síntese de hemoglobina, transporte de elétrons, síntese de DNA e outras

reações enzimáticas importantes. Sua função como cofator de enzimas envolvidas na

síntese de DNA torna os tecidos com atividade proliferativa suscetíveis à deficiência,

principalmente tecidos com forte atividade de divisão celular, como o sistema

hematopoiético facilitando o desenvolvimento infeccioso do indivíduo a uma possível

anemia.

Vitaminas do complexo B são essenciais para manter um equilíbrio saudável

no SNC com importante papel na via metabólica, devido seu processo de síntese dos

neurotransmissores, serotonina e tirosina e sua participação no metabolismo da

homocisteína. A deficiência de vitaminas do complexo B, tem sido associada como

um fator de risco para tais transtornos, seja devido a diminuição na síntese de

neurotransmissores ou no aumento de homocisteína (ZHAO et al, 2011).

Belo et al. (2019) dizem que durante o desenvolvimento do transtorno, como

dito no tópico anterior, o indivíduo passa a restringir cada vez mais a ingestão de

alimentos, diminui seu campo de interesse para o que se passa ao seu redor, começa

a se isolar socialmente, permanece longos períodos do dia sem alimentação,

demonstra arrependimento ao se alimentar (chegando a provocar vômito para expelir

Page 37: Monografia pronta- Mirelle Andrade

37

os alimentos do organismo), e em razão da fraqueza que pode ocorrer com o passar

do tempo, devido a insuficiência de vitaminas e nutrientes e uma má alimentação e

muitas vezes uma internação pode ser necessária para equilíbrio dos nutrientes

corporais.

Em breve comentário, é visto em outros casos que a terapia nutricional entra

como um importante tratamento alternativo ou complementar, visto que determinados

nutrientes possui um papel fundamental para pacientes com distúrbios psicológicos.

É válido destacar que além de ser livre de efeitos colaterais, a intervenção nutricional

se torna mais barata quando comparada a medicamentosa, além de ser mais fácil de

administrar, e deste modo propiciaria uma melhora na saúde mental e emocional do

indivíduo. Em contrapartida, alguns pacientes ficam um tanto sem ânimo, pois essa

opção acaba sendo mais lenta para o tratamento dos transtornos e muitas vezes

acabam optando por ansiolíticos e antidepressivos, e não dando tanta atenção para

uma suplementação necessária (SEZINI et al, 2014).

Visto todas essas informações é importante compreender como o transtorno de

ansiedade pode acarretar a uma carência de vitaminas e nutrientes quando o

indivíduo não possui uma alimentação adequada, como em casos de restrições ou

por compulsão alimentar, seja por médio ou a longo prazo. Tendo isso em vista é

preciso entender como as vitaminas e nutrientes selecionados neste trabalho, onde

serão vistos mais adiante como o ácido fólico, ferro, vitamina B12, e zinco atuam no

organismo do indivíduo quando não ingeridos em quantidades necessárias para a

manutenção da saúde mental.

6.1 Ácido fólico

As evidências sugerem que a deficiência de ácido fólico está causativamente

ligada a sintomas de ansiedade e depressão porque o folato desempenha um papel

importante na via metabólica de um carbono envolvido nos processos de mutilação

na síntese de neurotransmissores do sistema nervoso central. Vale-se considerar que

os níveis elevados de homocisteína que é um marcador de deficiência de ácido fólico

bem como na deficiência de vitamina B12 também pode ocasionar a oxidação

Page 38: Monografia pronta- Mirelle Andrade

38

causando estresse bem como pode resultar no dano vascular cerebral e na deficiência

de neurotransmissores (ZHAO et al., 2011).

Ainda de acordo com os estudos dos autores é possível destacar que os baixos

níveis de ácido fólico foram associados a transtornos graves de ansiedade e maior

duração dos episódios depressivos, além de analisar que pessoas deprimidas têm a

probabilidade significativamente menor de responder alguns medicamentos

antidepressivos e de suplemento vitamínicos devido a carência do folato tornando-se

ainda maior a probabilidade de recaída durante o tratamento.

Não há relatos que garantam que a suplementação de ácido fólico em longo

prazo possa reduzir os níveis depressivos. Estudos mostraram que a suplementação

diária de ácido fólico, bem como de vitamina B6 e B12 em altas dose não podem

reduzir em nível avançado de estresse, ou seja, depressão relacionadas a mulheres

de meia idade e mais velhas (ZHOU et al., 2020). Ainda assim é possível compreender

que o ácido fólico está intimamente interligado à síntese de neurotransmissores no

sistema nervoso central como a serotonina (5-HT), a norepinefrina (NE) e a dopamina

(DA), além disso os valores de fator neurotrófico derivado do cérebro que são

marcadores úteis para a resposta clinica ou melhora de sintomas depressivos.

6.2 Ferro

Quando o indivíduo possui uma alimentação deficiente em Ferro, pode alterar

significativamente o desenvolvimento do sistema nervoso central como um resultado

de alterações na morfologia, neuroquímica e bioenergética, porém dependendo do

estágio em que a carência do nutriente ocorre ou quanto mais precocemente essa

deficiência nutricional é corrigida, maiores são as oportunidades de fazer uma

reversão nos efeitos adversos decorrentes dessa alimentação (MACHADO; LEONE;

SZAEFARC, 2011).

A deficiência de Ferro resulta na má mielinização do cérebro e

comprometimento do metabolismo das monoaminas, no entanto quando a

homeostase do glutamato e do GABA é modificada por alterações no status do Ferro

no cérebro e a partir disso tais mudanças não só produzem déficits na memória

Page 39: Monografia pronta- Mirelle Andrade

39

/capacidade de aprendizagem e habilidades motoras, mas também atuam em

problemas emocionais e psicológicos. Além disso, a monoamina e o GABA estão

envolvidos na regulação de humor, atividade neuronal e ansiedade, onde pode-se

supor que os comportamentos emocionais são fortemente afetados pelo nível de Ferro

no cérebro e especialmente na deficiência deste (KIM; WESSLING-RESNICK,2014).

Ainda assim, através do exposto trazido pelos autores anteriormente

destacadas, há um conjunto crescente em evidências que indica que tanto no

metabolismo energético quanto na homeostase do neurotransmissor, influenciam no

comportamento emocional e ambas funções são influenciadas pelo estado de Ferro

no cérebro. Dada a uma certa suscetibilidade do desenvolvimento cerebral, em

crianças quando há uma carência de ferro no organismo causa atrasos no seu

crescimento e também apresentam aumento de ansiedade, problemas sociais e de

atenção, outro ponto que pode ser associado em alterações cognitivas em

adolescentes embora que essa carência possa ser corrigida posteriormente pela

suplementação, mas ainda assim as alterações comportamentais persistem (KIM;

WESSLING-RESNICK,2014).

6.3 Vitamina B12

A cobalamina ou vitamina B12 é essencial no metabolismo de ácidos graxos

por ser substrato da enzima metilmalonil-CoA mutase que participa do metabolismo

do ácido propiônico, interferindo na síntese normal de ácidos graxos e mielinização

sendo responsável por alterações neurológicas quando deficientes (VIUDES;

BRECAILO, 2014).

Para melhor explicar quimicamente de acordo com as perspectivas de Santos

et al. (2016), quando há deficiência de vitamina B12 há interrupção na metilação ou

remetilação da homocisteína (HCY), o organismo, afim de evitar o acúmulo de HCY

faz metabolização pela via da transulfuração. A homocisteína combina-se com serina

para formar cistationina, pela ação da enzima cistationina-β-sintase onde

posteriormente, a cistationina é hidrolisada para formar cisteína e α-cetobutirato. O α-

cetobutirato é convertido a propionil-CoA, que será utilizado em outra reação

Page 40: Monografia pronta- Mirelle Andrade

40

dependente de vitamina B12, devido à enzima L-metilmalonil-CoA mutase. Dessa

forma, o déficit desse nutriente impede a cascata de reações e desvia o substrato para

a formação de ácido metilmalônico (MMA), que é suspeito de contribuir para danos

neurológicos. Sendo assim, a ingestão insuficiente da vitamina B12 é um fator de risco para

o transtorno de ansiedade e também da depressão que pode contribuir em uma queda

na síntese de neurotransmissores ou gerando um aumento na concentração de

homocisteína (ZHAO, 2011).

No entanto, a propriedade da vitamina B12 e o ácido fólico estão conjuntamente

intercaladas com as moléculas precursoras de monoaminas tais como a serotonina, a

noradrenalina e a dopamina poderiam ser explicadas em alguns contextos na

fisiopatologia dos transtornos de humor associados a sua deficiência, além das

monoaminas a síntese de S-adenosil-metionina (SAM) é responsável por várias

reações de metilação no cérebro e com possíveis efeitos no humor que também

dependem dessas vitaminas (FÁBREGAS et. al, 2011). Os autores ainda ressaltam

que a relação da deficiência da vitamina B12 e o transtorno de ansiedade e da

depressão por si só não é um fator considerativo de desencadear esses distúrbios, já

que estes podem causar inapetência e desnutrição.

6.4 Zinco

O zinco atua como um metal essencial que desempenha um papel importante

no funcionamento do cérebro e no metabolismo energético. O metal está envolvido no

controle do comportamento emocional, e os transtornos de humor e a depressão estão

associados a concentrações reduzidas de zinco no soro, e deste modo quando o

indivíduo possui uma suplementação suficiente desse nutriente contribui para a

melhora da ansiedade e da depressão (KIM; WESSLING-RESNICK,2014).

Ainda assim, de acordo com Machado et al. (2019), destacam que no cérebro

o zinco é o segundo mais abundante dentre os metais de transição, depois do ferro,

atuando como cofator necessário para o bom funcionamento de muitas enzimas que

desempenham papéis importantes na função cerebral e, está localizado dentro de

Page 41: Monografia pronta- Mirelle Andrade

41

vesículas sinápticas de neurônios específicos, de modo a modular a transmissão

sináptica.

De acordo ainda com os estudos de Yary et al. (2011), a diminuição de ingestão

de zinco e níveis de elevados de estresse como a depressão na maioria em indivíduos

do sexo feminino estão envolvidos em vários componentes estruturais das proteínas

e é um cofator necessário para o funcionamento adequado de enzimas com papéis

vitais na função cerebral. Por conseguinte, está o eixo hipotálamo – pituitária adrenal

(HPA) que desempenha um papel importante nos transtornos de humor, porém,

quando há uma provável deficiência de zinco em pacientes com os transtornos

depressivos pode trazer alterações na função hipocampal resultando em

anormalidades na secreção de corticosteroides (YARY et al., 2011).

Neste sentido, a suplementação de zinco, aliada à terapia com antidepressivos,

pode ser benéfica, reduzindo os sintomas da patologia em pacientes clinicamente

diagnosticados com transtornos psicológicos. Ainda assim, de acordo com os autores,

foi constatado que o metal reduz escores de sintomas de depressão por exemplo, em

pacientes suplementados que antes não tinham resposta ao tratamento, no entanto

como o zinco está presente na maioria dos alimentos ingeridos pela população em

geral, como exemplo, carnes, leite, e alguns cereais, o seu consumo se torna

suficiente para a maioria dos indivíduos (MACHADO et al, 2019).

Trazendo novamente os contextos de Yary et al (2011) que por outro lado em

observação a pesquisas de animais em laboratório é analisado que quando há

deficiência de zinco, ocorre a percepção de sinais de ansiedade, alterando o

comportamento destes, porém, quando ativam o tratamento deste metal é possível

obter uma atividade ansiolítica no que se refere no papel deste nutriente dentro do

comportamento cognitivo e emocional é mediado pela sinalização de glutamato e

glicocorticoide em circunstâncias estressantes. Ainda assim, para os autores, a

deficiência de zinco com sintomas depressivos seja desconhecida, existem vários

mecanismos que possam explicar tal reação, dentre eles está o mecanismo

imunológico que sugerem que o zinco é necessário para regulação de hormônios e

respostas imunes celulares.

Page 42: Monografia pronta- Mirelle Andrade

42

7 RESULTADOS

A figura 7 exemplifica, de forma ilustrada, a apresentação dos resultados

obtidos, tendo como objetivo sintetizar as principais características metodológicas

e os resultados dos artigos elegíveis.

Figura 7: Diagrama do processo de obtenção do corpus. Fonte: Elaboração da autora (criado em 2021).

IDENTIFICAÇÃO 523– Bases de Dados: Medline (PubMed), LILACS, SciELO.

305 artigos após a remoção de duplicidade

TRIAGEM

220 artigos identificados pelo título

ELEGEBILIDADE

80 artigos não abordavam tema compatível com o pesquisado após a leitura dos

resumos

INCLUSÃO

45 artigos foram lidos na íntegra e excluídos aqueles que não atendiam ao objetivo

21 artigos foram incluídos pelos critérios de seleção

Page 43: Monografia pronta- Mirelle Andrade

43

Autor/Ano Características do estudo

Instrumentos de pesquisa

Resultados da pesquisa

Borre et al., 2014

Implicações para distúrbios cerebrais envolvendo a microbiota e neurodesenvolvimento

A revisão integrativa que compara o desenvolvimento inicial paralelo da microbiota intestinal e do sistema nervoso

Ficou evidente como as perturbações da microbiota podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos no início da vida (ainda dentro da barriga da mãe) podendo afetar nas demais fases da vida do individuo

Blanchet et al., 2018

Intervenções de atividade física em indivíduos com transtornos de compulsão alimentar periódica em evidência a anorexia e bulimia nervosa

Revisão sistemática

Constatou-se que que atividade física apresentou benefícios no tratamento da compulsão periódica reduzindo os efeitos negativos e suas reações anorexígenas

Cortez et al., 2011

Relação do transtorno de compulsão alimentar periódica e obesidade

Revisão bibliográfica

Entendeu-se que os sinais fisiopatológicos envolvidos na compulsão alimentar estão interligados a etiopatogenia dos transtornos alimentares envolvendo condições psicossociais e consequentemente a uma elaboração de novas estratégias terapêuticas

Cryan e Dinan, 2012

O impacto da microbiota intestinal no cérebro e no comportamento através da alteração de microrganismos

Análise em estudos em animais livres de germes e expostos a contaminação bacteriana

Obteve o resultado de que alguns microrganismos são capazes de trazer energia e na função da motilidade intestinal e influenciam no desenvolvimento do sistema imunológico, valendo elucidar que influenciam nos mecanismos da microbiota que se comunica com o eixo cérebro- intestino

Fábregas et al, 2011

Análise da deficiência de vitamina B12 no transtorno depressivo

Relato de caso

Foi analisado que a ausência de vitamina B12 está associada a distúrbios neurológicos e psiquiátricos. Após o paciente fazer ingestão da vitamina obteve uma significativa melhora para esses distúrbios

Foster et al, 2013

A analogia entre o estresse trazendo alterações a influenciam os comportamentos conexos ao estresse

Estudo clinico e em animais

Avalia-se que o estresse influencia a composição da microbiota intestinal e que a comunicação bidirecional entre a microbiota e o SNC influencia a reatividade ao estresse

Page 44: Monografia pronta- Mirelle Andrade

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França et al., 2012

Contribuições da psicologia e da nutrição para a mudança do comportamento alimentar

Estudo de caso

O estudo demonstrou o impacto dos aspetos nutricionais e psicológicos de um grupo psicoeducativo com o foco na mudança do comportamento alimentar evidenciando que a tristeza, baixo autoestima, depressão, ansiedade, motivação e alegria interferem na mudança do comportamento alimentar

Holtmann et al., 2017

Fisiopatologia funcional e problemas gastrointestinais

Revisão de artigos e estudos a respeito dos distúrbios envolvendo o eixo cérebro- intestino.

Ficou evidenciado que os problemas gastrointestinais mesmo com uma gama de fatores definidos para sua causa ainda podem ter outras variedades diferentes quanto a sua causa, sendo necessário outras abordagens, afim de entender as consequências para as patologias determinadas pelos distúrbios psicológicos nos indivíduos

Kim e Wessling-Resnick,

2014

Ferro e mecanismos de comportamento emocional

Estudos em animais e seres humanos

Chegou à conclusão de que ausência de Ferro está presente em indivíduos com distúrbios psicológicos, sugerindo que os mesmos possuem alterações emocionais devido a insuficiência

Kim et al., 2018

Alterações correspondentes ao eixo cérebro-intestino

Revisão integrativa de acordo com pesquisas em modelos animais e em humanos

A microbiota possui importante papel na sinalização de estímulos e mecanismos de ação voltados ao eixo cérebro-intestino

Lach et al., 2017

Papel do microbioma intestinal associado ao transtorno de ansiedade e depressão

Revisão de artigos

Observações mostraram a atuação do microbioma intestinal em associação à atuação de peptídeos

Liu, Cao e Zhang, 2015

Características relacionadas ao eixo cérebro-intestino e modulação da microbiota intestinal

Revisão de artigos

Ressaltou-se que as alterações cerebrais derivadas de aspectos comportamentais podem ser influenciadas pela qualidade da microbiota intestinal, refletindo também na comunicação no eixo cérebro-intestino

Machado et al., 2011

Análise da deficiência de Ferro no desempenho cognitivo

Estudo sobre a deficiência de Ferro na fase inicial de vida da criança dentro do âmbito escolar

Analisou-se que a deficiência de ferro pode ser identificada nas fases iniciais da vida da criança afetando o desenvolvimento cognitivo, bem como a sua capacitação social

Page 45: Monografia pronta- Mirelle Andrade

45

Moloney et al., 2013

Microbioma, estresse e doença

Pesquisa sobre a comunicação da microbiota com o SNC através de estudos em animais e seres humanos

Os estudos mostraram que a microbiota intestinal influencia diretamente nos aspectos do comportamento e da responsividade ao estresse que pode contribuir para a psicopatologia particularmente na genética de indivíduos vulneráveis

Moser et al., 2018

Relação da microbiota, eixo cérebro- intestino e síndrome do intestino irritável

Revisão de estudos sobre correlatos microbianos intestinais e características psicológicas e clinicas, dentre eles a ansiedade.

Conclui-se que a microbiota intestinal quando sofre alterações devido ao sofrimento psicológico pode trazer infecções no trato gastrointestinal contribuindo para o desenvolvimento da Síndrome do Intestino Irritável ocasionando uma disbiose. O estudo foi evidenciando com mais prevalência em animais do que para humanos

Rieder et al., 2017

Estudos relacionados à saúde mental e aos microrganismos

Revisão integrativa

Verificou-se a importante função dos microrganismos na modulação intestinal e saúde mental

Reyes e Fermann,

2017

Avaliação da Terapia Cognitivo Comportamental para o Transtorno de Ansiedade

Revisão de literatura

Observou-se uma eficácia considerável para o tratamento do transtorno de ansiedade na utilização de avaliações psicoterápicas.

Santos et al., 2016

Análise da Vitamina B12 em relação a transtornos depressivos

Revisão integrativa

Os estudos demonstraram que a deficiência de vitamina B12 está associada diretamente com pessoas depressivas, havendo uma correlação entre os níveis em relação ao risco de adquirir a patologia ou pela perda de apetite

Yary e Aazami,

2011

Examinar a relação entre a ingestão alimentar de zinco e a depressão em estudantes de pós-graduação.

Estudo com estudantes de pós graduação

Os resultados demonstraram que após a ingestão de zinco houve uma melhora nos níveis depressivos, mas quando havia a deficiência não se pode afirmar que haja aumento de níveis depressivos, porém, em animais como camundongos pode-se observar o aumento de comportamentos semelhantes para tal patologia

Zhao et al., 2011

Utilização de ácido fólico entre adultos com depressão e ansiedade

Estudo transversal

Concluiu-se que a grande probabilidade de aderir a suplementação variaram no diagnóstico da ansiedade e não pelo fato de possuir sintomas da patologia

Zhou et al., 2020

A ingestão de ácido fólico na melhora do comportamento

Estudo em animais

Observou-se que o ácido fólico exibiu efeitos semelhantes aos antidepressivos em testes de campo

Page 46: Monografia pronta- Mirelle Andrade

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Tabela 1: Síntese dos estudos relacionados: o eixo cérebro- intestino em relação ao transtorno de ansiedade, microbiota intestinal e disbiose envolvendo distúrbios psicológicos, deficiência e interação de vitamina B12, ferro, zinco e ácido fólico em relação ao transtorno de ansiedade. Fonte: Elaboração da autora (criado em 2021).

semelhante a transtornos depressivos

aberto e de preferência de sacarose, ocorridos na avaliação destes animais

Page 47: Monografia pronta- Mirelle Andrade

47

8 DISCUSSÃO

A partir da análise dos estudos avaliados, observou-se que há uma

comunicação através do eixo existente entre o cérebro e o intestino, as quais estão

diretamente relacionadas por transmissões nervosas, que ainda implicam em

alterações decorrentes aos meios de informação desenvolvidos, devido ao fato de que

os indivíduos possam apresentar um transtorno de ansiedade, com um estado

hormonal, emocional, e imunológico onde é influenciado pela manutenção de uma

enorme carga de mecanismos estressores, também direcionados ao ambiente

comportamental.

Portanto, a comunicação neste eixo principalmente através do nervo vago e

através de alguns hormônios existentes no SNC e SNE que podem entrar em

contraposição no que se refere a liberação de cargas hormonais excessivas, sendo

estas responsáveis pelo desencadeamento do estado de estresse e de alerta no que

se refere as condições do Transtorno de Ansiedade. No entanto, essa estrutura é

constituída para a obtenção da regulação intestinal que também pode ocorrer de

forma inadequada o que pode indicar que a qualidade da flora intestinal que se altera

quando ocorre um desequilíbrio nesses mecanismos tornando-a suscetível a outras

patologias.

É valido destacar que o estresse impacta na composição da microbiota

intestinal, no entanto, descobertas recentes sugerem que os microrganismos

intestinais podem afetar o funcionamento do eixo HPA, autonômico e neurobiológico

relacionado ao estresse, constituindo assim mecanismos fundamentais pelos quais a

microbiota pode influenciar ações neurológicas no Sistema Nervoso Central (SNC).

Holtmann et al (2017) relatam a partir de dados epidemiológicos de 3 estudos

prospectivos que em alguns casos, os sintomas gastrointestinais surgem em primeira

instância no indivíduo e os transtornos de humor mais incidentes ocorrem

posteriormente. Sendo assim, como já dito anteriormente, esses mesmos estudos

enfatizaram o papel da inflamação intestinal com a resposta das citocinas e do

microbioma intestinal em conduzir para o intestino às alterações cerebrais, entrando

em evidência que a inflamação da mucosa em baixo grau em decorrência da ativação

imunológica e permeabilidade alterada comprovam com os estudos de base

Page 48: Monografia pronta- Mirelle Andrade

48

populacional demonstraram uma ligação entre a eosinofilia da mucosa em pacientes

com disfunção gastrointestinal.

Em contrapartida aos autores anteriores, Moser et al (2018), descrevem através

de um conceito amplamente aceito, que a disbiose bacteriana ainda não foi algo

estabelecido, uma vez que uma grande proporção de pacientes com alterações

gastrointestinais como a Síndrome do Intestino Irritável (SII), obteve a exibição de um

perfil de microbiota "normal" demonstrando que as associações entre os parâmetros

clínicos e os perfis da microbiota avaliados por métodos ecológicos clássicos

permaneceram bastante elusivas.

Em ênfase, o microbioma fecal de pessoas que possuem a SII é semelhante

para aquelas que possuem transtornos depressivos, podendo-se comparar as

patologias no mesmo quesito quando se trata de microbiota intestinal e distúrbios

psicológicos. Ainda assim, de acordo com esses estudos, foi observado que o

microbioma fecal estava associado além da SII, mas também com o sofrimento

psicológico.

Por finalidade, é observado que as intervenções terapêuticas são, portanto,

passiveis de ambas as extremidades do espectro cerebral e do microbioma intestinal,

sendo assim, os antidepressivos, a psicoterapia e a hipnose são direcionadas ao

intestino como eficazes para o tratamento especialmente para SII e transtorno

depressivo, porém, esses resultados são limitados e necessitaria de uma avaliação

mais especifica acerca da dieta, o uso de prebióticos e antibióticos para tais pacientes.

É possível identificar ainda, de acordo com os estudos analisados que os

fatores psicológicos estão em correlação com os aspectos emocionais provendo da

manutenção de hábitos alimentares adequados, assim, como os sentimentos

avaliados como negativos possibilitaram uma adesão negativa referente ao sentirem

tristeza, raiva, depressão, ansiedade, dificuldades no relacionamento familiar, além

da baixa autoestima e avaliação negativa da imagem corporal.

As pesquisas encontradas a partir de questionários relataram que os

indivíduos quando encaravam o fato de estarem passando pela situação se

desestimulavam a continuar a fazer dieta, praticar exercícios físicos e cuidar de si

mesmos. Isso pode ser analisado através do modo de vida dessas pessoas, como

diversos hábitos e dentre eles o mais equivalente é a compulsão alimentar de forma

Page 49: Monografia pronta- Mirelle Andrade

49

que comiam exageradamente e acabavam engordando, trazendo sentimento de

frustração, medo e recusa levando ao transtorno de ansiedade.

Por conseguinte, compreende-se que toda carga de sentimentos negativos

pode ocasionar ao indivíduo transtornos alimentares e dentre o abordado está o

transtorno de compulsão alimentar periódica que de acordo com os estudos de Cortez

et al. (2011) discorrem que a TCAP possui características imprecisas e até mesmo

conflitantes que seria necessário de análise minuciosa para que possa estabelecer

sinais e critérios afim de categorizar o diagnóstico. Foi analisado também a presença

de hormônios que funcionam como sinais metabólicos periféricos promovendo a

ativação dos circuitos neuronais homeostáticos, sendo o hipotálamo grande

responsável pelos estímulos sensoriais que agem sobre o centro da fome,

influenciando o apetite e consequentemente para uma compulsão que deixaria nesse

caso o indivíduo mais propenso para a obesidade.

Partindo de outro ponto de vista, Blanchet et al (2018) apontaram em suas

discussões que o Transtorno Compulsivo alimentar (TCAP) é causado por uma

combinação de fatores psicológicos e biológicos. Os mecanismos subjacentes do

TCAP estão relacionados à disfunção do sistema de recompensa, desejos,

desregulação emocional, impulsividade, restrição alimentar e preocupações com a

forma e o peso corporal sendo estas que implicam no surgimento da anorexia e

bulimia nervosa.

Segundo os autores, a restrição alimentar pode ser um componente que

contribui para o TCAP como uma tentativa fracassada de controlar ou superar o ganho

de peso relacionado ao consumo de alimentos. Os indivíduos expostos no estudo

apresentavam preocupações com a forma e o peso corporal que podem ser

percebidas como um mecanismo causal e/ou como consequência da compulsão

alimentar. E ainda assim, evidenciaram de acordo com as análises abordadas,

chegando à conclusão que a TCC (Terapia Cognitiva Comportamental) e a adequação

alimentar juntamente com a prática de exercícios físicos, particularmente os

aeróbicos, entrariam como estratégias benéficas para a melhora dos níveis

anorexígenos e bulímicos em indivíduos que possuem tais patologias em decorrência

do Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico.

Mediante aos achados sobre a deficiência de vitaminas e nutrientes em relação

ao Transtorno de Ansiedade fica evidenciado que em a vitamina B12 possui

Page 50: Monografia pronta- Mirelle Andrade

50

características que podem ser associadas de certo a fisiopatologia dos transtornos de

humor associados à sua deficiência, porém é ressaltado ainda que não há evidências

comprovadas que a deficiência da vitamina possa desencadear os transtornos

psicológicos, mas que contribui para agravos para tal transtorno. Em contrapartida, de

maneira benéfica segundo a literatura, é apontado que a propriedade da vitamina B12

tende a reverter quadros depressivos, mesmo que não haja sintomas psicóticos,

podendo afirmar em observação a partir dos resultados dos estudos que os indivíduos

que possuíam a deficiência de vitamina B12 regrediam os sintomas psiquiátricos, no

período de uma a quatro semanas.

Trazendo os achados sobre a deficiência de Ácido Fólico, pode-se enfatizar a

correlação sobre os estudos de Zhao et al. (2011) que em uma grande amostra

representativa com indivíduos norte-americanos de ambos os sexos demonstraram

que existem variações substanciais na prevalência e na probabilidade de tomar ácido

fólico e suplementos vitamínicos mediante a recordatórios de depressão e ansiedade

previamente diagnosticadas, mas não pela presença de sintomas depressivos

elevados, ou seja, que tendenciosamente alguns já faziam o uso da suplementação

principalmente mulheres grávidas, portanto, segundo os autores afirmam que essa

interação do transtorno de ansiedade e baixos níveis do ácido é um tanto vaga.

Outrora, mediante os dados de Zhou et al. (2020) em estudos em animais, onde

trazem que a suplementação do ácido fólico teve comportamento semelhante à de

antidepressivos, ocasionando um bom resultado para o estresse dos animais, mas,

em relação aos seres humanos seria preciso investigar o efeito do mesmo, afim de

determinar a ação central por trás do efeito antidepressivo.

Em relação a deficiência de Ferro e Zinco foram analisados que há evidências

de que se pode demonstrar que o metabolismo, quando alterado, modifica os

comportamentos emocionais, mesmo que em alguns casos o Ferro possa estar em

estado reduzido em trazer malefícios em indivíduos com distúrbios psicológicos. Mas,

não se pode deixar de dar importância a esta mesma deficiência, tendo em vista que

os indícios demonstrados em seres humanos destacam que o comportamento da

ansiedade pode estar associado aos níveis baixos de Ferro, tendo início no primeiro

ciclo de vida do indivíduo ainda como feto, logo após na fase infantil ocasionando uma

anemia, e quando não tratada corretamente, pode ser levado para fase adulta.

Page 51: Monografia pronta- Mirelle Andrade

51

No entanto, através dos estudos entre a deficiência de Zinco e os sintomas

depressivos e de ansiedade é desconhecida, porém, existem vários mecanismos

hipotéticos que podem explicar tal relação, sendo o primeiro que envolve o sistema

imunológico, trazendo evidências onde sugerem que o zinco é necessário para a

regulação de hormônios e respostas imunes celulares que pode desempenhar papéis

importantes, por exemplo, para a fisiopatologia da depressão. Por outro lado, a

suplementação de zinco em humanos foi associada a reduções significativas em

vários marcadores de inflamação, em contrapartida, quando aplicados em animais,

obteve uma reação ansiolítica, fazendo com que diminuísse os níveis de estresse e

alterando beneficamente o comportamento dos mesmos.

Page 52: Monografia pronta- Mirelle Andrade

52

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o presente trabalho pode-se evidenciar que o Transtorno de

Ansiedade não deve ser considerado somente uma patologia isolada, sendo

também relacionada a fatores que envolvem as funções intestinais e imunológicas

do indivíduo, e esta pode ser exemplificada através do eixo cérebro- intestino.

Assim tal contexto é apresentado por meio da microbiota intestinal devido ao

conjunto de bactérias que estão presentes na constituição da flora intestinal,

trazendo funções essenciais para um funcionamento correto do trato

gastrointestinal. Em contrapartida, quando há uma disfunção nesta mesma

microbiota pode ocasionar uma disbiose dessas bactérias, no qual irá afetar o

funcionamento de tal eixo.

No que se refere aos efeitos emocionais e patológicos deste transtorno aos

autores aqui apresentados correlatam que estes afetam a vida do indivíduo no qual

o impede de desenvolver suas atividades de rotina, visto que pode influenciar nas

suas funções cognitivas sendo especificamente apresentadas por excesso de

medo, fuga e esquiva, nos quais são comportamentos característicos que

aparecem em decorrência de acontecimentos em que o indivíduo superestima a

perspectiva a ameaças.

Em análise da Compulsão Alimentar Periódica ficou esclarecido que esta

tem relação relevante com o Transtorno de Ansiedade, onde em estados mais

agravantes ocorrem ao indivíduo episódios de Obesidade, Anorexia e Bulimia

Nervosa que trazem insatisfações a imagem corporal, tristeza e raiva e fazendo

com que seja um fator de frustração quando relaciona-se ao ato de comer.

Ademais, conclui-se que em decorrência a análise da deficiência de

vitaminas e nutrientes escolhidas e demonstradas nesta presente revisão de forma

abrangente, onde os autores mencionados correlatam que estes ingeridos em

menor quantidade recomendada pode ser um fator que contribua para o aumento

dos sintomas de ansiedade e estresse, mas não os torna precursores para tal.

Analisou-se que necessitaria de novos estudos para que se pudesse fazer novas

comprovações e explorar outros meios de pesquisa acerca do assunto.

Page 53: Monografia pronta- Mirelle Andrade

53

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Page 54: Monografia pronta- Mirelle Andrade

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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SENHOR DO BONFIM ESCOLA MUNICIPAL ABIGAIL FEITOSA CNPJ: 03.227.103/0001-87 CEP: 48970000 - SENHOR DO BONFIM-BA INEP: 29359309 Autorização de Funcionamento: Resolução 03/2005 - CME

DECLARAÇÃO

Declaramos para os devidos fins que o (a) servidor (a) ROSINEIDE MARIA DE

ARAÚJO PINHO inscrita no CPF 63821826568 e RG 6402011-80, Código

professor INEP 1.046, pertencente ao quadro de servidores efetivos da Prefeitura

Municipal de Senhor do Bonfim, lotada na Secretaria Municipal de Educação,

exercendo suas atividades laborativas como Professora, com nível superior,

formação Licenciatura em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia

(UNEB), leciona as disciplinas de Língua Portuguesa e Língua Estrangeira (Inglês)

com ampla experiência e habilidade nas áreas de atuação.

Em testemunho da verdade, assino a presente declaração.

Senhor do Bonfim, 04 de junho de 2021.

SILVANIA SIMÕES SOARES DE FREITAS

Diretora

_________________________________________________________________________________ E-mail institucional: [email protected] Contato: (74) 9 9927-5557

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