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Faculdade Sete De Setembro – Fasete Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação Bruno Leonardo Pontes Silva TI VERDE E O DESCARTE DO LIXO COMPUTACIONAL: Um estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso/BA

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Page 1: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

Faculdade Sete De Setembro – FaseteCurso de Bacharelado emSistemas de Informação

Bruno Leonardo Pontes Silva

TI VERDE E O DESCARTE DO LIXO COMPUTACIONAL: Um estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo

Afonso/BA

Paulo Afonso – BAFevereiro 2011

Page 2: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

Bruno Leonardo Pontes Silva

TI VERDE E O DESCARTE DO LIXO COMPUTACIONAL: Um estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo

Afonso/BA

Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da Faculdade Sete de Setembro – FASETE, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação, sob a orientação do professor Esp. Igor Oliveira Costa.

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Paulo AfonsoFevereiro 2011

Page 4: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

Bruno Leonardo Pontes Silva

TI VERDE E O DESCARTE DO LIXO COMPUTACIONAL: Um estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo

Afonso/BA

Dissertação apresentada ao corpo docente da Faculdade Sete de Setembro – FASETE como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação.

Aprovada por:

__________________________________

Orientador: Prof. Esp. Igor de Oliveira Costa

__________________________________

1º Examinador: Prof. Esp. Ricardo Azevedo Porto

__________________________________

2º Examinador: Prof. Msc. Igor Medeiros Vanderlei

Paulo AfonsoFevereiro 2011

Page 5: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

Dedico esse trabalho a minha família, principalmente a minha

esposa que me motivou bastante para o término deste curso, e

a minha mãe que sempre esteve ao meu lado.

Page 6: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

Agradecimentos

Gostaria de agradecer a todos as pessoas que me ajudaram durante essa longa

jornada acadêmica e na elaboração deste trabalho, principalmente a familiares e

amigos.

Agradeço ao corpo docente da Faculdade Sete de Setembro que sem essas

pessoas, não seria possível a realização desta monografia, não deixando de

destacar o coordenador do curso de Sistemas de Informação Prof. Doutorando Igor

Medeiros e orientador desta pesquisa Prof. Esp. Igor Costa.

Aos muitos amigos que fiz durante o curso, em especial Julyana Motta, que indicou

esse tema tão importante para o meio ambiente, e Prof. Esp. Ricardo Porto que me

auxiliou bastante no decorrer da graduação.

Agradeço também aos funcionários do setor de Assessoria de Modernização e

Informática, principalmente a Edson e Edvan que contribuíram com os dados da

pesquisa.

E por fim agradeço aos meus companheiros de trabalho pela compreensão e apoio

durante a confecção desta pesquisa.

Page 7: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

“Necessitamos repensar e mudar com criatividade e

imaginação os valores pelos quais vivemos, as escolhas que

fazemos, e as ações que praticamos.”

Ahmedabad, 2007.

Page 8: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

SILVA, Bruno Leonardo Pontes. TI Verde e o descarte do lixo computacional: Um

estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso – BA. 2011, 49 f.

Monografia (Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação). Faculdade Sete de

Setembro – FASETE, Paulo Afonso - BA.

Resumo

Buscando-se reduzir o desperdício e aumentar a eficiência da Tecnologia da

Informação (TI), tornou-se necessário criar e estabelecer práticas para tanto. O

conjunto dessas práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o nosso

uso da computação é conhecido como Tecnologia da Informação Verde (TI Verde).

O objetivo desta pesquisa foi mostrar como as práticas da TI Verde contribuem na

diminuição dos impactos ambientais e analisar como é realizado o descarte dos

resíduos eletrônicos referentes a computadores e seus periféricos na Prefeitura

Municipal de Paulo Afonso - BA a fim de verificar qual o melhor destino do lixo

computacional a ser empregado. No estudo de caso percebe-se que há um longo

percurso para se conseguir um bom gerenciamento do destino do lixo eletrônico e

resolver o problema do descarte. Um resultado positivo foi a constatação de que a

direção e os técnicos do órgão responsável pela TI na Prefeitura Municipal de Paulo

Afonso possuem conhecimento sobre a TI verde, o que possibilita a abertura de

novos caminhos na área.

Palavras-chave: Tecnologia da Informação, Tecnologia da Informação Verde, Lixo computacional.

Page 9: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

SILVA, Bruno Leonardo Pontes. Green IT and computer waste disposal: A case

study in the City Hall of Paulo Afonso – BA. 2011, 49 f. Monograph (Course of

Bachelor of Information Systems). Faculdade Sete de Setembro – FASETE, Paulo

Afonso - BA.

Abstract

Aiming to reduce waste and improve efficiency of Information Technology (IT), it

became necessary to create and establish practices for both. All of these practices to

become more sustainable and less harmful to our use of computing is known as

Green Information Technology (Green IT). The objective of this research was to

show how the practices of Green IT contribute to the reduction of environmental

impacts and examine how it's performed the disposal of electronic waste regarding

computers and their peripherals in the City Hall of Paulo Afonso - BA to verify what is

the best destination garbage computation to be hired. In the case study it is clear that

there is a long way to getting a good management of the fate of junk and solve the

problem of disposal. A positive result was the finding that the steering and the

technical body responsible for IT in the City Hall of Paulo Afonso are knowledgeable

about green IT, which enables the opening of new roads in the area.

Keywords: Information Technology, Green Information Technology, Computing

Waste.

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Lista de ilustrações

Figura 1: ranking do Greenpeace das empresas consideradas verdes.....................................13

Figura 2: Estrutura da CEDIR..........................................................................................................18

Figura 3: O WEEE MAN Construido com os eletrônicos que os britânicos jogam fora...........24

Figura 4: Percepção do problema por fluxograma........................................................................28

Figura 5: Organograma da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.............................................30

Figura 6: Setor de Assessoria de Modernização e Informática da PMPA.................................31

Figura 7: Depósito do lixo computacional da prefeitura municipal de Paulo Afonso................34

Figura 8: Sala de análise e reaproveitamento das peças............................................................35

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Lista de abreviaturas e siglas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CCE – Centro de Computação Eletrônica

CEDIR – Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ISO – Organização Internacional para Padronização (International Organization for

Standardization)

ONG – Organização Não Governamental

PMPA – Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

RoHS Directive - Diretiva de Restrição de Certas Substâncias Perigosas (Restriction

of Certain Hazardous Substances)

TI – Tecnologia da Informação

TI Verde – Tecnologia da Informação Verde

UNEB – Universidade do Estado da Bahia

USP – Universidade de São Paulo

WEEE - Lixo Elétrico e Equipamentos Eletrônicos (Waste Electrical and Electronic

Equipment Directive)

Page 12: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

Sumário

Lista de ilustrações

Lista de abreviaturas e siglas

1.................................................................................................................. Introdução.....................................................................................................................................1

1.1 Problemas da Pesquisa..................................................................................2

1.2 Justificativa.....................................................................................................2

1.3 Hipóteses........................................................................................................3

1.4 Objetivos.........................................................................................................3

1.4.1 Objetivo Geral..........................................................................................3

1.4.2 Objetivos Específicos...............................................................................3

1.5 Metodologia....................................................................................................4

1.5.1 Tipo de Pesquisa.....................................................................................4

1.5.2 Campo de pesquisa.................................................................................4

1.5.3 Coleta de Dados......................................................................................4

2 Referencial Teórico...............................................................................................5

2.1 Tecnologia da Informação..............................................................................5

2.2 Tecnologia da Informação Verde....................................................................7

2.2.1 Práticas de TI Verde para a energia elétrica............................................8

2.2.1.1 Virtualização......................................................................................9

2.2.1.2 Processadores de múltiplos núcleos.................................................9

2.2.1.3 O consumo por parte da refrigeração dos equipamentos de TI......10

2.2.2 Práticas de TI Verde para o lixo eletrônico............................................11

2.2.2.1 Lixo e resíduos sólidos....................................................................11

2.2.2.2 Lixo eletrônico.................................................................................11

Page 13: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

2.2.2.3 Consumo sustentável......................................................................14

2.2.2.4 Os 5 Rs da educação ambiental......................................................15

2.2.2.5 Descarte do lixo eletrônico em São Paulo – CEDIR........................17

2.3 Gestão Ambiental.........................................................................................19

2.4 Legislação de proteção ao meio ambiente voltada para Tecnologia da Informação..............................................................................................................21

2.4.1 Legislação Nacional...............................................................................24

2.5 Visão geral dos possíveis caminhos do lixo computacional.........................26

3 Estudo de Caso...................................................................................................29

3.1 Sobre a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.............................................29

3.2 Discussão da entrevista realizada................................................................32

3.3 Proposta de descarte do lixo eletrônico........................................................37

4 Considerações finais...........................................................................................39

4.1 Trabalhos futuros..........................................................................................40

Referências................................................................................................................41

Referências Complementares....................................................................................46

Apêndice.....................................................................................................................47

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1 Introdução

O mundo desde a Revolução Industrial era analisado com um ar de evolução

constante, onde muitos não tinham tanta preocupação em degradação do meio

ambiente e nem tão pouco em desenvolvimento sustentável.

A evolução tecnológica teve um impacto a partir da década de 1940, com a criação

dos primeiros computadores eletrônicos. Essas máquinas precisavam de grande

espaço para a sua alocação, consumiam muita energia elétrica, seu acionamento

era feito através de manivelas e realizavam alguns cálculos simples através de um

sistema de engrenagens, válvulas e circuitos eletrônicos (BEZERRA & ALMEIDA,

2009).

Com o passar dos anos os computadores tiveram grande aceitabilidade, pois foram

evoluindo e ficando menores, com mais funcionalidades, mais precisos, e

conquistaram espaço nas empresas e em usuários domésticos. Para Albertin (2008,

p. 276) “a Tecnologia da Informação (TI) é um dos componentes mais importantes

do ambiente empresarial atual, e as organizações brasileiras têm utilizado ampla e

intensamente essa tecnologia, tanto em nível estratégico como operacional”.

Essa crescente evolução computacional e o consumo desregrado com consequente

produção em grande escala, têm causado os mais diversos riscos para o meio

ambiente.

Segundo Macêdo (2009, p.7), “é o que acontece no caso do descarte

do lixo produzido por eletroeletrônicos em geral. Esse tipo de lixo,

conhecido como lixo tecnológico ou e-lixo1, quando descartado

inadequadamente tem causado grandes impactos ambientais e

riscos para a saúde humana”.

Buscando-se então reduzir o desperdício e aumentar a eficiência da TI, tornou-se

necessário criar e estabelecer práticas para tanto. O conjunto dessas práticas para

tornar mais sustentável e menos prejudicial o nosso uso da computação é conhecido

como Tecnologia da Informação Verde (TI verde). (AGUILAR, 2009).

1 Expressão utilizada para o lixo eletrônico.

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A presente pesquisa irá abordar a TI Verde e suas práticas, enfocando o descarte do

lixo computacional, verificando como ele é realizado na prefeitura municipal de Paulo

Afonso e sugerindo formas corretas de acondicionamento e descarte desse lixo de

acordo com o estudo do referencial teórico.

1.1 Problemas da Pesquisa

Embora a poluição e a degradação da natureza seja um problema que começou a

surgir na Revolução Industrial, atualmente ainda existem governos e empresas que

relutam em adotar atitudes referentes à preservação do meio ambiente. Neste

contexto, os problemas que esta pesquisa tentará resolver são:

Como é realizado o descarte do lixo computacional na Prefeitura Municipal de

Paulo Afonso – BA?

O descarte do lixo computacional na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso –

BA é feito da maneira correta?

Como realizar corretamente o descarte, a coleta e o acondicionamento do lixo

eletrônico? Pois, não somente as empresas privadas lidam com essa

situação, mas também instituições, órgãos públicos e usuários domésticos.

1.2 Justificativa

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (2010 apude MEIRELLES, 2010), o Brasil em

Maio de 2010 possuía cerca de 72 milhões de computadores, com a relação de dois

para cada cinco pessoas no país. Em 2012 a previsão é de 100 milhões de

computadores no país e em 2014 poderá dobrar esse valor, com vendas de mais de

70 milhões de computadores.

Esta crescente venda de computadores e novidades tecnológicas está tornando

tendencioso o processo de maior descarte de peças obsoletas, não só no país como

em todo o mundo, contribuindo para a degradação do meio ambiente.

Page 16: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

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A escolha do tema parte do princípio de avaliar como é realizado o descarte de lixo

computacional na prefeitura municipal de Paulo Afonso, para auxiliar, caso seja

necessário, no gerenciamento deste tipo de resíduo executado pela instituição.

A importância deste trabalho se dá pelo fato de promover as soluções do uso da TI

verde e a adequação da instituição pesquisada quanto ao descarte dos

equipamentos tecnológicos, e que essa promoção é de grande valor para a

preservação e recuperação do meio ambiente.

1.3 Hipóteses

O descarte do lixo computacional na prefeitura municipal de Paulo Afonso

provavelmente não possui um gerenciamento, sendo realizado como os demais

resíduos sólidos, sem haver a coleta seletiva do mesmo. Deste modo o descarte

deste tipo de lixo possivelmente ocorre de forma incorreta, não estando de acordo

com a prática da TI Verde, pois além de não haver na cidade uma empresa de

reciclagem específica para lixo eletrônico, é provável que não haja a preocupação

da instituição em praticar ações “verdes”.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

Mostrar como as práticas da TI Verde contribuem na diminuição dos impactos

ambientais e analisar como é realizado o descarte dos resíduos eletrônicos

referentes a computadores e seus periféricos na Prefeitura Municipal de Paulo

Afonso - BA a fim de verificar qual o melhor destino do lixo computacional a ser

empregado.

1.4.2 Objetivos Específicos

Realizar estudo sobre a Tecnologia da Informação Verde, verificando as

soluções do uso da tecnologia da informação e visando à redução dos

impactos ambientais;

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Demonstrar ações de TI Verde envolvidas no descarte de eletrônicos

realizados para diminuir os impactos ambientais;

Apresentar normas e leis ambientais que estão relacionadas a Tecnologia da

Informação Verde;

Verificar como é realizado o descarte de equipamentos de informática da

Prefeitura Municipal de Paulo Afonso e sugerir soluções de como reciclar ou

descartar os mesmos;

1.5 Metodologia

1.5.1 Tipo de Pesquisa

A modalidade desta pesquisa é de campo e bibliográfica. Sendo que quanto aos

objetivos é do tipo exploratória e descritiva e quanto à forma de abordagem é

qualitativa, com aplicação de entrevista semiestruturada.

1.5.2 Campo de pesquisa

O estudo de caso foi realizado no Setor de Assessoria de Modernização e

Informática, localizado na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso (PMPA) e sob a

gerência da Secretaria Municipal de Planejamento e Orçamento.

1.5.3 Coleta de Dados

A obtenção de dados relacionados ao estudo de caso foi realizada aplicando-se uma

entrevista semiestruturada e elaborada pelo pesquisador (Apêndice I). As perguntas

desta entrevista foram formadas a partir do conhecimento obtido pelo referencial

teórico. Sendo contemplados tópicos considerados pelo pesquisador de relevância

para o tema, a fim de coletar dados no que se refere à caracterização da instituição

e do setor e à operacionalização do descarte do lixo computacional na instituição

pesquisada.

As informações para o embasamento teórico foram coletadas através de fontes

primárias como livros, artigos, monografias e leis sobre o referido tema, e fontes

complementares como cartilhas e sites da internet.

Page 18: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

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Após a coleta de dados, foi analisado como está ocorrendo o descarte do lixo

tecnológico e sugerido qual o melhor destino do mesmo.

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2 Referencial Teórico

2.1 Tecnologia da Informação

A tecnologia sempre esteve presente na vida do homem desde a antiguidade,

quando os egípcios utilizavam de conhecimentos na arquitetura, engenharia e

agricultura. Já os gregos se desenvolveram nas áreas de matemática, física e

mecânica. E concluindo essa linha temporal, chega-se ao grande marco que foi a

revolução industrial, passando posteriormente, no século XX, pela revolução digital

que se destacou pela criação dos computadores, internet, celulares e o

desenvolvimento de aparelhos eletro eletrônicos.

Segundo Valle (1996, p.2), “tecnologia é comumente conceituada como o conjunto

de conhecimentos, especial e principalmente científicos, que se aplicam a um

determinado ramo de atividade; pode também ser considerada como uma ciência

que trata da técnica.”

Para Fleury (1993 apud VALLE,1996, p.2) “tecnologia é um pacote de informações

organizadas, de diferentes tipos (científicas, empíricas...), provenientes de várias

fontes (descobertas científicas, patentes, livros, manuais, desenhos...), obtidas por

diferentes métodos (pesquisa, desenvolvimento, cópia, espionagem...), utilizada na

produção de bens e serviços.” O autor acrescenta ainda que “os conhecimentos e as

habilidades empregadas na produção desses pacotes tecnológicos constituem a

capacitação tecnológica”.

Segundo Stair (1998, p.04) informação é um conjunto de fatos organizados de tal

forma que adquirem valor adicional além do valor em si; complementando ainda que

dados “são fatos em sua forma primária como, por exemplo, o nome de um

empregado e o número de horas trabalhadas em uma semana, números de peças

em estoque ou pedidos em venda”.

Para Cruz (2000, apud SOUZA et al, 2009 p. 3) “Tecnologia da Informação é todo e

qualquer dispositivo que tenha capacidade para tratar dados e ou informações tanto

de forma sistêmica como esporádica, que esteja aplicado no produto, e que esteja

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aplicado no processo”. Sendo inserida em uma grande diversidade de áreas, a TI

evolui de forma inexorável, garantido o sucesso das organizações e ajudando

usuários domésticos.

Segundo Valle (1996, p.2) “tecnologia da informação pode ser entendida como os

meios utilizados pelas empresas produtivas para alavancar e potencializar o

processo de criação e desenvolvimento de capacitação tecnológica”.

Segundo Morton (1991 apud VALLE, 1996, p.2), “tecnologia da informação é

composta dos seguintes elementos: hardware, software, redes de comunicação,

workstation, robótica e os chips inteligentes.”

Segundo Laurindo (2000, p. 2) “ela não só sustenta as estratégias de negócio

existentes, mas também permite que se viabilizem novas estratégias empresariais”.

Sendo de fundamental importância para o fornecimento de novos recursos para a

criação, combinação e sustentação para se ter uma vantagem na competitividade

em relação as outras empresas.

Conforme Becker (2003, p. 71) cita, “a TI aparece como um forte indicador de

melhoria na performance e na produtividade organizacional, além de representar um

importante papel na continuação de esforços das empresas para tornarem os seus

processos mais ágeis e produtivos”.

Essas empresas tem a necessidade de buscar recursos que garantam melhores

resultados para seus produtos e serviços, mas com um custo reduzido. Gestores de

TI devem ficar sempre atentos com a usabilidade da TI que é fundamental nos dias

atuais, estando sempre preocupado em associar as estratégias de TI com as

estratégias de negócio, mas também deve estar sempre alerta em preservar o meio

ambiente.

A TI já é comum nas empresas e também no dia a dia das pessoas, pelo fato da

informação estar no centro de tudo, ou seja, ela é atualmente um bem precioso,

principalmente quando é gerenciada de forma correta. Mas a forma correta de

gerenciamento para alguns nem sempre é a melhor forma para outros, pois pode até

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trazer conforto e riquezas, mas também pode causar drásticos impactos ambientais

decorrentes da má utilização da TI. Nesse contexto surge a necessidade de práticas

como as da TI Verde, foco dessa pesquisa, e que será abordado nos próximos

tópicos.

2.2 Tecnologia da Informação Verde

Ultimamente percebe-se que o meio ambiente vem sofrendo mudanças negativas e

tem-se observado o surgimento de diversos impactos ambientais causados pela

sistemática corrida do avanço tecnológico. Sendo assim, há uma preocupação hoje

de que a tecnologia da informação ande em sintonia com a ecologia para que essa

degradação diminua ou esse quadro seja revertido.

Essas mudanças na natureza mostram o quanto o fator ambiental necessita de

adaptações das empresas para ter um novo caminho na sua expansão e através

disso, as empresas devem mudar sua visão empresarial, seus objetivos e suas

estratégias de investimentos para aprimorar seu produto e adaptá-lo a nova

realidade do mercado global e ecológico (Kraemer, 2004).

Segundo Pinto (2009, p. 18) “A indústria de informática é uma das que mais

colaboram com a degradação do meio ambiente. Na fabricação de um computador é

utilizado, em média, 1800 kg de materiais”. De acordo com Rosa (2007 apud PINTO,

2009, p. 18) “são, por exemplo, 240 quilos de combustíveis fósseis, 22 quilos de

produtos químicos e - talvez o dado mais impressionante - 1.500 quilos de água”.

Esses são os materiais necessários para se obter a pureza da produção de pasta de

silício, que são utilizados na fabricação de circuitos e placas de componentes de TI.

Para se ter um elo entre natureza e tecnologia, o setor de tecnologia vem buscando

meios e iniciativas para o controle do uso de matérias-primas desnecessárias. Um

desses meios é, segundo Aguilar (2009) a TI verde que é um conjunto de práticas

para tornar mais sustentável e menos prejudicial o uso da computação. Suas

práticas buscam a redução do desperdício e aumentar a eficiência de todos os

processos e fenômenos relacionados à operação desses computadores.

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A TI verde ganhou destaque depois que empresas preocupadas em preservação do

meio ambiente, perceberam que a informação faz parte da responsabilidade de seu

patrimônio e que a sua implantação na estrutura da empresa, molda e melhora o seu

desenvolvimento. É um ato de sustentabilidade, que é iniciado nas empresas

consideradas verdes e culmina na ação dos usuários sobre o produto adquirido,

sendo de grande necessidade a conscientização dos cidadãos para que colabore

com a preservação ambiental.

As grandes empresas de TI estão incluindo em suas estratégias, técnicas para que

seus produtos sejam fabricados de acordo com as legislações, ou seja, que

consuma menos energia e que as peças e componentes utilizados tenham matérias

primas menos nocivas ao ambiente.

2.2.1 Práticas de TI Verde para a energia elétrica

Os equipamentos de tecnologia da Informação fazem parte do grupo que é

considerado um dos que mais gastam energia elétrica, tanto pela sua produção

quanto pela sua utilização, representado de forma direta ou indiretamente o aumento

excessivo da emissão de gases poluentes.

Para Vialli (2009 apud PINTO, 2009, p. 26), os projetos de geração de energia

limpa, como eólica e solar, já começam a sentir o impacto da crise e devem

perder o ritmo de crescimento acima de 30% que vinham ostentando nos últimos

três anos. A falta de oferta de crédito no mercado tem feito com que as vendas de

aquecedores a energia solar têm diminuído.

Atualmente há diferentes meios de produção de energia que não sejam impactantes

ao meio ambiente. Além da eólica e a solar, como já falado no parágrafo anterior,

têm surgido novos combustíveis como o biodiesel que é fabricado a partir de fontes

renováveis, diferentemente dos derivados de petróleo (PINTO, 2009).

A aplicação de TI Verde consiste em estratégias como virtualização, Processadores

multicore, meios baratos de refrigeração etc.

Page 23: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

10

2.2.1.1 Virtualização

É um conceito que corresponde em armazenar todas as informações em um só

lugar, ou seja, de acordo com Aguilar (2009, p. 59) é o processo de executar vários

sistemas operacionais em um único equipamento em que, uma máquina virtual é um

ambiente operacional completo que se comporta como se fosse apenas um

computador independente.

Esse método garante uma economia no consumo de energia elétrica e na aquisição

de equipamentos, no aproveitamento de todos os recursos da máquina e na redução

do tempo de ociosidade. Tem como objetivo aumentar significativamente a

capacidade de processamento do sistema, através da adição de alguns pontos no

ambiente virtual, sem a necessidade de expandir sua base instalada (Aguilar, 2009).

Um ponto forte dessa tecnologia é a centralização dos recursos, onde tem a

vantagem de conseguir agregar diversos serviços em uma única máquina. Essas

vantagens são a de melhorar o desempenho da máquina, diminuir o consumo de

energia elétrica, simplificar o gerenciamento e menor utilização do espaço físico.

2.2.1.2 Processadores de múltiplos núcleos

Essa tecnologia alterou permanentemente a história da computação em que muitos

estudiosos diziam que os processadores iriam chegar a um ponto que não poderia

avançar mais, ou seja, não poderia aumentar o seu clock. Não apenas se

sobressaem na parte de eficiência tecnológica, mas também em favorecimento do

meio ambiente, pois conseguem consumir bem menos energia elétrica e foram

eliminados alguns materiais que eram prejudiciais a natureza.

O conceito de gastar menos energia é, segundo Aguilar (2009), que o modelo de

processamento simples, ou o popularmente chamado de singlecore, é acionado para

processar qualquer tarefa que o computador exija, desde as mais simples até as

mais complexas. Já os multicore, que possuem dois ou mais núcleos de

processamento, cada um gasta menos energia do que o processador singlecore, e

quando é acionado para processar alguma tarefa, apenas um núcleo de

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processamento é ativado possibilitando assim um menor consumo, pois todos os

outros núcleos estarão “desligados” e desta forma, a capacidade do computador é

ativada conforme a necessidade.

Ainda Aguilar (2009), diz que os usuários de computadores portáteis são os que

mais tiram proveitos dessa tecnologia, pois como consomem menos energia,

proporciona um menor descarregamento da bateria e, portanto será menos

carregada, aumentando a visa útil da bateria e consumindo menos energia elétrica.

2.2.1.3 O consumo por parte da refrigeração dos equipamentos de

TI

Apesar das tecnologias faladas acima melhorarem consideravelmente o consumo da

energia e o aquecimento por parte dos processadores, eles ainda precisam de um

sistema de refrigeração que consequentemente consomem energia.

Antigamente os computadores servidores, chamados de Data Center (Centro de

dados), possuíam capacidade enorme de processamento, mas também precisavam

de grandes equipamentos de refrigeração que aumentava e muito o consumo de

energia elétrica. Atualmente, houve grandes evoluções por parte desses hardwares,

garantindo assim maior capacidade de processamento e diminuindo também o

consumo de energia por parte dos refrigeradores, pois esses novos processadores

esquentam bem menos e processam bem mais informações.

Segundo Aguilar (2009, p. 61) a mudança no layout do ambiente pode ajudar a dar

mais eficiência à circulação de ar dentro do data center, reduzindo, assim, o

consumo de energia. A criação de corredores de ar quente e frio entre as máquinas

permite que a saída de ar quente de uma não prejudique a ventilação da outra. É

interessante, neste caso, a instalação de sistemas de refrigeração modulares, em

forma de rack, para atender pontos específicos do Data Center. Gestores de TI tem

que pensar em como diminuir consideravelmente os custos com energia, que em

grandes empresas.

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2.2.2 Práticas de TI Verde para o lixo eletrônico

2.2.2.1 Lixo e resíduos sólidos

De acordo com Farias (2002 apud SANTANA, 2010) “lixo pode ser considerado

resíduos que são resultantes das atividades diárias do homem na sociedade, como

exemplo tem-se os restos de alimentos, papeis e papelões, plásticos, trapos, couros,

madeiras, latas, vidros, lamas, gases e vapores, poeiras, sabões e detergentes, bem

como outras substâncias descartadas de forma consciente”.

Ainda hoje há pouca conscientização das pessoas sobre a degradação que o mundo

está sofrendo e com a poluição que vem aumentando. Para que haja um apoio na

preservação a população deveria colaborar na separação do lixo, pois facilita o

trabalho na coleta, ajudando na reciclagem e na preservação ambiental. Caso o lixo

não tenha um tratamento adequado, ele acarretará sérios danos ao meio ambiente

como a poluição do solo, da água e também do ar.

Com a reciclagem, os objetos usados serão transformados em novos e assim

poderão ser reutilizados, além de preservar o meio ambiente, e também gerar

empregos. Os produtos que, de uma forma geral, são mais reciclados é o vidro, o

papel, o plástico e o alumínio que esse processo auxilia na diminuição da poluição

do solo, do ar e da água.

Muitas empresas fazem a reciclagem de certos materiais como forma de suavizar os

custos de produção e também evitar a escassez das matérias primas presente na

natureza. As duas iniciativas, a reciclagem e a reutilização, são de fundamental

importância para a redução do lixo e consequentemente a preservação do meio

ambiente.

2.2.2.2 Lixo eletrônico

É o nome dado aos resíduos resultantes de vários equipamentos eletrônicos, que

são jogados em lixões e que causam sérios riscos ao meio ambiente e provocam

grandes contaminações aos catadores que sobrevivem da venda de materiais

catados no lixo. Os resíduos eletrônicos são uns dos grandes vilões desse impacto

Page 26: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

13

causado ao meio ambiente e são provenientes de restos de eletrônicos que não

podem ser mais reaproveitados como os computadores, câmeras digitais, celulares

e muitos outros (SMAAL, 2009).

As pessoas acabam entrando nas mudanças da tecnologia, mudam seus produtos

eletrônicos e jogam fora o que não utilizarão mais, não se preocupando com prejuízo

ambiental que estão causando.

Segundo Smaal (2009) estima-se que os resíduos eletrônicos representa um

prejuízo de 5% do lixo descartados pela humanidade, ou seja, são produzidos 50

milhões de toneladas de detrito todo ano e desses, 2,5 milhões são de lixo

eletrônico.

A modernidade está cada vez mais veloz e a cada dia surgem grandes novidades

tecnológicas, os lançamentos mundiais oferecem produtos mais modernos e

interativos, que, em consequência disso acaba atraindo pessoas a comprar esses

produtos e, após o termino de sua vida útil, são jogados no lixo, sendo um local de

descarte errado.

Além disso, muito dos materiais utilizados no computador devem ser retirados da

natureza, iniciando já na extração o impacto sobre o meio ambiente. Isso faz com

que cada vez mais seja necessário trabalhar com a reciclagem. Cada computador

utiliza materiais diversos que podem ser reciclados.

E nesse pensamento de que se deve ter uma reciclagem adequada e que a

preocupação de se iniciar na fabricação do produto, muitas empresas estão

trabalhando em cima dessa preservação.

O Greenpeace, uma ONG que lida com questões ambientais, criou um ranking que

está demonstrado na Figura 1 contendo vários pré-requisitos para as empresas

serem consideradas “verdes”, ou seja, empresas que adotam medidas para a

preservação do meio ambiente em sua linha de produção, vendas e reciclagem.

(SMAAL, 2009).

Page 27: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

14

Figura 1: ranking do Greenpeace das empresas consideradas verdes.

Fonte: http://www.diegobrito.com.br/archives/tag/lixo-eletronico

Segundo Ferreira & Ferreira (2008) ao serem inutilizados, os equipamentos de

informática são descartados na maioria das vezes de forma inapropriada e, por

possuírem produtos como o mercúrio, arsênio e chumbo em sua fabricação, quando

em contato com seres humanos, podem causar diversos danos à saúde. Algumas

das substancias utilizadas para a produção dos equipamentos eletroeletrônicos e

suas respectivas correlações aos malefícios a saúde, estão representadas na tabela

1.

Page 28: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

15

Tabela 1: Os vilões dos eletroeletrônicos.

Fonte: http://tecnologia.uol.com.br/ultnot/2008/02/26/ult4213u358.jhtm

2.2.2.3 Consumo sustentável

De acordo com Eddine et al (2008) o consumo faz parte de uma abundância social

que envolve toda a sociedade e seus valores, passando a receber uma conotação

negativa, sendo objeto de críticas que consideram o consumismo um dos principais

problemas das sociedades industriais modernas. É uma atividade que envolve a

tomada de decisões políticas e morais quando consumimos, de certa forma

manifestamos como vemos o mundo, e acabamos sendo influenciados pela

expansão da sociedade de consumo.

Geralmente as pessoas são reconhecidas e avaliadas por aquilo que consomem,

sejam pelas vestimentas, pelo carro, pelo telefone, que são exibidos em público.

Sendo assim o individuo é visto pela sociedade de acordo com sua atuação,

levando-o ao consumismo.

Page 29: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

16

A partir da percepção de que os atuais padrões de consumo estão nas raízes da

crise ambiental, a crítica ao consumismo passou a ser vista como uma contribuição

para a construção de uma sociedade mais sustentável. Mas como o consumo faz

parte do relacionamento entre as pessoas e promove a sua integração nos grupos

sociais, a mudança nos seus padrões torna-se muito difícil. O consumo sustentável

é uma proposta que enfatiza ações coletivas e mudanças políticas, econômicas e

institucionais para fazer com que os padrões e os níveis de consumo se tornem mais

sustentáveis.

Segundo Portilho (2003) essa ideia do consumo sustentável não se limita nas

mudanças comportamentais dos consumidores ou das tecnologias, ela prioriza suas

ações individuais e coletivas, enquanto práticas políticas. Vendo por esse anglo, o

que importa não é apenas o impacto ambiental do consumo, mas antes o impacto

social e ambiental da distribuição desigual do acesso aos recursos naturais, uma vez

que tanto o “superconsumo” quanto o “subconsumo” causam degradação social e

ambiental.

O consumidor deve cobrar uma postura ética das empresas, governantes e de

outros consumidores, deve estar informado sobre os impactos de seus hábitos de

consumo e agir como cidadão consciente de suas responsabilidades, e as empresas

devem agir com suas responsabilidades em todas as suas atividades produtivas e

contribuindo assim para a construção de sociedades sustentáveis. Já os

governantes devem se responsabilizar com seus direitos civis, sociais e políticos da

sociedade elaborarem e fazerem cumprir as leis ambientais, através de políticas

públicas, de programas de educação ambiental, de incentivo ao consumo

sustentável e incentivar a pesquisa científica voltada para a mudança dos níveis e

padrões de consumo.

2.2.2.4 Os 5 Rs da educação ambiental

Há pouco tempo atrás falavam-se do conceito dos 3 R’s: Redução, Reutilização e

Reciclagem para conscientizar as pessoas de várias etnias quanto a importância do

planeta.

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17

Segundo RIZZO (2010) O conceito dos 3 R’s (reutilizável, retornável e reciclável) –

deveria estar presente no currículo escolar de todos os alunos. Educar as crianças é

mais eficaz, elas se sensibilizam quando aprendem e criam um ambiente prático em

suas casas. A teoria, a criança vê na escola e coloca em prática em suas casas.

Atualmente focando na prevenção, foi incluído mais dois R’s para não só pensar em

reduzir a degradação do meio ambiente, mas garantir a revitalização do mesmo. De

acordo com Leite e outros (2009) os 5 Rs são ações práticas que aplicadas no dia a

dia, podem garantir a redução do impacto ambiental causado pelo homem sobre o

planeta.

REPENSAR: antes de comprar qualquer produto tem que se ter em mente sua

utilidade e sua necessidade para que esse produto não venha a ficar em desuso, e

ser considerado lixo rapidamente. Depois da consumação do mesmo, procurar fazer

a coleta seletiva, para que sejam separadas as embalagens da matéria orgânica e

jogar no lixo só aquilo que não for reciclável.

RECUSAR: deve-se recusar os produtos que contenham elementos que agridam

a natureza, como também evitar aqueles que não sejam recicláveis ou descartáveis.

REDUZIR: essa prática garante a redução do consumo desnecessário, onde é de

extrema importância dar preferencia aos produtos com maior durabilidade e que

ofereçam menor potencial de geração de resíduos.

REUTILIZAR: buscar o máximo de aproveitamento dos produtos, reutilizando e

recuperando, antes mesmo do seu rejeite. Deve-se ampliar a vida útil dos produtos e

do local onde será feito o descarte, pois a degradação dos produtos tecnológicos

nos aterros sanitários ocorre de forma lenta.

RECICLÁVEL: Essa técnica consiste em reduzir a pressão sobre os recursos

naturais e ajuda na geração de trabalho e renda para milhares de famílias. Com

isso, se deve praticar todos os outros quatro primeiros Rs, e o que restar separar

para a coleta seletiva. A reciclagem promove benefícios ambientais, sociais e

econômicos.

Page 31: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

18

A reciclagem no país vem aumentando em passos acelerados. Embora haja uma

grande oscilação dos preços de compra e venda dos materiais recicláveis, quanto

maior seu valor econômico, mais atrativo será para quem sobrevive de sua catação.

Por isso é muito importante promover a cultura da sustentabilidade por meio da

difusão dos conceitos dos 5 Rs (LEITE E OUTROS, 2009).

2.2.2.5 Descarte do lixo eletrônico em São Paulo – CEDIR

No Brasil existe uma grande quantidade de lixo eletrônico abandonado em

repartições pública, na rua, em casa, enfim em outros locais e muitas pessoas ou

empresas não buscam iniciativas para poderem fazer o reaproveitamento desses

equipamentos, e acabam jogando no lixo e causando estragos ambientais.

Focando nesse cuidado de degradação do meio ambiente, a USP2 criou um projeto

para descarte do lixo eletrônico, no qual o CCE (Centro de Computação Eletrônica

da USP), que é o órgão responsável pela informatização da instituição, implementou

o plano para a cadeia de transformação de resíduos de informática. Esse programa

conta com o apoio da Agência USP de Inovação e do USP Recicla. Foi desenvolvido

em parceria com três alunos do Laboratório de Sustentabilidade (S-Lab), disciplina

da Sloan School do MIT3 (Massachusetts Institute of Technology), dos EUA

(ANGELO, 2008).

O plano tem a meta de criar uma política não só para gerenciar os resíduos

eletrônicos dentro da universidade, como também se preocupar com a

sustentabilidade de transformação desses produtos. Essa preocupação ambiental

não é só com os equipamentos que não estão sendo utilizados, mas também com a

compra dos novos produtos (ANGELO, 2008).

Em 2009 a partir do projeto elaborado, foi implantado pelo CCE o CEDIR (Centro de

Descarte e Reuso de Resíduos de Informática), instalado em uma área de 400 m²

com deposito para categorização, triagem e destinação de 500 a 1000

2 Universidade de São Paulo

3 Instituto de Tecnologia de Massachusetts

Page 32: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

19

equipamentos por mês. Na Figura 2 é mostrada a estrutura da CEDIR e a

organização do lixo.

Figura 2: Estrutura da CEDIR

Fonte: www.estadao.com.br

De acordo com a CCE este centro visa executar práticas de reuso, descarte e

reciclagem de lixo eletrônico, que incluem bens de informática e telecomunicações

que ficam obsoletos no próprio CCE como nas escolas, faculdades e institutos dos

diversos campi da Universidade de São Paulo.

Este projeto está em total legalização com as diretrizes de sustentabilidade definidas

pela ONU (Organização das Nações Unidas), que satisfazem os requisitos

ambientais, sociais e econômicos.

Explica a CCE que a CEDIR está dividida em três etapas de operações que são:

primeiro a coleta e triagem, cujo processo tem início com o recebimento dos

equipamentos de informática sendo avaliado a possibilidade de reaproveitamento,

Page 33: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

20

onde é encaminhado para projetos sociais na forma de empréstimo. Mas caso esse

equipamento não seja reaproveitável, será encaminhado para a segunda etapa que

é a categorização, que passa pelo processo de separação por tipo de material,

sendo estes plásticos, metais, placas eletrônicas, cabos, etc. E por último, a terceira

etapa consiste em levar os materiais categorizados para o armazenamento até seu

recolhimento por empresas do setor de reciclagem credenciadas pela USP.

2.3 Gestão Ambiental

Segundo (KRAEMER, 2004), o Sistema de Gestão Ambiental consiste em um

planejamento das atividades, visando eliminar ou minimizar os impactos provocados

ao meio ambiente, por meio de ações preventivas ou corretivas, possibilitando que a

empresa alcance o nível de desempenho ambiental determinado por ela própria; e

fomentando melhoria contínua.

Neste seguimento, Robles Jr (2003 apud ALMEIDA e MONTEIRO, 2010, p. 3)

“define a gestão ambiental como um conjunto de medidas e procedimentos definidos

e aplicados que buscam reduzir e controlar os impactos introduzidos pela empresa

sobre o meio ambiente”.

Para SOUZA et al (2009, p. 4) à medida que a sociedade vai se conscientizando da

necessidade de se preservar o meio ambiente, a opinião pública começa a

pressionar o meio empresarial a buscar meios de desenvolver suas atividades

econômicas de maneira mais racional. O próprio mercado consumidor passa a

selecionar os produtos que consomem em função da responsabilidade social das

empresas que os produzem.

A partir desses princípios, foram surgindo várias certificações em que as atividades

das empresas estão diretamente ligadas com base nos preceitos da gestão

ambiental. Um exemplo dessas certificações é a ISO (International Organization for

Standardization) 14000 que é uma série de normas que estabelecem diretrizes

voltada a área de gestão ambiental. No Brasil, o órgão que representa a ISO, é a

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Page 34: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

21

De acordo com Ashley et.al. (2005), a série ISO 14000 consiste em um conjunto de

normas que expõem os elementos básicos de um sistema de gestão ambiental

eficaz. A criação de uma política ambiental, o estabelecimento de objetivos e a

implementação de um programa para alcançá-los, o controle de sua eficácia, a

correção de problemas e a análise e revisão do sistema, estão entre esses

elementos.

Por muito tempo se trabalhava de forma ilegal, as empresas não se importavam com

a questão ambiental, mas com a globalização e as mudanças vem se mudando essa

questão. As organizações públicas ou privadas vêm buscando formas de conduzir

essa gestão ambiental de maneira adequada, capacitando seus colaboradores,

através do aprendizado contínuo, para que estes possam estar hábeis e capazes de

atender as demandas da sociedade, agindo de forma eficiente.

São crescentes os avanços tecnológicos no mundo, e com o conhecimento

constante acaba existindo mudanças no modo de se trabalhar, nos processos de

produção e no perfil do trabalhador, havendo uma valorização de outro recurso,

além dos ativos financeiros e físicos, o conhecimento. E com isso cresce a busca de

modelos para desenvolver estratégias ligadas à informática de melhor estruturação

administrativa nas empresas. Segundo o site da Usina Hidroelétrica de Itaipu

podemos citar seu modelo de gestão ambiental que desenvolve através de quatro

fundamentos que são voltados para o manejo de conservação do meio ambiente:

O primeiro manejo corresponde a procedimentos e metodologia da norma NBR ISO

14001 que contém princípios da qualidade, como o ciclo PDCA (Planejamento,

Execução, Verificação e Análise Crítica, e Revisões) e também o levantamento e

ações corretivas para as causas dos impactos ambientais significativos.

Já o segundo consiste na gestão da informação territorial que coleta, organiza e

fornece informações sobre o território para a usabilidade de vários níveis gerenciais

e equipes de programas da usina e outros usuários das águas. Esta gestão baseia-

se na estruturação de um Cadastro Técnico Multifinalitário4, que compatibiliza os

4 De acordo com LOCH (1998) o Cadastro Técnico Multifinalitário é uma área de pesquisa intradisciplinar que envolve conhecimentos desde as medidas cartográficas até ao nível dos imóveis,

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22

bancos de dados, o geoprocessamento, a infra-estrutura de informática e os

recursos da cartografia temática.

O terceiro fala sobre a Gestão Participativa que promove a participação de

colaboradores, funcionários, parceiros e comunidade em programas, planos ou

projetos de natureza interdisciplinar. Esse processo se organiza e opera por meio de

Comitês Gestores, que passam a gerir as iniciativas de forma conjunta e

participativa, com apoio de aproximadamente 1,3 mil parceiros (prefeituras, ONG’s,

órgãos públicos federais e estaduais, cooperativas, associações, assentamentos de

trabalhadores rurais etc), distribuídos em comitês de microbacias.

O quarto e último manejo consiste na Gestão por Programas que possibilita o

acompanhamento das iniciativas socioambientais por meio de uma estrutura

matricial desenvolvida pela Sala de Projetos, instalada em Curitiba. Técnicos da

Itaipu seguem o Planejamento Estratégico da empresa dentro do trabalho de

monitoramento dos programas e projetos.

Sendo assim é a sociedade que permite que uma empresa continue com suas

produções, mas os detentores de recursos não estão dispostos a arriscar seus

patrimônios em empresas que não tomam medidas preventivas na área ambiental

(KRAEMER, 2006).

2.4 Legislação de proteção ao meio ambiente voltada para Tecnologia da Informação.

Várias empresas multinacionais na área de TI já estão na luta contra a degradação

do meio ambiente. Como exemplo, há as gigantes Google e Intel que fazem seu

papel já a algum tempo como o redução de energia, que tem como consequência a

diminuição dos gases do efeito estufa. As empresas de telecomunicações, como a

Nokia e Motorola, já coletam suas baterias e encaminham para a reciclagem,

podendo ser reaproveitadas para a fabricação de novas baterias. Observando

algumas dessas iniciativas, imagina-se um futuro onde cada ação, sendo de

a legislação que rege a ocupação do solo, bem como uma avaliação rigorosa da melhor forma de ocupação deste espaço para se obter o desenvolvimento racional da área.

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23

empresas ou pessoas, seja repensada e tenha uma postura voltada ao meio

ambiente (GARCIA & MILAGRE, 2008).

As atitudes dessas empresas em preservar o meio ambiente só foram possíveis

graças a pressões constantes quando essas não adotavam iniciativas verdes.

Segundo Garcia e Milagre (2008) uma das primeiras leis que pressionaram as

empresas de TI aconteceu na União Européia, criada em julho de 2006, a polêmica

lei do sem chumbo (lead-free), ou RoHS Directive (Restriction of Certain Hazardous

Substances) que significa Diretiva de Restrição de Certas Substâncias Perigosas,

que segundo (AGUILAR, 2009) essa lei proibiu que certas substancias perigosas

como: cádmio (Cd), mecúrio (Hg), cromo hexavalente (Cr(VI)), bifenilos

polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs), e chumbo (Pb), fossem

empregadas em equipamentos eletrônicos. Fazendo com que as empresas de TI se

adaptem com a realidade existente nos países da Europa. Não sendo tão fácil

assim, pois considerando o alto custo envolvido como também a solda tradicional

que é bastante utilizada nos aparelhos eletrônicos, onde sua composição em regra é

de 60% de estanho e 20% de chumbo.

Após a criação da RoHS, as empresas, industrias e importadores também tem o

objetivo de se responsabilizar pelo “ciclo de vida” dos produtos que insere no

mercado de consumo. Porém, essa lei vem causando algumas discursões em se

tratando do seu “efeito colateral”. Alguns desses efeitos são: a teoria do reciclável

poluidor, onde alega que a reciclagem tecnológica polui tanto quanto a disposição do

lixo eletrônico em aterros, outro efeito é sobre a reciclagem dos componentes que

serão transformados em outros, onde estes sofrem alta temperatura em suas ligas,

diminuindo assim sua vida útil (Garcia e Milagre, 2008).

Os países que mais sofreram com essa diretiva foram os emergentes asiáticos que

são os maiores exportadores de eletrônicos atualmente, onde esses precisavam se

adequar para não perder a competitividade e são um dos maiores importadores de

resíduos e equipamentos usados dos países desenvolvidos, onde não possuem um

setor de tratamento adequado (Ansanelli, 2008).

Page 37: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

24

A RoHS tem trazido grandes impactos globais e atinge toda a cadeia de produtores

de diferentes seguimentos. Os países desenvolvidos estão mais bem preparados e

dispostos a se adequar de forma inovadora e competitiva a diretiva RoHS. Um

exemplo desse sucesso de transformação foi o Japão, que implantou um sistema de

inovação, para eliminar completamente o chumbo da solda.

Outro grande passo dos países da Europa foi a criação da Diretiva para o Lixo

Elétrico e Equipamentos Eletrônicos chamada de WEEE (Waste Electrical and

Electronic Equipment Directive). Com o objetivo de preservar a natureza, essa

diretiva determina metas de coleta e reciclagem aos fabricantes de eletrônicos que

ficam com toda a responsabilidade sobre os seus produtos, obrigando a essas

empresas prover infraestrutura para a coleta de quando este estiver em desuso ou

se torne lixo. Outra disposição bastante importante também da WEEE é a de

garantir que sejam lançados resíduos químicos originários de eletrônicos, como

exemplo do chumbo e do mercúrio, para torná-los menos agressivos ao meio

ambiente (AGUILAR, 2009).

Estudo indica que, diante de todo o aparato tecnológico como celulares,

computadores, televisões e outros, um cidadão inglês produzirá ao longo de sua

vida cerca de 3.3 toneladas de sucata digital, podendo, com todo esse material, criar

uma escultura, em forma humana, gigante de sete metros de altura. Foi exatamente

isso que aconteceu, o WEEE MAN (Homem WEEE) representado na Figura 3, é

uma obra enorme onde esse conceito foi desenvolvido por

Mark Knowles Freemantle e Hugh Knowles da empresa RSA e projetada pelo artista

plástico Paul Bonomini com o objetivo de representar que, uma família de classe

média é capaz de causar grandes impactos ao meio ambiente (DODDS e

VENABLES, 2005).

Page 38: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

25

Figura 3: O WEEE MAN Construido com os eletrônicos que os britânicos jogam fora.Fonte: Photographersdirect.com

A legislação tem grande importância para o tratamento adequado do lixo

tecnológico. Pois, é através das leis que se torna possível obrigar fabricantes a

utilizarem componentes biodegradáveis, ao invés de tóxicos; exigir das empresas

que importem ou vendam produtos eletroeletrônicos além do recolhimento desses

produtos após o uso; e proibir o usuário de jogá-los em qualquer lugar, devendo este

entregá-los em locais específicos informados.

2.4.1 Legislação Nacional.

No Brasil, a questão da destinação de produtos eletroeletrônicos e seus

componentes estão dispostos na Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que Institui

a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e prevê que os fabricantes, importadores e

comerciantes sejam responsáveis por recolher e destinar o lixo eletrônico. Essa Lei

dispõe sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes

relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluída os

perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos

instrumentos econômicos aplicáveis. Segundo LEI (Nº 12.305, 2010, § 1º, p. 1)

“Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito

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26

público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos

sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao

gerenciamento de resíduos sólidos”.

De acordo com a LEI (Nº 12.305, 2010, § 1º, p. 1) essa Política integra a Política

Nacional do Meio Ambiente e articula-se com a Política Nacional de Educação

Ambiental, regulada pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, com a Política Federal

de Saneamento Básico, regulada pela Lei nº 11.445, de 2007, e com a Lei nº

11.107, de 6 de abril de 2005.

Ainda a Lei (Nº 12.305, 2010, Art. 6º e 7º) os princípios e objetivos da Política

Nacional de Resíduos Sólidos são:

Princípios: pode-se destacar a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos; o

desenvolvimento sustentável; a ecoeficiência, visando fornecimento de bens e

serviços de um melhor custo-benefício e redução de impactos ambientais; a

cooperação entre setor público e privado e demais segmentos da sociedade; a

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; o reconhecimento

do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social;

o direito da sociedade à informação e ao controle social; a razoabilidade e a

proporcionalidade.

No Art. 7º desta lei estão dispostos os objetivos da Política Nacional de Resíduos

Sólidos, que incluem a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; a não

geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem

como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Dentre os demais

objetivos, a respeito do uso da tecnologia da informação, foram definidos:

- A adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de

minimizar impactos ambientais; e

- A prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:

a) produtos reciclados e recicláveis;

Page 40: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

27

b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de

consumo social e ambientalmente sustentáveis; XII - integração dos catadores de

materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade

compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

Nesta lei, em seu Art. 33, são definidos os responsáveis pelo destino dos resíduos

de eletrônicos. Sendo que os fabricantes, importadores, distribuidores e

comerciantes de produtos eletroeletrônicos e seus componentes são obrigados a

estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos

produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de

limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.

Ainda nesta lei, são analisadas as diretrizes aplicáveis aos resíduos sólidos, onde

sua gestão e gerenciamento devem ser ressaltados na seguinte ordem de

prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos

sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Essa lei pretende disciplinar o melhor tratamento desse material em todo o Brasil,

acerca de planos municipais e regionais e, também do plano nacional que será

gerido pelo Ministério do Meio Ambiente. A partir da criação desta lei, ficou

regulamentado que todos os municípios devem criar um plano diretor a respeito

desse tema, para que em agosto de 2014 não poderá haver mais nenhum lixão a

céu aberto no país.

2.5 Visão geral dos possíveis caminhos do lixo computacional

Pelas diversas razões já colocadas o computador é descartado. Geralmente quando

é descartado ocorre por duas razões principais, como exemplos por algum dano ou

até mesmo por ter se tornado uma maquina obsoleta.

A partir desse descarte, a depender da razão pela qual foi feito, terá distintos

caminhos a percorrer.

Quando o descarte for realizado por obsolescência, existem algumas soluções a

serem atingidas como a doação dos mesmos. Este tipo de atitude é de importância

Page 41: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

28

para a sociedade uma vez que podem ser destinados a ações de inclusão digital e

projetos sociais. Assim não há apenas a preocupação com o meio ambiente, mas

também estimulando assim a questão da sustentabilidade social.

O descarte do computador e/ou de seus componentes pelos mesmos estarem

danificados, os configura como lixo computacional, já que não poderão ser utilizados

na sua forma de origem.

Assim, deve ser destinado à reciclagem, uma vez que, como cita Pinto (2009, p. 36)

“uma das soluções mais indicadas para o tratamento do lixo eletrônico é a

reciclagem” e, segundo Calvão et al (1999, p. 265) “uma boa parte dos resíduos

provenientes da sucata eletroeletrônica é reciclável. Por exemplo, o alumínio, o

ferro, o cobre e até mesmo o ouro podem ser retirados de computadores fora de

linha e reutilizados em modelos novos, mas poucos são os países que dominam a

tecnologia de separação desses materiais”.

A Lei nº 12.305, de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos

Sólidos, determina que o recolhimento e destinação correta do lixo computacional é

responsabilidade dos fabricantes, importadores e comerciantes.

Segundo Calvão et al (1999, p. 265), “a reciclagem de computadores é um processo

de separação no qual determinados componentes de um produto são selecionados”,

tanto por processos manuais, como se utilizando alta tecnologia.

As matérias-primas são então redirecionadas para novos mercados. Assim como

componentes selecionados podem ser reutilizados (em upgrades, por exemplo) e

encaminhados para ações de inclusão digital, assim como os computadores

obsoletos.

Porém, ainda há uma parte deste lixo que não é tratada, sendo destinada ao lixo

comum, com os demais resíduos sólidos, para lixões ou aterros sanitários. Essa

forma de descarte leva à poluição do meio ambiente pelos metais pesados que são

liberados. A Figura 4 ilustra os possíveis caminhos do lixo computacional descritos,

na forma de fluxograma.

Page 42: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

29

Figura 4: Percepção do problema por fluxograma.

Fonte: Calvão et al (1999, p. 263)

Page 43: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

30

3 Estudo de Caso

3.1 Sobre a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

O município de Paulo Afonso, localizado no estado da Bahia, pertence à micro-

região homogênea nº 147 – Sertão de Paulo Afonso. Ocupa uma área territorial de

1.580 quilômetros quadrados e possui uma população de 108.419 habitantes

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 2010).

A Prefeitura Municipal de Paulo Afonso tornou-se o campo de estudo desta

pesquisa, pois a administração pública é uma ampla consumidora e usuária de

equipamentos tecnológicos, além de utilizar um grande número de computadores,

tendo então papel estratégico na promoção e indicação de novos padrões de

consumo e devendo ser exemplo na redução de impactos socioambientais negativos

gerados pela atividade pública.

Segundo a direção do setor de Assessoria de Modernização e Informática, eles

atendem todos os setores da prefeitura que são: gabinete do prefeito, procuradoria

geral do município, controladoria geral do município, secretaria municipal de

planejamento e orçamento, secretaria Municipal de administração e finanças,

secretaria municipal de educação e cultura, escolas municipais, secretaria municipal

de infraestrutura e meio ambiente, secretaria municipal de serviços públicos,

secretaria municipal de desenvolvimento econômico, secretaria municipal de saúde

e secretaria municipal de assistência social. Além do mais, atende também algumas

instituições que pertencem a outros domínios como é o caso da Polícia Militar de

Paulo Afonso e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Na Figura 5, abaixo, é

mostrado o organograma da prefeitura municipal de Paulo Afonso.

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31

Figura 5: Organograma da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso Fonte: Adaptado da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

O setor de Assessoria de Modernização e Informática faz parte da Secretaria

Municipal de Planejamento e Orçamento, sendo que esta Secretaria possui vários

outros setores.

Para ilustrar a quantidade de departamentos pelos quais o setor pesquisado atende,

pode-se citar alguns dados das maiores secretarias da prefeitura – a Secretaria

Municipal de Educação, a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria de

Municipal de Desenvolvimento Social.

Segundo estatística do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE

(2010) a Secretaria de Educação do município de Paulo Afonso atende a 16.994

alunos e contem 65 escolas municipais. Já o Sistema de Saúde do Município, além

dos órgãos privados e públicos federais e estaduais, possui 39 estabelecimentos de

saúde públicos municipais (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,

2009). E segundo a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, a Secretaria Municipal de

Desenvolvimento Social possui vinte e um programas, incluindo o Programa de

Escola de Informática para a melhor idade, onde somente nele há dez computadores

em uso.

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32

Sendo assim, são vários setores que a prefeitura dá suporte em relação a tecnologia

da informação. Esse setor realiza praticamente todos os serviços relacionados a TI,

desde a simples instalação de um computador até o gerenciamento do mesmo.

O setor de Assessoria de Modernização e Informática é estruturada em um ambiente

com quatro salas, onde uma sala é especializada em dar suporte ao sistemas

implantados na prefeitura, a sala que está na Figura 6, dá suporte a hardware e é

onde acontece a fiscalização e planejamento. Existe também a sala de análise e

reaproveitamento das peças, mostrada na Figura 8, no subcapitulo resultados e

discussões, onde é feito a recuperação de equipamentos danificados. E por último a

sala dos servidores que comporta todo o sistema da prefeitura. O setor de

Assessoria de Modernização e Informática se encontra no prédio da prefeitura

municipal de Paulo Afonso, localizado na Avenida Apolônio Sales, número 925, no

centro de Paulo Afonso.

Figura 6: Setor de Assessoria de Modernização e Informática da PMPAFonte: Silva, 2011.

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33

Esses profissionais dão suporte aos quatrocentos e oitenta computadores presentes

na prefeitura, distribuídos em todos os setores citados acima.

3.2 Discussão da entrevista realizada

Foi aplicada uma entrevista no setor de Assessoria de Modernização e Informática

da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso. Essa entrevista foi realizada no mês de

fevereiro de 2011, no próprio setor, com a Direção de Tecnologia.

No que se refere à existência de um sistema de Gestão Ambiental na área de TI da

Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, de acordo com o entrevistado não existe um

projeto documentado sobre o assunto. No entanto ele referiu que algumas medidas

são tomadas para que exista o mínimo de gestão. Porém, conforme AGUILAR

(2009, p.19), “no caso do setor público, o governo tem papel fundamental na

consolidação do desenvolvimento sustentável, é necessário ter uma atitude

extremamente coerente, pois é ele que estabelece leis, normas e critérios

ambientais que devem ser seguidos e respeitados por todos”. Sendo assim a criação

de um Sistema de Gestão Ambiental, incluindo a área de TI é de fundamental

importância para a garantia deste papel de consolidação.

Quando questionado se a prefeitura possui um sistema de gerenciamento de lixo

computacional, afirmou que a instituição se preocupa com o descarte de

equipamentos obsoletos.

Observa-se então que não há um sistema de gerenciamento pensado para o

descarte de resíduos computacionais. A ausência de sistemas de gestão ambiental

e de gerenciamentos de resíduos desta natureza é preocupante, pois, uma vez que

não existem, não tem como haver atividades de planejamento, responsabilidades,

práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar,

atingir, analisar criticamente e manter uma política ambiental.

Quanto à questão se existe alguma lei municipal que normatiza e define como deve

ser feito o descarte do lixo computacional a resposta obtida é que especificamente

para o descarte de resíduos sólidos computacionais não existe, utilizam-se as regras

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aplicadas aos patrimônios em geral. Um dos pontos de grande importância na área

de sustentabilidade e descarte de resíduos sólidos é a questão da normatização.

Pode-se perceber que são necessárias leis que fundamentem as ações, pois a partir

das mesmas é que se torna possível a fiscalização dos órgãos e a cobrança da

população, por meio da participação popular e controle social. Pelo exposto, surge a

necessidade de criação de Lei Municipal que normatize as ações.

Page 48: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

35

Em seguida, foi questionado como é feita a coleta do lixo computacional na

Prefeitura. A informação dada foi que todo material obsoleto ou defeituoso é

encaminhado a Assessoria de Modernização e Informática da instituição e de acordo

com o estado do bem, o mesmo é concertado ou descartado.

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36

Sobre o acondicionamento do lixo computacional, foi informado que a Assessoria de

Modernização e Informática guarda esses equipamentos em um deposito localizado

no ginásio de esportes Luís Eduardo Magalhães, mostrado na Figura 7, a seguir. E

que depois de transportados para essa área específica é direcionado para possível

leilão ou descarte.

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Fonte: Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.

Figura 7: Depósito do lixo computacional da prefeitura municipal de Paulo Afonso

Page 51: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

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Fonte: Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.

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A respeito de qual seria a frequência do descarte, a mesma não é determinada, e

sim sob demanda.

Para a pergunta sobre o que a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso faz com os

equipamentos de informática obsoletos ou quebrados, foi passado que há um

remanejamento de peças para outros equipamentos, com o objetivo de prolongar a

vida útil das máquinas até o limite possível, onde o hardware consiga atender aos

softwares necessários.

Quando perguntado se a prefeitura encaminha componentes para reciclagem foi

afirmado que o próprio departamento de informática é responsável por reutilizar

grande parte dos equipamentos, reaproveitando peças ou realizando pequenos

concertos.

Em seguida foi questionado se há uma análise do reaproveitamento das peças

quando um computador quebra, com resposta positiva de que certamente acontece

e que os técnicos do departamento de informática reaproveitam todas as peças

possíveis. Essa análise acontece no próprio setor de informática como demonstrado

na Figura 8.

Figura 8: Sala de análise e reaproveitamento das peças.Fonte: Silva, 2011.

Page 53: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

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Quanto à questão de a prefeitura disponibilizar computadores, que se enquadram

como obsoletos, para pessoas ou outras instituições interessadas, por meio de

doação, a informação é de que ocorre apenas mediante uma requisição por parte

dos interessados no gabinete do prefeito.

A partir destas questões foi observado que os equipamentos em desuso são

direcionados a um local específico onde ficam armazenados até um possível leilão

ou venda. Todos os componentes que poder ser reaproveitados são reutilizados, e

os eletrônicos que não se enquadram nas opções anteriores são descartados

juntamente com os resíduos sólidos comuns. Esse tipo de descarte é incorreto, pois

pode haver contaminação do solo, de lençóis freáticos, prejudicando o meio

ambiente e a saúde humana. O correto seria, encaminhar para a reciclagem ou

segundo a Lei Nº 12.305 de 2010, retornar esses equipamentos para as empresas

fabricantes ou comerciantes dos mesmos.

Quanto a preferência de fazer upgrade a comprar novos equipamentos de

informática, a resposta foi que o equipamento a ser adquirido pela instituição é

licitado com previsão de uso para até quatro anos, neste tempo o equipamento

segundo a direção do setor pode vir a ter 80% de depreciação, esse dado inviabiliza

o upgrade dessas máquinas, portanto é mais eficiente por parte da administração

adquirir novos equipamentos.

De acordo com a questão se a Prefeitura dá preferência à compra de equipamentos

ecologicamente corretos (com selo verde), a resposta foi que não há essa

preferência, pois a instituição adquire seus equipamentos por modalidade de

licitação, objetivando a concorrência entre as empresas e uma diminuição

significativa nos preços dos equipamentos. Porém, como afirma DOROCINSKI

(2007, p. 21):

É necessário adequar os contratos públicos às concepções do

consumo sustentável, através da implantação de licitações

sustentáveis, incluindo em suas ações a inserção de critérios

ambientais, voltados à conservação e preservação do meio

ambiente, na especificação dos objetos que constam no

Page 54: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

41

sistema de compras, e a instituição de uma “marca” que diferencie

produtos e/ou serviços ambientalmente sustentáveis, baseada em

critérios de rotulagem ambiental ou selo verde.

Sobre o questionamento da existência de um levantamento quantitativo dos

computadores em uso e desuso na prefeitura, foi respondido que não. Sendo assim,

não se tem um levantamento quantitativo de computadores em uso e computadores

em desuso, impressoras em uso e em desuso, monitores em uso e em desuso e

nem de periféricos em desuso.

Questionado se a prefeitura oferece instruções ou treinamentos para os profissionais

de TI sobre o descarte dos produtos tecnológicos, houve resposta negativa, porém

foi afirmado que existe orçamento disponível, no entanto falta oportunidade.

Finalizando a entrevista se questionou quais seriam as perspectivas para o futuro do

descarte do lixo computacional da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso. A resposta

obtida é que por enquanto as medidas adotadas são de Leilão e venda para

terceiros.

Portanto verifica-se que já há um conhecimento na área de TI verde e destinação de

resíduos sólidos eletrônicos, mas por falta de um sistema de gestão ambiental e

legislação municipal na área, ainda há práticas incorretas do descarte do lixo

computacional na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.

3.3 Proposta de descarte do lixo eletrônico

Como sugestão para a melhoria do sistema de gerenciamento do lixo computacional

da prefeitura municipal de Paulo Afonso seria o de criar um projeto de centro de

descarte do lixo tecnológico, onde precisaria de um espaço com capacidade para

suportar não só o lixo eletrônico produzido na prefeitura, mas também fazer o

acondicionamento do lixo produzido pela população pauloafonsina. Após criado esse

local de acondicionamento do lixo, viria um outro passo, que seria o de conscientizar

as pessoas da cidade a separar o lixo eletrônico do lixo comum. Após essa

separação haveria o descarte das seguintes formas:

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42

A prefeitura poderia criar um sistema de coleta do lixo eletrônico para que

quando as pessoas colocassem esse lixo em suas portas, seria recolhido pelo

transporte público e transportado para o centro de descarte do lixo tecnológico;

Outra maneira de descarte seria que as pessoas levassem a um local de

recolhimento, que esse local poderia ser criado em cada bairro pela prefeitura ou

armazenado temporariamente em algum setor da prefeitura, para que depois

seja transportado para o centro de descarte desse lixo.

No estudo de caso foi falado que o setor de Assessoria de Modernização e

Informática já faz o recolhimento dos equipamentos danificados da prefeitura para

uma possível analise que, verifique que o produto tenha reutilização ou não. E

quando não há mais como reutiliza-lo, era armazenado no deposito localizado no

ginásio de esportes Luís Eduardo Magalhães. Esse procedimento continuaria

paralelamente com a solução citada logo acima, mas com uma simples diferença

que o acondicionamento não iria mais acontecer no antigo depósito, e sim no centro

de descarte do lixo tecnológico.

Quando o lixo já estiver neste centro, seria necessária a separação das peças em

categorias por tipo de materiais, como plásticos, metais, placas eletrônicas, cabos,

etc., para destinar as empresas responsáveis por reciclagem do lixo eletrônico de

acordo com a Lei Nº 12.305, 2010, Art. 6º e 7º.

Mas para a realização desse processo de separação e categorização das peças,

assim como a coleta do lixo eletrônico, só é possível se houver a contratação e/ou

capacitação de pessoas para este novo setor, que traria benefícios para a sociedade

com a criação de novos empregos e a redução dos impactos ambientais.

Page 56: Monografia FINAL - TI Verde e o Descarte Do Lixo Computacional - Um Estudo de Caso Da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso

43

4 Considerações finais

A Tecnologia da Informação estará sempre em constante evolução. A tendência é

de novas descobertas e melhorias. A partir deste estudo, podemos perceber que

aliado ao crescimento tecnológico deve haver o cuidado com o meio ambiente.

Neste enfoque, a Tecnologia da Informação Verde, a cada dia vem ganhando mais

espaço, sendo praticada por diversas empresas.

Nesta pesquisa foi abordado principalmente ações de TI verde com relação ao o lixo

computacional, um problema crescente e que deve ter destaque nas pautas de

planejamento em gestão ambiental. Além de ações realizadas por empresas, é de

fundamental importância a preocupação das três esferas de governo, de programas

e políticas de gerenciamento de resíduos sólidos eletrônicos e criação de leis que

normatizem as práticas na área.

Em conjunto ao esforço de instituições públicas e privadas e do governo, a

conscientização da humanidade é fundamental, uma vez que o problema do lixo

computacional não se restringe apenas a sua destinação final, mas sim de uma

sociedade que necessita sair do círculo vicioso do consumismo. A mudança desse

modelo de sociedade perpassa por uma mudança de percepção de mundo e de

valores.

A abordagem dos 5 Rs da educação ambiental na sociedade atual deve ser

colocada em prática por todos, não apenas direcionando ao uso da Tecnologia da

Informação, mas também a todos os aspectos da vida.

No estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, pode-se perceber que

ainda há um longo percurso e muitas estratégias a serem traçadas sobre o

gerenciamento do destino do lixo computacional. Há um grande esforço em reutilizar

os componentes o máximo possível, porém ainda há o descarte, não há destinação

para a reciclagem de componentes e para a compra de novos produtos, ainda é

dado prioridade ao valor, e não para produtos “verdes”.

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Um resultado positivo foi a constatação de que a direção e os técnicos do órgão

responsável pela TI na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso possuem conhecimento

sobre a TI verde, o que possibilita a abertura de novos caminhos na área.

Dentre os desafios encontrados na esfera do governo municipal são a criação de

uma Política Ambiental e de um Sistema de Gestão Ambiental que realmente

indique e determine as práticas da TI verde. Outro desafio, é a priorização do preço

e não a certificação de um produto com “selo verde”, pois, para a aquisição deste

produto é necessário desembolsar um valor maior do que um produto convencional.

4.1 Trabalhos futuros

Quando realizado o estudo de caso, se percebeu a necessidade de novos trabalhos

na instituição ainda na área de TI verde, porém enfocando o gasto de energia na

Prefeitura Municipal de Paulo Afonso. Outra perspectiva para trabalhos futuros seria

a criação de legislação municipal na área de TI verde.

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Referências

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Referências Complementares

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MMA – Ministério do Meio Ambiente. Agenda ambiental na administração pública: um novo modelo de gestão pública. Disponível em: <http://anamma.com.br/imagens_conteudo/userfiles/a3p_apresentacao.pdf>. Acessado em: 15/12/2010.

SMAAL, Beatriz Portella. Lixo eletrônico: o que fazer após o término da vida útil dos seus aparelhos? Disponível em: <http://www.baixaki.com.br/tecnologia/2570-lixo-eletronico-o-que-fazer-apos-o-termino-da-vida-util-dos-seus-aparelhos-.htm> Acessado em: 24/11/2010.

SP terá centro para descartar lixo eletrônico. ? Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/sp-tera-centro-para-descartar-lixo-eletronico> Acessado em: 10/12/2010.

Você sabe o que fazer com seu lixo eletrônico? Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/jovem/digital_news/voce-sabe-o-que-fazer-com-seu-lixo-eletronico> Acessado em: 10/12/2010.

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Apêndice

Entrevista

FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE

CURSO DE BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

VIII PERÍODO – NOTURNO

Aluno: Bruno Leonardo Pontes Silva

Entrevista com o gestor de TI da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso para o Trabalho de Conclusão de Curso.

1. Existe um sistema de Gestão Ambiental na área de TI da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso?

Não existe um projeto documentado sobre o assunto, no entanto, algumas medidas são tomadas para que exista o mínimo de gestão.

2. A prefeitura possui um sistema de gerenciamento de lixo computacional?

Certamente, a instituição se preocupa com o descarte de equipamentos obsoletos.

3. Existe alguma lei municipal que normatiza e define como deve ser feito o descarte do lixo computacional?

Especificamente não, utilizam-se as regras aplicadas aos patrimônios em geral.

4. Como é feita a coleta do lixo computacional na Prefeitura?

Todo material obsoleto ou defeituoso é encaminhado a Assessoria de Modernização e Informática da instituição, de acordo com o estado do bem o mesmo é concertado ou descartado.

5. Como é acondicionado esse lixo?

A Assessoria de Modernização e Informática guarda esses equipamentos em um deposito localizado no ginásio de esportes Luís Eduardo Magalhães.

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6. O que a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso faz com os equipamentos de informática obsoletos ou quebrados?

Remanejamento de peças para outros equipamentos, com o objetivo de prolongar a vida útil das máquinas até o limite possível, onde o hardware consiga atender aos softwares necessários.

7. Como é feito o descarte dos equipamentos de informática?

São transportados para uma área específica para possível leilão ou descarte.

8. Qual a frequência do descarte?

Não existe uma frequência determinada.

9. Quando se faz o descarte, é pensado nos impactos ambientais?

Sim, todas as ações são executadas para proporcionar o bem estar dos contribuintes do município.

10.A prefeitura encaminha componentes para reciclagem?

O próprio departamento de informática é responsável por reciclar grande parte dos equipamentos, reaproveitando peças ou realizando pequenos concertos.

11.A prefeitura disponibiliza computadores, que se enquadram como obsoletos, para pessoas ou outras instituições interessadas, por meio de doação?

Sim, mediante uma requisição por parte dos interessados no gabinete do prefeito.

12.Na prefeitura, a preferência é fazer upgrade ou comprar novos equipamentos de informática?

1. O equipamento a ser adquirido pela instituição é licitado com previsão de uso para até 4 anos, neste tempo o equipamento pode vir a ter 80% de depreciação, esse dado inviabiliza o upgrade dessas máquinas, portanto é mais eficiente por parte da administração adquirir novos equipamentos.

13.A Prefeitura dá preferência à compra de equipamentos ecologicamente corretos (com selo verde)?

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Não, a instituição adquiri seus equipamentos por modalidade de licitação, objetivando a concorrência entre as empresas e uma diminuição significativa nos preços dos equipamentos.

14.Há um levantamento quantitativo dos computadores em uso e desuso na prefeitura? Caso tenha, preencha por favor os seguintes itens:

Computadores em uso: Não há Informação

Computadores em desuso: Não há Informação

Impressoras em uso: Não há Informação

Impressoras em desuso: Não há Informação

Monitores em uso: Não há Informação

Monitores em desuso: Não há Informação

Periféricos em desuso: Não há Informação

15.A prefeitura oferece instruções ou treinamentos para os profissionais de TI sobre o descarte dos produtos tecnológicos?

Não, existe orçamento disponível, no entanto falta oportunidade.

16.Há uma análise do reaproveitamento das peças quando um computador quebra?

Certamente, os técnicos do departamento de informática reaproveitam todas as peças possíveis.

17.Quais as perspectivas para o futuro do descarte do lixo computacional da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso?

Leilão e venda para terceiros.