módulo2 - aula1

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  • 8/9/2019 mdulo2 - aula1

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    Este mdulo ser desenvolvido de acordo com a seguinte estrutura:

    :: AULA 1:: ::AULA 2::

    1. A evoluo da formao profissional

    1.1 Breve evoluo histrica

    1.2 O contexto actual

    1.3 Mas afinal o que a formao profissional?

    1.4 A Andragogia

    2. Caracterizao do Sistema e Modalidades existentes

    2.1 O sistema de educao e formao profissional

    2.2 A reforma da Formao Profissional

    2.3 As modalidades de formao

    ::AULA 3 ::

    3. O perfil e o papel do Formador

    3.1 O papel do formador

    3.2 As competncias do formador

    3.3 A programao e a postura do formador

    4. O exerccio da actividade do Formador

    4.1 O Certificado de Aptido Profissional de Formador

    4.2 As condies de renovao do CAP

    4.3 A Bolsa Nacional de Formadores

    Objectivos da Unidade

    1. A evoluo da formao profissional

    :: Para exercer a actividade de formador importa, antes de mais, compreender o contexto profissional onde estaactividade desempenhada.

    :: Faremos, neste primeiro captulo, uma breve descrio da histria da formao profissional no nosso pas eanalisaremos algumas caractersticas do actual contexto.

    1.1. Breve Evoluo Histrica:: A formao profissional autnoma e distinta do sistema educativo s teve expresso na dcada de 60,

    com a criao do Instituto de Formao Profissional Acelerada.:: Numa altura em que abundavam os trabalhadores indiferenciados e escasseava o pessoal tcnico e

    qualificado foi inequivo-camente reconhecida a importncia da formao profissional.:: Este organismo procurou estudar e implementar formas de melhorar o desempenho e a qualificao

    profissional, numa altura em que estava em marcha a reorganizao industrial. Inicialmente, os cursosdestinavam-se ao sector secundrio tendo posteriori, sido alargados para os sectores primrio etercirio.

    ::Neste contexto surge a figura dos monitores: provenientes do mundo profissional (mnimo de 5

    anos de experincia) e portadores de habilitaes compreendidas entre a 4. classe e o antigo 7. anodo liceu.

    ::Para ser monitor era necessrio realizar provas tericas, prticas e psicotcnicas e reunirdeterminadas qualidades, tais como: uma maneira de ser equilibrada e domnio de si prprio e dassituaes; esprito pouco influencivel; sentido de responsabilidade; gosto pelo trabalho em grupo;

    capacidade de dirigir de modo a ser aceite pelos outros; voz ntida e facilidade de expresso;

    imaginao e esprito criador; saber avaliar os outros com justia, mas sem severidade.

    :: Uma vez realizadas todas as provas e entrevistas, os monitores seleccionados frequentavam um cursode formao pedaggica.:: Durante dez semanas eram ensinadas as tcnicas e os mtodos mais adequados para a transmisso dedeterminado ofcio, estando implcita a realizao de um plano de lio, no qual seriam discriminados osconhecimentos, bem como o material necessrio para a sua prossecuo.

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    :: Para apoiar o sistema de formao profissional foi criada uma rede de Centros onde as aces eramministradas a trabalhadores especializados.

    :: As aces tinham uma durao de 3 a 10 meses.

    :: Os programas eram definidos e desenhados por um Conselho Consultivo (comisso tcnica +especialista), e possuam uma estrutura predefinida, tendo em considerao o perfil de entrada e operfil de sada pretendido.

    :: Cada programa previa uma iniciao s ferramentas e conhecimentos base da profisso.

    :: No final do curso todos os formandos eram alvo de um exame atravs do qual eram aferidos osconhecimentos adquiridos e o nvel de progresso atingido.

    :: O certificado emitido no final era vlido para os processos de recrutamento das empresas, evitandoter de ser sujeito a qualquer exame de entrada.

    :: O 25 de Abril imprimiu alteraes significativas ao mercado de trabalho, sendo que o desenho dapoltica da formao profissional das populaes das antigas colnias e o aumento da taxa de actividadefeminina so disso exemplo. O facto de a formao profissional no facultar acesso a outros ramos deensino contribuiu para um desinteresse generalizado.A Unio Europeia disponibiliza stios muito interessantes para todos os agentes da formao.

    Experimente navegar nestes dois.(http://www.cedefop. europa.eu)

    (http://www.training village.gr)

    :: A adeso Comunidade Europeia transformou o contexto da formao profissional. Atravs dosfundos disponibilizados pelo Fundo Social Europeu foi possvel alterar o funcionamento e a configuraodo sector formativo: as empresas tornaram-se agentes activos na organizao da evoluo dascompetncias, no estando esta incumbncia apenas sob a alada do Estado.

    :: M2 :: O Formador e o Contexto

    |FPIF| Aula 1ACTIVIDADE

    Olhando para a lista de qualidades que na dcada de 60 um monitor deveria possuir, partilhe, no frumdeste mdulo, a sua opinio sobre:

    - se as caractersticas enunciadas tm ainda aplicabilidade no actual contexto?

    - estando desactualizadas, qual a principal competncia que um formador deve possuir no sculo XXI?

    (Deve apenas enumerar UMA caracterstica e justificar a sua resposta).

    1.2. O Contexto Actual

    :: A sociedade contempornea, caracterizada por mudanas rpidas em termos tcnicos, tecnolgicos,comunicacionais e organizacionais, exige uma actualizao que v ao encontro das necessidades domercado de trabalho.

    :: O momento actual requer formadores conhecedores do contexto interno e externo do mundoempresarial, facilitando aos destinatrios um contributo efectivo para o desenvolvimento estratgicodas organizaes. O formador s poder desenvolver jogos, exerccios, actividades e discusses se

    dominar, de facto, a sua rea profissional. S deste modo ser capaz de levar os participantes adesenvolverem as suas competncias.

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    A integrao de Portugal no projecto europeu alterou, indiscutivelmente, as polticas de formaoprofissional. Na Unio Europeia:

    todos os activos tm as mesmas oportunidades num mercado de trabalho territorialmente maisextenso;

    H o reconhecimento e a validao de competncias adquiridas em sistemas educativos eformativos distintos.

    :: A convergncia das polticas entre todos os Estados-membros chama para a arena formativaentidades privadas.

    :: Ou seja, a concretizao da formao deixa de estar somente a cargo do Estado: atravs do FundoSocial Europeu financiam-se empresas, associaes e entidades sem fins lucrativos para que estastambm sejam responsveis pela execuo da poltica formativa nacional.

    :: Todos os intervenientes no desenvolvimento das polticas de formao regem-se pelas mesmasregras.

    :: Os planos de formao fundamentam-se em diagnsticos de necessidades, em que so consideradosos recursos humanos, fsicos, pedaggicos e financeiros.

    :: dada uma particular ateno aos objectivos a atingir e sua definio, procurando sempre utilizaras metodologias pedaggicas mais adequadas.

    :: Outro enfoque importante refere-se avaliao da aprendizagem e de todo o processo formativo: osobjectivos, os processos, os formandos e os formadores participam numa espiral de avaliaes,procurando inclusive aferir o impacte na vida activa dos profissionais.

    :: Estando em constante evoluo, acompanhando as exigncias do prprio tecido econmico, estenovo contexto tem caractersticas e terminologias prprias. Vejamos, ento, de seguida algunsexemplos.

    a) Em 1994 foi regulamentada a actividade do formador, no mbito da formao inserida no mercadode emprego. Com este diploma, a formao pedaggica dos formadores - inicial e contnua tornou-seuma exigncia para a aquisio e a renovao do Certificado de Aptido Profissional (CAP).

    b) O aumento dos intervenientes fez com que fossem desenhadas regras especficas para a acreditaode entidades que intervenham na rea pedaggica e formativa. Criado em 1997, o Instituto para aQualidade da Formao (IQF, ex-Inofor) responsvel por efectuar a validao tcnica da capacidade deuma determinada entidade para intervir no mbito da formao profissional. Em 2007 este organismofoi extinto e e integrado na Direco-Geral do Emprego e das Relaes de Trabalho (DGERT), doMinistrio do Trabalho e da Solidariedade Social.

    c) O ciclo formativo compreende os seguintes domnios:

    Esteja Atento! Para breve est pre-vista a fuso do Sis-tema de Acreditaoe os normativos ISO9001, sendo que o termo "acreditao"dar lugar ao gnero "certificao".

    :: o diagnstico de necessidades de formao *

    :: o planeamento de intervenes ou actividades formativas

    :: a concepo de intervenes, programas, instrumentos e suportes formativos:: a organizao e a promoo de intervenes ou actividades formativas

    :: o desenvolvimento/execuo de intervenes ou actividades formativas *

    :: o acompanhamento e a avaliao de intervenes ou actividades formativas *

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    Iminente estar a reduo do ciclo para apenas trs domnios (os que esto assinalados com umasterisco).

    d) REA (TEMTICA) DE FORMAO importante que os agentes da formao dominarem a Classificao Nacional de reas de Formao.

    Estas so entendidas como o campo do saber ou a disciplina do conhecimento que identifica e delimita

    substantivamente um determinado contedo de aprendizagem - cientfico, tcnico, profissional oucomportamental - que constitui matria ou objecto de desenvolvimento da formao. Para efeitos dosistema de Acreditao e dos apoios pblicos destinados formao utilizado este referencial paracodificar as aces formativas.

    Para saber mais consulte a seguinte legislao:Portaria n. 256/05, de 16 de Maro.

    e) FORMAS DE ORGANIZAO DA FORMAO

    So os modos de operacionalizar a formao, determinados pela utilizao integrada de itinerrios de

    aprendizagem, metodologias e tecnologias pedaggicas, adequados natureza dos objectivos a atingir.Consideram-se as seguintes formas:

    www.dgert. Todos estesconceitos podem sermelhor explorados

    no Guia de Apoio aoUtilizador 1.07.

    (DGERT)

    Consulte:mtss.gov.

    1.3. Mas afinal o que a Formao Profissional?

    :: J abordmos diferentes conceitos associados ao presente contexto formativo. Contudo, antes deprosseguirmos importa questionarmo-nos sobre o que de facto a formao profissional.

    :: O conceito de formao profissional pode ser delineado do seguinte modo: o conjunto deactividades que visam proporcionar a aquisio de conhecimentos, capacidades prticas, atitudes e

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    formas de comportamento, exigidas ao bom desempenho de uma determinada profisso ou grupo deprofisses num determinado contexto de organizao produtiva econmica e social (DGERT). Ou seja,abrange:

    :: A formao profissional abrange diferentes domnios do saber, os quais podem ser descritos doseguinte modo:

    Conhecimentos Saber-saber

    Capacidades prticas Saber-fazer

    Atitudes e comportamentos Saber-ser

    :: O evoluir da sociedade de informao j ultrapassou h bastante tempo as fronteiras das instituieseducativas formais.

    :: Nos dias de hoje exige-se que: os sistema educativo e formativoacompanhem as ferramentas disponibilizadaspelas tecnologias da informao e da comu-nicao; Sejam reconhecidos os saberes acumuladosao longo da vida; Seja operacionalizado o desenvolvimentocompetncias de determinadas unidades dosaber, essenciais para o exerccio profissional.

    :: A competitividade das empresas no geral - e do nosso pas, em particular - depende substancialmentede uma aposta forte nesta rea.

    Esta aposta inclui tambm o alargamento dos campos de interveno tradicionais da formao,procurando intervir em reas to distintas como o fazer-fazer (eficcia), o saber agir (iniciativa), ou osaber aprender (auto-desenvolvimento).

    Campos TradicionaisCAMPOS ALARGADOS

    Saber saber Saber fazer-fazer

    Saber fazer Saber agir

    Saber ser/estar Saber aprender

    :: As transformaes tcnicas, econmicas e organizativas tm conduzido a uma constante alterao docontedo de trabalho e das respectivas competncias a que aquele apela, gerando desactualizaes edesadaptaes que acentuam a necessidade de aprendizagem ao longo da vida.

    :: A formao profissional no s complementa a preparao para a vida activa iniciada no sistemabsico, como visa tambm a integrao dinmica no mundo do trabalho atravs da aquisio de

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    conhecimentos e de competncias profissionais, dando resposta s necessidades nacionais dedesenvolvimento e inovao tecnolgica.

    :: Por fim, importa reflectir sobre quais sero as vantagens da formao profissional. Podemos dizer queesta representa uma vantagem competitiva a nvel individual e organizacional:

    VANTAGENS PARA AS PESSOAS VANTAGENS PARA AS ORGANIZAES

    :: Motivao:: Conhecimentos, aptides tcnicas e derelacionamento:: Disponibilidade para a mudana:: Capacidade para tomar decises:: Realizao pessoal:: Sentimento de pertena:: Sentimento de progresso:: Controlo de tenses e conflitos

    :: Eliminao da frustao (...)

    :: Melhoria do desempenho:: Aumento da identificao:: Aumento da produtividade:: Relacionamento entre vrios nveis

    hierrquicos:: Desenvolvimento organizacional:: Melhoria da motivao e da participao:: Facilita a comunicao e a soluo de

    conflitos (...)

    1.4. A Andragogia

    :: Enquanto a Pedagogia tem por objecto o estudo a reflexo do processo educativo, a Andragogiaremete para o contexto educacional do adulto, que decorre de forma continuada, ao longo da vida.

    :: Em 1968, Malcolm Knowles introduz o termo Andragogia na literatura educativa americana,chamando a ateno para a necessidade de implementar sistemas que tivessem em considerao ascaractersticas pessoais e as experincias dos adultos.

    :: Na formao de adultos h uns quantos princpios prprios e genricos - quer estejamos na presenade formao contnua, quer de processos de escolarizao. Na hiptese andraggica o aprendenteocupa uma posio central.

    MODELO TRADICIONAL MODELO ANDRAGGICO

    :: O professor decide o que aprendido;:: O aluno submisso e dependente;:: O que conta a experincia do professor eno do aluno;:: A lgica de aprendizagem est centrada

    nos contedos e no nos problemas;:: O estmulo para a aprendizagem externo(classificao, presso familiar, apreciao doprofessor, ...).

    :: O adulto questiona a utilidade e aplicabilidade daaprendizagem;:: O adulto responsvel pelas suas decises; autnomo;:: Os adultos distinguem-se dos jovens/crianas pelaexperincia;:: A aprendizagem orientada para a resoluo deproblemas e tarefas do quotidiano;:: O estmulo endgeno (satisfao profissional, auto-estima, qualidade de vida), podendo de igual modo serexterna (promoo profissional). (...)

    :: A formao de adultos ter, ento, como principais finalidades: o aperfeioamento de conhecimentos; o aumento de aptides no posto de trabalho; a mudana de atitude; a mudana de comportamentos.

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    :: As competncias profissionais podem ser adquiridas: atravs de formao presencial ou distncia; em espaos prprios ou em contextos de trabalho; e no mbito da vida profissional e pessoal.

    Final da Aula

    :: Se tiver qualquer dvida ou questo adicional, por favor, no hesite em coloc-la no frum ou envi-lapor email para o tutor deste mdulo.

    Muito obrigado e at breve!