monitoramento anual de ictiofauna – 2005 · indianópolis (s 19°04’00.6”; wo...
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MONITORAMENTO ANUAL DE ICTIOFAUNA – 2005
RELATÓRIO FINAL
USINA HIDRELÉTRICA DE MIRANDA
CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO
MARÇO/2005
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 2
RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Água e Terra Planejamento Ambiental Ltda.
Profissional responsável
Elisa Queiroz Garcia
Bióloga, M.Sc.
CRBio 44033/04 -D
Contato: Bióloga M.Sc. Elisa Queiroz Garcia
Água e Terra Planejamento Ambiental
Avenida Padre Almir Neves de Medeiros, 650
Bairro: Sobradinho – Patos de Minas / MG
CEP: 38.701-118 – Tel/Fax: (34) 3823-8440
Cel: (34) 8847-2503
e-mail: [email protected]
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 3
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................5 2. OBJETIVOS ........................................................................................................6 2.1. Objetivo principal ..............................................................................................6 2.2. Objetivos específicos........................................................................................6 3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................7 3.1. Local de coleta..................................................................................................7 3.2. Amostragem .....................................................................................................9 3.3. Análises dos dados.........................................................................................11 3.3.1. Composição ictiofaunística ..........................................................................11 3.3.2. Ocorrência das espécies .............................................................................11 3.3.3. Abundância..................................................................................................11 3.3.4. Análise de captura por unidade de esforço (CPUE) em número e biomassa..............................................................................................................................12 3.3.5. Avaliação da atividade reprodutiva ..............................................................13 3.3.6. Diversidade Ictiofaunística (H’) e Equitabilidade..........................................14 3.3.7. Análise de Similaridade ...............................................................................14 3.3.8. Monitoramento da pesca profissional no reservatório .................................15 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................Erro! Indicador não definido. 4.1. Composição ictiofaunística ....................................Erro! Indicador não definido. 4.2. Ocorrência das espécies .......................................Erro! Indicador não definido. 4.3. Abundância............................................................Erro! Indicador não definido. 4.4. Análise de captura por unidade de esforço (CPUE) em número e biomassa.....................................................................................Erro! Indicador não definido. 4.5. Avaliação da atividade reprodutiva ........................Erro! Indicador não definido. 4.6. Diversidade Ictiofaunística (H’) e Equitabilidade....Erro! Indicador não definido. 4.7. Análise de Similaridade .........................................Erro! Indicador não definido. 4.8. Monitoramento da existência de atividade profissional no reservatório......Erro! Indicador não definido. 5. CONCLUSÕES ........................................................Erro! Indicador não definido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................54
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 4
APRESENTAÇÃO
O presente relatório final reporta resultados obtidos nas coletas realizadas
nos meses de maio e dezembro de 2005 pela equipe técnica de Biólogos da Água
e Terra Planejamento Ambiental Ltda para o contrato n° 4570008761 que se refere
ao monitoramento anual da ictiofauna do reservatório da Usina Hidrelétrica de
Miranda da CEMIG Geração e Transmissão no ano de 2005.
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
Empreendedor: CEMIG Geração e Transmissão
CNPJ/MF: 17.155.730/0001-64
Endereço: Av.Barbacena, 1200, Belo-Horizonte -MG
Empreendimento:
Reservatório da Usina Hidrelétrica de Miranda
Empresa Elaboradora
Água e Terra Planejamento Ambiental
Avenida Padre Almir Neves de Medeiros, 650
Bairro: Sobradinho – Patos de Minas / MG
CEP: 38.701-118 – Tel/Fax: (34) 3823-8440
Cel: (34) 8847-2503
e-mail: [email protected]
Contato: Bióloga M. Sc. Elisa Queiroz Garcia
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1. INTRODUÇÃO
A UHE de Miranda situa-se a 30 km de Uberlândia, rodovia BR 365, km 588
no município de Indianópolis. O reservatório estende-se até a barragem de Nova
Ponte, atingindo os municípios de Uberlândia, Uberaba e Nova Ponte.
Após a conclusão da obra da UHE de Miranda, foram consideradas
alterações na composição das espécies do rio Araguari, principalmente na área do
reservatório. O trecho a jusante da UHE Miranda, entre a barragem e o
reservatório de Itumbiara, apesar da regularização da vazão da água, ainda
poderá comportar populações de espécies migradoras.
A introdução de espécies exóticas em reservatórios tem causado problemas
de super populações e competição por nichos ecológicos irreparáveis. Devido aos
sucessivos barramentos de rios, as espécies tendem a se adequar às novas
situações ecológicas, para poder realizar satisfatoriamente o ciclo reprodutivo
(SUZUKI & AGOSTINHO, 1997).
O monitoramento da ictiofauna é uma das condicionantes estabelecidos
pela Câmara de Defesa das Bacias Hidrográficas do Conselho Estadual de
Política Ambiental – COPAM, conforme Parecer DICAF/N° 012/97, que trata dos
condicionantes da Licença de Operação para o empreendimento.
Os trabalhos relativos à ictiofauna da área da UHE Miranda tiveram início
em novembro de 1986 no contexto da elaboração dos estudos ambientais para o
referido empreendimento. Essas atividades se estenderam até novembro do ano
seguinte e para a sua execução, foram amostradas cinco estações, distribuídas
desde o reservatório de Itumbiara até o Salto, em Nova Ponte. Foram realizados
estudos sobre a estrutura das populações ícticas, a biologia reprodutiva e a
ecologia alimentar.
Desde então, tem-se realizados estudos de monitoramento de ictiofauna
anuais com equipes de biólogos para, de acordo com resultados, a CEMIG Geração
e Transmissão realizar peixamentos de espécies ocorrentes para recomposição
da ictiofauna do reservatório, evitando a introdução de espécies exóticas.
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2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo principal
O monitoramento da ictiofauna do reservatório de Miranda tem como
objetivo principal dar continuidade à avaliação das alterações espaciais e
temporais que se processam na estrutura da comunidade de peixes do trecho do
rio Araguari considerado, em função da implantação da barragem. Estas
informações futuramente subsidiarão subseqüentes programas de conservação e
manejo da ictiofauna.
2.2. Objetivos específicos
Dentre os objetivos específicos pode-se citar:
1 - Avaliar, nas escalas temporal e espacial, a estrutura da ictiofauna com
respeito à composição em espécies, abundância relativa e riqueza absoluta de
espécies;
2 - Estimar as produtividades em número e biomassa das espécies, pontos
e períodos amostrados e tamanho de malha através da captura por unidade de
esforço (CPUE);
3 - Estimar a diversidade ictiofaunística dos pontos e períodos de
amostragem;
4 - Avaliar a atividade reprodutiva de espécies de interesse no reservatório
e a jusante da barragem;
5 - Avaliar a presença de atividade de pesca profissional na região sob
influência do reservatório da UHE Miranda.
6 - Comparar os dados de diversidade e abundância com aqueles obtidos
em estudos anteriores.
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3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local de coleta
As coletas de material ictio foram realizadas em maio e dezembro de 2005
no reservatório da Usina Hidrelétrica de Miranda.
As coletas foram realizadas em quatro pontos:
• Ponto MI-1: Região proximal à barragem da Usina de Miranda, na
margem direita do reservatório (S 18°53’59.6”; WO 48°01’26.2” -
Figura 01);
• Ponto MI-2: Região central do reservatório, no município de
Indianópolis (S 19°04’00.6”; WO 47°57’22.6” - Figura 02);
• Ponto MI-3: Região distal à barragem, a jusante da barragem de
Nova Ponte, cerca de 2 km a montante da Reserva do Jacob
(S19°06’44.5”; WO 47°46’25.0” - Figura 03);
• Ponto MI-4: Região logo a jusante da barragem de Miranda, nas
imediações do vertedouro e do canal de fuga da Usina (S 18°54’26.6”;
48°02’39.3” - Figura 04).
Figura 01. Região proximal à barragem da Usina de Miranda, na margem direita do reservatório (Ponto MI-2).
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Figura 02. Região central do reservatório, no município de Indianópolis (Ponto MI-2).
Figura 03. Região distal à barragem, a jusante da barragem de Nova Ponte, cerca de 2 km a montante da Reserva do Jacob (Ponto MI-3).
Figura 04. Região logo a jusante da barragem de Miranda, nas imediações do vertedouro e do canal de fuga da Usina (Ponto MI-4).
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A localização dos quatros pontos amostrados está apresentada na Figura
05 a seguir e no Anexo I.
Figura 05. Localização da região de estudos e dos pontos de amostragem
de ictiofauna no reservatório e a jusante da UHE Miranda.
3.2. Amostragem
Para as capturas quantitativas, utilizaram-se redes de malhas com 10 e 20
metros de comprimento e altura média de 1,6 metros com malhas variando de 3 a
16 centímetros (3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 cm) medidos entre
nós opostos perfazendo uma área total de 420 m2. As redes foram armadas à
tarde e retiradas na manhã seguinte, permanecendo aproximadamente de 14
horas de exposição. Na primeira coleta, as redes foram dispostas separadas,
enquanto que na segunda coleta, as redes foram unidas de acordo com as malhas
em cinco grupos, quatro de 90 metros (malhas 3, 4 e 5; 8, 9 e 10; 11, 12 e 13; 14,
15 e 16) e um grupo de 60 metros (malhas 6 e 7). As redes foram armadas à tarde
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 10
e retiradas na manhã seguinte, permanecendo aproximadamente de 14 horas de
exposição.
Figura 06. Rede sendo armada para amostragem.
Para as amostragens qualitativas, utilizou-se rede de arrasto de tela
mosqueteira abertura de 2,0 mm através de 4 arrastos por ponto ao longo de
cerca de 10 metros da linha de margem, tarrafa (Figura 07) e peneiras.
Figura 07. Utilização de tarrafa para coleta de peixes.
Os indivíduos capturados foram acondicionados em sacos plásticos
etiquetados e separados por ponto amostral, material de pesca e tamanho de
malha. Em campo os exemplares coletados foram fixados em solução de formol
10% e acondicionados em bombona plástica.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 11
Em laboratório, os peixes foram lavados e conservados em solução de
álcool etílico a 70° GL. Em seguida, procedeu-se a triagem, etiquetação,
identificação taxonômica, obtenção do diagnóstico definitivo do sexo e de
maturação gonadal e dos dados relacionados a biometria (peso corporal em
kilogramas e comprimento total em cm).
3.3. Análises dos dados
3.3.1. Composição ictiofaunística
Neste item foi apresentada a lista de espécies encontradas na primeira
coleta realizada em maio de 2005 no reservatório da UHE de Miranda.
3.3.2. Ocorrência das espécies
Baseando-se em COLWELL (2001), adotou-se os seguintes termos: espécies
com um único indivíduo em uma única coleta = espécie “singleton”; espécie com dois
indivíduos em uma única coleta = espécie “doubleton”; espécies coletadas em uma
amostra = espécies “únicas”; espécies coletadas em duas amostras = espécies
“duplicatas”; espécies com abundância de 1-9 indivíduos = espécies “raras”; espécies
com abundância acima de 10 indivíduos = espécies “abundantes”.
3.3.3. Abundância
Foram apresentadas as abundâncias absolutas, relativas e total para as
espécies encontradas na primeira coleta no reservatório da UHE de Miranda.
A abundância absoluta é considerada a quantidade de indivíduos
encontrados por espécie e a abundância relativa, a relação entre a abundância
absoluta da espécie e abundância total de todos os indivíduos coletados na
amostragem.
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3.3.4. Riqueza de espécies (D)
A riqueza de espécies (D) foi estimada segundo ODUM (1985):
D = (S-1) / log N
Onde:
S = número de espécies;
N = número de indivíduos.
3.3.5. Análise de captura por unidade de esforço (CPUE) em número e
biomassa
As produtividades em número e biomassa foram estimadas através da
captura por unidade de esforço (CPUE) (GULLAND, 1969), com base nos dados
obtidos através das redes de espera. O cálculo da CPUE foi efetuado através das
seguintes equações:
16 CPUE (n) = ( ∑ Nm / EPm ) x 100 e
m=3
16 CPUE (b) = ( ∑ Bm / EPm ) x 100
m=3 Onde:
CPUEn = captura em número por unidade de esforço;
CPUEb = captura em biomassa (peso corporal) por unidade de esforço;
Nm = número total dos peixes capturados na malha m;
Bm = biomassa total capturada na malha m;
EPm = esforço de pesca, que representa a área em m2 das redes de malha m;
m = tamanho da malha (3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 12, 14 e 16 cm).
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3.3.6. Avaliação da atividade reprodutiva
Para a avaliação da atividade reprodutiva, os peixes foram submetidos à
incisão ventral para determinação do sexo e do diagnóstico macroscópio de
maturação gonadal. Esta análise baseou-se principalmente no volume relativo da
gônada na cavidade abdominal, integridade da rede sanguínea (machos e
fêmeas), presença e tamanho dos diversos tipos de ovócitos (ovócitos I, II, III e IV)
e integridade das lamelas ovarianas (fêmeas). Foram considerados os seguintes
estádios de maturação, seguindo-se as características propostas por VONO et al.
(2002):
1) Repouso – 1: ovários delgados e íntegros, translúcidos, sem ovócitos
visíveis a olho nu; testículos delgados e íntegros, predominantemente hialinos;
2) Maturação inicial – 2A: ovários com discreto aumento de volume e
poucos ovócitos vitelogênicos (ovócitos II, III e IV) evidentes; testículos com
discreto aumento de volume e com aparência leitosa;
3) Maturação intermediária – 2B: ovários com maior aumento de volume,
grande número de ovócitos IV evidentes, porém ainda com áreas a serem
preenchidas; testículos com maior aumento de volume, leitosos;
4) Maturação avançada – 2C: ovários com aumento máximo de volume,
ovócitos vitelogênicos distribuídos uniformemente; testículos com aumento
máximo de volume, túrgidos, leitosos;
5) Esgotado (desovado ou espermiado) – 3: ovários flácidos e
sanguinolentos, com número variável de ovócitos vitelogênicos remanescentes;
testículos flácidos e sanguinolentos.
Em laboratório, para os diagnósticos duvidosos, foram coletados
fragmentos de uma das gônadas, os quais foram fixados em líquido de Bouin e
conservados em álcool 70 GL após 24 horas para posterior processamento
histológico.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 14
3.3.7. Diversidade Ictiofaunística (H’) e Equitabilidade
Para o cálculo da diversidade de espécies foram empregados os dados
quantitativos obtidos através das capturas com redes de malhas (CPUE). Utilizou-
se o índice de diversidade de Shannon (MAGURRAN, 1991), descrito pela
equação:
S
H' = - ∑ (¶) x (logn ¶), onde:
i = 1
Onde:
S = número total de espécies na amostra;
i = espécie 1, 2, 3 ...i na amostra;
¶ = proporção do número de indivíduos da espécie i na amostra, através da CPUE em número.
A equitabilidade (E) de distribuição das capturas pelas espécies, estimada
para cada período de captura, foi calculada através da equação de Pielou (1975).
E = H’ / log N
Onde:
H’ = Índice de Diversidade de Shannon;
N = número de espécies.
3.3.8. Análise de Similaridade
A análise de agrupamentos foi baseada na presença e ausência das
espécies distribuídas através das estações amostradas. Este procedimento
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 15
permite uma visão mais detalhada das comunidades estudadas, uma vez que é
feita análise da composição entre áreas (presença e ausência) com pesos iguais
para todas as espécies, independente da abundância de cada uma.
Com método de análise (medida de distância), foi empregada a distância
Euclidiana e para formação dos “cluters” foi utilizado o método de ligação
completa, do programa Biodiversity Pro.
3.3.9. Monitoramento da pesca profissional no reservatório
Realizaram-se inspeções no reservatório e em seu entorno visando à
identificação de atividade de pesca profissional como a presença de embarcações,
concentração de pescadores e locais de comercialização de pescado. Obtiveram-
se ainda informações sobre esta atividade junto ao Destacamento da Polícia
Ambiental do município de Araguari. Além disto, alguns pescadores artesanais
foram entrevistados para avaliação desta atividade no reservatório da UHE de
Miranda.
4. RESULTADOS
4.1. Composição ictiofaunística
Foram coletados 837 indivíduos sendo 432 fêmeas (51,6%), 372 machos
(44,4%) e 33 não identificados (4,0%) distribuídos em 25 espécies nas coletas
realizadas no reservatório da UHE de Miranda (Tabela 01 e Figura 08).
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4%
52%
44%
não identificado fêmeas machos
Figura 08. Distribuição dos gêneros dos peixes coletados no reservatório da UHE de Miranda.
Na primeira coleta, as fêmeas aparecem em 37,5% dos casos e assumem a
dominância na 2ª coleta (53,8%), permanecendo dominante quando analisado o
estudo por completo (Figura 09).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Frequência (%
)
1ª coleta 2ª coleta Total
Coletas
Macho Femeas não identificado
Figura 09. Evolução da distribuição dos sexos dos peixes coletados no reservatório da UHE de Miranda.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 17
Tabela 01. Composição ictiofaunística do reservatório da Usina Hidrelétrica
de Miranda de espécies encontradas nas coletas realizadas em setembro e
novembro de 2005 e fevereiro de 2006.
Ordem Família Espécie Nomes comuns
Characiformes Characidae Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo Astyanax fasciatus lambari do rabo vermelho Brycon nattereri pirapitinga Galeocharax kneri peixe-cadela
Myleus tiete pacu manteiga ou pacu
prata Serrasalmus spilopleura pirambeba
Planaltina myersi piaba
Parondontidae Apareiodon piracicabae canivete
Erythrinidae Hoplias lacerdae trairão
Hoplias malabaricus traíra
Anostomidae Leporinus friderici piau três pintas
Leporinus obtusidens piapara
Leporinus octofasciatus ferreirinha ou
flamenguinho
Schizodon nasutus taguara, timboré ou
chimboré
Prochilodontidae Prochilodus lineatus curimatã, curimba,
curimbatá ou papa-terra
Gymnotiformes Gymnotidae Gymnotus carapo sarapó ou tuvira
Siluriformes Pimelodidae Iheringichthys labrosus mandi beiçudo
Pimelodus maculatus mandi amarelo Pinirampus pirinampu mandi alumínio
Pseudopimelodus zungaro bagre sapo, pacamão ou
pacamã Rhandia quelen bagre
Loricariidae Hypostomus sp. cascudo
Perciformes Cichlidae Cichla sp. tucunaré amarelo * Geophagus brasiliensis acará ou cará Tilapia rendalli tilápia *
* - espécies exóticas ao Rio Araguari
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Os lambaris (Astyanax spp.) são peixes de pequeno porte, onívoros,
alimentam-se de algas, vegetais, larvas e insetos adultos.
A pirapitinga (Brycon nattereri) é uma espécie carnívora de médio porte e se
alimenta de peixes e insetos bentônicos. Realiza a piracema para a reprodução na
época de cheia, desovando em águas frias e rasas.
O peixe cadela (Galeocharax kneri) é uma espécie carnívora agressiva
possuindo uma boca ampla com dentes afiados. Possui hábitos crepusculares.
Pacu prata, também conhecido como pacu manteiga (Myleus tiete)
Pirambeba (Serrasalmus spilopleura) assim com o peixe cadela
(Galeocharax kneri) são espécies carnívoras agressivas possuindo uma boca
ampla e com dentes afiados. A pirambeba pode também se alimentar de folhas e
frutos e são geralmente encontrados em numerosos grupos. O peixe cadela possui
hábitos crepusculares.
A espécie de piaba, Planaltina myersi, é um peixe diminuto facilmente
encontrado no reservatório e em pequenos tributários da região.
O peixe canivete (Apareiodon piracabae) é uma espécie diminuta que se
alimenta de algas perifíticas e pequenos organismos aquáticos aderidos sobre as
rochas caracterizando uma dieta detritívora.
As traíras (Hoplias spp.) são animais piscívoros de hábitos sedentários e
lênticos. São encontradas em águas paradas (lagoas marginais, açudes, represas e
áreas de remanso em rios) preferencialmente com vegetação, para utilização como
nicho espacial e alimentar. Apresenta comportamento de “senta e espera” para
atacar suas presas, não costumam perseguir suas presas como os dourados, mas
sim se aproximar lentamente para depois dar um “bote” e engolir a presa por inteiro.
Os peixes do gênero Leporinus (piau, piapara, ferreirinha), assim como a
taguara (Schizodon nasutus) possuem comportamento semelhantes. São
espécies reofílicas, vivendo principalmente em canais de rios. São espécies
onívoras, alimentam-se de vegetais, insetos e eventualmente de moluscos.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 19
O Prochilodus lineatus, conhecido como papa-terra, curimatã, curimba ou
curimbatá é um peixe de grande porte migratório, preferindo ambientes lóticos. É uma
espécie detritívora, ingerindo comunidades perifíticas sobre macrófitas aquáticas.
A única espécie de Gymnotiformes encontrada, o sarapó ou tuvira (Gymnotus
carapo) é um peixe de hábito noturno e vive em ambientes lóticos, principalmente
com abundante vegetação aquática. É uma espécie insetívora carnívora, podendo
incluir inclusive pequenos peixes em sua dieta.
Os mandis Pimelodus maculatus (mandi amarelo), Iheringichthys labrosus
(mandi beiçudo) vivem em ambientes lóticos, alimentando de invertebrados
bentônicos existentes no fundo. Sua reprodução ocorre na primavera e verão,
sendo necessárias curtas migrações para que ocorra.
Já o mandi alumínio (Pinirampus pirinampu) é uma espécie de grande porte
com dieta variada podendo atacar peixes presos em malhadeiras.
A espécie Pseudopimelodus zungaro, conhecida como bagre sapo, pacamão
ou pacamã é uma espécie de Siluriforme de cabeça e corpo lisos, coberto por pele.
Sua biologia é pouco conhecida, sabendo que em ambiente natural, esta espécie se
comporta como piscívora, se alimentando de pequenos peixes.
Rhandia quelen, uma espécie de bagre de hábitos noturnos e habita local
calmo e profundo dos rios. São onívoros e é encontrado desde o centro da
Argentina até o sul do México, mostrando portanto ser uma das espécies que
realizam migrações de acordo com seu ciclo reprodutivo e com a variabilidade
ambiental ao longo dos rios.
Os cascudos fazem parte de um grupo que possui sua sistemática pouco
resolvida pela complexidade do gênero Hypostomus. Estes peixes herbívoros e
detritívoros habitam fundo de rios e se alimentam de perifíton e detritos.
Tucunaré (Cichla spp.) é um peixe amazônico ictiófago, introduzido na
bacia do Paraná e que tem causado impacto considerável pela competição
interespecífica com espécies nativas. Assim como a Tilápia (Tilapia rendalli)
também é uma espécie exótica ao Rio Grande, original do continente africano.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 20
O acará ou cará (Geophagus brasiliensis) é um peixe facilmente encontrado
em lagos e rios alimentando-se de pequenos insetos, moluscos e sedimentos. A
reprodução ocorre em ambientes lênticos, no período que se estende de setembro
a janeiro, podendo ocorrer desovas mais de uma vez por ano.
4.2. Ocorrência das espécies
A ocorrência das espécies foi analisada de duas formas distintas:
considerando as coletas (Tabela 02) e considerando os pontos separadamente
(Tabela 03).
Analisando as duas coletas simultaneamente e os pontos separadamente,
não ocorreu a presença de nenhuma espécie “singleton” na amostra coletada.
Contudo o bagre Rhandia quelen comportou-se como espécie “doubleton” sendo
representado por dois indivíduos na amostra.
Considerando as coletas, Prochilodus lineatus (curimba) apresentou-se
como espécie única na coleta de maio de 2005, enquanto que na coleta de
dezembro, dez espécies ocorreram exclusivamente nesta coleta: Planaltina myersi
(piaba), Apareiodon piracicabae (canivete), Leporinus octofasciatus (ferreirinha),
Gymnotus carapo (sarapó), Pimelodus maculatus (mandi amarelo),
Pseudopimelodus zungaro (bagre sapo), Rhandia quelen (bagre), Hypostomus sp.
(cascudo) e Tilapia rendalli (tilápia). Já quando considerado os pontos, Brycon
nattereri (pirapitinga) foi espécie única do ponto MI-03, Planaltina myersi (piaba)
ocorreu com exclusividade no ponto MI-01 e Serrasalmus spilopleura (pirambeba)
ocorreu exclusivamente no ponto MI-04.
Por definição de COLWELL (2001), as espécies raras foram Brycon
orbignyanus (n=8), Galeocharax kneri (n=8), Hoplias lacerdae (n=8), Prochilodus
lineatus (n=8), Tilapia rendalli (n=6), Leporinus octofasciatus (n=3), Planaltina
myersi (n=3) e Rhandia quelen (n=2).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 21
Tabela 02. Lista das espécies capturadas no reservatório da Usina
Hidrelétrica de Miranda de espécies encontradas nas coletas realizadas em maio
e dezembro de 2005 apresentadas por local de coleta (N = abundância absoluta).
Coletas Espécie Nomes comuns N
Mai/2005 Dez/2005
Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 172 1 171
Astyanax fasciatus lambari do rabo vermelho 118 4 114
Brycon nattereri pirapitinga 8 1 7
Galeocharax kneri peixe-cadela 8 2 6
Myleus tiete pacu manteiga ou pacu prata 41 10 31
Serrasalmus spilopleura pirambeba 57 33 24
Planaltina myersi piaba 3 3
Apareiodon piracicabae canivete 33 33
Hoplias lacerdae trairão 8 6 2
Hoplias malabaricus traíra 14 5 9
Leporinus friderici piau três pintas 10 3 7
Leporinus obtusidens piapara 50 1 49
Leporinus octofasciatus ferreirinha ou flamenguinho 3 3
Schizodon nasutus taguara, timboré ou chimboré 11 11
Prochilodus lineatus curimatã, curimba, curimbatá ou papa-terra
8 8
Gymnotus carapo sarapó ou tuvira 14 14
Iheringichthys labrosus mandi beiçudo 115 13 102
Pimelodus maculatus mandi amarelo 61 61
Pinirampus pirinampu mandi alumínio 15 6 9
Pseudopimelodus zungaro bagre sapo, pacamão ou pacamã 18 18
Rhandia quelen bagre 2 2
Hypostomus sp. cascudo 28 28
Cichla sp. tucunaré amarelo 18 4 14
Geophagus brasiliensis acará ou cará 16 15 1
Tilapia rendalli tilápia 6 6
Abundância Absoluta 837 112 725
Número de espécies 25 15 24
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 22
Tabela 03. Lista das espécies capturadas nos pontos do reservatório da
Usina Hidrelétrica de Miranda de espécies encontradas nas coletas realizadas em
maio e dezembro de 2005 apresentadas por local de coleta (N = abundância
absoluta).
Pontos Espécie Nomes comuns N MI-01 MI-02 MI-03 MI-04
Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 172 23 103 16 30
Astyanax fasciatus lambari do rabo vermelho 118 27 17 31 43
Brycon nattereri pirapitinga 8 8
Galeocharax kneri peixe-cadela 8 1 1 5 1
Myleus tiete pacu manteiga ou pacu prata
41 5 36
Serrasalmus spilopleura pirambeba 57 1 56
Planaltina myersi piaba 3 3
Apareiodon piracicabae canivete 33 3 16 7 7
Hoplias lacerdae trairão 8 3 5
Hoplias malabaricus traíra 14 4 1 3 6
Leporinus friderici piau três pintas 10 1 9
Leporinus obtusidens piapara 50 1 49
Leporinus octofasciatus ferreirinha ou flamenguinho 3 1 1 1
Schizodon nasutus taguara, timboré ou chimboré
11 5 2 4
Prochilodus lineatus curimatã, curimba, curimbatá ou papa-terra
8 1 6 1
Gymnotus carapo sarapó ou tuvira 14 2 2 2 8
Iheringichthys labrosus mandi beiçudo 115 37 12 62 4
Pimelodus maculatus mandi amarelo 61 33 3 25
Pinirampus pirinampu mandi alumínio 15 1 14
Pseudopimelodus zungaro bagre sapo, pacamão ou pacamã
18 1 5 9 3
Rhandia quelen bagre 2 1 1
Hypostomus sp. cascudo 28 7 3 2 16
Cichla sp. tucunaré amarelo 18 9 1 1 7
Geophagus brasiliensis acará ou cará 16 2 3 11
Tilapia rendalli tilápia 6 1 2 2 1
Abundância Absoluta 837 168 170 235 264
Número de espécies 25 21 15 18 21
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 23
4.3. Abundância
A dominância de Ostariophysi, principalmente de Characiformes (n=544) e
Siluriformes (n= 239), é comum aos rios neotropicais (LOWE-MCCONNELL, 1999)
(Figura 10).
Characiformes64%
Gymnotiformes2%
Siluriformes29%
Perciformes5%
Figura 10. Distribuição da porcentagem de abundância das ordens de peixes coletados nas coletas realizadas em maio e dezembro de 2005 no reservatório da UHE de Miranda.
A espécie mais abundante durante o estudo foi Astyanax bimaculatus
(lambari do rabo amarelo) com 172 indivíduos coletados, perfazendo
aproximadamente 20,5% dos indivíduos coletados (Figura 13).
Esta espécie também foi dominante na segunda coleta (Figura 11),
entretanto, na primeira coleta, Serrasalmus spilopleura (pirambeba) apresentou-se
como dominante com 29,46% dos indivíduos coletados (Figura 12).
A coleta que apresentou maior abundância foi a coleta realizada no mês de
dezembro de 2005, perfazendo um total de 725 indivíduos coletados (Figura 14).
O ponto que apresentou a maior quantidade de indivíduos coletados foi o
ponto localizado a jusante da barragem da UHE de Miranda. Foram coletados
neste ponto 264 indivíduos (Figura 15).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 24
Tabela 04. Abundâncias absoluta e relativa da composição ictiofaunística
do reservatório da Usina Hidrelétrica de Miranda nas coletas realizadas em
setembro e novembro de 2005 e fevereiro de 2006.
Abundâncias Espécie Nome comum
Absoluta Relativa Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 172 0,205
Astyanax fasciatus lambari do rabo vermelho 118 0,141
Brycon nattereri pirapitinga 8 0,010
Galeocharax kneri peixe-cadela 8 0,010
Myleus tiete pacu manteiga ou pacu prata 41 0,049
Serrasalmus spilopleura pirambeba 57 0,068
Planaltina myersi piaba 3 0,004
Apareiodon piracicabae canivete 33 0,039
Hoplias lacerdae trairão 8 0,010
Hoplias malabaricus traíra 14 0,017
Leporinus friderici piau três pintas 10 0,012
Leporinus obtusidens piapara 50 0,060
Leporinus octofasciatus ferreirinha ou flamenguinho 3 0,004
Schizodon nasutus taguara, timboré ou chimboré 11 0,013
Prochilodus lineatus curimatã, curimba, curimbatá ou papa-terra 8 0,010
Gymnotus carapo sarapó ou tuvira 14 0,017
Iheringichthys labrosus mandi beiçudo 115 0,137
Pimelodus maculatus mandi amarelo 61 0,073
Pinirampus pirinampu mandi alumínio 15 0,018 Pseudopimelodus zungaro bagre sapo, pacamão ou pacamã 18 0,022
Rhandia quelen bagre 2 0,002
Hypostomus sp. cascudo 28 0,033
Cichla sp. tucunaré amarelo * 18 0,022
Geophagus brasiliensis acará ou cará 16 0,019
Tilapia rendalli tilápia * 6 0,007
Total 837 1
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 25
0 5 10 15 20 25 30 35
Abundância absoluta
Serrasalmus spilopleuraGeophagus brasiliensisIheringichthys labrosus
Myleus tieteProchilodus lineatus
Hoplias lacerdaePinirampus pirinampuHoplias malabaricusAstyanax fasciatus
Cichla sp.Leporinus fridericiGaleocharax k neri
Astyanax bimaculatusBrycon nattereri
Leporinus obtusidensApareiodon piracicabae
Gymnotus carapoHypostomus sp.
Leporinus octofasciatusPimelodus maculatus
Planaltina myersiPseudopimelodus
Rhandia quelenSchizodon nasutus
Tilapia rendalli
Espécies
Figura 11. Ranque de abundância das espécies de peixes encontradas na
primeira coleta realizada em maio de 2005 no reservatório da UHE de Miranda.
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Abundância absoluta
Astyanax bimaculatusAstyanax fasciatus
Iheringichthys labrosusPimelodus maculatusLeporinus obtusidens
Apareiodon piracicabaeMyleus tiete
Hypostomus sp.Serrasalmus spilopleura
PseudopimelodusCichla sp.
Gymnotus carapoSchizodon nasutus
Hoplias malabaricusPinirampus pirinampu
Brycon nattereriLeporinus fridericiGaleocharax k neri
Tilapia rendalliLeporinus octofasciatus
Planaltina myersiHoplias lacerdaeRhandia quelen
Geophagus brasiliensisProchilodus lineatus
Espécies
Figura 12. Ranque de abundância das espécies de peixes encontradas na
segunda coleta realizada em dezembro de 2005 no reservatório da UHE de Miranda.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 26
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Abundância absoluta
Astyanax bimaculatusAstyanax fasciatus
Iheringichthys labrosusPimelodus maculatus
Serrasalmus spilopleuraLeporinus obtusidens
Myleus tieteApareiodon piracicabae
Hypostomus sp.Cichla sp.
Pseudopimelodus zungaroGeophagus brasiliensisPinirampus pirinampu
Gymnotus carapoHoplias malabaricusSchizodon nasutusLeporinus fridericiBrycon nattereri
Galeocharax k neriHoplias lacerdae
Prochilodus lineatusTilapia rendalli
Leporinus octofasciatusPlanaltina myersiRhandia quelen
Espécies
Figura 13. Ranque de abundância das espécies de peixes encontradas nas
duas coletas realizadas no reservatório da UHE de Miranda.
maio/200513%
dezembro/200587%
Figura 14. Porcentagem de distribuição de abundância dos indivíduos encontrados nas coletas realizadas no reservatório da UHE de Miranda.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 27
Ponto MI-0120%
Ponto MI-0220%
Ponto MI-0328%
Ponto MI-0432%
Figura 15. Porcentagem de distribuição de abundância dos indivíduos encontrados nos pontos de coletas realizadas no reservatório da UHE de Miranda.
4.4. Riqueza de espécies (D)
A coleta que apresentou maior riqueza, abundância e número de espécies
foi a coleta realizada em dezembro de 2005 (Tabela 05).
O ponto que apresentou maior riqueza e número de espécies foi a região
proximal à barragem da Usina de Miranda, na margem direita do reservatório. Já o
ponto do vertedouro da UHE de Miranda apresentou a maior abundância como
apresentado no item anterior (Tabela 06).
Tabela 05. Número de espécies (S), número de indivíduos (N) e riqueza de
espécies para as coletas.
Parâmetros 1ª Coleta 2ª Coleta
S 15 24
N 112 725
D 6,83 8,04
Tabela 06. Número de espécies (S), número de indivíduos (N) e riqueza de
espécies para os pontos de coletas.
Parâmetros MI-01 MI-02 MI-03 MI-04
S 21 15 18 21
N 168 170 235 264
D 8,99 6,28 7,17 8,26
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 28
4.5. Análise de captura por unidade de esforço (CPUE) em número e
biomassa
A figura 16 apresenta as capturas totais, através da CPUE em número, para
as malhas utilizadas no reservatório de Miranda, considerando os quatro pontos
em conjunto.
As figuras 17 a 20 apresentam as capturas totais, através da CPUE em
número, para as malhas utilizadas no reservatório de Miranda, considerando os
quatro pontos separadamente.
A figura 21 apresenta as capturas totais, através da CPUE em biomassa,
para as malhas utilizadas no reservatório de Miranda, considerando os quatro
pontos em conjunto.
As figuras 22 a 25 apresentam as capturas totais, através da CPUE em
biomassa, para as malhas utilizadas no reservatório de Miranda, considerando os
quatro pontos separadamente.
A figura 26 apresenta as capturas totais, através da CPUE em número, para
as espécies encontradas no reservatório de Miranda, considerando os quatro
pontos em conjunto.
As figuras 27 a 30 apresentam as capturas totais, através da CPUE em
número, para as espécies encontradas no reservatório de Miranda, considerando
os quatro pontos separadamente.
A figura 31 apresenta as capturas totais, através da CPUE em biomassa,
para as espécies encontradas no reservatório de Miranda, considerando os quatro
pontos em conjunto.
As figuras 32 a 35 apresentam as capturas totais, através da CPUE em
biomassa, para as espécies encontradas no reservatório de Miranda,
considerando os quatro pontos separadamente.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 29
0
50
100
150
200
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Malhas
CPUEn
Figura 16. Captura total por unidade de esforço em número por tamanho de malha no reservatório da UHE de Miranda (duas coletas).
0
5
10
15
20
25
30
35
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Malhas
CPUEn
Figura 17. Captura total por unidade de esforço em número por tamanho de malha no Ponto MI-01 UHE de Miranda (duas coletas).
0
10
20
30
40
50
60
70
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Malhas
CPUEn
Figura 18. Captura total por unidade de esforço em número por tamanho de malha no Ponto MI-02 UHE de Miranda (duas coletas).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 30
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Malhas
CPUEn
Figura 19. Captura total por unidade de esforço em número por tamanho de malha no Ponto MI-03 UHE de Miranda (duas coletas).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Malhas
CPUEn
Figura 20. Captura total por unidade de esforço em número por tamanho de malha no Ponto MI-04 UHE de Miranda (duas coletas).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 31
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Malhas
CPUEb
Figura 21. Captura total por unidade de esforço em biomassa (g) por tamanho de malha no reservatório da UHE de Miranda (duas coletas).
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Malhas
CPUEb
Figura 22. Captura total por unidade de esforço em biomassa (g) por tamanho de malha no Ponto MI-01 UHE de Miranda (duas coletas).
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Malhas
CPUEb
Figura 23. Captura total por unidade de esforço em biomassa (g) por tamanho de malha no Ponto MI-02 UHE de Miranda (duas coletas).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 32
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Malhas
CPUEb
Figura 24. Captura total por unidade de esforço em biomassa (g) por tamanho de malha no Ponto MI-03 UHE de Miranda (duas coletas).
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Malhas
CPUEb
Figura 25. Captura total por unidade de esforço em biomassa (g) por tamanho de malha no Ponto MI-04 UHE de Miranda (duas coletas).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 33
0 1 2 3 4 5 6 7
Apareiodon piracicabaeAstyanas bimaculatusAstyanax fasciatusBrycon nattereriCichlia occelarisGaleocharax kneri
Geophagus brasiliensisGymnotus carapoHoplias lacerdae
Hoplias malabaricusHypostomus sp.
Iheringichthys labrosusLeporinus friderici
Leporinus obtusidensLeporinus octofasciatus
Myleus tietePimelodus maculatusPinirampus pirinampu
Planaltina myersiProchilodus lineatus
Pseudopimelodus zungaroRhandia quelen
Schizodon nasutusSerrasalmus spilopleura
Tilapia rendalli
Espécies
CPUEn
Figura 26. Captura total por unidade de esforço em número das espécies capturadas no reservatório da UHE de Miranda (duas coletas).
0 0,5 1 1,5
Apareiodon piracicabaeAstyanas bimaculatusAstyanax fasciatusBrycon nattereriCichlia occelarisGaleocharax kneri
Geophagus brasiliensisGymnotus carapoHoplias lacerdae
Hoplias malabaricusHypostomus sp.
Iheringichthys labrosusLeporinus friderici
Leporinus obtusidensLeporinus octofasciatus
Myleus tietePimelodus maculatusPinirampus pirinampu
Planaltina myersiProchilodus lineatus
Pseudopimelodus zungaroRhandia quelen
Schizodon nasutusSerrasalmus spilopleura
Tilapia rendalli
Espécies
CPUEn
Figura 27. Captura total por unidade de esforço em número das espécies capturadas no Ponto MI-01 da UHE de Miranda (duas coletas).
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
Apareiodon piracicabaeAstyanas bimaculatusAstyanax fasciatusBrycon nattereriCichlia occelarisGaleocharax kneri
Geophagus brasiliensisGymnotus carapoHoplias lacerdae
Hoplias malabaricusHypostomus sp.
Iheringichthys labrosusLeporinus friderici
Leporinus obtusidensLeporinus octofasciatus
Myleus tietePimelodus maculatusPinirampus pirinampu
Planaltina myersiProchilodus lineatus
Pseudopimelodus zungaroRhandia quelen
Schizodon nasutusSerrasalmus spilopleura
Tilapia rendalli
Espécies
CPUEn
Figura 28. Captura total por unidade de esforço em número das espécies capturadas no Ponto MI-02 da UHE de Miranda (duas coletas).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 34
0 0,5 1 1,5 2 2,5
Apareiodon piracicabaeAstyanas bimaculatusAstyanax fasciatusBrycon nattereriCichlia occelarisGaleocharax kneri
Geophagus brasiliensisGymnotus carapoHoplias lacerdae
Hoplias malabaricusHypostomus sp.
Iheringichthys labrosusLeporinus friderici
Leporinus obtusidensLeporinus octofasciatus
Myleus tietePimelodus maculatusPinirampus pirinampu
Planaltina myersiProchilodus lineatus
Pseudopimelodus zungaroRhandia quelen
Schizodon nasutusSerrasalmus spilopleura
Tilapia rendalliEspécies
CPUEn
Figura 29. Captura total por unidade de esforço em número das espécies capturadas no Ponto MI-03 da UHE de Miranda (duas coletas).
0 0,5 1 1,5 2 2,5
Apareiodon piracicabaeAstyanas bimaculatusAstyanax fasciatusBrycon nattereriCichlia occelarisGaleocharax kneri
Geophagus brasiliensisGymnotus carapo
Hoplias lacerdaeHoplias malabaricus
Hypostomus sp.Iheringichthys labrosus
Leporinus fridericiLeporinus obtusidens
Leporinus octofasciatusMyleus tiete
Pimelodus maculatusPinirampus pirinampu
Planaltina myersiProchilodus lineatus
Pseudopimelodus zungaro
Rhandia quelenSchizodon nasutus
Serrasalmus spilopleuraTilapia rendalli
Espécies
CPUEn
Figura 30. Captura total por unidade de esforço em número das espécies capturadas no Ponto MI-04 da UHE de Miranda (duas coletas).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 35
0 100 200 300 400 500 600 700
Apareiodon piracicabaeAstyanas bimaculatusAstyanax fasciatusBrycon nattereriCichlia occelarisGaleocharax kneri
Geophagus brasiliensisGymnotus carapoHoplias lacerdae
Hoplias malabaricusHypostomus sp.
Iheringichthys labrosusLeporinus friderici
Leporinus obtusidensLeporinus octofasciatus
Myleus tietePimelodus maculatusPinirampus pirinampu
Planaltina myersiProchilodus lineatus
Pseudopimelodus zungaroRhandia quelen
Schizodon nasutusSerrasalmus spilopleura
Tilapia rendalli
Espécies
CPUEb
Figura 31. Captura total por unidade de esforço em biomassa (g) das espécies capturadas no reservatório da UHE de Miranda (duas coletas).
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Apareiodon piracicabaeAstyanas bimaculatusAstyanax fasciatusBrycon nattereriCichlia occelarisGaleocharax kneri
Geophagus brasiliensisGymnotus carapoHoplias lacerdae
Hoplias malabaricusHypostomus sp.
Iheringichthys labrosusLeporinus friderici
Leporinus obtusidensLeporinus octofasciatus
Myleus tietePimelodus maculatusPinirampus pirinampu
Planaltina myersiProchilodus lineatus
Pseudopimelodus zungaroRhandia quelen
Schizodon nasutusSerrasalmus spilopleura
Tilapia rendalli
Espécies
CPUEb
Figura 32. Captura total por unidade de esforço em biomassa (g) das espécies capturadas no Ponto MI-01 da UHE de Miranda (duas coletas).
0 20 40 60 80 100 120 140
Apareiodon piracicabaeAstyanas bimaculatusAstyanax fasciatusBrycon nattereriCichlia occelarisGaleocharax kneri
Geophagus brasiliensisGymnotus carapoHoplias lacerdae
Hoplias malabaricusHypostomus sp.
Iheringichthys labrosusLeporinus friderici
Leporinus obtusidensLeporinus octofasciatus
Myleus tietePimelodus maculatusPinirampus pirinampu
Planaltina myersiProchilodus lineatus
Pseudopimelodus zungaroRhandia quelen
Schizodon nasutusSerrasalmus spilopleura
Tilapia rendalli
Espécies
CPUEb
Figura 33. Captura total por unidade de esforço em biomassa (g) das espécies capturadas no Ponto MI-02 da UHE de Miranda (duas coletas).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 36
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Apareiodon piracicabaeAstyanas bimaculatusAstyanax fasciatusBrycon nattereriCichlia occelarisGaleocharax kneri
Geophagus brasiliensisGymnotus carapoHoplias lacerdae
Hoplias malabaricusHypostomus sp.
Iheringichthys labrosusLeporinus friderici
Leporinus obtusidensLeporinus octofasciatus
Myleus tietePimelodus maculatusPinirampus pirinampu
Planaltina myersiProchilodus lineatus
Pseudopimelodus zungaroRhandia quelen
Schizodon nasutusSerrasalmus spilopleura
Tilapia rendalliEspécies
CPUEb
Figura 34. Captura total por unidade de esforço em biomassa (g) das espécies capturadas no Ponto MI-03 da UHE de Miranda (duas coletas).
0 100 200 300 400 500 600
Apareiodon piracicabaeAstyanas bimaculatusAstyanax fasciatusBrycon nattereriCichlia occelarisGaleocharax kneri
Geophagus brasiliensisGymnotus carapo
Hoplias lacerdaeHoplias malabaricus
Hypostomus sp.Iheringichthys labrosus
Leporinus fridericiLeporinus obtusidens
Leporinus octofasciatusMyleus tiete
Pimelodus maculatusPinirampus pirinampu
Planaltina myersiProchilodus lineatus
Pseudopimelodus zungaro
Rhandia quelenSchizodon nasutus
Serrasalmus spilopleuraTilapia rendalli
Espécies
CPUEb
Figura 35. Captura total por unidade de esforço em biomassa (g) das espécies capturadas no Ponto MI-04 da UHE de Miranda (duas coletas).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 37
Considerando todas as coletas realizadas, o tamanho de malha que obteve
maior sucesso em número de indivíduos capturados foi a malha 3. Esta malha
também foi dominante nos Pontos MI-02 e MI-04. Entretanto, nos Pontos MI-01 e
MI-03, a malha 4 obteve captura mais expressiva do que as demais.
Em biomassa, a malha 12 obteve maior sucesso considerando os quatro
pontos em conjunto e nos pontos MI-01 e MI-02, enquanto que no Ponto MI-03, a
malha 16 aparece como superior as demais e no Ponto MI-04, a malha 10 foi mais
expressiva.
Diante de dados quantitativos das capturas em número para os quatro
pontos simultaneamente, o lambari do rabo amarelo (Astyanax bimaculatus)
apresenta-se como espécie dominante. A dominância desta espécie se repete nos
pontos MI-02, enquanto que nos Pontos MI-01 e MI-03, o mandi beiçudo
(Iheringichthys labrosus) aparece como espécie dominante. Já no Ponto MI-04, a
pirambeba (Serrasalmus spilopleura) apresenta-se como dominante às demais
espécies.
Em biomassa, a curimba (Prochilodus lineatus) é a espécie dominante
considerando os quatro pontos em conjunto e no Ponto MI-03. As espécies
dominantes nos Pontos MI-01, MI-02 e MI-04 são respectivamente mandi amarelo
(Pimelodus maculatus), traira (Hoplias malabaricus) e pirambeba (Serrasalmus
spipopleura).
4.6. Avaliação da atividade reprodutiva
As Tabelas 07 e 08 apresentam a distribuição de freqüência dos estádios
de maturação gonadal para as fêmeas e machos, respectivamente, das espécies
capturadas nas coletas realizadas em maio e dezembro de 2005 no reservatório
da UHE de Miranda.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 38
O estágio de maturação avançada (2C) ocorreu em todas as espécies e foi
o mais freqüente, ocorrendo em 78% das fêmeas analisados. Este estágio
também ocorreu na maioria dos machos das espécies analisadas repetindo a
maior freqüência dentre eles, num total de 70,47% dos casos.
Os machos e fêmeas capturados de Prochilodus lineatus e Rhandia quelen,
fêmeas de Brycon nattereri, Galeocharax kneri, Hoplias lacerdae, Leporinus
friderici, Leporinus octofasciatus, Schizodon nasutus e Cichla sp. e machos de
Pinirampus pirinampu e Tilapia rendalli apresentaram somente o estágio de
maturação avançada.
A maioria das espécies não apresentou todos os estágios de maturação
gonadal, exceto as fêmeas de Iheringichthys labrosus (mandi beiçudo) que teve
predominância (71%) no estágio de maturação avançada (2C).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 39
Tabela 07. Distribuição da freqüência (%) dos estágios de maturação
gonadal para as fêmeas das espécies capturadas no reservatório da UHE de
Miranda nas coletas realizadas em setembro e novembro de 2005 e fevereiro de
2006. (N = abundância absoluta; NI = não identificado).
estágio de maturação gonadal (%) Espécie
Nomes comuns
N 1 2A 2B 2C 3
NI
Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 101 9,9 90,1
Astyanax fasciatus lambari do rabo vermelho 52 1,9 17,3 80,8
Brycon nattereri pirapitinga 2 66,7 1 Galeocharax kneri peixe-cadela 4 100,0
Myleus tiete pacu manteiga ou pacu prata 12 16,7 25,0 58,3
Serrasalmus spilopleura pirambeba 23 26,1 73,9 Planaltina myersi piaba 3 66,7 33,3 Apareiodon piracicabae canivete 20 5,0 95,0 Hoplias lacerdae trairão 3 100,0 Hoplias malabaricus traíra 7 14,3 14,3 71,4 Leporinus friderici piau três pintas 2 100,0 Leporinus obtusidens piapara 28 10,7 14,3 75,0
Leporinus octofasciatus ferreirinha ou flamenguinho 3 100,0
Schizodon nasutus taguara, timboré ou chimboré 4 100,0
Prochilodus lineatus
curimatã, curimba, curimbatá ou papa-terra 3 75,0 1
Gymnotus carapo sarapó ou tuvira 6 33,3 66,7
Iheringichthys labrosus mandi beiçudo 102 1,9 7,5 14,0 71,0 0,9 5 Pimelodus maculatus mandi amarelo 35 22,9 77,1 Pinirampus pirinampu mandi alumínio 6 10,0 30,0 20,0 4
Pseudopimelodus zungaro bagre sapo, pacamão ou pacamã 10 10,0 30,0 60,0
Rhandia quelen bagre 1 100,0 Hypostomus sp. cascudo 2 5,6 5,6 16
Cichla sp. tucunaré amarelo * 2 33,3 2 Geophagus brasiliensis acará ou cará 2 33,3 33,3 1 Tilapia rendalli tilápia * 0 3
Total 432 33
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 40
Tabela 08. Distribuição da freqüência (%) dos estágios de maturação
gonadal para os machos das espécies capturadas no reservatório da UHE de
Miranda nas coletas realizadas em setembro e novembro de 2005 e fevereiro de
2006. (N = abundância absoluta; NI = não identificado).
estágio de maturação gonadal (%) Espécie Nomes comuns N
1 2A 2B 2C 3 NI
Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo 71 12,7 87,3
Astyanax fasciatus lambari do rabo vermelho 66 3,0 13,6 83,3
Brycon nattereri pirapitinga 5 66,7 16,7 1 Galeocharax kneri peixe-cadela 4 25,0 75,0
Myleus tiete pacu manteiga ou pacu prata 29 17,2 13,8 69,0
Serrasalmus spilopleura pirambeba 34 8,8 14,7 17,6 58,8 Planaltina myersi piaba Apareiodon piracicabae canivete 13 30,8 69,2 Hoplias lacerdae trairão 5 20,0 80,0 Hoplias malabaricus traíra 7 28,6 14,3 57,1 Leporinus friderici piau três pintas 8 12,5 87,5 Leporinus obtusidens piapara 22 4,5 18,2 77,3
Leporinus octofasciatus ferreirinha ou flamenguinho
Schizodon nasutus taguara, timboré ou chimboré 7 28,6 71,4
Prochilodus lineatus
curimatã, curimba, curimbatá ou papa-terra 4 80,0 1
Gymnotus carapo sarapó ou tuvira 8 12,5 37,5 50,0
Iheringichthys labrosus mandi beiçudo 8 7,7 15,4 38,5 5 Pimelodus maculatus mandi amarelo 26 7,7 42,3 50,0 Pinirampus pirinampu mandi alumínio 5 55,6 4
Pseudopimelodus zungaro bagre sapo, pacamão ou pacamã 8 25,0 75,0
Rhandia quelen bagre 1 100,0 Hypostomus sp. cascudo 10 19,2 19,2 16
Cichla sp. tucunaré amarelo * 15 12,5 6,3 31,3 43,8 2 Geophagus brasiliensis acará ou cará 13 14,3 21,4 14,3 42,9 1 Tilapia rendalli tilápia * 3 50,0 3
Total 372 33
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 41
4.7. Estimativa da Diversidade Ictiofaunística (H’) e Equitabilidade
O índice de Shannon assume que os indivíduos foram amostrados ao
acaso e que todas as espécies estão representadas na amostra (MAGURRAN,
1988). Como posto na metodologia, a análise leva em conta dois fatores, a riqueza
absoluta de espécies e suas abundâncias relativas ou a equitabilidade. Desta
forma, quanto mais equitativa a distribuição do número de indivíduos por espécie,
maior a diversidade. Por outro lado, quanto menos equitativa, menor o índice, o
que pode indicar uma condição de estresse ou alteração ambiental a partir da
condição original (ODUM, 1980).
A coleta que apresentou maior diversidade segundo o índice de Shannon
foi a coleta realizada em dezembro de 2005, enquanto que a coleta realizada em
maio de 2005 apresentou a maior Equitabilidade (Tabela 09).
O ponto que apresentou a maior diversidade segundo o índice de Shannon
foi a área do vertedouro da UHE de Miranda, enquanto que a área proximal da
barragem da UHE de Miranda apresentou maior Equitabilidade (Tabela 10).
Tabela 09. Índice de diversidade de Shannon (H’) e o índice de
Equitabilidade (E) para as coletas.
Parâmetros Mai/2005 Dez/2005
H’ 0,985 1,079
E 0,48 0,38
Tabela 10. Índice de diversidade de Shannon (H’) e o índice de
Equitabilidade (E) para os pontos de coleta.
Parâmetros MI-01 MI-02 MI-03 MI-04
H’ 0,999 0,65 0,965 1,068
E 0,449 0,291 0,407 0,441
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 42
4.8. Análise de Similaridade
As Figuras XX e XX representam os dendrogramas de similaridades entre
os pontos na primeira e segunda coletas respectivamente. Já a Figura XX mostra
o dendograma de similaridade entre os pontos em todas as coletas.
De acordo com o método de análise com distância Euclidiana e ligação
completa para formação dos “cluters” na primeira coleta, o ponto MI-04 apresenta-
se similar aos demais, com aproximadamente 45% de similaridade para os pontos
MI-03, MI-02e MI-01. Já na segunda coleta, os pontos estão significativamente
similares, principalmente os pontos MI-04 e MI-01, apresentando 97,76% de
similaridade. Não foi verificada diferença significativa entre os quatro pontos.
Assim como na segunda coleta, quando consideradas as duas coletas
simultaneamente, os pontos estão significativamente similares, principalmente os
pontos MI-04 e MI-01, apresentando 98% de similaridade. Não foi verificada
diferença significativa entre os quatro pontos.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 43
Figura 36. Dendrograma de similaridade entre os pontos amostrados na
primeira coleta na UHE de Miranda.
Figura 37. Dendrograma de similaridade entre os pontos amostrados na
segunda coleta na UHE de Miranda.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 44
Figura 38. Dendrograma de similaridade entre os pontos amostrados
durante todas as coletas.
4.9. Monitoramento da pesca profissional no reservatório
Durante as vistorias realizadas, não foi constatada atividade de pesca
profissional na região sob influência do reservatório da UHE Miranda.
Entretanto, apresenta-se alta diversidade de pesca artesanal,
principalmente nos finais de semana ou final do dia, praticada especialmente na
área próxima a balsa de Indianópolis, onde observou-se grande número de
ranchos (Figura 18), onde a pesca artesanal é amplamente praticada. Os
principais métodos de pesca utilizados na região são vara e anzol e molinetes.
Segundo alguns pescadores, as espécies mais pescadas são os piaus (Leporinus
spp.) e as traíras (Hoplias spp.).
Figura 39. Área utilizada para pesca por rancheiros próxima a barragem de Miranda.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 45
Figura 40. Local utilizado para pesca por rancheiros da região próxima a barragem da UHE de Miranda.
Figura 41. Ranchos próximos a barragem da UHE de Miranda.
5. DISCUSSÕES
A diversidade e a abundância foram maiores que na coleta anterior devido
ao período da piracema e a mudança na disposição das redes, agrupando malhas
diferentes como descrito anteriormente. Foram encontradas 25 espécies, das
quais espécies como piaba, canivete, ferreirinha, taguara, tuvira, mandi amarelo,
pacamã, cascudo e tilápia não foram coletadas na primeira campanha. Foram
coletados 837 indivíduos e muitos deles estavam em período de maturação sexual
(ovulando ou espermiando).
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 46
De acordo com o estudo realizado no reservatório de Miranda no ano de
2004 por Vono, ocorreu alta similaridade na lista de espécies. No estudo de 2005,
acrescentaram-se três espécies não ocorrentes no estudo anterior de Vono
(2004): Astyanax bimaculatus, Leporinus obtusidens e Leporinus octofasciatus.
Contudo, apresenta-se 38 espécies ocorrentes no reservatório de Miranda.
Assim como no estudo realizado no ano anterior (Vono, 2004) confirma-se a
dominância dos Characiformes no reservatório de Miranda.
Neste estudo, a espécie dominante foi Astyanax bimaculatus (lambari do
rabo amarelo) com 172 indivíduos coletados, enquanto que no estudo realizado no
ano anterior, Serrasalmus spilopleura (pirambeba) apresenta-se como espécie
dominante. Esta espécie foi dominante e exclusiva a jusante da barragem da UHE
de Miranda em ambos os estudos.
Assim como no estudo de 2004 (Vono), o ponto que apresentou a
quantidade de indivíduos coletados foi o ponto localizado a jusante da barragem
da UHE de Miranda. Neste ponto, também se confirma a maior diversidade
segundo o índice de Shannon, embora a área proximal da barragem da UHE de
Miranda apresenta maior Equitabilidade.
Considerando todas as coletas realizadas, o tamanho de malha que obteve
maior sucesso em número de indivíduos capturados foi a malha 3. Este dado se
repete no estudo realizado em 2004, entretanto, para biomassa, em 2005, a malha
12 obteve maior sucesso considerando os quatro pontos, enquanto que em 2004,
a malha 14 foi dominante às demais.
Diante de dados quantitativos das capturas em número para os quatro
pontos simultaneamente, o lambari do rabo amarelo (Astyanax bimaculatus)
apresenta-se como espécie dominante. Embora esta espécie não apareça no
estudo de 2004, confirma-se a dominância de espécies de pequeno porte.
Em biomassa, ratifica-se a dominância de Prochilodus lineatus (curimba),
espécie migratória de grande porte.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 47
No mês de dezembro, ocorreu dominância do estágio de maturação
avançada assim como registrado no estudo de 2004, enquanto que em maio,
houve maior ocorrência de indivíduos e espécies em estágio de maturação inicial
e repouso.
Astyanax bimaculatus (lambari do rabo amarelo) foi a espécie mais
abundante neste estudo, sendo representada por 172 indivíduos. Das 101 fêmeas
coletadas, 90,1% estavam em estágio de maturação avançada, assim como nos
71 machos encontrados, 87,3% encontravam-se neste estágio gonadal. 60%
destes indivíduos foram encontrados na região próxima a balsa de Indianópolis.
Somente um indivíduo foi coletado em maio através de tarrafa e os demais foram
encontrados em dezembro principalmente na malha 3. Os indivíduos encontrados
variavam de 11 a 23 cm de comprimento e foram coletados mais de 2kg desta
espécie. Esta espécie não foi encontrada no estudo de Vono (2005).
O lambari do rabo vermelho (Astyanax fasciatus) é uma espécie de
pequeno porte onde foram coletados indivíduos de 8 a 14 cm de comprimento.
Foram coletados 118 indivíduos totalizando aproximadamente 3,0 kg de
espécimes coletados, principamente na malha 3. Esta espécie foi encontrada
principalmente no mês de dezembro de 2005 e a maioria dos machos e fêmeas
estavam em estágio de maturação gonadal.
Foram coletados oito indivíduos de Brycon nattereri, conhecida por
pirapitinga. Os comprimentos corporais dos espécimes variavam de 10 a 37 cm. A
maioria foi encontrada em dezembro, sendo que todas as fêmeas estavam em
estágio gonadal avançado e os machos, no estágio intermediário em sua maioria e
avançado. A biomassa total coletada desta espécie equivale a aproximadamente
900 g. Esta espécie foi capturada pelas malhas 3, 4, 5 e 6. Esta espécie foi
encontrada exclusivamente nas proximidades da Reserva de Jacob nas duas
coletas realizadas.
Foram capturados oito indivíduos de peixe-cadela (Galeocharax kneri),
quatro machos e quatro fêmeas nas malhas 3 e 4. Dentre as fêmeas, todas
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 48
estavam ovulando, enquanto que os machos, 25% estavam no estágio de
maturação intermediária e o restante no estágio de maturação avançado. Foi
capturada biomassa equivalente a 1,18kg com espécimens variando de 17 a
29cm. Esta espécie foi encontrada principalmente nas proximidades da Reserva
de Jacob nos meses de maio e dezembro de 2005.
Myleus tiete, conhecido popularmente como pacu manteiga ou pacu prata
foi encontrado nas duas coletas realizadas, ocorrendo exclusivamente na região
proximal à barragem da UHE de Miranda e a jusante da barragem,
predominantemente. Os machos e fêmeas desta espécie ocorreram nos estágios
de maturação, com maior ocorrência no estágio avançado. Foram encontrados
indivíduos que variavam de 7 a 24 cm de comprimento corporal e coletada a
biomassa de aproximadamente 5,6kg. Esta espécie foi coletada na maioria das
malhas (3, 4, 5, 6, 8, 11 e 12).
A pirambeba (Serrasalmus spilopleura) foi encontrada exclusivamente a
jusante da barragem da UHE de Miranda, nas duas coletadas realizadas. Foi
capturada pelas malhas 4, 5, 8, 10, 14 e principalmente na malha 12. As fêmeas
estavam em estágio de maturação intermediária ou avançada, enquanto que os
machos se distribuíam dentre os estágios de maturação (inicial, intermediário e
avançado) e em 8,8% dos casos, haviam machos em estágio de repouso. Foram
encontrados indivíduos variando de 11 a 29 cm de comprimento corporal e
biomassa coletada de aproximadamente 14kg.
Foram encontradas três fêmeas de Planaltina myersi em estágio de
maturação intermediária e avançada. Estes indivíduos foram coletados somente
em dezembro através de malha 3 no ponto MI-01.
Os peixes Apareiodon piracicabae conhecidos como canivete, foram
coletados em dezembro em todos os pontos estudados. Estes indivíduos foram
coletados principalmente pela malha 4, porém, alguns exemplares foram
capturados também nas malhas 3, 5 e 6. Os machos e fêmeas se encontravam
em estágio de maturação avançada e intermediária. Foram coletados mais de 2kg
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 49
de biomassa desta espécie com indivíduos variando de 11 a 23 cm de
comprimento corporal total.
Hoplias lacerdae (trairão) foi uma das espécies de maior biomassa
coletada, aproximadamente 13 kg. Os indivíduos variavam de 45 a 55 cm de
comprimento corporal total. Esta espécie ocorreu nas coletas de maio e dezembro
de 2005 próxima a balsa de Indianópolis e a jusante da barragem da UHE de
Miranda. Todas as fêmeas estavam ovulando, enquanto que a maioria dos
machos estavam espermiando, entretanto, alguns se encontravam no estágio de
maturação intermediário. Esta espécie foi capturada através de tarrafa e nas
malhas 8, 10 e 12.
Hoplias malabaricus (traira) foi uma espécie presente em todas as coletas e
em todos os pontos estudados. Indivíduos variavam de 14 a 70 cm de
comprimento corporal e foi coletada biomassa de mais de 10 kg de peixe. As
fêmeas desta espécie variavam dentre os estágios de maturação, enquanto que
só foram encontrados machos em estágios inicial e intermediário, não foi
encontrado macho espermiando. Esta espécie foi capturada na maioria das
malhas e inclusive em tarrafa.
Leporinus friderici (piau três pintas) ocorreu nas duas coletas realizadas na
região proximal da barragem e a jusante da barragem da UHE de Miranda. Todas
as fêmeas estavam ovulando, enquanto que os machos variavam de estágio de
maturação inicial e avançado. Foram encontrados 10 indivíduos capturados pelas
malhas 4, 6, 8 e principalmente na malha 5.
Leporinus obtusidens (piapara) ocorreu nas coletas realizadas em maio e
dezembro de 2005 com predominância na área próxima da balsa em Indianópolis.
Foram encontrados indivíduos cujo comprimento corporal total variava de 11 a 20
cm com predominância no estágio de maturação avançado. Esta espécie foi
capturada principalmente pela malha 4, cujo biomassa ultrapassou 2 kg.
Foram encontradas três fêmeas ovulando de Leporinus octofasciatus
(flamenguinho ou ferrerinha). Esta espécie ocorreu como espécie rara pelo
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 50
sistema de Cowell (2001) sendo encontrada exclusivamente em dezembro nos
pontos MI-01, MI-03 e MI-04. Estes indivíduos foram capturados somente pela
malha 6, cujo comprimento corporal variou de 15 a 22cm.
Schizodon nasutus, conhecidos como taguara, chimboré ou timboré foi
encontrado na coleta realizada em maio de 2005 exceto no ponto MI-03 (balsa de
Indianópolis) O comprimento corporal dos indivíduos coletados desta espécie variou
de 12 a 31 cm. Todos as fêmeas desta espécie estavam ovulando e a maioria dos
machos estavam espermiando, enquanto que as demais estavam em estágio de
maturação intermediário. Esta espécie foi capturada pelas malhas 3, 4, 5 e 8.
Prochilodus lineatus (corimba, papa-terra ou curimbatá) é um peixe de
migratório, sendo que foram encontrados indivíduos somente na coleta de maio de
2005 na maioria dos pontos de coleta, exceto na área próxima a balsa em
Indianópolis. Foram encontrados indivíduos de 42 a 55 cm de comprimento com a
maior biomassa encontrada no estudo (16 kg). Todos os indivíduos desta espécie
estavam ovulando ou espermiando em maio de 2005. Os indivíduos de corimba
foram capturados pelas malhas 10, 12 e 16.
Gymnotus carapo (sarapó ou tuvira) foi uma espécie coletada somente em
dezembro de 2005 em todos os pontos de coleta. Foram encontrados indivíduos
cujo comprimento corporal variava de 15 a 35 cm. Foi capturado nas malhas 3, 4 e
5. A maioria dos indivíduos se encontravam em estágio de maturação avançada.
Iheringichthys labrosus (mandi beiçudo) foi a terceira espécie mais
abundante encontrada nas duas coletas realizadas em todos os pontos
analizados. Foi a única espécie em que ocorreram todos os estágios gonadais,
com predominância no estágio de maturação avançado. Foram encontrados
indivíduos de 7 a 35 cm de comprimento corporal. Foram capturados na maioria
das malhas, com destaque a malha 4.
Pimelodus maculatus (mandi amarelo) ocorreu somente em dezembro e na
maioria dos pontos estudados, exceto a jusante da barragem. Foram encontrados
indivíduos de 25 a 33 cm de comprimento corporal, com predominância no estágio
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 51
de maturação avançado. Esta espécie foi capturada na maioria das malhas,
principalmente na malha 6.
Pinirampus pirinampu (mandi alumínio) é uma espécie de grande porte (25
a 60 cm de comprimento corporal) encontrada nas duas coletas realizadas
principalmente a jusante da barragem da UHE de Miranda. Todos os machos
desta espécie estavam espermiando, enquanto que as fêmeas variavam de
estágio de maturação inicial a avançado. Os indivíduos foram capturados em
malhas 10, 12, 13, 14 e 16.
Pseudopimelodus zungaro (bagre sapo, pacamão ou pacamã) foi coletado
somente na coleta de dezembro de 2005 em todos os pontos analisados. Foram
encontrados indivíduos de 9 a 20 cm de comprimento corporal, com
predominância no estágio de maturação avançado. Esta espécie foi capturada
pelas malhas 3 e 4.
Foi encontrado somente um casal do bagre Rhandia quelen em estágio de
maturação avançada. O macho foi encontrado no ponto MI-01 e a fêmea foi
encontrada a jusante da barragem da UHE de Miranda. Ambos foram capturados
pela malha 4.
Os cascudos do gênero Hypostomus sp. possuem uma sistemática pouco
resolvida pela complexidade. Foram encontrados indivíduos deste gênero
somente em dezembro em todos os pontos estudados. Foram coletados
indivíduos cujo comprimento corporal variava de 9 a 29 cm. Esta espécie foi
coletada nas malhas 3, 4, 5, 6, 8 e 12.
Os tucunarés encontrados no estudo foram identificados como Cichla
occelaris (tucunaré amarelo) pela já detecção desta espécie em outros estudos.
Foram encontrados indivíduos em todas as coletas e em todos os pontos
analisados. Os tucunarés amarelos variavam de 10 a 37 cm de comprimento
corporal total, inclusive com a presença de juvenis na amostra. Esta espécie foi
capturada pelas malhas 3, 4, 5, 6, 8, 10 e 16.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 52
Geophagus brasiliensis (acará ou cará) foi encontrado em todas as coletas
e na maioria dos pontos amostrados (exceto em MI-02), com prevalência a jusante
da barragem da UHE de Miranda. Foram encontrados indivíduos cujo
comprimento corporal variou de 14 a 33 cm. As fêmeas apresentaram os estágios
de maturação inicial ou avançado, enquanto que os machos somente não
ocorreram no estágio espermiado. Indivíduos desta espécie só foram coletados na
malha 10 ou em tarrafa.
Tilapia rendalli (tilápia) é uma espécie exótica à Bacia do Rio Grande e foi
encontrada nas coletas de dezembro de 2005 em todos os pontos estudados,
Foram encontrados indivíduos de 18 a 33 cm de comprimento. Somente foram
encontrados machos no estágio de maturação avançada. Indivíduos desta espécie
foram capturados pelas malhas 9, 8, 10 e 12.
6. CONCLUSÕES
Foram encontrados 837 indivíduos distribuídos em 25 espécies nas duas
coletas realizadas no reservatório da UHE de Miranda. Houve predominância de
fêmeas coletadas;
Foram encontradas duas espécies exóticas ao Rio Grande (tucunaré
amarelo e tilápia);
Corimba foi a espécie única na coleta de maio de 2005 e piaba, canivete,
ferreirinha, sarapó, mandi amarelo, bagre sapo, bagre, cascudo e tilápia só
ocorreram na coleta de dezembro de 2005. Pirapitinga ocorreu somente nas
proximidades da Reserva de Jacob, piaba ocorreu exclusivamente no corpo do
reservatório, e pirambeba foi encontrada somente a jusante da barragem.
A espécie mais abundante nas três coletas foi lambari do rabo amarelo com
172 indivíduos coletados, permanecendo dominante na coleta realizadas em
dezembro, enquanto que pirambeba foi dominante na coleta executada em maio.
A coleta que apresentou maior abundância foi a coleta realizada no mês de
dezembro de 2006, perfazendo um total de 725 indivíduos coletados;
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 53
O ponto que apresentou a maior quantidade de indivíduos coletados foi o
ponto localizado a jusante da barragem da UHE de Miranda. Foram coletados
neste ponto 264 indivíduos. O ponto que apresentou maior riqueza e número de
espécies foi a região proximal à barragem da Usina de Miranda, na margem direita
do reservatório
A coleta que apresentou maior diversidade segundo o índice de Shannon
foi a coleta realizada em dezembro de 2005, enquanto que a coleta realizada em
maio de 2005 apresentou a maior Equitabilidade;
O ponto que apresentou a maior diversidade segundo o índice de Shannon
foi a área do vertedouro da UHE de Miranda, enquanto que a área proximal da
barragem da UHE de Miranda apresentou maior Equitabilidade;
Pelo sistema de classificação de COLWELL (2001), pirapitinga, peixe-
cadela, piaba, trairão, corimba, bagre e tilápia foram consideradas espécies raras;
A comunidade de peixes encontrada no reservatório de Miranda está
biologicamente ativa, sendo que foram encontrados a maioria dos estágios
gonadais, com prevalência do estágio de maturação avançado: ovulando ou
espermiando.
A maioria das espécies não apresentou todos os estágios de maturação
gonadal, exceto as fêmeas de mandi beiçudo que teve predominância no estágio
de maturação avançada.
Para os dados de CPUE, considerando todas as coletas realizadas, a
malha 3 foi a mais expressiva em indivíduos coletados e a malha 12 obteve maior
sucesso em biomassa. Lambari do rabo amarelo foi a espécie dominante em
número de indivíduos e corimba apresentou-se como espécie dominante em
biomassa capturados.
Não foi registrada atividade de pesca profissional na região do reservatório
da UHE de Miranda, no entanto, a pesca amadora é expressiva.
Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 54
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Monitoramento anual de Ictiofauna do reservatório da UHE Miranda 55
ANEXO