monografia 2007

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Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Filosofia e Ciências Humanas Escola de Comunicação Foco no receptor: ferramentas de comunicação aplicadas à comunicação informal em projetos. Fernanda d´Avila Melo Sarmento Rio de Janeiro 2007

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Page 1: Monografia 2007

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Centro de Filosofia e Ciências Humanas

Escola de Comunicação

Foco no receptor: ferramentas de comunicação

aplicadas à comunicação informal em projetos.

Fernanda d´Avila Melo Sarmento

Rio de Janeiro

2007

Page 2: Monografia 2007

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Centro de Filosofia e Ciências Humanas

Escola de Comunicação

Foco no receptor: ferramentas de comunicação

aplicadas à comunicação informal em projetos.

Fernanda d´Avila Melo Sarmento

Monografia apresentada à Escola de Comunicação da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como requisito parcial à conclusão do curso de Comunicação

Social, habilitação Publicidade e Propaganda

Orientador: Eduardo Refkalefsky

Rio de Janeiro

2007

Page 3: Monografia 2007

Foco no receptor: ferramentas de comunicação aplicadas à comunicação

informal em projetos.

Fernanda d´Avila Melo Sarmento

Monografia submetida ao corpo docente da Escola de Comunicação da

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – como parte dos requisitos

necessários à obtenção do grau de bacharel em Comunicação Social, habilitação

Publicidade e Propaganda.

Banca examinadora:

Professor Doutor Eduardo Refkalefsky

Professora Doutora Regina Célia Montenegro de Lima

Professor Doutor Lysio Séllos

Aprovada em: Rio de Janeiro, __/__/__

Nota: ____

Page 4: Monografia 2007

SARMENTO, Fernanda.

Foco no receptor: ferramentas de comunicação aplicadas à comunicação

informal em projetos.. Orientador: Eduardo Refkalefsky. Rio de Janeiro:

ECO/UFRJ, 2007. Monografia (Graduação em Publicidade e Propaganda).

Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

91 f., il.

1. Projetos; 2. Comunicação Interna; 3. Comunicação empresarial; 4.

Ferramentas de comunicação. 5. Comunicação focada no receptor. I. Eduardo

Refkalefsky (Orientador). II. ECO/UFRJ. III. Publicidade e Propaganda.

IV. Título.

Page 5: Monografia 2007

SARMENTO, Fernanda. Foco no receptor: ferramentas de comunicação aplicadas

à comunicação informal em projetos. Orientador: Eduardo Refkalefsky. Rio de

Janeiro: ECO/UFRJ, 2007. Monografia (Graduação em Publicidade e Propaganda).

91 f., il.

RESUMO

Um estudo sobre o uso de ferramentas de comunicação para otimizar procedimentos e

auxiliar no sucesso de um projeto. Histórico em visão panorâmica desde a origem da

gestão de projetos, seu desenvolvimento e o atual estado da arte. Teoria da comunicação

aplicada a projetos. Comunicação focada no receptor, gerenciamento de projetos e

comunicação interna no contexto empresarial. Objetivos e uso da comunicação em gestão

de projetos. Como usar as ferramentas de comunicação aplicadas a um contexto

corporativo de gestão de projetos.

Page 6: Monografia 2007

SARMENTO, Fernanda. Foco no receptor: ferramentas de comunicação aplicadas

à comunicação informal em projetos. Advisor: Eduardo Refkalefsky. Rio de

Janeiro: ECO/UFRJ, 2007. Final paper (Graduação em Publicidade e Propaganda).

91 f., il.

ABSTRACT

A study about the use of communication skills to optimize procedures and help in the

success of a project. Review about project management, history, development and how it

is done nowadays. Communication theory to project management. Communication

focused on the receiver. Project management and internal communication on the

corporate context. Goals and use of communication in project management. How to use

communication skills into project management.

Page 7: Monografia 2007

Dedicatória

Ao meu orientador Eduardo Refkalefsky que me mostrou, através de seus ensinamentos,

o valor de minhas próprias idéias.

Page 8: Monografia 2007

Agradecimentos

À minha família por tudo. Absolutamente tudo. Pai, mãe e Vic (GS) – sem

vocês... sem vocês... sem vocês a frase não tem nem continuação.

À minha querida “razão do viver”, vovó Neuzinha. Gostaria que você estivesse

aqui.

Aos avós que me acolheram em sua casa pelo tempo que precisei, Mamy e

Carequinha.

Aos amigos que entenderam minha dedicação e me desencaminharam dos

estudos nos momentos certos. Laiz, Carol, Jompa, Grid, Kittas, Cris, Lu, Ges,

Hermiozinho, Figo, Mingão, Riniti, Aninha, Amandita e tantos e tantos outros

que ocupam meu coração.

À amiga Mariana, pelas longas conversas esclarecedoras, por confiar sempre em

mim e pelo exemplo de profissional.

Aos meus colegas de trabalho pelos ensinamentos: UFE, PR (especialmente Gus

e Bruno que tantas vezes abriram meus olhos para novas formas de pensar),

TIM... mais que empresas, verdadeiras escolas.

À inspiradora Tia Neyza, sempre afoita e ocupada como eu.

Ao querido aliado e “coach” Roberto Boetger – obrigada por cada palavra e por

cada minuto dedicado a mim.

Ao eterno “guru” Edmour Saiani.

Aos professores e amigos da ECO e da COPPEAD por me apresentarem o

maravilhoso mundo do conhecimento: tanto da comunicação, como da gestão de

projetos.

Ao meu orientador, Ref, pelo mesmo motivo que dediquei a monografia a ele.

À professora Regina Célia, por pacientemente lapidar minha monografia e

prepará-la para o mundo acadêmico.

Ao professor Lysio Séllos pelo incentivo e pela atenção.

Page 9: Monografia 2007

“Seja você mesmo a mudança que quer ver no mundo”.

Gandhi

Page 10: Monografia 2007

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Comparativo de textos.....................................................................................21

Tabela 2 – Tabela de salários.............................................................................................22

Tabela 3 – Ferramentas de comunicação e o uso em GP..................................................43

Tabela 4 – O processo aristotélico e a persuasão publicitária...........................................46

Tabela 5 – O processo Aristotélico e os conselhos de David Ogilvy................................47

Tabela 6 – Tabela de responsabilidades.............................................................................50

Tabela 7 – O processo aristotélico e a comunicação informal em GP...............................50

Tabela 8 – O processo Aristotélico em GP e os conselhos adaptados ao GP....................50

Tabela 9 - Conselhos de Ogilvy e a comunicação visual em reuniões de GP...................56

Tabela 10 - Dramatização para os interlocutores em reuniões de GP...............................61

Tabela 11 – Dramatização para o emissor em reuniões de GP.........................................66

Tabela 12 – Uso de RP no gerenciamento de projetos.....................................................71

Tabela 13 - Dramatização para os interlocutores em reuniões de GP – com texto original

e tradução..........................................................................................................................83

Tabela 14 – Dramatização para o emissor em reuniões de GP – com texto original e

tradução............................................................................................................................85

Tabela 15 – Uso de RP no gerenciamento de projetos – com texto original e tradução..88

Page 11: Monografia 2007

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1 – Modelo de comunicação 1.........................................................................33

Ilustração 2 – Modelo de comunicação 2.........................................................................35

Ilustração 3 – Fluxo de leitura de e-mail..........................................................................52

Ilustração 4 – Importância dos sentidos............................................................................55

Ilustração 5 – Princípio I de “O corpo fala”.....................................................................63

Ilustração 6 – Princípio II de “O corpo fala”...................................................................64

Ilustração 7 – Princípio III de “O corpo fala”..................................................................64

Ilustração 8 – Princípio IV de “O corpo fala”..................................................................65

Page 12: Monografia 2007

ÍNDICE DE ABREVIATURAS

CEO – Chief Excutive Officer

GP – Gerenciamento de projetos ou gestão de projetos

HMCL – Harvard Management Communication Letter

HBSP - Harvard Business School Publishing

JIT – Just in time

MGP – Moderno gerenciamento de projetos

PMBOK - Project Management Body of Knowledge

PMI – Project Management Institute

RP – Relações Públicas

Page 13: Monografia 2007

SUMÁRIO

1 Introdução....................................................................................................................15

2 Sobre o contexto..........................................................................................................17

2.1 Por que estudar gerenciamento de projetos?............................................17

2.2 O que é um projeto e por que ele é a chave para a flexibilidade?............18

2.3 Por que estudar comunicação no contexto empresarial?..........................20

2.4 Sobre a comunicação interna....................................................................24

3 Sobre o tema...............................................................................................................27

3.1 Como a comunicação é estudada atualmente na gestão de projetos?......27

3.2 Teoria da comunicação aplicada a projetos.............................................31

4 Sobre a comunicação...................................................................................................32

4.1 Qual é a função da comunicação?...........................................................32

4.2 O que é uma boa comunicação?..............................................................36

5 Sobre a comunicação em gestão de projetos..............................................................39

5.1 Qual é o objetivo da comunicação dentro dos projetos?.........................39

5.2 O que é uma boa comunicação aplicada a projetos?...............................41

5.3 Como é o uso da comunicação em Gestão de Projetos?.........................42

6 Sobre as ferramentas de comunicação.......................................................................44

6.1 Ferramenta de linguagem verbal A: “Lead” (Jornalismo)......................44

6.2 Ferramenta de linguagem verbal B: “Call to action” (Publicidade)........45

6.3 Ferramenta de linguagem não-verbal A: O uso da imagem

(Publicidade)............................................................................................53

6.4 Ferramenta de linguagem não-verbal B: Dramatização (Teatro)............59

Page 14: Monografia 2007

6.5 Ferramenta de linguagem mista A: Gerando reputação (Relações

Públicas)...............................................................................................................67

7 Considerações finais.....................................................................................................74

Referências.......................................................................................................................77

Anexos..............................................................................................................................82

1 Tabela 13 - Dramatização para os interlocutores em reuniões de GP – com

texto original e tradução..................................................................................................83

2 Tabela 14 – Dramatização para o emissor em reuniões de GP – com texto

original e tradução...........................................................................................................85

3 Tabela 15 – Uso de RP no gerenciamento de projetos – com texto original e

tradução............................................................................................................................88

Page 15: Monografia 2007

15

1 Introdução

O objeto de estudo deste trabalho é a comunicação interna informal dentro da

gestão de projetos. Ele se propõe a estudar especificamente como diversas práticas de

comunicação podem ser aplicadas no gerenciamento de projetos em organizações de

forma a facilitar a comunicação interna da equipe envolvida. Seu objetivo principal é

mapear algumas ferramentas utilizadas por profissionais de diversas áreas da

comunicação que possam ser utilizadas em prol da melhoria da qualidade da

comunicação interna informal dentro do contexto de projetos.

Os objetivos específicos deste trabalho se resumem nas hipóteses a seguir. Em

que medida:

1) Tornar a comunicação um ponto de atenção pode ajudar no sucesso do

gerenciamento de projetos (prazo e qualidade)?

2) A comunicação interna informal impacta o sucesso dos projetos?

3) O uso de ferramentas de comunicação pode aumentar a eficácia da comunicação

interna informal em projetos?

4) A comunicação é estudada em projetos?

5) Se pode economizar com uma comunicação eficaz?

A metodologia utilizada neste trabalho é a revisão de literatura, método

exploratório de artigos e livros, além de entrevistas informais com gerente de projetos

e observação direta através da experiência profissional da autora.

A justificativa para este estudo é falta de bibliografia do tema voltada para a

prática, apesar da relevância que o gerenciamento de projetos e a comunicação vêm

ganhando na ―era do conhecimento‖. Além disso, a vivência de momentos instigantes

na vida profissional que geram alguns questionamentos que são vistos neste trabalho.

O capítulo 2 apresenta um breve resumo sobre o contexto no qual ―nasce‖ o

estudo do moderno gerenciamento de projetos, um pequeno histórico da evolução

deste conhecimento e algumas explicações para que o leitor entenda o recorte do tema

Page 16: Monografia 2007

16

como: a definição do que é projeto, esclarecimentos sobre o que é comunicação

interna e sobre a importância de estudar comunicação no contexto empresarial.

Já no capítulo 3, procura-se apresentar de forma breve a atual bibliografia

existente sobre a comunicação em gestão de projetos e introduzir conceitos de teoria

da comunicação aplicáveis.

O capítulo 4 trata especificamente da comunicação, aprofundando a questão da

qualidade na comunicação a fim de fornecer bases para o capítulo 5 no qual há um

tratamento específico da comunicação aplicada a projetos, procurando entender seus

objetivos e seu uso no dia-a-dia.

Por fim, o capítulo 6 traz as ferramentas destacadas pela autora afim de auxiliar

os gerentes de projeto e seus colaboradores em seu desafio diário de comunicar de

forma eficaz e efetiva, levando ao capítulo 7 com as considerações finais.

Dessa forma, deseja-se com esse trabalho discorrer sobre ferramentas de

comunicação que podem auxiliar na otimização dos recursos de um projeto e

organizar de forma sistemática esse conhecimento em um manual com práticas de

diversos campos de estudo da comunicação (publicidade, jornalismo, teatro, entre

outros). Ou seja, um guia prático de sugestões simples que auxiliem a comunicação

interna informal dentro dos projetos.

Page 17: Monografia 2007

17

2 Sobre o contexto

Por seu caráter multidisciplinar, este trabalho contém uma introdução para

oferecer alguns conceitos sobre o estudo de gerenciamento de projetos, sua

importância e um breve histórico, bem como bases que apontam a relevância da

comunicação empresarial e um de seus principais desdobramentos: a comunicação

interna.

2.1 Por que estudar gerenciamento de projetos?

O capitalismo está mudando: inicialmente baseado na idéia de trocas de bens

materiais, esse modelo vem sofrendo constantes questionamentos sobre sua

funcionalidade em uma sociedade cada vez mais ligada à informação e ao

conhecimento. O novo contexto se constitui de produção e circulação de bens

imateriais. Como afirma GORZ (2005, p.29):

Se não for uma metáfora, a expressão ―economia do conhecimento‖

significa transtornos importantes para o sistema econômico. Ela indica

que o conhecimento se tornou a principal força produtiva e que

conseqüentemente, os produtos da atividade social não são mais,

principalmente, produtos do trabalho cristalizado, mas sim do

conhecimento cristalizado.

Um dos termos mais utilizados para definir o novo panorama é o de

―sociedade da informação‖ — utilizado pela primeira vez em 1978 por John Naisbitt,

em seu livro Megatrends, no qual ―descrevia os cenários futuros que dariam lugar à

sociedade da informação‖ (apud CONTRERA, 2001). Castells, ao estudar a relação

entre as novas tecnologias, comunicação e sociedade, apresenta uma forma peculiar

de descrever esse momento:

Novo sistema tecnológico, econômico e social. Uma economia em que

a produtividade não depende da quantidade de fatores de produção

(capital, trabalho, recursos naturais), mas sim de aplicação de

conhecimentos e informação para gestão, produção e distribuição, tanto

nos processos como nos produtos. (1997 apud CONTRERA, 2001,

p.28).

A nova realidade se conjuga ainda com toda a velocidade de transmissão de

informações, de obsolescência de tecnologias, de superação de distâncias e resultante

Page 18: Monografia 2007

18

das inovações tecnológicas, especialmente com o advento da internet. Rifkin, ao

descrever a ―era do acesso‖, explica como isso impacta nas relações comerciais:

Em um mundo de produção customizada, de inovação e atualizações

contínuas e de ciclos de vida de produto cada vez mais breves, tudo se

torna quase imediatamente desatualizado. Ter, guardar e acumular, em

uma economia em que a mudança em si é a única constante, faz cada

vez menos sentido (RIFKIN, 2001, p.5).

É dentro deste contexto que o gerenciamento de projetos se encaixa: a

organização do trabalho das empresas por projetos permite atender à velocidade

demandada pelo mercado (o por quê será apresentado posteriormente). Inúmeras

empresas realizam essa mudança na sua estrutura organizacional para atender melhor

à realidade do mercado. Segundo seus defensores, esse tipo de transição permite uma

folha de pagamento mais enxuta, otimização de recursos físicos e um maior

envolvimento com o sucesso de cada produto.

O gerenciamento de projetos, nas últimas décadas, se transformou em

um assunto bastante difundido devido a mudança de tecnologia e ao

alto nível de informação a que hoje somos submetidos. Em um

ambiente industrial é dada ênfase às atividades repetitivas (...). Na

economia da informação, a singularidade dos eventos substituiu a

repetição. A informação por si própria é dinâmica e está sempre em

modificação. A flexibilidade é o ponto focal da nova ordem e o

gerenciamento de projeto é a chave para esta flexibilidade. (COPPEAD,

2007, p.1)

2.2 O que é um projeto e por que ele é a chave para esta flexibilidade?

O Project Management Institute (PMI) é a instituição internacional mais

conhecida para a regulamentação e disseminação de conhecimentos do tema projetos.

Segundo o PMI (2004 apud COPPEAD, 2007, p.1), a definição de projeto é:

• um empreendimento temporário com o objetivo de criar:

• um produto único;

• um serviço único;

• um resultado

Existem, entretanto, uma série de outras definições menos abrangentes, tal

como a de Maximiano:

Page 19: Monografia 2007

19

Para este autor, um empreendimento pode ser classificado como projeto

desde que possua as seguintes características:

• seja finito (temporário, programado);

• possua objetivos claramente definidos em função de um problema,

oportunidade ou interesse;

• envolva uma relação cliente-fornecedor ou fornecedor-usuário;

• seja singular;

• resultado esperado incerto e

• necessite gerenciamento específico (COPPEAD, 2007, p.1).

Desta forma, pode-se atribuir a flexibilidade dos projetos à sua especificidade

e ao seu término programado. O projeto visa atender sempre a uma necessidade ou a

um objetivo dentro de um determinado prazo, e, após o cumprimento daquela tarefa,

há a desmobilização dos recursos envolvidos e a finalização do mesmo.

Além disto, antes e durante a execução de um projeto são feitos inúmeros

estudos de viabilidade e controle de resultados que permitem que o projeto seja

―abortado‖ antes de causar maiores impactos à organização.

Todo este estudo, com a criação de softwares, a elaboração de fórmulas de

análise de risco e de outras ferramentas específicas, entretanto, são relativamente

recentes. Segundo apostila da COPPEAD, podemos dividir o gerenciamento de

projetos evolutivamente em três fases:

a) Gerenciamento empírico ou artesanal – o Gerente utilizava suas

habilidades inatas para coordenar o projeto. Arquitetos e

construtores (construção de igrejas, templos, pirâmides, castelos,

entre outros.), pintores (p.ex.: teto capela Cistina, quadros feito sob

encomenda de um mecenas, entre outros.), exploradores (p.ex: uma

viagem para descobrir novas terras, entre outros.) e tantos outros

empreendedores da história que imaginaram um projeto e realizaram

o mesmo sem nenhum tipo de ferramenta gerencial formalmente

estipulada. Este período vai até meados da Segunda Guerra Mundial;

b) Gerenciamento clássico ou tradicional – Considera-se esta fase

especialmente após a década de 1940, na qual grandes

empreendimentos – especialmente militares (engenharia,

aeronáutica, marinha, exército e até mesmo indústria espacial) – já

foram tratados como projetos mais bem estruturados e planejados

Page 20: Monografia 2007

20

com mais cautela. Seus gerentes já possuíam recursos humanos e

materiais específicos, restrições orçamentárias e prazos

determinados. Aplicavam processos já existentes para alcançar um

produto com desempenho específico. Em sua maioria, trataram-se de

projetos técnicos de engenharia, de grande complexidade e com risco

elevado. Esta fase estende-se aproximadamente o início dos anos 90,

quando começa a pressão da globalização;

c) Moderno gerenciamento de projetos, ou MGP (VALERIANO, 2001

apud COPPEAD, 2007) tem início em 1990 com a disseminação do

JIT (método just in time) em todo o mundo. Esta prática gerencial

possibilitava uma série de aplicações e atendeu à demanda do

mercado por um modelo que se flexibilizasse diante do rápido ciclo

de vida dos produtos, da velocidade das inovações tecnológicas e da

competição cada vez mais acirrada com a globalização. O JIT fez

com que o gerenciamento de projetos perdesse o caráter

eminentemente técnico e adquirisse importância nas atividades

empresariais.

2.3 Por que estudar comunicação no contexto empresarial?

Não é exagero afirmar: implantar uma empresa significa implantar um

fluxo de informações. Este fluxo é vital na medida em que equivale à

existência do inter-relacionamento entre as partes da empresa, sem o

que, no lugar de movimentações estratégicas, teríamos apenas um

projeto inerte. Ou seja, não haveria organização. (Palma, 1983 apud

SILVA, 2004, p.1)

No ambiente corporativo existe uma necessidade constante de transmissão de

informações e damos o nome de comunicação empresarial ao conjunto de atividades

que a empresa desenvolve para suprir esta demanda. Ela perpassa diversas práticas

como a publicidade, assessoria de imprensa, relações públicas e comunicação

organizacional.

Neste trabalho, iremos abordar a questão da comunicação organizacional que

definição, segundo a definição do Dicionário de Comunicação, abrange ―situações de

comunicação interpessoal, direta ou indireta, no interior de uma organização‖

Page 21: Monografia 2007

21

(RABAÇA; BARBOSA, 2002, p.176). Desta forma, parte-se do pressuposto que ela é

essencial para garantir o desenvolvimento das empresas, pois é através dela que os

gestores exercem as funções de planejamento, organização, liderança e controle das

ações.

Assim, é a eficácia da comunicação dentro da empresa e o aproveitamento

adequado dos canais utilizados que promovem o relacionamento entre os

colaboradores, facilitam as negociações e a administração de conflitos. A partir do

modo que se dá a circulação da informação é possível que ela interfira positivamente

ou negativamente na corporação.

Pode-se observar a seguir um exemplo simples de economia gerada em função

da agilidade de uma boa comunicação. Os textos que se seguem são do guia da Ogilvy

& Mather, um manual voltado para funcionários recém contratados entitulado ―Como

escrever melhor‖ (REINEN; RAPHAELSEN).

Tabela 1 – Comparativo de textos

COLUNA A COLUNA B

Nós estamos convencidos de que, se essa

recomendação não for seguida, a faixa do

mercado do seu produto será afetada

negativamente.

Acreditamos que vocês devam seguir esta

recomendação para garantir a faixa de

mercado.

Remova as pedras do caminho para achar

a solução.

Consiga-o de qualquer modo.

Acredita-se que, com os parâmetros que

foram impostos pela sua direção, uma

solução viável talvez seja difícil de

concentrar. Se nós quisermos impactar o

consumidor para uma posição otimizada,

a defrontação mais amiúde com a sua

direção talvez seja o passo mais cabível a

se tomar.

Acreditamos que os limites que a sua

direção nos deu dificulta uma solução

prática. Se nós quisermos que o programa

do consumidor seja bem sucedido, talvez

devêssemos conversar novamente com a

sua direção.

Total de palavras A: 76 palavras Total de palavras B: 50

Page 22: Monografia 2007

22

A análise feita possui uma série de restrições por ser uma avaliação

quantitativa e não qualitativa da comunicação, mas a idéia é apenas dimensionar as

conseqüências de uma comunicação ruim. Desta forma, para efeito de cálculo

simples, foi desconsiderado o tempo de compreensão das frases e são contabilizadas

apenas o número de palavras lidas por minuto.

Considera-se que a média de palavras lidas por minuto por uma pessoa varia

de 150 a 250 (TONELLO, 1999), temos que uma pessoa demora em média mais 15

segundos para ler a coluna A do que para ler a coluna B. Parece pouco, mas ao supor

uma pessoa que recebe em média 100 e-mails por dia (cujo conteúdo é normalmente

até maior do que este apresentado) são 1.500 segundos por dia, ou seja, 25 minutos

por dia, 125 por semana, 500 por mês e 5.500 por ano, já considerando apenas os dias

úteis e tirando um mês do ano de férias. Isto totalizaria 92 horas por ano, para cada

funcionário.

Toma-se uma equipe de 7 pessoas trabalhando durante um ano em um projeto

com os seguintes salários/hora:

Tabela 2 – Tabela de salários

Cargo Salário/hora

Coordenador de compra R$ 59,93

Coordenador de logística R$ 47,93

Supervisor de controle de qualidade R$ 37,39

Coordenador Financeiro R$ 59,51

Coordenador de Sistemas R$ 56,89

Analista de Sistemas R$ 35,74

Analista de Sistemas R$ 35,74

Adaptado de: Fonte Tabela de salários, 2007

O salário apresentado na pesquisa foi dividido pelas 160 horas mensais de trabalho (40 horas semanais X 4 semanas)

No total, esta equipe representa um custo de cerca de R$335,00 reais por hora

É importante ressaltar que estamos desconsidera-se nessa tabela o salário mais alto de

todos que é o do gerente de projeto, além de custos como: locação de espaços,

equipamentos, softwares, entre outros. Ou seja, num cálculo muito simplificado, um

treinamento de comunicação economizaria R$ 30.820,00 a um projeto.

Page 23: Monografia 2007

23

Este foi apenas um exemplo quantitativo, com dados já disponíveis, para

ilustrar como pequenas mudanças na comunicação podem gerar uma economia muito

grande através de um ―efeito avalanche‖. Alguns segundos economizados em um e-

mail pode ser a diferença entre um projeto ser um sucesso ou não. Vale lembrar que o

principal fator que diferencia uma boa comunicação de uma comunicação ruim é o

entendimento gerado por aquele texto, e, conseqüentemente as ações, como colocam

FIUZA; KILIMNIK (2004, p.2):

O objetivo da comunicação, conforme Simon (1979) e Robbins (2000),

é promover o entendendimento entre os componentes de um grupo,

permitindo que um determinado pensamento consiga, por meio de

estímulo adequado, ao ser compartilhado, produzir a ação desejada no

receptor, alcançando os resultados desejados.

Este nível de aprofundamento, entretanto, necessitar uma pesquisa à parte para

conseguir mensurar os impactos de uma boa comunicação integralmente, medindo o

tempo de leitura + tempo de compreensão + tempo de ação.

De forma que, textos menores não são necessariamente os mais

compreensíveis (muitas vezes sim por não utilizarem tantos jargões e serem mais

diretos), e o que realmente vai impactar o fluxo de informação da empresa e fazer

com que a comunicação do projeto consiga fluir bem é a preocupação com a

compreensão.

Portanto, a empresa que é capaz de orquestrar com maestria a sua

comunicação, pode esperar resultados como: diminuição de custos, maior rapidez nas

respostas e maior produtividade. FIUZA; KILIMNIK (2004, p.2) defendem:

Tomando por base tais análises, Bueno (2000) considera a comunicação

não como ferramenta, mas como um elemento estratégico na

engrenagem da empresa e transformador da gestão empresarial. Sobre

isso, Kunsch (1997,, p.20) aponta a comunicação como elemento

estratégico ao analisar que ―ela deixa de ser uma área periférica e alia-

se aos demais setores, tornando-se assim, uma ferramenta

imprescindível para a obtenção de resultados

Page 24: Monografia 2007

24

2.4 Sobre a comunicação interna

A comunicação interna é uma prática amplamente utilizada pelas empresas

como instrumento de integração e motivação dos seus funcionários. Existem inúmeros

estudos comprovando a eficiência desta ferramenta junto à satisfação e à

produtividade dos funcionários. Segundo RUBIÃO (1994 , p.5):

Ela permite que cada indivíduo se situe no interior da atividade da

empresa, se integrando e nela considerando-se o elemento decisivo do

conjunto; desenvolva sua criatividade tomando novas iniciativas, e se

sinta mais solidário com os outros, a fim de fazer próprios os objetivos

estabelecidos pela direção.

É importante entender que - especialmente se a empresa oferece um local

seguro de trabalho e um bom nível salarial – seus funcionários absorvem e desejam

este ―algo mais‖. Segundo o psicólogo Abraham Maslow, há uma hierarquia de

necessidades que devem ser atendidas: a) fisiológicas (fome, sede, entre outros); b)

segurança (em diversas formas: desde estabilidade no emprego até uma casa segura);

c) sociais (sentimentos de pertencimento, amor e carinho); d) auto-estima (ganhar

autoridade sob nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros de nossa

competência e adequação às funções que desempenhamos) e e) auto-realização

(tornar-se tudo que o indivíduo pode ser) (KOTLER, 2000, p.194).

Desta forma, a comunicação interna está intimamente ligada ao terceiro nível

hierárquico de Maslow e faz com que o funcionário tenha a sensação de inclusão

naquela comunidade e possa avançar para o próximo degrau. Para HUNTER (2004,

p.55), ―De qualquer modo, uma vez atendidos os dois níveis básicos de necessidades,

os sentimentos de pertencer à empresa e de ser amado tornam-se necessidades

incentivadoras‖.

Por que é importante saber isto? Porque este é um dos principais pontos que

diferenciam a comunicação interna voltada para empresas e a comunicação interna

voltada para projetos. Quando contextualizamos o trabalho do colaborador

(funcionário ou terceiro) dentro de um projeto, não há segurança (do ponto de vista da

estabilidade proposta por Maslow). Isto porque, quando o projeto acaba, normalmente

toda a equipe é desmobilizada.

Page 25: Monografia 2007

25

Além disso, projetos – por possuírem uma estrutura bem menor do que a da

empresa – são mais impactados por fatores externos (conjunturais), abalando ainda

mais a segurança dos colaboradores quanto ao que vai acontecer dali para frente.

Deve-se considerar ainda que o tempo médio para que um trabalho de

comunicação interna comece a dar resultados (2 a 3 anos) (RUBIÃO, 1994) é menor

do que o tempo de duração médio de um projeto (1 a 18 meses) (DUFFY, 2006). Ao

mesmo tempo, a quantidade de terceiros envolvidos em um projeto costuma ser

consideravelmente superior. Por esta mesma razão, dificilmente se ouve falar em

―interesses da empresa‖, pois colaboradores de várias empresas trabalham ali. Em

última instância, os interesses do projeto são os interesses da empresa e o porta voz de

tudo isto é o gerente de projetos.

Portanto, pode-se considerar como um desafio muito grande falar de

comunicação interna para um projeto. Resumindo o panorama tem-se: falta de

estabilidade, pouco tempo para desenvolver o trabalho e um porta voz que não é uma

―entidade‖ (a empresa, a corporação, etc.) – trata-se de uma pessoa, que convive

diariamente com todos os funcionários, e, por esta razão, passível de muitos

questionamentos.

Assim, este trabalho propõe que a comunicação interna de um projeto não leve

em conta só a comunicação que parte do gerente para os colaboradores – o que

equivaleria à comunicação empresa-funcionário no caso da comunicação interna, mas

também a dos colaboradores entre si. O objetivo do manual de práticas – produto final

deste projeto – é que ele sirva para todos os colaboradores, de forma a: 1) permear

todas as relações e reduzir o tempo de efetividade da comunicação; 2) permitir que a

clareza das informações e a compreensão de tudo que se passa ofereça alguma

segurança para os colaboradores (transparência passa segurança e isso pode auxiliar a

equilibrar um pouco a base ―minguada‖ da pirâmide de Maslow); 3) dividir a

responsabilidade das informações (do gerente com os colaboradores) e 4) criar um

ambiente propício para a geração de novas idéias.

Page 26: Monografia 2007

26

Sendo a comunicação um fator de motivação e satisfação dos

colaboradores, sistematizar e construir a comunicação eficiente, usando

os canais e a formatação adequados, capazes de motivar e gerar

iniciativas espontâneas, são os desafios que as empresas modernas têm

na busca de competitividade. (...) A Comunicação precisa deixar de ser

vista como desperdício de dinheiro ou coisa para uma segunda etapa do

negócio(...) (ESPINELLI, 2004, p.54).

Ou seja, muitas organizações ainda resistem à implementação de uma

comunicação interna ou simplesmente não a tratam como a vantagem competitiva que

ela pode ser.

Page 27: Monografia 2007

27

3 Sobre o tema

A atual bibliografia sobre gestão de projetos é ineficaz em oferecer

ferramentas voltadas para a prática e tímida ao abordar a teoria da comunicação

propriamente dita. Por sua vez, o campo de GP ainda não é explorado pelos teóricos

da comunicação, tornando necessária uma abordagem de teoria da comunicação mais

aplicada ao tema.

3.1 Como a comunicação é estudada atualmente na gestão de projetos?

A comunicação é uma questão crítica para o gerente de projetos: prazos mais

curtos, etapas que dependem de outras etapas, áreas diferentes dividindo tarefas,

stakeholders cobrando constantemente status de todas as tarefas, são exemplos de um

panorama no qual a comunicação permeia todo o andamento do empreendimento.

Manter o fluxo de informação do projeto dentro de um certo equilíbrio é um

dos maiores desafios do Gerente de Projetos, e a melhor forma de garantir a

integração da equipe e o controle sobre o desenrolar do projeto.

A literatura de gerenciamento possui inúmeros casos que mostram que

quando a gerência falha em estabelecer uma comunicação direta com

seus empregados, os resultados podem ser:

• Moral baixa entre os empregados;

• Alto absenteísmo e rotatividade;

• Hostilidade com a gerência;

• Resistência a mudanças;

• Produtos de baixa qualidade;

• Freqüentes disputas trabalhistas 1 (MAUDE, 1977, p. 4).

Alguns gerentes de projeto, em entrevistas informais, dizem que 90% do

tempo deles é gasto com comunicação, indicando a relevância do tema. Apesar disto,

esta ainda é uma área pouco estudada por especialistas, que consideram a melhoria de

sistemas de gestão de custo, tempo – e outros assuntos mais ―matemáticos‖ - a melhor

forma de garantir o sucesso de um projeto. Mesmo livros tidos como referência são

bastante inconsistentes ao tratar do assunto.

1 ―Management litarature abounds with cases that show that when senior management fails to stablish

direct communication links with employees, the results may be: 1) low employee morale. 2) High

abseteeism and turnover rates. 3) Hostility towards management. 4) Resistance to change. 5) Low

quality products. 6) Frequent labour disputes‖.

Page 28: Monografia 2007

28

Segundo o PMI (2004), o gerenciamento de projetos deve ser organizado em

áreas de conhecimento (integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos

humanos, comunicações, riscos e aquisições) e cada uma dessas áreas é descrita

através de processos. Descrevendo o gerenciamento das comunicações do projeto da

seguinte forma:

O gerenciamento das comunicações do projeto é a área de

conhecimento que emprega os processos necessários para garantir a

geração, coleta, distribuição, armazenamento, recuperação e destinação

final das informações sobre o projeto de forma oportuna e adequada. Os

processos de gerenciamento das comunicações do projeto fornecem as

ligações críticas entre pessoas e informações que são necssárias para

comunicações bem-sucedidas. Os gerentes de projetos podem gastar um

tempo excessivo na comunicação com a equipe do projeto, partes

interessadas, cliente e patrocinador. [...] Os processos de gerenciamento

das comunicações do projetos incluem os seguintes:

10.1 Planejamento das comunicações – determinação das necessidades

de informações e comunicações das partes interessadas no projeto.

10.2 Distribuição das informações – colocação das informações

necessárias à disposição das partes interessadas no projeto no momento

adequado.

10.3 Relatório de desempenho – coleta e distribuição das informações

sobre o desempenho. Isso inclui o relatório de andamento, medição do

progresso e previsão.

10.4 Gerenciar partes interessadas – gerenciamento das comunicações

para satisfazer os requisitos das partes interessadas no projeto e resolver

problemas com elas (PMI, 2004, p. 221).

Posteriormente, aborda - também de forma generalista - alguns aspectos

qualitativos como o conteúdo e a forma da comunicação, sem realmente apontar como

fazer isso (o que, de certa forma, é esperado, uma vez que é um livro que apresenta

apenas linhas gerais das melhores práticas). O que um estudante espera encontrar,

portanto, é um aprofundamento deste tema em uma literatura especializada, mas,

como pode-se observar a seguir, essa é uma abordagem ainda muito rara. Os autores,

de uma forma geral, tendem a tomar a comunicação como sinônimo de ―sistema de

comunicações‖.

PRADO (2000, p. 74) apresenta a falta de um sistema de comunicações como

uma das principais causas de desvio de meta

Page 29: Monografia 2007

29

Comunicação

O processo de tomada de decisões deve ser baseado em informações e

isto depende de um eficiente sistema de comunicações. Por meio de

uma rede de comunicações (reuniões, telefone, fax, rede corporativa, e-

mail, WEB, intranet, etc.) é possível montar um eficiente sistema de

comunicações. Ele vai ser útil para aumentar o entendimento entre os

envolvidos no projeto e permite minimizar os conflitos.

O autor atribui importância para a rede de comunicação, mas confere toda a

responsabilidade de seu bom funcionamento à tecnologia. Entretanto, ter várias

formas para se expressar (meios mais rápidos, com mais recursos) não é suficiente

para garantir a qualidade da comunicação. DUFFY (2006, p. 71) orienta:

Implante um bom sistema de comunicação com os stakeholders

Em geral, os stakeholders querem ser continuamente atualizados, por

meio de relatórios sobre o andamento do projeto. Descubra o que eles

querem e mantenha-os informados. Converse com os stakeholders à

medida em que o projeto for evoluindo, para confirmar se o volume de

informações é suficiente e se o formato das informações é o mais

adequado. Sua jornada ao longo do caminho crítico será mais amena se

não houver stakeholders descontentes exigindo mais informações.

Apesar de abordar a adequação do formato e do volume de informações, a

autora não apresenta desdobramentos sobre o tema, deixando o leitor desorientado

sobre como tornar aquilo uma realidade.

A despeito de se propor a detalhar um pouco mais o que se espera da

comunicação de um projeto do que os autores citados anteriormente, THIRY-

CHERQUES (2004) também peca por se ater apenas a assuntos como o planejamento

de informação (propondo uma matriz para controle de comunicação) e os relatórios

convencionais.

Os tipos tradicionais de informação de projetos devem ser

padronizados. São eles:

• relatórios de progresso, contendo o que foi realizado até determinado

momento, a comparação entre o projetado e o executado, as

dificuldades encontradas, as informações físico-financeiras, etc.;

• relatórios de revisão, contendo as modificações a serem feitas sobre o

projeto inicial ou sobre o último relatório de revisão, as razões e os

efeitos esperados;

• relatórios financeiros, contendo os itens referentes à execução do

orçamento (THIRY-CHERQUES, 2004, p.191).

Page 30: Monografia 2007

30

Quando o autor efetivamente inicia a discussão acerca dos recursos

informacionais, é extremamente breve e não apresenta exemplos. Como pode-se

observar no trecho:

Dependendo da envergadura e do tipo de projeto, pode ser indicado

esclarecer quanto:

• informações externas requeridas;

• informações geradas pelo projeto;

• forma, época, conveniência, etc. de comunicação com a mídia;

• estabelecimento de formatos e convenções a serem utilizadas

(THIRY-CHERQUES, 2004, p.191).

Essa tendência em ser ―generalista‖ por parte dos autores especializados em

projetos quando o assunto é a comunicação pode ser percebida até mesmo nos livros

que se propõem a fazer um recorte mais detalhado do tema. PFEIFFER (2006) dedica

um capítulo extenso à comunicação, mas, a todo momento, ele apenas explica os

conceitos de comunicação, esquecendo de relacioná-los ao gerenciamento de projetos,

de forma que o capítulo poderia estar em um livro sobre qualquer outro tema. Como

mostra o trecho a seguir:

Se entendermos a comunicação não apenas como um repasse de

informações, mas também como uma troca de idéias, pensamentos ou

sentimentos entre duas ou mais pessoas, esta troca significa emitir,

transmitir e receber mensagens, tanto por meio da linguagem falada

quanto da escrita, assim como de sinais, gestos, atitudes, atos ou até

mesmo a omissão dos mesmos (PFEIFFER, 2006, p. 29).

Após a realização de uma pesquisa (informal, realizada por e-mail com alguns

gerentes de projetos), pode-se constatar que a percepção de que a bibliografia

existente sobre o tema era considerada inconsistente também é sensível aos

entrevistados.

Um dos entrevistados, Lysio Séllos (coordenador da turma de 2007 do curso de

Aperfeiçoamento em Gestão de Projetos da COPPEAD), responde à pergunta ―o que

você acha da bibliografia hoje dedicada à gestão de projetos em termos de

comunicação?‖, e resume de forma adequada o sentimento geral: ―Muito carente de

informações. Ainda não temos material suficientemente maduro que englobe não

somente os processos, mas também as técnicas de comunicação empresarial,

ferramentas e metodologias‖ (SÉLLOS, 2007).

Page 31: Monografia 2007

31

Como solucionar o problema? Possivelmente entender um pouco mais da teoria da

comunicação traz reflexões importantes para o gerente do projeto e sua equipe, mas

será que isso efetivamente faz diferença nas atividades diárias dos mesmos? De um

modo geral, as pessoas encontram bastante dificuldade de aplicar a teoria na prática,

fazendo-se muitas vezes necessária a existência de uma ―ponte‖, um passo a passo.

Esta pesquisa, portanto, deve se preocupar não apenas com o levantamento de

uma teoria da comunicação útil aos gerentes de projetos, mas também com o

mapeamento de práticas e ferramentas que permitam o uso contínuo deste

conhecimento de forma a trazer benefícios notáveis à empresa.

3.2 Teoria da comunicação aplicada a projetos

As variáveis da comunicação são hoje parte integrante e fundamental de

qualquer ação ou projeto que tenha como objetivo a formulação e/ou

implementação de políticas eficientes de desenvolvimento, na medida

em que, nessa conjuntura, informação é o grande fator em termos de

agregação de valor (PEREIRA; HERSCHMANN, 2005, p.9).

Projetos dependem de uma boa comunicação, mas, esta afirmação traz

imediatamente algumas perguntas, que são respondidas nos capítulos subseqüentes

tais como:

1) Qual é a função da comunicação?

2) O que é uma boa comunicação?

3) Qual é o objetivo da comunicação dentro dos projetos?

4) O que é uma boa comunicação aplicada a projetos?

Page 32: Monografia 2007

32

4 Sobre a comunicação

Com o intuito de oferecer uma contextualização para a compreensão das

ferramentas, faz-se necessário estabelecer algumas bases conceituais de comunicação

antes de apresentar as práticas pesquisadas.

4.1 Qual é a função da comunicação?

Comunicar. [Do lat. Communicare.] V. t. d. 1. Fazer saber; tornar

comum; participar [...] a. Pôr em contato ou relação; estabelecer

comunicação entre; ligar; unir [...] 5. Transmitir, difundir [...] 6. Pegar

por contágio; transmitir [...] 11. Estabelecer comunicação,

entendendimento, conversação, convívio, comunicar-se. (FERREIRA,

2001, p.517).

É comum utilizar a descrição do dicionário para começar a falar em teoria da

comunicação. De fato, é talvez uma das poucas definições que o dicionário oferece

que evoca de forma direta a essência da palavra: tornar comum, transmitir, propagar,

compartilhar, seja qual for o sinônimo escolhido, o resumo é o mesmo: comunicação

é interação.

Há comunicação cada vez que um organismo qualquer, e,

particularmente um organismo vivo, pode afetar um outro organismo

modificando-o ou modificando sua ação direta, a partir da transmissão

de uma informação (e não por uma ação direta, como a exercida por

uma força física que ponha em jogo uma energia) (AMADO;

GUITTET, 1978, p.11).

Existem inúmeras formas de mapear a comunicação e seus elementos (tais

como: emissor, receptor, mensagem, entre outros). RABAÇA; BARBOSA (2002)

expõe em seu dicionário diversos modelos como os de Shannon e Weaver, Johnson,

Lasswell, Dobb, Osgood, entre outros estudiosos do campo da comunicação.

Entretanto, todos eles são ―muito assemelhados às antigas descrições sobre

retórica, dialética e argumentação que nos vieram sobretudo de Platão, Aristóteles e

os estóicos, Cícero e Quintiliano‖(Menezes apud RABAÇA; BARBOSA, 2002, p.

160). Ou seja, o esquema básico é mantido: ―1) a pessoa que fala; 2) o discurso que

pronuncia; 3) a pessoa que escuta‖ (MENEZES apud RABAÇA; BARBOSA, 2002,

p. 160).

Page 33: Monografia 2007

33

Este trabalho usa como base o modelo clássico com os seis elementos:

Referente, Emissor, Receptor, Canal, Mensagem e Código, para apresentar as seis

funções da linguagem propostas por Jakobson (1963 apud AMADO; GUITTET,

1978), cada uma ligada a um elemento comunicacional.

Ilustração 1 – Modelo de comunicação 1

Adaptado de AMADO; GUITTET, 1978, p. 15

As definições a seguir são expostas para melhor compreensão do quadro acima

e fazem parte do Dicionário de Comunicação (RABAÇA; BARBOSA, 2002), de

forma que são apontadas apenas as páginas como referência.

Emissor: ―Aquele que, num dado momento, emite uma mensagem para um ou mais

receptor ou destinatário‖ (p. 164).

Referente: ―Aquilo a que o signo lingüístico se refere. A coisa em si, a realidade

extralingüística‖ (p.630)

Mensagem: ―Aquilo que é dito num texto, num discurso‖ (p. 481)

Canal: ―Todo suporte material que veicula uma mensagem de um emissor a um

receptor, através do espaço e do tempo. Meio pelo qual a mensagem, já codificada

pelo emissor, atinge o receptor‖ (p. 100)

Código: ―Conjunto finito de signos simples ou complexos, relacionados de tal modo

que estejam aptos para a formação e transmissão de mensagens‖ (p. 144)

Page 34: Monografia 2007

34

Receptor: ―Aquele a quem se dirige a mensagem; aquele que recebe a informação e a

decodifica‖ (p. 624).

Jakobson (1963 apud AMADO; GUITTET, 1978) propõe seu modelo de tal

forma que:

Função expressiva: É focada no emissor. A mensagem traz emoções, sentimentos e

idéias do emissor. Ela eminentemente deixa transparecer a subjetividade do autor. Ex.

Uma carta de amor.

Função referencial: É centrada no referente e relata fatos concretos. Remete o tempo

todo ao objeto do discurso e descreve suas características. Ex.: Discurso científico.

Função poética: Evidencia o jogo dos signos. A qualidade, forma, organização dos

signos deixa de ser apenas um instrumento de comunicação para tornar-se seu objeto.

Ex.: Poesias.

Função fática: Representa tudo que serve para estabelecer e manter contato.

Expressões que servem para atrair a atenção do interlocutor ou para garantir que ele

não irá se distanciar. Ex.: Um ―alô?‖ em um telefonema.

Função metalingüística: É baseada no código. Ela tem como objetivo dar

explicações sobre o próprio código. Ex.: Dicionário.

Função conativa: É orientada para o destinatário. A mensagem visa agir sobre o

receptor. Pode ser um pedido, uma ordem, entre outros. Ex.: A mensagem

publicitária.

A respeito disto, cabe uma observação: o modelo de Jakobson não trata de

funções da comunicação, e sim funções da Linguagem. Qual é a diferença?

―Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a

comunicação‖ (CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p.4). Portanto, a linguagem, verbal

ou não, é a forma de comunicação.

A função da comunicação, como já apresentado, é compartilhar, tornar

comum, informar. Entretanto, entender a forma como isto se dá (através da

linguagem) e como se pode utilizar os elementos que compõem esta ação para realizar

uma comunicação efetiva é de suma importância. Segundo o PMI (2004, p.224), ―Os

componente do modelo de comunicação precisam ser considerados na discussão das

Page 35: Monografia 2007

35

comunicações do projeto. O uso destes componentes para se comunicar de forma

eficaz com as partes interessadas no projeto envolve vários desafios‖.

Além disto, cabe acrescentar que ―essas seis funções não se excluem entre si e

estão presentes de um modo mais ou menos privilegiado, em toda a comunicação‖

(AMADO; GUITTET, 1978, p. 15). Ou seja, estas funções se superpõem e se

combinam de acordo com o resultado que se pretende obter da comunicação.

O PMI utiliza outro modelo de comunicação bastante similar:

Um modelo básico de comunicação, mostrado na figura 10-31,

demonstra como as idéias ou informações são enviadas e recebidas

entre duas partes, definidas como o emissor e o receptor. Os principais

componentes do modelo incluem:

Codificar. Traduzir pensamentos ou idéias para uma linguagem que

seja entendida pelas outras pessoas.

Mensagem. A saída da codificação.

Meio físico. O método usado para transmitir a mensagem.

Ruído. Tudo o que interfere na transmissão e no entendimento da

mensagem (por exemplo, a distância).

Decodificar. Traduzir a mensagem de volta para pensamentos ou

idéia significativos.

Inerente ao modelo mostrado na Figura 10-3 está uma ação para

reconhecer uma mensagem. O reconhecimento significa que o receptor

sinaliza o recebimento da mensagem, mas não necessariamente a

concordância com ela. Outra ação é a resposta a uma mensagem, que

significa que o receptor decodificou, entende e está respondendo à

mensagem. (PMI, 2004, p.224)

Ilustração 2 – Modelo de comunicação 2

Adaptado de: PMI, 2004, p. 224

1 Ilustração 2.

Page 36: Monografia 2007

36

Opta-se por usar o modelo de Jakobson como base, e não o do PMI, por

considerá-lo mais adequado a este estudo por já possuir uma correlação com as

funções da linguagem apontadas considerando que estes conceitos são necessários

para compreensão posterior neste trabalho.

4.2 O que é uma boa comunicação?

Se ―a comunicação ocorre quando, ao emitirmos uma mensagem, nos fazemos

entender por uma pessoa e modificamos seu comportamento‖ (CEREJA;

MAGALHÃES, 1999, p.4), a boa comunicação é aquela que executa esta tarefa com

qualidade.

Por se tratar de um assunto subjetivo e difícil de mensurar, falar de qualidade

em comunicação é sempre delicado. Por mais que se tente desenvolver uma

abordagem matemática fundamentada nos modelos teóricos de comunicação (atribuir

notas, por exemplo, à qualidade do emissor, do canal, etc.), o resultado nem sempre

reflete a realidade.

Isto se dá por que nenhum destes elementos se encontra de forma ―pura‖ –

sempre estão imersos em contextos, culturas, submetidos à subjetividade do avaliador,

sua vivência, etc.

―Berlo (1999) contesta esta teoria, ao analisar que todos os elementos

que compõem o processo de comunicação devem ser considerados de

forma integrada e nunca isoladamente, para isso, torna-se necessário

contemplar outros aspectos, como: habilidades comunicadoras da fonte

e do receptor, seus níveis de conhecimento sobre o assunto veiculado,

paéis no sistema social, conteúdo da mensagem, compatibilidade do

canal, etc.‖. (FIUZA; KILIMNIK, 2004, p.7).

Portanto, ―o receptor da mensagem é o elo mais importante‖ (Berlo apud

FIUZA; KILIMNIK, 2004,, p.7). O determinante para o nível de efetividade da

comunicação, em última instância é o destinatário. A preocupação com o receptor

deve ser o princípio norteador de qualquer ação dentro da comunicação.

Compreender a afinidade entre emissor e receptor é vital e é fator decisivo de

sucesso. Comunicar é ser capaz de mobilizar o receptor, ou seja, é o emissor o

Page 37: Monografia 2007

37

verdadeiro interessado em transmitir a mensagem e é ele que deve empreender

esforços neste sentido. É dele a responsabilidade de se fazer compreendido.

―Isso quer dizer que a relação que une o emissor ao receptor é aqui

fundamental: é a compreensão dessa relação que será um dos fatores

decisivos para o êxito ou fracasso do processo de comunicação. [...] É

pois o emissor que deve esforçar-se para ser ouvido, quando

espontaneamente pediríamos antes ao interlocutor que esteja disponível

e aceite passivamente a comunicação.‖ (AMADO; GUITTET, 1978,

p.60).

Para Carl Rogers (apud AMADO; GUITTET, 1978), psicólogo americano, a

―comunicação autêntica‖ possui as características necessárias para se obter eficácia.

Ele diz que para que a relação seja uma comunicação verdadeira, ela deve ser uma

comunicação entre indivíduos, entre ―pessoas‖. Não deve possuir qualquer elemento

que mascare a subjetividade da mesma, pelo contrário, deve fazer desta um vínculo

essencial entre esses seres.

Rogers acrescenta que, para que um processo comunicacional se estabeleça,

não basta querê-lo, deve-se garantir que alguns pontos de atenção são atendidos, tais

como: a congruência, a atenção positiva incondicional e a empatia (apud AMADO;

GUITTET, 1978).

Congruência: ―Ser congruente em sua relação com o outro significa ser

você mesmo, estar presente em sua relação, estar aberto e não defensivo

em relação aos próprios sentimentos para com o outro, dar prova em

suma de uma autenticidade transparente‖ (AMADO; GUITTET, 1978,

p. 126).

Atenção positiva: ―Dar atenção positiva incondicional ao outro é estar

pronto para aceitar qualquer manifestação do outro sem querer julgá-la‖

(AMADO; GUITTET, 1978, p. 126).

Empatia: ―Ser empático consiste em perceber o quadro de referência

interno de uma outra pessoa com exatidão, e com os componentes

emocionais e as significações a ele ligados, como se você fosse a outra

pessoa‖ (AMADO; GUITTET, 1978, p. 126).

Desta forma, pode-se considerar que comunicar bem é ser capaz de colocar-se

no lugar do receptor e pensar na melhor forma de mobilizá-lo. Comunicar com

qualidade é o grande desafio.

É importante lembrar que o conceito de qualidade está sempre ligado à questão

da expectativa do cliente, de quem irá receber o produto ou serviço. ―Podemos dizer

Page 38: Monografia 2007

38

que a empresa fornece qualidade sempre que seu produto ou serviço atende às

expectativas do cliente ou as excede‖ (KOTLER, 2000, p.79). A situação não é

diferente para a comunicação, e, no caso, o ―cliente‖ é o receptor.

Page 39: Monografia 2007

39

5 Sobre a comunicação em gestão de projetos

Uma vez apresentada, a teoria da comunicação pode ser aplicada à gestão de

projetos de forma a oferecer questões importantes ao gerente. Determinar o objetivo

da comunicação dentro da GP é requisito básico para se desenvolver um bom trabalho

de aplicação das ferramentas à prática.

5.1 Qual é o objetivo da comunicação dentro dos projetos?

―O gerenciamento das comunicações do projeto é a área de

conhecimento que emprega os processos necessários para garantir a

geração, coleta, distribuição, armazenamento, recuperação e destinação

final das informações sobre o projeto de forma oportuna e adequada‖

(PMI, 2004, p. 221)

Por considerar a definição do PMI pouco pragmática, optou-se por dedicar um

espaço específico neste trabalho para a pesquisa e definição do que é o objetivo da

comunicação em gestão de projetos.

De acordo com a pesquisa realizada (informal, por e-mail) com gerentes de

projetos, fez-se um levantamento do que seriam os principais objetivos da

comunicação dentro da Gestão de Projetos. Ativar, alinhar, divulgar, informar,

mobilizar e orientar são as principais respostas.

Desta forma, os pontos a serem atingidos na comunicação da gestão de

projetos são muito similares aos objetivos de toda a comunicação empresarial: gerar

resultados através de ações.

―No âmbito das organizações, a comunicação foi sendo definida como

aquela que serve para criar, fazer funcionar e manter atuantes as

organizações sociais‖ (FIUZA; KILIMNIK, 2004, p.5).

Entretanto, é o pano de fundo do gerenciamento de projetos que torna este

ponto mais crítico e faz da comunicação uma necessidade vital. Em uma organização,

há tempo para se construir uma comunicação eficiente com stakeholders,

colaboradores, terceiros, entre outros. Tudo caminha rumo à construção de algo

dentro de uma linha temporal mais ampla. Enquanto isso, no gerenciamento de

Page 40: Monografia 2007

40

projetos, toda uma estrutura de comunicação deve ser montada, usada e

desmobilizada dentro do período do projeto – desde as instalações de redes e

softwares, até as próprias relações humanas.

Além disto, o fator motivacional está muito ligado à comunicação: ―Quando

não existe uma comunicação muito clara, ou a falta dela, tende-se a criar uma

sensação de abandono que desmotiva e produz uma atitude negativa dos envolvidos

no processo‖ (Kunsch (1997) apud FIUZA; KILIMNIK, 2004, p.6)

Para definir, portanto, o grande objetivo da comunicação no contexto da

Gestão de projetos, convém lembrar as principais considerações feitas até aqui:

1) A função da comunicação é compartilhar, tornar comum, informar, etc.

2) Uma boa comunicação é aquela na qual o receptor é mobilizado.

3) O principal ponto de atenção da comunicação em projetos é ser capaz de

gerar resultados através de ações e estimular a equipe de forma positiva.

Portanto, pode-se dizer que o objetivo da comunicação na gestão de projetos é

compartilhar informações de forma a mobilizar o receptor para uma ação em prol de

resultados e estimular positivamente a equipe.

Assim, é abordada nesta pesquisa apenas a questão da comunicação interna

informal dentro do contexto de projetos - a comunicação formal não é levantada neste

trabalho. O recorte é feito deste forma por que acredita-se que o que realmente gera a

ação dentro dos projetos e das corporações é a comunicação informal, tal como coloca

MAUDE (1977, p.4):

Relações informais são importantes. Elas permeiam todas as

organizações e são tão complexas que nunca poderiam ser

completamente mapeadas. Mas é essa comunicação e estrutura

operacional escondidas que fazem o trabalho ser feito1.

1 ―Informal relations are important. They pervade every organisation and are so complex that they

could never be completely charted. But it is this hidden communication and operating structure that

gets the work done‖.

Page 41: Monografia 2007

41

5.2 O que é uma boa comunicação aplicada a projetos?

Uma vez estabelecido o objetivo desta comunicação, ―compartilhar

informações de forma a mobilizar o receptor para uma ação em prol de resultados e

estimular positivamente a equipe‖, um bom parâmetro de julgamento é o atingimento

ou não deste objetivo.

Vale ressaltar que esta é uma comunicação eminentemente voltada para o

receptor e para a ativação do mesmo, e, portanto, a função de linguagem (segundo

modelo proposto por Jakobson (apud AMADO; GUITTET, 1978) privilegiada é a

conativa. Portanto, o destaque no uso de ferramentas publicitárias nessa comunicação

não é algo sem razão: a linguagem publicitária é eminentemente voltada para o

receptor.

Assim, identificar práticas de comunicação (publicitárias ou não) que

privilegiem esta função e adaptá-las para a realidade de projetos é uma boa forma de

reunir ferramentas eficazes para auxiliar o gestor dentro deste contexto.

É bom lembrar que a comunicação se dá ainda sob duas linguagens: a

linguagem verbal (tem por unidade a palavra) e a linguagem não-verbal (gestos,

imagens,entre outros). Existe ainda a forma de linguagem mista, ou seja, que utiliza-

se tanto de formas verbais quanto não-verbais de expressão e esta também será tratada

oportunamente.

As melhores práticas estão reunidas de acordo com a seguinte divisão no

capítulo subseqüente:

Ferramenta de linguagem verbal A: “Lead” (Jornalismo)

Ferramenta de linguagem verbal B: “Call to action” (Publicidade)

Ferramenta de linguagem não-verbal A: O uso da imagem (Publicidade)

Ferramenta de linguagem não-verbal B: Dramatização (Teatro)

Ferramenta de linguagem mista A: Gerando reputação (Relações Públicas)

Page 42: Monografia 2007

42

5.3 Como é o uso da comunicação em Gestão de Projetos?

Por trás de todas as ferramentas de comunicação que são apresentadas a

seguir, existe um ponto central que une todas elas e que é apontado anteriormente: o

foco no receptor.

O PMI aponta diversas habilidades de comunicação, como pode-se observar

no trecho a seguir:

As habilidades de comunicação não são as mesmas das comunicações

de gerencimento de projetos, mas estão relacionadas a elas. A arte da

comunicação é um assunto amplo e envolve um conjunto de

conhecimentos significativo incluindo:

Modelos emissor – receptor. Loops de ffedback e barreiras à

comunicação.

Escolha dos meios de comunicação. Quandos e comunicar por

escrito ou verbalmente, quando escrever um memorando informal

ou um relatório formal e quando se comunicar pessoalmente ou por

e-mail. O meio de comunicação escolhido para as atividades de

comunicação dependerá da situação.

Estilo da redação. Voz ativa ou passiva, estrtura da frase e escolha

das palavras.

Técnicas de apresentação. Linguagem corporal e design de recursos

visuais.

Técnicas de gerenciamento de reuniões. Preparação de uma pauta e

tratamento de conflitos. (PMI, 2004, p. 223)

Entretanto, como é defendido anteriormente, esta comunicação irá exigir

verdadeiramente apenas uma habilidade: empatia, colocar-se no lugar do outro. Uma

vez que a comunicação não é efetiva a não ser que o receptor compreenda a

mensagem, qualquer habilidade que trate de outro elemento senão da compreensão do

receptor, é uma habilidade de linguagem, e não de comunicação. Se o emissor

elaborar sua comunicação com foco no receptor ele automaticamente pensa qual é o

melhor código, o canal mais adequado, se a forma da mensagem é adequada, se o

referente efetivamente interessa ao receptor, etc.

Possivelmente nenhum outro campo de estudo se preocupa mais em atingir o

público do que a Publicidade, por que parte-se do princípio que quem vende é o

principal interessado.

É o óbvio dos óbvios em Propaganda: fazemos anúncios para

mover outras pessoas, não a nós mesmos; daí, é obrigatório,

salutar, desenvolvermos e exercitarmos alguma capacidade de

―transferência de personalidade‖, absorvendo temporariamente

valores que não são os nossos, mas do segmento de pessoas

que pretendemos convencer. De certa forma, somos atores.

(MARTINS, 2006, p.63).

Por que não é óbvio na comunicação empresarial? Por que isso não fica óbvio

na comunicação durante os projetos? As pessoas escrevem e-mails e fazem reuniões o

tempo todo para mover outras pessoas, também é um jogo de convencimento. Pode-se

levantar a hipótese das conseqüências financeiras, mas existem projetos que envolvem

muito mais dinheiro do que uma campanha publicitária (já considerando o possível

volume de vendas que uma campanha pode gerar).

Page 43: Monografia 2007

43

Outra hipótese é que isto é uma questão de cultura. ―A cultura é o principal

determinante do comportamento e dos desejos da pessoa‖ (KOTLER, 2000, p. 183).

No caso das organizações, não é diferente, e a cultura da empresa irá determinar o

comportamento de seus funcionários.

A cultura corporativa é um autoconceito organizacional,

aproximadamente análogo à personalidade individual. [..] A

cultura é composta de três componentes. As crenças, os

comportamentos e as suposições predominantes (CONNER,

1995, p.141).

Mudar a maneira de lidar com a comunicação, portanto, é uma mudança

cultural, e por isto, complexa: ―Sempre que existe uma discrepância entre a cultura

atual e os objetivos de sua mudança, a cultura sempre vence‖ (CONNER, 1995, p.

151). A melhor forma, portanto, de inserir novas ferramentas, é aderir as mesmas às

práticas já realizadas nos projetos. No caso da comunicação informal, suas principais

formas de manifestação em projetos são: e-mails, reuniões e conversas.

A seguir segue correlação de cada uma das ferramentas propostas com a

prática sugerida1:

Tabela 3 – Ferramentas de comunicação e o uso em GP

FERRAMENTAS USO NA COMUNICAÇÃO

INFORMAL DOS PROJETOS

Ferramenta de linguagem verbal A:

“Lead” (Jornalismo)

E-mails

Ferramenta de linguagem verbal B:

“Call to action” (Publicidade)

E-mails

Ferramenta de linguagem não-verbal A:

O uso da imagem (Publicidade)

Reuniões

Ferramenta de linguagem não-verbal B:

Dramatização (Teatro)

Reuniões

Ferramenta de linguagem mista A:

Gerando reputação (Relações Públicas)

Conversas

1 As ferramentas podem se desdobrar para as demais práticas, entretanto, para realizar uma abordagem

pragmática , a autora optou por focar na manifestação das ferramentas em práticas específicas.

Page 44: Monografia 2007

44

6 Sobre as ferramentas de comunicação

Ferramentas são utilizadas para facilitar o trabalho de qualquer ofício. Este

trabalho propõe exatamente isto: sem o intuito de ―engessar‖ a comunicação, visa a

oferecer ao gerente de projetos e os demais colaboradores práticas que tornem isto

mais prático para o emissor e, especialmente, para o receptor.

6.1 Ferramenta de linguagem verbal A: “Lead1” (Jornalismo)

Todas as práticas citadas (e-mails, reuniões e conversas) tentam ―cumprir‖ o

objetivo da comunicação em gestão de projetos mapeado por este trabalho:

―compartilhar informações de forma a mobilizar o receptor para uma ação em prol de

resultados e estimular positivamente a equipe‖.

É preciso ter em mente que, antes de ser capaz de compartilhar qualquer

informação adicional, o receptor deve convencer o leitor de que aquela informação é

relevante. ―O excesso de informação está fazendo as pessoas lerem só o que interessa‖

(Vieira apud CIDADE, 2006, p.VII).

Daí a importância de captar o leitor logo no início do texto e de ser

extremamente sucinto. Uma equipe de projetos recebe informações de todas as áreas,

mas não necessita saber a fundo tudo que se passa. A idéia é que todos sabem o que

está acontecendo de um modo geral e, quem assim o deseja, pode se aprofundar na

questão.

O ―Lead‖ jornalístico é exatamente isto: oferecer ao leitor todos os dados

principais no primeiro parágrafo. Normalmente, o jornalista procura narrar o

acontecimento respondendo às seguintes perguntas: Quem? O quê? Quando? Como?

Onde? Por quê?

O nome deste método é uma palavra em inglês, Lead, que quer

dizer ―direção‖, ―liderança‖, ―vanguarda‖, mas que, no caso

jornalístico, pode bem ser traduzida como ―aquilo que

realmente importa (RAPOSO, 2006, p. 52).

O gerente de projetos e seus colaboradores podem usar o ―Lead‖ em seus e-

mails, fornecendo estas informações logo no primeiro parágrafo, possibilitando que

todos tenham uma rápida leitura, informem-se do status daquela tarefa ou daquele

acontecimento e continuem – ou não - a ler o restante do e-mail, já cientes do

conteúdo do mesmo.

O lide torna possível, ao leitor que dispões de pouco tempo,

tomar conhecimento do fundamental de uma notícia em

rapidíssima e condensada leitura do primeiro parágrafo. [...] Na

construção do lide, o redator deve responder às questões

básicas da informação: o quê, quem, quando, onde, como e por

quê (RABAÇA; BARBOSA, 2002, p. 426).

Se o emissor for capaz de usar o ―Lead‖ no título do e-mail o resultado é ainda

mais efetivo: todos lêem compulsoriamente pelo menos o título do e-mail, e, portanto,

1 Em português a expressão também é conhecida como lide.

Page 45: Monografia 2007

45

todos ficam cientes da ―informação básica‖. É o título também o principal gerador de

interesse no conteúdo.

O título é, de fato, um elemento com o qual nós de certa forma

nos condicionamos. [...] O fato indiscutível é que estamos

acostumados a identificar o conteúdo pela amostra, o todo pela

parte, e o título existe para nos ajudar nesse processo [...].

Como síntese do que vem depois, ele nos ajuda a decidir

quanta atenção vamos dar ao que virá (MARTINS, 2006, p.

105).

Além dessa vantagem, o ―Lead‖ pode ser usado ainda para contextualizar o

acontecimento dentro de um panorama maior. ―Podemos ainda acrescentar outra

função desempenhada pelo lide: situar a notícia dentro de um contexto mais amplo,

esclarecendo o leitor a respeito de fatos passados ou interligados‖ (RABAÇA;

BARBOSA, 2002, p. 426).

Nesse sentido, o ―Lead‖ também apresenta um caráter motivacional, pois,

segundo BRUCE (2006, p. 13) é absolutamente importante ter uma abordagem que

promova o propósito da atividade: ―O que você precisa fazer é ajudar os profissionais

a entenderem a importância de sua contribuição para a organização‖.

Finalmente, o ―Lead‖ tende a despertar a curiosidade do leitor por contar uma

―mini história‖, promovendo o interesse dos colaboradores pelo o que está sendo

realizado pelas outras equipes do projeto.

A grande vantagem desse ponto de vista é o fato de adicionar

maior interesse humano ao que está sendo dito. [...] É claro que

a narrativa [...] não é o único meio de se conferir interesse

humano a um texto. Mas é o mais efetivo (RAPOSO, 2006, p.

70)

6.2 Ferramenta de linguagem verbal B: “Call to action” (Publicidade)

Para ser capaz de gerar uma ação, o texto deve ser bastante sedutor, e, ―nesse

processo de convencimento, a publicidade obtém respaldo na persuasão, relacionada

ao domínio emotivo. Esta, por sua vez, constrói-se em elementos da Retórica‖

(SALINA, 2006).

Nesse sentido, um dos principais modelos de persuasão é o proposto por

Aristóteles há cerca de 2.300 anos na Grécia Antiga. ―O sábio grego afirmou que,

para persuadir uma pessoa, é necessário passar por quatro etapas: exórdio, narração,

provas e peroração‖ (FIGUEIREDO, 2005, p.54).

Inicialmente formulado para sustentações orais no Senado ateniense, este

processo ―quadrifásico‖ é aplicado nos dias de hoje à publicidade e pode ser aplicado

à comunicação na gestão de projetos. A seguir, uma explicação sucinta de cada uma

das fases:

Exórdio – ―Tem por função permitir a conquista da simpatia do

auditório, a sua benevolência e interesse pelo tema a ser tratado

pelo orador‖ (FREITAS, 2007).

Page 46: Monografia 2007

46

Narração/Exposição – ―Ao narrar, o orador deve mostrar que o

fato existe, ou que é incrível, ou que tem tal importância. [..] É

importante mencionar-se apenas os fatos conhecidos e evitar a

prolixidade, pois a narrativa tem como marca central o bom

tamanho e a clareza, ou seja, deve ser simples em todas suas

etapas, não sendo muito curta, nem muito longa‖ (FREITAS,

2007).

Provas – ―Ao abordar as provas, Aristóteles (1999, p. 214)

ensina que a contestação dos fatos deve ser pontual, e a

demonstração tem de recair somente sobre o ponto contestado.

Caso se conteste que um fato tenha sido prejudicial ou que

tenha sido como dizem - é exatamente nesse ponto - ter sido

prejudicial - que as provas ou as argumentações devem incidir‖

(FREITAS, 2007).

Peroração – ―Após ter demonstrado a verdade de suas

afirmações [...] o orador precisa elogiar ou censurar o auditório

para que a decisão a ser tomada seja a mais correta, isto é, a

proposta pelo orador‖ (FREITAS, 2007).

FIGUEIREDO (2005) propõe uma tabela de correspondência dessas etapas com o

discurso publicitário:

Tabela 4 – O processo aristotélico e a persuasão publicitária

Etapa do processo Localização no anúncio Função

Exórdio Título e Imagem Chamar a atenção do

observador

Narração Imagem e início do texto Envolver o observador na

situação proposta

Provas Miolo do texto Justificar racionalmente as

vantagens do produto

anunciado

Peroração Fim do texto, assinatura de

campanha, logomarca,

slogan

Concluir o racioncínio,

incentivar a ação, lembrar a

marca anunciante Adaptado de: FIGUEIREDO, 2005, p. 55

OGILVY (1993) reforça a comparação entre a publicidade a as técnicas de

oratória, uma vez que ambas devem prezar pela compreensão do receptor.

Eles têm de ser universalmente inteligíveis. Um bom anúncio

tem isso em comum com o drama e a oratória, que devem ser

imediatamente compreensíveis e convencerem diretamente

(OGILVY, 1993, p.130).

Além disto, nos capítulos ―como fazer grandes campanhas‖ e ―como escrever

anúncios poderosos‖, apesar de não abordar de forma explícita, o autor oferece

processos para melhorar o desempenho do anunciante em todas as etapas do processo

quadrifásico Aristotélico, exceto pela peroração. Reuniu-se em uma tabela os

Page 47: Monografia 2007

47

principais conselhos oferecidos por Ogilvy por etapas e que podem ser utilizados no

gerenciamento de projetos1:

Tabela 5 – O processo Aristotélico e os conselhos de David Ogilvy

Etapa do processo Conselhos de David Ogilvy

Exórdio 1) ―O título é o mais importante na maioria dos anúncios.

Ele é o telegrama que decide o leitor a ler ou não o

texto‖. (p.121);

2) ―Se você não conseguir vender alguma coisa em seu

título, jogou fora 80% do dinheiro do cliente‖.

3) ―O título é a ‗etiqueta no filé‘. Use-o para etiquetar os

leitores que são candidatos ao consumo do tipo de

produto que você está anunciando. Se você está

anunciando um remédio para insuficiência da vesícula,

coloque as palavras INSUFICIÊNCIA DA VESÍCULA

no título; elas chamarão a atenção de todos que

sofrerem desta moléstia‖. (p.121)

4) ―Cinco vezes mais pessoas lêem o título do que o corpo

do texto‖. (p. 123)

5) ―É mais provável que as pessoas leiam o corpo do texto

se o título despertar sua curiosidade; então, você deve

encerrar o título como uma isca para que a leitura

continue‖. (p.124)

6) ―Alguns redatores escrevem títulos ardilosos, com

trocadilhos, alusões literárias e outras obscuridades.

Isso é um pecado. [..] Seu título deve telegrafar o que

você quer dizer, e isso deve ser telegrafado em

linguagem simples. Não fique disputando quebra-

cabeça com o leitor‖. (p.124)

7) ―A pesquisa mostra que é perigoso usar negativos nos

títulos. Se você escreve por exemplo: ―Nosso Sal Não

Contém Arsênico‖, muitos leitores podem não perceber

o negativo, e ficar com a impressão de que você

escreveu: ―Nosso Sal Contém Arsênico‖‖. (p.124)

8) ―Evite títulos mudos – daquele tipo que nada significa,

a menos que você leia o texto que vem embaixo dele; a

maioria das pessoas não lêem‖. (p.124)

Narração 1) ―Não fique dando voltas em torno do problema: vá

direto ao ponto. Evite analogias do tipo ‗tal como‘,

‗assim também‘. Dr. Gallup demonstrou que esses

argumentos de dois estágios são geralmente mal

entendidos‖. (p.125)

2) ―Evite superlativos, generalizações e lugares-comuns.

Seja específico e factual. Seja entusiástico, amistoso e

inesquecível. Não seja chato. Diga a verdade, mas a

torne fascinante‖. (p.125)

3) ―Cada anúncio deve ser um complemento de vendas

1 Todos os textos foram retirados do livro ―Confissões de um publicitário‖, de 1993 e na referência

constará apenas a página da qual o trecho foi retirado.

Page 48: Monografia 2007

48

para o seu produto. Não é realista assumir que os

consumidores lerão uma série de anúncios do mesmo

produto. Você deve usar toda a comunicação em cada

um dos seus anúncios, assumindo que aquela será a

única oportunidade para vender o produto para o leitor

– é agora ou nunca‖. (p.126)

4) ―A menos que você tenha uma razão especial para ser

solene e pretensioso, escreva seu texto na linguagem

coloquial que seus consumidores usam na conversação

do dia-a-dia. [...] Aldous Huxley, que certa feita tentou

escrever anúncios concluiu que qualquer traço de

literatice num anúncio é fatal para seu sucesso.

Escritores de publicidade não podem ser líricos, ou

obscuros, ou de qualquer forma esotéricos‖. (p.129)

Provas 1) ―Apresente os fatos. Muitos poucos anúncios contêm

informações suficientes para vender o produto. [...] A

consumidora não é uma idiota, ela é a sua mulher.

Você estará insultando a sua inteligência se assumir

que um mero slogan e alguns adjetivos desenxabidos

conseguirão persuadi-la a comprar seja lá o que for‖.

(p.111)

2) ―Você não pode ‗aborrecer‘ as pessoas a comprar seu

produto; você só pode interessá-las a comprá-lo‖. (p.

12)

3) ―As pessoas não compram de vendedores mal-

educados, e as pesquisas mostram que elas não

compram de anúncios mal-educados. É mais fácil

convencer as pessoas com um aperto de mão amigável

do que batendo com um martelo em sua cabeça. Você

deveria encantar o consumidor para ele comprar seu

produto. Isso não significa que seus anúncios devam

ser bonitinhos ou cômicos. As pessoas não compram de

palhaços. Quando a dona-de-casa enche o carrinho do

surpermercado, ela está num estado de espírito bastante

sério‖. (p.113)

Peroração N/A

Como se pode notar, os conselhos de Ogilvy para o Exórdio são bastante

similares ao oferecido pela primeira ferramenta deste trabalho, o ―Lead‖. De forma

que a autora entende que se o gerente de projeto e seus colaboradores seguirem o

―Lead‖ eles estão executando um bom exórdio do ponto de vista de comunicar idéias.

Afinal, o próprio Ogilvy afirma ―Editores de revistas são melhores comunicadores

que os publicitários. Copie suas técnicas‖ (OGILVY, 1993, p.17).

Em relação aos processos de narração e provas, algumas dicas são levantadas,

mas não é o foco deste trabalho, uma vez que a autora entende que neste processo, o

principal fator é a própria expertise do profissional que está escrevendo e a

especificidade de cada caso que ―molda‖ a forma de como isto é escrito. A única

preocupação, como já dito anteriormente, deve ser a de garantir o entendimento do

Page 49: Monografia 2007

49

destinatário da mensagem, que normalmente é obtida através de: linguagem coloquial,

lógica simples na construção textual, apresentação de fatos de forma clara e educação

no tratamento com os demais – conforme exposto por Ogilvy.

O processo de peroração não abordado por OGILVY (1993) é justamente o

tema deste capítulo. Na publicidade, segundo FIGUEREDO (2005), existem três

maneiras de assinar ou concluir uma mensagem publicitária:

1) Aplicação simples da marca da empresa – Na gestão de projetos isto equivale

à assinatura de e-mail. Nenhum último esforço para gerar ação, apenas o nome

do responsável por aquela mensagem.

2) Adicionar o slogan à marca – Para a realidade da comunicação informal em

GP, isto é algo similar a uma frase de apelo final como ―conto com a

compreensão e a colaboração de todos‖.

3) Estabelecer uma comunicação com um tag line1, ou uma assinatura de

campanha, que ―tem como função principal concluir o raciocínio proposto

pelo anúncio. [..] Ela deve ser um incentivo, um encaminhamento do

consumidor para o produto [...] é o que os norte-americanos chamam de call to

action‖ (FIGUEIREDO, 2005, p.50) – Quando transferimos esta técnica para a

comunicação em gestão de projetos, ela ganha muito mais força, por que na

publicidade não se pode ser tão explícito em relação à ação desejada.

Para explicar melhor o que foi colocado acima, pode-se apresentar dois exemplos:

um anunciante que quer que seu cliente compre algo e um colaborador que solicita a

um colega de trabalho uma determinada tarefa.

Certamente, o grau de clareza no objetivo dessas mensagens não é o mesmo:

ambas terão de usar o convencimento, entretanto, para a segunda, quanto mais claro

estiver o que exatamente o emissor deseja que o receptor faça, melhor. Para o

consumidor, é ofensivo que o anunciante deixe claro que quer vender, por isso deve

disfarçar a mensagem para que ele mesmo deseje comprar.

No caso de uma relação de trabalho, solicitar uma tarefa a um colega não é uma

ofensa, e, portanto, isto pode ficar bastante claro no e-mail, o que auxilia na

transparência da mensagem.

Portanto, o final com o ―call to action‖ pode ser muito mais do que um simples

parágrafo resumindo a idéia geral acompanhado de uma frase vaga de apelo como

―conto com a compreensão e a colaboração de todos‖. Este final pode – e deve – ser

um detalhamento minucioso das ações que aquele e-mail deve gerar.

Baseando-se em experiências profissionais, a recomendação é que a tarefa de cada

um fique bastante explícita fazendo uma tabela de responsabilidades como o exemplo

a seguir:

1 ―Linha final (pé), com frase de feito, às vezes um slogan, finalizando um anúncio impresso, um

comercial de rádio ou televisão, um programa, um comentário, um texto jornalístico etc.Em alguns

casosé repetida em várias ocasiões: em todos os anúncios de uma mesma campanha, ao final de todas

as edições diárias de uma coluna de jornal, etc.‖ (RABAÇA; BARBOSA, 2002, p.705)

Page 50: Monografia 2007

50

Tabela 6 – Tabela de responsabilidades

O quê? Quem? Prazo

Escrever a monografia Fernanda 23/09

Revisar conteúdo Professor Eduardo 30/09

Revisar formato Professora Regina 30/09

Assim, temos a proposta de comunicação informal para linguagem verbal para

a Gestão de Projetos (no caso deste trabalho, focado em e-mails) da seguinte forma:

Tabela 7 – O processo aristotélico e a comunicação informal em GP

Etapa do

processo

Localização no

e-mail

Função Ferramenta

Exórdio Título e Primeiro

parágrafo

Atrair o receptor e resumir as

principais informações.

―Lead‖

Narração Miolo do texto Envolver o observador na

situação proposta

-

Provas Miolo do texto Justificar racionalmente as

tarefas a serem executadas

-

Peroração Último parágrafo,

tabela de

responsabilidades,

assinatura.

Concluir o racioncínio,

incentivar a ação, lembrar os

responsáveis por cada ação.

―Call to action‖

Da mesma forma, temos a adaptação dos conselhos de OGILVY (1993) com o

acréscimo de experiências profissionais nas dicas a seguir:

Tabela 8 – O processo Aristotélico em GP e os conselhos adaptados ao GP

Etapa do processo Práticas aconselhadas

Exórdio 1) Não desperdice o título do seu e-mail, ele é o seu

tíquete de entrada para o ―to do list1‖ dos demais

colaboradores. Ele será lido por todos e já deve ser

usado como forma de comunicar sua mensagem.

2) Você já viu um anúncio de produto diferente usar o

mesmo título? Então por que usar o mesmo título de e-

mail para tratar de assuntos diferentes? Sempre que for

responder a algum e-mail par alguém mudando o tema

do mesmo, MUDE O TÍTULO. Isso tornará mais fácil

a localização de histórico posteriormente, além de

deixar claro que assunto está sendo tratado naquele e-

mail para casos de priorização. Possivelmente o título

do seu e-mail será usado para classificá-lo em

prioritário ou não e será usado também para alocá-lo

em pastas de arquivos. Não deixe que seu assunto caia

1 ―to do list‖ (a tradução seria ―lista de afazeres‖) é um termo freqüentemente utilizado nas corporações

para se referir às tarefas que a pessoa tem de executar e todos os trabalhos que estão em

acompanhamento.

Page 51: Monografia 2007

51

no esquecimento por conta de um e-mail com título de

uma tarefa que já foi executada.

3) Seja claro. Não use trocadilhos, alusões ou qualquer

outro tipo de linguagem que não seja direta em seu

título. Não exija que o leitor monte um quebra cabeça

para decifrá-lo.

4) Use afirmações (ou seja, não use negações, como esta).

5) Fale sempre alguma coisa. Não faça um título mudo

que vá demandar que o leitor leia seu texto para

compreendê-lo, a maioria das pessoas não o faz.

6) Responda sempre às perguntas: O quê? Quem?

Quando? Como? Onde? Por quê? (em seu título ou

logo no primeiro parágrafo).

Narração 1) Seja direto e evite construções textuais complexas

2) Evite superlativos e generalizações. Seja específico e

factual.

3) Seja entusiástico, amistoso e educado. Não seja chato.

5) Não assuma que o leitor sabe tudo daquela história.

Apresente a ele a possibilidade de reler históricos em

anexo e faça um breve resumo dos acontecimentos.

Você deve fornecer a informação completa em cada um

dos seus e-mails.

6) Seja coloquial e claro. Não há tempo em GP para

textos líricos ou obscuros.

Provas 1) Apresente os fatos. Seu colega de trabalho é você

mesmo para os demais colaboradores. Você estará

insultando a sua própria inteligência e integridade se

assumir que uma mera ordem ou ameaça ou ainda uma

bajulação inócua fará com que você atinja seus

objetivos.

2) Você não deve aborrecer as pessoas para que elas

executem a tarefa, você deve interessá-las ou no

mínimo conscientizá-las da importância da mesma.

3) Seja educado, e não bonzinho ou palhaço. Apesar de

amizades ou bom humor, aquele é um ambiente de

trabalho e caso algo dê errado todos ficarão em um

estado de espírito muito sério.

Peroração 1) Faça um resumo de todos os principais pontos.

2) Deixe claro suas intenções e as responsabilidades de

cada um.

3) Se necessário, estabeleça prazos.

Vale ressaltar que são propostas duas ferramentas: o ―Lead‖ e o ―Call to

action‖, considerando que, se o emissor conseguir utilizar essas duas ferramentas, ele

conseguirá atingir o objetivo da comunicação informal em Gestão de Projetos:

―compartilhar informações de forma a mobilizar o receptor para uma ação em prol de

resultados e estimular positivamente a equipe‖.

Page 52: Monografia 2007

52

Como? Olhando o título ou o primeiro parágrafo (dependendo de onde será

aplicado o ―Lead‖), o receptor já pode identificar o contexto e, seguindo para o final

do e-mail, ele encontra, já mapeada, qual é a sua responsabilidade dentro daquele

todo. À primeira vista pode parecer algo óbvio, mas, se realmente praticado, este tipo

de abordagem gera uma sistematização de reação aos e-mails, uma vez que permite

saber o que está acontecendo e qual é a participação do receptor em pouquíssimo

tempo.

É importante colocar que o ―miolo‖ da mensagem não se torna dispensável,

pelo contrário, ele é uma ferramenta de consulta de informação para as pessoas

devem agir ou para quem estiver mais interessado no assunto. O movimento que tende

a acontecer é: ler o título, checar se tem alguma responsabilidade. Se tiver, ler o texto

para entender tudo melhor. Se não tiver, há duas escolhas: ler mesmo assim para se

informar ou, uma vez já ciente de tudo em linhas gerais e não tendo responsabilidade

naquela tarefa específica, investir meu tempo em outra atividade (o que em tempos de

cronogramas apertados ao fim de um projeto é extremamente necessário). Segue o

fluxo proposto:

Ilustração 3 – Fluxo de leitura de e-mail

Com o tempo, este processo passa a ser natural, as pessoas entendem o

mecanismo de funcionamento desta comunicação e passam a utilizá-la para otimizar

seu tempo de leitura e o aproveitamento de informações fica bem maior. Há também a

possibilidade de realizar um treinamento e tornar este conhecimento comum para

todos logo no início do projeto.

Page 53: Monografia 2007

53

6.3 Ferramenta de linguagem não-verbal A: O uso da imagem (Publicidade)

Grupos diferentes devem ser comunicados de forma diferentes.

Algumas pessoas só absorvem a informação que ouvem.

Algumas querem vê-la representada de uma forma gráfica.

Alguma querem lê-la. É por isso que um conhecimento

apurado da estrutura social da organização e das pessoas que

participam dessa estrutura é um pré-requisito para comunicar

de forma acurada e com o método mais adequado1 (MAUDE,

1977, p.87).

Existem inúmeros teóricos que defendem o uso de mais de uma forma de

comunicação para uma melhor apreensão da mensagem. Howard Gardner, com sua

teoria das inteligências múltiplas, defende que ―todo o indivíduo possui cerca de sete

tipos diferentes de inteligência2, cada um desenvolvido em maior ou menor grau, e

que tais diferenças necessitam ser consideradas em nossos sistemas educacionais‖

(SANTOS, 2005, p.1).

Já em seu livro ―Brand Sense‖, Lindstrom defende que as marcas aumentam

sua relação com seus clientes de acordo com as inúmeras manifestações que elas

conseguem transmitir. Ele defende que a marca deve se tornar 5-D, ou seja, explorar

as cinco dimensões (na verdade, os cindo sentidos): visão, olfato, audição, paladar e

tato, para ter maior penetração na mente e no coração de seus consumidores.

No livro ―Comunication at work‖, Maude apresenta as principais formas de

comunicação dentro das organizações - escrita, oral e visual – e defende o uso de mais

de um método de forma conjunta.

Algumas pessoas só respondem a mensagens escritas., algumas

ao que foi falado. Usando vários métodos, pessoas que não

sejam atingidas em sua primeira tentativa, podem ser atingidas

com a sua segunda. Os dois grupos ficarão alertas para

mensagens posteriores3 (MAUDE, 1977, p.83).

A reportagem publicada pela Harvard Management Communication Letter,

―Presentation that appeal to all your listeners‖ (Apresentações que atraem todos os

seus ouvintes), fala sobre a existência de três estilos de aprendizagem - visual,

auditivo e cinestésico - e a importância de conectar isto aos três níveis de

conhecimento: intelectual, emocional e físico.

O artigo trata ainda como poucas apresentações de negócios levam isto em

consideração, e que, portanto, não é de se admirar que elas sejam pouco capazes de

1 ―Different groups have to be communicated with different ways. Some people only absorb the

information they hear. Ome want to see it presented in graphical form. Some want to hear. Some want

to see ir presented in graphical form. Somw want to read it. This is why a close knowledge of the social

structure of the organisation and of the people within the structure, is a pre-requisite for accurate

communication. This kind of knowledge tells you who should receive information and the most

suitable method of communicating it‖. 2 Inteligências: Lingüística, Lógico-matemática, Espacial, Musical, Corporal-cinestésica, Interpessoal,

Intrapessoal. 3 ―Some people only respond to written messages, others only to spoken. By using a number of

methods, people you miss the first attempt you hit with the second. Both groups are then alerted for

later messages‖.

Page 54: Monografia 2007

54

envolver equipes e sejam rapidamente esquecidas. Em relação ao aprendizado visual,

a reportagem revela:

Aprendizado visual: Como a maior parte dos apresentadores,

sua colega pensa atraiu o sujeito eminentemente visual usando

slides. Mas, a maior parte dos slides é coberta por palavras e o

que as pessoas que aprendem por recursos visuais precisam são

imagens. Ainda, eles aprendem melhor com imagens simples.

Então, conecte seus conceitos principais através de triângulos,

círculos, quadrados e coisas parecidas. Não invente. Não é

necessário e não promove o aprendizado. Além das imagens,

você pode usar gráficos ilustrativos, tabelas, diagramas e

vídeos – mas mantenha em mente que quanto mais simples,

melhor1 (HBSP, jun/2000, p.4).

Assim, o gerente de projetos e seus colaboradores devem usar a linguagem não

verbal para complementar a verbal, conforme coloca AMADO; GUITTET:

Esse código não-verbal é sentido diretamente pelo interlocutor

e constitui a primeira impressão sobre a qual se inscreve todo o

conteúdo verbal, assim reforçado ou atenuado. [..] Se houver

convergência e concordância do sistema verbal e não-verbal, o

impacto da mensagem é mais forte e a recepção melhor.

(AMADO; GUITTET, 1978, p.37).

Todos estes estudos mostram como é importante oferecer diferentes

abordagens para garantir a absorção da informação, e uma das principais práticas

neste sentido é a reunião: ela permite que várias formas de comunicação sejam

emitidas antes, durante e após sua execução.

Entretanto, não são as mensagens escrita ou a oral os grandes diferenciais

desta prática (ou então se poderia abordar as pessoas apenas por e-mail ou por

telefone): é a possibilidade do uso de recursos visuais2 e o caráter presencial (ou seja,

a linguagem não verbal), que possuem uma força muito grande junto ao receptor,

como defende AMADO; GUITTET:

A informação não-verbal parece sob muitos aspectos superior à

informação verbal. Seu impacto é imediato. Quer essa

informação seja consciente ou inconsciente, intencional ou

não-intencional, só muito dificilmente ela poderia ser anulada

pelo conteúdo verbal da mensagem. (AMADO; GUITTET,

1978, p.26).

Só à dimensão visual é atribuída 58% de importância segundo o estudo

divulgado por Lindstrom:

1 ―Visual learning. Like most presenters, your colleague thinks she has appealed to the visual learner

by using slides. But most business slides are covered with words, and what visual learners need is

pictures. What‘s more, they learn best from simple pictures. So connect your key concepts visually to

triangles, circles, squares, and the like. Don‘t get fancy. It‘s simply not necessary, and it doesn‘t

promote learning. In addiction to pictures, you can use graphic ilustrations, tables and charts, and video

for variety – but keep in mind that simpler is usually better‖. 2 Os recursos visuais também podem ser usados por e-mail, mas, da mesma forma que há a diferença

entre assistir um filme no cinema ou em casa, há a diferença em ver uma apresentação em seu

computador ou em uma sala de reunião. O ambiente, a pré-disposição, o foco dado ao assunto, entre

outros, tornam as duas abordagens bem distintas.

Page 55: Monografia 2007

55

O cérebro humano atualiza imagens mais rápido do que nós a

enxergamos. Ele acomoda cada movimento de cabeça, cada

movimento, cada cor e cada imagem. Descrevendo a visão, a

Dra. Diane Szaflarski disse, ―a eficiência e perfeição de nossos

olhos e cérebro é algo impossível de ser comparado com

qualquer aparato ou instrumento já inventado‖. O mais

poderoso de nossos cinco sentidos é a visão 1 (LINDSTROM,

2005, p. 82).

Ilustração 4 – Importância dos sentidos

Adaptado de Linstrom, 2005, p. 69

Assim, não é de se admirar que uso de apresentações preparadas em

computador tenha crescido velozmente. Elas oferecem inúmeros recursos para que o

material fique mais bonito e agradável. Entretanto, cabe a pergunta: ele também fica

mais eficiente?

Desta forma, visando a eficácia do uso da imagem, recorre-se novamente aos

recursos utilizados pelos publicitários em suas campanhas. Afinal, como Barthes

defende ao utilizar a publicidade como instrumento de análise semiológica:

Tentaremos, inicialmente, facilitar – e muito: estudaremos

apenas a imagem publicitária. Por quê? Porque, em

publicidade, a significação da imagem é, certamente,

intencional: são certos atributos do produto que formam a

priori os significados da mensagem publicitária, e estes

significados devem ser transmitidos tão claramente quanto

possível: se a imagem contém signos, teremos certeza que, em

publicidade, esses signos são plenos, formados com vistas a

uma melhor leitura: a mensagem publicitária é franca, ou pelo

menos, enfática. (BARTHES, 1990, p.28).

O ―uso da imagem‖ em publicidade, não se resume meramente ao que é

propriamente descrito (usar a imagem), mas também ao aproveitamento do espaço

1 ―The human brain updates images quicker than we see. It accommodates every turn of the head,

every movement, every color, and every image. In describing vision, Dr. Diane Szaflarki says, ―The

efficiency and completeness of your eyes and brain is unparalleled in comparisson with any piece of

aparatus or instrumentation ever invented. Vision is the most powerful of our five senses‖.

Page 56: Monografia 2007

56

para administrar a informação a ser passada, a avaliação de manchas gráficas dos

textos e da legibilidade dos mesmos.

Com o objetivo de reunir algumas práticas da publicidade que possibilitassem

aplicação nas apresentações em reuniões de projetos, foi elaborada uma lista com os

principais conselhos de David Ogilvy no que diz respeito ao layout de uma campanha

publicitária e sugerida uma adaptação para a realidade de GP na tabela a seguir.

Todos os textos foram retirados do livro ―Confissões de um publicitário‖, de 1993 e

na referência constará apenas a página da qual o trecho foi retirado.

Vale a ressalva de que se considera na elaboração das dicas especialmente a

ferramenta que atualmente é a mais utilizada em reuniões: a apresentação em Power

Point. Entretanto, todas as práticas propostas são adaptáveis a flip charts, painéis,

transparências e qualquer outro tipo de comunicação visual que possa haver dentro de

uma reunião.

Tabela 9 - Conselhos de Ogilvy e a comunicação visual em reuniões de GP

Trecho Livro Ogilvy Adaptação para GP

―O tema da ilustração é mais importante

do que a sua técnica. Como em todas as

áreas da publicidade, a substância é mais

importante que a forma. Se você tem uma

idéia marcante para uma fotografia, não

se exige que um gênio clique o obturador.

Se você não tem uma idéia marcante,

nem mesmo Irving Penn pode salvá-lo‖

(p.133).

O mais importante de tudo é ter em

mente a idéia que você deseja passar

com a sua apresentação. Ela não precisa

ser linda, mas deve ser clara e transmitir

a idéia que você deseja. Antes de

selecionar as imagens, organize e

estruture e a apresentação de forma

coerente.

―O Dr. Gallup descobriu que o tipo de

fotos que ganham prêmios em clubes de

fotografia – sensíveis, sutis e lindamente

compostas – não funciona em anúncios.

O que funciona são as fotografias que

excitam a curiosidade do leitor. Ele olha

a foto e pergunta para si mesmo: o que

está acontecendo aí? Então ele lê o texto

para descobrir. Esta é a armadilha a ser

montada. Harold Rudolph chamou esse

elemento mágico de story appeal

(―atração narrativa‖) e demonstrou que,

quanto mais você o injetar em sua

fotografia, mais gente será atraída por seu

anúncio‖ (p.134).

Use imagens poderosas e que gerem

curiosidade. Caso você deseje gerar

alguma reflexão sobre a imagem,

configure para que o texto entre depois

da foto, assim você ganha tempo para

gerar a curiosidade em seus

espectadores.

―A pesquisa tem demonstrado

reiteradamente que fotografias vendem

mais que desenhos. Elas atraem mais

leitores. Elas transmitem mais appetite

appeal (―atração pelo apetite‖). Elas são

melhor recordadas. [...] Fotografias

representam a realidade, enquanto

Dê preferência às fotografias, elas têm

um apelo maior. É possível encontrar

imagens gratuitas através de sites de

buscas (p.ex.: google.com) ou de sites

de banco de imagens (p.ex.:

gettyimages.com). Se quiser, pode abrir

uma pasta em seu computador

Page 57: Monografia 2007

57

desenhos representam a fantasia, que é

menos crível‖ (p.135).

separando fotos interessantes por tema

para ter seu próprio banco de dados

quando precisar realizar uma

apresentação.

―Anúncios são, em média, duas vezes

mais lembrados quando ilustrados em

cores‖ (p.137).

Utilize imagens coloridas. Estude o

significado das cores e use-as em sua

apresentação sem exageros, elas ajudam

a ―transmitir o clima‖ e possibilitam

uma tangibilização ainda mais completa

das suas idéias.

―Mantenha a ilustração tão simples

quanto possível, com o foco de interesse

numa única pessoa. Cenas de multidão

não atraem‖ (p.137).

Menos é mais. Não utilize muitos

elementos visuais ou muitos efeitos do

power point. Além de deixar o arquivo

de sua apresentação pesado (e ela

conseqüentemente lenta), eles tenderão

a confundir e irritar o receptor.

―Faça o layout sempre adequado à

publicação em que vai aparecer, e nunca

o aprove antes de ter visto como ele fica

quando grudado na tal da publicação. A

prática quase universal de aprovar layouts

no vácuo, montados em cartões cinza e

cobertos com celofane, é perigosamente

enganadora. Um layout tem de se

associar com o clima gráfico do jornal ou

revista que vai publicá-lo‖ (p.139).

Se possível, visite a sala de reuniões

antes e veja o local que sua apresentação

será projetada: existe algum tipo de

interferência na superfície que vá

dificultar a visualização de sua

apresentação? Cheque se realmente

haverá projetor disponível ou se terá que

apresentar no laptop ou imprimir. Se

este for o caso, é melhor que você

adapte sua apresentação aumentando o

tamanho das fontes e das imagens.

―Editores de revistas descobriram que as

pessoas lêem as legendas explicativas sob

as fotografias mais do que o texto do

artigo; isso também é verdade nos

anúncios. Quando analisamos a pesquisa

Starch sobre anúncios publicados na Life,

descobrimos que, em média, duas vezes

mais pessoas lêem a legenda do lêem o

corpo do texto. Assim, as legendas lhe

oferecem o dobro da audiência eu você

conquista com o texto. Conclui-se que

você jamais deve usar uma fotografia

sem colocar uma legenda embaixo dela‖

(p.139).

Nunca utilize um gráfico ou uma

imagem sem acompanhá-la de uma

legenda. As pessoas têm o hábito de ler

legendas e é uma excelente

oportunidade de comunicar de forma

resumida o que você deseja.

―Mantenha o parágrafo incial limitado a

um máximo de 11 palavras. Um primeiro

parágrafo longo espanta os leitores.

Todos os seus parágrafos deveriam ser

tão curtos quanto possível; parágrafos

longos são cansativos‖ (p.140).

Evite grandes blocos de texto. Seja

sintético e procure manter cada

parágrafo o mais curto possível.

―Depois de 5 a 8 centímetros de texto,

insira seu primeiro intertítulo; e daí por

diante tempere com alguns intertítulos ao

Use intertítulos instigantes a cada novo

slide ou quebrando a monotonia dentro

do próprio slide de apresentação. Faça-o

Page 58: Monografia 2007

58

longo do texto inteiro. Eles vão

conduzindo o leitor adiante. Faça alguns

deles sob forma interrogativa, para

excitar a curiosidade sobre o próximo

bloco de texto. Uma seqüência engenhosa

de intertítulos destacados pode transmitir

a essência de sua proposta de vendas aos

leitores apressados, preguiçosos demais

para palmilhar todo o texto‖ (p.140).

de forma que alguém que veja a sua

apresentação de forma apressada seja

capaz de identificar o tema e seu

argumento principal apenas por eles.

Você pode usar perguntas para atrair o

interlocutor.

―Insira ilustrações de quando em quando‖

(p.141).

Insira em sua apresentação ilustrações,

fotos e gráficos sempre que fizer sentido

para torná-la mais aprazível.

―Auxilie a leitura dos parágrafos usando

setas, pontos, asteriscos e marcas nas

margens‖ (p.141).

Auxilie a leitura dos parágrafos usando

setas, pontos ou asteriscos.

―Se você tem uma porção de fatos não

relacionados entre si para citar, não tente

relacioná-los com conectivos enfadonhos;

simplesmente numere-os, como estou

fazendo aqui‖ (p.141).

Se houver vários fatos não relacionados

entre si que você deseja citar, não tente

relacioná-los com conectivos

enfadonhos, simplesmente numere-os.

―Nunca componha o seu texto em

negativo (letras brancas num fundo preto)

e nunca componha-o sobre um fundo

cinza ou de cor. Diretores de arte da

velha escola acreditavam que esses

artifícios forçavam as pessoas a lerem o

texto; agora, sabemos que eles tornam a

leitura fisicamente impossível‖ (p.141)

Nunca componha o seu texto em

negativo (letras brancas num fundo

preto) e nunca componha-o sobre um

fundo cinza ou de cor, isso dificulta a

leitura.

―Se você usar entrelinhas entre os

parágrafos, aumentará a leitura numa

média de 12%‖ (p.141).

Use entrelinhas entre os parágrafos para

facilitar a leitura.

―Quanto mais mudanças de tipografia

você faz no título, menos pessoas irão lê-

lo. Em nossa agência, usamos a mesma

família de letras e o mesmo peso de ponta

a ponta nos títulos. Componha o título – e

é claro todo o seu anúncio – em caixa

baixa. LETRAS MAIÚSCULAS SÃO

MAIS DIFÍCEIS DE LER,

PROVAVELMENTE PORQUE

APRENDEMOS A LER em letras

minúsculas. As pessoas lêem todos os

livros, jornais e revistas em letras

minúsculas‖ (p.142).

Use caixa baixa sempre, inclusive nos

títulos. LETRAS MAIÚSCULAS SÃO

MAIS DIFÍCEIS DE LER, AFINAL,

APRENDEMOS A LER EM LETRAS

minúsculas.

―Jamais desfigure a sua ilustração

imprimindo seu título sobre ela. Diretores

de arte superados adoram fazê-lo, mas

isso reduz a atenção ao anúncio numa

média de 19%. Editores de jornais jamais

o fazem. De modo geral, imite os

Não insira texto em cima das imagens,

isso reduz a atenção à sua mensagem.

Page 59: Monografia 2007

59

editores. Eles formam os hábitos de

leitura dos nossos consumidores‖ (p.142).

―H. L. Mencken disse, certa feita, que

ninguém jamais foi à falência por ter

subestimado o gosto do consumidor

americano. Não é verdade. Aprendi a

acreditar que vale a pena fazer com que

todos os layouts transmitam uma

sensação de bom gosto [...]. Um layout

feio sugere um produto feio. [...] Numa

sociedade socialmente ascendente, as

pessoas não querem ser vistas

consumindo produtos que seus amigos

consideram de segunda classe‖ (p.142).

Faça sua apresentação com capricho e

transmitindo algo de interessante.

Apresentações desleixadas sugerem

projetos desleixados. Apresentações

chatas sugerem projetos chatos.

―O Dr. Gallup afirma que, se você diz

alguma coisa e não a ilustra, o espectador

imediatamente a esquece. Concluo que,

se você não mostra algo, não há por que

dizê-lo. Experimente projetar seu

comercial com o som desligado; se ele

não vende sem o som, é inútil‖ (p.148).

A não ser que você tenha alguma razão

específica para não fazê-lo (suspense,

informações sigilosas, entre outros),

faça com que sua apresentação seja clara

mesmo para alguém que vá apenas vê-la

sem ouvir nada do que você tem a dizer.

Muitas vezes esse material é repassado a

outros colaboradores que não terão a

oportunidade de ouvi-lo.

6.4 Ferramenta de linguagem não-verbal B: Dramatização (Teatro)

Como já tratado anteriormente, para que uma apresentação seja memorável,

ela deve encantar diversos tipos de audiência e possuir outras formas de abordagem

senão a verbal. Como citado no artigo ―Broadway meets Wall Street‖ (A Broadway se

encontra com Wall Street) da Harvard Management Comunication Letter:

Qualquer conferência de negócios é, ou deveria ser, teatral no

sentido mais real. Ela deveria entreter, compelir, ser

profissional, memorável e pessoal. Sua primeira preocupação

deve ser com a audiência. Apresentações de negócios

normalmente não possuem inúmeros desses atributos.1 (HBSP,

1999, p. 9).

Assim, o uso da dramatização é cada vez mais comum no mundo corporativo

como ferramenta de persuasão e envolvimento dos interlocutores. Carnegie afirma:

Vivemos o dia da dramatização. Afirmar apenas a verdade não

é bastante. A verdade tem de se tornar viva, interessante,

dramática. Você tem que fazer demonstrações. O cinema faz

isso. A televisão faz isso. E você terá que fazer o mesmo se

quiser merecer atenção (CARNEGIE, 2006, p.247).

1 ―Any business conference is, or should be, theatrical in the most positive sense. It should be

entertaining, compelling, professional, memorable, and personal, and its first concern should be for the

audience. Business presentations typically lack most of those attributes‖.

Page 60: Monografia 2007

60

Essa prática pode dividir-se em: usar técnicas teatrais para tratar com o seu

público (neste caso tanto a persuasão como o envolvimento são trabalhados) ou fazer

com que o seu público dramatize determinadas idéias (aqui o foco é maior em

aumentar o envolvimento e a fixação das idéias). Para cada uma destas manifestações

existem sugestões de especialistas e estudos específicos, por isso, esse capítulo será

subdividido em:

6.4.a) Dramatização para os interlocutores e

6.4.b) Dramatização para o emissor.

6.4.a) Dramatização para os interlocutores

Esta ferramenta de comunicação serve especialmente para explorar as diversas

formas de aprendizagem que se utilizam da linguagem não verbal como fonte. Como

já tratado anteriormente, existem inúmeras teorias que tratam deste assunto e, em

termos da relação com o corpo como forma de aprendizagem, LINDSTROM (2005)

aborda a necessidade de uma manifestação sensorial da marca, AMADO; GUITTET

(1978) reflete como esse mecanismo é constantemente tratado como algo de menor

importância e Gardner (apud SANTOS, 2005) fala da inteligência cinestésica.

Pesquisas mostram que 30% a 40% da população são

aprendizes visuais, 20% a 30% são aprendizes auditivos e 30%

a 50% são aprendizes cinestésicos, ou seja, eles aprendem

através de atividade física. Esse último grupo é o mais

negligenciado nas apresentações de negócios. O mundo

corporativo apela muito para a cabeça e não para o corpo, e as

apresentações raramente são uma exceção a regra1 (HBSP,

jun/2000, p.4).

Todos esses autores tratam de um mesmo assunto, que pode ser resumido por

um antigo provérbio chinês: ―Se ouço, esqueço; se vejo, lembro; se faço, sei‖, ou seja,

certas pessoas absorvem informação e aprendem coisas através da prática. Como

envolvê-las durante uma reunião? O importante é mantê-las em atividade.

A chave é fazer com que seus ouvintes façam alguma coisa,

praticando o que você está dizendo. Envolva-os com

Interpretações, jogos, trabalhos com modelos ou até mesmo

criando quadros e representações físicas do que você deseja

que eles aprendam 2(HBSP, jun/2000, p.4).

Para manter essa interação, uma das sugestões é o uso de ―Role Playing‖, ou

seja, interpretação de papéis. Esta técnica, emprestada do teatro, prega que os

participantes devem atuar situações propostas sob diversas perspectivas. Uma das

principais vantagens deste método é que a situação ganha um caráter vivo, de

experimentação, ao invés de ser apenas mais uma história contada.

1 ―Research shows that 30% o 40% of people are visual learners, 20% to 3% are auditory learners and

30% to 50% are kinesthetic, meaning they learn best through physical activity. It is this last group that

is most often neglected in business presentations. So much of the business world appeals to the head,

not the body, and presentations are rarely exceptions to this dismal rule‖. 2 ―The key here is to get your listeners doing something. Practicing waht you‘re preaching. Get them

involved early and often through role-playing, games, working with models, even creating charts and

physical representations of waht you want them to learn‖.

Page 61: Monografia 2007

61

Entretanto, não é fácil inserir esta técnica no mundo corporativo. Como é

colocado na reportagem da Harvard Management Communcation Letter,

―Interpretação de papéis não é algo fácil. Muitas pessoas sentem-se intimidadas e

acabam sentando passivamente durante o exercício. [...] Isso não é uma surpresa [...],

já que muitas pessoas, especialmente executivos, não gostam de ser o centro das

atenções‖1 (HBSP, mar/2000, p.1).

Entretanto, nem toda ―interpretação de papéis‖ é feita em uma sala cheia de

pessoas. Até por que, ―realisticamente, pode ser impossível fazer com que colegas de

trabalho façam um exercício desses‖2 (HBSP, mar/2000, p.2).

Por isso, apresenta-se algumas sugestões inspiradas nessa técnica, mas que não

necessariamente gerem tanta rejeição por parte dos mais tímidos, focadas em gerar

participação e interação dos participantes. A seguir, uma tabela com o trecho retirado

das reportagens da Harvard Management Communication Letter e as dicas com

algumas adaptações para a realidade das reuniões em GP e tornando-as mais objetivas

e diretas. Os trechos reproduzidos a seguir são traduções e, uma tabela completa com

as citações em inglês e as páginas referentes, encontra-se em anexo.

Tabela 10 - Dramatização para os interlocutores em reuniões de GP

Sugestões HMCL3 Dica objetiva

Reprodução instantânea. Kischner

defende que se reproduzam encontros

frustrantes como o lançamento de

produto mencionado anteriormente, e

que se tente refletir formas melhores de

lidar com a situação.

Coloque dois ou mais colaboradores para

reproduzir alguma situação desagradável

que tenha ocorrido. Dê aos demais

participantes o poder de ―congelar‖ a cena

e propor formas melhores de atuação

diante daquele problema. Ou ainda, peça

que ao final da apresentação, cada um fale

de de que outra forma teria tratado o

assunto.

A interpretação de papéis pode ser

particularmente eficiente para

administrar conflitos interpessoais. Um

problema comum é lidar com um

colaborador difícil. Nesses casos, a

interpretação pode oferecer uma

perspectiva, diz Wilson. Ela usa usa

uma técnica ―vista o sapato do outro‖

que pode ajudar duas pessoas a

nivelarem sua visão.

Apresente problemas reais e divida os

participantes em grupos para defenderem

algumas idéias. Coloque-os sempre para

defenderem perspectivas opostas aos seus

interesses reais. Isso fará com que eles

sejam obrigados a pensar nos impactos e

problemas de suas ações.

Um dos problemas da organização

moderna é que os gerentes não vêem a

companhia sob a perspectiva do cliente.

Faça testes de produtos, sistemas e

processos durante as reuniões. Convide

todos a pensar de que forma a pessoa que

1 ―Role Playing isn‘t easy. Many people are intimidated by it and end up sitting passevively during the

exercise. [...] That‘s not surprinsing [..], since many people, especially executives, don‘t want to be put

on the spot‖. 2 ―Realistically, it may be impossible to get coworkers or team members to participate in such an

exercise‖. 3 Harvard Management Communication Letter

Page 62: Monografia 2007

62

[...] Experimentar você mesmo é a

melhor forma de determinar se um

processo está funcionando bem.

recebe aquilo se sente. Por exemplo,

coloque a própria pessoa de TI para gerar

um relatório localizando os dados algo no

sistema que produziu. Será que ele estará

adequado?

Permita o auto aprendizado. Pessoas de

negócios gostam de ser ativas. Eles

também são adultos. Deixe que eles

façam a maior parte do trabalho da

apresentação e eles irão interiorizar

mais aquilo em seu coração.

Dê atividades úteis, simples e

relacionadas ao tema a ser tratado para os

colaboradores executarem antes, durante e

após a reunião.

Dê um problema a ser resolvido.

Pessoas de negócio são ―resolvedores

de problemas‖. Eles são pagos para

serem bons nisso. Se você colocar sua

mensagem de forma que vir um

problema que eles gostariam de

resolver, você irá envolvê-los muito

mais.

Traga um problema para a sala de

reuniões. Pessoas de negócios adoram

resolver problemas. Estimule simulações,

divida grupos e instigue sua platéia a

apresentar a melhor resposta.

6.4.a) Dramatização para o emissor

O emissor também pode fazer uso de técnicas teatrais para transmitir melhor

sua mensagem. Isto por que, apesar de pouco valorizada na educação formal

tradicional, a linguagem corporal é rica em significados e pode fazer a diferença se

uma informação será compreendida ou não, bem interpretada ou mal interpretada,

entre outras variações.

Em seu livro ―O corpo fala‖, WEIL; TOMPAKOW apresentam a linguagem

corporal como parte de nossa comunicação rotineira. ―Pela linguagem do corpo, você

diz muitas coisas aos outros. E eles têm muitas coisas a dizer para você. Também

nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos‖(WEIL;

TOMPAKOW, 2007, p.7). Ele defende que a interpretação destes símbolos pode nos

auxiliar a identificar a sinceridade da comunicação verbal, bem como analisar

situações de interações pessoais e inferir alguns sentimentos dos interlocutores

envolvidos.

AMADO; GUITTET (1978) também estuda a linguagem corporal, e a chama

de ―comportamento não verbal‖, tratando-a de forma um pouco mais abrangente. Para

ele, os sinais emitidos pela pessoa incluem sua localização, seus gestos, a mímica, o

olhar e até mesmo a voz e sinais paralinguísticos (como entonação, ritmo, freqüência,

etc.). A seguir, um resumo dos principais pontos levantados por ele:

Localização – Caso não se trate de um ritual ou uma determinação social,

normalmente a escolha está relacionada com o papel o qual a pessoa aspira na

comunicação.

Gestos – Sempre precedem ou acompanham o discurso e podem ser mais ou menos

acentuados de acordo com o contexto sócio-cultural. Mudanças posturais,

movimentos de cabeça, mãos, braços, ombros, entre outros). Podem representar um

Page 63: Monografia 2007

63

conjunto codificado em determinadas situações sociais (saudações, protocolo,

etiqueta) e, o conhecimento deste código e a obediência a essas regras indica

pertencimento ao grupo. Pelos gestos, pode-se identificar o grau de tensão ou

relaxamento da pessoa, bem como alguns estados emocionais.

Mímica – Os sentimentos primários (alegria, cólera, raiva, surpresa, pena, nojo e

interesse) possuem manifestações similares em qualquer cultura e estão ligadas a

movimentos de certos músculos faciais específicos. Dessa forma, sinais de mímica

expressiva possuem um grande valor informativo.

Olhar – A expressão do olhar é muito variada e difícil de controlar e, por esta razão,

compõe um dos principais elementos de comunicação. Normalmente é aqui que as

intenções mais ocultas se mostram. O olhar oferece a dupla função: indica a quem a

comunicação se dirige e revela a atenção dada.

Voz e sinais paralinguísticos – o ―espírito‖ da comunicação também pode ser

passado através de variáveis como o tom, intensidade, sotaque, timbre, soluços, risos,

respiração, gagueira, repetição de terminados sons (hã), entoação, articulação, ritmo e

até os silêncios.

Assim, todas estas dimensões da comunicação podem ajudar ou atrapalhar seu

esforço verbal de comunicação. Para WEIL; TOMPAKOW (2007), não só os sinais

emitidos por nós afora a linguagem verbal podem discordar da mesma como podem

discordar entre si, o que torna possível discernir entre uma atitude conscientemente

exteriorizada ou não e, baseado no acordo ou não dos componentes da comunicação, a

verdade pode ser confirmada ou pode ser revelada uma oposição reprimida. Veja a

seguir os quatro princípios propostos por WEIL; TOMPAKOW (2007):

Ilustração 5 – Princípio I de “O corpo fala”

Adaptado de WEIL; TOMPAKOW, 2007, p.87

Page 64: Monografia 2007

64

Ilustração 6 – Princípio II de “O corpo fala”

Adaptado de WEIL; TOMPAKOW, 2007, p.88

Ilustração 7 – Princípio III de “O corpo fala”

Adaptado de WEIL; TOMPAKOW, 2007, p.88

Page 65: Monografia 2007

65

Ilustração 8 – Princípio IV de “O corpo fala”

Adaptado de WEIL; TOMPAKOW, 2007, p.88

Em resumo, o que esses princípios regem é: para que a comunicação se dê da

melhor forma possível, todos os sinais devem dizer a mesma mensagem. Muitas vezes

um falso sorriso é pior do que uma seriedade sincera, e, às vezes, uma ótima notícia

dada com um tom de sobriedade não empolga ninguém.

Para quem está em frente a vários colegas de trabalho fazendo uma

apresentação em uma reunião, a situação é pior ainda: o corpo pode transmitir todos

os sinais de vergonha, receio, entre outros. Como proceder? Imitar quem é capaz de

lidar com isso.

O ator é um profissional capaz de manipular sua linguagem não verbal em prol

do convencimento de sua platéia. Entretanto, WEIL; TOMPAKOW (2007) estão

certos ao dizer que a linguagem corporal não mente, o que acontece é que o ator tem a

capacidade de se colocar no papel do outro. Ele procura sentir o que deveria sentir se

fosse aquela pessoa. ―Excelentes atores sentem emoções reais e honestas. Nós,

pessoas de negócios, deveríamos vir do mesmo patamar honesto tanto quando nos

comunicamos verbalmente quanto não verbalmente‖1 (HBSP, 1999, p.9).

Assim, não há ―mágica‖. O uso da dramatização vêm para auxiliar os

colaboradores as corporações a se expressar melhor e de forma mais verdadeira.

―Burgess e outros consultores acreditam que o modelo de atuação ensina aos

comunicadores de negócios a serem mais autênticos do que eles são quando limitados

1 ―Great actors feel real, honest emotion. We business people must come from the same honest place

wether we are communicating on verbal or nonverbal levels‖.

Page 66: Monografia 2007

66

pelas noções convencionais de decoro - ―agindo‖ profissionalmente‖1 (HBSP, 1999,

p.9).

A seguir, algumas sugestões levantadas pela Harvard Management

Communication Letter e a adaptação dicas objetivas aplicáveis ao contexto de GP. Os

trechos reproduzidos a seguir são traduções e, uma tabela completa com as citações

em inglês e as páginas referentes, encontra-se em anexo.

Tabela 11 – Dramatização para o emissor em reuniões de GP

Sugestões HMCL2 Dica objetiva

Destrave a sua presença. Há um crença

comum de que ―presença de palco‖ é

algo inato [...] mas essa noção de ―ou-

você-tem-ou-você-não-tem‖ não é

aceita por Burgess e outros praticantes

[...] Eles acreditam que todas as pessoas

possuem presença e simplesmente

precisam descobrir como liberá-la. O

método de ensino de Ariel usa as quatro

primeiras letras da palavra ―presença‖ –

―P‖ para estar completamente presente,

e não distraído com a gravata, as

anotações ou qualquer coisa externa ao

momento ou à apresentação; ―R‖ para

relacionar-se com os receptores e

envolver a platéia através de perguntas,

histórias, contato visual, etc.; ―E‖ para

ser expressivo – adequadamente

animado e com variações vocais; e ―S‖

para sabedoria sobre si mesmo, por ter

a certeza confiante de quem você é e o

que pretende com aquele discurso.

Esteja realmente presente durante a

apresentação. Não se distraia com

qualquer coisa que não diga respeito ao

momento e à apresentação. Relacione-se

com a platéia e envolva-a com histórias,

perguntas, contato visual, entre outros.

Procure ser adequado em suas expressões

e variações vocais. Mantenha o foco de

quem você é e qual é o objetivo daquela

apresentação o tempo todo.

Não se esconda. Atores aprendem logo

no primeiro dia a não cometerem o

pecado capital de virar as costas para a

sua platéia. Existe uma razão lógica

para essa sabedoria convencional: se

você não está voltado para a platéia, é

impossível manter o canal de

comunicação aberto.

Nunca vire de costas para seus ouvintes,

isso impossibilita que o canal de

comunicação permaneça aberto. Além

disso, dificulta a sua percepção do

feedback corporal geral de sua audiência.

Seja apaixonado. [...] Isso significa

comunicar o material com convicção,

emoção e um nível natural de

animação. Nada disso é possível sem o

que Booth chama de ―relação com o

material‖ – acreditar no que está

Estude o material e procure uma

abordagem que permita uma comunicação

apaixonada e convicta. Você deve

realmente acreditar no que você irá dizer.

Se cabível, mostre-se com um nível

natural de animação.

1 ―Burgess and other consultantes believe the acting model teaches business communicators to be more

authentic than when they are bound by conventional notions of decorum – ―acting‖ professional‖. 2 Harvard Management Communication Letter. O texto original com a marcação das páginas se

encontra na tabela 14 em anexo.

Page 67: Monografia 2007

67

dizendo. A maior parte de sua

consultoria se dá ajudando executivos a

encontrar uma abordagem para o

assunto que atice sua paixão.

Ensaie. Raras são as companhias de

teatro que entram em noite de estréia

sem o diretor treinar o elenco durante

semanas e semanas. Os atores já

dominaram suas falas, posições e

desempenho esperado bem o suficiente

para focar sua energia no público e em

nuances de atuação que trazem vida à

performance. Similarmente, os oradores

nas empresas podem se beneficiar

tremendamente com o modelo teatral

de ensaio. [...] Aprenda a suas ―falas‖ o

suficiente para manter seus olhos na

platéia e não travado em suas

anotações.

Ensaie. Domine seu texto. Quando você

apresentar algo, o material deve estar

interiorizado para que a sua atenção possa

se voltar para o seu público e não para o

que você tem que falar. Procure decorar

suas anotações para não precisar das

mesmas.

Supere o medo de palco. [....] O método

mais simples e recomendado é respirar

fundo. O instinto humano faz com que

as pessoas respirem tímida e

rapidamente quando estão com medo.

Respirar fundo algumas vezes antes de

entrar pode acalmar o instinto ―lute-ou-

fuja‖ e induzir o relaxamento,

permitindo que sua mente foque

novamente no material e no público.

Respire fundo. O instinto humano faz com

que as pessoas respirem rapidamente

quando estão com medo. Respirar fundo

algumas vezes pode acalmar o instinto

―lute-ou-fuja‖ e induzir o relaxamento,

permitindo que sua mente foque

novamente no material e no público.

6.5. Ferramenta de linguagem mista A: Gerando reputação (Relações Públicas)

Para iniciar este capítulo, vale relembrar o grande objetivo da comunicação

informal em projetos defendido por este trabalho: ―compartilhar informações de

forma a mobilizar o receptor para uma ação em prol de resultados e estimular

positivamente a equipe‖. Muitas vezes, na realidade cultural brasileira – tipicamente

personalista – tudo isto se resume a um simples ―gerar boa fé‖.

Gerar boa vontade? Sim, de um modo geral, a sedução apresenta melhores

resultados do que a imposição. ―Nenhum homem gosta de sentir que estão lhe

vendendo algo ou dizendo-lhe para fazer determinada coisa, Preferimos sentir que nós

estamos comprando por nossa própria vontade ou agindo de acordo com nossas

próprias idéias‖ (CARNEGIE, 2006, p.220). Esta boa vontade surge nas pessoas

quando há credibilidade nas informações enviadas e nas solicitações feitas.

Page 68: Monografia 2007

68

Em seu livro ―The fall of advertising and the rise of PR‖ (A queda da

publicidade e a ascensão das relações públicas), RIES; RIES (2002) defende que a

publicidade não possui mais credibilidade, e que, em seu lugar, deve-se usar RP

(relações públicas) para construir as marcas. Ele define como Relações Públicas a

área responsável por conseguir divulgação gratuita na mídia (notícias, reportagens,

etc.) da empresa e/ou seus produtos. Parte de suas afirmações partem do pressuposto

que as pessoas acham que é melhor aquilo que outras pessoas acham que é melhor.

A maior parte das pessoas determina o que é melhor

descobrindo o que outras pessoas pensam que é melhor. E as

duas melhores formas de fazer isso são: através da mídia ou

verbalmente.

Você não pode viver nos dias de hoje observando a realidade

apenas com seus próprios olhos e ouvidos. Você tem que

depender dos olhos e ouvidos de fontes terceiras que se

colocam entre você e a realidade. A mídia é um conectivo vital

para adicionar sentido à vida da maioria das pessoas1 (RIES;

RIES, 2002, p.90).

Em gerenciamento de projetos não há uma ―mídia‖ que possa conferir essa

credibilidade, ou seja, cabe ao gerente de projetos ganhar credibilidade

―verbalmente‖, isso é, gerando ―boca-a-boca‖. Segundo RIES; RIES, marcas são

construídas aos poucos, através de reportagens e burburinhos pontuais que ganham

vulto. Isto também funciona para o gerente de projetos2: sua credibilidade e respeito

são construídos aos poucos, através dos demais colaboradores.

Marcas de sucesso alcançam a mente de forma devagar. Um resumo

em uma revista. Uma menção em um jornal. Um comentário de um

amigo. Um display na loja. Depois de uma lenta construção através

de divulgação não paga, as pessoas se convencem de que conhecem

aquela marca desde sempre (Quando foi a primeira vez que você

ouviu falar sobre Gatorade? Quem se lembra?3 (RIES; RIES, 2002,

p.228).

1 ―Most people determine waht is bst by finding out waht other people think is best. And the two major

sources for making that determination are the media and word of mouth. You can‘t live in a modern

word observing reality with just your own eyes and ears. You hava to depend on the eyes and ears of

third party sources that stand between you and reality. Media outlets are the vital links that add

meaning to most lives‖. 2 A autora deu um foco maior na abordagem para o gerente de projetos nessa ferramenta por entender

que ele será o maior beneficiado, entretanto, qualquer colaborador que deseje influenciar pessoas

positivamente pode utilizar os conselhos contidos aqui. 3 ―Sucessful brands get into the mind very slowly. A blurb in a magazine. A mention in a newspaper.

A comment from a frind. A display in a retail store. After a slow publicity buildup, people become

convinced that they know about the brand forever. (When did you first learn about Gatorade? Who can

remember?)‖

Page 69: Monografia 2007

69

Para conseguir gerar uma boa reputação, o gerente de projeto deve ser capaz

de ser (ou pelo menos parecer ser) transparente e isto se faz especialmente através da

linguagem – ou melhor, da harmonia entre a linguagem verbal e a linguagem não-

verbal.

Linguagem é o sistema operacional da mente. Nenhuma palavra é

aceita pelo seu próprio mérito. Todos os sons, todas as sílabas,

carregam uma bagagem, que às vezes é positiva, às vezes é

negativa, às vezes é neutra. Se você deseja criar uma impressão

favorável na mente, você deve usar as palavras que reflitam a

percepção que você está tentando criar1 (RIES; RIES, 2002, p.186).

Linguagem é algo que necessariamente envolve pessoas, e, segundo RIES;

RIES, este é um dos pontos mais importantes de um planejamento de marketing: um

porta-voz. Para ele, produtos não geram notícias, pessoas sim. No caso do

gerenciamento de projetos, este papel é muito bem definido: o porta-voz é o gerente

de projetos e ele deve gerar esta ―boa divulgação‖.

Em seu livro, RIES; RIES orientam que o CEO seja este ―garoto propaganda‖

e levanta o questionamento: ―E se o seu CEO não for bom em lidar com a mídia? A

resposta fundamental é que você precisa de um novo CEO‖2 (RIES; RIES, 2002,

p.164). Novamente, a idéia é totalmente aplicável para o gerenciamento de projetos,

sendo que, para gerar reputação nesse caso (que é feito no boca-a-boca ao invés da

mídia), ele precisa saber lidar com pessoas. E se o gerente de projetos não souber lidar

com pessoas? O projeto necessita de um novo gerente.

Em resumo, há alguns pontos principais:

1) A boa vontade dos colaboradores normalmente é conseguida através

da sensação de transparência de seu gestor;

2) As pessoas normalmente pensam que algo é bom quando outras

pessoas também o acham;

3) Reputação é algo que se constrói aos poucos e de forma natural;

4) Manter a harmonia entre linguagem verbal e não verbal é de suma

importância para aparentar transparência;

1 ―Language is the operating system of the mind. No word is ever accepted on its own merit. Every

sound, every syllable, carries its own baggage, which is sometimes positive, sometimes negative,

sometimes neutral. If you want to creat a favorable impression in the mind, you have to use words that

reflect the perception you are trying to creat‖. 2 ―What if your CEO is not good at dealing with the media? The fundamental answer is that you need a

new CEO‖.

Page 70: Monografia 2007

70

5) O gerente de projetos, como porta voz do projeto, deve saber lidar

com pessoas.

Todos os tópicos abordados parecem relativamente simples, entretanto, deve-

se lembrar que o gerenciamento de projetos moderno nasceu principalmente do estudo

dedicado aos projetos técnicos, e, até hoje pode-se perceber o reflexo disto, pois, em

sua maioria, gerentes de projetos são pessoas de áreas técnicas como a engenharia,

por exemplo.

Não é uma regra, mas de um modo geral, a educação formal nessas áreas não

oferece conhecimento e/ou treinamento adequado para um dos principais desafios que

os gerentes encontram: a comunicação e as relações interpessoais – pré-requisitos

básicos para que alguém seja capaz de gerar boa reputação entre seus colaboradores.

Este trabalho, entretanto, se propõe apenas a estudar o campo da comunicação,

por isto, trabalha a seguir exclusivamente com este campo de estudo (que é pelo

menos é capaz de passar a sensação de transparência e confiabilidade). As dicas

propostas neste capítulo são oriundas do artigo ―Handling the difficult interview‖

(Lidando com a entrevista difícil), da Harvard Management Communicaton Letter,

que ensina a executivos alguns princípios básicos de relações públicas para lidar

melhor com a mídia.

Deve-se ressaltar que a comunicação é apenas como suporte a um bom

relacionamento já estabelecido na equipe e que os conselhos apresentados também

devem funcionar como uma ―racionalização‖ para auxiliar executivos que possuem

maior dificuldade nesta área, porque, quando usada apenas como ―maquiagem‖, a

ferramenta de relações públicas tende a se esvaziar de sentido e reduzir a

credibilidade do porta voz por períodos bastante longos e, às vezes, indeterminados –

como é apontado em uma das dicas a seguir. Os trechos reproduzidos a seguir são

traduções e, uma tabela completa com as citações em inglês e as páginas referentes,

encontra-se em anexo.

Page 71: Monografia 2007

71

Tabela 12 – Uso de RP no gerenciamento de projetos

Sugestões HMCL1 Dica objetiva

Interações de sucesso com jornalistas

exigem preparação, uma mensagem

clara, uma boa dose de precaução e

enquanto nos holofotes, a possibilidade

de ser acompanhado por um

profissional de relações públicas.

Tenha sempre claro em sua mente a

mensagem que deseja passar. Caso tenha

muita dificuldade em se comunicar,

procure adotar como braço direito alguém

que tenha uma maior habilidade para isso.

Novas regras são aplicáveis. Você deve

lembrar que qualquer coisa que você

disse pode ser publicado, e de uma

forma não amigável para você.

―Enquanto parece uma conversa, uma

entrevista é realmente uma transação

comercial‖, diz Jerry Brown, [...] ―ao

invés de dinheiro e produtos, o meio de

troca é a informação.

Especialmente se você se tornou gerente

de projetos recentemente, vale lembrar

que novas regras estão em jogo. Você é o

porta voz do projeto e tudo que disser

pode ser disseminado de forma distorcida.

Não esconda. [...] Não ache que a falta

de colaboração irá impedir que a mídia

reporte uma história desagradável. Com

raras exceções, o repórter terá

condições de imprimir ou veicular a

história de qualquer forma, e, com a

ausência de uma informação de

primeira mão de você – a fonte

primária – ele irá confiar em fontes que

talvez sejam menos confiáveis e menos

simpáticas à sua causa.

Não esconda. Não ache que a falta de

informação de sua parte irá fazer um

problema sumir ou irá evitar que os

colaboradores comentem sobre o assunto.

No caso de uma falta de posição sua, os

rumores ganharam mais força, e eles não

necessariamente são favoráveis a você.

Se o repórter quiser informações que

você realmente não pode fornecer por

razões legais ou outras razões, Kell e

outros especialistas aconselham uma

resposta mais graciosa como: ―seria

impróprio eu falar sobre esse assunto‖.

Melhor ainda, avance um passo com

uma técnica de entrevista conhecida

como ―ponte‖. Explique porque seria

errado responder e repita seu ponto

principal depois de uma transição

simples como ―O real problema é...‖.

Se você realmente não puder dar as

informações que seus colaboradores

necessitam no momento, diga que seria

inapropriado você falar sobre o assunto e

explique o porquê.

Não fale demais. Enquanto não falar

nada é um convite para imprensa

negativa, falar demais também pode

levar a problemas. Seja prestativo, mas

somente até um ponto.

Não fale demais. Seja compreensivo e

prestativo, mas imponha limites.

Resista às tentativas de guiar você a

especulações potencialmente perigosas.

Não caia nas perguntas especulativas: elas

são feitas para que as pessoas falem sobre

1 Harvard Management Communication Letter. O texto original com a marcação das páginas se

encontra na tabela 15 em anexo.

Page 72: Monografia 2007

72

―A maior parte do tempo perguntas

hipotéticas são desenhadas para fazer as

pessoas falarem sobre coisas que não

deveriam‖, diz Brown. E não caia no

truque do silêncio. Brown aponta que

freqüentemente, depois que você

completa uma resposta, o repórter

permanece em silêncio. A maior parte

das pessoas não agüentará o silêncio e

começará a enrolar, e é onde as pessoas

estão mais suscetíveis a ―fugir do

assunto‖ e dizer algo que irão se

arrepender depois.

coisas que não deveriam.

Não caia no truque do silêncio. A maior

parte das pessoas não suporta um silêncio

após sua fala e volta a falar e enrolar – e

acaba fugindo do ponto e falando besteira.

Não engane. Não existe hora ou lugar

certos para mentir para a imprensa. E,

enquanto você não tem a obrigação de

voluntariamente dar informações

prejudiciais, enganar deliberadamente

um jornalista é pouco sábio e incorreto.

―Se você for pego, sua credibilidade

está morta‖, diz Temin, ―é um preço

muito alto a se pagar‖. Você pode

enrolar. Você pode omitir. Mas nunca

minta.

Não engane e não minta. Se você for

pego, sua credibilidade estará afetada para

sempre.

Apesar de os advogados das empresas

não gostarem disso, definitivamente

existe uma hora e lugar certos para

admitir uma falha, especialmente no

meio de uma crise, aponta Temin.

Quando reconhecer um erro, enfatize as

ações corretivas e seu

comprometimento em evitar que aquilo

se repita.

Admita seus erros quando necessário.

Quando reconhecer um erro, enfatize as

ações corretivas e seu comprometimento

em evitar que aquilo se repita.

Mantenha o discurso simples, faça-o

vívido. [...]. Isso desafia o entrevistado

a manter seu ponto claro e simples. ―Se

você não o fizer‖, diz Brown, ―o

repórter irá simplificá-lo de um jeito

que você não irá gostar‖.

Igual à necessidade de simplicidade dos

repórteres é o seu desejo por exemplos

e citações que tragam vida à história.

Para garantir que seu argumento acabe

sendo cortado na sala de edição, ilustre-

o com uma anedota vívida ou uma

analogia colorida.

Mantenha o discurso simples. Se você não

o fizer, seus colaboradores o farão

provavelmente de um jeito que você irá

considerar inadequado.

Mantenha o discurso vívido. Use

exemplos, citações e analogias para

garantir que seu interlocutor entendeu seu

principal argumento e irá guardá-lo na

memória.

―Não seja passivo. [...] Nunca deixe que

o repórter o leve a lugares que você não

deseja ir. Não repita uma acusação:

―Não, nós não estamos esfaqueando

Não deixe que seus colaboradores o façam

falar sobre coisas que não gostaria.

Não repita uma acusação: ―não, nós não

Page 73: Monografia 2007

73

nossos consumidores‖, não irá pegar

bem. Não caia em uma pergunta

guiada, Brown enfatiza, como ―você

fez isso por incompetência ou

estupidez?‖.

estamos com o projeto todo

esculhambado‖ não é a melhor resposta.

Não caia em perguntas guiadas como:

―você fez isso por incompetência ou

estupidez?‖.

Pratique e prepare-se. [...] Também é

uma atitude esperta fazer o dever de

casa sobre o repórter. Leia alguns

artigos recentes, que podem ser

facilmente coletados através de

bibliotecas eletrônicas.

Prepare-se: conheça seus colaboradores.

Eles são o seu receptor e, quanto melhor

você conhecê-los, maior serão as suas

chances de acertar sua comunicação.

Lembre-se: é sempre verdade.

Independente da veracidade das

histórias, aceite a validade da percepção

do mercado. [...] faça algumas

mudanças visíveis nas fontes do

problema percebido e embarque em

uma extraordinária construção de

confiança.

Sempre acredite em seus colaboradores.

Investigue e lembre-se de que percepção é

mais importante do que realidade nas

relações interpessoais. Sempre que

possível, realize mudanças nas fontes dos

problemas percebidos.

Seja ―acreditável‖. [...] ―Percepção e

credibilidade são altamente visuais‖,

diz Ogburn. ―Se a pessoa mostra sinais

de incômodo com os repórteres, isso

pode ser visto como um incômodo com

o problema.

Seja ―acreditável‖. Mantenha sua

linguagem verbal e não verbal em

harmonia. Não demonstre incômodo ao

falar com as pessoas, isso pode ser

percebido de forma errada.

Page 74: Monografia 2007

74

7 Considerações finais

A comunicação interna informal dentro da gestão de projetos é o objeto de estudo

principal desta pesquisa. Procura-se, com este trabalho, contextualizar o estudo de

gerenciamento de projetos e de comunicação na atualidade, apontando sua relevância

e algumas possibilidades de interdisciplinaridade.

O gerenciamento de projetos é abordado através de um panorama histórico, desde

sua origem até seu estado atual. Já a comunicação é tratada de forma a se adequar à

realidade de GP, sendo apresentada através de teorias que demonstrem claramente o

fator crítico de sucesso da mesma: o foco no receptor.

A otimização dos procedimentos comunicacionais como forma de aumentar as

chances de sucesso de um projeto é sugerida como uma economia financeira real, e

adverte-se sobre a comunicação como um fator de competitividade no atual cenário da

sociedade da informação. É necessário que as empresas passem a observar esse

campo de estudo atribuindo-lhe uma maior importância, e que parem de deixar

investimentos nesse setor para ―um segundo momento‖ de desenvolvimento, com o

risco de nunca atingirem esse próximo patamar se não alinharem sua comunicação

interna.

A respeito disso, há a diferenciação da comunicação interna tradicional e a

comunicação interna aplicada ao GP, explicando as particularidades deste último e

por que a comunicação é efetivamente um importante tema de estudo.

A formulação de um manual para equipes de projetos, que é o objetivo principal

deste trabalho, é alcançado através do levantamento de ferramentas utilizadas por

profissionais do campo da comunicação e da correlação feita com as práticas já

existentes em gestão de projetos.

Em relação aos objetivos específicos deste trabalho, pode-se observar que:

Page 75: Monografia 2007

75

1) Há efetivamente uma carência de literatura mais rica e pragmática para a

comunicação dentro da gestão de projetos. O mapeamento de algumas ferramentas

simples de comunicação foi feito, mas acredita-se que há muito mais a se

desenvolver, podendo haver até mesmo a criação de ferramentas específicas para o

GP.

2) Em relação à comunicação interna informal em projetos, ela é bastante similar à

comunicação informal nas empresas e é efetivamente responsável por grande parte

das ações feitas e dos resultados alcançados pelos colaboradores, especialmente no

Brasil, onde há uma forte presença de uma cultura personalista e informal.

3) A hipótese de que tornar a comunicação um ponto de atenção no gerenciamento

de projetos pode auxiliar no sucesso do mesmo é bastante válida uma vez que há um

maior aproveitamento da mensagem quando a comunicação é entendida e tida

como instrumento de grande relevância. Entretanto, algumas pesquisas poderiam ser

desenvolvidas no sentido de entender melhor o impacto da compreensão e da

capacidade de geração de ação das mensagens enviadas, possibilitando um

mapeamento melhor dos benefícios econômicos deste uso.

4) As ferramentas ajudam na eficácia da comunicação por focarem no receptor

através da conscientização do emissor, auxiliando que o fluxo informacional dos

projetos ocorram de forma mais eficiente, clara e organizada, mas há um longo

caminho a se percorrer, especialmente no que diz sentido à disseminação deste

conhecimento e aplicação do mesmo em vários projetos, para que este modelo possa

amadurecer e se adaptar ainda mais à realidade do gerenciamento de projetos.

Por fim, pode-se dizer que há muito a se pesquisar, especialmente no sentido do

impacto do texto na compreensão e na geração de ação através de pesquisas que

busquem mensurar isto, para que se possa converter, de forma similar ao executado

neste trabalho, investimento em comunicação em economia efetiva aos olhos dos

diretores e presidentes das empresas.

Além disto, o desenvolvimento de ferramentas específicas para o GP e a pesquisa

de novas ferramentas é um caminho viável para o desenvolvimento deste campo. A

Page 76: Monografia 2007

76

comunicação formal em GP também pode ser explorada através de estudos de

viabilidade da aplicação destas e de outras ferramentas.

Cabe ainda ressaltar a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre a relação

personalista nas corporações brasileiras e de que forma ela impacta no grau de

relevância da comunicação informal e até que ponto a importação de modelos

estrangeiros de gestão se aplica com sucesso em nossa realidade.

Page 77: Monografia 2007

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RIES, Al; RIES, Laura. The fall of advertising & the rise of PR. New York:

Harpercollins USA, 2002. 295 p.

RIFKIN, Jeremy. A era do acesso; a era da transição de mercados convencionais para

networks e o nascimento de uma nova economia. São Paulo: Makron Books, 2001.

264 p.

Page 81: Monografia 2007

81

RUBIÃO, Maria da Glória Ganem. Projeto comunicação interna. Rio de Janeiro:

ECO/UFRJ, 1994. 35 f. Monografia (Graduação em Comunicação Social, Habilitação

em Jornalismo).

SALINA, Sheila. Revista Digital Comunicação e Estratégia. Criando sentidos: a

semântica do discurso verbal e as associações de marca na construção da identidade

corporativa. v.3, n. 4, Jul/2006. Disponível em: http://www.comunicacaoempresarial.

com.br/rev_artigos4SheilaSalina.htm Acesso em: 02 de setembro de 2007

SANTOS, Lauren Davi. A teoria das inteligências múltiplas: análise de métodos.

Porto Alegre: PIIC/UniRitter, 2005. 25 f. Trabalho de iniciação científica. Disponível

em: http://br.geocities.com/laurendavi/ Acesso em: 23 de setembro de 2007

SÉLLOS, Lysio. Rio de Janeiro: Entrevista concedida por e-mail em 24 de Agosto

de 2007.

SILVA, Mariana Filpo Ferrreira da. Comunicação interna em empresas brasileiras.

Rio de Janeiro: ECO/UFRJ. 84 f. Monografia (Graduação em Comunicação Social,

Habilitação em Publicidade e Propaganda).

STETTNER, Morey. O manual do novo gerente; 24 lições para vencer os desafios

de sua nova função. Rio de Janeiro: Sextante, 2006. 77 p.

THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. Modelagem de Projetos. 2.ed. São Paulo:

Atlas, 2004. 265 p.

TONELLO, Victor M. M., Apostila de Desenvolvimento intelectual. Rio de Janeiro:

impressão própria. 52 p. (Distribuída para os alunos do Curso de Desenvolvimento

Intelectual e Leitura Dinâmica, turma de 1999 – CMRJ).

WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O corpo fala. Petrópolis: Vozes, 2007. 62. ed.

288 p.

Page 82: Monografia 2007

82

Tabela de salários: http://www.guiarh.com.br/tabeladesalarios.htm Acesso em: 08 de

julho de 2007

Anexos

Page 83: Monografia 2007

83

Anexo 1

Tabela 13 - Dramatização para os interlocutores em reuniões de GP – com texto

original e tradução

Sugestões HMCL1 Tradução Dica objetiva

―Instant replay. Kirschner

advocates replaying

disapointing encounters like

the product launch meeting

mentioned above, and trying

to figure out better ways to

handle the situation‖

(HBSP, mar/2000, p.2).

Reprodução instantânea.

Kischner defende que se

reproduza encontros

frustrantes como o

lançamento de produto

mencionado anteriormente, e

que se tente refletir formas

melhores de lidar com a

situação.

Coloque dois ou mais

colaboradores para

reproduzir alguma

situação desagradável

que tenha ocorrido.

Dê aos demais

participantes o poder

de ―congelar‖ a cena

e propor formas

melhores de atuação

diante daquele

problema. Ou ainda,

peça que ao final da

apresentação, cada

um fale de de que

outra forma teria

tratado o assunto.

―Role Playing can be

particurlarly useful in

managing interpersonal

relationships. One common

problem problem is dealing

with a difficult employee or

colleague. In such cases,

role playing can provide

perspective, says Wilson.

She uses a ―walk in each

other‘s shoes‖ techinique

that she says can help two

people see eye to eye‖

(HBSP, mar/2000, p.2).

A interpretação de papéis

pode ser particularmente

eficiente para administrar

conflitos interpessoais. Um

problema comum é lidar com

um colaborador difícil.

Nesses casos, a interpretação

pode oferecer uma

perspectiva, diz Wilson. Ela

usa usa uma técnica ―vista o

sapato do outro‖ que pode

ajudar duas pessoas a

nivelarem sua visão.

Apresente problemas

reais e divida os

participantes em

grupos para

defenderem algumas

idéias. Coloque-os

sempre para

defenderem

perspectivas opostas

aos seus interesses

reais. Isso fará com

que eles sejam

obrigados a pensar

nos impactos e

problemas de suas

ações.

―One of the problems of

modern organization is that

managers don‘t view the

company from customer‘s

perspective [...]

Experiencing it yourself is

the best way to determine

wheter a process is working

Um dos problemas da

organização moderna é que

os gerentes não vêem a

companhia sob a perspectiva

do cliente. [...] Experimentar

você mesmo é a melhor

forma de determinar se um

processo está funcionando

Faça testes de

produtos, sistemas e

processos durante as

reuniões. Convide

todos a pensar de que

forma a pessoa que

recebe aquilo se

sente. Por exemplo,

1 Harvard Management Communication Letter.

Page 84: Monografia 2007

84

smoothly‖ (HBSP,

mar/2000, p.2).

bem. coloque a própria

pessoa de TI para

gerar um relatório

localizando os dados

algo no sistema que

produziu. Será que

ele estará adequado?

―Allow self learning.

Bussiness people like to be

active. They are also adults.

Let them do as much of the

work of the presentation as

possible, and they‘ll take it

to heart more thoroughly‖

(HBSP, jun/2000, p.5).

Permita o auto aprendizado.

Pessoas de negócios gostam

de ser ativas. Eles também

são adultos. Deixe que eles

façam a maior parte do

trabalho da apresentação e

eles irão interiorizar mais

aquilo em seu coração.

Dê atividades úteis,

simples e

relacionadas ao tema

a ser tratado para os

colaboradores

executarem antes,

durante e após a

reunião.

―Give them a problem to

solve. Business people are

problem-solvers. They are

paid to be good at it. If you

phrase your messages in

terms of problemas that they

would like to solve, you‘ll

involve them mouch more

strongly‖ (HBSP, jun/2000,

p.5).

Dê um problema a ser

resolvido. Pessoas de

negócio são ―resolvedores de

problemas‖. Eles são pagos

para serem bons nisso. Se

você colocar sua mensagem

de forma que vir um

problema que eles gostariam

de resolver, você irá

envolvê-los muito mais.

Traga um problema

para a sala de

reuniões. Pessoas de

negócios adoram

resolver problemas.

Estimule simulações,

divida grupos e

instigue sua platéia a

apresentar a melhor

resposta.

Page 85: Monografia 2007

85

Anexo 2

Tabela 14 – Dramatização para o emissor em reuniões de GP – com texto

original e tradução

Sugestões HMCL1 Tradução Dica objetiva

―Unlock your presence.

There is a common belief

that ―stage presence‖ is

something you‘re born with

[...] But this ―either-either-

tou-have-it-or-you-don‘t‖

notion doesn‘t ash with

urgess and other practioners

[...] They believe that all

people have presence and

merely need to learn how to

unleash it. [...] Ariel‘s

teaching model revolves

around the first four letters

of ―presence‖ – ―P‖ for

being completely present,

not distracted by your tie or

notes or anything external to

the moment and

presentation; ―R‖ for

reaching out and involving

the audience through

questions, stoRIES; RIES,

eye contact, etc.; ―E‖ for

being expressive –

appropriately animated,

with vocal variety; and ―S‖

for self-knowledge, for

having a confident certainty

about who you are and waht

you‘re trying to accomplish

with your speech‖ (HBSP,

1999, p.9).

Destrave a sua presença. Há

um crença comum de que

―presença de palco‖ é algo

inato [...] mas essa noção de

―ou-você-tem-ou-você-não-

tem‖ não é aceita por

Burgess e outros praticantes

[...] Eles acreditam que todas

as pessoas possuem presença

e simplesmente precisam

descobrir como liberá-la. O

método de ensino de Ariel

usa as quatro primeiras letras

da palavra ―presença‖ – ―P‖

para estar completamente

presente, e não distraído com

a gravata, as anotações ou

qualquer coisa externa ao

momento ou à apresentação;

―R‖ para relacionar-se com

os receptores e envolver a

platéia através de perguntas,

histórias, contato visual, etc.;

―E‖ para ser expressivo –

adequadamente animado e

com variações vocais; e ―S‖

para sabedoria sobre si

mesmo, por ter a certeza

confiante de quem você é e o

que pretende com aquele

discurso.

Esteja realmente

presente durante a

apresentação. Não se

distraia com qualquer

coisa que não diga

respeitoa o momento

e à apresentação.

Relacione-se com a

platéia e envolva-a

com histórias,

perguntas, contato

visual, entre outros.

Procure ser adequado

em suas expressões e

variações vocais.

Mantenha o foco de

quem você é e qual é

o objetivo daquela

apresentação o tempo

todo.

―Don‘t hide. Actors are

taught on Day One not to

commit cardinal sin of

turning their backs on the

audience. There is sound

reasoning behing this

convetional wisdom: if

you‘re not facing the

audience, it is impossible to

Não se esconda. Atores

aprendem logo no primeiro

dia a não cometerem o

pecado capital de virar as

costas para a sua platéia.

Existe uma razão lógica para

essa sabedoria convencional:

se você não está voltado para

a platéia, é impossível

Nunca vire de costas

para seus ouvintes,

isso impossibilita que

o canal de

comunicação

permaneça aberto.

Além disso, dificulta

a sua percepção do

feedback corporal

1 Harvard Management Communication Letter.

Page 86: Monografia 2007

86

maintain the open

communcations channel‖

(HBSP, 1999, p.10).

manter o canal de

comunicação aberto.

geral de sua

audiência.

―Be passionate. [...] It

means communicating the

material with conviction,

emotion and a natural level

of animation. None of that is

possible without what Booth

terms a ―relationship with

the material‖ – believing

waht you‘re saying. Much

of his coaching involves

helping executives find an

approach to the subject that

stokes their passion‖

(HBSP, 1999, p.10).

Seja apaixonado. [...] Isso

significa comunicar o

material com convicção,

emoção e um nível natural de

animação. Nada disso é

possível sem o que Booth

chama de ―relação com o

material‖ – acreditar no que

está dizendo. A maior parte

de sua consultoria se dá

ajudando executivos a

encontrar uma abordagem

para o assunto que atice sua

paixão.

Estude o material e

procure uma

abordagem que

permita uma

comunicação

apaixonada e

convicta. Você deve

realmente acreditar

no que você irá dizer.

Se cabível, mostre-se

com um nível natural

de animação.

―Rehearse. Rare is the

theatre company that goes

into opening night without

the director running the cast

through weeks and weeks of

rehearsals. The actors have

mastered their lines, places

and cues well enough to

focus their energy on the

audience and more nuanced

shades of acting that bring

performance to life.

Similarly, business speakers

can benefit tremendously

from theatre-style

rehearsing. [...] Learn your

―lines‖ well enough to allow

you to keep your eyes in

your eith the audience and

not locked on your notes‖.

(HBSP, 1999, p.10).

Ensaie. Raras são as

companhias de teatro que

entram em noite de estréia

sem o diretor treinar o elenco

durante semanas e semanas.

Os atores já dominaram suas

falas, posições e desempenho

esperado bem o suficiente

para focar sua energia no

público e em nuances de

atuação que trazem vida à

performance. Similarmente,

os oradores nas empresas

podem se beneficiar

tremendamente com o

modelo teatral de ensaio. [...]

Aprenda a suas ―falas‖ o

suficiente para manter seus

olhos na platéia e não

travado em suas anotações.

Ensaie. Domine seu

texto. Quando você

apresentar algo, o

material deve estar

interiorizado para que

a sua atenção possa

se voltar para o seu

público e não para o

que você tem que

falar. Procure decorar

suas anotações para

não precisar das

mesmas.

―Overcome stage fright. [...]

The simplest and most

recommended method is to

breath deeply. Human

instinct drives people to take

shallow, quick breathes

when they‘re afraid. Taking

several deep breaths just

before walking to the dais

can calm the ―fight-or-

flight‖ instict, induce

relaxation, and allow your

Supere o medo de palco. [....]

O método mais simples e

recomendado é respirar

fundo. O instinto humano faz

com que as pessoas respirem

tímida e rapidamente quando

estão com medo. Respirar

fundo algumas vezes antes

de entrar pode acalmar o

instinto ―lute-ou-fuja‖ e

induzir o relaxamento,

permitindo que sua mente

Respire fundo. O

instinto humano faz

com que as pessoas

respirem rapidamente

quando estão com

medo. Respirar fundo

algumas vezes pode

acalmar o instinto

―lute-ou-fuja‖ e

induzir o

relaxamento,

permitindo que sua

Page 87: Monografia 2007

87

mind to refocus on the

material and audience‖

(HBSP, 1999, p.11).

foque novamente no material

e no público.

mente foque

novamente no

material e no público.

Page 88: Monografia 2007

88

Anexo 3

Tabela 15 – Uso de RP no gerenciamento de projetos – com texto original e

tradução

Sugestões HMCL1 Tradução Dica objetiva

―Sucessfull interaction with

journalists requires

preparation, a well-

conceived message, a good

dose of caution and on-the-

spot wiles, and possibly

some coaching by a media

relations professional‖

(HBSP, mar/2000, p.7).

Interações de sucesso com

jornalistas exigem

preparação, uma mensagem

clara, uma boa dose de

precaução e enquanto nos

holofotes, a possibilidade de

ser acompanhado por um

profissional de relações

públicas.

Tenha sempre claro

em sua mente a

mensagem que deseja

passar. Caso tenha

muita dificuldade em

se comunicar,

procure adotar como

braço direito alguém

que tenha uma maior

habilidade para isso.

―Whole different set of rules

apply. You have to

remember that anything you

say could come in print, and

maybe not in a way that is

kind to you. ―While it might

look like a conversation, an

interview is really a

business transaction‖, says

Jerry Brown [...] ―Instead of

money or products, the

medium of exchange is

information‖‖ (HBSP,

mar/2000, p.7).

Novas regras são aplicáveis.

Você deve lembrar que

qualquer coisa que você

disse pode ser publicado, e

de uma forma não amigável

para você. ―Enquanto parece

uma conversa, uma

entrevista é realmente uma

transação comercial‖, diz

Jerry Brown, [...] ―ao invés

de dinheiro e produtos, o

meio de troca é a

informação.

Especialmente se

você se tornou

gerente de projetos

recentemente, vale

lembrar que novas

regras estão em jogo.

Você é o porta voz do

projeto e tudo que

disser pode ser

disseminado de forma

distorcida.

―Don‘t hide. [...] Don‘t

assume that lack of

cooperation will prevent the

media from reporting an

unwelcome story. With rare

exceptions the reporter will

be able to print or air the

story anyway, and in the

absence of first-hand

information from you, the

primary source, he will realy

on sources that may be less

reliable and less sympathetic

to your cause‖ (HBSP,

mar/2000, p.7).

Não esconda. [...] Não ache

que a falta de colaboração irá

impedir que a mídia reporte

uma história desagradável.

Com raras exceções, o

repórter terá condições de

imprimir ou veicular a

história de qualquer forma, e,

com a ausência de uma

informação de primeira mão

de você – a fonte primária –

ele irá confiar em fontes que

talvez sejam menos

confiáveis e menos

simpáticas à sua causa.

Não esconda. Não

ache que a falta de

informação de sua

parte irá fazer um

problema sumir ou

irá evitar que os

colaboradores

comentem sobre o

assunto. No caso de

uma falta de posição

sua, os rumores

ganharam mais força,

e eles não

necessariamente são

favoráveis a você.

―If the reporter wants

information that you truly

cannot give for legal or

Se o repórter quiser

informações que você

realmente não pode fornecer

Se você realmente

não puder dar as

informações que seus

1 Harvard Management Communication Letter.

Page 89: Monografia 2007

89

other reason, Kell and other

experts advise a more

gracious reply, such as: ―It

would be inappropriate for

me to talk about that.‖

Better yet, take it a step

further with an interviewing

technique know as

―bridging‖. Explain why

answering tha question

would be wrong and repeat

your main point after a

simple transition like ―The

real issue is...‖‖ (HBSP,

mar/2000, p.7).

por razões legais ou outras

razões, Kell e outros

especialistas aconselham

uma resposta mais graciosa

como: ―seria impróprio eu

falar sobre esse assunto‖.

Melhor ainda, avance um

passo com uma técnica de

entrevista conhecida como

―ponte‖. Explique porque

seria errado responder e

repita seu ponto principal

depois de uma transição

simples como ―O real

problema é...‖.

colaboradores

necessitam no

momento, diga que

seria inapropriado

você falar sobre o

assunto e explique o

porquê.

―Don‘t say too much. While

saying nothing invites bad

press, saying too much can

also Lead to trouble. Be

helpful, but only to a point‖

(HBSP, mar/2000, p.7).

Não fale demais. Enquanto

não falar nada é um convite

para imprensa negativa, falar

demais também pode levar a

problemas. Seja prestativo,

mas somente até um ponto.

Não fale demais. Seja

compreensivo e

prestativo, mas

imponha limites.

―Resist attempts to Lead

you into potentially

dangerous speculations.

―Most of the time,

hypothetical questions are

designed to get people to

talk about things they

shouldn‘t talk about,‖ says

Brown. And don‘t fall for

the silence trick. Brown

points out that often, after

you‘ve completed your

answer, the reporter will

remain silent. Many people

can‘t stand the silence and

will start to ramble wich is

when they‘re most likely to

go ―off point‖ and say

something they‘ll

regret(HBSP, mar/2000,

p.7).

Resista às tentativas de guiar

você a especulações

potencialmente perigosas. ―A

maior parte do tempo

perguntas hipotéticas são

desenhadas para fazer as

pessoas falarem sobre coisas

que não deveriam‖, diz

Brown. E não caia no truque

do silêncio. Brown aponta

que freqüentemente, depois

que você completa uma

resposta, o repórter

permanece em silêncio. A

maior parte das pessoas não

agüentará o silêncio e

começará a enrolar, e é onde

as pessoas estão mais

suscetíveis a ―fugir do

assunto‖ e dizer algo que

irão se arrepender depois.

Não caia nas

perguntas

especulativas: elas

são feitas para que as

pessoas falem sobre

coisas que não

deveriam.

Não caia no truque do

silêncio. A maior

parte das pessoas não

suporta um silêncio

após sua fala e volta a

falar e enrolar – e

acaba fugindo do

ponto e falando

besteira.

―Don‘t deceive. There is no

right time and place for

lying to the media. And

while you have no

obligation to volunteer

damaging or embarrassing

information, to deliberataly

misLead or deceive a

Não engane. Não existe hora

ou lugar certos para mentir

para a imprensa. E, enquanto

você não tem a obrigação de

voluntariamente dar

informações prejudiciais,

enganar deliberadamente um

jornalista é pouco sábio e

Não engane e não

minta. Se você for

pego, sua

credibilidade estará

afetada para sempre.

Page 90: Monografia 2007

90

journalist is as unwise as it

is wrong. ―If you‘re caught,

your credibility is shot,‖

Temin says. ―that‘s too high

a price to pay.‖ You can

spin. You can omit. But

never lie‖‖ (HBSP,

mar/2000, p.8).

incorreto. ―Se você for pego,

sua credibilidade está

morta‖, diz Temin, ―é um

preço muito alto a se pagar‖.

Você pode enrolar. Você

pode omitir. Mas nunca

minta.

―While the company

lawyers might not like it,

there is definitely a time and

a place to admit fault,

espeacilly in a crisis, Temin

notes. When acknowledging

a mistake, be sure to

emphasize the corrective

action and the commitment

to avoiding a repeat

incident‖ (HBSP, mar/2000,

p.8).

Apesar de os advogados das

empresas não gostarem

disso, definitivamente existe

uma hora e lugar certos para

admitir uma falha,

especialmente no meio de

uma crise, aponta Temin.

Quando reconhecer um erro,

enfatize as ações corretivas e

seu comprometimento em

evitar que aquilo se repita.

Admita seus erros

quando necessário.

Quando reconhecer

um erro, enfatize as

ações corretivas e seu

comprometimento em

evitar que aquilo se

repita.

―Keep it simple – make it

vivid. [...] This challenges

the interviewee to make her

point clearly and simply. ―if

you don‘t,‖ Brown says,

―the reporter may simplify it

in a way you won‘t like.‖

Equal to reporters‘ need for

simplicity is their desire for

examples and quotations

that breathe life into the

story. To be sure that your

point does not end up on the

figurative cutting room

floor, illustate it with a vivid

anedote or a colorful

analogy‖ (HBSP, mar/2000,

p.8).

Mantenha o discurso

simples, faça-o vívido. [...].

Isso desafia o entrevistado a

manter seu ponto claro e

simples. ―Se você não o

fizer‖, diz Brown, ―o repórter

irá simplificá-lo de um jeito

que você não irá gostar‖.

Igual à necessidade de

simplicidade dos repórteres é

o seu desejo por exemplos e

citações que tragam vida à

história. Para garantir que

seu argumento acabe sendo

cortado na sala de edição,

ilustre-o com uma anedota

vívida ou uma analogia

colorida.

Mantenha o discurso

simples. Se você não

o fizer, seus

colaboradores o farão

provavelmente de um

jeito que você irá

considerar

inadequado.

Mantenha o discurso

vívido. Use

exemplos, citações e

analogias para

garantir que seu

interlocutor entendeu

seu principal

argumento e irá

guardá-lo na

memória.

―Don‘t be passive. [...]

Never let the reporter Lead

you somewhere you don‘t

want to go. Don‘t repeat an

accusation: ―No, we‘re not

ripping off the public,‖ will

not play well. Don‘t fall for

a Leading question. Brown

stresses such as ―did you do

it because of incompentence

or stupidity?‖ (HBSP,

―Não seja passivo. [...]

Nunca deixe que o repórter o

leve a lugares que você não

deseja ir. Não repita uma

acusação: ―Não, nós não

estamos esfaqueando nossos

consumidores‖, não irá pegar

bem. Não caia em uma

pergunta guiada, Brown

enfatiza, como ―você fez isso

por incompetência ou

Não deixe que seus

colaboradores o

façam falar sobre

coisas que não

gostaria.

Não repita uma

acusação: ―não, nós

não estamos com o

projeto todo

esculhambado‖ não é

Page 91: Monografia 2007

91

mar/2000, p.9). estupidez?‖. a melhor resposta.

Não caia em

perguntas guiadas

como: ―você fez isso

por incompetência ou

estupidez?‖.

―Practice and prepare. [...] It

is also smart to do

homework on the reporter.

Read some of the writer‘s

recent articles, wich can

easily be collected through

one of the several electronic

libraRIES; RIES‖ (HBSP,

mar/2000, p.10).

Pratique e prepare-se. [...]

Também é uma atitude

esperta fazer o dever de casa

sobre o repórter. Leia alguns

artigos recentes, que podem

ser facilmente coletados

através de bibliotecas

eletrônicas.

Prepare-se: conheça

seus colaboradores.

Eles são o seu

receptor e, quanto

melhor você

conhecê-los, maior

serão as suas chances

de acertar sua

comunicação.

―Remember: it‘s always

real. Regardless of the

veracity of the stoRIES;

RIES, accept the validity of

the market‘s perception. [...]

Make some visible changes

to whatever system is the

source of the perceived

problem, and then embark

on some extraordinary trust

building‖. ‖ (HBSP,

mar/2000, p.8).

Lembre-se: é sempre

verdade. Independente da

veracidade das histórias,

aceite a validade da

percepção do mercado. [...]

faça algumas mudanças

visíveis nas fontes do

problema percebido e

embarque em uma

extraordinária construção de

confiança.

Sempre acredite em

seus colaboradores.

Investigue e lembre-

se de que percepção é

mais importante do

que realidade nas

relações

interpessoais. Sempre

que possível, realize

mudanças nas fontes

dos problemas

percebidos.

―Be believable. [...]

―Perception and credibility

are highly visual,‖ says

Ogburn. ―If the person

shows signs of annoyance

with reporters, this might be

viewed as an annoyance

with the problem‖ ‖ (HBSP,

mar/2000, p.9).

Seja ―acreditável‖. [...]

―Percepção e credibilidade

são altamente visuais‖, diz

Ogburn. ―Se a pessoa mostra

sinais de incômodo com os

repórteres, isso pode ser

visto como um incômodo

com o problema.

Seja ―acreditável‖.

Mantenha sua

linguagem verbal e

não verbal em

harmonia. Não

demonstre incômodo

ao falar com as

pessoas, isso pode ser

percebido de forma

errada.

Page 92: Monografia 2007

Se a idéia é persuadir o leitor, nada melhor do que se inspirar na arte da retórica praticada na Grécia antiga. Inicialmente formulado para susten-tações orais no Senado ateniense, o processo “quadrifásico” de Aristóteles serve até hoje como base para muitas formas de comunicação.

O filósofo grego pregava que, para convencer uma pessoa, é necessário comunicar através de quatro etapas: exórdio, narração, pro-vas e peroração.

O exórdio tem como objetivo conquistar a simpatia do auditório, a sua benevolência e interesse pelo tema a ser tratado pelo orador. Já na narração, o orador deve mostrar a relevância do tema. Aqui é importante mencionar fatos conhecidos e evitar a prolixidade, pois esta fase tem como característica a clareza, e portanto, deve ser simples e concisa.

No caso das provas, é bom que a contestação dos fatos seja pontual, e que a demonstração exista apenas sobre o ponto contestado. Para a peroração, o que se espera do orador é que, depois de ter demonstrado a verdade de suas afirmações, ele elogie ou censure o auditório convo-cando-o para a ação mais correta, ou seja, a proposta por ele.

Seu e-mail deve possuir estrutura similar, utilizando-se do título do e-mail e do primeiro parágrafo para despertar a atenção do leitor, o meio para seu envolvimento e o(s) último(s) parágrafo(s) para sua mobilização para a ação. Veja as dicas a seguir:

Exórdio1) Não desperdice o título do seu e-mail, ele é o seu tíquete de en-

trada para o “to do list ” dos demais colaboradores. Ele será lido por todos e já deve ser usado como forma de comunicar sua mensagem.

2) Você já viu um anúncio de produto diferente usar o mesmo título? Então por que usar o mesmo título de e-mail para tratar de assuntos difer-entes? Sempre que for responder a algum e-mail para alguém mudando o tema do mesmo, MUDE O TÍTULO. Isso tornará mais fácil a localização de histórico posteriormente, além de deixar claro que assunto está sendo tratado naquele e-mail para casos de priorização. Possivelmente o título do seu e-mail será usado para classificá-lo em prioritário ou não e será usado também para alocá-lo em pastas de arquivos. Não deixe que seu assunto caia no esquecimento por conta de um e-mail com título de uma tarefa que já foi executada.

3) Seja claro. Não use trocadilhos, alusões ou qualquer outro tipo de linguagem que não seja direta em seu título. Não exija que o leitor monte um quebra cabeça para decifrá-lo.

4) Use afirmações (ou seja, não use negações, como esta).5) Fale sempre alguma coisa. Não faça um título mudo que vá de-

mandar que o leitor leia seu texto para compreendê-lo, a maioria das pessoas não o faz.

6) Responda sempre às perguntas: O quê? Quem? Quando? Como? Onde? Por quê? (em seu título ou logo no primeiro parágrafo).

Narração1) Seja direto e evite construções textuais complexas2) Evite superlativos e generalizações. Seja específico e factual.3) Seja entusiástico, amistoso e educado. Não seja chato.4) Não assuma que o leitor sabe tudo daquela história. Apresente a

ele a possibilidade de reler históricos em anexo e faça um breve resumo dos acontecimentos. Você deve fornecer a informação completa em cada um dos seus e-mails.

5) Seja coloquial e claro. Não há tempo em GP para textos líricos ou obscuros.

Provas1) Apresente os fatos. Seu colega de trabalho é você mesmo para os

demais colaboradores. Você estará insultando a sua própria inteligência e integridade se assumir que uma mera ordem ou ameaça, ou ainda uma bajulação inócua fará com que você atinja seus objetivos.

2) Você não deve aborrecer as pessoas para que elas executem a tarefa, você deve interessá-las ou no mínimo conscientizá-las da im-portância da mesma.

3) Seja educado, e não bonzinho ou palhaço. Apesar de amizades ou bom humor, aquele é um ambiente de trabalho e caso algo dê errado todos ficarão em um estado de espírito muito sério.

Peroração1) Faça um resumo de todos os principais pontos.2) Deixe claro suas intenções e as responsabilidades de cada um.3) Se necessário, estabeleça prazos.

Em relação à peroração, o ideal é que você faça uma matriz de re-sponsabilidades de forma que cada um saiba exatamente o que deve fazer e o prazo, como a tabela a seguir, que supõe as atribuições de um churrasco:

1 “to do list” (a tradução seria “lista de afazeres”) é um termo freqüentemente utilizado nas corporações para se referir às tarefas que a pessoa tem de executar e todos os trabalhos que estão em acompanhamento.

O quê? Quem? Prazo

Comprar gelo Carolina 21/10

Comprar bebidas Rafael 20/10

Contratar churrasqueiro Fernanda 16/10

Comprar carnes Rafael 20/10

Alugar local Fernanda 16/10

Fazer convites Vicente 16/10

Confirmar presenças Laiz 19/10

E-mails

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Prepare sempre suas reuniões com antecedência e capricho. Aproveite os programas de computador hoje disponíveis para fazer um melhor uso da imagem. Lembre-se que existem pessoas que aprendem eminentemente através de recursos visuais. Seguem algumas dicas:

1) O mais importante de tudo é ter em mente a idéia que você deseja passar com a sua apresentação. Ela não precisa ser linda, mas deve ser clara e transmitir a idéia que você deseja. Antes de selecionar as imagens, organize e estruture e a apresentação de forma coerente.

2) Use imagens poderosas e que gerem curiosidade. Caso você de-seje gerar alguma reflexão sobre a imagem, configure para que o texto entre depois da foto, assim você ganha tempo para gerar a curiosidade em seus espectadores.

3) Dê preferência às fotografias, elas têm um apelo maior. É possível en-contrar imagens gratuitas através de sites de buscas (p.ex.: google.com) ou de sites de banco de imagens (p.ex.: gettyimages.com). Se quiser, pode abrir uma pasta em seu computador separando fotos interessantes por tema para ter seu próprio banco de dados quando precisar realizar uma apresentação.

4) Utilize imagens coloridas. Estude o significado das cores e use-as em sua apresentação sem exageros, elas ajudam a “transmitir o clima” e possibi-litam uma tangibilização ainda mais completa das suas idéias.

5) Menos é mais. Não utilize muitos elementos visuais ou muitos efeitos do power point. Além de deixar o arquivo de sua apresentação pesado (e ela conseqüentemente lenta), eles tenderão a confundir e irritar o receptor.

6) Se possível, visite a sala de reuniões antes e veja o local que sua apresentação será projetada: existe algum tipo de interferência na superfície que vá dificultar a visualização de sua apresentação? Cheque se realmente haverá projetor disponível ou se terá que apresentar no laptop ou imprimir. Se este for o caso, é melhor que você adapte sua apresentação aumentando o tamanho das fontes e das imagens.

7) Nunca utilize um gráfico ou uma imagem sem acompanhá-la de uma legenda. As pessoas têm o hábito de ler legendas e é uma excelente oportu-nidade de comunicar de forma resumida o que você deseja.

8) Evite grandes blocos de texto. Seja sintético e procure manter cada parágrafo o mais curto possível.

9) Use intertítulos instigantes a cada novo slide ou quebrando a mono-tonia dentro do próprio slide de apresentação. Faça-o de forma que alguém que veja a sua apresentação de forma apressada seja capaz de identificar o tema e seu argumento principal apenas por eles. Você pode usar perguntas para atrair o interlocutor.

10) Insira em sua apresentação ilustrações, fotos e gráficos sempre que fizer sentido para torná-la mais aprazível.

11) Auxilie a leitura dos parágrafos usando setas, pontos ou asteriscos.12) Se houver vários fatos não relacionados entre si que você deseja

citar, não tente relacioná-los com conectivos enfadonhos, simplesmente numere-os.

13) Nunca componha o seu texto em negativo (letras brancas num fundo preto) e nunca componha-o sobre um fundo cinza ou de cor, isso dificulta a leitura.

14) Use entrelinhas entre os parágrafos para facilitar a leitura.15) Use caixa baixa sempre, inclusive nos títulos. LETRAS MAIÚSCU-

LAS SÃO MAIS DIFÍCEIS DE LER, AFINAL, APRENDEMOS A LER EM LE-TRAS minúsculas.

16) Não insira texto em cima das imagens, isso reduz a atenção à sua mensagem.

17) Faça sua apresentação com capricho e transmitindo algo de interes-sante. Apresentações desleixadas sugerem projetos desleixados. Apresenta-ções chatas sugerem projetos chatos.

18) A não ser que você tenha alguma razão específica para não fazê-lo (suspense, informações sigilosas, entre outros), faça com que sua apresen-tação seja clara mesmo para alguém que vá apenas vê-la sem ouvir nada do que você tem a dizer. Muitas vezes esse material é repassado a outros colaboradores que não terão a oportunidade de ouvi-lo.

Além disso, não esqueça de usar o corpo – o seu e o de seus interlocu-tores como forma de garantir uma maior apreensão da mensagem. Colocar seus interlocutores em atividade ajuda àqueles com facilidade de aprendi-zagem cinestésica a captar sua mensagem. Veja a seguir algumas dicas de como fazer isso bem:

1) Coloque dois ou mais colaboradores para reproduzir alguma situação desagradável que tenha ocorrido. Dê aos demais participantes o poder de “congelar” a cena e propor formas melhores de atuação diante daquele pro-blema. Ou ainda, peça que ao final da apresentação, cada um fale de que outra forma teria tratado o assunto.

2) Apresente problemas reais e divida os participantes em grupos para defenderem algumas idéias. Coloque-os sempre para defenderem perspec-tivas opostas aos seus interesses reais. Isso fará com que eles sejam obriga-dos a pensar nos impactos e problemas de suas ações.

3) Faça testes de produtos, sistemas e processos durante as reuniões. Convide todos a pensar de que forma a pessoa que recebe aquilo se sente. Por exemplo, coloque a própria pessoa de TI para gerar um relatório localizando os dados algo no sistema que produziu. Será que ele estará adequado?

4) Dê atividades úteis, simples e relacionadas ao tema a ser tratado para os colaboradores executarem antes, durante e após a reunião.

5) Traga um problema para a sala de reuniões. Pessoas de negócios adoram resolver problemas. Estimule simulações, divida grupos e instigue sua platéia a apresentar a melhor resposta.

No que diz respeito ao uso do próprio corpo, o grande ganho é o au-mento de credibilidade e a maior possibilidade de se fazer compreendido pelos demais. Seguem alguns conselhos que podem ajudar você durante a reunião:

1) Esteja realmente presente durante a apresentação. Não se distraia com qualquer coisa que não diga respeito ao momento e à apresentação. Relacione-se com a platéia e envolva-a com histórias, perguntas, contato visual, entre outros. Procure ser adequado em suas expressões e variações vocais. Mantenha o foco de quem você é e qual é o objetivo daquela apre-sentação o tempo todo.

2) Nunca vire de costas para seus ouvintes, isso impossibilita que o canal de comunicação permaneça aberto. Além disso, dificulta a sua percepção do feedback corporal geral de sua audiência.

3) Estude o material e procure uma abordagem que permita uma comu-nicação apaixonada e convicta. Você deve realmente acreditar no que você irá dizer. Se cabível, mostre-se com um nível natural de animação.

4) Ensaie. Domine seu texto. Quando você apresentar algo, o material deve estar interiorizado para que a sua atenção possa se voltar para o seu público e não para o que você tem que falar. Procure decorar suas anotações para não precisar das mesmas.

5) Respire fundo. O instinto humano faz com que as pessoas respirem rapidamente quando estão com medo. Respirar fundo algumas vezes pode acalmar o instinto “lute-ou-fuja” e induzir o relaxamento, permitindo que sua mente foque novamente no material e no público.

Reuniões

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Não esqueça: credibilidade é algo que não tem preço, portanto, pre-serve a sua reputação. Para isso, durante as conversas informais e es-pecialmente quando interrogado sobre assuntos delicados, apóie-se em algumas práticas que sugerimos a seguir:

1) Tenha sempre claro em sua mente a mensagem que deseja pas-sar. Caso tenha muita dificuldade em se comunicar, procure adotar como braço direito alguém que tenha uma maior habilidade para isso.

2) Especialmente se você se tornou gerente de projetos recente-mente, vale lembrar que novas regras estão em jogo. Você é o porta voz do projeto e tudo que disser pode ser disseminado de forma distorcida.

3) Não esconda. Não ache que a falta de informação de sua parte irá fazer um problema sumir ou irá evitar que os colaboradores comentem sobre o assunto. No caso de uma falta de posição sua, os rumores gan-haram mais força, e eles não necessariamente são favoráveis a você.

4) Se você realmente não puder dar as informações que seus colabo-radores necessitam no momento, diga que seria inapropriado você falar sobre o assunto e explique o porquê.

5) Não fale demais. Seja compreensivo e prestativo, mas imponha limites. Não caia nas perguntas especulativas: elas são feitas para que as pessoas falem sobre coisas que não deveriam.

6) Não caia no truque do silêncio. A maior parte das pessoas não suporta um silêncio após sua fala e volta a falar e enrolar – e acaba fugindo do ponto e falando besteira.

7) Não engane e não minta. Se você for pego, sua credibilidade es-tará afetada para sempre.

8) Admita seus erros quando necessário. Quando reconhecer um erro, enfatize as ações corretivas e seu comprometimento em evitar que aquilo se repita.

9) Mantenha o discurso simples. Se você não o fizer, seus colabo-radores o farão provavelmente de um jeito que você irá considerar in-adequado.

10) Mantenha o discurso vívido. Use exemplos, citações e analogias para garantir que seu interlocutor entendeu seu principal argumento e irá guardá-lo na memória.

11) Não deixe que seus colaboradores o façam falar sobre coisas que não gostaria.

12) Não repita uma acusação: “não, nós não estamos com o projeto todo esculhambado” não é a melhor resposta para se dar à uma per-gunta.

13) Não caia em perguntas guiadas como: “você fez isso por incom-petência ou estupidez?”.

Conversas

14) Prepare-se: conheça seus colaboradores. Eles são o seu recep-tor e, quanto melhor você conhecê-los, maior serão as suas chances de acertar sua comunicação.

15) Sempre acredite em seus colaboradores. Investigue e lembre-se de que percepção é mais importante do que realidade nas relações interpessoais. Sempre que possível, realize mudanças nas fontes dos problemas percebidos.

16) Seja “acreditável”. Mantenha sua linguagem verbal e não verbal em harmonia. Não demonstre incômodo ao falar com as pessoas, isso pode ser percebido de forma errada.

Page 95: Monografia 2007

Dicas para melhorar sua comunicação informal em gestão de projetos e aumentar suas chances de sucesso

Manual gerador de ações