monografia capa grossa 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO LICENCIATURA EM QUÍMICA ANDRÉ LUIZ NASCIMENTO DE SOUSA O ALCOOLISMO E AS AULAS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

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Page 1: Monografia Capa Grossa 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

LICENCIATURA EM QUÍMICA

ANDRÉ LUIZ NASCIMENTO DE SOUSA

O ALCOOLISMO E AS AULAS DE QUÍMICA

NO ENSINO MÉDIO

FORTALEZA

Page 2: Monografia Capa Grossa 2

2009

Page 3: Monografia Capa Grossa 2

ANDRÉ LUIZ NASCIMENTO DE SOUSA

O ALCOOLISMO E AS AULAS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

Monografia submetida à Coordenação do

Curso de Licenciatura em Química da

Universidade Federal do Ceará, como

requisito parcial para a obtenção do grau

de Licenciado em Química.

Orientadora: Profª. Dra. Elisane Longhinotti.

FORTALEZA

2009

Page 4: Monografia Capa Grossa 2

ANDRÉ LUIZ NASCIMENTO DE SOUSA

O ALCOOLISMO E AS AULAS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

Monografia submetida à Coordenação do Curso de Licenciatura em Química da

Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de

Licenciado em Química.

Aprovada em: ____/____/________.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Profª. Dra. Elisane Longhinotti

Universidade Federal do Ceará - UFC

________________________________________

Profª. Dra. Selma Elaine Mazzeto

Universidade Federal do Ceará - UFC

________________________________________

Prof. Dr. Pierre Basílio Almeida Fechine

Universidade Federal do Ceará - UFC

Page 5: Monografia Capa Grossa 2

À minha esposa Wilsa, pela força e

paciência com que suportou

momentos difíceis, enquanto eu

buscava esta conquista.

À memória de minha mãe Maria José

Nascimento Sousa, meu pai José

Valentim de Sousa, e meu irmão José

Nascimento Sousa, que com certeza

exultariam com o meu triunfo.

Page 6: Monografia Capa Grossa 2

AGRADECIMENTOS

Primeiro a Deus, por sempre me dar força nos piores momentos,

fazendo-me reerguer sempre, em busca da vitória.

Aos meus colegas que nunca mediram esforços para me ouvir e

ajudar na árdua caminhada.

À professora Elisane, que de pronto, aceitou me orientar e sempre

me incentivou a estabelecer metas e cumprir os prazos previstos para os

trabalhos, contribuindo para meu sucesso nesta jornada.

À professora Selma, que com dedicação e competência, nos

transmitiu o máximo de conhecimentos a fim de propiciar minha vitória e a de

meus colegas nessa empreitada.

E à minha família, em especial minha esposa, por torcer e me

apoiar sempre na busca dos meus objetivos.

Page 7: Monografia Capa Grossa 2
Page 8: Monografia Capa Grossa 2

RESUMO

O álcool tem sido considerado pela Organização Mundial de Saúde um dos maiores

vilões da saúde pública. No Brasil, o percentual de usuários já ultrapassa os setenta

por cento. Os jovens constituem a camada da população mais vulnerável à ingestão

alcoólica e a idade média em que se inicia o consumo está diminuindo, o que pode

aumentar o número de alcoolistas com menos de 40 anos. O número de

informações a respeito do tema tem sido apontado como fator primordial para a

prevenção dessa problemática. Neste aspecto, objetivou-se levantar dados sobre o

grau de conhecimento detido pelos adolescentes de algumas escolas públicas de

Fortaleza no que concerne ao álcool e seus desdobramentos, propondo aulas de

Química contextualizadas sobre a temática, como um meio de prevenção nas

escolas. Foi realizada pesquisa de campo, com aplicação de 565 questionários. Os

resultados apontaram um elevado número de jovens que fazem uso alcoólico, com

um percentual acima de 70% para ambos os sexos. Quanto ao grau de

conhecimento dos jovens, observou-se que a grande maioria dos que inicialmente

supunha conhecer o assunto, resolveu modificar suas respostas ao término do

questionário, alegando estarem enganados quanto ao que, de fato, sabiam a

respeito. Além disso, nas respostas aos questionários, os adolescentes mostraram

que possuem pouco conhecimento químico que os capacitem a reconhecer e

entender os efeitos do álcool no organismo. O estudo em epígrafe vem mostrar que

se faz necessária uma abordagem mais significativa sobre o tema pelos professores

em sala de aula, especialmente para os adolescentes, de forma contextualizada e

despertando o interesse do educando pelo tema, levando os alunos a refletir sobre

como deverão se portar frente às bebidas, a fim de que não se tornem novos

alcoolistas. O estudo mostrou-se em consonância com outros autores no sentido de

que a informação ministrada sob diversas formas possíveis e aliada a campanhas de

prevenção, projetos ou na ação direta do professor é primordial na tarefa de prevenir

o alcoolismo.

Page 9: Monografia Capa Grossa 2
Page 10: Monografia Capa Grossa 2

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura química do etanol............................................................. 15

Figura 2: Classificação dos alcoóis................................................................. 15

Figura 3: Esquema reacional de oxidação de alcoóis..................................... 15

Figura 4: Reação de oxidação do etanol pelo dicromato de potássio............. 17

Figura 5: Esquema de formação de aldeído pela oxidação de etanol por cromato........................................................................................... 17

Figura 6: Mecanismo de Formação de ácido carboxílico pela oxidação do etanol por cromato.......................................................................... 18

Figura 7: Esquema de destilação usado em laboratório................................. 20

Figura 8: Alambique, usado na indústria para produção de aguardente........ 20

Figura 9: Comparação da quantidade de alunos por faixa etária................... 28

Figura 10: Comparação do percentual de consumidores do sexo masculino e feminino....................................................................................... 29

Figura 11: Local onde se deu o primeiro contato do adolescente com o álcool.............................................................................................. 30

Figura 12: Análise do nível de conhecimento que o aluno considera ter sobre o álcool.................................................................................. 31

Figura 13: Análise dos conhecimentos gerais dos alunos sobre os efeitos do álcool no organismo........................................................................ 32

Figura 14: Percentuais de acertos da 7ª questão para o 1º e 3º ano.............. 33

Figura 15: Número de acertos da 7ª questão para o 2º ano............................ 34

Figura 16: Número de acertos da 8ª questão para o 2º e 3º anos................... 35

Figura 17: Análise dos conhecimentos químicos do aluno sobre o álcool....... 37

v

Page 11: Monografia Capa Grossa 2

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 9

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................... 12

2.1 Alcoolismo: Conceituação................................................................ 12

2.2 Aspecto Histórico do Alcoolismo.................................................... 12

2.3 Álcool: a droga preferida entre os estudantes brasileiros............ 13

2.4 Aspectos Químicos do Etanol.......................................................... 14

2.4.1 Definição de álcool.............................................................................. 14

2.4.2 Classificação dos alcoóis..................................................................... 15

2.4.3 Reações de oxidação de alcoóis......................................................... 15

2.4.4 O Bafômetro de Dicromato de Potássio (K2Cr2O7) ............................. 16

2.4.5 Mecanismo das Oxidações por Cromato............................................. 17

2.4.6 Obtenção do etanol: Fermentação e Destilação.................................. 18

2.4.7 Absorção do etanol pelo organismo.................................................... 20

2.4.8 Metabolismo do álcool no organismo.................................................. 22

2.4.9 Oxidação do etanol e a ressaca.......................................................... 24

2.4.10 O Etanol no Sistema Nervoso Central (SNC) ..................................... 24

3 OBJETIVOS........................................................................................ 25

3.1 Objetivo Geral.................................................................................... 25

3.2 Objetivos específicos........................................................................ 25

4 METODOLOGIA.................................................................................. 26

4.1 Escolha das escolas para o estudo................................................. 26

4.2 Amostragem de alunos..................................................................... 26

4.3 Questionário...................................................................................... 27

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................... 28

5.1 Avaliação da faixa etária dos alunos entrevistados....................... 28

5.2 Avaliação dos níveis de ingestão de álcool entre homens e

mulheres nos dois grupos de escolas............................................ 28

5.3 Avaliação do local onde se deu o primeiro contato com o álcool 30

5.4 Avaliação do nível de informação a respeito dos efeitos do

álcool no organismo.......................................................................... 31

5.5 Avaliação dos conhecimentos gerais do aluno sobre os efeitos 32vi

Page 12: Monografia Capa Grossa 2

do álcool.............................................................................................

5.5.1 Implicações nos neurônios.................................................................. 32

5.5.2 Implicações no Sistema Nervoso Central (SNC) e prejuízos sociais. . 33

5.6 Avaliação de conhecimentos químicos do aluno sobre o álcool. 35

5.7 Avaliação do conhecimento químico do álcool pelos alunos

do 1º Ano............................................................................................ 36

5.8 Prevenção do alcoolismo nas escolas............................................ 38

5.8.1 A relevância da prevenção na escola do Ensino Médio...................... 38

5.8.2 Abordagens preventivas das drogas nas escolas............................... 38

5.9 Medidas sugestivas da prevenção do alcoolismo nas escolas.... 40

5.9.1 A interdisciplinaridade como ferramenta facilitadora das abordagens

preventivas nas escolas...................................................................... 40

5.9.2 Relações entre a Química e outras ciências na abordagem do álcool

na busca pela prevenção do alcoolismo nas escolas.......................... 41

5.9.3 Os livros escolares de Química e de Biologia como instrumentos de

apoio à abordagem do álcool em sala de aula.................................... 41

5.9.4 Análise dos livros adotados pelas escolas no Ensino Médio............... 42

5.9.5 O que os livros escolares poderiam abordar com vistas à prevenção do alcoolismo?..................................................................................... 43

6 CONCLUSÕES................................................................................... 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 46

ANEXO A......................................................................................................... 50

ANEXO B......................................................................................................... 52

vii

Page 13: Monografia Capa Grossa 2

8

1 INTRODUÇÃO

As aulas de Química no Ensino Médio têm seu conteúdo normalmente

ligado a modos mecânicos de definições e nomenclaturas, uma forma tradicional de

educação onde resta ao aluno memorizar conteúdos descontextualizados do

cotidiano. O ensino proposto dessa forma não permite ao educando desenvolver o

raciocínio científico nem lhe capacita para o exercício da cidadania, (RODRIGUES

et. al., 2000). Por outro lado, estudos revelam que relacionar a Química com

questões do dia-a-dia, desperta o interesse dos alunos e possibilita um melhor

aprendizado (CARDOSO e COLINVAUX, 2000).

A interdisciplinaridade e a contextualização do que é ensinado, são

modos de abordagens de ensino bastante difundidas atualmente pelo Ministério da

Educação, cuja finalidade é interligar os conteúdos de todas as áreas do ensino,

fazendo uma relação lógica com os problemas do cotidiano, propiciando ao aluno o

desenvolvimento de conhecimentos amplos que correspondam a uma cultura geral e

não apenas de uma disciplina específica (MELLO, 1999). Dessa forma, o professor

de Química pode usar essas ferramentas buscando contribuir de algum modo para

minimização dos problemas que afetam a sociedade.

Dentre estes problemas pode-se citar o consumo de drogas como álcool e

tabaco, que tem causado grande impacto atualmente e foram considerados pela

Organização Mundial de Saúde (OMS), os maiores vilões da saúde pública mundial

durante o século XX. O tabaco sozinho teria matado mais do que todas as guerras

(cinco milhões de mortos por ano), fazendo um total de meio bilhão em cem anos.

Não menos importante mostra-se o álcool (droga lícita), cuja facilidade de

acesso permite o uso por grande parte da sociedade (quase 70% da população

brasileira já ingeriu bebidas alcoólicas pelo menos uma vez). O custo social

associado ao álcool é maior que o de todas as outras drogas. Seu uso excessivo

causa cirrose, problemas mentais e crises de violência como a doméstica, além de

50% de acidentes de trânsito com vítimas fatais estar associado ao consumo de

álcool (CARNEIRO e VIVARTA, 2005).

Trabalhos recentes mostram que, os maiores fatores de risco para o uso

indevido do álcool estão associados a pessoas que possuem saúde precária, têm

Page 14: Monografia Capa Grossa 2

9

fácil acesso às substâncias e não possuem informações adequadas sobre o uso do

álcool e outras drogas (BAUS et. al., 2002; CARNEIRO e VIVARTA, 2005).

Todos estes dados motivaram a formulação deste trabalho, onde se

propõe mais uma forma de contribuir para a prevenção o alcoolismo. Tendo como

oportunidade as aulas de Química do ensino médio, o professor poderá aumentar o

nível de conhecimento e reflexão dos alunos com relação ao álcool, suas

conseqüências para o indivíduo e para o meio em que vive.

A literatura não confirma a eficácia de abordagens exclusivamente

educativas no combate ao alcoolismo. No entanto, acredita-se que políticas públicas

associadas a medidas educativas podem oferecer contribuições significativas no

processo de prevenção ao uso do álcool (VIEIRA et. al., 2006). Além disso, não

estaria fora do papel do professor em Química o fato de procurar conscientizar os

jovens, abordando de forma contextualizada a problemática do álcool, uma vez que,

como detentor do conhecimento e com a oportunidade que os novos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN) (VIEIRA et. al., 2006) lhe conferem, pode levantar de

forma contextualizada e interdisciplinar, temas de sua disciplina, estando o

professor, desta maneira, no mínimo omisso, caso não trabalhe essa problemática

de tamanha relevância social.

Outro estudo (GIGLIOTTI, 2004) reforça ainda essa idéia, afirmando que a

política global de conhecimento e combate ao fenômeno do alcoolismo deve

considerar as peculiaridades, as características, os efeitos e as consequências do

uso do álcool. Ora, é conveniente admitirmos que um profissional indispensável

nessa política, seria um professor da área de Química, uma vez que ele além de

deter o conhecimento correlato, está ligado diretamente ao público mais vulnerável

ao álcool, os adolescentes (RONZANI et. al., 2009).

O uso de bebida alcoólica entre os jovens merece bastante

atenção, principalmente porque segundo a maioria das pesquisas realizadas, eles

formam o setor da população mais susceptível ao seu uso. (DEA, 2004) argumenta

que a adolescência e o início da vida adulta são marcados como um dos períodos

de vulnerabilidade aumentada – uma “janela de risco”. Devido a fatores subjetivos

e/ou culturais, nesses períodos (a terceira idade é um deles) ocorre um aumento da

probabilidade de consumo de álcool ou outras drogas e, portanto, dos problemas

associados a esse consumo.

Page 15: Monografia Capa Grossa 2

10

Outro fator importante que pode influenciar o consumo alcoólico pelos

jovens, são os meios de comunicação que devem exercer um papel vital na

construção de um debate qualificado e que tenha propostas capazes de subsidiar

adolescentes, jovens, famílias e escolas, no sentido de ocasionar mudanças efetivas

de comportamento. No entanto, a Agência de Notícias dos Direitos da Infância

(ANDI) acompanhou em 2001 os jornais A Notícia (SC), Jornal da Tarde (SP), O

Popular (GO), Valor Econômico (SP) e Zero Hora (RS), e constatou que os temas

tabaco e álcool na adolescência não foram foco central de nenhuma reportagem,

entrevista, artigo ou editorial.

Os mesmos dados também foram obtidos no que se refere à chamada

mídia jovem (suplementos de jornais e revistas dedicadas ao público adolescente),

quando foram avaliadas pela ANDI no mesmo ano, as revistas Atrevida e Toda

Teen, bem como suplementos de diversos jornais, dentre eles Adolescência/O Povo

(CE) (CARNEIRO e VIVARTA, 2005). Sob esse aspecto infere-se que a mídia mais

contribui como fator de risco do que como de prevenção ao uso de álcool pelos

jovens.

Page 16: Monografia Capa Grossa 2

11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Alcoolismo: Conceituação

O termo alcoolismo foi empregado pela primeira vez em 1856, pelo

médico sueco, Magnus-Huss, para designar os sinais e sintomas físico-psíquicos

surgidos pela excessiva ingestão de doses elevadas (e por tempo prolongado) de

bebidas alcoólicas (LAPATE, 2001). Jellinek, um dos mais brilhantes pesquisadores

do “Yale Center of Alcohol Studies”, define que o alcoolismo é qualquer uso de

bebidas alcoólicas que ocasione prejuízo físico e/ou interpessoais e correlaciona a

sua existência quando existe a perda da liberdade sobre o ato de beber ao indivíduo,

à sociedade ou a ambos. Essa teoria pode evidenciar uma das maiores

consequências do alcoolismo, o aprisionamento do alcoólatra ou perda de liberdade

sobre o ato de beber (FORTES, 1991). Jellinek considera o alcoolismo como doença

apenas se o indivíduo apresenta tolerância, abstinência e perda do controle sobre a

ingestão etílica.

Na definição da OMS, alcoolismo é uma doença complexa, caracterizada

por causas psicossomáticas presentes no indivíduo antes dela, cujo tratamento

convém recorrer a processos muito abrangentes que compreendem desintoxicação

e outras terapias (BRASIL, 1990). A OMS estabeleceu em 1977 a definição de

alcoolismo como uma Síndrome de Dependência de Álcool (SDA) e publicou um

relatório que procura distinguir esta desordem em duas categorias: o abuso e a

dependência. Tal distinção foi proposta por Edwards e Gross (LAPATE, 2001)

considerando que muitas vezes acidentes graves de trânsito, práticas anti-sociais e

outros problemas, não estão relacionados a pessoas dependentes de álcool.

2.2 Aspecto Histórico do Alcoolismo

O consumo de bebidas alcoólicas remonta aos tempos mais distantes. Há

relatos indicando que os homens primitivos e os animais em geral, já buscavam no

uso de frutas fermentadas, algum tipo de relaxamento e prazer. Ao observar os

animais que faziam uso dessas frutas e apresentavam um comportamento alterado,

Page 17: Monografia Capa Grossa 2

12

provavelmente, os homens começaram a fazer uso do suco de frutos fermentados

que possuíam teor alcoólico (FORTES, 1991). É provável que a cerveja, proveniente

da cultura do arroz na Índia ou a da cevada cultivada no velho Egito, tenha sido a

primeira bebida alcoólica elaborada pelo homem em grande escala.

A cachaça, bebida tipicamente brasileira, surgia com a instalação dos

primeiros engenhos de cana de açúcar e aguardente no Nordeste, Rio de Janeiro e

São Paulo, no período colonial alcoólico (FORTES, 1991). Essa bebida, de alta

concentração de álcool, contribuiu sobremaneira para o agravamento do consumo

alcoólico da população brasileira, devido ao baixo preço e consequente popularidade

atingida em todo o país.

Atualmente a situação no Brasil é, no mínimo, alarmante quando vemos

as estatísticas relacionadas ao álcool. Lapate (2001) destaca que o Brasil é o maior

produtor de destilados do mundo, está na quarta posição mundial na produção de

cerveja, perdendo apenas para EUA, China e Alemanha, e o que é mais grave,

destina 90% da produção ao mercado interno.

O mais recente e amplo estudo sobre o consumo de drogas no País

(CARLINE, 2001) envolvendo as 107 maiores cidades do Brasil, entrevistou mais de

8.589 pessoas, com idades de 12 a 65 anos, de todas as classes sociais. Esse

estudo objetivou, entre outros, fazer uma estimativa da prevalência do uso e da

dependência de drogas lícitas e ilícitas, além de avaliar a percepção da população

sobre as drogas, a facilidade de obtê-las, seus efeitos e seus riscos.

A conclusão desse trabalho retratou o comportamento dos brasileiros que

moram nas grandes cidades: para o álcool, o uso na vida foi relatado por 69% dos

sujeitos pesquisados e a prevalência de dependentes foi estimada em 11%, maior

nos homens (17%) do que nas mulheres (6%). Salientam-se as diferenças de

comportamento entre homens e mulheres. Embora todos sejam expostos da mesma

maneira ao consumo de drogas, com o tempo, os homens passam a usar muito

mais essas substâncias do que as mulheres. No caso do álcool, um em seis homens

torna-se dependente. Já para as mulheres, essa razão é de uma para dezessete.

2.3 Álcool: a droga preferida entre os estudantes brasileiros

Segundo estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre

Drogas Psicotrópicas – CEBRID, o álcool é a droga mais amplamente utilizada pelos

Page 18: Monografia Capa Grossa 2

13

estudantes, muito além do tabaco, o qual está na segunda posição (CARLINE,

2002). O uso de álcool tem início bastante precoce na vida desses jovens – 48,3%

das pessoas entre 12 e 17 anos já consumiram bebidas alcoólicas pelo menos uma

vez na vida (CARNEIRO e VIVARTA, 2005).

O uso crônico do álcool apresenta a longo prazo mais complicações do

que todas as outras drogas. Por causa desse longo período de uso até que o

organismo apresente os efeitos mais nocivos da droga, é que dificilmente

encontramos jovens alcoolistas (CARLINE, 2001; MASUR e JANDIRA, 1989).

Entretanto esse quadro pode mudar, uma vez que vem diminuindo a idade em que o

indivíduo começa a beber (CARNEIRO e VIVARTA, 2005).

De acordo com DEA et. al. (2004), em seu estudo sobre o uso de

substâncias psicoativas por estudantes da Faculdade de Medicina da USP,

observaram que o álcool é a droga mais frequente, com 82% de uso na vida, uso no

ano, 76% e uso no mês, 69%. De maneira geral, o álcool é a droga que mais conta

com a aprovação dos alunos, tanto em relação à experimentação quanto ao uso

regular.

Resultados mais acentuados foram ainda observados em estudo sobre o

uso de bebidas alcoólicas por estudantes de Psicologia da PUC-SP e suas atitudes

– o uso na vida foi relatado por 97%, o uso no ano por 95% e o uso no mês por

79,9% dos pesquisados. A maioria (75,1%) relata já ter bebido até à embriaguez, e

23,3% ter-se embriagado no último mês (DEA et. al., 2004).

Todos esses estudos revelam que o álcool se destaca como a droga

preferida pelos adolescentes, ficando até mesmo acima da média de preferência

para a população em geral. Isto preocupa e levanta uma reflexão sobre os fatores

que tornam o jovem mais propenso ao uso dessa droga.

2.4 Aspectos químicos do etanol

2.4.1 Definição de álcool:

Os álcoois são compostos cujas moléculas têm um grupo hidroxila ligado

a um átomo de carbono saturado (SOLOMONS, 2006), Figura 1:

Page 19: Monografia Capa Grossa 2

14

Figura 1: Estrutura química do etanol

2.4.2 Classificação dos alcoóis:

Os álcoois são classificados em primários, secundários e terciários,

conforme o tipo de carbono ao qual esteja ligado o grupo hidroxila (-OH):

CH3 C

OH

CH3

CH3

álcool terciário

álcool secundário

CH3 CH CH3

OH

CH2 OHCH3

álcool primário

Figura 2: Classificação dos álcoois

2.4.3 Reações de oxidação de álcoois:

A reação de oxidação de um álcool refere-se à perda de um ou mais

átomos de hidrogênio (H) ligados ao átomo de carbono (C) que está também unido

ao grupo hidroxila -OH.

Os álcoois primários em contado com agentes oxidantes podem ser

oxidados a aldeídos e ácidos carboxílicos, conforme ilustrado genericamente na

figura 2.

Figura 3: Esquema reacional de oxidação de alcoóis.

Existe uma variedade de agentes oxidantes que podem ser empregados

para essa reação. O clorocromato de piridínio (PCC) é considerado um excelente

Page 20: Monografia Capa Grossa 2

15

oxidante de álcool primário para obtenção de aldeído, pois a reação para neste

estágio. Já a obtenção de ácido carboxílico é possível em solução aquosa básica de

permanganato de potássio (KMnO4) ( SOLOMONS, 2006). As reações de oxidação

de álcoois secundários favorecem a formação de cetonas. Oxidantes à base de Cr

(VI) são os normalmente utilizados. Os álcoois terciários não sofrem oxidação pois

o carbono que contém a hidroxila não possui hidrogênios ligados a ele.

2.4.4 O Bafômetro de Dicromato de Potássio (K2Cr2O7)

A quantidade de álcool no sangue está em equilíbrio com o álcool contido

no ar dos pulmões (FORTES, 1991). De posse desse conhecimento foi possível

desenvolver equipamentos chamados bafômetros que servem para medir a

concentração de álcool no ar dos pulmões ou sangue e comprovar se motoristas

estão bebendo alcoolizados.

Um simulador ébrio ou bafômetro pode ser construído a partir de uma

reação de oxidação-redução, utilizando-se uma solução ácida de dicromato de

potássio (K2Cr2O7) como agente oxidante. Em meio ácido o dicromato de potássio

existe na forma de ácido crômico (H2Cr2O7), onde o cromo se encontra como Cr6+,

sendo esta solução de coloração alaranjada.

Quando um indivíduo que consumiu bebida alcoólica sopra no

equipamento (bafômetro), o etanol presente no sopro é oxidado pelo dicromato a

aldeído, enquanto o cromo é reduzido para Cr3+ e a solução torna-se esverdeada,

cor característica da presença de cromo neste estado de oxidação. Dessa forma,

quanto mais escura ficar a solução, maior a evidência da grande concentração de

álcool no ar expirado. A reação de óxido-redução pode ser visualizada na figura 4:

Figura 4: Reação de oxidação do etanol pelo dicromato de potássio.

2.4.5 Mecanismo das Oxidações por Cromato

Page 21: Monografia Capa Grossa 2

16

A importância desse mecanismo se dá pelo fato de podermos verificar

como ocorrem as variações nos estados de oxidação em uma reação entre um

composto orgânico e um inorgânico. Figura 5.

1) Formação do éster cromato:

2) Etapa de oxidação a aldeído:

Figura 5: Esquema de formação de aldeído pela oxidação de etanol por cromato.

Observemos que durante a primeira etapa não ocorre mudança no estado

de oxidação. Na etapa final desse mecanismo, percebemos que o álcool sofreu

oxidação de 2e- em aldeído. Por outro lado ocorreu a redução do HCrO4— com uma

variação de 2e- no estado de oxidação do cromo, de Cr (VI) a Cr (IV).

Nesta etapa o cromo sai com o par de elétrons que antes pertencia ao

álcool, assim, o álcool é oxidado e cromo é reduzido.

O aldeído formado reage com água para formar um hidrato de aldeído, o

qual reagirá com o (HCrO4-) e com o H+ , formando um éster cromato novamente. A

partir da reação desse éster com água ocorre a produção de ácido carboxílico.

Vejamos o mecanismo abaixo:

Page 22: Monografia Capa Grossa 2

17

1) Formação do Hidrato de aldeído

2) Formação do éster cromato

3) Oxidação a ácido carboxílico

Figura 6: Mecanismo de Formação de ácido carboxílico pela oxidação do etanol por cromato.

De posse dessas reações entendemos porque os álcoois terciários não

reagem em oxidações por cromato. Apesar de não ser difícil a formação de ésteres

cromatos, o éster formado não possui hidrogênio que possa ser capturado pelo par

de elétrons da molécula de água, assim não ocorrerá oxidação.

2.4.6 Obtenção do etanol: Fermentação e Destilação

Para efeito deste trabalho é importante particularizar o etanol entre os

diversos álcoois existentes, pois ele está presente em todas as bebidas alcoólicas

(SOLOMONS, 2006).

O processo exotérmico de transformação química de açúcares (C6H12O6)

em etanol (CH3CH2OH) e dióxido de carbono (CO2) é denominado fermentação

alcoólica (RODRIGUES et. al., 2000).

A preparação do etanol através da fermentação de açúcares presentes

nos sucos de frutas parece ter sido a primeira realização dos químicos no campo da

síntese orgânica (SOLOMONS, 2006).

Page 23: Monografia Capa Grossa 2

18

A produção do etanol a partir da cana-de-açúcar é realizada por meio da

adição de fermento à garapa da cana a qual permanece em tanques por 24 horas.

Nesse período, as enzimas presentes no fermento promovem uma série de reações

que convertem a sacarose (dissacarídeo da cana-de-açúcar) em dois

monossacarídeos, a frutose e a glicose (açúcares simples), as quais são

transformadas em etanol (CH3CH2OH) e dióxido de carbono (CO2), conforme a

reação a seguir, com rendimento aproximado de 95%.

C6H12O6 2CH3CH2OH + 2CO2 (1)

A concentração ou graduação de álcool nas bebidas pode ser expressa

em ºGay Lussac (ºGL = % volume/volume) que indica a quantidade em mililitros de

álcool absoluto contida em 100mL de uma mistura hidro-alcoólica. A graduação

alcoólica máxima das bebidas fermentadas não excede 15 ºGL, pois a partir dessa

concentração os microorganismos que realizam a fermentação são desativados.

Exemplos de bebidas alcoólicas fermentadas são o vinho – 11ºGL (obtido da uva ) e

a cerveja ~ 4ºGL (obtido da cevada) (CANTO, 2002).

Neste caso, a fim de se obter bebidas com maiores concentrações de

álcool é preciso destilar a solução. A destilação é um processo físico que serve para

separar misturas homogêneas, como as soluções de sólidos em líquidos (destilação

simples) ou as soluções de dois ou mais líquidos (destilação fracionada) como é o

caso da separação dos subprodutos do petróleo (RODRIGUES et. al., 2000). Á

medida que se aquece o sistema de destilação, obtém-se a substância que, na

mistura, possui o menor ponto de ebulição (PE).

A solução de água com álcool é uma mistura homogênea, sua destilação

pode ser realizada até um limite de graduação correspondente a 96ºGL onde a

separação não é mais possível. Essa mistura é considerada uma substância pura

com PE 78,15ºC, portanto não podendo mais ser separada por destilação pois seria

destilada primeiro que o etanol que possui PE 78,3ºC. Esse tipo de solução é

chamado de mistura azeotrópica, nela a concentração de álcool é de 96% e de água

é 4% (SOLOMONS, 2006).

As bebidas destiladas possuem cerca de 40% de etanol, como é o caso

do uísque - 40 ºGL (feito do milho ou cevada), e da vodca – 37,5 ºGL (obtida de

Fermento

Frutose Etanol Gás carbônico

Page 24: Monografia Capa Grossa 2

19

cereais) (CANTO, 2002). A Figura 7 mostra um esquema de destilação utilizado em

laboratório.

Figura 7: Esquema de destilação usado em laboratório.

A indústria utiliza o alambique como sistema de destilação simples para

produção de cachaça, Figura 8.

Figura 8: Alambique, usado na indústria para produção de aguardente.

2.4.7 Absorção do etanol pelo organismo

O álcool etílico é uma substância de baixo peso molecular e hidrossolúvel,

quando ingerido, se espalha rapidamente por todo o organismo. Se o indivíduo

possuir alimentos no estômago, a absorção de etanol pelo intestino será retardada,

porém, ao chegar ao intestino delgado, sua absorção se dá rápida e completamente,

sem considerar a presença de alimentos. O etanol é absorvido em maior quantidade

no intestino, podendo ainda se dar sua absorção nos alvéolos ou através da pele,

em crianças (FORTES, 1991).

Após a ingestão 20% do etanol é absorvido no estômago e 80% no

intestino delgado. A rapidez no processo de absorção vária de indivíduo para

indivíduo dependendo do tamanho do estômago, se a pessoa está com o intestino

Page 25: Monografia Capa Grossa 2

20

vazio, volume, concentração e a natureza da bebida alcoólica. É importante saber

que 90% do álcool ingerido é absorvido durante a primeira hora e o restante durante

as seis seguintes. Se a pessoa consome grande quantidade de bebida em curto

intervalo de tempo a ponto de sofrer desmaio, pode vir a entrar em coma, pois

mesmo quando desacordado, o organismo do indivíduo continua a absorção do

álcool (FORTES, 1991)

O álcool ao ser absorvido nas paredes do intestino passa rapidamente

para a corrente sanguínea devido à sua total solubilidade na água presente no

plasma. Dentro de pouco tempo, o álcool segue para o cérebro, rins, pulmões e

coração, pois estes são os órgãos mais vascularizados. As regiões menos atingidas

são também as que são menos desprovidas de água como ossos e tecido adiposo

(FORTES, 1991).

O consumo de álcool, segundo uma convenção que se estabeleceu na

literatura sobre o tema, pode ser medido por unidades padrão (ou doses padrão),

estando uma unidade relacionada a uma quantidade de 10 a 12 gramas de álcool

puro. Sabe-se que cada tipo de bebida, fermentada ou destilada, tem graus

diferentes de concentração alcoólica, a tabela 1 exemplifica este fato:

TABELA 1 – Unidades padrão de álcool contidas em determinada quantidade (qtde) de bebida.

BebidaVolume

(mL)

Teor Alcoólico

(%)

Qtde de Álcool:V(mL) x Teor Alcoólico

Massa de Álcool (g)

( * )

Dose1D = 14g

Vinho tinto 150 12 18,0 14,4 1

Cerveja 350 5,0 17,5 14,0 1

Destilado 40,0 40 16,0 12,8 1

( * ) A quantidade de álcool em gramas é obtida a partir da multiplicação do volume de álcool contido na bebida pela densidade do álcool (d=0,8g/mL)FONTE: http://apps.einstein.br/alcooledrogas/novosite/atualizacoes/ps.htm

De acordo com a quantidade de ingestão de álcool, estudos definiram

quais os níveis seguros de consumo, mesmo não sendo estes, livres de riscos.

Nesse sentido, foi criada uma distinção entre uso, abuso e dependência alcoólica.

O uso ou consumo de baixo risco, seria caracterizado por uma quantidade

que ofereça baixo risco à saúde, sendo a ingestão semanal limitada a menos de 14

unidades para mulheres e de 21 para homens.

Page 26: Monografia Capa Grossa 2

21

No que concerne ao abuso, uso nocivo ou prejudicial de bebida alcoólica,

se refere a um padrão mal adaptado de consumo, sendo este padrão de ingestão

elevado ou acima do aceito como seguro, acarretando prejuízos significativos para a

saúde física e mental do indivíduo podendo levar à dependência. (GIOVANNETTI,

2006).

A adoção de políticas públicas visando controlar o uso excessivo de

álcool é pertinente tendo em vista as estatísticas relacionadas a tal prática,

mostrando que no Brasil, 50% dos acidentes automobilísticos fatais entre jovens de

18 a 25 anos são relacionados ao consumo de álcool (GOMES, 2007).

Dessa forma o Código de Trânsito Brasileiro que permitia, aos motoristas,

a ingestão de até 0,6 gramas de álcool por litro de sangue (equivalente a 2 latas de

cerveja), foi alterado pela Lei 11.705 de 19 de junho de 2008, proibindo o consumo

superior a 0,1 miligramas de álcool por litro de ar expelido no exame do bafômetro,

ou 0,2 gramas por litro de sangue, que se refere à margem de erro atribuída ao

equipamento. Caso exceda a esse limite, o motorista sofrerá punições que vão de

multa até cadeia, caso o nível de alcoolemia seja superior a 0,6 gramas por litro de

sangue. (Revista Veja, 2008).

2.4.8 Metabolismo do álcool no organismo

Após a ingestão cerca de 10% do álcool é eliminado por meio do ar

contido nos pulmões, através do suor e da urina, sendo, entretanto, a maior parte

metabolizado no fígado. A degradação do etanol no organismo se processa segundo

duas etapas principais que compreendem sua transformação para acetaldeído e

acetato, respectivamente, por meio da ação de enzimas (FORTES, 1991).

Enzimas são proteínas que fazem a catálise de reações biológicas. A

álcool desidrogenase (ADH) é uma enzima presente no organismo possivelmente

para metabolizar o álcool produzido no intestino por meio de fermentação (FORTES,

1991). A ADH utiliza o co-fator NAD (Dinucleotídeo de nicotinamida adenina) como

agente oxidante natural, a qual se converte na sua forma reduzida o NADH

(ENZIMAS, 2003). Observemos o Esquema 5 a seguir:

C2H5OH + NAD+ ADH CH3CHO + NADH + H+ (2)

Etanol Acetaldeído

Page 27: Monografia Capa Grossa 2

22

Esta se constitui a primeira etapa de oxidação, nela o etanol perde um

dos dois hidrogênios alfa com um par de elétrons. Em seguida perde o próton ligado

ao oxigênio, transformando-se em acetaldeído, conforme o mecanismo:

Nos indivíduos que habitualmente não costumam ingerir álcool, os níveis

da enzima ADH são mais baixos, justificando a sua baixa tolerância ao álcool.

Quando o indivíduo é um bebedor crônico a ADH pode se encontrar com

sua atividade impedida, existindo então, uma via alternativa de oxidação por meio do

Sistema Microssomal Oxidante do Álcool (MEOS). Por meio deste sistema, enzimas

microssômicas, chamadas citocromos P450 2E1, ou CYP2E1, oxidam o etanol em

acetaldeído, utilizando a nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato reduzido

(NADPH) como cofator (DIAS, 2008).

Outra via alternativa referida é a catalase, onde o etanol é transformado a

acetaldeído e água oxigenada, de forma não oxidativa. A água oxigenada, por sua

vez, é responsável pela destruição de ácidos nucléicos, o que compromete a

multiplicação celular (FORTES, 1991).

Na última etapa de oxidação, é formando o acetato, pela oxidação do

acetaldeído, por meio da enzima acetaldeído-desidrogenase. O produto desta

reação é oxidado nos tecidos periféricos, resultando na formação de dióxido de

carbono e água.

2.4.9 Oxidação do etanol e a ressaca:

A ingestão excessiva de bebida alcoólica geralmente leva o indivíduo a

apresentar uma forte ressaca no dia seguinte, caracterizada por tontura, mal-estar e

dor de cabeça. Essa ressaca em parte se deve à oxidação parcial do etanol a um

aldeído, o etanal, que é tóxico ao organismo. As bebidas alcoólicas são compostas

(3)

Page 28: Monografia Capa Grossa 2

23

de várias substâncias químicas sendo que os aldeídos, ésteres e álcoois superiores,

são os principais responsáveis pelo seu sabor e aroma. Porém os aldeídos em

excesso existentes na bebida recém destilada a tornam imprópria para o consumo,

precisando passar por um processo de maturação e envelhecimento até que sua

composição esteja em níveis normais (DÓREA et. al., 2008).

2.4.10 O Etanol no Sistema Nervoso Central (SNC):

Os neurônios são células especializadas do cérebro capazes de se

interligarem para conduzir o impulso nervoso, por meio de fios que saem do seu

corpo, o axônio e seus dendritos. Entre um neurônio e outro existe um espaço

chamado de sinapse. Através de um impulso que chega a uma dessas células

nervosas, é liberada uma substância química chamada conhecida como

neurotransmissor que se difunde pelo espaço sináptico e vai reagir com o neurônio

seguinte que possui um receptor apropriado (CARLINI e MASUR, 1989).

Os neurotransmissores têm, dentre outras funções, a de estimular ou

retardar a atividade cerebral. Não faz parte deste trabalho, descrever as funções dos

diversos neurotransmissores, mas é importante sabermos sobre qual deles se dá a

mais importante ação do etanol. O ácido gama-aminobutirico (GABA), é um

neurotransmissor que se liga ao receptor GABAaérgico o qual está conectado a um

canal de cloro e junto a um receptor benzodiazepínico. Ao se ligar ao seu receptor, o

GABA faz com que aumente o número de vezes em que o canal de cloro se abre,

ocasionando uma hiper-polarização dos neurônios.

Naturalmente ocorre a desocupação do receptor pelo GABA, sendo este

removido das sinapses por bombas de recaptação que o levam ao neurônio inicial

(CARDOSO, SABBATINI e MALAVAZZI, 2004). Por meio deste processo o etanol

interfere na recaptação do neurotransmissor GABA fazendo com que ele tenha seus

efeitos inibitórios potencializados.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Page 29: Monografia Capa Grossa 2

24

Investigar a problemática do alcoolismo em algumas escolas do Ensino

Médio de Fortaleza e propor, que as aulas de Química contribuam para ajudar a

reduzir a fragilidade dos jovens frente às drogas, especificamente o álcool, por meio

do fornecimento de informações.

3.2 Objetivos específicos:

Aplicar um questionário com alunos de escolas públicas, de perfil

sócio-econômico diferenciado, para avaliar o nível de conhecimento

que eles têm do álcool;

Estabelecer, a partir do questionário, se existe diferenças de hábito de

consumo dependente do perfil sócio econômico e onde ocorreu seu

primeiro contato;

Relacionar, os casos de consumo entre homens e mulheres;

Propor formas de utilizar as aulas de química na abordagem de

assuntos correlatos ao álcool;

Estudar a viabilidade de correlacionar os conteúdos de química e

biologia de forma a esclarecer, conscientizar e preparar os alunos

quanto ao uso do álcool.

Page 30: Monografia Capa Grossa 2

25

4 METODOLOGIA

Esse trabalho constitui-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa

realizada em quatro escolas do Ensino Médio de Fortaleza, por meio de

questionários, com a finalidade de avaliar dados relativos à problemática do

alcoolismo, como índices de consumo, local mais freqüente do primeiro evento de

consumo alcoólico, faixa etária e nível de conhecimento do adolescente em relação

álcool e suas consequências.

4.1 Escolha das escolas para o estudo

Quatro escolas de Fortaleza foram escolhidas para o desenvolvimento

deste trabalho. Das quatro escolas estudadas, duas pertencem à rede pública de

ensino; Escola Polivalente Modelo de Fortaleza e Escola Otávio de Farias, as quais,

nessa pesquisa, foram chamadas de Grupo A. As outras duas correspondem ao

Colégio Militar do Corpo de Bombeiros do Ceará (CMCB) e Colégio da Polícia Militar

do Ceará (CPM), que formam o Grupo B.

A divisão das escolas em dois grupos visou estabelecer uma comparação

entre os dados obtidos, levando em conta o perfil sócio-econômico diferenciado dos

grupos de escolas analisadas.

Não foram escolhidas escolas particulares para o levantamento dessa

pesquisa devido à pouca abertura de suas equipes diretoras diante desse tipo de

trabalho. Como as escolas militares citadas possuem um perfil de ensino

aprendizagem que em muito se assemelham às da rede particular, então se

resolveu tomá-las como parte do objeto dessa pesquisa, em substituição às

particulares.

4.2 Amostragem de alunos

Para cada escola do Grupo A foram avaliados cento e oitenta (180)

alunos, distribuídos em três turnos (manhã, tarde e noite), sendo vinte de cada série

(1º, 2º e 3º anos) por turno, perfazendo um total de trezentos e sessenta (360).

Page 31: Monografia Capa Grossa 2

26

Já nas escolas do Grupo B a amostra correspondeu a duzentos e cinco

alunos, pois foram aplicados os questionários nas mesmas condições do grupo A,

com a diferença de que naquelas, não existe aula no período noturno.

4.3. Questionário

Os questionários aplicados (ANEXO A) possuem entre nove e dez

questões as quais são de teores diferentes para cada série, obedecendo ao

conteúdo da disciplina de Química a ser visto pelo aluno naquela etapa.

As cinco primeiras questões possuem mesmo conteúdo, referindo-se a

dados relativos ao indivíduo, como sexo e idade. Da sexta à penúltima questão,

optou-se por questões objetivas, onde deverá ser marcado V (verdadeiro) ou F

(falso), ou ainda marcar com um “X” a alternativa correta. A última pergunta é

descritiva e visa levar o aluno a reavaliar seu conhecimento após responder todo o

questionário.

Page 32: Monografia Capa Grossa 2

27

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Avaliação da faixa etária dos alunos entrevistados

Através da Figura 9, foi possível observar que, em ambas as escolas, o

número de alunos com idade abaixo de dezoito anos é muito superior às demais

faixas etárias. As escolas também revelam percentuais entre a faixa de 18 a 22 anos

e no Grupo B a inexistência de alunos acima de 22 anos.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

< 18 ANOS Entre 18 e 22anos

> 22 anos

Per

cent

ual d

e al

unos

Grupo A

Grupo B

Figura 9: Comparação da quantidade de alunos por faixa etária

Esses resultados são bastante importantes, pois apontam para a faixa

etária desejada no escopo desse trabalho, uma vez que a adolescência (12 aos 18

anos) se caracteriza como sendo uma etapa de alterações físicas, mentais e sociais,

dependendo da época e da cultura na qual o indivíduo está inserido, e onde a

literatura (DEA et. al., 2004) aponta que o uso de bebida alcoólica está iniciando

cada vez mais cedo, principalmente na faixa avaliada.

5.2 Avaliação dos níveis de ingestão de álcool entre homens e mulheres nos

dois grupos de escolas

Aos alunos entrevistados foi perguntado sobre o uso de bebida alcoólica e

observou-se que quase a totalidade dos alunos, ou seja, cerca de 70% deles já fez

Page 33: Monografia Capa Grossa 2

28

uso de bebida alcoólica, confirmando dados da literatura (CARNEIRO e VIVARTA,

2005).

Quando foi avaliada a relação entre homens e mulheres que já fizeram

uso do álcool, observou-se um comportamento similar entre ambos os sexos, o que

dificultou estabelecer qualquer correlação, Figura 10.

64%

68%

72%

76%

80%

Homens Mulheres Homens Mulheres

Grupo A Grupo B

Per

cent

ual d

e al

unos

Série1

Figura 10: Comparação do percentual de consumidores do sexo masculino e feminino

Pesquisa recente (Revista Veja, 2009) dedicou algumas páginas sobre o

tema alcoolismo, apontando que o sexo feminino possui uma tendência de aumento

no consumo de álcool em relação ao sexo masculino. Entretanto, neste trabalho, os

percentuais de consumo entre homens e mulheres mostraram-se muito próximos,

dificultando uma possível correlação, não permitindo constatar essa tendência.

Outro fator importante a considerar é que, neste trabalho, não foi possível

identificar diferenças significativas de ocorrências de consumo alcoólico entre os

dois grupos de escolas, consideradas de níveis socioeconômicos diferenciados.

No entanto, o grupo de rapazes com melhor posição social aparece com

um percentual de ingestão 8% maior em relação ao outro grupo. Isto vem corroborar

com estudos que revelam não existir, em geral, relação entre o nível

socioeconômico dos jovens e o uso de drogas. (BAUS et. al., 2002). É importante

observar, porém que apesar de neste estudo não ter sido considerado os diferentes

padrões de consumo, sabe-se que um indivíduo pode evoluir de um padrão para

outro (GIOVANNETTI, 2006), inclusive para um consumo de alto risco (FILHO et. al.,

Page 34: Monografia Capa Grossa 2

29

2004). Daí a importância de medir o nível de consumo alcoólico entre jovens de

perfil socioeconômico diferenciados.

5.3. Avaliação do local onde se deu o primeiro contato com o álcool

Este estudo revelou que, a ingestão de bebida alcoólica, para a grande

maioria dos alunos entrevistados, cerca de 73% do Grupo A e 61% do grupo B,

ocorreu na companhia dos amigos, conforme ilustado no Figura 11.

0%

20%

40%

60%

80%

CASA AMIGOS

Local do primeiro consumo

Per

cent

ual d

e al

unos

Grupo A

Grupo B

Figura 11: Local onde se deu o primeiro contato do adolescente com o álcool

Este fato parece ter relação com o fato de que, na adolescência, o jovem

tende a se distanciar da família e a se aproximar dos pares com quem passam a se

identificar melhor. Para se sentirem aceitos, eles muitas vezes, têm de se identificar

com as práticas do grupo, como o consumo de bebida alcoólica (DEA, 2004; FILHO,

2009).

Podemos perceber ainda pela Figura 11, que houve um grande número

de casos em que o consumo de álcool se deu na própria casa do aluno, sendo 27%

deles do Grupo A e 39% do Grupo B. A literatura relata que a aceitação da bebida

pela família, a falta de informações adequadas e o caráter lícito da droga, que a

torna de fácil acesso, são fatores de risco importantes para aumentar a fragilidade

do jovem frente ao álcool (CARNEIRO e VIVARTA, 2005). A quantidade de relatos

de consumo dentro da escola não teve valor estatístico. Esse fato pode estar

Page 35: Monografia Capa Grossa 2

30

associado ao próprio caráter educativo do local e que merece maior controle de

determinadas atitudes.

5.4 Avaliação do nível de informação a respeito dos efeitos do álcool no

organismo.

A avaliação do nível de informação a respeito dos efeitos do álcool no

organismo foi realizada com base em dois itens do questionário. No primeiro caso, o

conhecimento sobre os efeitos do álcool no organismo foi questionado objetivamente

entre as opções: pouco, boa, muito boa e ótima. Em outro momento, após o aluno

ter respondido todo o questionário, foi apresentado o mesmo questionamento a

respeito dos seus conhecimentos sobre os efeitos do álcool, com alternativa de

mudança ou permanência da reposta anterior. O intuito aqui foi de avaliar o

verdadeiro conhecimento do aluno sobre a temática.

Observa-se pela Figura 12 que a resposta dada pelos alunos, quanto ao

nível de conhecimento que consideram possuir sobre o álcool, abordada na Questão

5, foi drasticamente alterada na última Questão, após a solução do questionário. Do

total de alunos que resolveu mudar a resposta, 82% do Grupo A e 79% do Grupo B,

concluiu que possui um nível de conhecimento menor que o declarado

anteriormente. Estes dados sugerem a fragilidade desses jovens no que se refere à

possibilidade de se tornarem consumidores de álcool, considerando que a falta de

informações reforça os fatores de risco para o alcoolismo.

0

20

40

60

80

100

120

Total que mudou deresposta

Concluiu ter menosconhecimento

Núm

ero

de a

luno

s

Grupo A

Grupo B

Figura 12: Análise do nível de conhecimento que o aluno considera ter sobre o álcool

Page 36: Monografia Capa Grossa 2

31

5.5 Avaliação dos conhecimentos gerais do aluno sobre os efeitos do álcool:

5.5.1 Implicações nos neurônios:

Procurou-se avaliar o conhecimento dos aspectos gerais dos alunos

entrevistados sobre os efeitos do álcool no organismo, questionando na 6ª Questão,

de que forma os neurônios se comportam diante da ingestão de bebidas alcoólicas.

Na Figura 13 estão ilustradas as respostas de todos os alunos entrevistados,

relacionadas com o número de itens marcados corretamente.

0

20

40

60

80

100

120

140

0% 25% 50% 75% 100%

Porcentagem de itens corretos

Núm

ero

de a

luno

s

Grupo A (Manhã/Tarde) Grupo A (Noite) Grupo B (Manhã/Tarde)

Figura 13: Análise dos conhecimentos gerais dos alunos sobre os efeitos do álcool no organismo

Percebemos pelo gráfico que, embora o número de alunos que obteve 0%

de acertos seja bastante reduzido, esse resultado deve ser computado, uma vez que

aparece nos três casos amostrados. Isto sugere que, por mais simples e geral que

seja a questão o adolescente necessita de esclarecimentos.

Os resultados mostram ainda uma relação inversa entre o aumento da

porcentagem do número de acertos com o aumento do número de alunos dos dois

grupos investigados. Observa-se que os alunos do Grupo B manifestaram um

resultado mais positivo por apresentarem maior número de acertos em 100 % da

questão. Por outro lado, o número de alunos do Grupo A diminui à medida que

aumenta a porcentagem de acertos. Isto pode indicar um maior domínio de

informações das escolas do Grupo B em relação ao Grupo A. Tais fatos parecem

Page 37: Monografia Capa Grossa 2

32

estar relacionados com as diferenças de níveis de ensino dos dois grupos de

escolas avaliadas, bem como, com o convívio social diferenciado entre eles.

Merece destaque também o fato de o número de acertos dos alunos da

noite ter permanecido sempre muito abaixo dos demais. Percebemos que o número

de acertos em 100% em muito se assemelha ao de 0%. Vemos ainda que o maior

número de acertos desse grupo esteve em 50% do número de questões. Tais fatos

já eram esperados, pois se sabe que o aluno do turno da noite nas escolas públicas,

divide os estudos com o trabalho, normalmente chega atrasado e, além disso, só é

contemplado com uma carga horária efetiva média de três aulas no turno. Por conta

disso, a escola não desenvolve regularmente à noite, as mesmas atividades

previstas para o período diurno (RIBEIRO et. al., 2006).

Devido a essas dificultadas muitas vezes os conteúdos programáticos não

são cumpridos. Esse conjunto todo de situações pode estar conduzindo o aluno

noturno para um nível diferenciado de conhecimento, manifestados nos resultados

desse trabalho.

5.5.2 Implicações no Sistema Nervoso Central (SNC) e prejuízos sociais:

Procurou-se avaliar ainda o conhecimento dos alunos entrevistados, a

respeito das consequências do etanol para o SNC e quais os prejuízos sociais

advindos do seu consumo inadequado. A Figura 14 ilustra os percentuais dos

acertos verificados.

0

20

40

60

80

100

0% 25% 50% 75% 100%

Porcentagem de itens corretos

Núm

ero

de a

luno

s

Grupo A (Manhã/Tarde) Grupo A (Noite) Grupo B (Manhã/Tarde)

Figura 14: Percentuais de acertos da 7ª questão para o 1º e 3º ano

Page 38: Monografia Capa Grossa 2

33

Percebemos neste gráfico que o maior número de acertos relaciona-se

com os alunos do Grupo B. Neste grupo o total de alunos que acertou 100% desta

questão, foi dobro dos alunos das demais escolas. As respostas corretas de 50% e

75% da questão estão em número semelhante entre o Grupo B e o Grupo A

(diurno). O número de respostas corretas do turno da noite do Grupo A manteve-se

sensivelmente baixa em relação às demais, chegando a ser o menor número dentre

os que acertaram toda a questão. Mais uma vez podemos verificar que o Grupo B

parece estar bem melhor informado a respeito da temática tratada, seja com relação

aos efeitos do etanol no organismo, seja sobre suas implicações negativas na

sociedade. Deste modo, é conveniente procurar equilibrar tais disparidades de

maneira a reforçar a defesa dos jovens de escolas públicas frente às drogas,

especialmente o álcool.

O método de análise das respostas dos alunos do 2º Ano foi feita

separadamente para a 7ª questão, pois esta continha apenas 3 itens, sendo portanto

avaliado o número de acertos de zero a três, diferentemente do 1º e 3º ano onde a

questão era composta de 4 itens, sendo avaliado o número de acertos por meio de

porcentagem.

Observando-se a Figura 15, percebe-se uma semelhança nos padrões de

respostas obtidas na Figura 14, onde as escolas do Grupo B apresentam-se com o

maior número de acertos em relação às outras.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

0 1 2 3

Número de itens corretos

Per

cent

ual d

e al

unos

Grupo A (Manhã/Tarde) Grupo A Noite Grupo B (Manhã/Tarde)

Figura 15: Número de acertos da 7ª questão para o 2º ano

Page 39: Monografia Capa Grossa 2

34

Da mesma forma, o turno da noite das escolas do Grupo A,

permaneceram com o menor número de certos. Observa-se ainda que o Grupo A

(manhã/tarde) obteve o maior número de acertos dos três itens (total da questão),

em relação aos demais.

Em linhas gerais, podemos abstrair do gráfico que existe uma real

diferença no nível de informação entre os dois grupos de alunos avaliados a respeito

dos efeitos do álcool sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), abordado nesta

questão. Além disso, percebe-se que, mesmo sendo melhor o nível de informações

do Grupo B em relação ao A, os dois não apresentaram embasamento suficiente

para acertarem as questões como um todo, mesmo sendo estas de caráter pouco

complexas.

5.6 Avaliação de conhecimentos químicos do aluno sobre o álcool

Procurou-se averiguar também neste trabalho se o aluno detém algum

conhecimento de química sobre o etanol (Questão 8), e os resultados obtidos estão

apresentados na Figura 16.

0%

10%

20%

30%

40%

0 1 2 3 4 5

Número de itens corretos

Per

cent

ual d

e al

unos

Grupo A (Manhã/Tarde) Grupo A (Noite) Grupo B (Manhã/Tarde)

Figura 16: Número de acertos da 8ª questão para o 2º e 3º anos

Para o 2º Ano a oitava questão possui quatro itens, enquanto para o 3º

ano foi apresentado um item a mais com vistas a avaliar o conhecimento dos alunos

quanto ao reconhecimento da função orgânica álcool, aproveitando o fato de que é

nesta série que os alunos têm contato com este conteúdo.

Page 40: Monografia Capa Grossa 2

35

Os resultados apontam para uma ligeira diferença de vantagem entre o

número de acertos do Grupo A (manhã/tarde) em relação ao B, quando comparados

os resultados para o acerto de três itens (2º e 3º ano), bem como de cinco itens (3º

ano). Já para o acerto dos quatro itens, como nos casos anteriores, o Grupo B se

sobressai ligeiramente. O balanço para este gráfico sugere um conhecimento mais

precário por parte do Grupo B, manifestado pelo elevado número de alunos que

acertou apenas um item. Este resultado surpreendeu, uma vez que era esperado um

maior desempenho dos alunos do grupo B, dadas as vantagens advindas de se

estudar em uma escola com melhores estruturas educacionais. No entanto, este

resultado torna-se positivo no momento em que o foco desta pesquisa é mostrar a

necessidade que se tem de incrementar o nível de conhecimento destes alunos,

com vistas a capacitá-los para enfrentar os problemas advindos do uso inadequado

de bebidas alcoólicas, e para o qual estes alunos estão bastante vulneráveis.

O Grupo A (turno noite), também apresentou melhora no quesito

analisado, no entanto ainda apresenta-se com o pior resultado comparado aos

demais. Por outro lado, observa-se que existe certa relação entre a redução do

número de estudantes quando do acerto de um maior número de itens. Este

resultado já era esperado uma vez que os alunos do turno da noite sofrem com as

dificuldades encontradas para estudar neste período, como já relatado neste

trabalho.

5.7 Avaliação do conhecimento químico do álcool pelos alunos do 1º Ano

Este item foi analisado separadamente devido à estrutura das questões 8

e 9 para o 1º ano, que difere da usada na 8ª questão, analisada para o 2º e 3º anos

anteriormente. No entanto, esta separação deve-se apenas ao fato de auxiliar na

análise dos dados, pois elas têm um objetivo comum de analisar o conhecimento

químico dos alunos. Por meio da Figura 17, podemos analisar as respostas dos

alunos do 1º ano de todas as escolas, quanto a questões envolvendo propriedades

físicas e reacionais do etanol.

Os resultados revelam que ao se aplicar questões um pouco mais

técnicas sobre o assunto aos alunos entrevistados, estes se mostram ainda mais

despreparados. Para a oitava questão, o número de acertos só foi maior que o de

erros para o Grupo B, uma vez que o número de acertos do grupo A (diurno),

Page 41: Monografia Capa Grossa 2

36

assemelha-se ao número de erros. Já o turno da noite deste grupo, apresentou um

número de erros superior ao de acertos.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Acertos Erros Acertos Erros

8ª Questão 9ª Questão

Per

cent

ual d

e al

unos

Grupo A manhã/tarde Grupo A noite Grupo B manhã/tarde

Figura 17: Análise dos conhecimentos químicos do aluno sobre o álcool.

Já para a nona questão, a queda do número de acertos é evidente e

semelhante para todo o grupo analisado. Antes da elaboração do questionário, foi

pesquisado nos livros didáticos utilizados das escolas pesquisadas, em qual capítulo

se situa o assunto explorado nesta questão. Foi constatado que o estudo das

reações de oxirredução é abordado praticamente no final da primeira metade dos

livros, logo após o tópico de ligações químicas. Como esse estudo foi realizado no

começo do 2º semestre, era provável que alunos investigados já tivessem estudando

tal assunto. No entanto, por se tratar de um tema não elementar para a série

estudada, e considerando que os alunos pesquisados não possuem maturidade

suficiente para dominar o assunto, é provável que isto tenha contribuído para o

resultado tão negativo para essa questão.

Page 42: Monografia Capa Grossa 2

37

5.8 Prevenção do alcoolismo nas escolas

5.8.1 A relevância da prevenção na escola do Ensino Médio

A prevenção tem se mostrado um método eficaz de atuação em diversos

problemas de saúde pública, dessa forma, é possível que ações direcionadas aos

alunos do Ensino Médio, surtam efeitos positivos quando estes atingirem a idade

adulta, cursando a faculdade ou trabalhando.

O primeiro contato com as drogas, normalmente se dá na adolescência,

etapa caracterizada por ser a mais vulnerável do desenvolvimento humano. No

escopo deste trabalho, concluímos que a maior parte da nossa amostra se constitui

de jovens abaixo de dezoito anos.

Sabendo dos problemas pelos quais passam os jovens nesta fase, as

instituições de ensino não podem ficar omissas, devendo estar preparadas não só

para a formação intelectual mas, também a fim de fornecerem a seus alunos

informações que contribuam com sua prática social como um todo.

Aliados ao uso do álcool podem estar também associados outros vícios

bem como, violência, estupros e acidentes. Trabalhando com alunos do Ensino

Médio a intervenção preventiva ocorrerá num momento onde os danos, na maioria

dos casos, ainda não ocorreram.

5.8.2 Abordagens preventivas das drogas nas escolas

A literatura aponta que, no âmbito escolar, diversos modelos de

prevenção foram estudados e compõem um quadro que pode ser agrupado de

acordo com determinadas abordagens, conforme se segue (AQUINO, 1998; MELO,

2006):

5.8.2.1 Modelo de modificação das condições de ensino:

A idéia deste modelo é de que conviver na escola, a partir desde a

educação primária, é primordial para desenvolvimento sadio do adolescente. Dessa

forma, formar o jovem com uma visão global, onde a prevenção ao uso de drogas

deve ser adotada, em conjunto com a prevenção à delinqüência e às doenças

Page 43: Monografia Capa Grossa 2

38

mentais. As ações propostas passam pela adoção de técnicas de ensino mais

prazerosas, avanços na convivência entre professor e aluno, participação mais

efetiva da comunidade nas decisões da escola, estímulo à cooperação e atos de

solidariedade, oferta de serviços de saúde e participação dos pais na vida escolar

dos filhos.

5.8.2.2 Modelo do estilo de vida saudável:

A proposta deste modelo contempla a promoção de estilos de vida que

estejam associados à boa saúde, à alimentação equilibrada, exercícios físicos

regulares e à prática de sexo seguro. Os temas que devem ser aqui abordados

nesta forma de prevenção são de cunho mais geral e como a poluição, a educação

para o trânsito, substâncias cancerígenas e perigo nuclear.

5.8.2.3 Modelo de oferecimento de alternativas:

Defende que o abuso de droga ocorre como válvula de escape diante das

pressões sociais. Por meio deste modelo procura-se mostrar que existem outros

meios pelos quais se pode contornar os problemas, que não seja por meio do uso de

drogas. Assim, os projetos calcados neste modelo procuram fornecer aos jovens

sensações de crescimento da mente, valorização pessoal, enfrentamento e

diminuição do tédio por outros meios que não o consumo de drogas. Intervenções

adotadas: criação de grupos a fim do desenvolvimento de atividades culturais e

esportivas, em horários fora da escola.

5.8.2.4 Modelo de educação afetiva:

Através deste modelo procura-se reunir diversas técnicas capazes de

desenvolver fatores psicológicos do indivíduo como a auto-estima, a capacidade de

lidar com ansiedade, a possibilidade de resistir às pressões do grupo. Dessa forma,

ao estruturar melhor a mente do jovem, acredita-se que este se apresente menos

propenso ao abuso de substâncias psicoativas. Nesse caso, a droga não é

considerada uma questão principal, mas apenas um dos tópicos abordados.

Page 44: Monografia Capa Grossa 2

39

5.8.2.5 Modelo do conhecimento científico:

A proposta feita neste modelo considera que o fornecimento de

informações sobre drogas, de forma imparcial e científica, é de suma importância.

De posse dessas informações, os jovens poderiam tomar decisões racionais sobre

as drogas. Uma análise desse modelo revelou que grande parte dos jovens

absorveu os conteúdos, porém as mudanças de atitude se tornam mais efetivas

quando em conjunto com outros modelos de intervenção.

5.9 Medidas sugestivas da prevenção do alcoolismo nas escolas

5.9.1 A interdisciplinaridade como ferramenta facilitadora das abordagens

preventivas nas escolas:

Na definição de Pereira (2008), a interdisciplinaridade que se manifesta

no campo educacional representa a busca e a possibilidade de superação da

fragmentação observada entre os conteúdos ensinados na escola e desses com a

realidade social. Segundo o autor, difunde-se um conhecimento fragmentado, e

exige-se um indivíduo por inteiro. Procura-se fazer com que o aluno memorize o

máximo de teoria possível, e cobra-se dele, no mercado de trabalho, a formação

prática necessária a uma boa atuação na empresa.

Dessa maneira o autor defende que não se pode deixa o aluno fora do

processo, alienado, e ao mesmo tempo exigir dele um cidadão crítico, participativo,

inserido no contexto. Apesar da postura curricular flexível exigida em todos os níveis

pela LDB, mantém-se a hegemonia do livro didático que apresenta o conhecimento

de maneira linear, seqüencial, dividido em unidades arbitrárias, e critica-se o aluno

por não saber estabelecer relações entre o que aprendeu na escola e a realidade.

(PEREIRA, 2008, p. 23).

Entender de que forma a interdisciplinaridade pode ser usada como

ferramenta importante na prática da prevenção escolar ao uso de drogas, pode ser

feita avaliando em que disciplina cada proposta citada acima estabelece relação

mais conveniente. Não convém neste trabalho analisar cada uma dessas relações

possíveis, mas como objetivo maior a ser aqui alcançado, o modelo do

conhecimento científico é o referencial para as sugestões que pretendemos expor.

Page 45: Monografia Capa Grossa 2

40

Consideramos que seja valoroso o planejamento de uma seqüência

didática sobre o abuso de álcool e outras drogas que integre as três áreas de

conhecimento do Ensino Médio (Ciências Naturais, Ciências Humanas e Códigos e

Linguagens). No entanto, podemos sugerir que essa integração seja feita, em um

primeiro momento, com a área de Ciências Naturais, que engloba, por exemplo,

estudos relativos à química e à biologia onde é possível encontrarmos um vasto

número de aplicações relacionadas com o cotidiano.

5.9.2 Relações entre a Química e outras ciências na abordagem do álcool na busca

pela prevenção do alcoolismo nas escolas:

Poderia ser feito o estudo dos principais tipos de bebidas, seus modos de

ação, efeitos agudos e crônicos e os riscos derivados do abuso e da dependência,

procurando relacionar os principais problemas de saúde, bem como, seus prejuízos

sociais e econômicos. Aqui as ciências naturais (química) e humanas (geografia,

história, sociologia), poderiam se revezar na tentativa de explorar o máximo possível

o tema do alcoolismo.

Poderiam também ser abordados também tanto nas Ciências Humanas

como em Códigos e Linguagens, aspectos sociais e culturais tais como a

historicidade, o álcool em culturas diversas, etnia, as relações entre os níveis

socioeconômicos, violência e o narcotráfico, a correlação entre a liberdade de

escolhas e o bem-estar social, entre vários outros aspectos.

Consideramos assim, que uma estratégia de prevenção ao abuso do

álcool nas escolas deva ter como elementar a valorização à vida, dentro de uma

ação educativa continuada que pressupõe o processo de construção da autonomia

do adolescente.

5.9.3 Os livros escolares de Química e de Biologia como instrumentos de apoio à

abordagem do álcool em sala de aula

Proceder a uma construção de relações entre a química e a biologia

parece ser bastante viável, considerando o número de assuntos correlatos entre

essas duas disciplinas.

Page 46: Monografia Capa Grossa 2

41

Assim, apresentamos a seguir, alguns itens consultados nos volumes de

livros analisados nas quatro escolas estudadas e que, de uma forma ou de outra, ou

abordam a temática do alcoolismo, ou deixam uma lacuna para que o professor

possa trabalhar o referido problema.

5.9.4 Análise dos livros adotados pelas escolas no Ensino Médio

Foram analisados os livros de Química e de Biologia adotados por uma

das escolas de cada grupo estudado, Grupo A e Grupo B. No total foram vistos três

livros de Química e três de Biologia, pois nas duas escolas escolhidas os livros

adotados eram os mesmos.

No livro L1 (ANEXO B), tem-se a oportunidade de fazer uma abordagem

sobre o álcool no Capítulo 2, onde são apresentados os estados físicos da água, as

o conceito de substâncias, misturas e processos de separação. Neste caso, poderia

ser discutido o teor de álcool nas bebidas alcoólicas, os processos de obtenção e

purificação do etanol (fermentação/destilação), bem como outras propriedades

físicas como solubilidade e ponto de ebulição. Desta forma, podem também ser

explicitados itens como a absorção do álcool do organismo, considerando a sua

solubilidade no plasma sanguíneo.

No capítulo 7 – Oxidação e Redução do L1, seria conveniente abordar,

com mais consistência, os efeitos do álcool no organismo. Neste capítulo, item 3,

pode-se mostrar ao aluno como ocorre a degradação do álcool no organismo, por

meio das reações de oxirredução. Já no item 4, pode-se aprofundar a questão da

solubilidade do etanol em água, por meio da teoria das ligações intermoleculares,

tema deste item.

O livro L2 aborda questões relativas à concentração das soluções

(Capítulo 2), o balanceamento das equações químicas (Capítulo 8) e ainda temas

relativos às propriedades físicas das substâncias como densidade. Todos estes

temas constituem objetos de oportunidades em que o professor deve explicitar a

importância do álcool no dia-a-dia.

De todos os livros de química analisados, o L3 parece apresentar mais

assuntos convenientes à temática do álcool, além de outras drogas. Isto porque, é

neste volume que são estudadas as funções orgânicas, dentre elas a função álcool.

Inclusive, diferentemente dos outros volumes, o L3 apresenta uma seção especial

Page 47: Monografia Capa Grossa 2

42

dedicada ao assunto do álcool (L3, Capítulo 2 – item 2.4: a presença dos álcoois na

nossa vida).

Objetivando abordar a temática do alcoolismo o professor poderia

antecipar o assunto disposto no Capítulo 16 do livro L4, o qual trata do tecido

nervoso. Neste capítulo ele teria condições de trabalhar bem a temática do

alcoolismo e também de outras drogas, mostrando como elas agem no Sistema

Nervoso Central (SNC). Parece de grande proveito também, a tentativa de encaixar

os conteúdos de Química vistos no 3º ano do Ensino Médio (Química orgânica), com

o capítulo 16 citado. Assim, os professores de Química e Biologia estariam unindo

forças no sentido de capacitar os alunos a reconhecerem as características químicas

dessas drogas e quais suas relações com os neurônios que são afetados por elas

Verificando o livro L5, podemos perceber que toda a Parte V (Anatomia e

fisiologia da espécie humana), permite a abordagem dos efeitos do álcool. No que

se refere à digestão (Capítulo 16) pode-se abordar como se dá o processo de

absorção do etanol no trato gastrointestinal. Já no Capítulo 17 (circulação

sanguínea), seria conveniente tratar sobre como se dá a distribuição do álcool no

nosso organismo após sua absorção em maior parte no intestino, passando ao

sangue e aos órgãos mais vascularizados inclusive o cérebro.

Dentre os exemplares analisados, o que parece contribuir menos com os

aspectos preventivos do abuso do álcool é o L6 (Biologia das populações). Porém,

nada impede que o professor de biologia, ao ministrar esse curso, proponha aos

seus alunos investigar algo sobre o alcoolismo, já que a Parte III deste livro dedica-

se ao estudo da Ecologia, ciência definida neste mesmo livro como sendo a que

estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem. Parece

razoável, portanto, que o alcoolismo, sendo o um problema de saúde pública

manifestado em todas as sociedades, seja objeto de atenção também da ecologia.

5.9.5 O que os livros escolares poderiam abordar com vistas à prevenção do

alcoolismo?

As abordagens preventivas aqui propostas são válidas como uma forma

de prevenir, mas apesar disso, estudos revelam que unicamente a informação é

incapaz de gerar atos a favor da abstinência e prevenção (DIAS, 2008). Faz-se

necessário que a informação faça parte de um projeto de educação integral, onde a

Page 48: Monografia Capa Grossa 2

43

escola possa inclusive detectar os problemas existentes com os alunos e na sua

ampla formar, possa integrar a família e outras instituições de saúde, com vistas a

promover hábitos de vida saudáveis. Essa ação conjunta, aliada a informações

específicas tratadas por profissionais capacitados podem gerar um saldo bastante

positivo no combate ao alcoolismo. A seguir, apresentamos de forma adaptada de

DIAS (2008), alguns pontos importantes que devem ser abordados em uma

estratégia de prevenção nas escolas e que os livros escolares poderiam contemplar:

o Definição de bebidas alcoólicas

o Identificação do álcool como uma droga

o Definição de alcoolemia

o Cálculo da taxa de alcoolemia

o Distinção entre as bebidas alcoólicas fermentadas e destiladas

o Comparação da graduação de diferentes bebidas alcoólicas

o Prevalência atual e tendências evolutivas do alcoolismo no Mundo e no Brasil

o Distinção entre o consumo do álcool e a dependência

o Desmistificação das crenças sobre o álcool

o Determinantes do alcoolismo

- Biológicos

- Psicológicos

o Socioeconômicos e culturais

o Consequências individuais do consumo de álcool

- Curto Prazo

- Longo Prazo

o Consequências familiares do consumo de álcool

o Consequências sociais do consumo de álcool

Page 49: Monografia Capa Grossa 2

44

6 CONCLUSÃO

No decorrer deste trabalho procurou-se apresentar a problemática do

alcoolismo por meio de dados que revelam o grande número de usuários e

dependentes de álcool no Brasil e no mundo, os quais aparecem correlacionados

com diversos problemas de ordem individual e social, como separações entre

casais, acidentes de trânsito, desemprego, violência e outros, que juntos colocam o

álcool na vanguarda de todas as drogas com relação aos gastos públicos com

saúde.

Quanto à realização da pesquisa, tivemos algumas dificuldades, como a

pouca compreensão de algumas questões pelos alunos, principalmente às

relacionadas diretamente com a Química. A despeito das dificuldades, alcançamos o

objetivo proposto. Os resultados da pesquisa apontaram para um baixo

conhecimento dos alunos a respeito do álcool, reforçando a necessidade urgente de

adoção de medidas preventivas, como o aparato de informações contextualizadas.

Da análise dos livros adotados pelas escolas constatou-se que a

abordagem da temática do álcool é praticamente inexistente, dado o elevado

número de conteúdos programáticos constantes das orientações curriculares seria

de grande interesse da prevenção que se reformulasse a matriz curricular do Ensino

Médio, contemplando em cada conteúdo oportuno, uma abordagem que vise

prevenir o uso prejudicial de álcool, assim, reestruturando os parâmetros

curriculares, haveria uma grande contribuição para a formação de cidadãos ativos e

saudáveis, colaboradores na redução de diversos problemas de saúde.

A realização deste trabalho abre precedente para que outros

pesquisadores possam investir em um trabalho mais duradouro em escolas do

Ensino Médio. Dispondo de mais tempo, poderão empregar uma metodologia que

mapeie a problemática do alcoolismo sob diversos ângulos, em um momento antes

e outro depois da realização dos trabalhos. Dessa forma, é provável que se consiga

constatar efetivamente a eficácia das propostas aqui apresentadas.

Page 50: Monografia Capa Grossa 2

45

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Page 54: Monografia Capa Grossa 2

49

ANEXO A – Questionários aplicados às escolas

QUESTIONÁRIO I – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Prezado aluno, o questionário apresentado a seguir, serve de base

para um trabalho monográfico que está sendo elaborado visando mostrar

que é possível abordar o tema do alcoolismo nas aulas de química, como

uma forma de prevenir o uso abusivo do álcool. Portanto, sua participação é

muito importante. Você não receberá nota pelas respostas apresentadas

nem precisa se identificar.

A SEU RESPEITO RESPONDA O QUE SE PEDE:

1) Qual seu sexo:

( ) masculino ( ) feminino

2) Sua idade: ( ) menos que 18 anos ( ) entre 18 e 22 anos

( ) mais que 22 anos

3) Você já ingeriu qualquer quantidade de bebida alcoólica?

( ) sim ( ) não

4) Caso a resposta à questão anterior seja verdadeira, onde se deu seu

primeiro contato com bebida alcoólica?

( ) em casa ( ) com os amigos

( ) na escola

5) Marque abaixo qual o nível de conhecimento que você considera ter

sobre os efeitos do álcool no organismo

( ) Pouco ( ) bom

( ) muito bom ( ) ótimo

6) No cérebro humano existe cerca de 100 bilhões de neurônios os quais

são responsáveis pela condução do impulso nervoso que possibilita a

produção dos pensamentos, movimentos e sensações. Sobre os

efeitos do álcool nos neurônios assinale V ou F:

( ) O álcool não afeta a interconexão entre os neurônios, por isso não

há perda de memória nem lentidão no raciocínio durante seu

Page 55: Monografia Capa Grossa 2

50

consumo.

( ) O álcool destrói os neurônios mas eles se recuperam.

( ) Cerca de 9 milhões de neurônios são destruídos a cada bebedeira

e eles não mais se recuperam.

( ) O adulto apresenta uma possibilidade maior de recuperação das

funções cerebrais que os adolescentes quando abusam do álcool.

7) A sociedade é bastante afetada pelo uso nocivo de bebidas

alcoólicas. A respeito dos efeitos sociais do álcool pode-se afirmar:

( ) Os custos sociais devido ao álcool é pequeno pois quase ninguém

adoece por esse motivo.

( ) De todas as drogas, a que causa maiores prejuízos sociais é o

álcool.

( ) Os maiores danos à saúde pública no mundo é causada pelo

consumo de tabaco seguido do álcool.

( ) Apesar dos efeitos do álcool, apenas 20% dos acidentes de

trânsito com vítimas fatais tem relação com o consumo alcoólico.

8) O álcool ao ser ingerido é absorvido rapidamente pelo organismo,

chegando ao cérebro em poucos segundos. Marque abaixo a opção

que indica a propriedade física do álcool a que isso se deve?

( ) solubilidade ( ) volatilidade ( ) densidade

9) O bafômetro é um equipamento usado para medir a quantidade de

álcool por litro de sangue, de uma pessoa. Ao soprar no equipamento

ocorre uma reação química entre o álcool contido no ar expirado e

uma substância contida no equipamento. Nesta reação o álcool se

transforma em ácido acético (CH3COOH), indicando que o álcool

neste caso:

( ) É um agente redutor ( ) É um agente oxidante

( ) Sofre reação de adição ( ) Ganhou elétrons

10) Após responder a esse questionário você mudaria a resposta dada na

questão 5?

( ) Sim, para: _______________________________

( ) Não.

QUESTIONÁRIO II – 2º ANO DO ENSINO MÉDIO

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51

Prezado aluno, o questionário apresentado a seguir, serve de base

para um trabalho monográfico que está sendo elaborado visando mostrar

que é possível abordar o tema do alcoolismo nas aulas de química, como

uma forma de prevenir o uso abusivo do álcool. Portanto, sua participação é

muito importante. Você não receberá nota pelas respostas apresentadas

nem precisa se identificar.

01) Qual seu sexo:

( ) masculino ( ) feminino

02)Sua idade: ( ) menos que 18 anos ( ) entre 18 e 22 anos

( ) mais que 22 anos

03) Você já ingeriu qualquer quantidade de bebida alcoólica?

( ) sim ( ) não

04) Caso a resposta à questão anterior seja verdadeira, onde se deu seu

primeiro contato com bebida alcoólica?

( ) em casa ( ) com os amigos ( ) na escola

05) Marque abaixo qual o nível de conhecimento que você considera ter

sobre os efeitos do álcool no organismo

( ) Pouco ( ) bom ( ) muito bom ( ) ótimo

06) O organismo desenvolve um processo de eliminação do álcool por

meio de uma enzima que transforma o etanol em excesso em

acetaldeído, caracterizado por um grupo carbonílico. A esse respeito,

marque V ou F para as opções abaixo:

( ) A eliminação do álcool não traz problemas, pois, por ser volátil,

desaparece totalmente.

( ) A maior parte do álcool ingerido é eliminado nos pulmões por isso o

ar aí contido serve para medir com o uso do bafômetro o teor de etanol no

sangue

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52

07) Com relação aos efeitos do álcool no Sistema Nervoso Central (SNC)

marque V ou F:

( ) O álcool é uma substância depressora do SNC

( ) O álcool é uma substância estimulante do SNC

( ) O álcool quando ingerido em pequenas quantidades é considerado

um estimulante do SNC, mas quando em excesso atua como uma

substância depressora.

7) Na embalagem de uma bebida alcoólica está escrito: teor de álcool

etílico 38 ºGL. Sobre isto marque V ou F nas opões abaixo:

( ) Essa bebida contém aproximadamente 38 mL de álcool puro

( ) A bebida em questão é obtida por meio de fermentação

( ) A bebida em questão é obtida por meio de destilação

( ) Uma bebida fermentada contém um baixo teor alcoólico, ao passo

que uma destilada possui alto teor de etanol.

8) Após responder a esse questionário você mudaria a resposta dada na

questão 5?

( ) Sim, para: _______________________________________.

( ) Não.

Page 58: Monografia Capa Grossa 2

53

QUESTIONÁRIO III – 3º ANO DO ENSINO MÉDIO

Prezado aluno, o questionário apresentado a seguir, serve de base

para um trabalho monográfico que está sendo elaborado visando mostrar

que é possível abordar o tema do alcoolismo nas aulas de química, como

uma forma de prevenir o uso abusivo do álcool. Portanto, sua participação é

muito importante. Você não receberá nota pelas respostas apresentadas

nem precisa se identificar.

A SEU RESPEITO RESPONDA O QUE SE PEDE:

1) Qual seu sexo:

( ) masculino ( ) feminino

2) Sua idade: ( ) menos que 18 anos ( ) entre 18 e 22 anos

( ) mais que 22 anos

3) Você já ingeriu qualquer quantidade de bebida alcoólica?

( ) sim ( ) não

4) Caso a resposta à questão anterior seja verdadeira, onde se deu seu

primeiro contato com bebida alcoólica?

( ) em casa ( ) com os amigos ( ) na escola

5) Marque abaixo qual o nível de conhecimento que você considera ter

sobre os efeitos do álcool no organismo

( ) Pouco ( ) bom ( ) muito bom ( ) ótimo

6) O organismo desenvolve um processo de eliminação do álcool por

meio de uma enzima que transforma o etanol em excesso em

acetaldeído, caracterizado por um grupo carbonílico. A esse respeito,

marque V ou F para as opções abaixo:

(___) A eliminação do álcool não traz problemas pois, por ser volátil,

desaparece totalmente.

( ) A maior parte do álcool ingerido é eliminado nos pulmões por isso

o ar aí contido serve para medir com o uso do bafômetro o teor de

Page 59: Monografia Capa Grossa 2

54

etanol no sangue

( ) Quando o álcool se transforma em aldeído no processo de

desintoxicação ocorre uma sensação de bem-estar no indivíduo devido

ao álcool ter sido eliminado

( ) A formação do acetaldeído é o responsável pela sensação de

ressaca após a ingestão excessiva de álcool.

7) Com relação aos efeitos do álcool no Sistema Nervoso Central (SNC)

marque V ou F:

( ) O álcool é uma substância depressora do SNC

( ) O álcool é uma substância estimulante do SNC

( ) O álcool quando ingerido em pequenas quantidades é considerado

um estimulante do SNC, mas quando em excesso atua como uma

substância depressora.

( ) A prática de esportes pode proporcionar ao indivíduo as mesmas

sensações de bem-estar que são percebidas quando da ingestão de

certas drogas.

8) Na embalagem de uma bebida alcoólica está escrito: teor de álcool

etílico 38 ºGL. Sobre isto marque V ou F nas opões abaixo:

( ) Essa bebida contém aproximadamente 38 mL de álcool puro

( ) A fórmula molecular do álcool presente na bebida é CH3CH2OOH

( ) A bebida em questão é obtida por meio de fermentação

( ) A bebida em questão é obtida por meio de destilação

( ) Uma bebida fermentada contém um baixo teor alcoólico, ao passo

que uma destilada possui alto teor de etanol.

9) Após responder a esse questionário você mudaria a resposta dada na

questão 5?

( ) Sim, para: _____________________________________

( ) Não.

ANEXO B – Código atribuído aos livros escolares consultados

Page 60: Monografia Capa Grossa 2

55

CÓDIGO LIVRO ESCOLAR CONSULTADO

L1 FELTRE, R. Química geral. 6.ed. v.1. São Paulo: Moderna, 2004.

L2 FELTRE, R. Química geral. 6.ed. v.2. São Paulo: Moderna, 2004.

L3 FELTRE, R. Química geral. 6.ed. v.3. São Paulo: Moderna, 2004.

L4AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia: Biologia das células. 2.ed.

v.1. São Paulo: Moderna, 2004.

L5AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia: Biologia das células. 2.ed.

v.2. São Paulo: Moderna, 2004.

L6AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia: Biologia das células. 2.ed.

v.3. São Paulo: Moderna, 2004.