monitoria e avaliaÇÃo

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Sobre o uso do género masculino e feminino no texto A tradição da língua Portuguesa impõe o uso do gênero masculino como “neutro”. Assim em todos os Módulos POEMA da Educação adoptámos o masculino como “neutro”, mas expressamos aqui a nossa vontade de que o uso do feminino fosse tão tradicional quanto o do masculino como neutro em nossa língua. INSTITUIÇÃO RESPONSÁVEL GOVERNO DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO | MINED Direcção de Planificação e Cooperação Manuel Rego Secretariado Executivo do Plano Estratégico da Educação João Assale Coordenação e edição geral Valéria Salles Conceito didáctico Zenete França Desenho e produção gráfica Ana Alécia Lyman Revisão do texto Almiro Lobo e Rafael Bié Capa Maria Carolina Sampaio Ilustrações Melchior Ferreira AUTORES PRINCIPAIS DOS MÓDULOS [em ordem alfabética] Ana Alécia Lyman Eduardo Jaime Gomana Hélder Henriques Monteiro Jean-Paul Vermeulen Oliver Schetter Paula Mendonça Salomão Chone Valéria Salles APOIO INSTITUCIONAL InWEnt - Capacity Building International, Alemanha (Claudia Lange e Félix Cossa) Pro-Educação, GTZ (Gert Flaig, Helder Santos e Natalie Schwendy) COLABORAÇÃO ISAP [Instituto Superior de Administração Pública] IFAPA [Instituto de Formação em Administração Pública e Autárquica, Beira] CIDA [Agência Canadiana de Desenvolvimento Internacional] DED [ Serviço Alemão de Cooperação Técnica e Social] PPFD [Programa de Planificação e Finanças Descentralizadas] ISBN 978-989-96885-0-6 Moçambique, 2010 Para contactos, comentários e esclarecimentos [email protected] MONITORIA E AVALIAÇÃO PLANIFICAÇÃO ORÇAMENTAÇÃO EXECUÇÃO MONITORIA AVALIAÇÃO

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Os Módulos de capacitação em Planificação, Orçamentação, Execução, Monitoria e Ava-liação no Sector da Educação são produtos de um esforço conjugado de técnicos do Ministério da Educação (MINED) e de outras instituições nacionais, tais como o Instituto Superior de Administração Pública (ISAP) e o Instituto de Formação em Administração Pú-blica e Autárquica (IFAPA), dos técnicos das Direcções Provinciais de Educação e Cultura (DPEC) e dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT), e de outros especialistas em Educação em Moçambique.Os Módulos de capacitação em POEMA constituem uma resposta há muito esperada face à necessidade de munir os técnicos da Educação, especialmente dos distritos, de ferra-mentas indispensáveis aos processos de planificação e gestão dos planos e programas de desenvolvimento da Educação, em curso no país. Eles são o corolário de uma intensa actividade iniciada em 2009 e que compreendeu várias etapas: o levantamento das ne-cessidades e dos processos descentralizados; a capacitação dos autores; a elaboração e testagem dos materiais desenvolvidos; a edição e produção, e o lançamento dos Módu-los, em Dezembro de 2010.

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  • Sobre o uso do gnero masculino

    e feminino no texto

    A tradio da lngua Portuguesa impe o uso do

    gnero masculino como neutro. Assim em todos

    os Mdulos POEMA da Educao adoptmos o

    masculino como neutro, mas expressamos aqui

    a nossa vontade de que o uso do feminino fosse

    to tradicional quanto o do masculino como

    neutro em nossa lngua.

    INSTITUIO RESPONSVELGOVERNO DE MOAMBIQUEMINISTRIO DA EDUCAO | MINEDDireco de Planificao e Cooperao Manuel RegoSecretariado Executivo do Plano Estratgico da EducaoJoo Assale

    Coordenao e edio geral Valria SallesConceito didctico Zenete FranaDesenho e produo grfica Ana Alcia LymanReviso do texto Almiro Lobo e Rafael BiCapa Maria Carolina Sampaio Ilustraes Melchior Ferreira

    AUTORES PRINCIPAIS DOS MDULOS [em ordem alfabtica]Ana Alcia Lyman Eduardo Jaime GomanaHlder Henriques Monteiro Jean-Paul Vermeulen Oliver Schetter Paula Mendona Salomo Chone Valria Salles

    APOIO INSTITUCIONALInWEnt - Capacity Building International, Alemanha (Claudia Lange e Flix Cossa)Pro-Educao, GTZ (Gert Flaig, Helder Santos e Natalie Schwendy)

    COLABORAOISAP [Instituto Superior de Administrao Pblica]IFAPA [Instituto de Formao em Administrao Pblica e Autrquica, Beira]CIDA [Agncia Canadiana de Desenvolvimento Internacional]DED [ Servio Alemo de Cooperao Tcnica e Social]PPFD [Programa de Planificao e Finanas Descentralizadas]

    ISBN 978-989-96885-0-6 Moambique, 2010

    Para contactos, comentrios e [email protected]

    MONITORIA E AVALIAO

    PLANIFICAO ORAMENTAO EXECUO MONITORIA AVALIAO

  • Prfacio

    Os Mdulos de capacitao em Planificao, Oramentao, Execuo, Monitoria e Ava-liao no Sector da Educao so produtos de um esforo conjugado de tcnicos do Ministrio da Educao (MINED) e de outras instituies nacionais, tais como o Instituto Superior de Administrao Pblica (ISAP) e o Instituto de Formao em Administrao P-blica e Autrquica (IFAPA), dos tcnicos das Direces Provinciais de Educao e Cultura (DPEC) e dos Servios Distritais de Educao, Juventude e Tecnologia (SDEJT), e de outros especialistas em Educao em Moambique.

    Os Mdulos de capacitao em POEMA constituem uma resposta h muito esperada face necessidade de munir os tcnicos da Educao, especialmente dos distritos, de ferra-mentas indispensveis aos processos de planificao e gesto dos planos e programas de desenvolvimento da Educao, em curso no pas. Eles so o corolrio de uma intensa actividade iniciada em 2009 e que compreendeu vrias etapas: o levantamento das ne-cessidades e dos processos descentralizados; a capacitao dos autores; a elaborao e testagem dos materiais desenvolvidos; a edio e produo, e o lanamento dos Mdu-los, em Dezembro de 2010.

    Os Mdulos aglutinam e exprimem experincias de diferentes instituies em matria de Planificao e Oramentao, Planificao e Oramentao de Recursos Humanos, Ges-to do Patrimnio e de Monitoria e Avaliao. Tratou-se de um primeiro exerccio a que se seguiro outros, que contemplaro outros temas.

    A elaborao dos Mdulos no teria sido possvel sem o empenho da Cooperao Alem, que trabalhou lado a lado com o MINED na co-gesto de todo o processo, que culminou com a produo e lanamento dos Mdulos. Outros Parceiros de Cooperao disponibi-lizaram especialistas para a elaborao e reviso dos materiais. O ISAP prestou apoio tc-nico na elaborao e reviso dos Mdulos, no contexto do desenvolvimento de recursos humanos em curso na funo pblica. Diferentes especialistas emprestaram o seu saber e experincia no aperfeioamento tcnico dos Mdulos. A todos que tornaram possveis a concepo, produo e reviso destes valiosos instrumentos de capacitao, enderea-mos, em nome do Ministrio da Educao, os nossos sinceros agradecimentos.

    Fazemos votos para que este material constitua uma mais-valia e seja explorado ao mxi-mo no benefcio da administrao dos servios distritais e do sistema educativo em geral, para que a nossa misso de promover a oferta de servios educativos de qualidade, com equidade, a formao de cidados com elevada auto-estima e esprito patritico, capazes de intervir activamente no combate pobreza e na promoo do desenvolvimento eco-nmico e social do pas, seja cada vez mais uma realidade.

    Maputo, Outubro de 2010.

    Zeferino Andrade de Alexandre MartinsO Ministro da Educao

  • 2 | INTRODUO - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 3

    POEMA: o que ?Alm do significado conhecido - uma pea literria em formato potico - POEMA uma abreviao composta pelas letras iniciais dos principais processos do ciclo de gesto no sector pblico em Moambique: planificao, oramentao, execuo, monitoria e avaliao. Esses so os processos-chave que compem o ciclo de gesto de todos os sectores do Governo. Por isso, falaremos, aqui, especificamente, de POEMA da Educao.

    A Educao, hoje, em Moambique, responsabilidade principal do sector p-blico, com alguma presena - em crescimento - do sector privado. A nvel central, o Ministrio da Educao (MINED) tem a funo principal de planear, oramen-tar e supervisar a implementao das polticas do sector - definidas no Sistema Nacional de Educao (SNE - Lei 6/92, de 6 de Maio) e no Plano Estratgico da Educao -, luz do Programa Quinquenal do Governo e do Plano de Aco para a Reduo da Pobreza (PARP).

    A nvel das provncias, as Direces Provinciais de Educao e Cultura (DPEC) tm o papel principal de gerir a implementao das actividades de forma a se al-canar os objectivos nacionais do sector da Educao, reduzindo as disparidades entre os distritos. As DPECs tm o papel de monitorar as tendncias histricas da provncia atravs dos indicadores e metas, identificar pontos de estrangula-mento, buscar as solues mais eficazes e de melhor custo-benefcio. As DPECs

    de forma crescente, com novas tarefas e atribuies. Nos distritos, o sector da Educao gerido pelos Servios Distritais de Educao, Juventude e Tecnologia (SDEJT). Cabe aos distritos (Artigo 46, alinea 6, do Decreto 11/2005) garantir o bom funcionamento dos estabelecimentos de ensino; promover a luta contra o analfabetismo e promover a ligao escola-comunidade.

    Os mdulos de capacitao em POEMA da Educao

    Vrios processos de harmonizao das funes de gesto do sector pblico na Educao vm tendo lugar nos ltimos anos. Entre eles, podem ser citadas a har-monizao entre os processos de planificao e oramentao de mdio prazo, tais como o Plano Estratgico do sector e o Cenrio Fiscal de Mdio Prazo (CFMP), a harmonizao entre os processos de planificao e oramentao atravs da introduo dos oramentos-programa, e a harmonizao progressiva entre os Plano Econmico e Social (PES) e o Programa de Actividades (PdA), especfico da Educao.

    Entre os vrios passos prioritrios est a capacitao dos gestores dos nveis sub-nacionais, especificamente dos distritos. Assim, em Novembro de 2008, o MINED, com o apoio de seus parceiros, iniciou um processo de mapeamento de necessidades, facto que culminou com o desenvolvimento de Mdulos de Capa-citao em POEMA da Educao para tcnicos distritais.

    Cada um dos mdulos desenvolvidos oferece aos facilitadores o plano de ensi-no-aprendizagem detalhado e todos os materiais de apoio para a implementa-o da capacitao - instrues para a facilitao, apresentaes em PowerPoint, snteses das apresentaes e exerccios e respostas com orientaes completas para os participantes, fichas para avaliao e formulrio CAP (compromisso de aco do participante) para a monitoria da aprendizagem. Cada mdulo encora-ja a participao atravs dos exerccios com situaes semelhantes realidade do trabalho dos participantes em suas organizaes, e da gerao de ideias e possveis aces que podero contribuir para a soluo de problemas e desafios reais.

    Os mdulos de capacitao em POEMA da Educao podem ser utilizados por todos os envolvidos, de uma forma ou de outra, na tarefa de criar capacidade de gesto, tanto em capacitaes formais quanto em visitas de superviso. Alm disso, as instituies de formao tais como as Universidades, o Instituto Supe-rior de Administrao Pblica (ISAP) e os Institutos de Formao na Administra-o Pblica e Autrquica (IFAPA) so especialmente encorajados a utilizar este material.

    so tambm o canal de coordena-o com outros sectores provin-ciais para fazer constar nos planos territoriais (provncia e distritos) os principais objectivos e metas espe-cficas do sector.

    Os distritos vm recebendo transferncias progressivas de recursos e responsabilidades que eram at h pouco tempo dos nveis superiores de governa-o. Este um processo de mudan-a que est a gerar desafios cons-tantes para os tcnicos gestores dos distritos, uma vez que se vem,

  • 4 | INTRODUO - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 5

    ndice

    Como utilizar este material de capacitao 6

    Orientaes para o facilitador 7

    Monitoria e avaliao no ciclo de gesto POEMA da Educao em Moambique 10

    Objectivos do mdulo Monitoria e Avaliao 12

    Sesso 1: Abertura e contextualizao 13

    Sesso 2: O que monitorar levando em conta as prioridades da Educao em Moambique 30

    Sesso 3: Monitorar como? O conceito da superviso integrada 50

    Sesso 4: Organizao da visita integrada ao terreno 67

    Sesso 5: Uso dos indicadores do sector da Educao 83

    Sesso 6: Uso dos dados para a reflexo e a aco 103

    O Manual do Facilitador 123

    Equipa de realizao 147

    Documentos e Arquivos

    Recursos Humanos

    Monitoria e Avaliao

    Srie Capacitao Descentalizada em POEMA

    Planificao e Oramentao

    Habilidades Informticas

    Gesto de Patrimnio

    Gesto de Empreitada

  • 6 | INTRODUO - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 7

    Orientaes para o facilitador

    Antes do evento

    O facilitador responsvel pela preparao do evento de capacitao

    Aqui esto as principais aces necessrias:

    Conhecer o perfil e o nmero de participantes e as condies do local da capacitao.

    Capacitar-se, lendo com cuidado os contedos, as orientaes para a facilita-o, os exerccios e as respectivas respostas.

    Verificar se as apresentaes em PowerPoint so adequadas ao perfil dos par-ticipantes e adapt-las caso seja necessrio.

    Preparar cartazes com os contedos das apresentaes em PowerPoint se no houver energia elctrica ou um projector (data show) no local da capacitao.

    Ateno: os slides reproduzidos nas brochuras so apenas para orientao! As cpias para os participantes e as apresentaes em PowerPoint existem em formato electrnico no CD para o facilitador. Os contedos dos assuntos para os participantes esto nas snteses das apresentaes.

    Adaptar qualquer material que seja necessrio, tomando em conta as caractersticas locais e dos participantes.

    Coordenar com os promotores da capacitao para verificar se os participantes receberam informaes prvias, o programa, ou outra informao necessria.Verificar como ser a abertura oficial do evento.

    Preparar os materiais indicados em cada sesso, para distribuio aos partici-pantes. Cada participante recebe o material completo da capacitao. Uma alternativa produzir fotocpias dos materiais, pasta para arquiv-las, e um CD contendo a verso electrnica dos materiais.

    Preparar uma lista de participantes para controlo das presenas. Preparar os certificados a serem preenchidos e entregues no fim da capacitao.

    Preparar a sala de trabalho: projector, computador, cartazes, cadeiras, etc.

    H materiais preparados para o facilitador para todas as sesses de todos os mdulos. Eles se encontram no CD que acompanha esta brochura. No texto dos mdulos, os arquivos electrnicos esto indicados em letras vermelhas. Por exemplo: PO-Sessao3-sintese.doc. O facilitador deve conhecer todos esses documentos como parte de sua preparao, e preparar as cpias ne-cessrias, indicadas nas orientaes para cada sesso.

    Como utilizar este material de capacitao

    O material de capacitao em POEMA da Educao composto pelos se-guintes elementos:

    1. Livros como este em vossas mos, cada um a representar um mdulo de capacitao. Eles contm a) orientaes para os facilitadores dos eventos participativos, incluindo os exerccios e suas resposta; b) snteses dos assun-tos relacionados ao tema principal, para serem utilizadas como material de referncia e consulta por todos os interessados na matria; c) um compact disc (CD) com os materiais em formato electrnico.

    A cor desta pgina a cor deste mdulo. A cor azul, no entanto, a mesma em todos os mdulos, e indica as pginas que so voltadas es-pecificamente para os facilitadores.

    2. Uma verso auto-instrucional de todos os mdulos, complementada pelo mdulo de Informtica Bsica, gravada em um compact disc (CD). Esta verso aborda todos os contedos dos mdulos, e contm muitos exerc-cios prticos de resposta automtica.

    Os facilitadores de capacitaes tm ento, sua disposio, uma variada gama de opes para o processo de ensino-aprendizagem. Em eventos presenciais, o facilitador dar preferncia aos materiais preparados para o mtodo participa-tivo, enquanto encoraja os participantes a praticarem os contedos na verso auto-instrucional nos seus locais de trabalho.

    Os tcnicos da Educao tanto podem - e devem - utilizar o material como apoio didctico quando fazem visitas de superviso como podem faz-lo para a auto-instruo: individualmente ou com os colegas dos SDEJT, das DPEC ou outras instituies do sector.

    Os tpicos dos mdulos lanados em 2010 so: Planificao e Oramentao Gesto do Patrimnio Recursos Humanos Monitoria e Avaliao

  • 8 | INTRODUO - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 9

    Durante o evento

    O facilitador responsvel por criar um ambiente alegre, interessante e motivador

    Para uma facilitao de sucesso:

    Comece o dia apresentando: Os objectivos O horrio e a sequncia das actividades

    Faa uma recapitulao do que j tiver sido feito at aquele momento. Gerencie o tempo sabiamente; comece e termine na hora combinada. Mantenha as apresentaes breves e interactivas; encorage os participantes a

    fazerem perguntas durante e no fim das apresentaes. Siga as instrues propostas nos exerccios e use tcnicas diferentes durante os

    debates para manter a participao activa dos participantes. D ateno permanente ao grupo, especialmente quando os relatores

    estiverem a apresentar os resultados dos trabalhos de grupo, assim aumentando a motivao dos participantes.

    D o tempo necessrio para os participantes executarem os exerccios e para as discusses interactivas.

    Mostre alegria e prazer em ajudar os participantes a aprender. Seja paciente e tolerante.

    Permanea atento e saiba ouvir bem e dar valor s contribuies dos participantes. Elogie os participantes pelos seus esforos e pelo sua participao. Seja um facilitador da aprendizagem e no um professor: um profissional com-

    petente, seguro, cheio de motivao e entusiasmo pela matria!

    Utilize o ciclo de aprendizagem vivencialA abordagem de capacitao em POEMA da Educao baseada na aprendizagem participativa e focalizada no participante. Esta abordagem envolve uma experncia activa, seguida pelo processo de rever, reflectir, e aplicar o aprendido atravs da experincia e da prtica.

    O ciclo de aprendizagem vivencial promove o desenvolvimento de habilidades porque os participantes usam lies do seu prprio ambiente de trabalho quando consideram questes como o que eu posso ou o que eu devo fazer diferentemente no meu trabalho, como resultado deste evento de capacitao. O facilitador vai en-contrar em cada mdulo orientaes claras de como implementar esta abordagem.

    Orientaes detalhadas para o facilitador podem ser encontradas no Manual do Facilitador na pgina 123.

  • 10 | INTRODUO - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 11

    desenvolvimento do capital humano, tais como a sade: como o sector espera contribuir para a melhoria da situao sanitria no distrito?

    3. Nesse passo, faz-se a identificao colectiva e participativa das actividades e dos recursos necessrios para alcanar a situao descrita nos objectivos e metas. Inclui o detalhamento das actividades a serem realizadas bem como a sua priorizao e o levantamento dos recursos humanos, materiais e financeiros necessrios para execut-las.

    4. Segue-se a elaborao de um plano e proposta do oramento completos. In-cluem um cronograma e materializam-se no PES - Plano Econmico e Social do sector e numa proposta de PdA - Programa de Actividades da Educao, com o seu oramento correspondente.

    5. O ciclo POEMA completa-se com a implementao do plano elaborado e a monitoria das actividades e da execuo financeira. Durante a implementao, faz-se o acompanhamento colectivo e participativo da execuo das actividades planeadas e do uso dos recursos correspondentes, processo a que chamamos de monitoria. A avaliao do ciclo anterior d-se no momento em que o ciclo POEMA reinicia. A monitoria e a avaliao devem sempre tomar em conta o ob-jectivo de reduzir as disparidades, tanto entre mulheres e homens, e raparigas e rapazes, quanto entre as ZIP e escolas, dentro do distrito.

    Como se pode ver claramente no ciclo, a monitoria acontece ao mesmo tempo em que acontece a implementao das actividades, enquanto a avaliao faz parte das actividades relacionadas com o processo de planificao.

    No mbito destes mdulos de capacitao em POEMA da Educao, vamos tratar da monitoria e avaliao sob dois pontos de vista:

    a) A monitoria e avaliao dos planos dos SDEJT para promover o acesso univer-sal a uma educao de qualidade;

    b) A monitoria e avaliao do que acontece na sala de aula como resultado das aces dos SDEJT.

    No Programa Quinquenal do Governo 2010-2014, o sector da Educao define as suas aces prioritrias e compromete-se a desenvolver e implementar um sistema des-centralizado e cada vez mais integrado de superviso, monitoria e avaliao, olhando para o sistema de forma holstica e mais prxima das comunidades. (38.3, pg. 13)

    Assim, este mdulo traz aos nveis descentralizados do sector da Educao a sistema-tizao bsica dos principais elementos de um processo integrado de superviso, mo-nitoria e avaliao, como contributo para aquele objectivo do programa do Governo. Naturalmente, esta integrao do processo nos distritos deve andar lado a lado com a integrao, harmonizao e alinhamento dos elementos da monitoria nos outros nveis da administrao: provincial e nacional. Cada um deve fazer a sua parte. Deseja-mos um bom trabalho aos SDEJT para fazerem bem a sua parte!

    1. A avaliao do perodo anterior e o diagnstico da situao incluem uma re-flexo colectiva e participativa sobre os progressos feitos na implementao dos planos da instituio e sobre os pontos fortes e fracos em geral. Esta reflexo baseada na anlise dos relatrios de superviso do ano anterior e do ano corrente e na anlise dos dados estatsticos e de outras fontes de informao. Tomam-se em conta informaes relativas s disparidades existentes no distrito e tambm as relativas a outros sectores. De que maneira, por exemplo, as doen-as crnicas como a SIDA e diabetes, e outras doenas, como a malria, esto a afectar os resultados da Educao?

    2. Este passo centra-se na definio dos objectivos e das metas para o perodo seguinte objecto da planificao. As metas devem reflectir a situao deseja-da e possvel, e incluir a seleco do que prioritrio para ser alcanado, numa situao de recursos limitados, luz dos objectivos estratgicos do sector. Deve-se tomar em conta que os recursos disponveis so sempre limitados, tanto os financeiros quanto os humanos, e estes devem ser bem distribudos. Quais so as metas do distrito para a reduo das disparidades encontradas entre as esco-las? Na definio das metas, tomam-se em conta tambm os outros aspectos do

    Monitoria e avaliao no ciclo de gesto POEMA da Educao em Moambique

    POEMA uma palavra composta pelas letras iniciais dos elementos-chave do ciclo de gesto do sector pblico (PLANIFICAO, ORAMENTAO, EXECUO, MONITORIA E AVALIAO). Este ciclo de gesto complementa-se por elementos de apoio, tais como a gesto dos recursos humanos, a gesto do patrimnio, os sistemas de contabilidade, a gesto de documentos e arquivos, entre outros, e por elementos de conduo, como a gesto e a liderana, os mecanismos de parceria e os de coordenao do sector.

    O ciclo POEMA anual pode ser assim ilustrado:

  • 12 | INTRODUO - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 13

    Sesso 1Abertura e contextualizao

    ndice da sesso

    Resumo didctico da sesso 14

    1.1 Objectivos: Apresentao dos objectivos do mdulo e das sesses 16

    1.2 Interaco: Apresentao dos participantes 17

    1.3 Contextualizao: Monitoria e avaliao em POEMA 18

    1.4 Sntese da apresentao: Contextualizao da monitoria e avaliao em POEMA

    21

    1.5 Passos do exerccio para o facilitador: Compreendendo o papel da monitoria e da avaliao no ciclo POEMA

    27

    1.6 Material de apoio ao participante: Compreendendo o papel da monitoria e da avaliao no ciclo POEMA

    28

    1.7 Encerramento: Reflexo conjunta e concluso 29

    Objectivos do mdulo Reforar conhecimentos e habilidades para desenvolver nos SDEJT um conceito, uma prtica e instrumentos de monitoria e avaliao, que inte-grem os vrios elementos existentes.

    No fim do mdulo, os participantes sero capazes de produzir informa-es a partir dos vrios instrumentos de colecta de dados do distrito, reflectir com base nos indicadores da educao e agir para superar os obstculos.

    Resumo das competncias que se espera sejam adquiridas pelos participantes (15 horas)

    Sesso 1 Contextualizando a moni-toria e a avaliao no ciclo POEMA

    Os participantes comprometem-se com o contedo do mdulo e interagem uns com os outros e so capazes de enquadrar a monitoria e a avaliao no ciclo POEMA da Educao

    Pgina 13 Tempo: 3 horas

    Sesso 2 O que monitorar levan-do em conta as priori-dades da Educao em Moambique

    Os participantes identificam os principais objectivos da Educao e as suas implica-es para a monitoria no distrito e na sala de aula

    Pgina 30 Tempo: 3 horas

    Sesso 3 Monitorar como? O conceito da superviso integrada

    Os participantes relacionam os principais elementos a serem observados na mo-nitoria, principalmente atravs de uma superviso que integra os vrios aspectos da qualidade da Educao

    Pgina 50 Tempo: 3 horas

    Sesso 4 Organizao da visita integrada ao terreno

    Os participantes operacionalizam a monito-ria integrada atravs do desenvolvimento de instrumentos prticos para a visita de superviso

    Pgina 67 Tempo: 2 horas

    Sesso 5 Uso dos indicadores no sector da Educao

    Os participantes so capazes de explicar o que so indicadores, para que servem e como so calculados; podem tambm deta-lhar aspectos dos indicadores especficos do sector da Educao

    Pgina 83 Tempo: 2 horas

    Sesso 6 Uso dos dados para a reflexo e a aco

    Os participantes analisam dados, tiram concluses pertinentes e podem propor aces relevantes para superar obstculos no caminho dos objectivos do sector da Educao

    Pgina 103 Tempo: 2 horas

    Perfil do facilitador do Mdulo POEMA Monitoria e Avaliao

    O facilitador deste mdulo dever conhecer a estra-tgia do sector da Educao em Moambique e os seus principais objectivos e prioridades. Sem ser um especialista em monitoria, deve ter alguma experincia nos procedimentos de acompanha-mento e balano do sector, incluindo os ele-mentos da superviso distrital e provincial. A situao ideal de uma capacitao cujo facilitador conhea bem os contedos de todas as sesses, por t-las estudado, e que convide especialistas para apoi-lo nas par-tes especficas do mdulo, se for necessrio.

  • 14 | SESSO 1 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 15

    Resumo didctico da sesso

    Objectivo da sesso: enquadrar a monitoria e a avaliao no ciclo POEMA da Educao.

    Tempo total necessrio: 3 horas

    Material necessrio: Os 3 cartazes para a apresentao dos participantes, de acordo com a

    orientao do exerccio. Cpias da sntese da sesso. MA-Sessao1-sintese.doc Cpias das perguntas do exerccio para os 4 grupos de trabalho.

    MA-Sessao1-exercicio.doc

    Sequncia da aprendizagem

    Passos Objectivos Mtodos

    15 min Boas-vindas e abertura

    Iniciar o evento com a abertura

    Convidar uma pessoa responsvel pela rea no local da capacitao

    10 min Apresentao dos objectivos da capacitao

    Participantes comprome-tem-se com os objecti-vos definidos

    Apresentao em slides at slide 6 MA-Sessao1-ppt.ppt

    10 min Apresentao dos participantes - fase 1

    Promover a interaco do grupo

    Circular na sala cumpri-mentando os colegas de trabalho

    35 min Apresentao dos participantes - fase 2

    Promover o envolvimen-to afectivo dos partici-pantes com os conte-dos do mdulo

    Resposta s perguntas em 3 cartazes preparados antecipadamente

    20 min Apresentao dos contedos

    Explicar o enquadramen-to da monitoria e da ava-liao no ciclo POEMA

    Distribuio da sntese da apresentao MA-Sessao1-sintese.doc Apresentao do conte-do a partir do slide 7 MA-Sessao1-ppt.ppt

    1h 20min

    Exerccio Contextualizar a moni-toria e a avaliao na experincia dos distritos

    Trabalho em 4 grupos MA-Sessao1-exercicio.doc

    10 min Reflexo e encerramento

    Avaliao da sesso e transio para a sesso 2

    Colecta de ideias de voluntrios sobre a qualidade da sesso

  • 16 | SESSO 1 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 17

    1.1 Objectivos

    Apresentao dos objectivos do mdulo e das sesses

    Depois da abertura oficial da capacitao, e de ter dado as boas vindas a todos os participantes, o facilitador vai apresentar os objectivos do Mdulo, os objec-tivos da sesso 1 e o mtodo de trabalho da capacitao (slides 1 a 6).

    Em seguida, far a facilitao da sesso de apresentao dos participantes. Aps a apresentao dos participantes, continuar a apresentar os slides, intro-duzindo o contedo da sesso. MA-Sessao1-ppt.ppt 1.2 Interaco

    Apresentao dos participantes

    Depois da apresentao dos objectivos, o facilitador vai con-vidar os participantes a se apresentarem.

    O facilitador convida os participantes a se levantarem e se apresentarem uns aos outros circulando pela sala, cumpri-mentando uns aos outros, dizendo o nome, de onde vm, o que fazem. Os participantes tm at 10 minutos para se apresentarem pessoalmente a quantas pessoas quiserem ou puderem.

    Para iniciar o processo, e motivar os participantes a tomarem a iniciativa, o facilitador explica a instruo acima e inicia imediatamente a aco que descreveu: escolhe um parti-cipante que esteja sentado mais ou menos no centro do grupo, vai at ele, convida-o a levantar-se, cumprimenta-o, diz o seu nome, de onde vem, o que faz e pergunta ao parti-cipante a mesma coisa.

    O facilitador e cada um dos participantes s vo conseguir se apresentar a cerca de 5-6 pessoas no tempo dado. Como facilitador, faa o possvel para escolher pessoas variadas: gnero, idade e que se sentaram em lugares diferentes da sala de trabalho.

    No final dos 10 minutos, o facilitador volta ao centro da sala e retoma o contro-lo da sesso.

  • 18 | SESSO 1 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 19

    Em seguida, o facilitador afixa os 3 cartazes que preparou antes da sesso e pede que cada participante, um de cada vez, escolha um cartaz qualquer e responda quelas perguntas.

    Aqui esto os 3 cartazes a serem preparados:

    Nome e lugar de onde vem

    Que trabalho faz?

    Que caracterstica o ajuda mais a trabalhar em equipas?

    O que pode contribuir para que esta capacitao seja um sucesso?

    Nome e lugar de onde vem

    Que trabalho faz?

    O que pensa que os colegas acham que a sua qualidade mais marcante?

    Como pensa que o seu conhecimento pode ajudar os colegas nesta capacitao?

    Nome e lugar de onde vem

    Que trabalho faz?

    Quais so os elementos que o fazem ficar muito motivado no trabalho que faz?

    Quais destes elementos pode trazer ao trabalho desta capacitao?

    Mantenha o ambiente agradvel, para que, ao terminar esta experincia, o grupo de participantes esteja alegre e descontrado.

    No fim das apresentaes, o facilitador agradece aos participantes e os convida a iniciarem os trabalhos do mdulo monitoria e avaliao.

    No prximo passo, o facilitador continuar a apresentao dos slides a partir do slide 7.

    1.3 Contextualizao

    Monitoria e avaliao em POEMA

    Para iniciar, o facilitador distribui cpias do texto da sntese dos contedos. Esta sntese pode ser encontrada em verso electrnica em MA-Sessao1-sintese.doc.

    Vamos abrir o mdulo de monitoria e avaliao com esta sesso que introduz os conceitos mais importantes do as-sunto. Vamos pensar numa tarefa do dia-a-dia. Se vou fa-zer um bolo, claro que preciso de um bom plano (a receita do bolo), os recursos (os ingredientes), o pessoal adequado (j sou uma cozinheira experiente!), o tempo certo (no preciso de sair no meio da cozedura). Mas preciso tambm de duas coisas muito importantes: monitoria e avaliao! Preciso de observar o tempo de cozedura, decidir sobre o momento de tirar o bolo do forno, e, claro, avaliar a qualidade do bolo no fim do processo, para que eu possa melhorar no meu prximo bolo! Fazemos monitoria e ava-liao todos os dias. Vamos aprender neste mdulo como realizar estas actividades de forma mais sistemtica, para contribuir melhor para o alcance dos objectivos do sector da Educao em Moambique.

    Com estas palavras, o facilitador volta a apresentar os slides a partir do slide 7. MA-Sessao1-ppt.ppt

    No fim da apresentao dos slides o facilitador introduz o exerccio para os participantes. MA-Sessao1-exercicio.doc

  • 20 | SESSO 1 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 21

    1.4 Sntese da apresentao

    Contextualizao da monitoria e avaliao em POEMA

    POEMA uma palavra composta pelas letras iniciais dos elementos-chave do ci-clo de gesto do sector pblico (PLANIFICAO, ORAMENTAO, EXECUO, MONITORIA E AVALIAO). Este ciclo de gesto complementa-se por elementos de apoio, tais como a gesto dos recursos humanos, a gesto do patrimnio, os sistemas de contabilidade, a gesto de documentos e arquivos, entre outros, e por elementos de conduo, como a gesto e a liderana, os mecanismos de parceria e os de coordenao do sector.O ciclo POEMA anual pode ser assim ilustrado:

    1. A avaliao do perodo anterior e o diagnstico da situao incluem uma reflexo colectiva e participativa sobre os progressos feitos na implemen-tao dos planos da instituio e sobre os pontos fortes e fracos em geral. Esta reflexo baseada na anlise dos relatrios de superviso do ano ante-rior e do ano corrente e na anlise dos dados estatsticos e de outras fontes de informao. Tomam-se em conta informaes relativas s disparidades existentes no distrito e tambm as relativas a outros sectores. De que ma-neira, por exemplo, as doenas crnicas como a SIDA e diabetes, e outras doenas, como a malria, esto a afectar os resultados da Educao?

    2. Este passo centra-se na definio dos objectivos e das metas para o pero-do seguinte objecto da planificao. As metas devem reflectir a situao desejada e possvel, e incluir a seleco do que prioritrio para ser alcan-ado, numa situao de recursos limitados, luz dos objectivos estratgicos do sector. Deve-se tomar em conta que os recursos disponveis so sempre

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    limitados, tanto os financeiros quanto os humanos, e estes devem ser bem distribudos. Quais so as metas do distrito para a reduo das disparidades encontradas entre as ZIP e escolas, por exemplo? Na definio das metas, tomam-se em conta tambm os outros aspectos do desenvolvimento do capital humano, tais como a sade: como o sector espera contribuir para a melhoria da situao sanitria no distrito?

    3. Nesse passo, faz-se a identificao colectiva e participativa das actividades e dos recursos necessrios para alcanar a situao descrita nos objectivos e metas. Inclui o detalhamento das actividades a serem realizadas bem como a sua priorizao e o levantamento dos recursos humanos, materiais e financeiros necessrios para execut-las.

    4. Segue-se a elaborao de um plano e proposta do oramento completos. Incluem um cronograma e materializam-se no PES - Plano Econmico e Social do sector e numa proposta de PdA - Programa de Actividades da Educao, com o seu oramento correspondente.

    5. O ciclo POEMA completa-se com a implementao do plano elaborado e a monitoria das actividades e da execuo financeira. Durante a implemen-tao, faz-se o acompanhamento colectivo e participativo da execuo das actividades planeadas e do uso dos recursos correspondentes, processo a que chamamos de monitoria. A avaliao do ciclo anterior d-se no mo-mento em que o ciclo POEMA reinicia. A monitoria e a avaliao devem sempre tomar em conta o objectivo de reduzir as disparidades, tanto entre mulheres e homens, e raparigas e rapazes, quanto entre as ZIP e escolas, dentro do distrito.

    Como se pode ver claramente no ciclo, a monitoria acontece ao mesmo tempo em que acontece a implementao das actividades, enquanto a avaliao faz parte das actividades relacionadas com o processo de planificao.

    No mbito destes mdulos de capacitao em POEMA da Educao, vamos tra-tar da monitoria e avaliao sob dois pontos de vista:

    a) A monitoria e avaliao dos planos dos SDEJT para promover o acesso universal a uma educao de qualidade;

    b) A monitoria e avaliao do que acontece na sala de aula como resultado das aces dos SDEJT.

    No Programa Quinquenal do Governo 2010-2014, o sector da Educao define as suas aces prioritrias e compromete-se a desenvolver e implementar um sistema descentralizado e cada vez mais integrado de superviso, monitoria e avaliao, olhando para o sistema de forma holstica e mais prxima das comu-nidades. (38.3, pg. 13)

    O mdulo POEMA Monitoria e Avaliao traz aos nveis descentralizados do sec-tor da Educao a sua contribuio para a sistematizao bsica dos principais elementos da superviso, monitoria e avaliao.

    O que monitoria

    A palavra monitoria vem do Sculo XVI, do Latim monitor, que quer dizer aque-le que lembra, que recomenda, que controla, que informa o que est certo e o que est errado (admoestar). A palavra est relacionada a outra expresso latina memini, que quer dizer lembrar, estar consciente, ter em mente.

    O aparelho que serve para visualizar as informaes processadas no computa-dor tambm se chama monitor. Essa designao apareceu pela primeira vez nos Estados Unidos da Amrica nos anos 30 do sculo passado, significando um aparelho que verifica continuamente a qualidade tcnica de uma transmisso de televiso. Esse significado aos poucos mudou para designar uma tela a mostrar dados transmitidos electronicamente1. Interessante, no?

    Em Moambique, no sector da Educao, a palavra monitoria relativamente nova. Ela no aparece nenhuma vez no primeiro plano estratgico da Educao, o PEE I 1998-2003. Por qu? Ser que no se fazia monitoria no sector da Educa-o? Fazia-se! Mas as actividades a que hoje nos referimos como de monitoria e avaliao eram chamadas actividades de acompanhamento e balano. No PEE I, onde a palavra monitoria no aparece, a palavra acompanhamento aparece 9 vezes. J no Plano Estratgico da Educao e Cultura (2006-2011), a palavra mo-nitoria aparece 36 vezes!

    Qual foi a vantagem de substituir o conceito de acompanhamento e balano pelo conceito de monitoria e avaliao?

    A chave para compreender isso est no pargrafo 38 do Plano Quinquenal do Governo (PQG 2010-2014): a nfase na qualidade do sistema. O PQG diz que a prioridade para o sector da Educao um sistema de monitoria integrado, holstico e mais prximo das comunidades.

    Sistema integrado = os diferentes elementos so alinhados, alimentam um ao outro, falam a mesma lngua e se comunicam, e funcionam de forma ntegra, ou inteira

    Sistema holstico = que cobre todas as partes, que toma todos os elemen-tos em considerao

    1 Informaes obtidas no Dicionrio Online de Etimologia. http://www.etymonline.com/

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    O sistema est mais prximo das comunidades, porque so elas que de-vem usufruir dos servios da Educao!

    Resumindo:

    Sabemos agora que a monitoria um conjunto de actividades que serve para observar, lembrar, documentar e visualizar, controlar, recomendar, evidenciar o que est certo e informar sobre o que est errado.

    A monitoria s faz sentido se for seguida de uma aco em reaco ao que foi observado, controlado ou recomendado.

    Somente a observao e a recomendao no fazem a monitoria! pre-ciso que o ajuste do sistema sempre acontea, com base nas concluses tiradas pela equipa.

    Vamos ver um exemplo. Um campons cuida da sua ma-chamba. Ele quer semear com a inteno de obter uma boa colheita. Ele prepara os insumos adequados para a rea a ser cultivada, e prepara bem o solo para receber as sementes.

    Ao fazer a monitoria, o campons observa quantas semen-tes germinaram, faz o espaamento das plantas, retira as ervas daninhas.

    Ao fazer a monitoria, o campons anota (documenta e vi-sualiza) a situao, verifica o que preciso fazer e age em consequncia. Por exemplo, decide aplicar um fertilizante, pois observa que as plantas precisam de mais nutrientes.

    Ao fazer a monitoria, o campons observa e decide sobre a necessidade de irrigar a sua machamba. Ele decide tambm sobre a necessidade ou no de aplicar outros insumos para garantir uma boa colheita.

    Ao fim e ao cabo, o campons colhe o que esperava colher, sem surpresas desagradveis.

    O que aconteceria se o campons realizasse uma activida-de sem incluir o elemento da monitoria? Qual poderia ser o resultado?

    O campons compra as sementes, prepara o solo, e semeia a quantidade recomendada, com o objectivo de ter uma boa colheita.

    O campons vai machamba e verifica que as plantas ger-minaram. Ele fica tranquilo e volta para casa. Diz esposa: a machamba est bem!

    Ele acredita que tudo vai dar certo. Mas as plantas ficaram ao sabor da sorte. No houve mais visitas, e decises no foram tomadas. Faltou aco.

    O campons deve ter ficado muito desapontado quan-do percebeu que as suas plantas no deram o resultado previsto.

    Apesar de o campons ter preparado o solo e plantado as sementes, ao observar a situao ele no tirou concluses e no agiu a tempo.

    O que aprendemos com isso?A aco imediata observao da monitoria parte fundamental do processo. Sem aco, a monitoria no existe.

    O que avaliao

    Avaliao uma expresso que aparece pela primeira vez na lngua Francesa no Sculo XVIII e quer dizer dar um valor.

    A avaliao tambm chamada em Moambi-que de balano. Por que balano? Vamos ilus-trar essa ideia com uma balana e os seus dois pratos.

    Os dois pratos da balana comparam o que foi planificado com o que foi obtido, dando um va-lor a cada prato.

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    Este balano pode (e deve) ser feito do nvel micro at ao nvel macro. No nvel macro, comparamos os objectivos estratgicos planificados para o mdio prazo com os resultados obtidos no tempo determinado. Por exemplo: com as nossas aces nos ltimos 5 anos, conseguimos aumentar o acesso educao para todos, reduzindo as disparidades regionais e de gnero? A educao melhorou a sua qualidade?

    J no nvel micro, comparamos as actividades programadas com a sua realizao e efeito. Por exemplo: programamos a capacitao em servio para 70 professo-res do nosso distrito no ano n, metade dos quais deveriam ser senhoras. Conse-guimos realizar a actividade? Quantas senhoras receberam capacitao? Quais as razes da diferena entre o planificado e o realizado?

    Ao fazer esta pergunta que implica comparar e dar valor vamos buscar a res-posta nas observaes da monitoria. Afinal, se fizemos uma boa monitoria, j pu-demos observar durante o ano as provveis razes para o resultado encontrado. O resultado no dever ser uma surpresa para quem faz o balano ou avaliao, como no deveria ter sido para o campons da nossa histria.

    A avaliao deve perguntar:

    Qual era a situao esperada no fim do perodo planificado? Qual a situ-ao real encontrada?

    O que a monitoria observou durante o processo? Quais foram as reco-mendaes para a aco?

    As aces recomendadas foram executadas? Resultaram bem? Por que resultaram bem? Por que no resultaram?

    Qual a concluso que tira a avaliao deste processo?

    No faz sentido planificar a mesma aco para o perodo seguinte, se as condies permanecerem as mesmas! A re-planificao de uma aco que no obteve os resultados desejados deve incluir a mudana de condies: ou um novo plano, ou recursos diferentes, ou uma equipa diferente, ou uma estratgia diferente.

    1.5 Passos do exerccio para o facilitador

    Compreendendo o papel da monitoria e da avaliao no ciclo POEMA Fase 1: 10 minutos1. No fim da apresentao dos contedos, o facilitador divide os participantes

    em quatro grupos e distribui o material de apoio ao exerccio a cada um dos participantes. MA-Sessao1-exercicio.doc

    2. Cada grupo eleger um relator.

    3. O facilitador convida os participantes a reflectirem e discutirem breve-mente os principais pontos relacionados com o papel da monitoria e da avaliao no ciclo POEMA, sob o ponto de vista do distrito. Os partici-pantes podem referir-se sntese da apresentao, se quiserem.

    Fase 2: 30 minutos4. Os membros de cada grupo respondem s questes dadas a cada um. Cada

    grupo (A, B, C e D) responder somente s questes que lhe cabem.

    5. Os grupos fazem um resumo das suas respostas com palavras-chave em folhas de papel-gigante (flipchart).

    Fase 3: 40 minutos6. O relator de cada grupo apresenta as respostas do seu grupo, em cerca de

    5 minutos cada. Os grupos afixam o seu cartaz de resposta num stio visvel para todos.

    7. Depois de cada apresentao, o facilitador pergunta aos participantes se h qualquer ideia que no foi bem compreendida e sobre as quais querem esclarecimentos (no inicie a discusso ainda!).

    8. Depois dos 4 grupos se apresentarem, abra as discusses e tire concluses com os participantes, usando as ideias de todos os grupos, sobre o seguinte: Quais so as palavras-chave para definir monitoria; Quais so as palavras-chave para definir avaliao.

  • 28 | SESSO 1 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 29

    1.7 Encerramento

    Reflexo conjunta e concluso

    Para encerrar os contedos, o facilitador poder pedir exemplos de monitoria e avaliao que acontecem no dia-a-dia dos participantes.

    Exemplos possveis:

    Monitorar o aproveitamento dos filhos na escola.

    Monitorar onde anda o marido nos fins-de-semana.

    Monitorar o uso do salrio durante o ms.

    Monitorar o consumo do crdito do carto do telemvel.

    No fim, o facilitador pedir aos participantes para dizerem quais foram as lies mais importantes que eles aprenderam nesta sesso 1. O facilitador convidar dois ou trs voluntrios para sintetizarem estas lies.

    Para encerrar a sesso 1, o facilitador pode usar a seguinte explicao:

    1.6 Material de apoio ao participante

    Compreendendo o papel da monitoria e da avaliao no ciclo POEMA

    Orientaes a todos os grupos: Os grupos tm 30 minutos para fazer este exerccio. Ler com ateno as perguntas propostas. Referir-se ao documento-sntese da apresentao. Esclarecer qualquer dvida que tiver sobre o exerccio com o facilitador. Responder s perguntas e anotar as respostas com palavras-chave nas

    folhas de papel gigante. Escolher um apresentador para representar o grupo. O grupo tem cerca de 5 minutos para a sua apresentao no plenrio.

    GRUPO A

    Com base na sua experincia, diga qual o papel da monitoria no ciclo POEMA?

    Tendo como base o que se passa no seu distrito, relate quais so os vrios eventos ou momentos quando se faz monitoria distrital do sector da Educao?

    GRUPO B Com base na realidade do seu distrito, explique de onde vm as informa-

    es que os tcnicos e chefes usam para tomar decises?

    Que desafios os responsveis pela monitoria e avaliao distrital enfrentam?

    GRUPO C Que propostas faria para melhorar o que se observa no terreno nas visi-

    tas regulares de superviso?

    No seu distrito, como se ligam as informaes colectadas nas super-vises no terreno e a avaliao anual do plano de actividades dos SDEJT?

    GRUPO D Com base na sua experincia, qual o principal momento de avaliao

    anual do sector da Educao no distrito?

    O que sente que poderia ser feito para melhorar o uso das informaes colectadas durante o ano no processo de avaliao no seu distrito?

    Pelo que pudemos perceber, a monitoria faz parte do nos-so dia-a-dia. Fazemos observao, tiramos concluses e to-mamos decises nas nossas vidas, baseando-nos naquelas observaes. O que faz a monitoria to importante para o sector da Educao que devemos observar, documentar e tirar concluses de forma sistemtica e integrada, de forma a possibilitar a tomada de decises e a aco. Para monitorar a nossa aco, devemos saber onde queremos chegar. S poderemos saber se estamos na estrada certa se soubermos o nosso destino. A sesso 2 vai abordar os objectivos do sector da Educao em Moambique, e como esses objectivos so realizados no nvel do distrito. Vamos sesso 2!

  • 30 | SESSO 2 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 31

    Sesso 2O que monitorar levando em conta as prioridades da Educao em Moambique

    ndice da sesso

    Resumo didctico da sesso 30

    2.1 Abertura: O que monitorar levando em conta as prioridades da Educao em Moambique

    32

    2.2 Sntese da apresentao: O que monitorar levando em conta as prioridades da Educao em Moambique

    35

    2.3 Passos do exerccio para o facilitador: Elaborando um conceito para uma escola de qualidade e reflectindo sobre o papel dos SDEJT

    46

    2.4 Material de apoio ao participante: Elaborando um conceito para uma escola de qualidade e reflectindo sobre o papel dos SDEJT

    48

    2.5 Encerramento: Reflexo conjunta e concluso 49

    Resumo didctico da sessoObjectivo da sesso: identificar os principais objectivos da Educao e as suas implicaes para a monitoria a nvel do distrito e da sala de aula.

    Tempo total necessrio: 3 horas

    Material necessrio:

    Cpias do texto-sntese de apoio O que monitorar levando em conta as prioridades da Educao em Moambique. MA-Sessao2-sintese.doc

    Cpias do material de apoio para o exerccio. MA-Sessao2-exercicio.doc Cartaz em papel gigante com uma flor de 7 ptalas para a explicao do

    exerccio 2.3.

    Sequncia da aprendizagem

    Passos Objectivos Mtodos

    5 min Abertura e apresentao dos objectivos da sesso

    Os participantes compro-metem-se com o conte-do a ser apresentado

    Apresentao de slides e palavras do facilitador

    20 min

    Apresentao dos contedos

    Identificar os principais objectivos da Educao e as suas implicaes para a monitoria a nvel do distrito e da sala de aula

    Distribuio da sntese do contedo MA-Sessao2-sintese.doc Apresentao de slides MA-sessao2-ppt.ppt

    40 min Exerccio: as dimenses da qualidade

    Elaborar um conceito para uma escola de qua-lidade e reflectir sobre o papel dos SDEJT

    Trabalho em 4 grupos MA-Sessao2-exercicio.doc

    40 min Apresentao da 1 parte do exerccio em plenria

    Os participantes reflectem e decidem sobre os aspectos mais relevantes da qualidade escolar

    Elaborao dos 7 factores de sucesso na qualidade escolar

    40 min Apresentao da 2 parte do exerccio em plenrio

    Os participantes reflectem e propem termos de referncia para a aco dos SDEJT na monitoria da qualidade escolar

    Elaborao dos Termos de Referncia dos SDEJT para a monitoria da qualidade escolar

    5 min Reflexo e encerramento

    Verificao da aprendi-zagem e avaliao da sesso

    Coleco de ideias de voluntrios entre os participantes

  • 32 | SESSO 2 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 33

    2.1 Abertura

    O que monitorar levando em conta as prioridades da Educao em MoambiqueO facilitador abre a sesso explicando que ela abordar os objectivos da Educa-o em Moambique e as suas implicaes na escola e nos distritos.

    O facilitador distribui cpias da sntese do contedo da sesso O que monito-rar levando em conta as prioridades da Educao em Moambique. MA-Sessao2-sintese.doc

    Na sesso 1, trabalhmos para compreender os conceitos de monitoria e avaliao. Sabemos agora que monitoria um sistema que relaciona uma srie de actividades e que nos permite ver e estar conscientes sobre do que se est a passar, a fim de agir para corrigir o caminho e no fim chegarmos onde queramos! Nesta sesso 2, vamos discutir o objecto da monitoria: o que os SDEJT devem monitorar? Quais so os objectivos do sector da Educao, e como eles se reflectem nas salas de aula, nas escolas dos distritos. S podemos monitorar o caminho se soubermos onde queremos chegar. Bem-vindos sesso 2!

    Em seguida, o facilitador apresenta os slides da sesso 2. MA-Sessao2-ppt.ppt

  • 34 | SESSO 2 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 35

    2.2 Sntese da apresentao

    O que monitorar levando em conta as prioridades da Educao em Moambique

    Um pouco de histria

    Apesar de o Sistema Nacional de Educao (SNE) ter sido introduzido em 1983, o conflito armado causou a fragmentao da implementao da estratgia da Educao preconizada no SNE. Durante a fase de reconstruo aps o Acordo de Paz em 1992, numerosos projectos na rea da Educao introduziram mtodos diversos de planificao, de implementao e de monitoria e avaliao. POEMA hoje o processo de harmonizao dos muitos elementos de gesto do sector que se fragmentaram, e ainda no formam um sistema coerente.

    No fim dos anos 90, uma srie de reformas profundas comeou em Moambi-que. As mais relevantes para a Educao foram:

    O Programa Sectorial Integrado no sector da Educao, com a formulao do PEE (Plano Estratgico da Educao - 1999);

    O Plano de Aco para a Reduo da Pobreza Absoluta (PARPA), entre 1999 e 2001;

    O Programa de Reforma do Sector Pblico, que comeou em 2001.

    Esses programas tm uma caracterstica poltica comum: orientam o financia-mento do desenvolvimento por crditos e doaes a Moambique (na Educa-o, atravs do FASE - Fundo de Apoio ao Sector da Educao) e atravs de ou-tros projectos especficos, e adoptam a viso de que o Estado prov servios a uma populao que tem o direito de participar na sua gesto.

    Dentro desta filosofia de aproximar os nveis de deciso da populao, come-ou na mesma poca o processo de desconcentrao administrativa (com a Lei das Autarquias e a Lei dos rgos Locais). Para a populao poder participar melhor, era preciso descentralizar as esferas de deciso e aumentar o poder da populao influenciar aquelas decises. Vem desta ideia, por exemplo, a pro-moo dos Conselhos de Escola como um dos instrumentos de democratizao da gesto escolar.

  • 36 | SESSO 2 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 37

    As mudanas prticas mais importantes para os nveis descentralizados

    O processo de desconcentrao administrativa trouxe vrios impactos impor-tantes para a gesto nas provncias e distritos do pas:

    A implantao do Sistema de Administrao Financeira do Estado (SIS-TAFE) e da correspondente plataforma electrnica (e-SISTAFE) tem vindo a expandir-se a nvel do pais. Assim, quase j no se utilizam os adian-tamentos em duodcimos, mas se faz a execuo financeira atravs do sistema de previses, cabimentos e transferncias do pagamento aos servios prestados.

    O rpido crescimento da rede de telemveis acelera a velocidade da co-municao e j cobre quase todo o pas; assim, ficou mais fcil coordenar a execuo das polticas nacionais.

    A internet e a comunicao por email tambm se popularizam aos poucos.

    E agora em cada SDEJT do pas h pelo menos um computador, apesar de a rede elctrica ainda no cobrir todas as sedes distritais.

    Os Servios Distritais de Educao, Juventude e Tecnologia fazem parte do Go-verno Distrital e recebem os seus fundos dentro do oramento do distrito, como todos os outros sectores do Governo. No entanto, por causa da histria do sector da Educao (o Programa Sectorial Integrado e o FASE), os SDEJT recebem ainda grande parte dos seus recursos atravs das Direces Provinciais de Educao e Cultura e do Ministrio da Educao.

    As principais reas estratgicas da Educao

    Os objectivos do sector para a Educao em Moambique so:

    1. Maior acesso e reteno no sistema de ensino, reduzindo as disparidades

    Toda a criana Moambicana tem o direito de acesso a sete anos de edu-cao primria.

    O nvel de concluso deve aumentar, procurando o equilbrio de gnero e oportunidades para as crianas vulnerveis.

    O ensino secundrio e o ensino tcnico-profissional devem ser instrumen-tos para o desenvolvimento pessoal e econmico.

    As disparidades de gnero e de idades quanto s oportunidades de educa-o devem ser reduzidas.

    As diferenas regionais dentro do pas, quanto ao acesso s oportunidades e aos recursos disponveis para a educao dentro e entre as regies do pas.

    Para promover tudo isso, devem ser construdas novas salas de aula, reabili-tadas infra-estruturas e feita manuteno regular dos bens do patrimnio do Estado. Vai se tentar construir escolas mais pequenas, com turmas mistas, onde seja apropriado, e reduzir a necessidade de escolas com internato.

    2. Maior qualidade e relevncia de uma formao integral do cidado

    Para aumentar a relevncia do ensino, implementa-se a reforma curricular com a promoo por ciclos de aprendizagem e com a incluso de aspectos extra-curriculares e culturais para o desenvolvimento de habilidades para a vida, atravs do currculo local.

    A melhoria da qualidade do ensino requer se melhorarem as condies no fornecimento de material bsico, livros do aluno, equipamento e moblia. necessrio um programa de manuteno permanente.

    Deve se priorizar a qualificao de mais professores, atravs do fortaleci-mento dos programas de formao inicial e em servio e de desenvolvi-mento contnuo dos professores.

    Prioriza-se a gesto escolar descentralizada, voltada para uma escola sau-dvel e segura, com o envolvimento da comunidade.

    Os processos de aprendizagem devem ser centrados no aluno. O quadro de qualificaes deve tomar em conta as competncias adquiridas durante a vida e no sistema de ensino.

    3. Maior capacidade das instituies do sector

    O fortalecimento da capacidade das instituies vir tanto atravs da maior clareza das atribuies e dos processos administrativos, quanto do aumen-to das habilidades e do conhecimento individual de todos os gestores.

    Grande nfase ser dada harmonizao dos processos de planificao, oramentao, monitoria, gesto financeira, procurement, gesto patrimo-nial, de forma a optimizar o uso dos limitados recursos existentes. A capaci-tao atravs dos mdulos em POEMA da Educao parte dessas aces.

    Pelo lado da gesto dos recursos humanos, o quadro de progresso na car-reira docente vai encorajar a maior reteno dos professores formados.

  • 38 | SESSO 2 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 39

    Buscar-se- a comunicao e informao mais eficazes, tanto dentro do sector quanto para o pblico utente.

    Importante ainda o combate corrupo, e a outras contravenes, de forma a criar uma cultura de prestao de contas e de bom servio comu-nidade de pais e alunos.

    Monitorar o qu? A responsabilidade dos distritos

    Os SDEJT devem orientar a sua planificao e oramentao, mas principalmen-te o seu processo de monitoria e aco consequente, para as seguintes reas prioritrias:

    As crianas com idade escolar devem estar na escola

    No s a matrcula na idade oficialmente estabelecida importante. A reteno das crianas, com ateno especial s raparigas e s crianas mais vulnerveis, um objectivo a ser seriamente perseguido pelas escolas e ZIP, com apoio dos SDEJT. No ensino bsico, a taxa de concluso das raparigas ainda menor do que a dos rapazes, o abandono ainda maior entre as raparigas, e as raparigas fora da escola ainda so em maior nmero que os rapazes.

    A entrada da rapariga no sistema de ensino com 6 anos de fundamental im-portncia para que, ao se tornar adolescente, ela j tenha pelo menos a escolari-dade bsica. O nmero de anos que as mulheres frequentam a escola um dos factores com maior impacto positivo na melhoria da sade da famlia como um todo.

    Para a poltica de reter as raparigas por mais tempo na escola ter sucesso preci-so motivar professoras a leccionarem nas zonas rurais, e preciso tambm apoiar e incentivar estas professoras a permanecerem l, mesmo em condies difceis. A professora desempenha um papel de modelo, e incentiva a permanncia das raparigas na escola.

    Os professores (qualificados) devem estar na sala de aula

    O programa de desenvolvimento contnuo dos professores, implementado atra-vs dos Institutos de Formao de Professores e de capacitao distncia, deve ser apoiado, monitorado e incentivado pelos tcnicos dos SDEJT.

    O apoio s ZIP como centros de recursos e unidades de referncia para o apoio pedaggico aos directores de escola e aos professores tarefa importante dos tcnicos dos SDEJT.

    Contudo, no basta que os professores sejam qualificados, preciso que eles estejam presentes. preciso descobrir as razes do absentismo em cada escola, ZIP, distrito, e enfrentar o problema com firmeza, criando incentivos e apoio ao professor para que ele d o maior nmero de aulas possvel dentro do ano lecti-vo. Este um dos principais elementos da qualidade da educao: o nmero de horas que o aluno passa em actividades escolares (e no somente as horas que passa na escola).

    Por causa da rpida expanso do sistema de educao, muitos professores aten-deram ao chamamento do Ministrio da Educao para leccionar o segundo turno. No entanto, esta no uma soluo sustentvel, pois o professor deve ter horas para se dedicar com qualidade a uma turma, para melhorar o seu co-nhecimento, para preparar as aulas e material didctico. O SDEJT deve fazer a gesto dos recursos humanos de forma a reduzir o mximo possvel o nmero de professores a leccionar o segundo turno. Veja mais sobre isso no mdulo de Recursos Humanos.

    Em cada escola deve haver pelo menos 1 livro por disciplina por aluno

    Segundo estudos realizados em muitos pases, o livro escolar o investimento com melhor rcio custo-benefcio entre todos os investimentos na Educao. Os SDEJT tm um papel importante no apoio cadeia de distribuio do livro es-colar para garantir uma chegada atempada do material escola, e tambm para orientar a escola na conservao e bom uso dos contedos do livro. Em cada escola deve haver um esforo para garantir que os alunos tenham cadernos para escrever, para evitar que se escreva nos livros. As boas condies de armazena-mento tambm so essenciais.

    Deve haver um mnimo de material didctico para os professores

    A lista de materiais elegveis para serem adquiridos pelos fundos do Apoio Direc-to Escola - ADE - possibilita a compra de materiais didcticos e a manuteno de condies mnimas para o ensino-aprendizagem de qualidade. No entanto, os recursos so sempre limitados.

    O papel dos SDEJT de facilitar a aquisio de materiais para as escolas distantes, apoiar as escolas nos procedimentos administrativos, explicar s escolas como controlar o material adquirido recorrendo aos mapas de controlo de material, e garantir que as escolas usem o mximo possvel os recursos para o fim a que se destinam.

    Os SDEJT devem garantir que os recursos materiais e financeiros sejam bem distribu-dos entre as escolas, para promover a equidade entre elas, reduzindo a disparidade.

  • 40 | SESSO 2 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 41

    O ADE deve chegar s escolas e ser bem usado

    Segundo o Manual de Procedimentos do ADE, estas so as responsabilidades dos SDEJT:

    Divulgar e distribuir o material do programa ADE atempadamente;

    Facilitar a chegada dos fundos s escolas, emitindo cheques atempada-mente, por escola;

    Apoiar a elaborao do Plano de Desenvolvimento da Escola e o funcio-namento dos Conselhos de Escola (CE), de forma que os CE sejam um instrumento de participao da comunidade na vida da escola;

    Garantir e essa uma responsabilidade legal, pela qual o distrito responde perante a lei a transparncia do programa: em cada escola, devem ser afixados em lugar visvel o plano de uso dos fundos, a acta do encontro de deciso do Conselho de Escola, a relao do material adquirido e os mapas de distribuio dos materiais;

    Enviar s DPEC at 30 de Outubro de cada ano o processo de prestao de contas.

    Os Programas de alfabetizao e educao no-formal devem atender sua funo social: o desenvolvimento das pessoas e das comunidades

    Segundo o Instituto Nacional de Estatstica (2008. INE, Inqurito de Indicadores Mltiplos), a taxa de analfabetismo em Moambique ainda muito elevada. En-tre os jovens de 15 a 19 anos as taxas so de 24%, sendo 30% entre as jovens mulheres. J na faixa dos 20 a 29 anos de idade as taxas de analfabetismo so de 30%, sendo de 42% entre as jovens mulheres. As disparidades so enormes,

    sendo a maior entre a cidade de Mapu-to (16% total; 18% para as mulheres) e a provncia da Zambzia (57% total; 73% para as mulheres).

    A predominncia de mulheres entre os que no conseguiram se alfabeti-

    zar tem diferentes razes, e os SDEJT tm um papel muito importante na

    identificao das causas especfi-cas e na reduo desta disparida-de. Os tcnicos podem e devem apoiar os grupos de alfabetiza-o e de educao no-formal a

    melhorarem os seus programas, uma vez que estudos indicam que as mulhe-res parecem estar mais interessadas em se manterem nos programas quando eles esto orientados para a melhoria das suas vidas e do bem-estar das suas famlias. O PQG preconiza a alfabetizao e a educao de adultos como um dos factores-chave da reduo da pobreza no pas, principalmente para as mulheres das zonas rurais.

    As taxas de desistncia nos programas de alfabetizao so muito altas. Cabe aos servios de apoio dos SDEJT identificar com a comunidade, as organiza-es e os alfabetizadores as causas desta desistncia e atacar o problema com frontalidade e muita criatividade! Enquanto as mulheres parecem ser a maioria quando comea o programa, a alta desistncia reduz a sua participao resultan-do no desperdcio dos recursos no sistema.

    Definio: segundo o Ministrio da Educao, deve ser entendida como educao no-formal a alfabetizao combinada com uma componente de qualquer actividade de desenvolvimento das comunidades.

    A construo e reabilitao de salas de aula com qualidade deve ser acele-rada, e a manuteno das infra-estruturas deve melhorar

    A manuteno abordada no mdulo Gesto do Patrimnio. A gesto das cons-trues escolares est sob a responsabilidade das Direces Provinciais da Edu-cao e Cultura, mas h elementos importantes que cabem aos tcnicos dos SDEJT, em coordenao com os directores de escolas e coordenadores das ZIP. Os tcnicos dos Servios Distritais facilitam o dilogo entre a comunidade e a DPEC sobre o local da construo da escola, por exemplo. Tambm devem estar informados sobre o incio e trmino previsto de cada uma das obras a serem re-alizadas. Portanto, preciso manter um dilogo muito estreito com todos os intervenientes.

    Os tcnicos dos SDEJT, no seu papel de facilitadores do pro-cesso, tambm podem influ-enciar a qualidade das obras, a existncia de casas de ba-nho separadas para rapazes e raparigas (outro factor de muita importncia para a re-teno das raparigas na esco-

  • 42 | SESSO 2 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 43

    la durante a adolescncia), e a existncia de condies de acesso, mobilidade e participao para pessoas portadoras de deficincia.

    importante tambm monitorar as condies da rea a ser ocupada, para no ser escolhida uma rea com riscos de calamidades, tais como reas sujeitas a inundaes. Os telhados devem ser reforados em reas sujeitas a vendavais, por exemplo! A pessoa de contacto na DPEC o engenheiro do departamento de construes na DPEC.

    As escolas devem ser ambientes saudveis

    A sade um conceito positivo, um estado completo de bem-estar fsico, social e mental e no apenas a ausncia de doena e/ou enfermidade (Organizao Mundial da Sade, 1993). A Educao para a Sade deve ter como finalidade a preservao da sade individual e colectiva.

    No contexto escolar, educar para a sade consiste em dotar as crianas e os jo-vens de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opes e a tomar decises adequadas sua sade e ao bem-estar fsico, social e mental. A ausncia de informao incapacita e/ou dificulta a tomada de deciso.

    O que faz uma escola saudvel? Ela tem uma viso integral do ser humano: s tem sade quem se educa, s se educa quem tem sade. A escola um factor fundamental na sade geral das crianas e adolescentes. Em Moambique, as 3 principais causas de mortes de crianas so: a malria, diarreia e as infeces respiratrias. Com educao, pode-se reduzir as 3 doenas de maneira muito rpida, principalmente a diarreia, atravs do ensino de mtodos de higiene nos alimentos e no uso e conservao da gua. Segundo o Inqurito de Indicadores Mltiplos do INE (2008), 94% das famlias rurais e 78% das famlias urbanas ainda no tratam a gua (nem coar, filtrar ou clorar).

    A escola deve proporcionar informao adequada sobre a sade sexual e repro-dutiva. Deve dar informao sobre o HIV, na ptica das habilidades para a vida, fornecendo aos jovens as ferramentas para que possam tomar decises cons-cientes sobre a sua sexualidade. E deve encaminhar os problemas ao sector da Sade e Aco Social, com o apoio dos SDEJT.

    Outro papel dos SDEJT apoiar as escolas a elaborarem o seu Plano de Desenvolvimento, includindo todas as aces necessrias para se transfor-marem em escolas saudveis. Os tcnicos devem tambm fazer esforos para que os SDEJT sejam saudveis! Um ambiente limpo e agradvel, onde as pessoas se respeitem, promovam o crescimento mtuo, e onde o incentivo e a motivao positiva faam parte do dia-a-dia.

    O desporto um dos factores que mais impacto tm para uma escola saudvel. Na disciplina educao fsica, o que se deve fazer o que o nome indica: edu-cao da parte fsica, e no s do crebro. A educao fsica comporta o ensi-namento sobre como se alimentar, como se proteger das doenas, como manter o esprito colectivo atravs dos jogos e danas tradicionais. A escola, os gestores dos SDEJT, TODOS no sector da Educao, devem ensinar atitudes e prticas po-sitivas, com o seu bom exemplo.

    A produo escolar deve contribuir para os bons resultados da escola

    A produo escolar deve levar em conta no s a produo de insumos, tais como verduras, frutos e objectos, mas tambm a produo de materiais didcticos e de uso na escola. As horas usadas na produo escolar no devem ser tiradas do currculo escolar, mas constituir actividades com a comunidade escolar e local para melhorar a vida de todos. O papel dos SDEJT apoiar as escolas a estabelecerem ligaes com outros sectores do Governo Distrital: a agricultura, o desenvolvimento econmico, a proteco do ambiente (controlo da eroso de encostas, por exemplo).

    Os Conselhos de Escola devem ser activos

    Como vimos acima, os Conselhos de Escola apoiam a gesto escolar, pois incluem as vozes dos representantes da comunidade que tm influncia na escola. S se obtm o compromisso da comunidade quando ela tem o direito de se expressar e ter a sua opinio ouvida e respeitada. O ciclo de reflexo sobre a qualidade na escola deve estar centrado na discusso sobre o que a qualidade na escola:

    Discusso sobre a qualidade

    Plano de Desenvolvimento da Escola

    Monitoria e avaliao; Levantamento de base

    Implementao de actividades concretas

    Reflexo sobre os resultados

  • 44 | SESSO 2 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 45

    A gesto escolar deve integrar todos os aspectos da qualidade na escola

    Dentro das reformas para uma melhor qualidade dos servios prestados pelo sector pblico, a qualidade da gesto e dos gestores tem muita relevncia. Afinal, os gestores so os lderes dos processos de melhoria e com o seu exemplo inspi-ram as novas geraes de professores e tcnicos de administrao.

    Segundo um estudo sobre a gesto escolar em Moambique1, estamos num mo-mento de transio entre o sistema da administrao escolar e o sistema da gesto educativa estratgica. Estes sistemas tm as seguintes caractersticas:

    Administrao Escolar Gesto Educativa Estratgica

    Baixa presena do elemento pedaggico

    Centralidade do aspecto pedaggico

    nfase nas rotinasHabilidade para lidar com

    aspectos complexos fora das rotinas

    Trabalhos isolados e fragmentados

    Trabalho em equipa e com a comunidade

    Estruturas que implementam decises tomadas em nveis

    centralizados

    Abertura aprendizagem e inovao a partir das

    experincias locais

    Autoridade impessoal e fiscalizadora

    Superviso, assessoria e orientao para a melhoria

    profissional

    Estruturas sem clareza sobre os resultados desejados

    Culturas organizacionais coesas em torno duma viso

    do futuro

    Observaes e explicaes simplificadas e esquemticas

    Intervenes atempadas, sim-ples, sistemticas e estratgicas

    Alguns dos instrumentos de gesto para o Director da escola

    Plano de Desenvolvimento da Escola; Plano anual de actividades; Mapa-resumo da assiduidade dos professores; Mapa-resumo de frequncia e desempenho escolares por classe e sexo; Mapa de assistncia s aulas; Mapa do aproveitamento dos finalistas do Ciclo; Plano de capacitao dos professores; Mapa de professores por turnos e tipo de turma; reunies com os pais e encarregados de educao; reunies gerais com os alunos; trabalho em equipa com os Conselhos de Escola; uma viso da comunida-de escolar sobre o futuro da escola.

    Os SDEJT tambm esto em transio para o mesmo modelo. De uma adminis-trao centrada nas regras a serem cumpridas, para uma gesto mais estratgi-ca, os SEDJT s tm a ganhar com a aprendizagem conjunta com os directores das escolas sobre como deve ser a qualidade das escolas e sobre qual deve ser o papel de cada um neste desenvolvimento.

    Viva os SDEJT!

    E, para terminar, uma nota sobre o papel dos SDEJT:

    EDUCAO: promover cidados educados e conscientes da sua moambicani-dade e do seu papel no desenvolvimento social e econmico da comunidade.

    JUVENTUDE: mais de metade dos moambicanos tem menos de 18 anos de idade; a responsabilidade dos SDEJT de trazer estes jovens para o ambiente escolar, de forma criativa e envolvente.

    TECNOLOGIA: uma palavra misteriosa, que parece s ter relao com os com-putadores, a tecnologia refere-se s tcnicas em geral; assim, os SDEJT tm a responsabilidade de orientar escolas e ZIP para utilizarem o mximo possvel as tecnologias locais para desenvolver a produo escolar, para desenvolver mate-riais escolares, para armazenar a gua da chuva, para construir mais latrinas, para aproveitar a energia do sol, as sombras das rvores, os ventos predominantes.

    1 2008. Nhavoto, Buendia, Bazo. A gesto escolar em Moambique.

  • 46 | SESSO 2 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 47

    2.3 Passos do exerccio para o facilitador

    Elaborando um conceito para uma escola de qualidade e reflectindo sobre o papel dos SDEJT

    Fase 1: 5 minutos

    1. O facilitador divide os participantes em 4 grupos e distribui as folhas do exerccio. MA-Sessao2-exercicio.doc

    2. O facilitador pede a um dos participantes que leia o exerccio para todos e esclarece qualquer dvida que tenha surgido.

    3. Cada grupo vai apresentar 7 aspectos que promovem a qualidade na escola e o que pensam que seja o papel dos SDEJT para promover aqueles aspectos. O facilitador apresenta o modelo do exerccio uma flor com 7 ptalas num cartaz bem grande. As ptalas devem ser preenchidas com os aspectos da qualidade.

    Fase 2: 35 minutos

    4. Cada um dos grupos deve responder s seguintes questes:

    Quais so os 7 aspectos / dimenses que juntos promovem a qualidade na escola?

    Qual o papel dos SDEJT para fazer com que estes aspectos aconteam?

    Fase 3: 40 minutos

    5. Cada grupo enviar um representante para apresentar o seu trabalho em plenrio, e ter 5 minutos para a sua apresentao.

    6. Depois das 4 apresentaes das flores, o facilitador encorajar o debate para chegar aos 7 aspectos que podem ser considerados essenciais para a qualidade na escola, como consenso dos participantes.

    Fase 5: 40 minutos

    7. Cada grupo apresentar os resultados do seu trabalho sobre o papel dos SDEJT para apoiar a qualidade na escola.

    8. Depois das 4 apresentaes, o facilitador encorajar o debate para chegar a uma lista dos principais papis do SDEJT em relao qualidade da escola. Com este resultado, o facilitador far um cartaz BEM escrito, decorado, em letras grandes e visveis, e afixar numa parede da sala de trabalho com o ttulo: Termos de Referncia dos SDEJT para a Monitoria da Qualidade nas Escolas.

  • 48 | SESSO 2 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 49

    2.4 Material de apoio ao participante

    Elaborando um conceito para uma escola de qualidade e reflectindo sobre o papel dos SDEJT

    Este trabalho deve ser feito em 35 minutos.

    Orientaes para cada um dos grupos:

    1. Cada grupo deve responder seguinte pergunta:

    Quais so os 7 aspectos / dimenses / factores que juntos promovem a qualidade na escola?

    Cada grupo deve preencher as 7 ptalas da flor ao lado com os 7 principais aspec-tos ou factores que contribuem para uma escola de qualidade. O grupo deve che-gar a um consenso sobre estes aspectos e desenhar a flor e os aspectos da quali-dade escolar num cartaz grande para a apresentao.

    2. Depois de definir os 7 aspectos da qualidade na escola, cada grupo responde seguinte pergunta:

    Qual o papel dos SDEJT para que estes aspectos aconteam? O grupo deve chegar a 5-8 ideias sobre o que os SDEJT devem fazer para apoiar os aspectos positivos da qualidade nas escolas.

    Estas ideias sero apresentadas em plenria.

    As ideias conjuntas dos participantes vo compor uma proposta para os Termos de Referncia dos SDEJT para a Monitoria da Qualidade nas Escolas.

    2.5 Encerramento

    Reflexo conjunta e concluso

    No fim, o facilitador pedir aos participantes para dizerem quais foram as lies mais importantes que aprenderam nesta sesso 2.

    O facilitador convidar dois ou trs voluntrios para sintetizarem estas lies. Pode perguntar: como se sentiu durante os trabalhos? Esta sesso ajudou-o para o seu trabalho nos SDEJT?

    Alm disso, o facilitador convidar outros participantes para comentarem sobre o exerccio, e sobre a utilidade para a qualidade da sua actuao profissional nos SDEJT.

    O facilitador pode ento encerrar a sesso usando a seguinte explicao:

    Nesta sesso 2, olhmos para os aspectos escola-res que devem atrair a ateno dos SDEJT nos seus trabalhos de acompanhamento e balano: nas visitas de superviso, nos seus relatrios, nas suas aces de correco e apoio. Na prxima sesso va-mos discutir como os SDEJT podem observar todos esses aspectos da qualidade de uma forma integra-da, para promover o desenvolvimento equilibrado da Educao.

    Documentos de referncia

    Pro-Educao. Manual do Desenvolvimento da Qualidade na Escola. MA-Sessao2-Manual-QnE

  • 50 | SESSO 3 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 51

    Sequncia da aprendizagem

    Passos Objectivos Mtodos

    5 min Abertura e apresentao dos objectivos da sesso

    Os participantes compro-metem--se com o conte-do a ser apresentado

    Apresentao de slides e palavras do facilitador

    30 min Apresentao dos contedos

    Listar e analisar os dife-rentes aspectos envol-vidos na elaborao de um retrato integrado da situao da Educao no distrito

    Distribuio da sntese do contedo MA-Sessao3-sintese.doc Apresentao de slides MA-sessao3-ppt.ppt

    100 min

    Exerccio: visita de campo

    Planificar uma monitoria integrada na situao actual; reflectir sobre a situao actual para elaborar perguntas para a monitoria

    Trabalho em 4 grupos: trabalho prtico de levantamento da situao MA-Sessao3-exercicio.doc

    40 min Apresentao dos grupos e debate

    Compartilhar as pergun-tas e reflectir sobre a sua utilidade

    Apresentao dos resultados e discusso em plenrio

    5 min Reflexo e encerramento

    Verificao da aprendiza-gem e avaliao da sesso

    Coleco de ideias de voluntrios entre os participantes

    Sesso 3Monitorar como? O conceito da superviso integrada

    ndice da sesso

    Resumo didctico da sesso 50

    3.1 Abertura: Monitorar como? O conceito da superviso integrada 52

    3.2 Sntese da apresentao: Monitorar como? O conceito da supervi-so integrada

    55

    3.3 Passos do exerccio para o facilitador: Planificando uma monitoria integrada: a situao actual

    63

    3.4 Material de apoio ao participante: Planificando uma monitoria integrada: a situao actual

    65

    3.5 Encerramento: Reflexo conjunta e concluso 66

    Resumo didctico da sesso

    Objectivo da sesso: relacionar os principais elementos a serem observados na monitoria, principalmente atravs de uma super-viso que integra os vrios aspectos da qualidade da Educao.

    Tempo total necessrio: 3 horas

    Material necessrio: Cpias do texto sntese de apoio Monitorar como? O conceito da super-

    viso integrada. MA-Sessao3-sintese.doc

    Lista de actividades possveis de serem monitoradas nas redondezas do local de capacitao. Esta lista deve ser elaborada pelo facilitador, antes do incio da sesso.

    Cpias do material de apoio para o exerccio. MA-Sessao3-exercicio.doc

  • 52 | SESSO 3 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 53

    3.1 Abertura

    Monitorar como? O conceito da superviso integrada

    O facilitador abre a sesso explicando que ela vai promover o conceito e im-portncia de obter uma viso integrada da situao da Educao no distrito, como base para que toda a gesto (da planificao monitoria e avaliao) seja integrada. A sesso vai apresentar as principais perguntas a serem feitas nos vrios aspectos a observar na Educao.

    O facilitador distribui cpias da sntese do contedo da sesso Monitorar como? O conceito da superviso integrada. MA-Sessao3-sintese.doc

    Na sesso 2 foram apresentados os principais objecti-vos do sector da Educao, e as suas implicaes para o sector no nvel do distrito. Cada rea de trabalho foi explicitada de forma a dar uma viso mais integra-da dos vrios elementos a serem considerados para aumentar a qualidade da escola e da educao. Nesta sesso 3, o foco a integrao dos vrios aspectos, e a elaborao de perguntas de investigao de forma participativa, a fim de colher informaes dos vrios instrumentos disponveis no distrito. S assim poss-vel ter uma viso mais completa e coerente, para poder intervir de forma eficiente. Vamos ver a sesso 3?

    Em seguida, o facilitador apresenta os slides da sesso 3. MA-Sessao3-ppt.ppt

  • 54 | SESSO 3 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 55

    3.2 Sntese da apresentao

    Monitorar como? O conceito da superviso integrada Monitoria somente com aco integrada

    Por vrias razes histricas, a gesto pblica em Moambique, assim como o sec-tor da Educao, ainda fragmentada. Dado o grande volume de financiamento externo das aces e do Oramento do Estado, difcil manter os procedimentos de gesto a evoluir harmonizada e integradamente. Afinal, cada projecto quer fazer a sua monitoria, cada doador e cada fonte de financiamento tambm. Igualmente, existe fragmentao entre as Direces Nacionais dentro do MINED (h a monitoria do gnero, a monitoria da alfabetizao, a monitoria da construo escolar, por exemplo). Dentro do Governo como um todo, entre os sectores, h tambm fragmentao. Um exemplo: os procedimentos de Contro-lo Interno da Execuo do Oramento tm orientaes diferentes do Ministrio das Finanas e do Tribunal Administrativo.

    muito difcil falar em aco integrada nestas circunstncias. Para que isso acon-tea, cada nvel deve buscar o alinhamento e a harmonizao dos seus prprios procedimentos:

    A nvel central tende a haver no momento questionrios, orientaes, visitas, supervises e instrumentos especficos de um sub-sector. O ideal que o Ministrio da Educao tenha somente um sistema de monitoria, uniformizado e harmonizado, que possa ser alimentado pelos supervises que acontecem no terreno, feitas pelos rgos locais do Estado.

    A nvel provincial, repete-se a mesma situao de duplicao/multipli-cao de intervenientes. Existe um grande nmero de pontos-focais, que respondem a certos programas, sem integrar esta informao num sistema harmonizado de monitoria.

    A nvel distrital, a situao repete-se uma vez mais. Porque o volume de recursos que os distritos tm para a superviso limitado, e no existe um sistema nico de superviso, muitas ZIP e escolas ficam sem superviso por muito tempo.

  • 56 | SESSO 3 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 57

    Uma das respostas a esta questo foi dada atravs do estabelecimento de um Fundo de Superviso para os distritos e para as provncias. Segundo o documen-to do MINED Procedimentos para uso do Fundo de Superviso Distrital e Pro-vincial, os seus objectivos so os seguintes:

    Dotar a provncia e o distrito de meios materiais que lhes permitam a rea-lizao das actividades de superviso de forma autnoma;

    Reforar a capacidade de interveno dos tcnicos provinciais e distritais no que respeita superviso;

    Assegurar o bom funcionamento das instituies da Educao atravs de um acompanhamento sistemtico e permanente.

    O documento diz claramente que a superviso deve ser integrada. Por isso, os seus termos de referncia devem conter aspectos inerentes s reas pedaggi-cas, de inspeco, de administrao, de finanas, etc..

    Acompanhamento sistemtico + superviso integrada = monitoria integrada

    Pelas despesas elegveis para esse fundo, pode-se ver que o fundo tem a funo de realizar as tarefas bsicas da monitoria, como explicado na sesso 1:

    Integrar para observar

    A monitoria pode fazer uso para tirar as suas concluses de muitos instru-mentos existentes. Aqui esto apenas alguns exemplos:

    plano anotar concluir

    decidir

    aco

    ajudar

    controlar

    aco

    observar

    Resultados distritais por ZIP e por escola do Levantamento

    de 3 de Maro

    Resultados de visitas de superviso s ZIP e escolas

    Informaes e relatrios da Inspeco

    Resultados distritais por ZIP e por escola do Levantamento

    de Aproveitamento

    Relatrios da Execuo Financeira da RAP

    A monitoria deve proporcionar um retrato o mais completo e integrado possvel da situao!

    Quando observar

    Pelo menos 3 vezes por ano a equipa dos SDEJT deveria ser capaz de elaborar um retrato da situao da Educao no seu distrito, que seja comum a todos os sub-sectores. Os 3 momentos mais importantes so:

    1. Quando chega a informao do montante financeiro aprovado para as despe-sas do ano em curso, para decidir sobre a re-priorizao das actividades.

    2. A meio do ano lectivo / meio do ano fiscal, para saber a situao em relao ao que foi implementado e o que foi gasto, e decidir sobre como utilizar os recursos no segundo semestre do ano.

    3. No fim do ano lectivo, quando se faz o Levantamento do Aproveitamento, e se tm informaes que ajudam a valorar (medir) os resultados das aces implementadas (avaliao).

    O que observar

    Em cada um destes momentos, colocam-se juntas todas as informaes dispo-nveis dos vrios instrumentos dos SDEJT, e responde-se s seguintes perguntas bsicas:

    Onde estamos? Como temos progredido?

  • 58 | SESSO 3 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 59

    Onde queremos e podemos chegar?

    Quais os recursos de que dispomos para l chegar?

    Como vamos alocar os recursos e que activi-dades vamos imple-mentar?

    Estas perguntas resultam num plano de actividades, que revisto em cada um daqueles trs momentos de cada ano. Ver mais detalhes sobre o plano de actividades no mdulo Planificao e Oramentao.

    Sem saber onde estamos no podemos definir onde podemos chegar.

    Os objectivos do sector da Educao e as polticas nacionais do aos SDEJT uma orientao sobre onde se deve chegar, atravs dos objectivos definidos. Mas cada distrito tem uma situao diferente, e pode avanar em ritmos diferentes por causa das condies em que se encontra. Portanto, preciso conhecer bem a situao actual da Educao no distrito, para comparar com a situao ideal.

    Alm de ver qual a situao num momento especfico, preciso ter uma ideia sobre o progresso do distrito: qual a situao, se for considerada a evoluo nos ltimos 3-5 anos? Ser que o distrito est a melhorar ou a piorar? Como est em relao mdia da provncia? E em relao mdia do pas? A possibilidade de elaborao de sries de dados de vrios anos vai depender da capacidade tcnica da equipa dos SDEJT, mas o instrumento ideal para ter um retrato fiel da situao actual. Por isso, importante recolher as mesmas informaes, todos os anos, como se faz nos Levantamentos Estatsticos.

    Tentando elaborar um retrato o mais completo e integrado possvel, e utilizando os dados de que o distrito j dispe, a equipa tcnica dos SDEJT faz uma srie de perguntas, cujas respostas vo compor o retrato integrado das ZIP e/ou das escolas (vai depender da capacidade tcnica da equipa):

    1. Crianas em idade escolar devem estar nas escolas

    Qual a taxa lquida de escolarizao? Qual a taxa de matrcula de crianas com 6 anos de idade na 1a classe?

    Qual a taxa do aproveitamento em relao ao incio e ao fim do ano? Qual a taxa de desistncia? Qual a taxa de repetio no fim dos ciclos de ensino? Qual a relao entre raparigas e rapazes em todos esses aspectos?

    Concluso: Que ZIP/escolas precisam de apoio/incentivos neste aspecto?

    2. Professores (qualificados) devem estar na sala de aula

    Qual o rcio aluno/ professor? Qual o rcio aluno/ turma? Qual a percentagem de professoras no distrito e na provncia? Qual a proporo de professores a leccionar um segundo turno? Quantos professores no tm formao psico-pedaggica e onde esto? Qual o nvel de absentismo dos professores?

    Concluso: Que ZIP/escolas precisam de apoio/incentivos neste aspecto?Ateno: o mdulo POEMA de Recursos Humanos trata especificamente desta questo.

    3. Em cada escola deve haver pelo menos 1 livro por disciplina por aluno

    Qual o actual rcio livro/aluno? De quantos livros de cada uma das disciplinas o distrito vai precisar? Em que escolas se verificou m conservao do livro? Quantas escolas tm falta de condies para armazenar o livro?

    Concluso: Que ZIP/escolas precisam de apoio/incentivos neste aspecto?

    4. Deve haver um mnimo de material didctico para os professores

    Quantos centros de recursos existem no distrito e que rea cobrem? Que ZIPs/escolas relatam boas condies de ensino-aprendizagem e ex-

    istncia de material didctico? Quantas bibliotecas existem no distrito? Qual a condio destas biblio-

    tecas? Qual a proporo de escolas que compra material didctico com fundos

    do ADE? Que tipo de material didctico adquirido pelas escolas com fundos dos ADE? Concluso: Que ZIP/escolas precisam de apoio/incentivos neste aspecto?

  • 60 | SESSO 3 - MONITORIA E AVALIAO MDULOS DE CAPACITAO EM POEMA | 61

    5. O ADE deve chegar s escolas e ser bem usado

    Qual a percentagem de escolas que segue correctamente os procedi-mentos do uso do ADE?

    Que escolas no prestam contas correctamente? Que escolas foram desactividas, extintas ou paralisadas? Que escolas se encontram repetidas na Lista de Distribuio de Recursos

    Financeiros por Escola? Que escolas foram elevadas para outro nvel de ensino mas que ainda

    constam da lista anterior?Concluso: Que ZIP/escolas precisam de apoio/incentivos neste aspecto?

    6. Programas de alfabetizao e educao no-formal devem promover o desen-volvimento das pessoas e das comunidades

    Quantos so os inscritos nos programas no distrito em relao popula-o que se deveria beneficiar?

    Quais so os programas que conseguem promover maior reteno das mulheres?

    Quais os grupos que tm maior taxa de abandono durante a formao? Qual a qualidade do trabalho dos alfabetizadores? Qual a percentagem de alfabetizadores que tm recebido a tempo os

    subsdios a que tm direito? Qual o nvel de envolvimento das comunidades