monografia final - ti verde e o descarte do lixo computacional - um estudo de caso da prefeitura...
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Faculdade Sete De Setembro – FaseteCurso de Bacharelado emSistemas de Informação
Bruno Leonardo Pontes Silva
TI VERDE E O DESCARTE DO LIXO COMPUTACIONAL: Um estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo
Afonso/BA
Paulo Afonso – BAFevereiro 2011
Bruno Leonardo Pontes Silva
TI VERDE E O DESCARTE DO LIXO COMPUTACIONAL: Um estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo
Afonso/BA
Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da Faculdade Sete de Setembro – FASETE, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação, sob a orientação do professor Esp. Igor Oliveira Costa.
Paulo AfonsoFevereiro 2011
Bruno Leonardo Pontes Silva
TI VERDE E O DESCARTE DO LIXO COMPUTACIONAL: Um estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo
Afonso/BA
Dissertação apresentada ao corpo docente da Faculdade Sete de Setembro – FASETE como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação.
Aprovada por:
__________________________________
Orientador: Prof. Esp. Igor de Oliveira Costa
__________________________________
1º Examinador: Prof. Esp. Ricardo Azevedo Porto
__________________________________
2º Examinador: Prof. Msc. Igor Medeiros Vanderlei
Paulo AfonsoFevereiro 2011
Dedico esse trabalho a minha família, principalmente a minha
esposa que me motivou bastante para o término deste curso, e
a minha mãe que sempre esteve ao meu lado.
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos as pessoas que me ajudaram durante essa longa
jornada acadêmica e na elaboração deste trabalho, principalmente a familiares e
amigos.
Agradeço ao corpo docente da Faculdade Sete de Setembro que sem essas
pessoas, não seria possível a realização desta monografia, não deixando de
destacar o coordenador do curso de Sistemas de Informação Prof. Doutorando Igor
Medeiros e orientador desta pesquisa Prof. Esp. Igor Costa.
Aos muitos amigos que fiz durante o curso, em especial Julyana Motta, que indicou
esse tema tão importante para o meio ambiente, e Prof. Esp. Ricardo Porto que me
auxiliou bastante no decorrer da graduação.
Agradeço também aos funcionários do setor de Assessoria de Modernização e
Informática, principalmente a Edson e Edvan que contribuíram com os dados da
pesquisa.
E por fim agradeço aos meus companheiros de trabalho pela compreensão e apoio
durante a confecção desta pesquisa.
“Necessitamos repensar e mudar com criatividade e
imaginação os valores pelos quais vivemos, as escolhas que
fazemos, e as ações que praticamos.”
Ahmedabad, 2007.
SILVA, Bruno Leonardo Pontes. TI Verde e o descarte do lixo computacional: Um
estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso – BA. 2011, 49 f.
Monografia (Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação). Faculdade Sete de
Setembro – FASETE, Paulo Afonso - BA.
Resumo
Buscando-se reduzir o desperdício e aumentar a eficiência da Tecnologia da
Informação (TI), tornou-se necessário criar e estabelecer práticas para tanto. O
conjunto dessas práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o nosso
uso da computação é conhecido como Tecnologia da Informação Verde (TI Verde).
O objetivo desta pesquisa foi mostrar como as práticas da TI Verde contribuem na
diminuição dos impactos ambientais e analisar como é realizado o descarte dos
resíduos eletrônicos referentes a computadores e seus periféricos na Prefeitura
Municipal de Paulo Afonso - BA a fim de verificar qual o melhor destino do lixo
computacional a ser empregado. No estudo de caso percebe-se que há um longo
percurso para se conseguir um bom gerenciamento do destino do lixo eletrônico e
resolver o problema do descarte. Um resultado positivo foi a constatação de que a
direção e os técnicos do órgão responsável pela TI na Prefeitura Municipal de Paulo
Afonso possuem conhecimento sobre a TI verde, o que possibilita a abertura de
novos caminhos na área.
Palavras-chave: Tecnologia da Informação, Tecnologia da Informação Verde, Lixo computacional.
SILVA, Bruno Leonardo Pontes. Green IT and computer waste disposal: A case
study in the City Hall of Paulo Afonso – BA. 2011, 49 f. Monograph (Course of
Bachelor of Information Systems). Faculdade Sete de Setembro – FASETE, Paulo
Afonso - BA.
Abstract
Aiming to reduce waste and improve efficiency of Information Technology (IT), it
became necessary to create and establish practices for both. All of these practices to
become more sustainable and less harmful to our use of computing is known as
Green Information Technology (Green IT). The objective of this research was to
show how the practices of Green IT contribute to the reduction of environmental
impacts and examine how it's performed the disposal of electronic waste regarding
computers and their peripherals in the City Hall of Paulo Afonso - BA to verify what is
the best destination garbage computation to be hired. In the case study it is clear that
there is a long way to getting a good management of the fate of junk and solve the
problem of disposal. A positive result was the finding that the steering and the
technical body responsible for IT in the City Hall of Paulo Afonso are knowledgeable
about green IT, which enables the opening of new roads in the area.
Keywords: Information Technology, Green Information Technology, Computing
Waste.
Lista de ilustrações
Figura 1: ranking do Greenpeace das empresas consideradas verdes.....................................13
Figura 2: Estrutura da CEDIR..........................................................................................................18
Figura 3: O WEEE MAN Construido com os eletrônicos que os britânicos jogam fora...........24
Figura 4: Percepção do problema por fluxograma........................................................................28
Figura 5: Organograma da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.............................................30
Figura 6: Setor de Assessoria de Modernização e Informática da PMPA.................................31
Figura 7: Depósito do lixo computacional da prefeitura municipal de Paulo Afonso................34
Figura 8: Sala de análise e reaproveitamento das peças............................................................35
Lista de abreviaturas e siglas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
CCE – Centro de Computação Eletrônica
CEDIR – Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática
FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ISO – Organização Internacional para Padronização (International Organization for
Standardization)
ONG – Organização Não Governamental
PMPA – Prefeitura Municipal de Paulo Afonso
RoHS Directive - Diretiva de Restrição de Certas Substâncias Perigosas (Restriction
of Certain Hazardous Substances)
TI – Tecnologia da Informação
TI Verde – Tecnologia da Informação Verde
UNEB – Universidade do Estado da Bahia
USP – Universidade de São Paulo
WEEE - Lixo Elétrico e Equipamentos Eletrônicos (Waste Electrical and Electronic
Equipment Directive)
Sumário
Lista de ilustrações
Lista de abreviaturas e siglas
1.................................................................................................................. Introdução.....................................................................................................................................1
1.1 Problemas da Pesquisa..................................................................................2
1.2 Justificativa.....................................................................................................2
1.3 Hipóteses........................................................................................................3
1.4 Objetivos.........................................................................................................3
1.4.1 Objetivo Geral..........................................................................................3
1.4.2 Objetivos Específicos...............................................................................3
1.5 Metodologia....................................................................................................4
1.5.1 Tipo de Pesquisa.....................................................................................4
1.5.2 Campo de pesquisa.................................................................................4
1.5.3 Coleta de Dados......................................................................................4
2 Referencial Teórico...............................................................................................5
2.1 Tecnologia da Informação..............................................................................5
2.2 Tecnologia da Informação Verde....................................................................7
2.2.1 Práticas de TI Verde para a energia elétrica............................................8
2.2.1.1 Virtualização......................................................................................9
2.2.1.2 Processadores de múltiplos núcleos.................................................9
2.2.1.3 O consumo por parte da refrigeração dos equipamentos de TI......10
2.2.2 Práticas de TI Verde para o lixo eletrônico............................................11
2.2.2.1 Lixo e resíduos sólidos....................................................................11
2.2.2.2 Lixo eletrônico.................................................................................11
2.2.2.3 Consumo sustentável......................................................................14
2.2.2.4 Os 5 Rs da educação ambiental......................................................15
2.2.2.5 Descarte do lixo eletrônico em São Paulo – CEDIR........................17
2.3 Gestão Ambiental.........................................................................................19
2.4 Legislação de proteção ao meio ambiente voltada para Tecnologia da Informação..............................................................................................................21
2.4.1 Legislação Nacional...............................................................................24
2.5 Visão geral dos possíveis caminhos do lixo computacional.........................26
3 Estudo de Caso...................................................................................................29
3.1 Sobre a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.............................................29
3.2 Discussão da entrevista realizada................................................................32
3.3 Proposta de descarte do lixo eletrônico........................................................37
4 Considerações finais...........................................................................................39
4.1 Trabalhos futuros..........................................................................................40
Referências................................................................................................................41
Referências Complementares....................................................................................46
Apêndice.....................................................................................................................47
1
1 Introdução
O mundo desde a Revolução Industrial era analisado com um ar de evolução
constante, onde muitos não tinham tanta preocupação em degradação do meio
ambiente e nem tão pouco em desenvolvimento sustentável.
A evolução tecnológica teve um impacto a partir da década de 1940, com a criação
dos primeiros computadores eletrônicos. Essas máquinas precisavam de grande
espaço para a sua alocação, consumiam muita energia elétrica, seu acionamento
era feito através de manivelas e realizavam alguns cálculos simples através de um
sistema de engrenagens, válvulas e circuitos eletrônicos (BEZERRA & ALMEIDA,
2009).
Com o passar dos anos os computadores tiveram grande aceitabilidade, pois foram
evoluindo e ficando menores, com mais funcionalidades, mais precisos, e
conquistaram espaço nas empresas e em usuários domésticos. Para Albertin (2008,
p. 276) “a Tecnologia da Informação (TI) é um dos componentes mais importantes
do ambiente empresarial atual, e as organizações brasileiras têm utilizado ampla e
intensamente essa tecnologia, tanto em nível estratégico como operacional”.
Essa crescente evolução computacional e o consumo desregrado com consequente
produção em grande escala, têm causado os mais diversos riscos para o meio
ambiente.
Segundo Macêdo (2009, p.7), “é o que acontece no caso do descarte
do lixo produzido por eletroeletrônicos em geral. Esse tipo de lixo,
conhecido como lixo tecnológico ou e-lixo1, quando descartado
inadequadamente tem causado grandes impactos ambientais e
riscos para a saúde humana”.
Buscando-se então reduzir o desperdício e aumentar a eficiência da TI, tornou-se
necessário criar e estabelecer práticas para tanto. O conjunto dessas práticas para
tornar mais sustentável e menos prejudicial o nosso uso da computação é conhecido
como Tecnologia da Informação Verde (TI verde). (AGUILAR, 2009).
1 Expressão utilizada para o lixo eletrônico.
2
A presente pesquisa irá abordar a TI Verde e suas práticas, enfocando o descarte do
lixo computacional, verificando como ele é realizado na prefeitura municipal de Paulo
Afonso e sugerindo formas corretas de acondicionamento e descarte desse lixo de
acordo com o estudo do referencial teórico.
1.1 Problemas da Pesquisa
Embora a poluição e a degradação da natureza seja um problema que começou a
surgir na Revolução Industrial, atualmente ainda existem governos e empresas que
relutam em adotar atitudes referentes à preservação do meio ambiente. Neste
contexto, os problemas que esta pesquisa tentará resolver são:
Como é realizado o descarte do lixo computacional na Prefeitura Municipal de
Paulo Afonso – BA?
O descarte do lixo computacional na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso –
BA é feito da maneira correta?
Como realizar corretamente o descarte, a coleta e o acondicionamento do lixo
eletrônico? Pois, não somente as empresas privadas lidam com essa
situação, mas também instituições, órgãos públicos e usuários domésticos.
1.2 Justificativa
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (2010 apude MEIRELLES, 2010), o Brasil em
Maio de 2010 possuía cerca de 72 milhões de computadores, com a relação de dois
para cada cinco pessoas no país. Em 2012 a previsão é de 100 milhões de
computadores no país e em 2014 poderá dobrar esse valor, com vendas de mais de
70 milhões de computadores.
Esta crescente venda de computadores e novidades tecnológicas está tornando
tendencioso o processo de maior descarte de peças obsoletas, não só no país como
em todo o mundo, contribuindo para a degradação do meio ambiente.
3
A escolha do tema parte do princípio de avaliar como é realizado o descarte de lixo
computacional na prefeitura municipal de Paulo Afonso, para auxiliar, caso seja
necessário, no gerenciamento deste tipo de resíduo executado pela instituição.
A importância deste trabalho se dá pelo fato de promover as soluções do uso da TI
verde e a adequação da instituição pesquisada quanto ao descarte dos
equipamentos tecnológicos, e que essa promoção é de grande valor para a
preservação e recuperação do meio ambiente.
1.3 Hipóteses
O descarte do lixo computacional na prefeitura municipal de Paulo Afonso
provavelmente não possui um gerenciamento, sendo realizado como os demais
resíduos sólidos, sem haver a coleta seletiva do mesmo. Deste modo o descarte
deste tipo de lixo possivelmente ocorre de forma incorreta, não estando de acordo
com a prática da TI Verde, pois além de não haver na cidade uma empresa de
reciclagem específica para lixo eletrônico, é provável que não haja a preocupação
da instituição em praticar ações “verdes”.
1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivo Geral
Mostrar como as práticas da TI Verde contribuem na diminuição dos impactos
ambientais e analisar como é realizado o descarte dos resíduos eletrônicos
referentes a computadores e seus periféricos na Prefeitura Municipal de Paulo
Afonso - BA a fim de verificar qual o melhor destino do lixo computacional a ser
empregado.
1.4.2 Objetivos Específicos
Realizar estudo sobre a Tecnologia da Informação Verde, verificando as
soluções do uso da tecnologia da informação e visando à redução dos
impactos ambientais;
4
Demonstrar ações de TI Verde envolvidas no descarte de eletrônicos
realizados para diminuir os impactos ambientais;
Apresentar normas e leis ambientais que estão relacionadas a Tecnologia da
Informação Verde;
Verificar como é realizado o descarte de equipamentos de informática da
Prefeitura Municipal de Paulo Afonso e sugerir soluções de como reciclar ou
descartar os mesmos;
1.5 Metodologia
1.5.1 Tipo de Pesquisa
A modalidade desta pesquisa é de campo e bibliográfica. Sendo que quanto aos
objetivos é do tipo exploratória e descritiva e quanto à forma de abordagem é
qualitativa, com aplicação de entrevista semiestruturada.
1.5.2 Campo de pesquisa
O estudo de caso foi realizado no Setor de Assessoria de Modernização e
Informática, localizado na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso (PMPA) e sob a
gerência da Secretaria Municipal de Planejamento e Orçamento.
1.5.3 Coleta de Dados
A obtenção de dados relacionados ao estudo de caso foi realizada aplicando-se uma
entrevista semiestruturada e elaborada pelo pesquisador (Apêndice I). As perguntas
desta entrevista foram formadas a partir do conhecimento obtido pelo referencial
teórico. Sendo contemplados tópicos considerados pelo pesquisador de relevância
para o tema, a fim de coletar dados no que se refere à caracterização da instituição
e do setor e à operacionalização do descarte do lixo computacional na instituição
pesquisada.
As informações para o embasamento teórico foram coletadas através de fontes
primárias como livros, artigos, monografias e leis sobre o referido tema, e fontes
complementares como cartilhas e sites da internet.
5
Após a coleta de dados, foi analisado como está ocorrendo o descarte do lixo
tecnológico e sugerido qual o melhor destino do mesmo.
6
2 Referencial Teórico
2.1 Tecnologia da Informação
A tecnologia sempre esteve presente na vida do homem desde a antiguidade,
quando os egípcios utilizavam de conhecimentos na arquitetura, engenharia e
agricultura. Já os gregos se desenvolveram nas áreas de matemática, física e
mecânica. E concluindo essa linha temporal, chega-se ao grande marco que foi a
revolução industrial, passando posteriormente, no século XX, pela revolução digital
que se destacou pela criação dos computadores, internet, celulares e o
desenvolvimento de aparelhos eletro eletrônicos.
Segundo Valle (1996, p.2), “tecnologia é comumente conceituada como o conjunto
de conhecimentos, especial e principalmente científicos, que se aplicam a um
determinado ramo de atividade; pode também ser considerada como uma ciência
que trata da técnica.”
Para Fleury (1993 apud VALLE,1996, p.2) “tecnologia é um pacote de informações
organizadas, de diferentes tipos (científicas, empíricas...), provenientes de várias
fontes (descobertas científicas, patentes, livros, manuais, desenhos...), obtidas por
diferentes métodos (pesquisa, desenvolvimento, cópia, espionagem...), utilizada na
produção de bens e serviços.” O autor acrescenta ainda que “os conhecimentos e as
habilidades empregadas na produção desses pacotes tecnológicos constituem a
capacitação tecnológica”.
Segundo Stair (1998, p.04) informação é um conjunto de fatos organizados de tal
forma que adquirem valor adicional além do valor em si; complementando ainda que
dados “são fatos em sua forma primária como, por exemplo, o nome de um
empregado e o número de horas trabalhadas em uma semana, números de peças
em estoque ou pedidos em venda”.
Para Cruz (2000, apud SOUZA et al, 2009 p. 3) “Tecnologia da Informação é todo e
qualquer dispositivo que tenha capacidade para tratar dados e ou informações tanto
de forma sistêmica como esporádica, que esteja aplicado no produto, e que esteja
7
aplicado no processo”. Sendo inserida em uma grande diversidade de áreas, a TI
evolui de forma inexorável, garantido o sucesso das organizações e ajudando
usuários domésticos.
Segundo Valle (1996, p.2) “tecnologia da informação pode ser entendida como os
meios utilizados pelas empresas produtivas para alavancar e potencializar o
processo de criação e desenvolvimento de capacitação tecnológica”.
Segundo Morton (1991 apud VALLE, 1996, p.2), “tecnologia da informação é
composta dos seguintes elementos: hardware, software, redes de comunicação,
workstation, robótica e os chips inteligentes.”
Segundo Laurindo (2000, p. 2) “ela não só sustenta as estratégias de negócio
existentes, mas também permite que se viabilizem novas estratégias empresariais”.
Sendo de fundamental importância para o fornecimento de novos recursos para a
criação, combinação e sustentação para se ter uma vantagem na competitividade
em relação as outras empresas.
Conforme Becker (2003, p. 71) cita, “a TI aparece como um forte indicador de
melhoria na performance e na produtividade organizacional, além de representar um
importante papel na continuação de esforços das empresas para tornarem os seus
processos mais ágeis e produtivos”.
Essas empresas tem a necessidade de buscar recursos que garantam melhores
resultados para seus produtos e serviços, mas com um custo reduzido. Gestores de
TI devem ficar sempre atentos com a usabilidade da TI que é fundamental nos dias
atuais, estando sempre preocupado em associar as estratégias de TI com as
estratégias de negócio, mas também deve estar sempre alerta em preservar o meio
ambiente.
A TI já é comum nas empresas e também no dia a dia das pessoas, pelo fato da
informação estar no centro de tudo, ou seja, ela é atualmente um bem precioso,
principalmente quando é gerenciada de forma correta. Mas a forma correta de
gerenciamento para alguns nem sempre é a melhor forma para outros, pois pode até
8
trazer conforto e riquezas, mas também pode causar drásticos impactos ambientais
decorrentes da má utilização da TI. Nesse contexto surge a necessidade de práticas
como as da TI Verde, foco dessa pesquisa, e que será abordado nos próximos
tópicos.
2.2 Tecnologia da Informação Verde
Ultimamente percebe-se que o meio ambiente vem sofrendo mudanças negativas e
tem-se observado o surgimento de diversos impactos ambientais causados pela
sistemática corrida do avanço tecnológico. Sendo assim, há uma preocupação hoje
de que a tecnologia da informação ande em sintonia com a ecologia para que essa
degradação diminua ou esse quadro seja revertido.
Essas mudanças na natureza mostram o quanto o fator ambiental necessita de
adaptações das empresas para ter um novo caminho na sua expansão e através
disso, as empresas devem mudar sua visão empresarial, seus objetivos e suas
estratégias de investimentos para aprimorar seu produto e adaptá-lo a nova
realidade do mercado global e ecológico (Kraemer, 2004).
Segundo Pinto (2009, p. 18) “A indústria de informática é uma das que mais
colaboram com a degradação do meio ambiente. Na fabricação de um computador é
utilizado, em média, 1800 kg de materiais”. De acordo com Rosa (2007 apud PINTO,
2009, p. 18) “são, por exemplo, 240 quilos de combustíveis fósseis, 22 quilos de
produtos químicos e - talvez o dado mais impressionante - 1.500 quilos de água”.
Esses são os materiais necessários para se obter a pureza da produção de pasta de
silício, que são utilizados na fabricação de circuitos e placas de componentes de TI.
Para se ter um elo entre natureza e tecnologia, o setor de tecnologia vem buscando
meios e iniciativas para o controle do uso de matérias-primas desnecessárias. Um
desses meios é, segundo Aguilar (2009) a TI verde que é um conjunto de práticas
para tornar mais sustentável e menos prejudicial o uso da computação. Suas
práticas buscam a redução do desperdício e aumentar a eficiência de todos os
processos e fenômenos relacionados à operação desses computadores.
9
A TI verde ganhou destaque depois que empresas preocupadas em preservação do
meio ambiente, perceberam que a informação faz parte da responsabilidade de seu
patrimônio e que a sua implantação na estrutura da empresa, molda e melhora o seu
desenvolvimento. É um ato de sustentabilidade, que é iniciado nas empresas
consideradas verdes e culmina na ação dos usuários sobre o produto adquirido,
sendo de grande necessidade a conscientização dos cidadãos para que colabore
com a preservação ambiental.
As grandes empresas de TI estão incluindo em suas estratégias, técnicas para que
seus produtos sejam fabricados de acordo com as legislações, ou seja, que
consuma menos energia e que as peças e componentes utilizados tenham matérias
primas menos nocivas ao ambiente.
2.2.1 Práticas de TI Verde para a energia elétrica
Os equipamentos de tecnologia da Informação fazem parte do grupo que é
considerado um dos que mais gastam energia elétrica, tanto pela sua produção
quanto pela sua utilização, representado de forma direta ou indiretamente o aumento
excessivo da emissão de gases poluentes.
Para Vialli (2009 apud PINTO, 2009, p. 26), os projetos de geração de energia
limpa, como eólica e solar, já começam a sentir o impacto da crise e devem
perder o ritmo de crescimento acima de 30% que vinham ostentando nos últimos
três anos. A falta de oferta de crédito no mercado tem feito com que as vendas de
aquecedores a energia solar têm diminuído.
Atualmente há diferentes meios de produção de energia que não sejam impactantes
ao meio ambiente. Além da eólica e a solar, como já falado no parágrafo anterior,
têm surgido novos combustíveis como o biodiesel que é fabricado a partir de fontes
renováveis, diferentemente dos derivados de petróleo (PINTO, 2009).
A aplicação de TI Verde consiste em estratégias como virtualização, Processadores
multicore, meios baratos de refrigeração etc.
10
2.2.1.1 Virtualização
É um conceito que corresponde em armazenar todas as informações em um só
lugar, ou seja, de acordo com Aguilar (2009, p. 59) é o processo de executar vários
sistemas operacionais em um único equipamento em que, uma máquina virtual é um
ambiente operacional completo que se comporta como se fosse apenas um
computador independente.
Esse método garante uma economia no consumo de energia elétrica e na aquisição
de equipamentos, no aproveitamento de todos os recursos da máquina e na redução
do tempo de ociosidade. Tem como objetivo aumentar significativamente a
capacidade de processamento do sistema, através da adição de alguns pontos no
ambiente virtual, sem a necessidade de expandir sua base instalada (Aguilar, 2009).
Um ponto forte dessa tecnologia é a centralização dos recursos, onde tem a
vantagem de conseguir agregar diversos serviços em uma única máquina. Essas
vantagens são a de melhorar o desempenho da máquina, diminuir o consumo de
energia elétrica, simplificar o gerenciamento e menor utilização do espaço físico.
2.2.1.2 Processadores de múltiplos núcleos
Essa tecnologia alterou permanentemente a história da computação em que muitos
estudiosos diziam que os processadores iriam chegar a um ponto que não poderia
avançar mais, ou seja, não poderia aumentar o seu clock. Não apenas se
sobressaem na parte de eficiência tecnológica, mas também em favorecimento do
meio ambiente, pois conseguem consumir bem menos energia elétrica e foram
eliminados alguns materiais que eram prejudiciais a natureza.
O conceito de gastar menos energia é, segundo Aguilar (2009), que o modelo de
processamento simples, ou o popularmente chamado de singlecore, é acionado para
processar qualquer tarefa que o computador exija, desde as mais simples até as
mais complexas. Já os multicore, que possuem dois ou mais núcleos de
processamento, cada um gasta menos energia do que o processador singlecore, e
quando é acionado para processar alguma tarefa, apenas um núcleo de
11
processamento é ativado possibilitando assim um menor consumo, pois todos os
outros núcleos estarão “desligados” e desta forma, a capacidade do computador é
ativada conforme a necessidade.
Ainda Aguilar (2009), diz que os usuários de computadores portáteis são os que
mais tiram proveitos dessa tecnologia, pois como consomem menos energia,
proporciona um menor descarregamento da bateria e, portanto será menos
carregada, aumentando a visa útil da bateria e consumindo menos energia elétrica.
2.2.1.3 O consumo por parte da refrigeração dos equipamentos de
TI
Apesar das tecnologias faladas acima melhorarem consideravelmente o consumo da
energia e o aquecimento por parte dos processadores, eles ainda precisam de um
sistema de refrigeração que consequentemente consomem energia.
Antigamente os computadores servidores, chamados de Data Center (Centro de
dados), possuíam capacidade enorme de processamento, mas também precisavam
de grandes equipamentos de refrigeração que aumentava e muito o consumo de
energia elétrica. Atualmente, houve grandes evoluções por parte desses hardwares,
garantindo assim maior capacidade de processamento e diminuindo também o
consumo de energia por parte dos refrigeradores, pois esses novos processadores
esquentam bem menos e processam bem mais informações.
Segundo Aguilar (2009, p. 61) a mudança no layout do ambiente pode ajudar a dar
mais eficiência à circulação de ar dentro do data center, reduzindo, assim, o
consumo de energia. A criação de corredores de ar quente e frio entre as máquinas
permite que a saída de ar quente de uma não prejudique a ventilação da outra. É
interessante, neste caso, a instalação de sistemas de refrigeração modulares, em
forma de rack, para atender pontos específicos do Data Center. Gestores de TI tem
que pensar em como diminuir consideravelmente os custos com energia, que em
grandes empresas.
12
2.2.2 Práticas de TI Verde para o lixo eletrônico
2.2.2.1 Lixo e resíduos sólidos
De acordo com Farias (2002 apud SANTANA, 2010) “lixo pode ser considerado
resíduos que são resultantes das atividades diárias do homem na sociedade, como
exemplo tem-se os restos de alimentos, papeis e papelões, plásticos, trapos, couros,
madeiras, latas, vidros, lamas, gases e vapores, poeiras, sabões e detergentes, bem
como outras substâncias descartadas de forma consciente”.
Ainda hoje há pouca conscientização das pessoas sobre a degradação que o mundo
está sofrendo e com a poluição que vem aumentando. Para que haja um apoio na
preservação a população deveria colaborar na separação do lixo, pois facilita o
trabalho na coleta, ajudando na reciclagem e na preservação ambiental. Caso o lixo
não tenha um tratamento adequado, ele acarretará sérios danos ao meio ambiente
como a poluição do solo, da água e também do ar.
Com a reciclagem, os objetos usados serão transformados em novos e assim
poderão ser reutilizados, além de preservar o meio ambiente, e também gerar
empregos. Os produtos que, de uma forma geral, são mais reciclados é o vidro, o
papel, o plástico e o alumínio que esse processo auxilia na diminuição da poluição
do solo, do ar e da água.
Muitas empresas fazem a reciclagem de certos materiais como forma de suavizar os
custos de produção e também evitar a escassez das matérias primas presente na
natureza. As duas iniciativas, a reciclagem e a reutilização, são de fundamental
importância para a redução do lixo e consequentemente a preservação do meio
ambiente.
2.2.2.2 Lixo eletrônico
É o nome dado aos resíduos resultantes de vários equipamentos eletrônicos, que
são jogados em lixões e que causam sérios riscos ao meio ambiente e provocam
grandes contaminações aos catadores que sobrevivem da venda de materiais
catados no lixo. Os resíduos eletrônicos são uns dos grandes vilões desse impacto
13
causado ao meio ambiente e são provenientes de restos de eletrônicos que não
podem ser mais reaproveitados como os computadores, câmeras digitais, celulares
e muitos outros (SMAAL, 2009).
As pessoas acabam entrando nas mudanças da tecnologia, mudam seus produtos
eletrônicos e jogam fora o que não utilizarão mais, não se preocupando com prejuízo
ambiental que estão causando.
Segundo Smaal (2009) estima-se que os resíduos eletrônicos representa um
prejuízo de 5% do lixo descartados pela humanidade, ou seja, são produzidos 50
milhões de toneladas de detrito todo ano e desses, 2,5 milhões são de lixo
eletrônico.
A modernidade está cada vez mais veloz e a cada dia surgem grandes novidades
tecnológicas, os lançamentos mundiais oferecem produtos mais modernos e
interativos, que, em consequência disso acaba atraindo pessoas a comprar esses
produtos e, após o termino de sua vida útil, são jogados no lixo, sendo um local de
descarte errado.
Além disso, muito dos materiais utilizados no computador devem ser retirados da
natureza, iniciando já na extração o impacto sobre o meio ambiente. Isso faz com
que cada vez mais seja necessário trabalhar com a reciclagem. Cada computador
utiliza materiais diversos que podem ser reciclados.
E nesse pensamento de que se deve ter uma reciclagem adequada e que a
preocupação de se iniciar na fabricação do produto, muitas empresas estão
trabalhando em cima dessa preservação.
O Greenpeace, uma ONG que lida com questões ambientais, criou um ranking que
está demonstrado na Figura 1 contendo vários pré-requisitos para as empresas
serem consideradas “verdes”, ou seja, empresas que adotam medidas para a
preservação do meio ambiente em sua linha de produção, vendas e reciclagem.
(SMAAL, 2009).
14
Figura 1: ranking do Greenpeace das empresas consideradas verdes.
Fonte: http://www.diegobrito.com.br/archives/tag/lixo-eletronico
Segundo Ferreira & Ferreira (2008) ao serem inutilizados, os equipamentos de
informática são descartados na maioria das vezes de forma inapropriada e, por
possuírem produtos como o mercúrio, arsênio e chumbo em sua fabricação, quando
em contato com seres humanos, podem causar diversos danos à saúde. Algumas
das substancias utilizadas para a produção dos equipamentos eletroeletrônicos e
suas respectivas correlações aos malefícios a saúde, estão representadas na tabela
1.
15
Tabela 1: Os vilões dos eletroeletrônicos.
Fonte: http://tecnologia.uol.com.br/ultnot/2008/02/26/ult4213u358.jhtm
2.2.2.3 Consumo sustentável
De acordo com Eddine et al (2008) o consumo faz parte de uma abundância social
que envolve toda a sociedade e seus valores, passando a receber uma conotação
negativa, sendo objeto de críticas que consideram o consumismo um dos principais
problemas das sociedades industriais modernas. É uma atividade que envolve a
tomada de decisões políticas e morais quando consumimos, de certa forma
manifestamos como vemos o mundo, e acabamos sendo influenciados pela
expansão da sociedade de consumo.
Geralmente as pessoas são reconhecidas e avaliadas por aquilo que consomem,
sejam pelas vestimentas, pelo carro, pelo telefone, que são exibidos em público.
Sendo assim o individuo é visto pela sociedade de acordo com sua atuação,
levando-o ao consumismo.
16
A partir da percepção de que os atuais padrões de consumo estão nas raízes da
crise ambiental, a crítica ao consumismo passou a ser vista como uma contribuição
para a construção de uma sociedade mais sustentável. Mas como o consumo faz
parte do relacionamento entre as pessoas e promove a sua integração nos grupos
sociais, a mudança nos seus padrões torna-se muito difícil. O consumo sustentável
é uma proposta que enfatiza ações coletivas e mudanças políticas, econômicas e
institucionais para fazer com que os padrões e os níveis de consumo se tornem mais
sustentáveis.
Segundo Portilho (2003) essa ideia do consumo sustentável não se limita nas
mudanças comportamentais dos consumidores ou das tecnologias, ela prioriza suas
ações individuais e coletivas, enquanto práticas políticas. Vendo por esse anglo, o
que importa não é apenas o impacto ambiental do consumo, mas antes o impacto
social e ambiental da distribuição desigual do acesso aos recursos naturais, uma vez
que tanto o “superconsumo” quanto o “subconsumo” causam degradação social e
ambiental.
O consumidor deve cobrar uma postura ética das empresas, governantes e de
outros consumidores, deve estar informado sobre os impactos de seus hábitos de
consumo e agir como cidadão consciente de suas responsabilidades, e as empresas
devem agir com suas responsabilidades em todas as suas atividades produtivas e
contribuindo assim para a construção de sociedades sustentáveis. Já os
governantes devem se responsabilizar com seus direitos civis, sociais e políticos da
sociedade elaborarem e fazerem cumprir as leis ambientais, através de políticas
públicas, de programas de educação ambiental, de incentivo ao consumo
sustentável e incentivar a pesquisa científica voltada para a mudança dos níveis e
padrões de consumo.
2.2.2.4 Os 5 Rs da educação ambiental
Há pouco tempo atrás falavam-se do conceito dos 3 R’s: Redução, Reutilização e
Reciclagem para conscientizar as pessoas de várias etnias quanto a importância do
planeta.
17
Segundo RIZZO (2010) O conceito dos 3 R’s (reutilizável, retornável e reciclável) –
deveria estar presente no currículo escolar de todos os alunos. Educar as crianças é
mais eficaz, elas se sensibilizam quando aprendem e criam um ambiente prático em
suas casas. A teoria, a criança vê na escola e coloca em prática em suas casas.
Atualmente focando na prevenção, foi incluído mais dois R’s para não só pensar em
reduzir a degradação do meio ambiente, mas garantir a revitalização do mesmo. De
acordo com Leite e outros (2009) os 5 Rs são ações práticas que aplicadas no dia a
dia, podem garantir a redução do impacto ambiental causado pelo homem sobre o
planeta.
REPENSAR: antes de comprar qualquer produto tem que se ter em mente sua
utilidade e sua necessidade para que esse produto não venha a ficar em desuso, e
ser considerado lixo rapidamente. Depois da consumação do mesmo, procurar fazer
a coleta seletiva, para que sejam separadas as embalagens da matéria orgânica e
jogar no lixo só aquilo que não for reciclável.
RECUSAR: deve-se recusar os produtos que contenham elementos que agridam
a natureza, como também evitar aqueles que não sejam recicláveis ou descartáveis.
REDUZIR: essa prática garante a redução do consumo desnecessário, onde é de
extrema importância dar preferencia aos produtos com maior durabilidade e que
ofereçam menor potencial de geração de resíduos.
REUTILIZAR: buscar o máximo de aproveitamento dos produtos, reutilizando e
recuperando, antes mesmo do seu rejeite. Deve-se ampliar a vida útil dos produtos e
do local onde será feito o descarte, pois a degradação dos produtos tecnológicos
nos aterros sanitários ocorre de forma lenta.
RECICLÁVEL: Essa técnica consiste em reduzir a pressão sobre os recursos
naturais e ajuda na geração de trabalho e renda para milhares de famílias. Com
isso, se deve praticar todos os outros quatro primeiros Rs, e o que restar separar
para a coleta seletiva. A reciclagem promove benefícios ambientais, sociais e
econômicos.
18
A reciclagem no país vem aumentando em passos acelerados. Embora haja uma
grande oscilação dos preços de compra e venda dos materiais recicláveis, quanto
maior seu valor econômico, mais atrativo será para quem sobrevive de sua catação.
Por isso é muito importante promover a cultura da sustentabilidade por meio da
difusão dos conceitos dos 5 Rs (LEITE E OUTROS, 2009).
2.2.2.5 Descarte do lixo eletrônico em São Paulo – CEDIR
No Brasil existe uma grande quantidade de lixo eletrônico abandonado em
repartições pública, na rua, em casa, enfim em outros locais e muitas pessoas ou
empresas não buscam iniciativas para poderem fazer o reaproveitamento desses
equipamentos, e acabam jogando no lixo e causando estragos ambientais.
Focando nesse cuidado de degradação do meio ambiente, a USP2 criou um projeto
para descarte do lixo eletrônico, no qual o CCE (Centro de Computação Eletrônica
da USP), que é o órgão responsável pela informatização da instituição, implementou
o plano para a cadeia de transformação de resíduos de informática. Esse programa
conta com o apoio da Agência USP de Inovação e do USP Recicla. Foi desenvolvido
em parceria com três alunos do Laboratório de Sustentabilidade (S-Lab), disciplina
da Sloan School do MIT3 (Massachusetts Institute of Technology), dos EUA
(ANGELO, 2008).
O plano tem a meta de criar uma política não só para gerenciar os resíduos
eletrônicos dentro da universidade, como também se preocupar com a
sustentabilidade de transformação desses produtos. Essa preocupação ambiental
não é só com os equipamentos que não estão sendo utilizados, mas também com a
compra dos novos produtos (ANGELO, 2008).
Em 2009 a partir do projeto elaborado, foi implantado pelo CCE o CEDIR (Centro de
Descarte e Reuso de Resíduos de Informática), instalado em uma área de 400 m²
com deposito para categorização, triagem e destinação de 500 a 1000
2 Universidade de São Paulo
3 Instituto de Tecnologia de Massachusetts
19
equipamentos por mês. Na Figura 2 é mostrada a estrutura da CEDIR e a
organização do lixo.
Figura 2: Estrutura da CEDIR
Fonte: www.estadao.com.br
De acordo com a CCE este centro visa executar práticas de reuso, descarte e
reciclagem de lixo eletrônico, que incluem bens de informática e telecomunicações
que ficam obsoletos no próprio CCE como nas escolas, faculdades e institutos dos
diversos campi da Universidade de São Paulo.
Este projeto está em total legalização com as diretrizes de sustentabilidade definidas
pela ONU (Organização das Nações Unidas), que satisfazem os requisitos
ambientais, sociais e econômicos.
Explica a CCE que a CEDIR está dividida em três etapas de operações que são:
primeiro a coleta e triagem, cujo processo tem início com o recebimento dos
equipamentos de informática sendo avaliado a possibilidade de reaproveitamento,
20
onde é encaminhado para projetos sociais na forma de empréstimo. Mas caso esse
equipamento não seja reaproveitável, será encaminhado para a segunda etapa que
é a categorização, que passa pelo processo de separação por tipo de material,
sendo estes plásticos, metais, placas eletrônicas, cabos, etc. E por último, a terceira
etapa consiste em levar os materiais categorizados para o armazenamento até seu
recolhimento por empresas do setor de reciclagem credenciadas pela USP.
2.3 Gestão Ambiental
Segundo (KRAEMER, 2004), o Sistema de Gestão Ambiental consiste em um
planejamento das atividades, visando eliminar ou minimizar os impactos provocados
ao meio ambiente, por meio de ações preventivas ou corretivas, possibilitando que a
empresa alcance o nível de desempenho ambiental determinado por ela própria; e
fomentando melhoria contínua.
Neste seguimento, Robles Jr (2003 apud ALMEIDA e MONTEIRO, 2010, p. 3)
“define a gestão ambiental como um conjunto de medidas e procedimentos definidos
e aplicados que buscam reduzir e controlar os impactos introduzidos pela empresa
sobre o meio ambiente”.
Para SOUZA et al (2009, p. 4) à medida que a sociedade vai se conscientizando da
necessidade de se preservar o meio ambiente, a opinião pública começa a
pressionar o meio empresarial a buscar meios de desenvolver suas atividades
econômicas de maneira mais racional. O próprio mercado consumidor passa a
selecionar os produtos que consomem em função da responsabilidade social das
empresas que os produzem.
A partir desses princípios, foram surgindo várias certificações em que as atividades
das empresas estão diretamente ligadas com base nos preceitos da gestão
ambiental. Um exemplo dessas certificações é a ISO (International Organization for
Standardization) 14000 que é uma série de normas que estabelecem diretrizes
voltada a área de gestão ambiental. No Brasil, o órgão que representa a ISO, é a
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
21
De acordo com Ashley et.al. (2005), a série ISO 14000 consiste em um conjunto de
normas que expõem os elementos básicos de um sistema de gestão ambiental
eficaz. A criação de uma política ambiental, o estabelecimento de objetivos e a
implementação de um programa para alcançá-los, o controle de sua eficácia, a
correção de problemas e a análise e revisão do sistema, estão entre esses
elementos.
Por muito tempo se trabalhava de forma ilegal, as empresas não se importavam com
a questão ambiental, mas com a globalização e as mudanças vem se mudando essa
questão. As organizações públicas ou privadas vêm buscando formas de conduzir
essa gestão ambiental de maneira adequada, capacitando seus colaboradores,
através do aprendizado contínuo, para que estes possam estar hábeis e capazes de
atender as demandas da sociedade, agindo de forma eficiente.
São crescentes os avanços tecnológicos no mundo, e com o conhecimento
constante acaba existindo mudanças no modo de se trabalhar, nos processos de
produção e no perfil do trabalhador, havendo uma valorização de outro recurso,
além dos ativos financeiros e físicos, o conhecimento. E com isso cresce a busca de
modelos para desenvolver estratégias ligadas à informática de melhor estruturação
administrativa nas empresas. Segundo o site da Usina Hidroelétrica de Itaipu
podemos citar seu modelo de gestão ambiental que desenvolve através de quatro
fundamentos que são voltados para o manejo de conservação do meio ambiente:
O primeiro manejo corresponde a procedimentos e metodologia da norma NBR ISO
14001 que contém princípios da qualidade, como o ciclo PDCA (Planejamento,
Execução, Verificação e Análise Crítica, e Revisões) e também o levantamento e
ações corretivas para as causas dos impactos ambientais significativos.
Já o segundo consiste na gestão da informação territorial que coleta, organiza e
fornece informações sobre o território para a usabilidade de vários níveis gerenciais
e equipes de programas da usina e outros usuários das águas. Esta gestão baseia-
se na estruturação de um Cadastro Técnico Multifinalitário4, que compatibiliza os
4 De acordo com LOCH (1998) o Cadastro Técnico Multifinalitário é uma área de pesquisa intradisciplinar que envolve conhecimentos desde as medidas cartográficas até ao nível dos imóveis,
22
bancos de dados, o geoprocessamento, a infra-estrutura de informática e os
recursos da cartografia temática.
O terceiro fala sobre a Gestão Participativa que promove a participação de
colaboradores, funcionários, parceiros e comunidade em programas, planos ou
projetos de natureza interdisciplinar. Esse processo se organiza e opera por meio de
Comitês Gestores, que passam a gerir as iniciativas de forma conjunta e
participativa, com apoio de aproximadamente 1,3 mil parceiros (prefeituras, ONG’s,
órgãos públicos federais e estaduais, cooperativas, associações, assentamentos de
trabalhadores rurais etc), distribuídos em comitês de microbacias.
O quarto e último manejo consiste na Gestão por Programas que possibilita o
acompanhamento das iniciativas socioambientais por meio de uma estrutura
matricial desenvolvida pela Sala de Projetos, instalada em Curitiba. Técnicos da
Itaipu seguem o Planejamento Estratégico da empresa dentro do trabalho de
monitoramento dos programas e projetos.
Sendo assim é a sociedade que permite que uma empresa continue com suas
produções, mas os detentores de recursos não estão dispostos a arriscar seus
patrimônios em empresas que não tomam medidas preventivas na área ambiental
(KRAEMER, 2006).
2.4 Legislação de proteção ao meio ambiente voltada para Tecnologia da Informação.
Várias empresas multinacionais na área de TI já estão na luta contra a degradação
do meio ambiente. Como exemplo, há as gigantes Google e Intel que fazem seu
papel já a algum tempo como o redução de energia, que tem como consequência a
diminuição dos gases do efeito estufa. As empresas de telecomunicações, como a
Nokia e Motorola, já coletam suas baterias e encaminham para a reciclagem,
podendo ser reaproveitadas para a fabricação de novas baterias. Observando
algumas dessas iniciativas, imagina-se um futuro onde cada ação, sendo de
a legislação que rege a ocupação do solo, bem como uma avaliação rigorosa da melhor forma de ocupação deste espaço para se obter o desenvolvimento racional da área.
23
empresas ou pessoas, seja repensada e tenha uma postura voltada ao meio
ambiente (GARCIA & MILAGRE, 2008).
As atitudes dessas empresas em preservar o meio ambiente só foram possíveis
graças a pressões constantes quando essas não adotavam iniciativas verdes.
Segundo Garcia e Milagre (2008) uma das primeiras leis que pressionaram as
empresas de TI aconteceu na União Européia, criada em julho de 2006, a polêmica
lei do sem chumbo (lead-free), ou RoHS Directive (Restriction of Certain Hazardous
Substances) que significa Diretiva de Restrição de Certas Substâncias Perigosas,
que segundo (AGUILAR, 2009) essa lei proibiu que certas substancias perigosas
como: cádmio (Cd), mecúrio (Hg), cromo hexavalente (Cr(VI)), bifenilos
polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs), e chumbo (Pb), fossem
empregadas em equipamentos eletrônicos. Fazendo com que as empresas de TI se
adaptem com a realidade existente nos países da Europa. Não sendo tão fácil
assim, pois considerando o alto custo envolvido como também a solda tradicional
que é bastante utilizada nos aparelhos eletrônicos, onde sua composição em regra é
de 60% de estanho e 20% de chumbo.
Após a criação da RoHS, as empresas, industrias e importadores também tem o
objetivo de se responsabilizar pelo “ciclo de vida” dos produtos que insere no
mercado de consumo. Porém, essa lei vem causando algumas discursões em se
tratando do seu “efeito colateral”. Alguns desses efeitos são: a teoria do reciclável
poluidor, onde alega que a reciclagem tecnológica polui tanto quanto a disposição do
lixo eletrônico em aterros, outro efeito é sobre a reciclagem dos componentes que
serão transformados em outros, onde estes sofrem alta temperatura em suas ligas,
diminuindo assim sua vida útil (Garcia e Milagre, 2008).
Os países que mais sofreram com essa diretiva foram os emergentes asiáticos que
são os maiores exportadores de eletrônicos atualmente, onde esses precisavam se
adequar para não perder a competitividade e são um dos maiores importadores de
resíduos e equipamentos usados dos países desenvolvidos, onde não possuem um
setor de tratamento adequado (Ansanelli, 2008).
24
A RoHS tem trazido grandes impactos globais e atinge toda a cadeia de produtores
de diferentes seguimentos. Os países desenvolvidos estão mais bem preparados e
dispostos a se adequar de forma inovadora e competitiva a diretiva RoHS. Um
exemplo desse sucesso de transformação foi o Japão, que implantou um sistema de
inovação, para eliminar completamente o chumbo da solda.
Outro grande passo dos países da Europa foi a criação da Diretiva para o Lixo
Elétrico e Equipamentos Eletrônicos chamada de WEEE (Waste Electrical and
Electronic Equipment Directive). Com o objetivo de preservar a natureza, essa
diretiva determina metas de coleta e reciclagem aos fabricantes de eletrônicos que
ficam com toda a responsabilidade sobre os seus produtos, obrigando a essas
empresas prover infraestrutura para a coleta de quando este estiver em desuso ou
se torne lixo. Outra disposição bastante importante também da WEEE é a de
garantir que sejam lançados resíduos químicos originários de eletrônicos, como
exemplo do chumbo e do mercúrio, para torná-los menos agressivos ao meio
ambiente (AGUILAR, 2009).
Estudo indica que, diante de todo o aparato tecnológico como celulares,
computadores, televisões e outros, um cidadão inglês produzirá ao longo de sua
vida cerca de 3.3 toneladas de sucata digital, podendo, com todo esse material, criar
uma escultura, em forma humana, gigante de sete metros de altura. Foi exatamente
isso que aconteceu, o WEEE MAN (Homem WEEE) representado na Figura 3, é
uma obra enorme onde esse conceito foi desenvolvido por
Mark Knowles Freemantle e Hugh Knowles da empresa RSA e projetada pelo artista
plástico Paul Bonomini com o objetivo de representar que, uma família de classe
média é capaz de causar grandes impactos ao meio ambiente (DODDS e
VENABLES, 2005).
25
Figura 3: O WEEE MAN Construido com os eletrônicos que os britânicos jogam fora.Fonte: Photographersdirect.com
A legislação tem grande importância para o tratamento adequado do lixo
tecnológico. Pois, é através das leis que se torna possível obrigar fabricantes a
utilizarem componentes biodegradáveis, ao invés de tóxicos; exigir das empresas
que importem ou vendam produtos eletroeletrônicos além do recolhimento desses
produtos após o uso; e proibir o usuário de jogá-los em qualquer lugar, devendo este
entregá-los em locais específicos informados.
2.4.1 Legislação Nacional.
No Brasil, a questão da destinação de produtos eletroeletrônicos e seus
componentes estão dispostos na Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que Institui
a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e prevê que os fabricantes, importadores e
comerciantes sejam responsáveis por recolher e destinar o lixo eletrônico. Essa Lei
dispõe sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes
relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluída os
perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos
instrumentos econômicos aplicáveis. Segundo LEI (Nº 12.305, 2010, § 1º, p. 1)
“Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito
26
público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos
sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos”.
De acordo com a LEI (Nº 12.305, 2010, § 1º, p. 1) essa Política integra a Política
Nacional do Meio Ambiente e articula-se com a Política Nacional de Educação
Ambiental, regulada pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, com a Política Federal
de Saneamento Básico, regulada pela Lei nº 11.445, de 2007, e com a Lei nº
11.107, de 6 de abril de 2005.
Ainda a Lei (Nº 12.305, 2010, Art. 6º e 7º) os princípios e objetivos da Política
Nacional de Resíduos Sólidos são:
Princípios: pode-se destacar a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos; o
desenvolvimento sustentável; a ecoeficiência, visando fornecimento de bens e
serviços de um melhor custo-benefício e redução de impactos ambientais; a
cooperação entre setor público e privado e demais segmentos da sociedade; a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; o reconhecimento
do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social;
o direito da sociedade à informação e ao controle social; a razoabilidade e a
proporcionalidade.
No Art. 7º desta lei estão dispostos os objetivos da Política Nacional de Resíduos
Sólidos, que incluem a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; a não
geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem
como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Dentre os demais
objetivos, a respeito do uso da tecnologia da informação, foram definidos:
- A adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
minimizar impactos ambientais; e
- A prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;
27
b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de
consumo social e ambientalmente sustentáveis; XII - integração dos catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
Nesta lei, em seu Art. 33, são definidos os responsáveis pelo destino dos resíduos
de eletrônicos. Sendo que os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes de produtos eletroeletrônicos e seus componentes são obrigados a
estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos
produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de
limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos.
Ainda nesta lei, são analisadas as diretrizes aplicáveis aos resíduos sólidos, onde
sua gestão e gerenciamento devem ser ressaltados na seguinte ordem de
prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Essa lei pretende disciplinar o melhor tratamento desse material em todo o Brasil,
acerca de planos municipais e regionais e, também do plano nacional que será
gerido pelo Ministério do Meio Ambiente. A partir da criação desta lei, ficou
regulamentado que todos os municípios devem criar um plano diretor a respeito
desse tema, para que em agosto de 2014 não poderá haver mais nenhum lixão a
céu aberto no país.
2.5 Visão geral dos possíveis caminhos do lixo computacional
Pelas diversas razões já colocadas o computador é descartado. Geralmente quando
é descartado ocorre por duas razões principais, como exemplos por algum dano ou
até mesmo por ter se tornado uma maquina obsoleta.
A partir desse descarte, a depender da razão pela qual foi feito, terá distintos
caminhos a percorrer.
Quando o descarte for realizado por obsolescência, existem algumas soluções a
serem atingidas como a doação dos mesmos. Este tipo de atitude é de importância
28
para a sociedade uma vez que podem ser destinados a ações de inclusão digital e
projetos sociais. Assim não há apenas a preocupação com o meio ambiente, mas
também estimulando assim a questão da sustentabilidade social.
O descarte do computador e/ou de seus componentes pelos mesmos estarem
danificados, os configura como lixo computacional, já que não poderão ser utilizados
na sua forma de origem.
Assim, deve ser destinado à reciclagem, uma vez que, como cita Pinto (2009, p. 36)
“uma das soluções mais indicadas para o tratamento do lixo eletrônico é a
reciclagem” e, segundo Calvão et al (1999, p. 265) “uma boa parte dos resíduos
provenientes da sucata eletroeletrônica é reciclável. Por exemplo, o alumínio, o
ferro, o cobre e até mesmo o ouro podem ser retirados de computadores fora de
linha e reutilizados em modelos novos, mas poucos são os países que dominam a
tecnologia de separação desses materiais”.
A Lei nº 12.305, de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, determina que o recolhimento e destinação correta do lixo computacional é
responsabilidade dos fabricantes, importadores e comerciantes.
Segundo Calvão et al (1999, p. 265), “a reciclagem de computadores é um processo
de separação no qual determinados componentes de um produto são selecionados”,
tanto por processos manuais, como se utilizando alta tecnologia.
As matérias-primas são então redirecionadas para novos mercados. Assim como
componentes selecionados podem ser reutilizados (em upgrades, por exemplo) e
encaminhados para ações de inclusão digital, assim como os computadores
obsoletos.
Porém, ainda há uma parte deste lixo que não é tratada, sendo destinada ao lixo
comum, com os demais resíduos sólidos, para lixões ou aterros sanitários. Essa
forma de descarte leva à poluição do meio ambiente pelos metais pesados que são
liberados. A Figura 4 ilustra os possíveis caminhos do lixo computacional descritos,
na forma de fluxograma.
29
Figura 4: Percepção do problema por fluxograma.
Fonte: Calvão et al (1999, p. 263)
30
3 Estudo de Caso
3.1 Sobre a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso
O município de Paulo Afonso, localizado no estado da Bahia, pertence à micro-
região homogênea nº 147 – Sertão de Paulo Afonso. Ocupa uma área territorial de
1.580 quilômetros quadrados e possui uma população de 108.419 habitantes
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 2010).
A Prefeitura Municipal de Paulo Afonso tornou-se o campo de estudo desta
pesquisa, pois a administração pública é uma ampla consumidora e usuária de
equipamentos tecnológicos, além de utilizar um grande número de computadores,
tendo então papel estratégico na promoção e indicação de novos padrões de
consumo e devendo ser exemplo na redução de impactos socioambientais negativos
gerados pela atividade pública.
Segundo a direção do setor de Assessoria de Modernização e Informática, eles
atendem todos os setores da prefeitura que são: gabinete do prefeito, procuradoria
geral do município, controladoria geral do município, secretaria municipal de
planejamento e orçamento, secretaria Municipal de administração e finanças,
secretaria municipal de educação e cultura, escolas municipais, secretaria municipal
de infraestrutura e meio ambiente, secretaria municipal de serviços públicos,
secretaria municipal de desenvolvimento econômico, secretaria municipal de saúde
e secretaria municipal de assistência social. Além do mais, atende também algumas
instituições que pertencem a outros domínios como é o caso da Polícia Militar de
Paulo Afonso e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Na Figura 5, abaixo, é
mostrado o organograma da prefeitura municipal de Paulo Afonso.
31
Figura 5: Organograma da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso Fonte: Adaptado da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso
O setor de Assessoria de Modernização e Informática faz parte da Secretaria
Municipal de Planejamento e Orçamento, sendo que esta Secretaria possui vários
outros setores.
Para ilustrar a quantidade de departamentos pelos quais o setor pesquisado atende,
pode-se citar alguns dados das maiores secretarias da prefeitura – a Secretaria
Municipal de Educação, a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria de
Municipal de Desenvolvimento Social.
Segundo estatística do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE
(2010) a Secretaria de Educação do município de Paulo Afonso atende a 16.994
alunos e contem 65 escolas municipais. Já o Sistema de Saúde do Município, além
dos órgãos privados e públicos federais e estaduais, possui 39 estabelecimentos de
saúde públicos municipais (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,
2009). E segundo a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, a Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Social possui vinte e um programas, incluindo o Programa de
Escola de Informática para a melhor idade, onde somente nele há dez computadores
em uso.
32
Sendo assim, são vários setores que a prefeitura dá suporte em relação a tecnologia
da informação. Esse setor realiza praticamente todos os serviços relacionados a TI,
desde a simples instalação de um computador até o gerenciamento do mesmo.
O setor de Assessoria de Modernização e Informática é estruturada em um ambiente
com quatro salas, onde uma sala é especializada em dar suporte ao sistemas
implantados na prefeitura, a sala que está na Figura 6, dá suporte a hardware e é
onde acontece a fiscalização e planejamento. Existe também a sala de análise e
reaproveitamento das peças, mostrada na Figura 8, no subcapitulo resultados e
discussões, onde é feito a recuperação de equipamentos danificados. E por último a
sala dos servidores que comporta todo o sistema da prefeitura. O setor de
Assessoria de Modernização e Informática se encontra no prédio da prefeitura
municipal de Paulo Afonso, localizado na Avenida Apolônio Sales, número 925, no
centro de Paulo Afonso.
Figura 6: Setor de Assessoria de Modernização e Informática da PMPAFonte: Silva, 2011.
33
Esses profissionais dão suporte aos quatrocentos e oitenta computadores presentes
na prefeitura, distribuídos em todos os setores citados acima.
3.2 Discussão da entrevista realizada
Foi aplicada uma entrevista no setor de Assessoria de Modernização e Informática
da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso. Essa entrevista foi realizada no mês de
fevereiro de 2011, no próprio setor, com a Direção de Tecnologia.
No que se refere à existência de um sistema de Gestão Ambiental na área de TI da
Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, de acordo com o entrevistado não existe um
projeto documentado sobre o assunto. No entanto ele referiu que algumas medidas
são tomadas para que exista o mínimo de gestão. Porém, conforme AGUILAR
(2009, p.19), “no caso do setor público, o governo tem papel fundamental na
consolidação do desenvolvimento sustentável, é necessário ter uma atitude
extremamente coerente, pois é ele que estabelece leis, normas e critérios
ambientais que devem ser seguidos e respeitados por todos”. Sendo assim a criação
de um Sistema de Gestão Ambiental, incluindo a área de TI é de fundamental
importância para a garantia deste papel de consolidação.
Quando questionado se a prefeitura possui um sistema de gerenciamento de lixo
computacional, afirmou que a instituição se preocupa com o descarte de
equipamentos obsoletos.
Observa-se então que não há um sistema de gerenciamento pensado para o
descarte de resíduos computacionais. A ausência de sistemas de gestão ambiental
e de gerenciamentos de resíduos desta natureza é preocupante, pois, uma vez que
não existem, não tem como haver atividades de planejamento, responsabilidades,
práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar,
atingir, analisar criticamente e manter uma política ambiental.
Quanto à questão se existe alguma lei municipal que normatiza e define como deve
ser feito o descarte do lixo computacional a resposta obtida é que especificamente
para o descarte de resíduos sólidos computacionais não existe, utilizam-se as regras
34
aplicadas aos patrimônios em geral. Um dos pontos de grande importância na área
de sustentabilidade e descarte de resíduos sólidos é a questão da normatização.
Pode-se perceber que são necessárias leis que fundamentem as ações, pois a partir
das mesmas é que se torna possível a fiscalização dos órgãos e a cobrança da
população, por meio da participação popular e controle social. Pelo exposto, surge a
necessidade de criação de Lei Municipal que normatize as ações.
35
Em seguida, foi questionado como é feita a coleta do lixo computacional na
Prefeitura. A informação dada foi que todo material obsoleto ou defeituoso é
encaminhado a Assessoria de Modernização e Informática da instituição e de acordo
com o estado do bem, o mesmo é concertado ou descartado.
36
Sobre o acondicionamento do lixo computacional, foi informado que a Assessoria de
Modernização e Informática guarda esses equipamentos em um deposito localizado
no ginásio de esportes Luís Eduardo Magalhães, mostrado na Figura 7, a seguir. E
que depois de transportados para essa área específica é direcionado para possível
leilão ou descarte.
37
Fonte: Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.
Figura 7: Depósito do lixo computacional da prefeitura municipal de Paulo Afonso
38
Fonte: Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.
39
A respeito de qual seria a frequência do descarte, a mesma não é determinada, e
sim sob demanda.
Para a pergunta sobre o que a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso faz com os
equipamentos de informática obsoletos ou quebrados, foi passado que há um
remanejamento de peças para outros equipamentos, com o objetivo de prolongar a
vida útil das máquinas até o limite possível, onde o hardware consiga atender aos
softwares necessários.
Quando perguntado se a prefeitura encaminha componentes para reciclagem foi
afirmado que o próprio departamento de informática é responsável por reutilizar
grande parte dos equipamentos, reaproveitando peças ou realizando pequenos
concertos.
Em seguida foi questionado se há uma análise do reaproveitamento das peças
quando um computador quebra, com resposta positiva de que certamente acontece
e que os técnicos do departamento de informática reaproveitam todas as peças
possíveis. Essa análise acontece no próprio setor de informática como demonstrado
na Figura 8.
Figura 8: Sala de análise e reaproveitamento das peças.Fonte: Silva, 2011.
40
Quanto à questão de a prefeitura disponibilizar computadores, que se enquadram
como obsoletos, para pessoas ou outras instituições interessadas, por meio de
doação, a informação é de que ocorre apenas mediante uma requisição por parte
dos interessados no gabinete do prefeito.
A partir destas questões foi observado que os equipamentos em desuso são
direcionados a um local específico onde ficam armazenados até um possível leilão
ou venda. Todos os componentes que poder ser reaproveitados são reutilizados, e
os eletrônicos que não se enquadram nas opções anteriores são descartados
juntamente com os resíduos sólidos comuns. Esse tipo de descarte é incorreto, pois
pode haver contaminação do solo, de lençóis freáticos, prejudicando o meio
ambiente e a saúde humana. O correto seria, encaminhar para a reciclagem ou
segundo a Lei Nº 12.305 de 2010, retornar esses equipamentos para as empresas
fabricantes ou comerciantes dos mesmos.
Quanto a preferência de fazer upgrade a comprar novos equipamentos de
informática, a resposta foi que o equipamento a ser adquirido pela instituição é
licitado com previsão de uso para até quatro anos, neste tempo o equipamento
segundo a direção do setor pode vir a ter 80% de depreciação, esse dado inviabiliza
o upgrade dessas máquinas, portanto é mais eficiente por parte da administração
adquirir novos equipamentos.
De acordo com a questão se a Prefeitura dá preferência à compra de equipamentos
ecologicamente corretos (com selo verde), a resposta foi que não há essa
preferência, pois a instituição adquire seus equipamentos por modalidade de
licitação, objetivando a concorrência entre as empresas e uma diminuição
significativa nos preços dos equipamentos. Porém, como afirma DOROCINSKI
(2007, p. 21):
É necessário adequar os contratos públicos às concepções do
consumo sustentável, através da implantação de licitações
sustentáveis, incluindo em suas ações a inserção de critérios
ambientais, voltados à conservação e preservação do meio
ambiente, na especificação dos objetos que constam no
41
sistema de compras, e a instituição de uma “marca” que diferencie
produtos e/ou serviços ambientalmente sustentáveis, baseada em
critérios de rotulagem ambiental ou selo verde.
Sobre o questionamento da existência de um levantamento quantitativo dos
computadores em uso e desuso na prefeitura, foi respondido que não. Sendo assim,
não se tem um levantamento quantitativo de computadores em uso e computadores
em desuso, impressoras em uso e em desuso, monitores em uso e em desuso e
nem de periféricos em desuso.
Questionado se a prefeitura oferece instruções ou treinamentos para os profissionais
de TI sobre o descarte dos produtos tecnológicos, houve resposta negativa, porém
foi afirmado que existe orçamento disponível, no entanto falta oportunidade.
Finalizando a entrevista se questionou quais seriam as perspectivas para o futuro do
descarte do lixo computacional da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso. A resposta
obtida é que por enquanto as medidas adotadas são de Leilão e venda para
terceiros.
Portanto verifica-se que já há um conhecimento na área de TI verde e destinação de
resíduos sólidos eletrônicos, mas por falta de um sistema de gestão ambiental e
legislação municipal na área, ainda há práticas incorretas do descarte do lixo
computacional na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.
3.3 Proposta de descarte do lixo eletrônico
Como sugestão para a melhoria do sistema de gerenciamento do lixo computacional
da prefeitura municipal de Paulo Afonso seria o de criar um projeto de centro de
descarte do lixo tecnológico, onde precisaria de um espaço com capacidade para
suportar não só o lixo eletrônico produzido na prefeitura, mas também fazer o
acondicionamento do lixo produzido pela população pauloafonsina. Após criado esse
local de acondicionamento do lixo, viria um outro passo, que seria o de conscientizar
as pessoas da cidade a separar o lixo eletrônico do lixo comum. Após essa
separação haveria o descarte das seguintes formas:
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A prefeitura poderia criar um sistema de coleta do lixo eletrônico para que
quando as pessoas colocassem esse lixo em suas portas, seria recolhido pelo
transporte público e transportado para o centro de descarte do lixo tecnológico;
Outra maneira de descarte seria que as pessoas levassem a um local de
recolhimento, que esse local poderia ser criado em cada bairro pela prefeitura ou
armazenado temporariamente em algum setor da prefeitura, para que depois
seja transportado para o centro de descarte desse lixo.
No estudo de caso foi falado que o setor de Assessoria de Modernização e
Informática já faz o recolhimento dos equipamentos danificados da prefeitura para
uma possível analise que, verifique que o produto tenha reutilização ou não. E
quando não há mais como reutiliza-lo, era armazenado no deposito localizado no
ginásio de esportes Luís Eduardo Magalhães. Esse procedimento continuaria
paralelamente com a solução citada logo acima, mas com uma simples diferença
que o acondicionamento não iria mais acontecer no antigo depósito, e sim no centro
de descarte do lixo tecnológico.
Quando o lixo já estiver neste centro, seria necessária a separação das peças em
categorias por tipo de materiais, como plásticos, metais, placas eletrônicas, cabos,
etc., para destinar as empresas responsáveis por reciclagem do lixo eletrônico de
acordo com a Lei Nº 12.305, 2010, Art. 6º e 7º.
Mas para a realização desse processo de separação e categorização das peças,
assim como a coleta do lixo eletrônico, só é possível se houver a contratação e/ou
capacitação de pessoas para este novo setor, que traria benefícios para a sociedade
com a criação de novos empregos e a redução dos impactos ambientais.
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4 Considerações finais
A Tecnologia da Informação estará sempre em constante evolução. A tendência é
de novas descobertas e melhorias. A partir deste estudo, podemos perceber que
aliado ao crescimento tecnológico deve haver o cuidado com o meio ambiente.
Neste enfoque, a Tecnologia da Informação Verde, a cada dia vem ganhando mais
espaço, sendo praticada por diversas empresas.
Nesta pesquisa foi abordado principalmente ações de TI verde com relação ao o lixo
computacional, um problema crescente e que deve ter destaque nas pautas de
planejamento em gestão ambiental. Além de ações realizadas por empresas, é de
fundamental importância a preocupação das três esferas de governo, de programas
e políticas de gerenciamento de resíduos sólidos eletrônicos e criação de leis que
normatizem as práticas na área.
Em conjunto ao esforço de instituições públicas e privadas e do governo, a
conscientização da humanidade é fundamental, uma vez que o problema do lixo
computacional não se restringe apenas a sua destinação final, mas sim de uma
sociedade que necessita sair do círculo vicioso do consumismo. A mudança desse
modelo de sociedade perpassa por uma mudança de percepção de mundo e de
valores.
A abordagem dos 5 Rs da educação ambiental na sociedade atual deve ser
colocada em prática por todos, não apenas direcionando ao uso da Tecnologia da
Informação, mas também a todos os aspectos da vida.
No estudo de caso na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, pode-se perceber que
ainda há um longo percurso e muitas estratégias a serem traçadas sobre o
gerenciamento do destino do lixo computacional. Há um grande esforço em reutilizar
os componentes o máximo possível, porém ainda há o descarte, não há destinação
para a reciclagem de componentes e para a compra de novos produtos, ainda é
dado prioridade ao valor, e não para produtos “verdes”.
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Um resultado positivo foi a constatação de que a direção e os técnicos do órgão
responsável pela TI na Prefeitura Municipal de Paulo Afonso possuem conhecimento
sobre a TI verde, o que possibilita a abertura de novos caminhos na área.
Dentre os desafios encontrados na esfera do governo municipal são a criação de
uma Política Ambiental e de um Sistema de Gestão Ambiental que realmente
indique e determine as práticas da TI verde. Outro desafio, é a priorização do preço
e não a certificação de um produto com “selo verde”, pois, para a aquisição deste
produto é necessário desembolsar um valor maior do que um produto convencional.
4.1 Trabalhos futuros
Quando realizado o estudo de caso, se percebeu a necessidade de novos trabalhos
na instituição ainda na área de TI verde, porém enfocando o gasto de energia na
Prefeitura Municipal de Paulo Afonso. Outra perspectiva para trabalhos futuros seria
a criação de legislação municipal na área de TI verde.
45
Referências
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SP terá centro para descartar lixo eletrônico. ? Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/sp-tera-centro-para-descartar-lixo-eletronico> Acessado em: 10/12/2010.
Você sabe o que fazer com seu lixo eletrônico? Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/jovem/digital_news/voce-sabe-o-que-fazer-com-seu-lixo-eletronico> Acessado em: 10/12/2010.
51
Apêndice
Entrevista
FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE
CURSO DE BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
VIII PERÍODO – NOTURNO
Aluno: Bruno Leonardo Pontes Silva
Entrevista com o gestor de TI da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso para o Trabalho de Conclusão de Curso.
1. Existe um sistema de Gestão Ambiental na área de TI da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso?
Não existe um projeto documentado sobre o assunto, no entanto, algumas medidas são tomadas para que exista o mínimo de gestão.
2. A prefeitura possui um sistema de gerenciamento de lixo computacional?
Certamente, a instituição se preocupa com o descarte de equipamentos obsoletos.
3. Existe alguma lei municipal que normatiza e define como deve ser feito o descarte do lixo computacional?
Especificamente não, utilizam-se as regras aplicadas aos patrimônios em geral.
4. Como é feita a coleta do lixo computacional na Prefeitura?
Todo material obsoleto ou defeituoso é encaminhado a Assessoria de Modernização e Informática da instituição, de acordo com o estado do bem o mesmo é concertado ou descartado.
5. Como é acondicionado esse lixo?
A Assessoria de Modernização e Informática guarda esses equipamentos em um deposito localizado no ginásio de esportes Luís Eduardo Magalhães.
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6. O que a Prefeitura Municipal de Paulo Afonso faz com os equipamentos de informática obsoletos ou quebrados?
Remanejamento de peças para outros equipamentos, com o objetivo de prolongar a vida útil das máquinas até o limite possível, onde o hardware consiga atender aos softwares necessários.
7. Como é feito o descarte dos equipamentos de informática?
São transportados para uma área específica para possível leilão ou descarte.
8. Qual a frequência do descarte?
Não existe uma frequência determinada.
9. Quando se faz o descarte, é pensado nos impactos ambientais?
Sim, todas as ações são executadas para proporcionar o bem estar dos contribuintes do município.
10.A prefeitura encaminha componentes para reciclagem?
O próprio departamento de informática é responsável por reciclar grande parte dos equipamentos, reaproveitando peças ou realizando pequenos concertos.
11.A prefeitura disponibiliza computadores, que se enquadram como obsoletos, para pessoas ou outras instituições interessadas, por meio de doação?
Sim, mediante uma requisição por parte dos interessados no gabinete do prefeito.
12.Na prefeitura, a preferência é fazer upgrade ou comprar novos equipamentos de informática?
1. O equipamento a ser adquirido pela instituição é licitado com previsão de uso para até 4 anos, neste tempo o equipamento pode vir a ter 80% de depreciação, esse dado inviabiliza o upgrade dessas máquinas, portanto é mais eficiente por parte da administração adquirir novos equipamentos.
13.A Prefeitura dá preferência à compra de equipamentos ecologicamente corretos (com selo verde)?
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Não, a instituição adquiri seus equipamentos por modalidade de licitação, objetivando a concorrência entre as empresas e uma diminuição significativa nos preços dos equipamentos.
14.Há um levantamento quantitativo dos computadores em uso e desuso na prefeitura? Caso tenha, preencha por favor os seguintes itens:
Computadores em uso: Não há Informação
Computadores em desuso: Não há Informação
Impressoras em uso: Não há Informação
Impressoras em desuso: Não há Informação
Monitores em uso: Não há Informação
Monitores em desuso: Não há Informação
Periféricos em desuso: Não há Informação
15.A prefeitura oferece instruções ou treinamentos para os profissionais de TI sobre o descarte dos produtos tecnológicos?
Não, existe orçamento disponível, no entanto falta oportunidade.
16.Há uma análise do reaproveitamento das peças quando um computador quebra?
Certamente, os técnicos do departamento de informática reaproveitam todas as peças possíveis.
17.Quais as perspectivas para o futuro do descarte do lixo computacional da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso?
Leilão e venda para terceiros.