monografia josé hamiltonimpressão

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0 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Instituto de Artes/SP & Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz JOSÉ HAMILTON DE AGUIRRE JUNIOR SUSTENTABILIDADE NAS CIDADES: arborização como rede essencial de infraestrutura urbana. São Paulo 2011

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Page 1: Monografia josé hamiltonimpressão

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Universidade Estadual Paulista

Júlio de Mesquita Filho

Instituto de Artes/SP

&

Universidade Aberta do Meio Ambiente

e da Cultura de Paz

JOSÉ HAMILTON DE AGUIRRE JUNIOR

SUSTENTABILIDADE NAS CIDADES:

arborização como rede essencial de infraestrutura urbana.

São Paulo

2011

Page 2: Monografia josé hamiltonimpressão

1

JOSÉ HAMILTON DE AGUIRRE JUNIOR

SUSTENTABILIDADE NAS CIDADES:

arborização como rede essencial de infraestrutura urbana

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Artes do Instituto de Artes da UNESP - Universidade

Estadual Paulista e da UMAPAZ - Universidade Aberta do

Meio Ambiente e da Cultura de Paz como exigência parcial

para obtenção do título de especialista em Arte, Ecologia e

Sustentabilidade

Orientadora: Profª Rose Marie Inojosa

Co-orientador: Vitor Octavio Lucato

São Paulo

2011

Page 3: Monografia josé hamiltonimpressão

2

Ficha catalográfica

elaborada por Mayara Parolo Colombo (CRB-8 7834)

A284s AGUIRRE JUNIOR, José Hamilton

Sustentabilidade nas cidades: arborização como rede essencial de infraestrutura urbana / José Hamilton Aguirre Junior - São Paulo, SP, 2011.

98 p. : il.

Orientador: Rose Marie Inojosa

Monografia (conclusão de curso Lato Sensu) - Universidade Estadual Paulista e Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz.

Inclui bibliografia

1. Arborização Urbana. 2. Sustentabilidade. 3. Urbanização. I. Universidade Estadual Paulista. II. Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz. III. Título.

CDD 715.2

Page 4: Monografia josé hamiltonimpressão

3

A Deus.

A minha família.

Às árvores:

majestosas, imponentes, humildes, belas, protetoras;

amigas generosas, tão necessárias ao ser Humano.

A todos os que crêem ser viável a busca, a concepção e a construção de cidades

sustentáveis.

A aqueles que aplicam em seu cotidiano práticas que visem à perpetuação de um

planeta melhor às gerações atuais e futuras, respeitando a teia da vida, delicado e

complexo presente do Criador.

A aqueles que cultivam seu jardim interno e o transpassam à realidade terrena.

A quem perpetua a cultura da civilidade e da harmonia; à Sociedade verdadeiramente

Humana, sustentada, estruturada e acalentada pelo elemento vegetal,

Dedico

Page 5: Monografia josé hamiltonimpressão

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os colaboradores que contribuíram à realização deste trabalho.

A Deus e a Cristo.

A Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” e UMAPAZ – Universidade

Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz.

A meus orientadores: Dra. Rose Marie Inojosa e MSc. Vitor Octavio Lucato.

À Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo.

A ONG Movimento Resgate o Cambuí, Galeria Croqui e Galeria Penteado, Tereza

Penteado, Erica Cintra e Filipi Lilla Gomes.

A Mayara Parolo Colombo Reibaldi e Christian Despontin.

A minha família, em especial minha mãe; pai, avô, avó e bisavós (in memorian) por

serem meus exemplos de superação, de dedicação e de luta pela vida, por sua

simplicidade e força de vontade.

A meus irmãos, sobrinhas, tios e primos, por todo o suporte, trocas e bons momentos.

A Günter e Vânia, Ieda e Bert, Arkan e Joseph, Otavio, Juliana e Eduardo por terem me

acolhido em 2010 na viagem à Europa que me permitiu o aprendizado envolvendo a

arborização da Áustria, Hungria, Tcheca, Eslováquia, Holanda, Alemanha e França.

Ao Eng. Jefferson Rocco, da Prefeitura Municipal de Campinas, pelas contribuições.

A Profa. Dra. Ana Maria Liner Pereira Lima e Prof. Dr. Demóstenes Ferreira da Silva por

todos os ensinamentos, trocas e estímulo quanto à pesquisa e ações efetivas em

arborização urbana.

A Carlos Roberto Ferraz, Eng. Agro. Carlos Henriques e Samir pela amizade, apoio e

contribuições.

A Marcos Vega pela

apresentação da arboricultura argentina e de toda a sua especificidade.

Ao amigo Cleiton Honório de Paula, que em breve será arquiteto, pelo seu grande

empenho particular, pelo apoio, tradução do resumo, auxílio nas fases de elaboração,

consolidação e compilação das ideias que culminaram neste trabalho.

Muito obrigado.

Page 6: Monografia josé hamiltonimpressão

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O prazer de servir

Gabriela Mistral

Toda a natureza é um ato de servir

Serve a nuvem, serve o ar, serve a terra

Onde houver uma árvore a plantar, plante-a você

Onde houver um erro a reparar, repare-o você

Onde houver um esforço a que todos se esquivam, aceite-o você

Seja aquele que remove a gigantesca pedra do caminho

Seja aquele que retira o ódio dos corações e as dificuldades do problema

Existe a alegria de ser são e justo; mas há, sobretudo, a linda, a imensa alegria de

servir

Que triste seria o mundo se tudo nele já estivesse feito!

Se não mais houvesse uma roseira a ser plantada, uma iniciativa a empreender...

Que você não atraia apenas os trabalhos fáceis! É tão belo fazer o que os outros se

esquivam!

Mas não caia no erro de que só se consegue mérito com os grandes trabalhos

Há pequenos serviços que são bons préstimos

Enfeitar uma mesa, arrumar uns livros, pentear uma menina.

Aquele que critica é aquele que destrói

Seja você aquele que serve

O servir não é uma tarefa de seres inferiores

Deus, que dá o fruto e a luz, serve.

Poderia se chamar assim: Aquele que serve

E Ele tem seus olhos fixos em nossas mãos e nos pergunta a cada dia: Serviu hoje?

À árvore? A seu amigo? À sua mãe?

Page 7: Monografia josé hamiltonimpressão

6

RESUMO

SUSTENTABILIDADE NAS CIDADES: ARBORIZAÇÃO COMO REDE ESSENCIAL

DE INFRAESTRUTURA URBANA.

Inúmeros têm sido os problemas ocasionados pela falta de planejamento das cidades

brasileiras. Com destaque, a saturação e obsolescência das redes de infraestrutura.

Estas redes são implantadas sem a devida projeção da crescente urbanização e

adensamento populacional, nem tampouco das novas demandas humanas, não

realizando as consequentes compatibilizações necessárias à pretendida condição de

desenvolvimento sustentável. As redes aéreas têm sido responsáveis por forte

degradação urbana ao ocupar espaços nobres com seus equipamentos e mobiliário.

Elas representam um grave elemento de poluição visual, aumentando a saturação da

paisagem da cidade e contribuindo para a desvalorização do patrimônio construído.

Impedem a implantação, consolidação e manutenção de estruturas qualificadas de

arborização. Afetam o estado fitossanitário das árvores existentes, gerando riscos à

população pela iminência da queda e morte dos vegetais. Por outro lado, as redes

subterrâneas implantadas sem projetos adequados e compatibilizados restringem

enormemente o espaço necessário ao plantio e desenvolvimento de estruturas

arbóreas. Esse padrão ocupacional faz com que haja cada vez menos vegetação de

porte em nossas cidades. Logo, a concessão do uso do espaço aéreo e subterrâneo

pouco regulamentada gera prejuízos paisagísticos, ambientais e econômicos às

Municipalidades. Este trabalho apresentará a arborização urbana como rede de

infraestrutura a ser constituída, considerando-a essencial, assim como qualquer outra,

suportando a vida e buscando a sustentabilidade das cidades. A mudança de

paradigmas através da difusão de conhecimento técnico, da conscientização da

população, da alteração de práticas das concessionárias de serviços públicos, bem

como a própria maneira de interpretar e agir por parte do poder constituído é

fundamental na busca por cidades menos agressivas e que respeitem a rede de

arborização como fornecedora de serviços socioeconômicoambientais ou

ecossistêmicos. Assim, é apresentada a construção de um modelo para a sociedade

Page 8: Monografia josé hamiltonimpressão

7

que concilie boa qualidade de vida e equilíbrio ambiental junto com a necessária

presença compartilhada de todas as redes, inclusive de arborização, que compõe a

infraestrutura fundamental para sustentar a macroestrutura urbana.

Palavras-chave: Redes de infraestrutura; sustentabilidade; arborização urbana;

planejamento urbano; meio ambiente urbano

Page 9: Monografia josé hamiltonimpressão

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ABSTRACT

CITIES SUSTAINABILITY: FORESTRY AS AN ESSENCIAL URBAN

INFRASTRUCTURE NETWORK

Many problems have been caused by bad urban planning. Specially, the saturation and

the obsolescence of infrastructure networks. These networks are deployed without the

right projection of increasing urbanization and population density, don’t considerer the

new human needs and don’t realize the subsequent and necessary reconciliation

between each other for the sustainable development. The aerial networks occupy

nobles spaces with their equipment and have been strong factors for the urban land

degradation. They represent a serious element of visual pollution, increase the

saturation of the urban landscape and contribute for the real estate devaluation. They

make the implantation, consolidation and maintenance of tree structures difficult. They

affect the trees health, creating risks for the imminent downfall and the death of the

plants. On the other hand, the underground networks are deployed with bad technical

projects. So, they greatly restrict the required space for the trees structures

development. This occupational pattern means less woods in our cities. Therefore, the

poorly regulated grating of use of the urban airspace and underground space increases

landscape, environmental and economic damages for the Municipalities. This paper

work will present the urban forestry as a network infrastructure to be composed and

considered an essential one; so important as any other for supporting the life and the

sustainable development of our cities. The paradigms shift through the dissemination

and popularization of the technical knowledge, people awareness, public practices

change is essential. As well as, it is crucial for less aggressive and green cities the

change of constituted powers view to interpreting, planning and taking action. These are

fundamental for creating the urban forestry as the infrastructure network that provides

socio-economic-environmental services like ecossystemic services. It will be proposed a

model for the reconciliation between good life quality and environmental equity, with the

necessary shared presence of all infrastructure networks, including forestry one, which

comprises the base to sustaining the macro human structure – the city.

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Keywords: Infrastructure network; sustainability, urban forestry, urban planning, urban

environment

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: ilustração de um bairro em Londres, sec. XIX – Ilustração de Gustave Doré.

Nota-se o “fog” névoa típica que pairava pela área londrina, constituindo-se em fonte de

problemas respiratórios e “marca” da cidade. A ausência de cores e de elementos

naturais compunha o espaço construído. A revolução industrial deixou marcas

profundas como a grande presença de indústrias e poluição....................................... 30

Figura 2: Ilustração do Falanstério, de autoria de Victor Considérant. Proposta pelo

filósofo utopista Charles Fourier - defendia a reorganização social completa, muito além

da questão territorial-ambiental. Ela colocava a necessidade de ordenação da

sociedade através de um rígido controle da execução, divisão de tarefas e convivência

coletiva. As cidades seriam reorganizadas por grandes pavilhões ajardinados para a

convivência coletiva, a fim de facilitar o controle social. O cidadão perderia grande parte

de sua individualidade em favor do corpo coletivo......................................................... 31

Figura 3: Foto de Paris – autor desconhecido – A cidade antiga num momento

imediatamente anterior às remodelações implantadas pelo Barão de Haussmann.

anterior às remodelações do Barão de Haussmannn (autor desconhecido). Nota-se a

presença de vielas escuras e insalubres, casebres e cortiços, com pouca possibilidade

de fruição. Desconsiderava-se o elemento natural como estruturador da paisagem.... 32

Figura 4: Demolições em Paris segundo o plano do Barão de Haussmann - autoria

desconhecida. Neste cenário, a principal característica era a abertura de áreas no

ambiente construído e com acesso a rede de serviços, para a reintrodução de áreas

verdes e de arborização visando à sanidade do espaço. Como consequência direta

destas ações, surgiram os bulevares, praças, parques e avenidas - belas, salubres,

ordenadas e verdes........................................................................................................ 33

Figura 5: Avenue des Champs Eliseé – Em Paris, o mais clássico dos bulevares. Os

bulevares são uma contraposição a vielas medievais escuras, estreitas, insalubres, com

esgoto correndo a céu aberto. Nota-se a reintrodução do verde como elemento

balizador e estruturador do espaço público. As calçadas desse espaço fora

transformadas em espaço de convivência e fruição...................................................... 34

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Figura 6: Ringstrasse de Viena - Bulevar vienense construído sobre as antigas

muralhas da cidade onde atualmente é a sua região central. Apesar do formato anelar

segue os parâmetros Haussmanianos, a saber: calçadas e leitos carroçáveis largos e

arborização de grande porte como elemento estruturador. Período posterior à

remodelação de Paris..................................................................................................... 35

Figura 7: The Mall em Londres - Bulevar haussmanniano que acessa o palácio de

Buckinghan. Após a remodelação de Paris, Londres como capital do império britânico

em seu auge durante o período Vitoriano, igualmente passa por diversas alterações,

dentro dos princípios sanitaristas e de embelezamento para a construção de uma

imagem de cidade moderna e civilizada. Dentro desse plano de remodelações, o

Palácio de Buckinghan ganhou uma nova fachada e uma avenida monumental para os

desfiles e apresentações cívicas que passaram a congregar a população londrina,

desde então, até a atualidade. Compuseram-se tanto em Paris na Champs Eliseé

quanto no The Mall em Londres a criação de um novo espaço urbano destinado à vida

pública............................................................................................................................ 36

Figura 8: Washignton, National Mall, criado em 1901. Modelo Haussmaniano, dentro da

escala dos projetos monumentais norte americanos..................................................... 37

Figura 9: Belo Horizonte, cartão postal de 1946 – destaca-se a nova capital construída

sobre os princípios positivistas de “ordem e progresso” difundidos pelo regime

republicano recém proclamado à epoca. Toda a cidade foi projetada e construída

segundo a inspiração haussmaniana, com vastas avenidas e bulevares – as mais

largas do país à epoca – fortemente estruturadas pelo elemento

arbóreo........................................................................................................................... 38

Figura 10: Avenida Central – atual Av. Rio Branco, imagem de autor desconhecido,

criada em 1906. Principal intervenção do prefeito Pereira Passos para a remodelação

da capital do país, Rio de Janeiro. Todas as fachadas dos prédios foram definidas pelo

estado através de concurso público, visando a “harmonia perfeita” entre a paisagem e

as fachadas. Neste momento é realizada a difusão da arborização urbana na

estruturação dos espaços públicos da capital federal, inspirada também nas diretrizes

haussmanianas.............................................................................................................. 39

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Figura 11: Avenida São João, foto da Light and Powers Company, 1930. Este foi o

grande bulevar de São Paulo até a década de 1970, marco haussmaniano na capital

paulista. Foi usada como vetor de expansão urbana criando espaços sofisticados de

comércio, lazer, entretenimento para a crescente população industrial........................ 40

Figura 12: Plano de uma “Garden City” - Nesse modelo, havia o estabelecimento de um

limite para os núcleos populacionais que seriam entremeados à áreas livres destinadas

a parques, bosques e agricultura. Essa composição resgata a antiga recomendação

grega de impedir grandes concentrações populacionais e das consequências sobre o

meio ambiente e qualidade de vida dos cidadãos.......................................................... 41

Figura 13: Letchtworth, Inglaterra, uma “garden city” implantada - Cidade criada como

empreendimento imobiliário, sem contar com investimento estatal. Ela prescindiu das

características de estruturas produtivas que lhe confeririam a apregoada

autosuficiência, característica essencial a uma garden city. O funcionamento comunal e

solidário sustentaria a proposta urbanística. Essa era a época do avanço das ideias

socialistas e comunistas originadas a partir da defesa da solidariedade humana como

instrumento de resgate das qualidades urbanísticas, envolvendo os aspectos

socioambientais.............................................................................................................. 42

Figura 14: Plano de Le Corbusier para Paris – Aqui se nota o corte e a recomposição

completa do tecido urbano, com forte adensamento a partir da verticalização das

construções, rígido ordenamento das funções urbanas (habitar, produzir, circular) e a

destinação do solo para áreas livres e verdes destinadas ao lazer, à contemplação e à

manutenção dos fenômenos naturais. A proposta essencial do urbanismo modernista

era a transformação de todo o solo urbano em espaços públicos destinando as

atividades privadas às edificações verticalizadas erguidas sobre o solo através do uso

de pilotis (estruturas de sustentação com formato semelhante a colunas, que permitem

a manutenção de espaços abertos sob a construção, compondo áreas de livre

circulação e possível ajardinamento)............................................................................. 43

Figura 15: Esplanada dos Ministérios em Brasília - Ponto culminante do urbanismo

ocidental, com predominância da composição de espaços abertos marcados pela

presença de forração (gramados e jardins) condutora do olhar a um elemento

construtivo de destaque (Praça dos 3 poderes - Congresso Nacional), com toda a

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esplanada compondo um bulevar-parque, estruturado pelo elemento arbóreo

emoldurando as construções......................................................................................... 44

Figura 16: Superquadras habitacionais de Brasília - sofisticadas unidades de

vizinhança-parques concebidas por Lúcio Costa, são isoladas das vias expressas de

circulação por intensa arborização de grande porte com o objetivo de lhes conferir um

caráter de ambiente equilibrado. O papel direto da arborização nesse caso é a proteção

ao Sol e o efeito umidificador do ar de Brasília, muito seco, em períodos invernais, de

abafamento de ruído e controle da poluição atmosférica, bem como, na opinião de seu

criador, de gerar a composição de características de vizinhança e intimidade

relacionada às funções residenciais........................………………………………........... 44

Figura 17: Rio Tietê - O maior curso d´água da cidade de São Paulo. A degradação

deste grande manancial foi realizada de modo a destacar a opção desenvolvimentista a

“qualquer custo”. Atualmente, a cidade busca em outras regiões do estado de São

Paulo, através do Sistema Cantareira, o suprimento de água que, devido à poluição

assombrosa de seu “Rio Grande” – em tupi guarani - impede o usufruto dos recursos

providos por ele. Às outras regiões do estado como a de Piracicaba, cabe a redução da

disponibilidade hídrica para sustentar a continuidade dos erros de um modelo de

desenvolvimento equivocado......................................................................................... 46

Figura 18: São Paulo - metrópole que tem pretensões de ser mundial (4a maior

aglomeração urbana do mundo): nota-se a ocupação desordenada do espaço, a

invasão da várzea dos rios e áreas de baixada. Grandes aglomerados de prédios

luxuosos, que seguem modelos europeus e norteamericanos de arquitetura (vidros

espelhados, uso intensivo de condicionadores de ar e gasto de energia). Como

consequente desta ocupação desplanejada, seus grandes rios são poluídos devido à

total despreocupação com o respeito aos elementos naturais de sustentação da cidade.

Seus espaços públicos estão desqualificados. A cidade é agressiva ao morador urbano,

está balizada na cultura do meio de transporte individual (pontes, viadutos, autopistas,

ruas e avenidas). A ausência ou mínima presença do elemento vegetal descaracteriza a

paisagem e a presença de prédios de alturas gigantescas em proporção ao espaço

ocorrente faz com que se perca a noção do relevo natural e das especificidades do sítio

natural......................………………………………………………………………….…. ….. 47

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Figura 19: Cidade de São Paulo – aglomerado urbano com 11.244.369 habitantes

(IBGE, 2011), cujo território natural foi completamente alterado, verticalizado e

impermeabilizado, com grande ausência do verde. Ocupação caótica do espaço natural

e consequências diretas sobre o clima, bem-estar e qualidade de vida da população.

Ausência de políticas públicas que conduzam ao ordenamento urbano e à interligação

de todas as redes de infraestrutura de maneira eficiente e harmônica. Nos moldes em

que se encontra hoje, a cidade é inviável, sob todos os aspectos

socioeconômicoambientais…......…………………………………………………….......... 48

Figura 20: Avenida Barão de Itapura, Campinas-SP. Nota-se a extrema poluição visual

causada pela fiação aérea obsoleta e ausência total de arborização. Região árida e

insalubre. Grande poluição pelo tráfego intenso de veículos......................................... 57

Figura 21: Praça da Torre do Castelo, Campinas-SP. Retiraram-se todas as árvores da

Praça, sob a alegação de posterior replantio que até hoje não aconteceu. Local inóspito

onde as pessoas não sentem conforto em caminhar devido às altas temperaturas..... 58

Figura 22: R. Coronel Quirino – Campinas, SP. Ausência quase total de árvores,

poluição visual pelo sistema aéreo de fiação, uso de arbustos que prejudicam os

pedestres e formam bloqueio do campo visual (círculo

vermelho).................................................... 58

Figura 23: Uso generalizado de palmeiras em projetos de arborização. As palmeiras

não contribuem para a melhoria do microclima urbano devido à sua folhagem ter

dimensões reduzidas. Nota-se que as pessoas, mesmo buscando sombra, não a

encontram. O forte calor afeta negativamente o conforto dos munícipes. Estas áreas

deveriam contar com árvores de porte alto, copa espessa e que permita grande

interceptação de luz....................................................................................................... 59

Figura 24: Av. Coronel Quirino, Campinas-SP. Totalmente árida, desprovida de

qualquer arborização significativa. A fiação aérea obsoleta degradando o espaço

público.............. 59

Figura 25: R. Sampaio Ferraz, Campinas - SP. Uso de arbustos e falta de arborização

nas calçadas da cidade. Nota-se o desconforto das pessoas, que fazem uso de guarda-

chuvas para se proteger. A fiação obsoleta é um dos principais fatores de degradação

urbana e do prejuízo da qualidade de vida dos munícipes............................................ 60

Page 16: Monografia josé hamiltonimpressão

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Figura 26: Podas de rebaixamento de copa da CPFL na rua Maria Umbelina Couto,

Taquaral, Campinas-SP................................................................................................. 61

Figura 27: Poda da CPFL em “V” Rua Jorge Krug, Guanabara-Campinas-SP. Gerando

o desbalanceamento e risco de colapso da madeira, além de compor grande área de

ferimento e entrada de doenças e patógenos................................................................ 62

Figura 28: Poda CPFL Jorge Krug, Guanabara-Campinas-SP...................................... 62

Figura 29: Poda CPFL Jorge Krug, Guanabara............................................................. 63

Figura 30: Alecrim de Campinas morto, após receber inúmeras podas radicais pela

CPFL, Campinas-SP...................................................................................................... 63

Figura 31: Alecrins de Campinas. O posterior morto. O anterior com envassouramento

dos ramos podados, antes de morrer, o que acabou acontecendo pouco tempo depois.

Podas realizadas pela CPFL, Campinas –SP................................................................ 63

Figura 32: Alecrim de Campinas morto, predominância da rede aérea obsoleta de

distribuição de energia da CPFL, Campinas-SP............................................................ 64

Figura 33: Ipê branco com poda em V aberta e rebaixamento de copa pela CPFL,

Campinas-SP................................................................................................................. 64

Figura 34: Degradação urbana proporcionada pela rede aérea de distribuição de

energia............................................................................................................................ 65

Figura 35: Detalhamento das fiações expostas da Eletropaulo degradadoras do meio

ambiente urbano. Os aparatos expostos ocupam locais nobres que poderiam ser

arborizados. São Paulo-SP............................................................................................ 66

Figura 36: A imagem demonstra a sobrecarga de fios e aparatos da Eletropaulo, além

do péssimo aspecto da cidade. São Paulo-SP.............................................................. 66

Figura 37: Não há qualquer comprometimento com a beleza, harmonia e estética. As

fiações expostas compõe sérios riscos de acidentes à população e comerciantes.

Eletropaulo, São Paulo-SP............................................................................................. 66

Figura 38: Implantação de rede de gás subterrânea pela empresa COMGÁS. R. Coronel

Silva Telles, Campinas-SP, 211, Edifício Leonardo da Vinci. Poda de raízes de

sustentação em árvore da espécie Delonix regia, Flamboyant...................................... 68

Figura 39: Detalhe da poda realizada nas raízes do indivíduo na R. Coronel Silva Telles

para a passagem da tubulação de gás da empresa COMGÁS. A mesma foi feita

Page 17: Monografia josé hamiltonimpressão

16

atingindo raízes grossas e finas, prejudicando a sustentação, o equilíbrio e a nutrição

da árvore........................................................................................................................ 68

Figura 40: No detalhe é mostrada a comunicação da rede que passa na R. Coronel

Silva Telles, em Campinas, com a tubulação de entrada ao consumidor, Edifício

Leonardo da Vinci, 211................................................................................................... 69

Figura 41: Após a conclusão do serviço, a árvore que teve o seu sistema radicular

podado foi prejudicada. Seu estado fitossanitário se deteriorou rapidamente até sua

queda sobre um veículo em 14 de janeiro de 2008....................................................... 69

Figura 42: Após sua queda em 14 de janeiro de 2008. Causando transtornos e risco de

morte ao proprietário do veículo atingido ou a outros transeuntes................................ 70

Figura 43: Árvore prejudicada pela poda de raízes pela empresa COMGÁS, R. Coronel

Silva Telles, 211, Edifício Leonardo da Vinci, em Campinas. Segue no anexo 10, artigo

publicado na imprensa local sobre o fato....................................................................... 70

Figura 44. Tubulação de gás passando sob a arborização e atingindo o sistema

radicular dos indivíduos ................................................................................................ 71

Figura 45a: Vista da rua para a calçada em que a tubulação de gás corre paralela ao

passeio pela arborização................................................................................................ 71

Figura 45b. Detalhe da comunicação da rede principal com o consumidor, passando

pelo sistema radicular da arborização............................................................................ 71

Figura 46: Vista representando o corte do sistema radicular para a passagem da

tubulação de gás da tubulação principal para a secundária (consumidor) pela empresa

COMGÁS........................................................................................................................ 72

Figura 47: Vista aérea representando a passagem da tubulação principal de gás e a de

ligação com o consumidor passando pelo sistema radicular......................................... 72

Figura 48: Área potencial a receber arborização ocupada pela tubulação de gás da

empresa COMGÁS, no Bairro Castelo, Campinas-SP.…………………………….......... 73

Figura 49: Área potencial a receber arborização ocupada pela tubulação de gás da

empresa COMGÁS, no Bairro Castelo, Campinas-SP................................................... 73

Figura 50: Nesta praça, localizada na saída da estrada para Barão Geraldo (Tapetão)

Bairro Vila Nova, Campinas-SP, as árvores paralelas ao asfalto tiveram suas raízes

podadas para a passagem da tubulação pela empresa Oxfort, trabalho com segurança.

Page 18: Monografia josé hamiltonimpressão

17

Nota-se que a tubulação poderia perfeitamente ter passado pela região central da praça

em que não há a presença de vegetação de porte alto. Houve a cobertura com terra

das áreas escavadas para a passagem da tubulação................................................... 74

Figura 51: A central de gás também foi instalada nas proximidades das raízes, empresa

Oxfort, trabalho com segurança..................................................................................... 74

Figura 52: As perfurações no solo geraram erosão subsuperficial na R. Coronel Quirino

esq. Silva Telles, Campinas-SP. À esquerda as marcações da empresa. À direita o

paralelepípedo com o início da erosão........................................................................... 75

Figura 53: Detalhe do início da erosão subsuperficial causado pelas perfurações da

empresa COMGÁS. Com o tempo e ação das chuvas, o pavimento de paralelepípedo

começou a ceder e a permitir a passagem de quantidade de água cada vez maior..... 75

Figura 54: Detalhe do piso cedendo mesmo após os vários consertos feitos pela

empresa. Rua Coronel Quirino esq. Silva Telles, Campinas-SP................................... 76

Figura 55: Mais uma perfuração no local. Rua Coronel Quirino esq. Silva Telles (09 de

fevereiro de 2008), Campinas-SP.................................................................................. 76

Figura 56: Detalhe da mais recente perfuração no local (09 de fevereiro de 2008). Rua

Coronel Quirino esq. Silva Telles, Campinas-SP........................................................... 77

Figura 57: Detalhe do piso cedendo resultante da erosão subsuperficial (09 de fevereiro

de 2008). Rua Coronel Quirino esq. Silva Telles, Campinas-SP................................... 77

Figura 58: Queda de árvore onde a rede da empresa COMGÁS está instalada. Rua

Guilherme da Silva, 472/450, Campinas-SP. Tipuana tipu, Tipuana. ........................... 78

Figura 59: Detalhe da marcação utilizada pela COMGÁS, tachão, para a identificação

da localização das redes instaladas pela empresa e árvore Tipuana tipu, Tipuana, caída

ao fundo. Rua Guilherme da Silva, 472/450. ................................................................. 78

Figura 60: Fachada em que houve a queda da árvore Tipuana tipu, Tipuana, na Rua

Guilherme da Silva, 472/450. ........................................................................................ 79

Figura 61. Detalhe da extração do indivíduo Tipuana tipu, Tipuana, na Rua Guilherme

da Silva, 472/450, após sua queda. .............................................................................. 79

Figura 62: Lado esquerdo aduela de concreto, lado direito tubo de concreto com a

divisão de seu espaço interno e compartimentos a cada tipo de serviço público

subterrâneo. .................................................................................................................. 83

Page 19: Monografia josé hamiltonimpressão

18

Figura 63: Rua Coronel Quirino em Campinas-SP antes do tratamento de imagem para

compatibilizar as redes de infraestrutura. Nota-se a poluição visual pela rede obsoleta

de transmissão de energia, a pouca presença de pedestres nas ruas e ausência quase

completa de arborização. O uso de arbustos do lado com fiação desequilibra a

harmonia, a estética e proporcionalidade urbana.......................................................... 84

Figura 64: Após a edição gráfica e compatibilização entre as redes de infraestrutura,

ocorre a melhoria do espaço urbano como um todo, compondo áreas arborizadas de

convívio, circulação e uso. Canteiros adequados à presença de árvores, ciclovias e

aterramento da fiação aérea.......................................................................................... 84

Figura 65: Torre do Castelo, Campinas-SP. Área que teve retirada todas as suas

árvores, com a promessa de que seriam repostas. Atualmente árida, sem

funcionalidade e uso pela população devido à suas condições inóspitas (calor e reflexão

de luz do calçamento branco)........................................................................................ 85

Figura 66: Após o tratamento técnico-gráfico utilizou-se do retorno dos elementos

naturais ao espaço. Ocorreria a atratividade à população e funcionalidade, pelo uso do

espaço............................................................................................................................ 85

Figura 67: Avenida Moraes Salles, Campinas-SP. A municipalidade promoveu a retirada

das árvores de porte grande ocorrentes anteriormente nesse local e alterou o perfil

urbanístico com a introdução de palmeiras, espécie com poucas contribuições de

sombreamento devido às suas características intrínsecas. A população perdeu

referências do espaço e de qualidade de vida............................................................... 86

Figura 68: O tratamento realizado reintroduziu as árvores, promovendo o rebaixamento

da iluminação, obtendo-se os benefícios do uso técnico e racional da árvore. Elementos

fundamentais na rede de infraestrutura urbana, capazes de resgatar a qualidade de

vida do cidadão.............................................................................................................. 86

Figura 69: Avenida Barão de Itapura, Campinas-SP. Área extremamente arborizada no

passado, degradada visual e ambientalmente pela poluição de veículos e presença

ostensiva de rede aérea de distribuição de energia obsoleta. Região inóspita à

população....................................................................................................................... 87

Figura 70: Tratamento de imagem e reintrodução do verde. Após a reintrodução do

verde, a despoluição visual, a composição de ciclofaixas e o rebaixamento da

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19

ilumiinação pública, a função da infraestrutura verde proporcionada pelas árvores vem à

tona, compondo um ambiente aprazível e uma cidade mais harmônica, humanizada e

sustentável..................................................................................................................... 87

Figura 71: Av. Coronel Silva Telles, Bairro Cambuí, Campinas-SP. Ausência de árvores,

predomínio do uso do espaço aéreo pela rede obsoleta de distribuição de energia. Área

inóspita aos moradores, sem atratividade, estetica e ambientalmente

comprometida................................................................................................................. 88

Figura 72: Introdução da infraestrutura proporcionada pela arborização oferece uma

identidade ao espaço Humanizado, cria ambientes belos que confortam os habitantes

das cidades. Compõem-se áreas que convidam ao passeio a pé, espantando a

violência urbana, devido à presença em massa de pessoas nas

ruas......................................... 88

Figura 73: Viena – Áustria. Arborização de grande porte nas proximidades das áreas

residenciais. Composição de calçadas verdes e locais adequados para a implantação e

presença das árvores. Mais que um equipamento público com funções claras, a árvore

coletivamente, cumpre a função de rede de infraestrutura............................................ 90

Figura 74: Viena – Áustria. Alamedas em áreas residenciais. Nota-se a grande

presença de árvores próximas aos edifícios que quase desaparecem em meio à

vegetação de maior porte, evitando o aquecimento excessivo do ar e solo, dado o

sombreamento e proteção natural dos vegetais............................................................ 90

Figura 75: Viena-Áustria. Áreas residenciais são generosamente arborizadas. A função

de drenagem de grandes áreas permeáveis destaca-se nesta grande rede de

infraestrutura verde. Os cidadãos usufruem um local aprazível, para se deslocar ao

longo do dia, nas proximidades de suas residências..................................................... 91

Figura 76: Viena-Áustria. Os leitos carroçáveis são aproveitados para compor grandes

canteiros para árvores de maior porte, que contribuem com uma amplitude maior de

serviços. Na imagem, as árvores e seus canteiros compõem estacionamentos. É

realizada a proteção dos indivíduos por barras de metal............................................... 91

Figura 77: Viena – Áustria. Pedestres usufruindo a rede de infraestrutura verde em dias

de verão. O sombreamento garante o conforto ao caminhar e estimula as pessoas a

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20

saírem de suas casas. . A árvore estrutura o espaço, lojas, vitrines, carros e mobiliário

urbano convivem pacificamente..................................................................................... 92

Figura 78: Viena – Áustria. A preocupação com o planejamento, com a implantação

adequada e funcionalidade da infraestrutura verde são características marcantes da

arborização austríaca. Há simetria e preocupação com o distanciamento e ocupação

completa do espaço aéreo pelas copas......................................................................... 92

Figura 79: Viena – Áustria. Rede de infraestrutura de transporte, elétrica, subterrânea e

arbórea em harmonia..................................................................................................... 92

Figura 80: Viena – Áustria. Implantação da iluminação central nas ruas e abaixo da

copa dos vegetais........................................................................................................... 93

Figura 81: Viena – Áustria. Detalhe da iluminação central às ruas................................ 93

Figura 82: Budapeste – Hungria. Neste país do leste europeu é marcante a presença de

parques e locais em que a população pode usufruir a rede de infraestrutura

verde............................................................................................................................... 94

Figura 83: Budapeste – Hungria. A requalificação de áreas urbanas define e ordena o

espaço. Regiões centrais onde é reduzida a presença da infraestrutura verde e passa a

contar com a mesma de maneira ordenada e planejada............................................... 94

Figura 84: Berlim – Alemanha. A presença da arborização é maximizada pelo espaço

urbano. O grande porte das árvores estrutura e qualifica o perfil da cidade................. 95

Figura 85: Berlim – Alemanha. Como equipamento público individual e como

componente da rede de infraestrutura verde, ocorre o estabelecimento de um local

específico para a arborização, que não entra em conflito com outras redes de

funcionamento urbana.................................................................................................... 95

Figura 86: Berlim – Alemanha. O espaçamento e a condução adequada dos vegetais,

além de todas as funções elencadas, representam a composição de túneis, de

direcionamento e balizamento das vias, ordenando e auxiliando motoristas e pedestres

no seu trajeto cotidiano.................................................................................................. 96

Figura 87: Hamburgo – Alemanha. Praças e áreas públicas recebem maciçamente a

presença do verde, visando à estética e os serviços ambientais.................................. 96

Figura 88: Hamburgo – Alemanha. Inserção da árvore na vida cotidiana..................... 97

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21

Figura 89: Hamburgo. Espaços públicos de locomoção arborizados e compondo locais

de convívio, estada e deleite. Iluminação abaixo da copa dos vegetais, ordenação do

espaço e uso racional, técnico e planejado do verde compondo rede de

infraestrutura.................................................................................................................. 97

Figura 90: Hamburgo – Alemanha. Neste bairro, Hafencity, antiga área portuária e

degradada, a arborização recente é planejada e implantada igualmente a qualquer

outra rede de infraestrutura........................................................................................... 98

Figura 91: Hamburgo – Alemanha. Arborização instalada de maneira a proteger os

pedestres do sol e obter benefícios como umidificação direta do ar, retenção e filtragem

de poluentes, abafamento de ruídos. Nota-se à esquerda a via movimentada, o sol e à

direita pedestres caminhando à sombra........................................................................ 98

Figura 92: Hamburgo – Alemanha. Arborização em áreas centrais, cumprindo seu papel

de infraestrutura............................................................................................................. 99

Figura 93: Hamburgo – Alemanha. Rede de infraestrutura verde em altura superior a

das residências............................................................................................................... 99

Figura 94: Hamburgo – Alemanha. Ciclovias, estacionamentos, áreas de convívio,

circulação que contam com a proteção da infraestrutura verde................................... 100

Figura 95: Hamburgo – Alemanha. Mobiliário urbano, pontos de ônibus e população.

Integração entre todas as redes de infraestrutura. Bom funcionamento da malha

urbana.......................................................................................................................... 100

Figura 96: Buenos Aires - Argentina. Mesmos princípios e funcionalidade de redes de

infraestrutura. Composição de túneis, ocupação racional e valorização do espaço

urbano, planejamento e manutenção técnicos............................................................. 101

Figura 97: Buenos Aires - Argentina. Espaço aéreo urbano protegido pelas copas de

árvores de grande porte............................................................................................... 101

Figura 98: Buenos Aires - Argentina. Arborização entre edificações. O espaço urbano é

devidamente planejado. A iluminação e demais infraestruturas não competem com as

árvores.......................................................................................................................... 102

Figura 99: Buenos Aires - Argentina. Ocupação do espaço e rede de infraestrutura

verde eficiente.............................................................................................................. 102

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22

Figura 100: Buenos Aires - Argentina. Barreiras verdes nas fachadas dos

edifícios........................................................................................................................ 102

Figura 101: Colônia – Uruguai. Total preenchimento das ruas com copas de árvores,

buscando a maximização dos serviços proporcionados por essa rede de infraestrutura

verde..............................................................................................................................103

Figura 102: Montevidéu – Uruguai. País Sul americano que aplica e se beneficia

adequadamente da arborização urbana como rede de infraestrutura em suas

cidades......................................................................................................................... 103

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23

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE FIGURAS

INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………… 24

1. OBJETIVOS....................................................................................................... 27

1.1. Objetivos gerais.......................................................................................... 27

1.2. Objetivo específico...................................................................................... 28

2. Material e Métodos............................................................................................. 28

3. Cidade sustentável – breve perspectiva histórica.............................................. 29

4. Obsolescência nas redes de infraestrutura urbana – privatização de lucros e

socialização de prejuízos................................................................................... 48

5. Constituição de uma rede de infraestrutura essencial – o sistema de arborização

urbana................................................................................................................ 50

6. Problemática da compatibilização entre as redes............................................. 54

7. Um futuro possível e viável – modelos de propostas de arborização urbana.... 82

8. Redes de arborização urbana – realidades existentes...................................... 89

9. Conclusões......................................................................................................... 104

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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24

INTRODUÇÃO

Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam

Constituição Federal Brasileira, 1988.

Suster vem do latim sustinere, segurar, por cima; suportar, por baixo;

fortalecer o espírito, de confirmar (MACHADO, 2003). O que é sustentável é aquilo que

possui suporte. As cidades foram e são criadas para abrigar o homem e suas

atividades. Uma cidade eficiente é aquela adequada ao pleno desenvolvimento humano

e da vida, que acontece a cada dia, se acumula, recicla e renova ao longo do tempo.

Nossas características nos diferenciam dos demais seres do planeta, mas não nos

separam da natureza. Para que cada geração futura possua o direito de viver e

contribuir com esse processo contínuo é preciso que sejam mantidas as condições

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25

essenciais para a vida humana nas cidades, dando-lhe sustentação, ou seja, suporte.

Uma cidade eficiente é aquela sustentada e que possa seguir sustentável.

O suporte às estruturas urbanas é dado, em grande parte, pelo conjunto de

redes de infraestrutura. Há redes que realizam os serviços de transporte, circulação,

fornecimento de energia, de água e outros. Mas há e deve haver redes que realizem os

serviços de recuperação e manutenção do equilíbrio do meio ambiente urbano,

contribuindo, de modo determinante, para torná-lo adequado a todos nós.

A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/81) dita como seu primeiro

princípio que a ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, deve

considerar o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente

assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo. Portanto, a ordem urbanística

não pode ser determinada apenas pelo interesse individual, uma vez que deve cumprir

sua função socioambiental e, assim, a proteção do meio ambiente e do conjunto da

sociedade humana a que faz parte.

O mau gerenciamento e gasto do dinheiro público na área ambiental são

notórios e generalizados nas cidades brasileiras. Há empresas concessionárias de

serviços públicos de infraestrutura que utilizam técnicas e aparatos obsoletos visando à

privatização dos lucros e a socialização dos prejuízos. A sociedade como um todo arca

com as consequências socioambientais de tal postura, vivendo em cidades ineficientes,

defasadas tecnologicamente, degradadas ambientalmente e insustentáveis.

Em especial, a cada dia ficamos mais estarrecidos com o que ocorre com as

árvores urbanas e das calçadas. São inadmissíveis o descaso e más práticas do setor

público, de empresas concessionárias de serviços, os maus-tratos generalizados, as

podas e extrações absurdas, também praticados pela população, comércio e

prestadores de serviço. São gritantes a falta de acompanhamento e procedimentos

técnicos adequados, as extrações e os manejos sem a documentação e a avaliação

necessárias de profissionais devidamente habilitados, bem como, acompanhadas das

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26

devidas reposições e compensações ambientais, regulamentadas por legislações

específicas.

Após décadas de estagnação econômica, a sociedade brasileira trouxe de

volta à sua pauta de prioridades o “desenvolvimento”. A terminologia possui muitas

definições, de acordo com o caráter que se quer considerar. Furtado (1964), considera

que ele pode ser compreendido como um processo de mudança social que busca

satisfazer um número crescente de necessidades humanas através da criação de

inovações tecnológicas. Portanto, não pode ser restrito apenas ao crescimento

econômico a todo custo, usado para desviar os esforços e o foco no homem juntamente

a seu ambiente para conceitos abstratos como investimentos, mercado e exportações.

É urgente resgatarem-se às reais condições que auxiliarão na busca do

desenvolvimento integral das cidades, dando a elas a prioridade merecida como fruto

da criação humana, reconciliando-as com a natureza (ciclos e elementos naturais –

árvores, plantas, animais, solo, água e ar). Essa reconciliação será sobretudo com o

próprio homem, que ao longo da história se distanciou e se desconsiderou como

membro e parte intrínseca do meio ambiente, inclusive, perdendo sua própria

humanidade, ao desvalorizar e agredir seu semelhante.

Esta monografia pretende trazer a discussão sobre a importância de se

considerar que, a sustentabilidade nas cidades será aproximada da realidade, quando

todos os atores envolvidos neste processo, quais sejam - poderes públicos, sociedade,

empresas concessionárias de serviços aéreos e subterrâneos, comércio e prestadores

de serviço - passarem a dar a dimensão correta à rede de arborização urbana. Quando

ela passar a ser planejada, mantida e sustentada como uma grande e fundamental rede

de infraestrutura na cidade e tiver esse tratamento, que visa à manutenção do

funcionamento adequado de toda a estrutura urbana.

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27

1. OBJETIVOS

1.1. Objetivos gerais

O presente trabalho, em termos amplos, se propõe à:

- Destacar as origens da fundamentação e evolução dos conceitos gerais de

sustentabilidade urbana através de uma sucinta perspectiva histórica.

- Discutir o paradigma atual que desconsidera a importância da árvore, da

arborização e da floresta urbanas como elementos fundamentais ao funcionamento

adequado da cidade, fornecedoras de serviços socioeconômicoambientais ou

ecossistêmicos.

- Expor a problemática dos conflitos entre as redes de infraestrutura

apontando os principais interesses em disputa pelo espaço urbano.

- Definir o elemento arbóreo como equipamento público a se fazer parte

integrante de sistemas de arborização, por sua vez constituídos como rede de

infraestrutura urbana.

- Apresentar modelos que trabalham a compatibilização de todas as redes de

infraestrutura interligadas e em funcionamento harmonioso, desde que ordenadas no

espaço urbano, segundo suas características e objetivos, de modo a tornar as cidades

mais habitáveis, confortáveis, sustentáveis e mais humanas.

1.2. Objetivo específico

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28

Especificamente, tem como objetivo:

- Demonstrar que a arborização urbana necessita ser considerada como uma

rede de infraestrutura fundamental à manutenção adequada da cidade, sem a qual a

sustentabilidade da mesma é impossibilitada.

2. Material e Métodos

O presente trabalho foi realizado baseando-se em referências bibliográficas,

em imagens coletadas na internet e em levantamentos e experiências de campo,

sobretudo nas cidades de Campinas e São Paulo e, em cidades europeias e sul-

americanas. Foram elaborados alguns modelos para foto inserção por Filipi Lilla Gomes

e alguns modelos gráficos de implantação de redes de gás subterrâneas por Christian

Despontin patrocinados pela ONG Movimento Resgate o Cambuí, de Campinas-SP. A

linha mestra argumentativa baseia-se na construção do pensamento referenciado na

evolução histórica das cidades, de como eram pautadas em princípios de

sustentabilidade desde sua origem, e o posterior e drástico rompimento com essa

condição a partir do Renascimento, quando o homem se afastou e se apartou da

natureza, considerando-se superior a ela.

No período de expansão da Revolução Industrial, diante da falência desses

modelos urbanos, segue a busca do saneamento das cidades para sua “melhoria

ambiental”. Nesse contexto, a instalação maciça das redes de infraestrutura foi

importante, notadamente a reintrodução da natureza no meio urbano como prestadora

de serviços essenciais de saneamento. Dessa maneira, será discutida a atuação de

empresas concessionárias de serviços e a necessidade da consideração da

arborização como uma rede de infraestrutura a ser constituída como essencial ao

resgate e manutenção do equilíbrio ambiental urbano. Por fim, será colocada a

problemática da compatibilização entre a pretendida rede de arborização e as demais

redes de infraestrutura, bem como apontadas as possíveis soluções.

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29

3. Cidade sustentável – breve perspectiva histórica

O meio ambiente urbano acumulou um vasto histórico de degradação até o

ponto de ser compreendido como um espaço dissociado do “meio ambiente”. As

cidades correspondem a maior alteração de origem antropogênica do meio ambiente

natural (LOMBARDO, 1985).

Os mais antigos assentamentos humanos, baseando-se na história da

Mesopotâmia e Egito, possuíam relação estreita com o meio natural. A proximidade dos

rios como condição seminal, seus regimes de secas e cheias, além da conquista das

várzeas através do hábil controle das águas transformaram a natureza em território

humano, mas ainda respeitavam suas dinâmicas e ciclos próprios, inclusive, tirando

partido deles. Algumas cidades persas, como Persépolis, foram planejadas com

reservatórios de águas, vastos parques e jardins. Já na Índia, os sistemas de

abastecimento de água, de drenagem e tratamento de esgoto atingiram notável

sofisticação nos núcleos de Mohenjo Dahro e Harata (MUMFORD, 1982).

Para os gregos antigos, as cidades deviam possuir um tamanho máximo a fim

de não haver prejuízos ambientais e sociais. Quando uma “polis” atingia 50.000

habitantes, o excedente populacional seguia para outro sítio a fim de fundar uma nova

colônia. Atenas, que chegou a contar com mais de 150.000 moradores e Roma, cuja

cifra superou 1 milhão eram consideradas excrescências. Mas mesmo os romanos, em

suas compilações sobre a ciência de fundar cidades, deixaram-nos preceitos claros de

forte composição urbana interligada com o meio ambiente. As culturas celtas e

germânicas tinham a Terra como mãe e deusa suprema, fonte de toda a vida, poder e

ordem. Logo, não poderia ser ultrajada e aviltada pelo homem. Na China e no Japão

antigos, a natureza era transformada através da busca do equilíbrio; as cidades eram

implantadas e construídas com cuidadoso respeito ao sítio natural, aos cursos d’água,

ao vento, aos bosques. Os árabes acumularam, fundiram e aperfeiçoaram

conhecimentos de muitas culturas do Ocidente ao Oriente. Atingiram assim, um elevado

grau de sofisticação na implantação de cidades (MUMFORD, 1982).

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30

A retomada dos movimentos de urbanização no Renascimento europeu foi o

marco inicial do rompimento definitivo com a natureza. O meio ambiente passou a ser

algo ameaçador, a ser transformado, dominado, mantido distante do homem. As

cidades se adensaram, consumindo desordenadamente seus recursos. A Revolução

Industrial agravou essa situação originando cidades com condições de vida

completamente insalubres, onde epidemias e todas as mazelas se generalizaram em

grande escala, chegando mesmo a inviabilizar a vida humana (BENEVOLO, 1991).

Figura 1: ilustração de um bairro em Londres, sec. XIX – Autoria de Gustave Doré. Nota-se o “fog” névoa

típica que pairava pela área londrina, constituindo-se em fonte de problemas respiratórios e “marca” da

cidade. A ausência de cores e de elementos naturais compunha o espaço construído. A revolução

industrial deixou marcas profundas como a grande presença de indústrias e poluição.

Fonte: OPERARIADO…, 2009

A partir do colapso do modelo urbanístico estabelecido com a expansão

industrial (grandes concentrações populacionais, completo desrespeito ao meio

ambiente e baixo índice de saneamento), no séc. XIX surgiu a crítica, as primeiras

propostas e tentativas de mudança a esta condição problemática ocorrente nas

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31

cidades. Os chamados “utopistas” buscavam uma completa revolução social, com forte

apelo autoritário para o controle das sociedades (BENEVOLO, 1991).

Figura 2: Ilustração do Falanstério, de autoria de Victor Considérant. Proposta pelo filósofo utopista

Charles Fourier - defendia a reorganização social completa, muito além da questão territorial-ambiental.

Ela colocava a necessidade de ordenação da sociedade através de um rígido controle da execução,

divisão de tarefas e convivência coletiva. As cidades seriam reorganizadas por grandes pavilhões

ajardinados para a convivência coletiva, a fim de facilitar o controle social. O cidadão perderia grande

parte de sua individualidade em favor do corpo coletivo.

FONTE: MALEMBE, 2011

Esse pensamento deu origem a ideias urbanísticas com propostas mais

consistentes, factíveis e democráticas. Os chamados “sanitaristas” propuseram sanear

as cidades, reintroduzindo a dimensão ambiental ao centro das ações de planejamento.

A insolação, a circulação do ar, as áreas livres e verdes passaram a ser prioridade. As

demolições para a abertura de avenidas e praças, a implantação de parques e o

saneamento passaram a ser os instrumentos principais das estratégias de recuperação

do meio urbano (BENEVOLO, 1991).

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32

Figura 3: Foto de Paris – autor desconhecido – A cidade antiga num momento imediatamente anterior às

remodelações implantadas pelo Barão de Haussmann. Nota-se a presença de vielas escuras e

insalubres, casebres e cortiços, com pouca possibilidade de fruição. Desconsiderava-se o elemento

natural como estruturador da paisagem.

Page 34: Monografia josé hamiltonimpressão

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Figura 4: Demolições em Paris segundo o plano do Barão de Haussmann - autoria desconhecida. Neste

cenário, a principal característica era a abertura de áreas no ambiente construído e com acesso a rede

de serviços, para a reintrodução de áreas verdes e de arborização visando à sanidade do espaço. Como

consequência direta destas ações, surgiram os bulevares, praças, parques e avenidas - belas, salubres,

ordenadas e verdes.

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34

Figura 5: Avenue des Champs Eliseé – Em Paris, o mais clássico dos bulevares. Os bulevares são uma

contraposição a vielas medievais escuras, estreitas, insalubres, com esgoto correndo a céu aberto. Nota-

se a reintrodução do verde como elemento balizador e estruturador do espaço público. As calçadas

desse espaço foram transformadas em espaço de convivência e fruição.

Fonte: GUNN, 2011

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35

Figura 6: Ringstrasse de Viena - Bulevar vienense construído sobre as antigas muralhas da cidade onde

atualmente é a sua região central. Apesar do formato anelar, segue os parâmetros Haussmanianos, a

saber: calçadas e leitos carroçáveis largos e arborização de grande porte como elemento estruturador.

Período posterior à remodelação de Paris.

Fonte: WHAT TO…, 2011

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36

Figura 7: The Mall em Londres - Bulevar haussmanniano que dá acesso ao palácio de Buckinghan. Após

a remodelação de Paris, Londres como capital do império britânico em seu auge durante o período

Vitoriano, igualmente passa por diversas alterações, dentro dos princípios sanitaristas e de

embelezamento para a construção de uma imagem de cidade moderna e civilizada. Dentro desse plano

de remodelações, o Palácio de Buckinghan ganhou uma nova fachada e uma avenida monumental para

os desfiles e apresentações cívicas que passaram a congregar a população londrina, desde então, até a

atualidade. Compuseram-se tanto em Paris na Champs Eliseé quanto no The Mall em Londres a criação

de um novo espaço urbano destinado à vida pública.

Fonte: GONÇALVES, 2011

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Figura 8: Washignton, National Mall, criado em 1901. Modelo Haussmaniano, dentro da escala dos

projetos monumentais norte americanos.

Fonte: PHOTO..., 2011

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38

Figura 9: Belo Horizonte, cartão postal de 1946 - destaca-se a nova capital construída sobre os princípios

positivistas de “ordem e progresso” difundidos pelo regime republicano recém proclamado à época. Toda

a cidade foi projetada e construída segundo a inspiração haussmaniana, com vastas avenidas e

bulevares – as mais largas do país à época – fortemente estruturadas pelo elemento arbóreo.

Fonte: CARVALHO, [s.d.]

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39

Figura 10: Avenida Central – atual Av. Rio Branco, criada em 1906 – imagem de autor desconhecido.

Principal intervenção do prefeito Pereira Passos para a remodelação da capital do país, Rio de Janeiro.

Todas as fachadas dos prédios foram definidas pelo estado através de concurso público, visando a

“harmonia perfeita” com a paisagem. Neste momento é realizada a difusão da arborização urbana na

estruturação dos espaços públicos da capital federal, inspirada também nas diretrizes haussmanianas.

Fonte: CABRAL, 2003

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40

Figura 11: Avenida São João, foto da Light and Powers Company, 1930. Este foi o grande bulevar de São

Paulo até a década de 1970, marco haussmaniano na capital paulista. Foi usada como vetor de

expansão urbana criando espaços sofisticados de comércio, lazer e entretenimento para a crescente

população industrial.

Fonte: SÃO PAULO..., 2009

Em paralelo, um grupo de urbanistas liderados por Ebeneezer Howard propôs

as chamadas “garden cities”. Essas cidades planejadas entremeavam seus bairros por

campos e bosques naturais, possuíam ruas e avenidas profusamente arborizadas. Em

especial, deveriam oferecer todas as condições de vida a seus habitantes, inclusive

com máxima autosuficiência produtiva.

Page 42: Monografia josé hamiltonimpressão

41

Figura 12: Plano de uma “Garden City”. Neste modelo, havia o estabelecimento de um limite para os

núcleos populacionais que seriam entremeados a áreas livres destinadas a parques, bosques e

agricultura. Essa composição resgata a antiga recomendação grega de impedir grandes concentrações

populacionais e das consequências sobre o meio ambiente e qualidade de vida dos cidadãos.

Fonte: MACEDO, 2007

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42

Figura 13: Letchtworth, Inglaterra, uma “garden city” implantada. Cidade criada como empreendimento

imobiliário, sem contar com investimento estatal. Ela prescindiu das características de estruturas

produtivas que lhe confeririam a apregoada autosuficiência, característica essencial a uma garden city. O

funcionamento comunal e solidário sustentaria a proposta urbanística. Essa era a época do avanço das

ideias socialistas e comunistas originadas a partir da defesa da solidariedade humana como instrumento

de resgate das qualidades urbanísticas, envolvendo os aspectos socioambientais.

Fonte: GARDEN, 2011

O Modernismo elaborado a partir da década de 1920 aprofundou a busca

racional e científica das soluções dos problemas ambientais das cidades. Manteve a

proposta de intervenções radicais, dando-lhe escala monumental ao propor a demolição

de cidades inteiras para sua recomposição ambiental. A cidade passaria a ser uma

cidade parque, ordenada segundo suas funções e adensada pela verticalização das

edificações, com o solo livre, verde e arborizado, de propriedade coletiva, destinado às

atividades de lazer e deleite (BENEVOLO, 1991 e FRAMPTON, 1982).

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Figura 14: Plano de Le Corbusier para Paris. Aqui se nota o corte e a recomposição completa do tecido

urbano, com forte adensamento a partir da verticalização das construções, rígido ordenamento das

funções urbanas (habitar, produzir, circular) e a destinação do solo para áreas livres e verdes destinadas

ao lazer, à contemplação e à manutenção dos fenômenos naturais. A proposta essencial do urbanismo

modernista era a transformação de todo o solo urbano em espaços públicos, destinando as atividades

privadas às edificações verticalizadas erguidas sobre o solo através do uso de pilotis (estruturas de

sustentação com formato semelhante a colunas, que permitem a manutenção de espaços abertos sob a

construção, compondo áreas de livre circulação e possível ajardinamento).

Fonte: ALEX, 2011

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44

Figura 15: Esplanada dos Ministérios em Brasília. Ponto culminante do urbanismo ocidental, com

predominância da composição de espaços abertos marcados pela presença de forração (gramados e

jardins) condutora do olhar a um elemento construtivo de destaque (Praça dos Três Poderes - Congresso

Nacional), com toda a esplanada compondo um bulevar-parque, estruturado pelo elemento arbóreo

emoldurando as construções.

Fonte: CIDADES..., [s.d.]

Figura 16: Superquadras habitacionais de Brasília - sofisticadas unidades de vizinhança-parques

concebidas por Lúcio Costa, são isoladas das vias expressas de circulação por intensa arborização de

grande porte com o objetivo de lhes conferir um caráter de ambiente equilibrado. O papel direto da

arborização nesse caso é a proteção ao sol e o efeito umidificador do ar de Brasília, muito seco, em

períodos invernais, de abafamento de ruído e controle da poluição atmosférica, bem como, na opinião de

seu criador, de gerar a composição de características de vizinhança e intimidade relacionada às funções

residenciais.

Fonte: Acervo do autor (autoria Zuleika de Souza).

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45

As propostas urbanísticas modernistas sofreram intensas análises críticas a

partir dos anos de 1970. O forte intervencionismo por elas apregoado entrou em choque

com as ideias libertárias que então se popularizavam a partir da primeira grande crise

econômica do pós-Guerra (CHOAY, 2005). Ao mesmo tempo, a questão ambiental

começou a ganhar espaço na agenda política mundial, em especial após a Rio 92. A

formulação de políticas urbanas se generalizou e foi tornando indissociáveis o

planejamento e a sustentabilidade urbanos. O termo meio ambiente urbano foi

reconhecido como central para a problemática ambiental. Essa designação abriga mais

de 2\3 da população humana mundial e foi capaz de alterar vastos territórios naturais.

Com o contínuo crescimento populacional, as cidades perpetuam o reflexo de

suas respectivas sociedades. Os países centrais seguem investindo na qualificação de

seus meio ambientes urbanos, configurando as chamadas “cidades mundiais”, líderes

em qualidade de vida e em atratividade econômica. Já os países periféricos buscam a

solução para a forte degradação ambiental e para os conflitos sociais continuamente

agravados por modelos distorcidos de desenvolvimento (MEYER et al., 2004).

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Figura 17: Rio Tietê - O maior curso d´água da cidade de São Paulo. A degradação deste grande

manancial foi realizada de modo a destacar a opção desenvolvimentista a “qualquer custo”. Atualmente,

a cidade busca em outras regiões do estado de São Paulo, através do Sistema Cantareira, o suprimento

de água que, devido à poluição assombrosa de seu “Rio Grande” – em tupi guarani – impede o usufruto

dos recursos providos por ele. Às outras regiões do estado como a de Piracicaba, cabe a redução da

disponibilidade hídrica para sustentar a continuidade dos erros de um modelo de desenvolvimento

equivocado.

Fonte: EM 24 horas..., 2008 (autoria José Luiz da Conceição)

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Figura 18: São Paulo - metrópole que tem pretensões de ser mundial (4a maior aglomeração urbana do

mundo): nota-se a ocupação desordenada do espaço, a invasão da várzea dos rios e áreas de baixada.

Grandes aglomerados de prédios luxuosos, que seguem modelos europeus e norteamericanos de

arquitetura (vidros espelhados, uso intensivo de condicionadores de ar e gasto de energia). Como

consequência desta ocupação não planejada, seus grandes rios são poluídos devido à total

despreocupação com o respeito aos elementos naturais de sustentação da cidade. Seus espaços

públicos estão desqualificados. A cidade é agressiva ao morador urbano, está balizada na cultura do

meio de transporte individual (pontes, viadutos, autopistas, ruas e avenidas). A ausência ou mínima

presença do elemento vegetal descaracteriza a paisagem e a presença de prédios de alturas gigantescas

em proporção ao espaço ocorrente faz com que se perca a noção do relevo natural e das especificidades

do sítio natural.

Fonte: TOLEDO, 2008 (autoria Carlos Augusto Magalhães)

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Figura 19: Cidade de São Paulo – aglomerado urbano com 11.244.369 habitantes (IBGE, 2011), cujo

território natural foi completamente alterado, verticalizado e impermeabilizado, com grande ausência do

verde. Ocupação caótica do espaço natural e consequências diretas sobre o clima, bem-estar e

qualidade de vida da população. Ausência de políticas públicas que conduzam ao ordenamento urbano e

à interligação de todas as redes de infraestrutura de maneira eficiente e harmônica. Nos moldes em que

se encontra hoje, a cidade é inviável, sob todos os aspectos, socioeconômicoambientais.

Fonte: Acervo do autor

4. Obsolescência nas redes de infraestrutura urbana – privatização de lucros

e socialização de prejuízos

As concessionárias de serviços públicos que detém os direitos de exploração

das redes de infraestrutura contam com a pouca regulamentação do uso do espaço

público urbano para manter elevados graus de obsolescência na sua prestação de

serviços.

Redes deficientes, corrompidas pelo desgaste do tempo, comprometidas por

ajustes mal planejados e mal executados, além de precarizadas pela provisoriedade

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endêmica; elas são admitidas pela sociedade devido à grande falta de informação da

população em geral. Essa condição gera prejuízos constantes ao meio ambiente.

O desperdício de água tratada, por conta de vazamentos, ultrapassa um terço

do volume das redes de abastecimento (SABESP, 2010). Os vazamentos de gás e o

descontrole da expansão das instalações ocasionam explosões nas galerias de águas

pluviais. Interrupções e apagões no fornecimento de energia elétrica são cada vez mais

constantes por conta de estruturas de transmissão aéreas arcaicas e com baixo grau de

confiabilidade devido ao subdimensionamento e à exposição aos fenômenos

atmosféricos, fotodecomposição, furtos e sabotagens.

Cabe ressaltar que a maior parte das redes de infraestrutura nas cidades

brasileiras foi instalada com recursos públicos. A privatização de sua operação se deu

ao longo dos anos de 1990, sob o argumento da necessidade de investimentos cuja

responsabilidade o estado nacional deficitário não poderia realizar. Nas redes de

telefonia houve forte inversão de recursos para aumentar a oferta dos serviços, mas

com uma grande escalada dos preços das tarifas visando grandes margens de lucros.

Já na geração e distribuição de energia elétrica, os investimentos foram pequenos

frente às necessidades de expansão e melhorias, a qualidade dos serviços se estagnou

e decresceu; por outro lado, os lucros altos se mantiveram. Verifica-se a socialização de

custos e prejuízos para a manutenção de lucros privados conseguidos a partir do uso

de infraestrutura pública. A aposta na inovação tecnológica leva ao repasse de custos,

ou busca por fontes financiadoras, alegação sempre julgada como “impedimento” da

evolução dos sistemas de infraestrutura pelas concessionárias. Já a contenção de

investimentos pela manutenção da obsolescência das redes, acolhida pelo monopólio

privado, impõe ineficiência, riscos e prejuízos ambientais ao conjunto da população.

Page 51: Monografia josé hamiltonimpressão

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5. Constituição de uma rede de infraestrutura essencial – o sistema de

arborização urbana

As árvores talvez sejam as nossas maiores aliadas neste momento, quando temos de unir forças para resgatar o equilíbrio ambiental da Terra. Ali, paradas e entregues, elas operam uma revolução silenciosa, trazendo de volta as águas, recriando o solo com suas folhas caídas, refrescando o ar, provendo alimento. Sem árvores, só nos resta o deserto (ROCHA, [s.d.]).

Uma cidade se estrutura, de um modo geral, segundo Zmitrowicz e De

Angelis Neto (1997), da seguinte forma:

a) Com a construção de espaços adaptados às atividades humanas.

b) Com a geração de acessibilidade através dos sistemas de circulação.

c) Com a implantação de sistemas de infraestrutura.

A cidade não é apenas o conjunto do patrimônio edificado junto com seus

sistemas de circulação, mas também possui um sistema de suporte que lhe amplia o

desempenho e aumenta a eficiência. Assim sendo, a infraestrutura pode ser

compreendida como um sistema técnico de equipamentos e serviços necessários ao

desenvolvimento das funções urbanas.

Em perspectiva histórica, a primeira rede a ser instalada nas cidades foi a de

abastecimento de água e de coleta de esgotos. Na Antiguidade, muitas culturas

desenvolveram soluções próprias, mas no caso da Roma antiga ela era especialmente

sofisticada. Uma rede de aquedutos trazia, através de dezenas de quilômetros até a

rede da cidade, água limpa de modo ininterrupto. Em conjunto, uma vasta rede coletora

drenava boa parte dos esgotos da cidade que ultrapassava 1 milhão de habitantes

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(MUMFORD, 1982). Já a instalação das redes de energia ocorreu bem mais tarde,

estritamente relacionada com a expansão da industrialização.

A Grã-Bretanha foi pioneira na distribuição de gás de carvão como serviço

público em 1812, seguida pelos Estados Unidos e França. No final do século XIX

surgiram redes de energia elétrica para atender a iluminação pública, em seguida para

tração dos bondes, tornando-se generalizada nos anos seguintes (MASCARÓ, 1987).

Em meados do século XX, foram difundidas as redes de comunicação telefônica e no

final do século, as redes de televisão por cabo e a internet se tornaram essenciais. As

redes de infraestrutura parecem refletir os movimentos sociais, culturais e produtivos

das sociedades. Com tamanha relevância, sua implantação e possibilidade de

expansão (ou extinção) devem ser feitas com planejamento criterioso para melhor

organizar o espaço urbano.

O sistema de espaços livres foi introduzido no mesmo contexto de expansão

industrial. Parques e jardins foram reformados, expandidos ou implantados. Com fins

igualmente sanitaristas, os sistemas viários foram reformulados e receberam

arborização intensiva. Esse conjunto se configurou em uma verdadeira rede de

infraestrutura com o objetivo de fornecer serviços de reequilíbrio ambiental urbano.

A arborização viária, em áreas de ocupação antiga e já consolidadas, dadas

as poucas condições de expansão de praças e áreas verdes, constitui-se na alternativa

mais viável, econômica e racional, de inserção do elemento verde no cotidiano urbano

(AGUIRRE JUNIOR, 2008). Segundo Meneghetti (2003) a arborização viária se faz

mais necessária, quanto mais urbanizada for uma localidade.

Os centros das cidades são geralmente suas regiões mais alteradas e

degradadas devido à intensa ocupação, impermeabilização, verticalização e reduzida

presença de elementos naturais. Outro problema se reflete através de um grande

tráfego de veículos, grandes agentes poluidores.

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A árvore é o elemento que permite a melhora do aspecto ambiental nas

cidades. A arborização viária constitui-se em elemento fundamental. Segundo Cemig

(1996) e Silva Filho (2002) a arborização é um componente de grande importância na

paisagem urbana. Possui função paisagística, proporciona benefícios à população, tais

como a proteção contra a ação dos ventos, diminuição da poluição sonora, absorção de

parte dos raios solares, sombreamento e redução da amplitude térmica, ambientação à

permanência de pássaros urbanos, diminuição da poluição atmosférica, neutralização

do dióxido de carbono e purificação do ar, absorção de poeiras e sólidos em

suspensão, melhorando a saúde física e mental da população.

Entre os inúmeros benefícios, destacados por diversos autores, uma área da

arboricultura que vem ganhando cada vez mais enfoque é a dos serviços ambientais,

ecossistêmicos e econômicos proporcionados pela utilização da vegetação arbórea nos

centros urbanos, notadamente a viária. De Paula (2004) constatou a redução da

temperatura interna de residências, utilizando árvores para o sombreamento da sua

fachada; Silva (2008) concluiu que duas espécies muito utilizadas na arborização viária,

a Caesalpinia pluviosa DC. e a Tipuana tipu (Benth.) Kuntze possuem a capacidade de

interceptação de até 60% da chuva incidente sobre a sua superfície nas duas primeiras

horas, reduzindo o volume e a intensidade de enchentes e enxurradas; Silva Filho

(2006), adaptando a pesquisa de McPherson e Muchnick (2005) para a realidade

brasileira, calculou que cada m2 de asfalto coberto e protegido pela sombra das árvores

representa uma economia em manutenção deste pavimento da ordem de R$15,47 ao

ano aos cofres públicos, o que para uma cidade como Piracicaba representaria

R$900.000,00 anuais que poderiam ser revertidos no incremento, melhoria e

manutenção da arborização da cidade; Grey e Deneck (1978) destacaram que árvores

de grande porte possuem a capacidade de evapotranspirar 380l de água por dia, desde

que devidamente supridas do elemento, provocando o resfriamento da temperatura e a

umidificação do ar, o mesmo efeito que cinco aparelhos de ar condicionado de potência

média (2500kcal/h) funcionando por 20h/dia, todos os dias (ao custo zero em termos

energéticos, beneficiando a população em épocas secas e reduzindo gastos públicos

com os problemas respiratórios da população).

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Em pesquisa realizada por Martins (2009), a pesquisadora concluiu que os

parques podem atuar como filtros do ar, devido ao fato de, a região central dos

pesquisados em São Paulo apresentar menores concentrações de poluentes, enquanto

que suas áreas mais externas, principalmente em esquinas, faróis e avenidas grandes,

apresentaram concentrações mais elevadas.

A autora destaca ser possível a consideração de que as árvores em parques

urbanos possam funcionar como barreiras físicas de dispersão de poluentes. O

incremento da vegetação nos grandes centros urbanos pode auxiliar na amenização de

dois principais aspectos negativos do clima urbano: as ilhas de calor e a poluição

atmosférica. Velasco (2007), considera que árvores em ambientes urbanos prestam

fundamentais serviços ambientais que beneficiam diretamente a população, tais como:

reduzir o escoamento superficial, diminuir a temperatura atmosférica, aumentar a

umidade relativa e absorver poluentes

A existência de gradientes de poluição indica que os parques urbanos podem

representar barreiras físicas de poluentes, servindo como pequenos “oasis” dentro da

cidade (MARTINS, 2009). A autora exemplificou que o adensamento da vegetação no

entorno de um parque representa um meio eficiente de diminuir a área de dispersão de

alguns poluentes, o que poderia beneficiar diretamente a qualidade de vida do

paulistano. Maher et al. (2008) apud Martins (2009) indicam que árvores plantadas em

calçadas e canteiros de avenidas agem como filtros de poluentes. Elucidam que

pedestres podem ser beneficiados quando circulam por áreas mais arborizadas e

afastadas de grandes vias de tráfego.

No caso do planejamento urbano, na medida do possível, a instalação de

trilhas para prática de esportes nas partes mais internas dos parques é uma boa

medida para melhorar a qualidade do ar para o frequentador dos parques. Além do

aumento e melhoria das áreas verdes da cidade, outras medidas também poderiam ser

tomadas com o intuito de diminuir a concentração de poluentes atmosféricos na cidade

de São Paulo: reduzindo-se o teor de enxofre no diesel, melhorando-se o transporte

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público e criando-se corredores de tráfego para ônibus, aumentando a velocidade do

fluxo (MARTINS, 2009).

A arborização viária, se bem planejada (utilizando-se prioritariamente

espécies de médio e grande portes, com características adequadas de arquitetura de

copa e hábito de crescimento de raiz), devidamente implantada, manejada e

monitorada é uma solução viável para a melhoria da qualidade de vida e ambiental de

regiões densamente povoadas (AGUIRRE JUNIOR, 2008).

6. Problemática da compatibilização entre as redes

Segundo Soares (1998), as principais dificuldades para a arborização urbana

são as redes hidráulicas, elétricas, telefônicas e sanitárias. A solução mais adotada

pelos poderes públicos para buscar uma apregoada compatibilização é por meio da

poda das árvores. Entretanto, sua eficácia é muito reduzida uma vez que, segundo

Browning (1997), a maioria das árvores podadas faz rebrotar galhos na mesma direção

anterior, demandando novas podas regulares. A outra parte dos vegetais fica

comprometida fatalmente, seja perdendo seu equilíbrio e sustentação, seja se

desestruturando metabolicamente. Seitz (1990) coloca que a poda é uma agressão a

um ser vivo, com estruturas e funções definidas, além de alguns mecanismos de defesa

contra seus inimigos naturais, portanto, com limites de sobrevida. A prática da poda não

deve ser suprimida e sim, apenas utilizada como técnica apropriada a alguns tipos de

intervenção. Seu intuito é contribuir para a perpetuação do indivíduo vivo.

São três os tipos principais de redes de distribuição de energia elétrica

presentes nas cidades atuais, a saber: a rede de distribuição aérea convencional, a

aérea compacta e a subterrânea. A rede aérea convencional possui cabos

desencapados e não isolados. A rede aérea compacta possui cabos encapados e

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reunidos em feixes, mas não isolados do meio. Já os sistemas de redes subterrâneas

são mais complexos e elaborados, com isolamento total dos condutores e equipamento

do meio.

Os sistemas subterrâneos, a princípio, quando bem planejados, são os que

menos danos provocam às árvores. Por serem mais sofisticados tecnicamente,

apresentam custo maior de instalação. Mas oferecem importantes vantagens objetivas,

a saber, segundo Boccuzzi et al. (1997):

a) Redução significativa das interrupções de fornecimento.

b) Aumento da segurança para a população, com a redução do risco de acidentes por

ruptura de condutores e contatos acidentais.

c) Redução significativa dos custos de manutenção.

Além disso, segundo estudos da Sociedade de Investigações Florestais, mais

de 70% dos custos de sua instalação é devido às obras civis. Estes custos vêm se

reduzindo seguidamente através do desenvolvimento de cabos que podem ser

implantados diretamente no solo, prescindindo de galerias específicas. Do mesmo

modo, diversos equipamentos complementares estão ganhando inovações tecnológicas

que diminuem suas dimensões, viabilizando sua alocação sobre o solo das calçadas e

assim, reduzindo os custos elevados com materiais resistentes à emersão. Portanto, a

substituição das redes aéreas por redes subterrâneas já alcança a realidade atual. É

injustificável, até mesmo do ponto de vista econômico, o seu adiamento.

A arborização viária no Brasil vem sofrendo com a falta de planejamento que

dissocia o crescimento urbano das áreas verdes (SILVA, 2005). As publicações sobre

arborização viária difundidas, majoritariamente, por companhias de energia elétrica e

prefeituras, recomendam a utilização de espécies arbustivas ou arbóreas de pequeno

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porte, prioritariamente exóticas, reduzindo os benefícios ambientais, como a sombra e

benefícios ecológicos, possíveis com a utilização de espécies de grande porte e nativas

nos municípios. Nestes trabalhos, são poucas as informações sobre o comportamento

das árvores ou propostas para novas espécies a serem introduzidas e avaliadas

(VELASCO, 2003 apud SILVA, 2005).

Tecnicamente, definem-se arbustos como os vegetais de estrutura lenhosa

ou semilenhosa, com altura de 3 a 6 metros que apresentam ramificação desde a base.

Árvores possuem fustes únicos, lenhosos, sendo divididas por seu porte: pequeno, para

aquelas com altura entre 4 a 6 metros e copa com menos de 4 metros de diâmetro;

médio, quando sua altura estiver compreendida entre 6 e 10 metros, e o diâmetro de

sua copa até 6m; e grande, quando possuir altura superior a 10m e diâmetro de copa

superior a 6 metros (MASCARÓ e MASCARÓ, 2005).

O Brasil é detentor da maior diversidade arbórea do planeta (SOUZA, 1973;

LORENZI, 2000 apud KAGEYAMA e GANDARA, 2004); espécies nativas evoluíram em

interação ao ecossistema, sendo geneticamente adaptadas e resistentes ao meio,

patrimônios que vêm se perdendo por exploração irracional com a consequente

extinção de muitas espécies importantes (LORENZI, 2000).

A arborização utilizando nativas é fundamental para mostrar aos cidadãos as

espécies que ocuparam os locais onde estamos atualmente além, de fornecer às

futuras gerações conhecimento sobre o meio natural e possibilitar a integração

harmônica do homem urbano e natureza (LORENZI, 2000). Revegetações e

recomposições devem utilizar os conceitos de diversidade de espécies (KAGEYAMA e

GANDARA, 2004).

A grande utilização de espécies exóticas evidencia a falta de estudos na

difusão da flora brasileira e a desconsideração para com esta grande riqueza nacional

(LORENZI, 2000). Em algumas cidades, com predomínio de uma espécie, a ocorrência

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de pragas e moléstias de difícil controle é comum, além da monotonia da padronização

da paisagem e o desinteresse da avifauna (SANCHOTENE, 1994).

Nossas cidades estão ficando áridas e as árvores restantes vão sofrendo,

enquanto resistem, mutiladas, desestabilizadas, aneladas, envenenadas, enfraquecidas

até morrerem precocemente. Ao mesmo tempo em que estes crimes são cometidos,

sentimos os reflexos e as consequências de nossas próprias atitudes. Quanto menor a

presença de árvores na cidade, consequentemente é reduzida nossa qualidade de vida

e aumentados nossos problemas de saúde por habitarmos um local insalubre

ambientalmente.

Figura 20: Avenida Barão de Itapura, Campinas-SP. Nota-se a extrema poluição visual causada pela

fiação aérea obsoleta e ausência total de arborização. Região árida e insalubre. Grande poluição pelo

tráfego intenso de veículos.

Fonte: STREET...,2011.

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Figura 21: Praça da Torre do Castelo, Campinas-SP. Retiraram-se todas as árvores do local, sob a

alegação de posterior replantio que até hoje não aconteceu. Local inóspito onde as pessoas não sentem

conforto em caminhar devido às altas temperaturas.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes).

Figura 22: R. Coronel Quirino – Campinas-SP. Ausência quase total de árvores, poluição visual pelo

sistema aéreo de fiação, uso de arbustos que prejudicam os pedestres e formam bloqueio do campo

visual (círculo vermelho).

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes).

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Figura 23: Av. Moraes Salles – Campinas-SP. Uso generalizado de palmeiras em projetos de

arborização. As palmeiras não contribuem para a melhoria do microclima urbano devido à sua folhagem

ter dimensões reduzidas. Nota-se que as pessoas, mesmo buscando sombra, não a encontram. O forte

calor afeta negativamente o conforto dos munícipes. Estas áreas deveriam contar com árvores de porte

alto, copa espessa e que permita grande interceptação de luz.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

Figura 24: Av. Coronel Quirino, Campinas-SP. Totalmente árida, desprovida de qualquer arborização

significativa. Nota-se a fiação aérea obsoleta degradando o espaço público.

Fonte: STREET..., 2011

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Figura 25: R. Sampaio Ferraz, Campinas-SP. Uso de arbustos e falta de arborização nas calçadas da

cidade. Nota-se o desconforto das pessoas, que fazem uso de guarda-chuvas para se proteger. A fiação

obsoleta é um dos principais fatores de degradação urbana e do prejuízo da qualidade de vida dos

munícipes.

Fonte: Acervo do autor.

Planejar e plantar tecnicamente, preservar e avaliar periodicamente, extrair e

substituir adequadamente, quando necessário, as árvores urbanas é a chance que

temos de continuar a viver dignamente nas cidades. A arborização como grande

referência urbana pode ser utilizada para resgatar a qualidade de vida da população e a

sustentabilidade nesses locais. Resgatando as árvores da cidade, a nós mesmos

estaremos beneficiando.

A atuação dos poderes públicos municipais, de empresas concessionárias de

serviços, do comércio e da própria população tem sido desrespeitando o patrimônio de

interesse difuso que deveria ter o devido trato das municipalidades. As práticas das

empresas de energia têm sido tão errôneas do ponto de vista técnico que, infelizmente,

estão sendo registradas incontáveis mortes nas árvores das cidades devido às podas

contínuas, constantes e realizadas de maneira abusiva.

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Na silvicultura moderna, o manejo de árvores urbanas acompanha a evolução

de paradigmas, de conceitos, de tecnologias e de procedimentos visando à correção de

erros, a priorização da presença da árvore e a busca da convivência pacífica com esses

vegetais fundamentais à nossa vida na cidade. Assim como na medicina, busca-se

atuar na silvicultura e no manejo de árvores urbanas pela INTERVENÇÃO MÍNIMA

POSSÍVEL, o que caracteriza a premissa ou diretriz da boa técnica agronômico-

florestal-biológica.

Figura 26: Podas de rebaixamento de copa da CPFL na Rua Maria Umbelina Couto, Taquaral,

Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

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Figura 27: Poda da CPFL em “V” Rua Jorge Krug, Guanabara-Campinas-SP. Gerando o

desbalanceamento e risco de colapso da madeira, além de compor grande área de ferimento e entrada

de doenças e patógenos. A árvore tem sua vida útil reduzida devido à prática e a municipalidade arca

com os custos socioeconomicoambientais.

Fonte: Acervo do autor

Figura 28: Poda em “U”, realizada pela CPFL na Rua Jorge Krug, Bairro Guanabara, Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

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Figura 29: Poda em “U” realizada pela CPFL, Rua Jorge Krug, Guanabara, Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

Figura 30: Alecrim de Campinas morto, após

receber inúmeras podas radicais pela CPFL,

Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor.

Figura 31: Alecrins de Campinas. O primeiro com

“envassouramento” dos ramos podados, antes de

morrer, o segundo, já morto. Podas realizadas

pela CPFL, Campina-SP.

Fonte: Acervo do autor

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Figura 32: Alecrim de Campinas morto,

predominância da rede aérea obsoleta de

distribuição de energia da CPFL, Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

Figura 33: Ipê branco com poda em L aberta e

rebaixamento de copa pela CPFL, Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

Em São Paulo e em outras cidades brasileiras, o processo de degradação

urbana possui traços comuns: Redes obsoletas de distribuição aérea de energia são

mantidas em detrimento da qualidade de vida do cidadão. Nas próximas imagens

coletadas nas ruas da capital paulista, percebe-se claramente a poluição visual, a

agressividade do meio urbano, a falta de elementos naturais arbóreos devido à

apropriação de parcela significativa da paisagem pelos aparatos da empresa

concessionária. A cidade fica esteticamente comprometida, os cidadãos desvalorizam

seu espaço construído e perdem-se completamente as referências da beleza, da

arquitetura e da amplitude espacial.

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Figura 34: Degradação urbana proporcionada pela rede aérea de distribuição de energia. O aparato

exposto das companhias ocupa o mesmo espaço que poderia estar ocupado com a arborização urbana,

gerando a desvalorização dos locais, a poluição visual, a privação dos cidadãos ao convívio e benefício

da presença do verde em seu cotidiano. A cidade perde sua referência estruturadora do espaço. São

Paulo – SP.

Fonte: Acervo do autor

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Figura 35: Detalhamento das fiações expostas da

Eletropaulo degradadoras do meio ambiente

urbano. Os aparatos expostos ocupam locais

nobres que poderiam ser arborizados. São Paulo-

SP.

Fonte: Acervo do autor

Figura 36: A imagem demonstra a sobrecarga de

fios e aparatos da Eletropaulo, além do péssimo

aspecto da cidade. São Paulo-SP.

Fonte: Acervo do autor

Figura 37: Não há qualquer comprometimento com

a beleza, harmonia e estética. As fiações expostas

compõe sérios riscos de acidentes à população e

comerciantes. Eletropaulo, São Paulo-SP.

Fonte: Acervo do autor

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Países como Argentina, Uruguai, Áustria, Alemanha, França, Holanda,

Eslováquia, República Tcheca, efetivamente colocam em prática nas suas cidades

sistemas de distribuição de energia que são compatíveis à presença de arborização em

calçadas. No Brasil, inúmeras cidades como Maringá, São Paulo e Curitiba, têm

efetivado programas de convivência com o elemento arbóreo de maneira saudável e de

maneira a efetivar os benefícios econômicos e ambientais das árvores.

Vê-se um absurdo retrocesso ambiental e de qualidade de vida nas cidades,

ao manterem-se sistemas de distribuição de energia obsoletos e extremamente

poluidores esteticamente (cabeamentos aéreos sobrecarregados, postes e cruzetas)

que degradam o ambiente urbano, além de competir diretamente com o lugar que

deveria ser destinado às árvores. A argumentação das empresas elétricas no sentido

de justificarem essa conduta é frágil, na contramão da história e em contraposição

direta à sustentabilidade e à proporção de seus lucros astronômicos. É necessário que

elas se adequem às atuais realidades e necessidades da população na busca de um

meio ambiente urbano mais equilibrado, respeitem as árvores viárias que compõe a

rede de infraestrutura verde que suporta a vida e sustenta as cidades. As árvores são

um patrimônio de valor inestimável ao município e a cada cidadão, bens protegidos pela

legislação ambiental brasileira e Constituição Federal de 1988.

Mesmo a instalação de redes subterrâneas de serviços públicos é feita de

modo mal planejado e vem causando prejuízos ao sistema radicular das árvores

urbanas, principalmente as viárias. A instalação das redes de gás subterrâneas, em

geral, não respeita as raízes das árvores - é realizada sob elas, gerando uma

instabilidade no solo e danos às raízes (estruturas responsáveis pelo equilíbrio, pela

sustentação e nutrição dos vegetais). O dano no sistema radicular é de difícil

cicatrização, por estar sob o solo e ter influência direta de múltiplos agentes como:

umidade, decompositores, bactérias, fungos, patógenos, térmitas (cupins), coleópteros

(brocas), dentre outros. Com o tempo, pequenos ferimentos podem continuar evoluindo

até comprometerem a estrutura, a nutrição das árvores, seu equilíbrio e estabilidade.

Aumenta-se o risco com acidentes por queda, pelo próprio enfraquecimento e morte

Page 69: Monografia josé hamiltonimpressão

68

dos vegetais (Figuras 38, 39, 40, 41, 42, 43 e 44). No caso mostrado na Figura 38, a

árvore enfraquecida pela poda de suas raízes atingiu um veículo em movimento, o que

quase gerou vítimas fatais. Houve a destruição parcial do veículo, danos materiais à

vítima e a geração de sentimento de insegurança com relação à saúde das árvores

afetadas pela tubulação de gás no bairro Cambuí, em Campinas-SP.

Figura 38: Implantação de rede de gás subterrânea pela empresa COMGÁS. R. Coronel Silva Telles,

Campinas-SP, 211, Edifício Leonardo da Vinci. Poda de raízes de sustentação em árvore da espécie

Delonix regia, Flamboyant.

Fonte: Acervo do autor

Figura 39: Detalhe da poda realizada nas raízes do indivíduo na R. Coronel Silva Telles para a passagem

da tubulação de gás da empresa COMGÁS. A mesma foi feita atingindo raízes grossas e finas,

prejudicando a sustentação, o equilíbrio e a nutrição da árvore. Fonte: Acervo do autor

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69

Figura 40: No detalhe é mostrada a comunicação da rede que passa na R. Coronel Silva Telles, em

Campinas, com a tubulação de entrada ao consumidor, Edifício Leonardo da Vinci, 211.

Fonte: Acervo do autor

Figura 41: Após a conclusão do serviço, a árvore que teve o seu sistema radicular podado foi

prejudicada. Seu estado fitossanitário se deteriorou rapidamente até sua queda sobre um veículo em 14

de janeiro de 2008.

Fonte: Acervo do autor

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70

Figura 42: Após sua queda em 14 de janeiro de 2008. Causando transtornos e risco de morte ao

proprietário do veículo atingido ou a outros transeuntes.

Fonte: Acervo do autor

Figura 43: Árvore prejudicada pela poda de raízes pela empresa COMGÁS, R. Coronel Silva Telles, 211,

Edifício Leonardo da Vinci, em Campinas.

Fonte: Acervo do autor

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71

No seguinte desenho esquemático, vê-se como foi instalada a tubulação

subterrânea de gás pela empresa. Fato observado no Bairro Cambuí em Campinas-SP

(Figuras 44, 45, 46 e 47).

Figura 44. Tubulação de gás passando sob a arborização e atingindo o sistema radicular dos indivíduos.

Fonte: Acervo do autor (Ilustração Christian Despontin).

Figura 45a: Vista da rua para a calçada em que a tubulação de gás corre paralela ao passeio pela

arborização.

Figura 45b. Detalhe da comunicação da rede principal com o consumidor, passando pelo sistema

radicular da arborização.

Fonte: Acervo do autor (Ilustração Christian Despontin)

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72

Figura 46: Vista representando o corte do sistema radicular para a passagem da tubulação de gás da

tubulação principal para a secundária (consumidor) pela empresa COMGÁS.

Fonte: Acervo do autor (Ilustração Christian Despontin)

Figura 47: Vista aérea representando a passagem da tubulação principal de gás e a de ligação com o

consumidor passando pelo sistema radicular.

Fonte: Acervo do autor (Ilustração Christian Despontin)

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73

Figura 48: Área potencial a receber arborização ocupada pela tubulação de gás da empresa COMGÁS,

no Bairro Castelo, Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

Figura 49: Área potencial a receber arborização ocupada pela tubulação de gás da empresa COMGÁS,

no Bairro Castelo, Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

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74

Figura 50: Nesta praça, localizada na saída da estrada para Barão Geraldo (Tapetão) Bairro Vila Nova,

Campinas-SP, as árvores paralelas ao asfalto tiveram suas raízes podadas para a passagem da

tubulação pela empresa Oxfort, trabalho com segurança. Nota-se que a tubulação poderia perfeitamente

ter passado pela região central da praça em que não há a presença de vegetação de porte alto. Houve a

cobertura com terra das áreas escavadas para a passagem da tubulação.

Fonte: Acervo do autor

Figura 51: A central de gás também foi instalada nas proximidades das raízes, empresa Oxfort, trabalho

com segurança.

Fonte: Acervo do autor

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75

Figura 52: As perfurações no solo geraram erosão subsuperficial na R. Coronel Quirino esq. Silva Telles,

Campinas-SP. À esquerda, em amarelo, as marcações da empresa. À direita o paralelepípedo com o

início da erosão.

Fonte: Acervo do autor

Figura 53: Detalhe do início da erosão subsuperficial causado pelas perfurações da empresa COMGÁS.

Com o tempo e ação das chuvas, o pavimento de paralelepípedo começou a ceder e a permitir a

passagem de quantidade de água cada vez maior.

Fonte: Acervo do autor

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76

Figura 54: Detalhe do piso cedendo mesmo após os vários consertos feitos pela empresa. Rua Coronel

Quirino esq. Silva Telles, Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

Figura 55: Mais uma perfuração no local. Rua Coronel Quirino esq. Silva Telles (09 de fevereiro de 2008),

Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

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77

Figura 56: Detalhe da mais recente perfuração no local (09 de fevereiro de 2008). Rua Coronel Quirino

esq. Silva Telles, Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

Figura 57: Detalhe do piso cedendo resultante da erosão subsuperficial (09 de fevereiro de 2008). Rua

Coronel Quirino esq. Silva Telles, Campinas-SP.

Fonte: Acervo do autor

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78

Figura 58: Queda de árvore onde a rede da empresa

COMGÁS está instalada. Rua Guilherme da Silva,

472/450, Campinas-SP. Tipuana tipu, Tipuana.

Fonte: Acervo do autor.

Figura 59: Detalhe da marcação utilizada pela

COMGÁS, tachão, para a identificação da

localização das redes instaladas pela empresa e

árvore Tipuana tipu, Tipuana, caída ao fundo. Rua

Guilherme da Silva, 472/450.

Fonte: Acervo do autor

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79

Figura 60: Fachada em que houve a queda da árvore Tipuana tipu, Tipuana, na Rua Guilherme da Silva,

472/450.

Fonte: Acervo do autor

Figura 61. Detalhe da extração do indivíduo Tipuana tipu, Tipuana, na Rua Guilherme da Silva, 472/450,

após sua queda.

Fonte: Acervo do autor

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80

Quem perderá com essas práticas indevidas será a sociedade como um todo.

As redes subterrâneas instaladas de maneira inapropriada perfuram e injuriam as raízes

das árvores urbanas, reduzem e limitam ainda mais o espaço para suas raízes, com

conseqüências imprevisíveis para a manutenção da sanidade dos indivíduos afetados.

A implantação de mais árvores e a melhoria da qualidade ambiental nas cidades

brasileiras estão seriamente abaladas pela ocupação indiscriminada por novas redes de

locais antes potenciais para o plantio de uma arborização de qualidade.

O corte do sistema radicular das árvores, embora não fique aparente

visualmente à população pelo fato das raízes habitarem o subterrâneo, lesiona e causa

ferimentos de difícil cicatrização. Com o tempo, a ação da umidade, entre outros

fatores, esse ferimento funciona como uma porta de entrada a patógenos e permite a

facilitação de doenças, que comprometem o resto da raiz (responsável pelo equilíbrio,

sustento e nutrição das árvores).

Há a necessidade de mudança de paradigmas na arborização municipal

diante toda a inépcia e atraso na implantação e manutenção das redes de infraestrutura

urbana que poluem e degradam visualmente a cidade, além de impedirem a

arborização técnica e funcional. As empresas de energia, prestadores de serviço e

comércio se beneficiam da retirada das árvores do meio urbano para o lucro máximo,

em detrimento de seu próprio consumidor.

Rocco (2006) destaca que as redes de serviços públicos eram implantadas

originalmente pela técnica de valas a céu aberto, o que causava grandes transtornos à

sociedade e ao meio ambiente. O crescimento das cidades num ritmo cada vez mais

veloz torna necessária a implantação de metodologias de expansão e melhoria da rede

de infraestrutura que causem menos interferências. Segundo o autor, o

georreferenciamento das redes de utilidades e os procedimentos de execução de obras

subterrâneas são essenciais, por permitirem a produção de plantas cadastrais, a

demarcação das obras e o levantamento “de como construído”, ou seja, permitindo o

desenvolvimento de projetos executivos com segurança e acurácia destas redes. Este

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81

tipo de informação, em sua opinião, é fundamental para a elaboração de um cadastro

único de redes subterrâneas, e para o município, fator crucial, para que no

planejamento municipal disponha-se de dados obtidos em campo e haja a

transformação dos mesmos em cartas/plantas cadastrais georreferenciadas.

É necessário o estudo detalhado de uma região onde será implantado um

projeto de engenharia, para que os equipamentos previamente existentes não sejam

danificados devido ao desconhecimento posicional das redes de utilidades. Uma

preocupação importante é quanto à falta de disponibilidade de cadastros únicos das

redes. As informações cadastrais obtidas em campo das redes existentes são tratadas

de forma individualizada. Cada empresa segue sua própria metodologia e realiza seu

próprio cadastro, inviabilizando a padronização das informações topográficas

necessárias à constituição de um registro unificado.

As prefeituras e concessionárias, muitas vezes, não têm acesso a estas

informações, restritas aos arquivos de empresas contratadas para a execução do furo

direcional, um furo piloto no subsolo, por um equipamento chamado perfuratriz

direcional horizontal utilizado na execução de rede de infraestrutura urbana.

Ainda, segundo Rocco (2006), é fundamental a identificação de elementos de

proteção ambiental em cartogramas, permitindo o estabelecimento de diretrizes de risco

ambiental. A interferência humana marcada por redes não planejadas no subsolo pode

prejudicar os locais protegidos, causar destruição de indivíduos arbóreos, contaminar

nascentes e lençóis freáticos, no caso de rompimento de tubulações, ou de acidentes.

O gerenciamento das atividades no subsolo é importante, para evitar a ocupação

inadequada e a escassez do espaço subterrâneo. Isto é muito importante para manter o

espaço adequado para o desenvolvimento das raízes.

A poda de raízes é reconhecidamente uma atividade de risco para o vegetal

conforme destacado por inúmeros autores: Souza (1973), já alertava quanto à

verificação da morte de árvores em virtude da penetração de fungos pelas raízes, que

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82

se infeccionam quando podadas sem cuidados. Em sua opinião, o corte de raízes pode

resultar num desequilíbrio com a parte aérea da árvore, provocando a morte parcial da

ramagem. Seitz (1996) destacou que as raízes possuem capacidade de regeneração

limitada comparando-se à da copa. Quanto maior as dimensões das raízes cortadas,

mais difícil e demorada a sua regeneração, assim como, maiores são os riscos para a

estabilidade da árvore.

A reposição de raízes grossas (de 10 a 20mm de espessura) e fortes (acima

de 20mm de espessura) é obtida apenas, em longo prazo. Seitz (1996) e Prefeitura

Municipal de São Paulo (2003) destacaram que as consequências diretas da poda de

raízes grossas ou fortes são: a redução da estabilidade, da absorção de água, sais

minerais e a criação de uma área de contaminação que poderá comprometer toda a

estrutura da base da árvore, enfatizando que tal prática deveria ser evitada. Para a

Prefeitura Municipal de São Paulo (2003), canteiros de 2 a 3 m2, e o preparo de um

berço de plantio amplo (0,60m x 0,60m x 0,60m), que permitam à árvore um bom

enraizamento, são medidas que evitam a poda de raiz.

7. Um futuro possível e viável – modelos de propostas de arborização urbana

Já existem no mercado inúmeras propostas e soluções técnicas para a

redução de problemas causados pela instalação de redes de infraestrutura, serviços e

utilidades subterrâneas. Porém, deve-se ressaltar que a instalação das mesmas deve

ser criteriosa para também não comprometer o estabelecimento e áreas para as raízes.

As empresas concessionárias devem ser obrigadas pela legislação de cada localidade

a realizar a implantação das redes em regime de compartilhamento (figura 62), a fim de

otimizar o aproveitamento do espaço subterrâneo, reduzir os custos financeiros de

perfurações de redes individuais, como também, dos valores cobrados pelos serviços

aos cidadãos.

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83

Para uma arborização viária de qualidade (com árvores de médio e grande

porte, fundamentais para a mitigação dos efeitos da urbanização) é fundamental o

respeito de um espaço generoso ao estabelecimento e à manutenção das raízes.

Preferencialmente, a instalação das redes compartilhadas, até pelas suas próprias

dimensões elevadas, deve ser realizada nos leitos carroçáveis.

Figura 62: Lado esquerdo aduela de concreto, lado direito tubo de concreto com a divisão de seu espaço

interno e compartimentos a cada tipo de serviço público subterrâneo.

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE TUBO DE CONCRETO, 2010

A compatibilização técnica da infraestrutura urbana pode ser capaz de

transformar realidades de áreas degradadas e onde não é possível uma evolução da

obtenção dos benefícios socioambientais-econômico-paisagísticos. Nas imagens a

seguir, de Campinas-SP, realizou-se a edição gráfica das mesmas baseando-se em

conceitos técnicos e inserindo-se a arborização como rede de infraestrutura,

oferecendo um tratamento que contribuísse para a melhoria da qualidade do espaço

público.

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84

Figura 63: Rua Coronel Quirino em Campinas-SP antes do tratamento de imagem para compatibilizar as

redes de infraestrutura. Nota-se a poluição visual pela rede obsoleta de transmissão de energia, a pouca

presença de pedestres nas ruas e ausência quase completa de arborização. O uso de arbustos no lado

com fiação desequilibra a harmonia, a estética e a proporcionalidade urbana. A visualização da paisagem

e a valorização da arquitetura está comprometida devido à priorização do mobiliário da empresa de

energia.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

Figura 64: Após a edição gráfica enfocando a compatibilização entre as redes de infraestrutura, ocorre a

melhoria do espaço urbano como um todo, compondo áreas arborizadas de convívio, circulação e uso.

Os canteiros das árvores foram adequados; inseriu-se ciclofaixas e a rede aérea ficou subterrânea.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

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85

Figura 65: Torre do Castelo, Campinas-SP. Área que sofreu a remoção de todas as suas árvores, com a

promessa de que seriam repostas. Atualmente árida, sem funcionalidade e uso pela população devido à

suas condições inóspitas (calor e reflexão de luz do calçamento branco).

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

Figura 66: Após o tratamento técnico-gráfico utilizou-se do retorno dos elementos naturais ao local.

Ocorreria a atratividade à população e a funcionalidade, pelo uso do espaço.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

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86

Figura 67: Avenida Moraes Salles, Campinas-SP. A municipalidade promoveu a retirada das árvores de

porte grande ocorrentes anteriormente nesse local e alterou o perfil urbanístico com a introdução de

palmeiras, espécie com poucas contribuições de sombreamento devido às suas características

intrínsecas. A população perdeu referências do espaço e de qualidade de vida.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

Figura 68: O tratamento realizado reintroduziu as árvores e promoveu o rebaixamento da iluminação.

Obtem-se, assim, os benefícios do uso técnico e racional da árvore, elemento fundamental na rede de

infraestrutura urbana, capaz de resgatar a qualidade de vida do cidadão.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

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Figura 69: Avenida Barão de Itapura, Campinas-SP. Área extremamente arborizada no passado,

degradada visual e ambientalmente pela poluição de veículos e presença ostensiva de rede aérea de

distribuição de energia obsoleta. Região inóspita à população.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

Figura 70: Tratamento de imagem e reintrodução do verde. Após a intervenção: reinserção dos vegetais,

despoluição visual, composição de ciclofaixas e rebaixamento da ilumiinação pública, a função da

infraestrutura verde proporcionada pelas árvores vem à tona, compondo um ambiente aprazível e uma

cidade mais harmônica, humanizada e sustentável.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

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Figura 71: Av. Coronel Silva Telles, Bairro Cambuí, Campinas-SP. Ausência de árvores, predomínio do

uso do espaço aéreo pela rede obsoleta de distribuição de energia. Área inóspita aos moradores, sem

atratividade; estética e ambientalmente comprometida.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

Figura 72: A arborização como infraestrutura essencial oferece uma identidade ao espaço humanizado,

cria ambientes belos que confortam os habitantes das cidades. Compõe-se áreas que convidam ao

passeio a pé, espantando a violência urbana, devido a presença em massa de pessoas nas ruas.

Fonte: Acervo do autor (autoria Filipi Lilla Gomes)

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89

8. Redes de arborização urbana – realidades existentes

Várias cidades do mundo, já conseguem amplamente aplicar sobre seu modo

de planejar, instituir e propagar o verde urbano, de maneira harmônica, respeitando os

vegetais e seus cidadãos. A arborização nesses locais já é tratada como uma rede de

infraestrutura fundamental à cidade, aos moradores urbanos e ao bom funcionamento

de todas as redes que a compõe. Ocorrem a busca e a concretização da qualidade de

vida aos seus habitantes que passam a dispor de uma rede de serviços prestados pela

inserção adequada e planejada do elemento natural. As árvores são vistas como

aliadas do gestor público e da população.

Em tais localidades, as árvores são utilizadas e implantadas de maneira

técnica e avançada, de maneira a destacar e cumprir o papel de preservação da

permeabilidade do solo, estabilizar o clima urbano, proteger contra a radiação solar

excessiva, conservar o asfalto, umidificar o ar, reter a poluição gasosa e em suspensão,

reter a água das chuvas, diminuindo a velocidade e o volume de enxurradas. Nos

exemplos abaixo serão mostradas algumas experiências de cidades europeias e sul-

americanas, que utilizam eficientemente a arborização como rede essencial de

infraestrutura urbana.

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Figura 73: Viena – Áustria. Arborização de grande porte nas proximidades das áreas residenciais.

Composição de calçadas verdes e locais adequados para a implantação e presença das árvores. Mais

que um equipamento público com funções claras, a árvore coletivamente, cumpre a função de rede de

infraestrutura.

Fonte: Acervo do autor

Figura 74: Viena – Áustria. Alamedas em áreas residenciais. Nota-se a grande presença de árvores

próximas aos edifícios que quase desaparecem em meio à vegetação de maior porte, evitando o

aquecimento excessivo do ar e solo, dado ao sombreamento e a proteção natural dos vegetais.

Fonte: Acervo do autor.

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Figura 75: Viena-Áustria. Áreas residenciais são generosamente arborizadas. A função de drenagem de

grandes áreas permeáveis destaca-se nesta grande rede de infraestrutura verde. Os cidadãos usufruem

um local aprazível, para se deslocar ao longo do dia, nas proximidades de suas residências.

Fonte: Acervo do autor

Figura 76: Viena-Áustria. Os leitos carroçáveis são aproveitados para compor grandes canteiros para

árvores de maior porte, que contribuem com uma amplitude potencializada e efetiva de serviços

ambientais. Na imagem, as árvores e seus canteiros compõem estacionamentos. É realizada a proteção

dos indivíduos arbóreos por barras de metal.

Fonte: Acervo do autor

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Figura 77: Viena – Áustria. Pedestres usufruindo a

rede de infraestrutura verde em dias de verão. O

sombreamento garante o conforto ao caminhar e

estimula as pessoas a saírem de suas casas. A árvore

estrutura o espaço, lojas, vitrines, carros e mobiliário

urbano convivem pacificamente.

Fonte: Acervo do autor

Figura 78: Viena – Áustria. A preocupação com

o planejamento, com a implantação adequada e

funcionalidade da infraestrutura verde são

características marcantes da arborização

austríaca. Há simetria e preocupação com o

distanciamento e a ocupação completa do

espaço aéreo pelas copas.

Fonte: Acervo do autor

Figura 79: Viena – Áustria. Rede de

infraestrutura de transporte, elétrica

subterrânea e arbórea em harmonia.

Fonte: Acervo do autor

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Figura 80: Viena – Áustria. Implantação da iluminação central nas ruas e abaixo da copa dos vegetais.

Fonte: Acervo do autor

Figura 81: Viena – Áustria. Detalhe da iluminação central às ruas.

Fonte: Acervo do autor

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Figura 82: Budapeste – Hungria. Neste país do leste europeu é marcante a presença de parques e locais

em que a população pode usufruir a rede de infraestrutura verde.

Fonte: Acervo do autor

Figura 83: Budapeste – Hungria. A requalificação de áreas urbanas define e ordena o espaço. Regiões

centrais onde é reduzida a presença da infraestrutura verde e passam a contar com a mesma de maneira

ordenada e planejada.

Fonte: Acervo do autor

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95

Figura 84: Berlim – Alemanha. A presença da arborização é maximizada pelo espaço urbano. O grande

porte das árvores estrutura e qualifica o perfil da cidade.

Fonte: Acervo do autor

Figura 85: Berlim – Alemanha. Como equipamento público individual e como componente da rede de

infraestrutura verde, ocorre o estabelecimento de um local específico para a arborização, que não entra

em conflito com outras redes de funcionamento urbano.

Fonte: Acervo do autor

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96

Figura 86: Berlim – Alemanha. O espaçamento e a condução adequada dos vegetais, além de todas as

funções elencadas, representam a composição de túneis, de direcionamento e balizamento das vias,

ordenando e auxiliando motoristas e pedestres no seu trajeto cotidiano.

Fonte: Acervo do autor

Figura 87: Hamburgo – Alemanha. Praças e áreas públicas recebem maciçamente a presença do verde,

visando à melhoria estética e a obtenção dos serviços ambientais proporcionado pelos vegetais.

Fonte: Acervo do autor

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Figura 88: Hamburgo – Alemanha. Inserção da árvore na vida cotidiana.

Fonte: Acervo do autor

Figura 89: Hamburgo - Alemanha. Espaços públicos de locomoção arborizados e compondo locais de

convívio, estada e deleite. Iluminação abaixo da copa dos vegetais, ordenação do espaço e uso racional,

técnico e planejado do verde compondo a rede de infraestrutura.

Fonte: Acervo do autor

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98

Figura 90: Hamburgo – Alemanha. Neste bairro, Hafencity, antiga área portuária e degradada, a

arborização recente é planejada e implantada igualmente a qualquer outra rede de infraestrutura.

Fonte: Acervo do autor

Figura 91: Hamburgo – Alemanha. Arborização instalada de maneira a proteger os pedestres do sol e

obter benefícios como umidificação direta do ar, retenção e filtragem de poluentes, abafamento de ruídos.

Nota-se à esquerda a via movimentada, o sol e à direita pedestres caminhando à sombra.

Fonte: Acervo do autor

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99

Figura 92: Hamburgo – Alemanha. Arborização em áreas centrais, cumprindo seu papel de infraestrutura.

Fonte: Acervo do autor

Figura 93: Hamburgo – Alemanha. Rede de infraestrutura verde em altura superior a das residências.

Fonte: Acervo do autor

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100

Figura 94: Hamburgo – Alemanha. Ciclovias, estacionamentos, áreas de convívio, circulação que contam

com a proteção da infraestrutura verde.

Fonte: Acervo do autor

Figura 95: Hamburgo – Alemanha. Mobiliário urbano, pontos de ônibus e população. Integração entre

todas as redes de infraestrutura. Bom funcionamento da malha urbana.

Fonte: Acervo do autor

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101

Figura 96: Buenos Aires - Argentina. Mesmos princípios e funcionalidade de redes de infraestrutura.

Composição de túneis, ocupação racional e valorização do espaço urbano, planejamento e manutenção

técnicos das árvores urbanas.

Fonte: Acervo do autor

Figura 97: Buenos Aires - Argentina. Espaço aéreo urbano protegido pelas copas de árvores de grande

porte.

Fonte: Acervo do autor

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102

Figura 98: Buenos Aires - Argentina.

Arborização entre edificações. O espaço

urbano é devidamente planejado. A

iluminação e demais infraestruturas não

competem com as árvores.

Fonte: Acervo do autor

Figura 99: Buenos Aires - Argentina. Ocupação

do espaço e rede de infraestrutura verde

eficiente.

Fonte: Acervo do autor

Figura 100: Buenos Aires - Argentina. Barreiras

verdes nas fachadas dos edifícios.

Fonte: Acervo do autor

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103

Figura 101: Colônia – Uruguai. Total preenchimento das ruas com copas de árvores, buscando a

maximização dos serviços proporcionados por essa rede de infraestrutura verde.

Fonte: Acervo do autor

Figura 102: Montevidéu – Uruguai. País Sul americano que aplica e se beneficia adequadamente da

arborização urbana como rede de infraestrutura em suas cidades.

Fonte: Acervo do autor

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9. Conclusões

A partir do que foi abordado e observado, pode-se concluir que:

- A arborização urbana é uma rede de infraestrutura viva, com especificidades

e necessidades para sua existência e preservação. Possui hábito de crescimento acima

e abaixo do solo, perfil natural de ocupação do espaço pelo elemento vegetal de porte

arbóreo;

- Redes de infraestrutura construídas podem ser adaptadas e alocadas de

maneira a comporem uma grande rede comum, ao contrário da rede de arborização

urbana. Existem tecnologias e materiais que definem o espaço a cada rede de

infraestrutura. Denomina-se galeria técnica o conjunto das redes unidas; ela deve ser

implantada de maneira a preservar a rede de infraestrutura verde, centralizada no leito

carroçável, de maneira a permitir o estabelecimento e o desenvolvimento das raízes;

- A implantação das redes de infraestrutura atuais desconsidera a arborização

como componente desta ampla e necessária rede urbana, disputa o espaço direto com

a mesma, impedindo que as cidades brasileiras obtenham os benefícios

socioeconômicoambientais oriundos e providos pela infraestrutura verde;

- Inúmeros países e cidades do mundo tratam da sua arborização como redes

de infraestrutura, obtendo benefícios inestimáveis à qualidade de vida do homem

urbano, bem como à economia, conseguindo atingir princípios da sustentabilidade,

necessária à perpetuação da vida;

- As cidades brasileiras ainda desconsideram a potencialidade real e os

benefícios de considerar a rede de arborização como rede de infraestrutura essencial

às suas áreas urbanas; perde sua arborização acentuadamente, devido à preservação

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105

de redes de serviços obsoletas e que não mais atendem às necessidades da população

urbana;

- Os custos envolvidos na substituição e transformação das redes atuais

obsoletas, são fácil e rapidamente absorvidos pela interrupção das podas absurdas em

árvores. Há alta confiabilidade e eficiência dos sistemas quando implantados de

maneira subterrânea, além da maior durabilidade dos materiais devido à sua proteção,

quando estabelecidos em compartimentos protegidos pelo solo;

- Redes de infraestruturas urbanas vivas e construídas (antrópicas) são

complementares entre si. A harmoniosa convivência, o uso técnico e racional das

árvores nesse sentido, melhorará as cidades e auxiliarão no enfrentamento de seus

problemas típicos. A sustentabilidade urbana depende da mudança de paradigma: a

árvore é um equipamento público fundamental como qualquer outro da cidade e seu

conjunto, tecnicamente planejado, implementado e mantido é uma ferramenta eficiente

para a continuidade adequada do funcionamento das cidades – como rede de

infraestrutura urbana, as árvores e o verde nas cidades, protegerão as mesmas das

consequências da urbanização sobre o meio natural;

- Os exemplos apresentados, tanto os elaborados tecnicamente a partir de

imagens gráficas, quanto às imagens reais de locais que já usam a rede de arborização

como infraestrutura essencial, demonstram, claramente, a necessidade urgente da

mudança de rumo pelos gestores brasileiros. Não só países desenvolvidos usufruem o

benefício da cultura da árvore: a Argentina e o Uruguai, nossos vizinhos, embora as

limitações que possuem, em termos de recursos econômicos e necessidades de seus

povos, priorizam a arborização nas cidades devido aos reflexos positivos que a mesma

proporciona a toda a sociedade. Em nosso país, cidades inóspitas, agressivas e

degradadas ainda são a realidade, apesar de todo o progresso econômico conquistado

nos últimos anos;

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- Espera-se que o Brasil, país com a maior diversidade arbórea mundial,

possa por em prática o conhecimento técnico disponível e melhorar a vida de sua

população, considerando a árvore como equipamento público e seu conjunto, como

rede de infraestrutura, sem a qual suas cidades não têm como ser sustentáveis. Redes

obsoletas de serviços somente prejudicam os cidadãos e garantem lucros cada vez

maiores às empresas que as administram.

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